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O programa Autores e Livros Dose Extra desta semana traz uma entrevista com o jornalista e escritor Ernesto Rodrigues, autor do livro A Globo: Concorrência, segundo volume da trilogia que mergulha na trajetória da maior emissora de televisão do país. A obra oferece uma análise minuciosa e independente do papel da Rede Globo na cobertura de episódios marcantes da história recente do Brasil, como a doença e morte de Tancredo Neves, o governo Sarney e a eleição de Fernando Collor. O autor também se debruça sobre a atuação da emissora durante os anos de Fernando Henrique Cardoso, abordando críticas e polêmicas que marcaram esse período. No plano internacional, Rodrigues destaca a liderança da Globo na cobertura de eventos de grande repercussão, como a crise da aids, a queda do Muro de Berlim, o colapso da União Soviética, a Primeira Guerra do Golfo e a comoção global em torno da morte da princesa Diana. A evolução da teledramaturgia também ocupa espaço de destaque. Sucessos como Vale Tudo, Tieta e O Rei do Gado são analisados, assim como produções ousadas, como as minisséries Grande Sertão: Veredas e Anos Dourados. O livro ainda aborda a transformação da programação infantil com os fenômenos Xuxa e Angélica, o humor irreverente de Casseta & Planeta e Sai de Baixo, o tetra conquistado pela Seleção Brasileira em 1994 e a trajetória vitoriosa e trágica de Ayrton Senna. Ernesto Rodrigues dedica parte do livro ao crescimento comercial da emissora, suas tentativas de expansão internacional — incluindo o fracasso na Itália com a Telemontecarlo —, e a intensa disputa pela audiência frente ao avanço de concorrentes como Silvio Santos e a Rede Record, que levaram a Globo a reformular sua programação para manter a liderança no mercado. “A Globo: Concorrência” dá continuidade ao trabalho de investigação jornalística iniciado no primeiro volume da trilogia, aprofundando os bastidores de uma emissora que moldou e foi moldada pela história do Brasil contemporâneo. __________________________________ A trilogia: | A obra divide a história da Globo em três períodos e volumes: Hegemonia, o primeiro, cobre os acontecimentos ocorridos entre 1965 e 1984 e reconstitui as origens, o crescimento e a consolidação da liderança; Concorrência, o segundo, resgata os altos e baixos da Globo na travessia de 1985 a 1998, período histórico em que o Brasil passou por grandes transformações; e Metamorfose, o terceiro volume, contempla o período entre a virada do século e o início da década de 2020, época em que a Globo se viu obrigada a promover mudanças profundas em todas as suas áreas.
Francys de Oliveira recebe a analista do Sebrae Minas, Daniele Moreira, que destaca o desenvolvimento da cadeia produtiva do Baru, fruto nativo do Cerrado, e o trabalho de exportação. Ela explicou também sobre a inclusão produtiva e o trabalho em parceria com o Senar, e abordou a atuação do Sebrae e os modelos de negócio na região.
Livros mencionados: Os Cinco, Enid Blyton; Os Sete, Enid Blyton; Sherlock Holmes, Arthur Conan Doyle; Uma Aventura, Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada; Clube das Chaves, Maria Teresa Maia Gonzalez e Maria do Rosário Pedreira; Harry Potter, J.K. Rowling; O Princepezinho, Antoine Saint-Exupery; Senhor Deus, Esta é a Ana, Flynn; Terapia, David Lodge; As Benevolentes, Jonathan Littell; Os Hereges, Leonardo Padura; O Homem que Gostava de Cães, Leonardo Padura; Trilogia M Mussolini, Antonio Scurati; O Alfaiate do Panamá, John le Carré; O Epigrama de Estaline, Robert Littell; A Arte da Guerra, Sun Tzu; A Sociedade do Cansaço, Byung-Chul Han; Um Feiticeiro da Terramar, Ursula K. Le Guin; Lisboa Reykjavík, Yrsa Sigurdardóttir; Cem Anos de Solidão, Gabriel García Marquéz; A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera; Mystic River, Dennis Lehane; 1984, George Orwell; A História de Uma Serva, Margaret Atwood; Grande Sertão Veredas, João Guimarães Rosa. Sigam-nos no instagram: @leiturasembadanas Edição de som: Tale House
Pensei em separar esta conversa em duas partes mas seria maldade. Está tão boa, tão boa, que merece ser ouvida de enfiada. Um escritor incrível, um comunicador nato, um leitor inspirador. Lá está, faz jus ao nome: Vale a pena. Valeu. Vencedor do Prémio Saramago 2022 com o romance “Dor Fantasma”, hoje conhecemos melhor o Rafael Gallo, autor paulista que agora vive em Portugal. Os livros que escolheu: Grande Sertão: Veredas, João Guimarães Rosa; Laços de família, Clarice Lispector; Libertinagem, Manuel Bandeira; Ensaio sobre a cegueira, José Saramago. Outras referências: Chico Buarque: Budapeste; Leite Derramado; Anos de chumbo (contos). Lígia Fagundes Teles; Jorge Amado; Clarice Lispector: A Imitação da Rosa; O Amor; A Paixão segundo G.H.; A hora da Estrela. Sinfonia em branco, Adriana Lisboa; Cemitério de Pianos, José Luís Peixoto; Os Malaquias, Andréa del Fuego. Os que escreveu: Réveillon e Outros Dias; Rebentar; Dor Fantasma; Cavalos no Escuro. Recomendei: “O que a chama iluminou”, Afonso Cruz; Ofereci: Quando servi Gil Vicente, João Reis. Os livros aqui: www.wook.pt
Tudo que fazemos em vida possui um propósito e o que nos agarra a ele é um sentimento de amor. Esse amor é o mistério de toda nossa existência. É nesse contexto que o texto fragmento do livro Grande Sertões Veredas de João Guimarães Rosa exprime. Acompanha o texto a obra The Braying Mule de Ennio Morricone. Obrigado.
No podcast de hoje, acompanhe um bate-papo com a escritora e atriz Bruna Lombardi e o ator Odilon Esteves. A conversa abordou a obra clássica de Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas. Confira! See omnystudio.com/listener for privacy information.
No Mondolivro de hoje, Afonso Borges fala sobre Aracy de Carvalho, mulher a quem o livro “Grande Sertão: Veredas” foi dedicado. Ela desempenhou um importante papel na Segunda Guerra Mundial, emitindo vistos para judeus que buscavam fugir dos nazistas. Saiba mais no episódio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Aos 27 anos, a velejadora se tornou a primeira mulher a completar o período de invernagem no Ártico Era julho quando Tamara Klink partiu da costa da França a bordo do Sardinha 2, um veleiro de dez metros de comprimento, rumo à Groenlândia. Há quase um ano, ela navegou por vinte dias entre icebergs para chegar a um dos territórios mais remotos do mundo, onde o sol se esconde durante todo o inverno e o mar se transforma em gelo. Foi ali que aportou sua embarcação para se transformar na primeira mulher a completar o período de invernagem sozinha no Ártico – em outras palavras, passar o inverno isolada no barco preso no gelo. Durante oito meses, a velejadora viveu entre raposas, corvos e ptarmigans em temperaturas que variam entre -20ºC e -40ºC, em contato com a civilização por e-mails curtos e textos publicados por uma amiga em seu Instagram. Aos 27 anos, Tamara descobriu como enxergar através dos pequenos ruídos no meio do silêncio, sentiu falta de um dicionário – e também de algumas palavras para definir os sons, cheiros e gostos que experimentou –, aprendeu a tocar músicas no violão e inventou outras tantas quando as cifras acabaram e viu as pessoas que deixou em terra firme se transformarem em rascunhos abstratos na sua cabeça, tão verdadeiros quanto os personagens dos livros que lia. Filha da fotógrafa e empresária Marina Klink e de Amyr Klink, um dos maiores velejadores do mundo, Tamara escreveu mais um capítulo de uma história que é só sua – e, ao contrário do que muitos esperam, sem contar com conselhos ou orientações do pai. Em sua primeira entrevista depois da invernagem, Tamara Klink bateu um papo exclusivo com Paulo Lima no Trip FM. Ela conta o que aprendeu sobre si e sobre a vida, fala de sexualidade, música, sonhos e os maiores desafios nesse projeto – cair na água congelante ao pisar no gelo fino foi só um deles. Você pode ouvir essa conversa no play nesta página, no Spotify ou ler a seguir. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/66870771e74c4/tamara-klink-velejadora-groenlandia-congelada-artico-trip-fm-mh.jpg; CREDITS=Divulgação / Arquivo pessoal; LEGEND=Tamara Klink; ALT_TEXT=Tamara Klink] Trip. Imagina que você encontrou uma menininha de 10 anos que quer saber o que você andou fazendo nos últimos meses. Eu queria que você contasse para ela que projeto é esse. Tamara Klink. O meu projeto era ficar no Ártico de um verão até o seguinte, então passei aqui também outono, inverno e primavera. Agora é verão de novo. E viver. Eu queria viver e descobrir o que acontece quando o mar congela, quando os animais vão embora, quando os sons, os cheiros e a luz desaparecem. Durante o inverno, o sol se põe. Eu fiquei sem vê-lo durante 3 meses, e toda a paisagem muda quando some a luz. Durante o verão é o contrário: o sol não se põe mais, está o tempo todo no céu, o tempo todo é dia. Eu queria fazer essa travessia do tempo. Dessa vez não era mais eu que ia atravessar o oceano para ir de um lugar ao outro, eu ia de um lugar ao outro atravessando o tempo. Você está falando com a gente da Groenlândia. Me conta um pouquinho como é esse país? A Groenlândia é uma ilha enorme, a maior do mundo. Dois terços são cobertos por uma calota polar e nas bordas existem vilarejos. As primeiras pessoas chegaram aqui há milhares de anos, mas a ocupação humana mais recente aconteceu ao redor de mil anos atrás com pessoas que vieram andando no mar congelado durante o inverno. O mar congela durante seis meses por ano, mais ao norte por quase 11 meses e às vezes o ano inteiro. Então essas mudanças extremas de temperatura faz parte da vida das pessoas que moram aqui desde sempre. Mas para mim isso era uma novidade. Aprendi muito com os groenlandeses que encontrei no caminho. Eles me ensinaram, por exemplo, como andar e navegar no meio de icebergs e o perigo de se aproximar de um. Os icebergs quebram, às vezes derivam em cima do barco, podem capotar em cima de nós. Várias vezes durante a noite, mesmo ancorada, eu tinha que acordar aqueles que se aproximavam do barco. O que você encontrou no caminho até o Ártico? Eu estava acostumada a navegar com uma precisão cartográfica maior. Aqui eu precisei entrar em uma baía sem saber se ia ter fundo suficiente para ancorar, naveguei em lugares com muita neblina, ser enxergar nada. Usava só o radar, mas eu sabia que ele não ia mostrar os icebergs pequenos, que também são perigosos. Ao longo dessas navegações eu fui trabalhando a musculatura da frustração, aprendendo a lidar com os imprevistos constantes, com o risco. No começo foi extremamente exaustivo, mas depois encontrei o ritmo. Eu ria. Eu batia numa pedra, eu ria. Eu falava: é isso, se o barco não afundou, então nós seguimos, teremos aprendido a posição de mais uma das muitas pedras que a gente ainda vai encontrar. Acho que fui criando uma espécie de olhar irônico ou cômico para a desgraça. E aí eu comecei a ver que a parte mais tranquila da viagem seria o inverno. Eu não via a hora de poder simplesmente ancorar e estar em paz por oito meses. A ideia de ficar sozinho é aterrorizante para muita gente. Como foi pra você pensar que ficaria muitos meses só com os seus pensamentos? Você sempre gostou disso? Não sei se eu sempre gostei, mas eu via a invernagem como uma chance de descobrir a verdade com V maiúsculo. A verdade sobre o que acontece quando chega o inverno e o mundo se transforma, quando um espaço que antes era navegável se torna terra firme, quando os animais vão embora, quando o som vai embora e a gente fica no silêncio. A verdade sobre quem eu sou quando não tem ninguém ao redor, quem eu sou quando ninguém vai dizer o meu nome, quando ninguém vai me salvar, quando ninguém vai me dar carinho, quem eu sou sem meu sobrenome. Eu nunca tinha vivido sem nome próprio, sem idade, sem gênero. Essa busca e essa pesquisa foi o que me motivou a vir e o que alimentou os dias. Eu vi a solidão muito mais como uma chance de descoberta sobre mim como humana, como indivíduo, como ser vivo, do que como uma punição ou uma dificuldade. Como foi enfrentar a solidão? Muitas pessoas vivem a solidão sem desejar, mas eu pude escolher. É muito diferente se expor à solidão por escolha e sabendo que tenho um lugar para voltar, onde vou encontrar pessoas. Eu tive que vir até aqui, tão longe, e ficar presa numa placa de gelo para poder estar só. E para os groenlandeses que conheci, a solidão não é algo bom. Eles tentaram me desencorajar. Falavam: "Fica num vilarejo, leva mais alguém"; "Vai faltar abraço, vai faltar homem"; "Vai com um homem que você não vai dar conta"; "Você vai ser fraca demais, não tem experiência, vai morrer congelada". Você disse querer estar em contato com seus ângulos mais profundos e a sua existência de uma forma diferente. Isso aconteceu? Você se encontrou nesse período da invernagem sozinha? Sim, mas eu não precisava estar aqui para ter encontrado essa iluminação, essa paz. Poderia ter encontrado em qualquer lugar do mundo, porque as coisas que me permitiram sentir mais em paz e mais feliz por estar viva foram coisas que existem em todos os lugares: o céu, a caminhada, o acesso a esse infinito que está na nossa cabeça, esse espaço amplo que ocupa todos os nossos vazios. Um dia, depois de seis ou sete meses ancorada, abri a cadeira de acampamento em cima do gelo e fiquei olhando o céu. Fechei o olho e fiquei só sentindo o calor, a radiação solar na cara, e pensei que a palavra que melhor definia aquele momento era paz. E tudo o que eu tinha vivido de ruim e de difícil, ao longo da preparação, mas também ao longo de toda a vida, e tudo que eu tinha vivido de bom, de feliz, de brilhante, tinha servido para aquela hora. E entendi que era para isso que servia estar viva. Não para fazer coisas grandiosas, mudar a história da humanidade, escrever livros, ganhar prêmio, aparecer em revista, podcast. A vida servia simplesmente para sentir. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/668708127e59c/tamara-klink-velejadora-groenlandia-congelada-artico-trip-fm-mh2.jpg; CREDITS=Divulgação / Arquivo pessoal; LEGEND=Tamara Klink; ALT_TEXT=Tamara Klink] Eu queria que você falasse mais sobre o silêncio. Como é estar num lugar de silêncio absoluto? O que ele te ensinou? Quando o mar congelou, os sons que definiam a paisagem sonora pararam de ocupar o ar. O barulho das ondas, a água batendo nas pedras, gaivotas passando, às vezes uma foca, uma baleia… Só sobraram os sons do meu próprio corpo. E tinha um barulho que me incomodava muito, um ruído que eu acho que vem do sangue, da efervescência, das bolhas, não sei. Por mais que eu tivesse todo o silêncio, aquilo parecia estar sempre gritando no meu ouvido. Meus passos pareciam muito barulhentos, e eu ficava aliviada de ouvir um corvo passando. Durante muito tempo, eu conhecia os meus vizinhos muito mais pelo som: a raposa, o corvo, o ptarmigan. Eu comecei a gostar desse silêncio, que era um silêncio vasto, de quilômetros. E isso mudou a minha relação também com o medo, porque os sons que antes me assustavam – do vento catabático, dos icebergs na borda – eram os que agora faziam me sentir mais confortável. Eu ouvia um barulho e falava: "Ah, deve ser isso ou aquilo, o vento deve estar a 15 nós". Eu via muito mais a paisagem por esses pequenos e sutis ruídos do que pelos signos visuais. E como é difícil colocar o som em palavras. A gente tem um vocabulário muito rico para definir o que vê, mas muito pobre para os sons, os cheiros, os gostos. A descoberta foi da insuficiência das palavras. Existe a crença de que o ser humano é um animal gregário, que precisa estar em grupo. Queria saber como foi a carência de gente. Houve uma curva de gradação do aumento ou diminuição dessa dependência? Você acha que se uma pessoa, por alguma razão, viver isolada, isso vai deixando de ser importante com o tempo? No começo da viagem eu sofri um pouco por estar ainda associada a um modo de vida das pessoas que estavam em terra, em que a vida era garantida – ou aparentemente garantida. Mas no ambiente em que eu estava bastava que o barco pegasse fogo e era certo que eu ia morrer. Ou bastava ter uma apendicite, quebrar uma perna, bater a cabeça, cair na água… Como a minha vida nunca estava garantida, muitas coisas começaram a parecer fúteis. Ao longo do tempo, as pessoas começaram a se tornar cada vez mais abstratas na minha cabeça. Eu não lembrava como era meu namorado, minha mãe, meu pai, minhas irmãs. Eu lembrava muito mais de frases fora de contexto e algo como um rascunho do rosto da pessoa, e menos de como ela era de fato. Era como se as pessoas começassem a virar conceito, um resumo distante. Um dia, meu namorado mandou um e-mail e eu falei: "Desculpa, não quero mais ser sua namorada, porque eu não vejo mais nada, eu nem lembro como você é". Eu sentia que eu não queria mais esses vínculos, essa dependência, nem gerar expectativa. Porque tudo o que importava pra mim fazia parte do presente, fazia parte do lugar onde eu estava: os animais, a neve, as condições meteorológicas, as mudanças dos elementos, a minha própria existência. O resto era tão verdadeiro quanto os personagens dos livros que eu lia. A ficção e a realidade eram muito próximas. Receber um e-mail de alguém da minha família era como ler sobre Diadorim, personagem do "Grande Sertão: Veredas" [livro de Guimarães Rosa]. Enquanto eu lia o livro, aqueles eram os personagens com quem eu convivia nos meus pensamentos, tanto quanto os personagens dos e-mails. Você falou sobre essa mixagem entre a ficção e a realidade, como isso foi acontecendo na sua cabeça, inclusive com relação ao seu relacionamento afetivo. Achei surpreendente essa coisa de você não saber mais quem era a pessoa que estava do outro lado. Eu queria, sem ser invasivo, tratar um pouco também da sexualidade. Como era esse aspecto? O que você pode me contar da sexualidade humana quando o indivíduo é colocado nessa condição que é completamente diversa à que a gente está acostumado? Não posso falar por toda a espécie, mas posso falar por mim. Eu não tinha nenhum desejo sexual, eu não tinha vontade de estar com meu namorado. Eu diria até o contrário. Eu comecei a identificar, e não só do ponto de vista sexual, todas as vezes em que eu abri mão do meu prazer pelo prazer do outro. Quantas vezes eu usei roupas que apertam para ser mais bonita, mais agradável, mais desejada, mais querida ou mais respeitada. Quantas vezes eu fiz coisas desconfortáveis, ou que eu não queria fazer, para agradar outra pessoa. Porque ser mulher passa também por ser aceita, por ser reconhecida por algo que não são simplesmente as nossas capacidades de pensar, nossas ideias, nossas habilidades, mas também por qual é a cara que a gente tem, qual é o corpo que a gente tem, e quantas vezes a gente só consegue acessar certos lugares porque a gente aparenta ser alguma coisa – sendo ou não aquilo. E de repente eu não precisava mais parecer. Eu podia apenas ser. Eu não precisava mais gastar tanta energia quanto numa cidade para aparentar alguma coisa ou para agradar. Quando a gente para de pensar em qual é a cara que a gente tem, se a gente está apresentável, se a gente está vestida do jeito certo ou não, de repente sobra muito tempo para o nosso próprio prazer. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/6687082044b6c/tamara-klink-velejadora-groenlandia-congelada-artico-trip-fm-mh3.jpg; CREDITS=Divulgação / Arquivo pessoal; LEGEND=Tamara Klink; ALT_TEXT=Tamara Klink] Eu vivia em função do meu corpo como uma ferramenta, tanto para me levar nos lugares quanto para me dar prazer de muitas formas. E o prazer era algo muito mais plural do que o sexo. Era o prazer de ir onde eu queria com as minhas próprias pernas, de escorregar uma montanha e dar risada quando eu chegava no final. Era o prazer de ver um bicho, de comer uma comida. Eram vários outros prazeres que percebi que renunciava na vida na cidade porque a gente não reconhecia isso como prazer válido. Quantas vezes já não abrimos mão de comer uma comida por causa do número de calorias, porque não é saudável, por medo de o dente ficar sujo ou porque a gente aprendeu que não era a coisa certa? Quantas vezes a gente, principalmente as mulheres, usou roupas que restringem a nossa mobilidade? Por que as roupas de esporte femininas são tão apertadas? Por que os nossos bolsos, às vezes, são falsos? Por que a gente usa sapatos que incomodam tanto? De repente eu só me vestia para ter mais mobilidade, para me dar prazer, para estar confortável. E eu percebi que, quando eu ligava a câmera fotográfica, que era para mim o acesso ao mundo exterior, eu pensava: "Meu Deus, minhas sobrancelhas estão juntas de novo, quando eu voltar vão ficar falando que eu sou monocelha"; "Meu cabelo está com caspa, o que eu faço agora?"; "Ih, tem uma meleca no meu nariz". Óbvio que tem, o ar é muito seco, o nariz fica escorrendo o tempo inteiro. E eu só lembrava dessas coisas quando via a câmera fotográfica e começava a imaginar o que a outra pessoa ia pensar sobre mim quando visse aquela foto. Porque a gente aceita ver o explorador polar com duas estalactites escorrendo do nariz, mas eu nunca vi foto de uma mulher com meleca no nariz, com pelo na cara, cabelo oleoso. Ela tem que estar sempre arrumada, não importa onde está. Então a câmera fotográfica era o inimigo, esse olhar externo da sociedade. Mas também era bom poder lembrar como era e deixar de lado, desligar a câmera e ser humana, que é mais era libertador. E acho que a liberdade vem de ir superando esses limites, alguns limites que nos foram impostos pelas pessoas, outros que foram impostos por nós mesmos. Como foi o fim do isolamento, sair desse lugar em que você se encontrou? Eu até me incomodei com os primeiros encontros com pescadores groenlandeses, porque era sinal que o inverno tinha acabado mesmo. Até que eu comecei a desejar voltar para a sociedade, encontrar outras pessoas e rever as que eu tinha deixado. Porque eu entendi que a minha viagem fazia sentido, era bonita, feliz, também porque ela era provisória. A solidão era provisória. E eu não era o único ser vivo que começava a encontrar pessoas. Quando a primavera chegou e o mar começou a derreter, apareceram os primeiros animais e eu notei que eles passaram a estar em grupo. As raposas, antes solitárias, cantavam para se encontrar. Os ptarmigans estavam juntos, as baleias sempre em par, os patos eram milhares reunidos. E eu continuava só. E aí eu comecei a entender que a solidão não era a resposta e a minha vida só fazia sentido dentro do contexto da minha espécie. Eu podia morrer, tinha até perdido esse medo, mas a minha vida só faria sentido depois de ter passado por tudo isso se ela tornasse melhor a vida dos outros indivíduos da minha espécie. Porque é assim, a gente acaba e vira carne e osso e pronto. E o que faz a vida ser além de carne, osso e pele? São as ideias, é a imaginação, são esses sentidos. E a vida serve para isso, não para os objetos que nos rodeiam. Estamos falando em vínculos e a gente lembra de você desde pequenininha, esperando a chegada das expedições de seu pai, Amyr Klink. E é muito interessante o quanto você está construindo a sua própria história. Você falou em entrevista ao Provoca sobre a dificuldade que seu pai teve de entender esse projeto. Como é que você lê isso hoje? Me deu muita liberdade, hoje eu vejo, meu pai dizer desde sempre que não me ajudaria. Ao mesmo tempo foi aquele empurrão do ninho: "Você quer navegar? Então vá. Mas saiba que eu não vou te dar barco, conselho, dinheiro, não vou te dar nada. Simplesmente crie o seu caminho". Então eu fui buscar tudo isso em outros lugares. Eu aprendi outra língua, porque eu vi que tinham muitos livros de navegação escritos em francês, e fui pra França, onde conheci outras pessoas, naveguei em outros barcos e tive a oportunidade de não ser mais a filha do meu pai. No Brasil eu tinha muito medo de errar, porque se eu fosse uma velejadora ruim, putz, eu tava carregando um nome que não era só o meu. Era muito intimidador, porque eu sentia que as pessoas já esperavam que eu soubesse muito mais do que eu sabia. Como a gente aprende, como é que a gente começa quando todos esperam que a gente já saiba? Na França eu errava, fiz um monte de escolha ruim, e isso foi me dando a experiência necessária. Eu acho que é o meu jeito de fazer as coisas, que talvez seja ingênuo, mas eu me coloco em situações em que não sei como eu vou encontrar as respostas, mas eu me coloco. Me jogo na água e falo: "Bom, agora que eu tô aqui, eu sei que eu vou ter que aprender a nadar, não tenho outra opção". Isso foi algo que eu fui fazendo, principalmente no começo. E o que me permitiu comprar a Sardinha 1, um barco velho que custava o preço de uma bicicleta lá na Noruega. E que eu sabia que não teria nem como pagar o combustível ao longo da viagem. Aí eu negociava venda de vídeos na internet, no meu canal do YouTube, fui lendo um livro sobre negociação para aprender a negociar, aí conseguia comprar combustível para poder ir até uma baía específica e comprar a polia que eu precisava para levantar a vela mestra. No começo era tudo muito no limite. E acho que se meu pai soubesse tudo o que eu ia viver por causa e graças àqueles "não", ele se questionaria se foi a melhor coisa. Porque eu realmente me expus a muito mais do que provavelmente ele esperava – e do que eu esperava também. Mas foi o que me trouxe aqui e estou feliz de ter chegado. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/07/6687082ebbf98/tamara-klink-velejadora-groenlandia-congelada-artico-trip-fm-mh4.jpg; CREDITS=Divulgação / Arquivo pessoal; LEGEND=Tamara Klink; ALT_TEXT=Tamara Klink] Depois desse processo, será que você vai ter mais ou menos paciência para lidar com as pessoas? A sabedoria que você adquiriu vai te dar mais complacência e tolerância ou as pessoas vão te irritar? Essa é uma boa pergunta. Eu acho que a gente precisa refazer esse encontro daqui a uns seis meses para saber a resposta. Eu fiquei dois, três dias na cidade e a minha impressão foi que tinha objetos demais, coisas demais. Eu via as pessoas correndo trabalhando, seguindo horários. Mas por que as pessoas trabalham tanto? Ah, para ganhar dinheiro, todo mundo precisa ganhar dinheiro para viver. Mas será que tanto assim? O que a gente vai fazer com tantas horas de trabalho, com tantos dinheiros, com tantos objetos? Pra que servem tantos objetos que a gente vai carregando? Tem um livro que chama "Walden, ou A vida nos bosques", do Henry David Thoreau, em que ele fala sobre os objetos serem essa armadilha que a gente vai carregando. De repente a raposa fica com o rabo preso na armadilha e precisa escolher se ela fica ali porque o rabo está lá, e morre, ou se corta e deixa o rabo pra trás para viver sem ele. Os objetos são esse lastro, né? As gerações vão passando e a gente vai acumulando e acumulando móveis antigos. E a vida vai ficando mais pesada, a gente vai perdendo a mobilidade ao longo dos anos. Em todos os cantos do planeta a gente tem a mania de acumular, de precisar. Quantas necessidades não são vícios, mais do que necessidades? Não sei se eu vou ter mais paciência ou menos. Não sei se eu vou ser iludida com os confortos, com o banho quente, com a possibilidade ter objetos que aqui eu não tive, ou se vai ser o contrário. Vou ter que voltar pra descobrir. De todos os objetos que você levou com você, quais você guardaria porque são fundamentais pra você? Se eu tivesse que escolher um objeto pra manter nesse momento, seriam as botas, pra poder continuar a caminhar. E se eu tivesse que deixar pra trás tudo e só pudesse levar uma coisa, seria o diário. Como foi o papel da música no seu isolamento? A música e o sonho são mais que um teletransporte, porque quando a gente sonha e quando a gente ouve música vivemos coisas que vão além do lugar onde a gente está, do que a gente sente ou consegue alcançar com a imaginação. Eu ouvia bastante música e aprendi algumas músicas no violão. Quando acabaram as cifras, eu tive que ir inventando e criando as minhas. As músicas que eu ouvia criavam outros espaços dentro dessa vasta banquisa de mar congelado, desse lugar hostil. Elas criavam companhias e personagens. Eu via as coisas de forma diferente, sob outro olhar, me sentia às vezes compreendida, ou provocada, ou querida, ou confortável. A música é essa ferramenta quase mágica que a gente ainda tem. A gente pode tirar todos os objetos e ferramentas do nosso lugar, mas um brasileiro longe do Brasil vai se sentir em casa ouvindo Jorge Ben Jor, Maria Bethância, Alcione. Eu como escritora eu morro de ciúmes, inveja e admiração pelos compositores porque pra ser lida, eu preciso que o leitor queira muito. Mas os compositores eles conseguem ser recitados sem o leitor nem querer, e isso é algo que eu acho muito poderoso da música. Queria te perguntar sobre aquilo que a gente convencionou chamar de espiritualidade, essa ideia de transcendência, de alguma coisa que não é objetiva, que não é palpável. Nesse período você viveu algo nesse sentido? A ideia de transcendência, de forças maiores, ficou mais ou menos presente na sua cabeça? O momento em que eu mais tive essa sensação de transcendência ou de existir algo maior foi quando eu quase morri. Quando eu caí na água, no mar congelado, e sobrevivi por sorte, ou por determinação, ou por vontade de sobreviver. Acho que muito por sorte mesmo, porque às vezes não basta querer muito, ter conhecimento ou fazer de tudo. Às vezes o que te salva, e no caso foi o que me salvou, é ter um pedaço de gelo podre ali por perto, onde eu consegui fazer buracos e me puxar pra cima. Se o gelo não fosse podre o suficiente, se fosse mais firme, eu não teria conseguido fazer buracos e me arrastar. E durante alguns dias eu não sabia se estava viva ou morta. Eu fiquei me perguntando: será que meu corpo ficou lá na água e só minha alma veio aqui sozinha? Será que se eu dormir acaba a magia e eu não acordo mais? Será que eu preciso ficar acordada pra conseguir continuar viva? Será que se eu morrer aqui as raposas ou os corvos vão comer meu corpo? Quanto tempo será que eu vou durar? Alguém vai sentir saudade de mim? Pra que vai ter servido tudo isso? Terá valido a pena ou não? Bom, em algum momento eu percebi que estava viva mesmo, concretamente, porque uma pessoa morta não conseguiria escrever e-mail pra avisar que estava bem. Então vieram todos esses questionamentos sobre o que é a vida, se a vida precisa do corpo ou não. E uma das maiores experiências de transcendência que tive foi a do sonho. Os sonhos me permitiam viver coisas. Às vezes eu sonhava com animais que eu via no dia seguinte, às vezes eu sonhava com coisas que aconteceram. O sonho, ao mesmo tempo que me preparava, me fazia digerir o que eu tinha vivido, e às vezes enxergar de outras maneiras coisas que eu já tinha vivido ou que eu ainda ia viver, permitindo me antecipar também. E o sonho não era apenas uma ferramenta, às vezes o sonho também era fim. Muitas vezes eu fiz coisas pra sonhar com elas. Muitas vezes eu fiz perguntas pro sonho sobre decisões que eu queria tomar e não tava conseguindo. Quando a gente está sonhando, a gente vive, sente, foge, reage, corre e vive. E quando a gente acorda, está com o nosso corpo e volta pro lugar de onde a gente dormiu. Essa é a transcendência e a criação de novos espaços dentro do próprio corpo, do próprio espírito, que acontece todas as noites. Para encerrar em grande estilo, faço uma homenagem para o mestre Antônio Abujamra, que muitas vezes terminava seu programa com uma pergunta instigante: Tamara Klink, o que é a vida? A vida é uma palavra curta. Acho que é uma palavra que nos leva pra muitos lugares, mas ela é uma palavra. E é isso, a primeira letra do alfabeto é a última letra da palavra vida. E acho que essa é a graça, é chegar no final e encontrar com o começo da nossa descoberta do que a vida é.
Voltamos à Recife para saber tudo o que rolou na 28ª edição do Cine-PE, com comentários sobre todos os filmes premiados no festival. - Visite a página do podcast no site e confira material extra sobre o tema do episódio - Junte-se ao Cineclube Cinematório e tenha acesso a conteúdo exclusivo de cinema Nesta edição do cinematório café, nós voltamos à Recife para saber tudo sobre os filmes exibidos no 28º Cine-PE - Festival do Audiovisual. A Kel Gomes esteve na capital pernambucana e comenta todos os longas e curtas premiados, além de outros destaques da programação. O 28º Cine-PE aconteceu de 6 a 11 de junho de 2024, no Cinema do Teatro do Parque. Visite o site oficial. Confira a minutagem em que os filmes do 28º Cine-PE são comentados no podcast: 00:11:53 - Memórias de um Esclerosado 00:17:25 - Invisível 00:21:56 - Geografia Afetiva 00:24:04 - Cordel do Amor Sem Fim 00:30:51 - No Caminho Encontrei o Vento 00:35:52 - Grande Sertão 00:42:13 - Curtas O cinematório café é produzido e apresentado por Renato Silveira e Kel Gomes. A cada episódio, nós propomos um debate em torno de filmes recém-lançados e temas relacionados ao cinema, sempre em um clima de descontração e buscando refletir sobre imagens presentes no nosso dia a dia. Quer mandar um e-mail? Escreva para contato@cinematorio.com.br. A sua mensagem pode ser lida no podcast!
Livro Volf: 11 e 12 Trechos do livro (Grande Sertão: Veredas): “[...]como é que a alma vence se esquecer de tantos sofrimentos e maldades, no recebido e no dado? A como? O senhor sabe: há coisas de medonhas demais, tem. Dor do corpo e dor da ideia marcam forte, tão forte como o todo amor e raiva de ódio.” Pensamentos relevantes: O que fazer quando a vida desmorona? Como suportar o sofrimento? Sinopse: Tudo realmente tem um motivo para acontecer? O fato de acreditarmos em Deus nos dá a certeza de afirmar que para tudo existe uma razão? É necessário entender o “porquê” de uma fatalidade? Qual seria a relação entre felicidade e sofrimento segundo as principais tradições? Como ter uma vida que diminua a dor das pessoas e ao mesmo tempo conviva com o sofrimento? Como a morte modifica nosso olhar para a vida? Existe algo que nos prepararia para enfrentar a morte? Pelo que valeria a pena morrer?
Bem-vindos ao "E Tamy Pitaco"!
Livro Volf: cap. 13 e 14 Trechos do livro (Grande Sertão: Veredas): “O senhor… mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas – mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.”; “sou diferente de todo mundo. Meu pai disse que eu careço de ser diferente, muito diferente...” Pensamentos relevantes: O pensamento exige ação. Viver com autenticidade pode ser desafiador, mas é a única forma de não vivermos a tragédia dos sonhos de outras pessoas. Sinopse: De acordo com o evangelho de Lucas, Jesus disse que o alicerce da vida é não somente ouvir as suas palavras, mas colocar em prática. Mudar não é algo simples. Muitas vezes não queremos desejar as coisas que queremos. Como desligar esse desejo? Existe como negar nosso eu sem perder a autenticidade? Qual a diferença entre ser genuíno e ser egoísta? O mundo antigo falava em “Conhece-te a ti mesmo”, nossa época afirma a importância de “ser você mesmo”. Ser autêntico é resolver desapontar o mundo ao invés de decepcionar a si mesmo. Como resistir à tentação de ser como todos os outros são ao invés de ser o que se é?
"Grande Sertão: Veredas" pode até ser a grande obra de João Guimarães Rosa, mas foi "Sagarana" quem apresentou ao mundo o estilo de escrita do mineiro de Cordisburgo. Para conversar sobre os nove contos que fazem parte desta coletânea, Arthur Marchetto, AJ Oliveira e Cecilia Garcia Marcon se juntaram e contaram seus contos preferidos, os personagens mais curiosos e o quanto ficaram apaixonados por essas histórias. Entre burrinhos velhos, bois filosóficos, amigos doentes e malandros pródigos, é difícil escolher quais foram as histórias preferidas do trio, mas uma coisa é certa: Augusto Matraga vai p'ro céu, por bem ou por mal, nem que seja a porrete! Aperta o play e conta pra gente: qual sua leitura preferida de Guimarães Rosa? Links citados: Jô Soares entrevista Manuelzão 30:MIN 407 - Grande Sertão: Veredas --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/30min/message
O Central Cine Brasil desta semana fala de Grande Sertão, filme de Guel Arraes que estreou em 6 de junho em mais de 100 cidades e é inspirado e baseado em Grande Sertão: Veredas, épico de João Guimarães Rosa.A gente bateu um papo com Luisa Arraes, que vive Diadorim na trama. Aqui, numa grande comunidade da periferia brasileira chamada “Grande Sertão”, a luta entre policiais e bandidos assume ares de guerra e traz à tona questões como lealdade e traição, vida e morte, amor e coragem, Deus e o diabo. Riobaldo entra para o crime por amor a Diadorim, um dos bandidos, mas nunca tem a coragem de revelar sua paixão.O elenco tem ainda Caio Blat (Riobaldo), Luis Miranda (Zé Bebelo), Rodrigo Lombardi (Joca Ramiro), Eduardo Sterblitch (Hermógenes), Mariana Nunes (Otacília), Luellem de Castro (Nhorinhá), Vittória Seixas (Diadorim - 1ª fase), Vitor Valle (Riobaldo - 1ª fase).#cinema #centralcinebrasil #cinemanacional #cinemabrasileiro #gradesertao #guelarraes #luisaarraes #joaoguimaraesrosa
"Grande Sertão: Veredas", obra literária máxima do mineiro João Guimarães Rosa escrita em 1956, é um épico, uma ópera sertanista que está em 10 de cada 10 listas de grandes livros brasileiros de todos os tempos.::Ao longo dos anos, o livro ganhou adaptações nas telas, com um filme em 1965 com os grandes Jofre Soares, Milton Gonçalves e Sônia Clara e uma minissérie em 1985, com Tony Ramos e Bruna Lombardi nos papéis de Riobaldo e Diadorim.::Chegando aqui em "Grande Sertão" de 2024, nós trocamos o sertão do norte de Minas e sul da Bahia por uma favela distópica no Rio de Janeiro, onde acompanhamos a comunidade da periferia brasileira chamada “Grande Sertão”, que sofre com a guerra entre policiais e bandidos e os conflitos entre lealdade e traição, vida e morte, Deus e o diabo.:: A direção é de Guel Arraes ("O Auto da Compadecida", "Lisbela e o Prisioneiro") e o roteiro é do proprio Guel em dupla com seu parceiro Jorge Furtado. Já o elenco conta com nomes importantes da nossa dramaturgia contemporânea, como Caio Blat (Riobaldo), Luisa Arraes (Diadorim), Rodrigo Lombardi (Joca Ramiro), Luís Miranda (Zé Bebelo) e Eduardo Steiblitch (Hermógenes).::Coloque seu fone, aumente o volume e Senta que lá vem Spoiler!
No Cinemático 452, Carlos Merigo, Bia Fiorotto e Hiago Vinícius conversam sobre "Grande Sertão", filme dirigido por Guel Arraes.SIGA @CINEMATICOPODTikTokInstagramCRÉDITOSApresentação: Carlos MerigoPauta e Co-Produção: Bia FiorottoProdução: Alexandre PotascheffEdição: Gabriel PimentelAtendimento e Comercialização: Camila Mazza e Telma Zennaro Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.
Livro Volf: 11 e 12 Trechos do livro (Grande Sertão: Veredas): “[...]como é que a alma vence se esquecer de tantos sofrimentos e maldades, no recebido e no dado? A como? O senhor sabe: há coisas de medonhas demais, tem. Dor do corpo e dor da ideia marcam forte, tão forte como o todo amor e raiva de ódio.” Pensamentos relevantes: O que fazer quando a vida desmorona? Como suportar o sofrimento? Sinopse: Tudo realmente tem um motivo para acontecer? O fato de acreditarmos em Deus nos dá a certeza de afirmar que para tudo existe uma razão? É necessário entender o “porquê” de uma fatalidade? Qual seria a relação entre felicidade e sofrimento segundo as principais tradições? Como ter uma vida que diminua a dor das pessoas e ao mesmo tempo conviva com o sofrimento? Como a morte modifica nosso olhar para a vida? Existe algo que nos prepararia para enfrentar a morte? Pelo que valeria a pena morrer?
No episódio desta semana, Flavia Guerra e Vitor Búrigo comentam os destaques da 28ª edição do Cine PE, que acontece em Recife, Pernambuco, e que homenageou a atriz e cantora Tania Alves. Além disso, "Grande Sertão", de Guel Arraes, foi o filme de abertura do evento pernambucano, e já está em cartaz nos cinemas. Para falar mais sobre o longa, o Plano Geral traz entrevistas com o diretor e com o elenco: Caio Blat, Rodrigo Lombardi, Luis Miranda e Eduardo Sterblitch. E mais: os destaques do Rio2C, com a participação especial da publicitária Hannah Sloboda; e a estreia de "Assassino por Acaso", de Richard Linklater, com Glen Powell. Estamos no ar!See omnystudio.com/listener for privacy information.
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Guel Arraes transporta personagens e conflitos do romance de Guimarães Rosa para as periferias urbanas em longa metragem. O filme Grande Sertão estreia nos cinemas em 6 de junho. Os detalhes na reportagem de Nita Queiroz. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/cultura-fm-braslia/message
Livro “Sobre a Vida e o Viver”: caps. 9 e 10. Trecho do livro “Grande Sertão: Veredas”: “Sentimento que não espairo; pois eu mesmo nem acerto com o mote disso ― o que queria e o que não queria, estória sem final. O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito ― por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava. Ao clarear do dia.” (P. 334). Pensamentos relevantes: Na vida é preciso ter coragem para reconhecer suas falhas, arrepender-se e confiar Naquele que veio “buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10). Jesus nos convida a entrar em Sua canoa e fazer a travessia. Sinopse: Influenciados pela cultura, buscamos ser bem-sucedidos em todas as áreas da nossa vida. Porém, somos seres humanos. Logo, iremos falhar. Como lidar com os fracassos, uma vez que eles são inevitáveis? O que a palavra em hebraico, “teshuva”, traduzida como arrependimento, tem a nos ensinar? “Grande Sertão: Veredas” nos ajuda a encontrar Coragem, algo fundamental para o arrependimento – para a travessia. O chefe dos publicanos, Zaqueu, é um exemplo de alguém que teve coragem para a “teshuva”. Texto base: Lucas 19:1-10
O Plano Geral desta semana destaca a estreia do longa brasileiro "A Filha do Palhaço" com uma entrevista exclusiva com o diretor Pedro Diogenes. Além disso, Flavia Guerra e Vitor Búrigo comentam algumas apostas para o Festival de Veneza 2024, como: "Coringa: Delírio a Dois" e a cinebiografia da cantora de ópera Maria Callas, com Angelina Jolie. E mais: a volta do clássico "9 ½ Semanas de Amor", de Adrian Lyne, com Kim Basinger e Mickey Rourke, que será exibido novamente nos cinemas; e a estreia de "Grande Sertão", de Guel Arraes. Outro destaque: La Fabrique Cinéma do Festival de Cannes. Estamos no ar!See omnystudio.com/listener for privacy information.
Trechos do livro (Grande Sertão: Veredas): “Eu queria decifrar as coisas que são importantes. E estou contando não é uma vida de sertanejo, seja se for jagunço, mas a matéria vertente”. Pensamentos relevantes: Como calcular o que é indispensável? Pelo que deveríamos nos importar? Sinopse: Dinheiro, educação, sabedoria, influência, patrimônio, política, seriam essas as melhores fontes de confiança? Como será que pensadores como Aristóteles, Buda, Confúcio, Nietzsche e o apóstolo Paulo responderiam à pergunta sobre o que esperar da vida? Construir uma vida em direção aos nossos valores mais profundos é uma decisão nobre. No entanto, fazer o correto nem sempre será uma garantia de recompensa. Algumas vezes nos proporcionará até mesmo prejuízos. Qual preço que estamos dispostos a pagar para ter a vida que escolhemos? O altruísmo e a abnegação podem se conciliar com a autenticidade? Como pensar socialmente sem anular o indivíduo?
Livro Volf: cap. 7 e 8 Trechos do livro (Grande Sertão: Veredas): “O espírito da gente é cavalo que escolhe estrada: quando ruma para tristeza e morte, vai não vendo o que é bonito e bom”. Pensamentos relevantes: A conduta não é absoluta porque as circunstâncias são diferentes e os sentimentos influenciam nossas ações. Como conciliar essa complexidade entre conduta, circunstâncias e sentimentos? Sinopse: Nas três questões já discutidas em outros episódios: “Como devemos viver?” ; “o que devemos esperar?”; e “quais sentimentos devemos nutrir para vivermos bem?” como harmonizar então esse fazer, saber e sentir? O estoicismo foca em sermos agentes de nossa vida; o confucionismo foca nas circunstâncias da vida; o utilitarismo foca nos afetos. Entre buscar a virtude, a harmonia e o prazer, qual devemos priorizar? Como ter uma vida coerente? Ao respondermos as perguntas: “Onde estamos?” e “quem somos?” definimos também o que significa ser humano, qual é o nosso papel no mundo e qual deveria ser a nossa relação com os outros seres vivos.
Recebi nos Estúdios, os três violeiros que homenageiam a vida e obra do Mestre Manelim, violeiro do sertão de Minas Gerais. O trio passou pelo @sescjundiai e a apresentação marcou o lançamento, pelo Selo Sesc ( @SeloSesc ) do álbum ‘Deixa a Viola Me Levar', obra é considerada a trilha sonora do romance “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa. Encontre o álbum 'Deixa a Viola Me Levar' em: https://sesc.digital/album/deixa-a-viola-me-levar Siga Paulo Freire, Roberto Corrêa e Cacai Nunes no Instagram: https://www.instagram.com/paulofreire.viola/ https://www.instagram.com/robertocorrearc/ https://www.instagram.com/cacainunes/ Assista a entrevista no YouTube: https://youtu.be/qLgS06lIZ08
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo', confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo' desta terça-feira (30/01/2024): Agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), entre eles a Câmara do Rio, na investigação que apura suspeita de uso indevido da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Um dos endereços abordados foi a casa de veraneio de Bolsonaro, em Angra dos Reis, onde Carlos estava com o pai. Foram apreendidos um celular do vereador, notebook, computadores desktop e documentos. A nova etapa do inquérito mira o “núcleo político” vinculado a servidores da Abin. A PF busca identificar os “principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente” por uma “Abin paralela”, supostamente criada para monitorar pessoas consideradas adversárias de Bolsonaro e atuar por interesses políticos e pessoais do ex-presidente e dos filhos. A ação de ontem, autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, foi um desdobramento da operação que, na semana passada, atingiu o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem. Jair Bolsonaro falou em “perseguição claríssima” contra ele e os filhos. E mais: Economia: Contas no 1º ano do atual governo têm o 2º maior rombo da história Metrópole: Por mais policiamento no centro, Estado quer acionar PMs da reserva Internacional: Dossiê expõe acusações e UE pede auditoria em braço da ONU em Gaza Caderno 2: ‘Grande Sertão: Veredas', do palco para as telasSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Um dos elementos simbólicos recorrentes do Grande Sertão: Veredas é a “canção do Siruiz”, uma cantiga entoada pelos jagunços, que não sai da memória de Riobaldo, e é evocada várias vezes por ele ao longo da narrativa. “Corro os dias nesses verdes, meu boi mocho baetão: buriti – água azulada, carnaúba – sal do chão... Remanso de rio largo, viola da solidão: quando eu vou p'ra dar batalha, convido meu coração…” Canção de Siruiz: Poema de Guimarães Rosa e música de Wilson Dias
Mesclando literatura, fotografia e colagem, a mostra “Travessias do Sertão” está em cartaz na Casa do Brasil, em Madri. Inspiradas no livro de Guimarães Rosa, as obras dialogam diretamente com a cartografia mineira e com as populações que vivem no Alto Vale do Jequitinhonha. O acesso é gratuito. Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI na EspanhaUma verdadeira viagem. Do “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa, aos mais diferentes recantos mineiros, cheios de histórias. Unindo fotografia, colagem e literatura, a exposição “Travessias do Sertão”, que tem quase três anos de estrada, acaba de chegar a Madri, onde fica em cartaz até o dia 3 de dezembro. O projeto, que hoje conta com 32 telas e ocupa lugar de destaque na Casa do Brasil, em plena capital espanhola, nasceu despretensiosamente, a partir de um trabalho acadêmico feito pelo professor e fotógrafo Lucas Sousa.A ideia, inicialmente, era fazer uma releitura artística da personagem Diadorim, por meio de pinturas corporais e registros fotográficos que imprimissem um tom de mistério, ao não revelar completamente o rosto humano. Isto como parte de uma pesquisa envolvendo questões de gênero e de sexualidade.“No romance do Guimarães Rosa, Diadorim é um personagem que durante toda a narrativa não se entrega a informações concretas. Se ele é um homem, se ele é uma mulher… O narrador, pelas visões do Riobaldo, traça as linhas físicas corporais de Diadorim com os dois movimentos, né? Tanto masculino quanto feminino. E, para isso, ele recorre, inclusive de uma maneira muito poética, à cartografia de Minas Gerais, à cartografia do grande sertão”, narra Lucas, ao explicar como percebe o universo apresentado pelo escritor que o inspirou.Reconhecimento que estimulaA primeira série fotográfica, baseada na personagem Diadorim, rendeu a Lucas Sousa e a Wágner Pena – que divide com Lucas a autoria do projeto – uma menção honrosa atribuída num evento realizado pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, onde tudo começou. A partir daí, os dois perceberam que o trabalho poderia ganhar novas dimensões.A mostra “Travessias do Sertão” foi, então, crescendo e tomando forma. Além do eixo curatorial Diadorim, Lucas e Wágner construíram mais dois: um dedicado à Cartografia sertaneja, em que revelam a natureza e a arquitetura do Alto Vale do Jequitinhonha e outro dedicado às Mineiridades, no qual ganham especial importância algumas festividades típicas da região.“Cada fotografia ali está representando um tipo de manifestação cultural. Por exemplo, a Festa do Rosário. Tem os marujos, que são os líderes que conduzem a festa com as canções de origem afrodescendente. E temos as rainhas, os reis, condessas, condes… É uma festa muito rica culturalmente”, explica Wágner, se referindo a um dos ambientes da galeria que recebe a exposição. Rostos e históriasAlém das festas e tradições regionais, a seção intitulada Mineiridades contempla uma série de retratos de moradores do Alto Vale do Jequitinhonha. “Esses personagens que a gente fotografou vivem ali na região de Couto Magalhães, Diamantina, Serro… Ali na região do Alto Vale do Jequitinhonha. E eu sempre busquei registrar o seu cotidiano. A dona Ana, com seu balaio, a dona Geralda… Então eu busco estar sempre registrando o cotidiano, a verdade. Aquilo que está no momento”, conta Wágner.O registro desses rostos que também formam, de alguma maneira, a paisagem do sertão resulta num conjunto de fotografias cheias de texturas, contrastes e narrativas. Os fotógrafos contam que muitas das famílias que têm pessoas que foram clicadas como parte da exposição dão à tal fotografia um local de destaque em suas casas. Assim as obras ganham também um outro valor, conectado à comunidade.Percalços do caminhoDa concepção da mostra “Travessias do Sertão”, no seio de Minas Gerais, até a chegada da exposição em Madri, o caminho foi longo. Os autores tiveram que enfrentar diferentes desafios para chegar a expor na Europa. Por falta de incentivos e de recursos financeiros, a parceria firmada com a Casa do Brasil, em 2021, foi adiada por dois anos.Mas em 2023, os dois fotógrafos contaram com uma rede de apoiadores que permitiu que eles cruzassem o oceano, como revela Wágner Pena. “Com muita resistência (da nossa parte) e com a ajuda de pessoas, por meio de rifas e de patrocínios também, nós conseguimos trazer esse projeto até Madri”, celebra.Sobre isso, Lucas Sousa comenta que “muitas regiões dos interiores do Brasil possuem um potencial artístico-cultural extremamente grandioso, mas quando se trata de políticas públicas voltadas para o incentivo da produção e à democratização da arte, a história é outra, é como se arte fosse desimportante e por esse motivo, fosse negado às pessoas o direito de ter acesso a ela, de ter contato com os benefícios que a arte produz no homem”.Sabendo de todo o caminho percorrido, a realização ao chegar com a mostra “Travessias do Sertão” na Espanha, para Lucas, ganha outra dimensão.“Parece que eu não estou aqui, estou bem incrédulo. É uma sensação de dever cumprido. Tipo ‘puxa, conseguimos'. Depois de muita luta, de muita resistência, a gente fala que é um projeto de resistência, é um projeto memorial. É um projeto de força política, porque a política envolve também essa questão artística. Ela envolve essa questão de resistir nas sociedades. É uma realização através de muita resistência”.A exposição “Travessias do sertão” fica em cartaz na Casa do Brasil, em Madri, até o dia 3 de dezembro. O acesso é livre e gratuito, de segunda a sexta-feira, das 9 às 19h.
Mesclando literatura, fotografia e colagem, a mostra “Travessias do Sertão” está em cartaz na Casa do Brasil, em Madri. Inspiradas no livro de Guimarães Rosa, as obras dialogam diretamente com a cartografia mineira e com as populações que vivem no Alto Vale do Jequitinhonha. O acesso é gratuito. Ana Beatriz Farias, correspondente da RFI na EspanhaUma verdadeira viagem. Do “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa, aos mais diferentes recantos mineiros, cheios de histórias. Unindo fotografia, colagem e literatura, a exposição “Travessias do Sertão”, que tem quase três anos de estrada, acaba de chegar a Madri, onde fica em cartaz até o dia 3 de dezembro. O projeto, que hoje conta com 32 telas e ocupa lugar de destaque na Casa do Brasil, em plena capital espanhola, nasceu despretensiosamente, a partir de um trabalho acadêmico feito pelo professor e fotógrafo Lucas Sousa.A ideia, inicialmente, era fazer uma releitura artística da personagem Diadorim, por meio de pinturas corporais e registros fotográficos que imprimissem um tom de mistério, ao não revelar completamente o rosto humano. Isto como parte de uma pesquisa envolvendo questões de gênero e de sexualidade.“No romance do Guimarães Rosa, Diadorim é um personagem que durante toda a narrativa não se entrega a informações concretas. Se ele é um homem, se ele é uma mulher… O narrador, pelas visões do Riobaldo, traça as linhas físicas corporais de Diadorim com os dois movimentos, né? Tanto masculino quanto feminino. E, para isso, ele recorre, inclusive de uma maneira muito poética, à cartografia de Minas Gerais, à cartografia do grande sertão”, narra Lucas, ao explicar como percebe o universo apresentado pelo escritor que o inspirou.Reconhecimento que estimulaA primeira série fotográfica, baseada na personagem Diadorim, rendeu a Lucas Sousa e a Wágner Pena – que divide com Lucas a autoria do projeto – uma menção honrosa atribuída num evento realizado pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, onde tudo começou. A partir daí, os dois perceberam que o trabalho poderia ganhar novas dimensões.A mostra “Travessias do Sertão” foi, então, crescendo e tomando forma. Além do eixo curatorial Diadorim, Lucas e Wágner construíram mais dois: um dedicado à Cartografia sertaneja, em que revelam a natureza e a arquitetura do Alto Vale do Jequitinhonha e outro dedicado às Mineiridades, no qual ganham especial importância algumas festividades típicas da região.“Cada fotografia ali está representando um tipo de manifestação cultural. Por exemplo, a Festa do Rosário. Tem os marujos, que são os líderes que conduzem a festa com as canções de origem afrodescendente. E temos as rainhas, os reis, condessas, condes… É uma festa muito rica culturalmente”, explica Wágner, se referindo a um dos ambientes da galeria que recebe a exposição. Rostos e históriasAlém das festas e tradições regionais, a seção intitulada Mineiridades contempla uma série de retratos de moradores do Alto Vale do Jequitinhonha. “Esses personagens que a gente fotografou vivem ali na região de Couto Magalhães, Diamantina, Serro… Ali na região do Alto Vale do Jequitinhonha. E eu sempre busquei registrar o seu cotidiano. A dona Ana, com seu balaio, a dona Geralda… Então eu busco estar sempre registrando o cotidiano, a verdade. Aquilo que está no momento”, conta Wágner.O registro desses rostos que também formam, de alguma maneira, a paisagem do sertão resulta num conjunto de fotografias cheias de texturas, contrastes e narrativas. Os fotógrafos contam que muitas das famílias que têm pessoas que foram clicadas como parte da exposição dão à tal fotografia um local de destaque em suas casas. Assim as obras ganham também um outro valor, conectado à comunidade.Percalços do caminhoDa concepção da mostra “Travessias do Sertão”, no seio de Minas Gerais, até a chegada da exposição em Madri, o caminho foi longo. Os autores tiveram que enfrentar diferentes desafios para chegar a expor na Europa. Por falta de incentivos e de recursos financeiros, a parceria firmada com a Casa do Brasil, em 2021, foi adiada por dois anos.Mas em 2023, os dois fotógrafos contaram com uma rede de apoiadores que permitiu que eles cruzassem o oceano, como revela Wágner Pena. “Com muita resistência (da nossa parte) e com a ajuda de pessoas, por meio de rifas e de patrocínios também, nós conseguimos trazer esse projeto até Madri”, celebra.Sobre isso, Lucas Sousa comenta que “muitas regiões dos interiores do Brasil possuem um potencial artístico-cultural extremamente grandioso, mas quando se trata de políticas públicas voltadas para o incentivo da produção e à democratização da arte, a história é outra, é como se arte fosse desimportante e por esse motivo, fosse negado às pessoas o direito de ter acesso a ela, de ter contato com os benefícios que a arte produz no homem”.Sabendo de todo o caminho percorrido, a realização ao chegar com a mostra “Travessias do Sertão” na Espanha, para Lucas, ganha outra dimensão.“Parece que eu não estou aqui, estou bem incrédulo. É uma sensação de dever cumprido. Tipo ‘puxa, conseguimos'. Depois de muita luta, de muita resistência, a gente fala que é um projeto de resistência, é um projeto memorial. É um projeto de força política, porque a política envolve também essa questão artística. Ela envolve essa questão de resistir nas sociedades. É uma realização através de muita resistência”.A exposição “Travessias do sertão” fica em cartaz na Casa do Brasil, em Madri, até o dia 3 de dezembro. O acesso é livre e gratuito, de segunda a sexta-feira, das 9 às 19h.
Olá a todas, todes e todos. Sejam muito bem-vindos ao Lavadeiras do São Francisco. O que decolonialidade? Talvez essa seja a pergunta que esteja se fazendo. Ivandro e João Matias convidaram a pesquisadora Mylena Queiroz para responder a essa pergunta e as suas relações e conexões com a Literatura. SOBRE A NOSSA CONVIDADA MYLENA QUEIROZ é Doutora em Literatura pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade da Universidade Estadual da Paraíba (PPGLI/UEPB), com projeto sobre Transfronteira na obra de Guimarães Rosa e bolsa CAPES (2020-2022). Realizou estágio doutoral na Universidade de Hamburgo (2021-2022). Tem Mestrado (2018) pelo mesmo programa e mesma instituição. Graduada em Letras Vernáculas e suas Literaturas (UEPB), tem experiência em docência de Língua Portuguesa e Literaturas no ensino básico e no ensino superior. Foi agraciada com a bolsa de excelência acadêmica Deutschlandkundlichen Winterkurs (2019/2020), pelo DAAD. Em sua produção bibliográfica constam, dentre outras, participações em livros voltados para a área de Letras - alguns dos quais podem ser encontrados no Banco de Dados bibliográfico João Guimarães Rosa, da USP - como o publicado pela EDUEPB "Poiesis do Real: Literatura e Multiplicidade", com capítulo que versa sobre a obra Guimarães Rosa enquanto literatura de multidão. Junto a Annie Figueiredo, organizou o livro "Literatura, Ética e Política" (2020), publicado pela editora Bordô-Grená. Publicou o livro "Pacto diabólico [e outros pactos] em Grande Sertão: Veredas" (2022), pela Editora Benares. Possui interesses principalmente em Teoria e crítica literárias contemporâneas, Narratologia Contemporânea e nas relações entre Literatura, Ética e Política. Primeira pessoa de toda sua árvore genealógica a frequentar uma universidade, acredita na educação como promotora de mobilidade social. FICHA TÉCNICA Produção: LiteraturaBr (Colabore com o nosso catarse) Gravação e edição: Ivandro Menezes Apresentação e Roteiro: João Matias e Ivandro Menezes Participação: Mylena Queiroz Ouça a playlist das trilhas e vinhetas usadas nesse episódio. REDES SOCIAIS O Lavadeiras do São Francisco está no Instagram, Twitter e Facebook. O Lavadeiras do São Francisco é uma produção independente e o conteúdo é disponibilizado gratuitamente nas plataformas de podcast. As opiniões emitidas pelos convidados são livres e de inteira responsabilidade dos mesmos. OUÇA, CURTA, COMENTE E COMPARTILHE
Celso Costa é matemático, mas não quis inventar a roda ao escrever “A Arte de Driblar Destinos”. Diz que foi a partir das muitas leituras que fez até aqui, aos 74 anos, que chegou à fórmula certa para escrever bons livros - e que lhe valeu o Prémio LeYa, que ganhou em 2022. Neste episódio, conhecemos as suas influências, autores brasileiros e portugueses que lê com gosto e ainda os próximos livros que equaciona publicar. Livros mencionados no episódio: (00:24) - Apresentação de Celso Costa (01:30) - Fórmula matemática para escrever um livro (2:55) - O que Tchekhov nos ensina (3:20) - “A Arte de Driblar Destinos”, de Celso Costa (4:00) - A leitura como um contrato entre o escritor e o leitor (6:40) - A escrita perto da oralidade (9:00) - A importância da educação nas nossas vidas (11:00) - O amor pela Matemática e pela Literatura (13:20) - “Vila dos Confins”, de Mário Palmério - o primeiro livro que o marcou (14:45) - Importância do Prémio LeYa e publicação no Brasil (16:00) - Novo livro, que continua história de “A Arte de Driblar Destinos” (19:20) - “Viver para Contar”, de Gabriel García Márquez (Portugal: “Viver para contá-la”) (23:00) - “Vida Misteriosa dos Matemáticos”, de Celso Costa - o primeiro livro (23:45) - Próximos livros e hábitos de escrita (28:15) - O humor na escrita (31:38) - Capítulos do livro eliminados (33:00) - Reescrita e edição com a editora (36:19) - Livros que o marcaram durante a vida: Julio Cortázar, Jorge Luis Borges, García Márquez, Vargas Llosa, “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa; “Vidas Secas” e “S. Bernardo”, de Graciliano Ramos; “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis (38:00) - Grandes influências: “O burrinho pedrês”, Guimarães Rosa; “Cem Anos de Solidão” e “O Amor nos Tempos de Cólera”, de García Márquez (38:34) - “O Aleph” e “O Sul”, de Jorge Luis Borges e a influência nos seus livros (41:30) - Autores portugueses: Camões, Pessoa e os heterónimos (42:29) - “A máquina de fazer espanhóis” e “O filho de mil homens”, de Valter Hugo Mãe (43:10) - “Galveias”, de José Luís Peixoto Considera contribuir no Patreon para ter acesso a episódios bónus, crónicas e novas rubricas: patreon.com/pontofinalparagrafo Clube de Leitura: https://join.slack.com/t/clubedeleiturapfp/shared_invite/zt-12tebtrl2-fSxM2fh7liyX1jnuLot_FQ Contacto do podcast: pontofinalparagrafo.fm@gmail.com Segue o Ponto Final, Parágrafo nas redes sociais: Instagram, Twitter e Facebook Produção, apresentação e edição: Magda Cruz Genérico: Nuno Viegas
Atualmente, existem 24 unidades do Instituto Guimarães Rosa no exterior, sendo 13 na América Latina e no Caribe, seis na África, três na Europa e duas no Oriente Médio. A nova unidade faz parte de um projeto do Itamaraty de unificação dos centros culturais do Brasil, que tem o objetivo de integrar a política cultural brasileira, estimular o intercâmbio e ampliar a difusão da língua portuguesa na sua variante brasileira. Larissa Werneck, correspondente da RFI na Cidade do México João Guimarães Rosa foi médico, escritor e diplomata. Reconhecido como um dos principais nomes da literatura brasileira por sua narrativa e linguagem inovadoras, é autor de grandes obras como "Grande Sertão: Veredas". O escritor, que neste ano completaria 115 anos de nascimento, foi o escolhido pelo Itamaraty, em 2021, para dar nome ao então Departamento de Cultura, em Brasília. A partir dessa mudança, todos os centros culturais que o Itamaraty têm ao redor do mundo passaram a se chamar Instituto Guimarães Rosa.Gustavo Raposo, chefe do setor educacional da Embaixada do Brasil no México, explica que a mudança consolida o entendimento que o Itamaraty tem sobre a importância da língua portuguesa para a integração latino-americana.“Essa unificação ocorre em torno de Guimarães Rosa que, além de escritor, teve um papel importantíssimo na Segunda Guerra Mundial, quando atuava no Consulado em Hamburgo, salvando muitas vidas. Então, é a partir desse personagem tão rico que queremos unificar nossa proposta de estimular o conhecimento da língua portuguesa. De Brasília são enviadas as diretrizes para essa rede de institutos, e aqui no México a gente parte de uma experiência bem-sucedida de outros países para, justamente, dar mais força para a promoção da cultura brasileira no exterior, principalmente o idioma”, diz Gustavo. Além de aulas de português na sede, que fica no bairro de Polanco, na Cidade do México, o Instituto Guimarães Rosa realiza exames de proficiência da língua portuguesa, além de projetos para estimular o conhecimento sobre o idioma. “Nós temos oito cátedras em universidades mexicanas e estamos trabalhando para criar uma rede e ampliar o número de cátedras. Dessa maneira, crescem as sinergias e a colaboração. A ideia é criar uma plataforma onde as pessoas possam ter acesso à programação dessas cátedras e que elas possam também contar com a coordenação da Embaixada. Também vamos retomar o BraMex, um programa de intercâmbio para alunos de graduação. A gente acredita firmemente nos laços humanos, além do laço acadêmico, que se cria com o intercâmbio. E essa é uma parte muito importante da relação bilateral”, acrescenta o chefe do setor educacional.Promoção cultural Além de impulsionar o ensino da língua portuguesa e de ser um centro de estudos do idioma, o Instituto Guimarães Rosa tem o objetivo de promover a cultura nacional. A partir de agora, todas as atividades apoiadas pelas embaixadas brasileiras levarão o selo do Instituto. De acordo com Rodrigo Almeida, conselheiro e chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil no México, ambos países passam por um momento importante de retomada de vínculos e de projetos bilaterais em diferentes áreas. Em abril, o então Secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, e o Ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se encontraram na Reunião da Comissão Binacional México-Brasil, na Cidade do México. A partir desse encontro foi produzido um comunicado conjunto sobre projetos que devem ser realizados em parceria.“Mais de um terço desse documento diz respeito a atividades culturais, o que dá uma dimensão da importância que esse setor tem para os dois países. A principal novidade é a criação do Ano Dual, que significa que será um ano do Brasil no México e, ao mesmo tempo, um ano do México no Brasil, em função dos 190 anos de estabelecimento de relações diplomáticas", explica."As comemorações já começam nesse segundo semestre e vão até o ano 2024. É um momento de muita satisfação para ambos os povos porque a gente tem muita coisa em comum, mas a gente precisa também se conhecer mais e, por isso, teremos também atividades mexicanas no Brasil, para o público brasileiro conhecer mais sobre a cultura do México também”, explica o diplomata.Semana do Cinema BrasileiroEntre as atividades culturais programadas para este ano está a Semana de Cinema Brasileiro, que estreia no dia 18 de julho na Cineteca Nacional do México. Está prevista, também, uma exposição fotográfica de artistas brasileiros na avenida Paseo de la Reforma, uma das principais da capital mexicana. Além disso, segundo Rodrigo, será lançada uma coleção de livros exclusiva de escritores brasileiros. “A coleção vai se chamar Vitória Régia e está sendo feita em aliança com a Editora Elefante, uma editora mexicana importante. Vamos estar também na Feira Internacional do Livro de Guadalajara, um dos maiores eventos literários do mundo, com a participação de autores jovens como Jeferson Tenório, Itamar Vieira Júnior e Amara Moira. Neste ano, teremos ainda a banda Cores de Aidé, formada por dez mulheres que tocam ritmos afro-brasileiros, no Festival Cervantino, em Guanajuato, que é um dos principais festivais de música da América Latina”, diz Rodrigo Almeida. Outro evento será a mostra especial em homenagem a Di Cavalcanti, um dos principais nomes do modernismo brasileiro. De acordo com o chefe do setor cultural da Embaixada do Brasil, o objetivo é mostrar o lado muralista do pintor, pouco conhecido pelo público.“Ele foi muito influenciado pelo muralismo mexicano, que é um movimento que está completando 100 anos, assim como a Semana de Arte Moderna no Brasil. Então, foi uma feliz coincidência de datas e a gente vai organizar essa mostra no Colegio de San Ildelfonso, uma das instituições emblemáticas do muralismo", explica."Ainda em 2023, vamos participar do Mextropoli, o maior evento de arquitetura do México, com a exposição Muros de Ar, que já foi exibida em Veneza e que já foi exposta em outras unidades do Instituto Guimarães Rosa. Essa é, por exemplo, uma oportunidade de o público mexicano testemunhar uma parte da cultura brasileira que talvez não seja tão conhecida”, finaliza.Todas as atividades do Instituto Guimarães Rosa do México estão disponíveis nas redes sociais.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu críticas do deputado petista Lindbergh Farias sobre o arcabouço fiscal e disse que o plano proposto pelo governo não tem a intenção de agradar “100% das pessoas”. Na semana passada, em entrevista à Folha, o parlamentar comparou a proposta à tentativa de pacto demoníaco descrita na obra Grande Sertão: Veredas. “Sinceramente não fiz pacto com ninguém. Não fiz pacto nem com A nem com B”, afirmou Haddad à Folha. “Manifestações críticas e elogiosas vão acontecer em qualquer agremiação. Agora quem fala pelo Partido dos Trabalhadores é a sua Executiva, com todo respeito a vozes internas. Nada obsta a um deputado em exercício de seu mandato apresentar o seu projeto.” Para viabilizar a nova âncora fiscal, o Ministério da Fazenda estima que o governo precisará de uma receita adicional entre R$ 110 bilhões e R$ 150 bilhões. Inscreva-se e receba a newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL Confira mais notícias em nosso site: https://www.oantagonista.com https://crusoe.uol.com.br/ Acompanhe nossas redes sociais: https://www.fb.com/oantagonista https://www.twitter.com/o_antagonista https://www.instagram.com/o_antagonista https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial No Youtube deixe seu like e se inscreva no canal: https://www.youtube.com/c/OAntagonista
Há 55 anos anos, morria João Guimarães Rosa, pouco tempo depois de ser nomeado como ocupante da cadeira de número dois da Academia Brasileira de Letras e ser indicado ao Prêmio Nobel de Literatura. Para falar da maior obra desse escritor brasileiro, Arthur Marchetto e Cecilia Garcia Marcon convidam Tati Fadel e discutem as travessias e vivências de Riobaldo em Grande sertão: Veredas. Entrevista com de Jô Soares com Manuelzão Tati Fadel - Redes https://www.youtube.com/@omundo2anaroxo https://open.spotify.com/show/3dzLaWgm4QmQ1H9W40kQCK CONFIRA OS TÍTULOS DO CLUBE DE LEITURA DO 30:MIN PARA 2023 CANAL DO 30:MIN NO YOUTUBE Telegram do 30:MIN Apoie o 30:MIN no PicPay Apoie o 30:MIN no Padrim --- Send in a voice message: https://anchor.fm/30min/message
Apresentamos nossa nova série aqui no Podcast Encantorias, e ela se chama "Muita Gente Desconhece"! É uma série voltada pra divulgação científica a partir da abordagem cultural, tendo a música como chave central - cumprindo um papel cultural e ao mesmo tempo educacional, de muita utilidade pública, promovendo o acesso ao conhecimento e a difusão de ideias e referências muitas vezes restritas a um público especializado. Nosso primeiro episódio "A música e a fala: chaves pra um Brasil de Dentro", passa pela reflexão a partir de dois pensadores latinoamericanos e um escritor brasileiro. E são eles: o filósofo colombiano Santiago Castro-Gómez, o ensaísta e crítico uruguaio Angél Rama e o escritor, médico e diplomata brasileiro João Guimarães Rosa. A partir deles pensamos de que formas a diversidade cultural no Brasil e na América Latina pode ser pensada em suas potências e limitações, e como a linguagem falada e a linguagem musical podem ser chaves para repensarmos as formas como a livre expressão de saberes, narrativas, testemunhos e ideias encontram formas criativas e inesperadas para se expandirem em sociedades tão cheias de questões pra resolver. Roteiro, produção e apresentação por Marlon Cardozo. Fontes e referências utilizadas nesse episódio: BOLLE, Willi. "grandesertão.br: o romance de formação do Brasil". São Paulo:Duas Cidades/Editora 34, 2004, 478 páginas. [Coleção Espírito Crítico]. CASTRO-GÓMEZ, Santiago. "Ciências sociais, violência epistêmica e oproblema da "invenção do outro"". IN: "A colonialidade do saber: eurocentrismo eciências sociais. Perspectivas latino-americanas". Edgardo Lander (org.) Colección SurSur, CLACSO, Ciudad Autónoma de Buenos Aires, Argentina. setembro 2005 RAMA, Ángel. "Regiones, culturas y literaturas". IN: "Transculturaciónnarrativa en América Latina" - Segunda ed. - Buenos Aires: Ediciones El Andariego,2008. 352 p. REINALDO, Gabriela. ""Uma cantiga de se fechar os olhos...": mito e músicaem Guimarães Rosa" - São Paulo: Annablume; Fapesp, 2005 ROSA, João Guimarães. "Grande Sertão: Veredas". 19 ed. Ed. Nova Fronteira.Rio de Janeiro, 2001 WARD, Terezinha Souto. "O discurso oral em Grande Sertão: Veredas" - SãoPaulo: Duas Cidades. 1984 "João Guimarães Rosa entrevistado por Gunter Lorenz". Colhida em:http://www.elfikurten.com.br/2011/01/dialogo-com-guimaraes-rosa-entrevista.html nodia 01/12/2018 às 22:32 (horário de Brasília) "50 tons de Zé" (entrevista com Tom Zé). Colhida em:http://www.uol/entretenimento/especiais/tom-ze.htm no dia 01/12/2018 às 22:34(horário de Brasília)
A tradutora australiana de Perth, Alison Entrekin, morou no Brasil e traduz grandes grandes obras da literatura brasileira para o inglês. Ela recentemente ganhou o prêmio da Associação de Programas Literários da Australasia na categoria “tradução” com o clássico “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa.
Hoje é dia de falar de um livro que não dá pra ser o mesmo depois de entrar em contato com o universo criado pelo meu conterrâneo das Minas Gerais, o encantador de leitores, João Guimarães Rosa. Vamos bater um papo sobre "Grande Sertão: Veredas"? ► Link citado: ▫ Curiosidades João Guimarães Rosa: https://youtu.be/ssB7Z0OQefU
PESQUISA: https://decaronanacarreira.typeform.com/to/u6JRv79o ____________________________________________ Nesse episódio: Dupla jornada; Produtividade; Começando em uma nova carreira; Crescimento profissional; Reflexão e perdão sobre atos da vida; Liderança no trabalho; Erros de jornada. Hoje Thais entrevista a jornalista, publicitária e escritora Carla Madeira, que foi a autora mais lida em 2021 no Brasil. Ela começou a escrever seus livros aos 33 mas “travou” e só retomou novamente aos 48. Começou a conciliar o trabalho de publicitária com a escrita e hoje está em seu terceiro livro. Ela conta nesse episódio como conciliar duas carreiras de sucesso, como não deixar o ego atrapalhar a sua escrita, desafios e benefícios do sucesso após os 50 e como lidera uma equipe grande em sua agência de publicidade. Vambora? Toda semana tem novo episódio no ar, pra não perder nenhum, siga: LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/thaisroque/ Instagram Thais: https://www.instagram.com/thaisroque/ Instagram DCNC: https://www.instagram.com/decaronanacarreira/ Newsletter Assine a nossa news! http://eepurl.com/hSpO4D Links da Carla: Instagram da Carla: https://www.instagram.com/eucarlamadeira/ LinkedIn da Carla: https://www.linkedin.com/in/carla-madeira-carneiro-6a19b497/ Livro Véspera: https://amzn.to/3R6C4t1 Livro Tudo é rio: https://amzn.to/3ebNA87 Mala de viagem: Grande Sertão: veredas - https://amzn.to/3R73G1f Episódio do Bom dia, Obvious com a Carla: https://open.spotify.com/episode/7CV3XXfYuJ1xCnLc2NKLyr?si=jijNP2fVRGmmEhI3UYRE4Q Equipe que faz acontecer: Criação, coordenação e apresentação: Thais Roque Consultoria de conteúdo: Alvaro Leme Supervisão: José Newton Fonseca Sonorização e edição: Felipe Dantas Identidade Visual: João Magagnin *Contém links afiliados
Um estudo divulgado esta semana aponta que quase 7 entre 10 pessoas dormem mal no Brasil. E para ajudar você a ter noites mais tranquilas de sono, hoje pode ficar em paz porque eu reuni algumas dicas de podcasts que prometem colocar adultos para dormir. A inspiração veio do anúncio do lançamento de NO FINAL NADA ACONTECE: HISTÓRIAS RELAXANTES PARA ACALMAR A MENTE E DORMIR BEM. O livro é resultado do sucesso de podcast escrito e narrado por Kathryn Nicolai, que, há mais de vinte anos, é professora de ioga e meditação. Na podosfera brasileira, há alguns títulos com propostas parecidas. Um deles é o HISTÓRIAS PARA DORMIR. Criado e apresentado pela jornalista e locutora Carol Godoi, esse podcast traz a leitura de trechos de livros famosos, com a ideia de fazer você embalar no sono. Há episódios dedicados a Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e Capitães da Areia, de Jorge Amado, por exemplo. A 2ª dica tem uma proposta de conteúdo parecida com o de Histórias para Dormir. É o podcast UM CAPÍTULO ANTES DE DORMIR, conduzido por Gui Baldi. A diferença está na duração e na produção. O podcast feito para você dormir e conhecer um livro, como é apresentado o UM CAPÍTULO ANTES DE DORMIR, tem episódios de duas horas, mas são embalados por sons relaxantes que buscam proporcionar a tão sonhada noite perfeita muito antes do fim do áudio. Além destes dois podcasts e do original em inglês que gerou o livro NO FINAL NADA ACONTECE: HISTÓRIAS RELAXANTES PARA ACALMAR A MENTE E DORMIR BEM, há algumas outras experiências na podosfera brasileira. Tem gente que simplesmente se propõe a falar sem rumo, como o Salah no podcast “100 PENSAR” e a Solu no “Cast para dormir”. Outra aposta de produções para dormir na podosfera são histórias policiais, como é o caso do CRIMES PARA DORMIR. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/pecasraras/message
Temos um convidado especial: Ricardo Mioto! Começamos o papo falando sobre o processo de escrita: é método ou talento? Depois disso falamos um pouco sobre qual a real capacidade dos pais deixarem lições para seus filhos. A pergunta do ouvinte é sobre degrowth. No “Tudo Nosso X Nada Deles”: Tarantino X Almodóvar; jornal impresso x versão online; show individual x festivalDicas culturais:- Feira do Livro no Pacaembu e depois almoço no Bubu;- Série A escada, HBO;- O exercício da Incerteza, Drauzio Varella; - Fernando Meirelles: Dois papas, NetFlix;- Como escrever bem, William Zinsser;- Peaky Blinders, sexta temporada no NetFlix;- Sobre a escrita, de Stephen King;- Maria Bethânia recitando Grande Sertão Veredas;- O Filho Rico, de Felipe Miranda e Ricardo Mioto.
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No Emílias Podcast - Mulheres na Computação desta semana, entrevistamos Ingrid Viana, da AuguriTech e da Auguri Consult. O vídeo desta entrevista está em https://www.youtube.com/watch?v=n8dq2mWwyNs. Ingrid Viana - Diretora na Auguri Consult Twitter: https://twitter.com/auguriba @auguriba Linkedin: https://www.linkedin.com/in/ingrid-viana-a324a922a / AuguriTech: @auguritech no Twitter https://twitter.com/auguritech e Instagram https://www.instagram.com/auguritech/ Site: http://auguritech.com.br Linkedin: https://www.linkedin.com/company/auguritech/ Indicações: Emílias Podcast; A Rede Social https://www.imdb.com/title/tt1285016/ Matrix https://www.imdb.com/title/tt0133093/ Grande Sertão Veredas, Guimarães Rosa https://www.goodreads.com/book/show/2363958.Grande_Sert_o Os entrevistadores deste episódio foram Adolfo Neto e Maria Claudia Emer. A abertura e o final do episódio foram feitos por Kathleen Danielly Souza Lins. O Emílias Podcast é um projeto de extensão da UTFPR Curitiba. Descubra tudo sobre o programa Emílias - Armação em Bits em https://linktr.ee/Emilias.
Mario Cesar Vilhena e Vivian Avelino-Silva conversam sobre "Vivência Indígena, Trans e Não-binária", com Matheusa Cairú, Indígena Wapixana, Mulher Não-binária, Miss Trans Roraima, estudante de Ciências Biológicas na Universidade Federal de Roraima (UFRR), diretora de Diversidade Étnica do DCE, membra do Levante Popular da Juventude, atriz, escritora e YouTuber amadora. Indicações Cultura Transviada: "Terra Sem Pecado", documentário dirigido por Marcelo Costa; "Índio Cidadão?", documentário dirigido por Rodrigo Siqueira; "Grande Sertão: Veredas", livro de João Guimarães Rosa; Instagram @muthabrasil - Museu Transgênero de História e Arte.
Grande Sertão Veredas por Ludmila Guimarães. "...O certo era a gente estar sempre brabo de alegre, alegre por dentro, mesmo com tudo de ruim que acontecesse, alegre nas profundezas. Podia? Alegre era a gente viver devagarinho, miudinho, não se importando demais com coisa nenhuma..." Autor: Guimarães Rosa
No cenário do livro ‘Grande Sertão: Veredas' resiste um oásis de Cerrado. Seu Jacinto conta a história de um Parque Nacional e sua importância para comunidades locais. E o líder comunitário Zezo explica como funciona o trabalho coletivo que fortalece a reivindicação de direitos nessa região de Minas Gerais.
Trecho de grande sertão veredas por Carolina Lima. Viver é muito perigoso, porque aprender a viver é que é viver mesmo. Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa. O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto. Dificultoso mesmo é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra. João Guimarães Rosa