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Iluminados, neste episódio, vocês ouvirão o Capítulo 28: Eu Me Sinto Imortal, do livro, Lilium, que é da minha autoria.***Trilha Sonora: Scott Buckley: Músicas: Midvinter & Adrift among infinite stars.***REDES SOCIAIS:TikTok: @sigaaluzpodcastInstagram: @sigaaluzpodcastYoutube: Siga a Luz Podcast***Considere apoiar o podcast pelo PIX: sigaaluzpodcast@gmail.com***Mandem relatos para: sigaaluzpodcast@gmail.com ou no número (62) 99255-3601.
Am 18.10.29 boxt der Sinto seinen ersten Profikampf. Kurz darauf ist er Deutscher Meister - für drei Tage. Er trotzt den Nazis mit Ironie. Und bezahlt mit seinem Leben. Von Gianna Scholten.
Você consegue descrever qual o impacto que o mundo ao seu redor tem sobre você? Aquilo que brota das suas emoções também, como você encara? Pois bem, isso aqui está longe de ser um pedido de desculpas! Eu só quero mesmo é dizer pra vocês que eu sinto muito...E não leve a mal, o episódio ficou com um conteúdo muito pessoal, mas tenho certeza que, de alguma forma, vai valer pra você se conectar comigo também.
Um carro bonito parou em frente a uma loja de brinquedos.O casal desceu.Trinta e poucos anos. Rosto cansado, mas bem vestidos.Ela coberta de joias.Ele com o celular grudado na mão.Entraram.Olharam bonecas que choram, jogos que falam, bichos que dançam, robôs que riem.E depois de um tempo, ela disse à vendedora:— Temos uma filha de dez anos.Vivemos fora de casa o dia inteiro. Às vezes voltamos só pra dormir.Nos fins de semana, a gente quase não para.Ela vive sozinha. Sorri pouco.Queremos comprar alguma coisa que a faça feliz, mesmo quando a gente não tá por perto.A vendedora respirou fundo e respondeu com doçura:— Sinto muito… mas a gente não vende pais.Silêncio.Desses que deixam um nó na garganta.Porque é isso.Tem gente comprando brinquedo pra compensar o que não tem preço.Tem pai que trabalha pra dar o melhor pro filho — e esquece que o melhor sempre foi ele.Quantas vezes teu filho te chamou e tu respondeu “já vou”?Quantas vezes ele quis mostrar um desenho e tu disse “agora não”?Quantas vezes ele esperou… e tu não percebeu?A infância é um suspiro.Pisca, e acabou.E quando tu parar pra olhar, pode ser que teu filho já tenha parado de te esperar.Pode ser que ele tenha aprendido a se virar — sem ti.E aí, de que adianta o carro, o cargo, o dinheiro, se o que ele queria era só o teu tempo?Pais não se compram.Pais se sentam no chão.Pais escutam, erram, abraçam.Pais ficam.Porque, no fim das contas, o brinquedo mais caro do mundo ainda é a presença.
Um carro bonito parou em frente a uma loja de brinquedos.O casal desceu.Trinta e poucos anos. Rosto cansado, mas bem vestidos.Ela coberta de joias.Ele com o celular grudado na mão.Entraram.Olharam bonecas que choram, jogos que falam, bichos que dançam, robôs que riem.E depois de um tempo, ela disse à vendedora:— Temos uma filha de dez anos.Vivemos fora de casa o dia inteiro. Às vezes voltamos só pra dormir.Nos fins de semana, a gente quase não para.Ela vive sozinha. Sorri pouco.Queremos comprar alguma coisa que a faça feliz, mesmo quando a gente não tá por perto.A vendedora respirou fundo e respondeu com doçura:— Sinto muito… mas a gente não vende pais.Silêncio.Desses que deixam um nó na garganta.Porque é isso.Tem gente comprando brinquedo pra compensar o que não tem preço.Tem pai que trabalha pra dar o melhor pro filho — e esquece que o melhor sempre foi ele.Quantas vezes teu filho te chamou e tu respondeu “já vou”?Quantas vezes ele quis mostrar um desenho e tu disse “agora não”?Quantas vezes ele esperou… e tu não percebeu?A infância é um suspiro.Pisca, e acabou.E quando tu parar pra olhar, pode ser que teu filho já tenha parado de te esperar.Pode ser que ele tenha aprendido a se virar — sem ti.E aí, de que adianta o carro, o cargo, o dinheiro, se o que ele queria era só o teu tempo?Pais não se compram.Pais se sentam no chão.Pais escutam, erram, abraçam.Pais ficam.Porque, no fim das contas, o brinquedo mais caro do mundo ainda é a presença.
No “Estadão Analisa” desta sexta-feira, 10, Carlos Andreazza fala sobre o ministro Luís Roberto Barroso, que confirmou nesta quinta-feira, 9, que vai antecipar a aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF). O anúncio foi feito em pronunciamento no plenário, após a sessão de julgamentos. “Sinto que agora é hora de seguir outros rumos. Nem sequer os tenho bem definidos, mas não tenho qualquer apego ao poder e gostaria de viver um pouco mais da vida que me resta sem a exposição pública, as obrigações e as exigências do cargo”, disse o ministro. Com a decisão do ministro, aumenta o movimento de campanha de candidatos à vaga no Supremo. Barroso conversou previamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a decisão. Antes da sessão desta quinta-feira, 9, falou com o presidente do tribunal, Edson Fachin. Agora, caberá a Lula escolher um novo ministro para o tribunal. Ele deve conversar com integrantes do Supremo sobre o assunto, mas já tem um favorito: o advogado-geral da União, Jorge Messias. Acompanhe Estadão Analisa com o colunista Carlos Andreazza, de segunda a sexta-feira, o programa traz uma curadoria dos temas mais relevantes do noticiário, deixando de lado o que é espuma, para se aprofundar no que é relevante Assine por R$1,90/mês e tenha acesso ilimitado ao conteúdo do Estadão. https://ofertas.estadao.com.br/_digital/ See omnystudio.com/listener for privacy information.
Entre a medicina, a vida fora do país e a construção de uma identidade dupla, vamos perceber o que levou a Inês Costa Mais a sair de Portugal rumo à Alemanha e o que a traz de volta 6 anos depois.
Entre a medicina, a vida fora do país e a construção de uma identidade dupla, vamos perceber o que levou a Inês Costa Mais a sair de Portugal rumo à Alemanha e o que a traz de volta 6 anos depois.
A escritora Isabela Figueiredo está esta semana em Paris para apresenta "Um Cão no Meio do Caminho", agora traduzido em francês "Un chien au milieu du chemin" pelas edições Chandeigne & Lima, deu uma aula na Sorbonne e esteve em Lyon para falar de literatura e das suas inquietações. Porque na sua obra nada é ornamento, nada é complacência, apenas a exigência da verdade, o incómodo necessário, a lucidez que recusa o panfleto. Nascida em Lourenço Marques, hoje Maputo, Isabela Figueiredo pertence à geração marcada pela descolonização de Moçambique. Filha de retornados, viveu de perto o corte violento, a perda de lugar, o desenraizamento. A experiência cristalizou-se numa escrita onde se confundem memória íntima e memória colectiva, sempre contra a tentação do silêncio. Assim nasceram o Caderno de Memórias Coloniais, um texto fundador sobre o peso da herança colonial, e A Gorda, romance onde o corpo é campo de batalha e metáfora de estigmas sociais. Agora, com Um Cão no Meio do Caminho, Isabela Figueiredo convoca duas solidões que se encontram, como duas margens de um rio: José Viriato, homem que resiste à engrenagem capitalista dando nova vida a objectos descartados, cercado de cães que são família e refúgio, e Beatriz, "a matadora", acumuladora compulsiva, cercada por caixas e dores. Do acaso nasce um gesto de cuidado e da vulnerabilidade, uma possibilidade de salvação. “O que eu quis foi falar de vidas invisíveis, tão importantes como a minha, a sua, a de toda a gente. Vidas puras, ligadas ao essencial”, explica a autora. “José Viriato é uma personagem que me é muito cara, porque pergunta: porque temos de pagar para viver? Nascemos e já nos cobram pela água, essencial à sobrevivência. Um dia pagaremos pelo ar.” O título do romance é menos simples do que parece. O cão não é adorno, nem mero símbolo, mas é ponte, espelho, mediador. Aproxima os personagens, reflecte-lhes a fragilidade e oferece-lhes um lugar de ternura. “Os cães têm nomes católicos. O primeiro, Cristo, foi encontrado ferido, ensanguentado, como uma aparição. Mas a mãe proíbe-o de chamar Cristo a um animal e fica apenas Cris. Depois vêm a Nossa Senhora – a quem chama apenas Nossa, para não ofender – e o Revoltado, o Rev. Os nomes são pensados. Os animais pacificam-me neste mundo agressivo. Eles estão sempre lá, conectam-me com o transcendental”. É uma ética que atravessa o romance: a do antiespecismo, a denúncia de uma violência escondida. “Vivemos um genocídio de animais em campos de concentração, mergulhados em sangue e sofrimento. Mesmo que não veja imagens, eu sofro com elas”. Apesar da urgência dos temas, Isabela Figueiredo recusa a retórica militante. A sua escrita escolhe a subtileza, a dúvida, a faísca silenciosa. “É muito importante não obrigar o leitor a pensar como nós. O que quero é que o livro provoque um sobressalto, que abra uma pergunta. Muitos leitores falam de solidão, de consumismo, de acumulação. Mas quase nenhum se atreve a falar do antiespecismo. Quando José Viriato pergunta: e se da nossa barriga nascesse um crocodilo em vez de uma criança, seríamos capazes de amar? Eu acho que sim”, responde. A oposição entre os espaços das personagens é também metáfora da nossa vida contemporânea. José Viriato vive uma casa despojada, com um quintal onde recupera os objectos resgatados do lixo. Beatriz vive entre paredes saturadas de caixas, num corredor estreito por onde mal consegue passar. “Na nossa cabeça também é assim: um pequeno trilho livre e todo o resto bloqueado por excesso de informação. O livro mostra que, mesmo nesse labirinto, é possível encontrar uma saída”. Aos poucos, a matadora abre-se ao diálogo, ao riso, à relação com a avó de José Viriato. “Ela parecia uma personagem desagradável, fria. Mas o simples facto de começar a trocar palavras com alguém muda tudo. Abre-se à vida”, explica a autora. Na literatura de Isabela Figueiredo, a solidão é matéria-prima e condição de trabalho. “Quando escrevo, desligo o telemóvel. Não quero interrupções. Estou metida no livro. Tudo o que faço, até fritar ovos, é pensando no livro. A solidão não é perfeita, mas é necessária”. Esse treino vem de longe. “Sou filha única, cresci a brincar sozinha, com formigas, cães, gatos. Quando fui trazida de Moçambique, aos 13 anos, fui deixada em casas onde não me queriam. Vivi isolada, em colégio interno, separada dos meus pais. Aprendi a viver no meu mundo”. Entre a avó com Alzheimer e famílias de acolhimento que a tratavam como criada, o silêncio foi escola dura. “Fui uma menina só, mas habituei-me. Claro que a solidão não é perfeita. Precisamos desesperadamente de falar com alguém. Talvez por isso os leitores sejam para mim um conforto. Sinto-me amada por eles”. Essa experiência de desenraizamento atravessa também os protagonistas do novo romance. “O José Viriato leva apenas um lenço e o cão Cristo, quando a vida lhe é cortada. Eu saí de Moçambique com uma mala. A matadora viveu abusos, ditadura, a falta de afecto. São ambos cortados de amor, mas resistentes”, descreve. É curioso ouvi-la confessar que admira as suas próprias personagens. “Eu ligo-me a elas. Quando um leitor me atribui uma intenção que não escrevi, tenho de corrigir: desculpe, não, não é isso. Eu não escrevi isso”. A tradução francesa abre nova vida ao romance. “Já ouvi leituras em francês do Caderno de Memórias Coloniais que me fascinaram, estavam melhores do que em português. Tenho muita confiança nos tradutores. Eles telefonam-me, fazem perguntas, discutimos soluções. Quando a Myriam Benarroch me disse que não havia tanques em França, resolvemos: José Viriato deixaria os objectos junto de uma torneira. A tradução também é diálogo”. No fim da conversa, a escritora resume a sua obra numa frase: “O livro fala da necessidade de pertencermos uns aos outros. Não existimos sozinhos. Somos células individuais que fazem parte de uma célula maior. Não nos rejeitemos. Juntemo-nos. Respeitemos também aquilo que não é humano: os animais, os objectos. Penso que é um livro humanista”, concluiu. Isabela Figueiredo escreve contra a indiferença. Escreve com a coragem dos que sabem que as palavras não salvam, mas iluminam. No rasto do cão que aparece no meio do caminho, deixa-nos este aviso: não há solidão que não seja espelho da nossa condição comum.
Em entrevista intimista ao Alta Definição de Daniel Oliveira, António José Seguro revisita a infância em Penamacor, onde a simplicidade e a partilha marcaram os primeiros passos. Entre brinquedos improvisados, jogos de rua e o apoio da família, destaca os valores transmitidos pelos pais, honestidade, ética e trabalho, como pilares da sua vida pessoal e profissional. Seguro lembra a juventude ligada ao associativismo, ao desporto e à cultura, desde a criação de um jornal local à experiência na rádio. Na política, reconhece aprendizagens e dificuldades, mas rejeita ressentimentos. Sobre a candidatura à Presidência da República, afirma sentir um dever cívico e geracional: quer unir os portugueses, promover políticas duradouras e apontar caminhos de mudança estrutural. Destaca a importância de ouvir, decidir com firmeza e agir com coerência. Fora da política, partilha o gosto pela vida familiar, pelas amizades e pelo contacto com a terra. Produz vinho e azeite em homenagem ao pai, projetos que descreve como fonte de felicidade e de ligação às origens. Com humor e serenidade, resume neste Alta Definição de 27 de setembro a sua ambição: “este país tem de mudar para melhor”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O coreógrafo e bailarino moçambicano Ídio Chichava apresenta dois projectos na Bienal de Dança de Lyon, considerada como o principal evento de dança contemporânea do mundo. “Vagabundus” chega a Lyon a 24, 25 e 26 de Setembro, depois de ter estado em vários palcos internacionais, incluindo em Paris. Ídio Chichava também criou uma peça participativa durante a bienal, “M'POLO”, em que transformou os espectadores em intérpretes de rituais e danças moçambicanas. Ídio Chichava acredita profundamente no que chama de “poder da dança”, um lugar onde “o corpo tem capacidade para mudar o mundo”. É na “força do colectivo” que reside essa magia, alimentada por tradições ancestrais, mas também por saberes e vivências impressas nos próprios corpos. Ídio Chichava descreve Vagabundus como “uma experiência humana, uma experiência de vida sobre fronteiras e sobre raízes”. A força da peça reside nesse poder do colectivo, na exigência técnica dos bailarinos e da escrita coreográfica, não havendo decoração ou cenários. Uma simplicidade aparente que diz muito sobre a falta de financiamento para a cultura em Moçambique, mas que, com o tempo, se transformou “numa riqueza”, conta Ídio Chichava. Vagabundus tem corrido mundo e revelado o coreógrafo nos circuitos internacionais da dança contemporânea. Pelo caminho, Chichava venceu o Salavisa European Dance Award da Fundação Calouste Gulbenkian e com o prémio espera abrir uma escola de dança em Maputo. Agora, apresenta, pela primeira vez, Vagabundus na Bienal de Dança de Lyon, o ponto de encontro de programadores, directores de festivais e artistas, que decorre durante o mês de Setembro. O caminho para Lyon foi feito com o convite de Quito Tembe, director artístico da KINANI, Plataforma de Dança Contemporânea, em Maputo, e que é um dos cinco curadores internacionais nesta 21ª edição da bienal francesa. Cada curador podia escolher um artista dos seus países e Quito Tembe foi buscar Ídio Chichava e os seus bailarinos para representarem Moçambique. Além das conferências em que falou sobre a potência e as dificuldades da dança em Moçambique, Ídio Chichava criou, ‘in loco', um “espectáculo participativo”, segundo as palavras da bienal, “um ritual de encontro”, de acordo com o artista. Em três dias, transformou dezenas de espectadores em intérpretes e quis “desconstruir essa compreensão sobre o que é o espectáculo e a dança contemporânea”. O resultado tem como título M'POLO, Rituais do corpo vivo e insuflou uma rajada de liberdade, alegria, cânticos e dança para todos. Nas palavras de Ídio Chichava, o tal “ritual de encontro” pretendeu “reconectar o ser humano com ele próprio” e foi “um lugar onde todos podem estar juntos”. Ídio Chichava: “Sou alguém que acredita muito no poder da dança” RFI: Como é que descreve “Vagabundus”, essa força da natureza que vos tem levado mundo fora? Ídio Chichava, coreógrafo e bailarino: “Eu descrevo como uma espécie de movimento que pensa muito colectivo e tenta encontrar sempre a força do colectivo a partir do olhar que eu tenho sobre cada indivíduo e a forma como nós vemos a relação inter-humana. ‘Vagabundus' é mais uma experiência humana, mais uma experiência de vida sobre fronteiras e sobre o sobre lugar, sobre raízes mesmo.” “Vagabundus” é profundamente ancorado em Moçambique, na sua ancestralidade. Quer falar-nos sobre isso? “Sim, está muito fixo nisso, muito apegado a isso. Primeiro, há um lugar que nós não podemos fugir. Eu não posso fugir, nem os intérpretes, nem qualquer pessoa que faça parte deste projecto ‘Vagabundus' pode fugir pelo facto de sermos todos formados em danças tradicionais. Somos pessoas que têm uma formação, que têm fundamentos sobre danças tradicionais e desenvolvemos o nosso trabalho sempre com essa consciência de quem somos e que queremos partilhar com os outros. Depois, é pelo facto de Moçambique também ter uma história de migração muito forte, principalmente com a África do Sul. A outra coisa é pelo facto de eu próprio ter escolhido ‘Vagabundus' não só como uma peça, mas também como um projecto que vai, de certa forma, afirmar aquilo que são as nossas vontades, a minha vontade, de criar uma instituição de dança, criar uma estrutura de dança, como eu sempre venho dizendo. ‘Vagabundus' foi a porta para isso. Sinto realmente essa ancoragem com Moçambique, essa base forte.” Como está o projecto dessa instituição? Já está criada? “Quer dizer, primeiro na ideia e no funcionamento já está criada. Quando criei a companhia, ainda não tinha bases, uma administração, então, sim, ela está criada. Existe uma espécie de estrutura e uma espécie de agenda. O que nós estamos a discutir ainda, mesmo com relação ao prémio da Gulbenkian que é um reforço maior para essa agenda, é um lugar. Então, ela existe pelo seu funcionamento, mas não existe ainda o físico. Nós estamos ainda a trabalhar no físico e principalmente agora, com a ajuda da Gulbenkian, que nos faz, pelo menos, ao meio do caminho. Só para contextualizar, recordo que é o prémio Salavisa European Dance Award da Fundação Calouste Gulbenkian. Eu gostava também que falássemos sobre as escolhas do espectáculo. São mesmo escolhas ou é porque tinha mesmo que ser assim? Não tem luzes, não tem cenários, é uma coisa muito natural e muito despojada… “Primeiro de tudo, eu faço confiança ao corpo. Eu penso que o corpo, ele é inteligente, ele próprio. Segundo, são as vivências do próprio corpo, não o corpo como lugar de memória, mas o corpo como um espaço tecnológico.” Como assim? “O corpo tem saberes a partir das experiências que passou, vai acumulando saberes. Então, eu acredito que o corpo, ele próprio, pode comunicar com qualquer outro corpo. Penso sempre o corpo como um lugar tecnológico que tem capacidade de desenvolver e de nos fazer aceder a outros lugares de forma emocional, de forma espiritual e também de uma forma física. Então, acredito o corpo como esse espaço com capacidade para mudar o mundo também.” No momento em que vivemos toda a aceleração tecnológica, em que passamos para a inteligência artificial, em que qualquer espectáculo tem tanta coisa, até ruído visual, vocês vão ao essencial. É político? “É político porque nós viemos de um lugar e temos opinião só por isso, mas sem uma intenção clara de reivindicação. A intenção clara é demonstrar justamente com o que nós fazemos, com o que nós desenvolvemos e do lugar que eu venho e de onde os Vagabundus vêm não há condições de criação técnica. A peça é forte justamente porque essa simplicidade, essa falta, é uma riqueza para nós. Usamos isso como riqueza, de certa forma. Por isso é que os ‘Vagabundus' têm essa exigência tão técnica, sem muita decoração e sem cenários. Essa simplicidade, nós usamos como riqueza porque é o que nós temos.” Mas isso não corre o risco de ser visto como uma ode à precariedade? Vocês não deveriam sempre pedir mais? “Pois, poderíamos sempre pedir mais. Só que aí é que está. Temos vindo a discutir muito sobre a falta, sobre co-produções, sobre quem nos ajuda. É sempre o meu pensamento, principalmente com relação aos nossos produtores e às pessoas que produzem a Vagabundus ,que produzem o nosso trabalho, nós estamos sempre a discutir isso. Apesar de eu estar sempre a precisar de dinheiro - mesmo para esta última peça que eu estou a desenvolver, preciso de dinheiro para desenvolver figurinos e tudo - preciso procurar dinheiro em algum lugar. Mas também me trava um bocadinho e sempre fico a pensar nesse lugar de dependências e interdependências.” Não quer perder a autonomia, a liberdade? “De que forma continuamos a guardar a nossa autonomia, de que forma continuamos a desenvolver, como queremos fazer apesar do dinheiro não ser nosso, mas justamente por esse lugar inter-humano.” É um espectáculo novo? “Sim, eu estou a preparar um espectáculo que eu chamo de ‘Dzudza', uma palavra em changana para dizer vasculhar. ‘Dzudza-se' muito nos mercados, nas ruas caóticas de Maputo, cada um à procura de uma peça melhor para si, é dizer mais ou menos isso. Eu vejo o ‘Dzudza' como o oposto do ‘Vagabundus'. ‘Vagabundus' é mais energético, mais interno e é completamente alegre. É uma acção de graças. Na verdade, toda a peça é uma acção de graças. Canta-se todo o tempo, a expressão é a mesma, a estética é a mesma, mas com perspectivas totalmente diferentes de levar à sala e ao público. Há momentos mais alegres. Há momentos mais ecléticos da vida.” Numa das conferências no Fórum da Bienal de Dança de Lyon disse que não via o “Vagabundus' como uma peça, como uma obra, mas como “uma lógica moçambicana de fazer as coisas”. O que quer isso dizer? “Quer dizer que a forma como ‘Vagabundus' foi constituído, as coisas acontecem porque o colectivo tem vontade de fazer. E ‘Vagabundus' foi feita por essa força do colectivo e por essa força individual. Cada um sempre contribuía com o seu transporte até ao lugar, justamente porque acreditava nisso. Uma das características de Moçambique é realmente confiar no colectivo. Para te dar um exemplo muito claro, económico, social e político disso, tem um termo e tem uma acção de empréstimos e de crédito que se chama xitique. Isso só existe em Moçambique. Eu vou explicar. É um grupo de pessoas que se juntam, vão guardar dinheiro para ajudar-se uns aos outros. Eles vão dizer que têm um xitique mensal ou semanal e cada um tem que tirar um valor por semana que vai ajudar um do grupo. Existe essa lógica de confiança que tu tiras o teu dinheiro, dás a alguém e ficas à espera da tua vez chegar. E sempre chega. Mas eu não consigo encontrar nenhuma lógica para isso, senão uma lógica moçambicana de confiança mesmo.” Falemos agora do outro projecto, o espectáculo participativo que fez na Bienal de Dança de Lyon. Como foi a criação? “O ponto de partida é esse mesmo, a palavra espectáculo, performance. Quando o Quito [Tembe, co-curador do Forum] me escolheu, a ideia era desconstruir essa compreensão que temos sobre o espectáculo e sobre a dança contemporânea. Para mim, espectáculo é convidar alguém para assistir. Na minha ideia, nestes ‘Rituais do Corpo Vivo', eu não tenho público, tenho participantes. Pensar o público como participante da acção que partilhamos e que, se ele participa, também chega a ser um membro que tem algo a partilhar e que dessa partilha se cria uma energia. Então ‘M'Polo' é inspirado de um de um termo maconde de rito de iniciação, que é o espaço onde os iniciados se vão concentrar durante essa formação para passarem para a vida adulta. Vão-se iniciar, vão-se conhecer. Então, esse espectáculo é muito ligado a isso e muito ligado a se reconectar o ser humano com ele próprio. É um lugar onde todos possam respirar juntos, um lugar onde todos possam estar juntos. É um lugar aonde cada um é importante. Então, é isso que nós partilhamos aqui, nessa ideia de desconstruir essa ideia de espetáculo.” E é uma festa também. “Tentamos celebrar o momento, tentamos celebrar esse encontro. Na verdade, eu não sei se podemos chamar isso de uma performance, um espectáculo, mas é mais um ritual de encontro mesmo em que o público não sabe o que é que vai ser. O público não sabe que ele também é participante deste espaço.” E o público como aderiu? Pode ser intimidante… “Sim. Pode ser intimidante, mas por causa do preconceito do que é que é um espectáculo, na verdade, porque eles vão para assistir alguma coisa e isso também cria uma resistência interna, uma luta interna. Eu não sei se eles têm consciência até agora, não sei se eles têm a resposta se eles viram um espectáculo ou se eles participaram do espectáculo.” Neste contexto do ritual colectivo, como é que a dança pode fazer corpo colectivo e ser ferramenta de resistência neste mundo cada vez mais polarizado e individualista? “Eu acho que a dança tem que ser isso, tem que ser um espaço ou tem que ser uma expressão ou um motor que convida as pessoas a dançarem. Também tem que ser um espaço onde as pessoas se sintam no lugar de doadores também, doadores da sua presença. Um espaço que qualquer pessoa pode, de certa forma, mudar uma situação. Eu vejo a dança como isso. Para mim, a dança tem que ser esse espaço que acolhe pessoas. Um espaço acolhedor.” Para terminarmos, para quem ainda não o conhece – e depois de ter ouvido aqui na Bienal que o Ídio Chichava é a moda do momento – quer falar-nos um pouco sobre si? “Sou formado em danças tradicionais. Sou alguém que viveu parte da sua formação como artista e bailarino na França, alguém que viajou muito pelo mundo sempre através da dança. E alguém que acredita muito no poder da dança.”
O coreógrafo e bailarino moçambicano Ídio Chichava apresenta dois projectos na Bienal de Dança de Lyon, considerada como o principal evento de dança contemporânea do mundo. “Vagabundus” é apresentado em Lyon esta quarta, quinta e sexta-feira, depois de ter estado em vários palcos internacionais, incluindo em Paris. Ídio Chichava também criou uma peça participativa durante a bienal, “M'POLO”, em que transformou os espectadores em intérpretes de rituais e danças moçambicanas. Ídio Chichava acredita profundamente no que chama de “poder da dança”, um lugar onde “o corpo tem capacidade para mudar o mundo”. É na “força do colectivo” que reside essa magia, alimentada por tradições ancestrais, mas também por saberes e vivências impressas nos próprios corpos. Ídio Chichava descreve Vagabundus como “uma experiência humana, uma experiência de vida sobre fronteiras e sobre raízes”. A força da peça reside nesse poder do colectivo, na exigência técnica dos bailarinos e da escrita coreográfica, não havendo decoração ou cenários. Uma simplicidade aparente que diz muito sobre a falta de financiamento para a cultura em Moçambique, mas que, com o tempo, se transformou “numa riqueza”, conta Ídio Chichava. Vagabundus tem corrido mundo e revelado o coreógrafo nos circuitos internacionais da dança contemporânea. Pelo caminho, Chichava venceu o Salavisa European Dance Award da Fundação Calouste Gulbenkian e com o prémio espera abrir uma escola de dança em Maputo. Agora, apresenta, pela primeira vez, Vagabundus na Bienal de Dança de Lyon, o ponto de encontro de programadores, directores de festivais e artistas, que decorre durante o mês de Setembro. O caminho para Lyon foi feito com o convite de Quito Tembe, director artístico da KINANI, Plataforma de Dança Contemporânea, em Maputo, e que é um dos cinco curadores internacionais nesta 21ª edição da bienal francesa. Cada curador podia escolher um artista dos seus países e Quito Tembe foi buscar Ídio Chichava e os seus bailarinos para representarem Moçambique. Além das conferências em que falou sobre a potência e as dificuldades da dança em Moçambique, Ídio Chichava criou, ‘in loco', um “espectáculo participativo”, segundo as palavras da bienal, “um ritual de encontro”, de acordo com o artista. Em três dias, transformou dezenas de espectadores em intérpretes e quis “desconstruir essa compreensão sobre o que é o espectáculo e a dança contemporânea”. O resultado tem como título M'POLO, Rituais do corpo vivo e insuflou uma rajada de liberdade, alegria, cânticos e dança para todos. Nas palavras de Ídio Chichava, o tal “ritual de encontro” pretendeu “reconectar o ser humano com ele próprio” e foi “um lugar onde todos podem estar juntos”. Ídio Chichava: “Sou alguém que acredita muito no poder da dança” RFI: Como é que descreve “Vagabundus”, essa força da natureza que vos tem levado mundo fora? Ídio Chichava, coreógrafo e bailarino: “Eu descrevo como uma espécie de movimento que pensa muito colectivo e tenta encontrar sempre a força do colectivo a partir do olhar que eu tenho sobre cada indivíduo e a forma como nós vemos a relação inter-humana. ‘Vagabundus' é mais uma experiência humana, mais uma experiência de vida sobre fronteiras e sobre o sobre lugar, sobre raízes mesmo.” “Vagabundus” é profundamente ancorado em Moçambique, na sua ancestralidade. Quer falar-nos sobre isso? “Sim, está muito fixo nisso, muito apegado a isso. Primeiro, há um lugar que nós não podemos fugir. Eu não posso fugir, nem os intérpretes, nem qualquer pessoa que faça parte deste projecto ‘Vagabundus' pode fugir pelo facto de sermos todos formados em danças tradicionais. Somos pessoas que têm uma formação, que têm fundamentos sobre danças tradicionais e desenvolvemos o nosso trabalho sempre com essa consciência de quem somos e que queremos partilhar com os outros. Depois, é pelo facto de Moçambique também ter uma história de migração muito forte, principalmente com a África do Sul. A outra coisa é pelo facto de eu próprio ter escolhido ‘Vagabundus' não só como uma peça, mas também como um projecto que vai, de certa forma, afirmar aquilo que são as nossas vontades, a minha vontade, de criar uma instituição de dança, criar uma estrutura de dança, como eu sempre venho dizendo. ‘Vagabundus' foi a porta para isso. Sinto realmente essa ancoragem com Moçambique, essa base forte.” Como está o projecto dessa instituição? Já está criada? “Quer dizer, primeiro na ideia e no funcionamento já está criada. Quando criei a companhia, ainda não tinha bases, uma administração, então, sim, ela está criada. Existe uma espécie de estrutura e uma espécie de agenda. O que nós estamos a discutir ainda, mesmo com relação ao prémio da Gulbenkian que é um reforço maior para essa agenda, é um lugar. Então, ela existe pelo seu funcionamento, mas não existe ainda o físico. Nós estamos ainda a trabalhar no físico e principalmente agora, com a ajuda da Gulbenkian, que nos faz, pelo menos, ao meio do caminho. Só para contextualizar, recordo que é o prémio Salavisa European Dance Award da Fundação Calouste Gulbenkian. Eu gostava também que falássemos sobre as escolhas do espectáculo. São mesmo escolhas ou é porque tinha mesmo que ser assim? Não tem luzes, não tem cenários, é uma coisa muito natural e muito despojada… “Primeiro de tudo, eu faço confiança ao corpo. Eu penso que o corpo, ele é inteligente, ele próprio. Segundo, são as vivências do próprio corpo, não o corpo como lugar de memória, mas o corpo como um espaço tecnológico.” Como assim? “O corpo tem saberes a partir das experiências que passou, vai acumulando saberes. Então, eu acredito que o corpo, ele próprio, pode comunicar com qualquer outro corpo. Penso sempre o corpo como um lugar tecnológico que tem capacidade de desenvolver e de nos fazer aceder a outros lugares de forma emocional, de forma espiritual e também de uma forma física. Então, acredito o corpo como esse espaço com capacidade para mudar o mundo também.” No momento em que vivemos toda a aceleração tecnológica, em que passamos para a inteligência artificial, em que qualquer espectáculo tem tanta coisa, até ruído visual, vocês vão ao essencial. É político? “É político porque nós viemos de um lugar e temos opinião só por isso, mas sem uma intenção clara de reivindicação. A intenção clara é demonstrar justamente com o que nós fazemos, com o que nós desenvolvemos e do lugar que eu venho e de onde os Vagabundus vêm não há condições de criação técnica. A peça é forte justamente porque essa simplicidade, essa falta, é uma riqueza para nós. Usamos isso como riqueza, de certa forma. Por isso é que os ‘Vagabundus' têm essa exigência tão técnica, sem muita decoração e sem cenários. Essa simplicidade, nós usamos como riqueza porque é o que nós temos.” Mas isso não corre o risco de ser visto como uma ode à precariedade? Vocês não deveriam sempre pedir mais? “Pois, poderíamos sempre pedir mais. Só que aí é que está. Temos vindo a discutir muito sobre a falta, sobre co-produções, sobre quem nos ajuda. É sempre o meu pensamento, principalmente com relação aos nossos produtores e às pessoas que produzem a Vagabundus ,que produzem o nosso trabalho, nós estamos sempre a discutir isso. Apesar de eu estar sempre a precisar de dinheiro - mesmo para esta última peça que eu estou a desenvolver, preciso de dinheiro para desenvolver figurinos e tudo - preciso procurar dinheiro em algum lugar. Mas também me trava um bocadinho e sempre fico a pensar nesse lugar de dependências e interdependências.” Não quer perder a autonomia, a liberdade? “De que forma continuamos a guardar a nossa autonomia, de que forma continuamos a desenvolver, como queremos fazer apesar do dinheiro não ser nosso, mas justamente por esse lugar inter-humano.” É um espectáculo novo? “Sim, eu estou a preparar um espectáculo que eu chamo de ‘Dzudza', uma palavra em changana para dizer vasculhar. ‘Dzudza-se' muito nos mercados, nas ruas caóticas de Maputo, cada um à procura de uma peça melhor para si, é dizer mais ou menos isso. Eu vejo o ‘Dzudza' como o oposto do ‘Vagabundus'. ‘Vagabundus' é mais energético, mais interno e é completamente alegre. É uma acção de graças. Na verdade, toda a peça é uma acção de graças. Canta-se todo o tempo, a expressão é a mesma, a estética é a mesma, mas com perspectivas totalmente diferentes de levar à sala e ao público. Há momentos mais alegres. Há momentos mais ecléticos da vida.” Numa das conferências no Fórum da Bienal de Dança de Lyon disse que não via o “Vagabundus' como uma peça, como uma obra, mas como “uma lógica moçambicana de fazer as coisas”. O que quer isso dizer? “Quer dizer que a forma como ‘Vagabundus' foi constituído, as coisas acontecem porque o colectivo tem vontade de fazer. E ‘Vagabundus' foi feita por essa força do colectivo e por essa força individual. Cada um sempre contribuía com o seu transporte até ao lugar, justamente porque acreditava nisso. Uma das características de Moçambique é realmente confiar no colectivo. Para te dar um exemplo muito claro, económico, social e político disso, tem um termo e tem uma acção de empréstimos e de crédito que se chama xitique. Isso só existe em Moçambique. Eu vou explicar. É um grupo de pessoas que se juntam, vão guardar dinheiro para ajudar-se uns aos outros. Eles vão dizer que têm um xitique mensal ou semanal e cada um tem que tirar um valor por semana que vai ajudar um do grupo. Existe essa lógica de confiança que tu tiras o teu dinheiro, dás a alguém e ficas à espera da tua vez chegar. E sempre chega. Mas eu não consigo encontrar nenhuma lógica para isso, senão uma lógica moçambicana de confiança mesmo.” Falemos agora do outro projecto, o espectáculo participativo que fez na Bienal de Dança de Lyon. Como foi a criação? “O ponto de partida é esse mesmo, a palavra espectáculo, performance. Quando o Quito [Tembe, co-curador do Forum] me escolheu, a ideia era desconstruir essa compreensão que temos sobre o espectáculo e sobre a dança contemporânea. Para mim, espectáculo é convidar alguém para assistir. Na minha ideia, nestes ‘Rituais do Corpo Vivo', eu não tenho público, tenho participantes. Pensar o público como participante da acção que partilhamos e que, se ele participa, também chega a ser um membro que tem algo a partilhar e que dessa partilha se cria uma energia. Então ‘M'Polo' é inspirado de um de um termo maconde de rito de iniciação, que é o espaço onde os iniciados se vão concentrar durante essa formação para passarem para a vida adulta. Vão-se iniciar, vão-se conhecer. Então, esse espectáculo é muito ligado a isso e muito ligado a se reconectar o ser humano com ele próprio. É um lugar onde todos possam respirar juntos, um lugar onde todos possam estar juntos. É um lugar aonde cada um é importante. Então, é isso que nós partilhamos aqui, nessa ideia de desconstruir essa ideia de espetáculo.” E é uma festa também. “Tentamos celebrar o momento, tentamos celebrar esse encontro. Na verdade, eu não sei se podemos chamar isso de uma performance, um espectáculo, mas é mais um ritual de encontro mesmo em que o público não sabe o que é que vai ser. O público não sabe que ele também é participante deste espaço.” E o público como aderiu? Pode ser intimidante… “Sim. Pode ser intimidante, mas por causa do preconceito do que é que é um espectáculo, na verdade, porque eles vão para assistir alguma coisa e isso também cria uma resistência interna, uma luta interna. Eu não sei se eles têm consciência até agora, não sei se eles têm a resposta se eles viram um espectáculo ou se eles participaram do espectáculo.” Neste contexto do ritual colectivo, como é que a dança pode fazer corpo colectivo e ser ferramenta de resistência neste mundo cada vez mais polarizado e individualista? “Eu acho que a dança tem que ser isso, tem que ser um espaço ou tem que ser uma expressão ou um motor que convida as pessoas a dançarem. Também tem que ser um espaço onde as pessoas se sintam no lugar de doadores também, doadores da sua presença. Um espaço que qualquer pessoa pode, de certa forma, mudar uma situação. Eu vejo a dança como isso. Para mim, a dança tem que ser esse espaço que acolhe pessoas. Um espaço acolhedor.” Para terminarmos, para quem ainda não o conhece – e depois de ter ouvido aqui na Bienal que o Ídio Chichava é a moda do momento – quer falar-nos um pouco sobre si? “Sou formado em danças tradicionais. Sou alguém que viveu parte da sua formação como artista e bailarino na França, alguém que viajou muito pelo mundo sempre através da dança. E alguém que acredita muito no poder da dança.”
Juliana relembra sua trajetória marcada por dor e culpa. Ela se envolveu com Carlos, pai de seus filhos, que foi preso e nunca assumiu o papel de pai. Criando sozinha, viu Patrick, o mais velho, começar a trabalhar cedo, mas acabou entrando no tráfico. Apesar de seus apelos, ele insistia que sabia se cuidar. A situação piorou quando se envolveu com uma mulher controladora, que o afastou da família. Depois de uma briga, Patrick sofreu um grave acidente de moto e ficou 45 dias em coma, até falecer. Devastada, a mãe carrega a culpa por não ter conseguido mudar
O Festival Visa pour l'Image, realizado anualmente em Perpignan, no sul da França, é um dos mais prestigiados eventos de fotojornalismo do mundo. A mostra, que termina neste domingo (14), funciona como um termômetro dos rumos globais ao apresentar os principais acontecimentos do ano, além de retrospectivas e homenagens. No entanto, apesar do crescimento constante da presença feminina na profissão, a visibilidade das mulheres no festival ainda é historicamente limitada, refletindo uma persistente disparidade de gênero no campo. Pioneiras como Gerda Taro e Lee Miller já evidenciavam, desde o século passado, o poder da lente feminina na documentação de conflitos como a Guerra Civil Espanhola e a Segunda Guerra Mundial. Suas imagens revelaram o sofrimento civil e a brutalidade humana com uma sensibilidade singular. Embora muitas mulheres atuem no fotojornalismo, a representatividade nos grandes palcos ainda é desigual. Dos treze prêmios concedidos pelo Visa pour l'Image este ano, apenas um foi destinado a uma fotógrafa. O festival, contudo, tem buscado ampliar essa presença por meio de bolsas e prêmios específicos para mulheres. Não há um levantamento global e atualizado sobre a atuação feminina no fotojornalismo, mas dados de organizações como a Freedom of the Press Foundation indicam que a participação das mulheres tem crescido lentamente, porém de forma consistente, nas últimas décadas. Segundo um relatório de 2019 da Women Photograph — organização internacional dedicada a aumentar a representação feminina na fotografia jornalística — apenas 15% a 20% dos fotógrafos profissionais eram mulheres. Atualmente, estima-se que elas representem cerca de 22% dos profissionais da área, número ainda distante da paridade. Apesar dos desafios, ser mulher no fotojornalismo pode oferecer vantagens únicas. Carolyn van Houten, do jornal The Washington Post, observa que mulheres são frequentemente subestimadas, o que pode facilitar o acesso a informações sensíveis. Ela relata, por exemplo, que conseguiu entrar em áreas do Afeganistão e conversar com mulheres que seus colegas homens jamais teriam acesso. "Olhar feminino é importante" “Em campo, é uma vantagem porque nos permite ter acesso ao mundo das mulheres, especialmente em regiões onde há muita violência sexual”, diz Paloma Laudet, que apresentou em Perpignan uma série sobre a República Democrática do Congo. “No mundo do fotojornalismo, especialmente em zonas de conflito, há mulheres fotógrafas, mas proporcionalmente ainda há mais homens nessas regiões. O nosso olhar — o da mulher — é importante, mas infelizmente o olhar dos homens ainda tem mais destaque.” Juliette Pavy teve seu trabalho sobre a Groenlândia exibido nas projeções noturnas do festival. Ela também destaca a vantagem de ser mulher em suas reportagens. “Durante três anos, investiguei a prática de esterilização forçada de mulheres na Groenlândia. Inevitavelmente, ser mulher faz com que esse assunto me toque profundamente. Sinto que isso cria uma conexão mais sensível com as vítimas, que acabam confiando em mim com mais facilidade para compartilhar seus testemunhos sobre esse tipo de violência.” Apesar dos avanços, o fotojornalismo ainda é descrito como um “mundo muito machista” pela veterana Ana Carolina Fernandes, que iniciou sua carreira aos 19 anos no jornal O Globo e foi a única mulher entre 30 fotógrafos no Jornal do Brasil. Embora tenha recebido apoio de colegas, ela relembra que a chefia deixava claro que, se dependesse deles, ela não estaria ali. Coberturas de futebol e de hard news continuam sendo majoritariamente masculinas, e Ana Carolina relata que ainda é raro ver mulheres atuando como fotojornalistas em eventos como a Copa do Mundo.
Manel Cruz é o convidado do Posto Emissor desta semana. A experiência enquanto presidente da associação do STOP, o momento vivido pela cultura em Portugal e os novos “temperos” da digressão “Cru”, que em breve passará por Lisboa e Porto, foram temas da conversa com a voz dos Ornatos Violeta e senhor de uma respeitável carreira a solo, na primeira edição do Posto Emissor após a pausa estival. Falámos ainda do 80º aniversário de Sérgio Godinho e do regresso de David Byrne aos discos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
JJ Mentoria - Programa de Mentoria para Provas de Residência Médica - Podcasts
“Sinto que estou estagnado. E agora?”
Roberta Martinelli conversa com Agnes Nunes sobre carreira, família e mercado da música.See omnystudio.com/listener for privacy information.
LEITURA BÍBLICA DO DIA: SALMO 33:1-11 PLANO DE LEITURA ANUAL: SALMOS 84–86; ROMANOS 12 Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira: Quando meu filho era pequeno, eu o levava e buscava na escola. Um dia me atrasei para ir buscá-lo. Estacionei o carro, e orando corri em direção à sala de aula. Encontrei-o abraçado à mochila, sentado ao lado do professor e lhe disse. “Sinto muito, você está bem?” Ele me respondeu: “Estou bem, mas chateado porque você se atrasou”. Como poderia culpá-lo? Amo meu filho, estava chateada, mas sabia que muitas vezes o desapontaria. Também sabia que um dia ele poderia se sentir assim com Deus. Logo, esforcei-me para ensiná-lo que Deus nunca quebra ou quebrará uma promessa. O salmo 33 nos encoraja a celebrar a fidelidade de Deus com louvores alegres (vv.1-3) porque “a palavra do Senhor é verdadeira e podemos confiar em tudo que ele faz” (v.4). Usando o mundo que Deus criou como prova irrefutável de Seu poder e confiabilidade (vv.5-7), o salmista clama ao “mundo” a adorar e temer a Deus (v.8). Quando os planos falham ou as pessoas nos decepcionam, podemos nos tornar propensos a também nos decepcionar com Deus. No entanto, podemos confiar no Senhor porque Seus planos “permanecem para sempre” (v.11). Podemos louvar a Deus, mesmo quando as coisas dão errado, pois nosso amoroso Criador sustenta a tudo e a todos. Deus é fiel para sempre. Por: XOCHITL DIXON
Cresceu numa aldeia do norte, em Paredes, num país conservador, salazarista, com as janelas fechadas para o mundo. Em casa não tinha livros, mas logo aos 13 anos descobre o gosto pela leitura nas carrinhas da biblioteca itinerante da Gulbenkian, que lhe define a vida inteira. Comunista, viveu na clandestinidade na luta antifascista e, no final dos anos 70, integra a fundação da Caminho. É o único editor de uma obra de língua portuguesa distinguida com o Prémio Nobel da Literatura, uma distinção atribuída a José Saramago, em 1998. Na sua família de autores tem ainda 8 Prémios Camões. Nunca mais esquece a alegria do momento que fez o país crescer “três centímetros”. Eterno curioso, aos 80 anos não planeia reformar-se, e afirmar querer publicar e ler livros até ao fim. Ouçam-no nesta primeira parte da conversa com Bernardo Mendonça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Muita corredores ficam em dúvida com relação às participações e comportamento nas corridas de rua. Será que a gente pode andar durante uma corrida? Sinto dores quando corro, mas devo continuar correndo? Só pode participar das corridar quem corre rápido? Essas e outras dúvidas eu comento nesse podcast. Essas podem também ser as suas dúvidas. Ouça, comente, curta e compartilhe! Bons treinos, boas corridas e boas caminhadas. #correr #caminhar #corridaderua #carecadecorrer #dicadocareca
Os incêndios florestais em Portugal e a necessidade de melhor gestão do território e meios de combate, o reconhecimento do Estado da Palestina, crises políticas em Angola e outros países lusófonos, e ainda as tensões comerciais entre EUA e UE estiveram sob o escrutínio de Ana Gomes. A comentadora critica a falta de transparência governamental, alerta para reformas polémicas e destaca o impacto social negativo dos jogos de azar, como a raspadinha. Um episódio rico em análise crítica e defesa dos direitos humanos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
പൗരോഹിത്യത്തിൻ്റെ വെല്ലുവിളികൾ - Fr. Lazer Sinto Thaiparambil
Sinto cheiro de óleo quente! Quem vai cair Dorival ou Memphis? Os dois? Treinador no Corinthians não tem jeito, sofre pressão a cada rodada e jogador que recebe uma grana violenta também! Treinador escalou errado? Camisa 10 não decidiu a partida? Corneta em todos! Maycon sofre outra contusão e a situação financeira do clube é sempre assunto. No brasileiro temos dois jogos difíceis pela frente. Vai Corinthians! SIGA A IRMANDADE! https://linktr.ee/irmandadecorinthiana
20/07/2025 - Culto Vespertino - Efésios 5
Um dos fatores essenciais para a liderança de alto desempenho é a proximidade. Mas como cuidar para isso? Não caminhar para uma intimidade que não faz bem?Oie!Bom dia !Olha só, o mundo corporativo realmente acha que pode viver numa bolha, onde vida pessoal e profissional se separam como óleo e água. Sinto informar, mas esse é um dos maiores mitos alimentados pelos manuais de "Como ser um chefe fodástico em 10 passos". No entanto, é crucial entender o ponto crucial: liderança não é sobre criar um exército de clones emocionalmente desligados!
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13/07/2025 - Culto Vespertino - Tiago 1
Nesta edição do podcast do Caixa, Weslley Fonseca recebe o casal Adryelle e Felipe. Os músicos trabalham na área acadêmica, tem um ministério juntos e contam a história deles. Confere aí!
A bailarina moçambicana, Mariana Tembe sobe ao palco no Pátio de Honra do Palácio dos Papas, no Festival de Avignon, no espectáculo NÔT, de Marlène Monteiro Freitas. Um corpo em libertação, que dança a coragem, a sobrevivência e a luta de muitas mulheres. Uma presença forte num espetáculo onde o gesto fala mais alto que as palavras. Na sua 78.ª edição, o Festival de Avignon, abriu com um espetáculo sem palavras, mas com todos os sentidos expostos. NÔT é a mais recente criação da coreógrafa cabo-verdiana Marlène Monteiro Freitas, foi apresentado no Palácio dos Papas, cenário privilegiado onde a dança se transforma em ritual. Em palco, oito intérpretes contam, com o corpo, uma versão desordenada e hipnótica das Mil e Uma Noites. Entre eles, destaca-se uma figura pela força e contenção do seu gesto: a bailarina moçambicana Mariana Tembe. Com um solo que ocupa o espaço como um murmúrio que cresce até se tornar clamor, a bailarina oferece ao público francês, e ao olhar atento da crítica internacional, uma performance de grande densidade física e emocional. “O palco é o lugar onde ninguém me controla. Onde me liberto, onde me permito”, diz a intérprete. Durante 1h45 de espetáculo, o seu corpo é instrumento, voz, resistência. Nascida e formada em Moçambique, Mariana Tembe é intérprete de dança contemporânea, com um percurso construído entre África e Europa. O seu encontro com Marlène Monteiro Freitas deu-se em 2019, quando foi convidada a integrar o universo da coreógrafa. Mas a adaptação não foi imediata. “Foi muito estranho para mim... Eu venho de uma dança mais centrada no movimento técnico. Entrar no universo da Marlène foi um choque. Não percebia como me encaixar naquele mundo”, recorda. Durante meses, o corpo resistiu, “levou algum tempo para o meu corpo se alinhar ao tipo de movimento que ela exige”. Esse processo de incorporação tornou-se, com o tempo, uma fusão. “Hoje, percebo que essa linguagem faz mais sentido do que a anterior. Quando estou sozinha no estúdio, o meu corpo reage naturalmente de forma diferente. Encarnei essa linguagem”, conta. A construção desse vocabulário físico não se faz de fórmulas. Exige disponibilidade total. “É uma presença física, psicológica e emocional. Junta-se tudo e acaba por blindar o corpo. O que se vê em palco é resultado desse processo”, explica a bailarina. Um solo de libertação e sobrevivência O solo de Mariana Tembe em NÔT surge no momento central do espetáculo. Perante uma plateia de mais de 2.000 espectadores, a bailarina, amputada de ambas as pernas, ocupa o centro do espaço do Palácio dos Papas num crescendo de energia e vulnerabilidade. Com mobilidade reduzida, o seu corpo reinventa a dança e na plateia, o público assiste, em silêncio, a um corpo que parece não ter limites. “Sinto-me fora de controlo, sim. Mas de uma forma boa. Eu começo a dar desde o início e vou até ao fim. Não penso, deixo-me ir. E partilho o que tenho para partilhar com o público”, descreve. Essa partilha é tudo menos abstrata: “O solo trata de uma história muito marcante, uma história de sobrevivência e de luta. Uma jovem que arrisca a vida para salvar outras. Depois dessa sua acção, muitas mulheres sentiram-se livres”. Mariana Tembe reconhece o eco desta narrativa na sua própria trajectória e na de muitas outras mulheres. “Nós, mulheres, lutamos de formas diferentes. Mesmo quando o pior está diante de nós, seguimos, furamos paredes, quebramos barreiras sem pensar duas vezes”, sublinha. Depois da estreia, o público partilhou ecos da sua presença. “As pessoas reconhecem-me na rua. Dizem: ‘Ah, tu estiveste em NÔT! Aquele solo foi incrível!' Falam do momento em que levanto os braços, do momento em que canto”, conta feliz. Apesar da humildade, Mariana Tembe reconhece a força do que fez: "É muito forte para mim também. Porque esse solo, além de tudo, é libertação. É coragem. É entrega”. O peso de estar em Avignon Para qualquer intérprete, pisar o Palácio dos Papas é uma experiência de consagração. “Sinto que faço parte de um movimento de revolução. Esta já é a terceira edição consecutiva em que o festival é aberto por uma mulher. E não é qualquer festival. É o Festival de Avignon”, recorda. O festival de Avignon, fundado em 1947, é um dos maiores e mais respeitados festivais de teatro e artes performativas do mundo. Nos últimos anos, tem dado sinais de abertura a novas geografias e linguagens, mas a presença de artistas africanos, sobretudo mulheres, continua a ser excepção. A abertura com NÔT representa, nesse contexto, uma afirmação estética e política. A presença de Mariana Tembe em palco é arrebatadora não só pelo rigor físico, mas pelo que carrega de simbólico. Num espaço historicamente ocupado pelo poder eclesiástico e patriarcal, o corpo de uma mulher, africana, é agora centro e voz. Um gesto que Mariana Tembe não impõe, mas que ocupa. Quando lhe pedimos que resuma esta experiência numa palavra, responde sem rodeios: "Uau" e, depois de uma curta pausa, como quem precisa de mais palavras, diz: “É desafiador. Revolucionário.”
É apresentadora há mais de 20 anos, mas tudo começou por acaso. Mónica Jardim abre o coração sobre paixões, a perda da mãe, o fim do "Somos Portugal", formato que apresentou durante doze anos, e aquilo que a move para sorrir todos os dias.See omnystudio.com/listener for privacy information.
29/06/2025 - Culto Vespertino - Gênesis 2
Nesta aula de francês, vamos aprender como expressar dificuldades, fazer reclamações com educação e resolver situações do dia a dia de forma clara e respeitosa. Ideal para quem está viajando, morando fora ou lidando com serviços em francês.1. Expressar que há um problemaIl y a un problème avec… – Há um problema com… Quelque chose ne va pas. – Algo não está certo. Je ne suis pas satisfait(e). – Não estou satisfeito(a). Je crois qu'il y a une erreur. – Acho que há um erro. Excusez-moi, je voudrais signaler un souci. – Com licença, gostaria de comunicar um problema.Exemplo: Il y a un problème avec la chambre : il n'y a pas d'eau chaude.2. Fazer reclamações com educaçãoJe comprends, mais… – Eu entendo, mas… Je suis désolé(e), mais ce n'est pas acceptable. – Sinto muito, mas isso não é aceitável. Est-ce que vous pouvez faire quelque chose ? – Você pode fazer algo a respeito? Je voudrais parler à un responsable. – Gostaria de falar com um responsável. Merci de votre compréhension. – Obrigado(a) pela compreensão.Exemplo: Je comprends que vous êtes occupé, mais j'attends depuis plus de 30 minutes.3. Resolver problemas em lojas, hotéis, restaurantesCe produit est défectueux. – Este produto está com defeito. Je veux échanger / me faire rembourser. – Quero trocar / ser reembolsado(a). La commande est incomplète / incorrecte. – O pedido está incompleto / errado. Le service n'a pas été à la hauteur. – O serviço não correspondeu às expectativas. La chambre n'est pas propre. – O quarto não está limpo.Exemplo: Je suis désolé, mais ce n'est pas ce que j'ai commandé.4. Pedir ajuda em francês com clarezaPouvez-vous m'aider, s'il vous plaît ? – Você pode me ajudar, por favor? Je suis perdu(e), pouvez-vous m'indiquer le chemin ? – Estou perdido(a), pode me indicar o caminho? J'ai besoin d'aide pour comprendre ça. – Preciso de ajuda para entender isso. À qui dois-je m'adresser ? – A quem devo me dirigir? Est-ce que vous pouvez m'expliquer ce qui se passe ? – Pode me explicar o que está acontecendo?5. Frases para encerrar com cordialidadeMerci pour votre aide. – Obrigado(a) pela sua ajuda. J'apprécie votre réactivité. – Agradeço sua agilidade. Bonne journée malgré tout. – Tenha um bom dia apesar de tudo. Je vous remercie pour votre compréhension. – Agradeço pela sua compreensão.Saber resolver problemas com calma e clareza é uma habilidade essencial para a vida em outro país. Use essas frases com confiança e respeito — elas vão te ajudar a ser ouvido e encontrar soluções. Bon courage !00:00 Introdução01:38 Expressar que há um problema em francês05:59 Fazer reclamações em francês07:33 Resolver problemas em lojas, hotéis, restaurantes10:09 Pedir ajuda em francês11:21 Frases para encerrar com cordialidade
Oro Por Você 02819 – 12 de Junho de 2025 Senhor amado, estou confuso, triste e inseguro. Sinto-me preso. Só vejo sombras. Dúvidas, preocupações e […]
A voz, o abraço, as brincadeiras do companheiro… Tudo não existe mais na vida da Janaína, depois do diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica do Marcos, seu marido há 26 anosJana e Marcos se conheceram em um rodeio, ainda jovens. Ele foi o primeiro namorado dela, e o amor entre os dois cresceu rápido. Casaram, construíram uma família e uma rotina cheia de afeto. Mas, no começo de 2021, Marcos começou a sentir fraqueza nas mãos. Em pouco tempo, os sintomas se espalharam. A cada dois meses, a doença atingia uma parte diferente do corpo: primeiro os braços, depois as pernas, até afetar sua capacidade de respirar.O diagnóstico veio na mesma velocidade: Esclerose Lateral Amiotrófica. Uma doença degenerativa que paralisa os músculos do corpo até que a pessoa fique totalmente incapaz. Mas o mais cruel da ELA é que a mente permanece ativa, e o Marcos está lúcido, sente tudo, mas não consegue mais se expressar.Por muitos meses, a única forma de comunicação com a família foi através dos olhos. Um piscar significava “sim”, duas piscadas “não”. Até que a musculatura ocular também foi comprometida, e ele mesmo pediu para parar de tentar se comunicar.Com esforço, apoio jurídico e ajuda do SUS, Janaína conseguiu trazer Marcos de volta para casa. Instalou toda a estrutura necessária, com cama hospitalar, respirador e equipe de enfermagem. Ele seguia sendo presente na rotina da esposa e dos dois filhos. E apesar do silêncio, Janaína insiste em amar. Todos os dias, ela cuida dele, beija, conversa, inclui nas decisões, mantém viva a dignidade que a doença tentou levar. E mesmo sem resposta, ela não deixa de dizer que o ama.Ela sente saudade da companhia, das conversas, das piadas, do jeito brincalhão que ele sempre teve. Sente saudade do homem que ainda está ali, mas não pode mais se mostrar. E mesmo assim, não desiste de estar ao lado. Porque como ela mesma diz: o amor é uma escolha. E ela escolhe amar, mesmo no silêncio.
Sie ist die Tochter des deutschen Sinto und KZ-Überlebenden Otto Rosenberg. Als Vorsitzende des Landesverbandes Deutscher Sinti und Roma kämpft Petra Rosenberg gegen Rassismus. Denn ob im Job oder in der Schule: Diskriminierung gebe es weiterhin. Britta Bürger www.deutschlandfunkkultur.de, Im Gespräch
Alexandre Garcia sublinha que o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, está certo em se recusar a dar explicações ao ministro Flávio Dino, do STF, sobre declarações feitas durante entrevista. Como parlamentar, é inviolávle por quaisquer de suas palavras e opinião. Garcia comenta também o preço da soja, a inércia do Senado para investigar Alexandre de Moraes e a repetição do escândalo de roubo do INSS em governos petistas.
Este é o segundo episódio da série Páscoa Secreta. “Se a esperança acaba… qual o sentido da vida?”
Tenderhooks "Mr. Laughing" - Mr. Laughing The Shakers "Out The Door" - Dave Rave Anthology Volume 1Pinstock "Left Me Hanging" www.pinstockband.com Hudson Powder company "Chopper" www.hudsonpowdercompany.com Kacimi featuring Wendy Martinez "Lune Noire https://lepopclub.com/kacimi/Plastic Rhino "TAKEITALL" www.plasticrhinoband.com The Virginmarys "Northwest Coast" - The House Beyond The Fires www.thevirginmarys.com W.A.S.P. "Paint It Black" www.waspnation.com *******************ALBUM FOCUS: Putumayo World Music presents Jazz World www.putumayo.com Experience the global rhythms of jazz with Putumayo's Jazz World, a rich tapestry of rhythms and melodies. The album features international artists who blend Brazilian bossa nova, Portuguese fado, French chanson and other regional styles into a captivating musical journey.Pedro Rosa (Brazil) "Samba de Um Balaio" Nancy Vieira with Antonio Zambujo (Cabo Verde/Porgutal) "Fado Crioulo" Por ejemplo ahora with Moreno Veloso (Argentina/Brazil) "Sendero"Dotschy Reinhardt (Germany) "Sinto" ***********************Derya Yıldırım & Grup Şimşek "Yarnaoz" - Yarin Yoksa www.bigcrownrecords.com Cat Lion "Two Lives" www.catlionmusic.comEver More Nest "Out Loud" - Out Here Now www.evermorenest.comThe Dillards "Tearin' Up Your Old Clothes For Rags" - Songs That Made Charlene Cry www.rodneydillard.tvJefferson Ross "Let's Start A Cult" - Backstage Balladeer www.jeffersonross.com Jefferson Berry & The UAC "Sleeping In Public" - Born Into A Blizzard www.jeffersonberry.com Fred Gillen Jr. "Birds" - Birds www.fredgillenjr.com Abbie Gardner "Cypress Tree" - Dobrosinger www.abbiegardner.comAllysen Callery "Sea Change" - Ghost Folk www.allysencallery.com************Closing music: Geoffrey Armes "Vrikshashana (The Tree)" - Spirit Dwelling
Leitura Bíblica Do Dia: 2 CORÍNTIOS 12:9-10 Plano De Leitura Anual: JUÍZES 19–21; LUCAS 7:31-50 Já fez seu devocional hoje? Aproveite e marque um amigo para fazer junto com você! Confira
A atriz e apresentadora fala sobre família, religião, casamento e conta pra qual de seus tantos amigos ligaria de uma ilha deserta Regina Casé bem que tentou não comemorar seu aniversário de 71 anos, celebrado no dia 25 de fevereiro. Mas o que seria um açaí com pôr do sol na varanda do Hotel Arpoador se transformou em um samba que só terminou às 11 horas da noite em respeito à lei do silêncio. "Eu não ia fazer nada, nada, nada mesmo. Mas é meio impossível, porque todo mundo fala: vou passar aí, vou te dar um beijo", contou em um papo com Paulo Lima. A atriz e apresentadora tem esse talento extraordinário pra reunir as pessoas mais interessantes à sua volta. E isso vale para seu círculo de amigos, que inclui personalidades ilustres como Caetano Veloso e Fernanda Torres, e também para os projetos que inventa na televisão, no teatro e no cinema. Inventar tanta coisa nova é uma vocação que ela herdou do pai e do avô, pioneiros no rádio e na televisão, mas também uma necessidade. “Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje me atrapalha. Mas, ao mesmo tempo, eu tive que ser tão autoral. Eu não ia ser a mocinha na novela, então inventei um mundo para mim. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto”, afirma. No teatro, ao lado de artistas como o diretor Hamilton Vaz Pereira e os atores Luiz Fernando Guimarães e Patrícia Travassos, ela inventou o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que revolucionou a cena carioca nos anos 1970. Na televisão, fez programas como TV Pirata, Programa Legal e Brasil Legal. "Aquilo tudo não existia, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali”, conta. LEIA TAMBÉM: Em 1999, Regina Casé estampou as Páginas Negras da Trip De volta aos cinemas brasileiros no fim de março com Dona Lurdes: O Filme, produção inspirada em sua personagem na novela Amor de Mãe (2019), Regina bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM. Na conversa, ela fala do orgulho de ter vindo de uma família que, com poucos recursos e sem faculdade, foi pioneira em profissões que ainda nem tinham nome, do título de “brega” que recebeu quando sua originalidade ainda não era compreendida pelas colunas sociais, de sua relação com a religião, da dificuldade de ficar sozinha – afinal, “a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito” –, do casamento de 28 anos com o cineasta Estêvão Ciavatta, das intempéries e milagres que experimentou e de tudo o que leva consigo. “Eu acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do Eu Tu Eles, que ficou com os três maridos”, afirma. “A vida vai passando e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins”. Uma das figuras mais admiradas e admiráveis do país, ela ainda revela para quem ligaria de uma ilha deserta e mostra o presente de aniversário que ganhou da amiga Fernanda Montenegro. Você pode conferir esse papo a seguir ou ouvir no Spotify do Trip FM. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d446165a3ce/header-regina-interna.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Trip. Além de atriz, você é apresentadora, humorista, escritora, pensadora, criadora, diretora… Acho que tem a ver com uma certa modernidade que você carrega, essa coisa de transitar por 57 planetas diferentes. Como é que você se apresentaria se tivesse que preencher aquelas fichas antigas de hotel? Regina Casé. Até hoje ponho atriz em qualquer coisa que tenho que preencher, porque acho a palavra bonita. E é como eu, vamos dizer, vim ao mundo. As outras coisas todas vieram depois. Mesmo quando eu estava há muito tempo sem atuar, eu era primeiramente uma atriz. E até hoje me sinto uma atriz que apresenta programas, uma atriz que dirige, uma atriz que escreve, mas uma atriz. Você falou numa entrevista que, se for ver, você continua fazendo o mesmo trabalho. De alguma maneira, o programa Brasil Legal, a Val de "Que Horas Ela Volta", o grupo de teatro "Asdrúbal Trouxe o Trombone" ou agora esse programa humorístico tem a mesma essência, um eixo que une tudo isso. Encontrei entrevistas e vídeos maravilhosos seus, um lá no Asdrúbal, todo mundo com cara de quem acabou de sair da praia, falando umas coisas muito descontraídas e até mais, digamos assim, sóbrias. E tem um Roda Viva seu incrível, de 1998. Eu morro de pena, porque também o teatro que a gente fazia, a linguagem que a gente usava no Asdrúbal, era tão nova que não conseguiu ser decodificada naquela época. Porque deveria estar sendo propagada pela internet, só que não havia internet. A gente não tem registros, não filmava, só fotografava. Comprava filme, máquina, pagava pro irmão do amigo fazer aquilo no quarto de serviço da casa dele, pequenininho, com uma luz vermelha. Só que ele não tinha grana, então comprava pouco fixador, pouco revelador, e dali a meses aquilo estava apagado. Então, os documentos que a gente tem no Asdrúbal são péssimos. Fico vendo as pouquíssimas coisas guardadas e que foram para o YouTube, como essa entrevista do Roda Viva. Acho que não passa quatro dias sem que alguém me mande um corte. "Ah, você viu isso? Adorei!". Ontem o DJ Zé Pedro me mandou um TED que eu fiz, talvez o primeiro. E eu pensei: "Puxa, eu falei isso, que ótimo, concordo com tudo". Quanta coisa já mudou no Brasil, isso é anterior a tudo, dois mil e pouquinho. E eu fiquei encantada com o Roda Viva, eu era tão novinha. Acho que não mudei nada. Quando penso em mim com cinco anos de idade, andando com a minha avó na rua, a maneira como eu olhava as pessoas, como eu olhava o mundo, é muito semelhante, se não igual, a hoje em dia. [VIDEO=https://www.youtube.com/embed/rLoqGPGmVdo; CREDITS=; LEGEND=Em 1998, aos 34 anos, Regina Casé foi entrevistada pelo programa Roda Viva, da TV Cultura; IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b0ede6d3/1057x749x960x540x52x40/screen-shot-2025-03-14-at-180926.png] O Boni, que foi entrevistado recentemente no Trip FM, fala sobre seu pai em seu último livro, “Lado B do Boni”, como uma das pessoas que compuseram o que ele é, uma figura que teve uma relevância muito grande, inclusive na TV Globo. Conta um pouco quem foi o seu pai, Regina. Acho que não há Wikipedia que possa resgatar o tamanho do meu pai e do meu avô. Meu avô é pioneiríssimo do rádio, teve um dos primeiros programas de rádio, se não o primeiro. Ele nasceu em Belo Jardim, uma cidadezinha do agreste pernambucano, do sertão mesmo. E era brabo, criativo demais, inteligente demais, e, talvez por isso tudo, impaciente demais, não aguentava esperar ninguém terminar uma frase. Ele veio daquele clássico, com uma mão na frente e outra atrás, sem nada, e trabalhou na estiva, dormiu na rua até começar a carregar rádios. Só que, nos anos 20, 30, rádios eram um armário de madeira bem grandão. Daí o cara viu que ele era esperto e botou ele para instalar os rádios na casa das pessoas. Quando meu avô descobriu que ninguém sabia sintonizar, que era difícil, ele aprendeu. E aí ele deixava os rádios em consignação, botava um paninho com um vasinho em cima, sintonizado, funcionando. Quando ele ia buscar uma semana depois, qualquer um comprava. Aí ele disparou como vendedor dos rádios desse cara que comprava na gringa e começou a ficar meio sócio do negócio. [QUOTE=1218] Mas a programação toda era gringa, em outras línguas. Ele ficava fascinado, mas não entendia nada do que estava rolando ali. Nessa ele descobriu que tinha que botar um conteúdo ali dentro, porque aquele da gringa não estava suprindo a necessidade. Olha como é parecido com a internet hoje em dia. E aí ele foi sozinho, aquele nordestino, bateu na Philips e falou que queria comprar ondas curtas, não sei que ondas, e comprou. Aí ele ia na farmácia Granado e falava: "Se eu fizer um reclame do seu sabão, você me dá um dinheiro para pagar o pianista?". Sabe quem foram os dois primeiros contratados dele? O contrarregra era o Noel Rosa, e a única cantora que ele botou de exclusividade era a Carmen Miranda. Foram os primeiros empregos de carteira assinada. E aí o programa cresceu. Começava de manhã, tipo programa do Silvio, e ia até de noite. Chamava Programa Casé. E o seu pai? Meu avô viveu aquela era de ouro do rádio. Quando sentiu que o negócio estava ficando estranho, ele, um cara com pouquíssimos recursos de educação formal, pegou meu pai e falou: "vai para os Estados Unidos porque o negócio agora vai ser televisão". Ele fez um curso, incipiente, para entender do que se tratava. Voltou e montou o primeiro programa de televisão feito aqui no Rio de Janeiro, Noite de Gala. Então, tem uma coisa de pioneirismo tanto no rádio quanto na televisão. E meu pai sempre teve um interesse gigante na educação, como eu. Esse interesse veio de onde? Uma das coisas que constituem o DNA de tudo o que fiz, dos meus programas, é a educação. Um Pé de Quê, no Futura, o Brasil Legal e o Programa Legal, na TV Globo… Eu sou uma professora, fico tentando viver as duas coisas juntas. O meu pai tinha isso porque esse meu avô Casé era casado com a Graziela Casé, uma professora muito, mas muito idealista, vocacionada e apaixonada. Ela trabalhou com Anísio Teixeira, Cecília Meireles, fizeram a primeira biblioteca infantil. Meu pai fez o Sítio do Picapau Amarelo acho que querendo honrar essa professora, a mãe dele. Quando eu era menina, as pessoas vinham de uma situação rural trabalhar como domésticas, e quase todas, se não todas, eram analfabetas. A minha avó as ensinava a ler e escrever. Ela dizia: "Se você conhece uma pessoa que não sabe ler e escrever e não ensina para ela, é um crime". Eu ficava até apavorada, porque ela falava muito duramente. Eu acho que sou feita desse pessoal. Tenho muito orgulho de ter vindo de uma família que, sem recursos, sem universidade, foi pioneira na cidade, no país e em suas respectivas... Não digo “profissões” porque ainda nem existiam suas profissões. Eu tento honrar. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49d1e03df5/header-regina-interna6.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, a atriz e apresentadora estampou as Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Você tem uma postura de liderança muito forte. Além de ter preparo e talento, você tem uma vocação para aglutinar, juntar a galera, fazer time. Por outro lado, tem essa coisa da atriz, que é diferente, talvez um pouco mais para dentro. Você funciona melhor sozinha ou como uma espécie de capitã, técnica e jogadora do time? Eu nasci atriz dentro de um grupo. E o Asdrúbal trouxe o Trombone não era só um grupo. Apesar do Hamilton Vaz Pereira ter sido sempre um autor e um diretor, a gente criava coletivamente, escrevia coletivamente, improvisava. Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje é uma coisa que me atrapalha. Todo mundo fala: "escreve um livro". Eu tenho vontade, mas falo que para escrever um livro preciso de umas 10 pessoas de público, todo mundo junto. Sou tão grupal que é difícil. Ao mesmo tempo, eu tive que ser muito autoral. Eu, Tu, Eles foi a primeira vez que alguém me tirou para dançar. Antes eu fiz participações em muitos filmes, mas foi a primeira protagonista. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto. Então, eu sempre inventei um mundo para mim. No teatro eu não achava lugar para mim, então tive que inventar um, que era o Asdrúbal. Quando eu era novinha e fui para a televisão, eu não ia ser a mocinha na novela. Então fiz a TV Pirata, o Programa Legal, o Brasil Legal. Aquilo tudo não existia na televisão, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali. Eu sempre me acostumei não a mandar, mas a ter total confiança de me jogar. E nos trabalhos de atriz, como é? No Asdrúbal eu me lembro que uma vez eu virei umas três noites fazendo roupa de foca, que era de pelúcia, e entupia o gabinete na máquina. Eu distribuía filipeta, colava cartaz, pregava cenário na parede. Tudo, todo mundo fazia tudo. É difícil quando eu vou para uma novela e não posso falar que aquele figurino não tem a ver com a minha personagem, que essa casa está muito chique para ela ou acho que aqui no texto, se eu falasse mais normalzão, ia ficar mais legal. Mas eu aprendi. Porque também tem autores e autores. Eu fiz três novelas com papéis de maior relevância. Cambalacho, em que fiz a Tina Pepper, um personagem coadjuvante que ganhou a novela. Foi ao ar em 1986 e até hoje tem gente botando a dancinha e a música no YouTube, cantando. Isso também, tá vendo? É pré-internet e recebo cortes toda hora, porque aquilo já tinha cara de internet. Depois a Dona Lurdes, de Amor de Mãe, e a Zoé, de Todas as Flores. Uma é uma menina preta da periferia de São Paulo. A outra uma mulher nordestina do sertão, com cinco filhos. A terceira é uma truqueira carioca rica que morava na Barra. São três universos, mas as três foram muito fortes. Tenho muito orgulho dessas novelas. Mas quando comecei, pensei: "Gente, como é que vai ser?". Não é o meu programa. Não posso falar que a edição está lenta, que devia apertar. O começo foi difícil, mas depois que peguei a manha de ser funcionária, fazer o meu e saber que não vou ligar para o cenário, para o figurino, para a comida e não sei o quê, falei: "Isso aqui, perto de fazer um programa como o Esquenta ou o Programa Legal, é como férias no Havaí". Você é do tipo que não aguenta ficar sozinha ou você gosta da sua companhia? Essa é uma coisa que venho perseguindo há alguns anos. Ainda estou assim: sozinha, sabendo que, se quiser, tem alguém ali. Mas ainda apanho muito para ficar sozinha porque, justamente, a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito. Fui criada assim, em uma família que eram três filhas, uma mãe e uma tia. Cinco mulheres num apartamento relativamente pequeno, um banheiro, então uma está escovando os dentes, outra está fazendo xixi, outra está tomando banho, todas no mesmo horário para ir para a escola. Então é muito difícil para mim ficar sozinha, mas tenho buscado muito. Quando falam "você pode fazer um pedido", eu peço para ter mais paciência e para aprender a ficar sozinha. Você contou agora há pouco que fazia figurinos lá no Asdrúbal e também já vi você falando que sempre aparecia na lista das mais mal vestidas do Brasil. Como é ser julgada permanentemente? Agora já melhorou, mas esse é um aspecto que aparece mais porque existe uma lista de “mais mal vestidas". Se existisse lista para outras transgressões, eu estaria em todas elas. Não só porque sou transgressora, mas porque há uma demanda que eu seja. Quando não sou, o pessoal até estranha. Eu sempre gostei muito de moda, mais que isso, de me expressar através das roupas. E isso saía muito do padrão, principalmente na televisão, do blazer salmão, do nude, da unha com misturinha, do cabelo com escova. Volta e meia vinha, nos primórdios das redes sociais: "Ela não tem dinheiro para fazer uma escova naquele cabelo?". "Não tem ninguém para botar uma roupa normal nela?". [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49c62141c1/header-regina-interna4.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Regina Casé falou à Trip em 1999, quando estampou as Páginas Negras; ALT_TEXT=] Antes da internet, existiam muitas colunas sociais em jornal. Tinha um jornalista no O Globo que me detonava uma semana sim e outra não. Eu nunca vou me esquecer. Ele falava de uma bolsa que eu tinha da Vivienne Westwood, que inclusive juntei muito para poder comprar. Eu era apaixonada por ela, que além de tudo era uma ativista, uma mulher importantíssima na gênese do Sex Pistols e do movimento punk. Ele falava o tempo todo: "Estava não sei onde e veio a Regina com aquela bolsa horrorosa que comprou no Saara". O Saara no Rio corresponde à 25 de março em São Paulo, e são lugares que sempre frequentei, que amo e que compro bolsas também. Eu usava muito torço no cabelo, e ele escrevia: "Lá vem a lavadeira do Abaeté". Mais uma vez, não só sendo preconceituoso, mas achando que estava me xingando de alguma coisa que eu acharia ruim. Eu pensava: nossa, que maravilha, estou parecendo uma lavadeira do Abaeté e não alguém com um blazer salmão, com uma blusa bege, uma bolsa arrumadinha de marca. Pra mim era elogio, mas era chato, porque cria um estigma. E aí um monte de gente, muito burra, vai no rodo e fala: "Ela é cafona, ela é horrorosa". Por isso que acho que fiquei muito tempo nessas listas. O filme “Ainda Estou Aqui” está sendo um alento para o Brasil, uma coisa bem gostosa de ver, uma obra iluminada. A Fernanda Torres virou uma espécie de embaixadora do Brasil, falando de uma forma muito legal sobre o país, sobre a cultura. Imagino que pra você, que vivenciou essa época no Rio de Janeiro, seja ainda mais especial. Eu vivi aquela época toda e o filme, mesmo sem mostrar a tortura e as barbaridades que aconteceram, reproduz a angústia. Na parte em que as coisas não estão explicitadas, você só percebe que algo está acontecendo, e a angústia que vem dali. Mesmo depois, quando alguma coisa concreta aconteceu, você não sabe exatamente do que está com medo, o que pode acontecer a qualquer momento, porque tudo era tão aleatório, sem justificativa, ninguém era processado, julgado e preso. O filme reproduz essa sensação, mesmo para quem não viveu. É maravilhoso, maravilhoso. [QUOTE=1219] Não vou dizer que por sorte porque ele tem todos os méritos, mas o filme caiu num momento em que a gente estava muito sofrido culturalmente. Nós, artistas, tínhamos virado bandidos, pessoas que se aproveitam. Eu nunca usei a lei Rouanet, ainda que ache ela muito boa, mas passou-se a usar isso quase como um xingamento, de uma maneira horrível. E todos os artistas muito desrespeitados, inclusive a própria Fernanda, Fernandona, a pessoa que a gente mais tem que respeitar na cultura do país. O filme veio não como uma revanche. Ele veio doce, suave e brilhantemente cuidar dessa ferida. Na equipe tenho muitos amigos, praticamente família, o Walter, a Nanda, a Fernanda. Sou tão amiga da Fernanda quanto da Nanda, sou meio mãe da Nanda, mas sou meio filha da Fernanda, sou meio irmã da Nanda e também da Fernanda. É bem misturado, e convivo muito com as duas. Por acaso, recebi ontem um presente e um cartão de aniversário da Fernandona que é muito impressionante. Tão bonitinho, acho que ela não vai ficar brava se eu mostrar para vocês. O que o cartão diz? Ela diz assim: "Regina, querida, primeiro: meu útero sabe que a Nanda já está com esse Oscar”. Adorei essa frase. "Segundo, estou trabalhando demais, está me esgotando. Teria uma leitura de 14 trechos magníficos, de acadêmicos, que estou preparando essa apresentação para a abertura da Academia [Brasileira de Letras], que está em recesso. O esgotamento acho que é por conta dos quase 100 anos que tenho". Imagina... Com esse trabalho todo. Aí ela faz um desenho lindo de flores com o coração: "Regina da nossa vida, feliz aniversário, feliz sempre da Fernanda". E me manda uma toalhinha bordada lindíssima com um PS: "Fernando [Torres] e eu compramos essa toalhinha de mão no Nordeste numa das temporadas de nossa vida pelo Brasil afora. Aliás, nós comprávamos muito lembranças como essa. Essa que eu lhe envio está até manchadinha, mas ela está feliz porque está indo para a pessoa certa. Está manchadinha porque está guardadinha faz muitos anos". Olha que coisa. Como é que essa mulher com quase 100 anos, com a filha indicada ao Oscar, trabalhando desse jeito, decorando 14 textos, tem tempo de ser tão amorosa, gentil, generosa e me fazer chorar? Não existe. Ela é maravilhosa demais. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b9f0f548/header-regina-interna3.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu queria te ouvir sobre outro assunto. Há alguns anos a menopausa era um tema absolutamente proibido. As mulheres se sentiam mal, os homens, então, saíam correndo. Os médicos não falavam, as famílias não falavam. E é engraçado essa coisa do pêndulo. De repente vira uma onda, artistas falando, saem dezenas de livros sobre o assunto. Como foi para você? Você acha que estamos melhorando na maneira de lidar com as nossas questões enquanto humanidade? É bem complexo. Tem aspectos que acho que estão melhorando muito. Qualquer família que tinha uma pessoa com deficiência antigamente escondia essa pessoa, ela era quase trancada num quarto, onde nem as visitas da casa iam. E hoje em dia todas essas pessoas estão expostas, inclusive ao preconceito e ao sofrimento, mas estão na vida, na rua. Há um tempo não só não podia ter um casal gay casado como não existia nem a expressão "casal gay", porque as pessoas no máximo tinham um caso escondido com outra pessoa. Então em muitos aspectos a gente avançou bastante. Não sei se é porque agora estou ficando bem mais velha, mas acho que esse assunto do etarismo está chegando ainda de uma maneira muito nichada. Se você for assistir a esse meu primeiro TED, eu falo que a gente não pode pegar e repetir, macaquear as coisas dos Estados Unidos. Essa ideia de grupo de apoio. Sinto que essa coisa da menopausa, do etarismo, fica muito de mulher para mulher, um grupo de mulheres daquela idade. Mas não acho que isso faz um garoto de 16 anos entender que eu, uma mulher de 70 anos, posso gostar de basquete, de funk, de sambar, de namorar, de dançar. Isso tudo fica numa bolha bem impermeável. E não acho que a comunicação está indo para outros lados. É mais você, minha amiga, que também está sentindo calores. [QUOTE=1220] Tem uma coisa americana que inventaram que é muito chata. Por exemplo, a terceira idade. Aí vai ter um baile, um monte de velhinhos e velhinhas dançando todos juntos. Claro que é melhor do que ficar em casa deprimido, mas é chato. Acho que essa festa tem que ter todo mundo. Tem que ter os gays, as crianças, todo mundo nessa mesma pista com um DJ bom, com uma batucada boa. Senão você vai numa festa e todas as pessoas são idênticas. Você vai em um restaurante e tem um aquário onde põem as crianças dentro de um vidro enquanto você come. Mas a criança tem que estar na mesa ouvindo o que você está falando, comendo um troço que ela não come normalmente. O menu kids é uma aberração. Os meus filhos comem tudo, qualquer coisa que estiver na mesa, do jeito que for. Mas é tudo separado. Essa coisa de imitar americano, entendeu? Então, acho que essa coisa da menopausa está um pouco ali. Tem que abrir para a gente conversar, tem que falar sobre menopausa com o MC Cabelinho. Eu passei meio batida, porque, por sorte, não tive sintomas físicos mais fortes. Senti um pouco mais de calor, mas como aqui é tão calor e eu sou tão agitada, eu nunca soube que aquilo era específico da menopausa. Vou mudar um pouco de assunto porque não dá para deixar de falar sobre isso. Uma das melhores entrevistas do Trip FM no ano passado foi com seu marido, o cineasta Estêvão Ciavatta. Ele contou do acidente num passeio a cavalo que o deixou paralisado do pescoço para baixo e com chances de não voltar a andar. E fez uma declaração muito forte sobre o que você representou nessa recuperação surpreendente dele. A expressão "estamos juntos" virou meio banal, mas, de fato, você estava junto ali. Voltando a falar do etarismo, o Estêvão foi muito corajoso de casar com uma mulher que era quase 15 anos mais velha, totalmente estabelecida profissionalmente, conhecida em qualquer lugar, que tinha sido casada com um cara maravilhoso, o Luiz Zerbini, que tinha uma filha, uma roda de amigos muito grande, um símbolo muito sólido, tudo isso. Ele propôs casar comigo, na igreja, com 45 anos. Eu, hippie, do Asdrúbal e tudo, levei um susto, nunca pensei que eu casar. O que aconteceu? Eu levei esse compromisso muito a sério, e não é o compromisso de ficar com a pessoa na saúde, na doença, na alegria, na tristeza. É também, mas é o compromisso de, bom, vamos entrar nessa? Então eu vou aprender como faz isso, como é esse amor, como é essa pessoa, eu vou aprender a te amar do jeito que você é. Acho que o pessoal casa meio de brincadeira, mas eu casei a sério mesmo, e estamos casados há 28 anos. Então, quando aconteceu aquilo, eu falei: ué, a gente resolveu ficar junto e viver o que a vida trouxesse pra gente, então vamos embora. O que der disso, vamos arrumar um jeito, mas estamos juntos. E acho que teve uma coisa que me ajudou muito. O quê? Aqui em casa é tipo pátio dos milagres. Teve isso que aconteceu com o Estêvão, e também a gente ter encontrado o Roque no momento que encontrou [seu filho caçula, hoje com 11 anos, foi adotado pelo casal quando bebê]. A vida que a gente tem hoje é inacreditável. Parece realmente que levou oito anos, o tempo que demorou para encontrar o filho da gente, porque estava perdido em algum lugar, igual a Dona Lurdes, de Amor de Mãe. Essa é a sensação. E a Benedita, quando nasceu, quase morreu, e eu também. Ela teve Apgar [escala que avalia os recém-nascidos] zero, praticamente morreu e viveu. Nasceu superforte, ouvinte, gorda, forte, cabeluda, mas eu tive um descolamento de placenta, e com isso ela aspirou líquido. Ela ficou surda porque a entupiram de garamicina, um antibiótico autotóxico. Foi na melhor das intenções, pra evitar uma pneumonia pelo líquido que tinha aspirado, mas ninguém conhecia muito, eram os primórdios da UTI Neonatal. O que foi para a gente uma tragédia, porque ela nasceu bem. Só que ali aprendi um negócio que ajudou muito nessa história do Estêvão: a lidar com médico. E aprendi a não aceitar os "não". Então quando o cara dizia "você tem que reformar a sua casa, tira a banheira e bota só o chuveiro largo para poder entrar a cadeira de rodas", eu falava: "Como eu vou saber se ele vai ficar pra sempre na cadeira de rodas?". [QUOTE=1221] Quando a Benedita fala "oi, tudo bem?", ela tem um leve sotaque, anasalado e grave, porque ela só tem os graves, não tem nem médio, nem agudo. Mas ela fala, canta, já ganhou concurso de karaokê. Quando alguém vê a audiometria da Benedita, a perda dela é tão severa, tão profunda, que falam: "Esse exame não é dessa pessoa". É o caso do Estêvão. Quando olham a lesão medular dele e veem ele andando de bicicleta com o Roque, falam: "Não é possível". Por isso eu digo que aqui em casa é o pátio dos milagres. A gente desconfia de tudo que é “não”. É claro que existem coisas que são limitações estruturais, e não adianta a gente querer que seja de outro jeito, mas ajuda muito duvidar e ir avançando a cada "não" até que ele realmente seja intransponível. No caso do Estêvão, acho que ele ficou feliz porque teve perto por perto não só uma onça cuidando e amando, mas uma onça que já tinha entendido isso. Porque se a gente tivesse se acomodado a cada “não”, talvez ele não estivesse do jeito que está hoje. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49af631476/header-regina-interna2.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu já vi você falar que essa coisa da onça é um pouco fruto do machismo, que você teve que virar braba para se colocar no meio de grupos que eram majoritariamente de homens, numa época que esse papo do machismo era bem menos entendido. Isso acabou forjando o seu jeito de ser? Com certeza. Eu queria ser homem. Achava que tudo seria mais fácil, melhor. Achava maravilhoso até a minha filha ser mulher. Fiquei assustadíssima. Falei: "Não vou ser capaz, não vou acertar". Aí botei a Benedita no futebol, foi artilheira e tudo, e fui cercando com uma ideia nem feminista, nem machista, mas de que o masculino ia ser melhor pra ela, mais fácil. Mas aí aprendi com a Benedita não só a amar as mulheres, mas a me amar como mulher, grávida, dando de mamar, criando outra mulher, me relacionando com amigas, com outras mulheres. Isso tudo veio depois da Benedita. Mas se você falar "antigamente o machismo"... Vou te dizer uma coisa. Se eu estou no carro e falo para o motorista “é ali, eu já vim aqui, você pode dobrar à direita”, ele pergunta assim: “Seu Estêvão, você sabe onde é para dobrar?”. Aí eu falo: “Vem cá, você quer que compre um pau para dizer pra você para dobrar à direita? Vou ter que botar toda vez que eu sentar aqui? Porque não é possível, estou te dizendo que eu já vim ali”. É muito impressionante, porque não é em grandes discussões, é o tempo todo. É porque a gente não repara, sabe? Quer dizer, eu reparo, você que é homem talvez não repare. Nesses momentos mais difíceis, na hora de lidar com os problemas de saúde da Benedita ou com o acidente punk do Estêvão, o que você acha que te ajudou mais: os anos de terapia ou o Terreiro de Gantois, casa de Candomblé que você frequenta em Salvador? As duas coisas, porque a minha terapia também foi muito aberta. E não só o Gantois como o Sacré-Coeur de Marie. Eu tenho uma formação católica. Outro dia eu ri muito porque a Mãe Menininha se declarava católica em sua biografia, e perguntaram: "E o Candomblé"? Ela falava: “Candomblé é outra coisa”. E eu vejo mais ou menos assim. Não é que são duas religiões, eu não posso pegar e jogar a criança junto com a água da bacia. É claro que eu tenho todas as críticas que você quiser à Igreja Católica, mas eu fui criada por essa avó Graziela, que era professora, uma mulher genial, e tão católica que, te juro, ela conversava com Nossa Senhora como eu estou conversando com você. Quando ela recebia uma graça muito grande, ligava para mim e para minhas irmãs e falava: "Venham aqui, porque eu recebi uma graça tão grande que preciso de vocês para agradecer comigo, sozinha não vou dar conta." Estudei em colégio de freiras a minha vida inteira, zero trauma de me sentir reprimida, me dava bem, gosto do universo, da igreja. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49cbe34551/header-regina-interna5.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, Regina Casé foi a entrevistada das Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Aí eu tenho um encontro com o Candomblé, lindíssimo, através da Mãe Menininha. Essa história é maravilhosa. O Caetano [Veloso] disse: "Mãe Menininha quer que você vá lá". Eu fiquei apavorada, porque achei que ela ia fazer uma revelação, tinha medo que fosse um vaticínio... Até que tomei coragem e fui. Cheguei lá com o olho arregalado, entrei no quarto, aquela coisa maravilhosa, aquela presença.. Aí eu pedi a benção e perguntei o que ela queria. Ela falou: "Nada não, queria conhecer a Tina Pepper". Então, não só o Gantuar, o Candomblé como um todo, só me trouxe coisas boas e acolhida. A minha relação com a Bahia vem desde os 12 anos de idade, depois eu acabei recebendo até a cidadania de tamanha paixão e dedicação. É incrível porque eu nunca procurei. No episódio da Benedita, no dia seguinte já recebi de várias pessoas orientações do que eu devia fazer. No episódio do Estêvão também, não só do Gantuar, mas da [Maria] Bethânia, e falavam: "Olha, você tem que fazer isso, você tem que cuidar daquilo". Então, como é que eu vou negar isso? Porque isso tudo está aqui dentro. Então, acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do “Eu Tu Eles”, que ficou com os três maridos. A vida vai passando por você e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins. A gente sabe que você tem uma rede de amizades absurda, é muito íntima de meio mundo. Eu queria brincar daquela história de te deixar sozinha numa ilha, sem internet, com todos os confortos, livros, música. Você pode ligar à vontade para os seus filhos, pro seu marido, mas só tem uma pessoa de fora do seu círculo familiar para quem você pode ligar duas vezes por semana. Quem seria o escolhido para você manter contato com a civilização? É curioso que meus grandes amigos não têm celular. Hermano [Vianna] não fala no celular, Caetano só fala por e-mail, é uma loucura, não é nem WhatsApp. Acho que escolheria o Caetano, porque numa ilha você precisa de um farol. Tenho outros faróis, mas o Caetano foi, durante toda a minha vida, o meu farol mais alto, meu norte. E acho que não suportaria ficar sem falar com ele.
O ter de se reinventar, superar as noites sem dormir - lidando com o maior dos cansaços que é a privação de sono -, as mudanças físicas e psicológicas, as alterações hormonais, tudo junto, acabou por ser um mergulho mais profundo na vida de Dânia Neto. Sempre quis ser mãe, tem dois filhos que sempre idealizou, no entanto o sonho cor de rosa não é bem como reza a história: “Aquilo que não te dizem, revela muito do outro lado da maternidade. Foi um duro choque com a realidade”. Revela que chorava todos os dias e a todas as horas e ficou mesmo sem saber se “aquilo era normal ou se estava a entrar em depressão”. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nesse episódio de reestréia, somos convidados a escutar a história de Valesca (nome fictício), uma mulher de 20 anos que vive para cuidar da imensa tristeza e perda de sentido da vida de sua mãe. Venha comigo escutar essa carta e cuidar dela! Dê o play e se sinta à vontade na oitava temporada do CARTAS DE UM TERAPEUTA!
Nesse episódio de reestréia, somos convidados a escutar a história de Valesca (nome fictício), uma mulher de 20 anos que vive para cuidar da imensa tristeza e perda de sentido da vida de sua mãe. Venha comigo escutar essa carta e cuidar dela! Dê o play e se sinta à vontade na oitava temporada do CARTAS DE UM TERAPEUTA!
Humility is the antidote for sinTo support our podcasts, go to https://www.holyfamilyorlando.com/giveHoly Family is a vibrant Catholic Parish in SW Orlando near Dr. Phillips, Isleworth, Windermere, Winter Garden, Ocoee, Horizon West, Metrowest. Also, conveniently located near the theme parks (Disney, Universal, SeaWorld) as well as the Orlando Convention Center.
Jazz-Gitarrist Django Reinhardt: ein Mythos, ein Sinto, der die Nazis überlebte. Ein schlimmer Unfall sorgt dafür, dass er (geboren 23.1.1910) einen neuen Stil entwickelt. Von Ulrich Biermann; Veronika Bock.
Carnificina conta a história da vida de Rose, uma menina marcada por tragédias. Ao longo dos anos em seus aniversários a garota sempre está envolvida em situações que envolvessem a morte… Coloque seu fone de ouvido e curta! ▬ Autor: Herica Freitas. ▬ Narração: Wévison Guimarães. ▬ Masterização, sonorização e edição: Rafael 47. Contos Narrados apresenta, "Carnificina", um conto de horror. 12 de Janeiro de 1996: — Parabéns papai, é uma menina! — o médico diz sorrindo. — Eu posso vê-las, doutor? — o homem ruivo pergunta com os olhos marejados. — Claro, venha comigo. O homem ruivo então acompanha o médico por um corredor iluminado, as paredes brancas e portas fechadas contribuem para que a iluminação seja ainda mais intensa. Diversas crianças choram por trás de cada uma das portas que eles deixam para trás, ao final do corredor uma enfermeira espera de frente para uma porta aberta. — É aqui, o senhor pode entrar. Vamos deixar vocês três sozinhos por um momento, foi um parto difícil, mas elas já estão fora de perigo — o médico diz dando passagem ao homem. — Obrigado, doutor, você salvou minha mulher e filha! — Daniel? — Uma voz cansada e baixa o chama. — Rose, vocês estão bem? — Venha aqui conhecer nossa menina, ela é linda. — Rose diz emocionada. — Ela se parece com você. — Daniel afirma olhando para a mulher deitada amamentando uma recém nascida. — Nossa menina. O silêncio da sala de repente se quebra, os aparelhos ligados à Rose começam a apitar e piscar rapidamente, os olhos dela reviram deixando apenas órbitas brancas enquanto seu tronco se contorce. Daniel toma a criança em seus braços em choque enquanto observa Rose convulsionar. Os médicos entram pela sala conduzindo Daniel e a menina para a porta de saída, enquanto Daniel se retira consegue ver os batimentos de Rose caindo a zero no monitor nada sofisticado e velho. 12 de Janeiro de 2002: — Papai, papai! — uma garotinha ruiva corre ao encontro de um homem descendo do carro. — Oi, minha pequena, como foi com a vovó? — Daniel toma a garota nos braços. — Ela me mostrou as fotos do senhor quando era do meu tamanho. Vovó me disse que eu pareço com o senhor, mas que meus olhos são da mamãe. O homem engole seco. — Sim pequena Rose, você tem os olhos da sua mãe. Não há um só dia que eu não te olhe e me lembre dela — ele sorri. — Papai, o senhor sente falta da mamãe? — Todos os dias, sinto falta dela todos os dias, Rose. — Sinto muito. — Pelo que pequena? — O primo Charlie disse que a mamãe morreu por minha culpa — a garota chora. — Ei, não é verdade, pequena Rose. Não chore — ele falha ao acalmar a garota. — Ele disse que em todos os meus aniversários o senhor fica triste, porque foi o dia em que eu matei a mamãe — ela soluça. — Ei, olha o que eu tenho para você. Venha ver, seu presente de aniversário — Daniel tenta acalmar sua filha mais uma vez. Ele a leva para perto do porta-malas e retira uma pequena bicicleta rosa cheia de adesivos e brilhos. A garota olha para o presente, enxuga as lágrimas e abraça Daniel. — Você acha que se estivesse triste eu iria te dar um presente como esse? — ele pergunta. — Não. — Então não chore, pequena, Charlie não sabe o que diz. Daniel solta a garota no chão, retira a bicicleta do carro e a coloca sobre o jardim para que ela ande. Rose senta-se e começa a pedalar a pequena bicicleta com rodinhas. Daniel volta-se para sua mãe, caminhando em sua direção com uma aparência abatida. — Mãe. — Filho, o que houve? — ela olha a menina brincar. — Por favor, preciso conversar com o Charlie, ele disse a Rose que ela é culpada pela morte da mãe dela. Rose me disse que sente-se triste por ter matado a mãe. — Você sabe, querido, que isso é uma dura verdade — sua mãe diz severa. — A gestação matou Rose aos poucos, mês após mês a criança sugava sua vida, e mesmo que a culpa não fosse da menina, o que Charlie diz é verdade. — Mamãe, até a senhora? — ele questiona, bravo,
Sentir-se constantemente cansado, mesmo após uma noite de sono, é um problema que afeta muitos. Esse cansaço persistente, muitas vezes atribuído a fatores físicos, geralmente tem causas mais profundas, ligadas à energia mental e ao processamento inconsciente de estímulos e pensamentos. Esse estado de baixa energia mental cria um ciclo de procrastinação e frustração, onde cada pequena tarefa parece exaustiva, e a mente luta para tomar decisões, aumentando a sensação de estagnação e falta de clareza.
Nesse mini-podcast o Tim Barrett pede desculpas por estar ausente por tanto tempo e ensina a dizer “eu sinto muito” em inglês. FRASES NO MINI PODCAST DE HOJE: I'm so sorry for being absent for so long. That’s no excuse. DOMINE INGLÊS INSTAGRAM https://www.instagram.com/domineingles_oficial/ bite-sized I'm sorry. Sorry. I'm sorry you lost your fish. I'm […] The post Eu sinto muito! | Inglês Todos os Dias #593 appeared first on Domine Inglês.
