POPULARITY
"A Terra dos meninos pelados" (1939) é uma novela de Graciliano Ramos (1892-1953) em 23 capítulos. No mundo criado pela cabeça do menino “RaiMUNDO”, não há cabelos: os olhos são de duas cores, um olho preto e outro azul. Além de diversos meninos e meninas iguais a ele, na história há fábula, com diversos seres falantes, como: automóvel, laranjeira, tronco, rã, pardal, aranha vermelha, cigarra e guariba. Neste universo caminha-se sempre para a frente, não é preciso voltar. Eles não envelhecem, são sempre meninos. É um texto que trabalha a fantasia e a diversidade. Ensina sobre fazer amigos e a viver em sociedade. O livro de Graciliano recebeu o Prêmio de Literatura Infantil do Ministério da Educação, em 1937. É este episódio que elegemos para inaugurar nossa parceria com Leiturinha, o maior Clube de Assinatura de Livros Infantis do Brasil. Leiturinha forneceu um cupom exclusivo nosso, para os planos UNI e DUNI, por tempo limitado, que dá Frete Grátis por um ano!CUPOM: LEITURADEOUVIDOBasta acessar esse Link:http://leiturinha.com.br/?utm_source=influenciadores&utm_medium=social&utm_campaign=LEITURADEOUVIDO_PODCAST&PIN=LEITURADEOUVIDOAssine e aproveite todos os benefícios do maior Clube de Assinaturas de Livros Infantis do Brasil, que é uma solução completa para as famílias que desejam inserir a leitura desde a primeira infância. Ter o clube traz muita praticidade no dia a dia com a criança, além de reforçar os vínculos afetivos familiares, porque a hora da leitura juntos vai gerar o desenvolvimento da criança de uma forma muito divertida. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
“Via láctea” é uma prosa poética de Fernando Pessoa, na escritos da Parte II - Grandes Trechos, de O Livro do Desassossego, composto por Bernardo Soares, ajudante de guarda-livros na cidade de Lisboa. A Parte I - Diário de Bernardo Soares, é atribuída a este semi-heterônimo. O episódio de hoje é o último título e trecho da parte II do livro. Na edição portuguesa que temos da Assírio & Alvim, os editores afirmam não ser certo de que todo o trecho corresponda ao subtítulo “Via Láctea”, que talvez esta reflexão talvez se acabe em: “(…) daquilo a que chamavam ‘Natureza". Ou seja, a continuidade, “Em mim o que há de primordial é o hábito e o jeito de sonhar”, li-a se uma anotação Segunda Parte. Neste trecho, o ator português fala a todo o tempo de sonho e de sensações, fazendo amplo uso de aliterações como: “sequestradas sensações sentidas”, “nácar de inúteis”, "álias e alamedas”, entre outros. Como ele chama o texto de “Via Láctea”, somos tentados a questionar: a cabeça de um homem é um universo ou o universo sabe na cabeça de um homem? Pois com essas linhas poéticas ele filosofa por um mundo inteiro, acreditando que “sonhar é possuir”e ainda, "só o que importante é o que o sonhador vê”. E ainda afirma: “eu sonho-me em mim mesmo e de mim escolho o que é sonhável”. Como sugere o narrador, que se façam muitas “fotografias com a máquina do devaneio”, posto que através de conhecer-se inteiramente, conhece-se a humanidade toda. É com toda essa pulsação de vida que celebramos o Dia do Escritor, neste 25 de julho. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
“A Biblioteca”(1922) é um conto de Lima Barreto (1881-1922) que remete a pensar na história de um homem arrependido, que é o farmacêutico Fausto Carregal, filho do conselheiro Fernandes Carregal, tenente-coronel de Engenheiros e lente da Escola Central. O pai deixa a ele de herança uma rica biblioteca (sua e de seu pai), recheada de livros, em especial de Química, que eram sua grande paixão. Diante desses livros-relíquia do pai e do avô, ele se questiona: “Por que não estudara?” Assim, deposita essa esperança em seus filhos. Nenhum dá para a coisa. O autor brasileiro constrói uma espécie de mito do Fausto, não só por dar esse nome ao seu personagem, mas também porque o homem fica a viver o eterno ciclo de começo e recomeço de esperança, com cada filho que tem. “A biblioteca” como conto foi publicado póstumo, em 1922. Ele foi incluído em coletânea de contos após sua morte. Há outro texto homônimo a esse, de 1915, que é uma crônica, publicada por Lima no Correio da Noite, 13-1-1915 - no qual narra sua experiência como leitor, indo à Biblioteca Nacional. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
Aliado de Jair Bolsonaro e cotado para disputar a presidência da República em 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, criticou o governo Lula ao comentar a taxa anunciada por Trump. “Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação. Não adianta se esconder atrás do Bolsonaro. A responsabilidade é de quem governa. Narrativas não resolverão o problema”, afirmou o governador. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou, em entrevista ao Canal do Barão, que Tarcísio “errou muito” ao culpar o governo Lula pela tarifa anunciada por Trump.Haddad acrescentou:“Ou uma pessoa é candidata a presidente, ou é candidata a vassalo. Não há espaço no Brasil para vassalagem, desde 1822 isso acabou.Então, o que você está fingindo aqui? Ajoelhar diante de uma atitude unilateral, sem nenhum fundamento econômico? Sem nenhum fundamento político?” Após a declaração de Haddad, Tarcísio publicou a seguinte mensagem no X:“As pessoas não querem saber de narrativa, querem ver o trabalho acontecendo para melhorar a vida delas, para resolver os problemas que estão postos. Quem está no governo tem que governar. É isso que a população espera.”Em coletiva, Tarcísio afirmou que “o tarifaço é deletério, principalmente para aqueles estados que têm produção industrial de maior valor agregado”. O governador acrescentou que é preciso “deixar de lado as questões ideológicas, deixar de lado as questões políticas, deixar de lado o revanchismo, as narrativas e trabalhar".Felipe Moura Brasil e Ricardo Kertzman comentam:Papo Antagonista é o programa que explica e debate os principais acontecimentos do dia com análises críticas e aprofundadas sobre a política brasileira e seus bastidores. Apresentado por Felipe Moura Brasil, o programa traz contexto e opinião sobre os temas mais quentes da atualidade. Com foco em jornalismo, eleições e debate, é um espaço essencial para quem busca informação de qualidade. Ao vivo de segunda a sexta-feira às 18h. Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista https://bit.ly/papoantagonista Siga O Antagonista no X: https://x.com/o_antagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
“A noiva do som” é um conto de João do Rio (1881-1921) que está no livro Dentro da Noite (1910). Nele vamos conhecer a história da menina tísica e romântica Carlota Paes, que parecia uma ninfa virada em anjo da saudade, na janela de sua velha casa, muita branca e muito loura, naquele bairro pobre. Em contraponto, o conto inicia na alta sociedade, com barões e madames conversando na hora do chá, quando o inconsolável Barão demonstra sua tristeza por ter visto enterrar “a última mocinha romântica”. É uma história que toma partido das emoções que a música feita no piano e o ecoar das notas musicais podem tomar o corpo e a alma. Até a noite em que, na casa ao lado, começa a apreciação de “um turbilhão contínuo de notas” que passa a ser o motivo de existência de Carlota Paes, pois o som exprimia o inexprimível. A partir deste momento, a narrativa faz uma descrição de amor carnal, de alma, um eclipse total de paixão. Os concertos de piano se iniciam em junho e vão culminar em noites de agosto, já que cada nota lhe exprimia um sentimento, em dois meses de um amor incorpóreo, até exprimir a modulação do passamento da moça concomitante com os acordes. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
“In extremis” é conto que envolve e comove, de Júlia Lopes de Almeida (1862-1934), publicado no livro Ânsia Eterna (1903). O termo latino, que significa em caso extremo, no último momento ou por um triz, vai narrar o triângulo amoroso de dr. Seabra, o marido experiente de sobrancelhas grisalhas, com sua fresca e jovem esposa Laura e o jovem moribundo Bruno Tavares. O moço, nunca se declarara, mas a amizade que ambos mantinham - e era espiada com ciúmes mordidos pelo marido, abordava várias nuances do ideal do amor: poesia, flores, luar e estrelas, música, e outros, com ardor e esperança. O conto inicia com o casal se arrumando para ir à corrida de cavalos, quando dr. Seabra, admirando sua esposa, resolve propor a ela que passem antes à casa de Bruno Tavares, posto que, sabedor da amizade de ambos, acha melhor avisar que Bruno está muito mal, à beira da morte. A história se faz de silêncio e de olhares, sensibilizando o leitor até o ponto culminante de ação dos personagens. Fica claro a eles e a quem está lendo, que Laura pode agir para salvar (a alma) do seu amor, com o leite da sua carne, o sangue da sua vida. Mas é muito bonita a opção narrativa, posto que constrói-se um gesto sem a volúpia e a paixão sensual, mas com piedade e ternura, como se Laura acabasse por amá-lo "como mãe”. Tudo isso, apenas após a autorização do marido, igualmente através do olhar, que ela suplicou sem palavras, quando viu Bruno desfalecendo. Nesta construção, nas entrelinhas, Júlia trabalha a pauta da emancipação das mulheres. A escritora foi uma das primeiras feministas brasileiras. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
“O gato brasileiro (1898) é conto de Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930) no qual temos uma curiosa ponte Brasil-Inglaterra, no século XIX. É narrado por Marshall King, sobrinho do rico Lord Southerton, de quem ele esperava herdar dinheiro suficiente para sustentar seu futuro. Mas o tio era mesquinho e ele tenta acesso ao seu sustento indo visitar no solar de Greylands, o primo desconhecido Everard King, que vai se revelar um lobo em pele de cordeiro, apesar de Marshall ouvir de todos muitos elogios para seus parentes. Acontece que o narrador é também mercenário e interesseiro. O primo tinha retornado recentemente do Brasil e morava numa propriedade extensa, na qual espalhou diversos animais exóticos trazidos do país tropical para a Inglaterra. Havia pássaros, cervo, javali, tatu e, o que ele chamava de jóia da coleção, o gato brasileiro, que media três metros e meio e ele comprou na região de selva na nascente do Rio Negro. O primo se demora para apresentá-lo o exemplar e seus hábitos, pois tem imenso encanto pelo gato brasileiro. Neste conto de Conan Doyle - que não há Sherlock Holmes em ação! -, evoca igualmente a necessidade dedutiva do leitor, para descobrir os passos de vilania que vão se desenrolando na história. O que move os dois homens é o dinheiro e poder. Um texto que permite contemplar um desenlace duvidoso da natureza humana. Boa leitura!✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
“Vida Moinho” (2019) é o livro de poesias que dá continuidade à carreira literária do escritor paulista e engenheiro metalúrgico Eduardo Barchiesi (1944). Aqui está uma seleção de dez, dos pouco mais de 40 poemas publicados de maneira independente, neste episódio bônus do Leitura de Ouvido, comissionado pelo autor, na estreia deste nova possibilidade de vitrine aos autores contemporâneos, no podcast que transforma linhas em ondas sonoras. Hoje você vai conhecer: “A dor das coisas que não passam”, “Amor crespuscular”, “De pernas pro ar”, “Dear Mr. Charles Darwin”, “Epifania”, “Letras fatais”, “O céu da cidade”, “Pavio curto”, “O universo e a mosca na sopa” e o homônimo “Vida Moinho”. Seu poemário trabalha a vida e a subjetividade humana a partir do encontro do trágico e do cômico. Com uma ironia fina e jogos de palavras, a obra explora o eu a partir dos encontros e desencontros do eu com o Outro. O livro aborda o drama desse Eu persona poética em suas relações tragicômicas com um Tu (representado pelo próximo) e com alguns Eles (que são os outros) num contexto bem comezinho. A partir desse jogo, os poemas apontam as possíveis consequências dessas interrelações na vida das pessoas, tratando assim daquilo que constrói, define e afeta a subjetividade humana. O livro pode ser adquirido direto pelo autor, que reside em Vinhedo, São Paulo. Siga-o nas redes sociais (@eduardo_barchiesi). Boa leitura!Se você é escritor(a) e gostaria de comissionar um episódio produzido por nós, escreva para leituradeouvido@gmail.com Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com✅ Torne-se MEMBRO do CLUBE LEITURA de OUVIDO: encontros virtuais mensais, com notas de rodapé ao vivo e interação entre os leitores e Daiana Pasquim. Para isso, faça um apoio a partir de R$ 20 mensais:
“Abadias e catedrais” é um ensaio de Virginia Woolf publicado originalmente na revista Good Housekeeping em maio de 1932, que hoje pode ser lido em Cenas Londrinas. É um tipo de texto contemplação da vida, no qual a escritora britânica traça um panorama sobre como as coisas funcionam, a partir dos status sociais que conquistam, em especial, após a morte. Ela centra-se em tentar responder: “Onde então ir-se em Londres para encontrar paz e a certeza de que os mortos dormem e descansam em paz?” Entre as necessidades humanas, a agitação da juventude ou a tristeza da velhice, é preciso ter discernimento. De um lado, um local onde "os mortos dormem em paz, sem provar nada, sem testemunhar nada, sem exigir nada exceto que desfrutemos a paz que seus velhos ossos nos fornecem”; de outro, “Pare, reflita, admire, fique atento a seus próprios rumos - essas antigas placas estão sempre nos aconselhando e exortando”. Todo o ensaio se constrói a partir da comparação entre três espaços sacros: a Catedral St. Paul, que é nobre, mas não misteriosa e onde os túmulos estão em colunas, abrigando estadistas com seus uniformes e medalhas; a Abadia de Westminster, onde jazem reis, rainhas, duques e príncipes, aos quais Virginia questiona as virtudes - além de terem sido bem-nascidos; e St. Clement Danes, onde narra a celebração de um casamento, paralelo aos burburinhos da vida moderna. Boa leitura! Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“História do cachorro dos mortos” é um poema de literatura de cordel do paraibano Leandro Gomes de Barros (1865-1918) que narra uma tragédia, causada por um homem mal caráter, que dizima uma família completa de cinco pessoas. Resta apenas um cachorro, chamado “Calar”, que sem articular palavras, vai realizar uma saga dantesca para desmascarar o assassino de seus donos. No instante da morte da moça Angelita, ela pele a Calar que vingue a sua família, evocando três testemunhas: o cachorro, a árvore gameleira e as flores. O crime de emboscada acontece em uma encruzilhada que será palco de outros momentos da narrativa. Acompanhamos a história do cachorro por três anos, posto que se inicia em 1806 e se conclui em 1809, na Bahia. E após vingar a morte dos donos, quando o cão fiel busca ficar junto aos seus, o narrador conta a história da adoção de Calar, um competente e fiel cão caçador. Diferenciado neste cordel é que Leandro Gomes de Barros reserva à última estrofe, um acróstico com as letras de seu nome, o que nos faz pensar que teria inspirado a história em um acontecimento real, ocorrido em solo bahiano. Fato é que este poema de cordel revela como a alma humana pode ser vil e como o cachorro por ser fiel. Há no texto personagens humanos bons, que conduzem as descobertas de pistas, que o cachorro esforça-se para dar. E a família dizimada também era de boa fé e trabalhadora. Com estes elementos, o texto tece uma capciosa crítica social.Boa leitura! Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Celebrando a Recuperação
“Romance Mínimo” é um conto sardo da escritora Grazia Deledda (1871-1936), primeira italiana a ser agraciada com o Nobel de Literatura, em 1926. Não se engane com o título no diminutivo, pois o amor que o protagonista irá descrever pode matar se não for correspondido: “jovem, rico, belo e aristocrático como eu”, qualifica-se. O conto é rico em ambientação, compõe-se uma história romântica em descrições, com dois jovens apaixonados, uma paixão fulminante, que é rememorada vinte anos depois, retornando à época em que ele era um elegante estudante de Direito. Toda a história se faz com três personagens, perpassando as emoções da nobre família dos Maxu, a mais rica da aldeia, dos seus 16 aos 23 anos, com seu pai aristocrático cavaleiro montanhês que vivia caçando javalis nos imensos bosques de azinheiras; e a prima órfã Gabriella, ou Gella, que chega à casa deles com 14 anos. Enquanto vai se apresentando e contando suas vivências, o menino, que não revela seu nome, centra os ocorridos no sobrado fresco e alegre da família, que lembra uma casinha chinesa de porcelana. Boa leitura! Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“Um poeta lírico” (1880) é conto de Eça de Queirós (1845-1900) para conhecermos a história de Korriscosso, um jovem grego poeta apaixonado que, por uma série de fatores, acaba tendo que trabalhar servindo no restaurante de um hotel, em Londres. É ali que o nosso narrador viajante vai conhecer o rapaz, que "era um carão longo e triste, muito moreno, de nariz judaico e uma barba curta e frisada, uma barba de Cristo em estampa romântica”. Aqui se tem uma das tiradas descritivas de Eça, mas o texto é repleto delas, pois é muito bem ambientado em cenários e personagens. Faz envolventes descrições da guarda-livros do hotel, do amigo Bracolletti, de Fanny, por quem Korriscosso está apaixonado. Mas a frase mais pungente do texto é: "o serviço impede-lhe o trabalho.” Ao narrar a desventura do poeta frustrado, leva o leitor a refletir sobre todos os serviços que impedem uma pessoa de fazer o que realmente gosta. O narrador viajante de Eça irmana-se muito com o próprio autor, pois Eça foi um escritor muito viajado e as suas obras são repletas de descrições de viagens. O conto tem a potência de inserir o leitor em um domingo ou em uma estadia, em Londres. Boa leitura! Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“O sonho”, “Conselhos a seus filhos” e o soneto "Amada filha, é já chegado o dia”, são poesias da mineira Bárbara Heliodora (1759-1819), a primeira poetisa brasileira, além de ativista política e mineradora. Ela destacou-se no período setentista mineiro, foi a companheira do famoso poeta do Brasil Colônia e inconfidente, Alvarenga Peixoto (1744-1792), que foi preso e degredado para Angola, por conta da Inconfidência Mineira. O casal emprestava a sua casa para reuniões deste movimento político separatista, organizado pela elite socioeconômica da Capitania de Minas Gerais. Antes de ir para a África, quando ainda na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro, Alvarenga Peixoto escreveu-lhe o poema: "Bárbara Bela do Norte estrela que o meu destino sabes guiar”, que produzimos no desfecho deste episódio, como forma de evidenciar a fundamentalidade de Bárbara em sua vida, um poema que, nas entrelinhas, pode revelar traços biográficos da autora. Haverá no Leitura de Ouvido este único episódio sobre Bárbara Heliodora. Pois não há dela mais escritos que tenham ficado na história, embora ela já fosse poeta, quando se uniu a Alvarenga Peixoto, que conheceu antes dos 20 anos. Seus cadernos de poesias foram destruídos pelos soldados, quando invadiram a residência do casal para prender Alvarenga Peixoto e buscar provas cabais contra a Inconfidência Mineira. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Abertura dos trabalhos na Amorosidade
“Angústia” (1886), de Anton Pavlovitch Tchekhov (1860-1904) é uma história que privilegia a interação social para a experiência humana infalível a todos: o luto. O conto, que começa no crepúsculo, vai nos envolvendo na atmosfera de escurecimento que acometeu o personagem, o cocheiro Yona Potapov, há quase uma semana, desde o falecimento de seu filho. Fisicamente, ele e sua égua estão “enterrados” em vida, pela neve incessante que cai sobre suas cabeças e ombros. A narrativa nos conta algumas horas na vida do cocheiro, pelas ruas de Petersburgo com sua égua, única real companheira. Inclusive, o narrador promove certa humanização no animal, quando afirma que a égua estava mergulhada em pensamento. Sua angústia da perda só é ligeiramente aplacada quando leva algum passageiro. Tudo o que Yona mais quer é uma pessoa que possa escutá-lo. Mas diante da multidão, não encontra ninguém solícito a isso. Ao contrário, a postura dos passageiros, mesmo quando ele revela que está de luto pelo filho, é extremamente dura e insolente, chegando a animosidade até mesmo no maltrato físico, quando o grupo de jovens que ele transporta ameaçam lhe dar um “pescoção”. Estranhamento, mesmo xingado, ele sai momentaneamente da solidão: “Que senhores animados!” Em pleno século XIX, a pauta mais presente no conto de Tchekhov é a de que ninguém está interessado no outro. O que ele narraria hoje? Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“O futuro presidente” (1889) é um dos 30 contos de Julia Lopes de almeida (1862-1934) em Ânsia Eterna (Garnier, 1903). A história perpassa duas horas de devaneio de uma mãe muito apaixonada por seu filho. A mulher é inominada, mas tem uma descrição que se encaixa em muitas: "uma mulher maltratada, magra, de olheiras fundas e dedos calejados, curvava-se para diante, pregando botões numa camisa para o Arsenal”. O fato de não dar nome à sua personagem amplifica o engajamento do leitor com a história, por poder imaginar o nome que quiser, de uma pessoa de perfil bem parecido que conhecera na vida. Faz bem dizer que a história enlaçada por Júlia está depositando esperanças na mudança de regime, posto que a República tem como pressuposto a democracia, uma igualdade maior entre os povos. A mulher está muito dedicada a uma costura, até altas horas da noite, maior meio de subsistência da família que tem um bebê na mais tenra idade, cujo pai tem restrições laborais, por conta do acidente que o invalidou parcialmente. Enquanto o bebê apenas dorme serenamente, destaca-se com bonitas descrições a vontade materna: "meu filho há de ser bom”, quando o devaneio da costureira é tido como douradas quimeras, sonhos que voavam pelo azul de sua fantasia. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“Última noite” é um comovente texto de crítica social de João do Rio (1881-1921), que está no livro Dentro da Noite (1910). O conto é um dos mais aclamados do escritor e nos apresenta o jovem português Armando que, aos 20 anos é sem trabalho, sem teto, sem alimentação correta, que cultiva um estômago sem exigências - pois já perdeu a noção do almoço; e que arranja-se para dormir de favor no camarim do teatro, durante os espetáculos ou no trem, durante o percurso de uma passagem de ida e volta, com o pouco dinheiro que arranja em jogos; e, para jogar, muitas vezes ele ainda empresta dinheiro. Como que o rapaz chegou a essa situação de fome, miséria e morador das ruas do Rio de Janeiro? Veio de Portugal para ficar com o tio padre, mas este estava amancebado com uma mestiça, o que forçou o garoto a sair de casa. Armando “descia a rampa da vida”, pálido, mas "ainda tinha o tipo sensual adolescente”. Entre enleias sociais e desvelos do destino, João do Rio vai nos apresentar um desfecho, como o próprio título indica, tratando ao mesmo tempo a tragicidade com a prosa poética, enquanto Armando caminha desolado sob o luar e a poesia misteriosa de sua luz. É uma história comovente. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Há dúvidas quanto a autoria completa de Tomás Antonio Gonzaga quanto à Terceira Parte de Marília de Dirceu, dizem que os versos foram atribuídos a ele. A Terceira parte é formada por nove liras, uma canção, 14 sonetos e uma ode. Dirceu se despede de Marília em “A uma despedida”, quando condenado e na iminência da partida para o degredo Africano para a Ilha de Moçambique. Aqui, a lira canta em repetição, por 12 vezes: “Ah! não posso, não, não posso dizer-te, meu bem, adeus!” Na Lira I, o eu-lírico faz um diálogo com Cupido, uma vez que vai visitar seu castelo e por seus olhos se descortinam as maiores histórias de amor que já se teve notícia no mundo da mitologia, com direito a artimanhas para conquistar. Nesta parte final, nota-se que fora escrita um tanto fora de época, ou até mesmo antes das liras, sonetos mais precedentes, onde cita outros amores. Uma prova é a mudança da grafia de “oiro” para “ouro”, bem como seus derivados, como “tesoiro" para “tesouro”. A Terceira Parte termina com uma Ode que enlaça o Rio Jaquitinhonha, o rio que nasce em Minas Gerais e vai dar no Oceano Atlântico, depois de atravessar a Bahia. É personagem homenageado Luís Beltrão de Gouveia, fiscal dos diamantes em Minas, na época, a quem ele dedica a Ode. Nela, Gonzaga enaltece a riqueza do estado, superior às maiores riquezas. Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Com o amor entre Tomás Antonio Gonzaga e Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão (Vila Rica, 8 de novembro de 1767 - Vila Rica, 9 de fevereiro de 1853), ela foi uma das mulheres envolvidas na Inconfidência Mineira. À época da prisão de Tomás Antônio Gonzaga, eles eram noivos. Ele, inconfidente, foi preso em 23 de maio de 1789, em Vila Rica, por suposto envolvimento na Conjuração Mineira. Neste momento, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, já havia sido morto e esquartejado há um mês, em 21 de abril de 1789. Também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um movimento separatista que ocorreu em 1789 na capitania de Minas Gerais, com o objetivo de conquistar a independência de Minas Gerais da Coroa Portuguesa. A primeira lira começa esperançosa, apesar da prisão, ele promete que pintará um novo quadro. Mas passa por muitos momentos de dúvidas e desesperança. A palavra morte entra várias vezes, enquanto Gonzaga se agarra à figura do Cupido, como forma de se manter firme no amor por ela. Refere-se à passagem do tempo, as estações, as mudanças da natureza: “mudam-se a sorte dos homens; só a minha sorte não? Emenda falando de seu envelhecimento e perecimento da juventude, pois está longe de Marília. Ele narra os infortúnios e queda: “Tiraram-me o casal e o manso gado, nem tenho, a que me encoste, um só cajado”. Encaminhando-se para o desfecho da segunda parte, Dirceu canta a lira XXXIV, voltada ao casamento deles. “Pintam que entrando vou na grande Igreja: pintam que as mãos nos damos, e aqui vejo subir-te à branca face a cor mimosa, a viva cor do pejo”. A última lira desta parte é feita de uma extensa interlocução com a deusa cega, a Justiça - e marcada por muitas perguntas, tanto da parte da juíza, quanto do réu. E a conclusão, é que é tempo perdido. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Marília de Dirceu (1792) são liras de Tomás Antonio Gonzaga (1884-1810), que começaram a ser publicadas em 1792, ano em que o amor entre o poeta luso-brasileiro e a moça mineira Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão já existia há uma década. No início da paixão, a moça era uma adolescente de apenas 15 anos, enquanto ele tinha 38 e já era magistrado, com obras publicadas. Era comum os poetas árcades escreverem com pseudônimos. Gonzaga escrevia com o pseudônimo Dirceu. Sua amada, portanto, passa a ser sua Marília, ambos colocados na condição de pastores, contemplando os campos e convivendo com os animais, cultivando amor. Fundamental para compreender as Liras é situar que essas belas letras produzidas no Estado do Brasil, colônia do Império Português, compreendem-se no período histórico conhecido como “Arcadismo” ou Neoclassicismo. E é justamente a condição de colônia e tudo a que a força lusitana impunha é que o amor entre ambos não se pode realizar, uma vez que no meio do caminho, há a Inconfidência Mineira, quando o poeta é preso, condenado e degredado na África para o resto de sua vida. Se o fato histórico separou seus corpos, a força dessas liras prova a força as quais estavam ligadas essas almas, a profunda força do Amor. Aqui no Leitura de Ouvido, você terá a oportunidade de contemplar e aprender o livro inteiro, em especial em nossas Notas de Rodapé. Em três semanas, concomitantemente, até 18 de abril. A Primeira é composta por 33 liras, de caráter bucólico e idealizador, em que o eu lírico fala de seu amor por Marília e elogia sua amada.Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“Os cavalos de Abdera” (1906) é o conto do escritor argentino Leopoldo Lugones (1874-1938) que incorpora ao idioma espanhol o conto fantástico, ao feitio de Edgar Allan Poe. Para seu contemporâneo e admirador, Jorge Luís Borges (1899-1986), “Os cavalos de Abdera” resultam em umas das páginas mais bem logradas das literaturas de língua espanhola. Trata da história de Abdera, cidade trácia do Egeu, no Egito, que atualmente é Balastra. Esta cidade eleva o adestramento aos cavalos a nível supremo, com educação tão esmerada que, ao ter sua inteligência elevada, além de sentarem-se à mesa e exigir peixes e cânhamo (planta de Cannabis composta por suas sementes, fibras e caule), os cavalos começam a se rebelarem contra os homens, cercando suas muralhas. Com as exigências e violências insurgidas pelas animais, a cidade e a civilização inteira fica à beira da catástrofe, à mercê da massa, da multidão urbana inquieta e logo revoltosa. O desfecho que Lugones aplica para essa humanização da raça equina - que inclusive usa cobertores de lã, possui cemitério com pompas burguesas e obras de arte, tem nomes de pessoas e se comunica pela palavra - é a aparição de um ser místico e mitológico, por sobre a copa das árvores na floresta. É como se a civilização fosse resgatada "pela intervenção de um super-homem, um duce, cuja aparição causa alívio e pavor em igual medida”. (Samuel Titan Jr., 2006) Inicialmente na forma de um leão, o ser herói é compreendido como Hércules. Podemos nós interpretar como se, ao domar os cavalos, ele tivesse cumprindo um 13º trabalho? Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Fez lembrar a cena do filme ver Luís Neves ao lado de Fernando Gomes e a dizer o que disse. Notas ainda para o PCP e para o "manifesto eleitoral" de Gouveia e Melo que tem um mistério.See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Al Aaaraaf” é o poema mais longo do então jovem escritor norte-americano Edgar Allan Poe (1809-1849) e foi publicado em 1829, na antologia poética Al Aaraaf, Tamerlane and Minor Poems, sendo uma de suas produções poéticas mais precedentes, quando o autor tinha 20 anos. A inspiração e o título refere-se a um fato ocorrido em 1572, quando o astrônomo dinamarquês Tycho Brahe descobriu uma estrela que apareceu subitamente nos céus, atingiu em poucos dias um brilho que ultrapassava o de Júpiter e depois desapareceu, de repente, nunca mais sendo vista. A última referência à estrela é de 1574. Juntamente com Tamerlane, Al Aaraaf é o poema mais extenso de Poe. No princípio, recebeu críticas negativas pela sua complexidade, referências obscuras e estrutura estranha. Hoje é considerado um poema épico de singular estilo de escrita, pois explora o misticismo de muitas flores e plantas e também outras questões celestes. Como a que, para os árabes, existe um intervalo entre o Céu e o Inferno, onde os homens não sofrem castigos, embora, contudo, não atinjam aquela tranquila e perene felicidade que supõem ser característica dos prazeres celestiais. Poe cria a personagem mística Nesace (do grego, pequena ilha), anjo governante que toma banho na luz de quatro sóis e prepara-se para orar, de forma silenciosa e espiritual. Suas orações são levadas ao céu pelos odores das muitas flores catalogadas pelo poeta. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“Montaigne" é um dos ensaios de Virginia Woolf (1882-1941) em O Sol e o Peixe que abre seu livro e compõe a parte I: A vida e a arte. É como se o texto refrescasse as ideias do autor do século XVI, debruçando-se sobre algumas das principais conceituações do “grande mestre da arte da vida”. No século XX, Virginia entrecruza suas reflexões com as do autor francês. Les Essais foram publicados por Michel de Montaigne (1533-1592) em 1580. “Seu livro era ele próprio”, afirma ela. A interpretação é de uma beleza esplêndida. Virginia explica os bons riscos que fazem a vida valer ainda mais. Afirma que retratar a si mesmo é lícito, contudo, escrever sobre si, entender a si mesmo, comunicar verdadeiramente o que se é, seja empreendimento espinhoso. A autora inglesa também dá seus conselhos, como o de que, ao escrever, se evite a rapsódia e a eloquência, enquanto que a melhor prosa é a mais plena de poesia. Questiona: “é razoável que a vida de um sábio dependa do julgamento dos tolos?” e explana sobre a L'âme bien née, pois a verdade só pode ser conhecida pela alma bem nascida. E por isso, devemos dizer abertamente aos nossos amigos o quanto deles gostamos. Ao viajar, lembre-se que o caminho é tudo e que o prazer deve ser partilhado. Ela faz críticas àqueles que viajam apenas para voltar e também aos excessos de manias. Em resumo, comunicar é a nossa principal tarefa e nada mais importa, a não ser a vida. “Que a morte nos encontre plantando nossas couves”, deseja. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“Na floresta do alheamento” é um dos escritos da Parte II - Grandes Trechos, de O Livro do Desassossego, de Fernando Pessoa. A Parte I - Diário de Bernardo Soares, é atribuída ao seu semi-heterônimo e desta, já realizamos um episódio. Ao longo da vida, Fernando Pessoa publicou apenas doze trechos do Livro do Desassossego. O primeiro foi “Na Floresta do Alheamento”, na revista A Águia, em agosto de 1913. O livro é um incrível diário íntimo, poético, metafísico e psicológico do autor português. “Na floresta” traz uma cadência de palavras arrebatadoras, de ampla beleza natural: “(…) instantes flores, minutos árvores (…) e do perfume de flores, e de perfume do nome de flores” entrecruzadas com as verdades internas de um homem, mas também de uma mulher, posto que ele a percebe avistando a floresta junto de si. O que é muito curioso, pois ‘alheamento' vem de alhear-se, que é verbo pronominal: 4. Tornar-se alheio ou indiferente a tudo; ficar como fora de si. = desinteressar-se; 5. Apartar-se, desviar-se. É deste momento em diante que o narrador migra da primeira pessoa do singular: “Sei que despertei e que ainda durmo”, para a primeira pessoa do plural: “Passeávamos às vezes, braço dado, sob os cedros e as olaias e nenhum de nós pensava em viver”. Ele descreve um jardim - que chama de “nosso” e é como se conciliasse a verdade de que nenhuma pessoa é um único ser, mas está em construção constante com outros, detentor de todos os gêneros. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“A fera na caverna” é um conto de H.P. Lovecraft (1890-1937) que leva a refletir sobre o sentido da existência e os parâmetros da humanização e da civilização. Trata-se de uma aventura, onde um narrador-personagem inominado está fazendo uma excursão na Caverna Mamute, desgarra-se do grupo e se perde nas estruturas internas das entranhas da terra. Quando sua tocha está se extinguindo e ele recebe um abraço da escuridão, grita desesperadamente por socorro e o seu apelo é ouvido por um antagonista, antes que pelo resgate. Ele traça um plano para enfrentar a fera que ouve se aproximar, em passos que julga ser de quatro patas e não de dois pés. Após lutar com a fera e ter a oportunidade de enxergar suas formas, cores e texturas, passa a descrever os cabelos, os olhos, os membros, as mãos e os pés, bem como os sons que a criatura fazia. Encontrar-se perdido na caverna fez o homem aperfeiçoar seu olfato, dominar a escuridão, ficar com a adição aguçada capaz de abstrair o silêncio completo e contínuo. E a quem lê, aperfeiçoa-se a forma de tomar respeito pela vida humana. A Caverna Mamute citada no texto fica em Kentucky, nos Estados Unidos e hoje é o Parque Nacional Mammoth Cave, patrimônio da Unesco desde 1981 que detém as profundezas subterrâneas do maior labirinto cavernoso do mundo (são quase 600 quilômetros de cavernas) em mais de 21 mil hectares de parque. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“Carnaval 1910” e “Carnaval" são duas crônicas do escritor nordestino Graciliano Ramos (1892-1953). A primeira, publicada em março de 1941, referindo-se aos hábitos passados há três décadas antes da publicação. O último, publicado posteriormente, dado o teor da narrativa, uma vez que no primeiro, ainda não se tinha automóveis e, no segundo, a cidade já era tomada deles; além da própria natureza da folia, que evoluiu. Ambos estão O Carnaval é uma expressão da história, da cultura e da identidade do Brasil e deriva da mistura das culturas africanas, indígenas e européias. Ironia é que a festa é tradicionalmente ligada ao catolicismo, uma vez que sua celebração antecede a quaresma, justamente para canalizar os “impulsos carnais dos fiéis”, antes do período de jejum e introspecção para preparação da Páscoa. A conexão com o carnaval dos dias atuais é inevitável, principalmente no Brasil, onde é a maior festa popular, e tem origem no entrudo (entrada, começo), festa popular trazida pelos portugueses ao Brasil em 1641; e nas mascaradas italianas Renascentistas. Ao longo do tempo, a tradição foi incorporando influências africanas e indígenas. Hoje, mais do que nunca, o carnaval é celebrado de várias formas em cada região do país: música, shows, festivais, desfiles e blocos de rua; trios elétricos; desfiles de escolas de samba; fantasias, alegorias e samba-enredo, com histórias profundas e fundamentadas surgindo, ano a ano. As principais cidades carnavalescas são São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
Nenhuma outra empresa no mundo surfou a onda da inteligência artificial tão bem quanto a Nvidia. Nos últimos dois anos, as ações da empresa valorizaram mais de 850%. Por trás desse sucesso está Jensen Huang, cofundador e CEO da Nvidia. Mas Jensen não é o nome verdadeiro dele. Conheça a história de Jensen Huang no episódio desta semana de Do Zero ao Topo - Personalidades. Este episódio faz parte de uma nova série do nosso podcast, que vai contar, em cada episódio, a história de um grande inovador de sucesso. Para saber mais sobre a história do padrinho da inteligência artificial acesse: https://www.infomoney.com.br/perfil/jensen-huang/
“Atrás da Catedral de Ruão” é um conto icônico de Mário de Andrade (1893-1945) que apresenta a professora de francês, virginal, Mademoseille Lisette, dama-de-companhia de Lúcia e Alba, filhas adolescentes de dona Lúcia. "Nos seus quarenta e três anos de idade, Mademoiselle estava tomada por um vendaval de mal de sexo” e entre essa condição e o ensino de francês, "era ela a concluir em malícia as frases inventadas pelas alunas”. O texto é muito divertido por explorar a linguagem e a sexualidade, com humor e trabalhando com um perfil da época, quando as mulheres na faixa dos quarenta eram consideradas “velhotas”. Com tantas fantasias reprimidas, Mademoseille devaneia com o namoro atrás da igreja. Por isso, "Não vê igreja solta, que não lhe brote a fatalidade de passar por detrás. A desilusão não a desilude nunca”. Pois que "o mal de sexo já está grande por demais, e Mademoiselle precisa duma experiência maior pra alcançar a verdade”. Boa parte do conto se passa na cabeça de Mademoiselle, imaginando liberdades que homens poderiam querer tomar com ela, ou ainda, ser perseguida ao andar pela rua, como no desfecho da história. Os primeiros esboços de “Atrás da Catedral de Ruão” datam de 1927, mas a versão definitiva é de julho de 1944. Quanto ao francês generosamente utilizado, possivelmente pudera ser bem lido pelos brasileiros, pois, à época, era ensinado na escola. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
“A boa vista” (1867) é uma das poesias saudosistas mais famosas de Castro Alves (1847-1871) e remete à propriedade da família em Salvador, a qual o poeta passou boa parte de sua infância; e, na ocasião da inspiração poética, havia voltado a morar no casarão da Quinta da Boa Vista com a mulher que mais amou na vida: Eugênia Câmara. Nesse retorno ao solar semiabandonado pela família, houve o momento em que bateu forte a falta de seus entes queridos e a solidão. Por isso, a poesia é uma elegia comovente, na qual flui livremente o vocabulário saudosista. Versos citam a alta torre da quinta, que por sua origem, fora construída para servir de mirante e vigiar o mar e a chegada de Navios Negreiros. Comovido, o poeta em seus versos quer chorar e espanta-se com as mudanças que denotam o abandono da propriedade, com o jardim descuidado, ervas daninhas, teia de aranha na estátua caída. Um jardim de onde as borboletas fogem e os grilos se calaram. Dentro da casa, por sua vez, há ecos, o que relaciona-se ao vazio que o poeta sentia. Aos 20 anos, quando escreveu, ele já havia perdido a mãe, o irmão, o pai e a própria meninice, que o casarão o faz lembrar. Ele fecha de forma metafórica, com as saudades como aves, um bando alado que roça nele suas asas, voando para o passado. Trazendo para os dias atuais, Boa Vista tornou-se uma péssima vista. Em 4 de janeiro deste ano, moradores realizaram protesto em frente ao Parque Solar Boa Vista, que pertence ao governo de Estado desde 1896, exigindo a revitalização do espaço. Eles denunciaram a degradação total do ambiente, com portas e janelas destruídas e escancaradas, a pixação em paredes, a demolição de muitas estruturas, o mato tomando conta, a história jogada ao chão. Lamentável! Cremos que esse episódio possa somar-se ao protesto. Imagine o que Castro Alves escreveria, diante desse cenário apocalíptico? Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com
Retrospectiva: era 26 de janeiro de 2024 quando decidimos fazer um projeto de sete semanas e um livro inteiro. Assim, em fevereiro concluímos Noite na Taverna (1855), publicando, semana a semana, cada um dos seus sete capítulos. Agora, pensamos que, ao invés de pular uma semana sem publicação de episódio aqui no Leitura de Ouvido, ao final desta quinta temporada vamos agir diferente. Renderizamos o livro inteiro e publicamos hoje, pelo garbo desta obra na literatura brasileira e dos frutos e depoimentos que tivemos sobre ela, ao longo do ano. Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
“O carbúnculo azul” é um dos doze contos de As Aventuras de Sherlock Holmes, de Sir Arthur Conan Doyle (1859-1930) e acontece exatamente num Natal do século XIX. O sinistro começa dia 22, com o sumiço de uma pedra preciosa diferenciada, da condessa de Morcar, roubada no Hotel Cosmopolitan, em Londres. Eis que o chamado carbúnculo azul vai parar justamente na goela de uma ave de Natal, que na história é chamada de ganso. E um jovem encanador vai preso. Um chapéu é perdido. Diante de todas essas pontas soltas, o conto inicia com a clássica conversa entre os dois amigos, Watson e Sherlock, no apartamento 221B, de Baker Street, apresentando os fatos concretos que temos e as valorosas deduções deste que é um dos detetives mais famosos da literatura mundial. Os jornais são pauta de pesquisa e investigação, acompanhados da infalível técnica dedutiva e da a incisiva postura: “Meu nome é Sherlock Holmes e meu trabalho consiste em saber o que os outros não sabem”. Nesta história, em suas próprias palavras, o acaso trouxe à dupla um problema dos mais curiosos e caprichosos. “Só o fato de o ter resolvido é satisfação”. A revelação, ao desvendar o sinistro, é um dos pontos altos para o leitor. Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com
"O elixir da longa vida" é do fundador do Realismo francês e criador de A Comédia Humana, Honoré de Balzac (1799-1850). Sete mulheres abrem a cena no palácio de Ferrara, ao lado do príncipe Belvidero, o que nos indica uma das construções históricas de Don Juan. A luxuosa história que põe a mão numa das características da alma humana, trabalhando os liames do bem e do mal, tem aqui um toque de Fantástico. Aliás, para Balzac, nenhum homem ou mulher é totalmente bom ou ruim. É sempre uma mescla desses dois poderes que formam a humanidade. E assim, Bartolomeu Belvidero já era nonagenário quando o filho foi chamado ao seu leito de morte. É nesta cena que ele apresenta a Don Juan o elixir da longa vida, pedindo ao seu herdeiro que seguisse determinados passos e o ressuscitasse, para a vida eterna. Mas ideias suscitam na cabeça desonesta do jovem e uma reviravolta acontece. O conto segue narrando a vida de Don Juan até seus 60 anos, descortinando sua postura com as pessoas e com si mesmo, em especial com as cortesãs que conquistam seu caminho. A Comédia Humana é obra monumental, com 137 livros pensados e 89 executados, contendo mais de 2.500 personagens, dos quais cerca de mil deles passeiam de um livro a outro. Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
“A felicidade” (1884) é um conto de Guy de Maupassant (1850-1893) que explora o realismo psicológico francês. Narrado por um idoso viajante, vamos conhecer a história do casal formado por um soldado hussardo e uma dama francesa chamada Suzzane de Sirmont, que fugiu da Capital juntos, há 50 anos, para viver um grande amor. O casal vai se refugiar na Córsega, a ilha montanhosa ao sul da França, situada como a 4ª maior do Mar Mediterrâneo. O texto tem ao menos três camadas, começando com os viajantes que teorizam sobre o amor, tomado no segundo momento pela narrativa do idoso que foi testemunha desse exemplo admirável de amor constante; e culminando na própria história de Mademoseille Suzzane na juventude, quando se apaixonou pelo bonito rapaz, filho de lavradores, que vestia seu dólman azul. Assim, o texto que reflexiona sobre ser possível amar uma única pessoa por tantos anos, a partir da pergunta: “poder-se-á amar muitos anos sem cansaço?” tem a resposta nessa história de amor do século XIX e a transformação que esse sentimento foi capaz de gerenciar, uma vez que, "banal e soberano, é o acordo eterno e misterioso entre dois seres com uma emoção profunda e um interesse ardente”. Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
“A sombra” é um conto misterioso de Coelho Neto (1864-1934) que versa sobre a loucura ao inserir a importância "científica" no nosso cotidiano. Narra a história do médico e cientista Avelar, que matou a esposa “envenenada" por bacilos nocivos à saúde, até que adoecesse e sucumbisse. A motivação, contudo, veio do mundo moral: “o tal micróbio do ciúme. Porque há também micróbios no mundo moral, oh! se os há! São as tais palavras vagas que nos entram n'alma e lá se desenvolvem e proliferam em desconfianças”, justifica-se o personagem. A história é narrada pelo amigo que o visita no Quartel da Brigada e, à medida que se desenrola, mais vai colocando o leitor no papel de detetive. O viés do Naturalismo foi, de fato, o que marcou o início das histórias policiais de Poe, Conan Doyle e Jacques Futrelle. Em 1928, Coelho Neto foi consagrado como “Príncipe dos Prosadores Brasileiros”, escreveu mais de cem livros e aproximadamente 650 contos. Dono de um rico e esplêndido vocabulário deixou-se dominar pela palavra. Sua inclusão entre os pré-modernistas se deve à capacidade imaginadora, à mente intuitiva, que ora se aproxima dos naturalistas, ora se liga aos parnasianos-realistas, ora documenta fatos da República através de uma criação ficcionista vigorosa. Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
“Eros e Psique” é um dos poemas de Fernando Pessoa (1888-1935) que evoca a lenda de uma princesa encantada que dormia, à espera de um infante que tinha que vencer o mal e o bem. É exatamente o desfecho de O Asno de Ouro de Apuleu (século II d.C.) onde são contadas pela primeira vez as aventuras dos dois, num contexto alegórico-romanesco que se manterá, sob diversas formas, nas adaptações que, ao longo dos séculos, se fizeram desses dois personagens. A figura de Eros preexiste à de Psique, embora à força das produções literárias embebidas na mitologia grega, trabalhe a ideia de ambos como interdependentes. Dito isso, nesse episódio vamos abrir informações sobre a mitologia grega que sustenta o encontro entre esses dois personagens. Aos gregos, Eros é a figura alegórica do amor; Psique é a figura alegórica da alma. Em suas camadas mais profundas, podemos interpretar que Pessoa propõe-se a trabalhar com a ideia de alma gêmea, uma vez que, no último verso, quando Eros encontra Psique, vai enxergar a si mesmo. “E vê que ele mesmo era/ A princesa que dormia”. Esse episódio conta ainda com mais duas poesias de Pessoa datadas de 1935, ano de sua morte: “Azul, ou verde, ou roxo, quando o sol”; e “Começa a ir ser dia”. Nessas, ele continua explorando o mesmo território de Eros e Psique: “quem sabe o que é a alma?” Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
“Poema Negro” é do escritor paraibano Augusto dos Anjos (1884-1914) com versos que remetem à consciência sobre a finitude da vida e sobre a passagem do tempo. Promove um cenário com “sombria análise das cousas”. Faz parte de sua coleção no solitário livro Eu e outras poesias (1912) e, portanto, é um bom exemplar para ser contemplado e analisado no mês do Halloween. O clima da construção poética é a noite, como já evoca o título, mas do breu, Augusto dos Anjos vai elucidando algumas simbologias que remetem ao seu estado de realidade: “Para iludir minha desgraça, estudo./ Intimamente sei que não me iludo”; bem como ao sonho, sequência marcada a partir do verso: “surpreendo-me sozinho numa cova” e que vai culminar numa viagem para Roma em Sexta-feira Santa e num encontro com Jesus, esquelético. Vem uma estrofe com insistentes repetições, que talvez remetam ao ciclo inerente ao ser humano: caindo (2x) e declínio (3x). Sobre os temas de suas poesias, a morte e toda a energia que esse acontecimento de finitude engloba, é um dos mais presentes. Daí a alcunha “O Poeta da Morte”: Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
“A dama branca” é um conto da escritora Grazia Deledda (1871-1936), primeira italiana a ser agraciada com o Nobel de Literatura, em 1926. É um dos seus Contos Sardos, local de nascimento de Grazia, que se dedicou a narrar a beleza, o costume, a cultura e o sobrenatural de sua ilha. O nome “A dama branca” remete, de certa forma, à ideia de uma aparição. E esta manifesta-se em sonho, ao vaqueiro Bellia, contando que haveria uma fortuna escondida em determinado local da floresta e que só caberia a ele, em determinado dia, resgatar. Uma série de adversidades se desenrola na história contada pelo velho Salvatore, para quem trabalham os vaqueiros, sendo a narrativa tomada também pelo pároco nonagenário, de posse do testamento que explicaria todo o mistério. É uma trama repleta de camadas com direito a histórias de amor e de crimes e que remonta à história de tesouros escondidos guardados pelo diabo. Boa leitura! Livro autografado Verde Amadurecido de Daiana Pasquim: escreva para leituradeouvido@gmail.com Curso Desenrole seu Storytelling (cupom LDO50): https://bit.ly/desenrolecomleitura
João Vitor Heringer, o Padrinho, é um sucesso na internet ensinando diversas técnicas sobre tântrica. Começou a trabalhar aos nove anos para ajudar sua família, trabalhando como vendedor, panfleteiro, lavador de carros, camelô, catador de latinhas e até ajudante de pedreiro. Hoje, João tem quatro livros escritos, que podem ser adquiridos através do seu Insta, e o curso “Efeito Fênix”, onde ensina a Teoria do Tantra com os Sagrados Masculino e Feminino, sobre os 7 Chakras, a Massagem, como atrair mais dinheiro com o Kaula Tantra, o Orgasmo Hipnótico que permite que a mente eleve os níveis de prazer do corpo e da Alma, além da parte do Magnetismo.
O artigo de Cavaco Silva no Expresso, na edição da última sexta-feira, reabriu a discussão: serão precisas novas eleições para desbloquear o impasse político? Marcelo respondeu que não. E o PS, pode votar contra sem que Pedro Nuno tema eleições antecipadas e pela sua liderança? Ou deve aceitar negociar com Montenegro? Neste episódio, Ascenso Simões, ex-dirigente do PS, explica por que razão os socialistas não devem ser o parceiro negocial e não deve temer eleições. Com conselhos ao líder socialista, defende que a AD deve aprovar o Orçamento com o Chega.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Eric Clapton vizinho de Kátia Aveiro.
Qual é o melhor super-herói de todos e por quê? Nesse episódio, eu entro no mundo dos Supers e dou minha opinião (não solicitada) sobre os heróis mais famosos. Também falo sobre a importância de ser um padrinho de uma criança. | | Lorelay Fox é Drag Queen há quase 20 anos e, nesse loreverso, falamos sobre ETs, conselhos (ruins), dicas de maquiagem e assuntos cotidianos. Conteúdos extras e exclusivos você encontra em nosso Instagram @podcastparatudo. Aproveite para mandar suas reclamações, sugestões e pedidos de ajuda. Procure por Lorelay Fox no Instagram, YouTube e X (Twitter).
Qual é o melhor super-herói de todos e por quê? Nesse episódio, eu entro no mundo dos Supers e dou minha opinião (não solicitada) sobre os heróis mais famosos. Também falo sobre a importância de ser um padrinho de uma criança. -
O ex-atleta e empresário Joel Jota desistiu de ser padrinho do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
Prepare-se para conquistar seus sonhos no Longo Prazo. Faça a sua inscrição para a aula de aquecimento do A Hora H 2024 e abertura oficial dos ingressos: https://bit.ly/49xfhiw Você já imaginou esperar 30 anos para realizar um sonho? Pois é, isso aconteceu com Joel Jota. Desde sua época de nadador da Seleção Brasileira até se tornar treinador de mais de 1000 atletas de alta performance, Joel Jota sempre sonhou em ir para as Olimpíadas. Mas a vida reservou algo muito maior. Hoje, faltando 100 dias para o início das Olimpíadas 2024 em Paris, anunciamos que Joel Jota é o mais novo MENTOR e PADRINHO do Time Brasil para todos os atletas de todas as modalidades, os chefes de delegação e a comissão técnica. Essa é a prova cabal de que O TRABALHO DEVOLVE, como diz Joel Jota. Confere no Jota Jota Podcast especial de hoje como essa ideia surgiu e qual a missão dele nas Olimpíadas. Se você ama esporte, alta performance, Olimpíadas e Joel Jota acompanhe tudo por aqui que vamos mostrar muito mais!
Passei pelo Padrinho de Francis Ford Coppola para um trabalho de inglês do meu filho mais velho. Mais do que um podcast de cinema, uma partilha de parentalidade XNG02920390 --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/cinemaxunga/message
Hoje vamos ouvir o conto A Mão Direita, de uma escritora brasileira pioneira e infelizmente esquecida - a Dinah Silveira de Queiroz. Este e outros contos de ficção especulativa podem ser encontrados na coletânea "Dinah Fantástica", publicado recentemente pela editora Instante.Link para comprar o livro:Amazon: https://amzn.to/3KYkjf3Estante Virtual: https://tinyurl.com/342smhukGosta do meu trabalho neste podcast? Considere tornar-se Padrinho do Ler Antes de Morrer e colaborar para que eu consiga criar mais conteúdos sobre literatura. Acesse: https://www.padrim.com.br/lerantesdemorrerCrédito da imagem: Padre Sebastiano, John Singer Sargent—Siga o Projeto Ler Antes de Morrer nas redes sociais:Twitter: https://twitter.com/LerAntesDeInstagram: http://instagram.com/lerantesdemorrerFacebook: https://www.facebook.com/lerantesdemorrerCONTATO PARA PARCERIAS: lerantesdemorrer1@gmail.com
No Podnext dessa semana nossos hosts Gustavo Rebello (@gu_rebel) e JP Miguel (@jp_miguel) fazem um perfil contando a trajetória política do presidente, agora presidente interino do Equador, Guillermo Lasso e a influência dos EUA na região. MAS a confusão com a democracia não para com um destaque para um preocupado Evo Morales. A Tabata Bohlen (@TabataBohlen) ataca de correspondente na Europa em foco, tem ainda el niño e economia do meio ambiente. TUDO ISSO é claro, além do obituário, da agenda da semana e da DICA CULTURAL! Lembrando sempre que mandem sugestões, críticas, para contato@opodnext.com, ou ainda no SUBSTACK: opodnext.substack.com onde você também encontra informações sobre como assinar o Podnext Confidencial, para nos apoiar e ter acesso ao conteúdo extra que ficou de fora do programa, chat exclusivo do Telegram, assista gravações AO VIVO e muito mais! LEMBRANDO QUE agora o PODNEXT TEM ZAP, anote aí o número, +1 352-871-5797 pra vc mandar mensagem de voz e talvez aparecer no programa! Se você desejar, pode contribuir quando e se puder também fazendo um PIX para contato@opodnext.com E BORA PRO PROGRAMA! --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/podnext-podcast/message Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/podnext-podcast/support