19th century French poet who influenced modern literature and arts, and prefigured surrealism
POPULARITY
Categories
Você já parou pra pensar quem traduz os livros que você lê e como esse trabalho molda a forma como entende o mundo? Neste episódio, Lívia Mendes e Lidia Torres irão nos conduzir em uma viagem no tempo para entendermos como os textos gregos e latinos chegam até nós. Vamos descobrir por que traduzir é sempre também interpretar, criar e disputar sentidos. Conversamos com Andrea Kouklanakis, professora permanente na Hunter College, Nova York, EUA, e Guilherme Gontijo Flores, professor da Universidade Federal do Paraná. Eles compartilharam suas trajetórias no estudo de línguas antigas, seus desafios e descobertas com o mundo da tradução e as questões políticas, históricas e estéticas que a prática e as teorias da tradução abarcam. Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. O roteiro foi escrito por Lívia Mendes e a revisão é de Lidia Torres e Mayra Trinca. A edição é de Daniel Rangel. Se você gosta de literatura, história, tradução ou quer entender novas formas de aproximar o passado do presente, esse episódio é pra você. __________________________________________________________________ ROTEIRO [música, bg] Lívia: Quem traduziu o livro que você está lendo? Lívia: E se você tivesse que aprender todas as línguas dos clássicos que deseja ler? Aqueles livros escritos em russo, alemão ou qualquer outra língua diferente da sua? Lívia: E aqueles livros das literaturas que foram escritas em línguas que chamamos antigas, como o latim e o grego? Lidia: A verdade é que, na maioria das vezes, a gente não pensa muito sobre essas questões. Mas, no Brasil, boa parte dos livros que lemos, tanto literários quanto teóricos, não chegaria até a gente se não fossem os tradutores. Lidia: Essas obras, que fazem parte de todo um legado social, filosófico e cultural da nossa sociedade, só chegaram até nós por causa do trabalho cuidadoso de pesquisadores e tradutores dessas línguas, que estão tão distantes, mas ao mesmo tempo, tão próximas de nós. [música de transição] Lívia: Eu sou a Lívia Mendes. Lidia: E eu sou a Lidia Torres. Lívia: Você já conhece a gente aqui do Oxigênio e no episódio de hoje vamos explorar como traduzimos, interpretamos e recebemos textos da Antiguidade greco-romana. Lidia: E, também vamos pensar por que essas obras ainda hoje mobilizam debates políticos, culturais e estéticos. Lívia: Vem com a gente explorar o mundo da antiguidade greco-romana que segue tão presente na atualidade, especialmente por meio da tradução dos seus textos. [vinheta O2] Andrea [1:05-2:12]: Então, meu nome é Andrea Kouklanakis e, eu sou brasileira, nasci no Brasil e morei lá até 21 anos quando eu emigrei para cá. Lívia: O “cá” da Andrea é nos Estados Unidos, país que ela se mudou ainda em 1980, então faz um tempo que ela mora fora do Brasil. Mas mesmo antes de se mudar, ela já tinha uma experiência com o inglês. Andrea Kouklanakis: Quando eu vim pra cá, eu não tinha terminado faculdade ainda, eu tinha feito um ano e meio, quase dois anos na PUC de São Paulo. Ah, e mas chegou uma hora que não deu mais para arcar com a responsabilidade financeira de matrícula da PUC, de mensalidades, então eu passei um tempo trabalhando só, dei aulas de inglês numa dessas escolas assim de business, inglês pra business people e que foi até legal, porque eu era novinha, acho que eu tinha 18, 19 anos e é interessante que todo mundo era mais velho que eu, né? Os homens de negócios, as mulheres de negócio lá, mas foi uma experiência legal e que também, apesar de eu não poder estar na faculdade daquela época, é uma experiência que condiz muito com o meu trabalho com línguas desde pequena. Lívia: Essa que você ouviu é a nossa primeira entrevistada no episódio de hoje, a professora Andrea Kouklanakis. Como ela falou ali na apresentação, ela se mudou ainda jovem pros Estados Unidos. Lidia: E, como faz muito tempo que ela se comunica somente em inglês, em alguns momentos ela acaba esquecendo as palavras em português e substitui por uma palavra do inglês. Então, a conversa com a Andrea já é um início pra nossa experimentação linguística neste episódio. Andrea Kouklanakis: Eu sou professora associada da Hunter College, que faz parte da cidade universitária de Nova York, City University of New York. E eles têm vários campus e a minha home college é aqui na Hunter College, em Manhattan. Eh, eu sou agora professora permanente aqui. Lívia: A professora Andrea, que conversou com a gente por vídeo chamada lá de Nova Iorque, contou que já era interessada por línguas desde pequena. A mãe dela trabalhava na casa de uma professora de línguas, com quem ela fez as primeiras aulas. E ela aprendeu também algumas palavras da língua materna do seu pai, que é grego e mais tarde, estudou francês e russo na escola. Lidia: Mas, além de todas essas línguas, hoje ela trabalha com Latim e Grego.Como será que essas línguas antigas entraram na vida da Andrea? Andrea Kouklanakis: Então, quando eu comecei aqui na Hunter College, eu comecei a fazer latim porque, bom, quando você tem uma língua natal sua, você é isenta do requerimento de línguas, que todo mundo tem que ter um requerimento de língua estrangeira na faculdade aqui. Então, quando eu comecei aqui, eu fiquei sabendo, que eu não precisava da língua, porque eu tinha o português. Mas, eu falei: “É, mas eu peguei pensando a língua é o que eu quero, né?” Então, foi super assim por acaso, que eu tava olhando no catálogo de cursos oferecidos. Aí eu pensei: “Ah, Latim, OK. Why not?. Por que não, né? Uma língua antiga, OK. Lívia: A professora Andrea, relembrando essa escolha por cursar as disciplinas de Latim, quando chegou na Hunter College, percebeu que ela gostou bastante das aulas por um motivo afetivo e familiar com a maneira com que ela tinha aprendido a língua portuguesa aqui no Brasil, que era diferente da forma como seus colegas estadunidenses tinham aprendido o inglês, sem muita conexão com a gramática. Lidia: Ela gostava de estudar sintaxe, orações subordinadas e todas essas regras gramaticais, que são muito importantes pra quem quer estudar uma língua antiga e mais pra frente a gente vai entender bem o porquê. [som de ícone] Lívia: sintaxe, é a parte da gramática que estuda como as palavras se organizam dentro das frases pra formar sentidos. Ela explica quem é o sujeito, o que é o verbo, quais termos completam ou modificam outros, e assim por diante. [som de ícone]: Lívia: Oração subordinada é uma frase que depende de outra para ter sentido completo. Ela não “anda sozinha”: precisa da oração principal pra formar o significado total. [música de transição] Lidia: E, agora, você deve estar se perguntando, será que todo mundo que resolve estudar língua antiga faz escolhas parecidas com a da professora Andrea? Lidia: É isso que a gente perguntou pro nosso próximo entrevistado. Guilherme Gontijo: Eu sou atualmente professor de latim na UFPR, no Paraná, moro em Curitiba. Mas, eu fiz a minha graduação em letras português na UFES, na Federal do Espírito Santo. E lá quando eu tive que fazer as disciplinas obrigatórias de latim, eu tinha que escolher uma língua complementar, eu lembro que eu peguei italiano porque eu estudava francês fora da universidade e eu tinha que estudar o latim obrigatório. Estudei latim com Raimundo Carvalho. Lívia: Bom, parece que o Guilherme teve uma trajetória parecida com a da Andrea e gostar de estudar línguas é uma das premissas pra se tornar um estudioso de latim e de grego. Lidia: O professor Raimundo de Carvalho, que o Guilherme citou, foi professor de Latim da Federal do Espírito Santo. Desde a década de 80 ele escreve poesias e é um importante estudioso da língua latina. Ele quem traduziu a obra Bucólicas, do Vírgílio, um importante poeta romano, o autor da Eneida, que talvez você já deva ter ouvido falar. O professor Raimundo se aposentou recentemente, mas segue trabalhando na tradução de Metamorfoses, de outro poeta romano, o Ovídio. Lívia: O Guilherme contou o privilégio que foi ter tido a oportunidade de ser orientado de perto pelo professor Raimundo. Guilherme Gontijo: Eu lembro que eu era um aluno bastante correto, assim, eu achava muito interessante aprender latim, mas eu estudei latim pensando que ele teria algum uso linguístico pras pessoas que estudam literatura brasileira. E quando ele levou Catulo pra traduzir, eu lembro de ficar enlouquecido, assim, foi incrível e foi a primeira vez na minha vida que eu percebi que eu poderia traduzir um texto de poema como um poema. E isso foi insistivo pra mim, eu não tinha lido teoria nenhuma sobre tradução. Lívia: Um episódio sobre literatura antiga traz esses nomes diferentes, e a gente vai comentando e explicando. O Catulo, que o Guilherme citou, foi um poeta romano do século I a.C.. Ele é conhecido por escrever odes, que são poemas líricos que expressam admiração, elogio ou reflexão sobre alguém, algo ou uma ideia. A obra do Catulo é marcada pelos poemas que ele dedicou a Lésbia, figura central de muitos dos seus versos. Guilherme Gontijo: Eu fiz as duas disciplinas obrigatórias de latim, que é toda a minha formação oficial de latim, acaba aí. E passei a frequentar a casa do Raimundo Carvalho semanalmente, às vezes duas vezes por semana, passava a tarde inteira tendo aula de latim com ele, lendo poetas romanos ou prosa romana e estudava em casa e ele tirava minhas dúvidas. Então, graças à generosidade do Raimundo, eu me tornei latinista e eu não tinha ideia que eu, ainda por cima, teria ali um mestre, porque ele é poeta, é tradutor de poesia. Lidia: Essa conexão com a língua latina fez o Guilherme nunca mais abandonar a tradução. Ele disse que era uma forma natural de conseguir conciliar o seu interesse intelectual acadêmico e o lado criativo, já que desde o início da graduação ele já era um aspirante a poeta. Lívia: É importante a gente lembrar que o Guilherme tem uma vasta carreira como autor, poeta e tradutor e já vamos aproveitar pra deixar algumas dicas dos livros autorais e dos autores que ele traduziu. Lívia: Guilherme é autor dos poemas de carvão :: capim (2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Arcano 13 em parceria com Marcelo Ariel. Ele também escreveu o romance História de Joia (2019) e os livros de ensaios Algo infiel: corpo performance tradução (2017) em parceria com Rodrigo Gonçalves e A mulher ventriloquada: o limite da linguagem em Arquíloco (2018). Se aventurou pelo infanto-juvenil com os livros A Mancha (2020) e o Coestelário (2021), ambos em parceria com Daniel Kondo. E traduziu autores como Safo, Propércio, Catulo, Horácio, Rabelais e Whitman. Lidia: Os poetas Rabelais e Whitman são autores modernos, viveram nos séculos XVI e XIX, já os outros poetas são da antiguidade romana, aquele período aproximadamente entre o século IV a.C. e o século V d.C. Lívia: Então, o Guilherme traduz tanto textos de línguas modernas quanto de línguas antigas. E, a gente perguntou pra ele se existe alguma diferença no trabalho do tradutor quando vai traduzir um texto de uma língua moderna, que está mais próxima de nós no tempo, e quando vai traduzir do latim ou do grego, que são línguas mais distantes temporalmente. Lívia: O Guilherme falou que quando ele vai traduzir de uma língua moderna pra outra língua moderna existem duas possibilidades: traduzir diacronicamente, que é quando o tradutor escreve o texto na língua produzida como se fosse da época mesmo que ele foi escrito. E a outra possibilidade é traduzir deslocando o autor temporalmente, e fazendo a linguagem do texto conversar com a linguagem contemporânea. Lidia: Pode parecer um pouco confuso de início, mas ouve só o exemplo do Guilherme da experiência de tradução que ele teve com o Rimbaud, que é um autor francês. Guilherme Gontijo: Por exemplo, fui traduzir Rimbaud, o Rimbaud do século XIX. Quando eu vou traduzir, eu posso tentar traduzir pensando diacronicamente e aí eu vou tentar traduzir o Rimbaud pra ele parecer um poeta do século XIX em português. E aí eu vou dar essa sensação de espaço temporal pro leitor contemporâneo agora. É, o Guilherme de Almeida fez um experimento genial assim, traduzindo o poeta francês François Villon para uma espécie de pastiche de galego-português, botando a linha temporal de modo que é isso, Villon é difícil para um francês ler hoje, que a língua francesa já sofreu tanta alteração que muitas vezes eles leem numa espécie de edição bilíngue, francês antigo, francês moderno. A gente também tem um pouco essa dificuldade com o galego-português, que é a língua literária da Península ali pra gente, né? Ah, então essa é uma abordagem. Outra abordagem, eu acho que a gente faz com muito menos frequência, é tentar deslocar a relação da temporalidade, ou seja, traduzir Rimbaud, não para produzir um equivalente do Rimbaud, século XIX no Brasil, mas pra talvez criar o efeito que ele poderia criar nos seus contemporâneos imediatos. Lívia: Ou seja, a ideia aqui seria escrever um texto da maneira como se escreve hoje em dia, meio que transpondo a história no tempo. Lidia: Pra quem não conhece, fica aqui mais uma dica de leitura: o poeta francês Arthur Rimbaud, que o Guilherme citou, viveu entre 1854 e 1891 e escreveu quase toda sua obra ainda adolescente. Ele renovou a poesia moderna com imagens ousadas, experimentação formal e uma vida marcada pela rebeldia. Abandonou a literatura muito jovem e passou o resto da vida viajando e trabalhando na África. Lívia: Mas, e pra traduzir da língua antiga, será que esse dois caminhos também são possíveis? Guilherme Gontijo: Quando eu vou traduzir do latim, por exemplo, eu não tenho esse equivalente. Não existe o português equivalente de Propércio. O português equivalente de Propércio como língua literária é o próprio latim. Lívia: Ou seja, o que o Guilherme quis dizer é que não existe uma possibilidade de traduzir um texto latino como ele soava na antiguidade, porque o latim é a língua que originou as línguas modernas latinas, e a língua portuguesa é uma delas, junto com o espanhol, o francês e o italiano. Lidia: Mas, o que pode acontecer é uma classicização dos textos antigos e o Guilherme enfatizou que acontece muito nas traduções que a gente tem disponível do latim pro português. A classicização, nesses casos, é traduzir os textos da antiguidade com o português do século XVIII ou XIX, transformando esses textos em clássicos também pra nós. Guilherme Gontijo:Curiosamente, a gente, quando estuda os clássicos, a gente sempre fala: “Não, mas isso é moderno demais. Será que ele falaria assim?” Acho curioso, quando, na verdade, a gente vendo que os clássicos tão falando sobre literatura, eles parecem não ter esses pudores. Aliás, eles são bem menos arqueológicos ou museológicos do que nós. Eles derrubavam um templo e botavam outro templo em cima sem pensar duas vezes enquanto nós temos muito mais pudores. Então, a minha abordagem atual de traduzir os clássicos é muito tentar usar as possibilidades do português brasileiro, isso é muito marcado pra mim, uma das variedades do português brasileiro, que é a minha, né? De modo ativo. Lívia: Só pra dar um exemplo do que faz a língua soar clássica, seria o uso do pronome “tu” ao invés de “você”, ou, os pronomes oblíquos como “eu te disse” ou “eu te amo”, porque ninguém fala “eu lhe amo” no dia a dia. Lidia: E esse é justamente o ponto quando a gente fala de tradução do texto antigo. Eles não vão ter um equivalente, e a gente não tem como traduzir por algo da mesma época. Guilherme Gontijo: Então, a gente precisa fazer um exercício especulativo, experimental, pra imaginar os possíveis efeitos daqueles textos no seu mundo de partida, né? A gente nunca vai saber o sabor exato de um texto grego ou romano, porque por mais que a gente tenha dicionário e gramática, a gente não tem o afeto, aquele afeto minucioso da língua que a gente tem na nossa. Lívia: Essas questões de escolhas de tradução, que podem aproximar ou afastar a língua da qual vai se traduzir pra língua que será traduzida se aproximam das questões sociais e políticas que são intrínsecas à linguagem. [música de transição] Lidia: Assim como qualquer outro texto, os escritos em latim ou grego nunca serão neutros. Mesmo fazendo parte de um mundo tão distante da gente, eles reproduzem projetos políticos e identitários tanto da antiguidade quanto dos atuais. Andrea Kouklanakis: Eu acho que esse aspecto político e histórico dos estudos clássicos é interessante porque é uma coisa quando você tá fazendo faculdade, quando eu fiz pelo menos, a gente não tinha muita ideia, né? Você tava completamente sempre perdida no nível microscópico da gramática, né? De tentar a tradução, essas coisas, você tá só, completamente submersa nos seus livros, no seu trabalho de aula em aula, tentando sobreviver ao Cícero. Lívia: Como a Andrea explicou, os estudos que chamamos de filológicos, soam como uma ciência objetiva. Eles tentam achar a gênese de um texto correto, como uma origem e acabam transformando os estudos clássicos em um modelo de programa de império ou de colonização. Andrea Kouklanakis: Então, por exemplo, agora quando eu dou aula sobre o legado dos estudos clássicos na América Latina Agora eu sei disso, então com os meus alunos a gente lê vários textos primários, né, e secundários, que envolvem discurso de construção de nação, de construção de império, de construção do outro, que são tecidos com os discursos clássicos, né, que é essa constante volta a Atenas, a Roma, é, o prestígio dos estudos clássicos, né? Então, a minha pesquisa se desenvolveu nesse sentido de como que esses latino afro brasileiros, esses escritores de várias áreas, como que eles lidaram na evolução intelectual deles, na história intelectual deles, como que eles lidaram com um ramo de conhecimento que é o centro do prestígio. Eles mesmo incorporando a falta de prestígio completa. O próprio corpo deles significa ausência total de prestígio e como que eles então interagem com uma área que é o centro do prestígio, sabe? Lidia: Então, como você percebeu, a Andrea investiga como os escritores afro-latino-americanos negociaram essa tradição clássica, símbolo máximo de prestígio, com suas histórias incorporadas a um lugar sem prestígio, marcadas em seus corpos pelo tom de pele. Lívia: Esse exercício que a professora Andrea tem feito com seus alunos na Hunter College tem sido uma prática cada vez mais presente nos Estudos Clássicos da América Latina e aqui no Brasil. É um exercício de colocar um olhar crítico pro mundo antigo e não apenas como uma forma de simplesmente celebrar uma antiguidade hierarquicamente superior a nós e a nossa história. Lidia: Nesse ponto, é importante a gente pontuar que a professora Andrea fala de um lugar muito particular, porque ela é uma mulher negra, brasileira, atuando em uma universidade nos Estados Unidos e em uma área de estudos historicamente tradicional. Lívia: Ela relatou pra gente um pouco da sua experiência como uma das primeiras mulheres negras a se doutorar em Estudos Clássicos em Harvard. Andrea Kouklanakis: Eu também não queria deixar de dizer que, politicamente, o meu entendimento como classista foi mais ou menos imposto de fora pra mim, sobre mim como uma mulher de cor nos estudos clássicos, porque eu estava exatamente na década de final de 90, meio final de 90, quando eu comecei a fazer os estudos clássicos na Harvard e foi coincidentemente ali quando também saiu, acho que o segundo ou terceiro volume do Black Athena, do Bernal. E, infelizmente, então, coincidiu com eu estar lá, né? Fazendo o meu doutorado nessa época. E na época existiam esses chat rooms, você podia entrar no computador e é uma coisa estranha, as pessoas interagiam ali, né? O nível de antipatia e posso até dizer ódio mesmo que muitas pessoas expressavam pela ideia de que poderia existir uma conexão entre a Grécia e a África, sabe? A mera ideia. Era uma coisa tão forte sabe, eu não tinha a experiência ou a preparação psicológica de receber esse tipo de resposta que era com tantos ânimos, sabe? Lidia: Com esse relato, a professora Andrea revelou pra gente como o preconceito com a população negra é tão explícita nos Estados Unidos e como ela, mesmo tendo passado a infância e a adolescência no Brasil, sentiu mais os impactos disso por lá. Lívia: Mas, fora o preconceito racial, historicamente construído pelas nossas raízes de colonização e escravização da população negra, como estudiosa de Estudos Clássicos, foi nessa época que a Andrea percebeu que existia esse tipo de discussão e que ainda não estava sendo apresentada pra ela na faculdade. Andrea Kouklanakis: Depois que eu me formei, eu entrei em contato com a mulher que era diretora de admissão de alunos e ela confirmou pra mim que é eu acho que eu sou a primeira pessoa de cor a ter um doutorado da Harvard nos Estudos Clássicos. E eu acho que mesmo que eu não seja a primeira pessoa de cor fazendo doutorado lá, provavelmente eu sou a primeira mulher de cor. Lidia: Vamos destacar agora, alguns pontos significativos do relato da professora Andrea. [som de ícone] Lívia: O livro que ela citou é o Black Athena, do estudioso de história política Martin Bernal. A teoria criada pelo autor afirmava que a civilização clássica grega na realidade se originou de culturas da região do Crescente Fértil, Egito, Fenícia e Mesopotâmia, ao invés de ter surgido de forma completamente independente, como tradicionalmente é colocado pelos historiadores germânicos. [som de ícone] Lívia: Ao propor uma hipótese alternativa sobre as origens da Grécia antiga e da civilização clássica, o livro fomentou discussões relevantes nos estudos da área, gerando controvérsias científicas, ideológicas e raciais. [som de ícone] Lidia: Em contrapartida às concepções racistas vinda de pesquisadores, historiadores e classicistas conservadores, a professora Andrea citou também um aluno negro de Harvard, o historiador e classicista Frank Snowden Jr.. [som de ícone] Lívia: Entre seus diversos estudos sobre a relação de brancos e negros na antiguidade, está o livro Before Color Prejudice: The Ancient View of Black, em português, Antes do Preconceito Racial: A Visão Antiga dos Negros. Um aprofundamento de suas investigações sobre as relações entre africanos e as civilizações clássicas de Roma e da Grécia e demonstra que os antigos não discriminavam os negros por causa de sua cor. [som de ícone] Lidia: O livro lança luz pra um debate importantíssimo, que é a diferença de atitudes dos brancos em relação aos negros nas sociedades antigas e modernas, além de observar que muitas das representações artísticas desses povos se assemelham aos afro-americanos da atualidade. Andrea Kouklanakis: Mas, então é isso, então essa coisa política é uma coisa que foi imposta, mas a imposição foi até legal porque aí me levou a conhecer e descobrir e pesquisar essa área inteira, que agora é uma coisa que eu me dedico muito, que é olhar qual que é a implicação dos estudos clássicos na política, na raça, na história e continuando dando as minhas aulas e traduzindo, fazendo tradução, eu adoro tradução, então, esse aspecto do estudo clássico, eu sempre gostei. [música de transição] Lívia: O Guilherme também falou pra gente sobre essa questão política e histórica dos Estudos Clássicos, de que ficar olhando pro passado como objeto desvinculado, nos impede de poder articular essas discussões com a política do presente. Guilherme Gontijo: E acho que o resultado quando a gente faz isso é muitas vezes colocar os clássicos como defensores do status quo, que é o que o um certo império brasileiro fez no período de Dom Pedro, é o que Mussolini fez também. Quer dizer, vira propaganda de estado. Lidia: Mas, ao contrário, quando a gente usa os clássicos pra pensar as angústias do presente, a gente percebe que é uma área de estudos que pode ser super relevante e super viva pra qualquer conversa do presente. Lívia: E, na tradução e na recepção desses textos antigos, como será que essas questões aparecem? O Guilherme deu um exemplo pra gente, de uma tradução que ele fez do poeta romano Horácio. [som de ícone] Lidia: Horácio foi um poeta romano do século I a.C., famoso por escrever poesias nos formatos de Odes, Sátiras e Epístolas, e defendia a ideia do “justo meio” — evitar excessos e buscar a medida certa na vida. Guilherme Gontijo: Tô lembrando aqui de uma ode de Horácio, acho que esse exemplo vai ser bom. Em que ele termina o poema oferecendo um vai matar um cabrito pra uma fonte, vai oferendar um cabrito para uma fonte. E quando eu tava traduzindo, vários comentadores lembravam de como essa imagem chocou violentamente o século XIX na recepção. Os comentadores sempre assim: “Como assim, Horácio, um homem tão refinado vai fazer um ato tão brutal, tão irracional?” Quer dizer, isso diz muito mais sobre a recepção do XIX e do começo do XX, do que sobre Horácio. Porque, assim, é óbvio que Horácio sacrificaria um cabrito para uma fonte. E nisso, ele não está escapando em nada do resto da sua cultura. Agora, é curioso como, por exemplo, o nosso modelo estatal coloca a área de clássicas no centro, por exemplo, dos cursos de Letras, mas acha que práticas do Candomblé, que são análogas, por exemplo, você pode oferecer animais para divindades ou mesmo para águas, seriam práticas não não não racionais ou não razoáveis ou sujas ou qualquer coisa do tipo, como quiserem. Né? Então, eu acho que a gente pode e esse é o nosso lugar, talvez seja nossa missão mesmo. Lívia: Como o Guilherme explicou, nós no Brasil e na América Latina temos influência do Atlântico Negro, das línguas bantas, do candomblé, da umbanda e temos um aporte, tanto teórico quanto afetivo, pra pensar os clássicos, a partir dessas tradições tão próximas, que a própria tradição europeia tem que fazer um esforço gigantesco pra chegar perto, enquanto pra gente é natural. Lidia: E não podemos nos esquecer também da nossa convivência com várias etnias indígenas, que possuem comparações muito fortes entre essas culturas. Guilherme Gontijo: Eu diria, eu entendo muito melhor o sentido de um hino arcaico, grego, ouvindo uma cantiga de terreiro no Brasil, do que só comparando com literatura. Eu acho que é relevante para a área de clássicas, não é uma mera curiosidade, sabe? Então, eu tenho cada vez mais lido gregos e romanos à luz da antropologia moderna, contemporaneíssima, sabe? Eu acho que muitos frutos aparecem de modo mais exemplar ou mais óbvio quando a gente faz essa comparação, porque a gente aí tira de fato os clássicos do lugar de clássicos que lhes é dado. [música de transição] Lívia: Pra além dessas discussões teóricas e políticas, a tradução é também um ato estético e existem algumas formas de repensar a presença da poesia antiga no mundo contemporâneo a partir de uma estética aplicada na linguagem e nos modos de traduzir. Lidia: No caso do Guilherme, ele vem trabalhando há um tempo com a tradução como performance. Guilherme Gontijo: E aí eu pensei: “Não, eu poderia traduzir Horácio para cantar”. Eu vou aprender a cantar esses metros antigos e vou cantar a tradução na mesmíssima melodia. Quer dizer, ao invés de eu pensar em metro no sentido do papel, eu vou pensar em metro no sentido de uma vocalidade. E foi isso que eu fiz. Foi o meu o meu doutorado, isso acabou rendendo a tradução de Safo. Lívia: Além das traduções publicadas em livros e artigos, o Guilherme também coloca essas performances na rua com o grupo Pecora Loca, que desde 2015 se propõe a fazer performances de poemas antigos, medievais e, às vezes, modernos, como um modo de ação poética. Lidia: Inclusive a trilha sonora que você ouviu ali no início deste trecho é uma das performances realizada pelo grupo, nesse caso do poema da Ode 34 de Horácio, com tradução do próprio Guilherme e música de Guilherme Bernardes, que o grupo gentilmente nos passou. Guilherme Gontijo: Isso pra mim foi um aprendizado teórico também muito grande, porque você percebe que um poema vocal, ele demanda pra valorizar a sua ou valorar a sua qualidade, também a performance. Quer dizer, o poema não é só um texto no papel, mas ele depende de quem canta, como canta, qual instrumento canta. Lívia: O Guilherme explicou que no início eles usavam instrumentos antigos como tímpano, címbalo, lira e até uma espécie de aulos. Mas, como, na verdade, não temos informações precisas sobre como era a musicalidade antiga, eles resolveram afirmar o anacronismo e a forma síncrona de poesia e performance, e, atualmente, incorporaram instrumentos modernos ao grupo como a guitarra elétrica, o baixo elétrico, o teclado e a bateria. Guilherme Gontijo: Então, a gente tem feito isso e eu acho que tem um gesto político, porque é muito curioso que a gente vai tocar num bar e às vezes tem alguém desavisado e gosta de Anacreonte. Olha, caramba, adorei Anacreonte. É, é, e ela percebe que Anacreonte, ela ouviu a letra e a letra é basicamente: “Traga um vinho para mim que eu quero encher a cara”. Então ela percebe que poesia antiga não é algo elevado, para poucos eleitos capazes de depreender a profundidade do saber grego. Ó, Anacreonte é poema de farra. Lidia: A partir da performance as pessoas se sentem autorizadas a tomar posse dessa herança cultural e a se relacionar com ela. O que cria uma forma de divulgar e difundir os Estudos Clássicos a partir de uma relação íntima, que é a linguagem musical. Guilherme Gontijo: E a experiência mais forte que eu tive nisso, ela é do passado e foi com o Guilherme Bernardes. Lembro que dei uma aula e mostrei a melodia do Carpe Diem, do Horácio. Da Ode. E tava lá mostrando o poema, sendo bem técnico ali, como é que explica o metro, como é que põe uma melodia, etc, etc. E uns três dias depois ele me mandou uma gravação que ele fez no Garage Band, totalmente sintética. De uma versão só instrumental, quer dizer, o que ele mais curtiu foi a melodia. E a gente às vezes esquece disso, quer dizer, um aspecto da poesia arcaica ou da poesia oral antiga romana é que alguém poderia adorar a melodia e nem prestar tanta atenção na letra. E que continuariam dizendo: “É um grande poeta”. Eu senti uma glória quando eu pensei: “Caraca, um asclepiadeu maior tocou uma pessoa como melodia”. A pessoa nem se preocupou tanto que é o poema do Carpe Diem, mas a melodia do asclepiadeu maior. [som de ícone] Lívia: Só por curiosidade, “asclepiadeu maior” é um tipo de verso poético greco-latino composto por um espondeu, dois coriambos e um iambo. Você não precisa saber como funcionam esses versos na teoria. Essa forma poética foi criada pelo poeta lírico grego Asclepíades de Samos, que viveu no século III a.C., por isso o nome, o mais importante é que foi o verso utilizado por Horácio em muitas de suas odes. [música de transição] Lidia: Agora, já encaminhando para o final do nosso episódio, não podemos ir embora sem falar sobre o trabalho de recepção e tradução realizado pela professora Andrea, lá na Hunter College, nos EUA. Lívia: Além do seu projeto sobre a presença dos clássicos nas obras de escritores afro-latino-americanos, com foco especial no Brasil, de autores como Lima Barreto, Luís Gama, Juliano Moreira e Auta de Sousa. A professora também publicou o livro Reis Imperfeitos: Pretendentes na Odisseia, Poética da Culpa e Sátira Irlandesa, pela Harvard University Press, em 2023, e as suas pesquisas abarcam a poesia homérica, a poética comparada e as teorias da tradução. Lidia: A professora Andrea faz um exercício muito importante de tradução de autores negros brasileiros pro inglês, não somente das obras literárias, mas também de seus pensamentos teóricos, pra que esses pensamentos sejam conhecidos fora do Brasil e alcance um público maior. Lívia: E é muito interessante como a relação com os estudos da tradução pra professora Andrea também tocam em um lugar muito íntimo e pessoal, assim como foi pro Guilherme nas suas traduções em performances. Lidia: E ela contou pra gente um pouco dessa história. Andrea Kouklanakis: Antes de falar da língua, é eu vou falar que, quando eu vejo a biografia deles, especialmente quando eu passei bastante tempo com o Luiz Gama. O que eu achei incrível é o nível de familiaridade de entendimento que eu tive da vida corriqueira deles. Por exemplo, Cruz e Souza, né? A família dele morava no fundo lá da casa, né? Esse tipo de coisa assim. O Luiz Gama também quando ele fala do aluno lá que estava na casa quando ele foi escravizado por um tempo, quando ele era criança, o cara que escravizou ele tinha basicamente uma pensão pra estudantes, que estavam fazendo advocacia, essas coisas, então na casa tinham residentes e um deles ensinou ele a ler, a escrever. O que eu achei interessantíssimo é que eu estou há 100 anos separada desse povo, mas a dinâmica social foi completamente familiar pra mim, né? A minha mãe, como eu te falei, ela sempre foi empregada doméstica, ela já se aposentou há muito tempo, mas a vida dela toda inteira ela trabalhou como empregada doméstica. E pra mim foi muito interessante ver como que as coisas não tinham mudado muito entre a infância de alguém como Cruz e Souza e a minha infância, né? Obviamente ninguém me adotou, nada disso, mas eu passei muito tempo dentro da casa de família. que era gente que tinha muito interesse em ajudar a gente, em dar, como se diz, a scholarship, né? O lugar que a minha mãe trabalhou mais tempo assim, continuamente por 10 anos, foi, aliás, na casa do ex-reitor da USP, na década de 70 e 80, o Dr. Orlando Marques de Paiva. Lívia: Ao contar essa história tão íntima, a Andrea explicou como ela tenta passar essa coincidência de vivências, separada por cem anos ou mais no tempo, mas que, apesar de todo avanço na luta contra desigualdades raciais, ainda hoje refletem na sua memória e ainda são muito estáticas. Lidia: Essa memória reflete na linguagem, porque, como ela explicou, esses autores utilizam muitas palavras que a gente não usa mais, porque são palavras lá do século XVIII e XIX, mas o contexto chega pra ela de uma forma muito íntima e ainda viva, por ela ter vivenciado essas questões. Andrea Kouklanakis: Eu não sou poeta, mas eu tô dando uma de poeta, sabe? E quando eu percebo que tem algum estilo assim, a Auta de vez em quando tem um certo estilo assim, ambrósia, não sei do quê, sabe? Eu sei que ela está querendo dizer perfume, não sei o quê, eu não vou mudar, especialmente palavras, porque eu também estou vindo da minha perspectiva é de quem sabe grego e latim, eu também estou interessada em palavras que são em português, mas são gregas. Então, eu preservo, sabe? Lívia: Então, pra Andrea, no seu trabalho tradutório ela procura mesclar essas duas questões, a sua relação íntima com os textos e também a sua formação como classicista, que pensa a etimologia das palavras e convive com essa multiplicidade de línguas e culturas, caminhando entre o grego, o latim, o inglês e o português. [música de transição] [bg] Lidia: Ao ouvir nossos convidados de hoje, a Andrea Koclanakis e o Guilherme Gontijo Flores, percebemos que traduzir textos clássicos é muito mais do que passar palavras de uma língua pra outra. É atravessar disputas políticas, revisitar o passado com olhos do presente, reconstruir memórias coloniais e imaginar novos modos de convivência com as tradições antigas. Lívia: A tradução é pesquisa, criação, crítica e também pode ser transformação. Agradecemos aos entrevistados e a você que nos acompanhou até aqui! [música de transição] [créditos] Livia: O roteiro desse episódio foi escrito por mim, Lívia Mendes, que também fiz a locução junto com a Lidia Torres. Lidia: A revisão foi feita por mim, Lidia Torres e pela Mayra Trinca. Lidia: Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. Lívia: Os trabalhos técnicos são de Daniel Rangel. A trilha sonora é de Kevin MacLeod e também gentilmente cedida pelo grupo Pecora Loca. A vinheta do Oxigênio foi produzida pelo Elias Mendez. Lidia: O Oxigênio conta com apoio da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp. Você encontra a gente no site oxigenio.comciencia.br, no Instagram e no Facebook, basta procurar por Oxigênio Podcast. Lívia: Pra quem chegou até aqui, tomara que você tenha curtido passear pelo mundo da antiguidade greco-romana e entender um pouco de como os textos antigos chegam até nós pela recepção e tradução. Você pode deixar um comentário, na sua plataforma de áudio favorita, contando o que achou. A gente vai adorar te ver por lá! Até mais e nos encontramos no próximo episódio. [vinheta final]
Charles Baudelaire (1821–1867) fue un poeta, crítico de arte y traductor francés, considerado una de las figuras más influyentes de la literatura moderna. Es especialmente conocido por su obra Les Fleurs du mal (Las flores del mal, 1857), un libro de poemas que causó escándalo en su época por tratar temas como la sensualidad, el tedio, el spleen (melancolía existencial), la muerte y el satanismo. Combina el romanticismo con un estilo pre-simbolista, precursor del modernismo.Temas recurrentes: Belleza en lo decadente, lo prohibido, lo urbano, la dualidad del alma humana (ángel/demonio), el hastío moderno.Lenguaje: Rico en simbolismo, imágenes sensoriales y musicalidad poética. Obra principal:Las flores del mal incluye secciones como:Spleen et Idéal (el alma dividida entre lo sublime y lo miserable), Tableaux parisiens (poemas sobre la ciudad de París), Révolte (la rebelión contra Dios o el orden), La Mort (reflexiones sobre la muerte).Seis poemas del libro fueron censurados por "ofensa a la moral pública", y Baudelaire fue multado. Esa censura no se levantó en Francia sino hasta 1949. Es considerado uno de los padres de la poesía moderna.Fue una gran influencia para los simbolistas (como Verlaine, Rimbaud y Mallarmé) y para poetas del siglo XX como T. S. Eliot y Paul Valéry. También tradujo la obra de Edgar Allan Poe al francés, ayudando a difundirla en Europa.
Le monde manque de poésie selon lui, alors Serge Lama sort un nouveau disque intitulé "Poètes", dans lequel il récite du Rimbaud, qu'il reprend sur "Le bateau ivre", du Baudelaire, du Hugo. À 82 ans, le chanteur s'est donc replongé dans les recueils de ces grands noms et a conçu une sorte de best-of... Ecoutez Laissez-vous tenter - Première avec Marie Gicquel du 21 novembre 2025.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Paul Verlaine et Arthur Rimbaud, ce sont 2 immenses poètes français du 19e siècle. Leur histoire est incroyable... (Je crois que cet épisode est mon nouveau préféré
durée : 00:03:35 - Le Regard culturel - par : Lucile Commeaux - On peut voir sur la plateforme de la chaîne Arte un très bon documentaire de création intitulé "Rimbaud : six mois en enfer", qui retrace cette période cruciale dans la vie de l'écrivain où il se rend à Paris et rencontre les poètes de son temps.
durée : 00:03:35 - Le Regard culturel - par : Lucile Commeaux - On peut voir sur la plateforme de la chaîne Arte un très bon documentaire de création intitulé "Rimbaud : six mois en enfer", qui retrace cette période cruciale dans la vie de l'écrivain où il se rend à Paris et rencontre les poètes de son temps.
Rimbaud, le jeune poète n'avait que 16 ans lorsqu'il a écrit Le dormeur du Val, l'un des plus beaux poèmes français. Lisa l'a étudié au lycée. Cette année, c'est l'année du bac de français pour Lisa. Elle va avoir deux épreuves : une épreuve écrite et une épreuve orale. Leur professeure commence à les préparer pour ces épreuves. C'est la dernière année de français pour les lycéens. L'année prochaine, ils étudieront pendant un an la philosophie. Le bac de français est une épreuve très marquante pour les lycéens, on est toujours très fier de l'avoir réussie et d'avoir des bonnes notes. Dans les notes, les bonnes notes, qui accompagnent cet épisode, il y aura des notes culturelles, mais nous nous arrêterons aussi sur quelques aspects du texte. Vous pouvez vous abonner sur www.cultivateyourfrench.com L'abonnement est à 4 euros par mois, les textes et leurs notes vous sont envoyés par email à chaque fois qu'un épisode est mis en ligne. En vous abonnant, vous recevez automatiquement les dix derniers épisodes avec notes du podcast.
Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Nous sommes le 29 avril 1911. Années de grandes expositions de par le monde : internationale pour le nord de la France, universelle à Turin, sans oublier celle de Charleroi. Il s'agit pour la cité d'initier les visiteurs et visiteuses aux réalisations exceptionnelles d'une région à l'avant-garde de la révolution industrielle. Charleroi ambitionne d'être le cœur du Pays Noir, cet événement sera la vitrine de son apogée. Revenons sur l'histoire de Charleroi avec Eric Van den Abeele, maître de conférences honoraire à l'Université de Mons et à l'Institut des Hautes Etudes des Communications sociales (IHECS). Auteur de « Charleroi en plein cœur – Le Pays Noir à travers l'imagerie populaire » aux éditions universitaires de l'UMons. Sujets traités : Charleroi, Belgique, Eric Van den Abeele, Jules Destrée, charbon, industrie, sidérurgie, Rimbaud, balle pelote, révolution industrielle, culture Merci pour votre écoute Un Jour dans l'Histoire, c'est également en direct tous les jours de la semaine de 13h15 à 14h30 sur www.rtbf.be/lapremiere Retrouvez tous les épisodes d'Un Jour dans l'Histoire sur notre plateforme Auvio.be :https://auvio.rtbf.be/emission/5936 Intéressés par l'histoire ? Vous pourriez également aimer nos autres podcasts : L'Histoire Continue: https://audmns.com/kSbpELwL'heure H : https://audmns.com/YagLLiKEt sa version à écouter en famille : La Mini Heure H https://audmns.com/YagLLiKAinsi que nos séries historiques :Chili, le Pays de mes Histoires : https://audmns.com/XHbnevhD-Day : https://audmns.com/JWRdPYIJoséphine Baker : https://audmns.com/wCfhoEwLa folle histoire de l'aviation : https://audmns.com/xAWjyWCLes Jeux Olympiques, l'étonnant miroir de notre Histoire : https://audmns.com/ZEIihzZMarguerite, la Voix d'une Résistante : https://audmns.com/zFDehnENapoléon, le crépuscule de l'Aigle : https://audmns.com/DcdnIUnUn Jour dans le Sport : https://audmns.com/xXlkHMHSous le sable des Pyramides : https://audmns.com/rXfVppvN'oubliez pas de vous y abonner pour ne rien manquer.Et si vous avez apprécié ce podcast, n'hésitez pas à nous donner des étoiles ou des commentaires, cela nous aide à le faire connaître plus largement. Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
What happens when a teen prodigy meets a drunk poet with a pistol in his pocket (the gun kind, not the fun kind)?Answer: extremely gay chaos.This week on Historical Homos, we're diving into the doomed romance of Arthur Rimbaud and Paul Verlaine—the most sensationally toxic boyfriends in the history of French poetry.With our guest this week, Robert St. Clair, we'll unpack:The social revolution of the 19th century: just a fun little reminder of where class warfare was born!Rimbaud and Verlaine's poetry: because toxic people can be great artists tooThe couple's love letters, extortion notes, and pornographic sonnets: including a gorgeous reading of 1872's “To the Butthole”The Brussels Incident™: in which our drunken hero pulls a gun, fires wildly with his eyes covered, and somehow manages to shoot his boyfriend in the wristCourtroom dick reports. in which forensic "doctors" examine the hero's hole and pole to “prove” he was gay, because it turns out science is just as toxic as poetryTheir legacy. Rimbaud stopped writing at 20, Verlaine went to prison for love and revolution – and both still managed to change poetry forever.It's toxic. It's fascinating. It's, how you say, very fucking French
Iluminaciones de Arthur Rimbaud es una obra fundacional dela poesía moderna, un testimonio del poder transformador del lenguaje y la imaginación. Su exploración de lo visionario, lo marginal y lo trascendente desafía a Los Lunares a repensar los límites de la realidad y el arte. Como poeta-vidente, Rimbaud nos lega un universo de imágenes que, como relámpagos, iluminan la condición humana en toda su complejidad. Esta obra es imprescindible para quienes buscan comprender la evolución de la poesía y el espíritu rebelde que marcó la modernidad. Te invito a leer Iluminaciones para descubrir un mundo donde la poesía no solo refleja la vida, sino que la reinventa."Crónicas Lunares di Sun" es un podcast cultural presentado por Irving Sun, que abarca una variedad de temas, desde la literatura y análisis de libros hasta discusiones sobre actualidad y personajes históricos. Se difunde en múltiples plataformas como Ivoox, Apple Podcast, Spotify y YouTube, donde también ofrece contenido en video, incluyendo reflexiones sobre temas como la meditación y la filosofía teosófica. Los episodios exploran textos y conceptos complejos, buscando fomentar la reflexión y el autoconocimiento entre su audiencia, los "Lunares", quienes pueden interactuar y apoyar el programa a través de comentarios, redes sociales y donaciones. AVISO LEGAL: Los cuentos, poemas, fragmentos de novelas, ensayos y todo contenido literario que aparece en Crónicas Lunares di Sun podrían estar protegidos por derecho de autor (copyright). Si por alguna razón los propietarios no están conformes con el uso de ellos por favor escribirnos al correo electrónico cronicaslunares.sun@hotmail.com y nos encargaremos de borrarlo inmediatamente. Si te gusta lo que escuchas y deseas apoyarnos puedes dejar tu donación en PayPal, ahí nos encuentras como @IrvingSun https://paypal.me/IrvingSun?country.x=MX&locale.x=es_XC Síguenos en: Telegram: Crónicas Lunares di Sun Crónicas Lunares di Sun - YouTube https://t.me/joinchat/QFjDxu9fqR8uf3eR https://www.facebook.com/cronicalunar/?modal=admin_todo_tour Crónicas Lunares (@cronicaslunares.sun) • Fotos y videos de Instagram https://twitter.com/isun_g1 https://www.google.com/podcasts?feed=aHR0cHM6Ly9hbmNob3IuZm0vcy9lODVmOWY0L3BvZGNhc3QvcnNz https://open.spotify.com/show/4x2gFdKw3FeoaAORteQomp https://mx.ivoox.com/es/s_p2_759303_1.html https://tunein.com/user/gnivrinavi/favorites
Piše Sanja Podržaj, bere Eva Longyka Marušič. Poezija Blaža Iršiča ni všečna. Ne zazira se zasanjano v daljave, ne posluša šelestenja drevesnih krošenj in ne opeva lepot bivanja, še manj veličine človekovega duha. Te pesmi ne nudijo pobega pred pritlehnostjo naših življenj, zasidranih v rutino delavnika, ki ji uidemo enkrat na leto, če imamo srečo, da gremo na obalo gledat borovce. Iršičeva prva pesniška zbirka Poezija za avtomehanike je izšla leta 2016. Kljub neizprosni pankerski drži »ne jebem sistema«, v kateri se mešata jeza in zafrkancija, je bilo nekaj na tej zbirki nevšečne poezije tako všečnega, da je avtorju prinesla nominacijo za Jenkovo nagrado in bila kmalu razprodana in ponatisnjena, kar je pri pesniških zbirkah redko, pri prvencih pa še posebej. Leta 2019 ji je sledila zbirka Človek pod luno, skoraj deset let od izida prvenca pa je pred nami tretja zbirka, ki ima od vseh morda najbolj provokativen naslov, Parada heteroseksualcev, a je od vseh treh najbolj umirjena, ne več tako jezna, a tudi ne sprijaznjena. Cinična, ironična, na trenutke temačna kot brezno eksistencialnega obupa, takšna je Parada heteroseksualcev, ob vsem tem pa nas še nasmeji, čeprav bi se morda rajši zjokali nad absurdnostjo življenja, ki jo razgalja Iršičeva poezija. Umrejo dobri in umrejo slabi. Umrejo tisti, ki živijo zdravo in tečejo maratone, tako kot umrejo tisti, ki maratonsko popivajo. »Življenje je zelo dolg skok s padalom, / ki se na koncu ne odpre,« je zapisal Iršič, bralka pa se lahko vpraša Je važno, kaj počnemo, medtem ko padamo? Pod navidezno frivolnostjo vznikajo resna vprašanja, a odgovorov ni na vidiku. Poezija Blaža Iršiča odslikava duh časa, v katerem je bog mrtev, smisel razpršen, edina tolažba, čeprav slaba, pa je smrt. Življenje je nekaj, kar je pač treba preživeti. O tem, kako bi ga morali preživljati, smo bombardirani na vsakem koraku. Najti moramo svojo pot, svojo resnico, svoj pravi jaz, to pa storimo tako, da vstajamo ob petih zjutraj, se ukvarjamo s tekom ali jogo, hodimo na terapijo in meditiramo. Z vsem tem seveda poskrbimo, da smo produktivni delavci in dobri potrošniki. To je smisel, ki nam ga daje kapitalizem in vse, kar delamo v imenu skrbi zase, delamo zato, da smo lahko kar se da učinkoviti člani družbe. Meditiramo, da ne ponorimo – dokler ne ponorimo. Iršičeva poezija je to, kar se zgodi po tem. Meditacija je iz duhovne prakse postala le še eno orodje za obvladovanje stresa, tako kot je punk iz družbenega gibanja postal samo še ena od estetik. Če želimo doseči pankerski videz, moramo samo opraviti nekaj nakupov, par klikov je dovolj. Kako se sploh upirati v sistemu, ki vsako obliko odpora ponotranji in vsrka vase ter jo nazadnje spremeni v produkt, ki ga je mogoče kupiti? Morda je mali upor lahko poezija, ki ni zavezana k temu, da proizvaja karkoli uporabnega, niti smiselnega. Zato se Iršič lahko v nekaterih pesmih približa globokim eksistencialnim vprašanjem, spet v drugih pa je lahko zafrkljivo igriv, na primer v pesmi Biti npr. kruh: »''Si črn?'' / ''Ne. Polbel.''« V tej drži, ki se ne ozira na to, kakšna naj bi poezija bila, je tisti duh punka, ki je tako velikokrat omenjen, ko je govora o poeziji Blaža Iršiča. Pa tudi v neposrednosti besed in same forme, ki se ne trudi biti eksperimentalna, ter v dejstvu, da nič ni varno pred tem, da bi končalo v pesmi. Jezus in papež nista nič bolj sveta od pijancev in perverznežev, Picasso, Modigliani, Nietzsche in Rimbaud pa se v pesmih ne pojavljajo, da bi pesnik s tem izkazal svoje poznavanje umetnosti, filozofije in nadrealistov, temveč zato, da lahko reče »ko jih jebe« in postavi palčka na vrt. Zbirka Parade heteroseksualcev je precej obsežna in večinoma gre za daljše pesmi, med katerimi pa se občasno pojavljajo krajše, ki obsegajo le nekaj vrstic in spominjajo na bolj ali manj posrečene šale ter delujejo kot žganje, s katerim presekamo runde piva. Vsem pa je skupna nepredvidljivost, zaradi katere je zbirko užitek brati. Glavna odlika zbirke je ludizem, ki se ne ozira na »visoko« in »nizko«, ampak vse izenači, ker, kot je v enem izmed intervjujev povedal avtor: »Vse to obstaja. To je dovolj.« Tako smo priča nepričakovanim preskokom med globokimi premisleki in absurdom, med (skoraj) romantiko in vulgarnostjo, med zafrkancijo in smrtno resnostjo. Zbirka zaradi te mešanice deluje pristno in življenjsko, to ni poezija iz pregovornega slonokoščenega stolpa, je poezija povprečne človekove izkušnje, ki je pogosto protislovna in nemalokrat zmedena. Ne gre za to, da bi pesmi skušale izpričati neko občečloveško izkustvo, bolj za to, da se zaradi njihove neposredne iskrenosti bralke in bralci z njimi lahko povežemo, še najbolj na tistih mestih, ki so najbolj odkrita, surova, tudi boleča, kot je na primer začetek pesmi Duša: »Imam noge, / da pobegnem, / pa sem še vedno tu. / Če bi duša res lahko zapustila mrtvo telo, / bi ga gotovo kdaj pa kdaj zapustila, / tudi dokler je še živo. / Vsaj kakšna lajdra od duše, / vsaj za kakšen dan.« Jezik, ki je sproščen, na trenutke pogovoren, vseskozi pa nepretenciozno preprost in vsakdanji, ima veliko vlogo pri komunikativnosti pesmi, ob branju se skoraj zdi, kot bi se pesnik pogovarjal z nami oziroma nas nagovarjal. Pesmi nam približa tudi humor tako v svojih svetlejših kot tudi v najbolj temnih legah. Nič ni tako resnega, niti življenje niti smrt, še manj poezija. Vendar pa kljub humorju v tonu zbirke prevlada mol, nekakšna melanholija, ki izhaja iz nenehne eksistencialne krize, v kateri sta se znašla posameznik in družba. Kot bi pod vsem tem humorjem tlela groza pred breznom, ki zre nazaj v nas. Kot bi bil humor še edina obramba, ki je preostala. Zajebantska poezija Blaža Iršiča je smrtno resna. Kaj ima z vsem tem opraviti parada heteroseksualcev? Vse in nič, kdo bi zares vedel. Blaž Iršič ne ve, kaj so binkošti, zna pa pisati večplastno, kompleksno in hkrati izredno dostopno poezijo. Morda ta deset let po prvencu ni več tako nabita z uporniško jezo, a še vedno ostaja družbeno kritična, poglobila pa se je v eksistencialni razsežnosti. Pesnikov slog se v desetletju ni kaj dosti spremenil, a se ga kljub temu ne moremo naveličati. Konec koncev za poezijo in pesnjenje ne velja dogma večnega napredka.
durée : 00:56:52 - Autant en emporte l'Histoire - par : Stéphanie Duncan - 1871. Arthur Rimbaud, 17 ans, vient de fuguer de chez sa mère à Charleville et débarque à Paris. Dès son arrivée le jeune génie fascine ses aînés mais la fascination tourne vite à l'hostilité. Il multiplie les provocations et très vite bouleverse la vie rangée d'un autre poète : Paul Verlaine. - invités : Henri Scepi - Henri Scepi : Professeur de littérature française du 19e siècle à la Sorbonne nouvelle. Il dirige le Centre de recherche sur les poétiques du 19e (CRP19) - réalisé par : Anne WEINFELD Vous aimez ce podcast ? Pour écouter tous les autres épisodes sans limite, rendez-vous sur Radio France.
durée : 00:48:10 - Affaires sensibles - par : Fabrice Drouelle - Aujourd'hui Affaires sensibles remonte le temps : Rimbaud Verlaine, le procès de Bruxelles Vous aimez ce podcast ? Pour écouter tous les autres épisodes sans limite, rendez-vous sur Radio France.
Judy enters the monastic world of ÁBBATTE, where traditional Spanish artisanal techniques are used to create exquisite handwoven textiles. Project founder Elena Goded Rimbaud talks about transforming the ruins of a 13th century monastery in Segovia into the ÁBBATTE workshop and reviving the region's handmade textile traditions there. Then, speaking from ÁBBATTE's Madrid store, Elena describes the pieces they make - alpaca wool throws, textured carpets and silk scarves - in colours rendered with botanic dyes from the magical ÁBBATTE garden. Working alongside her art director daughter, Elena says ÁBBATTE strives to create textiles with a contemporary aesthetic while being grounded in the techniques of the past.Show Noteshttps://www.abbatte.com@abbatte_ // Hosted by Judy Stewart // Translation by Marcella EchevarriaProduced by Caroline Hughes for Feast Collective// Sound Engineer: Jason Millhouse// Instagram: @_unpaused // Website: www.unpaused.net
Dans cet épisode, Christophe Paco et Lisa Kamen explorent les règles du sonnet, un poème de 14 vers. Ils discutent des quatrains et tercets, des rimes embrassées et de l'alternance entre rimes féminines et masculines. Clément Marot, qui a introduit le sonnet en France, est mentionné, ainsi que des poètes comme Baudelaire et Rimbaud qui ont défié ces règles. Retrouvez l'épisode sur RTL.fr et en podcast.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
L'année 1891 est la dernière de cet aventurier perdu : Arthur Rimbaud. Alain Vircondelet nous aide à fixer les derniers instants de cet homme insaisissable. Mention légales : Vos données de connexion, dont votre adresse IP, sont traités par Radio Classique, responsable de traitement, sur la base de son intérêt légitime, par l'intermédiaire de son sous-traitant Ausha, à des fins de réalisation de statistiques agréées et de lutte contre la fraude. Ces données sont supprimées en temps réel pour la finalité statistique et sous cinq mois à compter de la collecte à des fins de lutte contre la fraude. Pour plus d'informations sur les traitements réalisés par Radio Classique et exercer vos droits, consultez notre Politique de confidentialité.Hébergé par Ausha. Visitez ausha.co/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
REDIFF - Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence. Retrouvez tous les jours en podcast le décryptage d'un faits divers, d'un crime ou d'une énigme judiciaire par Jean-Alphonse Richard, entouré de spécialistes, et de témoins d'affaires criminelles.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
REDIFF - Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence. Retrouvez tous les jours en podcast le décryptage d'un faits divers, d'un crime ou d'une énigme judiciaire par Jean-Alphonse Richard, entouré de spécialistes, et de témoins d'affaires criminelles.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
REDIFF - Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence. Retrouvez tous les jours en podcast le décryptage d'un faits divers, d'un crime ou d'une énigme judiciaire par Jean-Alphonse Richard, entouré de spécialistes, et de témoins d'affaires criminelles.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
¿Qué sucede cuando la genialidad y la locura bailan al borde del abismo? ¿Cuando el talento más puro se consume en excesos, rebeldía y una profunda soledad? ¿Y cuando todo esto además, está acompañado de alcohol, drogas y una muerte trágica o misteriosa? Hoy vamos a adentrarnos en un universo literario tan oscuro como brillante.Vamos a hablar de “Poetas malditos”Una producción de El Grupo Muy Importante@elgrupomuyimportanteProducción EjecutivaDaniela Ormazábal y Federico CapocciEdición, montaje y música originalFederico CapocciAsistencia de Producción Camila NapoletanoSuscríbete a nuestro Patreon para contenido exclusivo y sorpresashttps://www.patreon.com/cosasmuyimportantesConviértete en un seguidor de este podcast: https://www.spreaker.com/podcast/cosas-muy-importantes-historia-curiosa--4353665/support.
Arthur Rimbaud, vita e opere del poeta francese promotore della poesia moderna. Stile e temi di Una stagione all'inferno e altre raccolte.
Storia, biografia e poetica di Paul Verlaine, il poeta maledetto noto per le sue poesie, la vita tormentata ed il tumultuoso rapporto con Rimbaud.
Essentiel – Le rendez-vous culture de RCJ – présenté par Sandrine Sebbane Elle reçoit Baptiste Cogitore pour son livre « L'Enfant comète - Hanus Hachenburg - Prague, 1929 - Birkenau, 1944 » paru aux éditions Plon. À propos du livre : « L'Enfant comète - Hanus Hachenburg - Prague, 1929 - Birkenau, 1944 » paru aux éditions Plon L'incroyable histoire du " Rimbaud du ghetto de Theresienstadt ". Dans ce récit, Baptiste Cogitore raconte la courte vie du jeune poète juif Hanus Hachenburg (1929-1944) et explore son œuvre singulière. Né en 1929 dans une famille aisée de Prague, Hanus est placé dans un orphelinat par sa mère en 1938. À 13 ans, il est déporté au ghetto de Theresienstadt. Conçu par les nazis à des fins de propagande comme un " camp modèle ", des milliers de Juifs y sont enfermés, dont de nombreux artistes ou intellectuels. Dans l'une des baraques, une quarantaine de jeunes garçons décident de résister en créant un journal clandestin et une " république autonome " : la République de SKID. Au sein de ce groupe, Hanuš acquiert rapidement une place centrale : celle d'un poète et d'un éditorialiste extrêmement talentueux. Il devient l'un des auteurs essentiels du journal Vedem, " cœur vivant " de la chambrée. En décembre 1943, il est déporté à Birkenau, où il est assassiné en juillet 1944. Soigneusement documenté par plus de dix ans de recherche en archives et auprès de témoins clés, L'Enfant comète est un récit historique, personnel et littéraire ponctué d'extraits du magazine Vedem. Il donne aussi à lire pour la première fois des œuvres encore inédites du jeune Hanus Hachenburg. Une histoire délicate et poignante, qui embarque les lecteurs dans l'exploration d'une vie minuscule : celle d'un extraordinaire écrivain.
Daniela Di SoraVoland Edizioniwww.voland.itSarà Voland la casa editrice che inaugura la presenza di un editore ospite a Lungomare di libri, per portare la sua storia, il suo catalogo, i suoi progetti, le sue scrittrici e i suoi scrittori all'attenzione del pubblico.Voland nasce a dicembre del 1994 e pubblica i primi tre libri nell'aprile del 1995: gli autori sono Tolstoj, Gogol' ed Emilijan Stanev. Il marcato interesse per le letterature slave è da subito evidente, come dimostra anche il nome scelto, tratto dal romanzo Il maestro e Margherita, capolavoro del '900 russo di Michail Bulgakov.Animata dalla volontà di far conoscere culture e mondi affascinanti attraverso letterature poco esplorate ma di grande profondità, tra le proposte della casa editrice spiccano il bulgaro Georgi Gospodinov, raffinato prosatore e poeta tradotto in oltre 20 lingue, vincitore nel 2021 del Premio Strega Europeo; Mircea Cărtărescu, il più celebre autore romeno contemporaneo, che con Abbacinante. Il corpo ha vinto il Premio von Rezzori nel 2016; Serhij Žadan, salutato come “il Rimbaud ucraino”, tradotto in tredici lingue e vincitore, nel 2022, dell'ebrd Literature Prize e del Premio per la Pace dell'editoria tedesca conferito ogni anno dall'Associazione degli editori e dei librai tedeschi durante la Fiera del libro di Francoforte.. Nel 2018, in occasione del centenario della nascita e dei dieci anni dalla morte dello scrittore russo Premio Nobel per la letteratura Aleksandr Solženicyn, Voland ha pubblicato la prima traduzione integrale del romanzo Nel primo cerchio.Accanto all'anima slava, la passione per la narrativa di qualità ha reso possibile la scoperta di Amélie Nothomb, dal 1997 fedelissima alla casa editrice che l'ha lanciata in Italia. Il suo romanzo Sete è arrivato secondo al Prix Goncourt nel 2019, mentre con Primo Sangue l'autrice si è aggiudicata nel 2021 il Prix Renaudot e il Premio Strega europeo 2022, ex aequo con Mikhail Shishkin. Il catalogo Voland include voci mai scontate e dalle forti suggestioni: Alexandra David-Néel (di cui Voland si è aggiudicata la prima traduzione italiana della Sublime arte, appassionante caso editoriale rimasto inedito in Francia fino al 2018), Julio Cortázar, Georges Perec, Dulce Maria Cardoso (per la cui traduzione nel 2021 Daniele Petruccioli ha vinto il Premio Annibal Caro), Edgar Hilsenrath, Javier Argüello, Philippe Djian, Esther Freud, André Schiffrin, José Ovejero, Carol Shields, Brigitte Reimann, Moacyr Scliar, Carmen Martìn Gaite, Stanisław Lem, Karel Čapek, Milorad Pavić, Serhij Žadan, Aleksej Ivanov, Wolf Wondratschek, Matei Vișniec, Maylis Besserie (di cui Voland ha pubblicato L'ultimo atto del signor Beckett, vincitore del Premio Goncourt 2020 opera prima)... Il desiderio è sempre quello di offrire ai lettori narrativa straniera di alta qualità, curandone in modo particolare la traduzione.A conferma di questa sensibilità Voland ha vinto il Premio alla Cultura, assegnatogli nel 1999 alla dalla Presidenza del Consiglio dei Ministri “per la pregevole attività svolta nel campo editoriale”, e il Premio del Ministero per i Beni e le Attività Culturali, ottenuto nel 2003 “per aver svolto attraverso la pubblicazione di traduzioni di elevato profilo un importante ruolo di mediazione culturale”.Nel 2010, per festeggiare il suo compleanno, la casa editrice si è rinnovata facendo disegnare appositamente da Luciano Perondi una font battezzata Voland che da allora è utilizzata in tutte le edizioni.Da diversi anni, inoltre, Voland propone nel suo catalogo anche ottimi autori italiani fra cui Ugo Riccarelli, Giorgio Manacorda, Vanni Santoni, Matteo Marchesini, Ilaria Gaspari, Demetrio Paolin, Nicola H. Cosentino, Flavio Fusi, Valerio Aiolli, Paolo Donini, Simone Innocenti, Ruska Jorjoliani, Gianluca Di Dio, Piergiorgio Paterlini. Quattro di loro sono entrati nella dozzina dei candidati al Premio Strega: Giorgio Manacorda con Il corridoio di legno nel 2012, Matteo Marchesini con Atti mancati nel 2013, Demetrio Paolin con Conforme alla gloria nel 2016 e Valerio Aiolli con Nero ananas nel 2019.Il catalogo di Voland è suddiviso in quattro collane principali: Intrecci, storie e avventure da latitudini diverse unite al gusto di una narrazione appassionata e coinvolgente; Amazzoni, sferzante scrittura al femminile che mira al cuore e al cervello dei lettori; Sírin, che propone autori slavi; Confini, sulla narrativa di viaggio. A queste si aggiungono: Supereconomici, formata dai grandi successi Voland in formato tascabile; Sírin Classica, grandi autori russi tradotti da scrittori italiani; e.klassika, collana digitale in cui si inseriscono introvabili classici delle letterature slave; Finestre, che offre uno sguardo oltre la letteratura e di cui fa parte la serie delle Guide ribelli (Parigi, Barcellona, Roma, Venezia, Firenze, Berlino e Mosca).IL POSTO DELLE PAROLEascoltare fa pensarewww.ilpostodelleparole.itDiventa un supporter di questo podcast: https://www.spreaker.com/podcast/il-posto-delle-parole--1487855/support.
La Biblioteca de Julio vuelve y abre su cuarta temporada con el descubrimiento de un librito de una Patti Smith que, en 1973, está dando sus primeros pasos en la poesía y en el rock. En “Witt” Cortázar anota, dibuja y le habla a la autora, cantante y artista visual de Chicago. Suenan grandes versos influenciados por Rimbaud, Blake, Ginsberg, Baudelaire y el punk en este episodio, que cuenta con la poeta invitada Elsa Moreno.
Toast writer/editor Craig Laurance Gidney as we discuss how meeting Samuel R. Delany led to his attending the Clarion Writing Workshop, the influence of reading decadent writers such as Verlaine and Rimbaud, why he kept at trying to get published when so many of his peers stopped, the many ways flaws can sometimes make a story more interesting, our shared love of ambiguity, the reason there must be beauty entwined with horror, why he's a vibes guy rather than a plot guy, the time Tanith Lee bought him a pint and how that led to him coediting her tribute anthology, what he learned from his years editing a flash fiction magazine, and much more.
durée : 00:58:54 - Samedi fiction - par : Blandine Masson - Aussi précoce que fulgurante, l'œuvre d'Arthur Rimbaud des premiers vers en alexandrins à la prose visionnaire des Illuminations, en passant par la période de la Voyance et la crise d'Une saison en enfer, seul recueil publié de son vivant - tient entre ces cinq années : 1870-1875.
durée : 00:58:54 - Samedi fiction - par : Blandine Masson - Aussi précoce que fulgurante, l'œuvre d'Arthur Rimbaud des premiers vers en alexandrins à la prose visionnaire des Illuminations, en passant par la période de la Voyance et la crise d'Une saison en enfer, seul recueil publié de son vivant - tient entre ces cinq années : 1870-1875.
Née en 1987 à Casablanca, vivant aujourd'hui à Paris, Rim Battal est poétesse. Après des études de journalisme, elle se consacre à l'écriture et à la photographie, devenant l'une des figures d'une nouvelle génération de poètes. Elle a notamment publié Vingt poèmes et des poussières (Lanskine), L'eau du bain, Les quatrains de l'all inclusive ou encore X et excès (Le Castor Astral). Je me regarderai dans les yeux est son premier roman. « Au Maroc, à dix-sept ans, à l'âge des romans à l'eau de rose, des serments d'amitié et des poèmes de Rimbaud, une jeune fille fume une cigarette à la fenêtre de sa chambre. Cette transgression déclenche la violente fureur de sa mère – puis, comme un envol effaré, la fugue de la narratrice. Un ultimatum lui est alors posé : elle devra produire un certificat de virginité. L'examen gynécologique forcé sera sa "première fois". Comment sortir de l'enfance quand tous les adultes nous trahissent ? Comment aimer quand ceux qui nous aiment nous détruisent ? Porté par une écriture puissante qui n'oublie ni l'ardeur ni la drôlerie, le récit de Rim Battal dit les premières fois, le désir, la générosité et la force qui président à la naissance d'une femme et d'une écrivaine. » (Présentation des éditions Bayard)
« Le premier voyant, roi des poètes, un vrai dieu » : ainsi Rimbaud parlait-il de Charles Baudelaire, auquel la BNF vient de consacrer une belle exposition sous ce titre : « La modernité mélancolique ». Mention légales : Vos données de connexion, dont votre adresse IP, sont traités par Radio Classique, responsable de traitement, sur la base de son intérêt légitime, par l'intermédiaire de son sous-traitant Ausha, à des fins de réalisation de statistiques agréées et de lutte contre la fraude. Ces données sont supprimées en temps réel pour la finalité statistique et sous cinq mois à compter de la collecte à des fins de lutte contre la fraude. Pour plus d'informations sur les traitements réalisés par Radio Classique et exercer vos droits, consultez notre Politique de confidentialité.Hébergé par Ausha. Visitez ausha.co/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Eleanor Rigby fun French Fuse Lucy scatte Covers : The Kiffness : Conselho Moyun : Carmen à la cythare Xing Canen : Ain't no sunshine PostModern Jukebox : Black Hole Sun Music Travel Love : Stand by me Elodie Fiat fait des bruits La sonothèque Sons zarbi : Helena Cruz : musique de salle de bain Rudy Mancuso : elevator music Hymne à la joie aux flûtes à bec Fron Reilly et son Fron2 Les Beatles dans un seul écouteur Silence Radio Gabigabi Trucs en vrac : Ally et son trombone Rolling with the tiger Improver beatbox Marianne Faithfull dans "Made in U.S.A." La +BCdM : Barbra Streisand : Memory par Elaine Page - Jennifer Hudson - Nicole Scherzinger - Prisca Demarez - Barry Manilow - Joseph William Morgan - Lucy Thomas La Playlist de la +BCdM : sur le Tube à Walter sur Spotify (merci John Cytron) sur Deezer (merci MaO de Paris) sur Amazon Music (merci Hellxions) et sur Apple Music (merci Yawourt) Vote pour la Plus Belle Chanson du Monde Le son mystère (40'48) : Pierre Dumayet, Pierre Desgraupes et M.Fricotot Avec : Aude David jdlp Pop goes the WZA MaO Tarvich Causmic Beast Merci à : Pop goes the WZA Stéphane Didier Pat Hogun David jdlp Michidar Laurent Doucet Podcasts & liens cités : Tumyxo saison 2 : récit au jour le jour Walter sur BlueSky Walter sur Mastodon Walter sur Instagram Les 100 +BCdM Le générique de fin est signé Cousbou
Arthur Rimbaud turned French poetry on its head in his late teens. His work influenced everyone from the modernists and the Beats to Bob Dylan and Jim Morrison, but he wasn't recognized or well-liked in his lifetime. He guzzled absinthe, sponged money off friends, and wrecked the life of fellow poet Paul Verlaine. And then he renounced poetry at age 20 and simply walked away. The last we hear of him, he's somewhere in Africa living as a trader and gunrunner — and for a while, that was all we knew. The book we're talking about today reveals what happened next. Charles Nicholl is the author of Somebody Else: Arthur Rimbaud in Africa 1890-91. He's a Fellow of the Royal Society of Literature, a recipient of the Hawthornden prize and has won the James Tait Black prize for biography. We spoke about the allure of Rimbaud the poet, his ‘lost years' in Africa, and his late reputation as a traveler and Arabist.
Bob Dylan, surnommé "le Rimbaud américain", est une figure incontournable de la musique et de la culture du XXe siècle. Parti du Minnesota avec une guitare et des rêves plein la tête, il débarque à New York en 1961, où il se forge un style unique entre folk, blues et poésie contestataire. Sa voix rocailleuse et ses textes engagés font de lui une icône des droits civiques et de la contre-culture des années 60. Après un mystérieux accident de moto en 1966, il s'éloigne de la scène et se réinvente sans cesse, explorant le rock, la country et la religion. Insaisissable et provocateur, il refuse d'être une figure politique et préfère tracer sa propre route. Malgré des hauts et des bas, Dylan reste une référence musicale et littéraire, remportant un Oscar en 2001 et le Prix Nobel de littérature en 2016. Avec plus de 90 albums et une influence colossale, il est une légende vivante qui continue de se produire sur scène à plus de 80 ans. Son œuvre, intemporelle, dépasse la musique et fait de lui un artiste majeur du XXe siècle. Les débuts de ce prodige, brillamment incarnés par Timothée Chalamet dans Un Parfait Inconnu, reflètent toute l'intensité et l'authenticité de son ascension musicale. Merci pour votre écoute Vous aimez l'Heure H, mais connaissez-vous La Mini Heure H https://audmns.com/YagLLiK , une version pour toute la famille.Retrouvez l'ensemble des épisodes de l'Heure H sur notre plateforme Auvio.be :https://auvio.rtbf.be/emission/22750 Intéressés par l'histoire ? Vous pourriez également aimer nos autres podcasts : Un jour dans l'Histoire : https://audmns.com/gXJWXoQL'Histoire Continue: https://audmns.com/kSbpELwAinsi que nos séries historiques :Chili, le Pays de mes Histoires : https://audmns.com/XHbnevhD-Day : https://audmns.com/JWRdPYIJoséphine Baker : https://audmns.com/wCfhoEwLa folle histoire de l'aviation : https://audmns.com/xAWjyWCLes Jeux Olympiques, l'étonnant miroir de notre Histoire : https://audmns.com/ZEIihzZMarguerite, la Voix d'une Résistante : https://audmns.com/zFDehnENapoléon, le crépuscule de l'Aigle : https://audmns.com/DcdnIUnUn Jour dans le Sport : https://audmns.com/xXlkHMHSous le sable des Pyramides : https://audmns.com/rXfVppvVous aimez les histoires racontées par Jean-Louis Lahaye ? Connaissez-vous ces podcast?Sous le sable des Pyramides : https://audmns.com/rXfVppv36 Quai des orfèvres : https://audmns.com/eUxNxyFHistoire Criminelle, les enquêtes de Scotland Yard : https://audmns.com/ZuEwXVOUn Crime, une Histoire https://audmns.com/NIhhXpYN'oubliez pas de vous y abonner pour ne rien manquer.Et si vous avez apprécié ce podcast, n'hésitez pas à nous donner des étoiles ou des commentaires, cela nous aide à le faire connaître plus largement.
El Niño que leyó a Rimbaud - Esos Tipos Opinan 593 - Bully Magnets #podcast El cargo El Niño que leyó a Rimbaud – Esos Tipos Opinan 593 – Bully Magnets #podcast apareció primero en Bully Magnets.
John Lennon y el poeta Rimbaud son las primeras figuras que Antonio Lucas sintió como mitos. Aún así sostiene que los mitos no son para toda la vida, siempre van cambiando. Por eso es tan complicado proyectarlos hacia el futuro.
Arthur Rimbaud no fue un poeta cualquiera: con tan solo veinte años ya había revolucionado la literatura francesa y marcado para siempre la poesía moderna. En este episodio, exploramos la vida vertiginosa y la obra incendiaria de ese joven genio que, en apenas unos años, rompió con todas las convenciones y se atrevió a vivir y amar sin pedir permiso. Su relación tormentosa con Paul Verlaine, a la vez musa y catástrofe, alimentó una producción poética llena de rabia, deseo y visiones alucinadas. Con “Una temporada en el infierno” y “Las iluminaciones”, Rimbaud dejó un testamento literario que influiría en generaciones enteras de poetas, simbolistas y artistas disidentes. Pero su rebeldía no se limitó a los versos: después de escandalizar al París burgués, se embarcó en aventuras imposibles, como alistarse en el ejército holandés. Su obsesión por huir de la monotonía y buscar experiencias extremas lo llevó a abandonar la poesía con la misma rapidez con la que la había conquistado, y a dedicarse al comercio y al tráfico de armas en África. Una existencia errante que sigue alimentando su mito de espíritu inquebrantable, de joven que puso en jaque las normas de su tiempo y su propia identidad. En este capítulo, profundizamos en la pasión literaria de Rimbaud, en su vida personal marcada por una libertad feroz y, por supuesto, en los escándalos y las anécdotas que lo convirtieron en una leyenda queer de vanguardia. Acompáñanos en un viaje por la genialidad y el caos de un poeta que, sin pretenderlo, ilumina la senda de quienes se atreven a soñar con lo imposible… y a cumplirlo con toda la audacia que el mundo se empeña en negarles. Las músicas, en esta lista: https://open.spotify.com/playlist/4vKZFit9GozefpXaUXqRu2?si=838992fb0c5a40b6
Lecture par l'autrice & Syqlone À dix-sept ans, à l'âge des romans à l'eau de rose et des poèmes de Rimbaud, une jeune fille fume une cigarette à la fenêtre de sa chambre. Cette transgression déclenche la fureur de sa mère puis la fugue de la narratrice. Un ultimatum lui est alors posé : elle devra produire un certificat de virginité. L'examen gynécologique forcé sera sa « première fois ». Comment sortir de l'enfance quand tous les adultes nous trahissent ? Comment aimer quand ceux qui nous aiment nous détruisent ? Porté par une écriture puissante le récit de la poétesse Rim Battal dit les premières fois, le désir et la force qui président à la naissance d'une femme et d'une écrivaine. Elle sera accompagnée ce soir par la musicienne Syqlone, pionnière dans l'art de fusionner les sonorités traditionnelles du chaâbi avec les textures électroniques contemporaines. À lire – Rim Battal, Je me regarderai dans les yeux, Bayard, 2025
En novembre 2013, dans le sud-ouest de la France, Jérémy Rimbaud, un ancien militaire, part dans un délire criminel au hasard. A pied, il traverse la campagne, vole un fusil, frappe un homme et en tue un second pour rien. Comble de l'horreur, il lui ouvre le thorax, lui retire son cœur et lui coupe la langue. Il cuisine sa victime avec des restes d'haricots tarbais, la spécialité locale.
En novembre 2013, dans le sud-ouest de la France, Jérémy Rimbaud, un ancien militaire, part dans un délire criminel au hasard. A pied, il traverse la campagne, vole un fusil, frappe un homme et en tue un second pour rien. Comble de l'horreur, il lui ouvre le thorax, lui retire son cœur et lui coupe la langue. Il cuisine sa victime avec des restes d'haricots tarbais, la spécialité locale.
Nous sommes au matin du 10 juillet 1873, à Bruxelles. Paul Verlaine, âgé de 29 ans, vivant une relation houleuse avec Arthur Rimbaud, dix ans de moins, se rend aux Galeries Saint-Hubert chez l'armurier Montigny. Dans la boutique, il se procure un pistolet de sept millimètres à six coups. Il passe le restant de la matinée dans les bistrots du centre de la capitale. A midi, lorsque le poète rejoint sa chambre d'hôtel près de la Grand-Place, il est dans un état d'ivresse avancé. La veille, au terme d'une énième dispute, Rimbaud avait annoncé à son compagnon qu'il désirait mettre fin à leur liaison et rejoindre Paris. Le 10 juillet 1873 , Paul Verlaine tire sur le jeune homme à deux reprises. Rimbaud est touché au poignet. Les deux hommes se rendent alors, ensemble, à l'hôpital Saint Jean mais Verlaine ne cesse d'être menaçant. Arthur le dénonce aux autorités. La justice s'empare de l'affaire. Une enquête de moralité est menée contre l'écrivain aux mœurs scandaleuses. Il sera écroué pendant deux ans à Mons. La sanction est lourde. Que fait-il en penser ? Qu'est-ce qui explique la sévérité de la justice belge ? La relation homosexuelle unissant les deux poètes a-t-elle été un facteur déterminant ? Comment ce procès a-t-il été perçu à l'époque ? Qu'en retient la postérité ? Avec nous : François Swennen, magistrat. « Rimbaud/Verlaine, une affaire insolite » ; éd. Cohen et Cohen. Merci pour votre écoute Un Jour dans l'Histoire, c'est également en direct tous les jours de la semaine de 13h15 à 14h30 sur www.rtbf.be/lapremiere Retrouvez tous les épisodes d'Un Jour dans l'Histoire sur notre plateforme Auvio.be :https://auvio.rtbf.be/emission/5936 Intéressés par l'histoire ? Vous pourriez également aimer nos autres podcasts : L'Histoire Continue: https://audmns.com/kSbpELwL'heure H : https://audmns.com/YagLLiKEt sa version à écouter en famille : La Mini Heure H https://audmns.com/YagLLiKAinsi que nos séries historiques :Chili, le Pays de mes Histoires : https://audmns.com/XHbnevhD-Day : https://audmns.com/JWRdPYIJoséphine Baker : https://audmns.com/wCfhoEwLa folle histoire de l'aviation : https://audmns.com/xAWjyWCLes Jeux Olympiques, l'étonnant miroir de notre Histoire : https://audmns.com/ZEIihzZMarguerite, la Voix d'une Résistante : https://audmns.com/zFDehnENapoléon, le crépuscule de l'Aigle : https://audmns.com/DcdnIUnUn Jour dans le Sport : https://audmns.com/xXlkHMHSous le sable des Pyramides : https://audmns.com/rXfVppvN'oubliez pas de vous y abonner pour ne rien manquer.Et si vous avez apprécié ce podcast, n'hésitez pas à nous donner des étoiles ou des commentaires, cela nous aide à le faire connaître plus largement.
Rimbaud disait que « le Poète se fait voyant par un long, immense et raisonné dérèglement de tous les sens ». De son côté, Audre Lorde affirmait que « le silence ne nous protègera pas ». À bien des égards, à travers son travail, Khady Sylla s'est elle aussi faite voyante, brisant le silence pour nous plonger dans la poésie du quotidien dakarois, à la rencontre des marges et des invisibles, comme Amy dans Le Monologue de la muette ou les passagers de Colobane Express. Johanna Makabi Khady Sylla a filmé les gens avec tendresse et sensibilité, s'immergeant à tel point qu'elle est devenue elle-même sujet de son propre film, Une fenêtre ouverte. Elle a transformé la caméra en un outil de clairvoyance, révélant ceux que la société ignore, ce que nous ne voyons plus. Elle nous a rappelé que le va-et-vient des vagues, tout comme le battement de nos cœurs, est à la fois banal et extraordinaire. À travers son œuvre, Khady Sylla montre que chaque instant de la vie est un miracle qui mérite d'être raconté. Elle a pris le risque ultime : celui d'incarner son amour pour les mots et les images en parlant depuis un lieu et à une époque où son regard était marginalisé. Onze ans après sa mort, cet hommage rappelle, comme il est nécessaire de le faire pour tant de femmes cinéastes, que Khady Sylla ne doit pas être « découverte » ou « redécouverte » ; le cinéma de Khady Sylla doit simplement être, et continuer à circuler. Pour en parler :- Marie-France Aubert, directrice artistique du FIFAM- Johanna Makabi, cinéaste et plasticienne- Rodolphe Respaud, monteur.
Les derniers jours de Cléopâtre, la mission de sauvetage d'otages à Téhéran en 1979 par la CIA, la vie et l'œuvre du poète Arthur Rimbaud... Découvrez le programme de "Entrez dans l'histoire" pour la semaine du 28 octobre au 1er novembre 2024. C'est une nouveauté que vous propose l'équipe de "Entrez dans l'histoire" cette saison. Chaque dimanche, retrouvez Lorànt Deutsch dans un podcast inédit, au micro de Chloé Lacrampe. Découvrez le programme de la semaine à venir, du lundi au vendredi, de 15h à 15h30 sur RTL.
durée : 00:30:00 - Les Nuits de France Culture - par : Philippe Garbit - "On se bat autour de lui, et ça a commencé à peine était-il mort." La conférence donnée en 1955 par l'historien de la littérature Henri Guillemin questionne l'influence de Rimbaud sur des auteurs très différents et cherche quelques vérités sur son œuvre du côté du religieux. - réalisation : Virginie Mourthé - invités : Henri Guillemin Historien
durée : 00:56:52 - Autant en emporte l'Histoire - par : Stéphanie DUNCAN - 1871. Arthur Rimbaud, 17 ans, vient de fuguer de chez sa mère à Charleville et débarque à Paris. Dès son arrivée le jeune génie fascine ses aînés mais la fascination tourne vite à l'hostilité. Il multiplie les provocations et très vite bouleverse la vie rangée d'un autre poète : Paul Verlaine.
Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence. Retrouvez tous les jours en podcast le décryptage d'un faits divers, d'un crime ou d'une énigme judiciaire par Jean-Alphonse Richard, entouré de spécialistes, et de témoins d'affaires criminelles. Ecoutez L'heure du Crime avec Jean-Alphonse Richard du 20 septembre 2024.
INÉDIT - Jade Serrano, journaliste, auteure du livre "Quand les hommes mangent leurs semblables", était l'invitée de "L'heure du crime" ce 20 septembre 2024, pour évoquer l'affaire Jérémy Rimbaud. A l'automne 2013, l'homme de 26 ans a tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, a cuisiné sa langue et son cœur avant de se mettre à table. Sans aucune explication rationnelle. Des pratiques cannibales que la journaliste tente de comprendre et qu'elle juge encore taboues aux yeux de la justice. Dans ce podcast inédit, découvrez un supplément de l'émission de "L'heure du crime". Questions oubliées, ou qui n'ont pas pu être posées à l'antenne, Justine Vignaux reste en studio avec l'invité(e) de Jean-Alphonse Richard, pour en savoir plus sur l'affaire du jour.
Les histoires de cannibales restent une exception dans le crime moderne. Et pourtant, un soir de l'automne 2013, le nom de Jérémy Rimbaud, 26 ans, a rejoint cette liste. Accusé d'avoir tué un homme qu'il ne connaissait pas dans un village des Hautes Pyrénées, d'avoir cuisiné sa langue et son cœur et de s'être mis à table. Aucune explication rationnelle à cette abomination, manger un homme, si ce n'est la démence. Retrouvez tous les jours en podcast le décryptage d'un faits divers, d'un crime ou d'une énigme judiciaire par Jean-Alphonse Richard, entouré de spécialistes, et de témoins d'affaires criminelles. Ecoutez L'heure du Crime avec Jean-Alphonse Richard du 20 septembre 2024.
The long overdue second installment of Fragra-Files featuring the perfumes of Hedi Slimane's Celine. An incredible collection of extremely thoughtful and luxurious scents that are both as gorgeous as they are incredibly consistent with their through-line of orris, musk and soft woody notes. But who is the perfumer behind these compositions and why are they so focused on youthful (and slender) beauty in their inspirations? Well, we have our thoughts and discuss at length as we go through the entire collection that has become a true favorite of Fragraphilia. (00:00) - - Introduction (10:07) - - La Peau Nue (14:48) - - Bois Dormant (18:09) - - Saint Germain de Pres (21:43) - - Dan Paris (24:56) - - Parade (27:42) - - Nightclubbing (33:18) - - Cologne Française (36:59) - - Eau de Californie (40:19) - - Black Tie (42:19) - - Rimbaud (45:36) - - Reptile (48:46) - - ZouZou (51:16) - - Our Rankings Please feel free to email us at hello@fragraphilia.com - Send us questions, comments, or recommendations. We can be found on TikTok and Instagram @fragraphilia