POPULARITY
Categories
The return of Somali piracy, find out what is the most violated seafarer regulation, and the cause of the Dali and Key Bridge disaster in Baltimore.These are just some of the stories that are covered in the latest episode of Maritime in Minutes.Seatrade Maritime News' Marcus Hand and Gary Howard reflect on the month of October, with their highlights from the news in maritime and shipping, from the biggest stories to those that simply piqued their interest.Hear more about:Pirates fire on tanker Stolt Sagaland in attempted hijacking off SomaliaMSC surpasses 7m teu in fleet capacity milestoneHeavyweight shipowners call for decarbonisation pragmatismSeafarers routinely have to falsify work and rest hoursShipping investors cough up $35m for FEETLoose wire led to Dali destroying Baltimore Key Bridge: NTSBFire stricken ONE container ship towed to anchorage in Port of LAMaersk moves towards Suez transit returnListen to the full episode now to catch up on November in maritime and shippingIf you enjoyed this episode, please subscribe to ensure you don't miss our latest uploads. For the latest news on the shipping and maritime industries, visit www.searade-maritime.com Connect with Marcus Hand:Follow on Twitter: https://twitter.com/marcushand1 Follow on LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/marcus-hand-b00a317/Connect with Gary Howard:Follow on Twitter: https://twitter.com/GaryLeeHoward Follow on LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/garyleehoward/Don't forget to join the conversation and let us know what topics you want us to cover in future on Twitter, Facebook or LinkedIn
Há criadores que operam dentro das fronteiras técnicas do seu ofício. E há outros que as redesenham. Manuel Pureza pertence à segunda categoria — a dos artistas que não apenas produzem obras, mas insinuam uma forma diferente de olhar para o mundo. Ao longo da última década, Pureza foi aperfeiçoando um dialeto visual singular: um equilíbrio improvável entre humor e melancolia, entre disciplina e improviso, entre ironia e empatia. Cresceu no ritmo acelerado das novelas, onde se aprende a filmar com pressão, velocidade e um olho permanentemente aberto para a fragilidade humana. Dali trouxe algo raro: um olhar que recusa o cinismo fácil e que insiste que até o ridículo tem dignidade. Na televisão e no cinema, a sua assinatura tornou-se evidente. Ele filma personagens como quem observa amigos de infância. Filma o quotidiano com a delicadeza de quem sabe que ali mora metade das grandes histórias. Filma o absurdo com a ternura de quem reconhece, nesse absurdo, o lado mais honesto do país que habita. Um humor que pensa Pureza não usa humor para fugir — usa humor para iluminar. Em “Pôr do Sol”, o fenómeno que se transformou num caso sério de análise cultural, a comédia deixou de ser apenas entretenimento. Tornou-se catarse colectiva. Portugal riu-se de si próprio com uma frontalidade rara, quase terapêutica. Não era paródia para diminuir; era paródia para pertencer. “O ridículo não é destrutivo”, explica Pureza. “É libertador.” Essa frase, que poderia ser um manifesto, resume bem o seu trabalho: ele leva o humor a sério. Independentemente do género — seja melodrama acelerado ou ficção introspectiva — há sempre, no seu olhar, a ideia de que rir pode ser um acto de lucidez. Num país onde o comentário público tantas vezes se esconde atrás da ironia amarga, Pureza faz o contrário: usa a ironia para abrir espaço, não para o fechar. A ética do olhar Filmar alguém é um exercício de confiança. Pureza opera com essa consciência. Não acredita em neutralidade — acredita em honestidade. Assume que cada plano é uma escolha e que cada escolha implica responsabilidade. Entre atores, essa postura cria um ambiente invulgar: segurança suficiente para arriscar, liberdade suficiente para falhar, humanidade suficiente para recomeçar. Num set regido pelo seu método, a escuta é tão importante quanto a técnica. E talvez por isso os seus actores falem de “estar em casa”, mesmo quando as cenas são emocionalmente densas. A câmara de Pureza não vigia: acompanha. É aqui que a sua realização se distingue — não por uma estética rigorosa, mas por uma ética clara. Filmar é expor vulnerabilidades. E expor vulnerabilidades exige cuidado. Portugal, esse laboratório emocional O país que surge nas obras de Pureza não é apenas cenário: é personagem. É o Portugal das contradições — pequeno mas exuberante, desconfiado mas carente de pertença, irónico mas sentimental, apaixonado mas contido. É um país onde a criatividade nasce da falta e onde o improviso se confunde com identidade. Pureza conhece esse país por dentro. Viu-o nos sets frenéticos das novelas, nos estúdios apressados da televisão generalista, nas equipas improváveis de produções independentes. E filma-o com um olhar feito de amor e lucidez: nunca subserviente, nunca destructivo, sempre profundamente humano. Há nele uma capacidade rara de observar sem desistir, de criticar sem amargar, de rir sem ferir. Infância, imaginação e paternidade Numa das passagens mais íntimas desta conversa, Pureza regressa à infância — não como nostalgia decorativa, mas como território de formação. A infância, para ele, é o sítio onde nasce a imaginação, mas também o sítio onde se aprende a cair, a duvidar, a arriscar. Esse lugar continua a acompanhar o seu trabalho como uma espécie de bússola emocional. Falar de infância leva inevitavelmente a falar de paternidade. Pureza rejeita a figura do pai iluminado, perfeito, imune ao erro. Fala antes da paternidade real: aquela onde se erra, se tenta, se repara, se adia, se volta a tentar. A paternidade que implica fragilidade. A paternidade que obriga a abrandar num mundo que exige velocidade. Talvez seja por isso que, quando dirige, recusa o automatismo: a vida, lembra, é sempre mais complexa do que aquilo que conseguimos filmar. Escutar como acto político Se há uma frase que atravessa toda a conversa, é esta: “Nós ouvimos pouco.” No contexto de Pureza, ouvir é um verbo político. Num país saturado de ruído, opiniões rápidas e indignações instantâneas, escutar tornou-se quase um acto contracultural. Ele trabalha nesse espaço de atenção — aquele que permite às pessoas serem pessoas, antes de serem personagens, headlines ou caricaturas. É por isso que o seu trabalho ressoa: porque devolve humanidade ao que, tantas vezes, o discurso público reduz. O que fica No final, a impressão é clara: Manuel Pureza não realiza apenas obras. Realiza ligações. Realiza espelhos que não humilham. Realiza pontes entre o ridículo e o sublime. Realiza histórias que, ao invés de nos afastarem, nos devolvem uns aos outros. Há artistas que acrescentam ao mundo um conjunto de imagens. Pureza acrescenta uma forma de ver. E num tempo em que olhar se tornou um acto cada vez mais acelerado — e cada vez menos profundo — isso não é apenas uma qualidade artística. É um serviço público da imaginação. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje recebemos alguém que não apenas realiza séries e filmes, mas realiza no sentido mais profundo do termo, a forma como olhamos para nós próprios, a maneira como nos espelhamos. 0:28 Manuel pureza é daqueles criadores que trabalham com rigor e com leveza, com inteligência, com humor, com disciplina e com um caos. Ele cresceu nas novelas, aprendeu a filmar sob pressão, descobriu um olhar que combina ternura com ironia e tornou se uma das vozes mais originais da ficção portuguesa. 0:46 E é capaz de pegar no ridículo e transformá lo em verdade, de pegar no quotidiano e transformá lo em drama, de pegar no drama e transformá lo em riso. Tudo sem perder a humanidade, o coração e a ética de quem sabe que filmar é escolher, ter um ponto de vista e que escolher é sempre um ato moral. 1:06 Neste episódio, abrimos as portas ao seu processo criativo, às dúvidas e às certezas, às dores e às gargalhadas, às memórias da infância e às inquietações da idade adultam. Falamos de televisão como um espaço de comunhão. Das novelas como um ginásio, do humor, como o pensamento crítico da arte de ouvir e de ser pai no mundo acelerado, da vulnerabilidade que existe por detrás de uma Câmara e, claro, de Portugal, este país pequeno, cheio de afetos e de feridas, onde tudo é simultaneamente muito absurdo e muito verdadeiro. 1:38 Pureza fala com profundidade e como honestidade às vezes. Desconcertante é uma dessas conversas em que senti que estamos a ver para além do artista, estamos a ver a pessoa, a sensibilidade das dúvidas, a Esperança e a inquietação de alguém que pensa o mundo através das histórias que nos conta. 2:05 Ao longo desta conversa, percebemos como as histórias, para Manuel pureza, não são apenas entretenimento. São uma estrutura emocional de uma forma de organizar o caos, uma linguagem antiga que herdamos mesmo antes de sabermos ler ou escrever. Falamos do poder das narrativas para dar sentido à vida, mas também do seu lado perigoso, porque todas as histórias têm um ponto de vista, todas têm escolhas e omissões, todas moldam a forma como vemos o que é real. 2:33 E ele, pureza. Assume isto sem medo. Assume que filma com olhar assumidamente subjetivo e que essa subjetividade é precisamente a sua assinatura. Não procura parecer neutro, procura ser honesto. Também exploramos a sua relação com o humor. 2:49 O humor que nunca é cínico, nunca é cruel, nunca é gratuito. O ridículo não é uma arma para diminuir os outros. É uma maneira de libertar, de expor o que há de comum entre nós, de desmontar o que é pomposo e de aliviar o peso de viver. 3:04 Diz na própria conversa que tudo pode ser ridículo e isso é uma forma de Redenção. O riso organiza o pensamento, afia o espírito, desarma o mundo e, talvez por isso, o pôr do sol. A série tem sido mais do que um fenómeno cômico, foi um fenómeno emocional quase terapêutico. 3:20 Um espelho carinhoso onde Portugal se reviu e se perdoou, um bocadinho. Falamos da ética, da ética, do olhar, de como se almar alguém. É sempre um ato de intimidade. De como se cria confiança dentro de um set de filmagens, como se dirige atores diferentes, como se acolhe fragilidades? 3:38 Várias. E falamos da amizade e esse tema que atravessa todo o trabalho de pureza, porque para ele, realizar não é apenas uma técnica, é uma escuta, uma presença, um cuidado. Ouvimos muitas vezes ao longo deste episódio, uma afirmação quase simples. Nós ouvimos pouco. 3:55 E quando alguém é capaz de. A olhar tanto e nos diz que ouvimos pouco. Vale a pena parar para escutar. E, claro, falamos de Portugal, um país pequeno, por vezes cínico, com uma profunda tendência para desconfiar do sucesso alheio. Um país que pureza filma com ironia, amor e lucidez. 4:14 E da inveja. Claro que falamos da inveja no país das novelas, do improviso, da criatividade teimosa, das personagens maiores que a vida. O país que ele conhece por dentro e por fora, e que aprende a amar com o humor, mesmo quando o humor é a única forma de suportá lo. Num dos momentos mais belos da conversa, falamos da infância, esse lugar de Liberdade, de curiosidade, de imaginação que pureza tenta manter vivo dentro de si. 4:39 E falamos também do que é ser pai, dos medos que isso acende, da responsabilidade que isso traz. Da paternidade iluminada, mas da paternidade real, onde se falha, se tenta, se repara, se ama e se recomeça. É um episódio cheio de emoções, pontos de vista e algumas surpresas. 5:01 Viva. Manuel pureza, olá, nós encontramo nos e na realidade, temos que dizer às pessoas desde já que há 2 características que nos unem na vida OKA primeira, gostar de pessoas. A segunda, sermos hipocondríacos. Ah, poças? 5:17 Bom, estou em casa sim, sim, sim. Poça altamente hipocondríaco? Sim. Olha, fala me das pessoas, para quem? Para quem não te conhece. Tu és realizador, és um dos mais originais e interessantes realizadores da ficção portuguesa, nomeadamente essa telenovela que subitamente se transformou num objeto de culto, uma coisa chamada pôr do sol. 5:40 Já agora digo te eu, a primeira vez que vi o pôr do sol, o primeiro episódio foi dos enganados. Achavas que era verdade. Pensei assim, é pá, mas o que é isto? Mas o que é que isto está? Mas, mas, mas, mas que coisa tão. EE depois. Lá está à terceira cena. 5:56 É aquela parte do ainda bem que ninguém ouviu o meu pensamento, claro, fala, me fala me desse fenómeno. Então esse fenómeno foi. Uma pulga, uma pulga, uma pulga, várias pulgas. Aliás, eu, eu, enquanto realizador, antes de começar a assinar as minhas séries, fiz 10 anos de telenovelas e fi Los numa lógica de ginásio. 6:22 Eu costumo dizer isto, ou seja, é uma tarefa difícil. É uma tarefa que luta contra. Vários tipos de preconceitos, não só meus, como de quem vê. É uma fábrica? É uma fábrica, sim. Aliás, será a coisa mais próxima de uma indústria audiovisual que nós temos em Portugal. 6:39 É, é, são as novelas. Não é? E isso filma se de que, de, de, de, de que horas? Até que horas? Filma se em horários que AACT se funcionasse não IA não preço, iria sim, iria tudo preço, não em boa verdade, até até podemos falar sobre isso mais à frente que é, eu estive envolvido nalgumas lutas laborais em relação à Malta, que faz novelas em Portugal. 6:58 Porque é pá, chega se a trabalhar trabalhava, se na altura 11 horas mais uma, quer dizer, IA receber colegas meus a receberem me francamente pouco, numa lógica de fazer 40 minutos diários de ficção útil, que é uma enormidade, uma alarvidade e que e que muitas vezes depois tem um efeito nefasto de das pessoas em casa. 7:17 Dizer assim é pá, isto é uma novela, isto não vale nada, mas o esforço das pessoas que estão a fazê la é hercúleo, é desumano. Não tem de ser forçosamente 11. Não tem furiosamente de levar as pessoas a apreciarem esse esforço como sinónimo de qualidade, porque muitas vezes as novelas não têm essa qualidade. 7:35 Portanto, não há tempo no fundo para respirar, para o tédio, para a repetição, para o prazer. Não, nem nem nem. Então por acaso que seja essa a função das novelas, até um certo ponto. As novelas historicamente são feitas para serem ouvidas, não para serem vistas, não é? Ou seja, não em países, não só Portugal, mas outros países machistas, em que as mulheres ficavam a tomar conta da casa e dali da casa, e não tinham trabalho. 7:57 Tinha uma televisão ligada para irem ouvindo. Por isso é que a novela é repetitiva. A novela é. Reiterativa há uma há uma métrica de comunicação. De comunicação, sim. E, portanto, se temos avançado tecnicamente e até qualitativamente nas novelas nos últimos 20 anos, porque temos? 8:13 Ainda estamos nos antípodas do que? Do que uma novela pode ser? A novela pode ser uma arma de educação fantástica. A novela pode ser um retrato. Quase numa perspetiva arqueológica do que é ser português em 2025. E não é disso que estamos a falar. Em quase nenhuma novela falamos disso, não é? 8:30 Talvez tenhamos 2 ou 32 ou 3 casos honestos de portugalidade nas novelas recentes. Ainda estou a falar, por exemplo, de uma novela que eu, eu não, eu não, não sou consumidor de novelas, confesso que não sou. Mas há uma novela que da qual me lembro da premissa que me pareceu interessante, que é uma coisa chamada golpe de sorte. 8:46 Uma mulher numa aldeia que ganhou o euromilhões. Isso pode ser bastante português. Parece me bem. Pode ser bom e tive um sucesso bastante grande e foi uma coisa honesta. Não era de repente alguém que é salvo por uma baleia no ataque de 2 tubarões e sobrevive porque foi atirada? Espera, enfim, ainda vou continuar, porque isso é uma realidade que acontece. Olha, porque é que nós, seres humanos, precisamos tanto de histórias para compreender o mundo? 9:08 Olha, eu acho que as histórias são o que nos estrutura, são aquilo que nos garante a sobrevivência. Até um certo.eu falo disto com os meus alunos. Eu às vezes dou uns workshops para atores e não só é só a palavra workshop dá me logo aqui, carrega me logo aqui umas chinetas um bocado estranhas. 9:24 O workshop downshoising downgraving assim não interessa estamos. Todos AAA praticar o inglês. O inglês neologisticamente falamos. A bom, a bom notícia é que nós, como falamos mal inglês, damos uns pontapés no inglês também terríveis, não é? Sim, sim, sim, mas sim, mas está o inglês. O inglês passou a ser uma espécie de língua Franca, exato, EEA. 9:41 Gente tem palavras bonitas para dizer. EEEEE não, diz. Voltamos às histórias, as histórias. E costumo falar disso com os meus alunos, que é que que passa por nós. Nós não nascemos com direitos humanos, não é? Não nascemos dentro do nosso, do nosso corpo. Não há aqui 11, saca com direitos humanos. 9:56 Houve alguém que inventou essa história e a escreveu numa numa carta universal dos direitos humanos e, portanto, a partir dessa narrativa de que as pessoas têm direito a ser felizes, direito a ter uma casa feliz, direito a ter uma família, direito a ser. A ter um trabalho, et cetera, essa narrativa e estou estou a, estou a, estou AA alargar Oo conceito, evidentemente essa narrativa salva nos todos os dias mais a uns do que a outros, infelizmente. 10:20 Então os dias correm, isso é muito frequente. Há há há zonas do mundo em que essa história não chega, não é? Essas histórias não chegam. A fantasia não chega. A fantasia, sobretudo, é essa coisa mais prática de, de, de, de nos regermos por aquela célebre história do Mello Brooks, não é? A Mello Brooks faz a história mais louca do mundo. 10:36 E o Moisés sobe ao sobe ao ao Monte e Deus dá lhe 15 mandamentos. Só que há uma das pedras que se parte. Ele diz, bom, ele deu me só 10. Inventou um bocado. Isto inventou mas 10 por acaso até um número melhor do que 15. Sim, 15 não dava. Jeito o marketing, ele lá da altura, o homem do marketing, disse disse 15. 10:53 Não dá jeito nada de ser mais redondo que não podem ser 17 nem 13. Não, não. Nem convém, não é para a enologia? Acho que não, não, não, não te ajuda nisso, mas eu acho que sim. As as histórias, sobretudo acima de tudo. Eu sou pai de 3 crianças. Uma criança mais velha que tem 14 anos e outra que tem 3 e outra que tem 11 ano e meio. 11:10 Já tens bom treino de conta histórias. Voltei a recuperá lo, não é? Ou seja, eu sempre andei sempre a treiná lo, porque esta é a minha profissão e é isso que me me entusiasma, não é? Ou seja, mais do que ter um ator que diz bem o texto que lá está e que o diz ipsis verbis como lá está, interessa me um ator que perceba o que é que quer ser dito e que o transforma numa história compreensível e emotiva. 11:29 Ou seja, no limite, é o que o Fellini diz, Oo Fellini diz. Oo cinema serve para para emocionar, seja para eu rir ou para chorar, serve para emocionar. EEO emocionar tem a ver com essa coisa das histórias. Quantas vezes é que tu não vês um é pá, o testemunho de alguém, uma carta que tu descobres 11 texto bonito, um poema simples ou soberbo, ou ou ou o que é que? 11:50 O que é que é uma boa história para mim, sim. Uma boa história é aquela que me lança perguntas, que te provoca sim, que me provoca perguntas, eu faço isso aos meus alunos lhe perguntar, qual é a tua história? E regregelas, confundem, qual é a tua história, qual é que é o meu bilhete de identidade? Então começam, Ah, nasci na amadora, depois foi não sei quê, depois não sei quantos, depois não sei quê, EEA mim, não me interessa, não me interessa mesmo saber se eles vieram da amadora ou não interessa me mais saber. 12:14 No outro dia, uma aluna dizia uma coisa fantástica, eu estou, eu estou aqui porque o meu irmão lê mal, é incrível, uau. E eu disse, então porquê? Eu já quero saber tudo sobre. Essa tua aluna? Queres ver o próximo episódio? Como é? A lógica é essa. Ou seja, eu acho que quando os miúdos estão a ler uma história como a Alice, querem saber quando é que ela cai no fundo do poço que nunca mais acaba. 12:31 Porque é que o poço nunca mais acaba? Porque é que no meio do poço se vão descobrindo retratos e coisas. E que poço é este? Que que coelho é este? Que coelho é que apareceu aqui a correr? E em princípio, não faz sentido nós, mas depois nós, nós nós entramos e embarcamos nesta história. E somos nós que a que a que a construímos. 12:47 Não é na nossa cabeça. Sim, sim. Na nossa cabeça, no nosso coração, de alguma maneira. Quer dizer, pensando, por exemplo, a minha experiência, a minha primeira experiência, aliás, a experiência que definiu a minha. Vontade de ir para para cinema e para o conservatório, et cetera. Conta te quando é que tu descobriste? 13:02 Foi haver uma lodon drive do David Lynch, eu tinha 15 anos. Que é um filme. Estranhíssimo, para filme extraordinário. Eu, eu não o entendo, lá está. Mas estás a ver? Portanto, mudou a tua vida e eu estou a sentir me aqui, o tipo mais perdido do mundo. Não, eu nem entendi o que é que eles estavam a falar. Não. A coisa fantástica desse filme é que é um filme absolutamente clássico, mas não está montado de maneira normal. 13:21 Ou seja, não há princípio, meio e fim por essa ordem. Mas ele é absolutamente clássico. É sobre a cidade dos sonhos, não é? É sobre um sonho. Sobre um sonho de uma mulher que desceu ao mais, mais mais horrível dos infernos de de Hollywood. E, portanto, aí eu vi me obrigado a participar nessa história. 13:39 Estás a ver? Tiveste que montar a história conforme estás a ver. Sim, e acho que isso é isso, é o que determina o que o que é uma boa história e o que é mero, no pior sentido de entretenimento. Podemos estabelecer aqui a diferença entre o que é que é uma. Uma história mais funcional, de uma história que nos que nos expande, porque todos nós, todos nós, temos a história. 14:01 Então, mas como é que foi? Olha o meu dia, eu vim para aqui, trabalhei, sentei, me e escrevi ao computador. E eu digo assim, não quero saber nada dessa história, quero mudas de canal, já não quero saber em cada muda de canal, às vezes mudamos até de conversa. Há há 27 páginas da literatura portuguesa que são muito características e toda a gente se lembra que é AAA caracterização da frente de uma casa chamada ramalhete. 14:24 E na altura, quando tínhamos 1415 anos, a dor achámos que era uma dor. Mas se se recuperarmos isso é provavelmente as coisas mais brilhantes, porque mistura precisamente o que tu estás a dizer, ou seja, uma coisa meramente funcional, não é? É. Esta era a casa e são 27 páginas e, ao mesmo tempo, essa casa é metáfora para o que se vai para o que se vai passar nos capítulos à frente é o. 14:47 Cenário. É EE, mais do que o cenário. É um personagem, não é aquela casa, é uma personagem. Porque os objetos podem ser personagens. Podem? Então não podem? Claro que sim. A Sério? Para mim, sim, claro que sim. Sem falar. Sem falar às vezes, eu prefiro atores que não falam do que com. Atores que? Não, eu digo isto muito dos meus atores. 15:03 É, prefiro filmar te a pensar do que a falar, porque. Porque isso é uma regra antiga do do cinema e da televisão, da ficção para televisão que é mostra me não me digas, não é? As as novelas são reiterativas, porque tem de ser tudo dito. A pessoa entra, diz, faz e pensa a mesma coisa. 15:19 E também não há muito dinheiro para para mostrar com com a qualidade e com é, dá. Há, não há é tempo. Talvez isso seja um sinónimo. Não havendo, se se houvesse mais dinheiro, haveria mais tempo e, portanto, eu acho que ainda assim seria absolutamente impossível alguém humano e mesmo desconfio que o site GPT também não é capaz de o fazer de escrever 300 episódios de uma história. 15:38 Eu estou. Eu estou a pensar aqui. Eu. Eu ouvi alguém a dizer, não me recordo agora quem, infelizmente, que era. Quando quando se faz um roteiro, aquilo que está escrito para se filmar uma determinada coisa, que todos os adjetivos que que lá estão escritos têm que ser mostrados, porque não adianta nada dizer. 15:55 Então entrou agora na cena, EEEE salvou a velhinha, certo? Está bem, mas isso não chega, não é? Sim, eu até te digo, eu, eu prefiro. Regra geral, os argumentos até nem são muito adjetivos, os argumentos, ou seja, o script nem é muito adjetivado. É uma coisa mais prática. Eu acho que essa descoberta está. 16:13 Não sei. Imaginem, imaginem a leres Oo estrangeiro do camus, não é? Tem Montes de possibilidades dentro daquele não herói, dentro daquela vivência, daquela existência problemática. Não é porque não se emociona, et cetera e tudo mais. 16:29 Como é que tu imagina que tinhas um argumento ou um script sobre sobre Oo estrangeiro? Eu acho que seria importante discuti lo profundamente com os atores. Tu fazes isso porque queres ouvir a opinião deles? Quero sempre eu acho que os atores que se os atores e as atrizes que são atores e atrizes, não são meros tarefeiros. 16:52 Qual é o fator x deles? O fator x? Deles, sim. O que é? Eu estou. Eu tive aí uma conversa aqui Na Na, neste, exatamente neste estúdio com com a Gabriela Batista, com a com a com a com a Gabriela Barros. E eu não preciso de saber e não sei nada sobre técnica, mas. 17:09 Eu, eu, eu imagino que qualquer munição que se dei àquela mulher, que ela vai transformar aquilo noutra coisa completamente diferente. O Woody Allen dizia uma coisa muito interessante que Era Eu sempre odiei ler e depois percebi que para conhecer mulheres interessantes, precisava de ler 2 ou 3 livros. 17:27 Para ser um pronto atual à certa. O que é que acontece com a Gabriela? A Gabriela é uma pessoa interessante. Os atores e as atrizes que são atores e atrizes são pessoas interessantes porque são inquietas, porque são atentas, porque percebem, porque conseguem. Conseguem ler não só uma cena, mas as pessoas que estão em cena com elas conseguem ler um realizador, conseguem ler uma história e, sobretudo, perceber. 17:50 Imagina se pensares no rei leão? Muitas vezes a pergunta sobre o que é que é O Rei Leão? As pessoas menos, menos levadas para as histórias dizem, Ah, é sobre um leãozinho. Que sofre? Não, não, não é sobre isso, é sobre família, é sobre herança, é sobre poder, é sobre legado, é sobre. No fundo, é sobre todos os conceitos que qualquer drama shakespeariano ou tragédia shakespeariana também é. 18:14 E, portanto, eu acho que quando tu encontras atores e atrizes a Sério, o fator x é serem interessantes porque têm ideias e porque pensam. Não se limitam a fazer pá. Um ator que se limita a fazer e diz o textinho muito, muito, muito certinho. É um canastal enerva me enerva, me dá vontade de lhes bater. 18:30 Não, não gosto disso, não me interessa. E isso não é sinónimo de desrespeito pelo argumento. É sublimar o argumento ou sublimar o scripta, a outra coisa que não é lida. É fermentar aquilo? Sim, eu diria que sim. É regar? Sim. Olha, eles oferecem te obviamente maneiras de fazer e a interpretação do texto, mas. 18:50 E tu tens a tua parte e a tua parte é aquilo que eu posso te chamar a ética do olhar, que é o teu ponto de vista o ponto de vista como eu queria dizer, como é que tu defines o ponto de vista? Como é que tu escolhes? Se queres fazer uma coisa mais fechada, mais aberta, de cima, de lado, o que é esse? E tu pensas nisso para além da técnica. 19:09 Sim, penso eu acho que o meu trabalho, Oo trabalho do realizador, no geral, é essa filtragem da realidade. Para, para encaminhar. Para encaminhar a história e encaminhar quem a vê ou quem, quem está a ver, para uma determinada emoção ou para uma determinada pergunta ou para determinada dúvida. 19:31 Para lançar de mistério. Enfim, eu, eu tenho. Eu sinto que eu tenho 41 anos, tenho já alguns anos de de realização, mas sinto que estou sempre não só a aprimorar, mas a encontrar melhor. Qual é a minha linguagem. 19:47 O pôr do sol não tem qualquer espécie de desafio do ponto de vista da linguagem. Ele é a réplica de uma de uma linguagem televisiva chata de de planos abertos, o plano geral. E agora vem alguém na porta, plano fechado na porta, plano fechado na reação, plano fechado na EE. Isso para mim, enquanto realizador, não foi um desafio maior. 20:05 Talvez tenha sido o desafio do corte, o desafio. Do ritmo da cena, da marcação da cena. Para, por exemplo. Há uma coisa que eu digo sempre e que é verdade no pôr do sol, sempre que as pessoas pensam, vão para o pé das janelas. Porque é uma cena de novela, não é? Eu vou aqui passar ao pé de uma janela e põem, se encostadas às janelas a pensar, não é pronto. 20:21 Isso tem muita. Influência olhando para o Horizonte? Horizonte longico não é essa aquelas coisas. Portanto, isso tem muita influência dos Monty Python, tem muita influência dos dos dos Mel Brooks, da vida, et cetera, porque eu, porque eu sou fã incondicional de tudo o que surge dessas pessoas. Mas, por exemplo, se me perguntares em relação à série que eu fiz sobre o 25 de abril, o sempre já é outra coisa, já não tem, já não há brincadeira nesse sentido. 20:45 E como é que eu conto? Como é que eu conto a história das pessoas comuns do dia mais importante para mim enquanto português, da nossa história recente para mim? E, portanto, essa filtragem, essa escolha, essas decisões têm a ver com. 21:03 Eu, eu. Eu sinto que sou um realizador hoje, em 2025, final de 2025, sinto que sou um realizador que gosta que a Câmara esteja no meio das personagens. No meio, portanto, não como uma testemunha afastada. Exato, não como uma testemunha, mas como uma participante. 21:18 Pode ser um, pode ser um personagem da minha Câmara. Pode, pode. Eu lembro me quando estava a discutir com o meu diretor de fotografia com o Vasco Viana, de quem? De quem sou muito amiga e que é uma pessoa muito importante para mim. Lembro me de estar a discutir com ele. Como é que íamos abordar a Câmara na primeira série que nós assinámos coiote vadio em nome próprio que se chama, até que a vida nos cepare era uma série sobre uma família que organizava casamentos e eram eram 3 visões do amor, os avós dessa desse casal que tinha essa quinta de casamentos, que vivia também nessa quinta, esse casal de avós, para quem o amor era para sempre o casal principal nos seus cinquentas, para quem o amor está a acabar por razão nenhuma aparente. 21:56 Desgaste, talvez. O amor às vezes acaba e é normal, e em baixo os filhos. Para ela, o amor às vezes, e para ele o amor é um lugar estranho, ou seja, repara. São uma série de aforismos sobre o amor que eu vou ter de filtrar com a minha Câmara. 22:11 Portanto, a maneira como eu filmo uso a voz em que o amor é para sempre está dependente de toque da mão que se dá da dança que se surge no Jardim dele, acordar a meio da noite, sobressaltado porque ela está junto à janela, porque está a começar a sofrer. De uma doença neurológica e, portanto, ele está a sarapantado e vai ter com ela e cobra com um cobertor. 22:31 Portanto, todos estes toques diferentes. No caso do casal principal que se estava a separar, eles nunca param muito ao pé um do outro e, portanto, a Câmara tem de correr atrás de um para alcançar o outro e nunca lá chega. Há uma tensão. Sim, há sempre uma tensão. E depois nos no. No caso dos mais novos, ainda era o mais específico. Mas diria que o Vasco sugere me e se falemos os 2 sobre isto. 22:51 E se a Câmara não for entre pé? E for respirada, não é, não é não é Câmara mão agitada, mas é eu sentir que há uma respiração Na Na lente que ela está um ligeiramente abanada. É o suficiente para, se eu estiver a esta distância da personagem e a Câmara estiver mais ou menos a respirar, eu sinto que eu próprio o espetador. 23:10 Estou sentado naquele sofá a olhar para aquela pessoa, a olhar para aquele, para aquela pessoa, para aquela realidade, para aquela família, para para aquelas ideias, não é? E para essa ideia? Que se tenta explanar, em 3 gerações, o que é o amor? A pergunta mais inútil que eu tenho para te fazer é, o que raio faz um diretor de fotografia num? 23:28 Filme, então o diretor de fotografia, para quem não sabe, é é Quem é Quem. No fundo, comigo decide a estética. Da imagem, a luz, a luz acima de tudo. Eu trabalhei já com vários direitos da sociografia, de quem gosto muito. O Vasco Viana é um deles, o Cristiano Santos é outro, porque é uma porque é. 23:44 Que se gosta de um e não se gosta tanto de outro? Não. Às vezes não tem a ver com isso. Eu não me lembro de um. Talvez em novelas que tenham trabalhado com diretos de sociografia, que, enfim, que foram bons, outros nem tanto. Mas eles constroem uma estética, constroem uma luz, um ambiente. Nas séries, sim. Não é no cinema, sim. 24:00 Na televisão. Acho que é muito complicado porque. Porque se obedece a critérios, sobretudo dos canais. Que vêm com uma frase, quando eu comecei a fazer novelas, ainda estávamos a discutir se a coisa havia de serem 16:9 ou 4 por 3. Portanto, parecia que ainda estávamos a quase na Roménia dos anos 60. 24:16 EEE não estávamos e, ao mesmo tempo, estávamos muito próximos disso. EEE. No fundo, o que o diretor da fotografia faz é essa escolha da cor, da luz, do enquadramento, claro que em concordância com aquilo que eu pensei, mas é a primeira pessoa que consegue consubstanciar. 24:35 A minha visão sobre a história é isso. Olha, OOA, escolha de um plano para filmar é uma escolha moral. Também estava te a ouvir, agora a falar do 25 de abril e de e, portanto, 11. A ideia que tu tens sobre as coisas depois interfere também na maneira como tu escolhes um plano. 24:51 O que é que vais filmar ou como é que vais? Filmar, eu acho que, sobretudo, tem a ver com o eco que a história tem em ti. Não é uma coisa acética nem agnóstica. É uma coisa implicada, não é uma coisa implicada, isto é, se há uma ideia tua enquanto autor. Sobre a história, que vais esmiuçar em imagens, é mais ou menos a mesma coisa. 25:11 Que tu sabes que a Sophia de Mello breyner aprendeu gramática na escola. Eventualmente português teve aulas de português. Suspeitamos que. Sim, pronto. Aprendeu a escrever, mas ninguém a ensinou a fazer poemas. Vem dela. E essa implicação na escolha das palavras, da métrica do soneto ou do verso, et cetera, ou da ou da Quadra, ou, enfim, seja o que for. 25:30 É uma coisa que lhe vem de uma decisão. Não é de uma decisão, nem que seja do espírito, não é? Eu acho que o realizador tem a mesma função quando quando se permite e, acima de tudo, quando se assume como realizador e não um tarefeiro a mesma coisa que o ator. 25:46 Olha, como é que tu estás a falar de ficção? Obviamente, mas a ficção tem um poder secreto que é alterar a realidade ou a nossa perspetiva sobre a realidade ou não. Quando eu vejo, quando eu vejo que tu filmas uma determinada coisa num determinado prisma, com uma determinada ideia, eu, eu já quase não consigo ver a realidade como a realidade é eu, eu, eu já já tenho mais uma camada de tu vais me pondo umas lentes, não é? 26:15 Quer dizer, olha para aqui, olha para acolá. Sim, mas repara, os livros têm o mesmo poder, não é? Desde que tu te deixes contagiar com uma ideia, a arte. A arte, seja ela. Seja ela sobre a forma de uma Mona lisa ou de uma comédia, não é é essa reconfiguração do real para ser percecionada pelo outro. 26:40 E o outro pode se deixar contagiar ou não se deixar contagiar. Imagina que tu não achavas piada nenhuma ao pôr do sol? Há pessoas que não acharam piadinha nenhuma ao pôr do. Sol desligas te não vais ver? Sequer. Mas não vais ver isso? O teu real continua, ou seja, a minha. A minha pretensão com o pôr do sol não é mudar o mundo. Não é mudar, é divertir, me em primeiro lugar e achar que isto pode pode divertir. 27:02 Pessoas pode fazer umas cócegas à moda? Pode fazer cócegas à moda, aliás, pode pôr o dedo na ferida até rir. Estás a ver. Sim, porque depois tu é assim aqui. A história obviamente é engraçada. EE aquilo dá vontade de rir, mas tu gozas com todo o tipo de preconceitos e mais algum que lá estão em cima da mesa. 27:17 Claro. E esse EE aí também se tem de fazer jus ao ao texto que me chega do Henrique dias. Ou seja. Eu, o Rui e o Henrique discutimos a ideia. Eu e o Rui tínhamos uma lista extensa de tudo o que se passa em novelas, quem é a esta hora, quem é que Há de Ser no meu telemóvel, beber copos, partir, copos, cavalos, bem, famílias ricas, et cetera. 27:36 Mas depois o Henrique tem esse condão de agarrar nessas ideias e de algumas de algumas storylines que nós vamos lançando, é pá. E fazer aqueles diálogos que são absolutamente fabulosos, não é? Quer dizer, lembro, me lembrei, me. Lembro me sempre de vários, mas há uma, há um, há um apidar no na primeira temporada, que é talvez o meu plano favorito, que é um dos membros da banda que vem a correr desde o fundo do plano e que cai em frente à Câmara e diz, não, não, eu estou bem. 27:59 Dê me um panado e um local que eu fico logo bué, pronto. Isto é uma coisa muito nossa, muito proximidade, que tem graça porque tu já ouviste alguém dizer isto e pronto. E quando se tem essa, quando se tem essa junção porreira de de sentidos, de humor. 28:17 A tendência é que isso crie, crie qualquer coisa de reconhecimento. O que nós encontrámos com o pôr do sol foi um reconhecimento, é pá, surpreendeu, me surpreendeu me ao máximo e depois açambarcou nos a todos e foi a Suburbano a sobrevoou me de uma maneira assustadora, foi, imagina, eu tive um acidente de Mota pouco tempo depois da primeira temporada acabar, fui ao chão e fiquei, fiquei magoado e fiz me nada de especial, estava no hospital. 28:46 E o enfermeiro chefe dizia, sistema anel, pureza, agora vou pôr aqui um megaze, não sei quê. Ou sistema anel, pureza, não sei quê, mas assim. 11 trato espetacular. Uma coisa muito, muito solene, muito solene, e é. Pá e nas tantas ele estava a fazer o tratamento e disse assim, é pá e vê lá se tens cuidado e eu, espera aí, houve aqui qualquer coisa, houve aqui um problema na Matrix ou então não sei o que é que aconteceu e o gajo diz, desculpe, desculpa, é que eu sou de massamá e eu sei o que é que é cheirar AIC 19, todos os dias que é uma tirada do pôr do sol posso chamar os meus colegas assim? 29:12 O que é que se passa? Entraram para aí 5 ou 6 enfermeiros. Dizer é pá, obrigado. Pelo pôr do sol, por isso é convidada, portanto, Na Na enfermaria. Todo todo arrebentado. E eles todos quando em dia e eu percebi pronto, isto bateu, bateu a um nível de podemos reconciliar a televisão com uma certa cultura pop que teve alguns exemplos extraordinários na comédia ao longo da nossa história. 29:34 Temos o Raul solnado, temos o Herman José, temos Oo Ricardo Araújo Pereira e o gato fedorento, o Bruno Nogueira. Esses. Esse, atualmente, o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira continuarão a? Fazer são fundações, no fundo, são coisas que a gente olha e diz assim, uou. Eu acho que experimentei um bocadinho disso. Ele experimentava esta equipa, experimentou um bocadinho disso, quando de repente temos pá, um Coliseu de Lisboa cheio para ver uma banda que está a fazer playback. 29:56 Nós fizemos isso com Jesus Cristo, não é? A banda do pôr do sol foi tocar, não tocou nada, ninguém deles. Nenhum dos tocou, não sabem tocar e. Esgotámos OOO Coliseu para ouvirmos uma cassete em conjunto e as pessoas foram. Para participar num episódio ao vivo que não era episódio, não estava a ser. Filmado sequer tu vendeste, tu vendeste uma fantasia que toda a gente sabe que não existia, mas a ideia de comunhão. 30:16 Foi nessa narrativa e eu acho que isto é uma coisa que nos anda a faltar cada vez mais, não é? Nós nós não temos essas comunhões. Tu vês uma série? Ou melhor, é mais frequente teres um diálogo com um amigo e diz assim, pá, tens de ver aquela série, não sei quê, é espetacular, não sei quê quantos episódios, viste? Vi meio, mas é espetacular. 30:32 E já não é aquela coisa de Bora fazer um? Serão lá em casa, em que juntamos amigos e vemos um filme? Como aconteceu antigamente, antes da televisão se alinear? Antes de antes da da televisão te permitir uma ilusão de poder da escolha, não é? Eu agora escolho o que vejo. E a televisão morreu? Nada, não. 30:49 Nem vai morrer. É como a rádio morreu, não é? Quer dizer, a gente volta e meia a rádio a. Rádio a rádio tem mais vidas que um gato. Não é pronto porque a rádio foi ver o apagão, não é? O apagão foi uma. O apagão foi um delírio. Apagou tudo para. Os da rádio? Claro, claro. Evidentemente, isso era o que havia. E isso é extraordinário, porque isso faz, nos faz nos perceber que a volatilidade das das novas tecnologias etcétera, pá, é porreiro, é óbvio. 31:11 Então agora temos aqui 2 telemóveis, estamos anão é? Estamos aqui a filmar. Temos boa parafernália, mas mas. No limite. Naquele momento em que achávamos todos que a Rússia atacar e não era nada disso, o que queríamos era ouvir alguém a falar. Connosco o fenómeno dos podcasts como este é eu, eu dou por mim assim que é. 31:30 Eu gosto de ouvir pessoas à conversa, porque me acalma e me baixa o ritmo do scroll. Há uma. Música, não é? E é EEEE, aprendes qualquer coisa. E por isso é que eu gosto de pessoas. Estás a ver quando eu, eu houve uma vez 11 coisa que me aconteceu que eu acho que que é pá, que eu nunca mais me esqueci, que foi um amigo meu. 31:48 Que, entretanto, nunca mais falámos, é um facto. As histórias foram para os sítios diferentes, mas um dia entrou me para casa, à dentro. Eram para aí 10 da noite e diz me assim, preciso de conversar. E perguntei, lhe mas o Gonçalo de quê? Não, pá de nada, preciso só de conversar. Tens tempo para conversar e eu fiquei. 32:07 Isso é uma grande declaração, isto é. Extraordinário. Pouco tempo depois, estava em Angola a fazer uma série, uma novela. Perdão, uma. A melhor novela que eu fiz na vida é que foi uma novela para Angola, uma coisa chamada jikounisse. E há um assistente meu, Wilson, que chega 2 horas atrasado ao trabalho, é pá e era um assistente de imagem, fazia me falta. 32:25 Ele chega, Ah, presa, peço desculpa, cheguei atrasado e tal só para o Wilson 2 horas atrasado, o que é que aconteceu? Tive um amigo que precisou de falar e eu juro te que me caiu tudo, eu não lhe. Eu quero ter um amigo assim, eu não. Posso, sim. Eu não me lembro disto acontecer em Portugal. 32:42 Para mim, disse. Para mim mesmo, eu não me lembro. De. De. De dar prioridade a um amigo em detrimento do trabalho. Porque o trabalho me paga as contas e os filhos e não sei quê. E o ritmo e a carreira. E eu reconheci me e de repente há um amigo meu que precisa de conversar. 32:58 Estamos a ouvir pouco. Então, não estamos eu acho que estamos. Estamos mesmo muito. Temos mesmo muito a ouvir, a ouvir muito pouco, acho mesmo, acho mesmo. Isso isso aflige me sobretudo porque há um, há um é pá. Eu estou sempre a dizer referências, porque eu, de repente, nestas conversas, lembro me de coisas. O Zé Eduardo agualusa assina 11 crónica, creio no público há, há uns anos, largos da importância de, de, de, de de fazer mais bebés, porque o mundo está tão perdido que só trazendo gente boa, muita gente boa de uma vez em catadupa. 33:29 É que isto melhora e eu acho, essa visão. Uma chuva de. Bebés uma chuva de bebés, mas de, mas de bebés bons, de bebés, inquietos, de bebés que fazem birras pelas melhores razões de bebés, que brincam sem computadores, sem coisas que que se que chafurdam na, na lama, et cetera, fazem asneiras. 33:45 Sim, sim, eu, eu, eu gosto muito de ser pai, mais até do que ser realizador, gosto muito de ser pai e acho que isso é é precisamente por essas, pelos meus filhos, claro que são os meus, mas se tivesse, se houvesse outras crianças. De que eu tomasse conta? Acho que era isso que é. 34:01 Tu perceberes que até uma certa idade nós não temos de nos armar noutra coisa que não ser só crianças. E acho que eu pessoalmente, acho que tenho 41 anos e às vezes sinto uma criança perdida até dizer chega EE, acho que pronto. 34:18 Enfim, o tempo vai adicionando, adicionando te camadas de responsabilidade. Agora temos temos de saber mexer microfones, inverter a água, et cetera, e meter fones, et cetera. Mas, no fundo, somos um bocado miúdos perdidos a quem? A quem se chama pessoas adultas porque tem de ser, porque há regras, porque há responsabilidades e coisas a cumprir. 34:35 Acho que só o Peter Pan é que se conseguiu livrar dessa ideia de poder. Crescer, coitado. Já viste? Pois é mesmo o Peter Pan sem andar com aquelas botas ridículas também. Exato. EE, qual é? Sabemos. E o capitar, não é? Pensando bem, a história dramática é o que quando estás com neuras a tua vida é um drama refugias te na comédia fechas te de ti próprio. 34:55 Não queres falar com ninguém? Quando estou com. Que é frequente é. Frequenta é? Então, o que é que te bate? O que é que te faz o. Que me bate é nos dias que correm e não só não conseguir tocar à vontade na minha função enquanto artista. 35:15 Isto eu vou te explicar o que é. Os artistas não precisam de ser de um quadrante político ou de outro. Eu eu sou de esquerda, assumidamente de esquerda. EEE, defenderei até à última este esses ideais. Ainda à esquerda, direita. Há, há, há. Eu acho que há, há. É cada vez menos gente com quem se possa falar de um lado e de outro. 35:32 Há uma. Polarização sim, sim, porque porque, enfim, isso são são outras conversas, mas o os artistas, no meu entender, estão a perder a sua perigosidade isso enerva me, ou seja, eu às vezes sinto que não estou anão, não estou a transgredir. 35:49 Não estou a ser perigoso, não estou a questionar, não estou. Estou a ir ao sabor de uma coisa terrível, que é ter de pagar as minhas contas. É o rame. Rame mais do que isso é eu deixar me levar pela corrida que é. Tenho de ter mais dinheiro, tenho de conseguir a casa, tenho de conseguir a escola dos putos tenho, não sei quê. 36:07 Devias ser mais um moscado, aquele que que dava umas picadelas aqui à. Eh pá devia questionar. Devia. Os artistas são se nasceram para isso e eu se me se eu me considero artista e às vezes isso é difícil. Dizer isso de mim, de mim para comigo. Eu imagina o Tiago Pereira, o Tiago Pereira que anda AA fazer um acervo da música portuguesa, a gostar dela própria, pelo pelo país todo, com gente antiga, com gente nova, com com gente toda ela muito interessante. 36:36 A importância de um Tiago Pereira no nosso, no nosso país, é é inacreditável. Quantas pessoas é que conhecem o Tiago Pereira? E, pelo contrário, não estamos focados Na Na última Estrela do ou do TikTok ou do big Brother ou de outra coisa qualquer. 36:51 Até podia ser uma coisa boa, estás a ver? Ou seja. Complementar uma coisa e outra. Sim, ou seja, eu, eu. A coisa que mais me interessa é saber quem é que com 20 anos, neste momento está a filmar em Portugal e há muita gente boa. Tu vês os projetos da RTP play e da RTP lab? E é gente muito interessante. Então, e porque é que? 37:06 Nós não estamos a estornar essa gente? E a e a potencial? Porque, porque a corrida? É mais importante, ou seja, tu queres a. Corrida dos ratos Na Na roda. É e é coisa de chegar primeiro, fazer primeiro, ganhar mais que o outro, não a solidariedade é uma, é uma fraqueza AA generosidade é uma fraqueza aplaudires alguém que é teu par é mais, é mais um penso para a tua inveja do que propriamente uma coisa de quem é que ganhamos? 37:34 Todos vamos lá. OOOO rabo de peixe, por exemplo, é um é um caso lapidar nesse sentido. Que é o rapaz? É extraordinário. É extraordinário neste sentido, eu? Posso? A primeira série é uma pedrada No No charco, que é uma coisa mágica o. 37:50 O Augusto Fraga, que é uma pessoa que eu, de quem eu gosto bastante e conheço o mal, mas gosto bastante, assina uma série que a primeira coisa que foi vista sobre essa série, ainda que estivéssemos a com 35000000 de horas ou 35000000 de horas, sim, vistas por todo o mundo. 38:08 Ah, não sei quantas pessoas, minhas colegas, tuas colegas, enfim, colegas de várias pessoas que estão a ver este mote caso dizem assim, ó, mas eles nem sequer fizeram o sotaque açoriano. Ah, e aquela e aquela ideia de não contrataram só atores açorianos? Pronto, sim, vamos ver uma coisa, porque porque é que vamos sempre para essa zona precisamente por causa da corrida, porque isto é importante. 38:32 A inveja é lixada? Nada. Fraga sim, a inveja é lixada e mais do que isso, esta inveja. É patrocinada pelo sistema, o sistema, o sistema sublima. Quando nós achamos que quem, quem, quem é nosso inimigo é quem faz a mesma coisa do que nós, nós temos menos de 1% para a cultura neste país. 38:50 E quando há dinheiro, quando há dinheiro, nós andamos a tentar queimar o outro para conseguirmos chegar ao dinheiro, ou seja, perante as migalhas. Nós não nos organizamos, a dizer assim. Pá a mão que está a dar as migalhas é que está errada. 39:05 Não. O que acontece é não. Mas eu já discutimos isso. Primeiro eu preciso de de amoedar as migalhas para mim e depois então discutimos, é uma. Corrida mal comparado de esfomeados. É, mas em vários. Mas é. Não estou a ver só na cultura, não é? Não é só na cultura. E. Já dizia o Zé Mário branco, arranja me um emprego. 39:22 O Zé Mário branco dizia tanta coisa tão mais importante, tão tão tão importante nos dias que correm, o Zé Mário branco, enfim. Mas eu até diria que isto, que este país que é pequeno. Que é pequeno em escala. Que é pequeno, que é pequena escala. 39:39 Podia ver nisso uma vantagem. Podíamos ver nisso uma vantagem, porque eu acho que o país somos nós e acho que as pessoas não. Não temos essa noção, não é EE essa e essa noção de que não dedicamos tempo suficiente a estarmos uns com os outros e de ligarmos as peças boas e de tornar isto uma coisa mais interessante, claro. 39:57 Interessa me, interessa me. Muito há uma cultura de mediocridade, não? Isso eu acho que não, o que eu acho é que há. Ou melhor, como é que se compatibiliza esse essa corrida dos ratos na roda, em busca da última migalha com coisas de excelência que subitamente aparecem? 40:13 Eu acho que quando tu sentes que isso é um acidente, rapaz, isso é um acidente, não é? É um acidente. Antes tinha tinha havido o Glória e nós tínhamos achado. Tio Glória era a primeira coisa da Netflix. Parece um bocado aquela coisa de o ator que é pá. 40:29 Eu sou um grande ator. Eu fiz uma formação no Bahrain para aprender a ser a fazer de post. Foi uma formação de meia hora, chega cá e dentro e vai dizer assim, é pá. Este gajo é bom meu. O gajo esteve no barrain. Vende-se bem este. Gajo é bom, não é? E de repente não. Ele esteve no barém a fazer de post e é melhor do que um puto que veio da PTC ou 11 miúda que veio da STCE está a tentar vingar. 40:50 Eu tive agora uma conversa por causa da da dos encontros da GDA para para o qual foi foi gentilmente convidado e foi foi incrível estar à conversa com Malta nova. Não é assim tão nova quanto isso, mas Malta entre os 25 e os 35 anos, atores e atrizes, em 4 mesas redondas em que IA assaltando eu, o António Ferreira, a Soraia chaves e a Anabela Moreira, é pá EEAEA dúvida é a mesma de que se houvesse uma mesas redondas de veterinários, de veterinários ou de médicos, ou de ou de assistentes sociais, que é como é que eu começo isto? 41:20 Como é que eu faço isto? Qual é o percurso, onde é que está? O repente GDA faz uma coisa incrível que é, vamos pôr as pessoas a conversar. É um bom início, pá, é um. Excelente início. E nós não andamos a fazer isso, não andamos a fazer isso, por mais associações que haja, por mais coisas, et cetera. E há gente a fazer este, a tentar fazer este trabalho. 41:38 Não há um sindicato da minha área que funcione. O sindicato dos criativos pode ser então? O sindicato, o Sena, o sindicato Sena. As pessoas queixam se que não é um sindicato, mas não estão nele. Quando eu digo que não há um sindicato, é o sindicato, existe. As pessoas é que não vão para lá e queixam se das pessoas que lá estão. 41:55 Isto não faz sentido nenhum. Ou seja, nós estamos sempre à espera que nos dêem. Mas é aquela coisa velha, essa coisa que foi o Kennedy, que disse não é não, não perguntes. O que é que o teu país pode fazer por ti? Pergunta te, o que é que tu podes fazer pelo teu? Portanto, não temos uma mecânica por um lado de devolução à sociedade daquilo que nós estamos AA receber e, por outro lado, de de agregação, num interesse comum, ou numa imaginação comum, ou em alguma coisa que podemos fazer juntos. 42:17 Eu, eu acho que, sobretudo, tem a ver com celebramos? Não, acho que não. Até porque é tudo uma tristeza, não? É, não, não, não. Eu acho que é assim. Eu acho é que é tudo muito triste porque não nos celebramos. Porque há razões enormes para nos celebrarmos, há razões mesmo boas, para nos celebrarmos. Bom, mas eu não quero deprimir te mas um tipo que chuta 11 coisa redonda de couro e que acerta numa Baliza é mais valorizado do que um poeta que escreveu o poema definitivo sobre o amor ou sobre a vida? 42:43 Mas isso, pão e circo? Isso pão e circo. E isso a bola também é importante. E está tudo bem? Eu sou. Mas tão importante. Não é? Porque eu eu gosto de futebol, gosto. Eu gosto de futebol, sou um, sou um. Sou um fervoroso adepto da académica de Coimbra e do. Falibana do Benfica, da da académica, sou da académica. 43:00 Está péssima, não é? A académica está terrível, mas é isso. Ou seja. Eu acho que tem, Maura continua, tem? Maura, claro. E terá sempre. Eu sou, sou, sou da briosa até morrer, mas. Mas de qualquer das maneiras, sinto que essa coisa que é, há espaço para tudo. Eu acho que eu o que faz falta? E animar a Malta? 43:17 É educar a Malta? É educar a Malta. Faz muita falta. Eu acho que faz muita falta a educação neste país. E isso tem a ver com política, tem a ver com escolhas, tem a ver com coragem. EAAA educação não tem sido muito bem tratada nos últimos tempos. 43:35 Se há gente que se pode queixar são os professores e os. Alunos, porque nós só descobrimos daqui a 10 anos ou 20 que isto não correu bem. Claro, mas já estamos a descobrir agora, não é? Depois, já passaram algum tempo sim. Quais é que são as profissões de algumas das pessoas que estão no hemiciclo que tu reconheces profissões não é? 43:52 De onde é que vêm? Vêm das jotas vêm. São juristas, normalmente economistas, certo? Mas um médico. Há um ou 2? Há um ou 2, há alguém que tu, um professor? Deixa de ser atrativo. A política devia ser essa coisa de eu reconhecer. 44:10 Figuras referenciais. Os melhores entre nós que que escolhidos para liderarmos, sim. Escolhidos por nós. Ou seja, porque é que eu acho isto? Mas eu acho isto desde sempre, sempre, sempre. Eu sei isto. Aliás, eu venho de uma casa que é bastante politizada. A minha casa, a minha família é bastante politizada. O apelido. 44:27 De pureza não engana. Pois não engana. Às vezes acham que ele é meu irmão, mas é meu pai. EE pá é um gajo novo. De facto, é um gajo novo. Mas é isso que é caneco. Quem são estas pessoas? Porque é que eu vou votar nestas pessoas, estas pá. A prova agora de Nova Iorque não é 11 Mayer de 34 anos, chamado zoranmandani, que de repente ganha as eleições sem os mesmos apoios, que teve outro candidato. 44:50 Não houve Bloomberg, não houve Trump, não houve nada. Houve um tipo que veio falar para as pessoas e dizer lhes o que é que vocês precisam, de que é que precisam, o que é que vos aflige, de que é que têm medo, que sonhos é que vocês têm? Isso é tão importante e tão raro. 45:06 Afinal, o método que funciona sempre não é fala com pessoas, conta uma história ou houve cria uma expectativa? Olha, porque é que o humor explica tão bem o mundo? Eu sei, também há o choro, porque é que o humor explica tão bem? Porque tudo pode ser ridículo. E é e é tão ameaçador, não é? 45:22 Claro, claro, claro. Olha o Rio, vai nu. Exatamente tal e qual tem a ver com isso, não é? E mais do que isso, é eu, eu acho. Eu sinto que nós vivemos num país que não tem assim tanto sentido de humor. E explico porquê nós não nos rimos tanto de nós. Rimos mais dos outros quando nos rimos de nós? 45:39 É é tipo, Ah, então, mas mas estão a falar de mim. Rimos de escárnio. Sim, os os melhores, as melhores pessoas, as melhores pessoas portuguesas a terem sentido humor são os alentejanos. Porque são eles que têm as melhores notas sobre eles. Que eles próprios contam? Exatamente quando tu tens um. 45:54 Eu não sou lisboeta, portanto, posso dizer mal à vontade de vocês todos que estão a ouvir. Quando o lisboeta disse assim também. Sou alto minhoto, portanto, já estamos. Estás à vontade, não é pronto quando o lisboeta disse. Tudo que seja abaixo, abaixo, ali do cavado é soul. É soul? Exatamente. Está resolvido, pá. A minha cena é coisa do quando o lisboeta diz, tenho aqui uma nota sobre alentejana dizer, Hum. 46:11 A minha família toda alentejana, pá. Não, não acho que acho que não é bem a coisa eu diria isso, ou seja, porque é que o amor explica tão bem o mundo, explica no sentido em que, de facto, isto esta frase não é minha, é do Henrique dias. E ele acho que acho que ressintetiza isto muitíssimo bem. O argumentista do pôr do sol, que é tudo, pode ser ridículo. 46:28 O gajo da bola de couro, um círculo de de de couro que é chutado para uma Baliza, é tão ridículo como é eventualmente alguma. De algum ponto de vista sobre a religião, sobre a política, sobre a economia, sobre os cultos? 46:46 Não é os cultos pessoalizados em líderes que de repente parece que vêm resolver isto tudo e são ridículos. Quer dizer, são ridículos acima de tudo. O mito do Salvador da pátria. O mito do Salvador da pátria não é? Depois ficou substanciado em 60 fascistas. Isso é para mim. Era expulsos ao ridículo. 47:02 Incomoda os imensos. Mas a gente já viu isto em vários momentos, desde momentos religiosos até momentos políticos que é. E este vem lá ao Messias, vem lá ao Messias. E o cinema português também. O próximo filme vem sempre salvar isto tudo. E é só um filme percebes o que eu estou a dizer? Ou seja, não. 47:18 Este é que é o filme que toda a gente vai ver e vai rebentar com as Caldas. Não, não tem de ser assim, é só um filme. Só me lembro da Branca de Neve, do João César Monteiro, não é que filmou uma coisa para preto, para negro? Sim, mas mais do que isso, estava a falar de termológica comercial que é, os exibidores estão sedentos? 47:35 Que venham um filme que faça muitos números e que salve o cinema, et cetera. A pressão que se coloca, se fosse fácil fazer um filme desses, até eles próprios administradores teriam ideias. Sim, faz mesmo. A campanha viral lembro me sempre é. Faz uma coisa que vai ocupar toda a gente vai falar exatamente e que vai ser uma coisa. 47:51 Extraordinária. Um escândalo, no melhor sentido. Não sei quê, não sei quê e depois não acontece porque não é assim que as coisas não é, as pessoas não vão, não vão. Nessas modas, aliás, as pessoas estão cada vez mais dentro. O paradoxo é que as pessoas estão cada vez mais exigentes. O que é bom? Sim, mas dentro desta lógica que temos falado, que é tiktoks, et cetera, volatilidade é uma coisa superficial e de repente já nem tudo cola. 48:12 O humor repara o humor. O Bruno Nogueira, por exemplo, é um bom exemplo disso que é o Bruno Nogueira faz 111 programa extraordinário vários. Faz os contemporâneos, faz o último a sair, depois faz o princípio meio e fim, que é uma coisa arrojadíssima. Sim, ele faz coisas sempre diferentes. 48:28 Não é ele. Ele. Ele quebra os padrões sempre. Mas se reparares agora, neste, no, no, no ruído, ele já não é a mesma coisa. É um programa de Sketch que tem lá uma história que num tempo distópico em que. Sim, mas aquilo resolve se a um conjunto de de Sketch e as. 48:45 Pessoas aderiram massivamente, portanto, eu acho que isto é assim. A roda vai dando voltas. Depois voltamos um bocado à mesma coisa. O Herman, por exemplo, o Herman que é um dos meus heróis da televisão. O Herman andou por todas essas ondas e agora está numa onda de conversa e tudo mais. 49:04 E continua a ter imensa. Graça mas ele pode fazer tudo o que? Quiser, não é? Pode. Chegou este mundo do mundo para poder fazer tudo. Sim, talvez não chegue a todas as gerações como chegava. Não é dantes. Eu lembro me, por exemplo, No No no célebre Sketch da da última ceia, não é? 49:20 Ele chegou a todas as gerações, houve umas gerações que odiaram isso foi incrível, eu adorei, eu adorei esse momento iá, e ele é também um dos meus heróis por causa desse momento, porque, porque, enfim, porque qual que lá está transgressor, perigoso artista? 49:38 O Herman é tudo isso sim. Pode a qualquer momento fazer dinamitar isto olha fora o humor, tu tens, posso chamar lhe maturidade emocional entre o felps e os infanticidas. O que, o que muda no teu olhar quando quando tu transpassas da comédia para, para, para o drama, o humor e a dor são são irmãos. 49:58 O sim, diria que sim, mas mais do que isso, é há coisas que me que me inquietam, não é? Eu com 41 anos e 3 filhos, EEE uma história já muito porreira. O que? É que te inquieta. Várias coisas. Olha esta coisa da do dos artistas, esta coisa da sociedade portuguesa, esta coisa de o que é que é ser português em 2025, o que é que é ter 41 anos em 2025? 50:21 A amizade, a amizade inquieta me há amigos que desaparecem e não é só porque morrem, há há. Há outros que desaparecem porque. Perdemos lhe o rasto. Ou isso, ou porque nos zangamos EEA coisa vai de vela e é assim. E a vida é dinâmica e. E às vezes questiono, me, não é? 50:37 Questiono me sobre quanto é que vale uma amizade, por exemplo, os enfatisídeos é sobre isso, não é? Ou seja, 22 amigos de 2 amigos de infância que aos 17 anos dizem, se aos 30 anos não estivermos a fazer aquilo que queremos fazer, matamo nos daquelas promessas adolescentes e de repente um deles apaixona se e casa se. 50:57 E ele às vezes não quer morrer e a amizade vai à vida. E aquele que ficou para sempre com 17 anos, que sou um bocado eu, não é? Porque eu acho os problemas aos 17 anos é que são os verdadeiros problemas da existência humana. Os outros são chatices da EDPE da epal estás a ver isso? São outros chatices pagar as contas, pagar contas é só isso, porque tudo o resto é só o que é que eu estou aqui a fazer? 51:17 Porque é que eu me apaixonei, porque é que ninguém gosta de mim, porque é que essas coisas são tão ricas, são tão boas de testemunhar eu tenho. Tenho um exemplo incrível de ter 11 filho extraordinário chamado Francisco, que tem 14 anos e que tem umas inquietações muito. 51:34 Muito boas pá, muito, muito poéticas, muito. É uma idade difícil. E boa. E tão boa. E tenho. Tenho muita sorte. Francisco é um miúdo incrível. Mas mesmo que não fosse, eu diria assim. Para ele e tu e tu estimulas ou acalmas as ânsias dele. Eu eu acho que sou eu e a mãe dele, acho que somos estimuladores da sua, das suas várias consciências, social, política, artística. 52:02 Mas temos uma, o respaldo que encontrámos naquele naquele ser humano, foi maior do que qualquer um incentivo que nós pudéssemos dar. Ou seja, nós lançámos um bocadinho, as paisadas para os pés dele e ele de repente floresceu. E é hoje em dia uma pessoa é um ser humano extraordinário e pronto. 52:19 E eu costumo dizer aos meus amigos que o primeiro filho muda a nossa vida, o segundo acaba com ela, uma terceira. Esta turística, sim, é pá. Eu acho que os 3 deram um cabo da minha vida. É uma dinâmica diferente, não é? 3. É, é ainda por cima estão os passados, não é? Um tem 14, outro tem 3, outro tem 1 ano e meio e para o ano provavelmente quero ter mais um filho, porque acho que é lá está eu estou com água, luz a tatuar aqui, algures, portanto, tu. 52:43 Vais salvar o nosso problema de de de naturalidade e demográfico. Eu espero que sim, eu já sou Oo chamado povoador dos olivais. Portanto, vão para sim, sim, olha o que é que te falta fazer para fecharmos o que é que anda o que é que andas a escrever o que é que anda, o que é que te anda a inquietar o que é que te anda aí a. 53:01 Debaixo do teu olho. Olha, estou concorri a uma bolsa para escrever um livro. Pode saber sobre o quê? Sim, sim, é um filme que eu não, que eu não tenho dinheiro para fazer e, portanto, vou fazer o livro. E depois pode ser que o livro reúna. E os bons livros dão sempre grandes filmes. 53:17 Ao contrário, os maus livros, eu sei que eu sei que vou ser fraquinha e, portanto, os maus livros dão bons filmes, os bons livros. Portanto, a tua expectativa é que o livro seja mau que é um grande filme? Sim, sim, não. Mas pelo menos seja seja livro. Isso é importante. Eu gosto imenso de livros. Gosto imenso de ler. É das coisas que eu mais gosto de fazer, é de ler. Fiz isso candidatei me EE. 53:33 Entretanto, estou a preparar uma série de outro género, completamente diferente, que é uma série de de fantástico de terror, escrita por 5 amigos, de que eu tenho muita estima. Por quem tenho muita estima, o Tiago r Santos Oo Artur, o Artur Ribeiro, o Luís Filipe Borges, o Nuno Duarte e o Filipe homem Fonseca. 53:51 Que é uma série chamada arco da velha, que terá estreia na RTPE, que se passa entre Portugal e a galiza e também vai ter uns toques de Brasil. E estou também a preparar outro projeto lá mais para a frente, que é provavelmente os projetos que eu mais quero fazer na vida até hoje, que estou a desenvolver com a Ana Lázaro, com a Gabriela Barros e com o Rui Melo. 54:13 É impossível falhar, já ganhaste. Completamente impossível falhar porque esta ideia original é da Gabriela e do Rui. Ei, e eles vieram ter comigo. E eu fiquei para já muito conten
Školní projekt nemusí být jen skupinový plakát nebo prezentace. Někdy z toho třeba může být i společenská akce, která se stane důstojnou připomínkou a ještě podpoří dobrou věc. Přesně tohle se podařilo pětici studentů jedné z bratislavských středních škol. Na výročí 17. listopadu uspořádali vůbec první ročník Běhu za svobodu. Zúčastnilo se ho víc než 250 lidí.
Školní projekt nemusí být jen skupinový plakát nebo prezentace. Někdy z toho třeba může být i společenská akce, která se stane důstojnou připomínkou a ještě podpoří dobrou věc. Přesně tohle se podařilo pětici studentů jedné z bratislavských středních škol. Na výročí 17. listopadu uspořádali vůbec první ročník Běhu za svobodu. Zúčastnilo se ho víc než 250 lidí.Všechny díly podcastu Zápisník zahraničních zpravodajů můžete pohodlně poslouchat v mobilní aplikaci mujRozhlas pro Android a iOS nebo na webu mujRozhlas.cz.
The NTSB released its findings about the container ship Dali crash from last year, determining that an improperly placed wire label caused the cargo vessel to lose power and drift out of control into the pier of Baltimore's Francis Scott Key Bridge, causing the collapse and the deaths of six construction workers. A.P. Moller-Maersk announced that it has selected Charlotte, North Carolina, as the new location for its North American headquarters, a move that comes after decades of having offices in New Jersey. The relocation of the North American HQ to Charlotte is expected to add 500 jobs, bringing the total Charlotte workforce to 1,300, and may earn the Copenhagen-based carrier an $8 million state grant if job creation and investment targets are met. Meanwhile, UPS is turning to an alternate playbook to compensate for the significant capacity being lost due to the grounding of its MD-11 freighter fleet. UPS is utilizing partner airlines and its ground network during the busy shipping period to make up for the loss, wet leasing several aircraft from carriers like Canada-based Cargojet, Amerijet, ABX Air, and Air Transport International, while consolidating flight routes and reconfiguring truck routes. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
In this episode of the DaliTalks Podcast, Dali explores the inspiring story of Nury, a Latina educator whose journey shows the true meaning of teaching with purpose, connection, and heart. Nury shares how her early childhood dreams led her into the field of education, the defining moments that shaped her teaching philosophy, and the tools and mindset that fuel her growth as a lifelong learner.This powerful conversation highlights the realities of the teaching profession — from navigating challenges to building meaningful relationships with students. Whether you're a parent, educator, aspiring teacher, or someone who values personal development, Nury's story brings encouragement, wisdom, and clarity to anyone exploring education as a calling.In this episode, you'll learn:• How Nury's childhood dreams guided her toward a career in education• The pivotal moments that shaped her teaching philosophy• The mindset, tools, and self-awareness practices she uses to overcome challenges• Her advice for students and families considering teaching as a career• Why teaching is more than a profession — it's purpose in actionThis episode is perfect for listeners interested in education, teacher inspiration, Latina educators, career journeys, lifelong learning, and personal growth. Tune in and get inspired by Nury's story of passion, purpose, and perseverance.Connect with NuryLinkedIn: https://www.linkedin.com/in/nury-crawford-5420171Facebook: https://www.facebook.com/nury.castillo.crawford/Connect with me: Instagram: https://www.instagram.com/dalitalks Facebook: https://www.facebook.com/dalitalks Website: https://www.dalitalks.com
The NTSB released its findings about the container ship Dali crash from last year, determining that an improperly placed wire label caused the cargo vessel to lose power and drift out of control into the pier of Baltimore's Francis Scott Key Bridge, causing the collapse and the deaths of six construction workers. A.P. Moller-Maersk announced that it has selected Charlotte, North Carolina, as the new location for its North American headquarters, a move that comes after decades of having offices in New Jersey. The relocation of the North American HQ to Charlotte is expected to add 500 jobs, bringing the total Charlotte workforce to 1,300, and may earn the Copenhagen-based carrier an $8 million state grant if job creation and investment targets are met. Meanwhile, UPS is turning to an alternate playbook to compensate for the significant capacity being lost due to the grounding of its MD-11 freighter fleet. UPS is utilizing partner airlines and its ground network during the busy shipping period to make up for the loss, wet leasing several aircraft from carriers like Canada-based Cargojet, Amerijet, ABX Air, and Air Transport International, while consolidating flight routes and reconfiguring truck routes. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
House passes a bill almost unanimously to release all of the files in the federal investigation of the late sex offender Jeffrey Epstein; President Donald Trump meets with Saudi Crown Prince Mohammed bin Salman at the White House, where the prince pledges to invest $1 trillion in the U.S and the president dismisses a question about the 2018 murder of Washington Post columnist Jamal Khashoggi, which U.S. intelligence pinned on Saudi Arabia, saying the prince was not involved, Khashoggi was "extremely controversial", and "Whether you liked him or didn't like him, things happen”; House passes a resolution criticizing Congressman Chuy Garcia (D-IL) for deciding not to seek reelection only after only one other Democrat had qualified for the primary – his chief of staff; Federal Reserve board member Michael Barr warns there is 'real danger' to weakening the Fed's oversight of bank operations; National Transportation Safety Board points to a loose wire and faulty fuel pump as the causes of the blackouts on the cargo ship Dali that led to the collision with, and collapse of, the Key Bridge in Baltimore in 2024. Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices
México presenta sus metas climáticas en la COP30 Perforan pozos en Huehuetoca para atender desabasto de agua Un cable suelto, posible causa del choque del Dali en el puente de Baltimore
Joana Marques volta ao tema do momento: a ruptura entre Liliana Filipa e Daniel Gregório.
Pobjednički duh nije napustio izbornika Zlatka Dalića ni nakon plasmana hrvatske nogometne reprezentacije na Svjetsko prvenstvo slijedeće godine u Sjedinjenim Američkim Državama, Kanadi i Meksiku. Zrinka Ljutić zadovoljna plasmanom nakon slalomske utrke u Finskoj, njeni kolege malo manje.
#HerkeseSanat Zaman eriyor, nesneler bükülüyor, formlar değişiyor. Lale Müzesi sanat yönetmeni, halen devam eden Dali ve Matisse sergilerinin yardımcı küratörü Ece Yıldırımlı, Salvador Dali'nin hikayesini anlatıyor. Programda Dali'nin: Çocukluk travmaları ve kimlik arayışı, Sürrealizme uzanan içsel dönüşümü, Freud hayranlığı ve rüyaların dili, Gala ile karmaşık ama yaratıcı ortaklığı, Picasso ile rekabet ve hayranlık dolu ilişkisi, “Belleğin Azmi” gibi ikonlaşmış eserlerinin arka planı gibi pek çok detayını öğreniyoruz. NEDEN HERKESE SANAT? Uzak durduğumuz sanat dallarıyla tanışıyor, o sanat dalının seyircisi olmayı öğreniyoruz. Çünkü anlamak için tanışmak gerekir. Nacide Berber'in hazırladığı program cumartesi 12.30, pazar 18.30'da NTVRadyo'da. Herkese Sanat programı kayıtları, radyoda yayınlandıktan sonra ntvradyo.com.tr adresinde ve podcast platformlarında. #ntvradyo #herkesesanat
Tadas Pranaitis nelengvos emigranto duonos atsikando du sykius - Didžiojoje Britanijoje ir Danijoje. Atrodė, kad svetur žolė žalesnė, o iš dangaus lyja pelningais ir gerais darbais. Realybė pasirodė esanti kitokia: darbo laukimas skaičiuojant paskutinius pinigus ir mintant vien ryžiais, sudėtingos ir nesaugios gyvenimo sąlygos, apgavystės iš tarpininkaujančių lietuvių ir kt. Kantrybė Tadui trūko, kai suprato, kad yra laikomas daiktu, vergu, bet ne darbuotoju. „Aš tave nusipirkau ir dabar tu priklausai man“, - rėžė fermos Danijoje šeimininkas, kai Tadas norėjo aplankyti nelaimės ištiktą šeimą Lietuvoje. Nors patirtys užsienyje Tadą užgrūdino, minčių gyvenimą kurti svetur nebėra. Tadas jaučiasi laimingas gyvendamas Lietuvoje, kur begalė karjeros galimybių.Ved. Lavija Šurnaitė
「DALIのスピーカーシステム「MENUET」がECサイトで値引き販売中。在庫わずかのサイトも」 DALIのブックシェルフ型スピーカーシステム「MENUET」が各種ECサイトにて大幅に値下げされている。
Ela nasceu e cresceu num grande centro urbano, mas foi no campo que encontrou propósito. Ainda menina, descobriu a beleza dos animais, o ritmo da natureza e um fascínio difícil de explicar. Anos depois, aos 22, decidiu trocar a vida em São Paulo pelo coração de Mato Grosso — sem saber que essa escolha daria início a uma jornada transformadora. No começo, tudo era desafio — da distância da cidade à ausência de formação técnica. Ela conhecia o campo do lazer, mas não da lida. Montada no cavalo e com um caderno em punho, foi anotando cada detalhe, aprendendo com os vaqueiros, com os erros, com a terra. Até que veio o baque. Ao presenciar um manejo violento, com técnicas ultrapassadas, Carmen Perez mudou para sempre a forma de ver — e fazer — pecuária. Dali nasceu uma inquietação. E uma busca incansável por um modelo mais respeitoso, ético e inteligente. Aos poucos, ela transformou não apenas os processos da fazenda. Mudou a cultura. Mostrou que vacas mais calmas emprenham mais. Que bezerros tratados com tato crescem mais fortes. Que bem-estar animal não é romantismo — é gestão, produtividade e futuro. De índices de mortalidade que superavam os 14%, levou a Fazenda Orvalho das Flores a resultados impressionantes, sendo reconhecida dentro e fora do Brasil como vitrine de boas práticas. Hoje, carrega uma história que inspira equipes, engaja vaqueiros e aproxima até o mundo da moda do universo agro. Neste episódio, você vai conhecer a trajetória de uma pecuarista que é prova viva de que cuidar dos animais é também um jeito de evoluir como gente.See omnystudio.com/listener for privacy information.
V květnu otevřela kauzu bitcoin, která ukončila kariéru ministra spravedlnosti Pavla Blažka z ODS. Po volbách pak zveřejnila smazané facebookové posty Motoristy Filipa Turka a způsobila pozdvižení. „Dopředu jsem fakt netušila, že se tohle všechno stane,“ říká Zdislava Pokorná.„Jsem vyřízená, vykolejilo mě to,“ říká reportérka a investigativní novinářka Deníku N, která byla hostem posledního dílu podcastu Mediální cirkus. „Člověk přemýšlí a říká si, co udělal špatně, co mohl, nebo nemohl udělat líp. A reflektuje všechnu svoji dosavadní práci. Což já tak většinou mám. A to mě vždycky na nějakou dobu trochu vykolejí.“Zdislava Pokorná, které všichni přezdívají Zdíša, patří mezi zástupce nejmladší generace mezi českými novináři. Ve 28 letech je investigativní reportérkou Deníku N a za sebou má řadu zvučných kauz.Ta poslední se týká zveřejnění smazaných facebookových postů čestného předsedy Motoristů Filipa Turka. Jeho často rasistické nebo pronacistické komentáře vyvolaly velkou bouři na politické scéně. Článek byl totiž zveřejněn krátce poté, kdy Andrej Babiš oznámil, že se dohodl s Motoristy a SPD na rozdělení resortů v příští vládě a Turek se stal aspirantem na post ministra zahraničí.„To, že Filip Turek může být problém, se v politických kruzích říkalo už v létě. A potom, co tohle celé začalo, tak někteří Motoristé říkali, že zpětně věděli od Filipa Turka, že jeho kámen úrazu může být podnikání. Ale nemluvili o příspěvcích na sociálních sítích, protože podle mě netušili, že to je takhle zkompletované. A to byl i důvod, proč jsem dopředu fakt netušila, že se tohle všechno stane. Protože mi přijde, že celou řadu těch věcí mnoho mých kolegů zveřejnilo,“ říká teď Pokorná. „Vůbec jsem nečekala, že se kolem toho strhne taková mela, kdy se bude rozjíždět, že nám to daly tajné služby nebo Andrej Babiš.“ Její článek vyvolal obrovskou vlnu reakcí a také hejtů a výhružných komentářů. Veřejnost i mnozí politici zpochybňovali pravost Turkových postů a poukazovali na to, že pravdu jde jen velmi těžko ověřit.„Těch verzí, jak to celé vzniklo, už bylo tolik, že jsem si říkala, že vůbec nevím, co se z toho může nakonec stát. Proto mi přijde, že bylo fakt dobře, že se novinář Vojtěch Dobeš (který udělal printscreeny údajných Turkových příspěvků, pozn. red.) rozhodl, že veřejně promluví,“ vypráví Zdislava Pokorná.„On sám verzi, kterou jsem říkala, potvrdil. Že jsem se mu ozvala, že mi to fakt nedonesl v deskách, že za to nedostal zaplaceno a že se ke všemu přizná na policii a potvrdí to. Když se tohle zveřejnilo, tak mi trochu spadl kámen ze srdce,“ popisuje dnes novinářka.Filip Turek i přes zveřejněné posty zůstává kandidátem na post ministra spravedlnosti a podle kuloárních informací chce Andrej Babiš odnést jeho jméno na Hrad. A Motoristé pořád trvají na tom, že Turek všechny ze zveřejněných postů nenapsal a chtějí se bránit.„Podle mých informací na nás nakonec trestní oznámení dali. Sepisovala to Renata Vesecká,“ potvrzuje avizovanou právní obranu Motoristů Pokorná. Turek přitom odmítá zejména autorství příspěvků o popálené Natálce ze žhářského útoku ve Vítkově.Jaké kauzy a témata chce u vznikající vlády sledovat? Jaké dvě velké věci by v Česku chtěla dokončit před tím, než zkusí prorazit v zahraničí? A vadí jí, když jí politici veřejně říkají Zdíša?--Mediální cirkus. Podcast Marie Bastlové o dění na mediální scéně. Zajímá ji pohled do redakcí, za kulisy novinářské práce – s předními novináři i mediálními hráči.Sledujte na Seznam Zprávách, poslouchejte na Podcasty.cz a ve všech podcastových aplikacích.Archiv všech dílů najdete tady. Své postřehy, připomínky nebo tipy nám pište prostřednictvím sociálních sítí pod hashtagem #medialnicirkus nebo na e-mail: audio@sz.cz.
Ein Quickie für euer Ohr als Warmup vor dem Spiel gegen die Texans. Hinne, Daniel und Vince versuchen sich kurz zu fassen, ob das gelingt? hört rein! :)
Jetzt noch zum Kingdompreneurship-SUMMIT am 14. und 15. November in Frankenthal anmelden: Gib uns dein Feedback zum Podcast, damit er noch besser wird. Unter allen Teilnehmern verlosen wir 5 unserer Lieblingsbücher rund um das Thema Kingdompreneurship.„Wo die Angst ist, dort ist die Aufgabe. Erfolg ohne inneren Frieden ist sinnlos" Dalibor Ostojic - Mentaltrainer & Coach Willkommen zur 35. Folge des Kingdompreneurship-Podcasts! Es erwartet dich ein inspirierender Deep Dive mit Dali Ostojic, Mentaltrainer und Coach (Dali Ostojic Education and Training e.U.) aus Wien. Seine Geschichte zeigt eindrucksvoll, wie persönliche Krisen, Glaube und Business-Erfolg zusammenhängen – und warum echter Erfolg immer auch inneren Frieden braucht.Dali spricht offen über seine eigenen Ängste, den Wendepunkt mit der Geburt seiner Tochter und einen lebensverändernden Autounfall. Durch diese Erfahrungen hat er gelernt, dass es nicht um das Verdrängen von Gefühlen geht, sondern ums bewusste Zulassen und Durchgehen – besonders bei Angst. Seine Reise führte ihn von der Persönlichkeitsentwicklung zur tiefen Integration des Glaubens: Heute begleitet er Unternehmer, Profisportler und Führungskräfte dabei, emotionale Blockaden zu lösen und ihre wahre Berufung zu entdecken.Sein Ansatz: Akzeptieren statt Kämpfen. Für Dali ist Jesus das beste Vorbild für emotionale Intelligenz – klar, empathisch, dienend. Echte Männlichkeit und Leadership zeigt sich für ihn im Dienen, nicht im Dominieren. Aktuell inspiriert er mit Coaching, Mentoring und seinem Onlinekurs „Vom Zweifler zum Macher“ (für dich gratis mit dem Code: Kingdom). Zentrale Themen der Episode:Wo Angst ist: Deine nächste Aufgabe wartetWarum Erfolg ohne Frieden sinnlos istJesus als Vorbild emotionaler IntelligenzAkzeptanz statt innerer WiderstandDienen als Ausdruck echter MännlichkeitPersönliche Transformation durch GlaubenPraktische Tools für mehr Leichtigkeit im BusinessAuthentizität und Mut im UnternehmertumHat dich diese Folge inspiriert? Dann kommentiere und teile die Episode, und gib uns 5 Sterne ⭐️⭐️⭐️⭐️⭐️, damit noch mehr Menschen inspiriert und ermutigt werden, ihre Unternehmen als Werkzeuge für Gottes Königreich einzusetzen.Gute Unterhaltung wünscht dir deine CKS-CREW
W tym odcinku podsumujemy filmowy miesiąc październik i polecimy Wam, lub nie, kilka produkcji które mieliśmy okazje w tym czasie obejrzeć.Na jakie filmy poszliśmy do kina i jakie smaczki przygotowały dla nas platformy streamingowe?
Pre konsolidáciu zníži rezort kultúry počty pracovných miest, môže sa to týkať približne štyroch stoviek ľudí, uviedol generálny tajomník služobného úradu ministerstva kultúry Lukáš Machala v relácii Ide o pravdu.
Nodeems an der Gemeng Conter d'Zesummenaarbecht tëschent der CSV an der LSAP auserneegebrach ass, huet d'lescht Woch e Mëttwoch déi nei Dräierkoalitioun aus DP, LSAP an déi gréng en Accord ënnerschriwwen. D'DP stellt mam 37 Joer alen Dali Zhu deen neie Buergermeeschter. Wat si seng Ambitiounen a Prioritéite fir säin zukünftegt Mandat?
This week, we catch up with Andrea Casalegno, better known on the internet as I Am Casa. Casa is a watch journalist and content creator who burst onto the scene with his exceptional taste and love of the organic Melting Watch from Exaequo. We chat about why this Dali-esque design is so significant for Casa, why Italians have such a reputation for being tastemakers when it comes to vintage watches, and why watch burnout is a real thing. Dennison Dual Time Capsule Collection (2:57) Ming Polymesh bracelet (4:35) Main Interview (9:41) Iamcasa on Instagram The Exaequo Melting Watch (12:49) Like watches? Join our Discord. How to follow us: Instagram: @ot.podcast Facebook: @OTPODCASTAU Follow hosts: @fkscholz + @andygreenlive on Instagram. Send us an email: otthepodcast@gmail.com If you liked our podcast - please remember to like/share and subscribe.
What if lighting education wasn't just theory—but full-contact? In this episode, Bruce Clark, the “Lighting Sherpa” himself, returns to unveil the Lighting Excellence Dojo—a hands-on, immersive training ground where lighting pros don't just talk the talk… they throw the punch.
ROG Xbox Ally X is out! Absolum! Pokemon! AND MORE! Join the dynamic duo of Dali & Tyler... NOW! Video games! Subscribe and rate us via iTunes Subscribe on: Amazon Podcasts, Spotify, iHeartRadio, Pandora DISCORD LINK Watch us on TWITCH! RSS feed: http://sidequesting.podbean.com/feed Hosts: Dali, J.J., Zach, Taylor, Sam, Tom, Jonny, Tyler With Special Guest: None! SIDEQUESTING PATREON EXECUTIVES: Punkdefied SIDEQUESTING PATREON PRODUCERS: Stefan Swandlund, Zero the Prototype, Exageneus, Jeff Grubb Topics: ROG Xbox Ally is out! The next Xbox will be more powerful than the PS6 Massive POKEMON LEAK just happened! What We're Enjoying: Digimon Story: Time Stranger Absolum (review) Review & Preview products supplied by publishers SnackQuesting: Coffee, water, FUN PETQUESTING: It's a doggo! Music Intro: Zero The Prototype – Powerr Music Outro: N.I.M. – Choice Comments? Questions? Email us at: sidequesting @ gmail.com Image courtesy: Xbox/Asus/SideQuesting (Zero The Prototype)
Send Zorba a message!Dr. Zorba Paster gives an update about his ongoing work providing new computers for children at the Tibetan Children's Villages in Dharamshala, India. He also talks about how acts of gratitude can be good for our health.(Recorded October 14, 2025)Zero TB in Tibetan Kids project (Zorba is an advisor)Support the showProduction, edit, and music by Karl Christenson Send your question to Dr. Zorba (he loves to help!): Phone: 608-492-9292 (call anytime) Email: askdoctorzorba@gmail.com Web: www.doctorzorba.org Stay well!
durée : 00:51:20 - Autant en emporte l'Histoire - par : Stéphanie Duncan - A 16 ans, Salvador Dali, considéré comme un des plus grands artistes du 20ème siècle écrivait "Je serai un génie, le monde m'admirera. Je serai un génie parce que j'en suis certain". A 17 ans ce jeune homme timide et fantasque quitte sa Catalogne natale pour Madrid où il va étudier l'art... - invités : Julie Birmant - Julie Birmant : Scénariste - réalisé par : Audrey RIPOULL Vous aimez ce podcast ? Pour écouter tous les autres épisodes sans limite, rendez-vous sur Radio France.
Send Zorba a message!Dr. Zorba Paster gives an update about his ongoing work providing new computers for children at the Tibetan Children's Villages in Dharamshala, India. He also talks about how acts of gratitude can be good for our health.(Recorded October 14, 2025)Zero TB in Tibetan Kids project (Zorba is an advisor)Support the showProduction, edit, and music by Karl Christenson Send your question to Dr. Zorba (he loves to help!): Phone: 608-492-9292 (call anytime) Email: askdoctorzorba@gmail.com Web: www.doctorzorba.org Stay well!
We stand by 0% of our takes and songs in this episode!Starring:Adal RifaiJohn Patrick CoanErin KeifPlease check out https://rabiesalliance.org/Editing by: Casey ToneyTheme by: Arne ParrottLogo by: Emily Kardamis & Emmaline MorrisWant more? Get Weekly Bonus Eps on Patreon!JPC's Guided Meditations Volume 1, available now at our Patreon digital store!Want merch? Visit our Dashery Store!Want to mail us something? Hey Riddle Riddle 6351 W Montrose Ave #267Chicago, IL, 60634Want to leave us a voicemail? Call (805) RIDDLE-1 or (805-743-3531)Want to advertise on the show? Check out Hey Riddle Riddle via Gumball.fmThis episode is brought to you by BetterHelp. Give online therapy a try at betterhelp.com/RIDDLE and get on your way to being your best self.See Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.
VALUE FOR VALUE Thank you to the Bowl After Bowl 406 Producers: Kevin S, ChadF, harvhat, SircussMedia, marykateultra, Boolysteed Intro/Outro: From the Dust - Stardust PO Box 410154 Kansas City, MO 64141 HyperSpaceOut.com BAB Easter egg in Abs 'na 6-Pack Episode 270 - On a Serious Note FIRST TIME I EVER... Bowlers called in to talk about the First Time They Ever used a computer. Next week, call and tell us about the First Time YOU Ever headed East. CALL/TEXT NOW: (816) 607-3663 TOP THREE 33 Taylor Swift's 'Showgirl' promotional film collects $33 million (Wall Street Journal/ archived) Black Lives Matter suing Soros-backed Tides Foundation over missing $33 million (New York Post) Boston Bruins to retire Zdeno Chara's No. 33 before game on January 15 (WCVB) BEHIND THE CURTAIN The White House sent Congress a notification that President Donald Trump has determined the US is engaged in a formal armed conflict with drug cartels (NYTimes / archive) Federal drug prosecutions fall to lowest level in decades as Trump shifts focus to deportations (Reuters) US basketball player facing execution in Indonesia over $400 worth of gummies (The Guardian) Scientists discover new cannabis compound with 'remarkable antioxidant, skin anti-inflammatory' benefits (Marijuana Moment) Michigan Gov. Gretchen Whitmer has a bill to add a new 24% wholesale tax on pot on her desk (Michigan Advance) Texas Department of State Health Services adopts emergency rules making hemp products 21+ (DSHS.Texas.gov) METAL MOMENT RevCyberTrucker brings us The Dickies ' Killer Clowns From Outerspace Follow his shenanigans @SirRevCybertrucker@noauthority.social ON-CHAIN, OFF-CHAIN, COCAINE, SHITSTAIN Clark Moody Dashboard Bitcoin price hits an all-time high, but here's what really matters (Forbes) Bitcoin hits all-time high as USD on track for worst year since 1973 (CoinTelegraph) Did Bitcoin 'Uptober' just start? Analysts say watch these key signals next (CoinTelegraph) FUCK IT, DUDE. LET'S GO BOWLING! Button King's legacy lives on (The Associated Press) Vermont ski areas employ goats, sheep to clear the slopes (AP) Dungeon discovered under UK market square (FOX) Art world masters fooled as police raid famous gallery after fake Dali found (FOX) Python found at SoCal In-N-Out (FOX) Boy, 8, suspected of stealing car in Georgia (FOX)
Carol Jones has seen the lighting industry from every angle—design, standards, mentorship, and advocacy. In this episode, she reflects on her journey from engineering to lighting leadership, including her pivotal role in advancing DALI.
Hudba není jen koncertní zážitek, ale může být i nástrojem porozumění a útěchy v dobách konfliktu. Takový byl i nedávný koncert České filharmonie ve Lvově. „Lidé reagovali jinak než tam, kde válka není. Nejvíce ocenili Dvořákův Klid nebo árii z Rusalky,“ říká generální ředitel České filharmonie David Mareček. Jak chránit umění před politickými spory? A kde je hranice mezi svobodným uměleckým projevem a požadavkem na veřejné distancování se od politiky?Všechny díly podcastu Jak to vidí... můžete pohodlně poslouchat v mobilní aplikaci mujRozhlas pro Android a iOS nebo na webu mujRozhlas.cz.
Hudba není jen koncertní zážitek, ale může být i nástrojem porozumění a útěchy v dobách konfliktu. Takový byl i nedávný koncert České filharmonie ve Lvově. „Lidé reagovali jinak než tam, kde válka není. Nejvíce ocenili Dvořákův Klid nebo árii z Rusalky,“ říká generální ředitel České filharmonie David Mareček. Jak chránit umění před politickými spory? A kde je hranice mezi svobodným uměleckým projevem a požadavkem na veřejné distancování se od politiky?
ArtHaus Radio_Bo Visits Dali by WCUG
Wandering Works for Us PodcastDate: 27 September 2025Title: UK Trip Part 2: Strathaven, Glasgow, and DunblaneSummary of EpisodeIn this episode, we continue our trip in Scotland. We travel to Strathaven to stay, then to Glasgow, and take an overnight trip to Dunblane.While in Strathaven, we experienced the Balloon Festival, visited local pubs, toured a fully automated farm, and spent time with family and friends. We were also able to head down and see New Lanark, a UNESCO World Heritage site. Glasgow was very cool! We rode the hop-on hop-off bus, the Kelvingrove, and the Pot Still.Dunblane was a charming surprise! We loved visiting the cathedral, the Leighton Library, the Dunblane Museum, and Doune Castle!Key TopicsPart I : Staying in Strathaven, Scotland[02:20]Thanks to Margaret for housing us![03:15] Balloon Festival of Strathhaven[06:30] Nether Lathame Farm – a fully automated farm[11:35] Party for Liz[13:15] Strathaven Balloon Festival glow-up[14:50] Great pubs: Weavers, The Strathaven, and the Drumclog Inn[17:10] New Lanark UNESCO World Heritage Site [21:45] Part II: Glasgow[22:30] Hop on Hop off bus[24:00] Kelvingrove Museum–Mackintosh exhibit and the Dali painting[26:00] Willow Tea Room[28:00] The Pot Still[31:00] Part II: Dunblane[32:15] Dunblane is known for…[34:00] Cromlix Hotel[35:00] Dumblane Cathedral–Drummond Sisters[37:20] Leighton Library[41:30] Dunblane Museum[42:30] The Tappit Hen[43:00] Doune Castle[47:00] Bridge of Allen[50:20] What's up next? Important Links To follow all of our antics and adventures, please visit our social media pages and our website at wwforus.com! You can send us a message at any of these places, and feel free to email us at wandering@wwforus.comLike what we are doing? Buy us a gin and tonic and help us keep going!InstagramFacebookTiktokYouTubeLooking for a tour guide in Portugal? I have a whole list!Blog posts for this episode: Glasgow, Strathaven, and Dunblane (all different posts).Thanks to Everyone who has been so supportive!Special thanks to all of you who have listened, subscribed, followed us on social media and just took the time to say hello and tell us how much you enjoy our podcast and blog. YOU GUYS ARE THE BEST!!Support this podcast at — https://redcircle.com/wandering-works-for-us/donations
【欢迎订阅】每天早上5:30,准时更新。【阅读原文】标题:The “Dalifornication” grips ChinaWind, flowers, snow, moon. These are the four elements of Dali, according to a local expression — and the name of its beer brand.Some delineate it geographically: the southern pass into the valley is notoriously windy;the northern end is celebrated for its flowery fields;the mountains to the west are snow-capped;and moonlight reflects off the lake to their east.正文:Few destinations in China are as laid-back as Dali, a south-western backpackers' haven nicknamed Dalifornia. Frazzled types retreat to its lakeside old town for the summer. They often hang around for months on a shoestring. By several accounts from restaurateurs, hoteliers and travel operators, the city's tourist areas appeared busier this summer than ever before. One local merchant grumbles that too many visitors come only to bai piao, or freeload.知识点:laid-back adj. /ˌleɪd ˈbæk/calm and relaxed; not worried about things 从容的,悠闲的· She's always so laid-back about her exams. 她对考试总是很放松。· I like the laid-back atmosphere of the countryside. 我喜欢乡村那种悠闲的氛围。获取外刊的完整原文以及精讲笔记,请关注微信公众号「早安英文」,回复“外刊”即可。更多有意思的英语干货等着你!【节目介绍】《早安英文-每日外刊精读》,带你精读最新外刊,了解国际最热事件:分析语法结构,拆解长难句,最接地气的翻译,还有重点词汇讲解。所有选题均来自于《经济学人》《纽约时报》《华尔街日报》《华盛顿邮报》《大西洋月刊》《科学杂志》《国家地理》等国际一线外刊。【适合谁听】1、关注时事热点新闻,想要学习最新最潮流英文表达的英文学习者2、任何想通过地道英文提高听、说、读、写能力的英文学习者3、想快速掌握表达,有出国学习和旅游计划的英语爱好者4、参加各类英语考试的应试者(如大学英语四六级、托福雅思、考研等)【你将获得】1、超过1000篇外刊精读课程,拓展丰富语言表达和文化背景2、逐词、逐句精确讲解,系统掌握英语词汇、听力、阅读和语法3、每期内附学习笔记,包含全文注释、长难句解析、疑难语法点等,帮助扫除阅读障碍。
In this conversation, Marcus Du Sautoy explores the intricate relationship between mathematics and various forms of art, including music, literature, and visual arts. He discusses how mathematical concepts such as prime numbers, symmetry, and randomness influence creative processes and artistic expressions. Through examples from renowned artists like Shakespeare and Dali, Du Sautoy illustrates how mathematics serves as a blueprint for understanding and creating art, while also emphasizing the emotional and aesthetic dimensions of both fields.Takeaways Mathematics and art are deeply interconnected. The circle is fundamental to both mathematics and nature. Prime numbers are essential building blocks in mathematics. Music often employs mathematical structures for creativity. Shakespeare used prime numbers to disrupt rhythm. Symmetry plays a crucial role in both art and mathematics. Dali's work reflects his fascination with scientific ideas. Theatre allows for abstract exploration of mathematical concepts. Ambiguity is embraced in art but avoided in mathematics. Randomness can lead to unexpected creative outcomes.Chapters 00:00 Blueprints of Mathematics and Art 02:35 Defining Creativity and Its Interplay 04:24 Mathematicians as Collaborators with Artists 07:17 The Fractal Nature of Jackson Pollock's Art 12:54 The Significance of Circles in Mathematics 16:31 Exploring the Mystery of Prime Numbers 19:52 The Role of Primes in Music Composition 28:01 Mathematics and the Structure of Music 29:00 The Mathematical Foundations of Music 31:50 Art and Mathematics: Dali's Exploration 38:56 Theatrical Structures and Mathematical Concepts 43:46 The Distinct Narratives of Numbers and Art 48:07 Symmetry and Randomness: Blueprints of Creativity 58:49 Exploring Creativity Through MathematicsFollow Professor du Sautoy on Twitter, BlueSky, and find his new book here.Subscribe to Breaking Math wherever you get your podcasts.Follow Breaking Math on Twitter, Instagram, LinkedIn, Website, YouTube, TikTokFollow Autumn on Twitter, BlueSky, and InstagramBecome a guest hereemail: breakingmathpodcast@gmail.com
On the latest edition of Futbol W, Alex Morgan joins the show ahead of her jersey retirement to discuss her career and impact away from the pitch. Then, Delphine Cascarino and Kenza Dali join to break down San Diego's NWSL Championship chances this season and how Dali has taken up mentoring the young players on the Wave. Plus, Kimmi Ascanio & Trinity Armstrong join & Jeff Kassouf looks ahead to Alex Morgan's jersey retirement on Sunday. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
On the latest edition of Futbol W, Alex Morgan joins the show ahead of her jersey retirement to discuss her career and impact away from the pitch. Then, Delphine Cascarino and Kenza Dali join to break down San Diego's NWSL Championship chances this season and how Dali has taken up mentoring the young players on the Wave. Plus, Kimmi Ascanio & Trinity Armstrong join & Jeff Kassouf looks ahead to Alex Morgan's jersey retirement on Sunday. Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
In Visions of the Divine (Sophia Institute Press), Catholic evangelist, author, and a top Wall Street executive STEPHEN F. AUTH, reunites the art of the Eucharist with the Eucharistic liturgy itself. Much splendid art adorns and magnificently beautifies Churches throughout the globe, a phenomenathat came under great stress during the Reformation, and especially under JOHN CALVIN. "Calvin, especially, was very much opposed to [Church art]," explains AUTH, in this interview with JOHN AIDAN BYRNE. To order Visions of theDivine: https://www.sojolk8trk.com/99LK8N/29X...Other Books by STEVE AUTH: Pilgrimage to the Museum: https://www.sojolk8trk.com/99LK8N/PHW...Missionary of Wall Street: https://www.sojolk8trk.com/99LK8N/51G...Indeed, much of this early Church art was separated from the context of the Mass for which it was created many centuries ago and is relegated now to museums sprinkled around the world. Along with his co-authors Evelyn Auth andMsgr. Roger Landry, Steve leads the reader on a worldwide pilgrimage to some of the most spectacular and moving artistic masterpieces created over the millennia to help clergy and laity alike penetrate more deeply into the Eucharistic mystery. Journeying to museums and churches in nearly twenty cities across the United States and Europe, the authors will guide you through the liturgy of the Mass in ways you may never have experienced. Whether you attend church out of obligation, for the sense of community you find there, or for the Eucharistic presence itself, Visions of the Divine will help you make these experiences richer, more vibrant, and more fulfilling. And if you've never attended a Roman Catholic Mass and are curious about what happens there, Visions will give you an experience guaranteed to leave you thirsting for more. Narrated in the author's simple, emotive style, Visions of the Divine presents you with dozens of colorful images of thought-provoking art that will immerse you in each element of the Mass at a deeper and more profound level, including: How the simple act of making the Sign of the Cross, which the average Catholic does eight times during the liturgy, can make you cry Quieting your mind to listen more actively to the Word of God and to imagine yourself in the moment as the Word is proclaimed and the author guides you through some of the Scriptures' most iconic messages Imagining the Apostles' Creed as it was carved and painted into one of Europe's most colorful Catholic churches. Meditating on a lasting image of eternity while the collection basket is passed — a practice that will forever change how you think about this relatively prosaic element of the liturgy Reliving the sacrifice and triumph of Christ on Calvary during the Eucharistic prayers through some of the greatest artistic masterpieces ever created. Following the path of biblical figures, such as Mary Magdalene, the prodigal son, and St. Paul himself, to freely receive Christ's healing mercy, forgiveness, peace, and love at Mass Experiencing the sacrament of Holy Communion for what it truly is — communion with God Himself. How to re-enter the world following the Mass with visual images in your head that will make you a more effective evangelist From Rembrandt, El Greco, and Van Gogh to Michelangelo, da Vinci, and Raphael; from Velaquez, Picasso, and Dali to lesser-known greats, such as Pontormo, Masaccio and Drolling, the array of breathtaking art in Visions of the Divine will enlighten your path to communion with God. You will witness our Father's love for you and be encouraged to let yourself be loved by Him within the Eucharistic mystery.
Para saber demais informações e participar do clube de conversação depois do expediente, siga o link: https://portuguesewitheli.com/cah If you’d like to help our podcast, consider leaving us a review (Apple and Spotify). Or, alternatively, you can also make a small donation that will be used to cover costs and buy more books for me to research for the podcast
Décoration, design, création, savoir-faire, ces mots vous parlent ? Alors vous êtes au bon endroit ! Elle fait partie des personnalités qui comptent en cette rentrée puisqu'elle a été nommée directrice artistique de Maison&Objet pour cette session de septembre : bienvenue à Amélie Pichard dans DECODEUR !Et plus précisément dans STYLé, l'émission dans laquelle une personnalité qui n'est pas forcément du monde de la déco, nous parle de ses goûts et de son intérieur. Ensemble on se balade pièce par pièce pour parler de sa déco... et de sa vie...Comment vous présentez Amélie Pichard dont l'univers s'étend bien au-delà de la mode et de sa marque lancée en 2011 ? Entre sacs iconiques (vous savez celui avec le petit crocodile), exploration de nouvelles matières (elle est la 1ère en maroquinerie à proposer du cuir vegan), la créatrice est devenue "chercheuse" dit-elle, chercheuse d'idées, de concepts, elle est donc désormais consultante, curatrice et à Maison&Objet depuis ce jeudi ! Son univers est engagé, audacieux, authentique, décalé, en tout cas unique, c'est pourquoi je suis très curieuse d'en savoir plus sur elle et son intérieur...Avec Amélie on parle deson lit dans lequel elle travailleles idées qu'on projette sur nous quand on est petit(e)sPamela Anderson avec qui elle a collaboré la définition du cuir vegan l'évolution du monde de l'entreprise l'importance du mauvais goût Habitat vintage qu'elle adorait son bureau minimaliste la chambre de sa fille avec grand litles messages qu'elle veut faire passe à Maison&Objet son envie secrète d'ouvrir un hôtel l'idée déco qu'elle a piqué à Dali pour sa salle de bainsses snobismes et bien plus encore vous pensez bien !Si ce podcast vous plait n'hésitez pas
Hacer click aquí para enviar sus comentarios a este cuento.Juan David Betancur Fernandezelnarradororal@gmail.comHabía una vez hombre llamado Elias que siempre habia vivido de acuerdo a lo que la vida esperaba de el. Pero el no sabía si había vivido de acuerdo a lo que el había esperado de la vida. Y ahora Elias estaba muriendo. Realmente Elias agradecia de que sus momentos finales no fueran dramáticos, que simplemente se fuera apagando lentamente como quien apaga lentamente una lámpara al final de una larga noche. Había vivido mucho, amado bien, y claramente había cometido suficientes errores como para llenar horas y horas de confesionario en la iglesia a la que solía asistir. Ahora, en su lecho de muerte, no pensaba en arrepentimientos ya que era tarde, pensaba más bien en los destinos que tendría.Frente a él en aquellos momentos finales , dos puertas flotaban en el aire. Una estaba hecha de nubes suaves con un marco dorado y de ella salia una briza que olía a jazmín. Sobre la puerta un letrero que decía Cielo: Clima perfecto, silencio eterno. La otra, de hierro forjado, tenía llamas que bailaban como si tuvieran vida propia y desde la cual salia un olorcillo como a azufre. Sobre ella en letra más o menos burdas un letrero con la siguiente inscripción : Infierno: Clima complicado, risas garantizadas.Elías que había sido católico desde niño frunció el ceño y costernado ijo . “¿Y si quiero un poco de ambos?”, En ese preciso momento Apareció entonces un ser vistiendo una túnica gris que por su apariencia no era ángel ni tampoco un demonio era indescifrable. Se prenento a Elias con mucha cortesia y le dijo. Mi nombre es hiatus y estoy aquí para ayudarte a tomar la decisión de cual umbral quieres cruzar. Tenemos muchos indecisos siempre. Dime porque tienes esa cara de no saber hacia donde coger.Elias dijo —El cielo tiene buen clima, pero creo que todos allá quieren ser virtuosos permanentemente lo que creo que los hace un poco serios y poco dado a divertirse. Y yo creo haber tenido suficiente de tratar de ser como otros en la vida de la que vengo. Esta bien… dijo hiatus. Te entiendo pero debes decidir lo antes posible. Por su parte El infierno… bueno, he oído que los poetas, los músicos malditos, los humoristas y y los filósofos que preguntaban demasiado están todos allí ya que poco se preocuparon por que esperaban los otros de ellosHiatus sonrió mientras una expresión de impaciencia crecía en el. —Bueno ¿Y qué buscas tú, Elías?—La verdad yo quisiera tener una buena conversación por toda la eternidad. Ahh Y café. Si hay café en alguno de los dos, me inclino por ese.Hiatus sorprendido por la respuesta tomo a Elias de la mano y lo condujo a un lugar que no aparecía en los mapas celestiales ni en los registros infernales: Allí sobre una pequeña puerta de madera oscura estaba un aviso que decía .La Cafetería del Umbral. Allí, entre mesas y tazas, se reunían los que aún no habían decidido aún el camino. En una esquina, Dante discutía con Nietzsche sobre el sentido del castigo. En otra, Dali y Picaso pintaban retratos de almas que aún no sabían quiénes eran y ciertamente las imágenes hacían honor a su fama de pintores y del alma de los retratados.Elías pidió un café oscuro, sin azúcar. Lo bebió lentamente, mientras observaba que a su alrededor estaban todos contando sus historias particulares. Aquellos que habían amado demasiado, los que habían odiado con intensidad pero se arrepentían de haberlo hecho, los que habían vivido con curiosidad y que ahora se dedicaban a contar cuentos a los que los querían oír. En fin había mucha gente que no se decidían. Al final, cuando hiatus volvió a preguntarle , Elías respondió:—No quiero elegir. Quiero quedarme
Send us a textBuckle up, podcast pals! This week on The Fresh Bunch, Dali and Mimi are in their floral Thelma and Louise era. Join us for a high-speed (well, maybe just a very scenic) quickly recapping their adventures, from hitting up wholesalers to reuniting with old floral friends. Inviting guest and covering everything from the bittersweet end of summer to the surprisingly early arrival of Christmas cheer. We also dig into Dali's floral industry roots and get a full breakdown of the all-important road trip snack situation. The boys Mike, Ryan, and Joel—will be back next week to bring some much-needed order to the chaos.
Allez!
Released 2025.06.07 Guest Andrew Middleton, Director of the Archdiocese of Baltimore's Apostleship of the Sea, discusses ministry to the crew of the container ship Dali, which crashed into the Francis Scott Key Bridge causing its collapse and the death of six construction workers. Learn more about the Apostleship of the Sea ministry at https://www.aos-usa.org/.
K čemu dospěl senátní bezpečnostní výbor ohledně bitcoinové kauzy? „15. srpna kauza nabyla nových rozměrů. Byla to spíše debata o tom, co nám paní doktorka Bradáčová může říct, osvětlila nám a postavila se za rozhodnutí soudu a státních zástupců, kteří rozhodovali o vydání počítače a dalších věcí. Z jejího pohledu je to v pořádku,“ říká Tomáš Jirsa (ODS), senátor a starosta Hluboké nad Vltavou a předseda oblastního sdružení ODS v Českých Budějovicích.
Písal sa 1. november 1755, bola sobota, sviatok všetkých svätých. V portugalskom Lisabone sa veriaci práve zišli v kostoloch, aby si pripomenuli zosnulých, keď sa náhle zatriasla zem. Počas niekoľkých minút sa zrútila väčšina mesta, ktoré sa v tom čase radilo medzi najľudnatejšie a najbohatšie metropoly Európy. Hneď na to sa v Lisabone rozšíril požiar. Vystrašení ľudia z poškodených budov inštinktívne utekali k najbližšiemu voľnému priestranstvu, na pláž, pritom si mohli povšimnúť neobyčajný úkaz. More výrazne ustúpilo, aj o niekoľko sto metrov. Počiatočnú úľavu vystriedala po chvíli druhá a ešte väčšia hrôza. Zo západu sa na mesto valila obrovská viac než 10 metrová vlna cunami. To, čo nezničilo zemetrasenie, v nasledujúcich sekundách zmietol mohutný príval oceánu. Lisabonská katastrofa otriasla celou vtedajšou Európou. Teológovia a učenci sa pýtali, ako je vôbec možné vysvetliť nešťastie takého nepredstaviteľného rozsahu. Je to Boží trest, alebo je potrebné hľadať iný a racionálnejší výklad tejto udalosti? Aj táto katastrofa tak naštartovala hlbšie úvahy a stála na počiatku trvalejšieho vedeckého záujmu o neprebádané útroby Zeme. Jedným z výsledkov tohto záujmu je seizmológia – nová vedecká disciplína, ktorá výrazným spôsobom prispela k všeobecnému prírodovednému poznaniu a rozvoju ľudstva. Čo sa presne stalo v Lisabone pred takmer 270 rokmi? Ako si ľudia podobné udalosti v minulosti vysvetľovali a kedy sa podarilo učencom objasniť skutočné príčiny zemetrasení? A ako toto poznanie prispelo k nášmu materiálnemu, technologickému, ale k spoločenskému rozvoju? Jaro Valent z časopisu Historická revue a rozprával s prof. Petrom Moczom, vedúcim oddelenia fyziky Zeme na Fakulte matematiky, fyziky a informatiky na Univerzite Komenského v Bratislave a s Evou Rutšekovou, študentkou histórie na Filozofickej fakulte UK v Bratislave. – Ak máte pre nás spätnú väzbu, odkaz alebo nápad, napíšte nám na jaroslav.valent@petitpress.sk – Všetky podcasty denníka SME nájdete na sme.sk/podcasty – Odoberajte aj denný newsletter SME.sk s najdôležitejšími správami na sme.sk/suhrnsme – Ďakujeme, že počúvate podcast Dejiny.See omnystudio.com/listener for privacy information.
This week on Sinica: On my final two days in Shaxi in Yunnan, Chris Thomas and Stephanie Li, the hosts of the marvelous YouTube channel Chinese Cooking Demystified, joined me for some cooking and lots of chatting about food! We recorded this show together and focus our conversation on their heroic attempt at a taxonomy of different Chinese cuisines. We don't talk about all 63 that they identify, but we do get into their04:31 - Flavors of Yunnan 08:44 - On balancing between the “exotic” and “normal” China 11:53 - The origin story behind “Chinese Cooking Demystified”14:56 - The Breath of the Wok (Wok Hei, 鑊氣 / huo6 hei3)21:05 - A Comprehensive Taxonomy on Chinese Cuisine 32:25 - Correlations between dialects and cuisine 37:15 - Efforts behind the work39:09 - Promoting local specialties44:23 - Chinese identity and food trends52:30 - "Minority" cuisine in Yunnan01:00:52 - Yunnan cuisine and the Chinese hipster generation01:05:52 - Dali dish recommendationsRecommendations: Chris & Steph: Shunde Lao Baby, Pin Nuo, Lao DongbeiKaiser: Taking time off to do something you love!See Privacy Policy at https://art19.com/privacy and California Privacy Notice at https://art19.com/privacy#do-not-sell-my-info.
Dave Kloc is a prolific artist who designs posters for a wide variety of artists, but when PRIMUS comes calling, he ups his game. Enjoy a peek behind his creative process and unique approach to making these lasting images. This episode is best experienced on video at patreon.com/primustracksFind Dave at www.davekloc.com and @davekloc on the socials. Get involvedInstagramFacebookEmailBurn your money