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A Sociedade Civil angolana entregou uma proposta de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais à Assembleia Nacional. A iniciativa visa garantir maior transparência nos processos eleitorais e fortalecer o Estado de Direito Democrático no país. O jurista do movimento cívico Mudei, Jaime Domingos, avisa que se a proposta for rejeitada pelos deputados, os angolanos vão boicotar as eleições de 2027. A Sociedade Civil angolana entregou uma proposta de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais à Assembleia Nacional. Qual é o objectivo desta iniciativa?Essa lei tem uma fundamentação clara, mas, a princípio, tem a ver com a revogação, alteração e aditamento da lei que já existente, a lei 36/11. Alguns artigos dessa lei permaneceram, como foi o caso do que está previsto no artigo 8.º — números 1 e 2 — que achamos conformes, mas era necessário alterarmos os números 3, 4, 5 e 6, fazendo alguns aditamentos. Trouxemos ainda algumas novidades no que diz respeito aos meios tecnológicos. Até hoje, as actas sínteses têm sido transportadas pelo Estado e o Estado está completamente partidarizado. Então, achamos que, além da publicação das actas nas assembleias de voto e nas comissões municipais eleitorais, havia a necessidade de usarmos os meios electrónicos para filmar ou divulgar aquilo que está a acontecer em cada município e em cada assembleia de voto.Uma das propostas é a criação de um tribunal eleitoral. Qual será o papel deste tribunal?Em Angola, não temos um tribunal eleitoral, temos um Tribunal Constitucional. Sabemos que o Tribunal Constitucional é um órgão político, composto por juízes indicados pelos partidos políticos com assento parlamentar.Consideramos que, se o presidente do Tribunal Constitucional é militante do MPLA e os demais juízes também são desse partido, com os outros juízes a serem indicados pelo Conselho Superior da Magistratura e pelos partidos da oposição, a transparência está em causa, uma vez que o maior número de juízes é do partido da situação (partido no poder) que concorre também às eleições gerais.Existe a necessidade de separarmos o Tribunal Eleitoral do Tribunal Constitucional. Queremos também uma Comissão Nacional Eleitoral independente. Em Angola, os comissários da Comissão Nacional Eleitoral — provincial, municipal e distrital — são todos indicados pelos partidos políticos. Não há indivíduos apartidários, religiosos ou académicos na CNE É um organismo que tem de ser independente do ponto de vista técnico, mas que continua partidarizado.Na proposta de lei fazem ainda referência à universalidade do voto. O bilhete de identidade continua a ser um entrave para os angolanos que querem exercer o direito de voto?A emissão do bilhete de identidade é uma ginástica tremenda neste país. É pior do que sobreviver com 1 dólar por dia (...). O bilhete leva anos e temos a maior parte da juventude angolana sem bilhete de identidade. Em 2022, retiraram a imperatividade do cartão de eleitor, instituíndo o cartão de munícipe; porém, muitos cidadãos não conseguiram o cartão de munícipe e votaram com o bilhete de identidade. Todavia, para a nossa realidade, onde o sistema de justiça e de identificação é débil, a maior parte dos angolanos não tem acesso ao bilhete de identidade.E qual é a vossa proposta para resolver este problema?Para levarmos à participação colectiva dos cidadãos no sufrágio universal, é preciso que se crie acesso a esse documento eleitoral para que o cidadão, maior de idade, participe activamente nesse processo. Actualmente, o bilhete de identidade é um mecanismo para excluir os cidadão angolanod que não têm esse documento do processo eleitoral. Essa é uma situação e, depois, há a questão da acessibilidade.Refere-se ao respeito pela inclusão e diversidade?O artigo 9.º tem como epígrafe as condições especiais para pessoas com deficiência, onde inserimos alguns instrumentos que poderão facilitar a participação de todos os angolanos, independentemente da sua condição física. Estamos a falar de boletins de voto em braille. Nunca tivemos [esses bolentins], mas vamos ter de avançar a esse nível, uma vez que não podemos impedir os cidadãos -com deficiência visual- de escolherem livremente aquele que será o seu representante durante cinco anos.O que é que pretendem com a igualdade de liberdade de acesso aos meios de campanha eleitoral? Consideram que até hoje essa igualdade não existe?Até hoje isso não existe. O partido no poder, em véspera das eleições, usa os meios públicos para a própria campanha. Os meios de comunicação públicos têm um maior pendor para o candidato do partido no poder, excluindo os outros candidatos que não fazem parte do aparelho do Estado. Essa preocupação também nos levou a fazer uma proposta de lei mais ajustada, onde os partidos que foram legalizados recentemente terão o mesmo tratamento nos média públicos. Todos os partidos políticos devem concorrer em pé de igualdade e devem ter acesso às mesmas verbas disponibilizadas pelo Estado. Na véspera da campanha eleitoral, devem ter acesso aos mesmos tempos de antena, respeitando o que está previsto na Lei dos Partidos Políticos e na Lei Especial.A proposta surge como reacção à recente aprovação, no Parlamento, de alterações à lei eleitoral apresentadas pelo Governo. A sociedade civil veio dizer que estas alterações podem comprometer a lisura dos futuros pleitos e do próprio futuro político do país. Considera que é isto o que está em causa?Nos termos do artigo 167 da Constituição da República, a iniciativa legislativa advém de duas formas, Uma proposta de lei advém do Governo, do Presidente da República e um projecto de lei que advém dos deputados. No entanto, o número 5 deste mesmo artigo abre caminho para a iniciativa de grupos de cidadãos organizados. Desta forma, nós analisamos a proposta de lei do Executivo, que, por sinal, visa retirar a fixação das actas sínteses nas assembleias de voto, excluindo o cidadão ou o eleitor da festa do sufrágio universal.É uma forma de afastar a sociedade civil do processo eleitoral?É uma forma de afastar a sociedade civil e de afastar o cidadão da festa do sufrágio universal. As eleições não dizem apenas respeito aos partidos políticos; trata-se de uma festa dos cidadãos angolanos. Tendo em conta esta decisão e outras armadilhas que estão na proposta de lei do Governo que foi apresentada, decidimos avançar com essa iniciativa independente da sociedade civil. A oposição, refiro-me ao grupo parlamentar da UNITA, também avançou com um projecto de lei, mas entendemos que o projecto de lei não inspira aquilo que são as preocupações da sociedade civil.Se esta proposta não for considerada pelos deputados, que mecanismos constitucionais poderão accionar?[Nesta proposta de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais] usamos internamente todos os requisitos e cumprimos todos os procedimentos necessários. Nesta fase, aguardamos que os deputados, eleitos pelo povo, analisem o nosso pacote legislativo eleitoral para que possamos chegar a um consenso de forma a debatermos tecnicamente, na Assembleia Nacional, aquilo que é a nossa iniciativa legislativa. Se não for o for o caso...O que pretendem fazer?Vamos recorrer a mecanismos legais, accionando a não cooperação política e vamos boicotar as eleições de 2027. Se for provado que as leis que regem as eleições de 2027 não são justas — e é necessário que as leis sejam justas para termos eleições justas em 2027 — não vamos às eleições e vamos boicotá-las, usando mecanismos legais previstos na Constituição da República, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Carta Africana dos Direitos Humanos. --
A luta biológica destaca-se como uma estratégia essencial para o controlo sustentável das pragas nos Açores, substituindo pesticidas químicos por organismos naturais que regulam as populações invasoras. O professor jubilado e investigador do Centro de Biotecnologia dos Açores, Nelson Simões, explica como a luta biológica se tornou uma ferramenta essencial no combate às pragas nos Açores, destacando as vantagens ecológicas e os desafios desta abordagem face às ameaças crescentes causadas por organismos invasores e às alterações climáticas. Qual é o papel da luta biológica no combate sustentável às pragas nos Açores?Trabalhamos com germes patogénicos de insectos e o meu interesse é particularmente a utilização desses germes, uma vez que eles produzem moléculas que são tóxicas para os insectos. Nós retiramos os genes edificantes dessas moléculas, tentado melhorar a actividade dessas moléculas.O controlo biológico, ao fim ao cabo, é a substituição dos pesticidas de síntese química por organismos que são parasitas ou predadores naturais das pragas. Aquilo que vamos fazer é procurar esses agentes, quer sejam predadores, quer sejam agentes patogénicos dessas pragas. No meu caso concreto, estávamos a falar de pragas insectos. Íamos à procura desses agentes de controlo e depois tentávamos desenvolver o processo de modo a torná-lo eficaz, visto que, na realidade, há uma grande distância entre a existência desse agente patogénico ou desse controlador no terreno e depois a sua utilização. Aquilo que fazemos é tentar melhorar estes agentes e adaptá-los de modo a que eles possam ser controladores.E porque é que a ilha dos Açores, especificamente, é um terreno fértil para esse tipo de investigação?As ilhas estão muito sujeitas a invasões, ou seja, à entrada de organismos estranhos. Normalmente, quando entram esses organismos estranhos, não têm controladores naturais para fazer o controlo. A tendência é que esses invasores se expandam com muita facilidade e ocupem o terreno. Isto é um aspecto.Outro aspecto é que, quando se consegue encontrar algum controlador, temos um espaço físico muito limitado que facilita o estudo dessas relações. Por exemplo, no caso aqui do escaravelho japonês, enquanto conseguimos delimitar duas ilhas, fazer trabalhos distintos em São Miguel e em São Jorge, por exemplo, os nossos colegas italianos e suíços não conseguiam fazer isso porque a praga dispersava e aquilo que faziam num sítio, no ano imediato, já estava noutro.Refere-se ao escaravelho japonês?Estamos a falar do escaravelho japonês, mas tem-se usado muitos outros insetos. Estou a falar do escaravelho porque foi o último com que trabalhámos e, neste momento, é um problema efectivamente na Europa desde 2018.Que outras pragas ameaçam o arquipélago?Temos pragas, por exemplo, em fruteiras e em pastagens que são extremamente importantes e que causam estragos. Existem ainda uma série de outros invasores que são efectivamente problemáticos para outras culturas, nomeadamente o tabaco. Atualmente já se faz muito pouco, mas temos pragas no tabaco e no milho que são muito importantes.As alterações climáticas influenciam, de alguma forma, a chegada de novas pragas?De certeza absoluta que isso vai acontecer. A dispersão vai ser diferente daquilo que foi até agora. Neste momento, nos Açores não temos esses sinais, mas a expectativa é que venha a acontecer.Há vários estudos de predição, de distribuição de pragas em que efectivamente as alterações climáticas vão criar grandes problemas. Por exemplo, na situação actual, o norte da Europa — estou a falar de grande parte da Bélgica, Holanda e dos países escandinavos — provavelmente estão protegidos do escaravelho. Mas com as mudanças climáticas, aquilo que aparece é que o escaravelho vai lá chegar e vai sobreviver.Aqui no arquipélago, que bom exemplo trouxe a luta biológica?A luta biológica é considerada uma alternativa a tudo o que é a utilização de químicos, etc. Portanto, ecologicamente, a luta biológica é muito melhor aceite do que as outras práticas de controlo. Desde os finais dos anos 70, na Universidade dos Açores, instalou-se um laboratório de Ecologia Aplicada que começou a fazer trabalhos sobre a aplicação de luta biológica e, portanto, a substituir os pesticidas. Evidentemente que isso não foi utilizado em toda a sua extensão nos Açores, continuou-se a utilizar pesticidas. Agora, a informação existe. Nem sempre é possível aplicá-la, via de regra, é mais cara do que a utilização dos pesticidas químicos.Os efeitos da luta biológica são também mais demorada?Os efeitos não são tão rápidos. Os químicos têm uma actividade muito rápida, enquanto que os controladores biológicos necessitam de tempo para se adaptarem e para depois darem resultados.As monoculturas também contribuíram para a propagação de pragas? As monoculturas facilitam imenso o progresso das pragas, porque encontram todas as condições para se desenvolverem, por um lado, e, por outro lado, normalmente não encontram inimigos naturais que contrariem a praga.O trabalho que foi desenvolvido aqui em relação ao escaravelho japonês foi transferido para a Europa, precisamente para eles poderem enfrentar a praga do escaravelho japonês?Efectivamente, a expectativa é essa. Ou seja, que uma parte do conhecimento — que está a ser adquirido há cerca de 30 anos — possa ser transportado para lá [Europa] e que sirva de alguma coisa. Por exemplo, nós estávamos a usar aqui agentes patogénicos que depois foram usados, por exemplo, em Itália. Fizemos aqui estudos de microbioma e esperamos que parte dessa informação seja transferível, seja levada para a Europa.
No episódio 239 do podcast Fala LinkedIn, Pedro Caramez, especialista na plataforma LinkedIn, analisa o funcionamento do algoritmo e a forma como os diferentes formatos de conteúdo têm registado desempenhos distintos ao longo do tempo.Neste episódio, são partilhadas dicas e tendências para 2025, com destaque para a crescente valorização dos vídeos, a eficácia das publicações com texto e imagem, e a importância de criar conteúdos que incentivem a interação, como comentários mais desenvolvidos e reações logo nas primeiras horas após a publicação.Pedro aborda também estratégias para aumentar o alcance e a relevância das publicações, alertando para a queda no desempenho das sondagens e dos links externos. Refere ainda a importância de adaptar os conteúdos com títulos apelativos, infográficos e apresentações em carrossel (slides).São igualmente apresentadas sugestões práticas sobre o uso eficaz de hashtags, a marcação de pessoas ou empresas, bem como a escolha dos horários ideais para publicar.Logo no início, Pedro aproveita para convidar os ouvintes a participar num evento presencial dedicado a negócios no LinkedIn, que terá lugar na cidade do Porto.Para terminar, deixa um apelo à audiência: seguir o podcast, deixar a sua avaliação e partilhar feedback, um contributo fundamental para o crescimento desta comunidade.Este episódio é essencial para profissionais que pretendem optimizar os seus resultados no LinkedIn, alinhando-se com as mais recentes estratégias e novidades da plataforma.
Após nove dias de luto dedicados a Francisco, Filipe d'Avillez explica que todos os cardeais estão agora reunidos para propor ideias para o futuro da Igreja. Refere que espera um conclave breve.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ao chegar ao metro de Alvalade, a repórter Maria João Brás encontrou uma estação vazia. Refere que os passageiros conseguiram sair porque foi usado um gerador e descreve uma "situação tranquila".See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na semana que viu o mundo despedir-se do líder máximo da Igreja Católica, a comentadora não deixa de lembrar que até no funeral do Papa Francisco estavam pessoas que o criticaram e insultaram, como Trump e Millei. Passou ainda em revista a data histórica do 25 de abril e as “peripécias desnecessárias” em torno das comemorações. Refere que o “Governo em campanha” não resistiu a mais um truque, em passar Abril para Maio: “A rua respondeu ao governo”, conclui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A reeleição do juiz Manuel Pereira da Silva para o cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola está a ser contestada pela sociedade civil e pela UNITA, que fala numa escolha “eivada de ilegalidades”. Já o partido no poder, MPLA, afirma que esta escolha resulta “da lei”. António Ventura, jurista e director da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Angola, reconhece que há motivos para considerar a reeleição do Presidente da CNE ilegal. Há motivos para considerar ilegal a reeleição do juiz Manuel Pereira da Silva para o cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola?Sim, há motivos, em função do contexto em que são preparados os processos eleitorais em Angola. Quem está no poder, há todo este tempo, controla todos os instrumentos do poder e, consequentemente, a Comissão Eleitoral e as comissões provinciais. E, tendo a maioria no Parlamento, usa e abusa dessa maioria para introduzir leis cuja constitucionalidade é questionável e, muitas vezes, até para exercer maior controlo sobre a Comissão Nacional Eleitoral. Infelizmente, temos uma comissão eleitoral cujo modelo resulta de acordos políticos firmados em 1992. A representação é maioritariamente partidária. É certo que tivemos uma ligeira alteração, porque o número de votos e de assentos aumentou para a oposição, concretamente para a UNITA. No entanto, o MPLA entende que esta alteração substancial não pode ter impacto sobre o número de comissários indicados pelo partido e, por isso, introduziu um mecanismo de indicação de comissários, repartindo – com base em cálculos que só a maioria consegue explicar – a possibilidade de a UNITA indicar mais comissários, atribuindo essa mesma prerrogativa aos outros partidos da oposição.Refere-se ao processo de concurso para a eleição do Presidente da CNE de Angola?Não, refiro-me ainda à composição da Comissão Eleitoral. Todavia, realizou-se um concurso para o provimento do cargo de presidente da Comissão Nacional Eleitoral, liderado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, no qual foram anunciados os requisitos para o efeito. Propositadamente – esse é o nosso entendimento – foram introduzidos requisitos que já se sabia que iriam favorecer o actual Presidente da CNE.Um concurso feito para beneficiar o Presidente da CNE?Sim. Um dos requisitos, por exemplo, era o de que o candidato, para ser eleito, teria de ter experiência em processos eleitorais durante um longo período.O que é o caso do juiz Manuel Pereira da Silva?Exactamente. Ora, no nosso contexto legal, se o juiz ou a Comissão Nacional Eleitoral deve ser liderada por um juiz, não se pode exigir do juiz experiência em gestão de processos eleitorais. Quando o legislador optou por propor um juiz para liderar a Comissão Nacional Eleitoral, fê-lo porque entendeu que essa pessoa deveria possuir alguma independência, imparcialidade e uma actuação que não fosse permanentemente questionada no contexto das disputas políticas.A UNITA, o principal partido da oposição em Angola, apresentou uma providência cautelar para tentar travar a tomada de posse do presidente da CNE, que, entretanto, foi indeferida pelo Tribunal Constitucional. Essa providência não tem fundamento jurídico?A providência tem fundamento jurídico. O que sucede é que o Tribunal Constitucional, com todo o respeito pelos juízes que o integram, dificilmente decide a favor dos partidos da oposição. E, nesse quesito, a jurisprudência tem sido clara: o Tribunal Constitucional não “andou” bem.O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais e Jurídicos do Parlamento, António Paulo, do MPLA, afirmou que a escolha do presidente da Comissão Nacional Eleitoral e a tomada de posse pela Assembleia Nacional resultam da lei. O que é que isto quer dizer?Resulta da lei, até aí não há dúvida. Mas trata-se de uma interpretação casuística e oportunista por parte dos deputados do MPLA. Porque se temos um processo que, desde o início, foi viciado para favorecer o actual presidente da CNE, então, mesmo que seja legal, não é legítimo. Este processo está viciado desde o princípio. Na altura, a sociedade civil já tinha questionado os requisitos que haviam sido propositadamente colocados para beneficiar o actual presidente da CNE. A contestação não é recente; remonta ao concurso de 2019 e às últimas eleições gerais. A primeira eleição também já tinha sido questionada, inclusive com processos em tribunal.O juiz Manuel Pereira da Silva, que preside à Comissão Nacional Eleitoral desde 19 de Fevereiro de 2020, viu a sua idoneidade ser contestada. Considera que ele não reúne condições éticas nem legais para exercer o cargo?Do ponto de vista da experiência eleitoral, acredito que, ao longo dos anos em que participou nas comissões provinciais e na Comissão Nacional, tenha adquirido – provavelmente – experiência técnica em processos eleitorais. No que toca à integridade, independência e imparcialidade, essas são, evidentemente, questionáveis. Nas últimas eleições, realizadas em 2022, o então presidente da CNE tomou decisões e emitiu directivas – muitas das quais contrárias à lei – sobretudo no que respeita à observação eleitoral, com o objectivo de impedir os cidadãos de exercer controlo sobre o processo eleitoral, de forma a garantir que este fosse justo e transparente.Essa realidade reforça a ideia de que a CNE não é independente e que actua como uma extensão dos interesses do partido no poder?Estamos agora a assistir a uma tentativa de alteração da Lei Orgânica das Eleições Gerais, introduzindo pontos que já resultaram de decisões do presidente da Comissão Nacional Eleitoral. Por exemplo, pretende-se, mais uma vez, aumentar a distância entre a contagem e a publicação das actas nos locais de eleição.As actas que, até agora, permitiam à sociedade civil acompanhar o processo eleitoral…Exactamente. O controlo genérico por parte da sociedade civil, ao nível dos locais de votação. E é precisamente esse controlo que se pretende eliminar da lei, impedindo os cidadãos de permanecerem nos locais para verificar e publicar as actas. A intenção é obrigá-los a esperar em casa, em frente à televisão, pela divulgação dos resultados.A UNITA apela à manifestação. Acredita que essas manifestações irão ocorrer?Com certeza, é provável que ocorram. No entanto, o Governo controla de forma autoritária todas as forças de segurança – polícia, forças armadas, serviços de inteligência – e, obviamente, irá utilizar todos os meios ao seu dispor para controlar, perseguir e, em última instância, reprimir essas manifestações, com o apoio dos meios de comunicação social que o servirão. É necessário afirmar com clareza que vivemos sob um regime autoritário, pois o partido no poder capturou todas as estruturas do Estado, e não é possível falar em eleições livres, justas, pacíficas, transparentes e, naturalmente, numa Comissão Nacional Eleitoral que se queira independente e imparcial.
O executivo angolano quer criminalizar a disseminação de informações falsas na internet, com penas entre um e dez anos de prisão. A medida vem expressa na proposta de Lei sobre a Disseminação de Informações Falsas na Internet. Um enquadramento legal que, segundo Cesaltina Abreu, investigadora independente em ciências sociais e humanidades, representa mais uma tentativa de limitar as liberdades de expressão e de informação no país. Cesaltina Abreu afirma ainda que, se o objectivo é combater as notícias falsas, o Governo devia começar por regular os órgãos de comunicação públicos, que a investigadora acusa de serem os principais agentes de desinformação no país. O que prevê esta proposta de Lei do Ministério que tutela a Comunicação Social em Angola?Esta proposta de lei insere-se no âmbito de um conjunto de medidas que vêm sendo tomadas e que, de alguma forma, visam a securitização do Estado em Angola e a preparação para 2027.Refere-se ao período eleitoral…Sim. Vários cenários estão a ser preparados para 2027. Desde a criação de impossibilidades, como é o caso, aparentemente, da nova divisão político-administrativa, e uma série de outros aspectos que visam, de facto, criminalizar, usando o respaldo da implementação destas disposições da Lei Maior, da Constituição da República de Angola, para defender todas essas leis.A iniciativa legislativa afirma que a Constituição da República de Angola salvaguarda as liberdades de expressão e de informação de todos os cidadãos, respeitando os limites do direito de todos ao bom nome. É disto que se trata, ou estamos diante de uma tentativa de limitar as liberdades de expressão e de informação?Sim, mais uma tentativa que deve ser percebida. Esse “todos” não existe, assim como não existe esse respeito pelos direitos. Basta ver as classificações de Angola no que se refere aos índices de democracia. As pessoas sabem que a classificação de Angola no índice de democracia do jornal The Economist, em 2024, deveu-se à conquista de mais espaço cívico, espaço público, uma conquista da sociedade civil, dos angolanos, e não uma concessão da parte do Governo. Foi uma conquista das pessoas que não desistem de lutar pelos seus direitos.O Governo angolano diz que está a registar um acentuado número de notícias falsas no actual contexto nacional e internacional, associado ao elevado crescimento tecnológico. Estamos aqui a falar, nomeadamente, da inteligência artificial. Esta realidade não justifica a existência de um novo quadro legal?Esta é uma situação que afeta todos os países, mais uns do que outros, mas é uma realidade mundial com a qual vamos ter de lidar. Se tivermos ambientes democráticos, com inclusão, não haverá necessidade de recorrer ao uso de fake news. No entanto, parece que [esta proposta de lei] é mais uma iniciativa no âmbito de muitas outras. Refiro-me à lei das ONGs, da Segurança de Estado, no ano passado, à lei da vandalização dos bens públicos ou à criação de um instituto que vai supervisionar as acções das comunidades (...). Não há nos registos de actividades criminais, relacionados com terrorismo, nenhuma referência às actividades de ONGs ou de grupos de cidadãos. Existem, sim, registos de empresas que estão associadas ao poder.A revisão da lei eleitoral, onde já existe a intenção de retirar as actas, as actas simples, o instrumento que usámos nas eleições passadas para poder ir acompanhando os resultados à medida que a eleição ia acontecendo. A sensação que temos é que isto é um atentado às liberdades individuais das pessoas e que, se o objectivo for combater a desinformação, então o Governo que olhe para si próprio e que pergunte até que ponto não é o Governo, enquanto entidade colectiva, e os meios de comunicação social públicos que são os principais agentes da desinformação.O Governo considera que este diploma pretende fortalecer o processo democrático através do combate à desinformação, e desencorajar a utilização de contas falsas para acabar com a desinformação…Uma pessoa, por exemplo, que seja analfabeta pelo facto de reencaminhar alguma coisa — que de alguma maneira seja um atentado à boa imagem — pode ser penalizada. Temos uma série de casos de pessoas detidas em Angola por mostrarem solidariedade em relação a grupos. A 23 de Setembro de 2024, quatro jovens foram detidos por mostrarem solidariedade com os motoqueiros [que protestavam contra o desemprego no país].Quais são as penas que incorrem as pessoas que não respeitarem esta lei?Acho que uma das penas previstas é de dez anos, que tem a ver com o bom nome. Uma das coisas que eu tenho interrogado, em relação a todas essas leis, perguntei isso quando foi da lei da vandalização de bens públicos, é o que está ali em causa. E o que se pretende é impedir as manifestações, os protestos, uma série de outras acções, através das quais as pessoas mostram o seu descontentamento e procuram lutar por aquilo que são os seus direitos.Obviamente que eu reconheço que há aproveitamentos nisso tudo. Agora, do meu ponto de vista, tanto a salvaguarda da segurança nacional quanto o fortalecimento de valores democráticos não se fazem com leis dessa natureza, mais leis produzidas por uma iniciativa em geral do Executivo. A Assembleia que temos, aparentemente, só lá está para dizer “amém”! Não temos as condições para que haja um diálogo, porque não há esse diálogo entre os poderes instituídos e a sociedade.Qual é o risco de não haver este diálogo, este debate?O risco de não haver o debate é o de se caminhar para uma situação cada vez mais de divisão. O diálogo não é uma conversa de amigos. O diálogo é a tentativa de estabelecer pontes, de construir consensos, a partir das concepções das diferentes partes que estão envolvidas nesse diálogo e que, à partida, pensam de forma diferente. Em Angola não temos isso. E enquanto não tivermos isso, não construiremos, os entendimentos não serão suficientes para avançar. Não temos uma governação, não temos políticas públicas, embora esse seja o discurso oficial, porque, de facto, existem acções unilaterais, de cima para baixo, mas que não conseguem absorver aquilo que são as necessidades, as expectativas das pessoas para as quais deviam estar a governar.Neste diploma indica-se que a lei é aplicável, mesmo que as actividades sejam realizadas por pessoas residentes ou sediadas no exterior do país, desde que se trate de informações falsas. O que é que isto significa?Por um lado, é a tentativa de se ligar a outros regimes parecidos com estes regimes autocráticos. Por outro lado, é um pouco também a cultura do medo. É preciso lembrar que estas acções têm sempre por trás algo que está a ser criado para fomentar a cultura de medo e de intimidação. O passo seguinte é a opressão e o uso da coerção, usando meios físicos, usando a polícia e as armas. Mas, para já, a ideia é criar uma cultura do medo que paralisa as pessoas com medo das retaliações que podem sofrer por expressarem as suas opiniões.Que impacto terá isto no trabalho dos jornalistas, no trabalho da sociedade civil?Tem um impacto brutal, na medida em que é mais uma ação para limitar, coagir, de auto-censura, de omissão e de silêncio, que tem sido, infelizmente, as respostas de muitas pessoas por uma questão de salvaguarda de vida, de um bem maior.A sociedade civil, os jornalistas, vão continuar a lutar pela liberdade de expressão?Acredito que sim. Estamos preocupados, mas estamos principalmente, como temos procurado fazer aqui, a demonstrar que o que se pretende fazer não corresponde àquilo que vem na própria Lei de fundamentação. Estamos a criar evidências, dizendo: vocês estão a continuar com a vossa política de coerção, com a vossa política de intimidação, mas nós também vamos continuar com a nossa luta.
Com o amor entre Tomás Antonio Gonzaga e Maria Doroteia Joaquina de Seixas Brandão (Vila Rica, 8 de novembro de 1767 - Vila Rica, 9 de fevereiro de 1853), ela foi uma das mulheres envolvidas na Inconfidência Mineira. À época da prisão de Tomás Antônio Gonzaga, eles eram noivos. Ele, inconfidente, foi preso em 23 de maio de 1789, em Vila Rica, por suposto envolvimento na Conjuração Mineira. Neste momento, Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, já havia sido morto e esquartejado há um mês, em 21 de abril de 1789. Também conhecida como Inconfidência Mineira, foi um movimento separatista que ocorreu em 1789 na capitania de Minas Gerais, com o objetivo de conquistar a independência de Minas Gerais da Coroa Portuguesa. A primeira lira começa esperançosa, apesar da prisão, ele promete que pintará um novo quadro. Mas passa por muitos momentos de dúvidas e desesperança. A palavra morte entra várias vezes, enquanto Gonzaga se agarra à figura do Cupido, como forma de se manter firme no amor por ela. Refere-se à passagem do tempo, as estações, as mudanças da natureza: “mudam-se a sorte dos homens; só a minha sorte não? Emenda falando de seu envelhecimento e perecimento da juventude, pois está longe de Marília. Ele narra os infortúnios e queda: “Tiraram-me o casal e o manso gado, nem tenho, a que me encoste, um só cajado”. Encaminhando-se para o desfecho da segunda parte, Dirceu canta a lira XXXIV, voltada ao casamento deles. “Pintam que entrando vou na grande Igreja: pintam que as mãos nos damos, e aqui vejo subir-te à branca face a cor mimosa, a viva cor do pejo”. A última lira desta parte é feita de uma extensa interlocução com a deusa cega, a Justiça - e marcada por muitas perguntas, tanto da parte da juíza, quanto do réu. E a conclusão, é que é tempo perdido. Boa leitura!Conheça o #Desenrole seu Storytelling, curso de Daiana Pasquim:https://bit.ly/desenrolecomleituraPara adquirir o Trincas e/ou o Verde Amadurecido, escreva para leituradeouvido@gmail.com
O início do pecado sempre é uma história triste. Refere-se à primeira transgressão da lei do Senhor.
Nesta segunda parte da conversa com a investigadora, curadora e poeta Shahd Wadi, ficamos a saber qual a vila na Palestina com que sonha regressar, até que ir para casa seja possível. E até fala do cheiro específico do lugar onde nunca esteve, mas que sente conhecer bem. Refere os pais, e de como a têm inspirado na vida e na poesia. Depois analisa o estado do mundo e o papel da Europa perante a América de Trump. Pelo caminho, desmonta certos preconceitos sobre as mulheres árabes, opressões de patriarcado aparte, e dá-nos conta da profunda resistência de um povo que não desiste de viver com esperança e arte. E ainda nos dá música, poesia e revela como uma picardia com o atual namorado resultou numa história de amor de uma década. Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
A taxa de desemprego em França registou, no quarto trimestre de 2024, o maior aumento em dez anos, excluindo o período da pandemia de 2019. Os números publicados pelo Ministério Francês do Trabalho revelam que o desemprego subiu 4% e os jovens são a categoria mais afectada. O economista Pascal de Lima afirma que estes dados se devem às medidas de austeridade do executivo francês, sublinhando que a solução passa pelos incentivos à inovação e ao empreendedorismo. Como se explica este aumento da taxa de desemprego em França?Explica-se por vários factores. O Governo implementou medidas de austeridade para reduzir o défice público, o que resultou numa redução das despesas públicas e no aumento da carga fiscal. Assim, essa política desacelerou o crescimento económico e levou a despedimentos em vários sectores. Também temos a incerteza económica global e as tensões geopolíticas, que afectaram o investimento das empresas. Penso que a diminuição dos investimentos das empresas agravou ainda mais a situação do mercado de trabalho.Quais são os sectores mais afetcados?Em primeiro lugar surge o sector da construção, seguido pelo comércio e a indústria automóvel. Vimos muitas empresas de "renome" anunciarem planos de despedimentos em massa, devido à redução da procura e ao aumento dos custos de produção. Há uma retracção no sector da construção, por exemplo, devido à subida das taxas de juro. No comércio, o consumo interno tem sofrido um abrandamento importante, levando à perda do poder de compra das famílias.Qual é o segmento da população mais exposto a este aumento do desemprego?Os jovens são a categoria mais afectada pelo aumento do desemprego. Há um dado, no terceiro trimestre de 2024, que revela que a taxa de desemprego entre os jovens de 15 a 24 anos subiu 1,8%, atingindo os 7%. Este grupo enfrenta claramente dificuldades acrescidas no acesso ao mercado de trabalho, asociadas à falta de experiência e à redução das oportunidades de aprendizagem.A decisão do Governo de reduzir os incentivos às empresas que contratam jovens aprendizes pode contribuir para o aumento do desemprego?Sim, claro. A redução dos incentivos pode agravar o desemprego dos jovens. Muitas empresas recorrem a aprendizes devido às vantagens fiscais e ao apoio do Estado. Com a retirada parcial deste benefício, as empresas podem deixar de contratar jovens em formação, dificultando ainda mais a entrada destes no mercado de trabalho e prolongando também o período de precariedade e inactividade.O patronato francês, vários empresários alertaram para o impacto que o aumento da carga fiscal pode ter nas novas contratações. Quais serão os verdadeiros impactos?Claramente, o aumento da carga fiscal pode desencorajar a criação de novos empregos. As empresas com maiores encargos fiscais veem a sua margem de lucro reduzida, o que as leva a cortar custos, nomeadamente na contratação de novos trabalhadores. É uma lógica económica simples, mas real. Além disso, a pressão fiscal pode também levar algumas empresas a transferir parte das suas operações para países com uma tributação mais favorável.A França é o quinto país mais apelativo no que se refere ao investimento. O aumento da carga fiscal pode levar os empresários a não investirem no país? Á deslocalização de empresas?Sim, pode. A França pode perder atractividade para os investidores, devido ao aumento da carga fiscal. As empresas multinacionais também procuram países onde os custos operacionais e a carga tributária sejam mais baixos. Portanto, se os impostos das empresas aumentam, a França pode perder investimento estrangeiro e assistir à deslocalização das empresas para outro país da União Europeia ou até para outros países da Ásia, por exemplo. Até mesmo para os Estados Unidos.Ao nível da União Europeia, não acha que a regulação deveria ser mais apertada? Porque, de certa forma, parece que os Estados estão sempre reféns das empresas...Claro. No entanto, existem pressões em relação às contas públicas e também precisamos ter as empresas no país para garantir um maior nível de receita fiscal. Portanto, deve haver regulação, sim, mas também um certo proteccionismo para guardar as riquezas e controlar o défice público.Até porque os Estados Unidos já disseram que estão receptivos a receber todas as empresas que queiram investir no país.Exactamente. Os Estados Unidos têm uma política muito eficaz, como por exemplo o Reduction Act, um programa para atrair investimento estrangeiro e desenvolver a economia. Acredito que essa política vai continuar nos Estados Unidos, podendo vir a ser uma referência para a União Europeia em termos de regulação.A França atravessa um período financeiro complicado, onde o equilíbrio das contas públicas é urgente. O reforço da carga fiscal é uma das soluções?O aumento da carga fiscal pode ser uma solução, mas de curto prazo, para equilibrar as contas públicas. No entanto, já percebemos bem as consequências negativas para a economia. As receitas fiscais podem aumentar a longo prazo com uma diminuição dos custos, que é totalmente o oposto. Se os impostos forem excessivos, isso pode desencorajar o investimento, reduzir o consumo das famílias, porque o investimento envolve empresas, salários e o poder de compra. Isso pode levar a uma desaceleração da economia. Portanto, a solução ideal seria um equilíbrio entre medidas de consolidação fiscal e políticas de estímulo ao crescimento. Mas esse equilíbrio, acho eu, é muito teórico.Mas como se consegue esse equilíbrio?Através dos incentivos à inovação e ao desenvolvimento do empreendedorismo. Aposta na criação de empresas, na educação, na formação para tentar acompanhar a transição económica e digital, face à concorrência internacional da China e dos Estados Unidos, líderes noas vários sectores tecnológicos. Portanto, é preciso libertar completamente as empresas para tentar criar riquezas e desenvolver o mercado de trabalho e as profissões do futuro.Refere-se à inteligência artificial?Sim, a inteligência artificial pode enriquecer os empregos da população e o sistema social, particularmente das classes médias, sem substituir o homem. A tecnologia deve substituir as funções intermediárias nas grandes empresas, o que cria desemprego tecnológico, e isso parece ser um ponto essencial.
O Mali, Níger e Burkina Faso, liderados por regimes militares no poder após golpes de Estado, saíram esta quarta-feira, 29 de Janeiro, oficialmente da CEDEAO. Os três países, unidos na Aliança dos Estados do Sahel, desde Julho de 2023, acusam a CEDEAO de impor sanções injustas e de não oferecer apoio eficaz na luta contra o jihadismo. O investigador e antigo comissário da CEDEAO, Mamadú Jao, afirma que a decisão reflecte "o apoio popular, mas alerta que só o tempo dirá se foi a melhor escolha". RFI: A insatisfação popular com a CEDEAO ficou evidente nas manifestações que celebraram a saída dos três países da organização, reforçando a ideia de que não se trata apenas de uma decisão política, mas também amplamente apoiada pela população?Mamadú Jao: Termina hoje o período de reflexão de seis meses concedido a estes três países, e certamente, a partir de hoje, já estarão formalmente fora da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental. Podemos entender isso como uma decisão amplamente apoiada pelas populações, conforme demonstrado nas manifestações. O problema é que, na minha opinião, o tempo é o melhor juiz. Vamos ver se a decisão realmente reflecte a soberania desses Estados. Não é a primeira vez que isso acontece; a Mauritânia fez parte da CEDEAO, mas decidiu sair em 2000 para se aproximar dos países do Magrebe, mantendo, no entanto, relações cordiais com a comunidade. Em 2017, assinaram formalmente um acordo de aproximação, o que serve também como uma lição para a CEDEAO.A CEDEAO e a Aliança dos Estados do Sahel mantêm a livre circulação de bens e pessoas. Que impacto tem a saída destes três países da CEDEAO?De momento, ao passar de 15 para 12 países, já é um sinal negativo. A circulação de pessoas e bens é uma das cláusulas fundamentais da criação da CEDEAO. Se isso continuar, as relações certamente irão persistir de alguma forma. No entanto, o impacto já é sentido, pois são países populosos e podem afectar a economia regional. Ainda não sabemos o efeito exacto, mas essas relações continuarão, provavelmente. A preocupação é com os três países, pois são nações sem acesso directo ao mar. Acredito que eles terão a necessidade vital de manter essas relações para suavizar as suas trocas comerciais com o exterior.Afirmou que "esta é uma lição para a CEDEAO". De que forma a comunidade pode recuperar sua influência? Ou será que esta crise representa um declínio irreversível?Depende de como a situação for gerida. Penso que a CEDEAO tentou dialogar, mas talvez não tenha havido um diálogo suficientemente profundo para analisar a situação e encontrar soluções. A CEDEAO, para continuar a ser uma organização sub-regional relevante, deverá reflectir profundamente e traçar estratégias para que situações semelhantes não se repitam. Caso contrário, haverá desmoronação. Espero que a organização possa sentar-se e reflectir sobre a situação, encontrando formas de trabalhar com os países membros para que as questões que afectam individualmente cada país possam ser discutidas de maneira colectiva. A CEDEAO deve concentrar-se em como contribuir para a solução dos problemas.Outra questão que a CEDEAO precisa resolver é a autonomia, especialmente a autonomia financeira. Uma organização que depende de 60% a 70% de financiamento externo enfrenta dificuldades para intervir de maneira efectiva e encontrar soluções. Essas limitações financeiras representam um bloqueio, e organizações continentais como a CEDEAO e a União Africana devem reflectir sobre isso. Só assim podem vir a ter uma intervenção mais robusta em termos de soberania e autonomia. Caso contrário, estarão sempre dependentes de apoios externos, o que enfraquece as suas acções.Refere-se a essa dependência de financiamento externo. De que forma a aproximação do Mali, Burkina Faso e Níger a países como a Rússia, Turquia e Irão pode influenciar o equilíbrio geopolítico da região?Inicialmente, não vejo como solução abandonar um parceiro e simplesmente se voltar para outro, sem saber quais são as bases dessa nova aliança. Contudo, tanto os países da CEDEAO quanto esses novos parceiros, como a Rússia e a Turquia, continuam a colaborar entre si. A questão é: se a CEDEAO, com o apoio dessas potências, não conseguiu resolver os problemas até agora, a fragmentação pode apenas agravar a situação. Tenho receio de que os problemas persistam, especialmente no que diz respeito à luta contra o terrorismo. Não estou muito optimista.Há riscos, a seu ver, de que outros países sigam o mesmo caminho e também saiam da CEDEAO?Depende de como a situação for gerida. Por isso, a CEDEAO deve reflectir profundamente e encontrar maneiras de evitar que situações como essa se repitam. Já temos o exemplo da Mauritânia, e isso não é um bom sinal para a CEDEAO. O importante agora é que a organização trabalhe para evitar que outros países sigam o mesmo caminho, por meio de um diálogo interno sério. Assim, a CEDEAO poderá continuar a existir, atendendo às questões globais da subregião, mas também aos problemas específicos de cada país, para que todos encontrem soluções colectivas.
Assinala-se nesta segunda feira, 27 de Janeiro, os 80 anos da libertação de Auschwitz. Mais de 1,1 milhões de pessoas foram assassinadas neste campo de concentração e os historiadores afirmam que a maioria, cerca de 1 milhão, eram judeus. Miriam Assor, jornalista, autora e membro da comunidade judaica de Lisboa, afirma que neste dia se assinala a “matança dos judeus” e revela que "apesar da neutralidade portuguesa na II Guerra Mundial, houve portugueses que morreram nos campos de concentração". Qual é a importância desta data para a comunidade judaica?Neste dia 27 de Janeiro - dia em que tropas soviéticas entraram finalmente em Auschwitz - assinala-se uma matança, uma tentativa de genocídio direccionado ao povo judeu. Foram assassinadas 1,5 milhões de pessoas, em Auschwitz, sendo que a esmagadora maioria eram judeus.Porquê os judeus? Porque o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial foram direccionadas para o extermínio dos judeus. Depois houve as excepções. Refiro-me aos comunistas, homossexuais, testemunhas de Jeová, ciganos, excepções infelizes que o nazismo também encontrou como alvo de matança.A matança, a Shoah é direccionada ao povo judeu. É uma coisa que é injustificável. Foi uma tentativa de acabar com os judeus.Os sobreviventes de Auschwitz falam deste campo como um lugar de desumanização. Esta desumanização é um desafio transgeracional? Qual é que é o processo de cura?A Desumanização de Auschwitz é algo que me perturba e no qual penso sempre que escrevo sobre esse tema. Não bastava matar, era preciso tirar, aliás tirar-nos – porque também me incluo - a alma das pessoas.As pessoas chegavam a Auschwitz em comboios de animais e eram seleccionadas. Essas pessoas, seleccionadas para não viver, entravam num corredor de desumanização. Não sei que género de humano é capaz de fazer isso, mas como dizia Hannah Arendt [filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais influentes do século XX] eram pessoas normais e apenas obedeciam a ordens.Como se faz o processo de cura?A minha cura é escrever livros.Qual é o papel da literatura neste processo?Cada vez que eu escrevo sobre a Segunda Guerra Mundial ponho em prática a expressão “nunca mais”. É através da escrita que luto para que nunca mais [a história se repita]. Escrever com factos, não faço romances, vou aos arquivos pesquisar e mostro a verdade.Em Julho do ano passado, a Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia alertou para o facto de os casos de antissemitismo terem aumentado em todo o bloco europeu. Algumas organizações, em toda a União Europeia, relataram um aumento de 400% nos incidentes antissemitas, após a resposta militar israelita aos ataques do Hamas de 7 de Outubro de 2023. Numa sociedade cada vez mais polarizada, o combate é mais difícil?O combate hoje é difícil, porque o antissemitismo é uma doença mental. Ninguém que tenha a massa encefálica acinzentada pode ser antissemita, xenófobo, o que quer que seja.O antissemitismo é um mal ancestral que já existe há uns quantos anos, mesmo séculos e que acompanha a evolução dos tempos. Hoje em dia, parece-me que está muito mais intensivo porque os meios são mais intensivos e, portanto, o antissemitismo existe.Porque é que não se gosta de judeus? Não lhe sei explicar. Não sei a razão, não faço ideia qual é. Mas sei que pode rimar um pouco com coisas que depois culminaram, por exemplo, na Inquisição [um tribunal formado pela Igreja Católica para condenar e punir as pessoas que tinham desvios nas normas de conduta].A Inquisição foi um meio antissemita brutal que tínhamos que deixar ser judeus porque senão éramos queimados.A história, a preservação da memória tem um papel importante na erradicação destes comportamentos?Sim. Julgo que têm um papel importante.Portugal foi um país neutro durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, na sua recente investigação que consta do livro “Portugueses na Lista Negra de Hitler” revela que essa neutralidade não foi assim tão óbvia e que teve efeitos colaterais. O que é que aconteceu a Portugal?Portugal foi, julgo, um dos primeiros países, senão o primeiro, que apresentou a neutralidade. Julgo que foi logo em Setembro de 1939. Essa neutralidade foi um pouco coxa. Enquanto a guerra estava nas mãos dos nazis, Portugal teve uma política e a partir do dia D [dia do desembarque das tropas na Normandia] quando percebe que a guerra está perdida, o Salazar passa a ter um comportamento diferente com Aristides Sousa Mendes e a Sampaio Garrido [dois diplomatas portugueses].Dois diplomatas que salvaram judeus durante a Segunda Guerra Mundial…Salvaram quem quer que fosse. Nem um, nem outro foram perguntar, alguma vez: Olha, és judeu? Não, salvavam quem quer que fosse. Naturalmente que eram muitos mais judeus que procuravam ajuda. Estávamos na mira do gatilho.No livro “Portugueses na Lista Negra de Hitler” escreve que portugueses foram parar a campos de concentração e outros foram mortos…Sim. Dez anos antes da Guerra das Balcãs, o Governo português tinha autorizado, julgo que em Março de 1913, a inscrição provisória dos judeus descendentes de portugueses e essa inscrição foi feita ao abrigo do regulamento consular, em vigor na altura.Embora se tratasse apenas de inscrição provisória consular, Alfredo Mesquita [diplomata português] deu a essas pessoas o benefício da protecção portuguesa. Estas pessoas ficaram com a documentação portuguesa que foram renovando até 1939 ou 1941. Quando rebentou a guerra ainda se deu algum benefício, mas depois as autoridades não renovaram a documentação. Tanto dessas pessoas, como dos outros.Conta, ainda, que um grupo de portugueses ficou detido em Le Vernet, em França, durante cerca de quatro anos e que foi deportado para o campo de concentração...Sim, portugueses que não eram judeus - eram pessoas ligadas à esquerda, ao anarquismo - por razões políticas - aliás, por razões nenhumas, foram depositadas e acabaram mortas em Dachau e Bergen-Belsen. Muitas delas pediram ajuda, mas essa ajuda nunca apareceu.Há cartas onde as pessoas pedem ajuda. Há, por exemplo, o Sr. Nino Barzilai que tinha nascido em Salónica, Grécia, viveu em Barcelona, Espanha, e foi preso em Atenas com documentação portuguesa. Pediu ajuda, mas essa ajuda nunca chegou. Ele, a mulher, o filho e outras 17 pessoas estiveram presos em Bergen-Belsen.Refere que não encontrou posições de antissemitismo por parte do Governo português, nomeadamente o então presidente do Conselho de Ministros e ministro dos Negócios Estrangeiros, António de Oliveira Salazar. Mas notou uma falta de responsabilidade, de tomada de decisão. Quais é que foram as consequências dessa falta de responsabilidade?A agonia, a aflição de pessoas que eram inocentes, Pessoas que não fizeram crime nenhum, mas ou por serem judeus ou por serem contra o regime, acabaram em campos de concentração e algumas delas derreteram em Auschwitz e em campos de concentração ou de extermínio. Esta é a consequência do bailado triste entre a burocracia portuguesa e a vida das pessoas.A ditadura portuguesa não tomou medidas para salvar a vida desses portugueses?Foi muito lenta e não tomou decisões. Os carrascos nazis avisaram variadíssimas vezes [as autoridades portuguesas]: olhe que temos aqui os vossos conterrâneos e se vocês não tomarem qualquer posição, eles vão ser deportados. E foram [deportados).Como espera que sejam as próximas celebrações da libertação do campo de Auschwitz?Espero que a memória tenha mais força do a que tem tido. Nós, sem memória, não vamos a lado nenhum. A memória é um conjunto do passado com o presente. E há muita gente que diz: isso já foi há muitos anos. Não foi assim há muitos anos. É preciso que não haja outro holocausto, que não haja mais outras tragédias como as que infelizmente há. Espero que daqui a dez anos exista uma...Uma maior consciência?Uma consciência diferente. As pessoas, mesmo indo aos campos de concentração- que agora são verdes e lindíssimos - não imaginam que esses campos foram autênticos talhos.
A leitura é do advogado Pedro Marinho Falcão, que fala numa situação que "põe em causa a dignidade da justiça portuguesa". Refere que o processo requeria uma "maior celeridade" por parte dos juízes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Programa Debates Apresentação Especial: Pr. Elias Soares @eliassoaresoficial Tema: Em 2 Tessalonicenses 2:3, a palavra grega apostasia se refere à retirada da igreja? Convidados: • Pastor Carlos Vailatti Igreja Evangélica Jaboque Instagram: @carlosvailatti •Professor Mateus Rangel Diretor do Instituto Teológico Koinonia Instagram: @professor.mateusrangel
O Radar Paralímpico é o programa especial do Radar Esportivo pra te deixar por dentro de tudo que acontece nas Paralimpíadas de Paris! No programa inaugural, comentamos sobre a potência brasileira nos Jogos Paralímpicos, com uma análise técnica e social, em colaboração especial com o Gritos do Silêncio. Também vamos discutir as altas expectativas para as medalhas do Brasil, com os convidados Ester Giuliani, atleta de Goalball da ACERGS (Associação de Cegos do Rio Grande do Sul), e João Vitor Zibell, professor do Centro de Referência Paralímpico da UFSM. Apresentação de Alexandre La Bella e Isadora Bortolotto. Edição de Marina dos Santos e Kemyllin Dutra. Produção de Andrya Lima e Prisley Zuse. (0:00:00) Abertura (0:02:12) Entrevista com Ester Giuliani e João Vitor Zibell (1:04:58) Informes finais RE + Gritos do Silêncio (1:06:38) Agenda Paralímpica!
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O Major-General Isidro Morais Pereira diz que há "crimes de guerra horrendos" no Médio Oriente. Na Ucrânia, o conflito lembra a Guerra Fria. Refere que misseis usados podem transportar carga nuclear.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Mário Cagica fala numa "exibição impactante do Benfica, em que Schmidt teve tudo o que precisa para estabilizar". Refere ainda que "Tiago Gouveia está a cumprir um papel ingrato como lateral direito".See omnystudio.com/listener for privacy information.
Francisco Sá Carneiro teria agora 90 anos. Morreu em Camarate, com Snu e Adelino Amaro da Costa. Mas quando se fala da tragédia esquece-se sempre um nome de um homem marcante. Morreu com 32 anos e podia ter sido tudo.
Developments in Armenia's Domestic PoliticsConversations on Groong - July 19, 2024Topics:Prospect of a Trump Presidency on the CaucasusUpdate on political prisonersPACE reportReferendum on joining EUBagrat Srbazan Tavush movement Guest:Hayk Mamijanyan - FB/@hmamijHosts:Hovik Manucharyan - TW/@HovikYerevanAsbed Bedrossian - TW/@qubriqEpisode 346 | Recorded: July 18, 2024Subscribe and follow us everywhere you are: linktr.ee/groong
A Hungria assume a presidência do Conselho da União Europeia no próximo dia 1 de Julho. São conhecidas as posições eurocépticas do primeiro-ministro, Viktor Orbán, e ainda os desentendimentos no apoio à Ucrânia e à indústria de defesa europeia. O analista em assuntos europeus, Paulo Sande, fala das consequências desta presidência húngara, sublinhando que o apoio à Ucrânia será o grande desafio. RFI: A Hungria assume a presidência do Conselho da União Europeia, a 1 de Julho. São conhecidas as posições eurocepticas de Viktor Orbán. O que é que se pode esperar desta presidência?O que se espera desta presidência é que não seja um entrave para as várias políticas e orientações da União Europeia em matérias, nomeadamente, relacionadas com a guerra na Ucrânia. No entanto, em relação a outras políticas europeias, sabendo que está a ser feita uma transformação em todos os órgãos e instituições da União Europeia, uma presidência desta natureza pode não ser tão complicada do ponto de vista das consequências para o bloco europeu. Considero que a grande questão da Hungria será a relação com a Ucrânia.O que se pode esperar do apoio à Ucrânia e à indústria de defesa europeia, dois temas especialmente significativos, dados os laços historicamente estreitos de Viktor Orbán com Moscovo?Aquilo que faz a presidência do Conselho da União Europeia, que é o nome formal destas presidências semestrais, é gerir as agendas, gerir as reuniões do Conselho de Ministros- nas suas várias declinações e perante as várias formações- onde estão ministros de diferentes áreas. Eu diria que poderemos assistir ao retardamento de muitas das decisões indispensáveis, sabendo que os alemães têm pressionado muito no sentido de conseguir ainda mais apoio para a Ucrânia.O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está em Bruxelas para assinar um pacto de segurança com a União Europeia….Há esta necessidade por parte da Ucrânia, sobretudo neste período muito complicado. No entanto, é preciso lembrar que não tem a ver com a presidência do Conselho da União Europeia por parte da Hungria, mas sim com as eleições em França. Saber qual será a pol´tica da França. A Ucrânia sabe que precisa, mais do que nunca, não apenas da concretização das promessas, mas precisa das promessas. Ou pelo menos precisa de um sinal político de que o apoio europeu não esmoreceuPrecisa de uma Europa mais unida?Volodymyr Zelenskysabe sabe que é isso está em causa. Há ainda outros acontecimentos a ter em conta, nomeadamente a situação muito complicada na Alemanha, as eleições nos Estados Unidos, no final do ano, tudo isto representa para a Ucrânia uma ameaça existencial, num período em que a situação no terreno está complicada. Por outro lado, Putin e a liderança da Rússia têm multiplicado as suas diligências diplomáticas, nomeadamente com o reforço de laços.Refere-se à Coreia do Norte?Exactamente. Zelensky sabe que tudo isso está em causa e, portanto, o que ele precisa é desse tipo de afirmações.Depois de se ter encontrado com o chanceler alemão Olaf Scholz, em Berlim, com a Primeira-Ministra George Meloni, em Roma, o chefe do executivo húngaro encontrou-se, ontem, com o Presidente Emmanuel Macron. O que é que procura Viktor Orban com estes encontros?Viktor Orbán procura convencer os restantes líderes europeus para aquilo que têm sido as reservas colocadas pela União Europeia, em particular pela Comissão, nos últimos anos, relativamente à forma como a democracia húngara funciona. Orbán quer convencê-los- aproveitando no fundo este período e formalmente fazendo esse périplo- demonstrando a sua boa vontade em termos de integração europeia. Ou seja, normalizar um pouco como tem feito, nos últimos tempos, muitas das lideranças e até partidos políticos, alguns deles em vias de chegar ao poder.Normalizar as políticas?No fundo, Viktor Orbán quer reduzir a preocupação dos restantes líderes europeus relativamente à possibilidade desses partidos se tornarem Governo em vários países europeus, como é o caso de Viktor Orbán. E sabemos que Hungria têm tido problemas com a Comissão EuropeiaA Hungria que viu bloqueados 19 mil milhões devido às violações de direitos de Estado…Esta é a oportunidade para conseguir isso, a partir do momento em que vai assumir a presidência do Conselho da União Europeia, ao mesmo tempo que cria obrigações do ponto de vista do funcionamento da própria União Europeia.Há aqui uma espécie de relação transacional em que Viktor Orbán, no fundo, procura obter vantagens e, nomeadamente, libertar uma parte desses recursos ou todos, se for possível, com a promessa dessa normalização. Vai tentar justificar aquilo que, aos olhos de muitos europeus, não é aceitável. Não é apenas a relação com a Rússia, mas também o funcionamento da própria democracia húngara.Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia vão decidir se aprovam o nome, nomeadamente António Costa, para a liderança do Conselho Europeu, Ursula Vanderlan para um segundo mandato na Comissão Europeia e a primeira ministra da Estónia, Casa Kallas, para chefe da diplomacia comunitária. Apesar do consenso sobre estes três nomes, os primeiros-ministros da Itália, Geórgia Meloni, e da Hungria, Viktor Orban, já demonstraram estar contra o pacote que está destinado aos cargos de topo. Que margem têm estes dois países para negociar?Eles não podem fazer muito. No entanto, é preciso ver que Geórgia Meloni e Viktor Orban têm posições diferentes. No fundo, o que Geórgia Meloni veio dizer é que quer ter uma uma participação nas negociações, tendo em conta o resultado do partido Fratelli de Itália, nestas últimas eleições europeias, e o facto do grupo político a que pertence na União Europeia ter passado a ser, pelo menos em princípio, o terceiro grupo mais importante do Parlamento Europeu. Órban faz um pouco a mesma coisa. Tem, apesar de tudo, uma posição e um ponto de partida diferente, tentando neste momento conseguir outro tipo de reconhecimento por parte dos seus pares.A escolha da actual presidente da Comissão Europeia como candidata ao um próximo mandato é uma escolha quase que obrigatória, no sentido em que ela foi apresentada como a candidata principal. Vai ser feita essa votação, mas a partir do momento em que o acordo é feito em conjunto, não há margem para que não seja aprovada.No caso do presidente do Conselho Europeu, por exemplo, há uma votação. Essa votação implica maioria qualificada reforçada de 72% dos países e 65% da população que à partida está garantida, não se podendo opor a essa escolha. E em relação à Kaja Kallasa [primeira-ministra da Estónia] a escolha é obviamente simbólica.Trata-se de uma mensagem para a Rússia?É uma mensagem clara, associada à escolha do Secretário-Geral da NATO, para a Rússia, mostrando que a Europa continua unida nos seus desígnios de se opor aos objectivos da Rússia nesta guerra com a Ucrânia. O facto de ser alguém de uma área que está directamente preocupada com a ameaça russa, estamos a falar dos Estados Bálticos, é uma mensagem forte no sentido de dizer nós continuamos empenhados nesta via.
Editorial Martes 11 Junio 2024
SWAMI PURI (Srila Bhaktivedanta Puri Goswami Maharaj) é monge renunciante há 26 anos, mestre espiritual do Vaisnavismo e discípulo de Srila Bhakti Pramode Puri Goswami Maharaj. Construiu um monastério no sul de Minas Gerais onde se pratica bhakti yoga, a yoga da devoção. Sua dedicação, amizade e simplicidade o tornou muito querido, recebendo a todos que tem ido tomar refúgio nesse belo espaço chamado Vrinda Bhumi. CONHEÇA MAIS sobre SWAMI PURI (B.V Puri Goswami Mahārāja) Instagram: / bvpuri Facebook: / swamipuri64 Site Oficial: http://www.swamipuri.com.br CANAL DO YOUTUBE - https://www.youtube.com/channel/UC2FhOypSOtH-y8D5PonB2aQ Grupo Bhakti Dharma no Whatsapp: https://chat.whatsapp.com/LHY4w0pIkCt... ACOMPANHE-NOS NAS REDES SOCIAIS - SEMEANDO DEVOÇÃO: https://harmonizesuavida.my.canva.site/semeandodevocao --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/semeandodevocao/message
Inês Lima é a convidada de Conversas com CEO.A diretora-geral da McDonald's Portugal partilha as medidas que já adotaram e que estão a aplicar na gestão de resíduos, na energia, na promoção de uma dieta mais saudável e na relação com os fornecedores e colaboradores. Refere que o desafio mais complexo no domínio da sustentabilidade é o da reciclagem, porque existem leis diferentes município a município, o que torna muito difícil perceber o que fazer no caso de uma empresa como a McDonald's, de âmbito nacional e que “pretende tratar as coisas de uma forma estandardizada”. Quando falamos sobre as perspetivas para este ano, o que vê é um consumidor mais preocupado com o que gasta levando-os a lançar, por exemplo, pacotes para as famílias.
Os profissionais de saúde de Moçambique decidiram prolongar a greve por falta de consenso com o Governo, que acusam de não apresentar “medidas concretas para satisfazer as necessidades da população”. O presidente da Associação de Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique, Anselmo Muchave, garante que se o Governo “continuar com o braço de ferro”, vão encerrar as unidades sanitárias. RFI: Quais foram as razões que vos levaram a prolongar a greve no sector da Saúde? Anselmo Muchave, presidente da Associação de Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique: O que acontece é que o Governo moçambicano não traz nada em concreto para satisfazer aquilo que são as necessidades da população. As unidades sanitárias não têm medicamentos, os pacientes não têm direito à alimentação e os profissionais de saúde não recebem uniforme há 15 anos. Estamos a falar de um país do terceiro mundo, onde as pessoas não têm condições nem para comprar um simples paracetamol. Desde 2023, o Governo não mudou nada e as coisas tendem a piorar.Afirma que o Governo não apresenta medidas concretas. Refere-se ao pagamento na totalidade das horas extraordinárias? As nossas unidades sanitárias não têm medicamentos, não há camas suficientes, temos quatro pacientes para uma cama, e as ambulâncias não têm combustível. Imaginemos uma criança com asfixia precisa de uma transferência para uma unidade sanitária de terceiro nível, não há ambulâncias.O Governo prometeu disponibilizar medicamentos para todas as unidades sanitárias, ambulâncias, até final do ano de 2023, e não fez. Não estamos a falar de horas extraordinárias. As horas são apenas uma coisa que o Governo tem de fazer. Estamos a falar do reenquadramento dos profissionais de saúde e do aumento salarial, sabendo que a cesta básica, em Moçambique, está avaliada nos 24 mil meticais, enquanto o salário mínimo em Moçambique é de cerca de 8 mil meticais, 120 euros.O ministro da Saúde garante que 60 mil profissionais do sector já foram enquadrados, que está a ser tratado o pagamento das horas extraordinárias em atraso aos funcionários e que as coisas se vão resolver paulatinamente. Estas medidas não são suficientes? Nós temos documentos que demonstram que não chegamos a consenso. O ministro da saúde faz declarações e não tem documentos para provar o que diz.O ministro da Saúde, Armindo Tiago, diz que estão a ser reabilitadas as unidades sanitárias, como o Hospital Provincial de Xai-Xai, o Hospital Geral de Madalena, o Hospital Geral de José Carmo diz que estão a construir novas unidades sanitárias. Mas o senhor descreve condições de trabalho precárias…Em África, a reabilitação de uma unidade sanitária pode levar dez ou 20 anos, mas a doença não se adia. A alimentação e a medicação de um paciente não podem esperar esse tempo.Querem respostas concretas?Queremos respostas concretas. Tão simples quanto isso.Acusam o Governo de assédio moral e intimidações. Têm sido impedidos de realizar os movimentos de greve?Sim. Alguns profissionais têm sido impedidos de fazer a greve, outros receberam ameaças de expulsão dos serviços e até processos disciplinares. No nosso país, a lei ao direito de manifestação é clara, porém há muita gente a governar que não conhece a lei. É preciso que os gestores das províncias e dos distritos conheçam as leis, pois são estas pessoas que impedem o desenvolvimento do continente.A falta de consenso entre a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique e o Governo, nesta greve, já fez pelo menos 300 vítimas mortais. É uma situação muito grave…. É muito grave e o Governo está a ignorar estas situações. As mortes nas unidades sanitárias são piores do que as mortes em Cabo Delgado. A falta de profissionais de saúde é muito grave. Por exemplo, sem profissionais nas unidades de cirurgia, como é que se fazem os partos? Estamos numa situação grave e o Governo está a ser negligente.Quais foram as respostas do Governo? Nós fomos claros com o Governo, dando-lhe a nossa carta reivindicativa e dizendo-lhe que podiam escolher as questões que queriam resolver. Mas, até hoje, o executivo não conseguiu resolver. E depois vai à televisão mentir à população. Há muito tempo que o Governo não é claro no número dos mortos. Mas nós estamos a trazer à realidade aquilo que acontece em Moçambique.O senhor é o presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique. Que descrição nos pode fazer do serviço onde trabalha?Trabalho no serviço de Neonatologia e os serviços são péssimos. Como é que ficam essas crianças que não têm atendimento? É uma lástima. Apesar do Governo dizer que a greve não está a ter qualquer impacto. Mas nós temos provas claras, temos vídeos, temos imagens que podemos partilhar com o mundo.Para além da greve, quais são os próximos passos? Se o Governo continuar com este braço de ferro, nós vamos retirar os serviços mínimos das unidades sanitárias. Equacionamos mesmo o encerramento, por completo, das unidades sanitárias. Queremos ver se o Ministério da Saúde vai receber os pacientes. As autoridades precisam de reconhecer [os direitos] dos pacientes e dos profissionais de saúde. Como é que um profissional pode trabalhar sem luvas? Como é que um paciente pode chegar numa unidade sanitária e não encontrar medicamentos? Quando sabemos que os nossos governantes saem do país para receber tratamento.
O Doutor analisa a vitória da meritocracia que foi a escolha do Dr. Sebastião Bugalho como cabeça de lista da AD para as europeias. Refere ainda o 25 de Abril e sobre o verdadeiro dia da liberdade 25 de Novembro. Apoiem o doutor no patreon: https://www.patreon.com/jcdireita Instagram - https://www.instagram.com/jovemconservadordedireita/ Anda tudo a mamar: https://youtu.be/igrGXcPBTrI?si=Qrj22zQqzN-B-vBI
Paris assinalou, simbolicamente, nesta quarta-feira, 17 de Abril, os 100 dias antes do início dos Jogos Olímpicos de verão.Os parisienses dividem-se entre ansiedade, em relação a um dos maiores acontecimentos planetários, e receios quanto às ameaças sobre a segurança, em plenas crises na Ucrânia ou no Médio Oriente, ou quanto à capacidade de resposta da rede de transportes. Motivos mais do que suficientes para fazermos um ponto de situação com Hermano Sanches Ruivo, vereador do décimo quarto bairro de Paris. "Estou muito positivo na espera, porque, primeiro, há dez anos que estamos a trabalhar sobre esse dossier. Depois houve a vitória, as instalações e as primeiras decisões ! A especificidade dos Jogos Olímpicos tem muito a ver, por exemplo, com o facto de já estarem construído 90% das estruturas. Portanto, a pressão sobre as obras, sobre o que era para ser construído de novo e de uma certa forma menor, e todas estão acabadas ou em fase de estar acabadas."Daí a Ministra dos Desportos dizer que de facto, estes jogos, se calhar, vão significar mais receitas para a França do que as despesas que a França teve de fazer, precisamente para algumas infraestruturas !"É sempre difícil fazer essa contabilização porque de facto estão gastos 8 biliões, perto de 9 biliões € para os Jogos Olímpicos. Estamos à espera de 15 milhões de pessoas através dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Sabemos que uma parte da despesa também tem a ver com o investimento a longo prazo. Essa aldeia olímpica que fica depois dos jogos é um investimento."A Arena de Porte de la Chapelle é um investimento também. Portanto, a despesa por si próprio, tendo em conta o número de coisas que estão a ser agora instaladas apenas para os Jogos Olímpicos, é muito menor do que era antigamente. O saldo não pode ser, se não positivo;;. De resto, não é tanto uma questão financeira que nos preocupa. É mais, de uma certa forma, o facto de acolher o mundo inteiro, de se correr bem o peso, a pressão sobre a questão da segurança, porque se não o resto já sabemos. E quem está dentro do assunto... E eu acho que até devíamos falar disso mais de uma certa forma. Sabemos que os Jogos Olímpicos é muito para os que vêm assistir aos Jogos Olímpicos e não precisamente para aqueles que acolhem os Jogos Olímpicos. É aqui o sentimento da população. É claramente de ver algumas das vantagens de começar já a antecipar muitos inconvenientes. Alguns vão realmente mudar as datas das férias para "não estar na altura, em Paris".Quanto à segurança, falava da segurança. Refere se ao facto de que Emmanuel Macron tinha dito que achava que a Rússia necessariamente tentaria fazer alguma coisa para marcar estes Jogos Olímpicos ?É a isso que se refere ?"Infelizmente, todos podem, Todos os que têm interesse em que as coisas correm mal podem utilizar esse palco dos Jogos Olímpicos em Paris, como de resto já o utilizaram noutras alturas, outras competições ou outros eventos desta importância. A Rússia é um dos países que está na lista. Para nós, sofrer os ataques através da segurança é uma coisa. Agora, imaginar esses "lobos solitários" que poderiam utilizar um palco de alegria, mundialização positiva, aquela ideia de se mostrar ao mundo inteiro quanto a família é diversa e rica. Esses preocupam-nos claramente mais. Porque, lá está, estamos num mundo onde a noção de imagem, a noção de rede social, é de tal maneira importante que qualquer um, inclusive aqueles que procuram 15 minutos de fama, podem vir a utilizar. Portanto, é um dos principais desafios, mais do que a própria organização ou a construção ou essa cerimónia de abertura que se será de facto divulgada é muito, muito, muito, muito perto da data."Mas que, a priori, manter-se-á no rio Sena. Portanto, essa é a grande aposta de fazer um espectáculo ímpar fora do estádio, se de facto a segurança o permitir. Agora há também a questão da pegada carbono... Que deve tentar ser bastante reduzida em relação a edições anteriores ! A ideia seria mesmo dividir por dois a pegada carbono dos jogos anteriores: isto é exequível?"A resposta vai ser não, não é exequível. Mas porque temos sempre essa vontade de ver num plano muito largo essa realidade. Se eu explicar que em termos de construção, em termos de material que vai ser distribuído, estamos a fazer muito, muito, muito melhor do que os Jogos Olímpicos precedentes, a resposta devia ser positiva e dizer sim, estamos realmente a conseguir dividir por dois, por três, por quatro, por cinco essa factura. Agora não é verdade. Porquê? Por causa dos transportes ! Porque basicamente o próprio conceito dos Jogos Olímpicos, essa ideia que o mundo inteiro vem até um sítio, faz com que os transportes, os aviões. Eles trazem todas as delegações que trazem todo o público, tudo o que é necessário aqui dentro do próprio espaço. Tudo isso, de uma certa forma, apaga as vantagens e o aspecto positivo que ganhamos através das obras. A Aldeia Olímpica é madeira e fica para depois. Portanto, tudo isso ajuda. Agora os transportes, esses claramente são a problemática ! A única solução seria organizar Jogos Olímpicos em vários países do mundo, para que cada um organize a sua parte, que o público não tenha que mexer tanto e assim a noção e a factura dos transportes seria claramente mais diminuta. Por exemplo, facturas sobre a questão das refeições está muito, muito, muito abaixo dos precedentes Jogos Olímpicos, porque..."Querem ser muito vegetarianos !"Frutarias perto de Paris, porque há muito mais, por exemplo, almoços, jantares vegetarianos e, portanto, a factura da carne é maior do que quando se trata de um almoço vegetariano. Portanto é esse desequilíbrio dentro do equilíbrio, que faz com que o resultado final para quem quer ser transparente e infelizmente, ainda não é suficientemente positivo."Está-se a falar muito no desmantelamento de vários campos de sem abrigo, como foi o caso já em Vitry-Sur-Seine nesta quarta-feira, no que é suposto ser a maior zona de ocupação clandestina nos arredores sul de Paris. Que olhar é que tem a cerca destas situações, é necessário de facto intervir para dar outro rosto de Paris para os Jogos Olímpicos ?"Eu acho que é importante, sempre arriscado, mas é importante acabar com essa hipocrisia. Porque não é tanto a questão de agora os Jogos Olímpicos obrigar-nos a uma solução a curto prazo. É que a solução continua a não ser trabalhada. O problema dos refugiados, os problemas dos sem abrigos, a política de alojamento em termos nacionais, a grande pressão europeia mundial em termos de migrações por causa das guerras. Por causa já dos problemas climáticos, fazem com que as nossas sociedades estejam sempre a receber pessoas. Portanto, que agora, numa altura em que há Jogos Olímpicos e, por uma questão de imagem, mas também por uma questão de segurança, por X razões, ou seja, não é apenas uma ! Que tenha que haver essas mudanças... são tristes porque elas acontecem também o resto do ano. Têm que ser aceleradas ? Nem por isso. Agora, o que é verdade é que nós continuamos com o mesmo problema e sem uma solução a não ser temporária e, portanto, agora estamos a resolver um problema, deixando para mais tarde, se calhar a solução muito mais consequente. Portanto, eu acho que é hipócrita tentar fazer a ligação ou não deixar de fazer, mas a verdade é que o problema principal sobre a questão do alojamento ou sobre a questão dos abrigos continua sem ser resolvida."
O membro do programa "Fora do Baralho" considera que Luís Montenegro fez mal em impôr linhas vermelhas ao partido de André Ventura. Refere que Portugal está a caminhar para um "sistema tripolar".See omnystudio.com/listener for privacy information.
Bruno Cardoso Reis diz que as sanções impostas à Rússia estão destinadas a certas pessoas e que servem para mostrar que não há impunidades. Refere ainda que os Houthis têm a intenção de desrespeitar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Eduardo Sá considera que a forma como é celebrado é “desconcertante”. Refere que “nem os menus especiais nem a decoração” prendem os namorados à mesa, com os telefones e distrações alheias.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não era por acaso que dizia tantas vezes "Também #podacontecer contigo!". Pode mesmo e o episódio com a Carla é a prova disso, já que foi a vencedora do processo de candidaturas ao POD Acontecer. Carla Martins cresceu em Gondomar e experienciou desde cedo os efeitos mais desafiantes da ansiedade. O ambiente em que cresceu não a ajudou e os episódios de bullying dos quais foi alvo na infância contribuíram para que se fechasse sobre si própria. Refere que foi a psicoterapia que a salvou. A frase que a fez ganhar a candidatura foi "Achava que não ia ser ninguém, mas hoje sou tão feliz que às vezes nem acredito". É Monitora de Atividades de Tempos Livres, campeã distrital de trail running e Federada em Danças Desportivas. Já praticou rugby, natação e adora fazer yoga como forma de abrandar e se reequilibrar. Fez recentemente os caminhos de Santiago de Compostela e foi uma das finalistas do Concurso Nacional de Beleza, mostrando que é possível aprendermos a gostar de nós. Desfruta desta história e, quem sabe, um dia também tu podes estar à conversa comigo no teu POD Acontecer. Porque, claro, também #podacontecer contigo!
Consideremos duas perguntas: O que você é? Quem você é? A resposta à essas perguntas nos levam a considerar duas identidades. Quem você é refere-se à identidade transitória que existe enquanto dura a vida na esfera material. Com a morte essa identidade só é lembrada pelos que ficam, nos documentos e em realizações concretizadas no plano físico. Você é espírito é a resposta para a pergunta quem você é. Refere-se à identidade mantida pela eternidade. Considerando a possibilidade da reencarnação teremos ao longo de nossa vida várias identidades transitórias e apenas uma como espírito. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/leonardo-kurcis/message
Neste podcast, refere-se importância de alinhar-se com as estações do ano mai frias e os ritmos pessoais para criar vitalidade física e emocional. Explora o conceito budista dos três venenos - ignorância, apego e aversão - e como eles afetam nossa capacidade de adaptar-se às mudanças. Refere-se a importância do corpo e da respiração na saúde mental, destacando a necessidade de uma alimentação adequada e práticas de respiração e movimento. Enfatiza a importância de aceitar a mudança e cultivar resiliência interna para lidar com os desafios do outono. Pontos essenciais: Alinhar-se com a estação do ano e os ritmos pessoais é essencial para criar vitalidade física e emocional. Os três venenos - ignorância, apego e aversão - podem afetar nossa capacidade de adaptar-se às mudanças. O corpo e a respiração desempenham um papel fundamental na saúde mental, e uma alimentação adequada e práticas de respiração e movimento são essenciais. Aceitar a mudança e cultivar resiliência interna são importantes para lidar com os desafios do outono.
Editorial Viernes 27 octubre 2023
Ricardo Araújo Pereira discorre chatamente sobre uma lei medieval que dava a cidadãos ofendidos o direito de espancar e matar um determinado tipo de criminoso. Depois avança 800 anos e verifica que no nosso tempo continua a ser possível espancar impunemente certos engraçadinhos. Lê um bocado de um livro checo e outro de um autor francês que levou três tiros. Refere algumas piadas que assassinaram pessoas e algumas pessoas que foram assassinadas por causa de piadas. Recorda o conceito de comédia do comissário soviético Anatóli Lunatcharski, que é muito parecido com o conceito de comédia de alguns comissários contemporâneos. No fim, fala com a perigosa cartunista e ilustradora Cristina Sampaio, cujos bonecos fazem dói-dói a pessoas sensíveis. A não perder. A bibliografia deste episódio está disponível nos sites da SIC e do Expresso.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A possessão demoníaca faz parte de algumas crenças, tradições religiosas e culturais. Refere-se à convicção de que uma pessoa pode ser controlada ou possuída por um demônio, espírito maligno ou entidade sobrenatural. Geralmente, a possessão é considerada um estado em que a pessoa perde o controle sobre suas ações, palavras e comportamento influenciada por forças sobrenaturais. à possessão, é associada também mudanças de personalidade drásticas, agressão física ou verbal e aversão a tudo que é sagrado como objetos religiosos ou preces. A pessoa que acredita estar possuída, ela ou algum parente ou conhecido, muitas vezes tenta procurar ajuda de sacerdotes ou exorcistas para realizar rituais e expulsar a entidade demoníaca que o possui. No Brasil, assim como em muitos outros países, existem padres autorizados a realizar exorcismos e a Associação Internacional de Padres Exorcistas conta com pelo menos 40 espalhados por todo o país. Mas no episódio de hoje, os investigadores Andrei Fernandes, Nando Ticon, Gabi Larocca e Deborah Cabral falam um pouco sobre alguns dos raros casos de exorcismo no Brasil, como também padres e até um grupo de religiosos que praticavam o exorcismo. Este Episódio é um Oferecimento Universal Pictures O EXORCISTA – O DEVOTO é uma nova produção da Blumhouse muito mais assustadora e que estreia dia 12/10 SOMENTE nos cinemas.
A live será às 7h37 no Instagram @brainpowerbr Você está sintonizado no podcast do BrainPower | A Sua Academia Cerebral, dedicado a impulsionar seu cérebro desde 2016. Aqui, desvendamos não só o cérebro, mas as profundezas do seu inconsciente. Este é o seu refúgio para controlar o seu cérebro e, consequentemente, controlar a sua vida. Vamos decifrar os enigmas dos seus padrões cerebrais, mergulhar no oceano do inconsciente, e esculpir uma personalidade cativante, que atrai e inspira. Juntos vamos eliminar as correntes da procrastinação, da falta de energia e de foco, estresse, ansiedade e outros padrões que você não desejar. Abrindo caminho para você fazer parte do 1%. O 1% que move o mundo! Seu futuro começa hoje! Bora #RumoAo1Porcento! Para mais informações sobre nossos treinamentos entre em @brainpowerbr no Instagram. Um abraço, André Buric. ps: compartilhe! ;)
Grande repórter do Observador Ana Suspiro diz que "resta saber se a TAP foi prejudicada para benefício de Neeleman". Refere que "é preciso saber quem é que fez o quê e com conhecimento de quem" na CPISee omnystudio.com/listener for privacy information.
Debate teológico sobre a interpretação do chifre pequeno em Daniel. --- Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/nonato-souto/support
Advogado Tiago Melo diz que o atraso no processo "não é nem devia ser normal" e destaca a "influência social" que o MP deve ter. Refere que "surgem muito mais processos" anti-corrupção atualmente.See omnystudio.com/listener for privacy information.
ARLENE CLEMESHA: VAMOS FALAR DA PALESTINA? - Programa 20 MinutosVamos falar da Palestina? A historiadora Arlene Clemesha é a convidada de Breno Altman para entrevista no programa 20 MINUTOS desta segunda-feira (22/05). No dia 15 de maio, palestinos de todo o mundo relembraram os 75 anos do Nakba, palavra árabe para designar catástrofe ou desastre. Refere-se ao início da guerra árabe-israelense de 1948, escolhida como data de memória dos 700 mil palestinos que tiveram que fugir ou foram forçados a deixar suas casas e negócios durante o processo que levaria à criação e à consolidação do Estado de Israel.Essa trajetória, de ocupação dos territórios palestinos, atingiria seu ápice com a guerra dos seis dias, em 1967, com Israel colocando sob seu domínio colonial toda a Palestina, incluindo as fronteiras designadas, na partilha de 1947, para a fundação de um Estado palestino.Os chamados Acordos de Oslo, de 1993, assinados por Yitzhak Rabin, então primeiro-ministro de Israel, e Yasser Arafat, líder da OLP (Organização para a Libertação da Palestina), pareciam ter aberto uma estrada, supostamente longa, mas segura, para o fim dessa ocupação israelense. Trinta anos depois, ainda que sobreviva a Autoridade Palestina criada por aquele pacto, a solução de dois Estados parece mais distante que nunca.As grandes potências do mundo capitalista, tão preocupadas e atuantes na Ucrânia, simplesmente fazem vistas grossas à situação palestina, com Israel de mãos livres para seguir avante em sua política colonialista e na consolidação do regime de verdadeiro apartheid contra os palestinos e os próprios árabes-israelenses.Com Benjamin Netanyahu novamente no governo, comandando uma coalizão de extrema-direita, cresce a escalada contra os palestinos, incluindo seguidas agressões militares contra a Faixa de Gaza, em operações permanentemente acobertadas ou toleradas pelos Estados Unidos Para analisarmos esse cenário, nossa convidada é Arlene Clemesha, historiadora graduada pela Universidade de São Paulo, onde também fez seu mestrado e doutorado. É professora de História Árabe do Departamento de Letras Orientais da FFLCH da Universidade de São Paulo e especialista nos conflitos do Oriente Médio. Dirigiu o Centro de Estudos Árabes da USP de 2008 a 2017.----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instância Editorial Ltda.). Desde já, agradecemos!Assinatura solidária: http://www.operamundi.com.br/apoio ★ Support this podcast ★
This week Daniel, Linda and Eric are join by Event Promoter, Ed Gonzales of "Squared Circle Expo". We chat about the events happening on April 7th and 8th at the Wyndham Indianapolis West in Indianapolis, IN. Go to SquaredCircleX.com for Info and Tickets. This Episode is dedicated to the Life and Memory of Referee Sean Patrick O'Brien aka SPO aka Referee Manbun. RINGSIDE PODCAST is Presented by MANSCAPED. Go to manscaped.com and use promo code: REFEREE and save 20% plus FREE SHIPPING World Wide. Don't miss out on your chance to order Referee Daniel's ProWrestling Tees T-shirt. Including your RINGSIDE PODCAST T-shirt on his site. Get yours at www.prowrestlingtees.com/danielspencer or at prowrestlingmerch.com/danielspencerThe Official Brand of the Ringside Podcast is Collar & Elbow (@CollarXElbow) go to www.collarandelbowbrand.com and use promo code: RINGSIDE and save 10% off your order. Visit Linda Kay's Website at lovelylindakay.comDownload and Subscribe on Apple Podcast, Stitcher Radio, iHeart Radio, Google Play, Podcast Addict, Spotify, TuneIn Radio, Castbox App, or listen at www.ringsidepodcast.com Follow us on Twitter, Instagram & Facebook: @RingsidePodcast email: ringsidepodcast@gmail.com
Rule book changes coming for the IIHF and NCAA, including headshots and hand passes. NHL reportedly mulling over a potential expansion of penalty reviews, Todd and Josh look at some other potential changes on minor penalties, how My Cousin Vinny relates to NHL Video Reviews, and an interesting prospect camp take on penalty shots. Visit www.scoutingtherefs.com and follow @scoutingtherefs and @toddlewissports. Email us your questions - heyref@scoutingtherefs.com. Call the RefLine at 585-484-REFS! This week's Word of the Podcast: incongruous.
DEBATE TEOLÓGICO --- Support this podcast: https://anchor.fm/nonato-souto/support
O embaixador António Monteiro destaca referência ao 25/Abril. "Invasões francesas seriam exemplo remoto", diz o historiador Bruno Cardoso Reis. Refere que a propaganda russa tem impacto em África. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A cada dia, um novo tema é discutido com opiniões distintas sobre o assunto em pauta. A ideia é levar ao público visões diferentes para que os telespectadores cheguem às suas próprias conclusões. O programa conta com a mediação de Eber Cocareli e Eliezer Pereira --- Support this podcast: https://anchor.fm/nonato-souto/support