A ideia por trás do Bendita Sois Vós é discutir política e sociedade de uma forma provocadora, como todo o conteúdo do Vós. Haverá entrevistas, debates entre a equipe do portal, reportagens e muita experimentação com novos formatos e linguagens.
Em mais um episódio do Bendita sequestrado, vamos falar do segundo episódio de O Fim do Futuro, uma produção da Matinal e do Vós e tem o apoio do Instituto Serrapilheira. Nesta semana, mergulhamos na trajetória visionária de um cientista e ambientalista gaúcho que, décadas antes da tragédia de 2024, já alertava sobre o colapso ecológico causado por um modelo de desenvolvimento suicida. Este mesmo homem oferece uma hipótese regenerativa: é possível reequilibrar a vida com a Terra? Ou o fim do futuro já começou? Participam Geórgia Santos, Laís Escher e Filipe Speck.
Por algumas semanas, o Bendita Sois Vós foi tomado pela produção do novo podcast original do Vós e da Matinal. No episódio 106 do Bendita, o assunto é o primeiro episódio de O Fim do Futuro, chamado “A Água”. Os jornalistas Filipe Speck, Geórgia Santos e Laís Escher conversam sobre o lançamento, que foi ao ar no dia 30 de abril nas principais plataformas de áudio. O Fim do Futuro tem cinco episódios e vai ao ar sempre às quartas-feiras. Enquanto isso, o Bendita terá um espaço reservado para abordar os desdobramentos da produção, com episódios publicados sempre às segundas. Vale lembrar que a série documental parte da maior tragédia climática da história de Porto Alegre — a enchente de 2024 — para refletir sobre colapso, memória e reconstrução. O projeto tem o apoio do Instituto Serrapilheira.
Por algumas semanas, o Bendita Sois Vós foi tomado pela produção do novo podcast original do Vós e da Matinal. O assunto? Os bastidores d'O Fim do Futuro, estreia no dia 30 de abril nas principais plataformas de áudio. Com cinco episódios, a série documental parte da maior tragédia climática da história de Porto Alegre para refletir sobre colapso, memória e reconstrução. O projeto tem o apoio do Instituto Serrapilheira. Um ano após as águas submergirem a capital gaúcha, o podcast percorre os rastros da enchente de 2024 — e as cicatrizes que ela deixou no solo, nas políticas públicas e na própria ideia de progresso. Narrado e idealizado por Geórgia Santos, o podcast costura relatos, entrevistas com especialistas e áudios de arquivo para construir uma crônica sonora sobre uma cidade que nasceu sob as águas, mas parece ter esquecido disso. Os jornalistas Filipe Speck, Geórgia Santos e Laís Escher dão uma prévia do que vem por aí com essa nova produção.
O ex-presidente dos Estados Unidos agora é o atual presidente dos Estados Unidos. E depois de um discurso muito mais duro do que o do primeiro mandato, ele já tomou medidas extremas com relação ao clima, a imigrantes e à comunidade LGBTQIA+, por exemplo. Mas por que pedagogia? Porque o retorno de Trump tem muito a ensinar ao Brasil neste momento. Aqui, também, uma parte da sociedade acreditou na moderação de Jair Bolsonaro lá atras. Aqui, também, ele não foi reeleito após um mandato desastroso. Mas, aqui, também, diz-se que não foi tão mau assim. Aqui, também, diz-se que pessoas com o perfil de Trump e Bolsonaro falam da boca pra fora, soltam bravatas durante as eleições e depois jogam o jogo. Mas o segundo mandato de Trump tem o respaldo do voto colegiado, do voto popular, do Congresso norteamericano e, agora, da Suprema Corte. E, nesses primeiros dez dias, está cumprindo o que prometeu. E é pedagógico porque dentro de poucos dias há eleição para as presidências da Câmara e do Senado aqui on Brasil. Será que vai respingar? Com Geórgia Santos e Igor Natusch. Foto: Casa Branca
Nesta semana, o retorno dos que não foram. Vamos de desinformação, big techs e bilionários malvados ficando amiguinhos de políticos bilionários malvados. Afinal de contas, alinhando-se ao que pensa o em breve presidente dos Estados Unidos, a Meta anunciou que vai acabar com o sistema de checagem de fake news por empresas parceiras e profissionais. Donald Trump e Mark Zuckerberg juntinhos. E tá liberada não só a mentira, mas a ofensa, agressão, aquele combo todo. Mas o governo brasileiro, que não é bobo nem nada, pediu explicações e a meta recuou. Por isso, como o terreno foi ficando pantanoso, convidamos o professor Marcelo Trasel (UFRGS) pra nos ajudar a entender o que está acontecendo. Com Geórgia Santos e Igor Natusch. Imagem: Reprodução
Ficamos meses longe do nosso estúdio, longe do nosso microfone. Mas muita coisa aconteceu na política brasileira. Chegamos ao mês de janeiro de 2025 com a dúvida de se é um ano novo de fato, ou um ano novo … de novo. No segundo aniversário do famigerado Oito de Janeiro, com letra maiúscula, mesmo, assistimos a uma democracia que resiste e a instituições que não parecem dispostas a anistiar. Pelo contrário, prendem generais de quatro estrelas como nunca se viu. E ao ex-presidente golpista, só resta a espera. No segundo aniversário do terceiro governo Lula, assistimos a um presidente que decidiu, por fim, mudar a cara do governo. Ou, pelo menos, a percepção que o povo tem dele. Depois da queda de um ministro importante e a queda literal do próprio presidente, entre especulações e a economia de fato, Lula decidiu mexer na comunicação do governo. E a nós cabe brincar de Mãe Diná neste retorno. Apresentação: Geórgia Santos Participação: Igor Nausch e Marcelo Nepomuceno Foto de capa: Ricardo Stuckert / PR
No último episódio do Vós, nós usamos a palavra tragédia e discutimos, já naquele momento, as decisões políticas que poderiam ter parte nos desastres climáticos que tema assolado o Rio Grande do Sul. Mas naquela quinta-feira, naquele dois de maio, a gente não sabia o que estava por vir. A tragédia que nos aguardava na primeira curva do rio. As chuvas de maio afetaram 478 dos 497 municípios gaúchos. Mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas de alguma forma. Segundo a última atualização da Defesa Civil do Estado, há 423 mil desalojados e mais de 18mil em abrigos. Mais de 40 dias após o início da maior tragédia climática da nossa história, o número de vítimas ainda aumenta. Hoje, o número de mortes está em 175 e ainda 38 pessoas consideradas desaparecidas. Portanto, é claro que o episódio de hoje não será o debate costumeiro. Esse episódio é um reencontro. É um reencontro pungente depois da tragédia que assolou o nosso Estado há um mês. É um reencontro da gente com a gente, da gente com vocês, de nós todos com Porto Alegre, de todos os gaúchos com o Rio Grande do Sul. Foto: Ricardo Stuckert / PR
O Rio Grande do Sul está submerso e, menos de uma semana depois do incêndio que vitimou dez pessoas em Porto Alegre, vive nova tragédia. Já são dezenas de mortos e desaparecidos, centenas de estradas bloqueadas e milhares de pessoas desabrigadas. E não para de chover. Ao longo deste mês a gente vai buscar compreender porque esses eventos são tão devastadores e quais os elementos que fogem à natureza. Neste episódio, conversamos com Aragon Dasso Júnior, Professor de Administração Pública da UFRGS, para entender o que as duas tragédias tem em comum.
Estamos em 25 de abril de 2024. Um abril em que lembramos dos 60 anos do Golpe que institui uma ditadura militar no Brasil, um regime autoritário que sobreviveu com o apoio massivo da sociedade civil e dos grandes veículos de comunicação. Mas também é um abril em que lembramos da revolução mais bonita e de como se reconstrói uma democracia. Porque há 50 anos, em 25 de abril de 1974, eclodia a Revolução dos Cravos, em Portugal, que botava fim à longeva ditadura salazarista. Como disse o Chico, foi bonita a festa que atravessou tanto mar e deu início a uma onda de democratização que afetaria, também, o Brasil. Dez anos depois, em 25 de abril de 84, a Câmara dos Deputados apreciaria a famosa emenda Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas por estas bandas. Texto foi rejeitado, frustrando o movimento das Diretas Já. Nós só veríamos eleições diretas em 1989. Mesmo assim, a Ditadura Militar estava encerrada. Se neste novo formato do Bendita dedicamos o mês de abril a pensar a democracia brasileira a partir da memória do golpe do 64, fechamos esse ciclo sugerindo pensar o atual momento político sob a luz da revolução feita de flores que, certamente, deixou uma semente nalgum canto de jardim. Apresentação de Geórgia Santos e participação de Marco Antônio Villalobos. Foto: Marco Antônio Villalobos / Acervo Pessoal
Neste mês de abril a gente fala sobre os desafios da democracia brasileira à luz da memória da ditadura militar, afinal de contas chegamos aos 60 anos do golpe e é preciso relembrar para não repetir o que se sucedeu depois de 1964. O curioso é que agora, em 2024, a instabilidade se apresenta como um enosado cabo de guerra de três pontas que nos desafia a pensar no judiciário como ponto fundamental da crise. E a gente vai tentar puxar algum fio desse emaranhado neste episódio para entender como isso nos impacta e como isso também é fruto da anistia geral. Discutimos o Judiciário como alvo dos Republicanos nos EUA e de Artur Lira (PP-AL) no Congresso Nacional, que ameaça o STF e o Executivo com a instalação de cinco CPIs. E ainda tem alguns novos desdobramentos da Lava Jato. A apresentação é de Geórgia Santos. Participam os jornalistas Marcelo Nepomuceno e Igor Natusch.
Bendita Sois Vós #97 Um novo tipo de pressão by Vós
Esse é um episódio dedicado à memória de todas as vítimas da ditadura militar no Brasil e a todos os que lutam diariamente pelo fortalecimento da democracia no nosso país. No premiado quadro “Sobre Nós”, um grupo de atores traz depoimentos de quem sofreu tortura durante a Ditadura Militar. O texto foi extraído dos relatórios da Comissão da Verdade e reconstrói relatos de homens e mulheres que foram espancados, estuprados e quase mortos pelo estado brasileiro. Sobre Nós Direção: Raquel Grabauska Roteiro e Produção Geórgia Santos e Raquel Grabauska Elenco: Angelo Primon, Raquel Grabauska, Vika Schabbach e Vinícius Petry Trilha sonora: Angelo Primon Bendita Sois Vós Apresentação e edição: Geórgia Santos Trilha sonora: Gustavo Finkler
O ano tá chegando ao fim e, considerando que começou com uma tentativa de golpe de estado, até que não está terminando mal. Com Geórgia Santos, Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno. Ouça também no Spotify ou em outros tocadores. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Nesta semana, a filosofia da sopa de ervilha e a divindade de Suárez. A Geórgia santo tinha guardado uma sopa de ervilha na geladeira do trabalho, mas o potinho sumiu. Igor Natusch era testemunha. Horas depois, lá estava a sopa. Não havia mais ninguém no prédio. O que aconteceu?
O discurso de Milei promete uma Argentina que não só nunca existiu como sequer foi sugerida antes. É uma aposta de uma sociedade que está empobrecendo e quer viver melhor. Porque falar em ameaça à democracia é coisa de intelectual, jornalista e cientista. Escolher um candidato como Milei, pra quem está do lado oposto do espectro ideológico, parece loucura. Mas grande parte das pessoas, se não a maioria, só quer viver melhor. A quem perde, cabe avaliar o porquê. E aos democratas - e às instituições - cabe segurar o rojão. A Argentina, foi de Brasil. Mas a eleição de Milei é o Brasil no passado ou no futuro? Foto: Divulgação
Nesta semana, falamos sobre o término do Foro de Teresina, o podcast de política mais ouvido - e possivelmente o mais querido - do país. No percurso, discutimos crises, formas de consumo no jornalismo, luto e, é claro, podcasts. Imagem: O sepultamento de Cristo - Caravaggio
Nesta semana, um ano do momento em que todos vimos aquela foto em que se lê: Jair Bolsonaro, não eleito. Em 30 de outubro de 2022, o Brasil escolheu um o candidato Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, como o novo presidente da República. Em 30 de outubro de 2022, o Brasil derrotou Jair Bolsonaro. Um presidente inepto, negligente, cruel e, entre tantos outros adjetivos, mentiroso. “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, dizia, usando o versículo bíblico como escudo. Justo ele, que em 1.459 dias como presidente deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas. Esse levantamento foi feito pela equipe do Aos Fatos a partir de uma base de dados que agrega todas as declarações de Bolsonaro a partir do dia da posse. Bem, talvez a verdade tenha, de fato, nos libertado. E a urna também.
Nesta semana, da avaliação do governo Lula à surpresa da eleição na Argentina. Nova pesquisa divulgada nesta quarta-feira, dia 25 de outubro, indica que a aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caiu consideravelmente. Segundo os dados da Genial/Quaest, 38% dos entrevistados avaliaram a administração positivamente. No último levantamento esse índice era de 42%. A aprovação do trabalho que o presidente desempenha individualmente também caiu. Era de 60% em agosto e agora está em 54%. De acordo com a pesquisa, a percepção da economia é um fato importante para a queda na popularidade do governo. E eu quero focar na palavra percepção porque a gente tem uma tese para destrinchar com vocês. Especialmente porque, se olharmos para o outro polo, a média de Jair Bolsonaro (PL) não está lá essas coisas. Um levantamento da Atlas Intel mostrou que ele tirou votos do candidato ultradireitista na Argentina. O peronista Sergio Massa, o candidato do Unión por La Pátria e atual ministro da Economia no país vizinho terminou o primeiro turno da eleição na liderança. Ele não era o favorito e, por isso, foi um resultado surpreendente. Mas o instituto Atlas intel já indicava que ele terminaria cinco pontos a frente de Javier Milei, candidato extremista que se define como libertário. A diferença foi de seis pontos. Milei, que havia vencido as primárias, é o candidato do partido La Libertad Avanza. Ele tem 52 anos, é economista e está no primeiro mandato como deputado. E é um fenômeno político. Resumindo muito, é um tipo despenteado que posa de descolado e é dono de uma inflamada retórica antiesquerda e anticomunista, demoniza o sistema político do que ele chama de “castas” e adora chocar. Alem dos palavrões, incita à luta contra o “zurderio”, um termo pejorativo usado para designar a esquerda. Vem de zurdo, canhoto. Qualquer associação com esquerdalha não é mera coincidência. E diretor-executivo da AtlasIntel, Andrei Roman, disse ao jornal O Globo no início da semana que o apoio de Bolsonaro a Milei “tira votos”. Um dos prováveis motivos é que a pauta armamentista é rejeitada no país. E o 03 teve um gostinho disso. Uma entrevista do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) a um canal de TV na Argentina foi interrompida enquanto ele defendia a flexibilização do acesso às armas. Foto: Ricardo Stuckert / PR
Nesta semana, uma tentativa de entender as repercussões do conflito entre Israel e Hamas. No dia 07 de outubro, o grupo terrorista Hamas atacou civis israelenses. Como resposta, Israel promove ataques à Faixa de Gaza, vitimando civis palestinos. Milhares de homens, mulheres e crianças já perderam a vida desde aquele dia. O histórico de conflito entre israelenses e palestinos é antigo, como sabemos. Com o Estado de Israel promovendo uma intensa ocupação ilegal de territórios que pertencem ao Estado da Palestina, que é o que se chama estado de jure e que hoje está fragmentado, divido entre micro-territórios na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. A ocupação de Israel, para algumas pessoas, justificaria o ataque do Hamas, chamado de revide por determinados grupos. Mas agora, é uma situação diferente. O que ocorreu em 07 de outubro foi o ataque de um grupo terrorista a um Estado. E agora temos um Estado respondendo a um grupo terrorista por meio do ataque a outro Estado e aos civis deste outro Estado. E de maneira brutal. Por isso é preciso de debruçar sobre as camadas do que ocorre no Oriente Médio neste momento. Não se trata, apenas, de ser pró-Israel ou pró-Palestina. E as repercussões dessa guerra alcançam inclusive ao Brasil. Primeiro, porque há brasileiros entre os mortos; segundo, porque havia brasileiros em Israel e há na Faixa de Gaza; terceiro, porque o Brasil está na presidência do Conselho de Segurança da ON; e quarto, porque as correntes políticas brasileiras tomaram partido a priori. Temos a extrema-direita ao lado de Benjamin Netanyahu e a esquerda ao lado dos Palestinos. Mas como nada nesse conflito é simples, há fronteiras borradas nessas definições e grupos acabam sendo vilanizados. Quem defende a Palestina é tratado como apoiador de terrorismo e quem sofre pelos mortos de Israel é visto como imperialista colonizador. Durante um debate na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro no último dia 10, o professor Michel Gherman, sofreu ofensas e ameaças de alunos que o acusavam de ser simpático ao Hamas, mesmo diante da negativa dele, e de ser antissemita. A gente resolveu convidar o professor Michel Gherman para tentar entender justamente as repercussões desse conflito no Brasil e no mundo. Ele que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), coordenador do Núcleo de Estudos Judaicos e do núcleo “Extremos”, de violência, politica e religião. Ele também autor do livro “O não judeu judeu”, em que trata da tentativa de colonização do judaísmo pelo bolsonarismo. Foto: UNICEF/Hassan Islyeh
No amado Reunião de Pauta desta semana, um desabafo sobre picaretagens e bobagens
Nesta semana, o curioso hábito de cobrar ações dos governos. A gente começa com Porto Alegre embaixo d'água e chega no governo federal, que está lidando com a polemica da assessora do Ministério da Igualdade Racial. Uma assessora do Ministério da Igualdade Racial publicou no Instagram uma mensagem polemica sobre os torcedores do São Paulo Futebol Clube durante a final da Copa do Brasil contra o Flamengo, no último final de semana. Marcele Decothé, flamenguista, publicou o seguinte: "Torcida branca, que não canta, descendente de europeu safade. Pior tudo de pauliste". Marcelle estava no jogo na condição de assessora especial de Assuntos Estratégicos. Ela acompanhava a ministra Anielle Franco e integrava uma comitiva que participou de solenidade de assinatura de um protocolo de intenções para o combate ao racismo e promoção da igualdade racial no futebol. O protocolo foi assinado pelos ministérios da Igualdade Racial e do Esporte e pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). As equipes dos dois ministérios voaram até Sao Paulo em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). O post, obviamente, foi muito criticado e Marcelle foi exonerada. Será que ela merecia uma punição desse tamanho ou a exoneração foi fruto de racismo e misoginia? Porque agora, há essa segunda questão, a de que mulheres negras, como ela, não tem direito à segunda chance. Na estrutura da sociedade brasileira isso é, de fato, verdade. Mas será que esse governo, como um todo, pode errar? Será que o governo federal não pode ser cobrado? A história se conecta, inclusive, às polemicas que envolvem indicação de Lula à vaga de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Enquanto grupos se articulam para cobrar do presidente a indicação de uma mulher negra ao STF, defensores do governo atacam esses grupos pela cobrança. Pode? Ou não pode? E enquanto tudo isso acontece, o uma parte do Brasil arde com temperaturas de 40 graus, Porto Alegre está debaixo d'água. Será que não devemos cobrar mais? Foto: Ricardo Stuckert / PR
Sete dias depois da enchente que assolou o vale do Taquari, a jornalista Geórgia Santos foi a Muçum, uma das cidades mais atingidas pela cheia. E a partir de quatro relatos, nós vamos descobrir juntos quanto tempo dura uma semana.
Nesta semana, um estado submerso. Durante a passagem de mais um ciclone extratropical, o Rio Grande do Sul enfrenta a pior “tragédia natural” da história enquanto regride na preservação do meio ambiente. Especificamente em Porto Alegre, é como se estivéssemos diante de um pintura de água sobre concreto. Até o momento em que gravamos este episódio, o número de mortes em função da passagem de mais um ciclone extratropical pelo estado do Rio Grande do Sul chega a 27. Esse número que não é só um número já é superior à tragédia de junho, quando 16 pessoas morreram. Em entrevista na noite de terça-feira, dia 05, o governador Eduardo Leite confirmou que se trata da pior “tragédia natural” do estado. Mas é uma tragédia natural entre muitas aspas porque não é isolada. Nós temos sido testemunhas, além da nossa tragédia particular, da onda de calor mortal no hemisfério norte e de outros eventos que há muito os cientistas alertam que não tem nada de natural. São consequência das mudanças climáticas induzidas pelo homem. A temperatura do planeta aumentou e continua a aumentar graças à progressiva queima de combustíveis fósseis e as águas são cada vez mais destruidoras também em função da progressiva redução de mata nativa e da consequente erosão do solo. Sem contar na falta de políticas públicas para o meio ambiente. Mesmo em Porto Alegre, que não foi uma das cidades atingidas pelo ciclone, podemos ver como isso funciona. As árvores do Parque da Harmonia foram substituídas por concreto e o resultado foi um alagamento. Conversamos com o urbanista Roberto Andrés, da UFMG, que diz que cidades que investem nessa abordagem estão cometendo “suicídio ambiental”. Foto: Guilherme Hamm/Secom
No Reunião de Pauta desta semana, a incredulidade diante da obviedade. Tem CPI do MST, transplante de coração do Faustão, além de UFOs - ou OVNIS - e suco de Bolsonarismo. Tudo para desafiar a lógica dos teóricos da conspiração, também conhecidos como os alecrins dourados que enxergam as verdades do mundo onde ninguém mais vê. Imagem: Reprodução de Golconde, Renê Magritte (1898-1967)
Pesquisadores tentam monitorar o raro e ameaçado gato-palheiro-pampeano e construir estratégias para salvá-lo da extinção. Restam menos de 50 indivíduos na natureza, o que faz dele o felino mais ameaçado do mundo. . Ouça, a seguir, a história do gato fantasma do Pampa Uma parceria do Vós com a associação ((o)) eco de jornalismo ambiental
Nesta semana, tic, tac, falamos do cerco fechando em torno de Jair Bolsonaro. Entre a prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), e o comércio de jóias operados pelos asseclas do ex-presidente, a coisa está feia para o lado do presidente de honra do PL. E para completar a diversão, falamos dos 17 mil emails esquecidos na lixeira. Vamos de trás pra frente? Nos últimos dias, apesar de todos pensarmos que nada mais poderia nos surpreender, fomos presenteados com um vídeo de Jair Bolsonaro recebendo um presente secreto de uma oficial da FAB. Parecia a minha vó me dando 50 reais de aniversário, mas era o cara que vestia a faixa de presidente do Brasil à época. Como se nao bastasse, ainda vimos o rosto do pai do Mauro Cid no reflexo de uma foto usada para negociar esculturas nos Estados Unidos. Ao melhor estilo General vende espelho nunca usado. Sim, porque o pai do tenente-coronel Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, que está preso, também é militar. E como se nao bastasse, ex-funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência da República durante a gestão de Bolsonaro apagaram ao menos 17 mil e-mails funcionais da caixa de entrada e esqueceram de deletar o material das lixeiras. Essas três bizarrices fazem parte do mesmo problema: uma operação da Polícia Federal que investiga a venda ilegal de joias dadas como presentes ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Até então, tudo era negado e desviado e desdito. Nesta quarta-feira, dia 16, o advogado de Mauro Cid, o filho, resolveu falar. Em entrevista à Globo News, Cezar Bitencourt disse que ele apenas cumpria ordens. Pois é. E antes de tudo isso, na última quarta-feira, dia 9, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques foi preso preventivamente. O motivo? A interferência no segundo turno das eleições de 2022. Em 30 de outubro, dia do segundo turno, a PRF realizou blitze em diversas cidades, sobretudo no Nordeste, onde o então candidato Lula (PT) tinha vantagem nas pesquisas de intenção de voto. A PF indica que pode provar que as blitze foram realizadas deliberadamente para interferir no resultado das eleições. Por isso, os crimes incluem prevaricação, que é quando um servidor público nao cumpre o dever que lhe cabe; violência política, afinal, usou-se a força policial para impedir cidadãos de exercerem um direito político; e impedir ou atrapalhar a votação, que é, em si, um crime previsto no Código Eleitoral. Só que tem mais, horas após blitze no 2º turno, Vasques se reuniu com o então ministro da Justiça, Anderson Torres e com o então presidente e candidato derrotado, Jair Bolsonaro. É, parece que o jogo virou. Foto: Anderson Riedel/PR
A temperatura do planeta aumentou e continua a aumentar graças à progressiva queima de combustíveis fósseis. “O Caminho para o fim do mundo” mostra que o investimento em infraestruturas de transportes precisa ser parte da agenda ambiental e deve ser prioridade para um governo que se preocupa em mitigar os efeitos do aquecimento global e também da desigualdade. No Brasil, e no resto do planeta. A jornalista Geórgia Santos se debruçou sobre uma série de relatórios e documentos para entender de que forma os governos e a sociedade podem agir de modo a interromper o aquecimento da superfície da Terra e, com a ajuda de especialistas, apresenta três possibilidades de ação. Todas elas envolvem tirar o automóvel do centro da vida.
Hoje a gente traz pra vocês o terceiro episódio da Reunião de Pauta. A essa altura vocês já sabem que a Reunião de Pauta é o espaço para os nossos devaneios mais diversos, aquele momento em que a gente conversa livremente, sem filtro e muito deboche. Nesta semana, a obsolescência não programada das reuniões online. Fomos obrigados, por circunstâncias diversas, a gravar um episódio de forma remota e fomos tomados por um profundo ódio às novas tecnologias e videochamadas. E, ao que parece, há mais gente incomodada com as internets da vida. Além dos golpistas do oito de janeiro que acessaram a rede do Congresso usando o próprio nome e CPF e, assim, gerando provas contra si, há a investida da Polícia Federal contra Carla Zambelli e o Hacker de Araraquara. A apresentação é de Geórgia Santos, com participação, reclamando das reuniões online, de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno. E tu, gosta de uma reunião online? Responde aí na caixinha. Imagem: "A Última Ceia", Leonardo Da Vinci (1452-1519)
Nesta semana, o paradoxo da democracia entre a extrema-direita e a Barbie. Nas eleições de 2022, os brasileiros derrotaram a extrema-direita, mas foi com as calças na mao. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos e, mais recentemente, na Espanha, onde a esquerda moderada antecipou as eleições temendo justamente o avanço do Vox, o partido de ultra-direita. A estratégia deu certo, porque a extrema direita nao conseguiu maioria para formar o governo, mas nem a esquerda. Esta é mais uma evidencia de que a democracia representativa talvez nao seja capaz de se defender desses movimentos que querem conquistar o poder para destruir o poder. Outro exemplo recente é o da primeira ministra da Italia, Giorgia Meloni, que aprovou uma legislação que tira o nomes das mais lésbicas que nao gestaram os bebes das certidões de nascimento das crianças. O governo italiano sugere que se pare de registrar os filhos de pais do mesmo sexo com os dois nomes. Essa extrema direita que a gente ve florescendo no mundo é barulhenta e nao gosta de nada que seja fora dos padrões reacionários, nem da Barbie. O filme de Greta Gerwig também provocou a ira desses grupos no Brasil e fora dele. Ou seja, a gente pode até derrotar a extrema-direita nas urnas, mas até que ponto nossa capacidade de acreditar na democracia representativa pode nos proteger desses grupos e proteger a própria democracia? Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Nesta semana, a insustentável leveza de quem é eleito por exclusão. Falamos sobre Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, a partir da famosa perspectiva da expectativa versus realidade. Os números não mentem, Eduardo leite foi eleito por eleitores da esquerda. No primeiro turno, Onyx Lorenzoni (PL) foi o mais votado e a diferença de Leite (PSDB), o segundo colocado, para Edegar Pretto (PT), que ficou em terceiro lugar, foi de 2.441 votos. Ao vencer as eleições no segundo turno, Leite fez quase 2 milhões de votos a mais. A vantagem do tucano superou os 385,7 mil votos que Lorenzoni tinha de sobra. . Ou seja, Eduardo Leite precisava dos votos de Edegar Pretto e levou os votos do petista . Ele foi eleito com o voto de confiança, mas também foi eleito pelo voto de exclusão. Mas por que estamos falando disso agora? Nos últimos tempos, algumas decisões de Eduardo Leite vão na direção contrária do que os eleitores da esquerda esperariam. Venda da Corsan, alterações no Ipergs e, agora, mais recentemente, a decisão de manter as 18 escolas cívico-militares do Estado são bons exemplos disso. Leite está traindo quem o elegeu? Ele deve lealdade aos eleitores da esquerda? Ou não, eles conheciam o terreno em que estavam pisando? Ideologia importa? Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Foto: Reprodução / Twitter RBSTV
Tá no ar o Bendita Sois Vós … não, pera, não é o Bendita. Hoje, a gente traz pra vocês o segundo episódio da Reunião de Pauta. Sobre trens e déspotas esclarecidos. Já era assim quando a gente gravava os episódios remotamente, mas desde que a gente retomou o modelo presencial, as conversas que antecedem a gravação do Bendita, as conversas em que a gente ajusta as ideias antes de ligar o microfone, tem se tornado mais extensas e mais interessantes. Desde então, o gravador fica ligado. Às vezes só se fala sobre o tema do episódio de maneira menos comprometida e mais debochada. Outras vezes, são devaneios diversos. Hoje, a gente volta por aclamação e com muitos, muitos devaneios. Igor Natusch e Geórgia Santos estavam conversando na semana em que o submarino desapareceu e, de repente, passaram a dissertar sobre trens e déspotas esclarecidos com direito a churrasco em latão, roda de samba e o golpe do arraiá. E tu? Tu que tá nos ouvindo, o que faria se fosse o ditador do mundo? Não valem respostas filosóficas nem muito profundas - que nos perdoem os tripulantes do submarino. Escreve pra gente no Twitter e na caixinha do Spotify e bora trocar essa ideia. E já que eu tenho tua atenção, que tal apoiar o jornalismo independente. Acesse catarse.me/vos_social Semana que vem o Bendita tá de volta. Imagem:"La Gare de Perpignan" - Salvador Dalí/ (1904-1989)
Como discutir (democracia) em um país que não está sadio? Entre Lula, Luan e a Kombi, estamos malucos? Pelo menos respiramos com inelegibilidades. Em uma entrevista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que a democracia é relativa. Mas a gente entende que não se conseguiu conversar sobre isso de maneira adequada, sensata ou racional. E outros exemplos talvez tenham mostrado que os brasileiros tem pensado - ou tuitado - com o fígado. O jogador Luan foi ameaçado e espancado por torcedores do Corinthians enquanto estava em um motel. E houve quem defendesse os agressores. Na sequência, um comercial da Volkswagen mostrou Maria Rita e Elis Regina cantando Como Nossos Pais lado a lado, graças à inteligência artificial. De repente, todo mundo tinha uma opinião sobre, inclusive, o que a cantora faria se estivesse viva. Parece que a gente não tá conseguindo conversar. Bora tentar? Ah, e tem um cara inelegível pra trazer uma leveza ao episódio. Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch e Marcelo Nepomuceno – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Nesta semana, a nossa experiência com as Jornadas de Junho - e os nossos 20 centavos sobre o julgamento da inelegibilidade de Jair Bolsonaro. Há dez anos, eclodia um dos principais ciclos de protesto da história da democracia brasileira. As Jornadas de Junho de 2013 são um marco na política do país. Um divisor de águas, podemos dizer. O que começou com um protesto pela redução no preço da passagem do transporte público culminou em uma das maiores mobilizações populares que o Brasil já viu. A essa altura, já sabemos que não foi apenas por 20 centavos, mas há muito a entender. Os protestos fizeram bem pra o país? Ou foram responsáveis por todo o mal do mundo? Aqui, a gente acredita que não foi nem uma coisa, nem outra. Mas reconhecendo que é um assunto complexo - e com a intenção de cultivas essas complexidades -, vamos dedicar dois episódios ao tema. Na semana passada, a gente trouxe uma análise técnica sobre as Jornadas de Junho. Conversamos com o professor Marcelo Kunrath Silva, do departamento de Sociologia da UFRGS. Agora, a gente vai contar pra vocês das nossas experiências pessoas em lados diversos. Cobrindo, reportando, estudando e, ainda, o lado de quem estava dentro do governo. Apresentação de Geórgia Santos e participação de Igor Natusch – e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox. Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Nesta semana, uma análise sobre as Jornadas de Junho - e um pitaco sobre a sabatina de Zanin. Há dez anos, eclodia um dos principais ciclos de protesto da história da democracia brasileira. As Jornadas de Junho de 2013 são um marco na política do país. Um divisor de águas, podemos dizer. O que começou com um protesto pela redução no preço da passagem do transporte público culminou em uma das maiores mobilizações populares que o Brasil já viu. A essa altura, já sabemos que não foi apenas por 20 centavos, mas há muito a entender. Os protestos fizeram bem pra o país? Ou foram responsáveis por todo o mal do mundo? Aqui, a gente acredita que não foi nem uma coisa, nem outra. Mas reconhecendo que é um assunto complexo - e com a intenção de cultivas essas complexidades -, vamos dedicar dois episódios ao tema. Na semana que vem, a gente vai contar pra vocês das nossas experiências pessoas em lados diversos. Cobrindo, reportando, estudando e, ainda, o lado de quem estava dentro do governo. Mas antes disso, a gente traz uma análise técnica sobre as Jornadas de Junho. Vamos conversar com o professor Marcelo Kunrath Silva, do departamento de Sociologia da UFRGS. E já que o dia pede, vamos falar sobre a indicação e sabatina de Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal (STF). Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Tá no ar o Bendita Sois Vós … não, pera, não é o Bendita. Hoje, a gente traz pra vocês uma novidade: a Reunião de Pauta Já era assim quando a gente gravava os episódios remotamente, mas desde que a gente retomou o modelo presencial, as conversas que antecedem a gravação do Bendita, as conversas em que a gente ajusta as ideias antes de ligar o microfone, tem se tornado mais extensas e mais interessantes. Desde então, eu deixo o gravador ligado. Às vezes a gente só fala sobre o tema do episódio de maneira menos comprometida e mais debochada. Outras vezes, são devaneios diversos. Hoje, nessa estreia extraoficial do reunião de pauta - sim, vocês são nossas cobaias -, vocês vão poder ouvir um desses devaneios e talvez, quem sabe, gostar. Compartilhar esses momentos é uma ideia antiga. E, convenhamos, fica mais fácil quando o presidente não é o antecessor do atual e a gente consegue variar a pauta. E dia desses, antes da gravação oficial, nós - Marcelo Nepomuceno, Igor Natusch e eu, Geórgia Santos, começamos a filosofar sobre dinheiro e eu me perguntei quanto é suficiente. Qual o limite do acúmulo de capital? A partir de quanto começa a ser obsceno? E será que o milionário - ou bilionário - filantropo se redime? E tu? Tu que tá nos ouvindo, como é que tu lidas com esse conflito interno. Quer dizer, não sei se tu também pensa nisso. Escreve pra gente no Twitter e bora trocar essa ideia. E já que eu tenho tua atenção, que tal apoiar o jornalismo independente. Acesse catarse.me/vos_social Semana que vem o Bendita tá de volta.
Nesta semana, será que o presidencialismo de coalizão acabou? Nos últimos dias, as atenções estiveram voltadas à atuação do Congresso Nacional. Primeiro, com a boiada passando, quando os deputados aprovaram a urgência do PL que discute o famigerado Marco Temporal, inclusive com votos do PT de Lula, e uma comissão mista aprovou textos que desidratam ministérios, inclusive do Meio Ambiente. E agora com a aprovação do próprio PL-490. Um projeto controverso e inconstitucional até que o STF determine o contrário. Segundo a tese jurídica do Marco Temporal, os povos indígenas têm direito de estar apenas nas terras que já ocupavam em 1988 - e comprovar isso. Mas a questão a se discutir, ao fim e ao cabo, é o imenso poder de Artur Lira, que até ameaçou a base governista. Para entender melhor esse turbilhão institucional, conversamos com o cientista político Augusto Neftali de Oliveira, professor da PUC-RS. Apesar da instabilidade na relação entre Legislativo e Executivo, o presidente delega a tarefa de negociar com um Congresso em que tem absoluta minoria ao ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, enquanto foca na política externa. Lula reuniu dez chefes de Estado em Brasília nesta semana para falar de integração na América do Sul, em mais um passo para retomar o protagonismo do Brasil no cenário internacional. Até aí, tudo bem. Porém, um dia antes, formalizou o restabelecimento de relações diplomáticas com a Venezuela, recebeu Nicolas Maduro no Palácio do Planalto e minimizou a tragédia do país, dizendo que era uma questão de narrativa. A manifestação de Lula repercutiu mal entre os outros presidentes que participariam da reunião de cúpula e em diversos setores da sociedade civil e da imprensa. Como resposta, Lula reforçou a defesa a Maduro. Mais tarde, a jornalista Delis Ortiz, da Rede Globo, afirmou ter sido agredida pela segurança de Maduro e por agentes a serviço do Gabinete de Segurança Institucional. Em nota, o governo federal afirma que o GSI abriu sindicância para investigar a agressão. Apresentação de Geórgia Santos e participação de Marcelo Nepomuceno e Flávia Cunha na Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox. Imagem: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Fonte: Agência Câmara de Notícias
Nesta semana, a gente passa pela graça de quem quer pular da barca lavajatista, mas também fala de algo que não tem graça nenhuma, o racismo contra Vinícius Júnior. O jogador do Real Madrid vem sendo vítima de ataques racistas há algum tempo. Constantemente. Violentamente. E o problema escalou de tal forma que tornou a desumanidade dos atos explícita, obscena. No último domingo, durante um jogo contra o Real Madrid de Mini, torcedores do Valência não economizaram nas ofensas racistas. O jogador reagiu. Foi expulso. No mesmo dia, o jogador reagiu também nas redes sociais, dizendo que não foi a primeira vez, nem a segunda e nem a terceira. Segundo ele escreve no texto, o racismo é normal na La Liga. “A competição acha normal, a Federação também e os adversários incentivam. Lamento muito. O campeonato que já foi de Ronaldinho, Ronaldo, Cristiano e Messi, hoje é dos racistas. Uma nação linda, que me acolheu que amo, mas que aceitou exportar a imagem para o mundo de um país racista. Lamento pelos espanhóis que não concordam, mas hoje, no Brasil, a Espanha é conhecida como um país racista.” E é interessante que o Vini fale do Brasil, porque o Brasil reagiu. De torcedores ao presidente da República, passando por uma homenagem no Cristo Redentor. Será que nós estamos mesmo à frente? Afinal, no mesmo final de semana, o goleira do Ypiranga de Erechim, Caíque, também sofreu um ataque racista. Aqui, no nosso país. Pois a gente perguntou isso para o Marcelo Carvalho, coordenador do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, que também falou sobre a luta antirracista no futebol e a representatividade do caso Vini Jr. Enquanto isso, na política brasileira, novidades no front lavajatista. O juiz da Lava Jato, Eduardo Appio, foi afastado cautelarmente depois que uma investigação apontou que ele teria acessado um processo com o contato do filho de Marcelo Malucelli, desembargador afastado da operação, e feito uma ligação a João Malucelli, sócio do senador e da esposa dele em um escritório. O afastamento de Appio foi celebrado pela bolha lavajatista, que estava prestes a implodir depois da cassação de Deltan Dallagnol. Tanto que o senador Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz da Operação Lava Jato, falou em entrevista ao Estúdioi, na GloboNews, que Eduardo Appio foi revanchista em suas ações. Era uma entrevista para lavar a alma. Pra quem não lembra, no final de março, Appio enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a acusação do advogado Rodrigo Tacla Duran, réu na Lava Jato, de que havia ocorrido extorsão por parte de Moro. Uma entre várias rixas. Mas a entrevista que poderia ser a redenção rendeu mais memes do que frutos.
Nesta semana, chuva de CPIs. E a cassação de um deputado, aí. Depois do sucesso - de audiência - da CPI da Covid, o Brasil testemunha agora uma chuva das famigeradas Comissões Parlamentares de Inquérito. Acertei no Plural? Algumas muito recomendadas, outras com pouco ou nenhum fundamento e ainda as que já nascem sem futuro. Nesta semana, apenas, a Câmara está às voltas com a CPI das Apostas Esportivas - na categoria das muito recomendadas; com a CPI do MST, na categoria das sem fundamento; e com a CPI das Americanas, que já nasce morta, tadinha. Isso sem falar na CPI do Golpe, que ninguém mais sabe se quer. A gente conversa, então, sobre as possibilidades de cada CPI e sobre a imensa chance de a oposição dar um tiro no pé ao mirar no Movimento dos Sem-Terra. Afinal, a tentativa de virar o jogo sobre o oito de janeiro já não está funcionando e toda a semana é uma lapada diferente de Flávio Dino e outros membros do governo. E a cereja do bolo é a surpresa da terça, que foi quase um sextou. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, o pedido de cassação do mandato de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado, segundo a rápida Wikipédia. Mas eterno fazedor de Power Points. E ainda tem depoimento do Bolsonaro. E baixou o preço da gasolina e do gás. A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno participa do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Nesta semana vamos falar do famigerado PL 2630/2020. O PL das Fake News, ou PL da Liberdade de Imprensa, ou PL… não, esse último apelido eu não vou falar. E ainda a operação da PF contra Bolsonaro em função de fraude no cartão de vacinação. O PL 2630/2020 institui a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O projeto é de autoria do senador Alessandro Vieira (PSDB) e tem o deputado Orlando Silva (PCdoB) como relator. A votação do polêmico PL das Fake News estava marcada para essa terça, 02, mas foi adiada depois de forte pressão das big techs, entre outras coisas. O texto foi bastante alterado ao longo dos últimos tempos, também após discussões entre diversas entidades da sociedade. Ele torna crime a promoção ou financiamento de divulgação em massa de mensagens com conteúdo mentiroso por meio das chamadas contas-robôs. Além disso, estabelece que provedores tenham representação por pessoa jurídica no Brasil; sejam responsabilizados por conteúdos cuja distribuição tenha sido impulsionada por meio de pagamento; que as plataformas digitais mantenham regras transparentes de moderação; exige a retirada imediata de conteúdos que violem direitos de crianças e adolescentes; determina que conteúdos jornalísticos deverão ser remunerados; além da extensão da imunidade parlamentar às redes sociais. A proposta começou a tramitar no Congresso em 2020 e chegou a ser aprovada pelo Senado no mesmo ano. Mas parou na Câmara. Desde então, o relator tem trabalhado na construção de um texto que seja palatável para a maioria das bancadas. Até pouco tempo atrás, acreditava-se que havia maioria para aprovação da proposta, mas o clima não foi favorável e a votação foi adiada. . Os dias que antecederam a data marcada para a votação foram marcados por um forte embate, especialmente depois que as big techs entraram na jogada . Google e outras grandes empresas de tecnologia se empenharam em um lobby intenso contra o projeto. Ao mesmo tempo que grandes veículos de comunicação também se empenharam em defender a proposta. Além, é claro, da disputa de narrativas justamente nas redes sociais. Na arena de apoiadores de Lula versus Bolsonaristas, temos os governistas defendendo o projeto de lei e os apoiadores de Bolsonaro tentando derrubar a proposta. Quem diria, google e igrejas evangélicas do mesmo lado. Pra não dar palpite furado, nós convidamos o professor Marcelo Träsel pra participar do episódio de hoje. Träsel é professor do departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji). Mas não para por aí, porque estamos gravando em um grande dia. Na quarta-feira, 03, a Polícia Federal (PF) realizou uma operação na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os agentes ainda prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, e outros cinco suspeitos. Suspeita é que grupo tenha agido para fraudar cartões de vacinação de Bolsonaro, familiares e assessores. A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno participa do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox. Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Nesta semana, um assunto que quase ninguém comenta por aí: a comunicação do governo Lula Pois resolvemos largar o absoluto factual de mão neste episódio para abordar uma questão que vem incomodando aliados e apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva: a estratégia de comunicação do governo. Ou a falta de. Desde o início do mandato, há certa frustração com a maneira como as coisas tem sido conduzidas nessa área. Primeiro, há críticas direcionadas especificamente à Secom, comandada pelo ministro Paulo Pimenta, deputado federal eleito pelo PT do Rio Grande do Sul. Mas há outras coisas. Declarações desnecessárias - ou desastrosas de Lula são parte do problema. Vão desde a Guerra na Ucrânia até videogames violentos. Não se sabe o quanto é possível controlar ou combinar o que o presidente diz, mas traçar essa estratégia também é prerrogativa da Secom. Outro ponto crítico é a interferência da primeira-dama. Mais recentemente, Janja resolveu responder ao perfil Choquei, no Twitter, sobre a questão da isenção de impostos para compras no exterior e desencadeou um problemão para o governo. Aliás, esse é o exemplo perfeito do que estamos falando aqui. É um problemão para vários ministérios, porque se trata de uma medida polêmica, que foi mal comunicada, piorada pelo tuíte da primeira-dama e agora agravada pelo presidente, que resolveu voltar atrás, segundo ele, porque Janja alertou que era uma medida impopular. De novo, não há alinhamento. É preciso dizer, no entanto, que também se espera da Secom uma função que não é dela, que é a de defender o presidente ou atacar o antecessor. Algo que é, nitidamente, uma consequência do governo Bolsonaro, que misturou a comunicação institucional com a político-partidária. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Nesta semana, o pepino da política externa brasileiro e o pedido de prisão de Sérgio O presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a China na semana passada e, apesar de o país ser o principal parceiro comercial do Brasil e a viagem estar programada há algum tempo, a atitude causou espécie a determinados setores da sociedade brasileira e da comunidade internacional. Lula participou da posse da ex-presidenta Dilma Rousseff como presidente do banco dos Brics, bloco econômico formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. No discurso, ele apontou para um mundo mais plural e que os países não precisam ficar sempre atrelados ao dólar nas transações internacionais. Bom, foi o suficiente para os liberais - ou meio liberais - apontarem a declaração como o primeiro equívoco. Ou o segundo, porque houve quem entendesse que a viagem em si era um problema, como se o Brasil precisasse escolher entre Estados Unidos e China e como se a China fosse prescindível. De todo modo, o que era para marcar um novo momento da diplomacia brasileira poderia se tornar um problema. Mas a coisa não para por aí. Já na viagem de volta, quando estava nos Emirados Árabes, Lula voltou a comentar a questão da guerra na Ucrânia. Lula disse que a “decisão da guerra foi tomada por dois países”. E assim chegamos segundo - ou terceiro - equívoco. Mas a gente não vai cometer o mesmo erro das redes sociais, em que os especialistas em epidemiologia dos últimos três anos tornaram-se especialistas em política externa. Por isso, vamos conversar com o Doutor André Luiz Reis da Silva, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E como a gente não é de ferro, a gente não vai deixar passar em branco o pedido de prisão do conje - desculpe, de Sérgio Moro. Pois é, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu na última segunda-feira (17) uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o senador e ex-juiz. Isso aconteceu depois da divulgação de um vídeo em que Moro aparece conjecturando sobre a possibilidade de se "comprar um habeas corpus do Gilmar Mendes (ministro do STF)”.
Nesta semana, os cem dias de governo Lula. Cem dias de um governo que, inclusive, sobreviveu a um golpe de estado. Nesse meio tempo, houve erros; houve acertos; houve retomadas; cutucos adequados - outros nem tanto. Mas, acima de tudo, houve e há democracia. A apresentação é de Geórgia Santos. Marcelo Nepomuceno e Igor Natusch participam do debate e Flávia Cunha traz a Palavra da Salvação. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Estavam com saudade? Afinal, a gente ficou um tempo fora do ar para reorganizar as coisas. Mas esse tempo de ausência foi importante pra reestruturar o Vós e o Bendita, que volta hoje com nova formação. Tu deve ter notado que o episódio é mais curto do que costuma ser, isso é porque hoje a gente veio aqui só pra te contar as novidades, apresentar o novo integrante e dar um spoiler pra semana que vem, que é quando a gente volta com tudo.
Nesta semana chegamos a um mês de governo Lula. E que mês. Desde que Luiz Inácio Lula da Silva tomou posse, em primeiro de janeiro de 2023, muita coisa aconteceu. Já no dia da posse foi possível perceber a diferença do petista para o antecessor. Subindo a rampa, ao lado de Lula e do vice, Geraldo Alckmin, estavam representantes do povo brasileiro. Mais especificamente, de camadas mais agredidas pelas medidas de Jair Bolsonaro - ou falta delas. Também na posse, o prestígio do novo presidente era evidente pela fila das delegações estrangeiras, o que indicava, de fato, um novo tempo. Até o dólar caiu, apesar dos faniquitos do mercado. Mas muita coisa aconteceu ao longo do mês. Primeiro, a história sendo feita com posses como as de Sonia Guajajara no Ministério dos Povos Indígenas e de Aniele Franco no Ministério da Igualdade Racial. Ou ainda mensagens fortes para setores negligenciados, como a posse da Marina Silva no Ministério Meio Ambiente ou de Nísia Trindade no Ministério da Saúde. Aconteceu tanta coisa ao longo do mês de janeiro que teve até tentativa de Golpe de Estado. Depois disso tudo ainda houve intervenção federal em Brasília, golpistas e o ex-ministro Anderson Torres presos, e o bolsonarismo empenhado em dizer que os bolsonaristas golpistas não são bolsonaristas. Segundo eles, os apoiadores de Bolsonaro que passaram meses dizendo que fariam o que de fato fizeram não eram … apoiadores de Bolsonaro. Muita coisa aconteceu em janeiro, e uma delas é que o rastro de destruição do governo anterior é cada vez mais evidente. Agora materializado na morte dos Yanonamis, que estão sendo dizimados por meio da fome causada pelo garimpo ilegal. E, virando o mês, temos eleição para a presidência da Câmara e do Senado. A Câmara deve permanecer nas mãos de Artur Lira (PP-AL). Já o Senado é uma incógnita. Estão na disputa o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o bolsonarista Rogério Marinho (PL-RN). E tem também o glorioso senador Eduardo Girão (Podemos - CE), que só faz figuração. De todo modo, é o bolsonarismo se organizando - com sucesso - sem Bolsonaro, que continua nos Estados Unidos. A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Foto: Ricardo Stuckert / Palácio do Planalto
Nesta semana, “golpe não vai ter”. No dia oito de janeiro de 2023, os brasileiros assistiram estarrecidos a um espetáculo de barbárie na forma mais pura. A materialização da ignorância se deu em Brasília em um domingo vazio de gente e idéias quando cerca de 6 mil pessoas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. As sedes dos três poderes foram destruídas por bolsonaristas. E aqui eu faço questão de ressaltar algo: o bolsonarismo é radical por essência. Bolsonarismo radical, portanto, é redundância. Isso significa que, aqui, pra gente, as pessoas que cometeram toda sorte no final de semana serão chamadas de golpistas. Os golpistas destruíram muito mais que janelas e cadeiras, a tentativa era desmantelar a materialidade da democracia brasileira. Destruir o parlamento, a réplica da Constituição de 88, rasgar obras de arte, urinar e defecar em objetos da casa povo, tudo isso é uma tentativa de enfraquecer o tecido social e institucional da democracia brasileira. Mas eles fracassaram. Apesar da conivência do governo do Distrito Federal e da policia militar, os golpistas fracassaram. Ainda no domingo, o presidente Lula decretou intervenção federal e o Ministro Flávio Dino tomou as rédeas da situação. Alexandre de Moraes decretou a prisão do que até aquela tarde era secretário de segurança, Anderson Torres, e o afastamento do governador do DF, Ibaneis Rocha. O presidente se manifestou ainda no domingo deixando claro que todos seriam punidos e dando nome aos bois, com o perdão do trocadilho. Ou não. Na segunda-feira, dia 09, Luiz Inácio Lula da Silva disse em alto e bom que golpe não vai ter. No mesmo dia, reuniu os governadores e representantes dos três poderes para um manifesto em prol da democracia. E todos, de braços dados, se dirigiram ao STF em um recado que é mais que simbólico. A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox. Foto: Ricardo Stuckert
Nesta semana, Pelé, Lula e a Historia do Brasil. Porque entre a última semana de 2022 e os primeiros dias de 2023, todo brasileiro vivo pôde ser testemunha da História. No dia 29 de dezembro, recebemos a notícia da morte de Edson Arantes do Nascimento, o homem a quem coube ser Pelé. O maior e melhor jogador de futebol de todos os tempos, provavelmente a pessoa mais conhecida do mundo, partiu dizendo love, love, love. A gente vai falar um pouco sobre o legado de Pelé e o apagamento que inclusive este homem negro sofreu em vida quando teve suas ideias escondidas, fazendo com que o brasileiro não enxergasse o Edson político. E vamos falar da despedida daquele que é sinônimo de Brasil mas que foi, no fundo, o Rei de todo o mundo. Foram poucos os jogadores presentes no velório de Pelé, que ocorreu entre os dias dois e três, mas o povo esteve lá. O mesmo povo que passou a faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva no dia primeiro. Em um dia histórico do nosso país, Lula subiu a rampa ao lado da esposa, Janja; do vice, Geraldo Alckmin, que estava com a esposa Lu; e com representantes do povo brasileiro. Em um discurso carregado de simbolismo, Lula deu início a um governo de reconstrução e prometeu olhar para este mesmo povo que lhe confiou o posto mais alto da República. E essa promessa, no que depender do time de ministros, não será vazia. Silvio Almeida, novo ministro dos Direitos Humanos, emocionou o país com um discurso que não poderia ser mais distante de tudo o que o antecessor representou ao longo de quatro anos. O governo eleito em 2018 acabou. O ex-presidente fugiu. É hora de recomeçar e dar novos contornos à História do Brasil. Vamos em frente. A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Nesta semana, aguenta firme, só mais 72 horas. Faltam 72 horas para acabar, de fato, o pior governo da história da democracia brasileira. Durante a eleição de 2018, a gente começou a ouvir, da boca de um candidato à presidência da República, o impensável. No palanque, ameaçava fuzilar a oposição, em entrevistas, não escondia a homofobia, o machismo e ainda lançava mão de narrativas racistas. Elogiava ditadores e idolatrava torturadores diante de um microfone. Ele foi eleito. À época não sabíamos se apesar disso ou por causa disso. O governo que se desenhou nos quatro anos seguintes refletiu todo o discurso autoritário e retrógrado da eleição. Foi uma administração que desmantelou a educação, a pesquisa e a ciência. Que acabou com a cultura a tal ponto que, em certo momento, colocou um homem que se prestou a fazer uma ode pública ao nazismo. Foi um governo que tinha uma ministra das mulheres que perseguiu uma criança de onze anos que havia sido abusada sexualmente e estava grávida. Foi um governo cujo ministro do Meio Ambiente quis aproveitar um momento de pânico para “passar a boiada” e flexibilizar a legislação ambiental. Foi um governo que, diante da pior pa ndemia dos últimos cem anos, deixou que 700 mil brasileiros morressem. Debochou da doença, debochou dos cuidados, debochou dos mortos, debochou da vacina. Não há tempo ou espaço para um relato que contemple o horror dos quatro anos de Jair Bolsonaro no poder. Então basta dizer que foi um governo que nunca se preocupou com Deus, Pátria ou Família - aliás, um lema fascista. Foi um governo que tentou reescrever a história política e social do Brasil por meio do apagamento e da desumanização de quem não se parece com eles. Mas também é um governo derrotado. Derrota, aliás, que trouxe à tona o fruto da semeadura golpista que já dura quase 1460 dias. Fruto mofado e estragado que de fato não caiu longe do pé e agora apodrece aos pés de uma árvore morta. Mas é um governo derrotado. Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito ao lado de Geraldo Alckmin, algo impensável há alguns anos, e promete reconstruir o Brasil. Não sabemos como será, se será bem sucedido, mas sabemos que não será Bolsonaro e, mesmo parecendo ingênuo, isso basta. E agora, com o novo governo batendo à porta, emprestamos o mantra dos golpistas prostrados em frente aos quartéis e dizemos: só mais 72 horas.
Nesta semana, um novo governo começa a aparecer - enquanto um velho governo só faz chorar. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) terá 37 ministérios. A nova estrutura será oficializada em medida provisória em 1º de janeiro de 2023, quando Lula e o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), tomarão posse. Uma das principais mudanças é o desmembramento do atual Ministério da Economia em outros quatro: Fazenda, Indústria e Comércio Exterior, Planejamento e Gestão. Além da criação de pastas novas, como dos Povos Originários, e a recriação de outros ministérios extintos por Bolsonaro, como o Ministério da Cultura e o das Cidades. O presidente eleito Lula começou a anunciar os nomes para os ministérios no dia 9 de dezembro. Os primeiros confirmados foram o ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad, para a Fazenda; o governador da Bahia Rui Costa na Casa Civil; o ex-governador do Maranhão e senador eleito Flávio Dino para o Ministério da Justiça e Segurança Pública; o ex-ministro José Múcio Monteiro na Defesa; e o diplomata Mauro Vieira para Relações Exteriores. A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Nesta semana, o diploma. O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma cerimônia que foi especialmente emocionante para o petista, que compartilhou o diploma com todos aqueles que defendem a democracia. O presidente do TSE, Alexandre de Moraes, muito aplaudido, reafirmou o compromisso do tribunal com a proteção do sistema democrático e garantiu, sem mensagens subliminares ou meias palavras, que não haverá anistia para golpistas. "Essa diplomação atesta a vitória plena e incontestável da Democracia e do Estado de Direito contra os ataques antidemocráticos, contra a desinformação e contra o discurso de ódio proferidos por diversos grupos organizados que, já identificados, garanto serão integralmente responsabilizados", disse o ministro Moraes. Durante a tarde, quando ocorreu a diplomação de Lula, havia meia dúzia de gatos pingados uniformizados insistindo no golpe. Nada demais. Mas à noite, viu-se outra coisa nas ruas de Brasília: bolsonaristas radicais tentaram invadir a sede da Polícia Federal (PF) e atearam fogo em ônibus e carros particulares. Até o momento em que esse podcast foi gravado, não há informações sobre prisões. Tampouco de alguma ação por parte do poder público federal para conter os atos golpistas. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, diz que todos serão responsabilizados. A apresentação é de Geórgia Santos. Participam Flávia Cunha, Igor Natusch e Tércio Saccol. Você também pode ouvir o episódio no Spotify, Itunes e Castbox.
Doações de alimentos a projetos sociais caem no momento mais extremo da fome no país. Enquanto na pandemia de Coronavírus, a mobilização para ajudar pessoas vulneráveis e sem amparo alcançou expressivos níveis de engajamento, seja entre empresas, famílias, instituições e igrejas, agora, diante dos 33 milhões de brasileiros que passam fome segundo dados da Rede Penssan, a mobilização é bem mais escassa.
Nesta semana, a gente vai falar dos patriotas que odeiam o Brasil. Porque no álbum de figurinhas dos defensores da pátria, é possível encontrar de tudo um pouco, menos alguém que goste do nosso país. A Copa do Mundo está on fire, o Pombo tá com tudo e o Brasilzão já está classificado para as oitavas de final. Mas contrariando a história do país do futebol, há um grupo de brasileiros que resolveu boicotar a Seleção. Não, não é o povo que tava usando camiseta vermelha há um mês, é justamente o grupo que sequestrou a Amarelinha. Os patriotas que estão acampados em frente aos quartéis se recusam a assistir aos jogos da Seleção, boicotam o time do Brasil e já até orientam a não usar mais o manto amarelo ouro. Pois é, os patriotas estão boicotando a Seleção nacional. Mas não é só isso, olhando bem, já reparou que eles detestam o Brasil?