Podcast e programa de rádio sobre ciência, tecnologia e cultura produzido pelo Labjor-Unicamp em parceria com a Rádio Unicamp. Nosso conteúdo é jornalístico e de divulgação científica, com episódios quinzenais que alternam entre dois formatos: programa temático e giro de notícias.
FERNANDA: ITABIRA Cada um de nós tem seu pedaço no pico do Cauê. Na cidade toda de ferro as ferraduras batem como sinos. Os meninos seguem para a escola. Os homens olham para o chão. Os ingleses compram a mina. Só, na porta da venda, Tutu Caramujo cisma na derrota incomparável. YAMA: Introdução - Em busca do Cauê YAMA: É difícil encontrar o pico do cauê. Não a montanha, que sabemos, não existe mais. É que o local onde um dia houve um pico é difícil de encontrar. Subimos mirantes para ver se, do alto, dava pra ver o buraco. Sem sucesso, eu e Lucas rodamos de carro por um tempo considerável em companhia do google maps e de dois pares de olhos atentos. Subindo uma estrada estreita de duas pistas há vários sinais de que estamos dentro da Vale, mas nada de Cauê. Vejo os barrancos ferrosos se misturarem aos eucaliptos tão mais frequentes quanto mais alto subimos. Caminhões e máquinas pesadas. Lama, muita lama. Placas de segurança e placas urbanas. As placas colocadas pela Vale se abundam. A mais repetida não deixa dúvidas: propriedade privada da VALE SA, não ultrapassar. Invasão é crime! Outras, beiram ao cinismo, como a que vimos num pequeno morro com cinzas de queimadas: evite queimadas, preserve a natureza, sugere a placa da Vale. Não muito distante dali o GPS informa: você chegou ao seu destino. Mas onde chegamos exatamente? À direita do carro, vejo lama, vejo florestas falsas e tristes. Trabalhadores da Vale, ou melhor, de suas terceirizadas, curiosos com a nossa presença. Estamos na cidade, em rua pública, mas a sensação é de que invadimos a mina. Distraído com tanta informação à direita, Lucas me chama a atenção. À nossa esquerda, ali está, milimetricamente escondido entre morros sobreviventes. A paisagem que dá nome ao lugar. O maior buraco do mundo. As palavras se perdem. Já sabemos do que se trata, mas o queixo cai mesmo assim. É como visitar a lápide do pico, mas com o sentimento contraditório e incômodo de que é a nossa própria lápide também. Senti como nunca antes o significado de que cada de um nós tem seu pedaço no pico do cauê. Se as barragens chocam pela presença interminável da lama, o maior buraco do mundo dilacera por uma ausência incalculável. Um buraco aberto que exibe as entranhas da terra e nos mostra a grandiosidade de quase 100 anos de extrativismo desavergonhado. Eu sou Yama Chiodi, jornalista do GEICT e esse é o segundo episódio da série Cidade de Ferro. Nesse episódio, tento recuperar de modo muito breve como as histórias de Itabira e da mineração de minério de ferro se entrelaçaram. E como seu cidadão mais ilustre, Carlos Drummond de Andrade, se tornou persona non grata por ser ferrenho crítico do que a mineração fez com sua cidade natal. Sigo esse episódio com Lucas Nasser, pesquisador e advogado itabirano, autor do livro "Entre a Mina e a Vila: violações de direitos em Itabira". YAMA: Na obra de Drummond há duas Itabiras… ou a transformação de uma Itabira em outra. E o pico do cauê é a alegoria perfeita para essa transformação. Não por acaso, o poeta o classifica como "Nossa primeira visão do mundo" na crônica Vila da Utopia - a mesma que nos dá a expressão "destino mineral". Se a montanha era o mundo, sua pulverização catapulta a história poética da cidade a uma história de fim de mundo. De montanha a buraco. E se a montanha muda, a cidade muda. Se a montanha muda, a poesia muda. Fica na memória uma cidadezinha pacata na qual se podia ver o Cauê imponente da janela de casa. E a memória se choca com a realidade. O século XX é para Itabira o momento histórico em que a cidade e a mineração se confundem, por força da violência e do extrativismo. Esse fenômeno foi aprofundado pela criação da Companhia Vale do Rio Doce. Depois de ser o centro minerário dos Aliados na segunda guerra mundial, Itabira se misturou cada vez mais a Vale. Quando chegou a privatização, não foi só a Vale que foi privatizada. A impressão que dá é que, sendo uma com a empresa,
Você sabe o que é Economia Solidária, e quais os princípios desse modelo de produção, consumo e distribuição de riqueza mais justo? Neste episódio você vai conhecer dois projetos que são dois bons exemplos para entender o modelo.
The Fish Mind é um programa desse podcast com foco na capacidade que esses animais têm de sentir dor e experimentar outros estados emocionais. Vamos ouvir também sobre suas habilidades cognitivas nos episódios desse programa.
Alerta de gatilho: Este episódio da série “Adolescência” trata de temas difíceis, como depressão, ansiedade, impulsividade e sentimentos ligados às relações familiares, entre eles conflitos entre pais e filhos e também como lidar com essas questões. Ao falar destes temas, a nossa expectativa é trazer ideias de como você pode superá-los. Mas, se você estiver passando por problemas emocionais, avalie se deve ouvir este conteúdo. talvez seja preciso fazer isso na companhia de uma pessoa próxima, e se você for menor de idade, é importante que um adulto responsável por você esteja junto. Além disso, é importante lembrar que você pode buscar apoio emocional no centro de valorização da vida pelo telefone 188. Os voluntários do CVV vão te ouvir de forma totalmente sigilosa e anônima. ______________________________________ No segundo episódio da série “Adolescência: como as descobertas científicas podem ajudar a quebrar preconceitos sobre essa época da vida”, Cristiane Paião (@cristiane.paiao) e Mayra Trinca conversam sobre os sentimentos da fase e sobre como a atuação de professores e educadores pode ser fundamental para ajudar a identificar padrões em alunos que precisam de apoio psicológico. Você vai conhecer o projeto de quadrinhos #turmadaJovenilda, que está sendo desenvolvido pelo projeto Adole-sendo da Unifesp em parceria com uma escola pública da zona leste de São Paulo, a EMEF Joaquim Osório Duque Estrada. São situações do dia a dia mas, com uma pitada de Ciência e Psicologia… uma mistura que dá super certo, hein!? De uma forma leve e divertida, Cristiane e Mayra trazem trechos de uma roda de conversa gravada com os estudantes que criaram os personagens, dentro do projeto “Imprensa Jovem”, da Prefeitura de São Paulo. Nesta conversa, guiada pela Cristiane e pelo professor Marcos Moreira, que coordena o projeto na escola, os adolescentes contam como se sentem em relação à tudo: à família, às mudanças do corpo e, principalmente, aos impactos trazidos pela pandemia da Covid-19, já que estavam em casa na maior parte deste tempo, tentando estudar, mas longe dos amigos e de tudo o que a escola pode significar. ____________________________________________ Cristiane Paião: Olá, eu sou a Cristiane Paião, e começa agora mais um episódio do Oxigênio, o podcast de jornalismo de ciência e cultura do Labjor, o Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp. Este é o segundo episódio – de uma série de três – em que a gente vai mergulhar em um período lindo das nossas vidas – a adolescência. Você pode ouvir a primeira parte dessa conversa no episódio #162, que está disponível no Spotify. E quem me acompanha agora, é a Mayra Trinca que, assim como eu, também é professora... e adora falar sobre tudo isso que envolve a sala de aula . Vai ser um bate papo bastante interessante hein... tá animada Mayra ? Mayra Trinca: Estou sim Cris. Oi pessoas!! Eu sou professora há três anos e dou aulas de biologia num colégio particular aqui da minha cidade. Quando você me disse que a gente ia ter um episódio assim, para falar de psicologia, das descobertas científicas nessa área, e sobre os impactos da pandemia eu já fiquei super empolgada, porque adoro discutir sobre adolescência. Cristiane: Ahh… que legal… bom, eu espero que todo mundo goste, que todo mundo consiga refletir também, a partir desses conteúdos que a gente tá trazendo. Porque essa é uma das nossas intenções também. Os cientistas fazem a parte deles lá nos laboratórios… pesquisam, coletam dados, analisam, e nós, aqui no podcast oxigênio, a gente tenta trazer para você, ouvinte, essas reflexões... Então, é isso… vamos começar? Mayra... eu escolhi aqui, alguns trechos para mostrar pra vocês, muito legais de um bate papo que eu tive com alguns estudantes que participam do projeto “Imprensa Jovem” da Prefeitura de São Paulo. E que eu tive a grande oportunidade de participar de algumas reuniões durante o projeto Adole-ser, da Unifesp. Eu tive uma bolsa,
Neste primeiro episódio da série Cidade de Ferro - histórias de poesia e mineração - Um doloroso quadro na parede, Yama Chiodi narra sua chegada à cidade de Itabira e reflete sobre como a paisagem profundamente marcada pela mineração se mistura com a história e obra do poeta Carlos Drummond de Andrade.
Seguimos falando sobre o processo de recuperação de museus e acervos que pegaram fogo no Brasil. Quais são as etapas até a reabertura? Quem participa desse processo? Ouça como está sendo o trabalho no laboratório da Unesp em Rio Claro, o Museu Nacional do Rio de Janeiro e o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo.
Neste último episódio do romance radiofônico Meu divã interior, Fabiano tenta esclarecer uma questão que ronda sua mente: a primeira é como ter o controle sem recorrer a uma fuga da realidade? E pensa que da necessidade de se libertar, há de se encontrar um equilíbrio.
Neste oitavo episódio, a insônia continua e a última esperança de Fabiano está na psiquiatria. Será que finalmente essa nova profissional poderá resolver o seu problema? Ou talvez o remédio que ele precise seja outro, ou alguém….
Incêndios como os que ocorreram no Laboratório de Biociências da Unesp de Rio Claro, no Museu Nacional e no Museu da Língua Portuguesa causam a perda de material valioso de pesquisa e de espaços de trabalho e convivência; e como é o processo de reconstituição dos lugares e dos acervos?
Neste sétimo episódio de Meu Divã Interior, Fabiano divaga sobre sonhos que teve e tem tido com Alice, além de conversar sobre antigos desejos que permearam por sua vida, entre lembranças com sua ex-namorada e a relação com seu irmão. Meu divã interior é um romance radiofônico realizado por alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp, ingressantes do ano de 2020. Trata-se de um projeto de extensão PROEC (Pró-reitoria de Extensão e Cultura). ___________________________________________________________________________ Roteiro Personagens: Fabiano Alice Ex namorada Irmão de Fabiano Alice: Então, Fabiano, você conseguiu se lembrar de seus sonhos e anotar o que sonhou? Pensamentos de Fabiano: indagou Alice. Fabiano: Sim Pensamentos de Fabiano: Respondi, abrindo um caderno. Fabiano: Acho que alguns sonhos são estimulados por coisas que eu vi ou que aconteceram um pouco antes. Uma noite, sonhei com uma prima do meu pai. Nós estávamos, ao que parece, em um ponto de ônibus cheio de gente. Comentei que a diferença de idade entre ela e o meu irmão não era muito grande e que eu não tinha percebido isso quando era criança. Ela falou que eu era o bebê de todo mundo da família. Ela fez um sinal para um carro que passava. O motorista parou e entregou uma almofada pra ela. Geralmente, meus sonhos são curtos. Ou pelo menos o que eu lembro é pouca coisa. Alice: Esse sonho foi estimulado por alguma coisa que aconteceu antes? Fabiano: Sim. Essa prima do meu pai postou sua contagem regressiva pro aniversário que estava chegando. Por isso eu pensei nessa coisa da diferença de idade entre ela e o meu irmão. Quando a gente é adulto, alguns anos de diferença entre uma pessoa e outra parece muito pouco, mas do ponto de vista de uma criança, qualquer ano a mais é muito tempo. Alice: Verdade. Os outros elementos do sonho, o lugar, a entrega da almofada, têm algum significado pra você? Fabiano: Eu não identifico o lugar do sonho como um lugar conhecido. Essa prima nem é do tipo que anda de ônibus. O final, com a almofada, pra mim, é só maluquice de sonho, mesmo. Alice: Você costuma sonhar com pessoas da sua família mesmo que não haja um estímulo anterior, como aconteceu nesse caso? Fabiano: Sim Pensamentos de Fabiano: Respondi, consultando minhas anotações novamente. Fabiano: Outro dia, sonhei com outra prima minha. Eu estava fritando ovo. Vi que ela pegou a frigideira e falei pra ela tomar cuidado com o óleo quente. Respingou um pouco na blusa dela. Não me lembro muito bem desse sonho, mas acho que ela estava usando uma calça social, estilo masculino. Passei um papel toalha onde tinha caído óleo. Depois, acho que ela foi ao banheiro para se trocar. Alice: Você achou pouco usual sua prima aparecer no sonho usando calça social masculina? Fabiano: Como é um detalhe que cheguei a lembrar, devo ter achado. Pode ser que já tenha visto ela vestida assim, mas não é o estilo dela. Alice: A curiosidade descuidada dela te diz alguma coisa? Fabiano: Doideira de sonho, Alice. Alice: E o seu gesto de limpar o óleo que respingou nela? Fabiano: Você acha que é um desejo contido de tocar na minha prima? Alice: Eu queria saber o que você acha, Fabiano. Fabiano: Não me lembro de ter sentido um prazer especial em limpar a blusa dela com um papel toalha. E também não me lembro de ter deixado minha prima embaraçada. Pareceu uma coisa bem natural, espontânea. Alice: E depois de acordar, pensando no sonho? Fabiano: (ainda irritado) Não sei. Achei legal ter sonhado com ela. Eu gosto muito dessa prima. Pensamentos de Fabiano: Talvez Alice tenha percebido que não conseguiria arrancar de mim muito mais sobre esse sonho. E indagou: Alice: O que mais você anotou aí, Fabiano? Fabiano: Algumas noites atrás, eu sonhei com a minha primeira namorada, que na época em que namorei, era a melhor amiga daquela que viria a ser a mi...
Neste episódio falamos sobre camisetas com temática de ciência, um estilo que vem ganhando força com mais oferta de produtos e porque as pessoas estão cada vez mais preocupadas em expor sua admiração pela divulgação científica. Que tal vestir essa ideia?
neste sexto episódio o protagonista Fabiano parece preferir a yoga à psicanálise, mas é por um bom motivo. Uma grande paixão surge, dessa vez essa é a pessoa certa! Se até o tarot confirmou, não tem como dar errado.
Neste episódio, Fabiano reflete sobre religião, crença e espiritualidade. Além de indagar à Alice acerca da necessidade de as pessoas criarem fantasias, perpassando pela futilidade das redes sociais e ancestralidade até a sua infância.
Antropoceno é uma palavra que se tornou mais popular nos últimos anos, já que as ações humanas são centrais para determinar as mudanças climáticas desta era que vivemos. O tema é tratado pelas diversas ciências, em colaboração ou não, como vemos no episódio
Fabiano se interessa por uma de suas alunas de pós-graduação, tudo parece correr bem até não correr mais. São muitas diferenças, era evidente que não daria certo. E além disso, sempre aparece um ex pra atrapalhar… Mas ele não desiste e continua a sua busca por um amor.
Você sabe que é paleoceanografia? Pesquisadores da USP e da UFRGS explicam o que é, e como os estudos na área têm trazido respostas sobre os efeitos do aquecimento global na vida dos oceanos.
Neste episódio Fabiano vivencia algumas desventuras amorosas arranjadas em um aplicativo de namoro. Entre risadas, músicas, cobras e lagartos ele conta que há de encontrar alguém que atenda as suas expectativas.
Neste último episódio da série, Fabíola Junqueira e Flora Villas falam sobre o papel da comunicação na construção da compreensão da crise da COVID-19 no Brasil e sobre o surgimento de um grupo influente conhecido como Gabinete Paralelo.
Fabiano continua sua busca por uma solução para seu problema de insônia. A medicação prescrita pelo seu médico não fez efeito. Buscando relaxar, Fabiano se aventura em uma viagem ao litoral, lá ele conhece Márcia.
Neste episódio falamos sobre como as pessoas percebem fenômenos naturais que deflagram desastres socialmente construídos
Este é o primeiro episódio de Meu divã interior, um romance radiofônico realizado por alunos do curso de Artes Cênicas da Unicamp. Você vai conhecer Fabiano, alguém em constante procura de um amor que ainda não encontrou e que segue atravessado pela angústia de uma persistente insônia.
Adolescência é uma nova série do Oxigênio, que trata de descobertas científicas que podem ajudar a quebrar preconceitos sobre essa fase da vida.
Esta é a segunda parte do episódio Mudanças Climáticas e as Implicações do novo Relatório do IPCC (2021-2022). Destaque para as contribuições de David Lapola (Cepagri/Unicamp) e Patricia Pinho (IPAM) ao último relatório, para os efeitos das mudanças climáticas no bioma amazônico e para o papel do Brasil no combate às mudanças climáticas.
Neste terceiro episódio da série Emergências: Governança, Risco e Comunicação, a Fabíola Junqueira e a Flora Villas falam sobre desinformação, principalmente sobre vacinas, e sobre como a Rede Globo e a Rede Record transmitiram informações científicas sobre a pandemia nos principais telejornais de domingo.
Conheça o podcast “O mundo em 10 anos”, para quem é curioso pelo futuro e quer saber o que pesquisadores e cientistas têm a dizer sobre as transformações que vão afetar a nossa vida. Produzido e apresentado por Luís Botaro, este primeiro episódio é sobre trabalho, juventudes e oportunidades e traz a economista Denise Guichard Freire, o economista Marcelo Manzano e a socióloga Julice Salvagni para falar sobre o mercado de trabalho para os jovens e temas como digitalização e plataformização do trabalho, empregos informais, Indústria 4.0 e Quarta Revolução Industrial, além de analisar como governos e empresas podem preparar os jovens para esse futuro. ROTEIRO DO EPISÓDIO Luís: Você já parou pra pensar como vai ser o mundo daqui 10 anos? Eu imagino que sim, porque se tem uma coisa que todo mundo é um pouco, é curioso. É a nossa curiosidade, inclusive, que move coisas incríveis como a ciência. Se hoje a gente usa o celular pra ouvir um podcast ou assistir um tiktok, é porque muitos curiosos, que depois se tornaram estudiosos e cientistas, trabalharam pra que isso fosse possível. A ciência tá até mesmo nas coisas que a gente nem percebe logo de cara: pra que um país saiba qual região vai precisar de mais abastecimento de água daqui a 5 anos, e você não fique sem tomar banho no dia de uma festa ou de uma entrevista de emprego, muitos conhecimentos precisam ser mobilizados, como a geografia, a física, a demografia, a engenharia e muito mais. Então, se você gosta de saber como as coisas funcionam e como elas podem se transformar ao longo do tempo, você tá no podcast certo. Meu nome é Luís Botaro, e nesse primeiro episódio de “O mundo em 10 anos”, eu chamei alguns especialistas para conversar sobre um tema muito importante, especialmente para os jovens que tão chegando agora na vida adulta: o trabalho. Por quais transformações a gente deve passar nos próximos anos? E os jovens, eles estão preparados pra elas? E quem vai ser mais afetado pela digitalização do trabalho? E os salários, estão melhorando ou estão piorando? Pra começar, eu quero que você imagine comigo dois personagens fictícios, mas que são baseados em dados reais sobre os jovens do Brasil. O primeiro é o Miguel, um jovem de classe baixa que terminou o ensino médio em atraso, já com 19 anos, e nem chegou a prestar o vestibular. Na pressa pra conseguir emprego, ele já trabalhou em um shopping e um supermercado, ocupações temporárias, mas que já ajudaram a juntar dinheiro para dar entrada em uma moto e começar a trabalhar como entregador por aplicativo — uma função que, segundo ele, “é mais cansativa, mas pelo menos garante algum dinheiro o ano todo”. E a gente também tem a Júlia, que é de uma família que tem uma renda um pouco melhor. A Júlia terminou o ensino médio com 17 anos e até prestou o vestibular de uma universidade pública, mas não passou. A sua família também não tem como bancar uma universidade particular, já que ela tem mais dois irmãos que, inclusive, ela cuida por meio período enquanto os pais estão no trabalho. Ela também já trabalhou no shopping no fim de ano e, de vez em quando, faz alguns freelas num buffet de festas infantis. A Júlia sabe que, em algum momento, vai fazer faculdade, já que tem estudado para o vestibular, mas enquanto isso não acontece, ela observa de longe alguns amigos que já estão indo para o segundo ano de curso. Com o Miguel e a Júlia, a gente tem exemplos do que mostram vários dados sobre juventude e o trabalho no Brasil. O IPEA, vinculado ao governo federal, mostra em um relatório de 2020 que a inserção de jovens no mercado de trabalho é marcada por entradas e saídas frequentes, geralmente em ocupações informais e que pagam pouco — algo que os dois personagens têm em comum. O mesmo relatório mostra que a taxa de desocupação dos jovens, ou seja, o desemprego, é maior do que na população em geral. Além disso, em 2019, cerca de 30% dos jovens entre 18 e 24 anos não estudavam e não trabalhavam,
Neste episódio Fabíola Junqueira e Flora Villas falam sobre dificuldades da ciência ao longo da história e sua relação com alguns governos ao longo do tempo. Elas conversaram com o professor Marko Monteiro, um dos líderes do grupo de pesquisa CIRIS, que investiga Governança, Riscos e Comunicação no Brasil.
Em entrevista para a Mayra Trinca, Cíntia Liesenberg, conta um pouco sobre o que encontrou em sua pesquisa sobre a relação dos idosos com o mundo digital que aparece em matérias da revista Longeviver.
O episódio #156 trata dos processos do envelhecimento, que a velhice é muito heterogênea no Brasil, e que as condições de vida influenciam muito em como a velhice vai ser experienciada por cada pessoa dependendo de sua condição socioeconômica. E que a idade pode trazer novas e boas experiências, novas atitudes em relação à vida e aos relacionamentos.
Falamos muito da importância da ciência, mas qual é o impacto dela na vida das pessoas? Neste episódio, vamos entender como as descobertas científicas relacionadas ao câncer de mama se aplicam no dia a dia da prática clínica e permitem uma melhor qualidade de vida às pessoas diagnosticadas. Conversamos com a oncologista Debora Gagliato e com a produtora de conteúdo Jussara Del Moral.
Neste episódio a Fabíola Junqueira e a Flora Villas falam sobre o oitavo workshop realizado pelo GEICT, o Grupo de Estudos Interdisciplinares em Ciência e Tecnologia da Unicamp, realizado em parceria com o grupo CIRIS, dedicado a pesquisar Governança, Risco e Comunicação a partir da crise da COVID-19.
O sexto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU, o IPCC foi lançado no primeiro semestre deste ano. Conhecido por AR6 (Assessment Report 6, na sigla em inglês) ele foi produzido por cientistas de destaque do mundo inteiro, divididos em três Grupos de Trabalho (GTs). No final de 2022 ou início de 2023 está prevista a publicação de uma síntese dos principais destaques de todo o relatório. Leandro Magrini entrevistou dois pesquisadores brasileiros que participaram da elaboração do relatório, que são a Patrícia Pinho, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o IPAM e o David Lapola, pesquisador do Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura, o Cepagri, da Unicamp. Os dois apresentaram para o Oxigênio algumas constatações do documento e já sugerem algumas medidas para mitigação das causas das mudanças climáticas, quanto de adaptação. Este episódio foi dividido em duas partes. ROTEIRO Leandro Magrini: “É pior, muito pior do que você imagina. A lentidão da mudança climática é um conto de fadas, talvez tão pernicioso quanto aquele que afirma que ela não existe, e chega a nós em um pacote de ilusões reconfortantes: a de que o aquecimento global é uma saga ártica, que se desenrola num lugar remoto; de que é estritamente uma questão de nível do mar e de litorais, não uma crise abrangente que afeta cada canto do globo, cada ser vivo; de que se trata de uma crise do mundo natural, não do humano; de que vivemos hoje de algum modo acima ou no mínimo protegidos da natureza, não inescapavelmente dentro dela e literalmente sujeitados a ela; de que a riqueza pode ser um escudo contra as devastações do aquecimento; de que a queima de combustíveis fósseis é o preço do crescimento econômico contínuo; de que o crescimento e a tecnologia que ele gera nos propiciarão a engenharia necessária para escapar do desastre ambiental; de que há algum análogo dessa ameaça, no longo arco da história humana, capaz de nos deixar confiantes de que sairemos vitoriosos dessa nossa medição de forças com ela. Nada disso é verdade!” Leandro Magrini: Esse é um trecho da abertura do livro “A Terra Inabitável: uma história do futuro”, de autoria do jornalista David Wallace-Wells, publicado originalmente em inglês em 2019, e traduzido para o português no mesmo ano. De 2019 para cá, apesar de estarmos falando de apenas 3 anos, podemos observar com nossos próprios olhos e também tomar conhecimento das constatações inequívocas da ciência, de que as consequências do aquecimento global e das mudanças climáticas - mais adequadamente nomeada como Crise ou Emergência Climática - estão ficando mais severas a cada ano. Nos últimos anos tivemos recordes sucessivos de eventos climáticos extremos e catástrofes por todo o planeta... Fernanda Capuvilla: Em meados de 2021, e neste ano, no final de fevereiro e na primeira semana de abril, tivemos a publicação, respectivamente, das três partes (ou volumes) do Sexto Relatório do IPCC, o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU. Esse relatório, também conhecido como AR6 (Assessment Report 6, na sigla em inglês) é produzido por cientistas de destaque do mundo inteiro, divididos em três Grupos de Trabalho (GTs). O 1º grupo se dedica às bases físicas das mudanças climáticas, ou seja, a parte de meteorologia e de modelagem da mudança do clima; o 2º grupo estuda a adaptação e as vulnerabilidades às mudanças climáticas; e o grupo 3 trata da mitigação das causas das mudanças climáticas, ou seja, da redução das emissões de gases de efeito estufa. Leandro Magrini: Ao longo de dois episódios conversaremos com dois dos autores brasileiros do novo relatório do IPCC sobre as mensagens principais do relatório e suas implicações para o Brasil, com maior atenção para a Floresta Amazônica e para o mundo. Os convidados são Patricia Pinho, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, o IPAM; e David Lapola,
O suicídio é um fenômeno complexo, tem diversos fatores envolvidos e é um grave problema de saúde pública. Por isso, é preciso olhar para as muitas variáveis que levam à maior ou menor incidência do caso em grupos específicos. Neste episódio, o foco é na relação do suicídio com as condições socioeconômicas, sendo que as pessoas mais vulneráveis são as que estão em maior risco. Conversamos com a pesquisadora Daiane Machado, da Universidade de Harvard e Fiocruz/Bahia, e com a doutora em psicologia pela USP Karen Scavacini. Ludimila Este episódio da série Vida com Saúde vai tratar de temas difíceis, como depressão e suicídio. Ao falar desses temas, nossa expectativa é trazer ideias de como superá-los. Mas se você estiver passando por problemas emocionais, avalie se deve ouvir esse conteúdo. Talvez, seja preciso fazer isso na companhia de uma pessoa próxima, e se você for menor de idade, é importante que um adulto responsável por você esteja junto. Além disso, você pode buscar apoio emocional no Centro de Valorização da Vida pelo telefone 188, em que voluntários vão te ouvir de forma sigilosa e anônima. Relato anônimo Eu estava com 33 anos de idade. Tinha acabado de me separar de um casamento de 7 anos, meus dois filhos eram pequenos e eu trabalhava de forma autônoma. Não foi um planejamento racional - algo que partiu de um plano estruturado -, mas uma reação visceral para encerrar uma dor que beirava o desespero. Ludimila O suicídio é um grave problema de saúde pública e muitas mortes por suicídio podem ser evitadas. Falar sobre esse tema é difícil, mas também é necessário e possível. Abordar o suicídio de forma correta e respeitosa pode, sim, salvar vidas. É por isso que esse episódio começa com um relato de uma pessoa que depois de oito anos do ocorrido, nunca mais pensou nisso. Essa pessoa preferiu não ser identificada, então a voz que você ouviu aqui é da Letícia Naísa, que vai narrar, ao longo do episódio, alguns trechos do depoimento que foi escrito pra gente. Ludimila Não é à toa que estamos falando de suicídio em um podcast sobre saúde. Muito relacionado à saúde mental, esse fenômeno é complexo, envolve aspectos sociais, culturais, psicológicos e diferentes fatores individuais, que é impossível dimensionar. E tudo está dentro de um grande guarda-chuva, que é o da saúde integral. Nesse sentido, a campanha Setembro Amarelo, mês de conscientização e prevenção do suicídio, dá maior visibilidade ao tema, que ocorre muito mais do que imaginamos. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que, no mundo, 700 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. Só no Brasil, foram 14.540 registros em 2019, ou seja, quase 40 suicídios por dia. Como já mencionamos aqui, o suicídio é um fenômeno complexo e tem vários fatores envolvidos. Mas estudos populacionais têm mostrado que desigualdade social, baixa renda, desemprego e baixa escolaridade influenciam na ocorrência desses casos. E é especialmente sobre como as condições socioeconômicas influenciam na incidência de suicídio que vamos falar nesse episódio. Meu nome é Ludimila Honorato e esse é o Vida com Saúde, um podcast de encontro entre pessoas e saúde pelas lentes da ciência. Essa temporada tem parceria com o podcast Oxigênio. Daiane A desigualdade social, o desemprego e a baixa renda influenciam na ocorrência de suicídio de várias formas. Primeiro que todos esses fatores impactam no indivíduo de forma direta e indireta, tanto em termos psicológicos impacta na autoestima, no senso de merecimento, ocasionando uma situação de estresse e preocupação constante. E os sujeitos, nessas circunstâncias, podem se sentir em risco extremo, o que de fato estão. Ludimila Essa análise é da psicóloga Daiane Machado, mestre e doutora em saúde coletiva, saúde populacional e epidemiologia. Ela estuda o suicídio há mais de dez anos e atualmente é pesquisadora do tema na Universidade de Harvard e no Centro de Integração de Dados e Conhecimentos par...
O episódio trata do papel de dois dicionários temáticos na divulgação ciência, promoção de debates e estímulo ao conhecimento. O Oxigênio entrevistou José Luiz Ratton, um dos organizadores do "Dicionário dos Negacionismos no Brasil", e Sônia Corrêa e Rodrigo Borba, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsáveis pelo dicionário "Termos Ambíguos do Debate Político Atual". Os verbetes dos dois dicionários foram produzidos por especialistas em diferentes áreas.
Diariamente, divulgadoras científicas enfrentam o machismo nas redes sociais. Apesar de estarem cada vez mais presentes nas plataformas digitais falando sobre ciência, as pesquisadoras ainda encontram dificuldades que homens não precisam enfrentar. Neste episódio, o Oxigênio ouviu relatos das divulgadoras Sara Tatiane, historiadora e mestranda na UFMG, Ariel Strauss, estudante de Geografia na UFF, Yanna Martins, astrônoma e doutoranda no Observatório do Valongo, da UFRJ, e Lucy Souza, bióloga e doutora em paleontologia. ROTEIRO Voz masculina 1: Pediria, por favor, para pronunciar corretamente alguns nomes. Voz masculina 2: Só acho que você deveria usar uma máscara para cobrir o rosto, pois a sua beleza estava desviando a minha atenção. Voz masculina 1: Estranho seria alguém que se veste assim não ter depressão. Dimítria Coutinho: Esses são alguns comentários deixados por homens em conteúdos de divulgação científica feitos por mulheres nas redes sociais. Apesar de estarem cada vez mais presentes nas plataformas digitais falando sobre ciência, as pesquisadoras ainda encontram dificuldades que homens não precisam enfrentar. Sara Tatiane: Muitas vezes os problemas que eu tinha não era os problemas que os rapazes tinham. Muitas vezes, eles estavam preocupados com o engajamento, com outras coisas e a gente tinha tantas outras coisas para preocupar: é a roupa que a gente estava usando, porque a gente se culpava sobre isso porque as pessoas comentavam isso nos comentários. A nossa própria voz. Eu percebi isso, foi muito frustrante, que as pessoas não estão acostumadas a ouvir em mulheres e a entonação da voz, a sua voz, era irritante para eles. "Ai que voz fina que voz, que voz isso, você não está arrumado o suficiente ou você está arrumada demais", sabe? E eu vi as meninas se culpando, 'questionando sobre isso no Twitter ou às vezes no nosso próprio grupo falando, e os rapazes: "nossa por que que as pessoas estão preocupados com isso?". Elas não estão, é porque você é mulher, né? Então acaba que sempre vai ter alguma coisa que não é interessante para elas. Acaba que os comentários que eu recebo das mulheres são totalmente diferentes dos comentários que eu recebo dos homens, né? Normalmente os meus vídeos, eles são muito longos. Então é entre 30 e 40 minutos e de 30 a 40 minutos eu falando sem parar muitas vezes o comentário que os homens deixam são relacionados a minha aparência ou corrigindo alguma coisa, e normalmente essa correção não tem nada a ver com o que eu falei, ou eu nem disse aqui aquilo, ou às vezes repetindo o que eu falei com outras palavras, sabe? Eu sinto que o público masculino ele tem uma necessidade de afirmar sobre as mulheres muito forte o conhecimento deles, a opinião deles, então não vai ter um vídeo de conteúdo que eu não vou postar em que algum homem tem alguma consideração a fazer. Dimítria Coutinho: Eu sou Dimítria Coutinho, e no episódio de hoje você vai ouvir relatos de mulheres que divulgam ciência nas redes sociais e enfrentam o machismo diariamente. Dimítria Coutinho: Quem falou agora há pouco é a Sara Tatiane, historiadora, mestranda na UFMG e divulgadora científica no Twitter, onde tem quase 2 mil seguidores, e no YouTube, no canal Plein Air, com mais de 3 mil inscritos. Além dos comentários machistas que ela recebe do público, a cientista conta que o problema é tão estrutural que vem, por vezes, até da própria comunidade de divulgadores. Quando comentou a adentrar esse universo, a Sara conta que teve bastante apoio, começou a participar de grupos de WhatsApp nos quais outros divulgadores já mais renomados ajudavam os ingressantes com dúvidas técnicas e de engajamento. Mas o que parecia ser um ambiente acolhedor, acabou se mostrando um ambiente tão machista quanto aquele que ela já estava acostumada a vivenciar na Academia. Sara Tatiane: Que foi um episódio sexual, sabe? Por parte de um dos divulgadores, e não era um divulgador comum, por assim dizer,
O podcast Vida com Saúde estreia no Agosto Laranja, mês de conscientização da esclerose múltipla. Neste episódio, vamos conhecer a história de Gustavo San Martin, de 35 anos, um administrador de empresas, pai, filho e irmão protetor que foi diagnosticado com a doença em 2011 e ressignificou essa nova identidade em duas associações de pacientes.
O deslocamento das pessoas pelos centros urbanos é sempre uma preocupação, não só para os cidadãos, mas para o poder público, que deve fornecer o melhor tipo de transporte para a população, sejam os ônibus, trens, metrô. Neste último episódio da série Cidades, o Oxigênio mostra algumas das opções de transporte coletivo, e como é o sistema em Campinas. Os entrevistados foram o Fernando Ribeiro, que é mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana pela Puc Campinas e a Renata Pereira, mestra em sustentabilidade e estudou justamente a mobilidade urbana sustentável em Campinas. Quem produziu esse podcast foram a Bianca Bosso, o Luís Botaro e a Mariana Meira, estudantes do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo, da Unicamp. __________________________________________________ Roteiro Bianca Bosso: Quanto tempo você gasta no trânsito diariamente? Essa resposta pode variar bastante dependendo da sua cidade, do tipo de transporte que você usa e da distância entre sua casa e os locais onde você trabalha, estuda e se diverte. E pra entender quais são os fatores que influenciam essa resposta, nós entrevistamos especialistas e pesquisadores que vão falar um pouco sobre mobilidade urbana, mais especificamente na cidade de Campinas, no interior de São Paulo. Eu sou a Bianca, e esse é um episódio especial da série “Cidades” pro podcast Oxigênio. É com você, Luis! Luís Botaro: Pra começar nossa discussão sobre mobilidade urbana em Campinas a gente decidiu trazer alguns dados disponibilizados pela plataforma Moovit. Esse serviço atua na cidade oferecendo informações que ajudam os usuários do transporte público a descobrir os horários e as rotas dos ônibus e também o tempo de espera. Em média, as pessoas levam 49 minutos para completar uma viagem de ônibus. E nessa conta, a gente ainda pode adicionar o tempo de espera pelo ônibus, que é de cerca de 26 minutos. Somando isso tudo, desde o momento em que a pessoa sai de um ponto até o momento em que ela chega no destino, ela leva em média 1 hora e 15 minutos. E se a gente considerar que ainda tem a volta, são pelo menos 2 horas e meia de transporte por dia. Bastante tempo, né, Mariana? Mariana Meira: Pois é, Luís! Mas olha, esses números são um pouco diferentes dos dados apresentados pela EMDEC, Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas. Ela é quem atua em parceria com a Secretaria Municipal de Transportes e quem tem a concessão dos ônibus coletivos municipais. E segundo um relatório que ela publicou em 2019, esse tempo de viagem seria 9 minutos mais curto: ou seja, levaria 40 minutos no total. Só que esses dados do relatório são baseados em uma pesquisa de 2011 - 11 anos atrás - e por isso não refletem com exatidão a situação atual em uma metrópole que já mudou muito. Bianca: A boa notícia é que esse tempo pode mudar bastante com a implantação do BRT, uma sigla que quer dizer Ônibus de Trânsito Rápido. Esse projeto está sendo implantado em Campinas desde 2016, e a expectativa pra conclusão da obra não para de crescer na cidade, já que a previsão inicial era o final de 2020. Só que antes de falar sobre prazos, me fala, você sabe exatamente o que é o BRT? Luís: Para entender do que se trata esse projeto, a gente chamou o Fernando Ribeiro, que é mestre em Sistemas de Infraestrutura Urbana pela Puc Campinas. Na primeira resposta, ele explicou o que é o BRT e como ele vai funcionar na cidade. Vamos ouvir o que ele disse: Fernando Ribeiro: O BRT, atualmente em obras, será constituído de dois corredores principais, Ouro Verde e Campo Grande, que farão a ligação dos respectivos distritos ao Terminal Central, e também será constituído do Corredor Perimetral, que ligará os dois corredores principais. O BRT, ele está localizado nesta região específica de Campinas para atender dois dos maiores fluxos de transporte coletivo da cidade, que conectam os distritos ao centro e vice-versa. Então,
O episódio #147 trata de histórias e curiosidades do Tietê, esse importante rio que corta praticamente todo o estado de São Paulo e que tem uma presença marcante na capital paulista. Um rio que já serviu para nado, competições de remo, pesca, navegação, extração de pedras e areia para construção, esgoto, que é muito lembrado pela poluição, mas que em determinados trechos é limpo e ainda tem uso recreativo.
A forma de falar o português em algumas cidades do interior de São Paulo e Minas Gerais, com o erre forçado, o caipirês, está perdendo espaço mesmo nessas localidades, segundo a pesquisa de Lívia Carolina Baenas. O aumento da escolaridade das pessoas, o avanço da tecnologia e da internet contribuíram com esse processo. No Brasil, assim como em outros países, as diferentes regiões adotam diferentes dialetos e com a migração pelos estados, ocorre tanto o estranhamento como a incorporação de novas palavras ou modos de falar, ou seja a língua é viva, sofre mudanças ao longo do tempo, e para as pessoas que vivem nas cidades, é preciso se adaptar aos diferentes sotaques. É disso que trata esse episódio, o terceiro da série Cidades, uma atividade da Oficina de Multimeios, do curso de Especialização em Jornalismo Científico do Labjor. A produção do episódio é de Fernanda Cruz, Luciene Telli e Patrícia Bellas, alunas do curso. A edição foi feita por Rafael Oliveira, bolsista do Programa PAPI, do Serviço de Apoio ao Estudante.
Ocupar os espaços públicos é importante para garantir sua manutenção, segurança e melhorias. Fazer atividade física é fundamental para manter a saúde. Para algumas condições crônicas, como o diabetes, a prática de exercícios é ainda mais relevante. Então, juntar as duas coisas, ou seja, praticar atividade física visando a prevenção ou o tratamento do diabetes ao mesmo tempo em que se ocupa a cidade é o que fazem os entrevistados deste episódio.
O primeiro episódio da série Cidades trata do tema da Poluição Luminosa, fenômeno causado pelo excesso de luzes acesas nas casas, edifícios, ruas ou escape de iluminação e que impede que se veja o céu noturno e os astros. A poluição luminosa pode afetar a saúde humana, colocar em risco a biodiversidade e ainda gera custos desnecessários para as cidades. Este é o primeiro episódio do Astrocity, um podcast que está sendo criado por alunas do curso de Especialização em Jornalismo Científico, do Labjor/Unicamp, associado ao Oxigênio. Tânia Dominici: Tem um fato que aconteceu, um blackout na Califórnia em 1954 e aí os telefones de emergência começaram a ser invadidos pelas pessoas ligando que tinha uma coisa no céu, que tinha um negócio no céu. E era a Via Láctea, né? As luzes da cidade tinham apagado por causa do blackout e as pessoas estavam vendo ali o centro da nossa galáxia, que é onde tem um adensamento maior de estrelas e regiões de gás, de poeira. As pessoas nunca tinham visto e acharam que aquilo era um óvni, um efeito perigoso. A gente perdeu a conexão com o céu noturno que foi base do nosso desenvolvimento tecnológico: contar o tempo, se localizar, começar a pensar ambientes com processos físicos que não são reprodutíveis no planeta pra entender melhor a física do universo. E a gente tá se desconectando disso. Dimítria Coutinho: Uma das grandes culpadas por essa nossa desconexão com o céu noturno é a poluição. Mas não é o tipo de poluição que a gente está mais acostumado a ouvir, como das águas, do ar ou até a visual. Aqui, estamos falando da poluição luminosa. Você já ouviu esse termo? É difícil pensar que a luz pode ser um poluente, né? Greta Garcia : É difícil mesmo… mas na prática você, que mora em uma metrópole, já olhou pro céu à noite e só viu escuridão? E quando viajou para alguma cidade no interior do seu estado, conseguiu observar o céu estrelado? Dimitria: E você, que vive em cidades menores e afastadas de grandes centros urbanos, que está acostumado a observar o céu iluminado pelos astros todas as noites: já viajou para alguma metrópole e, quando olhou para cima, não enxergou nada além de escuridão? Tânia Dominici: A poluição Luminosa é toda luz utilizada para além do seu objetivo. Então se você vai iluminar um local, mas essa luz escapa para outras para as redondezas ou se essa luz é excessiva para sua aplicação, você provoca a poluição Luminosa. Em particular, a gente na Astronomia se preocupa com a luz que é emitida acima da Linha do Horizonte. Então aquela luz artificial que vai na direção do céu, que não tem utilidade nenhuma para vida humana, mas que apaga as estrelas, apaga a visão do céu noturno. Dimítria: Eu sou Dimítria Coutinho. Greta: E eu Greta Garcia. Dimitria: Você está ouvindo o primeiro episódio do Astrocity, um podcast sobre a astronomia nas cidades. Bem-vindo! Greta: No episódio de hoje você vai entender porque a poluição luminosa é um problema para a observação do céu noturno. Dimitria: Como você ouviu agora na fala da Tânia Dominici, astrofísica e pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, o uso incorreto de iluminação artificial nas cidades interfere na observação do céu noturno e, consequentemente, no estudo dos astros. Thiago Gonçalves: Eu acho que, de uma forma geral, em termos de tipos de ciência, todas as áreas da astronomia são afetadas, porque você tá apagando tudo que tá fora da atmosfera, que é justamente o objeto de estudo da astronomia. Greta: Quem acabou de falar é o Thiago Gonçalves, astrofísico da Sociedade Astrológica Brasileira. Esse impacto que ele mencionou aparece também num estudo publicado na revista Science em 2016, que estimou que o excesso de luz artificial durante a noite impede um terço da população mundial de enxergar a Via Láctea. Mas ter céus menos estrelados é apenas um dos prejuízos causados pela poluição luminosa. Dimítria: Para a sociedade, a poluição luminosa afeta a saúde humana porque...
Neste episódio a Fabíola Junqueira e a Fernanda Capuvilla falam sobre o significado da palavra Aporofobia na vida cotidiana de pessoas em situação de rua no espaço urbano. Elas conversaram com o padre Julio Lancellotti que constantemente denuncia espaços hostis, com o professor Raimundo Ferreira Rodrigues que já esteve em situação de rua e hoje é doutorando em educação pela Universidade Federal do Tocantins e com a arquiteta Débora Faria que pesquisou sobre arquitetura hostil em seu projeto de mestrado.
A energia elétrica no Brasil é cara. Nesta segunda parte do Episódio Por trás da Conta de luz, a meteorologista Alessandra Amaral fala como as crises hídricas são em parte responsáveis por essa conta, mas também porque falta estímulo à modernização do sistema elétrico nacional, o que inclui inovação tecnológica, investimento em energias renováveis e expansão das linhas de transmissão.
Você sabe quais podem ser os impactos da construção de uma usina hidrelétrica na região da Amazônia? Pois é, não são poucos e para esclarecer sobre esse tema, nós conversamos com alguns especialistas que nos mostraram como essa questão envolve estudos e análises de diferentes áreas das ciências e como está relacionada com o dia a dia de todos nós e com a vida de futuras gerações.
Você sabe quais são os principais desafios do aumento inevitável do consumo de energia elétrica? O que é e como funciona o mercado de energia brasileiro? Qual a relação entre crescimento econômico, consumo de energia elétrica e custo energético? Essas e outras questões sobre produção, compra e venda de energia serão respondidas no episódio.
A partir de uma conversa com a autora de um livro para crianças, que fala sobre a passagem do tempo e sobre a morte e com duas psicólogas sobre o uso de textos literários com a finalidade de ajudar uma pessoa a enfrentar uma dificuldade, as repórteres Laís Toledo e Mayra Trinca e o colaborador Diogo Ambiel Facini produziram este episódio sobre como e por que conversar com as crianças a respeito da morte.
O episódio trata de um tema de extrema relevância na sociedade, que é a anorexia nervosa. Associamos a doença que atinge uma grande parte das pessoas, à gordofobia, que pode ser um dos gatilhos para levar à anorexia e outros transtornos alimentares. E qual o papel das redes sociais nisso?
Você já se perguntou de onde vêm aquelas palavras utilizadas em tribunais que muitas vezes quase não conseguimos pronunciar? E quanto a um nome científico de alguma espécie de animal nova? A utilização do latim permeia o nosso cotidiano e fazemos o uso dessa língua constantemente. Mas o que muitas vezes passa despercebido é que a atribuição de nomes científicos tem um motivo fundamentado e o uso dessa língua antiga, que é a mãe do nosso idioma, também é corroborado no meio jurídico nacional. Embora seja senso comum dizer que o latim é uma língua morta, neste episódio convidamos a Aline Tomás, Juíza de Direito do Tribunal de Justiça de Goiás e que atua hoje na Vara de Família de Anápolis para falar sobre a importância da utilização do latim em procedimentos jurídicos e o Rafael Rigolon, biólogo e professor da Universidade Federal de Viçosa, a UFV, para falar sobre o latim na ciência, e mostrar que essa língua, na verdade, está indo muito bem, obrigada. Quem vai navegar com a gente na evolução desse episódio nada macarrônico é a Isabella Tardin Cardoso, Dra. em letras clássicas pela USP e professora de língua e literatura latina na Universidade Estadual de Campinas e o Luciano Pfeifer, professor de português jurídico na Universidade Presbiteriana Mackenzie. _________________________________________ Roteiro ALINE TOMÁS: Então a pessoa recebe a sentença e diz assim: Ganhei ou perdi? Preciso ligar para o meu advogado. MAYRA TRINCA: Alô! JOÃO BORTOLAZZO: Oh, Dra. Tudo bem? Queria saber se meu processo andou. MAYRA: Saiu decisão. Mas, o juiz não concedeu a liminar porque não conseguimos comprovar o periculum in mora. JOÃO: Não entendi nada, Dra. Tá falando grego? MAYRA: Grego não, é Latim. . Vinheta do Oxigênio JOÃO: Eu sou o João Bortolazzo. MAYRA: E eu sou a Mayra Trinca. No episódio de hoje, vamos falar sobre o Latim, a língua que deu origem ao Português. E nossas perguntas são: como e por que ela continua sendo usada? JOÃO: O latim é uma língua muito antiga, mas muito antiga mesmo, mas que se mantém presente no nosso dia-a-dia até hoje. Muitas vezes nem percebemos, mas o latim está em termos jurídicos, científicos, acadêmicos. Usamos alguns termos sem diferenciá-los da língua portuguesa, que deriva do Latim. Nós falamos com a Isabella Tardin Cardoso, Dra. em letras clássicas pela USP e professora de língua e literatura latina na Universidade Estadual de Campinas pra saber da origem do Latim ISABELLA CARDOSO: Os primeiros indícios de língua latina registrados, em inscrições, perto do século sétimo antes de Cristo. Aliás é uma fivela, em que está escrito “Manio me fez para Numério”. Então uma marca registrada de quem era o dono da fivela e quem tinha feito. Começa no século sétimo antes de Cristo, é a chamada Fivela de Prenestria, a Fíbula Prenestina. MAYRA: Antes mesmo do século 7 antes de Cristo, o latim já tinha começado a se desenvolver, mas era uma língua sem muitos registros escritos, já que era muito mais comum o uso oral da linguagem na época do que a escrita. Essa fase da língua ficou conhecida como Latim arcaico ou Protolatim. JOÃO: Conforme as pessoas começaram a escrever e registrar a língua, ficou muito mais fácil manter regras e daí se originou o que se chama de Latim clássico, que era mantido principalmente pelos escritores eruditos antigos, legisladores e Estado como um todo. MAYRA: Assim como no Português, a linguagem falada é diferente da linguagem escrita, e por isso, podemos observar a formação de dialetos. Com o Latim não foi diferente. E conforme o Império Romano se expandiu pela Europa toda, o Latim falado pelo exército, que era um Latim chamado Vulgar, foi ganhando adeptos em outros povos. E isso ajudou a manter a língua viva, né, Isabella? ISABELLA: O que ajudou a manter a língua foram duas coisas, uma foi a política linguística que os romanos tinham a famosa pax romana, fala assim, tudo bem, olha eu conquistei você, você quer ser meu amigo?
Em outubro de 2020, foi aprovada pela Anvisa a nova norma sobre rotulagem nutricional de alimentos embalados, que entrará em vigor em outubro de 2022. Segundo a Agência, as mudanças vão melhorar a clareza e tornar mais legíveis as informações nutricionais dos rótulos dos alimentos e tem como objetivo auxiliar o consumidor a fazer escolhas alimentares mais conscientes. Para entender o que vai mudar com a nova rotulagem e quais são os impactos esperados dessa mudança na indústria de alimentos e na segurança nutricional da população, a Ana Augusta Xavier e o Rafael Revadam ouviram a professora Cínthia Baú Betim Cazarin, que trabalha na Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp na área de alimentos, nutrição e saúde, a Thalita Antony de Souza Lima, gerente geral de alimentos da Anvisa, e a Ana Paula Bortoletto Martins, que é consultora técnica do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor. _______________________________________ Roteiro Ana Augusta Xavier: Oi. Pra começar o programa de hoje eu queria te convidar pra fazer um exercício. Na verdade é só pra puxar aí na sua lembrança a última vez que você foi no supermercado. Bom, vou começar contando quando foi a minha última vez. Foi no sábado, eu tava na rua há horas, resolvendo um monte de coisa que a gente só tem tempo pra resolver no fim de semana. Passei no mercado super rápido pra pegar o que faltava pro almoço. Joguei tudo no carrinho, acho que nem demorei 20 minutos lá dentro… eu já não gostava muito de supermercado antes, agora com a pandemia, quanto mais rápido, melhor. E você, conseguiu lembrar? Quanto tempo você costuma demorar no supermercado? E o que você leva em conta pra escolher os alimentos que vão pra sua casa? Rafael Revadam: Marcas que já conhece? Preço? Qualidade? O que parece mais saudável? Ou aquele produto que tem coisas como Fit ou Artesanal escritas no rótulo? E por falar em rótulos, dá tempo de ler e entender o que está escrito neles? Ana Augusta: Quando tem muitas opções do mesmo produto, eu geralmente escolho pelo preço, ou então pela qualidade, por exemplo, comprando alguma marca que eu já conheço e gosto. Mas claro, eu também tento comprar aqueles alimentos que eu acho que são mais saudáveis - na medida do possível né - mas nem sempre consigo identificar quais são só de olhar o rótulo. E isso que minha formação toda é na área de alimentos, hein... Rafael: É, não entender os rótulos dos alimentos é algo muito mais comum do que deveria. Em uma pesquisa de 2016, feita pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, 40% dos mais de 2600 participantes responderam que têm dificuldade de compreender as informações dos rótulos. Ana Augusta: Entre as principais dificuldades foram citadas, nessa ordem: a letra muito pequena, o uso de números e termos técnicos, a poluição visual e a necessidade de fazer cálculos pra ter alguma noção das quantidades dos nutrientes. Rafael: Essa falta de compreensão da rotulagem é um problema grave, já que o rótulo é a forma de quem produziu o alimento se comunicar com o consumidor. O rótulo é tipo um currículo, que mostra as características nutricionais daquele produto, e então, com essa informação em mãos, a gente decide se contrata, quer dizer, se compra ou não determinado alimento. Um rótulo claro e fácil de entender permite que a gente faça escolhas mais saudáveis e adequadas ao nosso estilo de vida. Ou, se não quiser os produtos mais saudáveis, pelo menos tenha consciência do que está levando. Ana Augusta: Foi pensando nisso que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, reformulou a norma de rotulagem de alimentos no país. A nova norma, que vai entrar em vigor a partir de outubro de 2022, vai mudar bastante a cara de muitos produtos que vemos nas prateleiras do mercado. Mas calma que a gente vai explicar tudo daqui a pouco. Eu sou Ana Augusta Xavier. Rafael: E eu sou o Rafael Revadam, e em comemoração ao dia mundial da alimentação que foi no último di...
Somos grandes produtores de lixo, principalmente nós, que vivemos nos centros urbanos. Segundo uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), em 2019 cada brasileiro produziu quase 400 quilos de lixo. No Brasil há uma Politica Nacional de Resíduos Sólidos, que preconiza, na verdade, a não geração e a redução desse tipo de resíduo. Mas como é impossível não gerar nada de lixo, a próprio PNRS prevê uma série de estratégias de gestão e gerenciamento consideradas adequadas para o destinho do resíduo, como por exemplo o encaminhamento para as cooperativas de reciclagem. Mas nem todos os resíduos sólidos terão esse destino, e a política para esse material não é tão simples. Neste episódio do Oxigênio você vai ouvir também sobre quais as possíveis formas da sociedade participar das decisões relativas aos resíduos sólidos. A Fernanda Capuvilla e o João Bortolazzo contam pra gente quais são. Eles entrevistaram o Marco Aurélio Soares de Castro, professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a Áurea Aparecida Bueno, presidente na cooperativa Coreso em Sorocaba e o Rodrigo Sanches Garcia, promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo. A Ana Augusta Xavier também participou da produção das entrevistas e da elaboração do roteiro e os trabalhos técnicos foram realizados pelo Gustavo Campos e pelo Octávio Augusto Fonseca. Roteiro João: Oi, eu sou João Bortolazzo e sou um dos apresentadores do episódio de hoje. Eu não te conheço pessoalmente - embora tenha pensado em você pra produzir esse episódio - mas, se me pedissem pra adivinhar alguma atividade que você fez hoje eu diria que você... produziu lixo. Mas calma, que eu não tô te acusando de nada não. Na verdade tô, mas você não está sozinho ou sozinha, nessa. Fernanda: Na verdade todos nós somos grandes produtores de lixo, né? Principalmente nós que vivemos em áreas urbanas. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais mostrou que, no ano de 2019, cada pessoa produziu em média 379 quilos de resíduos sólidos urbanos. Dá mais de 1 quilo de resíduo por dia, lembrando, por pessoa! João: Sim, é muita coisa. E esse resíduo não “desaparece” magicamente depois que você tira ele de dentro de casa. Já parou pra pensar o que acontece depois do coletor ou da empresa de limpeza urbana levar o lixo embora? E aí, você se sente responsável por esse “lixo” que produz diariamente? Fernanda: É sobre isso que vamos falar nesse episódio. O que são Resíduos Sólidos Urbanos, qual o nosso papel enquanto geradores desse lixo e como a sociedade em geral pode participar da gestão de todo esse material? Eu sou a Fernanda Capuvilla e esse é o Oxigênio. [Vinheta do oxigênio] João: Bom, vamos começar do começo. A gente comentou que todos nós geramos lixo, mas, de acordo com a legislação, o termo correto é resíduos sólidos. Os resíduos sólidos, Marco Aurélio: Podem ser entendidos como materiais, substâncias, objetos, que resultam de atividades humanas em sociedade. Fernanda: Esse é o Marco Aurélio Soares de Castro, professor da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, que desenvolve pesquisas na área de gestão e gerenciamento de resíduos sólidos. Ele explicou um pouco sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, a PNRS, estabelecida na Lei 12.305 de 2010. João: A PNRS classifica os resíduos sólidos de acordo com a sua origem e periculosidade. Quanto à periculosidade eles podem ser, bem, não perigosos ou perigosos, sendo os perigosos aqueles que podem causar danos à saúde humana ou ao meio ambiente. Fernanda: Se considerarmos a origem dos resíduos, teremos diversas classificações. Nesse episódio nós vamos tratar dos resíduos sólidos urbanos, que são aqueles que englobam os resíduos domiciliares e os de limpeza urbana. Marco Aurélio: eu costumo falar que o resíduo domiciliar a gente gera da porta pra dentro, e o que a gente eh eh gera da porta pra fora é limpeza urbana,
As plantas estao em todos os lugares: no jardim, na decoracao, na praca e no parque. Elas estao la, mesmo que a gente nem sempre note sua presenca. Essa nossa insensibilidade diante desses seres vivos ficou conhecida como cegueira botanica. Termo proposto na decada de 90, junto com uma lista de sintomas, falhas de nossa percepcao, em reconhecer a individualidade, o ciclo de vida e a importancia ambiental das especies vegetais. Mas, essa nossa relacao com as plantas pode ser melhorada e, os jardins botanicos, espacos dedicados a preservacao e divulgacao das plantas, sao uma ferramenta importante nesse processo. Nesse episodio, mayra trinca e thiago ribeiro conversam com matheus colli-silva, que e biologo e doutorando em botanica pela usp e, com domingos savio rodrigues, diretor do jardim botanico de sao paulo, para entender melhor o que e essa cegueira e o que e, e qual o papel de um jardim botanico nessa historia. Vem com a gente encontrar um outro olhar pro mundo verde ao nosso redor. thiago: oi! Deixa eu te fazer uma pergunta. Se eu te pedir um exemplo de alguma especie que esta ameacada de extincao, qual e a primeira que vem na sua cabeca? thiago: e bem provavel que voce, assim como a maioria das pessoas, tenha pensado em um animal como o mico-leao-dourado ou a onca-pintada, ja que sao eles que, com frequencia, ganham a midia e as manchetes quando falamos sobre extincao. mayra: o que pode te surpreender e que as plantas correm um perigo ainda maior do que os animais. Um relatorio feito no ano passado pelo jardim botanico kew gardens mostrou que 2 em cada 5 especies de plantas estao em extincao. No brasil, das 6 mil especies avaliadas pelo centro nacional de conservacao da flora, 2 mil estao ameacadas em algum grau. thiago: segundo o ultimo censo do icmbio, registrado no livro vermelho da fauna brasileira ameacada de extincao, em 2018, dos mais de 17 mil grupos de animais listados, 1.173 encontram-se ameacados. Isso significa dizer que, proporcionalmente, o risco de perda de diversidade vegetal e cerca de 5 vezes maior em relacao aos grupos animais. essa dificuldade que temos de perceber e valorizar as plantas como um grupo de seres vivos importantes faz parte de um fenomeno conhecido como cegueira botanica. thiago: e ai? Se interessou? Meu nome e thiago ribeiro. mayra: e eu sou a mayra trinca. E hoje vamos tentar entender um pouquinho mais sobre essa tal cegueira ou invisibilidade da flora que esta presente em tantos espacos a nossa volta. [vinheta oxigenio] mayra: vou comecar falando da minha relacao com as plantas. A versao curta da historia e assim. Quando eu entrei na faculdade para fazer biologia, tinha toda certeza do mundo que ia trabalhar com bicho, mas o mundo deu voltas bem rapido e logo no primeiro ano eu comecei um estagio na botanica. Ai fui me interessando e pegando outras disciplinas sobre o tema. Foi numa apresentacao de seminario em uma dessas disciplinas que eu conheci o termo cegueira botanica. thiago: eu me lembro de notar as plantas, pela primeira vez, no cursinho. Desde entao, a botanica passou a ser uma parte da biologia muito complicada pra mim. Com um monte de nomes estranhos e dificeis de entender. Nao sei dizer como isso de fato aconteceu, mas quando percebi, estava concluindo meu trabalho final de curso sobre conservacao do palmito jucara. Nesse momento eu ja tinha tido contato com o termo cegueira botanica e, a partir dai, essa tem sido uma questao que sempre me intriga. mayra: esse contato meio conturbado com a botanica e relato comum entre as pessoas que fazem o curso de biologia e acaba se refletindo na educacao basica, ja que a maioria dos professores de ciencias tem essa formacao. matheus: sempre tem esse estereotipo da botanica entre os biologos. Eu acho que isso tambem existe, inclusive, entre os professores, que sao biologos na maioria das vezes - professores de ciencias e de biologia - e,
A Extensão é um dos três pilares da universidade pública, ao lado do Ensino e da Pesquisa. Embora pouco divulgados, vários projetos de extensão são desenvolvidos todos os anos pelas instituições, estreitando as relações com comunidades vulneráveis, fortalecendo a formação em algumas áreas do conhecimento, promovendo troca de conhecimento entre o público acadêmico e pessoas, organizações, empresas que estão fora da universidade. A resolução do Ministério da Educação que estabeleceu que a partir de 2021 10% das atividades de graduação tenham que ser dedicadas à extensão universitária aumentou o interesse em saber o que é, para que serve e como se faz extensão. Neste episódio do Oxigênio, a Rebeca Crepaldi e o João Bortolazzo trazem algumas respostas e falam de experiências que podem servir de modelo. As entrevistas do programa foram feitas com a professora Maria Cristina Crispim, da Universidade Federal da Paraíba, a doutoranda Luana Viana, chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto, a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem e com a Vitória Feijó Macedo e com o João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. _______________________ Roteiro Rebecca: João, você sabe qual é a contribuição da universidade pública para a sociedade? João: Bom, até onde eu sei, na universidade pública os estudantes têm a oportunidade de adquirir conhecimento e sair capacitados para atuar em diversas profissões, das mais distintas áreas. Eles podem atuar em empresas, indústrias, hospitais, escolas, institutos de pesquisa, agências de comunicação… contribuindo de muitas formas para o desenvolvimento e geração de bem-estar e riquezas para o país. Rebecca: Isso mesmo! Você está falando sobre o “ensino”, que é um dos pilares da universidade pública. Mas a universidade pública é composta por mais dois pilares: a pesquisa científica, que é a precursora do desenvolvimento do país, provendo tecnologias, patentes e estratégias, que vão desde a descoberta de um medicamento até a elaboração de planos de inclusão social; e a extensão, que através do trabalho prático dos alunos com professores e funcionários, presta serviços para a população em geral, oferece cursos e mais uma ampla gama de atividades. João: Eu sou o João Bortolazzo. Rebecca: Eu sou a Rebecca Crepaldi. João: E, no episódio de hoje, nós vamos falar sobre a importância da extensão universitária, para o que ela serve, quem faz e quem participa dessas ações. Rebecca: Para tratar desse tema, entrevistamos os alunos Vitória Feijó Macedo e João Gabriel Pimentel, que fazem parte da Empresa Júnior EPR Consultoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; também conversamos com a Professora Maria Cristina Crispim, do projeto de extensão “Fossas Ecológicas”, da Universidade Federal da Paraíba. Além disso, falamos com a doutoranda Luana Viana, que é chefe da divisão de rádio da Universidade Federal de Ouro Preto e coordenadora do projeto “Pequenos Ouvintes”; por fim, conversamos com a Pró-reitora de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários, Maria Santana Milhomem, responsável pelo “Cursinho Popular da Universidade Federal do Tocantins”. João: Segundo o Artigo 206, parágrafo segundo, “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber”. Já no Artigo 207, a Constituição define que “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e” que “obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Rebecca: Em outras palavras, isso significa que a universidade deve ensinar, realizar pesquisas em todas as áreas do conhecimento e estender para a população o produto dessas ações, mantendo o interesse público e coletivo como característica principal.