No fim das tardes de quinta-feira, sempre às 16h, você vai escutar um programa com as principais histórias e notícias do mundo das artes. O Expresso Ilustrada, podcast de cultura da Folha, vai falar de filmes, discos, livros, séries de TV, peças de teatro e de moda. O programa está disponível em tod…
No começo dos anos 2000, a banda carioca Tchakabum lançou um dos maiores hits de festas brasileiras, "Onda Onda (Olha a Onda)". Mais de 20 anos depois, a canção está de volta —e graças a mais uma música acompanhada de uma dança de TikTok, “Tubarão Te Amo”, um dos maiores sucessos deste fim de ano. A música faz parte de um movimento que tem crescido nos últimos tempos: o de canções com samples de hits dos anos 2000 ou com artistas que foram febre na época. O grupo Os Hawaianos, que despontou no Furacão 2000, é outro exemplo disso. A banda tem agitado festas juvenis com canções como “Vai Neymar, Brasil É Tois” e "Desenrola Bate Joga de Ladin", parceria com L7nnon. A referência aos anos 2000 na música é um movimento que tem acontecido em vários gêneros. Nos Estados Unidos, por exemplo, artistas como Willow Smith e Olivia Rodrigo botaram de volta nas rádios uma estética emo. No Brasil, hits antigos do axé, do funk e de outros gêneros estão sendo resgatados por uma geração jovem. O Expresso Ilustrada desta quinta-feira (15) explica o que há por trás desse movimento. Para isso, o programa ouve Marcelo Tchakabum, vocalista do Tchakabum, e Lucas Brêda, repórter de música da Folha. A produção de podcasts de cultura entra numa pausa, depois de quase quatro anos em que o Expresso Ilustradas discutiu as principais tendências do mundo das artes. A edição de som do podcast é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em “Crimes do Futuro", do diretor David Cronenberg, uma artista de vanguarda interpretada por Léa Seydoux comanda uma máquina imensa, cheia de bisturis. As ferramentas médicas abrem devagar o corpo de um homem, numa cirurgia vista por vários espectadores. A artista e o homem que passa pela cirurgia sentem prazer enquanto ela retira os órgãos de dentro dele. Os espectadores ficam em êxtase com a apresentação de voltagem sexual, e um deles resume que “a cirurgia é o novo sexo”. Esse é um tipo de abordagem sobre o corpo humano num estado bruto, em que algo que era considerado abjeto é motor de uma tensão erótica. Uma leva de filmes recentes mergulha nesse tema, e usa carne humana, vísceras e fluidos corpóreos para discutir erotismo, tecnologia e a vida contemporânea. É o caso de "Até os Ossos", de Luca Guadagnino, que está em cartaz nos cinemas. Todo o romance dos personagens vividos por Timothée Chalamet e Taylor Russell é costurado por canibalismo, mesmo tema que apareceu no filme de estreia de Julia Ducournau, “Raw”. A diretora francesa voltou a explorar esse tema em “Titane”, filme que levou a Palma de Ouro no ano passado. A personagem principal chega a ter relações sexuais com máquinas e tem implantes de titânio pelo corpo. Nesta semana, o Expresso Ilustrada debate porque filmes e séries estão explorando violência, sangue e vísceras atrelados ao sexo como nunca. O episódio também discute como esse tipo de abordagem apareceu no cinema ao longo da história e como hoje eles tentam chamar a atenção do espectador de uma maneira mais intensa numa era de excesso de imagens. Para isso, o podcast entrevista Mariana Baltar, professora da pós-graduação em cinema e audiovisual da Universidade Federal Fluminense, e Carlos Primati, especialista em cinema fantástico e membro da Associação Brasileira de Críticos de Cinema.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A cerimônia de abertura da Copa do Mundo deste ano, no Qatar, teve como tema a diversidade. O ator Morgan Freeman e o influenciador Ghanim Al Muftah mencionaram os valores durante as falas que protagonizaram na performance. Mas enquanto o evento falava em celebrar as diferenças, a fama do Qatar de autoritarismo conservador só crescia. Com leis que condenam a homossexualidade e um histórico de violações de direitos humanos, o país é alvo de críticas de vários movimentos sociais e instituições pelo mundo, o que fez boa parte dos estrangeiros criticarem a escolha do lugar como sede da Copa. No centro dessa polêmica, artistas como Dua Lipa, Shakira e Rod Stweart chamaram atenção ao se manifestarem contra a autocracia do país. Já nomes como Ludmilla e Nicki Minaj foram criticados por fecharem acordos atrelados ao evento. O Expresso Ilustrada desta semana discute o impacto do posicionamento de artistas e celebridades diante das polêmicas envolvendo o maior evento de futebol do mundo e como as leis conservadoras do país impactam o mundo da arte. O episódio ouve o jornalista Diogo Bercito, que foi correspondente da Folha no Oriente Médio e é autor do blog Orientalíssimo, e com o Silas Martí, que é editor do núcleo de cultura da Folha e foi à Doha para analisar o que há por trás da arquitetura do Qatar. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Laura Lewer, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Morto nesta terça, aos 81 anos, Erasmo Carlos era conhecido como "tremendão". O apelido veio da estética de badboy que o músico teve nos anos 1960, quando estourou no país como um dos principais nomes da Jovem Guarda, o movimento cultural que trouxe o iê-iê-iê dos Beatles para os microfones e as guitarras brasileiras. Não que Erasmo fosse, de fato, briguento. Pelo contrário. A fama dele era a de uma pessoa doce e romântica. A reputação de mau veio, na verdade, dos seus chapéus de caubói, penteado de franjas, camisa aberta e pinta de rockstar. Naquela época, Erasmo era uma das grandes celebridades do momento, sendo visto quase como um sinônimo de rebeldia. Ao longo da carreira, o cantor se consagrou como o pioneiro do rock brasileiro, mas não ficou limitado ao gênero. Ele também se estabeleceu como um dos maiores compositores do pop e da música romântica do país, especialmente devido às centenas de canções escritas com o amigo Roberto Carlos, uma das parcerias mais bem-sucedidas da história da música nacional. O Expresso Ilustrada desta semana relembra a trajetória de Erasmo, explica como a Jovem Guarda foi um capítulo fundamental na música brasileira e discute o legado do músico. O episódio ouve Renato Terra, colunista da Folha e diretor de cinema, e Manoel Barenbein, o produtor musical mais importante da tropicália, que trabalhou com Erasmo em três discos. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Laura Lewer, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os vídeos em que streamers e influenciadores registram suas reações ao assistir a outros conteúdos da internet acumulam milhões de visualizações em plataformas como YouTube e Twitch. Nessas transmissões, eles comentam de visitas a mansões de luxo a programas de namoro na TV; da montagem de uma lancheira por uma mãe à fabricação de doces numa padaria da Coreia. No Brasil, uma das celebridades do gênero, chamado de “react”, é Casimiro Miguel. Ele se tornou uma figura tão influente que vai transmitir e comentar jogos da Copa do Mundo do Qatar em um novo canal no YouTube, a CazéTV. A televisão já tinha quadros similares a esse gênero, como as videocassetadas no Domingão do Faustão, da TV Globo, que eram exibidas junto a comentários do apresentador. Mas, nas plataformas de vídeo, os “reacts” ganharam não só um nome, mas também uma dimensão maior e uma comunidade de fãs. No episódio desta quinta-feira (18), o Expresso Ilustrada reage ao fenômeno. Com o colunista do UOL Chico Barney e o streamer Luide Matos, o podcast analisa por que a linguagem dos reacts faz tanto sucesso e discute a relação dos fãs com esse tipo de conteúdo. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A reportagem, o roteiro e a edição de som deste episódio são de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Laura Lewer.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Retratos de aborto eram casos raros nas artes visuais até a artista portuguesa Paula Rego realizar uma série de gravuras sobre o tema. As telas à óleo retratam mulheres sozinhas em quartos tentando realizar o procedimento. A ausência de sangue nesses quadros era proposital. Ela não queria que o aborto fosse mais uma vez retratado de maneira sensacionalista. Mas, nos últimos anos, as nuances que a artista portuguesa explorou na série "Aborto" vêm ganhando mais contornos na cultura. Mais obras sobre o assunto estão sendo produzidas, e outras que circulavam à margem do mercado de arte estão sendo adquiridas para acervos de grandes museus. O Expresso Ilustrada desta semana discute por que a interrupção da gravidez tem aparecido em produções culturais após décadas de silêncio, quais são as artistas que retratam o aborto em obras históricas e qual a perspectiva de artistas contemporâneas de representar a interrupção da gravidez em seus trabalhos. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e o roteiro é de Carolina Moraes. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A disputa para decidir quem seria o próximo presidente da República foi acompanhada de uma batalha de hits, tanto a favor de Lula, que levou a disputa pelo cargo com 50,9% dos votos, quanto de Bolsonaro, que teve 49,1%. A festa da vitória do petista na avenida Paulista, em São Paulo, foi cheia de músicas para animar o público, com cantoras como Daniela Mercury e Maria Rita. Mas o que agitou mesmo seus apoiadores foi a bem menos conhecida Maderada Brasil, uma banda de Iguaí, da Bahia. É deles o grande sucesso musical dessas eleições, “Tá Na Hora do Jair Já Ir Embora”. A música chegou ao topo do ranking Viral 50 do Spotify Brasil na segunda-feira, logo depois do segundo turno. A única que tinha aparecido nessa lista até então era “Capitão do Povo”, música de Mateus e Cristiano a favor de Bolsonaro que chegou a 19ª posição no ranking. O Expresso Ilustrada desta semana relembra quais foram os jingles mais famosos do país e conversa com o dono do hit mais celebrado de 2022 para entender por que a canção fez tanto sucesso. O programa também ouve João Pedro Pitombo, repórter da Folha em Salvador. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que também assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Foi o cruzamento entre as ruas Divinópolis e Paraisópolis, no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, que inspirou o nome do álbum "Clube da Esquina", imortalizado como um dos maiores da música brasileira. O espaço se tornou uma metáfora para os encontros de Milton Nascimento, Lô Borges, e uma série de outros músicos que se iam aos bares do centro da cidade, à praia de Mar Azul e ao estúdio da gravadora Odeon, no Rio de Janeiro. "Clube da Esquina" também foi fundamental para a produção de Milton. Com o álbum, o músico chega ao auge da própria regionalidade –e extrapola o sincretismo musical que já vinha construindo, misturando estilos como o rock, o jazz, o blues e ritmos latino-americanos. O Expresso Ilustrada dessa semana fala sobre os 50 anos de Clube da Esquina e os 80 anos de Milton Nascimento. O episódio discute como a vivência de Bituca em Minas Gerais foi fundamental para a obra dele, como Lô Borges e Beto Guedes inseriram na arte dele uma fase psicodélica e qual a importância do álbum "Clube da Esquina" para a música brasileira. Para isso, o podcast conversa com Laura Lewer e Lucas Brêda, repórteres da Folha. Escute a playlist "a minas de milton": https://open.spotify.com/playlist/10ZRpBl4kZi8H6qaTqJoPS?si=a3fcec7901924c51&nd=1See omnystudio.com/listener for privacy information.
O pintor holandês Vincent Van Gogh fez quatro pinturas de girassóis em 1888 para decorar a sala do artista Paul Gauguin. O francês tinha uma casa de paredes amarelas em Arles, no sul da França, e as flores de mesmo tom pelas quais ele era fascinado seriam penduradas naquelas paredes. Hoje, uma dessas pinturas, “Girassóis”, é avaliada em 506 milhões de reais e foi parar no acervo da National Gallery, em Londres. Na semana passada, porém, duas ativistas ambientais arremessaram duas latas de sopa de tomate no quadro. As duas são manifestantes do Just Stop Oil, algo como “parem com o petróleo”. Essa não é a primeira vez que pessoas desse grupo atacam obras de arte para chamar atenção e tentar pressionar governos a parar de usar combustíveis fósseis. Obras como "A Última Ceia", "Mona Lisa", ambas de Leonardo Da Vinci, e “A Carroça de Feno”, de John Constable, foram alvo recentes de protestos desse estilo. Com o crescimento da tendência, algumas perguntas pairam no ar: por que ativistas escolheram protestar dentro de museus para reivindicar mudanças ambientais? Será que os museus estão se tornando cada vez mais um palco de discussões políticas, ou devem permanecer como locais intocados, consagrados somente às artes? No Expresso Ilustrada desta semana, Giselle Beiguelman, artista plástica e autora de “Políticas da Imagem – Vigilância e Resistência na Dadosfera”, comenta o fenômeno e explica como os museus se tornaram um espaço de protestos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os cantores Lil Nas X e Harry Styles fazem parte de um movimento fashion que marcou a última Semana de Moda de Londres --o de homens que usam saias e os vestidos. Assim como os artistas, vários modelos do evento desfilaram com esse tipo de roupa, culturalmente associado ao guarda-roupa feminino. Estilistas como Simone Rocha, Molly Goddard, Stefan Cooke e Harris Reed exibiram coleções que desafiam as normas de gênero. No TikTok, a hashtag #BoysInDresses –meninos de vestido em português– ultrapassa 90 milhões de visualizações e a #BoysInSkirts –ou meninos de saia– tem mais 225 milhões. Mas, se por um lado, o movimento vai na contramão de estereótipos, por outro, pode reafirmá-los a depender da maneira como as peças são vendidas no mercado. Há quem venda, por exemplo, vestidos sob o rótulo de masculino —o que é lido por alguns como contradição, já que o nome do produto estipula o gênero de quem deve comprá-lo. Ao mesmo tempo, os estilistas que não separam roupas em feminino e masculino enfrentam problemas técnicos, já que a anatomia de homens e mulheres é diferente. Nesta semana, o Expresso Ilustrada discute por que tantos homens estão desafiando as normas de gênero na moda e qual o impacto disso para a indústria. Para isso, o episódio ouve o estilista Jay Boggo, que vende peças em varejo e sob medida sem distinção de gênero, e a figurinista e escritora Carolina Casarin.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na semana do primeiro turno das eleições, artistas seguiram à risca uma coreografia nas redes sociais. Primeiro, o indicador e o polegar formavam uma arma, em alusão ao presidente Jair Bolsonaro. Depois, a mão com a arminha mudava de posição e os dedos formavam um "L", em apoio ao ex-presidente Lula. Junto a esse movimento "vira-voto", personalidades importantes que ainda não tinham declarado o voto para presidente começaram a se posicionar. Foi o caso de Fátima Bernardes, a favor de Lula, e de Neymar, a favor de Bolsonaro. Na ala bolsonarista, o apoio de artistas demorou a vir. Os sertanejos, que são associados à candidatura do presidente, ensaiaram um apoio tímido até as vésperas do primeiro turno. Num único dia nomes como Gusttavo Lima e Bruno & Marrone declararam que votariam em Bolsonaro. Mesmo com apoio de celebridades como Pabllo Vittar, Caetano Veloso, Anitta, Xuxa e Bruna Marquezine desde o começo da corrida eleitoral, a campanha para eleger Lula no primeiro turno não conseguiu conquistar votos o suficiente para liquidar a disputa no primeiro turno —o que levanta questões sobre a capacidade dos artistas de mobilizar, de fato, votos dos eleitores. O episódio dessa semana discute o peso do apoio de celebridades aos candidatos à presidência e investiga por que esse tipo de influência tem limitações nas urnas. Para isso, o Expresso Ilustrada conversa com o analista de redes Pedro Barciela e com o Gustavo Zeitel, repórter da Folha que conversou com especialistas para entender qual o papel de artistas nas eleições e o que a gente deve esperar dessa movimentação rumo ao segundo turno. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Num dos melhores shows da última edição do festival, a cantora Ludmilla repetiu um gesto que deu problema à ela na Virada Cultural em São Paulo, meses antes —um "L" com a mão. O vereador paulistano Fernando Holiday, do Novo, entrou com uma representação na Justiça contra a Prefeitura de São Paulo e a cantora devido ao símbolo. Ludmilla afirmou que o “L” se referia a inicial do próprio nome. Mas a representação veio porque o gesto é mais frequentemente associado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que é candidato à Presidência neste ano. Holiday não foi o único a questionar manifestações políticas em cima dos palcos nestas eleições presidenciais. Artistas como Daniela Mercury, Pabllo Vittar e Manu Gavassi, por exemplo, também tiveram que se defender na Justiça. A legislação não impede que um artista ou o próprio público manifeste apoio, ou repúdio, a candidatos ou partidos durante uma apresentação. Até onde os artistas podem, de fato, se posicionar politicamente e participar de campanhas políticas? E o governo pode barrar qualquer artista sobre ações eleitorais? São essas perguntas que o Expresso Ilustrada desta semana destrincha. Para isso, o podcast ouve Mônica Galvão, advogada que tem entre seus clientes a T4F, produtora do Lollapalooza, e Guilherme Varella, consultor da Artigo 19 e da projeto Mobile, o Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Beatles, Wanderley Cardoso, Jerry Adriani, Roberto Carlos e toda a turma da Jovem Guarda. Era isso que Chitãozinho e Xororó, que comemoram 50 anos de carreira neste ano, escutavam quando eram adolescentes no Paraná Na época, eles perseguiam um sonho frustrado do próprio pai de ser músico e queriam transcender a música caipira, que anos mais tarde seria chamada de sertanejo. A dupla queria somar à viola os baixos, guitarras e baterias de rock, algo que não era comum até então. Mas a ideia foi barrada várias vezes. Eles até conseguiram emplacar o desejo, mas só depois de muitas tentativas. E foi nessa fase que surgiu um dos maiores sucessos da dupla, "Fio de Cabelo". A música ajudou a vender mais de um milhão de cópias do álbum "Somos Apaixonados", lançado há 40 anos. É um patamar alcançado apenas por nomes como Roberto Carlos e Nelson Gonçalves, impensável para a música sertaneja naquela altura. Chitãozinho fala que, naquela época, o sertanejo só tocava em rádio AM, no interior, e em horários pouco nobres. Com “Fio de Cabelo”, o gênero começou a figurar nas FMs e durante o dia. Além disso, a música trouxe uma nova poética para o sertanejo, que ficou mais próximo da sofrência. O episódio dessa semana relembra a carreira da dupla, que recentemente fez um projeto audiovisual ao vivo que reuniu 14 mil pessoas em quatro apresentações para celebrar as cinco décadas de carreira. As comemorações, que estavam previstas para 2020, foram adiadas por causa da pandemia. Mas, agora, a data coincide também com os 40 anos do lançamento de “Fio de Cabelo”. O Expresso Ilustrada também discute como “Fio de Cabelo” popularizou o gênero que nomes como Inezita Barroso chamavam de “sertanojo” e como a sofrência, que domina hoje o sertanejo, tem raízes nesse hit. Para isso, o podcast conversa com Lucas Brêda, repórter de música da Folha, e escuta a entrevista do jornalista com Chitãozinho e Xororó.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Sabe aquele botão de pular a abertura de séries que aparece nas plataformas de streaming? Um tuíte sobre isso viralizou recentemente e deixou muita gente ouriçada. Isso porque um usuário da rede sugeriu que fosse criado um botão nesses mesmos moldes, mas para pular cenas de sexo. Houve quem comentasse que isso mostra como a geração mais jovem é “puritana e não sabe lidar com a sexualidade". Outros defenderam que nem todo mundo enxerga sexo do mesmo jeito e é preciso respeitar". Não é novidade que o tema sexo causa alvoroço nas redes sociais. E muito menos que o Twitter seja palco de discussões acaloradas. Mas esse tuíte acendeu uma questão que tem atravessado o cinema: tem ficado cada vez mais raro ver gente ficar nua e transando nas telas. Nesta semana, o Expresso Ilustrada explica por que as cenas de sexo estão sumindo do cinema e qual a relação que geração Z —essa que tem até 27 anos hoje— tem estabelecido com o assunto. O episódio também discute como o movimento MeToo impactou a indústria cinematográfica e como a ascensão de governos conservadores também muda o que é, ou não, retratado nas telonas. Para isso, o programa ouve Walter Porto, jornalista da Folha que escreveu sobre o tema, e Isabel Wittmann, crítica de cinema e fundadora do Feito por Elas, site especializado na cinematografia de mulheres.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Loira, de olhos azuis e corpo violão, a boneca mais famosa do planeta, surgiu no fim dos anos 1950, nos Estados Unidos, como um ideal de mulher e feminilidade. De lá para cá, foi pintada por muitos como um símbolo cultural de sexismo e racismo. Ainda assim, nunca saiu de cena e, agora, inspira o nome de uma nova tendência fashionista, a chamada "Barbiecore". Só no Brasil, em junho, a busca pelos termos "Barbie girl" e "Barbie tattoo" na rede social de imagens Pinterest cresceu, respectivamente, 92% e 46%, em relação ao ano anterior E ainda que a Barbie seja um brinquedo voltado a crianças, são adultos e jovens da geração Z —os nascidos entre 1995 e 2010— que, nos últimos tempos, têm dado destaque à sua imagem. Enquanto os atores Margot Robbie e Ryan Gosling viralizam nas redes, com imagens vazadas do filme "Barbie", de Greta Gerwig —diretora de "Lady Bird" e "Adoráveis Mulheres"—, a cor vibrante do rosa-choque, que é marca da boneca, invade vitrines e passarelas pelo mundo. Isso porque depois de meses trancados em casa, vários sobreviventes da pandemia têm vivido dias de extravagância. Com a vacinação em massa, foi possível ostentar não só as alegrias do contato social, como também o apreço por estar vivo. E é nesse contexto que cores vibrantes passaram a ganhar mais espaço nos guarda-roupas. No episódio dessa semana, o Expresso Ilustra discute como o estilo "Barbiecore" fez do rosa-choque a grande cor do momento, como esse movimento está atrelado ao "dopamine dressing" —a tendência de cores intensas e tecidos chamativos que remetem a sensações como felicidade, prazer e êxtase—, e como a estilista Elsa Schiaparelli, que ganha mostra em Paris, foi determinante na criação desse tom. Para isso, o podcast entrevista a jornalista Carolina Vasone, a professora de história da moda Maíra Zimmermann e a especialista em design Ethel Leon. .See omnystudio.com/listener for privacy information.
O que vem na cabeça quando você lê "Independência do Brasil"? Pode ser que você se lembre do Hino Nacional, com versos sobre o brado retumbante de um povo heroico que foi ouvido às margens do rio Ipiranga, ou na própria bandeira do Brasil. Mas é muito provável que você também pense em "Independência ou morte!", quadro que Pedro Américo pintou em 1888 e que aparece em tudo quanto é livro didático de História. O grito do Ipiranga, aparece como um ato heroico nessa tela, que está no Salão Nobre do Museu do Ipiranga, em São Paulo. Dom Pedro 1º é um homem jovem com uma espada em punho e que, de cima do cavalo, num monte, dá o tal do grito de liberdade do país. Mas para dar essa cara de herói para o príncipe, Pedro Américo desviou, e muito, do fato real. Em 2022, com o 7 de setembro se aproximando, a figura do imperador voltou a aparecer nas notícias com a chegada do coração de dom Pedro como parte das comemorações dos 200 anos da data promovidas pelo governo Bolsonaro. O Expresso Ilustrada entrevista a historiadora Lilia Schwarcz, que acaba de lançar o livro "O Sequestro da Independência: Uma História da Construção do Mito do Sete de Setembro" em parceria com Lúcia Klück Stumpf e Carlos Lima Junior. Schwarcz conta como a iconografia e a mitologia do sete de setembro foram construídas e explica por que essas obras que ganharam o status de documento não necessariamente são um retrato fiel do que aconteceu. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Vinte anos depois de "Clima de Rodeio", da Dallas Company, explodir no Brasil, a canção voltou a tocar por aí, mas numa pegada bem diferente da que tinha no começo dos anos 2000. Nas mãos de DJ Chris no Beat e de Ana Castela, a faixa surge agora no som do chamado agronejo. O estilo, também conhecido como sertanejo agro, vem crescendo no streaming e nas redes sociais nos últimos meses e já está entre as músicas mais ouvidas do Brasil. Com batidas eletrônicas, traços do funk e pop, o subgênero desponta com hits como “Juliet e Chapelão” e “Os Menino da Pecuária”. Há artistas do agronejo ainda que usam auto-tune e elementos vindos do trap e do rap. Essa nova estética musical está também atrelada à defesa do agronegócio —e por isso, muitos a relacionam à chamada bancada do boi, que apoia o presidente Jair Bolsonaro (PL). No Expresso Ilustrada desta semana, o agronejo é destrinchado. O programa explica qual a origem do estilo e o que o caracteriza. Além disso, discute polêmicas recentes envolvendo cantores da velha guarda do sertanejo e da nova geração do gênero, assim como a relação entre o agronegócio e o agronejo. Para isso, o programa ouve a cantora Ana Castela, que está há quase um mês no topo da lista de mais ouvidas no Spotify no Brasil, com "Pipoco", e o DJ Chris no Beat, apontado como um dos criadores dessa nova sonoridade.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Salman Rushdie é um dos principais escritores contemporâneos em atividade no mundo. Aos 75 anos, ele levou ao menos dez facadas, na semana passada, e precisou ser encaminhado para o hospital, onde continua internado e já foi extubado. O autor do ataque é Hadi Matar, um jovem americano de origem libanesa que foi detido pela polícia pouco depois da agressão. Ainda não se sabe o que motivou a violência, mas a primeira suspeita é que o atentado tenha um fundo religioso. Isso porque um dos livros mais famosos de Salman Rushdie é “Versos Satânicos”, lançado em 1988. Assim que o romance saiu, a obra foi considerada uma blasfêmia contra a fé islâmica. Entre vários detalhes incômodos, a obra retoma um episódio em que Satã engana Maomé, por exemplo. A revolta contra "Versos Satânicos" foi tão grande que o aiatolá Khomeini, que era o líder religioso do Irã na época, emitiu um decreto pedindo a morte do escritor —o que gerou um dos casos mais barulhentos de ataque à liberdade de expressão na história recente. Agora, o recém-atentado contra o escritor reacende o debate sobre as ameaças do fundamentalismo à liberdade de expressão na literatura contemporânea. O Expresso Ilustrada discute por que "Versos Satânicos" causou essa polêmica e debate a importância de Salman Rushdie para a literatura. Para isso, o programa ouve a repórter da Folha Sylvia Colombo, que cobre os países da América Latina, e o jornalista Diogo Bercito, que foi correspondente do jornal no Oriente Médio e hoje assina o blog Orientalíssimo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Jô Soares sempre quis ser uma estrela. Ele mesmo dizia que já nasceu querendo seduzir o mundo. Morto na semana passada, aos 84 anos, o humorista passou décadas exibindo muitos talentos. Falava seis línguas, interpretou dezenas de personagens e comandou o programa de entrevista mais famoso da televisão brasileira, onde reuniu nomes como Nair Bello, Lolita Rodrigues e Hebe Camargo. Antes de recriar um formato de talk show americano que não era feito no Brasil, Jô marcou a TV nacional com personagens do programa "Faça Humor, Não Faça Guerra", na TV Globo. Ele já tinha passado pelos canais Continental, Rio, Tupi, Excelsior e Record, em que fez o clássico programa de humor "Família Trapo". Fora das telas, Jô ainda trabalhou como dramaturgo, escritor, diretor e ator de cinema e de teatro, e artista plástico. O Expresso Ilustrada desta semana relembra a vida e a carreira do carioca. Para isso, os jornalistas Matinas Suzuki Jr., que é diretor da Companhia das Letras e escreveu uma biografia do Jô ao lado dele, e Cristina Padiglione, que escreve sobre TV na Folha, comentam a importância do humorista para a cultura brasileira e explicam o por que ele se tornou uma figura única que não será repetida. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Carolina Moraes e Marina Lourenço, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Seis anos depois do sucesso de “Lemonade”, Beyoncé finalmente está de volta com um novo álbum solo —a diva do pop está de bem com a vida nessas músicas inéditas. “Renaissance” é uma obra dançante que marca o retorno de uma das maiores estrelas da música do mundo. Desde 2016, Beyoncé só tinha lançado trabalhos paralelos à sua carreira solo. O mais celebrado deles foi "Everything Is Love", álbum em parceria com o rapper e marido dela Jay-Z, de 2019 –dupla que recebeu o nome de The Carters. Está nesse disco, por exemplo, a faixa “Apeshit”, que teve um clipe do casal gravado no Museu do Louvre, em Paris. Ela também lançou o ao vivo "Homecoming", gravado no festival americano Coachella, e o disco "Black Is King", que acompanha o remake do filme "O Rei Leão", da Disney. Com 16 faixas, o burburinho sobre “Renaissance” começou com o lançamento do single “Break My Soul”, que já dava pistas de uma obra com clima de ode às pistas de dança. "Renaissance" parece anunciar que agora é hora de fazer festa depois de mais de dois anos de pandemia e muito tempo de isolamento social. No disco, Beyoncé está alinhada com a música que alçou a cantora à fama nos anos 2000. Não à toa, "Break My Soul" foi produzida por Tricky Stewart e The-Dream, o mesmo time por trás de "Single Ladies", de 2008, um dos maiores hits da artista. Na era das dancinhas pra TikTok, a artista também parece que não está muito preocupada em se encaixar na cartilha da indústria fonográfica. As faixas longas do álbum de uma hora passam bem longe do apelo instantâneo dos vídeos curtos. O Expresso Ilustrada conversa com o repórter de música da Folha, o Lucas Brêda, sobre o novo álbum de uma das maiores divas do pop do planeta. Para analisar “Renaissance”, o episódio retoma os últimos trabalhos da cantora e também debate como a artista reflete uma tendência do mundo pop ao resgatar a pista de dança como fez Lady Gaga em “Chromatica”, ou Dua Lipa com “Future Nostalgia”. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Carolina Moraes e Marina Lourenço, que assinam o roteiroSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A cantora Anitta é uma das celebridades que tem perfil no Onlyfans, uma plataforma que ficou famosa por ter conteúdos eróticos pagos. Muitas das publicações que fazem sucesso na rede são nudes, vídeos de pessoas sensualizando ou até fazendo sexo. Mesmo com muitos assinantes, vídeos e fotos sensuais, a Anitta não posta nada realmente explícito. Já celebridades como a funkeira Mirella e o ex-bbb Luciano Estevan tiram toda roupa pra gravar e fotografar conteúdos eróticos na plataforma. É uma maneira de não só ganhar dinheiro —o acesso aos posts são restritos a assinantes dos perfis—, mas de também manter a fama em dia. Surgido em 2016, no Reino Unido, o Onlyfans vem bombando em vários países, inclusive no Brasil, já há alguns meses. Depois do sucesso da plataforma, começaram a surgir outras com propósito semelhante, como o Privacy. Se por um lado esse tipo de rede pode ser positiva, já que os criadores podem se afastar de trabalhos precarizados dentro da indústria pornô, por outro também apresenta problemas. Produzir conteúdos eróticos por conta própria pode ser uma brecha para que cenas de sexo sejam filmadas sem nenhum tipo de controle sanitário, por exemplo, algo que é regra em estúdios profissionais. É por isso que a expressão “uberização da pornografia” tem sido usada pra se referir a esse nicho do pornô. O Expresso Ilustrada desta semana debate o que é a tal da uberização pornô e explica o que tá por trás de algumas mudanças recentes na indústria erótica. O podcast ouve o Leonardo Sanchez, repórter da Folha que apurou o assunto, a ex-BBB Lumena Aleluia, que faz sucesso no Privacy e foi acusada de fetichizar o corpo negro na plataforma, e o fotógrafo Bauer Rodrigues, da G Magazine. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Carolina Moraes e Marina Lourenço, que assinam o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O corpo da atriz Daniella Perez foi encontrado em um matagal na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com 18 perfurações, em 1992. A atriz tinha 22 anos e era uma das mocinhas da novela "De Corpo e Alma", exibida pela TV Globo e escrita pela própria mãe dela, a Gloria Perez. O colega de elenco da atriz, Guilherme de Pádua, e a mulher dele, Paula Thomaz, foram condenados a quase 20 anos de prisão pelo assassinato. O júri popular acatou a tese da acusação e concluiu que, juntos, eles premeditaram o crime contra a atriz, que fazia par romântico com Guilherme. Paula Thomaz teria matado a colega por ciúmes do marido. Guilherme de Pádua teria cometido o assassinato de Daniella por vingança, já que o papel dele na novela vinha sendo reduzido nos últimos tempos. Os dois assassinos negam as versões. O caso de Daniella Perez chocou uma geração de brasileiros, e é também um dos crimes mais ruidosos do país. Isso tanto pela crueldade do assassinato quanto pelos envolvidos na história, todos do showbiz. Com uma enxurrada de manchetes sensacionalistas, a vida pessoal dos atores e a história dos personagens dos dois na novela começaram a se misturar. Agora, trinta anos depois do assassinato, a HBO Max lança a minissérie documental "Pacto Brutal: O Assassinato de Daniella Perez", em que atores da novela e a mãe da atriz falam sobre o crime e relembram o que viveram na época. A produção relembra, entre várias cenas insólitas, quando Alexandre Frota e Mauricio Mattar chegaram a subir numa mureta para acalmar a multidão que se formou para acompanhar o enterro de Daniella. Enquanto a série vai ao ar, o escritor Bernardo Braga Pasqualette também se prepara para lançar o livro "Daniella Perez: Biografia, Crime e Justiça", em que esmiúça detalhes do caso. O Expresso Ilustrada desta semana debate como o maior crime atrelado à TV brasileira impactou o país, qual foi o papel da imprensa no imaginário social sobre o caso e como o assassinato influenciou as gravações restantes da novela. Para isso, o episódio entrevista Guilherme Genestreti, editor-adjunto da Ilustrada que escreveu sobre o assunto. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que assina o roteiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Uma adolescente com ascendência sul-coreana descobriu um armário mágico, como o de "As Crônicas de Nárnia", que liga sua casa a outro país. Do outro lado, a jovem encontra o quarto do grupo de k-pop mais famoso do mundo, e a vida dela vira de cabeça para baixo. Esse é o enredo de "Além do Guarda-Roupa", um dorama que será lançado pela HBO Max. Dorama é como uma novela produzida em alguns países asiáticos, só que num formato de seriado de streaming —são poucos episódios, sob medida para serem vistos de uma só vez. Todos os ídolos da banda fictícia ACT são interpretados por cantores com passagens por grupos reais de k-pop. Mas o empresário do grupo é vivido pelo ex-BBB Pyong Lee, a série se passa no bairro paulistano do Bom Retiro e a garota que encontra o armário mágico é brasileira. "Além do Guarda-Roupa" não é só uma produção de drama asiático, mas é a primeira neste formato feita no Brasil. O Brasil é o terceiro país que mais assiste a doramas. O país só está atrás dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, segundo o Rakuten Viki, um streaming voltado para produções asiáticas. Quatro milhões e meio de brasileiros usam a versão gratuita ou pagam entre R$ 25 e R$ 50 para ter acesso à plataforma, lançada na Coreia há seis anos. A Netflix, por exemplo, tinha 19 milhões de assinantes no país no início do ano passado. As produções audiovisuais vêm na esteira não só do sucesso do k-pop, mas também de outros tipos de séries e filmes, caso de "Round 6", o seriado mais visto da história da Netflix, que investiu R$ 2,5 bilhões em produções sul-coreanas, também de "Parasita", que há dois anos venceu o Oscar de melhor filme. O Expresso Ilustrada explica o que são os doramas e k-dramas, por que eles têm feito tanto sucesso e como essas produções estão sendo adaptadas para o público brasileiro. O episódio também discute como produtos culturais coreanos têm chegado ao Brasil numa leva de músicas, livros e séries. Para isso, o podcast entrevista Luara França, editora da Companhia das Letras que tem mergulhado no universo cultural coreano e dos k-dramas, Georgia Costa, a principal executiva por trás da produção do dorama brasileiro da HBO Max, e Nick Farewell, roteirista sul-coreano que mora no Brasil desde que tem 14 anos e acaba de vender um k-drama pra uma produtora paulistana. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Carolina Moraes e Marina Lourenço, que assinam o roteiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não é preciso entender muito de cinema para perceber que vários dos filmes e das séries de grande sucesso atualmente se inspiram num passado, que, às vezes, é bem distante. Se você ligar a TV na Netflix, por exemplo, vai ver que a nova temporada de "Stranger Things" é um dos conteúdos mais vistos na plataforma —e a série é um grande caldeirão de referências aos anos 80. Essas referências aparecem na trilha sonora, como em "Running Up That Hill" —música da Kate Bush que se tornou uma das mais ouvidas após aparecer na série—, na época em que se passa a história e até mesmo na escolha do elenco., na época em que se passa a história e até mesmo na escolha do elenco. A Winona Ryder, que é símbolo da geração dos anos oitenta, ajudou "Stranger Things" a se tornar um grande fenômeno da cultura pop contemporânea. A geração que cresceu vendo filmes como "Os Fantasmas Se Divertem" e "Atração Mortal", estrelados pela atriz, chancelou o clima vintage da produção e também ajudou a ampliar o público da série para além dos jovens que dominavam a audiência do streaming em 2016, ano em que a série foi lançada e virou febre mundial. Ryder é um exemplo de como Hollywood tem se apegado a astros do passado para reviver franquias, ou apresentar o universo de um antigo sucesso a gerações mais novas. É o que temos visto em filmes como "Top Gun: Maverick" e "Jurassic World: Domínio". Os dois longas estão rendendo mais dinheiro do que o esperado e foram criados a partir de franquias que foram grandes sucesso dos anos oitenta e noventa. Além disso, os títulos trazem em cena os astros originais de cada uma dessas franquias. No gênero do terror, por exemplo, o longa "Halloween" trouxe Jamie Lee Curtis de volta às telonas, depois de anos de sequências e remakes desastrosos. O mesmo aconteceu com "Pânico", que, neste ano, resgatou a participação de Courtney Cox na franquia. O Expresso Ilustrada dessa semana debate como a indústria de filmes americana descobriu que estrelas de obras clássicas continuam a atrair público. Para isso, o episódio entrevista Leonardo Sanchez, repórter de cinema da Folha que escreveu sobre o fenômeno, e o crítico de cinema do jornal Inácio Araújo. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Côncli. A apresentação é de Carolina Moraes e Marina Lourenço, que assina o roteiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em novembro do ano passado, Jair Bolsonaro foi questionado por um apoiador sobre a qualidade da educação no Brasil. O presidente respondeu que gostaria de "uma educação moral e cívica nas escolas" –e ironizou duas famosas como exemplo de pessoas que, para ele, não sabem nada. Mesmo sem citar nomes, a cantora Anitta percebeu que o presidente se referia a ela, que se pronunciou nas redes. "Eu e mais da metade dos brasileiros não sabem quais são os três poderes, não sabem o dever, por exemplo, do senhor, que, ao invés de estar preocupado com o que eu estou fazendo da minha vida, devia estar cuidando do país, não é mesmo?", respondeu a artista. Quem olhou as redes sociais nos últimos meses sabe que a provocação do presidente não foi caso isolado. Essa estratégia de ironizar artistas e entrar para a discussão do campo do entretenimento tem sido usada por Bolsonaro e apoiadores que devem concorrer na próxima eleição. É o caso de nomes que fizeram parte do núcleo duro da Cultura do governo, formado pelo ex-secretário especial de Cultura Mario Frias, André Porciúncula, que foi número dois do ex-Malhação na Secretaria, e de Sergio Camargo, que comandava a Fundação Palmares. Só Frias já criticou Anitta, Mark Ruffalo, Dira Paes, Paolla Oliveira, Taís Araújo, Lázaro Ramos, Gilberto Gil, Daniela Mercury e José Padilha nessa pré-campanha eleitoral. Os três pré-candidatos também já atacavam a classe artística quando estavam no governo –e agora usam esse discurso como plataforma de campanha. O Expresso Ilustrada dessa semana discute qual o peso do universo das celebridades, influenciadoras e fofoca nas redes sociais e como ele impacta a postura de Bolsonaro e da turma da Cultura da gestão dele, principalmente no Twitter. Para isso, o episódio conversa com Fabio Malini, coordenador do Laboratório de Estudos Sobre Imagem e Cibercultura da Universidade Federal do Espírito Santo. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Desde que entrou no ar no fim de março deste ano, "Pantanal" virou uma febre. O remake da obra, que teve a primeira versão exibida mais de 30 anos atrás, é um dos assuntos mais comentados das redes sociais. O sucesso digital do remake reflete a repercussão da novela entre o público jovem. O cenário chama a atenção —nos últimos anos, assistir a novelas é uma prática que vem se tornando cada vez menos comum entre essa faixa etária. Isso porque a disputa da TV aberta pela atenção dos jovens ficou mais acirrada conforme as alternativas de streaming e de redes sociais proliferaram. Basta pensar que hoje a internet está dentro do bolso da maioria dos brasileiros, o que não era verdade meros 15 anos atrás. Mesmo nesse contexto, "Pantanal" tem conquistado um público jovem, de 15 a 29 anos. Essa parcela da chamada geração Z é 25% maior do que a do público da novela antecessora dessa faixa horária, "Um Lugar ao Sol". O episódio dessa semana discute como esse remake se tornou um fenômeno da TV brasileira, qual a relação disso com as redes sociais e por que a novela desperta tanto interesse em jovens do país. Para isso, o Expresso Ilustrada conversa com o Walter Porto, repórter da Folha que escreveu sobre esse fenômeno de audiência, e Márcio Sampaio, designer do jornal que analisou por que a novela erotiza os homens. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Logo depois do Carnaval fora de época no feriado de Tiradentes, o rapper Orochi subiu ao palco num grande evento na Sapucaí, templo do samba carioca, para cantar a música "Lobo". O artista não faz exatamente o tipo de música mais identificada com o Carnaval, mas essa música sintética e viajada era parte da trilha sonora da cidade, dos sons automotivos às caixinhas de som que são febre nas praias. Além de alavancar a carreira do próprio Orochi, a faixa teve uma importância extra —marcou a transição de MC Poze do Rodo, expoente do funk em 150 BPM, que estava no auge do sucesso em 2019, para o trap, espelhando uma movimentação do próprio Rio. A Mainstreet, selo do Orochi com o sócio dele, o Lang, é casa de vários artistas que têm seguido esse caminho —caso do próprio Poze do Rodo, do Borges, do Bielzin, do Chefin, entre outros. Os artistas da Mainstreet não foram os primeiros e nem os únicos a fazer trap no Rio. Mas até o ano passado, o gênero feito na capital fluminense ainda não tinha tido os números no streaming e a penetração nacional que tem hoje, pulverizado na voz de artistas como MD Chefe, TZ da Coronel, Filipe Ret, Xamã, Maneirinho e L7nnon. Agora, esses artistas estão emplacando um hit atrás do outro e tentam trazer a "cultura de favela" para o trap, segundo o Lang, sócio do selo. Isso porque, para ele, esse movimento chegou mais elitizado ao Brasil, através de pessoas que ouviam música estrangeira. Agora, quem tá fazendo e ouvindo esse gênero, é uma camada social do Rio que sempre esteve bem mais ligada ao funk. No episódio desta semana, a gente conversa com o Lucas Brêda, repórter de música da Folha, que escreveu sobre o assunto, sobre quais são os principais artistas do trap carioca e como essas músicas abordam temas como ostentação, racismo e violência policial nesses hits. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Depois de mais de um ano da viralização do vídeo em que a cantora Anitta aparece tatuando seu ânus, o assunto voltou a ficar entre os mais comentados das redes sociais. Mas desta vez é por outro motivo. "Nós somos artistas que não dependem de Lei Rouanet. Nós não precisamos fazer tatuagem no 'toba' para mostrar se a gente está bem ou não. A gente simplesmente vem aqui e canta", disse o sertanejo Zé Neto, em referência à tatuagem íntima da cantora, num show recente. Foi daí que surgiram uma onda de críticas ao músico, que, no evento em que debochou de Anitta e da Lei Rouanet, recebeu um cachê de R$ 400 mil da prefeitura de Sorriso, apesar do ataque que fez ao incentivo público cultural. Desde então, o episódio tem levado a importantes revelações sobre o uso de verba pública em megaeventos de sertanejos. O Expresso Ilustrada desta semana discute a chamada "CPI do sertanejo" —nome popular dado à essa onda de acontecimentos—, as acusações contra Gusttavo Lima, o funcionamento da Lei Rouanet e a legalidade do incentivo público à cultura. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não é difícil entender por que os Paris Sneakers, da Balenciaga, chamaram tanta atenção. Chacota na internet, os tênis aparecem caindo aos pedaços, com rabiscos e tecido rasgado, num visual que remete à sujeira e chega a custar mais de R$ 9.000. Bolsas em formato de saco de lixo, casacos furados e botas com respingos de tinta são outros itens de grifes famosas que também causaram polêmica e uma enxurrada de memes quando foram divulgados, tempos atrás. Isso porque não é todo dia que vemos roupas e acessórios capengas ganharem o status de luxo e, principalmente, custarem milhares de dólares. Mas algumas perguntas surgem no rastro desse burburinho. Por que uma grife lança peças que nada parecem ter a ver com elegância? Quem as compra? E por quê? Isso é a discussão desta semana no Expresso Ilustrada, que entrevista a influenciadora Malu Borges e a antropóloga especializada em consumo Hilaine Yaccoub. "Vivemos a era do causar", diz a antropóloga. "As pessoas querem comprar algo que será transformado em conteúdo e, com isso, ganhar a chance de aparecer e se destacar." Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som é de Raphael Concli. A apresentação é de Marina Lourenço e Carolina Moraes, que também assinam o roteiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Desde os anos 1970, o terapeuta e artista Lula Wanderley faz adaptações dos "Objetos Relacionais", de Lygia Clark, para realizar da "Estruturação do Self", terapia também criada por ela, que ficou consagrada como uma das maiores artistas brasileiras do século 20. "Ouso dizer que o percurso de Lygia foi a procura de um público", diz Wanderley, fundador do Espaço Aberto ao Tempo é um Centro de Atenção Psicossocial, também conhecido como Caps, da prefeitura do Rio de Janeiro. Para ele, as pessoas da periferia e com transtornos psíquicos que ele atende no Engenho de Dentro que mais entenderam a proposta de Clark. Numa recém-visita ao espaço, a repórter Carolina Moraes, da Folha, entrevistou Wanderley e viu de perto como funcionam as sessões da "Estruturação do Self", nas quais elementos como conchas de mar, almofadas feitas de areia, água e pedrinhas que servem de ferramentas para a terapia. O método foi desenvolvido por Clark quando a mineira passou a negar seu título de artista e se aproximar da terapia, numa série de experiências que até hoje são estudadas. O Expresso Ilustrada desta semana explica a migração de Lygia, das artes plásticas à terapia, seu legado e como a encruzilhada entre arte e loucura é vista nos dias de hoje dentro e fora do Brasil. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não é de hoje que conflitos entre Ucrânia e Rússia atravessam a produção cultural dos territórios. Pesquisas mostram que, ainda no século 17, músicas ucranianas criticavam o imperialismo russo. Acontece que a atual Guerra da Ucrânia parece ter mobilizado uma onda de músicas cantadas na língua do país —antes preterida pela russa por artistas que queriam estourar num mercado financeiramente mais atrativo do lado de lá da fronteira. Agora, o russo virou a "língua do inimigo", como dizem os integrantes do grupo de hip-hop Kalush, um dos mais populares no país —e que representa a Ucrânia no Eurovision deste ano. Na busca por uma essência nacional, os artistas que têm cantado a Ucrânia contemporânea e a guerra acabam buscando o que veio antes deles. É um resgate que não se reduz ao Kalush —Tymofiy Muzychu, integrante da banda, é versado na música folk e em instrumentos nativos, e atuou no campo de batalha—, e respinga na música mainstream do país, de gente como Alina Pash, TNMK, Verka Serduchka e Jamala. O Expresso Ilustrada desta semana debate como a Ucrânia fez da música um novo front da guerra contra a Rússia com sons nativos ancestrais e o uso do idioma oficial e posturas de protesto em apresentações de música. Para isso, o episódio tem a participação dos repórteres da Folha Lucas Brêda e Laura Lewer, que também produziram reportagem sobre o tema. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Raphael Concli. A apresentação é de Carolina Moraes e Marina Lourenço, que também assina o roteiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Três anos depois de os Beatles lançarem "Lucy In The Sky With Diamonds", o LSD, que foi o grande motivador da canção e uma das marcas da contracultura, foi proibido nos Estados Unidos. Só um ano depois, em 1971, uma convenção da ONU proibiu o uso de psicodélico em todos os países membros da instituição. Era o início da chamada guerra às drogas. Mas antes mesmo do proibicionismo vir à tona, os psicodélicos já ganhavam um destaque negativo em boa parte da mídia e produções culturais. Filmes como "Força Diabólica", de 1959, associavam esse tipo de substância a alucinações típicas de quadros de esquizofrenia, o que, anos depois, se mostrou equivocado. Nas últimas décadas, esses alteradores de consciência voltaram aos holofotes da ciência para o tratamento de transtornos mentais e várias normas estão sendo flexibilizadas, o que tem influenciado vários filmes, séries, livros e músicas. O mercado editorial, por exemplo, está atento ao assunto, e traz livros como "História Social do LSD no Brasil", de Júlio Delmanto, "Como Mudar Sua Mente", de Michael Pollan, e "A Experiência Psicodélica", de Timothy Leary. Nas telas, os psicodélicos também têm feito sucesso com séries como "Nove Desconhecidos" e "Ratched". O Expresso Ilustrada desta semana discute a representação dos psicodélicos na cultura pop e explica por que a ciência também está cada vez mais debruçada sobre eles. Para isso, Nathan Fernandes, pesquisador do tema, e Marcelo Leite, jornalista, autor do livro "Psiconautas - Viagens com a Ciência Psicodélica Brasileira" e do blog "Vida Psicodélica", da Folha, comentam o assunto. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Fazia poucos dias que o governo Fernando Collor tinha confiscado o dinheiro da caderneta de poupança dos brasileiros quando uma das novelas mais marcantes da dramaturgia nacional estreou na TV Manchete, em 27 de março de 1990. Numa imersão na identidade rural do país, "Pantanal" resgatava imagens de paisagens exuberantes, sons de pássaros, pôr do sol e muito verde. A novela conquistou o coração do brasileiro e, aos poucos, virou um clássico da TV. Agora, novamente no ar com uma nova versão que repagina sua história, "Pantanal" repete o sucesso de décadas atrás e já é considerada um marco de audiência na Rede Globo. A estreia do remake teve o maior público —da faixa horária nobre do canal— desde o fim de "Império", em 2014. No Expresso Ilustrada desta semana, a atriz Dira Paes, que na novela faz o papel de Filó, comenta as atualizações de "Pantanal", a influência da novela na defesa deste bioma, o retrato de conflitos agrários no remake e como isso funciona diante da gestão ambiental do governo Bolsonaro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
"Checkmate". Foi com esse projeto de quatro músicas e quatro clipes, lançado em 2017, que Anitta fez com que o grande assunto do pop nacional se tornasse as tentativas da cantora de estabelecer uma carreira fora do Brasil. Na época, ela lançou músicas com parcerias estrangeiras para tentar emplacar sucessos no exterior, como "Downtown" e "Vai Malandra". A cantora também arriscou o primeiro single em inglês, "Will I See You". Enquanto Anitta pavimentava essa carreira estrangeira, a música brasileira que tinha estourado tanto aqui quanto fora era "Bum Bum Tam Tam", do MC Fioti. Se esse sucesso estrondoso foi um tanto improvável, já que não foi moldado para virar um hit internacional exatamente, a gente não pode dizer o mesmo das músicas da Anitta, que, no mês passado, chegou ao topo das músicas mais ouvidas do mundo no Spotify com "Envolver". Há anos a cantora estuda o mercado da música internacional e sabia que ele ficou mais propício para a ascensão de uma estrela brasileira que dialogue com a chamada "música urbana", com batidas eletrônicas dançantes. No episódio dessa semana, a gente discute como a Anitta chegou no topo das paradas. Para isso, voltamos a 2017 para entender as influências de "Bum Bum Tam Tam" e da ascensão das plataformas de streaming a partir daquele ano na carreira da Anitta. O Expresso Ilustrada também comenta o lançamento de "Versions of Me" e o que os números de plays nas canções mais recentes que estão no álbum apontam sobre a trajetória dela. Participa do episódio Lucas Brêda, repórter de música da Ilustrada que escreveu uma análise sobre como Anitta chegou ao topo. See omnystudio.com/listener for privacy information.
"Anotem este nome: Lygia Fagundes. Será o de uma grande novelista." Foi isso que anunciou o crítico do jornal Folha da Manhã, em novembro de 1938, pouco após a publicação de “Porão e Sobrado”, o primeiro do livro da escritora, morta semana, aos 103 anos. A previsão do sucesso de Lygia feita pelo crítico estava correta. A escritora é uma das autoras mais reconhecidas da língua portuguesa e uma das imortais da Academia Brasileira de Letras, a ABL, instituição da qual ela era exclusiva desde 1985. Autora de sucessos como "Ciranda de Pedra e "As Meninas", Lygia foi celebrada em vida com quatro Jabutis, o principal prêmio literário do Brasil, e com um Camões, o maior da língua portuguesa. ficção no Brasil. O Expresso Ilustrada desta semana relembra a vida e a carreira da escritora, além de explicar a importância de suas obras para a literatura nacional. O programa ouviu Luisa Destri, especialista em literatura brasileira e coautora de "Eu e Não Outra - A Vida Intensa de Hilda Hilst", Lúcia Telles, neta da escritora, e Júliãn Fuks, fã de Lygia e autora do premiado "A Resistência". "Existe uma grande precisão vocabular, uma construção de sentido muito específico e rica [nas obras de Lygia]", disse Fuks. "Ela deixa livros magníficos, particularmente os contos, algo que tem muita força, uma qualidade. Em tempos recentes, os contos perdidos têm um espaço muito mais interessado em romances, narrativas grandes, mas Lygia é uma grande expoente dos contos fantásticos nacionais." Com novos problemas todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Laila Mouallem. A apresentação é da Marina Lourenço, que também assina o roteiro com Carolina Moraes. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Sem dúvidas um dos assuntos mais comentados desta semana é o tapa que Will Smith deu em Chris Rock na 94ª edição do Oscar, que aconteceu no último domingo (27). O momento entrou para a história do prêmio, rendeu discussões dentro e fora da internet e tem gerado vários desdobramentos. A agressão foi tão surpreendente que, pouco após o ocorrido, a audiência televisiva da cerimônia aumentou. A ABC, a transmissora oficial do Oscar nos Estados Unidos, alcançou 510 mil espectadores novos só nos quinze minutos seguintes ao tapa. Depois, houve outro pico —dessa vez, com um aumento de 614 mil— quando Smith recebeu o prêmio de melhor ator por "King Richard: Criando Campeãs". Esse aumento grandioso choca porque, os números de audiência do Oscar na TV vêm caindo vertiginosamente ano a ano e, em 2021, alcançaram uma baixa histórica. O Expresso Ilustrada desta semana debate a crise de audiência e de imagem do Oscar, assim como suas novas estratégias para atrair o público, e explica os impactos do tapa de Smith na Academia de Hollywood. "É inegável que esse tapa trouxe um bom retorno para Academia. Talvez tenha ajudado a ressuscitar a audiência televisiva, que cresceu cerca de 60% em relação ao ano passado", diz o repórter de cinema Leonardo Sanchez, que, assim como o jornalista Tony Goes, foi entrevistado para o episódio. "Com certeza, acabou sendo positivo em termos de engajamento, mas é uma pena que, na verdade, eclipsou o que realmente importa, que é o cinema. Todo mundo está falando da agressão, não de quem ganhou a estatueta." Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Laila Mouallem. A apresentação e roteiro são de Marina Lourenço e Carolina Moraes. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Antes de vir para o Lollapalooza no Brasil, que começa neste final de semana, a Pabllo Vittar levou hits do seu último disco, "Batidão Tropical", para a edição argentina do festival. E pelo jeito que o público reagiu à sua presença da cantora, não é só por aqui que ela é muito ouvida. A cantora dos hits "Rajadão", "Problema Seu" e "Amor de Que" se tornou um marco da cena musical LGBTQIA+, mas não é a única drag a fazer hits pelo Brasil. Gloria Groove, por exemplo, é uma das artistas mais tocadas do momento, com seu hit "Vermelho", do disco recém-lançado "Lady Leste". Se antes drags ficavam numa caixa restrita da cena musical, agora têm estourado a bolha da indústria fonográfica e aparecem em outros tipos de produções culturais, como o reality comandado por Vittar que chega à HBO Max, o "Queen Stars", que traz batalhas de performances entre drags queens brasileiras. O mesmo tem acontecido com artistas trans e travestis, como as cantoras Liniker e Lina, conhecida como Linn da Quebrada, que protagonizam, respectivamente, a série "Manhãs de Setembro", do Amazon Prime Video, e o filme "Vale Night", em cartaz nos cinemas. O Expresso Ilustrada desta semana mostra como Vittar abriu uma série de portas na cultura e as dificuldades ainda enfrentadas por performers drags, trans e travestis no mercado de entretenimento do Brasil. O episódio traz entrevistas com Vittar, a cantora Urias e o pesquisador Wellthon Leal, que estuda a formação da identidade gay a partir da música. Todos foram entrevistados pelos jornalistas Pedro Martins e Leonardo Sanchez, que escreveram reportagem para a Folha sobre o assunto. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Rússia virou pária da indústria cultural depois que seu presidente, Vladimir Putin, atacou a Ucrânia e deu início à mais grave crise militar na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. O Festival de Cannes, por exemplo, não vai aceitar a presença de delegações oficiais do país ou de qualquer pessoa ligada ao governo de Putin no evento, previsto para maio. No campo comercial, a Disney, a Sony e a Warner, três dos maiores estúdios de Hollywood, afirmaram que não vão exibir lançamentos no país até que o conflito seja interrompido. A Netflix também interrompeu produções originais russas e a compra de filmes e séries do país e o Spotify fechou seu escritório na Rússia sem previsão de volta. No Brasil, a Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, que seria realizada em março, foi adiada diante da escalada da invasão do território ucraniano. Mas o que pensar sobre essa onda de cancelamento a produções russas como protesto à guerra? Isso pode ser um "novo macarthismo", como quando uma série de artistas e intelectuais foram censurados nos Estados Unidos, acusados de terem ligações com o comunismo? O Expresso Ilustrada desta semana conversa com Irineu Franco Perpetuo, tradutor e autor do livro "Como Ler os Russos". Ele explica os efeitos desses cancelamentos dos russos e como o país influenciou, e muito, a cultura brasileira O episódio também entrevista os jornalistas Pedro Diniz e Gustavo Zeitel. Diniz acompanhou a Semana de Moda de Paris, que teve uma série de protestos de influenciadores, estilistas e marcas contra a Guerra. Já o Gustavo conversou com bailarinos brasileiros que trabalhavam em grandes companhias da Rússia e tiveram que deixar a carreira no auge por causa da Guerra. "A gente está cortando na própria carne. Você não entende Villa-Lobos sem a música de Stravínski, nem entende Nelson Rodrigues sem o teatro de Dostoiévski", afirma Perpetuo. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Laila Mouallem. A apresentação e roteiro são de Marina Lourenço e Carolina Moraes. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um dos maiores nomes da literatura infantil e infantojuvenil do Brasil, Pedro Bandeira, que fez 80 anos nesta quarta (9), dedicou boa parte de sua vida à educação, publicou 130 livros e vendeu mais de 28 milhões de exemplares. Entre seus sucessos estão “O Fantástico Mistério de Feiurinha”, “A Marca de uma Lágrima” e a série Os Karas, que tem “A Droga da Obediência”, “A Droga do Amor”, “Droga de Americana”, “A Droga da Amizade”, “Pântano de Sangue" e “Anjo da Morte”. Embora alguns desses romances tenham chegado às livrarias há quase 40 anos, continuam, segundo o próprio autor, mais atuais do que nunca, sobretudo diante de casos como o do ex-prefeito do Rio de Janeiro que mandou recolher das prateleiras um quadrinho com um beijo gay. "É função dos escritores escrever aquilo que acham que devem escrever. A liberdade de criação é a coisa mais linda do mundo", diz o escritor, em entrevista ao repórter Pedro Martins, da Folha. O Expresso Ilustrada desta semana traz os melhores momentos da entrevista, em que Bandeira fala de assuntos como o uso de redes sociais como o TikTok, a literatura de Monteiro Lobato, o racismo e a educação brasileira durante o governo de Jair Bolsonaro. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Laila Mouallem. A apresentação e roteiro são de Marina Lourenço e Carolina Moraes. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quem assistiu à MTV nos anos 2000 provavelmente viu clipes de músicas como "I Write Sins Not Tragedies", do Panic! At The Disco. Esse e outros hits são símbolos do emo e do pop punk que dominaram a indústria musical nos anos 2000 com uma estética melancólica e juvenil. Quinze anos depois do auge desse movimento com vocais gritados e letras bem sentimentais, a cena mainstream americana resgatou essa sonoridade. Um dos maiores exemplos é Olivia Rodrigo, uma das cantoras mais ouvidas de 2021 no Brasil e no mundo. O maior sucesso da artista é a canção “Good 4 U”, que já foi muito comparada com a música "Misery Business", lançada em 2007 pela banda Paramore, um dos principais nomes do emo e do pop punk dos anos 2000. A Avril Lavigne, um dos maiores nomes desse movimento, ficou alguns anos distante do emo e agora volta a surfar na onda que ela mesma ajudou a criar. O Expresso Ilustrada dessa semana debate o que motivou e como tem sido o retorno do emo e do pop punk nas paradas musicais. Para isso, o episódio conversa com o músico e produtor Lucas Silveira, vocalista da Fresno, e Leandro Carbonato, empresário na produtora Powerline Music, que produz bandas e traz shows internacionais de pop punk ao Brasil. See omnystudio.com/listener for privacy information.
De tempos em tempos, um novo golpe aparece e deixa todo mundo em alerta. Primeiro, pipocam as denúncias de quem foi prejudicado —marcadas por um sentimento de injustiça e, muitas vezes, de vergonha. Em seguida, surgem reportagens com dicas e orientações para que mais pessoas não sejam enganadas. Agora, uma onda crescente de séries e filmes sobre vigaristas que têm caído no gosto do público. Produções como "Inventando Anna" e o "O Golpista do Tinder" estão hoje entre as maiores audiências da Netflix em dezenas de países. Histórias como essas duas causam medo em muita gente, mas também aguçam a curiosidade dos espectadores. O Expresso Ilustrada dessa semana debate o sucesso dessas produções sobre grandes vigaristas, o que está por trás do desejo de acompanhar histórias sobre esse tipo de crime e como isso se relaciona com o sucesso histórico de programas policiais. Para isso, participam do episódio o jornalista da Folha Leonardo Sanchez e o Antônio Serafim, diretor do Núcleo Forense do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, a USP. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em agosto de 2011, a indústria de filmes eróticos dos Estados Unidos parou completamente depois que um dos seus artistas recebeu um diagnóstico positivo de HIV. A interrupção das filmagens foi acompanhada por todas as grandes produtoras do setor, então preocupadas com a repercussão do caso —mas, meses depois, tudo voltou ao normal. Ainda hoje, a prática nos Estados Unidos é que os atores façam testes de HIV todo mês, mas não existe obrigatoriedade do uso de preservativos. No Brasil, pequenas e médicas produtoras também são avessas ao uso de camisinha, e enfrentam agora uma paralisação da indústria pornográfica brasileira após três atrizes pornô apresentarem testes de HIV positivos em São Paulo, principal polo erótico no país. O Expresso Ilustrada dessa semana debate o assunto com o jornalista Ricardo Feltrin, que revelou os casos de infecção em reportagem na Folha. Ele conta como a indústria pornográfica funciona e os bastidores dessa matéria. Participa também do episódio o infectologista e colunista do jornal Esper Kallás, que escreveu sobre o assunto e explica no podcast que a camisinha não é o único método de prevenção tanto da HIV quanto de outras infecções sexualmente transmissíveis. Ele também comenta como o debate sobre essas infecções avançou nos últimos anos. "As pessoas que vão filmar as cenas ou ter relações sexuais precisam ser avaliadas por profissionais que estão habituados a avaliar a vulnerabilidade de transmissão não só da HIV, mas também de outras infecções sexualmente transmissíveis", diz o infectologista no programa. Com novos episódios todas as quintas, às 16h, o Expresso Ilustrada discute música, cinema, literatura, moda, teatro, artes plásticas e televisão. A edição de som desta semana é de Natália Silva, e a apresentação e roteiro são de Marina Lourenço e Carolina Moraes. See omnystudio.com/listener for privacy information.