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Cesariny Cafés Especiais em Vera Cruz, segue uma tradição que iniciou em 1978, com a primeira plantação de cafés do Rio Grande do Sul - cinco mil pés, em Vera Cruz. Orgulhosos em dizer que o café Cesariny, uma homenagem ao poeta e pintor Mário Cesariny, considerado o principal representante do surrealismo português, é orgânico, feito 100% na Quinta dos Pirilampos, em Linha Alto Dona Josefa, no interior de Vera Cruz.
Cesariny Cafés Especiais em Vera Cruz, segue uma tradição que iniciou em 1978, com a primeira plantação de cafés do Rio Grande do Sul - cinco mil pés, em Vera Cruz. Orgulhosos em dizer que o café Cesariny, uma homenagem ao poeta e pintor Mário Cesariny, considerado o principal representante do surrealismo português, é orgânico, feito 100% na Quinta dos Pirilampos, em Linha Alto Dona Josefa, no interior de Vera Cruz.
O Daniel descobriu cedo que o seu caminho eram as Artes Dramáticas. Estudou, praticou e nunca mais parou. Super encenador e também leitor, vale a pena ouvir esta conversa. Leituras que escolheu: Para acabar de vez com Eddy Bellegueule, Édouard Louis; O terceiro país, Karina Sainz Borgo; Uma grande razão, os poemas maiores de Mário Cesariny; Uma pequena Vida, Hanya Yanagihara. Outras referências: A Amiga genial, Elena Ferrante; Quem matou o meu pai, Edouard Louis; Cai a Noite em Caracas, Karina Sainz Borgo O infinito num junco, Irene Vallejo; Os Interessantes, Meg Wolitzer; Ao paraíso, Hanya Yanagihara (editora da T Magazine). Programa da RTP que referiu com a Teresa Tavares: Atlas de Pandora. Recomendei: Shuggie Bain, Douglas Stuart; Uma educação, Tara Westover. O que ofereci: Temporada de Furacões, Fernanda Melchor. Os livros aqui: www.wook.pt
Director criativo premiado, artista, poeta, fundador da Poets & Painters. O que lê o Pedro Pires? Livros que escolheu: Manual de prestidigitação, Mario Cesariny As ondas, Virginia Woolf; 2666, Roberto Bolaño; Outono em Pequim, Boris Vian. Outras referências: The Secret Life of Oscar Wilde: Neil McKenna; Detectives selvagens, Bolaño; Poesia completa, Bolaño; A Espuma dos Dias, Boris Vian. Os que escreveu: Os pés não têm céu; Cosmogonia da Identidade. Poetspainters.com IG: poets_painters O que ofereci: Cartas e outros textos de Mário Cesariny e Antonio Tabucchi Os livros aqui: www.wook.pt
António Manuel Baptista faria 100 anos em 2024, sendo esta uma boa ocasião para recordar essa grande figura da cultura nacional. Foi professor catedrático de Física na Academia Militar e no Instituto Português de Oncologia (IPO), tendo sido pioneiro em Portugal na área da Física Médica. Foi também um grande divulgador da ciência, em programas de rádio, televisão e livros, estes saídos principalmente na Gradiva. A sua intervenção pública teve um papel relevante no despertar de vocações para a ciência e no alargamento da cultura científica num tempo em que esta era bastante incipiente no nosso país. Tinha também uma faceta literária, manifesta no seu convívio com grandes nomes da literatura nacional como Alexandre O'Neill e Mário Cesariny. A convidada deste episódio do podcast "Mais Lento do que a Luz", a professora, tradutora, editora e empresária Cristina Ovídio, conheceu de muito perto António Manuel Baptista, pois é uma dos seus quatro filhos. Cristina Ovídio tem uma vasta experiência no mundo editorial, tendo feito traduções para Gradiva e trabalhado nas editoras Oficina do Livro, Planeta e Clube de Autor, nas quais editou muitos autores conhecidos. Recentemente foi moderadora do programa da SIC «Original é a Cultura», com Dulce Maria Cardoso, Rui Vieira Nery e Carlos Fiolhais. Leitora apaixonada, é uma promotora de cultura, designadamente no Clube de Leitura que dinamiza no seu bar Menina e Moça, no Cais do Sodré.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Porque os portugueses são de um individualismo mórbido e infantil de meninos que nunca se libertaram do peso da mãezinha; e por isso disfarçam a sua insegurança adulta com a máscara da paixão cega, da obediência partidária não menos cega, ou do cinismo mais oportunista”, dizia há dias Jorge de Sena, um dos últimos que arrancou a voz dos sepulcros e do nosso conformismo para dizer alguma coisa num discurso do 10 de Junho que nos fizesse ferver o sangue. O que é próprio de um bando de filhos da puta é este “desejo de ter-se um pai transcendente que nos livre de tomar decisões ou de assumir responsabilidades, seja ele um homem, um partido, ou D. Sebastião.” Não venham cá erguer castelos de areia e falar de quintos impérios bafientos, tudo o que temos diante de nós e que se publicita enquanto espaço literário ou até, de forma mais abrangente, como campo cultural, são repetições do de sempre, modos de refocilar na pasmaceira, nesse rigorismo das fórmulas que melhor se reproduzem, se perpetuam, deixando uma margem ínfima para que algo de outra ordem possa despontar e reclamar posições, fazer ouvir uma outra música. O destino de todos os gestos vigorosos no campo artístico deveria ser o de contrariar a sufocação, produzindo uma dissidência. O verdadeiro apelo que lança o poeta passa por multiplicar os caminhos, defender a diferença de uma poesia que “não se quer mero exercício literário, mas aventura em que a vida se joga por inteiro” (Cesariny). Hoje começamos por não saber nada de mais profundo sobre nós, não sabemos quantos somos, nem o que nos liga aos que vieram antes. Vai triunfando uma forma de psicose em que cada um investe tudo em si mesmo apenas para se dar conta de que, com isso, apenas colabora num regime de passividade, cada um encerrado como uma larva no casulo, prometendo-se metamorfoses radiantes, mas que se fica por isso mesmo, um eterno desfiar de ilusões inconsequentes, uma distracção em linha com a total ausência de reacções perante a guerra que tomou conta de todos os aspectos da vida em sociedade, desse regime de competição que, curiosamente, produz uma forma massiva de “desvirilização” através da qual os homens se transformam numa espécie de “ovelhas conscientes e resignadas ao abate” (Hollier). Perante este quadro, há uma urgência de recomposição num momento em que tudo serve para nos convencer que não nos é possível afectar uma mudança radical das circunstâncias em que vivemos. Vemos como tudo aquilo que se programa, todas as iniciativas e propostas, servem para arruinar qualquer ímpeto colectivo, qualquer comunidade, separando os grupos dos meios de existência e dos saberes a que estão ligados. Assim, damo-nos conta de que é essa a motivação política que está presente em todos os contextos, contagiando as reles formas de agitação que são próprias de uma cultura reificada, sempre disposta a emular a ofensiva da mediação mercantil que se impõe sobre todas as relações. Para sair disto é necessária uma indisposição de todo o tamanho. Para destruir essa forma de reprodução de si mesmo, os discursos que excitam os consumos e nos oferecem essa versão aguada e impotente das antigas mitologias, esse culto de umas celebridades patéticas e indistinguíveis umas das outras. É preciso revirar o consumo, acicatar um ódio nessa vertigem para a qual aponta Deleuze: “Basta que o ódio seja suficientemente vivo para que dele se possa extrair alguma coisa, uma grande alegria, não de ambivalência, não a alegria de odiar, mas a alegria de querer destruir o que mutila a vida.” Também Michaux não dispensava esse modo de se relacionar que cresce a partir de uma repulsa e nos diz tanto sobre o outro como sobre nós, e falava nessa forma de repúdio que afina a insurreição começada cá dentro: “Preciso de ódio, e inveja, é a minha saúde./ Preciso de uma grande cidade./ Um grande consumo de inveja.” Podemos também seguir de perto e exclamativamente Mário de Andrade e a sua ode ao burguês: “Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma!/ Oh! purée de batatas morais!/ Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!/ Ódio aos temperamentos regulares!/ Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia!/ Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!/ Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,/ sempiternamente as mesmices convencionais! (…) Todos para a Central do meu rancor inebriante/ Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!/ Morte ao burguês de giolhos,/ cheirando religião e que não crê em Deus!/ Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!/ Ódio fundamento, sem perdão!” Neste episódio, e para nos desvirarmos um tanto dos itinerários e leituras onde já fomos escavando as nossas trincheiras, pedimos apoio a esse mestre de armas de longuíssimo alcance, sobretudo morteiros filosofantes. Victor Gonçalves é desses que vão para o espelho e em vez de gritarem três vezes Candyman, gritam Nitzsche, e passam os dias exaltados, assombrados, fervilhantes num debate sem fim. Diz-se uma espécie de “filósofo jornalista”, pois gosta dos dias, dessa bulha, de dar resposta, não levar tudo para sufocar em casa, e além do ensino de adolescentes, anda aí com os filósofos pela mão, como um bando de meninos diabólicos, a desassossegar os bairros e virar a lata contemporânea.
O capitalismo serve-se de uma mão cheia de comprimidos de viagra na hora de falar de erotismo, e prefere discutir as preferências em termos de pornografia ou particularidades sobre a penetração do que se recriar em jogos de sedução. Havia aquele tipo com uma eficiência brutal nas saídas à noite e que se limitava a aproximar-se dos alvos e dizer-lhes “queres foder?” Vendo isto alguém lhe disse: Deves estar sempre a levar estalos… e ele assentiu, que não era infrequente, mas que era o preço que pagava de bom grado sendo que com esta abordagem não deixava de foder todas as noites. O capitalismo não vê a diferença entre ele e o Casanova. Melhor ainda seria Gengis Khan, de quem se diz que cerca de um sexto de todos os homens integram a sua descendência. Aí nem estava em questão obter prazer, mas tão-só submeter as populações conquistadas, inseminar as mulheres à força, esmagar a posteridade com o seu material genético. Também o capitalismo só pensa em reproduzir-se, submeter toda a vida, até ao limite da sua extinção. Este espírito ainda repugna a uns poucos, mas cada vez são menos aqueles que não aderem às comunidades de pregar com pregos, de competir e impor-se aos demais. Entre os burgueses, Cesariny só conseguia admirar uma das suas tantas espécies. "Penso que a questão é esta: a gente – certa gente – sai para a rua,/ cansa-se, morre todas as manhãs sem proveito nem glória/ e há gatos brancos à janela de prédios bastante altos!/ Contudo e já agora penso/ que os gatos são os únicos burgueses/ com quem ainda é possível pactuar –/ vêem com tal desprezo esta sociedade capitalista!/ Servem-se dela, mas do alto, desdenhando-a…/ Não, a probabilidade do dinheiro ainda não estragou inteiramente o gato/ mas de gato para cima – nem pensar nisso é bom!/ Propalam não sei que náusea, retira-se-me o estômago só de olhar para eles!/ São criaturas, é verdade, calcule-se,/ gente sensível e às vezes boa/ mas tão recomplicada, tão bielo cosida, tão ininteligível/ que já conseguem chorar, com certa sinceridade,/ lágrimas cem por cento hipócritas.” Hoje pede-se demasiado da política, mas o vazio é sobretudo de ordem cultural, do espírito, das ideias, e, por isso, também das nossas urgências e necessidades, paixões, desejo. Estamos consumidos por necessidades excitadas e produzidas artificialmente. “Posto isto, podemos começar a formar uma concepção de cultura, uma ideia que, antes de mais nada, é um protesto. Um protesto contra o insano constrangimento imposto à ideia de cultura, ao reduzi-la a uma espécie de panteão inconcebível e ao provocar assim uma idolatria em tudo idêntica ao culto das imagens nas religiões que relegam os seus deuses para panteões. Um protesto contra uma concepção de cultura distinta da vida, como se de um lado estivesse a cultura e do outro a vida, como se a verdadeira cultura não fosse um meio requintado de compreender e de exercer a vida” (Artaud). Diante deste cerco impiedoso, destas práticas ridículas, desta competição que dá cabo de todo o sentido da graça, da elegância de quem sempre preferiu escapar de regimes concentracionários, de bulhas intermináveis, esperava-se daqueles que vivem do tráfico das obras culturais um sinal de diferença, uma forma de demarcação. Pois como notou Vitor Silva Tavares, “se a montante e a jusante do fabrico és tu ‘o mercado', como te fazem, então está na tua mão lixá-lo – ou, em mais fina terminologia sociológica – subvertê-lo. Escolhe e torna a escolher, encontra esconsos, busca luminescências (quase) clandestinas, contribui, pela inércia, para a cubicagem dos sarcófagos de invendidos, nega a lógica vampiresca dos conglomerados editoriais. Não embarques quando ouves ou lês que eles garantem empregos e salários e difundem a língua e a cultura e o comércio externo e o equilíbrio da balança de pagamentos e o aumento do produto interno bruto… deste embrutecimento programado. Mete na cabeça que a legião de accionistas do ‘sector' não é de fiar.” Tudo isto serve de balanço para uma conversa em que falámos dos sinais da capitulação deste sector ao mercado, uma rendição eufórica que a cada ano é celebrada nessa liturgia sacrificial que é a Feira do Livro de Lisboa. Para nos acompanhar e impelir nesta reflexão e crítica da forma como o capital se vai espacializando, e subjugando as nossas cidades, “suprimindo as qualidades específicas inerentes aos lugares, os quais já só subsistem em estado de poeiras físicas, como vivências subjectivas e relativas, sem valor nem consistência” (Bruce Bégout), contámos neste episódio com os bons ofícios de Luís Mendes, geógrafo que se tem empenhado particularmente em procurar soluções para a crise da habitação e para a progressiva financeirização das cidades.
Fã assumida desde sempre do Diogo Infante, acabei ainda mais. O seu talento como actor e encenador é (re)conhecido. Quem conhece a sua faceta de leitor e como os livros o ajudaram? Sou suspeita mas... vale a pena. Os livros que o actor escolheu: - Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach; - O Perfume, Patrick Suskind; - Salto Mortal, Marion Zimmer Bradley; - Cyrano de Bergerac, Edmond Rostand. Livro que o Diogo referiu no fim da conversa: As terças com Morrie, Mitch Albom. A peça que disse que vão repor: A noite de Reis, do Shakespeare. A peça Cyrano de Bergerac teve a tradução do Nuno Judice no Teatro Nacional D.Maria II. O que ofereci: Caro Professor Germain, Albert Camus. PLANO B: Manual de Prestidigitação, Mário Cesariny. Os livros aqui: https://www.wook.pt/
Essa coisada da literatura, onde é que isso já vai? Era para ter sido um extravagante ensaio geral entre os escombros da realidade, mas acabou como mais um antro para o recital dessas cansadas passagens obrigatórias, e o que nos escondem são esses exaltantes devaneios provocatórios, tudo é feito de forma a soterrar os melhores exemplos de um heroísmo indigesto. Passamos mal, cada vez pior, enquanto vivemos de castigo na sórdida intriga dessas réplicas medíocres, desses serviços de enciclopédia e de arrumação precária de alguns nomes nos balanços e panorâmicas da literatura portuguesa, sempre por ocasião de alguma efeméride, que logo deve sustentar o peso dessa canga. Estamos de tal forma contaminados pela técnica retrospectiva, que só damos mesmos pelos acontecimentos que rimam com o que já se deu, com a reprodução quase nos mesmos termos, como se tudo o que escapasse aos quadros de historicização já definidos devesse ser descartado como implausível. Parece que só o que está a dar, como assinalou Armando Silva Carvalho, é abocanhar a História… “A história da igreja, a história dos terramotos, a história das colónias, a história dos descobridores. Assaltam-se as bibliotecas, com sofreguidão, à cata de segredos, cabalas, diatribes. Toda essa patine seduz as cabeças devolutas e, é claro, não compromete nada nem ninguém.” Pois assim vamos, submergidos em ficções requentando os traumas do costume, como se tudo o que já passou devesse ressurgir, só nos restando dialogar com esse fantasma inexorável. E da poesia a ideia que se faz não é melhor, e continuamos entregues às excelências de um lirismo de obrigação, incapazes de definir outras coordenadas, alguma relação marcial com a época que nos coube, num regime de ataque e de defesa inextricavelmente ligados à expressão do ser vivo. Assim, nos sacudia Cesariny, notando como, “para qualquer lado exterior a nós que olhemos entramos numa zona que mesmo entre os mais novos está contente de ser puríssimo decalque de um momento anterior, um pensamento instalado na repetição (esta julgada muito boa para os efeitos da difusão)”. A questão hoje e sempre ainda deve ser colocado no sentido de perceber se somos capazes de reconhecer um inimigo. Os escritores, e os poetas em particular, vivem por aí nuns amuos, muitos satisfeitos consigo próprios, exigindo a paz para se entregarem ao seu suave degredo. Entretanto, aquilo que se escreve já nem deseja ser lido, dá os pontos, reclama a derrota cada vez mais cedo, não ensaia nem propõe nada, e admite-se até que a literatura está a ceder o lugar ao terror, às notícias sobre o terror, aos gravadores e às câmaras de filmar, aos rádios, a esse zumbido das notícias de catástrofes, umas sucedendo-se às outras, produzindo a única narrativa a que as pessoas reconhecem alguma validade. Há não muito tempo, Don DeLillo ainda teve a audácia de sugerir que há um curioso elo de ligação entre escritores e terroristas. “No Ocidente convertemo-nos em famosas efígies, ao passo que os nossos livros vão perdendo capacidade de dar forma ou de influenciar as pessoas (…). Em tempos acreditei que era possível a um romancista modificar a vida interior da cultura. Esse território, hoje em dia, foi tomado pelos pistoleiros e os fazedores de bombas. Conseguem arremeter contra a consciência dos homens. Isso que os escritores faziam antigamente, antes de terem sido comprados.” Aí está a consciência em termos bastante claros de um esvaziamento do papel do escritor, e, em muitos casos, até de uma certa renúncia a assumir qualquer acção no desconcerto das coisas. Por estes dias, os escritores refugiam-se nessas recriações do seu antigo prestígio, que servem apenas para uso interno, sem nenhum reflexo sério sequer ao nível da balança comercial. Bastam-se com a encenação desses miseráveis concursos de talentos aprovados sem distinção, mas apenas com o louvor que baste à difusão dentro do regime do espectáculo. Para deixar à porta não só as velhas ilusões como essas coroas de louro e a caixa de esmolas da boa consciência, neste episódio procurámos alargar o recreio de distúrbios batendo à porta da Academia, e Joana Matos Frias acedeu a vir falar connosco desse quadro geral da literatura portuguesa, que há muito parece ter ido abaixo, restando apenas uma espécie de culto à luz de velas, entre esses leitores que não se contentam com uma literatura que se cinge à mera transcrição de um mundo já conhecido, mas persistem nesse processo de descoberta das posições avançadas que não se limitam aos territórios do já vistoriado.
Esta semana, as sugestões literárias dos comentadores passam por um livro sobre uma mulher de quem pouco se sabe, apesar de ser a mulher mais poderosa do país mais isolado do mundo, recordam a correspondência afetuosa de discordância entre Mário Cesariny e Antonio Tabucchi, reveladoras da incompatibilidade entre a universidade e o surrealismo, referem José Paulo Fafe e saem da estante para recomendar uma exposição (mais um momento sindical de Ricardo Araújo Pereira) em memória de Samuel Torres de Carvalho. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana, temos o caso da invulgar antologia inédita, assinada por Mário Cesariny logo a seguir ao 25 de Abril, intitulada “Poemas do Amor, da Revolta e da Náusea”. Também histórico é o clássico “O Elogio da Loucura”, de Erasmo de Roterdão, traduzido pela primeira vez do latim em que foi escrito. Depois, há ainda dois ensaios de autores britânicos sobre temas históricos: “Colonialismo, Um Juízo Moral”, de Nigel Biggar, e “Nómadas. Povos em movimento, uma história por contar”, de Anthony Sattin. Boas leituras.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Multiplicam-se em Portugal as celebrações do centenário do nascimento de um mestre do surrealismo, Mário Cesariny, poeta e artista plástico.
O surrealismo chegou tarde a Portugal, como tantas outras correntes artísticas, mas teve vultos que deixaram marcas bem visíveis como Mário-Henrique Leiria, Cruzeiro Seixas e Mário Cesariny. O poeta e pintor deixou uma vasta obra e vivia perseguido devido à sua homossexualidade ostentada sem complexos num país de brandos costumes. Este episódio acaba com Arlo Parks, que tem disco novo, “My Soft Machine”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em cada dia, Luís Caetano propõe um poema na voz de quem o escreveu.
Episódio 63 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece um poema pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes também à tarde, nem sempre apenas poesia. Se o episódio de ontem mostrava a coragem de subir a palco para dizer um poema numa língua desconhecida, hoje temos um texto lido pela primeira vez, sem preparação. Foi desafio lançado a dois alunos do Instituto Camões na Universidade de Olomouc, na República Checa, durante o espectáculo "4 x 100" que ali realizámos. O recital homenageia 4 poetas centenários em 2023 (Natália Correia, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria e Eugénio de Andrade) e deu espaço a que convidássemos estes dois participantes, para uma interpretação de "Nocturno a duas vozes". Isa Ramos e Samuel Dias, dois alunos de Cabo Verde em Erasmus na República Checa, leram um poema que desconheciam, mas que certamente não vão esquecer. Pode receber todos os episódios subscrevendo de forma gratuita em todas as plataformas de podcast (Apple, Google, Spotify e muitas outras) e pode contar com conteúdo adicional seguindo as nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube. Se gosta dos nossos conteúdos, por favor avalie nestas plataformas e partilhe com os seus amigos. Apesar de gratuito, se nos quiser apoiar a melhorar este projecto pode fazê-lo em https://www.patreon.com/diasuteispodcast . Este podcast é uma produção da Associação de Ideias, tem música original de Marco Figueiredo e voz de introdução de José Carlos Tinoco. A concepção e edição são de Filipe Lopes.
Episódio 630 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece um poema pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes também à tarde, nem sempre apenas poesia. Podemo-nos apaixonar por um poema sem falar a língua em que está escrito? Certamente. Foi um pouco isso que sucedeu com este "Quase nada", de Eugénio de Andrade, aqui lido por Filip Václavík, um jovem checo que nos surpreendeu com a sua coragem. Não é estudante de Português mas decorou o poema e subiu a palco durante o espectáculo "4 x 100" que realizámos em Brno, a convite do Instituto Camões. O recital homenageia 4 poetas centenários em 2023 (Natália Correia, Mário Cesariny, Mário-Henrique Leiria e Eugénio de Andrade) e permite esta interactividade com o público que tanto o enriquece. Pode receber todos os episódios subscrevendo de forma gratuita em todas as plataformas de podcast (Apple, Google, Spotify e muitas outras) e pode contar com conteúdo adicional seguindo as nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube. Se gosta dos nossos conteúdos, por favor avalie nestas plataformas e partilhe com os seus amigos. Apesar de gratuito, se nos quiser apoiar a melhorar este projecto pode fazê-lo em https://www.patreon.com/diasuteispodcast . Este podcast é uma produção da Associação de Ideias, tem música original de Marco Figueiredo e voz de introdução de José Carlos Tinoco. A concepção e edição são de Filipe Lopes.
Episódio 618de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece um poema pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes também à tarde, nem sempre apenas poesia. Na data em que se assinala o Dia da Região Autónoma dos Açores, recuperamos um poema de uma das sua vozes maiores, Natália Correia. Este excerto é retirado do espectáculo "4x100", onde o Dias Úteis homenageia quatro poetas que em 2023 comemorariam 100 anos de vida. Para além de Natália, também Eugénio de Andrade, Mário-Henrique Leiria e Mário Cesariny. O registo escolhido hoje é do especáculo realizado em Abril, a convite do Instituto Camões, na cidade de Brno, na República Checa. Pode receber todos os episódios subscrevendo de forma gratuita em todas as plataformas de podcast (Apple, Google, Spotify e muitas outras) e pode contar com conteúdo adicional seguindo as nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube. Se gosta dos nossos conteúdos, por favor avalie nestas plataformas e partilhe com os seus amigos. Apesar de gratuito, se nos quiser apoiar a melhorar este projecto pode fazê-lo em https://www.patreon.com/diasuteispodcast . Este podcast é uma produção da Associação de Ideias, tem música original de Marco Figueiredo e voz de introdução de José Carlos Tinoco. A concepção e edição são de Filipe Lopes.
Episódio 554 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece um poema pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes também à tarde, nem sempre apenas poesia. Não era necessário ser ano de centenário do nascimento para regressarmos a ele, mas hoje é dia de ouvir Mario Cesariny. "Poema" ou como é mais conhecido, "em todas as ruas te encontro" na voz do poeta Tiago Alves Costa. Pode receber todos os episódios subscrevendo de forma gratuita em todas as plataformas de podcast (Apple, Google, Spotify e muitas outras) e contar sempre com conteúdo adicional seguindo as nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube. Se gosta dos nossos conteúdos, por favor avalie nestas plataformas e partilhe com os seus amigos. Apesar de gratuito, se nos quiser apoiar a melhorar este projecto pode fazê-lo em https://www.patreon.com/diasuteispodcast . Este podcast é uma produção da Associação de Ideias, tem música original de Marco Figueiredo e voz de introdução de José Carlos Tinoco. A concepção e edição são de Filipe Lopes.
Episódio 505 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece um poema pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes também à tarde, nem sempre apenas poesia. É um ano de grandes centenários. Hoje, Rui Lopes lê-nos "Outra coisa", de Mário Cesariny de Vasconcelos. O Dias Úteis pode ser subscrito de forma gratuita em todas as plataformas de podcast (Apple, Google, Spotify e muitas outras) e pode contar com conteúdo adicional seguindo as nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube. Se gosta dos nossos conteúdos, por favor avalie nestas plataformas e partilhe com os seus amigos. Apesar de gratuito, se nos quiser apoiar a melhorar este projecto pode fazê-lo em https://www.patreon.com/diasuteispodcast . Este podcast é uma produção da Associação de Ideias, tem música original de Marco Figueiredo, voz de introdução de José Carlos Tinoco. A concepção e edição são de Filipe Lopes.
Voltamos a republicar uma das conversas mais marcantes do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”, esta com o pintor e poeta Cruzeiro Seixas, gravada em fevereiro de 2017, no quarto onde ele viveu, na Casa do Artista, nos últimos anos de vida. No momento em que conversámos, Cruzeiro Seixas era já o último representante vivo do surrealismo português e esta foi uma das suas últimas entrevistas. Aqui abre o livro e revela que Mário Cesariny foi o homem que mais amou. “Ainda me faz muita falta...”. Com uns admiráveis 96 anos, Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas afirmou também neste podcast que só vivera metade do que queria e que mantinha sempre a curiosidade pelo amanhã. “Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.” Sobre o passado, lamentava ter sido mais perseguido após a revolução, “enquanto o Partido Comunista esteve no poder”. A ideia de partir desta vida não o assustava. “Não estou preocupado para onde vou. Já andei por céus e infernos cá por este lado.” Esta é pois uma conversa rara e especial que recordo com bastante saudade e que vale mesmo a pena ouvirem ou recordarem. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
Episódio 489 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece um poema pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes também à tarde, nem sempre apenas poesia. Gravado há um ano, na Embaixada de Portugal em Londres, na ocasião a sofrer obras de remodelação que os mais atentos podem descortinar no registo áudio, "Em todas as ruas te encontro", de Mário Cesariny de Vasconcelos, lido por Adriana Faria. Não é a primeira vez que repetimos um poema e poemas destes poderiam ser repetidos todos os dias. O Dias Úteis pode ser subscrito de forma gratuita em todas as plataformas de podcast (Apple, Google, Spotify e muitas outras) e pode contar com conteúdo adicional seguindo as nossas páginas no Facebook, Instagram e YouTube. Se gosta dos nossos conteúdos, por favor avalie nestas plataformas e partilhe com os seus amigos. Apesar de gratuito, se nos quiser apoiar a melhorar este projecto pode fazê-lo em https://www.patreon.com/diasuteispodcast . Este podcast é uma produção da Associação de Ideias, tem música original de Marco Figueiredo, voz de introdução de José Carlos Tinoco. A concepção e edição são de Filipe Lopes.
Francisco Pereira Coutinho fala da grande exposição patente na Sociedade Nacional de Belas Artes, uma coletiva de homenagem ao pai, o fundador da Galeria São Mamede, no centenário do seu nascimentoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Até ao final do mês de Outubro a Casa Caillebotte, nos arredores de Paris, acolhe a exposição "Modernités Portugaises”. A história do modernismo português tem como curadora Anne Bonnin. Abrangendo um longo período, desde os anos 1910 até aos anos 1960, a exposição conta a história do modernismo português, na qual o poeta Fernando Pessoa é uma figura central e o seu principal fundador. Um movimento que se desenvolve entre Portugal e Paris. Até ao final do mês de Outubro a Casa Caillebotte, em Yerres, arredores de Paris, acolhe a exposição "Modernités Portugaises”, “Modernidades Portuguesas”. Desde os anos 1910 até aos anos 1960, a exposição conta a história do modernismo português. Anne Bonnin é a curadora da exposição. Abrangendo um longo período, desde os anos 1910 até aos anos 1960, a exposição conta a história do modernismo português, na qual o poeta Fernando Pessoa é uma figura central e o seu principal fundador. Um movimento que se desenvolve entre Portugal e Paris. A capital francesa, como centro artístico internacional desde o século XIX, acaba por atrair os portugueses em busca de modernidade. Uma história pouco conhecida, que agora a curadora Anne Bonnin traz à ordem do dia. Com mais de uma centena de obras de artistas portugueses, uns conhecidos em França e outros menos, esta exposição acaba por fazer o visitante viajar e a pensar a história da arte, fora das suas grandes figuras. Desde o início do século XIX que os artistas de diferentes latitudes procuram em Paris modernidades. Os portugueses não fogem à regra. A correspondência estabelecida entre 1912 e 1916, entre Fernando Pessoa e o poeta Mário de Sá-Carneiro, instalado em Paris, constitui o primeiro modernismo português. Os artistas desta exposição que integram este primeiro modernismo são Amadeo de Souza-Cardoso, José Almada Negreiros, Santa Rita Pintor e Eduardo Viana. “Esta exposição centra-se no modernismo português. O modernismo apareceu, mais ou menos, no início da década de 1910 e corresponde à ascensão integral das vanguardas internacionais e parisienses. Paris é o centro internacional da época e, por isso, muitos artistas vão a Paris nos anos 10. Um movimento migratório de intelectuais e artistas que foi em grande parte iniciado no final do século XIX. A exposição começa nos anos 1910, é o primeiro modernismo que é encarnado por algumas figuras não muito numerosas. Amadeo Souza-Cardoso, Santa Rita Pintor, José de Almada Negreiros, Eduardo Viana, Fernando Pessoa… Pessoa que é a grande figura inspiradora deste primeiro modernismo com o seu amigo Mário Sá-Carneiro, poeta também. Os dois de alguma forma teorizaram e conceberam o desejo de um Modernismo, que o modernismo aparecesse em Portugal. Que uma arte moderna, uma poesia moderna pudesse ganhar forma em Portugal. Este modernismo é desenvolvido através da correspondência entre Fernando Pessoa, que permanece em Portugal, e o seu amigo Mário Sá-Carneiro, que vem para Paris. No que diz respeito aos artistas, Amadeo de Souza Cardoso é provavelmente a figura mais conhecida, Santa Rita Pintor, uma figura bastante singular, um tipo de “cometa” que se rendeu muito cedo ao cubismo e do qual temos poucas obras, porque morreu jovem e mandou destruir os seus trabalhos. Almada Negreiros que nesta aventura do modernismo participa mais como escritor na revista Orpheu, fundada por Pessoa e Sá-Carneiro. Claro, Eduardo Viana que vai fazer uma carreira, um caminho diferente, por isso é interessante. São percursos muito diferentes que nos fazem entrar numa história.” A exposição reúne artistas que vieram a Paris à procura da arte contemporânea. Apesar de todos procurarem o modernismo, cada um deles tem uma relação singular com a arte da época. "Aqui temos um Eduardo Viana raro, que faz parte dos tesouros do modernismo, estamos diante de uma pérola rara. Plasticamente, este trabalho é único na obra de Viana. É uma manta de retalhos de peças em tecido, infelizmente vemos que perdeu algumas, pelo que é a composição de uma figura de tipo cubista com uma colagem. Vemos macramé e especialmente este patchwork de cores. É claro, pensamos em Sonia Delaunay e nos seus famosos retalhos. Ali Amadeo de Souza Cardoso pintou uma série de janelas, janelas que são de facto figurativas mas também quase abstractas e cúbicas. Mas aqui, não é cubismo, vemos um conjunto de cubos, por isso as janelas. Amadeo morreu muito jovem com a gripe espanhola, teve uma carreira deslumbrante, uma produção muito prolífica e intensa num período de tempo muito, muito curto. Estas são as últimas pinturas de Amadeo. As cores são muito frescas porque após a sua morte, a sua mulher guardou as obras. Foram preservadas, aparentemente, debaixo de uma cama, não viram a luz do dia durante décadas. Daí a frescura das cores. Vemos nestes quadros um Amadeo a experimentar, ainda está num vocabulário um pouco cubista, mas liberta-se, é uma composicional extremamente livre. Encontramos elementos parisienses, uma caixa registadora, uma guitarra, elementos eróticos e um corpo feminino. O que vemos é a riqueza das técnicas, há uma colagem de variedades de espelhos, tecidos, variedade de técnicas. Vemos que há um gozo muito forte na pintura e que entrava numa nova fase de composição. Vamos para a outra sala. É o retrato de Pessoa que nos acolhe. Este retrato foi feito por Almada Negreiros, inspirado num desenho que tinha feito na morte de Pessoa, inspirado pelo seu rosto morto.” Subimos as escadas e duas salas dedicadas ao casal Maria-Helena Vieira da Silva e Árpád Szenes. Dois importantes artistas do pós guerra que encarnam a Paris cosmopolita. Um diálogo excepcional com obras únicas que testemunham a cumplicidade afectiva e artística do casal. “Vieira da Silva chega a Paris muito jovem, aos 20 anos. Conheceu Árpád rapidamente e casou-se em 1930. Nesta sala mostro obras que evocam tanto o estúdio, como o diálogo dos artistas e o seu trabalho pessoal. Duas obras predominam, dois grandes formatos, o retrato de Árpád por Vieira. Magnífico! O retrato bastante típico dos muitos retratos que Arpad fez de Vieira, que é o retrato da poltrona e que se torna uma espécie de emblema. Vieira é, muitas vezes, corpo na sombra de retratos com a sua famosa poltrona de vime. É um magnífico retrato que faz fronteira com a abstracção, mas que não é abstracto e que é muito bonito. Ela nunca dá o passo da abstracção. Há obras abstractas, mas há sempre um elemento de uma relação com uma realidade, por exemplo, nesta mesa redonda, temos a impressão de ver, uma abstracção, mas na verdade, por trás destes motivos abstractos vemos uma cena como uma biblioteca, uma mesa." A fechar a exposição, dois nomes, muito ligados a França, mas desconhecidos: Mário Cesariny e António Dacosta que integram o movimento surrealista. “Aqui um artista que veio para se estabelecer em França a partir de 1947: António Dacosta. Quando chegou a Paris conheceu os seus grandes mestres e entrou em choque e pára de pintar. 40 anos mais tarde, começou um período completamente diferente. Finalmente, distancia-se deste modernismo e vai para outra coisa. Aqui fez um retrato de Pessoa. Vemos esta imagem meditativa, muito melancólica. É por isso que falo de um período pós-moderno que se chama um regresso à pintura e, de qualquer forma, com outra história também. Outra relação com a pintura que já não é a da vanguarda. É uma grande mudança. Nesta segunda fase não há cor. É uma escolha, mas é verdade que os tons são muito mais silenciados.” Até ao final do mês de Outubro a exposição "Modernités Portugaises” está patente na Casa Caillebotte, em Yerres, nos arredores de Paris. Estão expostas as obras de Sarah Affonso, José de Almada Negreiros, Mário Cesariny, António Dacosta, Robert Delaunay, Sonia Delaunay, Ofélia Marques, Santa Rita Pintor, Amadeo de Souza-Cardoso, Árpád Szenes, Eduardo Viana e Maria Helena Vieira da Silva. A exposição integra a programação da Temporada Cruzada Portugal-França. Neste momento Anne Bonnin assume igualmente a curadoria da exposição “Les Péninsules Démarrées”, o panorama da arte contemporânea portuguesa desde 1960, patente até ao dia 26 de Fevereiro de 2023, no Frac Nouvelle-Aquitaine MÉCA – Bordéus.
Episódio 392 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... O episódio de hoje foi gravado no Instituto Camões, em Oxford, numa sessão com alunos da professora Luísa Coelho. Por razões burocráticas, esta leitura de "Pastelaria" ficou pendente de publicação. Mas agora que esgota o tempo para o fim deste podcast, não podemos deixar de ouvir Isabella Dobson, com pouco mais de um ano de aprendizagem da Língua Portuguesa, ler Cesariny. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 387 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Hoje temos um dos poemas maiores da literatura portuguesa. Com voz e sonoplastia de Ricardo Belo de Morais, "Em todas as ruas te encontro", de Mário Cesariny de Vasconcelos. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
Episódio 302 de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis... Em tempos em que palavras como liberdade e autoridade voltam aos escaparates, nós voltamos à poesia de Mário Cesariny de Vasconcelos, lido por Rosa Azevedo, livreira da Snob, em Lisboa. Ajude-nos a chegar cada vez a mais ouvintes. Este é um programa gratuito e sempre será. Subscreva na plataforma de podcast que preferir, classifique e faça comentário. Se gosta, não deixe de o partilhar com os seus amigos (o Dias Úteis também está no Facebook e Instagram). Tema musical original de Marco Figueiredo, com vozes de José Carlos Tinoco e Raquel Bulha. Design gráfico de Catarina Ribeiro. Concepção e edição de Filipe Lopes. Consultoria técnica de Rui Branco. Uma produção Associação de Ideias.
[www.patreon.com/dava1filme] - Carta a D. (André Gorz e o amor eterno pela sua mulher Dorine) - Klaus (cinema de animação com desenhos diferentes do habitual e boa história) - Autografia (a vida e obra de Mário Cesariny) - É possivel ser muito bom em várias coisas ao mesmo tempo?
Toma Aí um Poema: Podcast Poesias Declamadas | Literatura Lusófona
Antoine Marie Joseph Artaud, conhecido como Antonin Artaud foi um poeta, ator, escritor, dramaturgo, roteirista e diretor de teatro francês de aspirações anarquistas. Ligado fortemente ao surrealismo, foi expulso do movimento por ser contrário à filiação ao partido comunista. Nasceu em 1896 e faleceu em 1948. ►► Seja publicado! Ajude a poesia a se manter viva. https://apoia.se/tomaaiumpoema _________________________________ Antonin Artaud - Invocação à Múmia Estas ravinas de osso e de pele por onde começam as trevas do absoluto, e a pintura desta boca que fechas como uma cortina E o ouro que te desliza em sonho a vida que te despoja de ossos, e as flores deste olhar falso por onde reencontras a luz Múmia, e estas mãos de fusos para remexer nas tuas entranhas, estas mãos onde a sombra espantosa toma o aspecto de um pássaro Tudo isso de que a morte se orna como de um rito aleatório, esta conversa de sombras, e o ouro onde bóiam as negras entranhas Por aí é que eu te alcanço, ardida senda das veias, e o ouro é como a minha dor o testemunho certo e pior Use #tomaaiumpoema Siga @tomaaiumpoema _________________________________ Poema: Invocação à Múmia Poeta: Antonin Artaud Tradução: Mário Cesariny de Vasconcelos Voz: Jéssica Iancoski | @euiancoski https://tomaaiumpoema.com.br _________________________________ ATENÇÃO Somos um projeto social. Todo valor arrecadado é investido na literatura. FAÇA UM PIX DE QUALQUER VALOR
1. Há muito, muito tempo, no tempo em que era tudo analógico, os Ban, uma banda do Porto, lançaram uma canção que foi um êxito. Chamava-se ela “Irreal Social”, era muito dançável, e dizia que “popular” era “surrealizar por aí”. Foi mesmo há muito, muito tempo, no tempo em que se ouvia música em cassetes de áudio e se via filmes em cassetes que tinham de ser devolvidas devidamente rebobinadas no videoclube. No tempo em que digital tinha a ver com dedos e não com uns e zeros. Repare-se: o surrealismo ainda era assunto, até de cantigas de discoteca. Ainda era popular. Ainda estava in. Agora não. Agora o surrealismo está out. Perdeu brilho e clientela. Breton e os seus manifestos, Freud e o seu id, Dali e o seu bigode, Cesariny e a sua dentadura, tudo cheio de teias de aranha.Se fosse agora, Ana Deus e João Loureiro, os vocalistas dos Ban, cantavam que “popular” é “viralizar por aí”. Lá isso é. Especialmente no Twitter e no Facebook, as duas plataformas de “irreal social” em que passamos mais horas. Estamos sempre agarrados aos smartphones: no semáforo vermelho, na fila da caixa do supermercado, até no passeio higiénico do cão, a trela na mão esquerda, o polegar da mão direita a scrollar no telelé. Numa pesquisa recente sobre o uso dos telemóveis em nove países de quatro continentes, uns estudiosos da University College London chegaram à conclusão que somos uns “caracóis humanos que carregamos as nossas casas no bolso”. O estudo foi citado em todos os media mundiais. Lá está: viralizou.2. Atenção. Esta coisa do “viralizar por aí” tem os seus quês. Nunca se sabe bem quando é que o formigueiro das redes sociais pega num assunto e o espalha como fogo num dia seco num prado seco em dia de alerta vermelho da protecção civil. Por exemplo, João Loureiro já não viraliza grande coisa. Nem quando passou por aquelas vicissitudes com um voo em jato privado ao Brasil. A virose, nestas autárquicas, também anda fraca. Os “tesourinhos” são poucos. Tentam fazer-nos cócegas com uns nomes mais patuscos de candidatos ou de terras, mas é quase tudo tristonho. Esta semana houve alguma chispa com os outdoors de “Poço, Alexandre Poço”, o candidato galã do PSD em Oeiras. As meias e a pose dele alegraram um pouco os olhares das eleitoras. Se der para subtrair votos ao dinossauro Isaltino não faz mal nenhum.O que viralizou por aí muito, ainda com mais velocidade do que a variante Delta do SARS-CoV-2, foi um filme do director dos recursos humanos da TAP, na Plaza Mayor de Madrid, que deixou indignado o pavio curto do ministro Pedro Nuno Santos. Tiro e queda. Melhor dito: filme e queda. Esta semana, o homem lá teve de deslargar o emprego. Também viralizou por aí muito uma filmagem feita à má fila a Paulo Rangel, que o mostrava aos baldões numa bruxuleante rua de Bruxelas. Por “bruxedo”, aquele vídeo foi parar ao FB a poucos meses das próximas eleições internas do PSD. Pouco tempo depois da divulgação desse vídeo, saiu uma primeira página miserável do semanário Tal & Qual com assuntos da intimidade do eurodeputado laranja. Felizmente, essa manchete não viralizou.Estamos em Agosto. Mês de descanso, de férias. Evitemos coisas pesadas. Deixemos para um futuro Olho de Gato a reflexão sobre este vírus reles que invade, cada vez mais, as vidas privadas das figuras públicas. E até das menos públicas.
Mário Cesariny de Vasconcelos foi poeta e pintor, considerado o principal representante do surrealismo português. É de destacar também o seu trabalho de antologista, compilador e historiador das actividades surrealistas em Portugal. --- This episode is sponsored by · Anchor: The easiest way to make a podcast. https://anchor.fm/app --- Send in a voice message: https://anchor.fm/josemar-barboza-da-costa/message Support this podcast: https://anchor.fm/josemar-barboza-da-costa/support
Era o último representante vivo do surrealismo português. Mário Cesariny foi o homem que mais amou: “Ainda me faz muita falta...”. Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas faleceu este domingo, a um mês de completar 100 anos, e por isso o Expresso recupera uma entrevista ao podcast "A Beleza das Pequenas Coisas", realizada em fevereiro de 2017. O pintor e poeta afirmava que só vivera metade do que queria e mantinha a curiosidade pelo amanhã. “Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.” Sobre o passado, lamentava ter sido mais perseguido após a revolução, “enquanto o Partido Comunista esteve no poder”. A ideia de partir não o assustava. “Não estou preocupado para onde vou. Já andei por céus e infernos cá por este lado.”
Hoje imploro perdão a Mário Cesariny e a Chopin.
Se anda à procura de sossego este Verão - ou este Inverno, para quem, como o nosso convidado, gostar de frio - faça esta viagem poética interior com o grande fadista Ricardo Ribeiro. “Eu não quero ser feliz, eu quero ser sereno”. Esta edição do Ai Destino quase revela o sentido da vida - o “porquê” de existir, e não o “como”. Ouça. Mas para já fique com… 7 motivos para visitar Trás-Os-Montes: 1. Ouvir a voz do silêncio em Paradinha de Besteiros, perto de Macedo de Cavaleiros. A Paradinha não tem nada, só uma paz e um conforto de existir. Na aldeia do outro lado da encosta, o Lombo, neva no Inverno. Na Paradinha não. 2. Não há praticamente carros - com sorte, há a carrinha do pão e pode encomendar o pão para o dia seguinte. E pode aproveitar o sossego para contemplar a combinação das cores e das proporções de Trás-os-Montes. 3. Ficar hospedado no Convento de Balsamão, no cimo de um penhasco, que também funciona como hotel, onde será recebido por sacerdotes. A propriedade do convento tem as Termas da Abelheira e uma ribeira que pode funcionar como praia fluvial. Há rochas tão grandes que se formaram no fundo do antigo oceano Rheic. A zona pertence à rota geológica Geopark Terras de Cavaleiros, com um património geológico reconhecido internacionalmente. 4. A Tia Maria faz um arroz de couves que é uma maravilha, mas não tendo família na zona pode sempre ir comer a um restaurante maravilhoso à saída de Macedo de Cavaleiros, provar umas alheiras de Mirandela em Mirandela, ou espreitar um restaurante incrível na aldeia de Romeu. 5. Visitar a deslumbrante Casa de Mateus - um palácio que é um centro de Cultura em Vila Real - e fingir que tem sangue azul. Também vale a visita pelos famosos vinhos. 6. Nada como ler Teixeira de Pascoaes imerso nesta paisagem, particularmente uma antologia poética reunida pelo Mário Cesariny, palavra de Ricardo Ribeiro. Claro que também há recomendações de músicas a ouvir. 7. Em quatro horas, vindo de Lisboa, está na Paradinha de Besteiros. E pode sempre ir atestar a Espanha, que é ali ao lado. Garantimos que vai querer voltar. Ou então só ficar.
Leitura de poema. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/carlos-henrique-batista-d/message
.....IT’S.A.LONG.WAY.HOME.................................................. By Anatoly Brooks http://www.filefactory.com/file/69yuksupan3x/IT%5C%27S%20A%20LONG%20WAY%20HOME.mp3 “É com a mais profunda tristeza que vos informo do falecimento do meu amigo de sempre, meu irmão, António Ribeiro (Tony Justerini), após doença prolongada. A Radio Etiópia foi criada pelo amor à música, que ambos sentíamos, mas sobretudo para celebrar uma amizade e cumplicidade que durou mais de 50 anos. Obrigado pelo apoio e carinho demonstrado por todos, ao longo de mais de 10 anos.“ “It is with the most profound sadness that inform you of the passing of my long-time friend, my brother, António Ribeiro (Tony Justerini), as a result of a long-term illness. Rádio Etiópia was created through a love of music, which we both shared, but mostly to celebrate a friendship and complicity that lasted for over 50 years. Thank you so much for your support for over 10 years.” 01. Anoice – Untitled III 02. Peter Gabriel – Street spirit 03. The Tiger Lillies – Yellow Angel 04. José Mário Branco – Queixa das das almas jovens censuradas 05. Os Poetas – O navio de espelhos (feat. Mário Cesariny) 06. Ólafur Arnalds & Alice Sara Ott – Reminiscence 07. Thomas Feiner & Anywhen – Yonderhead 08. Robert Wyatt – Shipbuilding 09. Sérgio Godinho – A noite passada 10. Peter Gabriel – Here comes the flood 11. Jeff Buckley – Lilac wine 12. The Divine Comedy – If… 13. Bruno Sanfilippo -Pianette 14. This Mortal Coil – Another day 15. Nitin Sawhney – Koyal (songbird) 16. Camané – Quem à janela 17. Kuroyuri Shimai – Sora wo tsumugu 18. Anne Garner – Not home 19. Scott Matthews – Elsewhere 20. Fausto Bordalo Dias – Rosie Total time – 1.19:46 A painting by Duy Huynh Sultry voice of Radio Etiopia – Ana Ribeiro PS: “Para os colaboradores que o desejarem, a RE manter-se-à no ar, até ao final do mês de junho.” “For the collaborators that so wish, RE will remain on air until the end of the month of June”. www.radioetiopia.com Phase 108.1: http://www.phase108.net/Show.aspx?podcastId=13 https://radiolisboa.pt/
Há uma hora. Há uma hora certa, Lisboa 9 de agosto de 1923, nasce Mario Cesariny de Vasconcelos. Em tertúlias nos cafés lisboetas descobre o movimento neo-realista e numa fase […] O conteúdo Busílis #33 – Palavras Ditas: Mário Cesariny aparece primeiro em Engenharia Rádio.
Edição de 09 de julho 2019
Diz que a ditadura de Salazar lhe levou a juventude. Levou-o também para longe. No Brasil, onde se exilou e onde se afirmou como artista multifacetado, dedicou-se a outras artes. Além de fotógrafo mostrou-se pintor, gráfico, escritor. Fez novas amizades. Entre São Paulo e o Rio de Janeiro “abriu a cabeça”. Conviveu com músicos como Vinicius de Morais e Chico Buarque. Deste e do outro lado do oceano Atlântico, Fernando Lemos conheceu gerações notáveis. Em Portugal, e antes de partir, deixando família e noiva, fotografou Arpad Szenes e Vieira da Silva, Sophia de Mello Breyner Andersen, Jorge de Sena, Adolfo Casais Monteiro, Agostinho da Silva, José Cardoso Pires, Cesariny, António Pedro, Glicínia Quartin, Alexandre O’Neill, José-Augusto França... Gente reunida num livro, que não se limita a mostrar os magníficos retratos surrealistas que fez: “Ph. Fernando Lemos” (Edição da Imprensa Nacional). Neste Palavra de Autor, Fernando Lemos conversou com Cristina Margato, sobre uma longa vida, que não tem anos, “tem tempo”. E muito tempo à frente. Porque apesar de já ter 93 anos, Fernando Lemos diz que está à espera de chegar aos 100 anos. E está feliz
Edição de 31 de Janeiro 2019
Miguel Gonçalves Mendes já nos contou a história de Mário Cesariny em "Autografia" e realizou o premiado "José e Pilar" sobre o amor de José Saramago e Pilar Del Rio. Agora, o realizador tem outro documentário em mãos sobre o anónimo Giovane de Sena Brisotto mas que todos vamos querer conhecer. Este jovem brasileiro é portador de Paramiloidose Familiar, também conhecida como "doença dos pézinhos", uma doença incurável e de origem portuguesa. "O Sentido da Vida" mostra a urgência que Giovani tem em viver ao mesmo tempo que mostra o mundo ao Mundo na senda de uma doença nacional que se espalhou pelo mundo. Miguel Gonçalves Mendes também luta agora contra o tempo para estrear "O Sentido da Vida" em 2020. Para isso, o realizador lançou uma campanha de angariação de fundos online para que este filme chegue às salas de cinema. É sobre isso e muito, muito mais que vamos falar numa edição com um número especial: 50. Saiba mais aqui.
O que se anda a passar no mundo até pode ser uma trampa, mas há filmes que nos fazem acreditar na humanidade. E percebê-la mais a fundo. Exemplo disso são as obras do realizador Miguel Gonçalves Mendes, tão transgressoras e subversivas, como cheias de verdade, esperança e poesia. Ele é o realizador do documentário português mais visto de sempre, “José e Pilar”, que conquistou a crítica e o público internacional ao revelar a intimidade do escritor e Nobel da literatura José Saramago, e da sua mulher Pilar del Rio, como nunca antes. Já antes Miguel Gonçalves Mendes retratara o poeta e surrealista Mário Cesariny e, este ano, levou-nos aos labirintos da cabeça do filósofo Eduardo Lourenço, em “O Labirinto da Saudade”. Mas o filme que vai estrear em 2019 é ainda mais ambicioso e empolgante. Chama-se “O Sentido da Vida” e fê-lo embarcar numa viagem ao redor do mundo a fim de questionar a nossa existência. Qual o sentido da vida? É ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
Edição de 28 de Novembro 2017 - "Poesia", de Mário Cesariny
HOPE.IS.ALWAYS.SOMEWHERE..... by tony justerini 01. Hilary Hahn & Hauschka– Krakow ( Silfra. 2012) (00.00) 02. Jon Hopkins – I Remember (Late Night Tales, 2015) (02.30) 03. Peter Baumann – Ordinary Wonder (Machines of Desire, 2017) (06.30) 04. Hans Zimmer – Mobula Rays (Blue Planet II, 2017) (12.10) 05. Imagine Dragons – Thunder (Evolve, 2017) (14.30) 06. How To Disappear Completely – Aislin (Mer de Reves II, 2017) (17.25) 07. Slow Meadow – Viejo Carussel (Costero, 2017) (20.40) 08. The Tallest Man On Earth – On Every Page (With Ymusic, 2017) (22.10) 09. When The Clouds - The Dawn and the Embrace (The Longed for Season,2010) (26.10) 10. Nils Frahm – Because this Must Be (7fingers,2010) (30.40) 11. Cru – Moonlight (re-Silence, 2006) (33.05) 12. Ryuichi Sakamoto – Life, life (Async, 2017) (36.50) 13. Mário Cesariny – História de Cão (Mário Cesariny de Vasconcelos, 2010) (40.50) 14. Heligoland – Always Another (Saint Anne , EP, 2013) (41.50) 15. Roger Eno - Out of Tune, Out of Time…(This Floating World , 2017) (45.20) 16. The Tallest Man On Earth - There's No Leaving Now(With Ymusic, 2017) (47.25) 17. The Clientele – The Neighbour (The Age of Miracles, 2017) (51.40) 18. Slow Meadow – Hurricane (Costero, 2017) (56.40) 19. Sharon Van Etten – Holding Out (Because I was In Love, 2009 ) (01.01.40) 20. Ben Lukas Boysen - Sleepers Beat Theme (Spells, 2016) (01.07.30) 21. Anoice – Liange (In Studio, 2014) (01.11.20) 22. Perfume Genius – When (Learning, 2009 ) (01.16.10) total time: 1.20.00 h photo by Catalin Baican www.radioetiopia.com http://radioetiopia.phase108.net/ https://instagram.com/radioetiopia/ https://radiolisboa.pt/
................SHHHH............. by tony justeriny 01. Orchestral Manoeuvres in the Dark – Kill me (00.10) 02. Slowdive - No Longer Making Time (03.50) 03. Arcade Fire - Creature Comfort (09.25) 04. Cocteau Twins – Crushed (14.00) 05. Mário Cesariny – Autografia (excerpt) (17.00) 06. Carlos Paredes – Canto do Rio (17.55) 07. Mário Cesariny – Autografa (excerpt) (19.20) 08. Radiohead – Let Down (20.00) 09. Wooden Hand - 3rd Shift At Glaxo (24.45) 10. Massive Attack - The Spoils (feat. Hope Sandoval) (28.55) 11. Radiohead - Fake Plastic Trees (34.15) 12. Slowdive – Slomo (39.10) 13. Lose this Skin - the Clash (45.40) 14. Pink Floyd – Signs of Life (50.30) 15. Mário Cesariny – Exercício Espiritual (54.10) 16. Kwoon – Blue Melody (54.45) 17. Mário Cesariny – Voz Numa Pedra (01.00.20) 18. Kirsty Hawkshaw & Ulrich Schnauss – Meteors (01.02.00) 19. Epic45 – Monument (01.05.35) 20. John Butler – Ocean (01.09.30) 21. Kwoon - Tinkleh Skofa (01.17.45) total time : 1 .19.36 h photo by John J. Kim www.radioetiopia.com http://radioetiopia.phase108.net/ https://instagram.com/radioetiopia/ https://radiolisboa.pt/
Edição de 13 de Março 2017 - Tributo a Mário Cesariny no CCB
É o último representante vivo do surrealismo português. Mário Cesariny foi o homem que mais amou. “Ainda me faz muita falta...” Aos 96 anos, o pintor e poeta Artur Manuel Rodrigues do Cruzeiro Seixas afirma que só viveu metade do que queria e mantém a curiosidade pelo amanhã. “Viver é uma loucura espantosa. É a maior loucura.” Sobre o passado, lamenta ter sido mais perseguido após a revolução, “enquanto o Partido Comunista esteve no poder”. A ideia de partir não o assusta. “Não estou preocupado para onde vou. Já andei por céus e infernos cá por este lado.” Uma conversa especial para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”