Perguntar Não Ofende

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Perguntar Não Ofende — Conversas do Daniel Oliveira Que Não Faz Chorar. Todas as semanas, uma conversa com um convidado. Quase sempre sobre política, às vezes sobre coisas mais interessantes. Logótipo de Vera Tavares, música de Mário Laginha e produção de João Martins. Apoie este projeto independent…

Daniel Oliveira


    • May 27, 2025 LATEST EPISODE
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    • 245 EPISODES


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    Mariana Vieira da Silva: o que nos diz a transição expedita no PS?

    Play Episode Listen Later May 27, 2025 67:10


    Neste episódio do Perguntar Não Ofende, a convidada é Mariana Vieira da Silva, ex-ministra da Presidência e figura central do último governo socialista liderado por António Costa. Com o Partido Socialista a enfrentar uma das suas maiores crises em décadas — passando, pela primeira vez em meio século, a terceira força política nacional —, a conversa gira em torno da surpreendente rapidez com que o partido geriu a sucessão interna, sem debate ou reflexão estratégica. Em poucos dias, os socialistas parecem ter escolhido José Luís Carneiro como líder, numa transição marcada mais pela urgência de evitar nova derrota autárquica do que pela preparação de uma nova fase política. Mariana Vieira da Silva esteve no centro da governação socialista durante quase uma década e manteve-se fora da disputa interna, mas foi apontada como potencial alternativa à liderança. Nesta conversa, fala-se da sua leitura sobre a “transição simplex” no PS, da queda abrupta de um partido com maioria absoluta para uma oposição fragmentada, e da ameaça real que representa o crescimento do Chega. Discutem-se ainda os erros de gestão política após o terramoto de 2023, o papel dos autarcas nas decisões do partido, o impacto da pandemia na sua visibilidade e o estado atual da esquerda portuguesa. Com a experiência de quem esteve no centro do poder, Mariana Vieira da Silva ajuda-nos a perceber o que correu mal, o que está em causa e o que pode vir aí. Uma hora para olhar, com calma, para um partido em turbulência e para um país em transição.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    António Gomes: o que nos dizem as sondagens? E podemos confiar nelas?

    Play Episode Listen Later May 14, 2025 83:07


    Portugal teve três legislativas em quatro anos, duas delas no espaço de apenas doze meses. Num país habituado à estabilidade, vivemos agora em ciclos curtos e marcados por cansaço político e desconfiança nas instituições. A polarização cresce e os eleitores parecem votar mais por reação do que por convicção. Neste cenário, forças como o Chega crescem apesar dos escândalos, e os jovens mostram sinais de radicalização e desconexão com a política tradicional. Ao mesmo tempo, as sondagens multiplicam-se, mas será que nos dizem o que realmente importa? A personalização da política, o voto estratégico, a fidelidade geracional e o desejo de estabilidade são apenas algumas das variáveis difíceis de medir. Diferenças metodológicas e a dificuldade em recolher dados fiáveis tornam a leitura mais complexa. Neste episódio, falamos com António Gomes, diretor-geral da GfK-Metris e especialista com três décadas de experiência em estudos de opinião. Uma conversa para perceber os limites e as potencialidades das sondagens numa democracia fatigada. Capítulos: (02:54) Eleições e desconfiança nas instituições(06:11) Voto estratégico e dinâmicas eleitorais(09:08) A imagem dos líderes e mobilização eleitoral(12:06) O impacto dos escândalos na opinião pública(14:57) Campanhas eleitorais e proximidade com o eleitor(17:58) A polarização e o voto útil(21:05) Expectativas e realidade nas eleições(32:05) Desconforto e identidade política(34:57) Expectativas e imagem do líder(38:21) Imigração e economia no voto(40:47) Avaliação do Governo e expectativas(42:13) A imigração e o debate político(46:11) Escândalos e a reação do eleitorado(51:02) O eleitorado do Chega e a lógica anti-sistema(54:49) Impacto do Passos Coelho e voto dos mais velhos(57:27) Diferenças de género no voto jovem(58:07) A influência das redes sociais nas eleições(01:01:09) A nova dinâmica do voto feminino(01:04:01) A fragmentação da esquerda e suas consequências(01:08:12) A fiabilidade das sondagens e métodos de pesquisa(01:19:19) O impacto do voto na última horaSee omnystudio.com/listener for privacy information.

    Mariana Reis, Matilde Sobral e Augusto Carreira: “Adolescência” acordou os pais e os políticos?

    Play Episode Listen Later Apr 30, 2025 81:54


    Neste episódio de Perguntar Não Ofende, voltamos ao tema do impacto dos smartphones nas escolas e no desenvolvimento das crianças e adolescentes. Partindo de novos dados alarmantes — como o facto de os menores passarem, em média, dois meses por ano em frente a ecrãs — debatemos os efeitos da dependência digital, a queda da socialização presencial e a correlação com problemas como ansiedade, depressão e baixa autoestima. A conversa ganha atualidade com a exibição da série “Adolescência” no Reino Unido e a recente reabertura do debate político em Portugal sobre a proibição de smartphones nas escolas. Os convidados são Matilde Sobral e Mariana Reis, fundadoras da Mirabilis, e Augusto Carreira, referência em pedopsiquiatria. Juntos, discutimos a necessidade urgente de agir e de devolver às crianças tempo real para crescerem, brincarem e partilharem emoções.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Bruno Maçães: que nova ordem mundial é anunciada por Trump?

    Play Episode Listen Later Apr 22, 2025 66:49


    Em apenas oitenta dias, os pilares da globalização liberal começaram a ruir, minados por quem mais beneficiou dela: os próprios Estados Unidos. Mas será o trumpismo uma ideologia estruturada para refazer o mundo, ou apenas um sintoma de declínio imperial? A Europa vê-se paralisada entre dois polos: a antiga aliança com os EUA — agora hostis — e a ascensão de uma China confiante, que se posiciona como o centro de uma nova ordem global. Num cenário multipolar, o velho continente corre o risco de se tornar irrelevante. A Nova Rota da Seda simboliza esta transição, com a China a assumir o papel de maior investidor global, especialmente no Sul Global. Estaremos perante um novo imperialismo ou uma nova visão da globalização? Bruno Maçães, político e académico, mergulha nas consequências do trumpismo, no papel transformador da China e no colapso da ideia de “Ocidente”. Através da sua experiência internacional e pensamento estratégico, oferece pistas sobre um mundo em mutação — onde a estabilidade do passado já não é garantida.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    José Gomes André: Trump tem raízes na história americana?

    Play Episode Listen Later Apr 8, 2025 76:23


    A imagem de Trump com uma coroa, partilhada pela Casa Branca, é apenas simbólica? Ou revela uma mudança de natureza no sistema político americano? Os Estados Unidos são o grande laboratório da democracia liberal — mas até onde resiste essa experiência quando posta à prova pelo fenómeno Trump? Neste episódio do Perguntar Não Ofende, exploramos as tensões entre instituições e populismo, entre legalidade e liderança carismática, num sistema pensado para resistir a tudo, menos talvez ao culto do líder. Com José Gomes André, doutorado em Filosofia Política, analisamos o trumpismo à luz da tradição constitucional dos EUA, o papel do Supremo Tribunal como guardião do equilíbrio de poderes, e refletimos sobre o paralelismo europeu: poderá a UE aspirar a um momento constituinte ou estará refém do seu próprio modelo tecnocrático? Uma conversa sobre democracia, federalismo e os desafios do nosso tempo.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Ricardo Paes Mamede: que política económica poderemos debater nesta campanha?

    Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 75:50


    Fazendo o balanço possível das opções económicas e fiscais do governo, passando os olhos pela crise da habitação e procurando as continuidades num país que, com três eleições em quatro anos, viu a sua economia crescer ao dobro do ritmo da zona euro. E falaremos do que mudou, para Portugal e para a Europa, com a chegada de Trump à Casa Branca, o início de uma guerra tarifária que não sabemos ao certo até onde nos levará e decisão da Europa se rearmar, dirigindo para aí os investimentos públicos. Para passarmos em revista os debates que poderíamos ter nos próximos meses, recebemos Ricardo Paes Mamede, economista, diretor da Escola de Tecnologias Aplicadas, doutorado pela Universidade Bocconi e docente, desde 1999, nas áreas da Economia Política Internacional, Política Industrial e de Inovação e Avaliação de Políticas. Foi membro do Conselho Económico e Social, coordenador do núcleo de estudos e avaliação do Observatório do QREN e diretor de Serviços de Análise Económica e Previsão do Gabinete de Estratégia e Estudos do Ministério da Economia. Antes de tudo isto, é uma voz lúcida e heterodoxa no debate publico sobre política económica.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Ana Sofia Antunes: a deficiência ainda é motivo para humilhação e insulto?

    Play Episode Listen Later Feb 25, 2025 79:06


    A deputada Diva Ribeiro, do Chega, reagiu a uma intervenção de Ana Sofia Antunes, dizendo que era curioso que a deputada do PS só conseguisse intervir em assuntos que envolve, infelizmente, a deficiência. Rita Matias voltou à quadra, tentando associar a deputada a uma política identitária, que faria os deputados negros falarem de racismo, os portadores de deficiência sobre deficiência e por adiante. Dá-se o pormenor de, em 15 intervenções que Ana Sofia Antunes fez nesta legislatura, aquela ter sido a primeira sobre deficiência, apesar de, tendo sido secretária de Estado da Inclusão, seria normal que assim não tivesse acontecido. Ana Sofia Antunes é advogada de profissão e foi secretária de Estado da inclusão nos vários governos de António Costa, o que fez que, apesar de ter sido eleita deputada em 2019, só tenha exercido o cargo a partir desta legislatura. Apesar da afirmação do Chega e do seu percurso na defesa dos direitos das pessoas com deficiência, as suas intervenções no parlamento não têm sido sobre este tema, mas sobre imigração e segurança, assuntos que até têm estado na ordem do dia e a que o Chega dá bastante atenção, não lhe tendo seguramente passado desapercebidas as intervenções da deputada.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Rui Costa Lopes: como é que os portugueses veem os imigrantes?

    Play Episode Listen Later Jan 7, 2025 73:44


    Quis a sorte ou azar que, no momento em que a imagem de uma rua do centro de Lisboa com muitas dezenas de imigrantes encostados à parede se tornou viral, fosse conhecido o Barómetro sobre as perspetivas dos portugueses em relação à imigração, da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Uma medida um pouco mais científica sobre as perceções dos portugueses. Quando o estudo foi conhecido, o ministro da Presidência António Leitão Amaro disse que concordava com o juízo feito pelos portugueses sobre as políticas públicas de imigração. Um juízo que se baseia em vários erros de perceção. E que o debate público que pretende responder a estas precessões pode estar a reforçar. É para esmiuçarmos este barómetro que temos, connosco, o coordenador deste trabalho e um dos seus autores. Rui Costa Lopes é psicólogo social, com pós-doutoramento no Instituto de Ciências Sociais, onde é investigador, sobre o fenómeno do preconceito racial e a influência das normas sociais na sua emergência.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Ricardo Dias Felner: e se a cozinha portuguesa não for assim tão boa?

    Play Episode Listen Later Dec 23, 2024 81:33


    Os portugueses até podem suportar que se diga que os seus descobrimentos foram, em grande parte, uma história de crimes que deixou como grande legado a maior transferência populacional forçada intercontinental. Até podem suportar que insultem Vasco da Gama ou Cristiano Ronaldo. Haverá sempre alguns, mesmo que sejam uma minoria, que acompanharão estas críticas. O que os portugueses não aceitam, e aqui o consenso aproxima-se da unanimidade, é que ponham em causa a sua gastronomia. Em julho de 2015, houve quem dissesse pior do que isso. Alguém se atreveu a escrever que a nossa cozinha era mesmo a pior do mundo. O conhecido crítico britânico de restaurantes Giles Coren escrevia, no “The Times”, a maior ofensa que um português pode ouvir. A reação dos leitores portugueses foi semelhante a um tsunami de ódio, deixando insultos e até ameaças de morte. No Twitter, Coren até perguntou se havia algum dispositivo para silenciar, naquela rede, um país inteiro, tal a dimensão viral da indignação. Cinco anos depois, quando o jornalista Ricardo Dias Felner escreveu, aqui no Expresso, um texto com um título provocatório: “E se a cozinha portuguesa não foi a campeã do mundo?”. De forma racional, desapaixonada e rigorosa, ajudava a desmontar alguns mitos sobre o que comemos. E, acima de tudo, sobre o que os estrangeiros acham do que comemos. Sim, é verdade, não adoram. A maioria acha a nossa gastronomia apenas moderada ou razoável. Poucos veem a Portugal por causa dela. Muito acham pouco variada, sensaborona, pouco atrativa. Ela está ausente de quase todos os rankings internacionais. Porque a vendemos mal. E provavelmente vendemo-la mal porque, com a boca cheia de orgulho, achamos que se chega a si mesma. É Ricardo Dias Felner o convidado do último episódio do Perguntar Não Ofende em 2024, a abrir o apetite para a consoada. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Vasco Lourenço: para que serve esta comemoração do 25 de novembro?

    Play Episode Listen Later Nov 25, 2024 82:01


    O coronel Vasco Lourenço tem 82 anos, é presidente da Associação 25 de Abril, ator e autor central do 25 de novembro. Um dos principais obreiros do 25 de novembro recusa a equiparação com o 25 de abril e não aceitou estar presente na sessão solene de hoje. Diz que esta é a festa dos que também foram derrotados nesse dia, que queriam transformar numa vingança e num retrocesso. O presidente da Associação foi uma das principais figuras do próprio 25 de novembro. Membro da chamada ala moderada do MFA, foi um dos nove do grupo dos nove, liderança política do golpe ou contragolpe (conforme o ponto de vista). A sua escolha para comandante da Região Militar de Lisboa, substituindo Otelo Saraiva de Carvalho, foi o gatilho dos acontecimentos. E teve um papel político e militar absolutamente central naqueles dias.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    No Zambujal, com Tibunga: de regresso à cidade invisível

    Play Episode Listen Later Nov 15, 2024 90:00


    Veja aqui a reportagem fotográfica No dia do funeral de Odair Moniz, uma jornalista de uma televisão fez um direto, do bairro do Zambujal, dizendo que a paz quotidiana tinha regressado. No entanto, para que os telespetadores reconhecessem de onde falava, escolheu, como cenário, uma paragem de autocarro destruída. Se as palavras eram sobre um bairro que levava um dos seus a enterrar, a imagem era sobre os tumultos. Foi assim durante 15 dias: nós, os da cidade da lei, a olhar assustados, irados ou compreensivos, para eles, os da cidade invisível, para roubar uma expressão de um programa de rádio de António Brito Guterres. A polémica que veio depois, com um autarca socialista a defender regras inconstitucionais para os bairros sociais, resume ainda melhor o sentimento: a maioria da população acredita que a lei não serve para a vida destas pessoas. Que elas não as cumprem, que o Estado não tem de as cumprir. Que têm de ser mantidos na ordem, nada mais. Alguns discursos mais cuidadosos ou até bem-intencionados preferiram distinguir, no Bairro do Zambujal e em todos onde houve tumultos resultantes de mais uma morte às mãos da polícia, uma minoria criminosa de uma maioria ordeira e trabalhadora. A realidade é capaz de ser mais complicada quando se cresce com falta de quase tudo. Não que a escola e a casa não existam. Falta o que permite romper com o ciclo de exclusão que este território determina. A exclusão ficou evidente no próprio debate, feito sobre o bairro, mas exclusivamente fora do bairro. Apesar de haver associação de moradores e outras organizações de autorrepresentação, as pessoas que vivem nestes bairros são excluídas do debate público. Elas são o problema, não agentes das suas vidas. Nas palavras de Ventura, a “bandidagem”, nas dos seus opositores, as “vítimas”. Mas nunca sujeitos da sua própria vontade. Não serve isto para desmerecer quem fala, porque deve falar, da exclusão dos outros. Apenas para sublinhar como a invisibilidade faz parte das regras do jogo. Os moradores dos bairros sociais são vistos ou como um problema de segurança, ou como um problema social, nunca como um problema democrático, na medida em que têm sido excluídos do direito à cidade e à palavra. Com os meios que tenho, tentarei fazer o que acho faltar: dar alguma palavra ao Bairro do Zambujal. O modelo será semelhante ao que usei com o António Brito Guterres, na antiga Curraleira. O António estará, aliás, connosco nesta viagem a mais um bocado da cidade invisível. Mas o guia principal não será, desta vez, ele. Será Cláudio Gonçalves, que também usa o nome de Tibunga. Nasceu no Bairro da Cova da Moura, cresceu fora daqui e faz parte da Associação de Moradores do Zambujal. Tem 29 anos, é modelo internacional e as oportunidades que agarrou não resultaram das saídas que o bairro tinha para lhe oferecer. Nas duas próximas horas, estaremos no bairro. Não para filmar tumultos, mas para ouvir os cidadãos que aqui vivem. Bem-vindos ao Zambujal, de que só voltarão a ouvir falar nas televisões quando acontecer outra tragédia.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Alda Azevedo: estamos a construir ou a regular de menos?

    Play Episode Listen Later Oct 31, 2024 85:53


    A crise na habitação é um dos temas mais transversais a todas as economias industrializadas, com o preço das casas a crescer a um ritmo duas ou três vezes superior ao dos salários desde a viragem do século. Anos a fio de juros baixos,  liquidez financeira sem precedentes e aumento exponencial do turismo, tornaram a habitação num dos mais atraentes ativos financeiros. Em Portugal, em apenas um ano assistimos uma alteração legislativa de 180 graus numa área chave como esta. De um pacote legislativo como o Mais Habitação, que tentava reforçar o mercado de arrendamento com incentivos fiscais e a penalização do Alojamento Local, passámos para o estímulo da procura, com apoios ao crédito, desregulação do Alojamento Local e isenção fiscal para os jovens até 35 anos. Doutorada em Demografia pela Universidade Autónoma de Barcelona, Alda Botelho Azevedo é investigadora auxiliar no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e professora auxiliar convidada no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas. É coordenadora do doutoramento em Ciências da População pelo ICS e membro da Comissão Científica. A sua investigação centra-se sobretudo no estudo da demografia da habitação e do envelhecimento demográfico.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Paulo Querido: há mais colunistas de esquerda ou de direita?

    Play Episode Listen Later Oct 11, 2024 78:45


    Tentando escapar às perceções subjetivas de cada um, Paulo Querido resolveu utilizar um modelo de inteligência artificial para verificar se há, de facto, um viés político na imprensa. Contrariamente ao que costuma ser feito, não só o objeto de estudo não foram as notícias, mas os artigos de opinião, como o que se procurou definir não foi o alinhamento partidário de cada um, mas o seu enquadramento ideológico. Paulo Querido foi jornalista, é programador, escritor e pioneiro na área do jornalismo digital em Portugal. Com uma carreira de várias décadas, tem-se destacado pela inovação e pelo estudo da interseção entre tecnologia e comunicação. É autor de vários livros e artigos que exploram o impacto da tecnologia na sociedade e na informação. E o autor do projeto “VamoLáVer” – título cheio de ironia –, onde este trabalho foi publicado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Victor Barros: que lugar tem Amílcar Cabral nas trincheiras da memória?

    Play Episode Listen Later Sep 26, 2024 101:23


    Apesar do lugar que tem na História, se falarmos de Cabral, os portugueses recordam-se de Pedro, raramente de Amílcar. Resgatar a memória de Cabral é resgatar um discurso anticolonialista que os ventos de um saudosismo anacrónico tentam pôr na defensiva. Fez, em 2023, cinquenta anos que Amílcar Cabral foi assassinado, na Guiné-Conacri. Este mês de outubro, celebra-se o centenário do nascimento. Um bom pretexto para remexer na memória, eterno campo de batalha político. Victor Barros é cabo-verdiano, historiador doutorado pela Universidade de Coimbra, com uma tese sobre a construção da memória do império português nas colónias em África. É investigador do Instituto de Histórica Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa e autor de vários artigos sobre Amílcar Cabral.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Bernardo Pires de Lima: conseguirá Kamala travar o regresso de Trump?

    Play Episode Listen Later Sep 4, 2024 98:01


    Faltam dois meses para as eleições presidenciais americanas mais imprevisíveis das últimas décadas. É a terceira vez, num século, que o presidente em exercício não se recandidata a um segundo mandato. Trump foi condenado por 37 crimes, acusado por abuso sexual e está largamente envolvido no ataque ao Capitólio, cujos autores diz perdoar se for Presidente. Um segundo mandato seria marcado pelo revanchismo. E teria tudo para reconfigurar ainda mais o partido republicano, as relações de poder a nível estadual e da própria democracia americana. A vice de Biden, Kamala Harris, avançou pelo terreno minado que lhe foi deixado. Em poucas semanas, com um vigor e energia que poucos esperavam, deu a volta ao guião derrotado e derrotista dos democratas. A outra face desta moeda é que a energia democrata está alicerçada na ausência de uma plataforma política. Uma decisão que parece propositada, talvez temendo o desfecho que teve a campanha programática de Hillary Clinton. Pode uma candidatura centrista e moderada perder para um condenado, pro-russo e que antecipa um “banho de sangue” se não lhe oferecerem a vitória? Pode. Para tentarmos perceber este grande mistério americano recebemos Bernardo Pires de Lima, investigador associado do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, analista de política internacional da RTP e da Antena 1, e presidente do Conselho de Curadores da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Rui Tavares: haverá Livre para lá do seu coordenador?

    Play Episode Listen Later Jul 9, 2024 89:17


    Em 2019, Rui Tavares chega ao parlamento como deputado único e, desde então, o Livre tem subido, conseguido eleger quatro deputados nas últimas eleições legislativas e tendo ficado à porta do Parlamento Europeu, numas eleições que também não foram isentas de polémica, por causa do seu sistema de primárias abertas para a escolha de candidatos. Nas autárquicas, manteve um acordo em Lisboa com o PS de Fernando Medina. No país, foi aprovando Orçamentos de António Costa, mesmo quando o seu voto não era necessário. O Livre nasceu há dez anos, sempre muito marcado pela figura de Rui Tavares, que começou a sua vida político-partidária como eurodeputado independente eleito pelo Bloco de Esquerda. Num momento em que a esquerda está em recuo, em Portugal, o Livre vai crescendo. Europeísta e ecologista, o Livre conquista alguns votos à direita, mas fragmenta um espaço cada vez mais diminuto. Entre o deve e o haver, se verá o que se ganha e perde. Independentemente disso, o seu crescimento eleitoral sustentado é um feito notável em tempo de crise no espaço da esquerda.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Marta Temido: alguma coisa afasta o PS da AD na política europeia?

    Play Episode Listen Later May 27, 2024 60:24


    Dirigindo a concelhia socialista de Lisboa e estando a preparar-se para concorrer contra Carlos Moedas, não se conheciam a Marta Temido muitas posições sobre a Europa. Também terá sido por causa disso que António Costa lhe entregou um cartão do PS num palco de um congresso em que se enfileiravam os putativos sucessores na liderança. Temido chegou ao governo de António Costa como independente. Sem qualquer experiência política, caiu-lhe uma pandemia em cima e, independentemente da avaliação que cada um faça da gestão que fez da emergência, acumulou grande popularidade nesse período. Os candidatos portugueses têm convicções próprias ou, chegados a Bruxelas, integram-se consensos que não levaram a votos, nas eleições, com o argumento de ali se fazem compromissos? A ex-ministra da Saúde, Marta Temido, é a última candidata ao Parlamento Europeu a integrar esta série de conversas no Perguntar Não Ofende.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Sebastião Bugalho: que papel terá à AD no descentramento político da Europa?

    Play Episode Listen Later May 24, 2024 62:50


    A escolha de Sebastião Bugalho para cabeça de lista da AD ao Parlamento Europeu surpreendeu e levou a um debate interessante sobre o papel crescente das televisões na política nacional. Ainda mais por Bugalho ter pouco currículo político – foi uma vez candidato do CDS em lugar não elegível – e não se lhe conhecer grande reflexão sobre temas europeus. Surgiu a acusação da valorização do mediatismo e da notoriedade em relação a outras qualidades. Outros falam de refrescamento da política, dando relevo a uma pessoa mais jovem. Mas a escolha de Sebastião Bugalho não pode reduzir a candidatura da AD a este tema. O cabeça de lista disse que, por ter exposto as suas posições ao longo destes anos, até pode ser mais facilmente escrutinado. Na verdade, os comentadores opinam mais sobre política do que sobre políticas, e o Sebastião é seguramente um desses casos. O escrutínio é menos evidente do que parece.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    João Oliveira: até onde vai o euroceticismo do PCP?

    Play Episode Listen Later May 14, 2024 68:34


    Com 44 anos, João Oliveira é das figuras mais populares do PCP, tendo sido, antes da eleição de Paulo Raimundo, um dos nomes mais falados para secretário-geral. É uma aposta forte dos comunistas para uma eleição difícil em que as suas posições vão em contramão com a de quase todos os partidos com representação parlamentar. João Oliveira chegou a deputado em 2006, para substituir o histórico Abílio Fernandes. Passou a ser cabeça de lista por Évora em todas as eleições seguintes – tirando as últimas –, tendo perdido a eleição em 2022, num momento histórico em que os comunistas deixam de ter qualquer eleito por aquele círculo alentejano. Foi líder parlamentar durante nove anos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Catarina Martins: o Bloco é ambíguo sobre a Europa?

    Play Episode Listen Later May 8, 2024 65:57


    Saída da liderança e da Assembleia da República, Catarina Martins é a nova cabeça de lista do Bloco de Esquerda ao Parlamento Europeu. Foi atriz, deputada do partido desde 2009 (como independente, já que só um ano depois passaria a ser militante). A ascenção foi meteórica, chegando à liderança dois anos depois, primeiro a lado de João Semedo, depois sozinha. É com ela que o Bloco chega ao seu melhor resultado de sempre, em 2015. Mas também é com ela que cai para os atuais 4,4%, em 2022. No meio, houve uma geringonça. O Bloco, ao contrário do PS ou do Livre, não se integra no que poderíamos chamar de esquerda europeísta. Mas, ao contrário do PCP, não é abertamente eurocético. Não é que o debate sobre a Europa se esgote nesta fratura simplista, que mais vezes esconde do que revela. Mas parece evidente a ambiguidade do partido sempre que se chega a Bruxelas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Miguel Carvalho e Vítor Matos: o que querem o Chega e Ventura?

    Play Episode Listen Later Apr 4, 2024 88:46


    André Ventura recebeu os resultados eleitorais das legislativas de 2022 com euforia, dizendo na própria noite que o Chega era a terceira força política e que tinha vindo para ficar. Tinha razão. Dois anos depois, o Chega transformou o mapa político português. Vítor Matos, jornalista do Expresso, editou recentemente um livro, “Na Cabeça de Ventura”, e Miguel Carvalho, jornalista freelancer que tem estudado exaustivamente o Chega são os convidados desta edição do podcast Perguntar Não Ofende. No último mês, os que se habituaram a pensar que a extrema-direita nunca teria sucesso no último país a descolonizar e com índices altíssimos de rejeição da classe política, correram a apresentar, com a mesma simplicidade do passado, o cardápio de medidas e soluções para esvaziar a extrema-direita. Como alguns inquéritos sociais já mostravam há vários anos, os portugueses estavam mais do que prontos para aderir a um discurso de rejeição da diferença, seja ela a imigração, dos ciganos ou da classe política. Ventura foi o primeiro a saber interpretar essa disposição e a saber mobilizá-la a seu favor. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Vicente Valentim: como se normaliza a direita radical?

    Play Episode Listen Later Mar 19, 2024 104:14


    Portugal é dos últimos países europeus a ter uma fortíssima bancada parlamentar de extrema-direita. O crescimento do Chega, à semelhança da maioria dos partidos similares, foi fulgurante. Em cinco anos passou de 1 deputado para 12 e, depois, 48, arriscando-se a colocar um ponto final em cinco décadas de sistema bipartidário. A extrema-direita está no poder em Itália, na Finlândia e na Hungria, suporta um governo na Suécia e está a caminho de ser poder novamente na Áustria. Em França, as mais recentes sondagens dão quase maioria absoluta ao partido de Le Pen nas legislativas. Nas próximas eleições europeias, a direita radical deverá ganhar em nove países e ser a segunda ou terceira força noutros nove, incluindo na Alemanha, onde já nem a memória histórica da barbárie nazi parece conter o crescimento da xenofobia e a perseguição das minorias. Vicente Valentim, cientista político na Universidade de Oxford, é o convidado de Daniel Oliveira no podcast Perguntar Não Ofende. O seu primeiro livro, acerca da normalização da direita radical, vai ser publicado pela Oxford University Press e adaptado para português pela editora Gradiva, num calendário que não podia ser mais oportuno para tentarmos perceber melhor a dinâmica do crescimento destas forças. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Luciana Maruta e Sofia da Palma Rodrigues: a abstenção sufoca a democracia?

    Play Episode Listen Later Mar 5, 2024 94:13


    Perto de cinquenta anos de democracia, que garantiu o direito ao voto livre um ano mais tarde, para a Assembleia Constituinte, os portugueses votam cada vez menos. Muito longe vão os 16% de abstenção de 1976. Se Portugal está no pelotão da frente da abstenção, não é um caso isolado. Cinco em cada dez europeus não votaram nas eleições europeias e três em cada dez não votaram para eleger o seu chefe de Estado ou parlamento. O afastamento dos cidadãos dos atos eleitorais não é um processo uniforme. Ele replica e perpetua as desigualdades existente na sociedade. Em regiões com menores níveis de escolaridade, salários médios mais baixos, ou maiores níveis de desigualdade, a mobilização eleitoral é menor. Num dos poucos espaços onde todos os cidadãos valem rigorosamente o mesmo, onde do CEO ao habitante do bairro social todos têm apenas um voto, são os segmentos sociais com menor capacidade de influência no espaço público quem menos aproveita o voto para fazer valer os seus direitos e os seus interesses. A concentração do voto nas classes médias, especialmente nas mais envelhecidas, afunila as preocupações dos partidos nesses mesmos segmentos e a conduz a governações menos diversas e mais conservadoras.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Alexandra Leitão. O programa do PS é de rutura ou continuidade?

    Play Episode Listen Later Feb 20, 2024 80:19


    Depois de uma maratona de debates, que ou são demasiado curtos ou estão concentrados nos efeitos que o confronto tem no grande público, o Perguntar Não Ofende propõe duas conversas com mais tempo sobre os programas dos dois principais partidos. PS e a coligação liderada pelo PSD podem ter de se entender com outros, que seguramente darão os seus contributos ou obrigarão a cedências. Mas, ao que tudo indica, são estes dois programas que corresponderão à coluna vertebral do novo governo. Isto, se o cumprirem, claro. Mas isso é outra conversa. Alexandra Leitão é a coordenadora do programa eleitoral do Partido Socialista. Foi Secretária de Estado Adjunta da Educação e ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública. Militante da JS e do PS desde jovem, é deputada e cabeça de lista em Santarém. É jurista e professora na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. A conversa com António Leitão Amaro está disponível aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    António Leitão Amaro. O programa da AD permite um milagre económico?

    Play Episode Listen Later Feb 20, 2024 79:47


    Depois de uma maratona de debates, que ou são demasiado curtos ou estão concentrados nos efeitos que o confronto tem no grande público, o Perguntar Não Ofende propõe duas conversas com mais tempo sobre os programas dos dois principais partidos. PS e a coligação liderada pelo PSD podem ter de se entender com outros, que seguramente darão os seus contributos ou obrigarão a cedências. Mas, ao que tudo indica, são estes dois programas que corresponderão à coluna vertebral do novo governo. Isto, se o cumprirem, claro. Mas isso é outra conversa. António Leitão Amaro participou na redação final do programa eleitoral da Aliança Democrática, coligação que junta o PSD, o CDS e o PPM. Foi líder da JSD, e deputado do PSD entre 2009 e 2019, lugar que voltará a ocupar como cabeça de lista da AD por Viseu. É advogado, gestor e professor na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e na Universidade Católica, tem uma pós-graduação em economia. A conversa com Alexandra Leitão está disponível aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Jorge Moreira da Silva. Há esperança para Gaza?

    Play Episode Listen Later Feb 6, 2024 92:48


    Longe dos olhares do mundo, com o acesso jornalístico a Gaza bloqueado por Israel, dois milhões de pessoas passam fome e estão sem hospitais e sem cuidados médicos. Perante a indiferença das grandes nações, tem sido António Guterres a tentar centrar o que está em causa numa região com demasiada história, mas onde o tempo escasseia. A visita de Jorge Moreira da Silva a Gaza, como representante máximo da UNOPS, a agência da ONU para as infraestruturas e gestão de projetos, não passou despercebida. As suas declarações mostram como poucos ficam indiferentes ao ver o que se está a passar neste minúsculo território. Com 6000 funcionários, a UNOPS é a quinta maior agência da ONU e desenvolve mil projetos por ano em mais de 85 países, alguns em situações de rutura como Afeganistão, Iémen, Ucrânia, Moçambique, Somália ou Sudão. Numa conversa centrada em Gaza, mas com paragem noutros conflitos onde a UNOPS marca presença e no próprio papel das Nações Unidas, Daniel Oliveira recebe Jorge Moreira da Silva, subsecretário-geral das Nações Unidas e diretor Executivo da UNOPSSee omnystudio.com/listener for privacy information.

    Filipe Santa-Bárbara, Luís Simões e Pedro Coelho. O que a Global Media nos avisa sobre o futuro do jornalismo?

    Play Episode Listen Later Jan 9, 2024 98:12


    Os trabalhadores da Global Media estão com salários em atraso e o risco de encerramento da TSF, Diário de Notícias, Jornal de Notícias e vários outros títulos históricos é muito real. Não é uma questão de património histórico que outros títulos venham a substituir. Seria a mais rápida redução de pluralismo num setor em crise profunda e sem o qual, na era da desinformação produzida de forma industrial, nos podemos começar a despedir da democracia. Para falar sobre o que se passa na Global Media e, a partir daí, no jornalismo, recebemos três jornalistas no podcast Perguntar Não Ofende. Filipe Santa-Bárbara, jornalista da TSF e porta-voz da sua comissão de trabalhadores, Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas e jornalista d'A Bola, e Pedro Coelho, presidente da Comissão Organizadora do 5º Congresso dos Jornalistas e jornalista da SIC.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Maria do Rosário Partidário: é desta que teremos novo aeroporto?

    Play Episode Listen Later Dec 19, 2023 90:15


    Já teve 17 localizações possíveis, muitos estudos, enormes debates, grandes paixões. Até provou uma crise política entre o atual primeiro-ministro e o recém-eleito líder do Partido Socialista. Há qualquer coisa neste tema que provoca bloqueios que são quase um símbolo do bloqueio nacional. Poderíamos condensar muitos dramas nacionais neste: interesses políticos, académicos, empresariais e especulativos e um Estado tecnicamente impreparado e politicamente pouco corajoso. A que se junta, desde 2012, a privatização de mais um monopólio que retira ao país qualquer capacidade de decidir o seu futuro. Em outubro de 2022, o governo decidiu que fosse criada uma Comissão Técnica Independente para coordenar e realizar uma avaliação ambiental estratégica do novo aeroporto. Professora catedrática do Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa em Planeamento do Urbanismo e Ambiente, Maria do Rosário Partidário é especialista em avaliação ambiental estratégica e coordenou a comissão.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Diretas no PS com José Luís Carneiro

    Play Episode Listen Later Nov 27, 2023 102:24


    A queda de um governo de maioria absoluta apanhou todos desprevenidos, a começar pelo Partido Socialista. Ainda antes da há muita anunciada candidatura de Pedro Nuno Santos, que o Perguntar Não Ofende também entrevistou, José Luís Carneiro deu o primeiro passo. O arranque da sua candidatura não teve a ajuda de António Costa, que decidiu fazer uma declaração ao país no mesmo dia, em direto nos telejornais. Foi, durante uma década, presidente da Câmara de Baião, duas vezes deputado e antes de chegar a ministro, no ano passado, foi secretário de Estado das Comunidades, desde o início da geringonça. Ou seja, a sua experiência política é sobretudo como autarca. Com pouca notoriedade, tem dois desafios enormes pela frente. Vencer aquele que muitos veem, dentro e fora do PS, como o sucessor inevitável de António Costa e, se isso acontecer, vencer as eleições num dos momentos mais complicados da história do Partido Socialista e da democracia constitucional portuguesa. Talvez a dificuldade explique porque outros não avançaram. Ouça aqui a entrevista ao outro candidato, Pedro Nuno Santos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Diretas no PS com Pedro Nuno Santos

    Play Episode Listen Later Nov 27, 2023 91:15


    Saiu do governo há menos de um ano por causa do episódio da indeminização a Alexandra Reis. Não desejava seguramente este calendário, que lhe roubou tempo à travessia no deserto, com lugar na televisão, que lhe permitiria preparar a sua candidatura e deixar para mais distante os episódios que levaram à sua demissão. Mas em política não se fazem planos, apesar de há muito tempo planear este caminho. Pedro Nuno Santos foi um dos principais obreiros dos entendimentos à esquerda, ocupando o lugar central da secretaria de Estado dos assuntos parlamentares, onde se fazia negociação com o Bloco e o PCP, tendo-lhe sido atribuído o talento negocial de manter uma geringonça de pé. Foi catapultado para o Ministério das Infraestruturas onde o esperava um presente envenenado, dificultado pela relação tensa que foi mantendo com António Costa. Ouça aqui a entrevista ao outro candidato, José Luís Carneiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Hugo Mendes e Frederico Pinheiro: o que correu mal na TAP?

    Play Episode Listen Later Oct 31, 2023 94:35


    Hugo Mendes e Frederico Pinheiro escreveram um livro conjunto sobre a viagem mais turbulenta da TAP. No livro editado pela Zigurate, citam Oscar Wilde: “Nunca expliques. Os teus amigos não precisam disso e os teus inimigos, seja como for, não acreditarão em ti.” No entanto, querem explicar a amigos e inimigos o que aconteceu nestes meses e porquê. Tentaremos perceber porquê. O nome do livro, “Patos desalinhados não voam”, nasce da ideia de que para uma política correr bem tem de alinhar um conjunto de elementos, a que carinhosamente chama patos, para que levantem voo. A definição do problema, a informação empírica sobre o problema; a narrativa do problema; os aliados para o resolver; e as medidas tomadas. Segundo os dois autores, faltou a narrativa e faltaram os aliados. Visitaremos a sua narrativa, porque de aliados, regressados às suas vidas, já não precisam. Precisará a TAP, talvez.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    António Brito Guterres: o que nos esconde a cidade invisível?

    Play Episode Listen Later Oct 17, 2023 112:00


    Assistente Social com pós-graduação e doutoramento em Estudos Urbanos, António Brito Guterres coordenou projectos com jovens, foi director do Centro de Experimentação Artística do Vale da Amoreira e chefe de Projecto da Iniciativa Bairros Críticos do Vale da Amoreira. Trabalho com a Fundação Aga Khan Portugal, coordenando projectos de desenvolvimento local, de expressão artística e cultural. Foi responsável por políticas públicas em territórios como Pendão, Bairro dos Navegadores, Outurela-Portela, Barronhos, Serra das Minas, Algueirão-Mem Martins, Tabaqueira, Alta de Lisboa, Curraleira, Portugal Novo, Eixo Almirante Reis em Lisboa, Quinta do Loureiro, Cabrinha e Liberdade/Serafina. O seu combate é o fortalecimento das organizações da sociedade civil nestes bairros. Conhece os bairros das periferias da região de Lisboa como as palmas da sua mão. Conhece a cidade invisível, para me socorrer do nome do programa em participa semanalmente na Antena 1, dando a conhecer as pessoas que não vemos em Lisboa. Nunca se acomodando a lugares de poder, é habitual vê-lo juntar a sua voz aos que realmente não têm voz nas nossas cidades. O que faremos hoje é uma curta caminhada numa pequena parte da cidade, para falarmos de casos e episódios que nos permitem falar de cidade, participação e democracia. De passeio, encontraremos, se tudo correr bem, alguns dos protagonistas dessa cidade, que o António nos dará a conhecer. O palco, ou melhor, a rua, é deles.  Pode ver a fotogaleria em Expresso.ptSee omnystudio.com/listener for privacy information.

    Pedro Adão e Silva: para que serve o Estado na cultura?

    Play Episode Listen Later Oct 2, 2023 106:54


    Pedro Adão e Silva foi o último ministro a ser conhecido no novo elenco governativo. E a maior surpresa. A sua ligação à área não era evidente. Como o próprio disse, por causa de outras polémicas, os ministros são políticos, não são diretores-gerais. Há vantagens. Num setor cheio de capelinhas, que torna, aliás, difícil organizar uma entrevista que não passe por todas elas, ninguém do meio consegue agradar à maioria. E, seja como for, o ministro da Cultura não é suposto ser um ministro dos profissionais da cultura. Num país fortemente marcado pelo corporativismo, isto não é facilmente percebido em vários ministérios. Mas alguns, no setor, viram com bons olhos alguém que está próximo do primeiro-ministro e do ministro das Finanças, e tem peso político por isso, como uma boa notícia. E a verdade é que o orçamento aumentou. Chegado ao Ministério, deu prioridade ao património, o que não deixa de ser interessante num ministro de um governo de esquerda. Neste episódio, tentamos fazer uma radiografia destes dois anos de mandato, passando pelo teatro, cinema, património, comunicação social e até a tauromaquia. Mas também pela forma como lidamos com a memória.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Vera Ferreira: a descarbonização ainda pode ser justa?

    Play Episode Listen Later Sep 19, 2023 81:41


    As alterações climáticas provocadas pelo efeito humano já não são uma discussão científica, dado o consenso existente. Têm de ser política. Os efeitos não são iguais para todos. Vão empobrecer ainda mais o sul global, que quase nada contribuiu para o estado a que chegámos. E a transição energética vai gerar milhões de empregos qualificados, deixando pelo caminho um rasto de destruição de empregos e territórios dependentes das energias fósseis. Como compensar estes efeitos é uma discussão política, que convém ter quanto antes, sem esperar que as populações reconheçam uma suposta generosidade das medidas para descarbonizar o planeta que as deixa pelo caminho. Ou há equidade nas respostas, não sendo aceitável que se permita a proliferação de jatos particulares enquanto se limita o acesso dos carros ao centro das cidades, ou é nas democracias que a derrota desta agenda será mais violenta. Vera Ferreira, mestre em relações internacionais, onde trabalhou sobre "Migrações Climáticas e Segurança Humana", está a concluir o doutoramento em Alterações Climáticas e Políticas de Desenvolvimento Sustentável no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. A sua tese, “transição energética em Portugal no horizonte 2050”, centra-se na discussão sobre uma transição energética justa em Portugal. É ela a convidada deste episódio.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Mariana Cabral: o que diz um beijo sobre o futebol feminino?

    Play Episode Listen Later Sep 5, 2023 59:05


    No momento mais importante das suas vidas desportivas, as mulheres da seleção espanhola de futebol viram o palco ocupado por um homem. Com um beijo na boca de uma jogadora que, para todos os efeitos, era sua subordinada, totalmente despropositado e abusivo em contexto profissional, abriu-se um debate que pode parecer exagerado, pelo momento emocional em que o episódio se deu, mas que é muitíssimo relevante. Porque os pequenos episódios com grande visibilidade são, muitas vezes, os que permitem sublinhar que não é natural o que muitos julgam ser. Nos últimos anos de jornalista, Mariana Cabral acumulou a atividade no Expresso com o treino das equipas de juvenis femininas do Sporting, até se ter dedicado a 100% como treinadora, agora com a equipa sénior feminina do SCP. Mulher, treinadora de futebol e feminista, fala sobre desporto, igualdade e sobre o beijo despropositado e abusivo de Luis Rubiales neste episódio.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Alfredo Cunhal Sendim: há uma agropecuária sustentável e capaz de nos alimentar? [21 de outubro de 2019]

    Play Episode Listen Later Aug 21, 2023 79:20


    Para o mês de agosto, enquanto estamos de férias, escolhemos quatro episódios anteriores à chegada do Perguntar Não Ofende ao Expresso. A qualidade de som não será exatamente a mesma, uma ou outra coisa pode estar ultrapassada. Mas são quatro entrevistas quase que considero exemplares das pessoas que demos a conhecer e dos debates que aqui tivemos. Não são o Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes dos partidos, Dilma Rousseff ou grandes figuras da cultura portuguesa, que por aqui passaram e que pode procurar na secção o Perguntar Não Ofende na página do Expresso. São quatro conversas exemplares dos últimos anos, para ir ouvindo durante as férias. Voltamos em setembro com novas conversas. Em outubro de 2019 fomos até ao Montado do Freixo do Meio para uma conversa ao ar livre com Alfredo Cunhal Sendim. Esta herdade é a materialização de um tratado político. Trabalha-se para criar um sistema de produção alimentar e de distribuição capaz de combater as alterações climáticas, contrariando a lógica da produção intensiva. Alfredo recuperou o montado, que permite uma exploração multifuncional, integral e sustentada dos recursos, sem os esgotar. Um bom símbolo para recordar uma coisa que não está na moda: que uma alimentação sustentável é equilibrada e integral. Para compreender como é possível um projeto que parece alternativo e marginal ter ganho a dimensão que tem, foi com ele que falámos há quase quatro anos. Neto de um latifundiário de Montemor. Era ele ainda uma criança, as terras foram ocupadas pela Reforma Agrária. Quando a família as recebeu de volta, Alfredo era um jovem universitário em Évora, que vinha de uma vida urbana e despreocupada da Avenida de Roma. Quando as terras lhe caíram no colo, começou por fazer o que sempre se tinha feito. Comprou mais ovelhas, que alimentava com o que vinha de fora, produzia trigo e a cortiça pagava os prejuízos do resto. Foi a aprendizagem através do erro que o fez repensar tudo. E tinha a escala que lhe permitia ser mais ambicioso. Hoje, a Herdade do Freixo é um exemplo incontornável para quem queira pensar alternativas para uma agropecuária sustentável. Recuperou o montado, um sistema agro-silvo-pastoril criado e mantida pelo homem durante oito séculos, para aproveitar de forma sustentada solos pobres e um clima hostil. Um sistema que foi destruído pelo uso industrializado, intensivo e insustentável dos solos. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Miguel Vale de Almeida: as políticas de identidade estão a destruir a esquerda? [18 de outubro de 2018]

    Play Episode Listen Later Aug 14, 2023 72:00


    Para o mês de agosto, enquanto estamos de férias, escolhemos quatro episódios anteriores à chegada do Perguntar Não Ofende ao Expresso. A qualidade de som não será exatamente a mesma, uma ou outra coisa pode estar ultrapassada. Mas são quatro entrevistas quase que considero exemplares das pessoas que demos a conhecer e dos debates que aqui tivemos. Não são o Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes dos partidos, Dilma Rousseff ou grandes figuras da cultura portuguesa, que por aqui passaram e que pode procurar na secção o Perguntar Não Ofende na página do Expresso. São quatro conversas exemplares dos últimos anos, para ir ouvindo durante as férias. Voltamos em setembro com novas conversas. Antigo dirigente do Bloco de Esquerda, deputado do Partido Socialista e um dos mais notáveis ativistas dos direitos LGBT, o professor e antropólogo Miguel Vale de Almeida trabalha em questões de género e sexualidade, assim como de raça e pós-colonialismo. Foi com ele que gravamos há quase cinco anos, nos primeiros meses de existência do podcast, em casa. Estará a esquerda, com a sua concentração nas políticas de identidade, a desfocar do combate à desigualdade social e económica que poderia mobilizar uma grande maioria? Será que essa estratégia não a atirará para uma derrota histórica que deixará a direita neoliberal e a extrema-direita sozinhas no confronto político fundamental? Sim, é verdade que a luta pelo poder está em todos os aspetos da vida, do Estado à casa, da empresa à cama. Mas é uma verdade politicamente inútil, porque ela balcaniza os atores políticos e as suas causas. E esta esquerda não se limitou a somar minorias de oprimidos, também somou maiorias de opressores. Que somos, de alguma forma e em alguma das nossas identidades, todos nós. E que tem no discurso da culpa a resposta para a superação dessas opressões. O argumento é substituído pelo tabu que torna qualquer debate num campo de minas. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Maria Gil: os ciganos são inassimiláveis? [18 de julho de 2019]

    Play Episode Listen Later Aug 7, 2023 82:48


    Para o mês de agosto, enquanto estamos de férias, escolhemos quatro episódios anteriores à chegada do Perguntar Não Ofende ao Expresso. A qualidade de som não será exatamente a mesma, uma ou outra coisa pode estar ultrapassada. Mas são quatro entrevistas quase que considero exemplares das pessoas que demos a conhecer e dos debates que aqui tivemos. Não são o Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes dos partidos, Dilma Rousseff ou grandes figuras da cultura portuguesa, que por aqui passaram e que pode procurar na secção o Perguntar Não Ofende na página do Expresso. São quatro conversas exemplares dos últimos anos, para ir ouvindo durante as férias. Voltamos em setembro com novas conversas. Há quatro anos, fomos até ao Porto conversar com Maria Gil, também conhecida como Maria da Fronteira. Mulher, cigana, feminista e ativista antirracista. A sua história de ativismo e luta é longa e teve muitas frentes. Passou por trabalho social dirigido a todas as comunidades, pela representação da comunidade cigana e pelo teatro. Este é o segundo episódio antigo que recuperamos este mês, gravado durante a primeira temporada do podcast, ainda sem estúdio fixo e com outros meios. A exclusão dos ciganos tem um lastro histórico. Foram quinhentos anos de perseguição, com açoitamentos públicos, sedentarizações forçadas, institucionalização de crianças para instrução e proibição do uso da sua língua, dos seus trajes e das suas celebrações. Só em 1822 lhes foi atribuída a cidadania portuguesa e, mesmo assim, uma portaria de 1848 exigiu que usassem passaporte. Mesmo depois do 25 de abril, no final dos anos 90, houve uma autarquia que decretou a sua expulsão do concelho. E estamos apenas a falar de racismo explícito e institucional. O outro, disseminado por toda a sociedade, dura quase intocado até hoje. O Holocausto Judeu marcou para sempre a forma como lidamos com o antissemitismo. Estranhamente, o Holocausto cigano foi apagado da memória, permitindo que se perpetuasse a perseguição, a exclusão e o preconceito. É raro que os próprios ciganos sejam chamados a um debate que lhes diz antes de todos respeito. E é por isso que neste episódio falamos com Maria Gil, mulher, cigana, feminista e ativista antirracista. A sua história de ativismo e luta é longa e teve muitas frentes. Passou por trabalho social dirigido a todas as comunidades, pela representação da comunidade cigana e pelo teatro. Filha de pai e mãe ciganos, crescida dentro da comunidade, vive com um pé dentro e outro fora. Por isso a conhecem como Maria da Fronteira. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Padre Constantino Alves: quem procura a caridade da Igreja nesta crise? [17 de março de 2021]

    Play Episode Listen Later Aug 1, 2023 90:44


    Para o mês de agosto, enquanto estamos de férias, escolhemos quatro episódios anteriores à chegada do Perguntar Não Ofende ao Expresso. A qualidade de som não será exatamente a mesma, uma ou outra coisa pode estar ultrapassada. Mas são quatro entrevistas quase que considero exemplares das pessoas que demos a conhecer e dos debates que aqui tivemos. Não são o Presidente da República, o primeiro-ministro, os líderes dos partidos, Dilma Rousseff ou grandes figuras da cultura portuguesa, que por aqui passaram e que pode procurar na secção o Perguntar Não Ofende na página do Expresso. São quatro conversas exemplares dos últimos anos, para ir ouvindo durante as férias. Voltamos em setembro com novas conversas. Há mais de dois anos, ainda durante a pandemia, fomos até Setúbal conversar com o padre Constantino Alves. Na paróquia de Nossa Senhora da Conceição há um restaurante social, uma clínica social dentária e até um espaço ecuménico de culto. Os pobres estão no centro da ação pastoral, como é suposto que aconteça para qualquer cristão. Com a pandemia, aumentou a procura de apoio social, sobretudo de imigrantes, num contexto onde há muitos bairros sociais. O padre Constantino Alves, convidado deste episódio de 17 de março de 2021, não é apenas o motor de uma rede que garante apoio alimentar e médico a partir da sua paróquia. Ele é, muitas vezes, a voz dos que vivem em bairros clandestinos e resistem à demolição das suas casas. Já como padre, foi operário e sindicalista. E, antes do 25 de abril, esteve envolvido na resistência à ditadura e na solidariedade com os presos políticos. A sua história é longa, inesperada e extraordinária. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    André Carrilho, António, Cristina Sampaio e Nuno Saraiva: o cartoon ofende?

    Play Episode Listen Later Jul 18, 2023 97:02


    31 anos desde que 28 mil portugueses assinaram uma petição contra um cartoon em que António enfiou o nariz de João Paulo II num preservativo, oito anos desde que milhões de europeus disseram “Je suis Charlie", poucas vezes se deve ter falado tanto de cartoons em Portugal como no último mês. É sobre ele, mas também sobre indignação, tentativas de censura e as redes sociais que conversamos com a sua autora Cristina Sampaio, André Carrilho, António e Nuno Saraiva. Quatro dos melhores cartunistas portugueses. Cristina Sampaio começou a ilustrar livros infantis e a fazer ilustração e cartoons na imprensa em meados dos anos 80, com presença regular no Independente, Expresso e Público e, a nível internacional, no Boston Globe, Washington Post, Wall Street Journal e New York Times. Com ilustrações e cartoons publicados no Diário de Notícias, o grosso do trabalho de André Carrilho tem sido editado internacionalmente, na The New Yorker, Vanity Fair, The New Statesman, The New Republic ou Harper's Magazine. Publicou livros de ilustração e infantis. Nuno Saraiva concebeu, com Júlio Pinto, a Filosofia de Ponta, publicada semanalmente no Independente e posteriormente editada em livro. É ilustrador regular em jornais como o Público e o Expresso e autor de várias capas ou ilustrações para livros. O nome de António confunde-se com o do Expresso, onde publica regularmente há 49 anos, e com a própria democracia portuguesa. Colaborou com o Diário de Notícias, A Capital e a Vida Mundial, sendo publicado de forma regular por algumas das mais destacadas publicações internacionais.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Laura Sanches, Mónica Almeida e Mónica Pereira: devemos banir telemóveis das escolas básicas?

    Play Episode Listen Later Jul 3, 2023 74:10


    Ter um tempo no dia em que os telemóveis estão inacessíveis é a melhor forma de ensinar a gerir a frustração e a ansiedade. Inevitavelmente descobrirão outras formas de divertimento, interagindo entre si, expressando emoções, reforçado lanços empatia. Também vai ensinar os adultos a interromper o obsessivo controlo sobre os seus filhos. Cada pai e mãe decidirá como gerir o acesso dos seus filhos a telemóveis. Só que a escola é um espaço comunitário onde cada criança é individualmente educada, mas também se educa uma geração. E isso diz-nos respeito a todos.  É por isso que um grupo de pais lançou uma petição pública para restringir o uso do telemóvel nas escolas. Neste episódio contamos com Mónica Pereira, uma das primeiras peticionárias. É professora de yoga para crianças, formada em ciências de comunicação e tem uma filha que vai entrar agora para o segundo ciclo, na escola pública. Uma das inspirações para esta petição foi a única escola pública que baniu os telemóveis no recreio, coisa que vários colégios privados já faziam: a EB 2/3 da Lourosa. Foi há seis anos e já é possível fazer um balanço. Nesta conversa também temos Mónica Almeida, diretora do agrupamento António Alves Amorim, em Lourosa, e professora de matemática. Por fim, para debatermos os efeitos da omnipresença destes aparelhos na vida de jovens e adolescentes, participa Laura Sanches, psicóloga clínica e autora de vários livros sobre parentalidade positiva. Dedica-se, entre outras coisas, ao desenvolvimento infantil e aconselhamento parental. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Sara Rocha, presidente da Voz do Autista: o que é ser autista?

    Play Episode Listen Later Jun 20, 2023 78:31


    As ideias feitas que temos do autismo vêm, quase todas, dos filmes de Hollywood, que refletem e perpetuam simplificações, estabelecendo uma associação automática do autismo com comportamentos violentos de pessoas presas nelas próprias, agarradas aos mesmos gestos mecanicamente repetidos até à exaustão e incapazes de cultivar relações humanas ou viver autonomamente. Uma imagem que afasta as pessoas, legitimando comportamentos violentos contra as pessoas com transtorno do espectro do autismo. O desconhecimento e as ideias formadas sobre o tema agravam os problemas de integração nas escolas e no mercado de trabalho, onde o estigma criado associa o desempenho cerebral das pessoas com autismo a trabalhos ligados às tecnologias de informação. Sara Rocha é licenciada em Análises Clínicas e Saúde Pública, e mestre em Gestão e Economia dos Serviços de Saúde. Vive no Reino Unido, onde trabalha como gestora de dados em investigação médica, na área cardiovascular, para a Universidade de Cambridge. Preside à Associação Portuguesa a Voz do Autista, uma organização composta exclusivamente por pessoas com autismo, numa autorrepresentação de quem se sente excluído do discurso público sobre a realidade que vivem quotidianamente. Com ela, tentamos perceber um pouco mais sobre a forma como vive uma pessoa com autismo. Que dificuldades sente, que apoios tem, como é que escolas, empresas e sociedade respondem à diferença quando a têm ao seu lado.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Mariana Mortágua: Como virar a página no Bloco de Esquerda?

    Play Episode Listen Later Jun 6, 2023 92:17


    O descontentamento cresce, mas a extrema-direita parece ser quem mais ganha com isso. Não vivemos o tempo das grandes manifestações contra a troika e o Bloco de Esquerda continua a ter dificuldade na sua implantação social. É neste contexto que Mariana Mortágua sucede a Catarina Martins, a primeira vez que uma mulher substitui outra mulher na liderança de um partido, em Portugal. E pouco usual no mundo. Economista, deputada do Bloco de Esquerda há dez anos – chegou pela primeira vez a deputada por escolha da direção, depois de ter concorrido em 14º lugar. Notabilizou-se nas comissões de inquérito à banca, onde mostrou a sua preparação, capacidade de trabalho e combatividade. Apesar de ter apenas 36 anos, é uma tribuna experimentada. Ninguém duvida da sua capacidade mediática e técnica como líder. Mas coordenar um partido com as particularidades do Bloco de Esquerda, construído de várias sensibilidades e culturas, é coisa que só se sabe fazer com o tempo. Regressa hoje ao Perguntar Não Ofende, desta vez como nova Coordenadora do BE.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Marcel Borges: porque lutam os estafetas?

    Play Episode Listen Later May 16, 2023 63:04


    No dia 8 de maio, algumas centenas de estafetas fizeram uma espécie de greve, não aceitando encomendas em restaurantes como o McDonald's. Apesar da paralisação ter acontecido em Lisboa, Porto, Coimbra, Braga, Sintra, Figueira da Foz, Setúbal, Guimarães, Guarda, Almada e Chaves, teve pouca atenção mediática. Durante a pandemia, os estafetas permitiram que a restauração continuasse a funcionar. Fazem parte da paisagem urbana, com as suas motos e bicicletas, mas são invisíveis. Não têm salário mínimo, férias, seguro de acidentes de trabalho, regras para despedimentos, transparência do algoritmo que os avalia ou controlo sobre períodos máximos de trabalho. Querem direitos básicos, mas temem contratos que lhes tirem rendimento. Só que, na verdade, reconhecer o estatuto de trabalhador não significa anular as especificidades do trabalho em plataforma. Implica regular esta modalidade de trabalho, como se fez com tantas outras, para a compatibilizar com segurança e direitos. O trabalho sempre teve diferentes modalidades. E não deixou de ser trabalho e exigir direitos por isso. Marcel Borges é brasileiro, tem 40 anos, nasceu no Rio de Janeiro e veio para Portugal em 2019, em busca de uma vida melhor e em fuga da insegurança. No Brasil, era advogado desde 2011. Em Portugal, manteve ativa a advocacia, trabalhando no apoio à regularização de imigrantes e em tudo o que envolve acidentes com estafetas. Para alem da advocacia, foi estafeta até há seis meses, mantendo a atividade aberta, e é motorista de TVDE. Tem sido porta-voz dos “Estafetas em Luta”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Augusto Santos Silva: o Partido Socialista é o regime?

    Play Episode Listen Later Apr 19, 2023 99:48


    A poucos dias de mais um aniversário do 25 de abril e exatamente cinquenta anos depois da fundação do Partido Socialista, Augusto Santos Silva regressa ao Perguntar Não Ofende, desta vez como Presidente da Assembleia da República. Não esteve na fundação do PS nem nele militou nos primeiros anos de democracia. Estava, na sua juventude, noutro campo político. Mas é uma das principais figuras do partido, conotado com a ala mais centrista. É na instituição a que preside que a democracia portuguesa lida com um fenómeno que, apesar de tardio, era previsível que chegasse a Portugal: uma extrema-direita que desafia as regras de convivência democrática que, pelo menos desde finais dos anos 70, eram aceites por todos. Tem sido, aliás, protagonista de vários confrontos com o Chega e não falta quem identifique, na forma como o faz, uma vontade de valorizar este adversário para tornar a direita sua refém e a esquerda refém do PS, único que pode impedir André Ventura de se aproximar do poder.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Tiago Mota Saraiva: com a crise da habitação, é precisa uma arquitetura política?

    Play Episode Listen Later Apr 3, 2023 92:34


    Portugal é um dos países europeus com menor percentagem de habitação pública. Extintas as barracas que enxameavam as áreas metropolitanas, o Estado deixou de olhar para a habitação como uma política pública. A galopante subida mundial do preço da habitação, com o preço das casas a subir duas e três vezes mais rápido do que os rendimentos do trabalho nas últimas décadas, afetou mais seriamente o nosso país pela ausência de resposta pública. No último mês e meio, a propósito das medidas anunciadas pelo Governo, discutiu-se como raras vezes aconteceu, a política de habitação. O debate centrou-se quase exclusivamente nos interesses de investidores e no direito à propriedade, ignorando os afetados: as famílias que não conseguem encontrar uma casa e que não podem estar anos à espera da construção pública que tarda em aparecer. Tiago Mota Saraiva concluiu o curso de Arquitetura na Universidade de Lisboa, onde é professor convidado, foi da direção da Ordem dos Arquitetos e tem um já longo caminho de participação cívica e pública sobre a forma de fazer cidade e, como tal, política. Defende uma prática politizada da arquitetura, relacionando o seu trabalho com o envolvimento das populações mais desfavorecidas, num processo participado de construção de comunidades. See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Alexandra Leitão: o Governo está esgotado?

    Play Episode Listen Later Mar 21, 2023 93:18


    Conotada com os setores mais à esquerda do PS, foi com espanto que Alexandra Leitão não foi nomeada para o governo da maioria absoluta. Talvez um sinal do que viria. As notícias deram conta que teria sido convidada para ser líder parlamentar e que terá recusado. É das poucas vozes que, mantendo apoio inequívoco, vai fazendo críticas pela esquerda ao governo, dentro do PS. O cargo que foi ocupar no Governo não previa grande destaque público. Mas a revisão dos contratos de associação com os colégios, que subsistiram apenas onde o Estado não tinha ofreta pública, acabaram por lhe dar visibilidade. A reação dos colégios e o apoio público que contou na defesa da Escola Pública e da racionalização do uso dos recursos do Estado, assim como a forma aguerrida como se bateu, acabou por lhe dar popularidade no primeiro governo apoiado pelo conjunto dos partidos de esquerda. Em 2019, tornou-se ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública durante o tempo de pandemia, onde se tornou difícil fazer qualquer reforma.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Ana Nunes de Almeida: a Igreja está do lado das vítimas?

    Play Episode Listen Later Mar 7, 2023 94:01


    Bastou ouvir a conferência de imprensa de 3 de março para perceber porque foi possível tantos anos de ocultação: mesmo depois de o Papa Francisco ter declarado “tolerância zero” com os abusos sexuais, mesmo depois do relatório Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças que a Conferência Episcopal Portuguesa quis criar, o sofrimento das crianças continua a não estar no centro do discurso dos bispos portugueses. Está a defesa da imagem da Igreja. Só que não se volta a fechar a caixa de Pandora que se abriu. Seguindo o exemplo francês e respondendo ao apelo de 276 católicos, D. José Ornelas convidou Pedro Strecht a formar uma equipa independente. Ao pedopsiquiatra juntaram-se o juiz Laborinho Lúcio, o psiquiatra Daniel Sampaio, a assistente social Filipa Tavares, a cineasta Catarina Vasconcelos e a socióloga Ana Nunes de Almeida, que hoje temos connosco. É investigadora na área da sociologia da infância e da criança. Coordenou, em 1999, um estudo sobre maus-tratos a crianças na Família. É presidente do Conselho Científico do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e membro do Conselho Consultivo do Instituto de Apoio à Criança.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Marina Gonçalves: o pacto da habitação é radical? E eficaz?

    Play Episode Listen Later Feb 22, 2023 88:34


    Ministra há pouco mais de dois meses, Marina Gonçalves tem uma prova de fogo logo no início do seu mandato. Uma recente sondagem do Instituto de Ciências Sociais, publicada pelo Expresso, mostrou que a crise na habitação é um dos raros temas transversais na nossa sociedade, apresentando valores similares em todos os quadrantes políticos, sociais, económicos e até entre inquilinos e senhorios. Mas se o ponto de partida é este, o pacote de medidas apresentado pelo Governo parece ter gerado outro raro consenso, mas em sentido contrário. O coro de críticas tem sido avassalador e quase unânime. No centro da polémica, duas propostas que procuram aumentar a oferta de habitação no mercado de arrendamento. Uma, através do arrendamento coercivo de casas devolutas, estejam elas em ruína ou não. Uma proposta que existe há muito na Dinamarca ou em Amesterdão, ou dá origem a pesados impostos em França, entre nós foi tratada como comunista e gonçalvista. A outra tem a ver com o Alojamento Local, uma atividade que reabilitou o centro histórico das cidades e complementou o rendimento de uma classe média empobrecida pela crise que vivemos há mais de uma década, mas que cresceu demasiado depressa até tornar Lisboa na capital europeia com maior oferta.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Mário Nogueira: De onde vem a revolta dos professores?

    Play Episode Listen Later Feb 6, 2023 99:34


    Um quinto dos professores é precário e podem demorar quase duas décadas a aceder ao quadro, vinculando-se, em média, depois dos 46 anos e com mais de 16 anos de serviço. Mesmo dentro da carreira, andam a passear por enormes zonas pedagógicas, chegando a 200 quilómetros de viagem. Como a evolução na carreira é afunilada no 5º e 7º escalões, o topo é uma miragem mesmo para bons professores. É natural que a paciência se esgote, dando lugar à revolta, ainda antes de se iniciar o processo negocial. As recentes manifestações só têm paralelo com os tempos de Maria de Lurdes Rodrigues, uma ministra mais hostil do que João Costa. Em causa estão exigências antigas: colocação, vínculo e carreira. E derrotas que se julgavam definitivas, como a recuperação do tempo de carreira perdido com os sucessivos congelamentos. Um descontentamento que um pequeno sindicato dominado por militantes de um partido que teve 0,1% nas últimas legislativas conseguiu fazer explodir o descontentamento enquanto a Fenprof esperava para negociar, seguindo os calendários habituais. As perguntas difíceis para o Ministério, para os sindicatos e para os professores, num confronto que se torna cada vez mais complexo, são feitas neste episódio a Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    João Gabriel Ribeiro: o que é o ChatGPT? devemos temer a Inteligência Artificial?

    Play Episode Listen Later Jan 18, 2023 102:45


    O interesse mediático e a discussão pública em torno da Inteligência Artificial têm aumentado consideravelmente nos últimos anos, especialmente com o lançamento do ChatGPT, um modelo de linguagem pré-treinado que tem gerado muita expectativa e controvérsia. O ChatGPT é considerado um marco na Inteligência Artificial, pois é capaz de realizar uma ampla variedade de tarefas de linguagem natural com um nível de precisão e flexibilidade impressionantes. O ChatGPT tem sido alvo de críticas por refletir os preconceitos e desigualdades presentes na sociedade, o que tem suscitado debates sobre a responsabilidade dos criadores de IA em evitar esses problemas. Formado em Publicidade e Marketing, João Gabriel Ribeiro enveredou pelo jornalismo, onde se especializou em temas como o cruzamento entre a sociedade e a tecnologia, capitalismo digital e arte. Dirige o site informativo Shifter e é o convidado para uma conversa sobre o potencial de transformação e os dilemas éticos da Inteligência Artificial. Segundo algumas poucas linhas de comando que foram digitadas sobre o tema em debate e as informações curriculares do convidado deste episódio, esta descrição não foi escrita por um ser humano.  See omnystudio.com/listener for privacy information.

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