Podcasts about mariologia

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Filosoficamente Incorreto
Mariologia: Judite; A Filha de Sião: Fundamentação bíblica no novo testamento

Filosoficamente Incorreto

Play Episode Listen Later Jan 4, 2024 12:34


Mariologia: Judite; A Filha de Sião: Fundamentação bíblica no novo testamento --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/pedro-mendes-ju00fanior/message

Semillas para la Vida
La Natividad de la Virgen María

Semillas para la Vida

Play Episode Listen Later Sep 9, 2023 3:58


Año XVII. Núm. 137. El 8 de septiembre, la Iglesia celebra la fiesta litúrgica de la Natividad de la Virgen María.

Semillas para la Vida
La Historia del Dogma de la Asunción de María

Semillas para la Vida

Play Episode Listen Later Aug 16, 2023 4:39


Año XVII. Núm. 124. Conoce cómo se proclamó el dogma de la Asunción de María al cielo y en qué consiste.

il posto delle parole
LInda Pocher "Immagini di Maria. Immagini della donna"

il posto delle parole

Play Episode Listen Later Jul 20, 2023 29:37


Linda Pocher"Immagini di Maria. Immagini della donna.Cinema e mariologia in dialogoPaoline Edizionihttps://paoline.itUna riflessione sull'immagine di Maria a partire da tre film, in dialogo con la teologia, la psicologia e le scienze della comunicazione. Un contributo per la valorizzazione del cinema come strumento di formazione ed evangelizzazione.Linda Pocher, Figlia di Maria Ausiliatrice, laureata in Filosofia, ha conseguito il dottorato in Teologia dogmatica presso la Pontifica Università Gregoriana ed è autrice del volume Dalla terra alla madre (2021). Ha lavorato nella pastorale giovanile e familiare e, dal 2022, è membro del Consiglio della Pontificia Academia Mariana Internationalis. Attualmente insegna Cristologia e Mariologia presso la Pontificia Facoltà di Scienze dell'Educazione «Auxilium» di Roma.Il volume da lei curato, Immagini di Maria, immagini della donna, presenta gli esiti di un lavoro interdisciplinare realizzato a partire da tre film italiani che hanno come protagonista Maria di Nazaret e dal dialogo con chi li ha pensati e diretti: Io sono con te, Troppa grazia, Bar Giuseppe. Il presupposto da cui parte la curatrice del volume è che la produzione cinematografica su Maria costituisce una opportunità eccezionale per fermarsi a riflettere e a confrontare le diverse immagini che di lei esistono: quelle tradizionali, segnate inevitabilmente dalle culture che lungo i secoli le hanno prodotte e che ancora incontriamo nelle nicchie delle nostre chiese e nelle pratiche della pietà popolare; l'immagine di Maria trasmessa dalla Scrittura, che la Mariologia biblica ha riscoperto soprattutto nell'ultimo secolo; le immagini di Maria che ognuno di noi porta nel cuore e che possono, allo stesso tempo, favorire od ostacolare la maturazione autenticamente cristiana della fede.Il libro si propone, dunque, di mostrare l'importanza e l'utilità, per insegnanti e operatori pastorali, di prendere in maggiore considerazione il cinema come strumento per la formazione e l'evangelizzazione.IL POSTO DELLE PAROLEascoltare fa pensarehttps://ilpostodelleparole.itQuesto show fa parte del network Spreaker Prime. Se sei interessato a fare pubblicità in questo podcast, contattaci su https://www.spreaker.com/show/1487855/advertisement

Semillas para la Vida
Vaticano Crea Observatorio de Fenómenos Místicos Marianos

Semillas para la Vida

Play Episode Listen Later May 8, 2023 5:16


Año XVII. Núm. 65. El nuevo organismo investigará fenómenos místicos marianos actuales, futuros y aún pendientes de investigación.

Podcast da Mariologia
Podcast da Mariologia #199 - O reinado de Deus e a realeza de Maria

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Jan 20, 2023 48:47


1 – Reinado de Deus Pelo fato de ser criador, Deus é rei de sua criação, possui total poder sobre ela, goza de uma realeza inalienável sobre ela. Como essa realeza decorre necessariamente da criação, tanto no sentido da produção dos seres quanto de sua permanência na existência, ela não pode ser delegada a mais ninguém. Nossa Senhora, portanto, não participa dessa realeza do Criador. Mas ela está na melhor posição, como mãe do Criador, para compreender, admirar e adorar esta realeza. Ela é sua primeira adoradora. E aqui realmente vemos um dos aspectos do Magnificat. Maria exalta a Deus e se alegra nele, porque este Rei eterno se dignou olhar para ela apesar de sua pequenez, porque realizou grandes coisas nela, porque governa o universo com misericórdia e justiça, porque cuidou especialmente de seu povo Israel. No Antigo Testamento, a realeza de Deus é um tema importante, que inspira oráculos proféticos e sobretudo numerosos salmos. Maria lia, recitava e meditava assiduamente estes textos grandiosos. Ninguém melhor do que ela compreendeu a sua insondável riqueza e ninguém mais do que ela se deixou levar por aqueles textos na grande corrente de adoração que os anjos cantam sem fim perante a mais perfeita das criaturas. Durante sua existência terrena, ela foi a primeira adoradora da realeza de Deus, e agora no céu, como rainha dos anjos, ela é a rainha dos adoradores desta realeza! Quando as ladainhas dizem que Nossa Senhora é: a rainha dos anjos, a rainha dos patriarcas, a rainha dos profetas, a rainha dos apóstolos, a rainha dos mártires, a rainha dos confessores, a rainha das virgens, a rainha de todos os santos, A palavra “rainha” não é em sentido estrito, pois não implica verdadeira realeza; quer simplesmente atribuir a Maria o termo mais nobre possível, evocar a sua grandeza e a sua santidade, que a colocam acima das mais perfeitas criaturas de Deus e acima das mais veneráveis ​​personagens da humanidade. Em que sentido se pode dizer que a Nossa Senhora é rainha? O termo “rainha” é usado em três situações diferentes: 1) para uma governante que é mulher; 2) para a esposa de um rei; 3) para a mãe de um rei. Os dois primeiros significados devem claramente ser excluídos no caso de Nossa Senhora, mas o terceiro lhe convém perfeitamente, já que é a mãe de Jesus, rei da criação e rei de seu reino espiritual. Chamar Nossa Senhora rainha significa reconhecer a sua maternidade divina e a realeza de Jesus, seu Filho, que é Deus. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
Podcast #192 - Maria no Pontificado de Bento XVI

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Jan 18, 2023 62:11


Para o Papa Bento XVI, a Mariologia deve ser vista sempre no “nexus mysteriorum“; portanto, ela só pode ser desenvolvida corretamente em relação às outras disciplinas teológicas, sob pena de perder o seu papel, valor, identidade e importância em todo o discurso teológico-cristão. A mariologia hoje, regulada pela Palavra de Deus, educada pelas salutares lições da história, vitalmente enxertada no diálogo com outras disciplinas teológicas e antropológico-culturais, não segue mais o modelo como no passado de conflito narcísica convivência. Mas se coloca, como seu modelo histórico, teológico e exemplar Maria de Nazaré, em estado de serviço permanente a fim do Reino de Deus e seus valores inalienáveis ​​e sempre presentes e, portanto, de pró-existência conjunta. Referindo-se ao título do capítulo VIII da constituição dogmática Lumen gentium, Bento XVI, em Castel Gandolfo, em setembro de 2012, explica: «Trata-se do nexus mysteriorum, da íntima ligação entre os mistérios da fé cristã, que o Concílio indicou como horizonte para compreender os elementos singulares e as diversas afirmações do patrimônio da fé católica». Em outras palavras, citando o Concílio Vaticano II, podemos dizer que: «Maria, de fato, que entrou intimamente na história da salvação, de algum modo reúne e reverbera os maiores dados da fé». Em seu livro Maria Igreja nascente, analisando o lugar da Mariologia na teologia, J. Ratzinger afirma: «O discurso sobre Maria enfatiza o ‘nexus mysteriorum’, o entrelaçamento íntimo dos mistérios em seu recíproco estar-perante como em sua unidade. Se o estreito vínculo entre Cristo e a Igreja pode ser encontrado nos pares de conceitos esposo-esposa, cabeça-corpo, em Maria este vínculo vai ainda mais longe, porque ela certamente não está em relação com Cristo antes de tudo como esposa, mas como mãe. Pode-se vislumbrar aqui a função do título de Mãe da Igreja. Assim se expressa a superação da esfera eclesiológica na doutrina mariana e, ao mesmo tempo, a sua relação recíproca». Na realidade, o “sim” da Virgem de Nazaré foi necessário para a encarnação do Verbo. Com efeito, sem esta resposta – verdadeira e gratuita – o Verbo não poderia ter entrado no mundo. Joseph Ratzinger expressa assim este pensamento: «O corpo é preparado para o Filho no momento em que Maria se entrega totalmente à vontade do Pai e assim põe o seu corpo à disposição como tenda do Espírito Santo». Durante o seu pontificado, Bento XVI escreveu três volumes intitulados Jesus de Nazaré (2007, 2011, 2012). Ao apresentar o primeiro volume, o cardeal e biblista italiano Carlo Maria Martini (m. 2012) escreveu: «Este livro constitui um testemunho ardente de um grande estudioso […] sobre Jesus de Nazaré e sobre o seu significado para a história da humanidade e para a percepção da verdadeira figura de Deus». Três volumes que não fazem parte oficialmente de seu magistério petrino; no entanto, no nosso contexto, eles merecem ser mencionados, porque contêm algumas passagens totalmente marianas. Falando da cena aos pés da Cruz (cf. Jo 19,25-27), o Papa Ratzinger recorda --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
Podcast da Mariologia #193 - A Mariologia de Ratzinger no 3º Segredo de Fátima

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Jan 18, 2023 60:35


A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria-Fátima Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe. Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n’uma luz emensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas n’um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n’êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus. Irmã Lúcia Tuy 03/01/1944 Talvez nunca como em 26 de junho de 2000 a sala de imprensa do Vaticano tenha estado lotada de jornalistas vindos de todo o mundo. Compreensível exagero da mídia, porque o terceiro segredo de Fátima estava prestes a ser revelado. E como sabemos, um segredo sempre desperta curiosidade. Até o bombista Ali Agca numa conversa cara a cara com São João Paulo II em Rebibbia em 1983 perguntou-lhe: Qual é o terceiro segredo de Fátima?, com a intenção de encontrar uma explicação para o seu ato criminoso. Ele escreveria no livro delirante “Eu, Jesus Cristo:” «Eu entendi que estava no centro de um mistério que começou em 13 de maio de 1917». Outros, como o alemão Louis Emrich, conseguem publicar em 1963 na Neues Europa um texto inventado do segredo de Fátima que contém notícias alarmantes sobre cataclismos universais (catástrofe de fogo e chamas) e lutas dentro da Igreja, onde «Cardeais serão contra cardeais e bispos serão contra bispos. Satanás se colocará no meio deles». Neste contexto, a revelação da terceira parte do segredo de Fátima foi confiada por João Paulo II ao Cardeal Ratzinger, o então Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé. Esta revelação derrota a mania sensacionalista e o alarmismo fácil, despertando decepção em alguns, satisfação em outros, e indiferença entre muitos. Os desapontados permanecem aqueles que esperavam anúncios de cataclismos universais e males catastrófic --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
Podcast da Mariologia #194 - Exorcismo e cura e libertação hoje

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Jan 18, 2023 39:16


Para o curso completo acesse: https://locusmariologicus.org/cursodeextensao/ --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
Podcast da Mariologia #195 - Passo a passo para cura e libertação com Mariologia

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Jan 18, 2023 54:35


Acesse o curso em: https://locusmariologicus.org/cursodeextensao/ --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
Podcast da Mariologia #196 - Os Anjos na Bíblia e sua Rainha!

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Jan 12, 2023 43:33


ENTRE SIMBOLISMO E REALISMO Se olharmos para a Sagrada Escritura vemos a pluralidade de elementos sobre os anjos. Neste momento sintético não pretendemos repetir afirmações particulares, mas captar dos textos suas verdades que são constantes e fundamentais para a Bíblia e responder à questão colocada no início sobre o valor simbólico ou real dos anjos. Estas conclusões são resultado da consciência de que o problema dos anjos ainda permanece aberto entre dois extremos inaceitáveis, o erro do passado que consistia em tomar toda afirmação bíblica como doutrinária e o de hoje que reconhece todas as passagens como tendo apenas um valor simbólico, como importações de dados culturais. Qual é o aspecto funcional dos anjos? Servos do desígnio de salvação de Deus O discurso sobre os anjos enquadra-se na perspectiva antropológica segundo a qual a Bíblia fala de Deus não diretamente para revelar quem são, mas para mostrar o que eles fazem pelos homens. Não quem é Deus em si, mas quem ele é Ele para nós. Assim sendo, o envio dos anjos constitui um momento de vivo interesse, do pathos que Deus tem para o mundo. Por isso lemos em Heb 1,14 «Os anjos não são, todos eles, espíritos ministradores enviados para servir aqueles que hão de herdar a salvação?», ou seja, falamos expressamente do «serviço para a salvação». A perspectiva teológica Este serviço da figura angélica ao plano de Deus já está presente na concepção primitiva do anjo de YHWH. A impossibilidade em certos textos de distinguir entre uma figura angélica e a realidade divina, ou seja, a indefinibilidade do anjo, atesta, por um lado, a presença divina e testemunha a sua transcendência e, por outro, a sua presença amorosa. Desde o início até todo o desenvolvimento da história salvífica, o anjo mantém desperta a presença divina, suscita atitudes de adoração, louvor e ação de graças com intervenções de ajuda aos indivíduos, a instituições como a promulgação da lei, e transmite a grandeza e onipresença de YHWH que está sentado nos querubins. Em seguida, os anjos são qualificados como envolvidos na liturgia celeste, convidam os homens a orientarem as suas vidas para o Eterno, com quem põem em contato os dons e os segredos divinos por meio da mediação: transmitem a vontade divina aos homens, apresentam orações e adoram a Deus. Os nomes dos anjos, mais do que expressar sua individualidade, comunicam uma qualidade de Deus, como sua força (Gabriel: Lc 1,19.26) ou singularidade (Miguel: Ap 12,7; Jd 9). Eles revelam e traduzem, particularmente no Novo Testamento, a realidade de Deus como espírito, poder, glória, luz, da qual participam sem esgotá-la. Olhar é ser preenchido pelo que se olha. O rosto do mártir e o rosto do anjo brilham com a glória do que vêem. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
#182 PodCast Mariologia - As celebrações mariológicas do Advento (IIª parte)

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 9, 2022 30:49


A feria de 21 de dezembro: a visita a Isabel É a festa da visitação no tempo do Advento! Este mistério é retomado em 31 de maio. A tradição bíblica, patrística e litúrgica, tanto do Oriente como do Ocidente, sempre associou esta celebração à imagem da esposa do Cântico dos Cânticos, que dá um tom alegre e lírico à celebração. O que se diz da esposa aplica-se a Maria. A viagem premurosa (às pressas; Lc 1,39) mostra Maria como o ícone da Igreja, amada e apaixonada por Deus, o esposo. A conclusão que dela deriva é o tema da presença de Deus na Virgem, representante do povo de Deus. Se esta leitura cria dificuldades pastorais, oferece-se uma segunda escolha, mais fácil, mas sempre sobre o tema da presença de Deus no seu povo (Está no meio de vós: Sof 3,14-18a) e na da filha de Sião, na qual culmina a espera messiânica. A perícope evangélica apresenta o encontro de Maria com a prima Isabel (Lc 1,39-45), adiando para o dia seguinte a proclamação do cântico da Virgem (Lc 1,46-55). Para isso, a comemoração dos 22 de dezembro é o prolongamento desse mistério. O encontro em quiasmo acontece entre as duas mães e entre os filhos: O Batista é o primeiro entre os santos que recebe a intercessão de Maria. Santificado, salta, enquanto Jesus derrama, numa antecipação pascal, o espírito de profecia sobre as duas mulheres: as duas mães encontram-se num hino de bênção a Deus, que ressoa em Maria. Através deste cântico, fruto da sua sapiencial meditação sobre os livros sagrados, é Israel inteiro que irrompe unanimemente na alegria messiânica. Todos os memoriais do Antigo Testamento (bênçãos, louvores, ações de graças) que celebram a mirabilia Dei estão resumidos neste cântico do Magnificat. O hino de entrada (cf. Is 7,14; 8,10) sublinha o tema da vinda: Jesus é levado por Maria - a nova arca da aliança - na sua viagem, para ir servir a sua parente, de Nazaré a Ain Karim. As palavras Emanuel, Deus-conosco também são imediatamente percebidas, como uma antecipação do que as leituras irão desenvolver. A antífona da comunhão é o início do cântico da Virgem: a parte representa o todo. Os comungantes do corpo e do sangue do Senhor, com o cântico do Magnificat, são guiados e levados a fazer, na sua ação de graças, a experiência de Maria: levar Cristo dentro de si e levá-lo aos irmãos. A Oração da Coleta não contém uma referência direta ao mistério celebrado; o Filho que vem na humildade da condição humana é, no entanto, uma alusão ao tema da vinda de Jesus que corresponde à visita a Isabel. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
#181 PodCast Mariologia - Imaculada Conceição: celebração da digna morada de Deus

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 8, 2022 53:53


​​​​​​​1 - A Imaculada Conceição só tem sentido em relação ao nascimento de Cristo. A celebração do advento, além de obedecer a razões de tempo, calculadas em relação à Natividade de Maria, insere-se neste período de preparação imediata, porque a Imaculada Conceição foi a última e imediata preparação para o evento da Encarnação do Filho de Deus.  2 - Os preparativos divinos que continuaram ao longo dos milênios atingiram sua plenitude e perfeição final na singular Concepção da Mãe. Este é o ato preparatório mais carregado de conteúdo sobrenatural, assim como de significados salvíficos para o futuro. Em Maria, o Antigo Testamento atinge a sua plenitude e é concentrado para estar inteiramente à disposição do Messias.  3- Maria foi preservada livre de qualquer mancha de pecado original. A Sagrada Escritura fala de um ato do homem que, no início de sua história, provocou uma ruptura nas relações sobrenaturais com Deus. Em sentido contrário, Maria foi preservada imune a essa deterioração. Desde o primeiro instante de sua Concepção, Ela se encontra em uma condição diferente, como nas origens, em um estado de natureza em perfeita ordem e equilíbrio interior, unidos a Deus por uma relação sobrenatural e misteriosa. 4- Maria não foi passiva na obra do Senhor, mas desempenhou um papel ativo, junto com seu Filho, na luta contra Satanás. Esta colaboração ativa deve ser sublinhada para que a celebração não perca um valor fundamental: Maria foi isenta do pecado e colaborou ativamente para a vitória do seu Filho sobre o pecado e o demônio. A oração coleta da Missa diz expressamente é expressa nestes termos: «concedei-nos, por sua intercessão, a graça de chegarmos purificados junto de Vós».  5 - Se Maria foi isenta do pecado original e foi desejada pelo Filho uma "morada digna" de Deus, deve necessariamente pressupor nela uma experiência original do amor de Deus, que se manifesta de modo único. É Deus quem, por meio de seu anjo, revela a Maria as disposições divinas e seus destinos. De fato, falando com ela, o anjo a saúda como "cheia de graça". 6 - Maria é a expressão plena do desígnio amoroso de Deus de reconduzir a criação à sua origem, tornando-a a mais amável e atrativa das criaturas: aquela na qual Deus poderá colocar livremente a sua morada. A Imaculada Conceição é celebrada pela Igreja como o triunfo da graça de Deus no mundo.  7 - A Imaculada é também a alegria que nela suscita o estado de totalmente plena por Deus: ela é a primeira a experimentar a graça divina, ela é a primeira a experimentar a alegria divina que é messiânica e que será comunicada ao mundo precisamente por ela. A celebração eucarística começa com as palavras que Isaías põe nos lábios da Jerusalém dos novos tempos: Alegro-me muito no Senhor e que a liturgia põe nos lábios de Maria. Por que essa grande alegria? Porque Deus a vestiu com as vestes da salvação e as vestes da justiça.  8 -  Assim, preservada do pecado original em virtude dos méritos de Cristo, a liturgia não poderia deixar de evidenciar e celebrar a obra redentora de Cristo, a eficácia dos seus méritos, a capacidade transformadora da graça por ele merecida. Assim, a Igreja, ao celebrar a Imaculada Conceição de Maria, celebra antes de mais a Páscoa de Cristo, a sua vitória total sobre o pecado e o demónio. E também por isso, pela perfeição e grandeza da redenção operada em Maria, a celebração da Imaculada Conceição é um verdadeiro motivo de alegria e fonte de esperança para toda a humanidade necessitada da salvação da parte de Cristo. 9 - Quase moldada pelo Espírito Santo este é um tema que proclama a obra de Deus nela, mas sem pretender dar descrições. A ação do Espírito ao longo da vida de Maria, mas particularmente na sua Conceição, foi um momento culminante na história da salvação. Não é possível celebrar tão admirável obra divina sem contemplar e engrandecer a misteriosa ação do Espírito Santificador.  --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
#180 PodCast Mariologia - As celebrações marianas do Advento

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 7, 2022 34:37


Os fiéis, que vivem o espírito do Advento com a liturgia, considerando o amor inefável com que a Virgem Mãe esperou o seu Filho, são convidados a tomá-la como modelo e a preparar-se para sair ao encontro do Salvador que vem, vigilantes na oração, exultante no louvor (cf. Prefácio do Advento II). «Queremos observar, ainda, que a Liturgia do Advento, conjugando a expectativa messiânica e a outra expectativa da segunda vinda gloriosa de Cristo, com a admirável memória da Mãe, apresenta um equilíbrio cultual muito acertado, que bem pode ser tomado como norma a fim de impedir quaisquer tendências para separar, como algumas vezes sucedeu em certas formas de piedade popular, o culto da Virgem Maria do seu necessário ponto de referência: Cristo. Além disso, faz com que este período, como têm vindo a observar os cultores da Liturgia, deva ser considerado como um tempo particularmente adequado para o culto da Mãe do Senhor: orientação essa, que nós confirmamos e auspiciamos ver aceita e seguida por toda a parte» (Marialis Cultus, 4). Essa veneração a Maria durante o Advento é uma tradição antiga e constante, tanto que também é considerado um tempo mariano. Enquanto nas várias festas marianas ao longo do ano os mistérios em que a Virgem participou são vistos em etapas sucessivas, no Advento os vários eventos que lhe dizem respeito constituem um tecido contínuo que deve ser visto como um todo: é um fato importante celebração. < --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
PodCast Mariologia #179 - Maria está na centralidade do Advento

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 6, 2022 29:09


MARIA NOS OUTROS ELEMENTOS DO OFÍCIO E DA MISSA Embora a presença de Maria no missal seja mais comedida, ela é encontrada todos os dias, já desde a primeira parte do Advento, em quase todos os lugares da liturgia das horas, mesmo no hinos, nas antífonas, responsórios e nas preces sempre que a oportunidade se apresenta. A liturgia das horas, pela maior possibilidade de expressão pela riqueza dos gêneros literários que lhe são próprios, aparece, portanto, inteiramente marcada por um acentuado sublinhado de caráter mariano. Hino de Nossa Senhora do Ó O SAPIENTIA, quae ex ore Altissimi prodiisti, attingens a fine usque ad finem fortiter suaviterque disponens omnia: veni ad docendum nos viam prudentiae. Ó Sabedoria, que saístes da boca do Altíssimo (Ecl. 24,5) e atingis até os confins de todo o universo e com força e suavidade governais o mundo inteiro (Sab. 8,1): oh, vinde ensinar-nos o caminho da prudência (Pro. 9,6)! O ADONAI, dux domus Israel, qui Moysi i --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
#178 Podcast da Mariologia - As orações mariológicas do Advento

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 5, 2022 30:10


Um lugar importante no Advento é ocupado pelos salmos característicos: 23; 24; 71; 79; 84; 88; 121 e, em geral, os salmos messiânicos, juntamente com outros textos poéticos do Antigo Testamento (como o cântico de Ana e alguns cânticos retirados do livro de Isaías) e os textos evangélicos do Magnificat e do Benedictus. O Salmo 23 festeja a jubilosa liturgia de entrada no santuário, que se refere, pelo menos em parte, ao transporte da arca para Jerusalém (cf. 2 Sam 6), aclama a vitória e a vinda gloriosa do Messias, típica da parusia; ao mesmo tempo, apresenta as disposições exigidas de quem deseja a Deus, busca-o e quer segui-lo. Para se aproximar do Senhor e ter parte com ele, o justo deve possuir pureza de coração e integridade de vida. Ele receberá a bênção divina como recompensa porque, ele já faz parte da geração daqueles que procuram a Deus. A liturgia vê neste salmo uma profecia da encarnação e aplica-a neste tempo à Virgem Maria, por meio da qual Deus, a quem pertence o universo, faz a sua entrada no mundo. Seguindo o exemplo da Virgem, cada cristão deve preparar-se para acolher - como um templo - o rei da glória que vem à terra na forma humilde de homem. Salmo 23 Salmo de Davi. Do Senhor é a terra e tudo o que ela contém, a órbita terrestre e todos os que nela habitam, pois ele mesmo a assentou sobre as águas do mar e sobre as águas dos rios a consolidou. Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo. Este terá a bênção do Senhor, e a recompensa de Deus, seu Salvador. Tal é a geração dos que o procuram, dos que buscam a face do Deus de Jacó. Levantai, ó portas, os vossos dintéis! Levantai-vos, ó pórticos antigos, para que entre o rei da glória! “Quem é este rei da glória?” É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha. Levantai, ó portas, os vossos dintéis! Levantai-vos, ó pórticos antigos, para que entre o rei da glória! “Quem é este rei da glória?” É o Senhor dos exércitos! É ele o rei da glória. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
#177 Podcast da Mariologia - Os mais antigos testemunhos do Advento

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 2, 2022 50:09


A meditação sobre a Palavra revelada, a reflexão sobre os acontecimentos da salvação, o esforço de penetração doutrinal centraram-se muitas vezes no mistério da encarnação. Nisso o fato celebrativo de Advento revelou-se decisivo: a maior parte da produção patrística e teológica a esse respeito nasceu da liturgia. Muitas vezes é a homilética que nos dá o material mais vivo e ainda atual. O lecionário patrístico, na busca de uma espiritualidade substancial, neste período de intensidade e de luz mais forte, desenvolve vários temas como um todo. Podemos identificá-los e agrupá-los penetrando assim na densidade dos mais antigos testemunhos sobre o Advento A natureza escatológica do advento A pregação profética, anunciando o advento do reino do Messias, apresentou os elementos das ‘duas vindas ou manifestações': o primeiro evento é o início do cumprimento das promessas, o segundo é a conclusão, no final da história. Uma primeira série de leituras tem um tom escatológico. Na realidade, os Padres da Igreja já olhavam para o retorno posterior de Cristo na glória e em concomitância para o estabelecimento de seu reino no final dos tempos. A Igreja peregrina aguarda com grande alegria o retorno de Cristo, seu Senhor e Salvador. Ao mesmo tempo, os pais da doutrina cristã colocam em primeiro plano o mistério do amor de Deus e este é o tema das leituras patrísticas dos dias imediatamente anteriores ao Natal no ofício de leituras. Santo Irineu de Lyon (m. 202) afirma que existem três estágios para ver Deus. 1 - no primeiro, Deus é escrutinado no Espírito por meio da profecia; 2 - no segundo ele é visto no Filho; 3 - no terceiro ele é contemplado em sua paternidade. Este terceiro estágio é a vida eterna. O Advento é simultaneamente a atualização da primeira etapa, a experimentação da segunda e a antecipação, na fé e na esperança, da etapa final (Adversus haereses, IV, 20, 4-5). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Podcast da Mariologia
#176 Podcast da Mariologia - De João Batista a Maria: os pobres de YHWH

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Dec 1, 2022 51:34


A pregação do Batista João Batista em seu ministério recolhe os fios desses anúncios e os leva adiante: a sua mensagem é a do evangelho: a metanóia ou conversão. A sua ação identifica-se com a imagem que temos dele: pode-se afirmar que, como Jeremias, também ele é um tipo de Cristo. A ideia que para ele fundamenta a preparação imediata para a vinda do Messias e o anúncio do reino é a síntese de todo o movimento e de toda a pregação profética: inversão de mentalidade; caminho reto rumo ao dia do Senhor; vigilância na expectativa a esperança Todas estas dimensões devem ser ao mesmo tempo a situação espiritual e o comportamento do povo que acolhe a sua pregação: «preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas» (Mc 1, 1-3). João se apresenta como arauto da boa nova, pregando a palavra de Deus com poder irresistível. Personagem central da liturgia do Advento, ele é o precursor do Messias, tanto que este tempo recebe a definição de sua pessoa carismática, de sua figura profética e de sua ação habitada e movida pelo Espírito. A sua vida no deserto recorda e recorda Israel às suas origens, onde deve regressar cada vez que reflecte sobre a sua identidade e missão, para recomeçar depois das repetidas violações da aliança (cf. 1 Reis 19, 1-18). A sua pessoa e a sua vida impressionaram fortemente o povo a ponto de ser considerado até mesmo Elias ressuscitado que vem premonitar o povo à medida que se aproxima o fim dos tempos (Jo 1,21; Mt 17,10-13). Jesus, por sua vez, dará testemunho dele como o maior nascido de mulher e como sua maior testemunha (Mt 11,11). A demonstração suprema de João não será a da palavra, mas o martírio (Mt 14,1-12). Os evangelistas se preocupam em destacar os traços que o precursor tem em paralelo com Cristo. Sintomático e surpreendente é o fato de, como aconteceu com Jesus, João será ouvido pelos publicanos (Lc 3,12-13), enquanto os judeus, fariseus e chefes do povo se lhe opunham com obstinada recusa (cf. Jo 1,19ss). A sua palavra, tão impetuosa, tornar-se-á, num segundo tempo, o anúncio da presença de Cristo: «Existe um entre vós que não conheceis» (Jo 1,26). «Ele não era a luz, mas devia dar testemunho da luz» (Jo 1,8). De Jesus de Nazaré, João será o batizador, mas também a testemunha na teofania: - da investidura messiânica - da apresentação ao mundo das credenciais divinas. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#175 Podcast da Mariologia - Os Salmos mariológicos do advento

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Play Episode Listen Later Nov 30, 2022 38:32


Um lugar importante no Advento é ocupado pelos salmos característicos: 23; 24; 71; 79; 84; 88; 121 e, em geral, os salmos messiânicos, juntamente com outros textos poéticos do Antigo Testamento (como o cântico de Ana e alguns cânticos retirados do livro de Isaías) e os textos evangélicos do Magnificat e do Benedictus. O Salmo 23 festeja a jubilosa liturgia de entrada no santuário, que se refere, pelo menos em parte, ao transporte da arca para Jerusalém (cf. 2 Sam 6), aclama a vitória e a vinda gloriosa do Messias, típica da parusia; ao mesmo tempo, apresenta as disposições exigidas de quem deseja a Deus, busca-o e quer segui-lo. Para se aproximar do Senhor e ter parte com ele, o justo deve possuir pureza de coração e integridade de vida. Ele receberá a bênção divina como recompensa porque, ele já faz parte da geração daqueles que procuram a Deus. A liturgia vê neste salmo uma profecia da encarnação e aplica-a neste tempo à Virgem Maria, por meio da qual Deus, a quem pertence o universo, faz a sua entrada no mundo. Seguindo o exemplo da Virgem, cada cristão deve preparar-se para acolher - como um templo - o rei da glória que vem à terra na forma humilde de homem. Salmo 23 Salmo de Davi. Do Senhor é a terra e tudo o que ela contém, a órbita terrestre e todos os que nela habitam, pois ele mesmo a assentou sobre as águas do mar e sobre as águas dos rios a consolidou. Quem será digno de subir ao monte do Senhor? Ou de permanecer no seu lugar santo? O que tem as mãos limpas e o coração puro, cujo espírito não busca as vaidades nem perjura para enganar seu próximo. Este terá a bênção do Senhor, e a recompensa de Deus, seu Salvador. Tal é a geração dos que o procuram, dos que buscam a face do Deus de Jacó. Levantai, ó portas, os vossos dintéis! Levantai-vos, ó pórticos antigos, para que entre o rei da glória! “Quem é este rei da glória?” É o Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na batalha. Levantai, ó portas, os vossos dintéis! Levantai-vos, ó pórticos antigos, para que entre o rei da glória! “Quem é este rei da glória?” É o Senhor dos exércitos! É ele o rei da glória. O Salmo 24 é a Trombeta do Advento colocado no início do 1º Domingo do Advento como cântico de entrada. O versículo Ad te levavi animam meam (a Ti se eleva a minha alma) abre o missal tornando-se o motivo principal da disposição interior do celebrante no Advento. Este grito de socorro no perigo, a súplica de um solitário que implora o perdão dos pecados, que são tidos como causa da sua desgraça, e pede luz e socorro, é emblemático da situação humana, tal como aparece descrita e generalizada neste período. Indo ao encontro de Cristo que agora vem in mysterio, ou seja, na celebração litúrgica e que virá como juiz no fim dos tempos, a Igreja anseia e deseja o seu Deus: o caminho e o guia são a retidão, a bondade e a justiça. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#174 Podcast da Mariologia - Advento: você sabe o que rezamos?

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Play Episode Listen Later Nov 29, 2022 37:31


O Advento é típico do Ocidente cristão. Os textos bíblicos, eucológicos (orações) e cantos do missal e da liturgia das horas deste período no rito romano, mas também no rito ambrosiano e moçárabe são inigualáveis. A recente reforma enriqueceu-o consideravelmente, redefinindo com mais precisão os seus temas e conteúdos. Por isso, o Advento se apresenta como uma escola de espiritualidade válida não só pelo tempo litúrgico que representa, mas por toda a época da história que decorre entre o Pentecostes e a Parusia. As leituras bíblicas, tanto da celebração eucarística como do ofício, são organizadas em unidades temáticas de modo a dar um quadro o mais completo e harmonioso possível. As leituras do Evangelho têm características próprias em cada domingo do Advento: referem-se à vinda do Senhor no fim dos tempos (1º domingo), a João Batista (2º e 3º domingo), e aos antecedentes imediatos do nascimento (4º domingo). As leituras do Antigo Testamento são profecias sobre o messias e o tempo messiânico, extraídas principalmente do livro de Isaías. As leituras do Apóstolo contém exortações e anúncios, em harmonia com as características deste tempo. Para os dias da féria existe uma dupla série de leituras, em relação aos dois períodos que o Advento inclui. Para o advento escatológico, os oráculos messiânicos do profeta Isaías, autor considerado típico desse período, são lidos com o sistema de leitura semicontínua, ou seja, seguindo a ordem do texto antologicamente; a perícope evangélica, estabelecida em dependência desta, quer mostrar sua realização ou pretende fazer uma ligação com a pregação e obra de João Batista, especialmente a partir da quinta-feira da III semana. Nos dias de 17 a 24 de dezembro, os eventos que precederam o nascimento do Salvador são lidos continuamente nos evangelhos da infância. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#173 Podcast da Mariologia - Advento: como tudo começou

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Play Episode Listen Later Nov 28, 2022 60:42


Definição de advento Para os cristãos ocidentais, essas são as quatro semanas que preparam o Natal e formam o início do ano litúrgico. Caracterizam-se pela redução dos sinais festivos: não se reza o Glória (exceto na solenidade da Imaculada Conceição); a cor litúrgica é a penitencial, ou seja, roxa (exceto no terceiro domingo do Advento, quando se pode usar a cor rósea). O termo "Advento" também se refere à "Segunda Vinda" de Cristo no final da história. No Oriente os bizantinos começam o advento com um jejum de quarenta dias que começa a 15 de novembro, e a Igreja siriana ocidental faz 6 semanas de preparação para o Natal. Origem e desenvolvimento do advento A celebração da Páscoa na Igreja dos primeiros séculos era dominada pela expectativa da manifestação definitiva do Senhor. Por esta razão, a vigília pascal durava até de noite; somente neste momento poderia começar a liturgia eucarística. O Ressuscitado aparecia entre os seus de modo sacramental, como o sol da manhã que anuncia simbolicamente o dia sem fim! Esta expectativa da segunda vinda de Cristo - daí a invocação «Maranatha: Vem, Senhor!» (Ap 22,17.20) - era uma das características da antiga piedade cristã. Na concepção pagã, a divindade vinha em determinado dia, uma vez por ano, habitar em seu templo: essa presença ou vinda - em latim adventus - podia também durar vários dias, enquanto durassem as festividades. O culto do imperador valeu-se desta ideia: o adventus tornou-se a visita ou aniversário ou festa do imperador, que se celebrava como se fosse o seu regresso. O advento cristão remete ao Natal-Epifania, que devem ser vistos em conjunto como celebrações complementares. A epifania, uma palavra grega, indica o aspecto de manifestação dessa vinda. Estas festas não têm a antiguidade nem a importância da Páscoa: mas quando surgiram no século IV, depois da liberdade de Constantino, difundiram-se rápida e simultaneamente no Ocidente e no Oriente, embora com características e sensibilidades diferentes. Tratava-se, evidentemente, de um fato que já estava de alguma forma presente e esperado no povo cristão. Na luta contra o arianismo - heresia que negava a filiação divina de Jesus de Nazaré, - o Natal tornou-se a festa do dogma da divindade de Cristo, definido no Concílio de Nicéia (325), e a sua celebração equivalia ao triunfo da ortodoxia. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#172 Podcast da Mariologia - Das graças à Graça de Nossa Senhora

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Play Episode Listen Later Nov 25, 2022 48:32


Das graças à graça, o grande dom de Deus, à luz do Novo Testamento Se existe uma noção, ou melhor, um acontecimento central na Bíblia, é precisamente a graça, ou a gratuita benevolência divina, que percorre os dois Testamentos até tornar-se o evangelho da graça. É o transbordar do amor divino para com as criaturas humanas, tornando-as participantes da vida trinitária. O primeiro e supremo dom que Deus concede às suas criaturas é o amor que lhes tem e, ao mesmo tempo, o penhor infinito com que coloca esse amor. E através desta primeira efusão de si, na qual se derrama, como uma onda infinita, a corrente do amor divino transborda também para fora para submergir as criaturas com a abundância de dons. Ao mesmo tempo, não existe tema que necessite mais de renovação do que a graça, já que assim foi definido e considerado uma quantidade e não uma qualidade. Pensemos por momentos que São Bernardo chama de aqueduto à Virgem Maria que nos compensa com o fluir da graça. Esta forma de pensar levou a obscurecer outros elementos interpretativos, que não são alternativos, mas cumulativos, da relação com o Espírito Santo no mistério da graça: - divinização; - acontecimento dialógico - relação vital; - humanização. A graça é um acontecimento dialógico ou uma relação viva de amor e salvação. O que une os dois Testamentos é o tipo particular de relação, o ato de condescendência e de amor, que Deus mantém com o homem e com o mundo. A graça é um acontecimento ligado ao acontecimento da vinda do Verbo entre nós porque da sua plenitude recebemos graça sobre graça (Jo 1,16). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#171 Podcast da Mariologia - Quem distribui a graça: Maria ou o Espírito Santo?

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Play Episode Listen Later Nov 24, 2022 61:51


Existe um fato que pode ser observado por todos: nos santuários dedicados à Mãe do Senhor, nas pequenas capelas perdidas nos lugares mais remotos, nas edículas ao longo da estrada estão expostas placas de mármore ou corações de prata por uma Graça Recebida . Outras vezes são objetos votivos, como imagens de cera que muitas vezes imortalizam a experiência de uma graça obtida e concedida pela Virgem Maria em momentos existenciais muitas vezes trágicos e sem saída. Esta experiência de graça recebida é por vezes tão intensa e repetida que atribuímos ao ícone de Nossa Senhora, diante do qual rezamos, o título de Nossa Senhora das Graças. Muitas vezes, um santuário dedicado a ela é construído com este título. O motivo fundamental do título diz respeito às graças recebidas por intercessão da Virgem. Nas origens e ao longo da história, os cristãos experimentaram Maria como uma taumaturga, ou seja, aquela que obtém de Deus a graça e a concede a quem invocar com fé: cura nas doenças físicas e mentais; proteção nos momentos de perigo em terra e no mar; vitória sobre a esterilidade pelo dom da descendência; livramento dos flagelos da peste e da guerra; ajuda e consolo nas situações tristes e trágicas da vida. Numa palavra, as pessoas recorrem a Maria para socorrer nos seus problemas vitais e humanamente insolúveis: - a salvação eterna; - a harmonia nas relações familiares; - as graças temporais como a saúde; - o sucesso nas circunstâncias particulares. Em geral podemos dizer que as pessoas pedem a Maria, antes de tudo, graças espirituais, depois graças de relacionamento e, finalmente, graças materiais. Mais acima está a convicção de que Maria, intercedendo por nós junto a Deus, pode obter qualquer graça. Este aspecto invadiu a devoção popular: Maria aparece como uma amorosa mãe mediadora que obtém tudo o que os homens precisam para esta vida e para a vida eterna. Não é apenas uma convicção intelectual, mas uma percepção experiencial de Maria. A compreensão do por que desta forma de viver o cristianismo não é uma pergunta colocada, mas em sentido contrário, a naturalidade diz-nos que dirige-se a Maria com confiança ilimitada e experimentar a sua ajuda eficaz nos momentos difíceis da vida corresponde desde sempre ao quotidiano da fé. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#170 Podcast da Mariologia - A Medalha Milagrosa: origem e difusão

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Play Episode Listen Later Nov 23, 2022 41:57


A Segunda aparição da Virgem Enquanto estourava a revolução de 1830 de 27 a 29 de julho, celebravam-se os Três Dias Gloriosos, o rei destronado e todas as guerras sangrentas que haviam sido anunciadas. Até o arcebispo de Paris foi objeto de furor popular, pensava-se ver ressurgir os maus dias de 1793. Mas ocorreu a proteção dos Lazaristas e das Filhas da Caridade como tinha sido profetizado. As ameaças dos jovens desordeiros paravam na porta da casa das Comunidades de São Vicente de Paula. A Medalha Milagrosa Está tudo acabado? Não. Quatro meses depois, ela era portadora de uma ordem precisa: mandar cunhar uma medalha com a imagem da Imaculada Conceição, que ela via radiante com os dons de Deus. No dia 27 de dezembro ficou com um grande desejo de ver a Santa Virgem: Um desejo tão forte que me convenceu que a veria tão bela como no seu dia mais belo. Eu vi a Santíssima Virgem na mesma altura do quadro de São José [...]. De pé, vestida de branco, de estatura mediana, com uma aparência tão bela que me seria impossível descrever a sua beleza. Ela usava um vestido de seda branca da cor da aurora» (Vida, 90-91). Eram cinco e meia da tarde, durante a oração, «em profundo silêncio». O confessor Padre Aladel recebe muito mal essa narração e não vai escrever nada sobre o acontecido, ficando apenas a seguinte memória da confidência de Catherine: «Durante a oração a noviça viu uma imagem que representava a Virgem Santíssima como costuma ser representada com o título da Imaculada Conceição, de pé, com os braços estendidos. [Ela estava] vestida com um vestido branco e manto azul prateado, com um véu de aurora. Das suas mãos saíam raios, como que em faixas, cuja luz arrebatava. [A freira ouviu] ao mesmo tempo, uma voz que dizia: "Estes raios são o símbolo das graças que Maria obtém para os homens". Ao redor do quadro havia lido, em caracteres dourados, a seguinte invocação: “Ó Maria concebida sem pecado! Rogai por nós que recorremos a vós”» (Vida, 91). As memórias de Catherine especificam os seus sentimentos naquele momento: «A esse respeito, não posso me expressar sobre o que senti e o que vi: a beleza e a luz cintilante, os raios [...]. “Eu distribuo [estas graças] às pessoas que as pedem” [ouvia dizer Catherine]. Ela me fez entender o quanto ela era generosa com as pessoas que rezam para ela. Quantas graças concede às pessoas que lhe pedem e quanta alegria sente ao concedê-las. Naquele momento, onde estava ou não, regozijava-me, não sei" (Vida, 91-92). Padre Aladel continua a sua história resumidamente na linha de Catherine: «Alguns momentos depois, esta pintura vira-se e no verso ela distingue a letra "M" e em cima uma pequena cruz, e abaixo, os Sagrados Corações de Jesus e Maria. Depois que a religiosa refletiu cuidadosamente sobre tudo isso, a voz lhe disse: “É necessário fazer uma medalha neste modelo e as pessoas que a usarem e fizerem esta breve oração com piedade, terão uma proteção muito especial da Mãe de Deus”». --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#169 Podcast da Mariologia - A história de Catherine Labouré

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Play Episode Listen Later Nov 22, 2022 38:27


Catherine Labouré (1806-1876) filha de Pierre Labouré (1787-1844) e Madeleine Gontard (1769-1813), a oitava de dez filhos. Em 9 de outubro de 1815, sua mãe morreu repentinamente. Em sua primeira noite sem a mãe, Catherine sobe em uma cadeira em direção à estátua da Santíssima Virgem para abraçar os seus pés. Existem muitas crianças na casa, e o pequeno Augustin, está doente devido a um acidente, o que leva o pai a enviar Catherine e Tonine para sua irmã Marguerite, casada com um produtor de vinagre, Antoine Jean Rod, em Saint-Remi, a 9 km de Fain. Dois anos depois, em janeiro de 1818, o pai ficou preocupado com Catherine e chamou as duas meninas de volta. É uma festa, porque ela também volta para receber a primeira comunhão no dia 25 de janeiro. Para Catherine, é uma etapa espiritual alegre e profunda. A sua irmã mais velha, Marie-Louise, de 23 anos, cuja partida para as Filhas da Caridade em Langres foi retardada pelas circunstâncias, inspira Catherine, de 12 anos, a se relacionar bem com Tonine, de 9 anos e meio, com uma grande decisão: «Vai! Nós dois faremos o trabalho aqui de casa». Ela se sente madura para carregar esse fardo. Ela será corajosa com as refeições para servir, cuidar das gaiolas do pombal, do galinheiro e tudo mais. Além disso, ela é analfabeta. No entanto, ele gostaria de seguir Marie-Louise. É então que, no limiar dos seus dezoito anos, tem um sonho que considera cheio de significado: um velho padre celebra a Missa; ele se vira no Dominus vobiscum e olha para ela. O olhar ficou impresso nela: ela o lembrará pelo resto de sua vida. Ao sair da igreja, vai visitar um doente, como é seu hábito, mas desta vez em sonho. O velho padre encontra-a e diz-lhe: «Minha filha, é bom curar os doentes, tu foges de mim agora, mas um dia terás prazer em vir ter comigo. Deus tem planos para você». Ela sabe quem é, e isso fortalece seu chamado. Como é preciso saber ler e escrever para ingressar nas Irmãs, ela compra um compêndio: paga 30 francos de ouro (todas as suas economias) a um vigarista que apenas a ensina a escrever o nome. Quando ela tinha dezoito anos, Antoinette Gontard, prima de sua mãe, propôs levá-la a Chatillon para educá-la em um conhecido internato que ela administrava. Corajosa, ela aceita sem dizer uma palavra. Certo dia, indo às Irmãs da Caridade, na “rue de la Juiverie”, Catherine pára de repente diante de um retrato na entrada: «É o padre do sonho! Existe! Quem é? - Padre, São Vicente de Paulo», respondem as irmãs (ele havia já sido canonizado em 1737). Catherine tomou sua decisão, mas como fazê-lo? Para entrar como postulante é necessário o consentimento do pai. Não há como obter permissão, mas pelo contrário, para o batismo de sua filha ele mandou fazer um lindo vestido de seda violeta que fará parte do dote dela; está em idade de casar, ela deve pensar sobre isso. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#168 Podcast da Mariologia - Significado mariológico da «Apresentação de Maria» 21 de novembro

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Play Episode Listen Later Nov 21, 2022 37:27


Esta celebração mariana teve uma história um tanto agitada pelo fato de sua origem não ser histórica. Na verdade, baseia-se na narração do Protoevangelho de Tiago, no qual se conta que Maria, aos três anos de idade, é levada ao templo por seus pais e consagrada ao serviço do Senhor. A festa, hoje memória obrigatória, teve origem na dedicação da Igreja de Santa Maria Nova, construída em Jerusalém junto ao templo. No século VIII já era comemorado em todo o Império Bizantino. No Ocidente começou a ser celebrado em Avignon com Gregório XII (m. 1417). Antes de ser celebrada universalmente, teve que superar as incertezas, até que Sisto V (m. 1590) dotou a celebração de um caráter mais comedido biblicamente falando. Visto que esta celebração goza do favor do povo, a Igreja achou por bem deixá-la também na nova disposição da Liturgia das Horas. O conteúdo teológico, que traz consigo também a lenda do Protoevangelho de Tiago, e o fato de que Maria, Kekaritomene, cheia de graça, viveu de modo a responder a esta graça, fiel à sua eleição, a serviço de Deus em todos os momentos da existência dela. Pode haver outro fato relacionado a isso: a piedade popular, contemplando tal santidade e elevação de graça, pensou que tal criatura poderia ser preservada em sua santidade apenas vivendo no templo do Senhor. O santuário do Espírito Santo A liturgia deste memorial não tem uma fisionomia precisa. Talvez por preocupação de não dar muito espaço a visões subjetivas, a linguagem utilizada é desprovida de referências específicas. O texto mais adequado é a antífona do Magnificat das vésperas da festa que ecoa o Sedulius no Praeconium: «Santa Maria, Mãe de Deus, Virgem gloriosa, templo do Senhor, sacrário do Espírito Santo! Só Vós agradastes plenamente a Nosso Senhor Jesus Cristo». Antes de chegar à sua tarefa de Mãe do Senhor, Maria passou a sua vida no templo, isto é, diante de Deus, nesta atitude amadureceu o que o Senhor fez nela na Imaculada Conceição. A imagem do templo, para além da lenda do Protoevangelho de Tiago, situa o que Deus fez em Maria num determinado contexto histórico. Por isso também é preciso repensar o que era o templo para o povo de Israel. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#167 Podcast da Mariologia - Relação entre o Espírito Santo, Maria e o Sacerdote

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Play Episode Listen Later Nov 18, 2022 40:59


Se redescobrirmos a dimensão do Espírito Santo na vida de Maria, a Virgem aparecerá como aquela que foi arrebatada pelo Espírito de modo a poder conceber Cristo virginalmente e realizar o novo coração anunciado pelos profetas (Ez 36,26 «darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e, em troca, darei um coração de carne»). Com Maria inicia a nova criação porque finalmente no sim da Anunciação passamos do antigo regime da Lei de Moisés, como acontece com Zacarias e Isabel seus representantes fiéis, para o novo regime da graça. Objeto do favor de Deus [encontraste graça diante de Deus], Maria é quem finalmente supera a dureza do coração de Israel, um coração calejado incapaz de dizer sim a Deus, mas Maria pronuncia este sim total no Espírito que antecipa nela o Pentecostes. Esta relação com o Espírito é importante para a concepção do sacerdócio que é uma consagração no Espírito. Por isso existe a graça que vem pela imposição das mãos e faz do sacerdócio menos uma instituição e mais um carisma: 1 Tm 4,14 «não negligencies o carisma que está em ti e que te foi dado por profecia, quando a assembléia dos anciãos te impôs as mãos»; 2 Tm 1,6 «por esse motivo, eu te exorto a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos»; 2 Tm 2,11 «eis uma verdade absolutamente certa: Se morrermos com ele, com ele viveremos». A instituição pode se tornar fossilizada em estruturas que não respondem, que não são serviço, que são auto-suficientes, que não anunciam, que não comunicam mas o Espírito Santo que funda a instituição não pode se aprisionado, por isso “quando os filhos de Abraão se calam as pedras gritam.” A participação na exousia, ou seja, no poder espiritual de Cristo, de que os sacerdotes são ministros, orienta a sua vida para reconciliação escatológica. Isto transformará o Sacerdote não em funcionário mas se ele estiver em sintonia com o Espírito e se viver o sacerdócio como Maria viveu a sua maternidade pneumática, ou seja, no Espírito Santo e como obra do Espírito, então o sacerdócio é pneumático. O sacerdote é como que uma nau no oceano da existência pronto a se mover segundo o sopro do Espírito. Este sopro no sacerdócio deve estar unido à santidade. Ressuscitar a graça de Deus transmitida com a imposição das mãos é viver segundo o Espírito e ao mesmo tempo construir a nova humanidade. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#166 Podcast da Mariologia - Maria leva o sacerdote ao serviço

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Play Episode Listen Later Nov 17, 2022 53:57


A presença de Maria no culto da Igreja introduz-nos a uma espiritualidade de serviço. Repete-se várias vezes que «a Igreja é uma Igreja servidora e pobre, que a autoridade é serviço». Contudo, a principal tentação do sacerdote ao longo dos tempos talvez tenha sido a de seguir os modelos da sociedade sujeita ao pecado, que vê a autoridade como domínio, em vez do modelo de Cristo que é pastor e servo. Nota-se uma evolução a esse respeito: na Idade Média, o sacerdote estava totalmente inserido no povo de Deus, a ponto de imitá-lo no vício e na ignorância. Depois do Concílio de Trento recordou-se a dignidade do presbítero e o seu poder, pelo qual o presbítero se torna gradualmente o reverendo, ou seja, aquele que deve ser reverenciado, mas mais dificilmente aquele que deve servir. E, no entanto, precisamente no tempo da Reforma Católica, uniu-se o pensamento da dignidade do sacerdote ao voto de escravidão mariana de todos os membros da Igreja. Aos poucos, porém, esse sentido de serviço foi se perdendo e hoje precisamos recuperá-lo. A Virgem Maria que se destaca entre “os pobres” [anawim] do Senhor do Antigo Testamento introduz precisamente esta mentalidade de serviço. Duas vezes ela se definiu como a serva do Senhor (Lc 1,38 e 48), aliás, ela é a única mulher no Novo Testamento que é chamada assim. Este serviço não é algo deprimente da personalidade nem privação de personalidade, como pode parecer perante o significado cultural em voga hoje. Na Sagrada Escritura, servo de Deus significa ter a honra de participar do desígnio da salvação com uma missão particular. Precisamente por isso Maria é a bem-aventurada: enquanto a maldição a separa do povo de Deus e da herança das promessas, a bênção de Maria a insere no contexto da história da salvação como colaboradora. Na serva do Senhor convergem os elementos mais importantes da espiritualidade do serviço: chamado ou eleição, missão, resposta. Maria é escolhida por Deus por iniciativa do seu amor, por isso o sacerdote não pode assumir a sua tarefa sem o chamado da serva do Senhor. Assim como a maternidade divina não impede que Maria se defina como a serva do Senhor, assim a distinção entre fiéis e sacerdotes ministeriais não eleva estes últimos à categoria de governantes (cf. 1 Pd 5,3 «não ajam como dominadores dos que foram confiados a vocês, mas como exemplos para o rebanho»), mas os designa ao serviço da fé eleita (cf. Tt 1,1 «Paulo, servo de Deus, e apóstolo de Jesus Cristo, segundo a fé dos eleitos de Deus, e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade»). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#165 Podcast da Mariologia - Existe perigo na devoção mariana?

Podcast da Mariologia

Play Episode Listen Later Nov 16, 2022 40:38


O indício mais preocupante da crise sacerdotal atual é que assistimos à construção mental de que a devoção mariana é algo acessório, burocrático, que impede ou enfraquece o nosso contato com Cristo. É necessário eliminar esse equívoco. O plano de Deus ao qual devemos aderir é um plano sábio, não um plano arbitrário. Portanto, não basta referir-se à vontade de Deus, mas é necessário investigar os propósitos íntimos dessa vontade de Deus no que diz respeito à presença de Maria no culto proposto pela Igreja. É claro que não pode ser resolvido em um encontro que termina na Virgem, pois a Mãe aponta sempre para Cristo como único mediador e introduz-nos cada vez mais no ambiente da nova Aliança. Caso contrário Maria seria um obstáculo, ao passo que ela é um elemento do evento da redenção, ou se quisermos, com um termo lírico: «Maria é parte da conspiração que Deus fez para a salvação da humanidade». A relação com Maria não pode ser vista como uma espécie de passo entre nós e Cristo: como aquela que intervém para preencher um vazio. Essa ideia ocorre às vezes na pregação. Jesus é misericordioso, mas ao mesmo tempo é juiz: sendo Deus, está muito longe de nós, está infinitamente distante. Para preencher esse vazio, existe uma série de mediadores, incluindo a Virgem. Não é neste sentido que a mediação de Maria deve ser apresentada. Se houvesse um vazio, certamente cairíamos no monofisismo cristológico, segundo o qual a divindade absorve a humanidade e Cristo não é mais a manifestação da misericórdia do Pai. Não existe vazio a preencher, não só porque Cristo está próximo de nós como Salvador, mas também porque os cristãos já estão imediatamente unidos a Cristo através do Batismo e dos Sacramentos, a ponto de formar um só corpo com Ele. A influência materna não impede o contato imediato com Cristo, ao contrário, facilita-o (Lumen Gentium 60). Então já existe um contato imediato com Cristo ao nível ontológico, neste sentido a presença de Maria no culto da Igreja não produz a união com Cristo, mas favorece a intimidade: é para o aperfeiçoamento dessa união, é para o amadurecimento da relação com Cristo na fé. Com efeito, são vários os modos que levam à maturidade a graça batismal: a consagração religiosa ou a vida conjugal são dois exemplos de encontro com Cristo, directamente ou através da criatura humana; A devoção mariana é um terceiro exemplo de encontro com Cristo na maturidade da fé. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Semillas para la Vida
¿Según el Magnificat María Inmaculada Fue Salvada por Dios?

Semillas para la Vida

Play Episode Listen Later Nov 16, 2022 7:49


Año XVII. Núm. 7. Si María es Inmaculada, ¿por qué cuando proclama el Magnificat se refiere a Dios como su salvador?__________MANTÉN VIVA TU ESPERANZAPrecios especiales por lanzamiento:KINDLEEE.UU. $2.99 USD https://amazon.com/dp/B0BLV3X766/ México $35.00 MXN https://amazon.com.mx/dp/B0BLV3X766/ IMPRESOEE.UU. $6.99 USD https://amazon.com/dp/B0BLV3X766/ Y el equivalente en el resto de las tiendas locales de Amazon.#catolico #apologetica #mariologia #teologia

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#164 Podcast da Mariologia - Crise Sacerdotal é crise mariana?

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Play Episode Listen Later Nov 14, 2022 35:29


A crise sacerdotal nos nossos dias não se refere apenas ao celibato, mas à natureza e imagem do sacerdócio. É uma crise de identidade! Pensemos por momentos que hoje um sacerdócio meramente religioso e sacramental se confunde com ação política. O sacerdócio é uma função de prazo fixo e de horário determinado ou o padre é realmente o profissional em tempo integral apaixonado? O que é específico do sacerdote? Que meios concretos devem ser usados ​​para que a atividade sacramental seja expressão de uma fé que abranja toda a vida pessoal e social, e não um ritual externo? Seria ingênuo atribuir a crise sacerdotal à crise mariana mas não existe dúvida que estas são contemporâneas e estão ligadas. Ambas vêm de causas mais profundas e gerais, como a das atuais estruturas mentais e sociais que obrigou a uma revisão de toda a teologia, colocando em crise tanto a apresentação da Virgem Maria como o conceito de sacerdócio. Talvez um elemento comum seja a alergia às mediações, típica da mentalidade contemporânea que mina os meios para focalizar o fim. Pode Deus ser mediado? Na realidade, dado que tanto Nossa Senhora como o padre têm a sua mediação em Cristo, esta alergia à mediação pode tê-los colocado em crise. Mas a causa é muito mais profunda, a insuficiência das imagens do passado para direcionar as profundas mudanças na cultura, na teologia, na vida da Igreja. A devoção mariana não pode ser considerada uma aventura que resolve todos os problemas debatidos sobre o sacerdócio. Mas também não deve ser considerada uma complicação inútil ou mesmo uma tela entre o sacerdote e Cristo. A experiência espiritual de muitos sacerdotes do passado e de hoje - pensemos em São Maximiliano Kolbe - assegura-nos que Maria não é um obstáculo, mas uma ajuda válida para a união com Deus e para o exercício do ministério sacerdotal. A presença de Maria no culto da Igreja ajudará o sacerdote a tomar consciência de sua missão e a viver melhor a sua espiritualidade. Alguns sacerdotes testemunham a correlação entre o crescimento da devoção mariana e o progresso da vida espiritual. E, por outro lado, a crise mariana será resolvida se houver o empenho na experiência mariana dos sacerdotes, como aconteceu em tantos outros períodos da história da Igreja. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#163 Podcast da Mariologia - Leonardo da Vinci e a Virgem grávida de esperança

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Play Episode Listen Later Nov 4, 2022 43:02


Na Galeria Uffizi, em Florença, existe um desenho atribuído ao mestre Leonardo, representando uma cabeça feminina que tem evidentes afinidades, tanto que pode ser considerada como preparatória para a pintura da Virgem das Rochas. Em comparação com a “Virgem Benois”, nesta composição existe um maior distanciamento entre as figuras e o fundo, e um claro-escuro menos difuso e mais direto, com luzes e sombras que respiram especialmente nos rostos sem se perder nos contornos matizados, modelando com excepcional vigor as formas até parecerem tridimensionais e quase tangíveis. O olhar da Criança, voltado para um ponto fora do espaço pictórico, é um apelo irresistível para o espectador, atraído para dentro da pintura e envolvido numa relação de comunicação direta com a imagem sagrada. Em 25 de abril de 1483, o painel da Virgem das Rochas foi encomendado a Leonardo e aos irmãos de Predis pela Confraria da Conceição. A pintura, agora no Louvre, mostra a Virgem com Jesus, o Menino Batista e um anjo em uma caverna, um cenário fantástico de sombras, uma construção bizarra de lajes de pedra e estalactites, abertas por cortes em direção à luz distante do pôr do sol. Leonardo em Milão havia encontrado uma grande pintura em desenvolvimento: das lunetas da Capela Portinari aos afrescos do Banco dei Medici estavam diante dele as altas criações de Foppa e as paisagens de Bergognone, que se opunham ao princípio plástico dos toscanos e o soberano ritmo florentino a perspectiva, a luz, o espaço di Lombardia. Uma pintura diferente que enfrentou seus problemas de luz, de sombra, de espaços distantes, de atmosfera. Numerosos desenhos por direito próprio ou dispersos ao longo de seus escritos mostram que Leonardo segue a observação direta e ao mesmo tempo seus sonhos, com seu sinal preciso, leve, luminoso, evocador perfeito de formas, luzes, sombras e movimentos do coração. Suas figuras são baseadas no que pode ser definido como uma concretude idealizada. A Virgem dos Rochedos, autografada por Leonardo, foi comprada diretamente pelos franceses por meio de negociações confidenciais e secretas com os frades de São Francisco, e substituída na igreja por outra quase o mesmo pintado por Ambrogio de Predis, mencionado no contrato, com a ajuda do próprio Leonardo. As duas tábuas realmente modificam o esquema tradicional da Imaculada Conceição com os anjos musicais, a lua sob os pés, a coroa de estrelas. Aqui a harmonia vem sobretudo daqueles elementos da natureza aos quais o artista deu tão forte destaque e com os quais as figuras humanas estão tão profundamente sintonizadas. A razão última do privilégio mariano é a maternidade divina. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#162 Podcast da Mariologia - Leonardo da Vinci e a luminosidade do ventre de Maria

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Play Episode Listen Later Nov 3, 2022 44:08


Por volta de 1481 os frades do convento de San Donato em Scopeto confiam uma Adoração dos Magos agora na Galleria Uffizi em Florença. Leonardo representa o choque de alegria da humanidade pela vinda do Redentor, uma onda de ardor para com Deus. O Menino Jesus emana luz sentado no ventre de sua Mãe. Os sábios se aproximam dele com medo sagrado, sentindo sua grandeza sobrenatural. Os pastores, transfigurados pelo entusiasmo, parecem vir de mundos distantes. Ao fundo estão as ruínas de arcadas e palácios, sinal do paganismo vencido, e entre as ruínas encontra-se a nova humanidade que acolhe a boa nova. A cabana caiu. O burro e o boi desaparecem; para a Virgem Mãe ele forma um nicho e abriga a multidão movida pela luz que se desenha das sombras da tarde. Do adorador José, dos magos e pastores, cada traço das cabeças levantadas, cada mecha de cabelo, cada mão estendida é uma chama, um fogo-fátuo que se estende e serpenteia nas sombras: um lampejo de luz que se aquietou no ainda esplendor do fogo da Virgem no meio do grupo. O efeito noturno é acentuado à direita, onde as figuras se curvam, se esticam, se enrolam, variando infinitamente a cintilação das luzes. Entre a Virgem que segura o Menino nos braços e a multidão oscilante, existe um intervalo de sombra: o rei ofertante pára na beira do círculo que forma uma auréola para Maria e só outro rei avança prostrado, beijando a terra no recinto sagrado. Arbustos ao vento, cavalos, ruínas suspensas em frágeis arcos formam o pano de fundo. Leonardo em Milão A Adoração dos Magos é deixada inacabada por Leonardo devido à sua partida para Milão. Assim que chegou, o artista foi empregado em inúmeras missões para a corte, desde o monumento equestre a Francesco Sforza à decoração da Sala delle Asse no Castelo, dos retratos das amantes do duque Ludovico il Moro aos trajes e cenário para as férias, desde a construção de canais até obras militares. O mestre tem pouco tempo para se dedicar à execução de pequenas ‘pinturas devocionais', e os pedidos prementes dos clientes são em parte atendidos pelos numerosos alunos de sua oficina que os executam usando seus antigos desenhos como modelo. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#161 Podcast da Mariologia - Dia de todos os Santos e a Assunção

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Play Episode Listen Later Nov 1, 2022 44:29


Solenidade de todos os Santos Uma festa em honra de todos os santos, celebrada em 1º de novembro no Ocidente. As origens desta festa são incertas. A primeira menção vem do Oriente, em um hino composto por Santo Efrém em 359, onde é mencionada uma comemoração de todos os mártires em Edessa em 13 de maio (Carmen 6). Em 411, no entanto, os sírios orientais mantiveram essa comemoração na sexta-feira após a Páscoa [Breviarium Syriacum, 34). Um sermão de São João Crisóstomo marca a observância de uma festa de todos os mártires no primeiro domingo depois de Pentecostes. Quando Crisóstomo pregou este sermão não sabemos se se referia à festa em Antioquia ou Constantinopla. Se ele a pregou em Constantinopla depois de se tornar patriarca (398), esta seria a primeira referência à festa ali, ainda hoje observada pelo rito bizantino no domingo depois de Pentecostes. Uma observância de todos os mártires no domingo depois de Pentecostes também aparece no Ocidente. São Máximo de Turim (século V) pregou em homenagem a todos os mártires no mesmo domingo (Homilia, 81). A comemoração logo incluiu também não-mártires, como aparece no Lecionário de Würzburg, a primeira lista de epístolas de Roma (um manuscrito do século VIII que testemunha as leituras usadas na liturgia no final do século VI ou início do século VII), na lista indica este domingo como dominica in natale sanctorum ou domingo da Natividade dos Santos. Parece existir também como dia de oitava para Pentecostes. A festa é encontrada novamente no Lecionário de Murbach, que lista leituras que acompanham a família de sacramentários do século VIII que precedeu a reforma de Carlos Magno. Roma também sabia de outra festa de todos os mártires antes de adotar 1º de novembro. Em 609 ou 610, Bonifácio IV recebeu o Panteão Romano das mãos do imperador Flávio Focas Augusto (falecido em 610) e o dedicou sob o título de S. Maria ad Martyres (Liber Pontificalis, 1, 317). A dedicação ocorreu no dia 13 de maio, e o aniversário foi posteriormente comemorado com grande festa. Muitos vêem nisso a origem do Dia de Todos os Santos. Pode ser, no entanto, que a festa de 13 de maio tenha sido simplesmente o aniversário da dedicação, ou que Bonifácio tenha escolhido essa data porque já estava associada a todos os mártires do Oriente. Os livros litúrgicos que testemunham esse período não mencionam uma festa de todos os mártires que estaria em continuidade com a festa siríaca mencionada por Efrém. Ainda não foi demonstrado como uma festa de todos os santos passou a ser celebrada em 1º de novembro. O Papa Gregório III (731-741) dedicou um oratório na Basílica de São Pedro a «todos os apóstolos, mártires, confessores e todos os justos e perfeitos que descansam em todo o mundo». (Liber Pontificalis 1,417). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#160 Podcast da Mariologia - Leonardo Da Vinci pintor da Mariologia simbólica

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Play Episode Listen Later Oct 31, 2022 44:00


Na obra “Nossa Senhora da Romã ou Dreyfus” Leonardo busca um novo conceito de iluminação, fruto de um estudo cuidadoso. Também atribuído pela crítica a Lorenzo di Credi, reforça a ideia de que era prática comum em uma oficina usar os mesmos estudos para fazer pinturas, que se tornaram bancadas de teste para testar as habilidades do aluno. As duas figuras, embora demonstrem grande doçura e intenções amorosas, ainda não parecem bem relacionadas entre si. A Virgem parece olhar para a romã e o menino entrega à mãe uma parte do fruto que acabou de colher. O acordo cromático é harmonioso, uma variante do vermelho que combina bem com um azul suave. O rosto da Virgem emerge de um fundo escuro, provavelmente uma parede, entre duas janelas retangulares que abrem aos olhos uma paisagem que é apenas, em poucas palavras, a típica leonardiana. Na obra “Nossa Senhora do Cravo” pintada nos anos em que o artista colaborou ativamente com Verrocchio, uma luz penetra das duas janelas gradeadas ao fundo que envolvem a Virgem e o Menino em um caloroso abraço cromático. O espaço arquitetônico é bem orquestrado, e as elegantes janelas gradeadas mostram uma paisagem cujas montanhas estão dispostas em três níveis de profundidade, escalados ao longe, graças ao uso habilidoso da cor e da "perspectiva aérea". A Mãe oferece um cravo ao Menino Jesus, esta obra foi pintada para o papa florentino Clemente VII, sobrinho de Lorenzo, o Magnífico. Leonardo, forjou um jarro cheio de água com algumas flores dentro, onde, além da maravilha da vivacidade havia imitado o orvalho da água acima, de modo que ela parecia mais viva que a vivacidade. As duas figuras da Mãe e do Filho na Madonna Benois, construídas sobre linhas espaciais oblíquas e opostas, estão habilmente ligadas entre si, com aquela pequena flor que serve de elo gestual. A vivacidade do Menino que levanta a perna dando uma sensação de animosidade, a descrição primorosa das mãos dos dois, o sorriso satisfeito da Virgem, são elementos de verdade que tornam a cena íntima e familiar. O uso da cor, jogado em tons modulados, e a luz quente criam um contorno sutil e suave às figuras, tornadas vivas e móveis no espaço atmosférico que as contém. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#159 Podcast da Mariologia - Anunciação de Leonardo Da Vinci (1472-1475)

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Play Episode Listen Later Oct 28, 2022 44:43


O Ambiente Leonardo conscientemente se afastou da iconografia tradicional do tema da Anunciação, definindo a cena em um jardim do lado de fora da casa da Virgem, em vez da habitual loggia ou quarto de Maria. De acordo com a tradição medieval, o cenário era sempre colocado num local fechado, pelo menos no que dizia respeito à Virgem, de forma a inserir elementos iconográficos, como a cama, enquanto o Anjo podia ser posicionado no exterior, mas num hortus conclusus, ou um jardim cercado por muros altos que aludem ao ventre de Maria. Da Vinci é tradicional de outras maneiras, pois de fato encontramos a localização dos dois personagens (a Nossa Senhora à direita e o Anjo à esquerda) como por exemplo na Anunciação de Beato Angélico. Além disso, para manter o sigilo do encontro, Leonardo pintou Nossa Senhora em um canto do prédio, porém, permitindo vislumbrar a cama do portal; depois, um muro baixo delimita o pequeno jardim, mas com passagem. A grande parte da cena dedicada à natureza parece querer sublinhar como o milagre da Encarnação divina envolve, assim como a humana Maria, toda a criação. A grande atenção é dada à descrição botânica das flores e outras espécies de plantas tanto no gramado quanto no fundo: é uma homenagem à variedade e riqueza da criação divina. As flores do prado, em particular, aparecem estudadas da vida, com precisão lenticular. Ao fundo, para além da muralha, vê-se um rio com curvas e barcos, montanhas salpicadas de torres e árvores. A luz é muito clara, como se fosse de manhã, e suaviza os contornos das figuras, anunciando a nuance. A configuração espacial, ao invés de ser dada pela perspectiva geométrica do século XV (que também está presente na ornamento dos detalhes arquitetônicos e nas proporções do edifício, o piso e o púlpito, com um ponto de fuga no centro da mesa) se traduz mais pela gradação das cores, especialmente no fundo. Leonardo utilizou a perspectiva aérea, técnica que proporciona uma coloração mais tênue e matizada para os detalhes mais distantes, como se estivessem envoltos em uma neblina; na verdade, ele sabia que muitas camadas de poeira atmosférica se sobrepõem entre o olho e um objeto colocado à distância, tornando as bordas menos nítidas, às vezes confusas. Por outro lado, objetos próximos foram meticulosamente retratados precisamente porque quanto mais próximos os objetos estão, mais eles podem ser visíveis. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#158 Podcast da Mariologia - Leonardo da Vinci: as raízes da sua pintura mariológica (1ª parte)

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Play Episode Listen Later Oct 27, 2022 36:14


Introdução Uma mente sedenta de conhecimento, que fixa sua atenção em tudo que se coloca à sua frente; um homem que não investiga apenas através da pintura, mas que amplia seu campo de ação em todos os campos do conhecimento; um gênio que continua a surpreender ainda hoje através de um perfil gradualmente delineado por novas aquisições e novos estudos que aumentam o seu mito. Leonardo da Vinci tentou múltiplas e verdadeiramente ousadas façanhas para seu tempo: fazer o homem voar, ensinar a beleza e a verdade, ajudar seus semelhantes a se conscientizarem, aprender os segredos do corpo humano, observar as estrelas, entreter cavalheiros e cortesãos. A sua presença, entre a segunda metade do século XV e a primeira metade do século XVI, funciona como um estímulo para todos: os pintores o admiram, os cavalheiros o protegem, todos se maravilham; olhamos para ele acima de tudo como um grande artista, como um pintor de maestria incomparável, e o mito de suas poucas obras, em particular a Última Ceia de Milão e a Monalisa, continuará vivo mesmo nos séculos seguintes. A sua personalidade é frequentemente comparada com as muito diferentes de Michelangelo e Raffaello. Mas enquanto M. Buonarroti é um pintor e escultor que expressa através de suas artes a sua necessidade de revelar o segredo de Deus, e Raffaello, com suas obras, alcança uma delicadeza formal mais fácil de entender, Leonardo parece fora dessa comparação! A sua pintura é a de um artista-cientista, de um homem que acima do fato criativo coloca a sua necessidade pessoal de análise e auto-análise. Nesse sentido, a sua figura se projeta muito além dos tempos em que vive. A influência que a sua pintura exercerá sobre os desenvolvimentos da arte dos séculos seguintes, no entanto, continua sendo o aspecto mais fascinante. É verdade que os pintores lombardos se referem a Leonardo às vezes com resultados relevantes, muitas vezes com resultados modestos, mas também é verdade que sua obra é observada e compreendida pelos maiores mestres do século XVI, de Giorgione a Durer, de Correggio a Holbein, até mesmo Michelangelo e Raffaello. Mesmo a sua história humana, ainda em parte a ser esclarecida, muitas vezes deu amplo espaço para anedotas e invenções. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#157 Podcast da Mariologia - O livro na Anunciação em Antonello da Messina

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Play Episode Listen Later Oct 25, 2022 25:11


O livro na Anunciação Além da iconografia mais tradicional da Nossa Senhora com o Menino nos braços, Antonello pintou várias imagens da Anunciada. Com um estilo fortemente sintético, o artista cria pinturas bastante singulares, onde Nossa Senhora aparece quase intimidada pelo seu estilo de retrato. Privada da presença do Anjo, centram em si toda a complexidade expressiva da cena. A atenção do pintor está voltada para tornar a sua humanidade, as suas emoções surpreendidas pela luz divina enquanto estão absortas na leitura, Nossa Senhora opõem-se a uma fragilidade assustada e quase incerta que foi sendo o tema das típicas pinturas com o Menino. Na Anunciada uma jovem de rosto oval emoldurado por um véu azul, depois de se distrair da leitura, olha com uma expressão de espanto, mas também de mistério, para o mensageiro de Deus dentro do quarto. Também nesta versão Antonello comprime o campo de visão e limita o tema do assunto pintado. E ele conta, com pureza expressiva, o espanto da Virgem, sua resposta. Sobre um fundo negro, Maria emerge para a luz, é investida de luz, de modo que a iluminação descobre a sua corporeidade. A imposição das mãos sobre o peito revela sua humilde aceitação da vontade divina. Sobre o parapeito estão os livros de salmos, um aberto com as páginas recém-movidas pelo vento do Espírito e outro fechado numa perspectiva segura, prenhe de esperança. Antonello havia pintado a Anunciação segundo o esquema tradicional, jogado com o gosto flamengo da relação entre o interior, reunido como um oratório, cheio de livros, vasos, genuflexórios e cortinas, e o exterior, vívido com a luz da manhã , confiando às atmosferas de efeitos dos interiores com sutis gradações de luz. A Virgem da Anunciação , com um manto de damasco vermelho, envolta num manto azul-celeste, ajoelha-se de joelhos e recebe, com os braços cruzados sobre o peito, o anúncio de um anjo ricamente vestido de damasco manto em vermelho. E as páginas do Livro são movidas pelo sopro do Espírito. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#156 Podcast da Mariologia - A Virgem leitora de Antonello da Messina

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Play Episode Listen Later Oct 24, 2022 49:06


A Virgem leitora hoje atribuída ao contributo de um seguidor do jovem Antonello descrita como «imagem gloriosa da Virgem Maria dourada», encomendada ao pintor pelo nobre de Messina, Giovanni Mirulla, em 1461, destinava-se à igreja do Carmo em Messina, onde se pode admirar a Virgem sentada com um livro aberto lendo e sendo coroada por dois anjos com uma coroa. Muito provavelmente esta obra foi realizada no retorno de sua viagem a Veneza, feita por Antonello por volta de 1460. O particular que nos concentra hoje é o livro. O artista é fascinado por ele. O livro é um símbolo da verdade da palavra divina e da vida que ela promete. No Novo Testamento, os discípulos do Senhor têm o nome inscrito no céu no livro da vida (Hb 12,23 «à universal assembléia e igreja dos primogênitos, que estão inscritos nos céus, e a Deus, o juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados»). O rolo selado da revelação secreta (Ap 5,1-9) é um símbolo do conselho inescrutável de Deus, cuja execução foi confiada a Cristo. No ícone de Pentecostes cada apóstolo segura um pergaminho, símbolo da proclamação do evangelho a todos os povos. Quando Antonello pinta esta obra, estávamos no contexto de uma grande inovação: a Arte da impressão. Depois de 1456, data em que Gutenberg publicou sua primeira obra importante, a Bíblia, nós assistimos a um renascimento cultural pois a velocidade com que se poderia difundir a comunicação realizada até então com os monges copistas aumentou exponencialmente e industrializou-se. O mesmo livro, era replicado muitas vezes. A difusão da necessidade do livro como instrumento do humanismo cristão levava à criação de um emblema de introspecção, reflexão que ainda hoje perdura. Ao colocar o livro nas mãos da Virgem, no púlpito da oração fazia-se brotar um raio luminoso, aludindo à concepção de Jesus no rosto da Virgem, o que nos abre para uma dimensão caraterística da sua obra. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#155 Podcast da Mariologia - Antonello da Messina - A Mariologia do «Homo Novus»

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Play Episode Listen Later Oct 21, 2022 31:30


Introdução O mérito de Antonello da Messina não consiste apenas em ter melhorado a condição da pintura moderna, propagando o aperfeiçoamento do método de pintura a óleo, mas também em ter sido um dos mais valentes pintores italianos do século XV. Seu mérito soberano é comover com ternura, quer nos vários assuntos onde representa a severidade prevalece sobre a doçura, o magnífico sobre o pathos, a dor sobre a ternura, ou aquela tranquilidade dos afetos mais íntimos e doces da alma. Nascido por volta de 1430 em Messina, onde morreu em 1479, Antonello é uma das figuras mais enigmáticas da arte italiana, pois, diante dos poucos testemunhos recebidos, encarna uma dupla identidade como artista local na esteira da tradição e como um artista internacional capaz de inovações revolucionárias. Ele admitiu a gramática flamenga na sintaxe italiana e deu à humanidade de sua terra, de sua ilha, uma expressão absoluta e eterna. É o que nos dizem seus Retratos, tão ‘terrivelmente sicilianos' que parece ouvi-los falar em dialeto, o mesmo com que falam a sua Anunciação. Essa adesão humana ao sujeito, essa transfiguração lírica da substância mais íntima, mais ardente da humanidade, que ele se propõe a formar o absolutismo, é a razão do misterioso assombro que se apodera de quem olha para uma obra de Antonello. Por isso os personagens terrenos da Crucificação de Sibiu parecem ser queimados por uma chama interna, que se consome e se dispersa no calor branco do céu da paisagem; por isso seus santos e a Virgem impõem sua presença humana com tanto sofrimento e simples nobreza. Antonello é o típico representante do Homo Novus do Renascimento, um fenômeno totalmente italiano da Sicília à Veneza. É o símbolo daquele século, o século XV, em que o homem recobrou a consciência de si mesmo até cruzar o imenso oceano para descobrir o Novo Mundo, no qual a devotio moderna esperava uma religiosidade íntima e subjetiva em oposição à piedade medieval coletiva. A linguagem dos gestos Na representação da Virgem com o Menino, contrapartida feminina dos numerosos retratos femininos, Antonello da Messina inspira-se na sua terra. Tanto a aparência física quanto as atitudes das Virgens de Antonello, como a mão que fecha o véu da Anunciata em Palermo, lembram as mulheres sicilianas. As primeiras Virgens, como a Virgem de Salting ou Fig 6 a Virgem Leitora mostram em um fundo plano monocromático a preciosidade meticulosa das joias e mantos, que remetem à formação de Antonello na Colantonio, em Nápoles, onde teve seu primeiro contato com a arte flamenga. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#154 Podcast da Mariologia - A Mariologia geométrica de Piero della Francesca (4ª parte)

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Play Episode Listen Later Oct 20, 2022 36:32


Uma Nossa Senhora com o Menino, recentemente atribuída a Petrus de Burgo e que se pensou durante séculos que pertencesse a Piero della Francesca, tece a ligação com as paisagens criadas através de uma pintura de luz, proporções divinas e um olhar contemplativo, onde misteriosamente matemática e pintura se unem numa nova certeza dos espaços, em que os homens e as coisas do mundo descem de uma espécie de previsão espacial sonhadora. Permanecendo absortos, impassíveis e silenciosos guardiões dessas leis, guardiões privilegiados de uma alegre poesia do mínimo em que o sopro de uma nova intimidade das distâncias ressoa entre coisas, acontecimentos e estados de espírito. Nossa Senhora oferece uma rosa vermelha, aparentemente branca pelo reflexo da luz, a Jesus que está sentado no seu colo nu, num simbolismo que lembra a Paixão. Um anjo vestido de vermelho aponta para o Menino. Ao redor da Virgem Mãe, os anjos se alinham em semicírculo, compostos e sóbrios em sua habitual qualidade escultural, mas régia. Talvez a pintura mais conhecida de Piero, seja o Retábulo de Brera por causa do lugar onde está guardado, e porque tem como tema um diálogo sagrado. Este nome indica as pinturas que contêm a Nossa Senhora e o Menino em seus braços, na companhia de santos e, às vezes, até de meros mortais. Neste caso, o painel também apresenta Federico da Montefeltro, o comitente da obra, claramente reconhecível no homem de armadura, ajoelhado à direita. Deve-se notar que a posição dos personagens geralmente respeita uma hierarquia precisa: a Nossa Senhora é a única a estar sentada; os santos estão de pé, os mecenas de joelhos. O painel representa quatro anjos, próximos à Mãe do Senhor, e seis santos, três de cada lado: à esquerda estão São João Batista, São Bernardino de Sena e São Jerônimo; à direita, São Francisco, São Pedro mártir e São João evangelista. A obra é um admirável exemplo dessa ordem formal que é algo mais do que uma simples escolha estilística: é a confiança num universo baseado numa harmonia de matriz racional e matemática. Tudo é simétrico e preciso, especialmente a arquitetura ao fundo. Estamos dentro de uma igreja, no cruzamento da nave com o transepto, bem em frente à abside. O espaço é, portanto, uma representação não apenas de um lugar sagrado, mas de uma ordem cósmica baseada na clareza e na racionalidade. Um detalhe original deste espaço é a forma da bacia absidal, uma concha. Um ovo de avestruz está pendurado no topo. O significado do ovo encontra-se em uma crença medieval, segundo a qual os ovos de avestruz eram chocados pelo calor do sol e, portanto, eram um símbolo da maternidade virginal de Maria. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#153 Podcast da Mariologia - A Mariologia iconográfica de Piero della Francesca (3ª parte)

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Play Episode Listen Later Oct 19, 2022 23:55


- A Madonna del parto de Monterchi é semelhante a todas as mulheres grávidas do mundo; ela é como eles, preocupada e feliz, exausta e orgulhosa; todas as suas fantasias e todos os seus pensamentos são para o nascituro, para ele seu corpo fica pesado e cresce. Existem dois níveis de representação: por um lado a imagem de uma mulher grávida tão plausível e ao mesmo tempo idealizada que se torna o emblema de uma condição eterna: maternidade e geração humana. Do outro, a figura de um mistério insondável. Tudo é equilíbrio espacial e humano. Lentidão, silêncio, sobriedade e compostura, isso é monumentalidade em um tempo que não durou, mas a eternidade. A grandeza de Piero está em ter encontrado o ponto de síntese entre os dois níveis de representação sob o signo de uma naturalidade sublime, quase didática. Para encontrar o olhar do espectador não estão seus olhos delicadamente abaixados sobre o destino do Filho. São os anjos que nos mostram o milagre acontecendo. Os dois anjos que levantam a cortina da tenda militar - a pele de ganso do forro indica que esta é uma tenda de capitão - nos mostram não um líder, mas uma jovem pacífica prestes a dar à luz. A Nossa Senhora pensativa, mas serena, que não olha ninguém no rosto, que abre modestamente o vestido e mostra o interior branco puro e inocente. A imagem da paz invoca o bom senso entre as partes hostis, faz-nos reflectir sobre o futuro que está no ventre de uma mulher, uma mulher do povo rodeada por uma pequena auréola que a torna sagrada ao pensamento de todos, pois a serenidade de todos e de muitos. Em 1452, com a morte do pintor florentino Bicci di Lorenzo, Piero aceita a tarefa de continuar seu trabalho na grande abside da igreja de San Francesco em Arezzo, encomendada pela família Bacci. A Lenda da Verdadeira Cruz, reelaborada no século XIII por Jacopo da Varagine na Lenda Áurea, sobre o triunfo da Cruz que, a partir da morte de Adão, guia o homem à salvação, era um tema de grande complexidade mas Piero no coro da igreja pinta os seus detalhes fantasiosos em algumas das imagens mais solenes e serenas da arte ocidental. Inesquecível é o cenário da adoração do Santo Bosque pela Rainha de Sabá e pelas mulheres de sua procissão, de extrema elegância no vestir e porte. A Lenda não inclui a Anunciação, que no entanto é inserida pela vontade da Ordem Franciscana, de modo que o Sonho de Constantino e a Anunciação se enfrentam como intervenções do céu na única história da salvação. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#152 Podcast da Mariologia - A Mariologia nas pinturas de Piero della Francesca (2ª parte)

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Play Episode Listen Later Oct 18, 2022 48:22


Vida e obra Piero nasceu por volta de 1415-1420 em Borgo San Sepolcro. Na cidade do Alto Val Tiberina, Piero fez seu primeiro aprendizado pictórico, junto com Antonio d'Anghiari: mas as suas primeiras obras conhecidas mostram uma profunda compreensão da arte florentina do início do século XV, em particular da clara, luminosa e perspectiva pintura de Domenico Veneziano. Ao lado deste artista, Piero é documentado em 1439 na capital toscana, como auxílio para a execução dos afrescos com as Histórias da Virgem para o coro da igreja de Sant'Egidio. As obras-primas de Donatello e Masaccio deixaram um rastro profundo e indelével no jovem pintor. Os reflexos mais imediatos desta educação artística encontram-se numa das obras mais antigas de Piero que nos chegou, o Batismo de Cristo, cena imersa numa luz zenital na hora mais abstrata, meio-dia, quando desaparecem, as sombras, suspensas num encantamento de gestos e silêncios. Alguns anos depois, Piero afrescou uma ‘Ressurreição' em Borgo Sansepolcro. Na pintura, Cristo, representado com traços toscos e essenciais, no centro exato da composição em posição simbólica, é a passagem do inverno, as árvores nuas à esquerda, para o verão, as árvores luxuriantes à direita, e do a noite dos soldados adormece em frente ao sarcófago ao amanhecer que se eleva acima de seus ombros. Cristo ressuscitado é a passagem da vida para a morte . A partir de meados do século XV, a carreira de Piero se deu em estadias alternadas nas principais cortes do centro-norte da Itália, em sua cidade natal e em Ferrara, onde trabalhou para o Marquês Leonello d'Este, um dos mais refinados patronos da o renascimento. É provável que na cidade de Romagna o pintor tenha mantido relações estreitas com Alberti, que teve de encorajá-lo a prosseguir sua investigação apaixonada sobre as leis da perspectiva e das proporções. Entretanto, em 1445, os seus concidadãos encomendaram-lhe o grande Políptico da Misericórdia, para o qual o artista trabalhou de forma descontínua, para o entregar depois de tanta insistência apenas em 1462: a vigorosa estrutura plástica das figuras, imersas num fundo de ouro, destaca-se pelo rigor abstrato da composição e pelo valor luminoso e atmosférico atribuído mesmo ao fundo dourado arcaico. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#151 Podcast da Mariologia - A Mariologia de Piero della Francesca (1ª parte)

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Play Episode Listen Later Oct 17, 2022 30:12


Piero della Francesca (Sansepolcro [Toscana] 1418-1492) é sem dúvida um dos maiores artistas italianos do século XV. A sua pintura espaçosa, monumental e impassível racional atinge os mais altos ideais do primeiro Renascimento, uma época em que arte e ciência estão unidas por vínculos profundos. Como Leonardo da Vinci, nascido duas gerações depois dele, Piero é um ótimo experimentador. Mestre do Afresco, uma técnica em que ele se destaca, está principalmente interessado na aplicação das regras recentemente descobertas da perspectiva à pintura narrativa e devocional: o rigor matemático absoluto de suas criações contribui para melhorar a qualidade abstrata e icônica de sua pintura, dando às suas obras-primas um poderoso valor sacro. Contexto O humanismo moderno e a “devotio” moderna O tempo de Piero é o humanismo, um fenômeno que, a partir do início do século XV, expressa uma nova confiança no mundo, no homem, em suas possibilidades cognitivas. O estudo dos clássicos literários e artísticos permite que a última fase da Idade Média construa os fundamentos do futuro renascimento. Os textos antigos são redescobertos, estátuas antigas, medalhas, moedas, fazem reviver a cultura clássica, grega e latina. A recuperação do homem, de sua fisicalidade, não é mais mortificada na inconveniência da representação, que nunca tinha que ser muito realista, especialmente se fossem santos, virgens ou mesmo Deus. Torna-se evidente o estímulo de pesquisa na direção oposta, com gosto de um realismo que basicamente celebrou o homem, confiando a Deus e às criaturas celestes, rostos, corpos e sensações que exprimiam o mundo de todos os dias. A cultura popular se tornou um modelo de valores trágicos: portanto, não mais o medo de representar Deus em uma roupa humana. Um sermo vulgaris que se torna épico na figuração parietal, nos ciclos que exaltam a Virgem em sua qualidade como mãe, na humanidade rasgada de Cristo crucificado, no ascetismo místico íntimo de um santo. Na realidade, o humanismo, na arte italiana, começa bem antes de seu paralelo literário: Arnolfo, Giotto, Nicola Pisano são os pais antigos desse novo sentimento de homem, ainda primordial, talvez inconsciente, mas já orgulhosamente tenso para perguntar a Deus o direito existir independentemente do divino. Qualquer modéstia iconoclasta começou a desaparecer desse medo de tocar os lábios de Deus com o pincel, de desenhar o busto de Cristo ou o ventre de Maria grávida. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#150 Podcast da Mariologia - As origens da intercessão na iconografia da Virgem Orante

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Play Episode Listen Later Sep 30, 2022 49:11


As origens da intercessão na iconografia de Virgem Orante A Virgem Orante As variantes possíveis dizem respeito à própria composição. A Virgem Orante pode ser representada por si mesma ou em relação a um evento teofânico histórico-salvífico: - representação autônoma: aparece sozinha ou acompanhada de outras personagens (anjos, apóstolos, mártires e/ou santos); - uma teofania do Antigo Testamento; - uma teofania do Novo Testamento: Ascensão; - uma teofania intemporal de Cristo. - Virgem Mãe rezando entre os Onze, São Matias e São Paulo, sob uma teofania do Antigo Testamento, abside, Mosteiro de São Apolônio, Bawiti, século VI. - Virgem Mãe Rezando entre os apóstolos Pedro e Paulo, seis mártires e doador, sob uma teofania intemporal de Cristo Senhor representado a meio comprimento ladeado por dois anjos, abside, mosaico, capela de S. Venâncio (Batistério de S. Giovanni in Laterano), Roma , meados do século VII. Composições não absidais referentes ao tipo em questão - Virgem Mãe Rezando ("Regina"), Oratório de João VII, do Vecchio S. Pietro, Museu S. Marco, Florença, 707 A Observações O antigo gesto das mãos levantadas com as palmas voltadas para cima, simbolizando a atitude do homem religioso e, uma vez assumida pela iconografia cristã, a dos Fiéis, aplicada à Virgem Maria, torna-se expressão do mistério da Encarnação. Mesmo quando está sozinha, com os braços levantados para o céu, ela representa a Mãe de Deus, pois este gesto corresponde à ideia de graça no ato de descer sobre ela, que isto é, a concepção e o início da Encarnação. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#149 Podcast da Mariologia - A arte mariana dentro da Igreja: como tudo começou

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Play Episode Listen Later Sep 29, 2022 49:58


Posturas na arte iconográfica e seus significados mariológicos Virgem Mãe com o Menino em posição lateral Ambos em postura ereta - entronizada - Virgem Mãe com seu Filho entre os 11 Apóstolos, e Paulo e os dois evangelistas não apostólicos, abside, afresco, sob uma teofania do Antigo Testamento (Cristo na glória na carruagem de Ezequiel), Capela 6, Mosteiro de São Apolônio, Bawit, Museu de Arte Copta. Cairo Velho, século VI. - em pé - Virgem Mãe com o Menino entre os anjos, abside, mosaico, Igreja da Virgem Panagia Angeloktìstos, Chiti (Lanarka), Chipre, séc. VI-VII. Composições não absidais que remetem ao tipo em questão: - Virgem Mãe com o Menino (Virgem do conforto), meio corpo, ícone, S. Maria Nova (S. Francesca Romana), Roma, séc. VI. - Virgem Mãe com o Menino, ícone, S. Maria ad Martyres (Panteão), Roma, antes de 609. Observações Nesta variante do tipo axial, o significado da verticalidade das figuras não é apenas função do espaço envolvente, mas também do tipo de relação, figurativamente sugerida, entre as duas personagens: segurando-o num braço, a Mãe aponta para o Menino, sem olhar para ele, levantando e estendendo a mão livre para ele. Esse gesto nem sempre está presente nas obras mais antigas, composicionalmente mais livres, mas se estabiliza no período seguinte para expressar e significar duas funções específicas da Virgem Mãe: apresentar Jesus como Senhor e Salvador, e interceder junto a Ele. Dada a posição ereta de ambos os personagens, o silêncio dos afetos permanece, de modo que mesmo aqui a figura da Mãe aparece inteiramente em função da do Filho, mas com a indicação adicional de seu papel de mediadora. Odigitria é o seu nome grego. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#148 Podcast da Mariologia - A Virgem e o Menino nos mosaicos absidiais

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Play Episode Listen Later Sep 28, 2022 30:24


Virgem com o Menino em pé - Virgem Mãe com o Menino, abside, mosaico, Igreja da Dormição, Nicéia, final do século VIII Composições não absidais referentes a este tipo de composição: - Virgem Mãe com o Menino, entronizada entre anjos e mártires, ícone, Santa Catarina, Sinai, séc. V-VI. - Virgem Mãe com o Menino, entronizada entre dois anjos, ícone, S. Maria in Trastevere, séc. VI-VII séc. - Virgem Mãe com o Menino, entronizada entre quatro anjos, S. Apolinária, Ravena, séc. VI. Observações A mais antiga tipologia iconográfica da Virgem Mãe com o Menino representada isoladamente, deriva diretamente da cena da adoração dos Reis Magos, transformada de cena lateral em cena frontal e simétrica: o desprendimento dos personagens laterais - os magos que se tornaram 2 ou 4 por razões de simetria - ou sua substituição por outros - anjos, santos, doadores (comitentes) - é extremamente fácil. É o tipo mais frequente, esta preferência está necessariamente ligada à mensagem simbólica veiculada pela sua própria estrutura, ou seja, pela disposição das duas personagens principais, uma em relação à outra e ambas em relação ao espaço envolvente. Ora, para além dos meios de expressão simbólicos, utilizados desde a antiguidade tardia para representar o divino - a frontalidade, a imobilidade, a impassibilidade, a solenidade, o fundo uniforme (muitas vezes dourado) -, o que caracteriza este tipo iconográfico é a figura fortalecida do Menino em comparação com a da Mãe e a tendência vertical de toda a composição fortemente centrada. O Menino não aparece naturalmente sentado no colo de sua Mãe, mas como se estivesse de pé, enquanto Maria é desenhada a vertical que forma o fundo composicional e cromático do Verbo Encarnado. Também aqui, por outro lado, como já assinalado a propósito da iconografia mariana do primeiro período, impõe-se a ausência da expressão de uma troca afetiva entre a Mãe e o Filho: de fato, ambos olham diante de si. Na variante em que a Virgem está de pé, a relação recíproca entre o Filho e a Mãe não muda em nada. Parece então evidente que a presença do trono não é essencial e se o cerne da mensagem deste módulo é dado pelo eixo das duas figuras, todas orientadas para cima com a verticalidade imaginária que vai da Redenção à Assunção da Virgem Mãe; ou aquele caminho de descida-ascensão que é expressão do movimento da Redenção: descida da Encarnação, subida da divinização, a Mãe não realiza nenhuma ação, senão a implícita de apresentar ao mundo Jesus, o Filho de Deus. A verticalidade da figura de Maria a torna testemunha e arauto daquele eixo vivo de mediação entre a terra e o céu que é o Verbo encarnado. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

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#147 Podcast da Mariologia - Iconografia mariana: as ábsides das Igrejas a partir do V séc.

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Play Episode Listen Later Sep 27, 2022 54:42


Quando a imagem da Virgem Mãe com o Menino nos braços ou voltada para o Verbo Encarnado, colocada em posição central sob uma teofania do glorioso Senhor passou a ocupar a abside das igrejas, isso acontecia porque correspondia perfeitamente às exigências de conteúdo e, consequentemente, de forma, das composições absidiais. Agora, desde o início, o conteúdo peculiar da iconografia da abside significa, através do sentido da visão, a presença, acreditada na fé e celebrada no culto, do Senhor Ressuscitado, Sacerdote da única eterna liturgia, à qual todos são unidos nas liturgias terrenas. Na experiência humana, visão e presença estão inextricavelmente ligadas; a fé cristã baseia-se no testemunho daqueles que viram e tocaram a Palavra de Deus «começando pelo batismo de João até o dia em que foi elevado ao céu» (At 1,22). Estamos perante um testemunho da Teofania na carne. No entanto, existem três categorias de testemunhas na Igreja: testemunhas oculares, históricas, entre as quais a Virgem Maria ocupa um lugar privilegiado e único; quantos, pelo dom da vida até o derramamento de sangue, são equiparados a testemunhas oculares (os próprios mártires); e uma terceira categoria, em grande parte ignorada, constituída pelos cristãos que celebram/adoram e assim se tornam, no presente meta-histórico da liturgia, as testemunhas sacramentais da Encarnação. A visão sensível, mediada pela imagem concreta da Realidade que se acredita e a celebra, portanto, não reveste o auditório de preocupações neutras ou amorfas, mas vai ao encontro da visão interior, dotada de caráter testemunhal, daquelas relativas a detalhes que são credíveis; a qualidade desse encontro pode então tornar-se também uma indicação da qualidade da imagem. A última afirmação pode parecer um pouco ousada ou provocativa, mas se baseia em um fato objetivo contido no ensinamento que nos chega da arte cristã do I milênio. Quem eram os loucos que precisavam ser levados em conta? Por um lado, o propósito dogmático-litúrgico reconhecido na iconografia da abside é expressar a presença do Senhor vivo em sua Igreja. Por outro lado, na experiência humana, a presença está inseparavelmente ligada à visão: é necessário, portanto, que as composições absidiais tenham as características da visão. Para tal, a expressão figurativa cristã adota as leis expressivas da visão redescobertas pela Antiguidade tardia nas culturas tradicionais e correspondentes, dadas suas raízes antropológicas, às leis expressivas universais, incluindo, claro, o aspecto cromático: caráter simétrico e fortemente centrado da composição, ausência de profundidade, frontalidade, imobilidade dos personagens principais, serenidade de suas expressões. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/locus-mariologicus/message

Semillas para la Vida
Los 4 Dogmas Marianos

Semillas para la Vida

Play Episode Listen Later Aug 4, 2022 3:52


Año XVI. Núm. 158. Conoce cada una de las verdades de fe sobre la Santísima Virgen, proclamadas como dogmas en la Iglesia Católica.-Mauricio I. PérezSeminans ad Seminandum

Católico PodCast
Mariologia ou Mariomania? Pe. Paulo Ricardo

Católico PodCast

Play Episode Listen Later Jan 7, 2022 64:31


Parece que tem muita gente preocupada com o crescimento de uma devoção desequilibrada à Virgem Maria. Os abusos existem e ninguém os pode negar. Mas será que é tudo abuso? Ou o que está faltando mesmo é estudar Mariologia? --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message