Podcasts about perdemos

  • 775PODCASTS
  • 1,025EPISODES
  • 36mAVG DURATION
  • 5WEEKLY NEW EPISODES
  • Nov 26, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about perdemos

Latest podcast episodes about perdemos

Pergunta Simples
Como se filma uma boa história? Manuel Pureza

Pergunta Simples

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 56:11


Há criadores que operam dentro das fronteiras técnicas do seu ofício. E há outros que as redesenham. Manuel Pureza pertence à segunda categoria — a dos artistas que não apenas produzem obras, mas insinuam uma forma diferente de olhar para o mundo. Ao longo da última década, Pureza foi aperfeiçoando um dialeto visual singular: um equilíbrio improvável entre humor e melancolia, entre disciplina e improviso, entre ironia e empatia. Cresceu no ritmo acelerado das novelas, onde se aprende a filmar com pressão, velocidade e um olho permanentemente aberto para a fragilidade humana. Dali trouxe algo raro: um olhar que recusa o cinismo fácil e que insiste que até o ridículo tem dignidade. Na televisão e no cinema, a sua assinatura tornou-se evidente. Ele filma personagens como quem observa amigos de infância. Filma o quotidiano com a delicadeza de quem sabe que ali mora metade das grandes histórias. Filma o absurdo com a ternura de quem reconhece, nesse absurdo, o lado mais honesto do país que habita. Um humor que pensa Pureza não usa humor para fugir — usa humor para iluminar. Em “Pôr do Sol”, o fenómeno que se transformou num caso sério de análise cultural, a comédia deixou de ser apenas entretenimento. Tornou-se catarse colectiva. Portugal riu-se de si próprio com uma frontalidade rara, quase terapêutica. Não era paródia para diminuir; era paródia para pertencer. “O ridículo não é destrutivo”, explica Pureza. “É libertador.” Essa frase, que poderia ser um manifesto, resume bem o seu trabalho: ele leva o humor a sério. Independentemente do género — seja melodrama acelerado ou ficção introspectiva — há sempre, no seu olhar, a ideia de que rir pode ser um acto de lucidez. Num país onde o comentário público tantas vezes se esconde atrás da ironia amarga, Pureza faz o contrário: usa a ironia para abrir espaço, não para o fechar. A ética do olhar Filmar alguém é um exercício de confiança. Pureza opera com essa consciência. Não acredita em neutralidade — acredita em honestidade. Assume que cada plano é uma escolha e que cada escolha implica responsabilidade. Entre atores, essa postura cria um ambiente invulgar: segurança suficiente para arriscar, liberdade suficiente para falhar, humanidade suficiente para recomeçar. Num set regido pelo seu método, a escuta é tão importante quanto a técnica. E talvez por isso os seus actores falem de “estar em casa”, mesmo quando as cenas são emocionalmente densas. A câmara de Pureza não vigia: acompanha. É aqui que a sua realização se distingue — não por uma estética rigorosa, mas por uma ética clara. Filmar é expor vulnerabilidades. E expor vulnerabilidades exige cuidado. Portugal, esse laboratório emocional O país que surge nas obras de Pureza não é apenas cenário: é personagem. É o Portugal das contradições — pequeno mas exuberante, desconfiado mas carente de pertença, irónico mas sentimental, apaixonado mas contido. É um país onde a criatividade nasce da falta e onde o improviso se confunde com identidade. Pureza conhece esse país por dentro. Viu-o nos sets frenéticos das novelas, nos estúdios apressados da televisão generalista, nas equipas improváveis de produções independentes. E filma-o com um olhar feito de amor e lucidez: nunca subserviente, nunca destructivo, sempre profundamente humano. Há nele uma capacidade rara de observar sem desistir, de criticar sem amargar, de rir sem ferir. Infância, imaginação e paternidade Numa das passagens mais íntimas desta conversa, Pureza regressa à infância — não como nostalgia decorativa, mas como território de formação. A infância, para ele, é o sítio onde nasce a imaginação, mas também o sítio onde se aprende a cair, a duvidar, a arriscar. Esse lugar continua a acompanhar o seu trabalho como uma espécie de bússola emocional. Falar de infância leva inevitavelmente a falar de paternidade. Pureza rejeita a figura do pai iluminado, perfeito, imune ao erro. Fala antes da paternidade real: aquela onde se erra, se tenta, se repara, se adia, se volta a tentar. A paternidade que implica fragilidade. A paternidade que obriga a abrandar num mundo que exige velocidade. Talvez seja por isso que, quando dirige, recusa o automatismo: a vida, lembra, é sempre mais complexa do que aquilo que conseguimos filmar. Escutar como acto político Se há uma frase que atravessa toda a conversa, é esta: “Nós ouvimos pouco.” No contexto de Pureza, ouvir é um verbo político. Num país saturado de ruído, opiniões rápidas e indignações instantâneas, escutar tornou-se quase um acto contracultural. Ele trabalha nesse espaço de atenção — aquele que permite às pessoas serem pessoas, antes de serem personagens, headlines ou caricaturas. É por isso que o seu trabalho ressoa: porque devolve humanidade ao que, tantas vezes, o discurso público reduz. O que fica No final, a impressão é clara: Manuel Pureza não realiza apenas obras. Realiza ligações. Realiza espelhos que não humilham. Realiza pontes entre o ridículo e o sublime. Realiza histórias que, ao invés de nos afastarem, nos devolvem uns aos outros. Há artistas que acrescentam ao mundo um conjunto de imagens. Pureza acrescenta uma forma de ver. E num tempo em que olhar se tornou um acto cada vez mais acelerado — e cada vez menos profundo — isso não é apenas uma qualidade artística. É um serviço público da imaginação. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. A sua exatidão pode variar. 0:12 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje recebemos alguém que não apenas realiza séries e filmes, mas realiza no sentido mais profundo do termo, a forma como olhamos para nós próprios, a maneira como nos espelhamos. 0:28 Manuel pureza é daqueles criadores que trabalham com rigor e com leveza, com inteligência, com humor, com disciplina e com um caos. Ele cresceu nas novelas, aprendeu a filmar sob pressão, descobriu um olhar que combina ternura com ironia e tornou se uma das vozes mais originais da ficção portuguesa. 0:46 E é capaz de pegar no ridículo e transformá lo em verdade, de pegar no quotidiano e transformá lo em drama, de pegar no drama e transformá lo em riso. Tudo sem perder a humanidade, o coração e a ética de quem sabe que filmar é escolher, ter um ponto de vista e que escolher é sempre um ato moral. 1:06 Neste episódio, abrimos as portas ao seu processo criativo, às dúvidas e às certezas, às dores e às gargalhadas, às memórias da infância e às inquietações da idade adultam. Falamos de televisão como um espaço de comunhão. Das novelas como um ginásio, do humor, como o pensamento crítico da arte de ouvir e de ser pai no mundo acelerado, da vulnerabilidade que existe por detrás de uma Câmara e, claro, de Portugal, este país pequeno, cheio de afetos e de feridas, onde tudo é simultaneamente muito absurdo e muito verdadeiro. 1:38 Pureza fala com profundidade e como honestidade às vezes. Desconcertante é uma dessas conversas em que senti que estamos a ver para além do artista, estamos a ver a pessoa, a sensibilidade das dúvidas, a Esperança e a inquietação de alguém que pensa o mundo através das histórias que nos conta. 2:05 Ao longo desta conversa, percebemos como as histórias, para Manuel pureza, não são apenas entretenimento. São uma estrutura emocional de uma forma de organizar o caos, uma linguagem antiga que herdamos mesmo antes de sabermos ler ou escrever. Falamos do poder das narrativas para dar sentido à vida, mas também do seu lado perigoso, porque todas as histórias têm um ponto de vista, todas têm escolhas e omissões, todas moldam a forma como vemos o que é real. 2:33 E ele, pureza. Assume isto sem medo. Assume que filma com olhar assumidamente subjetivo e que essa subjetividade é precisamente a sua assinatura. Não procura parecer neutro, procura ser honesto. Também exploramos a sua relação com o humor. 2:49 O humor que nunca é cínico, nunca é cruel, nunca é gratuito. O ridículo não é uma arma para diminuir os outros. É uma maneira de libertar, de expor o que há de comum entre nós, de desmontar o que é pomposo e de aliviar o peso de viver. 3:04 Diz na própria conversa que tudo pode ser ridículo e isso é uma forma de Redenção. O riso organiza o pensamento, afia o espírito, desarma o mundo e, talvez por isso, o pôr do sol. A série tem sido mais do que um fenómeno cômico, foi um fenómeno emocional quase terapêutico. 3:20 Um espelho carinhoso onde Portugal se reviu e se perdoou, um bocadinho. Falamos da ética, da ética, do olhar, de como se almar alguém. É sempre um ato de intimidade. De como se cria confiança dentro de um set de filmagens, como se dirige atores diferentes, como se acolhe fragilidades? 3:38 Várias. E falamos da amizade e esse tema que atravessa todo o trabalho de pureza, porque para ele, realizar não é apenas uma técnica, é uma escuta, uma presença, um cuidado. Ouvimos muitas vezes ao longo deste episódio, uma afirmação quase simples. Nós ouvimos pouco. 3:55 E quando alguém é capaz de. A olhar tanto e nos diz que ouvimos pouco. Vale a pena parar para escutar. E, claro, falamos de Portugal, um país pequeno, por vezes cínico, com uma profunda tendência para desconfiar do sucesso alheio. Um país que pureza filma com ironia, amor e lucidez. 4:14 E da inveja. Claro que falamos da inveja no país das novelas, do improviso, da criatividade teimosa, das personagens maiores que a vida. O país que ele conhece por dentro e por fora, e que aprende a amar com o humor, mesmo quando o humor é a única forma de suportá lo. Num dos momentos mais belos da conversa, falamos da infância, esse lugar de Liberdade, de curiosidade, de imaginação que pureza tenta manter vivo dentro de si. 4:39 E falamos também do que é ser pai, dos medos que isso acende, da responsabilidade que isso traz. Da paternidade iluminada, mas da paternidade real, onde se falha, se tenta, se repara, se ama e se recomeça. É um episódio cheio de emoções, pontos de vista e algumas surpresas. 5:01 Viva. Manuel pureza, olá, nós encontramo nos e na realidade, temos que dizer às pessoas desde já que há 2 características que nos unem na vida OKA primeira, gostar de pessoas. A segunda, sermos hipocondríacos. Ah, poças? 5:17 Bom, estou em casa sim, sim, sim. Poça altamente hipocondríaco? Sim. Olha, fala me das pessoas, para quem? Para quem não te conhece. Tu és realizador, és um dos mais originais e interessantes realizadores da ficção portuguesa, nomeadamente essa telenovela que subitamente se transformou num objeto de culto, uma coisa chamada pôr do sol. 5:40 Já agora digo te eu, a primeira vez que vi o pôr do sol, o primeiro episódio foi dos enganados. Achavas que era verdade. Pensei assim, é pá, mas o que é isto? Mas o que é que isto está? Mas, mas, mas, mas que coisa tão. EE depois. Lá está à terceira cena. 5:56 É aquela parte do ainda bem que ninguém ouviu o meu pensamento, claro, fala, me fala me desse fenómeno. Então esse fenómeno foi. Uma pulga, uma pulga, uma pulga, várias pulgas. Aliás, eu, eu, enquanto realizador, antes de começar a assinar as minhas séries, fiz 10 anos de telenovelas e fi Los numa lógica de ginásio. 6:22 Eu costumo dizer isto, ou seja, é uma tarefa difícil. É uma tarefa que luta contra. Vários tipos de preconceitos, não só meus, como de quem vê. É uma fábrica? É uma fábrica, sim. Aliás, será a coisa mais próxima de uma indústria audiovisual que nós temos em Portugal. 6:39 É, é, são as novelas. Não é? E isso filma se de que, de, de, de, de que horas? Até que horas? Filma se em horários que AACT se funcionasse não IA não preço, iria sim, iria tudo preço, não em boa verdade, até até podemos falar sobre isso mais à frente que é, eu estive envolvido nalgumas lutas laborais em relação à Malta, que faz novelas em Portugal. 6:58 Porque é pá, chega se a trabalhar trabalhava, se na altura 11 horas mais uma, quer dizer, IA receber colegas meus a receberem me francamente pouco, numa lógica de fazer 40 minutos diários de ficção útil, que é uma enormidade, uma alarvidade e que e que muitas vezes depois tem um efeito nefasto de das pessoas em casa. 7:17 Dizer assim é pá, isto é uma novela, isto não vale nada, mas o esforço das pessoas que estão a fazê la é hercúleo, é desumano. Não tem de ser forçosamente 11. Não tem furiosamente de levar as pessoas a apreciarem esse esforço como sinónimo de qualidade, porque muitas vezes as novelas não têm essa qualidade. 7:35 Portanto, não há tempo no fundo para respirar, para o tédio, para a repetição, para o prazer. Não, nem nem nem. Então por acaso que seja essa a função das novelas, até um certo ponto. As novelas historicamente são feitas para serem ouvidas, não para serem vistas, não é? Ou seja, não em países, não só Portugal, mas outros países machistas, em que as mulheres ficavam a tomar conta da casa e dali da casa, e não tinham trabalho. 7:57 Tinha uma televisão ligada para irem ouvindo. Por isso é que a novela é repetitiva. A novela é. Reiterativa há uma há uma métrica de comunicação. De comunicação, sim. E, portanto, se temos avançado tecnicamente e até qualitativamente nas novelas nos últimos 20 anos, porque temos? 8:13 Ainda estamos nos antípodas do que? Do que uma novela pode ser? A novela pode ser uma arma de educação fantástica. A novela pode ser um retrato. Quase numa perspetiva arqueológica do que é ser português em 2025. E não é disso que estamos a falar. Em quase nenhuma novela falamos disso, não é? 8:30 Talvez tenhamos 2 ou 32 ou 3 casos honestos de portugalidade nas novelas recentes. Ainda estou a falar, por exemplo, de uma novela que eu, eu não, eu não, não sou consumidor de novelas, confesso que não sou. Mas há uma novela que da qual me lembro da premissa que me pareceu interessante, que é uma coisa chamada golpe de sorte. 8:46 Uma mulher numa aldeia que ganhou o euromilhões. Isso pode ser bastante português. Parece me bem. Pode ser bom e tive um sucesso bastante grande e foi uma coisa honesta. Não era de repente alguém que é salvo por uma baleia no ataque de 2 tubarões e sobrevive porque foi atirada? Espera, enfim, ainda vou continuar, porque isso é uma realidade que acontece. Olha, porque é que nós, seres humanos, precisamos tanto de histórias para compreender o mundo? 9:08 Olha, eu acho que as histórias são o que nos estrutura, são aquilo que nos garante a sobrevivência. Até um certo.eu falo disto com os meus alunos. Eu às vezes dou uns workshops para atores e não só é só a palavra workshop dá me logo aqui, carrega me logo aqui umas chinetas um bocado estranhas. 9:24 O workshop downshoising downgraving assim não interessa estamos. Todos AAA praticar o inglês. O inglês neologisticamente falamos. A bom, a bom notícia é que nós, como falamos mal inglês, damos uns pontapés no inglês também terríveis, não é? Sim, sim, sim, mas sim, mas está o inglês. O inglês passou a ser uma espécie de língua Franca, exato, EEA. 9:41 Gente tem palavras bonitas para dizer. EEEEE não, diz. Voltamos às histórias, as histórias. E costumo falar disso com os meus alunos, que é que que passa por nós. Nós não nascemos com direitos humanos, não é? Não nascemos dentro do nosso, do nosso corpo. Não há aqui 11, saca com direitos humanos. 9:56 Houve alguém que inventou essa história e a escreveu numa numa carta universal dos direitos humanos e, portanto, a partir dessa narrativa de que as pessoas têm direito a ser felizes, direito a ter uma casa feliz, direito a ter uma família, direito a ser. A ter um trabalho, et cetera, essa narrativa e estou estou a, estou a, estou AA alargar Oo conceito, evidentemente essa narrativa salva nos todos os dias mais a uns do que a outros, infelizmente. 10:20 Então os dias correm, isso é muito frequente. Há há há zonas do mundo em que essa história não chega, não é? Essas histórias não chegam. A fantasia não chega. A fantasia, sobretudo, é essa coisa mais prática de, de, de, de nos regermos por aquela célebre história do Mello Brooks, não é? A Mello Brooks faz a história mais louca do mundo. 10:36 E o Moisés sobe ao sobe ao ao Monte e Deus dá lhe 15 mandamentos. Só que há uma das pedras que se parte. Ele diz, bom, ele deu me só 10. Inventou um bocado. Isto inventou mas 10 por acaso até um número melhor do que 15. Sim, 15 não dava. Jeito o marketing, ele lá da altura, o homem do marketing, disse disse 15. 10:53 Não dá jeito nada de ser mais redondo que não podem ser 17 nem 13. Não, não. Nem convém, não é para a enologia? Acho que não, não, não, não te ajuda nisso, mas eu acho que sim. As as histórias, sobretudo acima de tudo. Eu sou pai de 3 crianças. Uma criança mais velha que tem 14 anos e outra que tem 3 e outra que tem 11 ano e meio. 11:10 Já tens bom treino de conta histórias. Voltei a recuperá lo, não é? Ou seja, eu sempre andei sempre a treiná lo, porque esta é a minha profissão e é isso que me me entusiasma, não é? Ou seja, mais do que ter um ator que diz bem o texto que lá está e que o diz ipsis verbis como lá está, interessa me um ator que perceba o que é que quer ser dito e que o transforma numa história compreensível e emotiva. 11:29 Ou seja, no limite, é o que o Fellini diz, Oo Fellini diz. Oo cinema serve para para emocionar, seja para eu rir ou para chorar, serve para emocionar. EEO emocionar tem a ver com essa coisa das histórias. Quantas vezes é que tu não vês um é pá, o testemunho de alguém, uma carta que tu descobres 11 texto bonito, um poema simples ou soberbo, ou ou ou o que é que? 11:50 O que é que é uma boa história para mim, sim. Uma boa história é aquela que me lança perguntas, que te provoca sim, que me provoca perguntas, eu faço isso aos meus alunos lhe perguntar, qual é a tua história? E regregelas, confundem, qual é a tua história, qual é que é o meu bilhete de identidade? Então começam, Ah, nasci na amadora, depois foi não sei quê, depois não sei quantos, depois não sei quê, EEA mim, não me interessa, não me interessa mesmo saber se eles vieram da amadora ou não interessa me mais saber. 12:14 No outro dia, uma aluna dizia uma coisa fantástica, eu estou, eu estou aqui porque o meu irmão lê mal, é incrível, uau. E eu disse, então porquê? Eu já quero saber tudo sobre. Essa tua aluna? Queres ver o próximo episódio? Como é? A lógica é essa. Ou seja, eu acho que quando os miúdos estão a ler uma história como a Alice, querem saber quando é que ela cai no fundo do poço que nunca mais acaba. 12:31 Porque é que o poço nunca mais acaba? Porque é que no meio do poço se vão descobrindo retratos e coisas. E que poço é este? Que que coelho é este? Que coelho é que apareceu aqui a correr? E em princípio, não faz sentido nós, mas depois nós, nós nós entramos e embarcamos nesta história. E somos nós que a que a que a construímos. 12:47 Não é na nossa cabeça. Sim, sim. Na nossa cabeça, no nosso coração, de alguma maneira. Quer dizer, pensando, por exemplo, a minha experiência, a minha primeira experiência, aliás, a experiência que definiu a minha. Vontade de ir para para cinema e para o conservatório, et cetera. Conta te quando é que tu descobriste? 13:02 Foi haver uma lodon drive do David Lynch, eu tinha 15 anos. Que é um filme. Estranhíssimo, para filme extraordinário. Eu, eu não o entendo, lá está. Mas estás a ver? Portanto, mudou a tua vida e eu estou a sentir me aqui, o tipo mais perdido do mundo. Não, eu nem entendi o que é que eles estavam a falar. Não. A coisa fantástica desse filme é que é um filme absolutamente clássico, mas não está montado de maneira normal. 13:21 Ou seja, não há princípio, meio e fim por essa ordem. Mas ele é absolutamente clássico. É sobre a cidade dos sonhos, não é? É sobre um sonho. Sobre um sonho de uma mulher que desceu ao mais, mais mais horrível dos infernos de de Hollywood. E, portanto, aí eu vi me obrigado a participar nessa história. 13:39 Estás a ver? Tiveste que montar a história conforme estás a ver. Sim, e acho que isso é isso, é o que determina o que o que é uma boa história e o que é mero, no pior sentido de entretenimento. Podemos estabelecer aqui a diferença entre o que é que é uma. Uma história mais funcional, de uma história que nos que nos expande, porque todos nós, todos nós, temos a história. 14:01 Então, mas como é que foi? Olha o meu dia, eu vim para aqui, trabalhei, sentei, me e escrevi ao computador. E eu digo assim, não quero saber nada dessa história, quero mudas de canal, já não quero saber em cada muda de canal, às vezes mudamos até de conversa. Há há 27 páginas da literatura portuguesa que são muito características e toda a gente se lembra que é AAA caracterização da frente de uma casa chamada ramalhete. 14:24 E na altura, quando tínhamos 1415 anos, a dor achámos que era uma dor. Mas se se recuperarmos isso é provavelmente as coisas mais brilhantes, porque mistura precisamente o que tu estás a dizer, ou seja, uma coisa meramente funcional, não é? É. Esta era a casa e são 27 páginas e, ao mesmo tempo, essa casa é metáfora para o que se vai para o que se vai passar nos capítulos à frente é o. 14:47 Cenário. É EE, mais do que o cenário. É um personagem, não é aquela casa, é uma personagem. Porque os objetos podem ser personagens. Podem? Então não podem? Claro que sim. A Sério? Para mim, sim, claro que sim. Sem falar. Sem falar às vezes, eu prefiro atores que não falam do que com. Atores que? Não, eu digo isto muito dos meus atores. 15:03 É, prefiro filmar te a pensar do que a falar, porque. Porque isso é uma regra antiga do do cinema e da televisão, da ficção para televisão que é mostra me não me digas, não é? As as novelas são reiterativas, porque tem de ser tudo dito. A pessoa entra, diz, faz e pensa a mesma coisa. 15:19 E também não há muito dinheiro para para mostrar com com a qualidade e com é, dá. Há, não há é tempo. Talvez isso seja um sinónimo. Não havendo, se se houvesse mais dinheiro, haveria mais tempo e, portanto, eu acho que ainda assim seria absolutamente impossível alguém humano e mesmo desconfio que o site GPT também não é capaz de o fazer de escrever 300 episódios de uma história. 15:38 Eu estou. Eu estou a pensar aqui. Eu. Eu ouvi alguém a dizer, não me recordo agora quem, infelizmente, que era. Quando quando se faz um roteiro, aquilo que está escrito para se filmar uma determinada coisa, que todos os adjetivos que que lá estão escritos têm que ser mostrados, porque não adianta nada dizer. 15:55 Então entrou agora na cena, EEEE salvou a velhinha, certo? Está bem, mas isso não chega, não é? Sim, eu até te digo, eu, eu prefiro. Regra geral, os argumentos até nem são muito adjetivos, os argumentos, ou seja, o script nem é muito adjetivado. É uma coisa mais prática. Eu acho que essa descoberta está. 16:13 Não sei. Imaginem, imaginem a leres Oo estrangeiro do camus, não é? Tem Montes de possibilidades dentro daquele não herói, dentro daquela vivência, daquela existência problemática. Não é porque não se emociona, et cetera e tudo mais. 16:29 Como é que tu imagina que tinhas um argumento ou um script sobre sobre Oo estrangeiro? Eu acho que seria importante discuti lo profundamente com os atores. Tu fazes isso porque queres ouvir a opinião deles? Quero sempre eu acho que os atores que se os atores e as atrizes que são atores e atrizes, não são meros tarefeiros. 16:52 Qual é o fator x deles? O fator x? Deles, sim. O que é? Eu estou. Eu tive aí uma conversa aqui Na Na, neste, exatamente neste estúdio com com a Gabriela Batista, com a com a com a com a Gabriela Barros. E eu não preciso de saber e não sei nada sobre técnica, mas. 17:09 Eu, eu, eu imagino que qualquer munição que se dei àquela mulher, que ela vai transformar aquilo noutra coisa completamente diferente. O Woody Allen dizia uma coisa muito interessante que Era Eu sempre odiei ler e depois percebi que para conhecer mulheres interessantes, precisava de ler 2 ou 3 livros. 17:27 Para ser um pronto atual à certa. O que é que acontece com a Gabriela? A Gabriela é uma pessoa interessante. Os atores e as atrizes que são atores e atrizes são pessoas interessantes porque são inquietas, porque são atentas, porque percebem, porque conseguem. Conseguem ler não só uma cena, mas as pessoas que estão em cena com elas conseguem ler um realizador, conseguem ler uma história e, sobretudo, perceber. 17:50 Imagina se pensares no rei leão? Muitas vezes a pergunta sobre o que é que é O Rei Leão? As pessoas menos, menos levadas para as histórias dizem, Ah, é sobre um leãozinho. Que sofre? Não, não, não é sobre isso, é sobre família, é sobre herança, é sobre poder, é sobre legado, é sobre. No fundo, é sobre todos os conceitos que qualquer drama shakespeariano ou tragédia shakespeariana também é. 18:14 E, portanto, eu acho que quando tu encontras atores e atrizes a Sério, o fator x é serem interessantes porque têm ideias e porque pensam. Não se limitam a fazer pá. Um ator que se limita a fazer e diz o textinho muito, muito, muito certinho. É um canastal enerva me enerva, me dá vontade de lhes bater. 18:30 Não, não gosto disso, não me interessa. E isso não é sinónimo de desrespeito pelo argumento. É sublimar o argumento ou sublimar o scripta, a outra coisa que não é lida. É fermentar aquilo? Sim, eu diria que sim. É regar? Sim. Olha, eles oferecem te obviamente maneiras de fazer e a interpretação do texto, mas. 18:50 E tu tens a tua parte e a tua parte é aquilo que eu posso te chamar a ética do olhar, que é o teu ponto de vista o ponto de vista como eu queria dizer, como é que tu defines o ponto de vista? Como é que tu escolhes? Se queres fazer uma coisa mais fechada, mais aberta, de cima, de lado, o que é esse? E tu pensas nisso para além da técnica. 19:09 Sim, penso eu acho que o meu trabalho, Oo trabalho do realizador, no geral, é essa filtragem da realidade. Para, para encaminhar. Para encaminhar a história e encaminhar quem a vê ou quem, quem está a ver, para uma determinada emoção ou para uma determinada pergunta ou para determinada dúvida. 19:31 Para lançar de mistério. Enfim, eu, eu tenho. Eu sinto que eu tenho 41 anos, tenho já alguns anos de de realização, mas sinto que estou sempre não só a aprimorar, mas a encontrar melhor. Qual é a minha linguagem. 19:47 O pôr do sol não tem qualquer espécie de desafio do ponto de vista da linguagem. Ele é a réplica de uma de uma linguagem televisiva chata de de planos abertos, o plano geral. E agora vem alguém na porta, plano fechado na porta, plano fechado na reação, plano fechado na EE. Isso para mim, enquanto realizador, não foi um desafio maior. 20:05 Talvez tenha sido o desafio do corte, o desafio. Do ritmo da cena, da marcação da cena. Para, por exemplo. Há uma coisa que eu digo sempre e que é verdade no pôr do sol, sempre que as pessoas pensam, vão para o pé das janelas. Porque é uma cena de novela, não é? Eu vou aqui passar ao pé de uma janela e põem, se encostadas às janelas a pensar, não é pronto. 20:21 Isso tem muita. Influência olhando para o Horizonte? Horizonte longico não é essa aquelas coisas. Portanto, isso tem muita influência dos Monty Python, tem muita influência dos dos dos Mel Brooks, da vida, et cetera, porque eu, porque eu sou fã incondicional de tudo o que surge dessas pessoas. Mas, por exemplo, se me perguntares em relação à série que eu fiz sobre o 25 de abril, o sempre já é outra coisa, já não tem, já não há brincadeira nesse sentido. 20:45 E como é que eu conto? Como é que eu conto a história das pessoas comuns do dia mais importante para mim enquanto português, da nossa história recente para mim? E, portanto, essa filtragem, essa escolha, essas decisões têm a ver com. 21:03 Eu, eu. Eu sinto que sou um realizador hoje, em 2025, final de 2025, sinto que sou um realizador que gosta que a Câmara esteja no meio das personagens. No meio, portanto, não como uma testemunha afastada. Exato, não como uma testemunha, mas como uma participante. 21:18 Pode ser um, pode ser um personagem da minha Câmara. Pode, pode. Eu lembro me quando estava a discutir com o meu diretor de fotografia com o Vasco Viana, de quem? De quem sou muito amiga e que é uma pessoa muito importante para mim. Lembro me de estar a discutir com ele. Como é que íamos abordar a Câmara na primeira série que nós assinámos coiote vadio em nome próprio que se chama, até que a vida nos cepare era uma série sobre uma família que organizava casamentos e eram eram 3 visões do amor, os avós dessa desse casal que tinha essa quinta de casamentos, que vivia também nessa quinta, esse casal de avós, para quem o amor era para sempre o casal principal nos seus cinquentas, para quem o amor está a acabar por razão nenhuma aparente. 21:56 Desgaste, talvez. O amor às vezes acaba e é normal, e em baixo os filhos. Para ela, o amor às vezes, e para ele o amor é um lugar estranho, ou seja, repara. São uma série de aforismos sobre o amor que eu vou ter de filtrar com a minha Câmara. 22:11 Portanto, a maneira como eu filmo uso a voz em que o amor é para sempre está dependente de toque da mão que se dá da dança que se surge no Jardim dele, acordar a meio da noite, sobressaltado porque ela está junto à janela, porque está a começar a sofrer. De uma doença neurológica e, portanto, ele está a sarapantado e vai ter com ela e cobra com um cobertor. 22:31 Portanto, todos estes toques diferentes. No caso do casal principal que se estava a separar, eles nunca param muito ao pé um do outro e, portanto, a Câmara tem de correr atrás de um para alcançar o outro e nunca lá chega. Há uma tensão. Sim, há sempre uma tensão. E depois nos no. No caso dos mais novos, ainda era o mais específico. Mas diria que o Vasco sugere me e se falemos os 2 sobre isto. 22:51 E se a Câmara não for entre pé? E for respirada, não é, não é não é Câmara mão agitada, mas é eu sentir que há uma respiração Na Na lente que ela está um ligeiramente abanada. É o suficiente para, se eu estiver a esta distância da personagem e a Câmara estiver mais ou menos a respirar, eu sinto que eu próprio o espetador. 23:10 Estou sentado naquele sofá a olhar para aquela pessoa, a olhar para aquele, para aquela pessoa, para aquela realidade, para aquela família, para para aquelas ideias, não é? E para essa ideia? Que se tenta explanar, em 3 gerações, o que é o amor? A pergunta mais inútil que eu tenho para te fazer é, o que raio faz um diretor de fotografia num? 23:28 Filme, então o diretor de fotografia, para quem não sabe, é é Quem é Quem. No fundo, comigo decide a estética. Da imagem, a luz, a luz acima de tudo. Eu trabalhei já com vários direitos da sociografia, de quem gosto muito. O Vasco Viana é um deles, o Cristiano Santos é outro, porque é uma porque é. 23:44 Que se gosta de um e não se gosta tanto de outro? Não. Às vezes não tem a ver com isso. Eu não me lembro de um. Talvez em novelas que tenham trabalhado com diretos de sociografia, que, enfim, que foram bons, outros nem tanto. Mas eles constroem uma estética, constroem uma luz, um ambiente. Nas séries, sim. Não é no cinema, sim. 24:00 Na televisão. Acho que é muito complicado porque. Porque se obedece a critérios, sobretudo dos canais. Que vêm com uma frase, quando eu comecei a fazer novelas, ainda estávamos a discutir se a coisa havia de serem 16:9 ou 4 por 3. Portanto, parecia que ainda estávamos a quase na Roménia dos anos 60. 24:16 EEE não estávamos e, ao mesmo tempo, estávamos muito próximos disso. EEE. No fundo, o que o diretor da fotografia faz é essa escolha da cor, da luz, do enquadramento, claro que em concordância com aquilo que eu pensei, mas é a primeira pessoa que consegue consubstanciar. 24:35 A minha visão sobre a história é isso. Olha, OOA, escolha de um plano para filmar é uma escolha moral. Também estava te a ouvir, agora a falar do 25 de abril e de e, portanto, 11. A ideia que tu tens sobre as coisas depois interfere também na maneira como tu escolhes um plano. 24:51 O que é que vais filmar ou como é que vais? Filmar, eu acho que, sobretudo, tem a ver com o eco que a história tem em ti. Não é uma coisa acética nem agnóstica. É uma coisa implicada, não é uma coisa implicada, isto é, se há uma ideia tua enquanto autor. Sobre a história, que vais esmiuçar em imagens, é mais ou menos a mesma coisa. 25:11 Que tu sabes que a Sophia de Mello breyner aprendeu gramática na escola. Eventualmente português teve aulas de português. Suspeitamos que. Sim, pronto. Aprendeu a escrever, mas ninguém a ensinou a fazer poemas. Vem dela. E essa implicação na escolha das palavras, da métrica do soneto ou do verso, et cetera, ou da ou da Quadra, ou, enfim, seja o que for. 25:30 É uma coisa que lhe vem de uma decisão. Não é de uma decisão, nem que seja do espírito, não é? Eu acho que o realizador tem a mesma função quando quando se permite e, acima de tudo, quando se assume como realizador e não um tarefeiro a mesma coisa que o ator. 25:46 Olha, como é que tu estás a falar de ficção? Obviamente, mas a ficção tem um poder secreto que é alterar a realidade ou a nossa perspetiva sobre a realidade ou não. Quando eu vejo, quando eu vejo que tu filmas uma determinada coisa num determinado prisma, com uma determinada ideia, eu, eu já quase não consigo ver a realidade como a realidade é eu, eu, eu já já tenho mais uma camada de tu vais me pondo umas lentes, não é? 26:15 Quer dizer, olha para aqui, olha para acolá. Sim, mas repara, os livros têm o mesmo poder, não é? Desde que tu te deixes contagiar com uma ideia, a arte. A arte, seja ela. Seja ela sobre a forma de uma Mona lisa ou de uma comédia, não é é essa reconfiguração do real para ser percecionada pelo outro. 26:40 E o outro pode se deixar contagiar ou não se deixar contagiar. Imagina que tu não achavas piada nenhuma ao pôr do sol? Há pessoas que não acharam piadinha nenhuma ao pôr do. Sol desligas te não vais ver? Sequer. Mas não vais ver isso? O teu real continua, ou seja, a minha. A minha pretensão com o pôr do sol não é mudar o mundo. Não é mudar, é divertir, me em primeiro lugar e achar que isto pode pode divertir. 27:02 Pessoas pode fazer umas cócegas à moda? Pode fazer cócegas à moda, aliás, pode pôr o dedo na ferida até rir. Estás a ver. Sim, porque depois tu é assim aqui. A história obviamente é engraçada. EE aquilo dá vontade de rir, mas tu gozas com todo o tipo de preconceitos e mais algum que lá estão em cima da mesa. 27:17 Claro. E esse EE aí também se tem de fazer jus ao ao texto que me chega do Henrique dias. Ou seja. Eu, o Rui e o Henrique discutimos a ideia. Eu e o Rui tínhamos uma lista extensa de tudo o que se passa em novelas, quem é a esta hora, quem é que Há de Ser no meu telemóvel, beber copos, partir, copos, cavalos, bem, famílias ricas, et cetera. 27:36 Mas depois o Henrique tem esse condão de agarrar nessas ideias e de algumas de algumas storylines que nós vamos lançando, é pá. E fazer aqueles diálogos que são absolutamente fabulosos, não é? Quer dizer, lembro, me lembrei, me. Lembro me sempre de vários, mas há uma, há um, há um apidar no na primeira temporada, que é talvez o meu plano favorito, que é um dos membros da banda que vem a correr desde o fundo do plano e que cai em frente à Câmara e diz, não, não, eu estou bem. 27:59 Dê me um panado e um local que eu fico logo bué, pronto. Isto é uma coisa muito nossa, muito proximidade, que tem graça porque tu já ouviste alguém dizer isto e pronto. E quando se tem essa, quando se tem essa junção porreira de de sentidos, de humor. 28:17 A tendência é que isso crie, crie qualquer coisa de reconhecimento. O que nós encontrámos com o pôr do sol foi um reconhecimento, é pá, surpreendeu, me surpreendeu me ao máximo e depois açambarcou nos a todos e foi a Suburbano a sobrevoou me de uma maneira assustadora, foi, imagina, eu tive um acidente de Mota pouco tempo depois da primeira temporada acabar, fui ao chão e fiquei, fiquei magoado e fiz me nada de especial, estava no hospital. 28:46 E o enfermeiro chefe dizia, sistema anel, pureza, agora vou pôr aqui um megaze, não sei quê. Ou sistema anel, pureza, não sei quê, mas assim. 11 trato espetacular. Uma coisa muito, muito solene, muito solene, e é. Pá e nas tantas ele estava a fazer o tratamento e disse assim, é pá e vê lá se tens cuidado e eu, espera aí, houve aqui qualquer coisa, houve aqui um problema na Matrix ou então não sei o que é que aconteceu e o gajo diz, desculpe, desculpa, é que eu sou de massamá e eu sei o que é que é cheirar AIC 19, todos os dias que é uma tirada do pôr do sol posso chamar os meus colegas assim? 29:12 O que é que se passa? Entraram para aí 5 ou 6 enfermeiros. Dizer é pá, obrigado. Pelo pôr do sol, por isso é convidada, portanto, Na Na enfermaria. Todo todo arrebentado. E eles todos quando em dia e eu percebi pronto, isto bateu, bateu a um nível de podemos reconciliar a televisão com uma certa cultura pop que teve alguns exemplos extraordinários na comédia ao longo da nossa história. 29:34 Temos o Raul solnado, temos o Herman José, temos Oo Ricardo Araújo Pereira e o gato fedorento, o Bruno Nogueira. Esses. Esse, atualmente, o Bruno Nogueira e o Ricardo Araújo Pereira continuarão a? Fazer são fundações, no fundo, são coisas que a gente olha e diz assim, uou. Eu acho que experimentei um bocadinho disso. Ele experimentava esta equipa, experimentou um bocadinho disso, quando de repente temos pá, um Coliseu de Lisboa cheio para ver uma banda que está a fazer playback. 29:56 Nós fizemos isso com Jesus Cristo, não é? A banda do pôr do sol foi tocar, não tocou nada, ninguém deles. Nenhum dos tocou, não sabem tocar e. Esgotámos OOO Coliseu para ouvirmos uma cassete em conjunto e as pessoas foram. Para participar num episódio ao vivo que não era episódio, não estava a ser. Filmado sequer tu vendeste, tu vendeste uma fantasia que toda a gente sabe que não existia, mas a ideia de comunhão. 30:16 Foi nessa narrativa e eu acho que isto é uma coisa que nos anda a faltar cada vez mais, não é? Nós nós não temos essas comunhões. Tu vês uma série? Ou melhor, é mais frequente teres um diálogo com um amigo e diz assim, pá, tens de ver aquela série, não sei quê, é espetacular, não sei quê quantos episódios, viste? Vi meio, mas é espetacular. 30:32 E já não é aquela coisa de Bora fazer um? Serão lá em casa, em que juntamos amigos e vemos um filme? Como aconteceu antigamente, antes da televisão se alinear? Antes de antes da da televisão te permitir uma ilusão de poder da escolha, não é? Eu agora escolho o que vejo. E a televisão morreu? Nada, não. 30:49 Nem vai morrer. É como a rádio morreu, não é? Quer dizer, a gente volta e meia a rádio a. Rádio a rádio tem mais vidas que um gato. Não é pronto porque a rádio foi ver o apagão, não é? O apagão foi uma. O apagão foi um delírio. Apagou tudo para. Os da rádio? Claro, claro. Evidentemente, isso era o que havia. E isso é extraordinário, porque isso faz, nos faz nos perceber que a volatilidade das das novas tecnologias etcétera, pá, é porreiro, é óbvio. 31:11 Então agora temos aqui 2 telemóveis, estamos anão é? Estamos aqui a filmar. Temos boa parafernália, mas mas. No limite. Naquele momento em que achávamos todos que a Rússia atacar e não era nada disso, o que queríamos era ouvir alguém a falar. Connosco o fenómeno dos podcasts como este é eu, eu dou por mim assim que é. 31:30 Eu gosto de ouvir pessoas à conversa, porque me acalma e me baixa o ritmo do scroll. Há uma. Música, não é? E é EEEE, aprendes qualquer coisa. E por isso é que eu gosto de pessoas. Estás a ver quando eu, eu houve uma vez 11 coisa que me aconteceu que eu acho que que é pá, que eu nunca mais me esqueci, que foi um amigo meu. 31:48 Que, entretanto, nunca mais falámos, é um facto. As histórias foram para os sítios diferentes, mas um dia entrou me para casa, à dentro. Eram para aí 10 da noite e diz me assim, preciso de conversar. E perguntei, lhe mas o Gonçalo de quê? Não, pá de nada, preciso só de conversar. Tens tempo para conversar e eu fiquei. 32:07 Isso é uma grande declaração, isto é. Extraordinário. Pouco tempo depois, estava em Angola a fazer uma série, uma novela. Perdão, uma. A melhor novela que eu fiz na vida é que foi uma novela para Angola, uma coisa chamada jikounisse. E há um assistente meu, Wilson, que chega 2 horas atrasado ao trabalho, é pá e era um assistente de imagem, fazia me falta. 32:25 Ele chega, Ah, presa, peço desculpa, cheguei atrasado e tal só para o Wilson 2 horas atrasado, o que é que aconteceu? Tive um amigo que precisou de falar e eu juro te que me caiu tudo, eu não lhe. Eu quero ter um amigo assim, eu não. Posso, sim. Eu não me lembro disto acontecer em Portugal. 32:42 Para mim, disse. Para mim mesmo, eu não me lembro. De. De. De dar prioridade a um amigo em detrimento do trabalho. Porque o trabalho me paga as contas e os filhos e não sei quê. E o ritmo e a carreira. E eu reconheci me e de repente há um amigo meu que precisa de conversar. 32:58 Estamos a ouvir pouco. Então, não estamos eu acho que estamos. Estamos mesmo muito. Temos mesmo muito a ouvir, a ouvir muito pouco, acho mesmo, acho mesmo. Isso isso aflige me sobretudo porque há um, há um é pá. Eu estou sempre a dizer referências, porque eu, de repente, nestas conversas, lembro me de coisas. O Zé Eduardo agualusa assina 11 crónica, creio no público há, há uns anos, largos da importância de, de, de, de de fazer mais bebés, porque o mundo está tão perdido que só trazendo gente boa, muita gente boa de uma vez em catadupa. 33:29 É que isto melhora e eu acho, essa visão. Uma chuva de. Bebés uma chuva de bebés, mas de, mas de bebés bons, de bebés, inquietos, de bebés que fazem birras pelas melhores razões de bebés, que brincam sem computadores, sem coisas que que se que chafurdam na, na lama, et cetera, fazem asneiras. 33:45 Sim, sim, eu, eu, eu gosto muito de ser pai, mais até do que ser realizador, gosto muito de ser pai e acho que isso é é precisamente por essas, pelos meus filhos, claro que são os meus, mas se tivesse, se houvesse outras crianças. De que eu tomasse conta? Acho que era isso que é. 34:01 Tu perceberes que até uma certa idade nós não temos de nos armar noutra coisa que não ser só crianças. E acho que eu pessoalmente, acho que tenho 41 anos e às vezes sinto uma criança perdida até dizer chega EE, acho que pronto. 34:18 Enfim, o tempo vai adicionando, adicionando te camadas de responsabilidade. Agora temos temos de saber mexer microfones, inverter a água, et cetera, e meter fones, et cetera. Mas, no fundo, somos um bocado miúdos perdidos a quem? A quem se chama pessoas adultas porque tem de ser, porque há regras, porque há responsabilidades e coisas a cumprir. 34:35 Acho que só o Peter Pan é que se conseguiu livrar dessa ideia de poder. Crescer, coitado. Já viste? Pois é mesmo o Peter Pan sem andar com aquelas botas ridículas também. Exato. EE, qual é? Sabemos. E o capitar, não é? Pensando bem, a história dramática é o que quando estás com neuras a tua vida é um drama refugias te na comédia fechas te de ti próprio. 34:55 Não queres falar com ninguém? Quando estou com. Que é frequente é. Frequenta é? Então, o que é que te bate? O que é que te faz o. Que me bate é nos dias que correm e não só não conseguir tocar à vontade na minha função enquanto artista. 35:15 Isto eu vou te explicar o que é. Os artistas não precisam de ser de um quadrante político ou de outro. Eu eu sou de esquerda, assumidamente de esquerda. EEE, defenderei até à última este esses ideais. Ainda à esquerda, direita. Há, há, há. Eu acho que há, há. É cada vez menos gente com quem se possa falar de um lado e de outro. 35:32 Há uma. Polarização sim, sim, porque porque, enfim, isso são são outras conversas, mas o os artistas, no meu entender, estão a perder a sua perigosidade isso enerva me, ou seja, eu às vezes sinto que não estou anão, não estou a transgredir. 35:49 Não estou a ser perigoso, não estou a questionar, não estou. Estou a ir ao sabor de uma coisa terrível, que é ter de pagar as minhas contas. É o rame. Rame mais do que isso é eu deixar me levar pela corrida que é. Tenho de ter mais dinheiro, tenho de conseguir a casa, tenho de conseguir a escola dos putos tenho, não sei quê. 36:07 Devias ser mais um moscado, aquele que que dava umas picadelas aqui à. Eh pá devia questionar. Devia. Os artistas são se nasceram para isso e eu se me se eu me considero artista e às vezes isso é difícil. Dizer isso de mim, de mim para comigo. Eu imagina o Tiago Pereira, o Tiago Pereira que anda AA fazer um acervo da música portuguesa, a gostar dela própria, pelo pelo país todo, com gente antiga, com gente nova, com com gente toda ela muito interessante. 36:36 A importância de um Tiago Pereira no nosso, no nosso país, é é inacreditável. Quantas pessoas é que conhecem o Tiago Pereira? E, pelo contrário, não estamos focados Na Na última Estrela do ou do TikTok ou do big Brother ou de outra coisa qualquer. 36:51 Até podia ser uma coisa boa, estás a ver? Ou seja. Complementar uma coisa e outra. Sim, ou seja, eu, eu. A coisa que mais me interessa é saber quem é que com 20 anos, neste momento está a filmar em Portugal e há muita gente boa. Tu vês os projetos da RTP play e da RTP lab? E é gente muito interessante. Então, e porque é que? 37:06 Nós não estamos a estornar essa gente? E a e a potencial? Porque, porque a corrida? É mais importante, ou seja, tu queres a. Corrida dos ratos Na Na roda. É e é coisa de chegar primeiro, fazer primeiro, ganhar mais que o outro, não a solidariedade é uma, é uma fraqueza AA generosidade é uma fraqueza aplaudires alguém que é teu par é mais, é mais um penso para a tua inveja do que propriamente uma coisa de quem é que ganhamos? 37:34 Todos vamos lá. OOOO rabo de peixe, por exemplo, é um é um caso lapidar nesse sentido. Que é o rapaz? É extraordinário. É extraordinário neste sentido, eu? Posso? A primeira série é uma pedrada No No charco, que é uma coisa mágica o. 37:50 O Augusto Fraga, que é uma pessoa que eu, de quem eu gosto bastante e conheço o mal, mas gosto bastante, assina uma série que a primeira coisa que foi vista sobre essa série, ainda que estivéssemos a com 35000000 de horas ou 35000000 de horas, sim, vistas por todo o mundo. 38:08 Ah, não sei quantas pessoas, minhas colegas, tuas colegas, enfim, colegas de várias pessoas que estão a ver este mote caso dizem assim, ó, mas eles nem sequer fizeram o sotaque açoriano. Ah, e aquela e aquela ideia de não contrataram só atores açorianos? Pronto, sim, vamos ver uma coisa, porque porque é que vamos sempre para essa zona precisamente por causa da corrida, porque isto é importante. 38:32 A inveja é lixada? Nada. Fraga sim, a inveja é lixada e mais do que isso, esta inveja. É patrocinada pelo sistema, o sistema, o sistema sublima. Quando nós achamos que quem, quem, quem é nosso inimigo é quem faz a mesma coisa do que nós, nós temos menos de 1% para a cultura neste país. 38:50 E quando há dinheiro, quando há dinheiro, nós andamos a tentar queimar o outro para conseguirmos chegar ao dinheiro, ou seja, perante as migalhas. Nós não nos organizamos, a dizer assim. Pá a mão que está a dar as migalhas é que está errada. 39:05 Não. O que acontece é não. Mas eu já discutimos isso. Primeiro eu preciso de de amoedar as migalhas para mim e depois então discutimos, é uma. Corrida mal comparado de esfomeados. É, mas em vários. Mas é. Não estou a ver só na cultura, não é? Não é só na cultura. E. Já dizia o Zé Mário branco, arranja me um emprego. 39:22 O Zé Mário branco dizia tanta coisa tão mais importante, tão tão tão importante nos dias que correm, o Zé Mário branco, enfim. Mas eu até diria que isto, que este país que é pequeno. Que é pequeno em escala. Que é pequeno, que é pequena escala. 39:39 Podia ver nisso uma vantagem. Podíamos ver nisso uma vantagem, porque eu acho que o país somos nós e acho que as pessoas não. Não temos essa noção, não é EE essa e essa noção de que não dedicamos tempo suficiente a estarmos uns com os outros e de ligarmos as peças boas e de tornar isto uma coisa mais interessante, claro. 39:57 Interessa me, interessa me. Muito há uma cultura de mediocridade, não? Isso eu acho que não, o que eu acho é que há. Ou melhor, como é que se compatibiliza esse essa corrida dos ratos na roda, em busca da última migalha com coisas de excelência que subitamente aparecem? 40:13 Eu acho que quando tu sentes que isso é um acidente, rapaz, isso é um acidente, não é? É um acidente. Antes tinha tinha havido o Glória e nós tínhamos achado. Tio Glória era a primeira coisa da Netflix. Parece um bocado aquela coisa de o ator que é pá. 40:29 Eu sou um grande ator. Eu fiz uma formação no Bahrain para aprender a ser a fazer de post. Foi uma formação de meia hora, chega cá e dentro e vai dizer assim, é pá. Este gajo é bom meu. O gajo esteve no barrain. Vende-se bem este. Gajo é bom, não é? E de repente não. Ele esteve no barém a fazer de post e é melhor do que um puto que veio da PTC ou 11 miúda que veio da STCE está a tentar vingar. 40:50 Eu tive agora uma conversa por causa da da dos encontros da GDA para para o qual foi foi gentilmente convidado e foi foi incrível estar à conversa com Malta nova. Não é assim tão nova quanto isso, mas Malta entre os 25 e os 35 anos, atores e atrizes, em 4 mesas redondas em que IA assaltando eu, o António Ferreira, a Soraia chaves e a Anabela Moreira, é pá EEAEA dúvida é a mesma de que se houvesse uma mesas redondas de veterinários, de veterinários ou de médicos, ou de ou de assistentes sociais, que é como é que eu começo isto? 41:20 Como é que eu faço isto? Qual é o percurso, onde é que está? O repente GDA faz uma coisa incrível que é, vamos pôr as pessoas a conversar. É um bom início, pá, é um. Excelente início. E nós não andamos a fazer isso, não andamos a fazer isso, por mais associações que haja, por mais coisas, et cetera. E há gente a fazer este, a tentar fazer este trabalho. 41:38 Não há um sindicato da minha área que funcione. O sindicato dos criativos pode ser então? O sindicato, o Sena, o sindicato Sena. As pessoas queixam se que não é um sindicato, mas não estão nele. Quando eu digo que não há um sindicato, é o sindicato, existe. As pessoas é que não vão para lá e queixam se das pessoas que lá estão. 41:55 Isto não faz sentido nenhum. Ou seja, nós estamos sempre à espera que nos dêem. Mas é aquela coisa velha, essa coisa que foi o Kennedy, que disse não é não, não perguntes. O que é que o teu país pode fazer por ti? Pergunta te, o que é que tu podes fazer pelo teu? Portanto, não temos uma mecânica por um lado de devolução à sociedade daquilo que nós estamos AA receber e, por outro lado, de de agregação, num interesse comum, ou numa imaginação comum, ou em alguma coisa que podemos fazer juntos. 42:17 Eu, eu acho que, sobretudo, tem a ver com celebramos? Não, acho que não. Até porque é tudo uma tristeza, não? É, não, não, não. Eu acho que é assim. Eu acho é que é tudo muito triste porque não nos celebramos. Porque há razões enormes para nos celebrarmos, há razões mesmo boas, para nos celebrarmos. Bom, mas eu não quero deprimir te mas um tipo que chuta 11 coisa redonda de couro e que acerta numa Baliza é mais valorizado do que um poeta que escreveu o poema definitivo sobre o amor ou sobre a vida? 42:43 Mas isso, pão e circo? Isso pão e circo. E isso a bola também é importante. E está tudo bem? Eu sou. Mas tão importante. Não é? Porque eu eu gosto de futebol, gosto. Eu gosto de futebol, sou um, sou um. Sou um fervoroso adepto da académica de Coimbra e do. Falibana do Benfica, da da académica, sou da académica. 43:00 Está péssima, não é? A académica está terrível, mas é isso. Ou seja. Eu acho que tem, Maura continua, tem? Maura, claro. E terá sempre. Eu sou, sou, sou da briosa até morrer, mas. Mas de qualquer das maneiras, sinto que essa coisa que é, há espaço para tudo. Eu acho que eu o que faz falta? E animar a Malta? 43:17 É educar a Malta? É educar a Malta. Faz muita falta. Eu acho que faz muita falta a educação neste país. E isso tem a ver com política, tem a ver com escolhas, tem a ver com coragem. EAAA educação não tem sido muito bem tratada nos últimos tempos. 43:35 Se há gente que se pode queixar são os professores e os. Alunos, porque nós só descobrimos daqui a 10 anos ou 20 que isto não correu bem. Claro, mas já estamos a descobrir agora, não é? Depois, já passaram algum tempo sim. Quais é que são as profissões de algumas das pessoas que estão no hemiciclo que tu reconheces profissões não é? 43:52 De onde é que vêm? Vêm das jotas vêm. São juristas, normalmente economistas, certo? Mas um médico. Há um ou 2? Há um ou 2, há alguém que tu, um professor? Deixa de ser atrativo. A política devia ser essa coisa de eu reconhecer. 44:10 Figuras referenciais. Os melhores entre nós que que escolhidos para liderarmos, sim. Escolhidos por nós. Ou seja, porque é que eu acho isto? Mas eu acho isto desde sempre, sempre, sempre. Eu sei isto. Aliás, eu venho de uma casa que é bastante politizada. A minha casa, a minha família é bastante politizada. O apelido. 44:27 De pureza não engana. Pois não engana. Às vezes acham que ele é meu irmão, mas é meu pai. EE pá é um gajo novo. De facto, é um gajo novo. Mas é isso que é caneco. Quem são estas pessoas? Porque é que eu vou votar nestas pessoas, estas pá. A prova agora de Nova Iorque não é 11 Mayer de 34 anos, chamado zoranmandani, que de repente ganha as eleições sem os mesmos apoios, que teve outro candidato. 44:50 Não houve Bloomberg, não houve Trump, não houve nada. Houve um tipo que veio falar para as pessoas e dizer lhes o que é que vocês precisam, de que é que precisam, o que é que vos aflige, de que é que têm medo, que sonhos é que vocês têm? Isso é tão importante e tão raro. 45:06 Afinal, o método que funciona sempre não é fala com pessoas, conta uma história ou houve cria uma expectativa? Olha, porque é que o humor explica tão bem o mundo? Eu sei, também há o choro, porque é que o humor explica tão bem? Porque tudo pode ser ridículo. E é e é tão ameaçador, não é? 45:22 Claro, claro, claro. Olha o Rio, vai nu. Exatamente tal e qual tem a ver com isso, não é? E mais do que isso, é eu, eu acho. Eu sinto que nós vivemos num país que não tem assim tanto sentido de humor. E explico porquê nós não nos rimos tanto de nós. Rimos mais dos outros quando nos rimos de nós? 45:39 É é tipo, Ah, então, mas mas estão a falar de mim. Rimos de escárnio. Sim, os os melhores, as melhores pessoas, as melhores pessoas portuguesas a terem sentido humor são os alentejanos. Porque são eles que têm as melhores notas sobre eles. Que eles próprios contam? Exatamente quando tu tens um. 45:54 Eu não sou lisboeta, portanto, posso dizer mal à vontade de vocês todos que estão a ouvir. Quando o lisboeta disse assim também. Sou alto minhoto, portanto, já estamos. Estás à vontade, não é pronto quando o lisboeta disse. Tudo que seja abaixo, abaixo, ali do cavado é soul. É soul? Exatamente. Está resolvido, pá. A minha cena é coisa do quando o lisboeta diz, tenho aqui uma nota sobre alentejana dizer, Hum. 46:11 A minha família toda alentejana, pá. Não, não acho que acho que não é bem a coisa eu diria isso, ou seja, porque é que o amor explica tão bem o mundo, explica no sentido em que, de facto, isto esta frase não é minha, é do Henrique dias. E ele acho que acho que ressintetiza isto muitíssimo bem. O argumentista do pôr do sol, que é tudo, pode ser ridículo. 46:28 O gajo da bola de couro, um círculo de de de couro que é chutado para uma Baliza, é tão ridículo como é eventualmente alguma. De algum ponto de vista sobre a religião, sobre a política, sobre a economia, sobre os cultos? 46:46 Não é os cultos pessoalizados em líderes que de repente parece que vêm resolver isto tudo e são ridículos. Quer dizer, são ridículos acima de tudo. O mito do Salvador da pátria. O mito do Salvador da pátria não é? Depois ficou substanciado em 60 fascistas. Isso é para mim. Era expulsos ao ridículo. 47:02 Incomoda os imensos. Mas a gente já viu isto em vários momentos, desde momentos religiosos até momentos políticos que é. E este vem lá ao Messias, vem lá ao Messias. E o cinema português também. O próximo filme vem sempre salvar isto tudo. E é só um filme percebes o que eu estou a dizer? Ou seja, não. 47:18 Este é que é o filme que toda a gente vai ver e vai rebentar com as Caldas. Não, não tem de ser assim, é só um filme. Só me lembro da Branca de Neve, do João César Monteiro, não é que filmou uma coisa para preto, para negro? Sim, mas mais do que isso, estava a falar de termológica comercial que é, os exibidores estão sedentos? 47:35 Que venham um filme que faça muitos números e que salve o cinema, et cetera. A pressão que se coloca, se fosse fácil fazer um filme desses, até eles próprios administradores teriam ideias. Sim, faz mesmo. A campanha viral lembro me sempre é. Faz uma coisa que vai ocupar toda a gente vai falar exatamente e que vai ser uma coisa. 47:51 Extraordinária. Um escândalo, no melhor sentido. Não sei quê, não sei quê e depois não acontece porque não é assim que as coisas não é, as pessoas não vão, não vão. Nessas modas, aliás, as pessoas estão cada vez mais dentro. O paradoxo é que as pessoas estão cada vez mais exigentes. O que é bom? Sim, mas dentro desta lógica que temos falado, que é tiktoks, et cetera, volatilidade é uma coisa superficial e de repente já nem tudo cola. 48:12 O humor repara o humor. O Bruno Nogueira, por exemplo, é um bom exemplo disso que é o Bruno Nogueira faz 111 programa extraordinário vários. Faz os contemporâneos, faz o último a sair, depois faz o princípio meio e fim, que é uma coisa arrojadíssima. Sim, ele faz coisas sempre diferentes. 48:28 Não é ele. Ele. Ele quebra os padrões sempre. Mas se reparares agora, neste, no, no, no ruído, ele já não é a mesma coisa. É um programa de Sketch que tem lá uma história que num tempo distópico em que. Sim, mas aquilo resolve se a um conjunto de de Sketch e as. 48:45 Pessoas aderiram massivamente, portanto, eu acho que isto é assim. A roda vai dando voltas. Depois voltamos um bocado à mesma coisa. O Herman, por exemplo, o Herman que é um dos meus heróis da televisão. O Herman andou por todas essas ondas e agora está numa onda de conversa e tudo mais. 49:04 E continua a ter imensa. Graça mas ele pode fazer tudo o que? Quiser, não é? Pode. Chegou este mundo do mundo para poder fazer tudo. Sim, talvez não chegue a todas as gerações como chegava. Não é dantes. Eu lembro me, por exemplo, No No no célebre Sketch da da última ceia, não é? 49:20 Ele chegou a todas as gerações, houve umas gerações que odiaram isso foi incrível, eu adorei, eu adorei esse momento iá, e ele é também um dos meus heróis por causa desse momento, porque, porque, enfim, porque qual que lá está transgressor, perigoso artista? 49:38 O Herman é tudo isso sim. Pode a qualquer momento fazer dinamitar isto olha fora o humor, tu tens, posso chamar lhe maturidade emocional entre o felps e os infanticidas. O que, o que muda no teu olhar quando quando tu transpassas da comédia para, para, para o drama, o humor e a dor são são irmãos. 49:58 O sim, diria que sim, mas mais do que isso, é há coisas que me que me inquietam, não é? Eu com 41 anos e 3 filhos, EEE uma história já muito porreira. O que? É que te inquieta. Várias coisas. Olha esta coisa da do dos artistas, esta coisa da sociedade portuguesa, esta coisa de o que é que é ser português em 2025, o que é que é ter 41 anos em 2025? 50:21 A amizade, a amizade inquieta me há amigos que desaparecem e não é só porque morrem, há há. Há outros que desaparecem porque. Perdemos lhe o rasto. Ou isso, ou porque nos zangamos EEA coisa vai de vela e é assim. E a vida é dinâmica e. E às vezes questiono, me, não é? 50:37 Questiono me sobre quanto é que vale uma amizade, por exemplo, os enfatisídeos é sobre isso, não é? Ou seja, 22 amigos de 2 amigos de infância que aos 17 anos dizem, se aos 30 anos não estivermos a fazer aquilo que queremos fazer, matamo nos daquelas promessas adolescentes e de repente um deles apaixona se e casa se. 50:57 E ele às vezes não quer morrer e a amizade vai à vida. E aquele que ficou para sempre com 17 anos, que sou um bocado eu, não é? Porque eu acho os problemas aos 17 anos é que são os verdadeiros problemas da existência humana. Os outros são chatices da EDPE da epal estás a ver isso? São outros chatices pagar as contas, pagar contas é só isso, porque tudo o resto é só o que é que eu estou aqui a fazer? 51:17 Porque é que eu me apaixonei, porque é que ninguém gosta de mim, porque é que essas coisas são tão ricas, são tão boas de testemunhar eu tenho. Tenho um exemplo incrível de ter 11 filho extraordinário chamado Francisco, que tem 14 anos e que tem umas inquietações muito. 51:34 Muito boas pá, muito, muito poéticas, muito. É uma idade difícil. E boa. E tão boa. E tenho. Tenho muita sorte. Francisco é um miúdo incrível. Mas mesmo que não fosse, eu diria assim. Para ele e tu e tu estimulas ou acalmas as ânsias dele. Eu eu acho que sou eu e a mãe dele, acho que somos estimuladores da sua, das suas várias consciências, social, política, artística. 52:02 Mas temos uma, o respaldo que encontrámos naquele naquele ser humano, foi maior do que qualquer um incentivo que nós pudéssemos dar. Ou seja, nós lançámos um bocadinho, as paisadas para os pés dele e ele de repente floresceu. E é hoje em dia uma pessoa é um ser humano extraordinário e pronto. 52:19 E eu costumo dizer aos meus amigos que o primeiro filho muda a nossa vida, o segundo acaba com ela, uma terceira. Esta turística, sim, é pá. Eu acho que os 3 deram um cabo da minha vida. É uma dinâmica diferente, não é? 3. É, é ainda por cima estão os passados, não é? Um tem 14, outro tem 3, outro tem 1 ano e meio e para o ano provavelmente quero ter mais um filho, porque acho que é lá está eu estou com água, luz a tatuar aqui, algures, portanto, tu. 52:43 Vais salvar o nosso problema de de de naturalidade e demográfico. Eu espero que sim, eu já sou Oo chamado povoador dos olivais. Portanto, vão para sim, sim, olha o que é que te falta fazer para fecharmos o que é que anda o que é que andas a escrever o que é que anda, o que é que te anda a inquietar o que é que te anda aí a. 53:01 Debaixo do teu olho. Olha, estou concorri a uma bolsa para escrever um livro. Pode saber sobre o quê? Sim, sim, é um filme que eu não, que eu não tenho dinheiro para fazer e, portanto, vou fazer o livro. E depois pode ser que o livro reúna. E os bons livros dão sempre grandes filmes. 53:17 Ao contrário, os maus livros, eu sei que eu sei que vou ser fraquinha e, portanto, os maus livros dão bons filmes, os bons livros. Portanto, a tua expectativa é que o livro seja mau que é um grande filme? Sim, sim, não. Mas pelo menos seja seja livro. Isso é importante. Eu gosto imenso de livros. Gosto imenso de ler. É das coisas que eu mais gosto de fazer, é de ler. Fiz isso candidatei me EE. 53:33 Entretanto, estou a preparar uma série de outro género, completamente diferente, que é uma série de de fantástico de terror, escrita por 5 amigos, de que eu tenho muita estima. Por quem tenho muita estima, o Tiago r Santos Oo Artur, o Artur Ribeiro, o Luís Filipe Borges, o Nuno Duarte e o Filipe homem Fonseca. 53:51 Que é uma série chamada arco da velha, que terá estreia na RTPE, que se passa entre Portugal e a galiza e também vai ter uns toques de Brasil. E estou também a preparar outro projeto lá mais para a frente, que é provavelmente os projetos que eu mais quero fazer na vida até hoje, que estou a desenvolver com a Ana Lázaro, com a Gabriela Barros e com o Rui Melo. 54:13 É impossível falhar, já ganhaste. Completamente impossível falhar porque esta ideia original é da Gabriela e do Rui. Ei, e eles vieram ter comigo. E eu fiquei para já muito conten

netflix tiktok donald trump hollywood brothers european union portugal desde matrix os estamos brasil rio antes era hist quando qual uma quer ent bloomberg espero tudo rom ia esse ant sim nas sol ele depois agora vem aa tamb deus isso ao pelo aaa quais mois parece david lynch ainda foi malta fazer sem muito herman sabemos reden seja fala monte peter pan falamos primeiro gpt espera claro anal pereira perd tens monty python nem temos pronto muitas pois ei mayer sketch ee bora assume no no ferreira angola chegou esperan num conta bahrain lisboa essas falar bom liberdade tiago contar talvez pensando gra podem mel brooks vasco quase quero estou tenho esses imagina pouco fonseca faz mello posso inf vende deixa realiza obrigado voltamos isto henrique quantas sou influ dali gon benfica corrida messias olha neve portanto hum filipe dizer jesus cristo vontade enfim excelente crescer monteiro mota obviamente estrela acho nenhum gosto coimbra horizonte jardim jeito completamente pergunta fellini houve extraordin oo pureza branca perdemos regra franca rui nova iorque tive alunos tornou eram caldas gda evidentemente rtp beb fiz naquele ptc queres fraga na na ouvimos oooo rame viu escutar deles aic polariza atores voltei rir exatamente cresceu aprendeu nessas oka eee devia filma lembro quadra eventualmente complementar independentemente conseguem eea pensei o rei le coliseu soraia eeo imaginem filmar ricardo ara eeee entraram filmado connosco bruno nogueira gajo eeeee tiago pereira exato herman jos rimos cristiano santos aact ooa gabriela barros
Mil Palabras
#299 Cuando callar te ayuda a escucharte

Mil Palabras

Play Episode Listen Later Nov 21, 2025 17:45


Cuando callar te ayuda a escucharteVivimos rodeados de ruido. Y no es solo el que sale de un parlante, el tráfico de la ciudad o la tv encendida en alguna sala. Es el ruido que se nos mete en la cabeza sin pedir permiso: notificaciones, mensajes, tendencias, discusiones, noticias urgentes que dejan de ser urgentes en dos horas, y esa presión por “estar al día”. ¿Cómo salirnos de ese ruido? La respuesta en este episodio.El poder del silencio. Cuando callar te ayuda a escucharte Es curioso: nunca habíamos tenido tanto acceso a la información, y aun así, nunca habíamos sentido tanta ansiedad por perdernos algo.Ese famoso FOMO—el miedo a quedarnos atrás—nos hace revisar el celular antes de dormir, durante el almuerzo, en medio de una conversación e incluso cuando no está sonando. Es como si nuestra atención hubiera entrado en modo automático. Y claro, con ese nivel de estímulo constante, ¿Cómo no vamos a terminar agotados?Lo más delicado es que, sin darnos cuenta, empezamos a vivir en función del ruido. Nos ajustamos a la moda del día. Consumimos la opinión más reciente. Nos acostumbramos a tener una respuesta inmediata para todo. Y lentamente, casi sin notarlo, nos desconectamos de nosotros mismos.Perdemos esa voz interna que pide una pausa. Esa sensación que antes era clara y ahora se diluye entre miles de cosas que compiten por un segundo de nuestra atención. La mente queda tan llena, que ya no hay espacio para escucharnos.Y aquí está lo más paradójico de todo: no le tenemos miedo al ruido… le tenemos miedo al silencio. Porque el silencio nos deja solos con nosotros mismos. Y eso puede incomodar. Nos expone. Nos obliga a ver lo que está pendiente, lo que duele, lo que necesitamos ajustar.Así que preferimos el caos antes que enfrentarnos a lo que pasa adentro. Abrimos redes. Encendemos el televisor. Revisamos un chat antiguo sin razón. Saltamos de pestaña en pestaña, como si ese ruido digital pudiera evitar que pensemos demasiado.Pero la pregunta de fondo es más simple: ¿A cuántas cosas importantes les estamos bajando el volumen porque el ruido externo está muy alto?No se trata de volverse monje ni de desconectarse del mundo. Se trata de reconocer que, si no gestionamos el ruido, el ruido nos gestiona a nosotros. Y nos roba claridad. Nos roba calma. Nos roba la posibilidad de tomar decisiones desde un lugar más consciente, no desde la reacción automática.Por eso en el nuevo episodio de Mil Palabras vamos a explorar este tema con más profundidad: el silencio como herramienta de comunicación contigo mismo. No te voy a contar aquí cómo se logra ni cuáles son las prácticas que te pueden ayudar… porque ese es justamente el corazón del episodio.¿Qué implica el silencio?Solo te adelanto algo: El silencio no es ausencia. Es presencia.Y cuando lo entendemos, cambia por completo nuestra forma de pensar, sentir y relacionarnos.Si quieres descubrir cómo usarlo a tu favor, te invito a escuchar el episodio completo.Fuentes:Susan Cain – autora de Quiet: The Power of Introverts in a World That Can't Stop Talking (Crown Publishing, 2012).María Fornet – psicóloga española, especialista en bienestar emocional y desarrollopersonal. Autora de Te mereces esto y más,.#Comunicación Oral, #Hablar En Público, #Muletillas, #Comunicación Efectiva, #Presentaciones, #Podcast De Comunicación, #Podcast, #Podcast Corporativo, #Desarrollo Profesional, #Expresión Verbal, #Técnicas Para Hablar Mejor, #Santiago Ríos, #Comunicación Consciente, #Callar Te Ayuda A Escucharte, #Reflexión Personal, #Gestión Emocional, #Atención Plena, #Silencio Interior, #Salud Mental, #Autoconocimiento Profundo, #Regulación Emocional, #Crecimiento Interior, #Bienestar Integral, #Callar, #RuidoPara participar, escríbeme tus comentarios a...

De película - RNE
De película - En De película nos perdemos en La ciudad sin sueño - 22/11/25

De película - RNE

Play Episode Listen Later Nov 21, 2025 122:52


Cine de autor hasta grandes producciones musicales, pasando por el thriller, comedia dramática y terror clásico revisitado, en De película hay para todos los gustos, en una semana dónde llegan muchos títulos a la cartelera. Arrancamos con Ciudad sin Sueño, la ópera prima de Guillermo Galoe con la que volvemos al asentamiento irregular más grande de Europa, un lugar que no duerme, pero dónde hay muchos sueños. Otro de los títulos nacionales en el que nos detenemos es La Bala, el quinto trabajo como director de Carlos Iglesias protagonizado por Silvia Marsó, con ellos viajamos del pasado al presente para cumplir una promesa revisando la memoria histórica, muy atentos a otra cinta que llega a la cartelera, Reina madre de la que hablamos con su directora, Manele Labidi.En cuanto al cine internacional tres películas muy esperadas Wicked: Parte II', el gran final, con la que culmina la historia de Elphaba y Glinda, Cynthia Erivo y Ariana Grande que vuelven a protagonizar e interpretar las canciones, Drácula, la nueva reinterpretación del clásico de Bram Stoker dirigida por Luc Besson que apuesta por el romance y la tragedia, más que por el terror convencional y Jay Lelly protagonizada por George Clooney y Adam Sandler.Todo esto además del resto de la cartelera, las mejores series con Pedro Calvo, esta semana la colaboración de Luis Alegre y las secciones habituales. Escuchar audio

De película en Radio 5
De película en Radio 5 - En "De película" nos perdemos en la ciudad sin sueño - 21/11/25

De película en Radio 5

Play Episode Listen Later Nov 21, 2025 8:19


Cine de autor hasta grandes producciones musicales, pasando por el thriller, comedia dramática y terror clásico revisitado, en De película hay para todos los gustos, en una semana dónde llegan muchos títulos a la cartelera, Arrancamos con 'Ciudad sin sueño', la ópera prima de Guillermo Galoe con la que volvemos al asentamiento irregular más grande de Europa, un lugar que no duerme, pero dónde hay muchos sueños. Otro de los títulos nacionales en el que nos detenemos es 'La bala', el quinto trabajo como director de Carlos Iglesias protagonizada por Silvia Marsó, con ellos viajamos del pasado al presente para cumplir una promesa, revisando la memoria histórica, muy atentos a otra cinta que llega a la cartelera, 'Reina Madre' de la que hablamos con su directora, Manele Labidi. En cuanto al cine internacional dos películas muy esperadas 'Wicked: Parte II', el gran final, con la que culmina la historia de Elphaba y Glinda, Cynthia Erivo y Ariana Grande que vuelven a protagonizar e interpretar las canciones y 'Drácula', la nueva reinterpretación del clásico de Bram Stoker dirigida por Luc Besaron que apuesta por el romance y la tragedia, más que por el terror convencional.Todo esto además del resto de la cartelera, las mejores series con Pedro Calvo, esta semana la colaboración de Luis Alegre y las secciones habituales. Escuchar audio

Only Pats
19 - Pats 4Ever - Victoria que sale cara pues perdemos a Milton Williams varios juegos.

Only Pats

Play Episode Listen Later Nov 19, 2025 40:37


Bienvenid@s a este nuevo proyecto, Pats 4Ever. Aquí vamos a platicar de nuestro querido equipo los Patriots.

Cultos - Igreja Batista do Povo
04.11.25 | "Onde ganhamos ou perdemos as guerras? Dentro ou Fora?" (Miss. Isabel Oliveira)

Cultos - Igreja Batista do Povo

Play Episode Listen Later Nov 6, 2025 72:39


Los Ex del fútbol
¡Perdemos sub 20 vs Guatemala! Águila y FAS por la victoria en el Clásico Nacional

Los Ex del fútbol

Play Episode Listen Later Oct 22, 2025 71:43


Bienvenidos a Los Ex's del Fútbol, el espacio donde la pasión por el balompié se vive con análisis, debate y opinión de exjugadores y expertos. Aquí encontrarás:⚽ Noticias y análisis del fútbol nacional e internacional

Una Mejor Manera de Vivir
Cuando perdemos un ser querido

Una Mejor Manera de Vivir

Play Episode Listen Later Oct 17, 2025 2:00


Cuando la pena nos abate, o cuando la orfandad nos consume porque la muerte arrancó de nuestro lado lo más querido, solo confiando en el cuidado protector de Dios y recibiendo su bálsamo divino podemos soportar el trance amargo.

La Reflexión del Día
Qué perdemos cuando todo se muestra

La Reflexión del Día

Play Episode Listen Later Oct 8, 2025 10:35


Existe un afán desmedido por actuar con transparencia. Al actuar de este modo, renunciamos a la reflexión, a la profundidad, al contacto verdadero y nos volvemos impulsivos, agresivos y, en ocasiones, irrespetuosos. Guardar nuestro fuero interno permite que construyamos relaciones auténticas

91 FM Natal
PORQUE SÓ DAMOS VALOR AQUILO QUE NÃO TEMOS OU PERDEMOS | 02/10/2025

91 FM Natal

Play Episode Listen Later Oct 2, 2025 3:47


Felicidade, amor e esperança. O que importa saber? Duarte Júnior todos os dias, reflexões sobre os mais variados temas, que são sugeridos pelos ouvintes.

radinho de pilha
quando perdemos a curiosidade? aranhas que voam! o risco de brincarmos de Deus

radinho de pilha

Play Episode Listen Later Sep 29, 2025 24:14


We are playing God | Slavoj Žižek and Yuval Noah Harari on CRISPR, AI, and the future of humanity https://youtu.be/V66hlLruZTU?si=MdlJRiceXyWigZ0R have you ever seen a parasailing spider?  https://youtube.com/shorts/qjUAhaRdVb4?si=YMC2EVKTw2jP3CHU How India's unplanned hydropower dams and tunnels are disrupting Himalayan landscapes https://theconversation.com/how-indias-unplanned-hydropower-dams-and-tunnels-are-disrupting-himalayan-landscapes-261956 The Ganges River is drying faster than ever – here's what it means for the ... Read more The post quando perdemos a curiosidade? aranhas que voam! o risco de brincarmos de Deus appeared first on radinho de pilha.

Iglesia Arbol De Vida Leon Gto.
Serie: Dios Solo Dime | Parte 4: ¨Tres maneras en las que perdemos la voluntad de Dios¨ | Ps. Jeff Duncan

Iglesia Arbol De Vida Leon Gto.

Play Episode Listen Later Sep 22, 2025 37:24


Bienvenido a Iglesia Árbol de Vida León!

Irmandade Corinthiana
TÁ DE BRINCADEIRA? // EP 456

Irmandade Corinthiana

Play Episode Listen Later Sep 22, 2025 36:37


Que joguinho TERRÍVEL que o Corinthians fez contra o lanterna. Esses jogadores estão de brincadeira com a nossa cara? Acham que vão ganhar sem colocar o pé? Que a vitória chega fácil? Perdemos três pontos e o sono tranquilo de uma semana sem partidas. Depois do últimos, temos pela frente o líder, e agora? Vão jogar ou levaremos outra goleada deles? E a Nike ainda quer estrear um novo uniforme 3 nessa partida, estão tirando com a nossa cara? Pelo menos as Brabas nos deram alegria! SIGA A IRMANDADE! https://linktr.ee/irmandadecorinthiana

La columna de Santiago Bilinkis
Lo que nadie te contó sobre las personas tóxicas

La columna de Santiago Bilinkis

Play Episode Listen Later Sep 17, 2025 19:02


Este episodio de Futuro en Construcción expone una verdad incómoda: el liderazgo tóxico está en todas partes. En el mundo laboral, en la política, hasta dentro de nuestras familias. Y lo peor es que no solo lo toleramos… muchas veces incluso lo aplaudimos.¿Qué tienen en común un CEO abusivo, un entrenador humillante y un político autoritario? Más de lo que creés. Desde frases sutilmente descalificadoras hasta gritos y manipulación emocional, el maltrato laboral está afectando tu productividad, tu creatividad y hasta tu salud mental…Con datos duros, estudios científicos impactantes y ejemplos que van desde Steve Jobs hasta Jeff Bezos, el episodio discute cómo muchas personas crean ambientes tóxicos que drenan talento y destruyen equipos. Y lo más inquietante: nos invita a pensar por qué seguimos eligiendo a estas personas para liderar, incluso cuando los resultados son devastadores.Este episodio toca temas urgentes como:Salud mental en el trabajoJefes tóxicos y abuso de poderPsicología del liderazgoCómo detectar relaciones laborales destructivasMotivación y rendimiento bajo presiónY cómo cambiar la forma en que elegimos a nuestros líderes.Si alguna vez sentiste que alguien en el trabajo te apagaba, si te preguntás por qué tanta gente capaz termina yéndose de buenos puestos, o si querés entender cómo construir un liderazgo más humano, este episodio es para vos.Es hora de repensar el poder, el respeto… y a quiénes les damos el micrófono.▀▀▀CAPÍTULOS:0:00 Inicio0:51 Parte 1: Peligro: Personas Tóxicas Sueltas3:36 Parte 2: El Precio Invisible del Maltrato6:46 Parte 3: El Poder Nos Transforma (Y No Para Bien!)9:40 Parte 4: La Fascinación por los Psicópatas12:29 Parte 5: El Que Más Habla Gana ( Y los Demás Perdemos)14:49 Parte final: ¿Es Posible Otro Liderazgo?17:24 Bonus Track: El Poder de la Bondad Aleatoria▀▀▀CRÉDITOSIdea, producción general y guiones: Santiago BilinkisInvestigación: Juan MorrisEscritura: Juan Morris y Santiago BilinkisRealización: La EmbajadaEdición: Sebastián VázquezCoordinación: Adrián MichelenaMúsica de introducción: Gustavo Ariel PomeranecIA Art Designer: Facu PecheAsesoramiento artístico: Dalia ElnecaveAsesoramiento estratégico: Petr LebedevEdición de shorts: Zaple TechAsistencia general: Florencia Schmidt▀▀▀ Referencias científicas y materiales de apoyo (en inglés): https://bit.ly/RefsEp13

Phinscast Podcast
Fináticos BR #24 – Perdemos em casa pro Patriots e o PIOR deve estar por vir...

Phinscast Podcast

Play Episode Listen Later Sep 15, 2025 48:21


Mais um jogo para lamentar: os Dolphins perdem a segundaconsecutiva e o clima esquenta em Miami.No episódio de hoje, apresentado por Rafael Leal, ThiagoCordeiro e Marcos Vieira debatem sobre as atuações defensiva, que foi um desastre;o momento ruim de Tua na posição de QB, as entrevistas após a partida e asconsequências que poderão se suceder a partir de agora.E ainda: a previsão do confronto contra o Bills, nestaquinta-feira a noite, fora de casa.Ouça e Compartilhe o Fináticos e responda nossaenquete!

SER Madrid Norte
Espacio de Comunicación: La comunicación que perdemos al volver de vacaciones

SER Madrid Norte

Play Episode Listen Later Sep 10, 2025 11:59


Hoy, con la ayuda de la experta Sarah Baglietto, exploramos precisamente este contraste: cómo cambia nuestra manera de comunicarnos al volver a la rutina y por qué lo que parecía natural en vacaciones se vuelve tan difícil en el día a día

Simples Mendes
Perdemos para os microplásticos | Simples Mendes #135

Simples Mendes

Play Episode Listen Later Sep 2, 2025 17:48


Falando sobre microplásticos e microp3nis.-------------------------------------------------Quer apoiar o podcast?Use o cupom LUCA no site da Growth www.gsuplementos.com.br

Dodgers Cast
DODGERS CAST – EP 239 – PERDEMOS A LIDERANÇA. E AGORA?

Dodgers Cast

Play Episode Listen Later Aug 14, 2025 39:59


Os erros sucessivos no final das partidas não ficou impune: depois de 4 meses o Dodgers não é mais o líder da NL West.Neste episódio Thiago Cordeiro e Gabriel Barros falam sobre a varrida sofrida pelo Angels e os confrontos decisivos contra Padres e Rockies durante esta semana. E os playoffs? Vamos melhorar quando?Acompanhe e compartilhe o nosso Dodgers Cast! See omnystudio.com/listener for privacy information.

Vortex
Vortex 90 - Perdemos o controle desse episódio

Vortex

Play Episode Listen Later Aug 6, 2025 56:20


Caos no comando do Vortex  de hoje: @katiucha, @OdeioPePe e @jurandirfilho se encontraram pra gravar uma pauta mas acabaram perdendo totalmente o rumo e discutindo desde shortinho beira ovo até cobras em privadas. Desconto especial nos planos usando o nosso link no Nordvpn: https://nordvpn.com/vortexpod ou CUPOM: VORTEXPOD Acesse o link do Vortex e ganhe 15% de desconto na sua matrícula na Alura: https://www.alura.com.br/vortex ou CUPOM: VORTEX  Host: Katiucha Barcelos. Instagram: @katbarcelos | Twitter/X: @katiucha Co-Host: Pedro Pinheiro. Instagram: @odeiopepe | Twitter/X: @OdeioPePe Convidado: Jurandir Filho. Instagram: @jurandirfilho | Twitter/X: @jurandirfilho | Vocês também podem escutar o Jurandir nos podcasts Cinema com Rapadura, e 99 vidas Instagram: @feedvortex Bluesky: @feedvortex.bsky.socia Twitter: @feedvortex Tiktok: @feedvortex Reddit: r/feedvortex Grupo paralelo não-oficial do Vortex no telegram: https://t.me/+BHlkG92BfPU5Zjdh Esse grupo é dos ouvintes, para os ouvintes e pelos ouvintes. Não temos qualquer afiliação oficial ou responsabilidade por QUALQUER COISA falada neste grupo Link do post do episódio nas redes sociais: Instagram:  Twitter: Links comentados no episódio: A estética do esquerdo macho  Peixe devorador de testiculos Cobra morde testículos de homem que usava o banheiro Uma nêspera no cu  Como é ter as bolas infladas Homem sai com loura misteriosa e acorda sem testículos Trend do sol nas partes íntimas Produção: Thyara Castro, Bruno Azevedo e Aparecido Santos Edição: Joel SukeIlustração da capa: Brann Sousa

Herrera en COPE
Los hoteleros españoles, preocupados por el aumento de la tasa europea de autorización de viaje: "Perdemos competitividad"

Herrera en COPE

Play Episode Listen Later Aug 5, 2025 5:28


Jorge Marichal, presidente de la Confederación Española de Hoteles y Alojamientos Turísticos (CEHAT), ha expresado en 'Herrera en COPE' la “profunda preocupación” que tienen en el sector ante la propuesta de la Comisión Europea de triplicar el precio de la tasa ETIAS, una autorización de viaje obligatoria para turistas extracomunitarios que visiten países del espacio Schengen, como España, a partir de 2026. "Son pequeñas pérdidas de competitividad que, sumadas, acaban pasando factura", ha lamentado Marichal. El presidente de CEHAT también ha subrayado en 'Herrera en COPE' que la acumulación de tasas —europeas, nacionales, autonómicas y municipales— está encareciendo la experiencia de viajar a Europa, y con ello, debilitando la posición del sector frente a otros destinos. "Parece que el mundo se está animando a subirse al carro de las tasas turísticas", ironiza. Aunque Marichal reconoció que este tipo de medidas no son "disuasorias en el corto plazo", sí ...

Fora da Lei
Perdemos a mala no aeroporto - Fora da Lei #245

Fora da Lei

Play Episode Listen Later Jun 23, 2025 31:12


Perdemos a mala no aeroporto - Fora da Lei #245 by Tiago Almeida

Luis Cárdenas
'La economía mexicana se desacelera, perdemos altura': Pedro Tello

Luis Cárdenas

Play Episode Listen Later Jun 6, 2025 6:36


En su colaboración para MVS Noticias con Luis Cárdenas, Pedro Tello, consultor en economía, hablará sobre la caída de casi 60% en la creación de empleos formales durante los primeros cinco meses del año, de acuerdo con cifras del IMSS.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Perdidos na Estante
PnE 332 - Indicações de Abril

Perdidos na Estante

Play Episode Listen Later Apr 30, 2025 67:05


O time formado por Domenica, Senhor Basso e Frango se reune para mais um episódio delicioso e bagunçado sobre de indicações pra você. Saiba tudo o que rolou de melhor no mês de abril pra esse trio e vem pro bonde. Prepara o caderninho e bom episódio!Indicações da Do:Amanhecer na Colheita, de Suzanne Collins com tradução de Regiane Winarski Homem com H (IMDB)Indicações do Basso:Andor (Disney Plus)As Coisas que Perdemos no Fogo, de Mariana EnriquezIndicações do Frango:Álbum Dominguinho, de João Gomes, Mestrinho e Jota.PêTrilogia Capitão Feio, de Magno e Marcelo CostaRecomendações Extras:Sangue nas Nuvens, episódio 189 do podcast RPGuaxaTiny Desk do Bad Bunny (Youtube do NPR Music)Filme Tatuagem (Netflix)Vira Lata de Raça, de Ney Matogrosso e Ramon Nunes MelloNey Matogrosso: A Biografia, de Julio MariaCréditosApresentação: Domenica Mendes, Senhor Basso e FrangoProdução: Domenica Mendes Edição: Ace Barros

La W Radio con Julio Sánchez Cristo
“El país pierde y perdemos todos”: presidente de Campetrol sobre bloqueos en el Meta

La W Radio con Julio Sánchez Cristo

Play Episode Listen Later Apr 30, 2025 7:09


Mañanas BLU con Néstor Morales
“Si perdemos consulta popular nos vamos para la casa: mininterior Armando Benedetti

Mañanas BLU con Néstor Morales

Play Episode Listen Later Apr 29, 2025 14:02


See omnystudio.com/listener for privacy information.

Pamela Cerdeira
Aranceles al jitomate mexicano: 'Si esta guerra comercial continúa, todos perdemos', afirma experto

Pamela Cerdeira

Play Episode Listen Later Apr 16, 2025 8:58


En entrevista para MVS Noticias con Citlali Saenz, en ausencia de Pamela Cerdeira, Juan Carlos Anaya Castellanos, director general del Grupo Consultor de Mercados Agrícolas (GCMA), habló sobre la pérdida de empleos y afectaciones derivadas de los aranceles de Estados Unidos al tomate mexicano.See omnystudio.com/listener for privacy information.

DIAS EXTRAÑOS con Santiago Camacho
Mito o Realidad: Creencias sobre el Cerebro con Pablo Fuente

DIAS EXTRAÑOS con Santiago Camacho

Play Episode Listen Later Apr 1, 2025 50:45


En este fascinante episodio, Pablo Fuente y Santiago Camacho juegan a "Mito o Realidad" para desmontar algunas de las creencias más extendidas sobre nuestro cerebro. ¿Es cierto que solo usamos un hemisferio para la creatividad y otro para la lógica? ¿Perdemos neuronas cada vez que bebemos alcohol? ¿El efecto Mozart realmente hace más inteligentes a los bebés? Con el rigor científico que caracteriza a Pablo y la curiosidad insaciable de Santi, descubriremos que nuestro cerebro es mucho más complejo y maravilloso de lo que nos han contado. Un viaje por las neurociencias que nos revela los "sentidos ocultos" que controla nuestro cerebro y cómo manipula nuestra percepción del tiempo. Escucha el episodio completo en la app de iVoox, o descubre todo el catálogo de iVoox Originals

Las Mañanas KISS
Perdemos el miedo a las calorías (13/03/2025)

Las Mañanas KISS

Play Episode Listen Later Mar 13, 2025 43:54


Esta mañana hemos tenido la tercera oportunidad para Roberto en las citas a ciegas. El Dr. Amor se lo había tomado como algo personal y está orgulloso del resultado. Rosa y Roberto saldrán juntos a cenar en los próximos días. Además, hemos explicado por qué no se debe posponer la alarma por las mañanas y nuestro nutricionista, Pablo Ojeda, nos ha explicado por qué las calorías no son tan malas. See omnystudio.com/listener for privacy information.

El Show De Chiquibaby
Banco revelo que la mitad de las personas perdemos amigos por un desacuerdo economico!

El Show De Chiquibaby

Play Episode Listen Later Feb 26, 2025 51:00


Mujeres solteras usan la "brillantina" como herramienta para alejarse de los infieles!

El Show De Chiquibaby
Banco revelo que la mitad de las personas perdemos amigos por un desacuerdo economico!

El Show De Chiquibaby

Play Episode Listen Later Feb 26, 2025 51:01


Mujeres solteras usan la "brillantina" como herramienta para alejarse de los infieles!

Psiconatural- Conectate con Tu escencia
Episodio #344 Reflexion 10 (La Resiliencia: Aprendiendo de las Adversidades)

Psiconatural- Conectate con Tu escencia

Play Episode Listen Later Feb 14, 2025 2:25


La vida nos pone a prueba constantemente. Perdemos personas, enfrentamos fracasos, vivimos momentos de incertidumbre. Y aunque el dolor es inevitable, el sufrimiento prolongado es opcional. Contactados www.psiconaturalpr.com

TALMUD TORA MONTE SINAI
RAB RAUL ASKENAZI- LOS SENTIMIENTOS QUE PERDEMOS AL REZAR- IRA URGENCIA Y OBSECION

TALMUD TORA MONTE SINAI

Play Episode Listen Later Feb 6, 2025 4:46


RAB RAUL ASKENAZI- LOS SENTIMIENTOS QUE PERDEMOS AL REZAR- IRA URGENCIA Y OBSECION by TALMUD TORA MONTE SINAI

TALMUD TORA MONTE SINAI
RAB RAUL ASKENAZI- PERDEMOS EL EGO AL HACER TEFILA

TALMUD TORA MONTE SINAI

Play Episode Listen Later Feb 5, 2025 2:40


RAB RAUL ASKENAZI- PERDEMOS EL EGO AL HACER TEFILA by TALMUD TORA MONTE SINAI

TALMUD TORA MONTE SINAI
RAB RAUL ASKENAZI- TAMBIEN AL HACER TEFILA PERDEMOS COSAS

TALMUD TORA MONTE SINAI

Play Episode Listen Later Feb 5, 2025 5:31


RAB RAUL ASKENAZI- TAMBIEN AL HACER TEFILA PERDEMOS COSAS by TALMUD TORA MONTE SINAI

Capital, la Bolsa y la Vida
Aranceles de Trump: "Si Europa no negocia unida, perdemos todos"

Capital, la Bolsa y la Vida

Play Episode Listen Later Feb 4, 2025 12:27


"Todos nos tenemos que hacer a la idea de que ha empezado una guerra comercial y no va a ser bilateral, sino va a ser de múltiples frentes", advierte Marisa Poncela, exsecretaria de Estado de Comercio y actual asesora de inteligencia económica en LLYC.

Para no hablar del tiempo
¿Qué perdemos con la IA? El sentido de trabajo y algunas recetas contra la soledad de los ancianos

Para no hablar del tiempo

Play Episode Listen Later Jan 31, 2025 18:43


Esta semana hablamos de: 1. La IA en el trabajo intelectual y creativo, ¿secretario o sustituto? 2. Necesitamos replantearnos nuestra relación con el trabajo 3. Contra la soledad de los mayores, involucrar a toda la sociedad Y en las pistas culturales: 1. Twitter, el pájaro de la discordia 2. Septiembre 5 3. Invisible

La W Radio con Julio Sánchez Cristo
La situación es muy grave, perdemos todo de un día para otro: víctima de desplazamiento en Catatumbo

La W Radio con Julio Sánchez Cristo

Play Episode Listen Later Jan 21, 2025 3:08


Noticiero Univision
Promesas rotas y motivación perdida: cómo dejar de sabotear tu éxito

Noticiero Univision

Play Episode Listen Later Jan 14, 2025 53:57


¿Alguna vez te has preguntado si eres tu propio obstáculo para alcanzar el éxito? Con el corazón en la mano, ¿cuántos de nosotros realmente cumplimos lo que prometemos? Perdemos motivación, olvidamos nuestras metas y caemos en el autosabotaje. En este episodio, el Dr. César Lozano nos revela cómo identificar esos patrones y, lo más importante, cómo superarlos para alcanzar nuestras metas.

Kapital
K157. Boro Mas. A propósito de Berlanga

Kapital

Play Episode Listen Later Dec 11, 2024 120:01


«Al principio, adolescentes, soñamos un poco, nos aceptamos libres; basta la seguridad de un sueldo, de un alojamiento, algo de eso que creemos amor y un gran miedo a todo lo demás, para que uno, ya sometido a la colectividad acabe en lo que es peor, vivir comprometido: hacer algo, bueno o malo, pero en definitiva diferente de aquello que habríamos querido hacer». Luís García Berlanga describió la realidad social, en la dictadura y en la democracia, de este curioso país que es España. Antiguos episodios con Boro: K11. Boro Mas. Ganarse la vida. K61. Boro Mas. La verdad de las mentiras. K83. Boro Mas & Teresa. Mad Men. K101. Luis Martín Cabiedes & Boro Mas. Gracias por dudar. K119. Omar Pera & Boro Mas. Inteligencia artificial. Corralito #2 ft. Boro Mas. Stanley Kubrick. Kapital es posible gracias a sus colaboradores: ⁠Cuidado con las macros ocultas⁠. El podcast de Cuatroochenta Del wow a la práctica. El nuevo episodio del podcast de Cuatroochenta explica cómo y para qué están integrando las compañías los modelos de IA. Empresas como Repsol o Microsoft detallan qué herramientas están utilizando, en qué tareas concretas y con qué resultados. ¿Qué retos plantea el uso de la IA? ¿Es la sobreconfianza uno de los mayores riesgos? ¿Cómo debe prepararse el mercado laboral para este nuevo escenario? ¿Quieres saber cómo será tu trabajo dentro de uno o dos años? Escucha el episodio en tu plataforma de audio favorita y en su web. Patrocina Kapital. Toda la información en este link. Índice: 1:25 La exposición en el CaixaForum. 8:10 Un plano secuencia en Patrimonio nacional. 15:06 Ábalos sería personaje de Berlanga. 24:33 La censura como herramienta creativa. 34:52 Un siglo ya con los mismos problemas. 42.30 Que Franco te considere un mal español. 47:09 «No, no entendí la guerra. Si no entendí la vida, ¿cómo voy a entender la guerra?» 58:45 Siente un pobre en su mesa. 1:07:31 Buscar las ideas en una cafetería. 1:12:38 «Perdemos demasiado fácilmente la dignidad de ser libres». 1:20:33 Trilogía sobre la vida en pareja. 1:34:53 El genio de Rafael Azcona. 1:43:39 Escribir sin meter propaganda. 1:50:14 «We learned more from a three-minute record, baby, than we ever learned in school». Apuntes: Esa pareja feliz. Juan Antonio Bardem & Luis García Berlanga. Bienvenido, Mister Marshall. Luís García Berlanga. Calabuch. Luís García Berlanga. Plácido. Luís García Berlanga. El verdugo. Luís García Berlanga. La escopeta nacional. Luís García Berlanga. La vaquilla. Luís García Berlanga. Todo Azcona: Obra literaria completa. Rafael Azcona. El pisito. Marco Ferreri. El cochecito. Marco Ferreri. Rocco y sus hermanos. Luchino Visconti. El último austrohúngaro. Manuel Hidalgo & Juan Hernánez Les. Conversaciones con Billy Wilder. Cameron Crowe. El cuaderno gris. Josep Pla. Blasco Ibáñez. Luís García Berlanga. MANIAC. Benjamín Labatut. Un verdor terrible. Benjamín Labatut.

Programa de radio del Dr. Stanley – Ministerios En Contacto

Descubra cómo mantener la paz en su corazón

Programa de radio del Dr. Stanley – Ministerios En Contacto

En este mensaje, el Dr. Stanley explica cómo perdemos nuestra paz, pero también qué tenemos que hacer para no perderla.

Entrevistas La FM
"Si no salvamos el Cauca, perdemos el país": advierte Cámara de Comercio del departamento

Entrevistas La FM

Play Episode Listen Later Dec 4, 2024 13:36


Palabras Mayores
Mucha paranoia, espías, balones, altura y ruido... ¡Jugando al fútbol no perdemos!

Palabras Mayores

Play Episode Listen Later Dec 4, 2024 26:21


RESUMIDO
#292 — Sozinho com mil amigos / Slop invade tudo / Apps proibidos pra jovens

RESUMIDO

Play Episode Listen Later Dec 3, 2024 29:32


A solidão se multiplica nas redes sociais, o conteúdo digital vira lixo automatizado e países começam a proteger crianças do vício em telas. A tecnologia que prometia nos conectar agora precisa de limites. Perdemos o controle do nosso próprio feed? No RESUMIDO #292: a solidão da vida online está crescendo, o slop digital invade todas as plataformas, Austrália proíbe redes sociais para menores de 16 anos, Kate Nash vende fotos no OnlyFans para fazer turnê, primeiro santo millennial é canonizado, nasce a promptografia e muito mais! -- Todos os links comentados no episódio estão no https://resumido.cc/podcasts/sozinho-com-mil-amigos-slop-invade-tudo-apps-proibidos-pra-jovens Colabore e ajude o RESUMIDO a seguir em frente! www.catarse.me/resumido

Más de uno
'El limo' & ‘Sonny Boy'; music by Solomon

Más de uno

Play Episode Listen Later Oct 19, 2024 3:55


Perdemos mucho tiempo rememorando las obras vetustas de los culturetas muertos y embalsamados. Dejémonos sorprender por un debut deslumbrante, bajemos la ventanilla para que corra literatura fresca que nos despeine y nos inspire. Para el Criticón de La Cultureta Gran Reserva es una alegría recomendar vivamente ‘El limo', la novela primeriza de Rosa Jiménez en Tusquets que parece dispuesta a convertirse en el título revelación number one de su otoño lector. Si hablamos más bien de prosa crepuscular, asomémonos al abismo de los grandes de verdad, visitemos su leyenda, devoremos hoy mejor que mañana ‘Sonny Boy', las muy nutritivas memorias de Al Pacino en Libros Cúpula que van a hacernos feliz y triste a la vez. Feliz porque fue, triste porque se acaba. Música: recomendamos el arte de ‘Solomon', autor de la BSO de esta pieza semanal con el tema ‘Phases'. Buen provecho. 

La Cultureta
'El limo' & ‘Sonny Boy'; music by Solomon

La Cultureta

Play Episode Listen Later Oct 19, 2024 3:55


Perdemos mucho tiempo rememorando las obras vetustas de los culturetas muertos y embalsamados. Dejémonos sorprender por un debut deslumbrante, bajemos la ventanilla para que corra literatura fresca que nos despeine y nos inspire. Para el Criticón de La Cultureta Gran Reserva es una alegría recomendar vivamente ‘El limo', la novela primeriza de Rosa Jiménez en Tusquets que parece dispuesta a convertirse en el título revelación number one de su otoño lector. Si hablamos más bien de prosa crepuscular, asomémonos al abismo de los grandes de verdad, visitemos su leyenda, devoremos hoy mejor que mañana ‘Sonny Boy', las muy nutritivas memorias de Al Pacino en Libros Cúpula que van a hacernos feliz y triste a la vez. Feliz porque fue, triste porque se acaba. Música: recomendamos el arte de ‘Solomon', autor de la BSO de esta pieza semanal con el tema ‘Phases'. Buen provecho. 

Palabras Mayores - Carlos Antonio Vélez
Mucha paranoia, espías, balones, altura y ruido... ¡Jugando al fútbol no perdemos!

Palabras Mayores - Carlos Antonio Vélez

Play Episode Listen Later Oct 10, 2024 26:20


¡Vótame en los Premios iVoox 2024! Carlos Antonio Vélez, en sus Palabras Mayores del 10 de octubre de 2024, habló de lo que será el partido entre Colombia y Bolivia, mismo que se ha visto envuelto en varias polémicas tras la denuncia del entrenador Néstor Lorenzo.

Café Brasil Podcast
Cafezinho 630 - Medo da morte

Café Brasil Podcast

Play Episode Listen Later Jun 28, 2024 10:54


Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br  Na reunião do meu Mastermind, a prof. Lucia Helena Galvão citou fala de Epicteto no livro A Arte de Viver: “A bondade é a prática e a própria recompensa. Basta-nos para sermos felizes. Devemos afinar nosso caráter como se fossem as cordas de um instrumento. A bondade é o sutil reajuste do nosso caráter durante a vida inteira.” Epicteto diz que ser bondoso é algo que você pratica e que, ao mesmo tempo, já é a própria recompensa. A bondade é um ajuste contínuo que fazemos para sermos pessoas melhores e mais felizes. Bem, esta semana completei 68 anos. Nesse ritmo, vou acabar ficando velho... Nesta fase da vida, aniversários ganham um significado especial e se tornam cada vez mais importantes. Já me perguntaram se não tenho medo da morte. Minha resposta é: “Não tenho tempo pra isso,” Com a maturidade, começamos a equilibrar o que é importante pessoalmente e profissionalmente. Queremos usar o tempo que resta com aquilo que realmente importa. Sentimos uma certa pressa porque percebemos que não fizemos tudo o que queríamos. E, para muitas coisas, talvez não haja mais tempo. Percebemos que não causamos o impacto que desejávamos e que não somos imortais. Perdemos a ilusão de que viveremos para sempre e teremos muitas chances de ver e fazer tudo, não é? O tempo vai acabar, o que nos resta é tentar causar uma influência positiva e duradoura nas pessoas ao nosso redor. Deixar o tal legado, sabe como é? E como a maioria de nós não terá a chance de fazer isso de forma grandiosa e dramática, resta causar impacto através do aprendizado, compartilhando o que sabemos e retribuindo à sociedade o que de bom ela nos deu. Tenho claro que, cada vez que interajo com alguém, como aqui com você, tenho a oportunidade de fazer alguma diferença. Pequenos gestos de gentileza, paciência e compreensão, ensinar, apoiar, ouvir e estar presente são maneiras de fazer a diferença. Talvez não alcancemos grandes feitos, mas podemos ser, como dizia Gandhi, a mudança que desejamos ver no mundo. É isso. A vida é um presente precioso e, apesar de suas limitações, nos oferece muitas oportunidades de causar um impacto significativo. Eu espero estar fazendo com que a minha valha a pena.See omnystudio.com/listener for privacy information.