Podcast appearances and mentions of manuel jo

  • 29PODCASTS
  • 44EPISODES
  • 32mAVG DURATION
  • 1MONTHLY NEW EPISODE
  • Dec 23, 2024LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024


Best podcasts about manuel jo

Latest podcast episodes about manuel jo

Convidado
2024, o ano em que Moçambique votou, desceu à rua e protestou

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 23, 2024 56:50


Entramos na fase final de 2024 e, como todos os anos, tentamos esboçar um balanço dos últimos meses que passaram em África. Neste sentido, falamos com diversos estudiosos, nomeadamente o escritor e analista cabo-verdiano António Ludgero Correia, o professor de Relações Internacionais angolano Osvaldo Mboco, o analista moçambicano Justino Quina, o jornalista guineense Diamantino Lopes, o sociólogo são-tomense Olívio Diogo e o especialista português do Corno de África, Manuel João Ramos. Neste balanço do ano, não podíamos deixar de dar destaque a Moçambique cuja actualidade tem sido trágica com a recente passagem do ciclone Chido no norte do país, provocando numerosos mortos e afectando muitos milhares de pessoas.A nível político, estas últimas semanas foram também intensas em Moçambique, depois das eleições gerais de 9 de Outubro, com a CNE a declarar a Frelimo no poder vencedora com mais de 70% dos votos.Resultados rejeitados pela oposição, em particular pelo partido extraparlamentar 'Podemos' e o seu candidato presidencial Venâncio Mondlane que apelou regularmente a manifestações e bloqueios por todo o país.A repressão desses movimentos resultou em mais de 130 mortos, de acordo com a sociedade civil, o que abriu uma ferida profunda no seio da população. Para o cientista político Justino Quina, houve um extremar de posições de parte a parte. Só que "o país não tem condições de viver períodos de instabilidade cíclica", adverte o estudioso.Este foi também um ano de dor no Sudão, onde pelo segundo ano consecutivo, o exército do general Abdel Fattah al-Burhane se opôs aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido do general Hamdane Daglo, com um balanço que ascende a várias dezenas de milhares de mortos, 12 milhões de deslocados e a "maior crise humanitária do mundo", segundo a ONU. Uma situação que infelizmente não tem fim à vista, de acordo com Manuel João Ramos, especialista do Corno de África ligado ao Instituto Universitário de Lisboa, para quem este "é o problema mais grave em todo o mundo, mas aquele é mais esquecido".A zona do Sahel também continuou em ebulição em 2024, nomeadamente com o Níger, o Mali e o Burkina Faso a anunciarem no começo do ano a sua decisão de sair da CEDEAO. Esta decisão foi confirmada em meados deste mês na última cimeira da Comunidade Económica do Estados da África do Oeste, com os dirigentes da organização a dizerem que esta saída será definitiva dentro de seis meses. Para o jornalista e analista guineense Diamantino Lopes, "factores políticos, diplomáticos e também factores económicos nesses países e ainda associados à segurança" contribuíram para esta decisão.Este foi também um período particularmente conturbado no Senegal, onde após o anúncio do adiamento das presidenciais inicialmente previstas em Fevereiro, eclodiram manifestações violentas. O escrutínio que acabou por ser realizado em Março, foi marcado pela vitória do opositor Bassirou Diomaye Faye. O seu partido venceu igualmente as legislativas de Novembro, confirmando Ousmane Sonko no posto de primeiro-ministro. Esta alternância política traduziu-se por uma viragem, designadamente em termos de relações com parceiros tradicionais como a França.Recentemente, o Senegal disse que não quer mais a presença de tropas francesas no seu território, por uma questão de soberania. "Agora, vemos um novo grupo político que é pan-africanista, tem uma outra visão política, uma outra visão da sociedade", considera Diamantino Lopes ao falar em "mudança geracional".Pelo contrário, na Guiné-Bissau, 2024 marcou a continuidade da viragem assumida em finais de 2023, após a dissolução do parlamento.A instabilidade política e a repressão de protestos populares, foram alguns dos aspectos marcantes deste ano. Após ter anunciado a realização de legislativas antecipadas para 24 de Novembro, o Presidente da República acabou por anunciar o seu adiamento quinze dias antes da data prevista para o escrutínio. Para Diamantino Lopes, 2024 não foi um ano de surpresas. "Já se vislumbrava a instabilidade política porque não houve uma mudança como deve ser (…) Voltou-se a um processo de estagnação", lamenta Diamantino Lopes.Noutras latitudes, nos Grandes Lagos, não se alcançou ainda a paz no leste da RDC.No poder desde o ano 2000, o Presidente ruandês Paul Kagame foi reeleito a 15 de Julho para um novo mandato de cinco anos, com mais de 99% dos votos.Considerado como o principal factor de desestabilização do leste da República Democrática do Congo, ele tem sido assiduamente solicitado por Angola para se sentar à mesa das negociações com o Presidente Tshisekedi.Uma ronda negocial que devia marcar a possível assinatura de um acordo de paz, no passado dia 15 de Dezembro, acabou por ser cancelada devido a desacordos persistentes entre as partes. Osvaldo Mboco, professor de Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola e autor do livro "Política externa de Angola, Principais marcos, desafios e perspectivas", dá conta da importância do envolvimento de Angola na mediação do conflito do leste da RDC. "Independentemente de todo esse envolvimento de Angola, conhecemos o desfecho que não tem sido muito favorável e, reparando nesta dimensão, Angola deve continuar a trabalhar com o intuito de buscar as melhores soluções e também defender os seus interesses na região", considera o universitário.Noutro aspecto, a visita no começo deste mês do Presidente americano Joe Biden a Angola, foi considerado um marco histórico para Luanda, Osvaldo Mboco sublinhando que "os americanos têm muitos interesses em Angola".Entretanto, desta vez em São Tomé e Príncipe, este ano esteve uma vez mais colocado sob o signo das dificuldades económicas. Esta situação foi o motivo invocado pelo chefe do governo, Patrice Trovoada, para tentar abrir brechas e gerar liquidez no país.Uma dessas brechas é a sua decisão de aumentar substancialmente o valor das taxas aeroportuárias pagas por quem vem de fora. Esta decisão gerou mal-estar entre o chefe do governo e o Presidente da República, apesar de serem da mesma cor política, com Carlos Vila Nova a vetar essa decisão e Patrice Trovoada a levar esse projecto avante, através de uma resolução que entrou em vigor no passado dia 1 de Dezembro.Para o sociólogo são-tomense Olívio Diogo, este episódio apanhou a população de surpresa, o estudioso vincando que "o país não precisa disso (…) As partes deviam dialogar, não trazer para a praça pública mais um conflito desnecessário que não vai fazer bem à saúde política" do país.Em Cabo Verde, este ano foi marcado por uma epidemia de dengue e por controvérsias, nomeadamente em torno do dossier dos transportes aéreos. Para o escritor e analista cabo-verdiano António Ludgero Correia, "um país arquipelágico e pobre como Cabo Verde devia ter uma boa rede de transportes marítimos. Nós temos estado a esbanjar dinheiro, a entregar pérolas a porcos, tentando fazer grandes coisas na área de transportes aéreos. A companhia de bandeira tem custado um balúrdio ao Estado".Por fim, na África do Sul, 2024 marcou uma mudança no cenário político, com o ANC a perder a maioria absoluta nas eleições gerais de Maio, obrigando o partido no poder há 30 anos a formar um executivo de coligação. Para o analista moçambicano Justino Quina, esta é a tradução de um descontentamento da população sul-africana que já vem de longe. "Há um conjunto de demandas sociais às quais ao longo do tempo o ANC não tem sabido responder de forma significativa", refere o estudioso.Por outro lado, ao evocar os próximos tempos naquele país, em particular a perspectiva de a África do Sul presidir o G20 em 2025, Justino Quina diz esperar que "a África do Sul use esta grande oportunidade para fazer valer não só os seus interesses, mas também os interesses da região".

Prova Oral
Fernando Alvim com Manuel João Vieira,

Prova Oral

Play Episode Listen Later Oct 11, 2024 53:46


Expresso - Blitz Posto Emissor
Manuel João Vieira. Das “Canções de Dor de Corno” aos mistérios da paternidade

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Oct 10, 2024 57:38


Há 40 anos a permear a música portuguesa com ironia, surrealismo, marotice e erudição, Manuel João Vieira é o convidado da mais recente edição do Posto Emissor. Homem de muitos oficios, figura de proa nos Ena Pá 2000, Irmãos Catita ou Corações de Atum, lança esta semana um novo álbum a solo, mas bem acompanhado por um grupo de quase uma vintena de músicos, entre os quais o saxofonista Ricardo Toscano e o contrabaixista Carlos Barretto: chamou-lhe “O Tempo das Andorinhas” e tem como subtítulo “Canções de Dor de Corno”. Ao podcast da BLITZ traz música de outros tempos, memórias da “má vida” e os desafios da paternidadeSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Cacofonia
S04E20 - Manuel João Vieira

Cacofonia

Play Episode Listen Later Mar 11, 2024 60:36


Depois de uma noite quente de eleições, recebemos em estúdio a sabedoria de Manuel João Vieira. Falou-nos dos seus projetos novos, velhice, o seu passado em Belas Artes e no fim ainda tocou uma canção. É mais um episódio do Cacofonia! ________________ REDES Instagram do Chico instagram.com/franciscocorreia Instagram do Paiva instagram.com/josepaiva7 Instagram Cacofonia instagram.com/cacofoniapod Spotify open.spotify.com/show/1QT364Z2gN1PW4h5zIwi2R iTunes podcasts.apple.com/pt/podcast/caco…ia/id1471011102 SoundCloud on.soundcloud.com/AbvBH MAIL movimentocacofonia@gmail.com #cacofonia #podcast #manueljoaovieira

Abril conversas mil
Abril conversas mil #5 - Manuel João Vieira e Anabela Mota Ribeiro

Abril conversas mil

Play Episode Listen Later Jan 10, 2024 65:04


Neste episódio de Abril conversas mil juntamos o músico e artista multifacetado Manuel João Vieira e a jornalista e escritora Anabela Mota Ribeiro, com o anfitrião Bruno Dias, deputado do Partido Comunista Português à Assembleia da República. Manuel João Vieira reflete sobre o mito do progresso, que ainda hoje está patente na sociedade, bem como sobre a utopia e a melancolia.Relembra a importância da liberdade na criação artística, conquistada com a Revolução, e da elevação cultural das pessoas, onde há ainda muito caminho para andar. Anabela Mota Ribeiro, ancorada na questão da guerra colonial, afirma que a revolução de Abril lhe devolveu o pai, que era combatente na guerra. Declara-se feminista, invocando a figura da sua mãe e a presença do seu nome, e filha da escola pública, que marcou a sua formação. Anabela Mota Ribeiro – apesar de só ter memórias suas em liberdade – recorda a Revolução com recurso a um cravo feito de papel feito pelos alunos da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, em Vila Real. Este cravo foi-lhe oferecido pelos alunos quando a escritora foi apresentar o seu livro “Filhos da Madrugada”. Manuel João Vieira trouxe consigo o busto do Lenine, que era do seu tio, com o qual recordou a ideia da liberdade e o entusiasmo pelo 25 de Abril e do 1 de Maio de 1974  50 anos depois estarão na rua a celebrar Abril, combatendo o medo, propagando a música e a amizade. Disponível nas redes sociais do PCP e nas plataformas:

Abril conversas mil
Abril conversas mil #5 - Manuel João Vieira e Anabela Mota Ribeiro - Antevisão

Abril conversas mil

Play Episode Listen Later Jan 8, 2024 0:38


Está de regresso uma linguagem que criminaliza as lutas e a resistência? Que tempos sombrios e perigosos são estes? Bruno Dias conversa com o artista multifacetado Manuel João Vieira, e com a jornalista e escritora Anabela Mota Ribeiro, sobre as memórias da Revolução e os valores de Abril (os que temos e os que faltam cumprir) e sobre a importância que a cultura tem para alimentar gente capaz de revolucionar a vida. Estreia quarta feira, dia 10!Disponível nas redes sociais do PCP e nas plataformas:

Em directo da redacção
2023, ano de novos conflitos, atropelos aos Direitos Humanos e crises em África

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Dec 26, 2023 59:00


Entramos no final do ano de 2023 e, na hora dos balanços, este ano será lembrado como um momento de dor em que o mundo continuou a sentir os efeitos da guerra na Ucrânia e agora também no Médio Oriente. Em África, estas crises não deixaram de ter impacto designadamente em termos de aumento do custo de vida, o continente tendo visto igualmente surgir ou ressurgir novos focos de instabilidade.  Um dos pontos do continente onde a situação tem sido difícil é o Sudão onde, em Abril, um conflito entre o chefe do exército Abdel Fattah al-Burhane e o seu antigo adjunto, doravante rival, o general Mohamed Hamdane Daglo degenerou em guerra civil. Até ao momento, de acordo com a ONU, este conflito que se segue a anos de instabilidade e a um golpe de Estado em 2021, causou pelo menos 12 mil mortos e mais de 6 milhões de deslocados.Também na Etiópia, a instabilidade continuou a ser uma realidade neste ano de 2023, com o surgimento de um conflito entre o governo central e a região Amhara no norte do país. Situações particularmente preocupantes do ponto de vista do especialista do Corno de África, Manuel João Ramos."Tanto o que está a acontecer no Sudão, como na Etiópia, é muito grave e é trágico (...), são duas guerras que passam muito sob o radar mediático. Parece que as pessoas não sabem o que está a acontecer. Estamos todos focados nos efeitos mediáticos da guerra da Ucrânia e sobretudo, hoje em dia, no conflito em Gaza. A verdade é que estes dois conflitos que, tendo motivos e factores internos, são também eco de convulsões geoestratégicas muito importantes. O Corno de África fica na margem ocidental do Mar Vermelho que é hoje um centro de uma espiral de conflito e de tensão extrema, como tem sido noticiado, com os ataques iemenitas a navios mercantes", observa Manuel João Ramos.Outra tragédia marcou 2023, desta vez em Marrocos onde na noite do 8 de Setembro, um violento terramoto atingiu a região de Marraquexe, causando cerca de 3.000 mortos e mais de 5.600 feridos. Na altura deste acontecimento, Mama Saliu Tala Djob, secretário-geral da Associação de Estudantes e Estagiários Guineenses no Reino de Marrocos falou com a RFI e deu conta da situação então vigente. "De uma forma geral, a população está aflita. Pode encontrar população na rua, a dormir no acampamento ou no jardim" relatou o estudante dando todavia conta de um forte movimento de solidariedade para acudir os sinistrados.Entretanto, na África do oeste, 2023 marcou o alastramento da instabilidade já vigente em alguns países da região.No dia 26 de Julho, um grupo de militares tomou o poder no Níger, aprofundando um pouco mais a fractura na África do Oeste entre os países liderados por poderes civis e os regimes resultantes de golpes de Estado militares. Uma fractura que se materializou nomeadamente com a assinatura em Setembro de um acordo de defesa mútua entre o Níger, o Mali e o Burkina Faso, todos eles países dirigidos por juntas militares. Em entrevista à RFI, o analista guineense Armando Lona falou em "região em clara ebulição".Ao considerar que os recentes golpes "testemunham uma certa vontade pela mudança na África ocidental", o analista nota que "assistimos também a contestação de natureza política e social em diferentes países, nomeadamente no Senegal que tem sido um país animado por um movimento político-social através da liderança do opositor Ousmane Sonko que, neste momento, está na cadeia".Na vizinhaGuiné-Bissau, este ano foi marcado pelas legislativas de Junho e a vitória da coligação PAI Terra Ranka, com a instalação de um governo e de um parlamento resultantes desta nova configuração. Mas a 4 de Dezembro, o Presidente Umaro Sissoco Embalo decidiu dissolver o parlamento depois de confrontos entre elementos da guarda nacional e membros do batalhão presidencial na madrugada de 1 de Dezembro que consubstanciaram, na sua óptica, uma "tentativa de golpe de Estado". Depois de um momento de esperança, veio "um retrocesso em termos de Estado de Direito democrático", diz Fodé Mané para quem este momento representou um "desrespeito da vontade popular" porque "o parlamento que representava a vontade popular foi impedido de funcionar através de um acto ilegal".Ao tecer críticas à reacção prudente da CEDEAO a respeito desta nova crise, o activista considera que "esta instituição existe formalmente" mas que não é "nem dos povos, nem dos governantes, mas de um núcleo restrito de pessoas que sequestraram o poder nos seus países".Noutras latitudes, em Moçambique, deram-se em 2023 dois momentos marcantes, nomeadamente a morte em Março do rapper Azagaia. As marchas de homenagem ao artista que era também um activista muito crítico em relação ao poder, foram severamente reprimidas pela polícia, tendo havido registo de vários feridos.Meses depois, em Outubro, por altura das autárquicas, o país conheceu um segundo momento de tensão, com um forte movimento de contestação aos resultados oficiais que deram a vitória ao partido no poder na maioria das 65 autarquias do país, apesar de indícios de irregularidades. Adriano Nuvunga, dirigente do Centro Para Democracia e Direitos Humanos, guarda deste ano a "imagem de abuso e violação dos Direitos Humanos".Ao recordar os incidentes ocorridos durante as marchas de homenagem a Azagaia, o activista social mostra-se chocado com a "forma como o Estado moçambicano reprimiu usando gás lacrimogéneo contra os manifestantes que simplesmente estavam a celebrar a vida e a obra do Azagaia". Mesmo choque é expressado por Adriano Nuvunga quando alude às manifestações de contestação dos resultados das autárquicas de Outubro e recorda "a forma como as autoridades, incluindo o Presidente da República reagiu, dando a ideia de que os culpados eram os manifestantes e não a polícia que agiu à margem da lei".Noutro aspecto, o activista também evoca a situação de Cabo Delgado onde as tropas moçambicanas apoiadas por militares do Ruanda e de outros países da região têm combatido os grupos terroristas activos desde 2017 naquela região do extremo norte do país. Ao dar conta de algumas vitórias neste domínio, Adriano Nuvunga considera todavia que "não há sinais claros de que se está a melhorar o sector da segurança em Moçambique. Com a corrupção, os soldados não têm aquilo de que necessitam para fazer o seu trabalho (...). Isso faz com que esta relativa estabilidade não se consiga consolidar".Em Angola, este foi mais um ano de dificuldades, com a diminuição do poder de compra e greves no sector público. Contudo, a recente visita do Presidente Angolano aos Estados Unidos suscitou a esperança de um impulso económico no país, refere o líder associativo Rui Mangovo. "Fala-se de mais de 2 biliões de Dólares que os Estados Unidos pretendem investir em Angola, para o Corredor do Lobito, para a reabilitação daquela infra-estrutura e também no âmbito das energias renováveis em que os Estados Unidos também estão a estreitar a sua parceria com Angola", observa Rui Mangovo."Resiliência" também poderia ser a palavra-chave para descrever o ano de 2023 em Cabo Verde, onde a população continua a enfrentar o aumento do custo de vida. "Tudo aumentou", diz Daniel Medina, director da Faculdade de Ciências Sociais, Humanas e Artes da Universidade de Cabo Verde. "É um povo que não se sabe como é que tem conseguido sobreviver com uma mensalidade mínima de 13 a 15 mil Escudos por mês (entre um pouco mais de 116 e 134 Euros). Quando a gente diz isso a um estrangeiro (...), as pessoas põem as mãos à cabeça", diz o universitário.Em São Tomé e Príncipe, a estagnação e as dificuldades económicas continuaram a ser o quotidiano da população, segundo o sociólogo são-tomense Olívio Diogo. "Foi o ano em que houve uma promessa directa para que houvesse um acordo de cerca de 150 milhões (de Dólares) com o FMI que não se concretizou porque o Estado são-tomense não consegue chegar a uma plataforma de entendimento com o FMI para se concretizar este aspecto", refere o estudioso.Noutro quadrante, ao notar o aumento importante do custo de vida no seu país, o sociólogo também enfatiza que "este é um ano, foi o ano em que mais são-tomenses saíram do país. São pessoas que, muitas delas, são quadros da educação, são quadros do Ministério da Saúde (...). Não podemos deixar de sublinhar isso porque é a economia, são aspectos sociais, é o aspecto educacional, é a saúde, que se ressentiram bastante com esta situação de emigração", sublinha ainda o estudioso que alimenta a esperança de dias melhores para 2024, nomeadamente com a concretização do acordo com o FMI e a implementação de medidas para estancar a onda de emigração que o país tem conhecido nestes últimos meses.

Expresso - O mundo a seus pés
Guerras geram guerras: no Sahel, como no Corno de África, há mão internacional

Expresso - O mundo a seus pés

Play Episode Listen Later Sep 11, 2023 32:27


O golpe de Estado no Níger está longe de ter uma solução à vista e o perigo de vir a espalhar instabilidade por todo o Sahel é real. Se fossem precisos exemplos, o Corno de África, da Etiópia à Somália, é uma montra de situações que não viram ainda um regresso à normalidade. Uma conversa da jornalista Cristina Peres com o professor e analista Manuel João Ramos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Enterrados no Jardim
Beber uma coca-cola em casa do Manuel João Vieira

Enterrados no Jardim

Play Episode Listen Later May 30, 2023 58:35


Estar vivo hoje parece tão fácil. E talvez até fosse, não se desse o caso das coisas estarem cada vez mais estranhas, ou simplesmente estúpidas. Quando a vida parece apontada para o raio que a parta, são os degenerados e os delinquentes que assumem os comandos da nave. Manuel João Vieira brinca há décadas com essa hipótese dos imbecis tomarem conta e desta porra triste perder mais alguns parafusos, de tal modo que depois de todo o mal acumulado com o pó, comece a andar por aí um vendaval que torne ainda mais difícil respirar. Buscámos um intervalo na sua toca, um faustoso pardieiro, onde parece viver um batalhão desordeiro, talvez por ser a casa que divide com variações drásticas de si mesmo. Entre o músico desfraldado e que deixou por aí uma noite vasta e desabusada, espíritos levados na carruagem etílica, cantando desaforadamente o tipo de canções que se acotovelam e digladiam para tomar o lugar do hino desta nossa pátria chistosa, ou o pintor isolado que, depois de deitar fora o primeiro esquisso, segue os riscos e vai por ali fora, sem dar hipótese a ninguém de lhe seguir o rastro, e, por fim, há ainda o professor de artes que tenta provar que há um método na sua loucura. Em suma, um monstro de elementos difíceis de combinar entre si, um tipo que não está muito à vontade nos lugares onde é para se estar a fazer ares, a treinar a pose, a imitar as figuras de alto coturno e o diabo a sete. Há quem considere o Manuel João como o mais legítimo herdeiro do espírito surrealista do Café-Gelo, pelo humor, pela ousadia, pelo excesso. Ele não embarca em mitos de espécie nenhuma. Prefere ficar no porto a fazer barquinhos de papel para chocarem contra os grandes cruzeiros cheios de turistas, querendo afundá-los.

Lisboa e os Lisboetas
António Costa e Manuel João Vieira: uma dupla improvável num passeio (também improvável) por Lisboa

Lisboa e os Lisboetas

Play Episode Listen Later Apr 26, 2023 107:19


Numa conversa gravada em São Bento, José Sá Fernandes recebe o Primeiro-Ministro António Costa e o ator, músico, antigo candidato à Presidência da República, "grande artista" e seu antigo colega de escola, Manuel João Vieira, para um passeio que vai do Bairro Alto ao Rato e que viaja pela infância e adolescência do antigo presidente da Câmara Municipal de Lisboa e do vocalista dos Ena Pá 2000, assim como da cidade que os viu nascer e dos locais por onde passaram.

Em directo da redacção
2022, ano de instabilidade política e de pressão económica e social em África

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Dec 29, 2022 42:50


O ano de 2022 está prestes a terminar. Na hora dos balanços, este ano será lembrado como um período de transição em que o mundo, ainda a tentar recuperar da pandemia, foi fustigado pelo conflito na Ucrânia e as consequências que se fizeram sentir a nivel global. Neste quadro, África não foi excepção. O aumento dos preços, bem como a instabilidade política e social fizeram o quotidiano de todos. Na Guiné-Bissau, no dia 1 de Fevereiro, o palácio do governo foi atacado por homens armados. O ataque que durou várias horas, provocou 8 mortos, essencialmente responsáveis da segurança dos ministros presentes, nenhum membro do governo tendo sido atingido.  Dias antes do ataque contra o palácio do governo guineense, um golpe de Estado militar consumado aconteceu a 23 de Janeiro no Burkina Faso, derrubando o presidente Roch-Marc Kaboré. Meses depois, um novo golpe militar rebate as cartas e faz mudar as chefias, no dia 30 de Setembro, o país sendo actualmente dirigido por um jovem coronel, Ibrahim Traoré. Para além do Burkina Faso, a instabilidade também continuou a predominar noutros países da região, nomeadamente o Mali onde a violência de grupos criminosos e jihadistas continuam a afectar o norte e centro do seu território. Uma situação perante a qual a presença militar estrangeira enfrentou dificuldades. Em Angola, 2022 marcou o fecho de uma época com a morte no dia 8 de Julho de José Eduardo dos Santos, numa unidade hospitalar de Barcelona. Longe de ser um momento de paz e recolhimento, a morte do homem que dirigiu o país entre 1979 e 2017, ocasionou uma disputa judicial entre uma parte da família do antigo chefe de Estado e o actual executivo angolano sobre a última morada do ex-dirigente. Este momento coincidiu com a realização das eleições gerais de Agosto, durante as quais João Lourenço foi reeleito para um segundo mandato, mas num contexto em que a Unita, principal partido de oposição, conheceu um sério avanço nas urnas. 2022 marcou igualmente o aumento da tensão entre a RDC e o Ruanda. O presidente Tshisekedi mas também outras entidades como a ONU acusam Kigali de apoiar o movimento rebelde M23 activo no Norte-Kivu, no leste da RDC. Uma situação que, apesar de iniciativas diplomáticas nomeadamente por parte de Luanda, se tornou explosiva.  Em Novembro, após dois anos de conflito armado, o governo etíope e os separatistas do Tigray no norte do país, assinaram um acordo de paz. Milhares de mortos e deslocados depois, nasce uma esperança muito ténue de regresso à normalidade. No passado dia 25 de Novembro, o quartel militar de São Tomé foi palco de acontecimentos que foram qualificados de tentativa de golpe de estado e que resultaram na tortura e morte de 4 pessoas. Estes acontecimentos deram-se num momento delicado para o país em plena transição política, com a reeleição em Setembro de Patrice Trovoada como primeiro-ministro, este último tendo pela frente um país em colapso económico designadamente na sequência da clausura imposta pela pandemia. Em Cabo Verde, o ano foi também de dificuldades. Apesar de a retoma exponencial do turismo suscitar esperança, as consequências do conflito na Ucrânia em termos de aumentos dos preços, acabaram por complicar a vida dos cabo-verdianos. Para recordarmos estes acontecimentos de 2022, falamos com o analista cabo-verdiano João Santos, o sociólogo são-tomense Olívio Diogo, o especialista do Corno de África ligado ao Instituto Universitário de Lisboa, Manuel João Ramos, o especialista angolano em democracia e governação Rui Mangovo, o estudioso moçambicano ligado à Universidade de Bordéus, Régio Conrado, assim como o jurista e activista guineense Fodé Mané.

Expresso - Blitz Posto Emissor
Manuel João Vieira. Dos anos loucos dos Ena Pá 2000 à Presidência da República

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Nov 4, 2022 64:28


No momento em que vê relançada uma parte importante da discografia dos Ena Pá 2000, o seu mentor, Manuel João Vieira, veio ao Posto Emissor falar de concertos rock and roll regados com aguardente e uísque, o primado da Economia nas sociedades contemporâneas, a necessidade absoluta de levar a sério a ecologia e tempos de infância passados em Trás-os-Montes. No podcast da BLITZ abordamos ainda os concertos especiais dos Xutos & Pontapés.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Os Cantos da Casa
Paulo Bragança n' Os Cantos da Casa

Os Cantos da Casa

Play Episode Listen Later Jul 23, 2022


Paulo Bragança ― Adriano 80, 2022. Viviane ― Quando tiveres tempo, 2022. Almanaque ― Sementes, 1986. André Barros ― Clairvoyance, 2020. Manuel João Vieira ― Anatomia do fado, 2020 Edição nº 375, de 23 de julho de 2022

P24
Como a universidade se está a adaptar ao futuro do ensino?

P24

Play Episode Listen Later Mar 16, 2022 12:54


Com dois anos de ensino marcados pela pandemia da covid-19, que lições tiraram as universidades? E como estão as instituições a pensar e preparar o futuro da educação superior? Neste P24 ouvimos Manuel João Costa, pró-reitor da Universidade do Minho na área de Assuntos Estudantis e Inovação Pedagógica.

Semana em África
Etiópia: Conflito alastra-se para regiões vizinhas

Semana em África

Play Episode Listen Later Nov 6, 2021 11:25


Nesta rubrica semana em África destacamos o conflito na Etiópia. Há um ano que o governo de Abiy Ahmed lançou uma ofensiva contra os separatistas do Tigray, no norte, arrastando o país para um conflito sangrento que já se alastrou para as vizinhas regiões de Amhara e Afar, provocando milhares de mortos e deslocados.  Manuel João Ramos, especialista do Corno de África ligado ao Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, considera que “há um risco elevado de guerra entre as regiões''. A ONU, que tem instado as partes a cessar as hostilidades, divulgou esta semana um relatório onde refere que "existem razões para acreditar que todas as partes envolvidas no conflito na região do Tigray cometeram, em vários níveis de gravidade, violações contra o direito internacional, direito humanitário e direito internacional dos refugiados. Ana Cascão, especialista na região do Nilo e do Corno de África, considera que este relatório "peca por ser tardio", salientando que "há muito tempo que tem havido sinais de crimes contra a humanidade em várias regiões da Etiópia". Em Moçambique, foi lançada a primeira missão militar da União Europeia dedicada a treinar tropas para enfrentar a insurgência armada em Cabo Delgado. A missão de dois anos e que deverá contar com 140 militares formadores responde ao pedido de ajuda do Governo moçambicano para preparação das suas tropas. Na Guiné-Bissau, O presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, alertou que os pilares do Estado de direito democrático estão ameaçados e que há um “total desnorte político” que compromete as instituições da República. Em causa está a revisão da constituição. Em Cabo Verde,a poucos dias de deixar a presidência da República, o chefe de Estado cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, pediu soluções de equilíbrio social e laboral, ao reagir ao anúncio da companhia de Transportes Inter Ilhas de Cabo Verde despedir 60 trabalhadores agora em Novembro O Presidente americano, Joe Biden, vai enviar uma delegação para a tomada de posse do novo chefe de Estado cabo-verdiano, José Maria Neves, no dia 9 de Novembro, avançou um responsável da Casa Branca. Em São Tomé e Príncipe, cerca de uma dezena de juízes do Tribunal de Primeira Instância denunciaram uma alegada “violação grosseira da Constituição e das leis”, num concurso para o ingresso de dois juízes no Supremo Tribunal de Justiça. A semana ficou ainda marcada pelos discursos dos chefes de Estado e de governo dos países da África lusófona, na vigésima sexta Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, em Glasgow, na Escócia. Os responsáveis políticos reafirmaram o compromisso na luta contra o aquecimento global e salientaram a necessidade de haver mais apoio por parte dos países mais industrializados.

O Bom, o Mau e o Vilão
Há coisas que não são normais

O Bom, o Mau e o Vilão

Play Episode Listen Later Sep 2, 2021 7:27


Manuel João Ramos (que falou sobre o acidente com o carro de Cabrita), o Estado (que voltou às filas intermináveis) e a Justiça (que está refém de prazos e recursos) são o Bom, o Mau e o Vilão. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Nada de mais
Nada de mais #2.76 - Manuel João Vieira

Nada de mais

Play Episode Listen Later Jun 22, 2021 2:16


Há muito muito tempo que o universo se depara com esta questão, mas foi preciso chegar até ao dia de hoje para se obter finalmente a resposta. Manuel João Vieira, está na hora de escolher uma cadeira e comer um pudim flan. Música inicial: "Desassossegado" - Janeiro Música final: "Nada de mais" - Projeto 65 Comunicação: Inês Rebelo, Pedro Valente Lima, Rita Marques Por Rodrigo Salazar Oliveira Instagram: www.instagram.com/nadademais.podcast Twitter: twitter.com/nadademais2018 Facebook: www.facebook.com/nadademais.podcast

vieira rebelo manuel jo
Vidas com Historia - Entrevistas
Entrevista | Manuel João Vieira | musico e artista plástico

Vidas com Historia - Entrevistas

Play Episode Listen Later Feb 27, 2021 34:59


Entrevista a Manuel João Vieira www.vidascomhistoria.com

Domínio Público (Rubrica)
11h: Concerto-teste em Barcelona sem registo de casos de Covid; Último adeus a Carlos do Carmo em dia de Luto Nacional; Foo Fighters abrem 2021 com novo single do novo álbum, Exposição de Manuel João Vieira no Porto entra na última semana.

Domínio Público (Rubrica)

Play Episode Listen Later Jan 4, 2021 3:43


Domínio Público (Rubrica)
14h: Foo Fighters com música nova; Criatura apresentam novo single; última semana da exposição «Metamorfose», de Manuel João Vieira

Domínio Público (Rubrica)

Play Episode Listen Later Jan 4, 2021 3:30


Prova Oral
Manuel João Vieira

Prova Oral

Play Episode Listen Later Dec 15, 2020 56:27


vieira manuel jo
Convidado
Convidado - Ultimato ao Tigré “é preocupante” para meio milhão de civis

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 23, 2020 10:16


O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, deu, este domingo, um ultimato de 72 horas aos dirigentes da região do Tigré para deporem as armas. O aviso surgiu pouco tempo depois de o exército etíope ter alertado para a iminência de um ataque contra Mekele, a capital do Tigré. Meio milhão de pessoas estão em risco porque “não é a preocupação do governo proteger os civis” e há uma “forte probabilidade de desastre humanitário nas próximas semanas”, considera Manuel João Ramos, especialista no Corno de África. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, deu um ultimato de 72 horas aos dirigentes da região autónoma do Tigré para deporem as armas. O aviso surgiu pouco tempo depois de o exército etíope ter alertado para a iminência de um ataque contra Mekele, a capital do Tigré e sede do governo local que o poder central contesta. O porta-voz dos militares disse, mesmo, aos civis para fugirem. Meio milhão de pessoas em risco porque “não é a preocupação do governo proteger os civis” e há uma “forte probabilidade de desastre humanitário nas próximas semanas”, considera Manuel João Ramos, especialista no Corno de África. Para ouvir na entrevista do dia do programa CONVIDADO.

Convidado
Convidado - Ultimato ao Tigré “é preocupante” para meio milhão de civis

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 23, 2020 10:16


O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, deu, este domingo, um ultimato de 72 horas aos dirigentes da região do Tigré para deporem as armas. O aviso surgiu pouco tempo depois de o exército etíope ter alertado para a iminência de um ataque contra Mekele, a capital do Tigré. Meio milhão de pessoas estão em risco porque “não é a preocupação do governo proteger os civis” e há uma “forte probabilidade de desastre humanitário nas próximas semanas”, considera Manuel João Ramos, especialista no Corno de África. O primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, deu um ultimato de 72 horas aos dirigentes da região autónoma do Tigré para deporem as armas. O aviso surgiu pouco tempo depois de o exército etíope ter alertado para a iminência de um ataque contra Mekele, a capital do Tigré e sede do governo local que o poder central contesta. O porta-voz dos militares disse, mesmo, aos civis para fugirem. Meio milhão de pessoas em risco porque “não é a preocupação do governo proteger os civis” e há uma “forte probabilidade de desastre humanitário nas próximas semanas”, considera Manuel João Ramos, especialista no Corno de África. Para ouvir na entrevista do dia do programa CONVIDADO.  

Convidado
Convidado - Etiópia: "o primeiro tiro já foi disparado"

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 5, 2020 6:00


Na Etiópia, o primeiro-ministro anunciou uma resposta musculada depois do ataque a um campo militar na região de Tigré. A resposta de Abiy Ahmed pode traduzir-se no início de um potencial conflito na Etiópia, o país mais populoso de África, devido ao crescimento das tensões internas. Abiy Ahmed acusa a Frente de Libertação do Povo de Tigré (TPLF), partido no poder nesta região de Etiópia, de “ter atacado uma base militar federal”. “As nossas forças de defesa receberam ordens para assumir a sua responsabilidade de salvar a nação. Foi ultrapassada a linha vermelha”, sublinhou o primeiro-ministro.  A resposta de Abiy Ahmed pode traduzir-se no início de um potencial conflito na Etiópia, o segundo país mais populoso de África, devido ao crescimento das tensões internas. Na televisão pública, Abiy Ahmed declarou que “as forças desleais” se viraram contra o exército em Mekele, a capital de Tigré,e em Dansha, uma localidade vizinha. Segundo o governante o ataque provocou “vários mortos e feridos, além de danos materiais”. O gabinete do primeiro-ministro acusou, em comunicado, a Frente de Libertação do Povo de Tigré de ter vestido os seus soldados com fardas militares semelhantes às utilizadas pelo exército da Eritreia, com o objectivo de “implicar o governo eritreu em falsas reivindicações de agressão contra o povo de Trigré”. Nos últimos dias tem-se verificado um aumento da tensão entre Addis-Abeba e Trigé. A região não reconhece a autoridade do estado Federal desde que as eleições nacionais que deveriam ter sido realizadas em Agosto foram adiadas.  Os líderes da região de Tigré, que dominaram o plano político nacional durante quase 30 anos até à chegada de ao poder de Abiy Ahmed em 2018, decidiram unilateralmente manter as eleições na sua região em Setembro.  Desde essa altura, que ambos os campos se consideram ilegítimos. Os senadores etíopes votaram em Outubro por uma rotura de contactos de financiamento entre as autoridades federais e os responsáveis de Tigré.  É na região de Tigré, que se encontra uma parte importante do pessoal e equipamento militar do estado federal, herança da guerra entre a Etiópia e a Eritreia (1998-2000). De acordo com o think-tank International Crisis Group a região tem capacidade bélica para um “conflito destruidor capaz de destruir o país”. Os responsáveis de Tigré já vieram a público dizer que não seriam eles a iniciar um conflito: “Nós nunca seremos os primeiros a disparar” e acusam Addis-Abeba de “brincar com o fogo”. Manuel João Ramos, especialista do Corno de África, sublinha “que os dados que tem do terreno mostram que a situação está muito perigosa. O primeiro-ministro não tem intenção de cessar a ofensiva e este é um conflito que estava a borbulhar desde que o primeiro-ministro entrou em funções”.  A situação é tanto mais preocupante, “porque o TPLF e as tropas TPLF são as mais eficientes e as mais bem treinadas das Etiópia”.  Confira aqui a entrevista.

Convidado
Convidado - Os quatro anos de recuo da América de Trump em África

Convidado

Play Episode Listen Later Oct 27, 2020 11:21


Falta uma semana para as presidenciais nos Estados Unidos e na hora dos balanços do que foram estes últimos 4 anos, designadamente no respeitante às relações entre os Estados Unidos e o continente Africano, muitos especialistas consideram que Trump cedeu terreno aos russos e aos chineses em África. Durante o seu mandato, o Presidente Trump mostrou sinais de pretender desinvestir-se no tocante à sua presença militar, a Africom, que abrange 7 mil soldados. A nível da economia, mecanismos como o AGOA, adoptado no início dos anos 2000, que tinham permitido ultrapassar em certos anos os 100 mil milhões de dólares de trocas comerciais entre os Estados Unidos e África, foram reduzidos ao ponto que a China atingiu no ano passado o nível record de 208 mil milhões de dólares de trocas com África, enquanto os Estados Unidos nem têm chegado a metade nos últimos tempos. Também em matéria de ajuda ao desenvolvimento, o investimento é mínimo. De acordo com dados oficiais, o orçamento anual do fundo do Millenium Challenge Account não ultrapassa os 950 milhões de dólares. No que diz respeito à presença dos Estados Unidos nas instituições internacionais, depois de abandonar a Unesco, a América de Trump oficializou em Julho a sua intenção de sair da Organização Mundial da Saúde, entidade de que tem sido o principal financiador, com consequências previsíveis sobre as possibilidades de intervenção desta entidade no terreno. Em entrevista com a RFI, Manuel João Ramos, especialista do Corno de África ligado ao Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, analisou connosco o rumo que seguiram nos últimos 4 anos as relações entre os Estados Unidos e o continente Africano. Para o investigador, os Estados Unidos "deixaram uma bandeira a flutuar algures mas sem qualquer posição mais agressiva."

Conversas de Fim de Tarde
Manuel João Vieira: "Não sou fadista. Sou um cantor de músicas obscenas"

Conversas de Fim de Tarde

Play Episode Listen Later Oct 15, 2020 23:21


O mais recente trabalho do músico e pintor Manuel João Vieira está quase ai. O disco "Anatomia do Fado" fala do fado humorístico, não tem "ordinarices" e é "para toda a família".  See omnystudio.com/listener for privacy information.

Expresso - Blitz Posto Emissor
Posto Emissor #33: BLITZ convida Manuel João Vieira. Dos fados “proibidos” à extinção da espécie humana

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Oct 15, 2020


Manuel João Vieira, líder dos Ena Pá 2000, Irmãos Catita e artífice de vários alter-egos musicais, é o convidado desta semana do Posto Emissor. Em vésperas da edição de “Anatomia do Fado”, um álbum de fados humorísticos, o artista fala-nos de pandemia, ditaduras, touradas e vários futuros: do país, do planeta e do homem. A manifestação pela sobrevivência das salas de espetáculos e os candidatos presidenciais são outros temas de conversa

Domínio Público (Rubrica)
12h: Festival Outro Palco para ajudar músicos de Alcobaça; Manuel João Vieira vai editar um álbum duplo de fado; António Freitas lembra Eddie Van Halen.

Domínio Público (Rubrica)

Play Episode Listen Later Oct 7, 2020 3:38


Escuchando Peliculas
Capitanes de Abril (2000) #Drama #Histórico #Ejército #podcast #peliculas #audesc

Escuchando Peliculas

Play Episode Listen Later Sep 30, 2020 114:35


País Portugal Dirección María de Medeiros Guion Ève Deboise, María de Medeiros Música Antonio Vitorino D'Almeida Fotografía Michel Abramowicz Reparto Stefano Accorsi, María de Medeiros, Joaquim de Almeida, Frédéric Pierrot, Fele Martínez, Manuel João Vieira, Marcantonio Del Carlo, Emmanuel Salinger, Rita Durão, Manuel Manquiña, Duarte Guimarães, Manuel Lobão, Luis Miguel Cintra, Joaquim Leitão, Canto e Castro Sinopsis En la noche del 24 al 25 de abril de 1974, suboficiales del ejército portugués inician una sublevación contra la dictadura de Oliveira Salazar. Su gesta pasará a la historia como "la revolución de los claveles". La película recrea la historia del capitán Salgueiro Maia, uno de los protagonistas del levantamiento militar.

Obrigado, Inte... Feed Antigo
Episódio 7 – Manuel João Vieira parte tudo!

Obrigado, Inte... Feed Antigo

Play Episode Listen Later May 5, 2020


Manuel João Vieira em directo do Alentejo para o Obrigado, Internet! Ele canta canções inéditas, ele partilha a sua sabedoria e também se desp… não, não se despe, mas conta o seu plano para uma boite higiénica.

Olhanense Podcast
Ep. 02 – Manuel Poeira e Leonardo Lelo

Olhanense Podcast

Play Episode Listen Later Dec 13, 2019 46:23


Ep 2 – Olhanense Podcast Tertúlia Comunicando Desportivamente No segundo episódio da “Tertúlia Comunicando Desportivamente” Humberto Gomes conduz uma entrevista conjunta ao primeiro internacional júnior do Olhanense, Manuel João Poeira,Mais...Ep. 02 – Manuel Poeira e Leonardo Lelo

Tertúlia Comunicando Desportivamente – Olhanense Podcast
Ep. 02 – Manuel Poeira e Leonardo Lelo

Tertúlia Comunicando Desportivamente – Olhanense Podcast

Play Episode Listen Later Dec 13, 2019 46:23


Ep 2 – Olhanense Podcast Tertúlia Comunicando Desportivamente No segundo episódio da “Tertúlia Comunicando Desportivamente” Humberto Gomes conduz uma entrevista conjunta ao primeiro internacional júnior do Olhanense, Manuel João Poeira,Mais...Ep. 02 – Manuel Poeira e Leonardo Lelo

Autores U.Porto
Manuel J. Monte, O Bairro da Tabela Periódica | Autores U.Porto | Ep01

Autores U.Porto

Play Episode Listen Later Sep 13, 2019 14:02


Manuel João Monte explica no Prólogo de "O Bairro da Tabela Periódica" que “Embora se fundamente em pressupostos científicos sérios, procurou-se que o enredo da peça tivesse a leveza e o humor suficientes para interessar a um público vasto…”

pr monte porto dica embora autores bairro tabela peri manuel jo universidade do porto
AMEE BEME (Best Evidence Medical and Health Professional Education)

This 8th BEME podcast builds on a stellar presentation at AMEE 2018 discussing equity in health professions education research. An international collaboration of authors, led by Susan Van Schalkwyk of Stellenbosch University in South Africa and Manuel João Costa from the University of Minho in Portugal, explore: the definition of equity in HPE research; bring in data from their own scholarship to discuss and elucidate the importance of this topic; and make focussed recommendations for the BEME and HPE communities to take active steps in promoting equity in HPE research. The session was developed by and is moderated by Janet Corral of the University of Colorado BICC.

Ao Vivo
Gimba

Ao Vivo

Play Episode Listen Later Oct 29, 2018 20:54


Dos Afonsinhos do Condado aos Irmãos Catita, do seu trabalho a solo até às suas participações na televisão, não há quem não conheça Eugénio Lopes, popularizado como Gimba. Com um único disco em nome próprio lançado há já duas décadas (Funky, Punky, Trunky, 1997), voltou agora aos estúdios para gravar, como cantor e compositor, novo disco seu, Ponto G. Sem dispensar a ironia mas levando-a mais a sério, centra as suas canções no quotidiano de Lisboa, a sua cidade, em títulos como Chiado, São Bento, Rumo ao Sul, Ruiveloseando ou As praias de Lisboa ou Vá lá!!, este com as vozes convidadas de Ana Bacalhau, António Zambujo, Camané, José Cid, JP Simões, Manuel João Vieira, Márcia, Mário Mata, Marisa Liz, Rita Redshoes, Samuel Úria e Tim. Dia 23 Gimba vem cantar ao Auditório do PÚBLICO e falar sobre Ponto G com o jornalista Nuno Pacheco.

Cinemax
CINEMAX 022 - Bruno de Almeida e Manuel João Vieira regressam ao "Cabaret Maxime"; Primavera Tardia, um ciclo de cinema japonês; Cuca Roseta e David Carreira em dueto na animação "Príncipe Bué Encantado".

Cinemax

Play Episode Listen Later May 30, 2018 47:12


Com o Humor Não Se Brinca
Episódio 39 - Manuel João Vieira

Com o Humor Não Se Brinca

Play Episode Listen Later Feb 23, 2018


Mui estimados ouvintes, o prometido é devido: hoje temos connosco o extraordinário, o grandioso, o inigualável Manuel João Vieira. Preparem-se para muito asneiredo e ainda mais nonsense. E divirtam-se.

Conta-me Tudo
EP6: Manuel João Vieira e os loucos anos dos Ena Pá 2000

Conta-me Tudo

Play Episode Listen Later Mar 17, 2016 17:25


A história desta semana é do incrível, insano e inolvidável Manuel João Vieira. Não há muito a dizer. É ouvir. Este é o Manuel, a contar tudo. (E sim, poderá haver linguagem "relativamente" ofensiva...)

vieira loucos manuel jo
TSF - Uma Questão de ADN - Podcast
Manuel João Vieira e Joana Vieira- os manos Catita

TSF - Uma Questão de ADN - Podcast

Play Episode Listen Later Feb 11, 2016


Edição de 11 de fevereiro 2016

manos vieira manuel jo catita
TSF - Uma Questão de ADN - Podcast
Edição de 11 de Fevereiro 2016 - Manuel João Vieira e Joana Vieira- os manos Catita

TSF - Uma Questão de ADN - Podcast

Play Episode Listen Later Feb 10, 2016


Edição de 11 de Fevereiro 2016 - Manuel João Vieira e Joana Vieira- os manos Catita

Radio Estrada Viva
Manuel Joao Ramos - Significado internacional do Dia Mundial em Memória das Vítimas da Estrada

Radio Estrada Viva

Play Episode Listen Later Nov 6, 2015 2:36


Manuel João Ramos, presidente da Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados

Radio Estrada Viva
Usos do automóvel - Manuel João Ramos

Radio Estrada Viva

Play Episode Listen Later May 22, 2015 5:04


Manuel João Ramos presidente da ACA-M sobre o uso do automóvel e o modelo energético

Radio Estrada Viva
Manuel João Ramos - Repensar o automovel

Radio Estrada Viva

Play Episode Listen Later Oct 21, 2014 4:29


RÁDIO ESTRADA VIVA é um podcast acessível no site da Estrada Viva, e que pode ser inserida noutras páginas web de associações, entidades ou blogues. Os conteúdos desta rádio baseiam-se em depoimentos, entrevistas, reportagens, campanhas e notícias sobre a redução do perigo rodoviário e a promoção de modos de mobilidade sustentável.

Radio Estrada Viva
Manuel João Ramos - Década Global para a Segurança Rodoviária

Radio Estrada Viva

Play Episode Listen Later Oct 21, 2014 5:26


RÁDIO ESTRADA VIVA é um podcast acessível no site da Estrada Viva, e que pode ser inserida noutras páginas web de associações, entidades ou blogues. Os conteúdos desta rádio baseiam-se em depoimentos, entrevistas, reportagens, campanhas e notícias sobre a redução do perigo rodoviário e a promoção de modos de mobilidade sustentável.