Second-largest city of France and prefecture of Provence-Alpes-Côte d'Azur
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A maioria dos católicos franceses, praticantes ou não, ficou agradavelmente surpresa com a escolha do americano Robert Francis Prevost para comandar a Igreja neste momento de guerras ao redor do mundo e incertezas sobre o futuro. Devido ao sobrenome de origem francesa, o papa Leão XIV está sendo considerado por genealogistas "o mais francês dos papas estrangeiros". O perfil multicultural do novo chefe da Igreja Católica, nascido em Chicago (EUA), de mãe espanhola, pai franco-italiano, e ainda moldado pela longa experiência missionária no Peru – e nacionalidade peruana –, foi acolhido com otimismo. Reportagens realizadas nesta quarta-feira (9) em igrejas e escolas católicas, em várias cidades francesas, mostram que a maneira como ele se apresentou ao público, no Vaticano, agradou.O novo líder dos católicos apareceu no balcão central da Basílica de São Pedro com uma fisionomia serena, sorridente, mas ao mesmo tempo visivelmente emocionado. Já na primeira frase, ele falou de paz, gerando muita empatia com o público. Os franceses gostaram de ouvir que ele irá atuar para "construir pontes" de diálogo, em busca de "justiça e paz". Nesta quarta, Leão XIV celebrou a primeira missa de seu pontificado, apenas para os cardeais que o elegeram. Na homilia, ele lamentou o "declínio da fé", preterida em favor de "outras seguranças, como a tecnologia, o dinheiro, o sucesso, o poder e o prazer". Para os praticantes que seguem o evangelho, acreditam na fraternidade e rejeitam o individualismo, esse discurso faz sentido. O jornal católico La Croix, bastante respeitado no país, afirmou em seu editorial que ao levar esse religioso americano de 69 anos para a chefia da Santa Sé, "os cardeais confirmaram a escolha de uma Igreja aberta, multicultural, globalizada e mais do que nunca comprometida com sua doutrina social", em continuidade à abertura iniciada pelo papa Francisco. A maioria dos católicos franceses quer que o pontífice americano continue trabalhando nessa direção. Ancestrais francesesPrevost é um sobrenome de origem francesa bastante comum. Com isso, o papa Leão XIV está sendo considerado "o mais francês dos papas estrangeiros". Desde ontem, genealogistas começaram a pesquisar os ancentrais do novo chefe da Igreja e acharam muitas informações. Apesar dele ter nascido nos Estados Unidos e do avô paterno ter origem italiana, a maior parte da família da avó paterna vem do noroeste da França, principalmente da Normandia. Segundo o genealogista Jean-Louis Bocarneau, que disse ter passado cinco horas na última madrugada pesquisando a árvore genealógica de Leão XIV, o papa tem ancestrais pelo lado materno que foram sapateiros em Nova Orléans, mas provenientes do oeste da França. Existe ainda uma ramificação da família em Marselha, no sul, e parentesco com alguns famosos. Leão XIV seria um primo distante da atriz Catherine Deneuve e do escritor Albert Camus. Desafios do pontificadoEspecialistas no Vaticano e católicos dizem que um dos maiores desafios de Leão XIV será a unificação da Igreja, impactada pelas divisões internas entre ultraconservadores, conservadores e progressistas. A polarização aumentou durante o pontificado de Francisco, e Leão XIV precisará encontrar maneiras de promover a unidade sem abandonar o legado de abertura do papa argentino.O La Croix traz uma lista de 12 trabalhos do papa Leão XIV, como se fossem os 12 trabalhos de Hércules, que envolvem, entre outros questionamentos, o lugar de mulheres e laicos na Igreja, uma abertura iniciada por Francisco em cargos administrativos, mas considerada insuficiente. Questões de ética sexual e familiar, como o acolhimento de famílias homoafetivas na Igreja e o enfrentamento dos escândalos de abusos sexuais, continuam muito sensíveis.Leão XIV precisará se posicionar sobre questões globais, como as mudanças climáticas, guerras, migrações e a pobreza extrema. Reafirmar os laços entre o Cristianismo e o Judaísmo, mantendo um posicionamento equilibrado sobre o conflito na Faixa de Gaza. Como pontífice americano, Leão XIV terá de ser cuidadoso com o presidente Donald Trump e com seu vice JD Vance, que ele criticou publicamente nas redes sociais antes de ser eleito. Outro dossiê urgente é sanear a crise financeira no Vaticano, que teria registrado um déficit de € 87 milhões (€ 554 milhões) no ano passado, segundo estimativas não oficiais. As receitas estão em queda há vários anos e existe um problema crônico de má gestão na Santa Sé, que o papa Francisco começou a tratar, mas não resolveu totalmente.
O anúncio da criação de super prisões para os líderes de redes de tráfico de droga em França gerou uma resposta por parte do crime organizado levando a vários ataques contra prisões e guardas prisionais. Estas grandes prisões podem não resolver os problemas da criminalidade no país, mas são uma medida há muito tempo aguardada pelos autarcas que lidam com o tráfico de droga e os seus efeitos no quotidiano das cidades. O mês de Abril em França foi marcado por uma série de ataques a prisões e a guardas prisionais, desde intimidação, a incêndios de carros de funcionários prisionais até ataques às portas de vários estabelecimentos um pouco por todo o país. Entretanto, cerca de 30 pessoas foram detidas por suspeitas de envolvimento nestes ataques e mais de 20 ficaram em prisão preventiva.Estes ataques são uma reacção à proposta do ministro da Justiça, Gerald Darmanin, de criar super-prisões para os líderes do narcotráfico, onde estes não teriam acesso a telemóveis ou computadores. Suspeita-se que hoje muitos dos gangues responsáveis pelo narcotráfico em França estejam presos, com acesso a meios que lhes permitem controlar todos as operações das suas organizações criminosas.Em entrevista à RFI, o advogado Jorge Mendes, que trabalha em Marselha, explicou como operam os narcotraficantes e porque é que mesmo as super prisões podem não conseguir resolver por completo o problema do tráfico de droga em França."Eu penso que o facto de criar estas prisões não terá nenhum impacto no tráfico. Estamos aqui numa organização internacional. Marselha, por exemplo, geograficamente está à frente da África do Norte, Itália e Espanha. O tráfico internacional vem e vai de barco. E claro que construir ou não novas prisões não tem impacto nenhum nisso. Aliás, em Marselha, construiíram duas novas prisões ao lado da antiga. E o tráfico nunca esteve tão forte em Marselha, com duas novas prisões que já estão cheias. Tudo, para mim, não tem nenhuma consequência sobre o tráfico. O verdadeiro problema do tráfico hoje é que a justiça dê mais meios à polícia para fazer buscas internacionais e com pessoal suficiente para responder a uma organização muito bem organizada, que hoje tem totalmente o poder. É a polícia e a justiça que estão hoje a correr atrás dos tráficos. E com muito atraso", explicou Jorge Mendes.Para Jorge Mendes, a França está no mesmo ponto em que Itália se encontrava há uma década, dominada pelo tráfico de droga e onde os líderes deste tráfico, mesmo estando presos conseguem controlar as operações das suas organizações criminosas."Tomam contra dos negócios com os telefones dentro da cadeia. Isto permite-lhes continuar o tráfico, mesmo eles sendo presos. É claro que com os telefones, com as redes sociais e com a internet dentro da prisão, isso permite continuar a viver, a fazer o tráfico e a ganhar dinheiro. Esse comércio continua a prosperar, mesmo com as pessoas na prisão. E esta organização muito bem organizada, não quer que os seus líderes fiquem fechados sem acesso a telefones ou cumputadores. Quer continuar a ganhar dinheiro e fazer tráfico", disse ainda o advogado franco-português que trabalha em Marselha.Já Paulo Marques, autarca na cidade de Aulnay-sous-Bois, na região parisiense, considerou em entrevista à RFI que, mesmo sob ameaça dos narcotraficantes, a criação destas prisões deve avançar."Nós verificamos que nos nossos territórios há claramente tráfico de droga. Há muitos anos que isto acontece e hoje a vontade do governo e do ministro é de erradicar ou pelo menos ter sanções muito mais fortes, nomeadamente com a criação de prisões que estejam mais seguras e muito mais fechadas para os grandes traficantes de droga. E, obviamente, como eles não querem perder terreno nos nossos territórios, há esta fase de violência e intimidação contra os guardas de prisões, contra as prisões e também contra o poder local. E isso, obviamente preocupa. Mas não abdicamos. Aliás, nós aqui em Aulnay-sous-Bois estamos perto de uma prisão e a directiva dos autarcas em geral é que não se deve voltar atrás sobre esta medida. Nós sabemos muito bem que a vontade dos narcotraficantes actualmente é de poderem continuarem com os seus territórios. É uma guerra entre os narcotraficantes e o Estado francês", indicou Paulo Marques.No parque de estacionamento da prisão de Villepinte, perto de Aulnay-sous-Bois, três carros foram incendiados e dois desses carros pertenciam a funcionários da prisão. Paulo Marques considera que há muito tempo o poder local já pedia a intervenção do Estado no tráfico de droga, especialmente à volta das grandes cidades, e que neste período todas as medidas de segurança estão a ser tomadas para poupar os guardas prisionais e a população em geral."O Estado está a acompanhar activamente os guardas prisionais, com as suas famílias e, obviamente, as actuais detenções que houve nos últimos dias. E todas as medidas estão a ser tomadas, nomeadamente de reforço de segurança nas prisões, às famílias e aos agentes na sua globalidade. É óbvio que não se deve abdicar contra os criminosos. E é a ideia fulcral. É a ideia geral desta iniciativa. É erradicar os narcotraficantes que nos nossos territórios, seja aqui na região de Paris, mas também em toda a França, que são claramente muito perigosos para os nossos jovens", defendeu o autarca franco-português.Cerca de 300 polícias levaram a cabo a investigação aos ataques ás prisões e detiveram nas últimas semanas cerca de 30 pessoas. Entretanto, 21 pessoas ficaram em prisão preventiva, entre eles dois menores de idade. Estão indiciados por crimes como "tentativa de morte em grupo organizado", "degradação e destruição através de meios perigosos" e "associação criminosa para a preparação de crimes e delitos".
O Festival do Livro de Paris está de volta ao icônico espaço parisiense do Grand Palais em 2025, com a presença de 450 editoras internacionais e cerca de 1.200 autores, consolidando-se como o grande encontro literário do ano na capital francesa até domingo (13). O Brasil marca presença no evento, a principal vitrine do setor na França, com diversos autores, lançamentos, artistas, tradutores e uma programação diversificada, apoiada pelo Ministério da Cultura e a Embaixada do Brasil em Paris. Destaque na temporada cruzada Brasil-França deste ano, a abertura do estande brasileiro nesta sexta-feira (11) contou com a presença do embaixador brasileiro em Paris, Ricardo Neiva Tavares, e do diretor para o Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do Ministério da Cultura, Jéferson Assumção, entre artistas, tradutores e escritores. Em sua participação no Festival do Livro de Paris, Assumção abordou temas cruciais para o desenvolvimento do setor no país. Em entrevista à RFI, ele destacou a importância da Lei nº13.696, que institui a Política Nacional de Leitura e Escrita. Segundo o representante do Ministério da Cultura, o texto traz um elemento inovador ao enfatizar o desenvolvimento da escrita como porta de entrada para o universo da leitura e como forma de estimular o interesse pela literatura."A construção do novo Plano Nacional do Livro e Leitura, voltado para o período de 2025 a 2035, está em andamento e envolve uma articulação entre políticas de cultura, educação e outras áreas do governo, além da participação ativa da sociedade. Afinal, esse plano é também um pacto coletivo pela leitura, com o objetivo de ampliar o número de leitores no país e fortalecer a economia do livro de forma descentralizada", destacou. "Bibliodiversidade"Segundo ele, "o plano valoriza a bibliodiversidade, o desenvolvimento regional, o fortalecimento de bibliotecas, editoras e circuitos literários". "Essa ideia vai além da economia — porque se trata também de uma política de cidadania e de valorização simbólica, estética e criativa. A literatura, nesse contexto, ocupa um papel central, pois estabelece conexões com outras linguagens artísticas, como o cinema, o teatro, a música e as artes visuais", ressaltou Jéferson Assumção.Parceria com a França"A França sempre foi uma parceira importante do Brasil, e essa relação histórica facilita o diálogo sobre políticas de leitura", destaca Assumção. "Recentemente, estivemos no estande do Brasil conversando com representantes do sistema de bibliotecas públicas de Paris, buscando trocar experiências e aprender mutuamente. No Brasil, o fortalecimento das bibliotecas públicas é um grande desafio, tanto em termos quantitativos — com a necessidade de abrir e reabrir unidades — quanto qualitativos", diz.Clarice LispectorA atriz Maria Fernanda Cândido, uma das atrações do estande brasileiro durante o Festival do Livro de Paris de 2025, falou sobre sua participação no evento. "Eu vou ler três textos do livro A Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector", esclareceu. "Especificamente, 'As Águas do Mundo', 'Uma História de Tanto Amor' e 'Felicidade Clandestina', que dá título ao livro", contou."Em 2024, fui convidada para transformar esse livro em um audiobook. Nós fizemos a gravação e, no início de 2025, ele foi lançado. Então, a partir de agora, tenho a honra de fazer parte da biblioteca de vozes aqui da França", comemorou a atriz brasileira.Ela também falou sobre as trocas literárias possíveis entre os dois países nesta temporada cruzada de 2025."Eu sempre percebi a França e o Brasil como culturas muito complementares. Acho que eles têm algo importante para a gente, que não temos, e nós temos algo muito importante para eles. Essa troca de olhares tem sido muito importante para ambos os países, e eu acho que esses centros de produção que a periferia acabou se tornando no Brasil são extremamente interessantes e têm muito a contribuir com a cultura e a literatura francesa", finalizou Maria Fernanda.Periferias como centros de produção"A França tem um forte interesse pelas bibliotecas, inclusive nas periferias, e discutimos como essas instituições podem se conectar com as especificidades culturais desses territórios. As periferias, cada vez mais, devem ser reconhecidas como centros de produção literária e cultural. Esse intercâmbio é fundamental para pensar políticas de leitura mais inclusivas e eficazes", conclui o representante do Ministério da Cultura do Brasil.O embaixador brasileiro em Paris, Ricardo Neiva Tavares, destacou a importância estratégica do evento para a promoção da literatura brasileira no exterior. Segundo ele, a presença do país no festival representa uma oportunidade valiosa de ampliar a divulgação de autores nacionais, tanto por meio de edições publicadas no Brasil quanto em território francês.Neiva ressaltou que a iniciativa integra uma programação mais ampla, "composta por cerca de 300 eventos culturais organizados ao longo do ano, visando intensificar os laços entre Brasil e França". “É um marco significativo nesse esforço contínuo de aproximação e de fortalecimento da cooperação entre os dois países”, afirmou.A periferia brasileira em ParisEm entrevista à RFI durante o Festival do Livro de Paris, Michele Teles, fundadora da editora BR Marginalia, apresentou sua iniciativa focada na literatura marginal e periférica afro-brasileira. A editora independente, que reside em Marselha, no sul da França, onde a editora nasceu, destacou o lançamento do primeiro livro da BR Marginalia: uma tradução de Wesley Barbosa, escritor periférico de São Paulo.“Nossa periferia, nossos quilombos e nossos povos indígenas têm muito a ensinar ao continente europeu”, afirmou Teles, destacando o valor cultural e a riqueza dos saberes produzidos fora dos grandes centros urbanos. A participação da editora no festival reforça o compromisso com uma literatura plural, diversa e conectada com as raízes do Brasil profundo, ainda segundo Nichelle Teles.Dramaturgia e literatura brasileiras em ParisPresente na abertura do festival em Paris, o ator e diretor de teatro Alan Castelo falou sobre sua participação no evento. "Os textos de teatro que apresentamos aqui na França não são apenas palavras no papel, mas obras que ganharam corpo e voz no Brasil, com temporadas e apresentações reais", explicou.A proposta, segundo ele, vai além de simplesmente mostrar os textos: também é uma oportunidade de compartilhar o histórico por trás de cada obra. "Apresentamos não só a dramaturgia, mas o contexto histórico em que ela foi criada e vivida, incluindo as montagens realizadas e os artistas envolvidos", completou.O Festival do Livro de Paris fica em cartaz no Grand Palais, na capital francesa, até o dia 13 de abril de 2025, como parte da programação cultural da temporada cruzada do Ano do Brasil na França.
Como parte dos eventos da Temporada França Brasil 2025, o artista plástico Jonathas de Andrade, natural de Maceió e baseado em Recife, expõe oito obras na Comanderia de Peyrassol, vinhedo incrustrado na Provence, no sul da França. Inspirado pela obra de Clarice Lispector, a mostra foi batizada de "A arte de não ser voraz" e abre para o público nesta terça-feira (1°). Patrícia Moribe, enviada especial da RFI, à Comanderia de PeyrassolA Comanderia de Peyrassol foi fundada pela Ordem dos Templários no século 13 e hoje é um importante vinhedo e museu ao ar livre. Obras da espetacular coleção de Phillipe Astruy se espalham pela propriedade de 850 hectares, fincada na região da Provence, a cerca de 100 km de Marselha. O artista francês Daniel Buren, por exemplo, implantou uma coluna de flâmulas coloridas ao longo de vinhas. As obras se impõem, se integram ou se camuflam pelas edificações reformadas e vegetação. Um passeio pelo bosque ou pela galeria fechada revela trabalhos de Joana Vasconcelos, César, Arman, Tinguely, Niki de Saint Phalle, Antoni Tàpies, Robert Mapplethorpe, Pol Burty e muitos outros.Jonathas de Andrade foi convidado para conceber uma exposição com algumas de suas obras emblemáticas, além de criações especiais para a ocasião. O fio condutor vem de uma obra de Clarice Lispector, “A arte de não ser voraz”. O projeto faz parte da Temporada França Brasil 2025. “A voracidade não é só uma coisa concreta, que fala da fome, mas também uma voracidade que é um impulso humano que nos leva a tantas contradições, como civilização”, explica o artista. “A voracidade é a voracidade de possuir, de dominar, de usar a natureza e os meios da natureza como se não houvesse amanhã. E hoje a gente vive um pico dessas contradições, com consequências muito fortes para a gente. ”Além de dois vídeos – “O Peixe” e “A Língua” -, Jonathas de Andrade traz um grande mapa realizado em colaboração com mulheres kayapó da aldeia Tukano, registros de uma ocupação do Movimento Sem Terra, que questiona a problemática de grandes áreas improdutivas nas mãos de poucos.Trabalhando com vários suportes, o artista também apresenta “Maré”, uma tábua de mares invadindo as ruínas de um clube abandonado, explorando o confronto entre mar e arquitetura, e o fato de o local também ter sido propício para encontros clandestinos. A escultura vem no formato de uma enorme língua nadando em sangue, que fez parte do pavilhão brasileiro da Bienal de Veneza de 2022. “Foi um projeto que eu fiz com expressões populares relacionadas ao corpo e que, nessa exposição e nessa discussão de voracidade, é uma língua que não só é uma língua da comida, do devorar, mas é uma língua também de uma censura que às vezes é um fantasma que está à espreita”, explica.O vídeo “O Peixe” (2016) foi exibido na Bienal de São Paulo. Filmado em 16mm, o filme é uma alegoria para temas caros para o artista, como o homem e as tradições nordestinas, a relação com o meio ambiente, e o antagonismo e embate entre opulência e necessidade. Nele, pescadores abraçam o peixe recém-pescado, como um ato amoroso, tenso. “A câmera passeia pela cena, ela parece devorá-la também, e o pescador que abraça o peixe agonizando também é uma cena de devoração entre as espécies.O artista conta que o trabalho do etnógrafo francês Jean Rouch teve um forte impacto em sua obra. “Jean Rouch deixa o olhar da etnografia clássica, distante, científico, e passa a propor situações em que a câmera parece estar jogando junto e criando com os protagonistas dos filmes".Jonathas de Andrade aproveita a passagem pela França para uma pesquisa sobre Jean Rouch, para outro trabalho que vai expor em junho, no Jeu de Paume, em Tours, também no contexto da Temporada França Brasil 2025.“A arte de não ser voraz” fica em cartaz na Comanderia de Peyrassol, no sul da França, até 2 de novembro de 2025.
Marselha, França. Um assassino profissional, Pierre Nicoli (Marcel Bozzuffi), mata um detetive francês. Paralelamente em Nova York, Jimmy "Popeye" Doyle (Gene Hackman), um detetive da polícia, e Buddy "Cloudy" Russo (Roy Scheider), seu parceiro, investigam discretamente Salvatore "Sal" Boca (Tony Lo Bianco), um pequeno comerciante, que está tendo gastos muito acima da sua renda. Cada vez existem mais indícios que grande parte da renda de Sal é ganha ilegalmente e, no processo, é ajudado pela esposa, Angie Boca (Arlene Farber). Isto os leva a descobrir que um grande carregamento de droga está para chegar no país, assim Popeye e Buddy recebem ordens para trabalhar com os agentes federais Bill Mulderig (Bill Hickman) e Bill Klein (Sonny Grosso). Acontece que Doyle e Mulderig têm desavenças, pois uma vez os instintos de Doyle falharam, o que provocou a morte do parceiro. O cérebro da operação é Alain Charnier (Fernando Rey), que esconde 60 quilos de heroína no Lincoln Continental, um carro de luxo que pertence a Henri Devereaux (Frédéric de Pasquale), um astro de cinema que, em razão da sua fama, não deverá ser importunado quando estiver filmando em Nova York. Alain contata Sal para organizar a venda da heroína, mas Doyle vigia Sal e logo começará um jogo de gato e rato.PIX: canalfilmesegames@gmail.comSiga o Filmes e Games:Instagram: filmesegames Facebook: filmesegames Twitter: filmesegamesSpotify: https://open.spotify.com/show/5KfJKthPodcast: https://anchor.fm/fgcastIntro - 0:00The Fresh Connect - 2:05O que é "Operação França"? - 2:34Notas dos agregadores - 3:00Tirando o bode da sala - 3:41Os Culpados - 46:56Premiações - 1:00:35Bilheteria - 1:02:30Notas do Filmes e Games - 1:03:12Momento Locadora: Parte 1 - 1:07:19Comentários da comunidade - 1:12:25Momento Locadora: Parte 2 - 1:16:08Revelação do FGcast #373 - 1:46:47Links para adquirir produtos relacionados - comprando por aqui, você ajuda o Filmes e Games a ganhar uma pequena comissão (sem pagar nada a mais por isso).
2024 ficou marcado pelos Jogos Olímpicos que decorreram em Paris, a capital francesa, durante o Verão europeu, há mais de seis meses, e agora em que ponto estão os atletas? Uns acabaram por se reformar, outros já estão com o pensamento virado para Los Angeles em 2028, enquanto uma outra parte dos atletas ainda não sabe o que vai fazer até às próximas olimpíadas daqui a três anos e meio.A RFI entrevistou Mariana Esteves, atleta que representou a Guiné-Conacri durante os Jogos Olímpicos, ela que também é portuguesa.Na prova olímpica, Mariana Esteves, na categoria de menos de 57 kg, eliminou Maria Escano, atleta de Guam, na primeira ronda, antes de ser derrotada pela francesa Sarah-Léonie Cysique no segundo combate.A bi-campeã africana nessa categoria aceitou contar-nos o resto da história, como foi a sua vida pós-Jogos Olímpicos.Entre dúvidas, competições e objectivos para 2025, Mariana Esteves, que vestiu depois dos Jogos Olímpicos as cores dos clubes do Judo Club Venellois, do Marselha e do Sainte Geneviève Sports, ambos em França, revelou-nos como é a vida de um atleta após essa aventura olímpica.Isto sem esquecer a parte mediática do judo, que continua a ser seguida em França com a mesma força pelos apaixonados da modalidade, no entanto, Mariana Esteves não tem visto um real aumento da afluência nos pavilhões, apesar de haver sempre um certo efeito ‘Jogos Olímpicos' nas inscrições de crianças em várias modalidades olímpicas.Mariana Esteves, atleta luso-guineense de 28 anos, continua activa com as provas de judo, inclusive no próximo Campeonato Africano de judo que decorre em Abidjan na Costa do Marfim em Abril, mas que também abraçou a carreira de professora de educação física durante este ano lectivo.O desporto pós-Jogos Olímpicos e as modalidades femininas continuam a precisar de ajuda, visto que a exposição mediática durante as Olimpíadas é de apenas cerca de um mês… todos os quatro anos.
Verdadeira instituição para os fãs de futebol de várias gerações, o álbum de figurinhas Panini celebrou os 50 anos da publicação dedicada ao campeonato francês com uma edição comemorativa e uma festa que reuniu em Paris grandes nomes que atuaram nos gramados do país, entre eles, o ex-jogador brasileiro Sonny Anderson. Elcio Ramalho e Annie Gasnier, de ParisTodo ano, desde 1975, milhares de torcedores de futebol na França aguardam ansiosos a publicação do álbum de figurinhas da Ligue 1, como é chamado o campeonato francês. A fórmula repete o sucesso de cinco décadas, com páginas dedicas ao elenco de todos os times de futebol da temporada. Para marcar a data comemorativa, uma edição especial foi lançada.São 104 páginas com os times da temporada 2025/2026, mas também enriquecido com um retrospecto dos 50 anos do campeonato e seus momentos mais marcantes. No total, são 530 figurinhas.Para celebrar o sucesso da publicação, a empresa Panini reuniu e homenageou ex-craques que brilharam nos gramados para o lançamento da edição comemorativa. Entre eles os franceses Robert Pirès (Meetz e OM), Luc Sonor (Metz e Mônaco) e Frédéric Piquionne (Saint-Étienne e Lyon), o português Pedro Miguel Pauleta (Bordeaux e PSG) e o brasileiro Sonny Anderson (Olympique de Marselha e Lyon).O ex-jogador Robert Pirès, campeão mundial com a França em 1998, cresceu colecionando as figurinhas do álbum Panini. A descoberta foi com os colegas de escola, aos sete anos de idade. Pires lembrou da época e dos jogadores que o inspiraram e que fazia questão de ter em seu álbum de figurinhas.“O jogador que eu queria ter absolutamente era o Alain Giresse. A geração de 84 me fez sonhar, sempre se fala do Michel Platini, o que é normal, porque era o melhor jogador francês. Mas jogadores como Giresse, Tigana, Fernandes, foram jogadores que me fizeram sonhar, que me inspiraram", declarou.Robert Pirès, assim como outros ex-jogadores convidados para o lançamento da edição comemorativa, ganhou de presente um quadro com sua imagem no álbum Panini. Uma homenagem que o fez viajar no tempo.“Quando comecei no futebol, tinha 7 anos. Era meu sonho, mas nunca tinha imaginado estar um dia no álbum Panini e nem jogar um dia pela seleção francesa. Quando eu vi minha primeira figurinha no álbum Panini, obviamente fiquei extremamente orgulhoso do que tinha conseguido realizar", diz o ex-jogador.Sonny Anderson: “É uma honra estar no álbum de figurinhas”O ex-jogador de futebol brasileiro, Sonny Anderson, que desembarcou em 1993 no Olympique de Marselha e depois fez história no futebol francês como campeão com o Mônaco (1997) e o Lyon (2002, 2003), também foi homenageado durante o lançamento da edição especial de aniversário do álbum de figurinhas Panini.Atualmente consultor esportivo para canais de televisão da França, Sonny Anderson, contou à jornalista da RFI Annie Gasnier como foi sua descoberta do famoso álbum de figurinhas Panini quando chegou à França e sua reação ao ver sua imagem na publicação. “Cheguei no Olympique de Marselha na metade do campeonato e por isso minha figurinha foi de uma ação de um jogo. Só no Mônaco, em 1994, descobri que tinha que se preparar, fazer a barba, cortar o cabelo para a figurinha”, lembrou. “Isso fica para a vida toda. Até hoje assino coleções de álbuns de figurinhas da época que joguei no Mônaco e no Lyon”,Para Sonny Anderson, fazer parte do álbum é um sinal de reconhecimento para um jogador de futebol.“É uma honra participar da Panini, que fez parte da nossa carreira de jogador, e saber que as pessoas que colecionam participaram da nossa carreira em algum momento de minha passagem pelo campeonato francês”, diz Sonny Anderson.O presidente da empresa Panini, Alain Guerrini, lembrou que na época de seu lançamento, em 1975, as imagens não eram autocolantes, mas a publicação soube se adaptar às evoluções tecnológicas e ao público. "Se há cinco décadas, a média de idade dos colecionadores era entre 10 e 15 anos, atualmente, se situa entre 5 e 10 anos de idade", afirma. Segundo ele, apesar da sociedade estar cada vez mais voltada para o mundo digital, a paixão pela coleção das figurinhas se mantém intacta."Estamos em um mundo digital, mas ter uma posse física, ter a imagem, é um pouco como as imagens religiosas de antigamente. Você pode colocar no bolso, sobre o coração, é algo que reconforta. Nossos colecionadores estão no mundo moderno, mas também num mundo de sonhos. Acho que isso cria um bom equilíbrio. Além disso, é intergeracional, é maravilhoso", afirma.
Diversos estudos buscam entender como as variações hormonais e o meio-ambiente influenciam o sono das mulheres em diferentes etapas da vida. Mas ainda faltam dados para identificar com precisão todos os fatores que explicariam por que as pacientes acumulam mais noites maldormidas do que os homens. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisDe acordo com a Santé Publique France, a agência de saúde francesa, entre 15 e 20% da população do país sofre de insônia e mais mulheres do que homens declararam ter o sintoma. As mesmas conclusões foram divulgadas em um estudo publicado em março deste ano pelo Instituto Nacional do Sono e da Vigilância.As diferenças no padrão do sono de homens e mulheres foi um dos destaques de um congresso que reuniu pesquisadores franceses e de vários países no final de novembro em Lille, no norte da França. O evento foi organizado pela Sociedade Francesa de Pesquisa e Medicina do Sono (SFRMS, na sigla em francês) e o Grupo Sono da Sociedade de Pneumologia em Língua Francesa (SPLF).A neurologista Isabelle Lambert, que participou da palestra sobre o tema, dirige o centro dedicado aos distúrbios do sono no hospital universitário de Marselha, no sul da França.De acordo com ela, suas pacientes apresentam mais problemas de insônia do que os homens, em uma proporção que varia entre 30 e 40%. Os hormônios são provavelmente a causa dessa prevalência no sexo feminino, mas essa hipótese, ressalta, ainda não foi validada pelos estudos científicos que estão em andamento em vários centros especializados no mundo.“Não faz tanto tempo assim que nós, cientistas, nos interessamos às especificidades do sono das mulheres”, explica a neurologista francesa.Desde 2014, um grupo de trabalho criado por pesquisadores franceses se dedica ao assunto e os dados obtidos até agora pelos cientistas mostraram que os franceses e francesas dormem, em geral, o mesmo número de horas diárias, com uma pequena variação de 20 minutos.Há, entretanto, diferenças nos ciclos do sono profundo, ou não-REM (sigla para rapid eyes mouvement), sem sonhos e essencial para o descanso cognitivo, que seriam mais curtos nas mulheres. As fases do sono, traduzidas em ondas cerebrais, podem ser registradas pelos médicos em um exame chamado polissonografia, que grava a atividade cerebral do paciente quando ele está dormindo. Mulheres têm mais insôniaSegundo a neurologista, pesquisas com animais também confirmaram as evidências de que as mulheres seriam mais propensas a outros distúrbios do sono, como a chamada Síndrome das pernas inquietas, que provoca movimentos involuntários quando a pessoa está dormindo.Os remédios usados para tratar essa e outras doenças do sono também não surtiriam o mesmo efeito em homens e mulheres, acrescenta, e algumas moléculas exigem adaptações terapêuticas. Uma das explicações é que os testes clínicos dos medicamentos aprovados ao longo das últimas décadas não levaram em conta as especificidades femininas.Os estudos ainda revelam que as diferenças de padrão de sono entre gêneros são estabelecidas principalmente na puberdade e continuam nas diferentes etapas da vida da mulher, em função das variações hormonais.“Por que essas mudanças acontecem e qual a relação com o sono? Porque nosso cérebro é cheio de receptores de estrogênios e de progesterona. Muitos desses receptores estão localizados em estruturas cerebrais envolvidas no controle da hora de dormir e acordar e no ritmo circadiano”, explica Isabelle Lambert.“Nós sabemos que a regulação hormonal na mulher é complexa”, acrescentou a ginecologista Christine Rousset Jablonski, que participou da mesma palestra no congresso francês.A partir da puberdade, o corpo da mulher se prepara para a reprodução. Os ovários são responsáveis pela produção da maior parte do estrogênio e da progesterona, os principais hormônios femininos. As glândulas suprarrenais, consideradas uma extensão do sistema nervoso, produzem os andrógenos adrenais que poderão em seguida ser convertidos em hormônios sexuais.Essas mudanças hormonais que começam na pré-adolescência e duram até depois da menopausa seriam uma das causas das noites maldormidas de muitas pacientes. “Essas taxas dependem e variam de mulher para mulher e há muitas variações individuais”, diz a especialista. E isso acontece mesmo em mulheres que não apresentam anomalias no ciclo ovulatório.Flutuações na menopausaAlém da gravidez, a perimenopausa, que dura vários anos, e a menopausa, que marca o fim das menstruações, são etapas determinantes para o equilíbrio orgânico feminino. Nesta fase, as variações hormonais estão associadas à diminuição do estrogênio, com pouca “impregnação” da progesterona. “Isso pode, potencialmente, ter um impacto no sono”, reafirma a ginecologista francesa. Na menopausa, além da questão hormonal, há também o fenômeno da vasoconstrição, que corresponde ao estreitamento dos vasos sanguíneos. Ele é frequente nessa etapa da vida da mulher e está associado aos fogachos e suores noturnos.“Esses sintomas atingem 80% das mulheres na menopausa, e duram, em média, sete anos e meio, mas podem variar. Para um terço das mulheres, eles vão durar mais de dez anos", alerta Christine Rousset Jablonski."Sabemos que esses sintomas vasomotores podem estar associados a distúrbios do sono e são mais intensos de noite do que de dia. Mas também há mulheres na menopausa que têm problemas de sono sem sintomas vasomotores associados”, explica. A boa notícia é que já existem medicamentos para tratar esses sintomas e, desta forma, melhorar o sono.A associação entre a fisiologia dos fogachos e o ritmo circadiano da mulher, o relógio biológico que regula várias funções orgânicas, incluindo o sono, é um assunto ainda pouco compreendido e que deve ser mais estudado, ressalta a ginecologista francesa.Enquanto isso, ter uma alimentação equilibrada, fazer exercícios e evitar o estresse ajudam a dormir bem e a preservar a saúde. Esses são fatores que a Ciência já provou que são benéficos para dormir bem e prevenir praticamente todas as doenças.
O artista português Márcio Carvalho participou pela primeira vez na mais importante feira de arte contemporânea africana europeia, AKAA - Also Know as Africa, em Paris. Márcio Carvalho apresentou os projectos "Falling Thrones" e "Memories for 14 busts", sobre memória e espaço público em torno de temáticas pós-coloniais. RFI: Participa pela primeira vez na feira de arte e design africanos AKAA - Also Know as Africa. Que obras apresenta?Márcio Carvalho: Eu estou a apresentar trabalhos em desenho de duas séries que eu tenho estado desenvolver desde 2021. Uma delas chama se Falling Thrones e a outra chama se Memories for 14 busts. Ambos os trabalhos têm que ver com memória e espaço público. Como é que nós recordamos enquanto corpos biológicos, mas também como nos recordamos enquanto corpos colectivos? Tipo um hipocampo colectivo social e como é que nos recordamos do nosso passado em comum.Já esteve em exposição em Marselha, no sul de França, na exposição Europa Oxalá, uma exposição que percorreu vários países. Uma exposição que falava desta temática que o acompanha, que é a questão da memória.Foi uma exposição incrível na qual participei, tive todo o orgulho de trabalhar com esta série de artistas incríveis, com os curadores também incríveis António Pinto Ribeiro, Aimé Mpane, Katia Kameli. Foi muito interessante não só expor, mas também ter a oportunidade de debater com eles este tipo de temáticas pós-coloniais, não só na ideia de trazer de volta as teorias pós-coloniais, mas da prática pós colonial. A arte como um veículo de prática pós colonial e de descolonização, seja do território, seja da linguagem de várias frontes. Mas como é que se faz isso na prática?A questão é essa como é, como é que se faz isso na prática? Como é que se faz isso na arte?Por exemplo, existe a possibilidade, em Lisboa, de fazer uma contextualização de alguns objectos coloniais que estão num espaço público. E a contextualização nunca pode ser uma coisa feita à porta fechada. Se for feita à porta fechada, o que acontece? Não existe participação da sociedade civil. A arte pode fazer essas pontes com a sociedade civil. Tu não precisas ser literário em arte, tu não precisas ser um expert em arte para poderes interagir com a arte, para poderes participar em projectos artísticos. É esta coisa que a arte pode fazer que é muito interessante, que é trazer esses públicos para dentro, não só do discurso artístico, mas também do discurso político, social, cultural, contextual e dos contextos de onde está a operar.Por que motivo ainda é tão difícil e se fala de forma tão tímida, de descolonização?É uma muito boa pergunta. Eu acho que todo o processo de colonização foi um processo que levou centenas de anos a consolidar. No caso de Portugal, através do Estado Novo, houve uma consolidação do colonialismo ainda maior. Houve um género de um forjar da identidade portuguesa indissociável do colonialismo. É uma coisa que perdura até os tempos de hoje. Vivi na Alemanha muito tempo, apresentei trabalho em cinco continentes diferentes e vejo que há muitas frontes, muitos países, muitos contextos que já falam destas coisas há muito tempo.Portugal ainda está muito atrasado. Porquê? Talvez por isso, porque tivemos uma ditadura durante muitos anos e foi uma ditadura que forjou. Foi propositado criar uma cultura colonial para que o português sinta que sem as ditas descobertas não tem história. Eu não tenho história se não tiver esta parte, o que é errado, porque existe muita história no continente e existe dentro da parte colonial. Existem histórias de interacções entre povos e essas são as histórias que podem ser interessantes, onde portugueses se encontraram com nigerianos, onde portugueses encontraram muçulmanos e se entre-ajudaram para ir ao encontro de espaços que nunca estiveram e ao encontro de culturas que nunca tiveram acesso. Essa poderá ser a história interessante, mas não podemos saltar para essa história antes de descolonizar a história. A história como está nos manuais escolares que as crianças, desde a primária até ao ciclo até ao secundário, andam a aprender ainda hoje.Tudo começa por ir, pela educação?Claro, tudo começa por aí. Existem uns projectos interessantes que estão a acontecer em Lisboa e nos quais estou envolvido, com Plano Nacional das Artes, onde existe a ideia de começar exactamente pelos manuais escolares. Estamos a fazer um update. Estamos no século XXI, a Europa está toda engajada nesta ideia de descolonizar, mas na prática e com certeza que temos que começar com os manuais escolares. Eu fiz projectos com crianças, o último projecto que fiz foi com a Gulbenkian, chama-se Lugares. Trabalhámos com 164 crianças de cinco escolas diferentes, fomos a escolas durante nove meses, trabalhámos com estas crianças sobre a ideia de poder, o lugar do poder. Quem é que tem poder, quem é que não tem poder.O que é que representa o poder?O que é que representa o poder... Quem é que tem direito ao poder. Estas crianças que são crianças que vêm de montes de sítios diferentes e são descendentes de diferentes culturas, necessitam deste tipo de exercício de pensar no poder, porque eles não se vêem representados na sociedade. Porque a sociedade, o dito português, é um português e uma pessoa de classe média alta, branco que não condiz com a realidade que nós temos hoje, especialmente em Lisboa. Todos os meus amigos que vêm da Alemanha, que vêm da França, chegam a Portugal e dizem 'Uau, isto é incrível! Isto é, parece mesmo uma cidade multicultural'.Como encontramos aqui em Paris, por exemplo...Como encontramos aqui em Paris também, claro, e noutras cidades europeias. Como diz António Sousa Ribeiro; 'temos que confrontar a história e temos que mudar a história', mas não se trata apenas de um processo de substituição. Agora substitui-se uma história por outra, não. Temos é que criar uma história nova com estes novos intervenientes que existem hoje, que são tanto pessoas que lutaram nas guerras coloniais, como jovens de 15 a 20 anos de idade que têm coisas a dizer sobre a nossa sociedade.Propõe uma nova visão da história através da sua arte?O que proponho é questionar essa arte. Para propor temos de tomar uma posição de quase expertise e o que eu proponho são reflexões através de questões. O que leva logo a um sistema participativo. Não é uma coisa que eu faço sozinho, é uma coisa que tem que ser feito pela sociedade civil. A arte pode ser uma catapulta para isso mesmo. Este projecto que eu tenho, o Falling Throne é sobre como lidar com o espaço público, como lidar com memória no espaço público, como lidar com estas estátuas, estes monumentos e memoriais de cariz colonial. Porque eu lembro-me que em 2010 eu já andava a fazer projectos destes e a tentar fazer qualquer coisa em Lisboa e os meus colegas diziam 'Márcio, porque é que te preocupas com isto?' e respondia que 'porque isto é invisível'. Ninguém olha para isto e aí está o problema. A estrutura colonial está tão enraizada que tu já não a vês, já faz parte. Essa parte que temos de descolonizar, essa parte que temos que renomear, reavaliar, revisitar.Quais são as propostas presentes nestas obras?Eu faço uma brincadeira com os Jogos Olímpicos porque o desporto é uma coisa particular e interessante para mim. Nas guerras tu tens inimigos, não é? Mas no desporto tens oponentes, tu lutas, defendes a tua posição e no final cumprimentas o teu adversário. Que percas ou ganhes cumprimentas sempre o teu adversário. É essa a ideia que eu trago com o meu trabalho. São desportistas olímpicos que tentam disputar novas histórias. Muitas vezes dou-lhes biografias, que são biografias, por exemplo, de Patrice Lumumba, de Josina Muthemba, Dandara dos Palmares. São pessoas que lutaram contra a colonização, especialmente portuguesa, mas também do Congo e são os novos intervenientes da história. Nós temos que saber também as histórias deles para também podermos fazer um género de 'agora vou substituir o herói Vasco da Gama pelo herói Patrice Lumumba' - não é propriamente isso. É mais: vou adicionar as histórias que tenho vindo a aprender desde que sou pequenito e com histórias de pessoas que lutaram pela liberdade dos seus países.É um facto hoje que nós tivemos liberdade em Portugal porque as guerras de libertação dos povos colonizados, nomeadamente Angola, Moçambique e Guiné-Bissau, essas pessoas já andavam a lutar para a liberdade dos seus povos. Isso fez com que os nossos tropas entendessem o que era a guerra. O que o Amílcar Cabral disse e muito bem é: "se a empresa colonial portuguesa cai nestes territórios, com certeza que cai também em Portugal". Foi o que aconteceu. Houve aqui um aspecto de colaboração que temos que salientar, hoje, como uma forma também de descolonizar as mentalidades na sociedade.No outro projecto usa o conhecido tecido africano, a capulana em Moçambique?Tenho andado a estudar mais o tecido. Este tecido africano em Moçambique que se chama capulana. Eu tenho andado a investigar porque estou a acabar o meu doutoramento em Artes na Faculdade de Belas Artes. Este tecido é uma tecnologia de arquivar. Por exemplo, em Moçambique pode ser uma coisa tanto individual, autobiográfica como colectiva. A mãe que tem uma criança que carrega no tecido e quando a criança tem 18 anos, a mãe volta a dar lhe a capulana como um gesto que tem a ver com uma autobiografia da criança. Os políticos fazem campanhas políticas, imprimem as suas próprias caras na capulana. Pessoas que lutaram contra o colonialismo também são impressas na capulana. Ou seja, a capulana é um veículo de histórias. Como a minha família de Angola, nós somos de uma família que é multirracial, e sempre tive contacto com estes objectos sem saber sequer o que eles representavam. Estas formas abstractas de toda a arte fascinavam-me. Na Europa havia muita coisa do figurativismo e quando olhávamos para estes objectos, pelo menos quando criança, não percebia. Eu sempre tive uma relação com elas sem saber que tinha uma relação.Da mesma forma, como falámos há pouco, em relação a dados adquiridos que nos dão a conhecer e não são questionáveis?Isso, exactamente. A capulana está a ser uma relação mais recente. Este projecto chama-se Memórias para 14 Bustos, que são 14 bustos que foram produzidos pelo Leopoldo de Almeida para a Exposição Universal do Mundo Português de 1940, para adornar um zoom humano. Quando eles trouxeram pessoas para exibir como se fosse um zoológico em 1940, isto é muito recente. E estes bustos ainda estão no jardim tropical de Belém. Hoje em dia têm uma contextualização que é mínima. Eu não considero ser uma contextualização porque é uma obstrução dos sentidos. É um género de uma placa que tem um pequeno texto que na verdade não diz nada.Neste momento estou em contacto com os directores do museu e estamos a preparar, talvez para 2025, uma contextualização séria destes 14 bustos. Este é um início desse projecto que são estes 14 bustos desenhados nestes panos africanos, nas capulanas, onde depois existem memórias; sejam memórias que não são faladas. Nestas duas figuras brincam um pouco com a ideia de naufrágio porque o azul cobalto, iconograficamente, é sinónimo de história. Nós olhamos para estas imagens de azul cobalto dos azulejos nas nossas ruas [em Portugal], e de repente é história, isto é a nossa história. Fala-se muito dos barcos que lá chegaram, mas não se fala dos barcos que afundaram nos naufrágios. E este naufrágio não é só um naufrágio que está ligado à relação do barco ao mar. É o naufrágio da história. Porque a nossa história é um grande naufrágio, onde temos que ir para debaixo da água, metaforicamente, fazer mergulho para encontrarmos os despojos da nossa história.Se formos aos arquivos que temos, tanto em Lisboa, nas instituições, conseguimos encontrar muita coisa, mas o acesso a esses arquivos ainda é negado. Estes trabalhos, estes desenhos nas capulanas tentam trazer exactamente essas memórias da nossa história.De onde vem a sua relação com África?A minha família vem de lá desde 1888. Houve pessoas que nomearam a minha família de retornados. No final dos casos, eles eram exilados. Eles exilaram-se em Portugal por causa das regras das guerras anti-coloniais. O que aconteceu comigo foi que, de repente, eu nasci num território que é o território português, mas toda a música que eu ouço em casa é angolana, toda a comida que eu como em casa é angolana, as vestimentas, o léxico que faz de mim uma pessoa que está desterritorializada porque a nível de memória, nesta ideia que está ligada a pós memória, as memórias que eu tenho são de um território que não é o de Portugal. Mas eu nasci em Portugal, sou português, nunca fui a Angola. Fui ao Senegal, fui aos Camarões e está programado para ir a Angola, claro, trabalhar lá também.As memórias que eu tenho, que me foram passadas de território, de contexto, de luta, de vida são de outro território, foram memórias emprestadas. Essa ligação faz-me querer saber um pouco mais e faz-me querer participar nesta luta que é uma luta por um género de igualdade. Usar a descolonização ou esta ideia de descolonizar não só o território, mas como um mote para trazer outro tipo de dignidade aos povos colonizados, à minha parte da família que ainda vive em Angola, a ligação é grande e não consigo contabilizar. Acho que preciso de mais anos de maturidade para tentar entender como é que o território e a memória podme trabalhar um corpo biológico, no sentido em que tu és português mas não reconheces o território onde tu vives, na tua condição de memória, de pós-memória.
Inácia Soares, na coluna Negócios BH, aborda sobre o Livro ‘As empreendedoras de Marselha” um livro que destaca a jornada e desafios das mulheres no mundo empresarial.
Com uma cerimônia memorável, a Olimpíada de Paris se encerrou no domingo (11), sendo aclamada como o evento esportivo mais espetacular de todos os tempos. Quebra de recordes, um desempenho inédito da França, sucesso das mulheres brasileiras, cenários de tirar o fôlego, polêmicas e muitos memes: os Jogos Olímpicos de Paris serão lembrados por uma série de façanhas e fatos. Daniella Franco, da RFITudo começou com uma cerimônia de abertura grandiosa, com duração de três horas e meia – a primeira em toda a história das Olimpíadas realizada fora de um estádio, com o rio Sena e monumentos como pano de fundo. A festa também foi marcada pela performance de grandes estrelas, como a cantora canadense Céline Dion, que, depois de muito suspense e especulações, interpretou “L'Hymne à L'Amour”, de Edith Piaf, na Torre Eiffel. A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris deu o que falar pela beleza, mas também pela ousadia, já que uma das cenas do evento, confundida com a Santa Ceia, suscitou críticas de autoridades religiosas e líderes políticos conservadores em todo o mundo. Artistas e o diretor da cerimônia, Thomas Jolly, chegaram a ser alvo de ameaças de morte. Jolly precisou ir a público explicar que a passagem específica do evento nada tinha a ver com religião, e que teria sido inspirada na pintura “Festa dos Deuses”, obra criada no século 17 pelo holandês Jan Harmens Bilert. "Ninguém jamais encontrará no meu trabalho uma vontade de zombar ou de difamar. Eu quis fazer uma cerimônia para unir e também para reafirmar os valores da República Francesa - Liberdade, Igualdade, Fraternidade - e não para rir de quem quer que seja", afirmou, em entrevista ao canal BFMTV.Polêmicas envolvendo atletasAlgumas polêmicas também envolveram a participação de atletas nos Jogos Olímpicos de Paris. É o caso do jogador holandês de vôlei de praia, Steven van de Velde, condenado por estupro de menor de idade. Ele chegou a ser vaiado na quadra, inclusive pelo público brasileiro, na partida em que ele e seu colega de dupla, Matthew Immers, foram eliminados por Evandro e Arthur nas quartas de final. Já a boxeadora argelina Imane Khelif enfrentou boatos de que seria transgênero. A esportista, que tem hiperandrogenismo, viu sua participação nas competições femininas de Paris 2024 ser contestada. O caso chocou a Argélia, onde Khelif é um ícone. O Comitê Olímpico Internacional defendeu a atleta, que fez um apelo ao público antes de vencer a chinesa Yang Liu e conquistar o ouro na categoria - 66 kg."Envio essa mensagem a todas as pessoas no mundo, para aceitarem as regras e princípios olímpicos e pararem de atacar os atletas porque isso tem consequências, consequências graves", declarou em entrevista à agência American Press. "Esses ataques podem destruir as pessoas, espiritual e mentalmente. E isso divide as pessoas. Por isso, peço que parem com o bullying", disse Khelif.Outra polêmica ocorreu devido à quebra de recorde protagonizada pelo nadador chinês Pan Zhanle, que no dia 31 de julho cravou o tempo de 46:40 na final dos 100 metros do nado livre - um segundo a frente do australiano Kyle Chalmers, que levou a prata. Uma façanha como essa na natação não era vista há cerca de 50 anos, o que levou muitos especialistas a insinuarem a possibilidade de doping, não confirmada nos exames. Quebras de recordesA nadadora canadense prodígio Summer McIntosh, de apenas 17 anos, conquistou três ouros e uma prata nesta edição dos Jogos. Ela ainda registrou um novo tempo nos 200 metros borboleta (2:03:03). A jovem é vista como um dos grandes talentos de Paris 2024, três anos após sua estreia em Tóquio, quando tinha apenas 14 anos.No ciclismo de pista feminino, o recorde de velocidade foi batido cinco vezes em uma única noite, pela Grã-Bretanha, Alemanha, Nova Zelândia e depois duas outras vezes novamente pelas britânicas. Foram elas que levaram o ouro ao chegar à marca final de 45:186. O sueco Armand Duplantis emocionou o Stade de France com seu desempenho no salto com vara, alcançando 6,25 metros. Essa foi a nona vez que o atleta quebrou seu próprio recorde."Estou muito orgulhoso, definitivamente. Recebi mais amor e apoio do que poderia imaginar. Estou tão feliz que pude performar de uma maneira que eu sabia que era capaz. É mais incrível do que eu poderia imaginar, honestamente", declarou. Sucesso nas redes sociais Embora não tenha obtido o mesmo sucesso na competição, o atleta francês Anthony Ammirati viralizou nas redes sociais. Sua eliminação passaria despercebida não fosse sua genitália ter derrubado o sarrafo durante a disputa. Uma plataforma de conteúdo erótico chegou a propor o pagamento de € 250 mil para que o francês posasse diante de suas câmeras por uma hora. Em seu TikTok, Ammirati postou um vídeo em que aparece comendo, com o olhar distante, ao som da trilha sonora do desenho animado Bob Esponja e a seguinte mensagem: "quando você chama mais a atenção por sua genitália que por sua performance".Quem também viralizou nas redes sociais durante os Jogos Olímpicos de Paris foi Snoop Dogg, que se tornou um verdadeiro "mascote do evento". O rapper americano, que participou do revezamento da tocha olímpica, veio a Paris também como comentarista esportivo do canal NBC. Mas não apenas: a estrela experimentou vários esportes - judô, natação, esgrima e halterofilismo. Além disso, vídeos em que o músico aparece falando em francês e até dançando com um cavalo, em Versalhes, divertiram o público.Novas estrelas no mundo do esporteOs Jogos Olímpicos de Paris também entrarão para a história com a ascensão de novos ídolos do esporte. É o caso do nadador francês Léon Marchand, de 22 anos, que se tornou um herói na França ao conquistar cinco medalhas, quatro de ouro e uma de bronze. A RFI conversou com o jovem no estúdio instalado no Club France, espaço do Comitê Olímpico Francês no Parque de la Villette, norte de Paris. "Tenho consciência das minhas conquistas porque as pessoas não param de me perguntar sobre isso. Mas acho que, no fundo, ainda não me dei conta. Vai demorar um pouco, preciso de tempo. Os últimos dias foram muito intensos para mim. Então agora estou começando a voltar à realidade e a compreender o que aconteceu nesses últimos dias. E é uma coisa louca, na verdade", afirmou. O Brasil também fez história em Paris, com várias conquistas. Rebeca Andrade conquistou o primeiro ouro do país na ginástica artística e se tornou a maior medalhista brasileira de todos os tempos: foram quatro pódios apenas nessa Olimpíada, que se somam aos dois realizados em Tóquio. A ginasta de 25 anos conversou com a repórter Maria Paula Carvalho, da RFI, logo após obter o ouro na Arena Bercy e expressou orgulho com sua performance. "Estou muito feliz de estar voltando para o Brasil com o ouro. Os brasileiros mereciam muito! E eu queria muito também, sabe? Eu lutei muito e fiz o meu melhor" celebrou. Sucesso das brasileiras As mulheres brasileiras foram, pela primeira vez, mais numerosas que os homens na delegação nacional: 153 esportistas do sexo feminino contra 124 do masculino. Foram elas também que conquistaram a maioria das medalhas. Além de Rebeca Andrade, subiram no pódio Beatriz Souza e Larissa Pimenta no judô, Tatiana Weston-Webb no surfe, Rayssa Leal no skate street, Bia Ferreira no boxe, além da medalha por equipe da ginástica feminina, do vôlei de quadra, do vôlei de praia, com Ana Patrícia e Duda, e da equipe do futebol feminino, com essa foi a última Olimpíada de Marta. É também uma atleta mulher, a primeira representante do Brasil a disputar uma mesma edição dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, a mesatenista Bruna Alexandre, que avaliou as atletas nacionais. "É algo de muita alegria para o nosso país, ver que a mulher é forte e capaz. Quem sabe em Los Angeles, em 2028, tenha o dobro ou o triplo de esportistas mulheres", disse, em entrevista à RFI.O Brasil também subiu no pódio com William Lima e a equipe mista, no judô; Isaquias Queiroz, na canoagem; Gabriel Medina, no surfe; Augusto Akio, no skate park; Edival Pontes no taekwondo; e Caio Bonfim, na marcha atlética.Os brasileiros também marcaram presença em Paris, colorindo a torcida de verde e amarelo e fazendo muita festa nas arquibancadas e ruas da capital francesa. A gaúcha Roberta Calabro, radicada em Barcelona, veio à Paris assistir a algumas competições. Em entrevista à RFI, ela contou que a experiência foi tão positiva que resolveu prolongar a visita e ir até Marselha, no sul da França, ver a seleção feminina de futebol do Brasil enfrentar e bater a Espanha. "Participar das Olimpíadas sempre foi um sonho para mim, e essa em Paris, uma cidade que eu sempre amei, vai ficar marcada para sempre. Eu assisti a cinco jogos no total e eu fiquei impressionada com a organização. Foi incrível!", comemora.Paris se prepara para Jogos ParalímpicosNa noite de domingo (11), a França se despediu dos Jogos, mas temporariamente. A chama olímpica, exposta em um balão no Jardim das Tulherias, no centro de Paris, se apagou na noite de domingo, durante a cerimônia de encerramento. Mas ela voltará a ser acesa em 28 de agosto, quando iniciam os Jogos Paralímpicos. Enquanto isso, as autoridades francesas cogitam em transformar a escultura de 30 metros de altura e sete de diâmetro em um monumento, como uma lembrança física e permanente dos Jogos Olímpicos de Paris. Leia tambémEm contagem regressiva para Jogos Paralímpicos, atletas brasileiros embarcam rumo a Paris
Os nadadores moçambicanos Matthew Lawrence e Denise Donelli integram a missão olímpica de Moçambique e estrearam-se nos Jogos Olímpicos de Paris. O atleta moçambicano Matthew Lawrence está a viver em Portugal desde 2022, no âmbito de uma bolsa atribuída pelo Comité Olímpico Internacional, o nadador olímpico participou na prova dos 100 metros bruços e não conseguiu seguir em frente, neste que foi o momento mais importante da carreira de Matthew Lawrence até ao momento.RFI: Como é que correu a sua prova?Matthew Lawrence: A sensação foi incrível. Esta é a primeira vez que estou nos jogos e é o palco maior do mundo, já participei em dois mundiais e nem se compara porque há tantas pessoas a gritar e a apoiar. A prova o ensino correu assim tão bem e estava à espera de nadar mais rápido, mas acontece e não posso estar muito zangado.Sentiu que deu o melhor de si, os seus adversários foram mais rápidos?Sim, eu acho que eu dei tudo que tinha. Cheguei no fim completamente cansado e não tinha mais para dar. Também estava muito nervoso antes da prova, o que é normal e acho que isso também influenciou o meu tempo.Falando dos tempos, 1'04'95 é muito rápido?É rápido, mas no nível mundial ainda não está onde eu quero estar. Ainda só tenho 20 anos e só saí de Moçambique há dois anos. E em Moçambique, como sabemos, não há as melhores condições. Claro que tentámos tudo, mas nos últimos dois anos consegui melhorar de três segundos, que já é muito. Por isso acho que nos próximos quatro anos tem possibilidade de chegar ao nível mundial.Como é que são as águas da piscina olímpica de Paris, são mais lentas porque estavam previstos muitos recordes?Não sei porque normalmente a piscina é um pouco mais funda. Esta piscina só tem 2 metros e 15 e o normal são três metros. Não sei se isso influencia, eu senti-me bem na piscina, mas os tempos que foram vistos até agora não foram assim tão especiais. Nos 100 bruços, na final estava à espera que fosse muito mais rápido e não foi.Tem 20 anos, foi um dos porta-bandeiras de Moçambique na cerimónia de abertura destes Jogos Olímpicos de Paris. O que é que se sente quando está num barco a representar o seu país, Moçambique? Não estava nada à espera quando eles decidiram que ia ser eu. Fiquei sem palavras e a sensação também não consigo descrever. Foi mesmo incrível.Apesar da chuva, foi uma cerimónia vivida intensamente?Exactamente. A chuva no início não foi assim tão mau, mas para o fim já estava a ficar mais frio e eu não fiquei até o fim. Bastou o barco atracar e eu saí logo e voltei para a vila porque ia competir no dia seguinte. Aqui na vila olímpica estou com os meus amigos, basicamente a minha família, porque estamos todos juntos. Eles disseram-me que foi incrível, além da chuva, porque eles apanharam muito frio e não tinha onde se abrigar da chuva.A delegação de Moçambique é composta por sete atletas. Essa entre ajuda, esse apoio é permanente entre vocês durante estes Jogos Olímpicos?Sim, eu acho que sim. Estamos aqui uns para os outros. Quando alguém luta ou nada, estamos a apoiar, estamos a ver o que podemos ver. Há provas a que não podemos ir, mas estamos aqui na vila a ver na televisão e mandamos mensagens. Há uma atleta que está fora, mas também comunicamos com ela todos os dias para ver como é que está a correr.A Deizy está em Marselha nas provas de vela...Exactamente e estamos sempre em contacto e se podemos ajudar com a ansiedade.Como é que controla esta ansiedade de representar o seu país, de ser um dos melhores atletas do seu país e de estar aqui no certame, onde só estão os melhores dos melhores?Isso é boa pergunta. Acho que ainda não cheguei a esse ponto para perceber como posso usar a ansiedade para nadar mais rápido. Não sei como explicar que eu faço isso e sinto que consigo.Há quem fale de adrenalina dos atletas, isso impulsiona uma energia?Sim, é verdade. A adrenalina faz muitas coisas. Tu podes achar que não és capaz, mas com adrenalina consegues fazer. Por exemplo, nos 100 bruços ninguém estava a espera que Nicolo Martinenghi, da Itália, ganhasse, mas com a adrenalina conseguiu.E agora preparar-se para os jogos de 2028?Não sei. Agora vou de férias, Vou descansar e depois das férias vou pensar nisso. É muito provável que sim. Ainda vou estar em Portugal alguns anos para acabar o meu curso.Falando um pouco no seu percurso, está a viver há cerca de dois anos em Portugal. O que é que isso mudou? Eu fui para Portugal estudar na faculdade e também para melhorar o treino. Consegui a bolsa de World Aquatic, era suposto ir para os Estados Unidos, mas se eu fosse não ia estudar. Também tinha uma atleta que era suposto sair do país para treinar, ir para a Ucrânia, mas depois começou a guerra e não teve como sair do país. Então eu ofereci a bolsa.. não foi bem oferecer, mas eu pus o nome dele para bolsa. Este ano foi oferecido novo, mas calhou aqui em França, não ia conseguir ter porque não quero prejudicar os meus estudos. Por isso vou ficar em Portugal e decidir onde vou treinar.O que é que está a estudar?Estou a estudar gestão na Universidade Nova.É difícil ser um atleta olímpico que está a tirar um curso superior?Sim, não posso mentir, está a ser muito difícil. Estou como part time student, tem alguns apoios, mas sinto que não é um apoio suficiente. Ainda há coisas que faltam. Por exemplo, nos Estados Unidos, é possível ser atleta e estudar. Acho que em Portugal estão a tentar mudar, mas ainda não têm esse pensamento norte-americano.Imagino que nos últimos meses e anos se tenha preparado todos os dias a pensar nos Jogos Olímpicos e nestas provas. Existe agora um vazio?Eu acho que ainda não cheguei a esse ponto. Acho que quando eu sair de Paris me vou sentir um pouco assim. Não vai ser assim tão pesado porque eu sei que ainda tenho coisas pela frente e eu ainda sou jovem. A minha colega Denise, que já tem mais idade, vai parar depois dos jogos, pelo menos é que ela diz. Não sei se ela vai conseguir parar totalmente, mas ela quer. Acho que quando eu chego a esse ponto, também vou sentir isso. Mas como eu sei que ainda tenho a fazer pela frente, acho que ainda não vou sentir esse peso.O desporto é um vício?Exactamente. Exactamente. É um vício e acho que não consigo viver sem desporto. Se eu decidir parar de competir, vou nadar na mesma. Não há como me tirar da piscina.A atleta olímpica, Denise Donelli, nadou os 100 metros costas na arena de Paris, em La Defense, conseguiu melhorar a marca pessoal. A nadadora moçambicana conta-nos como se preparou nos últimos sete anos para participar nos Jogos Olímpicos.RFI: Como correu a prova dos 100 metros costas?Denise Donelli: Fiz aquilo que eu queria fazer e foi muito bom. Consegui baixar o meu tempo, há quatro anos que não conseguia. Fiz 1:08.73 minutos, melhorei a minha marca na prova e esse era o meu objectivo.Como é que se prepara para ser mais rápida dentro de água?Este ano trabalhei mais na força, troquei de treinador e foi muito treino na força e na quantidade. Trabalhamos muito no ginásio e na água. O Matthew, que também representa a delegação moçambicana nos Jogos Olímpicos de Paris, falou-nos do facto de a piscina ser menos profunda desta vez. Sentiu uma diferença?Como eu nado costas, não senti a diferença. Acho que ele sentiu porque nada bruços, especialmente no salto porque vais mais para baixo. Para mim não mudou nada.O que é que se sente quando se entra numa arena olímpica? Imagino que seja emocionante.Muito, muito emocionante. O público estava bem presente mais do que nos mundiais. Antes de fazer a prova, a adrenalina estava muito alta.Esta é a sua estreia em Jogos Olímpicos, correu bem?Sim, foi a minha primeira vez. Eu queria fazer os Jogos Olímpicos do 2021, mas não consegui. Não me aceitaram para fazer os Jogos e queria parar, mas o meu sonho era estar nos jogos, então continuei a nadar até agora.Depois de Paris pensa em 2028?Acho que não, porque já tenho 28 anos, pode ser que faça uma outra época. Eu queria parar, mas como ocorreu bem esta prova, não sei se eu vou parar, mas não vou nadar até 2028.Como é que se sabe e quando é que se sente que é tempo de parar?Não sei porque eu também agora não sei para mim se continuarei a nadar. O problema é também trabalhar e nadar porque a vida começa a ser complicada. Tenho que fazer uma escolha.Até o momento, qual foi o momento mais intenso que viveu aqui em Paris?Quando saí da minha prova, estavam aqui os meus pais e minhas amigas. Estavam fora da água a gritar e a chorar. Foi muito emocionante.Foram quatro anos de preparação para estar aqui?Foram mais porque antes preparei-me para os Jogos de 2021. Foram sete anos para vir aqui e foi incrível.É difícil a vida de uma atleta olímpica?Sim, principalmente, se temos de trabalhar também. Os meus dias são grandes; acordo às oito, trabalho, nado, depois volto a trabalhar, eu volto para casa às 23 horas. É muito trabalho.Estamos aqui na Vila Olímpica, em Paris. Há uma energia positiva entre atletas?Sim muito e estou a conhecer muita gente de todos os cantos do mundo. Todos estão felizes e concentrados nos próprios treinos, mas há uma energia muito positiva.Em natação existem problemas de financiamento. É difícil financiar atletas de natação, continua a ser o caso hoje?Se é, acho que é um caso que é mais ou menos em todo o mundo. Enquanto moçambicana e italiana também porque é um desporto que não é muito seguido, então ainda não há muito dinheiro investido nesta modalidade.
Quando criança, minha convidada teve o privilégio de contar com o incentivo dos pais para praticar muitos esportes. Ginástica artística, balé, basquete e handebol foram algumas as vivências que teve até a adolescência. Optou por cursar engenharia de produção para trabalhar na metalúrgica do pai, um ex-paraquedista do exército. Foi lá que teve sua primeira experiência profissional, antes de entrar para a Bosch, multinacional alemã de engenharia e tecnologia. Foram seis anos de muito aprendizado, até que em 2014, voltou a trabalhar com pai. Nessa época ela conheceu um box de crossfit que acabara de ser inaugurado em Paulínia, cidade onde mora. Se encantou com a novidade e aos poucos passou a incorporar um novo estilo de vida. Depois de uma puxada jornada de trabalho, treinava por horas e sua evolução foi o estímulo para começar a participar de competições. A rotina regrada, dieta blindada, marmitas balanceadas, sono regulado e os ganhos pessoais obtidos nesse processo, ela passou a registrar em seu perfil no Instagram. Foi uma via de mão dupla. Quanto mais ela inspirava seus seguidores, mais foco ela encontrava para crescer e seguir firme na rotina espartana que levava. Quando a quantidade de seguidores e a consequente responsabilidade dentro do universo digital ficaram enormes, decidiu mudar radicalmente de vida. Largou a posição que ocupava na metalúrgica do pai para se tornar influenciadora digital em tempo integral. Porém, já havia decidido que iria pegar mais leve no crossfit, que estava lhe estressando de mais, para ingressar no segmento do running. O foco ela manteve e continua transmitindo uma mensagem muito positiva do esporte aliado a um estilo de vida saudável, tanto física quanto mentalmente. Conosco aqui a metódica engenheira, crossfiteira casca grossa que em 2023 foi semi finalista da Copa do Mundo, energética influenciadora digital, palestrante motivacional e agora maratonista iniciante, a campinense Bruna Ianhez Pereira Dunder. Inspire-se! SIGA e COMPARTILHE o Endörfina através do seu app preferido de podcasts. Contribua também com este projeto através do Apoia.se. A Technogym está presente com seus equipamentos em 29 centros de treinamento dos Jogos Olímpicos de Paris. Na Vila Olímpica, em localidades nos arredores de Paris, em Marselha, Lille e até no Tahiti. A marca é fornecedora do evento pelo nono ano consecutivo e essa experiência, aliada aos investimentos em tecnologia, design e inovação se refletem na criação de produtos como a Technogym Run, esteira desenvolvida para treinos personalizados de alta intensidade, que contribuem para melhorar a potência, velocidade, resistência e força. Com tela de 27”, a TG Run possui sensores integrados que trazem inúmeros indicadores de desempenho como cadência, comprimento das passadas e potência da corrida, que permite que o atleta acompanhe e maximize seus resultados. Uma ampla variedade de treinos pode ser realizada com a Technogym Run, incluindo bootcamps, exercícios intervalados de velocidade, com inclinação ou uma combinação de ambos. A interface do Swiftpad permite ajustar a velocidade e a inclinação instantaneamente, reduzindo os tempos de transição das esteiras normais. Além disso, o equipamento também apresenta possibilidade de integração com plataformas como Garmin, Apple Watch, Strava e ambientes virtuais e reais como Zwift e Kinomap. Tudo isso para você vivenciar a melhor experiência de corrida. https://www.technogym.com/pt-BR/ @technogym_brazil LIQUIDZ é uma bebida de hidratação em pó inovadora, criada e desenvolvida por atletas e profissionais da saúde. Produto único no mercado brasileiro. 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Analisei o baile da seleção brasileira pra cima da Espanha, as variações utilizadas pelo Arthur Elias e projetei uma a final do próximo sábado contra os Estados Unidos. Ficou curioso? Corra nos seu agregador de podcast favorito ouvir! Bom podcast! Me siga nas redes sociais Instagram - https://www.instagram.com/_ojuanzao/ Twitter (X) - https://twitter.com/_ojuanzao APOIE: Esse episódio só foi possível graças a ajuda dos nossos apoiadores, se você gosta do nosso conteúdo e quer nós apoiar Apoia.se: https://apoia.se/podcasteaijuanzao Picpay: https://app.picpay.com/user/eai.juanzaopod27 Chave Pix: juanzao27@gmail.com Caso queira patrocinar o podcast, basta entrar em contato pelo email: juanzao27gmail.com ou na DM do Instagram e do Twitter(X) A sua ajuda me possibilita fazer algumas pesquisas, a conseguir adquirir alguns equipamentos que são necessários para a produção podcast e a comprar os melhores programas para a edição do podcast. É muito importante a sua ajuda e além do mais, nos ajuda a manter o projeto vivo. Ficha Técnica Pesquisa, Roteiro, Edição de áudio, Sonorização, Redes Sociais: Juan Souza Capa do episódio: Juan Souza Vinheta: Juan Souza
Luís Rocha (Federação Portuguesa de Vela) está em Marselha a acompanhar os atletas portugueses. À rádio Observador, justifica o adiamento da prova e revela o objetivo de garantir o diploma olímpico.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos Paris 2024, a França vive um período de intensa ebulição política, com a realização de eleições legislativas antecipadas em dois turnos eleitorais que acontecem nos dias 30 de junho e 7 de julho. Isso pode levar a uma mudança radical de governo – e dos responsáveis políticos à frente da organização dos Jogos. Como se não bastasse, há outras questões complexas em curso, como a segurança – principalmente diante da ameaça de atentados – e se o rio Sena terá condições de ser palco da cerimônia de abertura e de algumas provas aquáticas. O pleito antecipado pegou os franceses de surpresa. O presidente Emmanuel Macron optou pela dissolução da Assembleia Nacional após a derrota do partido governista nas eleições europeias, quando a extrema direita teve resultado triunfante (quase 40% dos votos, deixando o partido macronista em terceiro lugar, após os socialistas).Macron fez uma aposta arriscada – e muito criticada por aliados - antes do evento olímpico que começa em 26 de julho, uma situação sem precedentes segundo os especialistas. Ou seja, os resultados das eleições legislativas prometem ter consequências de porte, como talvez, um novo primeiro-ministro de extrema direita – ou de esquerda – que certamente vai fazer parte da tribuna olímpica de Paris 2024. A crise política surge também em um momento em que os franceses começavam a se interessar pelos Jogos, após a chegada da chama olímpica, no dia 8 de maio, a Marselha. O presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Tony Estanguet, tentou tranquilizar a todos, garantindo que "as principais decisões" já foram tomadas, embora a política monopolize a atenção midiática.O que mais preocupa os organizadores de Paris-2024 é a situação na França após as eleições. "Se no dia 8 de julho for Bardella (o vencedor), haverá uma grande movimentação", reconheceram fontes políticas à AFP, referindo-se ao braço direito de Marine Le Pen, Jordan Bardella, a quem Macron seria quase obrigado a nomear primeiro-ministro se vencer em 7 de julho. Segundo essas fontes, há dúvidas se o ministro do Interior Gérald Darmanin, que preparou o dispositivo de segurança para o Paris-2024, continuará no cargo.Embora o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, tenha garantido que as eleições "não perturbarão os Jogos", a votação já roubou espaço do evento na mídia, inclusive internacional. Candidato ao cargo de primeiro-ministro, o líder do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, garantiu que nada mudará na organização dos Jogos se vencer as eleições."Não há razão para os Jogos correrem mal com um governo do RN", disse Guy Drut, ex-ministro francês dos Esportes e atual membro do COI. Ele lembrou que os Jogos de Munique, em 1972, continuaram apesar do ataque sangrento de um comando palestino contra a delegação israelense.As declarações de Drut, classificadas pelo COI como opinião pessoal, suscitaram críticas da organização do Paris-2024 e da ministra do Esporte Amélie Oudéa-Castéra, que pode não estar no cargo em 26 de julho, na cerimônia de abertura."A dissolução em si não afeta a preparação dos jogos", declarou a ministra em entrevista à France 2 nesta quarta-feira. "Estou completamente concentrada no trabalho com todas as equipes. Estamos totalmente mobilizados, então isso não afeta a preparação. E depois, quem será eleito? Pode haver um risco para a realização dos jogos com pessoas sem experiência no governo, quando serão necessárias habilidades de liderança e comando", ponderou.“E, mais importante, qual mensagem queremos enviar ao mundo?", acrescentou Oudéa-Castéra. "Nosso país que reinventou os jogos da era moderna, que melhor do que qualquer outro defendeu valores de universalismo, amizade entre os povos, abertura. Que imagem vamos transmitir? Uma imagem de menos universalismo, mais comunitarismo, menos abertura, mais fechamento, xenofobia, audácia ou relegação? É isso que devemos escolher hoje."SegurançaA questão da segurança durante os Jogos fica ainda mais sensível por causa das eleições antecipadas. "Haverá muitas situações para as quais deveremos nos mobilizar se o RN vencer", reconheceu uma fonte policial, que teme por distúrbios urbanos. As manifestações pró e contra a extrema direita acontecem desde as eleições europeias e devem se intensificar nas próximas semanas em toda a França.Uma das questões-chave que paira no ar é a respeito da segurança, principalmente em relação a atentados, isso em uma cidade traumatizada por uma onda de ataques em 2015. “Estamos prontos. Estamos até ansiosos para que os Jogos comecem. Todos os dispositivos de segurança dos locais da cerimônia, dispositivos de luta contra a delinquência, proteção dos locais turísticos, está tudo pronto”, garantiu Laurent Nuñez, secretário de Segurança Pública, em entrevista nesta quarta-feira (26), à rádio France Inter.“Muitos países ocidentais são alvos da propaganda, especialmente do Estado Islâmico, obviamente. E a França também é particularmente visada”, disse Nuñez. “Os Jogos Olímpicos apareceram em várias propagandas que incentivavam ações terroristas no território nacional. Então, como repetiu o ministro do Interior, estamos obviamente muito atentos a essa ameaça. Além disso, estamos em plano de alerta terrorista, com foco em atentados, e não é por acaso”, acrescentou.Nuñez falou ainda sobre o risco de ataques cibernéticos durante os Jogos. “Esse risco é real porque nos Jogos Olímpicos anteriores houve um número impressionante de ataques”, disse. “Há certos Estados que realizam ataques cibernéticos, seja diretamente, seja usando grupos de cibercriminosos para interferência. Estamos nos preparando para isso. Todo serviço, começando pelo Ministério do Interior, pela polícia, está reforçando nossos sistemas de informação, melhorando a segurança. Há todo um trabalho que vem sendo realizado nos últimos anos para enfrentar isso.”SenaOutra questão em suspenso às vésperas dos Jogos é sobre a salubridade e estabilidade do rio Sena, onde estão previstas a cerimônia de abertura e provas olímpicas. A alta vazão, decorrente de uma temporada de chuvas, levou ao adiamento de um ensaio da cerimônia de abertura, que estava previsto para segunda-feira."Não temos condições meteorológicas muito normais há seis meses", lembrou Marc Guillaume, responsável regional de Île-de-France (Paris e arredores), destacando que o projeto de tornar o Sena propício para banhos, em prática há quase dez anos, com um investimento de € 1,4 bilhão, "não é suficiente se o clima for de outono ou inverno". O prefeito da região pretende nadar no rio Sena para dar o exemplo, "no dia em que for possível".A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que adiou seu mergulho prometido e aguardado no Sena, devido ao mau tempo e às eleições legislativas antecipadas, planeja se banhar na semana do dia 15 de julho "ou na semana seguinte", a da cerimônia de abertura.Em uma entrevista ao jornal Ouest-France nesta quarta-feira, ela se disse "muito confiante" na chegada de um clima favorável a tempo para os Jogos Olímpicos.O suspense continua sobre a realização das provas olímpicas desde os "eventos-testes" de agosto de 2023, que tiveram que ser amplamente cancelados devido à qualidade insuficiente da água.Em caso de chuvas intensas, água não tratada - uma mistura de chuva e esgoto - pode ser despejada no rio, um fenômeno que as obras de retenção inauguradas pouco antes dos Jogos visam impedir.O plano "B" consiste em adiar as provas por alguns dias, mas não mudar de local, segundo o comitê organizador.AtletismoJá em terra firme, isto é, no Stade de France, onde vão acontecer as provas de atletismo, as preparações também seguem seu curso."O Stade de France está acostumado a lidar com um grande número de pessoas, então não precisamos testar isso. Precisamos realmente testar as operações do pessoal, das equipes que trabalharam muito pouco juntas, a coordenação com os juízes - temos cerca de 200 juízes. Teremos ainda 350 voluntários no estádio apenas para a parte esportiva, então é importante ver como eles se adaptam ao estádio, trabalhar com eles e ajudá-los a se sentir à vontade aqui", explica Alain Blondel, responsável pelas provas de atletismo e para-atletismo do comitê organizador.
Terça-feira, 28 de maio, é dia de falar de Sérgio Conceição e do interesse do Marselha. Há ainda muito Sporting e dança de treinadoreslá por fora, o destaque vai para João Félix e para os movimentos de Jorge Mendes
terça-feira, 28 de maio, é dia de falar de Sérgio Conceição e do interesse do Marselha. Há ainda muito Sporting e dança de treinadores lá por fora, o destaque vai para João Félix e para os movimentos de Jorge Mendes
Recuperar jardins de corais no Mediterrâneo impactados pelas mudanças climáticas antropogénicas é o objectivo do investigador Jean-Baptiste Ledoux, do CIIMAR, que acaba de arrecadar financiamento para dois projectos de conservação e restauro de corais mediterrânicos com impacto na conservação de todo o ecossistema. Desde 2015 que, quase anualmente, o Mar Mediterrâneo é fustigado com ondas de calor marinhas. Recuperar jardins de corais no Mar Mediterrâneo impactados pelas mudanças climáticas antropogénicas é o objectivo do investigador Jean-Baptiste Ledoux, do Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental, (CIIMAR, em Matosinhos, Portugal) que acaba de arrecadar financiamento para dois projectos de conservação e restauro de corais mediterrânicos com impacto na conservação de todo o ecossistema. Os projectos BUFFER e RED-COR2, financiados pela Pure Ocean Foundation e a Biodiversity Genomics Europe, têm como principal recurso de trabalho a genética populacional para promover soluções baseadas na natureza.Jean-Baptiste Ledoux, investigador da equipa de Genómica Evolutiva e Bioinformática do CIIMAR, lidera os dois projectos. Em entrevista à RFI, Jean-Baptiste Ledoux sublinha que ambos vão permitir efeitos positivos para a conservação dos ecossistemas marinhos e permitirão recuperar habitats perdidos e conservar os existentes.Segundo Jean-Baptiste Ledoux, o projecto RED-COR2 está focado no coral vermelho (Corallium rubrum) e tem o apoio da Biodiversity Genomics Europe:Este primeiro projecto tem duas partes, uma que passa por caracterizar a diversidade e a estrutura genética do coral vermelho à escala do Mediterrâneo inteiro e também do sul de Portugal. A outra parte é focada em duas áreas marinhas protegidas na costa da Catalunha. O coral vermelho é uma espécie que está submetida a grandes pressões antropogénicas. É pescada e usada em joalharia e é uma espécie que está submetida a eventos de ondas de calor marinha que têm por consequência eventos de mortalidade massiva.O segundo projecto é o BUFFER e está focado na Gorgónia Vermelha, na área marinha protegida do Parque Nacional de Calanques, em Marselha, sul de França, onde, em 2022, houve um grande evento de mortalidade massiva e com consequências dramáticas para esta espécie. As duas espécies são vítimas das ondas de calor marinhas, cuja frequência é cada vez maior desde 2015.
ELENA DANAAN & NAÇÕES ESTELARES NOTÍCIAS EPISÓDIO 30 | Simone Skavrouski YouTube Simone Skavrouski Elena Danaan é uma arqueóloga de campo que passou muitos anos trabalhando no Egito e na França. Xamã hereditária, ela também estudou espiritualidade pagã, magia e alquimia. Ela foi treinada e ordenada como druida. Contatada extraterrestre desde a infância, Elena Danaan tornou-se emissária da Federação Galáctica dos Mundos. Seus best-sellers mundiais "A Gift From The Stars", "We Will Never Let You Down" e "The Seeders" marcaram nossos tempos e inspiraram milhões de pessoas. Nascida em Marselha, sul da França, filha de pai grego (o jogador de futebol profissional Adonis "Tony" Zacharias) e de mãe franco-gotelandesa (Christiane Pallu-Danaan), Elena cresceu como uma criança muito psíquica, estranha ao seu ambiente. Talentosa em todos os tipos de expressões artísticas, altamente intuitiva e dotada de capacidades extra-sensoriais, ela sabia desde o início que não se enquadrava numa sociedade crítica e tacanha. Muito cedo, Elena começou a devorar livros sobre ciências e paranormalidade, apesar do bullying de seus colegas de escola. Ela sempre soube que não era daqui.Elena sempre foi atraída pelas estrelas, passando horas olhando para o céu em busca de um lar. Ela desenvolveu uma paixão pela Astrofísica e pelas ciências, numa busca pessoal pela verdade.Elena Herdou duas fortes linhagens de sua mãe biológica: a linhagem real Madalena de seu avô francês e a linha Saami-Nórdica de sua avó gotlandesa, Marie Danaan, de quem ela mudou seu nome após a morte de seu pai, tornando-se legalmente Elena Danaan para abraçar esta herança genética como um caminho espiritual. Elena foi treinada desde tenra idade para o trabalho energético e adivinhação por meio de Tarôs e Runas. Este treinamento foi ministrado por sua avó, Marie Danaan, verdadeira vidente e xamanka "Vølve" .Este apelido, "Danaan", dado pela sua avó materna, tal como era suportado pelas mulheres sábias da linhagem Gotland da sua família, provém da mítica ilha no meio do Mar Báltico, Gotland. Dizia-se que era povoado por uma raça mágica de seres, que deu aos Tuatha De Dannan as ferramentas encantadas para lutar contra os Escuros. É daí que vem a herança xamânica de Elena, explicando sua habilidade natural de viajar com segurança e facilidade através de dimensões e reinos de Consciência.Esta herança de viajante interdimensional não veio apenas de seus ancestrais Xamãs Gotlandeses, mas também do povo das estrelas. Na verdade, a avó de Elena, Marie, foi levada a bordo de um navio do Conselho dos Cinco quando era jovem, onde foi inseminada com o material genético de um ser chamado Annax, um dos Cinco que representa a raça Egaroth de Alnilam. O objetivo deste projeto era criar o recipiente certo, adequado para a alma específica que estava por vir. Ainda não era hora de Elena nascer, pois o mundo não estava preparado para a missão que ela precisava cumprir. Assim, o fruto da união dos Tuatha de Dannan e das linhagens reais Egaroth foi depositado no ventre da filha de Marie: a mãe de Elena. Esta é a razão pela qual Elena chama Annax de seu “Pai Estrela”.
A animação da população francesa para Paris 2024 desperta a ritmo lento. Uma pesquisa divulgada durante a semana mostrou que somente 24% dos entrevistados se consideram entusiasmados para os Jogos. Daniella Franco, da RFIOs franceses ainda são reticentes sobre a realização dos Jogos Olímpicos, segundo uma pesquisa do instituto Elabe para o canal BFMTV divulgada na terça-feira (7). Segundo a sondagem, 46% está indiferente e 30% expressa seu ceticismo em relação ao evento.Por outro lado, 52% dos franceses se sentem orgulhosos de ser o país sede dos Jogos. Além disso, seis a cada 10 entrevistados afirmam ter consciência de que acolher uma Olimpíada é benéfico para o desenvolvimento do esporte, do turismo e para dinamizar a economia da França.A animação para os Jogos está em uma dinâmica crescente, ainda que lenta. Um levantamento similar realizado pelo instituto Elabe, há nove meses, mostrou que a quantidade de entrevistados entusiasmados teve um aumento de quatro pontos. Já a porcentagem de indiferentes e céticos diminuiu em 2%.Críticas ao preço dos ingressosAs principais críticas dos franceses em relação a Paris 2024 dizem respeito ao preço dos ingressos: 73% acredita que o valor a desembolsar para assistir às competições é alto e inacessível às camadas mais desfavorecidas da população.Desde o início da venda das entradas, o Comitê Olímpico disponibilizou ingressos a partir de € 24 (cerca de R$ 132), mas para algumas modalidades o preço dos ingressos podem custar centenas de euros. As entradas para a cerimônia de abertura variam entre € 1.600 (R$ 8,8 mil) e € 9.500 (R$ 52,3 mil).Já 71% expressa seu desacordo com o custo da organização dos Jogos, avaliado em € 11,8 bilhões pela consultoria Asterès, € 4,4 bilhões, segundo o presidente do comitê de organização dos Jogos Olímpicos, Tony Estanguet.Os franceses também reclamam do impacto ecológico da realização do evento: 51% dos entrevistados acreditam que os danos ao meio ambiente com o acolhimento dos Jogos são altos. Essa opinião é compartilhada principalmente pelos jovens (67%) e os eleitores da esquerda radical (59%).Chegada da Tocha animou os marselhesesA Tocha Olímpica desembarcou na quarta-feira (8) em Marselha, no sul do país, sob uma grande festa. Cerca de 150 mil pessoas assistiram a essa que foi a primeira cerimônia oficial dos Jogos Olímpicos em solo francês.O desfile marítimo com cerca de mil embarcações, o show acrobático de aviões com as cores da França e apresentação do rapper francês Jul empolgou os marselheses. O presidente Emmanuel Macron e a primeira-dama Brigitte marcaram presença, além de grandes personalidades da França, entre esportistas e figuras da cena cultural du país.O evento foi aclamado pela imprensa francesa, descrito como “uma cerimônia histórica”. Para o jornal Le Monde, a chegada da Tocha incitou o “fervor popular”, o que “ajuda a levantar o astral”. O diário Le Figaro ressaltou o “clima alegre” na ensolarada Marselha. Já o Le Parisien destacou o revezamento inicial entre o nadador francês, medalhista em Londres 2012, Florent Manaudou, e a campeã paralímpica de atletismo Nantenin Keïta.Nesta sexta-feira (10), a Tocha chega a Toulon, no sul da França. Ela passará por todas as regiões do país até chegar à capital francesa no final de julho, antes da abertura dos Jogos. A expectativa é que o revezamento da Chama Olímpica mobilize e anime a população.Hino da Paris 2024 vira piada nas redes sociaisA apresentação do hino oficial da Paris 2024, “Parade” (“Desfile”, em português), da autoria do músico Victor Le Masne, também teve forte repercussão nas redes sociais. Muitos internautas encontraram similaridades entre a canção oficial e o tema do filme “Jurassic Park”, de autoria do maestro americano John Williams.Mas os vários memes envolvendo “Parade” ajudaram a viralizar o hino da Paris 2024. Na rede social X, usuários sugeriram que a Tocha Olímpica chegue à capital francesa sendo carregada por um dinossauro.
A chama dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 chegou, esta quarta-feira, a Marselha, a bordo do navio francês Belém e foi recebida com muito entusiamo por milhares de pessoas, que aguardavam por este momento, nesta cidade do sul de França. Os preparativos duraram vários meses para que estivesse tudo pronto para este grande dia em que Marselha foi "o centro do mundo".Em entrevista à RFI, Jorge Mendes, advogado franco-português residente em Marselha, falou-nos do grande impacto que este evento teve na cidade e explicou-nos os preparativos que foram feitos para este dia em que França acolheu este símbolo olímpico.Recorde-se que a chama olímpica foi acesa no passado dia 16 de Abril, no Monte Olimpo, na Grécia. Navegou depois pelo Mar Mediterrâneo e chegou ontem aqui a França, onde fará um mítico périplo pelo país, passando por mais de 400 cidades até chegar depois a Paris, cidade onde se vai realizar a cerimónia de abertura, deste que é o maior evento desportivo do mundo.Aqui em França, o nadador Florent Manaudou, campeão olímpico de 2012, foi o primeiro a transportar este símbolo olímpico. Os Jogos Olímpicos de Paris acontecem de 26 de Julho a 11 de Agosto.
O podcast Rumo ao Pódio desta semana traz as novidades olímpicas, desde a chegada da chama à Marselha ao desempenho dos revezamentos do atletismo brasileiro em Bahamas. Com a participação da correspondente Lorena Dillon, Guilherme Costa e Marcel Merguizo debatem as curiosidades que envolvem os rituais do revezamento do fogo olímpico até os mais recentes resultados esportivos do Brasil rumo aos Jogos de Paris.
Veneza, no norte da Itália, se tornou na quinta-feira (25) a primeira cidade a cobrar ingresso para visita. Paralelamente, vários países europeus adotam medidas para tentar lutar contra a frequentação massiva de turistas. As autoridades alegam a necessidade de preservar o patrimônio local, mas visitantes estrangeiros também vêm sendo alvo de xenofobia. Daniella Franco, da RFIMedida ainda em fase de experimentação, a entrada de € 5 em Veneza entrou em vigor sem muita resistência da parte dos turistas e sob críticas dos moradores. A administração local escolheu 29 dias em todo o ano de 2024 – e todos os fins de semana de maio a julho – para que essa tarifa seja cobrada de visitantes que chegam para passar o dia na cidade. Ela não se aplicará àqueles que planejam pernoitar no local.Com 50 mil habitantes, a cidade famosa por seus canais, gôndolas e arquitetura única, recebe 20 milhões de turistas por ano. Em época de alta temporada, a quantidade de pessoas na cidade chega a dobrar, o que dificulta a convivência com os moradores.Para o prefeito de Veneza, Luigi Brugnaro, o turismo na cidade “precisa mudar” para protegê-la. “O objetivo é definir um novo sistema de gestão dos fluxos turísticos e desencorajar o turismo diário em alguns períodos”, explicou.Os turistas aprovam a medida e parecem não se importar em pagar a taxa, um valor baixo em relação ao preço dos ingressos de museus e espetáculos. “Acho que é uma boa medida para diminuir a frequentação de visitantes em Veneza”, afirma o turista francês Sylvain Pélerin.Mas nem todos os moradores de Veneza concordam com a imposição de um ingresso para visitar a cidade, e veem a medida como um ataque à liberdade de circulação.“Não somos um museu ou uma reserva natural, mas uma cidade, onde não deveria ser necessário pagar para ter acesso”, afirma Marina Dodino, integrante da associação de moradores Arci Venezia.Medidas se multiplicam pela EuropaEm outros países europeus, movimentos de moradores contra turistas realizam ações que beiram a xenofobia. Em Málaga, no sul da Espanha, adesivos com mensagens hostis aos visitantes são colados nas portas de imóveis que foram transformados em hotéis ou Airbnbs.Nas ilhas Canárias, manifestantes saíram às ruas na semana passada para denunciar o turismo em massa e os prejuízos ambientais, com as construções de imensos complexos hoteleiros. “Não somos contra o turismo. Somos contra esse modelo que resulta na degradação da nossa terra e do nosso povo”, afirmou uma manifestante em Santa Cruz de Tenerife.Em Atenas, na Grécia, frases contra turistas são pichadas em muros perto da Acrópole. Desde o ano passado, o governo grego impôs um limite de venda de 20 mil ingressos por dia para visitar o monumento que é símbolo do país. Na ilha de Santorini, os desembarques nos portos foram reduzidos a oito mil por dia para evitar o engarrafamento de embarcações.França: 100 milhões de turistas por anoNa França, o governo já elaborou um plano contra o turismo de massa cujos detalhes serão apresentados em breve. O país, que é o primeiro destino turístico do mundo, recebe 100 milhões de turistas estrangeiros por ano. Esse número deve ser ainda maior em 2024, já que Paris sedia neste ano os Jogos Olímpicos.No entanto, algumas localidades já determinam medidas por conta própria. É o caso do Parque Nacional das Calanques, em Marselha, no sul da França, que estabeleceu um limite de 400 visitantes por dia. A grande quantidade de turistas estava provocando a erosão de alguns pontos nas montanhas.A ilha francesa de Porquerolles, uma reserva natural no Mar Mediterrâneo, também impôs há três anos o limite de 6 mil chegadas por dia nos meses de julho e agosto, período do verão no Hemisfério Norte.O Monte Saint Michel, na Normandia – o local mais turístico da França depois de Paris – colocou em prática todo um sistema de regulação do fluxo de visitantes. O acesso aos estacionamentos é limitado nos horários de pico, além do controle da quantidade de ônibus que levam os turistas até o local durante o dia, principalmente na alta temporada. O objetivo é proteger esse vilarejo que abriga uma abadia medieval que é Patrimônio Mundial da Unesco.“A frequentação turística constitui, às vezes, uma ameaça à preservação dos destinos”, afirma a ministra francesa encarregada do Comércio, Olivia Grégoire, em entrevista ao jornal Le Figaro. Além disso, “80% da atividade turística se concentra em 20% do território”, ressalta.Para ela, é essencial dividir a vinda massiva de visitantes ao longo do ano e por todo o país. Uma das pistas estudadas pelo governo francês é a promoção do que a ministra classifica de “turismo quatro estações”, além da divulgação de circuitos e destinos alternativos.
Neste episódio falamos sobre os jogos frente a Farense e Marselha. Participações de Nuno Picado, Filipe Teixeira e Flávio Melo.
A contar para a segunda mão dos quartos de final da Liga dos Campeões, o Real Madrid visitou o Etihad Stadium para defrontar um Manchester City ávido de seguir em frente na competição. Também a contar para a segunda mão, desta feita da Liga Europa, o Benfica foi a França defrontar o Marselha no mítico Stade Vélodrome. O que une estas ocasiões? Apenas o quão defensivas se apresentaram as equipas visitantes, mais de 120 minutos jogados, e um desempate que só desfeito com o recurso a grandes penalidades. Porque o resultado, esse, provou-se muito distinto. Como sempre, peço que subscrevam e avaliem o podcast em todas as plataformas. Obrigado!
A eliminação do Benfica em Marselha; Villas Boas apresenta nomes e a antevisão da jornada da Liga.
Rescaldo do encontro referente à segunda mão dos 1/4 final da Liga Europa frente ao Marselha. Com participação de Nuno Picado, João Nuno e Sérgio Engrácia. ----------- Site ▶ https://www.benficaindependente.com Loja Benfica Independente ▶ https://www.benficaindependente.com/loja Patreon ▶ https://www.patreon.com/slbindependente ----------- #BENFICA #benficaindependente #OMSLB
Augusto Inácio fala de uma época perdida para o Benfica depois da eliminação na Liga Europa. O comentador destaca que o Marselha mostrou mais vontade de ganhar e sublinha as falhas de Roger Schmidt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Arbitragem do Marselha - Benfica com "vários lances de área bem decididos". Contudo, Trubin fez mesmo penálti sobre Balerdi. Faltou árbitro e VAR neste lance. Nota 4 em 10.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio falamos sobre as vitórias frente a Moreirense e Marselha. Participações de Nuno Picado, Filipe Teixeira e um convidado surpresa. Temas: 00:00 - Introdução 00:18 - Início 04:26 - Benfica x Moreirense (3-0) 51:30 - MVP Benfica x Moreirense (3-0) 01:01:51 - Arbitragem Benfica x Moreirense (3-0) 01:10:03 - Contas do campeonato 01:16:26 - Benfica x Marselha (2-1) 01:55:51 - MVP Benfica x Marselha (2-1) 02:00:18 - Outros destaques 02:02:05 - Despedidas
Em mais um programa em directo da Rádio Barcelos, os nossos paineleiros foram unânimes: com 7 pontos de vantagem para o 2º lugar, só o Sporting é que pode perder este campeonato! Já a luta pelo 3º lugar está ao rubro: Porto, Braga e Vitória têm calendários complicados até ao fim e estão separados apenas por 2 pontos! Com um Dragão que tarda a endireitar, um Braga em transição de treinadores e um Vitória em grande forma, quem é afinal o favorito ao último lugar do pódio? O Benfica poupou na Liga a pensar no Marselha, que vem de 5 derrotas seguidas mas descansou este fim de semana. Num Vélodrome que deverá estar a fervilhar com a paixão (e a pressão!) dos marselheses, sedentos por uma vitória, será que a Águia passa ou deixa-se apanhar? Relaxem, sentem-se e juntem-se a mais uma sessão de futebol e outras coisas.
Benfica vence Marselha 2-1; Jesus conquista Supertaça e antevisão do Gil Vicente - Sporting.
Rescaldo do encontro referente à primeira mão dos 1/4 final da Liga Europa frente ao Marselha. Com participação de João Nuno e Sérgio Engrácia. ----------- Site ▶ https://www.benficaindependente.com Loja Benfica Independente ▶ https://www.benficaindependente.com/loja Patreon ▶ https://www.patreon.com/slbindependente ----------- #BENFICA #benficaindependente #SLBOM
O mais mais bonito e tocante na noite de futebol entre as equipas do Benfica e do Marselha, desta quinta-feira, a contar para a primeira mão dos quartos-de-final da Liga Europa aconteceu ao intervalo. Envolveu Sven-Goran Eriksson e a homenagem que o Benfica lhe fez em pleno relvado da Luz, a meio de uma noite europeia. O sueco foi, no começo dos anos 80, um dos treinadores mais marcantes da história do Benfica, ele revolucionou métodos e mentalidades, e os adeptos mostraram nesta hora dramática como gostam dele.
Antevisão ao encontro referente da primeira mão da eliminatória da Liga Europa frente ao Marselha. Com participação de João Nuno e Sérgio Engrácia. ----------- Site ▶ https://www.benficaindependente.com Loja Benfica Independente ▶ https://www.benficaindependente.com/loja Patreon ▶ https://www.patreon.com/slbindependente ----------- #BENFICA #benficaindependente #SLBOM
Annie Dine | XPAND: Elena Danaan - Entrevista Internacional legendada Demis Viana e convidados conversam sobre a transição planetária e o novos paradigmas de 5ª densidade Elena Danaan é uma arqueóloga de campo que passou muitos anos trabalhando no Egito e na França. Xamã hereditária, ela também estudou espiritualidade pagã, magia e alquimia. Ela foi treinada e ordenada como druida. Contatada extraterrestre desde a infância, Elena Danaan tornou-se emissária da Federação Galáctica dos Mundos. Seus best-sellers mundiais "A Gift From The Stars", "We Will Never Let You Down" e "The Seeders" marcaram nossos tempos e inspiraram milhões de pessoas. Nascida em Marselha, sul da França, filha de pai grego (o jogador de futebol profissional Adonis "Tony" Zacharias) e de mãe franco-gotelandesa (Christiane Pallu-Danaan), Elena cresceu como uma criança muito psíquica, estranha ao seu ambiente. Talentosa em todos os tipos de expressões artísticas, altamente intuitiva e dotada de capacidades extra-sensoriais, ela sabia desde o início que não se enquadrava numa sociedade crítica e tacanha. Muito cedo, Elena começou a devorar livros sobre ciências e paranormalidade, apesar do bullying de seus colegas de escola. Ela sempre soube que não era daqui.Elena sempre foi atraída pelas estrelas, passando horas olhando para o céu em busca de um lar. Ela desenvolveu uma paixão pela Astrofísica e pelas ciências, numa busca pessoal pela verdade.Elena Herdou duas fortes linhagens de sua mãe biológica: linhagem real Madalena de seu avô francês e linhagem Saami-Nórdica de sua avó gotlandesa, Marie Danaan, de quem ela mudou seu nome após a morte de seu pai, tornando-se legalmente Elena Danaan para abraçar esta herança genética como um caminho espiritual. Elena foi treinada desde tenra idade para o trabalho energético e adivinhação por meio de Tarôs e Runas. Este treinamento foi ministrado por sua avó, Marie Danaan, verdadeira vidente e xamanka "Vølve" .Este apelido, "Danaan", dado pela sua avó materna, tal como era suportado pelas mulheres sábias da linhagem Gotland da sua família, provém da mítica ilha no meio do Mar Báltico, Gotland. Dizia-se que era povoado por uma raça mágica de seres, que deu aos Tuatha De Dannan as ferramentas encantadas para lutar contra os Escuros. É daí que vem a herança xamânica de Elena, explicando sua habilidade natural de viajar com segurança e facilidade através de dimensões e reinos de Consciência. Esta herança de viajante interdimensional não veio apenas de seus ancestrais Xamãs Gotlandeses, mas também do povo das estrelas. Na verdade, a avó de Elena, Marie, foi levada a bordo de um navio do Conselho dos Cinco quando era jovem, onde foi inseminada com o material genético de um ser chamado Annax, um dos Cinco que representa a raça Egaroth de Alnilam. O objetivo deste projeto era criar o recipiente certo, adequado para a alma específica que estava por vir. Ainda não era hora de Elena nascer, pois o mundo não estava preparado para a missão que ela precisava cumprir. Assim, o fruto da união dos Tuatha de Dannan e das linhagens reais Egaroth foi depositado no ventre da filha de Marie: a mãe de Elena. Esta é a razão pela qual Elena chama Annax de seu “Pai Estrela”.
Talvez você nunca tenha pensado em visitar Marselha, cidade mais antiga da França. Pois nós também não e caímos aqui meio de paraquedas. Pois foi uma enorme surpresa. Uma cidade linda, cheia de charme, jovem, animada e com praias.
Bahia Bakari foi a única sobrevivente de uma queda de avião que vitimou os outros 152 passageiros. Sem saber nadar e sem colete salva-vidas. Nasceu em 1996, na comuna de Évry, na França, a mais velha de quatro irmãos, filha de um zelador e uma dona de casa. Em 2009, aos 12 anos, sua mãe decidiu levá-la a Comores para conhecer alguns membros da família que ficaram lá. O voo partiu de Paris, fez uma escala em Marselha e seguiu para o Iêmen, a partir de onde mãe e filha embarcaram no voo Yemenia 626 para chegar até Comores. A poucos minutos da aterrissagem, a aeronave passou a perder altitude subitamente, até se chocar contra o oceano. O avião se despedaçou no impacto, e Bahia Bakari foi arremessada de sua poltrona. Acordou enquanto se afogava no mar revolto, perdida no oceano entre os destroços. Bakari conta que, na noite em que ficou à deriva, conseguia ouvir os lamentos de outros sobreviventes, mas que os sons foram diminuindo com o passar do tempo. Sem saber nadar e sem colete salva-vidas, Bahia Bakari se agarrou a um pedaço de fuselagem que boiava; quando amanheceu, percebeu que estava sozinha no meio do mar, flutuando há horas sem água nem comida. Como o governo de Comores não tem embarcações próprias, barcos privados de civis fizeram-se ao mar para procurar sobreviventes; foi uma dessas embarcações que, mais de nove horas após o acidente, a encontrou. A garota foi levada a um hospital local e, no dia seguinte, voou até a França para reencontrar sua família; foi só então que ela descobriu que todos os outros 152 passageiros do voo, inclusive sua mãe, tinham morrido. Bahia Bakari passou três semanas internada para se recuperar dos ferimentos do acidente. Bakari foi apelidada pela imprensa de “a menina milagrosa”, e em 2010 publicou um livro sobre sua experiência, escrito com o auxílio de um jornalista, intitulado “Moi Bahia, la miraculée” (“Eu Bahia, a milagrosa”). Steven Spielberg teria tentado comprar os direitos do livro para produzir um filme sobre Bahia Bakari, mas a menina teria recusado.
Para além dos clichês que já transformaram os ratos de Paris até em estrelas de cinema, a prefeitura da capital francesa abriu um comitê de trabalho para avaliar como a cidade pode “coabitar” com os roedores – sem, necessariamente, exterminá-los. O governo municipal acatou uma demanda antiga de protetores de animais, que pedem que outras alternativas sejam adotadas antes da solução fatal. Nos metrôs, nas calçadas, nos parques e jardins, mas por vezes até sob a mesa em um restaurante: os ratos e camundongos fazem parte do cotidiano de Paris, principalmente nos bairros mais frequentados pelo turismo de massa, como Montmarte, Notre-Dame ou Torre Eiffel. Onde há gente, há comida, ao ponto que os roedores não temem mais sair à luz do dia em busca dos restos de alimentos deixados pelos humanos nas lixeiras ou em plena rua. Aos milhares, eles trocaram os esgotos por tocas abertas nos jardins parisienses, onde ficam mais próximos de fontes de alimentação. Os estudos sobre a população do animal são inconclusivos, mas a Academia Nacional de Medicina aponta que haveria entre 1,5 e 1,75 rato para cada humano residente na cidade, um índice semelhante ao encontrado em qualquer grande metrópole mundial, como Nova York ou Londres, ou até dentro da própria França, a exemplo de Marselha. Nos últimos anos, porém, vereadores parisienses da direita e subprefeitos de alguns distritos denunciam que Paris permitiu a proliferação dos roedores e que nunca houve tantos circulando, inclusive de dia, como hoje. Moradores chegam a organizar grupos voluntários para instalar ratoeiras nas saídas das tocas ou gelo seco, CO2 concentrado que asfixia os animais durante o sono. Em uma reunião no começo de junho, o subprefeito do 17º distrito, Geoffroy Boulard, cobrou da prefeita socialista Anne Hidalgo “um plano mais ambicioso contra a proliferação dos ratos”. A secretária municipal de Saúde, a ecologista Anne Souyris, respondeu que “a questão da coabitação está colocada”. “O principal desafio é limitar a reprodução dos ratos e a quantidade deles. Depois, o que devemos fazer quando há ratos em lugares específicos e que nos incomodam, como nas casas, nos comércios ou restaurantes. Mas nos espaços urbanos, como parques e jardins, nós avaliamos que não é muito grave”, disse Amandine Sanvisens, presidente a organização protetora Paris Animaux Zoopolis, que vai participar das discussões. “Devemos aceitar o fato de que há animais numa cidade: assim como as pombas, tem os ratos”, avalia.Morte depois de quatro dias de sofrimentoAs soluções de controle adotadas até agora incluem lixeiras fechadas – mas que só representam 10% do total – e ratoeiras químicas espalhadas pelos locais mais críticos. O veneno utilizado, um anticoagulante que provoca hemorragias internas e mata o animal em quatro dias, é criticado por organizações como Paris Animaux Zoopolis tanto pela crueldade, quanto pela ineficiência. “Nós temos animais que podem incomodar os humanos e por causa disso, nós fazemos eles sofrerem e os matamos em massa. E quando mortes assim acontecem, a reação é que eles se reproduzem ainda mais”, comenta Sanvisens. “Temos solução para coabitarmos juntos para que, de um lado, a gente não fique incomodado e, de outro, eles não sofram. Nós não queremos que ninguém tenha que viver com os ratos, mas queremos que uma reflexão seja colocada sobre as políticas públicas atuais, porque elas não funcionam.”A associação espera que a França utilize contraceptivos orais para os ratos, a exemplo dos que são usados para controlar as populações de pombas. Washington já experimenta um produto, cuja eficácia ainda não foi comprovada. Risco sanitário seria limitado, alega prefeituraQuanto aos riscos sanitários, a secretária municipal da Saúde argumentou que a presença visível dos roedores não representaria “um problema de saúde pública”. Souyris alegou que as contaminações por leptospirose, doença mortal transmitida pela mordida de ratos ou pelo contato com a urina contaminada, seriam limitadas e atingiriam sobretudo os coletores de lixo. Os profissionais, ressaltou, “podem tomar vacina” contra a infecção. “Mesmo assim”, frisou a secretaria, “não devemos deixar os ratos passeando na cidade”, afinal quanto maior o número de animais, mais elevado é o risco de transmissão de um total de sete doenças que eles podem passar para os humanos – incluindo ainda salmonela, gastroenterite e febre hemorrágica. Amandine Sanvisens, da ONGs francesa, afirma que a simples melhora da limpeza urbana e dos horários de passagens dos caminhões de lixo, antes do cair da noite, já seriam suficientes para reduzir a presença dos roedores nas ruas. “No Ocidente, nós temos claramente um problema cultural com os ratos. Na história, guardamos a imagem de que eles nos transmitiram a peste etc. Em outras sociedades, porém, pode ser bem diferente”, observa a ativista. “Na Índia, alguns ratos são adorados, como no templo de Deshnok. E mesmo aqui, quando nós fazemos manifestações e distribuímos folhetos de sensibilização, constatamos que as pessoas não querem a presença de ratos, mas também preferiam que eles não tivessem que sofrer.”
A União Europeia passou as últimas décadas a desenvolver uma rede de infraestruturas para permitir que, seja de que fronteira for, consegue importar, armazenar e transportar gás e petróleo e tê-lo à disposição dos Estados-membros e vizinhos. Até ao segundo semestre de 2021, a Federação Russa era responsável pelo abastecimento de cerca de metade do gás consumido nos 27. Mas a invasão da Ucrânia levou a Comissão Europeia a lançar o programa “REPowerEU”, destinado a - cito - “reduzir com celeridade a dependência dos combustíveis fósseis russos e avançar rapidamente com a transição ecológica”. Uma das metas era reduzir o consumo de gás natural em 15% entre agosto de 2022 e março de 2023, quando comparado com a média de consumo dos 5 anos anteriores.O Eurostat, o serviço de estatística da União Europeia, anunciou em meados de abril passado que o objetivo não só foi conseguido, como ultrapassado: a redução de consumo foi de 17.7%. Embora estes números sejam animadores, numa perspetiva de transição para energias não fósseis, o certo é que o REPowerEU prevê que uma enorme quantidade de dinheiro público seja ainda investido em combustíveis fósseis. Só em gás estão estimadas obras de 10 mil milhões de euros até 2030. Vão construir-se mais terminais de importação e exportação, gasodutos, unidades de armazenamento e regaseificação e haverá ainda apoios a novas infraestruturas para hidrogénio renovável. Alguns destes projetos já estavam em curso mas outros estavam mortos e enterrados e ganharam nova pujança. Vais ouvir falar de um deles neste quarto e último episódio: o gasoduto Celorico da Beira-Vale de Frades (em Bragança). Quando em 2019 publicámos Dá-lhe Gás, esta obra da REN Gasodutos, que seria a terceira ligação internacional com Espanha, tinha obtido um parecer desfavorável da Agência Portuguesa do Ambiente. Estava chumbada e sem viabilidade comercial. Mas com a invasão russa da Ucrânia, tudo mudou. O chamado H2med - Corredor de Energia Verde - quer unir Portugal, Espanha e França à rede energética da União Europeia e tem - para já - um custo anunciado de 2,85 mil milhões de euros. Supostamente, a ideia é a de que este corredor transporte hidrogénio e outros gases renováveis ainda que a infraestrutura também esteja a ser preparada e pensada para o transporte de gás fóssil. Assim, renasceu das cinzas o gasoduto Celorico da Beira-Vale de Frades, que há-de encontrar-se com a rede de gás espanhola em Zamora, e unir-se à europeia quando se construir outra obra mais complexa: o gasoduto submarino entre Barcelona e Marselha. Tudo planeado para estar em funcionamento em 2030. Embora António Costa, primeiro-ministro, tenha garantido em outubro de 2022, que um novo traçado do gasoduto portugues já estava em avaliação ambiental, não há nenhum procedimento de avaliação ambiental consultável no site da Agência Portuguesa do Ambiente, nem foi aberta qualquer consulta pública sobre o mesmo. Pequena nota: não te esqueças de que alguns dados que vais ouvir neste quarto episódio estão desatualizados. Segunda pequena nota: lembra-te de colocar auscultadores ou auriculares para aproveitares da melhor forma este capítulo final. Um abraço. Ajuda-nos a ser a primeira redação profissional de jornalismo em Portugal totalmente financiado pelas pessoas: https://fumaca.pt/contribuir/?utm_source=podcast+appSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Um Enzo não faz a Primavera e siga 'prá frente que o futebol não pára! Esta semana, o Josué Lopes e o Phillipe Vieira fazem terapia pós-perda, e correu-lhes bem - o Benfica derrotou o complicado Casa Pia e eles já só querem saber do Chiquinho! Numa jornada em que tudo ficou na mesma nos lugares cimeiros, analisamos como os encarnados podem colmatar a saída de Enzo Perez, projectamos o clássico Sporting vs Porto da próxima jornada e apreciamos os novos reforços do Braga, enquanto fazemos o luto da perda de Vitinha para o Marselha... O Gil vai-se mantendo à tona e vai continuar a faze-lo com a Brisa de Valência, pelo menos até ao final da época, uff! E porque a conversa estava mesmo boa, falámos também da festa da Taça! Que Braga vamos ter diante do Benfica, o Dr Jekyll ou o Mr Hyde?? Ouçam e digam de vossa justiça!
A vitória do Porto em Leverkusen, a derrota do Sporting com o Marselha e a antevisão do Braga na Liga Europa.
Vamos analisar a vitória do Sporting nos Açores para a Liga Portuguesa, fazer a antevisão do jogo em Alvalade diante do Marselha para a Liga dos Campeões e ainda o resumo das modalidades Leoninas.
O empate do Benfica contra o PSG; a vitória do Porto contra o Leverkusen e a derrota do Sporitng em Marselha.
Vamos analisar a vitória do Sporting diante do Gil Vicente, fazer a antevisão da deslocação do Sporting a França para o jogo da Liga dos Campeões diante do Marseille e a análise ao fim de semana desportivo das modalidades Leoninas pelo Tigas
A França, entre 82 e 86, montou um timaço-aço, dono de futebol atraente e muito técnico. Platini, Tigana, Giresse, Amoros, Fernandez, um quadrado mágico, uma derrota pesadíssima em Sevilla, a Batalha de Marselha em 84, a saga mexicana em 86 e uma geração que até hoje mexe fundo no coração francês.
O Haiti foi uma colônia francesa do século 17 ao 19, responsável por ⅔ de todo o comércio da França. Nesse período, a colônia de São Domingos (nome antigo do Haiti) foi a colônia mais lucrativa da América e o maior mercado de venda e compra de escravizados do mundo. São Domingos era o orgulho da França e a inveja das outras nações imperialistas. Os produtos feitos com matéria prima haitianas eram vendidos na Europa em forma de conhaque, vinho e perfumes. Isso fomentou a indústria de cidades francesas como Lyon, Marselha e Bordeaux. Em 1789, o Haiti era um dos maiores portos da América, recebendo por dia uma média de 1.587 navios, número superior ao de Marselha, na França. Diariamente, isso empregava mais de 24 mil marinheiros e mais de 750 grandes embarcações francesas Em 1789, os mercadores da cidade francesa de Nantes, sozinhos, tinham 50 milhões de toneladas de produtos investidos no Caribe. De cada 25 franceses, um era empregado devido à colonização do Haiti. Toda essa lucratividade vinha do trabalho de meio milhão de escravizados, dos quais ⅔ eram africanos. Os brancos eram só 32 mil que comandavam mais de 500 mil escravizados de toda ilha. Cerca de 85% da população da ilha era composta de escravizados. Em agosto de 1791, 2 anos após o início da Revolução Francesa, os escravizados no Haiti se revoltaram em uma luta de independência, uma revolução, que durou 12 anos. A Revolução Haitiana é considerada a rebelião escravista mais bem sucedida da história, mas o conflito tomou rumos inesperados para todos os lados envolvidos. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Picpay: https://picpay.me/geopizza Apoia.se: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza ____________________ Fontes completas e dicas culturais no nosso site https://geopizza.com.br/