Histórias para ouvir lavando louça

Follow Histórias para ouvir lavando louça
Share on
Copy link to clipboard

Histórias reais, de gente como a gente, para você ouvir e se inspirar enquanto da uma geral na sua cozinha. Um podcast do ter.a.pia!

ter.a.pia


    • May 1, 2025 LATEST EPISODE
    • weekly NEW EPISODES
    • 20m AVG DURATION
    • 205 EPISODES


    Search for episodes from Histórias para ouvir lavando louça with a specific topic:

    Latest episodes from Histórias para ouvir lavando louça

    Ela foi abandonada pelo marido e conseguiu sobreviver vendendo artesanato

    Play Episode Listen Later May 1, 2025 8:37


    Aniete chegou em Tietê com o filho pequeno, uma mala de roupas e uma TV de 14 polegadas. O companheiro decidiu itr embora, deixando para trás uma mulher negra, mãe solo, sem apoio, em uma cidade nova.Ela tinha medo, fome e a responsabilidade de proteger o filho, que não conseguia se desenvolver como as outras crianças. Mas também tinha algo que não se compra: fé em si mesma e a certeza de que um dia o sol voltaria a brilhar.Enquanto o filho Xavier enfrentava o preconceito e a falta de diagnóstico, ela batalhava por um sustento que não vinha.A bicicleta foi seu principal meio de transporte. Entre idas à creche, supermercados e os muitos empregos que não duravam, ela passava por confecções que despejavam tecidos nas calçadas.Foi assim que ela começou a produzir bonecas abayomis. Em um momento de cansaço, ela recolheu os tecidos descartados e decidiu tentar. Com suas mãos, deu vida à primeira boneca.As pessoas começaram a comprar. O artesanato virou sustento. A mulher que um dia só tinha uma alface para o filho comer, agora começava a sonhar com independência.E mesmo com a dor de uma depressão severa que enfrentou em 2018, ela transformou tudo isso em palavras. Em uma tarde, nasceu “Abayomi, a menina de trança”, seu livro infantil.Na história, Abayomi precisa replantar o último girassol do mundo. Era o que Aniete fazia também, replantava a esperança dentro de si.Hoje ela vende suas bonecas e livros com as histórias que escreve. Quer crescer como artista e como pessoa, mas também quer puxar outras mulheres com ela.Porque, mesmo com tantas ausências, também encontrou pessoas que a acolheram em seu caminho. Pessoas que acreditaram quando tudo parecia perdido.No fim, Aniete costurou sua própria história e agora, com Xavier ao lado e a literatura como guia, ela segue acreditando que ainda há muita luz pra florescer.Link do livro da Aniete: https://amzn.to/3YqA9pd

    Fui embora com o circo depois de me apaixonar pelo motoqueiro do globo da morte

    Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 22:12


    Depois de três anos vivendo na Bélgica, Moana acreditava ter a vida resolvida ao lado do marido. Até que uma viagem ao Brasil para resolver uma documentação trouxe à tona uma traição: seu marido estava vivendo há 6 meses com outra mulher. Sem chão, ela decidiu recomeçar do zero em Uberlândia, sua cidade natal.No dia que descobriu a traição, Moana foi convencida pela irmã a ir ao circo recém-chegado na cidade. Sem saber, a vida dela começaria a mudar ali. Na portaria, reparou num rapaz vestido de preto que organizava a fila. Era bonito, simpático, e ficou na cabeça de Moana o espetáculo inteiro.Durante a apresentação do Globo da Morte, tentou descobrir se era ele. Confirmou quando os capacetes caíram: era o mesmo rapaz. Na saída, soube que ele já estava comprometido e não levou a história adiante. Mas o destino não se deu por satisfeito.Semanas depois, Moana voltou ao circo com o irmão caçula. Lá, recebeu um recado inesperado: o motoqueiro do Globo da Morte queria seu número. A partir daí, começaram a se falar, saíram para se conhecer melhor e nunca mais se desgrudaram.O começo foi cheio de receios. Moana tinha acabado de reconstruir sua vida e tinha medo de abrir mão de tudo novamente. Mas Luiz, o motoqueiro, se mostrou diferente. Insistiu, acolheu, conquistou. Quando o circo viajava, voltava para vê-la nas folgas. Quando ela podia, ia atrás dele.Poucos meses depois, veio a surpresa: Moana descobriu que estava grávida. Decidiu, então, abandonar de vez a vida fixa e seguir o amor, e o circo! Começou vendendo churros, virou bailarina no picadeiro e encontrou no circo uma nova família.Hoje, Moana vive viajando pelo Brasil, mora num trailer, é mãe e redescobriu uma felicidade que nem sabia que era possível. A mulher que um dia sonhou, do outro lado do mundo, em ter uma vida mais leve, encontrou o seu lar onde menos esperava: sob a lona de um circo.O Oxxo é o parceiro que está apresentando a história da Moana no podcast. O Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http://instagram.com/oxxobrasil. #VemProOxxoRoteiro: Luigi MadormoEdição: Fábio de Azevedo (Nariz)

    Aos 4 anos, ela fugiu de casa para poder sobreviver

    Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 8:28


    Aos 4 anos, a Stefany era obrigada a vender balas no calçadão de Campo Grande, no Rio de Janeiro. Um dia, ela tomou a decisão que mudaria tudo: decidiu que não voltaria mais para casa. Era mais do que uma fuga, era um grito por socorro.Criada pelos avós, depois que a mãe foi internada por ser dependente química, Stefany cresceu em um ambiente instável e perigoso. A avó era sua única referência de proteção. O avô era agressivo, os tios estavam envolvidos com drogas. Na casinha pequena que eles viviam, moravam umas 11 pessoas. Quando ela passava da sala pra cozinha, encostavam nela e a assediavam. E ninguém fazia nada.Sua fuga aconteceu depois da morte da avó. Stefany pegou um ônibus sozinha e foi até a praia. Ela ficou na areia até escurecer, quando vieram dois guardinhas. Ela só dizia que não queria voltar pra casa porque seu avô iria te bater. A partir disso, a vida da Stefany mudou. Ela foi encaminhada a um abrigo, onde começou o difícil processo de adoção.Dos 5 para os 6 anos, ela foi adotada por uma família extremamente amorosa, mas o medo de ser devolvida, de incomodar, se fazia presente. Stefany não falava dos seus desejos. Só anos depois teve coragem de dizer que sonhava fazer aulas de dança ou visitar alguns lugares. A arte foi seu refúgio. A música chegou pelas mãos do pai adotivo, um homem doce, que tocava em asilos e abrigos. Ele a incentivou a experimentar instrumentos até ela se encontrar na viola (pros leigos, é tipo um violino grande). O dia mais esperado era o da sua apresentação com a orquestra da cidade, mas o pai não chegou a assistir. Ele havia partido repentinamente. Ali ela se perguntou se deveria continuar tocando, já que sua maior inspiração se foi.Mas voltou. Com o apoio dos amigos, seguiu estudando e tentando uma vaga na @ojesp_.E conseguiu!A Stefany toca em uma das melhores orquestras jovens do país, na @salasaopaulo_. A música a salvou e a curou de traumas que ela talvez nunca superasse sozinha. Hoje, Stefany segue na música. Sua realização é essa: tocar com amor, como seu pai a ensinou.

    Eu cheguei a pesar 200kg por não aceitar quem eu era

    Play Episode Listen Later Apr 17, 2025 7:12


    Aos 40 anos, Aine finalmente teve coragem de se olhar no espelho e se reconhecer. Antes disso, a vida parecia uma longa espera para morrer. Ela chegou a pesar quase 200kg porque não se aceitava enquanto uma mulher trans. Era como se, inconscientemente, estivesse destruindo o corpo que a sociedade dizia que ela devia ter, mas que ela não suportava habitar.Desde criança, Aine sabia quem era. Aos 6 anos, pediu para experimentar uma sandalinha que a prima usava, e levou uma bronca da mãe. Foi naquele momento que ela entendeu que sua identidade precisava ser escondida. Trancada no quarto, ela se vestia escondida, se olhava no espelho em segredo. Por dentro, sentia-se errada. Mas, no fundo, sabia: ela era uma menina.Com o tempo, surgiram as dúvidas, os desejos, a incompreensão de quem via nela uma amiga, mas nunca um namorado. Foi na internet que ela conheceu sua esposa, e foi com ela que começou a se libertar. Começaram como amigas, viraram namoradas e, em 2007, se casaram. Aine ainda não tinha se assumido, mas Alexandra sempre soube da sua identidade. Dentro de casa, ela já era quem sempre foi.Mas por fora, a dor era grande. A cada ano, o peso aumentava. Dez quilos por ano. Até que um médico disse: "Se você não emagrecer, não chega aos 50 anos." O baque foi tão grande que ela decidiu: precisava cuidar da saúde, não por estética, mas porque queria viver. E viver sendo quem era.Veio a bariátrica, vieram os procedimentos, a terapia, a transição, as cirurgias, o cuidado com a pele, os cabelos, o corpo. Enquanto ganhava vida, Aine perdia privilégios. A fama, que veio com o sucesso de seu canal geek no YouTube, se esfarelou muito rapidamente. Ela, que era convidada por grandes marcas como Netflix, Disney e Paramount, passou a ser ignorada. Bastou um vídeo se assumindo. Mas a internet, que antes a aplaudia, virou as costas: 6 mil inscritos a menos em um único dia. E com eles, os contratos, os convites, o sustento.Mas Aine não se arrepende. Porque hoje, ela vive. Hoje, ela é mãe. Hoje ela é a mulher da sua vida.

    Pichava para esquecer a dor do abuso que vivi na infância

    Play Episode Listen Later Apr 10, 2025 8:41


    Weverton cresceu carregando dores que nem sabia nomear. Criado com os irmãos até os 10 anos, foi separado deles quando os avós se divorciaram. Acabou na casa da vizinha, onde viveu um terror calado: o filho dela, mais velho, o ameaçava e abusava dele.Foi também esse garoto quem apresentou a pichação. E Weverton usou isso como moeda: ameaçou contar tudo se não o levassem pra pichar. Assim nasceu o desejo de escrever nos muros. Primeiro os nomes dos irmãos, por saudade, pra descontar a dor. Depois, veio a paixão real.Mais tarde, reencontrou a mãe, que abominava a arte e o agredia. Apanhava do padrasto também. Na rua, encontrou mais paz do que em casa. Viu nas ruas perto de casa dois grafites assinados por “Gueto” e “Finok”, artistas chamados Rafael. Decidiu que daria ao seu filho esse nome.Casou aos 18, teve dois meninos. Em 2017, tudo desmoronou: a mãe das crianças o deixou. Sem dinheiro, entregou a casa onde morava. No fim era ele, os dois filhos, uma geladeira e uma cama de solteiro.Na pandemia, vivia numa pensão com os dois filhos muito pequenos e faxinava o espaço pra pagar o quarto. Até que um comerciante viu um de seus desenhos e o contratou para pintar a fachada de uma loja. O trabalho garantiu três meses de aluguel. Três meses de aluguel pagos com arte!Aos 30 anos, foi chamado pela Hurley para uma colaboração nacional. Sua arte estaria estampada em roupas vendidas em shoppings de todo o Brasil. Um menino que tomava conta de carro pra comer pastel na feira, agora tinha sua assinatura vendida como arte.Mas seu maior orgulho são Rafael e Guilherme, os filhos que o mantêm de pé. Os dois únicos que estiveram ali em todas as fases. São eles que dão sentido à vida, que impedem que ele caia. O abraço, o beijo de bom dia, o afeto. É disso que a casa dele é feita. Pode faltar tudo, menos isso.Poisé, seu nome artístico, nasceu de um sonho: um primo falecido aparece soltando pipa. No céu, o nome: Poisé. Ele diz que a vida de Weverton mudaria. E mudou.A arte, que tanta gente marginaliza, salvou. Porque quando a nossa vez chega, ninguém segura.

    Joana da Paz: a história real que inspirou o último filme de Fernanda Montenegro

    Play Episode Listen Later Apr 8, 2025 53:20


    Joana da Paz tinha 80 anos quando decidiu comprar uma câmera e filmar, da janela do seu apartamento em Copacabana, o tráfico de drogas que operava ali a céu aberto. O que parecia cena de ficção virou realidade quando suas fitas chegaram à Polícia Civil e, logo depois, às mãos do jornalista @fabiogusmao.Ele se lembra do impacto de ver as imagens pela primeira vez: homens armados passando pela ladeira, e uma voz trêmula, mas determinada narrando a rotina do crime, enquanto pedia por ajuda. Era ela, Dona Joana. A verdadeira história, Fábio entendeu, não estava na rua. Estava dentro do apartamento. Na dor, na coragem, no isolamento de quem decidiu agir quando ninguém mais fazia nada.Por segurança, Joana virou "Dona Vitória" na reportagem. Durante meses, Fábio a acompanhou de perto: café, biscoito recheado e longas conversas. Ela queria ver sua história publicada. Queria justiça. Mas não entendia os riscos. Só aceitou sair do apartamento quando conseguiu vendê-lo. E foi aí que tudo começou: uma grande operação foi deflagrada, resultando em 27 mandados cumpridos, 9 contra policiais.A matéria saiu em 2005 e parou o Brasil. Sem redes sociais, viralizou na imprensa. Joana, ainda anônima, foi entrevistada pelo Fantástico. Disse estar com a alma lavada.Depois, entrou para o Programa de Proteção à Testemunha. Mudou de cidade, reconstruiu sua vida e, mesmo longe, nunca perdeu o vínculo com Fábio. Dona Joana morreu em 2023. E hoje, a história que ela tanto quis contar virou filme, com @fernandamontenegrooficial no papel que Dona Joana sempre sonhou: o dela mesma.A mulher que filmou o crime da sua janela queria ser vista, hoje o Brasil inteiro pôde enxergá-la e agora ela será eternizada pela atuação da Fernandona. Compre o livro que inspirou o filme aqui: https://amzn.to/42tkFmo O Oxxo é o parceiro que está apresentando a história da Joana da Paz no podcast. O Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http://instagram.com/oxxobrasil. #VemProOxxoRoteiro: Luigi MadormoEdição: Fábio de Azevedo (Nariz)

    Ele viveu 12 anos nas ruas e encontrou uma família no ferro velho

    Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 9:11


    Sonhar com São Paulo era sonhar com oportunidades. Mas a realidade foi outra e a rua se tornou a casa do Carioca por duros 12 anos. Entre noites frias e dias de incerteza, Carioca fez um amigo, vizinho de calçada, que lhe ofereceu um caminho para sobreviver: se tornar catador e aprender a garimpar.No ferro velho, ele entendeu que o que chamam de lixo tem valor. Aprendeu a separar, carregar, vender. E ali, entre os montes de material reciclável, encontrou um teto. O dono do ferro velho ofereceu um espaço, um barraco simples, mas seu. O primeiro colchão foi um pedaço de papelão, o travesseiro, um bloco de cimento. Mas ele dormiu tranquilo, protegido pela primeira vez em anos.Foi ali que conheceu Jo. A menininha vinha todo dia, levando o almoço de quem trabalhava no ferro velho. No meio das idas e vindas, os dois criaram um vínculo. Até que um dia, com a pureza de uma criança, a Jo olhou para o Carioca e disse: “Se eu tivesse um pai, queria que fosse igual a você.”Aquela frase virou uma chave. Ele, que tinha se acostumado a sobreviver, sentiu a responsabilidade de ser referência. Mas a aproximação não passou despercebida. A mãe de Jo estranhou o quanto a filha falava sobre aquele homem chamado Carioca. Ele foi até a casa dela, explicar que estava certa em se preocupar com a filha.Só que a amizade entre o Carioca e a mãe da Jo foi crescendo. A amizade virou carinho, o carinho virou amor. E assim ele teve a chance de construir uma família.Mas o sentido da sua vida não parou ali. Em 2002, soube que a prefeitura apoiaria grupos organizados de catadores. Com outros 46 trabalhadores, formaram uma cooperativa. Hoje, sua cooperativa tem 352 cooperados, seis unidades, um centro escola. Mais do que coletar e separar materiais, formam e qualificam pessoas, resgatam jovens antes que a criminalidade os adote, dá oportunidade a quem saiu do sistema prisional, a quem envelheceu e o mercado de trabalho descartou.O Carioca entende que os catadores salvam o planeta diariamente. Mas, acima de tudo, salvam uns aos outros. E foi assim que ele encontrou seu lugar no mundo: no amor de uma filha, no encontro com sua esposa e no trabalho que dá dignidade a tantos. Porque, quando se faz algo com verdade, tudo encontra seu caminho.

    O dia que a médica que ensina a morrer se despediu da própria mãe

    Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 4:34


    Como médica paliativista, Ana Cláudia viu de perto o fim de muitas histórias, ajudou a aliviar a dor de quem partia e acolheu famílias no momento mais difícil. Mas nada a preparou para a despedida de sua própria mãe.A mãe dela havia passado por muitas perdas. O marido, uma filha… O luto foi se acumulando e, junto com ele, uma tristeza profunda que aos poucos foi tirando o brilho dos olhos dela. Vieram as quedas, o desequilíbrio, os sinais de que o corpo começava a se render. Foi quando Ana sugeriu que ela fosse para a casa de repouso onde trabalhava. Um lugar com fisioterapia, missa semanal, outras pessoas para conversar. A mãe disse sim.O tempo lá trouxe uma melhora, mas não impediu o avanço da esclerose lateral amiotrófica. A mãe começou a engasgar, a se atrapalhar com os próprios movimentos. Em uma visita, Ana a encontrou fazendo as unhas, arrumando o cabelo, mas no sábado seguinte, de manhã, a respiração ficou difícil. Ana não estava presente, mas percebeu que era chegada a hora e pediu à filha para dizer à avó que ela estava a caminho.Chegou no quarto e encontrou a mãe cercada pela família, deitada na cama, serena. Tocou na mão dela e sussurrou: "Mãe, cheguei". A mãe abriu os olhos, puxou um último ar, sorriu… e partiu.Dez minutos se passaram, e o médico, que um dia foi aluno de Ana, revelou que algo incomum havia acontecido. A mãe dela já não respirava fazia 10 minutos, mas todos ali concordaram em esperar. Ninguém a tocou. Todos ficaram em silêncio, em respeito ao tempo da filha que ainda não havia chegado. E então, quando Ana entrou no quarto e chamou, a mãe voltou. Só para se despedir.Se Ana pudesse desenhar essa cena, ela imaginaria sua mãe atravessando um túnel, com o pai e a filha esperando do outro lado. Prestes a ir, escutaria a voz da filha chamando. E, por um instante, interromperia a travessia. "Só um minutinho", diria. E voltaria, só para deixar à filha o último presente: um sorriso.

    Meu marido desapareceu na fronteira dos EUA e nunca mais retornou

    Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 10:41


    A vida de Razan nunca mais foi a mesma desde que o marido partiu para os EUA e desapareceu na travessia.Desde então, tudo pesa sobre os ombros dela: três filhos para criar sozinha, um pequeno restaurante que abre aos fins de semana e a luta diária para pagar as contas, fora o fato de não ter tido oportunidade de se despedir. Mas Razan já sobreviveu à guerra na Síria. Ela sabe que não pode parar.A Síria se tornou inviável para viver, então fugir não era escolha, era necessidade. Mesmo Razan não querendo, o plano era ir para a França com o marido. Os dois não tinham filhos ainda.Mas no aeroporto, no Líbano, os sírios foram impedidos de embarcar. Tudo que tinham foi perdido naquelas passagens. Sem saída, o marido encontrou um destino inesperado: o Brasil. Razan não queria vir. Não falava português, não conhecia ninguém. Mas não havia opção.A adaptação foi dura. Um dia, sem geladeira suficiente para guardar a comida que preparou, uma vizinha sugeriu que vendessem. No final do dia, Razan tinha dinheiro na mão e uma esperança nova. Ali ela começou a cozinhar, postar nas redes sociais e, pouco a pouco, conseguiu clientes. Quando abriu a garagem para vender seus pratos, uma fila se formou na porta de casa. Pela primeira vez, ela sentiu que poderia recomeçar.Mas então veio o golpe. Seu marido decidiu ir para os EUA visitar a família. Tentou o visto, mas foi negado. Escolheu a travessia ilegal. A última ligação veio quando ele estava perto da fronteira. Mostrou o rio que atravessaria. Disse que ligaria em dez minutos. E nunca mais ligou.Foram 54 dias de desespero. O celular nunca saía da mão. Qualquer barulho de notificação era um salto no peito. Até que veio a confirmação: ele morreu e foi enterrado com outros 18 em uma cova coletiva, sem nome, sem despedida.Desde então, tudo recai sobre ela. O restaurante ainda abre, mas as contas não fecham. Porque agora, tudo depende dela. Razan não quer ser engolida pela tragédia. O sonho dela continua. Porque cozinhar sempre foi o que a manteve de pé.Para ajudar a Razan, você pode frequentar seu restaurante de comida árabe, que fica na Rua Dr Mário Vicente, 379, Ipiranga. O restaurante funciona aos fins de semana. Para reservas e pedidos, mande uma mensagem no Whatsapp 11 99880.8496.

    Perdi 22 anos de memória por causa de 5 vírus no meu cérebro

    Play Episode Listen Later Mar 13, 2025 7:51


    Com 22 anos, Leticia perdeu toda a memória da sua vida. Como se sua própria história tivesse sido apagada, ela não reconhecia as pessoas, lugares ou sequer a própria imagem em fotografias. Era como se estivesse começando do zero, sem referências, sem um passado.Leticia convivia com alergias severas, mas a situação piorou. Um dia, ela sentiu as pernas ficarem geladas, os sintomas se intensificando, e ela foi levada ao hospital.Durante a internação, ela comeu algo que não podia e seu corpo reagiu violentamente. Parada cardíaca. Fechamento da glote. Uma dor insuportável. Os órgãos foram falhando um a um. Leticia ficou acamada, sem mobilidade, sem controle sobre o próprio corpo.Quando o caso dela parecia não ter solução, um médico alemão apareceu, e em dez dias de tratamento, ela voltou a andar. Mas o mais impressionante veio depois: exames revelaram vários vírus incubados em seu cérebro – meningite, dengue, rubéola, sem conta os fungos. Mas ela acordou sem memória de um dia para o outro? Não. Os esquecimentos vieram aos poucos. Nomes citados por sua mãe pareciam desconhecidos. Pessoas próximas se tornaram estranhas, até mesmo sua mãe. Sua própria imagem no espelho era de uma desconhecida.Forçar a memória trazia dores de cabeça, então ela desistiu de lembrar. Decidiu aceitar. Sem passado para guiar suas escolhas, decidiu construir algo novo. Foi aí que ela descobriu uma facilidade para aprender idiomas. Aprendeu alemão em cinco meses para agradecer ao médico que a ajudou, e seguiu estudando outros.Com medo de esquecer tudo o que construiu novamente, Leticia passou a se apegar a pequenos detalhes e começou a registrar tudo em vídeo, de pequenas anotações a qualquer coisa que garantisse que, se um dia tudo sumisse de novo, ao menos o presente estivava documentado.Hoje ela celebra cada momento. Cada encontro. Cada aprendizado. E se um dia a memória falhar de novo, ela já sabe: o que importa é viver. Criar memórias novas e melhores.

    Julieta: a cachorra que me ensinou a ser pai

    Play Episode Listen Later Mar 12, 2025 27:26


    Leandro nunca quis ser pai. Era uma decisão resolvida, algo que ele nunca havia questionado. Até que Julieta, uma golden retriever, chegou. Mas calma, não é uma história sobre pai de pet… não só.Depois de um tempo estudando sobre cachorros, Leandro foi visitar um canil e foi escolhido por Julieta, que se tornou sua cãopanheira inseparável. Os dois viajaram juntos, compartilharam momentos felizes e desafiadores. Quando ela tinha 7 anos, veio o primeiro susto: câncer. Pela primeira vez, Leandro encarou a possibilidade de perdê-la. Mas a vida ainda lhe reservaria mais provações.Em 2021, seu pai sofreu um acidente e faleceu meses depois. Logo em seguida, Julieta começou a mancar. O diagnóstico: mielopatia degenerativa. A previsão era de 15 a 20 dias de vida, mas ela resistiu por dois anos. Foi nesse período que Leandro percebeu: sua paralisia emocional estava conectada à paralisia física de Julieta. O medo de ser pai, o trauma da infância, a ausência do pai, tudo era refletido nela.Quando finalmente Leandro e sua esposa decidiram tentar, Michelle engravidou na primeira tentativa. Lara nasceu. Três meses depois, Julieta partiu. Ela esperou e, segundo Leandro, essa era a missão da sua cãopanheira. A despedida foi difícil. A eutanásia foi a escolha mais dura que ele já tomou, ainda assim ele sabia que era o certo. Hoje, entende que Julieta não apenas transformou sua relação com a paternidade, mas ressignificou o papel dos animais em nossas vidas.O livro do Leandro você pode comprar aqui: https://amzn.to/3Fmq4TmO Oxxo é o parceiro que está apresentando a história do Leandro no podcast. O Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http://instagram.com/oxxobrasil. #VemProOxxo

    A médica que ensina a morrer com dignidade

    Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 11:27


    Desde pequena, Ana Claudia Quintana Arantes  @acqa  sabia que queria ser médica. Mas crescer em uma família com dificuldades financeiras fazia esse sonho parecer distante. Ainda assim, ela insistiu e conseguiu entrar na USP, um passo que parecia impossível, mas que abriu o caminho para tudo o que viria depois.Foi na faculdade que começou a perceber algo que a maioria dos colegas evitava: a morte. O assunto era tratado como um fracasso, um erro da medicina, algo a ser contornado a qualquer custo. Mas para Ana, essa negação não fazia sentido. Quanto mais ela estudava, mais entendia que a morte não era o oposto da vida, mas parte dela. E foi assim que encontrou sua verdadeira vocação nos cuidados paliativos.Ela começou a trabalhar com pacientes em fase terminal e percebeu algo fundamental. Não era só sobre aliviar dores físicas. Era sobre acolher, ouvir, permitir que as pessoas vivessem seus últimos dias com dignidade. Ana descobriu que a maior parte do sofrimento vinha do medo, do silêncio ao redor do tema, da solidão de não poder falar sobre o próprio fim.Enquanto a maioria dos médicos olhava para a morte como um inimigo, Ana a via como parte do processo. Falava sobre isso com naturalidade, escrevia, dava palestras. Queria quebrar o tabu, ensinar que a morte não precisava ser um momento de desespero, mas sim de significado.A experiência com os pacientes trouxe reflexões profundas sobre a vida. Sobre como gastamos tempo demais preocupados com coisas que não importam e tempo de menos vivendo de verdade. Sobre como postergamos conversas difíceis, como temos medo de dizer “eu te amo” ou pedir perdão. Ela via isso todos os dias, e isso mudou como escolheu viver.Olhando para trás, Ana Claudia não tem dúvidas: escolheu a medicina para salvar vidas, mas aprendeu que, às vezes, salvar alguém significa apenas garantir que seu fim seja tratado com respeito e humanidade.O livro "Cuidar até o fim" da Ana Claudia Quintana Arantes, publicado pela  @EditoraSextanteTV , você pode comprar aqui pelo link: https://amzn.to/3ENHubq.

    Uma travesti presidente de escola de samba

    Play Episode Listen Later Feb 27, 2025 8:55


    Monique Reis fez história ao se tornar uma das primeiras travestis a presidir uma escola de samba, em São Paulo. À frente da @imperatriz_domorro, em Taubaté, ela transformou a quadra da escola em um espaço de acolhimento e resistência, onde cultura e inclusão caminham juntas. Sua trajetória começou dentro de casa, onde sempre teve apoio dos pais para ser quem era. A transição veio acompanhada de um pacto com a mãe: poderia ser quem quisesse, desde que estudasse. E assim foi.Primeira travesti a se formar na Universidade de Taubaté, Monique escolheu o jornalismo como caminho. Mas, na prática, os títulos acadêmicos não garantiram espaço. Passou em provas, foi bem em entrevistas, mas sempre esbarrava na transfobia. Era como se o mundo dissesse que uma travesti não podia ocupar aquele lugar. Sem alternativas, encontrou na prostituição uma forma de sobreviver, como tantas outras. Mas ela não aceitaria que essa fosse a única realidade possível. Se o mundo não abrisse espaço, ela o criaria.Foi assim que surgiu a Imperatriz do Morro. Uma escola de samba onde as funções eram ocupadas por quem sempre foi deixado à margem. A tesoureira era uma travesti. O secretário, um homem gay. A madrinha de bateria, uma drag careca. Mas a Imperatriz do Morro é muito mais que uma escola de samba. É um refúgio. É onde crianças aprendem capoeira, onde senhoras jogam bingo para escapar da solidão, onde jovens encontram um ofício.No barracão, Monique ensina a fazer adereços, a costurar, a criar. A capacitação vem com um propósito claro: garantir emprego. Para muitos, era a única oportunidade de uma vida digna. De segunda a segunda, o ano todo, as portas estão abertas, porque a vulnerabilidade não tem horário comercial.Para Monique, as escolas de samba sempre foram mais do que desfiles. São espaços de resistência, de preservação cultural, de afirmação da identidade negra e periférica. É o povo saindo do morro para mostrar que sabe tocar, cantar e dançar tão bem quanto qualquer um. É a quebra da exclusão, o resgate de uma história que tentaram apagar. E por isso, quando perguntavam se a Imperatriz falaria de orixás, de Exu, de Maria Padilha, a resposta era simples: sempre. Falar sobre o que veio antes dela era uma necessidade, um dever.Defensora das religiões de matriz africana, Monique usa os enredos da escola para resgatar a ancestralidade negra e periférica, desafiando preconceitos e reafirmando a importância do carnaval como manifestação cultural. Foi assim que chegou à Marquês de Sapucaí, no Carnaval de 2025, sendo uma das homenageadas pela Paraíso do Tuiuti, em um enredo sobre Chica Monicongo, a primeira travesti do Brasil. Uma mulher que morreu queimada pela Inquisição por se recusar a negar quem era.Monique sempre soube que sua trajetória não seria fácil. Mas se fosse para ser lembrada por algo, que fosse pela coragem. Não por ser boazinha, nem por ser aceita, mas por transformar vidas. Porque, no fim, o que ela construiu não foi apenas uma escola de samba. Foi um quilombo moderno, onde cada um que cruza os portões encontra um lugar para existir.

    Casamos no hospital duas semanas antes do meu esposo falecer

    Play Episode Listen Later Feb 13, 2025 8:08


    O que você faria se soubesse que o tempo de vida do amor da sua vida está acabando? O Clark viveu essa realidade ao lado de Fabalo, com quem dividiu 4 anos de pura conexão e felicidade antes de serem surpreendidos por um diagnóstico terminal. Os dois se conheceram em um aplicativo, mas logo perceberam que foram feitos um para o outro. Entre os momentos inesquecíveis, a primeira viagem juntos a Porto Seguro marcou o início de uma história intensa. Foi lá que Fabalo pediu Clark em noivado, ao som de "Quando bate aquela saudade", de @rubelrubelrubel. Mas os planos foram atravessados quando Fabalo começou a sentir dores intensas e foi internado com suspeita de hérnia. O que seria uma cirurgia simples, deu lugar uma notícia difícil. Não era hérnia, mas um câncer em estágio terminal. A partir desse momento, a vida do casal se transformou em uma corrida contra o tempo. Clark largou o trabalho para estar 100% ao lado de Fabalo, e juntos decidiram aproveitar cada segundo que tinham. Entre internações e tratamentos paliativos no @hospitaldeamor, eles encontraram espaços para sorrir, amar e viver. Em meio a essa luta silenciosa, a equipe médica sugeriu a ideia dos dois casarem. O amor deles merecia ser celebrado mesmo que o "para sempre" tivesse um prazo terreno. O hospital se transformou em salão de festas: pacientes, enfermeiros e médicos se tornaram testemunhas de uma união que transcendia a dor. Cercados de amor, os dois disseram “sim”. Duas semanas depois do dia mais feliz da vida deles, Fabalo partiu nos braços do Clark, aos 24 anos. A dor da perda foi imensa, mas também veio acompanhada de gratidão por ter vivido um amor tão profundo. Para encontrar um novo significado pra vida, Clark decidiu cursar enfermagem. Cada aula, cada experiência no hospital, é uma maneira de honrar a memória de Fabalo e transformar a dor em cuidado com o outro. Nesse processo de altos e baixos, Clark aprendeu que a morte, mesmo dolorosa, também pode ser uma forma de cura. Revivendo essa história, ele percebe que teve o privilégio de viver um amor que muitos sonham, mas poucos têm a sorte de encontrar.

    Minha esposa apoiou quando eu assumi ser uma mulher trans

    Play Episode Listen Later Feb 6, 2025 5:27


    Carol cresceu ouvindo o pai dizer que se tivesse um filho gay, expulsaria de casa. O medo das ameaças, muitas delas feitas com uma arma na mão, a fez esconder sua identidade de gênero e performar uma masculinidade que não a representava. Dez anos atrás, Carol conheceu Jéssica pelo Twitter. Jéssica tomou a iniciativa, convidando-a para sair. A conexão foi imediata e, com o tempo, Carol percebeu que Jéssica enxergava algo que ela mesma tentava reprimir. Uma frase mudou tudo: "Pessoas cis nunca pensam que são trans. Mas pessoas trans eventualmente pensam que são trans". Quando Jéssica perguntou se ela já havia pensado nisso, Carol respondeu sem hesitar: "Sim, penso todo dia." Duas semanas depois, Carol decidiu que nunca mais sairia de casa sem ser quem realmente era. Em junho de 2021, no Dia dos Namorados, Carolina nasceu. A transição trouxe desafios, incluindo o medo da rejeição e a dúvida sobre conseguir um emprego, mas o apoio de Jéssica foi essencial. Dois meses depois, Carol estava empregada e, finalmente, se sentia viva. O casamento para as duas era um sonho distante até que a @casa1 promoveu um casamento coletivo. Em dezembro de 2023, ao lado de outros casais LGBTQIA+, Carol e Jéssica oficializaram sua união. O evento reafirmou que afeto é um direito, algo que elas vivem todos os dias. Ser um casal lésbico já chama atenção, mas um casal em que uma das pessoas é trans atrai ainda mais olhares. Muitos assumem que são irmãs ou amigas, negando o amor que existe ali. Mas Carol faz questão de afirmar sempre que a Jéssica é sua esposa, sim. Para ela, isso precisa ser dito em voz alta. No fim, o amor que Carol e Jéssica compartilham ultrapassa qualquer olhar alheio. Elas sabem que a luta ainda é diária, mas vivem cada momento com a certeza de que escolheram construir um futuro onde possam ser livres. Porque mais do que resistir, elas existem, e existir com amor é um ato revolucionário. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Gerei a filha da minha amiga

    Play Episode Listen Later Feb 4, 2025 27:12


    A Mariana e a Débora são amigas desde a infância, mas se tornaram mais próximas na faculdade. Após anos tentando engravidar, Débora descobriu um câncer de colo do útero que impossibilitava uma gestação. Mari, sabendo do sonho da Débora em se tornar mãe, não pensou duas vezes: ela se tornaria barriga solidária para realizar o sonho da amiga. Antes de se oferecer para gerar o bebê da amiga, Mariana acompanhou todas as fases da vida da Débora. Namoro, casamento, e depois, o luto silencioso pela maternidade que parecia ser um sonho impossível. Quando a Débora tentou fertilização in vitro com a irmã durante três tentativas, sem sucesso, Mariana e seu marido, decidiram oferecer ajuda. Eles iriam gestar o bebê da Débora. Por não serem parentes, elas precisaram de aprovação do Conselho Regional de Medicina e passaram por um processo burocrático necessário. Quando receberam a autorização, a transferência do embrião foi quase mágica. Mariana sentiu que daria certo, e 15 dias depois, o teste confirmou: Débora e o marido estavam grávidos! Desde o início, Mariana fez questão de reforçar que o bebê era de Débora. Nos exames, nas consultas, ela apenas acompanhava. Em 16 de outubro de 2023, Maria Júlia nasceu e junto nascia a mãe Débora. Hoje, as famílias seguem presentes uma na vida da outra. Maria Júlia cresce cercada de amor e carinho. Mariana se tornou madrinha da menina e reforça que apenas emprestou sua barriga. “Vi meus amigos sofrendo para ter um filho e, se eu podia ajudar, por que não faria isso?" O Oxxo é o parceiro que está apresentando a história da Mariana no podcast e, assim como ela tava ali para a Débora quando a amiga mais precisou, o Oxxo também está sempre pertinho para salvar a gente no dia a dia. Saiba mais em http:/instagram.com/oxxobrasil. O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Fábio Nariz Roteiro: Luigi Madormo

    Dona Jacira: Me livrei de um casamento ruim para reconstruir minha vida

    Play Episode Listen Later Jan 30, 2025 8:15


    Jacira cresceu acreditando que a vida podia ser diferente, mas encontrou barreiras que pareciam impossíveis de passar. O primeiro namoro veio cedo e com ele a violência. O cara passou a persegui-la, a ameaçá-la depois que ela negou se relacionar sexualmente com ele. Foi nessa época que Miguel apareceu em sua vida. Ele era amigo dos irmãos dela e um dia defendeu Jacira do namorado. Naquele momento, Miguel se tornou um príncipe. Com apenas 13 anos, ela decidiu se casar com ele, que tinha 17. Imaginava que o casamento traria liberdade, mas a realidade foi outra. Ele foi se tornando mais um peso, alguém que dependia dela para tudo. As mulheres ao seu redor tinham marcas no corpo, seus maridos tinham outras mulheres e Jacira passou a considerar isso normal. Seus sonhos não tinham espaço naquela realidade. Com 14 anos, Jacira já tinha 2 filhas. O pouco que ganhava mal cobria as necessidades básicas. Foi nessa época que encontrou alívio na música. Rita Lee, Bethânia... Elas cantavam, e Jacira pensava: se alguém canta, é porque existe. Ela queria existir também. Sem perceber, ela passou 8 anos naquela vida. Quando se deu conta, não tinha uma mesa inteira, nem fogão, nem cama. Só o essencial para sobreviver, seus 4 filhos e um casamento falido. Até que um dia ela disse: basta. Seguir sozinha não era algo fácil, mas não era impossível. Sua mãe também foi mãe solo. Outras tantas também eram. E ainda assim, o mundo seguia em frente. Algumas pessoas lhe diziam que precisava estudar, e foi o que ela fez. Terminou o ensino fundamental, correu para fazer enfermagem, se formou aos 30 anos. Foi assim que Jacira entendeu que o crescimento vem quando se deixa certas coisas para trás. Amigos que não agregam, relações que só sugam, casamentos ruins. Ela refletia todos os dias sobre o que fazia sentido. Sua vida nunca foi sobre sorte, mas sobre persistência. Sabia que não poderia pagar uma faculdade para os filhos, mas garantiria que eles nunca passassem fome. Com o tempo, sua casa foi tomando forma, se tornando o lar que ela merecia. Hoje, Jacira não pode ser rotulada apenas como a mãe de um cantor famoso. É mulher, escritora, alguém que construiu sua própria existência, apesar de todas as dificuldades. Sua vida não foi sobre esperar um príncipe, mas sobre aprender que ela mesma sempre foi a sua melhor salvação.

    A primeira vez que beijei minha esposa foi no velório dela

    Play Episode Listen Later Jan 23, 2025 7:47


    Por medo do preconceito, o primeiro beijo em público que Dora deu em sua esposa, Silvia, foi no velório dela.  Dora sempre viveu uma vida moldada pelas expectativas dos outros. Casou-se jovem, aos 19 anos, com um homem, e dessa união teve uma filha.  Certo dia, uma mulher deu em cima dela. Foi nesse momento que Dora percebeu algo novo, uma sensação diferente. Antes mesmo de se separar do marido, Dora cedeu à curiosidade e ao desejo, vivendo sua primeira experiência com outra mulher. Foi libertador. Depois disso ela se separou. Algum tempo depois, em uma sala de bate-papo da UOL destinada a mulheres lésbicas, Dora conheceu Silvia, que usava o apelido Raio de Sol.  Elas conversaram durante horas na madrugada, até trocarem telefones. Quando finalmente se encontraram pessoalmente, Dora sentiu seu coração disparar ao vê-la pela primeira vez. Desde aquele dia, nunca mais se separaram. Mas o medo do preconceito estava sempre presente. As duas andavam pelas ruas sem poder segurar as mãos, se diziam amigas. Dora sentia o peso de viver escondida. Apesar do medo, construíram uma história de amor que durou 13 anos. Silvia era o centro do mundo de Dora, mas o destino tinha outros planos. Certo dia, Dora recebeu a notícia que ninguém quer receber: Silvia havia desmaiado na escola onde trabalhava e não resistiu. O mundo desabou. O amor da sua vida havia partido sem aviso. No velório, cercada por amigos, colegas e familiares, Dora sentiu uma coragem que nunca tivera antes. Aproximou-se do caixão, olhou para Silvia e, pela primeira vez, beijou sua esposa em público. Naquele instante, não importava mais o que os outros pensassem. Era apenas ela e Silvia. Um beijo de despedida, mas também de libertação. A partida de Silvia trouxe reflexões profundas para Dora. Ela percebeu o quanto o medo havia limitado sua felicidade, o quanto deixara de viver plenamente por receio do julgamento alheio. Foi nesse momento que decidiu mudar.  Aos 72 anos, Dora não esconde mais quem é. Diz com orgulho que é uma mulher lésbica e idosa. Hoje, ela vive livre e sem medo, inspirando todos ao seu redor com sua história.

    Demorei 14 anos para lidar com o trauma de um grave acidente de ônibus

    Play Episode Listen Later Jan 16, 2025 8:34


    A Ana precisou de 14 anos para entender o trauma que passou após um grave acidente de ônibus. Ana nunca teve medo de andar de ônibus, mas naquela noite, a caminho da Festa Literária de Paraty acompanhada de uma amiga, ela não estava se sentindo bem. O pai da amiga, ao se despedir na rodoviária, pediu ao motorista para dirigir com cuidado, porque dentro daquele ônibus havia um "tesouro". Essa frase ecoaria na mente de Ana por anos. As duas tentaram sentar juntas, mas não conseguiram. Ana acabou ficando nos bancos do fundo. Na divisa entre São Paulo e Rio de Janeiro, o ônibus estava rápido demais. Quando chegou a uma curva, Ana sentiu o peso do veículo, as rodas saindo do chão e, antes que pudesse reagir, ouviu uma voz dentro de si: "Vai ficar tudo bem." O ônibus capotou. Tudo aconteceu em segundos e sua primeira reação foi procurar pela amiga, mas ninguém respondia. Um silêncio pesado tomou conta do ambiente. Ela conseguiu sair antes de todos e quando chegou lá fora, viu que o ônibus estava de cabeça para baixo, preso por uma estrutura de pedras que evitou que caísse ainda mais no barranco. 4 pessoas haviam morrido, incluindo uma criança de 7 anos. Sua amiga, Paula, estava viva. O corpo de Ana só começou a sentir dor na tarde do dia seguinte, no hospital, quando ela encontrou a mãe. Até então, sua energia foi dedicada a ajudar os outros, a entender o caos. Depois disso, o trauma foi engavetado, mas continuava lá. Durante uma sessão de terapia, 14 anos depois, Ana percebeu que nunca havia dado a si mesma o direito de sentir medo ou dor. Ana ainda carrega perguntas para as quais nunca terá respostas: "Por que eu sobrevivi e uma criança de sete anos não?" Mas, em vez de se perder nelas, escolheu encontrar propósito na dor e na memória. E talvez seja isso: a vida continua, mesmo quando parece impossível. Ana sobreviveu ao acidente, mas levou 14 anos para sobreviver ao trauma. E só agora, com coragem e compaixão, ela está construindo um caminho onde a dor não é apagada, mas transformada.

    Eu precisei fugir porque não tinha acesso à saúde na Venezuela

    Play Episode Listen Later Jan 9, 2025 8:05


    Nascida na Venezuela, Dennys foi diagnosticada com câncer de colo de útero aos 26 anos. A doença trouxe não apenas o desafio de lutar pela própria vida, mas também expôs as enormes falhas do sistema de saúde em meio à crise que a Venezuela passa. Sem acesso a medicamentos e itens de higiene como sabão, Dennys enfrentava muitas dificuldades. Com uma bolsa de colostomia como resultado de uma cirurgia de emergência, ela dependia da solidariedade dos vizinhos para conseguir se manter limpa. Foi nesse contexto desesperador que sua mãe sugeriu algo impensável: vir para o Brasil. Com apenas as roupas do corpo e os papéis que comprovavam sua condição de saúde, Dennys partiu com a esperança de encontrar ajuda por aqui. Ao chegar na fronteira de Roraima com a Venezula, ela foi acolhida pela ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, e pela primeira vez em muito tempo, Dennys se sentiu protegida. Ela e sua família foram encaminhadas para um abrigo onde permaneceram por quase dois anos. A adaptação não foi fácil. Após anos sem trabalhar e com sua saúde ainda debilitada, Dennys não acreditava que seria capaz de recomeçar. Foi então que ela conheceu o programa Empoderando Refugiadas, voltado para a capacitação profissional e a integração no mercado de trabalho, e conseguiu uma vaga em São Paulo. Dennys começou a trabalhar em um shopping, que proporcionou a estabilidade que ela tanto buscava. “O que eu não recebi no meu país, recebi aqui: oportunidades, dignidade e respeito”. Suas filhas, agora com 19 anos, também participam do programa, criando um futuro melhor para a família. Hoje, Dennys vive com mais estabilidade, carregando consigo não apenas as cicatrizes do que enfrentou, mas também a certeza de que sua determinação e a solidariedade que encontrou pelo caminho transformaram sua história. Essa história foi contada em parceria com a Acnur. A Acnur junto a seus parceiros oferece ajuda financeira, proteção, abrigo e itens de emergência para pessoas em busca de proteção internacional. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Minha filha nasceu sem vida

    Play Episode Listen Later Jan 2, 2025 8:48


    Lígia estava prestes a realizar o sonho de ser mãe quando sua vida mudou de forma inesperada. Quando ela entrou em trabalho de parto da sua primeira filha, a Laura, descobriu no ultrassom que o coraçãozinho da bebê não estava mais batendo. Quando a Lígia soube que estava grávida da Laura, seu mundo se encheu de expectativas. Sua gravidez foi tranquila. Cada ultrassom, cada mexida na barriga, trazia a alegria de imaginar o futuro. Já planejavam a escolinha, os passeios, os detalhes da nova vida a três. Com suas expectativas estilhaçadas, o choque foi tão grande que Lígia sequer compreendeu de imediato. Ela foi levada à sala de parto e, ao invés de dar à luz uma nova vida, viveu um dos momentos mais dolorosos de sua existência. Sem acolhimento, sem explicações, e com o coração despedaçado, Lígia ficou com Laura nos braços por um breve período. Não há fotos, apenas memórias que insistem em desaparecer com o tempo. O hospital não parecia preparado para lidar com o luto. Enquanto processava a morte da filha, era colocada em um corredor repleto de mães que ouviam o choro de seus bebês recém-nascidos. E, como se não bastasse, profissionais de saúde entravam no quarto com perguntas desconectadas da realidade: “Como está indo a amamentação?” Lígia foi submetida a uma cesariana e, por isso, não pôde ir ao velório da filha, e a partir daí o vazio tomou conta. Amigos e familiares evitavam falar de Laura, como se o silêncio pudesse apagar o que aconteceu. Para Lígia, era como se a vida de sua filha não tivesse existido. Essa ausência de espaço para falar sobre Laura só intensificava a dor. A depressão veio com força. Lígia se sentia presa entre o mundo que esperava que ela "superasse" a perda e a realidade de sua dor irreparável. Em um retiro de silêncio, percebeu que precisava de um espaço para falar sobre sua filha, para lembrar, para honrar sua existência. Foi dessa necessidade que nasceu a ideia do @institutolutoparental, um lugar onde mães e pais poderiam falar de seus filhos, independentemente das circunstâncias de suas partidas. O projeto começou pequeno, mas cresceu, acolhendo não apenas famílias, mas também profissionais de saúde, que muitas vezes não sabem como lidar com essas situações. A chegada de Gael, seu segundo filho, trouxe um novo medo, mas também renovou sua força. Quando ele nasceu, saudável, ela sentiu um alívio, mas nunca deixou de lembrar da filha. O instituto tornou-se um espaço onde ela podia ouvir o nome de Laura, compartilhar suas histórias e ajudar outras famílias a viverem seu luto de maneira plena e acolhida. Hoje, Lígia luta para que histórias como a de Laura sejam lembradas. Porque uma vida, mesmo que breve, merece ser honrada, e o luto de uma mãe ou pai deve ser respeitado. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Fui adotada aos 6 anos e minha família me devolveu aos 13

    Play Episode Listen Later Dec 26, 2024 7:50


    Jaqueline foi adotada aos seis anos e a família que a adotou resolveu devolvê-la aos 13. Isso só aconteceu porque nos anos 1980 eram comuns as “adoções à brasileira”. Não havia juízes, papéis ou burocracias: apenas a decisão de sua avó biológica, que não tinha mais condições de cuidar dela. A avó perguntou na igreja se alguém estaria disposto a adotar uma menina, e uma família se prontificou. A partir daquele momento, Jaqueline tinha um novo lar. Mas o que parecia ser um recomeço, logo revelou outra face. Ao invés de orientação, Jaqueline encontrou violência. Quando Jaqueline tinha dez anos ela foi levada para casa da sua irmã adotiva, que casou e engravidou, para ajudar com as tarefas domésticas. Depois de passar por uma experiência traumática na casa da irmã, Jaqueline foi culpabilizada e sua mãe decidiu devolvê-la, ao invés de protegê-la. Ela pegou Jaqueline e passou o dia procurando alguém que pudesse "ficar com ela". Assim começou uma dolorosa saga: meses em uma casa, depois em outra, sempre sentindo que era um peso. As dificuldades continuaram quando Jaqueline foi mandada ao Rio de Janeiro para "ajudar" em casas de outras pessoas. Sem salário, cuidando de crianças e sobrevivendo apenas com comida e abrigo, ela se sentia descartável. Os anos passaram e ela começou a pensar que a rua talvez fosse um lugar melhor: pelo menos ali, ninguém poderia abandoná-la novamente. Foi aos 20 anos que Jaqueline conheceu Jo, a conselheira da juventude da igreja. Ao ouvir sua história, Jo chorou, mas rapidamente tomou uma decisão: ofereceu-lhe um lar. Pela primeira vez, Jaqueline sentiu-se verdadeiramente acolhida. Jo colocou Jaqueline de volta nos trilhos: incentivou-a a estudar, ofereceu apoio emocional e a ajudou a encontrar seu primeiro emprego. 30 anos depois, Jaqueline ainda mora com Jo. Hoje, Jaqueline se dedica a uma causa muito especial: lutar pelos direitos das crianças e adolescentes. Sua história foi ressignificada, mas ela sabe que muitas outras continuam em curso. Ela escreveu um livro para espalhar sua mensagem e tem orgulho de quem se tornou. E é com essa força que Jaqueline segue em frente, determinada a fazer a diferença. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Pai solo com filhos adotados: o verdadeiro significado de família

    Play Episode Listen Later Dec 19, 2024 7:51


    Desde criança, Erasmo tinha o sonho que parecia ousado para os padrões da sociedade: ser pai por adoção. Enquanto as pessoas imaginavam famílias convencionais, ele dizia com firmeza que não queria se casar, mas sabia que poderia ser pai sozinho. Essa convicção o acompanhou pela vida e se fortaleceu na vida adulta, com sua participação em grupos de apoio à adoção. O momento que deu início a sua jornada começou de forma inesperada. Ele estava distraído, debruçado sobre a bancada, quando uma mensagem chegou em seu celular. Era a foto de Gustavo. "Esse é Gustavo. Sonha muito em ter uma família", dizia a mensagem. Naquele instante, algo dentro de Erasmo mudou. Seu processo de habilitação para adoção estava pausado, pois ele e sua família enfrentavam um momento difícil com o diagnóstico de câncer de seu pai. Mas, ao ver Gustavo, ele não teve dúvidas: pediu à sua comissária de justiça que reativasse o processo. O ano era 2020, em meio a pandemia, e as primeiras conversas com Gustavo foram por vídeo. Ele fazia questão de ser honesto, explicando que não era casado e que essa era uma escolha pessoal. Gustavo, por sua vez, aceitou isso de coração aberto. Quando finalmente se encontraram, Erasmo viu o menino descer a rampa com uma mochilinha nas costas, e ele não conteve as lágrimas. A vida ao lado de Gustavo trouxe novas experiências, mas também revelou um desejo que o garoto carregava: ter um irmão. Ele dizia que amava estar com o pai, mas se sentia sozinho. Certo dia, Erasmo viu, por acaso, um vídeo no Instagram do projeto Seja Pernambuco. Nele, um menino chamado Daniel, de 14 anos, dizia com serenidade: "Eu gostaria muito de uma família para me amar e para eu dar amor." As palavras tocaram Erasmo profundamente. Sem falar nada a Gustavo, ele entrou em contato com a assistente social responsável. Ao conhecer Daniel, a conexão foi imediata. Para sua surpresa, ao vê-lo pela primeira vez, Daniel o chamou de "pai" sem hesitar. "Pai, eu não vejo a hora de estar com vocês", dizia o menino durante as chamadas. Erasmo também aguardava ansiosamente o momento em que buscaria o filho caçula. A recepção foi calorosa, com a avó preparando comida e uma pequena celebração em família. Hoje, Gustavo e Daniel compartilham uma cumplicidade que comove quem os conhece. Nos sete meses desde que se tornaram irmãos ficaram muito conectados. Antes de sair de casa, fazem questão de se abraçar e dizer "eu te amo". Para Erasmo, isso é o reflexo do ambiente que sempre quis criar: cheio de afeto, carinho e presença. A decisão de adotar crianças mais velhas trouxe desafios. A sociedade muitas vezes insiste na ideia de que é melhor adotar crianças pequenas para "moldá-las". Mas Erasmo sabia que adaptação não é uma via de mão única. Ele se adaptou a Gustavo e Daniel tanto quanto eles se adaptaram a ele. Juntos, criaram uma família que valoriza cada "primeiro momento" — a primeira ida à praia, a primeira consulta no dentista. Ele acredita que esses momentos têm a mesma importância, independente da idade dos filhos. Erasmo também enfrentou preconceitos. Muitos questionaram sua capacidade de criar filhos sozinho, e até insinuaram maldades sobre sua relação com Gustavo. “A maldade está na cabeça de quem a diz, não na minha", ele rebate. Sempre ensinou aos filhos que amor e afeto não diminuem a masculinidade de ninguém. "Ser homem significa demonstrar amor, cuidado e respeito", ele afirma. Emocionado, Erasmo reflete sobre o impacto que Gustavo e Daniel tiveram em sua vida. "Eles fizeram muito mais por mim do que eu por eles. A sociedade pensa que adotar é caridade, mas a verdade é que eles me tornaram um homem melhor." E assim, com coragem e amor, Erasmo construiu uma família que desafia padrões, preconceitos e expectativas, mostrando que o que define um pai não é o sangue, mas o coração. Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Ser gago nunca me impediu de falar. Quem deveria me escutar, sim

    Play Episode Listen Later Dec 12, 2024 9:01


    Gabriel sempre soube que era gago. Desde criança, ele enfrentou o julgamento silencioso e impaciente de quem ouve, mas não tem paciência para escutar. Na escola, ler em voz alta nas aulas era um pesadelo. Gabriel sofria por antecipação, esperando ansioso e tenso até chegar a sua vez, como se a cada segundo aumentasse a expectativa e o medo de “falhar” por conta da gagueira. A gagueira sempre o colocou numa posição delicada, especialmente quando ele descobriu que queria seguir na área de comunicação. Ele sentia que era constantemente empurrado a um papel de silêncio, de timidez, como se o mundo ao redor insistisse que pessoas como ele não deveriam falar, não deveriam se impor. Por sorte, Gabriel percebeu que sua gagueira era um desafio, mas não uma fraqueza. Ele faz questão de deixar claro que não precisa ser completado ou interrompido, porque sabe o que quer dizer e sabe como quer dizer. Ele sabe que muitos preferem ver vídeos prontos, onde não precisam lidar com a ansiedade de sua fala pausada. Até sua mãe, depois de assistir seus vídeos, admitiu que entendeu algo que antes não enxergava: a boa intenção dela, por vezes, se confundia com uma tentativa de “corrigi-lo”. No caminho de aceitação, Gabriel precisou superar não só os preconceitos externos, mas também o peso dos mitos que cercam a gagueira. A gagueira é, geralmente, genética e, em alguns casos, resultado de traumas, e cada pessoa que gagueja precisa encontrar seu próprio caminho de aceitação. Hoje, Gabriel está no auge de sua autocompreensão. Ele não busca mais uma “cura” para sua fala. Ele sabe que, na sociedade, o que foge da norma gera incômodo, mas, ao contrário do que muitos esperam, ele não quer se enquadrar. Ele entende que sua gagueira não o torna menos capaz. Na verdade, ela o torna uma voz importante para todos que compartilham dessa experiência. Afinal, todo mundo tem direito de falar e fazer sua voz ser respeitada. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Pastoras, lésbicas e casadas: o amor se uniu à religião

    Play Episode Listen Later Dec 5, 2024 9:50


    Lanna Holder e Rosania Rocha são pastoras, lésbicas e casadas, e desafiam os padrões dentro da comunidade religiosa. Lanna, missionária evangélica, passou anos pregando sobre "cura gay", já Rosania, por sua vez, era uma cantora gospel com uma jornada de vida igualmente profunda. Quando se conheceram, foi como se algo em ambas despertasse. Lanna, mesmo dedicada ao ministério, sentiu uma conexão imediata e inédita ao ver Rosania pela primeira vez. Elas sabiam que era algo especial, mas tentaram reprimir o que sentiam, orando e buscando apoio na igreja. Mesmo assim, o amor que nasceu entre as duas era forte demais para ser ignorado. O que começou com uma amizade cheia de carinho e compreensão se transformou em algo profundo e verdadeiro. O caminho não foi fácil; elas enfrentaram o preconceito, a rejeição e até perderam amigos e familiares. Mas, em meio à dor, Rosania voltou para estar ao lado de Lanna, oferecendo o apoio que ela precisava em um momento difícil. Juntas, elas encontraram a força para enfrentar tudo e perceberam que seu amor era, na verdade, uma bênção. A experiência que viveram as inspirou a fundar a Cidade Refúgio, uma igreja que acolhe com amor e respeito a todos, especialmente a comunidade LGBTQIA+. Elas acreditam que Deus as uniu para construir um espaço de fé e acolhimento, onde o julgamento não tem lugar e onde todos podem ser amados como são. Hoje, Lanna Holder e Rosania Rocha são pastoras e vivem seu amor com orgulho e fé. Elas continuam a compartilhar a mensagem de que Deus não vê diferenças e que há lugar para todos na igreja. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Cresci sozinho no hospital, hoje levo alegria para crianças internadas

    Play Episode Listen Later Nov 28, 2024 6:55


    Anderson tinha 3 anos quando começou a passar longos períodos internado em um hospital. A rotina era marcada por procedimentos médicos, exames e a solidão. Naquela época, não era permitido acompanhantes, mesmo com crianças, então quando as visitas da mãe terminavam, Anderson ficava sozinho. Sem acompanhante, sem uma distração que o tirasse do peso do que estava vivendo ali. Era um quarto vazio e muito silêncio. Anderson olhava para o teto e esperava a hora passar. Na época, as internações pediátricas não tinham palhaços, visitas inesperadas que mudassem o clima pesado. Era só ele, uma criança tentando entender aquele universo sem nenhum suporte além das visitas diárias da mãe e o possível que a equipe médica tentava fazer. Já adulto, ele conheceu o trabalho dos @doutoresdaalegria, um grupo de palhaços que visita hospitais para aliviar a tensão dos pacientes. Ele se reconheceu naquele trabalho, achou que talvez fosse sua vez de fazer pelo outro o que ele tanto sentiu falta. Fez o curso de palhaço e começou a atuar no Recife. Lá, ele aprendeu a colocar o nariz vermelho e a entrar nos quartos sem saber ao certo o que esperar — apenas que estava ali para oferecer algo que ele mesmo nunca teve. Quando Anderson voltou a São Paulo, foi designado justamente para o hospital onde passou a infância internado. Andando pelos corredores, ele reconheceu os espaços e lembrou das horas que passava ali sozinho. Voltar ali foi como ver a própria história de outro ângulo. Agora, ao entrar nos quartos, ele se vê naquela criança que ele foi um dia, no olhar assustado das crianças que ele encontra. Hoje, Anderson sabe que o que ele faz não apaga o que ele passou, mas ele percebe que essa experiência também lhe deu algo: uma compreensão verdadeira do que significa estar ali, esperando alguém que traga algo além de remédios. Ele é a presença que um dia ele mesmo quis ter. E cada sorriso que provoca é, ao mesmo tempo, para as crianças e para o menino que ele foi. A história do Anderson tá disponível no site historiasdeterapia.com/historias. O projeto Doutores da Alegria já ajudou mais de 2,5 milhões de pessoas em seus 30 anos de existência, mas devido ao número insuficiente de doações, as atividades nos hospitais de Pernambuco e Rio de Janeiro e em 80% das unidades de saúde de São Paulo foram interrompidas. Para que o projeto continue levando alegria, faça uma doação pelo pix socios@doutoresdaalegria.org.br ou pelo site doutoresdaalegria.org.br. #EspalheAlegria Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Descobri minha família com o assassinato de um parente na TV

    Play Episode Listen Later Nov 21, 2024 8:38


    Jaqueline cresceu sem saber muito sobre suas raízes e só foi ter certeza de quem era sua família com a morte de um parente na TV, o caso do indígena Galdino, assassinado em Brasília. Ainda criança, Jaqueline fez uma pergunta que ficaria sem resposta por muitos anos: “Vó, a gente é índio?”. A avó reagiu apenas com um gesto:

    Ela acolheu um morador de rua dentro de casa

    Play Episode Listen Later Nov 14, 2024 7:31


    Eliane sempre foi muito sensível à dor do outro, e foi assim que ela acolheu um morador de rua dentro de casa. Eliane cruzava diariamente com José até que um dia, enquanto o observava de perto, ela enxergou algo além da sujeira e da aparência abatida: ela viu um ser humano. E então ela decidiu que iria ajudá-lo, não importava como. Eliane costumava levar uma coberta para José nas noites frias, tentava oferecer palavras de esperança, mas ele estava desanimado, dizia que não havia mais saída para sua situação. Depois de um tempo, ela decidiu chamá-lo para dormir em sua casa e fez um acordo simples: ele poderia dormir, tomar banho e comer lá, desde que não voltasse a usar drogas. Nas primeiras noites, tudo correu bem, mas alguns dias depois ele não voltou. Quando ela o encontrou, ele assumiu que voltou a usar drogas e com o coração apertado, Eliane fez sua promessa valer. Ela o colocou para fora, mas a dor de vê-lo voltar às ruas era quase insuportável. Era como mandar um filho embora. Por 20 dias, José voltou às ruas, e Eliane o observava da janela. Um dia, ela o procurou, e, entre lágrimas, ele pediu ajuda para se internar. Fiel à sua promessa, Eliane encontrou um local para sua recuperação. A jornada de recuperação de José foi difícil, mas repleta de apoio. Ao sair, ele voltou a morar na casa de Eliane, dividindo o quarto com seus filhos. Nunca houve questionamento dentro de casa, tanto os filhos quanto o marido de Eliane a apoiavam e acolhiam José. Após o processo de ressocialização, José decidiu voltar para a casa da mãe, em Santos. Aquele homem, que um dia parecia não ter mais esperança, reconstruiu sua vida. Hoje, Eliane o chama de "filho do coração". Ele, por sua vez, a chama de mãe, reconhecendo que foi o amor dela que transformou sua vida. Eliane sempre acreditou que ajudar o próximo não é uma questão de caridade, mas de humanidade. E assim, com sua fé inabalável no potencial de José, ela provou que o amor ao próximo pode, sim, transformar vidas. Assista à história completa no site historiasdeterapia.com/historias Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Fui o único sobrevivente de um acidente de avião

    Play Episode Listen Later Nov 7, 2024 8:11


    Ricardo foi o único sobrevivente de um acidente de avião ocorrido há 50 anos, o famoso Voo Varig 820. Depois de muito tempo esperando realizar o sonho de viajar a Londres para assistir o show de sua banda preferida, ele finalmente conseguiu sua passagem, com escala em Paris. Quando foi escolher seu assento, ele pediu para ficar na última fileira do avião, acreditando que era a parte mais segura em caso de acidentes. Ele se acomodou na janela da fileira 27, pronto para realizar seu sonho. Mal sabia ele que esse voo mudaria sua vida para sempre. 5 minutos antes do pouso em Paris, uma fumaça começou a aparecer na parte traseira da aeronave. No início, ninguém deu muita atenção. Mesmo assim, por um instinto inexplicável, Ricardo decidiu se levantar e caminhar em direção à frente do avião. Ele passou por um comissário que o repreendeu, mas seguiu em frente, ignorando o aviso. Em poucos minutos, a fumaça tóxica tomou conta de toda a aeronave. As pessoas foram sufocadas em seus assentos, sem chance de reagir. Quando o avião fez uma aterrissagem de emergência numa plantação de cebola, a fuselagem se desprendeu e caiu sobre os passageiros. Uma placa enorme atingiu suas costas, queimando-o gravemente, mas, milagrosamente, ele sobreviveu. Resgatado pelos bombeiros, Ricardo foi levado ao hospital em estado crítico. As queimaduras profundas de terceiro grau o deixaram irreconhecível. Ele passou por um período de coma e, quando acordou, descobriu que havia sido confundido com um comissário falecido, Sérgio Balbino. Durante os dias em que esteve inconsciente, sua família chegou a preparar seu funeral. Mas sua mãe nunca desistiu. Ela acreditava que seu filho estava vivo. A recuperação foi longa e dolorosa. Ele ficou três meses internado, dois deles no CTI, com dificuldades respiratórias e queimaduras que marcaram seu corpo para sempre. Mas, aos poucos, foi reconstruindo sua vida. Sua mãe, sempre ao seu lado, até preparava suas refeições no hospital. A fé dela em sua sobrevivência inspirava a equipe médica. Ricardo começou a receber cartas de apoio de pessoas que ele nunca conheceu, de todas as partes do mundo. Essas mensagens o fizeram refletir sobre a bondade das pessoas e sobre como, mesmo em meio ao caos, a humanidade ainda tinha esperanças. Ele percebeu que havia algo mais naquela tragédia, algo que o mantinha vivo. Um ano depois do acidente, ao conversar com um amigo, ele ouviu algo que mudou sua perspectiva: "Ricardo, não era a morte te abraçando, era a vida te protegendo." Ainda assim, algo o incomodava. Ele sentia que a viagem para Londres, interrompida tão bruscamente, precisava ser concluída. Então, um ano após o acidente, ele voltou à mesma agência da Varig e pediu uma passagem para Londres, com escala em Paris. O atendente ficou chocado quando descobriu quem era o cliente, mas atendeu seu pedido. E, assim, Ricardo retomou o destino que acreditava ter sido interrompido. Passados quase 50 anos do acidente, Ricardo recebe uma ligação de um homem também chamado Ricardo, que lhe contou uma história intrigante. Duas pessoas que estavam prestes a embarcar no mesmo voo que Trajano, há 50 anos, acabaram não viajando. Essas pessoas eram a mãe e a tia do homem, e a mãe estava grávida dele na época. As duas poltronas vazias ao lado de Ricardo eram delas. Ele se deu conta de que, se essas mulheres estivessem ao seu lado, ele provavelmente não teria se levantado por medo de incomodá-las. Se tivesse ficado na poltrona por mais alguns segundos, talvez ele não estivesse vivo para contar sua história. E nem o Ricardo que lhe fez a ligação. Essa sequência de eventos levou Ricardo a questionar se tudo o que aconteceu foi uma coincidência, um acaso ou algo maior. Ele deixou essa pergunta aberta, sem resposta definitiva, mas com uma certeza: sua vida foi marcada para sempre por aquele dia, e ele continua refletindo sobre o significado de estar vivo.

    Encontrei meu pai ausente depois de 9 anos em uma corrida de aplicativo

    Play Episode Listen Later Oct 31, 2024 3:28


    Depois que os pais do Diguin se separaram, seu pai se tornou um cara ausente e ficou 9 anos sem falar com o filho. Diguin cresceu e, trabalhando como motorista de aplicativo, acabou tendo uma surpresa em um dia de trabalho: ao aceitar uma corrida, ele viu que o passageiro era seu pai ausente. Rodrigo, ou Diguin, cresceu em um lar marcado por rupturas. Ainda muito jovem, seus pais se separaram, e o afastamento do pai se tornou uma realidade com a qual ele aprendeu a conviver. Sem muitas explicações ou tentativas de aproximação, o pai se manteve distante, fisicamente e emocionalmente. A ausência paterna pesava, e o Diguin cresceu com uma compreensão particular sobre o papel de um pai na vida de um filho. A relação que nunca foi sólida, passou a ser um espaço vazio, preenchido apenas por suposições e dúvidas sobre o porquê da distância. Durante os anos que se seguiram, Rodrigo entendeu o que significava não ter o pai presente. Houve momentos em que ele não conseguia entender a falta de contato, de afeto, e as inúmeras vezes em que a figura paterna não esteve por perto nas ocasiões importantes. Isso não passou despercebido, mas ele seguiu em frente. Com o tempo, Rodrigo decidiu construir a vida com base no que não queria repetir. Ele sabia, no fundo, que quando tivesse seus próprios filhos, faria diferente. O distanciamento do pai tornou-se a maior lição prática sobre como ele não queria ser. Depois de nove anos sem contato, algo inesperado aconteceu. Enquanto trabalhava como motorista de aplicativo, Rodrigo aceitou mais uma corrida, mas não imaginava que o destino reservaria um reencontro tão improvável. Ao chegar ao local de embarque, reconheceu seu pai. Apesar da demora do pai recolher o filho, a surpresa foi mútua Aquela corrida foi suficiente para que Rodrigo percebesse algo que há tempos vinha amadurecendo: a decisão de não guardar raiva, apesar de não querer resgatar um sentimento que já não existe mais. A corrida terminou, mas deixou marcas que transcenderam o curto tempo que passaram juntos naquele carro. Rodrigo aprendeu a seguir seu caminho, agora com a certeza de que o exemplo que ele queria para seus filhos seria o oposto do que recebeu. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Eu adotei uma criança anencéfala abandonada no hospital

    Play Episode Listen Later Oct 24, 2024 7:21


    Dabienne não pensava em se tornar mãe novamente, mas conhecer João, uma criança anencéfala abandonada no hospital em que ela trabalhava, a fez rever todos seus planos. Dabienne trabalhava como técnica de enfermagem na Santa Casa de Belo Horizonte e foi chamada para buscar um recém-nascido abandonado no berçário para uma cirurgia. Quando chegou ao berço, encontrou João, uma criança abandonada, nascida com hidranencefalia – uma condição em que o cérebro não se desenvolve completamente e o crânio do bebê fica preenchido de água. A cena tocou profundamente Dabienne, e mesmo sem saber o que o futuro traria, ela tomou a decisão: "A partir de hoje, eu vou cuidar dessa criança." Os médicos não tinham esperanças. A condição de João era delicada, e uma cirurgia arriscada foi necessária para drenar a água acumulada em sua cabeça. Eles disseram que ele não sobreviveria muito tempo, e que Dabienne estaria "pegando amor para depois enterrar". Mas ela não hesitou. Mesmo que ele vivesse apenas um dia, seria o dia mais amado da vida dele. Quando o menino voltou para a cidade dele, Betim, para ficar em um abrigo, Dabienne perdeu o chão e resolveu que iria tentar adotá-lo. Ela sentia uma conexão profunda com João. Alguns meses depois ela pôde abraçar e levar João para casa. O menino que não sobreviveria por muito tempo hoje tem 6 anos e é muito amado por sua mãe, Dabienne, e suas irmãs. Desde então, eles vivem um dia de cada vez, unidos por uma frase que se tornou o lema de suas vidas: "Ninguém solta a mão de ninguém." João não enxerga, não anda, nem fala por conta da sua condição. Ele apenas desenvolveu um pedaço do cérebro, e é este pedacinho que permite o garoto ouvir e se comunicar com algumas expressões como a risada. E é cada sorriso desse que mostra o quanto ele sente o amor ao seu redor. Contra todas as expectativas médicas, ele continua vivendo, sendo o "homem da casa", a alegria dos dias dela e a razão pela qual ela acredita em dias melhores. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Cheguei a dever 400 mil para agiotas por conta dos jogos online

    Play Episode Listen Later Oct 15, 2024 42:41


    Sheilla nunca imaginou que as apostas online mudariam sua vida para sempre. Pelo menos não de forma tão negativa. Quando Sheila começou a apostar, parecia apenas uma forma de ganhar um dinheiro extra. Na época, ela trabalhava como auxiliar administrativa e ganhava R$ 800, mas a primeira aposta que fez já trouxe uma sensação de euforia: ela ganhou R$ 200, um quarto do que recebia no mês. A partir desse momento, a expectativa de "mudar de vida" tomou conta da sua mente. Aos poucos, a diversão das apostas foi se transformando em algo muito mais perigoso. As publicidades de influenciadores que mostravam apenas os ganhos também contribuíram para ela acreditar que aquele era o caminho certo. Com o passar do tempo, a rotina de Sheila se tornou insustentável. Ela passou a jogar o dia inteiro, sem dormir e sem render no trabalho. Seu humor variava conforme seus ganhos e perdas, e ela começou a se afastar de amigos e familiares, trancada em seu quarto, vivendo em função das apostas. Quando o dinheiro do salário já não era suficiente, ela começou a pegar empréstimos e, pouco depois, entrou no ciclo perigoso de pedir dinheiro a agiotas. Sheila viu sua dívida se acumular e ela chegou a dever R$ 400 mil a mais de 40 agiotas, além de ter perdido 11 cartões de crédito e contraído dívidas com amigos e familiares. O fundo do poço chegou quando Sheila, sem mais ter de onde tirar dinheiro, pediu demissão do emprego para pegar a rescisão e tentar quitar parte das dívidas. Em vez de aliviar o fardo, ela perdeu todo o valor da rescisão em apenas 14 minutos de apostas. Nesse ponto, já não conseguia mais esconder a situação de seus familiares, que intervieram ao saber da gravidade do problema. Mesmo com o apoio financeiro da família, Sheila ainda enfrentava as consequências emocionais e psicológicas do vício. Ela entrou em depressão profunda, desenvolveu síndrome do pânico e ficou meses sem conseguir sair de casa. O tratamento psicológico veio como um alívio, mas o impacto do vício levou tempo para ser superado. Hoje, Sheila faz tratamento contínuo no CAPES e ainda lida com as cicatrizes deixadas por esse período. A história da Sheilla faz parte da campanha #ApostaSemInfluência, uma iniciativa do Histórias de Ter.a.pia que visa mobilizar a sociedade civil e a Creator Economy pela proibição da publicidade de casas de apostas online, as conhecidas BETs. A campanha busca conscientizar sobre os impactos devastadores do vício em jogos de azar e a influência nociva da promoção dessas plataformas por influenciadores digitais. Acesse historiasdeterapia.com/ApostaSemInfluencia e saiba mais. Este episódio tem áudios da novela Órfãos da Terra, Jornal da Globo, Jornal da Record, Canal Tempero Drag, Podcast Agência Pública, Podcast O Assunto, Rádio EBC. Os links de referência para o episódio, encontram-se abaixo: Órfãos da Terra, Globoplayhttps://bit.ly/485o648 Na Telinha, Uolhttps://bit.ly/489nPNn Memórias Globo, Globohttp://glo.bo/3U4YZsr Jornal da Globo, Globoplayhttps://bit.ly/3YlrF2T Jornal da Record, Recordhttps://bit.ly/483cxdP Canal Tempero Draghttps://bit.ly/3YlqS1M G1, Globohttp://glo.bo/3YlrFQr SBT News, SBThttps://bit.ly/3YlrGDZ Agência Brasil, EBChttps://bit.ly/485FpSG Uolhttps://bit.ly/3A0ilbq Agência Brasil, EBChttps://bit.ly/3Yp0xQH G1, Globohttp://glo.bo/4894Rqh Podcast Agência Públicahttps://spoti.fi/3YlXOr8 Nexo Jornalhttps://bit.ly/405IEHQ Podcast O Assunto, Globoplayhttps://spoti.fi/484gnTX G1, Globohttp://glo.bo/3Yoftyk Agência Brasil, EBChttps://bit.ly/483Esdv Nexo Jornalhttps://bit.ly/3YmXvfu Uolhttps://bit.ly/3YmLw1v Estadãohttps://bit.ly/48eBi6U Rádio EBChttps://bit.ly/3BGXYk3 Jornal O Globohttp://glo.bo/488quHl Jogadores Anônimos: https://jogadoresanonimos.com.br/

    Minha mãe morreu no meu parto, mas eu realizei o sonho dela

    Play Episode Listen Later Oct 3, 2024 8:07


    Cleide Evelin nasceu carregando uma marca trágica: sua mãe, Cleide, morreu em seu parto. O sonho da mãe, de ter uma filha, foi interrompido no momento em que Evelin veio ao mundo. A dor dessa perda foi tão grande que o pai, incapaz de lidar com o luto, decidiu deixá-la no hospital, rejeitando-a antes mesmo de conhecê-la. A @cleide_evelin foi adotada pelos tios, por parte de pai, que lhe deram o amor e o acolhimento que seu pai biológico não conseguiu oferecer. Apesar da tragédia, seus tios nunca esconderam a verdade. Evelin cresceu sabendo de toda a história - da morte precoce da mãe até o abandono pelo pai, a quem, mais tarde, ela escolheria perdoar. Carregando o nome de sua mãe como uma homenagem, Evelin cresceu cercada por amor, mas também pela sombra de uma rejeição que poderia tê-la esmagado. Ao invés disso, ela transformou a dor em força. Mesmo sabendo do passado, dos momentos mais duros, ela escolheu olhar para frente. Estudou, superou os obstáculos que a vida lhe impôs e se tornou uma agente de mudança. Através do Instituto Juntos Brasil, Evelin impacta vidas que, como a sua, foram marcadas pela rejeição, levando esperança e cuidado às comunidades mais vulneráveis no Brasil e também na África. Nos últimos momentos de vida de seu pai biológico, Evelin o perdoou com apenas 13 anos. Ela entendeu que ele também havia sido uma vítima do luto, da dor profunda que o fez incapaz de cuidar dela. Esse ato de perdão foi o ponto de virada em sua história — não como um fim, mas como o início de sua missão de transformar a rejeição em acolhimento. Hoje, Evelin honra o legado da mãe que sonhava com ela e resgata outros que, como ela, também foram deixados para trás. São mais de 7000 pessoas que ela já transformou a vida de alguma forma com seu trabalho, e isso é só o começo! Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Indígena Urbana: Demorei muito tempo para encontrar minha origem

    Play Episode Listen Later Sep 26, 2024 9:42


    A história de Tania começa antes mesmo dela nascer. Apesar de ter crescido em um ambiente urbano, foram necessários muitos anos até ela encontrar sua origem indígena. Anos atrás, sua avó precisou fugir após a aldeia em que morava com os filhos, com os filhos, ser incendiada por homens armados. Expulsos de sua terra no meio da noite, ela perdeu o contato com o restante do seu povo. A avó de Tania levou a família para Minas Gerais, mas o medo do que haviam vivido era tão grande que ela decidiu esconder sua ancestralidade, temendo mais perseguições e preconceitos. Com isso, a conexão com suas raízes foi silenciada. Crescendo na cidade, Tania ouvia fragmentos de sua história, mas nunca com clareza. Sabia que tinha herança indígena, mas essa parte de sua identidade era tratada como algo perigoso de se reconhecer. Sua família, como muitas outras, focava apenas em sobreviver no ambiente urbano, sem espaço para reivindicar a própria cultura. Já adulta, Tania decidiu buscar sua origem indígena. Após anos de pesquisa, ela descobriu que sua família pertencia ao povo Pataxó. Essa descoberta a levou a uma aldeia em Paraty, onde, ao olhar para as pessoas, sentiu uma conexão imediata. O rosto de cada membro da comunidade parecia familiar, como se finalmente tivesse encontrado seu lugar. Ali, Tania descobriu que muitos dos indígenas da aldeia eram seus parentes de sangue. Assim como a história indígena desde 1500, a história da Tania é uma luta contra o apagamento e o silenciamento forçado. Hoje, Tania vive na cidade, mas se orgulha de sua identidade como uma mulher indígena, lésbica e mãe de um filho com Síndrome de Down. Ela carrega em si a força de sua avó, que sobreviveu à destruição de sua aldeia e à perda de sua terra. Para Tania, a luta pelo reconhecimento da identidade indígena não é apenas pessoal, mas uma forma de garantir que sua história e a de seu povo nunca mais sejam esquecidas. Ela representa a força de uma ancestralidade que, apesar de todas as adversidades, continua viva. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Provei que posso dirigir mesmo sendo cega de um olho

    Play Episode Listen Later Sep 24, 2024 21:02


    “Você não vai conseguir” foi uma frase que acompanhou a Nara desde muito nova. Aos três anos, um acidente em casa fez com que ela ficasse cega de um olho. Embora não se limitasse, Nara logo percebeu que sua deficiência seria usada como barreira pelos outros. Assim que completou 18 anos, Nara quis tirar sua carta de motorista. Era seu sonho poder dirigir, mas isso foi ficando cada vez mais distante quando amigos e familiares a desmotivaram.  "Você não vai conseguir, você não enxerga de um olho", era o que Nara sempre ouvia. E, por muitos anos, ela acreditou nisso.  Por 20 anos a Nara ficou dependente de outras pessoas para fazer coisas cotidianas, como ir ao mercado.   Quando não tinha uma carona, ela carregava sacolas pesadas, chorava no caminho de volta para casa, sentindo o peso não só das compras, mas também da frustração de depender de alguém. Só aos 48 anos que Nara decidiu enfrentar seus medos e o preconceito. Sem contar a ninguém, foi até uma autoescola perguntar se era possível tirar a carteira de habilitação, mesmo com visão monocular.  Para sua surpresa, a resposta foi um simples e direto "sim". Naquele momento, toda a crença que ela alimentou por décadas foi desfeita em segundos. Nara passou pelas aulas de direção com o instrutor, que a ensinou a se adaptar às limitações de sua visão, e conquistou sua tão sonhada CNH.  O sentimento de liberdade que ela sentiu foi indescritível. Agora, Nara podia ir e vir sem depender de ninguém. Seu sonho finalmente se tornou realidade. Dirigir para Nara não é apenas sobre estar no volante. É sobre liberdade, superação e a prova de que, mesmo com uma deficiência, é possível conquistar seus sonhos, contanto que você acredite em si. • O vídeo com a história da Nara contada no Gringo, no Mês das Mulheres, é esse aqui: https://www.instagram.com/reel/C4QPIjzOTCI/?igsh=MW15YmtvYXZ1NGp3Zw%3D%3D • O perfil do João, que comentamos no podcast é este aqui: https://www.instagram.com/fotografiacega_/ • O vídeo dele contando sobre seu trabalho é esse: https://www.instagram.com/reel/C_giIUOu4oB/?utm_source=ig_web_copy_link&igsh=MzRlODBiNWFlZA%3D%3D A história da Nara foi contada em parceria com o @chamaogringo. No Super App do Gringo você paga licenciamento, multas e cuida do seu veículo em um só lugar. O Gringo tá aqui pra simplificar, sem burocracia, com soluções pro seu veículo na palma da mão. Acesse o site e saiba mais https://gringo.com.vc/

    "Você é o primeiro médico preto que eu vejo"

    Play Episode Listen Later Sep 19, 2024 7:03


    Você pode conhecer o Fred Nicácio do BBB 23, ou do Queer Eye Brasil, mas não provavelmente a história do garoto da periferia do interior do Rio, que se tornou médico e logo depois uma personalidade da mídia. Fred nasceu em uma família pobre, que vivia na periferia de Campos dos Goytacazes, no interior do Rio de Janeiro. Mas sua origem humilde não significava que sua família não tinha letramento racial. Desde cedo, ele ouviu do pai que não seria tratado da mesma forma que os filhos brancos dos vizinhos. Esse ensinamento se tornou ainda mais latente quando Fred e sua família ascendem e vão morar no centro da cidade. Eles eram a única família preta daquela rua, da igreja e dos ambientes sociais que frequentavam. Se o racismo era uma pauta dentro de casa, para driblá-lo Fred e seus irmãos foram ensinados pelos pais a estudar. Logo após concluir o Ensino Médio, Fred entra para a faculdade de fisioterapia e se forma. Trabalhando na UTI de um hospital, ele se encanta pela medicina e como essa profissão pode salvar vidas. Quando comentou com uma colega de trabalho que ficou muito animado com um procedimento que um médico fez, ela desdenhou dele: "Isso é só para um doutor". Fred sentiu o olhar de desprezo da colega e sabe que se ele fosse um homem branco, ela o incentivaria a se formar nessa profissão. Mas com incentivo ou não, ele sabia o que queria e anos depois se formou em medicina e foi trabalhar em um hospital público em outra cidade do interior do Rio. Foi nesse hospital que sua vida se transformou por completo. Em um atendimento de plantão pediátrico, Fred recebe dona Eunice, de 74 anos, e seu neto, de 9. Ele notou que a senhora não parava de olhar para ele durante toda a consulta, mas seguiu o atendimento com o neto dela. No final da consulta, ela pergunta se poderia tirar um retrato com Fred. Nos mais de 70 anos de dona Eunice, ela nunca havia sido atendida por um médico preto, como ela. Além da foto, ela pediu para ele publicar a foto na internet porque outra neta dela tinha acesso à internet também. Quando Fred publicou, não imaginava que essa foto fosse mudar tudo. A publicação viralizou, foi parar em jornais, ele foi convidado a dar entrevistas... e virou o Fred Nicácio que conhecemos hoje nas redes e dos programas de TV, como Queer Eye e Big Brother Brasil. A representatividade que ele tinha ali naquele hospital no interior do Rio de Janeiro foi potencializada após seu encontro com dona Eunice. Tudo porque ela pediu para postar nas redes aquele encontrou que mudou não só a vida do Fred, mas da Eunice também. Hoje Fred sabe da importância de ter um homem preto, gay, macumbeiro e fashionista com visibilidade nas redes, na TV ou onde for. Para que mais Eunices não precisem esperar até seus 70 anos para se sentirem representadas. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias: https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Forçado a fugir: ser uma pessoa trans é crime no meu país

    Play Episode Listen Later Sep 12, 2024 7:23


    Matheus Jade nasceu na Tunísia, um país do norte da África, onde ser uma pessoa trans é considerado um crime. Desde a infância, ele sabia que algo estava diferente em sua vida, mas não conseguia entender o que era. Crescendo em uma família muçulmana, Matheus se viu preso em uma realidade onde não podia expressar sua verdadeira identidade, o que gerava conflitos tanto em casa quanto dentro de si. Durante a infância e adolescência, Matheus sofria repressões constantes. Esses momentos de repressão reforçavam a sensação de que havia algo errado com ele. Matheus começou a questionar sua existência e a lutar contra sua própria identidade, acreditando que talvez, se seguisse fielmente os preceitos religiosos, Deus o ajudaria a superar essa "fase". Com o tempo, a repressão e o sofrimento se tornaram insuportáveis. Matheus percebeu que continuar na Tunísia significaria arriscar a própria vida todos os dias, simplesmente por existir. Diante dessa realidade, Matheus foi forçado a fugir e deixar sua terra natal. Ele escolheu o Brasil como refúgio por saber que aqui poderia viver com mais liberdade e segurança. A decisão foi influenciada pela imagem do Brasil como um país multicultural e mais acolhedor para pessoas LGBTQIA+, onde ele teria a chance de viver de acordo com sua verdadeira identidade sem o constante medo de ser perseguido ou morto. Agora, como refugiado no Brasil, Matheus pode finalmente ser quem ele é, encontrando forças para seguir em frente, enfrentando os desafios de construir uma nova vida em um país distante de sua origem. Essa é uma parceria do Ter.a.pia com o Acnur, agência da ONU para refugiados. O Acnur junto a seus parceiros oferece ajuda financeira, proteção, abrigo e itens de emergência para pessoas em busca de proteção internacional. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Encontrei o amor aos 70 anos em um site de relacionamentos

    Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 6:00


    A Liça nem imaginava que poderia viver um novo amor aos 70 anos, muito menos que ele nasceria em um site de relacionamentos! Mas foi assim que o destino colocou o Luiz em sua vida, seu atual marido, com quem está casada há 14 anos. A Liça foi casada por 32 anos e teve 4 filhos. Quando seu ex-marido faleceu, ela jamais imaginaria que poderia viver outro romance. Para ser sincero, ela nem estava atrás de um. Ela ficou 13 anos viúva e chegou aos 70 anos com a vida ótima, os filhos já estavam todos criados, trabalhando, saindo com os amigos e um romance não estava em seus planos. Até que uma de suas filhas quis criar um perfil em um site de relacionamento para a Liça. Ela não quis de começo, mas depois de entender como funcionava aquele mundo virtual, topou a ideia. Liça conheceu muitos homens por meio do site. Uns que lhe mostravam poemas (que não eram para ela), outros que lamentavam suas dores como se ela fosse a sua psicóloga. Ela até saiu com alguns para tomar café, mas nenhum chamava sua atenção. Até que ela conheceu o Luiz. Antes, deixa a gente explicar como ela descrevia o homem ideal no site: até 78 anos e com 1,70 cm de altura. Luiz tinha 79 e 1,69 cm. Ele brincou com essas características, dizendo que se fosse um ano mais novo e um centímetro mais velho, tentaria algo com Liça. Aquela brincadeirinha foi o empurrão para os dois começarem a conversar pelo site. Depois trocaram e-mail, telefones, até que se encontraram pessoalmente. A química já havia batido, só que o Luiz, viúvo há dois anos, estava querendo casar e a Liça queria só se divertir. Mas ela acabou cedendo 9 meses depois e os dois foram moram juntos e se casaram! 14 anos se passaram desde que eles se conheceram pelo site de relacionamento e estão muito felizes. Liça com seus 84 anos e Luiz com 93 vêm mostrando que o amor não tem idade, nem jeito certo de acontecer. Ele só acontece! Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Edu Lyra e a potência das favelas

    Play Episode Listen Later Aug 29, 2024 5:41


    Edu Lyra nasceu e cresceu em um barraco de chão de terra batida em uma favela de Guarulhos e foi nesse ambiente, anos depois, que ele descobriu que havia uma potência infinita de transformação. Ali ele cria a Gerando Falcões, uma ONG com foco no combate à pobreza. Com uma infância difícil, Edu cresceu com o pai envolvido no crime organizado e sua mãe, Maria Gorete, se virando em mil para poder dar conta das coisas em casa. Apesar da dificuldade e da violência cotidiana no lugar onde moravam, Edu cresceu ouvindo de sua mãe a seguinte frase: "Não importa de onde você vem, mas sim para onde você vai". E isso foi fundamental para que aquele menino crescesse com vontade de mudar sua vida e das pessoas que estavam à sua volta. Ainda bem jovem, Edu percebeu que as pessoas, principalmente os jovens, não sabiam das suas potências. Então, ele decide escrever o livro "Jovens Falcões", contando a história de jovens que saíram do nada e se transformaram em agentes de mudança. Ao lado de 30 amigos, ele foi vendendo esse livro em sua comunidade e assim nasceu a Gerando Falcões, que além do livro, rodava por escolas públicas de São Paulo dando palestras, aulas de rap, funk, skate, futsal e tênis para crianças e adolescentes. O sonho do Edu era provar para o jovem da favela que existem outras possibilidades, como ser programador, designer, fotógrafo ou empreendedor e transformar a sua realidade e, como consequência, a vida das pessoas. Hoje o Edu, que se considera um homem de muita fé, tem o sonho de transformar a pobreza da favela em uma peça de museu. Para ele, não faz sentido a humanidade ter o objetivo de colonizar Marte, mas não de dar dignidade para todas as pessoas. Se para muita gente o sonho do Edu é uma "utopia", para ele é um norte de como ele quer caminhar enquanto estiver aqui. Tudo que aconteceu na vida dele foi um milagre, segundo ele mesmo, então, ele sabe que o impossível acontece. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias: https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Ele ficou 40 anos procurando a filha desaparecida

    Play Episode Listen Later Aug 22, 2024 5:34


    Frank ficou 40 anos sem saber onde sua filha estava. Aos 24 anos, ele teve um breve relacionamento com uma mulher, do qual nasceu sua filha. Frank registrou a menina e esteve presente durante os seis meses que pôde ficar com ela. Recém-chegado do Rio Grande do Norte, ele morava em uma favela na Baixada Santista e ganhava pouco, mas isso não o impedia de aproveitar os passeios com sua filha pela cidade. Quando a bebê tinha 6 meses, os avós maternos informaram a Frank que a mãe da criança se mudaria para o Sergipe com a filha. Frank aceitou a mudança, o combinado era manter contato. No entanto, sua primeira tentativa de comunicação, com uma carta e um presente, não teve resposta. Ao longo dos anos, Frank continuou enviando cartas, mas todas voltavam. Com a chegada da internet nos anos 2000, Frank começou a pedir ajuda aos colegas de trabalho que sabiam usar computadores para procurar por sua filha pelo nome do registro de nascimento. Ninguém conseguiu encontrá-la. Ele até voltou ao cartório onde registrou a menina, mas descobriu que não haviam outros rastros do que aconteceu depois. A hipótese era que ela não existia mais com aquele nome. A angústia de Frank persistiu por décadas. Em 2018, ele pediu ajuda à sua sobrinha, Daniele, recém-formada em Direito, para encontrar sua filha. Daniele usou todos os recursos disponíveis, mas sem sucesso. Até que um dia, Frank lembrou de um documento original da mãe da menina, que ele havia guardado quando ela estava grávida e precisou usar seu plano de saúde. Com essa pista, Daniele e seu esposo viajaram para a Bahia, onde localizaram a mãe da menina. Após muita insistência, ela revelou que havia trocado o nome da filha e que outro homem tinha assumido a paternidade. No dia seguinte, Daniele encontrou a filha de Frank e, durante um jantar, revelou que ela era sua prima. Apesar do choque, foi um momento de grande emoção. Frank, embora não estivesse presente, participou da descoberta via chamada de vídeo. Logo após esse reencontro, veio a pandemia. Frank e sua filha se comunicaram por vídeo chamadas durante dois anos. Para quem esperou 40 anos, dois anos a mais não foram tão difíceis. Finalmente, a filha de Frank veio para São Paulo e eles puderam se encontrar pessoalmente. Depois de 40 anos de incertezas, Frank, agora com 73 anos, se sente completo e disposto a recuperar todo o tempo perdido com sua filha. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    De freira a homem trans: uma trajetória de descobertas e aceitação

    Play Episode Listen Later Aug 15, 2024 5:58


    Túlio, um homem trans, encontrou sua verdadeira identidade após passar cinco anos em um convento. Nascido no interior de SP, ele cresceu frequentando a igreja e, ao atingir a maioridade, decidiu se tornar freira, acreditando ter uma vocação religiosa. Durante seu tempo, Túlio enfrentou grandes dificuldades nas relações afetivas, principalmente por estar cercado de mulheres. Esse conflito constante acabou em um relacionamento secreto com outra garota do convento, que foi o ponto de virada para ele deixar a vida religiosa e buscar seu verdadeiro eu. Após retornar para casa, Túlio passou quatro anos se aceitando como uma mulher lésbica. Durante esse período, ele ainda frequentava a igreja, mas sentia muita culpa por ser quem é. Com o tempo, percebeu que suas afinidades e sentimentos permaneciam, levando-o a questionar ainda mais sua identidade. A virada de chave acontece quando ele conhece sua atual esposa. A criação aberta e inclusiva dela contrastava com a experiência de Túlio e o encorajou a explorar sua identidade. Aos 33 anos, ele iniciou sua transição de gênero, passando a tomar hormônios e, eventualmente, realizando a mastectomia. Durante sua transição, Túlio teve muito acolhimento da esposa e de sua enteada, que acompanhou todo o processo desde os seus 3 anos e nunca questionou ou errou seu pronome. Ele sempre foi o Tutu, seu padrasto. A trajetória de Túlio reforça, mais uma vez, a importância da representatividade. Ele acredita que, se tivesse tido mais referências e contato com pessoas trans no passado, seu caminho poderia ter sido menos doloroso. Hoje ele utiliza seu corpo e sua voz para ajudar outras pessoas transexuais através do @empregatodes, projeto destinado a ajudar pessoas trans e travestis a se inserirem ou se recolocarem no mercado de trabalho. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Ela encontrou o prazer numa casa de swing

    Play Episode Listen Later Aug 8, 2024 7:29


    Muitos tabus envolvem a sexualidade das pessoas, principalmente quando falamos do prazer feminino. Quando uma mulher assume que pratica swing com seu marido, como encaramos isso? Essa é a história da Marina, que descobriu o prazer numa casa de swing, com seu marido. Marina e Márcio são casados há 25 anos e há 16 são praticantes de swing, no popular, troca de casais. Os dois se conheceram na igreja e casaram rapidinho. Desse casamento, tiveram dois filhos e a vida seguiu o fluxo. Só que em algum momento do casamento, Marina começou a se questionar se aquela relação já tinha chegado ao seu ápice. Os dois se amavam, os dois se davam bem na cama, mas as coisas começaram a ficar muito protocolares. Isso porque, assim como grande parte dos casais, não havia conversa sobre sexo no casamento deles. Eles não exploravam outras possibilidades, seja um lubrificante novo ou ir a uma casa de swing. Até que em um aniversário de casamento, sem saber para onde ir, os dois começaram a falar sobre ir em uma festa. Alguém próximo já havia cantado a bola da casa de swing, mas os dois nunca tocaram no assunto. Curiosos, eles foram até lá e se surpreenderam porque antes mesmo de eles toparem transar com outro casal, os dois se conectaram como nunca havia acontecido. Aliás, demorou 3 anos para a Marina e o Márcio se relacionarem sexualmente com outras pessoas na casa de swing que eles frequentavam. Quando eles iam, era para um curtir o outro naquele espaço. Os dois frequentaram a casa de swing em segredo por mais de 10 anos, até que na pandemia, após participarem de uma reportagem, pessoas próximas os reconheceram. Com o segredo vindo à tona, o medo da Marina era dos filhos reagirem de uma maneira negativa. Mas para surpresa dela, eles foram muito respeitosos com a escolha dos pais. Marina comenta que ficou orgulhosa porque sabe que criou eles muito bem por abraçarem a diversidade sem problemas. Infelizmente, a reação dos filhos não foi a mesma de outras pessoas próximas. As reações eram diversas, mas muitas delas eram apontando o dedo para a Marina. Seu marido saia como o garanhão, enquanto ela era a vagabunda. Mas a Marina não liga. Ela sabe que não dá para ficar vivendo de acordo como as pessoas querem que você seja. Ela é uma pessoa não-monogâmica, sempre foi, e isso só aflorou quando ela descobriu a prática do swing. E mais, a partir da prática liberal foi que ela descobriu o seu corpo, descobriu o que ela gosta e o que ela não gosta. Foi na prática liberal que a Marina descobriu o prazer. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias: https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador apoia.se/historiasdeterapia

    Sentia o cheiro do churrasco do vizinho sem poder oferecer aos meus filhos

    Play Episode Listen Later Aug 1, 2024 7:09


    Imagine você e seus filhos sentindo o cheiro do churrasco do vizinho no Natal, mas sem condições financeiras para fazer um em sua própria casa. Essa era a situação da Josi, mãe de cinco filhos. Josi se casou duas vezes e teve 5 filhos, seu segundo relacionamento era ótimo: ela dona de casa enquanto o marido trabalhava fora. Mas as coisas começaram a desandar: seu marido se tornou dependente químico e, após o nascimento do filho mais novo, a abandonou em pleno Natal. Quando ela foi abandonada, além de ir morar em uma casa de dois cômodos com seus 3 filhos pequenos (os outros 2 já eram maiores de idade), ela também começou a achar que não era digna de ser amada. Com a autoestima baixa e problemas financeiros, Josi, aos 41 anos, se sentiu desesperada por não ver como poderia refazer sua vida. Sem conseguir emprego, sem rede de apoio, ela passou a depender de doações da igreja e de vizinhos. Roupa, comida, tudo era doado para que ela conseguisse se manter com as crianças, uma delas bebê, vale lembrar. Foram 2 anos nessa situação, e foi nesse período que Josi passou a perceber como o mínimo faz falta para uma família. O Natal era a data mais difícil. Ela e seus filhos sentiam o cheiro do churrasco do vizinho, mas não tinha condições de oferecer o mesmo. Era desesperador. As coisas começam a mudar para a Josi quando uma amiga apresentou o projeto ASMARA, da Gerando Falcões. Nesse momento, ela começou a redescobrir a felicidade, a produtividade e a beleza em si. O projeto busca dar autonomia para as mulheres que moram nas favelas, trazendo independência financeira, e foi um grande incentivo para que a Josi voltasse a sonhar. A partir dessa guinada, ela decidiu deixar a Josi do passado para trás e revolucionar. Cortou o cabelo, assumiu os grisalhos que sempre quis, mas nunca teve coragem. Esse gesto simples simbolizou a profunda transformação interior que ela estava vivendo. Hoje, Josi está decidida a deixar para trás a depressão, e quer agora ajudar outras mulheres que, como ela, precisam de um empurrão inicial. “Chega de me anular. Hoje, quero me ajudar e ajudar as pessoas ao meu redor. Sou uma MARA e quero que mais mulheres se sintam MARA.” Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador em apoia.se/historiasdeterapia

    De dependente química a empreendedora: como um projeto social salvou a vida dela

    Play Episode Listen Later Jul 25, 2024 6:42


    Crescer em um ambiente desestruturado não é fácil, e @viihnunes07 sentiu isso na pele. Desde cedo, ela foi cercada por um cenário caótico que a levou ao mundo da dependência química, iniciando um ciclo que parecia impossível de romper. Desde pequena, Virgínia presenciou dentro de casa discussões, agressões, drogas e o abandono. Aos 13, ela se tornou uma dependente química; aos 18 anos, engravidou pela primeira vez; aos 24, uma segunda gravidez tornou tudo mais difícil. A depressão e a ansiedade eram constantes, e sem condições psicológicas para manter um trabalho fixo, ela lutava para dar uma vida digna aos filhos. O problema é que sua dependência também a mantinha presa em um ciclo de autossabotagem. A vida da Virgínia dava um passo para frente e, na sequência, vários para trás. Houve momentos de desespero, quando Virgínia pensou em desistir de tudo, mas a responsabilidade por seus filhos pequenos a fez buscar forças. Em um momento de desesperança, Virgínia conheceu o projeto @asmara.gerandofalcoes da @gerandofalcoes. No início, ainda desanimada, não se dedicou totalmente. Mas um convite para ir ao campo do Itaquerão mudou tudo. Aquele dia maravilhoso encheu seus olhos e despertou uma nova determinação. Ela voltou empolgada, desejando viver mais momentos como aquele. Por mais simples que possa parecer visitar um estádio de futebol, essa possibilidade conquistada por ser uma participante do projeto ASMARA trouxe a ela um respiro. Desde então, sua vida começou a mudar. Com a força e a motivação encontradas pelo projeto, Virgínia passou a fazer vendas via WhatsApp. ASMARA a tirou do sofá, da solidão e da fome, dando-lhe uma nova perspectiva de vida. Hoje, ela é uma vendedora dedicada porque sabe que é através do seu trabalho que pode transformar a própria vida e oferecer um futuro melhor para os filhos. Essa é uma parceria com ASMARA, projeto que busca dar autonomia para as mulheres que moram nas favelas, trazendo independência de vida e financeira e o melhor: o incentivo para que elas realizem os seus sonhos que estavam há anos em um baú. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador em apoia.se/historiasdeterapia

    Ele foi obrigado a fugir da Síria para salvar sua vida

    Play Episode Listen Later Jul 18, 2024 6:18


    Abdul é um refugiado sírio no Brasil desde 2014. Ele foi forçado a fugir da Síria após o país entrar em uma guerra civil, em 2011, e desde então tenta reestruturar sua vida do zero. Quando a Síria entrou em uma guerra civil, Abdul estava cumprindo seu período militar obrigatório. Ali ele perdeu muitos amigos, se separou da família e acabou ferido gravemente num ataque-bomba. Decidido a não ficar mais ali, ele descobre que o Brasil oferecia visto humanitário para pessoas em busca de proteção internacional. Chegando aqui, ele se depara com a dificuldade de recomeçar em um lugar estranho. Sem falar português e sem rede de apoio, a primeira coisa que @abduljarour ouviu no aeroporto foi: “Aqui no Brasil, você tem que se virar”. Apesar da decepção com a falta de acolhimento, foi o que ele fez. Abdul conseguiu se reerguer no Brasil, mas nunca se esqueceu das suas origens. Ele logo começou a ajudar outras pessoas a virem para cá e se estabelecerem. Abdul também tinha o sonho de resgatar sua família. Algumas irmãs dele tinham conseguido sair da Síria, mas sua mãe, uma irmã e o irmão mais novo, não. Eles ficaram anos vivendo o horror da guerra síria. Junto a organizações como a @acnurbrasil, Abdul conseguiu organizar a vinda de sua mãe e irmãos, mas estar em situação de refúgio não é zerar sua vida e recomeçar. Além de traumatizada, sua família também sofreu muito no Brasil com o preconceito. Houve um episódio em que Abdul e sua família foram hostilizados no shopping, chamados de “terroristas”. Mas Abdul não abaixou a cabeça, hoje ele é uma figura importante na comunidade de refugiados no Brasil, ajudando a construir uma rede de apoio para aqueles que, como ele, buscam um novo começo em terras brasileiras. Essa é uma parceria do Ter.a.pia com a Acnur, agência da ONU para refugiados. O Acnur junto a seus parceiros oferece ajuda financeira, proteção, abrigo e itens de emergência para pessoas em busca de proteção internacional. Acesse acnur.org Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador orelo.cc/historiasdeterapia

    Ex-presidiária, ela decidiu se tornar advogada para sair do mundo do crime

    Play Episode Listen Later Jul 11, 2024 8:54


    A Márcia entrou para o mundo do crime ainda muito jovem e foi presa 3 vezes. Na última passagem pela prisão, ela resolveu traçar outro rumo para sua vida: depois de cumprir sua pena, ela decidiu estudar direito e ajudar outras pessoas que buscam por ressocialização. Aos 18 anos, ela entrou pela primeira vez em um presídio. Não para cumprir pena, mas levando telefones para os presidiários. Logo depois ela entrou para o tráfico de drogas e assim ela volta para a cadeira, dessa vez como presidiária. Márcia saiu e voltou para o presídio mais 2 vezes, uma por envolvimento com tráfico novamente e outra por ter fugido da prisão. Entre uma prisão e outra, ela sempre tentava sair do mundo do crime, mas as oportunidades não chegavam. Aqui a gente abre um espaço para a discussão sem moralismo. Márcia sabe que o caminho que optou não era o correto, mas era o que dava a ela a chance de pagar suas contas, já que por ter passagem pela prisão, suas chances de ser contratada por uma empresa eram muito baixas. O Alex, que já contou sua história aqui no canal, uma vez disse: "quem vai dar a mão para um ex-presidiário?". O mesmo serve para a Márcia e para outras pessoas egressas. A ressocialização é um discurso muito bonito, mas na prática ninguém enxerga um ex-presidiário com confiança. É comum inclusive encontrarmos comentários em histórias desse tema apoiando pena de morte... vale a reflexão: um crime justifica o outro? Pois bem, na sua terceira passagem pela prisão, Márcia quis mudar de vida. Ela estava nessa de ir e vir da cadeira há mais de 10 anos, tinha dois filhos e um marido sem culpa do seu passado, mas veio outro baque: seu advogado largou seu caso e ela precisou se defender sozinha. A próprio punho, ela escreveu ofícios para a juíza, que acatou seus argumentos. Márcia pagou sua dívida com a sociedade e estava livre. Ela gostou tanto de fazer sua autodefesa que decidiu que sua mudança de vida viria pelo direito. Ela enfrentou muitos desafios na sala de aula quando descobriram suas passagens, mas ergueu a cabeça e foi em frente. Na rua também não era fácil ser vista como "a ex-presidiária" e ser motivo da fofoca da vizinhança. E para enfrentar o tititi, nada melhor do que deixar tudo às claras: Marcia decidiu criar um podcast, o  @PodDaBernardes , para contar sua história e de outras pessoas egressas do sistema prisional. Hoje ela está prestes a se formar, é estagiária em um escritório de advocacia e trabalha com atendimentos sociais para pessoas que precisam de ajuda jurídica na área criminal, além de comunicadora sobre o assunto que é tratado como tabu ainda na sociedade. Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    Ela fez terapia de conversão por acreditar que ser trans era uma doença

    Play Episode Listen Later Jul 4, 2024 8:23


    A Fe Maidel cresceu achando que era doente por ser uma mulher trans. Na adolescência, ela procurou uma terapia de conversão para tentar ser curada e ficou 17 anos acompanhada de uma “profissional” que acreditava na “cura gay”. Desde os 8 anos de idade, Fe se sente feminina, mas se assumir como uma mulher trans não era uma possibilidade. Até porque a própria Fe achava que estava doente. A vontade de usar roupas femininas, aquela tristeza por se olhar no espelho e não se reconhecer a consumia por dentro, ao ponto dela procurar uma ajuda profissional (se podemos chamar assim). Ela achava que havia uma cura para toda aquela angústia. Uma psicóloga a convenceu de que a terapia de conversão poderia curá-la. E assim foram 17 longos anos da vida da Fe sendo atendida por alguém que tentou fazê-la acreditar que ela estava doente por se identificar pelo gênero feminino. Nessas quase duas décadas, Fe nunca se sentiu bem. Sua vida era uma montanha-russa com altos, muito altos e baixos a nível pré-sal. Mas independente de como ela se sentia, as roupas femininas sempre estavam escondidas para ela poder vestir quando o desespero batesse. Ainda assim, ela continuou na terapia de conversão. Ela foi levada a acreditar que estava doente. A angústia a fez procurar o curso de psicologia e ali as coisas começaram a fazer mais sentido pra ela. Em um dia bastante deprimido, Fe foi acolhida por um colega de classe que entendia o que ela estava passando. Ele era um homem trans. Ali foi o primeiro passo para ela entender que não estava triste por “estar doente”, mas porque ela não podia ser ela em sua essência: uma mulher trans. Quando entendeu isso, Fe se afastou da terapia de conversão, formou-se psicóloga e começou sua transição de gênero e se libertou de uma mentira: a cura. Hoje ela continua junto a sua esposa, com quem casou antes da transição, e as duas têm uma filha. Fe trabalha com foco no atendimento a pessoas trans e também com políticas públicas LGBT. Essa é uma parceria editorial com o projeto @fimdacura, que denuncia métodos de conversão de orientação sexual e identidade de gênero, informalmente chamados de “cura gay”. Apoiamos o projeto de lei 5034/2023, que equipara a prática da "cura gay" ao crime de tortura. Você também pode mostrar o seu apoio participando da petição no site fimdacura.com.br. Deixe sua assinatura e contribua com o #FimDaCura Compre o livro do ter.a.pia "A história do outro muda a gente" e se emocione com as histórias : https://amzn.to/3CGZkc5 Tenha acesso a histórias e conteúdos exclusivos do canal, seja um apoiador http://apoia.se/historiasdeterapia

    ESTAMOS DE VOLTA! Em novo formato e com novas histórias! ♥

    Play Episode Listen Later Jul 2, 2024 1:28


    Ollha só quem tá de voltaaaa!  Sentimos tanta falta de vocês que decidimos voltar. E não é qualquer volta, não. Estamos chegando com uma nova proposta! Agora, as nossas histórias em vídeo vêm aqui para o podcast semanalmente. Então, se preparem para continuar ouvindo histórias incríveis enquanto lavam a louça, dirigem, ou fazem qualquer outra coisa. E calma, que tem mais! O formato clássico "Histórias para Ouvir Lavando Louça", comigo e com o Lucas narrando com nossos convidados, vai voltar em episódios especiais e pontuais. Foi tanta saudade de acompanhar vocês na beira da pia que a gente não resistiu! Então, preparem-se para muitas emoções e histórias que vão continuar te inspirando. Queremos estar com vocês em cada momento, trazendo aquelas histórias que aquecem o coração. Então, fica atento que tem novo dia de podcast aqui: toda quinta, vocês vão conhecer a história de uma pessoa inspiradora, do jeitinho que a gente gosta! Até lá, continuem lavando a louça e ouvindo boas histórias. Porque aqui, o que não falta é história boa para contar! Seja uma apoiador: http://apoia.se/historiasdeterapia

    Fim do podcast: a última história para ouvir lavando louça

    Play Episode Listen Later May 28, 2024 22:25


    Este é o último episódio do podcast Histórias para ouvir lavando louça, criado em 2021, por Alexandre Simone e Lucas Galdino. O fim do podcast não é o fim do projeto Histórias de ter.a.pia! Fica atento! haha O podcast contou mais 150 histórias de pessoas de norte ao sul do país, e até mesmo de pessoas fora do Brasil. Foi uma delícia estar com vocês nesses 3 anos! Conheça o serviço de audiolivros da Audible. Através do site ⁠⁠audible.com.br⁠⁠ você tem 30 dias grátis pra testar o serviço ou 3 meses se já for membro Amazon Prime. Assinando você tem acesso a mais de 100.000 audiolivros, pensa quanta história tem pra você conhecer. #publicidade Todas as histórias do ter.a.pia você encontra no site http://historiasdeterapia.com/historias. Acompanhem nosso novo podcast, o Terapia com ex: Edição: Manu Quinalha Roteiro: Luigi Madormo

    Nossos filhos não têm vergonha de ter dois pais

    Play Episode Listen Later May 21, 2024 34:51


    Desde o primeiro encontro, André e Guilherme compartilharam o sonho de ser pai. Quando fizeram dois anos juntos, eles entraram para a fila da adoção e rapidinho se tornaram pais de três irmãos, na época com 10, 11 e 13 anos.  Muitas questões atravessavam essa adoção: os questionamentos de pessoas próximas sobre a idade das crianças, o fato de uma delas ser uma menina em uma casa só com homens e o fato de André e Guilherme serem um casal gay - essa última, uma preocupação deles mesmo.  Desde o primeiro momento, André e Guilherme perguntaram para a assistente social se as crianças sabiam e concordavam em ter dois pais e, sim, elas estavam tranquilas com isso. Mas o medo permeava os dois pais que questionavam sempre os filhos.  Até que um dia, o Guilherme foi levar o filho mais velho no futebol e deu carona para um coleguinha do filho. No caminho, ele ficou ouvindo o filho falar todo orgulhoso do “pai Guilherme e do pai André”, sem ressalva nenhuma. Seus filhos têm orgulho de ter dois pais.  Já com os questionamentos sobre adotar 3 crianças mais velhas (em comparação com o perfil dos adotantes no Brasil), André e Guilherme sempre foram muito enfáticos: eles são seus filhos e nada importa.  Ambos criticam esses questionamentos porque, para eles, as pessoas acham que crianças mais velhas são indignas de ter uma família, já os dois entendem que toda criança tem o direito de ter uma família e a deles está repleta de amor. Conheça o serviço de audiolivros da Audible. Através do site audible.com.br você tem 30 dias grátis pra testar o serviço ou 3 meses se já for membro Amazon Prime. Assinando você tem acesso a mais de 100.000 audiolivros, pensa quanta história tem pra você conhecer. #publicidade Terapia com ex⁠⁠, o novo podcast do ter.a.pia! Com histórias emocionantes, reflexões profundas e muitas risadas, o Terapia com Ex vai te levar por uma jornada única no mundo dos relacionamentos. "A história do outro muda a gente", o primeiro livro do ter.a.pia está disponível para compra. Garanta o seu aqui: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/3CGZkc5⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Bergamota Filmes Roteiro: Tais Cruz Voz da vinheta: Cris Crosta, apoiadora na Orelo.

    Fui proibida de estudar por ser mulher

    Play Episode Listen Later May 14, 2024 27:49


    A Rosana cresceu com um pai que a proibia de estudar porque ela era mulher. Apesar disso, ela superou todas as barreiras impostas pelo pai ao decidir contrariá-lo e ir em busca dos seus sonhos. Rosana nasceu na zona rural de Itu, cidade do interior de São Paulo, e desde cedo, viu o que era crescer sem estabilidade. Isso porque ela e a família chegaram a morar em terrenos que não tinham estrutura alguma para moradia.  O pai não acreditava que a educação era uma prioridade para os filhos. Ele, por sua vez, achava que as filhas mulheres não queriam estudar, e sim, namorar no ambiente escolar. Por isso, ele nunca permitiu que a Rosana e a irmã estudassem. Ao contrário do que o pai impunha para ela, a Rosana sempre quis estudar. E apesar das barreiras colocadas por ele, ela conseguiu estudar graças ao apoio da mãe.  Com a ajuda da mãe, ela aprendeu a ler aos 5 anos de idade e seguiu estudando da forma que pôde. Isso ocorreu até os seus 15 anos, quando ela mesma enfrentou o próprio pai para se matricular na escola. Aos 16, ela se mudou para a cidade em busca de melhores oportunidades de vida. Neste local, ela trabalhou como faxineira e operadora de caixa para poder começar uma graduação.  Logo que conseguiu uma estabilidade para fazer a matrícula, ela iniciou a graduação em jornalismo. Apesar da conquista, ela lidou com diversas dificuldades durante esse período, chegando até a passar fome para pagar o curso. Embora tenha vivido na pele todos esses obstáculos, a Rosana consegue finalmente olhar pra trás e se sentir aliviada por ter persistido em seus estudos. Há 20 anos, ela terminou a faculdade e se tornou jornalista. Ela ainda trabalha no ramo e há 5 anos, decidiu abrir o seu próprio portal de notícias, o @jornaldeitu. Hoje, o Jornal de Itu é um dos grandes veículos da cidade. Conheça o serviço de audiolivros da Audible. Através do site ⁠audible.com.br⁠ você tem 30 dias grátis pra testar o serviço ou 3 meses se já for membro Amazon Prime. Assinando você tem acesso a mais de 100.000 audiolivros, pensa quanta história tem pra você conhecer. #publicidade ⁠Terapia com ex⁠⁠⁠, o novo podcast do ter.a.pia! Com histórias emocionantes, reflexões profundas e muitas risadas, o Terapia com Ex vai te levar por uma jornada única no mundo dos relacionamentos. "A história do outro muda a gente", o primeiro livro do ter.a.pia está disponível para compra. Garanta o seu aqui: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/3CGZkc5⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ O Histórias para ouvir lavando louça é um podcast do ter.a.pia apresentado por Alexandre Simone e Lucas Galdino. Para conhecer mais do ter.a.pia, acesse ⁠⁠⁠⁠historiasdeterapia.com⁠⁠⁠⁠. Edição: Manu Quinalha Roteiro: Tais Cruz Voz da vinheta: Raquel Lopes, apoiadora na Orelo.

    Claim Histórias para ouvir lavando louça

    In order to claim this podcast we'll send an email to with a verification link. Simply click the link and you will be able to edit tags, request a refresh, and other features to take control of your podcast page!

    Claim Cancel