Economia do Futuro

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Para evitar um desastre climático, precisamos mudar a forma como produzimos e consumimos quase tudo. Mas a boa notícia é que uma nova economia já começou a ser criada. Esse podcast é para quem quer conhecer as tecnologias, as empresas, as políticas públicas e as pessoas envolvidas na construção da economia do futuro. Aqui você aprende sobre mercados de carbono, energias renováveis e o papel do Brasil nesse novo mundo - sem catastrofismo e sem greenwashing. Conduzido de forma crítica - mas otimista - pela jornalista Melina Costa, baseada em Berlim.

Melina Costa

Brasil

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    • May 22, 2025 LATEST EPISODE
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    O fim do mercado voluntário de carbono?

    Play Episode Listen Later May 22, 2025 40:01


    A ideia dos créditos de carbono é poderosa: ao se colocar preços nas emissões e permitir o seu comércio, é possível oferecer incentivos para a descarbonização de vários setores da economia e para a criação de projetos que absorvam ou evitem gases de efeito estufa.Mas essa também é uma história de expectativas frustradas. Na primeira grande fase dos mercados de carbono, no início dos anos 2000, um esquema de comércio internacional foi estruturado e cresceu. Cerca de 1 bilhão de toneladas de emissões foram compensadas por meio do chamado MDL, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Mas também houve uma enxurrada de projetos de baixa qualidade, uma crise financeira global e a falta de compromisso dos países para dar continuidade a esse mecanismo.Mais recentemente, com o esforço de empresas para atingir o net zero, os créditos de carbono ganharam novo fôlego, dessa vez em um mercado voluntário. Bom, o resto da história você deve se lembrar. Houve um pico em 2021 e quedas desde então, por conta de uma grave crise de credibilidade.Ok, e agora? O episódio de hoje tenta responder a essa pergunta. Meu convidado é um pioneiro em mercados de carbono. Pedro Moura Costa esteve envolvido nos primeiros projetos de créditos de carbono do mundo e fundou a EcoSecurities, empresa que abriu capital na Bolsa de Londres e liderou o setor de compensações em sua primeira fase (sob o Protocolo de Kyoto). Pedro também fundou a ONG BVRio, Bolsa Verde do Rio de Janeiro e, como autor principal do IPCC – o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU – foi um dos pesquisadores reconhecidos pelo Prêmio Nobel da Paz de 2007, concedido ao IPCC como um todo. Hoje, Pedro é membro do conselho consultivo da Oxford Climate Policy e da Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative (VCMI) – ou seja, continua absolutamente envolvido na evolução dos mercados de carbono.Eu já vou adiantar aqui a parte mais importante dessa conversa: Pedro não vê futuro para o mercado voluntário. Pelo contrário, ele acredita numa substituição por outro sistema, de compliance. Support the showO Economia do Futuro é publicado quinzenalmente às quintas. Para apoiar, envie este episódio para um amigo por Whatsapp. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com

    Carbono Zero: estreia hoje

    Play Episode Listen Later May 15, 2025 1:37


    Hoje não é dia de Economia do Futuro, mas é dia de Carbono Zero, o novo podcast do Reset que estreia hoje. Clique aqui para ouvir o Carbono Zero no Spotify.Support the showO Economia do Futuro é publicado quinzenalmente às quintas. Para apoiar, envie este episódio para um amigo por Whatsapp. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com

    Reação pró-clima no Canadá, Austrália e China; desmatamento do agro no Brasil e afrouxamento de regulações na UE: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later May 8, 2025 30:56


    Esta é a minha conversa mensal com Sérgio Teixeira Júnior, editor do Reset. Juntos, a gente traz a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Neste episódio falamos sobre: os sinais anti-Trump e pró-clima no Canadá, na Austrália e na China a contabilidade de emissões brasileiras: tem desmatamento que pode passar a entrar na conta do agro detalhes sobre o afrouxamento das regras de reporte corporativo na Europa, em uma conversa com o advogado Bruno Galvão, do escritório Blomstein em Berlim. Support the showO Economia do Futuro é publicado quinzenalmente às quintas. Para apoiar esse projeto, envie esse episódio para um amigo por Whatsapp. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com.

    As outras tarifas comerciais

    Play Episode Listen Later Apr 11, 2025 24:17


    O comércio global acaba de ficar extremamente complicado por conta da guerra comercial promovida pelos EUA contra o resto do mundo. Mas ainda tem mais vindo por aí. Nos próximos anos, uma série de legislações socioambientais introduzidas por países ricos pode impactar as exportações brasileiras.Na União Europeia — principal fonte dessas novas regras — o regulamento antidesmatamento entra em vigor em dezembro de 2025 para grandes empresas e, em meados de 2026, para as de menor porte. No início de 2026, o bloco também introduz o CBAM, um mecanismo de ajuste de fronteira para a cobrança de carbono.No Reino Unido, o Forest Risk Commodity Scheme — legislação semelhante ao regulamento europeu — ainda precisa de detalhamento e de um cronograma de aplicação, mas conta com o apoio do governo atual. Até os EUA discutem, desde 2021, sua própria iniciativa nessa área, o chamado Forest Act, embora o futuro desse projeto de lei seja muito mais incerto.O ponto é que, ao contrário do tarifaço arbitrário de Trump, todas essas regras e legislações que acabei de citar vêm sendo discutidas há bastante tempo — e já é possível se preparar para os seus impactos.Neste episódio, converso com Thais Diniz Oliveira, pesquisadora na área de sistemas alimentares na Cornell University, nos EUA. A Thais esteve envolvida em diversos estudos acadêmicos sobre o impacto de políticas comerciais verdes e explica os possíveis cenários para as exportações brasileiras. Como essas legislações ainda não entraram em vigor, este é um exercício de abstração — baseado em modelos econômicos mas, ainda assim, apenas projeções.Você vai ouvir duas análises diferentes nesta conversa: uma feita pela Thais e seus colegas como parte do Global Policy Incubator, uma iniciativa para o desenho de políticas públicas em Berlim; e a outra, apresentada em um artigo publicado na revista científica Climate Policy. * Link para o artigo de Thais Diniz Oliveira e colegas no jornal científico Climate Policy. ** Para entrar em contato comigo, escreva para: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    Como descarbonizar o cimento

    Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 26:47


    Olhe ao seu redor. É muito provável que você esteja cercado de infra-estrutura construída com cimento. O cimento é o material sólido mais usado no mundo e, sozinho, é responsável por mais de 7% das emissões globais de carbono. Reduzir o impacto desse material é essencial para conter a crise climática.Só que tem um problema. Nessa indústria, não basta simplesmente tirar os combustíveis fósseis da equação — o que, por si só, já é um baita desafio, como a gente sabe. Aqui, ainda é preciso lidar com as emissões que vêm de um processo químico da própria produção do cimento. Funciona assim: o cimento vem do calcário que, quando aquecido para isolar o óxido de cálcio, libera naturalmente CO₂ na atmosfera.Hoje eu converso com um brasileiro que está na linha de frente de um dos projetos mais ambiciosos do mundo para resolver esse problema. Marcelo de Oliveira é o funcionário número 1 e vice-presidente de ciência de materiais e geologia da Brimstone, uma startup sediada na Califórnia.Por trás da Brimstone está Bill Gates, que investe na empresa desde o primeiro round de financiamento, por meio do fundo Breakthrough Energy Ventures. Também apostaram na startup alguns dos fundos de venture capital mais importantes dos EUA — além do Amazon Pledge, do Jeff Bezos.Nessa conversa, o Marcelo explica os desafios de transformar não só um material essencial, mas também uma indústria inteira.* Apoie o Economia do Futuro e indique este episódio pra alguém.** Para entrar em contato, escreva para: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    A carta de Corrêa do Lago, megainvestimentos em defesa na Europa e o gargalo dos créditos de carbono: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 29:36


    Esta é a minha conversa mensal com Sérgio Teixera Júnior, editor do Reset. Aqui a gente traz pra você a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Neste episódio, falamos sobre: o gargalo para certificação de créditos de carbono no Brasil, os planos para a COP 30 - num momento em que o mundo rico está mais preocupado com outras coisas. E o Brasil como vidraça: o anfitrião da conferência do clima tem suas contradições exploradas na imprensa internacional.* Leia a carta de Corrêa do Lago, citada no episódio, na íntegra, aqui **Para entrar em contato com o Economia do Futuro, escreva para: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    COP Bio 2.0: detalhes do acordo e próximos passos

    Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 25:32


    Mobilizar 200 bilhões de dólares por ano para preservar e recuperar a biodiversidade em países em desenvolvimento até 2030 e o acordo para a criação de um “arranjo permanente” para o financiamento da biodiversidade: essas foram as principais manchetes da COP 16 da biodiversidade, que terminou em Roma no fim de fevereiro.  Numa época em que o multilateralismo está em crise, um consenso entre mais de 150 países merece ser comemorado. Mas ainda há muito a ser feito até que essas definições saiam do papel. O pano de fundo das negociações são as metas ambiciosas do Marco Global da Biodiversidade, com as quais os países já se comprometeram. Um dos objetivos é proteger 30% do meio ambiente terrestre e marinho até 2030 - mas, até agora, poucos começaram a se mobilizar para que isso seja atingido. Neste episódio, eu converso com Giuliane Bertaglia, pesquisadora na consultoria Agroicone que acompanhou, em Roma, o desenrolar da COP. Ela conta o que aconteceu por lá e quais são os próximos passos.Support the show

    Prepara-COP no Brasil e virada ideológica nos países ricos: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Feb 20, 2025 27:07


    Essa é a minha conversa mensal com o Sérgio Teixeira Júnior, editor do Reset. Aqui a gente traz para você a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo.Nesse episódio, falamos sobre:as expectativas e os preparativos para a COP 30 no Brasil,as diárias de 15 mil dólares em Belém,o desmonte de políticas climáticas promovido por Trump nos Estados Unidos,as eleições na Alemanha euma mudança ideológica no mundo rico: infelizmente, o clima saiu da pauta.*Para apoiar este podcast, clique abaixo em "support the show".**Para uma cobertura diária sobre negócios sustentáveis, leia o Reset.***Para entrar em contato: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    O novo clima na Europa e seu impacto para o Brasil: CBAM, EUDR, CSDDD

    Play Episode Listen Later Feb 6, 2025 31:39


    O ano começou com uma constatação clara: o clima deixou de ser prioridade política em muitos países desenvolvidos. As medidas mais recentes tomadas por Trump nos EUA são o caso mais contundente. Mas não foi só por lá. Na Europa, o avanço da direita no Parlamento Europeu e em países-membros trouxe uma agenda mais conservadora, centrada em temas como migração, defesa e crescimento econômico.Mas o que isso significa exatamente para o Brasil, que deve estreitar suas relações com o bloco depois de um acordo entre a União Europeia e o Mercosul? Nesse episódio, eu converso com o advogado Bruno Galvão, que está em Berlim e acompanha esses movimentos de perto.Por um lado, há, sim, pedidos de suavização de regulamentos socioambientais ambiciosos já aprovadas no bloco. A gente viu isso no fim do ano passado, quando o Parlamento Europeu quase mudou as regras do regulamento anti-desmatamento, ou, na sigla em inglês, EUDR.Por outro lado, é difícil imaginar um cenário de destruição do que foi feito até agora. E tem bastante coisa feita até agora. Neste episódio, focamos nas medidas que afetam o Brasil de forma mais direta. É uma atualização sobre o regulamento anti-desmatamento, o mecanismo de ajuste de fronteira e as regras de governança e reporte para empresas.Support the show

    COP 29: negociações conturbadas, resultados fracos

    Play Episode Listen Later Nov 25, 2024 35:00


    A COP 29 chegou ao fim, e seu maior êxito foi evitar o total fracasso das negociações. Após muito drama e uma plenária que se estendeu pela madrugada, os países ricos se comprometeram a alcançar a meta de US$ 300 bilhões por ano até 2035 para apoiar os países em desenvolvimento na redução de emissões e na mitigação da crise climática. Embora o valor seja maior que a meta atual de US$ 100 bilhões, ainda está muito aquém do necessário, estimado em mais de um trilhão de dólares.Um avanço positivo foi o desfecho das negociações políticas em torno do mercado global de carbono. O mecanismo, proposto pelo Acordo de Paris há quase 10 anos, estava travado até agora.**Siga a cobertura do Reset em  capitalreset.com/cop*** Para saber mais sobre as iniciativas do Itaú em ESG, acesse: itau.com.br/sustentabilidadeSupport the show

    COP 29: mais ruído que progresso, até agora

    Play Episode Listen Later Nov 18, 2024 28:22


    A primeira semana da COP 29 foi marcada por mais ruído do que ação. Houve comentários nada diplomáticos do presidente do Azerbaijão e a saída dramática da delegação argentina das negociações. No tema mais importante, houve pouco avanço: os países ainda estão longe de chegar a um plano para financiar a mitigação da crise climática em países em desenvolvimento, com custos estimados em centenas de bilhões de dólares.Neste episódio, Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, fala do climão na COP, ainda muito influenciado pela eleição de Trump nos Estados Unidos. E tem mais: a nova NDC brasileira e o avanço do mercado global de carbono em Baku. Em Brasília, a aprovação do mercado regulado de carbono pelo Senado e, em Bruxelas, mais um capítulo do regulamento antidesmatamento.  Reportagem citada neste episódio, detalhando a NDC brasileira: https://capitalreset.uol.com.br/clima/cop/por-que-o-plano-de-descarbonizacao-do-brasil-vai-muito-alem-da-cop/**Para acompanhar o avanço das negociações da COP, siga a cobertura do Reset em  capitalreset.com/cop*** E para saber mais sobre as inicitaivas do Itaú em ESG, acesse: itau.com.br/sustentabilidadeSupport the show

    COP29 começa sob a sombra de Trump

    Play Episode Listen Later Nov 11, 2024 26:06


    Hoje é o primeiro dia da COP29, que começa sob o impacto da eleição de Trump para a presidência dos Estados Unidos e dos rumores de que o país pode, novamente, deixar o Acordo de Paris.Autoridades de outros países importantes para as negociações já avisaram que não estarão presentes, entre eles o chanceler alemão Olaf Scholz, que enfrenta o súbito colapso de seu governo. Apesar das nuvens pesadas que pairam sobre Baku, no Azerbaijão, o tema da conferência não poderia ser mais relevante: o financiamento de centenas de bilhões de dólares anuais para mitigar os efeitos da crise climática em países em desenvolvimento.O Brasil chega a essa COP com queda no desmatamento e novas metas de redução de emissões para mostrar. Os resultados desta conferência serão particularmente importantes para o Brasil, que sai sediar a COP do ano que vem, em Belém. * Acompanhe diariamente a cobertura da COP29 pelo Reset: capitalreset.uol.com.br/cop ** Para saber mais sobre as iniciativas de sustentabilidade da Vivo, apoiadora deste podcast, acesse: vivosustentavel.com.br*** E para entrar em contato comigo escreva para: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    A COP que terminou no limbo

    Play Episode Listen Later Nov 4, 2024 27:05


    A COP 16, a décima sexta Conferência da Biodiversidade da ONU, terminou em uma espécie de limbo. As negociações, que se estenderam madrugada adentro na sexta-feira, foram suspensas pela presidente da COP e ministra da sustentabilidade da Colômbia, Susana Muhamad, na manhã do último sábado.Como resultado, não há um texto final, e os países permanecem distantes de um acordo — especialmente no que se refere aos US$ 200 bilhões necessários para cumprir as metas estabelecidas pelo Marco Global da Biodiversidade, definido na COP anterior.Neste episódio, eu converso com Ilana Cardial, repórter do Reset, que passou as últimas duas semanas acompanhando as negociações de perto em Cali, na Colômbia. * Para entrar em contato, meu email é podcast@economiadofuturo.com** Veja a cobertura do Reset soBre a COP 16 aqui: www.capitalreset.com Support the show

    Cobertura Especial das COPs

    Play Episode Listen Later Oct 31, 2024 1:14


    Olá, eu estou passando aqui no seu feed hoje, quinta-feira, o dia em que você normalmente encontraria um episódio novo, para avisar que o ritmo de publicações no Economia do Futuro está mudando temporariamente. Vai começar a cobertura especial das COPs, as Conferências das Nações Unidas, que eu faço, como sempre, em parceria com o Reset. Na segunda-feira, dia 4 de novembro, você encontrará aqui um episódio com a Ilana Cardeal, repórter do Reset, analisando os resultados da COP 16, da Biodiversidade, direto de Cali, na Colômbia. E na segunda- feira seguinte, dia 11, começa a cobertura da COP 29, a Conferência Clima. O Sérgio Teixeira, que você já conhece, estará em Baku, no Azerbaijão. Ele vai entrar no seu feed algumas vezes, normalmente às segundas, até o fim da conferência.  Então é isso, fica de olho no seu feed que a agenda internacional do clima esquenta bastante agora no fim do ano. Essas conferências da ONU são decisivas para definir as ambições humanas para reagir às mudanças climáticas. Até lá! Support the show

    COP da Biodiversidade, comércio ilegal de madeira no Brasil e os bastidores da lei anti-desmatamento: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Oct 17, 2024 24:20


    Esta é a minha conversa mensal com o Reset. Aqui, trazemos para você a análise das principais notícias sobre o clima no Brasil e no mundo.Neste episódio, falamos sobre: a expectativa para a COP da biodiversidade em Cali, na Colômbia; o crescimento da extração ilegal de madeira no Brasil e como isso impacta o comércio legal da commodity; o fim da era do carvão na terra da Revolução Industrial; e o adiamento da lei anti-desmatamento na Europa.Leia o Reset: capitalreset.uol.com.brSupport the show

    Quem paga pelo serviço das florestas tropicais? O novo mecanismo financeiro proposto pelo Brasil

    Play Episode Listen Later Oct 3, 2024 35:43


    Este episódio tem o patrocínio da Vivo. Acesse: vivosustentavel.com.br--As florestas tropicais prestam vários serviços à humanidade: elas absorvem e armazenam quantidades enormes de carbono e impedem um aumento ainda maior das temperaturas do planeta. Elas regulam o ciclo da água, liberando vapor que alimenta rios e lençóis freáticos. Além disso, mantêm a biodiversidade de plantas, animais e microorganismos. Enfim, são serviços dos quais todos se beneficiam, mas pelos quais poucos pagam.Não é de hoje que se buscam mecanismos econômicos para compensar países que mantêm florestas, e alguns deles estão em vigor. Mas, apesar desses esforços, o desmatamento ainda é uma realidade. Recentemente, o governo brasileiro apresentou à comunidade internacional uma nova ideia, batizada de Tropical Forests Forever Facility. Em linhas gerais, esse fundo tomaria emprestado recursos de governos de países ricos, organismos multilaterais e investidores institucionais a uma taxa de juro relativamente baixa e investiria em um portfólio de retorno mais alto. O rendimento excedente seria destinado a países que hospedam florestas tropicais.Neste episódio, eu converso com Tasso Azevedo, uma das vozes brasileiras mais respeitadas quando o assunto é floresta. Tasso foi diretor do Serviço Florestal Brasileiro e conselheiro no Ministério do Meio Ambiente, na época em que o Brasil reduziu drasticamente o desmatamento e contribuiu, como nunca um país havia feito, para a redução de emissões de gases do efeito estufa.Tasso foi um dos idealizadores do Fundo Amazônia. Mais recentemente, ele e colegas do Instituto Igarapé e da BVRio sugeriram, por meio da iniciativa Amazônia 2030, a ideia de outro mecanismo inovador para preservar florestas.Parte da ideia de Tasso está refletida na atual proposta do governo brasileiro, que está sendo apresentada a países e investidores, mas também há algumas diferenças cruciais. Nesta conversa, Tasso fala sobre os prós e contras dessas propostas e, de forma mais geral, sobre a difícil tarefa de criar incentivos que funcionem em grande escala para pagar pelos serviços das florestas.-- O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para contribuir para uma conversa mais construtiva sobre o clima, encaminhe esse podcast para alguém. Para entrar em contato, escreva para: podcast@economiadofuturo.com-- Veja a proposta completa do Tasso Azevedo e seus colegas para um mecanismo de financiamento das florestas tropicais aqui.Support the show

    Fogo no Brasil, crise na Volkswagen, agenda climática quente e regulamento anti-desmatamento: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Sep 19, 2024 26:38


    Essa é a minha conversa mensal com Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset. Juntos a gente traz a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Neste episódio, falamos sobre: a seca, o fogo e as emissões recorde de gases do efeito estufa no Brasil; as dificuldades da Volkswagen para fazer a transição de carros a combustão para elétricos; os pontos mais importantes da agenda climática internacional que esquenta agora no fim do ano e a pressão conta o regulamento anti-desmatamento na Europa. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quiser contribuir para uma conversa mais construtiva sobre o clima, envie esse episódio para alguém.  Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.comLeia o Reset, notícias diárias sobre negócios sustentáveis: www.capitalreset.comSupport the show

    Meta de 1,5°C: e o Brasil com isso?

    Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 35:03


    Em 2015, líderes de mais de 190 países se comprometeram a se esforçar para limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Esse foi o Acordo de Paris, que tem guiado as políticas de descarbonização de nações e empresas desde então. Hoje, para muitos cientistas do clima, essa meta já não é mais realista. Mas o Brasil, como anfitrião da COP30 – a Conferência do Clima das Nações Unidas no próximo ano – é um dos líderes da iniciativa "Missão 1,5°C" para manter a meta viva.A pergunta agora é: como? Se quiser cobrar uma participação agressiva do mundo, o Brasil precisará liderar pelo exemplo. Espera-se que o país apresente ainda neste ano uma nova NDC - Contribuição Nacionalmente Determinada – detalhando metas e ações para reduzir suas próprias emissões. Para dezenas de ONGs brasileiras, lideradas pelo Observatório do Clima, essa NDC deveria se comprometer a praticamente zerar as emissões até 2035. Esse é um objetivo extremamente ambicioso – mas, segundo especialistas, necessário para manter o 1,5°C viável.Neste episódio, converso com David Tsai, coordenador do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) do Observatório do Clima, e Renata Potenza, especialista em políticas climáticas do Imaflora. Mais interessante do que a meta em si, é a contribuição deste grupo para detalhar o que precisa ser feito em cada setor da economia. Isso dá uma boa ideia do tamanho do desafio temos pela frente. ---O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para contribuir com uma conversa mais construtiva sobre o clima, recomende esse podcast para alguém. Se quiser entrar em contato, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    Kamala e o clima, boom de painéis solares na Alemanha, fundo de proteção para florestas tropicais: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Aug 22, 2024 30:51


    Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, e Melina Costa, do Economia do Futuro, trazem a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Neste episódio, eles falam sobre: as mudanças climáticas e Kamala Harris, temperaturas extremas no hemisfério norte, o boom dos painéis solares na Alemanha, a proposta do Brasil no G20 para um fundo bilionário de preservação de florestas tropicais e a novela do mercado regulado de carbono.Artigo do Reset citado no episódio:Brasil detalha proposta de fundo global de bilhões para proteger florestas tropicais*O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Contribua para uma conversa mais construtiva sobre o clima e indique esse podcast para alguém.**Para uma cobertura diária sobre negócios sustentáveis, acesse o Reset. Support the Show.

    Eleições nos EUA e na Europa; metas de net zero para corporações: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Jul 11, 2024 29:27


    Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, e Melina Costa, do Economia do Futuro, trazem a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Nesse episódio, eles falam sobre a pauta climática e as eleições nos Estados Unidos e na Europa. Eles conversam sobre o estado precário das metas de net zero de grandes corporações e, mesmo em meio aos incêndios no Pantanal e a passagem do furacão Beryl pelo Caribe e pelos Estados Unidos, conseguiram encontrar algumas notícias boas para compartilhar com você.Citados no episódio:Orizon emite green bond para transformar lixo em eletricidade, artigo do ResetAté o lixo está no blockchain, artigo do ResetBiogás: a energia que vem dos resíduos, episódio do Economia do Futuro*O Economia do Futuro faz uma pausa e volta em agosto. Até lá, contribua para uma conversa mais construtiva sobe o clima e indique esse podcast para alguém. Support the Show.

    Elétricos ou etanol: qual o melhor caminho para descarbonizar os carros no Brasil?

    Play Episode Listen Later Jun 26, 2024 31:40


    Estamos no meio de um processo de transição energética, e há muito acontecendo ao mesmo tempo. De um lado, pesquisadores avançam no desenvolvimento de diferentes tecnologias que devem substituir os combustíveis fósseis. De outro, empresas e investidores tentam decifrar a demanda de consumidores, o cenário competitivo e os custos envolvidos para fazer suas apostas tecnológicas. E enquanto tudo isso, muitos países usam políticas públicas para dar um empurrão em uma direção ou outra. Pois  é mais ou menos isso que está acontecendo no setor de transportes. Mais especificamente, no caso dos carros, as duas tecnologias mais avançadas são as baterias elétricas e os biocombustíveis, como o etanol.Estados Unidos, China e Europa já optaram pelos carros elétricos, porque não emitem quase nada durante o uso. Na União Europeia, a venda de novos carros com motor a combustão está proibida a partir de 2035. Mas será que essa rota é a mais acertada também para o Brasil, onde os veículos flex já são a maioria? Possivelmente não, dependendo da metodologia utilizada, e se levados em conta os impactos socioeconômicos. É o que diz um estudo realizado pelas consultorias LCA e MTempo, sob encomenda do Acordo de Cooperação Mobilidade de Baixo Carbono para o Brasil (MBCB). Seus integrates são, entre outros, montadoras, importadoras, indústria de autopeças, o setor sucroenergético e sindicatos de trabalhadores.Nesse episódio, eu converso com Fernando Camargo, sócio-diretor da LCA e um dos autores do estudo. Ele explica porque no Brasil a história é diferente na comparação com outros países. Nós focamos na descarbonização do transporte leve, carros de passeio. Se você quiser saber mais sobre o restante do setor de transportes - caminhões, aviões e navios - eu sugiro que procure o episódio chamado "Os combustíveis do futuro" no seu feed; é um bom complemento para esse aqui. Vamos agora para a entrevista com o Fernando Camargo.  –-*Encontre aqui o link para o estudo mencionado no episódio.  **O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer contribuir para uma economia mais sustentável, comece agora, indicando esse podcast pra alguém. Para entrar em contato, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the Show.

    PF investiga projetos de carbono, a guinada à direita no Parlamento Europeu e as Reuniões do Clima em Bonn: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Jun 13, 2024 29:52


    A partir de agora, o EDF traz episódios mensais em parceria com o Reset, o site de notícias sobre negócios sustentáveis. O meu convidado você já conhece: é o Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, que você ouviu por aqui na cobertura das duas últimas COPs, as Convenções do Clima das Nações Unidas, que aconteceram no Egito e nos Emirados Árabes. Agora o Sérgio está em São Paulo e eu continuo em Berlim. Juntos a gente traz pra você a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Neste episódio, a gente fala sobre a investigação de um suposto esquema ilegal de créditos de carbono na Amazônia, das eleições para o Parlamento Europeu e suas consequências para a pauta climática ao redor do mundo e sobre os resultados das Reuniões do Clima de Bonn, da Alemanha, uma espécie de prévia da próxima COP.- Reportagem do Mangabay, citada no episódio:https://brasil.mongabay.com/2024/05/grandes-marcas-compram-creditos-de-carbono-de-esquema-suspeito-de-esquentamento-de-madeira-na-amazonia/- O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Contribua para uma conversa mais construtiva sobre o clima e indique esse podcast para alguém. - Para uma cobertura diária sobre negócios sustentáveis, acesse o Reset. Support the Show.

    O novo normal: como o clima já mudou no Brasil

    Play Episode Listen Later May 29, 2024 28:56


    Faz um mês que as enchentes persistem no Rio Grande do Sul. Desde que começou a chover forte, 169 pessoas morreram e mais de 40 ainda estão desaparecidas. Há meio milhão de desalojados; milhares ainda estão sem luz e sem ir à escola e ao trabalho. Esse evento climático é extremo - mas é um erro dizer que se trata de um fato isolado. Nos últimos dez anos, mais de 90% dos municípios brasileiros foram atingidos por algum tipo de desastre natural, deixando mais de 4 milhões de pessoas desabrigadas e prejuízos de R$ 26 bilhões (fonte: Confederação Nacional de Municípios). Como consequência do aquecimento global, o clima no Brasil já mudou e continua mudando rapidamente. Para entender em que dimensão e onde exatamente as alterações mais abruptas estão ocorrendo, eu converso com Lincoln Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e autor do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Nessa conversa, o Lincoln fala também sobre a perspectiva global para os próximos anos. Assim como a maioria dos principais cientistas do clima, ele não acredita que vamos atingir a meta do Acordo de Paris, que é limitar o aquecimento global a 1.5 grau Celsius. Nessa entrevista, ele explica o porquê.--Para contribuir com uma conversa mais construtiva sobre o clima, comece já indicando esse episódio para alguém. Para entrar em contato, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the Show.

    Os combustíveis do futuro

    Play Episode Listen Later Apr 25, 2024 26:08


    A maioria dos veículos vendidos hoje no Brasil é flex, ou seja, podem ser abastecidos com etanol ou gasolina. Esse é o resultado de décadas de investimento em tecnologia, especialmente desde os anos 70, como reação do Brasil ao choque nos preços do petróleo. Pois bem, a política criada naquela época é uma vantagem pro país no atual processo de descarbonização dos transportes. Mas o trabalho ainda não está completo, longe disso: o mais difícil começa agora. Os transportes representam cerca de 9% das emissões de gases do efeito estufa do país. Em especial, o transporte marítimo e a aviação estão entre os grandes desafios.Neste episódio, eu converso com Amanda Gondim,  professora do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Amanda coordena a Rede Brasileira de Bioquerosene e Hidrocarbonetos Sustentáveis para Aviação, e por isso está em contato com os principais atores tanto do setor aéreo, como da indústria de combustíveis e também líderes em políticas públicas.Durante a conversa, a gente falou sobre a atual fase de desenvolvimento tecnológico de novos combustíveis para o setor marítimo e aéreo e sobre o potencial dos carros elétricos no país. Ela também avaliou as propostas do Projeto de Lei dos Combustíveis do Futuro, que foi aprovado recentemente na Câmara e agora passa por trâmite no Senado.  –O EDF é publicado quinzenalmente às quintas, mas vai fazer uma pausa nas próximas semanas. Eu volto no dia 30 de maio. Até lá, eu queria te pedir para indicar esse podcast pra alguém, é a audiência que mantém esse projeto no ar.    Support the Show.

    Problemas globais, soluções locais: uma conversa sobre desenvolvimento econômico com a Humana

    Play Episode Listen Later Apr 11, 2024 24:24


    **Este episódio é patrocinado pela agência Humana**Essa história a gente já ouviu várias vezes. Da exploração de cobalto no Congo, à barragem de Belo Monte no Brasil: iniciativas de desenvolvimento econômico de grande escala, mesmo com as melhores intenções do mundo, comumente causam o deslocamento de comunidades locais, impactos ambientais e dependência econômica. O problema está na tradução de grandes políticas de desenvolvimento para realidades locais; num processo chamado de territorialização. O meu convidado hoje é Bruno Gomes, co-fundador da Humana, uma agência de implementação de projetos e programas de desenvolvimento. O Bruno trabalha não só com as estratégias que são definidas nos escritórios em São Paulo e em Brasília, mas, especialmente no campo, em pequenos municípios e rincões afetados por grandes investimentos e empreendimentos. Você já ouviu o Bruno aqui no podcast, um ano atrás ele foi o meu entrevistado do episódio Paradoxo da Mineração, em que a gente falou da exploração de minérios estratégicos, aqueles necessários para fazer a transição energética. Mas agora a discussão é mais ampla. A gente fala do impacto de grandes empreendimentos, da necessidade de engajamento social e de políticas públicas para permitir que o momento atual de transformação da nossa economia, beneficie muitos.** O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer contribuir para uma economia mais sustentável, comece indicando esse podcast pra alguém **Support the show

    Regras de sustentabilidade corporativa da Europa e seus impactos no Brasil (CSDDD)

    Play Episode Listen Later Mar 28, 2024 26:38


    A União Europeia está na fase final de aprovação da mais rigorosa de suas legislações na área de sustentabilidade corporativa até agora. Trata-se da Diretiva de Due Diligence em Sustentabilidade Corporativa, ou, como vem sendo chamada na sigla em inglês, CSDDD. A diretiva estabelece um padrão de diligência e reporte para grandes empresas que operam no bloco no que diz respeito ao seu impacto ambiental e climático, além de respeito a direitos humanos. Mas se engana quem acha que só corporações serão afetadas. Quando aprovadas, essas regras devem se aplicar também às subsidiárias de empresas europeias e a todos os integrantes da sua cadeia de fornecedores. Ou seja, é muito difícil estimar o efeito dominó que a CSDDD terá ao redor do mundo. Depois de dois anos de discussões, e de negociações que quase acabaram em pizza, a expectativa é que a diretiva seja aprovada já nas próximas semanas e sua aplicação deve se dar em 2027. Neste episódio eu converso com o advogado Bruno Galvão, do escritório Blomstein em Berlim, e que está acompanhando de perto o desenrolar das discussões no Parlamento Europeu.** Participe do curso "Por dentro do PL do Mercado de Carbono" promovido pelo Reset.  Para se inscrever, clique aqui.***O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    Amazônia: o ponto de não retorno e como evitá-lo

    Play Episode Listen Later Mar 14, 2024 27:03


    A  revista científica Nature publicou recentemente um estudo liderado por pesquisadores brasileiros que é um alerta para a comunidade internacional: a Amazônia pode atingir até 2050 o chamado ponto de não retorno, quando mudanças irreversíveis no ambiente causariam a perda da floresta tropical. Esse cenário é dramático porque a floresta na Amazônia tem se mostrado resiliente há 65 milhões de anos, apesar de drásticas variações climáticas nesse período.  A destruição do bioma em grande escala teria consequências para o equilíbrio climático do planeta como um todo, com prejuízos na agricultura, na geração de energia e no modo de vida de comunidades inteiras. Mas mesmo pontos de não retorno locais na Amazônia, como os que já vêm sendo registados, têm impactos enormes e podem se tornar mais frequentes. Para colocar em números: o estudo concluiu que, nos próximos 25 anos, de 10% a 47% do bioma amazônico poderia entrar em colapso. Nesse episódio, eu converso com Marina Hirota, pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina e co-autora do estudo. Ela explica esses resultados, as consequências para o planeta da possível destruição do bioma - ou parte dele - e o que precisaria ser feito para evitar esse cenário.-- O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer contribuir para uma economia mais sustentável, comece agora, indicando esse podcast pra alguém. Para entrar em contato: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    Populismo climático, proteção cambial para investimentos verdes, mercado de carbono: uma conversa com o Reset

    Play Episode Listen Later Feb 29, 2024 28:01


    Este é um episódio diferente. Normalmente, eu convido um especialista e entro a fundo num assunto específico da nossa transição para uma economia mais sustentável. Mas desta vez eu decidi convidar uma figura que você já conhece para me ajudar a analisar os acontecimentos mais relevantes da agenda ambiental das últimas semanas no Brasil e globalmente. É o Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, que você já ouviu por aqui durante a cobertura das COPs, as Convenções do Clima das Nações Unidas. Nesse episódio, a gente conversa sobre a novela do mercado regulado de carbono brasileiro, populismo climático na Europa e o futuro do aço verde. O Sérgio também traz um update importante direto do encontro do G20 em São Paulo: ele explica a lógica de novo um mecanismo de proteção cambial para viabilizar investimentos verdes no Brasil. Clique para aprender mais com a cobertura do Reset:- Governo anuncia proteção cambial para investimento verde com Banco Mundial e Reino Unido- Os (novos) obstáculos do mercado regulado de carbono* O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com* Leia o Reset, a melhor cobertura diária sobre negócios sustentáveis: www.capitalreset.comSupport the show

    Regulação antidesmatamento da Europa: a hora de se adaptar é agora

    Play Episode Listen Later Feb 15, 2024 30:07


    Uma das demandas mais frequentes que eu recebo aqui no podcast é para falar mais sobre a regulação antidesmatamento da Europa. Já no final de 2024, estarão  impedidas de entrar na União Europeia uma série de commodities com suspeita de origem em florestas desmatadas. O mesmo vale para casos de possível desrespeito aos direitos humanos. As punições para os importadores que não cumprirem com as novas regras são seríssimas: vão de multas pesadas à proibição temporária de comercialização. Só que, até agora, ninguém parece estar preparado para lidar com essas mudanças. Esse episódio é uma entrevista com o advogado Bruno Galvão, do escritório Blomstein, em Berlim. O Bruno está particularmente inteirado do assunto, porque representa o setor da carne - um dos principais afetados pelo regulamento. Ele traz uma mensagem pragmática para o agronegócio brasileiro: por mais que alguns detalhes ainda não estejam totalmente claros, a hora de se adaptar é agora.  *O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Se você quer fazer a sua parte para a construção de uma economia mais sustentável, indique esse podcast para alguém. **Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com Support the show

    Taxonomia verde: uma bússola para o sistema financeiro

    Play Episode Listen Later Feb 1, 2024 25:42


    ** Clique aqui para se inscrever no curso "Descarbonização da Prática" do Reset. Essa é a chance de aprender com os maiores especialistas brasileiros no assunto **Um dos mecanismos para tornar a economia mais sustentável é destinar recursos para aquelas atividades consideradas desejáveis e desincentivar as mais danosas ao meio ambiente e a sociedade como um todo. Mas para fazer isso, precisamos primeiro entender o que é, exatamente, uma atividade sustentável. Pense na geração de energia por meio de painéis solares, por exemplo: em princípio, essa é uma alternativa de energia limpa, sem emissões de carbono. Mas  os metais necessários para construção desses painéis vêm da mineração, que, por sua vez, tem impactos sociais e ambientais relevantes.  Por aí você já vê a complexidade de criar uma taxonomia das atividades econômicas. Mais de vinte países já criaram a sua. No Brasil, o Plano de Ação do governo federal chamado “Taxonomia Sustentável” passou por consulta pública no fim do ano passado. Além dessa iniciativa do executivo há também dois projetos de lei, um na Câmara e outro no Senado, a respeito do tema. A minha entrevistada hoje é Luciane Moessa, diretora executiva e técnica da Associação Soluções Inclusivas Sustentáveis (SIS), uma organização financiada pelo Instituto Clima e Sociedade. Ela foi procuradora do Banco Central brasileiro, passou pela academia e trabalha há anos como consultora em finanças sustentáveis para organizações internacionais.  Nessa conversa, Luciane analisa as taxonomias de alguns países e fala da proposta brasileira. A gente entra nos principais méritos - mas também as principais controvérsias - desse plano. * Se você quer fazer a sua parte para a construção de uma economia mais sustentável, comece indicando esse podcast para alguém. É a audiência que mantém esse projeto no ar.  Estou contando com a sua ajuda!** Clique aqui para se inscrever no curso "Descarbonização da Prática" do Reset. Essa é a chance de aprender com os maiores especialistas brasileiros no assunto **Support the show

    Novo impulso à fusão nuclear (reprise e update)

    Play Episode Listen Later Jan 18, 2024 35:40


    Uma fonte de energia limpa, segura, praticamente ilimitada e muito mais eficiente do que tudo que a humanidade já foi capaz de produzir: essa é a promessa da fusão nuclear. Ao contrário da fissão, que já é usada hoje por muitos países, a fusão simula o processo de produção de energia que acontece dentro das estrelas. Esse método tem um risco muito menor de acidentes e não gera aquele tipo de lixo que se mantém radioativo por milhares de anos. Este episódio é a reprise de uma entrevista feita em março de 2023 com Vinícius Njaim Duarte, pesquisador no laboratório de plasma da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, e um dos principais cientistas brasileiros envolvidos nos estudos da fusão nuclear. Mas como algumas novidades importantes aconteceram desde então, a conversa foi atualizada em janeiro de 2024. --O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente, às quintas. Para ser notificado sobre novos episódios, siga esse podcast no seu tocador. Se quiser falar comigo, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    COP 28: acordo histórico para a transição

    Play Episode Listen Later Dec 14, 2023 30:39


    Depois de 48 horas em clima de tudo ou nada, a COP 28 chegou ao fim com o comprometimento de quase 200 países para uma transição energética que deixe os combustíveis fósseis no passado. Esta é primeira vez em quase 30 anos de Conferência das Partes que o texto oficial cita diretamente os principais causadores da emergência climática. Mas para que essa transição de fato aconteça, ainda há muito a ser definido. Falta dinheiro para os países em desenvolvimento, por exemplo. De todo modo, não é um exagero dizer que trata-se de um momento histórico - especialmente, porque o acordo se deu nos Emirados Árabes, um dos países que mais lucram com a exploração de petróleo no mundo.  Sérgio Teixeira Jr., editor do Reset, está em Dubai e traz a análise e os bastidores das difíceis negociações que nos trouxeram até aqui.** Para uma cobertura diária sobre investimentos e negócios sustentáveis, acesse: www.capitalreset.com Support the show

    COP28: o mais difícil começa agora

    Play Episode Listen Later Dec 7, 2023 28:44


    A COP já passou da metade e um rascunho do documento final com o resultado das negociações começou a ser escrito. A principal incerteza é se os países vão se comprometer com a eliminação - ou pelo menos, a redução do uso de combustíveis fósseis.Eu conversei com Sérgio Teixeira Júnior, editor do Reset, não só sobre o atual estágio das negociações como também sobre o papel do Brasil nesta COP - especialmente depois que a adesão do país ao clube dos maiores produtores de petróleo do mundo se tornou pública. Nós também conversamos sobre a visita de Lula à Alemanha, sobre blended finance e sobre o novo balanço do orçamento global de carbono que ainda resta antes de ultrapassarmos o limite de 1,5°C no aumento da temperatura. ** Para uma atualização diária sobre as negociações da COP28,  acesse o Reset: www.capitareset.comSupport the show

    COP28: anúncios em tempo recorde; Brasil expõe suas contradições

    Play Episode Listen Later Dec 4, 2023 18:30


    A COP 28 começou em Dubai na quinta passada, mas nesses poucos dias já aconteceu o equivalente a semanas de negociações. Empresas e países anunciaram planos de descarbonização. O fundo de perdas e danos, que é discutido há 30 anos, finalmente saiu do papel. Lula discursou cobrando que países se tornem menos dependentes dos combustíveis fósseis – e, paradoxalmente, confirmou a entrada do país na Opep+, grupo ligado ao cartel dos maiores produtores de petróleo do mundo. E ainda teve uma proposta do Brasil para financiar a conservação de florestas. Este é um boletim especial para atualizar você do que aconteceu de mais importante. Eu converso com Sérgio Teixeira Júnior, editor do Reset, que está em Dubai.  ** Para uma atualização diária sobre as negociações da COP28,  acesse o Reset: www.capitareset.comSupport the show

    COP na terra do petróleo: cobertura especial

    Play Episode Listen Later Nov 30, 2023 29:40


    Começa nesta quinta-feira (30 de novembro) a COP 28, a Conferência do Clima das Nações Unidas. Quase 200 países se reúnem para negociar formas de conter o aumento de temperaturas e seus efeitos mais catastróficos em escala global. Desta vez, o evento acontece em Dubai, nos Emirados Árabes, um dos países que mais lucram com a exploração de combustíveis fósseis no mundo.  O paradoxo de um evento pelo clima em um petro-estado obviamente não passou despercebido pela comunidade internacional. Esta COP deve deixar ainda mais clara a tensão entre os países que pedem a transição energética já e aqueles que preferem esperar mais um pouco. Isso sem falar na divisão entre os países mais pobres (e mais vulneráveis às mudanças climáticas) e os países ricos, que mais contribuíram historicamente para o aquecimento global.**Este é o primeiro episódio da cobertura especial da COP28 em parceria com o Reset: www.capitalreset.com Support the show

    O Brasil no G20, países endividados e a crise climática

    Play Episode Listen Later Nov 16, 2023 24:51


    Uma nova crise da dívida soberana está se formando entre os países em desenvolvimento. Desde a crise financeira de 2008, a dívida externa das economias emergentes mais do que dobrou, chegando a 3,6 trilhões de dólares. E agora, com o aumento dos juros no mundo desenvolvido, as economias emergentes estão com dificuldades para captar recursos e se refinanciar. O alto endividamento é grave porque reduz a quantidade de recursos disponíveis para o combate à pobreza e para o desenvolvimento. E mais do que isso: os países mais sobrecarregados são exatamente aqueles mais vulneráveis às mudanças climáticas e que deveriam estar investindo na mitigação dos seus efeitos.O  episódio de hoje é uma conversa com Marina Zucker-Marques, pesquisadora da School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres. Ela faz parte de um projeto de pesquisa que pede o alívio da dívida para um grupo de 69 países que enfrentam problemas de solvência ou que estão muito perto disso.O Brasil não está nesse grupo - mas pode vir a ocupar papel de protagonista nessa história. Em primeiro de dezembro, o Brasil assume pela primeira vez a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as principais economias do mundo. O G20 também é o principal fórum de negociação internacional de dívida soberana. Em discurso recente, Lula citou a "insustentável dívida externa dos países mais pobres",  e anunciou que o Brasil deve usar sua posição no G20 para promover o desenvolvimento sustentável e a reforma do sistema de governança internacional. Mas como isso vai se dar na prática, ainda não está claro.Nesta entrevista, Marina explica como a crise da dívida dos países de renda baixa chegou à atual situação e o que precisaria ser feito para liberar recursos para o desenvolvimento. ** Indique o Economia do Futuro para alguém e contribua para uma discussão mais construtiva sobre o clima. ** Acompanhe a cobertura especial da COP28 em parceria com o Reset, a partir de 30 de novembro. Support the show

    Por que os alimentos são 70% das emissões no Brasil?

    Play Episode Listen Later Nov 2, 2023 24:51


    Se você acompanha esse podcast, sabe que aqui a gente discute as tecnologias, os incentivos e as políticas públicas para descarbonizar os vários setores da economia. Esse é um processo complexo, que envolve cadeias inteiras de produção e que coloca em xeque as fontes de energia fóssil, das quais o mundo ainda depende. Mas no Brasil essa história é um pouco diferente. Claro que que o país também precisa deixar o petróleo, o carvão e o gás natural no passado. E claro que várias atividades econômicas precisam ser redesenhadas. Mas no Brasil o mais importante mesmo é acabar com o desmatamento e mudar a forma como criamos gado. É por isso que eu achei particularmente interessante um estudo recente da ong Observatório do Clima. O projeto SEEG, Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa, identificou que sozinho, o setor de alimentos respondeu por mais de 70% das emissões de gases do efeito estufa do Brasil em 2021. Só para você ter uma ideia, globalmente, o impacto dos alimentos não passa de 30%. Isso reflete a forma como a comida é produzida no país: o que inclui a destruição de florestas e uma pecuária pouco adaptada à realidade climática.Nesse episódio eu converso com David Tsai, coordenador do projeto SEEG do Observatório do Clima. Ele explica como desmatamento, bois e aquecimento global estão conectados. Nós também falamos do que precisa ser feito para tirar o setor de alimentos da posição de vilão - especialmente diante do aumento da população global e do papel do Brasil como grande exportador de commodities agrícolas. Support the show

    Mercado regulado de carbono: entenda o que está na proposta (e o que ficou de fora)

    Play Episode Listen Later Oct 19, 2023 27:29


    Depois de anos de discussões e vai e vem, o mercado regulado de carbono brasileiro está mais perto de sair. Com um acordo com a bancada ruralista, o governo conseguiu passar pela Comissão de Meio Ambiente do Senado o projeto de lei que cria o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Gases de Efeito Estufa.Trata-se de um mecanismo de cap and trade, semelhante ao que opera na Europa há quase vinte anos. Era isso que os especialistas e organizações da sociedade civil pleiteavam, entre elas o CEBDS, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável.O episódio de hoje é uma entrevista com Viviane Romeiro, diretora de clima, energia e finanças sustentáveis no CEBDS. Ela explica como funcionaria o sistema - de acordo com o previsto nesse projeto de lei -, os efeitos que ele deve ter na economia como um todo e o seu modelo de governança. Ela também aborda dois pontos controversos e cruciais desse PL.O primeiro é a exclusão da agricultura e pecuária - exatamente os setores ligados à maior parte as emissões. E o segundo é a possibilidade do uso de créditos do mercado voluntário para compensar uma parte das emissões da indústria. Ou seja, o offsetting deve ganhar escala no  país. Se você ouviu o episódio passado do EDF, você já sabe que essa é uma prática que passa por escrutínio no mundo todo, porque é difícil comprovar se esses créditos entregam mesmo o que prometem. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para ajudar esse projeto, indique o podcast para alguém.  Support the show

    Compensar ou não compensar: eis a questão

    Play Episode Listen Later Oct 5, 2023 28:33


    Você já deve ter recebido uma proposta semelhante da sua companhia aérea: pague um pouco mais e compense as emissões de carbono do seu voo. Com essa transação simples, a promessa é voar sem culpa. Mas, se você é ouvinte desse podcast, já sabe que, infelizmente, não é tão fácil assim. Com o crescente escrutínio ao redor da qualidade da prática de offsetting, uma organização chamada Voluntary Carbon Markets Integrity Initiative lançou recentemente um código de conduta para os compradores de créditos de carbono. Entre as recomendações está que empresas parem, pelo menos por ora, de usar créditos para compensar as suas emissões. Ou seja: seria, pelo menos, uma pausa na estratégia de offsetting.  Os créditos de carbono poderiam continuar a ser comprados, mas como uma espécie de contribuição voluntária para o clima. Dependendo da sua qualidade - ou, como se chama no setor, da sua integridade - os créditos seriam divididos nas categorias prata, ouro e platina, como forma de comunicar a ambição desses compradores. A VCMI, na sigla em inglês, é uma organização sem fins lucrativos, que nasceu na COP 26, a Conferência do Clima das Nações Unidas, exatamente para dar parâmetros de qualidade ao mercado voluntário de carbono. Nesse episódio eu converso com Ana Carolina Avzaradel Szklo, diretora técnica da ong. Essa conversa ilustra bem as atuais incertezas ao redor do produto crédito de carbono e seu potencial real para mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Há várias organizações no mundo tentando encontrar mecanismos eficientes para a contribuição de empresas e consumidores para o clima. Mas o uso de offsetting ainda está longe de ser um consenso. Support the show

    Biogás: a energia que vem dos resíduos

    Play Episode Listen Later Sep 21, 2023 27:19


    Um combustível que não só substitui aqueles de origem fóssil como também reduz emissões de metano para a atmosfera. É eficiente, fácil de armazenar, de transportar e cuja matéria-prima é abundante no Brasil. Eu estou falando do biogás, um combustível resultante do processo de decomposição de matéria orgânica, como o esgoto de cidades ou os resíduos de animais da pecuária. Ou seja: coisas que a gente considera lixo e não matéria-prima. O Brasil já tem 850 plantas de produção de biogás. A maioria delas usa bactérias para tratar resíduos e gerar energia elétrica. Mas o biogás também pode ser usado para substituir o gás natural, o GLP (mais conhecido como gás de cozinha) ou mesmo o diesel em veículos do transporte pesado. O potencial do Brasil nessa área é gigantesco. Só no curto prazo, seria possível quase quadruplicar a atual produção. Uma estimativa do setor aponta que o biogás poderia substituir setenta por cento do diesel consumido na frota brasileira de veículos.Para chegar lá, o país precisa vencer algumas barreiras tecnológicas e, principalmente, regulatórias. É sobre isso que eu converso neste episódio com Leidiane Ferronato Mariani, especialista em energias renováveis e fundadora da Amplum Biogás, empresa de cursos e consultoria na área. A Leidiane pesquisou a fundo o potencial do biogás no Brasil, como parte do projeto de pesquisa financiado pelo governo britânico em parceria com o governo brasileiro. Nesse episódio, ela compartilha os principais resultados do seu trabalho e aponta caminhos para o desenvolvimento desta fonte de energia renovável. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga este podcast no seu tocador. E para ajudar na sustentabilidade desse projeto, indique para um amigo. www.economiadofuturo.headline.com.brSupport the show

    Quão verde é o novo PAC?

    Play Episode Listen Later Sep 7, 2023 29:48


    O governo Lula lançou em agosto o novo PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento que se tornou marca das gestões petistas anteriores.  Mas, dessa vez, além de focar em programas sociais e de infraestrutura, os investimentos também têm o objetivo de facilitar a transição ecológica da economia. Mas quão verde é, de fato, o PAC?Marta Salomon, especialista sênior do Instituto Talanoa, se debruçou sobre os planos do governo. No eixo chamado "transição e segurança energética", 60% dos recursos serão destinados ao setor de óleo e gás - o valor é 13 vezes maior do que os investimentos previstos para combustíveis de baixo carbono.Ao mesmo tempo, o PAC prevê aportes para a prevenção de catástrofes naturais, para a geração de energia renovável e a regulamentação de atividades relacionadas ao hidrogênio verde. Sem falar  na criação do mercado regulado de carbono.Nesta entrevista, Marta fala sobre os acertos e as contradições do PAC, e as difíceis escolhas de um país que precisa descarbonizar a sua economia e continuar crescendo.  --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. E, se puder,  indique para um amigo: isso ajuda muito na sustentabilidade deste projeto. Support the show

    A startup brasileira que quer revolucionar a agricultura (reprise)

    Play Episode Listen Later Aug 24, 2023 25:14


    ** Este episódio é uma reprise e foi inicialmente publicado em julho de 2021.A agricultura que nós temos hoje é resultado da Revolução Verde, que aconteceu nos anos 60. Na época, desenvolvimentos tecnológicos como fertilizantes químicos, mecanização do campo e o uso de variedades híbridas de plantas, aumentaram dramaticamente a produtividade de várias culturas agrícolas em países em desenvolvimento. Isso evitou uma grave crise de desabastecimento que estava se desenhando com o aumento populacional. O cientista Norman Borlaug, que ficou conhecido como o pai da Revolução Verde, recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1970 por ter ajudado a salvar mais de um bilhão de pessoas da fome. Foi no contexto dessa revolução, que o Brasil expandiu sua fronteira agrícola para o cerrado e tornou-se o grande exportador de commodities agrícolas que é hoje.Mas a revolução verde também trouxe problemas. Com um modelo de produção intensivo em insumos, o campo tornou-se também intensivo em capital, prejudicando pequenos produtores. Pesticidas contaminaram pessoas e ecossistemas. E as monoculturas, apesar de mais eficientes no curto prazo, levam ao esgotamento do solo e aumentam os riscos de doenças no longo prazo.Hoje, temos que não só lidar com esses problemas como precisamos também dar um novo salto de produtividade. Até 2050, a população global vai aumentar em 2 bilhões de pessoas e eventos climáticos extremos, como secas, vão deixar tudo bem mais difícil. Esse é o tamanho do desafio na agricultura. Neste episódio eu conto a história de uma startup brasileira que está trabalhando exatamente nessa fronteira. A Krilltech produz uma nono-molécula orgânica chamada arbolina, que aumenta a produtividade de mais de vinte culturas: 20% na soja, 12% no trigo, 40% no tomate. A nanotecnologia foi descrita no ​Plano Nacional de Fertilizantes do governo federal como "uma alternativa promissora para impulsionar uma nova revolução agrotecnológica brasileira”. O documento citou a Krilltech nominalmente.Nesta entrevista reprise, concedida há pouco mais de um ano, Diego Stone, um dos fundadores da Krilltech, explica como a arbolina funciona. Ele também fala da sua difícil trajetória de bootstrapping - mas com muito bom humor, como você vai notar nessa conversa. Uma atualização: desde que o episódio foi ao ar pela primeira vez, a Krilltech já triplicou sua capacidade de produção e recebeu o aporte de um grupo de investidores do agronegócio.--O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador e indique para um amigo. Entre em contato por aqui: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    A hora e a vez do hidrogênio verde (reprise)

    Play Episode Listen Later Aug 10, 2023 27:23


    Este episódio é uma reprise. Foi publicado originalmente em  julho de 2022. --No processo de transição energética, uma das estratégias mais promissoras é a chamada "eletrificação de tudo", ou no inglês electrify everything. Isso significa usar eletricidade - desde que ela venha de fontes renováveis - ao invés de queimar combustíveis fósseis. Um exemplo disso são os carros elétricos, que devem substituir no futuro aqueles movidos a gasolina. Mas a ideia é fazer isso além do transporte, em todas as outras áreas da economia. Só que essa mudança não é simples. Em alguns processos industriais e do transporte pesado, não dá pra ligar máquinas na tomada, esperar que elas carreguem ou usar baterias. Ou seja, não é possível eletrificar atividades diretamente - e é aí que surge o hidrogênio como um vetor de eletrificação indireta. O hidrogênio pode ser queimado ao invés de carvão em siderúrgicas para a produção de aço, pode substituir gás natural no aquecimento de casas e a amônia proveniente do hidrogênio pode ser usada como combustível no transporte marítimo de contêineres, por exemplo. Hoje, o hidrogênio já é usado na indústria, mas em sua variante mais suja, feita a partir do gás natural e do carvão. Esse é o hidrogênio cinza. Pois eis que, agora, com o barateamento da energia solar e eólica, surge o hidrogênio verde.  Quase vinte países já apresentaram planos de longo prazo para o investimento na cadeia do hidrogênio verde. A Alemanha está na liderança, com US$ 10 bilhões até 2030. Turbinado com a energia eólica do Atacama, o Chile trabalha para ter a maior capacidade instalada para produção de hidrogênio verde do mundo.E o Brasil? Com mais de 80% da sua matriz elétrica baseada em fontes limpas, condições naturais favoráveis para novas usinas solares e eólicas, e infraestrutura portuária para exportação, o país é um candidato natural a protagonista nessa nova economia.O episódio de hoje é a reprise de uma entrevista de junho de 2022 com Philipp Daniel Hauser, do E+ transição energética. Esse é um think thank brasileiro, financiado pela filantropia e, em parte, pelo governo da Alemanha. O Philipp é alemão, mas estudou e fez sua carreira no Brasil. Uma das paradas dele foi na vice-presidência de transição energética na Engie, a maior empresa privada de energia no Brasil. Uma atualização: desde que essa entrevista foi ao ar pela primeira vez, a química Unigel anunciou que os investimentos em sua unidade de produção de hidrogênio verde em Camaçari, na Bahia, chegarão a US$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos: é mais de dez vezes o valor já comprometido para a planta, que começou a ser erguida em meados do ano passado. E a Engie Brasil anunciou que vai  estudar a viabilidade de produção de hidrogênio verde no Paraná.Mas vamos lá pra entrevista: nessa conversa, Philipp explica como funciona o hidrogênio verde, conta sobre o atual estágio de barateamento dessa tecnologia e dá a sua opinião sobre o que o Brasil deveria fazer para ocupar uma posição de liderança no novo mapa geopolítico da energia que está sendo desenhado agora. --O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. E, se puder, indique para um amigo. Isso ajuda muito na sustentabilidade deste projeto. Support the show

    Imposto de carbono: precisamos falar sobre isso

    Play Episode Listen Later Jul 27, 2023 32:31


    Depois de 30 anos de debates, a Câmara dos Deputados aprovou recentemente a reforma tributária, que simplifica impostos sobre o consumo e acaba com distorções, como a guerra fiscal entre estados. Mas o texto, que agora precisa ser analisado pelo Senado, deixou de fora um mecanismo que poderia ajudar em muito a transição energética no país. Impostos são um dos mecanismos mais eficientes da economia para incentivar - ou desincentivar - comportamentos de empresas e consumidores. Por exemplo, muitos países taxam pesadamente produtos como tabaco e álcool para reduzir seus gastos públicos com saúde. Já outros que reduzem impostos para empresas que fazem pesquisa e desenvolvimento, de modo a estimular a oferta de empregos nessa área.Em meio à atual crise climática, faria sentido que os impostos também ajudassem no processo de descarbonização da economia. Aliás, os chamados impostos sobre carbono não são uma ideia nova. A Suécia introduziu esse tipo de taxa em 1991, e observou desde então uma redução de quase 30% em suas emissões. O Canadá introduziu um imposto desse tipo, que é cobrado e depois devolvido aos consumidores no final do ano. Países em desenvolvimento como África do Sul, Argentina, Colômbia, Chile e México também taxam as emissões de CO2. A minha entrevistada é Tatiana Falcão, especialista em tributação ambiental que presta consultoria para o Banco Mundial e as Nações Unidas. Ela é coordenadora de uma iniciativa de precificação de carbono na Coalizão de Ministros das Finanças para a Ação Climática, que reúne formuladores de políticas fiscais e econômicas de mais de 80 países.A Tatiana esteve engajada durante a tramitação da reforma tributária na Câmara e prestou informações a vários deputados sobre modalidades de taxações de carbono. A legislação aprovada até agora não incluiu o tema, mas, do jeito que está, abre espaço para essa possibilidade no futuro. Mas mesmo que o Brasil decida não trilhar esse caminho, muitos dos produtos fabricados no país serão taxados de todo modo quando forem exportados. A partir de outubro, a União Europeia passará a cobrar imposto de carbono para produtos como aço, ferro e alumínio que entrarem em seu território. A ideia é estimular que países adotem medidas tão rígidas quanto o bloco europeu. Ou seja: chegou a hora de falar sobre a taxação de carbono - por mais impopular que seja a ideia de um novo imposto.--O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. Para falar comigo, o meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    Redes para a transformação: o modelo do Arapyaú

    Play Episode Listen Later Jul 13, 2023 33:00


    ** Este é um episódio patrocinado pelo Instituto Arapyaú**--Para problemas complexos, como as mudanças climáticas ou o desenvolvimento sustentável, não há soluções simples. Há muitos atores envolvidos e interesses que nem sempre convergem. Mas isso não significa que a ação coletiva não é possível. Essa é a principal mensagem do Instituto Arapyaú, uma organização do terceiro setor que, há 15 anos, une os mais diversos participantes ao redor dos chamados problemas indomáveis, aqueles intricados, de natureza ambígua e volátil. Entre as iniciativas do Arapyaú estão, por exemplo, o Uma Concertação pela Amazônia, que reúne setor privado, sociedade civil, setor público e a academia na busca de soluções para a conservação e o desenvolvimento sustentável deste território. Também tem a Agência de Desenvolvimento Regional Sul da Bahia, com projetos que vão da melhora de índices educacionais a incentivos para o cultivo sustentável do cacau. E ainda há outras das chamadas redes, como a Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura - que colocou gigantes do agro e ongs ambientais ao redor da mesma mesa.Este episódio é para compartilhar os aprendizados do Arapyaú durante a criação dessas redes: como engajar participantes, como lidar com conflito, como estimular lideranças, como medir os resultados. Ou seja, é uma reflexão e uma espécie de guia para todo mundo interessado em organizar ou participar de ações coletivas. Eu conversei com Thais Ferraz, diretora do instituto, e Roberto  Waack, presidente do conselho.–O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio siga esse podcast no seu tocador. E para falar comigo, o meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    Leite (de vaca) carbono neutro e com respeito aos animais: a história da NoCarbon Milk

    Play Episode Listen Later Jun 27, 2023 32:53


    Este é o terceiro episódio da série CO2 do podcast Economia do Futuro. Até agora, falamos sobre formas de compensar emissões e sobre tecnologias para retirar carbono da atmosfera. Mas vale lembrar o óbvio: o mais importante a ser feito é emitir menos. Obviamente, essa é uma tarefa complexa. Desde a revolução industrial, há 250 anos, empresas funcionam sem muitos controles para o lançamento de gases como o CO2 na atmosfera. E como na economia tudo está interligado, fabricar um produto sem acrescentar emissões envolve mobilizar cadeias inteiras. Este episódio é o exemplo de uma empresa que conseguiu fazer exatamente isso. Se você mora em São Paulo, já deve ter visto o leite NoCarbon Milk nos supermercados. Trata-se do leite de vaca - não é uma alternativa baseada em plantas (as bebidas de aveia, por exemplo, costumam ter, na média, um impacto climático menor que o do leite tradicional). O interessante no caso do NoCarbon Milk é que essa iniciativa conseguiu reinventar o sistema de produção de um alimento básico para boa parte dos humanos no planeta. Eu conversei com Luis Fernando Laranja, fundador e CEO da NoCarbon Milk, uma marca que faz parte da holding Caaporã.Nós falamos sobre tudo o que precisou ser alterado na produção não só para chegar em um produto carbono neutro, mas também para garantir uma vida mais confortável e digna para os animais. Ou seja, é um exemplo contra-intuitivo, em uma indústria que está entre as maiores vilãs do aquecimento global, e de uma empresa que quer inspirar a transformação da pecuária. --O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente às quintas. Siga esse podcast no seu tocador para não perder nenhum episódio. E para entrar em contato, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the show

    CO2: Como armazenar carbono debaixo da terra

    Play Episode Listen Later Jun 15, 2023 34:26


    Se vc é ouvinte desse podcast, você já conhece as recomendações do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima da ONU, a maior autoridade do mundo em ciência climática. Para limitar o aumento de temperatura global a 1,5 ou 2 graus até o fim do século, precisamos cortar as emissões de gases do efeito estufa pela metade já nos próximos sete anos.É um prazo super apertado e o próprio painel reconhece que, para chegar lá, precisamos não só diminuir emissões mas também contar com a ajuda de tecnologias que removem gás carbônico da atmosfera e o depositam debaixo da terra ou no fundo dos oceanos. São as chamadas técnicas de CCS, ou carbon capture and storage. Já existem 30 usinas de captura de carbono em operação no mundo e outros 190 projetos estão em desenvolvimento. Só nos Estados Unidos, um megapacote de iniciativas climáticas inclui US$ 12 bilhões em subsídios para essas tecnologias. Deixa eu dar um exemplo de um tipo específico de CCS para você visualizar do que se trata. A empresa suíça Climeworks instalou ventiladores enormes na Islândia, que sugam o CO2 direto do ar e o misturam com água. Essa água com gás é enterrada e, ao reagir com a estrutura geológica local, se transforma em rochas. Ou seja, o carbono que estava no ar fica estocado debaixo da terra, em tese, para sempre. Há outras formas de tirar CO2 do ambiente e diferentes indústrias que podem fazer uso dessas tecnologias. Um grande destaque é a indústria brasileira do etanol que poderia até tirar mais carbono da atmosfera do que emite no seu processo de produção, tornando-se climate positive. Outra indústria que deve ter um papel crucial no CCS é, paradoxalmente, a indústria do petróleo.  Se você não está inteirado a respeito do CCS, vai sair desse episódio sabendo muito. A minha entrevistada é Isabela Morbach, co-fundadora da ong CCS Brasil. Foi o trabalho de doutorado dela que serviu como base para o projeto de lei que propõe o marco legal para captura e armazenamento geológico de carbono - e que acaba de ser aprovado na Comissão de Infraestrutura do Senado.**Esse é o segundo episódio da série de CO2, que trata das iniciativas mais ambiciosas para reduzir e neutralizar as emissões de carbono da economia. Fica ligado no selo CO2 que tem mais histórias legais pela frente. --  O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. E se quiser entrar em contato, meu email é podcast@economiadofuturo.com Support the show

    Petróleo na foz do Amazonas: o que está em jogo

    Play Episode Listen Later Jun 1, 2023 33:53


    Você deve ter visto nas últimas semanas notícias sobre o petróleo na foz do Rio Amazonas. O IBAMA recentemente negou uma licença ambiental para perfuração do primeiro poço exploratório da Petrobrás na bacia, que fica no Amapá. Mas a decisão técnica acabou se tornado mais um estopim da crise política ao redor da agenda ambiental do governo Lula. O episódio de hoje é para tentar entender o que está em jogo nesse caso.Primeiro, é preciso levar em consideração o contexto global. Para manter o compromisso com o Acordo de Paris e zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050, o mundo não poderia mais perfurar novos poços de petróleo já a partir de 2021. Pelo menos é o que diz a Agência Internacional de Energia. Mas não é isso que está acontecendo. Com a demanda por combustíveis fósseis em alta, só 20 das maiores empresas do setor devem investir conjuntamente, mais de 520 bilhões de dólares em reservas adicionais de petróleo até 2030. Entre elas estão Exxon Mobil, Shell e a brasileira Petrobras. O petróleo continuará a ser importante para a economia global mas a demanda deve cair nos próximos anos. A queda será mais ou menos dramática dependendo do cenário usado e cabe às petroleiras decidir, individualmente, em que ritmo elas investirão na transição energética. Agora vamos entrar no caso do Brasil. Para a Petrobras, o país precisa manter sua segurança energética e soberania. Ou seja, não poderia correr o risco de voltar a importar petróleo. Além disso, o petróleo extraído pela empresa hoje, emitiria menos CO2 que a média global. Como resumiu recentemente João Paul Prates, presidente da empresa, a Petrobras quer ser "a última empresa de petróleo do mundo". Para tanto, a exploração da chamada margem equatorial, uma área que abrange o litoral de seis estados do Norte e Nordeste, é crucial. Isso porque a produção nos campos do pré-sal no sudeste começa a entrar em declínio. A exploração dessa fronteira começaria, exatamente, pela foz do Amazonas, no Amapá. E aí que chegamos na decisão recente do IBAMA, que interrompeu os planos da petroleira. De um lado está a Petrobras, que alega ter cumprido todos os requisitos ambientais e de segurança exigidos até agora. De outro, está o IBAMA que apontou a falta de proteções robustas em caso de acidentes, além do possível impacto para comunidades tradicionais. O estágio atual é o seguinte: a Petrobras entrou com um pedido de reconsideração da decisão, o que significa que o IBAMA terá que se manifestar de novo.Para entender os possíveis impactos ambientais da exploração de petróleo da região, eu conversei com uma voz independente, o oceanógrafo Nils Asp, pesquisador e professor da Universidade Federal do Pará. A pedido da ONG WWF, Nils Asp analisou mais de 5 mil páginas de documentos emitidos desde 2013, quando os blocos de petróleo na foz do Amazonas foram leiloados. Na visão dele, os estudos apresentados pela Petrobras ignoram alguns aspectos importantes da eventualidade de um acidente. No centro da questão está o Grande Sistema de Recifes da Amazônia, um ecossistema gigantesco, que pode se estender por mais de 50 mil quilômetros quadrados, ainda pouco conhecido, e cuja existência foi comprovada pelos cientistas recentemente. Nós também falamos sobre a margem equatorial como um todo, onde existem mais de 200 blocos com possibilidade de serem explorados.--O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador. Para entrar em contato, escreva para podcast@economiadofuturo.com. Support the show

    CO2: Créditos de carbono e as florestas do Brasil

    Play Episode Listen Later May 18, 2023 35:18


    Empresas que emitem CO2 para fabricar seus produtos e fazer seus negócios e que compram créditos de carbono em outra parte do mundo - como uma floresta tropical - para compensar essas emissões: de forma bem simplificada, é assim que funciona o mercado voluntário de carbono. Mas chegou a hora de entender mais a fundo os mecanismos desse esquema, que passa por escrutínio desde que uma reportagem do jornal The Guardian alegou a ineficácia de alguns projetos. O episódio de hoje é o primeiro de uma série especial chamada CO2, que vai trazer os esforços mais ambiciosos para reduzir e neutralizar as emissões de carbono da economia. Aqui eu vou falar sobre créditos de carbono, sobre tecnologias de remoção e armazenagem de gases do efeito estufa e eu também vou contar histórias de quem está conseguindo reduzir drasticamente suas emissões. Agora, sempre que o Economia do Futuro trouxer o selo "CO2", você já sabe o porquê. Mas vamos voltar para o assunto deste episódio, que é uma entrevista com a Janaina Dallan, fundadora e CEO da Carbonext, uma das principais empresas de projetos de carbono em florestas brasileiras. Nós conversamos sobre um tipo de crédito de carbono em estágio avançado de desenvolvimento no Brasil: aquele em que empresas pagam para conservar florestas que estão sob risco de desmatamento. Ou seja: são créditos por emissões evitadas. Depois de um ano de euforia em 2021, a venda de créditos de carbono desacelerou no ano passado. Agora o setor lida com gargalos e uma crise de confiança. Mas isso não significa que as expectativas de crescimento diminuíram. O Senado acaba de aprovar uma medida provisória permitindo a comercialização de créditos gerados em áreas de concessões florestais. Isso deve aumentar significativamente a oferta de créditos porque tratam-se de grandes áreas públicas até agora ainda fora desse mercado. Além disso, os investimentos nessa área não pararam. Hoje, alguns dos principais bancos brasileiros  - do BTG ao Santander - têm participações em empresas que geram ou comercializam créditos de carbono. E grandes corporações, como Marfrig, Suzano e Vale também já anunciaram um projeto próprio. Até a Carbonext recebeu um aporte recente da Shell. Neste episódio, a Janaina fala sobre a decisão de entrar em uma parceria com a petroleira e também sobre o potencial e os desafios da geração de créditos de carbono nas florestas do Brasil.—O EDF é publicado quinzenalmente às quintas. Siga esse podcast no seu tocador para não perder nenhum episódio e, se quiser falar comigo, meu email é podcast@economiadofuturo.com. Support the show

    O paradoxo da mineração

    Play Episode Listen Later May 4, 2023 32:30


    Do ouro no período colonial ao minério de ferro no século XX, a mineração esteve ligada às grandes fases de expansão econômica do Brasil. Agora o setor se prepara para mais um boom. Desta vez, o interesse está nos chamados minérios estratégicos, aqueles necessários para fazer a transição energética e deixar os combustíveis fósseis no passado. O Brasil é o maior produtor de nióbio do mundo - um metal importante para a fabricação de turbinas eólicas - e tem grandes reservas de grafite, manganês e níquel, minérios-chave para a produção de baterias. O país também tem um quinto das reservas mundiais de terras raras, elementos químicos usados em motores de veículos elétricos, por exemplo.Mas se os minérios do Brasil podem ajudar o mundo nos esforços contra as mudanças climáticas, tirá-los debaixo da terra pode causar outros problemas. A mineração é uma atividade de alto impacto ambiental e social. E quando as coisas dão errado, o potencial é catastrófico, como mostraram os casos de Mariana e Brumadinho.Este episódio é uma conversa sobre a difícil tarefa de descarbonizar o planeta, mas sem destruir seus ecossistemas e o modo de vida de comunidades no meio do caminho. Meu entrevistado é Bruno Gomes, sociólogo com anos de experiência em projetos de desenvolvimento socioeconômico em municípios brasileiros. Ele é fundador da Humana, entidade que integra o Grupo de Trabalho da Mineração na iniciativa Uma Concertação pela Amazônia. O grupo prepara uma agenda para conciliar exploração mineral e desenvolvimento sustentável na Amazônia.Durante a entrevista, nós conversamos sobre: o potencial da mineração no Brasil, a questão dos minérios em terras indígenas, o atual ambiente regulatório para a atividade e formas de minimizar a maldição dos recursos naturais. Aqui vai uma prévia: é preciso preparar a economia, desde já, para quando o boom dos minérios acabar.--O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocar. E para entrar em contato comigo, meu email é podcast@economiadofuturo.com. Support the show

    Capital como motor da transformação: a história da Sitawi

    Play Episode Listen Later Apr 20, 2023 25:02


    Na sua definição clássica, investimento é uma aplicação de recursos para a qual se espera um retorno financeiro no futuro. Mas tem um grupo cada vez maior de indivíduos e de instituições que vê o capital como vetor de transformação e que, além do lucro, espera gerar também resultados sociais e ambientais. No ano passado, os investimentos de impacto ultrapassaram a marca histórica de 1 trilhão de dólares no mundo todo. Mas 70% desses investidores estão nos países desenvolvidos da América do Norte e da Europa. O episódio de hoje é sobre uma iniciativa que trabalha para a popularização dos investimentos de impacto no Brasil. Meu entrevistado é Leonardo Letelier, da Sitawi Finanças do Bem. Ele está à frente da plataforma de empréstimos coletivos que já ofereceu cerca de 30 milhões de reais para empresas e outras organizações, como cooperativas. Nessa conversa, ele explica como funciona a avaliação de risco desses negócios. Muitos deles não receberiam recursos de bancos tradicionais - pelo menos não nas condições oferecidas pelas Sitawi.Neste episódio você ainda vai aprender sobre produtos financeiros de impacto mais complexos, destinados ao mercado de capitais, e sobre outras formas de usar o capital para o bem, como doações. Aqui nós conversamos sobre fundos filantrópicos e endowments, uma alternativa incomum no Brasil, mas bastante usada nos Estados Unidos para garantir a perenidade de instituições financiadas pela filantropia. —O Economia do Futuro é publicado quinzenalmente, às quintas. Para não perder nenhum episódio, siga esse podcast no seu tocador.  Se quiser entrar em contato comigo, meu email é podcast@economiadofuturo.comSupport the show

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