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Saúde
Conheça a cientista francesa que estuda o impacto da gravidade nos ossos dos astronautas

Saúde

Play Episode Listen Later May 6, 2025 8:37


A cientista francesa Laurence Vico-Pouget, especialista em fisiologia óssea, estuda como a gravidade no espaço afeta o esqueleto humano. Ao longo das últimas quatro décadas, ela coordenou várias pesquisas sobre os efeitos da ausência da gravidade nos ossos dos astronautas. Os estudos visam, no futuro, melhorar o diagnóstico e a prevenção da osteoporose e das fraturas associadas ao envelhecimento.  Taíssa Stivanin, da RFI em ParisA pesquisadora francesa Laurence Vico-Pouget dirige o laboratório Sainbiose, do Inserm (Instituto de Pesquisas Médicas da França), em Saint-Étienne, no sudeste do país. É de lá que ela coordena suas pesquisas com os astronautas da Estação Espacial Internacional (EEI), que inclui agências espaciais de diversos países, como a NASA (Estados Unidos), a Roscosmos (Rússia), a ESA (Europa), a JAXA (Japão) e a CSA (Canadá). Suas pesquisas começaram nos anos 1980, durante a Guerra Fria. Na época, Laurence estudava os ossos de ratos que tinham voltado do espaço e criou um modelo de simulação dos efeitos da microgravidade nos roedores. O material foi obtido em estudos feitos graças a uma parceria entre a ex-União Soviética e a CNES, a agência espacial francesa.“Foi assim que começamos a estabelecer uma relação privilegiada com os soviéticos. A história continuou até bem pouco tempo. Mas, infelizmente, com a Covid-19 e a situação política, nossa colaboração com os russos acabou sendo interrompida”, explica Laurence. Durante os estudos com os astronautas, os cientistas perceberam que eles tinham excesso de cálcio e outros minerais na urina, que vinham provavelmente do esqueleto. Na mesma época, pesquisadores russos e suíços conseguiram criar um exame de imagem que, nos anos 2000, evoluiu para uma tomografia computadorizada de alta resolução.Esta invenção foi um marco que permitiu analisar em detalhes a anatomia do osso, explica a pesquisadora. Com essa ferramenta, os cientistas puderam começar a medir a perda óssea - que em alguns casos chegava a 20% nos astronautas voluntários, antes da decolagem e após o retorno do espaço. “Percebemos que seis meses após o retorno de um período de seis meses no espaço, os astronautas que tinham uma perda de massa óssea não a recuperavam. Medimos um ano depois, e a massa óssea continuava inalterada. Um ano e meio depois, a situação era a mesma”, descreve Laurence. Atividade físicaNo espaço, a chamada “rede trabecular” do osso se “desconecta”, diminuindo suas propriedades mecânicas. A rede trabecular é uma estrutura que tem diversas funções, entre elas a de amortecimento do osso cortical – a camada externa do osso. Ela também atua na liberação e no armazenamento de cálcio, regulando os níveis necessários ao bom funcionamento do organismo e à vascularização do tecido ósseo.As paredes dos vasos sanguíneos também ficam mais rígidas no espaço e as pesquisas mostram um aumento da porosidade nessa rede e no osso cortical nos astronautas. “Essa porosidade não volta a ser como antes, não há uma recuperação completa. Tudo isso, nós observamos no envelhecimento, mas seis meses no espaço, segundo nossos cálculos, equivalem a dez anos de vida na Terra”. Alguns astronautas, entretanto, não envelhecem na mesma velocidade e os cientistas ainda tentam entender o porquê. Uma das hipóteses é que a prática regular de atividade física possa desacelerar o processo. No espaço, os astronautas devem fazer duas horas diárias de exercício, seis vezes por semana. Eles têm à disposição bicicletas ergométricas, esteiras que “driblam” a gravidade e uma máquina especial para treino de resistência. A hipótese é que essa recomendação, que nem sempre é seguida à risca, ajudaria a regular a vascularização e a distribuição dos líquidos no organismo. Por conta da gravidade, eles tendem a se acumular na parte superior do corpo – por isso os astronautas parecem ter o rosto “inchado”.Há também um aumento na densidade óssea na caixa craniana, que poderia ser explicada por mudanças na pressão. Os dados ainda demonstram que, logo após o retorno das missões, as consequências da falta de gravidade são visíveis na coluna vertebral e nos membros superiores. Laurence lembra que o objetivo final das pesquisas é propor soluções para prevenir e tratar doenças como a osteoporose. “Todas essas pesquisas estão relacionadas não somente ao envelhecimento na Terra, mas também ao sedentarismo. Um esqueleto que não é solicitado mecanicamente vai se fragilizar”, diz. Os estudos com atletas de alto nível também mostraram que existem esportes que influenciam mais do que outros a osteogênese - o processo biológico responsável pela formação e desenvolvimento do tecido ósseo no organismo, essencial para a saúde dos ossos.Os halterofilistas, por exemplo, têm ganho de massa óssea, assim como os atletas que praticam esportes coletivos, como basquete ou corrida. Isso acontece por conta do impacto com o solo e a mudança constante de posição. Perda óssea“O esqueleto é um tecido mineralizado e, como qualquer material, vai se desgastar com o uso. Há microfissuras que se formam no interior dele e isso é fisiológico. Nesse caso, esse osso deve ser substituído. Além disso, o esqueleto é nossa reserva de minerais, e quando precisamos de minerais para outras células do organismo, usamos os do esqueleto”, explica a cientista. No caso dos astronautas, a perda óssea pode ser medida em exames de sangue. “O que nos tranquiliza é saber que a prática esportiva, e isso sabemos graças aos atletas, pode estimular a formação do osso periósteo, a membrana que reveste a superfície externa dos ossos. É provável que possamos aumentar o diâmetro dos ossos graças à atividade física”, afirma. Hipóteses, lembra a pesquisadora, que ainda devem ser comprovadas. Para entender melhor essa questão, cientistas que trabalham em parceria com a pesquisadora francesa criaram uma ferramenta que utiliza ultrassons capazes de medir os parâmetros ósseos, mas também visualizar a vascularização no interior do osso. O dispositivo deve ser testado em breve, durante o primeiro voo da astronauta francesa Sophie Adenot, em 2026. Se validada, a tecnologia poderá beneficiar, por exemplo, pacientes que sofrem de problemas vasculares nas pernas. 

Mensagem do dia!
20250213 Ep 907 - A Comunidade da Fé

Mensagem do dia!

Play Episode Listen Later Feb 13, 2025 2:28


Bom dia! Vamos para mais uma #MensagemDoDia A Escritura de hoje está em Salmo 133:1, 3, NVI - Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!... Ali o Senhor concede a bênção, da vida para sempre. A Comunidade da Fé A Escritura de hoje diz que quando nos reunimos em unidade como comunidade na fé, que há uma bênção a caminho. Viemos de diferentes estilos de vida, raças, posições sociais e políticas. Jovens ou velhos, ricos ou pobres, quando nos reunimos, deixamos tudo isso de lado. Somos uma só família para adorar o mesmo Deus que falou e o mundo passou a existir. Não importa por onde você esteve, os erros que você cometeu, nem qual a sua nacionalidade, qual a sua profissão. Percebemos que, embora tenhamos diferenças, estamos adorando o mesmo Deus. E porque existe um espírito de unidade, Deus diz que toda vez que nos reunimos, Ele vai ordenar uma bênção. Ele ordena favor, ordena cura, ordena alegria, ordena avanços. Cada vez que você se reúne, aquilo que te impediu no passado vai se tornando cada vez mais fraco. Você continua se reunindo, fielmente semana após semana, e então, um dia essa bênção designada para você quebrará toda força contrária que está te impedindo. Então você entrará em uma nova fase da sua caminhada. Vamos fazer uma oração "Pai, obrigado pela promessa de que quando estou conectado a uma comunidade de fé, existe uma bênção ordenada para minha vida. Obrigado porque quando nos reunimos em nome de Jesus, Você está no meio de nós. Declaro que estou fazendo disso minha prioridade, e estarei em sua casa. Em nome de Jesus, Amém."

Devocional Verdade para a Vida
Alegria em não sermos Deus - Salmo 96.7

Devocional Verdade para a Vida

Play Episode Listen Later Feb 8, 2025 2:46


Aprofunde sua devoção a Deus em fiel.in/devocionalAlegria em não sermos DeusVersículo do dia: Tributai ao SENHOR, ó famílias dos povos, tributai ao SENHOR glória e força. (Salmo 96.7)Aqui está o que eu penso ser um pouco do que está incluído em uma experiência completa do que o salmista solicita quando diz: “Tributai [ou seja, dai] ao Senhor força”.Primeiro, pela graça divina, atentamos para Deus e vemos que ele é forte. Prestamos atenção à sua força. Então, admitimos a grandeza da sua força. Nós damos a devida consideração ao seu valor.Percebemos que a sua força é maravilhosa. Porém, o que torna esta admiração um tipo de “tributo” de louvor é que estamos especialmente alegres pela grandeza da força ser dele e não nossa.Nós sentimos uma profunda adequação no fato de que ele é infinitamente forte e nós não somos. Adoramos o fato de que isso seja assim. Não invejamos a Deus por sua força. Não somos cobiçosos do seu poder. Estamos cheios de alegria que toda força seja dele.Tudo em nós se alegra em sair e contemplar esse poder, como se tivéssemos chegado à celebração da vitória de um corredor de longa distância que havia nos derrotado na corrida, e perceber ser nossa maior alegria admirar sua força, em vez de nos ressentirmos pela derrota.Encontramos o sentido mais profundo na vida quando nossos corações voluntariamente admiram o poder de Deus, ao invés de nos voltarmos para nos gloriarmos — ou mesmo pensarmos — em nossa própria força. Nós descobrimos algo irresistível: É profundamente satisfatório não ser Deus, e abandonar todos os pensamentos ou desejos de ser Deus.Ao contemplarmos o poder de Deus, surge em nós uma percepção de que Deus criou o universo para isso: Para que pudéssemos ter a experiência supremamente gratificante de não sermos Deus, mas para admirarmos a divindade de Deus — a força de Deus. Nisso se estabelece sobre nós uma satisfação cheia de paz que a admiração do infinito é o fim último de todas as coisas.Nós trememos diante da menor tentação de reivindicar qualquer poder como vindo de nós mesmos. Deus nos fez fracos para nos proteger disso: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus e não de nós” (2Coríntios 4.7).Oh, que amor é esse, que Deus nos proteja de substituir as alturas eternas de admirar a sua força pela tentativa fútil de nos vangloriarmos na nossa!--Devocional Alegria Inabalável, por John Piper | Editora Fiel.Conteúdo oferecido em parceria entre Desiring God e Ministério Fiel.

KrameriCast
93 - Síndrome de Vitão e Figurassas do OnlyFans

KrameriCast

Play Episode Listen Later Dec 28, 2024 158:56


Neste episódio, inspirado por eventos recentíssimos, trago um antigo conhecido do KrameriCast para discutir comigo um problema exclusivo da nossa era. Red trabalha em uma agência de OnlyFans, e tem insights exclusivos de quem sabe o funcionamento da indústria por dentro, contando histórias de clientes que eram garanhões e clientes que venderam a casa para sustentar o vício. Eu tento trazer temas do vídeo do Glink "The Lonely Fans of OnlyFans", entre outros, e discutimos isolamento social, os problemas de relacionamentos modernos, da visão masculina e feminina da coisa, e a inutilidade de fazer guerra dos sexos ao discutir os problemas que surgem em relacionamentos. Percebemos também que o verdadeiro chad é o Noel Rosa. Os primeiros 40 minutos, aproximadamente, foram gravados antes da conversa e são sobre minha percepção pessoal do problema, mais baseados em uma interação real com uma performer da indústria. No KrameriCast, nos livramos de moralismos, não estou atacando ninguém e não desejo nada além do melhor possível para (quase) todas as pessoas. Visite: https://kramericast.xyz Doe: https://kramericast.xyz/donate.html Crie conta no Odysee: https://odysee.com/$/invite/@Monk's:e Entre no espaço do Matrix: https://matrix.to/#/#raro-e-diferente:matrix.org Canal do Telegram: https://t.me/raroediferente Redes sociais: https://kramericast.xyz/links.html

Queda Livre
Episódio 12- Você devia vagar... sozinho por aí e pela escuridão... - Queda Livre

Queda Livre

Play Episode Listen Later Dec 21, 2024 32:34


"Essa transição na mudança da formação não seria fácil. Impossível. Primeiro que decorar as letras seria um feito homérico. Percebemos isso com o tempo pois sempre rolava um branco. Depois, que o vocal exigia uma potência e um grave com uma constância que ele não estava acostumado. Mas cada um com sua vida ruim, né?" Para adquiquirir o livro físico acesse ⁠⁠⁠⁠⁠⁠andersongomes.shop⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠ Se ainda não avaliou esse podcast, significaria muito pra gente. E se gostou de verdade indique pra alguém. Até o próximo episódio. Narração: Jajá Cardoso Texto: Anderson Gomes Esse episódio utilizou as musicas: 01) Bailarina - Ventre 02) Arrocha Metal do Palhaço Batata - Onofre do Arrocha 03) Carnaval Quem é Que Faz - BaianaSystem 04) Muito - Vivendo do Ócio 05) Sweet Child O' Mine - Guns n' Roses cover by Parapeitos 06) Electrical Storm - Silas Fernandes

T0
T0 | T.2 Ep. 35 - terapia no chat gpt, takes que não percebemos e control

T0

Play Episode Listen Later Dec 8, 2024 55:48


Acho que já perceberam que nós de neurónios temos pouco e por isso há muitas coisas que nós não percebemos. Hoje partilhamos com vocês algumas dessas coisas e ainda damos a nossa opinião sobre alguns temas polémicos das últimas semanas (temos sempre algo a dizer, já sabem

Convidado
Marias de Abril: As vozes silenciadas na luta pela liberdade

Convidado

Play Episode Listen Later Dec 4, 2024 31:22


A exposição "Marias de Abril: o cravo no feminino" é inaugurada esta quarta-feira, 4 de Dezembro, na Casa de Portugal André de Gouveia, na cidade universitária de Paris. O vernissage junta a artista plástica Melanie Alves e a cantora A Garota Não, nome artístico de Cátia Oliveira. A exposição homenageia mulheres que resistiram à ditadura do Estado Novo, muitas vezes esquecidas pela história, incluindo pintura, instalações, bordados ou ainda cerâmicas. RFI: Como é que surge este encontro entre os vossos trabalhos?Melanie Alves: Eu acho que é quase o destino. Quando começámos a falar com a Maison du Portugal acerca de fazer uma exposição, e com o aniversário dos 50 anos do 25 de Abril, comecei a ver que não havia vozes de mulheres. A história era sempre contada no masculino. Eram sempre generais, políticos,  polícias, o ditador. Quando comecei a procurar, achei que fazia todo o sentido fazer esta homenagem a mulheres e retirá-las da sombra. Dizem que atrás de um grande homem está sempre uma grande mulher. Comecei a questionar onde é que estavam as grandes mulheres. Sinto que há uma grande ligação com a Cátia, admiro imenso o trabalho dela - ela sabe-o e para mim é importante contar histórias, tentar mexer com as pessoas, tentar mostrar a importância e a valorização da vida humana e neste caso das mulheres, fazer realmente com que haja outras perspectivas, outros pensamentos ou unir comunidades. E sinto que a Cátia fala disto muito bem nas suas canções.Cátia, como recebeu este convite por parte da Melanie?Cátia Oliveira: Tenho de confessar logo à partida que não conhecia de todo a obra da Melanie, muito infelizmente, mas cheguei, como se diz; tarde, mas com muita vontade. Este e-mail da Melanie e da sua produtora fez-me sentir muito lisonjeada. Não é a minha primeira vez em Paris, mas é a primeira vez em Paris no sentido em que vim convidada para trabalhar. Depois lisonjeou-me sobretudo a ideia de poder fazer parte de um encontro que também a mim me significava muito. Não era a ideia de só vir dar um pequeno concerto em Paris. Não era esse o deslumbre, mas era a ideia de vir participar num encontro onde as peças, a ideologia por detrás das peças, a preocupação ambiental, a preocupação activista com o papel da mulher no que é que foi e no que é agora e no que nós queremos que seja agora o papel da mulher.Depois de perceber o percurso da Melanie porque eu também sou um bocadinho exigente com as parcerias que faço, e não tem nada a ver com vaidade, mas com a ideia de precisar de perceber se o nosso encontro vai ser um encontro de almas. Não tem a ver com estatuto ou não ter estatuto. Pode ter começado agora, mas se tem a ideia, se tem a beleza do que quer passar, se me faz sentido, se tem intenção, para mim está tudo bem. Quando fui um bocadinho ao passado da caminhada artística que a Mélanie tem feito, percebi que ela também tem este trabalho muito envolvido com o trabalho social, com esta matriz transformadora do tempo. Um dos projetos que me tocou, que ela tinha feito anteriormente, foi um trabalho grande com mulheres reformadas, com um projecto sobre a terceira idade.Melanie: O projecto As vozes da Avó.Cátia: Esta consciência e este desejo de fazer um trabalho artístico e consequente. Esta parte para mim é que é a ponte que nos faz trabalhar em conjunto aqui em Paris. Depois há uma coisa muito curiosa: num mundo tão imenso e a Melanie é misturada, todos somos, mas ela poderá falar disso melhor, mas viveu muito tempo fora de Portugal, mas somos curiosamente da mesma cidade, Setúbal, que é a coisa curiosa. Temos a mesma idade....Melanie: Temos a mesma idade, somos da mesma cidade, provavelmente até temos as mesmas referências de crescer lá da zona. Dou por mim a pensar que nos cruzamos nos sítios sociais, não no Liceu, mas se calhar nos sítios de convívio. É muito interessante. O destino tem destas coisas.Parte destas oito mulheres que tomaram a palavra a dada altura na História. Estas mulheres representam aquelas que não puderam fazê-lo?Melanie: Com a escolha destas mulheres, tentei demonstrar que no mundo de hoje estamos todos em correria, estamos todos demasiado estimulados pela tecnologia, pelos media, pelas redes sociais e tudo mais, estamos cada vez mais individualistas e estamos a perder o toque humano. Estamos a desvalorizar a vida humana.Acho que ainda há muitas grandes mulheres para saírem da sombra do Estado Novo. Estas foram as que mais tocaram, que mais me intrigaram por certos detalhes, mas o que acho que é importante realçar é que, cada uma à sua maneira, directa ou indirectamente, mais ou menos conhecida, cada uma tem a sua história com valor e importância. Não é só a escritora mais conhecida ou a poeta mais impactante, que realmente tem uma história importante para ser contada.Temos o caso de, por exemplo, da Conceição Ramos, cuja história é pouco conhecida. Ela foi praticamente a vida toda criada de serviço, antes disso trabalhou no campo, desde os 14 anos. No entanto, foi tentando perceber como ajudar, foi encontrando a sua comunidade até na sua paróquia, na igreja e fundou o Sindicato do Trabalho Doméstico. Não estamos a falar de uma pessoa que foi à faculdade, que estudou, que tinha influências a nível familiares, ou seja o que for, não: ela disse basta! E defendeu que ser criada de serviço é um trabalho que decidiu fazer, um trabalho digno...Cátia: Um trabalho com horários e que não implica extras sexuais.Mélanie: Exactamente! Com direitos, defendendo que tinha de haver regras e respeito. Hoje em dia ainda se vê muito isto, infelizmente. Mas é preciso perceber, para o motor gigante do mundo consiga rodar a 24 horas, que todos os trabalhos são importantes; desde a empregada doméstica até ao Presidente da República.No vosso trabalho vocês também dizem basta?Cátia: Dizemos todos os dias. Posso falar com mais propriedade sobre a música e menos das artes plásticas ou de outro sector das artes. Sinto que enquanto música, para ser a música que quero ser, abdico de muita coisa. Também digo que não a muita coisa e isso faz com que as consequências a seguir sejam que haja menos disponibilidade para nos receber, menos visibilidade dada ao trabalho. Fala-se do assédio sexual no cinema, por exemplo, mas também na música. Isto é muitíssimo sentido.Começa a falar-se e, mais recentemente, no jazz português...E o jazz português é um exemplo tristíssimo porque é uma coisa muito mais transversal a qualquer género porque aquilo não é só na casa do jazz. Nós vamo-nos conhecendo enquanto artistas, vamos marcando uma espécie de identidade. É o que tenho de fazer. Muitas vezes é preciso perceber que não quero tocar no Festival X porque aquele festival, para mim, não cumpre nenhum papel cívico, consciente, constructivo, transformador, alargador de consciência.As ligações de que falava no início da entrevista?Sim, claro. Porque determinado evento é patrocinado por pelo banco Y ou pela gasolineira tal. Eu até posso ir a esse festival, mas é importante que eu diga nesse festival que a gasolineira tal me envergonha enquanto cidadã, pelos lucros multimilionários que têm anualmente num país que está a viver com tantas dificuldades e tantas misérias. Depois percebo que isto há de ter consequências.Tem consequências?Sim. Esse festival, por exemplo, a que me refiro, duvido que mais algum dia me convidem para fazer um concerto, mas fico muito mais tranquila se pensar que cumpri o meu papel de artista. Para mim, ser artista tem que ter algum papel de transformação e de provocação.Neste ano em que se assinalam 50 anos de liberdade em Portugal, o que significa para vocês a palavra a liberdade?Melanie: Tenho assim, como se diz em inglês mixed feelings, por um lado, dou graças às mulheres e homens que lutaram, que foram oprimidos, que foram agredidos, que lutaram por nós para pavimentar o nosso caminho, para nós podermos sentir que somos livres hoje. Por outro lado, às vezes sinto-me um bocado desiludida. Sinto-me desiludida de termos que continuar a falar sobre igualdades. Sinto-me um bocado desiludida de sentir que quando estamos a falar de igualdade de direitos estamos a falar de igualdade de direitos perante homem e mulher. Mas eu estou a falar de igualdade perante; empregada doméstica e político. Percebemos que as coisas são diferentes e que isto é tudo muito complexo. Tudo bem que as coisas têm hierarquias diferentes, mas eu acho que há um grande basta: Como é que falamos sobre liberdade e, no entanto, vemos situações no nosso país, em Portugal, de pessoas por causa de taxas, por causa de inflação, seja por que razão, perdem empregos, não podem pagar rendas. Ainda há uma situação muito complexa e sinto-me desiludida por não estar resolvida, passados 50 anos.Cátia, sente que ainda hoje, o impacto da censura e das desigualdades do Estado Novo se refletem nas nossas gerações, 50 anos depois?Cátia: É que nem consigo comparar. Se eu pensar na música e pensar no percurso como o do Zeca Afonso, do Sérgio Godinho, doJosé Mário Branco que tiveram que sair do país porque ali a palavra deles era terminantemente proibida. Acho que não estou num momento em Portugal em que possa sequer comparar. Daí que eu até tenho aqui um problema quando me apresentam como cantora de intervenção, fico com um bocadinho de desconforto porque cantor de intervenção, para mim tem este período cronológico muito marcado e está muito associado àquela pré 25 de Abril, toda aquela fase final da ditadura pela qual contra a qual esta gente lutou muito.Para preparar esta entrevista e ao descobrir este trabalho da Melanie Alves foi impossível não pensar no trabalho do livro pioneiro As mulheres do meu país de Maria Lamas e mais recentemente no filme de Marta Pessoa Um nome para o que sou e no livro da Susana Moreira Marques Lenços Pretos, Chapéus de Palha e Brincos de Ouro. São mulheres que viajaram com um livro para perceber a própria história. É isso que também procura fazer? Mélanie: A certa altura da minha vida não fazia sentido continuar a fazer arte que fosse o eu e eu e o que me acontece a mim mesmo, sentia que faltava qualquer coisa e foi aí que comecei a virar-me para os problemas sociais e para o que acontece em tanto sítios onde estou, como no mundo. Começo logo a sorrir, a pensar nas mulheres do meu país, porque eu sinto uma grande proximidade, relativamente ao facto de Maria Lamas ter dito um basta. Foi um basta também porque estava a ser censurada, simplesmente por estar a demonstrar que a mulher portuguesa era maioritariamente analfabeta camponesa, vivia em situações precárias e trabalhava imenso. Foi censurada por isso e decidiu durante dois anos viajar de norte a sul e descrever essa realidade.Até me arrepio porque quando eu acabei as vozes da avó, essa era a minha ideia; fazer dois anos e provavelmente ainda vai acontecer, mas como eu sentia que os avós e os senhores estavam tão isolados, queria ir de norte a sul as aldeias assim mais remotas, falar e entrevistar e dar a conhecer a história.A exposição para mim não é para ter simplesmente a minha perspectiva ou a minha retórica. É para intrigar e para fazer as pessoas pensar, para terem curiosidade. Porque quando decidi fazer esta exposição sobre as mulheres conhecia muito poucas mulheres que tinham lutado contra a opressão da ditadura. Dei por mim a achar que era ignorância minha de realmente conhecer tão poucas. Mas quanto mais pesquisei, estudei e mais comecei a falar com o meu núcleo de pessoas, notei que não era só minha ignorância. Há uma ignorância geral, muita gente não conhece até os nomes mais mediáticos.Cátia: A Maria Barroso, por exemplo.Mélanie:A Maria Barroso é completamente uma mulher sombra. Ainda hoje, a maioria de nós ainda pensa nela como a primeira-dama, mulher de Mário Soares, mãe de João Isabel. Não fazia ideia que ela foi a única mulher e co-fundadora do Partido Socialista na Alemanha. Pensava que era erro meu, ignorância minha, mas afinal não. É somente isso que eu quero com esta exposição: apreciarmos, ouvirmos, haver mais união, haver mais conversa e intrigar as pessoas para que tenham realmente vontade de saber. Levar as pessoas a querer pesquisa mais acerca da Conceição, da Celeste ou da Maria Barroso.  Até posso lançar aqui um desafio para quem nos estiver a ouvir: pesquisar ainda mais, mais mulheres de Abril, mais Marias de Abril. Porque decerto e eu acredito piamente nisto, que todos temos uma história importante para ser contada. Há aí mais mulheres à espera para serem reveladas.Canta como se nos estivesse a fazer uma confidência, com uma entoação que revela tanto vulnerabilidade como uma força ou uma impulsão. De onde é que vêm?Cátia: Eu acho que até a maior parte das canções que escrevo vêm exactamente desse lugar de vulnerabilidade. Acho muitas vezes que a música salva-me de lugares muito angustiados. Falava há pouco de uma certa desilusão e às vezes a desilusão também me angustia muito. Acho que sou um bocadinho fantasiosa sobre o poder popular e o poder do colectivo. E depois também me desiludo com alguma frequência. Acho que a maneira de transformar isto é fazer canções que possam ser um reflexo ou que possam ter um reflexo disto, mas que sejam as canções que contenham uma certa dose de esperança para não cantar só a angústia e o desespero e o mal-estar, acho que o activismo na música também não passa por aí e eu não penso nada em mim como uma activista, mas estou a pegar mais nisto, até porque é uma palavra que a Mel usa bastante e estou a pregar por aí. Sinto que sim, que a música acaba por reflectir a forma como eu apreendo o mundo e como movimento no mundo. Há muita vulnerabilidade e, às vezes, instabilidade, mas também há uma grande vontade de que isto possa ser sempre um dia melhor.A Cátia Oliveira é hoje uma das cantoras mais ouvidas em Portugal. Ganhou o prémio de Melhor Trabalho Popular em 2024 da Sociedade Portuguesa de Autores. O último trabalho de 2 de Abril foi considerado um dos melhores discos do ano. O que é que este reconhecimento, o que é que estes prémios acrescentam, mudam alguma coisa?Não mudam nada. Não vou dizer que também não sabem nada porque todos nós precisamos de alguma espécie de validação e aquela validação que nos chega no mais imediato. Comigo funciona em mandar música ao meu pai, eu mando um texto que escrevi ao meu pai e ele é um barómetro muito interessante e muito curioso. A validação dele importa. Às vezes não é validação, é opinião dele. O que é que ele sente sobre aquilo porque ele sente bem a coisa, percebe quando a música tem alguma coisa que possa ser interessante.A música chega a si pelo seu pai?Não, acho que vem mais da minha mãe. Eu acho que a minha mãe usava muita música para cantar aquele dia a dia difícil.Cantava?Cantava muito, cantava a fazer a lida da casa, trabalhar na costura. Ela teve tantas amarguras, tantas agruras na vida que o canto realmente espanta alguns demónios. E as mulheres da minha família tem muito isso. A minha avó também adora cantar. Às vezes o mundo estava a cair dentro de casa, mas ela ia para o postigo, no bairro de pescadores, lá em Setúbal, abria o postigo e cantava e as vizinhas juntavam se à porta. É muito engraçado porque há vizinhas que ainda me dizem a tua avó cantava tão bem e às vezes lá dentro aquilo estava tudo assim, muito frágil. Acho que também herdei um bocadinho isso, mas pronto. Voltando à questão dos prémios, não mudam nada, mas há sempre um certo sentimento de que eu, na verdade, só tenho 30.000 ouvintes nas plataformas digitais, o que é um número irrisório para uma população como a de Portugal.As plataformas e o número de seguidores dizem muito?Até diz sobre a minha música e sobre aquilo que eu escrevo, o que é que representa para o outro. Se há 30.000 pessoas a ouvir.30.000 pessoas que têm acesso, mas há quem não tenha acesso ou quem use outras formas para ouvir música?Também e eu vendo muitos CDS. Não muda nada, mas acaba por dar uma espécie de conforto de olha, não tens muitos ouvintes, não tens muitos seguidores, mas há sempre alguém que acha que aquilo que tu estás a fazer é importante e pode acrescentar alguma coisa. Eu acho que é isso.

Artes
"Grand Tour": Estreia em França de filme português premiado em Cannes

Artes

Play Episode Listen Later Nov 27, 2024 24:24


"Grand Tour", que obteve o prémio de melhor realização no Festival de Cannes, em Maio passado, chega agora aos cinemas franceses. O filme é a adaptação de uma obra do romancista britânico Sommerset Maugham e relata um périplo pela Ásia de dois noivos, ele a tentar fugir dela e a noiva que vai no encalce daquele com quem se deveria casar. O realizador português, Miguel Gomes, falou com a RFI sobre o impacto do galardão, as peripécias de um filme que tem como palco uma longa viagem pela Ásia e respectivos projectos.O cineasta começa por se referir à sua surpresa com a obtenção desta prestigiosa recompensa, proeza inédita na história do cinema português no Festival de cinema de Cannes.Como é que vive esta estreia francesa após o prémio para o seu filme no Festival de Cannes ?Foi surpreendente. Eu não esperava nada. Se calhar é uma atitude defensiva da minha parte, mas à partida eu acho que estatisticamente é mais provável não haver prémios do que haver. E então segui esse princípio. Desta vez também, portanto, achei que não ia haver prémios nenhuns. Lembro-me que nesse dia fui para para uma ilha que existe a alguns quilómetros de Cannes, assim a uma meia hora de barco. Há uma ilha de monges, de que eu não me recordo o nome e fui com os meus filhos.Estava com a minha mulher, estava com as pessoas da equipa, com os actores, com os produtores e fomos todos para  para essa ilha nesse dia. À espera que não acontecesse nada. E às tantas o telefone tocou e disseram nos "Onde é que vocês estão? O que é que vocês estão a fazer? Mas vocês têm que voltar. Têm que ir para a cerimónia ! Vai haver um prémio." E havia muito pouco tempo. Aliás, estávamos meio perdidos nessa ilha. Apesar da ilha ser simples e só haver uma estrada, tínhamos decidido ir a um restaurante, mas tomámos a direcção contrária, então estávamos quase a fazer o perímetro da ilha para chegar ao restaurante e tivemos que nos despachar e apanhar o barco para estar presentes na cerimónia.E acho que isto: esta recompensa, este galardão, este prémio recompensa o quê, exactamente ? A estética do filme? Porque porventura talvez seja a matéria prima que está a mais a dar nas vistas e que evoca, obviamente, projectos já seus no passado, que tinham tido bastante incremento, nomeadamente aqui em França. Eu penso no "Tabu" há 12 anos.Eu não sei, eu não consigo separar assim as coisas desta maneira... E essa história da estética e do fundo. Eu acho que são as duas coisas. Um filme conta-se, mas sobretudo, vive-se e vive-se com a imagem, com o som. Com as coisas que o filme conta também, mas sobretudo com as coisas que o filme mostra. E tudo faz parte do mesmo sistema.E para mim não existe assim uma distinção entre aquilo que é o aspecto do filme e aquilo que é o que o filme conta, por exemplo. Faz tudo parte do mesmo sistema e, portanto, acho que a experiência do filme é um filme que tem as suas peculiaridades, tem a sua personalidade.Eu, felizmente não tenho ninguém a dizer-me que tem que fazer as coisas assim, que tenho que por este actor e que tenho que aos 30 minutos de filme tem que haver esta cena e aos 40 minutos esta outra cena.Ou seja, não tenho uma pressão da produção, não tenho uma pressão industrial que me deixe refém de uma mecânica mainstream industrial e, portanto, posso fazer aquilo que me apetece. O que pode ser algo para algumas pessoas bastante chato porque não corresponde àquilo que normalmente as pessoas associam ao cinema mais recorrente.E você pensa mais nos planos contemplativos, na duração das sequências, quando se refere a possíveis vozes detractoras do cinema que você faz?Há vozes detractoras e há...Há vozes muito elogiosas, com certeza !Há vozes muito elogiosas ! Eu não sei se há muitos planos contemplativos... A contemplação também me aborrece um bocadinho. Ou seja, os planos têm que durar o tempo que duram para mim por uma razão precisa. E não porque estamos embasbacados perante qualquer coisa. Isso não funciona assim.Eu penso muito no lugar do espectador dos meus filmes. Para mim, o cinema é um bocadinho como fazer um edifício. Ou seja, quando se fala: qual é que é a arte que terá uma relação maior com o cinema? Há quem diga que é pintura, há quem diga que é literatura. Enfim, o teatro, a música... A música eu acho que é bastante importante, mas eu diria que é a arquitectura.Ou seja, no sentido em que inventar um filme, fabricar um filme é inventar um espaço que vai ser percorrido por alguém, um espectador. E cada espectador é diferente do outro, porque cada um vai accionar a sua sensibilidade, o seu sentido de humor, enfim, os seus interesses. E vais esperar certas coisas do filme. E, portanto, é um encontro: é um encontro entre uma pessoa, com a sua própria personalidade, e um filme que existe no ecrã e nas colunas de som da sala de cinema. E é assim que pode ser um encontro ou um desencontro.Mas o meu trabalho como realizador é inventar um espaço que vai ser percorrido por esse espectador, que não deve ser nem uma prisão. Ou seja, no sentido em que o filme não o deve coagir, de uma maneira completamente autoritária, e dizer "Agora vais para a esquerda, agora vais para a direita. Agora há que sentir isto. Agora tens que pensar isto, porque isto é como tu deves pensar". E, por outro lado, também não deve ser um espaço completamente aleatório onde o espectador fica completamente perdido. Portanto, esse equilíbrio entre inventar uma estrutura que possa acolher alguém que será livre o suficiente para poder percorrer aquele espaço, sem estar completamente coagido, e ao mesmo tempo que não esteja ali perdido... É o nosso trabalho e que é quase um trabalho de arquitecto.Então entremos precisamente mais na obra e no seu filme. Como é que da obra do romancista britânico Sommerset Maugham se chega a este produto final? O "Grand Tour" era um ritual nalguma alta sociedade, precisamente, de fazer um grande périplo antes de assentar arraiais, de contrair matrimónio e de constituir família. E vai ser o pretexto para "um périplo e peras", pela Ásia. Como é que foi, então chegar-se aqui?Essa questão é interessante: do que o que é que era o lado quase pedagógico do Grand Tour que estava estabelecido ? O Grand Tour asiático... Havia um Grand tour europeu também. Mas havia o Grand Tour asiático. Ou seja, muita gente do Ocidente ia fazer um itinerário, no princípio do século XX, do Oeste para este.Normalmente de um ponto da Índia ou da Birmânia, que eram os pontos mais a oeste do Império Britânico, para este. Terminando normalmente no Japão e na China. E havia de facto essa ideia de que era necessário confrontar os elementos, os filhos dessa alta sociedade europeia ou americana com o outro. Ou seja, com uma cultura bastante diferente, nos antípodas. Para que, de facto, pudessem regressar mais iluminados.Neste filme esse Grand Tour é feito, mas quase com a ideia contrária. Ou seja, os personagens não  fazem esse Grand Tour porque querem encontrar um caminho e um rumo. Enfim, é como diz, chegar mais bem preparados, voltar mais bem preparados para a vida. Eles estão completamente perdidos !Há um quer fugir da noiva. O noivo, o Edward, quer fugir da noiva porque está com dúvidas sobre o casamento. Tem uma espécie de um ataque de pânico, uma crise, e decide fugir dela.E ela vai atrás dele para tentar-se casar com ele de uma forma igualmente desesperada e meio perdida. E portanto, o filme esta. Eles acabam por fazer esse caminho não como como uma fuga e não como um momento para fazer um encontro, para conhecer coisas. Eles estão basicamente em movimento para escapar ao seu destino ou para tentar concretizar aquilo que eles acreditam ser o seu destino.Mas como é que você tropeçou neste enredo e decidiu pegar nele e levá lo?Esta história dos noivos deste casal, o noivo e a noiva: um a fugir, ela a perseguir. Veio deste livro do Sommerset Maugham, que é um livro de viagens. Existe uma tradução em português chamada "Um Gentleman na Ásia". E eu estava a ler esse livro. Eu gosto muito de ler livros de viagens: de ver como é que os escritores contam a experiência de viajar e o que é que eles viram. Enfim, essa essa questão do olhar de alguém sobre um relativamente a um território que lhe é estrangeiro, que lhe é desconhecido, que que é uma coisa distante, interessa-me muito.E portanto, eu gosto de ler livros de viagens. E li este por acaso e deparei-me com esta história que o Sommerset conta. Às às tantas, em duas páginas desta história, ele diz que conheceu um senhor que trabalhava para a administração na Birmânia, inglesa, e que contou a história de como fugiu à sua noiva. Porque entrou em pânico, porque teve dúvidas sobre o casamento e sobre a responsabilidade desse casamento. E decidiu partir e deixar-lhe uma nota a explicar-se, a escusar-se com trabalho. E partiu para Singapura. Mas quando chegou a Singapura já tinha uma nota, um telegrama da sua noiva a dizer "Meu querido, eu estou a chegar. Percebo perfeitamente. Mas estou a chegar e já já nos vamos casar." E ele lá partiu de novo. E esse, digamos, movimento que é uma espécie de um "Jogo do gato e do rato", durou vários meses e acabou por ser feito ao longo deste deste "Grand Tour", ou seja, deste itinerário todo que de muitos milhares de quilómetros.Foi um "Jogo do gato e do rato" também para si e para a sua equipa. Porque obviamente, o confinamento e o COVID veio perturbar as rodagens e a preparação do filme. Portanto, houve aqui sequências, pelo que eu entendi, nomeadamente a rodagem na China, que tiveram que ser recebidas a posteriori. Houve uma interrupção óbvia por causa do COVID Portanto, foi necessário congelar o projecto durante X tempo ?!Sim, ou seja, nós decidimos, antes de escrever o argumento, fazer nós próprios a viagem e filmá-la. Filmar a viagem que seria feita pelas personagens, mas que seria feita a posteriori, em estúdio, rodada em estúdio. E decidi-mo-la fazer no mundo de hoje, nós próprios, pelos países. E estavam previstas sete semanas de viagem em Janeiro e Fevereiro de 2020.E nós fizemos as primeiras cinco. Chegámos ao Japão e faltava o último país onde havia uma parte considerável dessa viagem, porque mesmo dentro da China, de Xangai e até quase próximo do Tibete, iríamos fazer 3000 quilómetros, acompanhando mais ou menos o curso do rio Yangtse.E quando chegámos ao Japão percebemos que o ferry boat que ia cobrir a distância entre Osaka, acho eu, e Xangai, tinha sido anulado uma semana antes devido ao COVID, à pandemia.E então, o que nós nós pensamos nessa altura? Bom, "Vamos esperar um mês, dois meses e vamos retomar a viagem quando for reposta a normalidade". Porque nessa altura éramos tão ingénuos, como toda a gente, e achávamos que que era uma coisa meramente circunstancial e que não ia ocupar tanto tempo na nossa vida e ter tantas consequências como teve.E depois percebemos que estávamos enganados. O tempo foi passando, passou um ano, passaram dois anos e passado dois anos nós pensamos: "É impossível. Nós não conseguimos entrar na China para concluir a viagem. Portanto, vamos concluir a viagem em Lisboa, filmando com uma equipa que serão os nossos olhos. Com o material, eles vão filmar esta parte da viagem na China. E nós vamos estar em Lisboa". Alugámos uma casa em Airbnb no bairro do Areeiro e estávamos lá durante a noite. Éramos poucos, dois ou três, e havia uma uma equipa na China que fez os tais 3000 quilómetros, enquanto nós estávamos sempre nessa casa no Areeiro E, enfim, fizemos o filme, assim. Concluímos essa parte da rodagem na China, assim, à distância.É fundamental falar do encadeamento entre planos a preto e branco e a cores. A cores são, de alguma forma, momentos algo etnográficos relacionados com o périplo. O preto e branco é a versão hodierna, actual. O porquê de sua opção por estes planos, ora a preto e branco, ora a cores ?O filme é quase o tempo todo a preto e branco. Eu diria, 90% é a preto e branco. Existem planos a cores por uma questão técnica. Porque nós filmámos em película e na película preto e branco existe apenas uma sensibilidade para 200 ASA para a luz. Portanto, 200 ASA é bom para fotografar, para filmar sequências durante o dia. Mas sequências à noite ou em interiores escuros é necessário outro tipo de sensibilidade: 500 T... que isso só existe em cores. E, portanto, nós decidimos filmar a maioria do filme a preto e branco em 200 D.E depois ter película a cores para em 10% do tempo, para situações de noite ou em interiores muito escuros. E a ideia era montar o filme completamente a preto e branco. Mas houve uma altura em que nós estávamos um bocadinho, estávamos a montar o filme, já tinham passado várias semanas, estávamos um bocado fartos do preto e branco e lembrámo-nos de que havia as cores ali. E portanto decidimos voltar a pôr. "Vamos voltar a pôr o plano tal como ele foi filmado a cores !" E, portanto, não existe nenhuma lógica a não ser por uma questão meramente técnica.Não existe uma lógica racional, não existe um significado dos planos a cores quererem dizer qualquer coisa em especial. É só porque por uma questão técnica. Mas decidimos colocar mesmo que as pessoas se perguntassem "Porquê que estes planos são a cores... e o resto do filme é preto e branco ?"Não havendo razão nenhuma racional, é só pelo prazer de que é uma coisa que me que é importante para mim a lógica do prazer. OK, num filme a preto e branco... o que é que faz falta? Olha, de repente aparecem uns planos a cores e a cor é incrível !Fala em prazer. Já há muito tempo que, imagino, tenha prazer em rodar com Crista Alfaiate. Agora há também a opção pelo Gonçalo Waddington. O porquê deste elenco ?Para nós foram escolhas óbvias: a escolha dos actores que fazem os dois protagonistas. O Gonçalo tem esta capacidade... Ele pode ter um ar assim, perplexo. E eu acho que ele é um actor com grande potencial cómico, mas com a capacidade de transformar esse lado de comédia numa coisa com um outro peso. E, portanto, ele pode fazer a transição entre comédia e drama muito com uma grande facilidade.E a Crista? Eu acho que ela, já disse noutras ocasiões... Eu acho que ela é a melhor actriz daquela geração à volta dos 40 anos. E, portanto, nem sequer pusemos nenhuma outra opção. Para nós, a Molly sempre foi a Crista Alfaite e ficámos muito contentes, depois com depois de ter filmado, com aquilo que... Percebemos, que não estávamos muito enganados relativamente a essas escolhas.E a questão da opção pelo português não foi complicada ? Não é complicada para Gonçalo Waddington, para Crista Alfaiate, mas você põe pessoas do Vietname, do Japão, nomeadamente, a terem diálogos bastante profundos em português. Como é que foi isso? Foi um desafio, imagino, também pô-los a contracenar em português fluente ?!Sim, o facto dos personagens serem britânicos e falar em português para mim foi uma opção, mais ou menos fácil... Porque eu sou português, não sou britânico. E, portanto, eu não queria... Eu acho que a verdade do filme também passa por isso. Ou seja haver um filtro teatral em que, como no teatro... Quando se faz em Portugal, ou que em França se faz Tolstoi ou se faz Tennessee Williams, faz-se em França e faz-se em Portugal. Em França faz-se em francês, em Portugal faz-se em português.E nessas peças de teatro as personagens têm os nomes que tiveram nas peças do Tolstoi: os nomes russos ou nomes americanos, no caso do Tennessee Williams. E é uma convenção, ou seja, as personagens falam na língua do país onde está a ser visto o espectáculo com os actores desse país.E no cinema há mais dúvidas relativamente a isso. Ou seja, parece uma questão completamente resolvida no teatro e no cinema menos. Porque no cinema existe mais a ideia de que o cinema está mais próximo da realidade da vida. Que eu acho que é uma falsa ideia.Há um realizador francês que já morreu, mas que foi muito importante para mim, que também fazia isto. E fez isto com uma grande lata e muito bem, que era o Alain Resnais !Por exemplo, eu lembro-me de um filme dos anos 90 que era um díptico que se chamava de "Smoking" e "No smoking", que era uma adaptação de uma peça inglesa feita com dois actores que entravam muito nos filmes deles dele. Esse filme é muito, muito importante para mim. E portanto, se o Alain Resnais  pode fazer em francês, eu acho, também posso fazer em português.E obviamente que existe este lado de sermos todos mais ou menos dominados, colonizados por uma língua que é uma espécie de língua que é comum a todos os países.Foi a língua que ganhou a batalha das línguas, que é o inglês. E não é problemático ver, sei lá, ao longo da história do cinema, ver imperadores romanos a falar inglês de Brooklyn ! Ou ver, enfim... todas essas coisas passaram a ser normais. E porque não ter em português a mesma coisa? Porque não ter personagens britânicos a falarem português? Eu acho que é mais e mais verdadeiro fazer assim, porque...Também já foi língua franca no mundo [o português]... E finalmente, obviamente, Cannes você já vinha há muito tempo. Mas esta edição de 2024 fica na história por este prémio. Perguntar-lhe-ia:  E agora, depois de Cannes e do seu prémio, como é que você se projecta para a sequência da sua carreira?Agora eu, antes de fazer o "Grand Tour", eu estava a tentar fazer um outro filme, um filme no Brasil, que é uma adaptação de um livro do Euclides da Cunha chamado "Os Sertões" e o filme chama-se "Selvajaria". E estive muitos anos a tentar fazer esse filme. E foi muito difícil, por várias razões. É um projecto exigente em termos financeiros e na altura em que eu estive a tentar fazer esse filme, havia um governo no Brasil que paralisou completamente os apoios públicos ao cinema. O governo do Bolsonaro e também apanhámos a altura do COVID. Portanto, foi tudo muito difícil e houve um momento em que eu pensei que tinha que renunciar a esse projecto.E foi muito complicado para mim, porque apesar de tudo, trabalhei anos nesse filme e estou convencido que é o projecto mais... com o qual eu acho que, provavelmente, existe um um potencial mais incrível do que tudo aquilo que eu fiz até hoje ! Ou seja, estou muito envolvido com esse filme e acho que existe a possibilidade de haver ali um filme que possa nascer, que seja muito, muito forte !  E é, portanto, quase que desistir do filme.Mas depois do "Grand Tour" e de repente passei para o "Grand Tour" e depois do "Grand Tour", o que tem acontecido foi que nós decidimos voltar a esse projecto. E tem havido notícias muito animadoras ! Ou seja, de repente, pela primeira vez, há financiamento do Brasil para esse filme. Tudo parece estar a andar muito rápido e assim uma perspetiva de haver a possibilidade de fazer, de filmar esse filme no final do próximo ano.Portanto, acho que isso também é uma consequência do prémio de Cannes e daquilo que aconteceu com o "Grand Tour em Cannes" e que existe um entusiasmo renovado em torno deste projecto. E vou aproveitar a conjuntura porque sabemos que isto vai mudando e nos momentos em que estamos em alta, é preciso aproveitar esse momento para poder concretizar coisas que estavam mais difíceis de concretizar.

45 do Primeiro Tempo
Gustavo Amorim - "Existe muito mais no mundo do que realmente percebemos”

45 do Primeiro Tempo

Play Episode Listen Later Nov 8, 2024 93:30


Gustavo Amorim está certo de uma coisa: o campo magnético da Terra tem afetado diretamente a nossa consciência e que coletivamente estamos sendo chamados para um grande despertar espiritual, onde verdades profundas estão vindo à tona, nos levando a entender a real natureza da energia, da consciência e da criação. Fazendo da sua vida um laboratório de experiências, Gustavo passou por um despertar espiritual em 1998, o que o levou a deixar para trás a engenharia e seguir o caminho do autoconhecimento. Após uma série de sincronicidades em sua vida, se deparou com a EMF, uma técnica de equilíbrio no campo eletromagnético que ajuda as pessoas no processo de transformação interior. Foi a ferramenta que lhe abriu as portas para que pudesse chegar ao que se tornaria uma de suas missões de vida: traduzir para o português as mensagens de Kryon, uma entidade extrafísica que se comunica através de mensagens canalizadas com o propósito de orientar e apoiar o processo de ascensão e despertar espiritual da humanidade. Neste papo com o podcast "45 Do Primeiro Tempo", o engenheiro, youtuber e fundador do portal Farol de Luz repassou pela sua história, trouxe seu olhar sobre uma série de questões sobre nossa realidade mais sutil e foi categórico: "Existe muito mais no mundo que realmente percebemos". Learn more about your ad choices. Visit megaphone.fm/adchoices

Bitalk
Bitalk Roundtable #1 - OS PERIGOS DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Bitalk

Play Episode Listen Later Nov 4, 2024 68:04


Com o passar dos episódios, a essência do Bitalk veio a ser reforçada e o seu fator de diferenciação confirmou ser, acima de tudo, o elevado caráter de aprendizagem e uma sede de aprofundar temas que nada têm de simples e muitas vezes criam discordância e controvérsia. Percebemos então a necessidade de um novo formato, mais sério e de debate. Para esta primeira roundtable, juntámos uma mesa de convidados de peso: Rodrigo Rato da DoJob, Nuno Santos da Job Deploy, João Aroso da Leadzai, e Diogo Nesbitt da hAPI, além dos nossos já bem conhecidos hosts, José Serra e Tocha Serra. Com uma variedade de backgrounds e experiências, eles trazem diferentes perspectivas sobre os desafios e as oportunidades que a IA representa. Exploramos o que acontecerá à sociedade quando, ou se, as máquinas substituírem os humanos em massa, percebendo qual será o verdadeiro propósito do ser humano. Avaliamos as dificuldades da Europa perante os avanços acelerados dos EUA e China, onde a IA já é um motor de lucro, e ponderamos se Portugal poderá afirmar-se como um contributo relevante nesta evolução. Entre as nossas preocupações, abordamos o limite da inteligência das máquinas e a possível "explosão" que a IA pode representar para as empresas. Também consideramos os desafios dos recursos e da resistência à mudança, questionando se deixaremos a IA assumir papéis cruciais, como a gestão económica. Este é o novo Bitalk Roundtable, onde a complexidade da IA, o futuro do trabalho e o propósito humano são discutidos de forma aprofundada, sem rodeios e com a coragem de questionar o rumo da humanidade. Mais do que respostas, aqui procuramos despertar novas perguntas, desafiando perspetivas e inspirando uma reflexão coletiva sobre o que nos espera e sobre o que realmente queremos para o nosso futuro. Aqui ficam alguns dos melhores momentos: 00:00 - AI Vai Dominar o Mundo!

TUTAMÉIA TV
28.10.23 - Percebemos que estávamos isolados do mundo, desconectados do que estava acontecendo

TUTAMÉIA TV

Play Episode Listen Later Oct 28, 2024 12:23


TUTAMÉIA faz a leitura do relato do que aconteceu na data de hoje, há um ano, na visão do escritor Atef Abu Saif, autor de "Quero Estar Acordado Quando Morrer", editado pela Elefante, que autorizou a produção deste trabalho. Atef Abu Saif nasceu no campo de refugiados de Jabalia, na Faixa de Gaza, em 1973. Formou-se na Universidade de Birzeit, na Cisjordânia, com estudos de pós-graduação na Universidade de Bradford, Inglaterra, e no Instituto Universitário Europeu de Florença, Itália. É autor de cinco romances e dois livros de contos, além de ensaios políticos, como The Drone Eats with Me [O drone almoça comigo] (Comma, 2015) e A Suspended Life [Uma vida em suspenso] (Al-Ahleya, 2015). Colabora frequentemente com jornais e revistas árabes, além de já ter publicado no New York Times e no Guardian, entre outros meios de comunicação ocidentais. Já foi porta-voz do partido político Fatah e, em 2019, mudou-se para Ramallah, onde atuou até março/24 como ministro de Cultura da Autoridade Nacional Palestina. Ele estava em Gaza cumprindo uma agenda de trabalho quando grupos da resistência armada palestina realizaram uma série de ataques ao território israelense, prontamente respondidos por Israel com todo seu poderio militar. Encurralado na estreita faixa territorial sob intenso bombardeio junto com seu filho, parentes e outros 2,3 milhões de compatriotas, Atef começou a escrever — e escreveu todos os dias até que conseguiu sair de Gaza, quase três meses depois. “Quero estar acordado quando morrer” é resultado desse diário do genocídio, publicado simultaneamente por editoras de dez países. Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena. Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...

Dois na Lona
DNL #165 - É muito assunto pra pouca PAUTA

Dois na Lona

Play Episode Listen Later Oct 19, 2024 47:28


Percebemos que a situação é crítica quando no mesmo episódio são citados os seguintes temas: Os zords são transformers? Cafeteria do amor Faceapp para fins escusos Vida amorosa aos 30 E mais... Não sabemos o que sentir, só ouvindo mesmo. Apoie o DNL e obtenha benefícios - https://www.apoia.se/doisnalona Contribua de forma livre com qualquer valor para ajudar a manter o DNL, através da chave pix: doisnalona@gmail.com Vista o Dois na Lona - https://www.royalbrandstore.com.br/dois-na-lona Para apoiar o DNL, adquirir nossas camisas e nos seguir nas outras redes sociais, acesse o link da bio no IG! ANUNCIE no DNL ou mande seu email para o Fala que eu te chuto: doisnalona@gmail.com Edição por Adonias Marques @marques_editor Lista dos apoiadores mais porradeiros: Adriano Belaguarda de Aquino, Antonio Ochôa, Colombo Dionatan, Eraldo Luiz Lehmann, Roberto Higino Leite, Estênio da Silva Leite, Paulo Henrique Dizioli Novelletto, Thiago Ferenz Martins, Guilherme Loures Martins, José Carlos Cazarin Filho, Michele dos Santos, Ricardo Rocha, Jaqueline de Souza Oliveira, Eduardo Rufino de Sena Gastal.

Entendendo a Bíblia
Pais e Filhos

Entendendo a Bíblia

Play Episode Listen Later Oct 4, 2024 12:22


Episódio do dia 04/10/2024, com o tema: Pais e Filhos Apresentação: Itamir Neves, André Castilho e Renata Burjato. Percebemos no Antigo Testamento que o sacerdote Eli foi penalizado pelo comportamento reprovável de seus filhos. Atualmente, de que forma seremos cobrados e responsabilizados pela conduta de nossos filhos?See omnystudio.com/listener for privacy information.

Saúde
Cientistas franceses identificam linfócitos envolvidos no aparecimento de cânceres

Saúde

Play Episode Listen Later Sep 24, 2024 5:34


Um grupo de pesquisadores franceses descobriu que a presença de um subtipo do linfócito Th17, uma das células que compõem nosso sistema de defesa, pode contribuir em alguns casos ao desenvolvimento de certos tipos de tumores, como os do intestino, fígado ou pâncreas. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO estudo foi realizado durante quatro anos por especialistas do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica da França), do Inserm (Instituto de Pesquisas Médicas da França), da universidade Claude-Bernard Lyon 1 e do Centro de Pesquisa Oncológica de Lyon.Os cientistas franceses identificaram um dos mecanismos do processo inflamatório presente em algumas doenças crônicas que levaria ao surgimento de certos cânceres, disse à RFI Brasil o imunologista francês Julien Marie, que participou da pesquisa, publicada no final de julho na revista científica Nature Immunology.Para entender como os pesquisadores chegaram a essa conclusão, é necessário compreender o papel dos glóbulos vermelhos ou brancos, os linfócitos, em nosso organismo. “Os glóbulos vermelhos são responsáveis pelo transporte do oxigênio no sangue e os brancos combatem os agentes infecciosos e as células defeituosas”, explicou o cientista francês.Os glóbulos brancos são divididos em dois grandes grupos, formados pelos linfócitos B, que produzem os anticorpos, e os linfócitos T. A função deles é destruir células defeituosas ou que foram contaminadas por um vírus ou uma bactéria, por exemplo. Para isso, libera moléculas como as citocinas, que vão criar a inflamação e favorecer a cicatrização e a cura.O problema é que esse processo às vezes pode sofrer alterações e gerar doenças ou agravar infecções – um exemplo é a forma grave da Covid-19. A equipe francesa descobriu que o linfócito Th17, presente na Doença de Crohn, uma patologia crônica intestinal, poderia atuar no aparecimento de células cancerígenas.Muitos tumores, lembra Julien Marie, surgem a partir de uma inflamação crônica. Quando ela atinge uma parte específica do intestino, como é o caso dos pacientes que têm Crohn, as células vão se modificar e se tornar cancerígenas exatamente na porção inflamada. “No nosso estudo, tentamos entender quais eram as células do sistema imunológico na origem dessa inflamação que vai gerar o câncer. São etapas extremamente precoces do desenvolvimento da doença”.Esse mecanismo localizado ajudou a equipe a “cercar” a área onde ocorre todas as modificações celulares. Os cientistas então constataram que um subtipo dos linfócitos Th17 estava na origem de alguns tumores. “Hoje temos técnicas que permitem analisar uma célula de cada vez. Percebemos que as células Th17 tinham oito subtipos, e um deles podia desencadear o câncer através da inflamação criada por ela mesma”, explica.Citocina bloqueia aparecimento do câncerO estudo analisou os linfócitos invitro, no laboratório, as células das biópsias de pacientes que tinham a Doença de Crohn. Eles têm, em geral, quase seis vezes mais chances de desenvolver um câncer colorretal que um indivíduo normal, explicou o cientista francês, e entender o porquê era um dos objetivos da equipe.Durante o estudo, os pesquisadores conseguiram provar que o linfócito Th17 estava presente nos pacientes que desenvolveram os tumores. “No nosso artigo científico caracterizamos os linfócitos que geram o câncer, fazemos uma descrição deles e definimos um certo número de marcadores que propomos para defini-los", explicou. "Fomos ainda mais longe, porque toda a questão por trás da nossa pesquisa era saber se podíamos bloquear o aparecimento do câncer”, acrescenta.Foi justamente essa uma das grandes descobertas da pesquisa. “O desenvolvimento das células cancerígenas pode ser bloqueado pela presença de uma citocina, TGF–β (TGFBETA)”. Se o nível dessa citocina diminui no intestino, por exemplo, favorecerá o aparecimento do câncer, reitera Julien Marie.A descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novas terapias contra o câncer e também na prevenção, através da utilização dos marcadores propostos no estudo. Eles são preditivos do risco de desenvolvimento da doença e permitirão um diagnóstico precoce ou até mesmo antecipar o risco do paciente antes de o câncer aparecer.Para Julien Marie, o estudo também é importante porque quebra um paradigma: o nosso sistema imunológico, criado para proteger o organismo, às vezes pode ser nocivo. De cada três cânceres, lembra, um se desenvolve a partir de uma inflamação crônica – um mecanismo que ainda continua sendo, em parte, um mistério para a Ciência.

Saúde
Virologista francês do Instituto Pasteur esclarece dúvidas sobre nova variante da Mpox

Saúde

Play Episode Listen Later Sep 10, 2024 6:19


A OMS (Organização Mundial de Saúde) declarou a Mpox como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII) em agosto e os países agora se preparam para a chegada da nova variante da doença, o clado 1b. Ele foi identificado em julho na República do Congo e está se propagando rapidamente.  Taíssa Stivanin, da RFI em ParisCerca de um milhão de doses da vacina Jynneo, desenvolvida pelo laboratório dinamarquês Bavarian Nordic, devem ser encaminhadas em breve para conter o surto na região. Em todo o continente africano, já foram oficialmente diagnosticados cerca de 5 mil casos, de acordo com as últimas estimativas - 20 mil se os dados consideram as infecções "prováveis".Até o momento, o Brasil ainda não registrou contaminações com o novo subtipo, mas desde o início do ano, foram registradas mais de 800 infecções da outra variante, a clado-2, que se espalhou em 2022. Por que a nova linhagem é considerada mais preocupante pela OMS e qual a diferença entre os dois subtipos? A RFI Brasil conversou sobre o novo surto de Mpox com o virologista Olivier Schwartz, diretor do Departamento de Vírus e Imunologia do Instituto Pasteur, em Paris.Segundo ele, poucos casos de infecções do subtipo clado 1b, que já chegou à Europa, foram descritos pela comunidade científica. Na Suécia, uma pessoa que voltava da República do Congo foi testada positiva em agosto. Desde então, os pesquisadores do país analisam o caso para dividir as informações em nível europeu, explica o virologista francês.“O paciente foi atendido e as amostras analisadas e sequenciadas. Os pesquisadores suecos agora estão tentando 'ampliar' o vírus para poder estudá-lo, analisar suas características e dividir os dados com outros laboratórios, entre eles o Instituto Pasteur", detalhou o especialista.Na França, as autoridades reforçaram os diagnósticos e preparam a campanha de vacinação. O Instituto Pasteur é um dos cerca de 200 centros preparados para aplicar as doses, e poderá também realizar o teste PCR que confirma a infecção. Segundo o cientista, apesar do sistema de saúde francês estar em alerta e preparado desde o primeiro surto de Mpox em 2022, a expectativa é que não haja uma explosão do número de casos, devido à imunidade adquirida pela população. Antes de 1980 a vacinação contra a varíola, um vírus da mesma família do Mpox, era obrigatória. Além disso, parte da população considerada a risco na época foi imunizada em 2022. Uma das questões agora é estabelecer a eficácia do imunizante, que contém um vírus vivo atenuado, ou seja, enfraquecido, contra a infecção pelo novo subtipo. “Sabemos que a vacina é eficaz contra o clado 1 em testes com animais, feitos em laboratório, e em testes celulares. Mas por enquanto, a eficácia contra o novo subtipo ainda é desconhecida. Mas, sabendo como o imunizante funciona e conhecendo o sequenciamento do vírus clado 1, esperamos que a vacina possa combatê-lo. Os estudos mostram uma eficácia de 70% a 90% de redução de infecções graves após duas doses”.Clado x VarianteQual a diferença entre um clado e uma variante? De acordo com Olivier Schwartz, o clado é um grupo de vírus e uma variante é uma “cepa em particular”. Segundo ele, “no caso do Mpox, esses grupos são definidos por análises de sequências genômicas. Percebemos, ao reconstituir a árvore filogenética, ou seja, a árvore genealógica dos vírus que circulavam, que existiam dois ramos principais: o grupo ou clado 1 e o grupo ou clado 2. Eles são próximos”.Segundo o virologista do Instituto Pasteur, também não há grandes diferenças entre os dois clados em termos de mortalidade, apesar do clado 1 ser um pouco mais virulento. O cientista lembra que é difícil saber em que proporção as condições sanitárias ou ambientais contribuem para o aumento do número de formas graves da doença.TransmissãoO vírus Mpox é transmitido principalmente através do contato próximo e prolongado com pessoas doentes que tenham bolhas, feridas, erupções cutâneas, crostas e fluidos, como secreção e sangue. O Ministério da Saúde alerta que objetos recentemente contaminados também podem transmitir a doença.Já a carga viral presente na saliva expelida quando duas pessoas conversam, por exemplo, é bem menor. “Provavelmente há casos, mas talvez não seja a principal forma de transmissão. Por hora, não temos evidências. Que eu saiba, não há provas de que o clado 1b é transmitido de maneira eficaz pela respiração”, esclarece o virologista.A transmissão do vírus por pessoas assintomáticas também ainda não foi confirmada. Segundo Olivier Schwartz, é possível que pessoas vacinadas contra a varíola no passado desenvolvam formas extremamente leves da doença e possam ser contagiosas, mas essa hipótese deve ser confirmada por estudos comparativos de carga viral.Pacientes imunossuprimidos correm mais risco de desenvolver formas graves e, nessa situação, o diagnóstico é fundamental para evitar complicações. A prevenção passa pelo isolamento rápido dos casos positivos. Os sintomas aparecem entre 3 e 21 dias após a contaminação e incluem, além das erupções cutâneas, febre alta, dor de cabeça e cansaço. Pais de crianças pequenas devem ficar atentos para não confundir a doença com a Catapora, que provoca o aparecimento de bolhas parecidas. Por isso é importante realizar o diagnóstico o mais cedo possível.Antiviral está sendo testadoDe acordo com o virologista francês, o antiviral Tecovirimat está sendo testado contra a doença. Estudos mostram que ele pode acelerar a cicatrização das lesões, mas exigem aprofundamento, já que os primeiros resultados foram decepcionantes.“Sabemos que é uma molécula antiviral que funciona muito bem nos modelos animais e em cultura celular nos laboratórios. Então é muito cedo para saber se, no homem, a falta de eficácia demonstrada no estudo está relacionada a outros parâmetros”.Entre esses parâmetros, o especialista do Instituto Pasteur cita o momento do início da terapia e compara com o Paxlovid, um dos antivirais usados contra o vírus da Covid-19. Para frear a infecção e a transmissão, ele deve ser prescrito entre dois e três dias após a contaminação.

Amorosidade Estrela da Manhã
TUDO O QUE PERCEBEMOS É PARA VER SE VAMOS AMAR OU ACHAR QUE ESTÁ ERRADO (NÃO AMAR), E PRA ISSO NÃO PRECISAMOS GOSTAR. SENDO QUE AMAR SÓ O QUE NOS FAVORECE NÃO É AMOR, É CONTENTAMENTO PRAZEROSO

Amorosidade Estrela da Manhã

Play Episode Listen Later Aug 23, 2024 2:11


Leonardo Kurcis
INFLUÊNCIA DE NOSSAS EXPECTATIVAS NO QUE PERCEBEMOS

Leonardo Kurcis

Play Episode Listen Later Aug 6, 2024 12:10


Nossas expectativas aumentam a possibilidade de concretizar aquilo que elas representam. Não representam certeza de realização, porém criam condições para isso. Essa condição compreende tanto as expectativas de obtermos coisas favoráveis como também para o que queremos evitar ou não desejarmos. O impacto negativo em nossas vidas é grande porque as expectativas negativas são maioria.

TOMEI GOSTO por Mario Alaska
TOMEI GOSTO - Preços Altos em Bares e Restaurantes

TOMEI GOSTO por Mario Alaska

Play Episode Listen Later Jul 22, 2024 57:16


Você também tem achado que a conta nos bares e restaurantes está cada dia mais salgada? Percebemos isso, um aumento geral nos custos, não só nos bares como em tudo, afinal de contas a inflação acumulada desde a pandemia bateu em todos. Convidamos Paulo Nonaka ex presidente e atual conselheiro da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) também esteve na mesa Feliciano Abreu do site de pesquisa de preços Mercado Mineiro e do app Com Oferta. A pauta passou por: Está tudo mais caro? A oscilação no preço do dolar mexe no setor de bares e restaurantes? Como foi o pós pandemia pros bares e restaurantes? Aprendizados da pandemia Desafios pro futuro do setor Atendimento humanizado nunca sai de moda E muito mais. Nossos entrevistados: PAULO NONAKA @paulo.nonaka Ex presidente da ABRASEL Nacional atual integrante do Conselho de Administração Nacional da entidade. Paulo também é empresário do ramo de alimentos e bebidas, proprietário do Ásia Emporium e PASTELARIA FUJIYAMA ambos em Belo Horizonte.  FELICIANO ABREU @feliciano.abreu Feliciano é economista e proprietário do Mercado Mineiro portal que pesquisa preços no varejo. Além disso ele é proprietário do App COM OFERTA. Uma plataforma colaborativa pra você se conectar aos melhores preços da cidade.  MÁRIO ALASKA veste camisologia. Acesse o site, confira o boné do Tomei Gosto e use o cupom TOMEI GOSTO para 10% de desconto em todo o site camisologia.com.br .  O nosso podcast começa com a pergunta: Cerveja, Café ou Vinho e passa por experiências à mesa, memórias afetivas com comida e muitas histórias que vem.

Conversas de Personal Trainers
60. Transição de um Personal Trainer do presencial para o online, entrevista com Felipe Bento

Conversas de Personal Trainers

Play Episode Listen Later Jul 13, 2024 82:26


Neste episódio, o convidado Felipe Bento, personal trainer, fala-nos da sua jornada de transição do modelo presencial para o modelo online. Percebemos que não é preciso ter milhares de seguidores para ter um negócio online rentável. #personaltrainer #negocio #crescimento #treino #treinoonline ------------------------------------------------------------------------------------------------ Poupa tempo e entrega mais qualidade aos teus alunos com o software EliteTrainer. Experimenta grátis: https://elitetrainer.fit ------------------------------------------------------------------------------------------------ Segue-me para mais conteúdo ✉️ NEWSLETTER ‧ https://academiadopersonaltrainer.com/lp/squat-time-baby/squattimebaby/

Café Brasil Podcast
Cafezinho 630 - Medo da morte

Café Brasil Podcast

Play Episode Listen Later Jun 28, 2024 10:54


Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br  Na reunião do meu Mastermind, a prof. Lucia Helena Galvão citou fala de Epicteto no livro A Arte de Viver: “A bondade é a prática e a própria recompensa. Basta-nos para sermos felizes. Devemos afinar nosso caráter como se fossem as cordas de um instrumento. A bondade é o sutil reajuste do nosso caráter durante a vida inteira.” Epicteto diz que ser bondoso é algo que você pratica e que, ao mesmo tempo, já é a própria recompensa. A bondade é um ajuste contínuo que fazemos para sermos pessoas melhores e mais felizes. Bem, esta semana completei 68 anos. Nesse ritmo, vou acabar ficando velho... Nesta fase da vida, aniversários ganham um significado especial e se tornam cada vez mais importantes. Já me perguntaram se não tenho medo da morte. Minha resposta é: “Não tenho tempo pra isso,” Com a maturidade, começamos a equilibrar o que é importante pessoalmente e profissionalmente. Queremos usar o tempo que resta com aquilo que realmente importa. Sentimos uma certa pressa porque percebemos que não fizemos tudo o que queríamos. E, para muitas coisas, talvez não haja mais tempo. Percebemos que não causamos o impacto que desejávamos e que não somos imortais. Perdemos a ilusão de que viveremos para sempre e teremos muitas chances de ver e fazer tudo, não é? O tempo vai acabar, o que nos resta é tentar causar uma influência positiva e duradoura nas pessoas ao nosso redor. Deixar o tal legado, sabe como é? E como a maioria de nós não terá a chance de fazer isso de forma grandiosa e dramática, resta causar impacto através do aprendizado, compartilhando o que sabemos e retribuindo à sociedade o que de bom ela nos deu. Tenho claro que, cada vez que interajo com alguém, como aqui com você, tenho a oportunidade de fazer alguma diferença. Pequenos gestos de gentileza, paciência e compreensão, ensinar, apoiar, ouvir e estar presente são maneiras de fazer a diferença. Talvez não alcancemos grandes feitos, mas podemos ser, como dizia Gandhi, a mudança que desejamos ver no mundo. É isso. A vida é um presente precioso e, apesar de suas limitações, nos oferece muitas oportunidades de causar um impacto significativo. Eu espero estar fazendo com que a minha valha a pena.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Cafezinho Café Brasil
Cafezinho 630 - Medo da morte

Cafezinho Café Brasil

Play Episode Listen Later Jun 28, 2024 10:54


Assine o Café Brasil em https://canalcafebrasil.com.br  Na reunião do meu Mastermind, a prof. Lucia Helena Galvão citou fala de Epicteto no livro A Arte de Viver: “A bondade é a prática e a própria recompensa. Basta-nos para sermos felizes. Devemos afinar nosso caráter como se fossem as cordas de um instrumento. A bondade é o sutil reajuste do nosso caráter durante a vida inteira.” Epicteto diz que ser bondoso é algo que você pratica e que, ao mesmo tempo, já é a própria recompensa. A bondade é um ajuste contínuo que fazemos para sermos pessoas melhores e mais felizes. Bem, esta semana completei 68 anos. Nesse ritmo, vou acabar ficando velho... Nesta fase da vida, aniversários ganham um significado especial e se tornam cada vez mais importantes. Já me perguntaram se não tenho medo da morte. Minha resposta é: “Não tenho tempo pra isso,” Com a maturidade, começamos a equilibrar o que é importante pessoalmente e profissionalmente. Queremos usar o tempo que resta com aquilo que realmente importa. Sentimos uma certa pressa porque percebemos que não fizemos tudo o que queríamos. E, para muitas coisas, talvez não haja mais tempo. Percebemos que não causamos o impacto que desejávamos e que não somos imortais. Perdemos a ilusão de que viveremos para sempre e teremos muitas chances de ver e fazer tudo, não é? O tempo vai acabar, o que nos resta é tentar causar uma influência positiva e duradoura nas pessoas ao nosso redor. Deixar o tal legado, sabe como é? E como a maioria de nós não terá a chance de fazer isso de forma grandiosa e dramática, resta causar impacto através do aprendizado, compartilhando o que sabemos e retribuindo à sociedade o que de bom ela nos deu. Tenho claro que, cada vez que interajo com alguém, como aqui com você, tenho a oportunidade de fazer alguma diferença. Pequenos gestos de gentileza, paciência e compreensão, ensinar, apoiar, ouvir e estar presente são maneiras de fazer a diferença. Talvez não alcancemos grandes feitos, mas podemos ser, como dizia Gandhi, a mudança que desejamos ver no mundo. É isso. A vida é um presente precioso e, apesar de suas limitações, nos oferece muitas oportunidades de causar um impacto significativo. Eu espero estar fazendo com que a minha valha a pena.See omnystudio.com/listener for privacy information.

O Denunciante
4. O julgamento

O Denunciante

Play Episode Listen Later Jun 26, 2024 29:56


Nos primeiros três episódios do podcast O Denunciante, ouvimos a história da violação de protecção de dados denunciada pelo médico oncologista Jorge Espírito Santo, em 2018. Percebemos o que se passava no sistema informático do Hospital do Barreiro e como as diferentes entidades que investigaram o assunto olharam para o caso – que, no final, não teve responsáveis. Mas a história não termina aqui. Irá continuar nas mãos da justiça durante mais alguns anos. No dia 19 de Abril de 2023, o médico oncologista Jorge Espírito Santo vai a julgamento no Tribunal do Barreiro, acusado de um crime: violação do dever de sigilo. A razão: antes de fazer a denúncia, para confirmar se o hospital estava mesmo a cometer um ilícito, o médico tinha enviado ao seu advogado um print screen do sistema do hospital, que incluía dados clínicos de um utente. Ao ver o documento no processo, o presidente do conselho de administração do Hospital do Barreiro, Pedro Baptista Lopes, decide fazer uma queixa-crime. O inquérito começa por ser arquivado, mas o hospital faz um pedido de abertura de instrução, que é concedido. Jorge acaba mesmo por ir a julgamento. Por isso, no quarto episódio da série, vamos ao Tribunal do Barreiro e ouvimos os argumentos apresentados por todas as partes em tribunal. Afinal, Jorge Espírito Santo cometeu ou não um crime? Siga o podcast O Denunciante e receba cada episódio nas próximas quartas-feiras no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt. Este podcast é apoiado pela LTPLABS: uma empresa comprometida com a integridade dos dados que recolhe e trabalha para os seus parceiros. Clique aqui para saber mais sobre conteúdo apoiado no PÚBLICO.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Não Dá Pra Desouvir
Eliminando Barreiras #251 | Podcast Não Dá Pra Desouvir

Não Dá Pra Desouvir

Play Episode Listen Later Jun 25, 2024 12:45


Se observarmos a nossa vida, poderemos facilmente notar que buscamos o tempo todo um estado interno mais confortável.As justificativas para o nosso estado interno são, normalmente buscadas no externo e, dessa forma parece que tudo fica explicado.Aos poucos vamos descobrindo que nosso caminho e o nosso cenário estão diretamente ligados ao que acreditamos, ou seja, ao nosso conjunto de crenças que estabelece o que chamamos de personalidade, ou de "o meu jeito de pensar, o meu jeito de ser, etc."Quando chegamos a essas respostas, começamos a perceber que não é tão simples mudar nosso jeito de pensar.Começamos a perceber que mesmo ao custo dos desconfortos, temos muitos apegos ao nosso sistema de crenças e o motivo é muito óbvio: nós acreditamos em nosso sistema de pensamento.Quando olhamos para isso e tentamos mudar, encontramos barreiras nesse processo de reversão em nosso sistema de crenças.Percebemos barreiras no caminho e começamos a lidar com as dificuldades de eliminá-las.Isso se dá pelo fato de estarmos identificados com essas barreiras que parecem estar nos trazendo algo que ainda temos interesse. Parece que algo está sendo tirado de nós e, dessa forma, resistiremos ao tratamento da questão, preferindo o sacrifício da verdade que essas barreiras estão ocultando.Precisamos então aprofundar nossa auto-investigação para descobrirmos quais são os falsos ganhos que ainda estamos vendo em manter barreiras em nosso caminho do conforto real através da eliminação de ideias irreais e da manutenção de pensamentos verdadeiros.O curso A Verdade Presencial, assim como a obra Um Curso em Milagres são treinamentos totalmente dedicados a esse processo de reversão no sistema de crenças.Existem muitos caminhos disponíveis para isso. Precisamos apenas decidir pela mudança em nosso sistema de pensamento.Site da Coexiste: https://coexiste.com.brInstagram: https://www.instagram.com/coexisteoficial e https://www.instagram.com/kawyinyanyin/Facebook: https://www.facebook.com/coexisteTwitter: https://twitter.com/coexisteoficialQuer entrar em contato com a gente?contato@coexiste.com.brWhatsApp Coexiste: +55 11 93314-2211 Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.

Devocional Verdade para a Vida
Mentes renovadas - Romanos 12.2

Devocional Verdade para a Vida

Play Episode Listen Later Jun 17, 2024 3:26


Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12.2)As torres de controle do aeroporto são lugares fascinantes. Para salas tão pequenas, elas contêm uma tremenda capacidade e poder. As instruções dadas a partir dessas torres evitam o caos e garantem a segurança. Se algo der errado nelas, o impacto é sentido além de seus muros e muitas vezes constitui um grande perigo.De igual forma, poderíamos dizer que nossa mente é a torre de controle do nosso corpo. O que fazemos com nosso corpo está diretamente relacionado ao que está acontecendo em nossa mente. Em nossa mente, temos a capacidade de considerar possibilidades, tomar decisões, julgar nossos sentimentos e moldar nossos afetos. Não é de admirar, então, que Paulo diga que, se quisermos “[apresentar nosso corpo] por sacrifício vivo” em resposta à misericórdia de Deus para conosco em Cristo (Rm 12.1), nossa mente é crucial.Ser cristão envolve assumir uma mentalidade radicalmente alterada que resulta em pensamentos cada vez mais puros e comportamento santo, que não são vistos em uma vida sem Cristo. Como Paulo escreveu antes em Romanos: “os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito” (Rm 8.5). Essa mudança de perspectiva vem pelo poder do Espírito Santo à medida que ele nos instrui na verdade da Palavra de Deus.Tal mudança é um processo. Todos os dias, estamos sendo conformados à imagem de Jesus Cristo. Nossa mente — na verdade, nossa vida inteira — está sendo renovada. Não somos nem tudo o que deveríamos ser nem tudo o que vamos ser, mas também não somos o que já fomos. E, quando nossa mente está sob a jurisdição do Espírito de Deus e da Palavra de Deus, o resto inevitavelmente seguirá segundo a intenção dele. Percebemos que o caminho de Deus é o melhor e temos o prazer de andar nele. Pensamos antes de agir. Recusamo-nos a ser moldados pelos padrões deste mundo, aprendendo a ver onde estão nos vendendo uma mentalidade baseada numa mentira e não na verdade da Palavra de Deus.Portanto, confie que o poder da Palavra de Deus renovará sua mente e peça ao Espírito que a opere em você. Procure maneiras pelas quais o mundo está chamando você para se conformar e veja-as como oportunidades para permitir que sua mente seja transformada pela sabedoria divina. E faça isso não porque você deveria, mas porque é sua alegria, pois você sabe que “feliz o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento; porque melhor é o lucro que ela dá do que o da prata, e melhor a sua renda do que o ouro mais fino. […] Os seus caminhos são caminhos deliciosos, e todas as suas veredas, paz” (Pv 3.13-14, 17).Provérbios 3.1-18A Bíblia em um ano: Jr 32–33; Mt 26.26-46

Mensagens do Meeting Point
#55 até Cristo

Mensagens do Meeting Point

Play Episode Listen Later May 27, 2024 2:33


devocional coríntios leitura bíblica Uma vez que temos uma tal esperança, falamos com muita ousadia. E não fazemos como Moisés, que cobria o rosto com um véu para que os israelitas não prestassem atenção a um brilho passageiro . Eles tinham o entendimento fechado. Ainda hoje, quando leem os livros da antiga aliança , esse mesmo véu continua por levantar, pois só com Cristo é que ele desaparece. Até hoje esse véu permanece sobre o seu entendimento, quando leem os livros de Moisés . Mas ao voltarem-se para o Senhor, esse véu é retirado . Aqui o Senhor significa o Espírito e onde estiver o Espírito do Senhor existe liberdade. Todos nós, porém, estamos de rosto descoberto e, como um espelho, somos um reflexo da glória do Senhor. Transformamo-nos assim numa imagem dele, com um brilho cada vez maior, porque é o Senhor, isto é, o Espírito, que faz isto. 2 Coríntios 3.12-18 devocional Quando depositamos a nossa inteira confiança em Deus, solta-se-nos a língua para partilhar a esperança que Ele nos infunde. Daí, enquanto Seus seguidores, não pararmos de contar tudo o que Jesus por nós fez. Falamos à boca cheia de tanto termos a alma repleta. Através de Cristo passámos a lidar directamente com o Pai. Não há mais véus ou barreiras. As escamas que tínhamos nos olhos do coração, finalmente, caíram. Percebemos, por acção do Espírito, que a paz de Deus é perene e não transitória. Largámos as fórmulas humanas e cingimo-nos à cruz. Esse desmedido amor é, agora, a nossa bitola. Sabemo-nos amados e perdoados e pagamos ao próximo na mesma moeda. Fomos definitivamente reconciliados com Deus, pelo que promovemos na terra tão extraordinária mensagem. Sim, a cegueira espiritual cessou quando arrepiámos caminho, virando as costas ao pecado e abraçando Jesus como Senhor. Daí em diante, buscamos o Seu ascendente, pois, “onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” Procuramos, assim, transparecer Cristo dia após dia: “Todos nós, com rosto descoberto, reflectindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor.” - Jónatas Figueiredo

Meditações Pura Energia Positiva
Meditação Pura Consciência - Dia 4 do DESAFIO DE 21 DIAS MANIFESTANDO o FLUXO QUÂNTICO DA ABUNDÂNCIA: Uma Jornada Cósmica

Meditações Pura Energia Positiva

Play Episode Listen Later Apr 21, 2024 24:53


Inscreva-se no Desafio de 21 Dias para Manifestar o Fluxo Quântico da Abundância https://puraenergiapositiva.com/desafio-fluxo-abundancia Já tem o Aplicativo Pura Energia Positiva PREMIUM? Clique neste link https://puraenergiapositiva.com/app-premium-no-ar e acesse o desafio completo. DIA 4 Pura Consciência Hoje, juntos, embarcaremos numa jornada mística pelo universo da consciência pura, aquela essência que emerge quando nos desapegamos do mundo físico - um reino além de pensamentos, percepções, emoções e emoções. Através da meditação, navegaremos rumo a esta consciência pura. Imagine que, em meio à neblina de pensamentos cotidianos, surjam clarões de silêncio absoluto. Essas são as "lacunas" no tecido do pensamento, janelas através das quais vislumbramos as profundezas de nossa alma cósmica. A cada momento de silêncio capturado, expandimos nossa compreensão e, gradualmente, transcendemos o mundo tridimensional, adentrando o reino da consciência pura. Eckhart Tolle nos lembra: "Tudo o que realmente importa - beleza, amor, criatividade, alegria, paz interior - emerge além da mente." No plano da psicologia e da psiquiatria, conversamos em "consciência coletiva", que são tão incutidas em nós pelo mundo externo. Mas, ao nos conectarmos com nosso eu superior, buscando respostas em nosso íntimo, nos libertamos dessas influências externas e vivemos a partir da pura consciência do campo unificado. Percebemos que a nossa realidade social muitas vezes nos faz crer na escassez - seja de dinheiro, oportunidades ou amor. Mas, ao nos identificarmos com a consciência pura, entendemos que a verdadeira abundância é um específico natural do universo. Pura consciência é pura potencialidade. No reino espiritual, tudo é possível. Basear-se nisso significa usar uma referência interna pessoal, evoluindo e se autorregulando. Neste reino, você é o arquiteto do presente e do futuro. Neste exato momento, quais são suas escolhas? Torne-se um observador silencioso de seus pensamentos. Consulte seu coração para encontrar sabedoria. A consciência coletiva reside apenas no mundo físico, mas a pura consciência habita no espaço entre os pensamentos. Neste vazio, mora a pura criatividade - aqui, na consciência pura, você pode dar vida a tudo o que desejar, sem limitações. Hoje, abrace seu verdadeiro eu. Deixe para trás o passado e quaisquer conceitos pré-concebidos impostos pela hipnose das condições sociais. Mergulhe na mente universal, aquecendo-se e fortalecendo-se no silêncio transcendental. **Momento de Reflexão:** Considere uma situação em sua vida onde os pensamentos e pensamentos alheias moldaram sua percepção. Em seguida, visualize um cenário alternativo que reflita uma visão elevada dessa circunstância. Consulte-se: "Quais novas escolhas posso fazer agora para me ajudar a manifestar e criar novas realidades?"   Saiba tudo sobre a Pura Energia Positiva (PEP) https://beacons.ai/puraenergiapositiva   #Abundancia #VidaAbundante #AbundanciaIlimitada

Mensagens do Meeting Point
#10 até Cristo

Mensagens do Meeting Point

Play Episode Listen Later Jan 25, 2024 3:22


devocional coríntios leitura bíblica Foi por vossa causa, irmãos, que eu disse estas coisas a respeito de mim e de Apolo. Do nosso exemplo devem aprender a cumprir as Escrituras. Isto é, não devem deixar que o orgulho que têm por uma pessoa seja desprezo por outra. Quem é que te diz que és mais do que os outros? Que tens tu que não tenha sido recebido? E, se o recebeste, por que é que te orgulhas como se não tivesses recebido? Até acham que já têm o que precisam! Já são ricos! Tornaram-se reis sem nós! Quem dera que fosse verdade, pois nós participaríamos convosco no reino! Parece-me, de facto, que Deus nos colocou a nós, os apóstolos, no último lugar como se fôssemos uns condenados à morte. Somos como um espetáculo para o mundo, para os anjos e para os homens. Por causa de Cristo é nossa a loucura e vossa a sabedoria; é nossa a fraqueza, é vosso o poder; é vossa a honra, é nosso o desprezo. Até ao dia de hoje, temos sofrido fome e sede e tem-nos faltado roupa para vestir. Sofremos espancamentos e não temos morada certa. Cansamo-nos a trabalhar com as nossas próprias mãos. Quando outros nos falam com dureza, respondemos com doçura. Quando eles nos perseguem, sofremos com paciência. Quando dizem mal de nós, respondemos com bons modos. Até agora temos sido considerados como o lixo do mundo e os mais desprezíveis de todos os homens. 1 Coríntios 4.6-13 devocional Ser humilde é um desafio e tanto. Exige uma luta titânica com o que de pior há em nós: O desejo indómito de sobressair. Nada melhor que começar a contrariar o ego inchado, treinando o serviço mútuo. Ao buscar o interesse alheio deixamos de nos considerar o epicentro da vida. Vivendo para o próximo largamos aquela postura pateta de competitividade fraternal. Percebemos finalmente que o que realmente importa é pertencer a Cristo. Urge que nos estimulemos uns aos outros a contentarmo-nos n'Ele. Encaixotemos a petulância e despachemo-la para bem longe. Fujamos da altivez e da presunção de auto-suficiência. Até porque caminhar em bicos de pé afecta a coluna espiritual. Caiamos em nós e percebamos a nossa finitude. Confinemo-nos com alegria ao papel que Deus nos entregou. Mesmo que incompreendidos, até por companheiros de jornada, escolhamos o melhor bocado: Obedecer-Lhe apaixonadamente. Reduzamo-nos à nossa insignificância. Paguemos o preço. Marquemos a diferença, vivendo e afirmando: “Somos injuriados e bendizemos; somos perseguidos e sofremos”. Sim, mesmo que outros nos considerem escória importa é que Jesus seja exaltado! - jónatas figueiredo

Leo Eler
Imersão Bíblica - 22/12/23 - Êxodo 18.1-27: O ensino espiritual

Leo Eler

Play Episode Listen Later Dec 22, 2023 20:06


Imersão bíblica Êxodo: O relacionamento de Deus com o seu povo - 18.1-27: O ensino espiritual ”Moisés aceitou o conselho do sogro e fez tudo como ele tinha sugerido. Escolheu homens capazes de todo o Israel e designou-os como líderes do povo: comandantes de mil, de cem, de cinquenta e de dez.“ ‭‭Êxodo‬ ‭18‬:‭24‬-‭25‬ ‭NVI‬‬ Moisés recebe a visita de seu sogro que o ajuda em questões práticas. 1. Moisés recebe seu sogro. Um sacerdote pagão e não israelita. A menção de seu parentesco com Moisés elimina a questão meramente religiosa. 2. Moisés recebe sua família de volta. 18.2 3. Moisés faz um relato detalhado dos acontecimentos no Egito. 18.8 4. Jetro adequadamente responde ao que Moisés proclama sobre o Senhor. 18.10 5. Jetro questiona Moisés acerca da sua prática ministerial. 18.14-16 6. Ele sugere que Moisés escolha auxiliares para ajudar nas tarefas. 18.21 7. Moisés aceitou e com a aprovação de Deus implantou o sistema proposto por seu sogro. Algumas ponderações. * Percebemos alguma similaridades com a igreja do N.T.. O ensino dos apóstolos, propagado por ministros escolhidos e o povo sendo ensinado. * O evangelho é a chave que resolve todas as questões dos homens. Os crentes são chamados a viver suas vidas a luz do evangelho. A mensagem de Deus não é apenas para salvação, mas para ensinar a forma correta de viver.

Através da Bíblia
Um debate estéril. Jó responde a Bildade

Através da Bíblia

Play Episode Listen Later Nov 28, 2023 22:28


Episódio com o tema "Um debate estéril. Jó responde a Bildade"Apresentação: Itamir Neves. Texto Bíblico: Jó 25.1-31.40 Os capítulos 25 a 31 contêm um discurso muito breve de Bildade e uma das respostas mais longas de Jó. O discurso breve de Bildade e a ausência do terceiro discurso de Zofar indicam que os amigos de Jó ficaram sem argumentos. Percebemos que eles se apegaram a uns poucos princípios e tentaram defendê-los até o fim, mas os argumentos de Jó e sua insistência na sua inocência os deixaram sem o que falar.See omnystudio.com/listener for privacy information.

FAMÍLIA DOS QUE CREEM
Uma mensagem para todos - Leandro Alves (Série: Jonas)

FAMÍLIA DOS QUE CREEM

Play Episode Listen Later Nov 22, 2023 68:29


No capítulo três de Jonas, o Senhor comissiona novamente o profeta para pregar a grande cidade de Nínive. Desta vez Jonas atende a voz de Deus, entretanto, não cumpre com satisfação aquilo para o qual foi ordenado. Evidentemente o profeta está indiferente à condição dos ninivitas, condenados ao juízo de Deus. Percebemos um contraste entre Jonas e Abraão em uma situação semelhante, quando o Senhor estava para destruir Sodoma, Abraão intercede pela cidade, rogando ao Senhor “e se ali tiverem justos?”. Jonas, em contrapartida, proclama como um fato consumado a destruição de Nínive. Não é visto em todo livro sequer uma intercessão de Jonas pela cidade, o homem de Deus está mergulhado em seu egoísmo e, então, vemos repetir-se uma situação que ocorreu no capítulo primeiro, um ímpio preocupar-se com os demais enquanto o profeta do Senhor está apático em relação ao próximo. Todavia, o Senhor manifesta novamente a sua soberania e misericórdia, visto que a sua vontade se cumpre independente de quem Ele levanta ou da qualidade do anúncio por essa pessoa proferido. Jonas pregou sete palavras e o Senhor salvou uma cidade. __ #FAMÍLIADOSQUECREEM #SÉRIEJONAS Visite nosso site: http://familiadosquecreem.com Compre nossos livros e produtos: http://familiadosquecreem.com/loja Contribua financeiramente: http://familiadosquecreem.com.br/contribuir Conheça nossa escola: http://escolanovamente.com Ouça nossas músicas: https://open.spotify.com/artist/6aPdiaGuHcyDVGzvZV4LHy Siga-nos no Instagram: http://instagram.com/familiadosquecreem Curta-nos no Facebook: http://facebook.com/familiadosquecreem Siga-nos no Twitter: http://twitter.com/familiadqc

Devocional Florescer
Lv 13.1-59 As Leis acerca da lepra - Devocional 962

Devocional Florescer

Play Episode Listen Later Oct 5, 2023 4:38


Esse capítulo vai tratar sobre os procedimentos a serem tomados pela liderança e todo o povo de Deus quanto a lepras, doenças crônicas de pele, úlceras e furúnculos, queimaduras, doenças na cabeça e no queixo, falando também sobre eczemas e impinges, calvície, sobre como agir com o leproso, e até sobre o mofo e a lepra nos objetos. Na leitura algumas coisas nos chamam atenção e se repetem durante a narrativa do texto, como a figura importantíssima da pessoa do sacerdote e o exercício do seu ofício, como também o número sete, e a questão de estar puro ou impuro, são essas questões notáveis e bem repetidas e elas têm um porquê. Percebemos ao ler o capítulo, que o Deus Santo tem zelo pela sua santidade e por seu povo, é por isso que vemos tanto cuidado e detalhes minuciosos sobre diversas questões na vida cotidiana do povo santo de Deus. Lembrando que esse povo saiu da escravidão e do meio de muita idolatria, e que agora conduzidos por esse Deus precisam aprender sobre a santidade e sobre o Santo. Sabemos que as coisas antigas reveladas na lei mosaica eram uma sombra daquilo que haveria de vir em Cristo, a verdadeira e plena santidade e o conhecimento mais abrangente e profundo do Santo também só nos são reveladas em Jesus Cristo. Isto posto, podemos compreender melhor sobre o porquê essas leis foram importantes naquele tempo e como elas podem comunicar e nos dar base para entender muito mais hoje, a respeito desse Deus Santo e sua santidade em nossas vidas. Fica claro ao ler os versos de Levítico 13, que o Senhor quer que seu povo aprenda a distinguir o que é puro do que é impuro, que eles aprendam que o que é maléfico e contagioso não pode ser alastrado no meio do povo, e que como pecadores o povo de Deus precisa de um mediador que é o sacerdote e do seu ofício sacerdotal para serem de fato considerados puros e aceitos em sua presença! Quando fala dessa doença contagiosa atacando até mesmo os objetos, é mencionado que neste caso os objetos contaminados deveriam ser queimados no fogo! E a pessoa que fosse constatada com a contaminação deveria ser considerada impura e ficar fora do acampamento para não contagiar outras pessoas. Toda lei dada está comunicando algo, ela não somente serve para proteger e abençoar o povo, mas também para ensiná-los sobre a pessoa e caráter do seu legislador. Deus deu leis específicas para revelar coisas específicas sobre sua natureza e vontade, e essa vontade e natureza sendo reconhecidas e honradas beneficiam a nossa própria vida e glorificam esse nosso grande e santo Deus. Que neste dia você se lembre que o Deus Santo te chamou para sua santidade. Que você tem um sumo sacerdote que está intercedendo por você, alguém que está à direita do Pai declarando que você é puro, alguém que está subtendendo você ao fogo santo da sua presença para purificar e santificar ainda mais a sua vida, alguém que deseja te encher da plenitude do seu Espírito, e que deseja que você seja uma benção no meio do seu povo! Lembrando que sem santidade ninguém verá o Senhor… Que sejamos Santos em todos os nossos procedimentos! Santifique-nos ainda mais a medida que o tempo se aproxima para que os nossos olhos possam vê-lo naquele grande dia! Santifiquemo-nos hoje para que amanhã o Senhor possa fazer maravilhas em nosso meio. Que você receba essa palavra e seja abençoado por esse Deus. Um abraço do seu irmão em Cristo, Mike Willians. IEQ Sede Hortolândia SP

Conversas à quinta - Observador
Porque percebemos mal a Polónia – e a sua história

Conversas à quinta - Observador

Play Episode Listen Later Sep 28, 2023 38:48


Foi em Setembro de 1939 que sobreveio a segunda invasão da Polónia. Depois deHitler, Staline. Após os alemães, os soviéticos, ou seja os russos. Não entendemos aPolónia sem perceber a sua história.See omnystudio.com/listener for privacy information.

COACHCAST Brasil
Coachcast #1803 - Atitudes Bobas que já tivemos e nem percebemos

COACHCAST Brasil

Play Episode Listen Later Sep 21, 2023 4:52


Alta Definição
Ângelo Rodrigues: “A segunda vida começa a partir do momento em que percebemos que temos uma”

Alta Definição

Play Episode Listen Later Sep 16, 2023 43:13


Depois das curvas sinuosas que enfrentou devido a um problema de saúde. restou-lhe aplicar um gancho ao azar para mudar o seu destino. Hoje sente-se inteiro perante a vida, tendo a consciência que tudo é efémero: “É preciso entender a validade de cada momento”. Viajante compulsivo, afirma que tem “andado pelo mundo” não tem centrado nele próprio mas em busca daquilo que são as necessidades do outro. Diz sentir-se confuso sempre que regressa de uma viagem ao pousar os pés no nosso país, na hora de ser “devolvido ao Ocidente”, tendo a necessidade de “refletir” sobre o que aprendeu. Ouça mais um Alta Definição em podcast.     See omnystudio.com/listener for privacy information.

Devocional Florescer
Êx 29:1-46 Sacrifícios e as cerimônias da consagração - Devocional 936

Devocional Florescer

Play Episode Listen Later Sep 9, 2023 9:51


Este capítulo começa explicando a consagração dos sacerdotes do Senhor, os escolhidos foram Arão e seus filhos. Essa consagração consistia em que, lavar, vestir, ungir com óleo, sacrificar novilho e carneiros, e espalhar e aspergir sangue e comer. Nos versículos 19,20 fala referente a santificação de Arão e seus filhos. Para espalhar sangue na orelha, mão e dedo do pé direito santificava simbolicamente o ouvido para ouvir a Palavra de Deus, a mão para fazer a obra de Deus e o pé para seguir o caminho de Deus. As vestes sagradas de Arão passarão aos seus descendentes, para vestirem quando forem ungidos e consagrados. O filho que for sacerdote no lugar de Arão e que entrar no santuário para servir, no lugar Santo vestirá essas roupas durante sete dias. Em relação à oferta pelo pecado, era sacrificado um novilho para purificação do povo. Estes sacrifícios e ofertas eram para seguir de geração a geração. No final do capítulo diz que o Senhor seria o Deus, do povo de Israel, e o povo seria o povo escolhido por Deus, mas que ele também residiria entre eles era uma realidade muito importante na experiência dessa nova nação. Eles precisam compreender que a residência do Senhor era nos céus, mas também no meio deles. Podemos notar que tudo que formos fazer para Deus, para contribuir auxiliar crescer a obra d'Ele, é extremamente importante seguir as orientações que o próprio Senhor nos deixa. Percebemos neste capítulo que para Deus a organização e zelo é primordial, existem processos e etapas que eram importantes e necessários serem seguidos sem falhas, a purificação, os sacrifícios, a consagração, a santificação, não era permitido pular etapas. Deus é organizado cuidadoso, e assim devemos ser na obra dele, não podemos fazer as coisas para o Senhor de qualquer maneira. O reino de Deus exige compromisso e respeito. Hoje o sacrífico não é feito com animais, porque Jesus foi o cordeiro que levou sobre si nossas dores e todo pecado da humanidade e hoje somos justificados. Todavia, a consagração e a purificação para nos manter longe do pecado é necessário, e também contribuir para nos manter próximos do Senhor. Que vocês tenham um ótimo dia! Deus abençoe! IEQ/Sede Hortolândia,

Sermões – Lagoinha Mineirão
SÉRIE EVANGELHO DE JOÃO: JO 9:1-12 - A Cura de um Cego de Nascença

Sermões – Lagoinha Mineirão

Play Episode Listen Later Aug 21, 2023 64:09


Culto 20 de Agosto de 2023Preleção: Pr. Silvio SantosA cura de um cego de nascençaJoão 9.1-12A passagem em questão conta a história de um homem que era cego de nascença, ou seja, de uma pessoa que jamais havia visto qualquer beleza da criação de Deus. Diante disso, a passagem de Jesus pela vida daquele homem foi muito extraordinária, pois não se tratava de uma restauração, mas de uma verdadeira construção, Jesus criou ali um órgão naquele homem com todas as suas necessidades presentes, como o globo ocular, a córnea, a cor, gerando o milagre da criação.Estava ali um homem que já havia aceitado a sua condição, ele nem mesmo procurava a cura. Ele se encontrava na região do templo, onde ficavam as pessoas mais vulneráveis que necessitavam de ajuda da sociedade. Naquele contexto, ajudar as pessoas sem condições de sustento era considerado um ato de nobreza. Percebemos assim, que nosso Deus atende até mesmo aqueles que não clamam por Ele. Não é um Deus que anda sem propósito, mas percebe a necessidade humana por onde passa.Aquele cego foi percebido não apenas por Cristo, mas também pelos seus discípulos, que logo indagaram Jesus acerca da condição dele, se era resultado de seu próprio pecado ou do pecado de seus pais. A ideia na mente dos discípulos era que seria possível um bebê pecar antes mesmo de nascer, pois era o entendimento que tinham para aceitar a consequência na vida daquele homem, porém, nós cristãos, precisamos ter o entendimento de que existe no mundo sofrimentos que não provém do pecado. O próprio Jesus demonstra nessa passagem que a cegueira daquele homem não se devia a pecado algum, mas para que a obra de Deus fosse manifesta na vida dele. Jesus usa aquele milagre para reforçar que realmente é a luz do mundo, para trazer mais uma vez a compreensão do seu poder de libertação. Jesus quebra paradigmas ao operar o milagre de uma maneira tão emblemática, lembrando até mesmo a criação do homem por meio do pó da terra, ao pedir que passasse saliva misturada com terra nos olhos do cego, e a partir dessa atitude ele seria curado após lavar os olhos no tanque de Siloé.Jesus poderia ter dado apenas uma palavra, mas ele queria ver uma atitude daquele homem. E o milagre aconteceu, impactando todos ao redor, que conheciam o cego desde que havia nascido. Para refletir:. Não podemos basear nossa vida espiritual pela relação causa e efeito;. Somos convidados a realizar o melhor, mas nem sempre o resultado será o que esperamos;. A soberania de Deus é algo difícil para a compreensão humana, mas é preciso confiar que Ele está sempre no controle;. Aquele que formou o homem do barro pode criar e recriar todas as coisas;. O mesmo poder que operou em Jesus está em nós, por isso temos que ter fé e esperança que a cura é possível;. A graça de Deus nos livra de males que nem imaginamos;. É preciso ter a consciência que Deus deseja nos curar.Resumo: Renata Giori

Igreja Amor em Movimento - AEM
Gui Rebustini | O perigo da benção

Igreja Amor em Movimento - AEM

Play Episode Listen Later Aug 7, 2023 50:26


Continuando na série de pregações " Patriarcas", o pastor Gui Rebustini ministra sobre José.Percebemos que a vida daqueles que servem a Deus não está livre da injustiça, tentações e momentos ruins.Mas podemos ver através da vida de José que é possível passar por todos este momentos servindo e amando a Deus.E qual a diferença daqueles que servem a Deus?É que estes lugares de dor e dificuldades não nos mostram que é o fim, Deus conduz seus filhos e filhas no processo todo até chegar ao lugar que Ele preparou.

Terça Nobre com Eury Benevento
Podcast Terça Nobre - A mensagem que nunca chegou

Terça Nobre com Eury Benevento

Play Episode Listen Later Jul 25, 2023 37:46


Podcast Terça Nobre - Quinta Temporada Episódio 14 - Essa semana conversamos sobre como as vezes ficamos esperando que corram atrás de nós, mas muitas vezes isso não acontece, Percebemos que talvez isso não vai acontecer e precisamos entender e encontrar um jeito de seguir em frente, não podemos esperar nada cair do céu.Tio Chicória ta com muita fome nesse episódio.

DEVNAESTRADA
DNE 388 - Quando foi que percebemos que manjamos do que fazemos?

DEVNAESTRADA

Play Episode Listen Later Jul 21, 2023 61:28


Nesse episódio sobre carreira, Edu e Emílio falam sobre o momento da vida de trabalho deles que perceberam que sabiam do que estavam fazendo, com mais propriedade e menos ansiedade. Cola com a gente pra mais um episódio de filosofia!

Esportes
Brasil brilha no Mundial de Atletismo Paralímpico de olho em Paris-2024

Esportes

Play Episode Listen Later Jul 16, 2023 7:34


As cores do Brasil dominam o estádio Charléty, em Paris, com capacidade para 20 mil pessoas. O país tem a maior delegação do campeonato Mundial de Atletismo Paralímpico: 54 atletas, mais do que a China, com 49 participantes, e dos Estados Unidos, com 45. A pouco mais de um ano dos Jogos Paralímpicos na capital francesa, o evento serve como um ensaio geral. Maria Paula Carvalho, da RFIEntre os destaques do Brasil está o bicampeão paralímpico, o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, que levou o ouro nos 1.500m T11, com direito a novo recorde do campeonato. Com o guia Edelson Ávila, ele venceu a prova com o tempo de 4min03s83. Yeltsin também ficou com o bronze nos 5.000m para deficientes visuais. “O Brasil está aqui para brigar entre as cinco maiores potências esportivas do mundo", disse em entrevista à RFI. "No esporte paralímpico, a gente está produzindo muito bem. A gente está fazendo um bom trabalho, toda equipe multidisciplinar do Brasil é extremamente profissional e a gente vai sair daqui com as medalhas. O Comitê Paralímpico está trabalhando para isso. A gente tem muito orgulho de chegar nas grandes competições do mundo e dizer 'eu sou brasileiro', poder abraçar essa bandeira e poder levar o ouro pro Brasil”, completa, orgulhoso.  Raíssa Rocha Machado faturou a prata no lançamento de dardo F56, para atletas que competem sentados. A baiana, que nasceu com má-formação nas pernas, atingiu a marca de 23,05m. “Estou feliz, né? Acho que eu cumpri com o meu objetivo, que era subir ao pódio, independentemente da cor da medalha", comemora. "Se Deus quiser, no ano que vem vamos arrasar aqui nas Paralimpíadas de Paris e subir no pódio também, mas com foco no ouro", promete. "A força vem de lutar pelos nossos sonhos, objetivos e mostrar para as pessoas que a deficiência é só um detalhe e que a gente também é capaz, sabe? A gente está mostrando isso e vamos mostrar muito mais", completa.  O carioca Ricardo Mendonça, abriu o quadro de medalhas de ouro para o Brasil na competição, nos 100m da classe T37, para atletas com paralisia cerebral. “Eu estou voltando de lesão e a gente conseguiu fazer um trabalho muito assertivo. A gente não pôde fazer todos os exercícios que precisava, mas fez todos que foram necessários para conseguir a medalha", relata. "Então, estou muito feliz. E eu quero agradecer a todo mundo que torceu, principalmente ao meu técnico, meu fisioterapeuta e à equipe do CPB. E minha família, claro”, acrescenta o corredor. “Todo o trabalho que a gente vem fazendo visa os Jogos Paralímpicos de 2024 aqui em Paris. E já vimos que a cidade traz sorte para mim, né?", comemora.O atleta voltou a subir ao ponto mais alto do pódio, ao garantir o seu segundo ouro no Mundial de Paratletismo de Paris, na quarta-feira (12), com tempo de 22,59 minutos, nos 200 metros categoria T37.Já Fabrício Ferreira, do Mato Grosso do Sul, levou prata dos 100m na classe T13 (baixa visão) e destaca o bom desempenho do Brasil na competição. “O Brasil, no universo paralímpico, é uma potência grandiosamente forte. E a gente acredita que vai vir para quebrar o recorde de medalhas do Campeonato Mundial de Dubai, de 2019", acredita.  Teste para Paris-2024O Mundial de Atletismo Paralímpico de Paris começou no sábado (8) e vai até segunda-feira (17). Daniel Brito, gerente de Comunicação do Comitê Paralímpico Brasileiro, explica a importância do evento. “É um teste muito grande para o que pode ser visto e pode ser esperado durante os Jogos Paralímpicos de Paris. Ainda tem um campeonato mundial no ano que vem, em Kobe, no Japão, em maio, mas esse aqui, por ser em Paris, nessa época do ano, por não ter tido campeonato mundial desde os Jogos Paralímpicos de Tóquio, este campeonato tem um peso muito maior e mais importante para vermos o que vai ter aqui e para projetar o que vai ser Paris no ano que vem”, afirma.  Em agosto de 2024, 4.400 atletas virão acompanhados de suas equipes e apoiadores. Por isso, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos acompanha de perto os bastidores da competição: alojamento, equipamentos e mesmo a recepção do público. “É um grande teste. O que podemos melhorar ou fazer diferente? Há equipes do Comitê Olímpico acompanhando o evento e buscamos trabalhar juntos para que a experiência dos Jogos seja magnífica”, explica Adrien Balduzzi, diretor de operações do Mundial. Um dos desafios será o transporte para cadeirantes. “Encontrar ônibus é fácil, já carros adaptados a pessoas com mobilidade reduzida é mais complicado, explica Julien van Temsche, que trata dessas questões no Comitê Organizador dos Jogos. "Percebemos que o país ainda não está suficientemente desenvolvido na questão da acessibilidade. Há hotéis que têm estações de metrô ao lado, mas não são acessíveis”, lamenta.Pela primeira vez, o Mundial de atletismo conta com o serviço de audiodescrição. Um grande desafio, mas necessário, observa Ludivine Munos, que já foi campeã paralímpica de natação e hoje é responsável pela inclusão no Comitê Organizador dos Jogos. “A acessibilidade não é simplesmente instalar rampas. Envolve uma série de medidas como, por exemplo, quando você tem provas de salto em distância e salto em altura tem de descrever o que se passa, não apenas comentar uma disputa, mas descrever para que aqueles que não veem possam acompanhar o ambiente do estádio”, dizUm ambiente a que os brasileiros se adaptaram muito bem. Arremessar peso sem enxergar é algo que a mineira Izabela Campos domina. Ela perdeu a visão ainda criança, após ter contraído sarampo. "É muito bom ser desafiada todos os dias, né? Para a gente conseguir pular os obstáculos do esporte. E sempre com esse gostinho de quero mais, pois acho que é isso que deixa o esporte fascinante", comenta a atleta. "Eu falo que a vida é tão boa, é tão bom viver para a gente ficar preso em pequenas coisas, né? Então, a gente tem que dar valor a tudo o que tem, né? E agradecer a Deus todos os dias por todas as coisas", conclui.Encontro marcado então no ano que vem, quando os brasileiros pretendem confirmar que o país é uma potência paralímpica.     

Saúde
Diabetes 2 pode ser evitado com diagnóstico de risco precoce; casos cresceram após epidemia

Saúde

Play Episode Listen Later Jul 11, 2023 9:06


O número de casos de diabetes deverá explodir nas próximas décadas. A estimativa hoje é de que cerca de 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos convivam com a doença – cerca de 10,6% da população mundial. Até 2045, mais de 780 milhões de pessoas serão diagnosticadas com a doença, segundo dados da Federação Internacional do Diabetes. O Brasil é o quinto país em incidência, com cerca 16,8 milhões de adultos doentes. Taíssa Stivanin, da RFIExistem mais de 12 tipos de diabetes, explicou à RFI o endocrinologista Levimar Araújo, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes. Os mais comuns são o tipo 2 e 1, conhecido por se manifestar na infância. Mas ele lembra que hoje muitos adultos desenvolvem a doença em idade mais avançada. “O tipo 1 é uma doença autoimune, que destrói as células beta", explica.De acordo com o endocrinologista, alguns vírus, como o da rubéola, ou o da Covid-19, podem desencadear o processo. As células beta estão situadas nas ilhotas de Langerhans, no pâncreas, e secretam e sintetizam a insulina, que atua no controle da glicose, um carboidrato simples que fornece energia para o corpo.O diabetes do tipo 2 é responsável pela explosão do número de casos da doença. Seu aparecimento é influenciado por fatores ambientais. Por isso ele pode ser evitado, mesmo que haja predisposição genética, diz o especialista.“Às vezes o diabetes é herdado do pai, da mãe, da avó, e pode pular uma geração. Ele está relacionado ao sedentarismo e à obesidade: o paciente tem insulina, mas essa insulina não interage direito com os receptores, justamente por causa da obesidade. Por isso, temos visto o início do diabetes 2 em adolescentes, o que é muito preocupante.”O endocrinologista lembra que o diabetes gestacional, que aparece durante a gravidez, mas geralmente desaparece após o parto, é também um fator de risco. Cerca de 20% das mulheres diagnosticadas continuarão a ser diabéticas. "Gravidade da doença depende do seu controle"O diabetes é grave desde que não seja controlado, O problema, diz o endocrinologista, é não saber que está desenvolvendo a doença. “Cerca de 46% das pessoas com diabetes 2 não sabem que têm esse diagnóstico e essa é nossa preocupação. [É preciso] fazer esse diagnóstico o quanto antes para evitar as complicações”.Um exame que muitas vezes não faz parte da rotina clínica, lembra, é a glicemia pós-prandial. Ele consiste em ingerir um líquido com uma grande quantidade de glicose e medir, em seguida, as taxas de açúcar no sangue em jejum e uma e duas horas após as refeições.O objetivo é detectar hiperglicemias, o aumento da taxa de glicose no sangue, depois de comer. Esta é a primeira alteração que indica que o pâncreas está tendo dificuldades para produzir insulina.“O exame indica se o paciente é pré-diabético, o que já pode gerar complicações, como as cardiovasculares. Se for o caso, o médico pode indicar uma dieta adequada e o aumento da atividade física. Se necessário, até usar medicamento para não deixar que esse paciente se torne diabético”, explica.Atualmente, o exame mais pedido nos controles é o da glicose em jejum, mas ele não basta para o diagnóstico. “A pessoa pode ficar entre 6 e 8 anos com diabetes e a glicose de jejum estar normal. Não podemos nos basear apenas neste exame. Precisamos medir também a glicose pós-prandial e a hemoglobina glicada. Neste exame, se a taxa estiver acima de 6,5%, já temos um diagnóstico de diabete, mesmo se a glicose em jejum estiver normal”, diz. O especialista também alerta que, em cidades brasileiras com menos infraestrutura, a medida da hemoglobina glicada nem sempre é confiável. Neste caso, o exame pós-prandial pode confirmar a condição. Não há uma idade específica para se iniciar os exames, frisa: é preciso ficar atento aos sinais e sintomas, como muita sede, aumento do volume de urina e emagrecimento. “Existe também um sinal que aparece no pescoço e debaixo do braço, de resistência à insulina, chamado Acantose Nigricans. Se ele for detectado, podemos escanear esses pacientes independentemente da idade”, explica. Pessoas que têm colesterol alto, são obesas e têm hipertensão devem ser mais vigilantes. Mulheres que tiveram filhos que pesavam com mais de quatro quilos no nascimento também fazem parte do grupo de risco e devem realizar exames complementares.Covid-19 gerou aumento de casosO endocrinologista brasileiro alerta que as projeções sobre o aumento de casos de diabetes no país são “assustadoras”, e é preciso agir rapidamente. “O Brasil, em 2045, deve ocupar a quarta colocação em números de casos de diabetes, o que não é mérito nenhum. Isso é fruto dos hábitos que têm mudado”, diz. A pandemia e o lockdown, alerta, geraram mudança na alimentação e aumentaram o sedentarismo da população. “Neste período, tivemos um crescimento dos pacientes diabéticos”, frisa.O presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes também destaca o aumento de casos de diabetes do tipo 1 em crianças contaminadas pela Covid-19. Segundo ele, diferentes estudos indicaram que o vírus influencia diretamente as células beta.“Percebemos esse aumento também no Brasil. No ano passado, algumas análises mostraram o crescimento de 33% de casos de diabetes tipo 1 após a epidemia. Em uma semana, em meu consultório, atendi quatro crianças de 4 anos que, logo após pegarem a Covid-19, que foi leve, desenvolveram diabetes." As infecções virais, lembra, sempre podem ser um gatilho para que a doença se manifeste, caso haja predisposição. Mas ele ressalta também que os tratamentos e o monitoramento do diabetes, que depende do ajuste da dose de insulina no corpo, estão cada vez mais eficazes.“Em relação ao tipo 1, hoje temos bombas de infusão de insulina cada vez mais automatizadas e inteligentes, que diminuem as crises de hipoglicemias e as hiperglicemias, quando a criança ou adolescente se esqueceu de aplicar a insulina, por exemplo”, explica.Emoção altera a glicoseVários medicamentos novos também foram lançados para tratar o diabetes tipo 2 e estão disponíveis no SUS para pacientes a partir de 65 anos. Além de controlar a insulina, eles também preservam o rim, diminuem o risco de infarto, a pressão e o peso.  Outras drogas novas inibem a produção de insulina após as refeições. Alguns remédios, apresentados recentemente no Congresso Mundial do Diabetes, devem chegar em breve ao Brasil, conta.Lutar contra o stress é outro fator importante. “Tratamos de pessoas que têm alteração de glicose. Ter tempo com a família, de atividade física, e para relaxar, é muito importante no controle do diabetes. A emoção altera a glicose.”

Saúde
Na França, cientista brasileira ajuda a decifrar o papel do microbiota no tratamento do câncer

Saúde

Play Episode Listen Later Jul 4, 2023 7:03


A oncologista baiana Carolina Alves Costa Silva integra há cinco anos uma equipe do instituto francês Gustave Roussy, um dos maiores centros de combate ao câncer do mundo, situado em Villejuif, perto de Paris. Taíssa Stivanin, da RFIA cientista brasileira trabalha em um dos inúmeros laboratórios do instituto francês, pioneiro no estudo da ação do microbiota na imunidade e no chamado "processo saúde-doença". De acordo com esse conceito, o estado de saúde de uma pessoa pode ser influenciado por vários fatores, que podem ser biológicos, econômicos, sociais e culturais.O microbiota humano é formado por vários micróbios (incluindo bactérias, vírus e fungos) que moram no nosso corpo, principalmente no intestino. Em um dos projetos, a pesquisadora busca entender a influência dele na resposta aos tratamentos contra o câncer, e, a longo prazo, como pode se tornar um aliado no tratamento e na prevenção da doença. “Há evidências de que essas bactérias e outros micro-organismos podem atuar na diminuição da resposta imune e impedir que alguns tipos de tratamento contra o câncer funcionem bem”, explica.Inicialmente, os cientistas mostraram que os antibióticos modificam a composição do microbiota. “O uso antes do tratamento afeta negativamente a eficácia da imunoterapia, mesmo quando outros fatores de risco são considerados”, explica a pesquisadora brasileira. A imunoterapia, um dos tratamentos contra o câncer que surgiu há alguns anos, visa reativar células imunes que vão reconhecer o câncer e combater a doença.Sequenciando o DNA das bactériasPara investigar a composicão do microbiota, a equipe sequenciou o DNA das bactérias presentes nas amostras fecais dos pacientes com câncer incluídos no estudo conhecido como Oncobiotics, realizado no instituto francês. “Percebemos que os pacientes que respondiam bem aos tratamento contra o câncer, principalmente à imunoterapia, têm bactérias diferentes daqueles que não se beneficiam do tratamento”, diz Carolina. Esses pacientes têm um desequilíbrio na composição do microbiota, chamado de disbiose. De acordo com ela, a disbiose, ou desequilíbrio do microbiota, influencia negativamente a resposta imune, suprimindo a chamada resposta antitumoral. “Em um estudo recente publicado na revista Science, mostramos que a disbiose leva ao êxodo de células imunossupressoras que vem do intestino, e mais especificamente dos gânglios e linfonodos, em direção ao tumor”, detalha. Os linfonodos são pequenas estruturas que fazem parte do nosso sistema imune e responsáveis por filtrar as substâncias que viajam pelo sistema linfático.No futuro, a modulação do microbiota pode ajudar a prevenir o câncerA pesquisa engloba pacientes com diversos tipos de cânceres, como o colorretal, do rim, da próstata, da mama e melanoma, de diversas regiões da França, mas também de outros países que colaboram com o estudo, como o Canadá. “É importante ter uma população diversificada para que possamos entender o funcionamento geral e em cada subtipo de câncer e geografia”, ressalta a oncologista brasileira.O desafio atual dos pesquisadores é validar o que chamam de “assinatura” das bactérias nocivas, capazes de prejudicar a resposta ao tratamento contra o câncer. Desta forma, diz Carolina, será possível desenvolver um teste diagnóstico rápido e acessível, que poderá ser usado facilmente pelos clínicos no dia a dia. Atualmente, o sequenciamento do microbiota com as técnicas existentes é demorado e tem um alto custo.Outro foco da pesquisa está na prevenção. O objetivo, a longo prazo, seria detectar precocemente o desequilíbrio do microbiota em pessoas sadias, que teriam, teoricamente, maior risco de desenvolver tumores malignos ou outras doenças.“É possível que essas alterações aconteçam antes da doença aparecer. Estudos recentes mostram que a disbiose é, na verdade, mais geral. Ela não está associada somente ao câncer, mas a outras doenças inflamatórias, como doenças cardiovasculares, intestinais ou obesidade”, observa.Transplante fecalHá maneiras de melhorar o microbiota de um paciente que tenha bactérias que podem prejudicar a resposta imunitária? Dados preliminares, diz a cientista, mostraram que o transplante de fezes é uma estratégia promissora para melhorar a resposta à imunoterapia.  As fezes, doadas por pessoas saudáveis, sem patologias conhecidas, ou que têm câncer mas responderam bem ao tratamento, são transplantadas no trato digestivo de pacientes resistentes aos tratamentos.A pesquisadora lembra que muitos centros no Brasil estão se interessando pelo estudo do microbiota. Ela está em contato com o instituto AC Camargo e a Universidade de São Paulo para investir em estudos sobre o tema. “Como brasileira, eu quero melhorar a cooperação e criar mais projetos com o Brasil”, conclui. 

A Vida Acontece
22 | À conversa com Vanda Pinheiro Lopes - Tudo sobre Coaching

A Vida Acontece

Play Episode Listen Later Jun 28, 2023 56:32


Esta semana tivemos o prazer de conversar com a Vanda Pinheiro Lopes sobre a sua profissão - coaching! O que é o coaching? Em que áreas trabalha o coaching? Como é que o coaching nos pode ajudar? Percebemos que o coaching nos dá ferramentas para que consigamos ir mais ao encontro da nossa essência e que consigamos ser mais felizes. Fazer mais o que gostamos. É um processo acompanhado durante um período, mas as ferramentas trabalhadas nesse momento ficam para a vida toda. A primeira sessão de avaliação, com a Vanda, é gratuita. Um ponto que achámos super interessante para incentivar a começar. Quando é que precisamos de coaching? Se não temos objectivos de vida... Se não estamos felizes... Se não estamos satisfeitos no trabalho... Precisamos de coaching! Esperamos que gostem e que partilhem connosco as vossas experiências em relação a este tema. VANDA PINHEIRO LOPES @pure_coaching http://instagram.com/pure_coaching INSTAGRAM @avidaacontece.podcast http://instagram.com/avidaacontece.podcast O vosso feedback é muito importante para nós, comentem e partilhem este episódio com alguém que sintam que está a precisar de ouvir isto. Obrigada por estarem connosco! Queremos agradecer ao Rodrigo e Filipe Pessoa Jorge por criarem a música do nosso podcast. Só se ouve uma pequena parte mas podem ver a jam session completa aqui http://youtu.be/8y57aAud__I

Meio Ambiente
Jornais fazem mapa de contaminação por "poluentes eternos" e revelam poluição massiva da Europa

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Mar 2, 2023 7:10


Um consórcio de jornais europeus realizou uma investigação sobre os "poluentes eternos" que revelou que os países da Europa estão em grande escala poluídos. A pesquisa inédita mapeou mais de 2.000 hotspots que, até o momento, não tinham sido catalogados.  Ana Carolina Peliz, da RFIOs chamados produtos químicos eternos, apesar de desconhecidos da maioria das pessoas, fazem parte da vida moderna e estão presentes em quase todos os utensílios domésticos. O problema é que estas substâncias tóxicas invisíveis são extremamente resistentes. Suas moléculas se acumulam em nossos organismos e no meio ambiente, transformando-se em um verdadeiro problema para ecossistemas e para a saúde humana.As substâncias per e polifluoroalquil, conhecidos como PFAs ou substâncias químicas eternas, são moléculas sintéticas, muito resistentes, desenvolvidas nos anos 1940 a partir da união de átomos de flúor e carbono. Desde então, elas são usadas de maneira intensiva, principalmente na fabricação de produtos antiaderentes, impermeáveis ou resistentes a manchas. Os PFAs estão presentes em roupas, tapetes, ceras para piso, panelas antiaderentes, embalagens a prova de gordura —como as dos fast-foods e de embalagens longa vida — e até no fio dental e em alguns cosméticos. Existem mais de 4.700 diferentes produtos com químicos PFAS no mercado atualmente, fazendo com que esta seja a substância sintética mais fácil de se encontrar no mundo. Pesquisa e mapeamentoPara ter uma ideia da extensão da poluição por estas substâncias, o consórcio de jornalistas "Forever Pollution", que engloba 18 veículos de comunicação europeus, realizou uma investigação inédita que mapeou a presença dos PFAs na Europa. A pesquisa revelou que o continente está massivamente contaminado por estes poluentes eternos. O consórcio de jornalistas recompilou informações de pesquisas sobre a contaminação pelos PFAs em países como França, Espanha, Inglaterra, Alemanha e Grécia. Após quase um ano de trabalho, os jornalistas descobriram que a Europa tem 17 mil áreas onde a poluição pelos químicos alcança níveis preocupantes. Em 2.100 destes focos, os níveis são perigosos para a saúde humana, de acordo com especialistas que participaram da pesquisa.  Alguns destes locais estão ao lado de vinte fábricas de produção de PFAs localizadas pela investigação do consórcio, que até então não tinham sido catalogados. “O ponto de partida da investigação foi localizar as indústrias produtoras de PFAs. Não existem muitas, porque é uma tecnologia complexa", explica a jornalista Stéphane Horel, jornalista do Le Monde, que participou da investigação. "Percebemos rapidamente que existiam muitos outros lugares importantes em termos de contaminação ambiental além das indústrias. Então nós encontramos uma metodologia usada anteriormente por cientistas norte-americanos para mapear os lugares provavelmente contaminados, nos Estados Unidos. Decidimos adaptar esta metodologia, com o apoio destes pesquisadores norte-americanos", para a Europa. "Por isso dizemos que fizemos ‘peer reviewed journalism', ou jornalismo revisado pelos pares, com apoio científico e validação, por cientistas, dos métodos que utilizamos”, explica.Cidade das panelas de teflonUm dos principais focos de contaminação está em Rumilly, em uma região de montanhas do sudeste da França. A cidade, conhecida como a capital francesa das panelas, é onde está localizada a principal fábrica da Tefal no país, produtora das célebres panelas antiaderentes feitas com teflon, material produzido com um PFA. “O que é chocante é que o problema dos PFAs foi revelado no final dos anos 1990, nos Estados Unidos, devido ao caso de uma fábrica que produzia teflon e que poluiu o meio ambiente", diz Stéphane Horel. "Temos na França uma usina Tefal, que fabrica o teflon, e nunca passou pela cabeça das autoridades testar a água em volta da fábrica, para saber se existia o PFOA, o PFAs que era utilizado até pouco tempo para fabricar o teflon. A primeira vez que isso foi feito foi em janeiro de 2022", lamenta a jornalista. Um dos grandes problemas dos PFAs é que a contaminação gerada por estes químicos não se concentra apenas em áreas onde estão localizadas as indústrias produtoras. Uma vez liberados no meio ambiente, as moléculas são transportadas facilmente pela água e poluem lugares distantes do foco original. Outro problema destacado por Stéphane Horel é a desinformação sobre o assunto. “Isso que é impressionante com os PFAS. Estamos no meio de uma catástrofe, mas a maioria das pessoas nunca ouviu falar. É como se descobríssemos o problema dos agrotóxicos no estado que estamos atualmente, mas sem termos passado por todas as etapas anteriores", diz. "Acho que é um choque para a opinião pública descobrir estas substâncias que são realmente desconhecidas. Além disso, o nome delas é complexo e não ajuda na compreensão do assunto", completa. Impacto da investigaçãoDe acordo com a jornalista, ainda é cedo para medir o impacto do mapeamento, cujos resultados começaram a ser publicados nas mídias participantes do consórcio em 23 de fevereiro. “Agora, o que me interessa é saber como isso será visto pelas autoridades, como elas vão utilizar estes dados, para medir a contaminação no meio ambiente, para informar a população. Para mim é isso que interessa", afirma. A data de publicação da pesquisa não foi escolhida aleatoriamente. A União Europeia abre uma consulta pública em 22 de março sobre o assunto, e em 7 de fevereiro a Agência Europeia de Produtos Químicos (Echa) divulgou um projeto para proibir todos os PFAs, no que poderia se transformar na mais vasta regulamentação da indústria química europeia. 

Meio Ambiente
Seca, incêndios, tempestades: depois de ‘ver para crer', consciência ambiental cresce na França

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Sep 1, 2022 14:20


Picos de calor mais intensos e próximos, incêndios florestais descontrolados, tempestades devastadoras, prejuízos agrícolas, racionamento de água. A França chega ao fim de um verão histórico, em que vários recordes meteorológicos foram batidos e as consequências das mudanças do clima se tornaram mais visíveis. A sequência de fenômenos extremos levou a conscientização ambiental a aumentar no país – mas isso não significa que todos estejam mais dispostos a mudar de hábitos para proteger o planeta. Lúcia Müzell, da RFI As paisagens amarronzadas pela seca tomaram conta de boa parte do país: em dois meses, a França teve 33 dias de calor além dos padrões. Foi o segundo verão mais quente já registrado. Regiões como a Bretanha, acostumada a uma estação amena e chuvosa, registraram as temperaturas mais altas da história. Trinta mil hectares de florestas viraram fumaça, inclusive em partes do país onde os incêndios florestais não ocorriam. O verão ainda não terminou, mas diferentes pesquisas já mostram um efeito “ver para crer” no país – a consciência ambiental dos franceses cresceu nesses últimos dois meses. Uma delas, do instituto BVA, indica que 21% da população disse ter entendido que as mudanças climáticas já atingem o país – que se somam a outros 66% que já haviam entendido isso antes. Em outra sondagem, da Odoxa, 71% das pessoas declararam que, depois deste verão, temem ser pessoalmente atingidas pelas alterações do clima. O economista ambiental Matthieu Glachant avalia que haverá um antes e um depois do verão de 2022. "Eu acho que foi importante o que aconteceu porque, do nada, a mudança climática se transformou em uma experiência pessoal. Há muito tempo, conhecemos os relatórios do IPCC que nos alertavam sobre tudo isso – até que chegamos no momento em que as previsões se realizaram diante dos nossos olhos”, observa. "Acho que isso provocará um verdadeiro impacto nos cidadãos e, por consequência, nos políticos." “Não conseguia pensar em outra coisa" E foi em plenas férias que os franceses se depararam com essa nova realidade que, segundo os climatologistas, tende a se instalar nos próximos anos. O aumento do calor já transforma o Mediterrâneo em um mar tropical. “É muito preocupante. Já faz tempo que eu tenho uma consciência sobre o clima. Mas esse verão, com essas grandes secas e incêndios, foi horrível. Foi muito pesado para mim”, conta o desenvolvedor Antoine B., 38 anos, que dividiu as férias entre um período no norte e outro no sul do país. "Falo sinceramente: eu só pensava nisso. Com aquele calor o tempo todo, a gente percebe que precisa realmente mudar as coisas.” A preocupação com o planeta leva Antoine a recusar, cada vez mais, confortos como pegar avião ou ligar o ar condicionado, para não “piorar ainda mais as coisas". "Na empresa, eu não consigo cortar o ar condicionado, mas no carro eu só ando de vidros abertos, por mais quente que esteja la fora”, aponta. “Acho que me tornei exagerado, aquela pessoa chata que vai dizer para o outro não andar de avião porque polui. Mas eu acho que chegamos num ponto em que é preciso ser exagerado, porque a mudança do clima está exagerada.” Reações como a dele, entretanto, ainda não são a regra. Entre estar mais consciente e começar a agir, ainda existe um fosso: apenas 41% dos entrevistados pela BVA têm a intenção de aumentar as ações em favor do planeta. Isso pode significar hábitos como usar menos carro, comer menos carne ou aumentar a reciclagem do lixo. "O que vemos muito claramente nos estudos, e há muito tempo, é que apenas o fato de ‘ver' um risco não é suficiente para causar esse efeito de ação. Visualizar chama a atenção, mas para gerar ação é preciso não só estar informado sobre o que é possível fazer, como o que cada categoria de indivíduos pode fazer”, explica o psicólogo social especialista em riscos ambientais Oscar Navarro, da Universidade de Nimes. "Algumas ações são evocadas de maneira muito global. Para que cada um passe para o que chamamos em psicologia de ‘intenção de agir', é preciso que elas correspondam ao que o indivíduo considera que ele pode fazer. São mecanismos complexos dos humanos: passar da intenção para a ação envolve muitas coisas."  Macron de jet ski O vácuo entre o discurso e os atos também inclui as mais altas autoridades de um país. Dias depois de os últimos incêndios florestais serem finalmente controlados no sudoeste da França, o presidente Emmanuel Macron pousou para fotos em um jet ski, durante as férias – uma diversão que consome combustível e simboliza a desconexão, cada vez mais criticada, entre as elites e medidas necessárias para diminuir o impacto humano sobre a Terra. "O exemplo do presidente Macron é muito emblemático sobre o que acontece com a maioria dos cidadãos. Nós todos temos as nossas contradições. Até as pessoas mais sensibilizadas com o meio ambiente terão, em alguns momentos, comportamentos que serão totalmente contrários às suas opiniões”, comenta a professora de desenvolvimento sustentável Mireille Chiroleu Assouline, da Universidade Paris 1 – Sorbonne. "Macron foi um exemplo de comportamento contraditório, paradoxal, tanto em relação aos compromissos dele e da França, como aos esforços que ele está pedindo dos franceses." O psicólogo Oscar Navarro esclarece que, mesmo aqueles que têm plena consciência sobre a realidade das mudanças climáticas pode acabar optando por não fazer a sua parte – ou por não fazer mais do que já faz. “É preciso retirar a ideia de que a ‘negação' é decorrente de uma má vontade. Não: ela é simplesmente um mecanismo psicológico bastante básico que temos, que nos permite nos proteger de todo o sentimento negativo gerado por uma determinada problemática, mas também pelas dificuldades de enfrentá-la e que, tipicamente, nos causa um sentimento de culpa”, afirma. “A psicologia humana tem a particularidade de termos a tendência de nos compararmos uns aos outros o tempo todo. Isso torna as coisas mais difíceis quando, por exemplo, a gente tenta fazer as coisas direito, assumir a nossa parte de responsabilidade, mas percebemos que há tantas outras pessoas, inclusive próximas, que não fazem nada. E aí nos sentimos sempre perdedores, já que os outros continuam aproveitando enquanto eu estou me esforçando”, esclarece. Desigualdade face à crise climática O economista Matthieu Glachant, professor da Mines ParisTech e da London School of Economics, chama atenção para um ponto fundamental: as diferenças entre os pobres e ricos nesta conta do clima. "Tem uma palavra muito importante em mudança climática que é desigualdade. Desigualdade na contribuição à mudança climática, pelo nível de emissões. As pessoas modestas não andam de jet ski nas férias, nem pegam avião para ir para a Tunísia. E tem também a desigualdade em relação à adaptação às mudanças climáticas. Quando somos pobres, não vamos instalar ar condicionado em casa para enfrentar o calor”, frisou. As temperaturas extremas levaram ao racionamento de água em algumas partes do país, algo bastante raro na França. Agora, em meio à crise energética que atravessa a Europa desde a guerra na Ucrânia, as empresas são incitadas a diminuir o consumo de luz. Na volta das férias, Macron advertiu que o tempo da “abundância e da despreocupação” acabou. Essa confluência de fatores tende a levar à adoção de medidas favoráveis ao meio ambiente, como o aumento das energias renováveis. "Economizar energia e reduzir as emissões de gases de efeito estufa são dois objetivos concomitantes. Podemos, então, esperar que medidas poderão ser tomadas já nos próximos meses”, diz Chiroleu-Assouline, que também é economista. "De qualquer forma, os preços altos da energia levam a maioria dos franceses a economizar – por isso, eu lamento que o governo esteja subvencionando a queda dos preços dos combustíveis nos postos. Isso é contraprodutivo, já que naturalmente os motoristas teriam tendência a economizar combustíveis.” A professora também chama a atenção para a importância de melhorar a eficiência das infraestruturas que já existem na França – um país rico que, até agora, não se preocupava muito com para os pequenos ou grandes desperdícios do dia a dia.  "Percebemos só agora que há vazamentos enormes em diversas redes de abastecimento pela França. Em alguns lugares, chega a ter desperdício de 30% da água”, destaca. "Ou seja, sabíamos que elas existiam, mas como não faltava água, não tomávamos nenhuma medida pra poder consertar esses vazamentos. Como essa, há muitas medidas que podem ser tomadas: quando o sistema é tão ineficaz, fica fácil de agir.” Adaptação na agricultura O verão escaldante levou a prejuízos elevados na agricultura, em especial nas culturas que precisam de muita água, como frutas e legumes. Por trás dos produtores, as seguradoras estão cada vez mais preocupadas com a instabilidade do clima. O verão de 2022 também teve este efeito: alertar sobre as perdas econômicas que estão em jogo para diversos setores. “Vamos começar a construir reservatórios de água para termos quando tivermos anos muito secos? Vamos mudar o tipo de cultura, como a do milho, que rende bastante, à condição de ter bastante água? Há muitas questões colocadas e que precisaremos resolver nos próximos anos, de adaptação”, afirma Glachant. O psicólogo Oscar Navarro sublinha que essa sensação de já estarmos correndo contra o tempo pode acabar dificultando a aceitação, pela população, de tantas mudanças e projetos que estão por vir – não só na França. "O que eu temo é que a gente poderia ter feito projetos com uma escala aceitável no tempo, pelas populações, a exemplo das instalações de energias renováveis. Mas agora, em plena crise, deveremos andar bem mais rápido, instalar novas infraestruras gigantescas, que serão fonte de conflitos, de tensões ou até mesmo de novos problemas ecológicos”, lamenta. "Esse é um risco que eu vejo surgir agora”, adverte.

Meio Ambiente
Seca recorde na França e racionamento de água obrigam produtores rurais a se adaptarem a condições extremas

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Aug 11, 2022 9:29


Falta d'água potável em uma centena de municípios, lavouras perdidas, incêndios e biodiversidade ameaçada: a seca histórica que atinge a França neste verão exige adaptação da população, dos produtores rurais e ações urgentes do poder público. Com medidas de restrição do uso da água em mais da metade dos departamentos do país, agricultores se antecipam e pensam em mudar o modelo agroecológico e até abrir mão de certas espécies. Instalado há 15 anos no Loir-et-Cher, no sudoeste de Paris, David Peschard jamais viu uma situação parecida. Se por enquanto o agricultor escapou de um corte total de água nas torneiras, ele sabe que as restrições podem se tornar mais corriqueiras no futuro. “Estamos num período de restrição, e não podemos irrigar as culturas no fim de semana. O que nos obriga a trabalhar mais durante a semana para molhar tudo o que for preciso. Mas isso limitará, inevitavelmente, certas lavouras que não vão receber água suficiente”, lamenta. A União Nacional dos Produtores Rurais da França alertou que as más condições de pasto, com as altas temperaturas e a escassez hídrica, podem causar uma redução da produção de leite nos próximos meses.  Ao mesmo tempo, o Ministério da Agricultura anunciou que a colheita de milho deve ser 18,5% inferior este ano, em relação ao ano passado. “Infelizmente, sem ser pessimista, há um ensinamento a tirar, o que estamos aprendendo muito lentamente. Podemos ser otimistas e achar que é apenas uma fase e que voltaremos a períodos mais úmidos. Mas, se enfrentarmos essa situação com frequência, será necessário nos adaptarmos rapidamente”, acrescenta Peschard. “O milho, por exemplo, está condenado a não mais ser cultivado na nossa latitude. E como é uma cultura feita para a alimentação animal, poderíamos, num mundo perfeito, consumir menos carne e o substituir pelo sorgo, que precisa de menos água no verão”, conclui o agricultor.    Julho foi o segundo mês mais seco do ano, desde março de 1961. O déficit pluviométrico é de cerca de 84%, em relação ao normal para o período 1991-2020. Setores essenciais já são duramente atingidos, como a agricultura e a pecuária, seja pela dificuldade no plantio do milho destinado à ração animal, que consome muita água, ou pela falta de pastagens para o gado. O governo francês criou um comitê de crise para lidar com a seca e traçar um plano de abastecimento de água nas regiões onde for preciso. A primeira-ministra, Élisabeth Borne, ativou essa unidade interministerial na última sexta-feira (5), diante da "situação histórica pela qual muitos territórios estão passando", anunciou o Palácio de Matignon, sede do governo. Multas Com o nível máximo de alerta em mais de 60 departamentos, muitos franceses estão proibidos de regar gramados, lavar carros ou encher reservatórios. Os controles de restrições de uso da água se multiplicam. Em uma semana, passaram de 2.000 a 4.000 em todo o território. No mesmo período do ano passado eram 400. Uma operação organizada pela guarda ambiental do Escritório Francês da Biodiversidade (PFB) foca nos setores prioritários. Loic Obled é o encarregado das diligências numa estratégia entre as prefeituras e o procurador-geral da República. “A ideia é primeiro sensibilizar e fazer compreender a regulamentação, o que está em jogo e depois fazer controles, de maneira visual. Por exemplo, alguém que lava o seu carro, que irriga onde não é autorizado, seja uma lavoura ou um jardim público”, explica. “Não haverá fiscalização surpresa em propriedades privadas, mas quando há constatação de uma infração, pode haver uma simples advertência a até uma multa, que pode chegar a € 1.500 ou € 3.000, em caso de reincidência”, completa, valores que equivalem a até R$ 15.000.    “O primeiro uso que é privilegiado é água para o consumo humano. Há restrições em outros usos para permitir que a população possa ter água para beber e para o banho”, acrescenta Obled. “No setor agrícola, uma das prioridades é dar de beber aos animais, em relação a outros usos, e esse equilíbrio é feito caso a caso, de acordo com as características territoriais”, completa. Abelhas ameaçadas Enquanto moradores de cidades menores recorrem a caminhões-pipa para se abastecer, os apicultores de Landes, no sudoeste da França, também se adaptam ao calor extremo. Várias colmeias foram queimadas nos recentes incêndios. Além disso, a seca obriga as abelhas a percorrerem vários quilômetros para encontrar um ponto de água, enfraquecendo o metabolismo de toda a colônia. Menos água também significa menos flores, menos néctar e, portanto, menos mel. No jardim de Marc Reynol, apicultor de Chécy, perto de Orléans, as cerca de 30 colmeias foram colocadas à sombra de uma sequoia. “Antes, todas as caixas de abelhas ficavam no sol e hoje procurarmos lugares à sombra, para passar os meses de julho e agosto. Aqui elas estão bem, mas ainda faz 32, 33 graus à sombra”, relata. “Temos que prever tudo. Eu instalo um grande reservatório de 100 litros de água e reabasteço regularmente, duas vezes por semana”, acrescenta o apicultor. Após a vespa asiática em 2020 e a geada destrutiva do inverno de 2021, o clima e os eventos extremos estão, mais uma vez, atacando esses insetos polinizadores, como explica Michel Cambier. “Minhas abelhas têm morrido por causa do gelo. E eu não sou o único. Percebemos que há uma mortandade maior no fim do inverno”, afirma o apicultor. “É que como as estações estão começando mais cedo, a floração começou mais cedo do que no ano passado. Para poder fabricar o mel, as colmeias têm de sair fortalecidas do inverno”, explica. Recorde de produção de sal Mas se para alguns o calor de 40 graus tem sido fonte de preocupação, outros comemoram. É o caso dos produtores de Sal de Guérande, um produto do oceano, do sol, do vento e de práticas tradicionais de extração à mão nos pântanos salgados há milhares de anos.  “É excepcional. Chegam a duas toneladas de sal, o que não é nada mal, já que numa estação normal chegamos 1,3 ou 1,5 tonelada”, compara Jean-François Macé, produtor de sal.  “Eu parei de recolher o sal, na cooperativa muitos colegas também, porque eles têm cotas ou não têm mais lugar para armazenar. Não sei onde vamos colocar tanto sal”, diz. Como a França, muitos países europeus são afetados por essa onda de calor e seca. A escassez de água afeta atualmente 11% da população da União Europeia e 17% do território do bloco.  De acordo com os cientistas, a multiplicação das ondas de calor é uma consequência direta da crise climática. As emissões de gases de efeito estufa aumentam a intensidade, a duração e a frequência de eventos extremos.

Meio Ambiente
Seca e calor prolongados abalam uma das paisagens mais belas da França

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Jul 21, 2022 18:58


Neste momento em que uma onda de calor sufocante coloca a Europa cara a cara com as mudanças climáticas, uma das paisagens mais impressionantes da França pede socorro contra as altas temperaturas. As Gorges du Verdon, lagos no sul da Provence que atraem milhares de turistas a cada verão, sofrem os efeitos da seca prolongada, mas também da neve mais escassa nos Alpes durante o inverno – num exemplo emblemático do efeito dominó da crise no clima. Lúcia Müzell, da RFI As águas turquesas aos pés dos cânions no Verdon, em meio a uma vegetação exuberante, são um spot privilegiado para a prática de esportes aquáticos, como rafting e caiaque. Mas, em 2022, os frequentadores terão de se contentar com apenas mergulhar no local. O nível da água está baixo demais e inviabiliza, pela primeira vez, a circulação das embarcações. Em alguns trechos, como no lago de Castillon, nem mesmo nadar será possível neste verão. O cenário paradisíaco deu lugar a vários metros de terra seca, que culminam em um lago raso, com menos de 40 centímetros de profundidade – cinco metros a menos do que o normal. Para completar, uma lama atípica que se formou no solo termina de desestimular os visitantes a se banhar, num quadro que entristece os franceses e preocupa os operadores de turismo da região. “Sempre tivemos períodos de seca e calor, mas o ritmo dos impactos acontece cada vez mais rapidamente. A cada ano, duram mais tempo, são mais intensos e mais repetidos”, lamenta o vice-presidente do Parque Natural Regional do Verdon, Jacques Espitalier, que vive na região há mais de 40 anos. “Percebemos que as dificuldades estão aumentando, essencialmente porque a camada de neve está diminuindo nos Alpes. Ela era densa e no momento em que ela derretia, entre maio e fim de junho, a água escorria e preenchia o Verdon pelo menos por todo o mês de julho. Neste ano, não somente tivemos pouca neve no inverno, como choveu pouco na primavera, o calor chegou mais cedo e fez a neve evaporar, em vez de virar água”, explica.  Fenômenos combinados, efeitos desastrosos O climatologista Christophe Chaix, da Agência Alpina dos Territórios, lembra que as temperaturas começaram a aumentar no fim dos anos 1980, no sul da França, e desde então não baixaram mais. Por volta de 2014, os termômetros se estabeleceram em novos padrões e os anos mais amenos ficaram definitivamente no passado. “Aqui, o sintoma de um clima doente são os fortes calores combinados com a falta prolongada de chuvas, algo que sempre tivemos. Mas a seca associada com temperaturas extremas provoca efeitos que não conhecíamos antes”, ressalta o geógrafo. “Estamos tendo já nos meses de março e abril temperaturas bem acima do normal histórico. Já na primavera, as correntes de água estão fracas e isso é totalmente novo.”  Nas Gorges du Verdon, hotéis, pousadas e operadores de turismo constatam que aquilo que até pouco tempo eram eventos excepcionais agora se transformou no novo padrão de clima na região. “Nós teremos que mudar os nossos parâmetros, o nosso modelo. Nós já sabemos que a camada de neve não voltará a ser a mesma de 50 anos atrás. Precisamos gerenciar a quantidade de água que a natureza nos fornece de outra maneira”, observa Espitalier. “Já faz mais de 10 anos que advertimos aos profissionais de turismo que eles vão precisar se adaptar a essa situação. Nós poderemos cada vez menos gastar a água com isso e eles precisarão encontrar outras atividades.” Pressão nas montanhas  Outro efeito é que as montanhas da região, que costumavam receber a maioria dos turistas no inverno, agora atraem também milhares de visitantes em busca de ar fresco no verão – o que provoca novos riscos de desequilíbrios ambientais. “Estamos vendo uma frequentação excessiva das zonas em altitude. Assim que começam as ondas de calor na planície, as pessoas começam a subir”, nota o climatologista Christophe Chaix. “O problema é que a montanha é frágil e as atividades nela dependem dos recursos naturais”, sublinha. O derretimento das geleiras e do permafrost, a camada que deveria estar permanentemente congelada nos Alpes, tem tornado a prática de atividades na neve mais arriscada no inverno – os desmoronamento e avalanches estão mais frequentes. A ironia é que essa situação levou muitos guias turísticos a decidirem descer das montanhas e ir trabalhar justamente nas Gorges du Verdon, como guias de rafting. “Vemos que tudo isso cria um desequilíbrio econômico. Estamos percebendo que a adaptação é complicada porque mesmo quando tentamos nos diversificar, trocando inclusive de estação do ano, não estamos mais ao abrigo de um outro efeito do aquecimento do clima, 5 ou 10 anos depois”, salienta o geógrafo. Pontos turísticos ameaçados pelo mundo A situação na França está longe de ser única no mundo. Famosos pontos turísticos espalhados pelo planeta também estão sendo abalados. As sequoias gigantes de 2 mil anos do parque americano Yosemite estão novamente ameaçadas pelos incêndios florestais na Califórnia. A excepcional Veneza sofre com inundações constantes devido à subida do nível do mar. No Brasil, em 2021, as imagens das Cataratas do Iguaçu secas impressionaram o mundo. “Não são só as Cataratas, mas também todos os destinos de praia no Brasil hoje estão ameaçados pela escassez hídrica e pela elevação do nível do mar. Rio de Janeiro, Florianópolis, Recife, Fortaleza já estão sendo afetadas pela falta de água e o avanço do nível do mar, o que reflete no turismo, e estão sendo obrigadas a buscar respostas, com ações de adaptação”, afirma a professora Isabel Jurema Grimm, do mestrado em Governança e Sustentabilidade do Instituto Superior de Administração e Economia (Isae).

Portuguese For Listening With Eli And Friends
Episode 166: Perfomance Review

Portuguese For Listening With Eli And Friends

Play Episode Listen Later Apr 6, 2022 40:03


If you'd like to join a club of intermediate level learners, visit: https://portuguesewitheli.com/cah And here is the monologue for your benefit. Como você sabe, José, chegou a hora da sua avaliação de desempenho. E provavelmente você está ciente de que utilizamos dados precisos para mensurar o seu desempenho ao longo do ano. No que concerne à sua capacidade de trabalhar em equipe, devo dizer que você deixa um pouco a desejar. Mais de uma vez você se destemperou com os seus colegas de equipe. E uma ou duas vezes, vi que você perdeu as estribeiras. Percebemos até que devíamos aconselhá-lo a procurar um psicólogo, recomendação esta que foi feita pelo RH. Mas até agora não obtivemos nenhum retorno sobre isso. Quanto à sua performance no que diz respeito à produtividade, foi satisfatória. Tem algumas áreas que carecem de atenção, como a iniciativa. Mesmo tendo um cargo de chefia, você ainda se comporta como um subalterno. Na ausência do Carlos, o departamento é seu e você deve se comportar como o chefe de fato e de direito. E também deve ficar um pouco mais atento à sua eficiência no trabalho. Não sei se foi porque você trabalhou no depósito, mas percebo que você apresenta a malemolênciado pessoal da expedição. E esse tipo de comportamento é como erva daninha. Tem que arrancar pela raiz, senão ela cresce e toma conta de tudo. E embora sua produtividade tenha sido razoável, vejo que você gasta tempo demais ao telefone com os clientes. É muito importante garantir a satisfação do cliente com nossos serviços, sim, mas você deve ficar de olho no relógio. Tudo acaba indo por água abaixo, se você passa muito tempo com o mesmo cliente e se desleixano atendimento dos outros. No fim, como nossa empresa quer recompensaraqueles funcionários que apresentam uma melhor performancepor seu trabalho incessante no departamento de marketing, você vai receber um aumento de 2% sobre o seu salário atual. Era para ser um aumento de 6%, mas, por conta dessas manchasno seu histórico, decidimos penalizá-lo de forma mais brandae dar uma chance a você. Agora, pode voltar ao trabalho. --- Send in a voice message: https://anchor.fm/portuguesewitheli/message

Meio Ambiente
Energia nuclear passa de vilã a mocinha do clima, em nome de metas ambientais

Meio Ambiente

Play Episode Listen Later Jan 28, 2022 6:55


Uma antiga vilã dos ecologistas agora interpreta o papel de mocinha: a energia nuclear volta com força nos projetos dos países desenvolvidos, desde que a crise energética encareceu os preços da eletricidade mundo afora. As usinas nucleares aparecem como a única alternativa capaz de produzir eletricidade em massa e não comprometer os compromissos de redução de emissões de efeito estufa e descarbonização da economia, até meados do século. O argumento é tentador: elas emitem 15 vezes menos CO2 que as centrais a carvão, as mais poluentes, colocando-se ao lado de fontes renováveis como as eólicas e fotovoltaicas. Além disso, resultam em preços mais baixos da energia elétrica para os consumidores – na França, onde 70% da matriz é nuclear, a luz é uma das mais baratas da Europa. Num contexto de explosão da demanda mundial pela retomada econômica da pandemia, os países desenvolvidos e grandes emergentes, como a China e a Índia, aceleram os projetos de ampliação do parque energético, com um lugar de destaque para as usinas nucleares. O objetivo número 1, fixado na última Conferência do Clima da ONU, em Glasgow, é sair definitivamente do carvão. "A União Europeia discute atualmente que investimentos em energias diversas devem ser financiados até 2045. Acho que o debate não deveria se concentrar em ser investimento verde ou não, mas sim se é de baixo carbono ou não”, explica Cécile Maisonneuve, especialista em energias do Instituto Francês de Relações Internacionais (Ifri) e pesquisadora sênior do Instituto Montaigne, de Paris. "Um relatório científico da Comissão Europeia mostrou claramente que a energia nuclear não só é benéfica do ponto de vista de CO2, como em outros aspectos ambientais. Ela é comparável inclusive com as renováveis." Limites das renováveis Por mais louváveis que sejam do ponto de vista ambiental, as energias renováveis se mostram insuficientes para suprir a demanda e ainda dependem de condições meteorológicas favoráveis, um desafio de peso nos países do Norte. "Percebemos que a política energética na Europa está fracassando. O abastecimento está problemático, porque não há gás suficiente, não houve ventos o bastante para alimentar as usinas eólicas, e os preços dispararam”, contextualiza a especialista do Ifri. "Precisaremos utilizar todas as produções de baixo carbono, incluindo as renováveis, claro. Mas quando não tem nem vento, nem sol, é essencial contar com outras centrais – só que elas não podem mais ser a carvão, como fazem a maioria dos países, porque elas são muito emissoras de CO2." A especialista é categórica: o ideal de 100% renováveis, almejado pela maior parte dos ecologistas, só seria possível num cenário de queda drástica do consumo e da industrialização – o que implicaria em outros problemas, como dependência externa. "Ao mesmo tempo, a verdade é que estamos aumentando o uso de eletricidade. Trocar veículos a combustível por elétricos implica em aumentar muito o nosso consumo de luz”, comenta Maisonneuve. Riscos da energia nuclear Para os ecologistas, o grande problema é que persistem as mesmas preocupações que surgiram com as usinas nucleares, há mais de 60 anos: o que fazer com o lixo radioativo que elas rejeitam? Como eliminar o risco de acidente nuclear, capaz de tirar do mapa uma cidade inteira? Esses dois eixos sedimentaram a base dos partidos ecologistas e as organizações ambientais, como o Greenpeace. "Todos os partidos ecologistas na Europa e nos Estados Unidos se construíram no movimento antinuclear. Está no DNA deles”, relembra Maisonneuve. “Esse tempo todo havia uma oposição intrínseca entre ecologia e nuclear. Hoje, não é mais o caso por causa do desafio de queda de emissões que nós nos colocamos até 2050. A emergência do combate às mudanças climáticas forjou a reconciliação entre nuclear a ecologia.” Depois do acidente na central de Fukushima, em 2011, no Japão, ocorrido 25 anos após o de Chernobyl, a pressão cresceu para o desmantelamento dessas usinas mundo afora. As mais antigas foram subitamente condenadas a fechar, e a Alemanha acelerou o fim progressivo das centrais no país, previsto para ser concluído neste ano. Berlim, no entanto, se mostra uma exceção no bloco. A tendência de construção de “miniusinas" visa diminuir o risco de catástrofes e será a alternativa para modernizar países altamente dependentes do carvão, como Polônia e Romênia. A solução técnica para dejetos já existe, ressalta Maisonneuve – mas o enterro em fossas profundas do material radioativo é politicamente delicado para os governantes. Os críticos argumentam que o risco zero não existe: mesmo a 500 metros sob a superfície, o material poderia submergir em caso de graves inundações, incêndios ou ataques externos, como numa guerra. Enquanto isso, as pesquisas científicas continuam para limitar ainda mais os riscos, com os reatores de quarta geração, que emitem pouco lixo radioativo e podem ser alimentadas com os dejetos nucleares das usinas mais antigas.

Seu Podcast de Turismo
Interamerican Network: como fazer turismo durante a pandemia?

Seu Podcast de Turismo

Play Episode Listen Later May 12, 2021 46:19


Voltada para a estratégia e promoção de destinos nacionais e internacionais, a Interamerican Network é uma agência de Relações Públicas especialista no setor de viagens - mais especificamente no Marketing de Destino - que vem atuando na linha de frente do setor turístico. Com uma vasta equipe no Brasil e na América Latina, a empresa enfrentou e enfrenta um grande desafio com a pandemia do novo coronavírus: como fazer turismo durante a pandemia? Para responder essa questão e falar sobre as estratégias desenvolvidas para essa nova realidade, o Seu Podcast de Turismo entrevistou Danielle Roman, diretora da Interamerican. Danielle Roman, diretora da Interamerican. Sendo necessário criar estratégias de reposicionamento para os seus clientes, que vão de redes hoteleiras até companhias aéreas, a Interamerican focou, principalmente, em uma importante ferramenta: BI (Business Inteligence), inteligência de negócios, para organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte à gestão e estratégia. Levando informações para o trade turístico e para os amantes de viagens por meio de um jornal semanal digital que traz todas as tendências econômicas, relatórios sobre a Covid em países da América Latina e muitas outras notícias que são traduzidas em três idiomas, inglês, espanhol e português, a Interamerican viu na pesquisa a oportunidade de contornar a situação crítica. “Tivemos que fazer muita pesquisa para montar esse material. Um apanhado de informações globais, nacionais e de outros nichos que são muito importantes para não só manter informado o público final e quem trabalha com turismo, mas também para nortear essas pessoas e os seus planos”, conta Danielle Roman, diretora da Interamerican. Outras estratégias E para ajudar ainda mais o setor turístico a se ambientar com a nova realidade, a Interamerican desenvolveu um webinar voltado para os agentes de viagens, profissionais que se tornaram ainda mais importantes em tempos de pandemia e que a cada dia estão se renovando através de cursos e capacitações, para garantir um turismo ainda mais seguro e responsável nessa retomada do setor. “Percebemos que a função do agente de viagens cresceu muito durante esse período, se tornando ainda mais importante para o planejamento do consumidor final. Com isso, surgiu a ideia de criar uma grade de webinars com conteúdo de relevância para esses consultores”, explica Danielle, que trouxe para o Brasil um grupo espanhol que atua há mais de 20 anos pelos interesses das agências independentes . “Sabíamos que a recuperação no setor não iria ocorrer tão rápido, por isso decidimos lançar aqui no Brasil a GEA, que leva expertise para a gestão integrada e o aprimoramento dos negócios, incluindo ferramentas tecnológicas, treinamentos e assistência técnica, legal e contábil, entre outros serviços", detalha a diretora. Quer saber mais sobre a Interamerican Network? Confira a entrevista completa através do Seu Podcast de Turismo, nas plataformas Spotify, Google Play e Apple.