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Histórias inspiradoras de grandes mulheres. Novos episódios todas as segundas, quartas e sextas. Disponível por vídeo no: YouTube: https://www.youtube.com/canaldamaiteproenca Instagram: https://www.instagram.com/eumaiteproenca/

Maitê Proença


    • Apr 18, 2024 LATEST EPISODE
    • weekdays NEW EPISODES
    • 2m AVG DURATION
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    Gertrude Vanderbilt Whitney

    Play Episode Listen Later Apr 18, 2024 3:18


    Gertrude Vanderbilt Whitney foi uma escultora, mecenas e colecionadora de artes norte-americana. Fundou o Whitney Museum, um dos mais famosos museus de Nova Iorque. Na epoca em que Gertrude Vanderbilt nasceu em 1875, seu sobrenome era diretamente ligado a uma das maiores fortunas dos EU. Interessada por artes plásticas desde a infância, G. estudou tanto em Paris como em NY para aperfeiçoar seu ofício. Ao decidir seguir uma carreira como escultora, Gertrude foi ridicularizada pela família e pelo marido. GV iniciou sua carreira profissional sob pseudônimos. A primeira exposição usando seu próprio nome foi em 1910, após diversas críticas positivas e quase uma década de carreira. Durante a Primeira Guerra Mundial, Gertrude dedicou muito de seu tempo e dinheiro à caridade, fundando e administrando um hospital para feridos em Paris. Diiversas esculturas e gravuras de soldados foram produzidas por Gertrude nessa época. Sua fortuna lhe permitia ajudar artistas em cujo talento acreditava, adquirindo suas obras e usando de sua influência para alavancar suas carreiras. Como muitos de seus protegidos eram artistas modernistas ousados, era raro que galerias e museus quisessem expor suas obras. Por isso, em 1914, GV fundou o Whitney Studio: um espaço de exibição para obras modernistas. Em 1929, Gertrude ofereceu mais de 500 obras de seu acervo como uma doação para o Metropolitan Museum; a administração conservadora do museu recusou o presente. No ano seguinte, GV inaugurou sua própria instituição: o Whitney Museum. Iniciado com o acervo de artistas rejeitados pelos grandes museus e galerias, ignorados pelos acadêmicos e desprezados pelos críticos, hoje o Whitney Museum é um dos mais populares de Nova Iorque e do mundo. GV também lutou por avanços na carreira de mulheres, promovendo exposições individuais para artistas e incluindo-as sempre no catálogo de exposições coletivas. Gertrude Vanderbilt faleceu em 1942, aos 67 anos, e seu museu segue firme, forte e próspero.

    Janaína Torres Rueda

    Play Episode Listen Later Apr 18, 2024 3:11


    Janaína Torres Rueda é uma brasileira, eleita a melhor chef do mundo em 2024. Seu restaurante mais famoso é A Casa do Porco, diversas vezes nas mais importantes listas de melhores restaurantes do mundo – e frequentemente sendo o único representante brasileiro nelas. Janaína Torres nasceu em 1975, em um cortiço do Brás, em São Paulo. De família humilde, começou a trabalhar cedo na infância, e na oitava série, aos 14 anos, teve que abandonar a escola para trabalhar em tempo integral. Janaina se encontrou no universo gastronômico. Em 2008, ela abriu o Bar da Dona Onça no edifício Copan, no coração de SP. Seu principal empreendimento, no entanto, é a Casa do Porco, também no Centro, inaugurado em 2015; lá, Janaína faz preparações sofisticadas com porco, e com todos seus pedaços: do rabo ao focinho, de cru a frito, tudo do porco é aproveitado e servido de forma magnífica. Em 2024 JT foi eleita a melhor chef do planeta pela renomada World's 50 Best Restaurants, tido como o Oscar da gastronomia. JT também é ativista social. Em 2015, ela deu início ao projeto Cozinheiros pela Educação, através do qual reformulou o cardápio da merenda escolar de escolas públicas, substituindo os alimentos ultraprocessados como nuggets e salsichas por comidas frescas, inspiradas nas tradições alimentares e na diversidade vegetal brasileira. Janaína ficou encarregada não só da mudança do cardápio, mas treinou cerca de 1800 cozinheiras do estado, e o projeto foi estendido para mais de 3200 escolas, contemplando quase 3 milhões de alunos. Quatro anos depois, após a mudança do governo, o projeto foi descontinuado, e as crianças voltaram a comer comida enlatada e ultraprocessada diariamente. Para impedir mais retrocessos desse tipo, JTR usa de seu prestígio como cozinheira e não se cala, ciente de que comida de qualidade é um direto de todos.

    Amal Alamuddin Clooney

    Play Episode Listen Later Apr 18, 2024 2:58


    Amal Alamuddin Clooney é uma advogada de direito internacional público e direito penal internacional. Amal Alamuddin nasceu em Beirute, no Líbano, em 1978. Filha de um professor universitário com uma premiada jornalista política, mudou-se para a Inglaterra com sua família por causa da eclosão daGuerra Civil do Líbano, em 1982. Virou cidadã britânica e se formou com distinção em direito na Universidade de Oxford. Mudou-se para os Estados Unidos e se tornou mestre em Direito e especialista em direitos humanos pela NYU. Ativa desde o início dos anos 2000, AA já defendeu casos notáveis como o de Julian Assange, criador do Wikileaks, e os de duas vencedoras do Nobel da Paz: o da jornalista Maria Ressa, e o da ativista Nadia Murad (#mulherdefibra) contra os comandantes do ISIS. A própria Amal já entrou na lista de candidatas ao prêmio. Conhecida por representar vítimas de atrocidades em massa, incluindo genocídio, tráfico humano e violência sexual, AA diz que gosta de escolher seus casos por seu “efeito dominó”: um julgamento que benificie não apenas seu cliente, mas todo um grupo em situação de vulnerabilidade. Um de seus casos mais notáveis foi conseguir a primeira condenação no mundo de um membro do ISIS pelo genocídio dos yazidis. Em 2014, Amal Alamuddin casou-se com o ator George Clooney, com quem teve gêmeos. Em 2016, o casal fundou a Clooney Foundation for Justice, uma organização que visa “advogar pela justiça por meio da responsabilização pelos abusos dos direitos humanos em todo o mundo”. Sobre a fama conquistada ao ter casado com um astro de Hollywood, Amal Clooney diz: “ainda estou fazendo o mesmo trabalho que fazia antes, então, se há mais atenção, por algum motivo, eu acho que é bom”.

    Corazón Aquino

    Play Episode Listen Later Apr 18, 2024 2:54


    Corazón Aquino foi a primeira mulher presidente das Filipinas, e primeira chefe de estado de um país asiático. Ela foi a líder do movimento que derrubou uma ditadura em seu país, e é uma heroína filipina. Corazón Cojuangco nasceu em Tarlac em 1933, em uma família rica e proeminente politicamente. Ingressou em uma universidade em Nova Iorque, e abandonou os estudos em 1955 para se casar com Benigno Simeon Aquino Jr., um jovem político. Corazón acompanhou o crescimento profissional do marido enquanto criava seus cinco filhos. Benigno era senador, e um dos principais opositores ao ditador Ferdinand Marcos; por conta de seus posicionamentos políticos, Benigno passou oito anos preso, e três anos exilado nos Estados Unidos, acompanhado por Corazón. No retorno do exílio, Benigno foi assassinado no aeroporto com um tiro na cabeça. O assassinato de Benigno incendiou a oposição à ditadura de Ferdinand Marcos, e Corazón de Aquino se tornou heroína e líder do movimento para tirá-lo do poder. Entre 22 e 25 de fevereiro de 1986, mais de dois milhões de filipinos se reuniram em manifestações que, com o apoio dos militares e da igreja católica, conseguiram encerrar os mais de 20 anos do regime autoritário de Ferdinand Marcos, que fugiu para o Havaí. Após a revolução, sua líder, CA, foi empossada como presidente legítima das Filipinas. No mesmo ano, ela foi indicada para o Nobel da Paz. Nos primeiros meses de seu mandato, escreveu uma nova constituição para o país, diminuindo os poderes presidenciais, e transformou todo o Congresso, dissolvendo o que restava do poder de Ferdinand Marcos. Durante seu período como presidente, CA sofreu pelo menos sete tentativas de golpe, mas conseguiu concluir seu mandato. Ao deixar a presidência, Aquino continuou desfrutando de grande influência nas Filipinas e no mundo, apoiando candidatos em que acreditava, inclusive seu próprio filho, Benigno Aquino III, que presidiu o país entre 2010 e 2016. Corazón Aquino faleceu em 2009, após um ano lutando contra o câncer.

    Justine Triet

    Play Episode Listen Later Apr 18, 2024 2:54


    Justine Triet é a cineasta francesa que, com o filme “Anatomia de uma Queda”, se tornou a primeira mulher francesa a ser indicada ao Oscar de melhor direção, e a vencer o de melhor roteiro original. Nascida em 1975, em Fécamp, Triet teve sua formação acadêmica na Escola Nacional de Belas-Artes em Paris. Desde sua estreia como diretora de longas-metragens, com o filme “La Bataille de Solférino” (ou “Age of Panic”, sem tradução para o português), em 2013, Triet recebeu uma atenção positiva da crítica francesa. Seu segundo longa, “Na Cama com Victoria”, foi indicado às categorias de melhor filme e melhor roteiro original no César, a premiação mais importante do cinema nacional francês. Em 2019, Triet estreou “Sibyl” em Cannes, concorrendo à Palma de Ouro. Quatro anos depois, em 2023, ela se consagraria como apenas a terceira mulher a receber esse prêmio na história, por “Anatomia de uma Queda”, filme que também lhe rendeu dois Globos de Ouro (de melhor roteiro e melhor filme estrangeiro). A obra também a consagrou como a primeira francesa a ser indicada ao Oscar de melhor direção, além de outras cinco indicações, inclusive a de melhor filme. Na premiação, Triet levou apenas a estatueta de melhor roteiro original. Isso levantou questionamentos de qual teria sido o motivo para o comitê francês não ter indicado “Anatomia de Uma Queda”, e sim “O Sabor da Vida”, como o filme representante da França na competição. Com sua aclamadíssima obra, Triet poderia ter dado o primeiro Oscar de melhor filme estrangeiro em mais de 30 anos. Há quem diga que a não indicação foi uma punição por suas críticas ao presidente francês Emmanuel Macron durante seu discurso de agradecimento na conquista da Palma de Ouro, onde ela atribuiu à política neo-liberal de Macron a perda da autenticidade da cultura francesa, que cada vez mais incentiva filmes comerciais, e não a verdadeira arte

    Jeannie Epper

    Play Episode Listen Later Apr 18, 2024 2:33


    Jeannie Epper é uma dublê norte-americana. Ela é uma das primeiras mulheres nesse ramo, tendo trabalhado em muitos dos maiores sucessos de bilheteria de Hollywood. Nascida em 1941, Jeannie Epper nasceu em uma família de dublês: seus pais eram imigrantes suíços que tinham uma escola de equitação e que, na Califórnia, abriram uma firma especializada em dublês para cenas com cavalos. Por conta da profissão de seus pais, Jeannie virou a primeira dublê infantil de Hollywood, aos nove anos! Durante toda a primeira metade do século 20, eram homens que trabalhavam como dublês de atrizes em cenas de ação, então inicialmente foi difícil para Jeannie Epper conseguir trabalhos como adulta. Durante a década de 1970, no entanto, a indústria cinematográfica começou a rever seus padrões ultrapassados, e abriu as portas para dublês femininas, sendo Epper a grande pioneira do ramo. Sua estabilidade profissional veio ao ser contratada como dublê de Lynda Carter em “A Mulher Maravilha”. Ela também trabalhou em grandes sucessos como “Kill Bill”, “Velozes e Furiosos”, “Prenda-me Se For Capaz”, dentre muitos outros. Apesar de lidar com cenas de grande risco e alta velocidade em carros e cavalos, Jeannie Epper fala que a única cena que a deixou realmente nervosa em sua carreira foi quando teve que dar um soco no seu ídolo, Paul Newman. Sempre empenhada em melhorar as condições de trabalho suas e de seus colegas, Jeannie Epper é conhecida por ter ensinado toda uma nova geração de dublês sobre como trabalhar bem e com segurança através de mentorias e cursos. Ao longo da carreira, Epper atuou como dublê em mais de 150 filmes e episódios de seriados. Mil vivas a esse trabalho que faz o audiovisual acontecer!

    Lili Elbe

    Play Episode Listen Later Mar 22, 2024 3:35


    Lili Elbe, artista plástica, foi das primeiras pessoas a passar por uma cirurgia de redesignação de gênero (história contada no filme “A Garota Dinamarquesa”). Nascida em 1882 e batizada como Einar Wegener, Elbe viveu a maior parte da sua vida como homem. Enquanto estudava Belas Artes em Copenhague, conheceu Gerda Gottlieb, também pintora, c quem se casou. De acordo com sua autobiografia, « De homem a mulher: a primeira mudança de gênero”, Elbe percebeu sua verdadeira identidade quando sua esposa pediu que ele se vestisse de mulher para posar em uma de suas telas. A partir daí, Einar Wegener e Lili Elbe passaram a coexistir: a transição de gênero ainda não era definitiva, e a artista saía de casa ora como homem (Wegener), ora como mulher (Elbe). No início da década de 1930, Lili Elbe não tinha mais dúvidas sobre sua identidade definitiva, e procurou Magnus Hirschfeld, médico e sexólogo pioneiro no estudo da transexualidade, para efetuar a transição. LE passou por algumas das que são consideradas as primeiras cirurgias de redesignação de gênero, removendo a genitália masculina e passando por uma vaginoplastia. Após a transição, seu casamento com Gerda Gottlieb foi anulado, e LE foi autorizada pelo rei dinamarquês a mudar de nome, recebendo todos seus documentos com o nome social e o sexo feminino registrados. Elbe entrou em um relacionamento com um homem, e quis ter filhos. Um transplante de útero, resultou em sua morte: seu corpo rejeitou o órgão, e LE morreu alguns meses depois. Pouco antes de morrer, Elbe escreveu a um amigo: “Provei que tenho o direito de viver existindo como Lili durante 14 meses. Podem dizer que 14 meses não são muito, mas para mim é uma vida humana completa e feliz”. Após sua morte, em 1931, sua autobiografia sobre a transição de gênero foi publicada. Em 2015, um filme inspirado na vida de Lili Elbe foi lançado: “A Garota Dinamarquesa”, indicado a muitos dos principais prêmios cinematográficos do mundo. #lilielbe #mulherdefibra #transexualidade #transicaodegenero #artesplasticas #agarotadinamarquesa

    Ludovina Pessoa

    Play Episode Listen Later Mar 22, 2024 2:31


    Ludovina Pessoa foi uma sacerdotisa afro-brasileira. Homenageada pelo enredo da escola de samba campeã do Carnaval de 2024, fundou templos do Candomblé da Nação Jeje na Bahia. Nascida em meados do século XIX no Daomé, atual República do Benin, Ludovina descendia de uma longa tradição de sacerdotisas guerreiras, dedicadas a proteger o culto a Gbèsèn, a serpente sagrada que detinha o poder sobre a terra. Apesar de seu alto status na terra natal, foi trazida como escravizada para o Brasil e, como tantas outras pessoas afetadas pelo tráfico humano, muito de sua biografia se perdeu. Sabe-se, que alguns dos mais importantes templos do candomblé Jeje Mahi da Bahia foram fundados por ela. como o Terreiro do Bogum e a Roça do Ventura, que em 2014 foi reconhecido como patrimônio histórico nacional. Ao Terreiro Bogum está associado o fortalecimento do movimento abolicionista, e o apoio à Revolta dos Malês. Por volta de 1870, Ludovina foi também responsável pela iniciação de mulheres que mais tarde viriam a ser lideranças importantes do candomblé jeje na Bahia; seu poder e influência é reconhecido até hoje, e atingiu um de seus pontos altos com a vitória da Viradouro neste carnaval. O enredo “Arroboboi, Dangbé” homenageia a sagrada serpente da vida de Daomé e as sacerdotisas guerreiras que protegeram seu culto história adentro, dentre elas a grande Ludovina Pessoa! #ludovinapessoa #mulherdefibra #viradouro #candomblé #brasil #africa #daome #benim

    Esther Jones

    Play Episode Listen Later Mar 22, 2024 2:07


    Esther Jones, conhecida pelo nome artístico Baby Esther, foi a cantora que inspirou a criação da personagem de desenho Betty Boop. Esther Jones nasceu por volta de 1918, em Chicago, em um dos bairros negros da cidade. Começou a trabalhar com entretenimento ainda durante a infância, agenciada pelos seus pais, e aos seis anos já era conhecida por seu carisma. Treinada em canta, dança e acrobacias, a menina fez sucesso em inúmeras casas de shows nos Estados Unidos, Europa e América do Sul durante as décadas de 20 e 30, e se tornou a artista infantil mais bem paga do mundo. Seus fãs incluíam membros de famílias reais europeias, e a menina ainda tinha um público fiel no clássico Moulin Rouge de Paris! Em 1930, a cantora Helen Kane processou o Fleischer Studios por terem criado a personagem Betty Boop com base na sua aparência e maneirismos em cena, especialmente sua voz infantilizada e sua assinatura « boop-oop-a-doop » e outras frases musicais sem sentido. Durante o processo, no entanto, foi provado que o próprio show de Helen Kane não passava de uma imitação do trabalho de Baby Esther, que Kane havia assistido com seu agente. Se alguém tinha popularizado os sons “boop-oop-a-doop », “wha-da-da”, entre outros, era a própria Baby Esther! O processo de Helen Kane contra os criadores de Betty Boop foi encerrado , e atualmente é sabido que a verdadeira inspiração a personagem Betty Boop foi uma menininha negra de Chicago, Esther Jones! Mesmo assim, sua história é pouco reconhecida e ela morreu no esquecimento. #estherjones #mulherdefibra #babyesther #bettyboop #helenkane #chicago #moulinrouge

    Jessi Combs

    Play Episode Listen Later Mar 21, 2024 2:27


    Jessi Combs foi uma piloto de corrida norte-americana. Foi a mulher mais rápida do mundo e quebrou o recorde feminino de velocidade em terra duas vezes. Vá até o fim pra vc Nascida em 1980, na Dakota do Sul, Jessi Combs estudou em um curso técnico de mecânica de carros e manejo de metais logo após a sair do colégio. Durante essa formação profissional, Combs se destacava como a melhor aluna da turma; tanto é que, logo após sua formatura no curso técnico, Combs e outro aluno foram contratados imediatamente pelo departamento de marketing da própria escola técnica para que construíssem um carro do zero em seis meses. Piloto de corrida desde os anos 2000, Jessi Combs era também uma conhecida personalidade televisiva norte-americana, tendo participado de vários episódios da série “Mythbusters: os caçadores de mitos”, e de diversos outros shows em canais como o Discovery Channel. Em 2013, JC quebrou o recorde feminino de velocidade em terra com quatro rodas ao atingir uma velocidade de 709 km/h. Três anos depois, ela conseguiu quebrar o próprio recorde, atingindo a velocidade máxima de 768 km/h. Em 2019, querendo quebrar mais um recorde, dessa vez em um carro movido a jato, Jessi Combs morreu. Uma falha na roda dianteira do veículo fez com que o carro colapsasse na chocante velocidade de 841 km/h, incendiando em seguida. Esse novo recorde de JC foi postumamente reconhecido pelo Livro de Recordes da Guinness em 2020. #jessicombs #mulherdefibra #pilotodecorrida #velocidade #automobiismo #carros

    Viola

    Play Episode Listen Later Mar 21, 2024 3:00


    Viola é protagonista da comédia “Noite de Reis”de William Shakespeare. Depois de naufragar perto da desconhecida terra de Ilíria, Viola chega a terra firme sozinha, sem saber se os outros tripulantes estão vivos ou mortos. Sua principal tristeza é ter se perdido de seu irmão gêmeo durante o acidente. Conclui que a melhor maneira de sobreviver sem percalços em uma região desconhecida é se disfarçando de homem. Sob o nome falso “Cesário”, Viola se põe aos serviços do Duque Orsino, um dos homens mais poderosos de Ilíria. O duque logo percebe a vocação poética de Cesário, e o envia para cortejar Olívia, a condessa por quem ele está perdidamente apaixonado. Em uma das tramas mais emaranhadas de Shakespeare, Olívia acaba se apaixonando por Cesário (sem saber que ele é uma mulher!), e Viola, por debaixo dos trajes masculinos, se apaixona pelo duque Orsino, que não pode corresponder seu amor por achar que ela é um homem. É a versão shakespeariana do poema “Quadrilha”, do Drummond! Como em toda comédia, “tudo está bem quando termina bem”, e após diversos enganos e confusões, a peça acaba com um final feliz. Viola, assim como as outras principais heroínas shakespearianas, se destaca dos outros personagens por sua integridade e pela sinceridade dos seus sentimentos. Se “Noite de Reis” é uma peça onde um dos temas é a paixão e sua superficialidade, Viola é a única personagem que ama verdadeiramente. Corajosa e altruísta, sustenta seu disfarce masculino por toda a peça, só se revelando em uma das últimas cenas, quando sua mentira se prova incapaz de prejudicar qualquer outra pessoa. Viola foi representada por várias das melhores atrizes do mundo, tanto no teatro como no cinema. Um dos filmes mais famosos, apesar de não ser uma adaptação direta de “Noite de Reis”, é “Shakespeare Apaixonado”, que tem Gwyneth Paltrow vivendo Viola – ela inclusive ganhou o Oscar de melhor atriz por esse papel!

    Ellen White

    Play Episode Listen Later Mar 21, 2024 3:15


    Ellen White foi uma líder religiosa norte-americana, co-fundadora da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Nascida em 1827, no Maine, aos nove anos, Ellen foi atingida no rosto por uma pedra. O incidente a deixou inconsciente por três semanas e com o rosto desfigurado. Por muito tempo, ela enfrentou dificuldades de aprendizado e problemas de memória, e teve que interromper seus estudos. Ellen passou a se interessar por religião, e foi batizada em uma Igreja Metodista. Depois, começou a seguir as pregações de profetas adventistas, que acreditavam em um retorno de Jesus Cristo. Em 1844, Ellen teve a primeira de suas mais de 2.000 visões: via Deus em toda a sua glória, e se comunicava com o divino. Ela passou a atrair mais e mais fiéis. Em 1846, Ellen se casou com o Reverendo James White, com quem passou a viajar pelos EU divulgando a fé adventista. Em 1855, os White e um grupo de fiéis estabeleceu uma sede de práticas religiosas em Battle Creek, Michigan, e cinco anos depois adotaram formalmente o nome “Adventistas do Sétimo Dia”. As visões de Ellen White eram a principal força guia da igreja, e muitos de seus ideais de conduta e saúde (especialmente sua abstenção de café, chá e carne) foram incorporadas pelos fiéis. Os adventistas aderiram em peso ao movimento abolicionista antes mesmo da Guerra Civil, e também ao movimento da temperança. Após a morte de seu marido, Ellen White passou três anos na Europa e quase uma década na Austrália, disseminando a fé adventista. White foi tb uma importante divulgadora do vegetarianismo no mundo, tendo adotado a dieta em 1894 e incentivando outros fiéis a fazerem o mesmo. Ellen White faleceu em 1915, aos 87 anos, e foi eleita pela revista científica Smithsonian como um dos “100 americanos mais importantes de todos os tempos”. #ellenwhite #mulherdefibra #igrejaadventistadosetimodia #adventismo #religião #fé #cristianismo #vegetarianismo #estadosunidos #temperança #abolicionismo

    Martha Rocha

    Play Episode Listen Later Feb 26, 2024 2:56


    Martha Rocha foi a primeira Miss Brasil, e segunda colocada no concurso de Miss Universo. Foi a musa que ajudou a levantar a autoestima nacional em um dos períodos mais turbulentos do século passado. Nascida em 1932, em Salvador, Maria Martha Hacker Rocha cresceu em uma família de 11 irmãos. Em 1954, a jovem baiana dos olhos azuis foi coroada como Miss Brasil na primeira edição oficial deste concurso por aqui, no Hotel Quitandinha, em Petrópolis. Martha dizia ter 18 anos à época do concurso, mas tinha 21. Alguns meses depois, no mesmo ano, MR foi aos EU tentar a sorte como Miss Universo. A vitória era tida como certa pelos brasileiros, encantados pela jovem musa. Martha, no entanto, ficou em segundo lugar, perdendo para a americana Miriam Stevenson. Apesar da derrota, Martha continuou sendo tão idolatrada quanto antes pelos brasileiros. Martha Rocha se tornou um ícone nacional na época em que a autoestima brasileira estava abalada pelo suicídio de Getúlio Vargas, e graves derrotas da Seleção Brasileira. Com sua graça, ela se tornou a personalidade favorita do país. Em 1956, Martha Rocha se casou, e teve dois filhos em menos de um ano. Menos de três anos após o casamento, seu marido morreu em um acidente aéreo, e Martha alega ter tido seu patrimônio roubado pelo cunhado. Após a falência, Martha passou ganhar a vida como jurada paga dos concursos de miss que ela própria tanto ajudou a popularizar, e vendendo quadros pintados por ela própria. Em 1961, casou-se novamente e teve mais uma filha. Nos anos 2000, Martha Rocha foi diagnosticada com câncer de mama, e passou a viver uma vida mais reclusa. Em 2020, aos 87 anos, ela faleceu por consequência de uma parada cardiorespiratória. 

    Yeshe Tsogyal

    Play Episode Listen Later Feb 26, 2024 3:12


    Yeshe Tsogyal é uma das principais figuras femininas do budismo, adorada por inúmeros praticantes. Nasceu no ano de 777, na região do Karchen, no Tibete. Muito de sua biografia é embelezado com detalhes fantásticos que parecem pouco críveis para quem não é adepto da filosofia Conta-se no entanto, que Yeshe Tsogyal teve um nascimento digno de uma Buda: sua mãe não sofreu ao dar à luz e o som de mantras era ouvido no local. Além disso, um lago próximo dobrou de tamanho quando Yeshe Tsogyal nasceu, daío significado de seu nome “a rainha do lago da sabedoria”. Nascida em uma família proeminente da região, Yeshe Tsogyal era uma princesa muito cobiçada por homens poderosos do Tibete – inclusive o próprio imperador. Afeita às práticas religiosas desde a infância, a princesa nunca quis se casar. Aos 16 anos, ela foi forçada a se casar com o imperador tibetano Tri Songdetsen. Pouco tempo depois do casamento, o grande mestre budista Padmasambhāva chegou da Índia para espalhar o conhecimento budista no Tibete. Como sinal de sua devoção, o imperador ofereceu sua esposa, Yeshe Tsogyal, para o guru. Padmasambhāva aceitou Yeshe Tsogyal como sua consorte e principal aluna. Sob a orientação do guru, Yeshe Tsogyal passou a maior parte de sua vida em retiro, completamente isolada para cultivar a estabilidade meditativa mesmo nas condições mais adversas – desabrigada na neve, por exemplo. Após anos de prática incessante, Yeshe Tsogyal se tornou uma mestre espiritual do mesmo nível de Padmasambhāva ( uma espécie de vice-Buda). Sua disciplina e conduta são consideradas exemplos para todos os praticantes budistas até hoje, e inúmeros milagres são atribuídos a ela. Para os tibetanos e para praticantes budistas de outras nacionalidades, Yeshe Tsogyal é um ser atemporal, continua ativa e eternamente presente, atenta às preces de seus devotos. 

    Dona Flor

    Play Episode Listen Later Feb 26, 2024 2:50


    Dona Flor a heroína de uma obra-prima de Jorge Amado. Fez sucesso não só na literatura, mas também no cinema, teatro e telenovelas. Florípides Guimarães era uma menina simples, criada para salvar a família da pobreza através de um bom casamento – mas que, antes disso, já precisava contribuir com a renda da casa após sua mãe enviuvar. Professora de culinária na escola “Sabor e Arte” e cozinheira de mão cheia, Dona Flor leva a mãe à loucura ao fugir de casa para se casar com um cafajeste alcoólatra, mulherengo e viciado em jogos de azar – que, além de não sustentá-la roubava seu dinheiro! Apesar de tudo, nunca faltou paixão e volúpia no primeiro casamento de Dona Flor, que durou sete anos, até a morte de Vadinho. Já seu segundo casamento,esse sim, foi com um homem direto, respeitoso e que a idolatrava – mas a quem faltava fogo. Graças à magia da Bahia e à força dos orixás, Dona Flor consegue recuperar Vadinho do mundo dos mortos, e passa a viver feliz e completa com seus dois maridos: inteira, sem abrir mão nem da ternura de um nem da sensualidade perigosa do outro. Tudo isso, é claro, com muito cuidado para não sacrificar sua honra de mulher casada, correta, só se dando para homens com quem casou no cartório e na igreja. “Dona Flor e Seus Dois Maridos” é o suprassumo da literatura nacional, um retrato delicioso de uma Salvador nostálgica e mística, “uma história moral e de amor”, como diz Jorge Amado no subtítulo do próprio livro. O livro começa, aliás, justamente com uma grande folia de carnaval! Caso a leitura não seja sua praia, o filme de Bruno Barreto, estrelado por Sônia Braga e José Wilker é tb um primor. 

    Noella Coursaris

    Play Episode Listen Later Feb 26, 2024 2:03


    Noella Coursaris é uma modelo congolesa, idealizadora de projetos sociais de auxílio a meninas pobres em seu país. Nascida na República do Congo em 25 de dezembro, foi separada de sua família com cinco anos de idade. A morte repentina de seu pai fez com que a mãe de Noelle não tivesse mais dinheiro para criá-la. Para que Noelle pudesse crescer com dignidade, sua mãe a entregou a parentes que viviam na Europa. Durante 13 anos, Noelle se comunicou por cartas com sua família, sem conseguir reencontrá-los. Para ela, o Natal era a data mais triste. Determinada a agir para que nenhuma outra família jamais fosse separada por questões econômicas, Noella usou dos conhecimentos que adquiriu na faculdade de Administração, e do privilégio financeiro conquistado com seu trabalho como modelo para grandes marcas e revistas, para fazer um mundo melhor. Em 2007, ela fundou a Malaika, uma ONG que dá oportunidades a jovens congolesas, oferecendo acesso gratuito a educação e saúde de qualidade. A ONG impacta positivamente a vida de milhares de pessoas: são mais de 400 alunas estudando em tempo integral, além de 5000 pessoas contempladas com bolsas de estudos e treino esportivo; além disso, mais de 30.000 pessoas recebem água potável através da Malaika, que também oferece refeições diárias a seus alunos. Se depender de Noella Coursaris, nenhuma menina jamais passará o Natal sozinha! 

    Rosa Egipcíaca

    Play Episode Listen Later Feb 26, 2024 3:34


    Rosa Egipcíaca foi a primeira mulher negra a publicar um livro no Brasil. Religiosa, africana, libertou-se da escravidão e foi considerada uma santa antes de ser aprisionda pela Inquisição. Rosa Maria Egipcíaca da Vera Cruz nasceu em 1719, em Ajudá, atual Benim, na África. Com seis anos, foi sequestrada por traficantes de escravos e trazida para o RJ, onde foi vendida. Era ainda uma menina quando seu senhor a “desonestou” (estuprou), e aos 14 anos foi vendida novamente e enviada para Minas Gerais. Durante mais de 15 anos, R.E. foi obrigada a se prostituir, até contrair uma doença misteriosa que inchava todo seu corpo. Passou a ter visões místicas; abandonou o meretrício e doou para os mais pobres todas as poucas riquezas que tinha acumulado nesses anos de serviço. Suas visões, cada vez mais frequentes e intensas, trouxeram problemas permanentes: acusada de feiticeira, R. E. foi tão açoitada até ficar com o lado direito de seu corpo permanentemente paralisado. Fugiu de Minas para o RJ, onde foi acolhida pelos franciscanos, que admiravam a intensidade de sua fé e disciplina: seus prolongados jejuns, a autoflagelação, o empenho em aprender e ler e escrever. Em 1751, R. fundou Recolhimento do Parto, um local destinado a receber ex-prostitutas, e passou a atrair mais e mais fiéis em seus rituais que misturavam o catolicismo com tradições religiosas africanas. Em 1763, após desentendimentos com o clero, R.E. é denunciada e passa a ser considerada uma herege pela Igreja Católica. Aprisionada pela Santa Inquisição e levada a Portugal para julgamento, Rosa jamais renegou ou desmentiu suas visões e experiências místicas. Autora de a “Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas”, R.E. é a primeira mulher negra a escrever um livro no Brasil. Das suas mais de 250 páginas, poucas sobreviveram: o livro foi queimado por ser considerado heresia. R.E., a santa africana, morreu em 1771, ainda sob o domínio dos inquisidores. Em 2023, a Unidos da Viradouro usou sua trajetória como inspiração para o enredo do carnaval da escola.

    Narges Mohammadi

    Play Episode Listen Later Feb 26, 2024 3:43


    Narges Mohammadi é uma defensora dos direitos humanos iraniana premiada com o Nobel da Paz. Nascida em 1972, viveu sua infância durante a Revolução Iraniana, iniciada em 1979. A execução de um tio e um primo marcaram sua juventude, mas foi durante seus anos universitarios que Mohammadi passou a refletir com mais seriedade sobre o tratamento dado a prisioneiros políticos no país. Durante sua graduação em Física, fundou um grupo de debate político para os estudantes, se envolveu fortemente com o ativismo social. Nesta época, conheceu seu marido, com quem teve um casal de filhos gêmeos. Formada e trabalhando como engenheira, N.M. escrevia artigos sobre os direitos humanos e das mulheres para jornais reformistas. Em 2003, se juntou ao Centro de Defensores dos Direitos Humanos, liderado por Shirin Ebadi (#mulherdefibra). Depois, Mohammadi viraria vice-presidente da organização. Ela e Ebadi são as únicas mulheres iranianas a conquistarem um Nobel. Além da luta pelos direitos das mulheres em um país notoriamente conservador, uma de suas principais causas é a defesa dos direitos humanos dos presos políticos do Irã. A ativista já foi presa treze vezes, e atualmente cumpre uma pena de dez anos. Todas suas condenações são relacionadas ao seu trabalho em defesa dos direitos humanos. Somando todos seus processos, ela foi sentenciada a um total de 31 anos de prisão e a 154 chicotadas. Mesmo presa, e pondo a vida em risco, a ativista não para de trabalhar: durante os protestos que tomaram o Irã após a morte da jovem Mahsa Amini (#mulherdefibra), Mohammadi conseguiu entrar em contato com a BBC para denunciar o abuso físico e sexual que estava sendo imposto às detentas. Em outubro de 2023, Narges Mohammadi foi premiada o Nobel da Paz “pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irã e pela sua luta para promover os direitos humanos e a liberdade para todos”; ela celebrou essa conquista dentro de sua cela.

    Jina Mahsa Amini

    Play Episode Listen Later Dec 7, 2023 3:09


    Jina Mahsa Amini foi uma jovem curda, assassinada pela polícia moral iraniana por não usar o traje determinado pelo islã. Sua morte provocou a maior onda de protestos das últimas décadas no Irã. Milhares de mulheres tomaram às ruas para queimar seus véus. Jina Mahsa Amini nasceu em 1999, em uma família curda. “Mahsa” era seu nome persa, usado somente para facilitar a retirada de documentos, já que às vezes nomes curdos não são aceitos; todos a chamavam de Jina. Aos 22 anos, Jina Amini vivia uma vida tão normal quanto possível para uma jovem mulher em um país ultraconservador, e estava prestes a começar a estudar Biologia na universidade. Em 13 de setembro de 2022, no entanto, Jina e duas primas suas foram detidas pela polícia da moralidade iraniana em uma estação de metrô, por estarem usando um “traje não islâmico”. Jina foi a única a ser levada para a prisão, supostamente por ter resistido às ordens dos policiais, e suas primas seguiram a viatura. Duas horas depois, algumas jovens saíram da delegacia gritando “Eles a mataram!”. Antes de morrer, Amini passou dois dias em coma, entubada no hospital. Os exames comprovam que a causa de sua morte foi uma hemorragia cerebral, causada pelas agressões que sofreu na cabeça após ser presa. As autoridades iranianas negaram as acusações. Desde o assassinato de Jina Mahsa Amini, uma onda de protestos tomou as ruas do Irã. Milhares de mulheres foram às ruas, e queimaram seus véus e cortaram os cabelos em público. A repressão, no entanto, foi e segue sendo severa: até agora, mais de 500 pessoas foram assassinadas pelas forças policiais que tentam conter os manifestantes, e a liberdade de imprensa foi cerceada, assim como o acesso à internet. Dezenas de jornalistas que divulgaram o caso seguem presos, alguns podendo ser condenados à prisão perpétua. Os protestos e a repressão, infelizmente, ainda parecem longe de acabar.

    Ella Adelia Fletcher

    Play Episode Listen Later Dec 7, 2023 2:46


    Ella Adelia Fletcher foi uma escritora, pensadora e pioneira dos exercícios de respiração e bem-estar no ocidente. Seu livro “The Philosophy of Rest”, (ou “A Filosofia do Descanso”) foi publicado no já acelerado mundo da virada do século XIX para o século XX. Na obra, Ella defende a importância de estar em meio à natureza e de não fazer nada, e atribui a essa pausa um aumento significativo na sua produtividade. Pode-se dizer que ela foi a pioneira do conceito do “ócio criativo”, cunhado pelo sociólogo Domenico De Masi quase cem anos depois da publicação do livro de Fletcher, e do ainda mais recente conceito de “savoring”, este, da psicologia. Outra obra de Ella é um guia de beleza chamado “A Mulher Bonita”, com mais de 500 páginas com conselhos sobre cosméticos, exercícios e outros rituais de beleza. Longe de ser fútil, esse livro exalta um padrão de beleza absolutamente contrário ao imposto no início do século passado, negligenciando o sedentarismo, a palidez e a magreza que estavam na moda na época. Para Ella, a beleza não podia andar separado de hábitos saudáveis! Ella Fletcher já dividia com suas leitoras recomendações de exercícios de respiração. Em 1908, porém, publica um livro inteiro sobre o assunto: “The Law of the Rhythmic Breath”, (ou “A Lei da Respiração Rítmica”). Publicado muitas décadas antes da popularização da Yoga no Ocidente, Fletcher já apresentava ali conceitos centrais da Yoga, com ênfase na respiração. Ella descreve como é possível entrar em harmonia e se sintonizar com os ritmos da natureza e do cosmos através do ritmo da respiração, e ressaltando o quanto nosso vigor e longevidade dependem da maneira como respiramos.

    Madalena Schwartz

    Play Episode Listen Later Dec 7, 2023 2:27


    Madalena Schwartz foi uma fotógrafa brasileira de origem húngara, conhecida por retratar travestis e transformistas no auge da repressão da ditadura. Inicious sua carreira depois dos 40 e se tornou “a grande dama do retrato” no Brasil. Madalena Schwartz nasceu em 1923, em Budapeste. Quando tinha 12 anos, se mudou com sua família para a América do Sul, fugindo do nazismo. Os Schwartz se estabeleceram primeiro em Buenos Aires, e foi só na década de 1960 que Madalena se mudou em São Paulo, onde viveria o resto da vida. Residente do Edifício Copan, Madalena administrava uma lavanderia e viveu uma vida “comum” por 45 anos. Mas um dia, seu filho ganhou uma câmera fotográfica em um concurso, e não deu muita atenção ao prêmio. Madalena se encantou pela máquina, e passou a estudar fotografia. Como morava no centro de São Paulo, Madalena via uma realidade extraordinária em sua própria vizinhança: a vida das travestis e transformistas durante os anos mais repressivos da ditadura. A subversão e a vida noturna “underground” paulista foram os principais temas de seu trabalho, mas logo Schwartz ganhou proeminência no mundo artístico e tirou retratos também de Carlos Drummond de Andrade, Chico Buarque, Clarice Lispector, Elke Maravilha, Jorge Amado, Ney Matogrosso e outras figuras ilustres da cultura brasileira. Sua própria casa virou um estúdio de fotografia improvisado, e nele Madalena Schwartz clicou diversas das mais espetaculares obras fotográficas do Brasil. Seu acervo com mais de 16 mil negativos pertence hoje ao Instituto Moreira Salles, que fez uma exposição em homenagem à artista em 2021. Madalena Schwartz faleceu em 1993, e é uma referência artística inegável.

    Jezebel

    Play Episode Listen Later Dec 7, 2023 2:11


    Jezebel foi rainha consorte do reino de Israel. Por interferir com o culto monoteísta do deus hebreu, por ter se aliado a cidadãos comuns e insultado os profetas, ela deu origem a um longo conflito em Israel, e seu nome é lembrado até hoje como um sinônimo para “megera”. Jezebel foi uma princesa fenícia, filha de um rei–padre que comandava toda a costa do território onde hoje fica o Líbano. O historiador Josefo, e outras fontes clássicas, sugerem que ela era sobrinha-neta da lendária rainha Dido (#mulherdefibra). Quando Jezebel se casou com Acabe, rei de Samaria, ela o incentivou a introduzir o culto ao deus pagão Baal ao reino, interferindo com as práticas monoteístas do povo hebreu, e causando horror por seus rituais sangrentos, que incluíam o sacrifício de crianças. Isso provocou a revolta dos devotos de Yahweh (Javé); muitos dos praticantes e dos profetas inimigos de Jezebel foram assassinados pela rainha consorte. Por se opor a ela, o profeta Elias precisou fugir de Israel a fim de conservar a própria vida. Quando, enfim, o comandante Jeú se rebelou contra a família real pagã, Jezebel foi defenestrada (jogada pela janela) e teve seu corpo comido por cães – tal morte já tinha sido profetizada por Elias, como punição por seus pecados. Sua história foi eternizada no Livro de Reis do Antigo Testamento. 

    Isabel de Olvera

    Play Episode Listen Later Nov 8, 2023 2:06


    Isabel de Olvera foi uma aventureira mexicana, que participou das expedições de colonização da Nova Espanha, nos Estados Unidos, durante o século XVII. Isabel de Olvera nasceu no final do século XVI, em Querétaro, no México. Filha de pai africano e mãe indígena, ela era uma mulher livre quando decidiu partir em expedição rumo ao território que hoje se estende pelos estados do Arizona, Flórida e Novo México. Uma mulher miscigenada, com a pele negra, poderia encontrar sérios problemas em viagem como essa, naquela época. Para garantir que estaria segura durante a expedição, Isabel solicitou que as autoridades locais emitissem um documento comprovando sua liberdade, “livre tanto de casamento como da escravidão”. O final da sua petição dizia: “solicito um documento que proteja meus direitos. Eu exijo Justiça”. Após um processo jurídico de 8 meses, Olvera teve sua liberdade legalmente comprovada, e partiu em sua jornada de mais de 2 mil quilômetros através de rios, desertos e montanhas, rumo à Nova Espanha. Nada se sabe sobre a vida de Isabel de Olvera após a partida da expedição, mas sabemos que ela chegou lá, e isso confronta a narrativa de que os negros só chegaram na América do Norte à força, escravizados. Sua vida é também um registro de uma das primeiras mulheres negras lutando por seus direitos no Novo Mundo.

    Olympe de Gouges

    Play Episode Listen Later Oct 30, 2023 2:48


    Albertina Berkenbrock

    Play Episode Listen Later Oct 30, 2023 2:04


    Albertina Berkenbrock foi assassinada após uma tentativa de estupro, e depois, foi beatificada por ter defendido sua castidade. Albertina Berkenbrock nasceu em 1919, em Imaruí, Santa Catarina. Filha de uma família simples de agricultores, Albertina tinha oito irmãos. Desde muito cedo, o cristianismo foi a principal inspiração da vida da menina. Albertina frequentava a missa e se confessava assiduamente, e era fervorosa em suas orações e práticas espirituais. Todos os que a conheceram a descreviam como profundamente virtuosa e bondosa, destacando-se por seu comportamento entre as demais crianças de sua idade, tanto na escola como na igreja. Em 1931, Albertina Berkenbrock, de apenas 12 anos, foi vítima de uma tentativa de estupro por um dos funcionários de seu pai. Ao resistir ao assédio, ela acabou sendo morta por degola. Sua castidade foi preservada, e por ter derramado o próprio sangue em nome de um valor do Evangelho, Berkenbrock passou a ser considerada uma mártir. Fiéis fazem peregrinações ao seu túmulo, e pedem graças à jovem. Em 2007, Albertina Berkenbrock foi beatificada pelo Papa Bento XVI. Desde sua morte, diversos milagres foram atribuídos à beata e, se estes forem comprovados, ela pode se tornar a primeira nascida no estado de Santa Catarina. 

    Vivian Silver

    Play Episode Listen Later Oct 23, 2023 3:02


    Vivian Silver é uma é uma das desaparecidas da atual guerra entre Palestina e Israel. Ela é uma ativista canadense-israelense, defensora dos direitos humanos e militante pela paz entre as duas nações. Nascida no Canadá em 1948, Vivian Silver foi à Israel pela primeira vez em 1968, no seu primeiro ano de faculdade. Ela concluiu sua graduação em psicologia na Universidade de Jerusalém e, em seu último ano de estudos, fundou a Aliança Estudantil Sionista em seu campus. Em 1974, Vivian Silver fez aliá (= migrou para Israel), e virou secretária do kibbutz do qual era membro. No início de sua trajetória como ativista social, Vivian Silver defendia a igualdade de gênero e os direitos das mulheres israelitas, chegando a fundar organizações focadas nessas pautas na década de 80. Ao se mudar para um kibbutz próximo à Gaza em 1990, Silver passou a se dedicar a auxiliar o povo palestino que lá vivia, defendendo a justiça salarial para os trabalhadores de Gaza e oferecendo treinamento profissional para quem precisava, além de oferecer transporte para quem precisasse sair da Faixa para receber atendimento médico em Jerusalém. Em ‘98, passou a trabalhar em um instituto de estratégias para a paz e desenvolvimento da região, e fundou outros grupos que visavam alianças entre as duas nações. Em 2010, Silver recebeu o Prêmio Victor Goldberg pela Paz no Oriente Médio, distribuído anualmente para organizações árabes e israelenses que trabalham pela paz. Incansável, em 4 de outubro de 2023, ela organizou uma marcha pela paz em Jerusalém, que reuniu mais de 1500 mulheres israelenses e palestinas. Poucos dias depois, em 7 de outubro, Vivian Silver fez seu último contato com sua família, avisando que tinham terroristas do Hamas do lado de fora de sua casa. Desde então, ela não se comunicou com mais ninguém, e é dada como desaparecida. Seus familiares acreditam que ela tenha sido sequestrada, e estão apelando para que Israel negocie urgentemente sua liberação. 

    Hind al-Husseini

    Play Episode Listen Later Oct 23, 2023 3:22


    Hind al-Husseini foi uma heroína palestina que começou por salvar 55 crianças abandonadas após um confronto entre palestinos e israelenses. Ela acolheu as vítimas em sua casa, que depois viraria um orfanato e uma escola para crianças palestinas. Defensora também dos direitos das mulheres, fundou uma faculdade feminina em Jerusalém. Hind al-Husseini nasceu em 1916, em uma das famílias mais poderosas de Jerusalém. Trabalhava com organizações solidárias e era educadora de formação. Atuou como diretora de uma escola feminina e coordenadora da Arab Women's Union. Em 1948, após o massacre de Deir Yassin, al-Husseini resgatou 55 crianças abandonadas próximas à Basílica do Santo Sepulcro. Suas famílias tinham recém sido assassinadas pelo grupo paramilitar sionista Irgun, e suas casas estavam destruídas. Hind al-Husseini resgatou todas as crianças desamparadas, e acolheu as crianças na mansão de sua família. A mansão foi rebatizada de Dar al-Tifl al-Arabi (Casa da Criança Árabe), e foi transformada em um orfanato para as crianças sobreviventes dos conflitos entre Palestina e Israel. Com fundos arrecadados por al-Husseini, o orfanato cresceu e passou a educar as crianças que lá viviam; meninas judias que não eram aceitas em outras escolas, e crianças de outras regiões, também eram bem-vindas. Em 1967, a escola se tornou exclusivamente feminina. Em 1982, Hind al-Husseini fundou uma faculdade para mulheres. Premiada diversas vezes por seu trabalho social, Hind al-Husseini é lembrada até hoje como uma heroína palestina. Quando ela morreu, em 1994, sua escola abrigava e educava mais de 300 órfãs. A instituição segue funcionando até hoje, com milhares de alunas.

    Bethany Hamilton

    Play Episode Listen Later Oct 16, 2023 2:50


    Bethany Hamilton é uma surfista e escritora norte-americana que sobreviveu ao ataque de um tubarão em 2003. A mordida arrancou seu braço esquerdo, mas isso não a impediu de surfar. Bethany Hamilton nasceu em 1990, no Havaí, e aprendeu a surfar com três anos de idade. Aos oito, começou a competir, e aos dez já era uma atleta patrocinada. Bethany tinha 13 anos quando surfava em Kauai, uma das principais ilhas havaianas, com a família de uma amiga. Nadando de barriga para baixo na prancha, Bethany teve seu braço arrancado pela mordida de um tubarão-tigre de mais de 4 metros. Em vez de se desesperar, conseguiu nadar até o seu grupo e sinalizar o perigo. O pai de sua amiga improvisou um torniquete com uma roupa de surfe no braço arrancado, e a levou para o hospital mais próximo. Quando Bethany chegou lá, já havia perdido 60% do sangue do corpo e estava em choque hipovolêmico. Por coincidência, o pai de Bethany já estava no hospital quando a filha chegou: tinha uma cirurgia no joelho marcada para aquela exata manhã, e Bethany usou a sala e o médico destinados à cirurgia do pai para ser operada. Determinada B.H. voltou a surfar um mês depois do acidente. Com o braço amputado na altura do ombro, a atleta passou a utilizar uma prancha personalizada para facilitar a remada até ganhar mais força no braço direito. Pouco tempo depois, ela voltou a competir com pranchas normais. A roupa e a prancha que Bethany Hamilton usava no dia do ataque, com as marcas da mordida, estão expostas no Museu do Surfe da Califórnia. Bethany Hamilton se tornou coach, e escreveu nove livros sobre fé, cura, saúde e estilo de vida. Uma de suas obras autobiográficas, “Soul Surfer”, serviu de inspiração para um filme de mesmo nome, lançado em 2011. Ela é mãe de quatro filhos, e preside sua própria fundação de caridade, que divulga histórias de superação, e trabalha para aumentar a autoestima de mulheres amputadas.

    Luísa Mahin

    Play Episode Listen Later Oct 16, 2023 2:32


    Maria José de Castro Rebello Mendes

    Play Episode Listen Later Oct 16, 2023 2:21


    Maria José de Castro Rebello Mendes foi a primeira diplomata do Brasil. Apesar das críticas dos conservadores que tentaram impedir seu ingresso no Itamaraty, sua trajetória foi longa e próspera, e segue inspirando mulheres até hoje. Nascida em 1891, em Salvador, Maria José concluiu sua formação escolar já sendo fluente em inglês, francês, alemão e italiano. Após a morte de seu pai, a família de Maria José enfrentou dificuldades financeiras, e ela foi morar com parentes no RJ. Ao ficar sabendo do concurso para o Itamaraty, e com grande facilidade para línguas estrangeiras, dedicou-se às outras matérias, e aprendeu sozinha os conceitos básicos do Direito. A inscrição de Maria José foi recusado pelo Ministério das Relações Exteriores pelo fato da candidata ser mulher. A jovem estudante não se deixou abater e procurou a ajuda do jurista Ruy Barbosa, que provou que a recusa do Ministério à inscrição de Maria era inconstitucional. Todo o caso foi amplamente discutido pela mídia e pela população. Quando Maria José passou em primeiro lugar no processo seletivo, ingressando no corpo diplomático do Ministério das Relações Exteriores, a polêmica foi maior ainda. Jornais conservadores publicaram artigos contra a contratação de Maria como diplomata, temendo a “masculinização do belo sexo”, e as mudanças na “autoridade do lar”. Maria José de Castro Rebello Mendes cumpriu 12 anos de serviço diplomático, durante os quais o primeiro banheiro feminino teve que ser construído na sede do Itamaraty. Em 1936, a primeira diplomata da história do Brasil morreu, com apenas 45 anos de idade.

    Marózia

    Play Episode Listen Later Oct 16, 2023 3:31


    Marózia foi uma ultra poderosa nobre romana, detentora de títulos antes inexistentes como de “senadora” (‘senatrix') e “patrícia”. Fundamental para o assassinato de um papa e eleição de pelo menos quatro outros pontífices: um deles era seu filho, outro era seu amante. M. nasceu em Roma, por volta do ano de 890. Ela era filha do cônsul romano Teofilato I com uma mulher chamada Theodora, descrita como “uma prostituta despudorada, que exercia poder sobre os cidadãos romanos como se fosse um homem”. Aos 15 anos M. virou amante do primo de seu pai: um bispo, que sob sua influência acabaria sendo eleito Papa Sérgio III. A união gerou um filho, o futuro Papa João XI. Marózia precisou se livrar de um de seus maiores obstáculos: o então Papa João X. Para isso, se casou com o principal inimigo do papa, Guido da Toscânia. No ano de 928, Guido e Marózia invadiram Roma e tomaram o poder em um golpe de estado, e prenderam o Papa João X; ele morreria na clausura. M. tornou-se uma das pessoas mais poderosas de Roma, e os dois papas eleitos a partir desses acontecimentos (Leão VI e Estevão VII) eram completamente submissos a ela. Em 931, ela fez com que seu filho de apenas 21 anos fosse eleito papa, sob o título de João XI. No entanto foi seu outro filho, Alberico II, por sua ruína: líder da oposição contra o domínio da mãe, em 932, Alberico capturou M. e a prendeu pelo resto da vida. A data provável de sua morte é 26 de junho de 936, mas há controvérsias. Seja como for, mesmo depois de morta, M. continuou a exercer forte influência na Igreja: cinco papas (João XX, Benedito VIII, João XIX, Benedito IX, e Benedito X) são seus descendentes. A influência de Marózia é fundamental para o período histórico conhecido como Governo de Meretrizes (“Rule of the Harlots”), Pornocracia, ou “Saeculum Obscurum” (século das trevas), considerado como o ponto “mais baixo do papado” pela maioria dos estudiosos

    Mapulu Kamayurá

    Play Episode Listen Later Oct 2, 2023 1:49


    Mapulu Kamayurá é uma pajé brasileira, líder do Parque Indígena do Xingu. É importante defensora dos direitos das mulheres indígenas, e renomada curandeira. Ela nasceu em 1969, em Ipavu, região do Alto Xingu. Filha do pajé Tukumã, Mapulu teve seu destino traçado quando tinha apenas 15 anos: um espírito determinou que ela deveria ser pajé, e ela contraiu uma doença que só se curaria sob a condição que ela recebesse treinamento para a função. Seu pai e outros xamãs da tribo tentaram curá-la de todas as outras maneiras, sem sucesso. Para se curar, passou sete anos sendo treinada por seu pai, até ela própria virar pajé. Exímia parteira e curandeira, Mapulu também é responsável pela formação de novos pajés (homens ou mulheres). Atualmente, só no grupo Kamayurá já há sete mulheres pajés, inclusive uma das filhas de Mapulu. Em 2018, a pajé foi premiada pelo Ministério dos Direitos Humanos por ter seu trabalho pela saúde dos povos indígenas. Especialmente atenta à saúde das mulheres, Mapulu é conhecida por avaliar quais partos podem ser realizados por ela ou outras parteiras, e quais podem precisar de auxílio médico não-indígena. 

    Bidú Sayão

    Play Episode Listen Later Oct 2, 2023 3:15


    Bidú Sayão foi a maior estrela da ópera no Brasil. Nascida no subúrbio carioca em 1902, Balduína de Oliveira Sayão não era “predestinada” ao canto: “Eu não tinha voz alguma quando comecei. Os professores me disseram que eu era muito nova ainda, que minha família ia gastar dinheiro à toa. Mas eu insisti, chorei muito, garanti que não me importava com bailes, namorados, festas. E comecei a cantar”. Com disciplina e o incentivo de sua professora de canto, que a levou para a Europa para estudar música, B.S. fez sua estreia nos palcos de Roma. O sucesso de seu début, em “O Barbeiro de Sevilha”, lhe abriu portas para cantar nos principais teatros europeus. Aos 24 anos Bidu já era um fenômeno da música. Em 1935, arrebatou os EU com sua estreia no Carnegie Hall. Nova Iorque viraria seu lar, ao ser contratada pela Metropolitan Opera House, de onde foi a estrela por mais de 15 anos. Apesar de todo seu sucesso internacional, era brasileiríssima. Depois de cantar para Franklin e Eleanor Roosevelt (#mulherdefibra) na Casa Branca, o então presidente chegou a lhe oferecer uma cidadania estadunidense. Bidu recusou, “No Brasil eu nasci e no Brasil morrerei”, justificou. Sayão contribuiu grandemente para a música brasileira com sua parceria com o maestro Heitor Villa-Lobos. Em 1995, B.S. foi a grande homenageada no desfile de carnaval da Beija-Flor de Nilópolis; aos 92 anos, a grande diva percorreu o sambódromo, recebendo uma homenagem à altura de sua realeza. Seu desejo de morrer no Brasil não se realizou: ela morreu, nos EU, aos 96 anos, vítima de uma pneumonia em 1999

    Bahia Bakari

    Play Episode Listen Later Oct 2, 2023 3:10


    Bahia Bakari foi a única sobrevivente de uma queda de avião que vitimou os outros 152 passageiros. Sem saber nadar e sem colete salva-vidas. Nasceu em 1996, na comuna de Évry, na França, a mais velha de quatro irmãos, filha de um zelador e uma dona de casa. Em 2009, aos 12 anos, sua mãe decidiu levá-la a Comores para conhecer alguns membros da família que ficaram lá. O voo partiu de Paris, fez uma escala em Marselha e seguiu para o Iêmen, a partir de onde mãe e filha embarcaram no voo Yemenia 626 para chegar até Comores. A poucos minutos da aterrissagem, a aeronave passou a perder altitude subitamente, até se chocar contra o oceano. O avião se despedaçou no impacto, e Bahia Bakari foi arremessada de sua poltrona. Acordou enquanto se afogava no mar revolto, perdida no oceano entre os destroços. Bakari conta que, na noite em que ficou à deriva, conseguia ouvir os lamentos de outros sobreviventes, mas que os sons foram diminuindo com o passar do tempo. Sem saber nadar e sem colete salva-vidas, Bahia Bakari se agarrou a um pedaço de fuselagem que boiava; quando amanheceu, percebeu que estava sozinha no meio do mar, flutuando há horas sem água nem comida. Como o governo de Comores não tem embarcações próprias, barcos privados de civis fizeram-se ao mar para procurar sobreviventes; foi uma dessas embarcações que, mais de nove horas após o acidente, a encontrou. A garota foi levada a um hospital local e, no dia seguinte, voou até a França para reencontrar sua família; foi só então que ela descobriu que todos os outros 152 passageiros do voo, inclusive sua mãe, tinham morrido. Bahia Bakari passou três semanas internada para se recuperar dos ferimentos do acidente. Bakari foi apelidada pela imprensa de “a menina milagrosa”, e em 2010 publicou um livro sobre sua experiência, escrito com o auxílio de um jornalista, intitulado “Moi Bahia, la miraculée” (“Eu Bahia, a milagrosa”). Steven Spielberg teria tentado comprar os direitos do livro para produzir um filme sobre Bahia Bakari, mas a menina teria recusado.

    Dorothea Erxleben

    Play Episode Listen Later Oct 2, 2023 3:01


    Dorothea Erxleben foi a primeira mulher a conquistar um diploma em Medicina na Alemanha. Por 150 anos, nenhuma outra médica surgiria no país. Nascida em 1715, em Quedlinburg, Dorothea Erxleben era filha de um médico progressista que acreditava que “talentos de mulheres brilhantes estavam sendo desperdiçados na cozinha”. O pai a educou da mesma forma que os filhos homens, com tutores em Latim, matemática e ciências. Para que Dorothea pudesse frequentar uma universidade, seu pai precisou conseguir uma autorização especial do rei Frederico II. Em 1741, D.E. foi autorizada a ingressar na Universidade de Halle, provocando tanto admiração quanto críticas. Apesar de não ter embates públicos com seus detratores, em 1742 D. publicou um livro defendendo a educação feminina, apelando para que a Alemanha deixasse de desperdiçar os talentos de metade de sua população. Alem de cursar a universidade, Dorothea era também uma dona de casa que cuidava de quatro filhos. Em 1747, seu pai já estava morto e a saúde de seu marido ficou fragilizada, endividando a família; para contribuir com as despesas da casa, Erxleben passou a exercer a Medicina, sem ainda ter conquistado seu diploma. Seus detratores a processaram por charlatanismo por exercer sem uma licença; o caso foi levado ao Rei Frederico II, que determinou que D.E. apresentasse uma dissertação na Universidade de Halle, e fosse examinada por uma banca. Em 1754, ela se tornou a primeira mulher alemã com um diploma em Medicina, e passou o resto de sua vida exercendo a profissão. Só 150 anos depois outra mulher voltaria a se diplomar nessa função, quando, no começo do Século XX, mulheres passaram a ser admitidas em faculdades de medicina na Alemanha. 

    Manikarnika Tambe

    Play Episode Listen Later Oct 2, 2023 2:23


    tambe manikarnika
    Johanna van Gogh-Bonger

    Play Episode Listen Later Sep 5, 2023 6:06


    Johanna van Gogh-Bonger foi a mulher que fez com que Vincent Van Gogh passasse de um artista desconhecido ao fenômeno da pintura que é hoje. Nascida em 1862, em Amsterdam, Johanna Bonger tinha 23 anos quando casou com Theo Van Gogh. Com ele, que era negociante de artes, Jo se mudou para Paris; o casal logo teve um filho, e o batizaram de Vincent, em homenagem ao adorado irmão de Theo. Vincent Van Gogh era um artista desconhecido que, cerca de um ano após o casamento do irmão, morreu com um tiro no peito. Poucos meses depois, Theo também morreria, vitimado pela sífilis. Jo se viu sozinha, com um filho pequeno para cuidar, e com o acervo de mais de 400 telas obras de seu cunhado para administrar. Nem Theo nem Vincent prosperaram profissionalmente, e estavam destinados a serem completamente esquecidos pela história da arte. Foi nesse momento que Jo mudou o mundo. A viúva deixou Paris, voltou para a Holanda, e passou a visitar diversos críticos e negociantes de arte, até conseguir, com sua “insistência fanática”, que uma exposição póstuma fosse feita em homenagem a Vincent. Com algum conhecimento em línguas, enviou diversas cartas para museus em toda a Europa, conseguindo que telas de Vincent fossem mais e mais exibidas. Em 1905, Jo organizou a maior exposição de Vincent já feita: 484 obras foram exibidas em Amsterdam, com um sucesso inédito de público e crítica. Em 1914, com a obra do cunhado tendo se tornado mais conhecida, Jo publicou um livro com as cartas entre os irmãos Van Gogh. Fazia 14 anos que ela administrava o legado de Vincent, e sua missão estava praticamente cumprida: fazer com que o mundo da arte sentisse que conhecia Vincent intimamente. Com o passar dos anos, pedidos por obras passaram a surgir cada vez mais intensamente, com galerias no mundo inteiro interessadas em exibir os trabalhos do agora reconhecido e admirado Vincent Van Gogh. Jo cuidou de tudo pessoalmente enquanto pôde, até morrer, em 1925, aos 63 anos. 

    Mary Wells Lawrence

    Play Episode Listen Later Sep 2, 2023 3:31


    Mary Wells Lawrence foi uma publicitária norte-americana. Sua sede por reconhecimento em um ambiente masculino e hostil, transformaram o mercado para sempre. Nascida em 1928, em Ohio, MWL começou sua carreira em 1951, trabalhando como redatora para uma loja de departamentos. Dois anos depois, se mudou para Nova Iorque. Trabalhou como gerente de publicidade da Macy's até ser contratada pela agência de publicidade McCann-Erickson, onde trabalharia até 1956. Dps se tornou redatora-chefe da Doyle Dane Bernbach, agência da qual se tornaria vice-presidente em 1963. Sua genialidade seria reconhecida na Jack Tinker and Partners, agência renomada por sua criatividade e inovação, de onde Wells viraria sócia sênior. Ali, foi responsável pela repaginada da Braniff Airways, criando uniformes juntamente com Emilio Pucci para os comissários!. Criou o slogan “end of the plain plane”. Tinha um salário e renome atípicos para uma mulher de seu tempo, mas que continuava sendo muito menor do que o de vários homens menos competentes. Após o sucesso com a Braniff, e tendo sido negada a promoção prometida por seus chefes, MW criou, com dois colegas, sua própria agência: a Wells Rich Greene. Tornou-se uma das primeiras mulheres a presidir uma grande empresa, e passou a comandar a agência com o maior e mais rápido crescimento na década de 1970. Inventou a campanha “I ♡ NY”, que visava atrair mais turistas para Nova Iorque, e acabou criando um dos símbolos (e slogans!) mais famosos do mundo até hoje. Quando a WGR abriu capital, em 1968, Mary Wells se tornou a primeira CEO de uma empresa na Bolsa de Valores de Nova Iorque, e uma das executivas mais ricas do mundo. Tendo lutado contra cânceres de bexiga e na mama durante a década de 1980, a mais lendária das publicitárias se aposentou em 1990, após mais de 40 anos de uma carreira brilhante. Aos 95 anos, Mary Wells Lawrence segue viva, e talvez tenha até assistido “Mad Men” – sabendo que a protagonista, Peggy Olson, foi amplamente inspirada em sua trajetória!

    Angie Turner King

    Play Episode Listen Later Aug 31, 2023 2:37


    Wanda Aguiar Horta

    Play Episode Listen Later Aug 14, 2023 3:02


    Wanda Aguiar Horta foi a enfermeira que revolucionou o atendimento médico no Brasil. Humanizou o trato aos pacientes e levando mais sensibilidade às unidades de saúde. Nascida em 1926, no Pará, viveu seus dez primeiros anos de vida em Belém. Mudou-se com a família para o Paraná. Em 1953, ganhou uma bolsa para estudar na Escola de Enfermagem de SP, situada no Hospital da USP. Wanda percebeu que os hospitais ofereciam “o máximo de desconforto”; para mudar esse quadro, ela decidiu que a Teoria das Necessidades Humanas Básicas, do psicólogo Abraham H. Maslow, precisaria ser aplicada nos hospitais. Os pacientes precisavam ser vistos para além de suas doenças, com necessidades não só físicas, mas mentais e espirituais. Para W.A., a enfermagem poderia ser simplesmente definida como “gente que cuida de gente”. Conquistou seu doutorado e se especializou em Pedagogia e Didática Aplicadas à Enfermagem. Para propagar a forma amorosa de ver sua profissão, em 1958, Wanda retorna à Escola de Enfermagem de SP, como professora. Em 1973 ela seria convidada pela Organização Pan-Americana de Saúde e pela OMS para participar da elaboração do Documento Básico sobre o Ensino de Fundamentos de Enfermagem, que enfatizava a importância da graduação e do cunho científico da profissão. Referência inesquecível no estudo acadêmico de enfermagem, Wanda Aguiar não pôde ver a longevidade de sua influência na área: em 1981, já em uma cadeira de rodas, Wanda precisou se afastar do trabalho por conta da esclerose múltipla. Ela morreria no mesmo ano, com apenas 54 anos. 

    Madame Roland

    Play Episode Listen Later Aug 14, 2023 3:47


    Anna Atkins

    Play Episode Listen Later Aug 14, 2023 2:43


    Anna Atkins foi uma botânica e fotógrafa inglesa, considerada por algumas fontes como a primeira fotógrafa do mundo. Nasceu em 1799, na Inglaterra. Órfã de mãe, que morreu por complicações no parto, Anna se tornou muito próxima de seu pai, um renomado químico, zoólogo e mineralogista. Recebeu uma educação científica extraordinária para uma mulher de sua época. Foi incentivada não só por seu pai mas também por seus amigos e colegas de trabalho. Um desses mentores foi Henry Fox Talbot, pioneiro na fotografia, que ensinou a A.A. seus métodos para registrar imagens em papéis sensíveis à luz; ela passou a registrar as algas que coletava e estudava com esse método. Em 1839, foi admitida na London Botanical Society, uma das poucas sociedades científicas que abria vagas para mulheres. Em 1841, A.A teve acesso a uma câmera fotográfica pela primeira vez, e é considerada por diversas fontes como a primeira mulher fotógrafa do mundo. Como nenhuma fotografia sua ou de suas contemporâneas sobreviveu ao tempo, a discussão permanece em aberto. Em 1843, Anna Atkins publicou o histórico “Photographs of British Algae: Cyanotype Impressions” (“Fotografias de Algas Britânicas: Impressões Cianotópicas”), que é considerado o primeiro livro ilustrado com fotografias publicado. Só 17 cópias sobreviveram, e fazem parte do acervo das mais importantes instituições de artes e ciências no mundo. Em 2004, uma cópia do famoso livro foi vendida por 230 mil libras em um leilão. Anna Atkins morreu em 1871 e seu legado ficou relativamente esquecido até a metade do século XX, quando sua importância para a fotografia passou a ser mais amplamente reconhecida. 

    Xântipe

    Play Episode Listen Later Aug 2, 2023 2:36


    Tonya Harding

    Play Episode Listen Later Aug 2, 2023 3:43


    Anita Leocádia Benário Prestes

    Play Episode Listen Later Aug 2, 2023 3:33


    Margaret S. Collins

    Play Episode Listen Later Aug 2, 2023 2:43


    Margaret S. Collins foi uma cientista, zoóloga e ativista do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos. É conhecida como uma das maiores termitólogas do mundo (estudiosa dos cupins). Nascida em 1922, Margaret S. Collins foi “diagnosticada” como criança prodígio aos seis anos de idade; na infância, passava seu tempo procurando insetos e lendo sobre eles nos livros de biologia da biblioteca municipal. Com 14 anos! ela foi admitida na West Virginia College com uma bolsa de estudos, superando todo o preconceito que mulheres e negros recebiam na ciência da época. Na década de 1940, se tornou a primeira negra PhD em entomologia – a vertente da zoologia especializada em insetos. Seu trabalho mudaria o estudo sobre os cupins para sempre. Os mais de 40 artigos publicados por Margaret S. Collins elucidaram diversas características antes desconhecidas dessa pequena criatura, e servem de referência para estudiosos até hoje. Por conta de sua devoção à área, Collins ficou conhecida como a “Senhora Cupim” – “Termite Lady”. Lecionou em três universidades dos Estados Unidos e se tornou amplamente reconhecida no meio acadêmico. Sendo uma mulher negra, precisou quebrar diversas barreiras e lidar com inúmeros ataques racistas, chegando a ter uma palestra sua cancelada por uma ameaça de bomba. Collins era conhecida como ativista pelos direitos civis, dava carona em seu carro para todos que boicotavam empresas de ônibus segregatórios, e publicou um artigo chamado “A Ciência e a Igualdade Humana”. Seus posicionamentos políticos fizeram com que até o FBI passasse a espioná-la! Margaret Collins morreu por um problema do coração, em 1996, em uma expedição às Ilhas Cayman, estudando cupins… Ou seja, fazendo o que amava!

    Papisa Joana

    Play Episode Listen Later Aug 1, 2023 3:11


    Papisa Joana foi uma lendária pontífice da Igreja Católica, cuja existência é debatida até hoje. Seu reinado como papa, sob o nome de João VIII, teria durado de 855 a 858. Uma das fontes mais antigas da lenda, escrita no século XIII, afirma que Papisa Joana teria começado sua carreira religiosa como escriba, sido promovida a notária papal, até finalmente ser eleita como papa. Tudo isso disfarçada de homem. Durante a época das eleições papais, Joana já estaria grávida, e seu disfarce teria sido desmascarado da pior maneira possível: dando à luz durante uma procissão. Depois disso, a papisa teria sido arrastada para fora de Roma e apedrejada até a morte. Outra versão, também do século XIII, diz que Joana teria se apaixonado por um monge beneditino; disfarçada de homem, acompanhou-o por anos e aprofundou seu conhecimento na fé católica. Anos depois, teria se mudado para Roma e virado cardeal e papa. O final da história, no entanto, é o mesmo: gravidez, desonra e apedrejamento. Poucas são as fontes que destinam à Joana uma morte por causas naturais, e algumas alegam que teria morrido por complicações no parto. Com o passar do tempo, a história da Papisa Joana tomou tanta força que foi reconhecida como verdade pela própria Igreja durante o Século XV, e um busto chegou a ser exposto ao lado dos de outros pontífices na Catedral de Siena. Após muita controvérsia, a lenda passou a ser refutada pela Igreja durante o Século XVII. Atualmente, a maioria dos estudiosos e historiadores considera que a história seja, de fato, falsa, principalmente pelo lapso de tempo entre seu suposto reinado e o primeiro registro histórico mencionando-o. A discussão segue em aberto, e a história de Papisa Joana segue impressionando e sendo culturalmente influente. Um dos filmes sobre ela, lançado em 1972, foi protagonizado por Liv Ullman no papel da papisa. 

    Léa Garcia

    Play Episode Listen Later Aug 1, 2023 3:13


    Léa Garcia foi uma das primeiras estrelas negras da atuação no Brasil. Com mais de cem obras de cinema, TV e teatro no currículo, Léa se tornou internacionalmente reconhecida com sua performance em “Orfeu Negro”, pela qual foi indicada ao prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. Nascida em 1933, no RJ, Léa Garcia sempre quis ser artista, mas durante a infância sonhava em ser escritora. Foi ao conhecer o homem que viria a ser seu marido, Abdias do Nascimento, ator e dramaturgo, que Léa passou a se interessar mais por teatro. Em 1952, estreou no teatro com uma peça escrita pelo marido, “Rapsódia Negra”, encenada pelo histórico grupo Teatro Experimental do Negro. Em 1956, sua carreira ganhou ainda mais destaque com a peça “Orfeu da Conceição”, de Vinicius de Moraes, ensaiada na casa do ‘poetinha. A estreia foi no Teatro Municipal do Rio,com cenários de Oscar Niemeyer. Em 1959, a peça daria origem ao filme “Orfeu Negro”, que ganhou o Oscar de melhor filme estrangeiro e garantiu à Léa Garcia o segundo lugar na premiação de melhor atriz no Festival de Cannes. A partir do final da década de 1950, começou a trabalhar mais na televisão, alcançando bastante proeminência nas novelas de Janete Clair (#mulherdefibra). Apesar de ter papéis de destaque, a TV exibia poucas estrelas negras, e muitas vezes Léa Garcia fazia papéis de empregadas e secretárias. Na novela “Escrava Isaura”, seu maior sucesso televisivo, Léa deu vida à sua primeira vilã, Rosa; apesar do reconhecimento, o papel também lhe trouxe problemas: a atriz chegou a ser agredida na rua por espectadores que não sabiam diferenciar realidade de ficção! Além de sua longa e variada carreira na televisão e no teatro, Léa também contribuiu enormemente com o cinema nacional, e ganhou quatro Kikitos no Festival de Gramado. Durante a edição desse ano, a atriz seria homenageada com um prêmio de reconhecimento pelo conjunto de sua obra. Léa Garcia estava em Gramado para o festival quando morreu de infarto, aos 90 anos. 

    Maria Veleda

    Play Episode Listen Later Jul 18, 2023 3:36


    Maria Veleda foi uma jornalista, educadora e ativista feminista e republicana portuguesa. Defensora da igualdade entre gêneros e do acesso à educação para todos, foi líder do primeiro movimento feminista de Portugal e pioneira na luta pela educação das crianças. Maria Veleda nasceu em Faro, em 1871, filha de uma família abastada. Aos dezenove anos, inicia sua carreira literária, e publica os mais variados tipos de textos em diversos jornais portugueses. Por volta de 1890, se casa, e em seguida adota um menino de pouco mais de um ano de idade, filho de uma funcionária sua que havia morrido; em 1899, dá à luz seu filho biológico. Em 1902, numa época em que praticamente não havia literatura infantil em Portugal, M.V. publica uma coletânea de contos para crianças. Separa-se do marido e se muda para Lisboa com os dois filhos e sua mãe, e passa a trabalhar como professora em um asilo e em um colégio. Lecionando no Centro Escolar Republicano, Veleda criou cursos noturnos, totalmente gratuitos, para alfabetizar mulheres. Em 1909, passa a integrar a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, fundada por Adelaide Cabedete (#mulherdefibra); dentro da liga, cria o projeto “Obra Maternal”, que acolhia e educava crianças em situação de vulnerabilidade. Em 1912, M.V. foi nomeada pelo recém instaurado governo republicano como Delegada de Vigilância da Tutoria Central da Infância de Lisboa, instituição que acolhia crianças carentes. Veleda tb era uma defensora intransigente do sufrágio integral, que contemplasse todas as mulheres, e não só uma elite. Por volta de 1920, desiludida com as promessas não cumpridas de igualdade do governo republicano, Maria Veleda abandona seu ativismo político e feminista, e passa a dedicar sua vida à espiritualidade e ao esoterismo, tornando-se uma das principais divulgadoras do espiritismo em Portugal. Morre em 1955, aos 84 anos.

    Ana Maria Nacinovic Correa

    Play Episode Listen Later Jul 18, 2023 2:43


    Ana Maria Nacinovic Correa foi uma guerrilheira brasileira que acabou assassinada pelo regime militar. Nascida em 1947, AM viveu com privilégios durante a juventude, na Zona Sul do RJ. Era excelente aluna e fazia aulas de piano. Casou-se cedo, separou-se e, aos 21 anos de, ingressou na Faculdade de Belas Artes da UFRJ, como segunda colocada pela nota do vestibular. Era 1968, e a ditadura militar estava entrando em seu período mais sombrio. AM tornou-se integrante da Ação Libertadora Nacional, grupo criado por Carlos Marighella. Em 1971, foi transferida pela ALN para SP, e participou de uma série de ações armadas contra o regime; no mesmo ano, seria a única sobrevivente de uma emboscada do DOI-CODI contra o grupo, e testemunhou três de seus companheiros serem fuzilados. Em junho de 1972, AM e quatro companheiros da ANL foram denunciados ao DOI-CODI pelo dono de um restaurante que reconheceu os jovens através dos cartazes de terroristas procurados pelo governo. Ao saírem do restaurante, os guerrilheiros foram fuzilados à queima-roupa. Na época, o governo afirmou e a imprensa divulgou que os militantes teriam resistido à prisão; no entanto, os corpos dos guerrilheiros não foram levados ao necrotério, e o local do suposto enfrentamento, nem as armas utilizadas, foram periciados. Mesmo considerada oficialmente morta pelo governo, em 1973, Ana Maria foi condenada a doze anos de prisão in absentia. Ela tinha 25 anos quando foi assassinada. Em 1997, o Estado seria oficialmente responsabilizado pela morte de Ana Maria Nacinovic Correa.

    Joan Clarke

    Play Episode Listen Later Jul 18, 2023 3:03


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