Podcasts about inventar

  • 424PODCASTS
  • 589EPISODES
  • 43mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • May 20, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024


Best podcasts about inventar

Show all podcasts related to inventar

Latest podcast episodes about inventar

Regionaljournal Bern Freiburg Wallis
Fafleralp VS: «Wir hören, wie der Berg arbeitet»

Regionaljournal Bern Freiburg Wallis

Play Episode Listen Later May 20, 2025 22:34


Nicht alle Gebiete der Gemeinde Blatten wurden evakuiert. Verschont geblieben sind die Fafleralp und die Weiler Eisten und Weissenried. Wie geht es den Menschen dort? Wir haben nachgefragt. Weiter in der Sendung: · Vor neun Monaten ist die Freiburger Metallbaufirma Progin SA konkurs gegangen. Nun wird das ganze Inventar der Firma online versteigert. · Der Freiburger Energiekonzern Groupe E streicht weniger Stellen als ursprünglich angekündigt. · Trotz PFAS-Nachweis: Fische aus dem Brienzer-, Thuner- und Bielersee seien bedenkenlos essbar, teilt die Berner Umweltdirektion mit. Ausnahme sei eine Hechtprobe aus dem Bielersee.

Lesestoff | rbbKultur
"Museum der Einsamkeit" - Erzählungen von Ralf Rothmann

Lesestoff | rbbKultur

Play Episode Listen Later May 19, 2025 6:44


Als Prosaautor debütierte Ralf Rothmann 1986 mit der Erzählung "Messers Schneide", sein erster Roman "Stier" kam 1991 heraus und wurde gleich im "Literarischen Quartett" besprochen. Seitdem sind 20 weitere Bücher des in Schleswig geborenen, im Ruhrgebiet aufgewachsenen und seit vielen Jahren in Berlin lebenden Autors erschienen, die zum festen Inventar der zeitgenössischen Literatur gehören. Ralf Rothmann hat unzählige Preise für sein Werk erhalten. Jetzt ist unter dem Titel "Museum der Einsamkeit" eine Sammlung von Erzählungen erschienen. Frank Dietschreit hat das Buch gelesen.

Der Podcast für junge Anleger jeden Alters
Wiener Börse Party #903: ATX verliert, Stockpicking Österreich High, als Aktionär mit AT&S und Polytec zufrieden, Spoiler Versteigerung

Der Podcast für junge Anleger jeden Alters

Play Episode Listen Later May 15, 2025 6:23


Thu, 15 May 2025 16:34:00 +0000 https://jungeanleger.podigee.io/2254-wiener-borse-party-903-atx-verliert-stockpicking-osterreich-auf-high-als-aktionar-mit-at-s-und-polytec-zufrieden-spoiler-versteigerung 1265b4bea6eb397310a30bdade8b4985 Die Wiener Börse Party ist ein Podcastprojekt für Audio-CD.at von Christian Drastil Comm.. Unter dem Motto „Market & Me“ berichtet Christian Drastil über das Tagesgeschehen an der Wiener Börse. Inhalte der Folge #903: - ATX verliert - heute nach Marktschluss mit Robot-Support, am Dienstag im Kino noch mit Robert-Support - Do&Co und Verbund stark - als Aktionär mit AT&S und Polytec zufrieden - News zu Flughafen Wien, A1 - Spoiler zur Versteigerung von Inventar einer früher börsenotierten Unternehmung Links:  - Börsepeople: Am 26.5. startet die S19 unter http://www.audio-cd.at/people - kapitalmarkt-stimme.at daily voice Playlist auf spotify: http://www.kapitalmarkt-stimme.at/spotify - kapitalmarkt-stimme-Jingle-Mann Steve Kalen: https://open.spotify.com/intl-de/artist/6uemLvflstP1ZerGCdJ7YU  - Stockpicking Österreich: https://www.wikifolio.com/de/at/w/wfdrastil1? ATX aktuell: https://www.wienerborse.at/indizes/aktuelle-indexwerte/preise-mitglieder/??ISIN=AT0000999982&ID_NOTATION=92866&cHash=49b7ab71e783b5ef2864ad3c8a5cdbc1 Die 2025er-Folgen der Wiener Börse Party (Co-verantwortlich Script: Christine Petzwinkler) sind präsentiert von Wienerberger, CEO Heimo Scheuch hat sich ebenfalls unter die Podcaster gemischt: https://open.spotify.com/show/5D4Gz8bpAYNAI6tg7H695E . Risikohinweis: Die hier veröffentlichten Gedanken sind weder als Empfehlung noch als ein Angebot oder eine Aufforderung zum An- oder Verkauf von Finanzinstrumenten zu verstehen und sollen auch nicht so verstanden werden. Sie stellen lediglich die persönliche Meinung der Podcastmacher dar. Der Handel mit Finanzprodukten unterliegt einem Risiko. Sie können Ihr eingesetztes Kapital verlieren. Und: Bewertungen bei Apple (oder auch Spotify) machen mir Freude: http://www.audio-cd.at/spotify http://www.audio-cd.at/apple 2254 full no Christian Drastil Comm.

kulturWelt
Offene Rechnungen aus der Kaiserzeit: Einigung im Streit um die Schätze der Hohenzollern

kulturWelt

Play Episode Listen Later May 12, 2025 16:17


Die Bunderegierung hat sich mit den Nachfahren des früheren deutschen Herrscherhauses der Hohenzollern geeinigt: Tausende Kunstwerke, Schlösser und Inventar sollen in eine gemeinsame Stiftung übergehen. Ein Gespräch mit Mario Kubina aus dem ARD-Hauptstadtstudio / Der französische Schauspieler Gérard Depardieu wurde wegen sexueller Übergriffe schuldig gesprochen. Ein Bericht von Cai Rienäcker / Der Deutsche Kulturrat hat eine "Arbeitsstelle Antisemitismus" eingerichtet. Ein Gespräch mit dem Geschäftsführer Olaf Zimmermann.

Enterrados no Jardim
Uma sinfonia de chumbo nos 100 anos do Pacheco. Em conversa com João Pedro George

Enterrados no Jardim

Play Episode Listen Later May 7, 2025 268:27


Para se ser um homem deste tempo ou até de outros, e variar, cumular, não basta estar vivo, como estamos todos, mais ou menos, tantos sem grande proveito, para si mesmos ou para a época, não basta isso, ainda é preciso ter ouvido, escutar a música que faz cada um, que fazemos todos, os que sabem arrancar notas ao seu instrumento, seja este qual for, ouvir como tudo isso depois se eleva, que sinfonia ou caos se gera... Se não se consegue uma harmonia de jeito, mas anda tudo aos encontrões, a produzir ruído, e se, muitas vezes, desencorajados, caímos no silêncio, acabamos sufocados debaixo do que cospe a telefonia. Ser de algum tempo é ser capaz de escutar e, ainda melhor que acompanhar, é achar a sua diferença, esse a mais capaz de impor uma inflexão, até valores próprios, chegar a conduzir num movimento ou noutro, disputar a batuta, ou desmoralizar o maestro, criar a sua escola, mesmo que pela calada, clandestina, sem horários, sem burocracia, só de impulso, paixão. Regatear com a época, dar-lhe o golpe, isso, sim, é tomar posição, extrair um sentido da geral, e compor mais que uma rima, uma solução, ou devotar-se à querela, aos embates, não conter na raiva, não se deixar abafar, mas explicar a liberdade por extenso, nos gestos, em actos. Inventar o seu carácter, produzi-lo na relação com os demais, como uma resposta, tendo em atenção aquilo que falta, tudo quanto nos sonegam, anulam. E aqui faça-se notar que a maior violência de todas pode ser o silêncio, apagar os outros, fingir que não se viu, distribuir a morte antes de tempo, vir aí fazer a sua justiça que passa apenas por cultivar relações, chegar aos lugares, e decretar o vazio, ainda lhe pôr em cima uma gente decorativa para irritar mais. Substitui-se com isto a vida por um desenho animado desses que passam só nos lares da terceira tentando empurrar de vez os velhos, neste país que se quer um imenso lar-fossa onde atirar quem nunca viveu. Esses que, por isso, muitas vezes mesmo que quisessem ir-se, acabar com isto, não sabem para que lado fica a morte. O combate está dificultado, hoje, mesmo por aqueles que lêem. O afastamento paga-se, a falta de um convívio sincero, truculento, animador já por si deixa as almas aí a criarem musgo, em vez de lhes arrancar as teias de aranha, as intrigas alimentadas em estado de paranóia, reforça-se a tibieza do carácter, a infantilidade nas convições. Ora, se a história da Cultura nos ensina alguma coisa "é a resolução das antinomias numa luta sem tréguas, é o combate implacável entre credos opostos", vinca Luiz Pacheco. Estão mal as coisas para quem veio para a literatura em busca de sinais dessa refrega. Estão pessimamente aqueles que, como ele, escolheram a literatura como um modo mais empenhado de superar o estilo gago da existência, e pôr algum sentido na trama dos dias. "Porque a minha vida, o meu trabalho (chamem-lhe ou não assim, pouco me importa) é escrever. Ler, para escrever. Ver, para escrever. E o que não sair em letras, está-me escrito na pele. Vida dura? acho que se percebe, tenho a pele curtida e colada aos ossos, mordida, alegrias, dores, frios e miséria." Estamos sobre o centenário daquele que mais intensa e empenhadamente zurziu no enredo que veio falsificar esta relação entre a vida e a literatura, todos esses modos de aliciamento e convite ao imobilismo, as estratégias de inibição e que trocam uma condição dinâmica e aberta a "um espontâneo movimento de polémica, de antagonismos inconciliáveis em riste", por um quadro de acomodação amorfa. Vimos assinalar aqui esta data, a intervenção e a coragem daquele que, como reconheceu muitas vezes, foi um tipo bera, um sacana, tendo sido capaz do pior, mas alguém que fez o que fez por se querer um tipo livre, "livre até à abjecção, que é o resultado de querer ser livre em português". Assim, em vez de cerimónias o que temos é um grande bolo onde afundar a tromba de uns quantos, e quisemos tomar de novo o pulso a um meio literário cujas imposturas ele não se cansou de expor e atacar. De resto, prova da condição moribunda deste são os silêncios falaciosos que permitiram que no ano passado viesse a lume uma obra inteiramente inédita e ninguém lhe pegasse, mesmo se os seus livros continuam a ser traficados a alto preço nos alfarrabistas, e se lhe vai sendo rendido um culto que não anda longe daquela forma de exploração sistemática póstuma do maldito, como pôde antecipar, falando no "aproveitamento do seu caso humano (deturpando-o) ou da obra por ele legada (amputando-a mesmo assim; colhendo nela apenas o que convém aos tempos que correm) manipulada por seres mesquinhos e gulosos que a serem contemporâneos do maldito, seriam (eram, está-se mesmo a ver, a perceber) os seus mais ferozes inimigos". Para discutir o seu exemplo e os textos que nos legou, chamámos o tipo (João Pedro George) que mais atenção lhe deu, que mais contribuiu para que à volta da sua obra se pudesse gerar um debate sério, não forçando a hagiografia, mas discutindo os elementos mais espinhosos, entre eles a forma como a sua lenda em muitos aspectos se tornou um adorno do próprio enredo que ele tanto combateu.  

Stronger Than You by Olaf Mann
STY – Ep. 354 – Erst mit 52 auf die Bühne – mit Coach Mirco Burger & Helmut Oberheinricher

Stronger Than You by Olaf Mann

Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 56:48


Coach Mirco Burger ist schon fast Inventar bei STY – heute ist er zum sechsten Mal zu Gast. Doch diesmal bringt er Verstärkung mit: seinen Freund und Athleten Helmut Oberheinricher, der 2024 mit 52 Jahren das erste Mal auf die Natural Bodybuilding Bühne ging. Warum so spät? Was hat ihn angetrieben? Gemeinsam erzählen die beiden Geschichten, wie sie nur Coach und Athlet erleben – ehrlich, bewegend und mit einer guten Prise Humor. Außerdem:

Aktuelle Wirtschaftsnews aus dem Radio mit Michael Weyland

Die aktuellen Wirtschaftsnachrichten mit Michael Weyland Thema heute:      Richtig versichert im Campingurlaub   Bund der Versicherten e. V. (BdV): Diese Policen sorgen für einen entspannten Trip mit Wohnmobil, Zelt & Co.         Campingreisen liegen im Trend – ob mit dem ausgebauten Kastenwagen, dem Wohnwagen oder ganz klassisch mit dem Zelt. Der Verbraucherschutzverein Bund der Versicherten e. V. (BdV) erklärt, welche Versicherungen für Campingreisende unverzichtbar sind. „Hat man sich vor dem Urlaub einmal mit seinem Versicherungsschutz beschäftigt, kann man entspannter losfahren“, sagt man beim BdV. „Ein Muss für alle ist die private Haftpflichtversicherung – auch auf Reisen.“ Je nach Ausstattung, Reiseziel und Art des Campings können weitere Policen sinnvoll oder sogar notwendig sein. Ob versehentlich ein fremdes Zelt beschädigt oder durch eine Unachtsamkeit ein Brand ausgelöst wird – auf dem Campingplatz kann es schnell zu Schadenfällen kommen. „Die private Haftpflichtversicherung springt ein, wenn man anderen einen Schaden zufügt. Sie prüft Ansprüche, übernimmt berechtigte Forderungen und wehrt unberechtigte ab, notfalls auch vor Gericht“, heißt es. Die Police fungiert damit auch als passiver Rechtsschutz. Für darlehens- oder leasingfinanzierte Campingfahrzeuge kann neben der verpflichtenden Kfz-Haftpflichtversicherung auch eine Teil- oder Vollkaskoversicherung sinnvoll sein. Während die Teilkasko unter anderem bei Brand, Diebstahl, Wildunfällen oder Sturm zahlt, deckt die Vollkasko zusätzlich selbst verursachte Schäden und Vandalismus ab.   Wer mit viel Ausstattung unterwegs ist, sollte auch den Versicherungsschutz für Inventar und Technik prüfen. Eine spezielle Inhalts- oder Campingversicherung sichert – je nach Tarif – nicht nur Haushaltsgegenstände, sondern auch Markisen, Solaranlagen oder Sportgeräte ab. Die Tarife unterscheiden sich hinsichtlich ihrer Leistungen erheblich und sollten genau geprüft und miteinander verglichen werden. In einigen Fällen springt auch die bestehende Hausratversicherung mit ihrer Außenversicherung ein. „Wie umfangreich der Schutz ist, hängt vom jeweiligen Tarif ab. Eine Nachfrage direkt beim eigenen Hausratversicherer ist daher in jedem Fall ratsam“, erklärt man.    Geht es für Camper ins Ausland, ist eine Auslandsreisekrankenversicherung unbedingt empfehlenswert. Sie übernimmt Kosten, die die gesetzliche Krankenversicherung nicht abdeckt – etwa für ambulante und stationäre Behandlungen oder Rücktransporte. Auch für privat Krankenversicherte ist der Abschluss dieser Police meist sinnvoll. Achten sollte man bei der Auswahl darauf, dass auch der medizinisch sinnvolle Rücktransport eingeschlossen ist.   Diesen Beitrag können Sie nachhören oder downloaden unter:

El búnquer
Aleksei P

El búnquer

Play Episode Listen Later Apr 23, 2025 48:34


Programa 5x135, amb Pemi Fortuny. Despr

Hamburg heute
Busfahrt im Dunkeln - Ausstieg jetzt auch auf freier Strecke möglich

Hamburg heute

Play Episode Listen Later Apr 15, 2025 13:52


Was war heute in Hamburg los? Maiken Nielsen und Ole Wackermann werfen im wöchentlichen Wechsel zum Tagesende einen Blick auf die News und das aktuelle Stadtgeschehen. Das sind die Nachrichten heute mit Elke Spanner am Dienstag, 15. April 2025. +++MEHR SICHERHEIT: AB 21 UHR DÜRFEN HVV-BUSSE AUF FREIER STRECKE HALTEN+++ In sämtlichen Randgebieten des HVV dürfen Busse auch dort halten, wo keine Haltestelle ist. Die Regelung gilt außerhalb des Straßenrings 2, so ein Sprecher. Nicht möglich sei das bei den Express-Buslinien. Auf einigen Linien ging das schon, aber jetzt ist es im gesamten HVV-Bereich möglich. Der Grund: verbesserte Fahrgastsicherheit. Denn so sind die Strecken zwischen Haltestelle und dem Zuhause nicht mehr so lang. Das sei gerade dort wichtig, wo die Stopps weit auseinander liegen und die Straßen vielleicht auch weniger belebt oder beleuchtet sind, so der HVV.

Klimapodcast fra Miljødirektoratet
Ombruk av bygg og inventar i en liten kommune

Klimapodcast fra Miljødirektoratet

Play Episode Listen Later Mar 21, 2025 22:06


Gjesdal kommune har renovert et gammelt bankbygg og gjort det om til helsehus. De har også laget egne løsninger for ombruk av inventar og materialer. Gjesdal kommune har nylig renovert et gammelt bankbygg til det som nå kalles Familiens Hus. Dette bygget samler barnevern, helsestasjon, familiesenter og PPT.  Prosjektet ble startet for å unngå riving og nybygging, og i stedet gjenbruke eksisterende strukturer og materialer. - Utfordrende, men fornuftig Vi møter prosjektleder Therese Noraberg og byggforvalter Jarle Ims. De er enige om at de har fått til veldig mye av det de opprinnelig ønsket, men at det har vært utfordrende arbeid. Det skal godt forarbeid til før man renoverer med tanke på ombruk og nye funksjoner, og det kan være mer krevende å følge opp et renovert bygg enn et bygg der alt er nytt. Det er likevel fornuftig å gjenbruke når det er mulig, sier de to representantene fra kommunen. Mellomlagring og "intern Finn.no" For å kunne ombruke materialer og inventar, har kommunen etablert to mellomlagre i bygg med ledig kapasitet. De lager også en app-løsning for å holde oversikt over materialene, et slags Finn.no for inventar og byggevarer som alle ansatte i kommunen kan bruke. Hjelp til lokalt klimaarbeid Miljødirektoratet har mange ressurser for deg som jobber med lokalt klimaarbeid, blant annet: Veiledning og ressurser Her finner du veiledning i klimatilpasning, klima- og energiplanlegging og hvordan kommunen kan kutte utslipp i ulike sektorer, søke støtte til lokalt klimaarbeid, lese søknader og rapporter fra Klimasats- og klimatilpasningsprosjekter, og mye mer. https://www.miljodirektoratet.no/ansvarsomrader/klima/  Webinarer om lokalt klimaarbeid Webinarer er gratis seminarer via nett. Her kan du melde deg på webinarene, eller se tidligere webinarer i opptak. https://www.miljodirektoratet.no/aktuelt/arrangementer/webinar  Kontakt oss Kontakt oss på klimapodcast@miljodir.no Podcastens hjemmeside: www.klimapodcast.no

Trip FM
Regina Casé, 71 e acelerando!

Trip FM

Play Episode Listen Later Mar 14, 2025


A atriz e apresentadora fala sobre família, religião, casamento e conta pra qual de seus tantos amigos ligaria de uma ilha deserta Regina Casé bem que tentou não comemorar seu aniversário de 71 anos, celebrado no dia 25 de fevereiro. Mas o que seria um açaí com pôr do sol na varanda do Hotel Arpoador se transformou em um samba que só terminou às 11 horas da noite em respeito à lei do silêncio. "Eu não ia fazer nada, nada, nada mesmo. Mas é meio impossível, porque todo mundo fala: vou passar aí, vou te dar um beijo", contou em um papo com Paulo Lima. A atriz e apresentadora tem esse talento extraordinário pra reunir as pessoas mais interessantes à sua volta. E isso vale para seu círculo de amigos, que inclui personalidades ilustres como Caetano Veloso e Fernanda Torres, e também para os projetos que inventa na televisão, no teatro e no cinema.  Inventar tanta coisa nova é uma vocação que ela herdou do pai e do avô, pioneiros no rádio e na televisão, mas também uma necessidade. “Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje me atrapalha. Mas, ao mesmo tempo, eu tive que ser tão autoral. Eu não ia ser a mocinha na novela, então inventei um mundo para mim. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto”, afirma. No teatro, ao lado de artistas como o diretor Hamilton Vaz Pereira e os atores Luiz Fernando Guimarães e Patrícia Travassos, ela inventou o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que revolucionou a cena carioca nos anos 1970. Na televisão, fez programas como TV Pirata, Programa Legal e Brasil Legal. "Aquilo tudo não existia, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali”, conta. LEIA TAMBÉM: Em 1999, Regina Casé estampou as Páginas Negras da Trip De volta aos cinemas brasileiros no fim de março com Dona Lurdes: O Filme, produção inspirada em sua personagem na novela Amor de Mãe (2019), Regina bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM. Na conversa, ela fala do orgulho de ter vindo de uma família que, com poucos recursos e sem faculdade, foi pioneira em profissões que ainda nem tinham nome, do título de “brega” que recebeu quando sua originalidade ainda não era compreendida pelas colunas sociais, de sua relação com a religião, da dificuldade de ficar sozinha – afinal, “a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito” –, do casamento de 28 anos com o cineasta Estêvão Ciavatta, das intempéries e milagres que experimentou e de tudo o que leva consigo. “Eu acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do Eu Tu Eles, que ficou com os três maridos”, afirma. “A vida vai passando e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins”. Uma das figuras mais admiradas e admiráveis do país, ela ainda revela para quem ligaria de uma ilha deserta e mostra o presente de aniversário que ganhou da amiga Fernanda Montenegro. Você pode conferir esse papo a seguir ou ouvir no Spotify do Trip FM.  [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d446165a3ce/header-regina-interna.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Trip. Além de atriz, você é apresentadora, humorista, escritora, pensadora, criadora, diretora… Acho que tem a ver com uma certa modernidade que você carrega, essa coisa de transitar por 57 planetas diferentes. Como é que você se apresentaria se tivesse que preencher aquelas fichas antigas de hotel? Regina Casé. Até hoje ponho atriz em qualquer coisa que tenho que preencher, porque acho a palavra bonita. E é como eu, vamos dizer, vim ao mundo. As outras coisas todas vieram depois. Mesmo quando eu estava há muito tempo sem atuar, eu era primeiramente uma atriz. E até hoje me sinto uma atriz que apresenta programas, uma atriz que dirige, uma atriz que escreve, mas uma atriz. Você falou numa entrevista que, se for ver, você continua fazendo o mesmo trabalho. De alguma maneira, o programa Brasil Legal, a Val de "Que Horas Ela Volta", o grupo de teatro "Asdrúbal Trouxe o Trombone" ou agora esse programa humorístico tem a mesma essência, um eixo que une tudo isso. Encontrei entrevistas e vídeos maravilhosos seus, um lá no Asdrúbal, todo mundo com cara de quem acabou de sair da praia, falando umas coisas muito descontraídas e até mais, digamos assim, sóbrias. E tem um Roda Viva seu incrível, de 1998. Eu morro de pena, porque também o teatro que a gente fazia, a linguagem que a gente usava no Asdrúbal, era tão nova que não conseguiu ser decodificada naquela época. Porque deveria estar sendo propagada pela internet, só que não havia internet. A gente não tem registros, não filmava, só fotografava. Comprava filme, máquina, pagava pro irmão do amigo fazer aquilo no quarto de serviço da casa dele, pequenininho, com uma luz vermelha. Só que ele não tinha grana, então comprava pouco fixador, pouco revelador, e dali a meses aquilo estava apagado. Então, os documentos que a gente tem no Asdrúbal são péssimos. Fico vendo as pouquíssimas coisas guardadas e que foram para o YouTube, como essa entrevista do Roda Viva. Acho que não passa quatro dias sem que alguém me mande um corte. "Ah, você viu isso? Adorei!". Ontem o DJ Zé Pedro me mandou um TED que eu fiz, talvez o primeiro. E eu pensei: "Puxa, eu falei isso, que ótimo, concordo com tudo". Quanta coisa já mudou no Brasil, isso é anterior a tudo, dois mil e pouquinho. E eu fiquei encantada com o Roda Viva, eu era tão novinha. Acho que não mudei nada. Quando penso em mim com cinco anos de idade, andando com a minha avó na rua, a maneira como eu olhava as pessoas, como eu olhava o mundo, é muito semelhante, se não igual, a hoje em dia.  [VIDEO=https://www.youtube.com/embed/rLoqGPGmVdo; CREDITS=; LEGEND=Em 1998, aos 34 anos, Regina Casé foi entrevistada pelo programa Roda Viva, da TV Cultura; IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b0ede6d3/1057x749x960x540x52x40/screen-shot-2025-03-14-at-180926.png] O Boni, que foi entrevistado recentemente no Trip FM, fala sobre seu pai em seu último livro, “Lado B do Boni”, como uma das pessoas que compuseram o que ele é, uma figura que teve uma relevância muito grande, inclusive na TV Globo. Conta um pouco quem foi o seu pai, Regina. Acho que não há Wikipedia que possa resgatar o tamanho do meu pai e do meu avô. Meu avô é pioneiríssimo do rádio, teve um dos primeiros programas de rádio, se não o primeiro. Ele nasceu em Belo Jardim, uma cidadezinha do agreste pernambucano, do sertão mesmo. E era brabo, criativo demais, inteligente demais, e, talvez por isso tudo, impaciente demais, não aguentava esperar ninguém terminar uma frase. Ele veio daquele clássico, com uma mão na frente e outra atrás, sem nada, e trabalhou na estiva, dormiu na rua até começar a carregar rádios. Só que, nos anos 20, 30, rádios eram um armário de madeira bem grandão. Daí o cara viu que ele era esperto e botou ele para instalar os rádios na casa das pessoas. Quando meu avô descobriu que ninguém sabia sintonizar, que era difícil, ele aprendeu. E aí ele deixava os rádios em consignação, botava um paninho com um vasinho em cima, sintonizado, funcionando. Quando ele ia buscar uma semana depois, qualquer um comprava. Aí ele disparou como vendedor dos rádios desse cara que comprava na gringa e começou a ficar meio sócio do negócio. [QUOTE=1218] Mas a programação toda era gringa, em outras línguas. Ele ficava fascinado, mas não entendia nada do que estava rolando ali. Nessa ele descobriu que tinha que botar um conteúdo ali dentro, porque aquele da gringa não estava suprindo a necessidade. Olha como é parecido com a internet hoje em dia. E aí ele foi sozinho, aquele nordestino, bateu na Philips e falou que queria comprar ondas curtas, não sei que ondas, e comprou. Aí ele ia na farmácia Granado e falava: "Se eu fizer um reclame do seu sabão, você me dá um dinheiro para pagar o pianista?". Sabe quem foram os dois primeiros contratados dele? O contrarregra era o Noel Rosa, e a única cantora que ele botou de exclusividade era a Carmen Miranda. Foram os primeiros empregos de carteira assinada. E aí o programa cresceu. Começava de manhã, tipo programa do Silvio, e ia até de noite. Chamava Programa Casé.  E o seu pai? Meu avô viveu aquela era de ouro do rádio. Quando sentiu que o negócio estava ficando estranho, ele, um cara com pouquíssimos recursos de educação formal, pegou meu pai e falou: "vai para os Estados Unidos porque o negócio agora vai ser televisão". Ele fez um curso, incipiente, para entender do que se tratava. Voltou e montou o primeiro programa de televisão feito aqui no Rio de Janeiro, Noite de Gala. Então, tem uma coisa de pioneirismo tanto no rádio quanto na televisão. E meu pai sempre teve um interesse gigante na educação, como eu. Esse interesse veio de onde? Uma das coisas que constituem o DNA de tudo o que fiz, dos meus programas, é a educação. Um Pé de Quê, no Futura, o Brasil Legal e o Programa Legal, na TV Globo… Eu sou uma professora, fico tentando viver as duas coisas juntas. O meu pai tinha isso porque esse meu avô Casé era casado com a Graziela Casé, uma professora muito, mas muito idealista, vocacionada e apaixonada. Ela trabalhou com Anísio Teixeira, Cecília Meireles, fizeram a primeira biblioteca infantil. Meu pai fez o Sítio do Picapau Amarelo acho que querendo honrar essa professora, a mãe dele. Quando eu era menina, as pessoas vinham de uma situação rural trabalhar como domésticas, e quase todas, se não todas, eram analfabetas. A minha avó as ensinava a ler e escrever. Ela dizia: "Se você conhece uma pessoa que não sabe ler e escrever e não ensina para ela, é um crime". Eu ficava até apavorada, porque ela falava muito duramente. Eu acho que sou feita desse pessoal. Tenho muito orgulho de ter vindo de uma família que, sem recursos, sem universidade, foi pioneira na cidade, no país e em suas respectivas... Não digo “profissões” porque ainda nem existiam suas profissões. Eu tento honrar.  [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49d1e03df5/header-regina-interna6.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, a atriz e apresentadora estampou as Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Você tem uma postura de liderança muito forte. Além de ter preparo e talento, você tem uma vocação para aglutinar, juntar a galera, fazer time. Por outro lado, tem essa coisa da atriz, que é diferente, talvez um pouco mais para dentro. Você funciona melhor sozinha ou como uma espécie de capitã, técnica e jogadora do time? Eu nasci atriz dentro de um grupo. E o Asdrúbal trouxe o Trombone não era só um grupo. Apesar do Hamilton Vaz Pereira ter sido sempre um autor e um diretor, a gente criava coletivamente, escrevia coletivamente, improvisava. Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje é uma coisa que me atrapalha. Todo mundo fala: "escreve um livro". Eu tenho vontade, mas falo que para escrever um livro preciso de umas 10 pessoas de público, todo mundo junto. Sou tão grupal que é difícil. Ao mesmo tempo, eu tive que ser muito autoral. Eu, Tu, Eles foi a primeira vez que alguém me tirou para dançar. Antes eu fiz participações em muitos filmes, mas foi a primeira protagonista. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto. Então, eu sempre inventei um mundo para mim. No teatro eu não achava lugar para mim, então tive que inventar um, que era o Asdrúbal. Quando eu era novinha e fui para a televisão, eu não ia ser a mocinha na novela. Então fiz a TV Pirata, o Programa Legal, o Brasil Legal. Aquilo tudo não existia na televisão, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali. Eu sempre me acostumei não a mandar, mas a ter total confiança de me jogar.  E nos trabalhos de atriz, como é? No Asdrúbal eu me lembro que uma vez eu virei umas três noites fazendo roupa de foca, que era de pelúcia, e entupia o gabinete na máquina. Eu distribuía filipeta, colava cartaz, pregava cenário na parede. Tudo, todo mundo fazia tudo. É difícil quando eu vou para uma novela e não posso falar que aquele figurino não tem a ver com a minha personagem, que essa casa está muito chique para ela ou acho que aqui no texto, se eu falasse mais normalzão, ia ficar mais legal. Mas eu aprendi. Porque também tem autores e autores. Eu fiz três novelas com papéis de maior relevância. Cambalacho, em que fiz a Tina Pepper, um personagem coadjuvante que ganhou a novela. Foi ao ar em 1986 e até hoje tem gente botando a dancinha e a música no YouTube, cantando. Isso também, tá vendo? É pré-internet e recebo cortes toda hora, porque aquilo já tinha cara de internet. Depois a Dona Lurdes, de Amor de Mãe, e a Zoé, de Todas as Flores. Uma é uma menina preta da periferia de São Paulo. A outra uma mulher nordestina do sertão, com cinco filhos. A terceira é uma truqueira carioca rica que morava na Barra. São três universos, mas as três foram muito fortes. Tenho muito orgulho dessas novelas. Mas quando comecei, pensei: "Gente, como é que vai ser?". Não é o meu programa. Não posso falar que a edição está lenta, que devia apertar. O começo foi difícil, mas depois que peguei a manha de ser funcionária, fazer o meu e saber que não vou ligar para o cenário, para o figurino, para a comida e não sei o quê, falei: "Isso aqui, perto de fazer um programa como o Esquenta ou o Programa Legal, é como férias no Havaí".  Você é do tipo que não aguenta ficar sozinha ou você gosta da sua companhia? Essa é uma coisa que venho perseguindo há alguns anos. Ainda estou assim: sozinha, sabendo que, se quiser, tem alguém ali. Mas ainda apanho muito para ficar sozinha porque, justamente, a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito. Fui criada assim, em uma família que eram três filhas, uma mãe e uma tia. Cinco mulheres num apartamento relativamente pequeno, um banheiro, então uma está escovando os dentes, outra está fazendo xixi, outra está tomando banho, todas no mesmo horário para ir para a escola. Então é muito difícil para mim ficar sozinha, mas tenho buscado muito. Quando falam "você pode fazer um pedido", eu peço para ter mais paciência e para aprender a ficar sozinha.  Você contou agora há pouco que fazia figurinos lá no Asdrúbal e também já vi você falando que sempre aparecia na lista das mais mal vestidas do Brasil. Como é ser julgada permanentemente? Agora já melhorou, mas esse é um aspecto que aparece mais porque existe uma lista de “mais mal vestidas". Se existisse lista para outras transgressões, eu estaria em todas elas. Não só porque sou transgressora, mas porque há uma demanda que eu seja. Quando não sou, o pessoal até estranha. Eu sempre gostei muito de moda, mais que isso, de me expressar através das roupas. E isso saía muito do padrão, principalmente na televisão, do blazer salmão, do nude, da unha com misturinha, do cabelo com escova. Volta e meia vinha, nos primórdios das redes sociais: "Ela não tem dinheiro para fazer uma escova naquele cabelo?". "Não tem ninguém para botar uma roupa normal nela?".  [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49c62141c1/header-regina-interna4.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Regina Casé falou à Trip em 1999, quando estampou as Páginas Negras; ALT_TEXT=] Antes da internet, existiam muitas colunas sociais em jornal. Tinha um jornalista no O Globo que me detonava uma semana sim e outra não. Eu nunca vou me esquecer. Ele falava de uma bolsa que eu tinha da Vivienne Westwood, que inclusive juntei muito para poder comprar. Eu era apaixonada por ela, que além de tudo era uma ativista, uma mulher importantíssima na gênese do Sex Pistols e do movimento punk. Ele falava o tempo todo: "Estava não sei onde e veio a Regina com aquela bolsa horrorosa que comprou no Saara". O Saara no Rio corresponde à 25 de março em São Paulo, e são lugares que sempre frequentei, que amo e que compro bolsas também. Eu usava muito torço no cabelo, e ele escrevia: "Lá vem a lavadeira do Abaeté". Mais uma vez, não só sendo preconceituoso, mas achando que estava me xingando de alguma coisa que eu acharia ruim. Eu pensava: nossa, que maravilha, estou parecendo uma lavadeira do Abaeté e não alguém com um blazer salmão, com uma blusa bege, uma bolsa arrumadinha de marca. Pra mim era elogio, mas era chato, porque cria um estigma. E aí um monte de gente, muito burra, vai no rodo e fala: "Ela é cafona, ela é horrorosa". Por isso que acho que fiquei muito tempo nessas listas.  O filme “Ainda Estou Aqui” está sendo um alento para o Brasil, uma coisa bem gostosa de ver, uma obra iluminada. A Fernanda Torres virou uma espécie de embaixadora do Brasil, falando de uma forma muito legal sobre o país, sobre a cultura. Imagino que pra você, que vivenciou essa época no Rio de Janeiro, seja ainda mais especial. Eu vivi aquela época toda e o filme, mesmo sem mostrar a tortura e as barbaridades que aconteceram, reproduz a angústia. Na parte em que as coisas não estão explicitadas, você só percebe que algo está acontecendo, e a angústia que vem dali. Mesmo depois, quando alguma coisa concreta aconteceu, você não sabe exatamente do que está com medo, o que pode acontecer a qualquer momento, porque tudo era tão aleatório, sem justificativa, ninguém era processado, julgado e preso. O filme reproduz essa sensação, mesmo para quem não viveu. É maravilhoso, maravilhoso.  [QUOTE=1219] Não vou dizer que por sorte porque ele tem todos os méritos, mas o filme caiu num momento em que a gente estava muito sofrido culturalmente. Nós, artistas, tínhamos virado bandidos, pessoas que se aproveitam. Eu nunca usei a lei Rouanet, ainda que ache ela muito boa, mas passou-se a usar isso quase como um xingamento, de uma maneira horrível. E todos os artistas muito desrespeitados, inclusive a própria Fernanda, Fernandona, a pessoa que a gente mais tem que respeitar na cultura do país. O filme veio não como uma revanche. Ele veio doce, suave e brilhantemente cuidar dessa ferida. Na equipe tenho muitos amigos, praticamente família, o Walter, a Nanda, a Fernanda. Sou tão amiga da Fernanda quanto da Nanda, sou meio mãe da Nanda, mas sou meio filha da Fernanda, sou meio irmã da Nanda e também da Fernanda. É bem misturado, e convivo muito com as duas. Por acaso, recebi ontem um presente e um cartão de aniversário da Fernandona que é muito impressionante. Tão bonitinho, acho que ela não vai ficar brava se eu mostrar para vocês. O que o cartão diz? Ela diz assim: "Regina, querida, primeiro: meu útero sabe que a Nanda já está com esse Oscar”. Adorei essa frase. "Segundo, estou trabalhando demais, está me esgotando. Teria uma leitura de 14 trechos magníficos, de acadêmicos, que estou preparando essa apresentação para a abertura da Academia [Brasileira de Letras], que está em recesso. O esgotamento acho que é por conta dos quase 100 anos que tenho". Imagina... Com esse trabalho todo. Aí ela faz um desenho lindo de flores com o coração: "Regina da nossa vida, feliz aniversário, feliz sempre da Fernanda". E me manda uma toalhinha bordada lindíssima com um PS: "Fernando [Torres] e eu compramos essa toalhinha de mão no Nordeste numa das temporadas de nossa vida pelo Brasil afora. Aliás, nós comprávamos muito lembranças como essa. Essa que eu lhe envio está até manchadinha, mas ela está feliz porque está indo para a pessoa certa. Está manchadinha porque está guardadinha faz muitos anos". Olha que coisa. Como é que essa mulher com quase 100 anos, com a filha indicada ao Oscar, trabalhando desse jeito, decorando 14 textos, tem tempo de ser tão amorosa, gentil, generosa e me fazer chorar? Não existe. Ela é maravilhosa demais. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b9f0f548/header-regina-interna3.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu queria te ouvir sobre outro assunto. Há alguns anos a menopausa era um tema absolutamente proibido. As mulheres se sentiam mal, os homens, então, saíam correndo. Os médicos não falavam, as famílias não falavam. E é engraçado essa coisa do pêndulo. De repente vira uma onda, artistas falando, saem dezenas de livros sobre o assunto. Como foi para você? Você acha que estamos melhorando na maneira de lidar com as nossas questões enquanto humanidade? É bem complexo. Tem aspectos que acho que estão melhorando muito. Qualquer família que tinha uma pessoa com deficiência antigamente escondia essa pessoa, ela era quase trancada num quarto, onde nem as visitas da casa iam. E hoje em dia todas essas pessoas estão expostas, inclusive ao preconceito e ao sofrimento, mas estão na vida, na rua. Há um tempo não só não podia ter um casal gay casado como não existia nem a expressão "casal gay", porque as pessoas no máximo tinham um caso escondido com outra pessoa. Então em muitos aspectos a gente avançou bastante. Não sei se é porque agora estou ficando bem mais velha, mas acho que esse assunto do etarismo está chegando ainda de uma maneira muito nichada. Se você for assistir a esse meu primeiro TED, eu falo que a gente não pode pegar e repetir, macaquear as coisas dos Estados Unidos. Essa ideia de grupo de apoio. Sinto que essa coisa da menopausa, do etarismo, fica muito de mulher para mulher, um grupo de mulheres daquela idade. Mas não acho que isso faz um garoto de 16 anos entender que eu, uma mulher de 70 anos, posso gostar de basquete, de funk, de sambar, de namorar, de dançar. Isso tudo fica numa bolha bem impermeável. E não acho que a comunicação está indo para outros lados. É mais você, minha amiga, que também está sentindo calores. [QUOTE=1220] Tem uma coisa americana que inventaram que é muito chata. Por exemplo, a terceira idade. Aí vai ter um baile, um monte de velhinhos e velhinhas dançando todos juntos. Claro que é melhor do que ficar em casa deprimido, mas é chato. Acho que essa festa tem que ter todo mundo. Tem que ter os gays, as crianças, todo mundo nessa mesma pista com um DJ bom, com uma batucada boa. Senão você vai numa festa e todas as pessoas são idênticas. Você vai em um restaurante e tem um aquário onde põem as crianças dentro de um vidro enquanto você come. Mas a criança tem que estar na mesa ouvindo o que você está falando, comendo um troço que ela não come normalmente. O menu kids é uma aberração. Os meus filhos comem tudo, qualquer coisa que estiver na mesa, do jeito que for. Mas é tudo separado. Essa coisa de imitar americano, entendeu? Então, acho que essa coisa da menopausa está um pouco ali. Tem que abrir para a gente conversar, tem que falar sobre menopausa com o MC Cabelinho. Eu passei meio batida, porque, por sorte, não tive sintomas físicos mais fortes. Senti um pouco mais de calor, mas como aqui é tão calor e eu sou tão agitada, eu nunca soube que aquilo era específico da menopausa.  Vou mudar um pouco de assunto porque não dá para deixar de falar sobre isso. Uma das melhores entrevistas do Trip FM no ano passado foi com seu marido, o cineasta Estêvão Ciavatta. Ele contou do acidente num passeio a cavalo que o deixou paralisado do pescoço para baixo e com chances de não voltar a andar. E fez uma declaração muito forte sobre o que você representou nessa recuperação surpreendente dele. A expressão "estamos juntos" virou meio banal, mas, de fato, você estava junto ali. Voltando a falar do etarismo, o Estêvão foi muito corajoso de casar com uma mulher que era quase 15 anos mais velha, totalmente estabelecida profissionalmente, conhecida em qualquer lugar, que tinha sido casada com um cara maravilhoso, o Luiz Zerbini, que tinha uma filha, uma roda de amigos muito grande, um símbolo muito sólido, tudo isso. Ele propôs casar comigo, na igreja, com 45 anos. Eu, hippie, do Asdrúbal e tudo, levei um susto, nunca pensei que eu casar. O que aconteceu? Eu levei esse compromisso muito a sério, e não é o compromisso de ficar com a pessoa na saúde, na doença, na alegria, na tristeza. É também, mas é o compromisso de, bom, vamos entrar nessa? Então eu vou aprender como faz isso, como é esse amor, como é essa pessoa, eu vou aprender a te amar do jeito que você é. Acho que o pessoal casa meio de brincadeira, mas eu casei a sério mesmo, e estamos casados há 28 anos. Então, quando aconteceu aquilo, eu falei: ué, a gente resolveu ficar junto e viver o que a vida trouxesse pra gente, então vamos embora. O que der disso, vamos arrumar um jeito, mas estamos juntos. E acho que teve uma coisa que me ajudou muito. O quê? Aqui em casa é tipo pátio dos milagres. Teve isso que aconteceu com o Estêvão, e também a gente ter encontrado o Roque no momento que encontrou [seu filho caçula, hoje com 11 anos, foi adotado pelo casal quando bebê]. A vida que a gente tem hoje é inacreditável. Parece realmente que levou oito anos, o tempo que demorou para encontrar o filho da gente, porque estava perdido em algum lugar, igual a Dona Lurdes, de Amor de Mãe. Essa é a sensação. E a Benedita, quando nasceu, quase morreu, e eu também. Ela teve Apgar [escala que avalia os recém-nascidos] zero, praticamente morreu e viveu. Nasceu superforte, ouvinte, gorda, forte, cabeluda, mas eu tive um descolamento de placenta, e com isso ela aspirou líquido. Ela ficou surda porque a entupiram de garamicina, um antibiótico autotóxico. Foi na melhor das intenções, pra evitar uma pneumonia pelo líquido que tinha aspirado, mas ninguém conhecia muito, eram os primórdios da UTI Neonatal. O que foi para a gente uma tragédia, porque ela nasceu bem. Só que ali aprendi um negócio que ajudou muito nessa história do Estêvão: a lidar com médico. E aprendi a não aceitar os "não". Então quando o cara dizia "você tem que reformar a sua casa, tira a banheira e bota só o chuveiro largo para poder entrar a cadeira de rodas", eu falava: "Como eu vou saber se ele vai ficar pra sempre na cadeira de rodas?".  [QUOTE=1221] Quando a Benedita fala "oi, tudo bem?", ela tem um leve sotaque, anasalado e grave, porque ela só tem os graves, não tem nem médio, nem agudo. Mas ela fala, canta, já ganhou concurso de karaokê. Quando alguém vê a audiometria da Benedita, a perda dela é tão severa, tão profunda, que falam: "Esse exame não é dessa pessoa". É o caso do Estêvão. Quando olham a lesão medular dele e veem ele andando de bicicleta com o Roque, falam: "Não é possível". Por isso eu digo que aqui em casa é o pátio dos milagres. A gente desconfia de tudo que é “não”. É claro que existem coisas que são limitações estruturais, e não adianta a gente querer que seja de outro jeito, mas ajuda muito duvidar e ir avançando a cada "não" até que ele realmente seja intransponível. No caso do Estêvão, acho que ele ficou feliz porque teve perto por perto não só uma onça cuidando e amando, mas uma onça que já tinha entendido isso. Porque se a gente tivesse se acomodado a cada “não”, talvez ele não estivesse do jeito que está hoje. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49af631476/header-regina-interna2.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu já vi você falar que essa coisa da onça é um pouco fruto do machismo, que você teve que virar braba para se colocar no meio de grupos que eram majoritariamente de homens, numa época que esse papo do machismo era bem menos entendido. Isso acabou forjando o seu jeito de ser? Com certeza. Eu queria ser homem. Achava que tudo seria mais fácil, melhor. Achava maravilhoso até a minha filha ser mulher. Fiquei assustadíssima. Falei: "Não vou ser capaz, não vou acertar". Aí botei a Benedita no futebol, foi artilheira e tudo, e fui cercando com uma ideia nem feminista, nem machista, mas de que o masculino ia ser melhor pra ela, mais fácil. Mas aí aprendi com a Benedita não só a amar as mulheres, mas a me amar como mulher, grávida, dando de mamar, criando outra mulher, me relacionando com amigas, com outras mulheres. Isso tudo veio depois da Benedita. Mas se você falar "antigamente o machismo"... Vou te dizer uma coisa. Se eu estou no carro e falo para o motorista “é ali, eu já vim aqui, você pode dobrar à direita”, ele pergunta assim: “Seu Estêvão, você sabe onde é para dobrar?”. Aí eu falo: “Vem cá, você quer que compre um pau para dizer pra você para dobrar à direita? Vou ter que botar toda vez que eu sentar aqui? Porque não é possível, estou te dizendo que eu já vim ali”. É muito impressionante, porque não é em grandes discussões, é o tempo todo. É porque a gente não repara, sabe? Quer dizer, eu reparo, você que é homem talvez não repare. Nesses momentos mais difíceis, na hora de lidar com os problemas de saúde da Benedita ou com o acidente punk do Estêvão, o que você acha que te ajudou mais: os anos de terapia ou o Terreiro de Gantois, casa de Candomblé que você frequenta em Salvador? As duas coisas, porque a minha terapia também foi muito aberta. E não só o Gantois como o Sacré-Coeur de Marie. Eu tenho uma formação católica. Outro dia eu ri muito porque a Mãe Menininha se declarava católica em sua biografia, e perguntaram: "E o Candomblé"? Ela falava: “Candomblé é outra coisa”. E eu vejo mais ou menos assim. Não é que são duas religiões, eu não posso pegar e jogar a criança junto com a água da bacia. É claro que eu tenho todas as críticas que você quiser à Igreja Católica, mas eu fui criada por essa avó Graziela, que era professora, uma mulher genial, e tão católica que, te juro, ela conversava com Nossa Senhora como eu estou conversando com você. Quando ela recebia uma graça muito grande, ligava para mim e para minhas irmãs e falava: "Venham aqui, porque eu recebi uma graça tão grande que preciso de vocês para agradecer comigo, sozinha não vou dar conta." Estudei em colégio de freiras a minha vida inteira, zero trauma de me sentir reprimida, me dava bem, gosto do universo, da igreja. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49cbe34551/header-regina-interna5.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, Regina Casé foi a entrevistada das Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Aí eu tenho um encontro com o Candomblé, lindíssimo, através da Mãe Menininha. Essa história é maravilhosa. O Caetano [Veloso] disse: "Mãe Menininha quer que você vá lá". Eu fiquei apavorada, porque achei que ela ia fazer uma revelação, tinha medo que fosse um vaticínio... Até que tomei coragem e fui. Cheguei lá com o olho arregalado, entrei no quarto, aquela coisa maravilhosa, aquela presença.. Aí eu pedi a benção e perguntei o que ela queria. Ela falou: "Nada não, queria conhecer a Tina Pepper". Então, não só o Gantuar, o Candomblé como um todo, só me trouxe coisas boas e acolhida. A minha relação com a Bahia vem desde os 12 anos de idade, depois eu acabei recebendo até a cidadania de tamanha paixão e dedicação. É incrível porque eu nunca procurei. No episódio da Benedita, no dia seguinte já recebi de várias pessoas orientações do que eu devia fazer. No episódio do Estêvão também, não só do Gantuar, mas da [Maria] Bethânia, e falavam: "Olha, você tem que fazer isso, você tem que cuidar daquilo". Então, como é que eu vou negar isso? Porque isso tudo está aqui dentro. Então, acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do “Eu Tu Eles”, que ficou com os três maridos. A vida vai passando por você e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins. A gente sabe que você tem uma rede de amizades absurda, é muito íntima de meio mundo. Eu queria brincar daquela história de te deixar sozinha numa ilha, sem internet, com todos os confortos, livros, música. Você pode ligar à vontade para os seus filhos, pro seu marido, mas só tem uma pessoa de fora do seu círculo familiar para quem você pode ligar duas vezes por semana. Quem seria o escolhido para você manter contato com a civilização? É curioso que meus grandes amigos não têm celular. Hermano [Vianna] não fala no celular, Caetano só fala por e-mail, é uma loucura, não é nem WhatsApp. Acho que escolheria o Caetano, porque numa ilha você precisa de um farol. Tenho outros faróis, mas o Caetano foi, durante toda a minha vida, o meu farol mais alto, meu norte. E acho que não suportaria ficar sem falar com ele. 

Regionaljournal Graubünden
Diverse Bündner Ortsbilder nicht mehr «schützenswert»

Regionaljournal Graubünden

Play Episode Listen Later Mar 14, 2025 25:09


Der Bund streicht diverse Bündner Dörfer aus dem Inventar der schützenswerten Ortsbilder. Aus Sicht des Architekturexperten ein schlechtes Zeugnis für die Gemeinden. Weitere Themen: · Rund ein Drittel der Brienzerinnen und Brienzer möchte umgesiedelt werden. · Nach Hochwasser: Historische Quellfassung zurück nach St. Moritz gebracht. · Ein neuer Dokumentarfilm begleitet das Leben einer Familie auf hoher See.

Palabras Mayores - Carlos Antonio Vélez
No se ha podido con la A y con la B y ¿Van a inventar una C?

Palabras Mayores - Carlos Antonio Vélez

Play Episode Listen Later Mar 12, 2025 24:46


Carlos Antonio Vélez, en sus Palabras Mayores del 12 de marzo de 2025, analizó la actuación de Luis Díaz en la derrota de Liverpool ante PSG en la Champions League. Vélez se refirió a la salida de Juan Carlos Osorio de los Xolos de Tijuana de México. El analista dio pistas del nuevo técnico de Santa Fe. Finamente, Carlos Antonio contó detalles de lo sucedido en la asamblea de la Dimayor.

Pilha de Livros
409. A arte de inventar línguas (e contar coisas)

Pilha de Livros

Play Episode Listen Later Mar 6, 2025 6:53


Um grande livro sobre a invenção de línguas — que nos permite falar do número gramatical. This is a public episode. If you'd like to discuss this with other subscribers or get access to bonus episodes, visit www.pilhadelivros.pt/subscribe

Radio Giga
Kingdom Come Deliverance 2: Seltsame Verse (Alle Lösungen für die Gedichte)

Radio Giga

Play Episode Listen Later Mar 3, 2025


Vielleicht ist auch schon bei euch einer der seltsamen kurzen Verse im Inventar von Kingdom Come Deliverance 2 gelandet. Die Gedichte verweisen auf bestimmte Orte, die ihr in Kuttenberg finden könnt. Wie ihr die Schnitzeljagd löst und welche Belohnungen es am Ende gibt, zeigen wir euch hier.

Clau, quiero ser ingeniera
INVENTAR UNA APP ESTUDIANDO UN FP: Carol y su grado superior en DAM

Clau, quiero ser ingeniera

Play Episode Listen Later Mar 3, 2025 51:19


https://www.instagram.com/clau_qsi/ https://www.tiktok.com/@clau_qsi/ ¡Hola, hola! Hoy nos visita Carol, una futura programadora que decidió dejar atrás su vida en Colombia para lanzarse a la aventura de la tecnología en España

Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão, Temporada 3
Especial Preguiça! A começar pela preguiça de inventar um título para esta edição que não seja Especial Preguiça!

Rádio Comercial - O Homem que Mordeu o Cão, Temporada 3

Play Episode Listen Later Feb 25, 2025 13:23


Várias histórias de pessoas muuuuuuuuuuuuuito mandrionas.

Esse dia foi Loko
T4|E15: Governar, Administrar e Inventar o Brasil no século XVIII

Esse dia foi Loko

Play Episode Listen Later Feb 25, 2025 58:05


Un murciano encabronao y David Santos. Los audios.
U.M.E. (Patreon) - Me suelo inventar las cosas (07-02-2025) - Episodio exclusivo para mecenas

Un murciano encabronao y David Santos. Los audios.

Play Episode Listen Later Feb 25, 2025 1:28


Agradece a este podcast tantas horas de entretenimiento y disfruta de episodios exclusivos como éste. ¡Apóyale en iVoox! U.M.E. (Patreon) - Me suelo inventar las cosas (07-02-2025) Más contenido inédito en: https://www.es-tv.es Aportaciones a Raúl: https://www.patreon.com/user?u=40527138 Nº de cuenta: ES75 3018 5746 3520 3462 2213 Bizum: 696339508 o 650325992 Aportaciones a David: https://www.patreon.com/davidsantosvlog Nº de Cuenta: ES78 0073 0100 5306 7538 9734 Bizum: +34 644919278 Aportaciones a Equipo-F: TITULAR: EQUIPO F CUENTA: ES34 1465 0100 9417 5070 9106 C ÓDIGO SWIFT: INGDESMM Conviértete en miembro de este canal para disfrutar de ventajas: https://www.ivoox.com/podcast-un-murciano-encabronao-david-santos-los-audios_sq_f11099064_1.html Canales de U.M.E.: El Cid

Fußball – meinsportpodcast.de
Derby muss hässlich sein! 2.Bundesliga, 23.Spieltag!

Fußball – meinsportpodcast.de

Play Episode Listen Later Feb 24, 2025 79:41


Dead Ball Facility Manager auf Teilzeit (m/w/d)Braunschweig / Teilzeit / unbefristet / ab 01.03.2025Werde Teil eines jungen, modernen Teams im Herzen von Braunschweig. An der Schnellstraße gelegen lernst du im Rekordtempo die Facetten unserer Organisation kennen. Hierbei spielen Teamgeist, Entscheidungsfähigkeit, ein gutes Auge und ein robuster Kopf eine große Rolle und gehören zum Inventar unserer Mannschaft.Wir erwarten von dir:-flexible Arbeitszeiten- gute Kenntnisse in Dead Ball Management -Abgeschlossene Berufsausbildung -fließendes Englisch-starke KommunikationSie bekommen von uns:5% Nachlass im eigenen Fanshop bei einem Warenwert von 250Trainingskleidung und -Utensilien sind selbst mitzubringen!Bist du dumm Du möchtest deinen Podcast auch kostenlos hosten und damit Geld verdienen? Dann schaue auf www.kostenlos-hosten.de und informiere dich. Dort erhältst du alle Informationen zu unseren kostenlosen Podcast-Hosting-Angeboten. kostenlos-hosten.de ist ein Produkt der Podcastbude.Gern unterstützen wir dich bei deiner Podcast-Produktion.

Drübergehalten – Der Ostfußball­podcast – meinsportpodcast.de
Derby muss hässlich sein! 2.Bundesliga, 23.Spieltag!

Drübergehalten – Der Ostfußball­podcast – meinsportpodcast.de

Play Episode Listen Later Feb 24, 2025 79:41


Dead Ball Facility Manager auf Teilzeit (m/w/d)Braunschweig / Teilzeit / unbefristet / ab 01.03.2025Werde Teil eines jungen, modernen Teams im Herzen von Braunschweig. An der Schnellstraße gelegen lernst du im Rekordtempo die Facetten unserer Organisation kennen. Hierbei spielen Teamgeist, Entscheidungsfähigkeit, ein gutes Auge und ein robuster Kopf eine große Rolle und gehören zum Inventar unserer Mannschaft.Wir erwarten von dir:-flexible Arbeitszeiten- gute Kenntnisse in Dead Ball Management -Abgeschlossene Berufsausbildung -fließendes Englisch-starke KommunikationSie bekommen von uns:5% Nachlass im eigenen Fanshop bei einem Warenwert von 250Trainingskleidung und -Utensilien sind selbst mitzubringen!Bist du dumm Du möchtest deinen Podcast auch kostenlos hosten und damit Geld verdienen? Dann schaue auf www.kostenlos-hosten.de und informiere dich. Dort erhältst du alle Informationen zu unseren kostenlosen Podcast-Hosting-Angeboten. kostenlos-hosten.de ist ein Produkt der Podcastbude.Gern unterstützen wir dich bei deiner Podcast-Produktion.

German Football League – meinsportpodcast.de
Derby muss hässlich sein! 2.Bundesliga, 23.Spieltag!

German Football League – meinsportpodcast.de

Play Episode Listen Later Feb 24, 2025 79:41


Dead Ball Facility Manager auf Teilzeit (m/w/d)Braunschweig / Teilzeit / unbefristet / ab 01.03.2025Werde Teil eines jungen, modernen Teams im Herzen von Braunschweig. An der Schnellstraße gelegen lernst du im Rekordtempo die Facetten unserer Organisation kennen. Hierbei spielen Teamgeist, Entscheidungsfähigkeit, ein gutes Auge und ein robuster Kopf eine große Rolle und gehören zum Inventar unserer Mannschaft.Wir erwarten von dir:-flexible Arbeitszeiten- gute Kenntnisse in Dead Ball Management -Abgeschlossene Berufsausbildung -fließendes Englisch-starke KommunikationSie bekommen von uns:5% Nachlass im eigenen Fanshop bei einem Warenwert von 250Trainingskleidung und -Utensilien sind selbst mitzubringen!Bist du dumm Du möchtest deinen Podcast auch kostenlos hosten und damit Geld verdienen? Dann schaue auf www.kostenlos-hosten.de und informiere dich. Dort erhältst du alle Informationen zu unseren kostenlosen Podcast-Hosting-Angeboten. kostenlos-hosten.de ist ein Produkt der Podcastbude.Gern unterstützen wir dich bei deiner Podcast-Produktion.

MDR THÜRINGEN  - Die Polizeiberichte aus Thüringen
Der Polizeibericht für Thüringen am Morgen | 24.02.2025

MDR THÜRINGEN - Die Polizeiberichte aus Thüringen

Play Episode Listen Later Feb 24, 2025 2:05


+++ Gera: Malerei an Inventar im Hauptbahnhof, Verursacher gefasst +++ Kapellendorf: Mehr als 30 Bäume für illegale Cross-Strecke gefällt +++ Landkreis Greiz: Betrüger geben sich als Polizei aus +++

American Football – meinsportpodcast.de
Derby muss hässlich sein! 2.Bundesliga, 23.Spieltag!

American Football – meinsportpodcast.de

Play Episode Listen Later Feb 24, 2025 79:41


Dead Ball Facility Manager auf Teilzeit (m/w/d)Braunschweig / Teilzeit / unbefristet / ab 01.03.2025Werde Teil eines jungen, modernen Teams im Herzen von Braunschweig. An der Schnellstraße gelegen lernst du im Rekordtempo die Facetten unserer Organisation kennen. Hierbei spielen Teamgeist, Entscheidungsfähigkeit, ein gutes Auge und ein robuster Kopf eine große Rolle und gehören zum Inventar unserer Mannschaft.Wir erwarten von dir:-flexible Arbeitszeiten- gute Kenntnisse in Dead Ball Management -Abgeschlossene Berufsausbildung -fließendes Englisch-starke KommunikationSie bekommen von uns:5% Nachlass im eigenen Fanshop bei einem Warenwert von 250Trainingskleidung und -Utensilien sind selbst mitzubringen!Bist du dumm Du möchtest deinen Podcast auch kostenlos hosten und damit Geld verdienen? Dann schaue auf www.kostenlos-hosten.de und informiere dich. Dort erhältst du alle Informationen zu unseren kostenlosen Podcast-Hosting-Angeboten. kostenlos-hosten.de ist ein Produkt der Podcastbude.Gern unterstützen wir dich bei deiner Podcast-Produktion.

A vivir que son dos días
La píldora de Tallón | Cómo deshacer un error

A vivir que son dos días

Play Episode Listen Later Feb 23, 2025 3:21


Inventar la manera de deshacer un error, sin importar cuál, sería la máxima conquista del progreso. Más que eso no se podría inventar nada. Me refiero a revertir el error textualmente. Es decir, que después de caer en él, pudieses caminar hacia atrás, desmontando el desastre hasta alcanzar el instante del pasado en el que tu acción comienza, y aún no apareció el fallo. En los ordenadores ese espíritu lo representa la tecla Deshacer, con la que borras lo que haga falta. En Matadero cinco, de Kurt Vonnegut, hay un momento en que el protagonista de la novela, Billy Pilgrim, se pone a ver una película hacia atrás. Es una peli sobre los bombardeos americanos en la II Guerra Mundial. El efecto es fascinante. Pilgrim ve cómo los aviones norteamericanos, llenos de agujeros, hombres heridos y cadáveres despegan hacia atrás en un aeródromo inglés. Vuelan hacia una ciudad alemana en llamas. A su altura, los bombarderos abren las compuertas de las bombas y ejercen «un milagroso magnetismo» que encoge los incendios y los comprime en contenedores cilíndricos de acero, alzándolos hasta el vientre de los aviones. Al llegar a la base, los cilindros se envían de vuelta a EE.UU., donde hay fábricas que separan sus peligrosos componentes en minerales. Al principio de la película los pilotos devuelven sus uniformes y se convierten en estudiantes de instituto. Y Hitler, seguramente, se transforma en un bebé. No suelen acabar así los desastres, pero es bonito imaginar que el lunes Trump y Putin empiezan a caminar hacia atrás, a cámara rápida, hasta un día acabar en el vientre de sus madres, de donde fue una pena que salieran.

MENTOR360
#032 First Principles Thinking, Cómo Desarrollarlo - re:INVÉNTATE con Luis Ramos

MENTOR360

Play Episode Listen Later Feb 12, 2025 44:36


En este episodio de re:Invéntate, desvelamos el secreto de los grandes innovadores: el First Principles Thinking. Esta poderosa técnica de pensamiento te permitirá descomponer cualquier problema hasta sus componentes más básicos, cuestionando asunciones y construyendo soluciones verdaderamente disruptivas.Descubre cómo:Ir más allá de las ideas preconcebidas y encontrar la raíz de cada desafío.Aplicar estrategias como el pensamiento inverso y la priorización para maximizar tu impacto.Adaptar tu enfoque con flexibilidad para superar obstáculos y aprovechar nuevas oportunidades.Implementar el First Principles Thinking en tu vida profesional y personal a través de ejemplos prácticos.Ya sea que estés buscando innovar en tu sector, escalar un proyecto exitoso o simplemente abordar problemas de una manera más efectiva, este episodio te dará las herramientas para desbloquear todo tu potencial creativo.Acompáñanos en este viaje para aprender a pensar como los grandes visionarios. ¿Estás listo para deconstruir lo establecido y reimaginar las posibilidades?Ayúdanos a difundir este conocimiento transformador dejando una calificación de 5 estrellas: re:INVÉNTATE en Apple Podcasts y re:INVÉNTATE en Spotify. Y no olvides compartir en tus redes sociales etiquetando a @LuisRamosAyuda qué vas a re:INVENTAR aplicando el First Principles Thinking.¡Hoy comienza tu re:Invención!

kicker News
Höhere Ansprüche: Das fehlt Augsburg noch zum nächsten Schritt

kicker News

Play Episode Listen Later Feb 5, 2025 9:18


Der FC Augsburg gehört seit über einem Jahrzehnt zum Inventar der Bundesliga - und fliegt dennoch oft unter dem Radar. Mit kicker-Reporter Frank Linkesch sprechen wir über das bittere Pokal-Aus, den alljährlichen Abstiegskampf - und die gestiegenen Ansprüche.

kicker Daily
Höhere Ansprüche: Das fehlt Augsburg noch zum nächsten Schritt

kicker Daily

Play Episode Listen Later Feb 5, 2025 9:18


Der FC Augsburg gehört seit über einem Jahrzehnt zum Inventar der Bundesliga – und fliegt dennoch oft unter dem Radar. Mit kicker-Reporter Frank Linkesch sprechen wir über das bittere Pokal-Aus, den alljährlichen Abstiegskampf – und die gestiegenen Ansprüche.

Hoy por Hoy
La auditoria | Está de moda inventar

Hoy por Hoy

Play Episode Listen Later Jan 31, 2025 11:17


Nuestro auditor Aitor Albizua lo tiene claro: está de moda. La desinformación, también, equivocación de nombres, de marcas... Tampoco se olvida de los jardineros, ¿comer plantas? cada uno verá. Un repaso a lo mejor y lo peor de la última semana de enero.

Livenet.ch Podcast
Frei von religiösen Zwängen und Esoterik | Sascha Laiss

Livenet.ch Podcast

Play Episode Listen Later Jan 30, 2025 27:27


Wusstest du, dass es ein «Christus-Fläschchen» gibt? In der Praxis von Sascha Laiss gehörte das Glasgefäss mit der roten Essenz zum Inventar. 16 Jahre war Sascha Laiss in der Esoterik therapeutisch aktiv, 50 Jahre eng eingebunden in einer streng-religiösen Gemeinschaft. Diese Einflüsse und andere Weltanschauungen mischte sie nach Belieben wie ihre Essenzen. Der ersehnte Seelenfrieden blieb aus. In der «Lichtarbeiterin» wurde es immer dunkler. Ausgelöst durch die Covid-Zeit, in der sie ihre Gewohnheiten, Praktiken und ihren Glauben hinterfragte, entdeckte sie die lebendige Beziehung zu Jesus Christus. Über diese neue Dimension von Freiheit, die sie im christlichen Glauben gefunden hat, berichtet Sascha Laiss in diesem Talk. Heute betreut sie auch die Anlaufstelle Edenlaiss.ch, um Menschen aus der Esoterik zu beraten und ihnen zu helfen. Die Praxis von Sascha Laiss findest du hier: https://www.edenlaiss.ch #esoterik #buddhismus #glaube#spiritualität

Kassenzone Podcast | Interviews zu den Themen E-Commerce, Handel, Plattformökonomie & Digitalisierung

Oft gewünscht, endlich live! In dieser Episode von Plattform Ökonomie beleuchten wir die Plattform Group, ein Unternehmen, das als Paradebeispiel für Plattformökonomie gelten könnte. Karo und ich, Alex, berichten über meine jüngsten Erfahrungen in Italien, wo ich an einem Workshop teilgenommen habe, der sich mit Plattformkonzepten und Digitalisierung auseinandersetzte. Während wir die wirtschaftlichen Herausforderungen Italiens diskutieren, fällt auf, wie stark Länder in ihrer digitalen Entwicklung voneinander abweichen. Italien hat im Vergleich zu Deutschland mit erheblichen Schwierigkeiten in der digitalen Wirtschaft zu kämpfen, was uns zu dem Gedanken bringt, dass es möglicherweise ein Nährboden für neue, unabhängige Plattformunternehmen sein könnte. Wir tauchen dann tiefer in die Welt der Platform Group ein und erkunden, wie dieses Unternehmen entstanden ist und welche Geschäftsmodelle es verfolgt. Ursprünglich aus der Unternehmensakquisition von Schuhe24 hervorgegangen, hat sich die Plattform Group auf die Konsolidierung verschiedenster E-Commerce-Unternehmen spezialisiert. Wir erklären, wie sie eine einheitliche technologische Plattform herstellen wollen, um Synergieeffekte zu nutzen und einen breiten Zugang für Kunden zu ermöglichen. Auf den ersten Blick klingt dies vielversprechend, doch schon bald stellen wir kritisch in Frage, wie gut diese Plattform in der Praxis wirklich funktioniert. Im weiteren Verlauf der Episode beleuchten wir die aktuellen finanziellen Ergebnisse der Plattform Group. Trotz eines stabilen EBITDA und einem Umsatzwachstum bleibt uns nicht verborgen, dass die Plattform in Bezug auf die Bewertungen unserer Plattformkriterien hinter den Erwartungen zurückbleibt. Wir diskutieren die Herausforderungen, denen die Platform Group gegenübersteht, unter anderem die Akquisition kleinerer Unternehmen und die Schwierigkeiten, diese nahtlos in das bestehende System zu integrieren. Auch die Fragen nach der Einzigartigkeit ihrer Produkte und Dienstleistungen werden aufgeworfen; in vielen Fällen sehen wir dort keine wirkliche Differenzierung. Ein weiteres zentrales Thema ist die Bewertung der Platform Group nach Kriterien, die wir aus der Plattformökonomie abgeleitet haben. Mithilfe eines neuen Tools, Notebook LLM, analysieren wir die Unternehmensdaten und kommen zu dem Schluss, dass die Plattform Group in vielen Punkten nicht den Ansprüchen eines modernen Plattformmodells gerecht wird. Die Sichtweise darüber, was eine Plattform ausmacht, wird immer klarer: Inventar, Unabhängigkeit und Skalierbarkeit sind allesamt Aspekte, in denen die Plattform Group schwach aufgestellt ist. Uns bleibt zu beobachten, ob sich die Plattform Group in den kommenden Jahren als echtes Plattformunternehmen etablieren kann oder letztendlich eher als eine Art Mischkonstruktion von traditionellen E-Commerce-Unternehmen fungiert. Die Details ihrer Akquisitionsstrategie und die tatsächliche Leistungsfähigkeit ihrer Plattform werden weiterhin im Fokus bleiben. In der abschließenden Analyse stimmen wir überein, dass die Plattform Group in ihrer derzeitigen Form erhebliche Schwierigkeiten hat, die Kriterien für eine erfolgreiche Plattform zu erfüllen. Partner in der Folge: https://linktr.ee/kassenzone Community: https://kassenzone.de/discord Feedback zum Podcast? Mail an alex@kassenzone.de Disclaimer: https://www.kassenzone.de/disclaimer/ Kassenzone” wird vermarktet von Podstars by OMR. Du möchtest in “Kassenzone” werben? Dann https://podstars.de/kontakt/?utm_source=podcast&utm_campaign=shownotes_kassenzone Alexander Graf: https://www.linkedin.com/in/alexandergraf/ https://twitter.com/supergraf Youtube: https://www.youtube.com/c/KassenzoneDe/ Blog: https://www.kassenzone.de/ E-Commerce Buch 2019: https://amzn.eu/d/5Adc1ZH Plattformbuch 2024: https://amzn.eu/d/1tAk82E

Ponchote Podcast
Mafian culpa a Mr. Doctor de inventar padecimiento y se desmarca de Charlotte, MrDoctorMisogino ?

Ponchote Podcast

Play Episode Listen Later Dec 30, 2024 64:54


Auf ein Bier von Gamespodcast.de
Runde #508: Kleine Designsünden, die Dachlatten verdienen

Auf ein Bier von Gamespodcast.de

Play Episode Listen Later Dec 21, 2024 103:44


Freunde und Nachbarn, in Runde #25 sprachen André und ich dereinst über kleine Designsünden, die der liebe Gott sofort bestraft. Seit diesem auf Steintafeln überlieferten Podcast (bitte keine Fragen nach dem Sinn!) wissen wir dank Friedrich Nietzsche, dass Gott tot ist (bitte immer noch keine Fragen nach dem Sinn, nicht bei Nietzsche, oh, nicht bei Nietzsche!), deshalb spreche ich heute im zweiten Teil mit JR über noch mehr Designsünden, die sofort oder wenigstens mittelfristig eine bzw. mehrere Dachlatten verdienen. Ganz oben dabei: Diese dreimal verfluchten, von satanischen Homunculi, die selbst Hieronymus Bosch in den Wahnsinn getrieben hätten, in okkulten Blutritualen ersonnenen Leuchtepünktchen, die kennzeichnen, dass man einen neuen Gegenstand im Inventar oder einen neuen Tutorial-Hinweis im Menü hat. Mögen ihre Erfinder mitsamt in ihren Studios in den neunten Kreis der Hölle fahren und dort für immerdar Leuchtepünktchen wegklicken müssen, die nach 30 Sekunden wieder auftauchen! Durchatmen, Jochen, durchatmen. Timecodes: 00:00:00 - Einleitung 00:06:08 - Sterbliche Companions 00:21:15 - Leuchtpunkte in Menüs 00:27:53 - Mikromanagement mit Ressourcen 00:42:49 - Tutorials 01:05:23 - Skilltrees 01:21:13 - Resistenzen

El búnquer
Ren

El búnquer

Play Episode Listen Later Dec 12, 2024 50:18


Programa 5x60, amb Judit Neddermann. Rematem aquesta setmana especial sobre la tuberculosi amb la biografia que tindr

Radio Giga
Backpack Battles: Alle Rezepte und Kombinationen (bis Patch 0.9)

Radio Giga

Play Episode Listen Later Nov 21, 2024


Was als itch.io Browserspiel angefangen hat, eroberte nun im Sturm die Steam-Charts. In „Backpack Battles“ nutzt ihr eure limitierten Ressourcen, um das bestmögliche Inventar zusammenzustellen und so die anderen Spieler zu besiegen. Dafür müsst ihr jedoch erst die Rezepte der möglichen Item-Kombinationen freischalten. Welche es gibt, zeigen wir euch in diesem Guide.

Calle Oscura
Calle Oscura 73: Inventar un Lenguaje Propio con Cristóbal Hara

Calle Oscura

Play Episode Listen Later Nov 13, 2024 150:28


La primera vez que tuve ante mis ojos una de sus imágenes no supe muy bien qué pensar, no entendía nada pero tenía claro, clarísimo, que algo en ella - seguramente toda ella - me atraía de manera irresistible. Con el tiempo mi interés en la persona, en el fotógrafo, no ha hecho sino crecer. A día de hoy sigo sin saber explicar muy bien por qué sus fotografías me atrapan como lo hacen, no lo necesito, me basta con saber que sigo emocionándome y descubriendo cosas frente a ellas. Hoy, en Calle Oscura, Cristóbal Hara. NOTAS DEL PROGRAMA Todas las notas del programa, que incluyen los temas tratados y las referencias, están aquí: https://jotabarros.com/calle-oscura-cristobal-hara GRUPO DE TELEGRAM Si te apetece unirte a la conversación, pásate por el grupo de Telegram de Calle Oscura: https://t.me/calleoscura

Tagesschau
Tagesschau vom 26.10.2024

Tagesschau

Play Episode Listen Later Oct 26, 2024 22:13


Israelische Armee verübt begrenzten Vergeltungsschlag gegen Iran, Regierung und Opposition beanspruchen in Georgien den Wahlsieg für sich, Federica Brignone gewinnt Riesenslalom in Sölden, St. Klara Kloster in Stans verkauft Inventar

El Gusto de las 12
COSAS CON LAS QUE NO DEBERÍAS INVENTAR NUNCA

El Gusto de las 12

Play Episode Listen Later Oct 16, 2024 12:43


Juan Carlos Pichardo, Ñonguito, Harold Diaz, Oscar Carrasquillo, Katherin Amesty, Begoña Guillen y Anier Barros

El Gusto de las 12
COSAS CON LAS QUE NO DEBERÍAS INVENTAR NUNCA

El Gusto de las 12

Play Episode Listen Later Oct 16, 2024 12:43


Juan Carlos Pichardo, Ñonguito, Harold Diaz, Oscar Carrasquillo, Katherin Amesty, Begoña Guillen y Anier Barros

Así las cosas
Angela Olazarán ganadora del Global Student Prize por inventar un asistente médico virtual

Así las cosas

Play Episode Listen Later Oct 5, 2024 10:03


Marketing Transformation Podcast
#191 mit Philipp Klöckner und Thomas Höppner

Marketing Transformation Podcast

Play Episode Listen Later Sep 30, 2024 61:54


Heute geht es in Anknüpfung an Folge #151 “Wie Google den Displaymarkt dominiert” einmal mehr um den Missbrauch der marktbeherrschenden Stellung des Tech-Giganten und der damit einhergehenden Wettbewerbsverzerrung zu Lasten von Medien, Publishern und Advertisern. Und es geht um Strafen in Milliardenhöhen. Was ist in den letzten Monaten im Bereich AdTech passiert? Wie sieht die juristische Seite dazu aus? Ich habe mir als Gesprächspartner zu diesem höchst spannenden und zukunftsträchtigen Thema erneut die beiden Mega-Experten auf diesem Gebiet eingeladen: Philipp (Pip) Klöckner und Prof. Dr. Thomas Höppner, Rechtsanwalt und Partner von Hausfeld. Unsere Diskussion gibt euch ein detailliertes Update u.a. zu folgenden Fragestellungen: - Wettbewerbsschädigung durch Google: Was ist in den letzten Monaten passiert? - Welche Bewegungen gab es zuletzt auf der juristischen Seite in Bezug auf Verfahren, Prozesse und Urteile in den US und der EU? - DOJ Case: Googles Beziehung zu Apple - braucht es hier strukturelle Änderungen und welche? - Booking.com: Welche Wechselwirkung hat das jüngste EuGH-Urteil für Amazon? - Werden die Milliardenstrafen die Plattformen zum Ändern ihrer Geschäftspraktiken bewegen? - Wird AI die AdTech-Krise ggf. noch weiter verschärfen? - Wie können Werbungtreibende auf diese Entwicklung Einfluss nehmen? Philipp (Pip) Klöckner war Produktmanager, Inhouse SEO und leitete das Marketing beim marktführenden Preisvergleich in Deutschland (Idealo.de). Er ist spezialisiert auf die Bereiche Accessibility, Crawlability und Onpage-Optimierung von Websites mit umfangreichem Inventar in wettbewerbsintensiven Branchen (eCommerce, Vergleichssuchmaschinen, Marktplätze, Kleinanzeigen & Reisen). Seit 2011 konzentriert sich Philipp Klöckner auf Search-Beratung und organische Wachstumsstrategien, um seine Erfahrungen in den Bereichen Search (Google, Bing, Yandex, SEO / PPC), Comparison Shopping und Business Intelligence als unabhängiger Berater und Angel-Investor mit Verlagen, E-Commerce-Unternehmen und Start-ups zu teilen. Prof. Dr. Thomas Höppner ist Rechtsanwalt und Partner von Hausfeld mit Schwerpunkt im europäischen und deutschen Kartellrecht und Immaterialgüterrecht. Seine Tätigkeit umfasst das gesamte Spektrum des Marktordnungsrechts, einschließlich der sektorspezifischen Regulierung.Thomas hat erfolgreich Kartellrechtsbeschwerden vor der Europäischen Kommission und nationalen Gerichten geführt und vertritt Geschädigte vor deutschen Gerichten, insbesondere im Zusammenhang mit dem Missbrauch von Marktmacht und Schadensersatzansprüchen. Besondere Erfahrung hat Thomas in Technologie-, Medien- und Netzwerkmärkten, wo er Mandanten regelmäßig in komplexen Verfahren an der Schnittstelle von Wettbewerb, Regulierung, Geistigem Eigentum und Datenschutz berät. Angesprochene Empfehlungen von Philipp und Thomas zum Thema AI Foundation Models Technical update report Thomas Höppner LinkedIN Produziert von TLDR Studios

Palabras Mayores
Sin cambios traumáticos en selección... ¡No están para inventar! El VAR es más influyente

Palabras Mayores

Play Episode Listen Later Sep 27, 2024 18:42


Palabras Mayores
No nos podemos ahogar a metros de orilla... clave: no inventar

Palabras Mayores

Play Episode Listen Later Sep 27, 2024 24:05


Que se vayan todos
QSVT 1536 COSAS QUE FALTA INVENTAR... público

Que se vayan todos

Play Episode Listen Later Sep 22, 2024 29:57


Esta pregunta surge cuando abrimos la bolsa del café y botamos la mitad pensando que podría ser abre y cierra, o cuando vemos que se puede poner un jack de audífonos en todos los controles remotos pero aún no lo hacen o cuando... en fin hay demasiados viajes al espacio para que aún no hayan inventado... 🔹 EPISODIO COMPLETO Y PARTICIPACION EN VIVO EN 💻https://www.patreon.com/profesorbriceno 🔸 Las Grabaciones pueden verse en vivo en TWITCH 🖥️https://www.twitch.tv/profesorbriceno SUSCRÍBETE AL PODCAST POR AUDIO EN CUALQUIER PLATAFORMA ⬇️  AQUÍ LAS ENCUENTRAS TODAS: ➡️➡️➡️ https://pod.link/676871115 los más populares 🎧 SPOTIFY ⬇️   https://open.spotify.com/show/3rFE3ZP8OXMLUEN448Ne5i?si=1cec891caf6c4e03 🎧 APPLE PODCASTS ⬇️   https://podcasts.apple.com/es/podcast/que-se-vayan-todos/id676871115 🎧 GOOGLE PODCASTS ⬇️   https://www.ivoox.com/en/podcast-que-se-vayan-todos_sq_f11549_1.html 🎧 FEED PARA CUALQUIER APP DE PODCASTS ⬇️   https://www.ivoox.com/en/podcast-que-se-vayan-todos_sq_f11549_1.html Si te gustó, activa la campanita 🔔 🎭  FECHAS DE PRESENTACIONES ⬇ ️ http://www.profesorbriceno.com/tour Redes sociales: ✏️Web https://www.profesorbriceno.com ✏️Instagram https://www.instagram.com/profesorbriceno/ ✏️Twitter https://www.twitter.com/profesorbriceno ✏️Facebook https://www.facebook.com/profesorbricenoOficial/ SOLO PARA SUSCRIPTORES, CONTENIDO HUMORÍSTICO NO APTO PARA MENORES NI ESPÍRITUS SENSIBLES, PROHIBIDA SU REPRODUCCIÓN.

El búnquer
Louis Braille es va punxar un ull i es va quedar cec. Llavors es va inventar el braille

El búnquer

Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 51:23


Programa 5x04, amb Elisenda Carod. Mireu que curi

El búnquer
Louis Braille es va punxar un ull i es va quedar cec. Llavors es va inventar el braille

El búnquer

Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 51:23


Programa 5x04, amb Elisenda Carod. Mireu que curi

La W Radio con Julio Sánchez Cristo
Al Oído: ¿Qué novela inventará Bolívar a Petro para seguir justificando al tirano Maduro?

La W Radio con Julio Sánchez Cristo

Play Episode Listen Later Sep 3, 2024 2:37


¿Será que el presidente Gustavo Petro nos está preparando para reconocer dentro de poco al dictador Nicolás Maduro como presidente de Venezuela? 

Família e Fé
Ezequiel 7 - Que pode inventar ou fazer o homem quando Deus se afasta dele?

Família e Fé

Play Episode Listen Later Jul 26, 2024 18:00


Convidamos você a meditar nas Escrituras Sagradas e orar por sua família conosco. Sua fé será aumentada e juntos conheceremos mais de Deus a cada dia. Inscreva-se no Podcast Família & Fé! E para mais informações, pedidos de oração ou contribuir conosco, envie-nos um email para: familiaefe.info@gmail.com

Lo Que Sea Que Inspire
026 | Certificado para inventar algo

Lo Que Sea Que Inspire

Play Episode Listen Later Jul 1, 2024 5:26


La entrada completa y los links de las recomendaciones las encuentras en bit.ly/3W5e2DW Estás escuchando la versión en audio de mi newsletter, como una suerte de experimento en donde aprendo y pongo a prueba el traducir contenido míxtico de esta manera. Escrito y narrado por Gabi Chestrada Edición y diseño sonoro por Lisandro Gómez M. Publicada el 24 de febrero del 2024

Ráfagas de Pensamiento
356_Rafagas_Inventar_Nuestro_Interlocutor_FNietzsche

Ráfagas de Pensamiento

Play Episode Listen Later May 1, 2024