POPULARITY
O próximo álbum de Astérix vai passar-se na Lusitânia e colocar os gauleses ao lado dos lusitanos, com uma possível aparição de Viriato. Por enquanto, não se sabe muito sobre esta nova aventura, mas em entrevista à RFI, Céleste Surugue, director-geral da editora Albert-René, falou um pouco mais desta nova aventura. O 41º álbum de Astérix vai passar-se na Lusitânia. Esta era uma aventua há muito pedida pelos fãs portugueses e no dia 23 de Outubro será o lançamento oficial desta odisseia em terras lusas. De forma a aguçar o interesse e a curiosidade desta saga que já vendeu quase 400 milhões de exemplares no Mundo inteiro, a editora Albert-René, dedicada a Astérix, mostrou os dois heróis, assim como o cão Ideiafix na calçada portuguesa.Para Céleste Surugue, director-geral da editora Albert-René, que recebeu a RFI numa sala repleta de objectos ligados a estes entrépidos gauleses, para lançar este livro faltava apenas uma boa história, algo que o autor Fabcaro ou Fabrice Caro, conseguiu encontrar."A Lusitânia foi uma escolha óbvia. É verdade que Astérix e Obélix já fizeram uma grande turné pela Europa e este era um destino que que faltava nessa jornada. Desde há muitos anos que muitos portugueses nos perguntam quando é que os nossos dois heróis lhes farão uma visita. Precisávamos de uma boa ideia, portanto não podias ser uma coisa qualquer. Precisávamos de uma boa história. E Fabrice Caro teve uma ideia que achámos muito boa e foi isso que nos fez querer levar a história adiante", explicou o editor.Quanto à história em si, o segredo é guardado pelos deuses até à saída oficial do livro. Tentámos arrancar algumas informações a Céleste Surugue que reconheceu o paralelo entre gauleses e lusitanos, dois povos que se bateram contra os 'malvados' romanos."Eu não posso revelar muita coisa neste momento. E perguntar se há paralelos entre os gauleses e os lusitanos é uma boa tentativa! Realmente, quando fizemos todo o trabalho de documentação com o nosso autor, o Fabrice Caro, ficou muito claro que a Lusitânia, ou Portugal naquela época, era um território com um povo que inicialmente resistiu fortemente aos invasores romanos. Isso aplica-se a Viriato, um herói nacional português que resistiu, mas isso foi mesmo antes da chegada de César, havendo então uma onda inicial de resistência que ainda é muito forte no imaginário português. E depois, quando César chegou, os romanos foram muito duros com os portugueses e sabemos que a ocupação romana de Portugal durante o período de Astérix foi muito difícil", detalhou.Ficou mais ou menos prometido um encontro imediato com Viriato e ainda uma saída em festa que se multiplicará em França e em Portugal. A editora prevê uma lançamento feito com cinco milhões de exemplares e que espera que rapidamente tenha muito mais edições.
A banda desenhada “Uma História Popular do Futebol”, de Mickaël Correia, Jean-Christophe Deveney e Lelio Bonaccorso, retrata as lutas operárias, anticoloniais, feministas e revolucionárias que também marcaram o desporto-rei. Afinal, “a história do passe é também uma história política”, o “drible” nasceu para fintar a violência racista e o Campeonato Africano das Nações foi “um laboratório do pan-africanismo”, contou-nos Mickaël Correia. A BD, que mostra o futebol como “uma arma de emancipação”, é lançada a 22 de Janeiro, em França. Eis uma história diferente do desporto-rei, da Idade Média até aos dias de hoje, uma narrativa mais subversiva, em que a bola se se joga no campo social e político. Aqui, o futebol vive ao ritmo de lutas contestatárias, é terreno de resistências e de emancipação, dá voz a operários de bairros pobres, a movimentos anticoloniais, feministas e revolucionários. Esta é uma outra história do futebol, distante dos brilhos das bolas de ouro, das transferências milionárias e dos contratos chorudos de publicidade. Afinal, o futebol foi e pode ser “uma arma de emancipação”, conta-nos Mickaël Correia a propósito da banda desenhada "Une Histoire Populaire du Football", que é publicada a 22 de Janeiro, em França, a partir do livro com o mesmo título que ele publicou em 2018, em França, e que foi editado em Portugal em 2020. RFI: Como é que esta banda desenhada apresenta o futebol?Mickaël Correia, autor de “Uma História Popular do Futebol”: “O tema desta banda desenhada é que o futebol não é só uma indústria capitalista, não é só o Mundial, não é só o Cristiano Ronaldo. É igualmente uma arma de emancipação para os povos colonizados, para os operários, para as mulheres igualmente. Há também uma história social do futebol que é igualmente uma cultura popular.”Como é que o futebol foi - e aparentemente é - essa tal ferramenta de contestação e de emancipação? “Há muitas coisas a dizer sobre isso, mas talvez a primeira coisa que possamos dizer é que o início da história do futebol é uma história operária. O futebol nasceu nas comunidades operárias de Inglaterra. Quando havia muitos operários, era uma maneira para eles de fazerem comunidade porque eram pessoas que fugiram das pequenas aldeias da Inglaterra para trabalhar nas grandes fábricas das grandes cidades operárias e industriais de Inglaterra e necessitavam de fazer comunidade. Haver um clube de futebol de bairro e apoiar os jogadores das suas fábricas era uma maneira de fazer essa comunidade. Podemos dizer igualmente que a história do passe tem uma história mesmo política. São os operários que começaram a passar a bola entre eles e era sinónimo de cooperação nas fábricas e solidariedade operária. Passar a bola era sinónimo desta solidariedade."No século XIX?"No século XIX, sim. Como desporto moderno, o futebol foi criado em 1873, no final do século XIX.”Confere ao futebol essa capacidade de emancipar determinados grupos, nomeadamente as mulheres. Fala no caso das “munitionettes”, as mulheres chamadas para trabalhar nas fábricas de armamento durante a Primeira Guerra Mundial, quando os homens estavam na frente de batalha. Como é que elas foram pioneiras no futebol feminino e como é que depois acabaram por ser banidas pelos homens? “É uma história mesmo incrível e foi a história mais difícil de investigar porque não havia muita documentação. Durante a Primeira Guerra Mundial, todos os homens foram para a guerra e nas fábricas havia mulheres que estavam a trabalhar. O patronato foi dizer às mulheres:‘O que é que vocês querem fazer depois do trabalho?' E elas disseram: ‘Os nossos pais, os nossos primos, os nossos irmãos já estão a jogar futebol e nós queremos igualmente fazer partidas de futebol'. A partir de 1917, houve um campeonato destas ‘munitionettes' que foi mesmo muito popular na Inglaterra e houve mesmo 50.000 pessoas num estádio em Liverpool para apoiar estas mulheres. O problema foi quando os homens voltaram para as fábricas depois do fim da guerra. Eles disseram: ‘Bom, isto foi uma brincadeira e agora vocês têm que ir para casa fazer bebés' porque houve grande problemas de natalidade depois da guerra. Consideraram que o papel da mulher não era trabalhar nas fábricas, era fazer bebés para repovoar o país. Estas mulheres disseram: ‘Não, não é possível, queremos continuar a praticar o futebol' e até mais ou menos 1920, 1921, elas continuaram o futebol, mas depois a Federação de Futebol Inglesa fez uma proibição porque estava com medo. Eles estavam mesmo com medo.”Medo de quê?“Medo porque ver uma mulher de calções era tabu, ver as pernas de uma rapariga. Para eles, era inadmissível ver estas raparigas a jogarem assim. Foi mesmo um grande pânico moral. Então, eles proibiram o futebol feminino em 1921. As mulheres tiveram que esperar 50 anos para poder outra vez jogar futebol em Inglaterra e até no resto da Europa.” A BD apresenta as lutas das jogadoras no campo da guerra contra o sexismo e também contra a homofobia. Como é que o futebol feminino sobrevive ainda hoje? Como é que se bate contra o patriarcado desportivo? Quando é que as mulheres mostraram, ou será que ainda não mostraram, um cartão vermelho ao patriarcado no sector? “Claro que hoje ainda há muitas lutas no futebol feminino porque ainda há grandes diferenças de salário, por exemplo, com uma grande estrela do futebol, como a Megan Rapinoe, que é campeã do mundo de futebol nos Estados Unidos. A equipa dos Estados Unidos até fez uma greve no fim dos anos 2020 para reclamar os mesmos salários que os homens. Para trabalho igual, salário igual. Vimos igualmente esta história de sexismo e de agressão sexual com a equipa feminina de Espanha, em que o presidente da Federação deu um beijo a uma das jogadoras de Espanha. Isto foi igualmente uma grande luta para elas. Neste campo do salário, neste campo da luta contra o sexismo e contra as violências sexuais, podemos ver que o futebol feminino é igualmente uma arma contra o sexismo e contra estas violências.”O livro também confere ao futebol a capacidade de engendrar revoluções. Eu queria saber qual foi o papel dos Ashlawys, os adeptos do clube egípcio Al Ahly, na ocupação da Praça Tahrir e na Primavera Árabe? “Houve um papel muito importante dos adeptos de futebol na Primavera Árabe. Na banda desenhada, falo do que se passou no Egipto, mas houve igualmente o mesmo na Tunísia e na Turquia. Houve - ainda há agora - muitas organizações de adeptos que têm uma cultura do anonimato e da autogestão, que faz com que a polícia política das ditaduras não se possa infiltrar porque são grupos auto-geridos. Eles podiam organizar-se e fazer canções ou manifestações contra o governo logo nos anos 2010, 2011. Quando houve a revolução no Egipto, já há alguns anos que os grupos de adeptos estavam a manifestar, no estádio, contra o governo, a cantar canções mesmo poderosas de crítica à ditadura. E já tínhamos igualmente algumas práticas de luta contra a repressão da polícia. Na Praça Tahrir, no Egipto, eles ajudaram o movimento revolucionário a incutir estas práticas de luta contra a polícia e de luta no anonimato.”Mas foram reprimidos…“Claro, houve uma repressão mesmo terrível no Egipto e muitas pessoas destes grupos despareciam, foram para a prisão e alguns foram mortos.”Vocês contam mesmo um episódio, falam do massacre de Port Saïd…“O massacre de Port Saïd foi em 2012. Foi uma vingança de uma batalha que houve em 2011, um ano antes, em que os adeptos de futebol ganharam uma batalha na Praça Tahrir contra a repressão da polícia. Um ano depois, a polícia organizou este massacre. Na partida entre o Cairo e Port Saïd, a polícia autorizou os adeptos do Port Saïd a entrarem com facas e, no final da partida, a polícia fechou o estádio e houve um massacre. Os adeptos do Port Saïd sacaram as facas e as armas e mataram dezenas de adeptos deste grupo que são os adeptos da equipa do Cairo. Isto foi mesmo uma vingança da vitória dos adeptos sobre a polícia em 2011.”Falam também da lição "decolonial" e de “drible social” que os brasileiros Pelé e Garrincha deram ao mundo. Quer contar-nos? “O futebol é uma religião no Brasil. Tem igualmente uma dimensão decolonial para mim. A própria história do drible é, para mim, uma história decolonial. O drible nasceu no Brasil nos anos 1920, mais ou menos, e foi um jogador negro que era sempre atacado pelos jogadores brasileiros brancos - porque neste período era proibido aos jogadores negros jogarem futebol. Arthur Friedenreich, de pai alemão e mãe brasileira, começou a meter pó de arroz sobre a sua pele para parecer mais branco. Mas no campo de futebol tinha sempre muitos ataques dos jogadores brancos porque era um período mesmo muito racista. Uma vez, Arthur Friedenreich, quando ia atravessar a rua, um carro ia atropelá-lo, ele desviou-se e fez um movimento de anca. Foi assim que o drible nasceu. Ele mesmo disse: ‘Como não posso lutar contra a violência dos brancos no campo, a melhor maneira de lutar contra a violência é desviar a violência. Então isto é mesmo uma coisa de uma luta decolonial. Quer dizer, não posso fazer nada contra as pessoas que têm este monopólio desta violência do Estado, então a melhor maneira é desviá-la. O Pelé e o Garrincha fizeram-no de uma maneira artística. Foi mesmo arte.”Na BD, chamam-lhe “o jogo bonito”. “Sim, jogo bonito ou “Futebol Arte” é outro termo que se usa no Brasil que é fazer desta arte uma identidade afro-brasileira, com este desvio da anca que tem esta história de como lutar contra esta violência do colonizador.” Outra noção na BD é justamente o futebol como um campo de resistências. Como é que o futebolista austríaco Matthias Sindelar, conhecido como “o Mozart do futebol”, se tornou num símbolo de resistência face ao regime nazi? “O Matthias Sindelar, em 1938, era mais ou menos o Cristiano Ronaldo deste período. Em 1938, a Alemanha invadiu a Áustria e quis fazer uma grande cena de propaganda nazi com um jogo entre a Áustria e a Alemanha nazi. A propaganda era dizer que o povo da Áustria e o povo alemão eram o mesmo povo e que apoiavam o III Reich e o seu líder Adolf Hitler. Antes da partida, os diferentes chefes nazis foram ver o Matthias Sindelar para lhe dizer ‘vamos fazer um jogo de propaganda e tem que acabar com um zero zero'. O problema é que quando a partida começou, a equipa da Alemanha jogava mesmo muito mal e a Áustria, que era uma das melhores equipas da Europa, teve que fingir não jogar bem. O problema é que no final da partida, Sindelar já não podia fingir jogar mal e marcou um golo. No final da partida, toda a gente estava a dizer que o Sindelar ia ser morto, enviado para um campo de concentração ou algo assim. Como Sindelar era tão famoso, era uma celebridade desta época, os nazis não o quiseram matar. Durante mais ou menos um ano ou dois, ele entrou na clandestinidade porque era contra o regime nazi e a mulher dele era judia. Foram encontrados mortos no seu apartamento, em 1939, e ninguém sabe o que se passou. Ninguém sabe se foi a Gestapo que assassinou o Matthias Sindelar. O que sabemos é que quando ele morreu, houve nas ruas de Viena mais ou menos 15.000 pessoas e, neste período, todas as manifestações públicas eram interditas pelo regime nazi, o que foi visto, na época, como a primeira resistência civil da Áustria contra o regime de Adolf Hitler.” Outra história muito comovente, ainda na parte das resistências, é a dos irmãos Starostine. Quer resumir-nos a história destes irmãos e como é que, graças ao futebol, eles sobreviveram ao Gulag? “Há uma equipa muito famosa que se chama o Spartak Moscovo, que é a grande equipa popular da capital da Rússia. Nos anos 30, 40, quando o regime de Estaline era muito poderoso e muito repressivo sobre a população, a maneira de dizer não do povo de Moscovo era não apoiar a equipa do partido que era o Dínamo de Moscovo, a equipa oficial da polícia política, mas antes apoiar o Spartak Moscovo, que era a equipa do povo e pertencia a dois irmãos que se chamavam os irmãos Starostine. Estes irmãos eram mesmo muito populares junto da população operária da Rússia. O problema é que a polícia política não gostava que estes irmãos fossem muito populares e que uma grande parte da população russa não apoiasse a equipa da polícia política. Então, em 1940, enviou os dois irmãos para o campo de trabalho, o Gulag. Quando os irmãos chegaram ao Gulag, todos os presos tiveram uma grande solidariedade com os irmãos Starostine, o que fez com que eles sobrevivessem durante quase cinco anos.”A BD aponta ainda o futebol como um terreno de contestação anticolonialista. Contam que na colonização em África, por exemplo, o futebol começou por ser visto como uma forma de dominar o corpo da pessoa colonizada. Quando é que isso muda? “Isso muda depois da Segunda Guerra Mundial. Antes foi a Igreja e os diferentes E stados colonizadores que usaram o futebol para dominar o corpo do colonizado, era mesmo para prender, para domesticar o corpo da pessoa colonizada. Durante a guerra, nas tropas de libertação da França, igualmente por toda a Europa, havia muitas pessoas da Guiné, dos Camarões ou do Senegal e a França para lhes agradecer deu-lhes liberdade de associação. A partir de 1946, 47, 48, houve uma explosão dos clubes de futebol organizados por estes povos colonizados. Estes clubes autogeridos pelos colonizados foram lugares para falar de política e se se podia gerir clubes de futebol e campeonatos de futebol, podia-se igualmente gerir o país. Então, os clubes de futebol, autogeridos pela colonizados, foram um laboratório político, um laboratório de auto-gestão e político. Houve muitos líderes da independência na Argélia, no Senegal ou na Nigéria que foram presidentes de clubes de futebol nesses países.”O próprio nascimento do Campeonato Africano das Nações acaba por ser um instrumento do pan-africanismo, não é?“Sim, claro. A primeira Taça de África das Nações foi igualmente um laboratório do pan-africanismo. Foi uma maneira de dizer à Federação Internacional de Futebol: ‘Podemos organizar a nossa própria taça de futebol no nosso continente'. E foi uma forma igualmente de propaganda para dizer que o continente africano tem de ficar unido na política e o futebol era mesmo uma boa maneira de mostrar esta unidade no mundo inteiro.”Nesta “História Popular do Futebol”, não fala directamente de uma das maiores estrelas de futebol contemporâneas, o Cristiano Ronaldo, a não ser em alguns desenhos e algumas falas indirectas. Porquê?“O Cristiano Ronaldo é desenhado no princípio da banda desenhada, mas é mais para mostrar que esse jogador é um grande símbolo da indústria capitalista que é hoje o futebol. É uma pessoa muito conhecida,é uma pessoa que representa Portugal, mas é igualmente uma pessoa que representa o melhor da indústria do capitalismo futebolístico hoje.”Que é o contrário da mensagem que transmite o livro…“Sim, é o contrário da mensagem. A mensagem do livro é dizer que, claro, o futebol é uma indústria, mas dentro desta indústria podemos ver algumas práticas de resistentes. Como estamos em França, para muitos lusodescendentes, para muitas pessoas que vêm da emigração portuguesa, o Cristiano Ronaldo é uma maneira de dizer ao povo francês e aos outros povos europeus que somos um povo de emigração, somos um povo trabalhador que não se ouve muito em França, mas podemos ter este orgulho de ter um jogador como o Cristiano Ronaldo. O Cristiano Ronaldo é a oposição do estereótipo do português em França porque é um jogador que se vê muito, é um jogador que tem muito orgulho. Isso vem contra este estereotipo do português que é muito invisível, que não diz nada, que só está aqui [França] para trabalhar.”Então, também o Cristiano Ronaldo se emancipou?“Isso é a contradição do futebol: pode ser uma mensagem muito capitalista, é um mercado, mas pode ter igualmente uma mensagem muito política. É isto mesmo que gosto nesta história do futebol: é uma coisa que está sempre em contradição entre um espectáculo muito capitalista, onde há muito dinheiro, mas é igualmente um desporto muito popular e onde há muitas resistências.” Em contrapartida, vocês dedicam um capítulo a Diego Maradona, que era visto como um deus. Como é que se explica a divinização deste jogador com aspectos tão controversos, nomeadamente as drogas, os excessos? “Na Argentina, este jogador é um deus porque ele vem de um bairro muito popular e aprendeu a jogar na rua. Isto é uma coisa muito importante para o povo da Argentina que se pode identificar com ele. Houve uma partida muito conhecida em 1986 contra a Inglaterra. Ele pôs a…”A “mão de Deus”…“A mão de Deus, ele marcou um golo com a sua mão. Para o povo argentino, era uma coisa tipicamente do povo argentino. Quer dizer, não podemos lutar contra os ingleses, que eram igualmente um povo colonizador, mas vamos fazer esta coisa que é mais do âmbito da cultura do malandro, da cultura de rua, em que para sobreviver tens de roubar, para ganhar contra o dominante tens de fazer batota. O que se passou quando Maradona foi para Nápoles foi a mesma coisa. O povo de Nápoles é um povo que vive muito na rua e gostou muito deste jogador. A divinização é igualmente muito importante porque na maneira de falar dos napolitanos, ‘Maronna' quer dizer a Virgem Maria. Então Marona é muito próximo do Maradona. Há igualmente um aspecto muito crístico porque Diego Maradona tomou muita droga, o corpo dele estava, no fim da sua vida, muito gordo. Houve mesmo uma exposição do corpo dele, um pouco como o Cristo que mostrou as suas feridas e o corpo martirizado. Então, o povo argentino dizia que este jogador era mesmo uma pessoa do povo, que estava a mostrar um corpo martirizado e houve uma aproximação entre o Maradona e a sua parte mais crística.”Acaba o livro com uma personagem, mulher, no café com os amigos, a dizer que “nos relvados, nas tribunas e nas ruas, uma outra história do futebol continua a ser escrita”. Os campos de futebol ainda são um terreno de luta?“Podemos vê-lo diariamente. Nos campos de futebol, nas tribunas, vimos apoio à Palestina, por exemplo, na Escócia, e até aqui em Paris. Em Paris, houve uma grande manifestação dos adeptos a favor da Palestina. Há igualmente muitas lutas antirracistas. Estamos a ver muitos jogadores que estão a dizer que eles não são racistas. E estamos a ver igualmente alguns jogadores na luta contra a LGTBfobia. O futebol é um espelho do que se está a passar na sociedade e isso pode ver-se no campo de futebol todos os dias.”Em 2018, em França, publicou esta “História Popular do Futebol” sob a forma de um ensaio. Em 2020, editou-a em Portugal. Por que é que decidiu adaptar a obra ao formato BD? “Era para ser mais popular. O livro tem mais de 500 páginas e pode ser um bocadinho difícil para algumas pessoas que não têm o hábito de ler muito. Fazer esta adaptação para banda desenhada é uma maneira de os jovens também conhecerem esta história de resistência.”
1,079 mil milhões de dólares, Óscar de Melhor Ator, Óscar de Melhor Banda Sonora Original e Leão de Ouro no Festival de Veneza. Após o êxito de “Joker”, filme de 2019 realizado por Todd Phillips, acontece agora o regresso de Joaquin Phoenix ao papel de Arthur Fleck, com “Joker: Folie à Deux”. A sequela musical do vilão da DC Comics resultou em avaliações negativas por parte de público e críticos de cinema. O antecessor gerou mais receita em três dias, do que este novo filme nas duas primeiras semanas. O guionista de “Taxi Driver”, Paul Schrader, viu 25 minutos e saiu da sala. O que ainda havia para explorar no universo de Joker? E o que faz deste filme o mais recente flop de Hollywood? Se é que tal coisa exista. No Humor À Primeira Vista, com Gustavo Carvalho, o realizador português Manuel Pureza, de séries como “Pôr do Sol” e “Sempre”, não alinha na crítica e diz que “o filme é uma maravilha”, sublinha a coragem artística desta sequela e acredita que é muito melhor do que um musical premiado como “La La Land”. Este episódio contém spoilers.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A escritora lusodescendente, residente em França, Sandra Canivet da Costa apresentou, recentemente, mais uma obra infantil sobre a história de Portugal, no âmbito dos 50 anos das "Revolução Dos Cravos". "La Révolution des Oeillets" - 25 avril 1974, le jour de la Liberté" é um livro, em formato banda desenhada e em língua francesa, que conta às crianças a história e a importância da Revolução dos Cravos. A escritora foi convidada de Ana Cristina Gonçalves no programa MusicArte. Recorde a entrevista e saiba como adquirir o livro no site da editora.
A Joana Estrela é ilustradora e autora. Podem conhecê-la como autora de vários livros publicados pela . É natural de Penafiel. Licenciou-se em Design de Comunicação na Faculdade de Belas Artes do Porto. Seguiu-se voluntariado europeu em Vilnius e a publicação do seu primeiro livro, Propaganda, em 2014. Depois, o Planeta Tangerina publica Mana, vencedor do I Prémio Internacional de Serpa para Álbum Ilustrado. Em 2022, começou a estudar Banda Desenhada na LUCA, em Bruxelas, um programa de mestrado que está a terminar e que deu origem ao Gato Comum, o livro mais recente. -- Produção e artwork: Sofia Rocha e Silva Edição: João Guimarães -- Esta é uma reunião de 10 anos, em que converso com alguns dos meus colegas de turma e lhes pergunto onde estão, como lá chegaram e como é que o design e a formação estiveram presentes ao longo do seu percurso. São 20 ex-futuros designers, o mesmo ponto de partida, um novo episódio, um caminho diferente, todas as quartas-feiras.
Bem-vindos ao podcast Boca de Trapos! No episódio de hoje, conversa com Filipe Duarte Pina, criador de videojogos e banda desenhada. Não percam! Com: Mónica Moreira. Novos episódios agora à quinta-feira. Sigam o Boca de Trapos: Facebook + Instagram Contacto: bocadetrapos@gmail.com Logo, Intro e Outro: Alright Creative Studio. Música "Can't Stop Me", Andrey Sitkov (Humble Big Music Bundle), voz Pedro Barão Dias.
Esta segunda parte arranca com emoção e memória, com Maurício de Sousa a recordar a infância da comilona filha Magali, que deu origem à famosa personagem viciada em melancia, que tem um gato chamado Mingau. Aqui ficamos a saber que o verdadeiro gato tinha outro nome e outras curiosidades. Num percurso com tanto sucesso, como Maurício se relacionou durante o seu caminho com a falha e o momento de quase falência? E como é ganhar tantos anos de vida, mantendo a curiosidade, a vontade de inovar, aprender e de estar em contacto com a infância? É esse o segredo da juventude? Maurício responde nesta segunda parte do podcast, é ainda surpreendido pelos testemunhos do filho Mauro (que representará a vida do pai no cinema) e do ilustrador Vitor Cafaggi. E haverá espaço para a música, e para ouvir o vozeirão de Maurício que nos surpreende a trautear o tema "Granada". Boas escutas!See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ele é um dos maiores ícones da banda desenhada mundial, a par de Walt Disney, Hergé, Quino ou Hugo Pratt. Maurício de Sousa é o pai da Mônica, Magali, Cebolinha ou Cascão e desde os anos 60 que as personagens de “A Turma da Mônica” são referência de várias gerações e responsáveis pela alfabetização de milhões de pessoas no Brasil. A sua BD já vendeu mais de um bilhão de revistas em mais de 40 países - de Portugal à Indonésia ou Japão. Agora, aos 88 anos, o cartunista e escritor Maurício de Sousa afirma ter pressa de viver e fazer, e as suas histórias estão no teatro, no cinema, na TV, no Youtube ou em exposições de arte. De visita a Portugal para a mostra “Mônica 60 anos - sempre fui forte”, que estará até 29 de outubro na 34ª edição da Amadora BD, em Lisboa, prepara-se para em 2024 ver adaptada a vida ao grande ecrã. E meio a sério, meio a brincar, afirma: “Quero ganhar um Óscar, claro!” No final da primeira parte, Maurício é surpreendido com um testemunho da filha Magali... See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na estante da semana, há um ensaio sobre comportamentos humanos que aparentemente não produzem qualquer resultado prático no mundo exterior: chama-se simplesmente “Ritual”; a autora do famoso Persépolis, Marjane Satrapi, regressa à banda desenhada com uma homenagem às mulheres iranianas em “Mulher Vida Liberdade”; no domínio da filosofia política, há um ensaio que usa a designação de “liberal” como adjectivo: chama-se “A Luta por uma Política Decente”; e com a reedição de “Dom Camilo e o seu Pequeno Mundo” regressa um clássico do humor que junta, numa aldeia italiana, o padre Dom Camilo e o Peppone, o presidente de câmara comunista, numa relação de inimigos íntimos. See omnystudio.com/listener for privacy information.
3 décadas de história, um projeto que começou por ser um salão de banda desenhada e que hoje dá que falar em todo o mundo. Este é o Amadora BD - Festival Internacional de Banda Desenhada. Neste episódio, a Nadja e a Catarina Valente conversam sobre a génese deste evento e a sua importância para o desenvolvimento da comunidade local, ao mesmo tempo que desvendam alguns dos segredos mais bem guardados deste Festival. Vocês não estão preparados para este episódio... Vamos a isto?
Edição de 18 de Maio 2023
Paulo Monteiro, autor profissional e premiado de BD, diretor da Bedeteca de Beja e do Festival Internacional de Banda Desenhada local, fala da 9ª arte em Portugal e do futuro Museu da BD em BejaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Mais um português, na nova versão de "Road House". "The Many Deaths of Leila Starr", ilustrada por Filipe Andrade, nomeada para melhor BD do ano. E uma declaração polémica em relação à aldeia de Monssanto.
João planeou um atentado terrorista na Faculdade de Ciências de Lisboa. Inspirou-se numa banda desenhada japonesa. Planeou ir de autocarro para o local do atentado. O caso está em análise no “Crime e Castigo” desta semana, que aborda ainda a falta de polícias. Um podcast de Paulo João Santos, com Sérgio A. Vitorino, moderação de Rita F. Batista e edição de Catarina Cruz.
Hoje dou minha opinião de um dos considerados melhores humoristas portugueses e falo de Will Jordan (youtuber the Critical Drinker) e Mark Millar (autor de banda desenhada: Wanted, Nemesis) --- Send in a voice message: https://anchor.fm/manuel-velez61/message
Com um máxi-single acabado de editar e um livro também 'fresco' nas lojas, Adolfo Luxúria Canibal é o convidado desta semana do Posto Emissor. No podcast da BLITZ, o músico e escritor fala ainda da Guerra na Ucrânia, das eleições em França e das mudanças na formação dos Mão Morta. O disco novo dos Fontaines D.C., a entrevista a Sérgio Godinho & Capicua e o fim das máscaras nos concertos são outros temas do Posto Emissor desta semana. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio falamos de banda desenhada e de como a 9a arte tem livros maravilhosos que vale a pena adicionar à vossa lista de leitura. Usem e abusem da banda desenhada para retomarem Segue a lista de livros que falamos neste episódio (ainda que brevemente, e não necessariamente relacionado com o tema do episódio): Calvin and Hobbes, de Bill Watterson Os Mauzões, de Aaron Blabey Maus (partes 1 e 2), de Art Spiegelman O diário de Anne Frank, Anne Frank Sapiens, de Yuval Noah Harari A história de uma serva, de Margaret Atwood The bluest eye, de Toni Morrison Mataram a cotovia, de Harper Lee
Primeiro que tudo, expliquem-me lá isso de quase metade do país não saber o que é o 112. Depois, queria só que soubessem que não entro em mais discussões sobre E-readers serem iguais a tablet. A menos que sejam pessoas que lêem com frequência, mas nesse caso duvido estarem contra mim. Também pergunto-vos se Banda Desenhada ou Mangá não deveria contar como livros lidos. Só porque tem imagens? Sobre o resto já não me lembro do que falei mas vocês vão ouvir e depois contam-me. Todos os links: [http://www.linktr.ee/sekeiraa]
www.patreon.com/miguelluz
O Segredo do Dakar conta, em Banda Desenhada, aas aventuras vividas pelo Sérgio Castro e Pedro Ribeiro no rali Africa Eco Race. Histórias verdadeiras em que dois pilotos são apresentados como candidatos a super-heróis.
Para falar sobre Banda Desenhada, convidamos José Freitas, editor responsável por grande parte da BD editada em Portugal nos últimos 20 anos, seja através da Levoir, Devir, Panini, Salvat ou G.Floy e, atualmente, com A Seita. BANGCAST é o podcast da Revista BANG! (www.revistabang.com), a tua revista semestral de literatura fantástica, cinema, TV, banda desenhada, jogos de tabuleiro, cosplay e tudo o que move um nerd. Anfitrião: ---Luís Corte Real (www.luiscortereal.net)Convidados residentes:---Bruno Martins Soares (www.brunomartinssoares.com)---Luís Filipe Silva (www.tecnofantasia.com)Convidado especial:---José FreitasAs tuas sextas-feiras vão passar a ser épicas. Só que não!Deixa o teu comentário ou contacta-nos pelo email bangcast@saidadeemergencia.com
Um programa semanal da SIC em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores, que junta o físico e professor universitário Carlos Fiolhais, a escritora Dulce Maria Cardoso e o musicólogo e também professor universitário Rui Vieira Nery. A moderação da conversa é de Cristina Ovídio. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Destaque diário de doclisboa; anúncio dos vencedores dos Prémios de Banda desenhada da Amadora do Amadora BD; Ryan Gosling em conversações para entrar como Ken no filme sobre a Barbie de Greta Gerwig
Teatro de São João reabre com uma programação de luxo num fim de semana onde também pode ir a Aveiro e à aldeia de Monsanto, em Idanha-a-Nova.
Se uma imagem vale mais que mil palavras, quanto valerá um desenho? Vamos viajar pelo extraordinário Universo da Banda-Desenhada
A ligação entre o Wrestling e a banda desenhada é conhecida por todos e acontece pelas próprias características de ambas as artes: Hurricane Helms, Nikki A S.H ou o próprio Kaiju Big Batell são apenas alguns exemplos, já que as personagens "larger than life" e os verdadeiros super- heróis que ambas retratam fazem com que esta associação esteja constantemente presente e que num fã de Wrestling exista habitualmente outro de banda desenhada...e vice versa. O sucesso estrondoso dos filmes da Marvel veio reforçar ainda mais este elo pelo que no Espaço Do Fontes desta semana vamos trazer um guia - o nosso guia, que nisto do Wrestling e da BD há gostos para tudo - dos títulos que achamos não poderem faltar para aqueles que se querem iniciar no maravilhoso mundo da B.D.! ACOMPANHA O HOJE FALO EU: ● Facebook: https://www.facebook.com/HojeFaloEuOficial/ ● Instagram: @hojefaloeuwrestling ● Twitter: @FaloHoje ● Ajuda Este Projeto Com Um Donativo: https://PayPal.me/JFontes856 ACOMPANHA O SMARKDOWN!: ● Youtube: https://www.youtube.com/smarkdown ● Facebook: http://www.facebook.com/SmarkDownOficial ● Twitter: @SmarkDown ● Website: http://www.smarkdown.net ● Twitch: http://www.twitch.tv/SmarkDownOficial ● Discord: https://discord.gg/ekEBzBa ● Spotify: https://open.spotify.com/show/1IVGhvbgraOIHboTx7BLsF
15 minutos, 1 tema, 2 opiniões todas as quintas feiras na sua RLX Um programa de debate sobre actualidades.
O mundo dos quadradinhos é tão grande quanto a imaginação quiser. E por lá passaram alguns dos grandes artistas e autores dos últimos 100 anos. Entraremos no riquíssimo Universo da Banda Desenhada.
Em tempos de confinamento, o livro é um “bem essencial”, mesmo que em França as livrarias tenham sido obrigadas a fechar. Na Bélgica, pelo contrário, confinamento não rima com fecho de livrarias, como conta Jorge Pinto, co-autor – com Eduardo Viana - da banda desenhada “Amadeo – a vida e obra entre Amarante e Paris”. Uma novela gráfica que conta a vida do pintor português da vanguarda do início do século XX. Jorge Pinto e Eduardo Viana contam a vida de Amadeo de Souza-Cardoso numa novela gráfica editada pela Saída de Emergência. “Amadeo – a vida e obra entre Amarante e Paris” é uma história aos quadradinhos para conhecer o pintor português que foi descrito como “o segredo mais bem guardado da arte moderna” e que viveu entre Amarante e Paris. Nascido em Manhufe, Amarante, e figura do movimento da vanguarda modernista parisiense, Amadeo de Souza-Cardoso (1887-1918) era um permanente inconformado e dividido entre o provincianismo de Manhufe, onde nasceu, e o cosmopolitismo de Paris. Recusando aderir a qualquer escola e procurando constantemente novas formas de expressão artística, Amadeo rompeu convenções e cresceu artisticamente ao lado de nomes como Modigliani, Brancusi e o casal Delaunay. A morte aos 30 anos, vítima da epidemia de gripe espanhola que assolou o mundo no final da Primeira Guerra Mundial, ditou o fim de uma carreira internacional promissora mas ainda em fase de afirmação e atirou-o para o esquecimento na história da arte europeia. Em 2016, o Grand Palais de Paris consagrou-lhe uma retrospectiva que resgatou o seu nome do esquecimento. Foi nessa exposição que Jorge Pinto sentiu a necessidade de fazer uma banda desenhada em sua homenagem e desafiou o amigo Eduardo Viana. A RFI falou com Jorge Pinto sobre este livro, numa altura em que o confinamento questiona o poder do livro e das livrarias. Para ouvir neste programa ARTES.
Nesta edição de Universos Paralelos, António Araújo, José Carlos Maltez e Tomás Agostinho exploram o universo da banda desenhada pela lente de M. Night Shyamalan.
Edição de 13 Outubro 2020
"Não sei como ajudá-lo com o seu trabalho" / "Existe banda desenhada nova?" / "Dá mais views do que fazer merdas corretas"
Até hoje já saíram dois episódios de Watchmen mas nós falamos apenas do primeiro. Baseada numa Banda Desenhada mas sem base literária, é o que conta o que a Banda Desenhada não contou. Estranha, confusa, interessante.
Abrimos programa coas da BD a todo filispím. Nesta emisión facemos un monográfico cun autor dos máis importantes do noso país, embarcamos a David Rubín que ven de publicar con Astiberri a nova versión de Cuaderno de Tormentas. Falamos de bd, da vida, da morriña e como non, do que está a pasar no mundo.
Comezamos programa co Sr B e as novas da BD a todo filispím. Xaime Lis baixa dos seus andeis cósmicos unha gran BD belga, Johann e Pirluit. Con Santy Gutierrez falamos do libro que ven de editar coa editora coruñesa Demo.
Comezamos programa co Sr B e as novas da BD a todo filispím. Xaime Lis escolle dos seus andeis cósmicos a un autor dos seus preferidos, Nicolás de Crecy. Enrolamos a Álvaro Pons, un dos máis reputados críticos e divulgadores da BD, con el falamos do estado das cousas dos tebeos.
O convidado desta semana é Filipe Melo. E talvez não haja no nosso país muito mais pessoas a quem assente tão bem a designação "artista dos sete instrumentos". Pianista, realizador de cinema e autor de BD, ele é um criador em permanente estado de expansão imaginativa. Antigo aluno do Hot Clube de Portugal, tocou jazz com muitos músicos e formações, faz arranjos e orquestrações, e é professor na Escola Superior de Música de Lisboa. No campo do audiovisual, realizou curtas-metragens de horror premiadas, uma série televisiva de culto ("Um Mundo Catita"), e vários videoclips. Mas é talvez na Banda Desenhada que se tem destacado mais, em parceria com o desenhador argentino Juan Cavia. Além das "Aventuras de Dog Mendonça e Pizzaboy", assinaram juntos a novela gráfica "Vampiros", passada durante a Guerra Colonial, na Guiné, e acabam de publicar o livro "Comer/Beber", com duas histórias curtas, uma inspirada em factos verídicos, a outra completamente inventada. Tudo livros editados pela Tinta da China. Collected short stories - Roald Dahl Maus - Art Spiegelman O homem duplicado - José Saramago
Abrimos programa, como xa é norma, coas novas da BD a todo filispím. O Sr B segue aumentando a lista dos imprescindibeis, desta volta cunha bd da terra, Os Lobos de Moeche de Manel Cráneo. Falamos longo con Jorge Campos, estrea unha obra, titulada Alter-nativo e con ela unha editora, Aira das Letras, de Allariz.
Abrimos programa coas novas da BD a todo filispím. O Sr b pecha o circulo e anota no listado de imprescindibeis El ala rota. Tatoo é a primeira obra de Santiago Paredes, un homenaxe ao underground.
Abrimos programa coas novas da BD a todo filispím. Volve Zapi, desta volta coas xoias literarias ilustradas. Viaxamos atrás no tempo ata o medievo galego, ata as terras do Conde de Lemos, nese tempo e nese espazo transcorre a historia da espada de San Eufrasio, falamos con Miguel Fernández o seu debuxante.
Abrimos programa coas novas da BD a todo filispím. Nos imprescidíbeis o Sr B anota a triloxía galáctica de Leo. Embarcan nesta emisión Manel Craneo, Xulia Pisón e Dani Xove, cos que falaremos do Licor café, a antoloxía da nova BD galega que ven de editar Demo Editorial. E tamén dos proxectos desta heroica editora coruñesa comandada por Cráneo.
Abrimos programa a todo filispím, co Sr B e as novas da BD. Volvemos a embarcar a Xaime nesta dorna da BD para que nos conte cales son os seus cómics favoritos na sección «andeis cósmicos». Falamos con Luis Rosales, director do festival de cinema e Banda deseñada de Vilagarcia, do que se vai celebrar a cuadraxesimo quinta edición do 23 ao 29 deste mes.