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A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC-FAC) declarou um cessar-fogo unilateral até 14 de Junho de 2025, em resposta à proposta da UNITA de levar a questão de Cabinda ao Parlamento. A trégua visa criar condições para o diálogo com o governo angolano. Em resposta, o secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação, Esteves Hilário, afirmou à RFI "não haver conflito armado no norte do país". A vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA, Navita Ngolo, defende uma resolução para pôr fim às hostilidades e garantir autonomia à província, através de um processo inclusivo e pacífico. Quais são os pontos centrais que compõem a proposta da UNITA que pretende apresentar ao parlamento sobre esta questão de Cabinda?Navita Ngolo: Tal como acompanhamos, a comunidade internacional e nacional, o grupo Parlamentar da UNITA realizou as 12ªs Jornadas Parlamentares em Cabinda, de 25 a 30 de Março, e, na sequência, o grupo parlamentar da UNITA, no âmbito daquilo que é a situação político-militar daquela parcela de território, propôs que vai submeter à Assembleia Nacional um projecto de resolução que exija a paralisação definitiva das hostilidades militares em Cabinda. Porque constatamos que as populações de várias zonas da província de Cabinda vivem com medo, vivem numa situação em que têm de abandonar as suas zonas de vivência por causa da instabilidade militar que ainda decorre entre as forças angolanas e as forças da FLEC.Pelo que, no nosso ponto de vista, esta é uma matéria sobre a qual o parlamento se deve pronunciar, numa altura em que o país, no seu geral, está há 23 anos em paz militar, sobretudo. E, portanto, é importante que, mais do que sermos mediadores de outros conflitos, como o exemplo dos Grandes Lagos, do Congo, precisamos de encontrar a paz definitiva para todo o território angolano, nos termos da actual Constituição.É nesta lógica que nós entendemos que o grupo parlamentar da UNITA deve ter essa iniciativa, apresentá-la ao parlamento para que o parlamento discuta a situação real militar de Cabinda e se encontre uma solução pacífica, de negociações, de diálogo - um diálogo não para humilhar, não para ver quem ganha ou quem perde, mas um diálogo que facilite e devolva a paz a Cabinda.O grupo parlamentar da UNITA apresentou um projecto de lei sobre autonomia local, numa espécie de autarquia supra-municipal para Cabinda, que pode sim, senhor, mitigar algumas fontes de conflitos, dando àquela parcela a autonomia política, administrativa e financeira. E acho que é nessa lógica que vem o comunicado da FLEC de poder também participar, de poder acompanhar este processo que vai ser tratado pela Assembleia Nacional, sob proposta do grupo parlamentar da UNITA.Quando está prevista a apresentação dessa proposta no parlamento?Nós vamos ter agora uma plenária no dia 23. A partir do dia 1 até ao dia 23, o grupo parlamentar da UNITA vai levar ao conhecimento público, nacional e internacional, todos os trâmites sobre estes dois documentos: sobre a questão pacífica de se encontrar a paz e também o projecto de lei sobre autonomia local de Cabinda. Estamos agora a fechar a fase das contribuições da sociedade civil, para que a sociedade de Cabinda possa fechar o projecto e remetê-lo à Assembleia Nacional.E pergunto-lhe, senhora deputada, considera que há vontade política suficiente por parte do MPLA, partido no poder, do executivo, para aceitar um diálogo inclusivo com Cabinda?Depois do filme que vi ontem na TPA, em que, fruto do comunicado da FLEC, fruto daquilo que são as propostas do grupo parlamentar da UNITA, foi apresentada uma citação de pessoas supostamente dissidentes da FLEC... Eu, sinceramente, falando sobre a vontade política do MPLA, penso que esta vontade não ultrapassa [certos limites], mas o grupo parlamentar da UNITA, a UNITA, a sua liderança, na pessoa do presidente Adalberto Costa Júnior, está a encetar contacto com a sociedade, com as igrejas. Vamos fazer a nossa parte, tal como nos habituámos: a buscar os caminhos do diálogo, para que haja verdadeiramente paz em todo o território nacional, com a actual Constituição.Estamos perante uma guerra de comunicados. A FLEC-FAC tem, nos últimos anos, denunciado ataques; o executivo desmente?Eu penso que, e nós estivemos no terreno, somos representantes do povo, temos dados, ouvimos os relatos de populações que têm medo de ir às suas aldeias. Portanto, a questão do conflito em Cabinda é um facto, e é preciso ouvir, em primeiro lugar, a voz do povo. Eu convido mesmo a RFI a fazer uma visita a Cabinda e ouvir os populares de lá, porque essa guerra de comunicados políticos não resolve o problema real, que é vivido pela juventude, pelas crianças, pelas mulheres que querem cultivar e buscar o seu pão de cada dia.A UNITA pretende, como dizia no início desta entrevista, envolver a sociedade civil, a sociedade cabindense neste processo, para que a solução não seja apenas institucional. Vocês também querem que seja uma solução representativa?É o que estamos a dizer desde o princípio. Nós estamos em conexão com a sociedade civil, sobretudo com as igrejas, com as organizações da sociedade civil que trabalham nesses processos de pacificação. Fomos até Cabinda ouvir todas as franjas da sociedade, todas as vontades - até aquelas que são claramente defensoras da independência de Cabinda. Ouvimos todos os grupos ainda existentes e estamos a continuar a receber contribuições para o projecto de lei que apresentámos à sociedade, para consulta pública.E, portanto, entendemos que a paz para Cabinda, a paz definitiva para todo o território angolano, não depende só das vontades dos políticos. Precisamos de incluir todos. Inclusive estamos a consultar as embaixadas, porque Angola está no concerto das nações e, com certeza, tem de ter esses relacionamentos, buscar conselhos e experiências de outros povos.Acredita que esse projecto de lei, para conceder autonomia a Cabinda, pode passar num parlamento onde o partido no poder, o MPLA, tem maioria?Eu penso que... e vamos voltar àquilo que chamamos de vontade política. Vamos também passar por aquilo que podemos chamar de responsabilidade política: se queremos desenvolvimento, se queremos inclusão social, se queremos, acima de tudo, ultrapassar as querelas partidárias, devemos colocar Angola em primeiro lugar. E colocar Angola em primeiro lugar é olhar, exactamente, primeiro para a questão das autarquias. Em Angola, é um imperativo constitucional desde 1977, e as autarquias já deviam ter lugar em Angola.Nós pensamos que, neste processo autárquico, a questão de Cabinda deve ser tratada de forma especial - não da forma especial como vem sendo tratada com os 10% do orçamento que o povo não vê, não sente. Basta olhar para a pobreza em que estão mergulhados os cidadãos de Cabinda. E, portanto, pensamos que é preciso ter vontade política, encontrar um caminho que coloque todos nos trilhos do desenvolvimento, da inclusão social.E penso que um partido maduro, uma liderança angolana madura - e é isso que se chama consciência política, maturidade política e, sobretudo, o bem-fazer - deve abraçar essa diplomacia política, essa diplomacia social, para que todos nós, MPLA, UNITA e outros partidos, a sociedade, as igrejas, sobretudo, possamos encarar este processo de paz definitiva para Angola, olhando para a implementação das autarquias com responsabilidade, com sentido de Estado e, sobretudo, com patriotismo.O que está a dizer é que é preciso encontrar vontade política para que as eleições autárquicas aconteçam, já que têm vindo a ser adiadas e estavam previstas para 2020, mas, nos últimos cinco anos, não aconteceram?Vontade política só não basta. É preciso amar Angola, é preciso ser patriota. É preciso realmente não sermos apenas gestores do poder, mas usarmos o poder para realizar as aspirações dos angolanos, as aspirações do povo de Cabinda.As autarquias são um modelo de governação que torna governados e governantes mais próximos e permite a resolução célere dos problemas que afectam as comunidades - e, fundamentalmente, a participação directa das mesmas comunidades na resolução desses problemas. Quem não quer a participação dos cidadãos, quem adia as autarquias como tem adiado, não tem o direito de manter-se no poder. E, se calhar, é preciso pôr o poder à disposição e deixar que os angolanos definam o seu futuro, o seu presente e, sobretudo, resolvam os seus problemas.
No Sudão, esta sexta-feira, o exército anunciou ter retomado o controlo do Palácio Presidencial em Cartum que estava nas mãos das Forças de Apoio Rápido, há mais de dois anos, desde o início da guerra civil que provocou a maior crise humanitária do mundo. Esta é “uma guerra pelo poder” entre o chefe do exército, Abdel Fattah al-Burhan, e o comandante das Forças de Apoio Rápido, o general Hemedti, explica a especialista no Sudão, Daniela Nascimento, para quem a reconquista do Palácio Presidencial do Sudão “não significa necessariamente início do fim da guerra”. RFI: O que significa a retoma do controlo do Palácio Presidencial pelas forças do exército?Daniela Nascimento, Professora de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra: “Não sabemos exatamente o que significa, no sentido em que o controlo do Palácio Presidencial - que é obviamente importante do ponto de vista daquela que tem sido a estratégia militar das Forças Armadas sudanesas contra as Forças de Apoio Rápido com quem disputam o poder nos últimos quase dois anos - é um passo apenas no sentido de retomar o controlo da totalidade do território sudanês. É obviamente importante, mas as implicações desta reconquista, por assim dizer, ficam ainda por esclarecer porque dependerá da forma como as Forças de Apoio Rápido também responderão a esta perda de controlo de uma parte importantíssima do território porque simbolicamente o Palácio Presidencial é a representação do poder. Portanto, teremos agora que aguardar qual será o desenvolvimento e a resposta a esta alteração naquilo que é o jogo militar entre as duas partes.”Este pode ser o início do fim da guerra? Está confiante? “São um pouco mais pessimista. Não considero que este seja o início do fim do conflito, no sentido em que os últimos desenvolvimentos nesta guerra que, de alguma maneira, também permitiram este passo importante na tomada do controlo do Palácio e da capital sudanesa, nos dão alguns indícios de que do lado das Forças Armadas sudanesas, e em particular do general al-Burhan, não parece haver grande vontade de negociar um eventual cessar-fogo ou criar condições para um eventual cessar-fogo, partindo exactamente desta posição mais privilegiada agora do ponto de vista deste controlo territorial. Aqui há umas semanas, um mês talvez, o general al-Burhan tinha anunciado - também na sequência de uma conquista importante de uma parte do território da capital, Cartum - a sua decisão de criar aquilo a que se chama um governo tecnocrático que iria ficar responsável pela gestão do país em tempo de guerra e que isso serviria também para alavancar aquela que era a sua estratégia de reconquista do controlo do país. Mas deixou muito claro, nessa altura, que não iria haver qualquer tipo de inclusão das Forças de Apoio Rápido e do General Hemedti neste processo, a não ser que se alterassem as condições militares e estratégicas no território. Portanto, pode ter até o efeito contrário, no sentido em que as Forças de Apoio Rápido podem usar esta derrota no sentido de se reforçar. Reforçar trincheiras e levar a um recrudescimento da resposta militar. Não nos podemos esquecer que, do ponto de vista militar, as Forças de Apoio Rápido são fortes e conseguiram manter uma posição importante nesta guerra durante estes últimos dois anos, em virtude também de um apoio que tem tido de forças externas, nomeadamente o Grupo Wagner.”Quem são estas Forças de Acção Rápidas e como é que elas têm conseguido controlar quase todo o Oeste do país? “Há aqui uma circunstância muito particular que é o de estas Forças de Apoio Rápido, lideradas pelo General Hemedti, serem forças que foram criadas há anos e estiveram até envolvidas naquele que foi um episódio dramático da vida do Sudão - o genocídio no Darfur em 2003. O general Hemedti foi um dos responsáveis pelo genocídio no Darfur, patrocinado pelo então Presidente Omar al-Bashir. Desde essa altura que estas forças se mantiveram com alguma capacidade de intervenção militar no território sudanês.Com a queda do regime de al-Bashir em 2019, em resultado das várias manifestações até da sociedade civil e que contaram com o apoio do Exército, com o apoio do general al-Bhuran, e desta figura que, entretanto, se foi destacando que é o general Hemedti…”Aliados na altura, não é?“Exatamente, que se aliaram numa primeira fase, num processo que idealmente teria dado lugar a um processo de transição democrática, de transição do poder militar para o poder civil, portanto de criação de um governo civil no Sudão, que era a vontade da maioria da população. Os militares alinharam com esse objectivo, mas a dada altura afastaram-se desse processo e boicotaram-no, assumindo novamente o controlo militar do país em 2023. É nessa altura que estas duas figuras se desentendem também do ponto de vista daquilo que era a sua ideia de poder e, sobretudo, do papel e do lugar que estas Forças de Apoio Rápido poderiam vir a ter no quadro das Forças Armadas sudanesas. Desde essa altura escalou-se para uma guerra civil com dois líderes que disputam o poder a todo o custo, numa guerra brutal, que criou aquela que é considerada, pelas Nações Unidas, como uma das maiores crises do momento. E, portanto, nós estamos aqui claramente com dois lados com uma capacidade militar significativa.Esta reconquista importante pelas Forças Armadas sudanesas pode ter aqui efeito de reajuste da estratégia militar de ambos os lados, mas, a meu ver, não significa necessariamente que seja o início do caminho para o fim da guerra.” Falou na maior crise humanitária do mundo, algo que foi reconhecido pela ONU. Como é que está a população e o país, dois anos depois do início desta guerra? “Está numa situação dramática. Do ponto de vista da crise de deslocação forçada, da crise alimentar, as consequências desta guerra têm sido devastadoras. Estamos a falar de milhões de pessoas deslocadas e directamente afectadas por esta guerra. Condições de segurança muitíssimo frágeis, que impedem inclusivamente as organizações humanitárias, em particular as organizações internacionais de âmbito humanitário, de actuar no terreno. Quer dizer, em termos de números, os números são assustadores. Estamos a falar de cerca de 13 milhões de pessoas forçadas a deslocar-se, quase 10 milhões de deslocados internos, milhares de refugiados que se vêem forçados a fugir para países vizinhos, onde as condições de segurança, de estabilidade, de sobrevivência, não são as melhores: o Sudão do Sul que também tem uma guerra; o Chade, que vive ainda um período de bastante instabilidade. É, de facto, uma situação devastadora.”Mais a fome, não é?“Mais a fome. É das maiores crises de fome da actualidade e dos últimos anos, que obviamente se agravará na sequência destes últimos desenvolvimentos do ponto de vista de política norte-americana e de corte significativo nos fundos. É uma situação dramática do ponto de vista humanitário, a que acrescem também situações absolutamente trágicas do ponto de vista de violações sistemáticas dos direitos humanos. As acusações de alegadas campanhas de limpeza, de genocídio até, na região do Darfur, pelas Forças de Apoio Rápido, são várias e têm sido reportadas por inúmeras organizações.”E depois vão-se encontrando valas comuns…“Exactamente. É uma guerra pelo poder que se faz à custa claramente da população civil, que é usada como arma de guerra, como alvo, como moeda de troca e que coloca a população sudanesa, mais uma vez, numa situação absolutamente dramática do ponto de vista humanitário e das violações a que tem sido sujeita. Há relatos de violação como arma de guerra contra mulheres, meninas e até bebés. Os últimos relatos de organizações humanitárias dão-nos conta de violação de crianças com menos de um ano, o que é, obviamente, uma campanha de terror que é levada a cabo no contexto da guerra no Sudão.”No meio deste terror e desta guerra de poder, qual é a solução para o conflito? “A solução para o conflito - para este e para tantos outros que nunca estão claramente ou parecem nunca estar no centro das prioridades - é o apoio por parte dos actores externos, no sentido de se conseguir um cessar-fogo. Ou seja, tentar chamar as partes à negociação, tentar que efectivamente se baixem as armas e se inicie um processo negocial que permita efectivamente condições para que a guerra tenha fim e que se inicie um processo de transição, de reconstrução pós-violência e que, de alguma maneira, coloque no centro das prioridades as expectativas muito legítimas de paz da população do Sudão e não as condições das partes beligerantes. Eu sei que isto pode parecer um pouco utópico, inviável, mas verdadeiramente uma guerra com esta dimensão - uma guerra com estes contornos, que é semelhante a outras guerras com as mesmas características e para as quais tem sido extremamente difícil chegar a um fim formal da guerra como ponto de partida para o fim verdadeiramente estrutural da guerra e criação de condições para a paz justa - parece-me que esse investimento sério, do ponto de vista de criação de condições para cessar-fogo e, a partir daí, condições para a paz, é essencial. Mas isso implica, obviamente, vontade política também de quem tem alguma capacidade de influenciar estas dinâmicas de violência, de assumir essa posição e esse compromisso. Pouco se fala de organizações regionais envolvidas na tentativa de resolução. As várias tentativas que tivemos, neste caso, falharam em grande medida também por ser difícil convencer as partes a negociar, mas tem que haver pelo menos tentativa e iniciativa nesse sentido, caso contrário, entramos numa espiral de guerra que nunca termina.”A agenda diplomática mundial é dominada por outras guerras, mas dá a ideia que não se fala do Sudão. Há guerras de primeira e de segunda? Por que é que não se fala do Sudão? Ou tão pouco? “Não se fala do Sudão, não se fala do Sudão do Sul, não se fala de tantas outras realidades de violência. Pouco se tem falado, por exemplo, na guerra e na instabilidade que se tem visto também recrudescer na zona dos Grandes Lagos, no Congo, onde têm morrido milhares de pessoas. Pouco ou nada se fala sobre essas situações de violência e de guerra. Isso explica-se pela falta de importância política, de importância estratégica de muitos destes conflitos relativamente àquelas que são as prioridades de agenda dos actores com mais capacidade de se afirmarem e de investirem nestes contextos.Estamos claramente com as atenções focadas na Ucrânia - e bem, ou seja, não significa que deixe de se falar e de se investir na paz na Ucrânia - mas isso não pode ser à custa da negligência e do esquecimento, do ignorar de circunstâncias de guerra que são igualmente dramáticas e, eventualmente, até mais, com consequências humanas mais devastadoras neste momento e que exigiria, obviamente, um reequilibrar das atenções políticas e mediáticas destas guerras. O Sudão já foi muito importante na agenda internacional. Deixou de ser importante a partir do momento em que há um acordo de paz entre o Norte e o Sul em 2005. A partir desse momento, nem a guerra no Sudão do Sul interessou ou importou aos actores que estiveram tão investidos na tentativa da busca de paz no Sudão. Parece-me que há aqui esta circunstância infeliz de estarmos perante uma guerra em contextos que verdadeiramente não interessam à maioria dos actores da comunidade internacional.”
Hoy arrancamos un programa muy viajero, en el que hemos iniciado nuestra andadura en Valencia, más concretamente en Villamarchant, junto a su Alcalde, Héctor Troyano (alcalde de Vilamarxant), para presentar el proyecto realizado por Río de la Vida, Solidario Medios de Comunicación, en beneficio del río Túria. Se trata de una iniciativa de Río de la Vida, en un acto de solidaridad destinado a promover el cuidado y bienestar del río Túria. Nuestra entrevista del día voló telefónicamente hacia La Rioja, y no para hablar de sus vinos, sino para conversar sobre cómo pescar carpfishing en grandes lagos, junto a Jorge Cacho. Además, profundizaremos en el lago Biscarrosse, el segundo lago más grande de Francia, y finalizaremos con un invitado de lujo: José Carlos Carrascal, creador de TopFishing en Extremadura. Un auténtico experto en pesca de depredadores, dispuesto a compartir sus mejores experiencias, consejos y lugares secretos a través de la web.
Esta sexta-feira e sábado, decorre, na Tanzânia, uma cimeira sobre o conflito no leste da República Democrática do Congo, que vai reunir líderes da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) e da EAC (Comunidade da África Oriental). O que pode a diplomacia e que impacto tem e terá o conflito na região? Régio Conrado, professor de Ciência Política e de Direito na Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, diz que “não acredita numa solução diplomática urgente” e que “não vê uma solução rápida” para uma situação que descreve como “profundamente complicada” e intrinsecamente ligada à “geopolítica dos recursos naturais”. Esta quarta-feira à tarde, o grupo M23 e as tropas ruandesas lançaram uma nova ofensiva no leste da RDC e tomaram uma nova cidade na província do Kivu Sul, retomando a progressão para a capital provincial de Bukavu. A ofensiva acontece cerca de uma semana depois de terem conquistado Goma, a capital do Norte Kivu e um dia depois de ter entrado em vigor o cessar-fogo unilateral decretado pelo M23. Um porta-voz do governo da RDC afirmou, hoje, que esta ofensiva mostra que o cessar-fogo era "um logro". A notícia surgiu depois da entrevista, esta manhã, com o investigador Régio Conrado, quando ainda vigorava o "cessar-fogo". RFI: Como está hoje a situação no leste da RDC?Régio Conrado, Professor de Ciência Política e de Direito na Universidade Eduardo Mondlane: É preciso dizer duas coisas preliminares. A situação no leste do Congo não está numa situação de calma, particularmente em Goma, porque para além do M23 que está profundamente envolvido no conflito naquela região, nós temos praticamente acima de 130 grupos que também estão profundamente activos. Por outro lado, nós temos a ADF [Forças Democráticas Aliadas], que é também um movimento que surge do Uganda, que também é profundamente activo naquela região do Congo. Agora, o que neste momento nós podemos dizer - pelo menos das notícias que nos chegam - é que, por causa desta moratória que foi dado pelo movimento M23, a situação ficou relativamente calma. Mas também continuamos a ter notícias de algumas exacções naquela região. Mesmo que haja um comando para que a situação se acalme sob o manto de conversações em curso, não se pode dizer que a situação em Goma está completamente controlada.O movimento M23, apoiado pelo Ruanda, anunciou o cessar-fogo unilateral na terça-feira, a poucos dias da cimeira na Tanzânia, onde os líderes da SADC e da EAC, ou seja, África Austral e África Oriental, se vão reunir para tentar acabar com o conflito no leste da RDC. Quais são as expectativas desta cimeira? A situação na região é profundamente complicada porque nós sabemos que há interesses que ultrapassam estas duas regiões [África Austral e a África Oriental]. Nós temos implicações de França, dos Estados Unidos da América, da Turquia, de Israel, até de países como a China, porque - na economia política desta guerra - muitas vezes explora-se a questão étnica, mas eu penso que a geopolítica dos recursos naturais é a tese mais vincada. O que deve suceder é que, por um lado, o Ruanda - apoiado certamente pela França, mas também pelos Estados Unidos da América e pelos países a que fiz referência - tem interesses estratégicos naquela região toda, mas por detrás dos interesses do Ruanda estão os interesses dos americanos e dos franceses. Para além dos países aqui referenciados, potências como a Rússia também estão envolvidas naquela região e sabemos que aprioristicamente há uma contenda profundamente importante entre o entendimento que os ruandeses têm da intervenção sul-africana, que não é entendida como uma intervenção que visa a paz na região, mas é entendida como a intervenção que visa debelar ou ir contra os interesses ruandeses. Por outro lado, a África do Sul e o Ruanda estão num outro teatro de conflito que é Moçambique porque a África do Sul não olha com olhos muito positivos a presença do Ruanda porque é considerado como um lugar de influência imediata das fronteiras exteriores da África do Sul e é por esta razão que nós vimos aquelas posições todas. Das negociações que já houve naquela região, o Presidente angolano João Lourenço esteve implicado na tentativa de aproximação entre o Presidente da República Democrática do Congo e o Presidente ruandês e o resultado foi praticamente mínimo. Eu penso que Angola conseguiu muito proteger as suas fronteiras Norte, que fazem fronteira com a República Democrática do Congo, mas não conseguiu, em nenhuma circunstância, colocar fim a este conflito.A cimeira vai servir para obter uma solução diplomática? Qual é a solução possível a curto termo? Uma solução diplomática urgente para este conflito não acredito muito, tendo em conta o histórico das conversações e, sobretudo, porque o fundo dos desentendimentos são tão graves e profundos que não vejo uma solução rápida. Para além daquilo que é a geopolítica dos recursos naturais na região, o Ruanda entende que a sua intervenção naquela região da República Democrática do Congo é uma questão de segurança nacional porque há muitos hutus que até hoje ainda querem fazer incursões dentro do Ruanda e o Ruanda entende que deve controlar dentro do território do Congo.Mas o Presidente de Ruanda nega e diz que não há provas de apoio ao M23. Claro, essa é uma posição pública. O Ruanda nunca aceitou, em nenhuma circunstância, que fosse apoiante do M23, mas todos os países que fazem “guerra por proxy” nunca assumem a responsabilidade. Até o próprio relatório das Nações Unidas veio mostrar de forma muito contundente a intervenção do Ruanda, o apoio de Ruanda, apoio militar, técnico, táctico, estratégico.Estamos perante uma guerra aberta entre a RDC e o Ruanda? Não diríamos uma guerra aberta, diríamos uma guerra por proxy [por procuração] porque o Ruanda nunca faz intervenções directas, mas utiliza um dispositivo ou um veículo operativo, que é o M23 para responder aos seus interesses que são duplos. Um é responder ao processo de exploração de recursos naturais que estão naquela região porque ele não tem recursos no seu território. Por outro lado, conter os movimentos potencialmente perigosos para a segurança interna do Ruanda.O Ruanda diz que a sua existência está em risco. Está mesmo?A existência do Ruanda tem que ser vista duplamente. Primeiro, ela está em risco na perspectiva de que há vários grupos rebeldes que foram compostos pelos antigos grupos que faziam parte dos que cometeram o genocídio no Ruanda. Isto não se pode negar. E que têm grandes interesses em derrubar o regime de Kagamé no Ruanda. Isto é um facto. Há esses movimentos que estão lá presentes e estão profundamente activos e se alimentam da exploração ilegal de recursos naquela região. Por outro lado, nós sabemos perfeitamente que o Ruanda, para a sua sobrevivência, depende fundamentalmente do apoio francês e americano para que essa sobrevivência se prolongue através de outros movimentos que são capazes de actuar fora das suas fronteiras imediatas. Isto faz com que ela tenha uma zona tampão.Mas a França pediu para que as tropas ruandesas saíssem do leste da RDC. Qual a possibilidade de sanções para o Ruanda?É impossível que haja sanções para o Ruanda porque há um outro conflito que é preciso trazer. A França e os americanos não estão necessariamente a jogar na mesma proporção. Não interessa para os americanos a presença ou a influência francesa naquela região porque foram os americanos que praticamente tudo fizeram para que a França perdesse a sua influência naquela região central de África, apoiando o Ruanda, apoiando massivamente o Uganda como dois pólos fundamentais da intervenção americana naquela região, e apoiando o governo da República Democrática do Congo, mas sem apoiar profundamente, para não ser tão forte que não permitisse que alguns recursos estratégicos, como os minérios, o urânio, fosse feito sem o controlo rigoroso daquele país. Tenho a percepção de que entre os americanos e os franceses, neste momento em que nos encontramos, não são capazes de impor qualquer sanção que seja. Não nos esqueçamos que França teria muita dificuldade de colocar sanções ao Ruanda porque o Ruanda é praticamente o veículo com o qual a França intervém militarmente no contexto de Moçambique, ou pelo menos, apoia para proteger os seus interesses estratégicos na Bacia do Rovuma. Ao mesmo tempo, os franceses não poderiam punir o Ruanda porque o seu projecto depende do financiamento de um dos bancos americanos e, neste momento, Donald Trump está numa posição muito dubitativa em relação aos interesses estratégicos americanos, com a intervenção dos franceses no contexto da exploração do gás em Moçambique.Estas situações todas vão complicar imensamente as sanções. Aliás, como bem viu, o Conselho de Segurança da ONU não conseguiu posicionar-se de forma contundente ou firme em relação à presença das tropas ruandeses na República Democrática do Congo, assim como o apoio directo quase explícito ao movimento M23.Perante os avanços no terreno, perante a conquista de Goma, o M23 não se impõe directamente na mesa de negociações? Não será esse o caminho para a paz? Eu penso que o caminho para paz depende, sobretudo, do Ruanda. O Ruanda e os congoleses, obviamente com os seus parceiros estratégicos, é que devem decidir porque é quase a mesma coisa do que imaginar que a Ucrânia é capaz de trazer a paz no seu conflito com a Rússia. Neste conflito, o M23 está sob tutela de um actor militar extremamente importante, que já provou ser um dos exércitos ou forças armadas das mais brilhantes do continente africano que é o exército ruandês. Qualquer discurso é um discurso que vem muito a vez do Estado Maior General das Forças de Defesa e Segurança do Ruanda porque o M23 é apenas um dispositivo. Há uma parte de congoleses que estão directamente implicados com interesses financeiros económicos muito grandes, mas também sabemos que, do ponto de vista da logística, da estratégia, da tática e do fornecimento da inteligência militar e da contrainteligência militar, isso é feito com o apoio directo do Ruanda, porque nós vimos inclusivamente um dos altos generais do exército ruandês presente em Goma. Isso significa que o M23 “per se” não tem a capacidade de decisão autónoma que não seja sempre articulada com o Estado ruandês. É diferente com a ADF porque a ADF é um movimento que actua na República Democrática do Congo, mas que não está sob o controlo do Estado ugandês, está contra o Estado ugandês. Aqui, provavelmente diríamos que há um pouco mais de autonomia, mas também sabemos que há outros interesses por trás. Esta cimeira, que não é a primeira cimeira, vai ser num ambiente de grande tensão e conflito entre os principais actores. Recorde se que 14 soldados sul-africanos, morreram.E que são hoje repatriados para a África do Sul. Isto é uma questão muito sensível porque para a África do Sul quem é responsável pela morte daqueles soldados não é o M23, é o Ruanda que se pronunciou publicamente a desafiar a África do Sul.E a exigir a retirada da missão da SADC também. Sim porque para o Ruanda é considerado como um dispositivo de ataque e não dispositivo de paz. Em relação ao Quénia, onde vai ser o palco das negociações, o Quénia mandou forças para o Congo, cujo resultado é quase mínimo e as relações entre o Quénia e Ruanda também não são assim tão pacíficas. Tenho o entendimento de que uma das pessoas que consegue aproximar os dois tem sido o Presidente angolano João Lourenço. Mas esta situação, tal como ela evoluiu ao extremo, tem muitos interesses em jogo.O Ruanda está a dizer que o seu Estado está em risco, que a sua segurança está em risco. O que é que a RDC pode oferecer para garantir que o Ruanda não se sinta ameaçado? Como é que fica a dependência que os ruandeses têm no que concerne à exploração de recursos naquela região? Porque os ruandeses são exportadores de matérias-primas que não existe no território ruandês. Essas matérias beneficiam o Ruanda e as empresas que compram e isso não se limita à França ou aos americanos, mas até a China beneficia desta situação toda.Relativamente ao impacto nos outros países da região: o Burundi tem receio de uma agressão de Ruanda, depois de o Ruanda acusar o Burundi de apoiar a RDC. O Presidente do Burundi advertiu que o conflito corre o risco de se transformar numa guerra regional. Quais é que são os riscos eminentes? O primeiro risco eminente é a fragilização da situação já frágil de segurança na Região dos Grandes Lagos porque nós sabemos que nem o Burundi está numa situação de segurança ou de paz, ou de tranquilidade, nem o Ruanda e o Uganda. Os únicos países que conseguem manter uma certa segurança, mas também relativa, são países como a Tanzânia, mais a leste, e Angola, mais a sul. Para além disto, nós sabemos que toda a fragilização completa do Estado congolês seria profundamente perigoso até para países como Moçambique, Quénia, Tanzânia e até para países que já estão em situação gravíssima em termos de segurança, como a República Centro-Africana. Porquê? Porque muitos dos quase 130 movimentos armados que actuam na região do leste do Congo poderiam expandir as suas ambições para outros territórios. A terceira coisa é que nós poderíamos aprofundar aquilo que são os laivos ou os riscos da penetração do islamismo de que a ADF é um dos potentados na tal província oriental islâmica que engloba inclusivamente Moçambique, com fortes riscos de até deflagrar na Tanzânia. O Quénia já se está a debater com essas formas há muitos anos, o Congo não tanto, mas já devem estar lá profundamente activas. E há um outro aspecto que é profundamente importante que é de termos uma confrontação por interposição de outras potências por causa dos recursos naturais que estão ali presentes. O que nós temos que entender é que a história da gestão e da exploração dos recursos e patrulhamento naquela região, já tivemos situações em que as grandes potências já esqueceram regras básicas de direitos humanos, respeito da integridade territorial, soberania dos países por causa dos seus interesses estratégicos que, muitas vezes, vão para além das questões de moralidade. Então, se nós tivéssemos um conflito regional, isto não era só na Região dos Grandes Lagos, na região central de África, isto ia também criar sérios problemas para os países da África Austral e, principalmente, países como Moçambique e Malawi porque provavelmente iria facilitar a descida de outros grupos islamistas, como vimos alguns deles, no caso de Moçambique, que vinham da República Democrática do Congo ou, pelo menos, tinham treino naquela região. Então, tudo isto, é uma situação que criaria graves problemas. Não é por acaso o grande interesse da África do Sul de estar naquela região. Se cai a República Democrática do Congo, alguns interesses económicos da África do Sul também ficam complicados, mas também porque isto iria criar problemas muito grandes para países como Moçambique que são uma espécie de tampão para muitos países da África Austral. Algo que a África do Sul não quer que aconteça de forma nenhuma.
Ruanda es un actor clave en lo que está sucediendo desde hace años en el este de la República Democrática del Congo. Hablamos sobre ello con Josep María Royo, politólogo, analista en conflictos y construcción de paz y especialista en la región de los Grandes Lagos.Escuchar audio
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O leste da República Democrática do Congo está a ser palco de violentos combates entre os rebeldes do M23, apoiados pelo Ruanda, e o exército regular congolês. Há relatos que dão conta de que partes da cidade de Goma, capital da província do Norte Kivu, estão agora nas mãos deste grupo rebelde. Até ao momento, pelo menos 17 pessoas morreram e quase 400 ficaram feridas. Em entrevista à RFI, Osvaldo Mboco, analista político angolano começa por relatar-nos aquilo que se sabe até ao momento sobre a situação no terreno, defendendo que a comunidade internacional já deveria ter condenado o Ruanda.RFI: O que se sabe até ao momento sobre a situação no terreno?Osvaldo Mboco: O que se sabe é que o M23 tomou de assalto Goma, que é uma das cidades importantes no leste da RDC. Também se sabe que muitos soldados ou militares do exército regular foram capturados pelo M23 e há algumas imagens que ainda são um pouco confusas, que têm a ver com alguns soldados da República Democrática do Congo estarem a ser escoltados pela força regular do exército do Ruanda. Mas é uma imagem muito confusa do ponto de vista de análise e também dos factos. Agora, um outro elemento que é importante é que Angola, a República Democrática do Congo, e também a República do Congo, acabaram retirando desta região os militares que estavam no mecanismo de verificação da trégua que existia, também por segurança, penso eu.Foi decisão de Angola que, segundo notas do país, foi uma acção concertada entre os serviços diplomáticos, quer do Estado angolano, quer com a RDC e quer também com o Ruanda. Está a viver-se um período de muita incerteza ao nível do Leste da República Democrática do Congo. E estas incertezas têm estado a criar um fluxo de refugiados bastante acentuado e também a dificultar a ajuda humanitária. Há uma demonstração clara de força do M23, do ponto de vista de maior capacidade combativa no terreno, comparativamente, ao exército regular, da República Democrática do Congo, e isto remete-nos a algumas reflexões: se o M23 vai simplesmente parar por goma ou se a intenção é também ocupar novas áreas, para além de Goma.RFI: Concretamente, pergunto-lhe qual é o papel estratégico desta que é a principal cidade do Leste da RDC?Osvaldo Mboco: Esta é uma das regiões que possui maior número de recursos minerais da República Democrática do Congo. Logo, se o M23 controla Goma, quer dizer que vai dar início ou vai intensificar as suas acções do contrabando de minérios e, por outro lado, isso dará ao M23 maior recurso financeiro para a aquisição de meios, equipamento bélico, etc. E há aqui uma outra perspetiva que não se fala muito, que talvez seja um pouco arriscada também. É mesmo a intenção do M23 querer controlar Goma e fazer de lá surgir um novo estado. Também pode ser aqui uma nova abordagem, que não é muito clara ainda. RFI: O que é que pode explicar o regresso do M23 a Goma, 12 anos depois de lá ter saído?Osvaldo Mboco: O que pode explicar é que o M23 nunca viu os seus interesses salvaguardados porque eles pretendem negociar directamente com o governo congolês. Não querem que seja negociado do ponto de vista práctico, por uma terceira pessoa ou então por uma terceira entidade. Mas o grande objectivo do M23 é também ocupar um pedaço de terra e não está muito interessado na paz porque a paz acabaria por obrigar a reintegrar alguns militares no exército. Uns iam para a vida civil, outros seriam desmobilizados, etc. E não é este o cenário porque eles percebem que, pela via da guerra, eles conseguem pilhar recursos e também defender os seus interesses económicos.Agora, o regresso está no facto de a comunidade internacional, a República Democrática do Congo, a SADC e a CIAC pensaram que depois do desaparecimento do M23, o M23 seria extinto e teria menos capacidade combativa. Penso que um elemento que nós temos que discutir é como é que o M23 se rearmou. Acho que deve ser o ponto de partida também do debate que nós temos que fazer.O M23 reearmou-se em função de países de trânsito. Ou seja, tem de haver um país de trânsito para chegar o equipamento militar, para ser dado treino, formação, logística, inteligência. E tudo indica que este país de trânsito seja o Ruanda porque o M23, quando se sentiu pressionado pelas forças governamentais, acabou por recuar nas matas do Ruanda. É um sinal mais do que claro que o Ruanda olhou para este cenário porque não me parece que a inteligência do Ruanda não tenha detectado que existia um grupo insurgente nas matas do Ruanda e que este tinha que garantir a integridade territorial. RFI: Não haverá incómodo por parte da comunidade internacional relativamente ao Ruanda, já que o país foi alvo de genocídio, evitando as críticas a Kigali, não obstante as suas repetidas incursões na RDC e o apoio ao M23? Não haverá incómodo por parte da comunidade internacional em de condenar o Ruanda?Osvaldo Mboco: Eu penso que a comunidade internacional já deveria ter dado esse passo, por uma razão muito simples: nós não podemos ter um estado ao nível da região, a nível do mundo, onde existem relatórios das Nações Unidas de peritos que deram conta que altas patentes a nível do Ruanda que apoiam o M23.No ano passado, houve um relatório que dava nota de que 3000 a 4000 soldados do Ruanda estão nas fileiras do M23. É o momento mais do que esperado para que se comece com as sanções a nível do Ruanda. E aqui a comunidade internacional e as grandes potências têm uma responsabilidade acrescida neste momento.O relatório das Nações Unidas é um relatório que não é completo. Não é verdadeiro porque o Ruanda não aceita. O Ruanda tem estado a desafiar uma organização de carácter mundial, que tem estado a fragilizar ainda mais a posição das Nações Unidas. E eu penso que, em função dos vários interesses instalados na República Democrática do Congo, dos franceses, americanos, russos e chineses, era fundamental perceber se esse cenário favorece muito mais esses países ou se este cenário prejudica os interesses dessas grandes potências.Se favorece muito mais os interesses dessas grandes potências, então vamos assistir a um olhar impávido e sereno da comunidade internacional porque percebem que, com o cenário de conflitualidade, eles têm muito mais a ganhar do ponto de vista da exploração do minério, a não ser que seja esse o entendimento que esses estados tenham. RFI: E quem é que poderá ter aqui um papel a desempenhar neste conflito? A SADC, a África de Leste? Na sua opinião, quem é que poderá ter um papel preponderante?Osvaldo Mboco: Ao nível do continente africano, nós temos que olhar para a Conferência Regional dos Grandes Lagos. É importante por uma razão muito simples porque grande parte dos países vizinhos da RDC estão na Conferência Regional dos Grandes Lagos. Logo, é aqui que se consegue traçar estratégias de segurança coletiva, onde se envolve todos os países vizinhos, os nove, porque uma política de boa vizinhança, uma política de segurança colectiva permitirá, até certo ponto, estratégias conjuntas e até, em alguns casos, algumas manobras militares conjuntas também.Então, eu penso que o mecanismo da Região dos Grandes Lagos é um mecanismo extremamente importante para se encontrar a estabilidade na República Democrática do Congo. Mas é fundamental, que a SADC, a CIAC, a União Africana, e as Nações Unidas apoiem aquilo que pode ser as políticas, mecanismos e as estratégias engendradas pela Conferência Regional dos Grandes Lagos para poder fazer face ao que está a acontecer a nível da República Democrática do Congo. RFI: Até que ponto é que a mediação de Angola e também outras mediações, nomeadamente do Quénia, não ficaram comprometidas agora com estes últimos desenvolvimentos no leste da RDC? Osvaldo Mboco: Bem, os processos de mediação normalmente são processos complexos. E, dada a natureza da complexidade do que se vive na República Democrática do Congo, o que eu penso, enquanto angolano, é que Angola, por partilhar uma fronteira vasta com a República Democrática do Congo, deve continuar a mediar e também trazer instrumentos para se encontrar a estabilidade. Claramente que esses avanços do M23 demonstram que a mediação de Angola e do Quénia não têm estado a conhecer os melhores resultados. Tem estado a falhar, mas é importante que se diga também que muitos aspectos aqui discutidos não dependem da mediação.A mediação procura encurtar as diferenças, apresentar propostas e os intervenientes são os principais actores. Esses sim, é que fazem a grande diferença. Mas Angola, por partilhar uma fronteira com a República Democrática do Congo dessa extensão, é importante que Angola esteja na mediação, até por uma questão de interesse do estado angolano.Por uma razão muito simples: porque tudo o que acontece na República Democrática do Congo acaba tendo implicações com o Estado angolano. Daí que eu defenda que a RDC não é uma zona de influência do Estado angolano. Mais do que isso, é o espaço vital.
Entramos na fase final de 2024 e, como todos os anos, tentamos esboçar um balanço dos últimos meses que passaram em África. Neste sentido, falamos com diversos estudiosos, nomeadamente o escritor e analista cabo-verdiano António Ludgero Correia, o professor de Relações Internacionais angolano Osvaldo Mboco, o analista moçambicano Justino Quina, o jornalista guineense Diamantino Lopes, o sociólogo são-tomense Olívio Diogo e o especialista português do Corno de África, Manuel João Ramos. Neste balanço do ano, não podíamos deixar de dar destaque a Moçambique cuja actualidade tem sido trágica com a recente passagem do ciclone Chido no norte do país, provocando numerosos mortos e afectando muitos milhares de pessoas.A nível político, estas últimas semanas foram também intensas em Moçambique, depois das eleições gerais de 9 de Outubro, com a CNE a declarar a Frelimo no poder vencedora com mais de 70% dos votos.Resultados rejeitados pela oposição, em particular pelo partido extraparlamentar 'Podemos' e o seu candidato presidencial Venâncio Mondlane que apelou regularmente a manifestações e bloqueios por todo o país.A repressão desses movimentos resultou em mais de 130 mortos, de acordo com a sociedade civil, o que abriu uma ferida profunda no seio da população. Para o cientista político Justino Quina, houve um extremar de posições de parte a parte. Só que "o país não tem condições de viver períodos de instabilidade cíclica", adverte o estudioso.Este foi também um ano de dor no Sudão, onde pelo segundo ano consecutivo, o exército do general Abdel Fattah al-Burhane se opôs aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido do general Hamdane Daglo, com um balanço que ascende a várias dezenas de milhares de mortos, 12 milhões de deslocados e a "maior crise humanitária do mundo", segundo a ONU. Uma situação que infelizmente não tem fim à vista, de acordo com Manuel João Ramos, especialista do Corno de África ligado ao Instituto Universitário de Lisboa, para quem este "é o problema mais grave em todo o mundo, mas aquele é mais esquecido".A zona do Sahel também continuou em ebulição em 2024, nomeadamente com o Níger, o Mali e o Burkina Faso a anunciarem no começo do ano a sua decisão de sair da CEDEAO. Esta decisão foi confirmada em meados deste mês na última cimeira da Comunidade Económica do Estados da África do Oeste, com os dirigentes da organização a dizerem que esta saída será definitiva dentro de seis meses. Para o jornalista e analista guineense Diamantino Lopes, "factores políticos, diplomáticos e também factores económicos nesses países e ainda associados à segurança" contribuíram para esta decisão.Este foi também um período particularmente conturbado no Senegal, onde após o anúncio do adiamento das presidenciais inicialmente previstas em Fevereiro, eclodiram manifestações violentas. O escrutínio que acabou por ser realizado em Março, foi marcado pela vitória do opositor Bassirou Diomaye Faye. O seu partido venceu igualmente as legislativas de Novembro, confirmando Ousmane Sonko no posto de primeiro-ministro. Esta alternância política traduziu-se por uma viragem, designadamente em termos de relações com parceiros tradicionais como a França.Recentemente, o Senegal disse que não quer mais a presença de tropas francesas no seu território, por uma questão de soberania. "Agora, vemos um novo grupo político que é pan-africanista, tem uma outra visão política, uma outra visão da sociedade", considera Diamantino Lopes ao falar em "mudança geracional".Pelo contrário, na Guiné-Bissau, 2024 marcou a continuidade da viragem assumida em finais de 2023, após a dissolução do parlamento.A instabilidade política e a repressão de protestos populares, foram alguns dos aspectos marcantes deste ano. Após ter anunciado a realização de legislativas antecipadas para 24 de Novembro, o Presidente da República acabou por anunciar o seu adiamento quinze dias antes da data prevista para o escrutínio. Para Diamantino Lopes, 2024 não foi um ano de surpresas. "Já se vislumbrava a instabilidade política porque não houve uma mudança como deve ser (…) Voltou-se a um processo de estagnação", lamenta Diamantino Lopes.Noutras latitudes, nos Grandes Lagos, não se alcançou ainda a paz no leste da RDC.No poder desde o ano 2000, o Presidente ruandês Paul Kagame foi reeleito a 15 de Julho para um novo mandato de cinco anos, com mais de 99% dos votos.Considerado como o principal factor de desestabilização do leste da República Democrática do Congo, ele tem sido assiduamente solicitado por Angola para se sentar à mesa das negociações com o Presidente Tshisekedi.Uma ronda negocial que devia marcar a possível assinatura de um acordo de paz, no passado dia 15 de Dezembro, acabou por ser cancelada devido a desacordos persistentes entre as partes. Osvaldo Mboco, professor de Relações Internacionais na Universidade Técnica de Angola e autor do livro "Política externa de Angola, Principais marcos, desafios e perspectivas", dá conta da importância do envolvimento de Angola na mediação do conflito do leste da RDC. "Independentemente de todo esse envolvimento de Angola, conhecemos o desfecho que não tem sido muito favorável e, reparando nesta dimensão, Angola deve continuar a trabalhar com o intuito de buscar as melhores soluções e também defender os seus interesses na região", considera o universitário.Noutro aspecto, a visita no começo deste mês do Presidente americano Joe Biden a Angola, foi considerado um marco histórico para Luanda, Osvaldo Mboco sublinhando que "os americanos têm muitos interesses em Angola".Entretanto, desta vez em São Tomé e Príncipe, este ano esteve uma vez mais colocado sob o signo das dificuldades económicas. Esta situação foi o motivo invocado pelo chefe do governo, Patrice Trovoada, para tentar abrir brechas e gerar liquidez no país.Uma dessas brechas é a sua decisão de aumentar substancialmente o valor das taxas aeroportuárias pagas por quem vem de fora. Esta decisão gerou mal-estar entre o chefe do governo e o Presidente da República, apesar de serem da mesma cor política, com Carlos Vila Nova a vetar essa decisão e Patrice Trovoada a levar esse projecto avante, através de uma resolução que entrou em vigor no passado dia 1 de Dezembro.Para o sociólogo são-tomense Olívio Diogo, este episódio apanhou a população de surpresa, o estudioso vincando que "o país não precisa disso (…) As partes deviam dialogar, não trazer para a praça pública mais um conflito desnecessário que não vai fazer bem à saúde política" do país.Em Cabo Verde, este ano foi marcado por uma epidemia de dengue e por controvérsias, nomeadamente em torno do dossier dos transportes aéreos. Para o escritor e analista cabo-verdiano António Ludgero Correia, "um país arquipelágico e pobre como Cabo Verde devia ter uma boa rede de transportes marítimos. Nós temos estado a esbanjar dinheiro, a entregar pérolas a porcos, tentando fazer grandes coisas na área de transportes aéreos. A companhia de bandeira tem custado um balúrdio ao Estado".Por fim, na África do Sul, 2024 marcou uma mudança no cenário político, com o ANC a perder a maioria absoluta nas eleições gerais de Maio, obrigando o partido no poder há 30 anos a formar um executivo de coligação. Para o analista moçambicano Justino Quina, esta é a tradução de um descontentamento da população sul-africana que já vem de longe. "Há um conjunto de demandas sociais às quais ao longo do tempo o ANC não tem sabido responder de forma significativa", refere o estudioso.Por outro lado, ao evocar os próximos tempos naquele país, em particular a perspectiva de a África do Sul presidir o G20 em 2025, Justino Quina diz esperar que "a África do Sul use esta grande oportunidade para fazer valer não só os seus interesses, mas também os interesses da região".
Em entrevista exclusiva à ONU News, ministro das Relações Exteriores Téte António reforça papel da diplomacia para acordo de paz entre RD Congo e Ruanda, em processo liderado pelo presidente João Lourenço; conflito, que dura décadas, causou milhares de mortes e milhões de deslocados internos.
Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola e voz conhecida da RFI pelas suas análises, lança no próximo dia 6 de Novembro, o seu novo livro, "Política externa de Angola, Principais marcos, desafios e perspectivas". Nesta obra que vem no seguimento de outros livros como “Os desafios de África no século XXI – um continente que procura se reencontrar”, publicado em 2021 ou ainda "As eleições em Angola, de 1992 até aos nossos dias" lançado em 2022, Osvaldo Mboco evoca designadamente a evolução das relações do seu país com os seus parceiros nos Estados Unidos, Rússia, China ou ainda França, passando em revista os momentos-chave da diplomacia angolana desde a independência, em 1975, até aos dias de hoje.RFI: Relativamente aos marcos históricos da diplomacia angolana de 1975 até aos dias de hoje, como é que poderíamos resumir em poucas palavras a evolução da diplomacia angolana nesses anos? Partimos de um país recém-independente de cariz socialista, para um país que agora multiplica as parcerias com países que até são antagónicos no plano internacional. Osvaldo Mboco: Nós, neste livro, entendemos dividir a política externa de Angola em seis épocas importantes. De 1975 até 1979, marca, ao nosso entender, a primeira fase da política externa de Angola. Depois de 1979 a 1989: porque aqui em 79, estava a entrar um novo Presidente que é o Presidente Eduardo dos Santos e de facto não alterou em grande medida aquilo que eram os pilares estruturais da política externa de Angola, porque nós tínhamos uma política externa voltada neste período ao marxismo-leninismo. A nossa relação era muito mais próxima para os países comunistas ou socialistas nesta época. Esse período termina em 89 e é a queda do Muro de Berlim. O país começa a fazer reformas importantes do ponto de vista da abertura da economia de mercado, mas ainda um país que tinha assente pilares naquilo que era a ideologia marxista-leninista. E depois há o terceiro período, que é de 1989 até 1992. Nesse período, onde também o país foi obrigado, até certo ponto, a abrir-se para o multipartidarismo e começar também a se relacionar com outros Estados. Depois de 92 até 2002, que é um período marcado fortemente pelo conflito civil, onde a estratégia da política externa de Angola era muito mais voltada para o objectivo de encurtar as linhas de apoios e abastecimento que a Unita tinha. É uma política de boa vizinhança também com os países vizinhos, no sentido de a Unita ser entendida não como um grupo de guerrilha, mas como um grupo rebelde. Esse foi um trabalho também da nossa diplomacia. Depois, teve o quinto período, que é de 2002 até 2017. Nesse período, um período pós-guerra, um período em que o país se abriu, vai buscar novas perspectivas. Depois, o outro período é de 2017 até aos nossos dias, que já é um período marcado pela presidência do Presidente João Lourenço. Agora, claramente que nós também trouxemos aqui neste livro o nosso actual reposicionamento no sistema internacional, enquanto país que hoje vai buscando várias alianças, até com aqueles países que no passado eram antagónicos. Tudo indica que está a existir uma mudança da política externa de Angola do eixo Pequim-Moscovo para o eixo Bruxelas-Washington. E isto tem estado de facto a criar muitos debates, também ao nível da Academia. E olhando para esta reconfiguração da política externa angolana, onde condena actos nas Nações Unidas, por exemplo, a anexação das quatro províncias da Ucrânia pela Rússia, a intenção que o Estado angolano tem também de adquirir equipamento militar americano. Quando olhamos para grande parte do equipamento militar angolano hoje que é do Pacto de Varsóvia, arrisco-me a dizer que em Angola não existem cinco generais, pelo menos um, que têm estudos ou formação na Rússia. E como é que fica a descontinuidade disto? Quanto tempo levaria, quais são os gastos que nós teríamos? E os treino, etc. Agora, os Estados, no sistema internacional, eles competem e há uma demonstração clara que existe um grande interesse dessas grandes potências, nomeadamente a China, a Rússia e os Estados Unidos em Angola. E isto faz com que houvesse um termo para identificar o que Angola tem estado a fazer: a "diplomacia de jogo de cintura". RFI: Falou, Lá está, da "diplomacia do jogo de cintura". Foi um termo que utilizou, nomeadamente há poucos meses, quando Angola se voltou decididamente para uma parceria mais aprofundada com os Estados Unidos, correndo o risco de se afastar um pouco mais das suas parcerias com a China. No que é que consiste exactamente essa "diplomacia do jogo de cintura"? Osvaldo Mboco: É um termo utilizado para descrever a posição cuidadosa da política externa de Angola, para evitar "irritantes" políticos ou diplomáticos com as grandes potências, face aos acontecimentos que dominam o cenário internacional, e não pôr em causa os interesses nacionais. Ou seja, independentemente desses países serem antagónicos, têm interesse em Angola. Angola tem estado a demonstrar que não é "terra de nenhum senhor" e não sendo "terra de nenhum senhor", adopta uma postura de alguma cautela, mas que consegue também fazer convergir no Estado angolano, determinados interesses, que é com base nos nossos interesses nacionais e com base nos interesses desses Estados que são antagónicos e que muitas vezes chocam. E aqui podemos trazer a questão do corredor do Lobito também. Mas ainda assim, nós conseguimos nos posicionar e claramente pode existir algum mal-estar. Mas depois, tendencialmente, esse mal-estar pode ser ultrapassado pelos canais diplomáticos. O que nós fizemos no livro é dizer que essa "diplomacia do jogo de cintura", uma posição ponderada, calculada também dos riscos e as ameaças das decisões que nós vamos tomando e fazendo uma viabilidade de qual decisão beneficia melhor e defende melhor os interesses do Estado angolano. E isto foi notável pelas peças do jogo de xadrez do Presidente João Lourenço que conseguiu ir para os Estados Unidos, provavelmente tudo indica que o Presidente Joe Biden, em Dezembro, realmente estará em Angola, mas ainda assim, os interesses chineses e russos continuam a ser discutidos e a ter espaço também no Estado angolano. E eu penso que nós, Angola, temos que definir o que é que nós queremos com as grandes potências, porque eles sabem o que eles querem de nós. Nós agora temos que pegar nos nossos interesses nacionais, traçar uma estratégia que vai de encontro na defesa dos nossos interesses que traçámos inicialmente. Então, é essa a diplomacia de equilíbrio, de "jogo de cintura", que é uma posição cuidadosa que a diplomacia angolana vem adoptando para não criar "irritantes" políticos, mas ao mesmo tempo defender os seus próprios interesses. RFI: Relativamente às relações de Angola com a França, também reservou um capítulo a esta temática. Como é que estão as relações neste momento? Do seu ponto de vista? Osvaldo Mboco: A França, naquilo que nós fizemos referência no livro, é o país que mais investe em Angola, claramente no sector petrolífero. E isso nos dá um indicador que são relações que são boas. O presidente Emmanuel Macron esteve em Angola não simplesmente para tratar de questões ligadas a aspectos económicos, mas também para tratar de aspectos em volta daquilo que é a crispação político-diplomática que a França vem sofrendo nos últimos tempos em África, principalmente nas antigas colónias onde existiram golpes de Estado e de que a França foi obrigada a sair de forma atabalhoada em função daquilo que tem sido a posição dos Estados. E eu também trago aqui, numa perspectiva que a aproximação quer da França, quer dos Estados Unidos em Angola, também é resultante dos últimos acontecimentos na região do Sahel, com os golpes de Estado, de mudanças incondicionais e a necessidade de identificar novos "players". Angola é um país que tem saída para o mar, tem posição geográfica, tem expressão no continente africano e parece que um dos grandes aliados dos Estados Unidos, que é a África do Sul, está-se a aproximar muito mais para o Sul global, está-se a aproximar muito mais dos BRICS. Então, há toda a necessidade do Ocidente encontrar um "player" a nível do continente africano que possa, até certo ponto, contrabalançar a posição da China e da Rússia no continente africano, em interesse do próprio Ocidente. E penso que Angola está dentro desta equação, desses Estados quer da França e quer também dos Estados Unidos. Daí diria, a importância que Angola hoje tem a nível do contexto africano e os interesses crescentes por parte desses Estados para com o Estado angolano. RFI: Não podíamos também deixar de mencionar a República Democrática do Congo, que é um dos "dossiers" sobre os quais Angola tem estado a trabalhar ultimamente. Chama a RDC de "quebra cabeças". Como é que poderíamos analisar o que está em curso neste momento relativamente à RDC e à mediação angolana? Osvaldo Mboco: RDC é o "quebra-cabeça" da diplomacia preventiva de Angola. Não é de hoje que Angola tenta mediar várias situações na região dos Grandes Lagos e também na República Democrática do Congo. Isto já vem desde o Presidente Eduardo dos Santos. Claramente que nós tivemos uma outra forma de abordagem, uma outra dinâmica, um novo engajamento com o Presidente João Lourenço. Mas tudo indica que os resultados alcançados até agora não são os melhores resultados, porque nós temos estado a assistir, mesmo com o cessar-fogo, ao M23 a ocupar novas vilas, a desrespeitar o acordo de cessar-fogo que nós já fizemos. Refiro-me também ao facto de o M23 não ter sido chamado neste acordo de cessar-fogo, não se revia nos acordos. Por outro lado, o Presidente Kagame tem estado a dar sinais de que as negociações não têm estado a ir na direcção que ele pretende. Daí que várias vezes não esteve em Luanda na cimeira de alto nível de chefes de Estado e de Governo e mandatou representantes também como forma de pressão. Há também aquilo que têm sido as acusações mútuas entre os dois Presidentes, o Presidente Kagame e o Presidente Félix Tshisekedi, que têm estado a minar o processo de mediação de Angola. Mas Angola tem continuado e continua (a mediar). Neste momento, existem reuniões ministeriais entre os ministros dos Negócios Estrangeiros dos dois Estados sob a condução de Angola. Os peritos também têm estado a trabalhar. Angola apresentou uma proposta aos dois chefes de Estado sobre a paz duradoura. Nós não conhecemos o conteúdo que aí está, mas penso que quando temos essas reuniões cá em Angola, onde também participam os peritos, é com o objectivo de se discutir ao máximo os pontos divergentes que lá estão. Penso que as discussões têm estado a andar nesta direcção do lado angolano. Cabe a Angola continuar a mediar o conflito. E eu vou aqui dizer isto. O discurso político do Presidente Kagame e do Presidente Felix Tshisekedi ainda demonstra que o Presidente João Lourenço é um interlocutor válido. Mas depois a actuação dos dois Presidentes nas acusações mútuas mina o processo de mediação de Angola. Sem sombra de dúvida. Agora é importante também aqui dizer que nós temos estado a assistir a alguns recúos do ponto de vista de resultados, não de acções, do ponto de vista do resultado para aquilo que tem sido a acção da diplomacia angolana. Daí que eu dizia que é o "quebra-cabeça" da diplomacia angolana. A situação da República Democrática do Congo é uma das peças importantes, mas existem outras peças também que devem ser montadas na região dos Grandes Lagos. Continua a ser também uma das regiões que é pilhada de forma grosseira dos recursos minerais que aí estão. Mas o interesse da Angola, ao mediar, na minha perspectiva, e é o que nós trouxemos no livro, não é simplesmente a vontade de querer ter um prestígio internacional, de resolver um problema daquela dimensão que é o Leste da República Democrática do Congo. Mas também é uma questão de interesse e de segurança. Ou seja, o conflito está no leste da República Democrática do Congo, mas numa situação em que o conflito se alastra por todo o território da República Democrática do Congo, Angola pode sofrer com as consequências desse conflito. Tem campos de refugiados em algumas províncias de Angola que vêm da República Democrática do Congo. As fronteiras ficam muito mais porosas para os crimes transnacionais, nomeadamente tráfico de droga, tráfico de seres humanos, contrabando de combustível que já existe. Então há aqui uma maior porosidade e, por consequência, da transposição do conflito, pelo menos até às fronteiras do Estado angolano. Ou seja, a República Democrática do Congo não é simplesmente uma zona de influência do Estado angolano. A República Democrática do Congo é o espaço vital do Estado angolano, porque toda a operação securitária, política e económica que acontece na República Democrática do Congo tem implicações para o Estado angolano. Daí que o Congo, na minha perspectiva, é o "quebra-cabeça" da diplomacia angolana em termos internacionais.RFI: Outro dos dossiers nos quais Angola tem estado bastante activo é tentar obter reformas nas Nações Unidas e, nomeadamente, obter um lugar captivo no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Quais são as perspectivas, a seu ver? Osvaldo Mboco: Na obra, nós não trouxemos essa discussão de Angola sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Relativamente à pergunta que me coloca, eu penso que Angola junta-se ao grupo de países que entendem que a actual configuração no Conselho de Segurança das Nações Unidas já não atende aos actuais desafios. E daí que Angola é um daqueles países que apela à reforma dos órgãos do Conselho de Segurança das Nações Unidas e também entende que há uma posição de injustiça, digamos, do sistema internacional para com o continente africano, que é um dos continentes com maior índice de população e é o continente com mais estados no mundo e não tem nenhuma representação permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Agora, a grande discussão será no futuro, qual dos Estados africanos deverá preencher este lugar. Penso que quer a nível das Nações Unidas e quer a nível das geografias onde se identificaram a necessidade do alargamento e a entrada de um "player", claramente não é um assunto para hoje. Mas ainda assim é um assunto no qual devemos começar a reflectir, porque provavelmente um dia a ordem mundial vai se alterar e isto poderá acontecer, claramente. Não há vontade política neste momento das grandes potências, mas pensamos nós que isto um dia pode vir a acontecer. Angola, penso eu, quanto a esta matéria, tem estado a se posicionar da melhor forma possível sobre a reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. RFI: Na conclusão da sua obra, Osvaldo Mboco preconiza que se conceptualize o pensamento político estratégico da política externa de Angola, ou seja, um documento diagnóstico e programático da política externa do país. Poderia explicar-nos no que é que consistiria esse documento e a sua importância sobretudo? Osvaldo Mboco: Eu penso que o pensamento político estratégico na política externa de Angola deve ser um seguimento daquilo que é a agenda do Estado angolano, Ou seja, nós, Angola, precisamos de uma agenda de Estado. E nessa agenda de Estado devem estar definidas quais são as metas que nós pretendemos alcançar, os objectivos e os timings que nós queremos cumprir. A perspectiva de termos uma agenda de Estado é dizer o seguinte: que o nosso objectivo central é transformar Angola numa potência regional daqui a 50 ou 30 anos e nós vamos trabalhar nesta direcção com esses vectores. Seja qual for o partido político que chega ao poder, deve entender que não deve descontinuar a estratégia que já foi montada. E daí que nós temos estado a defender que a agenda de Estado deve resultar, não de um programa de governação do partido político dessas eleições, mas ela deve resultar do consenso nacional da discussão pública, onde vários intervenientes do Estado devem participar, as igrejas, a sociedade civil, os partidos políticos, as universidades. Porque existe um grande divórcio em Angola entre o governo ou o Executivo com aquilo que são as universidades, enquanto as universidades deveriam ser, ao meu entender, o mais alto palco do conhecimento e participar activamente naquilo que são as estratégias a serem montadas. Agora não estamos aqui a defender que este documento é um documento estático, porque as relações internacionais dinâmicas, são variáveis. Sempre que houver necessidade, deverá se introduzir reformas consoante o contexto internacional, mas com o objectivo primário, que é atingir determinadas metas. Então, esse deveria ser o pensamento político estratégico de Angola. Por exemplo, na obra também nós fizemos referência que Angola, por ser um dos principais "players" em matéria de gestão e resolução de conflitos em África, já deveria ter um centro de análise e estudo sobre guerra e paz, um centro que analisa os conflitos mundiais ou, se quiser, simplesmente de África. Estuda os conflitos, apresenta prognóstico da resolução desses conflitos, apresenta as soluções e olha as várias doutrinas que existem. E pode até trabalhar também para o surgimento de novas doutrinas sobre matéria de gestão e resolução de conflitos. Isto poderia fazer com que aquilo que é o conhecimento angolano influenciar também a ciência voltada a matérias ligada a guerra e paz, a gestão e resolução de conflitos. Seria também uma forma ou instrumento importante que Angola poderia utilizar para, de facto, se afirmar no continente africano como um país de matriz pacifista, mas como um país que também tem a gestão e resolução de conflitos como um aspecto principal da sua política externa, não simplesmente do ponto de vista da mediação, mas do ponto de vista da construção de conhecimento e observação dos fenómenos e produzir aquilo que podem ser as eventuais soluções.
Beneficiários são das regiões africanas do Sahel e da Bacia dos Grandes Lagos; chefe da ONU pede determinação global renovada para impulsionar um futuro mais seguro, próspero e digno para as populações que enfrentam diversas crises.
O Presidente angolano esteve esta segunda-feira, 12 de Agosto, em Kinshasa, no quadro da mediação de paz e segurança na República Democrática do Congo. O investigador angolano do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa, Eugénio Costa Almeida, acredita que o cessar-fogo está a ser respeitado pelo M 23 e que o Presidente João Lourenço se quer apresentar como "um paladino que conseguiu aquilo que outros não conseguiram". Na capital congolesa, o Presidente João Lourenço manteve um encontro com o Presidente Félix Tshisekedi. Na véspera, domingo, João Lourenço tinha estado no Ruanda, a assistir à investidura de Paul Kagame para um novo mandato de cinco anos e esteve reunido com o Presidente do Ruanda.RFI: Como é que explicam estes encontros entre João Lourenço, Félix Tshisekedi e Paul Kagame. Esta é uma forma de Angola garantir que o cessar-fogo seja respeitado?Eugénio Costa Almeida: Isto é quase como uma prenda de tomada de posse de Kagame, que João Lourenço teve a fazer, embora os interesses africanos nem sempre se sobreponham aos interesses particulares. João Lourenço está incumbido pela União Africana como mediador do conflito nos Grandes Lagos. E é isso que ele tem estado a fazer, procurar que a situação se dilua em termos de conflitualidade, se certa foram é o seguimento do acordo que entrou em vigor em 4 de Agosto e que parece estar a ser cumprido pelas partes. Parece; inclusivamente; estar a ser cumprido pelo M23 e portanto essa situação faz-nos crer que, provavelmente, talvez as coisas se encaminham. Embora, pessoalmente, tenha muitas e legítimas dúvidas.Essas dúvidas têm sido levantadas desde 4 de Agosto, o dia em que no Congo Democrático vive desde o dia 4 de Agosto um ambiente de cessação de hostilidades, na tensa região do Leste. O acordo foi assinado, em Luanda, entre as delegações ministeriais do Ruanda e da RDC, sob a mediação angolana. Nas negociações não fez parte o grupo rebelde M23, isso pode comprometer o cessar-fogo?Em princípio, e tendo em conta o M23, disse logo que não iria aceitar o acordo porque não foi tido nem achado e pela intensidade de combates que eles fizeram 24 horas antes do acordo entrar em vigor, tendo ocupado inclusivamente cinco localidades, fazia-se temer que era mais um acordo de papel. Todavia, como alguns analistas fizeram referência e de certa forma elementos da ONU, se o M23 cumprir o acordo era a prova inequívoca que estava está a ser patrocinado pelo Ruanda. Portanto, as conspirações e especulações deixo para terceiros, mas costuma-se dizer que não há fumo sem fogo e que as situações parecem indicar nesse sentido, ao que parece. Apesar de tudo, se no ponto de vista militar o conflito parece que entrou na calmaria e o acordo está a ser aceite, internamente na RDC as situações políticas não são as mais saudáveis. Como se sabe, o próprio Tshisekedi acusou, ainda no final da semana passada, Kabila de estar coordenado com Kagame.Esta segunda-feira, a ministra dos Negócios Estrangeiros congolesa disse que Felix Tshisekedi "reiterou a total disponibilidade do governo congolês em participar nas próximas etapas do processo de Luanda, sob os auspícios do mediador João Lourenço". O mesmo tem de acontecer do lado do Ruanda?O próprio Tete António, o ministro das Relações Exteriores de Angola, esteve em conversações com a RDC e com a sua homóloga, Thérèse Kayikwamba, e tudo indica que estão disponíveis. Portanto, o próximo passo que vai ser definido entre as partes ministeriais. Provavelmente, se ele ontem estive a falar com a ministra da RDC, é possível que hoje fale com o seu homólogo de Kigali. Não temos esse conhecimento. É tudo natural e é previsível que isso aconteça, até para definirem calendários.A RDC acusa o Ruanda de apoiar o movimento rebelde M23, para se apoderar dos recursos minerais do Leste do país, enquanto o grupo armado alega estar a defender uma parte ameaçada da população tutsi que vive na província do Kivu do Norte. O que está na origem desta conflito ?O M23 é um movimento rebelde constituído por antigos militares das Forças Armadas da RDC, que se rebeliaram por não estarem a ser cumpridos acordos de 2009. Pararam e depois reacenderam-se em 2021, precisamente na altura em que também recrudesceram os conflitos com o Ruanda. Agora, o M23 defende interesses próprios; são as áreas onde há minério e, recentemente, um relatório da ONU deu a entender que estão a ser canalizados através do Ruanda, oficialmente ou não isso é outra questão. E como há no exterior, em particular o Ocidente, que é o mais interessado nesses produtos, fecham-se os olhos, como a muitas empresas que fecham os olhos relativamente às sanções com a Rússia.Há um facto que deve ser importante e que historicamente as pessoas talvez se esqueçam é que o M23 está numa área onde desde sempre, ainda tempo Leopoldo, ocorreram conflitos entre forças militarizadas de Leopoldo e depois do reino da Bélgica e os povos locais. Esses conflitos nunca foram reconhecidos. Até que ponto o M23 não se está a aproveitar desse facto etno-histórico, isso não me surpreenderia nada.Em que medida, o Uganda também participa neste conflito?Neste momento do Uganda é mais uma questão de sobrevivência face a Paul Kagame. Muita gente olha para Paul Kagame como um grande líder e eu diria que ele é um ditador iluminado e tem uma forças armadas muito bem estruturadas e que estão distribuídas por várias partes da África, como forças de intervenção, com forças de interposição, como forças de apoio à paz ou mesmo, como já disse no caso Moçambique, que reforçou recentemente a presença das forças em Moçambique, em particular Cabo Delgado, mas também Niassa, embora com menos intensidade, pelo facto de - não se pode esquecer - que o Estado Islâmico da África Ocidental está a recrudescer as suas actividades na área. Ainda no sábado fizeram um ataque no nordeste da RDC, o Uganda já teve alguns problemas com isso. Todas essas situações fazem com que Uganda tenha que tenha algum medo de uma eventual subserviência de uma força armada forte, como é o caso de Ruanda. Tendo em conta que o RDC é um mosaico extraordinariamente partido de conflitos, conflitualidades internas é conveniente estar melhor que o meu vizinho, que está mais bem estruturado do que o outro, que apesar de ser um grande jacaré, continua adormecido e não há perspectivas de haver um acordar que me possa temer.Daí que o Uganda esteja nessa situação de já esteve em plena conflitualidade. Basta ver que houve um protocolo no ano de 2019 em que juntaram-se as três partes: RDC, Uganda e Ruanda. A situação estabilizou, agora o Uganda está, não diremos em conflito aberto, mas numa situação de limbo em que está mais próximo do Ruanda do que propriamente da RDC e em caso de conflito, é capaz de apoiar a RDC. O que nós não esperamos que não venha a acontecer e que efectivamente os acordos de paz que João Lourenço está a tentar patrocinar sejam os definitivos, o que honestamente, tenho dúvidas.João Lourenço quer deixar uma herança neste segundo mandato?Se internamente, dentro do país, a imagem do Presidente João Lourenço não parece estar a ser muito boa, ou pelo menos alguma conflitualidade social, interna. Externamente, ele quer se apresentar como um paladino que conseguiu aquilo que outros não conseguiram há muitos anos e também preciso dizer uma coisa: se o meu vizinho estiver bem, eu também estou bem e RDC é um vizinho muito grande que ocupam um muro em vários milhares de quilómetros e a nós convém-nos que o nosso vizinho esteja calmo, que seja mais estável para impedir que a conflitualidade desça até ao nosso território, neste caso até o nosso quintal e aos quintais dos outros.Um dos factores que também penso que pode ajudar a estabilizar e levar à paz, será este ataque, que não foi tão pequeno como, este recente ataque do Estado Islâmico na África Ocidental, porque isso vai fazer com que as partes acabem por se ter reunido para combater uma possível invasão ou uma descida dos islamitas radicais para o sul, ainda que, sabemos, já estejam há muito a operar em territórios muito baixo, nomeadamente, como em Cabo Delgado, a linha férrea de africanos são óptimas passagens de radicalismos e de armas.
La vicepresidenta Kamala Harris y casi segura candidata demócrata a las elecciones de noviembre, presentó el martes al gobernador de Minnesota, Tim Walz, como su compañero de fórmula para las elecciones. Lo hizo en un concurrido acto electoral en una universidad de Filadelfia en el que se deshizo en elogios hacia Walz. Dijo de él que se trata de una persona sencilla que inspira a la gente a soñar en grande. Harris espera que Walz, un hombre blanco que se une a la primera fórmula presidencial encabezada por una mujer de color, sea un socio confiable y seguro que contribuya a ganar para su causa a los votantes de la clase trabajadora en los disputadísimos Estados del norte y del medio oeste. El tándem demócrata se presentó ante una multitud de unas 12.000 personas, algo buscado deliberadamente para dar más lustre a la presentación. El partido ha pasado un mes de julio realmente para olvidar y quieren transmitir en la recta final de la campaña que están unidos y con candidatos fuertes. La renuncia de Joe Biden y la incertidumbre de los días siguientes han hecho mucho daño a la candidatura demócrata, pero no quieren tirar la toalla ni darse por derrotados. Harris ha conseguido ya el apoyo de suficientes delegados para garantizarse la nominación en la convención de Chicago y sólo faltaba escoger al compañero adecuado. Eso y transmitir entusiasmo en un momento en el que buena parte del electorado demócrata se encuentra alicaído y dando por segura la derrota. Harris es bien conocida, no en vano ha sido vicepresidenta durante todo el mandato de Biden. No se puede decir lo mismo de Tim Walz que, aunque sea gobernador de Minnesota desde hace cinco años, no goza de fama a escala nacional. El suyo es un perfil muy tradicional del partido Demócrata en los Estados de los Grandes Lagos. Tiene 60 años (los mismos que Kamala Harris), pertenece a la clase media y fue profesor de ciencias sociales durante veinte años. Antes de eso fue trabajador industrial y sirvió en la Guardia Nacional. Actualmente se encuentra en su segundo mandato como gobernador y preside la asociación de gobernadores demócratas, un tipo de consenso que a casi nadie le parece mal y, lo más importante, de orígenes humildes, lo que le permitirá compensar el efecto Vance del partido Republicano. Empleando una metáfora deportiva, en el mitin de Filadelfia Harris comparó a Walz con el candidato republicano a la vicepresidencia, el senador JD Vance de Ohio, que fue elegido por el expresidente Donald Trump hace varias semanas, diciendo: "Es como un enfrentamiento entre el equipo universitario y el equipo juvenil". Con esto pretende anular el impulso que Vance dio a la candidatura republicana nada más ser anunciado. Por de pronto Harris se ha recuperado en las encuestas, donde el partido Demócrata tocó fondo a principios del mes pasado coincidiendo con el desastroso debate de finales de junio y la espantada de Biden. Los sondeos ya dan en su mayoría la victoria a los demócratas, pero por un margen muy estrecho, de apenas un punto en el mejor de los casos. Harris va a necesitar algo más que un buen compañero de fórmula. Necesita dinero, algo que está en camino. Según dijo el martes por la noche su campaña había recaudado 20 millones de dólares en sólo unas horas después de anunciar la incorporación de Walz. Aparte de eso le hará falta suerte, que no surja ningún escándalo y que soporte la presión de medirse a Trump, alguien muy experimentado en la brega electoral y dotado de infinidad de recursos dialécticos. En resumidas cuentas, que hay partido, cosa que no sucedía hace un par de semanas. La carrera no ha hecho más que empezar y ambos corredores están muy igualados en los sondeos. En La ContraRéplica: 0:00 Introducción 4:07 Kamala Harris no se resigna a perder 28:37 La policía en el Reino Unido 40:49 La policía en Irlanda · Canal de Telegram: https://t.me/lacontracronica · “Contra la Revolución Francesa”… https://amzn.to/4aF0LpZ · “Hispanos. Breve historia de los pueblos de habla hispana”… https://amzn.to/428js1G · “La ContraHistoria de España. 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Guiné-Bissau: Três juízes conselheiros do Tribunal Militar Superior continuam detidos. Moçambique: Padre católico estará a ser perseguido políticamente e até ameaçado de morte devido ao conteudo das suas homilias. Especialista angolano em Relações Internacionais elogia papel de Angola na pacificação do leste da RDCongo.
Arrancam nesta quarta-feira, 14 de Fevereiro, em Addis Abeba, na Etiópia, os trabalhos preparatórios para a 37ª cimeira de chefes de Estado e Governo da União Africana, a ter lugar neste fim-de-semana. Este ano o tema da cimeira é subordinado à Educação de uma África adaptada ao século XXI, todavia as crises políticas que se vivem no continente deverão impor-se na agenda dos líderes africanos, reconhece o economista guineense e professor na universidade da cidade do Cabo, Carlos Lopes. RFI: Que assuntos vão marcar esta cimeira da União Africana?Carlos Lopes, economista guineense: Esta cimeira vai debruçar-se muito sobre as relações de África com as várias regiões em conflito no mundo, a entrada da União Africana para o G20 - as prioridades.Vamos ter, seguramente, uma grande discussão sobre as implicações da falta de fundos para o sistema de Paz e Segurança da União Africana que está pauperizada - parte dessa ajuda vinha da União Europeia que agora tem outras prioridades e encaminha esses fundos para a paz na Ucrânia - e o desmantelamento de instituições perenes. Como é o caso da Força de Intervenção na Somália e também do G5 Sahel que acabam por ter impactos geopolíticos.À porta fechada, a parte mais importante, será discutida a saída de três países, Mali, Burkina Faso e Níger, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental e as implicações que tem esta saída daquela que era vista como a organização regional mais consistente, neste momento parece a mais fraca.Há ainda a declaração do presidente da Comissão da UA, Moussa Fakhi, uma declaração, a meu ver, bastante importante porque põe o dedo na ferida, mostrando que está preocupado. Essa preocupação é uma forma de reflectir que vivemos cada vez mais no continente, para além dos golpes de Estado assumidos, reversões democráticas que são feitas através de mecanismos civis, como por exemplo os tribunais, etc.Temos agora, não só, um problema de integridade relacionado com os processos eleitorais, mas também temos um problema de integridade no problema da justiça, cada vez mais utilizado para mudanças constitucionais.Pode dizer-se que há um sentimento de desconfiança com as organizações regionais?Sim. Temos o princípio da subsidiariedade, um princípio político que tem raízes fortes no pensamento ocidental e que acabou por ser adoptado pelas Nações Unidas que delega -à organização mais próxima do teatro dos conflitos - a responsabilidade primeira. Aí temos uma situação em que, cada vez mais, os vizinhos do país em conflito estão, de facto, implicados no próprio conflito.Então, este princípio da subsidiariedade acaba por ser uma fonte de conflito e tensão. É o que se está a passar agora com a CEDEAO. Temos uma série de indicações que foram completamente manipuladas pelos países vizinhos daquele que estava em conflito por razões de interesse próprio, acabando por retirar uma consistência à CEDEAO.A postura da CEDEAO em relação à Guiné-Bissau e ao Senegal, por exemplo...Exacto, temos aí um bom exemplo. Mas temos agora o mesmo tipo de problema, transitando para outras realidades fora da CEDEAO que é caso de tratar a mudança constitucional no Chade de uma forma diferente da que trataríamos, por exemplo, a mudança no Níger. Temos essa situação que está a proliferar a dificuldade de consistência e essa dificuldade de consistência é um factor de instabilidade no conjunto do continente. Na região dos Grandes Lagos temos também muitos exemplos do mesmo tipo.A Mauritânia cedeu e é oficialmente candidata à presidência da União Africana, uma vez que o presidente deve ser originário da África do Norte. Como se explica esta demora, quando o nome devia ser anunciado, segundo os estatutos da UA, um ano antes? Estamos a ter cada vez mais dificuldade em respeitar o princípio que foi recomendado na comissão de reforma da União Africana, do qual eu fiz parte, e que acabou por ser seguido durante algum tempo: o país sucessor na presidência com um ano de antecedência, não em cima do momento. Que era para poder permitir uma Troika entre o país que sai e aquele que entra. Isto já aconteceu com o Presidente das Comores, Azali Assoumani, que deveria ter sido designado muito antes da altura em que foi, por causa de uma disputa com o Quénia para esse lugar. Agora tivemos a mesma dificuldade com a África do Norte, ou seja, estamos a perder o norte em relação a uma das principais reformas que era a de não levar para as cimeiras a indicação em cima da hora, mostrando que está a ser feito, um pouco, em cima do joelho.Acredita que desta cimeira teremos novidades sobre a presença de África no Conselho de Segurança da ONU? António Guterres, secretário-geral da ONU, tem apoiado - pelo menos - a presença de um país africano como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU...Não, eu acho que nesta cimeira vão ser reiteradas as posições habituais. O momento geopolítico não permite ter ilusões a curto prazo. Eu acho que já foi uma grande vitória conseguir entrar no G20 e o alargamento do BRICS para incluir dois países africanos também é muito significativo em termos geopolíticos.O que se pode esperar desta cimeira?Nesta cimeira vai-se discutir muito a grande crise que o continente está a ter provocado por uma pauperização de alguns países ameaçados por duas grandes dificuldades: as dívidas soberanas que limitam muito o seu poder de fazer política económica de social e o avanço do terrorismo.Numa altura em que a comunidade internacional está, de certa forma, a fechar os bolsos este desafio torna-se maior?Há perspectivas de as coisas se agravarem porque o pacote aprovado pela União Europeia para a Ucrânia reforça a tendência de que quase 1/3 da ajuda tenha sido encaminhada para a Ucrânia.Portanto, os que estão a pagar o preço são os países africanos. O facto de os Estados Unidos estarem num período eleitoral muito tenso faz com que as suas concentrações sejam a resolução que tem com esses conflitos, seja no Médio Oriente, seja com a China ou Rússia. África passa um pouco despercebida, mas ela é parte do mesmo eixo de grandes mudanças estruturais que estão a ocorrer por causa, justamente, da situação mundial estar tão tensa.
Angolanos querem realização das primeiras eleições autárquicas em 2024. Zâmbia: Oposição alerta para o agravamento da perseguição política e critica o silêncio da comunidade internacional. Tensões entre Burundi e Ruanda levantam receios de instabilidade na região dos Grandes Lagos.
Olá, hoje é 31 de agosto de 2023, meu nome é Luciano Lima, sou Assessor de Agronegócios em Volta Redonda/RJ e vamos falar sobre o cenário da piscicultura no Brasil, com foco no cultivo de tilápias e nativos. A produção de peixes cultivados no Brasil, em 2022, atingiu 860.355 toneladas, com receita aproximada de R$ 9 bilhões, gerando cerca de 3 milhões de empregos diretos e indiretos, conforme dados da Associação Brasileira da Piscicultura – PEIXE BR, 2023). O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 64% da produção do país. Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 31% e outras espécies com 5%. Nos últimos anos, a produção de peixes saltou 48,6% no país: passando de 578.800 ton em 2014 para 860.355 ton em 2022 (Associação Brasileira da Piscicultura – PEIXE BR, 2023). Esse cenário é importante na medida em que ao longo das últimas décadas, o aquecimento global tem afetado populações de peixes em todo o mundo, reduzindo o potencial de captura da pesca industrial e artesanal em rios e mares. Os efeitos do aquecimento global, somados ao fenômeno El Ninõ potencializaram o calor no mês de agosto nas principais regiões produtoras do país, o que é bom para a piscicultura, uma vez que temperaturas baixas reduzem a ingestão de ração e o crescimento dos peixes. Ainda, em clima frio, há menor consumo de peixes pela população. Nesse quesito, o consumo per capita brasileiro de peixe é de 9,5 kg, enquanto a média mundial é de 20,2 Kg per capita. Em termos de preços das tilápias, o indicador Cepea, a Região de Grandes Lagos (noroeste do estado de São Paulo e divisa de Mato Grosso do Sul) registrou redução de 0,20 centavos no preço pago ao produtor, que ficou em 9,69 R$/Kg. No Norte do Paraná e Sul de São Paulo o preço pago ao produtor aumentou 0,10 centavos, saindo de 9,56 para 9,66 R$/Kg. A Região Oeste do Paraná, por sua vez, contabilizou aumento de 0,20 centavos no quilo da tilápia e o preço médio passou para 9,31 R$/Kg. No município de Morada Nova de Minas - MG, houve acréscimo de 0,20 centavos no preço da tilápia com cotação de 9,34 R$/Kg. Já em relação aos peixes nativos (dourado, pacu, pirarucu, surubim e tambaqui), verificou-se uma redução da oferta (PEIXE BR e IBGE), tanto no Norte quanto no Centro-Oeste. No entanto, apesar do ambiente de baixa oferta, os preços, não estão reagindo. A menor oferta tem relação com o aumento no custo de produção e dificuldade no escoamento. O Banco do Brasil conta com linhas de financiamento para investir em novos áreas de cultivo de peixes. Procure o seu gerente de relacionamento para maiores informações e conte sempre com a assessoria especializada em agronegócios e com toda a equipe do Banco do Brasil. Fica a dica de crédito consciente e sustentável. Até a próxima.
Trump deberá acudir a corte antes de las primarias republicanas. Chicago tiene nuevo alcalde. Y tormentas desde los Grandes Lagos a Texas.See Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.
O ano de 2022 está prestes a terminar. Na hora dos balanços, este ano será lembrado como um período de transição em que o mundo, ainda a tentar recuperar da pandemia, foi fustigado pelo conflito na Ucrânia e as consequências que se fizeram sentir a nivel global. Neste quadro, África não foi excepção. O aumento dos preços, bem como a instabilidade política e social fizeram o quotidiano de todos. Na Guiné-Bissau, no dia 1 de Fevereiro, o palácio do governo foi atacado por homens armados. O ataque que durou várias horas, provocou 8 mortos, essencialmente responsáveis da segurança dos ministros presentes, nenhum membro do governo tendo sido atingido. Dias antes do ataque contra o palácio do governo guineense, um golpe de Estado militar consumado aconteceu a 23 de Janeiro no Burkina Faso, derrubando o presidente Roch-Marc Kaboré. Meses depois, um novo golpe militar rebate as cartas e faz mudar as chefias, no dia 30 de Setembro, o país sendo actualmente dirigido por um jovem coronel, Ibrahim Traoré. Para além do Burkina Faso, a instabilidade também continuou a predominar noutros países da região, nomeadamente o Mali onde a violência de grupos criminosos e jihadistas continuam a afectar o norte e centro do seu território. Uma situação perante a qual a presença militar estrangeira enfrentou dificuldades. Em Angola, 2022 marcou o fecho de uma época com a morte no dia 8 de Julho de José Eduardo dos Santos, numa unidade hospitalar de Barcelona. Longe de ser um momento de paz e recolhimento, a morte do homem que dirigiu o país entre 1979 e 2017, ocasionou uma disputa judicial entre uma parte da família do antigo chefe de Estado e o actual executivo angolano sobre a última morada do ex-dirigente. Este momento coincidiu com a realização das eleições gerais de Agosto, durante as quais João Lourenço foi reeleito para um segundo mandato, mas num contexto em que a Unita, principal partido de oposição, conheceu um sério avanço nas urnas. 2022 marcou igualmente o aumento da tensão entre a RDC e o Ruanda. O presidente Tshisekedi mas também outras entidades como a ONU acusam Kigali de apoiar o movimento rebelde M23 activo no Norte-Kivu, no leste da RDC. Uma situação que, apesar de iniciativas diplomáticas nomeadamente por parte de Luanda, se tornou explosiva. Em Novembro, após dois anos de conflito armado, o governo etíope e os separatistas do Tigray no norte do país, assinaram um acordo de paz. Milhares de mortos e deslocados depois, nasce uma esperança muito ténue de regresso à normalidade. No passado dia 25 de Novembro, o quartel militar de São Tomé foi palco de acontecimentos que foram qualificados de tentativa de golpe de estado e que resultaram na tortura e morte de 4 pessoas. Estes acontecimentos deram-se num momento delicado para o país em plena transição política, com a reeleição em Setembro de Patrice Trovoada como primeiro-ministro, este último tendo pela frente um país em colapso económico designadamente na sequência da clausura imposta pela pandemia. Em Cabo Verde, o ano foi também de dificuldades. Apesar de a retoma exponencial do turismo suscitar esperança, as consequências do conflito na Ucrânia em termos de aumentos dos preços, acabaram por complicar a vida dos cabo-verdianos. Para recordarmos estes acontecimentos de 2022, falamos com o analista cabo-verdiano João Santos, o sociólogo são-tomense Olívio Diogo, o especialista do Corno de África ligado ao Instituto Universitário de Lisboa, Manuel João Ramos, o especialista angolano em democracia e governação Rui Mangovo, o estudioso moçambicano ligado à Universidade de Bordéus, Régio Conrado, assim como o jurista e activista guineense Fodé Mané.
El cuerpo embolsado de una persona, fue encontrado ayer cerca de la medianoche, en el fraccionamiento Villas Otoch Paraíso de la región 259. El hallazgo fue hecho por una pepenadora que buscaba latas y plástico, encontrándose con una bolsa que contenía un cuerpo humano. Elementos del Ejército y la Policía Municipal, llegaron al lugar y acordonaron la zona, en espera de la llegada de las autoridades ministeriales. Cuando peritos criminalistas llegaron, entraron a un área verde, aledaña a la avenida Grandes Lagos con Margaritas, encontrando el cuerpo embolsado, desconociéndose hasta ahora que tipo de heridas presentaba. El cuerpo fue trasladado al Servicio Médico Forense (Semefo) en donde permanece en calidad de desconocido.
Investigan si el tiroteo en el club gay de Colorado fue un crimen de odio; las nevadas por efecto lago llegan a su fin este lunes en la zona de los Grandes Lagos, dice el Servicio Meteorológico Nacional; el restablecimiento de la cuenta de Donald Trump en Twitter genera reacciones mixtas en los círculos políticos y Joe Biden se convierte en el primer presidente en la historia de EEUU que cumple 80 años estando en la Casa Blanca. Más información en UnivisionNoticias.com.
El viaje nos lleva a los estados de Michigan, Wisconsin, Minnesota y las dos Dakotas
Las traicioneras aguas del lago Superior se han cobrado miles de vidas. Después de que los testigos informan de luces y sonidos fantasmales, ...
Hablamos con la congoleña Yvette Mushigo, Secretaria General de " Sinergia de las mujeres por la paz y la reconciliación de los pueblos de los Grandes Lagos de África" sobre el papel de las mujeres en los conflictos y su capacidad para favorecer escenarios de paz. Escuchar audio
En esta primer episodio de una nueva serie enfocando en conflictos armados en diferentes partes del mundo Peter conversa con Zenebe Abebe sobre la historia de Etiopia y el conflicto actual en ese país. Zenebe también comparte sobre las iglesias menonitas en Etiopía y cómo anabautistas alrededor del mundo pueden orar y actuar para apoyar a comunidades en su país natal. Zenebe Abebe nació y creció en Etiopía. Después de completar la escuela secundaria en la Academia Bíblica en Nazareth, Etiopía. Obtuvo títulos universitarios de Goshen College. Luego obtuvo una maestría de la Universidad del Norte de Illinois y un doctorado de las Universidades del Sur de Illinois. La carrera de Zenebe Abebe abarca el campo de la educación superior. Se desempeñó en cuatro colegios/universidades diferentes basadas en la fe como decano, director, vicepresidente y profesor durante un total de 35 años. También se desempeñó como Director Ejecutivo (CEO) del Comité Central Menonita de la Región de los Grandes Lagos durante casi 6 años. Zenebe y su esposa Barbara ahora viven en Indianápolis, Indiana y asisten a la Iglesia Menonita Shalom
Corte deja en vigor la restrictiva ley de aborto de Texas mientras duren los litigios; la tormenta invernal afectó más de 5,000 vuelos y dejará aún hoy algunas nevadas en los Grandes Lagos y el doctor Fauci advierte confía en que ómicron ayude a la inmunización colectiva pero advierte del riesgo de nuevas variantes, entre otras noticias. Más información en UnivisionNoticias.com.
No julgamento do caso “Dívidas Ocultas”, arguida Ângela Leão negou ter ligações com a Privinvest. Em Angola, televisões controladas pelo Governo (TPA e TV Zimbo) e UNITA chegam a acordo. Cimeira dos Grandes Lagos pede cessar-fogo "o mais urgente possível" na República Centro-Africana.
En este capítulo Tamara y Pablo Pryluka hablan de los Grandes Lagos, la guerra de Canudos, la carrera de Nicolás Cage y la nueva película de Román Polanski sobre el caso Dreyfus
A República Centro-Africana vai estar hoje em debate no Conselho de Segurança das Nações Unidas, em Nova Iorque, numa altura em que a situação de conflitos com os rebeldes "se mantém tensa" e pode levar a perturbações na região, segundo Vladimir Monteiro, porta-voz da operação MINUSCA da ONU no país. João Lourenço, Presidente angolano, vai marcar presença na reunião em Nova Iorque na qualidade de presidente da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos, de forma a dar conta do acompanhamento que a região tem dado à República Centro-Africana. "Os eventos de Dezembro de 2020 tornaram mais difícil a situação em termos de segurança, há deslocações de população devido às violências e essa situação além de prejudicar o próprio país, pode ter um impacto em toda a região e é por isso que a região está a intervir", disse Vladimir Monteiro, porta-voz da operação MINUSCA da ONU. A Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos é composta por Angola, Burúndi, República Centro-Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Quénia, Ruanda, Sudão do Sul, Sudão, Tanzânia, Uganda e Zâmbia. Com mais de 15 mil militares e polícias no país, a força MINUSCA continua a ajudar as Forças Armadas nacionais a combater os rebeldes no Oeste do país. "Há combates contra os rebeldes entre as forças armadas centro-africanas apoiadas por parceiros bilaterais. São combates isolados, mas a situação mantém-se tensa", sublinhou Vladimir Monteiro. A expectativa é agora que o novo primeiro-ministro, Henri Marie Dondra, forme um novo Governo, não havendo, para já, instabilidade política no país. "A expectativa em Bangui é de ver anunciado um próximo Governo. Há um novo primeiro-ministro e está-se à espera da nomeação do próximo Governo que faça face a todos os desafios, nomeadamente ao da segurança", relatou o porta-voz da ONU. A força MINUSCA terá até ao final deste ano 17.420 militares e polícias na República Centro Africana.
Estamos a 48 horas das eleições gerais e do escrutínio presidencial na República Centro-Africana, no entanto a situação continua tensa no país entre os rebeldes e o Governo. Os rebeldes, comandados pela Coligação dos Patriotas para a Mudança - CPC - e que junta seis principais grupos armados, tentam adiar as eleições e ameaçaram assumir o poder. O Exército da RCA reagiu tendo o apoio de cerca de 300 mercenários russos da empresa Wagner e de 900 soldados ruandeses, bem como da Minusca. Entretanto, João Lourenço, Presidente da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos - CIRGL - condenou os actos de alguns actores políticos e grupos armados na República Centro-Africana, apelando ao fim de todas as hostilidades naquele país. Para o nosso Convidado, Tete António, Ministro das Relações Exteriores de Angola, o acordo que foi assinado entre os actores políticos na RCA tem de ser respeitado e acredita que as eleições poderão decorrer no próximo domingo. RFI: O que podemos dizer da situação actual na RCA ? Tete António: Primeiro preocupação em relação à situação na RCA. Uma situação que se tornou um pouco cíclica. Já estávamos a ver a luz no fundo do túnel, mas no último momento alguns actores políticos enveredaram pela instabilidade. Portanto nós temos de desencorajar e condenar veementemente esses actos que estão a ser cometidos na RCA por grupos rebeldes. Houve um acordo assinado pelos actores políticos, aliás Angola faz parte do Grupo de Facilitação dos países que testemunharam o referido acordo. Portanto tudo caminhava para um processo que desta vez pudesse dar certo. Um bom político deve observar que o povo centro-africano está cansado de ciclos de guerras. Era tempo que este cíclo terminasse, mas alguns actores tentam colocar os seus interesses pessoais à frente dos interesses do povo centro-africano. RFI: Angola sente-se traída por esses actores políticos ? Tete António: Não falamos só de Angola. Estamos a falar da Comunidade Internacional. Muitos comunicados têm saído de todas as organizações, de actores individuais, incluindo o país onde está a RFI: Houve uma declaração do Presidente Macron. A União Africana também já tinha feito, bem como a Comunidade Económica dos Estados da África Central, e os Grandes Lagos no comunicado assinado pelo Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço. A Comunidade Internacional está preocupada pela forma como alguns actores querem desestabilizar um processo que estava a caminhar bem. É preciso um processo que possa legitimar o poder. A tomada de poder pela força é condenável, portanto nenhum actor que esteja a desestabilizar a República Centro-Africana vai ficar impune. RFI: O que poderá ser feito na RCA pela Comunidade Internacional e por outras organizações como a Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos ? Tete António: Há mecanismos internacionais, como sanções ou outros, que podem actuar contra esses actores envolvidos nos actos de desestabilização da RCA. RFI: As eleições podem realizar-se nestas condições ? Tete António: Houve desenvolvimentos que prejudicam as condições na sua totalidade, mas nós não queremos desencorajar actores políticos que estão a procurar um processo que leve a negociações permanentes. É preciso que se vá fazer eleições. RFI: Acredita que as eleições vão ter lugar a 27 de Dezembro ? Tete António: Não há nada em contrário. Estão marcadas para domingo. Data que o Governo centro-africano e que todas as organizações estão a defender. RFI: O papel da Minusca é relevante ? Tete António: O papel da Minusca é importante. Os grupos enveredaram pela violência, o uso das armas, então tem havido essa resposta da Minusca no terreno, combinada com outros actores que também estão a desencorajar esse avanço dos rebeldes para Bangui. Os civis estão colocados num perigo. É preciso que haja então esta noção de protecção dos civis. RFI: Ficou surpreendido com a criação desta Coligação ? Tete António: São grupos que tinham já intenções de desestabilizar o processo muito antes dele ter lugar. Estamos a ver o activismo do antigo Presidente Bozizé. Sabemos em que condições regressou a Bangui, mesmo com mandados de captura internacionais, ele voltou a Bangui de forma tão misteriosa. Ele nunca abraçou de facto o processo eleitoral como tal. Combinado com outros factores, rebeldes como o Sidiki, facilmente combinaram os seus interesses do lado contrário da legalidade. Não creio que o futuro do continente deve continuar a ser adiado por indivíduos que nem sequer olham para o sofrimento do seu povo. Isto sobretudo quando se juntam factores como a exploração ilícita de recursos naturais, o egoísmo aí tem tendência a aguçar-se. RFI: Que soluções podem ser encontradas para haver estabilidade no país ? Tete António: Os acordos têm de ser respeitados e a Comunidade Internacional tem de saber falar de uma só voz. Nós, o continente africano por exemplo, Temos de rever certos procedimentos. O Governo centro-africano está sob embargo sobre as armas, mas os rebeldes compram armas à vontade. O Governo fica com as mãos atadas. Penso que tem de se rever esta filosofia do embargo contra um Governo. Temos apelado para o fim desse embargo na RCA. Há quem defenda que se levantar o embargo às armas podem parar nas mãos dos rebeldes, mas a verdade é que esses rebeldes não precisam de esses meios oficiais para obterem as armas. RFI: O Governo centro-africano tem tido o apoio da Minusca, de soldados ruandeses e de grupos russos… Tete António: O Governo centro-africano foi claro, fez um comunicado a dizer em que condições as forças que estão lá foram desdobradas através de acordos bilaterais. Não são proibidos. Quanto às outras opções, já existiram no passado, antes da Minusca, houve uma força da África Central, depois houve uma força da União Africana, que foi substituída pela Minusca. Penso que os mecanismos actuais devem ser bem activados para fazer face à situação. RFI: Vai seguir atentamente a situação na RCA nas próximas horas, nos próximos dias ? Tete António: Penso que todo o Continente está a seguir atentamente a situação na RCA e a agenda de todos nós, dentro das nossas responsabilidades, não só como um país do continente, mas também um país com algumas responsabilidades regionais, como é o caso da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos e em outras organizações, a RCA nestes dias é a preocupação de todos. O apelo é que cessem as hostilidades e que deixem o povo centro-africano escolher os dirigentes que devem trazer a paz, a estabilidade e o desenvolvimento que almejam, esse é o grande desejo. Recorde-se que João Lourenço, Presidente de Angola, que assume a chefia da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, mostrou-se preocupado com a situação política na RCA que «levaram o país à deterioração da situação de segurança e de violência extrema que afectam particularmente a população civil». As eleições gerais e o escrutínio presidencial na República Centro-Africana decorrem a 27 de Dezembro.
Aquí arranca piedra de toque, el momento de los viajes, la montaña y la aventura con todos los contenidos accesibles en piedradetoque.es Hoy viajamos por el continente africano para conocer cómo la radio se ha convertido en un gran aliado para combatir contra la pandemia y sus consecuencias en lugares ya de por sí con sistemas sanitarios saturados y sitiados por otras pandemias como el ébola. En concreto, caminaremos por Chad, República Centroafricana, Camerún y Tanzania para conocer cómo la población se ha organizado en torno a radios locales y comunitarias para dar seguimiento a las clases de los más pequeños, una vez cerradas las aulas, y cómo han mantenido apoyo psicosocial en las zonas más golpeadas por las guerras y los desplazamientos forzosos. Nos guiarán desde allí la responsable de comunicación en África del Oeste y Grandes Lagos del Servicio Jesuita al Refugiado, Irene Galera, y también la directora de la ONGD Alboan, María del Mar Magallón. Hoy en Piedra de Toque recorremos África a través del poder de la radio para luchar contra la pandemia
Moçambique aperta controlos nas fronteiras contra testes falsos à Covid-19. Impugnação apresentada por Isabel dos Santos contra nacionalização de ações na EFACEC pode condicionar processo de venda. Insegurança na RDC em destaque na cimeira de líderes dos Grandes Lagos.
A Revolução Americana chegou ao fim oficialmente quando representantes de Estados Unidos, Grã Bretanha, Espanha e França assinaram o Tratado de Paris no dia 3 de setembro de 1783. A assinatura significou que os Estados Unidos haviam alcançado o status de nação livre quando os britânicos reconheceram formalmente a independência de suas antigas 13 colônias. As fronteiras da nova república foram acordadas então: da Florida em direção ao Norte até os Grandes Lagos e da costa do Atlântico na direção oeste até as margens do rio Mississipi.★ Support this podcast ★
Bem-vindos ao Ah Pronto 50! Bem-vindos ao Acampamento Ensolarado! Foi um bom semestre, mas a carga de trabalho foi cansativa. Apesar de todo o trabalho restante até o fim do ano, vocês decidiram que tirar uma pausa do estresse da faculdade é justamente o remédio que vocês precisavam. Então vocês foram aos jornais para procurar um lugar bom e barato para ficar por uns dias. Enquanto você abria abas e abas, se lembrou de um lugar que um tio seu mencionou uma vez: O Acampamento Ensolarado! Um pequeno e relaxante resort na região dos Grandes Lagos, exatamente o que você estava procurando... ou talvez não. Você pode entrar em contato com o Ah Pronto pelo email ahprontopodcast@gmail.com ou nas redes sociais @ahprontopodcast
Importante tormenta que impactará en los estados central y oriental este fin de semana - Las amenazas de tormentas severas e inundaciones repentinas empujarán hacia el este a través de las llanuras del sur hasta el sábado, antes de que un significativo estallido de tormentas severas, incluyendo vientos dañinos y tornados fuertes, sea posible en una gran parte del sureste el domingo. Al norte, la fuerte nieve que cruza las Rockies hacia el mañana llegará al oeste de los Grandes Lagos para el domingo. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Abrimos esta Imprensa Semanal com Coronavírus, a Itália entre a fatalidade e a solidariedade, tema de capa do semanário L'OBS. No país mais atingido da Europa, hoje laboratório do combate ao vírus, a população resiste, inova e dá provas de um civismo exemplar. Lembrar-nos-emos dessa sexta sexta-feira, 13 de março, talvez, uma data histórica. Nesse dia, às 18 horas, os italianos confinados às suas casas escancararam as janelas, saíram para as suas varandas e cantaram Fratelli d'Italia, o hino nacional. Muitos tocaram guitarra, outros acordeão ou trompete numa espécie de vitalidade anti-vírus, anti-contágio e anti-catástrofe. Uma forma de exorcismo sonoro contra o inimigo invisível e silencioso que dizima vidas italianas há dois meses. A palavra de ordem de solidariedade viajou de Roma, passando por Palermo até Nápoles e às redes sociais numa atmosfera de União nacional, sublinha, L'OBS. Também, LE POINT, faz a sua capa com o tema, titulando, como vivemos com o coronavírus. Numa espécie de Guia prático do corona resiliência revisita o sistema imunitário, hospitais, economia, geopolítica ou Darwin. O filósofo, Marcel Gauchet, autor de "Desencanto do mundo", afirma em entrevista ao semanário que vamos ter de trocar de bateria. O equilíbrio do nosso funcionamento colectivo repousa na ponta duma agulha. O diálogo entre a sociedade e o poder tornou-se tão conflituoso que a prudência se impoe. O Presidente Macron, tem razão ao tomar as coisas em mãos. Neste tipo de situações não há lugar para delegar. O princípio de responsabilidade tem de ser reafirmado e é uma exigência fundamental dos cidadãos, acrescenta o filósofo, num exclusivo ao LE POINT. Por seu lado, COURRIER INTERNATIONAL, destaca igualmente o coronavírus, escolas fechadas, confinamento generalizado, trabalho à distância, restrições de circulação, tudo o que vai mudar no nosso dia-a-dia. Enquanto isto, perante a ligeireza do francês médio, o governo do Presidente Macron foi obrigado a adoptar medidas drásticas, como confinamento ou teletrabalho. O Estado pagará e nenhuma empresa será obrigada a despedir pessoal declarou o Presidente Macron. Em relação à África, o mesmo COURRIER INTERNATIONAL, refere-se ao Uganda, os rebeldes perdidos de Joseph Koni. Sanguinário, o chefe do Exército da resistência do Senhor, semeou o terror durante 20 anos na África central. Hoje vive confinado a um pequeno território na fronteira entre o Sudão e o Sudão do sul e a Repúbllica centro-africana e segundo alguns dos transfugas quase que desapareceu o exército da resistência restando apenas um pequeno núcleo nomeadamente os filhos do chefe limitando-se a fazer trabalho de agricultura ou vendendo mel no mercado. Por seu lado, no semanário, JEUNE AFRIQUE, destacamos República democrática do Congo: Tshisekedi pode controlar o seu exército? Sob a pressão de Washington, o chefe de Estado da RDC poderá ser forçado a afastar os generais e altas patentes visados por sanções internacionais, enquanto não vier uma reforma de fundo das forças armadas. Convocado em fins de fevereiro e ouvido pelo conselho nacional de segurança, o general, Muhindo Akili Mundos, comandante da região militar do Sul-Kivu e Maniema, pode vir a ser alvo de uma sanção disciplinar. Desde o seu último posto em Bukavu, nas margens do lago Kivu, que essa alta patente é ameaçado por sanções europeias pelo grupo de peritos da ONU por ter participado no recrutamento de milícias. Por outro lado há várias semanas que quadros do aparelho militar próximos do antigo presidente, Joseph Kabila estão a ter problemas como o general, Fall Sikabwe que compareceu perante um conselho de disciplina, acusado de desvio de subvenções destinadas à tropa; Há pois cerca de um ano que Tshisekedi tem as mãos atadas recusando por prudência a recorrer às suas prerrogativas constitucionais de nomeação. Uma coisa é certa. Tshisekedi está sob pressão e quando estava anunciada uma visita a Kinshasa em fevereiro do secretário de Estado americano, Mike Pompeo, foi finalmente Peter Pham, enviado especial para os Grandes Lagos, que acabou por efectuá-la, com Pompeu a privilegiar na mesma altura uma visita a Angola, onde Washington sublinha os progressos em matéria de luta contra a corrupão. Foi portanto um sinal importante dos Estados Unidos à RDC de que esperam verdadeiramente mudançss, sublinha, JEUNE AFRIQUE. Enfim, uma nota literária, o escritor moçambicano, Mia Couto, de passagem por Paris para o seu último livro "As Areias do Imperador, afirma ao LE POINT, que "para ele ser biolólogo e escritor é a mesma coisa. O que procuro na escrita e enquanto investigador é entrar em conexão profunda com o que não é visível mas que é essencial e nos liga à vida." Para quando o Nobel?, para este autor moçambicano que publica seu novo romance ancorado na história colonial do seu país natal e de Portugal dos seus antepassados, pergunta, LE POINT.
Duchas generalizadas en las llanuras; Mezcla de Invierno de Grandes Lagos al Noreste; Acercándose a la tormenta para llevar fuerte lluvia al desierto al suroeste - Un sistema de tormentas a lo largo del centro de Estados Unidos y el noreste traerá amplias duchas con una mezcla de invierno a través de los Grandes Lagos y el noreste. En el norte de Maine también será posible la nieve pesada. En las Llanuras pueden formarse tormentas fuertes a severas con viento dañino. Un sistema que se acerca al sur de California producirá fuertes lluvias a lo largo de partes del suroeste del Desierto a principios de esta semana. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Continúa la Nieve con Efecto Lago, Nieve para los Apalaches y Temperaturas Calurosas en el Oeste - A pesar de la última tormenta de invierno que se ha ido cayendo, la fuerte nevada con efecto lago continúa con el viento de los Grandes Lagos. Esto es especialmente cierto en los Lagos Erie y Ontario, donde persisten advertencias ventilares de nieve, vientos y temperaturas frías en el estado de Nueva York. Un sistema de clipper puede entregar acumulaciones de nieve ligera a través de los Valles Ohio y Tennessee a los Apalaches. Las temperaturas se calentarán en Occidente. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Poderosa tormenta de invierno golpeando partes del noreste y los Grandes Lagos - Una fuerte tormenta de invierno se está organizando cerca de los Grandes Lagos orientales y lentamente se levantará a través del sureste de Canadá al día siguiente. Fuertes nevadas y fuertes ráfagas de viento arrasarán áreas desde el oeste y el norte de Nueva York al norte de Nueva Inglaterra. Entonces, la nieve extremadamente fuerte de efecto lacustre golpeará las áreas abajo viento de los Grandes Lagos, especialmente de los Lagos Erie y Ontario, hasta el sábado por la tarde. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Tormenta invernal para Impactar Partes del Valle de Ohio y Grandes Lagos al Norte de Nueva Inglaterra - Una tormenta invernal en desarrollo se extenderá por el cuadrante noreste de Estados Unidos en los próximos dos días. A una franja de nieve pesada le seguirá la nieve efecto lago desde partes del Valle de Ohio y los Grandes Lagos al norte de Nueva Inglaterra. Además, las fuertes lluvias locales serán posibles a través de partes del noreste, mientras que una línea potencial de fuertes tormentas puede pasar por el Atlántico Medio. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Se espera que la tormenta de invierno impacte partes del Medio Oeste al Norte de Nueva Inglaterra - Una compleja tormenta de invierno producirá fuertes nieve y fuertes ráfagas de viento desde una gran parte del Medio Oeste a través de los Grandes Lagos al norte de Nueva Inglaterra hasta el jueves. Algunas de las principales zonas metropolitanas, que probablemente se verán afectadas por las dificultades de la nieve y los viajes, son Chicago y Detroit. Esta tormenta también producirá fuertes lluvias a lo largo de partes del noreste y sudeste. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Dos tormentas para fusionarse sobre el valle de Ohio; Pesada Previsión de Nieve en el Medio Oeste de los Grandes Lagos - Una tormenta que se mueve a través del noroeste continuará la nieve de las montañas y fuertes ráfagas de viento hasta el lunes. Otra tormenta sobre el centro de Estados Unidos traerá fuertes lluvias y tormentas al sureste de los estados el lunes. Se prevé que estas dos tormentas se fusionen sobre el Valle de Ohio el martes con una banda de fuerte nieve posible desde el Medio Oeste hacia los Grandes Lagos centrales. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Continúa el frío peligroso a lo largo del norte - Los avisos de enfriamiento del viento están de nuevo en vigor desde las llanuras del norte a partes de los Grandes Lagos y el norte de Nueva Inglaterra, donde una masa aérea peligrosamente fría permanece en el lugar antes de una tendencia moderadora este fin de semana. Mientras tanto, varios sistemas de tormentas pueden traer fuertes lluvias costeras y nieves de montaña al noroeste del Pacífico durante el fin de semana. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Fortalecer rápidamente la tormenta invernal para traer fuertes vientos de nieve, hielo y aguijón al noreste de Estados Unidos el viernes - La tormenta de invierno que trajo tormentas devastadoras, inundaciones, nieve y hielo al este de Estados Unidos, rápidamente se fortalecerá el viernes mientras se levanta al norte a través del noreste de Estados Unidos. La fuerte nieve y el soplo de nieve harán que los viajes del este de los Grandes Lagos al norte de Maine sean peligrosos. La lluvia congelante o una mezcla de invierno creará caminos helados desde Pennsylvania al sur de Maine. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Otra Fuerte Tormenta Para El Noroeste; Nieve para las Rocas Centrales y Abajo de los Grandes Lagos - Otra fuerte tormenta impactará en el Noroeste hasta el martes con fuertes lluvias, inundaciones localizadas y nieve de montaña desde las Cascadas hasta las Rockies del Norte. Mientras tanto, un sistema que pase por el Oeste del Interior producirá una fuerte nieve a través de las Rockies del sur-centro. Finalmente, la nieve efecto lago ocurrirá a la baja del viento de los Grandes Lagos desde un sistema de baja presión cerca de las Maritimes canadienses. Manténgase consciente del tiempo en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Continúan las fuertes lluvias y la nieve en todo el noroeste; Mezcla de Invierno yendo del Medio Oeste al Noreste - Una serie de tormentas continuarán trayendo fuertes lluvias y una amenaza de inundación a principios de este fin de semana a través de partes de la costa noroeste del Pacífico, con fuertes nieves continuando a través de las montañas. Mientras tanto, una tormenta de lento movimiento continuará la mezcla de invierno y las condiciones de viaje en el Medio Oeste y los Grandes Lagos, antes que estas condiciones se muevan al interior del Noreste a principios de este fin de semana. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Tormenta de invierno para llevar los viajes peligrosos de las llanuras al noreste a través de este fin de semana - Una tormenta de invierno extendida creará condiciones de viaje peligrosas desde las llanuras al noreste de Estados Unidos hasta este fin de semana. Se pronostican áreas de nieve moderada a pesada en gran parte del Alto Medio Oeste, Grandes Lagos y el interior del Noreste y el norte de Nueva Inglaterra. Se espera que las lluvias congeladas de las llanuras del sur lleguen al valle del Mid Mississippi y a la región del Atlántico Medio. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Las tormentas continuarán impactando en Occidente y Noreste el jueves; Otra tormenta que está siendo observada por los impactos desde las llanuras a través del este este de fin de semana - una fuerte tormenta en el Pacífico continuará circulando por el oeste el jueves y viernes, lo que dará lugar a lluvias adicionales, fuerte nieve en las montañas y fuertes vientos. La nieve intensa y la nieve que sopla continuarán el jueves sobre los Grandes Lagos y el noreste interior mientras un sistema de tormentas se desplaza frente a la costa. Se prevé que otra tormenta de invierno recorrerá desde las Llanuras a través del Este, de viernes a domingo. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Nieve Pesada En El Medio Oeste Superior; Lluvia fuerte local con nieve en el oeste;Se espera que un sistema de clienta rápido produzca una racha de fuerte nieve de los Dakotas a través del valle del Alto Misisipi y los Grandes Lagos. Mientras tanto, una serie de sistemas de tormentas mantendrán al Oeste húmedo e inestable durante este fin de semana, lo que traerá rondas de fuertes lluvias en la zona y fuertes nevadas generalizadas a lo largo del terreno desde Casacdes y Sierra hasta el norte y el centro de Rockies. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Nieve Y Viajes Peligrosos Esperados De Las Rocas A Las Llanuras Del Norte Y Al Alto Medio Oeste;Un sistema de tormentas rastreará desde las Rockies hasta los Grandes Lagos hasta el lunes. La tormenta traerá una fuerte nieve, fuertes ráfagas de viento y peligrosas condiciones de viaje. Parte de la nieve será pesada a veces, con acumulaciones cercanas a un pie sobre el norte de Wisconsin y Minnesota. Las condiciones mejorarán de lunes a martes por la noche. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Fuertes lluvias en el Sudeste mientras se desarrolla la baja actividad costera; Nieve en los Grandes Lagos;Un Bajo Costero en desarrollo producirá lluvia, fuerte localmente, alta surf, inundaciones costeras y fuertes vientos. Las fuertes lluvias a lo largo de la costa sudeste pueden causar inundaciones repentinas. Mientras tanto, otro sistema frontal canadiense está produciendo nieve adicional a través de los Grandes Lagos, y esparciendo nieve al noreste. La lluvia con la mezcla de invierno en las montañas continuará en el noroeste de una tormenta del Pacífico. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Lluvia en el sudeste y noroeste; Nieve persistente en los Grandes Lagos;Un sistema meteorológico del Pacífico traerá lluvia al noroeste del Pacífico; y un sistema del Golfo en desarrollo traerá lluvia, localmente pesada, al Sureste. Algunas lluvias podrían ser lo suficientemente fuertes como para las inundaciones repentinas en el Sureste. Un sistema meteorológico mantendrá las condiciones nevadas en los Grandes Lagos. Las temperaturas se moderan lentamente en los próximos días en la mitad oriental de los Estados Unidos, pero se mantendrán muy por debajo de lo normal. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Explosión de invierno en frío para impactar en los Estados del Este; Los problemas de calidad del aire continúan en el noroeste;La tormenta ártica que ha impactado en el centro de EE.UU. ahora se trasladará al este con el potencial de temperaturas sin precedentes, vientos asquerosos y extensas áreas de nieve, lluvia y nieve mezcladas. En algunas zonas de los Grandes Lagos continuarán las nieves con efecto lacustre. Mientras tanto, en Occidente, el calor sin precedentes continúa; y el aire estancado sigue arraigado en el noroeste. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Condiciones vitícolas tempranas para gran parte de los rojos orientales 2/3 de los EE.UU.; Aire caliente y Estancado en Occidente;El aire ártico traerá nieve, helada lluvia, fuertes vientos y algunas de las temperaturas más frías de la temporada al este de las Rockies a principios de esta semana. Una gran franja de Nueva York será posible por una fuerte nieve con potencial para congelar las lluvias. La nieve efecto del lago producirá fuerte nieve en los Grandes Lagos. Las temperaturas cálidas continúan en Occidente junto con los problemas de calidad del aire en el interior del Noroeste. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
La congelación de la lluvia en el suroeste de Alaska; Frente frío para llevar fuertes lluvias a las llanuras del sur y fuerte nieve al noreste:Se espera que la lluvia congelante se acumule alrededor de medio pulgada sobre una porción del suroeste de Alaska martes a martes por la noche. Es probable que se produzcan apagones y viajes peligrosos. Se prevé que un fuerte frente frío traerá un potencial de fuertes lluvias a través de las llanuras del sur con fuerte nieve desde los Grandes Lagos orientales a Nueva Inglaterra el miércoles y el viernes. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Nieve con efecto sobre el lago en los Grandes Lagos; Temperaturas frías para gran parte de Estados Unidos;Este fin de semana se mantendrá un profundo aguijón de aire frío en la mayor parte de los EE.UU. con temperaturas inferiores a las normales. Varios centímetros de nieve efecto lago será posible desde un frío paso adelante en los Grandes Lagos. Los vientos en alta mar disminuyen el domingo en el sur de California reduciendo las amenazas climáticas. Manténgase al corriente en: bit.ly/2P4Z8eS --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Amenaza de lluvia fuerte y el calor persiste. Un fuerte frente frío desencadenará fuertes tormentas eléctricas, fuertes lluvias y posibles inundaciones desde las llanuras del centro sur hasta los Grandes Lagos y el norte del valle de Ohio hoy. Antes de este frente, se pueden romper numerosos registros de alta temperatura en el este y el sur, desde la costa del Golfo hasta el valle de Ohio y el noreste, ya que las temperaturas serán de 15 a 30 grados por encima de lo normal. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Gran Tormenta De Invierno Para Impactar Las Rockies Del Norte En Este Fin De Semana. Una gran tormenta de invierno traerá fuerte nieve, vientos muy fuertes y baja visibilidad a porciones de las Rockies del norte en este fin de semana. Es probable que se desarrollen condiciones de viaje traicioneras, especialmente en Montana e Idaho. Algunas áreas pueden ver más de dos pies de nieve. Desde las llanuras centrales hasta la región de los Grandes Lagos, las tormentas intensas y las fuertes lluvias serán posibles el viernes. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Fuertes a fuertes tormentas, fuertes lluvias e inundaciones repentinas en todo el Medio Oeste. Fuertes a fuertes tormentas, fuertes lluvias e inundaciones son posibles desde los Grandes Lagos hasta las llanuras del centro-sur, mientras un fuerte frente frío empuja hacia la zona extendida. Mientras tanto, es muy probable que las temperaturas estén muy por encima del promedio en el quad noreste del país, incluyendo el noreste, el Atlántico medio, los Grandes Lagos y el valle de Ohio. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Canción intro/final: Kash Kidd "On my Mama" Nueva semana en la mejor liga de baloncesto del mundo. Esta semana, y por primera vez en Back to Back, nos visita un periodista y profesional que ha trabajado en una franquicia de la NBA durante varios años. Rodrigo Azurmendi, periodista de ESPN, antiguo miembro de la oficina de prensa de Los Angeles Lakers, nos visita y nos habla del verano de la franquicia angelina la rivalidad Lakers-Clippers, el dúo Lebron y A.Davis y, por supuesto, nos cuenta como es trabajar para un equipo tan mítico como los Lakers. En la segunda parte del podcast, continuamos con el análisis de las divisiones. Esta semana toca la División Central, casa de uno de los candidatos al título, los Bucks. -Milwaukee Bucks. Único equipo en llegar a las 60 victorias el año pasado, equipo del actual MVP Antetokounmpo, debería ser un equipo aspirante a todo este año, a pesar de tener varias bajas importantes. -Indiana Pacers. Tras la lesión de Oladipo la temporada pasada, mucha gente les dio por muertos. Pero demostraron que son más que un solo jugador y entraron en playoffs de forma holgada. Este año han sufrido varias bajas también pero recuperan a su estrella. Aspirantes a playoff claros. -Detroit Pistons. A pesar de su limitado margen salarial, Ed Stefanski ha conseguido reforzar el principal punto débil del equipo el año pasado, que era su segunda unidad. Año importante para consolidarse como equipo de playoffs. -Chicago Bulls. Año decepcionante el pasado, este año deberían mejorar sus números con facilidad. Zach LaVine vuelve a ser su gran referencia en otro año de transición. -Cleveland Cavaliers. Siguen su proceso de reconstrucción a través de jóvenes con gran futuro como Colin Sexton. Kevin Love debería asumir el liderazgo del proyecto, una vez recuperado de su lesión. Atentos también a sus dos nuevos rookies. -Actualidad variada: *Cruce de declaraciones entre Shaq y Kobe *Jose Calderón sigue sin encontrar equipo en la NBA. ¿Próxima retirada? *La policía emite una orden de arresto contra Cousins. Motivos *Pachulia nuevo asesor de los Warriors. Fin de su carrera como deportista. Os invitamos a todos a participar y a dejar cualquier duda o pregunta en nuestras redes sociales. Todo esto y mucho más en una nueva edición de Back to Back. Twitter: @b2bspain Instagram: Back to Back Spain Facebook: Back to back -------------------------------------------------------------------------------------------------
Canción intro/final: Kash Kidd "On my Mama" Nueva semana en la mejor liga de baloncesto del mundo. Esta semana, y por primera vez en Back to Back, nos visita un periodista y profesional que ha trabajado en una franquicia de la NBA durante varios años. Rodrigo Azurmendi, periodista de ESPN, antiguo miembro de la oficina de prensa de Los Angeles Lakers, nos visita y nos habla del verano de la franquicia angelina la rivalidad Lakers-Clippers, el dúo Lebron y A.Davis y, por supuesto, nos cuenta como es trabajar para un equipo tan mítico como los Lakers. En la segunda parte del podcast, continuamos con el análisis de las divisiones. Esta semana toca la División Central, casa de uno de los candidatos al título, los Bucks. -Milwaukee Bucks. Único equipo en llegar a las 60 victorias el año pasado, equipo del actual MVP Antetokounmpo, debería ser un equipo aspirante a todo este año, a pesar de tener varias bajas importantes. -Indiana Pacers. Tras la lesión de Oladipo la temporada pasada, mucha gente les dio por muertos. Pero demostraron que son más que un solo jugador y entraron en playoffs de forma holgada. Este año han sufrido varias bajas también pero recuperan a su estrella. Aspirantes a playoff claros. -Detroit Pistons. A pesar de su limitado margen salarial, Ed Stefanski ha conseguido reforzar el principal punto débil del equipo el año pasado, que era su segunda unidad. Año importante para consolidarse como equipo de playoffs. -Chicago Bulls. Año decepcionante el pasado, este año deberían mejorar sus números con facilidad. Zach LaVine vuelve a ser su gran referencia en otro año de transición. -Cleveland Cavaliers. Siguen su proceso de reconstrucción a través de jóvenes con gran futuro como Colin Sexton. Kevin Love debería asumir el liderazgo del proyecto, una vez recuperado de su lesión. Atentos también a sus dos nuevos rookies. -Actualidad variada: *Cruce de declaraciones entre Shaq y Kobe *Jose Calderón sigue sin encontrar equipo en la NBA. ¿Próxima retirada? *La policía emite una orden de arresto contra Cousins. Motivos *Pachulia nuevo asesor de los Warriors. Fin de su carrera como deportista. Os invitamos a todos a participar y a dejar cualquier duda o pregunta en nuestras redes sociales. Todo esto y mucho más en una nueva edición de Back to Back. Twitter: @b2bspain Instagram: Back to Back Spain Facebook: Back to back -------------------------------------------------------------------------------------------------
EXISTE UN LIGERO RIESGO DE GRAVES MILES DE TORMENTAS EN PARTESDE LOS LLAMADOS CENTRALES, ALTOS LAGOS OCCIDENTALES YOCCIDENTALES. Las tormentas de lluvia asociadas con los daños del viento y la amenaza del granizoserán posibles esta tarde y noche desde partes de las llanuras centrales del este alnoreste hacia los Grandes Lagos occidentales. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Edição de 24 de agosto 2019
Un frío frente que se extiende desde el centro de EE.UU. hasta el noreste deEstados Unidos contribuirá a la posibilidad de severas tormentas el martes y elmiércoles en las llanuras del centro y norte, medio oeste, valle de Ohio y región delos Grandes Lagos. Las principales amenazas son el granizo, los vientos dañinosy las inundaciones repentinas y aisladas. --- Support this podcast: https://anchor.fm/xtremeweather/support
Hablo sobre esta zona de Africa, el valle del Rift y sus más grandes e importantes lagos. De forma viajera y turística. Como ir? Que ver? datos relevantes, curiosidades... Lago Turkana y sus tribus, Lago Victoria y su historia, Lago Tanganyika y los exploradores....
Hablo sobre esta zona de Africa, el valle del Rift y sus más grandes e importantes lagos. De forma viajera y turística. Como ir? Que ver? datos relevantes, curiosidades... Lago Turkana y sus tribus, Lago Victoria y su historia, Lago Tanganyika y los exploradores....
Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! En la zona de los Grandes Lagos de Minnesota y Canadá, hay leyendas que hablan de un espectro, de un monstruo de casi cuatro metros de alto, delgado, de rostro descarnado y cabeza rematada en una gran cornamenta de ciervo... Es el Wendigo, el espíritu caníbal devorador de carne humana. Es una leyenda... pero toda leyenda tiene una parte de realidadEscucha este episodio completo y accede a todo el contenido exclusivo de TDN Turno de Noche. Descubre antes que nadie los nuevos episodios, y participa en la comunidad exclusiva de oyentes en https://go.ivoox.com/sq/430828
Un reciente editorial del periódico canadiense Toronto Star señala que el presidente Trump está dispuesto a poner en grave riesgo una de las mayores reservas de agua dulce en el planeta: se trata de los Grandes Lagos, que son una serie de cinco lagos interconectados que se encuentran entre Canadá y Estados Unidos.
In Episode 26, we have an extended chat with Joe Caviston of The Point After Show and Kenneth Norton, formerly of Graces Downfall and currently with The Sellout Soundtrack, who both founded the Electric City Music Conference and the Steamtown Music Awards, which return for their fourth year to 11 venues throughout the Scranton area on Thursday, Sept. 14 through Saturday, Sept. 16. Before and during the interview, we drink crowlers of Troegenator by Tröegs Brewing Company in Hershey, Grandes Lagos by Great Lakes Brewing in Cleveland, and I.C. Light by the Pittsburgh Brewing, courtesy of Beer Boys in Wilkes-Barre. We talk about Joe’s sports podcast and what Ken has been up to musically since Graces Downfall ended, the purpose of the ECMC and why they feel it’s important to honor local musicians and bring the music scene together; what goes into planning an event that spans 11 venues across three days; their early days of booking shows and what they’ve learned since then; award show mishaps; memories of the music scene years ago and what things are like now; how Joe’s experience as a promoter and Ken’s experience as a musician has informed the conference; highlights of this year’s event, like an emo DJ set at The Bog; local bands they’d love to see reunite; the hidden costs of events like the SMAs and the ECMC; shooting down critics and misconceptions about how these events are run and what the money is used for; investing in new concerts in the area, including an upcoming acoustic Hinder show; and more. John also plays a game with our guests, making them choose between one musical act or another, with some fun results and music commentary. Ken responded to many of the live comments directly, but we also read a few from live viewers. The NEPA Scene Podcast covers arts, entertainment, and the issues that matter to Northeastern Pennsylvania. It airs as a live video stream every Wednesday at 7 p.m. on NEPA Scene’s Facebook page and is available afterward on iTunes, SoundCloud, Stitcher, YouTube, and nepascene.com. This episode and all previous episodes are available now on NEPA Scene, the award-winning independent arts and entertainment website that combines the accuracy and professionalism of a print magazine with the immediacy and convenience of a blog, offering a wide variety of content to readers in NEPA, Philadelphia, New York, and beyond. The show is made possible by local sponsors Beer Boys, The Keys, Loyalty Barber Shop and Shave Parlor, the F.M. Kirby Center, Coal Creative, and viewers who tune in every week.
Una mirada a los Grandes Lagos de América del Norte - la mayor extensión de agua dulce en la Tierra, y cómo los resultados obtenidos de un arrecife de coral fosilizado y las minas de sal por debajo de los lagos están proporcionando los geólogos con la evidencia de que la región fue una vez un antiguo lecho marino.
Una mirada a los Grandes Lagos de América del Norte - la mayor extensión de agua dulce en la Tierra, y cómo los resultados obtenidos de un arrecife de coral fosilizado y las minas de sal por debajo de los lagos están proporcionando los geólogos con la evidencia de que la región fue una vez un antiguo lecho marino.
Beers Jackie’s O’s Champion Ground Dark Horse One Oatmeal Stout Great Lakes Grandes Lagos * Great Lakes Turntable Pils * Victory Old Horizontal (2013) * Provided By Brewer Rankings: Jeff: 1. Jackie O’s 2. Grandes Lagos 3. Turntable 4. Victory 5. Dark Horse Greg: 1. Jackie O’s 2. Turntable 3. Victory 4. Dark Horse 5. Grandes Lagos Social: @craftbeerradio on Twitter CBR on Facebook CBR on Google+ Support CBR: Subscribe or Donate Review CBR on iTunes CBR Amazon Store Try Amazon Prime 30-Day Free Trial Try Audible and Get Two Free Audiobooks Join Amazon Third Party Video Subscriptions Free Trial Join SEESO Free Trial Join SHOWTIME Free Trial Join Amazon Family 30-Day Free Trial Join Amazon Kindle Unlimited 30-Day Free Trial Shop Amazon - Give the Gift of Amazon Prime Shop Amazon - Create an Amazon Wedding Registry Shop Amazon - Create an Amazon Baby Registry Amazon.com - Read eBooks using the FREE Kindle Reading App on Most Devices Shop Amazon - Contract Cell Phones & Service Plans Extras: Preshow Postshow
Beers Jackie’s O’s Champion Ground Dark Horse One Oatmeal Stout Great Lakes Grandes Lagos * Great Lakes Turntable Pils * Victory Old Horizontal (2013) * Provided By Brewer Rankings: Jeff: 1. Jackie O’s 2. Grandes Lagos 3. Turntable 4. Victory 5. Dark Horse Greg: 1. Jackie O’s 2. Turntable 3. Victory 4. Dark Horse 5. Grandes Lagos Social: @craftbeerradio on Twitter CBR on Facebook CBR on Google+ Support CBR: Subscribe or Donate Review CBR on iTunes CBR Amazon Store Try Amazon Prime 30-Day Free Trial Try Audible and Get Two Free Audiobooks Join Amazon Third Party Video Subscriptions Free Trial Join SEESO Free Trial Join SHOWTIME Free Trial Join Amazon Family 30-Day Free Trial Join Amazon Kindle Unlimited 30-Day Free Trial Shop Amazon - Give the Gift of Amazon Prime Shop Amazon - Create an Amazon Wedding Registry Shop Amazon - Create an Amazon Baby Registry Amazon.com - Read eBooks using the FREE Kindle Reading App on Most Devices Shop Amazon - Contract Cell Phones & Service Plans Extras: Preshow Postshow