Universo Literário

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Um minipodcast sobre literatura e cultura em pílulas de 5 minutos sobre a cultura, suas curiosidades e seu impacto em nosso cotidiano.Baseado na minha coluna semanal da CBN Amazônia 98.5 MHz que vai ao ar todas às segundas e terças-feiras.

Edkallenn


    • Jul 19, 2022 LATEST EPISODE
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    Tom Clancy, um midas na literatura, no ciname e nos videogames

    Play Episode Listen Later Jul 19, 2022 4:15


    TEMA: Tom Clancy, um midas na literatura, no ciname e nos videogames============================Estes tempos estranhos e inéditos de isolamento social (cada vez mais importante pela escalada da Covid no Brasil), nos leva a ter, de fato, um tempo livre a mais. Há muitas coisas e hábitos que podemos exercitar nesse período. Sem dúvida, um dos que intelectualmente mais nos engrandecem é a leitura. O brasileiro, contudo, lê pouco. Em média, somente dois livros por ano, o que é uma das menores médias do mundo. Nessa época de pandemia, diversos países do mundo viram um aumento na venda de livros.Reino Unido, Itália e Espanha são exemplos de países em que as vendas de livros aumentaram durante a pandemia. No Brasil, infelizmente, o cenário não é o mesmo. Segundo dados do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, houve uma queda de 4% no ano passado e que tende a ser ainda maior este ano.Para tentar mudar um pouco este quadro e incentivar você, ouvinte, a se deliciar nos prazeres da leitura a coluna apresenta, esta semana, um campeão de vendas, um best-seller tanto de livros quanto de filmes e até de videogames. Falamos de Tom Clancy que faria aniversário de nascimento neste dia 12 de abril e é um dos escritores com mais livros vendidos no mundo inteiro. Thomas Leo Clancy Jr nasceu em 12 de abril de 1947, na cidade de Baltimore, Maryland – Estados Unidos. Frequentou a Universidade de Loyola, em Baltimore, onde estudou literatura inglesa. Ainda na universidade, Clancy se candidatou para trabalhar no Corpo de Treinamento de Oficiais da Reserva do Exército, no entanto por problemas de visão, a deficiência o tornou inelegível. Trabalhou também para uma companhia de seguros antes de entrar de vez no mundo literário em 1982 quando iniciou a escrever o romance “The Hunt For Red October” ( A Caçada ao Outubro Vermelho), que foi concluído em 1984. O livro introduziu o personagem fictício de Jack Ryan e foi um sucesso mundial de vendas e deu origem ao filme homônimo. Clancy é considerado o inventor do "techno-thriller", um gênero híbrido literário que funde ação e aventura militar, ficção de espionagem e ficção científica com realismo social, incluindo uma quantidade desproporcionada de detalhes técnicos. Dezessete dos seus romances foram sucessos de venda e venderam mais de 100 milhões de cópias impressas. Clancy era um dos autores mais adaptados para o cinema — onde suas histórias, inspiradas pelo contexto da Guerra Fria, repetiam o sucesso que já faziam nas livrarias. São de sua auroria vários livros que se tornaram filme como o já citado "caçada ao outubro vermelho", além de "A soma de todos os medos", "jogos patrióticos", "perigo real e imediato" e "dívida de honra" e outros com o personagem Jack Ryan. Clancy não parou suas adaptações no mundo do cinema. Em 1996, o autor montou uma empresa de videogames, comprada mais tarde pela Ubisoft Entertainment. Entre os jogos de maior sucesso baseados na obra de Clancy estão "Rainbow six", uma série que já teve mais de 20 títulos desde 1998; "Ghost-recon", desde 2001; e "Splinter cell", que já rendeu vários lançamentos desde 2002. Tom Clancy morreu em 2013, mas seu legado continua vivo seja em filmes, livros ou videogames. Conheça-o e se encante.

    E-books, os livros virtuais

    Play Episode Listen Later Jul 10, 2022 4:24


    TEMA: E-books, livros virtuais============================O tempo é, sabidamente, um recurso escasso nesses nossos dias loucos. Para qualquer pessoa hoje em dia, os muitos afazeres e as múltiplas formas de entretenimento existentes, certamente o tempo dedicado a leitura diminui bastante.A tecnologia da Informação veio com a ideia de nos poupar tempo e de forma contrária, acabou nos roubando ainda mais tempo. Mas, há algumas tecnologias que nos ajudam a ganhar tempo, como o é a que vamos falar nessa semana, os e-books, os livros virtuais.Um eBook é, basicamente, um livro eletrônico. Ele é distribuído sob a forma de arquivo eletrônico para ser acessado em computadores, tablets, smartphones ou dispositivos específicos de leitura. O eBook pode ser comercializado ou oferecido gratuitamente. Vantagens e-books:- biblioteca facilmente transportável com centenas de livros gratuitos (espaço); livros facilmente acessíveis; tamanhos de texto ajustáveis; dicionários integrados; pesquisa rápida e fácil; facilidade com notas e destaques. leitura sem luz ambiente; durabilidade; ler em qualquer lugar e em qualquer hora;livros, normalmente, mais baratos que os físicos.Desvantagens e-books: Sem troca; livros lidos nos celulares e tablets tem o problema das distrações; em celulares e tablets há também o problema da iluminação e, claro, sem bateria, sem livros; Principais formatos: Há dois formatos principais: O ePUB e o MOBI.O ePub (o MP3 dos e-Books), é um padrão livre e aberto criado pelo International Digital Publishing Forum (CICOM). É o formato oficial do Fórum Internacional de Publicações Digitais (IDPF). O outro formato é o MOBI (ou o AZW). Este formato é derivado do Mobipocket e é um formato fechado e proprietário. A dona do formato (A Amazon) o utiliza em seus dispositivos de leitura de ebooks.Principais dispositivos: Basicamente qualquer dispositivo eletrônico, seja celular, tablet, notebook ou computador aceitam os formatos citados acima.Todas principais plataformas móveis, como Android e o iOS possuem aplicativos gratuitos para a leitura dos dois formatos. No caso do Android existe o Play Livros (entre outros apps da loj+a de aplicativos). No caso do iOS há o antigo iBooks que virou apenas "Livros" nas novas versões do sistema operacional da Apple.Estes citados são para a leitura de livros em ePUB. Para o MOBI há o app do Kindle para as duas plataformas (e para computador). Ele também é gratuito.Se o leitor é voraz, como eu, pode-se partir para um dispositivo específico de leitura de ebooks (os e-readers).No Brasil, os principais são o Kindle, dispositivo da Amazon (que além do formato proprietário, MOBI, aceita, TXT, PDF e, mais recentemente, até o EPUB.E para o formato livre, ePUB há o Kobo e o Lev que são dois dispositivos que além de lerem ePUB, aceitam também diversos outros formatos de arquivos como DOC, PDF, TXT entre outros. O custo é mais alto, mas vale a pena, principalmente pela comodidade de ter um dispositivo específico e também pela tela que usa uma tecnologia diferente dos displays dos celulares e tables e não cansa a vista, podendo ser visível sob o sol ou até no escuro.Você não precisa abandonar o livro em papel mas é possível conviver com os dois mundos perfeitamente em sintonia tirando o melhor de ambos. Os leitores digitais, por exemplo, tem tradução, dicionário, pesquisa, sincronização de leitura entre diversos dispositivos, marcações, notas, enfim, praticamente tudo o que precisamos para nos deliciar por esse universo.

    Formatos dos livros digitais - 2022

    Play Episode Listen Later Jul 10, 2022 4:08


    TEMA: formatos dos livros digitais - 2022================================Eu sempre gosto de lembrar a todos que me pedem indicações de leitura ou mesmo como ler mais da praticidade dos e-books, os livros digitais, como plataforma de leitura e, por que não, popularizadores dos livros e do hábito de ler, afinal, todos temos um celular ou algum outro dispositivo digital, certo?Um eBook é, basicamente, um livro eletrônico. Ele é distribuído sob a forma de arquivo eletrônico para ser acessado em computadores, tablets, smartphones ou dispositivos específicos de leitura. O eBook pode ser comercializado ou oferecido gratuitamente.Algumas vantagens dos ebooks são: - biblioteca facilmente transportável com centenas de livros gratuitos (em pouco espaço); livros facilmente acessíveis; tamanhos de texto ajustáveis; dicionários integrados; pesquisa rápida e fácil; facilidade com notas e destaques. leitura sem luz ambiente; durabilidade; ler em qualquer lugar e em qualquer hora; livros, geralmente, mais baratos que os físicos.Há algumas desvantagens também como o problema das distrações durante a leitura (para quem lê no celular, por exemplo), da bateria e da iluminação dos celulares e tablets.Dito isto, foi citado que há alguns formatos de arquivos de ebooks que não foram comentados naquela ocasião. Hoje falaremos sobre eles.Existem DOIS formatos principais: O ePUB e o MOBI.O ePub (o MP3 dos e-Books), é um padrão livre e aberto criado pelo International Digital Publishing Forum (CICOM). O ePUB é a abreviação para Electronic Publication (Publicação Eletrônica), foi um formato que foi projetado para ter um conteúdo fluido, ou seja, a tela do texto pode ser otimizada de acordo com o dispositivo usado para leitura. É o formato oficial do Fórum Internacional de Publicações Digitais (IDPF).O outro formato é o MOBI (ou o AZW). Este formato é derivado do Mobipocket e é um formato fechado e proprietário. A dona do formato (A Amazon) o utiliza em seus dispositivos de leitura de ebooks.Existem milhões de livros em ambos os formatos. Boa parte disponibilizada de forma gratuita. Há também os dispositivos específicos de leitura, os ebook readers, mas estes deixaremos para outro programa.Mas, basicamente qualquer dispositivo eletrônico, seja celular, tablet, notebook ou computador aceitam os formatos citados acima.Todas principais plataformas móveis, como Android e o iOS possuem aplicativos gratuitos para a leitura dos dois formatos. No caso do Android existe o Play Livros (entre outros apps da loja de aplicativos). No caso do iOS há o antigo iBooks que virou apenas "Livros" nas novas versões do sistema operacional da Apple.Estes citados são para a leitura de livros em ePUB. Para o MOBI há o app do Kindle para as duas plataformas (e para computador). Ele também é gratuito. Ou seja: não há mais a desculpa de não ter tempo para leitura. Instale os apps (alguns já vem pré-instalados), baixe alguns livros gratuitos e mergulhe nesse universo composto por letras e histórias maravilhosas. Este universo feito de livros.

    Miguel de Cervantes, autor do primeiro romance moderno

    Play Episode Listen Later Oct 7, 2021 4:12


    Miguel de Cervantes, autor do primeiro romance moderno=====================O tema de nossa semana é aquele que é considerado do homem que inventou a ficção através de um dos livros mais importantes e mais influentes já escritos. O tema de nossa semana é o escritor espanhol, Cervantes que tem uma história tão interesante quanto seu livro. Miguel de Cervantes Saavedra, nasceu na Espanha, no dia 29 de setembro de 1547, provavelmente em Alcalá de Henares, filho de Rodrigo e Leonor de Cortinas, que além de Miguel, tiveram mais seis filhos. Em 1563 a família mudou-se para Sevilha, onde Miguel iniciou seus estudos em gramática e latim, aprendendo com os padres jesuítas.Em 1566, aos 19 anos, mudou-se com a família para Madri, onde viveu apenas três anos. Segundo alguns estudiosos, ele teve que deixar a cidade porque havia ferido um homem por acidente. Passou a viver em Roma, na Itália, onde fez carreira como soldado e lutou na Batalha de Lepanto, contra os turcos, em 1571. Nesse combate, foi ferido e perdeu os movimentos da mão esquerda. Segundo alguns pesquisadores, na verdade ele perdeu o braço inteiro.Na volta à Espanha, em 1575, a embarcação em que Cervantes viajava foi tomada por piratas turcos. Os bandidos o mantiveram prisioneiro durante cinco anos; só foi libertado quando sua família pagou um resgate. De volta à Espanha, trabalhou como coletor de impostos do reino. Casou-se em 1583 com Catalina de Palacios Salazar, com quem viveu apenas um ano. Antes do casamento, teve uma filha. Edita na cidade de Madri, em 1585, “La Galatea”, que foi sua primeira novela. Teve contato com grandes literatos da época, e escreveu os poemas dramáticos “Los Tratos de Argel” e “La Mumancia”.A obra mais famosa de Cervantes é Dom Quixote — o nome completo é O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha —, publicado em duas partes: a primeira em 1605 e a segunda em 1616. O livro conta a divertida história de Dom Quixote, cavaleiro ingênuo e bem-intencionado, que sai pelo mundo para combater as injustiças. Dom Quixote apronta muitas confusões e acaba sempre se dando mal.O livro é uma paródia das histórias de cavalaria, que narram os feitos heroicos dos cavaleiros. Eles enfrentam monstros, combatem exércitos inimigos e defendem os mais fracos. O livro fez tanto sucesso, que uma pessoa, fazendo uso de um nome falso, publicou uma segunda parte do romance. Por conta da revolta com tal falsificação, em 1615, Cervantes publicou sua própria segunda parte, escrevendo também diversas obras ao longo deste período. “Dom Quixote” foi traduzido em mais de 60 idiomas, e de geração em geração vem conquistando de crianças a adultos.Miguel de Cervantes, considerado um dos quatro gênios da literatura ocidental, morreu no dia 23 de abril de 1616, na cidade de Madri, Espanha. Deixando grande inspiração em diversos níveis, ultrapassando séculos. De forma que romancistas, contistas; poetas; escritores; pintores; escultores; ensaístas; cartunistas; quadrinistas; dentre outros, ainda hoje encontram em suas obras um referencial artístico.O seu trabalho é considerado entre os mais importantes em toda a literatura, e sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes). A dica é, portanto, conhecer Cervantes (e a língua de Cervantes) seja por suas obras literárias, ou pelas muitas obras que ele inspirou.

    Baudelaire e as flores da modernidade

    Play Episode Listen Later Jun 17, 2021 5:11


    TEMA: Baudelaire e as flores da modernidade===================================Nesta semana, ouvintes, ainda vivendo as restrições de movimentação e isolamento por conta da Covid-19 e sabendo das dificuldades que a quarentena nos traz, a coluna lembra do nascimento de um dos maiores escritores franceses de todos os tempos, um poeta que foi um dos precursores do simbolismo e o fundador da tradição moderna em poesia, infelizmente pouco estudado no Brasil, o poeta francês Charles Baudelaire.Charles-Pierre Baudelaire, nasceu em 9 de abril de 1821, há 199 anos, portanto, na cidade de Paris e faleceu na mesma cidade, dia 31 de agosto de 1867, com apenas 46 anos. Ele foi um poeta, teórico e crítico francês. Foi um dos precursores do movimento simbolista na França e também o fundador da poesia moderna. Ainda criança, Baudelaire perde o pai e a mãe casa-se novamente com um padrasto com que ele terá muitos problemas. A sua obra, de fato, se situa entre o romantismo e o realismo, apresentando um primeiro momento de ruptura com os padrões então aceitos e personificados, por exemplo, em Victor Hugo.A experiência poética de Baudelaire transforma, pela primeira vez, Paris em objeto de poesia lírica. Uma cidade onde se exalta uma burguesia abastada e também atravessada pelas suas figuras decadentes: a prostituta, o jogador, o moribundo, o mendigo, entre outras figuras que exprimem a degradação moral, encarnando a figura do mal, do inferno da experiência citadina e do tedium vitae, le mal du siècle.A poesia de Baudelaire é, assim, mergulhada na agitação da metrópole, além de amarga e até mesmo, cruel. A Obra prima de Baudelaire é o livro de poemas publicado em 1857, com o título, “As Flores do Mal”, com cem poemas e dividido em seções. O autor do livro é acusado, no mesmo ano, pela justiça, de ultrajar a moral pública. Os exemplares são apreendidos e uma multa foi paga. A censura ocorreu por causa de 6 poemas. O poeta aceita a sentença, escreve seus novos poemas e lança o livro novamente.Baudelaire também escreveu magníficos poemas em prosa além de críticas e sobre a teoria literária. Os chamados “poetas malditos”, Arthur Rimbaud, Paul Verlaine e Stéphane Mallarmé, sofreram enorme influência de Baudelaire. São os herdeiros franceses do poeta em mais de um sentido, constituindo o momento áureo do século XIX que rivaliza com o classicismo francês, da época de Molière, Racine e La Fontaine. Os modernos, porém, tem a vantagem de falar mais de perto conosco e com uma sensibilidade que ainda hoje nos identifica.Baudelaire é lido, comentado e influencia escritores até os dias de hoje. Devemos a Baudelaire também a difusão da obra de Edgar Allan Poe que já foi tema de nossa coluna. Baudelaire traduziu e comentou as obras do escritor americano. Nesta semana lembramos, claro que no dia 07 de abril é o dia mundial da saúde. Gostaria de encerra a coluna desejando muita saúde a todos os ouvintes, familiares, e a todas as pessoas do mundo neste momento de pandemia que passamos. Com muita fé, força, coragem e foco vamos vencer e, logo, logo, poderemos nos reunir para contar as histórias que vimos em filmes ou lemos em livros.

    José de Anchieta, padre, missionário, escritor e Santo Católico

    Play Episode Listen Later Jun 9, 2021 5:14


    José de Anchieta=============================Nesta semana de março nós lembramos os nascimentos ilustres do escritor e sociólogo pernambucano, Gilberto Freire, os poetas Mallarmé e Ovídio, o escritor Henrik Ibsen, o grande músico Johann Sebastian Bach e o filósofo Slavoj ŽižekMas nossa coluna tem o prazer de homenagear outro ilustre nascido Nesta Semana de março, o padre, missionário, escritor e Santo católico, José de Anchieta São José de Anchieta nasceu dia 19 de março de 1534, há 418 anos na ilha de Tenerife, em San Cristóbal de La Laguna, nas ilhas Canárias, na Espanha e morreu dia 9 de junho de 1597, aos 63 anos, em Iriritiba, estado do Brasil sob o império Português.Anchieta ingressou aos 17 anos na Companhia de Jesus, congregação religiosa fundada no século 16 e responsável pelo processo de evangelização na América Latina.Foi Beatificado em 1980 pelo papa João Paulo II e canonizado em 2014 pelo papa Francisco, é conhecido como o Apóstolo do Brasil, por ter sido um dos pioneiros na introdução do cristianismo no país. Em abril de 2015 foi declarado copadroeiro do Brasil pela CNBBFoi o primeiro dramaturgo, o primeiro gramático e o primeiro poeta nascido nas Ilhas Canárias. Foi o autor da primeira gramática da língua tupi, e um dos primeiros autores da literatura brasileira, para a qual compôs inúmeras peças teatrais e poemas de teor religioso e uma epopéiaÉ o patrono da cadeira de número um da Academia Brasileira de Música.José de Anchieta chegou ao Brasil com 19 anos, ansioso para trabalhar com indígenas. Em 1554, participou da fundação de São Paulo.Aprendeu a língua nativa (o tupi) e, com a ajuda de curumins (crianças índias) que exerciam o papel de tradutores, escreveu o livro "Arte de grammatica da lingoa mais usada na costa do Brasil", que ajudava outros religiosos a entender a língua indígena durante o processo de catequização do Brasil-ColôniaAo longo da vida, Anchieta ficou conhecido por sua característica de conciliador. Exerceu papel fundamental durante o conflito entre índios tamoios (ou tupinambás) e tupiniquins, chamado de Confederação dos Tamoios em meados do século XVI Na época, os tamoios, apoiados pelos franceses, se rebelaram contra os tupiniquins, que recebiam suporte dos portugueses. Para apaziguar os ânimos, Anchieta se ofereceu para ficar de refém dos tamoios na aldeia de Iperoig (onde atualmente fica Ubatuba, no litoral norte de SP), enquanto outro jesuíta, o padre Manoel da Nóbrega, seguiu para o litoral paulista para negociar a paz.Enquanto esteve "preso", a devoção de Anchieta à Virgem Maria o fez escrever na areia da praia a obra "Poema à Virgem", com quase 5 mil versos.Em 1565, entrou com Estácio de Sá na baía de Guanabara, onde estabeleceram os fundamentos do que viria a ser a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Dali, Anchieta seguiu para Salvador, onde foi ordenado sacerdote. Por ocasião dessa viagem, novamente pisou em terras capixabas. Em 1567, voltou para o Rio e para São Vicente. Nessa última, permaneceu dez anos, quando foi nomeado provincial (supervisor) dos jesuítas no Brasil.Em 1585, fundou a aldeia de Guaraparim (hoje Guarapari), no Espírito Santo. Morreu aos 63 anos em Reritiba, atual Anchieta. Os índios levaram seu corpo numa viagem de 80 quilômetros até Vitória, onde foi sepultado.Entre suas obras, destacam-se, destacam-se as Poesias redigidas em português, castelhano, latim e tupi. Os poemas envolvem tanto temas religiosos como sociais e humanitários, advindos da experiência de décadas com a população indígena. Entre esses escritos, o mais célebre é o Beata Virgine, poema dedicado à Virgem. Em 1954, na comemoração do IV centenário da cidade, os poemas de Anchieta são traduzidos e transcritos pela pesquisadora Maria de Lourdes de Paula Martins, sendo posteriormente editados e publicados. Além das poesias, destaca-se também a obra em prosa, presente nas Cartas Jesuíticas.(As famosas cartas de José de Anchieta)José de Anchieta passou à História da Colônia como exemplo de vida espiritual notável, dadas as condições adversas em que foram exercidas, destacando-se pelo zelo religioso e a sensibilidade humanaJosé de Anchieta, ouvintes, é, sem dúvida, aquele de maior e melhor produção literária do chamado quinhentismo brasileiro. Merece ser reconhecido, louvado e lembrado por todos.

    Mulheres escritoras

    Play Episode Listen Later May 26, 2021 4:33


    TEMA: Mulheres escritoras====================================Aproveitando a semana da mulher a coluna abordará as escritoras mulheres e tudo o que elas tiveram de vencer para se tornar a referência que são.A literatura é um espaço majoritariamente masculino e, obviamente, isso não acontece por que os homens tenham mais capacidade, repertório e melhores histórias para escrever do que as mulheres. Por muito tempo, o impacto de pressões socioculturais decretava que as mulheres se dedicassem exclusivamente ao lar. Portanto, uma mulher que ousasse ter uma atividade intelectual estava cometendo uma séria transgressãoAté o começo do século XX, por exemplo, as que se atrevessem a publicar livros usando seus próprios nomes eram severamente criticadas, pois estavam extrapolando o papel a elas designado.Mesmo assim, elas estiveram presente, agregando valor ao mundo da literatura, desde muito tempo. Conta-se que, provavelmente, o primeiro romance do qual se tem notícia foi escrito por uma mulher: Murasaki Shikibu, uma japonesa da classe nobre, que escreveu no ano 1007 um livro chamado “A História de Genji”.Em uma triste comparação, podemos falar de Emily Brontë, que lançou o clássico_ O Morro dos Ventos Uivantes_ em 1847, e de J.K. Rowling, que lançou o primeiro livro da série _Harry Potter_ em 1997. Com 150 anos que separam a publicação dos dois livros, as duas escritoras inglesas usaram pseudônimos masculinos para suas obras. Brontë assinava como Ellis Bell, pois na época mulheres não podiam ser escritoras e Joanne Rowling?(o K é uma homenagem a sua avó, Kathleen?), um século e meio depois, foi aconselhada por seus editores a adotar a abreviação “J. K.” por acreditarem que o público não leria o livro se soubesse que havia sido escrito por uma mulher.No entanto, assim como em todas as outras esferas sociais, na literatura as mulheres também ocupam seu espaço cada vez mais. Escritoras como Mary Shelley, Virginia Woolf, Agatha Christie, Simone de Beauvoir e Florbela Espanca abriram passagem para que, no mundo, outras também pudessem disseminar seus anseios e vivências através dos livros.No Brasil, as mulheres vêm conquistando, com muita luta, seu posto em muitos setores da sociedade, entre eles a literatura. Nísia Floresta Brasileira Augusta, nascida no Rio Grande do Norte, foi uma das primeiras mulheres a romper o espaço particular dos homens na Literatura e publicou textos em jornais. Seu livro, “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” (1932), é o primeiro a tratar dos direitos das mulheres à instrução e ao trabalho no Brasil. Outras escritoras também desafiaram o mundo literário brasileiro, como Ana Eurídice Eufrosina Barandas, considerada a primeira cronista do país; Raquel de Queiroz, primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras; Clarice Lispector, uma das escritoras brasileiras mais importantes do século XX; e Nélida Pinon, primeira mulher a ser Presidente da Academia Brasileira de Letras.É claro que ainda estamos longe do ideal, mas é notório que novas escritoras a cada dia conquistam mais espaço no mercado editorial. E nesse cenário, felizmente, ganhamos todos. Afinal, o que seria de nós, leitores, sem as obras que tratam das mais diversas e complexas questões da vida sem o olhar sensível, detalhista e perspicaz da mulher?existem muitas escritoras que ganharam (e continuam ganhando) destaque na literatura mundial, como Jane Austen, Virginia Woolf, J. K. Rowling, Agatha Christie, Hilda Hist, Stephenie Meyer, Suzanne Collins, Gillian Flynn, Veronica Roth, Cassandra Clare, Cornelia Funk, Cressida Cowell, entre outras.Que tal celebrar a semana da mulher lendo um livro escrito por uma?

    Tomás de Aquino, o homem que tornou-se santo pelas letras

    Play Episode Listen Later May 18, 2021 4:00


    TEMA: Tomás de Aquino, o homem que tornou-se santo por conta das letras====================================O tema de nossa semana é um um homem que, apenas escrevendo, foi o mais influente pensador e teólogo da idade média, tanta influência ele teve que foi considerado santo pela Igreja Católica. Até hoje é muito estudado, copiado e lido. Vamos falar de Tomás de Aquino.Tomás de Aquino nasceu em 1225, em Aquino, uma comuna italiana, no Castelo de Roccasecca e faleceu dia 7 de março de 1274, há, portanto, 746 anos. Teve uma influente e apropriada educação. Estudou na abadia de Roccasecca, no Mosteiro da Ordem de São Bento de Cassino. Mais tarde, ingressou na Universidade de Nápoles, na Cátedra “Artes Liberais”.Com apenas 19 anos, em 1244, abandona o curso e decide seguir sua vocação religiosa tornando-se dominicano, ao ingressar na Ordem dos Dominicanos, no convento Saint Jacques, em Paris. Entretanto, foi na cidade de Colônia, na Alemanha, que Aquino escreve suas primeiras obras, sendo discípulo do bispo, filósofo e teólogo alemão Santo Alberto Magno (1206 d.C-1280 d.C.), conhecido como Alberto, o grande. Mais tarde, em 1252, Tomás de Aquino retorna à Paris onde se gradua em Teologia e segue a carreira de professor. Ministrou aulas em Roma, Nápoles e outras cidades da Itália.Ele foi o mais importante proponente clássico da teologia natural e o pai do tomismo. Sua influência no pensamento ocidental é gigantesca e muito da filosofia moderna foi concebida como desenvolvimento ou oposição de suas ideias, particularmente na ética, lei natural, metafísica e teoria política.O pensamento de Tomás de Aquino reabilita a filosofia de Aristóteles, até então vista sob suspeita pela Igreja Católica. Ele mostrou ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo tomista abriu caminho para o estudo da obra do filósofo grego e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período.Ficou conhecido como Doutor Angélico, cujo trabalho de vida esteve dedicado a fé, a esperança e a caridade constituindo assim, um pregador cristão da razão e da prudência. Foi um dos defensores da Escolástica, método dialético que pretendia unir a fé a razão em prol do crescimento humano. Uma de suas maiores obras, Summa Theologica, é o maior exemplo da Escolástica, na qual apresenta relações entre a ciência, razão, filosofia, fé e teologia.Ele escreveu mais de 60 obras. As obras principais de Tomás são a "Suma Teológica" (em latim: Summa Theologiae) e a "Suma contra os Gentios" (Summa contra Gentiles). Seus comentários sobre as Escrituras e sobre Aristóteles também são parte importante de seu corpus literário. Além disso, Tomás se distingue por seus hinos eucarísticos, que ainda hoje fazem parte da liturgia da Igreja. Tomás é venerado como santo pela Igreja Católica e é tido como o professor modelo para os que estudam para o sacerdócio por ter atingido a expressão máxima tanto da razão natural quanto da teologia especulativa. Até hoje as suas 5 provas da existência de Deus são conhecidas e debatidas. Tomás de Aquino ainda hoje é estudado e é o cerne do programa de estudos obrigatórios para os que buscam ordenações na Igreja Católica e também em teologia, filosofia, história e direito canônico.Tomás de Aquino é a prova de que a escrita e os livros são altamente influentes em nosso mundo. Seja influente você também. Leia livros.

    Victor Hugo, o mais famoso poeta e prosador do romantismo francês.

    Play Episode Listen Later May 11, 2021 4:56


    Victor Hugo, o mais famoso poeta e prosador do romantismo francês.====================================O personagem que vamos homenagear essa semana é um dos maiores escritores franceses, um homem que, como poucos, nasceu e viveu intensamente o século XIX. Vamos falar do grande escritor e poeta, Victor Hugo.Victor-Marie Hugo nasceu dia 26 de fevereiro de 1802, há 218 anos, portanto, na comuna de Besançon, na França. Foi um romancista, poeta, dramaturgo, ensaísta e político francês. Gozou de grande prestígio durante sua vida e marcou profundamente os acontecimentos do século XIX de seu país (e, por consequência, de todo o mundo). É o autor de “Os miseráveis” e Notre-Dame de Paris (mais conhecida como o Corcunda de Notre-Dame) entre diversas outras obras de renome mundial.A infância de Victor Hugo foi marcada pelo governo de Napoleão Bonaparte, imperador da França. Ele teve uma educação materna que lhe guinou para uma visão católica e monarquista de mundo, porém, seu ponto de vista mudou após a Revolução de 1848, período em que passou a ser militante do republicanismo e do livre pensamento.Seu pai era militar e, por conta disso, o escritor viveu em várias cidades francesas. Em 1815, ainda adolescente, o escritor se estabeleceu em Paris com objetivo de se dedicar à literatura. Foi assim que, aos 16 anos de idade, ganhou um prêmio da Academia Francesa pelo prelúdio de seu primeiro grande livro, Odes e Poesias Diversas (1822).Em 1819 fundou, com os seus irmãos, uma revista, o "Conservateur Littéraire" (Conservador Literário) e no mesmo ano ganhou o concurso da Académie des Jeux Floraux, instituição literária francesa fundada no século 14. Aos 20 anos publicou o já citado, "Odes e Poesias Diversas", mas foi o prefácio de sua peça teatral "Cromwell" que o projetou como líder do movimento romântico na França. Victor Hugo casou-se com Adèle Foucher e durante a vida teve diversas amantes, sendo a mais famosa Juliette Drouet, atriz sem talento, a quem ele escreveu numerosos poemas.O período 1829-1843 foi o mais produtivo da carreira do escritor. Seu grande romance histórico, "Notre Dame de Paris" - mundialmente conhecido como "O Corcunda de Notre Dame" - (1831), o conduziu à nomeação de membro da Academia Francesa, em 1841.A partir de 1849, Victor Hugo dedicou sua obra à política, à religião e à filosofia humana e social. Em 1870 Hugo retornou a França e reatou sua carreira política. Foi eleito primeiro para a Assembleia Nacional, e mais tarde para o Senado. Na escrita, Victor Hugo sofre grande influência de Chateubriand. Seu estilo abordava temas políticos e sociais, com muita criatividade e imaginação com posições progressistas e reformistas, se tornando, assim, o mais famoso poeta e prosador do Romantismo francês tendo inspirado muitos escritores brasileiros, principalmente o poeta Castro Alves, Gonçalves Dias, José de Alencar além de Machado de Assis que traduziu para o português, o romance “os trabalhadores do mar”.De suas muitas obras, destaco, principalmente, claro, “Os miseráveis”, “O corcunda de Notre-Dame” e “Os trabalhadores do mar”, de preferencia em edições modernas, com notas, explicações e contexto bem detalhado. Há diversos filmes, musicais, séries, minisséries e peças de teatro baseadas na obra do grande escritor. Recomendo as animações, O corcunda de Notre Dame, da Disney, além de “Os miseráveis”, o musical de 2012, a minissérie de 2000 com Gerárd Depardieu no elenco e O filme de 1978 com Anthony Perkins como Javert e, claro, a melhor versão, a de 1998 com Liam Neeson como Jean Valjean.Victor Hugo faleceu em Paris, no dia 22 de maio de 1885. Em seu testamento deixa cinquenta mil francos aos pobres e pede preces de todas as almas. Foi sepultado em 1º de junho no Panteão, o monumento fúnebre dos heróis nacionais.

    Giordano Bruno e os livros e pensamentos proibidos

    Play Episode Listen Later Sep 15, 2020 5:10


    Giordano Bruno e os livros e pensamentos proibidos====================================Esta semana a coluna lembra de um episódio que teve profundas influencias na história, tanto da ciência, quanto da construção do que hoje chamamos de modernidade.No dia 17 de fevereiro de 1600, ou seja, há exatos, 420 anos, era queimado vivo o filósofo, Giordano Bruno, no campo de Fiori ou campo das Flores, em Roma. É sobre a vida de Bruno e sobre as implicações deste evento na ciência, na cultura e na história que iremos falar esta semana.Aqueles que detiveram, durante breves instantes, o poder, durante a história da humanidade já sabiam da força que livros e as ideias que os livros carregam podem ter nas pessoas, por isso, tantas e tantas sociedades antigas proibiam ou o acesso aos livros ou o acesso à alfabetização da população. A Igreja católica apostólica romana, instituição milenar que possuía muito poder durante a idade média, publicou, por exemplo, em 1559, o Index Librorum Prohibitorum, ou “índice de livros proibidos”, uma lista de publicações consideradas heréticas, anticlericais ou lascivas e, portanto, proibidas pela Igreja. O personagem que homenageamos esta semana teve livros seus nesta lista durante muitos séculos. Nesta lista também estiveram, Galileu Galilei, Maquiavel, Espinosa, Pascal, Hobbes, Descartes, Kant, Alexandre Dumas, Voltaire, Victor Hugo, Flaubert, Balzac, Sartre entre muitos outros autores e escritores. O índice só foi abolido em 1966 pelo Papa Paulo VI. Durou, portanto, 407 anos.Mas, Giordano Bruno, como dissemos, não teve apenas seus livros e obras no índice de livros proibidos. Ele ardeu nas chamas da Inquisição tendo sido queimado vivo. Iordanus Brunus Nolanus, nascido Fillipo Bruno, veio ao mundo em Nola, Reino de Nápoles, em 1548. Ele foi teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, cosmólogo, ocultista e frade dominicano italiano.Tinha uma natureza eminentemente rebelde, mas, infelizmente, não existia liberdade de pensamento naquela época, na Itália, mas Bruno, com toda mente irrequieta desejava, antes de tudo, conhecer profundamente as coisas e a criação divina. Ele ousou, então, LER os livros banidos pela igreja e isso, pode-se dizer, foi a sua ruína. Um desses livros, de um autor morto há mais de 1500 anos, um romano, Lucrécio, lhe contou sobre um universo muito maior do que aquele que a Igreja lhe ensinava. Um universo, virtualmente, ilimitado. Tão ilimitado quanto a ideia que Giordano Bruno tinha de Deus. Ele foi uma mente brilhante, muito à frente de seu próprio tempo. É conhecido, principalmente, por suas ideias cosmológicas que estenderam o, àquela época, novo modelo copernicano. Ele propôs que as estrelas fossem sóis distantes cercados por seus próprios planetas e levantou a possibilidade de vida nesses planetas, uma posição filosófica conhecida como pluralismo cósmico. Ele também insistiu que o universo é infinito e não poderia ter "centro”.Bruno foi, então, julgado e condenado por heresia pela inquisição, acusado de negar várias doutrinas católicas essenciais. A Inquisição o considerou culpado e ele foi, como dissemos, queimado na fogueira no Campo de' Fiori, em Roma, em 1600. Após sua morte, ganhou fama considerável, sendo particularmente comemorado por comentaristas do século XIX e início do século XX que o consideravam mártir de ciência, embora, principalmente, suas ideias filosóficas e religiosas tenham levado à sua condenação.Giordano Bruno escreveu mais de 35 obras. Sobre ele, muitos outros livros, séries e filmes foram realizados. Eu recomendo o livro O papa e o herege: Giordano Bruno, a verdadeira história do homem que desafiou a Inquisição de Mchael White. E tb que o ouvinte pesquise por livros e obras a respeito da vida e da obra de Giordano Bruno, entre as quais, a série de TV Cosmos, facilmente encontrada em serviços de streaming. A mensagem da semana, ouvintes é que Livro traz conhecimento, e conhecimento é poder. Ganhe esse poder. Leia livros!

    Charles Darwin e um dos livros mais famosos de todos os tempos

    Play Episode Listen Later Aug 17, 2020 4:28


    Charles Darwin e um dos livros mais famosos de todos os tempos====================================Esta semana a coluna lembra, o aniversário de Bertolt Brecht, dia 10 e no dia 11 de fevereiro os 98 anos do início da semana de arte moderna em 1922 no Brasil que é o marco inicial do modernismo no Brasil, e, no mesmo dia, os aniversários de Sidney Sheldon e Thomas Edison; o aniversário de Abraham Lincoln, dia 12; e Thomas Malthus dia 14 e de Galileu Galilei dia 15.Mas a coluna universo literário homenageia aquele que escreveu, provavelmente, o livro mais importante da história da ciência e um dos livros mais revolucionários de todos os tempos. Fala-se sempre do poder que tem os livros. Neste caso, este poder é um fato. Vamos falar esta semana do aniversário de nascimento de Charles Darwin.Charles Robert Darwin nasceu dia 12 de fevereiro de 1809, há 211 anos, portanto. Nasceu em Shrewsbury na Inglaterra em uma família abastada, tradicional e religiosa. Teve três irmãs e um irmão. Sua mãe faleceu quando ele estava com apenas oito anos de idade. Desde pequeno mostrou-se interessado pela natureza e por todos os fenômenos que nela ocorriam. Sempre foi um grande colecionador, e, durante a infância, aprendeu a pescar e caçar.Cursou medicina com apenas 16 anos abandonando o curso logo depois. Foi enviado pelo pai para a Universidade de Cambridge, a fim de cursar bacharelado em Artes e tornar-se clérigo da Igreja anglicana. Após conhecer John Stevens Henslow, um naturalista e por influência deste foi enviado para participar da tripulação do HMS (Her Majesty Ship) Beagle, um navio que faria uma grande viagem passando por várias regiões do mundo.Nesta viagem de quase cinco anos ele fez muitas observações biológicas além de coletar fósseis e fazer observações geológicas. Quando Darwin voltou para a Inglaterra após sua viagem a bordo do Beagle, ele havia compreendido que as espécies sofriam mudanças no decorrer do tempo. Entretanto não publicou de imediato suas percepções, principalmente por questões religiosas.A obra principal de Darwin, conhecida como A origem das espécies por meio da seleção natural, foi publicada um ano depois, em 1859. Mais tarde foi renomeada com seu título mais conhecido: A origem das espécies. O livro foi um sucesso de vendas, entretanto, a teoria não foi bem aceita, principalmente pelos religiosos. Nele Darwin explica minuciosamente e com exatidão de detalhes o processo (àquela época ainda desconhecido) que convencionou-se chamar de evolução das espécies.Evolução: A evolução é um processo bem simples. Se um organismo, uma molécula, até empresas ou ideias usam recursos limitados para se manter e se replicar as suas cópias vão competir pelos recursos. E basta uma pequena variação entre as cópias para uma delas ter mais ou menos chances de captar os recursos e se reproduzir. A reprodução diferencial. Aí aqueles que se reproduzirem mais serão selecionados. Competição e reprodução com diferenciaçao. É só isso acontecer que a evolução toma conta do resto. Sem a evolução a biologia seria uma coleção de figurinhas. Uma série de medidas, fatos, seres vivos e fenômenos estudados sem nenhuma ligação. Com a evolução os fatos da biologia ganham uma história, uma narrativa que explica as contradições, ilumina nosso passado e o nosso caminho futuro.Charles Darwin morreu em 19 abril de 1882, provavelmente em decorrência de um ataque cardíaco. Apesar de suas ideias terem sido radicalmente criticadas pela Igreja, ele foi enterrado na abadia de Westminster, próximo a Isaac Newton.O livro a origem das espécies é uma das maiores provas que os livros mudam as pessoas e estas mudam o mundo. Até hoje é um livro que incita debates e gera polêmica. Vamos começar a mudar o mundo também. Leia livros.

    Júlio Verne e as viagens extraordinárias

    Play Episode Listen Later Aug 16, 2020 4:28


    Júlio Verne e as viagens extraordinárias====================================Na semana em que celebramos os aniversários de nascimento de James Joyce (dia 02 de fevereiro), Regina Duarte (05), Padre Antonio Vieira, Bob Marley e Jair Rodrigues (06), Charles Dickens, Hector Babenco e Pepeu Gomes (07) e James Dean e Marina Silva dia 08.Mas, a coluna tem a honra de homenagear o autor francês, escritor de quase uma centena de livros, um dos pais da ficção científica e que antecipou conquistas tecnológicas em histórias universais de aventura e suspense. Um dos meus autores preferidos, o escritor, Júlio Verne.Jules Gabriel Verne, conhecido popularmente como Júlio Verne foi um importante escritor francês do século XIX. Nasceu na cidade de Nantes em 8 de fevereiro de 1828 e faleceu em 24 de março de 1905 na cidade de Amiens (França). Ganhou grande destaque no cenário literário internacional através de seus livros de aventuras que fizeram e ainda fazem muito sucesso. Era neto de um grande viajante e alfabetizou-se com a viúva de um capitão marítimo. Posteriormente, estudou Humanidades em sua cidade natal e Direito em Paris.Inicia sua carreira literária logo após a desilusão de seu pai com a carreira de advogado. A partir de então, tornou-se um dos autores mais lidos do planeta. Seu primeiro romance, Cinco semanas em um balão (1863), fala sobre uma viagem em um balão de hidrogênio sobre o território africano. Júlio Verne mostrou, nesta obra, importantes aspectos geográficos, culturais e até mesmo sobre a vida animal da África. As informações contidas no livro, e que muitos julgavam ser fictícias, vieram das pesquisas feitas por Júlio Verne e também se sua rica imaginação. Com esta obra, Júlio Verne passou a ser famoso, além de ganhar um bom dinheiro que lhe garantiu estabilidade financeira para escrever outros livros.O sucesso imediato do livro trouxe um contrato para que Verne escrevesse três romances por ano. Começou assim a série Viagens Extraordinárias. O estilo literário de Júlio Verne fez um grande sucesso na segunda metade do século XIX, pois a literatura se expandia e a vontade em conhecer lugares exóticos era muito grande. Sua obra é marcada por doses de ficção científica, aventuras em locais extraordinários e aspectos culturais de povos e pessoas reais e imaginárias. Em seus romances e contos, previu maravilhas como a televisão, os aviões, as viagens espaciais e os submarinos modernos.Os mais famosos romances de aventura de Verne são provavelmente Vinte mil léguas submarinas (1870) e A volta ao mundo em oitenta dias (1873). Vinte mil léguas submarinas conta a história do capitão Nemo, um viajante misterioso que comanda um impressionante submarino. A volta ao mundo em oitenta dias é a história de Phileas Fogg, um cavalheiro inglês que faz uma viagem muito rápida (para aquela época) com a finalidade de vencer uma aposta. Outra das obras mais famosas de Verne é Viagem ao centro da Terra, em que um jovem alemão acompanha seu tio geólogo em uma jornada impossível, em busca do núcleo do nosso planeta.Inúmeros filmes foram feitos baseados na sua obra, inclusive o PRIMEIRO filme da história, Viagem à Lua de 1902 de Georges Méliès. Do conjunto das obras de Júlio Verne, trinta e três foram levadas ao cinema, dando lugar a um total de noventa e cinco filmes, sem contar com as adaptações para séries de televisão.A atualidade de suas obras, tal como sua popularidade, mantém-se intactas, sendo um dos autores mais conhecidos e apreciados da História da Literatura. Eu recomendo, do autor, as obras, “A volta ao mundo em oitenta dias”, “Vinte mil léguas submarinas”, “Viagem ao centro da terra”, “Da terra à Lua”, “Os conquistadores” e “a Ilha misteriosa” indicado a todos os públicos. Ler Verne é empreender uma viagem extraordinária com muita diversão e aventuras.

    Lewis Carrol e um livro de maravilhas

    Play Episode Listen Later Jun 29, 2020 4:57


    Lewis Carrol e um livro de maravilhas====================================Esta semana a coluna lembra, dia 27 de janeiro o nascimento do compositor Mozart, do pintor Jackson Pollock dia 28 e Tchecov dia 29, mas a coluna tem a alegria de homenagear o nascimento, dia 27 de janeiro de 1832, do autor de um dos livros infantis mais lidos, comentados, conhecidos e elogiados de todos os tempos, o inglês Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas.Lewis Carrol é o pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson, nasceu em Daresbury, há 188 anos e faleceu em Guildford em 14 de janeiro de 1898. Ele foi um escritor, poeta, fotógrafo, desenhista, matemático e reverendo anglicano britânico. Uma curiosidade é que ele era matemático de profissão, professor em Oxford e usava o pseudônimo Lewis Carroll para assinar seus livros infantis que ele escrevia como passatempo e por gostar de crianças. Carroll foi, também um dos precursores da poesia de vanguarda. Os interesses múltiplos de Carroll incluíam a lógica, a matemática, a poesia, a narrativa ficcional e a fotografia, da qual se tornou um mestre. Como fotógrafo amador destacou-se, sobretudo nas fotos de meninas.Uma das modelos de suas fotografias foi Alice Liddell, filha de um amigo, o deão da Christ Church, Henry George Liddell, e que se tornou a heroína de sua obra mais famosa. “As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” (1865), que foi um êxito de vendas e recebeu elogios da crítica. Eu acho este livro um dos melhores livros que já li e recomendo fortemente para todos os leitores, adultos ou crianças. Supostamente o livro é destinado ao público infantil, mas contém tantas charadas, enigmas, matemáticos, signos e a sátira é tão fantástica e atemporal que serve perfeitamente para adultos.A história é amplamente conhecida, Alice, uma garota de 7 anos, cochilando às margens do rio Isis, vê o coelho branco de colete consultando nervosamente o relógio e decide segui-lo para debaixo da terra. Ao ir atrás do pontual coelho ela se depara com uma série de situações estranhas e absurdas. Ao bebericar poções e morder cogumelos, cresce e encolhe, do tamanho de um camundongo ao tamanho de uma casa, ou seu pescoço estica como uma cobra. Encontra em sua viagem insólita personagens já conhecidos e entranhados em nosso imaginário, como o Rato, saltando na “Lagoa de lágrimas”; a Lagarta fumando seu narguilé; o gato risonho cujo sorriso desaparece; O chapeleiro maluco e a lebre de março bebendo chá e enfiando dormidongo em um bule; a assassina rainha de copas que joga com flamingos como tacos, a triste tartaruga falsa e a cena, insólita, de um julgamento em que ela não sabe do que se trata e ninguém sabe nada sobre o crime.Sempre ingênua, Alice tenta enfrentar a loucura com lógica, em uma história que cutuca, de leve, o puritanismo insensível da criação de filhos burgueses na época vitoriana britânica. Um livro absolutamente seminal e importante que, reitero, deve ser lido por todos.As influências do livro são enormes, indo de peças de teatro, obras de arte, filmes, desenhos, animações, quadrinhos entre muitas outras áreas. Matrix, por exemplo, filme de 1999 é somente um das muitas obras que referenciam direta ou indiretamente a obra de Carroll.Lewis Carroll escreveu Alice através do espelho, publicou também "Um Programa para um Plano de Geometria Aplicada", "Euclides e seus Rivais Modernos" e "Matemática Curiosa", todos com seu nome verdadeiro. Sob o pseudônimo, pelo qual ficou conhecido, ele publicou também, "Dinâmica de uma Partícula", "Parques Desertos" e "Belfry". Escreveu as poesias "O Caçador de Serpentes" e "Fantasmagoria”.Recomendo o livro Alice no país das maravilhas na edição com as ilustrações originais de Tenniel. E, para finalizar, uma dica, do gato para Alice. Ela está perdida, não sabe qual caminho tomar em uma bifurcação. Pergunta ao gato qual caminho tomar. Ele a questiona, “para onde você quer ir”. Ela responde dizendo que não sabe. Ao que ele retruca: “para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve”. Saiba para onde ir. Comece seu caminho pelos livros.

    Romances Policiais

    Play Episode Listen Later Jun 29, 2020 5:15


    Romances policiais====================================Esta semana, dia 19 de janeiro é o aniversário de nascimento de Edgar Allan Poe, nascido em 1809, em Boston, Massachussets, há 211 anos. Já falamos em uma oportunidade anterior sobre o escritor americano Poe, um dos meus escritores favoritos e um dos autores que fez eu me apaixonar pela literatura ainda na adolescência.Mas hoje, a coluna homenageia um gênero que, sendo praticamente um consenso entre a crítica, o escritor norte-americano inventou, o romance policial. Sabe-se que histórias de crime e perseguição datam da mais remota antiguidade e estão presentes nas Mil e Uma Noites, na Bíblia e na obra de autores como o francês Balzac entre outros. Mas foi Poe quem lançou as bases para o gênero tal como o conhecemos, estabelecendo regras e princípios “que ainda vigoram e que poucas inovações receberam”A atual milionária indústria dos romances policiais é filha de três contos de Poe publicados na imprensa americana entre os anos de 1841 e 1844. São eles: Os Crimes da Rua Morgue, O Mistério de Maria Roget e A Carta Furtada. Nos três, aparece a figura do francês Auguste Dupin, personagem inspirado no Zadig de Voltaire que detém um saber imenso e se utiliza da teoria das probabilidades, criadas por Laplace, e da análise matemática – além de uma invejável capacidade de observação – para desvendar crimes aparentemente insolúveis.Dupin não é policial nem detetive particular (aliás, essa profissão nem era comum à época). É um diletante, um homem preocupado apenas com suas investigações filosóficas e científicas, que por acaso acaba auxiliando a polícia. Seu interlocutor é o narrador da história, um sujeito limitado intelectualmente e que serve de escada para os raciocínios brilhantes de Dupin. Esse homem culto e refinado devota um profundo desprezo aos métodos tradicionais da polícia, os quais julga antiquados e ineficientes. Todas essas características foram copiadas em menor ou maior grau pelos seguidores de Poe. Desde o investigador Lecoq, criado pelo francês Émile Gaboriau, o discípulo mais imediato do autor norte-americano, passando pelo Sherlock Holmes de Conan Doyle e o Hercule Poirot de Agatha Christie, até o Sam Spade de Dashiell Hammett e o Philipe Marlowe de Raymond Chandler, o perfil do detetive particular é o de um homem independente, dotado de uma inteligência superior. E que trabalha conforme as suas próprias regras, tal como Dupin.Este gênero, Duramente criticado e considerado por muitos estudiosos um produto subliterário, apresenta uma estrutura narrativa mais ou menos comum permeada por alguns elementos peculiares, como a presença de um crime, sua investigação, geralmente conduzida por um detetive, e a revelação catártica do criminoso. É quase impossível citar para o leitor, romances policiais, dada sua infinidade tanto de autores quanto de histórias (além das centenas de filmes baseadas nesses livros). Eu recomendo, claro, iniciar pelos mestres, Edgar Allan Poe, Agatha Cristie, Arthur Conan Doyle, Raymond Chandler e, no Brasil, Rubem Fonseca.De Poe, indico dois livros, o “histórias extraordinárias” já citado na coluna sobre poe e o livro “contos de imaginação e mistério” (de preferencia em edição mais moderna), de Agatha Cristie, recomendo “O assassinato de Roger Ackroyd e Morte no Nilo, além de “E não sobrou nenhum”, anteriormente conhecido como “O caso dos dez negrinhas”, um relíquia que possuo com o título original. De Conan Doyle recomendo “O cão dos Baskersvilles”, “Um estudo em vermelho” e o “O escândalo da Boêmia”. Após essa iniciação o leitor pode seguir por Raymond Chandler, Sidney Sheldon, Luís Fernando Veríssimo (e seu personagem Ed Mort), Graham Greene e o brasileiro Rubem Fonseca.

    Dom Quixote e a invenção do romance moderno

    Play Episode Listen Later May 11, 2020 4:39


    Dom Quixote e a invenção do romance moderno====================================Esta semana, lembramos os aniversários de nascimento de Molière e Martin Luther King Jr. (15), Benjamin Franklim (17) e Montesquieu (18). Mas a coluna tem o prazer de homenagear os 415 anos da invenção do romance moderno como o conhecemos. Neste dia, em 1605, foi publicado, pela primeira vez, na Espanha, a obra seminal, El ingenioso hidalgo Don Quixote de La Mancha, ou, como ficou conhecido, o livro, Dom Quixote de La Mancha.É um livro que tem uma influência tão grande na cultura universal, popular ou erudita, que falar de sua importância é o mesmo que exercitar o óbvio. É um dos livros mais importantes e populares de todos os tempos. Foi traduzido para mais de 50 línguas e dialetos e pode ser lido gratuitamente em todos eles.Considerada a maior obra da literatura espanhola e o segundo livro mais lido da História, seu contributo para a cultura ocidental é incalculável. Dom Quixote é apontado como o primeiro romance moderno, tendo influenciado várias gerações de autores que se seguiramA obra narra as aventuras e desventuras de Dom Quixote, um homem de meia idade que resolveu se tornar cavaleiro andante depois de ler muitos romances de cavalaria. Providenciando cavalo e armadura, resolve lutar para provar seu amor por Dulcineia de Toboso, uma mulher imaginária. Consegue também um escudeiro, Sancho Pança, que resolve acompanhá-lo, acreditando que será recompensado.Quixote mistura fantasia e realidade, se comportando como se estivesse em um romance de cavalaria e transformando obstáculos banais (como moinhos de vento ou ovelhas) em gigantes e exércitos de inimigos. É derrotado e espancado inúmeras vezes, sendo batizado de "Cavaleiro da Triste Figura", mas sempre se recupera e insiste nos seus objetivos. Inspirado, portanto, nos romances de cavalaria que já estavam caindo em desuso e no idealismo que atravessava as artes e as letras, Dom Quixote é, ao mesmo tempo, uma sátira e uma homenagem. Mistura tragédia e comédia e combinando registros populares e eruditos de linguagem, esta é uma obra riquíssima. A sua estrutura contribui em larga medida para a sua complexidade, criando várias camadas narrativas que dialogam entre si.A obra teve diversos desdobramentos no rádio, televisão, cinema e teatro em todo o mundo. Um dos mais populares é o musical da Broadway O Homem de la Mancha, que no Brasil ganhou adaptação livre com roteiro de Miguel Falabella.O livro foi lançado em duas partes. A primeira em 1605, e a segunda, dez anos depois. Quando a primeira parte da sua obra-prima foi publicada, Cervantes tinha 58 anos e muita coisa mesmo pra contar. Como já falamos em outro episódio de nossa coluna, ele serviu o exército espanhol, teve a mão esquerda inutilizada em combate e, aos 28 anos, foi feito refém por piratas. Escravizado, tentou fugir sem sucesso, e só foi liberto cinco anos depois, quando o resgate foi pago. Ele ainda foi preso por dívidas. O autor é, portanto, tão interessante quanto sua riquíssima obra.Dom Quixote é fácil de ler e de se achar. Basta um rápida pesquisa nos mecanismos de busca da Internet para se deliciar com vídeos, músicas, pinturas, peças de teatro, desenhos, quadrinhos, gravuras, enfim, tudo que a arte já produziu tem ou teve o cavaleiro da triste figura como tema. É possível, claro, encontrar também os livros, tanto os originais (a versão em português tem mais de 1400 páginas) quanto versões resumidas por grandes autores da literatura. A dica, portanto, é conhecer, ler, ouvir, contar e recontar essa obra única que, essa semana, completa 415 anos e segue firme como uma das maiores e melhores histórias da literatura de todos os tempos!

    Umberto Eco, um intelectual apaixonado por livros

    Play Episode Listen Later Mar 5, 2020 4:57


    TEMA: Umberto Eco====================================A primeira coluna do ano de 2020 homenageia um intelectual italiano de fama mundial. Autor de mais de 30 livros, entre ensaios, livros de filosofia, semiótica, linguística e romances que entraram na lista de best sellers internacionais. Homenageamos esta semana o autor Umberto Eco.Umberto Eco foi um escritor, filósofo, semiólogo, linguista e bibliófilo italiano. Nasceu dia 05 de janeiro de 1932. Foi um dos grandes intelectuais da área da semiótica, um dos fundadores da semiótica moderna. Ensinou na universidade de Bolonha, em Yale, Columbia, Harvard, Collège de France e Universidade de Toronto. Ao longo da década de 1960 Umberto Eco realizou diversos estudos sobre semiótica abordando as diversas interpretações que o ouvinte, leitor ou telespectador pode conseguir através de uma obra artística. Este estudo é uma das suas principais contribuições intelectuais, e recebeu o nome de “Obra Aberta”. Neste conceito, uma obra de arte pode ter diversas e múltiplas interpretações, todas igualmente válidas. No ano de 1980 publicou o livro pelo qual seria mais conhecido, “O Nome da Rosa”. Este foi o seu primeiro romance e tornou-se um divisor de águas em sua carreira literária, pois com ele consagrou-se na literatura. O livro gerou uma grande repercussão, sendo adaptado para o cinema em 1986 pelo diretor Jean-Jacques Annaud (anú).O livro conta uma intrincada história de detetive que se passa em um mosteiro medieval italiano do século XIV. Uma série de crimes abala o recanto sagrado e um frade franciscano, William de Baskerville, detetive que se comporta como o famoso Sherlock Holmes, além da referência no nome do personagem, uma alusão a um livro de Holmes. O personagem principal é assessorado por seu discípulo, o noviço Adso de Melk.Umberto Eco empreende neste romance uma jornada fictícia rumo à Era Medieval vigente na Europa, uma metáfora do dogmatismo não só religioso, mas especialmente político, que rege não só a Itália, terra natal do autor, mas também uma vasta região do Planeta. Aqui ele debate abertamente as questões que subjazem sob crenças e ideologias contemporâneas, como as antigas contraposições entre o bem e o mal, o certo e o errado, vida e morte, elementos essenciais da doutrina cristã.Outra importante referência literária presente nesta obra é a biblioteca que atua como cenário das investigações de William de Baskerville, a qual parece ter sido inspirada pelo conto A Biblioteca de Babel, do escritor argentino Jorge Luis Borges além do próprio Borges, na figura do monge cego Jorge de Burgos.O livro vendeu milhões de exemplares, sendo, provavelmente o mais lido das décadas de 1980-1990. Após a adaptação cinematográfica o sucesso foi ainda maior. Umberto Eco escreveu ainda outros romances, além de O nome da Rosa, são eles: O pêndulo de Foucault (1988), A ilha do dia anterior (1994), Baudolino (2000), A misteriosa chama da rainha Loana (2004), O cemitério de Praga (2011) e O número Zero (2015).Eu tenho todos os romances de Eco e indico aqui, principalmente, o Nome da Rosa, O pêndulo de Foucault e O Número Zero, seu último livro. Além destes romances, recomendo também os ensaios Cinco escritos Morais, Entre a mentira e a ironia, Sobre a literatura e Não contem como fim do livro. Além destes textos escritos, recomendo, claro, o filme “O nome da Rosa” que é uma adaptação um pouco diferente do livro (sem as intrincadas teses filosóficas, teológicas e religiosas), mas igualmente interessante pela contextualização da época e a representação do imenso poder da Igreja Católica na Idade Média Europeia.Umberto Eco morreu de câncer no pâncreas em sua casa, em Milão, na noite de 19 de fevereiro de 2016.

    Listas de Final de Ano

    Play Episode Listen Later Mar 5, 2020 4:22


    Você faz listas de final de ano?Ouça este podcast!

    Livros natalinos

    Play Episode Listen Later Feb 7, 2020 5:24


    Livros natalinos====================================O final de ano é uma época com muitas festas e confraternizações. Para os cristãos ocidentais o centro das festas e comemorações é o natal que, além de tudo, marca o período de férias escolares. Nada melhor, portanto, do que, durante a troca de presentes, ofertar ou receber um bom livro. Para aproveitar o clima de festejos e o espírito do natal, nas horas de descanso, claro, sempre é recomendável, também, ler um bom livro. A coluna separou, esta semana, 4 livros que se passam ou celebram esta época natalina. A maioria são contos curtos ou novelas, ideal para ler entre uma comemoração e outra.O primeiro livro é uma preciosidade do mundo das letras, o livro “Cartas do Papai Noel”, de J. R. R. Tolkien. Sempre em dezembro, os filhos de Tolkien recebiam misteriosos envelopes com um selo do Polo Norte. As cartas pareciam ter sido escritas pelo próprio Papai Noel, com sua letra trêmula e desenhos coloridos. O autor de O Senhor dos Anéis manteve essa surpresa para os filhos por 23 anos — entre 1920 e 1943 — e reuniu todas as cartas neste livro, talvez um dos menos conhecidos de toda a sua obra. O livro é recomendadíssimo, há uma versão em língua portuguesa, excelente, com ilustrações feitas pelo próprio autor. É um livro sensível, muito bem escrito e cheio de aventuras. Desde a primeira carta para o filho mais velho, em 1920, até a comovente última carta para a caçula, em 1943, o livro reúne todas as memoráveis cartas e desenhos que Tolkien fez para os filhos em uma edição que vale muito a pena ser lida, inclusive, em família.O segundo livro é “O natal de Poirot” de Agatha Cristie. Este livro é para aproveitar o natal em clima de suspense. Na Véspera de Natal, A reunião da família Lee é arruinada pelo barulho ensurdecedor de móveis sendo destroçados, seguido de um grito agudo e sofrido. No andar de cima, o prepotente e tirânico Simeon Lee está morto, numa poça de sangue, com a garganta degolada. Mas quando Hercule Poirot, que está no vilarejo para passar o Natal com um amigo, se oferece para ajudar, depara-se com uma atmosfera não de luto, mas de suspeitas mútuas entre os diversos parentes. Livro interessantíssimo para prender a atenção em um dos clássicos de Agatha Cristie.A terceira dica é Dia de folga de John Boyne. Em um conto breve e melancólico, o autor John Boyne (criador do best-seller O menino do pijama listrado) acompanha o dia de folga de um jovem soldado inglês e seus companheiros, que passam a véspera de Natal em uma das trincheiras da Primeira Guerra Mundial. Enquanto relembra os natais da infância e o conforto do seu lar, ele vê e ouve as bombas alemãs caindo a sua volta. Em meio a um dos piores conflitos do século XX, o jovem irá vivenciar um espírito natalino muito diferente do que estava acostumado. Livro interessantíssimo para ver natal sobre uma perspectiva diferente.A quarta dica, é o meu preferido, o livro de natal definitivo, o clássico “Contos de Natal” de Charles Dickens. É um dos livros que mais renderam adaptações e releituras natalinas no cinema, rádio, teatro e versões de paródia. Publicada em 1843, a história acontece em meio ao frio e à neve da cidade de Londres, à véspera do Natal, todos preparam-se para a celebração do nascimento de Cristo. Apenas uma pessoa não parece feliz com o Natal: o velho Scrooge, homem de negócios sovina, ranzinza e solitário. Ele então é visitado por três fantasmas de seu próprio passado, presente e futuro, em uma incrível experiência que pode finalmente despertar-lhe alguma compaixão. O livro tem uma moral absolutamente tocante sobre o verdadeiro, assim chamado, espírito natalino. Recomendadíssimo.Há inúmeros outros livros sobre o natal. Estes são os que recomendo no curto espaço que dispomos. Além destes há, também inúmeros filmes sobre a época. Eu recomendo os que são baseados em livros, como O expresso polar com Tom Hanks, baseado em livro homônimo de Chris Van Allsburg. Os fantasmas de Scrooge, baseado no livro “contos de natal” de Dickens e “Deixe a neve cair” baseado na obra literária Let It Snow, de Maureen Johnson, John Green e Lauren Myracle.Bom, o natal é essa época de confraternização. Nada melhor, portanto, que seguir as dicas da coluna e acompanhar um bom livro, conto ou até mesmo, filme natalino. Feliz Natal a todos.

    Jane Austen, a autora feminina mais lembrada por tod@s

    Play Episode Listen Later Jan 28, 2020 5:24


    Jane Austen, a autora feminina mais lembrada por tod@s====================================Nesta semana, de 15 a 21 de dezembro lembramos o aniversário de Gustave Eiffel e Chico Mendes (15); Olavo Bilac e Jane Austen (16); Ludwig Van Beethoven, o papa Francisco e Érico Veríssimo (17), Spielberg e Keith Richards (18); Édith Piaf (19)e, finalmente, Benjamin Disraeli, Jane Fonda e Frank Zappa (21)Mas, nossa coluna homenageia, nesta semana, uma das mulheres mais importantes da história da literatura, a inglesa, Jane Austen. Não há autora feminina mais lembrada por todos do que a autora de Razão e Sensibilidade e Orgulho e Preconceito.Jane Austen nasceu em 16 de dezembro de 1775, em Steventon, Hampshire, Inglaterra, sendo a sétima filha do reverendo George Austen, o pároco anglicano local, e de sua esposa Cassandra (cujo nome de solteira era Leigh). Era de uma família pertencente à nobreza agrária, sua situação e ambiente serviram de contexto para todas as suas obras posteriores.Desde a pré-adolescência, ela já mostrava inclinação e talento para a escrita, desenvolvendo contos, romances e peças que lia em voz alta e apresentava para a família toda.A habilidade de escrever personagens femininas complexas e de explorar os conflitos das relações de classe e gênero fizeram dela uma escritora à frente de seu tempo, publicando clássicos como Razão e Sensibilidade (1811), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger e Persuasão (ambos de 1818).A obra de Austen está isolada na literatura européia, porque à sua época o curso da evolução literária estava ainda determinado pelo romantismo.Muito objetiva a respeito do mundo em que viveu e dos personagens que criou, e excluído todo e qualquer subjetivismo através de uma severa disciplina classicista, a obra de Jane Austen revela profunda seriedade moral na crítica da vida, pouco lirismo e nenhuma paixão.Ao mesmo tempo, seus livros possuem um fino humorismo, tipicamente inglês. Seu espírito cômico se exercitou sobre paixões mais intelectualizadas, menos imediatas: orgulho, vaidade, ambição, contradições pessoais, preconceitos. Sempre com uma visão extremamente complexa da mulher e de seu papel na sociedade.Os romances de Austen surgiram no momento em que livros de aventura e exploração faziam sucesso. Em vez de abordar esses assuntos, ela escolheu esmiuçar intrigas familiares no universo rural e limitado de seus personagens.A temática de seus livros é de extrema densidade. Os enredos são baseados em histórias de amor e casamento, e incidentes da vida diária de personagens comuns, vivendo no pequeno meio social de província. Sua melhor qualidade não se manifesta no desenvolvimento da ação, mas na criação de caracteres, que se revelam apenas através dos diálogos, o que torna esse processo de autocaracterização eminentemente dramático.Ela tem uma escrita polida e a maneira lenta, vagarosa, de movimentar seus personagens, a maneira de deduzir desses personagens a trama e as complicações das histórias que criou, influenciaria, depois, a técnica de Henry James.A obra de Jane Austen é considerada clássica e alguns de seus livros encontram no panteão de grandes livros da literatura universal.Da autora, eu recomendo os livros, Razão e Sensibilidade, Orgulho e Preconceito, Emma, Mansfield Park e A abadia de Northanger, todos clássicos de literatura inglesa. Recomendo sempre traduções e edições mais modernas. A escrita da autora é acessível e extremamente envolvente com fina ironia e inteligência. Há também inúmeras, dezenas de peças, séries, minisséries, novelas e filmes baseados na obra da autora. Destes, eu recomendo, Orgulho e Preconceito (as versões de 1940 e de 2005. A de 1940 é filmada com Laurence Olivier como Mr. Darcy e a de 2005 com Keira Knightley como Elizabeth). Recomendo também o filme Razão e Sensibilidade de 1995 com Emma Thompson na direção e no elenco, além de Kate Winslet no elenco. Para finalizar, mais dois filmes, A Abadia de Northanger (2007), com Felicity Jones e Amor e Inocência (2007) com Anne Hathaway, um filme para assistir ao lado da namorada ou do namorado.Ela morreu aos 41 anos, após desenvolver o que hoje se conhece como doença de Addison, em que há um déficit de produção, pelas glândulas suprarrenais, de certos hormônios. Sua obra e seu legado permanecem influenciando leitores e pessoas ao redor dos séculos.

    Clarice Lispector, a hora da grande estrela brasileira da literatura

    Play Episode Listen Later Dec 30, 2019 4:39


    Clarice Lispector====================================Dia 8 de dezembro: assassinato de John Lennon, nascimentos do pintor Diego Rivera, da poetisa Florbela Espanca e de Jim Morrison. Dia 10 é o aniversário de Ada Lovelace. Dia 11, Carlos Gardel e Noel Rosa. Dia 12, Flaubert, Frank Sinatra e Silvio Santos e, finalmente, Dia 13: Luís Gonzaga e Adélia Prado.Mas a grande homenageada nesta semana é uma mulher que também faz aniversário esta semana (inclusive aniversário de nascimento e de morte). Uma escritora que nasceu na Ucrânia, mas que tem valores e raízes totalmente fincadas no Brasil. Vamos falar sobre Clarice Lispector.Clarice Lispector, nascida Chaya Pinkhasovna Lispector, nasceu dia 10 de dezembro de 1920 em Tchetchelnik, na Ucrânia e faleceu dia 9 de dezembro de 1977 aos 56 anos. Clarice, como passou a se chamar quando imigrou para o Brasil, é autora de romances, contos e ensaios e é considerada uma das mais importantes escritoras do século XX.É filha de Pinkouss e de Mania Lispector. O casal já tinha duas outras meninas: Leia, de 9 anos, e Tania, de 5. O nascimento ocorre durante viagem de emigração da família em direção à América – os pais, judeus fugiam do antissemitismo daquela região européia.A família passou um breve período em Maceió, mas consolidou-se mesmo em Recife onde Clarice cresceu e onde, aos oito anos, perdeu a mãe (ela mesma sempre se declarou pernambucana). Aos quatorze anos de idade transferiu-se com o pai e as irmãs para o Rio de Janeiro, local em que a família se estabilizou e onde o seu pai viria a falecer, em 1940. Desde pequena, Clarice estudou várias línguas (português, francês, hebraico, inglês, iídiche) e teve aulas de piano. Era boa aluna na escola e gostava de escrever poemas. Sempre foi muito ligada à literatura tendo lido obras de gigantes como Herman Hesse, Julien Green e Dostoiévski além de Eça de Queirós, Machado de Assis José de Alencar, Graciliano Ramos, Jorge Amado e Rachel de Queiroz.Em 1939, com 19 anos, ingressa na Escola de Direito da Universidade do Brasil e começa a dedicar-se totalmente à sua grande paixão: a literatura, logo se consagrando como escritora, jornalista, contista e ensaísta, tornando-se uma das figuras mais influentes da Literatura brasileira e do Modernismo, sendo considerada uma das principais influências da nova geração de escritores brasileiros. É incluída pela crítica especializada entre os principais autores brasileiros do século XX.Após a morte de seu pai, em 1940, Clarice começa sua carreira de jornalista. Nos anos seguintes, trabalha como redatora e repórter na Agência Nacional, no Correio da Manhã e no Diário da Noite.Em 1943, casa-se com o Diplomata Maury Gurgel Valente, com quem teve dois filhos. Seu primogênito, Pedro, foi diagnosticado com esquizofrenia. Seu segundo filho, Paulo, foi afilhado do escritor Érico Veríssimo.Devido à profissão de seu marido, Clarice viveu em muitos países do mundo, desde Itália, Inglaterra, Suíça e Estados Unidos. O relacionamento durou até 1959, e quando resolveram se separar, Clarice retornou ao Rio com seus filhos.Suas principais obras marcam cada período de sua carreira. Perto do Coração Selvagem foi seu livro de estreia, publicado quando Clarice tinha 24 anos de idade; Laços de Família, A Paixão segundo G.H., A Hora da Estrela e Um Sopro de Vida são seus últimos livros publicados. Sua obra está repleta de cenas cotidianas simples e tramas psicológicas, reputando-se como uma de suas principais características a epifania de personagens comuns em momentos do cotidiano. Eu recomendo todos os livros de Clarice, pois todos são acessíveis e trazem um pouco da escritora, com destaque, claro, para Perto do Coração Selvagem(1943), A Hora da Estrela (1977), Laços de Família (1960), A paixão segundo G. H. (1964) e A descoberta do mundo (1984).

    Walt Disney, o fundador da maior empresa de entretenimento do mundo.

    Play Episode Listen Later Dec 18, 2019 5:04


    Walt Disney====================================Esta semana nossa coluna homenageia o homem que foi responsável pela invenção de gêneros cinematográficos, criou personagens ícones da cultura mundial além de ser o cofundador da maior empresa de entretenimento do mundo. Esta semana a coluna faz uma homenagem ao norte-americano, Walt Disney.Walter Elias Disney, conhecido e popularizado como Walt Disney, nasceu dia 5 de dezembro de 1901, há 118 anos, na cidade de Chicago e foi um animador, cineasta, diretor, roteirista, dublador, empreendedor e produtor cinematográfico.Tornou-se mundialmente conhecido por ser o pioneiro do ramo da animação tendo produzido o primeiro longa-metragem de animação Branca de Neve e os Sete Anões (1937) além de ser o criador de personagens icônicos como Mickey e Pato Donald.Walt Disney é filho do empreiteiro Elias Disney e da professora Flora Call Disney. Com 7 anos já revelava talento para o desenho. Com 14 anos ingressou no Kansas City Art Institute. Com 16 anos, entrou para a Cruz Vermelha, onde foi motorista de ambulância. Com 18 anos retornou para Kansas City e iniciou sua carreira de cartunista de propaganda e depois passou a produzir filmes publicitários.Por volta de 1923, deixou Kansas City e partiu para Hollywood, levando um filme feito com a técnica de desenho animado e atores reais. Junto com o irmão montou uma produtora e ofereceu seus filmes à distribuidora M. J. Winkler. Produziu "Alice" e em seguida "O Coelho Oswald”. Esta empresa é a gênese da atual maior empresa de entretenimento do mundo, a Walt Disney Company.Em 1925, casou-se com Lillian Bounds, uma de suas primeiras funcionárias. Em 1927 criou o camundongo, que foi batizado por sua esposa, com o nome de "Mickey Mouse", que se tornaria um dos maiores sucessos de sua produtora. Em 1928, lançou Steamboat Willie, o primeiro desenho com som da história. Nos anos seguintes, para contracenar com o Mickey Mouse, Walt Disney criou as personagens "Pato Donald", o "Pateta" e o "Pluto”. Em 1932, recebeu seu primeiro Oscar, com o filme "Flowers and Trees”. Walt Disney já havia criado curtas-metragens e animações, mas em 1935 divulgou sua ideia revolucionária de criar uma nova forma de arte. No início foi considerado louco, pois Hollywood não acreditava que adultos pagariam para assistir à uma animação. Ignorando as críticas e com o apoio de seu irmão Roy, hipotecou vários bens e pegou empréstimo bancário para realizar seu sonho. Foram investidos mais de um milhão de dólares para a criação do longa-metragem, em plena Grande Depressão americana. A ousadia do visionário, Walt Disney mudou a história do cinema mundial, elevando a animação à categoria de arte. Com o lucro do filme, Disney construiu um estúdio, dando sequência a outras produções e iniciando um império de entretenimento, que além de produzir dezenas de filmes e animações expandiu-se num conglomerado que inclui parques temáticos, brinquedos, jogos e livros com centenas de personagens. Outros longas vieram na sequência, entre eles, "Pinóquio", "Fantasia”, “Bambi" e Cinderela. Após deixar de atuar exclusivamente com animações, a Disney expandiu seus negócios para o teatro, parques temáticos, música, rádio e mídia online. Hoje, a The Walt Disney Company opera redes de televisão pagas e tem como subsidiárias empresas como Lucasfilm, Marvel Entertainment, Pixar, ABC e Fox. De acordo com a Walt Disney, seu principal objetivo é "tornar as pessoas felizes". Disney e sua equipe sempre diziam, à época do lançamento revolucionário de Branca de Neve que sabia que todas as pessoas foram crianças um dia. Hoje, sua empresa, além de povoar o imaginário do mundo inteiro, tem um valor de mercado de cerca de 155 bilhões de dólares, com ativos de 96 bilhões e faturando cerca de 55 bilhões de dólares por ano. Há dezenas de biografias e filmes sobre Disney e seu legado cultural impressionante. Eu recomendo os filmes Walt antes do Disney, de 2015 que conta a saga e os obstáculos enfrentados na criação de suas obras e o livro Walt Disney. O Triunfo da Imaginação Americana de Neal Gabler, um petardo de quase 800 páginas sobre a vida de Walt Disney.Walt Disney é a pessoa que venceu o maior número de Óscars na história, sendo 22 prêmios e 59 indicações. Disney faleceu dia 15 de dezembro de 1966 de câncer de pulmão em Burbank, Califórnia. Seu corpo foi cremado e suas cinzas estão no Forest Lawn Memorial Park, Glendale. Morreu antes da inauguração de um de seus últimos sonhos, o parque Walt Disney World, na Flórida, que foi inaugurado em 1971.

    Eça de Queirós e Mark Twain, dois expoentes da literatura de seus países

    Play Episode Listen Later Dec 18, 2019 4:07


    Eça de Queirós e Mark Twain, dois expoentes da literatura de seus países====================================Nossa coluna homenageia dois grandes escritores que nasceram neste semana e que são não só grandes expoentes mas definidores da literatura de seus respectivos países e idiomas: o português Eça de Queirós e o norte-americano, Mark Twain.José Maria de Eça de Queiroz, nasceu em Póvoa de Varzim, região noroeste de Portugal, dia 25 de novembro de 1845, há, portanto, 174 anos. Foi um escritor e diplomata português, considerado um dos maiores (senão o maior) escritor em Língua Portuguesa de todos os tempos. Filho do brasileiro José Maria Teixeira de Queirós e a da portuguesa Carolina Augusta Pereira de Eça. Passou sua infância e adolescência longe da família, sendo criado pelos avós paternos. Foi interno no Colégio da cidade do Porto. Em 1861 ingressou no curso de Direito da Universidade de Coimbra, onde se formou em 1866. Em 1869, como jornalista, assistiu a inauguração do Canal de Suez, no Egito, que resultou na obra O Egito, publicada postumamente. Depois, instalou-se em Leiria, como administrador do Conselho.Em 1875 publica O Crime do Padre Amaro, romance que representou o marco inicial do Realismo em Portugal, nele, Eça faz uma crítica violenta da vida social portuguesa, denuncia a corrução do clero e a hipocrisia dos valores burgueses. Em 1878 publica O Primo Basílio, em que coloca como tema o adultério, focalizando a decadência da família burguesa de seu tempo. A crítica social unida à análise psicológica aparece também no romance Mandarim.Em 1888 foi nomeado cônsul em Paris, ano que publica Os Maias, iniciando uma nova fase em sua carreira literária, quando o autor abstrai-se da sátira contundente e da ironia caricatural da família ou da sociedade burguesa, para conduzir-se a uma trilha construtiva. Eça faleceu em Neuilly-sur-Seine, 16 de agosto de 1900. Sou suspeito para falar de Eça, pois para mim, é um dos melhores escritores realistas não só da Língua Portuguesa, mas do mundo inteiro. A crítica mordaz e a escrita de estilo inconfundível, quase uma poesia em forma de prosa em muitos trechos, é sua marca característica. Eu recomendo os livros Os Maias, O crime do Padre Amaro e o Primo Basílio, três dos melhores romances em Língua Portuguesa.Mark Twain é o pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens, nasceu na vila chamada Florida no estado norte-americano do Missouri, dia 30 de novembro de 1835, há, portanto, 184 anos (dez anos antes de Eça). É considerado um dos pilares da literatura essencialmente americana, ou seja, aquela em oposição à literatura inglesa, dos colonizadores. Mark Twain tem um estilo baseado numa fala americana colorida, vigorosa e coloquial criando, assim, uma ampla galeria de tipos e uma iconografia essencialmente americana. Com uma infância difícil, após perder o pai aos 12 anos, Clemens começou a trabalhar como entregador, escriturário e ajudante para ajudar financeiramente à família. Aos 13 tornou-se aprendiz de tipografia, viajou pelo país, aprendeu navegação no rio Mississipi, vindo a tornar-se posteriormente piloto fluvial. Participou da guerra civil e, após o conflito, foi morar em Nevada com seu irmão. Lá passou a escrever para um jornal da cidade de Virginia. Em seus primeiros contos registrou uma forte tradição do humor típico do Oeste, um veio espirituoso que seria uma de suas marcas registradas.Mark Twain obteve grande êxito como escritor e palestrante. Seu raciocínio perspicaz e suas sátiras incisivas renderam-lhe a admiração de seus pares e o enaltecimento dos críticos, e Twain manteve boas relações com presidentes, artistas, industriais e a realeza europeia. Ele foi laureado como o "maior humorista americano de sua época", sendo definido por William Faulkner como o "pai da literatura americana”.Suas obras primas (e os livros que recomendo) são os As aventuras de Tom Sawyer de 1876 em que o autor cria uma das mais famosas duplas da literatura mundial, Tom Sawyer e Huck Finn e o livro As aventuras de Hucleberry Finn de 1884. Considerado o grande romance sobre o ideal da democracia americana.Mark Twain morreu em Redding, Connecticut dia 21 de abril de 1910. Ao ler estes livros, procure por edições e traduções mais modernas, de preferência com notas que ajudam muito a leitura. Há inúmeros filmes, novelas, e minisséries baseados nas obras destes autores. Procure-os e delicie-se com dois dos maiores escritores da literatura universal.

    Clóvis, Cortella, Karnal e Pondé: a filosofia para as multidões

    Play Episode Listen Later Nov 20, 2019 4:51


    Clóvis, Cortella, Karnal e Pondé: a filosofia e a história como remédios para o amargo da vida ====================================Na semana em que homenageamos os nascimentos de Martin Scorsese e Rachel de Queiroz (17) e Voltaire (21) nossa coluna abraça o feNômeno que vem ocorrendo nas editoras de livros brasileiras que é uma crescente e constante procura por livros de filosofia, e de auto-ajuda relacionada à filosofia, ou, na verdade, a filosofia como resposta a questões complexas e até mesmo as banais do mundo moderno.Nesta seara se destacam os 3 pensadores da, assim chamemos, filosofia para as multidões, Mário Sérgio Cortella, Leandro Karnal e Luiz Felipe Pondé, ao que poderíamos acrescentar um quarto, o professor Clóvis de Barros Filho. Se procurarmos nas listas de livros mais vendidos, no Brasil, dos últimos 3 ou 4 anos, ao menos um deles (ou todos eles) estarão presentes. Vamos conhecer quem são eles e do que eles tratam e o porquê desse feNômeno de procura pelo conhecimento em forma de filosofia para o cotidiano ou para enfrentar as dificuldades e vicissitudes da vida.Os quatro citados, Clóvis, Cortella, Karnal e Pondé fizeram sucesso traduzindo raciocínios complexos de filósofos, escritores e pensadores como Epicuro, Schopen­hauer, Shakespeare e Hegel para o cotidiano brasileiro. Ganharam inúmeros fãs e seus livros vendem milhões de exemplares.Leandro Karnal é gaúcho, nasceu em São Leopoldo, dia 1 de fevereiro de 1963 tendo, portanto, 56 anos. É historiador e professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É doutor em história pela USP e tem publicações acadêmicas sobre história da América. Tem 17 livros publicados sozinho ou com diversas parcerias (entre elas: Pe. Fábio de Melo, Monja Cohen, Clóvis de Barros Filho, Cortella e Pondé, entre outros). Eu recomendo: “O que aprendi com Hamlet”por que o mundo é um teatro”, “Crer ou não crer” e “felicidade ou morte”. Luis Felipe Pondé é pernambucano de Recife, nasceu dia 29 de abril de 1959 tendo, portanto, 60 anos. É doutor em filosofia pela USP. Tem mais de 14 livros publicados sozinho ou em parceria. Tem um pensamento claramente liberal e conservador e se inspira em autores como Hume, Adam Smith, Edmund Burke, Alexis de Tocqueville e Roger Scruton (que rejeita a aproximação entre o conservadorismo e liberalismo). Pondé, entretanto, traça paralelos e uma linha comum entre esses autores e seus pensamentos. Eu recomendo os livros: Crítica e profecia: filosofia da religião em Dostoiévski (2003) e Filosofia para Corajosos (2016).Clóvis de Barros Filho, nasceu em Ribeirão Preto-SP, em 21 de outubro de 1966 tendo, portanto, 53 anos. É formado em Direito, Jornalismo e Filosofia pela USP. É professor de ética da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. É mestre em Ciência Política pela Université Sorbonne Nouvelle de Paris (1990) e doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo. Tem cerca de 24 livros publicados sozinho ou em parcerias diversas, como os outros autores citados nesta coluna, entre os quais eu destaco, “A filosofia explica as grandes questões da humanidade”em parceria com Júlio Pompeu e “Ética e vergonha na cara” em parceria com Cortella.Mário Sérgio Cortella, nasceu em Londrina, dia 5 de março de 1954, tendo, portanto, 65 anos, é filósofo e professor de Filosofia da PUC-SP. É mestre e doutor pela mesma PUC-SP tendo como orientador do doutorado, o patrono da Educação brasileira, Paulo Freire. Foi Secretário Municipal de Educação de São Paulo (1991/1992) no governo de Luiza Erundina. Tem mais de 40 livros publicados, entre os quais eu destaco: “Não nascemos prontos”, “Não espere pelo epitáfio”, “A era da Curadoria” com Gilberto Dimenstein, “Qual é a tua?” e “Política para não ser idiota” em parceria com Renato Janine Ribeiro. Seu pensamento é voltado para a educação, religião e espiritualidade e filosofia como remédio para a alma, além de ética e moral.O sucesso desses pensadores e seus livros, palestras e vídeos é muito importante e mostra o quanto os brasileiros gostam de ler quando há algo interessante a ser contado ou ensinado. Mostra também o quanto o mundo atual e sua velocidade angustiante gera cidadãos necessitados da vontade de parar, pensar, raciocinar e buscar soluções para os dilemas da vida e do mundo moderno.

    Dostoiévski e o romance psicológico

    Play Episode Listen Later Nov 20, 2019 4:59


    Dostoiévski e o romance psicológico ====================================Nesta semana, do dia 10 ao dia 16 de novembro nós lembramos o nascimento de Martinho Lutero, no dia 10, Santo Agostinho e Robert Louis Stevenson, no dia 13 e José Saramago no dia 16. Mas, o tema de nossa coluna semanal é aquele que é considerado, por justa razão, um dos maiores escritores e pensadores de todos os tempos, um homem que privilegiava, através da escrita, os grandes temas da humanidade (e a própria humanidade). Um escritor que influenciou a Literatura, a Filosofia, a Psicologia, a Teologia e preparou as bases do mundo tal qual o conhecemos, o russo, Dostoiévski.Fiódor Mikhailovitch Dostoiévski, nasceu dia 30 de outubro de 1821, pelo calendário Juliano Russo da época, o que representa o dia 11 de novembro de 1821 pelo nosso calendário Gregoriano. Nasceu em Moscou, há, portanto, 198 anos, quase dois séculos. Faleceu em São Petersburgo, dia 28 de janeiro de 1881, pelo calendário juliano o que representa o dia 09 de fevereiro de 1881, pelo nosso calendário atual.O pai de Dostoiévski, Mikhail Andriéievitch apesar de imprimir uma disciplina severa à família, incentivava os sete filhos ao amor pela cultura. Em 1837, a mãe de Dostoiévski morreu precocemente de tuberculose. A perda foi um choque para o pai, que acabou mergulhando na depressão e no alcoolismo. Fiódor e seu irmão foram então enviados à Escola de Engenharia, em São Petersburgo. O pai, morreu pouco depois, assassinado, provavelmente, pelos próprios empregados. A família tinha uma educação religiosa no cristianismo ortodoxo.Em 1843, concluiu os estudos de Engenharia e obteve o grau militar de subtenente. Durante esses anos, dedicou-se à tradução, incluindo a obra de Balzac, um autor que ele admirava. Em 1844 abandonou o exército e começou a escrever a novela Pobre gente, que recebeu uma crítica positiva no seu lançamento. Foi nesta época que contraiu dívidas e sofreu o primeiro ataque epilético. À primeira obra, seguiram-se Noites brancas (1848), entre outras novelas e contos, que não tiveram a mesma acolhida da crítica.Após lançar suas primeiras obras, engajou-se na luta da juventude democrática russa pelo combate ao regime autoritário do Czar Nicolau I. Em São Petersburgo, dedicou-se integralmente à escrita, produzindo seis grandes romances, entre os quais suas obras-primas Crime e Castigo (1866), O Idiota (1869) e Os Irmãos Karamazóv (1880). Tinha problemas financeiros por seus vícios, entre eles, o jogo (de onde viria a maravilhosa obra, O Jogador).Tais livros serviram como o reflexo de uma era turbulenta na história russa, quando a política radical que viria a dominar o século XX lutou com um intenso cristianismo ortodoxo pelos corações e mentes de um país polarizado.Durante sua vida, como escritor, Dostoiévski produziu, romances, novelas, contos, memórias, escritos jornalísticos e escritos críticos. Além disso, atuou como editor em revistas próprias, como preceptor e participou de atividades políticas. Suas obras mais importantes, claro, foram as literárias, onde abordou, entre outros temas, o significado do sofrimento e da culpa, o livre-arbítrio, o cristianismo, o racionalismo, o niilismo, a pobreza, a violência, o assassinato, o altruísmo, além de analisar transtornos mentais, muitas vezes ligados à humilhação, ao isolamento, ao sadismo, ao masoquismo e ao suicídio. Pela retratação filosófica e psicológica profunda e atemporal dessas questões, seus escritos são comumente chamados de romances filosóficos e romances psicológicos sendo ele um dos precursores de ambos.Eu destaco, entre suas obras, os magníficos livros, Memórias do Subsolo (1864), Noites Brancas e outras histórias, e as já citadas, Crime e Castigo (considerado um dos melhores romances da história), O Idiota, e Os Irmãos Karamazóv (1880), livro onde há a clássica frase de Ivan Karamazov, que dizia: "Se Deus não existe, tudo é permitido”.Finalizo, lembrando que Dostoiévski é considerado um autor de complexa leitura, principalmente por suas monumentais obras, algumas ultrapassando as mil páginas, mas, insisto aqui, há um prazer incrível na leitura de seus textos, extremamente complexos e profundos. Aos que consideram o autor difícil, eu recomendo iniciar por suas novelas e contos e só depois se aventurar nas páginas excepcionais de seus grandes romances.

    Cecília Meireles, a voz lírica feminina do Brasil

    Play Episode Listen Later Nov 8, 2019 4:23


    Cecília Meireles, a voz lírica feminina do Brasil========================================Nesta semana, dia 06 de novembro, gostaríamos de lembrar o nascimento do escritor Robert Musil, Marie Curie, Ary Barroso e Albert Camus (dia 7), Carl Sagan (dia 9) e Martinho Lutero e Schiller (dia 10), mas o tema de nossa coluna é aquela que é uma das mais importantes vozes líricas da literatura em língua portuguesa e primeira voz feminina de grande expressão da literatura brasileira, a grande Cecília Meireles.Cecília Benevides de Carvalho Meireles, nasceu no Rio de Janeiro, dia 07 de novembro de 1901, há 118 anos e faleceu, de câncer dia 09 de novembro de 1965, dois dias depois de fazer 63 anos, também no Rio de Janeiro. Ela foi uma jornalista, pintora, poeta e professora brasileira.Foi criada pela sua avó católica e portuguesa da ilha dos Açores. Isso porque seu pai havia morrido três meses antes de seu nascimento e sua mãe quando tinha apenas 3 anos.Desde pequena recebeu uma educação religiosa e demonstrou grande interesse pela literatura, escrevendo poesias a partir dos 9 anos de idade.Sua estreia literária aconteceu em 1919 com o livro “Espectros”, reunião de sonetos escritos a partir de 1915. Sua obra mais conhecida é o épico “Romanceiro da Inconfidência”, de 1953. Embora cronologicamente vinculada a segunda fase do modernismo brasileiro, sua obra poética traz influências simbolistas, românticas barrocas e parnasianas, destacam-se: “Nunca Mais” (1923), “Poema dos Poemas” (1923), “Baladas para El-Rei” (1925), “Viagem” (1939), “Vaga Música” (1942), “Mar Absoluto e Outros Poemas” (1945), “Retrato Natural” (1949), “Doze Noturnos da Holanda” (1952), “Poemas Escritos na Índia” (1950), “Metal Rosicler” (1960), “Solombra”(1963). Sobre ela escreveu o crítico Paulo Rónai: “Considero o lirismo de Cecília Meireles o mais elevado da moderna poesia de língua portuguesa. Nenhum outro poeta iguala o seu desprendimento, a sua fluidez, o seu poder transfigurador, a sua simplicidade e seu preciosismo, porque Cecília, só ela, se acerca da nossa poesia primitiva e do nosso lirismo espontâneo. A poesia de Cecília Meireles é uma das mais puras, belas e válidas manifestações da literatura contemporânea”.Eu não canso de repetir o quanto eu aprecio poesia e o quanto o mundo precisa dela, a cada dia mais. Com uma realidade a cada dia mais dura, mais complicada, mais rápida, mais acelerada, com muitos precisando de auxílios químicos para manter a saúde e a sanidade mental. Vivemos tempos sombrios, de medo, de ódio, de intolerância…Quem precisa da poesia? Uma frase do filme “O carteiro e o poeta” de 1994 nos diz que “A poesia não é de quem a escreve, mas de quem precisa dela” e nunca o mundo, desiludido e pós-moderno, precisou tanto dela. Termino com os versos de “Motivo”, poema de Cecília contido no livro “Cecília Meireles — Poesia Completa”, editora Nova Fronteira.Eu canto porque o instante existee a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:sou poeta.Irmão das coisas fugidias,não sinto gozo nem tormento.Atravesso noites e diasno vento.Se desmorono ou se edifico,se permaneço ou me desfaço,— não sei, não sei. Não sei se ficoou passo.Sei que canto. E a canção é tudo.Tem sangue eterno a asa ritmada.E um dia sei que estarei mudo:— mais nada.

    Nietzsche e o eterno retorno

    Play Episode Listen Later Nov 8, 2019 4:53


    Nietzsche e o eterno retorno============================Dia 27 de outubro lembramos o nascimento do escritor Graciliano Ramos e o quadrinista Maurício de Souza (dia 27); de Bill Gates, Eros Ramazzotti, Zélia Duncan e Julia Roberts no dia 28; Diego Maradona dia 30; Carlos Drummond de Andrade no dia 31; Mas o personagem que nossa coluna homenageará nesta semana é um filósofo que fez uma crítica profunda à filosofia e à civilização ocidental, além de ser um dos mais influentes pensadores tanto do século XX quanto do mundo moderno, o filósofo da suspeita, cujo pensamento extrapolou o debate acadêmico e, além de tudo, escrevia em um estilo brilhante, inteligível, que filosofava por meio de aforismos e poemas, o alemão Nietzsche.Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu dia 15 de outubro de 1844, há 175 anos, portanto, na cidade de Röcken, no Reino da Prússia e faleceu dia 25 de agosto de 1900, 56 anos depois de seu nascimento, em Weimar no império Alemão.Ele foi um filósofo, filólogo, crítico cultural, poeta e compositor cuja obra filosófica permanece extremamente atual, na medida em que prenuncia boa parte do que foi desenvolvido ao longo século XX (e mesmo nos primeiros anos do século XXI).Temas como crítica à verdade e à pretensão de atingir uma interpretação unitária do real, além de temas como a fragmentação do sujeito, a impossibilidade de estabelecer valores universais, a crise da metafísica e o estudo da moral e da ética serão retomamos e desenvolvidos por autores durante todo o século passado (entre eles Derrida, Lyotard, Foucault e Deleuze entre outros).Nietsche era filho de um pastor protestante e de uma mãe piedosa e puritana. Estava sendo, pois, preparado para ser pastor, dada que sua família vinha de uma tradição de clérigos luteranos. Mas, aos 18 anos afastou-se do cristianismo e perdeu a fé do Deus de seus pais. Forma-se em Filologia (a contragosto da mãe) e Depois de concluir sua formação, devido aos seu grande conhecimento e respeito de seus superiores, é convidado a lecionar filologia na Universidade de Basileia, com apenas 24 anos.Nesta época conhece a filosofia de Schopenhauer lendo “O mundo como vontade e ideia”, encontrando nele a influência para o desabrochar da sua própria filosofia. Em 1871 lança sua primeira obra, O Nascimento da Tragédia, sob influência da música de Wagner e da filosofia de Schopenhauer, com os quais depois virá a romper. Em 1878, o filósofo publicou Humano, demasiado humano, a sua primeira obra escrita em aforismos, estilo que marcou a escrita nietzschiana.Entre 1883 e 1885 o filósofo escreve Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém que influenciou significativamente o mundo moderno. O livro narra as andanças e ensinamentos de um filósofo, que se autonomeou Zaratustra. O livro usa uma forma poética e fictícia, frequentemente satirizando o estilo do Velho e Novo Testamento.O filósofo, em 1886, escreve e publica o seu primeiro grande estudo acerca da moralidade, o livro Além do bem e do mal. No ano seguinte, aprofundando no tema sobre a moralidade, o filósofo escreve Genealogia da moral. Ainda em 1887, ele começa a redação de O anticristo, texto publicado em 1888, mesmo ano de publicação de Crepúsculo dos ídolos e Ecce homo. Nessas últimas publicações, Nietzsche já se encontrava afetado pela doença mental, tendo surtos, fortes dores e problemas diversos.Obviamente que um filósofo tão influente na modernidade quanto Nietzsche não poderia ser completamente explorado neste espaço. O que buscamos nesta semana é uma apresentação do filósofo para o ouvinte, para que ele possa descobrir o pensamento de figura tão central no pensamento atual. Eu recomendo os livros Compreender Nietzsche de Jean Lefranc e o livro da série “Folha Explica”Nietzsche da Publifolha escrito por Oswaldo Giacoia.O legado de Nietzsche é vasto, mas eu gostaria de destacar principalmente seu estilo inconfundível de sentenças diretas e frases cuidadosamente pensadas e encaixadas. Estilo exagerado, hiperbólico, rápido e brilhante que muitos tentaram, sem sucesso, copiar. Conheça a vida e a obra de Nietzsche. Por ser um filósofo extremamente popular não faltarão obras para iniciar o leitor no “caro deleite” da filosofia.

    Vinicius de Moraes, o grande "poetinha"

    Play Episode Listen Later Oct 25, 2019 5:06


    Vinicius de Moraes========================================Na semana passada, ouvintes, falamos aqui neste espaço do grande poeta Carlos Drummond de Andrade, gostaríamos, portanto, de homenagear, mais um poeta que deixou para sempre seu nome marcada na música popular brasileira., também nascido em outubro, conhecido como Poetinha, o grande Vinicius de Moraes.Marcus Vinicius de Moraes, nasceu em 19 de outubro de 1913 no Rio de Janeiro, há, portanto, 106 anos e faleceu dia 9 de julho de 1980 no mesmo Rio De Janeiro.Ele foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor e compositor brasileiro de muita fama tanto nacional quanto internacional. Filho de Clodoaldo Pereira da Silva Moraes e Lidia Cruz de Moraes, seu pai era funcionário público e músico amador e a mãe, pianista, ele tinha, portanto, a arte presente em sua vida desde o berço.Começa a escrever seus primeiros versos e poemas ainda muito cedo, com apenas 9 anos. As primeiras canções foram compostas com 14 anos e com os amigos do colégio,. Com 17 anos, entra na faculdade de Direito da Rua do Catete e em 1932, com 19 anos, Publica pela primeira vez um poema de sua autoria na revista A Ordem. No mesmo ano, duas canções de sua autoria são gravadas. Em 1933 publica seu primeiro livro de poemas, “O caminho para a distância.Esses foram os primeiros passos de uma carreira na poesia, na literatura, no teatro e na música que marcaria profundamente a cultura brasileira. Sua obra é vasta, passando pela literatura, teatro, cinema e música. Ainda assim, sempre considerou que a poesia foi sua primeira e maior vocação, e que toda sua atividade artística deriva do fato de ser poeta. Ainda na década de 1930, Vinicius de Moraes estabeleceu amizade com os poetas Manuel Bandeira, Mário de Andrade e Oswald de Andrade. Em sua fase considerada mística, ele recebeu o Prêmio Felipe D'Oliveira pelo livro Forma e Exegese, de 1935. No ano seguinte, lançou o livro Ariana, a Mulher.Em 1954, Vinícius publica sua coletânea de poemas, Antologia Poética, mesmo ano que publica sua peça teatral Orfeu da Conceição, premiada no concurso do IV Centenário de São Paulo. Dois anos depois, quando Vinicius buscava alguém para musicar a peça conheceu um jovem pianista, Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim, O Tom Jobim, que na época tinha 29 anos.Deste encontro entre Vinícius e Tom nasceria uma das maiores parcerias da música brasileira, que a marcaria definitivamente. Os dois compuseram a trilha sonora, que incluía "Lamento no Morro", "Se Todos Fossem Iguais A Você", "Um Nome de Mulher", "Mulher Sempre Mulher" e "Eu e Você”. A peça estreou no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Além destas canções, a dupla Vinicius e Tom compuseram, entre outros clássicos, "A Felicidade", "Chega de Saudade", "Eu sei que vou te amar", "Garota de Ipanema", "Insensatez", entre outras belas canções O filme baseado na peça de Vinicius, foi dirigido pelo francês Marcel Camus, Orfeu Negro. O poeta compôs duas músicas para o filme. Um ano depois, o filme seria contemplado com a Palma de Ouro em Cannes e ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro.A influência de Vinicius de Moraes na cultura brasileira é tamanha que o espaço disponível nesta coluna é pequeno demais para sequer iniciar a contemplá-la, mas vale a lembrança que o poeta é um dos maiores compositores da MPB e da bossa nova tendo sido gravado por todos os grandes expoentes do gênero. Entres seus grandes parceiros de composição musical, destacam-se Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, João Gilberto, Chico Buarque e Carlos Lyra. Além de composições com Pixinguinha e parcerias com Dorival Caymmi e o grupo Os cariocas.A obra de Vinicius, o “poetinha”, como era carinhosamente chamado, é essencialmente lírica e se destaca pelos seus poemas de amor e sonetos, conhecidos e recitados até hoje. Poemas como Para viver um grande amor, Poética, Soneto de Fidelidade, Soneto do amor Total, Eu sei que vou te amar, Soneto de separação e canções como chega de saudade, tarde em Itapuã, Aquarela, Garota de Ipanema e insensatez serão eternamente lembradas. A dica da semana é mergulhar na imensa obra de Vinicius, tanto os poemas, crônicas, versos e sonetos quanto às composições musicais. Afinal, o lirismo, a paixão, a música, a vida, a obra e a poesia de Vinicius estão conosco “dentro da eternidade e a cada instante”.

    Carlos Drummond de Andrade, o maior dos poetas do Brasil

    Play Episode Listen Later Oct 25, 2019 4:27


    Carlos Drummond de Andrade============================Aproveitando que estou visitando a capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, gostaria de homenagear nesta semana um grande escritor mineiro nascido neste mês de outubro, considerado o mais influente poeta brasileiro do século XX, o grande poeta Drummond.Carlos Drummond de Andrade nasceu dia 31 de outubro de 1902, há 117 anos em Itabira, no interior de Minas Gerais. Sua memória dessa cidade viria a permear parte de sua obra, influenciando-a constantemente.Filho de proprietários rurais, durante sua adolescência foi encaminhado para estudar em colégios internos em Belo Horizonte e também em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.Desde pequeno Drummond demonstrou grande interesse pelas palavras e pela literatura. Após concluir os estudos, regressou à Belo Horizonte e iniciou sua carreira de escritor publicando artigos no Diário de Minas em 1921.Já no ano seguinte foi vencedor do “Concurso Novela Mineira” com o conto “Joaquim do Telhado”.Formou-se em Farmácia em 1925, mas não exerceu a profissão. No mesmo ano de 1925 casou-se com Dolores Dutra de Morais e fundou com outros escritores “A Revista”, veículo com publicações que consolidaram o Modernismo mineiro.Foi também redator-chefe do Diário de Minas.Escreveu poesia, prosa e literatura infantil, em uma obra marcada por referências à vida mineira. Itabira está presente em grande parte de sua obra. A cidade hoje abriga um memorial em homenagem ao autor.Em 1928, fez a publicação que impactou sua carreira: a poesia “No Meio do Caminho”, na Revista de Antropofagia de São Paulo.A obra foi criticada pela imprensa, por conta da construção repetitiva e inusitada de suas estrofes. O trecho "No meio do caminho tinha uma pedra / tinha uma pedra no meio do caminho" ganhou repercussão e a poesia foi apontada até como forma de provocação na época.Drummond consagrou-se como um dos maiores escritores da literatura brasileira, fazendo parte da segunda geração modernista. Muitos de seus poemas são conhecidos mundialmente. Ainda em 1928, Drummond ingressa no serviço público como auxiliar de gabinete da Secretaria do Interior. Em 1930 publica o volume "Alguma Poesia", contendo 49 poemas. Em 1934 transferiu-se para o Rio de Janeiro e foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945.Em 1942 publicou seu primeiro livro de prosa, "Confissões de Minas". Entre os anos de 1945 e 1962 foi funcionário do Serviço Histórico e Artístico Nacional.Em 1946 foi premiado pela Sociedade Felipe de Oliveira, pelo conjunto de sua obra. Durante os anos 60 e 70 escreveu para jornais do Rio de Janeiro e dedicou-se à produção de crônicas e poesias.Algumas de suas obras são “Sentimento do mundo”, “A rosa do povo”, “Claro enigma” e “As impurezas do branco”.Carlos Drummond de Andrade morreu aos 85 anos, no Rio de Janeiro.O estilo poético de Carlos Drummond de Andrade ficou caracterizado por observações do cotidiano misturadas a traços de ironia, pessimismo e humor. Várias de suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, sendo também tradutor de autores como Balzac, Federico Garcia Lorca e Molière.Sua poesia, ao retratar as aspirações e angústias cotidianas, parece falar ao coração de cada leitor. Não é à toa que inúmeros versos do poeta se tornaram praticamente ditados populares, como o famoso “E agora, José?”.

    Cartola, o "divino"

    Play Episode Listen Later Oct 23, 2019 4:47


    Cartola ==========================Nesta semana, de 06 a 12 de outubro, nós lembramos do nascimento de Romero Brito (06), Mário de Andrade e John Lennon (9), Verdi e Thelonious Monk (10), Tom Zé, Lobão e Jorge Vercillo (11) e Luciano Pavarotti e D. Pedro I (12).Nossa coluna vai homenagear, com muita honra, aquele que é considerado um dos maiores sambistas da história do Brasil, na opinião do grande Carlos Drummond de Andrade, um “mestre da delicadeza”, conhecido como “o Divino”, o poeta das rosas, o saudoso, Cartola.Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, nasceu no dia 11 de outubro de 1908, há 111 anos, noRio De Janeiro, então capital do Brasil, no bairro do Catete, e morreu em 1980 no mesmo Rio de Janeiro. Filho de operário, morou em diversos bairros do Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX. Aos 11 anos, dificuldades financeiras levam a família a se transferir para o Morro da Mangueira, onde, ainda jovem, Cartola é iniciado no samba e na boêmia pelo seu amigo Carlos Cachaça, seis anos mais velho, que se torna um dos seus mais constantes parceirosMuito cedo abandona a escola para trabalhar, e exerce várias profissões, de aprendiz de tipógrafo a servente de pedreiro. O apelido Cartola surge nessa época, trabalhando em construção e para evitar que o pó do cimento lhe caísse sobre a cabeça, passa a usar um chapéu-coco, que orgulhosamente chama de cartola. Aos 15 anos perde a mãe. O pai desaprova sua vida boêmia, expulsa-o de casa e muda-se do Morro da Mangueira, o compositor ali permanece. Vive pela noite do subúrbio carioca, até ser acolhido por Deolinda, uma senhora que mora na Mangueira e passa a cuidar dele. Sem trabalho, começa a compor e a cantar nos bares do morro.Torna-se figura cativa nas rodas de samba e da boêmia, e ensaia suas primeiras composições e acordes no violão. Participa da fundação de um bloco para brincar o Carnaval, o Bloco dos Arengueiros. Além de Cartola, outros "arengueiros" como Arturzinho, Carlos Cachaça, Zé Espinguela, Saturnino, Homem Bom, Gradim e o irmão Antonico integram o núcleo inicial do qual surge a Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira, fundada em 28 abril de 1928. Tanto as cores, verde e rosa, quanto o nome são sugestões de Cartola. No desfile inaugural, a escola apresenta um samba de sua autoria, Chega de Demanda.Mesmo sendo reconhecido como um mito vivo da música brasileira, tido suas composições gravadas por intérpretes famosos, apenas em 1974, com mais de sessenta anos, Cartola gravou seu primeiro LP individual, com o qual recebeu vários prêmios e passou a fazer shows em todo o país. O segundo disco veio em 1976 e com ele o grande sucesso da música “As rosas não falam”.A obra de Cartola tem significado especial na narrativa da evolução do samba. Estilo inconfundível de suas harmonias, melodias e letras traduz a poética do trovador da Mangueira, que, sozinho ou em parceria, com Carlos Cachaça, Elton Medeiros, Nuno Veloso, Hermínio Bello de Carvalho, influencia novas gerações de sambistas, em especial, Paulinho da Viola. Suas composições atravessam décadas e se atualizam a cada regravação. Cartola viveu em uma época em que a música brasileira estava muito atrelada à poesia e o lirismo da composição literária. Vejamos o exemplo de As Roas não falam:Bate outra vezCom esperanças o meu coraçãoPois já vai terminando o verãoEnfimVolto ao jardimCom a certeza que devo chorarPois bem sei que não queres voltarPara mimQueixo-me às rosasQue bobagemAs rosas não falamSimplesmente as rosas exalamO perfume que roubam de ti, aiDevias virPara ver os meus olhos tristonhosE, quem sabe, sonhavas meus sonhosPor fimNeste mundo veloz, cada vez mais rápido, onde o tempo é escasso, neste mundo violento, ultraburocrático e ultratecnocrata, que possamos cada vez mais buscar tempo para apreciar a poesia e a música. Afinal, como dizia Nietzsche, a vida sem música, seria um erro.

    Miguel de Cervantes, autor do primeiro romance moderno

    Play Episode Listen Later Oct 4, 2019 4:34


    Miguel de Cervantes, autor do primeiro romance moderno=====================Nesta semana, nós lembramos do aniversário de nascimento de Caravaggio (19), Truman Capote, Xororó e Chacrinha(30), Mahatma Gandhi, Groucho Marx, Augusto Cury e Sting (2), Allan Kardec, Orlando Silva e Zé Ramalho (3), Buster Keaton, Assis Chateaubriand e Susan Sarandon (4), Diderot, Václav Havel e Tarcísio Meira (5).Mas o tema de nossa semana é aquele que é considerado do homem que inventou a ficção através de um dos livros mais importantes e mais influentes já escritos. O tema de nossa semana é o escritor espanhol, CervantesMiguel de Cervantes Saavedra, nasceu na Espanha, no dia 29 de setembro de 1547, provavelmente em Alcalá de Henares, filho de Rodrigo e Leonor de Cortinas, que além de Miguel, tiveram mais seis filhos. Em 1563 a família mudou-se para Sevilha, onde Miguel iniciou seus estudos em gramática e latim, aprendendo com os padres jesuítas.Em 1566, aos 19 anos, mudou-se com a família para Madri, onde viveu apenas três anos. Segundo alguns estudiosos, ele teve que deixar a cidade porque havia ferido um homem por acidente.Passou a viver em Roma, na Itália, onde fez carreira como soldado e lutou na Batalha de Lepanto, contra os turcos, em 1571. Nesse combate, foi ferido e perdeu os movimentos da mão esquerda. Segundo alguns pesquisadores, na verdade ele perdeu o braço inteiro.Na volta à Espanha, em 1575, a embarcação em que Cervantes viajava foi tomada por piratas turcos. Os bandidos o mantiveram prisioneiro durante cinco anos; só foi libertado quando sua família pagou um resgate.De volta à Espanha, trabalhou como coletor de impostos do reino. Casou-se em 1583 com Catalina de Palacios Salazar, com quem viveu apenas um ano. Antes do casamento, teve uma filha.Edita na cidade de Madri, em 1585, “La Galatea”, que foi sua primeira novela. Teve contato com grandes literatos da época, e escreveu os poemas dramáticos “Los Tratos de Argel” e “La Mumancia”.A obra mais famosa de Cervantes é Dom Quixote — o nome completo é O engenhoso fidalgo Dom Quixote de La Mancha —, publicado em duas partes: a primeira em 1605 e a segunda em 1616.O livro conta a divertida história de Dom Quixote, cavaleiro ingênuo e bem-intencionado, que sai pelo mundo para combater as injustiças. Dom Quixote apronta muitas confusões e acaba sempre se dando mal.O livro é uma paródia das histórias de cavalaria, que narram os feitos heroicos dos cavaleiros. Eles enfrentam monstros, combatem exércitos inimigos e defendem os mais fracos.O livro fez tanto sucesso, que uma pessoa, fazendo uso de um nome falso, publicou uma segunda parte do romance. Por conta da revolta com tal falsificação, em 1615, Cervantes publicou sua própria segunda parte, escrevendo também diversas obras ao longo deste período. “Dom Quixote” foi traduzido em mais de 60 idiomas, e de geração em geração vem conquistando de crianças a adultos.Miguel de Cervantes, considerado um dos quatro gênios da literatura ocidental, morreu no dia 23 de abril de 1616, na cidade de Madri, Espanha. Deixando grande inspiração em diversos níveis, ultrapassando séculos. De forma que romancistas, contistas; poetas; escritores; pintores; escultores; ensaístas; cartunistas; quadrinistas; dentre outros, ainda hoje encontram em suas obras um referencial artístico.O seu trabalho é considerado entre os mais importantes em toda a literatura, e sua influência sobre a língua castelhana tem sido tão grande que o castelhano é frequentemente chamado de La lengua de Cervantes (A língua de Cervantes).A dica é, portanto, conhecer Cervantes (e a língua de Cervantes) seja por suas obras literárias, ou pelas muitas obras que ele inspirou.

    Como ler mais? Dicas importantes para ler mais ou apenas para começar a ler!

    Play Episode Listen Later Oct 4, 2019 4:18


    Como ler mais?====================Os benefícios da leitura são conhecidos e já foram motivo de debate neste espaço. Entre eles podemos citar:Estimular o funcionamento do cérebro e a criatividade; Melhorar o senso crítico; Redução do estresse; (prazer); Expansão do conhecimento; Ajuda na memorização; Desenvolve a concentração; melhora as habilidades de escrita; promove a saúde mental como um todo.Ler, ouvinte, é dialogar com os autores dos livros, lendo nós descobrimos ideias, mentalidades, pesquisas, conselhos, reflexões e experiências. O ato e o hábito de ler realmente nos proporciona momentos e situações maravilhosas além de promover a saúde mental e, por consequência, do corpo.Portanto, eu que sou um leitor ávido, tenho quase sempre que responder a pergunta de como fazer para ler mais, ou para simplesmente ler… No mundo ultra-conectado e veloz atual é cada vez mais difícil de separar um momento do dia para exercitar o prazer da leitura.No Brasil, se lê menos ainda. Temos uma cultura de leitores muito pequena. A média de leitura do brasileiro são dois livros por ANO! Uma das mais baixas do mundo. E desses dois, só se termina um e meio. É algo que precisamos urgentemente mudar. Não é à toa que o Brasil é um dos países de população mais estressada do mundo…Mas como ler mais?Minha dica para isso (e que funciona perfeitamente comigo) é deixar de imaginar que precisamos de muito tempo para ler. Primeiro: tempo é uma questão de prioridade. Todos teremos (se tudo der certo) as mesmas 24 horas. O que fazemos com elas é o que nos define e nos diferencia dos demais. Tudo aquilo que é prioridade nós conseguimos arrumar tempo. Afinal, tempo é, de fato, uma questão de prioridade.Portanto, se você quer desfrutar dos prazeres da leitura, uma dica é: Não o faça por obrigação, mas sim, por prazer. Segundo: comece pequeno e pense grande. Comece lendo somente dez minutos pela manhã e dez pela noite. Procure livros que permitam esse tipo de leitura. Parece pouco, mas dez minutos de manhã, dez depois do almoço e dez à noite, são 30 minutos por dia. Se você se esforçar um pouquinho, você consegue. Tente ficar meia hora a menos nas redes sociais ou em frente à TV, por exemplo. Se você conseguir ler durante essa meia hora, dividida por 3, você terá lido ao final do ano, pelo menos, de dez a vinte livros! Faça desses minutos um hábito. Sua mente e seu corpo vão agradecer!Eu sugiro bastante a leitura de e-books que são os livros eletrônicos, afinal, eles favorecem essa leitura entrecortada durante o dia. Caso não goste ou não se acostume, ande com um livro sempre com você. Se você ler, por exemplo, 20 páginas por dia, ao final do ano, você terá lido cerca de 30 livros! Essas 20 páginas é perfeitamente possível em 3 períodos de 10 minutos por dia. Como curiosidade, 20 páginas por dia, dá cerca de 7300 páginas por dia, ou cerca de mais 4 bíblias.Para quem sente sono ao começar a ler, tente mudar o horário da leitura, o ambiente e, principalmente, evite momentos e lugares propensos ao sono.Não gosto de nenhum livro. Isso não existe. Comece a ler um livro. Você não é obrigado a gostar de um livro só porque outra pessoa gostou. Não gostou, largue. Vá para outro. Não gostou do outro, troque de novo. Uma hora você vai achar seu estilo, seu nicho, algo que prenda sua atenção. Então, ao descobrir do que você gosta, procure ler muito mais sobre isso.É isso. Uma boa semana a todos. E boas leituras.

    Paulo Freire, patrono da educação brasileira e intelectual brasileiro mais citado no mundo!

    Play Episode Listen Later Sep 20, 2019 4:42


    Paulo Freire, patrono da educação brasileira e intelectual brasileiro mais citado no mundo!====================Nesta semana lembramos os nascimentos do poeta Bocage e a escritora Agatha Cristie (15), e do poeta e escritor Willian Goulding, dia 19; além do nascimento de Upton Sinclair, George R.R. Martin e Sophia Loren no dia 20 e, finalmente, Stephen King dia 21.Mas a nossa coluna tem o prazer e a honra de lembrar aquele que é considerado um dos pensadores mais notáveis e influentes na história da pedagogia mundial, tendo inspirado o movimento chamado pedagogia crítica, nascido nesta semana, dia 19, além de ser o patrono da educação brasileira. Vamos falar de Paulo Freire.Paulo Reglus Neves Freire nasceu dia 19 de setembro de 1921, há 98 anos, na cidade de Recife, em Pernambuco, e faleceu em São Paulo, dia 2 de maio de 1997. Ele foi o mais célebre educador brasileiro, com atuação e reconhecimento internacionais. Aliás ele é o terceiro pensador mais citado em trabalhos científicos pelo mundo, sua principal obra, "A pedagogia do oprimido", é uma referência constante na área de humanas (ele é mais citado que Vigiar e Punir de Foucault e O capital de Marx, por exemplo). Este livro, inclusive, é o único livro brasileiro a aparecer na lista dos 100 títulos mais pedidos pelas universidades de língua inglesa.Conhecido principalmente pelo método de alfabetização de adultos que leva seu nome, ele desenvolveu um pensamento pedagógico assumidamente político. Para Freire, o objetivo maior da educação é conscientizar o aluno. Isso significa, em relação às parcelas desfavorecidas da sociedade, levá-las a entender sua situação de oprimidas e agir em favor da própria libertação. Um de seus estudos se baseia em como aproximar o conteúdo acadêmico do universo dos estudantes, fazendo com que eles se apropriem da educação.Ele dizia que, enquanto a escola conservadora procura acomodar os alunos ao mundo existente, a educação que defendia tinha a intenção de inquietá-los.Na década de 1960, desenvolveu uma metodologia de alfabetização popular que ficou conhecida como Método Paulo Freire. Com ela, seu grupo de trabalho alfabetizou em 45 dias 300 cortadores de cana de Angicos, pequeno município no Rio Grande do Norte.Após essa experiência o governo de João Goulart lançou o Plano Nacional de Alfabetização que pretendia a formação em massa de educadores. O Golpe Militar, porém, pôs um fim ao plano e levou o educador ao exílio.Enquanto era proscrito no Brasil - sua teoria sobre educação e valores é ponto de controvérsia até hoje - o educador tornou-se referência internacional, influenciando metodologias educacionais em países tão distintos como os Estados Unidos e Kosovo.O pensamento central do educador se destaca, entre outros pontos, por: considerar o caráter emancipatório da educação e buscar conscientizar os alunos para fazer deles pessoas críticas, transformadores de suas realidades.Infelizmente Freire tem sido muito atacado nos últimos anos, sobretudo no Brasil, em sua maioria, por pessoas que não conhecem sua obra nem teórica nem prática. Claro, Paulo Freire nunca se quis unânime (isso iria contra a sua percepção de educação), mas o tipo de crítica que ele vem sofrendo é totalmente alienígena à sua obra, desconhecendo seus princípios fundamentais. Sou professor há mais de 20 anos e a influência que Freire tem não só na minha, mas na formação de milhares (talvez, milhões) de professores ao redor do mundo é impactante. Afinal, criar seres pensantes e com senso crítico é muito mais civilizatório do que formar pessoas acríticos.Eu recomendo nesta semana que nos aprofundemos nas questões da obra de Freire através de dois livros seus, o clássico "A Pedagogia do oprimido" e "A pedagogia da autonomia" e, claro, "A importância do ato de ler". Encerro com uma de suas mais célebres frases, "Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor". Que formemos uma geração sem oprimidos nem opressores.

    Tolstoi, anarquista, militar, regrado, cristão e um dos maiores escritores de todos os tempos

    Play Episode Listen Later Sep 13, 2019 4:52


    Tolstoi, o grande escritor e cristão russo====================Nesta semana que lembramos o nascimento do herói da Revolução Acreana, Plácido de Castro (9), do nascimento do poeta Ferreira Gullar (10), e dos nascimentos de Adorno e Brian de Palma (11), Álvares de Azevedo, Vicente Celestino, Geraldo Vandré e Caio Fernando de Abreu (12).Mas o tema de nossa coluna é aquele que é considerado por muitos, sendo quase que uma unanimidade, o maior escritor de todos os tempos, o russo, Tolstói.Liev Nikoláievich Tolstói, mais conhecido em português como Leão, Leon, Leo ou Liev Tolstói, nasceu no dia 9 de setembro de 1828, há 191 anos, em Tula e morreu dia 20 de novembro de 1910 em Astapovo. Foi um escritor russo filho de uma importante e aristocrática família ligada aos czares, ficou órfão ainda criança tendo sido educado por preceptores.Em 1851, em sua juventude, o grande sentimento de vazio existencial o levou a se alistar no exército da Rússia servindo nas guerras do Cáucaso e durante a Guerra da Crimeia como Tenente. Esta experiência, inclusive, iria colaborar para que ele, mais tarde, se tornasse um pacifista. Tolstói começou, também, a escrever quando estava no exército, escrevendo, nesta época, “Infância” e a primeira parte de suas memórias.Antes da ida ao exército, havia cursado línguas orientais e direito na universidade, mas não concluíra seus estudos. Sua vida oscilava entre ataques de tédio, farras, jogatinas, fugas com bandos de ciganos, paixões tempestuosas por mulheres de classes sociais diferentes da sua, tudo sempre pontuado por graves crises de consciência.Tendo influência de Rousseau, Tolstói levava a sério o princípio da sinceridade. Suas dúvidas, suas fraquezas, seus sentimentos contraditórios, as vergonhas, os pensamentos mais sombrios são registrados em seu diário com análise e rigor.Ao livro Infância, seguiu-se “Adolescência” (1854) e “Juventude”(1857) que, com Infância compõe uma trilogia. Escreve contos sobre a vida militar e as campanhas do Cáucaso e da Criméia apresentando retratos psicológicos crus e convincentes dos militares e de seus adversários.Aos 34 anos, Tolstói casou-se com Sofia Behrs. Juntos, tiveram 13 filhos e uma relação bastante complicada, mas Tolstói é conhecido mesmo pelos romances Guerra e Paz (1869) e Anna Karenina (1877), muitas vezes citados como verdadeiros pináculos da ficção realista. Ele alcançou aclamação literária ainda jovem, primeiramente com sua trilogia semi-autobiográfica, Infância, Adolescência e Juventude (1852-1856) e por suas Crônicas de Sebastopol (1855), obra que teve como base suas experiências na Guerra da Crimeia. A ficção de Tolstói inclui dezenas de histórias curtas e várias novelas como A Morte de Ivan Ilitch (1886), Felicidade Conjugal (1859) e Hadji Murad (1912). Ele também escreveu algumas peças e diversos ensaios filosóficos.Durante a década de 1870, Tolstói experimentou uma profunda crise moral, seguida do que ele considerou um despertar espiritual igualmente profundo, conforme descrito em seu trabalho não-ficcional A Confissão (1882). Sua interpretação literal dos ensinamentos éticos de Jesus, centrada no Sermão da Montanha, fez com que ele se tornasse um fervoroso anarquista cristão e pacifista.Tolstoi é um autor prolífico tendo dezenas de obras importantes, das quais eu recomendo fortemente, Guerra e Paz (1869), sua principal obra, além de Ana Karenina (1877). Além de “A morte de Ivan Ilítch” (1886), que li recentemente e também, A confissão (1879) que li ano passado. Há, claro, inúmeros filmes, séries e minisséries sobre a Obra de Tolstói. Eu recomendo Anna Karenina de 2012, com Keira Knghtley, como Anna, Aaron Johnson, como conde Vronsky e Jude Law como Alexei Karenin e o clássico Guerra e Paz de 1956 com Audrey Hepburn e Henry Fonda.A dica, portanto, é conhecer, a magnífica, psicológica, real, pujante e meticulosa obra de Tolstói, seja em livro, filme ou minissérie. Afinal, ele é um dos maiores autores de todos os tempos!

    Ficção científica e seus multiversos de criatividade

    Play Episode Listen Later Sep 9, 2019 5:05


    Ficção científica e seus multiversos de criatividade====================Esta semana, aproveitando que dia 1 de setembro, neste domingo último, foi o aniversário do dia do lançamento na maravilhosa França do filme Le Voyage dans la lune (Viagem à Lua) de George Meliès em 1902 (há 117 anos), considerado o primeiro filme de ficção científica vamos falar sobre esse gênero que, embora não seja levado tão a sério pelos críticos é adorado pelas pessoas.Ficção científica se refere a uma forma de ficção que se desenvolveu no final do século XIX e início do século XX e denomina qualquer ficção que inclua um fato científico como um componente essencial da narrativa. Lida, basicamente, com o impacto e a influência da ciência ou da tecnologia, seja ela real ou imaginária, sobre a sociedade ou sobre as pessoas.Suas raízes na história da literatura remontam ao século XIX, com a novela gótica, Frankenstein, da escritora inglesa Mary Shelley e também tem eco no terror psicológico de Robert Louis Stevenson (O Médico e o Monstro), os romances de Júlio Verne (Viagem ao Centro da Terra), baseados nas invenções científicas, e as novelas de crítica social de H. G. Wells (A Guerra dos Mundos).A FC é Conhecida também como a "literatura das ideias" e evita, na maioria das vezes, utilizar-se do sobrenatural, tema mais recorrente na Fantasia,baseando-se em fatos científicos e reais (ou extrapolados) para compor enredos ficcionaisHá, evidentemente, muitos tipos de ficção científica. Os dois principais tipos são a ficção científica soft como por exemplo as séries televisivas Star Trek (Jornada nas Estrelas), Battlestar Galactica e Doctor Who, e também a ficção científica hard como por exemplo os filmes 2001: Uma Odisseia no Espaço, Blade Runner e Solaris. Há também alguns filmes que se utilizam de temas recorrentes na ficção científica embora tenham mais características do gênero fantasia, como por exemplo a série de filmes Star Wars, classificada como fantasia científica e space operaComo o ouvinte pode ter percebido pelas citações anteriores, as séries, filmes e livros de ficção científica são extremamente populares e conhecidas tendo uma influência na cultura popular muito grande.A Ficção Científica teve um grande impulso de desenvolvimento a partir de 1926, quando Hugo Gernsback fundou a Amazing Stories Magazine, que era devotada exclusivamente a estórias deste gênero de literatura. O rádio, a televisão e o cinema têm reforçado grandemente a popularidade da Ficção Científica, como o ouvinte pode perceber.Entre os maiores expoentes do gênero, destacam-se autores como os russos Ayn Rand (A Nascente) e Isaac Asimov (Eu, Robô), os britânicos Arthur C. Clarke (Poeira das Estrelas) e J. G. Ballard (Crash), e os norte-americanos Ray Bradbury (Fahrenheit 451) e Philip K. Dick (Andróides Sonham com Ovelhas Elétricas). O enfoque destes autores inclui predições, muitas vezes em tom de distopia, de sociedades futuras na Terra, além de análises das consequências da tecnologia, como viagem interestelar e a exploração de formas de vida inteligentes fora da Terra e suas sociedades em outros planetas e galáxias.Apesar de ser considerada por poucos como gênero literário favorito, a Ficção Científica ganhou bastante popularidade devido ao rádio, televisão, histórias em quadrinhos e cinema. Muitas vezes, as obras são adaptações de romances famosos, como no caso dos filmes 2001, uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick, e Blade Runner, de Ridley Scott. São muitas as obras de ficção científica de modo que é até difícil indicar, mas eu vou cair nesse terreno pantanoso fazer algumas indicações.Eu recomento ao ouvinte os livros: Da terra à Lua e Vinte mil léguas submarinas de Júlio Verne, A guerra dos mundos e a máquina do tempo de H.G. Wells; Eu, robô e viagem fantástica de Asimov, O vento solar e Encontro com Rama de Arthur C. Clarke.E recomendo as séries: Electric Dreams, Perdidos no espaço, Battlestar Gallactica, Star Trek, Westworld e Black Mirror entre outrasE também os filmes: Blade Runner, Interestelar, Perdido em Marte, Oblivion, No limite do amanhã, Matrix e 2001: uma odisseia no espaço. Seja lendo, ouvindo ou assistindo séries e filmes a pedida e se divertir com a ficção cientifica e explorar os limites da ciência e da tecnologia.

    Confúcio, o "Senhor Propagador da Cultura, Sábio Supremo e Grande Realizador" (大成至聖文宣王)

    Play Episode Listen Later Sep 2, 2019 4:53


    Confúcio, o "Senhor Propagador da Cultura, Sábio Supremo e Grande Realizador" (大成至聖文宣王)==============================Esta é a semana em que se relembra a morte de Nietzsche (dia 25) e se comemora os nascimentos de Hegel (dia 27), John Locke (29), Aleijadinho, Michael Jackson e Ingrid Bergman (dia 29) e da escritora Mary Shelley (dia 30).Mas o tema de nossa semana é um pensador que influenciou profundamente a história da humanidade e cuja obra reestruturou a China com suas ideias sendo o norte do país durante mais de 25 séculos. Suas ideias e frases até hoje encontram sentido e carregam ensinamentos práticos e morais interessantes. Estamos falando daquele que é conhecido no ocidente como Confúcio.Confúcio é a forma latina de se dizer Kǒng Fūzǐ ou K'ung-fu-tzŭ (entre outras formas) e é o nome do pensador e filósofo chinês nascido no século VI, dia 27 de agosto de 551 a.C) em Tsou, uma pequena cidade no estado de Lu, hoje Shantung na região nordeste da China. Provavelmente filho de um militar já senil com uma adolescente de 15 anos. Ele nasceu em uma época em que a China não possuía leis gerais ou autoridades reconhecidas, ou seja, um período conturbado da história do país com muitas guerras e insegurança política.Confúcio embora considerado bastardo e com condições de vida ambíguas e mesmo sem ser rico, teve uma educação sofisticada. Era um jovem curioso e interessado que estudava muito. Seu pensamento sempre foi voltado para três coisas: a política, entendida também como prática, a ética e as tradições. Embora vivesse em uma sociedade estratificada, sem ascensão social aparente, ele ensinava a todos acreditando que poderia nivelar a todos através da educação, uma ideia revolucionaria para a época. Era contra a tirania dos governantes, acreditando que um líder deveria ser ponderado e liderar por virtude e por exemplos sendo mais rigoroso consigo próprio que com os governados.Não sem razão é que o confucionismo é usado até hoje como modelo de gestão empresarial no oriente. Era um pensador e filósofo prático, pouco preocupado com questões metafísicas, ao contrário de seu contemporâneo também muito importante, Lao Tsé, criador do Taoísmo. Confúcio conseguiu ascender socialmente na sociedade estratificada chinesa da época passando de pastor, vaqueiro e funcionário público até a contador na administração local, negócio para poucos na época. Casou-se com Chi-Kuan e teve um filho chamado K’ung Li.Em 530 a.C., preocupado com os problemas sociais de sua comunidade, abre uma escola onde se estudavam textos antigos e teorias do governo onde se usava um método muito parecido com o socrático, mesmo tendo milhares de quilômetros e algumas décadas entre os dois.Em sua escola, Confúcio instruía os alunos em Literatura, História e Filosofia além de treiná-los para a carreira política. A escola além de rigorosa tinha uma ritualística bem rígida. Sua filosofia se baseava nos princípios Ren, humanidade (altruísmo); Li, ou cortesia ritual; Zhi, conhecimento ou sabedoria moral; Xin, integridade; Zhing, fidelidade e Yi, justiça, retidão, honradez. Cada princípio, segundo ele, pretendia resolver aspectos ausentes ou decadentes na sociedade.Confúcio buscou um pensamento que buscava a redenção do estado, mediante a correção do comportamento individual e suas doutrinas foram a base da China por quase dois milênios! Foi portanto, um dos homens mais influentes da história. vale muito a pena conhecer o pensamento, a vida e a obra de confúcio. Seu sistema filosófico é seguido hoje por mais de 6 milhões de pessoas ao redor do mundo(inclusive como religião). Há 4 frases de Confúcio que, além de famosas, trazem verdades pujantes e servem de apoio em nosso dia-a-dia. São elas: “Não corrigir as próprias falhas é cometer a pior delas”. “Nada é bastante para quem considera pouco o suficiente”. “A melhor maneira de ser feliz é contribuir para a felicidade dos outros” e, a mais famosa, “Não faça aos outros aquilo que você não quer que seja feito a você”.Livros sobre as doutrinas de Confúcio: os analectos, Confúcio: as lições do mestre e “a doutrina do meio” facilmente encontráveis em livrarias, sebos ou em formato digital.

    Nelson Rodrigues, o anjo pornográfico

    Play Episode Listen Later Aug 26, 2019 4:39


    Nelson Rodrigues, o gênio literário=======================Esta semana vamos homenagear um dos maiores dramaturgos brasileiros de todos os tempos, Nelson Rodrigues, uma pessoa cuja vida inteira foi escrever, uma pessoa que tinha uma imaginação aguçada e que sabia extrair do cotidiano aquilo que ele tinha de chocante, interessante e curioso. Um homem que era um exímio frasista e se auto-classificava como um “anjo pornográfico”. Criado na zona norte do Rio de Janeiro de onde se inspirou para criar personagens inesquecíveis com histórias líricas e trágicas ao mesmo tempo. Nelson Falcão Rodrigues nasceu há 107 anos, no dia 23 de agosto de 1912 em Recife. Foi um grande escritor, jornalista, romancista, dramaturgo, contista e cronista brasileiro. É o mais influente dramaturgo nacional. Nelson é filho do ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues que migrou para o Rio de Janeiro quando Nelson ainda era criança.Ainda cedo ingressa na carreira de jornalista que lhe traria a experiência e o conhecimento que ele levaria para todos os seus posteriores escritos. Em seus textos jornalísticos destacam-se aqueles dedicados ao futebol em que usou toda a sua expertise dramática na transformação de partidas em batalhas épicas e de jogadores em heróis. Como cronista destacam-se seus milhares de textos na extremamente popular e eternamente discutida coluna “A vida como ela é…”Sua primeira peça de teatro foi “A mulher sem pecado” onde já ensaiava sua verve e dava os primeiros sinais de prestígio dentro do cenário teatral. Em 1943, a consagração no Teatro Municipal do Rio de Janeiro: sua segunda peça, Vestido de Noiva, montada por um grupo amador, Os Comediantes, dirigida pelo polonês recém-imigrado Ziembinski e com cenários de Tomás Santa Rosa, revolucionava a maneira de se fazer teatro no Brasil.Nelson Rodrigues tirava da experiência dele, da família, dos amigos e do cotidiano da zona norte do Rio, como um exímio observador do ser humano, a inspiração para os assuntos inesgotáveis que ele transformou em teatro, literatura, romance, conto, crônica e toda a sorte de textos que publicou em vida.Polêmico e provocador, desde muito cedo, seus textos causavam as mais diversas reações nos leitores e espectadores de suas peças. Variando do ódio à admiração passando pelo choque e êxtase, a personalidade e o temperamento do escritor, sempre polêmico e com uma escrita rápida e mordaz, fizeram-no, mesmo durante a ditadura, um autor extremamente popular.A partir da peça “A Falecida”, diante de diversas tragédias, experiências desagradáveis, censura, perseguição e diversos desapontamentos em sua vida, Nelson Rodrigues mudou seu teatro, focando suas peças na realidade da zona norte carioca, com personagens facilmente identificáveis pelo público, bastante populares, com gírias e nuances reconhecidas por seu público. Neste cenário, usando esses personagens, o autor tratou de todo o universo humano indo, segundo Ruy Castro (seu biógrafo), literalmente, às entranhas da alma do ser humano.A obra completa de Nelson Rodrigues é muito vasta, sendo, ainda segundo Ruy Castro (autor da Biografia de Nelson, chamada “O anjo pornográfico”), impossível de catalogar completamente, citando como exemplo, a coluna “A Vida como ela é” em que Nelson Rodrigues deva ter escrito cerca de DUAS MIL colunas. Nelson Rodrigues foi um caso raro de sucesso reconhecido pelo público e pela crítica ainda em vida, embora tivesse grande número de inimigos e sofresse perseguição pesada pela censura. Foi muito admirado e reconhecido. Influente até hoje, sua obra choca as plateias provocando admiração e deslumbramento e nunca, indiferença. A dica desta semana é resgatar Nelson Rodrigues (nesta época tão conectada - que ele, decerto, criticaria) seja através de suas peças, seja por suas crônicas e deliciosos textos jornalísticos. Eu recomendo os livros “A vida como ela é”, as montagens teatrais, cinematográficas ou televisivas de “Vestido de noiva”, “Bonitinha mas ordinária ” e os filmes “a dama do lotação”, “Toda nudez será castigada”, “os sete gatinhos” e “O beijo no asfalto”.

    Edgar Allan Poe, a trágica vida do mestre do horror e do mistério

    Play Episode Listen Later Aug 14, 2019 5:19


    Edgar Allan Poe, a trágica vida do pai das histórias de detetive=======================Essa semana vamos homenagear aquele que é um dos escritores de história mais trágica que se conhece, que viveu pouco, sofreu muito e produziu contos, poemas, ensaios e críticas que o tornaram um dos escritores mais influentes da história da literatura, na minha opinião, um dos maiores de todos os tempos, meu contista preferido, o americano Poe.Edgar Allan Poe, nasceu 210 anos atrás, dia 19 de janeiro de 1809 em Boston, Massachussets, Estados Unidos, Filho de David Poe e Elizabeth Arnold, atores de teatro, ficou órfão de mãe um ano depois do nascimento e foi abandonado por seu pai, alcoólatra e falido. Foi acolhido por Francis Allen e seu marido, o comerciante escocês, John Allen, de Richmond, Virgínia, mas nunca formalmente adotado. Aos 17 anos entra na Universidade de Virgínia, destacando-se no estudo de Línguas Românticas, antigas e modernas mas não fica muito por lá, envolvido em jogos e bebidas. Em 1827 lança seu primeiro livro, “Tamerlão e outros poemas”, se alista no exército, servindo por dois anos para, então, entrar na Academia de West Point, onde é expulso depois de alguns meses. Rompe e se reconcilia muitas vezes com o pai adotivo.Começa a publicar poemas e contos em revistas, ganhando alguns prêmios, e a adquirir fama como crítico literário. Jornalista competente, infelizmente, não consegue se fixar em nenhum emprego por conta de seus problemas com o álcool.Em 1845 casa-se secretamente com sua prima, Virginia, então com 13 anos. Em 1838 publica seu único texto longo, “A narrativa de Arthur Gordon Pym”. Produz também inúmeros contos de terror e mistério (que fariam sua fama nos séculos seguintes). Em 1841 escreve “Os crimes da rua Morgue” em que aparece pela primeira vez seu detetive Dupin. Mas, o sucesso só acontece, de fato, dois anos depois, quando surge, no Evening Mirror, seu poema “O Corvo”.Virginia, sua esposa, doente há algum tempo, morre de tuberculose em 1847. O golpe o anime profundamente e, em 7 de outubro de 1849, após dias de delírio, o mesmo acontece com ele.Talvez o escritor tivesse sido esquecido se um de seus livros não fosse parar nas mãos de Charles Baudelaire. Fascinado, o poeta das “Flores do Mal” traduz seu trabalho e publica longos textos críticos e biográficos a seu respeito, influenciando Mallarmé e o movimento surrealista.Escreve, Baudelaire, sobre Poe: “Nenhum homem jamais contou com maior magia as exceções da vida humana e da natureza; os ardores de curiosidade da convalescença; o morrer das estações sobrecarregadas de esplendores enervantes, os climas quentes, úmidos e brumosos, em que o vento sul amolece e distende os nervos, como as cordas de um instrumento…”A partir daí, Poe, virou influencia de autores do mundo inteiro, tão díspares como os populares, Júlio Verne e Conan Doyle aos sofisticados, Dostoiévski, Valéry, Fernando Pessoa ou Machado de Assis que o admiram.Fernando Pessoa e Machado de Assis, inclusive, fazem parte de uma longa lista de autores que traduziram o poema, o Corvo.Poe é considerado o criador da moderna literatura de horror, além de ser o criador do gênero de detetive. Ainda que não se perceba, ideias e temas do autor reaparecem de forma obsessiva na cultura mundial desde então, estando presente em filmes, livros, séries e toda a sorte de produção artística e cultural. Há, por exemplo, quase 200 filmes baseados na obra de Edgar Allan Poe.Durante sua curta vida, Poe lutou muito contra a pobreza e condições difíceis e insalubres. Muito por conta de seu descontrole no álcool e outros vícios como jogos, mulheres. Mas foi um escritor brilhante de estilo inconfundível, de sentenças curtas e com uma inteligência impressionante, principalmente em seus contos. Alguns dos meus favoritos são: “O gato preto”, A queda da casa de Usher, O poço e o pêndulo, A carta roubada, o escaravelho de ouro entre outros.Existem várias ótimas edições de Poe em Português. Eu recomendo os livros Histórias Extraordinárias e Edgar Allan Poe - ficção completa, poesia & ensaios.

    O início da era atômica

    Play Episode Listen Later Aug 8, 2019 5:20


    O início da era atômica=======================Nosso tema desta semana é um acontecimento histórico que influenciaria bastante o século XX e a humanidade desde então. Algo com consequências marcantes que até hoje incita debates.Era 6 de agosto de 1945 quando a super-fortaleza voadora, B-29, do 509o. (quingentésimo nono) grupo misto da 20a. Força aérea, o Enola Gay, batizado em homenagem à mãe do piloto Paul Tibetts Jr, decolou do pequeno atol de Tinian, no Pacífico e seguiu para seu objetivo, a ponte Aioi, no centro da oitava maior cidade do Japão. Em seu interior ele levava aquilo que mudaria a humanidade para sempre.Eram precisamente 8:15 da manhã de 6 de agosto de 1945 quando o Enola Gay solta sobre Hiroshima a primeira bomba atômica usada para um ataque na história. Mais de cem mil civis morreram (muitas sendo desintegradas) e outros milhares levaram feridas e sequelas horríveis pelo resto da vida. Antes que pudessem assimilar o que os havia atingido, uma outra bomba atômica é lançada, três dias depois sobre Nagasaki, matando mais 80.000 civis e ferindo vários milhares de outros ao redor dos anos pelos efeito da radiação.Em Hiroshima, todos os relógios pararam exatamente na mesma hora, 8:15. Eles marcavam o início da era atômica.Apesar de extremamente cruel e injusto, o ataque americano funciona e em 14 de agosto de 1945 os japoneses ouvem, pelo rádio, a voz de seu imperador Hiroito pela primeira vez, anunciando a rendição do país.Acaba a segunda guerra mundial. Mais de 53 milhões de pessoas perderam a vida na maior guerra já vista na história da humanidade.As bombas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki, são chamadas atômicas porque usam o poder e a energia do átomo para causar reações em cadeia altamente energéticas. A bomba que caiu sobre Hiroshima, batizada de “Little Boy”, era uma bomba de fissão do elemento Urânio. Uma bomba de fissão quebra os átomos de urânio em dois, liberando no processo muita energia. A bomba de Nagasaki, chamada de “fat man”, era uma bomba de plutônio.O lançamento das bombas sobre o Japão são resultado de uma grande corrida armamentista e de engenharia que envolveu muitos pesquisadores, cientistas e um custo aproximado de 2 bilhões de dólares. Todos as potências em guerra buscavam a bomba.Após o final da segunda guerra, com o mundo dividido pela guerra fria, os países iniciaram uma corrida para quem tinha a maior, a melhor e as mais destrutivas bombas. Isso levou às bombas de fusão nuclear, quando os átomos se fundem, liberando muita energia no processo (ainda mais energia do que o processo de fissão). O processo de fissão é o que ocorre a todo instante no sol, liberando luz e calor para a o sistema solar.A primeira bomba de fusão , a Ivy Mike, explodiu em 1952 liberando 10 megatons de TNT ou 450x a energia liberada em Nagasaki, tão potente que transformou a ilha em que ela foi testada em uma cratera de 2km de diâmetro e 55 metros de profundidade.Em 1953 os soviéticos fizeram o primeiro teste da bomba de fusão deles, a RDS-6 e em 1961 eles testaram a Tzar Bomb, tao potente que realizaram o teste com somente metade de sua capacidade real, naquela que foi a maior detonação da história da humanidade, com 50 megatons, ou 10x a potência de TODAS as bombas lançadas na segunda guerra mundial, gerou um terremoto que rodou o mundo e quebrou janelas a centenas de quilômetros de distância. Pela primeira vez a humanidade tinha a possibilidade de destruir a si mesma se quisesse, em caso de uma guerra termonuclear global. Em 1968 foi assinado o Tratado de Não-proliferação nuclear na ONU que tentava impedir a corrida nuclear e estabelecer cooperação em temas de energia nuclear pacífica.Bombas atômicas são as armas de destruição em massa mais poderosas existentes.A existência delas (e seu uso em guerras) nos leva a reflexões importantes sobre a fragilidade de nossa existência e do poder beligerante do ser humano. Claro há as possibilidades médicas, energéticas e outras boas aplicações da energia atômica. Mas a parte beligerante, de fato, nos assusta.Livros, filmes, séries, documentários, museus, poemas (como “A Rosa de Hiroshima” De Vinícius de Moraes) e pinturas foram feitas tendo a era atômica como inspiração. Há 75 anos a humanidade ficou parada, como os relógios de Hiroshima, atônita, com a possibilidade de autodestruição. Como a invisível radiação que nos destrói, a era atômica nos lançou na terrível possibilidade de destruir o único lar que conhecemos.

    A BÍBLIA, o livro dos livros

    Play Episode Listen Later Aug 2, 2019 4:59


    A BÍBLIA, o livro dos livros====================Nesta semana, como sempre, temos muitas e muitas datas comemorativas relativas à cultura. Entre elas posso citar: O nascimento de Alexis de Tocqueville [alɛkˈsi dətɔkˈvil], famoso pensador político, historiador e escritor francês, no dia 29 de julho, dia também da morte de Van Gogh. Atém dos nascimentos de Máirio Quintana, no dia 30, J. K. Rowling, dia 31, os nascimentos de Yves Saint-Laurent e Ney Matogrosso no dia 01 de agosto e a morte de Luís Gonzaga no dia 2 de agosto.Mas o tema de nossa semana é um livro que está traduzido em 2.167 idiomas e dialetos e que, no último século, teve edições totalizando mais de 2 bilhões de exemplares. Ele está ao alcance de 85% da humanidade e é lido há cerca de 3 mil anos! Esse livro é a Bíblia, que merece, com justiça, o título de maior best-seller de todos os tempos. E é, também, o meu livro preferido (tanto como guia espiritual como por ser a base de toda a grande literatura ocidental).É claro que a grande maioria das pessoas lê a Bíblia por motivos religiosos (incluindo eu), afinal , essa é a sua razão de ser, um guia ético-espiritual, uma fonte de disposições e ensinamentos de caráter fundamental religioso. Mas, nada impede que o conjunto de textos que a integra possa (e, reforço, DEVA) ser lido e apreciado também como documento histórico e, claro, como literatura. E não, isto não é heresia.Eu leio bastante. Sou um leitor ávido. E também sou um cristão devoto. Mas, quanto mais eu leio literatura ocidental, mais eu percebo que praticamente tudo já está lá, na Bíblia. (ao que eu acrescentaria também a Ilíada e a Odisséia de Homero).Aqui eu quero fazer um aviso ao ouvinte: a Bíblia é um livro considerado sagrado por quase 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo. Inclusive por mim. Mas, nada, repito, nada impede deste livro seminal ser apreciado também como fonte de praticamente toda a literatura do ocidente. Isso não a diminui, pelo contrário, deixa a Bíblia ainda maior e ainda culturalmente mais importante, por atingir os religiosos e os não religiosos (ou que professam uma fé diferente da nossa).Voltando: Bíblia em grego, significa “dos livros”. Na religião cristã é dividida em Antigo e Novo Testamento. Como a primeira expressão não é reconhecida pelo judaísmo tradicional (que também a usa), os estudiosos preferem, a denominação Bíblia Hebraica. É o Tanach, uma sigla formada pelas letras T, de Torá (ou Pentateuco, em grego: os cinco livros de Moisés), N de Neviim (profetas) e o Ch de Chetubim (escritos).Portanto, há muitas versões do livro que chamamos Bíblia. Os Cristãos tem, ao menos 3 versões principais, a católica, com alguns livros a mais que a protestante, e a Bíblia grega ou russa ortodoxa que possuem alguns livros a mais que a católica além da Bíblia Hebraica ou Tanach.Para os religiosos o autor da Bíblia é o próprio Deus que inspirava a transcrição humana. Foi escrita (ou transcrita) em diversos lugares como a Babilônia, no Egito, na Palestina, na Síria, na Ásia Menor, na Grécia entre muitos outros lugares.O texto está, em sua maior parte, originalmente escrito em hebraico, o idioma mais usado antes do cativeiro dos judeus na Babilônia e também o idioma litúrgico. Depois do cativeiro, o povo judeu passou a falar aramaico, mas apenas uma pequena parte da Bíblia foi escrita (ou transcrita) neste idioma. Também foi escrita (ou transcrita) em Grego (ou koiné), linguagem popular helenística. Há versões em latim, grego e em aramaico e hebraico (de onde partiriam todas as demais traduções ao redor do globo).A Bíblia não é uma leitura monótona, como acontece com muitos livros religiosos. Ao contrário. Variedade é o que não falta. São numerosas e grandes narrativas, diversos gêneros, histórias, poemas, ditos, profecias, parábolas, provérbios, metáforas, enfim. De estilo narrativo sintético e econômico o texto não perde tempo com descrições enfadonhas. O que interessa é o que aconteceu e a lição que daí se pode extrair.A Bíblia, meu livro favorito sempre, tem tudo que um grande livro tem que ser: imensa, inexaurível, inesgotável. Daria para passar a vida inteira lendo e se fosse o único livro que uma pessoa lesse, daria para extrair dela beleza, filosofia, sentimento, poesia, inspiração e, claro, fé. Daria para extrair dela, o universo. A recomendação é: leia a Bíblia, o livro dos livros, seja por fervor religioso ou pelo prazer da leitura. Não é à toa que ela tem sido a inspiração de quase tudo o que se faz em termos de artes no ocidente desde sempre.

    Ernest Hemingway e Alexandre Dumas

    Play Episode Listen Later Jul 26, 2019 4:55


    Ernest Hemingway e Alexandre Dumas=====================Esta é uma semana com muitas datas relevantes para a área cultural. Temos o aniversário de nascimento de Simón Bolívar, dia 21; Bernard Shaw, Jung, Aldous Huxley, Stanley Kubrick e Mick Jagger no dia 26.Mas o tema de nossa semana são dois grandes escritores que também nasceram nesta semana. Um é o americano, Ernest Hemingway, nascido no dia 21 e o outro é o grande escritor francês Alexandre Dumas (o pai), nascido no dia 24.Ernest Miller Hemingway, nasceu dia 21 de 1899 (há, exatos, 120 anos) em Oak Park, no estado de Illinois. Foi correspondente de guerra em Madrid durante a guerra civil espanhola (1936-1939). Ganhou o prêmio Pullitzer em 1953 e, no ano seguinte, ganhou o prêmio Nobel de Literatura. Cometeu suicídio em Ketchum, no estado Idaho em 1961.Hemingway foi um dos mais populares escritores americanos do século XX, com reconhecimento ainda em vida. Logo em seu primeiro livro, “O sol também se levanta” de 1926 ele fez um grande levantamento da vida das pessoas no pós-primeira guerra mundial, com as dificuldades dos soldados que, basicamente, não tinham mais o que fazer em tempos de paz. Hemingway tem um estilo seco, direto, despido de enfeites e ornamentos, organizado e bem estruturado, com uma linguagem que procura evitar as armadilhas do sentimentalismo, com sentenças curtas que criam um ritmo composto por pequenos golpes certeiros.Também escreveu muitos contos (onde se estilo se revela ainda mais poderoso) . Escreveu outros livros icônicos como “Adeus às armas” de 1929, o excelente “Por quem os sinos dobram” de 1940, onde o personagem Robert Jordan luta contra o fascismo na guerra civil espanhola. No título, o escritor lembra uma citação do poeta inglês John Donne, “nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. Ou seja, a morte de qualquer homem nos diminui porque todos estamos envolvidos na humanidade. Uma ameaça à liberdade em qualquer lugar diz respeito a todos, em todos os lugares; a violência cometida em alguma parte significa violência por toda parte.Em 1952 seria publicado, na minha opinião, o melhor livro de Hemingway, “O velho e o mar” uma parábola lindíssima sobre força, coragem e determinação, trazendo como protagonista um velho pescador cubano e sula luta para capturar e trazer à terra firma um grande marlin. Ele consegue, mas no caminho, o peixe é devorado por tubarões. Algumas pessoas riem, mas o pescador demonstra resignação, altivez e firmeza diante da derrota. Ele ganhou o Pulitzer por este livro dois anos depois o Nobel de Literatura. Seus últimos anos foram repletos de problemas familiares, doença, tristeza e depressão. Suicidou-se em 2 de julho de 1961 com um tiro na cabeça em sua casa. Mais de 20 filmes e centenas de peças de teatro foram feitas com base em suas obras.O outro grande escritor homenageado esta semana é Alexandre Dumas, o pai é um conhecido e popular escritor francês cujas histórias tem hoje muitas versões cinematográficas e que, à época, renderam-lhe uma fortuna.Quase todos os ouvintes já ouviram falar de “Os três mosqueteiros” de 1844, “O conde de Montecristo” de 1845, “A rainha Margot” de de 1845 e de outras de Alexandre Dumas. O escritor nasceu dia 24 de julho de 1802 em Villers-Cotterêts, 217 anos atrás, portanto. Seus personagens eram figuras interessantes, vivendo romances e aventuras, com uma pena contumaz e otimista do bon-vivant, cheio de amantes cuja vida parodia as aventuras de suas obras.Na época em que viveu, Dumas foi rejeitado pela academia acusado de “fabricar romances”. Os jornais disputavam os capítulos de seus folhetins, os quais mesclavam histórias e anedotas. Escreveu também teatro e tornou-se mestre no “romance teatral histórico”. Pretendia, como dizia, “divertir os que sabiam e instruir os que não sabiam”. Sua carreira foi, portanto, de rejeição da crítica e idolatria popular. Dilapidou sua fortuna e divertiu-se. Acumulou dívidas tendo que fugir à Bélgica dos credores. Sua vida foi marcada pelo racismo embora tenha origens aristocráticas. Faleceu dia 5 de dezembro de 1870.Em 2002 as cinzas de Dumas foram transferidas por quatro “mosqueteiros”, ao som de orquestra da guarda republicana, para o Panteão, monumento reservado aos grandes da França.A honraria reconheceu que, apesar de a França ter produzido vários grandes escritores, nenhum deles foi tão lido quanto Alexandre Dumas. Suas histórias foram traduzidas em quase 100 idiomas, e inspiraram mais de 200 filmes.

    Nelson Mandela e o Apartheid

    Play Episode Listen Later Jul 19, 2019 5:17


    Nelson Mandela e o Apartheid====================Esta semana temos diversas datas importantes relacionadas à cultura, entre elas, o nascimento de Ingmar Bergman, na segunda-feira, dia 14 de julho, os filósofos Walter BENjamin, Jacques DerriDA e o pintor Rembrandt no dia 15, temos também o pintor francês Degas, o sociólogo e filósofo Marcuse, o guitarrista Brian May do Queen no dia 19 além do aniversário do primeiro pouso na lua, o nascimento de Alexandre, o Grande e do inventor brasileiro Santos Dumont no dia 20.Mas o tema de nossa semana é uma importante figura histórica do século XX. Alguém que lutou a luta política, a luta armada, foi preso como terrorista, quando na verdade lutava pela libertação e igualdade de todo um povo, passou 27 anos na cadeia, foi libertado e ainda levou seu país a uma reconstrução democrática com uma tentativa de inclusão. Vencedor do prêmio NoBEL da paz de 1993. Sim, ouvintes, esta semana, vamos falar de Nelson Mandela, cujo aniversário de nascimento será comemorado nesta semana, no dia 18 de julho.Nelson Rolihlahla Mandela, nasceu no dia 18 de julho de 1918 (há, portanto, 101 anos) na pequena vila de Mvezo, Cabo Oriental, na África do Sul e morreu dia 5 de dezembro de 2013 em Joanesburgo). A trajetória dele nos faz compreender o Apartheid, o terrível regime racista que excluía a imensa maioria da população negra do país.A África do Sul é uma nação multiétnica, com muitas tribos antigas que habitam a região do país, entre elas, os povos San, ou um dos povos que falam uma das 11 línguas oficiais do país, como o Bantu, o Swahili, o Zulu, o Swazi ,o Xhosa, entre outras.No final do século XVIII os britânicos iniciam a conquista da região por sua localização estratégica e pela descoberta de metais preciosos levando os africâneres, descendentes de europeus protestantes de origem alemã, escandinava e, principalmente, holandesa, cada vez mais para o interior.Em 1910, após vitórias britânicas contra bôeres e zulus é criada a União Sul-Africana, unificando os territórios existentes. O racismo latente fazia com que as relações entre os povos fosse extremamente complexa e cheia de ressentimentos. É desta época o “Natives Land Act” ou “ato de terras nativas” que vigorou por 80 anos que regulava as terras propícias à agricultura. Esta lei dizia que só 8% das terras cultiváveis do país eram disponíveis aos negros, embora 80% da população fosse negra ou miscigenada.É desta época que se forma também o African National Congress, ou o Congresso Nacional Africano, o partido de Mandela. Em 5 de outubro de 1960 é realizado um referendo em que os eleitores decidem pela separação da África do Sul com a coroa Britânica e a declaração da República da África do Sul. Nos próximos 30 anos o debate sobre o Apartheid seria intenso (no país e ao redor do mundo)O Apartheid era caracterizado por uma combinação de autoritarismo do estado com uma ideologia racial de supremacia branca (o baasskap). As pessoas, seres humanos, foram serradas entre brancas e não-brancas, incluindo os indianos (Gandhi, por exemplo, morou na África do Sul por duas décadas e foi lá que ele iniciou seu ativismo).As leis racistas proibiam casamentos interraciais, estabeleciam onde cada pessoa poderia viver ou trabalhar, criando 10 reservas para as populações não-brancas. Estima-se quem entre 1960 e 1983, 3,5 milhões de pessoas foram deslocadas de forma forçada.A violência física foi outro elemento do Apartheid, com o uso da polícia e do exército contra a população negra que organizou grupos armados para resistência. A violência era tanto interracial quanto ideológica. Um dos grupos armados era a Lança da Nação, fundado por Mandela. Ele foi preso e condenado à prisão perpétua pelo regime do Apartheid e passou 27 anos preso. Nos anos 1980 o país vivia sanções econômicas e esportivas, além de tensão interna, com um estado de emergência entre 1985 e 1989. Esse cenário faz com que o presidente de Klerk liberte Mandela que negociou o fim do regime do Apartheid e que juntamente com seu partido organizaram as eleições de 1994, as primeiras democráticas da história da África do Sul em que Mandela foi vitorioso.Ele buscou uma nova constituição e criou uma Comissão de reconciliação em que ele defendia a não-violência e que o momento era a de a criação de uma nova nação multiétnica, baseada no perdão.Mandela, foi portanto, um exemplo de reconstrução de uma sociedade, um político que marcou profundamente seu país e a história do século XX. Seu legado se estende por todo o mundo e por todos aqueles que lutam por uma sociedade mais igualitária, com oportunidades para todos, livre do racismo e mais humana.Há inúmeros livros, filmes e documentários sobre Mandela, dos quais eu indico os livros, O Sorriso de Mandela, de John Carlin (que eu li este ano em espanhol) e Longa Caminhada até a liberdade, sua autobiografia e os filmes Invictus (2009) com Morgan Freeman e Matt Damon e Mandela: Luta pela liberdade (2007).Que a história de Mandela nos inspire a criar uma cultura de paz, de respeito, de liberdade, sem racismo e mais humana.

    Dia Mundial do Rock

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:21


    Dia Mundial do Rock============================Nesta semana, temos várias datas importantes para a cultura, entre eles os aniversário de nascimento de Marcel Proust, Carlos Chagas, João Calvino, Carlos Gomes, Pablo Neruda, Júlio César e Thoreau.Mas vamos falar aqui em nossa coluna de uma data que marca algo que foi extremamente importante para a cultura do século XX, o dia mundial do rock, comemorado no dia 13 de julho.Esta data, embora tenha mundial em seu nome, é comemorada somente no Brasil, e remete ao espetáculo Live Aid, organizado dia 13 de julho de 1985(há 34 anos). Este foi um concerto de rock realizado simultaneamente em Londres e na Filadélfia. O objetivo era arrecadar fundos para auxiliar no combate à fome na Etiópia.Entre os participantes, estavam The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.A partir dos anos 1990 esta data passou a ser considerada no Brasil como o dia mundial do Rock.E não há nenhum estilo musical que tenha marcado tão profundamente o século XX e tenha influência tão marcante ainda hoje na cultura quanto o rock and roll.E tudo começou em 1955, há, portanto, 64 anos, quando Bill Halley and His comets lançaram a música “Rock Around the Clock” que chegou ao primeiro lugar nas paradas americanas na segunda semana de julho daquele ano.Inicialmente visando os quadris o rock nascia e inaugurava uma época de mudanças, uma época em que os jovens queriam dançar sem parar. Naquele começo que hoje consideraríamos ingênuo, o rock visava a dança corporal, como o balanço sensual de Elvis Presley e a ginga de Mick Jagger. Depois veio a dança das cabeças, o rock psicodélico da segunda metade dos anos 1960, uma viagem cerebral sempre amarrada ao ritmo, muito mais do que à melodia ou à harmonia da música.E aquele ritmo era irresistível. Logo após o final da segunda grande guerra, a herança afro-americana, batucada no violão do delta do Mississipi, martelada no piano do boogie woogie, ritmadas com o swing das big bands e com pitadas de rhythm & blues com combos de guitarra, baixo e bateria levariam os baby boomers à uma mudança total de atitudes e pensamentos que levariam as grandes revoluções culturais do século XX (os direitos civis, a revolução sexual, o movimento pacifista, a afirmação das mulheres entre muitos outros) . O rock foi a trilha sonora de todas as posteriores gerações de jovens ao redor do mundo.Dos hippies e psicodélicos dos anos 1960, à cultura disco e glam dos anos 1970, passando pelo hard rock, pelo punk e pelo heavy metal, todas as gerações de jovens tiveram seu som. O Brasil conheceu sua década de ouro roqueira nos anos 1980 com uma explosão de bandas e gravações de rocks que faziam a cabeça dos jovens que lutavam pela abertura política após 20 anos de ditadura militar.Até mesmo os 1990, com a renovação do punk através do grunge e os anos 2000 com as combinações eletrônicas e experimentações do indie rock, o estilo rock and roll seguiu se inventando e reinventando.Sua influência ao redor do mundo é gigantesca e não poderia jamais se esgotar no pequeno espaço que dispomos. Ao ouvinte vale recordar que, de uma maneira ou de outra, o rock and roll, seu ritmo, sua batida, seu compasso de 4 tempos influenciou quase toda a música e cultura popular que vieram depois. E continua influenciando até hoje.São muitos os artistas populares e grandes atores deste estilo, desde os já citados, Elvis Presley e Bill Halley passando por Chuck Berry, Little Richard, Jerry Lee Lewis, os Beatles, os Rolling Stones, o Led Zeppelin, o Pink Floyd, Jimi Hendrix, Sex Pistols, The Clash, Iron Maiden, Metallica, Hellowen, Guns and Roses, Nirvana, Pearl Jam, Queen, The Strokes, White Stripes, System of a Dawn, Coldplay enfim, a lista é imensa, interminável e depende do gosto do ouvinte. No Brasil temos desde Raul Seixas aos Secos e Molhados, passando por todo o rock dos anos 1980, Cazuza, Barão Vermelho, RPM, Titãs, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso até os mais recentes Skank, Charlie Brown, Raimundos, CPM 22, Detonautas, Pitty, O Rappa entre outros.A dica desta semana é ouvir os sons e as influencias do rock, assistir alguns dos centenas de filmes baseados em rock ou que tenham rock como trilha sonora. O rock and roll will never die, nunca morrerá, como diz, Neil Young. Ele apenas, como o mundo, se transformou!

    A arte e a vida de Frida Kahlo

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 4:54


    Frida Kahlo=====================No dia 6 de julho se comemora o aniversário de uma das pintoras mais celebradas e conhecidas do mundo inteiro.É uma pintora de uma trajetória sofrida, um estilo de vida único uma pessoa politicamente influente pela forma como se posicionou perante a sociedade durante os seus (apenas) 46 anos de vida.Eu estou falando da pintora mexicana, Frida Kahlo.Frida Kahlo, nome artístico de Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, nasceu na vila de Coyoacán, no México, no dia 6 de julho de 1907 (há, portanto, 112 anos). Filha de pai alemão e mãe espanhola desde pequena teve uma saúde debilitada. Com seis anos contraiu poliomielite que lhe deixou uma sequela no pé. Com 18 anos, sofreu um grave acidente de ônibus que a deixou um longo período no hospital (fato que mudaria bastante sua vida). Pessoa muito à frente de seu tempo. Foi uma mulher guerreira, lutadora tanto na vida privada a qual teve que superar grandes traumas, quanto na vida social. Toda sua obra reflete esta realidade, além da pintura, também deixou um diário onde registrou suas alegrias e frustrações como seu conturbado casamento, sua saúde frágil e a impossibilidade de gerar filhos.Hoje quando se fala em México é quase impossível não lembrar de Frida Kahlo. Mas a verdade é que apenas depois de sua morte, em 1954 (ela tinha apenas 47 anos), é que a artista tornou mundialmente famosa com os seus quadros e escritos.Enquanto estava viva, Frida era mais conhecida como “esposa de Diego Rivera”. Hoje, enfim, ela é protagonista de sua própria história e reconhecida como uma das artistas visuais e personagem histórica mais celebrada das últimas décadas.Eu estive ano passado no México e é, realmente, incrível o quanto os mexicanos tem orgulho de sua mais famosa pintora. E ela, sempre refletiu este orgulho. Tinha muita alegria por ser mexicana e pelas suas raízes. Embora tivesse vivido em Nova York, São Francisco e Paris, Frida Kahlo sempre foi muito atraída pelo seu país. Ela usava sempre, em qualquer ocasião (até no seu casamento!) o traje tradicional mexicano, de longas saias coloridas e blusas huipil da sociedade matriarcal mexicana Tehuantepec.Em 1929, com 22 anos, Frida Kahlo casa-se com o Diego Rivera(segundo a mesma, sua paixão desde 0s 15 anos) e vão morar na “Casa Azul”, onde Frida nasceu. Em 1930, Frida engravida, mas sofre um aborto espontâneo (ela sofreria vários durante sua vida). Nesse mesmo ano, foi com o marido para os Estados Unidos, onde ele realizava exposições. Moraram nas cidades de Detroit, São Francisco e Nova Iorque. Dedica à pintura, realiza um grande número de autorretratos – de inspiração surrealista, apesar de negar dizendo: “Nunca pintei sonhos e sim minha própria realidade”.Apesar de passar por diversas cirurgias e usar um colete de gesso em consequência do acidente, Frida não parava de pintar. Sua obra recebia influência da arte indígena mexicana. Pintava paisagens mortas e cenas imaginárias. Usava cores fortes e vivas, explorando principalmente os autorretratos. Frida Kahlo era também aficionada por fotografia, hábito que herdou de seu pai e do seu avô materno, ambos, fotógrafos profissionais. Ela pintou a si mesma 55 vezes!Frida Kahlo lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, recém-fundada na cidade do México. Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo.Deprimida, viveu os últimos anos de sua vida na Casa Azul, no México, que em 1958, passou a abrigar um museu em homenagem à pintora.Frida Kahlo faleceu em Coyoacán, no México, no dia 13 de julho de 1954.Há diversos filmes e documentários sobre Frida Kahlo. Eu recomendo o filme “Frida”de 2002, com Salma Hayek como Frida, al[em de Alfred Molina e Antonio Banderas. Este filme venceu o Oscar de Melhor maquiagem e melhor trilha sonora.

    O "pai" do computador - Alan Turing

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:19


    Alan Turing=================================Esta semana no dia 27 de junho, comemora-se o aniversário de 111 anos do nascimento de um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos, o mineiro Guimarães Rosa. Sua obra principal é o romance Grande Sertão: veredas, uma obra prima da literatura universal. Muitas de suas obras foram ambientadas pelo sertão brasileiro, com ênfase nos temas nacionais, marcadas pelo regionalismo e mediadas por uma linguagem inovadora (invenções linguísticas, arcaísmo, palavras populares e neologismos). Sem dúvida um dos grandes da literatura brasileira.Eu não poderia deixar de lembrar do Grande Guimarães Rosa, mas o tema da nossa coluna desta semana é sobre outra pessoa muito importante. E eu começo, antes de falar dele, com uma pergunta: computadores podem pensar? Essa pergunta foi feita por aquele que é considerado o pai do computador, Alan Turing, que Neste domingo, dia 23 de junho comemorou-se seu aniversário de 107 anos de nascimento.Sim, vamos falar de ciência, afinal, a ciência também faz parte da cultura de um povo. Alan Mathison Turing foi um matemático, lógico, criptoanalista e cientista da computação britânico. Foi influente no desenvolvimento da ciência da computação e na formalização do conceito de algoritmo e computação com a máquina de Turing, desempenhando um papel importante na criação do computador moderno. Foi também pioneiro na inteligência artificial e na ciência da computação. Turing foi um dos primeiros a pensar na possibilidade de uma maquina se tornar inteligente e criou um modelo teórico para um computador universal, a máquina de Turing que já citei e é a base teórica do computador moderno além de todos os dispositivos computacionais como tablets, smartphones entre outros.Ele foi um dos responsáveis por descobrir o local exato onde as tropas nazistas estariam em 6 de junho de 1944 (descriptografado as mensagens alemãs), que culminou no desembarque de 155 mil soldados aliados na Normandia, fato que entrou para a história como Dia D já citado em uma coluna anterior. Ele fez isso participando do desenvolvimento de um computador eletromecânico, chamado de “Bombe” que conseguia descriptografar as mensagens cifradas pela máquina “Enigma” alemã que eram interceptadas mas eram incompreensíveis. Ajudou, portanto, os aliados a venceram a guerra de forma efetiva e crucial.Seu legado não se limita aí. Hoje ele dá nome a uma lei inglesa, criou o teste usado para testar a qualidade da inteligência artificial e tem contribuições importantes na biologia. Um verdadeiro gênio e polímata moderno!Turing foi um incrível matemático e seus estudos se tornaram base para a tecnologia atual. O matemático foi perseguido, humilhado em público e impedido de acompanhar estudos sobre computadores, por ser homossexual numa época que isso era considerado uma doença e também um crime na Inglaterra. Para não ser preso, foi obrigado a aceitar um tratamento com hormônios femininos (castração química), o que fez crescer seus seios e o levou a uma terrível depressão (e o ouvinte achando que a cura gay por hormônios é algo que loucos proferem hoje em dia).Depressivo, com crises de ansiedade e angustiado pelo tratamento humilhante recebido, mesmo sendo um herói de guerra, Turing se suicidou por envenenamento de cianeto, comendo uma maçã, semanas antes de seu aniversário de 42 anos.Infelizmente o mundo perdeu um de seus maiores gênios do século XX, cujos estudos alteraram (e ainda alteram) a maneira como o mundo se desenvolve. Em 10 de setembro de 2009, após uma campanha de internet, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown fez um pedido oficial de desculpas público, em nome do governo britânico, devido à maneira pela qual Turing foi tratado após a guerra.Em 24 de dezembro de 2013, Alan Turing recebeu o perdão real da rainha Elizabeth II, da absurda condenação por homossexualidade. Se não fosse pelo preconceito tosco e atroz teríamos o gênio científico de Turing por muitos e muito anos a mais e ele teria contribuído bastante para a humanidade. Sua história pode ser conhecida em diversos livros como “O homem que sabia demais” de David Leavitt, “a morte e a vida de Alan Turing” de David Lagercrantz e no filme de 2014, ganhador do Oscar de melhor roteiro adaptado, “O jogo da Imitação “ com Keira Knightley e Benedict Cumberbatch no papel de Alan Turing.

    O coração tem razões que a própria razão desconhece - Blaise Pascal

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 3:50


    Blaise Pascal================================="O coração tem razões que a própria razão desconhece".Certamente o ouvinte já ouviu esta frase anteriormente.Agora, você sabe quem a disse essa frase pela primeira vez?Bom, este prolóquio, que mostra a opsição do seu autor ao racionalismo puro, é atribuído a Blaise Pascal, filósofo, físico, inventor, teólogo, e matemático francês.Blaise Pascal nasceu no dia 19 de junho de 1623, portanto, 396 anos atrás, na pequena cidade de Clermont-Ferrand e faleceu dia 19 de agosto de 1662, com apenas 39 anos em Paris. Pascal sempre foi um prodígio e é considerado um gênio pelas suas contribuições à física, à matemática e à filosofia.Era filho de Etienne Pascal, também Matemático e de Antoinette Begon. Perdeu a sua mãe com três anos de idade e foi, portanto, educado pelo pai.Os primeiros trabalhos de Pascal dizem respeito às ciências naturais e ciências aplicadas. Contribuiu significativamente para o estudo dos fluidos. Ele esclareceu os conceitos de pressão e vazio, estendendo o trabalho de Torricelli. Pascal escreveu textos importantes sobre o método científico.Aos 19 anos ele inventou a primeira máquina de calcular. Chamado de máquina de aritmética, depois roda de pascalina e finalmente pascalina, ele construiu cerca de vinte cópias na década seguinte. Matemático de primeira linha, ele criou dois novos campos de pesquisa: primeiro, publicou um tratado de geometria projetiva aos dezesseis anos; então, em 1654, ele desenvolveu um método de resolver o "problema dos partidos", que, dando origem, no decorrer do século XVIII, ao cálculo das probabilidades, que influenciou fortemente as teorias econômicas modernas e as ciências sociais, além, claro de toda a ciência moderna.Pascal publicou muito em vida, De suas obras destacam-se: Ensaio sobre secções cônicas (matemática), Pensamentos (filosofia) eTratado sobre o equilíbrio dos líquidos (física).Pascal era crítico do racionalismo, vertente filosófica baseada na razão, em sua obra intitulada “Pensamentos” Pascal apresenta suas principais indagações acerca da existência de um Deus baseado no racionalismo.Para Pascal, a razão não é suficiente a si mesma, ela tem limites, e Pascal reconhece esses limites. Estabelece que a ética, a vida social e a religião é que definem o mundo humano real e esse mundo real em grande parte foge das possibilidades da razão.O ouvinte de mais memória, ou aqueles que estão estudando para o ENEM, certamente já ouviram o nome do filósofo e matemático, relacionados ao Triângulo de Pascal, na matemática e o princípio de Pascal, na Física.Gostaria de fechar a coluna desta semana com uma frase fortíssima e verdadeira de Pascal, que diz: “Ninguém é tão sábio que não tenha algo pra aprender e nem tão tolo que não tenha algo pra ensinar."Aprenda algo com alguém. Retribua ensinando algo a alguém. Uma boa semana para todos!

    As muitas faces de Fernando Pessoa

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:17


    Fernando Pessoa====================Nesta semana, caros ouvintes, temos uma semana com dias repletos de comemorações importantes para a literatura e a cultura brasileira e mundiais.Dia 09 - lembramos o Falecimento de Charles Dickens (1870), grande escritor inglês.Dia 10 de junho - Nascimento do músico João Gilberto (1931) e de Laerte, cartunista (1951) além da morte de Luís de Camões (1580) e Ray Charles, pianista e músico norte-americano (2004)Dia 12 de junho, dia dos namorados, foi o dia do nascimento de Anne Frank (1929), famosa por seu diário escrito durante o cativeiro em um gueto na Segunda Guerra Mundial; Já no Dia 13 de junho foi o nascimento do grande poeta Fernando Pessoa (1888) e de W.B. Yeats, poeta irlandês (1865).Dia 14 de Junho, temos o falecimento do grande escritor argentino Jorge Luis Borges (1986); Já no dia 15 de junho é aniversário do nosso estado, dia em que foi assinada a lei 4 070, de autoria do então deputado Guiomard Santos que transformava o Acre em estado.E, finalmente, no dia 16, temos o nascimento de Ariano Suassuna (1927).Portanto, caros ouvintes uma semana cheia de datas importantes relacionadas à cultura. Mas, eu quero falar, como tema deste nosso espaço, sobre o nascimento do poeta português, Fernando Pessoa, em minha opinião, um dos maiores poetas da língua de Camões (que se comemora a morte nesta semana, dia 10, como já dito anteriormente)Fernando Antonio Nogueira Pessoa, nasceu em Lisboa, dia 13 de junho de 1888 (há, portanto, 131 anos!) e faleceu na mesma Lisboa, dia 30 de novembro de 1935. Ele foi poeta, filósofo, dramaturgo, ensaísta, tradutor, publicitário, inventor, empresário, astrólogo, crítico literário e comentarista politico. Ele é um dos mais importantes escritores portugueses do modernismo e poetas de língua portuguesa.Eu sou suspeitíssimo para falar de Pessoa, pois, para mim, caros ouvintes, ele é meu poeta preferido. Fernando Pessoa é o mais universal poeta português. Por ter sido educado na África do Sul, numa escola católica irlandesa, chegou a ter maior familiaridade com o idioma inglês do que com o português ao escrever os seus primeiros poemas nesse idioma.Das quatro obras que publicou em vida, três são na língua inglesa. Fernando Pessoa traduziu várias obras em inglês (e.g., de Shakespeare e Edgar Allan Poe) para o português, e obras portuguesas (nomeadamente de António Botto[6] e Almada Negreiros) para o inglês.Destacou-se na poesia, com a criação de seus heterônimos sendo considerado uma figura multifacetada, quase como outra pessoa, com características diferentes. Algumas dessas diversas personalidades são Ricardo Reis, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro (meu preferido) –, sendo estes últimos objeto da maior parte dos estudos sobre a sua vida e obra. Robert Hass, poeta americano, diz: "outros modernistas como Yeats, Pound, Elliot inventaram máscaras pelas quais falavam ocasionalmente... Pessoa inventava poetas inteiros.Fernando Pessoa é dono de uma vasta obra, ainda que tenha publicado somente 4 obras em vida. Escreveu poesia e prosa em português, inglês e francês, além de ter trabalhado com traduções e críticas.Sua poesia é repleta de lirismo e subjetividade, voltada para a metalinguagem. Os temas explorados pelo poeta são dos mais variados, embora tenha escrito muito sobre sua terra natal, Portugal.Pessoa é muito conhecido na cultura popular tendo suas obras certamente já tendo sido ouvidas ou lidas por alguns dos leitores. Minha dica é conhecer ainda mais o poeta, nestes tempos em que a Poesia anda muito esquecida. Neste mundo sem poesia, ao ler os versos de grandes poetas, como Pessoa, percebe-se ainda mais a falta que a poesia tem feito ao mundo.Aos ouvintes, deixo o seguinte trecho, início do poema Tabacaria, de Álvaro de Campos: “Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.”

    O "Dia D" na cultura

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:31


    O dia D na cultura======================Esta semana dentre todos os muitos dias importantes para a literatura e a cultura em geral, é uma data histórica nos chama atenção.Sim, uma data histórica, pois a História de um povo, de uma nação, da humanidade também faz parte da nossa cultura.A data em questão é o aniversário de 75 anos da maior batalha aerotransportada da história, o chamado dia-D, que aconteceu durante a segunda guerra mundial, numa terça-feira, 06 de junho de 1944.O impacto que esta data teve na história da humanidade é amplo e gigantesco. Alterou, junto com a batalha de Stalingrado, na então União Soviética, o curso da segunda grande guerra pois Estavam sob o poder dos alemães e seus aliados do Eixo, a Polônia, a Áustria, a Dinamarca, a Suécia, a França, a Bélgica, os Países Baixos, Luxemburgo, além de países que aderiram ao Eixo, como Hungria, a Eslováquia e a Romênia. Ou seja, quase todos os países da Europa Ocidental estavam sob o poder da Alemanha nazista e os países do Eixo. Hitler havia invadido a União Soviética e estava em território russo, em outra das maiores batalhas da guerra, em Stalingrado.A virada Aliada se inicia exatamente com a vitória dos russos em Stalingrado e, claro, com a invasão da Normandia no dia-D, que nesta semana completa 75 anos.A Operação Overlord foi o codinome para a Batalha da Normandia, operação que teve início em 6 de junho de 1944, com os desembarques na costa normanda francesa(Operação Netuno, vulgarmente conhecido como Dia-D). Além dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, doze países Aliados enviaram unidades que participaram da invasão, dentre eles Austrália, Canadá, Bélgica, França, Grécia, Nova Zelândia e Noruega.Os Aliados contaram com uma esquadra de 5.000 navios, que transportavam tanto homens quanto veículos, e 5.000 embarações de desembarque. Por ar, 11.000 aeronaves foram utilizadas, tanto para bombardeios quanto para transportar paraquedistas. Ao fim daquele dia 6 de junho, mais de 9.000 soldados aliados estavam mortos ou feridos, mas outros 100.000 haviam tomado a região costeira. Em apenas 5 dias, os soldados em território francês já eram mais de 320.000.Os números são proporcionais à magnitude da operação: cerca de 425.000 soldados aliados e alemães foram mortos, feridos ou desapareceram durante a batalha. Cerca de 200.000 homens foram capturados e feitos prisioneiros pelos Aliados, que abasteceram os campos de prisioneiros a uma taxa de 30.000 homens por mês do Dia D até o Natal de 1944. Estima-se que entre 15.000 e 20.000 civis franceses tenham sido mortos durante a Batalha. Em julho de 1944, cerca de um milhão de soldados aliados, principalmente estadunidenses, britânicos e canadenses, estavam entrincheirados na Normandia.Um evento tão marcante, claro, não poderia deixar de ser tema de livros, filmes, jogos, séries e sua influência na cultura popular é sentida até os dias atuais.Vou deixar algumas indicações de filmes, livros e séries e um recado importante ao final.Alguns grandes filmes foram feitos tendo o dia-D como tema e a segunda guerra como pano de fundo, entre os quais, destaco, “O resgate do soldado Ryan” de 1998, “O mais longo dos dias”de 1962 e Agonia e Glória (The Big Red One, 1980), filmes que fazem referencia à invasão em si, e “O grande ditador”, obra-prima de Chaplin de 1940, “A vida é bela” de 1999, “O pianista”de 2002, “A lista de Schindler” de 1993, “Casablanca”de 1942 e “A queda: as últimas horas de Hitler” de 2004 (entre muitos outros)Entre os livros eu destaco “O dia D, a batalha que salvou a Europa” e “A batalha das Ardenhas” ambos de Antony Beevor, “Memórias da Segunda Guerra Mundial de Churchill” escritas pelo próprio. Dia D: Amanhecer de Heróis, de Nigel Cawthorne. As espiãs do Dia D, de Ken Follett e os livros O Dia D e “Band of Brothers”: companhia de heróis de Stephen E. Ambrose.Entre as séries eu destaco duas: The Pacific e Band of Brothers baseada no livro homônimo. Duas excelentes séries sobre o conflito. Eu assisti e recomendo ambas. O conflito da segunda guerra matou mais de 20 milhões de pessoas. É algo para nunca se esquecer!Portanto, a dica para esta semana é acompanhar as celebrações do dia D pelo mundo curtindo filmes, séries ou livros sobre a segunda grande guerra. Um dos objetivos da história e entender os grandes erros do passado para não mais cometê-los. Conhecer nossa história também é cultura.

    Chico Buarque é do Brasil!

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:29


    Chico Buarque é do Brasil====================Nas duas últimas semanas, caros e caras ouvintes, falamos sobre dois grandes escritores estrangeiros, um de língua inglesa, Conan Doyle e outro de língua alemã, Franz Kafka. Hoje, eu gostaria de falar de um escritor, compositor, músico, poeta e dramaturgo que fala nossa língua, mas especificamente, que fala o Português falado no Brasil.Aproveitando que dia 21 de maio, semana passada, saiu o ganhador da 31a. edição do Prêmio Camões, o maior e mais importante prêmio da Língua Portuguesa vencido de forma unânime pelo brasileiro, Chico Buarque, pelo conjunto da sua imensa obra.Falar sobre a importância e o tamanho cultural de um gênio como Chico Buarque é até complicado nos poucos minutos que dispomos, dada a sua relevância, a sua influência e sua força na cultura popular brasileira.Francisco Buarque de Holanda, nasceu dia 19 de junho de 1944, tem, portanto, 74 anos no Rio de Janeiro, à época ainda a capital federal do Brasil. É filho de Sérgio Buarque de Hollanda (1902–1982), um importante historiador e jornalista brasileiro, e de Maria Amélia Cesário Alvim (1910–2010), pintora e pianista.Casou-se com Marieta Severo no ano de 1966, com quem teve três filhas: Sílvia Buarque, Luísa Buarque e Helena Buarque. O cantor tem, também, cinco netos. Foi casado com a atriz até o ano de 1999. De uma família de intelectuais, como Cristóvão Buarque de Holanda, Cesário Alvim, sempre esteve imerso nesta atmosfera de intelectualidade e cultura em sua casa.Falar da importância e da magnitude de Chico Buarque é exercitar o óbvio, portanto vou fazer apenas alguns apontamentos para a extensa, inacabada e prolífica carreira do músico, dramaturgo, compositor, poeta e escritor.Chico escreveu seu primeiro conto aos 18 anos, ganhando destaque como cantor a partir de 1966, quando lançou seu primeiro álbum, Chico Buarque de Hollanda, e venceu o Festival de Música Popular Brasileira com a música A Banda.Autoexilou-se na Itália em 1969, devido à crescente repressão do regime militar do Brasil nos "anos de chumbo", tornando-se, ao retornar, em 1970, um dos artistas mais ativos na crítica política e na luta pela democratização no país.Sua discografia conta com aproximadamente oitenta discos, entre eles discos-solo, em parceria com outros músicos e compactos. No universo da música fez parceria com compositores e interpretes de grande destaque entre eles, Vinícios de Morais, Tom Jobim, Toquinho, Milton Nascimento, Caetano Veloso, Edu Lobo, Francis Hime, Elis Regina, Paulo Vanzolini, Nara Leão, Gal Costa, Elba Ramalho entre muitos outros nacionais e internacionais.Como músico e compositor, Chico tem grandes e imortais obras como Cálice, Apesar de Você, Geni e o Zeppelin, O que será, Construção, Cotidiano, Mulheres de Atenas, Yolanda, Carolina, Sei Lá, Paratodos entre muitas outras. O destaque vai para o eu-lírico feminino, retratando temas a partir do ponto de vista das mulheres com incrível poesia e beleza. Além de letras com alto teor social e político, sem deixar de lado o lirismo e a poesia de influencia de Noel Rosa, Vinícius de Morais e outros modernistas e clássicos.A Obra Teatral de Chico é também fortemente inspirada por temas sociais e cotidianos. O destaque vai para Roda Viva, Calabar, Gota d’água e Opera do Malandro. Como Dramaturgo Chico leva seu lirismo aos palcos com inteligência e força criativa.E como escritor além de um conto escrito com 18 anos o autor tem os livros, Estorvo (1991), Benjamim (1995), Budapeste (2003), Leite Derramado (2009) e O Irmão Alemão (2014). Das quais destaco: Budapeste e Leite Derramado. Os livros de Chico são Narrados com uma poesia muito refinada e com detalhes impressionantes (Chico se tornou um mestre na descrição detalhada das coisas, a própria descrição tem cheiro, textura, cor etc.). São livros densos e muito interessantes. Uma obra sólida e, de fato, uma das melhores do brasil e de Língua Portuguesa dos últimos anos.Chico é, portanto, um gênio e o prêmio Camões se junta a outros 10 prêmios nacionais e internacionais, como o Festival da Música Popular Brasileira, Festival Internacional da Canção, Troféu Imprensa, Prêmio Jabuti, Grammy Latino, Prêmio Casa de las Américas, Troféu APCA, Ordem do Mérito Cultural, Prêmio Bravo! Prime de Cultura e o Prêmio da Música Brasileira.Chico Buarque deve ser estudado, ouvido, lido, assistido por todos. São raros os países do mundo que tem o privilégio de ter alguém da envergadura cultural, intelectual, musical e literária de um Chico Buarque. Somos, nós, brasileiros, os privilegiados. Parabéns ao Chico. Parabéns ao Brasil.

    Arthur Conan Doyle - O escocês que popularizou o gênero policial

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:30


    Nesta semana, caros ouvintes estamos repletos de acontecimentos literários e culturais importantes, entre eles: a semana da enfermagem, o nascimento, dia 20 de maio de 1799 de um dos grandes escritores franceses, Honoré de Balzac (falaremos sobre ele em futuras colunas, certamente) e neste mesmo dia 20, mas 348 antes, no ano de 1451, a morte de Cristóvão ColomboAinda nesta semana, no dia 21 temos O Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento estabelecido pela UNESCO para promoção de questões de diversidade.No dia 24 de maio, temos o nascimento do Prêmio Nobel, Bob Dylan (sobre quem também falaremos também em futuras oportunidades)E finalmente, no dia 22 de maio nós lembramos 3 eventos importantíssimos para a cultura: a morte, em 1885, do grande escritor francês Victor Hugo, autor, entre outros trabalhos, do romance “Os miseráveis” e do romance que popularizou a recém incendiada Notre Dame chamado “Notre Dame de Paris” na versão original e “O corcunda de Notre Dame” nas versões americanizadas.Além do nascimento de dois outros grandes gênios culturais: o compositor Richard Wagner (1813), lembrado por suas óperas e teatro com componentes nacionais alemães, famoso, entre outras obras, por “O anel dos nibelungos” e trechos como “Cavalgada das Valquírias”, além de uma das duas músicas mais famosas em casamentos, O coro nupcial que está na parte do ato III da ópera Lohengrin do autor. É uma marcha nupcial tocada em na entrada de diversas cerimônias de casamento ocidentais (popularmente conhecido no Brasil como o “lá vem a noiva”).Mas, dentre tantos acontecimentos eu gostaria de falar essa semana para os ouvintes sobre um em particular: o aniversário de 159 anos do nascimento de sir Arthur Ignatius Conan Doyle, ou, como ele ficou conhecido, Conan Doyle, escritor e médico britânico.Bom, até quem não é muito ligado à literatura certamente já ouviu falar sobre o detetive Sherlock Holmes e seu ajudante Watson (seja por filmes, ou por sua imensa ligação com a cultura popular). A popularidade deste detetive ficcional é tanta que há, em muitos lugares, pessoas que acreditam que o personagem é real e não fruto da incrível imaginação do escritor britânico.Conan Doyle nasceu em Edimburgo, Escócia, no dia 22 de maio de 1859. Estudou no Colégio Stonyhurst, onde concluiu o colegial em 1875. No ano seguinte ingressou na Universidade de Edimburgo concluindo o curso de Medicina em 1881. Entre 1882 e 1890 exerceu a profissão em Southsea, Inglaterra.Ainda estudante, Conan começou a escrever pequenas histórias. Em 1887 publicou na revista de bolso Beeton’s Christmas Annual, a história “Study in Scarlat” (Um Estudo em Vermelho), que se converteria no primeiro dos 60 outros contos em que introduziu ao público aqueles que se tornariam os mais conhecidos personagens de histórias de detetive da lite­ratura universal: Sherlock Holmes e doutor Watson.Com eles, Conan Doyle imortalizou o método de dedução utilizado nas investigações e o ambiente da Inglaterra vitoriana. Segui­ram-se outros três romances com os personagens, além de inúmeras histórias, publicadas nas revistas Strand, Collier’s e Liberty e posteriormente reunidas em muitos livros.O autor escreveu também obras religiosas, de cunho espiritualista (Após a morte de seu filho mais velho nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial), escritas a partir de 1916, como A Nova Revelação (1918) e A Mensagem Vital, (1919).Outros trabalhos de Conan Doyle foram freqüen­te­mente obscurecidos por sua criação mais famosa, e, em dezembro de 1893, ele matou Holmes (junto com o vilão professor Moriarty), tendo a Áus­tria como cenário no conto “O problema final” (Memórias de Sherlock Holmes). Holmes ressuscitou no romance O cão dos Bas­kerville, publicado entre 1902 e 1903, e no conto “A casa vazia” (A ciclista solitária), de 1903, quando Conan Doyle su­cumbiu à pressão do público e revelou que o detetive conseguira burlar a morte. Conan Doyle foi nomeado cavaleiro em 1902 pelo apoio à polí­tica britânica na guerra da África do Sul, recebendo o título de Sir. Faleceu em Crowborough, Inglaterra, no dia 7 de julho de 1930.A dica, portanto é se divertir sozinho ou em família lendo, assistindo ou comentando as mais de 60 obras do escritor Conan Doyle, principalmente as deliciosas histórias do detetive Sherlock Holmes.

    Kafta e Kafka são maravilhosos

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2019 5:09


    KAFTA e KAFKA são maravilhosos==============================Aproveitando a declaração do ministro da Educação, Abraham Weintraub, que cometeu uma gafe gramatical durante audiência na Comissão de Educação do Senado na terça-feira passada (7) e confundiu kafta, o tradicional (e delicioso) espeto árabe de carne com o escritor tcheco Franz Kafka e gerou polêmica, vamos falar um pouco sobre este que foi um escritor de língua alemã, autor de romances e contos, considerado pela crítica (e por seus milhões de leitores), como um dos escritores mais influentes do século XX.František Kafka (franTICHEk Kafka), ou Franz Kafka, nasceu em 3 de julho de 1883 (há 136 anos, portanto), na belíssima cidade de Praga, na Boêmia, à época, parte do Império Austro-Húngaro e hoje capital da República Tcheca e faleceu na cidade de Klosterneuburg (klosternóibug), República Austríaca, atual Áustria em 3 de junho de 1924 com apenas 40 anos!Ele é tão influente que mesmo quem nunca leu (ou conhecia) Kafka já ouviu o adjetivo “kafkiano”, palavra que resume cenas surreais que surgem na nossa vida, ou a perplexidade diante do bizarro, geralmente causado por algo medíocre travestido de poder. A expressão kafkiano, remete também a algo complicado, labiríntico e surreal, como as situações que estão em suas magníficas obras. Infelizmente, ele não publicou muitos livros, mas alguns dos principais são “O Processo”, “O Castelo” e “A metamorfose”.De família judaica de classe média, o autor tinha fluência em alemão e tcheco, mas ele considerava o alemão como a sua língua materna. Durante a infância viveu de modo solitário, por conta da dedicação de seus pais ao negócio da família, um comércio de artigos e roupas de fantasia.Formou-se em direito e, depois de completar sua educação, conseguiu um emprego em uma companhia de seguros. Começou a escrever contos no seu tempo livre. Kafka preferia comunicar-se através de cartas; escreveu centenas de cartas para sua família e amigas próximas, incluindo seu pai, sua noiva Felice Bauer e sua irmã mais nova, Ottla Kafka. Tinha uma relação complicada e turbulenta com seu pai, o que teve uma grande influência sobre sua escrita.E seu estilo de escrever é o que mais fascinou a todos os que vieram depois dele. Ele conseguia, de forma brilhante, descrever situações absurdas como se narrasse algo trivial. Assim acontece na abertura do seu livro mais conhecido, die verwandlung (dÍ FARVANlung), “A metamorfose” que começa assim: “Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregor Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco inseto.” Dois parágrafos depois, a metamorfose grotesca já não era a angústia principal, o protagonista se preocupava mais com o atraso no trabalho do que com a nova aparência.O estilo de Kafka é dessa frieza chocante. A narração burocrática do insólito acaba tornado o impossível, provável. Na tradução para o português usou-se a palavra “inseto” para descrever a transformação, mas, no original, em Alemão, não se sabe exatamente em que Gregor Samsa se transforma. Mas o bicho em que ele se transforma é, na verdade, uma visão interior de si mesmo. A metamorfose seria uma metáfora de uma humilhação de um personagem submisso, um homem que aceitou passivamente virar do avesso e se transformar em alguém que ele não queria ser. O personagem principal é um caixeiro viajante que vendeu a si mesmo, trabalhou à exaustão para sustentar uma família que tinha meios de sobreviver. O personagem não tem ninguém a culpar, a não ser ele próprio, pela vida vazia, sem sentido.A metamorfose foi publicado em 1915 e foi escrito em novembro de 1912. A angústia do personagem principal é sentida por todo o texto fazendo desta obra uma das obras-primas da literatura universal. O livro é curto, cerca de 100 páginas e pode ser rapidamente lido. Já foi recriada, referenciada ou parodiada em diversos meios na cultura popular. Há cerca de 10 filmes baseados no livro, centenas de peças de teatro (inclusive no Brasil), músicas já foram compostas e programas de rádio já foram feitos baseados na influente obra. A lição que fica ao final do livro é “aceite as mudanças”, “as aparências não importam”e “faça aquilo que você ama”. Uma metáfora maravilhosa sobre a vida dele mesmo e que funciona universalmente, como toda grande Obra.Enfim, essa semana a recomendação da coluna é conhecer Kafka e começar lendo a obra “A metamorfose”, obra incrível e acessível, pois está em domínio público e você pode encontrar facilmente na Internet. Conhecendo Kafka nós nunca mais NOS CONFUNDIREMOS com kafta. Ambos são saborosos e valem muito a pena!

    Um homem que calculava (e encantava) - Malba Tahan

    Play Episode Listen Later Jul 8, 2019 5:29


    A maioria das pessoas, incluindo alguns dos ouvintes já deve ter tido alguns problemas com a matemática. Esse é um problema bem comum e recorrente. Tanto é assim que quando temos bons professores desta matéria, lembramos deles para sempre. Todos se lembram de algum (bom) professor de matemática. Ou porque ele foi muito bom ou porque foi muito severo. Os bons, inclusive, nos marcam. Eu, felizmente, tive grandes professores dessa matéria o que me fez ser um dos amantes dessa ciência.Sem dúvida esses bons professores fariam feliz aquele que nasceu no dia 6 de maio de 1885, portanto, 124 anos atrás, o escritor Júlio César de Mello e Souza.Falando assim, talvez nem consigamos associar o nome à pessoa, mas estamos falando de Malba Tahan, escritor do famoso livro “O Homem que calculava”.Malba Tahan pode ser considerado o maior divulgador de matemática da história do Brasil. Tanto é assim que, em sua homenagem, no dia 6 de maio, esta semana, é comemorado o “dia nacional da matemática”, um dia para refletir a educação matemática, incentivando todos nós, professores e estudantes a cultivar a cultura e o saber dessa importante disciplina. Ele é famoso no Brasil e no exterior por seus livros de recreação matemática e fábulas e lendas passadas, principalmente no Oriente.Júlio César de Mello e Souza, nasceu no Rio de Janeiro, à época, capital do Brasil, começou a lecionar aos 18 anos. Formou-se, posteriormente, em Engenharia Civil, mas nunca exerceu essa profissão. Muito apaixonado pela matemática e pela escrita, Júlio, que gostava de contar histórias, começou a envolver a matemática em seus enredos. Ele resolveu criar o pseudônimo Malba Tahan, ou Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan, um árabe já que ele era admirador da cultura árabe porque imaginava que os brasileiros e editoras nacionais valorizavam mais os autores estrangeiros!Para dar credibilidade ao seu pseudônimo, ele escreveu uma falsa biografia em que atestava que Malba Tahan era um admirável escritor e tinha uma grande história de vida. Após ter diversos contos publicados com esse pseudônimo, ele conseguiu lançar, em 1925, seu primeiro livro matemático: Contos de Malba Tahan.A fama alcançada por suas revolucionárias produções permitiu que Júlio César se tornasse conhecido como o verdadeiro autor do livro no ano de 1933. Todavia, como o pseudônimo tornou-se maior, ele nunca deixou de assinar o nome árabe e recebeu até mesmo uma autorização de Getúlio Vargas para que constasse ao lado de seu nome, em sua carteira de identidade, o pseudônimo “Malba Tahan”Ao longo de seus 79 anos, faleceu em 18 de junho de 1974, Malba Tahan publicou 120 livros, sendo 51 voltados à Matemática. Nessas obras, conseguiu repassar o conteúdo matemático em uma esfera envolvente que apresentava enigmas e fantasias, o que se tornava uma aventura divertida e empolgante. Por essa diferenciada forma de escrever, até a data de seu falecimento, ele já havia vendido mais de um milhão de livros. Seu livro mais famoso, “O homem que calculava”, tornou-se um best-seller que até hoje atrai as novas gerações.Seu livro mais conhecido, O Homem que calculava, é uma coleção de problemas e curiosidades matemáticas apresentada sob a forma de narrativa das aventuras de um calculista persa à maneira dos contos de “Mil e Uma Noites”. Monteiro Lobato classificou-a como: “... obra que ficará a salvo das vassouradas do tempo como a melhor expressão do binômio ciência-imaginação.” E, Monteiro Lobato, do qual já falamos neste espaço, tinha razão. Malba Tahan ficou tão famoso que seu trabalho atravessa gerações e chegou até nós de uma forma pujante e que torna a Matemática algo divertido, em forma de jogo, algo lúdico e que você pode, inclusive se alegrar e sentir imenso prazer.Nesta semana nacional da matemática, a recomendação de nossa coluna, Universo Literário é para que resgatemos a obra magnífica deste autor, principalmente sua obra-prima, “O Homem que calculava”.Há uma adaptação da obra em um vídeo no Youtube, da IFSP que pode servir de introdução a esta obra incrível.

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