Podcasts about vietname

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Braňo Závodský Naživo
Bátora: Fico konzistentne podkopáva demokraciu, ale Slovensko sa ešte nenachádza v maďarskom scenári

Braňo Závodský Naživo

Play Episode Listen Later Jun 13, 2025 38:56


Robert Fico lieta za agresorom Putinom do Moskvy a našich spojencov považuje za vojnových štváčov. Hrozí zablokovaním európskych sankcií proti Moskve. Chváli autoritatívne a komunistické režimy, a napriek tomu, že jeho vláda má len tesnú väčšinu v parlamente a za sebou polročnú vládnu krízu, chcel by meniť politický systém na Slovensku. Prekáža mu, že máme veľa politických strán a že v takej Číne či Vietname si tamojšie režimy veci môžu plánovať, no u nás musia byť každé štyri roky slobodné voľby, ktoré vraj prerušia kontinuitu.Čo chce premiér povedať ak hovorí, že liberálna demokracia zlyhala? Znamená jeho politika na všetky štyri svetové strany hlavne inšpiráciu totalitným východom? Čo sú to vlastne za režimy v Číne, Vietname či Uzbekistane, kam rád cestuje a ako fungujú? Ako môže Robert Fico zmeniť Slovensko a aké na to má nástroje? A čo na to Európska únia, ktorej sa teraz vyhráža, že nepodporí protiruské sankcie? A čo znamenali odkazy šéfky európskej diplomacie Kallas či nemeckého kancelára Merza pre premiéra a pre Slovensko?Braňo Závodský sa rozprával s politológom Filozofickej fakulty UK profesorom Jozefom Bátorom.

Braňo Závodský Naživo
Bujňák: Máme najslabšie chránenú ústavu z celej EÚ. Žiaden poslanec nenavrhol posilniť jej ochranu

Braňo Závodský Naživo

Play Episode Listen Later Jun 10, 2025 36:58


Robert Fico by chcel mať zo Slovenska Vietnam alebo Čínu, páči sa mu aj režim v Uzbekistane, kde rečnil o zmene politického systému na Slovensku. A rád by sa dostal aj do Afganistanu. Robert Fico chce v parlamente meniť našu ústavu a zrušiť sviatok 17. novembra, boja za slobodu a demokraciu ako deň pracovného pokoja. A chce menej politických strán.Skutočne chcú občania a občianky Slovenska žiť ako v Uzbekistane a naším vzorom majú byť nedemokratické režimy ako v Číne či Vietname? A čo vlastne znamená, že chce Robert Fico v ústave nadradenosť nášho práva nad naše medzinárodné záväzky? Čo je podľa Roberta Fica národná identita? Prečo hovoria ústavný právnici a sudcovia o bezprecedentnom zásahu do fungovania právneho štátu a mimovládky zas, že ide o pokus zmeniť charakter nášho krajiny? Kto na to dal premiérovi mandát a ako ešte môže meniť našu Ústavu? Hrozí nám návrat k totalite? A prečo si to doteraz nevšimlo KDH, ktoré chce Fica a jeho ústavné zmeniť podporiť?Braňo Závodský sa rozprával s ústavným právnikom z Právnickej fakulty Univerzity Komenského v Bratislave Vincentom Bujňákom.

Renascença - Visto de Fora
A “zanga” dos Macron, o louco do Putin e o regresso da regionalização

Renascença - Visto de Fora

Play Episode Listen Later May 29, 2025 29:41


Faz sentido aproveitar politicamente a alegada zanga do casal Macron à chegada ao Vietname? O tema suscita um aceso debate na edição desta semana onde Begoña Iñiguez e Olivier Bonamici comentam também, as palavras de Donald Trump que, agora, apelida Putin de louco. O presidente norte-americano “só agora percebeu como é Putin”? Será o primeiro sinal de que Trump vai “abandonar” a Ucrânia? Questões em análise neste Visto de Fora se antecipa a eleição presidencial na Polónia e o seu significado para a Europa. O estudo do ISCTE sobre regionalização em Portugal é outro assunto em debate.

Braňo Závodský Naživo
Takáč: Bödöra nepoznám. Ohľadne penziónov sa vytvára bublina. Stavby stoja a prebieha kontrola

Braňo Závodský Naživo

Play Episode Listen Later May 23, 2025 40:01


Opatrenia proti nebezpečnej nákaze slintačky a krívačky sa uvoľňujú. Posledná takmer trojmiliardová konsolidácia nestačila. Vláda musí nájsť ďalšie peniaze a skúsiť to inak. Firmy medzi tým dostávajú výzvy na priznanie transakčnej dane, ktorú by Andrej Danko a opozícia najradšej zrušili. Premiér hovorí rok po atentáte o ďalších opatreniach, páčia sa mu režimy vo Vietname a Číne a rád by znížil počty poslancov v parlamente, sťažuje sa že máme na Slovensku veľa politických strán.Ako bude po slintačke a krívačke štát odškodňovať farmárov, ak chýbajú peniaze na jeho fungovanie? Kde chce vláda získať ďalšie miliardy? Prečo sú potraviny stále drahšie? Sú naši farmári konkurencieschopní, prečo sa boja vstupu Ukrajiny do únie? A ako sa vyšetria podozrenia, že za eurofondy si vplyvní ľudia blízky vláde vystavali nové sídla a haciendy? A prečo nám stále rastú ceny potravín?Braňo Závodský sa rozprával s ministrom pôdohospodárstva a rozvoja vidieka a podpredsedom strany Smer – Sociálna demokracia Richardom Takáčom.

The KIAI Marketing Secrets's Podcast
641 - Jogo Infinito: A Verdade Dura e Libertadora para Empreendedores

The KIAI Marketing Secrets's Podcast

Play Episode Listen Later May 7, 2025 5:34


Estás a jogar para vencer amanhã ou para construir algo que dure uma vida?  Neste episódio, o Ricardo desmonta um dos maiores erros do empreendedor moderno: querer resultados imediatos num jogo que se joga no longo prazo.  Com uma analogia poderosa à guerra do Vietname, vais perceber porque muitos negócios falham mesmo investindo imenso. Não é sobre recursos. É sobre resistência. Persistência. Clareza estratégica. Este episódio é um convite à maturidade empreendedora: parar de saltar de táctica em táctica e assumir o compromisso com um plano contínuo, resiliente e vencedor.  Tu não precisas de vencer agora. Precisas de continuar a jogar.  Este conteúdo é para quem está mesmo disposto a construir algo que vale a pena.  Persistência. Consistência. Visão.  Ouve já!  KIAI 

Pop Up
Um filho da mãe numa corte de mulheres — sugestões

Pop Up

Play Episode Listen Later May 5, 2025 10:42


Hugo Gonçalves e uma história de pai e mãe em 2 livros; uma família muçulmana em Nova Iorque a 10 de setembro de 2001; o serralheiro que fez a Ponte 25 de Abril; e a Guerra do Vietname em 5 episódios.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Rádio Comercial - Ouvir Falar de Amor
"Demos o primeiro beijo nos festejos do 25 de abril": A história de Karine Garrido e Diogo Abrantes

Rádio Comercial - Ouvir Falar de Amor

Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 27:34


Conheceram-se nas aulas de canto. Ele chegou confiante, com ar de estrela da música. Ela era mais tímida e inscreveu-se nas aulas para contrariar o medo de palco. Durante quatro anos foram só amigos... Até porque ambos estavam em relações que, entretanto, terminaram. Foi numa noite de 24 para 25 de abril, ao som dos foguetes, que deram o primeiro beijo. Mas Diogo ainda não estava preparado para novo compromisso. Karine decidiu então que ia esquecê-lo. Mas quando está escrito que duas pessoas têm de ficar juntas... Não vale a pena contrariar. Mesmo que ele tenha chegado a viajar para o Vietname onde viveu 9 meses. Hoje em dia formam a dupla musical ADOIS. E hoje contam-nos a história de amor que protagonizam no podcast Ouvir Falar de Amor!

Convidado
" A China comunista aparece como defensora do liberalismo económico"

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 15, 2025 8:19


O Vietname e a China assinaram nesta terça-feira,15 de Abril, 45 acordos de cooperação em áreas como a inteligência artificial, comércio agrícola e cooperação aduaneira, durante uma visita a Hanói do Presidente chinês. Xi Jinping está a realizar um périplo pelo Sudeste Asiático, que o vai levar também à Malásia e ao Camboja, depois da guerra comercial lançada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump. Em entrevista à RFI, Luís Tomé, professor catedrático e investigador sénior do Instituto Português de Relações Internacionais, refere que esta deslocação é uma manobra política de Xi Jinping, numa altura em que a China comunista aparece como defensora da globalização e do liberalismo económico. O que pretende o Presidente chinês, Xi Jinping, com este périplo pelo Sudeste Asiático?Em primeiro lugar, ao que se sabe, estamos a falar da primeira saída de Xi Jinpind do país este ano. Aliás, ele estava para fazer uma visita ao Vietname, antes do anúncio das tarifas alfandegárias, depois houve um adiamento, e agora, para além do Vietname, vai também à Malásia, que tem a presidência anual da Associação das Nações do Sudeste Asiático – ASEAN – e ao Camboja.Estamos a falar de vizinhos, mas é evidente que se trata de uma manobra do Presidente Xi Jinping para cultivar laços com o grupo ASEAN, aproveitando o facto de estes países – parceiros dos Estados Unidos – estarem numa posição desconfortável, porque são visados pelas tarifas anunciadas pelo Presidente Trump. O Vietname, por exemplo, tem uma tarifa de 46%, sabendo-se que nos últimos anos as exportações do Vietname para os Estados Unidos aumentaram consideravelmente.Esta visita acontece, como já aqui falou, depois do Presidente Donald Trump ter avançado com taxas alfandegárias contra vários países, nomeadamente a China. O que representa o mercado do Sudeste Asiático para a China?A China é o maior parceiro comercial do conjunto dos dez países que constituem a ASEAN, assim como os países da União Europeia são, igualmente, um parceiro comercial significativo para a República Popular da China. Agora, a questão das tarifas não se coloca apenas do ponto de vista comercial. É evidente que alguns países, por exemplo, europeus ou vizinhos da China, incluindo o Japão, a Coreia do Sul e os países do Sudeste Asiático, têm algum receio de que o gigantismo da China, com a sua capacidade de produção e tecnológica, faça disparar ainda mais a dependência destes países face Pequim. Se porventura, uma das manobras de diversificação das suas exportações, para fazer face às tarifas impostas pelos Estados Unidos, for inundar outros mercados.Essas preocupações existem. Mas agora, uma das mensagens principais de Xi Jinping é a da estabilidade da China, apresentando-a como um país fiável. A China não faz bullying com os seus parceiros, ao contrário dos Estados Unidos. E ainda por cima, a China joga, na narrativa do Presidente Xi Jinping, sempre na lógica do “win-win”, ou seja, nos ganhos mútuos. Portanto, não é a lógica da América.O Presidente chinês defendeu que a guerra das taxas alfandegárias não beneficia ninguém e que o protecionismo não leva a lado nenhum. Trata-se de mais um aviso para Donald Trump?Sim, mas isso é uma verdade “lapalisse”. Isto é, numa guerra de tarifas, é evidente que todos perdem. A questão é saber quem perde mais, sabendo que a China não está a passar propriamente pela melhor fase do seu desenvolvimento económico, desde a saída do Covid. Não é apenas com o comércio que a China se preocupa, e Xi Jinping tem essa noção.Mas é muito interessante como, em contraponto com o protecionismo e unilateralismo dos Estados Unidos, a China -oficialmente comunista- aparece como a grande defensora da globalização e do liberalismo económico. A China quer salvaguardar e tem enviado essas mensagens, não apenas para os países da região, mas também para a União Europeia, a globalização económica, as regras da ordem económica – que os Estados Unidos construíram – e quer salvaguardar a Organização Mundial de Comércio -OMC- que aparentemente a administração Trump também quer destruir.Estamos diante de uma mudança de paradigma?Sim, é a nova centralidade económica da China industrial, tecnológica e comercial, fazendo com que o país queira preservar um sistema que lhe é favorável, enquanto que, do outro lado, a administração Trump entende que esta ordem económica está obsoleta e está a ser usada como arma contra os Estados Unidos. Estou a citar palavras exactas do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio. Portanto, os Estados Unidos querem destruir esta ordem económica e travar a ascensão da China, privando-a da centralidade em tudo o que são tecnologia, minerais críticos e caudais de abastecimento.Depois, há um outro objectivo geopolítico da administração Trump, creio eu, que visa a União Europeia. Donald Trump quer acabar com a União Europeia, quer dividir os países europeus, até porque assim teríamos menos poder negocial.Com esta mudança de paradigma, a Europa pode correr o risco de vir a receber o excesso de oferta chinesa?Se fechassem os olhos, esse risco existiria. Porém, há já alguns anos, vemos que a estratégia da União Europeia, em relação à China, é muito diferente da dos Estados Unidos, sobretudo desde o primeiro mandato de Donald Trump. A estratégia dos Estados Unidos é desacoplamento e agora o que ele está a fazer é de uma forma súbita, com os custos que ele está disposto a suportar, pelo menos para já.A União Europeia tem uma lógica de redução de risco face à China e a certas dependências, em particular, não é  de desacoplamento. Na vertente comercial, a União Europeia é um gigante e, portanto, consegue ombrear de igual para igual seja com os Estados Unidos, seja com a China.Todavia, é evidente que é do interesse da China e da União Europeia – se a administração Trump persistir nesta linha antagónica de tarifas completamente desproporcionais, que não têm nada a ver com reciprocidade, mas com uma tentativa de reduzir o défice externo dos EUA a zero – a União Europeia vai procurar outros parceiros e a China vai fazer o mesmo, ainda de uma forma mais intensa, incluindo a União Europeia. Portanto, os outros grandes blocos e actores económicos como o México, o Canadá, o Grupo ASEAN, a União Europeia e China tenderão a fortalecer laços entre si, como forma também de pressionar Washington a não seguir neste rumo. Ou então, de manterem as linhas que conhecemos até aqui, sem os Estados Unidos estarem no mesmo barco.Pequim e Hanói mantêm relações económicas estreitas. No entanto, são afectadas pelas disputas territoriais que se mantêm no mar da China Meridional, nomeadamente no arquipélago de Paracel, à semelhança de outros países. Estas divergências podem “beliscar” as relações económicas?A China tem sido muito hábil em conseguir manter e desenvolver [laços], criando dependências dos países do Sudeste Asiático, em particular, apesar das disputas territoriais. Aliás, é interessante como esta mesma semana, para lá da visita de Xi Jinping a Hanói, vão ocorrer os trigésimos oitavos exercícios navais conjuntos da China com o Vietname, no Golfo de Tonkin. Mas a questão é que o Vietname, à semelhança de outros países, tem desenvolvido uma diplomacia que se costuma designar de “bambu”. O Vietname procura fazer um equilíbrio, sem cair totalmente para um lado ou para outro, entre a China e os Estados Unidos. Isto é, vai fortalecendo os laços económicos, essencialmente com a China, embora também os venha desenvolvendo com os Estados Unidos, mantendo um bom relacionamento com os Estados Unidos para equilibrar estrategicamente a pressão da China, no Mar do Sul da China.Ora, se o Vietname, de repente, é apanhado, como outros países do Sudeste Asiático, com tarifas tão antagónicas de 46% – uma brutalidade que compromete definitivamente o crescimento económico do Vietname – existe o risco de os Estados Unidos estarem a alienar aliados, como acontece com o Japão, a Coreia do Sul, os países europeus ou as Filipinas, ficando um pouco mais à mercê daquilo que são as pressões chinesas, quer pelo poder de atracção e da influência, quer pelo poder até coercivo da China.

Resposta Pronta
Pena de morte: 1.518 execuções em 2024: "Realidade é superior em milhares"

Resposta Pronta

Play Episode Listen Later Apr 8, 2025 10:26


China, Vietname e Coreia do Norte escondem números reais. Miguel Marujo, porta-voz da Amnistia Internacional, não tem dúvidas: "é uma questão de tempo" até a pena de morte ser banida em todo o mundo.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Convidado
“A pena de morte é usada sob o falso pretexto de que melhora a segurança pública”

Convidado

Play Episode Listen Later Apr 8, 2025 8:54


O relatório Pena de Morte 2024, da Amnistia Internacional, constata que as execuções a nível mundial atingiram, no ano passado, o valor mais elevado desde 2015, com mais de 1500 pessoas a serem executadas. A China, o Irão, a Arábia Saudita, o Iraque e o Iémen foram os países com maior número de execuções. O director de comunicação da secção portuguesa da Amnistia Internacional, Miguel Marujo, mostra-se preocupado com este aumento, sublinhando que há líderes a usarem a pena de morte com o falso pretexto de que melhora a segurança pública. As execuções a nível mundial atingiram, em 2024, o valor mais elevado desde 2015, com mais de 1500 pessoas a serem executadas. A seu ver, quais são as causas deste aumento?Este aumento parte de um grupo, apesar de tudo minoritário, de países que entende que a pena de morte é a solução. Aquilo que a Amnistia Internacional tem testemunhado são líderes a usarem a pena de morte sob o falso pretexto de que melhora a segurança pública ou incute medo na população. Podemos avaliar dois casos. Por um lado, os Estados Unidos, que têm registado uma tendência constante de aumento das execuções, desde o fim da pandemia da COP 19, invocando repetidamente a pena de morte como ferramenta para proteger as pessoas da criminalidade violenta. Donald Trump, por exemplo, tem feito esse discurso nas últimas semanas. Mas a questão é que isto é uma falsa narrativa, porque a pena de morte não tem um efeito dissuasor único sobre o crime. Por outro lado, em alguns países da região do Médio Oriente, verificamos que as sentenças de morte foram utilizadas para silenciar os defensores dos direitos humanos.Quais são os países onde foram executadas mais pessoas?O conjunto de países que executaram mais pessoas são a China, o Irão, a Arábia Saudita, o Iraque e o Iémen. À excepção da China, de facto, vemos aqui uma prevalência de países do Médio Oriente. Neste número de execuções, é também na China, na Coreia do Norte e no Vietname onde existe uma maior dificuldade para se conhecerem os números exactos. Aquilo que a Amnistia estima é que a China continua a ser o principal país do mundo a executar pessoas; Também na Coreia do Norte e no Vietname há o recurso extensivo à pena de morte, sem que haja dados fidedignos que possam apontar para um número de mortos que foram condenados à pena de morte.Este relatório concluiu ainda que as crises em curso na Palestina e na Síria impediram a Amnistia Internacional de confirmar um número de execuções...Sim, no fundo, os conflitos impediram que fosse possível atestar e confirmar a prática da pena de morte, quer na Palestina quer na Síria. Não há, de facto, dados seguros que possam levar a Amnistia a dizer que o número eventualmente apresentado de casos de pena de morte, de condenações à morte, quer na Palestina, quer na Síria.No entanto, pelo segundo ano consecutivo, os países que fazem execuções mantiveram o número no ponto mais baixo de que há registo. Como é que se explica esta redução?Esta redução deve-se ao facto de existir um movimento, em todo o mundo, favorável à abolição da pena de morte, de tornar as execuções um elemento fora da equação da justiça dos países. Este é o segundo ano consecutivo em que se regista o número mais baixo de que há memória, assinalando um afastamento de uma punição cruel, desumana e degradante. O que vemos é uma minoria de países a praticar a pena de morte e o dado preocupante é que estes 15 países, que praticam a pena de morte, fizeram-no mais. Ou seja, há menos países a executar a pena de morte, mas aqueles que aplicam estão a matar mais.Os países “armam-se com a pena de morte”. É o caso do recém-eleito Presidente Donald Trump, que invocou, repetidamente, que a pena de morte é uma ferramenta para proteger as pessoas. Trata-se de uma afirmação que pode ter consequências graves?Sim, é grave! É uma afirmação desumana e promove uma falsa narrativa de que a pena de morte tem um efeito dissuasor sobre o crime. Os estudos mostram que não é assim e que a pena de morte é usada sob esse falso pretexto de que melhora a segurança pública. Os Estados Unidos são, pelo 16.º ano consecutivo, o único país das Américas, considerando a América do Norte, Central e do Sul, a executar pessoas. O número total de execuções nos Estados Unidos representa o segundo valor anual mais elevado desde 2015. Por isso, aquilo que se verifica é uma tendência crescente, claramente em contra-ciclo com aquilo que tem sido a prática de muitos países, sobretudo de países que dizem defender valores de liberdade e da democracia, como muitos países ditos ocidentais.O relatório da Amnistia Internacional mostra que, nos países da região do Médio Oriente, as sentenças de morte foram utilizadas para silenciar os defensores dos direitos humanos e dissidentes. A pena de morte tenta calar aqueles que desafiam as autoridades?Sim, aqueles que se atrevem a desafiar as autoridades enfrentam esse castigo. É um castigo cruel, especialmente no Irão e na Arábia Saudita. É bom que se registem estes dois países onde a pena de morte é utilizada para silenciar quem tem a coragem de se manifestar. Há também um aspecto relacionado com este aumento do número de execuções na região do Médio Oriente e o uso da pena de morte em crimes relacionados com a droga.Nma clara violação dos direitos humanos...Sim, porque a legislação e as normas internacionais, em matéria de direitos humanos, estabelecem que a aplicação de pena de morte deve ser limitada a crimes mais graves. Embora a Amnistia Internacional defenda que a pena de morte deve ser eliminada totalmente, neste caso, regista que condenar pessoas à morte por crimes relacionados com droga não cumpre este limiar e é imoral. Condenar à morte pessoas por delitos relacionados com droga tem também um impacto desproporcionado sobre as pessoas de meios desfavorecidos e não tem qualquer efeito comprovado na redução do tráfico de droga.O relatório demonstra o poder das campanhas contra a pena de morte e dá o exemplo da Zâmbia e do Zimbabué, Que passos significativos deram estes países? São boas notícias. Em 2024, o Zimbábue avançou com uma lei que aboliu a pena de morte para os crimes comuns, e outros países também anunciaram a intenção de avançar com a abolição da pena de morte. Há também o registo, por exemplo, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em que 2/3 de todos os Estados membros da ONU votaram a favor de uma moratória de aplicação à pena de morte. Isto significa que há um movimento que, apesar de tudo, está a tornar a pena de morte obsoleta, que não quer a pena de morte como um instrumento de justiça nesses países.Menos boas são as notícias de Burkina Faso, República Democrática do Congo, Nigéria, que tomaram medidas susceptíveis a alargar a aplicação da pena de morte...Sim, é aquilo que a Amnistia teme e que, apesar de tudo, esses países sejam levados por um discurso que não tem adesão à realidade. Mais uma vez, esses países estão a pensar em introduzir a pena de morte em questões de criminalidade, onde já se percebeu que não tem impacto significativo na redução da criminalidade.É esta a mensagem que a Amnistia Internacional quer denunciar?Este relatório, obviamente, denuncia toda a situação de países que mantêm este instrumento cruel e desumano. Mas também aponta esse caminho, que é o de que a pena de morte não deve ser aplicada em circunstância alguma. É importante transformar a pena de morte em algo obsoleto, eliminando-a completamente da justiça de todos os países.Num mundo polarizado, esta missão não se torna mais difícil?É uma missão sempre complicada, mas a Amnistia Internacional também tem esperança, porque há casos concretos onde percebemos que as coisas vão mudando. Por exemplo, um cidadão do Japão que esteve mais de cinco décadas no corredor da morte, acabou por ser absolvido finalmente, em Setembro de 2024, de um crime que nunca cometeu.E houve também o caso do cidadão do Alabama…Sim, um homem negro que foi condenado à morte no Alabama e que, apesar de graves falhas no processo, acabou por obter clemência na sequência de apelos da família, de juristas, activistas locais e da comunidade internacional. Mais uma vez, o empenho de milhões de pessoas que se envolveram no caso pela Amnistia Internacional.E que mostra também a importância de as pessoas se envolverrem nestas causas...Sim, podem parecer pequenos gestos, mas são gestos significativos e que têm depois resultado, nem que seja na vida concreta de uma pessoa,mas que altera a vida dessa pessoa. Portanto, não desistimos de insistir com campanhas individuais de libertação de pessoas que foram condenadas à morte.

Economia dia a dia
iPhones a 2300 dólares: qual o verdadeiro impacto das tarifas de Trump nos consumidores norte-americanos?

Economia dia a dia

Play Episode Listen Later Apr 4, 2025 3:52


Alguns analistas ouvidos pela agência Reuters admitem que os preços dos iPhones podem aumentar entre 30% a 40%See omnystudio.com/listener for privacy information.

Fricção Científica
Darth Vader no Mar do Sul Da China

Fricção Científica

Play Episode Listen Later Mar 28, 2025 1:10


Foi identificada uma nova espécie de Isópodo no Mar do Sul da China que foi batizada de Darth Vader. É vendida por lagosta nos restaurantes do Vietname e pode correr risco de extinção

Convidado
A história do oficial de Marinha que trocou a ditadura pela liberdade

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 44:12


O livro “Itinéraires du Refus”, de Jorge Valadas, conta a história de um jovem e, através dele, de um século marcado por escolhas e rupturas decisivas. Jorge Valadas optou pelo caminho da dissidência e da liberdade nos “anos silenciosos” da ditadura portuguesa. Disse não à guerra colonial e desertou da Marinha. Depois, participou activamente no Maio de 68, em Paris, militou contra a guerra no Vietname nos Estados Unidos, e viveu o período revolucionário em Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Cinquenta anos depois, escreve que “desobedecer é o primeiro dever de liberdade”. O livro “Itinéraires du Refus” é apresentado, esta quinta-feira, em Paris. A ditadura, o medo, o silêncio, a deserção, o Maio de 68, o 25 de Abril e o exílio são alguns dos temas que percorrem “Itinéraires du Refus”, de Jorge Valadas. A partir da sua história e das suas escolhas e caminhos a contra-corrente, Jorge Valadas convoca uma história colectiva.“É o percurso da minha vida a partir do momento em que tomei uma decisão de fazer uma ruptura que marcou completamente a minha existência e as minhas relações com o mundo. Foi o momento do abandono da sociedade portuguesa com tudo o que ela me significava de opressivo e de repressivo em circunstâncias históricas particulares que eram as da guerra colonial e do regime salazarista. A minha recusa da sociedade portuguesa abriu-me, de certa maneira, para o mundo”, conta à RFI Jorge Valadas.  Contra o silêncio, contra o medo, contra a repressão. Contra a guerra colonial, o colonialismo e a ditadura. Jorge Valadas escreveu e assumiu os seus “itinerários”. Desertou da Marinha porque - como tantos milhares de homens - recusava a guerra contra os que lutavam pela independência. Disse não a todo um sistema repressivo que começava em casa, continuava na rua e se lia nos silêncios e obediências forçadas. No colete de forças da ditadura, “desobedecer é o primeiro dever de liberdade”, lemos no livro, e “o exílio é um caminho escolhido”. Falar da deserção à guerra colonial é romper silêncios em torno de um tema de que ainda pouco se fala e é também contrariar "um período de amnésia histórica enorme" em Portugal.Meses depois de chegar a França, vive o Maio de 68 e leva em cheio com o contraste entre o silêncio de Portugal e as maiores manifestações em França no século XX. Viveu e participou em tudo intensamente. E recordou-nos algumas das imagens e dos momentos mais marcantes. Nesta conversa, conta-nos também o que fazia junto com os camaradas da “tribo” do grupo Cadernos de Circunstância, em Paris, incluindo o episódio em que enviaram material para Portugal dentro de um “submarino comprado pelo regime fascista português à democracia francesa”. Entre os participantes, dois amigos que integrariam “o sector mais revolucionário do MFA na Revolução dos Cravos".Jorge Valadas também nos recorda sobre como viajou para os Estados Unidos com um passaporte falso feito pelo “aluno português do mestre Kaminsky”, um falsificador mítico, e como aí continuou a viver o seu Maio de 68. Curiosamente, o Maio de 68 continuaria, mais tarde, em Portugal, uma semana após o 25 de Abril de 1974, quando regressa no comboio Sud Express. Antes da efervescência das ocupações e das lutas - sobretudo das mulheres que acompanhou, por exemplo, na fábrica Santogal, no Montijo - há um episódio que Jorge Valadas recorda emocionado e que também conta no livro. É quando chega a Vilar Formoso e um soldado lhe agradece por ter desertado. Graças a ele e a homens como ele, é que se chegou à Revolução, disse o furriel.Ao longo do livro, o tema do exílio é outro fio condutor. “Um exílio que começa em Lisboa”, que é “uma força que liberta mas também que aliena”. Será este livro uma forma de reparar a “ferida do exílio” e de se reconciliar com Portugal? “Foi uma reparação, mas eu regresso a Portugal regularmente e nunca está reparado porque reaparece sempre (...) Reaparece sempre esse desconforto entre o que voltamos a encontrar e que nos reconcilia com o passado e aquilo que não queremos encontrar e que está lá de novo.”“Itinéraires du Refus” é o segundo livro da colecção “Brûle-Frontières” da editora Chandeigne & Lima, depois de “Souvenirs d'un futur radieux” de José Vieira. O livro foi publicado a 21 de Março e é apresentado esta quinta-feira, na Livraria Jonas, em Paris.

Vida em França
A história do oficial de Marinha que trocou a ditadura pela liberdade

Vida em França

Play Episode Listen Later Mar 26, 2025 44:12


O livro “Itinéraires du Refus”, de Jorge Valadas, conta a história de um jovem e, através dele, de um século marcado por escolhas e rupturas decisivas. Jorge Valadas optou pelo caminho da dissidência e da liberdade nos “anos silenciosos” da ditadura portuguesa. Disse não à guerra colonial e desertou da Marinha. Depois, participou activamente no Maio de 68, em Paris, militou contra a guerra no Vietname nos Estados Unidos, e viveu o período revolucionário em Portugal depois do 25 de Abril de 1974. Cinquenta anos depois, escreve que “desobedecer é o primeiro dever de liberdade”. O livro “Itinéraires du Refus” é apresentado, esta quinta-feira, em Paris. A ditadura, o medo, o silêncio, a deserção, o Maio de 68, o 25 de Abril e o exílio são alguns dos temas que percorrem “Itinéraires du Refus”, de Jorge Valadas. A partir da sua história e das suas escolhas e caminhos a contra-corrente, Jorge Valadas convoca uma história colectiva.“É o percurso da minha vida a partir do momento em que tomei uma decisão de fazer uma ruptura que marcou completamente a minha existência e as minhas relações com o mundo. Foi o momento do abandono da sociedade portuguesa com tudo o que ela me significava de opressivo e de repressivo em circunstâncias históricas particulares que eram as da guerra colonial e do regime salazarista. A minha recusa da sociedade portuguesa abriu-me, de certa maneira, para o mundo”, conta à RFI Jorge Valadas.  Contra o silêncio, contra o medo, contra a repressão. Contra a guerra colonial, o colonialismo e a ditadura. Jorge Valadas escreveu e assumiu os seus “itinerários”. Desertou da Marinha porque - como tantos milhares de homens - recusava a guerra contra os que lutavam pela independência. Disse não a todo um sistema repressivo que começava em casa, continuava na rua e se lia nos silêncios e obediências forçadas. No colete de forças da ditadura, “desobedecer é o primeiro dever de liberdade”, lemos no livro, e “o exílio é um caminho escolhido”. Falar da deserção à guerra colonial é romper silêncios em torno de um tema de que ainda pouco se fala e é também contrariar "um período de amnésia histórica enorme" em Portugal.Meses depois de chegar a França, vive o Maio de 68 e leva em cheio com o contraste entre o silêncio de Portugal e as maiores manifestações em França no século XX. Viveu e participou em tudo intensamente. E recordou-nos algumas das imagens e dos momentos mais marcantes. Nesta conversa, conta-nos também o que fazia junto com os camaradas da “tribo” do grupo Cadernos de Circunstância, em Paris, incluindo o episódio em que enviaram material para Portugal dentro de um “submarino comprado pelo regime fascista português à democracia francesa”. Entre os participantes, dois amigos que integrariam “o sector mais revolucionário do MFA na Revolução dos Cravos".Jorge Valadas também nos recorda sobre como viajou para os Estados Unidos com um passaporte falso feito pelo “aluno português do mestre Kaminsky”, um falsificador mítico, e como aí continuou a viver o seu Maio de 68. Curiosamente, o Maio de 68 continuaria, mais tarde, em Portugal, uma semana após o 25 de Abril de 1974, quando regressa no comboio Sud Express. Antes da efervescência das ocupações e das lutas - sobretudo das mulheres que acompanhou, por exemplo, na fábrica Santogal, no Montijo - há um episódio que Jorge Valadas recorda emocionado e que também conta no livro. É quando chega a Vilar Formoso e um soldado lhe agradece por ter desertado. Graças a ele e a homens como ele, é que se chegou à Revolução, disse o furriel.Ao longo do livro, o tema do exílio é outro fio condutor. “Um exílio que começa em Lisboa”, que é “uma força que liberta mas também que aliena”. Será este livro uma forma de reparar a “ferida do exílio” e de se reconciliar com Portugal? “Foi uma reparação, mas eu regresso a Portugal regularmente e nunca está reparado porque reaparece sempre (...) Reaparece sempre esse desconforto entre o que voltamos a encontrar e que nos reconcilia com o passado e aquilo que não queremos encontrar e que está lá de novo.”“Itinéraires du Refus” é o segundo livro da colecção “Brûle-Frontières” da editora Chandeigne & Lima, depois de “Souvenirs d'un futur radieux” de José Vieira. O livro foi publicado a 21 de Março e é apresentado esta quinta-feira, na Livraria Jonas, em Paris.

Hacker Public Radio
HPR4334: 24-25 New Years Eve show episode 3

Hacker Public Radio

Play Episode Listen Later Mar 13, 2025


This show has been flagged as Explicit by the host. ----------------- NYE 2025 3 ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Violin https://en.wikipedia.org/wiki/Violin https://www.yamaha.com/en/musical_instrument_guide/violin/structure/ Viola https://en.wikipedia.org/wiki/Viola Violin Vs Viola https://www.gear4music.com/blog/viola-vs-violin/ Guitar https://en.wikipedia.org/wiki/Guitar Guitar Frets https://www.liveabout.com/what-guitar-frets-are-and-why-they-matter-4686563 Nyckelharpa (aka Key Harp) https://www.nyckelharpa.org/ https://en.wikipedia.org/wiki/Nyckelharpa Aspbergers Syndrome https://www.webmd.com/brain/autism/mental-health-aspergers-syndrome Mumble https://www.mumble.info/ Jitsi https://jitsi.org/ Sweden and the relationship with the Nyckelharpa https://ich.unesco.org/en/BSP/nyckelharpa-network-an-innovative-dissemination-of-a-music-and-instrument-building-tradition-with-roots-in-sweden-01976 Clarinet https://www.yamaha.com/en/musical_instrument_guide/clarinet/structure/structure002.html Mandolin https://www.britannica.com/art/mandolin Lap Steel Guitar http://www.frets.com/FretsPages/General/Glossary/LapSteel/lapsteel.html Jacksonville, Florida https://www.jacksonville.gov/ Boston https://www.boston.gov/ Urban Sprawl https://campuspress.yale.edu/ledger/urban-sprawl-a-growing-problem/ Fort Myers, Florida https://www.cityftmyers.com/ South Carolina https://www.britannica.com/place/South-Carolina North Cackalacky https://avltoday.6amcity.com/examining-the-origins-of-ncs-nickname-north-cackalacky Missoula, Montana https://www.ci.missoula.mt.us/ Cloud Chamber https://www.iop.org/explore-physics/physics-around-you/understanding-surroundings/cloud-chamber Vinyl Records https://victrola.com/blogs/articles/how-do-vinyl-records-work ginx https://nginx.org/ Python https://www.python.org/ The Linux Lugcast https://linuxlugcast.com/ Archive Dot Org https://archive.org/ Pine 64 https://pine64.org/ Wordpress https://wordpress.com/ PowerPress https://wordpress.org/plugins/powerpress/ Bluberry Press https://blubrry.com/ RSS Feed https://rss.com/blog/how-do-rss-feeds-work/ OrangePi Zero 3 http://www.orangepi.org/html/hardWare/computerAndMicrocontrollers/details/Orange-Pi-Zero-3.html OGG file format https://xiph.org/ogg/ MP3 file format https://www.geeksforgeeks.org/mp3-file-format-mp3-extension/ Raspberry Pi Pico / Pico W https://www.raspberrypi.com/products/raspberry-pi-pico/ Nextcloud https://nextcloud.com/ Nextcloud Calendar Plugin https://apps.nextcloud.com/apps/calendar HPR Episode 4058 https://hackerpublicradio.org/eps/hpr4058/index.html Real ID https://www.dhs.gov/real-id Bank of America https://www.bankofamerica.com/ Know Your Customer Policy https://www.investopedia.com/terms/k/knowyourclient.asp Bullet Button (firearms) https://www.bulletbutton.com/ Browning 50 caliber rifle https://en.wikipedia.org/wiki/M2_Browning Barrett Arms https://www.browning.com/ Barret 416 https://barrett.net/products/accessories/ammunition/416barrett/ Soviet 8mm anti-tank rifle https://warfarehistorynetwork.com/article/the-ptrs-41-and-other-russian-anti-tank-rifles/ Tungstun Core German Bullet ( Spitzgeschoß mit Hartkern) https://panzerworld.com/german-ammunition-nomenclature Largest Cal air rifle https://www.outdoorlife.com/gear/aea-zeus-review/ Army Core of Engineers https://www.usace.army.mil/ Deer Island Sewage Treatment Plant https://www.mwra.com/your-sewer-system/sewer-treatment-facilities/deer-island-wastewater-treatment-plant Methane as an energy source https://archive.epa.gov/climatechange/kids/solutions/technologies/methane.html Beetlejuice Beetlejuice https://www.rottentomatoes.com/m/beetlejuice_beetlejuice Game of Thrones DVD Set https://collider.com/game-of-thrones-complete-collection-review/ Armbian https://www.armbian.com/ Etherpad https://etherpad.org/ Yunohost https://yunohost.org/ Docker https://www.docker.com/ Wyse Computer Thin Client https://en.wikipedia.org/wiki/Wyse Harmonies (Board Game) https://boardgamegeek.com/boardgame/414317/harmonies Tapple (Board Game) https://boardgamegeek.com/boardgame/129556/tapple Peanut Butter Whiskey https://www.skrewballwhiskey.com/en/ Salted Caramel Whiskey - old Smokey brand https://olesmoky.com/products/salty-caramel-flavored-whiskey Maple Flavor Crown Royal https://www.crownroyal.com/canadian-whisky/crown-royal-maple Jack Daniels Tennessee Honey https://www.jackdaniels.com/en-us/whiskey/tennessee-honey Jim Beam Honey Bourbon https://www.jimbeam.com/en-us/bourbons/jim-beam-honey Jim Beam Vanilla Bourbon https://www.jimbeam.com/en-us/bourbons/jim-beam-vanilla Maine https://www.maine.gov/portal/index.html Raspberry Pi 5 https://www.raspberrypi.com/products/raspberry-pi-5/ X2Go https://wiki.x2go.org/doku.php UNIX https://unix.org/ PFSense https://www.pfsense.org/ VLAN https://www.techtarget.com/searchnetworking/definition/virtual-LAN VPN https://usa.kaspersky.com/resource-center/definitions/what-is-a-vpn Nord VPN https://nordvpn.com/ Verizon Cellular https://www.verizon.com/ Google Voice https://voice.google.com/ Google Drive https://drive.google.com/ Thunderbird https://www.thunderbird.net/en-US/ Usenet https://en.wikipedia.org/wiki/Usenet Google Groups https://groups.google.com/ Symlinks https://www.komprise.com/glossary_terms/symbolic-link/ Tubi https://www.komprise.com/glossary_terms/symbolic-link/ Youtube https://www.youtube.com/ uBlock Origin https://ublockorigin.com/ PIE (Youtube/Twitch ad blocker) https://pie.org/ Bitcoin https://bitcoin.org/en/ Elon Musk https://en.wikipedia.org/wiki/Elon_Musk Peter Dinklage https://en.wikipedia.org/wiki/Peter_Dinklage Dothraki https://dothraki.org/ Valyrian https://gameofthrones.fandom.com/wiki/High_Valyrian Khaleesi https://gameofthrones.fandom.com/wiki/Khaleesi Manscaping https://www.usa.philips.com/c-e/mens-grooming/body-grooming/how-to-manscape.html https://gillette.com/en-us/shaving-tips/manscaping/pubic-area-grooming-guide Cutting Back the Forest https://www.brooklyngrooming.com/blogs/news/10984365-manscaping-cant-see-the-tree-for-the-forest Hitler Stash https://www.urbandictionary.com/define.php?term=hitlerstache Mr. T https://en.wikipedia.org/wiki/Mr._T Mullet https://www.urbandictionary.com/define.php?term=pubic%20mullet Matrix https://matrix.org/ Old Growth Forest https://www.fs.usda.gov/sites/default/files/mature-and-old-growth-forests-tech.pdf Battle of Saipan https://www.history.navy.mil/browse-by-topic/wars-conflicts-and-operations/world-war-ii/1944/saipan.html 60 Minutes special - Vietname war solider returns severed arm https://www.bbc.com/news/world-asia-23124347 Big and Rich - 8th of November song https://www.8thofnovember.com/lyrics/ Jellyfin https://jellyfin.org/ Round Robin Load Balancer https://www.f5.com/glossary/round-robin-load-balancing WGET https://www.gnu.org/software/wget/ Super Mario Odyssey https://www.mariowiki.com/Super_Mario_Odyssey Cappy (Super Mario Odyssey) https://www.mariowiki.com/Cappy MineTest https://www.luanti.org/ MineCraft https://www.minecraft.net/en-us Mastadon https://joinmastodon.org/ Better Bachlor Podcast (Youtube) https://www.youtube.com/betterbachelor Distro Hoppers Digest https://distrohoppersdigest.org/ Mintcast https://mintcast.org/ ProtonVPN https://protonvpn.com/ Chromebook https://www.google.com/chromebook/ AOSP https://source.android.com/ Thorium Browser https://thorium.rocks/ Thorium OS https://thorium.rocks/thoriumos Bliss OS https://blissos.org/ React OS https://reactos.org/ GNUHerd https://www.gnu.org/software/hurd/ PineTab2 https://pine64.com/product/pinetab2-10-1-8gb-128gb-linux-tablet-with-detached-backlit-keyboard/ Arch Linux https://archlinux.org/ Debian Linux https://www.debian.org/ Plasma Mobile https://plasma-mobile.org/ KDE 4 https://en.wikipedia.org/wiki/KDE_Plasma_4 KDE 5 https://en.wikipedia.org/wiki/KDE_Plasma_5 I5 Processor https://www.intel.com/content/www/us/en/products/details/processors/core/i5.html I7 Processor https://www.intel.com/content/www/us/en/products/details/processors/core/i7.html Bodhi Linux https://www.bodhilinux.com/ MX Linux https://mxlinux.org/ Secure Boot https://learn.microsoft.com/en-us/windows-hardware/design/device-experiences/oem-secure-boot Xubuntu https://xubuntu.org/ Full Circle Weekly News https://fullcirclemagazine.org/ Ronnie Tucker https://ronnietucker.co.uk/about BandCamp https://bandcamp.com/ Ventoy https://www.ventoy.net/en/index.html Chris Fisher https://www.jupiterbroadcasting.com/hosts/chris/ LibreBoot https://libreboot.org/ Silicon Power USB https://www.silicon-power.com/web/category/usbdrives Moksha Desktop https://www.bodhilinux.com/moksha-desktop/ Enlightenment Desktop https://www.enlightenment.org/ Manjaro https://manjaro.org/ Robert Wiley - Bodhi Linux Dev https://www.bodhilinux.com/2019/06/11/new-lead-developer-robert-ylee-wiley/ Escuelas Linux https://escuelaslinux.sourceforge.io/english/index.html Leaf Browser https://leafbrowser.com/ Chromium https://www.chromium.org/chromium-projects/ Provide feedback on this episode.

VHS
325 - The Deer Hunter

VHS

Play Episode Listen Later Mar 1, 2025


Com o fim da guerra do Vietname, o cinema apressou-se a explorar o tema, tanto no campo de batalha como fora dele. Um dos primeiros exemplos foi "The Deer Hunter" (O Caçador), um intenso dramalhão sobre o stress pós-traumático e uma estranha obsessão com o jogo da roleta-russa.A antecipação para os Óscares leva-nos a recuar até este vencedor da noite de 79 e a darmos as nossas achegas sobre os nomeados deste ano. Tudo na companhia do Rui Alves de Sousa (Antena 1).

Beurswatch | BNR
Beleggers nemen Trump niet meer serieus

Beurswatch | BNR

Play Episode Listen Later Feb 10, 2025 22:38


Nieuwe week, nieuwe importheffingen. Toch krijgt Donald Trump beleggers er deze keer niet meer onder. Hij kondigt aan dat hij al het staal en aluminium dat de VS binnenkomt met 25 procent extra gaat belasten. Maar echt reageren op dat slechte nieuws, doen beleggers in Europese staalbedrijven niet. Moeten we die aankondigingen van Trump nog serieus nemen? Of is het een loos dreigement, dat met een beetje onderhandelen binnen een paar dagen weer van tafel is? Dat hoor je in deze aflevering. Dan vertellen we je ook dat je je Frans bij moet gaan spijkeren. Want president Macron is degene die de sprong in het diepe waagt, en ruim 100 miljard euro investeert in AI. Hij noemt het zijn equivalent van het Amerikaanse Stargate. Maar in omvang is het toch nèt wat kleiner. Je hoort ook over BP. Het Britse oliebedrijf heeft een nieuwe partner waar het niet blij mee is. Activistische aandeelhouder Elliott vindt dat er van alles moet gebeuren binnen het bedrijf. BP moet volgens Elliott minder doen alsof het groene vingers heeft, en meer inzetten op ouderwets olie en gas. En we hebben het over McDonalds. Je zou denken dat het de Amerikanen zijn die de omzet een stevige hand helpen, maar niks is minder waar. De fastfoodketen ziet een uitzonderlijke daling in verkopen in de VS.See omnystudio.com/listener for privacy information.

AEX Factor | BNR
Beleggers nemen Trump niet meer serieus

AEX Factor | BNR

Play Episode Listen Later Feb 10, 2025 22:38


Nieuwe week, nieuwe importheffingen. Toch krijgt Donald Trump beleggers er deze keer niet meer onder. Hij kondigt aan dat hij al het staal en aluminium dat de VS binnenkomt met 25 procent extra gaat belasten. Maar echt reageren op dat slechte nieuws, doen beleggers in Europese staalbedrijven niet. Moeten we die aankondigingen van Trump nog serieus nemen? Of is het een loos dreigement, dat met een beetje onderhandelen binnen een paar dagen weer van tafel is? Dat hoor je in deze aflevering. Dan vertellen we je ook dat je je Frans bij moet gaan spijkeren. Want president Macron is degene die de sprong in het diepe waagt, en ruim 100 miljard euro investeert in AI. Hij noemt het zijn equivalent van het Amerikaanse Stargate. Maar in omvang is het toch nèt wat kleiner. Je hoort ook over BP. Het Britse oliebedrijf heeft een nieuwe partner waar het niet blij mee is. Activistische aandeelhouder Elliott vindt dat er van alles moet gebeuren binnen het bedrijf. BP moet volgens Elliott minder doen alsof het groene vingers heeft, en meer inzetten op ouderwets olie en gas. En we hebben het over McDonalds. Je zou denken dat het de Amerikanen zijn die de omzet een stevige hand helpen, maar niks is minder waar. De fastfoodketen ziet een uitzonderlijke daling in verkopen in de VS.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcast denníka Postoj
Andrej Žiarovský: Ako porážka vo Vietname poznačila celú generáciu Američanov

Podcast denníka Postoj

Play Episode Listen Later Feb 8, 2025 87:28


Spolupracovník Postoja Andrej Žiarovský a redaktor Lukáš Krivošík rozoberajú ofenzívu Tet na začiatku roku 1968. Išlo o operáciu vietnamských komunistov proti juhovietnamskej vláde a americkým vojskám v tejto krajine. Relácia tiež načrtáva historický kontext vietnamskej vojny. Aké boli jej príčiny a čo často zostáva o nej zamlčiavané. V závere sa Andrej Žiarovský podelí o svoje obľúbené filmy, ktoré sa odohrávajú počas tohto vojnového konfliktu.

Ráno Nahlas
Z bratov kolaboranti. Kroky premiéra menia náš obraz na Ukrajine, tvrdí Ficom napadnutý študent Janiga

Ráno Nahlas

Play Episode Listen Later Jan 27, 2025 39:12


„V Slaviansku sme postavili humanitárne centrum. Z recesie sme ho nazvali Slovenské a žiadne iné. Chceli sme sa postaviť tomu „slovenskému“, ktoré presadzuje ministerka Šimkovičová. Ako Slováci sa nechceme nechať zahanbiť, že budeme vyzerať ako kolaboranti. Ako niekto, kto zastavuje humanitárnu pomoc, kto prestáva pomáhať Ukrajine. Ako jednoduchí ľudia z Oravy či z východného Slovenska sme sa rozhodli vybudovať toto humanitárne centrum“, tvrdí študent práva Marek Janiga, ktorého svojho času kritizoval premiér Robert Fico. Ak je doma aj v nevyberanom slovníku jedného premiéra, za hranicami sedí za jedným stolom s prezidentom a preberá si cenu za líderstvo. Ak si na ňom Robert Fico všimol tak mladícke vyrážky, Petr Pavel svojou prítomnosťou ocenil jeho inšpiratívnosť, úspech a pozitívny vplyv na spoločnosť. Všetko hodnoty, ktoré podčiarkuje ocenenie, ktoré nesie pomenovanie po ďalšej výraznej osobnosti svetovej diplomacie Madeleine Albrigtovej a odovzdáva ho pražská pobočka amerického Aspenovho inštitútu.Mareka Janigu si všimla ako humanitárneho pracovníka a študentského senátora Univerzity Komenského, ktorý na pomoc Ukrajincom napadnutých Putinom založil mimovládku United for Help. Príbeh líderstva a odvahy, ktorý si podľa Aspen inštitútu zaslúži uznanie, zvlášť v týchto náročných časoch. Práve tento Marek Janiga nám bude robiť spoločnosť v dnešnom podcaste. „Podarilo sa spojiť ľudí naprieč vierovyznaniami, názormi, pravica, ľavica, liberáli, progresívci, konzervatívci...Spájajúcim prvkom bola pomoc druhým. Začalo sa to formovať po tom, ako Rusi vyhodili do vzduchu v Chersone priehradu“, hovorí študent a humanitárny pracovník Janiga. Na Ukrajine udržiava a zo zbierok podporuje dva projekty. V Chersone a v Slaviansku. Prvý predstavuje upravené podpivničené priestory miestneho chrámu, v ktorých je päťdesiatka lôžok. V Slaviansku zas humanitárne centrum. Už nie bratia, ale kolaboranti – kvôli Ficovi Pri svoje ostatnej ceste na Ukrajinu, z ktorej sa vrátil len v piatok, počúval medzi Ukrajincami aj zmienky o krokoch premiéra Roberta Fica a jeho ľudí smerom k Putinovi, k prezidentovi Zelenskému, či vyhrážky zastavenia štátnej humanitárnej pomoci a vetovania pomoci EÚ. „Každý vedel, že je tam nejaký Fico, tým, že rozdúchal konflikt s prezidentom Zelenským. Dokonca vedeli také detaily, že bol niekde vo Vietname, v zlatej vani. Veľmi nepríjemne sa mi to počúvalo“, hovorí. Ešte nepríjemnejší však bol pre Janigu fakt, ako sa na Ukrajine vyvinul pohľad na Slovensko. „Predtým nás vnímali ako jedných z najbližších spojencov, ako skutočných bratov. Teraz sa na nás pozerajú ako na semikolaborantov, ako na tých, čo sa stretávajú s Putinom, legitimizujú názory Ruskej federácie“, ilustruje Marek Janiga. Keď slovo biskupov zostáva prázdnymŠtudentovi práva, ktorý je aktívnym kresťanom, chýba v tejto situácii aj jasné stanovisko biskupov. „Cirkev potrebuje zaujať jasný postoj“, hovorí. Nedávne stanovisko katolíckych biskupov označil za „nič nehovoriace prázdne gesto“. Reaguje pritom na list biskupov, v ktorom apelujú na vládne strany, opozíciu, kultúrnu obec a dokonca i na médiá, aby „kompetentne, spravodlivo, zodpovedne a v duchu služby celej spoločnosti pristupovali k svojim vyjadreniam i rozhodnutiam a nezohľadňovali vlastný prospech a záujmy pred verejným dobrom“. „Myslím si, že aj podľa biblického: buďte horúci, alebo buďte studení. Keď ste vlažní, je to akoby nič“, hovorí. Podcast pripravil Jaroslav Barborák.

Podcasty Aktuality.sk
Z bratov kolaboranti. Kroky premiéra menia náš obraz na Ukrajine, tvrdí Ficom napadnutý študent Janiga (Ráno Nahlas)

Podcasty Aktuality.sk

Play Episode Listen Later Jan 27, 2025 39:12


„V Slaviansku sme postavili humanitárne centrum. Z recesie sme ho nazvali Slovenské a žiadne iné. Chceli sme sa postaviť tomu „slovenskému“, ktoré presadzuje ministerka Šimkovičová. Ako Slováci sa nechceme nechať zahanbiť, že budeme vyzerať ako kolaboranti. Ako niekto, kto zastavuje humanitárnu pomoc, kto prestáva pomáhať Ukrajine. Ako jednoduchí ľudia z Oravy či z východného Slovenska sme sa rozhodli vybudovať toto humanitárne centrum“, tvrdí študent práva Marek Janiga, ktorého svojho času kritizoval premiér Robert Fico. Ak je doma aj v nevyberanom slovníku jedného premiéra, za hranicami sedí za jedným stolom s prezidentom a preberá si cenu za líderstvo. Ak si na ňom Robert Fico všimol tak mladícke vyrážky, Petr Pavel svojou prítomnosťou ocenil jeho inšpiratívnosť, úspech a pozitívny vplyv na spoločnosť. Všetko hodnoty, ktoré podčiarkuje ocenenie, ktoré nesie pomenovanie po ďalšej výraznej osobnosti svetovej diplomacie Madeleine Albrigtovej a odovzdáva ho pražská pobočka amerického Aspenovho inštitútu.Mareka Janigu si všimla ako humanitárneho pracovníka a študentského senátora Univerzity Komenského, ktorý na pomoc Ukrajincom napadnutých Putinom založil mimovládku United for Help. Príbeh líderstva a odvahy, ktorý si podľa Aspen inštitútu zaslúži uznanie, zvlášť v týchto náročných časoch. Práve tento Marek Janiga nám bude robiť spoločnosť v dnešnom podcaste. „Podarilo sa spojiť ľudí naprieč vierovyznaniami, názormi, pravica, ľavica, liberáli, progresívci, konzervatívci...Spájajúcim prvkom bola pomoc druhým. Začalo sa to formovať po tom, ako Rusi vyhodili do vzduchu v Chersone priehradu“, hovorí študent a humanitárny pracovník Janiga. Na Ukrajine udržiava a zo zbierok podporuje dva projekty. V Chersone a v Slaviansku. Prvý predstavuje upravené podpivničené priestory miestneho chrámu, v ktorých je päťdesiatka lôžok. V Slaviansku zas humanitárne centrum. Už nie bratia, ale kolaboranti – kvôli Ficovi Pri svoje ostatnej ceste na Ukrajinu, z ktorej sa vrátil len v piatok, počúval medzi Ukrajincami aj zmienky o krokoch premiéra Roberta Fica a jeho ľudí smerom k Putinovi, k prezidentovi Zelenskému, či vyhrážky zastavenia štátnej humanitárnej pomoci a vetovania pomoci EÚ. „Každý vedel, že je tam nejaký Fico, tým, že rozdúchal konflikt s prezidentom Zelenským. Dokonca vedeli také detaily, že bol niekde vo Vietname, v zlatej vani. Veľmi nepríjemne sa mi to počúvalo“, hovorí. Ešte nepríjemnejší však bol pre Janigu fakt, ako sa na Ukrajine vyvinul pohľad na Slovensko. „Predtým nás vnímali ako jedných z najbližších spojencov, ako skutočných bratov. Teraz sa na nás pozerajú ako na semikolaborantov, ako na tých, čo sa stretávajú s Putinom, legitimizujú názory Ruskej federácie“, ilustruje Marek Janiga. Keď slovo biskupov zostáva prázdnymŠtudentovi práva, ktorý je aktívnym kresťanom, chýba v tejto situácii aj jasné stanovisko biskupov. „Cirkev potrebuje zaujať jasný postoj“, hovorí. Nedávne stanovisko katolíckych biskupov označil za „nič nehovoriace prázdne gesto“. Reaguje pritom na list biskupov, v ktorom apelujú na vládne strany, opozíciu, kultúrnu obec a dokonca i na médiá, aby „kompetentne, spravodlivo, zodpovedne a v duchu služby celej spoločnosti pristupovali k svojim vyjadreniam i rozhodnutiam a nezohľadňovali vlastný prospech a záujmy pred verejným dobrom“. „Myslím si, že aj podľa biblického: buďte horúci, alebo buďte studení. Keď ste vlažní, je to akoby nič“, hovorí. Podcast pripravil Jaroslav Barborák.

Startitup.sk
Fico pripustil predčasné voľby: Koalícia „ide do pekla.“ /SNKZ#224

Startitup.sk

Play Episode Listen Later Jan 13, 2025 11:20


Tento denný podcast, vytváraný s pomocou umelej inteligencie, ponúka unikátny a efektívny spôsob, ako sa dozvedieť o najzaujímavejších udalostiach a článkoch dňa. Umelej inteligencii sa darí analyzovať obrovské množstvo informácií z rôznych zdrojov, aby vybrala tie najrelevantnejšie a najpútavejšie obsahy pre širokú škálu poslucháčov. Každá epizóda je navrhnutá tak, aby poskytla hlboký ponor do vybraných tém, od politiky cez vedecké objavy, až po kultúrne udalosti, a to všetko podané informatívne, prístupne a bez emócií. Podcast je ideálnym spoločníkom pre zaneprázdnených ľudí, ktorí hľadajú pohodlný spôsob, aby zostali informovaní o svetovom dianí bez nutnosti tráviť hodiny čítaním rôznych zdrojov, čím poskytuje efektívny a príjemný spôsob, ako prijímať správy.  0:44 - Premiér Fico pripustil predčasné voľby. Apeluje na Hlas a SNS, aby si vyriešili spory https://www.startitup.sk/premier-fico-pripustil-predcasne-volby-apeluje-na-hlas-a-sns-aby-si-vyriesili-spory/ 1:27 - Fico prehovoril o svojej „dovolenke“ vo Vietname. Ukázal dôkaz, že opozícia klame (VIDEO) https://www.startitup.sk/aktualne-fico-prehovoril-o-svojej-dovolenke-vo-vietname-ukazal-dokaz-ze-opozicia-klame-video/ 2:01 - VIDEO: Matovič ukázal zábery z apartmánu vo Vietname. Fico mal zaplatiť cez 6-tisíc za noc a státisíce za cestu https://www.startitup.sk/video-matovic-ukazal-zabery-z-apartmanu-vo-vietname-fico-mal-zaplatit-cez-6-tisic-za-noc-a-statisice-za-cestu/ 2:54 - Ficova cesta za Putinom bola súkromná: „Bola transparentná, otvorená. Boli z nej aj pekné fotky,“ reaguje premiér https://www.startitup.sk/z-ficovej-navstevy-moskvy-chybaju-dokumenty-za-putinom-cestoval-sukromne-hovori-urad-vlady/ 4:04 - Danko chce v Moskve navštíviť McDonald. Let do Ruska mu Poliaci výrazne predĺžia https://www.startitup.sk/danko-chce-v-moskve-navstivit-mcdonald-let-do-ruska-mu-poliaci-vyrazne-predlzia/ 4:47 - Najväčší kybernetický útok v histórii Slovenska: Ficova vláda podozrieva Ukrajinu (VIDEO) https://www.startitup.sk/najvacsi-kyberneticky-utok-v-historii-slovenska-takac-tvrdi-ze-udaje-su-v-bezpeci-video/ 5:45 - Pellegrini skritizoval Ficovu vládu. „Nedostatočne komunikuje s občanmi,“ udrel prezident https://www.startitup.sk/pellegrini-skritizoval-ficovu-vladu-nedostatocne-komunikuje-s-obcanmi-udrel-prezident/ 6:36 - Smerovanie Slovenska: Koaličná delegácia mieri do Moskvy, poslanci Hlasu a PS pôjdu na návštevu do Kyjeva https://www.startitup.sk/smerovanie-slovenska-koalicna-delegacia-mieri-do-moskvy-poslanci-hlasu-a-ps-pojdu-do-kyjeva/ 7:27 - Masový odchod v SNG: Kľúčoví zamestnanci podali výpovede na protest voči smerovaniu galérie https://www.startitup.sk/masovy-odchod-v-sng-klucovi-zamestnanci-podali-vypovede-na-protest-voci-smerovaniu-galerie/ 8:13 - Kultúrny chaos: Pripravených je niekoľko verzií hymny, oficiálne majú byť dve. Výber zatiaľ nie je definitívny https://www.startitup.sk/kulturny-chaos-pripravenych-je-niekolko-verzii-hymny-oficialne-maju-byt-dve-vyber-zatial-nie-je-definitivny/ 9:05 - Zemetrasenie v konzervatívnom denníku: Komentátor Dag Daniš v Štandarde skončil. A nie je jediný https://www.startitup.sk/zemetrasenie-v-konzervativnom-denniku-komentator-dag-danis-v-standarde-skoncil-a-nie-je-jediny/ 10:02 - Vírus HPMV potvrdili aj na Slovensku. Hlavná hygienička prezradila, či hrozí nová pandémia https://www.startitup.sk/virus-hpmv-potvrdili-aj-na-slovensku-hlavna-hygienicka-prezradila-ci-hrozi-nova-pandemia/ 10:38 - Brandon odišiel do dôchodku vo veku 34 rokov. „Dostal som sa do stavu, keď som si odopieral všetko“ https://www.startitup.sk/brandon-odisiel-do-dochodku-vo-veku-34-rokov-dostal-som-sa-do-stavu-ked-som-si-odopieral-vsetko/

Dobré ráno | Denný podcast denníka SME
Dobré ráno sobota: Plynu máme dosť, elektrinu odstaviť Ukrajine Fico nevie

Dobré ráno | Denný podcast denníka SME

Play Episode Listen Later Jan 11, 2025 60:36


*Podporte podcast Dobré ráno v aplikácii Toldo na ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠sme.sk/extradobrerano⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠. Robert Fico, ktorý zmizol na viac ako dva týždne, sa našiel v luxusnom rezorte vo Vietname. Stihol však návštevu u Putina v Rusku, aj konflikt s ukrajinským premiérom o tranzite plynu. O jeho ceste nevedeli ani koaliční partneri a premiér Fico teraz hrozí Ukrajine zastavením dodávok elektriny a znížením podpory ukrajinských utečencov na Slovensku. Sobotným Dobrým ránom vás sprevádzajú Zuzana Kovačič Hanzelová a Jakub Filo. Otázky do nasledujúcej epizódy Dobrého rána sobota nám zasielajte na e-mail dobrerano@sme.sk, ideálne vo forme hlasovej správy. Do predmetu napíšte Otázka do sobotného Dobrého rána. Zdroje zvuku: Facebook/Robert Fico, Mark Zuckerberg, Markíza, Guardian News, YouTube/Oskar Rózsa official, TA3 – Všetky podcasty denníka SME nájdete na⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ sme.sk/podcasty⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ – Odoberajte aj audio verziu denného newslettra ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ SME.sk⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ s najdôležitejšími správami na⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ sme.sk/brifing⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠

V redakcii
Marián Leško: Fico je ako chameleón. Vždy sa dotvorí do podoby, ktorú potrebuje

V redakcii

Play Episode Listen Later Jan 11, 2025 43:29


Buď sa Robert Fico nechal hostiť niekým, kto z neho urobil totálneho hlupáka, alebo o únose vedel, hovorí v podcaste V redakcii politický analytik a komentátor Marián Leško. Návšteva predsedu vlády vo Vietname je podľa neho silnou indíciou, že únos vietnamského občana sa stal s Ficovým súhlasom. S Mariánom Leškom sa rozprávala Monika Tódová.

NAHLAS |aktuality.sk
Peter Weiss: Fico si myslí, že si môže robiť čo chce. To je šialené a autokratické

NAHLAS |aktuality.sk

Play Episode Listen Later Jan 10, 2025 28:03


Peter Weiss nedávnu cestu premiéra do Moskvy označuje za „prejav mocenskej arogancie". Podľa jeho slov sa Robert Fico sa správa ako nedemokratický autokrat. „Je absolútne šialené, že ani prezident republiky, ktorý je podľa ústavy zodpovedný za zahraničnú politiku o tejto ceste nevedel. To je rozvrat fungovania štátu a jeho vyhlásenie je prejavom mocenskej arogancie. On občanom povedal vás nič do toho, čo ja vyrokujem s prezidentom Putinom, čo ja vyrokujem vo Vietname," hovorí v podcaste bývalý diplomat s tým, že to prekročilo akékoľvek čiary.Weiss krizituje aj navrhované recipročné opatrenia voči Ukrajine. „Robert Fico sa často odvoláva na kresťanské hodnoty. Toto čo robí je doslova nekresťanské a nehumánne. Zobrať si ako rukojemníkov nešťastných ľudí, ktorí trpia vojnou je doslova barbarstvo."Weiss bol pred voľbami predsedom Inštitútu sociálnej demokracie, ktorý bol blízky Hlasu. V podcaste tiež hovorí, či je strana garantom európskej orientácie Slovenska. Uvidíme, aké silné budú a aká bude reakcia vlády. A tiež aká bude reakcia koaličných poslancov, keď príde na pretras nové vyhlásenie o zahraničnej politike a či strana Hlas bude súhlasiť s absolútnym príklonom ku krajne pravicovým stranám," konštatuje.Moderuje Denisa Hopková.

Podcasty Aktuality.sk
Peter Weiss: Fico si myslí, že si môže robiť čo chce. To je šialené a autokratické

Podcasty Aktuality.sk

Play Episode Listen Later Jan 10, 2025 28:03


Peter Weiss nedávnu cestu premiéra do Moskvy označuje za „prejav mocenskej arogancie". Podľa jeho slov sa Robert Fico sa správa ako nedemokratický autokrat. „Je absolútne šialené, že ani prezident republiky, ktorý je podľa ústavy zodpovedný za zahraničnú politiku o tejto ceste nevedel. To je rozvrat fungovania štátu a jeho vyhlásenie je prejavom mocenskej arogancie. On občanom povedal vás nič do toho, čo ja vyrokujem s prezidentom Putinom, čo ja vyrokujem vo Vietname," hovorí v podcaste bývalý diplomat s tým, že to prekročilo akékoľvek čiary.Weiss krizituje aj navrhované recipročné opatrenia voči Ukrajine. „Robert Fico sa často odvoláva na kresťanské hodnoty. Toto čo robí je doslova nekresťanské a nehumánne. Zobrať si ako rukojemníkov nešťastných ľudí, ktorí trpia vojnou je doslova barbarstvo."Weiss bol pred voľbami predsedom Inštitútu sociálnej demokracie, ktorý bol blízky Hlasu. V podcaste tiež hovorí, či je strana garantom európskej orientácie Slovenska. Uvidíme, aké silné budú a aká bude reakcia vlády. A tiež aká bude reakcia koaličných poslancov, keď príde na pretras nové vyhlásenie o zahraničnej politike a či strana Hlas bude súhlasiť s absolútnym príklonom ku krajne pravicovým stranám," konštatuje.Moderuje Denisa Hopková.

Piatoček
Má v gýči na lehátku

Piatoček

Play Episode Listen Later Jan 10, 2025 17:55


*Podporte Piatoček v aplikácii Toldo Máme novú hymnu a dopadlo to presne tak, ako sme čakali. Našťastie však tá hymna nie je pre nás, takže všetko v poriadku. Fico sa počas sviatkov stratil a bolo to krásne, kým sme sa nedozvedeli, že bol za Voloďom, vraj vybavovať nejaký plyn, či čo. A potom bol ako správny sociálny demokrat dovolenkovať vo Vietname, kde dal cez 6-tisíc eur za noc v luxusnom hoteli. Tragédom sa stáva ministerstvo vnútra, lebo nekomunkujú, katast(e)rofa! - LIVESTREAM TRAGÉDA ROKA: ⁠⁠https://www.inviton.eu/e-17263/piatocek-traged-roka-2024⁠⁠ - NOVÝ MERCH: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://merch.sk/sme⁠ ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ - Instagram: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://www.instagram.com/piatocek_podcast/⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠ - Náš Discord nebol nikdy lepší: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠bit.ly/piatockaren⁠⁠

TA3
ta3 podcast Téma dňa: Mal by premiér vysvetliť dovolenku?

TA3

Play Episode Listen Later Jan 10, 2025 40:34


Premiér dovolenkoval vo Vietname. Niektorí si myslia, že majú právo vedieť, kde sa predseda vlády nachádza aj súkromne. Malo by to tak byť, alebo ide iba o bezpečnostné krytie? O ceste premiéra do Moskvy sme sa dozvedeli od srbského prezidenta. O možnej návšteve Donalda Trumpa na Slovensku - od českého exministra zahraničných vecí. Máme z Úradu vlády dostatok informácií? Opýtali sme sa exriaditeľa Úradu pre ochranu ústavných činiteľov Juraja Zábojníka a odborníka na protokol a komunikáciu Mareka Trubača.

Denník N podcast
Newsfilter: Fico zmizol pred 18 dňami, objavil sa na úrade vlády

Denník N podcast

Play Episode Listen Later Jan 7, 2025 13:05


1. Fico nepoprel, že bol vo Vietname a pôjde do Bruselu 2. S Novým rokom nové štrapácie 3. Z Facebooku a Instagramu môžu byť ešte temnejšie miesta

Artes
"Grand Tour": Estreia em França de filme português premiado em Cannes

Artes

Play Episode Listen Later Nov 27, 2024 24:24


"Grand Tour", que obteve o prémio de melhor realização no Festival de Cannes, em Maio passado, chega agora aos cinemas franceses. O filme é a adaptação de uma obra do romancista britânico Sommerset Maugham e relata um périplo pela Ásia de dois noivos, ele a tentar fugir dela e a noiva que vai no encalce daquele com quem se deveria casar. O realizador português, Miguel Gomes, falou com a RFI sobre o impacto do galardão, as peripécias de um filme que tem como palco uma longa viagem pela Ásia e respectivos projectos.O cineasta começa por se referir à sua surpresa com a obtenção desta prestigiosa recompensa, proeza inédita na história do cinema português no Festival de cinema de Cannes.Como é que vive esta estreia francesa após o prémio para o seu filme no Festival de Cannes ?Foi surpreendente. Eu não esperava nada. Se calhar é uma atitude defensiva da minha parte, mas à partida eu acho que estatisticamente é mais provável não haver prémios do que haver. E então segui esse princípio. Desta vez também, portanto, achei que não ia haver prémios nenhuns. Lembro-me que nesse dia fui para para uma ilha que existe a alguns quilómetros de Cannes, assim a uma meia hora de barco. Há uma ilha de monges, de que eu não me recordo o nome e fui com os meus filhos.Estava com a minha mulher, estava com as pessoas da equipa, com os actores, com os produtores e fomos todos para  para essa ilha nesse dia. À espera que não acontecesse nada. E às tantas o telefone tocou e disseram nos "Onde é que vocês estão? O que é que vocês estão a fazer? Mas vocês têm que voltar. Têm que ir para a cerimónia ! Vai haver um prémio." E havia muito pouco tempo. Aliás, estávamos meio perdidos nessa ilha. Apesar da ilha ser simples e só haver uma estrada, tínhamos decidido ir a um restaurante, mas tomámos a direcção contrária, então estávamos quase a fazer o perímetro da ilha para chegar ao restaurante e tivemos que nos despachar e apanhar o barco para estar presentes na cerimónia.E acho que isto: esta recompensa, este galardão, este prémio recompensa o quê, exactamente ? A estética do filme? Porque porventura talvez seja a matéria prima que está a mais a dar nas vistas e que evoca, obviamente, projectos já seus no passado, que tinham tido bastante incremento, nomeadamente aqui em França. Eu penso no "Tabu" há 12 anos.Eu não sei, eu não consigo separar assim as coisas desta maneira... E essa história da estética e do fundo. Eu acho que são as duas coisas. Um filme conta-se, mas sobretudo, vive-se e vive-se com a imagem, com o som. Com as coisas que o filme conta também, mas sobretudo com as coisas que o filme mostra. E tudo faz parte do mesmo sistema.E para mim não existe assim uma distinção entre aquilo que é o aspecto do filme e aquilo que é o que o filme conta, por exemplo. Faz tudo parte do mesmo sistema e, portanto, acho que a experiência do filme é um filme que tem as suas peculiaridades, tem a sua personalidade.Eu, felizmente não tenho ninguém a dizer-me que tem que fazer as coisas assim, que tenho que por este actor e que tenho que aos 30 minutos de filme tem que haver esta cena e aos 40 minutos esta outra cena.Ou seja, não tenho uma pressão da produção, não tenho uma pressão industrial que me deixe refém de uma mecânica mainstream industrial e, portanto, posso fazer aquilo que me apetece. O que pode ser algo para algumas pessoas bastante chato porque não corresponde àquilo que normalmente as pessoas associam ao cinema mais recorrente.E você pensa mais nos planos contemplativos, na duração das sequências, quando se refere a possíveis vozes detractoras do cinema que você faz?Há vozes detractoras e há...Há vozes muito elogiosas, com certeza !Há vozes muito elogiosas ! Eu não sei se há muitos planos contemplativos... A contemplação também me aborrece um bocadinho. Ou seja, os planos têm que durar o tempo que duram para mim por uma razão precisa. E não porque estamos embasbacados perante qualquer coisa. Isso não funciona assim.Eu penso muito no lugar do espectador dos meus filmes. Para mim, o cinema é um bocadinho como fazer um edifício. Ou seja, quando se fala: qual é que é a arte que terá uma relação maior com o cinema? Há quem diga que é pintura, há quem diga que é literatura. Enfim, o teatro, a música... A música eu acho que é bastante importante, mas eu diria que é a arquitectura.Ou seja, no sentido em que inventar um filme, fabricar um filme é inventar um espaço que vai ser percorrido por alguém, um espectador. E cada espectador é diferente do outro, porque cada um vai accionar a sua sensibilidade, o seu sentido de humor, enfim, os seus interesses. E vais esperar certas coisas do filme. E, portanto, é um encontro: é um encontro entre uma pessoa, com a sua própria personalidade, e um filme que existe no ecrã e nas colunas de som da sala de cinema. E é assim que pode ser um encontro ou um desencontro.Mas o meu trabalho como realizador é inventar um espaço que vai ser percorrido por esse espectador, que não deve ser nem uma prisão. Ou seja, no sentido em que o filme não o deve coagir, de uma maneira completamente autoritária, e dizer "Agora vais para a esquerda, agora vais para a direita. Agora há que sentir isto. Agora tens que pensar isto, porque isto é como tu deves pensar". E, por outro lado, também não deve ser um espaço completamente aleatório onde o espectador fica completamente perdido. Portanto, esse equilíbrio entre inventar uma estrutura que possa acolher alguém que será livre o suficiente para poder percorrer aquele espaço, sem estar completamente coagido, e ao mesmo tempo que não esteja ali perdido... É o nosso trabalho e que é quase um trabalho de arquitecto.Então entremos precisamente mais na obra e no seu filme. Como é que da obra do romancista britânico Sommerset Maugham se chega a este produto final? O "Grand Tour" era um ritual nalguma alta sociedade, precisamente, de fazer um grande périplo antes de assentar arraiais, de contrair matrimónio e de constituir família. E vai ser o pretexto para "um périplo e peras", pela Ásia. Como é que foi, então chegar-se aqui?Essa questão é interessante: do que o que é que era o lado quase pedagógico do Grand Tour que estava estabelecido ? O Grand Tour asiático... Havia um Grand tour europeu também. Mas havia o Grand Tour asiático. Ou seja, muita gente do Ocidente ia fazer um itinerário, no princípio do século XX, do Oeste para este.Normalmente de um ponto da Índia ou da Birmânia, que eram os pontos mais a oeste do Império Britânico, para este. Terminando normalmente no Japão e na China. E havia de facto essa ideia de que era necessário confrontar os elementos, os filhos dessa alta sociedade europeia ou americana com o outro. Ou seja, com uma cultura bastante diferente, nos antípodas. Para que, de facto, pudessem regressar mais iluminados.Neste filme esse Grand Tour é feito, mas quase com a ideia contrária. Ou seja, os personagens não  fazem esse Grand Tour porque querem encontrar um caminho e um rumo. Enfim, é como diz, chegar mais bem preparados, voltar mais bem preparados para a vida. Eles estão completamente perdidos !Há um quer fugir da noiva. O noivo, o Edward, quer fugir da noiva porque está com dúvidas sobre o casamento. Tem uma espécie de um ataque de pânico, uma crise, e decide fugir dela.E ela vai atrás dele para tentar-se casar com ele de uma forma igualmente desesperada e meio perdida. E portanto, o filme esta. Eles acabam por fazer esse caminho não como como uma fuga e não como um momento para fazer um encontro, para conhecer coisas. Eles estão basicamente em movimento para escapar ao seu destino ou para tentar concretizar aquilo que eles acreditam ser o seu destino.Mas como é que você tropeçou neste enredo e decidiu pegar nele e levá lo?Esta história dos noivos deste casal, o noivo e a noiva: um a fugir, ela a perseguir. Veio deste livro do Sommerset Maugham, que é um livro de viagens. Existe uma tradução em português chamada "Um Gentleman na Ásia". E eu estava a ler esse livro. Eu gosto muito de ler livros de viagens: de ver como é que os escritores contam a experiência de viajar e o que é que eles viram. Enfim, essa essa questão do olhar de alguém sobre um relativamente a um território que lhe é estrangeiro, que lhe é desconhecido, que que é uma coisa distante, interessa-me muito.E portanto, eu gosto de ler livros de viagens. E li este por acaso e deparei-me com esta história que o Sommerset conta. Às às tantas, em duas páginas desta história, ele diz que conheceu um senhor que trabalhava para a administração na Birmânia, inglesa, e que contou a história de como fugiu à sua noiva. Porque entrou em pânico, porque teve dúvidas sobre o casamento e sobre a responsabilidade desse casamento. E decidiu partir e deixar-lhe uma nota a explicar-se, a escusar-se com trabalho. E partiu para Singapura. Mas quando chegou a Singapura já tinha uma nota, um telegrama da sua noiva a dizer "Meu querido, eu estou a chegar. Percebo perfeitamente. Mas estou a chegar e já já nos vamos casar." E ele lá partiu de novo. E esse, digamos, movimento que é uma espécie de um "Jogo do gato e do rato", durou vários meses e acabou por ser feito ao longo deste deste "Grand Tour", ou seja, deste itinerário todo que de muitos milhares de quilómetros.Foi um "Jogo do gato e do rato" também para si e para a sua equipa. Porque obviamente, o confinamento e o COVID veio perturbar as rodagens e a preparação do filme. Portanto, houve aqui sequências, pelo que eu entendi, nomeadamente a rodagem na China, que tiveram que ser recebidas a posteriori. Houve uma interrupção óbvia por causa do COVID Portanto, foi necessário congelar o projecto durante X tempo ?!Sim, ou seja, nós decidimos, antes de escrever o argumento, fazer nós próprios a viagem e filmá-la. Filmar a viagem que seria feita pelas personagens, mas que seria feita a posteriori, em estúdio, rodada em estúdio. E decidi-mo-la fazer no mundo de hoje, nós próprios, pelos países. E estavam previstas sete semanas de viagem em Janeiro e Fevereiro de 2020.E nós fizemos as primeiras cinco. Chegámos ao Japão e faltava o último país onde havia uma parte considerável dessa viagem, porque mesmo dentro da China, de Xangai e até quase próximo do Tibete, iríamos fazer 3000 quilómetros, acompanhando mais ou menos o curso do rio Yangtse.E quando chegámos ao Japão percebemos que o ferry boat que ia cobrir a distância entre Osaka, acho eu, e Xangai, tinha sido anulado uma semana antes devido ao COVID, à pandemia.E então, o que nós nós pensamos nessa altura? Bom, "Vamos esperar um mês, dois meses e vamos retomar a viagem quando for reposta a normalidade". Porque nessa altura éramos tão ingénuos, como toda a gente, e achávamos que que era uma coisa meramente circunstancial e que não ia ocupar tanto tempo na nossa vida e ter tantas consequências como teve.E depois percebemos que estávamos enganados. O tempo foi passando, passou um ano, passaram dois anos e passado dois anos nós pensamos: "É impossível. Nós não conseguimos entrar na China para concluir a viagem. Portanto, vamos concluir a viagem em Lisboa, filmando com uma equipa que serão os nossos olhos. Com o material, eles vão filmar esta parte da viagem na China. E nós vamos estar em Lisboa". Alugámos uma casa em Airbnb no bairro do Areeiro e estávamos lá durante a noite. Éramos poucos, dois ou três, e havia uma uma equipa na China que fez os tais 3000 quilómetros, enquanto nós estávamos sempre nessa casa no Areeiro E, enfim, fizemos o filme, assim. Concluímos essa parte da rodagem na China, assim, à distância.É fundamental falar do encadeamento entre planos a preto e branco e a cores. A cores são, de alguma forma, momentos algo etnográficos relacionados com o périplo. O preto e branco é a versão hodierna, actual. O porquê de sua opção por estes planos, ora a preto e branco, ora a cores ?O filme é quase o tempo todo a preto e branco. Eu diria, 90% é a preto e branco. Existem planos a cores por uma questão técnica. Porque nós filmámos em película e na película preto e branco existe apenas uma sensibilidade para 200 ASA para a luz. Portanto, 200 ASA é bom para fotografar, para filmar sequências durante o dia. Mas sequências à noite ou em interiores escuros é necessário outro tipo de sensibilidade: 500 T... que isso só existe em cores. E, portanto, nós decidimos filmar a maioria do filme a preto e branco em 200 D.E depois ter película a cores para em 10% do tempo, para situações de noite ou em interiores muito escuros. E a ideia era montar o filme completamente a preto e branco. Mas houve uma altura em que nós estávamos um bocadinho, estávamos a montar o filme, já tinham passado várias semanas, estávamos um bocado fartos do preto e branco e lembrámo-nos de que havia as cores ali. E portanto decidimos voltar a pôr. "Vamos voltar a pôr o plano tal como ele foi filmado a cores !" E, portanto, não existe nenhuma lógica a não ser por uma questão meramente técnica.Não existe uma lógica racional, não existe um significado dos planos a cores quererem dizer qualquer coisa em especial. É só porque por uma questão técnica. Mas decidimos colocar mesmo que as pessoas se perguntassem "Porquê que estes planos são a cores... e o resto do filme é preto e branco ?"Não havendo razão nenhuma racional, é só pelo prazer de que é uma coisa que me que é importante para mim a lógica do prazer. OK, num filme a preto e branco... o que é que faz falta? Olha, de repente aparecem uns planos a cores e a cor é incrível !Fala em prazer. Já há muito tempo que, imagino, tenha prazer em rodar com Crista Alfaiate. Agora há também a opção pelo Gonçalo Waddington. O porquê deste elenco ?Para nós foram escolhas óbvias: a escolha dos actores que fazem os dois protagonistas. O Gonçalo tem esta capacidade... Ele pode ter um ar assim, perplexo. E eu acho que ele é um actor com grande potencial cómico, mas com a capacidade de transformar esse lado de comédia numa coisa com um outro peso. E, portanto, ele pode fazer a transição entre comédia e drama muito com uma grande facilidade.E a Crista? Eu acho que ela, já disse noutras ocasiões... Eu acho que ela é a melhor actriz daquela geração à volta dos 40 anos. E, portanto, nem sequer pusemos nenhuma outra opção. Para nós, a Molly sempre foi a Crista Alfaite e ficámos muito contentes, depois com depois de ter filmado, com aquilo que... Percebemos, que não estávamos muito enganados relativamente a essas escolhas.E a questão da opção pelo português não foi complicada ? Não é complicada para Gonçalo Waddington, para Crista Alfaiate, mas você põe pessoas do Vietname, do Japão, nomeadamente, a terem diálogos bastante profundos em português. Como é que foi isso? Foi um desafio, imagino, também pô-los a contracenar em português fluente ?!Sim, o facto dos personagens serem britânicos e falar em português para mim foi uma opção, mais ou menos fácil... Porque eu sou português, não sou britânico. E, portanto, eu não queria... Eu acho que a verdade do filme também passa por isso. Ou seja haver um filtro teatral em que, como no teatro... Quando se faz em Portugal, ou que em França se faz Tolstoi ou se faz Tennessee Williams, faz-se em França e faz-se em Portugal. Em França faz-se em francês, em Portugal faz-se em português.E nessas peças de teatro as personagens têm os nomes que tiveram nas peças do Tolstoi: os nomes russos ou nomes americanos, no caso do Tennessee Williams. E é uma convenção, ou seja, as personagens falam na língua do país onde está a ser visto o espectáculo com os actores desse país.E no cinema há mais dúvidas relativamente a isso. Ou seja, parece uma questão completamente resolvida no teatro e no cinema menos. Porque no cinema existe mais a ideia de que o cinema está mais próximo da realidade da vida. Que eu acho que é uma falsa ideia.Há um realizador francês que já morreu, mas que foi muito importante para mim, que também fazia isto. E fez isto com uma grande lata e muito bem, que era o Alain Resnais !Por exemplo, eu lembro-me de um filme dos anos 90 que era um díptico que se chamava de "Smoking" e "No smoking", que era uma adaptação de uma peça inglesa feita com dois actores que entravam muito nos filmes deles dele. Esse filme é muito, muito importante para mim. E portanto, se o Alain Resnais  pode fazer em francês, eu acho, também posso fazer em português.E obviamente que existe este lado de sermos todos mais ou menos dominados, colonizados por uma língua que é uma espécie de língua que é comum a todos os países.Foi a língua que ganhou a batalha das línguas, que é o inglês. E não é problemático ver, sei lá, ao longo da história do cinema, ver imperadores romanos a falar inglês de Brooklyn ! Ou ver, enfim... todas essas coisas passaram a ser normais. E porque não ter em português a mesma coisa? Porque não ter personagens britânicos a falarem português? Eu acho que é mais e mais verdadeiro fazer assim, porque...Também já foi língua franca no mundo [o português]... E finalmente, obviamente, Cannes você já vinha há muito tempo. Mas esta edição de 2024 fica na história por este prémio. Perguntar-lhe-ia:  E agora, depois de Cannes e do seu prémio, como é que você se projecta para a sequência da sua carreira?Agora eu, antes de fazer o "Grand Tour", eu estava a tentar fazer um outro filme, um filme no Brasil, que é uma adaptação de um livro do Euclides da Cunha chamado "Os Sertões" e o filme chama-se "Selvajaria". E estive muitos anos a tentar fazer esse filme. E foi muito difícil, por várias razões. É um projecto exigente em termos financeiros e na altura em que eu estive a tentar fazer esse filme, havia um governo no Brasil que paralisou completamente os apoios públicos ao cinema. O governo do Bolsonaro e também apanhámos a altura do COVID. Portanto, foi tudo muito difícil e houve um momento em que eu pensei que tinha que renunciar a esse projecto.E foi muito complicado para mim, porque apesar de tudo, trabalhei anos nesse filme e estou convencido que é o projecto mais... com o qual eu acho que, provavelmente, existe um um potencial mais incrível do que tudo aquilo que eu fiz até hoje ! Ou seja, estou muito envolvido com esse filme e acho que existe a possibilidade de haver ali um filme que possa nascer, que seja muito, muito forte !  E é, portanto, quase que desistir do filme.Mas depois do "Grand Tour" e de repente passei para o "Grand Tour" e depois do "Grand Tour", o que tem acontecido foi que nós decidimos voltar a esse projecto. E tem havido notícias muito animadoras ! Ou seja, de repente, pela primeira vez, há financiamento do Brasil para esse filme. Tudo parece estar a andar muito rápido e assim uma perspetiva de haver a possibilidade de fazer, de filmar esse filme no final do próximo ano.Portanto, acho que isso também é uma consequência do prémio de Cannes e daquilo que aconteceu com o "Grand Tour em Cannes" e que existe um entusiasmo renovado em torno deste projecto. E vou aproveitar a conjuntura porque sabemos que isto vai mudando e nos momentos em que estamos em alta, é preciso aproveitar esse momento para poder concretizar coisas que estavam mais difíceis de concretizar.

Lietuvos diena
Įvardytas aiškus tikslas būsimam krašto apsaugos ministrui: pirmas prioritetas -divizija

Lietuvos diena

Play Episode Listen Later Nov 22, 2024 52:49


Prezidentui Gitanui Nausėdai susitikus su kandidate į krašto apsaugos ministrus socialdemokrate Dovile Šakaliene, šalies vadovo patarėjas sako, kad būsimajam ministrui keliama užduotis išvystyti kariuomenės diviziją iki 2030 metų.Rusija tęsia Ukrainos miestų apšaudymą, o Sumų regione pranešama apie prieš civilius panaudotą kasetiniais šaudmenimis apginkluotą bepiloti orlaivį. Tuo metu Pietų Korėja skelbia, kad Rusija už pagalbą kare Šiaurės Korėjai perdavė oro gynybos sistemų ir amunicijos.Baltarusijos opozicija organizuoja mitingą prie Europos Komisijos atstovybės Lietuvoje. Opozicionieriai baiminasi, kad Aleksandras Lukašenka surengs parodomąjį teismą ir myriop nuteis Vietname sulaikytą ir Baltarusijai perduotą buvusį Ukrainos Kalinausko pulko savanorį Vasilijų Veremeičiką. Jo žmona gyvena Lietuvoje, o pats Veremeičikas buvo priverstas išvykti iš Lietuvos, nes dėl tarnybos Baltarusijos kariuomenėje jam nebuvo suteiktas prieglobstis, nors po tarnybos jis veikė išvien su Baltarusijos opozicija ir gynė Ukrainos laisvę.Dėl gausaus snygio, dalyje vakarų Lietuvos eismo sąlygos - sudėtingos. Ypač Telšių ir Rietavo apylinkėse. Skelbiama, kad vietomis sniego dangos storis čia siekia dvidešimt penkis centimetrus.Iki sausio pirmosios didieji miestai ir kurortai turi nustatyti mažos taršos zonas. Kauno senamiestyje tokia zona, pro kurią pravažiavus reikia mokėti rinkliavą, įvesta nuo rugpjūčio. Vilniuje mažos taršos zoną ruošiamasi įvesti iki metų pabaigos, tačiau sostinės valdininkai apmokestinti įvažiavimo į senamiestį neskuba - teigia, kad to kol kas neleidžia įstatymai.Ved. Madona Lučkaitė

Lietuvos diena
Seimas pritarė Gintauto Palucko kandidatūrai į premjerus

Lietuvos diena

Play Episode Listen Later Nov 21, 2024 52:27


Seimas pritarė, kad socialdemokratas Gintautas Paluckas būtų skiriamas ministru pirmininku. Būsimasis premjeras sako turintis visus kandidatus į ministrus, juos ketina aptarti su prezidentu Gitanu Nausėda.Vietname sulaikytas ir Baltarusijai perduotas Ukrainos pusėje kariavęs savanoris Vasilis Verameičikas. 2023 metais, per pirmąsias invazijos į Ukrainos metines, jis kaip pašnekovas dalyvavo LRT akcijos „Radarom" eteryje. Tačiau maždaug prieš metus, Verameičikas buvo priverstas išvykti iš Lietuvos, nes buvo pripažintas grėsme nacionaliniam saugumui. Baltarusijoje jam gresia mirties bausmė.Žiniasklaida skelbia, kad Ukraina, į taikinį Rusijoje paleido daugiau kaip 10 Jungtinės Karalystės tiekiamų raketų „Storm Shadow“. Atakuotas objektas prie Ukrainos sienos esančioje Kursko srityje. Tuo metu rusai įvairių tipų raketomis šįryt atakavo įmones ir ypatingos svarbos infrastruktūrą Dnipro mieste.Lietuvos energetikos agentūros ekspertai įžvelgia kainų stabilumą: žiemą elektra nebrangs, šiluma toliau pigs. Benzinas ir dyzelinas Lietuvoje išlieka pigesnis, nei kaimyninėse šalyse, tačiau dyzelinas brangs dėl besikeičiančio akcizo.Lietuvos ir Taivano verslo atstovai sutarė kartu plėtoti dronų technologijas ir pramonę.Ankstų rytą Šiauliuose per gaisrą daugiabutyje žuvo sutuoktinių pora. Pensinio amžiaus šiauliečius pražudė virtuvėje įsiplieskęs ir išplitęs gaisras.Ved. Andrius Kavaliauskas

Artes
"O mundo de Amílcar Cabral": A trajectória internacional do líder africano

Artes

Play Episode Listen Later Nov 20, 2024 14:56


O historiador e co-organizador do livro "O Mundo de Amílcar Cabral", Victor Barros, apresentou-nos o livro que aborda as várias geografias que Amílcar Cabral percorreu; Portugal, Paris, URSS ou ainda Cuba, e como a sua luta se inseriu num contexto de revoluções no sul global. "Este livro tenta trazer para o público um conjunto de ensaios que nos dão uma visão mais alargada dos vários palcos por onde passou Amílcar Cabral", começa por explicar Victor Barros. RFI: O historiador Victor Barros acaba de publicar o livro "O Mundo de Amílcar Cabral", uma obra redigida por três coordenadores. O livro refere-se ao contexto político e social vivido por Amílcar Cabral, líder revolucionário e intelectual africano nas décadas de 50 a 70. O mundo de Amílcar Cabral foi um mundo de resistência contra o colonialismo, de procura pela soberania africana e pela justiça social, mas foi muito mais?Victor Barros: Foi muito mais, inclusive o livro que acabamos de coordenar -eu e os meus dois colegas do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa - comprova isso. É um livro que nós tentamos trazer para o público geral, com um conjunto de ensaios que abordam temas diversos, temas que conectam com as múltiplas geografias onde Cabral circulou, mas também que nos dá uma visão mais alargada dos vários palcos por onde passou Amílcar Cabral. Também nos dá uma percepção mais ampla daquilo que é a geopolítica do mundo na altura. Nós conseguimos captar a história do mundo dessa altura a partir da trajectória e das conexões e interações políticas e geopolíticas que Amílcar Cabral teceu nessa altura.Que pontos geográficos são abordados neste livro?Poderíamos tomar isso como percurso, mas teríamos de enquadrar esses percursos. Ou diria, cada percurso dentro de um contexto muito específico, de um contexto geográfico muito específico do processo da luta. Esses percursos são percursos que conectam Amílcar Cabral dentro da cartografia da luta. Estamos a falar de espaços tanto com Portugal, onde ele estudou e começou o processo de militância, passando por Paris, onde ele tinha militantes e simpatizantes da revolução do PAIGC, da revolução anticolonial, passando pela URSS até Cuba, China e vários outros pontos do globo. Dá-nos uma percepção dos movimentos geográficos, das viagens, das circulações, mas também ajuda-nos a compreender como é que a luta do PAIGC, conduzida por Amílcar Cabral é uma luta que conecta simultaneamente várias geografias e várias cartografias e pontos e interacções de luta.Uma luta que se conecta também com outras lutas e que acompanha outros movimentos sociais?Sim, exactamente. É uma luta que se conecta com várias outras lutas porque este era um dos princípios essenciais do lema do Cabral e do PAIGC, criar ligações entre lutas, ou seja, colocar a revolução anticolonial para a independência da Guiné e Cabo Verde dentro de um contexto geral específico das lutas anticoloniais no sul global e das lutas para a independência das colónias portuguesas dentro do contexto global das revoluções anticoloniais que estavam a decorrer no terceiro mundo. Estamos a falar de lutas dentro de uma cartografia de várias outras lutas, na qual a luta do PAIGC para a independência da Guiné e Cabo Verde representava apenas uma antena de várias outras manifestações e demandas pela soberania e pela independência e de outros povos.Em todos os momentos, o PAIGC reclamou que a sua luta seria um contributo para a emancipação não só dos guineenses e dos cabo-verdianos, mas também para a própria emancipação dos portugueses na metrópole que estavam subjugados pela ditadura de Salazar. Era um contributo de uma revolução para as revoluções que estavam a decorrer, para a emancipação de outros povos que estavam sob dominação e da ocupação imperialista e colonial.Aquando da redacção deste livro, houve alguma história que despertou o seu interesse. Uma história que desconhecesse e que quis absolutamente contar nesta publicação?Sim, particularmente no ensaio que eu escrevi, um dos episódios que despertou a minha atenção foi o facto de, a dada altura, perceber que Cabral faz isso com muita precisão. Ele dá o número de litros de sangue, sangue fresco que era transportado a cada 15 dias de França para Conacri. Esse sangue era utilizado para tratamento dos feridos de guerra. Então ele dá, com precisão, e no ensaio têm lá os elementos, essa informação. É incrível. Esse sangue era sangue colectado através de voluntários que faziam parte do Comité de Apoio Francês, que eram militantes anti-colonialista, anti-imperialistas e simpatizantes da revolução anticolonial guineense do PREC e que se disponibilizavam a colectar no fim-de-semana, através de campanhas de recolha de sangue, clandestinamente, obviamente, porque tratava-se de um comité informal e de um conjunto de outras ramificações na forma a preservar o sangue, até chegar ao hospital de campanha, onde estavam confinados os feridos de guerra.Esse detalhe foi um detalhe bastante interessante, no sentido em que, quando imaginamos ou quando pensarmos a delicadeza do processo de preservação, que é o tratamento que um sangue fresco deve ter para ser preservado e depois para ser colocado à disposição de pessoas que precisavam num contexto de guerra, ou seja, de sangue que transita da periferia de Paris e que passa por vários outros processos para chegar a Boké e que acaba por ser útil para a manutenção do esforço de guerra dos combatentes do PAIGC e para a sobrevivência de muitas pessoas.Estamos a falar de uma grande quantidade de sangue, existe uma descrição da quantidade de litros?Sim, estamos a falar de uma grande quantidade. Se pensarmos duas coisas: primeiro, se pensarmos no contexto da época e depois se pensarmos na temporalidade entre a recolha e a partilha. A cada 15 dias, segundo Cabral, chegava ao Hospital de Boké, a partir do Paris de avião, 80 litros de sangue. É um número significativo para o contexto da época. Isto é revelador da mobilização e do impacto da boa reputação política que a revolução anticolonial do PAIGC estava a ter à escala internacional.Este aspecto permite perceber à escala transnacional aquilo que é a persuasão que a luta do PAIGC estava a ter em indivíduos. Estamos a falar de indivíduos que vão a comités de apoio, que são grupos informais de militantes e de activistas e simpatizantes que reúnem e mobilizam pessoas para fazerem doações tanto de sangue como de roupa, de cadernos e materiais escolares para estudantes e para as escolas, das zonas libertadas, de alimentação, de medicação, ou seja, de recolha de medicamentos.Como é que a luta do PAIGC estava a ter impacto em pessoas no Norte global, ou seja, na Europa, de forma a potenciar nessas pessoas um ímpeto para essas pessoas produzirem uma agência e essa agência retornar de volta, em termos de resultado, de colecta de apoio para os militantes e para as pessoas nas zonas libertárias do PAIGC. Isto é extremamente importante, na medida em que esse impacto é de tal forma que quando a Guiné e Cabo Verde ganham independência, no programa de formação de militância política, o conceito de solidariedade acabou por entrar no léxico da educação política de forma a demonstrar que a luta do PAIGC não foi uma luta conectada com várias frentes de luta e com várias pequenas bolsas de resistência e de colaboração e de solidariedade, dado não só por país de forma formal, ou seja, de Estado para o movimento de libertação, mas também dado de forma como pequenos grupos informais da sociedade civil que apoiavam as demandas de independência da Guiné e Cabo Verde.No colóquio que decorreu na cidade da Praia em Setembro, apresentou o texto "Cabral e as pontes para o novo diálogo Norte-Sul e Sul-Sul". Que diálogo é esse? Normalmente, costumamos, por regra, numa perspectiva eurocêntrica, tendemos a imaginar ou a analisar os processos históricos do norte para o Sul. Ou seja, a Europa é a causa dos eventos que acontecem noutras partes do mundo. Este é o paradigma dominante, hegemónico, eurocêntrico. Então, a perspectiva aqui é do sul para o norte, que é como é que sujeitos históricos do Sul, neste caso da Guiné, Cabo Verde, África, estão a produzir agências e essas agências estão a impactar a imaginação política de actores no norte global, na Europa.A segunda questão essencial também é perceber como é que as acções desenvolvidas no sul global, através de sujeitos históricos africanos acabaram por gerar interações com sujeitos na Europa. Ou seja, eles conseguiram persuadir outros sujeitos políticos que acabaram por introduzir nas suas linguagens políticas na Europa aquilo que são as demandas dos actores e dos sujeitos políticos africanos e sul-sul. Basicamente porque a conexão que se fez entre a luta ou as lutas na Guiné e Cabo Verde e outras colónias portuguesas com outras lutas que estavam a decorrer no sul global, também é um aspeto a ter em conta e as várias conferências que foram realizadas, conferências internacionais e destaco a Conferência de Cartum, de Janeiro de 1969 - que é uma conferência que acaba por ter um impacto tremendo na medida em que é realizado em Cartum, no Sudão. A partir dessa conferência há um conjunto de movimentos que desencadeiam na Europa, com a criação de comitês, com a criação de grupos de apoio, com a criação de grupos que trabalham especificamente na questão da propaganda, ou seja, de dar a ver para a opinião pública internacional e sobretudo europeia, aquilo que eram as lutas que estavam a ser desenvolvidas no sul global, nomeadamente na Guiné, em Angola, Moçambique e outros territórios.Esse aspecto do sul para o norte dá lugar a esses sujeitos históricos que são sujeitos importantes, em vez de olharmos para a história da descolonização e da luta apenas a partir das lentes da metrópole e dos seus sujeitos da metrópole, é ver pelo viés dos sujeitos africanos, da agência dos africanos, da forma como as agências dos sujeitos históricos africanos impactaram a imaginação política de sujeitos históricos e de actores políticos na Europa e noutras partes do mundo, inclusive nos Estados Unidos.Por que é que teve de ser a conferência de Cartum a evidenciar, a dar visibilidade ao que estava a acontecer em África. Os países ocidentais estavam cientes e acompanhavam o que estava a acontecer em África?Sim, os países ocidentais sabiam, mas uma boa parte dos países ocidentais eram na altura e continuam a ser membros da NATO, inclusive Portugal. Sendo membros da NATO, esses países estavam a apoiar a guerra colonial, ou seja, apoiavam Portugal com vários meios na manutenção do esforço de guerra, inclusive com equipamentos militares. Apoiavam politicamente Portugal com o veto ou simplesmente com abstenção, quando resoluções das Nações Unidas tentavam condenar o colonialismo português e a guerra colonial nas colónias portuguesas.A Conferência de Cartum é importante na medida em que ela põe em cena vários tipos de actores. Põe em cena actores estatais, ou seja, Estados que apoiavam movimentos de libertação. Ela põe em cena os movimentos de libertação enquanto tal, enquanto actores que estão a produzir a história da luta pela independência. Põe em cena também os grupos de militância activista política que vêm de diferentes partes do mundo da Europa, inclusive do Brasil, do Vietname, da China, etc. Cartum desencadeia um conjunto de resoluções. Nessas resoluções, Cartum outorga, ou seja, legitima a grupos individuais nos países respectivos no Ocidente, de formarem grupos e comités de apoio, denunciando o envolvimento dos seus respectivos governos no apoio à guerra colonial. É essa a questão que é fundamental levar em conta da importância e do peso que Cartum tem ao estimular esse processo.A criação destes movimentos vem mudar o percurso da história?Vem mudar o percurso da história depois, sim. A partir de Cartum surgem na Europa vários outros comités de apoio, comités informais, vários outros grupos de apoio. Cartum vai dar lugar a uma outra conferência que vai acontecer nos Países Baixos, na Holanda, e levando para lá os mesmos comitês de apoio, os mesmos movimentos de solidariedade, os mesmos movimentos de libertação. É da Holanda que também se prepara, influenciado por Cartum, a Conferência de Roma, que acontece depois - em que os líderes dos movimentos de libertação serão recebidos pelo Papa. Cartoon está na genealogia desse processo e do impacto posterior que os movimentos de libertação acabam por ganhar à escala transnacional. Cartum prepara todo um caminhar porque depois de Cartum há duas outras conferências chaves que acontecem, como eu disse, na Holanda e depois em Roma. E isto tem um impacto forte em termos daquilo que são as conquistas do ponto de vista político e do ponto de vista moral, daquilo que é a imagem dos movimentos de libertação que acabam por conquistar à escala transnacional.

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2troubletravelers: V severnom Vietname cítiť minulosť komunizmu a na nový rok sme v Austrálii čakali 15 hodín [zmUPované]

Startitup.sk

Play Episode Listen Later Nov 7, 2024 64:34


V novej epizóde zmUPované Sima privítala Domi & Thomasa, ktorých poznáš ako 2troubletravelers. Rozprávali sa o ich inšpiratívnej ceste k cestovaniu a o tom, prečo sa rozhodli predať auto a vzdať sa pohodlia domova, aby mohli objavovať svet. Zaspomínali na oslavu nového roka v Sydney, ale aj na ďalšie nezabudnuteľné miesta, ktoré odporúčajú aj tebe. Ak chceš počuť o ich dobrodružstvách a získať inšpiráciu na vlastné cesty, určite si pozri dnešnú epizódu!

Artes
Ana Vidigal: "Hoje sou pintora porque houve o 25 de Abril"

Artes

Play Episode Listen Later Oct 15, 2024 17:51


A exposição "Pour voir, ferme les yeux" [ Para ver, fecha os olhos] da artista plástica portuguesa, Ana Vidigal, está patente até ao dia 9 de Março, no Centro de Criação Contemporâneo Olivier Débre, em Tours. Em entrevista à RFI, Ana Vidigal diz que é pintora graças ao 25 de Abril, reivindica-se feminista para não ser masoquista e alerta para as constantes ameaças à democracia. RFI: Num mundo onde somos constantemente bombardeados pela informação, onde as câmaras dos telemóveis se sobrepõem ao nosso olhar. Que mensagem pretende passar com esta exposição?Ana Vidigal, artista plástica portuguesa: penso que as pessoas devem, em vez de reagir instintivamente, parar para pensar em que situação estamos a viver. Hoje em dia, aqui na Europa ou em qualquer parte do mundo.Daqui a menos de um mês, vamos assistir ao que se vai passar nos Estados Unidos, ficámos todos um pouco esperançados com esta nova candidatura. Confesso que também fiquei contente com o resultado das eleições aqui em França, porque seria, na minha opinião, perigosíssimo que a França perdesse valores democráticos, digamos assim, que demoraram muito tempo a ficarem consolidados.Porém, tive muita pena que Portugal comemorasse os 50 anos do 25 de Abril com 50 deputados da extrema-direita. Uma coisa que nunca tinha acontecido.Talvez devamos parar um pouco para pensar que devemos tratar melhor a democracia que temos. A democracia também “se gasta” e no dia em que ela se gastar, vai ser muito difícil recuperá-la.Estamos tão baralhados com a informação toda que temos, com toda a confusão mental que as imagens nos provocam, que fechar os olhos para pensar, nessas mesmas imagens, não quer dizer fechar os olhos para não ver! É fechar os olhos para pensar e poder fazer uma opção do que queremos ver.Nas suas obras explora o universo da verdade e da mentira. Em muitas das suas obras há uma parte que se pode ver e a outra não pode.Há presença do Pinóquio. É uma alusão ao que é verdade e ao que é mentira? Sim, hoje em dia estamos muito sujeitos a isso. São valores que nos foram incutidos desde crianças, para não mentirmos. Mas é inevitável que todos nós mentimos ao longo da vida. A mentira está a tornar-se cada vez mais uma ferramenta que é utilizada sem limites. Acho isso muito perigoso.No trabalho que faz recorre frequentemente a colagens, materiais têxteis, materiais ligados à sua infância- ao passado da sua infância- ou com carácter biográfico. Ao usar estes materiais, que importância lhe dá? A minha primeira escolha é sempre porque tenho uma grande identificação formal com esses objectos. Porém, a história dos objectos também me interessa bastante e gosto de saber [a sua história] mesmo quando eles me são oferecidos. Gosto de saber o que é que as pessoas fizeram com eles. Há sempre qualquer coisa a aprender com esses materiais.Muitos dos materiais com os quais trabalha foram-lhe deixados pela sua avó…Sim, a minha avó era uma excelente arquivista e guardou todas as coisas de família. Fê-lo porque podia, tinha uma casa grande. Foi professora, mas quando se casou deixou de trabalhar e, portanto, pôde fazer isso. E tinha esse prazer de delicadamente guardar todas essas coisas que chamava recordações. E foi extremamente generosa porque, era a única neta rapariga, disse-me sempre que podia mexer em tudo. Que podia abrir as caixinhas, os pacotinhos, as fotografias e os álbuns. E eu, confesso-lhe, espatifei tudo.Nesta exposição há uma instalação onde a Ana coloca uma série de porta-retratos da sua família, todos virados para a parede, não se vê as fotografias. Uma obra que lhe foi pedida para trabalhar a memória. É importante proteger-se a memória da família?A memória é uma coisa que trabalhamos e também só mostramos aquilo que queremos. Quando me pediram para fazer um trabalho sobre a memória, lembrei-me imediatamente dessas imagens e da imagem que eu tinha do escritório do meu avô. Em casa, o meu avô tinha uma prateleira, ao longo de todo o escritório, com todas as fotografias de antepassados familiares. Quando se desmanchou essa casa, o meu pai quis imediatamente deitar fora aquelas molduras todas e ficar só com as fotografias. Eu não deixei porque pensei sempre que aquilo era a memória que eu tinha do meu avô e quis sempre preservar aquilo. Sabia que um dia eu iria utilizar esses porta-retratos em qualquer coisa. Não sabia quando, nem como e nem em que contexto.No 25 de Abril a Ana tinha 14 anos…Foi em Abril e eu fiz 14 anos em Agosto.Que lembranças e vivências trouxe dessa época para o seu trabalho?Eu não trouxe propriamente nada do 25 de Abril para o meu trabalho. A única coisa que aconteceu é que hoje sou pintora porque houve o 25 de Abril. O 25 de Abril foi a melhor coisa que me aconteceu na vida. Foi muito bom ter acontecido com 13 anos, porque o resto da minha adolescência foi passado em liberdade.Eu não sabia que não se era livre. Pensava que toda a gente vivia como eu, o que não era verdade. Eu vivia numa bolha, andava num colégio de freiras, só convivia com pessoas da minha situação familiar e, portanto, achava que era tudo assim. Com o 25 de Abril caí na realidade. E foi óptimo ter caído na realidade porque pude, tipo esponja, criar os meus próprios valores. Valores que a democracia me deu. A sua mãe dizia-lhe que era preciso ser uma menina limpinha. A Ana criou uma obra a que deu o nome “Menina limpa e a menina suja”. O 25 de Abril permitiu-lhe ser a menina suja, a menina que se porta mal?O 25 de Abril permitiu que eu tivesse a noção de que podia optar e podia fazer escolhas e que essas escolhas teriam consequências. Coisa que possivelmente não aconteceria se não tivesse havido o 25 de Abril.Nesta exposição faz também uma homenagem às várias pintoras portuguesas…O 25 de Abril trouxe às mulheres portuguesas uma coisa absolutamente maravilhosa, que foi aquela ideia de liberdade. Mas nunca esquecer que o nosso 25 de Abril aconteceu em 2008, quando foi aprovada, na Assembleia da República, a despenalização da interrupção voluntária da gravidez a pedido da mulher. Só aí -nós mulheres portuguesas- fomos donas do nosso próprio corpo. Não quer dizer que a lei seja completamente cumprida. A Ana afirma que se tornou feminista para não ser masoquista…Claro! As mulheres ganham menos que os homens. As mulheres são preteridas porque engravidam. Com todas essas injustiças, só se eu fosse masoquista é que achava que essas coisas estavam correctas. Quando eu percebi que o movimento feminista só lutava para por um fim a essas desigualdades, exigir a paridade...É lógico que me tornei feminista.Nesta exposição o público pode ver a obra "Tornei-me Feminista para não ser Masoquista"Nela vêem-se imagens da Ana com pioneses colados na cara, outra onde tem um saco na cabeça e a última surge com uns cornos de diabo. Que mensagem pretende passar? Foi um domingo à tarde e é assim que se chama esse vídeo. Eu não gosto de trabalhar ao fim-de-semana, mas estava um bocado entediada e fui para o atelier. Não me apeteceu pintar e resolvi começar a fazer aquilo e foi uma sequência de coisas que foram acontecendo e mais tarde, quando eu vi o vídeo, comecei a identificar situações com aquelas coisas que eu tinha feito.Na obra está a frase de Mae West: ”Quando eu sou boa, sou boa. Mas quando sou má, sou ainda melhor”. Ao fim e ao cabo estou quase a rir-me de mim própria. Quer dizer, porque já me vi em situações tão caricatas que pensava que nunca me iria ver na vida, que só posso rir. Não posso fazer mais nada. Atrás de nós está uma obra que a Ana fez em homenagem à Masha Amini. O que é que representa esta obra?Esta obra representa exactamente esse retrocesso. Há imensas obras, que estão aqui na exposição, onde utilizo [as revistas francesas Paris Match e Jour de France] que eu li desde miúda, porque a minha avó as assinava. A censura não as proibia porque só deviam ver a Brigitte Bardot e o Alain Delon, nem percebiam que à frente tinha o Vietname e críticas ao Xá da Pérsia.Eu lembro-me de ver imagens do que era a Pérsia, agora o Irão, com todos os defeitos possíveis e imaginários, porque era uma ditadura, mas havia também o outro lado, que era o de abertura para as mulheres terem alguma liberdade.Hoje em dia, no Irão as mulheres são completamente esmagadas. Uma mulher que é morta porque não pôs o véu como meia dúzia de homens acham que ela deve pôr é inconcebível. Todavia é isto que acontece na maior parte dos países.Uma obra de arte também é uma arma para se veicular aquilo que se pensa?Acredito que se isso acontecesse, se calhar não teria havido a Segunda Guerra Mundial, não teria havido Hiroshima. Isto porque todos os artistas se manifestaram contra esse tipo de posições que os políticos tinham, mesmo contra o nazismo e [nada mudou]. Mas eu gostaria que fosse.Na sua obra há também referências a um acontecimento que é eminentemente político, a guerra colonial. Há um desenho que o seu pai fez das ex-colónias portuguesas. O seu pai que esteve na guerra na Guiné-Bissau. Que recordações guarda desse tempo? A Ana fez uma instalação com a correspondência que os seus pais trocaram, nesse período, “Penélope”.Sim, o meu pai fez a tropa, no tempo normal, e depois em 1967 foi chamado a segunda vez para fazer o curso para capitão. Esteve dois anos na Guiné-Bissau , esteve sempre no mato. Mas como ele era oficial veio a Lisboa, um mês em cada ano, mas ficámos praticamente dois anos sem o ver.Apesar de sermos crianças e de termos sido muito protegidos pela minha mãe, pelos meus avós, penso que tínhamos a noção de que ele poderia não voltar, poderia levar um tiro. Claro que também tínhamos aquela noção de que ele era o bom e os outros eram os maus, coisa que não era correcta. Hoje temos outro tipo de informação, sabemos outro tipo de coisas. Naquela altura não sabia que vivíamos uma ditadura. Eu penso que não há ninguém da minha geração que não tenha tido um primo, um tio, um pai ou um irmão na guerra colonial. A Ana considera que nunca se olhou para essas feridas. Nunca se olhou para o facto de que as mulheres ficaram à espera, sozinhas…Sim, é uma lacuna. Nunca se falou das mulheres que cá ficaram. Aguentar o barco porque os homens iam e as mulheres ficavam. Estamos aqui em frente a duas obras- dois labirintos – onde explora o passar do tempo. De que falam estas obras?São obras, em termos formais, sobre a alienação do espaço e do formato, em termos de concepção, de uma série que se chama “Matar o Tempo”. Foi uma série que fiz a partir de labirintos encontrados em revistas, que estão nas salas de espera dos hospitais, num período da minha vida em passei muito tempo nessas salas. Estava a acompanhar uma pessoa que estava a fazer uns tratamentos muito complicados e era uma maneira de eu matar o tempo e de sobreviver.Numa entrevista que deu, em 2010, à jornalista Anabela Mota Ribeiro, ela descreve a da seguinte forma: Ana Vidigal pinta quem é como os outros escrevem quem são. Continua a rever se nessa definição. Pinta como os outros escrevem quem são? Não sei!Mas é-lhe mais fácil falar de si e da sua história através da pintura, de manter vivo o universo infantil?Como são materiais que eu utilizo, penso que essa afirmação está correcta. Eu acho que sim. E como eu digo, muitas vezes, trabalho com esses materiais há 40 anos. Se em 2010 era assim, em 2024 também. Continuo a trabalhar de forma diferente, mas com os mesmos materiais. E nessas caixas ainda há mais materiais?Há imenso material. Tenho imensa coisa. Acho até que é um problema para as minhas sobrinhas. O que é que vão fazer com aquilo um dia que eu vá, como eu costumo dizer, para o Alto São João? Vai ser um problema...Mas acho eu, nestas coisas, sou muito prática. Tenho um amigo que é também um excelente arquivista, bastante mais novo que eu, e vou dizer-lhe para ajudar em tudo. Temos de ser práticos e pensar nestas coisas. Não deixar problemas para as gerações seguintes.

5 Continentes
Estaremos perante uma viragem na ordem mundial?

5 Continentes

Play Episode Listen Later Oct 5, 2024 49:28


O ataque do Irão a Israel, a vitória da direita radical na Áustria e as relações entre os Estados Unidos e o Vietname. Afinal, estaremos perante uma viragem na ordem mundial?See omnystudio.com/listener for privacy information.

10–12
Rudeniniai uodai – aktyvūs, maži ir toli skrendantys

10–12

Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 106:20


Rubrikoje „4 milijonai“ – 7-erius metus Vietname gyvenusi ir prieš kelis mėnesius į Lietuvą grįžusi Aurelija Aspen.Rudeniniai uodai: maži, bet toli skrendantys kraujasiurbiai vis dar ypač aktyvūs.„LRT ieško sprendimų“. Sudėtinga surasti antros užsienio kalbos mokytojų. Kai kuriose mokyklose į mokytojų paieškas įsijungia ir mokytojai, ir tėvai, kai kurios savivaldybės. Ar dedamos pastangos vaisingos?Marijampolėje ir jos apylinkėse rytoj prasideda festivalis „Kultūros dienos“. Projekte ypatingas dėmesys skiriamas Lietuvos diasporos menininkams, kurie sugrįžta kurti gimtojoje šalyje.10–12. Ved. Ignas Andriukevičius

Vamos Todos Morrer
Bao Dai do Vietname

Vamos Todos Morrer

Play Episode Listen Later Jul 30, 2024 13:49


O último imperador do Vietname morreu há 27 anos.

vietname bao dai
Mais Coisa Menos Coisa
EP13 - Roma na TV, Tirar siso, Ódios de estimação, Sequestro voluntário, CR7

Mais Coisa Menos Coisa

Play Episode Listen Later Jul 8, 2024 54:36


Em semana marcada por jogos da seleção, trazemos as respostas que toda a gente procura: 1) o que fazer à bruxa Roma; 2) como se comportou o vizinho. Começamos com isto, numa semana que se prevê particularmente dura para a Ana, devido à previsão de remoção de um dente do siso. Pelo meio trazemos 3 ódios de estimação escolhidos a dedo, que rapidamente se tonaram num lavar de roupa suja. Terminámos com um sequestro voluntário no Vietname e com o nosso imprescindível comentário à novela CR7. Fiquem desse lado.

DW em Português para África | Deutsche Welle
20 de Junho de 2024 - Jornal da Noite

DW em Português para África | Deutsche Welle

Play Episode Listen Later Jun 20, 2024 20:00


Moçambique: Oposição boicotou a visita oficial do Presidente da Guiné-Bissau.Sociedade civil na Zambézia contesta um novo projeto de extração de areias pesadasnuma praia, em Quelimane.Depois da Coreia do Norte, o Presidente russo está no Vietname em busca de aliados. Euro2024: Tudo em aberto no Grupo C.

Gabinete de Guerra
"Hezbollah está mais institucional, mas não muda"

Gabinete de Guerra

Play Episode Listen Later Jun 20, 2024 9:37


O que pode acontecer no Médio Oriente face à declaração do Hezbollah de "guerra ilegal"? Ainda, qual é a utilidade de Putin para o Vietname? Análise do historiador Bruno Cardoso Reis.See omnystudio.com/listener for privacy information.

E o Resto é História
França e o Vietname: a batalha de Dien Bien Phu

E o Resto é História

Play Episode Listen Later May 1, 2024 67:13


Dien Bien Phu foi uma batalha que ocorreu há 70 anos entre o exército francês e as forças do Viet Minh. A derrota francesa mudou o mapa do sudeste asiático e esteve na origem da Guerra do VietnameSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Podcasty Aktuality.sk
SHARE: Naživo z Barcelony: Hodnotíme TOP tech novinky z MWC 2024

Podcasty Aktuality.sk

Play Episode Listen Later Feb 28, 2024 24:08


Aj tento rok prežíva MWC 2024 na vlastnej koži náš redaktor Ján Trangel. Naživo z Barcelony nám v podcaste SHARE priblížil svoje najsilnejšie dojmy. Rozpráva sa s ním Maroš Žofčin.V aktuálnej časti podcastu SHARE sa dozviete:Aký je naživo robot Ameca.Prečo skoro každý stánok spomínal umelú inteligenciu.Aké formy využitia AI spoločnosti ponúkali.Aký konštrukčný trend rezonoval smartfónmi najviac.Nie výklopné, ale ohybné telefony.Šialená kuriozita na záver.Téme sa venujeme aj tu:Telefón na MWC s nočným videnímVirtuálna 3D asistentka, ktorá vo Vietname radí zákazníkomTelefón s displejom, ktorý sa vyroluje z bočnej stranyRobot Ameca s prepracovanou mimikou tvárePrvý elektromobil Xiaomi naživo: Vyzerá skvele a už sa chystá do EurópyPowerbanky, ktoré vedia telefonovať: Tieto nové smartfóny na batériách rozhodne nešetrili (+ živé videá)Je to ešte telefón? Novinka od Motoroly sa omotá okolo ruky ako hadPriesvitné okno do budúcnosti: Takto vyzerá a funguje notebook s transparentným displejomTelefóny sa zmenia, ale vízie budúcnosti bez aplikácií sú prehnané (komentár)Podcast SHARE pripravuje magazín Živé.sk.

mužom.sk
356. Podcast Mužom.sk: Stockdale paradox - čeliť realite

mužom.sk

Play Episode Listen Later Feb 25, 2024 16:22


James Bond Stockdale, preživší 7ročného väznenia vo Vietname, uviedol ako dôvod svojho prežitie návod, ktorý je dnes známy ako "Stockdale paradox". Prístup užitočný pre mnohých. Ak sa ti páči obsah, ktorý tvoríme, chceš našu snahu oceniť a pomôcť tomuto projektu napredovať, tvojmu daru budeme vďační na: SK49 0200 0000 0044 6753 1751

Portugueses no Mundo
Noémia Weiner Canto Moniz: Phnom Penh, Camboja

Portugueses no Mundo

Play Episode Listen Later Jan 29, 2024 27:40


A Noémia Weiner Canto Moniz saiu de Portugal com a família em 2012. India, Filipinas, Angola, Vietname e desde há quase 3 anos Camboja. Uma aventura que a Noémia resume na palavra vitória.

Portugal em Direto
Noémia Weiner Canto Moniz: Phnom Penh, Camboja

Portugal em Direto

Play Episode Listen Later Jan 29, 2024 27:40


A Noémia Weiner Canto Moniz saiu de Portugal com a família em 2012. India, Filipinas, Angola, Vietname e desde há quase 3 anos Camboja. Uma aventura que a Noémia resume na palavra vitória.

Radar USA
Lourenço Pereira Coutinho e a história dos Estados Unidos

Radar USA

Play Episode Listen Later Dec 10, 2023 65:49


Temas deste episódio: Até onde pode ir Nikki Haley? (até 6'), Intro Lourenço Pereira Coutinho (6'), como foi possível fundar os EUA? (9'), "No Taxation without Representation": consentimento e representação; a contestação fiscal; a Boston Tea Party; o Stamp Act (12'), uma declaração em sistema aberto e num modelo baseado no Iluminismo (16'), quatro ideias fundamentais: uma república constitucional federada; a "predestinação" (um povo "selecionado", os "mais capazes"); a aversão ao longo braço do Estado; o puritanismo (20'),a "Doutrina Monroe" (25'), a influência dos EUA na independência do Brasil (27'), Wilson a criação da Sociedade das Nações, chumbada pelo Senado (30'), o Vietname e a crise social e política dos anos 60 (34'), eleições chave, crise e recuperação: Roosevelt em 1932, Reagan em 1980 e agora 2024 (37'), Biden e Trump outra vez? Como é possível não haver renovação, o país que a promove? (40'), a "nação jovem" impôs-se muito rapidamente, passou do isolacionismo à liderança global e aprendeu "on the job" (42'), uma história (contraditória) de Imigração (45'), a inversão dos democratas do Sul nos anos 60 (48'), o populismo é uma prática, não uma ideologia (51'), fazer das críticas aos "políticos de Washington" um trunfo eleitoral tem consequências (55'), o passado ajuda-nos a antecipar o que vai acontecer em 2024? (61').

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Banánové deti: Kam ísť do Vietnamu za dobrodružstvom, jedlom a oddychom

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Play Episode Listen Later Nov 12, 2023 28:33


Treba ísť na sever, juh alebo do stredu Vietnamu? Záleží na tom, čo chcete. Dáme vám rady na gastrotrip, ale aj cestovateľské tipy od Vietnamcov a aj od slovenského turistu.Turisti a cestovatelia si musia vybrať, či chcú vo Vietname odpočívať alebo veľa vidieť a zažiť. V prvom prípade nájdete tropický raj a ostrovy. Ak chcete cestovať, musíte sa pozrieť na mapu a poriadne si naplánovať cestu.My vás dnes vezmeme zo severu na juh. Začneme Hanojom a Dračou zátokou (Ha Long Bay). Pokračujeme centrálnym Vietnamom s historickým cisárskym mestom Hue, pobrežným Danangom, kde nie sú takmer žiadni turisti a fotogenickým mestom Hoi An.Dostaneme sa až do horského strediska Da Lat. Ako však po Vietname cestovať? Čo kde ochutnať? Napríklad na polievku Pho je najlepším miestom Hanoj. Každá z lokalít má svoju vlastnú špecialitu. Niektoré, ako napríklad dananský Mi Quang, v bežných vietnamských reštauráciách na Slovensku nenájdete. Stredovietnamské jedlo je úplne iné ako to zo severu, je väčšinou pikantnejšie.Podcast Banánové deti moderuje Claudia Alner, ktorá sa narodila na Slovensku vietnamským rodičom. Spoluautorom scenára je Peter Hanák.

Podcasty Aktuality.sk
Reportáž z vietnamskej reštaurácie: Jeden kuchár zvláda 3 jedlá naraz a Bun Bo Nam Bo za pár minút (Banánové Deti)

Podcasty Aktuality.sk

Play Episode Listen Later Oct 29, 2023 28:24


Vypočujte si podcast Banánové deti, konkrétne jeho trinásty diel. Tento raz ide o reportáž z vietnamskej reštaurácie Hanoi Garden v Bratislave. Vedeli ste napríklad, že denné menu varia deň vopred?Vo vietnamských reštauráciách varia väčšinou Vietnamci, ktorí sem prišli z Vietnamu pracovať. Zdržia sa často niekoľko rokov a niektorí aj celý život. Varia to isté, čo vo Vietname alebo pripravujú poslovenčené jedlá? Viete rozoznať čínske a vietnamské jedlá?A ako sa pripravuje juhovietnamská špecialita Bun Bo Nam Bo? Predviedol nám to Laco, vietnamský kuchár, ktorý po rokoch praxe zvláda pripravovať aj tri rôzne objednávky naraz. Ani jedna z nich netrvá dlhšie ako pár minút. Ako vyzerá život vietnamského pracovníka na Slovensku – tipovali by ste, či si dokáže zarobiť na vlastné bývanie?Čím sa odlišuje vietnamská káva od akejkoľvek inej? Jej ľadová verzia je podľa Vietnamcov lepšia. Viete si predstaviť solenú kávu?Podcastovú sériu Banánové deti moderuje Claudia Alner, narodená vietnamským rodičom na Slovensku. Reportáž z reštaurácie nahrával Peter Hanák.

Aleixo FM
50 anos da retirada do Vietname

Aleixo FM

Play Episode Listen Later Mar 29, 2023 4:54


No dia em que se celebra meio século desde a retirada dos EUA da Guerra do Vietname, estabelecemos paralelismos desse confronto com os da atualidade e especulamos sobre o futuro de Portugal.