O Página Cinco fala de livros. Dos clássicos aos últimos sucessos comerciais, dos impressos aos e-books, das obras com letras miúdas, quase ilegíveis, aos balões das histórias em quadrinhos. Rodrigo Casarin é jornalista pós-graduado em Jornalismo Literário. Vive em São Paulo, em meio às estantes com as obras que já leu e às pilhas com os livros dos quais ainda não passou da página 5.
Érico Assis é uma referência quando o assunto é HQ. Colega jornalista, desde 1999 que Érico se dedica à cobertura de histórias em quadrinhos. Já fez e faz muita coisa. Foi colunista do Omelete e do blog da Companhia das Letras, por exemplo. Hoje toca a newsletter Vira Página, uma das minhas favoritas – também vou deixar o link na descrição do episódio – e, dentre outras coisas, dá aulas tanto de tradução quanto de tradução específica de HQs. Sim, Érico também é tradutor. Ele que verteu para a nossa língua nomes como Alan Moore, Craig Thompson e Jeff Lemire, para citar alguns quadrinistas importantes, além de escritores como Chuck Palahniuk e Agatha Chistie. É uma conversa em que falamos muito sobre histórias em quadrinhos, claro, sobretudo aquelas que passam longe do universo dos super-heróis. Também papeamos um tanto sobre como é a vida de jornalistas que precisam empilhar trabalhos para conseguir pagar as contas e seguir mergulhados no mundo dos livros. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** E a news do Érico: https://virapagina.substack.com/
Não faz muito tempo que tivemos por aqui um episódio sobre a leitura de clássicos. Foi com a Amara Moira, lá na edição 182 do podcast. Hoje volto ao tema. Não por ter necessariamente novas perguntas para fazer, mas porque acho que sempre vale a pena ouvir como outros leitores se relacionam com os livros fundamentais da história literária. Por que lê-los? Como lê-los? Tá tudo bem amar uns e odiar outros? O que fazer diante da impossibilidade de ler tudo o que gostaríamos? Como, afinal, lidar com os clássicos? Há muitas respostas tão possíveis quanto válidas para cada uma dessas questões. Hoje, quem responde parte delas é Livia Piccolo. Formada em Artes Cênicas na USP e mestre em interlinguagem, Lívia está à frente do canal da editora Antofágica no Youtube, onde os vídeos sobre autores clássicos costumam ser alguns dos mais assistidos pelos leitores. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** Na imagem do episódio, Dama com Arminho, de Leonardo Da Vinci.
Episódio um pouco mais ligeiro para este feriado de 1º de maio, Dia do Trabalhador. Entre os dias 16 e 18 deste mês vai rolar aqui em São Paulo o Festival Poesia no Centro, organizado pela Livraria Megafauna. Subirão no palco do teatro Cultura Artística poetas como Adelaide Ivánova, Ana Martins Marques, Marília Garcia, Oswaldo de Camargo e Prisca Agustoni. Dentre as atrações estrangeiras estão a argentina Roberta Iannamico, a alemã Uljana Wolf, o irlandês Stephen Sexton e Tracy K-Smith, dos Estados Unidos. Deixarei o link com a programação completa do evento na descrição do episódio. No intervalo entre uma mesa e outra, o bar do Cultura Artística receberá uma programação paralela. Chamada de Megafone, é ali que dezenas de poetas poderão mostrar um pouco de sua poesia em apresentações breves. Foram quase duzentas inscrições de pessoas querendo um espaço no Megafone. Quem fez a curadoria dos nomes que estarão nesse palco foi Bruna Beber. Bruna é um dos nomes mais conhecidos de nossa cena poética. Ela é autora de livros como “Veludo Rouco”, “Rua da Padaria”, “Ladainha” e “Sal de Fruta”. O Megafone e a poesia brasileira contemporânea foram os dois grandes assuntos do papo com Bruna. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** O site do Festival Poesia no Centro: https://www.livrariamegafauna.com.br/poesia-no-centro/
Quem acompanha a escrita contemporânea sabe que a literatura latino-americana vive um grande momento. Quem está à frente dessa ótima fase junto aos leitores são, especialmente, as mulheres. E há uma marca em comum entre diversas autoras que vem sendo bastante lidas: o flerte ou a entrega ao horror. A equatoriana Mónica Ojeda, a boliviana Giovana Rivero e a argentina Mariana Enriquez são alguns exemplos dessa tendência. Mariana, aliás, é tratada como estrela pop em diversos cantos do mundo. Para compreender o que é exatamente esse horror e como ele se manifesta hoje nessa literatura que tanto me interessa que convidei Oscar Nestarez para o papo que vocês ouvirão a seguir. Oscar é doutor em Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa pela USP e centra suas pesquisas nas diversas facetas do que costumamos chamar de literatura insólita. Ao lado de Júlio França, Oscar organizou a antologia “Tênebra – Narrativas Brasileiras de Horror”, cuja edição já publicada pela Fósforo olha para o terror brasileiro produzido entre 1839 e 1899. Oscar também é tradutor e escritor. Dentre suas obras estão o volume de contos “O Breu Povoado” e o romance “Bile Negra”, publicados pela Avec, e a novela Claroscuro”, que saiu pela Draco. A recepção da literatura de terror e a forma como ela circula por leitores de diferentes meios também foi assunto da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** A arte do episódio usa a pintura A Alma da Montanha, de Remedios Varo
A abertura hoje é breve porque o papo é longo. Falaremos sobre Jorge Luis Borges, um dos maiores escritores – e maiores leitores, importante sublinhar – da história. Contista, ensaísta e poeta, autor de títulos “O Aleph” e “Ficções”, dono de uma obra labiríntica e em permanente diálogo com a própria literatura, o argentino é um dos nomes fundamentais do século 20. Para conversar muito sobre o trabalho e um pouco a respeito da biografia de Borges, convidei Julio Pimentel Pinto, que esteve por aqui no episódio 179, quando conversamos sobre como a ficção molda nosso olhar para a realidade a partir do seu livro “Sobre Literatura e História” (Companhia das Letras). Professor no departamento de história da Universidade de São Paulo e pesquisador há quase 40 anos da relação entre nosso passado e a ficção, Júlio tem um olhar especialmente dedicado à literatura da América Latina. E Júlio tem um interesse especial por Borges, pela literatura de Borges, pelos estudos a respeito de Jorge Luis Borges, um autor central em sua própria vida. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Conheço Felipe Neto já faz uns 15 anos, desde de que ele despontou com os vídeos do canal Não Faz Sentido. É impossível alguém que trabalha com internet não acompanhar, de alguma forma, a sua trajetória. Aos 36 anos, hoje seu canal de youtube conta com mais de 50 milhões de inscritos e é apenas uma das atividades de Felipe, que se transformou num empresário com atividades em diversas áreas principalmente da comunicação. Me chamou a atenção como, há alguns anos, Felipe passou a tratar da literatura em suas redes. A falar de livros, de autores, compartilhar leituras, provocar e pautar discussões literárias… Tanto que recentemente criou o Clube do Livro FN. O lançamento de “Como Enfrentar o Ódio” (Companhia das Letras), livro sobre sua atuação e suas visões no combate à extrema direita, foi a desculpa para convidar Felipe para o papo que vocês ouvirão a seguir. Sim, falamos um pouco do título que saiu pela Companhia das Letras e fez de Felipe Neto uma das atrações da Flip deste ano. Mas conversamos principalmente sobre leitura, sobre como certos autores podem forjar e mudar nossa visão de mundo, sobre ser leitor e sobre caminhos para que outras pessoas se encantem com os livros. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Depois da nossa conversa, Nilton Resende me mandou o áudio que vocês ouvem no início do episódio. Pedia para complementar o que havia dito há pouco, no papo que batemos sobre “As Meninas”, um dos grandes livros de Lygia Fagundes Telles. Professor de Literatura da Universidade Estadual de Alagoas, há décadas que Nilton se debruça sobre a obra de Lygia. Dessas pesquisas que nasceu a admirável edição crítica de “As Meninas” que acaba de sair pela Eduneal. É um tijolo de quase mil páginas que, além do romance em si, traz mudanças pelas quais o texto de Lygia passou conforme a autora o retrabalhava em novas edições, uma espécie de guia cultural para compreender o universo construído pela escritora e ensaios assinados por gente como Maria Valéria Resende, Tamy Ghannam, Natalia Borges Polesso e a chilena Andrea Jeftanovic. No volume o leitor ainda encontra um perfil de Lygia, a cronologia de “As Meninas”, material sobre a publicação da obra no exterior… É um trabalho singular que marca os 50 anos de publicação do romance. Também diretor de teatro, roteirista e escritor, são de Nilton os livros “O Orvalho e os Dias”, de poemas, “Diabolô”, de contos, e o romance “Fantasma”. Sobre a autora que está no centro deste episódio, já tinha organizado e publicado “A Construção de Lygia Fagundes Telles: Edição Crítica de Antes do Baile Verde”. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
A conversa que vocês ouvirão a seguir foi gravada um dia depois da Academia Sueca anunciar o Nobel de Literatura de 2024 para a sul-coreana Han Kang. Não, não acreditava que o prêmio poderia ir para o argentino César Aira. Torcia para ele, sim, para que um autor deste nosso canto do mundo fosse reconhecido, mas minha torcida não tem valido grandes coisas já faz um bom tempo. O São Paulo está aí para provar. Com prêmio ou não, a relevância do trabalho de Aira é o que me levou a convidar Carlos Henrique Schroeder para um papo. O Carlos é autor de livros como “As Fantasias Eletivas”, “História da Chuva” e “Aranhas”, seu trabalho mais recente. Grande leitor e muito interessado em literatura latino-americana, é um cara que conhece bastante da obra de Aira. Não só isso. Como curador de eventos literários, já teve a chance de conviver com o argentino. Ele contará essa história no papo. Falamos também sobre as peculiaridades do trabalho de Aira, autor de rara liberdade, dono de uma obra de facetas bastante diversas. E vasta. Já são mais de cem livros publicados. No Brasil, Aira já saiu por algumas editoras. Quem neste ano começou a publicar parte de seus livros é a Fósforo, que lançou “O Vestido Rosa”, “A Prova”, “Atos de Caridade” e “O Congresso de Literatura” e promete colocar no mercado pelo menos mais 12 títulos do argentino. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Quais são os autores que lhe vem à cabeça quando falamos de literatura italiana contemporânea? Tá, eu sei em quem muitos de vocês pensaram. Sim, Elena Ferrante é um nome incontornável. Falaremos sobre ela nesta edição do podcast. Mas iremos muito além de Elena. A Maria Carolina Casati é uma leitora que acompanho há algum tempo. Dentre suas iniciativas está a Encruzilinhas, que discute textos sobre negritude, gênero, feminismo e militância. A Carol está terminando seu doutorado na USP, onde desenvolve o projeto "A mulata brasiliana: escrevivência, narrativas orais e memórias de brasileiras negras na Itália que se relacionam com italianos". A partir de conceitos de gente como Conceição Evaristo que a pesquisadora se debruça sobre a atual literatura italiana, especialmente sobre a obra de Igiaba Scego. Igiaba é o ponto de partida para essa conversa não só sobre autores italianos que merecem a sua atenção, mas também sobre muitas questões relacionadas ao país de Dante. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
“Em tempos de fanatismo, deixar uma porta de sabedoria entreaberta; em tempos de polarização, explorar o que há de comum entre nós; em tempos de intolerância, falar de coisas de humanidade... Em tempos de ódio, ser teimoso mas manter o bom humor perante as adversidades. E contar histórias, porque as histórias trazem consigo muita coisa agarrada. As histórias – e a memória das nossas histórias – são, afinal, o que faz de nós humanos”. Esse trecho de “Agora, Agora e Mais Agora” (Tinta da China Brasil) parece ser uma boa definição para o que Rui Tavares faz no trabalho que primeiro deu origem a um podcast durante a pandemia e, pouco depois, virou um livro que acaba de ser publicado no Brasil. Em “Agora, Agora e Mais Agora”, Rui percorre mais de mil anos para mostrar como alguns grandes seres humanos se portaram em momentos bicudos de nossa história. Ao se debruçar sobre Al Farabi, por exemplo, lembra de uma espécie de iluminismo perdido do Oriente capaz de se opor a fanatismos diversos. Historiador e político, hoje deputado na Assembleia da República de Portugal e vereador na Câmara Municipal de Lisboa, Rui olha para o passado e estabelece pontes com enrascadas que vivemos no presente. A distância entre um pensamento mais urbano e cosmopolita de outro mais rural e conservador – e aqui faço uma simplificação canhestra – não parece muito diferente das rusgas que tínhamos entre guelfos e gibelinos na península itálica ali pelo século 12. É entre filósofos e escritores, acima de tudo grandes humanistas, que Rui transita para criar ensaios – ou memórias, como prefere chamar – nos quais a cultura, a tolerância e sabedoria aparecem como elementos fundamentais para a construção da ideia que fazemos de humanidade e de ser humano. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ A ilustração usada na arte deste episódio foi feita por Eduardo Viana.
“Mrs. Dalloway disse que ela mesma iria comprar as flores”. Temos aqui um dos começos mais célebres da literatura na tradução de Claudio Alves Marcondes. Clarissa Dalloway compraria flores em algum canto daquela Londres de um século atrás para a festa da noite. É esse dia na vida da personagem que está em “Mrs. Dalloway”, um dos principais romances da língua inglesa e o mais famoso de Virginia Woolf. Autora também de obras como “Orlando”, “Ao Farol” e “As Ondas”, Virginia é uma das gigantes da literatura no século 20. Nome incontornável do modernismo, essa britânica que nasceu em 1882 e morreu em 1941 costuma ser lembrada pela forma como explora a consciência de seus personagens. Há quem se intimide diante dos romances de Virginia. Mas não tenhamos medo. A ideia do papo com Mell Ferraz é mostrar caminhos para se entender com a obra da autora. Mell é formada em estudos literários pela Unicamp e mestre em estudos da literatura pela Universidade Federal Fluminense, onde fez pesquisas sobre o fluxo da consciência na obra de Virginia Woolf. Desde 2010 que a Mell toca o Literatura-se, canal de incentivo à leitura e à literatura que está no Youtube e em outras redes sociais. As marcas da escrita da Woolf, a mulher por trás da artista e outras vertentes de sua obra, como a Virginia ensaísta, também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
“Se toparmos um leve exagero e aceitarmos que a leitura é uma experiência suavíssima de alucinação, nos perguntamos: quantas vezes nós, mulheres, alucinamos ser homens? E que espécies de aventura – muitas delas interditas a nós na vida real – vivenciamos na pele virtual deles? Por meio da nossa imaginação, homens ficcionais existem, e carregam efeitos dessa existência para nossas vidas concretas”. Retiro o trecho da apresentação de “O Homem Não Existe”, livro que a pesquisadora, doutora em literatura, professora e crítica literária Ligia Gonçalves Diniz acaba de publicar pela Zahar. O livro é um longo ensaio no qual Ligia mostra ao leitor como busca compreender e, de alguma maneira, vivenciar a masculinidade por meio da ficção. Sexualidade, raiva e beleza (ou feiura) são alguns dos assuntos pelos quais a autora passa enquanto se debruça sobre obras de autores como Albert Camus, Philip Roth, Roberto Bolaño, Herman Melville, Dante, Graciliano Ramos e Homero. Mas nem só de homens se faz a bibliografia de Ligia. Estão por lá autoras como Susan Sontag, Anne Carson e Audre Lorde. Indo além das letras, há acenos improváveis a músicas de grupos como Art Popular e Engenheiros do Hawaii ou a filmes como “Crepúsculo”. “O Homem Não Existe” também é uma argumentação sobre viver outras experiências por meio da arte. Conversei com Ligia a respeito desse deslocamento numa época em que tantos buscam por espelhos no papo que vocês ouvirão a seguir. Os amores proibidos, as paixões assumidas e a relação entre obra, autores e leitores também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Quais são as obras e os autores que você conhece da literatura árabe? Sim, eu sei que “As Mil e uma Noites” veio à cabeça. Mas tentemos ir além do clássico. Para conversar sobre essa tradição literária, ou as tradições irmanadas por uma língua em comum, que convidei Safa Jubran para o papo desta edição do podcast. Safa é libanesa e vive no Brasil desde a juventude. Pesquisadora e professora as USP, é um dos grandes nomes no país quando o assunto é cultura árabe. Como tradutora, Safa verteu para o português autores importantes da literatura árabe contemporânea. Coube a ela passar para a nossa língua títulos como “Porta do Sol”, do libanês Elias Khoury. “Tempo de Migrar para o Norte”, do sudanês Tayeb Salih. “Homens ao Sol”, do palestino Ghassan Kanafani. “Damas da Lua”, de Jocka Alharthi, autora do Omã que venceu o Internatiuonal Booker Prize em 2019. E “Detalhe Menor”, romance que em outubro fez sua autora, a também palestina Adania Shibli, ser alvo de uma truculência promovida pela Feira do Livro de Frankfurt. Conversamos a respeito disso no papo que vocês ouvem a seguir. A conexão entre arte e política, a diversidade dessa literatura e caminhos para quem quer começar a conhecê-la melhor também são assuntos desse papo com Safa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ Crédito da imagem usada na arte do podcast: Jebulon, Public domain, via Wikimedia Commons.
Livros clássicos. Eis um assunto que perambula pela cabeça de praticamente todos os leitores. Mas como lidar com essas obras que fundamentam o que entendemos como produção artística de qualidade? Como encará-las sem subserviência ou aplausos fáceis? Como confrontá-las com olhares contemporâneos? Quais são os papéis e os direitos de qualquer leitor? Novas leituras, leituras não canônicas, digamos, também são permitidas. Afinal, como lidar com os clássicos? É a pergunta que norteia esta edição do podcast. A conversa é com Amara Moira, doutora em teoria e crítica literária pela Unicamp. “Ulysses”, de Jamos Joyce, foi o livro estudado em sua tese. É um dos clássicos fundamentais no nosso papo e na caminhada de Amara com a literatura. Autora de “E Se eu Fosse Puta” (n-1 edições) e de “Neca + 20 Poemetos Travessos” (O Sexo da Palavra), foi Joyce que deu uma força para que Amara pudesse ter as próprias ousadias com a linguagem em sua literatura. Sim, também falamos sobre a importância dos clássicos para a produção contemporânea. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Jiro Takahashi é um dos maiores nomes da história do mercado editorial brasileiro. Já faz quase 60 anos que Jiro se dedica à edição de livros. Nessas décadas, passou por editoras como Ática, Nova Fronteira, Ediouro, Editora do Brasil e Global, além de ter sido um dos fundadores da Estação Liberdade. Muita gente fundamental na literatura brasileira passou pelas suas mãos. Clarice Lispector e Carlos Drummond de Andrade, por exemplo. Murilo Rubião, um dos meus favoritos, foi revelado num dos muitos trabalhos de Jiro. Ele fala sobre o peculiar autor de “O Pirotécnico Zacarias” no papo a seguir. Jiro costuma ser lembrado sobretudo pelas coleções que ajudou a criar. Ele é uma das cabeças por trás de tesouros da história literária brasileira, como a Nosso Tempo, a Para Gostar de Ler e sobretudo a Coleção Vaga-Lume. Sim, também conversamos sobre bastidores dessa série de livros pensados para jovens que até hoje mexe com as melhores lembranças de muitos leitores. No começo de maio, Jiro Takahashi recebeu o troféu Contribuição ao Mercado Editorial do Prêmio PublishNews. É mais um reconhecimento pela admirável carreira. O papel de um editor, os caminhos para a formação dos leitores e alguns dos livros fundamentais da vida de Jiro também foram assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ **A foto de Jiro usada na arte do podcast foi feita por Jedson Santos para o Publishnews
Já faz alguns anos que temos visto o preço do livro subir bastante. Inflação, alta do dólar e preço internacional do papel são alguns dos elementos que ajudam a explicar esses aumentos. A recuperação de um preço represado por muitas editoras durante longos anos e toda a complexa cadeia de profissionais envolvidos direta ou indiretamente na produção de qualquer livro são outros pontos que precisamos ter em mente. Sei que essa é uma questão que aflige muitos leitores. Sei também que são muitos os editores que gostariam, de verdade, de oferecer um produto mais barato. Custos e, consequentemente, preços, no entanto, não dependem apenas de nossas vontades. Para conhecer melhor o que está por trás do preço que pagamos num livro que convidei Nathan Matos para um papo. Nathan é o fundador da editora Moinhos, um dos editores da Moby Dick, especializada em quadrinhos, e há 20 anos toca o Literatura Br, espaço na internet dedicado aos livros que em 2021 também virou um podcast. Espero que a conversa ajude a deixar mais claro tudo o que está por trás dos preços que encontramos pelas livrarias. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
De que forma a literatura molda aquilo que entendemos como realidade? Essa é uma pergunta que atravessa os ensaios de “Sobre Literatura e História – Como a Ficção Constrói a Experiência”, livro que Júlio Pimentel Pinto acaba de publicar pela Companhia das Letras. Júlio é professor no departamento de história da Universidade de São Paulo e pesquisa há quase 40 anos a relação entre nosso passado e a ficção, com um olhar especialmente dedicado à América Latina. Não surpreende que nesse novo livro se debruce sobre a obra de nomes como Juan Carlos Onetti, Milton Hatoum, Octavio Paz e principalmente Jorge Luis Borges e Ricardo Piglia, suas obsessões. Júlio também é autor de títulos como “Uma Memória do Mundo” (Estação Liberdade) e “A Pista & a Razão” (e-galáxia). Na apresentação de “Sobre Literatura e História”, escreve: “Ficção e história não são a mesma coisa. Uma não substitui a outra, até porque precisamos de ambas para interpretar o passado, para pensar sobre o presente, para inventar o futuro”. É o que está no centro do papo que batemos. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Uma enrascada: a vontade de ler, conhecer novos autores e se aprofundar em determinadas literaturas é sempre muito maior do que o tempo que temos para explorar todos os universos que desejamos. Boa parte dos leitores também sofre com isso, eu sei. A literatura japonesa está entre aquelas que eu gostaria de dar mais atenção. Seria legal ir além dos autores que já curto, como Yukio Mishima e Yoko Ogawa. Para compreender um pouco melhor a literatura japonesa contemporânea que convidei Rita Kohl para uma conversa. Rita é tradutora que já verteu para o português nomes como Sayaka Murata, autora de “Querida Konbini” e Haruki Murakami, eterno candidato ao Nobel de Literatura. Murakami é um dos assuntos do nosso papo. Outro livro traduzido por Rita é “Museu do Silêncio”, um dos meus favoritos de Yoko Ogawa. Também pesquisadora, Rita é formada em letras pela USP e fez mestrado no Departamento de Literatura Comparada e Cultura da Universidade de Tóquio. O interesse pela cultura japonesa, alguns nomes atuais dessa literatura que merecem a atenção do leitor e particularidades de verter para o português um idioma tão distante do nosso também são assuntos do nosso papo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
No dia 17 de abril a morte de Gabriel García Márquez completará dez anos. A data foi a deixa para pensar num papo dedicado exclusivamente ao colombiano. Digo exclusivamente porque falamos bastante sobre ele num outro episódio do podcast, o 76, quando entrevistei Eric Nepomuceno, tradutor e amigo pessoal de Gabo e de outras grandes figuras da literatura. Vencedor do Nobel de 1982 por conta do mundo que criou, onde fantástico e real se misturam, García Márquez dispensa apresentações. Dentre seus muitos livros de sucesso estão “O Amor nos Tempos do Cólera”, “Ninguém Escreve ao Coronel”, “O Outono do Patriarca” e “Relatos de um Náufrago”, este um exemplo da qualidade de seu jornalismo. E temos também, é claro, “Cem Anos de Solidão”, um dos maiores romances de toda a história. Impossível separar o nome de Gabo da saga vivida por gerações da família Buendía em Macondo. Para conversar sobre Gabo, convidei Miguel Sanches Neto, leitor do colombiano há mais de quatro décadas. Também escritor, Miguel assina títulos como “A Segunda Pátria”, “Chá das Cinco com o Vampiro”, “Um Amor Anarquista”, “O Último Endereço de Eça de Queiroz” e “Herdando uma Biblioteca”. Além disso, é crítico literário, doutor em Letras e é reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa. A relação de Miguel com a obra do colombiano, os caminhos para quem quiser descobrir o trabalho de Gabo e as impressões sobre o livro póstumo do autor, o recém-lançado “Em Agosto nos Vemos”, são alguns dos assuntos da nossa conversa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
De cara, a ideia era bater um papo sobre literatura infantil e juvenil com Jim Anotsu, mas vocês verão que a conversa que tivemos não se limita aos livros pensados para uma idade ou outra. Ideia, aliás, questionada por Jim. Jim estudou Literatura Inglesa na Universidade Federal de Minas Gerais e hoje atua em diversas frentes da escrita. Como tradutor, verteu para o português nomes como Kipling e Agatha Christie. É autor de títulos como “A Batalha do Acampamonstro”, que saiu pela Nemo, e “O Serviço de Entregas Monstruosas”, publicado pela Intrínseca. Com esse segundo, foi finalista do Jabuti em 2022 na categoria juvenil e venceu o CCXP Awards de Melhor Livro de Ficção. Roteirista, trabalha numa nova versão de Sítio do Picapau Amarelo. Sim, o que fazer e como lidar com Monteiro Lobato nesta altura de nossa história foi outro assunto da entrevista. Jim ainda explica a sua reticência com o trabalho de gente consagrada, como Pedro Bandeira e Ruth Rocha, conta como a literatura foi crucial em sua vida e defende que o leitor, independente da idade, jamais seja subestimado. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Começamos um ano com um papo sobre um autor controverso. Charles Bukowski nasceu na Alemanha, mas aos dois anos rumou para os Estados Unidos. Com histórias marcadas por penúrias sociais, sexo (ou desejo de sexo) e muito álcool, virou sinônimo de escritor maldito. Sua obra é vasta, composta por mais de 40 livros. Bukowski foi poeta, contista e romancista. Na prosa, colocou muito de si em Henry Chinaski, seu alter ego. Ao pensar no escritor, é até difícil de saber quanto que projetamos da criatura em seu criador. Bukowski influenciou e ainda influencia uma gama enorme de escritores, especialmente jovens. Mas não que seus textos vivam um momento tranquilo. O machismo e a misoginia que transbordam de suas páginas são características que fazem com que muitos leitores repudiem essa obra. Como ler Bukowski aqui, em 2024, 30 anos após a sua morte? Essa é a pergunta central do papo que bati com Lara Berruezo, editora da Harper Collins, casa que há alguns meses começou a trabalhar com novas edições de Bukowski no Brasil. Os romances “Pulp”, “Hollywood” e “Factótum”, a coleção de contos “Corro com a Caça”, a reunião de poemas “Andar na Água, Afundar no Fogo” e as cartas de “Sobre a Escrita” são alguns dos livros que já chegaram às livrarias nesse recente trabalho da Harper Collins. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Ao longo da minha caminhada, Milton Hatoum certamente foi uma das pessoas que mais entrevistei. Ele é autor de obras centrais de nossa literatura recente, como “Dois Irmãos” e “Relato de um Certo Oriente” (Companhia das Letras). Fazia tempo que não batia um papo com o Milton, por isso que o convidei para a última edição deste ano do podcast. Sim, farei a habitual pausa de final e começo de ano. Devo voltar lá por fevereiro. Alguns livros de Milton estão ganhando uma nova roupagem. É o caso de “Cinzas do Norte”, ponto de partida do papo. Mas depois a conversa tomou outros caminhos. Falamos muito sobre as leituras de Milton. A respeito de clássicos como Flaubert, Balzac, Virginia Woolf e Graciliano Ramos. E também de contemporâneos como José Falero e Adania Shibli. Livros não lidos e a alegria de poder ser leitor de certos monumentos. O Nobel e a forma como muitas vezes ignoramos grandes autores da África e da Ásia. A minúcia na hora da escrita. As razões para escrever e o ceticismo com a própria obra. E, sim, a previsão para o terceiro volume da trilogia autobiográfica “O Lugar Mais Sombrio”. Tudo isso fez parte da entrevista, que contou com grande colaboração dos ouvintes da Página Cinco. A foto de Milton usada na arte do podcast foi feita por Wanezza Soares. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Em outubro, a cidade de Chengdu recebeu a edição 81 da WorldCon, principal convenção de ficção científica do mundo. Foi a primeira vez que o evento aconteceu na China. E Ana Rüsche, escritora e pesquisadora brasileira, esteve lá. Saber o que se passou nesse encontro de entusiastas da ficção científica serviu como desculpa para convidar Ana para o papo que vocês ouvirão a seguir. O problemático domínio do inglês no setor, o português como língua exótica e as discussões desse nicho da literatura são alguns dos assuntos da conversa, que aconteceu antes do imbróglio da categoria Ilustração do Prêmio Jabuti. Digo isso porque também passamos pelos debates sobre inteligência artificial, mas sem imaginar que o assunto dominaria as atenções quando a lista de semifinalistas do Jabuti foi divulgada. Ana é autora dos romances “Acordados” (Amauta), “Do Amor – O Dia em que Rimbaud Decidiu Vender Armas” (Quelônio) e A Telepatia São os Outros” (Monomito). Também produz contos, poesia e traduções. Doutora em Letras com uma pesquisa sobre utopia, feminismo e resignação em obras de Margaret Atwood e Ursula Le Guin, em seu pós-doutorado na USP Ana se debruça sobre como a ficção científica interpreta a mudança climática. Os caminhos atuais dessa literatura, a relação entre a produção brasileira e seus pares latino-americanos e livros para quebrar certo preconceito de quem não dá tanta bola para a ficção científica também fizeram parte da nossa conversa. A pintura usada na arte desta edição do podcast é de Salvador Dalí. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin *** O conto de Gabriela Damián Miraete mencionado por Ana: https://mafagaforevista.com.br/aves-migratorias-002/
“O futuro da língua portuguesa será brasileiro e africano: trocando por miúdos, o futuro da língua portuguesa será preto”. É o que crava Kalaf Epalanga em “Pretuguês”, texto que fecha “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa” (Todavia). O livro carrega no título uma homenagem à filósofa e antropóloga Lélia Gonzales, que cunhou o termo “pretuguês”, o português marcado pela influência de idiomas de origem africana. “Minha Pátria é a Língua Pretuguesa” é uma reunião de 55 crônicas antes publicadas por Kalaf nos livros “Estórias de Amor Para Meninos de Cor” e “O Angolano que Comprou Lisboa (Por Metade do Preço)”, no jornal Rede Angola e na revista Quatro Cinco Um. Essa relação com a língua fez parte, claro, da conversa que vocês ouvirão a seguir. Também papeamos sobre a dificuldade de circulação da literatura africana, a falta de um diálogo direto mais intenso entre o Brasil e países como Angola e Moçambique e como o autor trata das questões raciais em diferentes gêneros. Angolano, Kalaf é autor do romance “Também os Brancos Sabem Dançar”, publicado por aqui em 2018. Gravamos enquanto o escritor estava em Nova York, após uma passagem por Acra, capital de Gana. Na hora da dica de leitura, Kalaf abriu sua mala e compartilhou uma série de recomendações que ainda não saíram no Brasil. Deixo o alerta para os editores que acompanham o podcast: deem uma boa atenção a essa parte do episódio. Parte dos livros indicados por Kalaf: “As Madames”, de Zukiswa Wanner, “The Deep Blue Between”, de Ayesha Harruna Attah, “Maceration”, de Jay Kophy, “Azúcar”, de Nii Ayikwei Parkes, e “For What Are Butterflies Without Their Wings”, de Troy Onyango. A foto de Kalaf usada na arte do podcast foi feita por Sara de Santis. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Uma igreja que ressurgiu após ficar mais de 40 anos soterrada sob a areia. Um ritual do povo Tremembé. Uma crônica de Carlos Drummond de Andrade publicada em 1946 e descoberta num momento decisivo para a autora. As cidades portuguesas que dividem um mesmo nome. Um personagem emprestado de outro escritor, o angolano José Eduardo Agualusa. São elementos que ajudaram Socorro Acioli a encontrar a história que conta em “Oração Para Desaparecer” (Companhia das Letras). Esse é o primeiro romance que Socorro lança desde “A Cabeça do Santo”, livro de 2014 que aos poucos foi conquistando uma quantidade enorme de admiradores. No novo trabalho, do lado de lá do Atlântico nós temos Cida, mulher que busca construir uma nova vida num lugar desconhecido. Do lado de cá temos Joana, ainda viva nas amorosas lembranças de Miguel. “Oração Para Desaparecer” é uma história sobre identidade, religiosidade ou misticismo e, claro, amor. É também uma obra sobre as histórias que nos constituem. Escritora que estudou com Gabriel García Márquez, Socorro costuma ser apontada como uma herdeira brasileira do realismo mágico. Também falamos a respeito disso no papo que vocês ouvem agora. A foto de Socorro usada na arte do podcast foi feita por Igor de Melo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Rogério Pereira tem um plano bem demarcado para a sua carreira como romancista. Em 2013, quando tinha 40 anos, lançou “Na Escuridão, Amanhã”. Publicada pela finada Cosac Naify, a obra foi bem recebida pela crítica e chegou à final do Prêmio São Paulo de Literatura. Agora aquele romance de estreia volta às livrarias junto com o segundo livro de Rogério no gênero: “Antes do Silêncio”, ambos publicados pela Dublinense. Nesse novo o leitor acompanha o protagonista às voltas com a reta final da vida de sua mãe. Chama atenção como Rogério consegue dar uma forma literária bem crua para os momentos mais duros. Sabe também erguer narrativas com personagens para os quais a enxada é sempre mais importante do que o lápis, pelo menos nos momentos espinhosos da vida. Esse drama materno em “Antes do Silêncio” é entrecruzado por um sobrevivente do Holocausto obcecado pela leitura de um dos livros mais impactantes do século 20: “É Isto um Homem?”. Junto com os porcos, como conversamos no papo que vocês ouvirão a seguir, a obra do italiano Primo Levi é outra das obsessões de Rogério, jornalista que em 2000 fundou o Rascunho, um dos jornais literários mais longevos de nossa história. Por lá que, aliás, publica crônicas que recentemente renderam um outro livro, “Toda Cicatriz Desaparece”, organizado por Luiz Ruffato e publicado pela Maralto. A foto de Rogério usada na arte do podcast foi feita por Renata Sklaski. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Italo Calvino nasceu em outubro de 1923 em Santiago de las Vegas, em Cuba. Ainda pequeno foi morar com a família na Itália. Por lá que tocou a sua vida e construiu a obra que faz com que nos lembremos dele nesse centenário. Calvino foi um dos grandes escritores do século 20. Ele é dono de uma produção vasta e diversa. Na ficção, deixou livros como “O Visconde Partido ao Meio”, “As Cosmicômicas”, “Se Um Viajante Numa Noite de Inverno” e “As Cidades Invisíveis”, títulos marcados por características bem diferentes, como vocês poderão ouvir no papo a seguir. De sua não ficção, destacam-se coleções de ensaios como “Por Que Ler os Clássicos” e “Seis Propostas Para o Próximo Milênio”. Por conta da efeméride, a obra de Calvino vem ganhando novas edições pela Companhia das Letras, casa do autor no Brasil. Quem eu convidei para conversa a respeito da obra do italiano foi Adriana Iozzi Klein. Ela é doutora em teoria literária e literatura comparada pela USP, onde dá aulas, e fez especialização em literatura italiana na Universidade de Florença. Pesquisadora apaixonada pelo trabalho do autor, recentemente lançou “A Poética da Reescritura em As Cidades Invisíveis de Italo Calvino”. Publicado pela Nova Alexandria, é um estudo a respeito de um dos livros favoritos de Adriana, apontado por muitos como a obra-prima do italiano. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
“Forte é quem sabe ouvir, quem sabe dialogar, quem se comove com a dor das outras pessoas. Essa pessoa é forte”. É o que escreve Cidinha da Silva em “Foi Mesmo Ontem, Não Faz Tanto Tempo”, uma das crônicas de “Tecnologias Ancestrais de Produção de Infinitos”, publicado na virada de 2022 para 2023 pela Martelo. A obra é uma coletânea de textos nos quais a autora olha para questões mais duras de nossa sociedade, reflete a respeito aspectos do mercado editorial e, num momento mais leve, também escreve, dentre outras coisas, sobre o amor. Arapucas da profissão de escritora, o olhar da cronista e a vitalidade da crônica como gênero são assuntos do papo que batemos a partir de “Tecnologias Ancestrais de Produção de Infinitos”. Cidinha é uma autora de vasta produção. Como contista, venceu o Prêmio Clarice Lispector da Biblioteca Nacional em 2019 com “Um Exu em Nova York”. Já o infantil “O Mar de Manu” lhe valeu o Prêmio APCA de 2021. De sua obra ainda se destacam títulos como “Sobre-viventes”, “Oh, Margem! Reinventa os Rios” e “”Os Nove Pentes d'África”. A foto de Cidinha usada na arte do podcast foi feita por Vincent Bosson. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E aqui A Biblioteca no Fim do Túnel: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin
Como o filho de um pracinha, de um soldado que cruzou o Atlântico para lutar contra nazistas e fascistas na Segunda Guerra Mundial, se sentiu vendo as Forças Armadas do Brasil se aliando e servindo de pilar de sustentação para um governo de extrema-direita que frequentemente se valia de símbolos e de ideias nazifascistas? Essa era uma pergunta que tinha em mente quando convidei João Barone para uma conversa. Falamos sobre a participação brasileira na Segunda Guerra Mundial, mas também conversamos a respeito da atuação do exército num passado mais recente e no presente do nosso país. Vocês certamente conhecem o Barone pela carreira musical. Ele é o baterista dos Paralamas do Sucesso, uma das maiores bandas de rock de nossa história. Fora dos palcos, inspirado pela trajetória do pai, o artista pesquisa e escreve sobre a participação brasileira na Segunda Guerra. São de Barone os livros “1942: O Brasil e Sua Guerra Quase Desconhecida” e “A Minha Segunda Guerra”. João lançou há pouco o que talvez seja seu último trabalho nessa área. Falo de “Soldado Silva, a Jornada de um Brasileiro na Segunda Guerra Mundial” (Livros de Guerra/ Panda Books), espécie de fotobiografia afetiva sobre a ida do pai para o conflito. Foi a desculpa para convidar o Barone pro papo que vocês ouvem agora. A foto de Barone usada na arte do podcast foi feita por Ricardo Borges/ Uol. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
Uma pornochanchada sobre a República brasileira. Uma literatura não histórica, mas histérica, escrita por uma autora que vê a ficção como o gozo da liberdade. Estou falando de “O Presidente Pornô” (Companhia das Letras), primeiro romance de Bruna Kalil Othero. Nele, Bruna incorpora em seu personagem principal, o Segundo-Sarnento Bráulio Garrazazuis Bestianelli, mandatário de um país chamado Plazil, aspectos de todos os homens que já passaram pela presidência do Brasil. Sublinho: homens. O romance é dedicado “às presidentas que vieram e que virão”. É a imaginação, a criatividade, a recusa da literatura domada e realista que permite à autora carregar nas tintas das baixarias públicas e imaginar as sacanagens privadas da política. O caminho para achar o equilíbrio num trabalho marcado pelos excessos, pelo escracho, foi um dos assuntos do papo que bati com a escritora. Bruna também escreveu livros como “Carne”, uma reunião de ficções”, e “Oswald Pede a Tarsila que Lave Suas Cuecas”, um dos seus três títulos de poesia. Mestre em literatura brasileira pela Universidade Federal de Minas Gerais, também é professora e faz doutorado na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Na conversa nós passamos por essa experiência fora do país. Bruna ainda falou, dentre outras coisas, sobre a transgressão na arte, a admiração por Hilda Hilst e a necessidade de nos preocuparmos com a alfabetização artística das pessoas. A foto de Bruna usada na arte do podcast foi feita por Mauro Figa. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/'
“O equilíbrio correto entre entretenimento e política pode resultar em ação prática”. Pesco a citação de “O Crime do Bom Nazista”, novo romance de Samir Machado de Machado (Todavia). A frase me parece ser um ponto de partida interessante para entendermos a obra de Samir, também autor de títulos como “Tupinilândia”, “Homens Elegantes” e “Quatro Soldados” Samir é um romancista que bebe em fontes como Agatha Christie e Arthur Conan Doyle para entregar aos leitores romances que tocam em temas como a discriminação histórica aos homossexuais e o fascismo que segue a atormentar a sociedade. São dois traços presentes nesse novo trabalho, aliás, um romance policial que se passa no começo dos anos 1930 dentro de um Zepelim. A investigação de um crime misterioso move a obra que espelha a ascensão do nazismo na Alemanha com o que vivemos nos últimos anos no Brasil. Da boca ou da letra de figuras públicas de nosso tempo que Samir pegou frases que se encaixam perfeitamente nas ideias dos personagens nazis de quase um século atrás. Falamos sobre isso no papo. Também passamos pelas pesquisas históricas que marcam o trabalho do autor e pelo fascínio que Samir segue tendo pelo Brasil colonial. Avisos: Já temos os primeiros lançamentos de “A Biblioteca no Fim do Túnel: Um Leitor em Seu Tempo”, livro que lanço pela Arquipélago. No dia 17 de agosto estarei na Livraria da Travessa de Pinheiros, na Fradique Coutinho, em São Paulo. Os autógrafos começarão às 18h30 e irão até umas 21h30, 22h. Vai ter bebidas? Se vocês levarem, com certeza! Já no dia 24 de agosto será a vez de Porto Alegre. Por lá, além dos autógrafos, rolará um papo com a Luciana Thomé. O encontro será no Instituto Goethe, a conversa começará às 19h. Também teremos algo em Salvador durante a Flipelô. Contarei mais detalhes nas redes sociais assim que estiver tudo certinho. E como esse segundo semestre será bem corrido por aqui, até o final do ano o podcast será publicado a cada duas semanas. Numa semana teremos a newsletter, na outra o podcast. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/'
Começou a pré-venda de “A Biblioteca no Fim do Túnel: Um Leitor em Seu Tempo”, livro que lanço pela Arquipélago. Por enquanto, é pelo site da editora que a obra está disponível. Aqui o caminho: https://www.livrariaarquipelago.com.br/a-biblioteca-no-fim-do-tunel-rodrigo-casarin Quem comprar por lá, além de aproveitar um desconto e receber o trabalho antes dos demais leitores, também terá o exemplar autografado por mim. Prometo tentar caprichar para que a letra fique razoavelmente compreensível. Como a sinopse indica, “A Biblioteca no Fim do Túnel” é uma conversa descontraída em que a literatura é inseparável do cotidiano, da sociedade, do tempo que nos falta, das manias de cada um, da mesa de bar, do futebol, das eternas inquietações humanas e da imprescindível busca por prazer. Nessa conversa passeio por nomes como Umberto Eco, Carolina Maria de Jesus, Clarice Lispector e Murilo Rubião, além de títulos como “Cem Anos de Solidão”, “O Menino Maluquinho” e “Dom Quixote”. A crítica literária, pesquisadora e escritora Maria Esther Maciel, que assina a orelha, aponta que “A Biblioteca no Fim do Túnel” reúne “grandes bibliófilos do passado e do presente, sem deixar também de abordar a cultura pop, os quadrinhos, as polêmicas literárias, a literatura no boteco e as interseções entre ela e o futebol, evidenciando que os livros não se separam da vida prosaica”. Na arte do episódio está a capa inteira de “A Biblioteca no Fim do Túnel: Um Leitor em Seu Tempo”, com ilustração de Luísa Fantinel e design de Paula Hentges. Estou muito feliz com o resultado. É, de fato, um apanhado coeso sobre meu trabalho com os livros e a literatura. Também estou curioso para saber o que vocês, leitores, acharão dele. A pré-venda é uma etapa fundamental para que a editora tenha uma ideia de quanto o público está interessado na obra. Espero poder contar com a sua força nesse momento tão importante da minha carreira.
Quem é leitor e está pelo Twitter provavelmente acompanha ou, pelo menos, já trombou com alguma postagem do Machado de Assis Online - twitter.com/mdassisonline. A pessoa por trás dessa conta é o editor, escritor e jornalista Cláudio Soares. O Cláudio está há mais de década metido num trabalho hercúleo: escrever uma nova biografia de ninguém menos que Machado de Assis. O trabalho de Claudio já está bem encaminhado. A trajetória do autor de “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e de “Dom Casmurro” deverá ser contada em três volumes, que começarão a ser publicados num futuro próximo, se tudo caminhar como previsto. É esse desafio de biografar o Bruxo do Cosme Velho que está no centro do papo que bati com o Cláudio. Vocês poderão ter uma ideia da dimensão da empreitada e de como a tecnologia tem auxiliado o biógrafo em algumas situações. Também falamos a respeito da recepção da obra de Machado após sua morte, o jeito como os leitores do século 21 olham para a sua literatura e conversamos sobre a forma como Cláudio mergulha em outros clássicos de nosso cânone nas caprichadas e bem detalhadas edições que publica pela Obliq, a sua editora. Um aviso: Como sempre, farei uma pausa no podcast no mês de julho. Momento de descansar um pouco e também de dar mais atenção a outros projetos, como o livro que estou para publicar. Estão sabendo? Vai se chamar “A Biblioteca no Fim do Túnel – Um Leitor em Seu Tempo” e sairá pela Arquipélago. Já tem texto a respeito dele na newsletter, aliás: https://paginacinco.substack.com/p/o-trabalho-que-da-escrever-um-livro E o podcast voltará, claro. Prometo novos episódios para agosto. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' ** E dois dos artigos citados por Cláudio no nosso papo: - https://www.brasildefato.com.br/2021/09/29/analise-a-invencao-do-bruxo-do-cosme-velho - https://www.brasildefato.com.br/2023/06/21/machado-de-assis-e-os-segredos-ocultos-de-dom-casmurro-o-que-ficou-de-fora-do-romance
Ana Elisa não é da guarda patrulheira. É alguém que valoriza as nuances do idioma, o seu colorido, os seus desvios brincalhões. Ela vai na contramão da assepsia. É o que escreve Mariana Ianelli no prefácio de “Nossa Língua & Outras Encrencas”, novo livro de crônicas de Ana Elisa Ribeiro (Parábola). Como o título entrega, o foco do trabalho está na relação da autora com a língua portuguesa. O volume é uma reunião de textos que Ana escreveu ao longo de anos para a Revista Pessoa. Apresentar a Ana é uma tarefa ingrata. Profissional que atua em muitas frentes, ela dá aulas para turmas do ensino médio ao doutorado. Como escritora, dedica-se não só às crônicas, mas também à poesia, ao conto, aos livros infantis e aos juvenis, categoria que lhe valeu um Jabuti em 2022 graças a “Romieta e Julieu – Tecnotragédia Amorosa” (RHJ). Também pesquisa tecnologias ligadas à leitura e à editoração e atua como editora. É uma das cabeças por trás do selo Autêntica Contemporânea, por exemplo, atividade que fez parte do nosso papo. Nessa conversa falamos ainda sobre o momento dos autores latino-americanos, a literatura na sala de aula, caminhos para a edição e, claro, a relação com a linguagem, com as palavras. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/'
Em junho de 1988, o radialista José Antônio Daudt foi assassinado com tiros de espingarda na frente do prédio onde morava. A suspeita é que o crime tenha sido cometido por um amigo: o médico Antônio Dexheimer, que estaria enciumado pela relação de Daudt com sua esposa. Tanto José quanto Antônio eram deputados estaduais no Rio Grande do Sul. Não é por acaso que o crime se tornou um dos mais famosos de Porto Alegre. É dessa história real que Carol Bensimon parte para criar o seu novo romance. Com as liberdades propiciadas pela ficção, em “Diorama” (Companhia das Letras) acompanhamos uma história semelhante àquela dos anos 80 se mesclar com o país embrutecido dos últimos anos. No centro da trama, Cecília, taxidermista que vive nos Estados Unidos assombrada tanto pelo passado quanto pelo presente de sua família no Brasil. Esse é o quarto romance de Carol, que estreou no gênero com “Sinuca Embaixo D'Água”, publicado em 2009. Depois vieram “Todos Nós Adorávamos Caubóis” e “O Clube dos Jardineiros de Fumaça”, que lhe valeu um Jabuti em 2018. Também contista, há pouco o seu primeiro livro voltou às livrarias. Falo de “Pó de Parede” (Dublinense), do qual tratamos no papo que vocês ouvirão a seguir. Há quase cinco anos morando nos Estados Unidos, também falamos sobre como a experiência tem influenciado a sua literatura e passamos por nomes como Cormac McCarthy, que morreu nesta semana. Aproveito, então, para sugerir que ouçam o episódio 156 do podcast. Nele há um papo com Daniel Galera sobre a obra de McCarthy, autor, dentre outros, do “Meridiano de Sangue”: https://open.spotify.com/episode/0jVwbRTwDy1HGxvQWr671v?si=p-csPHZYRVakK-f-o1FoOw * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/'
Enquanto Saraiva e Cultura, gigantes do setor, vivem suas pindaíbas, diversas livrarias de rua aparecem pelo país. Já escrevi sobre essa tendência numa edição da newsletter. Eis o caminho: https://paginacinco.substack.com/p/nao-contem-com-o-fim-das-livrarias José Luiz Tahan é um veterano nessa praia. Há 32 anos que ele toca a Realejo, livraria de rua de Santos que já se aventurou também pelos shopping centers da vida, onde não vingou. São principalmente as lembranças do negócio com a porta na calçada que estão em “Um Intrépido Livreiro nos Trópicos – Crônicas, Causos e Resmungos”, livro que Tahan lançou há alguns meses pela Vento Leste. Tem resenha dele na coluna, aliás: https://www.uol.com.br/splash/colunas/pagina-cinco/2023/04/05/crise-livrarias-historias-realejo-jose-luiz-tahan-livreiro-tropicos.htm Na obra, passeamos por recordações que envolvem gente como Pepe, ex-craque do Santos, e Chorão, ex-vocalista do Charlie Brown Jr., enquanto nos deparamos com olhares sobre os recentes caminhos do mercado editorial. Para dividir um pouco de suas memórias e observações sobre esse meio que convidei Tahan para a conversa que vocês ouvirão a seguir. Mas, antes, dois avisos. Primeiro, o áudio não está com a qualidade que costumo entregar para vocês. Peço desculpas, mas a internet não colaborou no dia da gravação. Segundo, essa gravação aconteceu já tem um tempo. Papeamos no começo de abril, então haverá uma referência ou outra sobre o que acontecia naquele momento – o São Paulo voltando para me fazer passar raiva após um longo período sem jogos, por exemplo. A foto de Tahan usada na arte do podcast foi feita por Flávio Sampaio.
Mukanda é uma palavra de origem quimbundo, língua do tronco banto falada na região de Angola. Mukanda significa carta, missiva, escrita, papel. Ela está no título do novo livro do quadrinista Marcelo D'Salete. “Mukanda Tiodora” (Veneta) narra a história de uma mulher escravizada que pretendia negociar a sua liberdade e reaver laços afetivos. Sem saber escrever, Tiodora pedia para um outro escravizado redigir as cartas com o que tinha a dizer. Essas cartas existem e serviram de base para que Marcelo construísse mais uma ficção histórica que retrata um momento da escravidão no Brasil. Desta vez o cenário é a São Paulo da segunda metade do século 19, capital de um estado que crescia por conta do comércio de café e onde ideias abolicionistas contrastavam com o conservadorismo. Marcelo também é autor de outras obras sobre a escravidão no país. “Cumbe” lhe valeu um prêmio Eisner. Já com “Angola Janga” venceu o HQMix e o Jabuti na categoria Quadrinhos. No papo nós conversamos, dentre outras coisas, sobre esse olhar para o nosso passado, a descoberta de Tiodora e os caminhos entre a pesquisa histórica e a criação artística. A foto de Marcelo usada na arte do podcast foi feita por Rafael Roncato. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com
Outro dia perguntei nas redes quais eram os animais mais marcantes da literatura. Como era de se esperar, muita gente respondeu Baleia. A cachorrinha de Vidas Secas, de Graciliano Ramos, também seria a minha resposta. Outros lembraram do cachalote Moby Dick, do cachorro Quincas Borba, da galinha de Clarice Lispector, de bois de Drummond e Guimarães Rosa… É sobre esses animais que habitam grandes livros que Maria Esther Maciel se debruça há mais de década. Escritora e pesquisadora, em 2008 ela publicou “O Animal Escrito: Um Olhar Sobre a Zooliteratura Contemporânea” (Lumme). Seguiu com suas pesquisas para, em 2016, lançar “Literatura e Animalidade” (Civilização Brasileira). Foi quando conversamos pela primeira vez. Agora bato um novo papo com Maria Esther sobre a presença de animais na literatura. Esse mergulho da pesquisadora no assunto acaba de render um novo livro. Falo de “Animalidades – Zooliteratura e os Limites do Humano”, publicado pela Instante. Professora titular de Literatura da Universidade Federal de Minas Gerais, por onde se formou Doutora em Literatura Comparada, Maria Esther fez pós-doutorado em Literatura e Cinema na Universidade de Londres e em Literatura Comparada na USP. Atualmente é professora colaboradora da Pós-Graduação em História e Teoria Literária na Unicamp. Maria Esther Maciel também é autora de títulos como “O Livro dos Nomes” (Companhia das Letras) e do simpaticíssimo “Pequena Enciclopédia de Seres Comuns” (Todavia). A foto de Maria Esther usada na arte do podcast foi feita por Inês Rabelo. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/'
Uma pequena edição com tiragem de menos de 100 exemplares publicada pela Venas Abiertas que mudou a trajetória de José Falero. O trabalho chegou a bons leitores que lhe abriram portas. Passou, então, a escrever crônicas semanais para a revista Parêntese. Em 2020 Falero lançou pela Todavia o romance “Os Supridores”, narrativa marcada pela oralidade e pelo olhar para questões sociais. A obra foi finalista do Jabuti e conquistou uma boa quantidade de admiradores pelo país. Em 2021 o autor reuniu parte de suas crônicas em “Mas em que Mundo Tu Vive?”. Já no ano passado, aquele trabalho publicado pela Venas Abiertas ganhou nova edição. Falo de “Vila Sapo”, reunião de contos nos quais constrói retratos da vida na periferia de Porto Alegre. Autor que começou a ler tarde e cresceu num bairro pobre, à margem de bolhas literárias, Falero também chama atenção pela sua trajetória pessoal. Ele fala sobre essa caminhada na literatura no papo desta edição do podcast. Na conversa ainda passamos por possíveis formas para fazer com que livros cheguem a mais leitores, pelo rótulo de literatura marginal e pelo futebol, outra paixão que nos aproxima. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/
É longa a experiência de Gaía Passarelli com a internet. Em 1997 que a jornalista começou a escrever para sites, portais, blogs… Em seu currículo, carrega alguns nomes de peso. Já colaborou com veículos como Folha de São Paulo, Marie Claire e Viagem e Turismo. Também foi editora-chefe do BuzzFeed no país e VJ da MTV Brasil. Escritora, em 2016 publicou pela Globo Livros “Mas Você Vai Sozinha?”, uma reunião de crônicas de suas andanças pelo mundo. Há alguns anos, entre um trabalho e outro, Gaía Passarelli também se dedica à própria newsletter. Em Tá Todo Mundo Tentando, a autora publica crônicas sobre a vida contemporânea que hoje chegam a mais de 12 mil assinantes. Já o Guia Paulicéia reúne dicas do que fazer na cidade de São Paulo. Vídeos e textos de Gaía me ajudaram bastante na hora de elaborar a newsletter da Página Cinco. Pensando em quem também quer seguir por esse caminho cada vez mais explorado por escritores de diferentes gêneros que convidei Gaía para o papo que vocês ouvem a seguir. E, para quem quiser se aprofundar no assunto, na próxima semana, nos dias 16 e 18 de maio, Gaía ministrará o curso ABC da Newsletter. * O caminho para o curso: https://www.sympla.com.br/abc-da-newsletter-com-gaia-passarelli-16-e-18-de-maio__1972510 * O caminho para a Tá Todo Mundo Tentando: https://www.gaiapassarelli.com/ * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/' Faltaria espaço para deixar todos os links, mas a lista que a Gaía me enviou faz referência a newsletters dos seguintes autores: Brasileiros: Aline Valek, Daniel Galera, Mateus Baldi, Paula Gicovate, Carol Bensimon, Vanessa Guedes, Simone Campos, Camila Fremder, João Paulo Cuenca. Estrangeiros: George Saunders, Patti Smith, Joyce Carol Oates, Padma Lakshmi, Salman Rushdie, Ted Gioia, Austin Kleon, Nick Cave, Chuck Palahniuk, Cheryl Strayed e Roxane Gay.
Entre o final do ano passado e o começo deste ano, dois novos livros de Cormac McCarthy chegaram às nossas livrarias: “O Passageiro”, traduzido por Jorio Dauster, e “Stella Maris”, traduzido por Cássio de Arantes Leite, que formam um díptico. Hoje com seus 90 anos, McCarthy é figura fácil em listas de maiores escritores vivos. Ele passou mais de década e meia sem apresentar novidades aos leitores antes de lançar esse par de romances publicados no ano passado nos Estados Unidos. Esses livros saem no Brasil ao mesmo tempo em que a Alfaguara investe em reedições da obra de McCarthy. Já ganharam nova roupagem a distópica “A Estrada”, o colossal “Meridiano de Sangue” e dois volumes da Trilogia da Fronteira: “Todos os Belos Cavalos” e “A Travessia”. McCarthy é um escritor grandioso, que constrói narrativas permeadas por referências míticas, uma camada inefável. Fã assumido, daqueles que passaram a dedicar parte da vida a pesquisar a obra de McCarthy, Daniel Galera está trabalhando na tradução de um livro do cara. Autor de obras como “Barba Ensopada de Sangue”, “Mãos de Cavalo” e “Meia-Noite e Vinte”, escritor tantas vezes apontado como um dos destaques de sua geração, foi Galera que convidei para papo que vocês ouvem no podcast. A conversa é uma boa porta de entrada para quem quer começar a desbravar o mundo de McCarthy ou conhecer um pouco melhor as marcas desse grande autor dos Estados Unidos. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/'
Rômulo Castelo é um pianista virtuoso que busca a perfeição ao interpretar composições de rara dificuldade. Exigente ao extremo, cobra muito de todos ao redor. Não é fácil ser aluno de Rômulo. E parece ser ainda mais complicado viver sob o mesmo teto do artista. Sua esposa e seu filho que o digam. Onde está o equilíbrio entre o rigor absoluto, destrutivo e, de certa forma, paralisante e a condescendência que tanto vemos por aí? Essa é uma pergunta que emerge da leitura de “Dor Fantasma” (Biblioteca Azul), livro que valeu a Rafael Gallo o Prêmio José Saramago de 2022. Passamos por essa questão no papo do podcast. Também conversamos mais sobre Rômulo, um pianista clássico, tipo de personagem que destoa bastante do que temos encontrado na literatura contemporânea. Esse é o terceiro livro de Gallo e o terceiro prêmio que recebe. Ele estreou em 2012 com “Réveillon e Outros Dias”, com o qual venceu o Prêmio Sesc de Literatura na categoria Contos. Já o romance “Rebentar” valeu a Rafael o Prêmio São Paulo de Literatura em 2016 na categoria autor estreante. Os dois trabalhos saíram pela Record. Apesar desses reconhecimentos, Gallo vinha pensando em desistir da carreira de escritor. Num período de dores fantasmas, de certa forma o Saramago salvou o escritor. Nunca há nada garantido na literatura, sublinha Rafael. Esse é outro assunto do papo que batemos. - A foto de Gallo usada na arte do podcast foi feita por Wilian Olivato. * Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com
Na 154ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com a jornalista e tradutora Mariana Sanchez, pesquisadora de literatura latino-americana. - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ - E o caminho para o episódio 87 do podcast: https://open.spotify.com/episode/7qPxZhqxodpassegafv3SM?si=L-YngFKmQ2yz9uTQSsqfIA Na arte do podcast, “América Invertida”, de Joaquín Torres García. Contribuição do ouvinte Carlos Segato: Livros e autores mencionados pela Mariana Sánchez neste PodCast Página 5: 1 - Alejandra Costamagna, chilena (1970 - ), autora de "Sistema do tato" e "Impossível sair da terra" (citados), "Animales domesticos" e "Últimos fuegos", dentre outros. 2 - Pedro Mairal, argentino (1970 - ), autor de "Salvatierra" (citado) e "A uruguaia", dentre outros. 3 - Mariana Enriquez, argentina (1973 - ), autora de "A irmã menor - um retrato de Silvana Ocampo" e "As coisas que perdemos no fogo" (citados), dentre outros. 4 - Lina Meruane, chilena (1970 - ), autora de "Tornar-se Palestina" (citado), dentre outras obras. 5 - Sara Gallardo, argentina (1931-1988), autora de "Eisejuaz", "Enero" e "Los galgos, los galgos" (citados), dentre outros. 6 - Silvia Molloy, argentina (1938-2022), autora de "Varia imaginación" e "Vivir entre lenguas". 7 - Samantha Schweblin, argentina (1978 - ), autora de "Pájaros en la boca" (que contém o conto citado "A mala pesada de Benevides") e "Distancia de Rescate" (citados); 8 - Antonio di Benedetto, argentino (1922-1986), autor de "Zama" e "El silenciero". 9 - Juan Hermann, poeta e escritor argentino (1930-2014). 10 - Felisberto Hernández, uruguaio (1902-1964). 11 - Julio Ramón Ribeyro, peruano (1929-1994). 12 - Mario Levrero, uruguaio (1940-2004). 13 - Selva Almada, argentina (1973 - ), autora de "O vento que arrasa" (citado). 14 - Pedro Lemebel, chileno (1952 - ). 15 - Camila Sosa Villada, argentina (1982 - ). 16 - Néstor Perlongher, argentino (1949-1992). 17 - Paul Preciado, espanhol (1970 - ), autor de "Um apartamento em Urano" (citado). 18 - Karina Sainz Borgo, venezuelana (1982 - ). 19 - Juan Gabriel Vásquez, colombiano (1973 - ). 20 - Margarita García Robayo, colombiana radicada na Argentina (1980 - ) 21 - Pilar Quintana, colombiana (1972), autora de "La perra" e "Los abismos" (citados). 22 - Aurora Venturini, argentina (1921-2015), autora de "As primas" e "Nós, os caserta" (citados). 23 - César Aira, argentino (1949 - ), autor de "As noites de Flores" (citado). 24 - Damiela Eltit, chilena (1947 - ). 25 - Gabriela Cabezon Camara, argentina (1968 - ), autora de "As aventuras da China Iron" (citado). 26 - Fernanda Melchor, mexicana (1982 - ), autora de "Temporada de Furações" (citado). 27 - Armonia Somers, uruguaia (1914-1984), autora de "La mujer desnuda" (citado). 28 - Josefina Vicens, mexicana (1911-1988), autora de "El libro vacío" (citado). 29 - Fernanda Trias, uruguaia (1976 - ), autora de "Gosma Rosa" e "La azotea" (citados). 30 - Adolfo Bioy Casares, Jorge Luís Borges e Júlio Cortázar (escritores argentinos mais conhecidos, já clássicos contemporâneos, também mencionados na entrevista). 31 - Manuel Puig, autor de "Boquitas Pintadas" (citado)
Na 153ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com Yuri Al'Hanati, do Livrada!, sobre a obra de Tolstói.. - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ A pintura usada na arte deste episódio foi feita por Ilya Repin. O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
Na 152ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com Luiza Romão, autora de “Nadine” (Quelônia) e “Também Guardamos Pedras Aqui” (Nós), com o qual ganhou o Jabuti de Poesia e de Livro do Ano em 2022. - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ - E o caminho para a dissertação da Luiza: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-04012023-121226/en.php A foto de Luiza usada na arte do podcast foi feita por Álvaro Serrano Sierra. O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
Na 151ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com Carolina Vigna, que acaba de lançar “Uma História da Arte” (CEPE), escrito em parceria com Elvira Vigna. - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ A pintura usada na arte do podcast é “Três Orixás”, de Djanira. O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
Na 150ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com Flávio Moura, editora da Todavia, sobre a reedição da obra de Antonio Candido. - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ A foto de Candido usada na arte do podcast foi feita por Renato Parada. O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
Na 149ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com o Marcelo Duarte, criador do Guia dos Curiosos e que acaba de lançar “Parabéns a Você!” (Panda Books, ilustrações de Evandro Marenda). - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
Na 148ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com o Ricardo Aleixo sobre “Sonhei Com o Anjo da Guarda o Resto da Noite” (Todavia). - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ A foto de Ricardo usada na arte do episódio foi feita por Natália Alves da Silva. O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
Na 147ª edição do podcast da Página Cinco: - Papo com o escritor Ricardo Lísias sobre o francês Marcel Proust, autor de “Em Busca do Tempo Perdido”. - Aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A
- Trecho de “Restos do Carnaval”, conto de Clarice Lispector que está no livro “Felicidade Clandestina”. - E aqui o caminho para a newsletter da Página Cinco: https://paginacinco.substack.com/ O podcast da Página Cinco está disponível no Spotify - https://open.spotify.com/show/6QAoDVp8uQgzklw30rlPgH -, no iTunes - https://podcasts.apple.com/br/podcast/podcast-p%C3%A1gina-cinco/id1495082898 - no Deezer - https://www.deezer.com/show/478952 -, no SoundCloud - https://soundcloud.com/paginacinco - e no Youtube - https://www.youtube.com/channel/UClccqes0_XPegOwEJKgFe-A