Podcasts about na europa

  • 711PODCASTS
  • 1,990EPISODES
  • 27mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Jun 16, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about na europa

Show all podcasts related to na europa

Latest podcast episodes about na europa

[Video] SuperToast
⚡️ BYD ultrapassa Tesla nas vendas de elétricos na Europa pela primeira vez

[Video] SuperToast

Play Episode Listen Later Jun 16, 2025 2:12


THE BIG ONES ⚡️ BYD ultrapassa Tesla nas vendas de elétricos na Europa pela primeira vez

Jorge Borges
Literacia Financeira Jovem na Europa: Abordagens e Sucesso

Jorge Borges

Play Episode Listen Later Jun 15, 2025 6:34


O estudo "Literacia Financeira Jovem na Europa: Abordagens e Sucesso" examina as diferentes metodologias de educação financeira implementadas em países europeus, com foco na sua eficácia. A análise destaca disparidades regionais, como o elevado desempenho dos países nórdicos em contraste com o sul da Europa, e identifica fatores críticos de sucesso, incluindo a integração digital, a formação de professores e as parcerias com o setor privado. O estudo também explora metodologias pedagógicas predominantes, desde abordagens transversais à gamificação, e perspetiva tendências futuras impulsionadas pela inteligência artificial e finanças sustentáveis. Por fim, apresenta recomendações estratégicas para a melhoria da literacia financeira na Europa.

Momento Agrícola
2025.06.14-2 Mais notícias comentadas

Momento Agrícola

Play Episode Listen Later Jun 13, 2025 12:27


Ricardo Arioli comenta mais algumas notícias ligadas ao Agro. Nos Estados Unidos, a preocupação é com a população mundial mais reduzida, em alguns mercados estratégicos. Temos que pensar nisso também aqui no Brasil. Na Europa, Macron não quer que exploresmos petróleo e produtores protestando com mais regras ambientais. Na Argentina, safra um pouco maior do que o esperado e produtores preocupados com a volta das retenciones.

TSF - O Estado do Sítio - Podcast
Portugal na Europa e com a Europa, o choque trumpiano no mundo e a queda do governo nos Países Baixos

TSF - O Estado do Sítio - Podcast

Play Episode Listen Later Jun 7, 2025


Multiverse 5D
APAGÃO NA EUROPA, OUTROS PAÍSES TAMBÉM PASSARÃO POR ISSO ? - Guardião Marabô

Multiverse 5D

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 46:52


APAGÃO NA EUROPA, OUTROS PAÍSES TAMBÉM PASSARÃO POR ISSO ? - Guardião MarabôNo dia 28 de abril de 2025, um apagão de grandes proporções atingiu a Península Ibérica, afetando Portugal, Espanha, Andorra e partes do sul da França. O fornecimento de energia foi interrompido por cerca de 12 horas, impactando mais de 50 milhões de pessoas.A falha começou por volta das 11h33 (hora local) e causou paralisações em sistemas de transporte, comunicações e serviços essenciais. Em Portugal, o metrô, os comboios e os semáforos deixaram de funcionar, enquanto hospitais recorreram a geradores para manter operações críticas. O aeroporto de Lisboa foi fechado temporariamente, e a população enfrentou dificuldades no acesso a água potável e serviços bancários.Na Espanha, a situação levou à declaração de emergência nacional após oito horas sem energia. As autoridades ativaram planos de contingência, e as centrais nucleares foram desconectadas da rede elétrica como medida de segurança.As causas exatas do apagão ainda estão sendo investigadas. Inicialmente, considerou-se a possibilidade de um ciberataque, mas essa hipótese foi descartada. A empresa portuguesa REN sugeriu que variações extremas de temperatura poderiam ter causado oscilações nas linhas de alta tensão, desestabilizando a sincronização entre os sistemas elétricos.O fornecimento de energia foi restabelecido gradualmente ao longo do dia, e as autoridades continuam monitorando a situação para evitar futuros incidentes semelhantes.

Veganismo Acessível
PAUL WATSON E A LUTA PELOS OCEANOS: DIFERENÇAS DO ATIVISMO NO BRASIL E NA EUROPA. COM MATHEUS CROCO.

Veganismo Acessível

Play Episode Listen Later Jun 4, 2025 53:49


Futebol no Mundo
Futebol no Mundo #457: Retrospectiva da temporada 2024-25 na Europa

Futebol no Mundo

Play Episode Listen Later Jun 2, 2025 78:09


Nesta edição do podcast Futebol no Mundo, os comentaristas analisam como foi a temporada das principais ligas europeias, falam sobre os classificados aos torneios continentais e muito mais! Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices

Ideias Feitas
Paris St.Germain: há uma guerra em curso na Europa

Ideias Feitas

Play Episode Listen Later Jun 2, 2025 6:33


Alberto Gonçalves comenta a violência em Paris.See omnystudio.com/listener for privacy information.

TSF - O Estado do Sítio - Podcast
A admirável nova desordem; choque "trumpiano" no mundo e na Europa; guerras em Gaza e Ucrânia; eleições na Polónia

TSF - O Estado do Sítio - Podcast

Play Episode Listen Later May 31, 2025


Jornal das comunidades
Chega venceu, mais na Europa

Jornal das comunidades

Play Episode Listen Later May 29, 2025 11:32


Nos votos da emigração, O Chega venceu, com mais votos em França, Suíça, Bélgica, Luxemburgo, Reino Unido e Brasil. Mais de 130 mil boletins foram anulados. Edição Isabel Gaspar Dias

RLX - Rádio Lisboa
Caderno Diário - O Desafio da Imigração na Europa - Programa 357 - António Serra

RLX - Rádio Lisboa

Play Episode Listen Later May 28, 2025 5:20


Pequenos textos, contos, histórias, lendas, pensamentos ou apenas uma frase que sirvam de reflexão para todos os que nos ouvem na RLX-Rádio Lisboa. No mundo em que vivemos faz-nos falta parar e refletir sobre tudo o que nos rodeia…

Rádio Panorama Agrícola Epagri.
26 de maio - Pesquisadora da Epagri é premiada na Europa por estudo com sistemas silvipastoris

Rádio Panorama Agrícola Epagri.

Play Episode Listen Later May 26, 2025 10:13


Neste episódio, o Panorama Agrícola conversa com Ana Lúcia Hanish, pesquisadora da Estação Experimental da Epagri em Canoinhas. Ana, que está atualmente em bolsa de pós-doutorado na Europa, fala sobre o reconhecimento internacional que recebeu por seu trabalho em sistemas silvipastoris no Brasil, focado em sequestro de carbono e aprimoramento de pastagens sob árvores nativas. Recentemente, ela recebeu o Prêmio para o Progresso dos Pastos 2025, em Portugal. O bate-papo aborda a aplicação prática desse estudo para beneficiar economicamente os agricultores através do mercado de crédito de carbono e a utilização de novas tecnologias.Assista ao vídeo 'Biofertilizante - Como fazer' neste link.>> CRÉDITOS:Produção, roteiro e locução: Mauro Meurer e Maykon OliveiraApoio técnico e edição: Eduardo Mayer

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio
Mesmo com a safrinha, milho pode ter pressão positiva de perdas na Europa.

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

Play Episode Listen Later May 24, 2025 6:42


O mercado do milho fechou a penúltima semana de maio com pressão de alta em Chicago. O principal motivo é o frio, em especial na Europa, que pode trazer desfalque na oferta do cereal. Vlamir Brandalizze destaca que esse movimento ajudou a segurar as cotações em bons níveis na B3 mesmo com a forte entrada da safrinha.

TSF - Mapa Mundo - Podcast
As decisões europeias sobre Israel por causa de Gaza e os extremismos e populismos na Europa

TSF - Mapa Mundo - Podcast

Play Episode Listen Later May 22, 2025


Jornal das comunidades
SE das Comunidades acredita em mais votos na Europa

Jornal das comunidades

Play Episode Listen Later May 21, 2025 11:56


José Cesário reconhece, no entanto, que se mantêm os problemas habituais nestas eleições, para os portugueses no estrangeiro. Festa portuguesa no próximo sábado em Berlim. Edição Isabel Gaspar Dias

Futebol no Mundo
Futebol no Mundo #449: Finais definidas na Europa e prévia de El Clásico

Futebol no Mundo

Play Episode Listen Later May 10, 2025 97:29


Neste episódio você vai ouvir sobre: - PSG e Inter na final da Champions - Manchester United e Tottenham na final da Liga Europa - Betis e Chelsea na final da Conference - Prévia de Barcelona x Real Madrid - Xabi Alonso a caminho de Madri - ⁠Entrevista: Vinicius (Vålerenga) Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices

Genial Podcast

Comece seu dia com todas as informações essenciais para a abertura da bolsa com o Morning Call da Genial! O time da Genial comenta sobre as bolsas asiáticas, europeias e o futuro do mercado americano, além da expectativa para os mercados de ações, câmbio e juros. O Morning Call da Genial é transmitido, de segunda a sexta, às 8h45. Ative as notificações do programa e acompanhe ao vivo!

Filipe Villegas
#9/5 - DAX renova recorde com alívio tarifário e expectativa por corte de juros na Europa

Filipe Villegas

Play Episode Listen Later May 9, 2025 11:50


Mercados monitoram negociações entre EUA e China no fim de semana.

Sobrecast - O Podcast Sobrevivencialista
Kit de Sobrevivência na EUROPA? - SOBRECAST 214

Sobrecast - O Podcast Sobrevivencialista

Play Episode Listen Later May 8, 2025 92:06


Conheça nossa área de assinantes com conteúdos exclusivos filmados com diversos especialistas: https://membros.sobrevivencialismo.com/ Confira agora os produtos da Morgantis Metais: https://morgantis.com/ Adquira os produtos Sobrevivencialismo aqui: https://www.lojasv.com.br/

Actualidade - Renascença V+ - Videocast
"As hostilidades cessam oficialmente". Há 80 anos Churchill declarou o Dia da Vitória na Europa

Actualidade - Renascença V+ - Videocast

Play Episode Listen Later May 8, 2025 1:35


"As hostilidades cessam oficialmente". Há 80 anos Churchill declarou o Dia da Vitória na Europa

Bunker X
Apagão na Europa: a Guerra Cibernética começou? | BUNKER X #podcast

Bunker X

Play Episode Listen Later May 7, 2025 59:28


Você já ouviu falar da Operação Nitro Zeus? Teria sido o apagão da Europa um Teste de Colapso Planejado? Neste Bunker X, Affonso Solano e Afonso 3D desvendam tudo sobre este possível ato de ciberterrorismo que os governos estão tentando esconder como fenômenos atmosféricos.Na segunda-feira, 28 de abril de 2025, ocorreu um apagão elétrico sem precedentes que afetou gravemente a Península Ibérica — abrangendo Espanha, Portugal e Andorra — e também partes do sul da França. O evento teve início às 12h33 (hora local), quando uma perda súbita de 15 gigawatts de geração elétrica (aproximadamente 60% da demanda naquele momento) desestabilizou completamente o sistema elétrico da região. Essa queda abrupta levou à desconexão da Península Ibérica da rede elétrica europeia, resultando em interrupções generalizadas no fornecimento de energia.___________Seja membro no YouTube e ganhe benefícios!

Renascença - Casa Comum
Campanha em Portugal, Orçamento na Europa

Renascença - Casa Comum

Play Episode Listen Later May 7, 2025 28:00


Ana Catarina Mendes e Duarte Pacheco analisam os primeiros dias de campanha oficial para as legislativas e avaliam o ciclo de debates pré-eleitores. Os comentadores do programa “Casa Comum”, da Renascença, analisam ainda as prioridades do Parlamento Europeu para o orçamento de longo prazo da União Europeia pós-2027.

Fala Glauber Podcast
FALA GLAUBER REACT: LADY GAGA no RIO de JANEIRO, Impactos de TRUMP e PUTIN na EUROPA e mais - #516

Fala Glauber Podcast

Play Episode Listen Later May 6, 2025 342:36


NO EPISÓDIO 516, TEREMOS MAIS UM FALA GLAUBER REACTQUER FAZER PARTE DISSO? ENTÃO BOOORAAA. VEM COM A GENTE E INTERAJA NESSA TRANSMISSÃO AO VIVO!!!VIIIIIIIIBRA!!! CONHEÇA MAIS DOS NOSSOS PATROCINADORES:

Dunamis Hangout
Evangelho nas ruas, Overmission e Avivamento na Europa Com Luca Martini e Pedro Netto | EP. 100

Dunamis Hangout

Play Episode Listen Later May 1, 2025 89:55


No Dunamis Hangout de hoje, recebemos Luca Martini e Pedro Netto em uma conversa especial sobre o Evangelho nas ruas, Overmission e Avivamento na Europa Confira o episódio completo e compartilhe com seus amigos e familiares.

Multiverse 5D
Aula surpresa sobre os apagões na Europa e perguntas e respostas FAQ - Neva - Sementes das Estrelas Surprise class on blackouts in Europe and FAQ - Neva - Star Seeds

Multiverse 5D

Play Episode Listen Later May 1, 2025 57:44


Aula surpresa sobre os apagões na Europa e perguntas e respostas FAQ - Neva - Sementes das EstrelasSurprise class on blackouts in Europe and FAQ - Neva - Star Seeds

Durma com essa
Contratempos e incertezas: um dia de apagão na Europa

Durma com essa

Play Episode Listen Later Apr 30, 2025 23:56


A semana começou sem luz na Espanha e em Portugal. Um apagão generalizado deixou a Península Ibérica às escuras por quase dez horas na segunda-feira (28), num incidente que ainda não teve suas causas reveladas. No Durma com Essa desta quarta-feira (30), Marcelo Montanini, radicado em Lisboa, conta como foi esse dia atribulado e confuso. O episódio traz também o colunista João Paulo Charleaux comentando a reunião dos chanceleres dos Brics no Rio de Janeiro e Giovanna Castro falando de “Andor”, a série mais política do universo de “Star Wars”. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

RW notícias - fique sempre bem informado
Energia elétrica é restabelecida na Europa após apagão de segunda

RW notícias - fique sempre bem informado

Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 2:50


A energia elétrica começou a voltar a algumas partes da Península Ibérica no final desta segunda-feira. De acordo com a operadora da rede elétrica espanhola, 99% da eletricidade já foi restaurada no país. O apagão cancelou voos, interrompeu o transporte público e forçou hospitais a suspender as operações de rotina. A Espanha chegou a declarar emergência nacional devido ao apagão.O Giro de Notícias mantém você por dentro das principais informações do Brasil e do mundo. Confira mais atualizações na próxima edição.

3 em 1
Apagão na Europa / Projeto alternativo ao PL da Anistia / Julgamento Colllor

3 em 1

Play Episode Listen Later Apr 28, 2025 120:28


Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Fórum Onze e Meia
INSS: conselheira que alertou Lupi fala à Fórum | Apagão na Europa | Papa? A profecia de Dom Orani

Fórum Onze e Meia

Play Episode Listen Later Apr 28, 2025 103:43


No Fórum Onze e Meia de hoje: Por que a prisão de Collor deixou Bolsonaro em pânico? Anistia enterrada; Lula se despede de Papa FranciscoParticipam do programa de hoje a jornalista Cynara Menezes, o advogado Fernando Fernandes e a ex-conselheira do Sindnapi, que denunciou descontos no INSS Tônia GalletiApresentação de Dri Delorenzo e comentários de Renato Rovai.Become a supporter of this podcast: https://www.spreaker.com/podcast/forum-onze-e-meia--5958149/support.

Morning Call BTG Pactual digital
Juros na Europa e negociações de Trump - Morning Call com Bruno Henriques e Lorena Laudares

Morning Call BTG Pactual digital

Play Episode Listen Later Apr 17, 2025 16:52


O melhor ativo é sempre a boa informação!Quer receber as informações do Morning Call diretamente no seu e-mail? Acesse:⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://l.btgpactual.com/3XveQTn⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Conversas à quinta - Observador
A História do Dia. 2024, um ano mau no clima na Europa. E 2025?

Conversas à quinta - Observador

Play Episode Listen Later Apr 15, 2025 14:10


O estudo da Copernicus revela que o velho continente está a bater recordes de temperatura e inundações. As consequências podem ser devastadoras. Martim Andrade, jornalista, é o nosso convidado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

A História do Dia
2024 foi um ano mau no clima na Europa. E 2025, como será?

A História do Dia

Play Episode Listen Later Apr 15, 2025 14:10


O estudo da Copernicus revela que o velho continente está a bater recordes de temperatura e inundações. As consequências podem ser devastadoras. Martim Andrade, jornalista, é o nosso convidado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

ONU News
Portugal pioneiro na Europa em travar mineração no fundo do mar

ONU News

Play Episode Listen Later Apr 2, 2025 3:57


País acaba de aprovar lei que estabelece moratória sobre atividade mineira em águas profundas, devido aos riscos que extração de minérios com maquinaria pesada representa para ecossistemas e pesca.

Entendendo a Notícia
# 885-O NEXO ENTRE A AGONIA DO BEM-ESTAR SOCIAL NA EUROPA E OS ATAQUES À PREVIDÊNCIA NOS ESTADOS UNIDOS

Entendendo a Notícia

Play Episode Listen Later Apr 2, 2025 28:37


Tema de abertura de Claudio Zaidan no programa Bandeirantes Acontece.

Ideias Feitas
"Da democracia na Europa: O juiz decide"

Ideias Feitas

Play Episode Listen Later Mar 31, 2025 5:07


Alberto Gonçalves comenta a proibição de Marine Le Pen se candidatar às presidenciais francesas de 2027.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Novus Capital
NovusCast - 28 de Março 2025

Novus Capital

Play Episode Listen Later Mar 28, 2025 16:27


Nossos sócios Luiz Eduardo Portella, Tomás Goulart e Sarah Campos debatem, no episódio de hoje, os principais acontecimentos da semana no Brasil e no mundo.⁠ ⁠ No cenário internacional, foi divulgado o PCE nos EUA, que não trouxe surpresa do lado da inflação, tendo em vista que já tinham sido divulgados outros dados que compõem o número, mas trouxe surpresa do lado de consumo, que decepcionou, apesar do crescimento da renda disponível. Ainda por lá, o Trump anunciou tarifa de 25% sobre automóveis e peças. Na Europa, foram divulgados os dados de inflação da Espanha e da França, ambos abaixo do esperado. ⁠ No Brasil, a ata do Copom trouxe viés mais hawk, demonstrando preocupação com a inflação, principalmente de serviços. Já o Relatório de Política Monetária trouxe algumas perspectivas mais dovishs do lado de atividade, mas com projeções de inflação ainda muito elevadas. Foram divulgados também alguns dados econômicos: o IPCA-15, apesar de headline mais baixo que o esperado, ainda demonstrou pressão nos serviços; o Caged, com recorde de criação de empregos; e a PNAD, que seguiu mostrando recuo na taxa de desemprego e aumento da massa salarial e do rendimento real. ⁠ Nos EUA, os juros fecharam a semana com variação marginal, e as bolsas tiveram desempenho negativo – S&P500 -1,53%, Nasdaq -2,39% e Russell2000 -1,64%. No Brasil, os juros abriram (jan/29 +29 bps), o Ibovespa caiu 0,33% e o real desvalorizou 0,57%. ⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠Na próxima semana será importante acompanhar os dados de atividade (ISMs) e emprego (Payroll) nos EUA – além das falas do Powell e possível anúncio das tarifas pelo Trump; o restante dos dados de inflação na Europa; e divulgação de pesquisas de opinião do governo no Brasil. ⁠ ⁠Não deixe de conferir!⁠

Noticiário Nacional
1h Imagem de Portugal na Europa é robusta, acredita António Costa

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 8:54


Economia do Futuro
A carta de Corrêa do Lago, megainvestimentos em defesa na Europa e o gargalo dos créditos de carbono: uma conversa com o Reset

Economia do Futuro

Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 29:36


Esta é a minha conversa mensal com Sérgio Teixera Júnior, editor do Reset. Aqui a gente traz pra você a análise das principais notícias do clima no Brasil e no mundo. Neste episódio, falamos sobre: o gargalo para certificação de créditos de carbono no Brasil, os planos para a COP 30 - num momento em que o mundo rico está mais preocupado com outras coisas. E o Brasil como vidraça: o anfitrião da conferência do clima tem suas contradições exploradas na imprensa internacional.* Leia a carta de Corrêa do Lago, citada no episódio, na íntegra, aqui **Para entrar em contato com o Economia do Futuro, escreva para: podcast@economiadofuturo.comSupport the show

ONU News
Casos de sarampo na Europa atingem número mais alto em mais de 25 anos

ONU News

Play Episode Listen Later Mar 13, 2025 2:02


Mais de 127.350 notificações foram registradas na região no ano passado, o dobro de 2023; esta é a maior quantidade desde 1997 com base numa análise do Unicef e da Organização Mundial da Saúde.

Meio Ambiente
Fluxos de marés na Amazônia dariam dimensão “gigantesca" a acidente com petróleo, diz renomado cientista

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Mar 13, 2025 41:29


Faz mais de 30 anos que o antropólogo Eduardo Bronzidio pesquisa as interações entre os humanos e o ambiente na Amazônia. Seus estudos junto a comunidades indígenas e ribeirinhas, mas também urbanas, nas cidades amazônicas, acabam de ser reconhecidos pelo mais importante prêmio internacional para as ciências ambientais, o Tyler Prize. Lúcia Müzell, da RFI em ParisPela primeira vez desde a sua criação, em 1973, o "Nobel ambiental” é atribuído a cientistas latino-americanos – Bronzidio dividiu a premiação com a ecóloga argentina Sandra Días. "A gente tenta trazer a realidade que é vivida no chão por essas populações. Não só suas contribuições, mostrando o valor dos seus conhecimentos, o valor das suas atividades e tecnologias para a economia regional e a conservação da região. Mas também trazer os problemas que enfrentam, suas carências, as pressões que sofrem”, salienta o brasileiro.E é com preocupação que o cientista, professor da Unicamp e da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, vê o andamento do projeto do governo federal de abrir uma nova frente de exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. Em entrevista à RFI, Bronzidio constata que, assim como em Brasília, o plano desperta paixões contraditórias na região. "A reação das pessoas é aquela que a gente encontra em muitas situações parecidas, onde se cria uma polarização entre, por exemplo, meio ambiente e emprego. Acaba criando divisões e simplificações do problema. É uma tática muito antiga de avançar esse tipo de agenda, na qual se colocam dicotomias que na verdade são simplificações de um problema maior, pela carência da região e a insolvência, na verdade, dos municípios”, afirma. Como antropólogo, entretanto, é a configuração natural da Amazônia que mais o preocupa, frente à possibilidade de um acidente que leve a derramamento de óleo no Delta do Amazonas. Ele explica que a pluma do rio alcança a costa do Pará, Maranhão e Amapá e sobe para as Guianas, com um forte sistema de marés que invade, diariamente, territórios adentro. “A vida nessa região é regrada por maré. É um esquema de pulsação ali onde eu fico imaginando que a escala de um desastre de derramamento de óleo de explosão da exploração, como aconteceu no Golfo do México”, afirma. “Ela pode ter uma distribuição numa escala gigantesca por causa desse fluxo de maré. Então, eu tenho a preocupação em particular pelo tipo de risco, que é muito diferente dos tipos de risco que se tem em outras plataformas costeiras isoladas”, indica.Eduardo Bronzidio foi copresidente do relatório de Avaliação Global sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do IPBES, da ONU. O documento foi um dos que embasou o acordo de Kunming-Montreal de preservação da Biodiversidade, com metas para 2030.Leia abaixo os principais trechos da entrevista. A sua vitória a este prêmio ilustra uma mudança de paradigma: dois pesquisadores latino americanos vencem pela primeira vez o Tyler Prize. Você fez carreira compreendendo e interpretando os conhecimentos dos povos tradicionais da Amazônia. Indiretamente, ribeirinhos e os indígenas são também vencedores? Os conhecimentos deles são de fato mais reconhecidos pela ciência mundial?Eu espero que todos se sintam reconhecidos, porque o que a gente tenta fazer, ao longo de 30 e poucos anos, é trazer a realidade vivida no chão por essas populações. Não só suas contribuições para uma região como a Amazônia, e também a nível global, mas os problemas que enfrentam, suas carências, as pressões que sofrem. Então, eu espero que isso se reflita também e que muitos se sintam agraciados com parte desse prêmio, porque muito do que aprendi vem deles. Uma das suas áreas de estudo é como os povos tradicionais cuidam, produzem, vivem na Amazônia sem destruí-la. O desenvolvimento de uma bioeconomia amazônica é central, inclusive para ajudar a preservar esse imenso território, e será levada pelo Brasil na COP30 em Belém. É possível e é desejável dar escala às produções locais?Eu acho que, por um lado, já existe uma escala dessa sociobioeconomia, porém ela é estatisticamente invisível. Nós temos um problema de contabilidade, de realmente compreender quem faz a economia da região, quem produz alimentos, dá emprego, maneja e protege as florestas. Quem está produzindo uma infinidade, trazendo uma infinidade da biodiversidade regional para populações da região, nacional e internacionalmente. A gente precisa reconhecer essas escalas, dar apoio para que elas se mantenham. A maneira que eu vejo isso é como que a gente pode ajudar a consolidar e avançar o que já é feito, nos lugares onde acontecem, e fazer com que eles tenham também uma sustentabilidade econômica. Hoje, um dos maiores problemas das economias, mesmo as mais bem sucedidas – seja no açaí e de outros frutos como cacau, seja no manejo pesqueiro ou manejo sustentável de florestas – é que elas geram produtos que têm imenso valor, porém, elas têm a menor fatia do rendimento econômico. Conseguir abrir caminhos de mercados na região e fora da região, onde o rendimento se torne mais para onde está sendo produzido, para as comunidades, para os municípios, é tão importante quanto a escala que ela pode ganhar, do ponto de vista de extensão.O que torna essa economia local invisível? São as camadas que existem entre esses produtores e onde vão parar as produções deles? Eu acho que tem várias questões históricas, sociais, culturais e econômicas que constroem essa invisibilidade. Uma é no reconhecimento dessas populações ribeirinhas, quilombolas, indígenas e produtores de pequena escala como agentes ativos da economia regional.Muitas vezes, a gente fala e pensa como se fossem anacrônicos, como se fossem tecnologias que estão aí ainda resistindo, mas que deveriam ter ficado para trás. A gente tem uma visão de inclusão e de transformação social que, na verdade, exclui essas populações dessa trajetória do desenvolvimento, que é tão arraigada na maneira que a gente pensa na economia e no desenvolvimento nacional. Elas são populações ativas, estão contribuindo, produzindo alimentos e todo tipo de recurso para exportação, mas não necessariamente são vistas como esses atores ativos que são.O outro aspecto é a invisibilidade estatística. Nós não temos nem bons dados, nem categorias apropriadas para realmente saber entender a escala dessas economias. Eu digo escala em termos de manejo, do produto que geram e em termos dos empregos. Essa deficiência acaba invisibilizando muito dessa economia que está acontecendo na floresta. A gente não sabe realmente o peso dela e isso acaba tendo outras implicações. Ao visibilizar, não se pensa em políticas públicas que realmente possam alavancar essa economia já existente. Também se tem carência de extensão rural, carência logística, dependência de intermediários. Você tem uma série de problemas que tira a riqueza que elas produzem das áreas, das pessoas e das localidades onde são produzidas.Essas economias geram economias bilionárias, porém, elas passam em uma outra parte da invisibilidade. Elas passam por cadeias informais fragmentadas, entre mãos de produtores, intermediários, corporações, uma série de condições subjacentes a essa não-visibilidade. Sobre esse aspecto que você mencionou da carência logística, muitas organizações ambientalistas buscam combater projetos nesse sentido, porque alegam que redes criminosas que atuam por ali também vão acabar se beneficiando – talvez até mais do que as comunidades locais. Você concorda? Logística é um tema difícil, porque já motiva visões e emoções na cabeça das pessoas que estão geralmente ligados a obras grandes, de impacto, ou a grandes setores. Essa é uma maneira de logística, mas a gente não precisa de logística só dessa maneira. Se a gente pega os últimos 30 anos, você vê um avanço muito grande numa série de passos: o reconhecimento territorial de populações indígenas, áreas de uso sustentável de reservas extrativistas, reforma agrária. Você tem um grande avanço no sentido de consolidar áreas com direitos onde se manejam, se constroem essas economias.Se teve, num primeiro momento, muito investimento nos sistemas produtivos, como um modelo de desenvolvimento. Isso avançou bastante. Porém, com o tempo, foi se vendo que esses avanços acabam sendo limitados por questão de gestão e de acesso a mercado. A gente conseguiu muitos avanços na área de produção, de manejo sustentável, de restauração. Conseguiu bastante avanço na parte de organização social, de formação de associações de cooperativas, e progressivamente avanços na área de acesso ao mercado.Hoje, o que a gente tem notado trabalhando em várias partes da região, com comunidades que estão baseadas na produção de frutos ou produtos essenciais à floresta, como óleos, madeira, produtos da pesca, é que a conta não fecha. Você tem um produto valiosíssimo, que tem um mercado que paga muito e é um produto inclusivo, onde populações locais, mulheres, homens, associações, cooperativas estão produzindo, mas você tem entre esses dois uma deficiência muito grande.Todos esses esforços de sustentar esses territórios, que têm sido tão importantes na região para bloquear o desmatamento, manter a saúde dos rios e da floresta, acabam, sim, sendo desafiados nesse momento. O custo de produção acaba sendo alto pelas questões de contexto local. O custo de comercialização acaba sendo altíssimo e, dependendo de intermediário, também por essas carências.E aí você também tem uma falta de outras logísticas que permitem alcançar mercados intermediários, por exemplo, de armazenamento, câmara fria. Então, eu acho que é realmente uma área onde precisa se colocar esforço.Nós documentamos centenas de milhares de iniciativas locais nos últimos anos, e isso só foi a ponta do iceberg. Tem milhares de iniciativas na região que estão ali, avançando, mas precisam de um apoio mais consolidado na parte de acesso ao mercado, na parte de crédito, na parte de extensão rural também.Na Europa, mas não só, existe a ideia de que a Amazônia deveria ser um santuário do mundo, pela sua floresta abundante, sua riqueza biodiversa. Mas a gente sabe que isso não vai acontecer – pelo contrário, sem um plano de desenvolvimento, atividades ilegais e predadoras da floresta proliferam. A visão da região como um santuário não é só europeia. No Brasil também é parte das ideias. Eu acho que a gente tem um legado histórico de imaginários da Amazônia e eles continuam sendo muito mais fortes do que a realidade da Amazônia. Você tem vários imaginários que vêm desde o Eldorado ao imaginário do pulmão do mundo. O imaginário da cesta de commodities que vai alavancar o desenvolvimento nacional, o do agro tecnológico, de uma grande monocultura regional exportando commodities para o mundo.A região tem vários imaginários que são ainda predominantes, de como a gente vê a região e a sua população. Eles escondem uma realidade e, ao escondê-la, fica muito difícil você pensar em caminhos de desenvolvimento, porque é uma ideia de desenvolvimento regional que é feita distante da realidade. É uma ideia que não vai nem refletir os ensejos da população local, nem lidar com os problemas de lá.Leia tambémFloresta desmatada para abrir avenida: obras em Belém para a COP30 falham na sustentabilidadeO problema, por exemplo, do imaginário do santuário, da floresta intocável, é que nem leva em consideração os milênios de manejo e domesticação daquela floresta por populações, que hoje transferem essa floresta rica para a gente. Rica em muitas espécies domesticadas que geram riqueza no mundo inteiro, mas esse imaginário desconsidera a cultura da floresta amazônica, e também desconsidera a escala de degradação que se atingiu na Amazônia e que, dependendo de onde você olha, você vai achar até 50% da região numa escala degradada.Eu acho que a gente precisa repensar o que é um santuário, no sentido de valorizar a floresta que está lá: manter a saúde do ecossistema de rios saudáveis, florestas saudáveis e populações saudáveis.Que caminhos você vê para um desenvolvimento sustentável da região amazônica, inclusive das áreas urbanas que, em sua maioria, são marcadas por uma pobreza grande, déficits importantes de infraestruturas mínimas para as populações? A primeira questão para a gente ver o futuro da Amazônia é encarar a realidade dela. É encarar que os nossos imaginários não representam essa realidade. Só assim a gente pode pensar num desenvolvimento sustentado que começa a lidar com os problemas da região.A outra é que para pensar o futuro da região, a gente primeiro tem que encarar a coevolução das várias frentes de desenvolvimento que hoje estão criando fricções umas com as outras, e a realidade urbana que se evoluiu nesses últimos 30 anos. Não dá para pensar em desenvolvimento regional isolando da transformação da paisagem rural, indígena e da paisagem urbana.Desde os anos 1990, você tem um enorme avanço na região, que é reconhecimento de direitos territoriais, de populações indígenas, populações rurais tradicionais e rurais em geral, em áreas indígenas, reservas extrativistas, áreas de uso sustentável e algumas áreas protegidas. Só no Brasil são mais ou menos 45% da região que estão nessas áreas. Foi um avanço gigante, que serviu para controlar o desmatamento e para garantir o direito das populações da região.Esse modelo, que eu chamo modelo de nível único, de nível territorial, chegou num limite para partes da região, porque essas áreas que são muito bem governadas por dentro, pelas comunidades que estão lá, estão sendo erodidas por fora. Hoje você tem toda a parte sul da bacia, uma situação de formação de ilhas de biodiversidade, de diversidade cultural, onde o sistema bem sucedido de governança interna não pode lidar com os problemas externos.Em todas aquelas ótimas florestas protegidas, aquele limite bem claro onde o desmatamento começa, você tem ilhas protegidas que estão recebendo de fora poluição de pesticida, rios sedimentados, mercúrio, fumaça, fogo que escapa e entra nessas áreas, além do crime organizado e da economia ilegal, que saiu do controle na região nos últimos anos.Então, para pensar o desenvolvimento regional, temos que pensar no desenvolvimento para conectividade, onde a saúde ambiental da região está dependendo muito mais de atores dentro de uma reserva do que uma ponte social, que se cria entre diferentes atores para que se mantenha a conectividade da paisagem e dos rios, e se controle a distribuição dos impactos da região.Teria que pensar um desenvolvimento que encara essa realidade e tenta criar um contrato comum, que hoje nós não temos. Você tem a polarização de populações indígenas tradicionais, do agro e outras populações, e do outro lado, toda a questão urbana.Que tipo de cidades precisamos visar na Amazônia para preservá-la? A região, do ponto de vista urbano, hoje é completamente diferente do que era há 20 ou 30 anos. Não só você tem uma grande expansão de novas áreas urbanas a partir da Constituição de 1988, mas teve uma transformação na maneira de articulação dessas áreas.Nós fizemos uma análise publicada há muitos anos sobre a articulação urbana da região nos anos 2000, na qual a gente mostra que era uma urbanização desarticulada: você tinha centros urbanos regionais que tinham suas áreas satélites e formam uma rede urbana de um centro maior até as vilas rurais. Hoje em dia, já tem uma articulação em boa parte da bacia entre esses grupos de centros urbanos. Criou-se uma conexão por estradas e outros mecanismos, e essa rede continua se expandindo. Ela está articulando toda a ocupação regional e a distribuição dos impactos na região. Então, temos que pensar de uma maneira conjunta entre as áreas mais protegidas, diferentes tipos de áreas com diferentes grupos indígenas.Essas áreas agrárias e as áreas urbanas estão conectadas. O impacto que sai de uma está indo para outra. E dentro de todos esses imaginários que a gente está falando da Amazônia, um que não cabe em lugar nenhum é o urbano. Ele acaba sendo o mais invisível e é onde os maiores problemas, de certa maneira, estão.Você já trabalhou a questão da possibilidade de exploração de petróleo na Foz do Amazonas? Como as comunidades locais e urbanas percebem esse projeto? Com medo ou entusiasmo? É visto como uma ameaça ou uma oportunidade?Eu nunca trabalhei diretamente com a questão de óleo na região. Acompanhei por um tempo que eu tive alunos trabalhando no Equador, inclusive em comunidade indígena. Lá tem uma história muito impactante do óleo. Eu acho que a gente precisa lembrar dessas histórias de outras regiões que foram impactadas pelo mesmo processo que está acontecendo agora, para a gente pensar nas implicações de óleo para Amazônia.A reação das pessoas que eu tenho acesso é aquela que a gente encontra em muitas situações parecidas, onde se cria uma polarização entre, por exemplo, meio ambiente e emprego, ou as necessidades básicas de um município. É uma maneira de levar essas questões que acaba criando divisões e simplificações do problema. Eu acho que isso tem acontecido bastante na região. É uma tática muito antiga de avançar esse tipo de agenda, na qual se colocam dicotomias que na verdade são simplificações de um problema maior, pela carência da região e pela insolvência dos municípios.Tem muitas dúvidas também. As pessoas estão vendo projetos de milagres e desenvolvimento há 50 anos. As pessoas não são tão inocentes de que essas grandes ideias farão um milagre, resolvam problemas que são estruturais na região. Então, é um momento difícil. Eu me sinto bastante preocupado com esse tipo de investimento, porque é uma energia enorme para investir em mais emissões, para investir em exploração de óleo, quando a gente tem a oportunidade de pensar em alternativas e outros caminhos e realmente enfrentar a mudança climática com o corte de emissões. Sobretudo para alguém como você, que conhece tão bem os outros potenciais invisíveis da Amazônia, como você mencionava. Exatamente, toda a economia que tem e que pode ser alavancada para gerar uma grande economia, que não é gerada. Hoje, as riquezas bilionárias das regiões passam por cima dos municípios. Não se consegue captar imposto, não se consegue processar e agregar valor nos lugares onde elas são produzidas.Agora, o que me preocupa são os riscos potenciais associados a vazamento e outros problemas, que a gente vê tão frequentemente em tanto lugares. Nesse tipo de contexto, como é aquela região do Delta do Amazonas e aquela plataforma costeira, é uma região muito particular por causa da pluma do rio e do alcance que ela tem. Ela pega todo o Salgado, da costa paraense para costa maranhense, pega toda a região costeira do Amapá e sobe para as Guianas. Ela é uma pluma de uma influência gigantesca no contexto regional continental.Nessa pluma você também tem um sistema de maré dos mais fortes que existem. A vida nessa região é regrada por maré. É uma vida onde, duas vezes por dia, a maré entra e sobe dois metros, senão três metros. A maré entra na região tanto pelo Canal Norte como pelo Canal Sul, embaixo do Marajó, o Tocantins e outros rios, e adentra até atrás do Marajó.É um esquema de pulsação que eu fico imaginando que a escala de um desastre de derramamento de óleo, de explosão da exploração, como aconteceu no Golfo do México, pode ter uma distribuição gigantesca por causa desse fluxo de maré. Ela vai impactar não só grandes regiões de manguezais na costa do Amapá e na costa do Salgado, que são viveiros da ecologia pesqueira da região, como vai se penetrar ali por todas as cidades, igarapés e rios, onde as pessoas dependem da água para tudo e onde toda a economia funciona em torno da água.Eu tenho a preocupação em particular pelo tipo de risco, que é muito diferente dos tipos de risco que se tem em outras plataformas costeiras isoladas, por exemplo. Eu acho que ali na região você tem esse risco acentuado.Você, como antropólogo, tem acompanhado o aumento dessas pressões humanas sobre a Amazônia e os seus recursos nas últimas décadas. Em paralelo, as pesquisas climáticas sobre o ponto de não retorno da floresta alertam sobre o grande risco que ela já corre. Que futuro você visualiza para a Amazônia? Consegue olhar para frente com otimismo?Eu tento ter pelo menos o que eu chamo de otimismo crítico. Eu tenho um olhar otimista na floresta porque eu trabalho no chão, com comunidades, com associações, com cooperativas e com organizações que estão lá lutando e fazendo a diferença, e conseguindo resultados no dia a dia. Eu nem me sinto numa posição de não ter esperança.Quando pessoas que estão enfrentando situações muito difíceis, muito mais carentes, estão lá buscando soluções e buscando caminhos para a região, eu me sinto privilegiado de poder ver, acompanhar e participar. E isso me dá essa energia, me dá um encorajamento de que, sim, nós temos soluções para Amazônia.As soluções já estão lá. Em muitos casos, a gente precisa abrir a copa da floresta, ver essas soluções e dar força para que elas ganhem mais escala, que saiam daqueles, em muitos casos, nichos isolados, numa paisagem cercada de tudo que é contrário, para ser parte dominante dessas paisagens.Sobre o ponto biofísico de inflexão, é uma realidade que está se aproximando muito rapidamente da região, que vem dessa coevolução de forças ocupando a paisagem e que hoje estão tendo fricções umas com as outras. Acontece que esse processo de ocupação foi não só criando áreas abertas imensas, quebrando a chamada bomba d'água da floresta e do clima da Amazônia. Isso volta ao ponto que eu estava falando, da importância de a gente pensar numa Amazônia pela conectividade. É restaurando áreas, e eu acho que a gente tem que privilegiar a conectividade dos rios e a saúde deles, que conectam esses vários sistemas de uso e governança da terra, buscando restaurar a fragmentação da floresta também.Tem oportunidades de se buscar uma restauração mais produtiva. A improdutividade da maioria dos pastos da região é o dominante na região. Boa parte dos 60% de áreas desmatadas que estão em pasto são extremamente improdutivas. A gente recentemente fez uma análise desses pastos, onde a produtividade por hectare chega a ser uma cabeça por hectare, às vezes menos. As melhores estão em 1,4 ou 1,5 por hectare. São terras extremamente improdutivas que têm valor como terra, e que também podem ser sujeitos a transições que a levem a ser mais produtivas.Também precisa que se regenere áreas, que se cumpra a lei de áreas de preservação permanente. Tem muitos caminhos que podem reconciliar esses esforços, mas eu acho que antes de tudo, a gente precisa garantir os avanços que foram feitos: garantir a integridade das áreas indígenas, das reservas extrativistas, das áreas protegidas, das áreas de usos sustentáveis, que hoje estão extremamente ameaçadas.

Expresso - Expresso da Manhã
A união na Europa só não é total porque há Órban, o fiel escudeiro de Putin e Trump

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Mar 7, 2025 13:38


O Conselho Europeu reuniu em Bruxelas e discutiu o plano de investimentos militares da Comissão. Em relação à Ucrânia, recebeu Zelensky e reafirmou-lhe total solidariedade. Foi uma União a 26, porque o 27º preferiu ficar de novo ao lado de Trump e de Putin. Neste episódio, conversamos com a correspondente da SIC e do Expresso em Bruxelas, Susana Frexes.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Morning Call BTG Pactual digital
Decisão de juros na Europa e dados nos EUA - Morning Call BTG - Bruno Henriques e Vitor Melo, CFA

Morning Call BTG Pactual digital

Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 19:07


O melhor ativo é sempre a boa informação!Quer receber as informações do Morning Call diretamente no seu e-mail? Acesse:⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://l.btgpactual.com/3XveQTn⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Meio Ambiente
Movimento anti-ESG ganha impulso nos EUA sob Trump e ameaça influenciar empresas pelo mundo

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 20:02


Nos últimos anos, a polarização política nos Estados Unidos levou ao surgimento de um movimento organizado contra as práticas ESG, sigla em inglês para critérios ambientais, sociais e de governança nas empresas. A determinação do presidente Donald Trump em desmantelar a política americana para o meio ambiente impulsiona essa onda – que pode influenciar fundos de investimentos e companhias pelo mundo. Os recuos nas políticas de diversidade de grandes empresas americanas, como Meta e Google, ilustram o quanto a agenda “antiwoke” ganha espaço na maior economia do mundo. O impacto nos objetivos de descarbonização ainda é incerto, mas os investidores têm sofrido pressões crescentes dos republicanos para se afastarem de projetos com viés ambiental marcante."Alguns estados estão processando empresas que têm práticas de diversidade e inclusão, por dizerem que são discriminatórias ou de racismo reverso. Então a empresa, em um contexto em que isso pode se tornar ilegal e ela pode sofrer um processo judicial, retira essas práticas”, constata Gustavo Loiola, professor de Sustentabilidade na FGV e PUC-PR, entre outras instituições, e gerente de projetos no PRME, iniciativa da ONU voltada para educação executiva. Fundos de investimentosEm 2024, a coalizão de acionistas Climate Action 100+, que exige balanços climáticos completos das companhias mais emissoras de CO₂, registrou uma fuga em massa de gigantes do capital financeiro, como JP Morgan Chase e BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo. Após a posse de Trump, as principais coalizões americanas de investidores engajados pela neutralidade de carbono sofreram uma debandada de seus financiadores, inclusive europeus.Loiola nota que o termo ESG é, na origem, uma sigla do meio financeiro para direcionar investimentos, portanto está atrelado à percepção de risco das empresas. Na medida em que entrou no furacão da radicalização política nos Estados Unidos, passou a ser um alvo – ao ponto que muitas empresas hoje escolhem esconder as suas políticas de ESG, no que é apelidado como greenhushing."A meu ver, tem muito mais um debate político de anti-ESG do que de estratégia, de empresas mudando ou deixando de lado as suas estratégias. Eu não acho que vá acontecer no Brasil como nos Estados Unidos, onde tem um movimento estruturado, um lobby que influencia muito”, avalia. “Lá teve um escalonamento, impulsionado pelas questões políticas, e quando a gente olha o investidor americano, que é mais voraz, ele não quer polêmica. Se estão falando muito sobre um termo de forma ruim, que impacta a reputação, ou um grupo de investidores, ou uma audiência específica, o investidor retrai o seu investimento para evitar prejuízos.”Agronegócio não poderá ignorar sustentabilidadeApesar do peso dos meios conservadores na economia brasileira, o país não parece embarcar na onda anti-ESG americana, avalia Loiola. Ele nota que as companhias têm voltado a preferir o termo “sustentabilidade” em vez da sigla ESG."É diferente do que a gente via há dois ou três anos: todas as comunicações das empresas eram só sobre ESG, todo mundo anunciando compromissos de net zero, compromissos raciais e sociais. Hoje a gente vê menos isso, mas ainda é bastante sólido”, afirma o especialista.Ele explica que o mercado financeiro do Brasil é mais fechado, focado no nacional. Além disso, a economia brasileira é menos diversificada, com forte dependência da produção e exportação agropecuária – setores em que os critérios de sustentabilidade estão cada vez mais rígidos, principalmente no comércio internacional."Não tem como não falar de clima dentro do agronegócio. O produtor rural é o primeiro a sofrer com a escassez ou o excesso de chuvas e as mudanças climáticas, que acabam afetando a produção”, salienta. "Impacta também o setor financeiro, que oferece crédito para o agronegócio. O risco do setor financeiro em emprestar se torna maior, então é ilógico não olhar para esses temas."Neste sentido, o país tem buscado desenvolver a sua atratividade e explorar a sua vantagem de potência socioambiental, como a recente lei de regulação do mercado de carbono e a política nacional para estimular a bioeconomia.Petroleiras recuam nas renováveisPor outro lado, o plano de abertura de novas frentes de petróleo, ao norte do país, pode ser um sinal da influência do contexto americano no cenário internacional sobre as energias fósseis.Na Europa, grandes petroleiras como Shell e BP diminuíram suas ambições climáticas: a primeira desistiu de projetos de energia eólica offshore, biocombustíveis e hidrogênio, e a segunda vai voltar a se concentrar no petróleo e no gás, com aumento de 20% dos investimentos para a produção de ambos.Em fevereiro, atendendo a exigências dos acionistas, a BP anunciou que recuou no seu plano de ser exemplar nas energias chamadas de transição – a gigante britânica amputou o orçamento do setor de renováveis até o fim da década.Leia tambémPacto para a Indústria Limpa da UE visa botar produção ‘made in Europe' no foco da descarbonização

Ideias Feitas
"Os "putinistas" que mandam na Europa"

Ideias Feitas

Play Episode Listen Later Mar 3, 2025 5:35


Alberto Gonçalves comenta as relações da Europa com Vladimir Putin e o regime russoSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Boa Noite Internet
Fantasia de carnaval

Boa Noite Internet

Play Episode Listen Later Feb 28, 2025 15:44


No ano em que cada mês parece ter 3000 dias, chegou o carnaval. Exceto nos lugares que já têm blocos e festas desde a virada do ano. Quem sou eu para julgar? Esse é o assunto de hoje, mas antes…Recadinhos➡ Estou publicando cris dicas em geral — mas normalmente livros — no meu canal do Instagram e no site crisdicas.com.br. Algumas indicações podem ter link de afiliados para eu ganhar uma comissão, mas todas são sinceras.➡ Não se esquece do nosso Discord, o melhor canto da Internet. O mais novo canal é o #comidinhas, onde o Robinho Bravo meio que ressuscitou o Coisas da Rua e todo mundo dá dicas de restaurantes e receitas.➡ Amanhã começa a nova fase do Clube de Cultura do Boa Noite Internet, com o livro Nação Dopamina.➡ Depois do carnaval, vou abrir a nova turma do Apresentashow, meu curso ao vivo que vai te ensinar a fazer apresentações no trabalho que são um espetáculo. Já deixa seu e-mail na lista de espera para ficar sabendo antes de todo mundo. Como sempre faço, vou dar sessões de mentoria grátis para as primeiras 10 pessoas que se matricularem.O Boa Noite Internet é uma publicação apoiada pelos leitores. Para receber novos posts e apoiar meu trabalho, cadastre-se em uma assinatura gratuita ou paga.Qual vai ser sua fantasia de carnaval?Quando eu era criança, eu tinha uma boa relação com o carnaval — tirando a parte de que meu aniversário muitas vezes era “atrapalhado” pela data. Porque… né? Carnaval! Verão, música, todo mundo alegre. Tentar ficar acordado para ver os desfiles na Globo, ser mandado pro quarto quando começavam as transmissões dos bailes de clube. Ir nas versões infantis destes bailes fantasiado de policial americano. Fora que a semana de carnaval era mais uma desculpa para ir encontrar a primalhada em Miguel Pereira e só curtir a vida mágica dos anos 1970 e 80.Na adolescência, me achei O Inteligentão quando entendi a conexão entre carnaval e quaresma. Não era a páscoa que vinha 40 dias depois do carnaval, mas o carnaval que acontecia 40 dias antes da páscoa. A festa era a despedida dos prazeres antes do período de abstinência radical. Foi assim que virei o adolescente chato que dizia: “Sabia que o carnaval é uma festa religiosa?” Já sou palestrinha desde cedo, como vocês podem ver.Até que, não tem tanto tempo assim, entendi que o carnaval não é só uma despedida da farra antes do jejum, é mais que a famosa “festa de Baco”. É um momento em que estamos autorizados a experimentar identidades diferentes das dos outros 360 dias do ano. De deixar de “ser” para somente “estar”.Sempre me chamou a atenção a contradição de o mesmo homem que seria considerado menos masculino (a maior desgraça possível na nossa sociedade) por usar uma camiseta rosa no trabalho poder sair de Sabrina Sato completa no bloco e ninguém questionar. Na quarta-feira, a fantasia volta para o armário (ou direto pro lixo), assim como a mudança. O que aconteceu no carnaval, acaba no carnaval.Ou uma pessoa com quem me relacionei no século passado, que hoje entendo que era uma das figuras mais conservadoras que já conheci. Mas que contava com orgulho como adorava sair em trio elétrico cheirando loló e competindo com as amigas pra ver quem beijava mais. E tudo bem, não havia conflito nem hipocrisia. É só carnaval.O carnaval não é só a festa da bebida ou da pegação — mas se quiser, pode. É o festival do “viva outras vidas”, materializado nas fantasias, só que muito mais do que “eu sou o Superomi”.Essa ideia de troca de papéis é antiga. Em Roma, séculos antes de Cristo, a Saturnália já promovia uma inversão social temporária. Durante esta festa, celebrada no solstício de inverno (a época do Natal, que também foi influenciado pelo festival de Saturno), os romanos suspendiam as regras da sociedade. Escravos e senhores trocavam de lugar — não só simbolicamente, mas em aspectos práticos da vida. Os escravos podiam comer à mesa com seus senhores, vestir suas roupas, falar sem restrições e até dar ordens. Os senhores os serviam. Lojas, escolas e tribunais fechavam. Guerras eram interrompidas.Os romanos usavam o pileus — um chapéu cônico que simbolizava a liberdade — e trocavam presentes simples como velas e pequenas estatuetas. As ruas se enchiam, a cidade inteira se entregava a banquetes, bebedeiras e jogos de azar, normalmente restritos. Um “rei da folia” era escolhido por sorteio para presidir o caos festivo.Quando o cristianismo virou a religião oficial do império, a igreja tentou substituir essas festas pagãs por celebrações em nome de Jesus, mas o espírito de inversão social já estava enraizado na cultura. Assim, o desejo humano de escapar temporariamente das regras encontrou novos caminhos, novos nomes e novas datas no calendário, mesmo na própria estrutura eclesiástica. Na Europa medieval, a mais famosa destas festas foi a festum fatuorum, a “Festa dos Tolos”, celebrada por clérigos em igrejas da França. Durante um dia, os padres de menor hierarquia zombavam de seus superiores, escolhiam um “Bispo dos Tolos” e realizavam paródias de cerimônias religiosas. Não só o sagrado virava profano, o sério se transformava em cômico.Existia também a Festa do Asno (festum asinorum, porque tudo fica mais católico em latim), onde um burrico era levado para dentro da igreja e celebrado como figura central, em homenagem ao corajoso animal que carregou a Sagrada Família na fuga para o Egito. Ao final da missa, em vez de dizer “vão em paz”, o padre zurrava três vezes, e o público respondia também com zurros no lugar do tradicional “amém”. A Igreja acabou proibindo as duas celebrações nos anos 1400, mas a ideia de um período de licença social não desapareceu.O nosso Rei Momo é a personificação moderna desta tradição de troca-troca. Ele não é o rei de verdade, mas por quatro dias recebe as chaves da cidade e instala seu reinado temporário. A confusão começa, a ordem é invertida, a zoeira impera. A origem do personagem está em Momo, deus grego da zombaria e do sarcasmo, o primeiro sarcasticuzão, sempre pronto pra apontar defeitos, mesmo nos outros deuses — que levou, ora ora, à sua expulsão do Olimpo. Quando a figura chegou ao Brasil no século 19, a ideia era coroar um homem gordo, bonachão, comilão e beberrão para simbolizar os excessos permitidos naqueles dias. É o anti-rei perfeito, que governa não pela austeridade, mas pela permissividade. A escolha do Momo carioca é evento oficial da prefeitura.E tem que ser. A coroação do Rei Momo é um ritual carregado de significado. O prefeito entrega as chaves da cidade ao rei da folia, numa encenação que diz algo como: “O poder real fica suspenso. Agora quem manda é a festa.”Em um mundo cada vez mais centrado na identidade, o carnaval é a hora de ser quem você não é, em uma sociedade que, ali, não funciona mais nas regras anteriores. Mas nem todo mundo se aproveita disso e fica preso nos seus personagens. É por isso que tenho uma leve implicância com um bloco de São Paulo que só toca “punk e rock pesado” (em ritmo de carnaval). Porque seus fundadores não querem ouvir essas “músicas chatas”, sejam elas marchinhas, sambas ou Ivete. Era pra ser inclusivo, achei só preconceituoso.Se o carnaval é o momento de dissolvermos nossas identidades para tentar outras experiências, toca Arerê sim, pô! Deixa os Ratos de Porão pro resto do ano. Mas tudo bem, sábado pularemos lá, porque carnaval também é estar com a nossa galera. Tenho até amigos que são roqueiros.Toda essa história de inversão da ordem se encaixa com o cristianismo ser considerado “a religião do perdão”. Jesus morreu pelos nossos pecados. Jesus existe para perdoar nossos pecados. E o carnaval é o maior perdão do ano. Enquanto aquela prefeita do Maranhão quer trocar o carnaval por um evento gospel (parece que vai rolar mesmo), dá para tentar ver o feriado não como uma contradição aos valores cristãos, mas seu complemento necessário. E se a reza ficasse pra, sei lá, pensando alto aqui, os 40 dias depois do carnaval? Desruptei agora, diz aí.Mas calma. Carnaval não é bagunça. É o famoso “se combinar direitinho…”, mas tem que combinar. Quando eu era um garoto juvenil, comecei a namorar uma menina poucas semanas antes do carnaval. Ela já estava com viagem marcada para a Região dos Lagos e, quando nos encontramos na quarta-feira, tinha um cara na porta da casa dela. Foi o primeiro “é meu primo” da minha carreira. Tudo bem, eu sobrevivi. Era só ter combinado.Então, apesar de todo esse papo de inversão, o carnaval também tem que ter muito respeito. Não é porque na quarta-feira tudo está perdoado que você vai beijar quem não quer ser beijado, ou abusar do espaço do amiguinho. Fantasia não é salvo-conduto. “Não é não” segue valendo. A inversão de papéis funciona ao haver consentimento de todas as partes envolvidas.O que me traz de volta ao cara que se veste de mulher no carnaval, mas não “vira gay” no resto do ano. A questão não é tão simples quanto parece. Ele pode se vestir de mulher, de indígena ou de qualquer fantasia sem consequências de longo prazo. A quarta-feira chega, ele volta ao terno, à vida normal, ao privilégio. O mesmo não acontece no sentido inverso, né? Eu fico aqui imaginando uma cena de carnaval onde um cara vestido de mulher é assediado por uma mulher vestida de homem.O carnaval é uma tentativa de quebra das relações de poder, mas essas relações continuam existindo, é claro. O cidadão romano sabe que não virou escravo para sempre. É só brincadeirinha. Idolatramos drag queens e pessoas trans por quatro dias para, logo depois, voltarmos a uma sociedade que as marginaliza. Vivemos no país que lidera o ranking de assassinatos de pessoas trans.Lá atrás, o carnaval era um jeito dos reis e papas dizerem “aproveitem aí, acreditem que vocês agora estão no poder”. Será que mudou? O negro vira estrela da TV, a mulher vira rainha (da bateria), o morador da comunidade é destaque do samba-enredo. Até mesmo o contraventor que financia a escola é aplaudido na avenida. Ali pode, depois volte para onde você veio, por favor.Se é assim, o carnaval é uma verdadeira quebra ou só uma válvula de escape que mantém tudo como sempre foi? O historiador russo Mikhail Bakhtin dizia que o riso e a festa podem ser subversivos, mas também podem servir para reforçar o sistema. A inversão temporária alivia as tensões sem ameaçar a estrutura. Se sabemos que tudo volta ao normal na quarta-feira, não há perigo real de mudança. A transgressão é permitida porque é passageira. Visto assim, o carnaval é uma festa de inversão de papéis e, por isso mesmo, um ritual de aceitação do resto do ano.Quem acompanhou o Clube de Cultura de “A crise da narração”, vai lembrar de Byung-Chul Han contando que antes da chegada do “storyselling” os feriados tinham função narrativa, contavam uma história coletiva. Hoje, viraram só mais uma data para o consumo, o próximo presente a ser comprado. Será que o carnaval é a última das festas que ainda carrega um significado, ou também virou só “vou beber muito”? Para mim, parte da resposta está em todos os “pré-carnavais” e “carnaval fora de época”. Não há calendário nem ritual, só uma balada temática.Mas esse não é o assunto de hoje. Só quero dizer o seguinte: aproveite o carnaval para tentar ser quem você não é. Pense no que a palavra fantasia pode significar. Nem que seja algo simples como “menos crítico comigo mesmo” ou “não ficar pensando no amanhã”. Imagine possibilidades. Talvez o você do carnaval tenha alguma coisa pra ensinar ao você do resto do ano. De um jeito ou de outro, tudo se acaba na quarta-feira.Por hoje é sóCuidem de si, cuidem dos seus. Mais que tudo, divirtam-se. Até a próxima.crisdias This is a public episode. If you'd like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit boanoiteinternet.com.br/subscribe

Debate Africano
Extremismo na Europa

Debate Africano

Play Episode Listen Later Feb 28, 2025 53:08


Como fica a Comunidade Africana

Expresso - Expresso da Manhã
Ter um Tesla é como ter um boné vermelho MAGA com rodas? Vendas da Tesla caem a pique na Europa

Expresso - Expresso da Manhã

Play Episode Listen Later Feb 26, 2025 15:16


Vendas da Tesla na União Europeia caíram para metade em janeiro face ao mesmo mês do ano passado. Esta queda acontece numa altura em que as vendas globais de carros eléctricos continua a crescer mas, ao mesmo tempo, estão a degradar-se as relações atlânticas muito por responsabilidade de Elon Musk, com apoio à extrema-direita europeia. Neste episódio, conversamos com o jornalista João Miguel Salvador.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Saindo da Bolha
#66 - SDB FLASH - Uma Nova Definição de Democracia na Europa

Saindo da Bolha

Play Episode Listen Later Feb 17, 2025 21:07


Está triste que o Brasil é uma republicana bananeira? Então tome 4 casos europeus para você não se sentir tão sozinho assim no mundo!  === Pois é! Saiu a primeira versão impressa de um dos nossos e-books!  o/   O “Manual do Guerrilheiro Anti-Woke”, agora se chama “O Que É a Cultura Woke e Como Combatê-la”!   Você pode comprar um exemplar nos seguintes locais: Livraria PH Vox: https://livrariaphvox.com.br/o-que-e-a-cultura-woke-e-como-combate-la Amazon: https://www.amazon.com.br/que-cultura-Woke-como-combat%C3%AA/dp/6585676106/   Mercado Livre: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-5094839498-o-que-e-a-cultura-woke-e-como-combat-la-_JM   ===   Contribua pelo Pix Silikast: 1f28519c-9458-46ad-b5bb-429fb366229e    

Futebol no Mundo
Futebol no Mundo #422: Especial fechamento da janela de transferências na Europa

Futebol no Mundo

Play Episode Listen Later Feb 4, 2025 117:13


Alex Tseng, Ubiratan Leal, Leonardo Bertozzi e Gustavo Hofman acompanham em tempo real o fechamento da janela europeia. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices