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Diário da Zambézia - António Zefanias
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Em Moçambique, o Presidente Daniel Chapo pede o contributo de todos na pacificação do país. Na provincia moçambicana da Zambézia, a falta de qualidade das obras de construção de infraestruturas sociais preocupa a Associação dos Empreiteiros. Analisamos a possibilidade de Donald Trump candidatar-se a um terceiro mandato na Casa Branca. Learning by Ear - Aprender de Ouvido.
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Empresário oferece-se para reconstruir a custo zero as sedes da FRELIMO, destruídas nas manifestações pós-eleitorais na província da Zambézia. União Europeia disponibiliza quase 4.7 mil milhões de euros à África do Sul. União Africana declara a escravatura, a deportação e o colonialismo como crimes contra a humanidade.
Esta semana ficou marcada pelo anúncio das “negociações directas” entre a República Democrática do Congo e o M23 que vão decorrer em Luanda, a 18 de Março. Destaque, também, para a retenção, no aeroporto da capital angolana, do político Venâncio Mondlane e de ex-Presidentes da Colômbia e do Botsuana quando se preparavam para participar numa conferência internacional sobre democracia em Benguela. Oiça aqui o resumo da semana em África. A Presidência angolana anunciou que vai acolher no dia 18 de Março, em Luanda, “negociações directas” entre as autoridades da vizinha República Democrática do Congo e o M23, no âmbito da mediação de Angola do conflito no leste da RDC. A iniciativa foi feita após uma visita do Presidente Félix Tshisekedi, que se encontrou na segunda-feira em Luanda com o seu homólogo angolano, João Lourenço.Entretanto, a SADC decidiu retirar do Leste da RDC a sua força de 1.400 soldados, após vários ataques terem causado duras baixas no contingente que deveria ajudar a manter a paz na região. Para Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, esta retirada não é surpreendente, já que os combates com o M23 levaram à morte de muitos soldados e que o Ruanda se opunha à presença desta missão na região.Esta quinta-feira, o ex-candidato presidencial de Moçambique, Venâncio Mondlane, e os ex-Presidentes da Colômbia e do Botsuana ficaram retidos no aeroporto 04 de Fevereiro, em Luanda, quando se preparavam para participar numa conferência internacional sobre democracia em Benguela, entre esta sexta-feira e domingo. A UNITA, maior partido da oposição angolana, também participa e condenou o ocorrido. Álvaro Daniel, secretário-geral da UNITA, denunciou “uma tendência velada de sabotar o evento”.A Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique aplicou, na terça-feira, a medida de termo de identidade e residência a Venâncio Mondlane, num processo em que o político é acusado de incitação à violência nas manifestações pós-eleitorais, o que o impede de ficar mais de cinco dias fora de casa, devendo avisar as autoridades. À saída da audiência, Mondlane garantiu que vai continuar a actividade política normal e disse que continua sem saber de que crime é acusado. Entretanto, foi noticiado que a Polícia de Moçambique deteve, na quarta-feira, a responsável das finanças de Venâncio Mondlane. Também esta semana, o activista social Wilker Dias, diretor da Plataforma Decide, apresentou uma queixa-crime contra o ex-comandante geral da polícia e o antigo ministro do Interior de Moçambique, responsabilizando-os pelas mortes nos protestos pós-eleitorais. Desde Outubro, pelo menos 353 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, de acordo com a Plataforma Decide.Ainda em Moçambique, no início da semana, o ciclone tropical Jude deixou um rasto de destruição e pelo menos 14 mortos. O ciclone afectou as províncias da Zambézia, Nampula, Niassa e Cabo Delgado, no norte, assim como Tete e Manica, no centro.Em Angola, começou esta segunda-feira, em Luanda, o julgamento dos generais Leopoldino Fragoso do Nascimento "Dino" e Hélder Vieira Dias "Kopelipa", personalidades ligadas ao antigo Presidente José Eduardo dos Santos. Eles são acusados da prática de vários crimes, entre eles tráfico de influências e branqueamento de capitais.Cabo Verde e Angola vão reforçar a cooperação cultural, nomeadamente na tentativa de recuperação do acervo cultural. A informação foi comunicada por Filipe Zau, ministro angolano da Cultura, que esteve no arquipélago esta semana. Outra visita a Cabo Verde foi a de Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil. Do encontro, ficou a proposta de Cabo Verde vir a ser a plataforma de comércio brasileiro na Africa Ocidental. Ainda em Cabo Verde, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública, Maria da Luz Lima, anunciou, que desde 28 de Janeiro não existem casos de dengue na capital e que está a ser preparada uma proposta para declarar o fim da epidemia.Por outro lado, esta quinta-feira, a Comissão Europeia anunciou um pacote de investimentos de 4,7 mil milhões de euros para a África do Sul, para projectos que apoiam a transição energética e para a produção local de vacinas. O anúncio foi feito na sessão plenária da cimeira entre a União Europeia e a África do Sul, que decorreu na Cidade do Cabo. A África do Sul é o maior parceiro comercial da UE na África subsaariana e assume, desde Dezembro e até Novembro, a presidência rotativa do G20, o grupo que reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana.
Diário da Zambézia - António Zefanias
Manifestantes não dão tréguas na Zambézia. Estradas angolanas cada vez mais degradadas. Europa procura rearmar-se face à um possível “divorcio” com os EUA.
O Presidente ucraniano afirmou que Ucrânia está pronta para assinar acordo de terras raras com os EUA. A expectativa era de que Volodymyr Zelensky assinasse o acordo na semana passada, quando esteve em Washington. As terras raras ucranianas, essenciais para várias indústrias, encontram-se em áreas controladas pelas forças russas, dificultando a exploração de recursos, explica o geólogo moçambicano e professor na UniLucungo, na Beira, Ubaldo Gemusse. RFI: O que são terras raras e por que é que são tão importantes?Ubaldo Gemusse: As Terras Raras são um conjunto de 16 elementos químicos. Nós aprendemos na química que existem alguns elementos que são considerados raros não pela sua ocorrência, mas pela fraca abundância em determinado território. A Ucrânia e a Rússia têm o privilégio de conter esses recursos geológicos, que são raros e têm uma importância muito vasta nas tecnologias, por exemplo, na fabricação de baterias e em carros eléctricos. São considerados raros pela sua fraca abundância na natureza.Há terras raras em África?Temos em Moçambique, no Zimbábue, na África do Sul, no Congo. Temos muito desse recurso raro, principalmente em Moçambique, por exemplo, no norte e centro do país, como a Zambézia, Nampula, Cabo Delgado e Niassa. Encontramos os elementos de terras raras, encontramos as terras raras nesses locais.Está a falar de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, onde existe um conflito armado desde 2017. Está a falar de terras raras na Ucrânia, ocupadas pela Rússia. Estava a referir também que há terras raras na RDC, onde existe também um conflito há muitos anos. Existe uma associação entre os sítios onde há terras raras e a presença de conflitos?Sim. Começando por Moçambique, no norte, por exemplo, temos uma das maiores ocorrências de grafite, outro recurso importante em África. Em Cabo Delgado, temos em Palma e são dois distritos onde existem grandes concessões para explorar esses recursos. No caso do grafite, ele é um recurso actualmente utilizado em tecnologias ou em nanotecnologias. Isso faz com que as grandes potências procurem esse recurso. Sendo Moçambique um país mais vulnerável, facilmente podemos ser corrompidos e entregar, como se fosse, o ouro ao bandido.O mesmo acontece com a Ucrânia. A Ucrânia também possui outros recursos além do grafite, como o lítio, que é extremamente raro. Sabemos que na Ucrânia há algumas argilas que contêm lítio, e não são muitos os locais que possuem lítio. O lítio actualmente é utilizado na fabricação de baterias. Mas além do lítio e do grafite, sabemos que desses 17 elementos que compõem as terras raras, estão o itérbio, o neodímio, o cério e o samário, encontrados em diversos minerais raros. Concretamente, esses elementos são mais frequentes na Ucrânia, na Rússia e um pouco em Moçambique.É possível extrair minerais raros em zonas de conflito, quais são os maiores desafios geográficos?Sim, é possível. E muitas vezes, a extracção desses recursos é feita a partir de grandes concessões. Por exemplo, a nossa lei em Moçambique, o nosso regulamento mineiro, determina que todo recurso táctico deve ser gerido a partir da concessão mineira. Para se obter uma concessão mineira é necessário ter capacidade financeira. Muitas vezes, os conflitos acontecem próximos ao local de exploração. Existem também alguns aspectos geopolíticos. As grandes potências, ou os financiadores, controlam os depósitos minerais. Quando se tratam de minerais estratégicos, elas controlam esses recursos e subsidiam algum valor à população local, ao governo. No caso de Moçambique, por exemplo, sendo um país pobre, o risco é maior para quem venha explorar. Portanto, o governo e a população saem a perder. Quando existem essas situações, não é muito aconselhável.Há impactos na exploração de recursos naturais sobre o meio ambiente e as populações locais?Há impactos. Geralmente, quando se fala de exploração mineira em Moçambique, primeiro é necessário adquirir o título de concessão mineira. Depois de obter a concessão, só se pode explorar a área se se tiver a licença ambiental. Essa licença exige um processo que começa com a instrução do processo. Nesse caso, a base do processo é fazer uma consulta pública à comunidade, informando as partes interessadas sobre as fases da exploração do recurso, desde a fase de instalação. Se formos pegar a nossa lei em Moçambique, o Decreto 54 sobre o Ambiente, a primeira fase é a licença de instalação, ou provisória, que permite o acesso ao local. Depois, há a licença de exploração ou operação desse recurso. Desde o início até o fim, no processo de legalização ambiental e da exploração mineral, as pessoas vão entender que ali haverá uma exploração. Muitas vezes, as empresas que vêm para explorar trazem grandes investimentos, como milhões de dólares ou euros, por exemplo. Existe uma responsabilidade social que elas têm para com a comunidade local. Algumas cumprem, mas na maior parte das vezes é complicado. Há falta de fiscalização local. No entanto, algumas empresas em Moçambique, por exemplo, têm responsabilidade social. Quando falamos de terras raras, não é apenas uma questão local, mas uma dependência global.Existem países que dominam esse monopólio. Falo, por exemplo, da China. Se fizermos uma pesquisa sobre quem é o maior produtor e exportador, perceberemos que a China lidera, seguida pelos Estados Unidos, pela Rússia e pela União Europeia. Já fiz algumas pesquisas sobre o lítio e, no passado, quando estava a fazer a minha tese, percebi que, por exemplo, nos Estados Unidos, nos anos 80 e 90, já tinham uma noção sobre os depósitos de lítio. Consideravam o lítio um elemento estratégico, mas nunca divulgaram as suas reservas. Sabemos que, por exemplo, em Portugal, há grandes reservas de lítio, e sabemos qual é a quantidade. Mas nos Estados Unidos e na China, essas informações dificilmente são divulgadas. Isso cria uma dependência de informação. O interessante é que, actualmente, a China é a maior produtora e exploradora do mundo.Portanto, a China tem o monopólio?Sim, tem o monopólio. A China dita o preço, o custo e a venda desses recursos a nível global. São esses os aspectos que vemos em relação à dependência desses recursos. Se formos pesquisar as matérias-primas utilizadas nos armamentos, perceberemos que as terras raras são essenciais para a fabricação das tecnologias militares mais recentes. A guerra é essa.Daí a importância e a procura das terras raras?Exactamente. Por exemplo, actualmente enfrentamos problemas com as mudanças climáticas. Alguns países já estão conscientes de que, em poucos anos, os carros movidos a combustíveis fósseis, como o petróleo, vão deixar de circular. A tendência é para carros elétricos. De onde vem essa matéria-prima? Deve haver uma fonte e essa fonte são as terras raras, como o lítio, o neodímio, a grafite, entre outros. Esses são os elementos que estão em alta.
Diário da Zambézia - António Zefanias
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Províncias centrais de Nampula, Zambézia e Sofala poderão sofrer com mau tempo, segundo Instituto Nacional de Meteorologia; situação poderá afetar navegação marítima no domingo e segunda-feira.
Bienvenidos Bastarnautas a una edición más para dar entrada a un nuevo ciclo solar hablando precisamente de entradas y salidas.Combinamos el tema con canciones con entradas o salidas interesantes. Zambúllete en la conversación banal y musical que siempre aporta sabroseando. Así que peínate las patillas, desabróchate el cinturón, saca la panza y suéltate la greña para disfrutar un rato más en compañía de tus bastardos favoritos.
A instabilidade política em Moçambique está a levar milhares de pessoas a abandonarem o país, chegando aos países vizinhos como Malawi e Essuatíni nas últimas semanas. Segundo Adriano Nuvunga, director do Centro para a Democracia e os Direitos Humanos, disse em entrevista à RFI muitas destas pessoas passam as fronteiras moçambicanas devido às perseguições políticas, mas também devido à fome que se generalizou no país. A ONU disse estar “profundamente preocupada” com a violência pós-eleitoral em Moçambique desde as eleições gerais de Outubro e denunciou a fuga de moçambicanos, cerca de 3.000 até agora, para o Malawi e no Essuatíni. Esta é uma realidade também constatada pelo Centro para a Democracia e os Direitos Humanos como Adriano Nuvunga."Há muitas pessoas a sair. Nós há já duas semanas reportámos que 1.500 pessoas tinham saído de Moçambique, particularmente da província da Zambézia, com mais destaque para os distritos que fazem fronteira com o Malawi. Atravessam a fronteira para o Malawi à procura de segurança, mas também à procura de comida. Porque neste contexto, não só é a sua vida que está em risco por causa da repressão policial, mas também não há possibilidade de produção de bens alimentares", detalhou.Até dia 15 de Janeiro, data da tomada de posse oficial de Daniel Chapo, a tensão vai continuar a aumentar no país. Adriano Nuvunga descreve um clima de medo em Maputo onde actualmente não há manifestações, mas com as autoridades a decidirem reforçar a presença militar, incluindo com blindados em frente a edíficios administrativos."É um dia que assusta as pessoas. Nunca se tinha visto uma situação onde a crise política e a violência pós eleitoral chegasse a este nível de ameaçar a própria investidura daquele que foi indicado como vencedor, ainda que injustamente. E nós vemos o Estado a importar mais armamento. Eu estou agora a circular na cidade de Maputo. É um cenário de guerra, com armamento muito pesado como blindados a protegerem, por exemplo, a Presidência da República. E isso não é próprio de Estados democráticos, é característico de Estados autoritários que têm medo da sua população. Então este medo generaliza-se, Este medo agudiza-se à medida que nos aproximamos da data porque não sabemos o que vai acontecer", indicou o activista.Este clima de tensão foi agravado pelo impacto do ciclone Chido no país, que fez pelo menos 100 mortos e quase 1.000 feridos, especialmente no Norte de Moçambique. Estas populações já fragilizadas pelo terrorismo, pelos impactos da crise política no país, estão agora num estado de necessidade absoluta já que muitos perderam as casas, acesso a água potável e electricidade."Precisa-se um pouco de tudo para ajudar a população que perdeu os seus meios de sobrevivência. É preciso ajuda humanitária mesmo, há comunidades que têm as casas destruídas. E não esqueçamos quem perdeu também entes queridos devido à repressão policial: as viúvas e as crianças que ficaram órfãs. Daqui a pouco vai iniciar o ano lectivo e as crianças precisam de apoio. E o Estado moçambicano, por um lado partidarizado e por isso não é um Estado credível para atender as pessoas dentro dos padrões internacionalmente estabelecidos de assistência humanitária, mas por outro lado, sem mesmo capacidade por causa da devastação, por causa da corrupção. O Estado não tem capacidade de resposta. É um Estado incapacitado e é um quadro assustador. É um quadro de um Moçambique que mesmo onde ainda há edíficios de pé, como Maputo, o estado de espírito não é muito diferente daquele que assistimos no pós guerra civil, onde a sociedade e o espírito em geral da sociedade está devastado também pelas balas da polícia disparadas indiscriminadamente contra a população", declarou Adriano Nuvunga.
Diário da Zambézia - António Zefanias
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Moçambique é um dos países mais gravemente afectado pelas alterações climáticas no mundo, o primeiro em África. Neste momento, o país faz contas às vítimas e aos danos provocados pela passagem do ciclone tropical intenso Chido,que entrou no domingo passado, pelo distrito de Mecúfi “com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora” e chuvas fortes. Neste magazine ciência olhamos para a resposta das autoridades na reposição do abastecimento de água e saneamento em situação de emergência. Moçambique é um dos países mais gravemente afectado pelas alterações climáticas no mundo, o primeiro em África. Ciclicamente, o país enfrenta cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre os meses de Outubro e Abril.Neste momento, Moçambique faz as contas às vítimas e aos danos provocados pela passagem do ciclone tropical intenso Chido, de escala 3 (1 a 5), que se formou a 05 de Dezembro no sudoeste do oceano Indício, entrou no domingo passado, 15 de Dezembro, pelo distrito de Mecúfi, na província de Cabo Delgado, no norte do país, “com ventos que rondaram os 260 quilómetros por hora” e chuvas fortes.Na semana passada, na antevisão do Chido, as autoridades moçambicanas tinham admitido que cerca de 2,5 milhões de pessoas poderiam ser afectadas pelo ciclone nas províncias de Nampula, Cabo Delgado e Niassa, no norte, e na Zambézia e Tete, no centro.Em Moçambique, o período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória: oficialmente 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.Já na primeira metade de 2023, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afectaram mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula. Os dados são das autoridades moçambicanas.Precisamente sobre a resposta dada pelas autoridades moçambicanas, em situação de emergência, no abastecimento de água e saneamento, Moçambique levou a cabo uma sessão de esclarecimento, na COP 29, que decorreu de 11 a 22 de Novembro em Baku, no Azerbaijão. Alcino Nhacume, chefe do departamento de Estudos de Projectos da Direcção Nacional de Água e Saneamento do Ministério das Obras Públicas, de Habitação e Recursos Hídricos de Moçambique, explicou a resposta que foi dada pelo país, a nível de abastecimento de água e saneamento, após a passagem do ciclone Freddy. Foi activado o contingente de resposta de emergência inserido nos projectos financiados pelo Banco Mundial. Era necessário responder rapidamente às necessidades, não no sentido de reabilitação, mas de reposição daquilo que foi danificado pelo ciclone.Reposição porque havia a necessidade de colocar novamente à disposição das populações afectadas infraestruturas de abastecimento de água e saneamento, por forma a que não se criassem outros efeitos secundários, como doenças de origem hídricas e outros problemas de saúde pública.
Moçambique: Presidente do Conselho Constitucional promete um acórdão que reflita o que se passa no país. Posto da polícia num distrito da Zambézia foi incendiado por desconhecidos. Líderes da República Democrática do Congo e do Ruanda vão realizar conversações de paz em Angola. Rússia lançou um ataque aéreo de grande envergadura contra a Ucrânia.
A Comissão Nacional de Eleições de Moçambique divulgou ontem os resultados oficiais das eleições gerais de 9 de Outubro. De acordo com estes resultados, o candidato da Frelimo no poder, Daniel Chapo, foi eleito Presidente com mais de 70% dos votos, em segundo lugar ficou Venâncio Mondlane apoiado por um partido recente, o Podemos, que alcançou cerca de 20% dos votos, a Renamo, até agora principal força de oposição, recolheu quase 6% dos sufrágios e o MDM, chegou em quarta posição com pouco mais de 3% dos votos. Depois do anúncio dos resultados, o candidato declarado vencedor, Daniel Chapo disse que "quer ser o Presidente de todos os moçambicanos". Por seu turno, na oposição, Venâncio Mondlane declarou nas redes sociais que "estes resultados não reflectem a vontade popular" e apelou os seus apoiantes a dar continuidade aos protestos que ele convocou. O MDM e a Renamo também consideraram que estes resultados foram forjados e disseram que vão contestá-los junto das entidades competentes.Na rua, a tensão foi patente ontem à noite, nomeadamente em Maputo, mas sobretudo, na província de Nampula, no norte, onde as autoridades deram conta de um morto, sendo que terão sido detidas mais de 300 pessoas no âmbito dos protestos.Foi sobre este cenário que a RFI conversou com o cientista político e professor universitário Justino Quina que começa por recordar que os dados enunciados ontem não são definitivos e ainda precisam ser analisados pelo Conselho Constitucional.RFI: O que sobressai destes resultados, com a Renamo -tradicionalmente principal força de oposição- a ir para o terceiro lugar?Justino Quina: Os dados que foram anunciados ontem pela Comissão Nacional de Eleições não são definitivos no seu todo, porque, existindo alguma reclamação pela parte dos partidos políticos, no caso concreto do Podemos e do candidato que suporta, esses partidos têm espaço para que, existindo evidências práticas, todos esses elementos devem ser encaminhados para a última instância, o Conselho Constitucional. E o Conselho Constitucional poderá naturalmente apreciar, e existindo de facto, evidências que provem que tinha razão o Partido Podemos, mas sobretudo o candidato Venâncio Mondlane, penso que esses resultados poderão alterar, mas tudo isto cabe à apreciação, em última instância, do Conselho Constitucional. O outro ponto é com relação às manifestações, aos protestos. Temos suporte constitucional à manifestação pacífica. Os protestos são constitucionais no sentido de que todos os cidadãos têm direito de manifestarem quando entendem e as suas reclamações devem ser atendidas. E nós temos um historial no nosso país em que, de facto, as pessoas já apresentaram preocupações usando desse preceito constitucional. No meu entender, o que pode estar a falhar neste momento, é a maneira como esses protestos estão a ser levados a cabo. Porque quando há vandalismo, isto é mau e nós temos que encontrar formas de repudiar isto, mas também apelar aos próprios manifestantes que não usem este mecanismo. Olhando para aquilo que poderá acontecer em termos de configuração da própria política nos próximos tempos, a se confirmarem esses resultados, nós teremos aqui uma reconfiguração do próprio Parlamento, em que vamos ter o Podemos como a segunda força política. Teremos uma ruptura daquilo que nós fomos tendo no nosso Parlamento ao longo do tempo em que, no início, quando começou o parlamento multipartidário, tivemos a Frelimo e a Renamo como as maiores forças políticas, embora tivesse ali um ou outro partido, como a União Democrática. Mas depois tivemos a entrada do Partido do Movimento Democrático de Moçambique, o MDM. Tivemos três forças políticas, mas nestas eleições, nós temos um estreante que se chama Podemos. O que que significa? Significa que nós, de forma tácita, estamos aqui a verificar o fim da dicotomia que sempre vivemos na nossa política, entre a Frelimo e a Renamo. E nessas eleições, temos essa surpresa em que a Renamo cai em termos de assentos no Parlamento. Significa que nós temos uma mudança de estruturação do nosso parlamento. Então, esse é o cenário que se desenha neste momento, enquanto não temos os resultados definitivos ou aqueles que são deliberados pelo Conselho Constitucional. Mas neste momento, esta é a realidade que nós temos na política moçambicana. RFI: A confirmar-se este cenário, como é que explica a emergência de uma formação extraparlamentar como o Podemos e também de uma figura que até há uns anos atrás não era conhecida, como é o caso de Venâncio Mondlane? Justino Quina: O que é que está a acontecer na política moçambicana? Ela está a evoluir cada vez mais. Há exigências a que a própria política não está a conseguir responder que têm a ver, por exemplo, com os jovens. E isso requer que também os próprios partidos políticos também compreendam a necessidade de melhor abordarem a política, mas sobretudo a maneira de fazer a política. O que se verificou ao longo do tempo é que, por exemplo, a Renamo não conseguiu dar respostas concretas àquilo que os próprios eleitores vinham dando sinais. Note o que aconteceu para o caso do partido Podemos. Era um partido sem muita expressão, mas por conta do Venâncio, que é o candidato independente que antes esteve na Renamo. Todos aqueles que acompanharam aquilo que aconteceu dentro do partido Renamo, a maneira como a política foi feita, sobretudo as eleições internas, o Congresso que foi realizado na Zambézia, em que dividiu praticamente a própria Renamo, houve muita contestação, não só a nível interno do próprio partido, mas também aqui a nível externo. As pessoas não ficaram satisfeitas por ter sido Ossufo Momade a ser escolhido como o candidato presidencial da Renamo, mas também presidente do partido. Isso fez com que alguns simpatizantes acompanhassem o Venâncio Mondlane para todos os sítios onde ele foi. Tudo isto de forma conjugada, olhando para aquilo que acontece na política nacional, fez com que o partido Renamo e também o partido do Movimento Democrático perdessem muito apoio. Exactamente pela dificuldade de fazer gestão interna dos processos. E aí eles acabaram perdendo esta franja significativa de eleitores. O que é que se espera para o futuro? Vamos ter um parlamento com quatro partidos políticos, mas é importante que esses partidos políticos possam ir ao Parlamento discutir as grandes questões que preocupam os cidadãos. Porque se esses resultados que indicam uma erosão de votos da Renamo e do MDM, significa que há um trabalho de casa que deve ser feito pela Renamo e pelo MDM, de modo a responder ao que não esteve bem. Para o caso concreto do partido Frelimo, também ele deve se reposicionar. Deve encontrar também mecanismos e também ir respondendo às demandas sociais. Fala-se muito, por exemplo, de questões ligadas ao combate à corrupção. É importante que o próximo governo, mas sobretudo o próximo Presidente, olhe para essa questão. Há um conjunto de preocupações também dos jovens, como, por exemplo, de emprego, como, por exemplo, de habitação. Significa que o próximo governo também deve trabalhar para responder a essas dinâmicas, porque é isto que tem vindo a preocupar a camada juvenil, que é a franja significativa quando se trata de processos eleitorais em Moçambique. RFI: A União Europeia incita a Comissão Nacional de eleições a publicar a totalidade dos resultados, algo que é também reclamado pela oposição. Julga que o Conselho Constitucional vai adoptar uma posição mais crítica em relação aos resultados?Justino Quina: É importante porque é a última instância. Cabe ao Conselho Constitucional, por ser a última instância, apreciar com muita seriedade, apreciar com muita serenidade, com competência necessária. Ontem, quando o bispo Dom Matsinhe (Presidente da CNE) apresentava os resultados da Comissão Nacional de Eleições, ele próprio reconhecia que de facto há algumas irregularidades. Mas como Comissão Nacional de Eleições, não cabia àquela instância dirimir todas aquelas que são as irregularidades. É o que ele disse ontem. Então, com base em tudo aquilo que os partidos políticos reuniram, em tudo aquilo que os candidatos também reuniram como provas, então, existindo matéria, é preciso que o Conselho Constitucional olhe com muita competência, analise com muita frieza e depois traga a resposta que venha, não diria beneficiar, mas que venha dar alento para qualquer um que é reivindicante. Então, a minha expectativa é essa por ser a última instância. Os dados que foram apresentados ontem nunca devem ser considerados como definitivos, porque são da Comissão Nacional de Eleições. Mas depois temos uma outra instância, que é, afinal, a última que cabe a ela trazer a última palavra.RFI: A seu ver, o que é que vai acontecer nestes próximos dias? Venâncio Mondlane apelou os seus apoiantes a dar continuidade às manifestações. Julga que os próximos dias vão ser confusos, como têm sido até agora?Justino Quina: Até aqui os dias estão confusos. Note que nós tivemos uma paralisação das actividades muito antes do anúncio dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições. Algumas instituições públicas trabalharam até ao meio-dia. Houve algumas que, de facto, foram até o fim do dia, mas algumas trabalharam até ao meio-dia. As instituições privadas praticamente não abriram. Os mercados andam sem os próprios comerciantes. Significa que estamos numa situação que não é saudável para o nosso contexto, tendo em conta que, independentemente daquilo que está a acontecer, quando nós estamos numa situação em que as actividades laborais estão paralisadas, quando a economia não flui, isso é mau para o país, é mau também para nós como sociedade. Como cientista político, apelo que existam, por parte dos actores políticos, uma serenidade, mecanismos de diálogos muito mais alargados, mas, acima de tudo, que esses actores políticos e de forma específica, o candidato Venâncio Mondlane, é importante que lance uma mensagem de maior serenidade aos seus apoiantes. Porque o que está a acontecer neste momento não é salutar. Repare só, algo que acontece no nosso contexto, nós somos um país com um passado de guerra que provém desde o colonialismo. Depois, passámos por uma guerra civil, depois tivemos o ressurgimento de outros conflitos. Quer dizer, este país precisa de muita paz. Este país precisa de muita concórdia. Esse país precisa de muita harmonia. Quando nós temos concidadãos nossos que saem à rua, estragam infra-estruturas, refiro-me a estradas, por exemplo, vão queimando isto e aquilo, isto tem consequências muito nefastas para o próprio país. É muito caro fazer uma reconstrução para este tipo de atitudes, para este tipo de situações. É muito caro para o país, porque nós estaremos só a regredir.
Diário da Zambézia - António Zefanias
A actualidade desta semana ficou marcada pela mensagem do Presidente angolano, João Lourenço, sobre o estado da nação, na reabertura do ano parlamentar. O chefe de estado acabou por ser vaiado, na altura em que dizia não ter responsabilidade quanto ao adiamento da criação das autarquias. João Lourenço fez um discurso de mais de duas horas, na Assembleia Nacional, e esboçou o seu diagnóstico sobre o estado da nação. Na sua intervenção, o Presidente acusou políticos e parlamentares de estarem envovidos em crimes de vandalismo, defendendo uma punição exempàlar para os prevaricadores.As reacções em Moçambique multiplicaram-se, nas horas seguintes ao discurso, e o líder parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, pediu a João Lourenço que se demita e disponibilizou-se para apurar a veracidade da “grave acusação” feita pelo Presidente angolano sobre o envolvimento de políticos em crimes de contrabando e vandalismo.Já o presidente do PRS (oposição angolana), Benedito Daniel, rejeitou hoje que os políticos e deputados sejam promotores de vandalismo dos bens públicos em Angola, em resposta ao Presidente angolano, João Lourenço, que os acusou de serem “instigadores”. Entretanto, em Moçambique, as eleições gerais continuam a dar que falar. A Plataforma de Observação Eleitoral Mais Integridade, constituída por sete organizações da sociedade civil moçambicanas, qualificou, esta quarta-feira, as eleições gerais de 09 de Outubro como “fraudulentas” e denunciou como alegados ilícitos a falsificação de editais e o enchimento de urnas. A plataforma fez contagens paralelas nas províncias de Nampula e Zambézia, os dois maiores círculos eleitorais do país, e tinha mobilizado 1.900 observadores em todo o país.Entretanto, o candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou, para segunda-feira, uma “greve nacional geral” para contestar os resultados eleitorais anunciados pelas comissões distritais e provinciais que dão vitória à Frelimo e ao seu candidato Daniel Chapo. A Procuradoria-Geral da República intimou Venâncio Mondlane a abster-se de “agitação social e incitação à violência”.Por sua vez, em Cabo Verde, a Cruz Vermelha de Cabo Verde anunciou o lançamento de uma operação de combate à dengue, com o objectivo de proteger 30 mil pessoas nas comunidades mais remotas. Cabo Verde registou duas mortes e mais de 8 mil casos num ano. A epidemia acelerou nos últimos meses, durante a estação das chuvas, propícia à propagação dos mesquitos que carregam o vírus. O presidente da Cruz Vermelha de Cabo Verde, Arlindo Carvalho, em entrevista à agência Lusa, avançou que, para além da distribuição de 'kits' de prevenção com ferramentas com pulverizadores, sabões e luvas descartáveis, grande parte das actividades vai incidir na formação e sensibilização, para que a população crie hábitos de higiene e limpeza.
Diário da Zambézia - António Zefanias
Eleições em Moçambique: Candidato da FRELIMO, Daniel Chapo, vence em Cabo Delgado e na cidade de Maputo. A enviada especial da DW para as eleições em Moçambique, Nádia Issudo, traz o ponto da situação em Maputo. Na província da Zambézia, repetição da votação é manchada por violência e acusações de suborno. E, neste jornal, mais um episódio da rádio novela Learning By Ear, aprender de ouvido.
Venâncio Mondlane declara-se vencedor das presidenciais moçambicanas. Greve de MMVs forçou a não abertura de 23 mesas em dois distritos da Zambézia. CNE vai fechar olhos às irregularidades registadas no dia da votação? Em Angola: Cabinda está há uma década à espera da conclusão das obras do Campus Universitário de Caio.
Diário da Zambézia - António Zefanias
Moçambique é um país de jovens e estes jovens, que gostam de ser chamados por “netos da revolução”, sentem-se excluídos. É uma “geração que luta por utopias” e que quer mais oportunidades, formação, emprego e até “uma espécie de liberdade”, conta-nos o antropólogo Tirso Sitoe. O também director da Bloco 4 Foundation, uma organização de pesquisa em activismo, cidadania e políticas sociais em Moçambique, resume que a juventude quer “liberdade de poder decidir, protestar, reclamar pelos seus direitos e sentir-se representada”. RFI: Qual é a dimensão da juventude e Moçambique?Tirso Sitoe, antropólogo: Grande parte da população moçambicana é composta por jovens. Em termos de género, temos mais mulheres.Cerca de 80% da população moçambicana são jovens, é assim?Sim, diria isso, mas a agenda política é dominada por pessoas jovens acima dos 40 anos de idade, que estão no sistema de governação e não especificamente a juventude. Moçambique é um país de jovens. A juventude está a ser bem tratada ou marginalizada em Moçambique?Tendo em conta o que são os dados das revoltas populares, a juventude é muito marginalizada. Os últimos dados, em termos de protesto social no espaço público, indicam que os jovens reclamam ou clamam por uma mudança em termos de governação, porque não existe necessariamente uma política focada para a juventude para a questão de inclusão em processos políticos. Uma coisa é a inclusão para mobilizar para chegar ao poder e outra coisa é participar activamente dentro daquilo que é a agenda de governação. Temos vários círculos a partir das artes, expressões artísticas e culturais que mostram que os netos da revolução, como nós costumamos dizer, os netos da revolução, esta geração que luta por utopias, sente-se excluída, marginalizada. Então, o que é que seria preciso fazer para ter algo mais inclusivo para estes netos da revolução? Primeiro é o acesso ao emprego, à educação de qualidade. A emprego e a fontes de renda para gerar emprego, a ideia de criar um auto-emprego. Há muitos jovens que foram à universidade, saíram das universidades e não têm emprego. Não faz sentido. Então há um problema muito sério na questão de estamos a formar para quê? Mas os jovens que vão para a universidade não são uma minoria? Não diria necessariamente que são uma minoria porque já temos universidades praticamente em grande parte do país. Estou a falar de universidades públicas ou privadas. O Instituto Nacional de Estatística falava, em Setembro de 2023, que na população jovem moçambicana, apenas 18% da juventude tinha um nível de escolaridade acima do ensino primário e 1,5% tinha um nível superior... Vamos ver o que as novas estatísticas dizem sobre isso. Podemos aceitar aquilo que é o Instituto Nacional de Estatística, os dados, mas temos que ver. São os jovens que estão próximos a centros urbanos, que têm acesso à universidade, mas uma coisa é ter acesso à universidade, depois a outra coisa é ter acesso a uma educação de qualidade. Depois, como é que isso se reflecte na questão do acesso ao emprego. O Estado em Moçambique diz-se que é o maior empregador, mas quantos indivíduos estão no Estado? Grande parte das pessoas que compõem o Estado não são malta jovem. Agora, há a questão da reforma compulsiva e o Estado diz que neste momento não podemos contratar, vamos ficar uns anos sem contratar novas pessoas porque o FMI impôs algumas políticas, uma reforma no próprio Estado. Então os senhores velhos vão para casa, mas depois quem vai ocupar aqueles lugares se o Estado diz que não pode contratar nesse espaço de tempo porque não tem dinheiro para pagar os jovens? Os jovens correm muito para o sector privado, mas o sector privado é mais tecnicista. Vão para as ONGs, vai para os projectos de gás, mas depois, lá nos projectos de gás, dão empregos, por exemplo, às pessoas de Maputo e não à população local. Isso é outra grande assimetria, não é? Como é que está a diferença no acesso à educação e depois ao emprego entre Maputo e o resto do país? O resto do país é totalmente diferente. Maputo é a capital económica, mas se tu vais a Cabo Delgado.... Tu olhas e analisas a questão do conflito e, muitas das vezes, é a falta de acesso a oportunidades. Instalam-se megaprojectos, tiram-se pessoas de Maputo que supostamente estudaram ou foram estudar fora do país, vêm para cá e vão trabalhar lá. A mesma coisa que está a acontecer em Tete com a questão da mineração. Mas onde é que estão os jovens? Então, se você está lá a trabalhar nos megaprojectos, você é mero ajudante de pedreiro, vamos dizer assim. Apesar de existir uma política de formação local a partir de escolas para formar jovens que são técnicos para estar lá a trabalhar, mas é a questão de formação local. Isso gera uma onda de revolta se os de Maputo ocupam lugares destas pessoas que vivem, por exemplo, em Cabo Delgado ou em Tete, porque as oportunidades locais são praticamente invisíveis. Há, também, o fenómeno inverso das pessoas que saem das suas províncias e vêm para Maputo à procura de oportunidades, mas depois acabam em muitos empregos precários. Sim, empregos precários. Por exemplo, os machuabos, que são da Zambézia, se fores ao mercado Estrela, está cheio de machuabos. É a ideia de sair do rural para o urbano. Chegam aqui e encontram outra realidade pensando que em Maputo vai ser fácil conseguir emprego, mas ou são empregados de casa ou estão na rua a vender ovos, pastilhas, internet. Quando perguntas o que é que fazes aqui, respondem “estou a vender aqui cigarros, pastilhas...”. É a única coisa fonte de renda provavelmente que ele tem. E os jovens vão votar? Os jovens têm vontade de votar, mas é possível também que haja abstenção eleitoral por parte dos jovens. Estas eleições serão renhidas, as mais problemáticas, eu acho. Essa é a previsão e o livro que nós lançámos no mês passado “Crónicas eleitorais e violação de direitos humanos em Moçambique” aponta esta tendência por causa das eleições autárquicas, que aconteceram também em Outubro do ano passado. Com o que é que sonha a juventude em Moçambique? Uma espécie de liberdade. Liberdade de se poder decidir. Liberdade de ir à rua protestar. Reclamar por qualquer que seja seu direito e sentir-se representado. Essa é a geração que luta por utopias. Os netos...Os netos da revolução.
Em Moçambique, aumentam denúncias de intolerância política na campanha eleitoral. ONG processa governador da província moçambicana da Zambézia e a filha por alegado nepotismo, peculato e fraude. Neste jornal olhamos ainda para o impacto dos resultados das eleições no Estado de Brandemburgo na política federal alemã.
Cerca de 50 chefes de Estado e de Governo africanos deslocaram-se, esta semana, a Pequim, para a cimeira China-África e as atenções estiveram voltadas para as parcerias e cooperação. Em Cabo Verde, preparam-se as cerimónias do centenário do nascimento de Amílcar Cabral, com críticas à Guiné-Bissau. Em Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça validou o congresso que elegeu Satu Camará como líder do Madem G-15 e em Angola manifestantes tentaram protestar contra a Lei de Vandalismo de Bens Públicos. Cerca de 50 chefes de Estado e de Governo africanos deslocaram-se esta semana a Pequim, a capital chinesa, para a Cimeira China-África. A China tem sido o maior parceiro comercial de África nos últimos 15 anos, mas o défice comercial de África com a China aumentou no ano passado para 64 mil milhões de dólares, algo que alguns analistas alertam que pode ser usado para tornar os países africanos cativos dos desejos e exigências de Pequim.Entre alguns dos anúncios, ficou-se a saber que a China vai doar 25,6 milhões de euros a Cabo Verde, algo adiantado no Facebook pelo primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.Por sua vez, Angola e China assinaram três memorandos de entendimento na área dos transportes, um deles para elaboração de estudos para acelerar o projecto de construção do metro de superfície de Luanda, de acordo com um comunicado do Ministério dos Transportes de Angola.O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse que a China vai apoiar no combate ao terrorismo na província de Cabo Delgado, nomeadamente assistência militar. Além disso, disse que “a visita foi um sucesso acima do normal”.Precisamente em Moçambique, uma criança morreu num no distrito da Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, no extremo norte do país, como pode ouvir na reportagem de Orfeu Lisboa.Também esta semana, o Governo de Moçambique aprovou um projecto para plantar 200 milhões de árvores de mangal no país nos próximos 60 anos, devendo a plantação começar em Novembro. O anúncio foi feito, esta sexta-feira, pelo promotor do projecto MozBlue que explicou que se vai “começar a plantar o primeiro dos 200 milhões de mangais em Quelimane, na Zambézia, em Novembro, em linha com o início da época das chuvas em Moçambique". Esta será a maior concessão de mangais em África, de acordo com a empresa com sede no Dubai.Ainda em Moçambique, as autoridades de saúde na Zambézia instalaram um posto de controlo sanitário junto à fronteira com o Malawi para prevenir eventuais casos de Mpox no país. A directora dos serviços distritais de saúde afirmou que se encontram no terreno equipas de técnicos de medicina preventiva. Angola: Contestação contra Lei de Vandalismo de Bens PúblicosNo sábado passado, em Angola, vários manifestantes foram detidos pela polícia no início de uma concentração em Luanda, que visava protestar contra a Lei de Vandalismo de Bens Públicos. O secretário-geral da Juventude do Bloco Democrático, Adilson Manuel, estava entre os manifestantes e foi detido pelas autoridades durante grande parte do dia. Em entrevista à RFI, Adilson Manuel prometeu levar o caso à justiça. Guiné-Bissau: Justiça valida congresso de ala dissidente do Madem G-15Na Guiné-Bissau, o Supremo Tribunal de Justiça considerou que o congresso extraordinário da ala dissidente do Madem G-15, que elegeu Satu Camará líder do partido, respeita os estatutos do partido. Pode ouvir no programa a reportagem de Mussa Baldé. Cabo Verde prepara-se para o centenário de Amílcar CabralAproxima-se o centenário do nascimento do líder da independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, Amílcar Cabral, que nasceu a 12 de Setembro de 1924. O presidente da Fundação Amilcar Cabral, Pedro Pires, discordou com a decisão do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, de “associar” as comemorações do centenário de Amílcar Cabral às celebrações dos 60 anos das Forças Armadas em Novembro. Pedro Pires também lamentou a alegada proibição por parte do Governo guineense de afixação de cartazes sobre o centenário.Na cidade da Praia, no âmbito da estratégia Global Gateway da União Europeia para Cabo Verde, foram assinados, na quarta-feira, dois novos financiamentos num total de 300 milhões de euros, para apoiar sectores como o digital, os portos e as energias renováveis.Ainda em Cabo Verde, um estudo sobre o diagnóstico social da ilha Brava mostra que a taxa de abandono escolar aumentou para 30 por cento no último ano lectivo e que as reprovações também ultrapassam os 30 por cento. Após publicar o Diagnóstico Social da ilha Brava, o presidente da câmara municipal local, Francisco Tavares, veio dizer que a autarquia vai trabalhar com todas as instituições e organizações para entender as razões das reprovações e dos abandonos escolares e agir para prevenção.Também em Cabo Verde, o Presidente vetou o plano de carreiras dos professores e pediu nova apreciação do diploma por considerar que ficaram por atender “questões fracturantes” que têm motivado o descontentamento e sucessivas greves dos docentes nos últimos meses. RDC recebe primeiras vacinas contra a MpoxÀ República Democrática do Congo chegou, esta quinta-feira, um primeiro lote de quase cem mil vacinas contra a Mpox, doadas pela União Europeia e fabricadas por um laboratório dinamarquês. Outro lote de cem mil doses deveria chegar este sábado. No total, mais de 560 mil doses serão doadas pela UE e destinadas à RDC e a outros países do continente afectados pelo vírus.Ainda na República Democrática do Congo, pelo menos 129 pessoas morreram durante uma tentativa de fuga, na noite de domingo, na maior prisão do país, em Kinshasa. Os números foram avançados, na terça-feira, pelas autoridades, que falam num caso com contornos pouco claros.
Fórum China-África: Xi promete €45,8 mil milhões e a ausência de João Lourenço levanta questões. Fluxo histórico de observadores na Zambézia levanta questões de transparência eleitoral. Em entrevista exclusiva à DW, o escritor moçambicano Mia Couto fala das eleições e do futuro de Moçambique.
Moçambique: Oposição boicotou a visita oficial do Presidente da Guiné-Bissau.Sociedade civil na Zambézia contesta um novo projeto de extração de areias pesadasnuma praia, em Quelimane.Depois da Coreia do Norte, o Presidente russo está no Vietname em busca de aliados. Euro2024: Tudo em aberto no Grupo C.
Confrontée à l'une des pires sécheresses de son histoire, provoquée par le phénomène climatique El Niño, la Zambie vit une situation dramatique. En février dernier, le président Hakainde Hichilema, déclarait la Zambie en situation d'urgence et de catastrophe nationale, et s'en remettait à l'aide extérieure alors que le pays est en état de faillite depuis 2020. Dans ce pays agricole, environ 80 % des récoltes de maïs ont été décimées. La malnutrition touche de nombreuses familles et près de la moitié de la population (10 millions de personnes) est en insécurité alimentaire. Dans le district de Siavonga, tout au sud du pays, au bord du fleuve Zambèze, la situation est particulièrement critique. De notre envoyé spécial à Siavonga,Le décor est sublime avec au loin les collines du Zimbabwe. Mais le calme ambiant qui règne au bord du fleuve Zambèze, témoigne d'une situation tragique. Richard Mulopendé est pêcheur : « Il n'y a plus de poissons et on nous interdit les filets de petites mailles. Et avec la sécheresse, il n'y a pas de récoltes. La vie est vraiment dure ici. » Peuvent-ils manger tous les jours à leur faim ? « Parfois, on mange. Et parfois, on reste un ou deux jours sans manger », répond le pêcheur.Un peu plus loin, des femmes font la vaisselle. Itai a 22 ans et trois enfants. « Il ne pleut plus, parce qu'on coupe du bois pour faire du charbon ». Mais alors pourquoi coupent-ils les arbres ? La question est provocatrice. La réponse fuse. « Parce qu'il faut bien nourrir les enfants. On n'a pas le choix. »Comme Itai, des milliers de Zambiens survivent en vendant du charbon alors qu'ils ont conscience que la déforestation favorise la sécheresse. À 500 mètres du fleuve, Roger Chimambo, chef d'un village d'agriculteurs, témoigne. « Avant, ça allait bien. On avait des récoltes et on mangeait tous les jours. Mais là ça fait trois ans qu'on n'a rien récolté. La vie est devenue très dure, on n'a plus rien à manger. » À lire aussiEn Zambie, El Niño questionne le business des semencesDe la malnutrition au choléraConséquence inéluctable, le retour de la malnutrition infantile. Charity Chizyuka, unique infirmière pour 1 600 habitants, décompte les hospitalisations dans son dispensaire.« On a eu trois cas de malnutrition le mois passé, et un, ce mois-ci. Ce qui signifie que la malnutrition augmente », indique l'infirmière. « Si on a un nouveau cas par mois, c'est qu'il y a un problème. Et parfois les enfants rechutent. On voit les mêmes enfants qui reviennent parce qu'il ne pleut pas et qu'il est impossible de cultiver. Certains ont des petits jardins, mais les hippopotames viennent tout ravager. Donc, c'est compliqué pour nous. Ça fait quatre que je suis ici et quatre ans que les gens n'ont pas assez à manger. » En février dernier, Charity Chizyuka luttait contre une épidémie de choléra. Elle craint à présent l'arrivée de la saison sèche et une flambée de paludisme. Ainsi va la vie au bord du Zambèze, avec la sécheresse et son cortège de maladies.À lire aussiChangement climatique: l'Afrique de l'Est et australe entre intempéries et sécheresses
Á dögunum kom út bókin Parísardepurð; stutt ljóð í lausu máli eftir Charles Baudelaire í fyrsta sinn í íslenskri þýðingu. Þýðandi er Ásdís Rósa Magnúsdóttir Prófessor í frönsku máli og bókmenntum en ritstjóri er Kristín Guðrún Jónsdóttir og er bókin hluti af ritröð þýðinga sem Stofnun Vigdísar Finnbogadóttur stendur fyrir. Við ræðu við Ásdísi Rósu um bókina í þættinum. Þorleifur Sigurlásson, tónlistarmaður, hefur verið að skoða tónlistarstefnur í ólíkum heimshornum sem eiga það sameiginlegt að hafa haft gríðarleg menningarleg áhrif, bæði á stöðum sem þær spretta fram sem og annarsstaðar í heiminum. Að þessu sinni ferðast hann til Zambíu ársins 1964. Við höldum áfram að rifja upp umfjallanir Jóhannesar Ólafssonar um fugla frá árinu 2018. Að þessu sinni sest hann niður með Ragnari Helga Ólafssyni, rithöfundi og skáldi og ræðir við hann, meðal annars, um fugla-athuganir í Flatey.
Congresso da RENAMO realiza-se em maio na província da Zambézia. Ossufo Momade critica Venâncio Mondlane Conselho Nacional do partido. Comunidade internacional pede “contenção” na região do Médio Oriente, após ataque do Irão a Israel. Bayer Leverkusen sagrou-se, pela primeira vez, campeão da Bundesliga. Learning By Ear- Aprender de Ouvido.
Moçambique: Arranca hoje a sessão do Comité Central da FRELIMO com críticas à demora na escolha do próximo candidato à presidência. O polémico abandono da Thai Moçambique Logística do projeto ferro-portuário na Zambézia. Em Angola: Jurista Rui Verde comenta anulação da condenação de "Zenu" dos Santos pelo Tribunal Constitucional. Ruanda: 30 anos do genocídio de tutsis e hutus moderados.
Anexos al abecé de la música popular de Brasil en forma de compilaciones. Intervienen: Wandi Doratiotto, Zambé, Júpiter Maçâ, Odilara, Stereosound, Marcelo Bonfá, Os Federais Mato Grosso, Léo & Giba, Cavaleiros do Forró, Júlio Uça, Átila Lima y Joyce.Escuchar audio
Anexos al abecé de la música popular de Brasil en forma de compilaciones. Intervienen: Mônica Salmaso, Jussara Silveira, Fernado Salém, Roger, Rosi Campos & Fernando Gomes, Paulinho Moska, Helio Ziskind, Ed Motta, Maurício Pereira, Vânia Bastos, Gerson de Abreu, Perna Branca & Xavantinho, Arnaldo Antunes, Skowa, Hélio Ziskind, Fernando Salém, Wandi Doratiotto y Zambé.Escuchar audio
Arranque ano letivo: Na província moçambicana da Zambézia, falta de condições das escolas indigna população. Três anos após mortes na vila angolana de Cafunfo, sociedade civil continua à espera do inquérito prometido pelo Governo. Na Serra Leoa, desflorestação pode agravar problema de escassez de água.
Manuel de Araújo anuncia vitória em Quelimane. Dia da votação manchado pela atuação da polícia na vila de Gurué, na Zambézia. Cidadãos da Matola lamentam não ter podido votar. Eleições autárquicas foram das piores eleições de sempre em Moçambique, diz Edson Cortez. Israel cria governo de emergência e gabinete de guerra.
Los satélites nos dan asientos de primera fila para observar nuestro planeta, incluyendo nuestros océanos afectados por el cambio climático. Zambúllete en este episodio de la mano de nuestros oceanógrafos Carlos del Castillo y Laura Lorenzoni para aprender más.
Los satélites nos dan asientos de primera fila para observar nuestro planeta, incluyendo nuestros océanos afectados por el cambio climático. Zambúllete en este episodio de la mano de nuestros oceanógrafos Carlos del Castillo y Laura Lorenzoni para aprender más.
Hoy buceamos en el gran océano de la tan sonada y controvertida paz total, haciendo énfasis en los diálogos que el Gobierno está manteniendo con el ELN. De esta manera, analizamos la situación desde su contexto, pensando en los antecedentes, acontecimientos recientes, la presencia de la guerrilla en las regiones y, en general, la viabilidad jurídica y logística del nuevo modelo de paz.¿Qué le puede deparar al país con relación al ELN? ¿De qué depende el éxito de las negociaciones?¡Zambúllase con nosotros para averiguarlo!
durée : 00:56:51 - Les décolonisations africaines - par : Pierre ASKI - Pierre Haski nous transporte entre les fleuves Zambèze et Limpopo à la rencontre de Robert Mugabe, premier président du Zimbabwe. Embarquez, en compagnie de l'historien Amzat Boukari-Yabara, entre récit, analyses, archives et bande son détonante !
C'était le combat de sa vie : libérer son peuple de la colonisation, le sortir de cette fédération artificielle où il était traité avec mépris et condescendance. La Rhodésie dont le nom en lui-même était une insulte pour les populations locales. Avec lui, la Zambie est née. Archives d'Afrique vous propose de partir à la découverte de Kenneth Kaunda, surnommé aussi le « lion du Zambèze ».