Podcasts about independ

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E o Resto é História
Independência e invasão de Timor-Leste em 1975

E o Resto é História

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 50:34


No dia 28 de Novembro de 1975, fez agora 50 anos, a Fretilin declarou a independência de Timor-Leste. Pouco mais de uma semana depois, a 7 de Dezembro de 1975, a Indonésia invadiu o territórioSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Teletime
02/12/25 | Governo retoma garantias da Oi | Interventor quer novo plano para Oi | Recursos do 5G na TV 3.0 | A independência da Nio

Teletime

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 30:11


Este boletim traz um resumo das principais notícias do dia na análise de Samuel Possebon, editor chefe da TELETIME.TELETIME é a publicação de referência para quem acompanha o mercado de telecomunicações, tecnologia e Internet no Brasil. Uma publicação independente dedicada ao debate aprofundado e criterioso das questões econômicas, regulatórias, tecnológicas, operacionais e estratégicas das empresas do setor. Se você ainda não acompanha a newsletter TELETIME, inscreva-se aqui (shorturl.at/juzF1) e fique ligado no dia a dia do mercado de telecom. É simples e é gratuito.Você ainda pode acompanhar TELETIME nas redes sociais:Linkedin: https://www.linkedin.com/company/teletimenews/Facebook: https://www.facebook.com/Teletime/ Ou entre em nosso canal no Telegram: https://t.me/teletimenews Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Fact Check
O que seria da língua portuguesa sem a restauração da independência?

Fact Check

Play Episode Listen Later Nov 30, 2025 16:28


O Marco Neves explica a origem da palavra "presidente" e fala do impacto da restauração da independência na língua portuguesa. "Dever de" ou "dever que": quem precisa de regras quando há criatividade?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcast Star 80
Star 80 del 29 de noviembre de 2025 (Especial desde el Mercat de la Indepèndencia de Terrassa)

Podcast Star 80

Play Episode Listen Later Nov 29, 2025 213:26


Programa emitido en directo desde el Mercat de la Independència de Terrassa, hemos entrevistado a: Jaume Olivet (Fotógrafo) Baccara Norman Paco Llagostera Mercedes Olivet (escritora) Rob Llasera (Rebombori café) Maite (Unió i Lleura) Xär Lee (Dj) Monika Lao (artista polifacética) Sebastià (Jun i Sebastià) Karel Sanders Juanma (Resolargrip) Albert (Café Origen) Mari Carmen y Manel (Ball Vallés) Agradecimiento especial a Joan Font,

Noticiário Nacional
5h Timor assinala 50 anos da independência de Portugal

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 7:49


ADEGA Podcast
COMO O VINHO MADEIRA CONQUISTOU REIS, ESCRITORES E REVOLUCIONÁRIOS

ADEGA Podcast

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 4:50


Descubra como o vinho Madeira conquistou reis, escritores e revolucionários, tornando-se um dos vinhos fortificados mais admirados da história. Neste episódio, exploramos a jornada de uma bebida que atravessou séculos, atravessou oceanos e marcou momentos decisivos na cultura, na política e na literatura mundial.A origem do vinho Madeira e sua ascensão históricaDa chegada das primeiras mudas de malvasia no século XV ao papel essencial do vinho nas elites europeias e norte-americanas do século XVII, você verá por que este rótulo foi tão desejado. Do brinde da Independência dos EUA às mesas nobres da Inglaterra, entenderemos como a bebida ganhou o apelido de “vinho da ilha”.Madeira na literatura, nos mitos e na políticaShakespeare eternizou o vinho em cenas icônicas de “Ricardo III” e “Henrique IV”, enquanto Dostoiévski, Tolstói e até Rasputin o colocaram no centro de momentos dramáticos — alguns históricos, outros lendários. A bebida aparece desde tragédias reais até sátiras sobre a aristocracia europeia.Queda, reinvenção e o retorno ao prestígioApós perder força no século XX, quando foi relegado a um mero ingrediente culinário, o vinho Madeira renasceu graças à regulamentação que passou a exigir engarrafamento na própria ilha. Assim, o que um dia perfumou lenços da corte russa voltou a ocupar o lugar que merece entre os grandes vinhos do mundo.Neste vídeo você vai ver:• A origem do vinho Madeira e sua importância estratégica no século XV• Como ele se tornou o favorito de reis, aristocratas e revolucionários• O papel do vinho em obras de Shakespeare e na literatura russa• O episódio envolvendo Rasputin e o suposto envenenamento• O declínio da fama do Madeira e seu recente retorno ao topo• Por que o vinho Madeira é novamente valorizado por enófilosMatéria na íntegra: https://revistaadega.uol.com.br/artigo/historia-vinho-madeira-origem-renascimento.html

Artes
Novo espectáculo de Ídio Chichava abre Bienal de Dança de Maputo

Artes

Play Episode Listen Later Nov 24, 2025 15:00


Esta segunda-feira, começa a 11ª edição da Bienal de Dança Contemporânea - KINANI, que vai decorrer até 30 de Novembro, em Maputo. O festival arranca com a estreia do novo espectáculo de Ídio Chichava e vai mostrar que “a dança está a borbulhar em Moçambique”, conta à RFI Quito Tembe, o director artístico da KINANI. Aos palcos sobem, também, obras de Edna Jaime, Janeth Mulapha, Mai-Júli Machado, Pak Ndjamena, Osvaldo Passarivo, entre muitos outros. A 11ª edição da Bienal de Dança Contemporânea – KINANI, em Maputo, decorre de 24 a 30 de Novembro, numa altura em que “a dança está a borbulhar em Moçambique”, conta à RFI Quito Tembe, o seu director artístico. Nesta vitrina da dança moçambicana, em que também há criadores internacionais, “todas as obras estão no mesmo diapasão”, a de “abordar o corpo como uma ferramenta política de intervenção”, descreve o curador, com quem conversámos sobre a programação e o dinamismo da dança moçambicana. A bienal arranca esta segunda-feira com “Dzudza”, uma peça inspirada no bairro do Xiquelene que mistura tradição, migração e cidade e que é a mais recente criação de Ídio Chichava. O bailarino e coreógrafo moçambicano tem estado em destaque nos palcos internacionais, como, por exemplo, em Setembro, na Bienal de Dança de Lyon, em França. Chichava também venceu o Salavisa European Dance Award 2024 ao lado de Dorothée Munyaneza. Esta terça-feira, 25 de Novembro, está agendada a peça “In-Between” da moçambicana Mai-Júli Machado que continua a sua pesquisa em torno de temas relacionados com a mulher, a sua força e aos ritos a ela associados. Mai-Júli Machado passou pelo Festival de Avignon, em França, em 2023, como uma das intérpretes da peça “Black Lights”, de Mathilde Monnier e, desde então, tem dado os seus primeiros passos como coreógrafa. Também esta terça-feira estreia a peça “Why”, de Osvaldo Passarivo, um dos bailarinos que recentemente correu mundo com a companhia do espectáculo “Vagabundus” de Ídio Chichava. No mesmo dia, sobe ao palco “Homem Novo” do moçambicano Yuck Miranda. Ainda esta terça-feira, há o espectáculo “360º” da espanhola Raquel Gualtero e “Sutra” do mauriciano Stephen Bongarçon. Na quarta-feira, 26 de Novembro, os artistas brasileiros Davi Pontes & Wallace Ferreira apresentam “REPERTÓRIO N.3”, depois de terem participado na Bienal de Dança de Lyon, no âmbito do programa curatorial em que participou Quito Tembe. No mesmo dia, a francesa Gwen Rakotovao apresenta “Mitsangana”, a tanzaniana Dorine Mugishe apresenta “Akanana:Sweet Banana”, uma performance autobiográfica, e o sul-africano Vusi Mdoyi leva a palco “Izithuthuthuku”. Na quinta-feira, 27 de Novembro, a bailarina e coreógrafa moçambicana Janeth Mulapha estreia a sua criação “Nzula – Filhas do Índico”, em que imagina a dança tradicional do tufo numa linguagem mais contemporânea. Janeth Mulpapha também tem outra peça em cartaz, “(In) Visible”, agendada para 28 de Novembro. Ainda na quinta-feira, sobem a palco os espectáculos de duas outras moçambicanas: “As Substitutas” de Isabel Jorge e “Nzualo – A Maratona 7/7” de Edna Jaime.Também nesse dia, a brasileira Maria Emília Gomes apresenta “Eco, Oco Preso no Peito”. Por sua vez, a norueguesa Iselin Brogeland leva a Maputo “When Birds Sing of Loss”. Na sexta-feira, 28 de Novembro, além de “(In) Visible”, de Janeth Mulapha, há outro nome da dança moçambicana, Pak Ndjamena, que estreia “Rituais do Corpo”. Também a 28 de Novembro, a artista portuguesa Teresa Fabião apresenta “UNA”, a angolana Bibiana Figueiredo revela “Vidas de Pedra” e o iraniano-canadiano Mohammadreza Akrami apresenta “Tanha”. No domingo, 30 de Novembro, é a vez de “The Herd/Less Walking On Tin-Shells”, da sul-africana Mamela Nyamza, e de “Confluence” da checa Angela Nwagbo. Há ainda amostras de propostas experimentais de vários artistas, incluindo os moçambicanos Vasco Sitoe, Lulu Sala, Silke, Mário Forjaz Secca, Francisca Mirine e Diogo Amaral no chamado “4° Andar”.   Quito Tembe: “A dança está a borbulhar em Moçambique” RFI: Qual é o tema que atravessa esta edição? Quito Tembe, Director artístico da KINANI - Plataforma Internacional de Dança Contemporânea de Maputo: “Para nós, é este lugar de abordarmos a questão do corpo político, o corpo de intervenção, este corpo de resistência. É esta questão do corpo como uma arma, como uma ferramenta politica de intervenção. É esta abordagem: corpo de resistência, corpo político.” Resistência a quê? Quais são as linhas contra as quais é preciso resistir? “Todas as obras, de uma ou de outra forma, estão no mesmo diapasão. Temos aqui, desde este corpo negro que resiste, que são as obras vindas do Brasil, este corpo negro interventivo politicamente, que é o “REPERTÓRIO N.3”. Tens também esta abordagem das obras como do Ídio Chichava que transcende o lugar do corpo poético, mas um corpo interventivo que desconstrói as linguagens prédefinidas da dança, sobretudo quando a gente diz dança clássica para este corpo que se assume, para este corpo que resiste e fala estando em cena, despido de qualquer tipo de padrões estéticos ou regras estéticas do corpo em cena. Toda esta é uma abordagem, uma curadoria que, de alguma forma, teve este cuidado de pôr no mesmo programa obras que trazem esta questão da intervenção, esta questão do uso do corpo não somente para a concepção ou para uma abordagem um bocado mais poética, mas para este corpo que resiste e que se manifesta por sua vez.” Quais são os nomes da dança moçambicana que vão estar presentes? “De Moçambique, nós temos praticamente toda a nata dos activos que estão na dança. Desde a Janeth Mulpha que vai estrear a peça do grupo; a Edna Jaime, que vai mostrar uma peça do seu repertório; o Pak Ndjamena que vai mostrar, também em estreia, o seu novo trabalho, que é uma peça do grupo; e temos o Ídio Chichava igualmente que vai mostrar a sua nova criação. Depois temos a Mai-Júli Machado, que também é uma jovem artista moçambicana que está-se a destacar muito na dança, estando em trabalhar a partir de França e mostrar este trabalho é de muita significância. Temos também pequenas formas, que é o que a gente chama do “4° Andar”, que é a ocupação de um prédio cuja construção está em suspenso desde a independência. Dentro deste prédio, a gente põe pequenos formatos, 15 minutos cada e o público vai deambulando. Teremos oito propostas, das quais seis são moçambicanas.” Há mais nomes moçambicanos. Por exemplo, Osvaldo Passarivo que é um dos bailarinos que recentemente correu o mundo com a trupe do espectáculo “Vagabundus” de Ídio Chichava... “Exactamente. São estreias, vamos assim dizer. O Osvaldo Passarivo mostra, pela primeira vez, o seu trabalho individual que para nós também é de muita significância, sendo que ele não só esteve em tournée com Ídio Chichava, mas esteve também a trabalhar na peça do Victor Hugo Pontes. Para nós, depois de toda esta experiência que ele teve com estes coreógrafos, mostrar o trabalho dele é também apresentar ao mundo este jovem coreógrafo.” O festival arranca a 24 de Novembro com a estreia de “Dzuza", que é a mais recente criação do moçambicano Ídio Chichava. Porquê abrir com Ídio Chichava? “Acho que é óbvio. O Ídio Chichava é para nós, actualmente, uma grande referência em Moçambique e no continente africano, sendo que ele veio romper com vários padrões de se estar no mundo da dança e na criação da dança contemporânea no continente africano. Ele emergiu há muitos anos, mas há três anos é que ele começa a fazer-se sentir no mundo e através da sua peça, ‘Vagabundus', que está ainda em digressão - vai fazer agora mais de dois anos em digressão.  Ele sempre me disse que, durante as tournées, todos os momentos que se pensava que eram momentos mortos, eram momentos de criação. Então, é esse trabalho que ele nos vai mostrar pela primeira vez aqui em Moçambique.” Apesar de ser uma Bienal de dança moçambicana, vocês abrem a criadores estrangeiros. Quem são os nomes estrangeiros escolhidos e porquê? “Todos os artistas que aqui estão e que foram selecionados representam tudo o que é esta Bienal. Primeiro, queríamos fazer desta Bienal uma espécie de uma janela da região. Convidámos alguns artistas aqui da região, como é o caso do Stephen Bongarçon, que é uma das referências das Maurícias. Também temos uma artista espanhola, a Raquel Gualtero, que traz a peça “360°”, que é um espectáculo muito simples, mas muito impactante que vamos fazer num museu para abrir para outros públicos e porque queremos contribuir para a discussão de trabalhos fora da caixa negra, isto é, fora do teatro. Então, trazer um trabalho impactante como este é levantar esta discussão e estas conversas que precisamos ter aqui em Moçambique. Depois temos uma artista, Dorine Mugisha, da Tanzânia, e quando descobrimos este trabalho foi quase automático ter este solo da Dorine aqui em Moçambique. Vamos ter também um grande trabalho que é do Vusi Mdoyi, “Izithuthuthuku”, que é um trabalho que mistura muito o teatro e a dança, mas é sobretudo o lugar da performance, e narra este momento do Apartheid através das sonoridades feitas com as máquinas de escrever e o som das máquinas de coser. Temos, também, o “REPERTÓRIO N.3”, de que já falámos. Enfim, vamos abrindo e tocamos um bocadinho mais este lugar de não só tornar a Bienal focada em Moçambique ou focada somente para o continente africano. Convidámos a Maria Emília Gomes, brasileira, que é uma excelente performer, que reivindica o espaço do corpo negro nas artes no Brasil. Também temos a Iselin Brogeland, que nos traz um performance que vamos fazer pela primeira vez num cemitério e toda a gente pergunta-se ‘mas porquê?' É sairmos das caixas negras e irmos provocar outros lugares, outros espaços que normalmente não recebem a arte. Temos a Bibiana Figueiredo que estreia o trabalho que nos mostrou, em pequeno formato, na edição passada no 4° Andar. Também temos de Portugal a Teresa Fabião, que tem um espectáculo que temos vindo a discutir há três, quatro anos e estamos muito contentes de ter esta trabalho ‘UNA' entre nós.” Esta edição não é só dança. “Esta edição decidiu abrir-se um pouco mais também para o teatro e para a performance. Temos uma peça importante da Isabel Jorge que vai ser mostrada na Casa Velha. E também vamos ter o Yuck Miranda, que é uma performance, ele vem do teatro, mas começa a experimentar outras formas de estar na arte, sobretudo na dança. Achamos que é de extrema importância mostrar artistas que vão experimentando outras formas. Pusemos também, durante quatro dias, uma conferência “Cenas Abertas”, que é pôr artistas do teatro, artistas da dança, artistas das artes visuais juntos para discutir e reflectir sobre a arte contemporânea. Temos também intervenção da arte visual, uma instalação em fotografia que envolve este prédio do 4° Andar, que vai ser a primeira exposição que a gente vai inaugurar, mesmo antes de iniciar o Kinani, que é do Mário Forjaz, um fotógrafo que também vai tocando outras áreas. Para além desta instalação, vamos ter umas instalações na Casa Velha, uma delas que é em memória ao Domingos Bié, que foi um jovem bailarino que já não está entre nós, e também vamos ter uma instalação de Walter Verdin que vai contar nos através das suas lentes, através da sua câmara, o percurso do que foram os 20 anos da história da dança em Moçambique, sendo que ele andou a acompanhar, filmando, documentando.” Relativamente à dança moçambicana, esta Bienal de dança moçambicana acaba por ser a vitrina da criação que se faz em Moçambique e que está a dar cartas cá fora, nomeadamente com Ídio Chichava, como se viu na Bienal de Dança de Lyon deste ano. Como é que está a dança moçambicana? “Por conhecer um pouco o continente e por estar a trabalhar em vários festivais no nosso continente, isso permite-me, de alguma forma, olhar de uma forma holística o continente. Digo que Moçambique está muito para a frente, isto é, o sentido criativo e o sentido da dança em Moçambique é uma coisa impressionante. A dança está a borbulhar em Moçambique. A dança está viva e os artistas estão muito ávidos deste lugar criativo, deste lugar de trazer novas propostas para o mundo. Moçambique, sem sombra de dúvida, é incontornável para o que está se a fazer no continente hoje.” Há alguma ligação, nesta edição, com os 50 anos da independência de Moçambique? “O espectáculo do Yuck Miranda é sobre este corpo da independência porque ele aborda este lugar da história de Moçambique, mas leva por uma outra vertente que é este lugar desconhecido, a comunidade que sempre existiu, mas nunca se falou dela, LGBQTI+, antes da independência. Então, ele fez uma pesquisa sobre este lugar, este corpo que não podia se expressar porque não tinha espaço para se expressar como homossexual, etc. Para nós, a bandeira dos 50 anos da Independência está justamente neste performance.”

Pergunta Simples
Como comunicam os bebés antes das palavras? Pedro Caldeira da Silva

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Nov 19, 2025 54:01


Hoje abrimos uma porta especial: a porta para o momento em que a comunicação ainda não tem palavras. É ali, naquele segundo primordial, que tudo aquilo que somos, sentimos e esperamos cabe num olhar, num ritmo, num gesto que ninguém nos ensinou — mas que todos reconhecemos. Antes de falarmos, já comunicamos. Antes de dizermos “mamã” ou “papá”, já perguntamos: “Estás aí para mim?” Este é um dos territórios mais fascinantes e menos compreendidos da vida humana: a comunicação dos bebés. Intuímos muita coisa. A investigação ilumina ainda mais. Mas a cada novo estudo percebemos que a comunicação nos primeiros dias de vida é infinitamente mais complexa, sofisticada e decisiva do que imaginávamos. Para nos guiar, contamos com o olhar de Pedro Caldeira da Silva, fundador da Unidade da Primeira Infância do Hospital D. Estefânia e pioneiro da psiquiatria dos bebés em Portugal. Um clínico que passou décadas a observar esta dança silenciosa entre bebés e adultos — e que nos ajuda a ver o que tantas vezes nos escapa. Como é que os bebés comunicam quando ainda não têm palavras? Um tema que merece reflexão é: Como é que os bebés comunicam antes das palavras? Pedro Caldeira da Silva A comunicação de um bebé recém-nascido não é um acaso nem um reflexo automático. É intenção. É relação. É um corpo que chama o outro. E há sinais claros dessa comunicação precoce: A imitação involuntária de expressões faciais. A procura insistente do rosto humano. A preferência pela voz da mãe entre todos os sons. A capacidade de criar padrões rítmicos e emocionais. A repetição — o primeiro esboço de diálogo. Antes de falar, o bebé já pergunta, já espera, já testa. E, sobretudo, já organiza emocionalmente o mundo que o recebe. E quando um bebé não comunica? O que significa o silêncio? Se a comunicação precoce é natural, a sua ausência levanta perguntas. Um bebé que não procura, não repara ou não repete, pode estar a emitir um sinal tão forte quanto o choro mais intenso. Nem todo o silêncio é igual. Há o silêncio que acalma — e há o silêncio que preocupa. Pedro Caldeira da Silva ajuda a distinguir: O silêncio protetor: o bebé recolhe-se, mas volta. O silêncio sinal: o bebé não volta, não responde, não entra no jogo relacional. E aqui entramos num dos temas mais sensíveis da atualidade: o aumento dos diagnósticos do espetro do autismo. O episódio não traz alarmismo — traz clareza. O que sabemos. O que ainda não sabemos. O que precisamos de observar com atenção genuína. Da primeira infância à adolescência: o que muda na forma de comunicar? A conversa leva-nos num arco completo: do recém-nascido ao adolescente. E percebemos algo essencial: a comunicação humana é um contínuo, não um salto. O bebé imita porque precisa de relação. A criança repete porque precisa de segurança. O adolescente contesta porque precisa de autonomia. E nestas fases, pais, mães e cuidadores vivem um misto de responsabilidade, dúvida, exaustão e culpa. É por isso que o episódio fala também dos “tutores de resiliência” — figuras decisivas que surgem quando a família não chega: professores, treinadores, amigos, adultos significativos que seguram o chão emocional de uma criança. Os ecrãs fazem mal? Ou faz mal a ausência do adulto? Este é um dos mitos mais persistentes. E a resposta surpreende. O problema não é o ecrã. É o bebé que passa horas a olhar para uma televisão que não o olha. É a criança que perde ritmo, toque, olhar e reciprocidade. É a relação que desaparece enquanto a tecnologia ocupa o espaço. Um ecrã nunca é prejudicial por si só. Prejudicial é a negligência, a ausência emocional do adulto, o vazio relacional. O tédio também comunica Vivemos uma infância hiperorganizada: horários, atividades, vigilância constante. E, com isso, quase eliminámos um elemento crucial: o tédio. O tédio é fértil. É a matéria-prima da criatividade, da descoberta, da exploração. É onde se inventa. É onde se cresce. Ao retirar o tédio, retiramos à criança uma das primeiras formas de autonomia interior. A ausência emocional: o silêncio que fere Talvez o ponto mais duro — e mais urgente — do episódio: a indisponibilidade emocional. Não é ausência física. É presença sem vínculo. É um adulto que está, mas não responde. Que ouve, mas não devolve. Que vê, mas não repara. Esse silêncio cava um buraco na criança — e as marcas chegam muitas vezes à adolescência e à idade adulta. Falar deste tema é desconfortável, mas necessário. Porque só nomeando podemos reparar. Podemos reparar aquilo que falhou? Sim. E é uma das mensagens mais luminosas da conversa. Mesmo quando falhou vínculo, tempo ou atenção, nada está perdido. A experiência molda-nos, mas não nos fixa para sempre. Basta uma relação capaz, um adulto atento, alguém com disponibilidade emocional para realinhar o caminho. Humanamente, isto é extraordinário. E é profundamente esperançoso. O que fica desta conversa? Que os bebés dizem muito antes das palavras. Que as crianças comunicam mesmo quando não explicam. Que os adolescentes falam mesmo quando parecem calados. E que comunicar continua a ser uma arte de observar, responder e reparar. No fundo, a pergunta que atravessa toda a vida — da primeira infância à idade adulta — é sempre a mesma: “O que precisas de mim agora?” LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. Por isso, ela pode não estar totalmente precisa. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Os abrimos uma porta rara, a porta para o momento em que a comunicação ainda não tem palavras. Um instante em que tudo aquilo que somos, sentimos e esperamos. Cabe num olhar, num ritmo, num gesto minúsculo que ninguém nos ensinou, mas que todos reconhecemos. 0:35 Antes de falarmos, já dizemos, muito antes de dizermos, mamã ou Papá, já perguntamos, estás aí? Para mim, isto é um dos territórios mais fascinantes e talvez dos menos compreendidos da vida humana, a comunicação dos bebés. 0:51 Pelo menos para mim, todos intuímos algumas coisas. Há muita investigação e há a cada passo. Factos novos sobre a comunicação dos bebés não a fala, mas a intenção de comunicar a forma como um recém nascido convoca o adulto, cria padrões, imita expressões e constrói de forma surpreendentemente sofisticada, o seu primeiro mapa emocional do mundo. 1:13 E entramos acompanhados por alguém que passou décadas a observar esta dança invisível. Pedro Caldeira da Silva, fundador da unidade da primeira infância do hospital dona Estefânia e pioneiro da psiquiatria dos bebés. Ele ajuda nos. A ver o que normalmente não vemos, o choro como mensagem, o sorriso como reforço, a imitação. 1:33 Como o pedido de relação mostra nos como um bebé antes de falar, já está a estabelecer expectativas, a construir memória e organizar o pensamento, testando se o mundo responde e porque. A comunicação não é só técnica, é, sobretudo, vínculo. 1:50 Vamos também perceber como é que estas primeiras conversas deixam marcas. Na forma como olhamos, na forma como escutamos, na forma como nos relacionamos mais tarde, já, adolescentes ou adultos. Isto episódio é sobre bebés, mas também é sobre nós. Sobre aquilo que herdamos, aquilo que aprendemos, aquilo que continuamos a tentar reparar. 2:19 É desconcertante perceber que um bebé de poucos dias já vem equipado com competências impressionantes, imitar expressões faciais, procurar um rosto, preferir a voz da mãe no meio de todos os solos do mundo, organizar padrões, criar uma espécie de música emocional interior que o ajuda a antecipar o que aí vem e, acima de tudo, comunicar ativamente antes de ter uma linguagem, uma linguagem, falar de bem entendido. 2:46 Mas. Também é inquietante perceber o oposto, quando o bebé não procura, não repete, não repara, não responde. O silêncio pode ser um pedido, pode ser um sinal, pode ser o início de algo que precisa de atenção. Pedro Caldeira da Silva explica nos como distinguir o silêncio que protege do silêncio que preocupa e fala abertamente sobre o aumento dos diagnósticos do espectro do autismo, sobre o que sabemos, sobre o que suspeitamos e sobre aquilo que ainda estamos a tentar compreender ao longo desta conversa. 3:14 Viajamos da primeira infância até à adolescência, entre os bebés que imitam sem saber e os adolescentes que contestam. Sabendo demasiado, falamos do não como o Marco da autonomia de tensão entre Pais e filhos, do peso da responsabilidade parental e da culpa permanente de quem acompanha e cuida. 3:32 Falamos do papel das mães e dos pais e de todos aqueles que, ao longo da vida, funcionam como tutores de resiliência. Professores, treinadores, amigos, aquelas figuras que nos seguram quando a família não consegue e falamos dos ecrãs. Mas aqui a resposta surpreendeu. 3:48 Me não é o ecrã que faz mal, é a negligência. O problema não é a tecnologia, é a ausência do adulto, é o bebé que passa horas em frente a uma televisão que não vê, é a criança que perde a interação, o toque, o olhar ou o ritmo. O ecrã não substitui em definitiva relação, a relação é o que mais conta. 4:07 Um outro tema central desta conversa é o tédio. Hoje quase não deixamos as crianças entediar. Se entre a escola, atividades, horários e vigilância constante, a infância perdeu o vazio fértil onde se inventava, explorava, construía e até se errava. 4:22 O tédio é uma forma de Liberdade e uma das matérias primas da criatividade recuperá lo. Pode ser um dos maiores gestos educativos do nosso tempo. Por fim, chegamos ao ponto que atravessa toda a conversa, a indisponibilidade emocional que é mais destrutiva que o abandono físico, é o estar presente no corpo, mas ausente no vínculo. 4:44 Uma presença que não responde, que não repara, que não devolve. Uma espécie de silêncio que cava um buraco dentro da criança. Um tema duro, sensível, mas absolutamente necessário. Pedro Caldeira da Silva, pioneiros da psiquiatria da primeira infância em Portugal, conhecido como a psiquiatra dos bebés pode ser isto, posso apresentá lo assim? 5:06 Bom, já levou alguns antes de mim, mas. Já levou outros antes de ti, então? Mas porque é que porque é que ficou? Porque é que ficou conhecido como como o psiquiatra dos bebés? Bem, porque a minha vida profissional no hospital foi sempre com bebés, trabalhei sempre na unidade da primeira infância. 5:26 Da primeiro do centro de saúde mental infantil Lisboa e depois do do hospital dona Estefânia, portanto, que era uma unidade de saúde mental para bebés e suas famílias, portanto, atendi bebés e crianças pequeninas até aos 3 anos. E o que nos dizem os bebés antes de falar? 5:44 Porque é um problema, não é. Quer dizer, como é que, como é que é, como é que como é que se fala com eles antes na antes deles dizerem Papá e mamã? Pois é a questão. Eu penso que é um bocadinho. Ao contrário, como é que eles falam connosco? Como é que eles falam connosco? E isto é que às vezes é necessário algum cuidado e alguma atenção e algum alguma observação continuada para para percebermos o que é que o que é que eles nos dizem? 6:10 E como é que eles falam, como é que eles nos falam? Bom, os bebés, os bebés têm competências que hoje em dia sabe se muito sobre isso, sobre as competências com que os bebés vêm já equipados de nascença. E que nos dizem genericamente isto, os bebés não são uns agentes passivos que recebem coisas de de nós. 6:32 Os bebés são agentes ativos na comunicação. Logo desde que nascem. E antes de nascerem e antes de nascerem. Portanto, aquela ideia de que a gente fala para a para a barriga da grávida é é uma ideia que faz sentido. É, é, é os bebés. 6:48 Os fetos já estabelecem padrões e, portanto, já se sabe, isto é, enfim, são observações e experientes, relativamente fáceis de fazer, que os bebés, quando nascem, têm uma preferência pela voz da mãe. Ah, lá estão os pais, depois é isso? Está mais próximo, não? 7:04 É e ouviram a mãe durante muito tempo e. Portanto, já lá está nasceram no fundo, quando têm uma consciência inicial de si próprio. Já é com esse ruído de fundo, com esse, com esse, com essa música de fundo. Não quero usar a palavra ruído. Sim, eu não sei se é bem a consciência de si próprio. 7:20 Isso está se a está, se a construir. Mas os bebés, como todos nós, somos fazedores de padrões, não é o nosso. A experiência repetida organiza a memória e a memória depois permite nos formar expectativas. Enfim, EE, isto depois leva nos ao pensamento. 7:39 É essa a maneira, portanto, a gente consegue começar a ver que aquilo é redondo. E que redondo, por acaso também é uma bola, por acaso também é uma roda. É desta maneira de associação. Pode ser, pode ser assim, mas em termos da comunicação e, portanto, através do som. Mas não só do som. 7:54 Depois, há uma série de outras de outras maneiras de os bebés comunicarem e receberem a informação da nossa parte. Então, e como é que um bebé comunica antes de falar, antes da verbalização, antes do verbo? Então, uma das coisas muito importantes que os bebés têm que fazer é assegurar que os grandes se interessam por eles e estão dispostos a cuidar deles. 8:17 E para isso, os bebés vêm com uma série de equipamentos para para nos fazer aproxima deles. Tem o radar? Têm, por exemplo, uma maneira de fazer com que o adulto se aproxime, que é chorar. Parece me um método bastante eficiente, muito. Eficiente e. 8:32 E eles, quando quando abrem aquela goela que aquilo é uma sirene, aquilo nota se muito. É uma coisa que nos incomoda sempre, portanto, é muito difícil nós não nos incomodarmos com o choro de bebé. Eu costumo dizer por brincadeiras, os meus colegas pediatras, só os pediatras é que já não se. 8:50 Porque ele? Porque ele vem muito, mas qualquer de nós se ouve um bebé chorar, sente que tem que fazer qualquer coisa ou fazer ou dar uma justificação. O que é que será? E todos os shows são são iguais. E não. E os os shows são diferentes. E os cuidadores, como é que chamamos mães? 9:07 Mas os pais relativamente rápido conseguem distinguir que se é um choro de fome, se é de dor, se é. Incómodo, enfim. Portanto, o chorar é uma maneira de aproximar Oo grande, mas o sorrir em resposta também é outra maneira de pronto reforçar a aproximação. 9:27 E nos atrair não é atrair. Olha o bebé está só. Olha o bebé que sorri. Eu estou a ter sucesso. Nós sabemos hoje em dia que os bebés recém nascidos têm uma competência de imitar as expressões faciais. Que no fundo tem este sentido. Também penso eu que tem este sentido que é reforçar bem. 9:45 Eu estou a ser reconhecido, estou a receber uma mensagem do bebé. O bebé recém nascido imita expressões sociais do do adulto. É um espanhol. É um, é como se fosse um. Espelho que a grande tática. É extraordinário e sobretudo porque é transitório. Depois isto desaparece até parecer a verdadeira comunicação, mas é 11 repetição em espelho e mais do que imitar o bebé, depois toma a iniciativa, pede. 10:08 A repetição da expressão facial para para nós fazermos outra vez, quando? Nós fazemos aquilo, o cucu, por exemplo, para para ver se. Por exemplo, abrir a boca, fazer assim com os lábios, deitar a língua de fora. E se nós conseguimos estabelecer um padrão com o bebé muito pequenino, uma semana e conseguimos envolvê lo, fazemos uma pausa e depois é o próprio bebé que. 10:31 Portanto, há uma dialética de comunicação, logo, desde o nascimento, há um. Equipamento de série. Bastante sofisticado, já, já, já percebi. Então como é que se cria um vínculo com esse pequeno ser antes das palavras? Então é como? É que a gente se desenrasca. 10:46 É com a repetição. É com a repetição. Quer dizer, nós, os cuidadores, têm alterações hormonais que também os predispõem um bocado para serem cuidadores, não é? A famosa ocitocina, que é. Hormona do amor. Que é uma hormona do cuidado, mas curiosamente é uma hormona de obsessão dos comportamentos obsessivos. 11:07 Então, e por isso é que nós temos que ter, estamos preocupados, os bebés está bem? Se está, está com o calor, se está a dormir bem, se está tudo a correr bem. Então, aqueles pais que são excessivamente preocupados, que estão quase imagino que que muitas vezes deu consultas AA bebés e aos pais. 11:26 Sim, bebé faz parte. Bebés e pais, sim. Estarem mais preocupados? Pode acontecer sim. Aqueles outros que não estão nada preocupados também. Pronto, também pode acontecer. Também, e isso e isso depois tem um impacto na no desenvolvimento da conferência. Um desapego não querer saber. 11:43 Com certeza, porque enfim, voltamos à à repetição da experiência, não é? Tudo isto tem que ser experimentado várias vezes para o bebé começar a antecipar o que é que pode esperar dos outros. E há bebés que crescem com, enfim, com esta ideia de que os outros não servem para nada. 12:04 Logo, desde tenra idade. Pois desde muito tenra idade. É uma espécie de quê de desamora? Que eles não conseguem ter a sessão sobre o outro e portanto, isto não conseguem construir depois esta ligação. E como se fossemos estranhos, é como se o bebé percebesse que não há ali um cordão umbilical emocional. 12:20 Sim. Sim, podemos pensar assim, e como é que isso cura? Depois, mais tarde, como é que se cura essa ferida? Com a modificação da experiência. E vamos a tempo. Vamos sempre a tempo, porque vamos sempre a tempo. No início, o disco está ali, está ali. 12:36 Virgem não é EE com uma grande capacidade, há. Um há um, enfim, há um conjunto de processos que nós sabemos que são específicos dos 3 primeiros anos de vida. E que são críticos. Em termos da arquitetura cerebral do tipo de ligações que se estabelece. 12:52 Dos neurónios que sobrevivem e dos que se desativam e, portanto, os 3 primeiros anos de vida são, digamos, nucleares para isto. Então temos que começar a perdoar aqueles adultos que, afinal, são uns estupores e que provavelmente não receberam esse. Esse perdoar, não se perdoar. 13:12 Não. Mas pode se compreender agora. Eu não sou radical desse ponto de vista. Eu acho que nós continuamos a ter experiências de toda a vida. Ao longo da vida, temos experiências fundamentais. E, portanto, não, não me agrada esta ideia fundamental que é ou é até aos 3 anos, ou estamos todos tramados ou. 13:32 Não há nada a fazer. Ainda bem que não é assim, porque ainda enfim, com certeza que nós temos mecanismos vicariantes de substituição das das redes nacionais para isto ser de alguma maneira recuperado agora que há pessoas que não são más, há. E estão aqui, bom o tom de vós e o ritmo. 13:50 Qual? Qual é o papel que tem na segurança emocional? Desse pequeno ser, desse bebé. Oo tom de voz agradável. Sim, estou a partir do pressuposto que 11 gritaria provavelmente tem um efeito exatamente ao contrário. Também tem outro pronto, isto faz parte da mensagem, não é? Faz parte da mensagem. 14:05 Os bebés entendem estas, a melodia e o ritmo da voz como parte de algo agradável e que induz um desejo de continuar, digamos assim. Portanto, a mensagem nós depois, enfim, uma boa parte do meu trabalho é observar, observar o que se passa entre o bebé e os cuidadores EE aí quando quando há enfim o bebé já tem algum tempo devido, alguns meses depois forma se uma dança ou um jogo de serve and vitain como usando uma expressão do ténis, portanto um atira a bola e depois e. 14:44 Eu tenho 11 curiosidade que é? Como o médico fica lá atrás da sua secretária, está próximo de bebés, está sentado, como é que fisicamente, como é que é 111? Consulta depende das consultas, mas nas consultas com bebés eu muito frequentemente não estou sozinho. 15:05 Há um observador que regista por escrito o que se passa entre os bebés e o pai e os pais enquanto eu estou a. Para os pais? Para não perder? Tempo não perder nada do que se observa. Não perder pitada. Portanto, há alguém em geral é um observador que está em formação e, portanto, há uma ótima informação. 15:23 Bela, desculpa, não é estar. Apenas ali a observar, observar o que se passa na interação entre os. E que e que notas são essas? O que é que está lá? Está escrito? Nesse registo obsessivo do que se passa entre entre o bebé e os pais. Neste sentido, olha, não olha, afasta, se aproxima, se agita, se a mãe embala. 15:44 Toca, não toca. Toca, não toca. O bebé afasta, se já anda, gatinha, vai buscar qualquer coisa. Mostra os pais, não mostra os pais, os pais respondem, não respondem, enfim, há um conjunto muito grande de situações que nós registamos e depois ouvimos depois numa numa reunião para ver o. 16:05 Conseguimos identificar. Além disso, fazem se vídeos de da interação em situações padronizadas para isto tudo isto é informação clínica. Para ver como é que, como é que, portanto, no fundo, nós claro que não somos seres individuais, mas enquanto seres comunicantes e emocionais. 16:25 Nós somos nós, mas a relação a esse vínculo, essa ligação, obviamente conta na, na, na, na, naquele grupo de pessoas, com certeza eu pensar mais. Clássico, No No início, enquanto não há, o bebé não tem, digamos, um grande pensamento ou uma memória. 16:41 A interação confunde se com a relação, quer dizer, a vida relacional do bebé é a interação, pois à medida que. Vamos crescendo um pouco em temos pensamento, já temos memórias, já pensamos coisas em relação. É mais do que a interação, não é? 16:58 Mas ao princípio é a interação, é o é o principal. E a primeira vez que os pais entram com a criança com o bebé no consultório, tiro lhes a pinta logo. Ou esforça se por não fazer nenhum prejuízo, ou ou ou capta logo informação logo na entrada, ou até não ou até cá fora na sala de espera. 17:20 Capta a informação na sala de espera, mas isso é uma técnica para todos os médicos, EE. Vai lá ver o quê, o que é que, o que é que vem à procura? Eu observo a, portanto, observo o que se passa. Não, não tenho assim, nada de. 17:37 Pré definido o que é que o que é que procuro um contacto rápido com o bebé, portanto, e aí dá me logo a ideia se o bebé ou se criança pequena reaja ao estranho ou não reaja ao estranho intestino, se procura apoio nos nos cuidadores, se vem comigo ou se fica agarrado aos pais, enfim, há se uma quantidade de de informação que nos dá. 18:00 Logo, ideia do que do estado das coisas? E este programa chama? Se pergunta simples, mas eu tenho uma pergunta complicada, os bebés gostam de si? São uma resposta muito complicada porque eu, devido à minha modéstia, não posso. Não vou mudar a pergunta, como é que faz para que os bebés gostem de si? 18:20 Não faço nada, nem nem me interessa que eles gostem de mim. A Sério? A Sério? É uma coisa que eu tenho muito cuidado e todos nós sabemos que temos muito cuidado. Não podemos seduzir os bebés. E os bebés gostam de nós quando se sentem que nós estamos interessados neles. 18:40 Mas nunca usando técnicas de sedução em relação. Nunca chupa chupas, não é? Não é? Estou a pensar nos avós, não é que estão sempre com as suas crianças e com os gilbertos a fazer todas as táticas. Que isso não é uma situação clínica? Claro que sim. Se a vida real é outra coisa. Uma neutralidade sim, uma neutralidade não. 18:56 Um interesse no bebé ou na criança pequena? Não. É, e a criança sente isso. Percebe imediatamente? Imediatamente. Imediatamente. E isto é uma coisa. Por exemplo, nas creches ou na nos jardins infantis, é uma coisa fundamental. As crianças percebem logo se os adultos estão interessados nelas ou não. 19:15 E reagem, e reagem de acordo, uau. Reagem de acordo neste sentido. Pronto, as coisas estão a correr bem. Há aqui uma resposta, há um envolvimento. Há aqui uma troca de. Movimento. Ou mas não se dão Ah, ou dão se ou não se dão. 19:32 E há um envolvimento, ou então a gente faz asneiras, erra porque. Mas nós erramos sempre, não é ou não? Erramos sempre, sim. Dá uma ideia. Quando é que vamos? O bebé diz, nos não é isto, não é isto. Portanto, quando o bebé diz que não e que não é uma pura rabugice, sim é. 19:50 Uma manifestação é uma manifestação de que é pá. Isto não, não é bem isto que está a correr. Às vezes nós provocamos alguma. Algum obstáculo na interação com os bebés também para ver como é que os bebés resolvem problemas ou as crianças pequenas, não é? 20:05 Não é só bebés, teria mais frequentemente são crianças, não é? Como é que já andam que já têm acesso à à linguagem também, embora rudimentar, mas às vezes criamos algumas dificuldades para perceber como é que a criança reage e responde. 20:24 Vamos falar de uma coisa mágica? Que é o momento em que o bebé diz a primeira palavra, o Papá, o mamã ou outra qualquer. O que é que acontece? O que é que que coisa formidável é essa de um pequeno ser equipado com esses radares todos? 20:44 Subitamente encontra uma palavra lá dentro. Não só encontra a palavra. Como consegue dizê la? Porque são aqui coisas, o que é que é que está a acontecer ali ali dentro? Isto é um processo continuado, não é? Antes de muito antes de dizer a palavra dos sons, não é? 21:00 Outra coisa que os bebés vêm equipados é com essa capacidade para chamar. Localizar chamando, não é? Ah, Ah, eu faço isto. E aquela senhora que eu depois vou chamar mãe aparece, não é? E ele rapidamente liga os pontos, não é depois? Vou praticando, não é? Vou praticando, estabelecendo umas expetativas e depois lá passa a babá, mama laga e o bagagá. 21:23 Enfim, a quantidade de sílabas vai, se vai se desenvolvendo e, portanto, até dá. Se este processo duplo não é, vai se desenvolvendo na capacidade para fazer vários sons. E a capacidade dos adultos para dar significado aos sons? Nós entendemos o que eles estão a dizer no. 21:39 Nós damos sentido ao que eles estão a dizer. É diferente. Queres, papa? A AI a mamã, diz mamã. E ela vai confirmando. E vai se repetindo, não é? Isto é, também há. Há uma aprendizagem. Os sons começam a ter significado, não é? 21:55 E começam a ter sentido. E começam a ter sentido. Então, e. Como é que nós podemos ajudar os pais cujas crianças, num determinado momento, ou ou ou ou estão? Não sei, não sei se posso usar a palavra atrasadas nesse primeiro balbuciaram nestas primeiras palavras, ou o Papá ou a mamã e os pais começam a ficar ansiosos a pensar, então, mas quando? 22:18 Quando é que? Quando é que o meu bebé que diz qualquer há uns muito precoces que que são, são, mas, mas, mas outros que que que demoram o seu tempo ou que e que ficam muito ansiosos? Porque é que. O que é que o que é que nós podemos dizer? Depende da observação. Enfim, temos que pensar em 2 coisas, comunicação e fala. 22:38 Para falar, é preciso ter uma série de competências de comunicação já desenvolvidas e quando elas existem, a fala há uma margem relativamente grande para a fala aparecer. Quando é que é suposto 11 criança começar a falar, é? Isso mesmo, há uma margem relativa. 22:54 Pronto, podemos passar bem. Enfim, o ditado diz, lá ou anandarás aos 2, falarás, enfim, pronto. Há assim uns uns limites que os pediatras de desenvolvimento enfim, têm na cabeça e muito bem nas consultas de vigilância também. 23:12 Pronto, ele deve falar aos 2 anos, deve dizer palavras e entre os 2 e os 3, juntar palavras. Mas mais importante que isso, muitas vezes é. Como o bebé expressa o pensamento. Mesmo antes da palavra, nós conseguimos falar, falar com ele. 23:29 Mesmo que ele não diga palavras, nós dizemos, OK, onde é que está o livro? Ele percebe o que é que é? Compreende o que é que vai sempre à frente da expressão. Portanto, os bebés percebem, sempre entendem, sempre mais do que. Então, e o que é que nós podemos fazer para estes bebés que que que até têm competências e vão desenvolvê las mas está um bocadinho mais mais preguiçosos, mais renitentes, com menos vontade de de falar connosco o que é que o que é que a. 23:51 Gente está a fazer isso, está tudo bem? Temos que waiting Sea, portanto, esperar e ver para ver. Com paciência. Mas imagino que os pais não sejam de pacientes, não é? Quer dizer, EE é uma preocupação natural? Pode. Ser pai e mãe está as 2. 24:07 Está preocupado isso? Faz parte, pronto. E muitas vezes perguntam nos mas está tudo bem? Passa alguma coisa? E nós às vezes observamos e achamos que sim, não está tudo bem. Ou então achamos que há dificuldades muito importantes. E que tem a ver aqui com a escuta, tem a ver com com a maneira como. 24:24 Haver um défice sensorial não é. Quer dizer, pode não ouvir e isso tem que ser despistado. Mas hoje em dia é um. É uma situação que tem Aparecido muito, muito, muito. São as perturbações do espectro do autismo. É um quadro muito preocupante, que pode ser muito preocupante e que tem vindo a aumentar. 24:46 De forma impressionante. Uma estatística a apontar para isso. Nós, em Portugal, não temos estatísticas, não é? Mas as estatísticas mundiais apontam para isso, não é? Não é uma coisa portuguesa, é uma coisa mundial. Não é um aumento de casos das perturbações de espectros de autismo. 25:05 Tem sido um galopante tão galopante que não pode ser verdade. Portanto, pode haver aqui 11 excesso de medição, 111 demasiada até uma atenção muito próxima. Disto, isto tem várias razões. Por exemplo, os os menus de doenças, não é, digamos assim, tem que chegar, aumentar. 25:23 Aumentou os critérios, alargou muito os critérios para se classificar uma perturbação de espectro noutismo. Não, não sou isto. Faz com. Com que haja uma estatística que eventualmente tens a. Gerar isto tem razões. Há razões económicas para isto, porque havendo um diagnóstico em certos países civilizados com. 25:40 Diagnóstico há tratamento? Há direito ao tratamento? Não. É, passa a haver um padrão. Então EEEE, estou sempre a pensar aqui agora, não nestas perturbações do do espectro do do autismo, mas entre as e. Tivemos a experiência agora na pandemia, entre as crianças poderem estar até aos 3 anos em casa, com a mãe, com o pai, com os avós, cada vez mais difícil. 26:01 Mas enfim, com os avós às vezes acontece. Versos desde muito cedo serem estimulados ao contacto com outras crianças no Jardim infantil e assistimos todos. E aos vírus também, mas, mas aos estímulos que que estão disponíveis, há uma receita mágica. Há alguns princípios gerais não se podem aplicar a toda a gente, claro, mas, enfim, na sequência daquilo que eu disse, a importância para os bebés, para as crianças pequenas, é a interação individual. 26:31 Mas os os miúdos pequenos não precisam nada de estar em grupo. Não precisam. Não precisam nada. Então nós não aprendemos em grupo, nós aprendemos. Eles já não somos pequeninos, não é? Portanto, eles precisam de um. Primeiro, primeiro, precisam de uma boa relação individual, continuada no tempo. 26:50 É por isso que nalguns países civilizados. Mais uma vez, a licença parental é alargada. Agora, Ah, não, mas cá isto não é assim. Então vamos fazer aqui. Vamos inventar aqui uma coisa que é cresce feliz e tal, que é o que é bom é os miúdos todos estarem em grupo A ser cuidados com uma pessoa. 27:09 Isto não é a experiência natural, nem aquilo que que é melhor para os para os bebés. Idealmente, deviam ficar até quando com os peixes. Até aos 3 anos de idade, as crianças não precisam de estar em grupo A ser cuidadas por 11 estranho, por um estranho. 27:25 E como mais ou menos competências, mas em geral com muito pouco conhecimento da vida emocional dos bebés. Quando uma criança diz não, isto é um ato de Independência ou é um ato de amor? Não sabe se nós sabemos, já há muito tempo, que é um dos marcadores do bom de desenvolvimento. 27:42 A Sério, a Sério. Então, aquilo que nos irrita profundamente. Porque a criança decidir dizer, não, não quero comer, não quero dormir. Não, não, não. É um sinal de autonomia? É um é um sinal daquilo que me estava a perguntar há pouco da consciência de si próprio. Portanto, devíamos celebrar. 28:00 Não devemos celebrar, não devemos discutir, faz parte. E sermos mais diretivos ou mais compreensivos, isto é, onde é que? Onde é que está o aqui? O elástico da coisa quer dizer, qual é o momento em em que a gente deve deve impor a nossa vontade de deuses adultos? 28:17 Ou quando nós devemos ser mais condescendentes? E deixar as coisas? Fluir bom há muitas maneiras de de criar crianças, muitas maneiras diferentes. Podemos fazer uma lista? As culturas familiares diferentes, tens essas histórias das famílias. 28:33 As pessoas têm muito, muitas maneiras diferentes. Nós temos vindo a evoluir, acho que sempre no sentido positivo. Abandonando um bocado esta ideia de que é uma coisa que eu costumo dizer muito nas minhas Apresentações, há 3. 28:50 Nós somos sempre tributários de 3 modos de pensar na infância, primeiro modo é dos dos puritanos, nós nascemos maus e temos que ser educados por ser corrigidos, ter que ser formatados, portanto, ajudar a crescer, a educar e corrigir. 29:08 Portanto, não faço, não faço, está quieto, não sei quê, não é? Ou então a nossa senhora, os bebés nascem bonzinhos e depois o que os estraga é a sociedade e, portanto, coitadinhos, são inocentes e pobres, e não sei quê. A teoria do bom selvagem. Do bom selvagem, exatamente. 29:25 Ou então não, senhora. Os bebés são competentes e e nós temos que os apoiar no desenvolvimento. E então, e voto em qual? Eu voto nesta última. Mas somos tributárias das outras, não? É, portanto, levamos com elas de qualquer maneira. Também há ainda uma terceira. 29:40 Penso que há uma quarta versão, que eu, das 3 primeiras, havia uma que estava a passar, que é os bebés não sabem nada, não nascem com nada e, portanto, tudo o que são sobre somos nós que lá poucos. Isso é um bocado é o empirismo? É. É um bocado egocêntrico também, não. É, é o empirismo. 29:55 Quer dizer, eu posso fazer um bebé tudo o que eu quiser. Não me parece, não é? Também não tenho, não tenho essa edição. Portanto, nem zero, nem maus, nem bons são competentes, não. É, é. Até porque eu tenho. Quer dizer, normalmente, por exemplo, quando nós conhecemos bebés, gémeos, eles estão a ser educados pelas mesmas pessoas no mesmo sítio, no mesmo ambiente. 30:17 E chamadas EE. E, na realidade, eles desenvolvem maneiras de ser e de pensar que são completamente diferentes um do outro, não é? Em geral. Quando não acontece, se temos um problema? Não, não, não necessariamente, não podem ser bastante parecidos. 30:33 E há coisas em que são. Há coisas em que são muito parecidos mesmo estudos de gémeos que foram separados e que depois se reencontram mais tarde e identificam que afinal. Usam as mesmas gravatas ou gostam da mesma comida? Assim vou. Dar uma boa série de de de televisão. Ah, uns programas sobre isso, penso que sabe, e. 30:50 E podemos fazer aquela pergunta aos pais que é, qual é o teu? Qual é o teu bebé preferido? Qual é o teu filho preferido? Podemos, mas os pais não, não devem responder. Mas do ponto de vista das crianças, os os filhos devem ser sempre únicos para os pais, não é. Portanto, devem ter uma individualidade. 31:07 O que faz todo o sentido bom, há uma altura em que a criança. Não sabe falar? A criança aprende a falar. Depois vai para a escola e passa lá muitas horas sentado a ler e a escrever. Não sei se o método de ensino é o melhor de todos ou não. Mas subitamente, eis que a criança chega ao alto dos seus 1213 anos e se anuncia como adolescente. 31:27 E perderam as palavras outra vez. Os adolescentes voltam outra vez anão querer falar muita coisa connosco. Ah, não, mas falam com eles próprios, falam com falam. Com quem lhes interessa? Exato. Falam com quem lhes interessa. Há aí, há aí, mais uma vez. 31:42 Há aí um novo processo de aquisição da autonomia, agora já mais estabelecido e mais, enfim, eficaz, digamos assim. Acho que é muito que também vem buscar muitas coisas da infância. É assim há adolescência, digamos que há muitas vezes é o reviver este processo de autonomização também. 32:02 Porque é que é tão difícil para nós falar com os adolescentes ou entender a sua linguagem muito própria? Isso não também não faz muito sentido, não? Acho que a gente não os entende com ou ou aquela maneira como como se comportam, como se rebelam, como, como se opõem. 32:20 Eu não acho que a adolescência seja uma doença. Acho que pronto é um. É um período da vida com fantástico, fantástico, com coisas fantásticas, em que a posição dos pais, às vezes pronto, deixa de ter aqui um lugar tão central. Essa às vezes custa muito aos pais. 32:37 Já não és o meu menino e tal. Já não é o bebé? Pois às vezes, Ah, passou este tempo. Eu ainda estou a tratá lo, como uma criança eu já tenho. Aqui já tenho 1 m e 80 já. Tenho 1 m e 80, ainda me vêm para a consulta ver ou é uma criança que? EE, às vezes isto custa muito aos pais de facto, e isto gera tensão depois, não é porque? 32:57 Mas a tensão é normal, que és uma tensão. Empurra nos para o crescimento, não é para fora, pois é normal. Agora, isso às vezes fica tão fixado e os conflitos agonizam. Se tanto, que pronto. Temos um problema? Sim. Então eu eu quero levar daqui até para as pessoas que não estão a escutar umas táticas de abrelatas que é. 33:17 Como é que a gente consegue estabelecer um diálogo e conseguir ir lá ver com como é que, como é que aquele nosso filho ou sobrinho ou neto adolescente, quando a gente precisa de saber coisas dele, quer dizer, como é que? Como é que vai a vida na escola, A Exceção das notas? 33:33 Como é que vai a vida emocional? Como é que? OKA primeira coisa é que temos que ter confiança naquilo que já pudemos lá, portanto. Já pusemos desde o do princípio até eles chegarem à adolescência. Temos que ter confiança que já lá pusemos coisas boas. 33:49 Que criamos uma matriz? Sim, e ajudamos 11 bom desenvolvimento. Pode haver um medo que que que se alguma coisa não correr bem, que a responsabilidade é nossa, porque a gente não isso há sempre não fez uma programação. Boa sempre. Programação, se calhar, jogo da culpa é uma coisa fantástica, não é? 34:05 É uma coisa fantástica. Portanto, os pais sentem se sempre. Culpados ou há vias de ciclopados? De em princípio, assim não é na dúvida. Na dúvida, sim. Pronto. A culpa é tua, as mães queixam se muito. Isso não é a culpa, é das mães? Sim. Mas a gente sabe se é uma das das das nossas piadas. 34:22 Não é a culpa é sempre das mães. Porque é que a culpa é das mães? Porque as mães são o principal cuidador desde o início. E as mães e depois há pronto? Não sei. O que é que será? As mães são aquelas que estão mais em cima, que estão mais no direto. 34:38 Fazem a microgestão das coisas em geral. Nas famílias tradicionais, o pai sabe das coisas e estabelece a norma geral. Mas quem toma as decisões importantes? Da casa, das casas, sim. São as mulheres, sim. São as mães e, portanto, desse ponto de vista, é tradicional que se ache que aquilo que se passou entre as mães e os bebés e as crianças pequenas. 35:02 Tenha mais responsabilidade. E eu e eu estou de acordo com isso. Acho que as mães são as pessoas mais importantes na vida da dos bebés das crianças pequenas? Acho que acho que sim. Então, e os pais têm, têm papel? Têm muito papel? Têm. Os pais, têm muito papel, mas primeiro que suporta as mães, o primeiro papel dos pais é que suporta as mães e depois os pais. 35:26 Têm, enfim, várias, várias funções. Que fazem melhor que as mães. Uma delas é mostrar o mundo, apresentar o mundo. Também não podemos dizer isso muito alto, mas estamos, estamos quê? Estamos estamos sempre em risco e os pais estão? Sempre em risco, tirar a criança debaixo da saia das da da mãe. 35:42 EE empurrar para o. Mundo é uma maneira de dizer sim, sim, é uma maneira de dizer. Às vezes o pai pode ajudar a. A mostrar que há mais mundo para além da mãe, sim. Portanto, quase aquela ideia de a mãe enquanto cuidadora e aquela que quer abraçar a criança e protegê la de todos os males do mundo EEOEO pai, enquanto aquele que diz, OK, vamos agora sair daí. 36:06 Que é que há um mundo lá fora para ver? Sim, caricaturando e resumindo, mas as mães também, em geral também têm um desejo, que os filhos cresçam, que os filhos se autonomizam. Mas têm mais medo. Não. Mas partem de outro princípio, partem de outro, de outra situação. 36:21 Não. Não sei se têm mais medo. A função do pai, que é mais de puxar para fora. Nós estamos agora numa num num momento em que, em que obviamente há uma diversidade no mundo. Estou a pensar, por exemplo, nas, na, na adoção, mas não só, mas filhos. De não de um pai e de uma mãe mais clássico, biológico, mas de um pai e um pai, de uma mãe e uma mãe. 36:43 Há alguma diferença funcional e emocional aqui nesta, nessa formação destas novas famílias, eu acho, e dessas funções. Eu acho que, enfim, eu não sei. Não tenho estudos para dizer se, de facto, há diferenças assim muito grandes. 37:01 Aquilo que eu me tenha percebido e nas famílias com que tenho falado é que muitas vezes este papel oscila. Mas há vezes há casais em que um dos progenitores tem mais uma função paterna, digamos, apresentar o mundo, estabelecer as normas grandes, e outro mais de função cuidadora, mas eu acho que isto é muito oscilante e variável. 37:24 E as crianças podem. E os jovens podem ir à procura de um avô ou um tio ou uma tia. Um podem podem ir à procura desses referenciais também. Podem. E eu acho que todos nós na nossa vida, tivemos aquilo que podemos chamar 11, tutor da resiliência, portanto, alguém fora da família, que foi muito importante para nós e nos ajudou a crescer. 37:44 É um mestre, não? É um mestre, sim, por exemplo, um mestre, um professor, um treinador, enfim, alguém que foi muito significativo para nós no nosso crescimento. Mas esse é um bom processo, não é, é? Ótimo, é ótimo e muito protetor. 38:02 Porque sentimos que há ali um alguém que primeiro lugar confiou em nós e que nos mostrou se calhar. Que investiu em nós não é que investiu em nós. E é importante que invistam em nós. É claro, com certeza. Então, desde o princípio, por isso é que as crianças percebem que nós estamos interessados nelas, nas crianças pequenas e. 38:18 Os pais que desistem das crianças. É um drama, não é? Isto é um drama. Pode haver muitos motivos para isso, não é? Mas há pais que não têm a capacidade. Crónica ou momentânea de cuidar de crianças? 38:33 Sim, isso existe. E o que é que o que é que é? Abandonam las não podem, não as cuidam. Podem sim. Enfim, nós sabemos que a pior coisa que as crianças passam não é o abandono nem é o abuso. 38:52 Muito que custa ouvir, isto é a indisponibilidade emocional. Portanto, é a presença sem. Sem responsabilidade, digamos assim. É não estar lá. É o que afeta mais o desenvolvimento. Porque criam o quê? Uma ideia de vazio? Dá esta sensação de desesperança aprendida. 39:11 A partir de quando é que nós aprendemos a nomear as emoções no fundo, quando é que como é que nós aprendemos AAA distinguir? Raiva de frustração do medo da vergonha. Essa paleta toda de de como é que eu consigo descobrir inicialmente que isto que eu sinto é raiva. 39:28 O que eu sinto aqui é outra coisa qualquer. É vergonha. A partir de certa altura. É. Quer dizer, isto é uma coisa que nós vamos nomeando para as crianças, vamos explicando às às crianças o que é que quer dizer este sentimento. 39:46 Que me dispõe mal, que me obriga AA bater com a crença no chão ou que me obrigado a pô Los. E sabemos que é Alegria. Olha, isso é raiva, isto é frustração. Isso vai sendo nomeado. UI, estou tão zangado. UI, estamos mesmo contente? 40:01 Uau, que surpresa com. Portanto, esta comunicação muito emocional ajuda a nomear aquilo que nós sentimos ou que as crianças sentem. E isso ajuda depois a digerir a emoção também e. Os nossos professores passamos muito tempo na escola, estão AA conseguir fazer uma boa tradução desses, dessas emoções. 40:22 Eu acho que no geral, sim, mas eu só vejo os casos que correm mal. E isso é um viés. É claro que é claro que é. Portanto, eu não posso generalizar os professores, porque eu, em geral, eu. Isso é que queixas dos professores. Quando a coisa corre mal, pois e como é que, como é que quando? 40:40 Quando chega a casa depois de 1 dia exposto a um conjunto dos males do mundo, se consegue reequilibrar. Havia 111 médico que me ensinou algumas coisas, bastante psiquiatra e dizia que entre cada consulta eu tinha que ir ao espelho ver se ainda se reconhecia. 41:08 ESIM, isso é um, é um, é uma parte do trabalho, é uma das consequências do trabalho pesadas. Isso, sobretudo, sobretudo quem trabalha com crianças muito pequenas, porque nos afeta mais o sentimento de estarmos em confronto com crianças, em sofrimento e estar mesmo em contacto com o sofrimento de crianças muito pequenas carrega. 41:28 Na sua alma esse lá está, se interessa se tem. Esse exato que é muito importante termos. Possibilidade de falar disto com outras pessoas, com colegas, com enfim, com amigos também, mas, mas sim, acho que depois nós também conseguimos sair disto por esta tentativa de compreensão, de tentar perceber, de nos interrogarmos, de estudarmos, fazer sentido daquilo que que se passa. 41:58 Mas. Há sempre alguma coisa que também mexe connosco, porque também nós já fomos bebés crianças pequenas. Está implicado no fundo, naquela relação. Com certeza, então. E como é que e como é que consegue lidar quando quando as coisas correm bem? Obviamente, imagino que seja 11 Alegria e 1 e 1 satisfação profissional naqueles casos em que as coisas são mais complicadas e que não encontrou exatamente o que estava à procura em que não encontrou o tom em que as coisas parecem estar teimosamente anão progredir. 42:30 É a vida, volto a tentar, não é? E consegue estar pacificado com essa, com essa ideia ou. Sim, acho que uma das funções muito importantes eu vejo muitas crianças com estes quadros deste de início do autismo, perturbações de desenvolvimento intelectual. 42:47 Uma das funções muito importantes dos dos médicos, dos técnicos com estas crianças é não desistir. Mesmo quando nós às vezes temos a ideia que é pá, isto, já não estou aqui a fazer nada. Mas há alguma coisa sempre que se consegue. Há alguma coisa sempre se consegue e uma coisa que se consegue mesmo é servirmos de modelo para a família, portanto, para. 43:08 Que a família não desista. Exatamente, exatamente é, vamos continuar, nós estamos aqui, estamos juntos nesta Batalha. Exatamente. E esses essas crianças depois, quando crescem, encontras nalgum momento já desencontrou como é que ou não? Ou já me pede. Já encontrei várias, em várias situações e é muito gratificante e há outros que eu vou seguindo na vida adulta também porque. 43:32 Porque são mais públicas, porque se os. Pais querem manter? Não, os pais querem manter um seguimento. Pronto, voltam como se como se fosse 111, rotina de tempos a tempos. Pronto, estiveram comigo na infância e agora estão na idade da luta. 43:47 E surgiu um problema, não sei quê, eu só quero ir àquele. Eu já conheço e falei com ele, mas isso? É uma tremenda prova de confiança. É mais do que tudo, não é sim que é. Eu vou ali, vou falar com aquela pessoa, porque eu confio naquela pessoa. 44:03 E eu lembro, me tenho uma boa experiência, eu quando era pequeno, jogava futebol com ele lá no gabinete. Joga futebol também jogava futebol com as crianças. No gabinete, sim. A Sério, sim, faz parte. É 11 das armas terapêuticas. Umas táticas lá está há bocadinho. Não me quis dizer quais eram essas táticas que eu também quer dizer. 44:20 Nós todos gostamos dessa táticas. A jogarem futebol no gabinete, não. Vamos ao médico, ele joga à bola, connosco. Isso é uma coisa extraordinária. Estamos todos esse ato de comunicar, de falar, de nos tocarmos, de nos olharmos nos olhos, está a ser suspeito, fortemente prejudicada, porque agora estamos todos a olhar para uns pequenos ecrãs que estão aqui em particular, os mais novos, que estão ali muito presos. 44:42 O que é que nos está a acontecer, o que é que o que é que isto nos está a fazer à cabeça? Lamento dizer, mas eu não sou do plano dos dos que demonizam os ecrãs. Alto. Temos uma ressurreição. Quer dizer que, afinal, isto não pode não ser tão catastrófico como isto? Com certeza estamos a entrar agora na fase do vamos proibir tudo até agora, vamos na fase do vamos usar tudo agora na fase proibimos. 45:01 Tudo. O problema não é os ecrãs, o problema é a negligência. Esse é que é o problema, se a criança está horas sem fim. E eu vi bebés que estavam. Bebés. Bebés crianças muito pequenas, bebés que não andavam ainda, que estiveram horas e dias e dias na cadeira de baloiço, em frente à televisão e. 45:29 E isso prejudica o seu desenvolvido? Não é o ecrã, é os. É os adultos. É os adultos. É negligência, porque, apesar de tudo, estão em frente à televisão ainda, se calhar, ainda aprenderam alguma coisa, mas do ponto de vista relacional. Perderam muito. 45:44 Portanto, o que deviam estar, nós devíamos era era estar a falar com elas, a interagir com elas, a fazer coisas com. Certeza isso. Nas famílias normais isso acontece e depois há tempo de ecrãs e pronto. E os pais, enfim, com aquela ideia que têm que educar, AI já estás muitas horas, não sei quê, acabou, já fiz o meu papel, já já pus limites, já pus limites e tal. 46:10 Pronto. Mas eu não acho que as pessoas devam viver apavoradas com os ecrãs. Estas estas gerações nasceram com os ecrãs, vivem com os ecrãs. Vão viver com os ecrãs e vão usar os ecrãs. O melhor que nós. Essa também é boa notícia, não é? Quer dizer, eles, eles são nativos digitais. 46:26 São que podem causar dependência. Os ecrãs pode sim, senhora. Pode causar doenças, é verdade, mas doenças na generalidade das das situações. Não. Então ias a ideia da das redes sociais e dos ídolos das redes sociais, agora chamados de influenciadores, esta podem criar uma ilusão de intimidade, lá está de serem uma coisa ou não. 46:51 É verdade, sim. Acho que podemos refletir bastante sobre isso, quais são os significados destas, destas, destas novas tecnologias? Mas eu não me parece que sejam muito diferentes do que sempre houve por outros meios. Bom, devemos deixar as crianças em paz. 47:07 Ouvi dizer, li me uma frase que é, o que é que o que é que quer dizer quando defende, deixem as crianças em paz. Estou me a lembrar do dos Pink Floyd, do Living the Kid, hello. Não é. Deixem lá as crianças em paz. Não fui eu que disse isso. Acho eu não, não, não, não, não. Eu apanhei, 1111 frase que dizia isso, deixar as crianças em paz. 47:27 Defende isso? Ou não, de certa maneira, enfim. Mas se deixar as crianças em paz é deixá las sozinhas. Vamos com calma. Isso é regligente? Mas às vezes é preciso mais uma vez confiar nas crianças, não ser muito intrusivo, mas é preciso investir nas crianças também, dar lhes oportunidades de conhecerem coisas boas e experimentarem. 47:58 Mas é uma coisa que, enfim, deste ponto de vista, é uma coisa que está que está prejudicado e que eu acho que pode afetar o desenvolvimento das crianças. É a falta de tempo livre. Hoje em dia, há muito pouco tempo livre. É um inferno, não é? 48:14 Se as crianças hoje em dia é um inferno. Também não digamos isso, fazem coisas agradáveis. Não é, mas são muitas. Eu estou a pensar. Tem a escola, muita escola. Depois os professores inventam trabalhos de casa, como estão a ver amanhã, depois aos treinos do futebol, do voleibol ou de outra coisa qualquer, a música, mais um inglês mais. 48:31 É verdade, é isso. Portanto, há uma quantidade de atividades estruturadas ao longo do dia. São pessoas muito simpáticas e que fazem coisas agradáveis. Mas o que resulta daqui é que as crianças estão sempre a receber ordens e a cumprir instruções. 48:47 O que? Se nós pensarmos do ponto de vista do mercado de trabalho, OK, estamos aqui a criar robôs adultos obedientes. Não é robôs, é obediente. Sabem seguir instruções, sabem fazer coisas. Isso é muito pouco criativo. Muitas coisas que nós aprendemos na escola não tem sentido nenhum. Das crianças não faz sentido nenhum a gente aprender aquilo, mas. 49:05 Podemos fazer uma lista exato, uma lista grande. Pronto, estamos aqui. Também queremos agradar àquela senhora professora que pronto. E os nossos pais também ficam muito contentes e a gente faz aquilo. Mas hoje em dia as crianças passam muito tempo nisto e estão muito pouco tempo sem supervisão, porque há a ideia dos perigos, dos raptos dos pedófilos. 49:25 Não sei quê. E, portanto, há. Há sempre um fantasma. Tem que estar sempre jihad e sempre a fazer a serem entretidos. Portanto, o que está a prejudicado hoje em dia é o tédio, é o direito ao tédio. Precisamos do tédio. É no tédio que nós criamos coisas. 49:43 É no tédio que nós não temos nada que fazer. Não temos nada que fazer. Depois inventamos qualquer coisa. Temos que ocupar o espaço do tempo, a cabeça. Mas, mas criamos qualquer coisa muitas das vezes na infância, são aquilo que se chama asneiras. 50:00 Mas isto é fundamental, é fundamental. Fazer asneiras é fundamental. Claro que é com. Esta parede, estás estás a fazer o que é que estão muito calados, estão a fazer alguma coisa, alguma coisa. De mas esta esta possibilidade de criar coisas é é fundamental para o crescimento. 50:23 As aventuras na rua, quando se subia os telhados ou se IA para os bicos ou se. Fazia o que fosse. Hoje em dia isto está muito prejudicado porque há sempre alguém para andarmos a dizer nos como é que é e como é que deve ser e como é que não pode ser. 50:39 Estamos sempre no aquário. Estamos sempre sim. E depois há esta tradição da escola portuguesa de que errar é errado, não? É e não é. E não, é claro que não é. Vamos fechar esta nossa conversa, o que é que gostaria que as pessoas dissessem mais umas às outras? 51:00 Vai tudo correr bem? Não dizer, vou dizer. Vai a manifestação de otimismo? Otimismo, sim. Que é um Eu Acredito em ti. Sim, vai tudo correr bem. Isso é uma frase de grande potência, não é? 51:18 Então saímos bem, mas pronto. Isso é um cheque em branco? Não é uma confiança, é um. É uma confiança. Mas, enfim, vai tudo correr bem. Quer dizer que eu vou estar cá para ver se for preciso alguma coisa? 51:34 Eu estou cá? Eu estou cá? No fundo, é o manual dos bons pais, não é? Vai à tua vida, cresce, Conquista o mundo se alguma coisa correr mal. Eu estou aqui se. Precisares de alguma coisa compra, mas sim, mas eu acho que sim. 51:51 E a infância nunca esteve também, como agora. Na história, na história do mundo, apesar destas coisas todas. Portanto, nós achamos sempre que o mundo está sempre pior. Isto agora é uma desgraça. Isto não, mas não. As coisas estão a melhorar. Havia 11 pessoa que dizia que os jovens hoje em dia são horríveis, insultam, os professores não têm maneiras à mesa. 52:12 Não parece nada, pois não? Isto. Quem disse isto foi o Sócrates, o filósofo antigo, não? É o homem das perguntas. Pronto. Já dizia. Isso já dizia isto. Mas claro que elas são mais competentes, claro que elas são mais comportadas, claro que elas. Sobrevivem mais, não é? 52:28 Morrem muito menos. São melhores que nós, não é isto, está isto, está a correr bem? Sim, claro que está. No fim deste episódio, ficamos com uma certeza luminosa, nada está fechado? Nunca. Mesmo quando algo falhou nos primeiros anos, mesmo quando faltou o vínculo, quando faltou o tempo, quando faltou a presença, há sempre espaço para reparar a experiência molda, nos. 52:50 Mas não nos aprisiona e, se houver alguém disposto a escutar a relação, pode reencontrar um caminho. Ficamos também com um desafio, olhar com mais cuidado. Os bebés dizem muito antes de falar, as crianças dizem mesmo muito, mesmo quando não explicam, os adolescentes dizem muito quando parecem dizer nada. 53:08 A comunicação humana continua a ser, acima de tudo, uma arte de observar e responder uma dança, uma pergunta permanente, o que é que precisas de mim agora? Obrigado por estar desse lado, obrigado por. Ouvir com calma, curiosidade e atenção precisamente aquilo que salva todas as relações humanas. 53:24 Este é uma pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação. Hoje fomos ao princípio de tudo. Amanhã voltamos para continuar a falar e a ouvir melhor, até para a semana.

Fronteiras no Tempo
Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #49 História Pública e Ensino de História

Fronteiras no Tempo

Play Episode Listen Later Nov 18, 2025 16:45


No episódio de hoje, C. A. recupera uma de suas participações no Spin de Notícias, podcast diário de notícias científicas do Portal Deviante que não está mais em atividade. Neste episódio o tema central é História Pública e Ensino de História, presente no livro homônimo produzido pelo corpo docente do Programa de Pós-Graduação em História Pública da UNESPAR com colaboração de historiadoras e historiadores latino-americanos, australianos, estadunidenses, entre outros. Neste episódio entenda o conceito de História Pública e como ele se relaciona com o Ensino da História no Brasil e no Mundo. Compreenda também como os chamados temas sensíveis foram tratados na Austrália no seu bicentenário da Independência. Artes do Episódio: Augusto Carvalho Mencionado no episódio FERNANDES, Bruno Flávio Lontra; ÁLVAREZ, Sebastián Vargas (Orgs). Ensino de História e História Pública: Diálogos Nacionais e Internacionais. Campo Mourão, PR : Editora Fecilcam, 2022. Financiamento Coletivo Existem duas formas de nos apoiar Pix recorrente – chave: fronteirasnotempo@gmail.com Apoia-se – https://apoia.se/fronteirasnotempo INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR DO HISTORICIDADE O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar. Link para inscrição: https://forms.gle/4KMQXTmVLFiTp4iC8 Selo saberes históricos Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo? “O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados● Comprometidas com valores científicos e éticos.”Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/ Redes Sociais Twitter, Facebook, Youtube, Instagram Contato fronteirasnotempo@gmail.com Como citar esse episódio Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #49 História Pública e Ensino de História. Locução Cesar Agenor Fernandes da Silva. [S.l.] Portal Deviante, 18/11/2025. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=66053&preview=true Expediente Produção Geral, Host e Edição: C. A. Arte do Episódio: Augusto Carvalho Trilha Sonora Museum of Moments Start Vacuum – Karneef Nine Lives – Unicorn Heads War Dance – Ezra Lipp Dance, Don’t Delay – Twin Musicom Madrinhas e Padrinhos Apoios a partir de 12 de junho de 2024 Alexsandro de Souza Junior, Aline Silva Lima, André Santos, André Trapani, Andréa Gomes da Silva, Andressa Marcelino Cardoso, Augusto Carvalho, Carolina Pereira Lyon, Charles Calisto Souza, Edimilson Borges, Elisnei Menezes de Oliveira, Erick Marlon Fernandes da Silva, Flávio Henrique Dias Saldanha, Gislaine Colman, Iara Grisi, João Ariedi, Klaus Henrique de Oliveira, Manuel Macias, Marlon Fernandes da Silva, Pedro Júnior Coelho da Silva Nunes, Rafael Henrique Silva, Raul Sousa Silva Junior, Renata de Souza Silva, Ricardo Orosco, Rodrigo Mello Campos, Rubens Lima e Willian SpenglerSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcast – Fronteiras no Tempo
Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #49 História Pública e Ensino de História

Podcast – Fronteiras no Tempo

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No episódio de hoje, C. A. recupera uma de suas participações no Spin de Notícias, podcast diário de notícias científicas do Portal Deviante que não está mais em atividade. Neste episódio o tema central é História Pública e Ensino de História, presente no livro homônimo produzido pelo corpo docente do Programa de Pós-Graduação em História Pública da UNESPAR com colaboração de historiadoras e historiadores latino-americanos, australianos, estadunidenses, entre outros. Neste episódio entenda o conceito de História Pública e como ele se relaciona com o Ensino da História no Brasil e no Mundo. Compreenda também como os chamados temas sensíveis foram tratados na Austrália no seu bicentenário da Independência. Artes do Episódio: Augusto Carvalho Mencionado no episódio FERNANDES, Bruno Flávio Lontra; ÁLVAREZ, Sebastián Vargas (Orgs). Ensino de História e História Pública: Diálogos Nacionais e Internacionais. Campo Mourão, PR : Editora Fecilcam, 2022. Financiamento Coletivo Existem duas formas de nos apoiar Pix recorrente – chave: fronteirasnotempo@gmail.com Apoia-se – https://apoia.se/fronteirasnotempo INSCREVA-SE PARA PARTICIPAR DO HISTORICIDADE O Historicidade é o programa de entrevistas do Fronteiras no Tempo: um podcast de história. O objetivo principal é realizar divulgação científica na área de ciências humanas, sociais e de estudos interdisciplinares com qualidade. Será um prazer poder compartilhar o seu trabalho com nosso público. Preencha o formulário se tem interesse em participar. Link para inscrição: https://forms.gle/4KMQXTmVLFiTp4iC8 Selo saberes históricos Agora o Fronteiras no Tempo tem o selo saberes históricos. O que é este selo? “O Selo Saberes Históricos é um sinal de reconhecimento atribuído a:● Práticas de divulgação de saberes ou produções de conteúdo histórico ou historiográfico● Realizadas em redes sociais ou mídias digitais, voltadas para públicos mais amplos e diversificados● Comprometidas com valores científicos e éticos.”Saiba mais: https://www.forumsabereshistoricos.com/ Redes Sociais Twitter, Facebook, Youtube, Instagram Contato fronteirasnotempo@gmail.com Como citar esse episódio Fronteiras no Tempo: Giro Histórico #49 História Pública e Ensino de História. Locução Cesar Agenor Fernandes da Silva. [S.l.] Portal Deviante, 18/11/2025. Podcast. Disponível em: https://www.deviante.com.br/?p=66053&preview=true Expediente Produção Geral, Host e Edição: C. A. Arte do Episódio: Augusto Carvalho Trilha Sonora Museum of Moments Start Vacuum – Karneef Nine Lives – Unicorn Heads War Dance – Ezra Lipp Dance, Don’t Delay – Twin Musicom Madrinhas e Padrinhos Apoios a partir de 12 de junho de 2024 Alexsandro de Souza Junior, Aline Silva Lima, André Santos, André Trapani, Andréa Gomes da Silva, Andressa Marcelino Cardoso, Augusto Carvalho, Carolina Pereira Lyon, Charles Calisto Souza, Edimilson Borges, Elisnei Menezes de Oliveira, Erick Marlon Fernandes da Silva, Flávio Henrique Dias Saldanha, Gislaine Colman, Iara Grisi, João Ariedi, Klaus Henrique de Oliveira, Manuel Macias, Marlon Fernandes da Silva, Pedro Júnior Coelho da Silva Nunes, Rafael Henrique Silva, Raul Sousa Silva Junior, Renata de Souza Silva, Ricardo Orosco, Rodrigo Mello Campos, Rubens Lima e Willian SpenglerSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Visão Global
50 anos da independência de Angola

Visão Global

Play Episode Listen Later Nov 16, 2025 50:53


Entrevista com António Costa Silva sobre o livro "Angola aos Despedaços". Eleições no Chile. Campanha do ACNUR. A Síria. Edição de Mário Rui Cardoso.

Semana em África
Comemorações dos 50 anos da independência de Angola

Semana em África

Play Episode Listen Later Nov 14, 2025 7:51


Na edição desta semana destacamos as comemorações do 50.º aniversário da independência de Angola, da presença da Interpol em Moçambique para uma operação de combate a vários fenómenos criminais. Um olhar ainda sobre a seca severa que se vide neste país. A campanha eleitoral na Guiné-Bissau está marcada pelos ataques pessoais entre os candidatos. Em Cabo Verde para além da discussão no Parlamento do Orçamento vamos dar-lhe conta ainda da entrega por parte da UE de dois barcos semi-rígidos. Uma efeméride marcou a actualidade no continente africano esta semana. No passado dia 11 de Novembro, Angola comemorou os cinquenta anos da sua independência. Ao longo desta semana a RFI fez o diagnóstico do país, um olhar sobre o passado, o presente e os anseios em relação ao futuro... são cinco episódios especiais e que pode ouvir aqui. No discurso proferido durante as comemorações do 50.º aniversário da independência, na Praça da República, em Luanda, o presidente angolano João Lourenço disse estar “ciente de que há ainda muito por fazer no país”. Mas o dia de comemorações dos 50 anos da independência de Angola ficou marcado pela concentração de vários defensores dos direitos humanos que através da voz da activista Yared Bumba consideram que o país “está em total desgraça”.   Na actualidade moçambicana destacamos esta semana a seca severa que se faz sentir em três distritos da província de Gaza, no Sul do país, devido à escassez de chuvas. Uma situação que resulta do fenómeno El Niño, e que afecta pouco mais de 19 mil pessoas e que é considerada “grave” pelo porta-voz do Instituto Nacional de Gestão e Redução de Risco de Desastres INGD, Bonifácio Cardoso. Ainda em Moçambique o Ministro do Interior, Paulo Chachine, confirmou a presença de agentes da Interpol numa operação no país. O responsável ministerial refere que “esta missão visa o combate a vários fenómenos criminais, nomeadamente o tráfico de seres humanos, tráfico de drogas e imigração ilegal”.   Na Guiné-Bissau, esta semana, a campanha eleitoral para as legislativas e presidenciais ficou marcada pela intensificação do contacto com os eleitores por parte dos principais candidatos à presidência... e os ataques pessoais entre eles começaram a ouvir-se.   Em Cabo Verde o governo prometeu, no Parlamento, um orçamento do Estado para 2026 com “estabilidade macroeconómica e atenção social”. A proposta de orçamento para 2026 esteve em discussão na semana passada e prevê um crescimento de 6% e uma taxa de desemprego de 7,3%. Para o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, “este orçamento tem como objectivo colocar as pessoas no centro da acção governativa”. A actualidade cabo-verdiana ficou marcada pela entrega por parte da União Europeia de dois barcos semi-rígidos para ajudar o país no combate a pirataria, o tráfico ilícito, a pesca ilegal e outras ameaças transnacionais. A entrega acontece no âmbito do projecto de Apoio à Segurança Marítima Integrada da África Ocidental, financiado pela União Europeia em 10 milhões de euros e foi considerado pela Ministra de Estado e da Defesa Nacional, Janine Lélis, “um passo significativo no reforço da segurança marítima”.

Convidado
Mês da identidade Africana mostra a “fotografia multicultural que existe em Portugal”

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 14, 2025 10:36


O Mês da Identidade Africana chega ao fim este sábado. A 4º edição do evento criado para “questionar, reflectir e pensar o futuro da existência da comunidade afro-descendente e africana”, tem uma programação, de entrada livre, que junta arte, cinema, literatura, infância, formação e música. A iniciativa da Bantumen tem-se desenrolado no centro da capital portuguesa, na Casa do Comum, no Bairro Alto. A RFI falou com Vanessa Sanches, administradora de projectos e co-fundadora da Bantumen. Uma ocasião para percebermos melhor o que é esta plataforma, as iniciativas futuras, e, acima de tudo, ficarmos por dentro de alguns dos pontos altos da programação do Mês da Identidade Africana e de como este surgiu. Vanessa Sanches, administradora de projectos e co-fundadora da Bantumen: O MIA surgiu em 2022, pouco depois da pandemia, pouco depois de todas aquelas questões sobre o movimento negro, de George Floyd. Surgiu numa altura em que a equipa da Bantumen começou a reflectir sobre a necessidade de em Portugal haver também um momento em que pudéssemos questionar, refletir e pensar o futuro da existência da comunidade afro-descendente e africana, sobretudo pelo facto de não ser uma comunidade que é reconhecida como estando cá há tanto tempo, é sempre reconhecida como uma comunidade estrangeira, quando não é. Eu, por exemplo, nasci em Portugal, vivi aqui toda a minha vida, portanto, é um país que também me pertence. Então, nestas conversas sobre este assunto, achávamos que fazia todo o sentido criarmos algo que noutros países já existe, como por exemplo o Black History Month nos Estados Unidos e no Reino Unido, assim como no Brasil lá há o Mês da Consciência Negra. E achávamos que aqui também está na hora de podermos conversar abertamente e sem pudor sobre este assunto. Esta fotografia multicultural que existe em Portugal, mas que ainda muitos têm receio de mostrar, de identificar e de nomear também. Então, este MIA surgiu nesta vertente cultural porque a cultura está sempre de braços abertos para toda a gente. Portanto, essa é a nossa intenção, é mostrar o que a comunidade africana e afro-descendente tem feito por aqui através da cultura e abraçarmos todos os que quiserem se aproximar e conhecer. RFI: O MIA, Mês da Identidade Africana, está na 4ª edição. O que é que a Bantumen propôs, o que é que há em cartaz? Vanessa Sanches: A intenção do MIA é propor sempre uma exposição, que é a base do ciclo de eventos, dentro desse ciclo depois há sempre conversas. Este ano, por exemplo, tivemos uma conversa sobre a parentalidade, sobre o brincar com a identidade, porque é que é importante as crianças se reverem em termos de representatividade em diferentes esferas. Tivemos também o lançamento online de uma biblioteca, a Biblioteca Negra, onde há todo um acervo de livros que falam sobre estes temas da afro descendência, da negritude. Vamos ter também neste sábado, dia 15, uma sessão de leitura para crianças. Portanto, tentamos sempre ter eventos que possam chamar até nós do mais pequeno ao mais velho e que possam proporcionar alguma reflexão. O tema central deste ano é os 50 anos da independência dos PALOP, o tema que atravessa de alguma forma todos os eventos. RFI: Esta exposição de que falou, onde é que está a acontecer e quais são os artistas que podem ser vistos lá? Vanessa Sanches: Todo o ciclo de eventos acontece na Casa do Comum, no Bairro Alto, em Lisboa. A exposição está patente também até este dia 15. As obras que apresentamos são dos artistas Ricardo Parker, é português mas tem origens em Cabo Verde, a Gigi Origo, francesa e cabo-verdiana, o Sai Rodrigues também, que vive na Holanda mas tem origens cabo-verdianas também, e da moçambicana Naia Sousa. RFI: Em relação à conversa sobre a parentalidade, como é que decorreu? O que é que se discutiu? Vanessa Sanches: Na conversa sobre parentalidade “Brincar com Identidade”, porque era este o tema da conversa, tivemos a psicoterapeuta Henda Vieira Lopes, tivemos a Bárbara Almeida, que tem o projecto TitaCatita, para crianças e pais e cuidadores de crianças, e tivemos a Ângela Almeida, que é assistente social, e a intenção foi, nesta conversa moderada pelo Wilds Gomes, jornalista da Bantumen e apresentador de televisão do Bem Vindos, foi perceber quão importante é criar, de alguma forma, representatividade em diferentes esferas para os mais pequenos. Quando, enquanto crianças, não nos revemos a fazer determinadas coisas, não imaginamos que é possível fazermos essas determinadas coisas, eu se nunca tiver visto um médico negro vou achar que a única coisa normal é aquela possibilidade, portanto não vou sonhar que também eventualmente posso fazê-lo, sobretudo quando estamos a falar num país em que a comunidade negra é minoria de facto, portanto, a necessidade de podermos proporcionar às crianças modelos de representatividade e levá-los a espaços onde isto é possível acontecer. Onde é possível, também, abraçar a sua própria identidade, explicando que o cabelo, por exemplo, que é um tema super importante dentro da comunidade afro-ascendente, que o seu cabelo é bonito, que o seu cabelo tem milhões de possibilidades, por exemplo, as crianças mais dificilmente terão alguns traumas, digamos assim, que levam até à idade adulta. Portanto, este foi o tema central da conversa. RFI: Para quem estiver interessado em descobrir e ler algo mais sobre a africanidade, foi também apresentada a Biblioteca Negra. Como é que funciona esta Biblioteca Negra? Vanessa Sanches: A Biblioteca Negra é um projecto que foi pensado e materializado pelo realizador Fábio Silva. Ela parte da experiência pessoal do próprio Fábio, ele começou a compilar, num simples Excel, alguns livros que ele ia lendo sobre esta temática da africanidade, da negritude, porque nem sempre é fácil chegar a estes livros numa livraria normal. Então, ele achou que faria todo o sentido começar a compilar estes títulos. Entretanto, o ano passado, se não estou em erro, decidiu que faria todo o sentido lançar um site onde as pessoas pudessem facilmente encontrar uma panóplia de livros que abordassem então estes temas. É assim que nasce, então, a Biblioteca Negra, onde ele compila uma série de livros, com as sinopses desses livros, e onde é possível encontrar também casas parceiras, que actualmente são três, onde eventualmente podem encontrar alguns destes livros à disposição e onde também podem efectuar doações, caso tenham os livros em casa e já não os queiram mais, podem doar esses livros a estas casas parceiras. RFI: Casas parceiras na Grande Lisboa, para já, e qual é o site? Vanessa Sanches: O site é muito simples, http://www.bibliotecanegra.pt  RFI: O filme do brasileiro Lázaro Ramos, Medida Provisória, foi exibido nos encontros MIA. Foi um momento muito participado? Vanessa Sanches: Bastante, bastante. Na verdade, nós tínhamos uma lotação para 50 pessoas e houve um dado momento em que houve pessoas a sentarem-se no chão porque os lugares estavam absolutamente lotados. Acho que é um filme que muita gente ainda queria ver, não teve a hipótese de o ver, e aproveitou então este ciclo de eventos do MIA para poder ver o filme. Tem um tema que nos leva à reflexão de algo que, provavelmente, muitas vezes já nos passou pela cabeça de forma inconsciente, que é; Todos os negros serão realmente de África? Porque, no filme há uma medida provisória que diz às pessoas negras brasileiras que, se calhar, o melhor para o futuro delas seria voltarem para a África. E então há toda uma panóplia de circunstâncias que acontecem ali, porque estamos a falar de pessoas que pertencem àquele país há centenas de anos. Então, é um debate que merece ser tirado do ecrã para o físico e convidámos o actor e cineasta Welket de Bungé e a actriz Cléo Diára para poder, então, conversar sobre este tema. Então foi um momento especial, não só pela lotação mas pelo tema abordado em si mesmo. RFI: Dia 15, sábado, encerra-se o MIA deste ano, o que é que foi pensado para o encerramento? Vanessa Sanches: Encerramos em grande com um momento dedicado às crianças, com uma sessão de leitura com a actriz, jornalista e autora Aoani Salvaterra, com origens santomenses. Vamos ler o livro da Nuna, A Aventureira Marielle, e logo de seguida, um bocadinho mais tarde, encerramos em grande com festa, como gostamos, com os sons da Independência. Basicamente, é um DJ set do DJ Camboja, que tem um acervo gigantesco de músicas que surgiram na altura das Independências e que têm, justamente, como moto a liberdade, a independência e o anticolonialismo. RFI: O Mia é apenas um dos momentos em que a Bantumen dá a conhecer o trabalho que desenvolve. Depois deste Mês da Identidade Africana, o que é que a Bantumen vai propor? Vanessa Sanches: Eu vou começar por explicar, dado que há algumas pessoas que têm alguma dificuldade em entender o que é a Bantumen. A Bantumen é, no fundo, uma plataforma de cultura e de informação. Portanto, online nós temos uma revista, mas no plano físico nós também fazemos algumas coisas. Portanto, resulta, então, neste MIA. E no final do ano temos o nosso maior evento, que é a Powerlist 100, a iniciativa que pretende prestar homenagem a 100 personalidades negras da lusofonia. Este ano a lista vai ser, então, revelada no dia 6 de Dezembro, a nível digital, no seu site próprio, podem encontrá-lo facilmente em bantumen.com. Ao mesmo tempo, irá acontecer também uma Gala para que algumas destas 100 personalidades possam, então, se sentir homenageadas de viva voz e olho no olho por esta comunidade, que se revê no seu trabalho de excelência, que tem feito e que é um espelho também para nós, as actuais gerações e para, quem sabe, futuras gerações. RFI: São personalidades que actuam nas mais diversas áreas, alguns exemplos? Vanessa Sanches: Nas mais diversas áreas. Já tivemos uma empregada doméstica, temos pessoas vindas do percurso associativo, como temos advogados, como temos cientistas, músicos, dançarinos. Nós tentamos não ter Categorias justamente para isso, para que possa ser o mais ampla possível esta lista final dos 100 homenageados. Link site Bantumen : https://www.bantumen.com 

Artes
50 anos independência de Angola: “Não temos motivos para comemorar”

Artes

Play Episode Listen Later Nov 12, 2025 21:00


Angola assinalou esta terça-feira, 11 de Novembro, 50 anos da independência, o músico que deu voz à liberdade reflete sobre a esperança, a desilusão e o papel da música na construção de um país ainda por cumprir. Há meio século, a 11 de Novembro de 1975, Angola respirava o primeiro sopro de liberdade. Bonga, então exilado em Paris, recorda o dia com a nitidez de uma cicatriz. “Foi com a lágrima no canto do olho, muita emoção, abraços fraternos... e sobretudo o pensamento de qual seria o futuro da nossa terra, da nossa gente.” O futuro, diz agora, “foi aquilo que a gente menos esperou e menos queria. Uma turbulência tremenda, com a conivência de vários estrangeiros, que se imiscuíram nos assuntos internos de Angola. Sofremos bastante e continuamos a sofrer.” Aos 83 anos, Bonga mantém a voz firme, carregada de um lirismo rouco que continua a chamar o país à responsabilidade. “Tenho consciência de ser uma voz activa, hoje mais do que nunca, porque as coisas tendem a piorar em detrimento daquele grande povo.” Metade século depois, o músico que deu ritmo à luta pela independência e melodia à resistência não vê razões para festa. “Não temos motivo para comemorar”, afirma. A palavra “independência” soa-lhe agridoce, como um semba de compasso fragmentado. “Foi uma independência meio atribulada, mas foi um sinal de que tínhamos de tomar as rédeas da nossa própria terra.” Só que, logo depois, vieram “as ideologias importadas”, as divisões e a violência entre irmãos. “O 27 de maio de 77 é o inferno na terra. Nem sabemos quantas foram as vítimas. E isso continua a pesar nas famílias. Ficamos assim: enlutados e com medo. Esse ‘nós entre nós', como se diz em quimbundo, ficou cheio de dúvidas.” No exílio, Bonga cantou o país no qual não podia entrar. Angola 72, o seu primeiro disco, nasceu da urgência de respirar. “A primeira coisa que a gente faz quando sai do país de origem é respirar. Respirar democracia, liberdade, convivência salutar.” A música foi a sua forma de devolver o ar a um povo sufocado: “Foi um parente riquíssimo na participação, no chamamento à responsabilidade das massas populares. E continuo a fazer isso até hoje.” O semba, essa pulsação que liga o corpo ao chão, é para ele mais do que um género musical: é uma pátria possível. “É o nosso estilo de música. O brasileiro tem o samba, nós temos o semba. É a mais importante música da minha mente, da minha escritura. O povo entende, canta e dança comigo.” Entre o orgulho e o desencanto, Bonga fala com a ternura de quem não desistiu. Vê nos jovens “inovações boas”, desde que não se percam “em coisas supérfluas, só para satisfazer os chefes”. Ralha com eles: “ainda é possível ralhar”, e lamenta a perda dos encontros de outrora. “Antes havia convivência, irmandade. Hoje há divisão. É muito difícil. Eu faço parte de uma excepção: ainda recebo familiares e amigos em casa para grandes comidas, mas o mais importante é falarmos de nós, sabermos quem é quem, o que vamos fazer.” Mas há um fio de esperança que Bonga recusa cortar, o mesmo que atravessou as décadas de exílio e o manteve de pé entre a saudade e a revolta. “Todos os dias devíamos contribuir com alguma coisa: um telefonema, uma canção de intervenção, um aviso a quem procede mal. Qualquer contributo é fundamental.” É a ética do gesto, o compromisso do dia-a-dia, o humanismo simples de quem acredita que o país começa no cuidado com o outro. Cinquenta anos depois da bandeira ter subido no céu de Luanda, a liberdade continua um trabalho inacabado. “É triste saber que desconseguimos, por causa daqueles que se dizem nossos amigos e exploram Angola desencontrada. Mas ainda podemos desejar que bons ventos nos tragam um povo livre, com democracia, liberdade, amizade, amor, comida, escola e evolução. Fora disso, nada há a fazer.” A memória é o alicerce da sua lucidez. “É bom recordar os velhos que se foram, mesmo aqueles do tempo colonial, que eram dignos, zelavam pelos seus filhos e pelos seus entes queridos, progressistas sem ideologias nenhumas.” É essa Angola que Bonga canta; a das mulheres de lenço e dos homens de palavra, das casas abertas e das conversas longas à sombra da mangueira. Se tivesse de escolher uma para contar estes cinquenta anos, não hesita. “Mona Ki Ngi Xica”, diz, “a filha que eu deixo”. Um tema sobre a ausência, o amor e o destino, mas também sobre o país que ainda não regressou a si próprio. “É a minha filha, é Angola. Continua à espera, mas eu continuo a cantar-lhe.”

E o Resto é História
Os 50 anos da independência de Angola

E o Resto é História

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 48:04


No dia 11 de Novembro de 1975 foi proclamada a independência de Angola por Agostinho Neto, do MPLA, por Holden Roberto, da FNLA, e por Jonas Savimbi, da UNITA. Nesse mesmo dia começava a guerra civilSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticiário Nacional
5h Angola celebra hoje meio século de independência

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 7:51


Noticiário Nacional
9h 50 anos independência de Angola. Já começaram as comemorações

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 14:07


Noticiário Nacional
7h Os 50 anos da independência de Angola

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 14:20


Noticiário Nacional
0h Angola celebra hoje meio século de independência

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 12:25


Varal Celeste
Pré-jogo - Cruzeiro x Fluminense - 33ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2025 - Partida que pode decidir o retorno à fase de grupo da Libertadores

Varal Celeste

Play Episode Listen Later Nov 9, 2025 17:09


Varal Celeste está no ar!E aí cruzeirense, tudo bem com vc? No episódio de hoje tivemos:⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Pré-jogo — Cruzeiro x Fluminense.RelacionadosDesfalquesPreocupaçõesA falta que o Lucas Silva faz.Possível acordo entre Cruzeiro e América-MG para uso do Independência.Boatos sobre o Gabigol.Cruzeiro de volta à Libertadores.Portais de notícias: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Globo Esporte — Cruzeiro⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Deus me Dibre — Cruzeiro⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠No Ataque — Cruzeiro ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Itatiaia — Cruzeiro⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠O Tempo — Cruzeiro⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠SamucaTV ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Central da Toca ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠FB TV⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠E aí, curtiu o episódio?Compartilhe com a galera!Se cuidem pessoal!Abraços!Redes sociais:  Twitter pessoal: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠@VaralCeleste⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Instagram da coleção/podcast: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠@varalceleste⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Convidado
Gulbenkian fecha ciclo de aniversário em Paris com festival dedicado às independências lusófonas em África

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 7, 2025 6:55


A delegação da Fundação Gulbenkian em Paris organiza este fim de semana na capital francesa um festival de música e debates à volta dos 50 anos da independência dos diferentes países africanos de língua portuguesa, dando carta branca a Dino D'Santiago para trazer os sons mais actuais do funáná e do batuque.   O Festival Lisboa nu bai Paris vai decorrer Sábado e Domingo no espaço Gaîté Lyrique. Esta foram duas noites imaginadas por Dino D'Santiago para encerrar o ciclo dos 60 anos da Fundação Gulbenkian em Paris, mas também para celebrar os 50 anos da independência de São Tomé e Príncipe, Moçambique, Angola e Cabo Verde. A directora da delegação da Fundação Gulbenkian em Paris, Teresa Castro, disse em entrevista à RFI que o músico luso-cabo-verdiano teve "carta branca" para organizar as festividades. "Achámos que seria uma forma bonita de, na verdade, assinalar mais uma vez os nossos 60 anos, dando ao Dino D'Santiago uma carta branca para ele organizar esta seleção musical. E temos muita vontade, obviamente, de assinalar também estes 50 anos das independências dos países africanos lusófonos, entre os quais, obviamente, Cabo Verde. Vamos assinalar este evento com um debate entre Dino D'Santiago e Luísa Semedo, que é filósofa, que é também jornalista. Em torno sobretudo da figura do Amílcar Cabral, que foi de facto uma figura e é ainda uma figura importantíssima na história das independências africanas, um teórico importante também da revolução. E temos vontade", detalhou Teresa Castro. Nas duas noites haverá actuações de artistas como Fattu Djakité, Kady, Nidia, EU.CLIDES ou Umafricana. No Sábado, às 17:30, acontecerá um debate entre Dino D'Santiago e Luísa Semedo, filósofa e activista instalada em Paris, sobre Amílcar Cabral. O convite é aberto às comunidades lusófonas em França, mas também aos franceses que apesar de conhecerem bem a morna, podem nestas duas noites conhecer melhor o que de mais actual se passa na música lusófona, nomeadamente entre Lisboa e a Praia. "É um festival que esperamos que atraia as comunidades. Antes de mais, as comunidades cabo-verdiana, portuguesa, mas todas as comunidades dos países africanos lusófonos. Mas, obviamente, é um festival que está mais do que aberto ao público francês que, no que diz respeito. Na verdade, no que diz respeito à música cabo verdiana, os franceses conhecem muito bem a morna, mas talvez conheçam menos bem todo este panorama extremamente dinâmico em torno do batuque e do funaná. Portanto, estão todos obviamente convidados a participar nesta festa", concluiu a directora da delegação da Fundação Gulbenkian em Paris.

Carlos McCord
#305 - 02/Nov | AUTORIDADE E INDEPENDÊNCIA | Tudo Para Ele (Oswald Chambers) | Permanecer

Carlos McCord

Play Episode Listen Later Nov 6, 2025 8:00


Artes
Sons da Liberdade: 50 anos de independência de Angola ouvidos através do Semba

Artes

Play Episode Listen Later Nov 5, 2025 17:25


Angola celebra 50 anos de independência e a sua história pode ouvir-se no Semba, através do ritmo que denunciou o colonialismo, uniu o país e continua a pulsar nas novas gerações. Para o antropólogo André Castro Soares, o Semba é “um testemunho histórico e político”, uma expressão da dor, da festa e da esperança de um povo que, mesmo entre guerras e desafios, nunca deixou de dançar pela liberdade.  Angola assinala na próxima semana 50 anos de independência, a 11 de Novembro, meio século de caminhos cruzados entre a esperança, a reconstrução e os desafios de um país que continua a reinventar-se. Desde 1975, a música tem sido uma das mais fiéis testemunhas da história angolana: um espaço onde se escutam as memórias da luta, as vozes da resistência e as novas sonoridades que dão forma à identidade contemporânea. O antropólogo português André Castro Soares, autor da tese “Semba enquanto património material, políticas e imagens e sonoridades da cultura em Angola”, tem dedicado a sua investigação a compreender esse percurso. Para ele, “o Semba não é apenas uma expressão artística, mas um testemunho histórico e político capaz de revelar as múltiplas camadas da vida angolana desde 1975 até hoje”. Ao olhar para os 50 anos de independência, André Castro Soares defende que a história de Angola pode ser lida através das suas canções. “É o Semba que vai, de alguma forma, denunciar a presença colonial e o jugo colonial, sobretudo a partir dos anos 60 e 61. 61 é um ano horríbilis do governo do Estado Novo de Salazar”, recorda. Foi nesse momento que começou a guerra colonial, e “esse movimento vai ser acompanhado pelos músicos, pelos que começam, de forma encapotada, a lançar as suas mensagens, aquilo que chamo na minha tese de recados, para que a população se juntasse à luta pela independência fora do jugo colonial português”. Entre esses músicos, destaca-se Liceu Vieira Dias, figura central na génese do nacionalismo musical. “O grande autor, o grande pensador e poeta dessas sonoridades foi, sem dúvida, Liceu Vieira Dias, que com a música Feiticeira, isso está bem descrito num filme de Jorge António, vai, de forma encapotada, anunciar a forma como o poder colonial podia ser combatido”, explica o antropólogo. “Essa música Muxima, coração, vai marcar sonoramente esse período”, acrescenta, sublinhando que outras canções, como Umbi Umbi, exprimem esse mesmo sentimento de resistência e de dor. “O Muxima é o mais emblemático”, afirma Castro Soares. “É um lamento. O Semba tem várias formas, há o Semba de carnaval, festivo, mas também há o Semba de lamento. E essas músicas de lamento são universais, acompanham as formas de vivência dos povos negros subjugados à escravatura e à violência. Quando falo de lamento, falo, por exemplo, da Soul music nos Estados Unidos, do Semba em Angola e do Samba no Brasil.” Essa dimensão espiritual e emocional faz do Semba, segundo o investigador, “um género que surge do sofrimento das pessoas negras e que é, por isso, fundamental para marcar a paisagem sonora da independência”. Com o fim do domínio colonial, o Semba tornou-se património simbólico e material da nova nação. “A angolanidade não é um conceito consensual”, reconhece Castro Soares, “mas através da música podemos pensar num aglutinador do que seria o mais próximo deste conceito, um espaço de consensualidade cultural, onde as pessoas daquele território se revissem de alguma forma”. Num país de enorme diversidade étnica e linguística, o Semba, explica, “é talvez o género musical que melhor se aproxima desse trabalho de consenso, dessa procura de unidade nacional”. “Luanda tem um poder magnético muito grande”, acrescenta o antropólogo. “Concentra grande parte de todas as populações do vastíssimo território das 18 províncias. Penso que o Semba poderá ser uma boa banda sonora da angolanidade, ou o mais próximo daquilo que é a angolanidade, apesar de algumas pessoas não gostarem de o pôr aí. Mas o Semba retrata, relata e ilustra de forma sonora a vivência dos angolanos.” Essa vivência é inseparável das chamadas festas de quintal, que, segundo o investigador, “são uma célula cultural onde se ouve todo o tipo de música, mas onde o Semba tem um papel fundamental de união e de construção de diálogo”. Essa dimensão comunitária da música estende-se, para Castro Soares, à vida familiar e quotidiana. “A sentada familiar é uma marca de angolanidade até mais importante que a própria música”, defende. “É o lugar onde se transmite conhecimento, aquilo que chamo transmissão de conhecimento aural — não apenas oral, porque envolve a escuta e o corpo todo. É uma incorporação de saberes ancestrais que vai muito para além da construção da nova nação.” Mas o percurso musical de Angola também foi marcado por silêncios e medos. “O espaço musical foi muito afectado por um acontecimento: a purga dentro do MPLA em 1977”, lembra André Castro Soares. “Esse episódio, que teve contornos de massacre, implicou uma imposição de medo geral em relação à contestação ao poder instituído, e esse medo vai acompanhar até aos dias de hoje.” Mesmo assim, a música nunca deixou de ser um território de resistência. “Os músicos conseguiram ler muito bem os limites impostos pela política. Hoje continuam a falar através de recados, como o Paulo Flores, que usa a canção para denunciar as injustiças do poder político.” Com o passar das décadas, novos estilos emergiram e redefiniram o espaço sonoro angolano. “Depois do Semba, vieram o Kuduro e a Kizomba, que tiveram grandes impactos na diáspora africana e angolana no exterior”, observa o antropólogo. “A Kizomba, que eu costumo chamar um abraço que os angolanos dão a todas as pessoas, até às pessoas racistas, é uma música que consegue juntar pessoas muito diferentes, dentro e fora do país. É um excelente antídoto contra o racismo. Essa é, para mim, a principal lição que os angolanos deram à contemporaneidade: é possível juntarmo-nos e abraçarmo-nos independentemente das nossas diferenças.” Sobre as novas gerações, André Castro Soares vê nelas um diálogo vivo com o passado. “Há todo um diálogo feito pelas novas gerações, ainda que algumas sem memória directa desse passado, mas transmitido pelos pais e pelos antepassados e também por via da educação.” O antropólogo insiste que “Angola não é um Estado falhado, é um Estado com dificuldades e idiossincrasias, que ainda não teve grande alternância política, nem uma democratização plena, mas o caminho está a ser construído e deve ser marcado pelos próprios angolanos. É uma população muito jovem e capaz de fazer releituras e visões para o seu futuro.” Quando se escuta a Angola de hoje, os sons são múltiplos, mas há sinais de regresso às origens. “Tem havido uma procura da essência do que é angolano”, afirma. “As pessoas perderam a utopia dos anos 80, tornaram-se mais realistas, e há uma vontade de voltar aos instrumentos acústicos e tradicionais, como a Dikanza, um instrumento de fricção feito a partir da natureza.” Essa recuperação, diz, “é uma forma de resgatar património, um passado que foi negado pela guerra civil e por um sistema educativo débil, mas que as pessoas estão a reconstruir de forma informal, fora da tutela do Estado.” Entre os artistas actuais, André Castro Soares destaca “Yúri da Cunha, que tem uma proposta musical muito interessante no sentido de procurar as raízes e a festa de quintal”, bem como “Paulo Flores, que continua a apresentar trabalhos com grande profundidade”, e ainda “Eduardo Paim, vindo da Kizomba, que tem feito remisturas com outros estilos como o Zouk”. Também as novas fusões mostram vitalidade: “Dentro do Afrobeat, há várias misturas entre o Kuduro e o Amapiano da África do Sul, o continente influencia-se mutuamente e vai marcando os gostos de uma juventude que tem outras preocupações do que a juventude que fez a independência.” Cinquenta anos depois da proclamação da independência, a música continua a ser, como conclui André Castro Soares, “um marcador cultural fundamental” e “o espaço onde os angolanos se escutam, se reencontram e se reinventam”. Entre o lamento e a festa, o Semba permanece a batida da liberdade, o som de um povo que aprendeu, mesmo em tempos de silêncio, a falar através da música.

Irmãos Dias Podcast
A VERDADE SEM MIMIMI SOBRE A MEGAOPERAÇÃO NO RIO - MARCELO BRIGADEIRO | Irmãos Dias Podcast #223

Irmãos Dias Podcast

Play Episode Listen Later Nov 4, 2025 108:43


O Plano da Independência Financeira: https://irmaosdias.com.br/independenc...~~~~~~~~~~Investidor 10Tudo que o investidor precisa em um só lugar:https://investidor10.com.br/click/100...Marcelo Brigadeiro é lutador e treinador de MMA, mas hoje ele se destaca também com seu canal no YouTube, onde fala o que pensa sobre política e segurança pública.ANFITRIÕES:André Dias Convidados:Marcelo Brigadeiro ‪@MarceloBrigadeiroOficial‬

Convidado
Guiné-Bissau: PAIGC apoia Fernando Dias para “combater tentativa de impor tiranias no país”

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 4, 2025 9:54


O PAIGC formalizou o apoio ao candidato presidencial independente Fernando Dias da Costa. O acordo surge depois da rejeição da candidatura do presidente do PAIGC às presidenciais e da coligação PAI-Terra Ranka às legislativas. Em entrevista à RFI, Domingos Simões Pereira, presidente do partido PAIGC, explica que “perante a supressão quase total dos direitos fundamentais, não há sacrifício que não possa ser consentido” para “combater esta tentativa de impor tiranias no nosso país”. O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo verde, PAIGC, formalizou esta segunda-feira, 03 de Novembro, o apoio ao candidato presidencial independente Fernando Dias da Costa, herdeiro do barrete vermelho de Kumba Ialá e dirigente de uma das alas do PRS, Partido da Renovação Social. O acordo surge depois da rejeição da candidatura do presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, às presidenciais e da coligação PAI-Terra Ranka às legislativas. RFI Português: Em que é que consiste este acordo? Domingos Simões Pereira, presidente PAIGC: Quem acompanha a actualidade política guineense deve saber que através de uma manipulação flagrante e escandalosa da nossa Corte Suprema, o PAIGC, os partidos que constituem a coligação e o seu respectivo candidato às eleições presidenciais, que era eu próprio, foram impedidos de participar nas eleições marcadas para o dia 23 de Novembro. Durante as últimas semanas, demos a conhecer o carácter escandaloso dessa decisão porque, por exemplo, no caso do candidato presidencial, a sua candidatura nem chegou à plenária do Supremo Tribunal de Justiça. Portanto, é este o quadro político actual na Guiné-Bissau. O PAIGC e, mais uma vez, os partidos que constituem a nossa condição compreendem que têm uma missão, têm uma missão de representar o povo guineense, de convocar o povo guineense para resgatar a liberdade, os direitos fundamentais e repor a normalidade constitucional. Para esse efeito, dos cinco candidatos que manifestaram interesse de poder contar com o nosso apoio, a nossa análise conduziu-nos à retenção do Fernando Dias da Costa, como o que está melhor posicionado, o que reúne os critérios que nós estabelecemos para decidir aportar-lhe o nosso apoio. Prefiro precisar da seguinte forma: em vez de dizer que nós estamos a aportar o nosso apoio, nós achamos que o Fernando Dias da Costa é a personalidade que neste momento encaixa melhor na nossa estratégia para continuar esta luta e poder resgatar o Estado de Direito Democrático na Guiné-Bissau. Quais foram os compromissos estabelecidos com esta formalização do apoio do PAIGC ao candidato Fernando Dias da Costa? Há aqui um compromisso para a campanha eleitoral, mas para o pós-eleitoral, em caso de vitória, também há? Sim. No pré-eleitoral nós aportamos o apoio possível, convocamos os nossos apoiantes, militantes, simpatizantes, o povo em geral a se juntar a nós e a votar no candidato Fernando Dias da Costa. E o Fernando Dias da Costa se compromete a repor a normalidade constitucional: a permitir que a Assembleia Nacional Popular possa ser restabelecida e, uma vez estabelecida, os outros órgãos de soberania possam funcionar em estrito respeito da nossa Constituição, o que não tem sido o caso. Portanto, temos todos os órgãos da soberania ameaçados ou condicionados no seu funcionamento. Mas quem é que ganha com este acordo? É o PAIGC ou é Fernando Dias? Espero que seja o povo guineense a quem nós estamos a dar uma opção. Porque não participar seria pedir ao povo guineense que seja o próprio a decidir de que forma enfrentar este quadro ditatorial. Sabemos que estamos perante um quadro difícil de explicar. Sabemos que estamos constrangidos a realidades que não são as normais. Compete a partidos políticos, neste caso com a missão histórica que o PAIGC tem, apresentar um quadro que facilite essa decisão junto do povo. É o que nós tentamos fazer. Portanto, não estamos aqui numa avaliação de quem ganha. Estamos numa lógica de propor ao povo guineense uma solução que possa manter-nos activos na luta política para o restabelecimento da normalidade. É a primeira vez que o PAIGC se vê impedido de participar numas eleições na Guiné-Bissau. Estavam esgotadas todas as diligências na Justiça? E porque não o boicote em vez de apoiarem um candidato? Se estavam esgotadas? Eu estou inclinado em dizer-lhe que não. Até porque até este momento, enquanto falamos, não há nenhuma decisão do Supremo Tribunal de Justiça a dizer por que razão é que eu não sou candidato e a participar das eleições presidenciais. Portanto, nós conhecemos as regras e se há uma entidade que se devia sentir obrigada a respeitar as regras, devia ser o Supremo Tribunal de Justiça. Mas esta é a realidade que nós vivemos na Guiné-Bissau. Uma realidade em que é impossível convencer a plenária do Supremo, uma vez que os dossiers não chegam à plenária do Supremo. Portanto, esta é a realidade.  Fala-me em boicote e eu garanto-lhe que nós consideramos essa opção. Mas o fenómeno boicote funciona bem e tem impacto nos países onde há uma prestação de contas, onde há um acompanhamento, onde a ética e a moral acompanham o exercício político. E, portanto, a partir de uma determinada fasquia de abstinência, se consideraria pouco legitimada a decisão popular. Mas nós sabemos o que temos em frente e sabemos que, mesmo que fossem só 10% dos guineenses a votar, Umaro Sissoco Embaló iria se autoproclamar como legítimo, plenamente reconhecido no cargo.  Por isso é que depois de analisar todas as opções, os partidos que constituem a nossa coligação entendem manter-se no activo neste processo político e escolher ir ao combate e tentar, por via do Fernando Dias da Costa, que o povo guineense tenha a opção de poder derrotar Umaro Sissoco Embaló nas urnas. Esta decisão não pode, eventualmente, deixar o eleitorado guineense confuso. Como é que o PAIGC vai convencer os seus eleitores a votar em Fernando Dias? Trata-se de uma candidatura independente, mas Fernando Dias é o herdeiro do barrete vermelho de Kumba Ialá e representa uma ala do PRS. Até agora; PRS e PAIGC eram rivais políticos, deixaram de o ser? Obviamente que não. Até porque se estivéssemos a falar de eleições legislativas, estaríamos a falar de outra forma. Mas deixe-me expandir esta minha análise em três grandes momentos. Penso que há uma coisa que não deve surpreender aos guineenses, desde 2014 que eu fui escolhido para dirigir o PAIGC, em três ocasiões vencemos eleições legislativas e eu nunca deixei de convidar outros partidos, nomeadamente o PRS, a nos acompanhar na governação. Tanto em 2014 como em 2018, como em 2023. Portanto, há aqui um princípio estabelecido de juntar a família guineense e propor soluções que sejam nacionais. Por outro lado, é importante que as pessoas conheçam a própria resenha histórica, o PRS sai do PAIGC. No período da luta de libertação, aquele a que nós designávamos por combatente, juntava, de um lado, o político e, do outro, o guerrilheiro. Com o evento da independência e posteriormente com o fenómeno democrático, o PAIGC foi o partido que se sentiu obrigado a separar de novo o político do combatente, aquele que passou a ser membro das Forças Armadas. Essa imposição foi exclusiva ao PAIGC, o que levou a que muitos militantes do PAIGC, por força da sua pertença às Forças Armadas, abandonassem o PAIGC e isso favoreceu a criação do PRS. Portanto, pode ser que até esta circunstância venha a favorecer uma reunificação que poderia ter um impacto político importante. Há ainda um outro elemento que eu não considero menos importante: todo o guineense é obrigado a acompanhar os últimos seis anos, que são os anos do mandato de Umaro Sissoco Embaló. E compreender que, perante aquilo que nós temos vivido, que é a supressão quase total dos direitos fundamentais, não há sacrifício que não possa ser consentido. Nós estamos a convocar a nação guineense para, todos juntos, esquecermos um bocado as nossas diferenças e salvarmos aquilo que é essencial.   Ou seja, pôr de lado as diferenças em nome de um bem maior. Absolutamente. Eu penso que não encontro dificuldade nenhuma em sustentar esta tese, porque esta tese corresponde àquilo que eu sempre representei no contexto político da Guiné-Bissau. Enquanto presidente do PAIGC vai participar na campanha eleitoral? Absolutamente. Sou um cidadão livre e militante de um partido que está a aportar o seu apoio a um candidato. E, portanto, obviamente que vou participar da campanha eleitoral. E não é uma campanha com sabor amargo por ter sido excluído da corrida? É muito amargo. Mas, tal como estou a convidar a nação guineense, devemos transformar esse amargo numa determinação para lutar e não o contrário. Devemo-nos mobilizar, devemos compreender que há uma coisa que não nos conseguem tirar, que é o direito ao voto. E esse voto deve servir de arma para, de facto, combater esta tentativa de impor tiranias no nosso país.

Jornal Seara
OPOSIÇÃO DENUNCIA EXPULSÃO DE FAMÍLIAS DE SUAS CASAS PELAS FACÇÕES

Jornal Seara

Play Episode Listen Later Nov 4, 2025 112:59


Oposição denuncia expulsão de famílias de suas casas pelas facções; homem em cadeira de rodas é preso por furtar placas de carro em Fortaleza; Polícias Civil e Militar prendem homem que lesionou duas pessoas em Independência.

Genial Podcast
Otaviano Canuto na Conversa com Zé Márcio: "Independência do Fed: credibilidade está ameaçada"

Genial Podcast

Play Episode Listen Later Nov 1, 2025 30:11


Neste encontro entre o economista-chefe da Genial, José Márcio Camargo, e Otaviano Canuto, Economista e ex-vice presidente do Banco Mundial, você fica inteirado sobre os temas e debates mais importantes da economia e da política. A Conversa com Zé Márcio vai ao ar todo sábado, às 14h. Ative as notificações e acompanhe os principais desafios políticos e econômicos do mundo na opinião de especialistas.

Reportagem
História dos 200 anos da relação França-Brasil foi marcada por influências, conflitos e exotismo

Reportagem

Play Episode Listen Later Nov 1, 2025 8:18


Há exatamente 200 anos, a França reconhecia o Brasil como nação independente. O bicentenário das relações bilaterais é celebrado dos dois lados do Atlântico com a Temporada Cultural Cruzada França-Brasil, iniciativa decidida pelos presidentes Lula e Emmanuel Macron. Adriana Brandão, da RFI em Paris Durante a visita de Estado do presidente do Brasil à França, em junho, Emmanuel Macron lembrou que, nesses 200 anos de relações bilaterais, “homens e mulheres que têm a mesma paixão pelo Brasil definiram projetos que nos aproximaram”. O presidente Lula respondeu dizendo saber que “podemos contar com a França” e que a comemoração é realizada “com o olhar voltado para o futuro”. Mas a história da relação diplomática franco-brasileira nem sempre foi um “rio tranquilo”, recapitula o historiador francês Laurent Vidal. A França reconheceu a independência do Brasil em 26 de outubro de 1825, três anos após o Grito do Ipiranga, de 7 de setembro de 1822. Como explicar a demora desse gesto político, uma vez que, desde 1814, quando a corte portuguesa estava instalada no Rio de Janeiro, Paris já havia nomeado um cônsul-geral da França, o Conde de Gestas, no Brasil? “No momento em que o Brasil se tornou Reino Unido de Portugal e Algarves, a França monarquista enviou um representante que ficou alguns meses apenas para marcar, simbolicamente, esses novos laços que a França queria estabelecer com o Brasil”, contextualiza o especialista em História do Brasil e professor da Universidade de La Rochelle. No momento da Proclamação da Independência por D. Pedro, o contexto era outro, após o retorno de D. João VI a Lisboa. França foi 3° país europeu a reconhecer o Brasil Países republicanos do continente americano foram os primeiros a reconhecer a nação brasileira. A Argentina o fez em 1823 e os Estados Unidos em 1824. “Estamos em plena doutrina Monroe, da América para os americanos”, lembra Laurent Vidal. Os países da Europa monarquista demoraram porque aguardaram que Portugal negociasse e reconhecesse a independência de sua ex-colônia. Após a Inglaterra, que mediou o tratado entre Rio de Janeiro e Lisboa, a França foi o terceiro país europeu a reconhecer a soberania do Brasil. O reconhecimento francês foi oficializado em janeiro de 1826 com a assinatura do Tratado de Amizade, Navegação e Comércio entre Dom Pedro I, imperador do Brasil, e Carlos X, rei da França. Em seguida, iniciou-se a construção de uma relação bilateral que foi “um pouco tumultuada” e “complexa”, principalmente no século 19, até a assinatura do tratado que definiu a contestada fronteira entre a Guiana Francesa e o Brasil, em 1900. “A tensão entre França e Brasil em relação à Guiana se estendeu ao longo do século 19 e até o início do século 20. Essa tensão ainda persiste, pois não podemos esquecer que a maior fronteira da França com um país estrangeiro é com o Brasil, na Guiana. E sempre houve, tanto do lado francês quanto do brasileiro, uma dificuldade em assumir essa separação”, avalia Vidal. Recentemente, divergências entre os presidentes Macron e Jair Bolsonaro frearam bruscamente as relações bilaterais, reaquecidas com a volta de Lula ao poder.  Primeira embaixada francesa no Rio A primeira embaixada da França no Brasil só foi instituída em 1918. Antes disso, a representação diplomática francesa era exercida por ministros plenipotenciários. A história dessa relação bilateral é ilustrada pelos raros vestígios concretos deixados pela residência diplomática da França no Rio de Janeiro, então capital do Brasil, tema de uma pesquisa recente de Laurent Vidal, publicada na Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro. O historiador revela que “apenas em 1934 a França comprou uma residência para ser sua embaixada no Rio. Até então, alugava locais totalmente diferentes, ao contrário de muitos países que tinham uma sede importante e reconhecida”. Essa primeira embaixada própria, que ficava na Praia do Flamengo, foi destruída, e hoje, dessa história da presença diplomática francesa no Rio, resta apenas a Maison de France, rebatizada como Casa da Europa, no centro da cidade. “A Maison de France foi inaugurada em 1956, já durante o governo de Juscelino Kubitschek, que havia decidido pela mudança da capital para Brasília. Ou seja, quando a Maison de France é inaugurada, ela já vive suas últimas horas como representação diplomática”, salienta Vidal. Influência cultural e exotismo De qualquer forma, a influência cultural francesa no Brasil é inegável. O Brasil também influenciou culturalmente a França, mas as chaves de leitura foram diferentes em cada país. Segundo Vidal, a presença cultural do Brasil na França, na maioria das vezes, foi vista a partir de uma chave de leitura baseada no exotismo. Essa chave do exotismo é o que diferencia a influência cultural da França no Brasil. O Brasil recebeu essa influência cultural imaginando que iria “mamar o leite da civilização”, enquanto a França imaginava que iria “mamar o leite do exotismo”, de certa maneira. Os clichês marcaram — e ainda marcam — as trocas culturais entre os dois países. A atual Temporada Cultural Cruzada França-Brasil poderia renovar esse olhar e ir além das habituais comemorações da amizade franco-brasileira, ao propor novas chaves de leitura, como as questões de gênero, ancestralidade, clima e democracia, conclui o historiador. Leia tambémPesquisadora lança livro sobre influência do Brasil na música francesa do século 19

Irmãos Dias Podcast
INVESTIDOR SARDINHA: POLÍTICA, ECONOMIA E INVESTIMENTOS | Irmãos Dias Podcast #222

Irmãos Dias Podcast

Play Episode Listen Later Nov 1, 2025 103:13


Raul Sena (Investidor Sardinha) investe desde 2012 e neste episódio falaremos sobre política, economia e os melhores investimentos.O Plano da Independência Financeira: https://irmaosdias.com.br/independenc...Investidor 10Tudo que o investidor precisa em um só lugar:https://investidor10.com.br/click/100...~~~~~~~~Abra uma conta na Coinbase, compre Cripto e receba um bônus de boas-vindas de R$20 em Bitcoin:https://coinbase-consumer.sjv.io/c/63...~~~~~~~~ANFITRIÕES:André Dias Carol DiasConvidados:Raul Sena ‪@investidorsardinha‬

Vida em França
Ao encontro de artistas e galerias que promovem arte africana no salão AKAA

Vida em França

Play Episode Listen Later Oct 29, 2025 17:20


No final da semana passada decorreu em Paris a décima edição do salão de arte africana AKAA, Also Known As Africa, uma mostra reunindo galerias de várias partes com um foco sobre a criação vinda do continente africano e da diáspora. Nesta feira cuja organização coincidiu com a Basel Paris, uma mostra internacional que transforma por alguns dias Paris no maior museu do mundo, estiveram duas galerias baseadas em Portugal que apresentaram grandes nomes ou figuras emergentes das artes plásticas dos países de África Lusófona. A RFI falou com os responsáveis dessas duas galerias, Janire Bilbao e Carlos Cabral Nunes, mas igualmente com dois artistas, Renée Gagnon, artista luso-canadiana conhecida designadamente por uma série de fotografias que fez nos musseques de Luanda no final dos anos 70 e ainda o guineense radicado aqui em Paris, Nú Barreto, que já ouviram nas nossas antenas por ser também um dos organizadores da bienal de Bissau. Foi com ele que decidimos abrir a nossa visita deste salão, de olhos postos sobre uma das obras que apresentou nesta que não foi a sua primeira participação no certame. O artista guineense propôs designadamente um grande painel em forma de bandeira americana feita de retalhos, com as cores do continente africano, amarelo, vermelho, verde e estrelas negras caídas no chão. Os "Estados Desunidos de África". "Acho que o comparativo com a bandeira americana terá um pé bastante curto, porque é uma metáfora. Eu fui recuperar a bandeira americana porque é a América e os Estados Unidos da América. O essencial na União aqui é os 'Estados Desunidos da África'. E então o que me interessava era recuperar esse simbolismo da dimensão, porque achei que também que a África tem uma dimensão superior aos Estados Unidos, estamos a falar em termos de superfícies. Mas se reparar, as cores foram invertidas. Porquê? Eu inverti porque eu estou a falar do continente africano. Daí, fui buscar as cores mais utilizadas nas bandeiras das nações africanas. Verde, amarelo, vermelho e preto. Usamos sempre preto. Eu uso as estrelas de cores pretas nesse trabalho. Daí que para esse comparativo entre os Estados Unidos e esta bandeira é só isto. O resto é uma forma de questionamento que eu, enquanto artista, faço, vou abordando diferentes temáticas e em cada bandeira que eu vou criando", esclarece. O verde, o amarelo, o vermelho são também as cores dominantes colocadas por cima das fotografias a preto e branco que Renée Gagnon tirou há cinquenta anos nos nos bairros da lata da capital angolana, em plena guerra civil. A história por detrás de uma obra de arte pode ser ela também um autêntico romance. "Eu fui acompanhar um amigo meu, um belo português, que ia montar uma agência de publicidade em Luanda e eu também estava interessada no tipo de construção dos musseques que são os 'bidonvilles' de Luanda. O interesse destas casas precárias é que elas são feitas de restos de embalagem de caixas e queria mostrar que, mesmo assim, são bonitas. Há uma vontade das pessoas que constroem, de fazer uma casa bonita. E então comecei a circular nos musseques, a ver como é que era. Com a Guerra da Independência, recebi uma bolsa da Fundação Gulbenkian para ir fotografar os musseques, porque havia incêndios e tinham medo que os musseques acabassem por desaparecer da cidade. E eu, como era uma coisa histórica, queria muito fixar isso do ponto de vista sociológico e do ponto de vista artístico", começa por recordar a artista. "Tinha pedido um Jipe para chegar às portas dos musseques porque havia esse combate dentro dos musseques e um guarda com uma arma no bolso, escondida, vestido à paisana para me mostrar os caminhos que eu podia tomar. Então fui ver e falar com as pessoas e fui muito bem recebida. As pessoas diziam 'vem fotografar a minha casa. A minha casa é bonita'. E então estava muito entusiasmada. Eu trabalhava das oito horas da manhã até ao pôr-do-sol. E agora, 50 anos depois, eu retomei estas fotografias que estavam inéditas, decidindo trabalhar sobre elas. E fiz para este salão e fiz fotografias pintadas porque lá na África não há cor, o sol come tudo e então as cores que eu pus em cima das fotografias a preto e branco são minhas cores", conta ainda a fotógrafa que refere não ter mais regressado a Angola desde essa época. "Estava muito triste com a guerra", explica a artista que todavia revela que em breve, no próximo mês de Fevereiro, volta pela primeira vez a Luanda para apresentar as suas fotografias. Renée Gagnon, fez parte, juntamente com o pintor moçambicano Ernesto Shikhani ou ainda a ceramista, também ela de Moçambique, Reinata Sadimba, dos artistas cujas obras foram colocadas em destaque neste salão pela Perve Galeria, um espaço no coração de Lisboa, que tem trabalhado para dar a conhecer o fervilhar da criação artística dos países de África Lusófona. Entrevistado pela RFI, o director desta estrutura, Carlos Cabral Nunes, uma presença assídua do salão, lamenta que a arte de África Lusófona não seja mais conhecida e que as instituições culturais em Portugal não demonstrem mais interesse. "Há ainda muito a fazer e eu penso que isso é uma responsabilidade também nossa. Quando digo nossa, é em Portugal, porque é o país da União Europeia que de facto tem uma possibilidade de ajudar nesse processo de internacionalização, desde logo dos mestres de língua portuguesa em África e, por essa via, depois também chegar às novas gerações e dar, no fundo, esse apoio para uma certa continuação de um discurso que é um discurso com uma matriz cultural própria", diz o galerista. "Por exemplo, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, no Chiado, presumo que não tenha nada relativo a estes grandes mestres de língua portuguesa. A própria colecção do Estado português também tem uma escassez tremenda. O próprio Museu Berardo, a Colecção Berardo, não. E por aí fora. Quer dizer, há excepções, a própria Gulbenkian, também tem muito pouca coisa. E, portanto, há aí uma grande lacuna", observa Carlos Cabral Nunes. "Posso dar um exemplo muito recente, uma das obras mais impactantes que apresentámos na Frieze Masters, em Londres, que foi destacada na feira pelo Observer, pelo Monde, pelo quotidiano de arte, etc. O embaixador de Portugal em Londres perguntou-me 'mas esta obra, porque é que não fica em Portugal?' E eu disse 'Eu por mim até estava disposto a fazer um preço especial'. Mas não posso andar a bater às portas, a pedir para ficarem com a obra. E é óbvio que é uma obra que de repente entra num circuito internacional e tem uma série de museus de várias partes interessadas na sua aquisição. E nós queremos, de facto, que as obras cheguem ao público desde logo. Continuamos muito presos, infelizmente, àquela noção que eu gostava que já tivesse morrido há muitos anos, do 'Orgulhosamente Sós'", conclui. Também presente no salão, a Movart Gallery dá igualmente destaque aos nomes já conhecidos ou ainda por descobrir da África Lusófona, como o mestre angolano António Olé ou o fotógrafo moçambicano Mário Macilau, cuja foto a preto e branco estilizada de uma mulher foi a "capa" do visual da mostra. A responsável desta galeria considera que subsiste muito por fazer na divulgação do trabalho dos artistas de África Lusófona. "Ainda é um bocadinho desconhecida por aí. A nossa missão é importante, de dar a conhecer e contar estas histórias para todo o mundo", considera a galerista para quem se "está no início de um grande caminho que ainda há a percorrer". Janire Bilbao não deixa contudo de apontar que "muitas vezes parece um pouco constrangedor, porque é um nicho muito pequeno e às vezes é preciso mais apoio das instituições". A fechar a nossa visita pelo salão AKAA, voltamos a ouvir Nú Barreto, não só na qualidade de artista mas também de curador de eventos culturais que tal como Janire Bilbao e Carlos Cabral Nunes, julga que ainda há muito caminho a percorrer para valorizar a criação africana, em primeiro lugar no próprio continente. "Os africanos sempre criaram. Essa criação sempre foi acompanhada e desenvolvida. E continua a ser. Agora, o que acontece é uma escassez em termos de promoção, em termos de divulgação dessas sabedorias e a própria forma de tentarem conter essa criação, esse dinamismo todo criativo que existe para que possa ser desenvolvido e o continente possa usufruir desses valores todos. Infelizmente, o desequilíbrio do continente, as formas de fazerem no continente, em certos países ou na maioria dos países, faz com que esses valores tenham tendência a se exportarem e ficarem fora, onde vão brilhar lá fora. No meu caso, o meu país não tem nada estruturado. Não existe uma política cultural no meu país para que as coisas possam funcionar como deveriam ser", aponta Nú Barreto. "Há países que estão a sair aos poucos. Benim, Costa do Marfim, África do Sul. É um caso um pouco particular. Gana, Nigéria. Estão a sair aos poucos. Estão a propor coisas bastante interessantes em termos do desenvolvimento cultural, de promoção da cultura dentro do próprio país. Sentia-me muito feliz que muitos países tentassem encontrar, em conformidade com as suas realidades, a forma de proporcionar mais, de apoiar mais a cultura, porque ninguém vive sem cultura", conclui o artista guineense. Eis mais algumas imagens apanhadas no salão AKAA:

Esportes
No ano do cinquentenário da independência, Cabo Verde garante vaga na Copa do Mundo

Esportes

Play Episode Listen Later Oct 26, 2025 7:08


O ano de 2025 estará para sempre no coração do povo de Cabo Verde. Além da celebração dos 50 anos da independência do arquipélago africano, a seleção de futebol do país garantiu pela primeira vez na sua história uma vaga para uma Copa do Mundo. Cabo Verde, o ponto mais ocidental da África localizado a quase 600 quilômetros da costa oeste do continente, será uma das três seleções estreantes classificadas até esse momento para a Copa de 2026, ao lado de Jordânia e Uzbequistão. Marcio Arruda e Ligia Anjos, da RFI em Paris Depois de garantir uma vaga para a seleção cabo-verdiana na Copa do Mundo de 2026 na última Data Fifa, o técnico Pedro Leitão Brito, conhecido desde a época de jogador como Bubista, falou sobre a celebração da conquista da vaga para o Mundial na época em que o país comemora o cinquentenário da independência. O treinador também contou como transformou seu grupo em uma seleção vitoriosa. "Por sermos um país pequeno, precisamos ter a ideia de que se o jogador trabalhar duro e tiver resiliência, terá condições de chegar a patamares superiores. A nossa equipe ultrapassou obstáculos para conseguir a classificação para a Copa", disse o técnico. "No início, havia muita desconfiança, mas, com o passar do tempo, fomos ficando cada vez mais unidos. Sempre tivemos o objetivo da classificação e trabalhamos em cima disso. Todo mundo fez a sua parte. Mas não é uma conquista individual; é uma classificação desse grupo, da seleção e da torcida. O povo cabo-verdiano está extremamente feliz com essa classificação, até porque estamos comemorando os 50 anos da nossa independência; então, juntou tudo para que fosse uma grande festa", contou. Estrangeiros de Cabo Verde A seleção comandada por Bubista mescla experiência, com o goleiro Vozinha de 39 anos, e juventude, com o artilheiro Livramento, de 24 anos. Também conta com muitos jogadores nascidos fora de Cabo Verde, como os franceses Willy Semedo e Logan Costa, os portugueses Bruno Varela e Telmo Arcanjo e os holandeses Deroy Duarte e Dailon Livramento. Cabo Verde teve uma campanha com sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota, eliminando os favoritos Camarões e Angola no grupo D das eliminatórias africanas. Nos cinco jogos que disputou em casa, a equipe não tomou gol. Mesmo tendo se classificado em primeiro no grupo, o técnico Bubista destacou a importância do aumento do número de vagas para a próxima Copa do Mundo, que passará de 32 para 48 seleções. "A meu ver, o aumento do número de seleções na Copa do Mundo é um alívio grande para as seleções da África. Antigamente, você passava em primeiro lugar no grupo e ainda tinha de jogar um playoff extremamente difícil. Com o aumento no número de vagas, você consegue o primeiro lugar do grupo e garante a classificação. Isso estimula países a fazer mais investimentos em suas seleções", explicou o treinador. África do Sul, Argélia, Costa do Marfim, Egito, Gana, Tunísia – que vai enfrentar o Brasil em amistoso no mês que vem em Lille, na França –, Marrocos e Senegal, além de Cabo Verde, são as seleções africanas que já garantiram vagas na Copa do Mundo de 2026. Leia tambémOfensivo, Brasil de Ancelotti goleia a Coreia do Sul por 5 a 0, ganha elogios e empolga A África ainda pode ter mais uma seleção no Mundial do próximo ano. Camarões, República Democrática do Congo, Nigéria e Gabão disputam em novembro, no Marrocos, uma vaga na repescagem. “É uma satisfação grande para mim e para o continente ter nove seleções numa Copa. E ainda temos a possibilidade de ter mais uma”, disse. Com nove ou dez seleções, os africanos podem surpreender no Mundial. Perguntado se os tubarões azuis, como a seleção de Cabo Verde é conhecida, vão longe na Copa, o técnico tratou de calçar as sandálias da humildade e chutar a responsabilidade para outras equipes. “Nossa seleção ainda está em formação, mas a África estará bem representada. Há excelentes equipes aqui no continente com condições de jogar de igual para igual ou até mesmo superar qualquer adversário do mundo. Obviamente, sabemos das dificuldades, mas os obstáculos são feitos para serem ultrapassados”, disse. “Todas essas equipes têm jogadores que disputam as melhores competições na Europa, Ásia e América e eles não devem ter receio algum. É só ter confiança e coragem para trabalhar pelos objetivos", completou. Mas o treinador de Cabo Verde reconhece que não será fácil enfrentar seleções da primeira prateleira do futebol mundial. De acordo com o técnico, Cabo Verde pretende deixar a festa de lado e colocar o coração na ponta da chuteira para fazer grandes jogos na América do Norte no ano que vem. "Eu sei que o nível das outras equipes na Copa é extremamente alto. Tenho certeza de que vamos mostrar ao mundo a nossa qualidade e vamos jogar para dignificar o nosso país. Vamos fazer em todos os jogos aquilo que temos feito sempre. Nosso princípio é sempre pontuar", declarou o treinador da seleção. Cabo Verde será o segundo país menos populoso a disputar uma edição de Copa do Mundo. Com uma população de pouco mais de 500 mil habitantes, o país africano perde neste quesito apenas para a Islândia, que tem pouco mais de 300 mil habitantes e jogou a Copa de 2018, na Rússia. "Somos pequenos no mapa, mas com coração grande" Bubista, que foi zagueiro da seleção de Cabo Verde na virada do século, acredita que a classificação para a Copa do Mundo será um marco esportivo no país. O treinador, que assumiu a seleção cabo-verdiana em 2020, acha que o futuro é promissor não só no futebol, mas em outras modalidades esportivas. "Se houver um investimento sério e um trabalho criterioso, temos condições de dar cartas no mundo. Somos pequenos no mapa, mas com coração grande no mundo. Temos tido resultados bastante satisfatórios nos esportes. Temos cada vez mais condições de encontrar jovens atletas com potencial. Tem sido assim em várias modalidades, que recebem investimentos e conquistam bons resultados", opinou Bubista. A Copa do Mundo de 2026 será disputada nos Estados Unidos, México e Canadá a partir de 11 de junho. A grande final será jogada no dia 19 de julho.

Semana em África
Lista definitiva do Supremo exclui DSP das presidenciais na Guiné-Bissau

Semana em África

Play Episode Listen Later Oct 17, 2025 16:04


Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça não incluiu Domingos Simões Pereira na lista definitiva de candidatos às eleições presidenciais. Em Angola, o Presidente João Lourenço anunciou a atribuição de medalhas comemorativas dos 50 anos da Independência a Jonas Savimbi e Holden Roberto, depois de muitas críticas pela ausência destes nomes nas listas de condecorações. Em Moçambique, é o primeiro aniversário do duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe e em Cabo Verde festeja-se o apuramento para o Mundial de Futebol de 2026. Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça não incluiu Domingos Simões Pereira, principal líder da oposição, na lista definitiva de candidatos à presidência da República nas eleições gerais de 23 de Novembro. A candidatura da Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) - Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, às eleições legislativas também não foi aceite. Esta será a primeira vez que o PAIGC, histórico partido da libertação, fica de fora de uma corrida eleitoral na Guiné-Bissau. A lista definitiva das candidaturas às eleições presidenciais foi divulgada esta sexta-feira e Domingos Simões Pereira disse à RFI que “a intenção clara” é afastá-lo do escrutínio e acusou o actual Presidente Umaro Sissoco Embaló de ter “medo de o enfrentar nas urnas”. Na terça-feira, jornalistas de três rádios locais de Bissau, nomeadamente a Capital FM, foram impedidos de cobrir a conferência de imprensa do Supremo Tribunal de Justiça quando este divulgou a lista provisória das candidaturas validadas. Tiago Seide, director da capital FM, disse à RFI que não foi apresentada nenhuma justificação. Por outro lado, na segunda-feira, a Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau condenou com veemência o rapto e o espancamento de Luís Vaz Martins, antigo líder da Liga Guineense de Direitos Humanos e actual presidente da comissão de direitos humanos da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau. Em Angola, na quarta-feira, o Presidente João Lourenço anunciou, na mensagem sobre o Estado da Nação, na Assembleia Nacional, que os signatários dos Acordos de Alvor, incluindo Jonas Savimbi e Holden Roberto, os fundadores da UNITA e da FNLA, vão ser lembrados com a medalha comemorativa dos 50 anos da Independência de Angola. O gesto - disse o Presidente - é enquadrado no espírito de "perdão e reconciliação”. Esta decisão surge após muitas críticas pela ausência destes nomes nas listas de condecorações já atribuídas no âmbito dos 50 anos da independência nacional. O presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, lembrou que foi um “processo muito longo”, marcado pela rejeição na Assembleia do “reconhecimento aos pais da nação” e  “uma série imensa de não aceitações individuais de condecorações”. Além disso, Adalberto Costa Júnior sublinha que Jonas Savimbi e Holden Roberto devem ser reconhecidos “por mérito” e não por perdão. Por outro lado, Nimi A Simbi, presidente da FNLA, considerou a distinção de Holden Roberto como um reconhecimento do papel do partido “para a libertação de Angola”. Na terça-feira, Angola foi eleita membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas para o triénio 2026-2028. As autoridades angolanas referem que esta eleição resulta do “reconhecimento dos avanços institucionais e do compromisso do país com a dignidade humana”. Porém, há vozes que denunciam que "o país não respeita os direitos humanos". Esta sexta-feira, em Luanda, um grupo e defensores dos direitos humanos convocou uma vigília para apelar à libertação de activistas detidos em Julho quando se manifestavam contra o aumento do preço do combustível e dos transportes. Em Moçambique, este sábado, 18 de Outubro, marca o primeiro aniversário do duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, algo que desencadeou meses de protestos em Moçambique depois das eleições gerais de Outubro de 2024. Agora, o ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciou que, até Dezembro, estará em actividade uma fundação inspirada em Elvino Dias, conhecido como “advogado do povo”. Venâncio Mondlane responsabilizou os "esquadrões da morte" pelo duplo homicídio dos seus apoiantes. No distrito de Memba, na província costeira de Nampula, no norte de Moçambique, a população continua com medo depois dos ataques terroristas de 30 de Setembro e 3 Outubro, contou o administrador do distrito, Manuel Cintura.  Em Cabo Verde, segunda-feira foi dia de festa com o apuramento inédito da selecção para o Mundial de Futebol. Os Tubarões Azuis venceram o Essuatíni por três a zero no Estádio Nacional, na cidade da Praia. O selecionador cabo-verdiano, Pedro Leitão Brito, connhecido por “Bubista”, descreveu a união entre jogadores como factor essencial para o apuramento. Em São Tomé e Príncipe, o grupo HBD do empresário Mark Shuttleworth anunciou que vai suspender o seu  investimento na ilha do Príncipe. Os governos central e regional mostraram vontade de reverter a situação. Em Madagáscar, esta sexta-feira tomou posse como Presidente o coronel Michael Randrianirina, comandante de uma unidade de elite, três dias depois de ter anunciado que as forças armadas locais iam tomar conta do país e após três semanas de protestos contra o governo. O golpe militar foi condenado pelas Nações Unidas e levou à exclusão provisória de Madagáscar da União Africana. O presidente deposto, Andry Rajoelina, está em paradeiro desconhecido, após ter fugido da ilha por temer pela própria vida durante a rebelião. Porém, o coronel Michael Randrianirina rejeita falar em golpe de Estado. O líder da oposição queniana, Raila Odinga, morreu na quarta-feira, aos 80 anos, na Índia, onde recebia cuidados médicos. Odinga marcou profundamente a história política do Quénia. Foi várias vezes candidato à presidência e foi primeiro-ministro entre 2008 e 2013. No funeral de Estado, esta sexta-feira, dezenas de pessoas ficaram feridas num movimento de pânico, um dia depois de três pessoas terem morrido quando as forças de segurança abriram fogo contra um estádio onde decorria uma homenagem a Raila Odinga.

ECO Insider
Vamos ter um falcão no Banco de Portugal?

ECO Insider

Play Episode Listen Later Sep 19, 2025 47:35


O Banco de Portugal tinha uma 'pomba', e agora vai ter um 'falcão'. O governador indigitado, Álvaro Santos Pereira, foi ao Parlamento prestar contas do que quer fazer e, sem ambiguidades, disse o que vai. Independência "até ao limite", e deixou umas quantas lições (para quem as quiser apanhar). Mas neste O Mistério das Finanças também se falou de futebol.

Fernando Ulrich
A independência do Fed está comprometida

Fernando Ulrich

Play Episode Listen Later Sep 12, 2025 25:24


Será que Trump pode realmente mudar o rumo do Federal Reserve e derrubar os juros à força? Esse é o pano de fundo do debate aceso em Washington, impulsionado por um artigo contundente do secretário do Tesouro, Scott Bessent, que acusa o Fed de se desviar de sua missão, alimentar desigualdade e se tornar refém de seus próprios erros. Neste vídeo, mergulhamos nessas críticas, revisitamos as consequências das políticas não convencionais desde 2008 e discutimos o que pode estar por vir: reformas no Banco Central americano, riscos de conflitos de interesse e impactos diretos para os mercados e para a economia dos Estados Unidos.

O Assunto
A metamorfose de Tarcísio de Freitas

O Assunto

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 31:41


Convidada: Andréia Sadi, apresentadora da GloboNews e colunista do g1. No 7 de setembro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro foram às ruas em várias capitais do país pedir a anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro de 2021 e atacar o Judiciário. Às vésperas de a 1ª Turma do STF retomar o julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, a data que comemora a Independência do Brasil teve atos políticos da direita e da esquerda. E um discurso ganhou protagonismo: o de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo. Na Avenida Paulista, Tarcísio pressionou o presidente da Câmara, Hugo Motta, a pautar a anistia. E fez críticas a Alexandre de Moraes, ao dizer que “ninguém mais aguenta a tirania” do ministro. Dentro do Supremo, a fala do governador de São Paulo provocou a reação de Gilmar Mendes e do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso. Nesta segunda-feira (8), Barroso afirmou que o julgamento de Bolsonaro é “sobre provas, não disputa política ou ideológica”. Neste episódio, Natuza Nery conversa com Andréia Sadi, apresentadora da GloboNews e colunista do g1. Juntas, elas avaliam a mudança de tom de Tarcísio e a escalada dos ataques feitos por ele ao Judiciário. Andréia relata qual foi a reação ao discurso do governador de São Paulo dentro do Supremo, a situação dele após o 7 de Setembro e como os atos de apoiadores de Bolsonaro foram recebidos dentro do governo.

História FM
212 Guerra da Independência: os conflitos após o sete de setembro

História FM

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 114:33


A Independência do Brasil não se limitou ao ato simbólico do 7 de setembro de 1822, mas envolveu uma guerra que se estendeu até 1824, marcada por combates navais e terrestres em diferentes regiões do território. Mais do que um confronto entre brasileiros e portugueses, o conflito revelou divisões internas, projetos políticos em disputa e profundas hierarquias sociais que definiam quem podia ou não ser reconhecido como parte da cidadania. A repressão às resistências portuguesas incluiu medidas econômicas, diplomáticas e militares, com recrutamento de tropas, contratação de mercenários e guerra de corso. Convidamos Hélio Franchini Neto para discutir os aspectos militares, políticos e sociais da Guerra da Independência e como ela moldou os rumos do Brasil recém-criado.Adquira o curso História: da pesquisa à escrita por apenas R$ 49,90 ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠CLICANDO AQUI⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Adquira o curso A Operação Historiográfica para Michel de Certeau por apenas R$ 24,90 ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠CLICANDO AQUI⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Adquira o curso O ofício do historiador para Marc Bloch por apenas R$ 29,90 ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠CLICANDO AQUI⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Colabore com nosso trabalho em ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠apoia.se/obrigahistoria⁠Mês do cliente! Com nosso cupom e os descontos do site seu desconto pode chegar a até 50%! Use o cupom HISTORIAFM para 15% de desconto, ou acesse o site pelo link https://creators.insiderstore.com.br/HISTORIAFM #insiderstore

O Antagonista
Cortes do Papo - As meias-verdades de Barroso e Gilmar

O Antagonista

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 9:06


O ministro Gilmar Mendes, do STF, publicou uma mensagem no X em reação à manifestação bolsonarista de domingo, 7 de setembro:“No Dia da Independência, é oportuno reiterar que a verdadeira liberdade não nasce de ataques às instituições, mas do seu fortalecimento. Não há no Brasil “ditadura da toga”, tampouco ministros agindo como tiranos. O STF tem cumprido seu papel de guardião da Constituição e do Estado de Direito, impedindo retrocessos e preservando as garantias fundamentais.[...] O que o Brasil realmente não aguenta mais são as sucessivas tentativas de golpe que, ao longo de sua história, ameaçaram a democracia e a liberdade do povo. É fundamental que se reafirme: crimes contra o Estado Democrático de Direito são insuscetíveis de perdão! Cabe às instituições puni-los com rigor e garantir que jamais se repitam”. Quem também reagiu à manifestação bolsonarista foi o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que afirmou o seguinte em nota: “Não gosto de ser comentarista do fato político do dia e estou aguardando o julgamento para me pronunciar em nome do Supremo Tribunal Federal. A hora para fazê-lo é após o exame da acusação, da defesa e apresentação das provas, para se saber quem é inocente e quem é culpado.Processo penal é prova, não disputa política ou ideológica [...].”Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

SBS Portuguese - SBS em Português
Notícias da Austrália e do Mundo | Segunda-feira 8 de setembro

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 9:10


A "assassina dos cogumelos" Erin Patterson é condenada à prisão perpétua. Governo inicia consulta pública para tornar lei que obriga companhias aéreas e reembolsar passageiros em voos atrasados. Em Portugal, Carlos Moedas sob pressão sobre suposta resonsabilidade na tragédia do Elevador da Glória. No Brasil, manifestantes pró e contra Bolsonaro vão às ruas no Dia da Independência.

Um Passeio pela História | Com Milton Teixeira

Milton Teixeira fala sobre o desfile de Independência de 1828 que entrou para a história por conta de um escândalo.

independ desfile milton teixeira
Um Passeio pela História | Com Milton Teixeira

Na coluna desta semana, o professor Milton Teixeira fala sobre o escandaloso desfile da Independência de 1828, quando um major alemão exibiu publicamente a bandeira do Brasil junto às ligas de sua amante.

brasil independ milton teixeira
TV 247
Bom dia 247 - Lula defende soberania nacional no Dia da Independência 7_9_25

TV 247

Play Episode Listen Later Sep 7, 2025 125:32


Bom dia 247 - Lula defende soberania nacional no Dia da Independência 7_9_25 by TV 247

biblecast.net.br - A Fé vem pelo Ouvir

Por Pr. Wander Gomes. | Ezequiel 22:23-31 | https://bbcst.net/R9381N

biblecast.net.br - A Fé vem pelo Ouvir

Por Pr. Wander Gomes. | Isaías 1:1-20 | https://bbcst.net/R9381M

Jornal da Manhã
Jornal da Manhã - 07/09/2025 - Cobertura Especial do 7 de Setembro

Jornal da Manhã

Play Episode Listen Later Sep 7, 2025 211:49


Confira os destaques do Jornal da Manhã deste domingo (07): A Jovem Pan acompanhou os desfiles em comemoração ao feriado da Independência do Brasil, em Brasília. A celebração começou às 9h e contou com a participação do presidente Lula, além de presenças como Geraldo Alckmin, Hugo Motta, Rui Costa, Ricardo Lewandowski e Marina Silva. O tema central da cerimônia de 2025 foi “Brasil Soberano”. Reportagem: Victória Abel. Comentários: Deysi Cioccari e José Maria Trindade. Em São Paulo, as comemorações tiveram início com a apresentação da banda da Polícia Militar e a participação de crianças de uma escola municipal. O evento reuniu mais de 5 mil pessoas neste domingo. Reportagem de Misael Mainetti e Laylla Fiore. Em Minas Gerais, o governador Romeu Zema participou do desfile em Belo Horizonte e, em seguida, seguiu viagem para São Paulo. Já no Rio de Janeiro, o centro da cidade foi palco de uma tradicional cerimônia cívico-militar, enquanto em Copacabana ocorreu um ato de solidariedade ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Reportagem de Rodrigo Costa e Rodrigo Viga. Essas e outras notícias você acompanha nesta edição do Jornal da Manhã. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Igreja do Recreio
Independência (2)

Igreja do Recreio

Play Episode Listen Later Sep 7, 2025 49:09


Por Pr. Wander Gomes. | Ezequiel 22:23-31 | https://bbcst.net/R9381N

Igreja do Recreio
Independência (1)

Igreja do Recreio

Play Episode Listen Later Sep 7, 2025 72:05


Por Pr. Wander Gomes. | Isaías 1:1-20 | https://bbcst.net/R9381M

Jornal da Manhã
Jornal da Manhã - 06/09/2025 - Alckmin chama anistia de retrocesso / 7 de Setembro terá manifestações

Jornal da Manhã

Play Episode Listen Later Sep 6, 2025 242:23


Confira os destaques do Jornal da Manhã deste sábado (06): O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB-SP) classificou o projeto de anistia em discussão no Congresso Nacional como um “golpe de marcha a ré”. Segundo ele, a medida representaria um retrocesso para a democracia e para o sistema de justiça do país. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) gravou um pronunciamento oficial e deve participar do tradicional desfile cívico-militar em Brasília, em celebração ao Dia da Independência. A data, além das cerimônias oficiais, também é marcada por manifestações populares em várias cidades do país. Essas e outras notícias você acompanha nesta edição do Jornal da Manhã. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

O Antagonista
Cortes do Papo - 7 de setembro: o oportunismo lulista e bolsonarista

O Antagonista

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 15:18


Às vésperas do 7 de setembro, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou em suas redes sociais que “a história já mostrou que a anistia e o perdão são os melhores remédios para pacificar o país”. Assim como Lula e os apoiadores de Jair Bolsonaro, o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) também vai tirar sua casquinha do feriado de 7 de Setembro, no domingo.Em vídeo publicado em suas redes sociais, Boulos convocou seus seguidores para uma manifestação na Praça da República, em São Paulo. O deputado chamou o evento de “ato dos verdadeiros patriotas do Dia da Independência”.Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

O Antagonista
Cortes do Papo - A propaganda do governo Lula no 7 de setembro

O Antagonista

Play Episode Listen Later Sep 2, 2025 9:59


O governo Lula pretende usar o desfile de 7 de setembro, em Brasília, para fazer propagandas de projetos sociais, da COP30 e do novo slogan criado pelo ministro da Secom (Secom), Sidônio Palmeira. De acordo com a própria Secom, a cerimônia de comemoração da Independência do Brasil terá como tema central “Brasil Soberano”.Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br 

O Antagonista
Cortes do Papo - Alexandre de Moraes “garante” independência do Judiciário?

O Antagonista

Play Episode Listen Later Aug 25, 2025 22:49


O ministro Alexandre de Moraes, do STF, divergiu do colega André Mendonça a respeito da autocontenção do Judiciário. Mendonça afirmou na sexta-feira, 22,, durante evento do Lide no Rio, que “o bom juiz tem que ser reconhecido pelo respeito, não pelo medo”. Horas depois da declaração, no mesmo evento, Moraes associou a autocontenção a autocracias e afirmou que um “Judiciário vassalo e covarde não é independente”.Felipe Moura Brasil, Duda Teixeira e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do   dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores.     Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade.     Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade.     Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h.    Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista  https://bit.ly/papoantagonista  Siga O Antagonista no X:  https://x.com/o_antagonista   Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais.  https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344  Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br