Podcasts about na fran

  • 284PODCASTS
  • 916EPISODES
  • 21mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Nov 14, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024


Best podcasts about na fran

Show all podcasts related to na fran

Latest podcast episodes about na fran

Reportagem
Jovem agredida pelo namorado francês, que queimou seu passaporte, retorna ao Brasil após denunciar caso

Reportagem

Play Episode Listen Later Nov 14, 2025 6:58


O nome de Gisele Vitóri, de 20 anos, ficou conhecido na semana passada de uma maneira trágica: a jovem carioca foi vítima de violência e teve seu passaporte queimado pelo então namorado enquanto o visitava em Toulouse, no sul da França. Gisele conseguiu escapar da casa do francês, um tatuador de 28 anos, e gravou vídeos nas redes sociais relatando a violência que sofreu. Após a denúncia na polícia, ela retorna para casa no Rio de Janeiro nesta sexta-feira (14).  * Aviso: esta reportagem contém relatos e imagens de casos de violência Luiza Ramos, da RFI em Paris As imagens, que viralizaram nas redes sociais no Brasil e na França, mostram Gisele aos prantos com o rosto machucado e o lábio inferior cortado e inchado. Nos vídeos, ela defende estar “expondo” a situação por medo: “porque se eu morrer ou se acontecer qualquer coisa comigo, é culpa dele. Ele falou que vai me encontrar”. A jovem chega a alertar outras meninas sobre o perigo de conhecer um “gringo e ir para a casa dele”.  Gisele contou à RFI que teve medo de ligar para a polícia no dia 3 de novembro, quando foi agredida, devido às ameaças do homem, que incluíam constrangimento através da exposição de vídeos íntimos.  “Eu não conhecia as leis, então eu acabava acreditando nas coisas que ele falava, que eu era brasileira e ninguém ia me escutar. Então acabei não falando nada para a polícia, só botei na internet pedindo ajuda. Mas me encontraram e depois me orientaram. Falaram que tem leis que me protegem. E aí, sim, eu fui à polícia”, contou ainda abalada.  Como o relacionamento com francês começou Gisele compartilha uma moradia com amigas no Vidigal, favela na zona sul do Rio. A mãe e os quatro irmãos mais novos moram perto. A jovem trabalha com a tia fazendo extensão de cílios e sobrancelhas, mas também vende bebidas na praia e, eventualmente, atua como modelo fotográfico. Gisele conheceu o tatuador francês há um ano e dois meses, quando ele estava de férias no Brasil. Desde então os dois começaram a namorar, com visitas frequentes tanto dele no Brasil quanto dela na França. Ao longo do relacionamento ela foi apresentada a familiares e amigos do rapaz. Nesta última visita, Gisele chegou à Toulouse no dia 27 de outubro e, segundo ela, a agressão do dia 3 de novembro foi a primeira violência física cometida pelo namorado. Mas o jovem havia demonstrado agressividade e abusos verbais em ocasiões anteriores.  “Eu o conheci em uma festa [no RJ], depois ele se acidentou e eu fiquei com ele no hospital por uma semana. A gente ficou mais um mês no Brasil juntos. Ele falou para eu vir conhecer a França. Eu vim e foi quando a gente começou o relacionamento”, detalhou a jovem, que não demonstra interesse em morar na França e nunca ultrapassou os 90 dias de permanência permitidos para turistas brasileiros no espaço europeu.  Repercussão dos vídeos de Gisele Em um dos vídeos, Gisele relata ter sido alvo de socos, empurrões e chutes e mostra marcas de ferimentos no rosto e braço. As imagens foram compartilhadas por inúmeros portais. Algumas pessoas tentavam ajudar com a marcação de perfis das embaixadas brasileiras na França, órgãos ativistas e personalidades de defesa da mulher. Foi desta maneira que o caso chegou até Nellma Barreto, presidente da associação Femmes de la Résistance (Mulheres na Resistência) voltada para a defesa dos direitos das mulheres em Paris. “Eu consegui localizá-la porque nas minhas redes sociais apareceram várias mensagens de pessoas que tinham contato direto com ela”, disse.  “Ela estava sendo acolhida por um casal na cidade de Toulouse. Nosso trabalho foi de colocá-la imediatamente em segurança. Ela estava há dois dias sem tomar banho, logo após a violência, sem saber o que fazer. Nós a orientamos até a delegacia para fazer o boletim de ocorrência, em seguida o exame de corpo de delito e atendimento médico, pois estava muito perturbada. Acionamos uma advogada e também uma psicóloga, que fez um atendimento de urgência”, explicou Nellma. “Ela estava com muito medo. E nós sabemos que inúmeras mulheres acabam sendo ainda mais vítimas [de agressão] depois de fazer um boletim de ocorrência”, pontuou a ativista. Somente este ano, a associação Mulheres na Resistência, recebeu entre fevereiro e março pelo menos sete pedidos de ajuda por semana de mulheres brasileiras e lusófonas. Normalmente, são de duas a três chamadas de ajuda por semana. Ressignificar a dor e alertar mulheres Depois do que passou na França, o consulado de Marseille forneceu um novo passaporte à Gisele. No entanto, segundo Nellma Barreto, ela ficou com medo de buscar o documento “porque era próximo dos amigos e familiares dele”. Gisele foi a Paris onde o consulado forneceu um documento de viagem que lhe permitiu preparar a volta para casa e ser acolhida pela família. Ela pretende tocar seus projetos para estudar Tecnologia da Informação, fazer terapia para conseguir ressignificar o trauma e poder celebrar seu aniversário de 21 anos no dia 8 de dezembro. A jovem deseja que sua história de denúncia alerte mais mulheres em relacionamentos com qualquer tipo de abuso. “Para elas ficarem atentas já no primeiro sinal. Mesmo que seja um grito, as mulheres devem ir embora. Depois pode ser que elas corram risco de vida. E aí, já é tarde demais, pode ser que elas não tenham chance. Então, quando elas virem o primeiro sinal, elas precisam ir embora”, declara Gisele Vitóri. “Primeiro passo é ligar para polícia” Apesar do caso de Gisele ter alcançado ajuda mediante os vídeos nas redes sociais, Nellma Barreto reforça que é preciso denunciar antes de qualquer atitude. “O primeiro passo é ligar para polícia para se colocar em proteção. Independente de você estar em situação regular no país ou não, independente se você ser imigrante ou não, o primeiro passo é ligar para polícia para pedir socorro”, explicou. “Ela foi muito corajosa em ter feito esses vídeos. Ela foi muito corajosa em ter exposto essa violência. Isso é importante, porque muitas outras mulheres criam coragem para também denunciar abusadores. É uma forma de alertar outras mulheres”, diz a presidente do Mulheres na Resistência. Na França, para casos de violência doméstica contra mulheres de qualquer nacionalidade existe o telefone de assistência direta: 3919. Para perigo imediato, o recomendado é ligar para a polícia no número 17. *Essa matéria foi atualizada Leia também“São índices de guerra”, diz Patrícia Melo sobre feminicídio no Brasil ao lançar romance na França   

Reportagem
Cerimônia em Paris marca os 10 anos dos ataques terroristas mais violentos da história da França

Reportagem

Play Episode Listen Later Nov 13, 2025 14:06


A França presta homenagem nesta quinta-feira (13) às vítimas dos ataques de 13 de novembro de 2015 em Paris. Os dez anos dos atentados mais violentos da história recente do país serão marcados pela inauguração de um jardim memorial na praça Saint-Gervais, no centro da capital, com presença da prefeita Anne Hidalgo e do presidente Emmanuel Macron. A cerimônia laica será transmitida pela televisão.  Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris  O jardim, projetado pelo paisagista Gilles Clément, é composto por vários blocos de granito azul esculpidos, que representam os locais dos ataques terroristas e onde estão inscritos os nomes das vítimas.   O evento, com música e momentos de reflexão, tem direção artística de Thierry Reboul, conhecido por ter coordenado as cerimônias dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024.   O público poderá acompanhar a cerimônia em telões instalados em frente à Prefeitura e na Praça da República, onde foi montada uma exposição fotográfica, e os parisienses poderão depositar flores ou velas em homenagem às vítimas da tragédia.   Há exatos dez anos, a reportagem da RFI relatava ao vivo o que ninguém poderia imaginar: ataques coordenados em diversos pontos de Paris deixaram, no total, 130 mortos e cerca de 400 feridos.  O primeiro local atacado foi o Stade de France, onde 80 mil pessoas assistiam ao jogo de futebol entre França e Alemanha. O jornalista que cobria o duelo em campo passou imediatamente a relatar o susto dos torcedores que ouviram explosões. “Os espectadores ouviram, durante o primeiro tempo da partida, três grandes explosões, com intervalo entre cada uma, mas ninguém sabia exatamente o que estava acontecendo", relatou. A polícia e os socorristas se mobilizaram para chegar a outros locais atingidos por comandos terroristas armados: bares, restaurantes e a casa de shows Bataclan, lotada com fãs do grupo Eagles of Death Metal.  A contagem das vítimas parecia impressionar mesmo as forças de segurança. O depoimento de um policial, o primeiro a entrar no Bataclan, apontava dezenas de mortos.  O presidente François Hollande, que governava o país na época, correu para estar junto dos franceses. “Nós quisemos estar perto de todos os que viram essas atrocidades para dizer que iremos travar uma batalha impiedosa,” disse o chefe de Estado aos jornalistas, no local da tragédia.  Após uma reunião de crise, o governo declarou estado de emergência no país, convocou todas as forças de ordem e determinou o fechamento do espaço aéreo francês.  Ao ser citado como testemunha no julgamento do caso, em 2021, François Hollande falou sobre a sua função como chefe de Estado naquela noite fatídica de 13 de novembro de 2015. “Este grupo nos atingiu não pelo nosso modo de atuação no exterior, mas sim pelo nosso modo de vida aqui”, sublinhou  Hollande. “A democracia será sempre mais forte do que barbárie", acrescentou. "Carnificina" No Bataclan, casa de shows invadida pelos terroristas, os sobreviventes estavam em choque diante dos corpos das vítimas.  Um dos primeiros a chegar ao local foi o jornalista da RFI, Pierre Olivier. “Eu fui até lá tomando muito cuidado, porque não sabíamos naquele momento o que realmente estava acontecendo", disse em entrevista para marcar os dez anos do caso. "Saí de casa, andei por uns cinco minutos e cheguei em frente ao Bataclan, onde a polícia estava chegando quase ao mesmo tempo que eu. Não havia nenhuma faixa de sinalização impedindo o acesso", continua.  "E gradualmente, a polícia e os bombeiros chegaram. Cada vez nos pediam para recuar mais. Mas quando cheguei, eu estava bem em frente ao Bataclan, e foi aí que comecei a ligar para a redação do meu celular e a reportar ao vivo. E fiz isso por quase três horas, a noite toda," relata.   "Uma mulher me disse que tinha sido uma carnificina, foi horrível. Todos estavam em choque e não queriam conversar. Isso é normal. Naquele momento, não sabíamos realmente o que estava acontecendo lá dentro, mas tínhamos pistas de que era muito sério e que havia mortes, muitas mortes," completa o jornalista.   Dez anos depois, as lembranças permanecem vivas em sua memória.  "Ainda há coisas que permanecem. Quando passo pelo Bataclan, revejo certas cenas. Já se passaram dez anos. E cada vez que passo por ali, lembro daquela noite, revejo pessoas, uma parede, uma vitrine, onde vi uma mulher em seu cobertor de emergência, coisas assim."  Depois de ouvir todos esses depoimentos e de entrevistar sobreviventes, o jornalista desenvolveu uma forma de estresse. "Quando eu entrava em um restaurante, em um bar, em uma casa de espetáculos, ou onde quer que fosse, eu sempre olhava para ver se havia janelas, uma porta de saída e como me sentar, para acessar facilmente a porta. Afinal, nunca se sabe, e se fosse como no Bataclan e um grupo de terroristas chegasse?", ele questiona.  A RFI também conversou com Elsa, uma francesa que assistia ao show na casa noturna Bataclan, quando foi ferida. "Quando fui atingida pela bala, me lembro muito bem da sensação no corpo. Foi tão irreal que ri, pensando: 'Ah, é mesmo como nos filmes'. Mas, falando sério, doeu."  "Eu me agachei e pensei: 'Não vou conseguir correr'. E racionalizei absolutamente tudo o que estava acontecendo. Disse a mim mesma: não posso sentir dor," lembra.   "Na hora você esquece a dor. Eu procurei me colocar em uma posição segura, apesar da multidão passando em cima de mim," relata a sobrevivente.  Passada uma década, Elsa pretende contar sua experiência em um espetáculo. "Eu queria fazer um projeto em torno da dança, não apenas para contar a minha história, mas através da dança, e não apenas em um testemunho que eu poderia ter escrito em um livro ou algo assim. Mas isso me toca menos, pareceu menos relevante para a minha relação com o corpo que eu tinha antes de tudo isso", explica.   Brasileiros entre as vítimas Entre os sobreviventes dos ataques de 13 de novembro de 2015 também há brasileiros. A RFI conversou com Diego Mauro Muniz Ribeiro, arquiteto que, naquela noite, celebrava com amigos no restaurante Le Petit Cambodge, no 10º distrito de Paris.   “A minha recordação foi de ouvir uns barulhos, mas que eu não entendia muito bem. E quando olhei à direita, vi luzes. Não estava entendendo que aquilo eram tiros vindo na minha direção. Minha reação foi me jogar no chão. Me levantei na sequência e saí correndo. A lembrança que eu tenho é de que corri por muito tempo até entrar num supermercado,” lembra o arquiteto.  Diego passou por acompanhamento com psiquiatra e psicanalista para seguir em frente. Ele voltou a Paris três vezes para compromissos relacionados aos atentados, seja para dar depoimentos ou participar de solenidades públicas.   “Na França, existe uma solenidade em homenagem às vítimas, e foi muito impactante para mim. É uma cerimônia extremamente sóbria, silenciosa, e isso é muito respeitoso. Então, fiquei muito emocionado na primeira vez que fui", conta o arquiteto que hoje vive em São Paulo. "Estamos, dentro do possível, bem, mas ainda é um processo de elaborar essas questões, essa violência que, para mim, soa como gratuita”, analisa.  Naquela noite, Diego estava acompanhado de outro arquiteto brasileiro, Guilherme Pianca, com quem a RFI também conversou. Ele visitava Paris pela primeira vez, graças a uma bolsa de estudos, e conta que hoje em dia tem sentimentos ambíguos em relação à cidade.   “Tive alguns momentos de retorno pelo próprio processo e avaliação psiquiátrica que o governo francês fez. Acho que eles foram bem atentos e lidaram com muito cuidado nesse assunto. Esse trauma está sendo constantemente elaborado. Acho que é uma coisa que se dá no longo prazo. São várias camadas que um evento desses significa. Este ano vão inaugurar um jardim em homenagem às vítimas. Acho que existe um esforço bem grande da prefeitura e do próprio Estado francês para lidar com esse assunto.”       O julgamento  Os ataques terroristas de 13 de novembro de 2015 em Paris foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico.  O processo dos terroristas na Justiça francesa durou dez meses. Nenhum dos 20 acusados recorreu da decisão, e o julgamento foi encerrado oficialmente em 12 de julho de 2022.  O único participante ainda vivo do comando jihadista que organizou os ataques em diferentes locais de Paris e arredores, Salah Abdeslam, foi condenado à prisão perpétua. Ele "acatou o resultado", explicaram, à época, seus advogados.  Salah Abdeslam foi o terrorista que não levou seus atos até o fim. Ele afirmou no julgamento ter "desistido" de acionar os explosivos em um bar parisiense por "humanidade". Em outro momento, declarou: “Eu apoio o grupo Estado Islâmico e os amo, porque eles estão presentes no cotidiano, combatem e se sacrificam”. O depoimento chocou familiares das vítimas.  O dispositivo com explosivos foi encontrado dentro de uma lata de lixo. No entanto, em sua deliberação final, os juízes concluíram que o colete explosivo que Abdeslam carregava "não era funcional", colocando seriamente em questão suas declarações sobre a sua suposta "desistência".  A Justiça determinou que o francês, de 32 anos à época, era culpado de ser o "coautor" de uma "única cena de crime": o Stade de France, os terraços parisienses metralhados e a sala de concertos Bataclan.  Os outros 19 corréus, alguns presumivelmente mortos, foram julgados e condenados a penas que variam de dois anos à prisão perpétua.    Os atentados em Paris foram considerados uma retaliação à participação da França na coalizão internacional contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.  Ameaça continua presente Atualmente, a organização terrorista continua representando uma ameaça à segurança do país, embora sua presença não se configure como uma estrutura organizada e visível como nos anos de seu auge (2014–2017). A atuação atual se dá principalmente por meio de células descentralizadas, recrutamento online e influência ideológica, como explicou à RFI Victor Mendes, professor de Relações Internacionais do Ibmec e especialista formado no Instituto Superior de Guerra do Ministério da Defesa do Brasil.  “Hoje, especialmente após a perda de territórios e de combatentes do Estado Islâmico, depois das operações militares ocidentais contra o grupo no Iraque e na Síria, que resultaram no fim declarado do Estado Islâmico em 2019, o grupo atua de forma mais descentralizada do que já atuava anteriormente", diz.  De acordo com o especialista, o Estado Islâmico continua sendo um dos principais grupos terroristas a atuar na Europa, apesar do número reduzido de ataques.   “Na Europa especificamente, uma das tendências, resultado do avanço tecnológico e da comunicação, é que o grupo hoje recruta muitos combatentes principalmente através de redes sociais e plataformas digitais, especialmente menores de idade", diz Victor Mendes.   O especialista alerta para os riscos ainda presentes. “O risco sempre vai existir, principalmente pelo fato de a França ainda ter muitos combatentes que se aliam a esses grupos e pelo fato de, muitas vezes, eles serem cidadãos franceses. Então, não é necessariamente uma questão de imigração”, conclui.     Só em 2024, o terrorismo jihadista foi responsável por 24 ataques na União Europeia, sendo cinco deles com vítimas fatais. A Europol confirma o envolvimento crescente de jovens radicalizados online, inclusive menores de idade, e o uso do conflito na Faixa de Gaza como instrumento de mobilização por grupos como o Estado Islâmico, que denuncia os bombardeios israelenses, descrevendo a população palestina como “mártir”. 

onda.podcast
#103 CAROLINY PEREIRA A FORÇA DA MATERNIDADE: SER MÃE SOLO E CONSTRUIR UMA CARREIRA NA FRANÇA

onda.podcast

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 42:04


Ao ouvir Caroliny contar sua história de maternidade, que começou há mais de 20 anos, transparecem tranquilidade e sabedoria. Foram muitos recomeços na vida dessa mulher de Uberlândia, mãe de Pablo, de 21 anos, e Miguel, de 15, que há uma década vive em Paris, onde dirige uma empresa de design.Aos 19 anos, veio a primeira cesárea. Seis anos depois, outro parto marcado por uma infecção grave. Mas foi nessa experiência de vulnerabilidade que nasceu uma nova consciência: a de ser dona das próprias escolhas.Sozinha, mas acompanhada dos dois filhos, Caroliny embarcou para Paris para fazer um mestrado. Sem falar a língua e sem ter família por perto.Caroliny conta aqui a maternidade jovem, o parto pélvico que acabou em cesárea, a separação do pai de seus filhos e a vida na França. Conversamos sobre o que é ser mãe de adolescentes e criar filhos em outro país.Obrigada, Caroliny, pela reflexão sobre a maternidade como caminho para conquistar mais segurança, firmeza e liberdade na vida.

Podcast Internacional - Agência Radioweb
Ex-pastor brasileiro é julgado na França por crimes de pedofilia

Podcast Internacional - Agência Radioweb

Play Episode Listen Later Nov 4, 2025 5:53


Parentes de vítimas relatam sofrimento e ansiedade para que criminoso seja punido.Esse conteúdo é uma parceria entre RW Cast e RFI.

Reportagem
Ex-pastor brasileiro é julgado na França por crimes de pedofilia contra familiares

Reportagem

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 6:55


Começou nesta segunda-feira (3), em Annecy, nos Alpes franceses, o julgamento do ex-pastor brasileiro Edi Maikel dos Santos Silva, acusado de seis crimes sexuais contra menores na França. Diante dos juízes, após três anos e meio de prisão preventiva, o réu voltou a negar ter mantido relações sexuais ou abusado das vítimas. A RFI conversou com algumas delas, que esperam por justiça.  Maria Paula Carvalho, da RFI  Pelo menos três vítimas estiveram presentes na audiência na Corte Criminal do Tribunal de Annecy. Todas têm parentesco com o acusado e autorizaram que os fatos narrados fossem tornados públicos.  Natural de Belém do Pará, Edi Maikel dos Santos Silva, de 38 anos, está preso preventivamente por decisão do Tribunal de Annecy, no sudeste da França, desde maio de 2022.  Ele atuou como pastor em Annemasse, uma pequena cidade francesa na fronteira com a Suíça. O ex-pastor responde por três estupros e três agressões sexuais contra menores. Em três desses casos, o acusado exercia autoridade sobre a vítima, o que pode agravar a pena em caso de condenação.  Ao menos oito pessoas prestaram queixa à Justiça francesa, relatando terem sido agredidas por ele ao longo dos últimos 20 anos. Entre elas está Camilla Araújo de Souza, sobrinha de Edi Maikel.   "São momentos de muita apreensão, mas estamos confiantes de que tudo vai dar certo. O importante é que estamos aqui todos juntos, torcendo pela nossa vitória", disse ela esta manhã, à RFI. Camilla conta que começou a ser abusada em 2002, quando ainda era criança. Após denunciar o caso à Justiça francesa, ela revelou à RFI detalhes dos abusos: "Minha mãe nos surpreendeu — ele estava tentando esfregar o pênis no meu bumbum", relatou. "Ele é meu tio, irmão da minha mãe. Depois disso, meus pais se separaram. Moramos com minha avó e, em seguida, com minha tia. Quando estávamos na casa da minha avó, ele tentou novamente," acrescenta.   O assédio continuou após a mudança de Camilla para a França, onde, segundo ela, "começaram a ocorrer relações sexuais com penetração". Na época, Camilla tinha entre 12 e 13 anos. "O que mais me revolta é ele dizer que é cristão, que acredita em Deus, mas não assumir o que fez. Então, não está arrependido", lamentou.  Acusado nega denúncias Na tarde desta segunda-feira, diante da juíza que preside a sessão, Edi Maikel dos Santos Silva voltou a negar qualquer envolvimento com Camilla.  "Ele diz que nunca aconteceu nada. Afirma que eu comecei a me apaixonar por ele e, para evitar problemas, foi embora para o Brasil. Mas isso é mentira", segue Camilla. "Na verdade, ele foi para o Brasil porque, quando fui denunciá-lo à polícia, minha avó comprou uma passagem e o mandou para lá, com medo de que fosse preso", denuncia.  Hoje adulta e mãe de dois filhos, Camilla compareceu ao Palácio de Justiça de Annecy acompanhada do pai, João Maria, que viajou da Guiana Francesa — região ultramarina da França. "Estamos aqui juntos", disse o pai da vítima à RFI.  Frédéric Fabrice Cordeiro Brasil, tio de Camila, percebeu imediatamente a atitude suspeita do ex-cunhado, que na época fugiu com a jovem. Mas foi ao descobrir que suas próprias filhas, Kíssia e Victoria, então com 4 e 5 anos, também haviam sido molestadas por Edi Maikel, que ele denunciou o ex-cunhado à polícia. "Todas as noites elas acordavam com a mão dele na calcinha", revelou à reportagem da RFI. Frédéric será ouvido durante o julgamento nesta terça-feira à tarde. Ele afirma estar impressionado com a negação do réu. "Ele negou tudo. Disse que desconhece toda a situação. Não reconhece nada. Ele se lembra de muitos detalhes da infância, mas não se lembra do que fez com essas crianças. Mesmo com provas, declarações, testemunhas, ele diz que não tem nada a declarar e mantém a negação. Com deboche e cinismo, ele responde e ainda olha para as vítimas com desprezo e falta de respeito. As irmãs dele declaram que ele é uma pessoa normal e que não têm nada a se queixar dele" relata. Nesta primeira audiência, a juíza principal apresentou o caso a outros quatro juízes. Entre as testemunhas, foram ouvidas uma ex-namorada de Edi Maikel e uma criança da terceira série de uma escola onde o ex-pastor trabalhava na França. Frédéric conta que a menina denunciou o fato de que o réu havia conseguido seu número de celular e que ela teve medo, pedindo para trocar de turma. Segundo ele, colegas de trabalho de Edi Maikel também declararam à Justiça que o réu "tinha um comportamento esquisito em relação a uma aluna". "O que todos nós queremos é que ele seja severamente punido, por muitos anos, que receba uma pena severa e exemplar. Por tudo aquilo que ele fez, que passe mais de 20, 30 anos na cadeia,", diz Frédéric. "Nós fomos traídos, fomos enganados. Pensávamos que era uma pessoa boa, mas por trás dessa camada de ovelha havia um bicho muito perigoso," continua. "Alívio e recuperar a honra" A ex-mulher de Edi Maikel, Mayra Angela Silveira Vieira, e a filha Marjorie Vieira Palheta, foram ouvidas esta tarde. Mayra descobriu que o acusado abusou da filha pequena quando passaram a viver com ele. Ao estranhar o comportamento da menina, ela resolveu investigar. Em entrevista à RFI, ela contou que os abusos começaram quando a menina tinha cinco anos. As agressões duraram cerca de 10 anos. Por conta disso, a filha desenvolveu transtornos, como apontou a conclusão do exame psicológico feito pelo Tribunal de Annecy quando a jovem tinha 18 anos. O laudo, ao qual a RFI teve acesso, afirma que a vítima "tinha medo de homens, sofria de insônia, tinha pesadelos e não suportava a vergonha pelo ocorrido". Mayra Angela Silveira conta que o ex-marido chegou a confessar os abusos, em uma reunião gravada em vídeo com a mediação de um pastor. Mas ao ser interrogado no inquérito, ele negou tudo. "Estamos muito emocionadas. Os sentimentos são muito intensos. A raiva, a revolta são muito intensas. Ele negou tudo, então eu ainda tinha um pingo de esperança de que ele pelo menos assumisse, porque isso alivia a nossa dor, alivia a nossa revolta. Mas ele nega tudo, e sempre tenta se fazer de vítima", disse Mayra. "Acredito que ele está cavando o próprio buraco. É muito revoltante. Ao mesmo tempo, dá um alívio poder viver isso. Dar voz a muitas vítimas que não têm a oportunidade que a gente tem. E eu quero que a minha filha sinta dessa forma: lutando pela verdade dela, tentando recuperar um pouco da sua honra. Isso é algo irreversível, mas queremos viver isso ao máximo para virar essa página e tentar viver em paz." A advogada de defesa, Sylvie Correia, explicou que as vítimas tinham a possibilidade de escolher uma audiência fechada, mas optaram por uma audiência pública para expor os fatos. "Acho que vamos viver uns cinco dias bastante intensos. Para as pessoas que eu represento, este julgamento é visto como o fim deste processo, deste caminho que elas fizeram para serem consideradas como vítimas e aceitar que o que elas viveram não era um caso normal, e que têm direitos." Detenção prorrogada pela justiça O acusado passou por exames psicológicos. No laudo, ao qual a RFI teve acesso, Edi Maikel revela ter sofrido agressões sexuais na adolescência. A sua detenção provisória foi prorrogada quatro vezes pela justiça francesa.  A reportagem entrou em contato com o advogado do acusado, mas não obteve retorno até esta publicação. A legislação da França prevê penas mais duras quando há agressão de membros da própria família. O brasileiro, que diz ser vítima de um complô, pode pegar até 20 anos de prisão. O julgamento vai até a próxima sexta-feira (7).

Brasil-Mundo
Bailarino brasileiro celebra 10 anos na França como único latino no clássico ‘Aida' da Ópera de Paris

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Oct 26, 2025 7:35


Thiago Menezes é o único dançarino brasileiro e latino-americano na temporada do clássico Aida, na Ópera de Paris, em cartaz até 4 de novembro. Ele começou sua carreira ainda criança no subúrbio do Rio de Janeiro, passou por companhias de dança, se formou como ator e viveu intensas experiências profissionais. Desde 2016, o carioca fixou residência na França, onde atuou por várias companhias de teatro e dança e, agora, alcança seu ápice profissional aos 38 anos, ao passar pela entrada de artistas da consagrada Ópera Bastille. Thiago sempre se percebeu como artista: “Eu sempre quis dançar, desde pequeno. Sempre quis fazer algo com arte. Eu amava o mundo da televisão. Lembro de muito pequeno já ver os programas infantis e querer estar ali dentro”, recorda. Criado no bairro de Quintino, aos 16 anos Thiago precisou trabalhar para apoiar sua família, mas conseguiu continuar sonhando com a carreira de artista. “Eu comecei a fazer cursos de teatro, de dança. Tudo com bolsa, porque eu não podia pagar. Era uma época em que não tinha muito meninos e os cursos davam bolsa para homens”, explica. Ele passou por inúmeras escolas de dança como o Centro de Dança Rio, no Méier, a Cia Nós da Dança, a Petite Danse, e se tornou ator na Escola de Teatro da Faetec, no Rio, antes de fazer seu caminho no exterior. No entanto, o bailarino e ator considera as ruas do Rio de Janeiro como o lugar que o moldou para ser hoje um artista “plural”. “Eu tive a experiência da rua, das companhias de dança, o que me formou como artista, a ter disciplina e ideia de grupo. Mas sou um bailarino de danças urbanas, de jazz que vem do subúrbio do Rio de Janeiro. Eu ensaiava no MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) ou no baile do viaduto de Madureira. A gente ia se formar ali na rua. Dos bailarinos que conheço que estão no Brasil ou no mundo, a gente teve essa pluralidade de formação”, aponta. Carreira entre Brasil e França Mas as poucas oportunidades para artistas e dançarinos negros na TV e teatro fizeram com que Thiago, que sentia sua carreira estagnada no Brasil, olhasse para fora no ano de 2012.  “Surgiu uma audição para vir para o circo na França como bailarino. A base do circo era em Toulouse, mas a gente viajava. Eu conheci a França inteira, gente!", relembra o carioca. "Fiquei um ano aqui, não quis renovar o contrato, quis voltar para o Brasil”, disse em entrevista à RFI. Durante esse breve retorno ao Brasil, Thiago Menezes fez teatro, participação em novela e até musicais, e permaneceu alguns anos trabalhando com o grupo Nós do Morro. Mas em 2016 decidiu voltar à França visando construir uma carreira sólida na dança.  Dez anos de carreira na França O artista destaca que não poderia haver melhor momento para estar trabalhando em uma das instituições mais importantes do cenário cultural europeu e mundial. “Aida é uma das minhas óperas preferidas e é um sonho realizar esta ópera agora, porque faz 10 anos que estou aqui. Comemorar os 10 anos fazendo uma ópera na Ópera de Paris”, celebra Thiago. Aida é uma obra clássica italiana criada em 1871 por Giuseppe Verdi. Com mais de 3 horas e meia de duração, entre cenas épicas, árias e a famosa marcha triunfal, a ópera conta a história de uma princesa etíope escravizada no Egito, que enfrenta a rivalidade de Amneris, filha do faraó, que ama o mesmo homem que ela, Radamés.  Thiago Menezes detalhou o processo para conquistar sua vaga no espetáculo que está em cartaz até o dia 4 de novembro na Ópera de Paris: “Fiz uma audição com mais de 60 pessoas, bem complicada. A gente teve várias fases, mas começou com a dança porque eles precisavam de bailarinos de universos diferentes. Desde acrobatas, dançarinos de hip hop, balé clássico, contemporâneo e jazz. Foram cinco horas de audição”, explica. Apesar da seleção intensa, que também contou com uma fase de testes de interpretação, Thiago revela que teve um pressentimento positivo sobre conseguir a oportunidade. “Nesse dia eu falei: 'Eu vou pegar!'. Joguei para o universo. Recebi a resposta por e-mail uma semana depois, e fiquei muito feliz. Estou muito feliz!”, festeja. Representando o Brasil  Para Thiago, o caminho para chegar onde está sempre foi solitário, enquanto único brasileiro em diversas produções das quais já participou. Entretanto, ele se mostra esperançoso para um futuro com mais jovens sonhadores dos subúrbios sonhando alto e chegando longe. “Eu fico muito orgulhoso de ser o único brasileiro nessa produção, em mais de cem pessoas, sem contar a parte técnica, numa ópera desse tamanho. Eu fui muitas vezes o único latino-americano e único brasileiro em vários projetos. Infelizmente ainda é a minha realidade. Eu gostaria que houvesse mais brasileiros, mas vai ter. Isso vai acontecer!”, projeta Thiago Menezes. “Ser o único brasileiro é trazer essa leveza que a gente tem, trazer também o riso, levar a galera para ir comer comida brasileira, levar a galera para um samba depois do palco. Acho que a gente também é conhecido pela nossa alegria, pela nossa espontaneidade. Eu trago não só eu, Thiago, mas o Brasil comigo nessa leveza e alegria que a gente tem e que a gente emana muito para o mundo!”, aposta o bailarino.    

Brasil-Mundo
Bailarino brasileiro celebra 10 anos na França como único latino no clássico ‘Aida' da Ópera de Paris

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Oct 26, 2025 7:35


Thiago Menezes é o único dançarino brasileiro e latino-americano na temporada do clássico Aida, na Ópera de Paris, em cartaz até 4 de novembro. Ele começou sua carreira ainda criança no subúrbio do Rio de Janeiro, passou por companhias de dança, se formou como ator e viveu intensas experiências profissionais. Desde 2016, o carioca fixou residência na França, onde atuou por várias companhias de teatro e dança e, agora, alcança seu ápice profissional aos 38 anos, ao passar pela entrada de artistas da consagrada Ópera Bastille. Thiago sempre se percebeu como artista: “Eu sempre quis dançar, desde pequeno. Sempre quis fazer algo com arte. Eu amava o mundo da televisão. Lembro de muito pequeno já ver os programas infantis e querer estar ali dentro”, recorda. Criado no bairro de Quintino, aos 16 anos Thiago precisou trabalhar para apoiar sua família, mas conseguiu continuar sonhando com a carreira de artista. “Eu comecei a fazer cursos de teatro, de dança. Tudo com bolsa, porque eu não podia pagar. Era uma época em que não tinha muito meninos e os cursos davam bolsa para homens”, explica. Ele passou por inúmeras escolas de dança como o Centro de Dança Rio, no Méier, a Cia Nós da Dança, a Petite Danse, e se tornou ator na Escola de Teatro da Faetec, no Rio, antes de fazer seu caminho no exterior. No entanto, o bailarino e ator considera as ruas do Rio de Janeiro como o lugar que o moldou para ser hoje um artista “plural”. “Eu tive a experiência da rua, das companhias de dança, o que me formou como artista, a ter disciplina e ideia de grupo. Mas sou um bailarino de danças urbanas, de jazz que vem do subúrbio do Rio de Janeiro. Eu ensaiava no MAM (Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro) ou no baile do viaduto de Madureira. A gente ia se formar ali na rua. Dos bailarinos que conheço que estão no Brasil ou no mundo, a gente teve essa pluralidade de formação”, aponta. Carreira entre Brasil e França Mas as poucas oportunidades para artistas e dançarinos negros na TV e teatro fizeram com que Thiago, que sentia sua carreira estagnada no Brasil, olhasse para fora no ano de 2012.  “Surgiu uma audição para vir para o circo na França como bailarino. A base do circo era em Toulouse, mas a gente viajava. Eu conheci a França inteira, gente!", relembra o carioca. "Fiquei um ano aqui, não quis renovar o contrato, quis voltar para o Brasil”, disse em entrevista à RFI. Durante esse breve retorno ao Brasil, Thiago Menezes fez teatro, participação em novela e até musicais, e permaneceu alguns anos trabalhando com o grupo Nós do Morro. Mas em 2016 decidiu voltar à França visando construir uma carreira sólida na dança.  Dez anos de carreira na França O artista destaca que não poderia haver melhor momento para estar trabalhando em uma das instituições mais importantes do cenário cultural europeu e mundial. “Aida é uma das minhas óperas preferidas e é um sonho realizar esta ópera agora, porque faz 10 anos que estou aqui. Comemorar os 10 anos fazendo uma ópera na Ópera de Paris”, celebra Thiago. Aida é uma obra clássica italiana criada em 1871 por Giuseppe Verdi. Com mais de 3 horas e meia de duração, entre cenas épicas, árias e a famosa marcha triunfal, a ópera conta a história de uma princesa etíope escravizada no Egito, que enfrenta a rivalidade de Amneris, filha do faraó, que ama o mesmo homem que ela, Radamés.  Thiago Menezes detalhou o processo para conquistar sua vaga no espetáculo que está em cartaz até o dia 4 de novembro na Ópera de Paris: “Fiz uma audição com mais de 60 pessoas, bem complicada. A gente teve várias fases, mas começou com a dança porque eles precisavam de bailarinos de universos diferentes. Desde acrobatas, dançarinos de hip hop, balé clássico, contemporâneo e jazz. Foram cinco horas de audição”, explica. Apesar da seleção intensa, que também contou com uma fase de testes de interpretação, Thiago revela que teve um pressentimento positivo sobre conseguir a oportunidade. “Nesse dia eu falei: 'Eu vou pegar!'. Joguei para o universo. Recebi a resposta por e-mail uma semana depois, e fiquei muito feliz. Estou muito feliz!”, festeja. Representando o Brasil  Para Thiago, o caminho para chegar onde está sempre foi solitário, enquanto único brasileiro em diversas produções das quais já participou. Entretanto, ele se mostra esperançoso para um futuro com mais jovens sonhadores dos subúrbios sonhando alto e chegando longe. “Eu fico muito orgulhoso de ser o único brasileiro nessa produção, em mais de cem pessoas, sem contar a parte técnica, numa ópera desse tamanho. Eu fui muitas vezes o único latino-americano e único brasileiro em vários projetos. Infelizmente ainda é a minha realidade. Eu gostaria que houvesse mais brasileiros, mas vai ter. Isso vai acontecer!”, projeta Thiago Menezes. “Ser o único brasileiro é trazer essa leveza que a gente tem, trazer também o riso, levar a galera para ir comer comida brasileira, levar a galera para um samba depois do palco. Acho que a gente também é conhecido pela nossa alegria, pela nossa espontaneidade. Eu trago não só eu, Thiago, mas o Brasil comigo nessa leveza e alegria que a gente tem e que a gente emana muito para o mundo!”, aposta o bailarino.    

JORNAL DA RECORD
20/10/2025 | 2ª Edição: Museu do Louvre, na França, permanece fechado após roubo de joias no domingo (19)

JORNAL DA RECORD

Play Episode Listen Later Oct 20, 2025 4:04


Confira nesta edição do JR 24 Horas: O Museu do Louvre, na França, permaneceu fechado nesta segunda-feira (20), um dia depois que joias do acervo foram roubadas. O fechamento do Louvre frustrou os turistas em Paris. No domingo (19), dois assaltantes usaram um guindaste para invadir o Museu e acessar uma galeria, que guarda as joias da coroa francesa. E ainda: Polícia Federal apreende 42 animais transportados de forma ilegal em São Paulo e no Paraná.

Reportagem
‘Céu Tupinambá': exposição na França resgata cosmologia e o manto sagrado indígena

Reportagem

Play Episode Listen Later Oct 18, 2025 5:51


O manto sagrado contemporâneo dos Tupinambá chega pela primeira vez a uma galeria de arte, na França. A exposição, com obras de Glicéria Tupinambá, artista, ativista dos direitos indígenas e doutoranda em antropologia, acontece na Galeria Ricardo Fernandes, em Saint-Ouen, ao norte de Paris. Patrícia Moribe, da RFI em Paris Reconhecida como uma das figuras mais importantes da arte contemporânea indígena no Brasil, Glicéria une arte, espiritualidade e ativismo cultural, com foco na preservação da memória de seu povo. A inspiração para o projeto Céu Tupinambá surgiu de uma experiência pessoal da artista durante um período de detenção, em 2010, quando lutava pela demarcação de seu território. Ao observar uma criança dançar para o céu, Glicéria passou a buscar o conhecimento ancestral que foi apagado. Ela explica que o projeto visa resgatar saberes silenciados pela colonização. "Os Tupinambás sabiam nomear todas as constelações, como as Três Marias, o Caminho da Anta, essenciais para a navegação e as caminhadas. Eu pesquisei para mostrar que o nosso céu também foi colonizado e catequizado", afirma. A instalação gira em torno da visão tupinambá do céu e da terra, com o manto tupinambá como seu ponto central. Glicéria realiza uma extensa pesquisa sobre as capas cerimoniais sagradas de seu povo e, em 2024, representou oficialmente o Brasil na Bienal de Veneza. Agora, pela primeira vez, um de seus mantos contemporâneos—resultado de um trabalho coletivo envolvendo mulheres, crianças e anciãos—é exibido em uma galeria de arte. "Essas trocas são muito importantes dentro desses espaços, porque há uma peça que pode falar, mas há também quem não sabe ouvir", diz a artista. Cosmovisão tupinambá O curador Ricardo Fernandes explica que a exposição permite aos visitantes compreender a cosmovisão tupinambá. "Eles poderão apreciar o manto sagrado pela primeira vez em uma galeria de arte e entender a interpretação do povo Tupinambá sobre o espelhamento do céu e da terra, onde a terra é representada no céu", afirma. Fernandes destaca o ineditismo de apresentar um manto criado pelas mulheres da comunidade, dado o contexto patriarcal da estrutura social tupinambá. "É a primeira vez que mostramos o manto feito por mulheres da comunidade. É uma experiência muito forte, pois falamos de uma comunidade patriarcal", salienta. Ao assumir a liderança como pajé (xamã), Glicéria redireciona as hierarquias tribais, já que o manto tradicionalmente era feito para o pajé, uma figura masculina, complementa Fernandes. Além do manto central, a exposição também exibe as "mantas", que representam a pré-organização ou preparação do manto sagrado. A mostra “Céu Tupinambá”, de Glicéria Tupinambá, está aberta ao público até 10 de novembro, na Galeria Ricardo Fernandes, no Marché Dauphine em Saint-Ouen, integrando a programação do Ano do Brasil na França 2025.

O Mundo Agora
Na França de Macron, nada muda para que nada mude

O Mundo Agora

Play Episode Listen Later Oct 13, 2025 4:44


Quatro dias bastaram para que o primeiro-ministro da França caísse — e voltasse, como se nada tivesse acontecido. A crise se arrasta, entre alianças movidas pelo medo e um presidente que repete a mesma estratégia, à espera de um resultado diferente. Thomás Zicman de Barros, analista político No domingo, 5 de outubro, após 26 dias de negociações, o primeiro-ministro Sébastien Lecornu anunciou seu governo. Havia dúvida se a oposição — sobretudo o Partido Socialista — tentaria censurá-lo, mas nem foi preciso. Em apenas doze horas, o gabinete implodiu. O golpe veio de dentro: aliados do próprio campo presidencial se rebelaram, a começar pelo líder da direita tradicional e ministro do Interior Bruno Retailleau — um aspirante à sucessão de Macron que parece ter reinventado a lógica política. Se já se conhecia o “apoio sem participação” no governo, Retailleau inaugurava a “participação sem apoio”. Na manhã seguinte, diante da desintegração da base e da impossibilidade de aprovar o orçamento, Lecornu apresentou sua demissão. Era o quarto chefe de governo a cair em menos de dois anos. Seu antecessor, François Bayrou, havia durado dez meses antes de perder um voto de confiança. Michel Barnier, o anterior, caíra por uma moção de censura. A origem dessa instabilidade é conhecida. Após sua reeleição em 2022, Emmanuel Macron conseguiu apenas uma maioria relativa no Parlamento. Em 2024, buscando recuperar o controle, decidiu dissolver a Assembleia Nacional de surpresa. Mas o tiro saiu pela culatra: o presidente voltou das urnas com ainda menos deputados. Desde então, cada governo nasce minoritário, dependente de alianças contraditórias e fadado à implosão. A crise, que começou como um impasse parlamentar, tornou-se uma espécie de paralisia estrutural. Com a saída de Lecornu, reacendeu-se a hipótese de uma nova dissolução — e, junto dela, o coro pela renúncia do próprio Macron. Segundo as pesquisas, 73% dos franceses querem que ele deixe o cargo. Até Édouard Philippe, ex-primeiro-ministro — e outro provável candidato a sucedê-lo — declarou que a solução poderia ser uma eleição presidencial antecipada. O medo como método Na segunda-feira, Macron foi visto caminhando sozinho pela beira do Sena. Àquela altura, o presidente parecia encenar sua própria solidão política. Pediu a Lecornu 48 horas para “consultar as forças políticas” e trazer opções. Na noite de quarta, o premiê demissionário deu uma entrevista melancólica: disse sair frustrado, mas satisfeito por ter “feito o possível”. E deixou escapar o diagnóstico mais preciso da semana: não há maioria para governar, mas há maioria absoluta contra uma nova dissolução. É esse medo que sustenta o sistema. Nenhum partido — exceto a extrema direita, favorita nas pesquisas — quer voltar às urnas. Os macronistas temem ser varridos. A esquerda, dividida e em crise, também teme perder terreno. Quando o espectro da dissolução voltou a pairar, Jean-Luc Mélenchon propôs uma reunião de toda a esquerda. Os socialistas recusaram. Assim, a Nova Frente Popular foi finalmente enterrada, em meio a acusações mútuas de traição e irresponsabilidade. A esquerda francesa, que havia se unido em torno da esperança de uma alternativa, agora se esfarela diante do ressentimento. Na sexta-feira à noite, o país recebeu embasbacado a notícia de que Macron havia renomeado Lecornu. O mesmo primeiro-ministro que havia renunciado quatro dias antes voltou ao cargo, como se nada tivesse acontecido. A política francesa entrou oficialmente em modo “Dia da Marmota”, como no filme com Bill Murray: as mesmas cenas, as mesmas falas, os mesmos personagens, revividos até a exaustão. O presidente tenta repetir a fórmula — um governo de “união” sustentado pelo medo da dissolução — esperando resultados diferentes. É improvável que dê certo. A nova versão do gabinete já nasce sob ameaça: 269 deputados se declararam prontos a votar uma moção de censura, e faltam apenas 21 para que Lecornu caia — de novo. Um simples gesto, à direita ou à esquerda, bastaria para ejetá-lo do cargo pela segunda vez. Após uma reunião marcada por ofensas, Retailleau e seus aliados decidiram não integrar o governo, mas tampouco censurá-lo. Já os socialistas, fiéis à sua reputação, parecem sempre prontos a sentar-se à mesa com os macronistas em busca de concessões que jamais vêm. A última delas — a ideia de suspender temporariamente a reforma da previdência — não convenceu ninguém: irritou os aliados, dividiu o governo e reacendeu o fogo sob a cadeira do primeiro-ministro. Um impasse que se repete Lecornu governa sobre escombros, tentando erguer uma “coalizão negativa”, unida apenas pelo medo de novas eleições. Mas o país parece exaurido. De forma cada vez mais acelerada, novos gabinetes nascem e morrem um após o outro, em um ritual de desgaste que já não surpreende ninguém. “É preciso que tudo mude para que tudo continue como está”, dizia O Leopardo, de Giuseppe Lampedusa. Na França de Macron, a fórmula parece ter se invertido: nada muda para que nada mude. O presidente sobrevive por inércia, à frente de um sistema que já não governa — apenas se prolonga. E a pergunta que paira sobre Paris é se essa paralisia poderá resistir aos dezoito meses que faltam para o fim do mandato — ou se, antes disso, será o próprio Macron a cair.

Novus Capital
NovusCast - 10 de Outubro 2025

Novus Capital

Play Episode Listen Later Oct 10, 2025 26:01


Nossos sócios Luiz Eduardo Portella, Yara Cordeiro e Victor Ary debatem, no episódio de hoje, os principais acontecimentos da semana no Brasil e no mundo. No cenário internacional, o ambiente foi marcado por instabilidade política: no Japão, a liderança indicada pelo partido governista, defensora de políticas expansionistas, enfrenta crise na coalizão e risco de novas eleições. Na França, o primeiro-ministro renunciou um mês após assumir o cargo, reforçando a percepção de fragilidade política e dificuldade de avanço das reformas fiscais. Nos EUA, o impasse sobre o orçamento persiste com o shutdown, limitando a divulgação de dados econômicos, mas surgiram sinais iniciais de possível acordo. A tensão com a China aumentou após novas sanções comerciais, levando o Trump a ameaçar cancelar o encontro com Xi Jinping e aumentar dramaticamente as tarifas impostas. Foi anunciado cessar-fogo entre Israel e Hamas. No Brasil, o principal destaque foi o IPCA de setembro: o headline veio um pouco abaixo do esperado, com surpresa baixista relativamente disseminada nos núcleos. A pesquisa Genial/Quaest apontou melhora na avaliação do governo e mostrou enfraquecimento do Tarcísio como sucessor da direita. No campo político, vendeu o prazo para aprovação da MP 1.303, que compensaria parte do aumento do IOF, o que foi visto como uma derrota relevante para o governo e expôs dificuldades de articulação na Câmara.  No mercado de crédito, houve forte estresse nos bonds da Raízen por uma expectativa que a companhia vá perder o grau de investimento. Apesar disso, o impacto no mercado local foi limitado. Na semana, os índices de crédito tiveram abertura pontual de spreads, com fluxo de captação ainda positivo, mas com volume menor no secundário. Nos EUA, os juros fecharam entre 5 e 10 bps, e as bolsas tiveram desempenho negativo (S&P 500 -2,43%). No Brasil, o Ibovespa caiu 2,44% e o real se desvalorizou 3,33%. Na próxima semana, atenção para PMS e PMC no Brasil, possível evolução da negociação tarifária entre Brasil e EUA, balança comercial chinesa, Beige Book nos EUA e a última rodada de falas do Fed antes do período de silêncio. Não deixe de conferir!

SOMMA Insight
Shutdown segue nos EUA, enquanto crise política se intensifica na França. Conversa entre Lula e Trump sugere melhora nas relações entre Brasil e EUA.

SOMMA Insight

Play Episode Listen Later Oct 7, 2025 7:18


Shutdown segue nos EUA, enquanto crise política se intensifica na França. Conversa entre Lula e Trump sugere melhora nas relações entre Brasil e EUA.

SOMMA Insight
Cenário político no Japão e na França são os destaques do dia.

SOMMA Insight

Play Episode Listen Later Oct 6, 2025 9:31


Cenário político no Japão e na França são os destaques do dia.

Podcast Internacional - Agência Radioweb
Renúncia de premiê agrava crise política na França

Podcast Internacional - Agência Radioweb

Play Episode Listen Later Oct 6, 2025 3:11


Oposição tinha forte resistência ao premiê.Esse conteúdo é uma parceria entre RW Cast e RFI.

Cultura
Balé da Cidade de São Paulo apresenta coreografias de Rafaela Sahyoun e Alejandro Ahmed na França

Cultura

Play Episode Listen Later Sep 30, 2025 4:42


O Balé da Cidade de São Paulo realiza uma turnê na França, com apresentações em cinco cidades. Após lotar o Théâtre de la Ville de Paris, a companhia segue viagem pelo interior francês. O público da França tem a chance de conhecer a potência técnica e artística do corpo de baile do Theatro Municipal de São Paulo por meio de Fôlego e Boca Abissal, criações de Rafaela Sahyoun. Em Lyon, o repertório se amplia com Requiem SP, de Alejandro Ahmed, que assumiu a direção artística do grupo em julho de 2023. Antes dessa temporada com o balé paulistano, Ahmed participou da Bienal de Dança de Lyon, de 6 a 28 de setembro, com sua companhia Cena 11. Para o coreógrafo, a França é um espaço que valoriza “a complexidade do pensamento e a abertura para um diálogo honesto e vigoroso”. “Estamos em um teatro de enorme relevância, com a possibilidade de dar voz e refletir sobre este modo de pensar um Brasil atualizado, questionado e aberto a transformações”, afirmou Ahmed à RFI, em Paris, durante o ensaio no Théâtre de la Ville, antes das apresentações que aconteceram entre os dias 23 e 27 de setembro.  Foi a primeira vez em três décadas que a prestigiada casa parisiense, considerada a meca da dança contemporânea, incluiu uma companhia brasileira em sua programação principal. “Estarmos aqui, a convite do Théâtre de la Ville, para compartilhar modos de pensamento próprios do Brasil, representa um espaço de diálogo e de troca de saberes extremamente potente”, acrescentou o diretor. Intensidade e vigor Fôlego e Boca Abissal se destacam pela força musical e pela expressividade coreográfica. Com trilha hipnótica de The Field, projeto do produtor sueco Axel Willner, Fôlego reúne 16 bailarinos em cena. “Começamos em 2022, ainda sob o impacto da pandemia, diante da cratera que ela deixou no mundo. Naquele momento, me senti desafiada a pensar a dança na urgência do encontro”, recorda Sahyoun. “Quis criar estruturas cênicas que, mais do que simbólicas, aproximassem os intérpretes pela própria composição. Fôlego fala de apoio, de um estar junto não romantizado, mas nascido da resistência — e talvez mais ainda da insistência. Uma das questões que coloco é: como encontramos nossa força a partir do outro?”, explica. Atuando entre Brasil e Europa, a coreógrafa também compartilhou suas expectativas para a temporada francesa: “Espero que possamos ativar as presenças em tempo real, deixar os celulares de lado e nos encontrar — público e cena. Desejo um campo de acontecimento, um encontro em que a própria obra seja praticada no instante da apresentação.” A turnê integra a programação oficial da Temporada do Brasil na França. Depois de Paris e Arcachon, em setembro, o balé segue para Clermont-Ferrand (2 e 3 de outubro), Annemasse (8 e 9 de outubro) e Lyon, onde se apresenta na Maison de la Danse, de 14 a 18 de outubro.

Saúde
Queda de vacinação eleva casos de sarampo na França e nos EUA, onde governo adota discurso ‘antivax'

Saúde

Play Episode Listen Later Sep 30, 2025 6:17


A diminuição da taxa de vacinação do sarampo, uma doença comum na infância, gerou um aumento no número de infecções nos últimos anos em vários países desenvolvidos. Este é o caso dos Estados Unidos, onde o presidente Donald Trump e o secretário da Saúde, Robert F. Kennedy Jr., não escondem seu ceticismo em relação às vacinas. O sarampo já causou três mortes nos EUA em 2025, uma situação inédita em mais de 30 anos.  Taíssa Stivanin, da RFI em Paris Recentemente, o novo comitê Consultivo sobre Práticas de Vacinação (ACIP) dos EUA decidiu deixar de recomendar a vacina contra o sarampo para crianças menores de quatro anos. Uma pesquisa feita com mais de 2500 pais e divulgada em setembro pelo jornal Washington Post e pela ONG KFF, uma organização independente, mostrou que uma em cada seis pessoas evita ou adia as vacinações infantis recomendadas nos Estados Unidos.  A desconfiança em relação às vacinas, incluindo a do sarampo, cresceu nos Estados Unidos desde a pandemia de Covid-19 em 2020, e atinge também a França. Em 2025, já foram registradas duas mortes e mais de 820 casos em várias regiões do país, segundo a Santé Publique France, agência de saúde pública francesa.   As hospitalizações e casos graves de sarampo atingiram principalmente bebês e crianças pequenas, mas também jovens adultos – a maioria não estava vacinada. A infecção provoca febre, problemas respiratórios e erupções cutâneas. Ondas epidêmicas Como explicar o retorno de uma doença que pode ser evitada, ainda mais em países desenvolvidos?   Segundo o infectologista francês Olivier Épaulard, que atua no hospital universitário de Grenoble, no sudeste da França, as ondas epidêmicas de sarampo já vêm ocorrendo na Europa há alguns anos. O especialista lembra que, em 2010, por falta de vacinação, houve uma explosão no número de contaminações e dezenas de milhares de casos foram registrados na França. A vacinação contra o sarampo teria evitado 25 milhões de mortes durante esse pico epidêmico. E morrer da doença, “infelizmente não é raro”, acrescenta o infectologista. Na França, sem o imunizante, a estimativa é que a doença causaria a morte de 330 pessoas. “É uma patologia que tem formas graves, como as pulmonares e as que atingem o cérebro. A vacina é, desta forma, essencial para preveni-las”, completa Olivier Epaulard.  “O sarampo é muito contagioso e uma pessoa pode contaminar outras 18. Então, basta uma de cada 18 pessoas não estar vacinada para que o vírus continue a se propagar. Quando aconteceu essa onda de contaminações, percebemos que pelo menos 10% da população, talvez mais, não estava protegida contra a doença”, diz.  Diante da alta do número de casos, as autoridades sanitárias francesas tornaram a vacina do sarampo e de outras dez doenças obrigatórias para todos os recém-nascidos, em 2018. Mas, como essa obrigação é recente e parte da população não está imunizada, o vírus circula com mais facilidade em diferentes faixas etárias.  “Para interromper a circulação do vírus, é essencial vacinar todas as crianças nos primeiros anos de vida. E isso é o que começamos a fazer, em vários países, não apenas na França. Quando as crianças de hoje chegarem à idade adulta, o risco de propagação do sarampo vai diminuir", explica. "Mas isso não acontecerá imediatamente, porque as crianças que já foram submetidas à vacinação obrigatória hoje estão com sete ou oito anos. Então, o vírus provavelmente ainda vai continuar circulando em diferentes países europeus por bastante tempo.”  Estudo fake influenciou populações de alguns países O infectologista francês lamenta as falsas ideias disseminadas ao longo do tempo sobre as vacinas em geral, que atualmente são reforçadas pela retórica antivax de Trump. “A vacina do sarampo funciona muito bem e tem uma proteção de 95% após duas doses. Formas graves do sarampo não são raras e a doença foi uma causa importante de mortalidade infantil antes do início da imunização”, explica.  O risco de efeitos colaterais graves após tomar a vacina é muito baixo, lembra Olivier Épaulard, mas algumas fake news geraram desconfiança na população e ainda atrapalham a implementação de políticas vacinais eficazes. Um falso estudo assinado pelo pesquisador britânico Andrew Wakefield, em 1998, que relacionava a vacina contra o sarampo ao autismo contribuiu para esse cenário, explica.  Apesar dos resultados dessa pesquisa terem sido desmentidos por vários cientistas, ela marcou o imaginário de parte da população francesa e dos países anglo-saxões, que se tornaram reticentes em relação aos efeitos colaterais do imunizante e preferiram correr os riscos inerentes à doença, que podem ser graves. “O sarampo é perigoso para todo mundo. Para as crianças, para os adultos que não foram contaminados quando eram crianças, e para os imunossuprimidos, pessoas com a imunidade baixa e cujo sistema de defesa do organismo não funciona tão bem.”  O infectologista francês lembra que apesar de ser segura, a vacina não é recomendada para pacientes com câncer, que têm doenças crônicas ou que utilizam remédios que diminuem a imunidade e não podem ser vacinados. O imunizante utiliza um vírus vivo atenuado que pode desencadear uma resposta bem mais agressiva do que a que normalmente ocorre em indivíduos saudáveis - o que acaba sendo um motivo a mais para o resto da população se vacinar.   “No caso de muitas vacinas, a gente se imuniza por dois motivos: para evitar uma infecção e pelos outros, os mais frágeis, que não podem ser vacinados. Se não nos contaminamos, não vamos contaminar ninguém em volta também.” 

Volta ao mundo em 180 segundos
19/09: Trump comemora suspensão de Jimmy Kimmel | Migrantes africanos processam Gana | Protestos tomam a França. E Síria negocia acordo com Israel

Volta ao mundo em 180 segundos

Play Episode Listen Later Sep 19, 2025 6:50


Donald Trump comemora a suspensão do programa Jimmy Kimmel Live!, pede que outros apresentadores de TV também sejam demitidos e ainda afirma que canais com apresentadores de programas noturnos que falam de forma muito negativa sobre ele deveriam ter as licenças de transmissão revogadas. Tem também:- Pela sexta vez, desde o início da guerra, Washington usa o poder de veto para proteger os interesses israelenses e impede aprovação de texto na ONU que pedia um cessar-fogo imediato e incondicional- 11 migrantes africanos deportados pelos Estados Unidos entraram com ações judiciais contra o governo de Gana, dizendo que estão sendo detidos ilegalmente no país, mantidos em um local secreto e sem acesso a advogados- Na França, milhares de pessoas foram às ruas em protesto contra os cortes orçamentários anunciados pelo governo- Presidente da Síria afirma que negocia um acordo comIsrael para reduzir as tensões na fronteira Ouça Juliane Gamboa no Spotify Vote no Mundo em 180 Segundos clicando aqui Notícias em tempo real nas redes sociais Instagram @mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 SegundosFale conosco através do redacao@mundo180segundos.com.br

Reportagem
Exposição na França revela dinamismo e resistência da cultura das periferias do Rio e de Paris

Reportagem

Play Episode Listen Later Sep 16, 2025 9:31


Os versos “Pode crê! Mas só pra te lembrar: Periferia é periferia em qualquer lugar”, da música Periferia Brasília, do rapper GOG, abrem a exposição Les Lucioles (“Os vaga-lumes”, em português): arte, cultura e esperança nas periferias urbanas do Rio de Janeiro e de Paris. A mostra, resultado de uma pesquisa acadêmica conjunta entre França e Brasil, está em cartaz na Maison de Sciences de l'Homme, em Saint-Denis, na periferia norte de Paris. A exposição revela a prática e a produção de coletivos culturais das periferias do norte e oeste do Rio de Janeiro e de Paris, especialmente de Saint-Denis e Stains. Ela é fruto de uma pesquisa codirigida pelas professoras Silvia Capanema, da Universidade Sorbonne Paris Nord, e Adriana Facina, do Museu Nacional da UFRJ. Durante mais de dois anos, os pesquisadores observaram as formas de criação e resistência de 30 coletivos periféricos cariocas e parisienses. Com fotos, textos e vídeos acessíveis por QR Codes, a exposição destaca a produção de 14 desses grupos — metade brasileiros, metade franceses — evidenciando o caráter comparativo e dialógico da pesquisa.   “Uma teoria pensada no Brasil pode ajudar a refletir sobre as periferias francesas hoje (e vice-versa). Então, mostramos essa transferência de experiências práticas e de formas de pensar as periferias”, explica Silvia Capanema. O estudo revelou uma dinâmica intensa e uma diversidade cultural “impressionante” nas periferias, que vai muito além do hip hop. “Quando se pensa em periferia, muitas vezes se associa apenas ao movimento hip hop. Mas há muito mais: samba, coletivos de artistas, música clássica, teatro, choro... A cultura popular é muito rica”, afirma a professora da Sorbonne Paris Nord. Outro ponto relevante observado foi a presença do “Sul global no Norte global”, especialmente na Europa. “Vimos isso na França, nas periferias, com forte presença de imigrantes e do Caribe francês. O Carnaval chega à França por meio do Caribe francês e das periferias”, destaca Silvia Capanema. Carnaval como metáfora O Carnaval, representado na exposição por três coletivos — os brasileiros Loucura Suburbana e Barracão da Mangueira, e o francês Action Créole — aparece como uma metáfora poderosa dessa dinâmica. A antropóloga Patricia Birman, da UERJ, participou da jornada de estudos que inaugurou a exposição em 12 de setembro, falando sobre o Carnaval no Brasil e na França. Segundo ela, “o que une é a festa. Qualquer festa pode ter um sentido carnavalesco. E a música — a potência da música nos grupos é essencial”. Adriana Facina, que estuda há anos o coletivo Loucura Suburbana, destaca que os coletivos não fazem apenas cultura: “Para eles, cultura é trabalho”. Um bom exemplo é o Carnaval carioca. Sthefanye Paz, que defendeu uma tese de doutorado sobre a Mangueira, lembra que a importância do Carnaval para a comunidade vai muito além dos quatro dias de festa. “O Carnaval funciona com uma base de trabalho de cerca de dez meses por ano, não é só aquela única semana. São muitas pessoas envolvidas, correndo atrás dos seus sonhos para que o Carnaval aconteça nas ruas. Minha pesquisa faz essa relação entre a festa e o trabalho das pessoas que a constroem”, relata a pesquisadora, que também participa da cadeia produtiva da escola de samba desenvolvendo enredos.   Formas contemporâneas de movimentos sociais A precariedade de sobrevivência e a luta por reconhecimento e estabilidade são semelhanças estruturais entre as periferias dos dois países. Os coletivos culturais têm papel central na vida das comunidades e atuam como formas contemporâneas de movimentos sociais. Adriana Facina explica que o nome da exposição se inspira no conceito de “vaga-lumes” do filósofo francês Georges Didi-Huberman, que reflete sobre o papel dessas “luzes frágeis e intermitentes, que apontam caminhos alternativos em períodos muito sombrios”, como o fascismo. “Para nós, hoje, os movimentos culturais das periferias urbanas — especialmente em Paris e no Rio de Janeiro — são esses vaga-lumes. Eles enfrentam o racismo, a xenofobia, a extrema direita e o capitalismo em sua fase mais selvagem, marcada pela precarização e pela perda de direitos”, detalha a pesquisadora do Museu Nacional. “O que esses coletivos propõem em seus territórios aponta caminhos para transformar o mundo em outra direção”, completa. Orgulho suburbano A cultura periférica vem ganhando espaço e se tornando o centro da inovação cultural. Sandra Sá Carneiro, da UERJ, que estuda o coletivo 100% Suburbano, destaca a valorização atual da cultura suburbana. “Esses coletivos atuam justamente valorizando essa identidade e a cultura suburbana. Há várias manifestações culturais. O grupo que estudo trabalha com o choro, como forma de resgatar a identidade e a sociabilidade carioca. Outros coletivos atuam com cinema, teatro, Carnaval, samba... É uma grande aposta em repensar essas regiões, marcadas por forte territorialização e desigualdade social”, afirma Sandra Sá Carneiro. Lição brasileira de democracia A exposição Les Lucioles foi inaugurada no dia seguinte à condenação do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro pela trama golpista. A coincidência foi considerada simbólica pelas codiretoras da pesquisa. Segundo Silvia Capanema, que além de professora é deputada regional de Saint-Denis, “a França está interessada em entender que lição de democracia o Brasil está dando. Esses coletivos culturais também são frutos de processos democráticos. Sem democracia, não há cultura, não há diversidade. Eles também defendem a democracia, pois são fortemente contrários ao fascismo”. Adriana Facina retoma uma ideia do filósofo Paulo Arantes e fala da “brasilianização” do mundo, como a ampliação da precarização do trabalho. “Mas também há uma ‘brasilianização' positiva, que é a potência das periferias.” Para ela, com a condenação de Bolsonaro, surge uma terceira comparação: “Hoje, podemos falar de uma ‘brasilianização' do mundo no sentido de uma defesa radical da democracia. O Brasil está dando uma lição ao mundo. Espero que isso inspire outras democracias, às vezes consideradas mais fortes que a nossa”, diz.   Democratização da ciência Em vez de encerrar a pesquisa com os tradicionais artigos e livros acadêmicos, as organizadoras optaram por uma exposição para ampliar o alcance e democratizar a ciência. “Sabemos que livros e artigos são muito importantes, mas não atingem um público amplo, especialmente o não especializado. Nossa ideia foi fazer da exposição um resultado acessível da pesquisa, voltado ao maior número de pessoas possível — sobretudo aos próprios participantes da pesquisa: os coletivos culturais que abriram suas portas, responderam às nossas perguntas e atuaram como cocuradores, enviando fotos e participando ativamente do processo”, compartilha Adriana Facina. A exposição Les Lucioles: arte, cultura e esperança nas periferias urbanas do Rio e de Paris fica em cartaz na Maison de Sciences de l'Homme, em Saint-Denis, periferia norte de Paris, até 30 de janeiro de 2026.

Macro Review
#178 | Na França, gastos deixam governo Macron em apuros

Macro Review

Play Episode Listen Later Sep 15, 2025 17:56


Ouça nesta edição do Macro Review, o podcast da equipe econômica do C6 Bank: A França tem um novo primeiro-ministro – o quinto em apenas dois anos.  Agora, o novo premiê indicado por Emmanuel Macron assume a difícil missão de aprovar um orçamento sustentável para 2026, em meio a uma enorme dívida pública, um parlamento dividido e uma onda de protestos pelo país.  O desafio francês, porém, não é isolado. Reino Unido, Estados Unidos e outros países desenvolvidos também enfrentam dificuldades para conter déficits elevados, reflexo de gastos que se acumulam desde a pandemia de covid-19.  Quais são as consequências de carregar uma dívida tão pesada? Entenda também:  - Inflação nos EUA em alta, com corte de juros à vista;  - IPCA tem ligeira melhora e possibilidade de corte de juros surge. No minuto 08:14, Marina Valentini, estrategista de mercados globais do J.P. Morgan Asset Management, analisa como o possível corte dos juros americanos pode influenciar os ativos financeiros daqui para a frente.

Reportagem
Lavagem da Madeleine celebra o Ano do Brasil na França embalada pelo Olodum e por multidão em Paris

Reportagem

Play Episode Listen Later Sep 14, 2025 6:00


As ruas de Paris ganharam um colorido baiano neste domingo (14) com a Lavagem da Igreja da Madeleine, que acontece anualmente desde 2002 na capital francesa e já faz parte do calendário oficial da prefeitura parisiense. O evento tem raízes na tradicional lavagem das escadarias da Igreja do Senhor do Bonfim, em Salvador. Renan Tolentino, da RFI, em Paris Esta 24⁠ª edição também faz parte da programação do Ano do Brasil na França, que tem o objetivo de fortalecer os laços históricos e culturais entre os dois países, em comemoração aos 200 anos de suas relações diplomáticas. “Para mim, é uma alegria passar a mensagem dessa história da Lavagem para a França e para o mundo afora (...) Essa edição é especial por conta do Ano do Brasil na França. Isso fortalece a difusão, também temos mais apoio. A Lavagem também faz parte do patrimônio cultural imaterial da França, isso é bom para proteger e perenizar o evento, que vai ficar no calendário. Essa relação França-Brasil vai continuar por uma longa data”, diz Robertinho Chaves, idealizador da Lavagem da Madeleine. “Quando começamos lá atrás, há mais de 20 anos, não imaginava que seria tão apoteótico do jeito que é hoje. Fico feliz que tenha dado certo”, comemora Robertinho. A modelo e apresentadora carioca Cristina Córdula, personalidade conhecida do público francês e que vive em Paris, é madrinha do evento e também celebra esse reconhecimento. “Sou madrinha do evento há muitos anos. Para mim é uma honra. É um movimento muito bonito, na paz, sem briga, todo mundo junto para dançar e passar um momento legal, com essa bênção final na igreja. E este ano, a Lavagem da Madeleine tem muita força por ser o Ano do Brasil na França”, pontua Cristina. Olodum aquece o público debaixo de chuva Entre diversas atrações, a programação deste ano trouxe, pela primeira vez, o grupo baiano de percussão Olodum, que animou o público ao lado de Armandinho em cima do tradicional trio-elétrico. “Primeira vez que o Olodum vem, sempre tive esse sonho de trazê-los e agora foi realizado. Por ser um grupo tão grande, também fortalece a divulgação e o interesse das pessoas no evento”, destaca o organizador Robertinho.  “É muito bom trazer a cultura da Bahia e de Salvador para Paris, com muita energia, muita elegância, com esse samba-reggae, que é uma música do mundo. Impressionante o número de pessoas que estão aqui. É muito gratificante para nós do Olodum viver essa atmosfera brasileira em Paris”, conta Thiago Silva, percussionista do grupo. Leia tambémJau celebra retorno a Paris na Lavagem da Madeleine ao lado do Olodum Nem a chuva foi capaz de esfriar a disposição das milhares de pessoas nas ruas, entre brasileiros e franceses. Para a baiana Carla Rodrigues, acompanhar a apresentação do Olodum em Paris fez reviver memórias afetivas. “Estou muito feliz que o Olodum está aqui hoje. Me toca muito, porque a última vez que estive no show deles foi em Salvador, junto com a minha avó, que Deus a tenha. Foi um momento muito importante para mim que não vou esquecer nunca. É uma forma também de estar perto do Brasil. Acredito que todo mundo aqui hoje está com a mesma sensação, de estar em casa, de acolhimento”, conta Carla. Já a pernambucana Deusamir, que vive em Paris há 17 anos, viveu uma experiência inédita, tanto na apresentação do grupo quanto na Lavagem da Madeleine. “É a primeira vez que venho ao evento e é a primeira vez que vou ao show do Olodum. No Brasil nunca tive oportunidade. Que maravilha, estou muito contente. A gente está aqui para dançar, sorrir e mostrar para esse povo que o Brasil está na moda”, celebrou. Entre o público presente, cada participante vivencia de uma forma particular este evento multicultural. Cátia, por exemplo, aproveitou para comemorar seu aniversário. “Estou fazendo 50 anos hoje e vim festejar aqui, com o Olodum, na Lavagem da Madeleine”, contou a brasileira Cátia. Aos 74 anos, Nilza dos Santos conta que acompanha a Lavagem da Madeleine há quase 17. Quase todos os anos ela viaja de Salvador para Paris para participar do cortejo, junto com a filha, Viviane, que mora na Holanda. “Minha filha mora aqui na Europa há 30 anos e foi ela quem me falou desse evento. Como eu faço parte de outros movimentos culturais em Salvador, achei interessante. Aí, me encantei pela Lavagem da Madeleine. Acompanho já há 17 anos e quase todos os anos estou aqui. A integração e o encontro de pessoas é sempre bom. Isso faz bem tanto para Paris, como para Salvador e a Bahia”, diz dona Nilza. “Me senti como se eu estivesse participando de um evento na Bahia, de onde eu venho. É uma coisa muito impressionante fechar as ruas de Paris para que o cortejo brasileiro possa passar”, conta Viviane dos Santos. Manifestações políticas Além de festejar muito, parte do público aproveitou o evento também para se manifestar politicamente. Ao longo do cortejo, um grupo apartidário ostentava cartazes com a frase "Sem Anistia", em referência ao julgamento dos suspeitos de envolvimento na tentativa de golpe de Estado no Brasil, no ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos de prisão. “Somos um grupo apartidário, onde todos são bem-vindos, basta ser antifascista. Temos que entender que tudo é político, então, devemos aproveitar todos os espaços para nos manifestar. E a Lavagem tem uma visibilidade muito grande, até internacional”, explica Marcia Camargos, coordenadora do grupo Sem Anistia. “Neste momento, temos que unir todas as forças, as forças progressistas, de esquerda em defesa do Estado Democrático de Direito”, opina. Após duas horas de cortejo e muita música, a euforia dá lugar à reflexão e ao sincretismo religioso com o início da lavagem das escadarias da Madeleine, comandada pelo babalorixá Pai Pote ao lado do pároco da igreja, o monsenhor Patrick Chauvet. “Estamos aqui representando o povo negro, brasileiro, celebrando nossa resistência, nossa negritude, mas também estamos celebrando a paz, o amor e a alegria no mundo. Muito axé para todos”, disse Pai Pote. No Ano do Brasil na França, a Lavagem da Madeleine mostra que a diplomacia e a boa relação entre dois países se constrói também nas ruas, através de uma rica mistura cultural.

Cultura
Brasileira Lygia Pape ganha 1ª exposição individual na França com obras emblemáticas do neoconcretismo

Cultura

Play Episode Listen Later Sep 12, 2025 6:31


De 10 de setembro de 2025 a 26 de janeiro de 2026, a Bourse de Commerce, sede da prestigiosa coleção Pinault em Paris, apresenta a primeira exposição individual de Lygia Pape (1927–2004) em solo francês. Intitulada Lygia Pape, Tecer o Espaço (Tisser L'Espace, no original), a mostra é um tributo à artista que, ao lado de Lygia Clark e Hélio Oiticica, redefiniu os rumos da arte brasileira no século 20. A exposição é realizada no contexto da Temporada Cultural Cruzada Brasil-França 2025 e marca um momento decisivo na recepção internacional da obra de Pape, uma das signatárias do Manifesto Neoconcreto, de 1959 no Brasil. Junto com Lygia Clark e Hélio Oiticica, ela pertenceu ao Grupo Frente, bastião do concretismo no Rio de Janeiro. Em 1957, acabou de aproximando do neoconcretismo, criando trabalhos icônicos que reformularam preceitos e horizontes das artes visuais brasileiras, influenciando gerações de criadores. Com curadoria de Emma Lavigne — diretora e conservadora geral da coleção Pinault — em colaboração com Alexandra Bordes e o Projeto Lygia Pape, a mostra articula obras fundamentais da artista, desde suas gravuras abstratas iniciais até instalações luminosas e filmes experimentais. No coração da exposição está Ttéia 1, C (2003/2025), uma instalação feita com fios de cobre tensionados no espaço, que mergulha o visitante numa experiência sensorial profunda. “Nosso corpo está ativo, nosso olhar desempenha um papel quase cinético”, observa Emma Lavigne. A obra se transforma conforme a luz e o movimento do visitante, encarnando o conceito de “tecer o espaço” que dá título à mostra. Para Lavigne, essa peça emblemática “explode completamente a ideia do cubo, da geometria, e redefine a relação entre obra e público”. "Essa exposição está sendo, para mim, uma coroação de sua obra", disse à RFI na abertura da mostra em Paris a filha da artista, Paula Pape, que administra seu legado. "Desde que a minha mãe faleceu, ela me deu uma missão: resguardar sua obra e divulgá-la através do Projeto Lygia Pape", conta. "A Lygia gostava muito da França, gostava muito dos franceses. Então eu acho que faltava uma exposição desse nível em Paris. Acho que quem não conhecia tanto o trabalho da Lygia está tendo agora a oportunidade de conhecer", sublinhou. Além de Ttéia, a exposição apresenta o majestoso Livro da Noite e do Dia III (1963–1976), composto por 365 pequenos quadros que evocam o tempo e sua passagem, e a performance coletiva O Divisor, em que os corpos dos participantes ativam o espaço, tornando-o sensível e vivo. “Queríamos ativar essa dimensão performativa e meditativa da obra de Lygia”, explica Lavigne, destacando o engajamento da artista com "o espaço público" e a transformação social. A mostra na sede da coleção Pinault também apresenta filmes experimentais raramente exibidos, que revelam o olhar de Pape sobre o tempo, o ritmo e a abstração. Imersos no contexto político do Brasil, esses filmes reforçam sua busca por uma arte que ultrapassa o objeto e se inscreve na experiência. Leia tambémGuggenheim de Bilbao celebra centenário de Lygia Clark com mostra de pinturas experimentais Nascida em Nova Friburgo e morta no Rio de Janeiro, Lygia Pape foi uma figura central da vanguarda brasileira. Sua obra, impregnada pelo contexto político do Brasil, rompe com a ideia da arte como objeto acabado. “Ela reinventou completamente a relação entre o artista, sua autoridade e o espectador”, afirma Lavigne. A curadora lembra que Pape desejava que seu nome quase desaparecesse, para que a experiência artística fosse apropriada pelo público, e cita uma frase atribuída a Pape, gravada na entrada da mostra em Paris: “Como vocês veem, tudo está ligado. A obra de arte não existe como objeto finalizado, mas como algo sempre presente, permanente dentro dos indivíduos”, dizia a artista. A coleção Pinault, que abriga essa exposição na capital francesa, é uma das mais influentes coleções privadas de arte contemporânea da Europa. Fundada pelo empresário François Pinault, ela reúne obras de artistas consagrados e emergentes, e tem se destacado por sua programação ousada e internacional. A escolha de Lygia Pape para uma mostra individual na Bourse de Commerce é um reconhecimento de seu lugar incontornável na história da arte global. Com Tecer o Espaço, Lygia Pape ganha finalmente o espaço que lhe é devido na cena artística francesa — não como uma artista exótica ou periférica, mas como "uma pensadora radical da forma, do tempo e da experiência estética", diz a comissária francesa. “Ela tem uma prática tão rica, tão complexa, que ultrapassa a questão do objeto de arte em sua finitude”, conclui Emma Lavigne.

JR 15 Minutos com Celso Freitas
Crise na França: queda de primeiro-ministro intensifica instabilidade

JR 15 Minutos com Celso Freitas

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 14:54


A renúncia do primeiro-ministro François Bayrou, após perder o voto de confiança na Assembleia Nacional, mergulha a França em um novo impasse político. A situação coloca o presidente Emmanuel Macron diante de um desafio delicado e pode repercutir também no equilíbrio da União Europeia. No JR 15 Minutos, a análise é de Carolina Pavese, doutora em Relações Internacionais pela London School of Economics e professora da FIA Business School e do Instituto Mauá de Tecnologia.

Economia
França: volta de Imposto sobre a Fortuna não causaria debandada de ricos, indica estudo

Economia

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 6:00


A crise política na França, que levou à queda do governo de François Bayrou, nesta segunda-feira (8), abriu um período de incertezas na segunda maior economia da União Europeia. O novo chefe de Governo, Sébastien Lecornu, terá o desafio de enfrentar o rombo do déficit público, que chega a 5,5% do PIB, e uma dívida no patamar de € 3,3 bilhões. A volta do Imposto sobre a Fortuna, abolido pelo presidente Emmanuel Macron, está sobre a mesa como uma das alternativas para preencher os caixas do Estado. O estopim da crise foi a proposta de Orçamento do primeiro-ministro para 2026, prevendo economias de € 44 bilhões. Um dos focos da insatisfação da oposição de esquerda é que o projeto não aumentava a participação dos ricos no esforço fiscal para o país reequilibrar as contas.  O Partido Socialista defende a adoção da "taxa Zucman", de autoria do economista Gabriel Zucman, que baseou as negociações sobre a taxação dos ultra-ricos no âmbito do G20 no Brasil, em 2024.Na França, o economista propõe taxar em 2% os patrimônios superiores a € 100 milhões – medida que atingiria 180 mil contribuintes e teria o potencial de arrecadar até € 20 bilhões no país, segundo o próprio Zucman.  Já a direita teme que a alta das taxas leve a uma debandada das grandes fortunas, afetando, justamente, a arrecadação. A receita dos conservadores passa por mais austeridade, privatizações e cortes no funcionalismo. O Tribunal de Contas francês, por sua vez, defende um equilíbrio entre as duas vias: redução de gastos e otimização fiscal, com o fim de algumas taxas e o aumento de outras. Um relatório do Conselho de Análise Econômica, instituição independente de pesquisas que orienta o gabinete do primeiro-ministro francês, esclarece alguns clichês sobre o tema. Conforme o estudo, apenas dois em cada 1.000 ricos deixam a França por ano devido à alta carga tributária. Nicolas Grimprel, economista da entidade, explicou à RFI que o impacto da alta dos impostos varia conforme a origem da riqueza. “Tem diversos tipos de ‘alta renda': a que vem majoritariamente do capital, em especial capital imobiliário ou financeiro, e tem a alta renda de outras fontes, como a renda do trabalho. A sensibilidade aos impostos nessas pessoas pode ser diferente”, disse. Fraca mobilidade dos ricos O principal alvo do Imposto sobre Fortuna seria a renda do capital – e estes ricos se movem pouco, aponta o relatório, tanto na comparação com a população em geral, quanto em relação aos ricos cuja renda é do trabalho. “As pessoas com patrimônio elevado tendem a ter mais idade, o que ajuda a explicar a fraca mobilidade delas, mas também o tipo de patrimônio em si, que pode ter um laço direto com o lugar onde elas moram. Não é tão fácil se mudar para o exterior quando você tem renda do capital na França, ou imóveis, ou empresas”, salientou Grimprel. O Conselho de Análise Econômica verificou se os choques fiscais dos últimos 15 anos puderam acelerar esse movimento. A reforma fiscal de 2012 e 2013 subiu a carga tributária dos ricos, mas a de 2017 não apenas rebaixou as taxas, como substituiu o Imposto sobre a Fortuna por um focado apenas no patrimônio imobiliário. Nível de impostos afasta ou atrai, mas em baixas quantidades A conclusão é que os ricos são, sim, sensíveis às mudanças fiscais. Entretanto, como representam um número limitado de contribuintes, o aumento do chamado exílio fiscal foi marginal. “Nós concluímos que, a longo prazo, o aumento de 1% do imposto de renda levaria a um exílio fiscal de entre 0,02 e 0,23% da população atingida por essa alta, ou seja, o 1% de franceses com alta renda, principalmente oriunda do capital. No pior dos casos, portanto, seriam 900 contribuintes, de um total de 400 mil”, detalhou. “A ordem de grandezas é bem baixa.” Depois de 2017, houve um movimento de retorno de afortunados ao país, constatou Grimprel. “Mas, mais uma vez, isso representa, em valores absolutos, algumas centenas de famílias. Continua sendo pouca gente, afinal este fluxo é naturalmente baixo, nesta população”, frisou.   Em um contexto de dívida pública alta e crescimento econômico estagnado, estimado em 0,7% em 2025, o economista Antonin Bergeaud, especialista em inovação e professor da respeitada HEC (Escola de Altos Estudos de Comércio), avalia que a França dificilmente poderá escapar de novos aumentos de impostos, se quiser evitar uma piora ainda maior da atual conjuntura.   “Quando temos uma produtividade estagnada e queremos ganhar margem no orçamento, não temos 50 soluções diferentes: precisamos ou aumentar o tempo de trabalho – o que foi tentado, mas tem um custo político muito grande –, ou diminuir a sangria, subindo os impostos. O objetivo é encontrar soluções de financiamento que sejam justas em relação ao aumento do tamanho da nossa economia”, explicou.  “Agora, chegamos um pouco ao fim do túnel e estamos limitados. Estamos vendo que não será mais possível continuar investindo como antes”, advertiu. Em julho, o Senado francês, dominado pela direita centrista, rejeitou um projeto de criação da taxa Zucman no país, apresentado pelos ecologistas. Nas últimas semanas, o imposto voltou ao debate político ao ser incluído na contraproposta de Orçamento do Partido Socialista, em meio às negociações para evitar a queda do governo do primeiro-ministro François Bayrou.    Leia tambémParlamento francês derruba 4° governo em dois anos e Macron terá que nomear novo primeiro-ministro

Morning Call BTG Pactual digital
Derrota política na França e revisão de payroll- Morning Call - Jerson Zanlorenzi e Lucas Costa, CMT - 09/09/2025

Morning Call BTG Pactual digital

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 15:33


O melhor ativo é sempre a boa informação!Quer receber as informações do Morning Call diretamente no seu e-mail? Acesse: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠://l.btgpactual.com/morning_call_spotify⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

SOMMA Insight
O cenário de turbulência política continua na França. Hoje, os mercados aguardam a revisão do Payroll.

SOMMA Insight

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 6:42


O cenário de turbulência política continua na França. Hoje, os mercados aguardam a revisão do Payroll.

Morning Call BTG Pactual digital
Renúncia no Japão e voto de confiança na França- Morning Call - Jerson Zanlorenzi e Larissa Quaresma - 08/09/2025

Morning Call BTG Pactual digital

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 14:41


O melhor ativo é sempre a boa informação!Quer receber as informações do Morning Call diretamente no seu e-mail? Acesse: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠://l.btgpactual.com/morning_call_spotify⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

Um pulo em Paris
Voto decisivo no Parlamento: desgaste da confiança na política na França desafia governo

Um pulo em Paris

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 11:19


A França vive, neste momento, algo que o Brasil conhece: a falta de confiança na política. O país tem enfrentado sucessivas crises nos últimos anos, e o desgaste é visível. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris Ao pedir um voto de confiança no Parlamento na segunda-feira (8), o primeiro-ministro François Bayrou não apenas tenta garantir a governabilidade, mas também convoca a sociedade a um esforço coletivo: cortar € 44 bilhões no orçamento de 2026, num momento em que os franceses já sentem uma queda na qualidade dos serviços públicos.  A oposição já disse que não irá renovar a confiança no primeiro-ministro francês, abrindo uma nova etapa excessivamente delicada para o presidente Emmanuel Macron, que já teve seis chefes de governo em oito anos. Com essa instabilidade, somada à insatisfação que vinha desde o movimento dos "coletes amarelos", em 2018, os franceses perderam a confiança em relação à capacidade dos políticos de resolver os problemas. A cólera dos "coletes amarelos" — que surgiu em 2018 como expressão da insatisfação de muitos franceses — continua presente no imaginário coletivo. Eles denunciam uma desconexão entre o sistema político da vida cotidiana dos cidadãos.   O que só piora em um ambiente de desinformação e fake news. Recentemente, por exemplo, circularam boatos sobre um possível confisco da poupança, após a divulgação de projetos de investimento em defesa. Alguns usuários nas redes sociais chegaram a comparar ao confisco da poupança no Brasil, em 1990. As autoridades francesas desmentiram categoricamente essa possibilidade. Diante desse clima de insegurança, sem visão sobre o futuro, os franceses decidiram guardar dinheiro no banco, pararam de consumir supérfluos. Segundo balanço oficial do Banco da França, no final de junho, os franceses tinham cerca de € 5,4 bilhões em poupança e outros tipos de aplicação financeira tradicionais. Por terem medo de uma nova crise financeira, também parecem menos dispostos a colaborar para um plano de ajuste fiscal. Eles denunciam uma desconexão entre o sistema político e a vida cotidiana. Aos olhos de muitos, o Parlamento e o governo francês perderam a capacidade de representar os interesses reais da população. O discurso político parece cada vez mais distante da realidade. Um ano após a dissolução da Assembleia Nacional pelo presidente Emmanuel Macron, e a formação de sucessivos governos de coalizão que frustraram parte do eleitorado — tanto da direita, quanto a esquerda — a população demonstra crescente descrédito.  Manifestações marcadas Um dia de paralisação nacional está marcado para quarta-feira (10), e os sindicatos já convocaram outro dia de mobilização para 18 de setembro. O objetivo é expor a decepção e a contrariedade diante de uma classe política que, aos olhos de muitos, perdeu a capacidade de representar os interesses reais da população.   Segundo o Barômetro de Confiança Política, publicado em fevereiro de 2025, apenas 26% dos franceses confiam na política — um dos índices mais baixos da Europa. Atrás da Alemanha (47%) e da Itália (39%). Apenas 23% confiam no presidente da República, e 27% no primeiro-ministro. A Assembleia de Deputados tem apenas 24% de aprovação e a população tem a impressão de ser sacrificada há anos. A proposta do governo de eliminar dois feriados, a Páscoa e o 8 de maio (data que marca a vitória dos Aliados contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial), foi considerada como a "gota d'água”, depois de cortes no funcionalismo público, das reformas do seguro-desemprego e das aposentadorias. O governo também sinalizou com o aumentando da jornada de trabalho para 36 horas semanais, o que piorou o descontentamento. Ninguém parece disposto a trabalhar mais, sem ser pago, como propôs o primeiro-ministro. O endividamento francês e a credibilidade do país A meta é reduzir o déficit público para 4,6% do PIB em 2026 — uma queda em relação aos 5,4% previstos para 2025.  Reequilibrar as contas públicas é mais do que uma questão contábil: tem impacto direto na soberania nacional. O elevado nível de endividamento levanta dúvidas sobre a credibilidade da economia francesa no cenário internacional.   Atualmente, a dívida pública representa cerca de 114% do PIB, o que coloca a França como a terceira mais endividada da zona do euro, atrás apenas da Grécia e da Itália.  Quem pagará a conta? Entre as pistas apresentadas para conter o que o governo chama de "maldição do superendividamento", está o congelamento das despesas públicas por um ano. No entanto, ainda não está claro qual será a abrangência dessa medida e quais setores serão afetados.   Com a inflação estabilizada em torno de 1%, o governo apresenta o congelamento como uma forma de mobilizar todos os franceses em um esforço coletivo para reequilibrar as contas públicas.  A oposição insiste na necessidade de uma cobrança mais incisiva sobre os mais ricos. Ao apresentar as linhas de seu projeto em 15 de julho, o primeiro-ministro François Bayrou mencionou brevemente o tema, propondo uma contribuição excepcional voltada aos mais afortunados: um “imposto de solidariedade” para essa faixa da população. No entanto, nenhuma estratégia concreta foi detalhada, o que gerou críticas sobre a falta de transparência e profundidade da proposta.  Mas o equilíbrio das contas fica mais difícil quando o orçamento da Defesa precisa aumentar porque a conjuntura internacional mudou. O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou um aumento do orçamento para Defesa: serão € 3,5 bilhões adicionais em 2025 e mais e 3 bilhões em 2027, com o objetivo de atingir um total de € 64 bilhões por ano.  A medida busca fortalecer a capacidade militar da França diante de ameaças externas, incluindo a representada pela Rússia. Os europeus estão com medo com perspectiva de os Estados Unidos reduzirem a proteção que dão à Europa desde o fim da Segunda Guerra. E o conflito na Ucrânia, sem solução a curto prazo, exige investimentos do bloco. Estabilidade política Todas essas propostas têm impacto no campo financeiro, mas também na estabilidade política.  Antes de François Bayrou, em dezembro do ano passado, Michel Barnier renunciou ao cargo após a aprovação de uma moção de censura pela Assembleia Nacional. Sua proposta de orçamento havia sido rejeitada, evidenciando a fragilidade política do momento.  Agora é a vez de Bayrou tentar mostrar que tem margem de manobra. Mas o cenário é desfavorável: os principais partidos — da extrema direita à esquerda radical — já anunciaram que não pretendem apoiá-lo.  A governabilidade depende de negociações delicadas e de uma capacidade de articulação que será posta à prova nos próximos dias.   Alguns analistas chegaram a classificar a proposta como um “suicídio político” do primeiro-ministro.  Bayrou, que passou boa parte de sua carreira alertando os franceses sobre os riscos da dívida pública, completa oito meses à frente do governo apostando todas as fichas em um plano de ajuste fiscal. Mesmo que isso lhe custe o cargo, ele parece determinado a enfrentar o desafio — convencido de que o país precisa de uma virada estrutural. Parlamento dividido O primeiro-ministro francês vai à Assembleia Nacional defender sua proposta, na tentativa de convencer um Parlamento profundamente dividido.  Ao contrário do que acontece no Parlamento Europeu, onde as oposições conseguem formar consensos, o cenário francês é marcado por fragmentação e embates ideológicos.  A estratégia política tem sido marcada mais por confrontos e apego a posições individuais do que articulações entre os diferentes partidos.  É por isso que muitos analistas já preveem a queda do primeiro-ministro, caso o cenário não mude. A falta de diálogo e de apoio parlamentar pode comprometer a viabilidade do projeto — e, com ele, a permanência de Bayrou no cargo.  O mandato do presidente Emmanuel Macron termina em 2027 e ele pode convocar novas eleições. Muitas vozes nesse momento defendem a renúncia do presidente. Macron descarta deixar o cargo antes do prazo e a Constituição garante que ele permaneça até o fim de seu mandato.

Saúde
Após epidemia na Ilha da Reunião, casos de chikungunya crescem na França e preocupam autoridades

Saúde

Play Episode Listen Later Sep 2, 2025 9:22


Com a proliferação do mosquito tigre na França, os casos de chikungunya vêm crescendo rapidamente no país. Esse aumento já era esperado após meses de epidemia na Ilha da Reunião, no Oceano Índico, e com a chegada do verão na Europa em junho, que favorece a reprodução do inseto. Mas o rápido avanço da doença preocupa as autoridades francesas. Taíssa Stivanin, da RFI em Paris Em 26 de agosto, 30 focos de transmissão local de chikungunya foram identificados no sul da França, segundo a agência de saúde francesa Santé publique France. Até esta data, foram registradas 228 infecções. Segundo a infectologista Émilie Mosnier, especialista em saúde pública que atua no hospital universitário de Saint-Pierre, na ilha da Reunião, a estimativa é que cerca de 40% da população da ilha tenha sido contaminada, embora apenas 55 mil casos tenham sido confirmados. As condições climáticas, aliadas à densidade populacional e à quantidade de mosquitos, determinam a intensidade das contaminações, explicou à RFI Brasil. O aquecimento global também contribuiu para a disseminação do vetor. “O Aedes albopictus, nome científico do mosquito tigre, se espalhou graças à globalização e ao transporte de pneus usados em navios", diz a especialista. "Foi assim que as larvas se disseminaram pelo mundo. O aquecimento global favorece a reprodução do mosquito em áreas cada vez maiores, e hoje ele está presente praticamente em toda a França”, diz. Educação à prevenção O mosquito tigre chegou ao país em 2008 e se disseminou por todo o território francês. Como a circulação entre a França e os territórios ultramarinos é intensa, o surgimento de epidemias como a de chikungunya já era esperado. “É um risco cada vez maior e deve ser enfrentado coletivamente. A população precisa ser informada para evitar a reprodução do mosquito em áreas residenciais, reduzindo o risco de epidemias de chikungunya, mas também de dengue e zika”, ressalta a infectologista. Evitar recipientes com água parada, por exemplo, já é um hábito no Brasil, mas ainda não é comum na França, exemplifica. “Os brasileiros estão mais avançados. A luta contra vetores faz parte da memória do país, já que, na região amazônica, ainda há risco de malária. Existe uma consciência do risco associado ao mosquito. Além disso, o Brasil lançou campanhas educativas e publicitárias.” A infectologista, que também desenvolveu projetos na fronteira entre os dois países, destaca que a educação sobre a doença é visível nas escolas do Brasil. “As crianças brasileiras sabem o que é um mosquito e conhecem as doenças que ele pode transmitir.” A chikungunya pode causar febre alta, dores no corpo, na cabeça, atrás dos olhos, manchas vermelhas, coceira, cansaço, entre outros sintomas. A doença também pode ser assintomática. Existe também a forma crônica da chikungunya, que surge após a fase aguda da infecção e atinge cerca de 30% dos pacientes. Isso faz com que o impacto socioeconômico da chikungunya seja maior do que o da dengue, já que os sintomas persistentes muitas vezes obrigam os pacientes a se afastar do trabalho. “São sintomas que provocam dores articulares incapacitantes, que podem durar meses ou até anos.”

Um pulo em Paris
Volta às aulas na França: educação afetiva e sexual nas escolas divide pais e mobiliza professores

Um pulo em Paris

Play Episode Listen Later Aug 29, 2025 9:57


Fim de férias de verão na França. Nesta-sexta-feira (29), 850 mil professores retornaram às escolas, um número que se manteve, mesmo com uma queda de mais de 100 mil alunos devido a uma baixa demográfica. Ao todo, 12 milhões de estudantes franceses voltarão às aulas na segunda-feira (1°), com algumas novidades: entre elas a proibição do uso do celular em classe e a adoção de cursos que preparam para os desafios da vida afetiva.   Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris A primeira medida, não é totalmente nova: a “pausa digital”. Em outras palavras, a proibição do uso de telefones celulares nas escolas de ensino fundamental. Essa regra já tinha sido definida por uma lei de 2018, embora nem todas as escolas a respeitassem. A partir de segunda-feira, os alunos terão de guardar os seus celulares em armários ou nas mochilas. Cada escola terá liberdade para organizar isso e garantir o respeito a essa regra. O objetivo é combater o uso excessivo de telas. Para garantir esse tempo de desconexão, até a ferramenta virtual usada na comunicação entre pais, professores e alunos — onde são registradas as notas e as lições de casa — terá as interações interrompidas entre 20h e 7h, em dias úteis e totalmente nos fins de semana. A regra de ficar offline por um tempo serve tanto para os professores quanto para os alunos. Outra novidade nesse ano letivo é o reforço nos programas de francês e matemática, porque os franceses caíram nos rankings internacionais.  Mas o que chama a atenção em especial nessa volta às aulas é a adoção de novos programas de educação sobre a vida afetiva, relacionamentos em geral e a sexualidade. Esses cursos deverão ser incluídos no currículo em todos as escolas públicas e privadas do país, da Educação Infantil ao Ensino Médio. Valores fundamentais Os conteúdos serão adaptados conforme a idade dos estudantes. O governo francês quer transmitir valores fundamentais desde a infância, prevenir as discriminações, lutar contra a violência e o assédio.  No jardim de infância e no ensino fundamental, ou seja, dos 3 anos até os 10, 11 anos, os professores irão ensinar os alunos a reconhecer as emoções e também irão abordar questões ligadas à descoberta do corpo, como desenvolver o respeito e a empatia.  Por exemplo, não olhar para um amigo que está no banheiro, saber quando abraçar ou pegar a mão de um colega, tudo isso visando que as crianças compreendam desde cedo o sentido do consentimento. Até para que elas saibam o que fazer se um amigo divulgar uma foto íntima sem permissão, ou se alguém insistir em um contato físico.  Nessa faixa etária também já poderá ser discutida a igualdade entre meninas e meninos, mas não se aborda a sexualidade ainda.  Já entre os adolescentes de 11 a 15 anos, os professores darão informações sobre sexualidade e saúde, métodos contraceptivos, reprodução e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.  Também entram nessa conversa o combate à homofobia, a conscientização sobre estereótipos de gênero, para ajudar os alunos a desenvolverem um espírito crítico e sensibilizar os estudantes contra o preconceito. Cada turma deverá ter no mínimo três aulas de duas horas por ano sobre esses assuntos. Formação de professores A educação sobre vida emocional, relacionamentos e sexualidade já é obrigatória por lei na França desde 2001 e, por isso, muitos professores e outros profissionais do sistema educacional foram formados. Mas esses cursos não eram generalizados. Na prática, havia disparidades entre as escolas e muitas não seguiam o programa. Até agora, apenas 15% dos estudantes franceses receberam essas sessões de educação afetiva e sexual.  Para apoiar os professores nessa nova diretriz, eles têm passado por um novo treinamento desde o primeiro semestre. Tudo depende de uma boa comunicação, defende a ministra da Educação Nacional, Élisabeth Borne. Os programas são explicados em cartilhas impressas que foram enviadas aos pais e também podem ser consultados online. E mesmo os professores franceses, que geralmente são bem resistentes às propostas dos políticos, estão animados com os novos conteúdos e satisfeitos por poder tratar desses assuntos em sala de aula. Pais mais conservadores estão preocupados  Apesar do apoio institucional, os novos programas de educação afetiva e sexual nas escolas francesas têm gerado preocupação entre alguns grupos. As críticas mais contundentes vêm de setores conservadores, geralmente ultrarreligiosos em suas convicções, que defendem que esse tipo de conteúdo deveria ser transmitido exclusivamente pelas famílias, e não na escola pública. A polêmica tem sido explorada por partidos de extrema direita. Embora não represente a maioria dos pais, há um grupo, por exemplo, o 'Pais Vigilantes', ligado ao partido Reconquista, que tem se mobilizado. O líder do Reconquista, Éric Zemmour, que foi candidato à presidência em 2022, chegou a lançar um guia orientando os pais a questionar esses programas durante as reuniões escolares e a denunciar práticas que considerarem inadequadas ou invasivas. No entanto, os dados oficiais reforçam a urgência da iniciativa. Estima-se que 33% das crianças francesas tenham sido expostas à pornografia antes dos 12 anos. Além disso, entre duas e três crianças por turma são vítimas de incesto. Diante desses números alarmantes, o Estado reafirmou o papel vital das escolas na prevenção e manteve o programa do Ministério da Educação. Qualidade do ensino Para a maioria dos pais, havia outras questões prioritárias: a falta de cerca de 6 mil professores em sala de aula, o que compromete a aprendizagem dos alunos, e a falta de incentivo à carreira na educação. Os profissionais do setor não tiveram reajustes salariais em 2024 e 2025. Segundo o Departamento de Estudos Estatísticos do Ministério da Educação, em 2023, um professor em tempo integral recebeu, em média, € 3.010 líquidos — pouco mais de R$ 6.000, o que pode ser muito para um brasileiro, mas é apertado para o custo de vida na França. Outra preocupação crescente é o alto nível de endividamento do Estado. O primeiro-ministro François Bayrou propôs a redução de 3 mil postos de trabalho no setor público até 2026, como parte de um plano de contenção orçamentária. Os professores estão preocupados com a possibilidade de que a educação, que já recua no país, seja mais uma vez sacrificada.

Genial Podcast

Futuros em NY recuam após Trump ameaçar demitir Lisa Cook.

Genial Podcast

Comece seu dia com todas as informações essenciais para a abertura da bolsa com o Morning Call da Genial! O time da Genial comenta sobre as bolsas asiáticas, europeias e o futuro do mercado americano, além da expectativa para os mercados de ações, câmbio e juros. O Morning Call da Genial é transmitido, de segunda a sexta, às 8h45. Ative as notificações do programa e acompanhe ao vivo!

Filipe Villegas
#26/8 - Bolsas caem com tensão na França e no Fed

Filipe Villegas

Play Episode Listen Later Aug 26, 2025 8:07


Futuros em NY recuam após Trump ameaçar demitir Lisa Cook.

SOMMA Insight
Instabilidade política na França e ameaça de demissão de dirigente do Fed nos EUA marcam a cena internacional. No Brasil, IPCA-15 em foco.

SOMMA Insight

Play Episode Listen Later Aug 26, 2025 8:09


Instabilidade política na França e ameaça de demissão de dirigente do Fed nos EUA marcam a cena internacional. No Brasil, IPCA-15 em foco.

Esportes
Futevôlei: campeão mundial na França, Hiltinho destaca superação e dedica conquista ao filho

Esportes

Play Episode Listen Later Aug 24, 2025 5:30


O futevôlei é uma modalidade que faz sucesso no Brasil e vem ganhando cada vez mais adeptos em todo o mundo, impulsionada pelas redes sociais e pelo apoio de personalidades, como Neymar e Ronaldinho Gaúcho. Recentemente, a dupla de Alagoas, Franklin e Hiltinho, uma das mais vitoriosas da atualidade, foi campeã de um torneio internacional disputado na França, o Mondial FootVolley, já tradicional no circuito. Renan Tolentino, da RFI, em Paris A final foi contra outra dupla brasileira,Tavinho e Gui Nascimento, mostrando o domínio do país na modalidade. Para Hiltinho, o título teve um sabor de superação, que ele dedica ao filho de 8 anos. “Esse mundial representa uma grande conquista para mim, porque eu estava voltando de uma lesão no joelho, estava sem treinar direito há dois meses. Então foi uma das conquistas que me deixou mais feliz, por eu não estar 100%. Além disso, também queria ganhar, porque era aniversário do meu filho e eu não podia estar com ele. Queria muito vencer para dedicar esse título para ele”, conta Hiltinho. Evolução do esporte A competição aconteceu na cidade de Juan-Les-Pins, no sul do país, no fim de julho. Ao todo, participaram 16 equipes de diferentes nacionalidades, como Alemanha, Israel, Argentina, Suíça, Emirados Árabes Unidos, França e, claro, o Brasil. “Os europeus estão jogando muito e, a cada ano, o campeonato está evoluindo. No próximo ano, creio que vai estar ainda mais difícil de se ganhar, mas acho que o domínio ainda é dos brasileiros”, avalia o jogador. Para chegar até a decisão e conquistar o título, a dupla teve que passar por quatro etapas. Hiltinho conta que um dos momentos mais difíceis foi na semifinal, contra Israel, que terminou no terceiro lugar. “Na fase de grupos, enfrentamos duplas da Espanha e da Holanda, e nas quartas, encaramos jogadores do Paraguai. Na semi, fizemos um jogo duro contra os israelenses, que estão jogando muito. Depois do Brasil, creio que eles são os mais fortes atualmente”, explica o brasileiro. “Nós sabíamos que poderíamos ser campeões” Na final, Franklin e Hiltinho venceram os compatriotas Tavinho e Gui Nascimento por 2 sets a 0, com placares de 18 a 16 e 21 a 20. “Foi um jogo muito duro. Eles são os atuais líderes do ranking brasileiro e vêm conquistando muitos títulos esse ano no Brasil, mas a gente sabe do nosso potencial também. Nós sabíamos que poderíamos ser campeões. Jogamos com muita tática e muita inteligência. A cada ponto, montávamos uma estratégia de defesa, eu e Franklin, e nisso conseguimos neutralizar alguns ataques deles. Foi um jogo equilibrado, no qual uma dupla fazia o ponto e a outra também. Tanto o primeiro como o segundo set foram decididos no detalhe”, recorda Hiltinho. O set decisivo foi disputado até o último ponto, terminando de uma forma quase cinematográfica, com Franklin e o adversário disputando a bola na rede. Após um breve rali, os dois chegaram juntos fazendo o shark attack, um dos movimentos mais plásticos do futevôlei, no qual o atleta eleva o calcanhar acima da rede e bate na bola com a sola do pé, de cima para baixo. “É um movimento muito bonito e um dos ataques mais eficientes do futevôlei, apesar de ser difícil de executar. É como se fosse uma cortada de vôlei, só que você bate com o pé”, explica. Experiência e inúmeros títulos O título mundial na França é resultado de uma longa jornada para a dupla brasileira. Hoje com 35 anos e multicampeão, incluindo 11 mundiais, Hiltinho iniciou a carreira em 2008, nas praias de Maceió, capital de Alagoas, sua terra natal. Em um cenário diferente, o conterrâneo Franklin, de 30, começou praticando o esporte de forma recreativa, em quadras de concreto, e se profissionalizou em 2016. A parceria dos dois já dura quase 10 anos, rendendo inúmeros títulos. Juntos, eles já conquistaram mais de 30 troféus, entre torneios nacionais e internacionais. "Eu e Franklin estamos juntos desde 2017. Graças a Deus, é uma parceria de muito sucesso, não só dentro de quadra, mas também fora das quadras. É como um irmão e esse laço que a gente tem foi muito importante nas nossas conquistas. O Franklin é um dos caras mais inteligentes do futevôlei atualmente. Joga muito. Sou fã dele", destaca Hiltinho. Com todos esses títulos, a dupla já deixou sua pegada na história do futevôlei, mas está pronta para mais. Hiltinho e Franklin se preparam para disputar a sequência do campeonato brasileiro, com mais três etapas entre setembro e outubro. “Agora, a gente está focado em querer ganhar mais. Vamos treinar mais, juntos, sem lesões e, se Deus quiser, vamos acabar esse ano com mais conquistas”, projeta o atleta.

Inteligência para a sua vida
#1384: 43 GRAUS NA FRANÇA: O QUE ISSO NOS ENSINA?

Inteligência para a sua vida

Play Episode Listen Later Aug 12, 2025 11:57


As mudanças climáticas refletem as estações da vida que todos enfrentamos: períodos de calor intenso, desafios e desconfortos, mas também oportunidades para crescer e aprender.Aprenda a reconhecer o que cada estação quer lhe ensinar e descubra como passar por todas elas com fé, sabedoria e gratidão.

BBC Lê
A 'festa tupinambá' na França que convenceu rei a embarcar em conquista do Brasil

BBC Lê

Play Episode Listen Later Aug 12, 2025 12:38


Macacos, papagaios, araras e cerca de 50 indígenas participaram de encenação gigante para 'vender' ideia de implantar colônia na costa brasileira para aproveitar riquezas locais.

BBC Lê
A 'festa tupinambá' na França que convenceu rei a embarcar em conquista do Brasil

BBC Lê

Play Episode Listen Later Aug 12, 2025 12:38


Macacos, papagaios, araras e cerca de 50 indígenas participaram de encenação gigante para 'vender' ideia de implantar colônia na costa brasileira para aproveitar riquezas locais.

Brasil-Mundo
Chef mineiro abre restaurante dedicado à gastronomia brasileira e vegetariana em Nice

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Aug 9, 2025 8:00


Há cerca de quatro meses, a cidade de Nice, no sul da França, ganhou um espaço mais do que especial: um restaurante que celebra a gastronomia brasileira, do mundo e vegetariana. O Vêjé, comandado pelo chef mineiro Jefté Alves do Couto, é um projeto original, localizado no coração de umas cidades consideradas como uma das mais bonitas e turísticas da França. Daniella Franco, da RFI em Paris O Vêjé é um dos poucos restaurantes vegetarianos em Nice e, por enquanto, funciona às sextas, sábados e, ocasionalmente, aos domingos. A meta, no entanto, é ampliar os dias de atendimento. “O slogan do Vêjé é ‘cozinha vegetariana do Brasil e do mundo', embora a identidade brasileira seja bastante marcante e bem recebida pelo público francês e internacional”, afirma o chef. No cardápio criado por Jefté, há feijoada, moqueca, estrogonofe e até uma versão vegetariana do tradicional bourguignon francês, feita com seitan — conhecido popularmente como “carne vegetal”. As opções não param por aí: pão de queijo, coxinha, quibe, além de sobremesas como pudim e bolo de mandioca. Apesar da variedade do menu, a decisão de seguir a carreira de chef surgiu recentemente. Mineiro, Jefté cresceu em uma família vegetariana e nunca abandonou esse estilo de vida. “Minha mãe é minha maior referência na cozinha. Mas, no Brasil, era ela quem cozinhava, porque comecei a trabalhar muito cedo”, relembra. “Para ser sincero, só comecei a cozinhar quando cheguei aqui, sozinho. Não sabia que gostava tanto de cozinhar.” Na França, ao começar a receber amigos em casa, Jefté passou a preparar pratos típicos brasileiros. O convite de duas francesas, organizadoras de um festival de forró em Nice, para montar um estande de comida brasileira no evento, abriu portas para novas oportunidades. Até a inauguração do Vêjé, o chef percorreu um longo caminho — uma trajetória digna de filme. Câmera escondida Jefté chegou à França por acaso, aos 18 anos. Na época ele veio para Londres, onde vivia uma de suas irmãs, mas ao apresentar um documento falso às autoridades britânicas foi imediatamente detido ao desembarcar na capital inglesa. Antes de ser deportado, foi transferido algemado para Paris. Graças à boa vontade de uma policial francesa e ao apoio da legislação europeia vigente, conseguiu desembarcar com um visto de turista. O episódio ainda o surpreende. “Na hora, pensei: ‘isso só pode ser um programa de câmera escondida, não estou acreditando!'” Antes de se estabelecer em Nice, Jefté foi contratado por uma empresa da construção civil no sudeste da França. Esse trabalho, aliás, ainda é sua principal fonte de renda. Com a situação regularizada há alguns anos, ele vem investindo no plano de se dedicar integralmente à gastronomia. “Muita gente está em busca de uma alimentação saudável, vegetariana e feita com ingredientes locais”, destaca, lembrando que essa é exatamente a proposta do Vêjé. O projeto está crescendo e conquistando o público, com dezenas de avaliações positivas e nota máxima nas principais plataformas de recomendação culinária online. “Meu sonho é viver disso. Mal posso esperar para deixar a construção civil e me dedicar 100% à cozinha. O que eu quero é cozinhar!”

Brasil-Mundo
Chef mineiro abre restaurante dedicado à gastronomia brasileira e vegetariana em Nice

Brasil-Mundo

Play Episode Listen Later Aug 9, 2025 8:00


Há cerca de quatro meses, a cidade de Nice, no sul da França, ganhou um espaço mais do que especial: um restaurante que celebra a gastronomia brasileira, do mundo e vegetariana. O Vêjé, comandado pelo chef mineiro Jefté Alves do Couto, é um projeto original, localizado no coração de umas cidades consideradas como uma das mais bonitas e turísticas da França. Daniella Franco, da RFI em Paris O Vêjé é um dos poucos restaurantes vegetarianos em Nice e, por enquanto, funciona às sextas, sábados e, ocasionalmente, aos domingos. A meta, no entanto, é ampliar os dias de atendimento. “O slogan do Vêjé é ‘cozinha vegetariana do Brasil e do mundo', embora a identidade brasileira seja bastante marcante e bem recebida pelo público francês e internacional”, afirma o chef. No cardápio criado por Jefté, há feijoada, moqueca, estrogonofe e até uma versão vegetariana do tradicional bourguignon francês, feita com seitan — conhecido popularmente como “carne vegetal”. As opções não param por aí: pão de queijo, coxinha, quibe, além de sobremesas como pudim e bolo de mandioca. Apesar da variedade do menu, a decisão de seguir a carreira de chef surgiu recentemente. Mineiro, Jefté cresceu em uma família vegetariana e nunca abandonou esse estilo de vida. “Minha mãe é minha maior referência na cozinha. Mas, no Brasil, era ela quem cozinhava, porque comecei a trabalhar muito cedo”, relembra. “Para ser sincero, só comecei a cozinhar quando cheguei aqui, sozinho. Não sabia que gostava tanto de cozinhar.” Na França, ao começar a receber amigos em casa, Jefté passou a preparar pratos típicos brasileiros. O convite de duas francesas, organizadoras de um festival de forró em Nice, para montar um estande de comida brasileira no evento, abriu portas para novas oportunidades. Até a inauguração do Vêjé, o chef percorreu um longo caminho — uma trajetória digna de filme. Câmera escondida Jefté chegou à França por acaso, aos 18 anos. Na época ele veio para Londres, onde vivia uma de suas irmãs, mas ao apresentar um documento falso às autoridades britânicas foi imediatamente detido ao desembarcar na capital inglesa. Antes de ser deportado, foi transferido algemado para Paris. Graças à boa vontade de uma policial francesa e ao apoio da legislação europeia vigente, conseguiu desembarcar com um visto de turista. O episódio ainda o surpreende. “Na hora, pensei: ‘isso só pode ser um programa de câmera escondida, não estou acreditando!'” Antes de se estabelecer em Nice, Jefté foi contratado por uma empresa da construção civil no sudeste da França. Esse trabalho, aliás, ainda é sua principal fonte de renda. Com a situação regularizada há alguns anos, ele vem investindo no plano de se dedicar integralmente à gastronomia. “Muita gente está em busca de uma alimentação saudável, vegetariana e feita com ingredientes locais”, destaca, lembrando que essa é exatamente a proposta do Vêjé. O projeto está crescendo e conquistando o público, com dezenas de avaliações positivas e nota máxima nas principais plataformas de recomendação culinária online. “Meu sonho é viver disso. Mal posso esperar para deixar a construção civil e me dedicar 100% à cozinha. O que eu quero é cozinhar!”

Economia
‘Tsunami branco': Península Ibérica é porta de entrada de cocaína na Europa

Economia

Play Episode Listen Later Aug 6, 2025 5:13


Após sucessivos recordes de apreensões de drogas nos últimos anos, a Península Ibérica se consolida como uma das portas de entrada de entorpecentes na Europa. A rota, que já era conhecida das autoridades pelo tráfico de cannabis do Marrocos, transformou-se em um canal para as importações de cocaína provenientes da América do Sul. Em 2023, foram apreendidas na Espanha 142 toneladas da droga, contra 59 toneladas no ano anterior. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris Enquanto os cartéis mexicanos buscam mercado na América do Norte, os que atuam na Tríplice Fronteira, formada por Brasil, Paraguai e Argentina, focam na clientela dos países europeus, explica Olavo Hamilton, pós-doutor em Direito na Universidade de Brasília. "A localização geográfica, principalmente do nordeste do Brasil em relação à Europa, facilita essa nova rota, principalmente de cocaína, para a França, para a Europa Central e para o norte da Europa", diz. "Geralmente essa droga parte por via marítima ou aérea. A entrada na Europa é pela Península Ibérica, onde você tem grandes portos e há uma facilidade linguística e de comunicação entre os traficantes", completa. "Tsunami branco" "Um tsunami branco", compara o ministro do Interior francês Bruno Retailleau, preocupado com "a ameaça existencial" que este tráfico representa para a França. O "Escritório Central de Repressão ao Tráfico de Drogas" francês calcula que 200 mil pessoas atuem no tráfico de drogas no país, onde as apreensões de cocaína atingiram um recorde nos seis primeiros meses do ano: 37,5 toneladas contra 25,8 toneladas, no primeiro semestre de 2024, representando um aumento de 45%.  Olavo Hamilton explica porque o combate ao tráfico de cocaína é tão difícil. "Na década de 1980, o tráfico de cocaína era concentrado em poucos cartéis, organizações muito fáceis de identificar. Hoje, você tem uma rede maior de tráfico de drogas e esse poder é muito descentralizado", afirma. "Às vezes, em um estado do Brasil você tem até oito facções atuando todas na distribuição de drogas. É impossível combater o tráfico vindo dessas organizações pulverizadas na América Latina inteira", conclui.   Se o número de pontos de venda física de drogas caiu no território francês para 2.729, em comparação com 4.034 no fim de 2020, outras estratégias permitem escoar a mercadoria, incluindo o uso de apartamentos para aluguel de curta temporada e sistemas de cofres escondidos com chaves contendo drogas.  A queda de preços, resultado do aumento da produção, e a entrega mais fácil e abrangente por aplicativos também explicam os números recordes. "Antes, o tráfico de drogas era geralmente controlado por poucas famílias. Hoje, temos uma proliferação de locais de venda de drogas", analisa Marie Jauffret-Roustide, socióloga do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica. "Estudos disponíveis mostram que esse aumento do número de traficantes intensificou a violência associada às drogas, visto que há muito mais disputas pela manutenção do mercado", acrescenta.  Violência ligada ao tráfico de drogas cresce na França Na França, a violência ligada ao comércio ilegal de entorpecentes tem aumentado em cidades de médio porte. No ano passado, houve 367 homicídios ou tentativas de homicídios relacionados ao narcotráfico, em 173 cidades.  A criminalidade levou as autoridades do Gard, no sul do país, a implementarem medidas como toque de recolher em alguns bairros da cidade de Nîmes.  Para a pesquisadora Marie Jauffret-Roustide, combater as drogas exige enfrentar a desigualdade social. "Se combatêssemos as desigualdades sociais e de saúde, oferecendo a esses jovens a oportunidade de se integrarem à sociedade e acessarem empregos formais, é claro que eles escolheriam essas profissões em vez de entrarem para o tráfico de drogas", diz. "Há realmente muito trabalho a ser feito sobre a questão das desigualdades sociais em bairros populares", completa. PCC na Europa Entre diversas redes que operam para controlar esse comércio lucrativo, a organização mais conhecida é o PCC brasileiro, o Primeiro Comando da Capital, apontado como responsável pela onda de cocaína que invadiu a Europa nos últimos anos.  De uma tonelada de folha de coca, extrai-se aproximadamente um quilo de cocaína pura, que será vendida por US$ 35 mil na Europa, segundo investigação do jornal argentino La Nación. Leia tambémGarimpo e tráfico são foco de viagem de Macron à Guiana Francesa, onde Comando Vermelho e PCC ganham terreno A organização, que conta com mais de 100 mil membros, também estabeleceu ligações com a Ndrangheta calabresa, máfias do Leste Europeu e a máfia nigeriana Black Axe. De acordo com os cálculos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ligado ao Ministério Público Federal no Brasil, o tráfico de drogas rende ao PCC quase R$ 4,9 bilhões por ano.   O combate ao crime organizado na Tríplice Fronteira enfrenta dificuldades como a falta de recursos e a corrupção de muitos políticos, agentes de alfândega e policiais, além da escassez de efetivo.  França intensifica a repressão Na França, uma lei aprovada em junho prevê uma série de medidas repressivas para os envolvidos com o tráfico de drogas. Para incentivar a denúncia de redes criminosas, réus processados por crimes violentos agora podem ter suas penas reduzidas em até dois terços. A proteção de vítimas e testemunhas foi reforçada. Inquilinos envolvidos no tráfico de drogas poderão ser despejados mais facilmente. As autoridades também aumentaram a repressão a conteúdo online relacionado à venda de drogas. Além disso, presídios de segurança reforçada estão sendo construídos para receber traficantes. 

Um pulo em Paris
Lei Duplomb e Lei da Devastação: França e Brasil no caminho do retrocesso ambiental

Um pulo em Paris

Play Episode Listen Later Jul 25, 2025 13:03


Com poucos dias de diferença, a França e o Brasil aprovaram legislações que terão como consequência a flexibilização das normas ambientais. As iniciativas são vistas como um retrocesso e levam diversos setores da sociedade civil a fazerem apelos para os presidentes Emmanuel Macron e Lula não promulgarem as leis. Daniella Franco, da RFI O que a Lei Duplomb, aprovada em 8 de julho na Assembleia Nacional da França, e a Lei do Licenciamento Ambiental, conhecida como PL da Devastação, que recebeu o sinal verde da Câmara dos Deputados no Brasil em 17 de julho, têm em comum? Apesar das particularidades de cada legislação, elas flexibilizam uma série de mecanismos estabelecidos nas últimas décadas para a proteção do meio ambiente e da saúde dos cidadãos em seus respectivos países. Na França, o projeto de lei criado pelo senador Laurent Duplomb, do partido conservador Os Republicanos, suscita uma forte indignação na sociedade civil por autorizar do uso do agrotóxico acetamiprido, substância da família dos controversos neonicotinoides. Amplamente utilizado nas lavouras do Brasil, o inseticida era aplicado nas plantações francesas de beterraba, avelã, maçã e cereja até 2018, quando foi proibido ao ser cientificamente comprovado como prejudicial aos insetos polinizadores – principalmente às abelhas – além de contaminar o solo e os lençóis freáticos. O acetamiprido ainda é suspeito de causar problemas no desenvolvimento cerebral de crianças e vários tipos de câncer: de mama, fígado, tireóide e testículos. Apesar de cientistas ressaltarem a periculosidade deste agrotóxico à saúde humana, as autoridades de segurança sanitária e alimentar da França e da Europa acreditam que os estudos realizados até o momento sobre a substância não são conclusivos. Outros pontos polêmicos da Lei Duplomb a aproximam da chamada “Lei da Devastação” no Brasil: o texto francês abre caminho para o aumento de criações intensivas de frango e porco, facilita a criação de imensas bacias para a irrigação de plantações por meio do acesso a reservas freáticas e ainda reduz o papel e a independência da Agência Nacional de Segurança Alimentar, Ambiental e Trabalho da França, equivalente à Anvisa no Brasil. Histórico controverso O senador Laurent Duplomb, autor do projeto de lei francês, é ex-agricultor e foi um dos presidentes de uma organização sindical francesa Jovens Agricultores, de linha conservadora. Atualmente o parlamentar também atua na direção do grupo francês de produtos lácteos Sodiaal, dono da Yoplait, a 6a maior produtora de iogurtes do mundo. O projeto de lei foi criado na esteira da revolta dos agricultores franceses entre o final de 2023 e o início de 2024. O texto foi apresentado como uma resposta “às restrições ao exercício da profissão”. O texto é defendido pela maior organização sindical do setor na França, a conservadora Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores Agrícolas (FNSEA), grande apoiadora da agricultura intensiva. A iniciativa de Duplomb também ganhou o apoio do primeiro-ministro francês, François Bayrou, da coalizão governamental, além da direita e extrema direita do país. Além do conteúdo da lei, também suscita polêmica a interrupção do debate do texto na Assembleia Nacional de Deputados por meio de uma controversa manobra da direita. Ao receber cerca de 3.500 emendas de deputados da esquerda, os conservadores utilizaram uma estratégia para contornar a trajetória parlamentar do projeto de lei, que foi rapidamente validado pelo Senado e votado na Assembleia Nacional. A artimanha está sendo classificada de “antidemocrática” por vários juristas da França. Petição contra a lei Duplomb Um movimento inédito foi incitado por meio de uma petição criada pela universitária francesa Eléonore Pattery, de 23 anos, que já reuniu quase 2 milhões de assinaturas. O abaixo-assinado online pede a revogação da lei Duplomb, descrita como “uma aberração científica, ética, ambiental e sanitária”. A iniciativa é histórica por ter sido criada por uma integrante da sociedade civil sem ligação com partidos políticos e por conseguir quase dois milhões de assinaturas em um curto período: cerca de duas semanas. Nos últimos dias, o abaixo-assinado mobilizou vários setores da sociedade francesa: estudantes, ambientalistas, médicos, cientistas e artistas. Para ser definitivamente adotada, a lei Duplomb precisa ser promulgada pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Enquanto multiplicam-se os apelos para que o chefe de Estado ordene um novo debate parlamentar na Assembleia Nacional do texto, o Conselho Constitucional analisa seu conteúdo. Este, que é o mais alto órgão jurídico da França, também pode barrar a contestada legislação e promete dar seu parecer no próximo 7 de agosto.

O Mundo Agora
Democracia ofensiva: lições compartilhadas entre França e Brasil no combate à extrema direita

O Mundo Agora

Play Episode Listen Later Jul 21, 2025 5:07


Enquanto Marine Le Pen tem sua inelegibilidade confirmada pela Corte Europeia de Direitos Humanos e Jair Bolsonaro acumula reveses no Brasil, um contraste emerge: as instituições de ambos os países têm reagido aos ataques da extrema direita de forma mais eficaz do que nos Estados Unidos sob Donald Trump. Mas resistir não basta. Thomás Zicman de Barros, analista político Quatro dias atrás, um alto tribunal agravou a situação de uma das principais lideranças da extrema direita. Já inelegível, ela agora vê o risco de prisão se aproximar. Seus aliados, previsivelmente, falam em perseguição política. Não, não estou falando do Brasil – mas sim da Europa. Mais especificamente, de Marine Le Pen, líder da extrema direita francesa, cujo recurso de inelegibilidade foi considerado improcedente pela Corte Europeia dos Direitos Humanos. É claro que há diferenças importantes entre o caso francês e o brasileiro. Jair Bolsonaro enfrenta acusações que envolvem diretamente uma tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do regime democrático. Ele era o messias da “ralé” que depredou a Praça dos Três Poderes. Le Pen também lidera uma “ralé” radicalizada – marcada, desde a época de Jean-Marie Le Pen, por atentados e episódios de violência política. Mas ela busca parecer mais frequentável e, por ora, a acusação que pesa sobre ela – também bastante grave – diz respeito ao desvio de fundos do Parlamento Europeu, usados para financiar membros de seu partido com verbas destinadas a assessores parlamentares. A decisão confirma sua exclusão da eleição presidencial de 2027 e atinge o coração de sua credibilidade pública e da suposta “ética patriótica” que ela proclama. Outro contraste importante está na reação internacional – ou, neste caso, na quase ausência dela. Quando Le Pen foi condenada criminalmente no início do ano, Trump reagiu com vigor, também classificando o caso como uma “caça às bruxas” e bradando “Free Marine Le Pen!”. Mas, diante da decisão da Corte Europeia dos Direitos Humanos, manteve-se em silêncio. Diferentemente do que fez no caso brasileiro, limitou-se, por ora, a prometer tarifas de “apenas” 20% sobre produtos europeus – mesmo havendo, aqui sim, um déficit comercial real com os Estados Unidos. Também não cassou o visto de nenhum juiz europeu. Talvez ainda não veja vantagem, ou talvez porque Le Pen, um pouco mais inteligente e menos sabuja, não tem membros da sua família fazendo lobby em Washington. Brasil e Europa são mais eficazes em conter a extrema direita De todo modo, é justamente a presença de Trump na Casa Branca que ilumina os dilemas comuns enfrentados por Brasil e França. Por ora, ambos lidam com o fortalecimento da extrema direita nacional de forma mais eficaz do que os Estados Unidos. Para surpresa de alguns, instituições brasileiras e europeias têm conseguido estabelecer certos limites que, no caso americano, falharam em conter Trump – mesmo após suas condenações – e que o agora reeleito presidente trabalha ativamente para desmontar. No Brasil, o Supremo Tribunal Federal manteve o curso de responsabilização por crimes contra a democracia. Na França, tanto a justiça administrativa quanto a Corte Europeia dos Direitos Humanos – sediada em Estrasburgo – reafirmaram que a popularidade de Le Pen não lhe dá salvo-conduto para violar a lei. Esses episódios não indicam estabilidade definitiva – longe disso –, mas mostram que ainda existem zonas institucionais de autonomia diante de forças autoritárias. O problema é que essa resistência, por mais importante que seja, é insuficiente. Contra uma ofensiva global da extrema direita – cada vez mais articulada, adaptável e respaldada por potências como os EUA – não basta uma democracia defensiva. Necessidade de "democracia ofensiva" É preciso o que venho chamando de democracia ofensiva: uma democracia que vá além da contenção jurídica ou institucional, e que enfrente de modo direto as condições sociais, econômicas e simbólicas que alimentam o extremismo. Uma democracia que combata não apenas os sintomas mórbidos, mas também suas causas. Uma democracia que, para merecer tal nome, seja efetivamente antissistema. Porque democracia é, sempre, uma questão de igualdade – e da luta contra as desigualdades que alguns tentam naturalizar e aprofundar. Nesse sentido, a temporada cruzada França–Brasil, em curso este ano, surge como mais do que um simples intercâmbio cultural: tornou-se também uma oportunidade de articulação política. Um tema central de potencial cooperação é a regulação das mídias digitais, cada vez mais uma frente crucial. A União Europeia vem avançando com propostas ambiciosas, que incomodam as big techs justamente por buscar limitar a lógica de monetização do ódio e da desinformação. Não por acaso, tornou-se alvo preferencial das grandes plataformas americanas, que temem ver o modelo regulatório europeu adotado como referência global. As regras europeias exigem que as plataformas sejam mais ativas na remoção de conteúdos nocivos e antidemocráticos, além de mais transparentes sobre os algorítmos que determinam o que chega até os usuários. Até aqui, porém, essa atuação europeia tem se dado majoritariamente no registro tecnocrático – como um conjunto de decisões eficazes, mas distantes do debate público. No Brasil, a situação é distinta: o debate foi em grande parte cerceado pelas próprias big techs, num ataque midiático coordenado contra qualquer esforço de estabelecer controle democrático sobre o funcionamento das redes. Os últimos episódios talvez ajudem a reabrir esse espaço. Interesses das big techs A reação de Trump contra o país – e sua aliança cada vez menos disfarçada com essas empresas – escancaram os interesses financeiros e as dinâmicas de poder que sustentam o atual ecossistema digital. E, ao fazer isso, abrem uma janela para politizar a questão, identificar adversários e travar a batalha da opinião pública por um ambiente virtual livre de mentiras e ressentimento. Tanto a Europa quanto a América Latina enfrentam hoje impasses democráticos que, embora distintos em forma, compartilham um mesmo pano de fundo: a corrosão da representação, o esvaziamento do pacto social e a ascensão de discursos autoritários travestidos de antissistema. Combater isso exige mais do que apelos abstratos à moderação ou à institucionalidade. Exige coragem política, capacidade de mobilização e, acima de tudo, disposição para construir alternativas que não deixem o campo aberto para os Le Pen, os Bolsonaro – nem para aqueles que, como Trump, pretendem chegar ao poder para destruir a democracia.

Meio Ambiente
Escândalo dos ‘poluentes eternos' na água potável na França alerta sobre regulação do uso de Pfas

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Jul 10, 2025 6:14


A proibição do consumo da água das torneiras em pelo menos 16 localidades do nordeste da França reforça um alerta que especialistas e organizações já emitem há pelo menos uma década: a regulamentação sobre a produção e o uso dos chamados poluentes eternos, que representam um sério risco à saúde e ao meio ambiente, deve ser atualizada.  A partir dos anos 1950, estes produtos químicos se disseminaram nas mais diferentes indústrias e são “quase impossíveis” de serem retirados do ambiente, nas cidades como no campo. Utilizados pelas suas propriedades impermeabilizantes, resistentes ao calor, ao fogo ou à gordura, eles são encontrados em utensílios de cozinha, produtos de higiene, roupas ou objetos de decoração – mas, ainda mais preocupante, também estão nos alimentos e até na água, onde vão parar pela contaminação dos rios. Foi assim que, no começo de julho, as autoridades sanitárias da região de Ardennes, perto da fronteira com a Alemanha, ordenaram a proibição do consumo da água das torneiras por tempo indeterminado. Testes realizados a pedido de um consórcio jornalístico, em amostras recolhidas ao longo de 10 anos, detectaram índices de poluentes eternos de três a 27 vezes superiores ao tolerado pela Agência Nacional de Saúde da França. O limite autorizado é de 100 nanogramas por litro. A suspeita é que os Pfas – sigla para produtos perfluorados – tenham sido despejados no rio Meuse e seus afluentes por uma fabricante de papeis instalada na região. Novas análises deverão determinar o nível de contaminação dos solos – um cenário que seria catastrófico para a agricultura, observa o repórter investigativo Nicolas Cossic, do site Disclose, e um dos autores da reportagem de denúncia. “Terrenos agrícolas significam os nossos alimentos, significa o leite que bebemos e que pode ser particularmente contaminado”, diz. “Já houve casos similares de graves poluições por rejeitos de usinas de papel na Alemanha, nos Estados Unidos. Agricultores simplesmente tiverem que parar de produzir porque as terras deles se tornaram incultiváveis”, indica, à RFI. 'Quando procuramos, encontramos' A contaminação da água potável ilustra a que ponto o uso destes produtos fugiu, literalmente, de controle nos países industrializados. No começo do ano, a associação de proteção de consumidores UFC-Que Choisir divulgou o resultado de testes feitos em 30 lugares de toda a França. O estudo chama a atenção para uma molécula em especial: a TFA, o ácido trifluoroacético, resíduo da degradação de alguns tipos de agrotóxicos usados na agricultura e que foi encontrado inclusive na água distribuída em Paris. “Hoje, a questão que temos que colocar sobre a água da torneira é qual norma deveremos aplicar, porque atualmente, o TFA não está entre as moléculas procuradas para os índices oficiais sanitários das Agências Regionais de Saúde da França. Isso significa que não sabemos, oficialmente, se há ou não presença de TFA na água que bebemos”, constata Olivier Andrault, analista de alimentação e agricultura da associação. “Entretanto, nós percebemos que quando procuramos, encontramos. Detectamos este Pfas em 29 das 30 amostras que analisamos.” Existem milhares de tipos de Pfas, mas cerca de 10 são os mais utilizados pela indústria – portanto, são também os mais estudados. Eles podem afetar o organismo humano de diferentes maneiras. “Verificamos efeitos no fígado, aumento das taxas de colesterol – portanto um risco cardiovascular mais elevado –, efeitos na tireoide, com impacto importante no desenvolvimento dos fetos. Eles podem afetar a nossa capacidade de reprodução, nosso sistema imunitário, e alguns Pfas são cancerígenos”, explica a toxicologista Pauline Cervan, da organização francesa Générations Futures. “Todos não são tóxicos da mesma maneira e na mesma gravidade, mas o conjunto desses produtos é preocupante porque a presença de todos eles é perene no meio ambiente.” Filtragem é difícil e cara Ao contrário de outras substâncias, os Pfas não se degradam com o tempo – por isso, são chamados de poluentes eternos. Essa característica torna também mais difícil a retirada destas moléculas em ambientes poluídos, em especial a água. “É praticamente impossível, na escala de toda a França. Tecnicamente é quase impossível e, do ponto de vista econômico, seria extremamente caro. O problema do TFA e da sua presença na água potável é que é muito difícil de retirá-lo: as técnicas que utilizamos hoje para a obtenção da água potável não permite filtrar essa substância”, aponta Cervan. “Seria necessário instalar filtros mais eficientes, com novas tecnologias, como a osmose invertida, que parece ser a única tecnologia capaz de retirar o TFA. Mas é caríssimo”, diz.  A especialista salienta que essas tecnologias consomem volumes abundantes de energia e gerariam um resíduo concentrado de Pfas, para os quais ainda não existe soluções adequadas. “Seria apenas deslocar o problema”, lamenta. Cervan ressalta, ainda, que as futuras leis sobre o assunto devem prever mecanismos para evitar que os industriais apenas substituam as moléculas conhecidas por outras ainda pouco utilizadas – e que poderiam se tornar o novo foco do problema, a longo prazo. Em fevereiro, a França adotou uma legislação pioneira para proibir progressivamente a produção desses poluentes nos cosméticos, têxteis e skis a partir de 2026. O texto também instaura o princípio de “poluidor-pagador”: as fabricantes terão de financiar uma parte das operações de descontaminação das agências regionais de tratamento de água.   Mas para Andrault, a norma já nasce incompleta, ao deixar de fora um dos maiores vetores de Pfas no ambiente doméstico, as panelas antiaderentes. “E também não incluímos toda a variedade produtos alimentares, como as embalagens que, em contato direto com os alimentos e expostos ao calor do micro-ondas, representam um risco elevado de presença de Pfas”, adverte. Na Europa, apenas a Dinamarca possui uma legislação restritiva à produção e uso destes poluentes em uma vasta gama de produtos.

Alt+Tab
Drops - Novo papa, jumenta na Flórida, coisas pra não fazer na França e peru que presta

Alt+Tab

Play Episode Listen Later Jun 11, 2025 44:34


OLÁ INTERNET!Neste episódio:Conheça o novo Papa, descubra onde no mundo está a jumenta, saiba o que você não pode fazer na França e confira se o seu pero presta.OUÇA!

Boletim Folha
Lula cobra regulamentação das redes sociais e critica Bolsonaro na França

Boletim Folha

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 5:24


Interpol inclui Zambelli na lista de difusão vermelha a pedido de Moraes. E Trump tem primeira conversa formal com Xi Jinping e bate-boca com Elon Musk.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Rádio PT
BOLETIM | Lula destaca potencial turístico e econômico do Brasil na França

Rádio PT

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 3:37


No encerramento do Fórum Econômico Brasil-França, o presidente Lula defendeu o acordo União Europeia-Mercosul, apresentou os avanços da economia brasileira e destacou o mercado brasileiro as potencialidades agrícolas e turísticas do País. Sonora:

PodCast IDEG
Resumo Semanal - 06/06/2025 - Israel x Palestina, EUA x China, Lula na França, Migração e mais

PodCast IDEG

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 16:58


Futebol no Mundo
Futebol no Mundo #452: Decisão na Itália, títulos de Barça e Palace, definições na Alemanha e na França

Futebol no Mundo

Play Episode Listen Later May 19, 2025 84:16


Nesta edição do Podcast Futebol no Mundo, os comentaristas analisam a última rodada da Série A, o título do Barcelona em LALIGA, a conquista da FA Cup pelo Crystal Palace e mais! Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices

ONU News
Relatora da ONU destaca lições do julgamento do caso Gisèle Pelicot na França

ONU News

Play Episode Listen Later Dec 24, 2024 2:15


Sobrevivente de estupro em massa obteve justiça após ter sido drogada e abusada pelo próprio marido e outros 72 homens durante décadas; especialista da ONU diz que história serve de alerta sobre nível de violência contra mulheres, impunidade dos estupradores e riscos da indústria pornográfica e da oferta de drogas.

Durma com essa
A esquerda venceu na França. Mas Macron abraçou a direita

Durma com essa

Play Episode Listen Later Sep 23, 2024 17:11


Emmanuel Macron realizou nesta segunda-feira (23) sua primeira reunião com o novo conselho de ministros do novo governo, formado por maioria conservadora de partidos de direita, mesmo que a maior parte dos deputados eleitos na disputa legislativa de julho tenha tenha sido do bloco de esquerda. O Durma com Essa mostra os rumos tomados pelo presidente francês e as sinalizações feitas pelo político centrista, inclusive à extrema direita de Marine Le Pen. O programa tem também Marcelo Montanini comentando os ataques de Israel ao Líbano. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices