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Milton Teixeira revela a chocante história de como o regime nazista classificou a Arte Moderna como “degenerada” e promoveu a queima de obras inestimáveis — incluindo trabalhos de brasileiros como Tarsila do Amaral, Portinari e Di Cavalcanti.
Confira na edição do Jornal da Record desta terça (27): Ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal confirma ordem para bloquear ônibus na eleição de 2022. Ministra Marina Silva abandona sessão no Senado depois de ataques de parlamentares. Presidente Lula e integrantes do governo saem em defesa da ministra. Dinheiro esquecido: Banco Central libera resgate automático via Pix. Saiba como consultar os valores. Polícia investiga pichação em obra de Di Cavalcanti. Trump acusa Putin de brincar com fogo e Rússia fala em ameaça de terceira guerra mundial. No futebol, presidente interino do Corinthians admite crise financeira no clube. E você vai saber como têm sido os primeiros dias de trabalho d Carlo Ancelotti no comando da seleção brasileira.
Di Cavalcanti, um dos principais idealizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, destacou-se não apenas por sua contribuição ao Modernismo brasileiro, mas também como um defensor do povo durante a Ditadura Militar. Reconhecido internacionalmente, ele criou obras icônicas, como " Samba ", que celebram a cultura brasileira e refletem sua profunda conexão com as questões sociais do país.
O Programa Homenagem é produzido pela equipe da Web Rádio Nós Na Fita com a intenção de homenagear personalidades, que de forma positiva, deixaram seu nome na história da arte, cultura, esporte, ciências e outras áreas afins. Nesta semana, falamos sobre Di Cavalcanti, pintor modernista, desenhista, ilustrador, muralista e caricaturista. Sua arte contribuiu significativamente para distinguir a arte brasileira de outros movimentos artísticos de sua época, através de suas reconhecidas cores vibrantes, formas sinuosas e temas tipicamente brasileiros como carnaval, mulatas e tropicalismos em geral. Suas principais obras são: Samba, Músicos, Cinco moças de Guaratinguetá, Mangue, Pierrete, Pierrot, entre outras. Di Cavalcanti é, juntamente com outros grandes nomes da pintura como Anita Malfatti e Tarsila do Amaral, um dos mais ilustres representantes do modernismo brasileiro. Confira!
Em destaque no Autores e Livros - Dose Extra desta semana, o livro “Di Cavalcanti – Modernista Popular”, biografia de Marcelo Bortoloti, publicada pela Companhia das Letras. A obra traz uma incursão na personalidade caleidoscópica de um dos grandes ícones do modernismo brasileiro em suas facetas artística, intelectual e boêmia. Segundo a curadora de Artes Plásticas, Denise Mattar, “através de uma pesquisa acurada e escrita fluida, Bortoloti traça, de forma inédita, o percurso pessoal de um dos mais importantes artistas brasileiros. Uma publicação que apresenta a personalidade múltipla de Di Cavalcanti sob um prisma diverso do conhecido, abrindo novos caminhos para a compreensão de sua obra.”.
Uma série de atos internacionais pró democracia marcaram, nesta segunda-feira (8), o primeiro aniversário dos ataques do dia 8 de janeiro em Brasília. As manifestações, na maioria virtuais, foram convocadas por partidos políticos e sindicatos de esquerda, coletivos e associações de brasileiros em várias cidades como Paris, Lisboa, Roma, Bolonha, além de cidades na Espanha. Luiza Ramos, da RFIApesar da temperatura de -1ºC e a neve fraca registrada em alguns pontos da região metropolitana de Paris, representantes brasileiros e franco-brasileiros marcaram presença na Praça da República, no coração da capital francesa.Empunhando cartazes e bandeiras, o pequeno grupo se reuniu para relembrar o ataque que manchou a história do Brasil: a invasão e depredação do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) na capital federal, ocorrida em 8 de janeiro de 2023.A convocação para o ato batizado de "Democracia intacta" foi feita pelo núcleo parisiense do Partido dos Trabalhadores (PT) e pelo coletivo Leitoras de Paulo Freire na França, que teve autorização da prefeitura de Paris para se reunir a partir das 17h (13h no horário de Brasília)."Eu acho que a importância aqui na França é porque a gente aqui segue tudo o que acontece no Brasil. A gente acompanha o Brasil e se preocupa com a questão da democracia que a gente vê que é relativizada muitas vezes", disse à RFI Maria Luisa Souto, presidente do Leitoras de Paulo Freire na França."A gente precisa ver aqueles que fomentaram, ou que de alguma forma organizaram esse tipo de ataque às instituições e à democracia, no banco dos réus", acrescentou. Já Maria Luiza Lapa, co-coordenadora do Partido dos Trabalhados (PT) em Paris, destacou a influência da desinformação como fator agravante para impulsionar os atos de vandalismo do ano passado. Para ela, "é importante e imperativo sermos vigilantes sobre o que circula nas redes sociais, especialmente diante da disseminação de fakenews pelos movimentos bolsonaristas que estão ativos".Militar para não esquecerRaíssa Feher, que participou do movimento nesta segunda-feira, é assistente social e conta ser militante de esquerda desde quando morava em São Paulo e frequentava o Sindicato dos Metalúrgicos em São Bernardo. Para ela, estar na Praça da República, neste primeiro aniversário do 8 de janeiro, é um ato de engajamento político."O que esquenta a gente é a memória e o engajamento político. Que a gente nunca se esqueça os atos que foram feitos contra a democracia", lembrou Raíssa, referindo-se às ações dos vândalos que pregavam um golpe após a vitória do então presidente empossado em 2023, Luiz Inácio Lula da Silva. Lula, por sua vez, enalteceu a democracia nesta segunda-feira, através do seu perfil oficial na rede X. O líder brasileiro reforçou a importância de lembrar a "tentativa de golpe" realizada por "terroristas" que, segundo ele, foram "guiados pelo ódio e pela desinformação".Em seu texto opinativo publicado no jornal The Washington Post, Lula comparou o invasão do 8 de janeiro de 2023 ao ataque de apoiadores de Trump nos EUA após a eleição de Joe Biden para a presidência: "Eles demonstraram um desrespeito pela democracia semelhante ao dos invasores do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro de 2021".O presidente Lula participou no Congresso Nacional, em Brasília, junto aos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, além de governadores, ministros, parlamentares e representantes da sociedade civil e do Poder Judiciário.O presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP-AL), desmarcou horas antes sua participação. Mas via um post de rede social, defendeu a punição dos responsáveis "com o rigor da lei, dentro do devido processo legal", acrescentando que "a liberdade de manifestação e o direito fundamental de protestar jamais podem se converter em violência e destruição. Devemos sempre celebrar a democracia e cuidar do futuro de nosso país", escreveu Lira.Acompanhe o novo canal da RFI Brasil no WhatsApp Repercussões no BrasilPelo menos 11 capitais de estados brasileiros realizam atos pró-democracia nesta segunda-feira. No Rio de Janeiro, a concentração ficou marcada para 17h de Brasília na icônica Praça da Cinelândia, local de inúmeros eventos e protestos históricos do país.O movimento carioca foi organizado pelo presidente do PT-RJ, Tiago Santana, que recordou o ano de eleições municipais no Brasil para justificar a importância deste tipo de manifestação popular."Esse é um ano importante para o Brasil no aspecto democrático (...) A disputa ainda vai se manter forte, sobretudo porque é na ponta, é na cidade, onde as pessoas vivem, onde as carências são maiores e onde a gente sabe que também a extrema direita vai fazer essa disputa", disse Tiago Santana ao defender que os atos desta segunda-feira abrem "uma jornada de lutas para o ano de 2024".Danos incalculáveis ao patrimônio públicoA Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira, a 23ª fase das investigações da Operação Lesa Pátria para identificar financiadores e fomentadores da tentativa de golpe de Estado.De acordo com um levantamento da Agência Brasil, só no STF quase mil itens foram furtados, danificados ou destruídos, cujos danos ultrapassam os R$ 12 milhões. No Congresso Nacional, cerca de 82% das obras vandalizadas precisaram passar por algum tratamento para serem recuperadas. Enquanto, no Senado, os danos totalizam mais de R$ 480 mil até agora, sendo que ainda há peças em processos de restauração.Sem mencionar os danos estruturais que os atos dos vândalos causaram, como vidraçarias quebradas, elevadores danificados e pedras de mármore estilhaçadas pelos criminosos no Palácio do Planalto. Obras como a pintura As Mulatas, de Di Cavalcanti, e uma escultura de Anna Maria Niemeyer, estão na lista de patrimônios nacionais que precisam ser recuperados.
Atualmente, existem 24 unidades do Instituto Guimarães Rosa no exterior, sendo 13 na América Latina e no Caribe, seis na África, três na Europa e duas no Oriente Médio. A nova unidade faz parte de um projeto do Itamaraty de unificação dos centros culturais do Brasil, que tem o objetivo de integrar a política cultural brasileira, estimular o intercâmbio e ampliar a difusão da língua portuguesa na sua variante brasileira. Larissa Werneck, correspondente da RFI na Cidade do México João Guimarães Rosa foi médico, escritor e diplomata. Reconhecido como um dos principais nomes da literatura brasileira por sua narrativa e linguagem inovadoras, é autor de grandes obras como "Grande Sertão: Veredas". O escritor, que neste ano completaria 115 anos de nascimento, foi o escolhido pelo Itamaraty, em 2021, para dar nome ao então Departamento de Cultura, em Brasília. A partir dessa mudança, todos os centros culturais que o Itamaraty têm ao redor do mundo passaram a se chamar Instituto Guimarães Rosa.Gustavo Raposo, chefe do setor educacional da Embaixada do Brasil no México, explica que a mudança consolida o entendimento que o Itamaraty tem sobre a importância da língua portuguesa para a integração latino-americana.“Essa unificação ocorre em torno de Guimarães Rosa que, além de escritor, teve um papel importantíssimo na Segunda Guerra Mundial, quando atuava no Consulado em Hamburgo, salvando muitas vidas. Então, é a partir desse personagem tão rico que queremos unificar nossa proposta de estimular o conhecimento da língua portuguesa. De Brasília são enviadas as diretrizes para essa rede de institutos, e aqui no México a gente parte de uma experiência bem-sucedida de outros países para, justamente, dar mais força para a promoção da cultura brasileira no exterior, principalmente o idioma”, diz Gustavo. Além de aulas de português na sede, que fica no bairro de Polanco, na Cidade do México, o Instituto Guimarães Rosa realiza exames de proficiência da língua portuguesa, além de projetos para estimular o conhecimento sobre o idioma. “Nós temos oito cátedras em universidades mexicanas e estamos trabalhando para criar uma rede e ampliar o número de cátedras. Dessa maneira, crescem as sinergias e a colaboração. A ideia é criar uma plataforma onde as pessoas possam ter acesso à programação dessas cátedras e que elas possam também contar com a coordenação da Embaixada. Também vamos retomar o BraMex, um programa de intercâmbio para alunos de graduação. A gente acredita firmemente nos laços humanos, além do laço acadêmico, que se cria com o intercâmbio. E essa é uma parte muito importante da relação bilateral”, acrescenta o chefe do setor educacional.Promoção cultural Além de impulsionar o ensino da língua portuguesa e de ser um centro de estudos do idioma, o Instituto Guimarães Rosa tem o objetivo de promover a cultura nacional. A partir de agora, todas as atividades apoiadas pelas embaixadas brasileiras levarão o selo do Instituto. De acordo com Rodrigo Almeida, conselheiro e chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil no México, ambos países passam por um momento importante de retomada de vínculos e de projetos bilaterais em diferentes áreas. Em abril, o então Secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e o Ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na Reunião da Comissão Binacional México-Brasil, na Cidade do México. A partir desse encontro foi produzido um comunicado conjunto sobre projetos que devem ser realizados em parceria.“Mais de um terço desse documento diz respeito a atividades culturais, o que dá uma dimensão da importância que esse setor tem para os dois países. A principal novidade é a criação do Ano Dual, que significa que será um ano do Brasil no México e, ao mesmo tempo, um ano do México no Brasil, em função dos 190 anos de estabelecimento de relações diplomáticas", explica."As comemorações já começam nesse segundo semestre e vão até o ano 2024. É um momento de muita satisfação para ambos os povos porque a gente tem muita coisa em comum, mas a gente precisa também se conhecer mais e, por isso, teremos também atividades mexicanas no Brasil, para o público brasileiro conhecer mais sobre a cultura do México também”, explica o diplomata.Semana do Cinema BrasileiroEntre as atividades culturais programadas para este ano está a Semana de Cinema Brasileiro, que estreia no dia 18 de julho na Cineteca Nacional do México. Está prevista, também, uma exposição fotográfica de artistas brasileiros na avenida Paseo de la Reforma, uma das principais da capital mexicana. Além disso, segundo Rodrigo, será lançada uma coleção de livros exclusiva de escritores brasileiros. “A coleção vai se chamar Vitória Régia e está sendo feita em aliança com a Editora Elefante, uma editora mexicana importante. Vamos estar também na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, um dos maiores eventos literários do mundo, com a participação de autores jovens como Jeferson Tenório, Itamar Vieira Júnior e Amara Moira. Neste ano, teremos ainda a banda Cores de Aidé, formada por dez mulheres que tocam ritmos afro-brasileiros, no Festival Cervantino, em Guanajuato, que é um dos principais festivais de música da América Latina”, diz Rodrigo Almeida. Outro evento será a mostra especial em homenagem a Di Cavalcanti, um dos principais nomes do modernismo brasileiro. De acordo com o chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil, o objetivo é mostrar o lado muralista do pintor, pouco conhecido pelo público.“Ele foi muito influenciado pelo muralismo mexicano, que é um movimento que está completando 100 anos, assim como a Semana de Arte Moderna no Brasil. Então, foi uma feliz coincidência de datas e a gente vai organizar essa mostra no Colegio de San Ildelfonso, uma das instituições emblemáticas do muralismo", explica."Ainda em 2023, vamos participar do Mextropoli, o maior evento de arquitetura do México, com a exposição Muros de Ar, que já foi exibida em Veneza e que já foi exposta em outras unidades do Instituto Guimarães Rosa. Essa é, por exemplo, uma oportunidade de o público mexicano testemunhar uma parte da cultura brasileira que talvez não seja tão conhecida”, finaliza.Todas as atividades do Instituto Guimarães Rosa do México estão disponíveis nas redes sociais.
Com patrocínio da B3, o público vai ter acesso de graça ao Masp toda primeira quinta-feira de cada mês. O #MinutoB3 mostra que a Bolsa já tem parceria para exibir no Masp 66 obras de 28 artistas importantes, como Di Cavalcanti, Anita Malfatti e Portinari. Veja como aproveitar.
As cenas de vandalismo na Praça dos Três Poderes em 8 de Janeiro de 2023 mostram um atentado contra o direito à memória, segundo a historiadora Lilia Moritz Schwarcz.A declaração foi feita em entrevista ao Poder360 gravada na 5ª feira seguinte às manifestações (12.jan.2023). Schwarcz destaca a depredação do quadro “As Mulatas” (1962), do artista Di Cavalcanti, que ficava exposto no Palácio do Planalto, como momento icônico dos protestos. “Significa um ataque muito forte a propriedades materiais, mas também a propriedades imateriais”, diz.“A gente fala muito dos traumas individuais, mas é preciso que a gente pense em traumas coletivos”, afirma a historiadora. “E quando um trauma não é tratado, é simplesmente esquecido, ele volta. Então nós temos a obrigação de lidar com o nosso direito à memória”.
Historiador fala sobre as movimentações no mundo das artes e lê carta-poema de Vinícius de Moraes para Di Cavalcanti. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br , serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena.
É na França, no Palácio de Versailles, que fica a único relógio ainda existente feito por Balthazar Martinot, o relojoeiro do rei Luís XIV, depois que um exemplar exposto no Palácio do Planalto foi destruído, durante a invasão por vândalos, no domingo (8). Um debate, nesta quarta-feira (11) em La Rochelle, no sul da França, com a participação de geógrafos e historiadores, analisa a depredação em Brasília num contexto de “raiva da cultura” observada entre grupos radicais em todo o mundo. Maria Paula Carvalho, da RFIDesenhado por André-Charles Boulle, o relógio de mesa raro, que data do século XVII, foi um presente da corte de Luís XIV à família real portuguesa. A peça foi oferecida a Dom João VI e levada para o Brasil em 1807, quando o monarca transferiu a sua corte, após a invasão das tropas de Napoleão. A relíquia exposta na França tem metade do tamanho da que ficava no terceiro andar do Palácio do Planalto, próximo ao gabinete do presidente, e que foi destruída pelos invasores. De acordo com uma nota da Presidência da República, será “muito difícil” restaurar o relógio. Uma estátua de Netuno, que ficava no topo, os ponteiros e os números foram arrancados."O valor do que foi destruído é incalculável por conta da história que ele representa”, diz o diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, em nota. “O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante este longo período que começa com JK. É este o seu valor histórico", acrescentou Carvalho sobre os bens danificados. "Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do Modernismo Brasileiro", destacou.Entre as obras de arte que foram estragadas, está a pintura “As Mulatas”, uma das mais importantes de Di Cavalcanti (1897-1976). A principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto, avaliada em R$ 8 milhões, foi encontrada com sete rasgos. Pinturas desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões.“Essa destruição sistemática de obras de arte que tinham sido encomendadas para compor essa cena modernista e democrática testemunha um ódio à democracia e a diversidade, pois elas representam a diversidade religiosa, humana, social, cultural, etc. O projeto que existe atrás desses grupos bolsonaristas é a redução da cultura a uma única leitura, que constrói uma nação branca, com valores conservadores”, analisa Laurent Vidal, historiador e presidente do Centro Intermondes, onde acontece o colóquio “No Brasil dos Bolsonaristas, a raiva da cultura”, com entrada livre, nesta quarta-feira, às 18h30. A escultura em bronze "O Flautista", de Bruno Giorgi, avaliada em R$ 250 mil, também foi partida em pedaços. Assim como a escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg, estimada em R$ 300 mil e que adornava o terceiro andar do palácio presidencial."A Bailarina", de Victor Brecheret (1894-1955), artista considerado o introdutor do modernismo na escultura brasileira, foi retirada do local onde estava exposta na Câmara dos Deputados e está desaparecida.Em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal (STF), a escultura em granito "A Justiça", de Alfredo Ceschiatti (1918-1989), foi pichada.O vitral "Araguaia", localizado no Congresso Nacional, também foi vandalizado. A obra de arte foi idealizada e produzida pela artista plástica Marianne Peretti (1927-2022), em 1977.No Senado, os vândalos danificaram um painel de Athos Bulcão e uma tapeçaria de Burle Marx foi atingida por urina. “Esse evento mostrou o que tem atrás do projeto dos bolsonaristas. A máscara caiu. É uma raiva, um ódio da cultura, aquela que ajuda a construir o indivíduo, que ajuda cada um a escolher um caminho de independência”, acrescentou Vidal.Patrimônio imaterialO historiador explica que, além das obras de arte em si, existe o patrimônio imaterial, do qual a democracia também faz parte. “Não à toa, destruíram [a réplica] do primeiro original da Constituição de 1988”, diz. “Quando isso aconteceu na história? Quando a Espanha estava sob o regime de Franco, a Alemanha sob o regime de Hitler, a Itália de Mussolini, regimes para os quais a cultura era alvo de ataque. Morte à inteligência”, observa.O encontro em La Rochelle, na costa sudoeste da França, também terá a presença do arquiteto brasileiro e cineasta Humberto Kzure Cerqueira e da geógrafa Maria Isabel de Jesus Chrysostomo.“A minha parte vai estar vinculada principalmente a uma discussão que me é muito cara, já há algum tempo, que é demonstrar como o rapto cultural é realizado pelo governo Bolsonaro justamente pelo medo e ameaça das elites ao avanço dos direitos e da visibilidade da cultura popular e da periferia”, explica a geógrafa. “Então, a minha ideia é mostrar que a cultura de matriz africana, que durante muito tempo vem lutando para a conquista de seus direitos através de várias manifestações que vão desde os batuques, no período ainda da escravidão, até o hip hop, passando pelo samba, pelo funk; essa cultura que não pode apenas ficar restrita a esse aspecto da musicalidade, ela é representativa de uma técnica, ela é representativa de uma forma de luta, de resistência, de resiliência, que têm um papel importante para a formação da sociedade, do povo brasileiro”, acrescenta Maria Isabel.Ela diz estar preparada para novos ataques. “Eles vão utilizar negros e indígenas contrários a esse avanço, a essa mudança, para demonstrar que isso é apenas um discurso da esquerda, um discurso controverso e que não respeita nem os valores que eles consideram adequados”, conclui.Restaurar ou manter os vestígios dos ataquesPara Camille Brêtas, arquiteta franco-brasileira, outra preocupação agora é com relação às obras de conservação e restauração dos edifícios. Brasília faz parte do patrimônio histórico mundial pela Unesco e seus prédios são assinados pelo grande mestre da arquitetura modernista, Oscar Niemeyer.“O que aconteceu domingo é muito grave e faz parte da história de um monumento. Um monumento é arquitetura, é história, é materialidade, é função, mas também representação, um símbolo. Então, a deontologia da restauração, hoje em dia, recomenda que os traços da história não sejam apagados”, desde que não causem problema ao funcionamento do edifício. “Como os arquitetos brasileiros vão se posicionar com relação aos eventos golpistas que aconteceram? Será que eles vão apagar esses vestígios e fingir que nada aconteceu, correndo o risco de amanhã sermos surpreendidos com uma nova tentativa? Ou, ao contrário, vão conservar esses vestígios como um aviso, lembrando aos políticos e a população que a extrema direita existe ainda, que ela pode e quer voltar?”, pergunta.A RFI entrou em contato com o Palácio de Versailles que não quis comentar o assunto.
PVC, Alexandre Lozetti e Sergio Xavier fazem um tributo a Roberto Dinamite que faleceu aos 68 anos, vítima de câncer. O maior jogador da história do Vasco deixa saudade entre os torcedores cruzmaltinos. PVC lamenta os últimos dias: "O mais pálido verão brasileiro da história. Perdemos Pelé, Roberto Dinamite e um telão de Di Cavalcanti". Comentaristas relembram histórias do ídolo vascaíno e que disputou e foi importante na Copa do Mundo de 1978 e também esteve no Mundial de 1982. Ledio Carmona e Pedrinho prestam homenagens ao craque com depoimentos emocionantes. Outro assunto abordado é a escolha do próximo técnico da Seleção Brasileira.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo', confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S. Paulo' desta quinta-feira (11/08/22): Criada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), a coalizão Unidos Pelo Brasil, que reúne pesquisadores e entidades do setor produtivo, lança hoje uma série de pautas consideradas prioritárias para o País, com foco na modernização do setor público, sustentabilidade ambiental, crescimento econômico e justiça social. O grupo selecionou 14 projetos de lei já em tramitação que, em sua avaliação, merecem atenção do Legislativo na próxima gestão. E mais: Política: Ministros do STF decidem elevar os próprios salários em 18% Economia: Guedes ataca a França, maior empregador estrangeiro no País Metrópole: Filha é acusada de golpe de R$ 720 mi contra a mãe com roubo de quadros Internacional: China fala em anexar Taiwan à força e mantém pressão militar Caderno 2: Djavan volta com ‘uma ode ao amor e à esperança'See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em fevereiro de 1922, um grupo de artistas se reunia no palco do Teatro Municipal de São Paulo para apresentar o que eles chamavam de a verdadeira arte brasileira. Na pintura, nomes como o de Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Di Cavalcanti pretendiam mostrar as cores do Brasil. Na música, Villa Lobos identificava a nova sensibilidade brasileira depois de 30 anos de república. Na literatura, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira traziam, para suas linhas, o carnaval, a métrica imperfeita, o bonde elétrico. No ano de centenário da Semana de Arte Moderna de São Paulo, estamos aqui para olhar esse evento, em seus alcances e falhas, e tentar entender o quanto as questões propostas por esses/as modernistas ecoam até hoje. Vamos mergulhar? Estamos ancorados nas principais plataformas de distribuição: Spotify, ApplePodcasts, iTunes, Castbox, Deezer, YouTube (com a gravação completa!!!) ou no seu agregador favorito. Mergulhamos em: - Semana de 22: antes do começo, depois do fim (José de Nicola & Lucas de Nicola) - Movimentos modernistas no Brasil: 1922-1928 (Raul Bopp) - Modernismo ― do surgimento no mundo à explosão do movimento no Brasil ( Otto Maria Carpeaux & Mário de Andrade) - Amigos, amigas, amigues.
Há 100 anos acontecia a Semana de Arte Moderna. Este evento que durou 3 noites, nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, é uma das importantes efemérides de 2022 e representa um marco no modernismo das artes brasileiras. Além da exposição de pinturas e esculturas, houve conferências, apresentações de música, dança e poesia. Os jovens escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Ronald Carvalho; a pintora Anita Malfatti e o pintor Di Cavalcanti; o maestro e compositor Heitor Vila Lobos, além de outros artistas, estavam à frente do evento realizado no Teatro Municipal de São Paulo. Naquele ano, o Brasil comemorava-se o primeiro Centenário da Independência do Brasil, mas na prática, o país continuava a ser colonizado econômica e culturalmente por metrópoles europeias. Nesta edição do programa Além das Palavras, recebi o professor de literatura Edir Alonso Instagram@edir.literatura e o de História Instagram@marceloborretcortez (numa live no Instagram 18/2/22) para um papo sobre o tema. Entre outras questões, nos perguntamos: - Passados 100 anos da Semana de Arte Moderna e 200 da Independência brasileira, como podemos ler este marco a partir de um olhar sobre a história? - Foi um movimento elitista ou revolucionário? Nacionalista ou influenciado pelas vanguardas europeias? #100anossemanadeartemoderna #liretaturabrasileira #modernismo #200anosindependeciadobrasil Este programa é produzido pela Oficina da Palavra - Capacitação Linguística. www.ofpalavra.com.br *Obs: Por problemas técnicos, há um ruído entre os minutos 00:11:00 e 00:20:00, mas não compromete a compreensão do conteúdo.
Com a série de eventos "Antropofagia Revisitada", o Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires (Malba) presta homenagem ao centenário da chamada Semana de 22, que marcou o começo do modernismo brasileiro. O movimento influenciou a arte em toda a América Latina, passando pela Bossa Nova, pelo Tropicalismo e até o Rock Brasil, que completa 40 anos. Márcio Resende, correspondente da RFI em Buenos Aires Até a próxima semana, o Malba mantém uma visita guiada pelas 15 peças modernistas de artistas brasileiros que fazem parte da coleção do local, que conta com obras de Tarsila do Amaral, Lígia Clark, Di Cavalcanti, Portinari, Hélio Oiticica, entre outros. Em sintonia com o centenário da emblemática Semana de 22, o museu argentino e a Embaixada do Brasil em Buenos Aires organizaram uma série de atividades, presenciais e virtuais, com artistas e acadêmicos, brasileiros e argentinos, sob o conceito de "Antropofagia Revisitada" que incluiu mesas redondas e apresentações. Macunaíma, de Mário de Andrade, ganhou uma nova tradução em espanhol. Os debates puseram a lupa sobre as temáticas em voga na época, Mulheres, Negros e Índios no modernismo brasileiro. Se Tarsila do Amaral propunha "devorar" a arte europeia com o seu quadro do "homem que come gente", o Malba inaugurou o Café Tarsila, onde uma parte do Abaporu foi transformado em biscoito e pode ser devorado. Influência brasileira Por alguns instantes, o Malba desta semana de 2022 remetia ao Theatro Municipal de São Paulo, palco daquela semana de 1922. Aquele Brasil de cem anos atrás também completava o seu primeiro centenário de independência e requeria identidade própria. O modernismo brasileiro propunha devorar a arte europeia não para copiá-la nem para se submeter a ela, mas para transformá-la em brasileira, com elementos próprios daquela nova nação. Ao longo das décadas seguintes, o modernismo contribuiria para uma identidade de vanguarda através pintura, da escultura, da poesia, da arquitetura, da literatura e da música. Diego Murphy, responsável pelo passeio através das obras brasileiras, explica que a Semana de 22 catalisou o que acontecia de forma generalizada pela América Latina, tornando o movimento brasileiro a referência que influenciaria a arte em toda a região. "No começo do século 20, os países da região discutiam qual era a sua identidade. Vários olhavam para a Europa, mas alguns começaram a olhar para dentro de si. Enquanto no resto da América Latina as discussões aconteciam de forma individual, caótica e pouco clara, no Brasil, aconteceram de forma muita clara e contundente. E isso começa a se irradiar do Brasil a toda a América Latina", explica Diego Murphy à RFI. Naqueles anos 1920, dois movimentos ecoavam pela América Latina: a "Antropofagia brasileira" e o "Muralismo mexicano" que tinha uma conotação mais política, após a Revolução Mexicana. "O Muralismo mexicano é muito forte e se irradia pela América Central, mas também nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, havia muita resistência a esse movimento tão político. A Antropofagia brasileira, em contraposição à Europa, tem muita influência na região, mas, sobretudo, na América do Sul, especialmente no Chile e na Argentina. Não chega a surgir um movimento, mas surgiram individualidades que geraram frutos interessantíssimos na arte", compara Murphy. A curadora chefe do Malba, Maria Amalia García, conta que os vanguardistas argentinos se espelhavam nos brasileiros. "Durante os anos 1920, tudo o que aconteceu na Semana de 22 do Brasil teve impacto na Argentina. Os modernistas argentinos observavam com atenção o que acontecia no Brasil. Os intelectuais e os artistas argentinos tiveram um vínculo fluído com o Brasil e com todas essas publicações e núcleos vinculados também com a vanguarda local", aponta Maria Amalia García à RFI. Abaporu em Buenos Aires O ponto de ebulição da Semana de 22 aconteceu em 1928, quando Tarsila do Amaral pintou um quadro como presente de aniversário ao marido, o poeta e escritor Oswald de Andrade, um dos líderes do movimento modernista. A imagem de um gigante sem boca que devora através da reflexão, com pés e mãos grandes sobre a terra e com as cores da bandeira brasileira em composição, foi a melhora tradução do conceito antropofágico que devorou a arte europeia para transformá-la em brasileira. Nascia assim o "Abaporu" (homem que come gente, em tupi-guarani) e inaugurava-se o canibalismo tropical. O ícone do modernismo brasileiro repousa há 21 anos no Malba. O casal Dorival Neto e Átina Rocha, os dois de Marcionílio Souza, interior da Bahia, estudantes de Medicina em Buenos Aires, tiveram o primeiro contato com o Abaporu neste centenário da Semana de 22. "Como alguém que veio do interior é a primeira vez que tenho contato pessoal com essas obras. E é irônico que seja em outro país. Muitas dessas obras com as quais eu só tive contato através de imagens nos livros ou em estudos para o vestibular, pude ver agora em Buenos Aires. Foi uma experiência muito boa", ressalta Dorival à RFI. "Apesar de não estar em casa, o Abaporu está num lugar que se tornou o seu lar. Está bem contemplado, como deve ser. Fico com uma certa inveja por esta obra não estar no Brasil, mas, ao mesmo tempo, fico orgulhosa porque está bem cuidada. Está num lugar que abraçou a nossa cultura e que fez dela também um pouco sua. Aqui você se sente em casa e isso é muito legal", reflete Átina, após a visita guiada. A visita pelas obras brasileiras chega ao final dos anos 1960, quando o canibalismo cultural já não é mais com a Europa, mas com os Estados Unidos, consequência do pós-Segunda Guerra Mundial. Nesta época, aparecem o concretismo e a Pop Art. Identidade brasileira na música Outra diferença que permitiu o modernismo brasileiro se tornar referência foi a conjugação de diversas disciplinas artísticas num mesmo movimento. Pintores, escultores, poetas, escritores, arquitetos e músicos giraram em torno de um conceito. "Essa conjunção é muito importante. O Brasil tem essa grande vantagem: uma comunhão entre artistas interdisciplinares. Nos outros países, isso não acontece", observa Diego Murphy. "Há outra característica brasileira, diferente do resto da América Latina: a música. É central para a identidade brasileira", indica. O conceito antropofágico de devorar influências de fora para transformar numa arte brasileira incluiu a Bossa Nova, o Tropicalismo e até mesmo o Rock Brasil. A Bossa Nova era o samba moderno sob influência do jazz. Tom Jobim exaltava a influência nas suas composições de Heitor Villa-Lobos, integrante da Semana de 22. O Tropicalismo, sob influência do rock e do concretismo pós-moderno, também influenciou o rock brasileiro. Foi há exatamente 40 anos que uma música jovem irrompeu com elementos do modernismo e do pós-modernismo. A Pop Art aparecia nas capas dos discos e nos figurinos. A estética abusava das cores vivas, de identidade tropical. As letras contavam com diálogos teatrais de estilo jocoso e com um jogo de palavras sob influência do concretismo. Nascia no Circo Voador, no verão carioca de 1982, a Blitz, o primeiro grupo que abriria as portas das gravadoras para a explosão do denominado Rock Brasil durante os anos 1980. "O Brasil tem essa grande diferença: gente agrupada com um objetivo em comum. Nada de individualidades perdidas, mas um movimento forte numa direção. Essa é justamente uma característica da vanguarda", conclui Diego Murphy.
Você sabia que a história da Bolsa tem contato com o movimento modernista? Quadros de artistas como Anitta Malfatti e Di Cavalcanti decoravam BM&F e Bovespa, as bolsas que deram origem à B3. A gente te conta onde você pode ver essas obras hoje! Confira no Minuto B3
Na 111ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com José de Nicola e Lucas de Nicola, autores de “Semana de 22 – Antes do Começo, Depois do Fim” (Estação Brasil). “Independência” (1969), de Di Cavalcanti, é a pintura que aparece na arte deste episódio. O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
No Roda Viva, a jornalista Vera Magalhães recebe o escritor e jornalista Ruy Castro Polêmico e provocador, ele vai discutir, entre outros temas, a Semana de Arte Moderna, que está completando 100 anos e que, segundo o jornalista, não foi tão revolucionária como se acredita e só aconteceu graças à ideia de um carioca, o pintor Di Cavalcanti. Em entrevistas e em suas colunas na Folha de S.Paulo, Ruy Castro tem defendido a opinião de que os integrantes do movimento não apenas se esqueceram rapidamente das críticas que faziam à Academia Brasileira de Letras, como buscaram um lugar entre os acadêmicos. Entre eles, Guilherme de Almeida, Menotti Del Picchina e Manuel Bandeira. Por sua vez, Oswald de Andrade, o crítico mais feroz da Academia, não demorou muito para inscrever seu livro A Estrela do Absinto, no prêmio da entidade.
No podcast Brasil 807 – O Brasil demolidor, com que o Brasil, mulata e mulata, tornou-se o país do medo, do ataque e da ideia do futebol. Bem, quem acompanha meu trabalho sabe que nos livros que publicamos desde 2004, eu vinha cantando a bola sobre a lenta construção de um clima de hostilidade e intolerância, que ia acabar com a intolerância. Num solo adubações o ódio, o que brota são provocações, ameaças, bullying, humilhações,mo, isolamento, cancelamento, sarado com morais provocações e até mesmo física. Daí surgem hordas de walking deads do ódio, cuja mente foi dominada por crenças e pela polarização plantada ao longo dos anos. Olha só a colheita, especialmente aqui, nas redes sociais. Neste solo adubado com ódio, o que não brota é o confronto produtivo de ideias. Só brota treta. Destruição e mais ódio. Onde é que vamos chegar com isso? Imagine como seria a vida de Machado de Assis, Monteiro Lobato, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Clarice Lispector e Cecília Meirelles num ambiente tóxico como o de hoje? Pense em Villa Lobos, Cartola, Ary, Aldir, Tom, Vinicius, Caetano, Gil, Chico... Pense em Dercy, Costinha, Chico Anysio, Trapalhões... Pense em Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila, Volpi... Todos sem paz para desenvolver suas ideias, com um exército de odiadores espalhando suas redes sociais? E dizer que muitos deles não adiantam nem aí para a crítica. Ninguém, repito, ninguém escapa do exército de walking deads que espalha o ódio nas redes sociais. Ninguém. Mas sabe o que é curioso? O ódio do ódio é uma minoria, que só se impõe dos porque tem a cara de pau canalhas. Exibe sua mediocridade sem cerimônia. Enquanto você pensa algumas vezes antes de dar uma resposta duas que possa parecer dura ou mal educada, ele já xingou, humilhou, mentiu e manipulou. Talvez tenha chegado a hora do basta. E a partir de cima de horda do ódio, com a mesma virulência que ela utiliza. O problema é acabar ficando igual a eles. Isca: Cuidado para não virar um monstro No Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=s-QtRIeZoKc Gostou? De onde veio este, tem muito, mas muito mais. Acesse http://mundocafebrasil.com
No podcast Café Brasil 807 – O demolidor, comentei que o Brasil do futebol, mulata e cerveja, tornou-se o país do ódio, do ataque e da desconfiança. Bem, quem acompanha meu trabalho sabe que nos livros que publiquei desde 2004, eu vinha cantando a bola sobre a lenta construção de um clima de hostilidade e intolerância, que ia acabar mal. Num solo adubado com o ódio, o que brota são provocações, ameaças, bullying, humilhações, sarcasmo, isolamento, cancelamento, agressões morais e até mesmo físicas. Daí surgem hordas de walking deads do ódio, cuja mente foi dominada por crenças e pela polarização plantada ao longo dos anos. Olha só a colheita, especialmente aqui, nas redes sociais. Neste solo adubado com ódio, o que não brota é o confronto produtivo de ideias. Só brota treta. Destruição e mais ódio. Onde é que vamos chegar com isso? Imagine como seria a vida de Machado de Assis, Monteiro Lobato, Guimarães Rosa, Jorge Amado, Clarice Lispector e Cecília Meirelles num ambiente tóxico como o de hoje? Pense em Villa Lobos, Cartola, Ary, Aldir, Tom, Vinicius, Caetano, Gil, Chico... Pense em Dercy, Costinha, Chico Anysio, Trapalhões... Pense em Di Cavalcanti, Portinari, Tarsila, Volpi... Todos sem paz para desenvolver suas ideias, com um exército de odiadores espalhando ofensas em suas redes sociais? E não adianta dizer que muitos deles não estariam nem aí para a crítica. Ninguém, repito, ninguém escapa do exército de walking deads que espalha o ódio nas redes sociais. Ninguém. Mas sabe o que é curioso? O exército do ódio é uma minoria, que só se impõe porque tem a cara de pau dos canalhas. Exibe sua mediocridade sem cerimônia. Enquanto você pensa duas vezes antes de dar uma resposta que possa parecer dura ou mal educada, ele já xingou, humilhou, mentiu e manipulou. Talvez tenha chegado a hora do basta. E partir para cima de horda do ódio, com a mesma virulência que ela utiliza. O problema é acabar ficando igual a eles. No Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=s-QtRIeZoKc Gostou? De onde veio este, tem muito, mas muito mais. Acesse http://mundocafebrasil.com
No palco principal do Teatro Municipal de São Paulo, em 13 de fevereiro de 1922, o escritor Graça Aranha abriu a Semana de Arte Moderna da seguinte forma: “Para muitos de vós, essa curiosa e sugestiva exposição que gloriosamente inauguramos hoje, é uma aglomeração de horrores”. Naqueles dias, artistas como Heitor Villas-Lobos, Victor Brecheret, Di Cavalcanti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Anita Malfatti – a quem os especialistas creditam o mérito de ser a “primeira realmente modernista” do país – apresentaram composições, peças, quadros e poemas que seriam um “catalizador das várias iniciativas e direções da implementação da arte moderna no Brasil”, como define Luiz Armando Bagolin, um dos curadores da exposição Era Uma Vez o Moderno, em São Paulo. Em entrevista a Natuza Nery, o professor e pesquisador do Instituto de Estudos Brasileiros da USP disseca os eventos históricos que culminaram no evento, cujo ”forte efeito de propaganda” foi fundamental para chamar a atenção ao movimento e impulsionar o modernismo no Brasil. Ele recorda como o Abaporu, mais célebre obra de Tarsila do Amaral, dá origem à antropofagia e como daí nasce o conflito que afastaria Mário de Andrade do núcleo duro do modernismo. “Mário foi o primeiro autor brasileiro a buscar entender antropologicamente o que é o ‘Brasil profundo'”, afirma. “Ele dizia que o Brasil não conhece o Brasil e que apenas assim se poderia conhecê-lo de verdade”. O desgaste entre o autor de Macunaíma com os demais modernistas, explica Bagolin, se intensifica sob o projeto ultranacionalista do Estado Novo, que “coopta o movimento” e mata aquilo que ele descreve como “dimensão utópica do modernismo”. Nos últimos 100 anos, sua herança passa pela construção da capital Brasília, assinada pelo mais célebre arquiteto modernista, Oscar Niemeyer, e pelo tropicalismo, que reforma a cultura nacional na música, cinema e teatro entre as décadas 1960 e 1970. Bagolin e Natuza resgatam ainda o balanço de Mario de Andrade sobre o modernismo. “Não adianta uma arte moderna em uma sociedade desigual”, cita o pesquisador. “E 100 anos depois, vivemos a mesma coisa: somos modernos, mas ainda temos irmãos que não conseguem comer”.
Igor Müller analisa a obra de Di Cavalcanti nos 45 anos da morte do pintor modernista.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nesse episódio os educadores Pedro Costa e Bruno Ferrari entrevistam o curador da mostra Di Cavalcanti: Muralista, Ivo Mesquita, em um debate sobre a vida e a obra do artista moderno, sua produção mural e suas relações com muralismo mexicano. Um dos expoentes da arte moderna brasileira Di Cavalcanti ficou conhecido por representar o Brasil popular em suas telas. Suas obras apresentam temas como o samba, o carnaval, os morros cariocas e apresentam mulheres e homens negros, quando o tema ainda era um tabu entre as elites do país. Porém, seus murais são um aspecto ainda pouco conhecido de seu trabalho, obras de grande escala, elaboradas para ocupar largos espaços na arquitetura de edifícios, fábricas, teatros e escolas. O curador e pesquisador Ivo Mesquita retomou os murais do artista e descobriu aí uma relação ainda pouco conhecida entre Di Cavalcanti e o muralismo mexicano, de artistas como Diego Rivera, Orozco, Siqueiros, entre outros. Ao contrário das telas, as obras em murais são sempre públicas e os mexicanos aproveitam essa características para produzir obras de caráter popular, ligadas aos temas da Revolução Mexicana e uma busca por suas raízes nacionais. Como olhar para Di Cavalcanti hoje? O que o muralismo significa para o pintor? E como a produção do artista se relaciona com as questões contemporâneas? São algumas das questões debatidas nesse podcast.
Denise Mattar nasceu em São Paulo, São Paulo, Brasil, em 1948. Foi diretora técnica do Museu da Casa Brasileira, São Paulo, de 1985 a 1987; do Museu de Arte Moderna de São Paulo, de 1987 a 1989; e coordenadora de artes plásticas do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro de 1990 a 1997. Como curadora independente realizou mostras retrospectivas de artistas associados ao modernismo no Brasil como Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Ismael Nery, Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor , Norberto Nicola, Alfredo Volpi, Guignard, Yutaka Toyota, entre outros. Recebeu diversas vezes o prêmio de melhor exposição do ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte e pela Associação Brasileira de Críticos de Arte. [Denise Mattar was born in São Paulo, São Paulo, Brazil, in 1948. She was the technical director of the Museu da Casa Brasileira, São Paulo, between 1985 and 1987 and held the same position at the Modern Art Museum of São Paulo from 1987 to 1989. She was the visual arts coordinator at the Modern Art Museum of Rio de Janeiro from 1990 to 1997. As an independent curator she organized retrospective shows of artists associated to modernism in Brazil like Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Ismael Nery, Pancetti, Anita Malfatti, Samson Flexor, Norberto Nicola, Alfredo Volpi, Guignard, Yutaka Toyota, among others. She received many times the award of best exhibition of the year from the Art Critic Association of São Paulo and from Brazilian Association of Arts Critics]. ///imagem selecionada|selected image: exposição "Parade", na OCA, São Paulo, curadoria de Laurent Le Bon e Nelson Aguilar, 2001/// [entrevista realizada em 03 de setembro|interview recorded on september 3rd] [link para YouTube: https://youtu.be/grXIRemOTb8]
PINTOR DA SEMANA DE 22
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