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Você já parou pra pensar quem traduz os livros que você lê e como esse trabalho molda a forma como entende o mundo? Neste episódio, Lívia Mendes e Lidia Torres irão nos conduzir em uma viagem no tempo para entendermos como os textos gregos e latinos chegam até nós. Vamos descobrir por que traduzir é sempre também interpretar, criar e disputar sentidos. Conversamos com Andrea Kouklanakis, professora permanente na Hunter College, Nova York, EUA, e Guilherme Gontijo Flores, professor da Universidade Federal do Paraná. Eles compartilharam suas trajetórias no estudo de línguas antigas, seus desafios e descobertas com o mundo da tradução e as questões políticas, históricas e estéticas que a prática e as teorias da tradução abarcam. Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. O roteiro foi escrito por Lívia Mendes e a revisão é de Lidia Torres e Mayra Trinca. A edição é de Daniel Rangel. Se você gosta de literatura, história, tradução ou quer entender novas formas de aproximar o passado do presente, esse episódio é pra você. __________________________________________________________________ ROTEIRO [música, bg] Lívia: Quem traduziu o livro que você está lendo? Lívia: E se você tivesse que aprender todas as línguas dos clássicos que deseja ler? Aqueles livros escritos em russo, alemão ou qualquer outra língua diferente da sua? Lívia: E aqueles livros das literaturas que foram escritas em línguas que chamamos antigas, como o latim e o grego? Lidia: A verdade é que, na maioria das vezes, a gente não pensa muito sobre essas questões. Mas, no Brasil, boa parte dos livros que lemos, tanto literários quanto teóricos, não chegaria até a gente se não fossem os tradutores. Lidia: Essas obras, que fazem parte de todo um legado social, filosófico e cultural da nossa sociedade, só chegaram até nós por causa do trabalho cuidadoso de pesquisadores e tradutores dessas línguas, que estão tão distantes, mas ao mesmo tempo, tão próximas de nós. [música de transição] Lívia: Eu sou a Lívia Mendes. Lidia: E eu sou a Lidia Torres. Lívia: Você já conhece a gente aqui do Oxigênio e no episódio de hoje vamos explorar como traduzimos, interpretamos e recebemos textos da Antiguidade greco-romana. Lidia: E, também vamos pensar por que essas obras ainda hoje mobilizam debates políticos, culturais e estéticos. Lívia: Vem com a gente explorar o mundo da antiguidade greco-romana que segue tão presente na atualidade, especialmente por meio da tradução dos seus textos. [vinheta O2] Andrea [1:05-2:12]: Então, meu nome é Andrea Kouklanakis e, eu sou brasileira, nasci no Brasil e morei lá até 21 anos quando eu emigrei para cá. Lívia: O “cá” da Andrea é nos Estados Unidos, país que ela se mudou ainda em 1980, então faz um tempo que ela mora fora do Brasil. Mas mesmo antes de se mudar, ela já tinha uma experiência com o inglês. Andrea Kouklanakis: Quando eu vim pra cá, eu não tinha terminado faculdade ainda, eu tinha feito um ano e meio, quase dois anos na PUC de São Paulo. Ah, e mas chegou uma hora que não deu mais para arcar com a responsabilidade financeira de matrícula da PUC, de mensalidades, então eu passei um tempo trabalhando só, dei aulas de inglês numa dessas escolas assim de business, inglês pra business people e que foi até legal, porque eu era novinha, acho que eu tinha 18, 19 anos e é interessante que todo mundo era mais velho que eu, né? Os homens de negócios, as mulheres de negócio lá, mas foi uma experiência legal e que também, apesar de eu não poder estar na faculdade daquela época, é uma experiência que condiz muito com o meu trabalho com línguas desde pequena. Lívia: Essa que você ouviu é a nossa primeira entrevistada no episódio de hoje, a professora Andrea Kouklanakis. Como ela falou ali na apresentação, ela se mudou ainda jovem pros Estados Unidos. Lidia: E, como faz muito tempo que ela se comunica somente em inglês, em alguns momentos ela acaba esquecendo as palavras em português e substitui por uma palavra do inglês. Então, a conversa com a Andrea já é um início pra nossa experimentação linguística neste episódio. Andrea Kouklanakis: Eu sou professora associada da Hunter College, que faz parte da cidade universitária de Nova York, City University of New York. E eles têm vários campus e a minha home college é aqui na Hunter College, em Manhattan. Eh, eu sou agora professora permanente aqui. Lívia: A professora Andrea, que conversou com a gente por vídeo chamada lá de Nova Iorque, contou que já era interessada por línguas desde pequena. A mãe dela trabalhava na casa de uma professora de línguas, com quem ela fez as primeiras aulas. E ela aprendeu também algumas palavras da língua materna do seu pai, que é grego e mais tarde, estudou francês e russo na escola. Lidia: Mas, além de todas essas línguas, hoje ela trabalha com Latim e Grego.Como será que essas línguas antigas entraram na vida da Andrea? Andrea Kouklanakis: Então, quando eu comecei aqui na Hunter College, eu comecei a fazer latim porque, bom, quando você tem uma língua natal sua, você é isenta do requerimento de línguas, que todo mundo tem que ter um requerimento de língua estrangeira na faculdade aqui. Então, quando eu comecei aqui, eu fiquei sabendo, que eu não precisava da língua, porque eu tinha o português. Mas, eu falei: “É, mas eu peguei pensando a língua é o que eu quero, né?” Então, foi super assim por acaso, que eu tava olhando no catálogo de cursos oferecidos. Aí eu pensei: “Ah, Latim, OK. Why not?. Por que não, né? Uma língua antiga, OK. Lívia: A professora Andrea, relembrando essa escolha por cursar as disciplinas de Latim, quando chegou na Hunter College, percebeu que ela gostou bastante das aulas por um motivo afetivo e familiar com a maneira com que ela tinha aprendido a língua portuguesa aqui no Brasil, que era diferente da forma como seus colegas estadunidenses tinham aprendido o inglês, sem muita conexão com a gramática. Lidia: Ela gostava de estudar sintaxe, orações subordinadas e todas essas regras gramaticais, que são muito importantes pra quem quer estudar uma língua antiga e mais pra frente a gente vai entender bem o porquê. [som de ícone] Lívia: sintaxe, é a parte da gramática que estuda como as palavras se organizam dentro das frases pra formar sentidos. Ela explica quem é o sujeito, o que é o verbo, quais termos completam ou modificam outros, e assim por diante. [som de ícone]: Lívia: Oração subordinada é uma frase que depende de outra para ter sentido completo. Ela não “anda sozinha”: precisa da oração principal pra formar o significado total. [música de transição] Lidia: E, agora, você deve estar se perguntando, será que todo mundo que resolve estudar língua antiga faz escolhas parecidas com a da professora Andrea? Lidia: É isso que a gente perguntou pro nosso próximo entrevistado. Guilherme Gontijo: Eu sou atualmente professor de latim na UFPR, no Paraná, moro em Curitiba. Mas, eu fiz a minha graduação em letras português na UFES, na Federal do Espírito Santo. E lá quando eu tive que fazer as disciplinas obrigatórias de latim, eu tinha que escolher uma língua complementar, eu lembro que eu peguei italiano porque eu estudava francês fora da universidade e eu tinha que estudar o latim obrigatório. Estudei latim com Raimundo Carvalho. Lívia: Bom, parece que o Guilherme teve uma trajetória parecida com a da Andrea e gostar de estudar línguas é uma das premissas pra se tornar um estudioso de latim e de grego. Lidia: O professor Raimundo de Carvalho, que o Guilherme citou, foi professor de Latim da Federal do Espírito Santo. Desde a década de 80 ele escreve poesias e é um importante estudioso da língua latina. Ele quem traduziu a obra Bucólicas, do Vírgílio, um importante poeta romano, o autor da Eneida, que talvez você já deva ter ouvido falar. O professor Raimundo se aposentou recentemente, mas segue trabalhando na tradução de Metamorfoses, de outro poeta romano, o Ovídio. Lívia: O Guilherme contou o privilégio que foi ter tido a oportunidade de ser orientado de perto pelo professor Raimundo. Guilherme Gontijo: Eu lembro que eu era um aluno bastante correto, assim, eu achava muito interessante aprender latim, mas eu estudei latim pensando que ele teria algum uso linguístico pras pessoas que estudam literatura brasileira. E quando ele levou Catulo pra traduzir, eu lembro de ficar enlouquecido, assim, foi incrível e foi a primeira vez na minha vida que eu percebi que eu poderia traduzir um texto de poema como um poema. E isso foi insistivo pra mim, eu não tinha lido teoria nenhuma sobre tradução. Lívia: Um episódio sobre literatura antiga traz esses nomes diferentes, e a gente vai comentando e explicando. O Catulo, que o Guilherme citou, foi um poeta romano do século I a.C.. Ele é conhecido por escrever odes, que são poemas líricos que expressam admiração, elogio ou reflexão sobre alguém, algo ou uma ideia. A obra do Catulo é marcada pelos poemas que ele dedicou a Lésbia, figura central de muitos dos seus versos. Guilherme Gontijo: Eu fiz as duas disciplinas obrigatórias de latim, que é toda a minha formação oficial de latim, acaba aí. E passei a frequentar a casa do Raimundo Carvalho semanalmente, às vezes duas vezes por semana, passava a tarde inteira tendo aula de latim com ele, lendo poetas romanos ou prosa romana e estudava em casa e ele tirava minhas dúvidas. Então, graças à generosidade do Raimundo, eu me tornei latinista e eu não tinha ideia que eu, ainda por cima, teria ali um mestre, porque ele é poeta, é tradutor de poesia. Lidia: Essa conexão com a língua latina fez o Guilherme nunca mais abandonar a tradução. Ele disse que era uma forma natural de conseguir conciliar o seu interesse intelectual acadêmico e o lado criativo, já que desde o início da graduação ele já era um aspirante a poeta. Lívia: É importante a gente lembrar que o Guilherme tem uma vasta carreira como autor, poeta e tradutor e já vamos aproveitar pra deixar algumas dicas dos livros autorais e dos autores que ele traduziu. Lívia: Guilherme é autor dos poemas de carvão :: capim (2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Arcano 13 em parceria com Marcelo Ariel. Ele também escreveu o romance História de Joia (2019) e os livros de ensaios Algo infiel: corpo performance tradução (2017) em parceria com Rodrigo Gonçalves e A mulher ventriloquada: o limite da linguagem em Arquíloco (2018). Se aventurou pelo infanto-juvenil com os livros A Mancha (2020) e o Coestelário (2021), ambos em parceria com Daniel Kondo. E traduziu autores como Safo, Propércio, Catulo, Horácio, Rabelais e Whitman. Lidia: Os poetas Rabelais e Whitman são autores modernos, viveram nos séculos XVI e XIX, já os outros poetas são da antiguidade romana, aquele período aproximadamente entre o século IV a.C. e o século V d.C. Lívia: Então, o Guilherme traduz tanto textos de línguas modernas quanto de línguas antigas. E, a gente perguntou pra ele se existe alguma diferença no trabalho do tradutor quando vai traduzir um texto de uma língua moderna, que está mais próxima de nós no tempo, e quando vai traduzir do latim ou do grego, que são línguas mais distantes temporalmente. Lívia: O Guilherme falou que quando ele vai traduzir de uma língua moderna pra outra língua moderna existem duas possibilidades: traduzir diacronicamente, que é quando o tradutor escreve o texto na língua produzida como se fosse da época mesmo que ele foi escrito. E a outra possibilidade é traduzir deslocando o autor temporalmente, e fazendo a linguagem do texto conversar com a linguagem contemporânea. Lidia: Pode parecer um pouco confuso de início, mas ouve só o exemplo do Guilherme da experiência de tradução que ele teve com o Rimbaud, que é um autor francês. Guilherme Gontijo: Por exemplo, fui traduzir Rimbaud, o Rimbaud do século XIX. Quando eu vou traduzir, eu posso tentar traduzir pensando diacronicamente e aí eu vou tentar traduzir o Rimbaud pra ele parecer um poeta do século XIX em português. E aí eu vou dar essa sensação de espaço temporal pro leitor contemporâneo agora. É, o Guilherme de Almeida fez um experimento genial assim, traduzindo o poeta francês François Villon para uma espécie de pastiche de galego-português, botando a linha temporal de modo que é isso, Villon é difícil para um francês ler hoje, que a língua francesa já sofreu tanta alteração que muitas vezes eles leem numa espécie de edição bilíngue, francês antigo, francês moderno. A gente também tem um pouco essa dificuldade com o galego-português, que é a língua literária da Península ali pra gente, né? Ah, então essa é uma abordagem. Outra abordagem, eu acho que a gente faz com muito menos frequência, é tentar deslocar a relação da temporalidade, ou seja, traduzir Rimbaud, não para produzir um equivalente do Rimbaud, século XIX no Brasil, mas pra talvez criar o efeito que ele poderia criar nos seus contemporâneos imediatos. Lívia: Ou seja, a ideia aqui seria escrever um texto da maneira como se escreve hoje em dia, meio que transpondo a história no tempo. Lidia: Pra quem não conhece, fica aqui mais uma dica de leitura: o poeta francês Arthur Rimbaud, que o Guilherme citou, viveu entre 1854 e 1891 e escreveu quase toda sua obra ainda adolescente. Ele renovou a poesia moderna com imagens ousadas, experimentação formal e uma vida marcada pela rebeldia. Abandonou a literatura muito jovem e passou o resto da vida viajando e trabalhando na África. Lívia: Mas, e pra traduzir da língua antiga, será que esse dois caminhos também são possíveis? Guilherme Gontijo: Quando eu vou traduzir do latim, por exemplo, eu não tenho esse equivalente. Não existe o português equivalente de Propércio. O português equivalente de Propércio como língua literária é o próprio latim. Lívia: Ou seja, o que o Guilherme quis dizer é que não existe uma possibilidade de traduzir um texto latino como ele soava na antiguidade, porque o latim é a língua que originou as línguas modernas latinas, e a língua portuguesa é uma delas, junto com o espanhol, o francês e o italiano. Lidia: Mas, o que pode acontecer é uma classicização dos textos antigos e o Guilherme enfatizou que acontece muito nas traduções que a gente tem disponível do latim pro português. A classicização, nesses casos, é traduzir os textos da antiguidade com o português do século XVIII ou XIX, transformando esses textos em clássicos também pra nós. Guilherme Gontijo:Curiosamente, a gente, quando estuda os clássicos, a gente sempre fala: “Não, mas isso é moderno demais. Será que ele falaria assim?” Acho curioso, quando, na verdade, a gente vendo que os clássicos tão falando sobre literatura, eles parecem não ter esses pudores. Aliás, eles são bem menos arqueológicos ou museológicos do que nós. Eles derrubavam um templo e botavam outro templo em cima sem pensar duas vezes enquanto nós temos muito mais pudores. Então, a minha abordagem atual de traduzir os clássicos é muito tentar usar as possibilidades do português brasileiro, isso é muito marcado pra mim, uma das variedades do português brasileiro, que é a minha, né? De modo ativo. Lívia: Só pra dar um exemplo do que faz a língua soar clássica, seria o uso do pronome “tu” ao invés de “você”, ou, os pronomes oblíquos como “eu te disse” ou “eu te amo”, porque ninguém fala “eu lhe amo” no dia a dia. Lidia: E esse é justamente o ponto quando a gente fala de tradução do texto antigo. Eles não vão ter um equivalente, e a gente não tem como traduzir por algo da mesma época. Guilherme Gontijo: Então, a gente precisa fazer um exercício especulativo, experimental, pra imaginar os possíveis efeitos daqueles textos no seu mundo de partida, né? A gente nunca vai saber o sabor exato de um texto grego ou romano, porque por mais que a gente tenha dicionário e gramática, a gente não tem o afeto, aquele afeto minucioso da língua que a gente tem na nossa. Lívia: Essas questões de escolhas de tradução, que podem aproximar ou afastar a língua da qual vai se traduzir pra língua que será traduzida se aproximam das questões sociais e políticas que são intrínsecas à linguagem. [música de transição] Lidia: Assim como qualquer outro texto, os escritos em latim ou grego nunca serão neutros. Mesmo fazendo parte de um mundo tão distante da gente, eles reproduzem projetos políticos e identitários tanto da antiguidade quanto dos atuais. Andrea Kouklanakis: Eu acho que esse aspecto político e histórico dos estudos clássicos é interessante porque é uma coisa quando você tá fazendo faculdade, quando eu fiz pelo menos, a gente não tinha muita ideia, né? Você tava completamente sempre perdida no nível microscópico da gramática, né? De tentar a tradução, essas coisas, você tá só, completamente submersa nos seus livros, no seu trabalho de aula em aula, tentando sobreviver ao Cícero. Lívia: Como a Andrea explicou, os estudos que chamamos de filológicos, soam como uma ciência objetiva. Eles tentam achar a gênese de um texto correto, como uma origem e acabam transformando os estudos clássicos em um modelo de programa de império ou de colonização. Andrea Kouklanakis: Então, por exemplo, agora quando eu dou aula sobre o legado dos estudos clássicos na América Latina Agora eu sei disso, então com os meus alunos a gente lê vários textos primários, né, e secundários, que envolvem discurso de construção de nação, de construção de império, de construção do outro, que são tecidos com os discursos clássicos, né, que é essa constante volta a Atenas, a Roma, é, o prestígio dos estudos clássicos, né? Então, a minha pesquisa se desenvolveu nesse sentido de como que esses latino afro brasileiros, esses escritores de várias áreas, como que eles lidaram na evolução intelectual deles, na história intelectual deles, como que eles lidaram com um ramo de conhecimento que é o centro do prestígio. Eles mesmo incorporando a falta de prestígio completa. O próprio corpo deles significa ausência total de prestígio e como que eles então interagem com uma área que é o centro do prestígio, sabe? Lidia: Então, como você percebeu, a Andrea investiga como os escritores afro-latino-americanos negociaram essa tradição clássica, símbolo máximo de prestígio, com suas histórias incorporadas a um lugar sem prestígio, marcadas em seus corpos pelo tom de pele. Lívia: Esse exercício que a professora Andrea tem feito com seus alunos na Hunter College tem sido uma prática cada vez mais presente nos Estudos Clássicos da América Latina e aqui no Brasil. É um exercício de colocar um olhar crítico pro mundo antigo e não apenas como uma forma de simplesmente celebrar uma antiguidade hierarquicamente superior a nós e a nossa história. Lidia: Nesse ponto, é importante a gente pontuar que a professora Andrea fala de um lugar muito particular, porque ela é uma mulher negra, brasileira, atuando em uma universidade nos Estados Unidos e em uma área de estudos historicamente tradicional. Lívia: Ela relatou pra gente um pouco da sua experiência como uma das primeiras mulheres negras a se doutorar em Estudos Clássicos em Harvard. Andrea Kouklanakis: Eu também não queria deixar de dizer que, politicamente, o meu entendimento como classista foi mais ou menos imposto de fora pra mim, sobre mim como uma mulher de cor nos estudos clássicos, porque eu estava exatamente na década de final de 90, meio final de 90, quando eu comecei a fazer os estudos clássicos na Harvard e foi coincidentemente ali quando também saiu, acho que o segundo ou terceiro volume do Black Athena, do Bernal. E, infelizmente, então, coincidiu com eu estar lá, né? Fazendo o meu doutorado nessa época. E na época existiam esses chat rooms, você podia entrar no computador e é uma coisa estranha, as pessoas interagiam ali, né? O nível de antipatia e posso até dizer ódio mesmo que muitas pessoas expressavam pela ideia de que poderia existir uma conexão entre a Grécia e a África, sabe? A mera ideia. Era uma coisa tão forte sabe, eu não tinha a experiência ou a preparação psicológica de receber esse tipo de resposta que era com tantos ânimos, sabe? Lidia: Com esse relato, a professora Andrea revelou pra gente como o preconceito com a população negra é tão explícita nos Estados Unidos e como ela, mesmo tendo passado a infância e a adolescência no Brasil, sentiu mais os impactos disso por lá. Lívia: Mas, fora o preconceito racial, historicamente construído pelas nossas raízes de colonização e escravização da população negra, como estudiosa de Estudos Clássicos, foi nessa época que a Andrea percebeu que existia esse tipo de discussão e que ainda não estava sendo apresentada pra ela na faculdade. Andrea Kouklanakis: Depois que eu me formei, eu entrei em contato com a mulher que era diretora de admissão de alunos e ela confirmou pra mim que é eu acho que eu sou a primeira pessoa de cor a ter um doutorado da Harvard nos Estudos Clássicos. E eu acho que mesmo que eu não seja a primeira pessoa de cor fazendo doutorado lá, provavelmente eu sou a primeira mulher de cor. Lidia: Vamos destacar agora, alguns pontos significativos do relato da professora Andrea. [som de ícone] Lívia: O livro que ela citou é o Black Athena, do estudioso de história política Martin Bernal. A teoria criada pelo autor afirmava que a civilização clássica grega na realidade se originou de culturas da região do Crescente Fértil, Egito, Fenícia e Mesopotâmia, ao invés de ter surgido de forma completamente independente, como tradicionalmente é colocado pelos historiadores germânicos. [som de ícone] Lívia: Ao propor uma hipótese alternativa sobre as origens da Grécia antiga e da civilização clássica, o livro fomentou discussões relevantes nos estudos da área, gerando controvérsias científicas, ideológicas e raciais. [som de ícone] Lidia: Em contrapartida às concepções racistas vinda de pesquisadores, historiadores e classicistas conservadores, a professora Andrea citou também um aluno negro de Harvard, o historiador e classicista Frank Snowden Jr.. [som de ícone] Lívia: Entre seus diversos estudos sobre a relação de brancos e negros na antiguidade, está o livro Before Color Prejudice: The Ancient View of Black, em português, Antes do Preconceito Racial: A Visão Antiga dos Negros. Um aprofundamento de suas investigações sobre as relações entre africanos e as civilizações clássicas de Roma e da Grécia e demonstra que os antigos não discriminavam os negros por causa de sua cor. [som de ícone] Lidia: O livro lança luz pra um debate importantíssimo, que é a diferença de atitudes dos brancos em relação aos negros nas sociedades antigas e modernas, além de observar que muitas das representações artísticas desses povos se assemelham aos afro-americanos da atualidade. Andrea Kouklanakis: Mas, então é isso, então essa coisa política é uma coisa que foi imposta, mas a imposição foi até legal porque aí me levou a conhecer e descobrir e pesquisar essa área inteira, que agora é uma coisa que eu me dedico muito, que é olhar qual que é a implicação dos estudos clássicos na política, na raça, na história e continuando dando as minhas aulas e traduzindo, fazendo tradução, eu adoro tradução, então, esse aspecto do estudo clássico, eu sempre gostei. [música de transição] Lívia: O Guilherme também falou pra gente sobre essa questão política e histórica dos Estudos Clássicos, de que ficar olhando pro passado como objeto desvinculado, nos impede de poder articular essas discussões com a política do presente. Guilherme Gontijo: E acho que o resultado quando a gente faz isso é muitas vezes colocar os clássicos como defensores do status quo, que é o que o um certo império brasileiro fez no período de Dom Pedro, é o que Mussolini fez também. Quer dizer, vira propaganda de estado. Lidia: Mas, ao contrário, quando a gente usa os clássicos pra pensar as angústias do presente, a gente percebe que é uma área de estudos que pode ser super relevante e super viva pra qualquer conversa do presente. Lívia: E, na tradução e na recepção desses textos antigos, como será que essas questões aparecem? O Guilherme deu um exemplo pra gente, de uma tradução que ele fez do poeta romano Horácio. [som de ícone] Lidia: Horácio foi um poeta romano do século I a.C., famoso por escrever poesias nos formatos de Odes, Sátiras e Epístolas, e defendia a ideia do “justo meio” — evitar excessos e buscar a medida certa na vida. Guilherme Gontijo: Tô lembrando aqui de uma ode de Horácio, acho que esse exemplo vai ser bom. Em que ele termina o poema oferecendo um vai matar um cabrito pra uma fonte, vai oferendar um cabrito para uma fonte. E quando eu tava traduzindo, vários comentadores lembravam de como essa imagem chocou violentamente o século XIX na recepção. Os comentadores sempre assim: “Como assim, Horácio, um homem tão refinado vai fazer um ato tão brutal, tão irracional?” Quer dizer, isso diz muito mais sobre a recepção do XIX e do começo do XX, do que sobre Horácio. Porque, assim, é óbvio que Horácio sacrificaria um cabrito para uma fonte. E nisso, ele não está escapando em nada do resto da sua cultura. Agora, é curioso como, por exemplo, o nosso modelo estatal coloca a área de clássicas no centro, por exemplo, dos cursos de Letras, mas acha que práticas do Candomblé, que são análogas, por exemplo, você pode oferecer animais para divindades ou mesmo para águas, seriam práticas não não não racionais ou não razoáveis ou sujas ou qualquer coisa do tipo, como quiserem. Né? Então, eu acho que a gente pode e esse é o nosso lugar, talvez seja nossa missão mesmo. Lívia: Como o Guilherme explicou, nós no Brasil e na América Latina temos influência do Atlântico Negro, das línguas bantas, do candomblé, da umbanda e temos um aporte, tanto teórico quanto afetivo, pra pensar os clássicos, a partir dessas tradições tão próximas, que a própria tradição europeia tem que fazer um esforço gigantesco pra chegar perto, enquanto pra gente é natural. Lidia: E não podemos nos esquecer também da nossa convivência com várias etnias indígenas, que possuem comparações muito fortes entre essas culturas. Guilherme Gontijo: Eu diria, eu entendo muito melhor o sentido de um hino arcaico, grego, ouvindo uma cantiga de terreiro no Brasil, do que só comparando com literatura. Eu acho que é relevante para a área de clássicas, não é uma mera curiosidade, sabe? Então, eu tenho cada vez mais lido gregos e romanos à luz da antropologia moderna, contemporaneíssima, sabe? Eu acho que muitos frutos aparecem de modo mais exemplar ou mais óbvio quando a gente faz essa comparação, porque a gente aí tira de fato os clássicos do lugar de clássicos que lhes é dado. [música de transição] Lívia: Pra além dessas discussões teóricas e políticas, a tradução é também um ato estético e existem algumas formas de repensar a presença da poesia antiga no mundo contemporâneo a partir de uma estética aplicada na linguagem e nos modos de traduzir. Lidia: No caso do Guilherme, ele vem trabalhando há um tempo com a tradução como performance. Guilherme Gontijo: E aí eu pensei: “Não, eu poderia traduzir Horácio para cantar”. Eu vou aprender a cantar esses metros antigos e vou cantar a tradução na mesmíssima melodia. Quer dizer, ao invés de eu pensar em metro no sentido do papel, eu vou pensar em metro no sentido de uma vocalidade. E foi isso que eu fiz. Foi o meu o meu doutorado, isso acabou rendendo a tradução de Safo. Lívia: Além das traduções publicadas em livros e artigos, o Guilherme também coloca essas performances na rua com o grupo Pecora Loca, que desde 2015 se propõe a fazer performances de poemas antigos, medievais e, às vezes, modernos, como um modo de ação poética. Lidia: Inclusive a trilha sonora que você ouviu ali no início deste trecho é uma das performances realizada pelo grupo, nesse caso do poema da Ode 34 de Horácio, com tradução do próprio Guilherme e música de Guilherme Bernardes, que o grupo gentilmente nos passou. Guilherme Gontijo: Isso pra mim foi um aprendizado teórico também muito grande, porque você percebe que um poema vocal, ele demanda pra valorizar a sua ou valorar a sua qualidade, também a performance. Quer dizer, o poema não é só um texto no papel, mas ele depende de quem canta, como canta, qual instrumento canta. Lívia: O Guilherme explicou que no início eles usavam instrumentos antigos como tímpano, címbalo, lira e até uma espécie de aulos. Mas, como, na verdade, não temos informações precisas sobre como era a musicalidade antiga, eles resolveram afirmar o anacronismo e a forma síncrona de poesia e performance, e, atualmente, incorporaram instrumentos modernos ao grupo como a guitarra elétrica, o baixo elétrico, o teclado e a bateria. Guilherme Gontijo: Então, a gente tem feito isso e eu acho que tem um gesto político, porque é muito curioso que a gente vai tocar num bar e às vezes tem alguém desavisado e gosta de Anacreonte. Olha, caramba, adorei Anacreonte. É, é, e ela percebe que Anacreonte, ela ouviu a letra e a letra é basicamente: “Traga um vinho para mim que eu quero encher a cara”. Então ela percebe que poesia antiga não é algo elevado, para poucos eleitos capazes de depreender a profundidade do saber grego. Ó, Anacreonte é poema de farra. Lidia: A partir da performance as pessoas se sentem autorizadas a tomar posse dessa herança cultural e a se relacionar com ela. O que cria uma forma de divulgar e difundir os Estudos Clássicos a partir de uma relação íntima, que é a linguagem musical. Guilherme Gontijo: E a experiência mais forte que eu tive nisso, ela é do passado e foi com o Guilherme Bernardes. Lembro que dei uma aula e mostrei a melodia do Carpe Diem, do Horácio. Da Ode. E tava lá mostrando o poema, sendo bem técnico ali, como é que explica o metro, como é que põe uma melodia, etc, etc. E uns três dias depois ele me mandou uma gravação que ele fez no Garage Band, totalmente sintética. De uma versão só instrumental, quer dizer, o que ele mais curtiu foi a melodia. E a gente às vezes esquece disso, quer dizer, um aspecto da poesia arcaica ou da poesia oral antiga romana é que alguém poderia adorar a melodia e nem prestar tanta atenção na letra. E que continuariam dizendo: “É um grande poeta”. Eu senti uma glória quando eu pensei: “Caraca, um asclepiadeu maior tocou uma pessoa como melodia”. A pessoa nem se preocupou tanto que é o poema do Carpe Diem, mas a melodia do asclepiadeu maior. [som de ícone] Lívia: Só por curiosidade, “asclepiadeu maior” é um tipo de verso poético greco-latino composto por um espondeu, dois coriambos e um iambo. Você não precisa saber como funcionam esses versos na teoria. Essa forma poética foi criada pelo poeta lírico grego Asclepíades de Samos, que viveu no século III a.C., por isso o nome, o mais importante é que foi o verso utilizado por Horácio em muitas de suas odes. [música de transição] Lidia: Agora, já encaminhando para o final do nosso episódio, não podemos ir embora sem falar sobre o trabalho de recepção e tradução realizado pela professora Andrea, lá na Hunter College, nos EUA. Lívia: Além do seu projeto sobre a presença dos clássicos nas obras de escritores afro-latino-americanos, com foco especial no Brasil, de autores como Lima Barreto, Luís Gama, Juliano Moreira e Auta de Sousa. A professora também publicou o livro Reis Imperfeitos: Pretendentes na Odisseia, Poética da Culpa e Sátira Irlandesa, pela Harvard University Press, em 2023, e as suas pesquisas abarcam a poesia homérica, a poética comparada e as teorias da tradução. Lidia: A professora Andrea faz um exercício muito importante de tradução de autores negros brasileiros pro inglês, não somente das obras literárias, mas também de seus pensamentos teóricos, pra que esses pensamentos sejam conhecidos fora do Brasil e alcance um público maior. Lívia: E é muito interessante como a relação com os estudos da tradução pra professora Andrea também tocam em um lugar muito íntimo e pessoal, assim como foi pro Guilherme nas suas traduções em performances. Lidia: E ela contou pra gente um pouco dessa história. Andrea Kouklanakis: Antes de falar da língua, é eu vou falar que, quando eu vejo a biografia deles, especialmente quando eu passei bastante tempo com o Luiz Gama. O que eu achei incrível é o nível de familiaridade de entendimento que eu tive da vida corriqueira deles. Por exemplo, Cruz e Souza, né? A família dele morava no fundo lá da casa, né? Esse tipo de coisa assim. O Luiz Gama também quando ele fala do aluno lá que estava na casa quando ele foi escravizado por um tempo, quando ele era criança, o cara que escravizou ele tinha basicamente uma pensão pra estudantes, que estavam fazendo advocacia, essas coisas, então na casa tinham residentes e um deles ensinou ele a ler, a escrever. O que eu achei interessantíssimo é que eu estou há 100 anos separada desse povo, mas a dinâmica social foi completamente familiar pra mim, né? A minha mãe, como eu te falei, ela sempre foi empregada doméstica, ela já se aposentou há muito tempo, mas a vida dela toda inteira ela trabalhou como empregada doméstica. E pra mim foi muito interessante ver como que as coisas não tinham mudado muito entre a infância de alguém como Cruz e Souza e a minha infância, né? Obviamente ninguém me adotou, nada disso, mas eu passei muito tempo dentro da casa de família. que era gente que tinha muito interesse em ajudar a gente, em dar, como se diz, a scholarship, né? O lugar que a minha mãe trabalhou mais tempo assim, continuamente por 10 anos, foi, aliás, na casa do ex-reitor da USP, na década de 70 e 80, o Dr. Orlando Marques de Paiva. Lívia: Ao contar essa história tão íntima, a Andrea explicou como ela tenta passar essa coincidência de vivências, separada por cem anos ou mais no tempo, mas que, apesar de todo avanço na luta contra desigualdades raciais, ainda hoje refletem na sua memória e ainda são muito estáticas. Lidia: Essa memória reflete na linguagem, porque, como ela explicou, esses autores utilizam muitas palavras que a gente não usa mais, porque são palavras lá do século XVIII e XIX, mas o contexto chega pra ela de uma forma muito íntima e ainda viva, por ela ter vivenciado essas questões. Andrea Kouklanakis: Eu não sou poeta, mas eu tô dando uma de poeta, sabe? E quando eu percebo que tem algum estilo assim, a Auta de vez em quando tem um certo estilo assim, ambrósia, não sei do quê, sabe? Eu sei que ela está querendo dizer perfume, não sei o quê, eu não vou mudar, especialmente palavras, porque eu também estou vindo da minha perspectiva é de quem sabe grego e latim, eu também estou interessada em palavras que são em português, mas são gregas. Então, eu preservo, sabe? Lívia: Então, pra Andrea, no seu trabalho tradutório ela procura mesclar essas duas questões, a sua relação íntima com os textos e também a sua formação como classicista, que pensa a etimologia das palavras e convive com essa multiplicidade de línguas e culturas, caminhando entre o grego, o latim, o inglês e o português. [música de transição] [bg] Lidia: Ao ouvir nossos convidados de hoje, a Andrea Koclanakis e o Guilherme Gontijo Flores, percebemos que traduzir textos clássicos é muito mais do que passar palavras de uma língua pra outra. É atravessar disputas políticas, revisitar o passado com olhos do presente, reconstruir memórias coloniais e imaginar novos modos de convivência com as tradições antigas. Lívia: A tradução é pesquisa, criação, crítica e também pode ser transformação. Agradecemos aos entrevistados e a você que nos acompanhou até aqui! [música de transição] [créditos] Livia: O roteiro desse episódio foi escrito por mim, Lívia Mendes, que também fiz a locução junto com a Lidia Torres. Lidia: A revisão foi feita por mim, Lidia Torres e pela Mayra Trinca. Lidia: Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. Lívia: Os trabalhos técnicos são de Daniel Rangel. A trilha sonora é de Kevin MacLeod e também gentilmente cedida pelo grupo Pecora Loca. A vinheta do Oxigênio foi produzida pelo Elias Mendez. Lidia: O Oxigênio conta com apoio da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp. Você encontra a gente no site oxigenio.comciencia.br, no Instagram e no Facebook, basta procurar por Oxigênio Podcast. Lívia: Pra quem chegou até aqui, tomara que você tenha curtido passear pelo mundo da antiguidade greco-romana e entender um pouco de como os textos antigos chegam até nós pela recepção e tradução. Você pode deixar um comentário, na sua plataforma de áudio favorita, contando o que achou. A gente vai adorar te ver por lá! Até mais e nos encontramos no próximo episódio. [vinheta final]
De gatas a falar latim para crisálidas Ensaios humorísticos: https://robertogamito.substack.com
We speak with Bruna Castro from ‘Latim Love’, a new magazine dedicated to Latin America. Plus: Nikki Ogunnaike, editor in chief of Marie Claire US, Blake Abbie from ‘A Magazine Curated By’ and Jim Bilton on the people shaping the media today.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Evento Anual do Curso de Latim by Barbara Lores
Na estante desta semana, temos “Desobediência Civil”, de Henry David Thoreau; “O Cérebro Ideológico”, de Leor Zmigrod; “Os Costumes do País”, de Edith Wharton; e “Latim em Pó”, de Caetano Galindo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
De um primeiro passo, o latim, começou uma caminhada que trilhou diversos lugares e culturas, desde invasões árabes e germânicas na Península Ibérica até as influências diretas de povos originários e africanos escravizados. Mas, afinal, como o português brasileiro se formou? Nesta edição do DW Revista, conversamos com Caetano Galindo, autor do livro Latim em Pó.
O BdF Entrevista desta quarta-feira (28) recebe o professor da UFPR e escritor Caetano Galindo. Ele lançou recentemente o livro "Na ponta da língua", em que conta a história e a origem de algumas palavras que usamos no dia a dia. A publicação dá sequência à investigação sobre a língua portuguesa que começou com "Latim em pó", de 2023. Na conversa, Galindo fala de preconceito linguístico, do ofício de tradutor e do seu interesse em desenvolver protagonistas mulheres.
No quadragésimo sexto episódio do Estudos Medievais, recebemos Artur Costrino, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), para discutirmos o Latim Medieval. Neste episódio, discutimos o idioma latino ao longo do período medieval, de suas origens no mundo romano ao surgimento das línguas vernáculas, como o português. Também discutimos como o latim era escrito, lido e ensinado, ao longo do período medieval.ParticipantesJosé Francisco FonsecaArtur CostrinoMembros da equipeCecília Silva (edição)Diego Pereira (roteiro)Eric Cyon (edição)Gabriel Cordeiro (ilustração)Isabela Silva (roteiro)José Fonseca (roteiro)Marina Sanchez (roteiro)Rafael Bosch (roteiro)Sara Oderdenge (roteiro)Sugestões bibliográficasLEONHARDT, Jürgen. Latin: Story of a World Language. Cambridge: Harvard University Press, 2013.NORBERG, Dag (Ed.). Manual Prático de Latim Medieval. Rio de Janeiro: CIFEFIL, 2007.SIDWELL, Keith; JONES, Peter (Ed.). Aprendendo Latim. Gramática, vocabulário, exercícios e textos. São Paulo: Odysseus, 2012.GOULLET, Monique; PARISSE, Michel (Ed.). Aprenda o latim medieval. Manual para um grande começo. Campinas: Editora da Unicamp, 2019.
Capítulos 04:08 - Abertura e Boas-vindas 05:10 - Palavras da direção 08:50 - Calendário de 2025 24:45 - Schoology 31:20 - Preceptorias 36:35 - Apresentação do curso de Matemática 41:10 - Apresentação do curso de Artes da Linguagem 48:20 - Apresentação do curso de Ciências e Clube da Floresta 51:50 - Apresentação do curso de História, Geografia e Idiomas 1:01:55 - Apresentação do curso de Latim e Debate e Oratória 1:08:00 - Apresentação do curso de MEA; Mousiké, Clube de Leitura e Religião 1:16:10 - Revista da Academia DD 1:22:15 - Secretaria 1:26:56 - Considerações finais
In this episode 372, LaTim is so awesome, his audience faints. LaChrissy's LaMom is ready for Christmas Cookie Season, LaChris stumps auto damage La-appraisers, Mental works on his Formula TheVee. Turns out we were all wrong about The Flying Moose. Really, we all talk about this past weekends' season ending Lemons Race at Road Atlanta. 7 Grocery Store Items You Need in Your Shop (Kyle Smith @ Hagerty) https://www.hagerty.com/media/maintenance-and-tech/7-grocery-store-items-every-diyer-should-have-in-the-shop/?utm_source=SFMC&utm_medium=email&utm_content=MED_UN_NA_EML_UN_UN_DailyDriver_Monday&hashed_email=e4fd4118e692c840b7b7fd4c6c1a483a675dacf567f2c2c330f95454f35059f8&dtm_em=e4fd4118e692c840b7b7fd4c6c1a483a675dacf567f2c2c330f95454f35059f8 Godspeed Jean Jennings 1954-2024 (Joe Lorio @ Car and Driver) https://www.caranddriver.com/news/a63202068/jean-jennings-obituary/ Parents Spend Millions to Make Their Children the Next F1 Star (Kevin Sieff, Claudia Gori and Zoeann Murphy @ The Washington Post) https://www.washingtonpost.com/world/interactive/2024/formula-1-karting-children-parents-racing-costs/ Hand Built Stagecoach on Racing Junk - $4,500 https://www.racingjunk.com/other/184668544/stage-coach.html Our Website - https://everyoneracers.com/ Download or stream here - https://open.spotify.com/show/5NsFZDTcaFlu4IhjbG6fV9 https://www.youtube.com/channel/UCPrTs8wdzydOqbpWZ_y-xEA - Our YouTube
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Ana Thereza Basílio Vieira (UFRJ) narra sua trajetória no Latim e nos Estudos Clássicos. Comenta sobre sua atuação na área de traduções, relembra sua experiência na edição da CODEX e suas pesquisas recentes sobre Plínio, o Velho. No segundo bloco, Ana Thereza Basílio Vieira apresenta-nos a personagem Fedro, o fabulista, primeiro autor dedicado às fábulas no cenário romano. Explica a obra de Fedro e analisa a estrutura da Fábula. Destaca as inovações deste autor, além de sua contribuição para o gênero. Por fim, reflete sobre a moral presente nas fábulas de Fedro, discute o tema da escravidão e compara suas obras com as fábulas de Esopo.
Pela primeira vez, o número de brasileiros que não leu nenhum trecho de um livro, dentro do espaço de três meses, supera o número de leitores no país. Quase 7 milhões de brasileiros deixaram de lado a prática nos últimos 4 anos, de acordo com dados da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Instituto Pró-Livro. O levantamento – que considera tanto livros impressos quanto digitais – revela outro dado preocupante: a escola deixou de ser vista como local de referência para a leitura. Para entender os fatores que levaram o Brasil a ter menos leitores e os efeitos desse resultado, Natuza Nery conversa com a socióloga Zoara Failla, coordenadora da pesquisa, e com Caetano Galindo, professor, escritor e tradutor. Zoara explica os fatores que levaram o país a perder leitores: a pandemia e o aumento do uso de redes sociais nos tempos livres. Ela fala também sobre como, ao adotar versões impressas, as pessoas leem mais. Escritor de ‘Lia' e ‘Latim em Pó' e tradutor do romance ‘Ulysses', de James Joyce, Galindo relembra como construiu sua relação com os livros e com o hábito de ler. Ele avalia ainda as consequências para a cultura em um país que lê menos: “Se perde muito, tudo. A leitura permite ir mais longe e possibilita discussões mais aprofundadas, alongadas e complexas”.
Pr. Douraied BEN SALEM est neuroradiologue au CHU de Brest, professeur des universités et chercheur au LATIM. Depuis 2012, il combine pratique clinique, recherche et responsabilité éditoriale, notamment en tant qu'éditeur en chef du « journal of neuroradiology ». Pionnier dans le domaine du recyclage du gadolinium à travers le projet MeGadoRe, il œuvre pour une radiologie plus verte et responsable. Venez en découvrir plus en écoutant cet épisode de Trajectoire(s) aux rayons X.
Salmo 114 fala da intervenção de Deus na história, e também é citado, em Latim, por James Joyce no livro Ulysses.
Alex Stone reports on Former Abercrombie and Fitch CEO Mike Jeffries and two others have been arrested as part of a criminal sex trafficking investigation by the FBI. The men are accused of operating an international sex trafficking and prostitution business that recruited young men for parties around the world // Tim recalls the days of hanging out at the call and shares that he worked at Miller's Outpost // Dodgers are the biggest story of the week but we also have a concert, basketball game, and a football game this Friday in LA // Tim tells Vin Scully's LA origins // New Bid Sends 50/50 Ball Auction Soaring to Astronomical Price
Falo da relação entre a roupa e a língua portuguesa — e ainda da língua actual mais próxima do latim. This is a public episode. If you would like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit www.pilhadelivros.pt
Latim é bom, grego é demais. Os dois são a perfeição. Você já pensou nisso? É claro que já pensou. Todo mundo já pensou nisso. O que muitos não fizeram foi pensar até o fim. Por isso, o ajudamos a pensar bem sobre esses assuntos. Por que grego? Como grego? E, ainda por cima, onde grego? E a resposta é: na Formação de Verão. Link para inscrição na formação de verão: https://www.hugodesaovitor.org.br
Por que as pessoas acham bonito e correto que em um culto budista,se rezem mantras na lingua nativa? Por que em uma mesquita, todas as oraçoes, em qualquer parte do mundo são faladas em árabe, idem para todas as religiões, e quando se trata da Missa, todos rogam pragas quando se fala em reza-la em LAtim, a lingua da Igreja?E por que essa resistência parte principalmente da Igreja, aliás, dos membros dela?
O patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Alexei II, qualificou como "positiva" a decisão do Papa Bento XVI de permitir a celebração de missas em latim, segundo uma entrevista publicada hoje no diário italiano Il Giornale. "A recuperação e valorização da antiga tradição litúrgica é um feito com que nós acolhemos positivamente", disse o patriarca russo. Alexei II afirmou que "sem a fiel tutela da tradição litúrgica, a Igreja ortodoxa russa não poderia ter resistido à época das perseguições" nos anos vinte e trinta do século passado. Em 7 de julho, o Vaticano apresentou o "Motu Proprio" (documento papal) de Bento XVI, no qual se permite a celebração de missas em latim, que nunca foram juridicamente suspensas, mas para as quais era necessária uma autorização especial.
Dorothea Erxleben foi a primeira mulher a conquistar um diploma em Medicina na Alemanha. Por 150 anos, nenhuma outra médica surgiria no país. Nascida em 1715, em Quedlinburg, Dorothea Erxleben era filha de um médico progressista que acreditava que “talentos de mulheres brilhantes estavam sendo desperdiçados na cozinha”. O pai a educou da mesma forma que os filhos homens, com tutores em Latim, matemática e ciências. Para que Dorothea pudesse frequentar uma universidade, seu pai precisou conseguir uma autorização especial do rei Frederico II. Em 1741, D.E. foi autorizada a ingressar na Universidade de Halle, provocando tanto admiração quanto críticas. Apesar de não ter embates públicos com seus detratores, em 1742 D. publicou um livro defendendo a educação feminina, apelando para que a Alemanha deixasse de desperdiçar os talentos de metade de sua população. Alem de cursar a universidade, Dorothea era também uma dona de casa que cuidava de quatro filhos. Em 1747, seu pai já estava morto e a saúde de seu marido ficou fragilizada, endividando a família; para contribuir com as despesas da casa, Erxleben passou a exercer a Medicina, sem ainda ter conquistado seu diploma. Seus detratores a processaram por charlatanismo por exercer sem uma licença; o caso foi levado ao Rei Frederico II, que determinou que D.E. apresentasse uma dissertação na Universidade de Halle, e fosse examinada por uma banca. Em 1754, ela se tornou a primeira mulher alemã com um diploma em Medicina, e passou o resto de sua vida exercendo a profissão. Só 150 anos depois outra mulher voltaria a se diplomar nessa função, quando, no começo do Século XX, mulheres passaram a ser admitidas em faculdades de medicina na Alemanha.
Comunidade Servos do Cristo Redentor youtube.com/@servosdocristoredentor
Almarë, senhoritos e senhoritas! É hora de falar dos sete pais dos Anões! Venha com Torres e Baessa discutir sobre as origens dos anões no universo de Tolkien neste episódio curtinho e singelo.Neste Episódio: aprenda o nome dos Sete Anões em Latim, queime a largada por ansiedade, lembre-se do intrigante Super Logo e não se atreva a mentir pra sua mulher!Gostou do nosso trabalho? Seja um colaborador do Tumba do Balin pelo nosso picpay: https://app.picpay.com/user/tumbadobalin ou pela nossa chave Pix "tumbadobalin@gmail.com", e compartilhe o programa com seus amigos! Para ficar por dentro de mais episódios, acesse nosso site www.tumbadobalin.com.br/ e nossas redes sociais: www.instagram.com/tumbadobalin e twitter.com/tumbadobalin. Envie seus comentários, teorias e sugestões para tumbadobalin@gmail.com
Li no Jornal sobre a vinda do Papa ao Brasil, e o que me chamou a atenção é que ele menciona a todos os padres se prepararem para celebrar a missa em latim. Fui pesquisar sobre o assunto no site e encontrei uma mensagem enviada por Rafael em 02/09/2004 ( Tema: Missa em Latim ) aonde o mesmo faz esta pergunta. Adorei a resposta do Prof. Orlando aonde o mesmo usa a seguinte frase: " Que adianta a Missa em português, se o povo não entende o português?" Prof. Orlando, mesmo não sendo católico , amo este site , e principalmente a sua sinceridade para tratar sobre qualquer assunto. Mais uma vez parabens.
Seja bem-vindo à exposição da Palavra de Deus na Igreja Presbiteriana de Vila Guarani ➡️ Acompanhe a IP Vila Guarani nas mídias sociais: Site: www.ipvilaguarani.com.br Facebook: ipvilaguarani Instagram: @ipvilaguarani Av. Leonardo da Vinci, 2114, próximos à estação Jabaquara do Metrô. #ipvilaguarani #TeologiaReformada #revageumagalhaes
Fábio Fortes (UFJF) narra sua trajetória nos Estudos Clássicos que começou com o interesse pelo Latim. Em seguida, fala sobre o projeto "Letras Clássicas na Escola: Latim, Cultura Clássica e Ensino". Comenta sobre a importância da interface com a Educação Básica e analisa o espaço dos Estudos Clássicos nas escolas. No segundo bloco, apresenta a personagem Apolônio Díscolo: um gramático de Alexandria que viveu no séc II d.C. Ele teria escrito mais de 30 tratados gramaticais dos quais apenas 4 chegaram aos nossos dias. Conta sobre o epíteto Díscolo. Explica a gramática antiga e demonstra que a obra de Apolônio tem um caráter ao mesmo tempo descritivo e prescritivo: na medida em que o gramático/filólogo se debruça sobre a materialização de textos existentes e conhecidos em sua época, a partir desta pluralidade e diversidade de lições, textos e autores, Apolônio Díscolo propõe um modelo teórico unificante, a partir do qual, cria uma norma, sobretudo para quem está trabalhando com edições de textos grego. Comenta sobre a obra "Perì syntáxeos", uma síntese entre duas tradições de reflexão sobre a linguagem: a filológica e a lógica. Por fim, relaciona os fundamentos conceituais das gramáticas atuais com as antigas e mostra que temas como variação linguística e dialetos já estavam presentes.
Por que as missas católicas antigamente eram rezadas em Latim... gostaria de saber por qque elas não são mais. E saber se antigamente quando eram rezadas em latim, se o povo entendia. Elogiando-vos,
You may have heard pro-abortion advocates claim that “no one really has late term abortions”, and anyone who says otherwise is just fear-mongering. If this is the case, then why do they push so hard to enshrine abortion up until birth? Today Mark is joined by Tim Clement, Outreach Director at Survivors of the Abortion Holocaust. Tim considers himself as a missionary to those in the womb, focusing on saving both on lives and souls of the affected along the way. Tim loves discipling the next generation of youth and leading outreach activism to end the genocide of the pre-born in America. You can find out more about Tim by visiting https://Survivors.LA Tim and Mark discuss the expansion of the Washington D.C. based DuPont Clinic, which will soon be opening up a new location, right in Tim's backyard: Los Angeles. The DuPont Clinic offers horrible all-trimester abortions, now on both sides of the country. In the latter end of the episode, Mark speaks with Aunalisa Harrison, an upcoming intern with Created Equal. Mark asks Aunalisa how she became acquainted with Created Equal, and what the process was like for her to go from a social media follower of CE, to Justice Rider, and now to summer intern. If you want to learn more about opportunities at Created Equal, go to https://CreatedEqual.org ✔️ Instagram – https://instagram.com/mark.r.harrington ✔️ iTunes – https://podcasts.apple.com/us/podcast/id827982678 ✔️ Spotify – https://open.spotify.com/show/62oyyCZG2LBk5OxR9z1c3t ✔️ Everywhere else – https://markharringtonshow.com/link-tree The Mark Harrington Show is on Mark's Facebook, Twitter, and YouTube accounts. Mark's show is available on all the popular podcast platforms as well as on Mark's flagship websites: MarkHarrington.org and MarkHarrington.TV
No terceiro episódio do Conversas com Tradutores, Caetano Galindo fala sobre sua tradução dos poemas de T. S. Eliot. Caetano Galindo é professor do curso de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPR. Licenciado (português-francês) e Mestre (Letras) pela UFPR e Doutor em linguística pela USP. Tradutor de James Joyce, T. S. Eliot, J. D. Salinger e David Foster Wallace. Autor de “Sim, eu digo sim: uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce” e de “Latim em Pó: um passeio pela formação do nosso português”. Acompanhe o PET Letras (UFRGS) nas redes sociais: Instagram: @petletras.ufrgs Twitter: @LetrasPet Website: https://www.ufrgs.br/pet-letras/
"The myths, or the received wisdom, about Portuguese language in Brazil is that, of course we know we speak a very different version of the language, but this has always been explained to us as maybe perhaps a defect of sorts?" says linguist and translator Caetano Galindo, author of Latim em Pó, a history of Brazilian Portuguese. "You look deeper into things and you find you have to wrap your mind around a very different reality.” Content note: this episode discusses the enslavement of African people. Find out more about this episode and get extra information about the topics therein at theallusionist.org/brazilian-portuguese, where there's also a transcript. Support the show at theallusionist.org/donate and as well as keeping this independent podcast going, you also get behind-the-scenes glimpses of the show, fortnightly livestreams, and the delightful Allusioverse Discord community with their disco kettles and knitted octopus tentacles. The Allusionist's online home is theallusionist.org. Stay in touch at facebook.com/allusionistshow, instagram.com/allusionistshow, youtube.com/allusionistshow and twitter.com/allusionistshow. The Allusionist is produced by me, Helen Zaltzman. Martin Austwick provides the original music. Hear Martin's own songs via PaleBirdMusic.com. Our ad partner is Multitude. If you want me to talk compellingly about your product, sponsor an episode: contact Multitude at multitude.productions/ads. This episode is sponsored by: • Bombas, whose mission is to make the comfiest clothes ever, and match every item sold with an equal item donated. Go to bombas.com/allusionist to get 20% off your first purchase. • Squarespace, your one-stop shop for building and running a sleek website. Go to squarespace.com/allusionist for a free 2-week trial, and get 10 percent off your first purchase of a website or domain with the code allusionist. Support the show: http://patreon.com/allusionistSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Creator alme siderum - Latim --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Oculi mei semper ad Dominum - em Latim --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Asperges me - Latim --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Ladainha de Todos os Santos cantada em latim - Litaniae Sanctorum 29/03/22 --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Maria Regina Mundi é um canto católico mariano riquíssimo particularmente popular na Polônia e na Lituânia, tendo sido entoado na JMJ de 1991 e 2016 em Cracóvia (POL). Segue a letra: Maria Regina Mundi Maria Mater Ecclesiae Tibi assumus, tui memores Vigilamus Vigilamus --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Considerações sobre a Liturgia no Rito Extraordinário (Missa Tridentina/em latim) - Catequese Pe.Domingos Sávio 31/07/22 --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
No ano de 1263, um padre de nome Pedro de Praga, vacilante sobre a veracidade da transubstanciação, fez uma peregrinação de Praga a Roma, a fim de alcançar uma graça para que esta tentação o deixasse. Foi, então, que o prodígio ocorreu enquanto celebrava a Santa Missa perto donde repousava o corpo de S. Cristina em Bolsena. Padre Pedro, no momento da consagração, viu gotejar Sangue da Hóstia então consagrada e banhar o corporal e os linhos litúrgicos. O sacerdote, impressionado com o acontecimento, vai para Orvieto onde residia o Papa Urbano IV, o qual mandou para Bolsena o bispo Giacomo para verificar o ocorrido e recolher o linho manchado com o Sangue de Cristo. No ano seguinte, o Papa promulgou a bula “Transiturus” que instaurava para toda a cristandade a Festa do Corpo de Deus na cidade que até então estava infestada de Cátaros – hereges que negavam o Sacramento da Eucaristia. O Papa pediu, então, para Santo Tomás de Aquino compor o ofício de Corpus Christi. Uma das orações compostas por Santo Tomás foi esse belíssimo “Adoro Te Devote”. ===================================================================================================== Adoro Te Devote (latim) Adoro te devote, latens Deitas Quae sub his figuris vere latitas Tibi se cor meum totum subiicit Quia te contemplans totum deficit Visus, tactus, gustus in te fallitur Sed auditu solo tuto creditur Credo quidquid dixit Dei Filius Nil hoc verbo Veritatis verius In cruce latebat sola Deitas At hic latet simul et humanitas Ambo tamen credens atque confitens Peto quod petivit latro paenitens Plagas, sicut Thomas, non intueor Deum tamen meum te confiteor Fac me tibi semper magis credere In te spem habere, te diligere O memoriale mortis Domini! Panis vivus, vitam praestans homini! Praesta meae menti de te vivere Et te illi semper dulce sapere Pie pellicane, Iesu Domine Me immundum munda tuo sanguine Cuius una stilla salvum facere Totum mundum quit ab omni scelere Iesu, quem velatum nunc aspicio Oro fiat illud quod tam sitio Ut te revelata cernens facie Visu sim beatus tuae gloriae Amén Eu Vos Adoro Eu vos adoro devotamente, ó Divindade escondida Que verdadeiramente oculta-se sob estas aparências A Vós, meu coração submete-se todo por inteiro Porque, vos contemplando, tudo desfalece A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós Mas, somente em vos ouvir em tudo creio Creio em tudo aquilo que disse o Filho de Deus Nada mais verdadeiro que esta Palavra de Verdade Na cruz, estava oculta somente a vossa Divindade Mas aqui, oculta-se também a vossa Humanidade Eu, contudo, crendo e professando ambas Peço aquilo que pediu o ladrão arrependido Não vejo, como Tomé, as vossas chagas Entretanto, vos confesso meu Senhor e meu Deus Faça que eu sempre creia mais em Vós Em vós esperar e vos amar Ó memorial da morte do Senhor! Pão vivo que dá vida aos homens! Faça que minha alma viva de Vós E que à ela seja sempre doce este saber Senhor Jesus, bondoso pelicano Lava-me, eu que sou imundo, em teu sangue Pois que uma única gota faz salvar Todo o mundo e apagar todo pecado Ó Jesus, que velado agora vejo Peço que se realize aquilo que tanto desejo Que eu veja claramente vossa face revelada Que eu seja feliz contemplando a vossa glória Amém --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Origens Brígida, conhecida também como Brigite, nasceu em 1303, princesa do castelo de Finstad, filha do rei da Suécia. Sua família real era tão piedosa, que forneceu vários santos à Igreja. Além disso, sua família real também construiu mosteiros, hospitais e igrejas usando a própria fortuna. Seguindo o exemplo de sua família, Brígida ajudava em obras de caridade desde a infância. Além disso, ela tinha um dom de revelações. Essas revelações foram todas escritas por ela na língua sueca. Mais tarde elas foram traduzidas para o Latim, formando grandes volumes. Tais obras ainda hoje são consultadas por teólogos, historiadores e fiéis como fonte histórica. Dama de companhia Durante sua juventude, Brígida foi dama de companhia de uma rainha chamada Bianca, da região de Namur, na atual Bélgica. Por causa dessa função, ela estava sempre presente nas cortes cheias de luxo e riqueza. Contudo, ela não se deixou corromper nestes ambientes de cheios de frivolidades. Pelo contrário, manteve-se fiel à sua consciência cristã e preservou sua fé, nunca se afastando da caridade e da dignidade. Casamento Com dezoito anos de idade, Brígida se casou com um nobre de nome Ulf Gudmarsson. Seu marido era também um cristão fervoroso. Brígida e Ulf tiveram oito filhos. Dentre eles destaca-se uma filha que também foi canonizada: Santa Catarina da Suécia. O casal, e especialmente Brígida, cuidava da educação moral, formal e religiosa dos filhos com toda a dedicação. Morte de um filho O casal Brígida e Ulf viveu um duro golpe: a morte de um de seus filhos. Depois disso, eles decidiram ir em peregrinação até o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha. Quando voltavam, Ulf ficou gravemente doente. Quando isso aconteceu, Santa Brígida teve uma revelação, em sonho, por intermédio de são Dionísio. No sonho, ela ficou sabendo que seu marido não morreria. E, realmente, ele ficou curado. Logo depois, porém, decidiu ingressar no Mosteiro de Alvastra. Lá, um de seus filhos já vivia como monge. Em 1344 Ulf faleceu, deixando Santa Brígida viúva. Fundadora Uma vez viúva, Santa Brígida retirou-se de uma vez por todas para a vida religiosa. Ela guardava em seu coração um antigo projeto, que era o de fundar um mosteiro duplo, tendo uma área para homens e outra para mulheres. Deste projeto nasceu a Ordem do Santo Salvador. Os religiosos seguiam as Regras de vida de são Agostinho. A própria Santa Brígida passou a viver neste mosteiro até que a Ordem fundada por ela foi aprovada oficialmente pela Igreja. Depois dessa aprovação, ela mudou-se para Roma. Oração pelos doentes - composta por Santa Brígida “Ó Jesus, médico celeste, que fostes elevado na Cruz afim de curar as nossas chagas por meio das Vossas, lembrai-Vos do abatimento em que Vos encontrastes e das contusões que Vos infligiram em Vossos Sagrados membros, dos quais nenhum permaneceu em seu lugar, de tal modo que dor alguma poderia ser comparada a Vossa. Da planta dos pés até o alto da cabeça, nenhuma parte do Vosso Corpo esteve isenta de tormentos, e entretanto esquecido dos Vossos sofrimentos, não Vos cansastes de suplicar a Vosso PAI pelos inimigos que Vos cercavam, dizendo-Lhe: “PAI, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” Por esta grande misericórdia e em memória desta dor, fazei com que a lembrança da Vossa Paixão, tão impregnada de amargura, opere em mim uma perfeita contrição e a remissão de todos os meus pecados. Assim seja!” Pai Nosso... Ave Maria ...
Ladainha de Nossa Senhora, em Latim Kyrie, eleison. Christe, eleison. Kyrie, eleison. Christe, audi nos. Christe, exaudi nos. Pater de caelis Deus, miserere nobis Fili, Redemptor mundi, Deus, miserere nobis Spiritus Sancte Deus, miserere nobis Sancta Trinitas, unus Deus, miserere nobis Sancta Maria, ora pro nobis Sancta Dei Genitrix, ora pro nobis Sancta Virgo virginum, ora pro nobis Mater Christi, ora pro nobis Mater divinae gratiae, ora pro nobis Mater purissima, ora pro nobis Mater castissima, ora pro nobis Mater inviolata, ora pro nobis Mater intemerata, ora pro nobis Mater amabilis, ora pro nobis Mater admirabilis, ora pro nobis Mater boni consilii, ora pro nobis Mater Creatoris, ora pro nobis Mater Salvatoris, ora pro nobis Virgo prudentissima, ora pro nobis Virgo veneranda, ora pro nobis Virgo praedicanda, ora pro nobis Virgo potens, ora pro nobis Virgo Clemens, ora pro nobis Virgo fidelis, ora pro nobis Speculum justitiae, ora pro nobis Sedes sapientiae, ora pro nobis Causa nostrae laetitiae, ora pro nobis Vas spirituale, ora pro nobis Vas honorabile, ora pro nobis Vas insigne devotionis, ora pro nobis Rosa mystica, ora pro nobis Turris Davidica, ora pro nobis Turris eburnea, ora pro nobis Domus aurea, ora pro nobis Foederis arca, ora pro nobis Janua caeli, ora pro nobis Stella matutina, ora pro nobis Salus infirmorum, ora pro nobis Refugium peccatorum, ora pro nobis Consolatrix afflictorum, ora pro nobis Auxilium christianorum, ora pro nobis Regina angelorum, ora pro nobis Regina patriarcharum, ora pro nobis Regina prophetarum, ora pro nobis Regina apostolorum, ora pro nobis Regina martyrum, ora pro nobis Regina confessorum, ora pro nobis Regina virginum, ora pro nobis Regina sanctorum omnium, ora pro nobis Regina sine labe originali concepta, ora pro nobis Regina in caelum assumpta, ora pro nobis Regina sacratissimi Rosarii, ora pro nobis Regina pacis, ora pro nobis Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, parce nobis, Dómine. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, exáudi nos, Dómine. Agnus Dei, qui tollis peccáta mundi, miserére nobis. V. Ora pro nobis, sancta Dei Génitrix. R. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi. Orémus. Concéde nos fámulos tuos, quæsumus, Dómine Deus, perpétua mentis et córporis sanitáte gaudére: et gloriósa beátæ Maríæ semper Vírginis intercessióne, a præsénti liberári tristítia, et ætérna pérfrui lætítia. Per Christum Dóminum nostrum. Amen --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Adoro Te Devote - (Latim) --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
English in Brazil Podcasts - sua dose de inglês a qualquer momento
Se tem um troço que eu sou curioso é sobre as origens das palavras. Quando iniciei no ensino fundamental lááá no começo da década de 80, já não constava o ensino do latim na grade curricular, o que é lamentável, uma vez que se trata de um conhecimento importante para nos esclarecer sobre de onde vem muitas das palavras que usamos hoje em dia. E em inglês não é diferente. Além do Latim, tem muitas origens bem curiosas que é bem gostoso estudar. palavras: coach, cab, hooligan, dollar, maverick, slogan, nerd Baixe gratuitamente o e-book com 100 frases essenciais em Inglês - https://eibrazil.com/100-podcast Instagram do English in Brazil: www.instagram.com/englishinbrazil
Ladainha do Sagrado Coração de Jesus em Latim --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Salve Maria em Latim --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Resposta Católica - Por que voltar ao uso do latim na liturgia? Pe. Paulo Ricardo --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
O sacerdote continua, com toda a reverência, dizendo as palavras da Consagração, conservando a assembléia absoluto silêncio: Qui, pridie quam pateretur, accepit panem in sanctas ac venerabiles manus suas, et elevatis oculis in caelum ad te Deum Patrem suum omnipotentem, tibi gratias agens benedixit, fregit, deditque discipulis suis, dicens: ACCIPITE ET MANDUCATE EX HOC OMNES: HOC EST ENIM CORPUS MEUM, QUOD PRO VOBIS TRADETUR. Um dos acólitos toca a campainha nesse momento, e outro incensa o Santíssimo Corpo de Cristo, enquanto o sacerdote genuflete para adorar o Senhor. Continua o sacerdote: Simili modo, postquam cenatum est, accipiens et hunc praeclarum calicem in sanctas ac venerabiles manus suas, item tibi grtias agens benedixit, deditque discipulis suis, dicens: ACCIPITE ET BIBITE EX EO OMNES: HIC ENIM CALIX SANGUINIS MEI NOVI ET AETERNI TESTAMENTI, QUI PRO VOBIS ET PRO MULTIS EFFUNDETOR IN REMISSIONEM PECCATORUM. HOC FACITE IN MEAM COMMEMORATIONEM. Um dos acólitos toca a campainha nesse momento, e outro incensa o Santíssimo Corpo de Cristo, enquanto o sacerdote genuflete para adorar o Senhor. O sacerdote diz: Mysterium fidei. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
Procurando bons motivos para estudar latim com seu filho? Junte-se ao Marcelo Maia, tutor do Challenge 2 na comunidade do Recreio, Rio de Janeiro. Ele nos mostrará alguns benefícios inesperados de estudar latim. Descubra como as artes da gramática, dialética e retórica são aprimoradas e como os Cinco Cânones da Retórica podem nos equipar para estudar intencionalmente e com sucesso.
-Escrito por pe. Juan Escollar (falecido em 1700), este hino era anteriormente usado nas matinas da festa de São José, Esposo da Bem-Aventurada Virgem Maria (19 de março). Ainda é usado para esta festa, mas para Laudes. É também o hino das Laudes pela Festa de São José Operário, no dia 1º de maio. LETRA: Laudes: Caelitum, Ioseph, decus Caelitum, Ioseph, decus atque nostrae certa spes vitae columénque mundi, quas tibi laeti cánimus, benígnus súscipe laudes. Te Sator rerum statuit pudicae. Vírginis sponsum, voluítque Verbi te patrem dici, dedit et minístrum esse salútis. Tu Redemptórem stábulo iacéntem, quem chorus vatum cécinit futúrum, áaspicis gaudens, hulilisque natum. primus adóras. Rex Deus regum, dominátor orbis, cuius ad nutum tremit inferórum turba, cui pronus famulátur aether, se tibi subdit. Laus sit excélsae Tríadi perénnis, quae tibi insígnes tríbuens honóres, det tuis nobis méritis beátae gáudia vitae. Amen --- Send in a voice message: https://anchor.fm/jlio4/message
A gente aprende na graduação em Letras que a maior parte das pessoas não faz ideia do que se estuda na Letras. Aproveitando as perguntas que recebemos sobre nossa formação, no episódio de hoje, Clara e Tavos, graduados em Letras, tentam responder sobre as suas formações, se a Gramática é uma parte fundamental do curso de Letras, as diferenças entre Linguística e Literatura, os estereótipos dos alunos do curso, pra que serve estudar Grego e Latim, as possibilidades de atuação profissional para quem cursou Letras e muito mais! -- Nosso canal: https://www.youtube.com/mimimidias Redes sociais do mimimidias: https://twitter.com/mimimidias/ https://instagram.com/canalmimimidias/ https://www.facebook.com/canalmimimidias/ Vem falar com a gente: https://twitter.com/claramatheus https://twitter.com/leo_bos https://twitter.com/tavosmm