Podcasts about auta

  • 342PODCASTS
  • 722EPISODES
  • 27mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Nov 27, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024


Best podcasts about auta

Latest podcast episodes about auta

Oxigênio
#206 – Traduzir a Antiguidade: memória e política nos textos greco-romanos

Oxigênio

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 41:07


Você já parou pra pensar quem traduz os livros que você lê e como esse trabalho molda a forma como entende o mundo? Neste episódio, Lívia Mendes e Lidia Torres irão nos conduzir em uma viagem no tempo para entendermos como os textos gregos e latinos chegam até nós. Vamos descobrir por que traduzir é sempre também interpretar, criar e disputar sentidos. Conversamos com Andrea Kouklanakis, professora permanente na Hunter College, Nova York, EUA, e Guilherme Gontijo Flores, professor da Universidade Federal do Paraná. Eles compartilharam suas trajetórias no estudo de línguas antigas, seus desafios e descobertas com o mundo da tradução e as questões políticas, históricas e estéticas que a prática e as teorias da tradução abarcam. Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. O roteiro foi escrito por Lívia Mendes e a revisão é de Lidia Torres e Mayra Trinca. A edição é de Daniel Rangel. Se você gosta de literatura, história, tradução ou quer entender novas formas de aproximar o passado do presente, esse episódio é pra você. __________________________________________________________________ ROTEIRO [música, bg] Lívia: Quem traduziu o livro que você está lendo? Lívia: E se você tivesse que aprender todas as línguas dos clássicos que deseja ler? Aqueles livros escritos em russo, alemão ou qualquer outra língua diferente da sua? Lívia: E aqueles livros das literaturas que foram escritas em línguas que chamamos antigas, como o latim e o grego? Lidia: A verdade é que, na maioria das vezes, a gente não pensa muito sobre essas questões. Mas, no Brasil, boa parte dos livros que lemos, tanto literários quanto teóricos, não chegaria até a gente se não fossem os tradutores. Lidia: Essas obras, que fazem parte de todo um legado social, filosófico e cultural da nossa sociedade, só chegaram até nós por causa do trabalho cuidadoso de pesquisadores e tradutores dessas línguas, que estão tão distantes, mas ao mesmo tempo, tão próximas de nós. [música de transição] Lívia: Eu sou a Lívia Mendes. Lidia: E eu sou a Lidia Torres. Lívia: Você já conhece a gente aqui do Oxigênio e no episódio de hoje vamos explorar como traduzimos, interpretamos e recebemos textos da Antiguidade greco-romana. Lidia: E, também vamos pensar por que essas obras ainda hoje mobilizam debates políticos, culturais e estéticos. Lívia: Vem com a gente explorar o mundo da antiguidade greco-romana que segue tão presente na atualidade, especialmente por meio da tradução dos seus textos. [vinheta O2] Andrea [1:05-2:12]: Então, meu nome é Andrea Kouklanakis e, eu sou brasileira, nasci no Brasil e morei lá até 21 anos quando eu emigrei para cá. Lívia: O “cá” da Andrea é nos Estados Unidos, país que ela se mudou ainda em 1980, então faz um tempo que ela mora fora do Brasil. Mas mesmo antes de se mudar, ela já tinha uma experiência com o inglês. Andrea Kouklanakis: Quando eu vim pra cá, eu não tinha terminado faculdade ainda, eu tinha feito um ano e meio, quase dois anos na PUC de São Paulo. Ah, e mas chegou uma hora que não deu mais para arcar com a responsabilidade financeira de matrícula da PUC, de mensalidades, então eu passei um tempo trabalhando só, dei aulas de inglês numa dessas escolas assim de business, inglês pra business people e que foi até legal, porque eu era novinha, acho que eu tinha 18, 19 anos e é interessante que todo mundo era mais velho que eu, né? Os homens de negócios, as mulheres de negócio lá, mas foi uma experiência legal e que também, apesar de eu não poder estar na faculdade daquela época, é uma experiência que condiz muito com o meu trabalho com línguas desde pequena. Lívia: Essa que você ouviu é a nossa primeira entrevistada no episódio de hoje, a professora Andrea Kouklanakis. Como ela falou ali na apresentação, ela se mudou ainda jovem pros Estados Unidos. Lidia: E, como faz muito tempo que ela se comunica somente em inglês, em alguns momentos ela acaba esquecendo as palavras em português e substitui por uma palavra do inglês. Então, a conversa com a Andrea já é um início pra nossa experimentação linguística neste episódio. Andrea Kouklanakis: Eu sou professora associada da Hunter College, que faz parte da cidade universitária de Nova York, City University of New York. E eles têm vários campus e a minha home college é aqui na Hunter College, em Manhattan. Eh, eu sou agora professora permanente aqui. Lívia: A professora Andrea, que conversou com a gente por vídeo chamada lá de Nova Iorque, contou que já era interessada por línguas desde pequena. A mãe dela trabalhava na casa de uma professora de línguas, com quem ela fez as primeiras aulas. E ela aprendeu também algumas palavras da língua materna do seu pai, que é grego e mais tarde, estudou francês e russo na escola. Lidia: Mas, além de todas essas línguas, hoje ela trabalha com Latim e Grego.Como será que essas línguas antigas entraram na vida da Andrea? Andrea Kouklanakis: Então, quando eu comecei aqui na Hunter College, eu comecei a fazer latim porque, bom, quando você tem uma língua natal sua, você é isenta do requerimento de línguas, que todo mundo tem que ter um requerimento de língua estrangeira na faculdade aqui. Então, quando eu comecei aqui, eu fiquei sabendo, que eu não precisava da língua, porque eu tinha o português. Mas, eu falei: “É, mas eu peguei pensando a língua é o que eu quero, né?” Então, foi super assim por acaso, que eu tava olhando no catálogo de cursos oferecidos. Aí eu pensei: “Ah, Latim, OK. Why not?. Por que não, né? Uma língua antiga, OK. Lívia: A professora Andrea, relembrando essa escolha por cursar as disciplinas de Latim, quando chegou na Hunter College, percebeu que ela gostou bastante das aulas por um motivo afetivo e familiar com a maneira com que ela tinha aprendido a língua portuguesa aqui no Brasil, que era diferente da forma como seus colegas estadunidenses tinham aprendido o inglês, sem muita conexão com a gramática. Lidia: Ela gostava de estudar sintaxe, orações subordinadas e todas essas regras gramaticais, que são muito importantes pra quem quer estudar uma língua antiga e mais pra frente a gente vai entender bem o porquê. [som de ícone] Lívia: sintaxe, é a parte da gramática que estuda como as palavras se organizam dentro das frases pra formar sentidos. Ela explica quem é o sujeito, o que é o verbo, quais termos completam ou modificam outros, e assim por diante. [som de ícone]: Lívia: Oração subordinada é uma frase que depende de outra para ter sentido completo. Ela não “anda sozinha”: precisa da oração principal pra formar o significado total. [música de transição] Lidia: E, agora, você deve estar se perguntando, será que todo mundo que resolve estudar língua antiga faz escolhas parecidas com a da professora Andrea? Lidia: É isso que a gente perguntou pro nosso próximo entrevistado. Guilherme Gontijo: Eu sou atualmente professor de latim na UFPR, no Paraná, moro em Curitiba. Mas, eu fiz a minha graduação em letras português na UFES, na Federal do Espírito Santo. E lá quando eu tive que fazer as disciplinas obrigatórias de latim, eu tinha que escolher uma língua complementar, eu lembro que eu peguei italiano porque eu estudava francês fora da universidade e eu tinha que estudar o latim obrigatório. Estudei latim com Raimundo Carvalho. Lívia: Bom, parece que o Guilherme teve uma trajetória parecida com a da Andrea e gostar de estudar línguas é uma das premissas pra se tornar um estudioso de latim e de grego. Lidia: O professor Raimundo de Carvalho, que o Guilherme citou, foi professor de Latim da Federal do Espírito Santo. Desde a década de 80 ele escreve poesias e é um importante estudioso da língua latina. Ele quem traduziu a obra Bucólicas, do Vírgílio, um importante poeta romano, o autor da Eneida, que talvez você já deva ter ouvido falar. O professor Raimundo se aposentou recentemente, mas segue trabalhando na tradução de Metamorfoses, de outro poeta romano, o Ovídio. Lívia: O Guilherme contou o privilégio que foi ter tido a oportunidade de ser orientado de perto pelo professor Raimundo. Guilherme Gontijo: Eu lembro que eu era um aluno bastante correto, assim, eu achava muito interessante aprender latim, mas eu estudei latim pensando que ele teria algum uso linguístico pras pessoas que estudam literatura brasileira. E quando ele levou Catulo pra traduzir, eu lembro de ficar enlouquecido, assim, foi incrível e foi a primeira vez na minha vida que eu percebi que eu poderia traduzir um texto de poema como um poema. E isso foi insistivo pra mim, eu não tinha lido teoria nenhuma sobre tradução. Lívia: Um episódio sobre literatura antiga traz esses nomes diferentes, e a gente vai comentando e explicando. O Catulo, que o Guilherme citou, foi um poeta romano do século I a.C.. Ele é conhecido por escrever odes, que são poemas líricos que expressam admiração, elogio ou reflexão sobre alguém, algo ou uma ideia. A obra do Catulo é marcada pelos poemas que ele dedicou a Lésbia, figura central de muitos dos seus versos. Guilherme Gontijo: Eu fiz as duas disciplinas obrigatórias de latim, que é toda a minha formação oficial de latim, acaba aí. E passei a frequentar a casa do Raimundo Carvalho semanalmente, às vezes duas vezes por semana, passava a tarde inteira tendo aula de latim com ele, lendo poetas romanos ou prosa romana e estudava em casa e ele tirava minhas dúvidas. Então, graças à generosidade do Raimundo, eu me tornei latinista e eu não tinha ideia que eu, ainda por cima, teria ali um mestre, porque ele é poeta, é tradutor de poesia. Lidia: Essa conexão com a língua latina fez o Guilherme nunca mais abandonar a tradução. Ele disse que era uma forma natural de conseguir conciliar o seu interesse intelectual acadêmico e o lado criativo, já que desde o início da graduação ele já era um aspirante a poeta. Lívia: É importante a gente lembrar que o Guilherme tem uma vasta carreira como autor, poeta e tradutor e já vamos aproveitar pra deixar algumas dicas dos livros autorais e dos autores que ele traduziu. Lívia: Guilherme é autor dos poemas de carvão :: capim (2018), Todos os nomes que talvez tivéssemos (2020), Arcano 13 em parceria com Marcelo Ariel. Ele também escreveu o romance História de Joia (2019) e os livros de ensaios Algo infiel: corpo performance tradução (2017) em parceria com Rodrigo Gonçalves e A mulher ventriloquada: o limite da linguagem em Arquíloco (2018). Se aventurou pelo infanto-juvenil com os livros A Mancha (2020) e o Coestelário (2021), ambos em parceria com Daniel Kondo. E traduziu autores como Safo, Propércio, Catulo, Horácio, Rabelais e Whitman. Lidia: Os poetas Rabelais e Whitman são autores modernos, viveram nos séculos XVI e XIX, já os outros poetas são da antiguidade romana, aquele período aproximadamente entre o século IV a.C. e o século V d.C. Lívia: Então, o Guilherme traduz tanto textos de línguas modernas quanto de línguas antigas. E, a gente perguntou pra ele se existe alguma diferença no trabalho do tradutor quando vai traduzir um texto de uma língua moderna, que está mais próxima de nós no tempo, e quando vai traduzir do latim ou do grego, que são línguas mais distantes temporalmente. Lívia: O Guilherme falou que quando ele vai traduzir de uma língua moderna pra outra língua moderna existem duas possibilidades: traduzir diacronicamente, que é quando o tradutor escreve o texto na língua produzida como se fosse da época mesmo que ele foi escrito. E a outra possibilidade é traduzir deslocando o autor temporalmente, e fazendo a linguagem do texto conversar com a linguagem contemporânea. Lidia: Pode parecer um pouco confuso de início, mas ouve só o exemplo do Guilherme da experiência de tradução que ele teve com o Rimbaud, que é um autor francês. Guilherme Gontijo: Por exemplo, fui traduzir Rimbaud, o Rimbaud do século XIX. Quando eu vou traduzir, eu posso tentar traduzir pensando diacronicamente e aí eu vou tentar traduzir o Rimbaud pra ele parecer um poeta do século XIX em português. E aí eu vou dar essa sensação de espaço temporal pro leitor contemporâneo agora. É, o Guilherme de Almeida fez um experimento genial assim, traduzindo o poeta francês François Villon para uma espécie de pastiche de galego-português, botando a linha temporal de modo que é isso, Villon é difícil para um francês ler hoje, que a língua francesa já sofreu tanta alteração que muitas vezes eles leem numa espécie de edição bilíngue, francês antigo, francês moderno. A gente também tem um pouco essa dificuldade com o galego-português, que é a língua literária da Península ali pra gente, né? Ah, então essa é uma abordagem. Outra abordagem, eu acho que a gente faz com muito menos frequência, é tentar deslocar a relação da temporalidade, ou seja, traduzir Rimbaud, não para produzir um equivalente do Rimbaud, século XIX no Brasil, mas pra talvez criar o efeito que ele poderia criar nos seus contemporâneos imediatos. Lívia: Ou seja, a ideia aqui seria escrever um texto da maneira como se escreve hoje em dia, meio que transpondo a história no tempo. Lidia: Pra quem não conhece, fica aqui mais uma dica de leitura: o poeta francês Arthur Rimbaud, que o Guilherme citou, viveu entre 1854 e 1891 e escreveu quase toda sua obra ainda adolescente. Ele renovou a poesia moderna com imagens ousadas, experimentação formal e uma vida marcada pela rebeldia. Abandonou a literatura muito jovem e passou o resto da vida viajando e trabalhando na África. Lívia: Mas, e pra traduzir da língua antiga, será que esse dois caminhos também são possíveis? Guilherme Gontijo: Quando eu vou traduzir do latim, por exemplo, eu não tenho esse equivalente. Não existe o português equivalente de Propércio. O português equivalente de Propércio como língua literária é o próprio latim. Lívia: Ou seja, o que o Guilherme quis dizer é que não existe uma possibilidade de traduzir um texto latino como ele soava na antiguidade, porque o latim é a língua que originou as línguas modernas latinas, e a língua portuguesa é uma delas, junto com o espanhol, o francês e o italiano. Lidia: Mas, o que pode acontecer é uma classicização dos textos antigos e o Guilherme enfatizou que acontece muito nas traduções que a gente tem disponível do latim pro português. A classicização, nesses casos, é traduzir os textos da antiguidade com o português do século XVIII ou XIX, transformando esses textos em clássicos também pra nós. Guilherme Gontijo:Curiosamente, a gente, quando estuda os clássicos, a gente sempre fala: “Não, mas isso é moderno demais. Será que ele falaria assim?” Acho curioso, quando, na verdade, a gente vendo que os clássicos tão falando sobre literatura, eles parecem não ter esses pudores. Aliás, eles são bem menos arqueológicos ou museológicos do que nós. Eles derrubavam um templo e botavam outro templo em cima sem pensar duas vezes enquanto nós temos muito mais pudores. Então, a minha abordagem atual de traduzir os clássicos é muito tentar usar as possibilidades do português brasileiro, isso é muito marcado pra mim, uma das variedades do português brasileiro, que é a minha, né? De modo ativo. Lívia: Só pra dar um exemplo do que faz a língua soar clássica, seria o uso do pronome “tu” ao invés de “você”, ou, os pronomes oblíquos como “eu te disse” ou “eu te amo”, porque ninguém fala “eu lhe amo” no dia a dia. Lidia: E esse é justamente o ponto quando a gente fala de tradução do texto antigo. Eles não vão ter um equivalente, e a gente não tem como traduzir por algo da mesma época. Guilherme Gontijo: Então, a gente precisa fazer um exercício especulativo, experimental, pra imaginar os possíveis efeitos daqueles textos no seu mundo de partida, né? A gente nunca vai saber o sabor exato de um texto grego ou romano, porque por mais que a gente tenha dicionário e gramática, a gente não tem o afeto, aquele afeto minucioso da língua que a gente tem na nossa. Lívia: Essas questões de escolhas de tradução, que podem aproximar ou afastar a língua da qual vai se traduzir pra língua que será traduzida se aproximam das questões sociais e políticas que são intrínsecas à linguagem. [música de transição] Lidia: Assim como qualquer outro texto, os escritos em latim ou grego nunca serão neutros. Mesmo fazendo parte de um mundo tão distante da gente, eles reproduzem projetos políticos e identitários tanto da antiguidade quanto dos atuais. Andrea Kouklanakis: Eu acho que esse aspecto político e histórico dos estudos clássicos é interessante porque é uma coisa quando você tá fazendo faculdade, quando eu fiz pelo menos, a gente não tinha muita ideia, né? Você tava completamente sempre perdida no nível microscópico da gramática, né? De tentar a tradução, essas coisas, você tá só, completamente submersa nos seus livros, no seu trabalho de aula em aula, tentando sobreviver ao Cícero. Lívia: Como a Andrea explicou, os estudos que chamamos de filológicos, soam como uma ciência objetiva. Eles tentam achar a gênese de um texto correto, como uma origem e acabam transformando os estudos clássicos em um modelo de programa de império ou de colonização. Andrea Kouklanakis: Então, por exemplo, agora quando eu dou aula sobre o legado dos estudos clássicos na América Latina Agora eu sei disso, então com os meus alunos a gente lê vários textos primários, né, e secundários, que envolvem discurso de construção de nação, de construção de império, de construção do outro, que são tecidos com os discursos clássicos, né, que é essa constante volta a Atenas, a Roma, é, o prestígio dos estudos clássicos, né? Então, a minha pesquisa se desenvolveu nesse sentido de como que esses latino afro brasileiros, esses escritores de várias áreas, como que eles lidaram na evolução intelectual deles, na história intelectual deles, como que eles lidaram com um ramo de conhecimento que é o centro do prestígio. Eles mesmo incorporando a falta de prestígio completa. O próprio corpo deles significa ausência total de prestígio e como que eles então interagem com uma área que é o centro do prestígio, sabe? Lidia: Então, como você percebeu, a Andrea investiga como os escritores afro-latino-americanos negociaram essa tradição clássica, símbolo máximo de prestígio, com suas histórias incorporadas a um lugar sem prestígio, marcadas em seus corpos pelo tom de pele. Lívia: Esse exercício que a professora Andrea tem feito com seus alunos na Hunter College tem sido uma prática cada vez mais presente nos Estudos Clássicos da América Latina e aqui no Brasil. É um exercício de colocar um olhar crítico pro mundo antigo e não apenas como uma forma de simplesmente celebrar uma antiguidade hierarquicamente superior a nós e a nossa história. Lidia: Nesse ponto, é importante a gente pontuar que a professora Andrea fala de um lugar muito particular, porque ela é uma mulher negra, brasileira, atuando em uma universidade nos Estados Unidos e em uma área de estudos historicamente tradicional. Lívia: Ela relatou pra gente um pouco da sua experiência como uma das primeiras mulheres negras a se doutorar em Estudos Clássicos em Harvard. Andrea Kouklanakis: Eu também não queria deixar de dizer que, politicamente, o meu entendimento como classista foi mais ou menos imposto de fora pra mim, sobre mim como uma mulher de cor nos estudos clássicos, porque eu estava exatamente na década de final de 90, meio final de 90, quando eu comecei a fazer os estudos clássicos na Harvard e foi coincidentemente ali quando também saiu, acho que o segundo ou terceiro volume do Black Athena, do Bernal. E, infelizmente, então, coincidiu com eu estar lá, né? Fazendo o meu doutorado nessa época. E na época existiam esses chat rooms, você podia entrar no computador e é uma coisa estranha, as pessoas interagiam ali, né? O nível de antipatia e posso até dizer ódio mesmo que muitas pessoas expressavam pela ideia de que poderia existir uma conexão entre a Grécia e a África, sabe? A mera ideia. Era uma coisa tão forte sabe, eu não tinha a experiência ou a preparação psicológica de receber esse tipo de resposta que era com tantos ânimos, sabe? Lidia: Com esse relato, a professora Andrea revelou pra gente como o preconceito com a população negra é tão explícita nos Estados Unidos e como ela, mesmo tendo passado a infância e a adolescência no Brasil, sentiu mais os impactos disso por lá. Lívia: Mas, fora o preconceito racial, historicamente construído pelas nossas raízes de colonização e escravização da população negra, como estudiosa de Estudos Clássicos, foi nessa época que a Andrea percebeu que existia esse tipo de discussão e que ainda não estava sendo apresentada pra ela na faculdade. Andrea Kouklanakis: Depois que eu me formei, eu entrei em contato com a mulher que era diretora de admissão de alunos e ela confirmou pra mim que é eu acho que eu sou a primeira pessoa de cor a ter um doutorado da Harvard nos Estudos Clássicos. E eu acho que mesmo que eu não seja a primeira pessoa de cor fazendo doutorado lá, provavelmente eu sou a primeira mulher de cor. Lidia: Vamos destacar agora, alguns pontos significativos do relato da professora Andrea. [som de ícone] Lívia: O livro que ela citou é o Black Athena, do estudioso de história política Martin Bernal. A teoria criada pelo autor afirmava que a civilização clássica grega na realidade se originou de culturas da região do Crescente Fértil, Egito, Fenícia e Mesopotâmia, ao invés de ter surgido de forma completamente independente, como tradicionalmente é colocado pelos historiadores germânicos. [som de ícone] Lívia: Ao propor uma hipótese alternativa sobre as origens da Grécia antiga e da civilização clássica, o livro fomentou discussões relevantes nos estudos da área, gerando controvérsias científicas, ideológicas e raciais. [som de ícone] Lidia: Em contrapartida às concepções racistas vinda de pesquisadores, historiadores e classicistas conservadores, a professora Andrea citou também um aluno negro de Harvard, o historiador e classicista Frank Snowden Jr.. [som de ícone] Lívia: Entre seus diversos estudos sobre a relação de brancos e negros na antiguidade, está o livro Before Color Prejudice: The Ancient View of Black, em português, Antes do Preconceito Racial: A Visão Antiga dos Negros. Um aprofundamento de suas investigações sobre as relações entre africanos e as civilizações clássicas de Roma e da Grécia e demonstra que os antigos não discriminavam os negros por causa de sua cor. [som de ícone] Lidia: O livro lança luz pra um debate importantíssimo, que é a diferença de atitudes dos brancos em relação aos negros nas sociedades antigas e modernas, além de observar que muitas das representações artísticas desses povos se assemelham aos afro-americanos da atualidade. Andrea Kouklanakis: Mas, então é isso, então essa coisa política é uma coisa que foi imposta, mas a imposição foi até legal porque aí me levou a conhecer e descobrir e pesquisar essa área inteira, que agora é uma coisa que eu me dedico muito, que é olhar qual que é a implicação dos estudos clássicos na política, na raça, na história e continuando dando as minhas aulas e traduzindo, fazendo tradução, eu adoro tradução, então, esse aspecto do estudo clássico, eu sempre gostei. [música de transição] Lívia: O Guilherme também falou pra gente sobre essa questão política e histórica dos Estudos Clássicos, de que ficar olhando pro passado como objeto desvinculado, nos impede de poder articular essas discussões com a política do presente. Guilherme Gontijo: E acho que o resultado quando a gente faz isso é muitas vezes colocar os clássicos como defensores do status quo, que é o que o um certo império brasileiro fez no período de Dom Pedro, é o que Mussolini fez também. Quer dizer, vira propaganda de estado. Lidia: Mas, ao contrário, quando a gente usa os clássicos pra pensar as angústias do presente, a gente percebe que é uma área de estudos que pode ser super relevante e super viva pra qualquer conversa do presente. Lívia: E, na tradução e na recepção desses textos antigos, como será que essas questões aparecem? O Guilherme deu um exemplo pra gente, de uma tradução que ele fez do poeta romano Horácio. [som de ícone] Lidia: Horácio foi um poeta romano do século I a.C., famoso por escrever poesias nos formatos de Odes, Sátiras e Epístolas, e defendia a ideia do “justo meio” — evitar excessos e buscar a medida certa na vida. Guilherme Gontijo: Tô lembrando aqui de uma ode de Horácio, acho que esse exemplo vai ser bom. Em que ele termina o poema oferecendo um vai matar um cabrito pra uma fonte, vai oferendar um cabrito para uma fonte. E quando eu tava traduzindo, vários comentadores lembravam de como essa imagem chocou violentamente o século XIX na recepção. Os comentadores sempre assim: “Como assim, Horácio, um homem tão refinado vai fazer um ato tão brutal, tão irracional?” Quer dizer, isso diz muito mais sobre a recepção do XIX e do começo do XX, do que sobre Horácio. Porque, assim, é óbvio que Horácio sacrificaria um cabrito para uma fonte. E nisso, ele não está escapando em nada do resto da sua cultura. Agora, é curioso como, por exemplo, o nosso modelo estatal coloca a área de clássicas no centro, por exemplo, dos cursos de Letras, mas acha que práticas do Candomblé, que são análogas, por exemplo, você pode oferecer animais para divindades ou mesmo para águas, seriam práticas não não não racionais ou não razoáveis ou sujas ou qualquer coisa do tipo, como quiserem. Né? Então, eu acho que a gente pode e esse é o nosso lugar, talvez seja nossa missão mesmo. Lívia: Como o Guilherme explicou, nós no Brasil e na América Latina temos influência do Atlântico Negro, das línguas bantas, do candomblé, da umbanda e temos um aporte, tanto teórico quanto afetivo, pra pensar os clássicos, a partir dessas tradições tão próximas, que a própria tradição europeia tem que fazer um esforço gigantesco pra chegar perto, enquanto pra gente é natural. Lidia: E não podemos nos esquecer também da nossa convivência com várias etnias indígenas, que possuem comparações muito fortes entre essas culturas. Guilherme Gontijo: Eu diria, eu entendo muito melhor o sentido de um hino arcaico, grego, ouvindo uma cantiga de terreiro no Brasil, do que só comparando com literatura. Eu acho que é relevante para a área de clássicas, não é uma mera curiosidade, sabe? Então, eu tenho cada vez mais lido gregos e romanos à luz da antropologia moderna, contemporaneíssima, sabe? Eu acho que muitos frutos aparecem de modo mais exemplar ou mais óbvio quando a gente faz essa comparação, porque a gente aí tira de fato os clássicos do lugar de clássicos que lhes é dado. [música de transição] Lívia: Pra além dessas discussões teóricas e políticas, a tradução é também um ato estético e existem algumas formas de repensar a presença da poesia antiga no mundo contemporâneo a partir de uma estética aplicada na linguagem e nos modos de traduzir. Lidia: No caso do Guilherme, ele vem trabalhando há um tempo com a tradução como performance. Guilherme Gontijo: E aí eu pensei: “Não, eu poderia traduzir Horácio para cantar”. Eu vou aprender a cantar esses metros antigos e vou cantar a tradução na mesmíssima melodia. Quer dizer, ao invés de eu pensar em metro no sentido do papel, eu vou pensar em metro no sentido de uma vocalidade. E foi isso que eu fiz. Foi o meu o meu doutorado, isso acabou rendendo a tradução de Safo. Lívia: Além das traduções publicadas em livros e artigos, o Guilherme também coloca essas performances na rua com o grupo Pecora Loca, que desde 2015 se propõe a fazer performances de poemas antigos, medievais e, às vezes, modernos, como um modo de ação poética. Lidia: Inclusive a trilha sonora que você ouviu ali no início deste trecho é uma das performances realizada pelo grupo, nesse caso do poema da Ode 34 de Horácio, com tradução do próprio Guilherme e música de Guilherme Bernardes, que o grupo gentilmente nos passou. Guilherme Gontijo: Isso pra mim foi um aprendizado teórico também muito grande, porque você percebe que um poema vocal, ele demanda pra valorizar a sua ou valorar a sua qualidade, também a performance. Quer dizer, o poema não é só um texto no papel, mas ele depende de quem canta, como canta, qual instrumento canta. Lívia: O Guilherme explicou que no início eles usavam instrumentos antigos como tímpano, címbalo, lira e até uma espécie de aulos. Mas, como, na verdade, não temos informações precisas sobre como era a musicalidade antiga, eles resolveram afirmar o anacronismo e a forma síncrona de poesia e performance, e, atualmente, incorporaram instrumentos modernos ao grupo como a guitarra elétrica, o baixo elétrico, o teclado e a bateria. Guilherme Gontijo: Então, a gente tem feito isso e eu acho que tem um gesto político, porque é muito curioso que a gente vai tocar num bar e às vezes tem alguém desavisado e gosta de Anacreonte. Olha, caramba, adorei Anacreonte. É, é, e ela percebe que Anacreonte, ela ouviu a letra e a letra é basicamente: “Traga um vinho para mim que eu quero encher a cara”. Então ela percebe que poesia antiga não é algo elevado, para poucos eleitos capazes de depreender a profundidade do saber grego. Ó, Anacreonte é poema de farra. Lidia: A partir da performance as pessoas se sentem autorizadas a tomar posse dessa herança cultural e a se relacionar com ela. O que cria uma forma de divulgar e difundir os Estudos Clássicos a partir de uma relação íntima, que é a linguagem musical. Guilherme Gontijo: E a experiência mais forte que eu tive nisso, ela é do passado e foi com o Guilherme Bernardes. Lembro que dei uma aula e mostrei a melodia do Carpe Diem, do Horácio. Da Ode. E tava lá mostrando o poema, sendo bem técnico ali, como é que explica o metro, como é que põe uma melodia, etc, etc. E uns três dias depois ele me mandou uma gravação que ele fez no Garage Band, totalmente sintética. De uma versão só instrumental, quer dizer, o que ele mais curtiu foi a melodia. E a gente às vezes esquece disso, quer dizer, um aspecto da poesia arcaica ou da poesia oral antiga romana é que alguém poderia adorar a melodia e nem prestar tanta atenção na letra. E que continuariam dizendo: “É um grande poeta”. Eu senti uma glória quando eu pensei: “Caraca, um asclepiadeu maior tocou uma pessoa como melodia”. A pessoa nem se preocupou tanto que é o poema do Carpe Diem, mas a melodia do asclepiadeu maior. [som de ícone] Lívia: Só por curiosidade, “asclepiadeu maior” é um tipo de verso poético greco-latino composto por um espondeu, dois coriambos e um iambo. Você não precisa saber como funcionam esses versos na teoria. Essa forma poética foi criada pelo poeta lírico grego Asclepíades de Samos, que viveu no século III a.C., por isso o nome, o mais importante é que foi o verso utilizado por Horácio em muitas de suas odes. [música de transição] Lidia: Agora, já encaminhando para o final do nosso episódio, não podemos ir embora sem falar sobre o trabalho de recepção e tradução realizado pela professora Andrea, lá na Hunter College, nos EUA. Lívia: Além do seu projeto sobre a presença dos clássicos nas obras de escritores afro-latino-americanos, com foco especial no Brasil, de autores como Lima Barreto, Luís Gama, Juliano Moreira e Auta de Sousa. A professora também publicou o livro Reis Imperfeitos: Pretendentes na Odisseia, Poética da Culpa e Sátira Irlandesa, pela Harvard University Press, em 2023, e as suas pesquisas abarcam a poesia homérica, a poética comparada e as teorias da tradução. Lidia: A professora Andrea faz um exercício muito importante de tradução de autores negros brasileiros pro inglês, não somente das obras literárias, mas também de seus pensamentos teóricos, pra que esses pensamentos sejam conhecidos fora do Brasil e alcance um público maior. Lívia: E é muito interessante como a relação com os estudos da tradução pra professora Andrea também tocam em um lugar muito íntimo e pessoal, assim como foi pro Guilherme nas suas traduções em performances. Lidia: E ela contou pra gente um pouco dessa história. Andrea Kouklanakis: Antes de falar da língua, é eu vou falar que, quando eu vejo a biografia deles, especialmente quando eu passei bastante tempo com o Luiz Gama. O que eu achei incrível é o nível de familiaridade de entendimento que eu tive da vida corriqueira deles. Por exemplo, Cruz e Souza, né? A família dele morava no fundo lá da casa, né? Esse tipo de coisa assim. O Luiz Gama também quando ele fala do aluno lá que estava na casa quando ele foi escravizado por um tempo, quando ele era criança, o cara que escravizou ele tinha basicamente uma pensão pra estudantes, que estavam fazendo advocacia, essas coisas, então na casa tinham residentes e um deles ensinou ele a ler, a escrever. O que eu achei interessantíssimo é que eu estou há 100 anos separada desse povo, mas a dinâmica social foi completamente familiar pra mim, né? A minha mãe, como eu te falei, ela sempre foi empregada doméstica, ela já se aposentou há muito tempo, mas a vida dela toda inteira ela trabalhou como empregada doméstica. E pra mim foi muito interessante ver como que as coisas não tinham mudado muito entre a infância de alguém como Cruz e Souza e a minha infância, né? Obviamente ninguém me adotou, nada disso, mas eu passei muito tempo dentro da casa de família. que era gente que tinha muito interesse em ajudar a gente, em dar, como se diz, a scholarship, né? O lugar que a minha mãe trabalhou mais tempo assim, continuamente por 10 anos, foi, aliás, na casa do ex-reitor da USP, na década de 70 e 80, o Dr. Orlando Marques de Paiva. Lívia: Ao contar essa história tão íntima, a Andrea explicou como ela tenta passar essa coincidência de vivências, separada por cem anos ou mais no tempo, mas que, apesar de todo avanço na luta contra desigualdades raciais, ainda hoje refletem na sua memória e ainda são muito estáticas. Lidia: Essa memória reflete na linguagem, porque, como ela explicou, esses autores utilizam muitas palavras que a gente não usa mais, porque são palavras lá do século XVIII e XIX, mas o contexto chega pra ela de uma forma muito íntima e ainda viva, por ela ter vivenciado essas questões. Andrea Kouklanakis: Eu não sou poeta, mas eu tô dando uma de poeta, sabe? E quando eu percebo que tem algum estilo assim, a Auta de vez em quando tem um certo estilo assim, ambrósia, não sei do quê, sabe? Eu sei que ela está querendo dizer perfume, não sei o quê, eu não vou mudar, especialmente palavras, porque eu também estou vindo da minha perspectiva é de quem sabe grego e latim, eu também estou interessada em palavras que são em português, mas são gregas. Então, eu preservo, sabe? Lívia: Então, pra Andrea, no seu trabalho tradutório ela procura mesclar essas duas questões, a sua relação íntima com os textos e também a sua formação como classicista, que pensa a etimologia das palavras e convive com essa multiplicidade de línguas e culturas, caminhando entre o grego, o latim, o inglês e o português. [música de transição] [bg] Lidia: Ao ouvir nossos convidados de hoje, a Andrea Koclanakis e o Guilherme Gontijo Flores, percebemos que traduzir textos clássicos é muito mais do que passar palavras de uma língua pra outra. É atravessar disputas políticas, revisitar o passado com olhos do presente, reconstruir memórias coloniais e imaginar novos modos de convivência com as tradições antigas. Lívia: A tradução é pesquisa, criação, crítica e também pode ser transformação. Agradecemos aos entrevistados e a você que nos acompanhou até aqui! [música de transição] [créditos] Livia: O roteiro desse episódio foi escrito por mim, Lívia Mendes, que também fiz a locução junto com a Lidia Torres. Lidia: A revisão foi feita por mim, Lidia Torres e pela Mayra Trinca. Lidia: Esse episódio faz parte do trabalho de divulgação científica que a Lívia Mendes desenvolve no Centro de Estudos Clássicos e Centro de Teoria da Filologia, vinculados ao Instituto de Estudos da Linguagem e ao Instituto de Estudos Avançados da Unicamp, financiado pelo projeto Mídia Ciência da FAPESP, a quem agradecemos pelo financiamento. Lívia: Os trabalhos técnicos são de Daniel Rangel. A trilha sonora é de Kevin MacLeod e também gentilmente cedida pelo grupo Pecora Loca. A vinheta do Oxigênio foi produzida pelo Elias Mendez. Lidia: O Oxigênio conta com apoio da Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp. Você encontra a gente no site oxigenio.comciencia.br, no Instagram e no Facebook, basta procurar por Oxigênio Podcast. Lívia: Pra quem chegou até aqui, tomara que você tenha curtido passear pelo mundo da antiguidade greco-romana e entender um pouco de como os textos antigos chegam até nós pela recepção e tradução. Você pode deixar um comentário, na sua plataforma de áudio favorita, contando o que achou. A gente vai adorar te ver por lá! Até mais e nos encontramos no próximo episódio. [vinheta final]

Olomouc
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Olomouc

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Plzeň
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Plzeň

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Dvojka
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Dvojka

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Vysočina
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Vysočina

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Karlovy Vary
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Karlovy Vary

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Sever
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Sever

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Ostrava
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Ostrava

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Hradec Králové
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Hradec Králové

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Region - Praha a Střední Čechy
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Region - Praha a Střední Čechy

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Pardubice
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Pardubice

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Brno
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Brno

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Liberec
Hobby magazín: Příprava moderního auta na zimu není náročná, přesto se vyplatí ji nepodcenit

Liberec

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 3:00


Pro mnoho motoristů končí příprava auta na zimu přezutím zimních pneumatik. Potřebují moderní vozy i další úpravy, aby v zimě dobře sloužily? Hodně za nás udělá elektronika, i tak se však vyplatí aspoň zkontrolovat základní věci.

Vltava
Ranní úvaha: Petr Borkovec: Zkus si sednout do auta – seš v něm velkej? Jde ti to?

Vltava

Play Episode Listen Later Nov 12, 2025 4:38


Plán byl, že úvaha pro tento týden bude o olivovnících, které se v podhůří romagnolských Apenin letos sklízejí dlouho po Dušičkách, protože pořád prší. „Víno malý a vysušený, olivy zas nacucaný, bída,“ shrnula nám situaci majitelka olivových sadů a penzionu Gli Ulivi, co leží vysoko na cestě Monte Maggiore a v němž jsme jako vždycky přespávali.

pl auta rann zkus petr borkovec
Ranní úvaha
Petr Borkovec: Zkus si sednout do auta – seš v něm velkej? Jde ti to?

Ranní úvaha

Play Episode Listen Later Nov 12, 2025 4:53


Plán byl, že úvaha pro tento týden bude o olivovnících, které se v podhůří romagnolských Apenin letos sklízejí dlouho po Dušičkách, protože pořád prší. „Víno malý a vysušený, olivy zas nacucaný, bída,“ shrnula nám situaci majitelka olivových sadů a penzionu Gli Ulivi, co leží vysoko na cestě Monte Maggiore a v němž jsme jako vždycky přespávali.Všechny díly podcastu Ranní úvaha můžete pohodlně poslouchat v mobilní aplikaci mujRozhlas pro Android a iOS nebo na webu mujRozhlas.cz.

PULS BIZNESU do słuchania
Bill Gates odwołuje katastrofę klimatyczną, ETS-2 łapie opóźnienie, a chińskie auta rozpychają się na polskich drogach. PB BILANS

PULS BIZNESU do słuchania

Play Episode Listen Later Nov 7, 2025 67:45


Podatek klimatyczny od budownictwa i transportu wejdzie z rocznym opóźnieniem, zdecydowali ministrowie środowiska Unii Europejskie. Zmiany klimatu jednak nas nie zabiją, uznał Bill Gates. Polski system ochrony zdrowia potrzebuje jeszcze więcej pieniędzy, zakłada ministra zdrowia, a chińskie samochody to niezły wybór, stwierdza coraz więcej polskich kierowców. Zapraszamy na nowy odcinek PB Bilans.

Rzeczpospolita Audycje
Twój Biznes | Chińskie auta szturmują Polskę, mniej rosyjskiej ropy i tańszy prąd w Niemczech

Rzeczpospolita Audycje

Play Episode Listen Later Nov 4, 2025 11:22


Sprzedaż chińskich aut w Polsce rośnie lawinowo, Turcja i Chiny ograniczają zakupy rosyjskiej ropy, a Niemcy planują tańszy prąd dla przemysłu. Tymczasem polski przemysł powoli wychodzi z dołka – PMI najwyższy od pół roku.0:00 - Skrót najważniejszych informacji0:52 - Chińskie auta zalewają Polskę2:38 - Chiny i Turcja ograniczają import rosyjskiej ropy3:43- Najważniejsze informacje z polskiej gospodarki4:14 - Najważniejsze informacje ze światowej gospodarki9:02 - PMI dla polskiego przemysłu10:15 - Dane z rynków i kalendariumKup subskrypcję „Rzeczpospolitej” pod adresem: czytaj.rp.pl

Rzeczpospolita Audycje
Twój Biznes | Spotkanie Trump–Xi, ustawa schronowa a ceny mieszkań, auta w Polsce tanieją

Rzeczpospolita Audycje

Play Episode Listen Later Oct 31, 2025 11:09


Trump i Xi Jinping łagodzą konflikt handlowy, Parlament Europejski żąda zmian w budżecie UE, a ustawa schronowa może podnieść ceny mieszkań. Tymczasem ceny nowych aut w Polsce spadają mimo inflacji i presji kosztowej.0:00 - Skrót najważniejszych informacji0:51 - Spotkanie Trump-Xi2:26 - Ustawa schronowa a ceny mieszkań3:41 - Najważniejsze informacje z polskiej gospodarki4:43 - Najważniejsze informacje ze światowej gospodarki09:50 - Auta w Polsce tanieją10:56 - Dane z rynków i kalendariumKup subskrypcję „Rzeczpospolitej” pod adresem: czytaj.rp.pl

Odpolední interview
Umělci v Ostravě kreslí na popelářská auta a teď se pouštějí i do budov odpadové společnosti

Odpolední interview

Play Episode Listen Later Oct 23, 2025 9:30


V Ostravě jezdí originálně vyzdobená popelářská auta. Jsou to díla graffity umělců, kteří malují konkrétně na rotující buben na korbách vozů. Ztvárnili tam třeba podmořský svět nebo ostravské památky.Všechny díly podcastu Odpolední interview můžete pohodlně poslouchat v mobilní aplikaci mujRozhlas pro Android a iOS nebo na webu mujRozhlas.cz.

Ostrava
Odpolední interview: Umělci v Ostravě kreslí na popelářská auta a teď se pouštějí i do budov odpadové společnosti

Ostrava

Play Episode Listen Later Oct 23, 2025 9:30


V Ostravě jezdí originálně vyzdobená popelářská auta. Jsou to díla graffity umělců, kteří malují konkrétně na rotující buben na korbách vozů. Ztvárnili tam třeba podmořský svět nebo ostravské památky.

Kultūras Rondo
Talku tradīcija Latvijā iekļauta Nemateriālā kultūras mantojuma sarakstā

Kultūras Rondo

Play Episode Listen Later Oct 17, 2025 11:49


Latvijas Nacionālā nemateriālā kultūras mantojuma saraksts papildināts ar sešām jaunā vērtībām. Viena no tām - talku tradīcija Latvijā. Vēl sarakstam pievienota garmanes spēle Latgalē, pirts tradīcija Latvijā, Latvijas tradicionālā spēle "Novuss", Nautrēnu kultūrtelpa un nēģu zveja Salacā un Svētupē. Kultūras rondo plašāk runājam par talkošanu ar mākslas vēsturnieci, publicisti, "Piebalgas kultūrtelpas biedrības" vadītāju Elvitu Ruku, kura tieši raidījuma skanēšanās laikā svinīgā ceremonijā Latvijas Nacionālajā bibliotēkā pasniedz apliecinājumu šīs vērtības pieteicējiem. "Atradu vēsturisko pamatojumu talkām, kā cilvēki gājuši viens pie otra talkot, kāds bijis goda kodekss, kādus darbus darīja, kādus - nē. Talku tradīcija ir apliecinājums tam, kā cilvēki ir spējuši pašorganizēties, kā spējušas sastrādāties dažādas paaudzes, kaimiņi, ģimenes, kā tas vieno šo kopienu," atzīst Elvita Ruka, stāstot, ka tieši atgriešanās senču zemē Piebalgā viņu rosinājusi domāt par vietējo kopienu un kopīgiem darbiem tajā. Viņas rosinājums bijis projekts "No talkas uz balli", kurā apvienojušies piecu māju pudura saimnieki Piebalgā. Reportāžas par talkām var lasīt virtuālajā žurnālā.

Biznes Od Początku
Jak zarobić na chińskich samochodach? Używane auta z Chin i części do nich - Autoklasa

Biznes Od Początku

Play Episode Listen Later Oct 13, 2025 31:31


Chińskie samochody zalały Europę – czy to początek rewolucji?W tym odcinku rozmawiam ze Stanisławem Kałuskim, właścicielem firmy sprowadzającej używane samochody z Chin oraz specjalistą od części do chińskich aut.Dowiesz się:➡️ Czy samochody z Chin są naprawdę tańsze?➡️ Jak wygląda serwis i dostępność części do chińskich samochodów?➡️ Dlaczego aż 95% klientów wybiera dzisiaj auta z Chin zamiast z Niemiec?➡️ Czy to się opłaca i jak wygląda utrata wartości takich aut?➡️ Które modele cieszą się największą popularnością? (m.in. Leopard 5, Jetour T2, Omoda, Voyah, BYD, Geely)➡️ Jak można zbudować biznes na trendzie chińskiej motoryzacji?➡️ Zobacz firmę, która sprowadza chińskie samochody na zamówienie i planuje uruchomić sklep z częściami do aut z Chin.Film powstał w ramach płatnej współpracy z marką AutoKlasa.Realizacja nagrań w całej Polsce jest możliwa dzięki wsparciu partnerów.Partnerami są:✅ SeoHost.pl - hosting od 37 zł rocznie i supertanie domeny.❗KOD RABATOWY: BODP - 50% zniżki na aktywację nowych serwerów.https://seohost.pl ✅ Raynet - przyjazny CRM. Pomaga, nie przeszkadza.Wypróbuj za darmo: https://tr.ee/RaynetCRM_PawelLezoch❗Rejestrując się z powyższego linku otrzymasz 30% zniżki na 1. rok.✅ Xtreme Fitness Gyms - zapisz się na bezpłatny webinar i sprawdź, jak otworzyć własny klub fitness:http://franczyzafitness.pl/biznesodpoczatku✅Xtreme KiDS - zostań właścicielem sali zabaw dla dzieci, poznaj szczegóły na bezpłatnym webinarze:https://franczyza.xtremekids.pl/biznesodpoczatku✅ WydawnictwoMartel.pl - Książki, które inspirują małych i dużych czytelników.❗Kod rabatowy: MARTEL40 - 40% rabatu.https://wydawnictwomartel.pl/Kontakt w sprawie współpracy (Kanał Biznes Od Początku):

Popołudniowa rozmowa w RMF FM
Joński: Nie powinniśmy zakazywać nikomu kupowania auta spalinowego

Popołudniowa rozmowa w RMF FM

Play Episode Listen Later Oct 1, 2025 21:25


Nie powinniśmy zakazywać nikomu kupowania auta spalinowego – wskazywał w Popołudniowej rozmowie w RMF FM europoseł KO Dariusz Joński. Polityk mówił m.in. o szansach na urealnienie unijnych celów klimatycznych. Gość Marka Tejchmana odniósł się również do sytuacji z polskiego podwórka politycznego, stwierdzając, że Szymonowi Hołowni zabrakło wiarygodności i odpowiedzialności. "Nasi wyborcy oczekiwali, że rozliczymy PiS, a nie będziemy chodzić na kolację z politykami tej partii" – powiedział.

Rzeczpospolita Audycje
Twój Biznes | Drugi próg podatkowy, spadające dochody Rosji i spór o auta spalinowe

Rzeczpospolita Audycje

Play Episode Listen Later Sep 30, 2025 11:10


Ekonomiści popierają podniesienie drugiego progu podatkowego, Rosja notuje mniejsze wpływy podatkowe sprzedaży gazu i ropy naftowej, a Szwecja sprzeciwia się apelowi o złagodzenie zakazu aut spalinowych. Tymczasem metale szlachetne dają inwestorom imponujące zyski.0:00 - Skrót najważniejszych informacji0:55 - Ekonomiści za podniesieniem drugiego progu podatkowego2:42 - Dochody podatkowe Rosji z gazu i ropy spadają3:43 - Najważniejsze informacje z polskiej gospodarki4:33 - Najważniejsze informacje ze światowej gospodarki08:40 - Złoto i metale szlachetne09:45 - Dane z rynków i kalendariumKup subskrypcję „Rzeczpospolitej” pod adresem: czytaj.rp.pl

Grupo Espírita
CEIFA DE LUZ - CAP. 44 - ORAREMOS

Grupo Espírita "Irmão Áureo"

Play Episode Listen Later Sep 27, 2025 22:01


Episódio de número 287 da palestra virtual da Reunião de Estudos do Evangelho do Grupo Espírita "Irmão Áureo" - 27/09/2025Reflexões sobre o tema "ORAREMOS", com base NO CAP. 44 do livro: CEIFA DE LUZ, de Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier. BIBLIOGRAFIA:- Livro: Ceifa de Luz - Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, cap. 44 – “Oraremos” - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Cel/Cel44.htm - Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Cap. 98 - A Prece Recompõe - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Vl/Vl98.htm- Livro: Passos da Vida - Autores Diversos - Cap. 26 - A Prece do Esforço Próprio - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Pdv/Pdv26.htm- Livro: Deus Aguarda - Meimei - Cap. 2 - Ante os Outros - Meimei - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Dsa/Dsa02.htm- Livro: Auta de Souza, A Própria - Auta de Souza - Cap. 5 - Em Oração - Auta de Souza - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/As/As05.htm- Livro: Trevo de Ideias - Emmanuel - Cap. 19 - Oração da caridade aos companheiros da Terra - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Tdi/Tdi19.htm- Livro: Taça deLuz - Autores Diversos - Cap. 48 - Oração da Fraternidade - Bezerra de Menezes - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Tl/Tl48.htm- Livro: Segue-me - Emmanuel - Cap. 23 - Confiaremos - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Sg/Sg23.htm- Livro: Recados da Vida - Autores Diversos - Cap. 2 - Oração dos Servos - Emmanuel - psicografia de Francisco C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Rva/Rva02.htm- Livro: Entre Irmãos de Outras Terras - Autores Diversos - Cap. 9 - Bússola da Alma - Bezerra de Menezes - psicografia de Francisco C. Xavier / Waldo Vieira - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Ei/Ei09.htmPoesia Final: Falando ao Senhor - Maria Dolores- do livro: Antologia da Espiritualidade - Maria Dolores — psicografia de F. C. Xavier - disponível em: https://bibliadocaminho.com/ocaminho/TX/Ae/Ae14.htm

Pardubice
Zprávy pro Pardubický kraj: Průjezd Svitavami komplikuje zákaz nebo jen jednosměrný provoz na třech frekventovaných silnicích

Pardubice

Play Episode Listen Later Sep 26, 2025 1:46


Uzavřené jsou kvůli výměně inženýrských sítí. Nejdřív by měla být hotová ulice Lanškrounská. Auta by po ní mohla začít jezdit už začátkem listopadu.

Echo Podcasty
Elektro sny v troskách, politika zabila auta! Evropa tlačí na zákazníky, ti chtějí zpátky spalováky

Echo Podcasty

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 40:28


Evropský automobilový průmysl míří do slepé uličky. Elektromobilita měla být symbolem pokroku, ale realita je jiná: továrny brzdí výrobu, zákazníci nechtějí drahá a nepraktická auta a hlavním vítězem se stala Čína. „Zákazník chce produkt, který mu slouží, ne naopak,“ říká Jaroslav Vavera, majitel motoristického vydavatelství MotorCom, který byl hostem Pavla Štrunce. Podle Vavery je třeba vrátit se o deset let zpátky, kdy aféra Dieselgate spustila lavinu regulací. „Od té doby se začal stupňovat tlak Evropské komise na snižování emisí CO₂. Už tehdy konstruktéři věděli, že cíle jsou téměř nesplnitelné. Vývoj aut trval roky, ale Brusel chtěl výsledky rychle,“ říká. Automobilky podle něj vsadily na nouzová řešení, mnohdy pod tlakem politiky a dotací.Podle Vavery se automobilky vzdálily zákazníkovi. „Dřív auto sloužilo rodině, firmě. Dnes je to kompromis. Výrobci tlačí produkty, které často nesplňují základní potřeby. Užitkový elektromobil prakticky neexistuje. Dopravci si ho pořizují jen proto, aby splnili tabulky o uhlíkové odpovědnosti,“ tvrdí.Přijde úplný zákaz spalovacích motorů v roce 2035? A jak z celé zelené revoluce vyjde zákazník? O tom v novém Hrotcastu!

Kraus a blondýna
Moc velká auta nemám rád kvůli Praze a tomu, že trvá dlouho, než se vytopí

Kraus a blondýna

Play Episode Listen Later Sep 25, 2025 1:07


Aktuální dění očima Jana Krause každé ráno 5:00 – 9:00 vždy po zprávách v celou a v půl exkluzivně na Frekvenci 1. Vtipně, originálně a s nadhledem, tak to umí jenom Jan Kraus. Blondýna Miluška Bittnerová se ptá na vše, o čem se mluví, a Jan Kraus jí to vysvětlí.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Kraus a blondýna
Týden pod drobnohledem (2025/38): Jezdit s formulí po dálnici nejde. Pobavil mě argument, že auta je jinak škoda

Kraus a blondýna

Play Episode Listen Later Sep 17, 2025 30:37


Aktuální dění očima Jana Krause každé ráno 5:00 – 9:00 vždy po zprávách v celou a v půl exkluzivně na Frekvenci 1. Vtipně, originálně a s nadhledem, tak to umí jenom Jan Kraus. Blondýna Miluška Bittnerová se ptá na vše, o čem se mluví, a Jan Kraus jí to vysvětlí.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Ostrava
Zprávy ČRo Ostrava: V Ostravě testují první školní ulici. Před budovu ráno nesmí auta, aby se děti dostaly bezpečně dov…

Ostrava

Play Episode Listen Later Sep 17, 2025 1:50


V druhé polovině září se ve školní ulici natrvalo promění i příjezd k nedaleké základní škole Šeříkova.

AUTO BILD Podcast
Oplatí sa ešte kúpa dieselového auta? Máme odpoveď!

AUTO BILD Podcast

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 55:42


Dieselové autá pomaly ustupujú z ponuky výrobcov, no stále majú silnú základňu vodičov, ktorí na ne nedajú dopustiť. V tejto epizóde Podcastu Auto Bild

V redakcii
Benedikovičová: Hasičom dali namiesto auta nepodarok

V redakcii

Play Episode Listen Later Sep 9, 2025 26:45


Minister vnútra Matúš Šutaj Eštok pred Vianocami predviedol nové hasičské auto z veľkej štátnej zákazky za 46 miliónov eur. Tento darček však po slávnosti išiel späť do fabriky. Polícia chce prípad hodiť do koša.

Kraus a blondýna
V mínus třiceti si auta na chvilku nechám běžet, to se svět snad nezblázní

Kraus a blondýna

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 1:12


Aktuální dění očima Jana Krause každé ráno 5:00 – 9:00 vždy po zprávách v celou a v půl exkluzivně na Frekvenci 1. Vtipně, originálně a s nadhledem, tak to umí jenom Jan Kraus. Blondýna Miluška Bittnerová se ptá na vše, o čem se mluví, a Jan Kraus jí to vysvětlí.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Kraus a blondýna
V mínus třiceti si auta na chvilku nechám běžet, to se svět snad nezblázní

Kraus a blondýna

Play Episode Listen Later Sep 8, 2025 1:32


Aktuální dění očima Jana Krause každé ráno 5:00 – 9:00 vždy po zprávách v celou a v půl exkluzivně na Frekvenci 1. Vtipně, originálně a s nadhledem, tak to umí jenom Jan Kraus. Blondýna Miluška Bittnerová se ptá na vše, o čem se mluví, a Jan Kraus jí to vysvětlí.

blond aktu nech auta snad milu vtipn jan kraus bittnerov frekvence 1
Region - Praha a Střední Čechy
Zprávy Českého rozhlasu Střední Čechy: Závadná auta na dálnicích zastaví mobilní jednotka inspektorů. Na místě zkontrolují brzdy i řiditel…

Region - Praha a Střední Čechy

Play Episode Listen Later Sep 5, 2025 2:28


Technici začnou mobilní STK nasazovat přímo v terénu v listopadu. Takovéto kamiony budou v Česku kontrolovat řidiče celkem dva. Jejich cena je téměř 25 milionů korun.

Ve stínu: Nejlepší kamarád
Chtěl Teslu, dostal kauzu. Šéf městské firmy si nechal kupovat auta na míru

Ve stínu: Nejlepší kamarád

Play Episode Listen Later Aug 31, 2025 35:11


Případem červené Tesly za skoro dva miliony korun pro ředitele městské společnosti v Hranicích na Moravě se zabývá nová epizoda podcastu Ve stínu. Hranice se staly ukázkou toho, jak se nechávají v Česku odtékat veřejné finance.Když Jakubovi Horákovi, řediteli městské společnosti Ekoltes, schválilo představenstvo loni na jaře nové firemní auto, nejspíš mu nedošlo, že kvůli tomu přijde o lukrativní funkci.Ani představenstvo se nepozastavilo nad tím, že červená Tesla Model X za 1,7 milionů korun pro ředitele městského podniku, který má na maloměstě tržby 150 milionů korun, není standardním firemním benefitem.Stejně tak nikoho ve vedení firmy neudivilo, proč má ekonomka Ekoltestu jezdit ve firemním BMW i3 za 800 tisíc?Debaty o tom, jestli takto se má nakládat s veřejnými penězi a jestli se v Ekoltestu nemanipuluje s veřejnou zakázkou, měly teprve vypuknout. I o tom je dnešní epizoda podcastu Ve stínu.---Ve stínu:Případy a příběhy od vás. Z míst, kam média většinou nevidí, je na světlo vynáší investigativní a reportážní tým Jiřího Kubíka. Nová epizoda vždy v neděli dopoledne na Seznam Zprávách, Podcasty.cz a ve všech podcastových aplikacích.Své náměty, postřehy a připomínky nám pište na e-mail: vestinu@sz.cz

Region - Praha a Střední Čechy
Zprávy Českého rozhlasu Střední Čechy: Na části Smíchovského nádraží jezdí bagry a nákladní auta. Stavbaři rekonstruují nástupiště i koleje

Region - Praha a Střední Čechy

Play Episode Listen Later Aug 26, 2025 2:53


Na rekonstruovaném smíchovském nádraží v Praze nyní stavbaři budují nové čtvrté nástupiště a lávku pro pěší přes kolejiště, která propojí Smíchov s Radlicemi. Zároveň pracují na obou podchodech. Třetí a čtvrté nástupiště plánuje Správa železnic zprovoznit příští rok na podzim, celá rekonstrukce by podle zástupců Správy železnic měla být hotová na konci roku 2028. Přestavba smíchovského nádraží začala loni v únoru a vyjít má na 5,1 miliardy korun.

COSMO Radio po polsku
Niemcy - Polska. Historie kryminalne 2/5: Kradli luksusowe auta

COSMO Radio po polsku

Play Episode Listen Later Aug 4, 2025 11:53


W kilka sekund luksusowe Porsche znika z ulic Berlina, by pojawić się w Polsce z podrobionym VIN-em. Tak działają polskie gangi samochodowe, które kradną luksusowe auta "na komputer". Monika Sędzierska i Adam Gusowski opowiadają o metodach złodziei, śledztwie polskich i niemieckich służb oraz o roli Polaków w statystykach przestępstw samochodowych w Niemczech. KONTAKT: cosmopopolsku@rbb-online.de STRONA: http://www.wdr.de/k/cosmopopolsku BĄDŹ NA BIEŻĄCO: https://www.facebook.com/cosmopopolsku Von Adam Gusowski.

Radiožurnál
Zápisník zahraničních zpravodajů: Před sto lety sci-fi, dnes realita. Věděli jste, že myšlenka samořiditelného auta má české kořeny?

Radiožurnál

Play Episode Listen Later Jul 2, 2025 3:17


Auto, které se řídí samo. Tato myšlenka je stará už více než 100 let. Málo se ví, že jejím autorem je Čechoameričan z Chicaga Miles Breuer nebo Miloslav Breuer. Psal vědeckofantastické povídky a v jedné z nich takové samořiditelné auto vykreslil. Ve Spojených státech o tomto spisovateli právě vyšla knížka českého generálního konzula v Los Angeles Jaroslava Olši. Ten působí v Kalifornii, kde už cestující vozí taxíky bez řidiče společnosti Waymo.

Zápisník zahraničních zpravodajů
Před sto lety sci-fi, dnes realita. Věděli jste, že myšlenka samořiditelného auta má české kořeny?

Zápisník zahraničních zpravodajů

Play Episode Listen Later Jul 2, 2025 3:17


Auto, které se řídí samo. Tato myšlenka je stará už více než 100 let. Málo se ví, že jejím autorem je Čechoameričan z Chicaga Miles Breuer nebo Miloslav Breuer. Psal vědeckofantastické povídky a v jedné z nich takové samořiditelné auto vykreslil. Ve Spojených státech o tomto spisovateli právě vyšla knížka českého generálního konzula v Los Angeles Jaroslava Olši. Ten působí v Kalifornii, kde už cestující vozí taxíky bez řidiče společnosti Waymo.Všechny díly podcastu Zápisník zahraničních zpravodajů můžete pohodlně poslouchat v mobilní aplikaci mujRozhlas pro Android a iOS nebo na webu mujRozhlas.cz.

Podcast Živě
Lidé při prodeji ojetin rádi lžou. Skutečný stav auta ale snadno zjistíte online

Podcast Živě

Play Episode Listen Later Jun 20, 2025 40:16


Jak se při nákupu ojetého vozu nenechat napálit? Karel Kilián radí, co a jak si o automobilu můžete zjistit přes internet. Je toho překvapivě hodně a všechny tyto informace vám pomohou vyhnout se špatnému nákupu. Problémů s ojetinami se totiž vyskytuje celá řada.Aby prodejci na oko vylepšili profily prodávaných aut, stahují tachometry, zatajují informace o předchozích „kariéře“ vozu nebo tvrdí, že vozidlo není bourané. Stát se také může, že jde o kradené zboží nebo že dokonce patří leasingové společnosti, jen vám prodejce tuto skutečnost hodlá zatajit.V pořadu zmiňujeme řadu služeb a aplikací, které vám pomohu zjistit informace o automobilech:FrenkeeKontrola VINpátrací databáze Policie ČRvyhledávání dle SPZ/VIN (databáze ČKP)kontrola tachometru (databáze MD)registr silničních vozidel (databáze MD)Portál dopravy a Portál veřejné správyeDalnicezákladní prověření vozidla (Cebia)prověřte si vozidlo online (Cebia)Moje Auto pro Android a pro iOSDnešní program ⬇️02:05 – Vraky v ulicích06:05 – VIN12:00 – Povinné ručení14:00 – Informace z STK18:45 – Historie vlastníků23:53 – Kam se poděl velký techničák?28:58 – Dálniční známky38:28 – Komerční služby

Plus
Věda Plus: Tisíce kilometrů ujedou auta v tradiční mezinárodní soutěži v úsporné jízdě, která dnes startuje v Polsku

Plus

Play Episode Listen Later Jun 10, 2025 25:02


Ve čtyřicetileté historii se do ní poprvé zapojí i český tým z Fakulty dopravní ČVUT. Jak vypadá prototyp jejich auta? - Středomořská pánev je často vystavena silným povětrnostním jevům způsobeným středomořskými cyklony (tzv. medcyklony), srovnatelné s hurikány. Jak ovlivňují počasí v regionu? - Lidem nad 50 let budou nově praktici vyšetřovat ledviny každé dva roky. Pomůže to zastavit stoupající výskyt onemocnění ledvin?

Radio Wave
Podhoubí: V Praze máme radši auta než děti. Kdy bude Praha bezpečná i pro ty nejkřehčí?

Radio Wave

Play Episode Listen Later Jun 3, 2025 49:19


Spolek AutoMat uspořádal letos 1. června na Den dětí další Světovou cyklojízdu. Nesla se v duchu bezpečnosti pohybu po Praze i pro ty nejkřehčí z nás. Zhruba 700 cyklistek a cyklistů včetně dětí projelo kromě jiných míst i zónou ticha na křižovatce u Edenu, kde loni na podzim zemřela čerstvá absolventka DAMU Aňa Dobiášová pod koly nákladního automobilu. O bezpečnosti městské dopravy byla následná debata v Kampusu Hybernská.

Týdeník Respekt • Podcasty
Konečná si s Vidlákem poradí. Ale Turkovi motory a auta do voleb stačit nebudou

Týdeník Respekt • Podcasty

Play Episode Listen Later May 17, 2025 62:24


S politology Jakubem Janegou a Jakubem Lyskem o šancích nových adeptů na politickou moc. Moderuje Tomáš Brolík.

Podcasty Aktuality.sk
Ako sa natáčajú scény z auta pre filmy a seriály? Nepríjemný pocit som mala pri „brutálne drahom“ BMW, spomína Michaela Majerníková (152. podcast Autobazar.EU)

Podcasty Aktuality.sk

Play Episode Listen Later Apr 28, 2025 14:57


V zahraničí neexistuje, aby sa niečo takéto stalo, tam ti dajú vyskúšať to auto, hovorí herečka Michaela Majerníková v rozhovore pre najznámejší inzertný portál s autami.V dnešnom podcaste nám herečka Michaela Majerníková prezradí, ako sa šoféruje pred kamerou a ako sa slovenská produkcia líši od tej zahraničnej. Ďalej sa dozviete, že koncern Stellantis sa snaží vyriešiť problém mnohých elektromobilov, povieme si, že aj pilot F1 musí dodržiavať predpisy a viete čo vznikne, keď skrížite koňa a motorku?Vypočujte si novú časť podcastu inzertného portálu Autobazar.EU s Ďurom Sabom. Nielen o jazdenkách vieme všetko.

Čestmír Strakatý
Jakub Klaška. S bytovou krizí se dá bojovat, centra měst je třeba zahušťovat a auta v nich omezovat, budoucnost jsou velké stavby ze dřeva

Čestmír Strakatý

Play Episode Listen Later Apr 27, 2025 27:18


CELÝ ROZHOVOR V DÉLCE 50 MIN. JEN NA ⁠HTTPS://HEROHERO.CO/CESTMIR⁠⁠⁠⁠ A ⁠HTTPS://FORENDORS.CZ/CESTMIR V ateliéru Zahy Hadid působil víc než 14 let, a tak není divu, že je Jakub Klaška přesvědčený, že tou nejhorší odpovědí na architektonický koncept je lhostejnost. S takovými reakcemi se nejznámější architektka na světě prakticky nesetkávala a on ji coby její žák směle následuje. Zároveň se ale netají svými ambicemi přerůst svou učitelku a rozvíjet vlastní témata. Dost možná jsem si tak povídal s někým, o kom se bude učit. Sám už přitom učí, a to na londýnské Bartlett School of Architecture, která byla opakovaně zvolená vůbec nejlepší školou pro studium architektury. Klaška na ní vede ateliér v magisterském programu, jehož předmětem zájmu je dřevo a velké stavby ve městech, ideálně v realizacích, které oboje spojují. Věří, že právě v nich je budoucnost. Za smysluplné považuje i zahušťování měst a využívání jejich skutečného potenciálu nebo postupné omezování aut v jejich centrech. Sám v Londýně, kde od roku 2005 žije, jezdí na kole. Průměrná rychlost dopravy bez ohledu na dopravní prostředek, který zvolíte, tam totiž dosahuje 12 km/h a odpovídá rychlosti, kterou se po britské metropoli kdysi pohybovaly drožky. Je vůbec možné v Praze realizovat odvážné projekty? Co říká na kritiku Masaryčky? Jak těžké je v Česku stavět ve srovnání s ostatními zeměmi? Mají Češi naději na řešení bytové krize? V čem jsou prohry přínosem? Nebo proč není na místě nedůvěra ve veřejné stavby ze dřeva? I o tom jsem mluvil s architektem Jakubem Klaškou, který má na kontě projekty od New Yorku po Nový Zéland a před sebou mimo jiné další pražskou přeměnu.

Zápisník zahraničních zpravodajů
OBRAZEM: Přestavěná stará auta pomáhají vojákům na ukrajinské frontě. Přispívají na ně i Češi

Zápisník zahraničních zpravodajů

Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 3:23


Když se řekne bugina, motorista si představí nablýskanou nízkou káru určenou hlavně pro zábavu a požitek z jízdy v otevřeném sportovním vozítku. Nemusí to tak ale být vždycky. Buginy mohou výtečně sloužit i ve válce, třeba jako teď na Ukrajině. Peníze na dvanáct vozidel pomohly sehnat české spolky Dárek pro Putina a Neohnutí, spolek z Jičína.Všechny díly podcastu Zápisník zahraničních zpravodajů můžete pohodlně poslouchat v mobilní aplikaci mujRozhlas pro Android a iOS nebo na webu mujRozhlas.cz.

Radiožurnál
Filmové premiéry Pavla Sladkého: Zvrhnuvší se vykrádačka auta vykrádá předlohu. Thriller V Pasti láká jen známými herci, míní kritik

Radiožurnál

Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 4:06


Hvězdní herci Bill Skarsgard a Anthony Hopkins zdobí svou přítomností akční thriller, který produkoval mimo jiné Petr Jákl. „Zápletku objevili v argentinském filmu 4x4, který má stejný výchozí bod: zloděj vleze do auta a zjistí, že auto patří někomu, kdo má už dlouho pifku na pouliční zlodějíčky a chce je ztrestat,“ popisuje léčbu šokem v zamčeném voze kritik Pavel Sladký. „Exploatuje výchozí zápletku, ačkoliv se tváří, že by chtěl být o něčem víc,“ soudí o filmu V Pasti.

Plus
Hlavní zprávy - rozhovory a komentáře: Polední publicistika: Boj s kulhavkou. Pařížský summit. Obranyschopnost země. Trump a cla na auta

Plus

Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 19:53


Na jakém základě zpřísňuje rezort zemědělství preventivní opatření proti nákaze slintavky a kulhavky? Jaký příslib další vojenské pomoci může očekávat Ukrajina od pařížského summitu takzvané „skupiny ochotných“? Co zaznělo na středeční velké debatě Českého rozhlasu k posílení obranyschopnosti země? A jaké dopady na český automobilový průmysl i na další země by mohlo mít uvalení nových cel na dovoz aut a dílů do Spojených států?

Radiožurnál
Hlavní zprávy - rozhovory a komentáře: Polední publicistika: Boj s kulhavkou. Pařížský summit. Obranyschopnost země. Trump a cla na auta

Radiožurnál

Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 19:53


Na jakém základě zpřísňuje rezort zemědělství preventivní opatření proti nákaze slintavky a kulhavky? Jaký příslib další vojenské pomoci může očekávat Ukrajina od pařížského summitu takzvané „skupiny ochotných“? Co zaznělo na středeční velké debatě Českého rozhlasu k posílení obranyschopnosti země? A jaké dopady na český automobilový průmysl i na další země by mohlo mít uvalení nových cel na dovoz aut a dílů do Spojených států?