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A atriz e apresentadora fala sobre família, religião, casamento e conta pra qual de seus tantos amigos ligaria de uma ilha deserta Regina Casé bem que tentou não comemorar seu aniversário de 71 anos, celebrado no dia 25 de fevereiro. Mas o que seria um açaí com pôr do sol na varanda do Hotel Arpoador se transformou em um samba que só terminou às 11 horas da noite em respeito à lei do silêncio. "Eu não ia fazer nada, nada, nada mesmo. Mas é meio impossível, porque todo mundo fala: vou passar aí, vou te dar um beijo", contou em um papo com Paulo Lima. A atriz e apresentadora tem esse talento extraordinário pra reunir as pessoas mais interessantes à sua volta. E isso vale para seu círculo de amigos, que inclui personalidades ilustres como Caetano Veloso e Fernanda Torres, e também para os projetos que inventa na televisão, no teatro e no cinema. Inventar tanta coisa nova é uma vocação que ela herdou do pai e do avô, pioneiros no rádio e na televisão, mas também uma necessidade. “Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje me atrapalha. Mas, ao mesmo tempo, eu tive que ser tão autoral. Eu não ia ser a mocinha na novela, então inventei um mundo para mim. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto”, afirma. No teatro, ao lado de artistas como o diretor Hamilton Vaz Pereira e os atores Luiz Fernando Guimarães e Patrícia Travassos, ela inventou o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que revolucionou a cena carioca nos anos 1970. Na televisão, fez programas como TV Pirata, Programa Legal e Brasil Legal. "Aquilo tudo não existia, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali”, conta. LEIA TAMBÉM: Em 1999, Regina Casé estampou as Páginas Negras da Trip De volta aos cinemas brasileiros no fim de março com Dona Lurdes: O Filme, produção inspirada em sua personagem na novela Amor de Mãe (2019), Regina bateu um papo com Paulo Lima no Trip FM. Na conversa, ela fala do orgulho de ter vindo de uma família que, com poucos recursos e sem faculdade, foi pioneira em profissões que ainda nem tinham nome, do título de “brega” que recebeu quando sua originalidade ainda não era compreendida pelas colunas sociais, de sua relação com a religião, da dificuldade de ficar sozinha – afinal, “a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito” –, do casamento de 28 anos com o cineasta Estêvão Ciavatta, das intempéries e milagres que experimentou e de tudo o que leva consigo. “Eu acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do Eu Tu Eles, que ficou com os três maridos”, afirma. “A vida vai passando e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins”. Uma das figuras mais admiradas e admiráveis do país, ela ainda revela para quem ligaria de uma ilha deserta e mostra o presente de aniversário que ganhou da amiga Fernanda Montenegro. Você pode conferir esse papo a seguir ou ouvir no Spotify do Trip FM. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d446165a3ce/header-regina-interna.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Trip. Além de atriz, você é apresentadora, humorista, escritora, pensadora, criadora, diretora… Acho que tem a ver com uma certa modernidade que você carrega, essa coisa de transitar por 57 planetas diferentes. Como é que você se apresentaria se tivesse que preencher aquelas fichas antigas de hotel? Regina Casé. Até hoje ponho atriz em qualquer coisa que tenho que preencher, porque acho a palavra bonita. E é como eu, vamos dizer, vim ao mundo. As outras coisas todas vieram depois. Mesmo quando eu estava há muito tempo sem atuar, eu era primeiramente uma atriz. E até hoje me sinto uma atriz que apresenta programas, uma atriz que dirige, uma atriz que escreve, mas uma atriz. Você falou numa entrevista que, se for ver, você continua fazendo o mesmo trabalho. De alguma maneira, o programa Brasil Legal, a Val de "Que Horas Ela Volta", o grupo de teatro "Asdrúbal Trouxe o Trombone" ou agora esse programa humorístico tem a mesma essência, um eixo que une tudo isso. Encontrei entrevistas e vídeos maravilhosos seus, um lá no Asdrúbal, todo mundo com cara de quem acabou de sair da praia, falando umas coisas muito descontraídas e até mais, digamos assim, sóbrias. E tem um Roda Viva seu incrível, de 1998. Eu morro de pena, porque também o teatro que a gente fazia, a linguagem que a gente usava no Asdrúbal, era tão nova que não conseguiu ser decodificada naquela época. Porque deveria estar sendo propagada pela internet, só que não havia internet. A gente não tem registros, não filmava, só fotografava. Comprava filme, máquina, pagava pro irmão do amigo fazer aquilo no quarto de serviço da casa dele, pequenininho, com uma luz vermelha. Só que ele não tinha grana, então comprava pouco fixador, pouco revelador, e dali a meses aquilo estava apagado. Então, os documentos que a gente tem no Asdrúbal são péssimos. Fico vendo as pouquíssimas coisas guardadas e que foram para o YouTube, como essa entrevista do Roda Viva. Acho que não passa quatro dias sem que alguém me mande um corte. "Ah, você viu isso? Adorei!". Ontem o DJ Zé Pedro me mandou um TED que eu fiz, talvez o primeiro. E eu pensei: "Puxa, eu falei isso, que ótimo, concordo com tudo". Quanta coisa já mudou no Brasil, isso é anterior a tudo, dois mil e pouquinho. E eu fiquei encantada com o Roda Viva, eu era tão novinha. Acho que não mudei nada. Quando penso em mim com cinco anos de idade, andando com a minha avó na rua, a maneira como eu olhava as pessoas, como eu olhava o mundo, é muito semelhante, se não igual, a hoje em dia. [VIDEO=https://www.youtube.com/embed/rLoqGPGmVdo; CREDITS=; LEGEND=Em 1998, aos 34 anos, Regina Casé foi entrevistada pelo programa Roda Viva, da TV Cultura; IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b0ede6d3/1057x749x960x540x52x40/screen-shot-2025-03-14-at-180926.png] O Boni, que foi entrevistado recentemente no Trip FM, fala sobre seu pai em seu último livro, “Lado B do Boni”, como uma das pessoas que compuseram o que ele é, uma figura que teve uma relevância muito grande, inclusive na TV Globo. Conta um pouco quem foi o seu pai, Regina. Acho que não há Wikipedia que possa resgatar o tamanho do meu pai e do meu avô. Meu avô é pioneiríssimo do rádio, teve um dos primeiros programas de rádio, se não o primeiro. Ele nasceu em Belo Jardim, uma cidadezinha do agreste pernambucano, do sertão mesmo. E era brabo, criativo demais, inteligente demais, e, talvez por isso tudo, impaciente demais, não aguentava esperar ninguém terminar uma frase. Ele veio daquele clássico, com uma mão na frente e outra atrás, sem nada, e trabalhou na estiva, dormiu na rua até começar a carregar rádios. Só que, nos anos 20, 30, rádios eram um armário de madeira bem grandão. Daí o cara viu que ele era esperto e botou ele para instalar os rádios na casa das pessoas. Quando meu avô descobriu que ninguém sabia sintonizar, que era difícil, ele aprendeu. E aí ele deixava os rádios em consignação, botava um paninho com um vasinho em cima, sintonizado, funcionando. Quando ele ia buscar uma semana depois, qualquer um comprava. Aí ele disparou como vendedor dos rádios desse cara que comprava na gringa e começou a ficar meio sócio do negócio. [QUOTE=1218] Mas a programação toda era gringa, em outras línguas. Ele ficava fascinado, mas não entendia nada do que estava rolando ali. Nessa ele descobriu que tinha que botar um conteúdo ali dentro, porque aquele da gringa não estava suprindo a necessidade. Olha como é parecido com a internet hoje em dia. E aí ele foi sozinho, aquele nordestino, bateu na Philips e falou que queria comprar ondas curtas, não sei que ondas, e comprou. Aí ele ia na farmácia Granado e falava: "Se eu fizer um reclame do seu sabão, você me dá um dinheiro para pagar o pianista?". Sabe quem foram os dois primeiros contratados dele? O contrarregra era o Noel Rosa, e a única cantora que ele botou de exclusividade era a Carmen Miranda. Foram os primeiros empregos de carteira assinada. E aí o programa cresceu. Começava de manhã, tipo programa do Silvio, e ia até de noite. Chamava Programa Casé. E o seu pai? Meu avô viveu aquela era de ouro do rádio. Quando sentiu que o negócio estava ficando estranho, ele, um cara com pouquíssimos recursos de educação formal, pegou meu pai e falou: "vai para os Estados Unidos porque o negócio agora vai ser televisão". Ele fez um curso, incipiente, para entender do que se tratava. Voltou e montou o primeiro programa de televisão feito aqui no Rio de Janeiro, Noite de Gala. Então, tem uma coisa de pioneirismo tanto no rádio quanto na televisão. E meu pai sempre teve um interesse gigante na educação, como eu. Esse interesse veio de onde? Uma das coisas que constituem o DNA de tudo o que fiz, dos meus programas, é a educação. Um Pé de Quê, no Futura, o Brasil Legal e o Programa Legal, na TV Globo… Eu sou uma professora, fico tentando viver as duas coisas juntas. O meu pai tinha isso porque esse meu avô Casé era casado com a Graziela Casé, uma professora muito, mas muito idealista, vocacionada e apaixonada. Ela trabalhou com Anísio Teixeira, Cecília Meireles, fizeram a primeira biblioteca infantil. Meu pai fez o Sítio do Picapau Amarelo acho que querendo honrar essa professora, a mãe dele. Quando eu era menina, as pessoas vinham de uma situação rural trabalhar como domésticas, e quase todas, se não todas, eram analfabetas. A minha avó as ensinava a ler e escrever. Ela dizia: "Se você conhece uma pessoa que não sabe ler e escrever e não ensina para ela, é um crime". Eu ficava até apavorada, porque ela falava muito duramente. Eu acho que sou feita desse pessoal. Tenho muito orgulho de ter vindo de uma família que, sem recursos, sem universidade, foi pioneira na cidade, no país e em suas respectivas... Não digo “profissões” porque ainda nem existiam suas profissões. Eu tento honrar. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49d1e03df5/header-regina-interna6.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, a atriz e apresentadora estampou as Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Você tem uma postura de liderança muito forte. Além de ter preparo e talento, você tem uma vocação para aglutinar, juntar a galera, fazer time. Por outro lado, tem essa coisa da atriz, que é diferente, talvez um pouco mais para dentro. Você funciona melhor sozinha ou como uma espécie de capitã, técnica e jogadora do time? Eu nasci atriz dentro de um grupo. E o Asdrúbal trouxe o Trombone não era só um grupo. Apesar do Hamilton Vaz Pereira ter sido sempre um autor e um diretor, a gente criava coletivamente, escrevia coletivamente, improvisava. Nunca consegui pensar individualmente, e isso até hoje é uma coisa que me atrapalha. Todo mundo fala: "escreve um livro". Eu tenho vontade, mas falo que para escrever um livro preciso de umas 10 pessoas de público, todo mundo junto. Sou tão grupal que é difícil. Ao mesmo tempo, eu tive que ser muito autoral. Eu, Tu, Eles foi a primeira vez que alguém me tirou para dançar. Antes eu fiz participações em muitos filmes, mas foi a primeira protagonista. Quase tudo que fiz fui eu que tive a ideia, juntei um grupo, a gente escreveu junto. Então, eu sempre inventei um mundo para mim. No teatro eu não achava lugar para mim, então tive que inventar um, que era o Asdrúbal. Quando eu era novinha e fui para a televisão, eu não ia ser a mocinha na novela. Então fiz a TV Pirata, o Programa Legal, o Brasil Legal. Aquilo tudo não existia na televisão, mas eu tive que primeiro inventar para poder me jogar ali. Eu sempre me acostumei não a mandar, mas a ter total confiança de me jogar. E nos trabalhos de atriz, como é? No Asdrúbal eu me lembro que uma vez eu virei umas três noites fazendo roupa de foca, que era de pelúcia, e entupia o gabinete na máquina. Eu distribuía filipeta, colava cartaz, pregava cenário na parede. Tudo, todo mundo fazia tudo. É difícil quando eu vou para uma novela e não posso falar que aquele figurino não tem a ver com a minha personagem, que essa casa está muito chique para ela ou acho que aqui no texto, se eu falasse mais normalzão, ia ficar mais legal. Mas eu aprendi. Porque também tem autores e autores. Eu fiz três novelas com papéis de maior relevância. Cambalacho, em que fiz a Tina Pepper, um personagem coadjuvante que ganhou a novela. Foi ao ar em 1986 e até hoje tem gente botando a dancinha e a música no YouTube, cantando. Isso também, tá vendo? É pré-internet e recebo cortes toda hora, porque aquilo já tinha cara de internet. Depois a Dona Lurdes, de Amor de Mãe, e a Zoé, de Todas as Flores. Uma é uma menina preta da periferia de São Paulo. A outra uma mulher nordestina do sertão, com cinco filhos. A terceira é uma truqueira carioca rica que morava na Barra. São três universos, mas as três foram muito fortes. Tenho muito orgulho dessas novelas. Mas quando comecei, pensei: "Gente, como é que vai ser?". Não é o meu programa. Não posso falar que a edição está lenta, que devia apertar. O começo foi difícil, mas depois que peguei a manha de ser funcionária, fazer o meu e saber que não vou ligar para o cenário, para o figurino, para a comida e não sei o quê, falei: "Isso aqui, perto de fazer um programa como o Esquenta ou o Programa Legal, é como férias no Havaí". Você é do tipo que não aguenta ficar sozinha ou você gosta da sua companhia? Essa é uma coisa que venho perseguindo há alguns anos. Ainda estou assim: sozinha, sabendo que, se quiser, tem alguém ali. Mas ainda apanho muito para ficar sozinha porque, justamente, a sua maior qualidade é sempre o seu maior defeito. Fui criada assim, em uma família que eram três filhas, uma mãe e uma tia. Cinco mulheres num apartamento relativamente pequeno, um banheiro, então uma está escovando os dentes, outra está fazendo xixi, outra está tomando banho, todas no mesmo horário para ir para a escola. Então é muito difícil para mim ficar sozinha, mas tenho buscado muito. Quando falam "você pode fazer um pedido", eu peço para ter mais paciência e para aprender a ficar sozinha. Você contou agora há pouco que fazia figurinos lá no Asdrúbal e também já vi você falando que sempre aparecia na lista das mais mal vestidas do Brasil. Como é ser julgada permanentemente? Agora já melhorou, mas esse é um aspecto que aparece mais porque existe uma lista de “mais mal vestidas". Se existisse lista para outras transgressões, eu estaria em todas elas. Não só porque sou transgressora, mas porque há uma demanda que eu seja. Quando não sou, o pessoal até estranha. Eu sempre gostei muito de moda, mais que isso, de me expressar através das roupas. E isso saía muito do padrão, principalmente na televisão, do blazer salmão, do nude, da unha com misturinha, do cabelo com escova. Volta e meia vinha, nos primórdios das redes sociais: "Ela não tem dinheiro para fazer uma escova naquele cabelo?". "Não tem ninguém para botar uma roupa normal nela?". [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49c62141c1/header-regina-interna4.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Regina Casé falou à Trip em 1999, quando estampou as Páginas Negras; ALT_TEXT=] Antes da internet, existiam muitas colunas sociais em jornal. Tinha um jornalista no O Globo que me detonava uma semana sim e outra não. Eu nunca vou me esquecer. Ele falava de uma bolsa que eu tinha da Vivienne Westwood, que inclusive juntei muito para poder comprar. Eu era apaixonada por ela, que além de tudo era uma ativista, uma mulher importantíssima na gênese do Sex Pistols e do movimento punk. Ele falava o tempo todo: "Estava não sei onde e veio a Regina com aquela bolsa horrorosa que comprou no Saara". O Saara no Rio corresponde à 25 de março em São Paulo, e são lugares que sempre frequentei, que amo e que compro bolsas também. Eu usava muito torço no cabelo, e ele escrevia: "Lá vem a lavadeira do Abaeté". Mais uma vez, não só sendo preconceituoso, mas achando que estava me xingando de alguma coisa que eu acharia ruim. Eu pensava: nossa, que maravilha, estou parecendo uma lavadeira do Abaeté e não alguém com um blazer salmão, com uma blusa bege, uma bolsa arrumadinha de marca. Pra mim era elogio, mas era chato, porque cria um estigma. E aí um monte de gente, muito burra, vai no rodo e fala: "Ela é cafona, ela é horrorosa". Por isso que acho que fiquei muito tempo nessas listas. O filme “Ainda Estou Aqui” está sendo um alento para o Brasil, uma coisa bem gostosa de ver, uma obra iluminada. A Fernanda Torres virou uma espécie de embaixadora do Brasil, falando de uma forma muito legal sobre o país, sobre a cultura. Imagino que pra você, que vivenciou essa época no Rio de Janeiro, seja ainda mais especial. Eu vivi aquela época toda e o filme, mesmo sem mostrar a tortura e as barbaridades que aconteceram, reproduz a angústia. Na parte em que as coisas não estão explicitadas, você só percebe que algo está acontecendo, e a angústia que vem dali. Mesmo depois, quando alguma coisa concreta aconteceu, você não sabe exatamente do que está com medo, o que pode acontecer a qualquer momento, porque tudo era tão aleatório, sem justificativa, ninguém era processado, julgado e preso. O filme reproduz essa sensação, mesmo para quem não viveu. É maravilhoso, maravilhoso. [QUOTE=1219] Não vou dizer que por sorte porque ele tem todos os méritos, mas o filme caiu num momento em que a gente estava muito sofrido culturalmente. Nós, artistas, tínhamos virado bandidos, pessoas que se aproveitam. Eu nunca usei a lei Rouanet, ainda que ache ela muito boa, mas passou-se a usar isso quase como um xingamento, de uma maneira horrível. E todos os artistas muito desrespeitados, inclusive a própria Fernanda, Fernandona, a pessoa que a gente mais tem que respeitar na cultura do país. O filme veio não como uma revanche. Ele veio doce, suave e brilhantemente cuidar dessa ferida. Na equipe tenho muitos amigos, praticamente família, o Walter, a Nanda, a Fernanda. Sou tão amiga da Fernanda quanto da Nanda, sou meio mãe da Nanda, mas sou meio filha da Fernanda, sou meio irmã da Nanda e também da Fernanda. É bem misturado, e convivo muito com as duas. Por acaso, recebi ontem um presente e um cartão de aniversário da Fernandona que é muito impressionante. Tão bonitinho, acho que ela não vai ficar brava se eu mostrar para vocês. O que o cartão diz? Ela diz assim: "Regina, querida, primeiro: meu útero sabe que a Nanda já está com esse Oscar”. Adorei essa frase. "Segundo, estou trabalhando demais, está me esgotando. Teria uma leitura de 14 trechos magníficos, de acadêmicos, que estou preparando essa apresentação para a abertura da Academia [Brasileira de Letras], que está em recesso. O esgotamento acho que é por conta dos quase 100 anos que tenho". Imagina... Com esse trabalho todo. Aí ela faz um desenho lindo de flores com o coração: "Regina da nossa vida, feliz aniversário, feliz sempre da Fernanda". E me manda uma toalhinha bordada lindíssima com um PS: "Fernando [Torres] e eu compramos essa toalhinha de mão no Nordeste numa das temporadas de nossa vida pelo Brasil afora. Aliás, nós comprávamos muito lembranças como essa. Essa que eu lhe envio está até manchadinha, mas ela está feliz porque está indo para a pessoa certa. Está manchadinha porque está guardadinha faz muitos anos". Olha que coisa. Como é que essa mulher com quase 100 anos, com a filha indicada ao Oscar, trabalhando desse jeito, decorando 14 textos, tem tempo de ser tão amorosa, gentil, generosa e me fazer chorar? Não existe. Ela é maravilhosa demais. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49b9f0f548/header-regina-interna3.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu queria te ouvir sobre outro assunto. Há alguns anos a menopausa era um tema absolutamente proibido. As mulheres se sentiam mal, os homens, então, saíam correndo. Os médicos não falavam, as famílias não falavam. E é engraçado essa coisa do pêndulo. De repente vira uma onda, artistas falando, saem dezenas de livros sobre o assunto. Como foi para você? Você acha que estamos melhorando na maneira de lidar com as nossas questões enquanto humanidade? É bem complexo. Tem aspectos que acho que estão melhorando muito. Qualquer família que tinha uma pessoa com deficiência antigamente escondia essa pessoa, ela era quase trancada num quarto, onde nem as visitas da casa iam. E hoje em dia todas essas pessoas estão expostas, inclusive ao preconceito e ao sofrimento, mas estão na vida, na rua. Há um tempo não só não podia ter um casal gay casado como não existia nem a expressão "casal gay", porque as pessoas no máximo tinham um caso escondido com outra pessoa. Então em muitos aspectos a gente avançou bastante. Não sei se é porque agora estou ficando bem mais velha, mas acho que esse assunto do etarismo está chegando ainda de uma maneira muito nichada. Se você for assistir a esse meu primeiro TED, eu falo que a gente não pode pegar e repetir, macaquear as coisas dos Estados Unidos. Essa ideia de grupo de apoio. Sinto que essa coisa da menopausa, do etarismo, fica muito de mulher para mulher, um grupo de mulheres daquela idade. Mas não acho que isso faz um garoto de 16 anos entender que eu, uma mulher de 70 anos, posso gostar de basquete, de funk, de sambar, de namorar, de dançar. Isso tudo fica numa bolha bem impermeável. E não acho que a comunicação está indo para outros lados. É mais você, minha amiga, que também está sentindo calores. [QUOTE=1220] Tem uma coisa americana que inventaram que é muito chata. Por exemplo, a terceira idade. Aí vai ter um baile, um monte de velhinhos e velhinhas dançando todos juntos. Claro que é melhor do que ficar em casa deprimido, mas é chato. Acho que essa festa tem que ter todo mundo. Tem que ter os gays, as crianças, todo mundo nessa mesma pista com um DJ bom, com uma batucada boa. Senão você vai numa festa e todas as pessoas são idênticas. Você vai em um restaurante e tem um aquário onde põem as crianças dentro de um vidro enquanto você come. Mas a criança tem que estar na mesa ouvindo o que você está falando, comendo um troço que ela não come normalmente. O menu kids é uma aberração. Os meus filhos comem tudo, qualquer coisa que estiver na mesa, do jeito que for. Mas é tudo separado. Essa coisa de imitar americano, entendeu? Então, acho que essa coisa da menopausa está um pouco ali. Tem que abrir para a gente conversar, tem que falar sobre menopausa com o MC Cabelinho. Eu passei meio batida, porque, por sorte, não tive sintomas físicos mais fortes. Senti um pouco mais de calor, mas como aqui é tão calor e eu sou tão agitada, eu nunca soube que aquilo era específico da menopausa. Vou mudar um pouco de assunto porque não dá para deixar de falar sobre isso. Uma das melhores entrevistas do Trip FM no ano passado foi com seu marido, o cineasta Estêvão Ciavatta. Ele contou do acidente num passeio a cavalo que o deixou paralisado do pescoço para baixo e com chances de não voltar a andar. E fez uma declaração muito forte sobre o que você representou nessa recuperação surpreendente dele. A expressão "estamos juntos" virou meio banal, mas, de fato, você estava junto ali. Voltando a falar do etarismo, o Estêvão foi muito corajoso de casar com uma mulher que era quase 15 anos mais velha, totalmente estabelecida profissionalmente, conhecida em qualquer lugar, que tinha sido casada com um cara maravilhoso, o Luiz Zerbini, que tinha uma filha, uma roda de amigos muito grande, um símbolo muito sólido, tudo isso. Ele propôs casar comigo, na igreja, com 45 anos. Eu, hippie, do Asdrúbal e tudo, levei um susto, nunca pensei que eu casar. O que aconteceu? Eu levei esse compromisso muito a sério, e não é o compromisso de ficar com a pessoa na saúde, na doença, na alegria, na tristeza. É também, mas é o compromisso de, bom, vamos entrar nessa? Então eu vou aprender como faz isso, como é esse amor, como é essa pessoa, eu vou aprender a te amar do jeito que você é. Acho que o pessoal casa meio de brincadeira, mas eu casei a sério mesmo, e estamos casados há 28 anos. Então, quando aconteceu aquilo, eu falei: ué, a gente resolveu ficar junto e viver o que a vida trouxesse pra gente, então vamos embora. O que der disso, vamos arrumar um jeito, mas estamos juntos. E acho que teve uma coisa que me ajudou muito. O quê? Aqui em casa é tipo pátio dos milagres. Teve isso que aconteceu com o Estêvão, e também a gente ter encontrado o Roque no momento que encontrou [seu filho caçula, hoje com 11 anos, foi adotado pelo casal quando bebê]. A vida que a gente tem hoje é inacreditável. Parece realmente que levou oito anos, o tempo que demorou para encontrar o filho da gente, porque estava perdido em algum lugar, igual a Dona Lurdes, de Amor de Mãe. Essa é a sensação. E a Benedita, quando nasceu, quase morreu, e eu também. Ela teve Apgar [escala que avalia os recém-nascidos] zero, praticamente morreu e viveu. Nasceu superforte, ouvinte, gorda, forte, cabeluda, mas eu tive um descolamento de placenta, e com isso ela aspirou líquido. Ela ficou surda porque a entupiram de garamicina, um antibiótico autotóxico. Foi na melhor das intenções, pra evitar uma pneumonia pelo líquido que tinha aspirado, mas ninguém conhecia muito, eram os primórdios da UTI Neonatal. O que foi para a gente uma tragédia, porque ela nasceu bem. Só que ali aprendi um negócio que ajudou muito nessa história do Estêvão: a lidar com médico. E aprendi a não aceitar os "não". Então quando o cara dizia "você tem que reformar a sua casa, tira a banheira e bota só o chuveiro largo para poder entrar a cadeira de rodas", eu falava: "Como eu vou saber se ele vai ficar pra sempre na cadeira de rodas?". [QUOTE=1221] Quando a Benedita fala "oi, tudo bem?", ela tem um leve sotaque, anasalado e grave, porque ela só tem os graves, não tem nem médio, nem agudo. Mas ela fala, canta, já ganhou concurso de karaokê. Quando alguém vê a audiometria da Benedita, a perda dela é tão severa, tão profunda, que falam: "Esse exame não é dessa pessoa". É o caso do Estêvão. Quando olham a lesão medular dele e veem ele andando de bicicleta com o Roque, falam: "Não é possível". Por isso eu digo que aqui em casa é o pátio dos milagres. A gente desconfia de tudo que é “não”. É claro que existem coisas que são limitações estruturais, e não adianta a gente querer que seja de outro jeito, mas ajuda muito duvidar e ir avançando a cada "não" até que ele realmente seja intransponível. No caso do Estêvão, acho que ele ficou feliz porque teve perto por perto não só uma onça cuidando e amando, mas uma onça que já tinha entendido isso. Porque se a gente tivesse se acomodado a cada “não”, talvez ele não estivesse do jeito que está hoje. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49af631476/header-regina-interna2.jpg; CREDITS=João Pedro Januário; LEGEND=; ALT_TEXT=] Eu já vi você falar que essa coisa da onça é um pouco fruto do machismo, que você teve que virar braba para se colocar no meio de grupos que eram majoritariamente de homens, numa época que esse papo do machismo era bem menos entendido. Isso acabou forjando o seu jeito de ser? Com certeza. Eu queria ser homem. Achava que tudo seria mais fácil, melhor. Achava maravilhoso até a minha filha ser mulher. Fiquei assustadíssima. Falei: "Não vou ser capaz, não vou acertar". Aí botei a Benedita no futebol, foi artilheira e tudo, e fui cercando com uma ideia nem feminista, nem machista, mas de que o masculino ia ser melhor pra ela, mais fácil. Mas aí aprendi com a Benedita não só a amar as mulheres, mas a me amar como mulher, grávida, dando de mamar, criando outra mulher, me relacionando com amigas, com outras mulheres. Isso tudo veio depois da Benedita. Mas se você falar "antigamente o machismo"... Vou te dizer uma coisa. Se eu estou no carro e falo para o motorista “é ali, eu já vim aqui, você pode dobrar à direita”, ele pergunta assim: “Seu Estêvão, você sabe onde é para dobrar?”. Aí eu falo: “Vem cá, você quer que compre um pau para dizer pra você para dobrar à direita? Vou ter que botar toda vez que eu sentar aqui? Porque não é possível, estou te dizendo que eu já vim ali”. É muito impressionante, porque não é em grandes discussões, é o tempo todo. É porque a gente não repara, sabe? Quer dizer, eu reparo, você que é homem talvez não repare. Nesses momentos mais difíceis, na hora de lidar com os problemas de saúde da Benedita ou com o acidente punk do Estêvão, o que você acha que te ajudou mais: os anos de terapia ou o Terreiro de Gantois, casa de Candomblé que você frequenta em Salvador? As duas coisas, porque a minha terapia também foi muito aberta. E não só o Gantois como o Sacré-Coeur de Marie. Eu tenho uma formação católica. Outro dia eu ri muito porque a Mãe Menininha se declarava católica em sua biografia, e perguntaram: "E o Candomblé"? Ela falava: “Candomblé é outra coisa”. E eu vejo mais ou menos assim. Não é que são duas religiões, eu não posso pegar e jogar a criança junto com a água da bacia. É claro que eu tenho todas as críticas que você quiser à Igreja Católica, mas eu fui criada por essa avó Graziela, que era professora, uma mulher genial, e tão católica que, te juro, ela conversava com Nossa Senhora como eu estou conversando com você. Quando ela recebia uma graça muito grande, ligava para mim e para minhas irmãs e falava: "Venham aqui, porque eu recebi uma graça tão grande que preciso de vocês para agradecer comigo, sozinha não vou dar conta." Estudei em colégio de freiras a minha vida inteira, zero trauma de me sentir reprimida, me dava bem, gosto do universo, da igreja. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2025/03/67d49cbe34551/header-regina-interna5.jpg; CREDITS=Christian Gaul; LEGEND=Em 1999, Regina Casé foi a entrevistada das Páginas Negras da Trip; ALT_TEXT=] Aí eu tenho um encontro com o Candomblé, lindíssimo, através da Mãe Menininha. Essa história é maravilhosa. O Caetano [Veloso] disse: "Mãe Menininha quer que você vá lá". Eu fiquei apavorada, porque achei que ela ia fazer uma revelação, tinha medo que fosse um vaticínio... Até que tomei coragem e fui. Cheguei lá com o olho arregalado, entrei no quarto, aquela coisa maravilhosa, aquela presença.. Aí eu pedi a benção e perguntei o que ela queria. Ela falou: "Nada não, queria conhecer a Tina Pepper". Então, não só o Gantuar, o Candomblé como um todo, só me trouxe coisas boas e acolhida. A minha relação com a Bahia vem desde os 12 anos de idade, depois eu acabei recebendo até a cidadania de tamanha paixão e dedicação. É incrível porque eu nunca procurei. No episódio da Benedita, no dia seguinte já recebi de várias pessoas orientações do que eu devia fazer. No episódio do Estêvão também, não só do Gantuar, mas da [Maria] Bethânia, e falavam: "Olha, você tem que fazer isso, você tem que cuidar daquilo". Então, como é que eu vou negar isso? Porque isso tudo está aqui dentro. Então, acho que você tem que ir pegando da vida, que nem a Dona Darlene do “Eu Tu Eles”, que ficou com os três maridos. A vida vai passando por você e você vai guardando as coisas que foram boas e tentando se livrar das ruins. A gente sabe que você tem uma rede de amizades absurda, é muito íntima de meio mundo. Eu queria brincar daquela história de te deixar sozinha numa ilha, sem internet, com todos os confortos, livros, música. Você pode ligar à vontade para os seus filhos, pro seu marido, mas só tem uma pessoa de fora do seu círculo familiar para quem você pode ligar duas vezes por semana. Quem seria o escolhido para você manter contato com a civilização? É curioso que meus grandes amigos não têm celular. Hermano [Vianna] não fala no celular, Caetano só fala por e-mail, é uma loucura, não é nem WhatsApp. Acho que escolheria o Caetano, porque numa ilha você precisa de um farol. Tenho outros faróis, mas o Caetano foi, durante toda a minha vida, o meu farol mais alto, meu norte. E acho que não suportaria ficar sem falar com ele.
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Depois de um acidente que o deixou temporariamente tetraplégico, o cineasta se dedica a jogar luz em questões sociais e ambientais É difícil falar do cineasta Estêvão Ciavatta sem lembrar do acidente que ele sofreu há 15 anos, quando caiu de um cavalo e teve uma lesão de medula que o deixou temporariamente tetraplégico. Naquele momento, aos 40 anos, ele soube que precisaria usar tudo o que já tinha aprendido para encarar a nova realidade. “A recuperação foi um processo triste e doloroso, mas também de tomar as rédeas da vida. O acidente me mostrou como eu posso contribuir com o mundo”, contou em entrevista ao Trip FM. O apoio da esposa, Regina Casé , foi essencial para que ele conseguisse recuperar cerca de 85% de seus movimentos – uma mistura, segundo ele, de sorte, milagre e esforço. “Ela foi uma onça que me defendeu, que não acreditou em vários prognósticos médicos e esteve o tempo todo ao meu lado com um amor incondicional. Isso fez com que a nossa relação crescesse ainda mais”, diz. Diretor, roteirista e fundador da Pindorama Filmes, Estêvão acredita que as histórias têm um poder transformador, de mobilizar as pessoas e mudar realidades. Já acostumado a olhar, antes que se tornasse moda no mundo corporativo, para as questões ambientais, o cineasta empurrou ainda mais a sua empresa para a produção de conteúdos ligados às questões sociais e ambientais. No papo com Paulo Lima, ele falou da série “Línguas de nossa língua”, que acaba de estrear na Max, e também sobre vida, corpo, natureza e amor. A conversa fica disponível aqui no site da Trip e no Spotify. [IMAGE=https://revistatrip.uol.com.br/upload/2024/06/666354ea9d9cd/estevao-ciavatta-diretor-cinema-tripfm-mh.jpg; CREDITS=Daniel Mattar; LEGEND=Estevão Ciavatta; ALT_TEXT=Estevão Ciavatta] Trip. Como você conseguiu sair da situação tão grave que o acidente de cavalo o colocou há quinze anos? Estêvão Ciavatta. Eu vivi a sensação da tetraplegia, a sensação de estar no chão e nada se mexer. O primeiro pensamento que me veio foi: “Estêvão, você vai ter que usar tudo o que aprendeu para sair dessa, é uma situação limite”. É um processo triste e doloroso e eu vivi momentos de inconformismo, de achar que estava em um pesadelo. Mas também tive a habilidade de entender que, como nós estamos falando de sistema nervoso, quanto mais eu ficava chateado e revoltado, piores eram os meus movimentos. Eu não podia deixar a tristeza corporal tomar conta do meu humor, da minha vontade de viver. Foi um processo de reconexão com o corpo, de tomar as rédeas da vida depois de uma queda de cavalo. Acha que o processo o tornou uma pessoa melhor? É preciso saber se colocar nesse lugar de “você é especial”. E você é especial porque passou pelo que passou, mesmo que seja uma situação de sofrimento, que te doa e frustre em muitos lugares. Esse momento de aceitação, de ser como eu sou, me ensinou sobre outras coisas. A ciência é boa para entender, mas não é boa para explicar. Meu acidente me levou para a minha essência, me mostrou onde eu posso contribuir com o mundo. Em que parte o amor fez parte desta equação? Minha relação com a Regina Casé é muito profunda. Eu gosto de pensar na natureza como uma grande mestra e nela, por mais que os ciclos seja de vida e morte, o que proporciona a vida existir é a estabilidade para que as coisas se desenvolvam. Eu gosto muito dessa ideia do amor perene. Até porque o nosso perene, diante dos ciclos do Universo, é muito curto.
O bloco #SegundasTrajetórias foi criado pensando na dimensão da história pública: aquela que é feita não somente para vários públicos, mas COM estes públicos. A nova série é dedicada à experiência de mulheres em sua mais ampla concepção. Suas trajetórias serão nosso mote para oferecer às nossas ouvintes a pluralidade das existências na contemporaneidade. Produziremos registros e também pretendemos valorizar cada vivência compartilhada em nossos episódios. Hoje vamos conhecer a trajetória de Mary Del Priore! Historiadora, pós-doutora pela École des Hautes Études em Sciences Sociales de Paris e autora de mais de 50 livros de História do Brasil, Mary Del Priore lecionou na FFLCH/USP, na PUC/RJ e na Universidade Salgado de Oliveira. Com mais de vinte prêmios literários nacionais e internacionais, entre os quais três Jabutis, anima um programa na rádio CBN, “Rios de História”, colabora com jornais e revistas acadêmicos e não acadêmicos e é sócia titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, sócia do Instituto Histórico e Geográfico do Rio de Janeiro, sócia correspondente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia, sócia do P.E.N Club do Brasil, acadêmica correspondente da Academia Paraguaya de la Historia, da Academia Nacional de la Historia de Argentina, da Academia Colombiana de La Historia, da Real Academia de La Historia de Espanha, da Academia Portuguesa da História, do Instituto Historico e Geografico del Uruguay e membro do Conselho Consultivo da Confederação Nacional do Comércio, e sócia da Academia Carioca de Letras. Membro da Comissão Científica Internacional da Cátedra Infante Dom Henrique para Estudos Insulares Atlânticos e Globalização (CIDH) sediada na Universidade Aberta de Lisboa. Membro do Conselho do Patrimônio Cultural da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, é também autora brasileira selecionada para o catálogo da CBL - Books and Rights Catalogue 2018. Consultora de consagrados diretores de cinema como Daniela Thomas, Beto Amaral, Elza Cataldo e Estevão Ciavatta, vem colaborando com documentários realizados para a televisão brasileira com enfoque em história como os realizados por Murilo Salles ou Teresa Jeroulson. Foi eleita em 2021, pela opinião pública através da revista “Aventuras na História” a “Melhor historiadora do Brasil” e “Escritora de Destaque”. Com publicações como Uma Breve História do Brasil, agora em tradução chinesa, O mal sobre a terra e D. Maria I, traduzidos para Portugal, ou Histórias da gente Brasileira, em quatro volumes, que versam assuntos gerais sobre nosso passado, especializou-se em temas de sociedade tais como: história da mulher, da família e da criança. História da sexualidade. História da família Imperial brasileira. História do consumo, da vida privada e das transformações da intimidade. FICHA TÉCNICA Segundas Feministas Episódio 160 - #SegundasTrajetórias: Mary Del Priore Convidada: MARY DEL PRIORI Direção Geral: Kaoana Sopelsa (UFGD), Ana Carolina Coelho (UFG) Direção Executiva: Marcela Boni (USP), Indiara Launa Teodoro (UFRPE) Locução: Kaoana Sopelsa (UFGD), Ana Carolina Coelho (UFG), Marcela Boni (USP) e Indiara Launa Teodoro (UFRPE) Supervisão de produção e Edição de áudio: Indiara Launa Teodoro (UFRPE) e Olívia Tereza Pinheiro de Siqueira (UFF) Pesquisa de conteúdo e Roteiros: Kaoana Sopelsa (UFGD), Ana Carolina Coelho (UFG), Marcela Boni (USP), Marília Belmonte (USP), Geisy Suet (USP), Aline Beatriz Coutinho (UERJ), Renan de Souza Nascimento (Unimontes-MG) e Indiara Launa Teodoro (UFRPE) Pesquisa gráfica e Arte: Kaoana Sopelsa (UFGD)e Ingryd Damásio Ribeiro Tófani (Unimontes-MG). Ilustrações: Kaoana Sopelsa (UFGD) Social Media: Marília Belmonte (USP), Geisy Suet (USP), Renan de Souza Nascimento (Unimontes-MG) e Indiara Launa Teodoro (UFRPE). Trilha sonora: Ekena, Todxs Putxs (2017). Realização e apoio: GT GÊNERO - ANPUH Brasil e ANPUH Brasil. País/Ano: Brasil, Ano IV, 2023. Acompanhe o Segundas Feministas nas redes sociais! --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/segundas-feministas/message
Essa é a trecentésima nonagésima edição do Outra Frequência, que foi ao ar pela primeira vez no dia 16/10/2022! 1. Vai pra Cuba (77 Rotações – comp. Gabriel Murga e Fellipe Pires) / single2. Venho ao que Vim (Bela Ciavatta – … Continue lendo →
Social engineer and CEO of Hekate, Marina Ciavatta, shares her story of how people think her job is a la Mission Impossible coming from the ceiling with a rope and stealing stuff in the dead of the night. Marina does physical pentesting. Starting with an unused degree in journalism, Marina turned her talent for writing into a job as a content producer for a technology company and this appealed to her self-proclaimed nerdism. She fell in love with hacking and got into pentesting thanks to a friend. Marina recommends those interested in physical pentesting "try to find other social engineers to mingle. It's in the name. We are social creatures." We thank Marina for sharing her story with us.
Social engineer and CEO of Hekate, Marina Ciavatta, shares her story of how people think her job is a la Mission Impossible coming from the ceiling with a rope and stealing stuff in the dead of the night. Marina does physical pentesting. Starting with an unused degree in journalism, Marina turned her talent for writing into a job as a content producer for a technology company and this appealed to her self-proclaimed nerdism. She fell in love with hacking and got into pentesting thanks to a friend. Marina recommends those interested in physical pentesting "try to find other social engineers to mingle. It's in the name. We are social creatures." We thank Marina for sharing her story with us.
Olá queridos ou20s, tudo blz ? Esperamos que sim ! Alguns episódios atrás comentamos brevemente sobre segurança da informação, mas hoje decidimos por chamar uma especialista no assunto. Convidamos a Engenheira Social Marina Ciavatta para falar sobre alguns dos principais pontos que permeiam esse tema e principalmente falar sobre sua atuação direta com engenharia social, contando dias de luta, dias de glória e o porquê desse tema ser tão importante. Agora não perca tempo, pegue seu fone e aperte o play por que está no ar mais um episódio do 20.21.
"Nosso grande desafio agora é pensar numa nova brasilidade. Depois de tudo o que aconteceu, nós já não somos mais aqueles." Uma conversa franca com o diretor e roteirista Estêvão Ciavatta sobre o mundo pós pandemia, sobre inspirações, sobre propósito, sonhos e também livros e música. Não deixe também de conferir a playlist que ele enviou especialmente pra nós, e que pode ser acessada aqui!
Marina and int80 talk about how they came up with the idea for the Twitch livestream, what they’ve learned along the way, and future plans for the games. We also speak with int80 about his “hacker rapper” gig, Dual Core Music.This episode's Rapid Rundown comes with a rare content warning: We're discussing the life, impact, and passing of Dan Kaminsky. It gets pretty emotional, as you might expect. As Matt Blaze said, may his memory be a blessing.Enjoy the links below for more!Hacking Esports on Twitter and TwitchMore about Dual Core (also on Twitter)Duo's cartoon about the Kaminsky BugDan Kaminsky's New York Times obituaryDan's 2016 r00tz talk, "How the Internet Actually Works" is on YouTube, thanks to the r00tz channel.
Neste episódio, vamos conhecer duas histórias inspiradoras sobre restauração florestal. Uma é sobre comunicação e reflorestamento envolvendo um tradicional programa da televisão brasileira e outra que une povos indígenas, parques nacionais, conhecimento tradicional e uma das diversidades florestais mais ricas da Mata Atlântica. A apresentadora Paulina Chamorro conversa com o roteirista, fotógrafo, produtor, diretor e idealizador do programa Um Pé de Quê, do Canal Futura, Estevão Ciavatta. No segundo bloco, a conversa é com o diretor de gestão de projetos do Natureza Bela, o Marcos Lemos. E para encerrar, temos um depoimento de Viviane Dib, pesquisadora do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) sobre um estudo envolvendo a Mata Atlântica. Com a apresentação da jornalista Paulina Chamorro, o podcast Tom da Mata é uma realização do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e tem o apoio do WRI Brasil e Kawa - Estratégias Sustentáveis, com a produção da Compasso Coolab e coordenação de Ludmila Pugliese e Bruno Calixto. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/tom-da-mata/message
O podcast conta a história do coqueiro e das hipóteses para a chegada dessa árvore no Brasil. Conhecida como “a árvore dos desejos satisfeitos” na cultura indiana, assim como a mangueira e a bananeira, é considerada sagrada. A atividade tem como base o livro Coqueiro, da coleção “Um pé de quê?” escrito por Regina Casé e Estevão Ciavatta. #Bibliotech #FabricaSBCemcasa
Estevão Ciavatta e Carlos Nobre têm uma conversa sobre o preocupante ritmo de destruição da Amazônia e a ausência de políticas de combate ao desmatamento – mas também sobre possíveis soluções que têm sido apresentadas pelos habitantes locais e por diversas entidades.
Here is Marina's presentation from the Layer 8 Conference. She did not want the video released but allowed for the audio.
O meu papo hoje foi sobre Engenharia Social com a Marina Ciavatta, que é Social Engineer na Blackbot, e com Anderson Tamborim, que é Consultor em Investigação Científica de Fraudes em Ambiente Corporativo. Será que é realmente possível hackear humanos? Tirar informações confidenciais em apenas 5 minutos, ter acesso a lugares proibidos utilizando apenas empatia. Ouça e confira! --- Send in a voice message: https://anchor.fm/renato-braga/message
For this episode, we welcome Marina Ciavatta, the journalist turned social engineer, from Brazil. Marina describes her first physical social engineering engagement where she will tell us how she successfully bypassed biometrics and how people will willingly give you more information if you just ask. You can find Marina on Twitter at: @MarinaCiavatta
No sexto e último episódio do podcast oficial de Santos Dumont, o produtor e diretor Estêvão Ciavatta e o diretor Fernando Acquarone trazem curiosidades sobre os bastidores e fazem um balanço final da produção da minissérie. Contém spoilers do sexto episódio, entitulado “Ícaro”. Apresentação: Vinicius Calderoni e Camila Silva.
No quinto episódio do podcast oficial de Santos Dumont, o produtor e diretor Estêvão Ciavatta e o diretor Fernando Acquarone falam sobre a pesquisa histórica, além de diversas curiosidades de bastidores. Contém spoilers do quinto episódio da minissérie, entitulado “O Voo da Libélula”. Apresentação: Vinicius Calderoni e Camila Silva.
No quarto episódio do podcast oficial de Santos Dumont, o produtor e diretor Estêvão Ciavatta e o diretor Fernando Acquarone falam sobre como foi recriar o voo do 14-bis, além de diversas curiosidades de bastidores. Contém spoilers do quarto episódio da minissérie, entitulado “Mais leve que o ar”. Apresentação: Vinicius Calderoni e Camila Silva.
No terceiro episódio do podcast oficial de Santos Dumont, o produtor e diretor Estêvão Ciavatta e o diretor Fernando Acquarone falam sobre a direção de arte, figurino e escolha das locações. Contém spoilers do terceiro episódio da minissérie, entitulado “Por Ares Nunca Dantes Navegados”.Apresentação: Vinicius Calderoni e Camila Silva.
No segundo episódio do podcast oficial de Santos Dumont, o produtor e diretor Estêvão Ciavatta e o diretor Fernando Acquarone falam sobre a escolha do elenco e os desafios de produção. Contém spoilers do segundo episódio da minissérie,entitulado “O Prêmio Deutsch”.Apresentação: Vinicius Calderoni e Camila Silva.
No primeiro episódio do podcast oficial de Santos Dumont, o produtor e diretor Estêvão Ciavatta e o diretor Fernando Acquarone falam sobre a concepção da minissérie, os desafios de contar a história de um personagem tão enigmático, além de diversas curiosidades de bastidores. Contém spoilers do primeiro episódio da minissérie, entitulado “Le Petit Santos”.Apresentação: Vinicius Calderoni e Camila Silva.
O podcast oficial de “Santos Dumont” traz conversas episódicas sobre a minissérie exclusiva da HBO, com participação do diretor e produtor Estevão Ciavatta e do diretor Fernando Acquarone. Cada sessão de bate-papo aprofunda detalhes da trama e dos bastidores de “Santos Dumont”. A apresentação é do dramaturgo Vinicius Calderoni, com comentários da jornalista Camila Silva.
O diretor Estevão Ciavata passou cinco anos na Amazônia antes de trazer a público Amazônia Sociedade Anônima, documentário que teve sua primeira exibição na 43ª Mostra. O filme é um mergulho profundo na vida da floresta e um registro importante das ameaças que pairam sobre a região amazônica.Neste episódio, a jornalista Ana Paula Sousa conversa com Ciavata e também com o Cacique Juarez Saw Mundukuru e com Roseni Mundukuru, que vieram a São Paulo pela primeira vez em suas vezes para assistir ao longa-metragem em tela grande.Este Podcast tem a produção da Soupods.
Atenção: não escute esse episódio na hora da fome! Neste CAOScast a gente discute porque comemos o que comemos, como o dinheiro afeta nosso acesso à boa alimentação, o que é comida saudável para cada geração e quais são os comportamentos e tendências que se relacionam com tudo isso.-- Comentários, críticas e angústias? Manda nas nossas redes @consumoteca/ @trop.soledad ou aqui no e-mail: consumoteca@consumoteca.com.br-- Apresentação: Michel Alcoforado, fundador do Grupo Consumoteca, com participação de Marina Roale, coordenadora de pesquisa e análise da Consumoteca, Rebeca de Moraes, sócia-fundadora e diretora da Soledad e Tiago Faria, head da Epiphania-- Convidada: Flávia Oliveira, participante do projeto de antropologia visual "Casa Brasileira", de Epiphania-- Produção: Beatriz Quesada e Marina Roale-- Edição: Wesley Xavier-- Arte da capa: Ruan Richard-- Para ficar de olho nas nossas pesquisas, acesse: consumotecalab.com.br e trop.me-- Dicas do Joga na Roda:- Marina indica exposição "Prato do mundo - Comida para 10 bilhões", do Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, até o dia 20 de outubro. Mais informações aqui: https://museudoamanha.org.br/pt-br/exposicao-temporaria-do-museu-do-amanha-pratodomundo- Tiago recomenda visita à Zona Cerealista de São Paulo. Mais informações aqui: https://www.zonacerealista.com.br/- Rebeca indica o documentário "Fonte da juventude", de Estevão Ciavatta.- Michel recomenda o livro "Regras da comida", do americano Michael Pollan
Quindicesima puntata stagionale per Border Nights - La notte ai confini in diretta dalle 22 su Web Radio Network e poi in podcast su Spreaker, YouTube, Spotify, Itunes. Con noi il fisico Giancarlo Infante per parlare di eliocentrismo e dei suoi limiti, Antonella Betti che ci racconterà le sottrazioni di Stato dei minori e Valerio Cutonilli sulla stage di Acca Larentia.CONTROSTORIA DELL'ELIOCENTRISMO: GIANCARLO INFANTEPrimo collegamento della serata con il fisico Giancarlo Infante. Ha pubblicato "Controstoria dell'eliocentrismo". "I più autorevoli filosofi e storici della scienza sono concordi nell'asserire che la rivoluzione copernicana non prese avvio da motivazioni astronomiche, ma da ragioni ideologiche. Gli stessi Copernico e Galileo condivisero la dottrina pitagorica, a sfondo anticristiano, prima ancora di elaborare il traballante modello astronomico che la simboleggiava. Se dunque non furono ragioni scientifiche a determinare il nascere e l'imporsi del modello eliocentrico, fino a che punto l'idea del movimento della terra trova corrispondenza nella dimensione reale? L'opera presenta proprio questa "controstoria" dell'eliocentrismo. La lettura dei capitoli può essere realizzata anche non in successione, rimanendo aperti alla possibilità che in essi possa esservi un fondo di verità non ancora considerata".Laureato in fisica, Infante insegna nelle Scuole Secondarie. E' cultore di filosofia teorica presso l'Università degli Studi di Salerno, nonché redattore della rivista "Scienza e Sapienza". Tra le sue pubblicazioni, gli articoli: Il simbolismo della luce, Milano 1997; Galilei e il simbolismo magico, Brescia 2002; La prigione cosmologica, Udine 2002. Ed i saggi: Il mondo 'pesante' di Newton, Napoli 1994; Discorsi sulla relatività ristretta di Einstein, Salerno 1997; Implicazioni metafisiche nel concetto di materia, Salerno 1999, Le radici esoteriche della scienza moderna.BAMBINI STRAPPATI ALLE LORO FAMIGLIE: ANTONELLA BETTINella seconda parte sarà con noi Antonella Betti che sta per pubblicare "Vite strappate in Italia dal 1970 ad oggi", libro inchiesta sugli allontanamenti coatti dei bambini dalle loro famiglie di origine, edito da Editrice Italia Semplice. «Sono circa 40 mila, i bambini, tolti a livello “coatto dalle loro famiglie”. Nessuno è immune da questo olocausto, da questo scempio che necessariamente deve cessare». La legge, si legge su Paese Roma, nel tempo è cambiata. In teoria non esisterebbero più questi istituti, ma di fatto, si stanno moltiplicando a dismisura, avendone trasformato solo la denominazione in ”case-famiglia”. Sono oltre 500 i milioni di euro che vengono dati alle cosiddette case famiglia protette per tenere i bambini che lo Stato ha troppo spesso ingiustamente sottratto, strappato e rapito ai genitori. Sono appena 50 i milioni di euro che si danno alle famiglie in difficoltà per mantenere con sé i propri figli. Vengono dati molti più soldi per sottrarli che per aiutarli. Nessuno segnala i conflitti d’interessi dei giudici onorari che affiancano i Presidenti dei Tribunali dei Minorenni. È uno scandalo vero e proprio. Giudici onorari e contemporaneamente anche titolari di case-famiglia dove i minori vengono ‘ospitati’. I servizi sociali insieme a troppi Tribunali dei Minorenni stanno creando un tacito traffico di bambini, tramite decreti che impongono allontanamenti coatti dalle case d’origine.LA STRAGE DI ACCA LARENTIA: VALERIO CUTONILLIStefania intervista Valerio Cutonilli. Avvocato, da anni è impegnato a ricercare la verità sulla strage di Bologna. Ha pubblicato “Acca Larentia. Quello che non è stato mai detto” e "Chi sparò ad Acca Larenzia? Il Settantotto prima dell'omicidio Moro". La sera del 7 Gennaio 1978 a Roma un commando terroristico apre il fuoco contro cinque ragazzi appena usciti dalla sezione missina di via Acca Larenzia. Restano uccisi Franco Bigonzetti e Francesco Ciavatta. I loro amici si salvano per miracolo. Nei disordini di piazza esplosi nelle ore successive viene ferito mortalmente Stefano Recchioni, uno dei giovani accorsi nel luogo dell'agguato per solidarizzare con le vittime. La Capitale viene sconvolta da una ondata di violenza senza precedenti che avrà termine nel Marzo successivo con il sequestro di Aldo Moro da parte delle Brigate Rosse. Dopo 40 anni gli assassini di Bigonzetti, Ciavatta e Recchioni restano senza nome. Ma il mistero del triplice omicidio è più apparente che reale. Cosa accadde veramente a via Acca Larenzia?LE RUBRICHE DI BORDER NIGHTSTornerà l'intervento settimanale di Federica Francesconi, la ruota libera con Paolo Franceschetti, la scheda del Maestro di Dietrologia, la biblioteca di Barbara Marchand. Nel corso della puntata la nuova rubrica sui libri curata da Il Punto di Incontro, Manuele Baciarelli che ci parlerà di enneagramma biologico, e Regina Mayer di Salus Bellatrix.
Quindicesima puntata stagionale per Border Nights - La notte ai confini in diretta dalle 22 su Web Radio Network e poi in podcast su Spreaker, YouTube, Spotify, Itunes. Con noi il fisico Giancarlo Infante per parlare di eliocentrismo e dei suoi limiti, Antonella Betti che ci racconterà le sottrazioni di Stato dei minori e Valerio Cutonilli sulla stage di Acca Larentia.CONTROSTORIA DELL'ELIOCENTRISMO: GIANCARLO INFANTEPrimo collegamento della serata con il fisico Giancarlo Infante. Ha pubblicato "Controstoria dell'eliocentrismo". "I più autorevoli filosofi e storici della scienza sono concordi nell'asserire che la rivoluzione copernicana non prese avvio da motivazioni astronomiche, ma da ragioni ideologiche. Gli stessi Copernico e Galileo condivisero la dottrina pitagorica, a sfondo anticristiano, prima ancora di elaborare il traballante modello astronomico che la simboleggiava. Se dunque non furono ragioni scientifiche a determinare il nascere e l'imporsi del modello eliocentrico, fino a che punto l'idea del movimento della terra trova corrispondenza nella dimensione reale? L'opera presenta proprio questa "controstoria" dell'eliocentrismo. La lettura dei capitoli può essere realizzata anche non in successione, rimanendo aperti alla possibilità che in essi possa esservi un fondo di verità non ancora considerata".Laureato in fisica, Infante insegna nelle Scuole Secondarie. E' cultore di filosofia teorica presso l'Università degli Studi di Salerno, nonché redattore della rivista "Scienza e Sapienza". Tra le sue pubblicazioni, gli articoli: Il simbolismo della luce, Milano 1997; Galilei e il simbolismo magico, Brescia 2002; La prigione cosmologica, Udine 2002. Ed i saggi: Il mondo 'pesante' di Newton, Napoli 1994; Discorsi sulla relatività ristretta di Einstein, Salerno 1997; Implicazioni metafisiche nel concetto di materia, Salerno 1999, Le radici esoteriche della scienza moderna.BAMBINI STRAPPATI ALLE LORO FAMIGLIE: ANTONELLA BETTINella seconda parte sarà con noi Antonella Betti che sta per pubblicare "Vite strappate in Italia dal 1970 ad oggi", libro inchiesta sugli allontanamenti coatti dei bambini dalle loro famiglie di origine, edito da Editrice Italia Semplice. «Sono circa 40 mila, i bambini, tolti a livello “coatto dalle loro famiglie”. Nessuno è immune da questo olocausto, da questo scempio che necessariamente deve cessare». La legge, si legge su Paese Roma, nel tempo è cambiata. In teoria non esisterebbero più questi istituti, ma di fatto, si stanno moltiplicando a dismisura, avendone trasformato solo la denominazione in ”case-famiglia”. Sono oltre 500 i milioni di euro che vengono dati alle cosiddette case famiglia protette per tenere i bambini che lo Stato ha troppo spesso ingiustamente sottratto, strappato e rapito ai genitori. Sono appena 50 i milioni di euro che si danno alle famiglie in difficoltà per mantenere con sé i propri figli. Vengono dati molti più soldi per sottrarli che per aiutarli. Nessuno segnala i conflitti d’interessi dei giudici onorari che affiancano i Presidenti dei Tribunali dei Minorenni. È uno scandalo vero e proprio. Giudici onorari e contemporaneamente anche titolari di case-famiglia dove i minori vengono ‘ospitati’. I servizi sociali insieme a troppi Tribunali dei Minorenni stanno creando un tacito traffico di bambini, tramite decreti che impongono allontanamenti coatti dalle case d’origine.LA STRAGE DI ACCA LARENTIA: VALERIO CUTONILLIStefania intervista Valerio Cutonilli. Avvocato, da anni è impegnato a ricercare la verità sulla strage di Bologna. Ha pubblicato “Acca Larentia. Quello che non è stato mai detto” e "Chi sparò ad Acca Larenzia? Il Settantotto prima dell'omicidio Moro". La sera del 7 Gennaio 1978 a Roma un commando terroristico apre il fuoco contro cinque ragazzi appena usciti dalla sezione missina di via Acca Larenzia. Restano uccisi Franco Bigonzetti e Francesco Ciavatta. I loro amici si salvano per miracolo. Nei disordini di piazza esplosi nelle ore successive viene ferito mortalmente Stefano Recchioni, uno dei giovani accorsi nel luogo dell'agguato per solidarizzare con le vittime. La Capitale viene sconvolta da una ondata di violenza senza precedenti che avrà termine nel Marzo successivo con il sequestro di Aldo Moro da parte delle Brigate Rosse. Dopo 40 anni gli assassini di Bigonzetti, Ciavatta e Recchioni restano senza nome. Ma il mistero del triplice omicidio è più apparente che reale. Cosa accadde veramente a via Acca Larenzia?LE RUBRICHE DI BORDER NIGHTSTornerà l'intervento settimanale di Federica Francesconi, la ruota libera con Paolo Franceschetti, la scheda del Maestro di Dietrologia, la biblioteca di Barbara Marchand. Nel corso della puntata la nuova rubrica sui libri curata da Il Punto di Incontro, Manuele Baciarelli che ci parlerà di enneagramma biologico, e Regina Mayer di Salus Bellatrix.
In this episode of “Now What?” you’ll hear from Jane Pauley, who took over as co-host of the Today show when she was barely 25. Audiences loved the straight forward mid westerner who reminded them of the girl next door, the one you hoped your son might marry. When a younger, blonder woman made it a little too crowded on the set, Pauley moved on to co-host Dateline. A series of severe mood swings eventually led her to a stint in a psychiatric ward. But she's a woman who's all about re-invention and she's back on TV in another high profile role, host of CBS Sunday Morning. We talk about her journey in television and how life always manages to pack its share of surprises. It’s all on “Now What?” which was produced by Carole Zimmer and Nick Ciavatta with help from Gabe Zimmer and Steve Zimmer.
Kelly Carlin’s father George became one of the most famous counter culture comedians of all time. His “7 dirty words” routine went all the way to the Supreme Court. George was the guest host of the first Saturday Night Live show ever broadcast. He did 14 stand-up comedy specials for HBO, wrote three best sellers, won 5 Grammy Awards and is idolized by comedians like Louis C.K. But try growing up as his daughter. He spent too much time away from home and used too many drugs. Kelly Carlin wrote all about it in “A Carlin Home Companion: Growing Up with George.” I went to see Kelly at her home in LA. We talked about comedy, addiction and how the Buddha was right when he taught that in life is full of suffering as well as joy. It’s all on “Now What?” which was produced with help from Nick Ciavatta, Stephen Colon, Dan Przygoda, Gabe Zimmer and Steve Zimmer.
Welcome to the 368th episode of Our Hen House! Mariann talks this week with Michele Simon, Executive Director of the Plant Based Foods Association, whose mission is to ensure a fair and competitive marketplace for businesses selling plant-based foods that replace animal […]
I had the pleasure of sitting down with Oslo, Norway native, Mari Solberg at Friggin Fabulous Studios recently to talk about her Gorgeous new EP, "Do It Again." Mari's haunting melodies and angelic voice along with her thoughtful lyrics make this EP something really special. I've seen her several times live and her performances are mesmerizing! https://www.reverbnation.com/marisolberg
I met Paul Fairall at The Red Lion on Bleecker street a few years back when we were on a bill together and I've been a huge fan ever since! He played some great shows for me at Path Cafe over the years and it was an honor to have him on the bill at the inaugural Friggin Fabulous Brunch show at Caffe Vivaldi! He writes songs with his wife, Linda Danz, author of "A Birdhouse In Brooklyn" which is another great segment you can check out at Friggin Fabulous Radio Dot Com. Download the Friggin Fabulous Radio app in the Amazon App Store or at Podcast Box for iPhone and iPad.
Award winning NPR reporter, Carole Zimmer, sat down to interview Linda Danz, author of "A Birdhouse In Brooklyn" for Friggin Fabulous Radio. Carole and Linda discuss Linda's novel, which takes place in the aftermath of the events of September 11, 2001, and is a story of the lives of disparate people brought together by circumstance. They also talk about the book publishing industry, how to self publish, age discrimination, how to re-invent yourself and more! http://abirdhouseinbrooklyn.blogspot.com/ http://www.amazon.com/Birdhouse-In-Brooklyn-Linda-Danz-ebook/dp/B00ODD5GD6
"A native of Washington D.C., Ben came to New York in 2011 and has been a regular at the Path Cafe ever since. For him, the song always comes first." Ben is truly one of the most talented Singer/Songwriters to grace the Path Cafe stage and we hope he keeps coming back!
Justin Layman is a Singer/Songwriter from Sarasota Florida. He plays guitar and performs a unique style of music combining Folk, Rock, and R&B. Justin has been performing since 2004 in original bands as well as cover bands all around the state of Florida. He has Recorded three albums ("Almost There," "02 03 Ten," & "You Shouldn't Look Like That") and has collaborated with Sara Nelms on songs like "My Own Way," and "When We Dance". Justin moved to Brooklyn, NY December of 2013. You can see where he is playing next on the "Justin Layman" App available FREE or at www.JustinLayman.com. He played an amazing set at Path Cafe for the Friggin Fabulous Showcase which happens every Tuesday at 7pm: http://www.frigginfabulousproductions.com/
Sometimes you happen to be in the right place at the right time and when that happens it's great to have and audio recording device with you. February 15, 2014 at Path Cafe, NYC, was one of those times for me because I got to do sound for and record Sterling Ryhne who's style and voice is up there with the best of the best. If you like Macy Gray, Phoebe Snow and Amy Winehouse you're really going to dig this unforgetable set from Sterling Ryhne!
Dan Lipton mixes pretty jazz chords with an almost Country/Western twangy vocal style and his wife, Leslie, who usually joins him on stage has an angelic voice!Their harmonies and Fabulous and they are an amazing couple on and off the stage. They blew the room away at Path Cafe, NYC, recently and I'm hoping they'll be back very soon!
When I first heard about James Margolis I figured that he would be a solid, creative performer, but once I opened up the mic pot for him at Path Cafe I was blown away! His deep, soulful voice, incredible guitar style and sublime song writing style had me hooked! James does a fabulous and varied set including his own tunes and those of other super talented NYC singer/songwriters such as Niall Connolly, EW Harris, Ryan Morgan, Casey Black and more!
Nick Ciavatta's Friggin Fabulous interview with Mike Doughty, who talks about his album "Yes and Also Yes", his days with Soul Coughing, the unconventional use of an anti-depresent capsule on his recordings and much more!
Friggin Fabulous Radio Live featuring EPIC performances by Justin Purtill, The Working Effective and Trash Executioner! This is quite the eclectic mix of live performers and pre-recorded musicians. Stay tuned for more Live Mayhem this Spring and Summer! http://www.frigginfabulousradio.com/