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Convidado
A “fome é uma realidade” entre milhares de deslocados no norte de Moçambique

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 10:49


Em Moçambique, milhares de pessoas refugiaram-se no distrito de Eráti, em Nampula, no norte do país, depois de ataques registados entre 10 e 17 de Novembro no distrito de Memba. Entre os deslocados, há relato de mortes devido à fome. O activista social e dos direitos humanos Gamito dos Santos, director da Associação Kóxukhuru, em Nampula, admite que “a situação de fome é uma realidade” e alerta que “o governo não está a mostrar capacidade suficiente para dar resposta à situação humanitária”. A Associação Kóxukhuru, em Nampula, lançou uma campanha de angariação de donativos para ajudar os milhares de deslocados dos mais recentes ataques terroristas em Memba. No terreno, “a fome é uma realidade”, explica Gamito dos Santos, director da associação, que fala em cerca de 70.000 pessoas a necessitarem de ajuda urgente. O activista também alerta que é necessária a abertura de um centro de deslocados na cidade de Nampula, para além dos existentes em Eráti e Namialo. Gamito dos Santos avisa, ainda, que “não é seguro voltar” ao distrito de Memba. RFI: A Associação Kóxukhuru lançou uma campanha para angariar donativos. Quer falar-nos da iniciativa? Gamito dos Santos, director da Associação KÓXUKHURU: “Estamos envolvidos nessa situação de ajuda humanitária para os deslocados de Memba e Eráti e estamos a trabalhar na mobilização de recursos, sejam eles financeiros, como em géneros alimentícios ou mesmo em vestuário, para apoiar os deslocados que estão neste momento a necessitar de todo o tipo de apoio por causa dessa situação de terrorismo que assola ao distrito de Memba”. Como é que está a situação? Há muitos relatos de fome no terreno... “A situação nos dois distritos - estou a falar de Memba e Eráti - a situação de fome é uma realidade, como é notório, porque esta situação do terrorismo chegou de uma forma desprevenida, em que a população não estava preparada para encarar esta situação. E nós estamos a falar de um período em que a maior parte daquela população pratica a agricultura e este é o período propício, em Nampula, para começar a limpeza dos campos, para fazer a sementeira nos próximos dias, que poderá chover assim que puder. É nesta senda que a fome é uma realidade naquele território e naquela situação porque a população não tem outra fonte de sobrevivência senão a agricultura e, em Memba, um pouco de pesca. Então, deslocando-se de Memba para Eráti, uma vez que eles praticam a pesca e a agricultura, são forçados a deixar todas as actividades, todos os seus bens, todos os seus pertences, para procurar refúgio ou algum lugar que lhes possa conceder alguma segurança. Quando chegam naquele lugar, o número de deslocados é muito maior, tanto que o governo não está, neste presente momento, a mostrar capacidade suficiente para dar resposta à situação de apoio humanitário naqueles locais.” Estamos a falar de quantos deslocados e quantas pessoas que poderão estar sujeitas a esta situação de fome? “Neste momento, no centro de deslocados de Eráti, estamos a falar de cerca de 58.000 pessoas, segundo os dados que recolhemos no terreno, assim como em parceria com algumas organizações não governamentais, estamos todos no terreno para fazer todo levantamento possível. No centro de deslocados de Namialo, estão lá cerca de 10.000 pessoas também, fica a cerca de 80 quilómetros da cidade de Nampula. Então, totalizando, estamos a falar de 68.000 deslocados que neste presente momento estão a necessitar de apoio de todos os quadrantes.” Mas não há três centros no distrito de Eráti? “Sim. São 58.000 pessoas em todos os três centros de Eráti. Em Namialo, no distrito de Meconta, há três centros também, onde estão 10.000 pessoas. Em Nampula, não temos um centro oficial, mas as pessoas continuam a chegar e algumas estão sendo alojadas com os seus familiares e os outros estão à deriva porque não têm onde parar, porque estão à procura de refúgio e acabam procurando por pessoas conhecidas para serem alojados. Neste presente momento, nós como sociedade civil, estamos com contactos permanentes com as autoridades para que se crie também um centro permanente em Nampula cidade.” Ou seja, está a pedir às autoridades para criar este centro porque há pessoas na rua? “Exactamente. Há pessoas na rua. Há pessoas que estão a viver com pessoas desconhecidas e isto pode provocar também algum caos nos próximos dias. Então, estamos mesmo a exortar as autoridades governamentais para que criem um centro aberto em Nampula para alojar as pessoas que estão em Nampula e que não têm onde ficar.” Voltando à questão da fome e da crise alimentar, há notícias de que há pessoas, nomeadamente crianças, a morrer. Quer falar-me sobre isso? “Sim. Neste presente momento, nós não temos dados confirmados, mas há relatos, sim. Há crianças a morrer por causa da fome. Para além da questão da fome, há pessoas que estão a morrer por cansaço porque, de Memba a Eráti, as pessoas estão a deslocar-se a pé, por longas distâncias. E neste recurso de deslocamento a pé e por causa de cansaço, algumas pessoas acabam lançando os seus filhos nas matas. Nós temos algumas pessoas que estão a relatar isto, que nas matas há crianças perdidas, há famílias perdidas, sobretudo também pessoas portadoras de deficiência que não conseguem alcançar os centros de acolhimento.” O que é que o Governo está a fazer para tentar resolver a situação? “Neste presente momento, a única acção do governo que é notória aqui é a campanha que foi lançada pelo governador da província de Nampula de angariação de alimentos que, até ontem, a Assembleia da República abriu as portas e doou cerca de 60 toneladas de alimentos. O próprio governador já mobilizou os empresários locais para doarem alguns alimentos. Esta é a única actividade que nós estamos a notar ao nível do governo de Nampula. O Governo anunciou ontem a retoma da população no distrito de Memba porque, segundo ele, as condições estão criadas para as populações voltarem aos seus lugares de proveniência, mas nós, como sociedade civil, não concordaríamos tanto com esse discurso, porque nós precisamos de ter muita cautela por causa da situação de tensão que se vive no distrito de Memba porque acreditamos que existem focos de terroristas naquele local.” Ou seja, não é seguro voltar? “Exactamente, não é seguro voltar. Nós não aconselharíamos às autoridades de avançarem com essa incursão de devolver a população aos locais de proveniência e intensificaríamos a angariação de donativos para apoiar estas famílias para que elas possam ficar mais tranquilas nos lugares onde estão, enquanto se preparam os lugares da sua proveniência para que retornem lá com a maior tranquilidade e a maior segurança possível.” Em Julho, foi noticiado que 46,7% das crianças em Nampula já sofriam de desnutrição crónica. A situação então piorou ainda mais? “De certa forma, isso é verdade, isso é uma realidade. Nós vamos ter Nampula a aumentar a situação da desnutrição crónica por este deslocamento de um lado para o outro. Tanto que o governador de Nampula já havia lançado uma campanha de redução da situação de desnutrição crónica e acreditamos que, com esta situação do terrorismo, vamos elevar o índice de desnutrição crónica, seja em crianças, seja em adolescentes, porque estamos a ver pessoas que se vão alimentar de qualquer maneira só com o intuito de manter apenas o estômago, não vão escolher o que elas podem comer, vão ser forçadas a comer tudo o que por algum momento lhes vier à frente. Então, estamos a dizer que Nampula é a maior província com desnutrição crónica e vamos ter esta situação cada vez mais a agravar-se.” Também houve relatos de refugiados e requerentes de asilo estrangeiros que estavam abrigados no centro de Maratane, em Nampula, que além de denunciarem fome e redução de assistência por parte do Programa Alimentar Mundial, por exemplo, também denunciaram uma suposta discriminação por parte dos moçambicanos e a proibição do uso da terra para a agricultura de subsistência. Confirma? “Sim, confirmo. Tanto que eu trabalhei no centro de refugiados de Maratane. Fui para lá para viver 'in loco' nessa altura que havia estas situações de relatos em que os refugiados reclamavam desta situação de terras que estavam sendo proibidas, porque o governo cedia as terras sem conversar efectivamente com os nativos. Sabemos que em Moçambique, a lei defende que a terra é propriedade privada do Estado, mas nem por isso o Estado tem que atribuir sem conversar efectivamente com os nativos. E o que acontecia é que entrava em colisão entre os refugiados e os nativos donos, herdeiros da terra e aí os refugiados eram forçados a abandonar as terras. Daí que havia esta confusão. Trabalhámos lá, confirmámos esse incidente e estamos a trabalhar com a Direção Provincial de Terra e Ambiente para ver se é possível haver uma negociação entre as comunidades e os refugiados.” Ou seja, a situação ainda não está resolvida? “Não está resolvida, não.” Como é que vê os próximos tempos? O que é mais urgente fazer? “O mais urgente - olhando na perspectiva do terrorismo - o mais urgente, neste momento, é colocar o país seguro. Não é só Nampula, ns estamos a falar de todo o país em que, nos últimos momentos, está-se tornar uma realidade a questão da insegurança. Não estamos a falar só do terrorismo, mesmo a criminalidade está semeada em Moçambique de tal forma que já é perigoso investir em Moçambique. Tanto que a maior parte dos investidores estão a fechar as suas empresas, voltando para seus países de origem. Então, a prioridade das prioridades, é que o governo tem que trabalhar na questão de segurança para garantir que os investidores voltem a investir em Moçambique. Segundo, se garantir a segurança, aí vamos colocar também a população a voltar às suas providências e aí elas vão poder tomar as suas actividades normais, estamos a falar na questão da agricultura, para que eles intensifiquem a produção e produtividade. Nesta produção e produtividade, o governo tem que incentivar, tem que investir, tem que financiar, patrocinar a população para que melhore a forma de praticar a agricultura. Ao invés de praticarmos de cabo curto, que coloque uma agricultura mecanizada para que essa população melhore a prática da agricultura.”

Convidado
Economia da Guiné-Bissau apresenta lacunas no sector industrial e haliêutico

Convidado

Play Episode Listen Later Nov 18, 2025 11:04


A Guiné-Bissau vai a eleições num contexto de crescimento económico, de cerca de 4% do PIB, mas em que mais de metade da população vive abaixo do limiar de pobreza, com menos de três dólares por dia, de acordo com o Banco Mundial. A instabilidade política recorrente, com três alegadas tentativas de golpes de Estado no último mandato presidencial dificultam a atracção de investimentos estrangeiros e o desenvolvimento económico do país. Um país muito dependente da exportação de castanha de cajú, mas que conta com recursos naturais inexplorados. Como alavancar a economia do país?  As promessas eleitorais que o economista José Nico, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas de Bissau (INEP) destaca prendem-se com a diversificação de práticas agrícolas. A Guiné-Bissau tem uma monocultura, a economia é muito dependente da exportação da castanha de cajú. Num país em que mais de metade da população depende do sector agricola, “seria necessário diversificar a agricultura”. Mas existe outra solução, aponta José Nico: transformar localmente a castanha de cajú. “Uma percentagem muito fraca da transformação da castanha de caju é feita na Guiné-Bissau, grande parte desta actividade é também exportada e feita no estrangeiro. Se um país tivesse condições de transformação local, não haveria tanto desemprego”. Sector da pesca é marginalizado Outro sector de importância para a economia guineense: o sector da pesca. A Guiné-Bissau tem grandes recursos haliêuticos, mas pouco explorados. A associação nacional de pescadores tem denunciado acordos passados com o Senegal, à margem do Parlamento, que trazem grandes desvantagens para os pescadores guineenses. Cerca de 90% do peixe pescado em águas guineenses é desembarcado em Dacar, por falta de um porto industrial e infrastruturas na Guiné-Bissau. Ainda de acordo com a associção de pescadores guineenses, o sector da pesca poderia render milhões de euros ao Estado anualmente. Porque razão tem sido este sector marginalizado? O economista José Nico diz que “não existem condições favoráveis”, o sector privado é “débil” na Guiné-Bissau, o que não atrai investimentos estrangeiros. A instabilidade política (Umaro Sissoco Embaló é apenas o segundo presidente a terminar o seu mandato) não permite que haja mudança e desenvolvimento do sector. Projecto de construção do Porto do Biomba representa “explosão” de oportunidades Mas o projecto de construção do porto comercial do Biombo - um dos grandes projectos de infrastruturas implementados por Umaro Sissoco Embaló - representa uma “explosão de oportunidades económicas para o país”. Este porto poderia oferecer condições de desembarque de navios de grande porte. Permitindo, consequentemente, o estabelecimento de ligações comerciais com países da região sem acesso a oceanos, como o Mali ou o Burkina Faso. “É uma das melhores decisões tomadas na Guiné-Bissau nos últimos cinco anos”, considera José Nico. O lançamento do projecto já foi oficializado, mas as obras de construção ainda não começaram. Que outros recursos naturais? Em Julho de 2025, Umaro Sissoco Embaló esteve nos Estados-Unidos, juntamente com outros chefes de Estado de Africa Ocidental.  Na Casa Branca, o presidente guineense disse a Donald Trump que a Guiné-Bissau é “rica em recursos naturais”, apelando o presidente dos Estados-Unidos a investir no país. Actualmente, não existe nenhuma infrastrutura para extracção de recursos naturais na Guiné-Bissau. Se a Guiné-Bissau é rica em recursos naturais, como os países vizinhos da região, como se explica que estes recursos ainda não tenham sido explorados para o bem da economia nacional? “Dizem que a Guiné-Bissau é rica em recursos naturais. Eu discordo: a Guiné-Bissau tem à disponibilidade da economia um conjunto de recursos. Mas isso ainda não é riqueza”, analisa o economista. “Para ser riqueza precisa de intervenção qualificada”. Intervenção essa que ainda não aconteceu, nomeadamente devido às crises políticas que o país vive desde a independência, considera ainda José Nico. Recordando que Umaro Sissoco Embaló é o segundo chefe de Estado a terminar o mandato presidencial (depois de José Mario Vaz em 2019) e que nestas condições, é difícil desenvolver uma indústria. De acordo com os últimos estudos realizados, a Guiné-Bissau tem petróleo, bauxite e areias pesadas.  

Governo do Estado de São Paulo
Boletim: SP lidera crescimento nacional no setor de serviços em julho - 17.09.2025

Governo do Estado de São Paulo

Play Episode Listen Later Sep 17, 2025 1:39


O estado de São Paulo teve o maior impacto positivo entre todas as unidades da Federação no volume de serviços prestados no Brasil em julho. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de serviços teve alta de 0,3% no país em relação a junho. Já São Paulo, com taxa positiva de 1,7%, exerceu a maior influência sobre o resultado nacional. Os dados mostram que São Paulo responde por 47,88% do volume total de serviços prestados no Brasil.

B3Cast
Produção industrial do Brasil cai 0,2% em julho | Minuto B3 – 03/09/2025

B3Cast

Play Episode Listen Later Sep 3, 2025 0:59


O resultado da indústria brasileira em julho é o 4º seguido no negativo, em resposta aos juros altos no Brasil, o que já era esperado por analistas. Confira os detalhes no #MinutoB3 de hoje.#ProduçãoIndustrial #Indústria #BrasilEste conteúdo foi gerado por inteligência artificial

Governo do Estado de São Paulo
Boletim: SP é o campeão em criação de vagas com carteira assinada em julho - 02.09.2025

Governo do Estado de São Paulo

Play Episode Listen Later Sep 2, 2025 0:50


O estado de São Paulo criou mais de 390 mil vagas de emprego com carteira assinada nos primeiros sete meses deste ano, o equivalente a 2 mil por dia. Os dados são da Fundação Seade, com base nas informações do Caged, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No acumulado de 12 meses (de agosto de 2024 a julho de 2025), foram 403 mil oportunidades. Só no mês de julho, o saldo foi de 43 mil novos postos de trabalho.

Rádio PT
BOLETIM | Brasil gera 129 mil empregos com carteira assinada em julho

Rádio PT

Play Episode Listen Later Aug 27, 2025 3:36


Dados do Novo Caged divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego mostram expansão em maior parte dos estados brasileiros, puxada pelo setor de serviços que concentrou mais de 50 mil vagas. Destaque também para a inclusão de jovens entre 18 e 24 anos no mercado de trabalho. Sonora:

Notícias Agrícolas - Podcasts
Preço do leite ao produtor tem recuo de 0,3% em julho, mas queda nos custos de produção mantém margens positivas

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Aug 26, 2025 10:06


Para agosto , a tendência é de estabilidade dos preços com redução da pressão sobre a produção

Portal Agrolink o maior produtor de conteúdo Agro
Índice de Preços ao Produtor de Produtos Agropecuários (IPPA) caí 3% em julho

Portal Agrolink o maior produtor de conteúdo Agro

Play Episode Listen Later Aug 25, 2025 13:54


Agro 5.0 combina inteligência artificial, big data, robótica e automação para o trabalho no campo.Mesmo com queda do IPPA em julho, valores pagos aos produtores cresceram no acumulado do ano. BNDES vai injetar R$ 40 bi para reduzir impactos econômicos do tarifaço do governo Donald Trump. Depois da morte de 10 animais no Piauí, Mapa recolhe lotes da vacina Excell. Tempo: frente fria traz chuva forte e frio intenso no Sul do Brasil. 

JORNAL DA RECORD
22/08/2025 | Edição Exclusiva: Consumo das famílias cresce 4% em julho, aponta Abras

JORNAL DA RECORD

Play Episode Listen Later Aug 22, 2025 4:08


Confira nesta edição do JR 24 Horas: O consumo nos lares brasileiros avançou 4% em julho em relação ao mesmo mês de 2024. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), houve alta de 2,41% na comparação com junho. No acumulado de janeiro a julho, o crescimento do setor foi de 2,66%. A Abras aponta que o bom resultado do mês foi impactado pela melhora nos dados de desemprego e na renda da população. E ainda: Rio Grande do Sul está em alerta por causa de temporais.

Foco no Agronegócio - Pesquisa Setorial
Olho no Mercado – Exportações de carnes seguem recordes em Julho 2025

Foco no Agronegócio - Pesquisa Setorial

Play Episode Listen Later Aug 22, 2025 11:23


Nesse episódio o nosso analista Wagner Yanaguizawa traz um resumo sobre as exportações Brasileiras de carne bovina, suína e de frango no último mês de Julho e no parcial de Agosto e também perspectivas para o curto prazo.   Consulte nosso disclaimer em https://www.rabobank.com.br/conhecimento/disclaimer/011483208/disclaimer para saber sobre as limitações do conteúdo publicado neste podcast.  

Governo do Estado de São Paulo
Boletim: Mortes no trânsito caem em julho em São Paulo - 20.08.25

Governo do Estado de São Paulo

Play Episode Listen Later Aug 20, 2025 1:21


O estado de São Paulo registrou queda no número de mortes no trânsito pelo segundo mês consecutivo. Julho de 2025 praticamente repetiu o mês anterior, junho, que teve retração de 8,3% nos óbitos em relação a junho de 2024. Agora, na comparação entre julho de 2024 e julho de 2025, a redução foi de 8,2%, puxada pela queda nas mortes relacionadas a bicicletas, que recuaram 26,3% e naquelas que envolveram motos, com queda de 10% no mesmo intervalo. No ano, o recuo acumulado no número total de mortes no estado é de 1,4%. Os dados são do Infosiga, a plataforma de estatísticas viárias do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP).

Convidado
Angola: “Se nada for feito, o que aconteceu em Julho vai voltar a acontecer”

Convidado

Play Episode Listen Later Aug 20, 2025 6:40


Entre 28 e 30 de Julho, os protestos em Luanda contra o aumento dos combustíveis fizeram 30 mortos e revelaram a frágil situação de três milhões de jovens angolanos desempregados. O economista angolano, Francisco Miguel Paulo, sublinha que muitos nem têm emprego informal e alerta para a necessidade de medidas de formação profissional. Adverte que, sem acção, a instabilidade social pode repetir-se, mas garante que “há dinheiro e é possível ocupá-los”. Entre 28 e 30 de Julho, Luanda viveu protestos violentos contra o aumento do preço dos combustíveis, que resultaram em 30 mortos, mais de 200 feridos e 1.500 detenções. A tensão social pode estar ligada a um dado preocupante para investigadores, segundo o Instituto Nacional de Estatística, cerca de um milhão de jovens na capital, e três milhões em todo o país, não estudam nem trabalham. O economista e investigador do Centro de Estudos de Investigação Científica da Universidade Católica de Angola, Francisco Miguel Paulo, explica que os números oficiais do Instituto Nacional de Estatística consideram como empregados também aqueles que trabalham no mercado informal. No entanto, sublinha, há jovens que nem sequer conseguem esse tipo de ocupação precária. “Esses jovens não têm emprego informal, ou seja, nem dispõem de dinheiro para iniciar um pequeno negócio. Não trabalham, não estudam e não é por falta de vontade, mas porque não existem oportunidades reais para trabalhar ou estudar”, afirma. O economista acrescenta que “não é fácil conseguir lugar para estudar em Luanda ou em Angola em geral” e lamenta que “esses jovens sejam quase que marginalizados de toda a política social e económica do governo”. Afirma mesmo: “Não conheço nenhum programa do governo ou nenhuma política que tenha em mente essa franja de jovens de 15 a 24 anos que não trabalham e que não estudam. Mas isso pode ser feito, apesar da crise. Ainda há dinheiro para isso. É possível ocupar esses jovens". Para o economista, a solução passa pela formação profissional, aproveitando recursos já existentes. “Temos o Ministério do Emprego e Segurança Social, temos as escolas e centros de formação profissional públicos que estão em todos os municípios do país. Há empresas privadas disponíveis para dar formação de pedreiro, electricidade, canalização, coisas simples, mas que ajudam os jovens a serem empregáveis. Temos que formar esses jovens e há dinheiro para isso. Mas agora, se há vontade política, é outra questão”. O investigador alerta também para o peso da economia informal: “Da força de trabalho em Angola, dos 12 milhões, 10 milhões estão no mercado informal, só 2 milhões estão no mercado formal. Desses 10 milhões, boa parte são agricultores. Aliás, 50% da força de trabalho que está no informal são agricultores”. Essa realidade, alerta, levanta problemas sérios no futuro: “Não pagam segurança social e, quando aos 60 anos estão cansados, como é que resolvemos essa situação? O governo podia muito bem fazer com que a segurança social cubra isso, como fez com os antigos militares desmobilizados. Mas infelizmente há poucos programas sociais com impacto na sociedade”. A inactividade juvenil, adverte, tem efeitos directos na segurança e estabilidade do país. “Se nada for feito, o que aconteceu no 28 e 29 de Julho vai voltar a acontecer frequentemente, porque esses jovens não têm nada a perder, já não têm esperança, só têm a perder a vida e muitos deles passam fome”, descreve. “Às vezes precisam de 10.000, 5.000 kwanzas para começar negócios e nem têm esses valores. É uma insegurança para todo o país, porque nada justifica o vandalismo, mas também coloquemo-nos no lugar deles: o que é que eles têm de esperança?” Segundo o economista, não é possível conter esta realidade apenas com repressão policial. “Se o governo continuar a chamá-los de vândalos e não entender a situação deles, não há efectivos da polícia ou militares que vão conseguir combater. Eles são um milhão só em Luanda. Em todo o país são cerca de três milhões. Não queremos isso. Queremos que reconheçam que de facto falhámos em termos sociais. É possível fazermos isso e há dinheiro para fazer isso”, lembra. Após as detenções de líderes associativos, justificadas pelas autoridades como medidas de segurança, o economista considera que a principal lição a retirar é “mostrar empatia para com o que os jovens estão a enfrentar. Jovens sem emprego, sem escola… é preciso colocar-se no lugar deles, reconhecer e resolver essa situação”. Para isso, defende medidas simples e de execução rápida: “Há centros de formação profissional no país, criam-se mais centros. Numa ou duas semanas conseguimos cadastrar esses jovens todos e que seja feito a nível municipal, porque a nível central é muita burocracia, nada funciona. Dá-se autoridade aos municípios para registar os jovens que estão nesta situação, dar-lhes formação, kits e, no caso dos que estão no mercado informal, formalizá-los”. Francisco Miguel Paulo lembra, ainda, que a informalidade pode resolver necessidades imediatas, mas não garante o futuro: “No curto prazo, a informalidade consegue cobrir a sua necessidade, mas e depois? Amanhã, quando se reformarem, como é que eles vão viver, já que não conseguirão contribuir para a segurança social? Temos que pensar nisso”. Apesar do contexto preocupante, o economista mantém-se optimista: “No curto prazo é possível resolver isso. Basta ocupá-los, dar-lhes esperança de que é possível. São um motor para o desenvolvimento. O país precisa de desenvolver e precisa da mão-de-obra. O melhor recurso que o país pode ter é a sua mão-de-obra, mas para isso tem que ser qualificada e empregável".

Portal Agrolink o maior produtor de conteúdo Agro
Café: exportações caem 28% em julho, mas receita é recorde

Portal Agrolink o maior produtor de conteúdo Agro

Play Episode Listen Later Aug 14, 2025 16:25


Além da nova linha de crédito, o plano amplia as regras da garantia à exportação, que protege produtores brasileiros contra inadimplência ou cancelamento de contratos. Mesmo com menor volume exportado, a receita do café subiu 10,4% em julho. No 2º trimestre, o abate de animais e a produção de ovos e leite impulsionaram a pecuária. No tempo, chuva forte atinge o litoral de SP e RJ, com alerta estendido para a Bahia.

RW notícias - fique sempre bem informado
Exportações para os EUA crescem 3,8% em julho

RW notícias - fique sempre bem informado

Play Episode Listen Later Aug 6, 2025 2:27


As exportações brasileiras para os Estados Unidos cresceram 3,8% em julho em relação ao mesmo período do ano passado, somando 3,71 bilhões de dólares. Destaque para o aumento de 159% no valor exportado de aeronaves e equipamentos e de 32,2% do suco de frutas.

Convidado
"Opinião mundial sobre o conflito em Gaza está a mudar" com liderança de Emmanuel Macron

Convidado

Play Episode Listen Later Aug 4, 2025 9:28


A França está a levar a cabo desde este fim de semana, juntamente com Espanha, largadas de bens de primeira necessidade em Gaza a partir da Jordânia. Ao mesmo tempo, cada vez mais países se estão a juntar ao apelo de Emmanuel Macron para se reconhecer o Estado da Palestina. Em Julho, a França deu o passo diplomático de reconhecer a Palestina como um Estado, estando actualmente a ser seguida por vários países ocidentais, nomeadamente o Canadá ou mesmo Portugal. No entanto, e apesar de haver uma onda de indignação no país, muitas vezes encabeçada pelo Presidente Emmanuel Macron sobre o tratamento dos palestinianos por parte de Israel, a França ainda hesita em opor-se completamente ao regime de Benjamin Netanyahu.  Este posicionamento explica-se pelo facto de a França ter efectivamente um poder militar que rivalizaria com Israel mas que só agravaria o conflito e por haver uma mudança internacional em relação à percepção da solução dos dois Estados, uma posição há muito defendida pelos consecutivos chefes de Estado franceses como explica Eric Monteiro, professor de Ciências Políticas da Universidade de La Rochelle, em entrevista à RFI. "A França tem esse poder, mas a costa marítima da Faixa de Gaza está protegida pelas forças armadas de Israel. Portanto, é impossível chegar por mar, a não ser que haja realmente um confronto entre navios do exército de Israel e da França. O que ninguém deseja pois iria cristalizar mais a situação do que outra coisa. Fazer largadas de ajuda humanitária de avião é muito mais fácil e é por isso que optaram Espanha e França por essa opção. A opinião mundial está a mudar. A França tem tido efetivamente, através do papel do presidente Macron e da sua liderança a nível internacional. A opinião mundial está a mudar", considera o docente universitário. França está assim a levar a cabo largadas de ajuda humanitária a partir da Jordânia, utilizando aviões franceses nessas missões. Para Emmanuel Macron, estas largadas "não são suficientes" e o chefe de Estado gaulês já pediu a Israel "pleno acesso" a um corredor humanitário.  O empenho de Emmanuel Macron na cena internacional tem a ver com a dificuldade da sua intervenção interna, com o conflito em Gaza a ter também influência no que se passa em território francês. Nesta semana, uma estudante palestiniana foi impedida de continuar em França após ter alegadamente feito apologia anti-semita contra Israel. Comportamentos que estão a ser severamente punidos em França já que as autoridades temem a infiltração de organizações com a Irmandade Muçulmana no país. "Os actos antissemitas foram multiplicados por mais de 1000, o que é um escândalo e que está globalmente a assistir a um anti-semitismo, como víamos há 100 anos  emFrança, quando houve o caso Dreyfus, entre o final do século XIX até à Segunda Guerra Mundial. A grande diferença é que o anti-semitismo dos anos 20/30 do século passado era essencialmente de extrema direita. Hoje ele é mais caracterizado pela extrema-esquerda, que tem dificuldade em reconhecer que o que o Hamas fez foi um acto de barbaridade", concluiu.

O Lado Bom da Vida
Isto Não Passa na Rádio. Canções que descobrimos em julho

O Lado Bom da Vida

Play Episode Listen Later Aug 2, 2025 47:23


De Cabo Verde à Costa Vicentina, de Lisboa a Zurique, do Equador ao Texas. São de várias proveniências as canções que mais nos impressionaram nas últimas semanas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Isto Não Passa na Rádio
Canções que descobrimos em julho

Isto Não Passa na Rádio

Play Episode Listen Later Aug 2, 2025 47:23


De Cabo Verde à Costa Vicentina, de Lisboa a Zurique, do Equador ao Texas. São de várias proveniências as canções que mais nos impressionaram nas últimas semanas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

BBCast Agro
Café Arábica em Julho de 2025 | Colheita, Tarifas dos EUA e Volatilidade de Preços | BBcast Agro – 30/07/2025

BBCast Agro

Play Episode Listen Later Jul 30, 2025 2:53


No vídeo de hoje, Marcelo Oliveira Porto, Assessor de Agronegócios do Banco do Brasil em Patos de Minas (MG), apresenta uma análise detalhada sobre o mercado de café arábica em julho de 2025. 

Jornal da Gazeta
Denise Campos / IPCA 15 supera previsões, com alta de 0,33% em julho

Jornal da Gazeta

Play Episode Listen Later Jul 28, 2025 1:49


Reouça ao comentário de #EconomiaJG, com Denise Campos de Toledo. #JornalDaGazeta

CBN Investimentos - José Márcio de Barros
IPCA-15 registra alta em julho, segundo IBGE; entenda o que tem pesado no orçamento

CBN Investimentos - José Márcio de Barros

Play Episode Listen Later Jul 25, 2025 13:58


Medida pelo IPCA-15, a prévia da inflação de julho acelerou para 0,33%, após o índice fechar o mês passado com alta de 0,26%. O resultado foi, principalmente, puxado pelo aumento da conta de luz, já que o custo médio da energia elétrica subiu 3%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (25). O resultado de julho veio levemente acima do esperado pelos analistas, considerando que a mediana das projeções de mercado, compilada pelo Valor Data, ficou em 0,31%. As informações são de "O Globo". Nesta edição de CBN Investimentos, o comentarista José Márcio de Barros fala sobre o assunto. Ouça a conversa completa!

B3Cast
IPCA-15 sobe em julho | Minuto B3 – 25/07/2025

B3Cast

Play Episode Listen Later Jul 25, 2025 1:00


Hoje foi divulgado o IPCA-15 de julho. O índice, que é conhecido por ser uma prévia da inflação, apresentou alta de 0,33%, segundo o IBGE, puxado por energia e transporte. Confira os detalhes no #MinutoB3 de hoje.#IPCA15 #InflacaoEste conteúdo foi gerado por inteligência artificial

BBCast Agro
Cenário da Bovinocultura de Leite em Julho de 2025 | Preços, Custos e Mercado de Lácteos|BBcast Agro – 24/07/2025

BBCast Agro

Play Episode Listen Later Jul 24, 2025 3:14


Cenário da Bovinocultura de Leite em Julho de 2025 | Preços, Custos e Mercado de LácteosNo vídeo de hoje, Rossana Maria Claudio, Assessora de Agronegócios do Banco do Brasil em Vitória da Conquista (BA), traz uma análise atualizada do mercado do leite no Brasil com base em dados de maio e junho de 2025. 

BBCast Agro
Cenário do Trigo no Brasil em Julho de 2025 | Análise Atualizada da Safra e Mercado

BBCast Agro

Play Episode Listen Later Jul 23, 2025 3:24


No vídeo de hoje, o Assessor de Agronegócios do Banco do Brasil, Sergio Luiz Sousa, traz uma análise completa sobre o cenário do trigo no Brasil em julho de 2025, com dados atualizados da Conab, DERAL e USDA. 

Rádio PT
BOLETIM | Com alta da renda, mais de 1 milhão de famílias deixam o Bolsa Família em julho

Rádio PT

Play Episode Listen Later Jul 18, 2025 3:21


Mais da metade destes domicílios atingiram o prazo máximo de 24 meses na Regra de Proteção, medida que permite estabilidade econômica até que os beneficiários deixem de necessitar desse apoio financeiro. Do total de vagas de emprego geradas em 2024, 75,5% foram ocupadas por pessoas do programa.Sonora:

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio
Trigo russo vai inflar o mercado em julho? Preços vão cair?

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

Play Episode Listen Later Jul 16, 2025 5:29


Produtores de trigo de todo o mundo estão de olho na movimentação da Rússia ao longo do mês de julho. Isso porque o país foi taxado em 100% por Donald Trump, e a tendência é que os russos acelerem as vendas do cereal antes de primeiro de agosto, quando a tributação entra em vigor. Vlamir Brandalizze avalia esse cenário e comenta sobre o mercado brasileiro, ainda tímido e com poucos negócios.

A Mosca
Tempo quente em Julho

A Mosca

Play Episode Listen Later Jul 15, 2025 0:35


O Instituto Português do Mar e da Atmosfera emitiu um aviso amarelo para oito distritos.

Convidado
Escolher e arriscar, a programação do festival de Avignon com Magda Bizarro

Convidado

Play Episode Listen Later Jul 14, 2025 15:00


Nos bastidores do Festival de Avignon, um dos mais importantes palcos do teatro do mundo, há uma programadora que observa, escolhe e molda. Magda Bizarro, programadora internacional do festival e braço direito de Tiago Rodrigues, é uma arquitecta do invisível. Trabalha na escuta e acredita que programar é arriscar. Nesta entrevista, Magda Bizzaro, levanta o véu sobre o que é fazer curadoria num lugar onde a arte é feita para estremecer, deslocar e revelar. Quando lhe perguntamos o que faz com que um espectáculo mereça estar no Festival de Avignon, Magda Bizarro responde sem hesitação: “Uma coisa muito importante para nós é sempre o público”. Antes de construir o programa, dedicou-se a entender quem o vê: “Passei o festival de 2022 inteiro a pisar cada espaço para perceber o que é que o público procura, mas também o que é que ele não está à espera de ver”. Essa escuta inicial marca toda a sua abordagem curatorial: “A programação é pensada tanto para o público habitual como para aquilo que pode desafiá-lo”. Não se trata de agradar, mas de propor. “Queremos trazer artistas que o público conhece bem, mas também outros que nunca viu. Propostas arriscadas, que o fazem descobrir”, conta. A linha que define o ADN do festival é esse cruzamento entre reconhecimento e surpresa. A escolha dos espectáculos é um processo longo e exigente: “Vejo mais de 300 espetáculos por ano”. Não se trata apenas do que está pronto porque "muitas vezes, o espectáculo que eu vejo não é o que vai ser apresentado - é o próximo”. A programação não se baseia em produtos finalizados, mas em relações, em processos. “É um trabalho que se constrói ao longo do tempo", conta. Um exemplo claro é o caso de Thomas Ostermeier: “Comecei um diálogo com ele em 2023, e agora, em 2025, apresentamos o espetáculo 'O pato selvagem'”. Mesmo com todas as conversas e acompanhamento, a programadora portuguesa só o viu completo no momento da estreia. “Descobri o espectáculo ao mesmo tempo que o público", diz. Essa partilha do risco é uma das marcas do festival: “É um festival de criação, muitas vezes não sabemos o que vamos ver. E isso é extraordinário”. Nem sempre os projectos chegam ao palco. “Houve um espectáculo que não conseguimos estrear este ano porque o artista perdeu o teatro onde ensaiava, vivia numa zona de conflito”, recorda. Questionada se existem enganos na escolha da programação, Magda Bizzaro sublinha que “não é engano. Às vezes, simplesmente, as condições não se reúnem. E isso faz parte do nosso trabalho: reunir tempo, apoios e espaço para que as criações possam existir”. É nesse contexto que surge La FabricA, espaço de residência artística ao serviço de quem mais precisa: “Muitos dos artistas que recebemos em residência vêm de regiões onde os governos não os apoiam”. Este ano, por exemplo, “a Marlène Monteiro Freitas esteve duas semanas e meia connosco, para ensaiar o seu espectáculo num espaço com as condições que ela precisava” A estreia do espectáculo, no grande recinto que é o pátio de honra do Palácio dos Papas, foi um sucesso, mas só o foi porque houve escuta e propostas práticas. O festival também reflecte uma visão política da linguagem. Desde 2023, há uma língua convidada. Depois do inglês e do espanhol, este ano é a vez do árabe. “Queríamos desassociar o árabe da ideia de conflito e religião”. O objectivo é outro: “Mostrar a sua diversidade, a sua viagem pelo mundo e as formas como se transformou e foi transformando outras línguas”, descreve a programadora portuguesa. Dois espectáculos mostram essa pluralidade. “Temos o "Laaroussa Quartet" de Selma e Sofiane Ouissi, sobre as mulheres de Sejnane, no norte da Tunísia e temos "When I Saw the Sea" de Ali Chahrour, com três mulheres vindas da Etiópia e do Sudão para viver no Líbano”. São abordagens completamente diferentes, “com sonoridades distintas, dois árabes diferentes, mas que falam da mesma urgência”, defende. Magda Bizarro insiste que o festival é desenhado como uma viagem para o espectador: “Pensamos o dia completo: pode ver-se teatro de texto de manhã, à tarde dança, e depois algo sem palavras. O objectivo é um percurso rico e pleno”. E, para isso, a programação precisa ser feita em articulação com os espaços: “Temos 22 locais em Avignon. Cada um tem as suas especificidades. Há espectáculos que não podem acontecer ao ar livre, por exemplo”. A complexidade da operação exige uma equipa gigantesca: “Durante o ano, somos 34. Em Julho, passamos a ser 750. Com os artistas, somos cerca de 1500”, descreve. Mas essa força não é só logística: “É uma equipa que sabe adaptar-se às necessidades dos artistas. E isso torna o festival mais rico". Magda Bizarro fala com carinho dessa máquina invisível que sustenta o brilho do palco. Quando se fala em reinvenção, a programadora admite: “É muito difícil reinventar cada edição. O festival tem um passado pesado, uma história densa”. E isso obriga a pensar em múltiplos equilíbrios: “Não é só diversidade geográfica ou estética. É também equilíbrio geracional, financeiro, técnico”. No mesmo cartaz, convivem mestres como Christoph Marthaler e estreantes como Mário Banushi: “Esse encontro entre gerações é o segredo da reinvenção”. Por fim, perguntamos-lhe se o facto de ser portuguesa afecta o seu olhar como programadora. A resposta vem com a nitidez de quem já viu e viveu muito: “Sim, há uma diferença. Eu sei o que é trabalhar com quase nada. Já paguei cenários do meu bolso. Já fiz espectáculos em garagens com luzes de velas". E isso dá-lhe uma escuta particular, uma atenção ao que ainda está a nascer: “Se calhar, vou a Buenos Aires ver um espectáculo numa garagem porque já fiz um espectáculo numa garagem. É aí que se descobrem pérolas”. Quando lhe pedimos uma palavra para resumir o Festival de Avignon, não hesita: “Aventura”. Mas no seu olhar percebe-se que essa aventura não é feita de impulso, antes de persistência. Não é o desvario de quem salta no escuro, mas de quem aposta no que ainda não se viu, de quem arrisca sem espetáculo e trabalha para que outros possam estar em cena. Magda Bizarro está no silêncio atento das grandes decisões deste que não é apenas um festival: é um território de possibilidades, onde o teatro continua a ser um dos lugares mais íntimos e bonitos.

Fica a Dica
Fica a Dica - Inhotim tem visitas ampliadas em julho

Fica a Dica

Play Episode Listen Later Jul 14, 2025 1:09


No episódio de hoje, Isabela Lapa fala sobre Inhotim. Um dos lugares mais procurados do nosso estado para visitações está com uma programação especial durante as férias escolares. See omnystudio.com/listener for privacy information.

visitas alvorada em julho fica a dica alvorada fm
Notícias Agrícolas - Podcasts
Milho físico e na B3 deve seguir pressionado em julho, mas pode ter recuperação no próximo mês

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Jul 11, 2025 22:16


Em dia de relatório do USDA, cotações seguiram caindo em Chicago abaixo do patamar de US$ 4,00

Minuto da Economia
Bandeira vermelha permanece em julho (NOVO)

Minuto da Economia

Play Episode Listen Later Jul 9, 2025


Minuto da Economia
Bandeira vermelha permanece em julho

Minuto da Economia

Play Episode Listen Later Jul 9, 2025


Vai dar tudo certo!
Até os leões fazem uma pausa em julho

Vai dar tudo certo!

Play Episode Listen Later Jul 7, 2025 3:49


Sabia disso? Pois é, parece que estamos no mês perfeito para parar um pouquinho ou, pelo menos, desacelerar. Confere o áudio para aproveitar bem seu mês de julho.Para conhecer um pouco mais sobre a Vai Dar Tudo Certo! acesse o conteúdo que compartilhamos por aí: Blog: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://www.vaidartudocerto.blog.br/blog⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Instagram:⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://www.instagram.com/vaidartudocerto.blog/⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Youtube: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://www.youtube.com/@vaidartudocertoblog⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Livro O Poder da Organização: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://amzn.to/4105Vvj⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠Livro Organização na Prática: ⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠⁠https://a.co/d/hDT27Q0⁠⁠⁠⁠⁠⁠Livro Não na Prática: ⁠⁠https://amzn.to/44xmzEm⁠

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio
Vendas de milho nos portos devem disparar em julho

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

Play Episode Listen Later Jul 2, 2025 6:36


Os preços internos do milho seguem em calmaria, uma vez que em meio ao pico da safrinha, há muita disponibilidade do cereal para negociação. Vlamir Brandalizze pontua, no entanto, que julho deve trazer boas oportunidades para o produtor no mercado internacional. A tendência é que as vendas nos portos tenham crescimento expressivo ao longo do mês.

Genial Podcast

Tem dúvidas sobre quais ações investir em JULHO? Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, fala sobre as melhores oportunidades e as carteiras recomendadas do mês! Não perca!

Análise do Dia - Um Podcast do Sicredi
Análise do Dia - 01/07/2025 – Governo leva disputa sobre o IOF para o STF | Powell não descarta possível corte de juros em julho | Senado americano aprova projeto de orçamento de Trump

Análise do Dia - Um Podcast do Sicredi

Play Episode Listen Later Jul 1, 2025 5:06


Paracatu Rural - Jornal do agronegócio
Exportações de frango devem retomar o ritmo em julho.

Paracatu Rural - Jornal do agronegócio

Play Episode Listen Later Jun 29, 2025 4:44


Os dados das exportações de carnes do Brasil caminham para fechar o mês de junho em excelentes níveis. A única baixa se dá, por conta da carne de frango, que após o caso de gripe aviária, freou o ritmo de embarques. Vlamir Brandalizze projeta, no entanto, que o volume normal seja retomado em julho. Vale lembrar que nos últimos dias, 17 países voltaram às compras integrais de frango do Brasil.

Noticiário Nacional
15h Ministra da Saúde garante helicópteros em Julho

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Jun 25, 2025 12:38


Minuto da Economia
Inscrições para Prova Nacional Docente serão em julho (NOVO)

Minuto da Economia

Play Episode Listen Later Jun 25, 2025


Minuto da Economia
Inscrições para Prova Nacional Docente serão em julho

Minuto da Economia

Play Episode Listen Later Jun 25, 2025


Ciência
Parque Nacional de Maputo elegível ao estatuto de Património Mundial da UNESCO

Ciência

Play Episode Listen Later Jun 24, 2025 18:02


Dentro de alguns dias, de 6 a 16 de Julho, a UNESCO realiza aqui em Paris a sua 47.ª sessão, no âmbito da qual vai examinar as candidaturas ao estatuto de Património Mundial da Humanidade de cinco áreas naturais espalhadas pelo mundo fora, duas das quais situadas na África Lusófona, ou seja os Ecossistemas Costeiros e Marinhos do Arquipélago dos Bijagós da Guiné-Bissau, e o Parque Nacional de Maputo, uma reserva natural situada a cerca de 80 quilómetros a sul da capital de Moçambique. A RFI esteve recentemente nesta reserva natural considerada como sendo um dos 14 sítios mais importantes do mundo em termos de biodiversidade. Com uma superfície de um pouco mais de 1.700 quilómetros quadrados, este parque resulta da reunião em 2021 de duas áreas protegidas contíguas, a Reserva Especial de Maputo e a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro. A sua história é contudo mais antiga e remonta a 1932, quando a zona era uma área de caça antes de a sua biodiversidade passar a ser oficialmente valorizada e reconhecida em 1969, como nos conta o administrador do Parque, o biólogo Miguel Gonçalves. RFI : Como e quando começa a história do Parque Nacional de Maputo? Miguel Gonçalves : Começa basicamente em 1932, com uma pequena área de caça, então uma espécie de coutada. Depois de 1960, essencialmente por causa do declínio da população de elefantes que existia nesta zona e até porque se acreditava que eram uma subespécie de elefantes, porque viviam muito junto à costa, mas essencialmente pelo declínio, criou-se a Reserva dos Elefantes de Maputo. Já em 1969, com o reconhecimento e o melhor conhecimento da área, o reconhecimento do valor da biodiversidade na área, foi categorizada para Reserva Especial de Maputo e aí tinha o objectivo de proteger toda a reserva, fauna e flora existente na Reserva Especial de Maputo. Depois veio a independência. Em 1985, houve processos que atrasaram alguns procedimentos. Entretanto, o Governo Moçambique assinou um acordo de apoio com uma organização chamada ‘Parks Foundation', que tem um foco muito grande no estabelecimento de áreas de conservação transfronteiras. São países ligados por áreas de conservação e esse apoio resulta em 2009, na criação da então Reserva Marinha Parcial da Ponta de Ouro. Ficamos ligados a esse parque na África do Sul, sendo essa a primeira área de conservação transfronteiriça marinha no continente africano. Depois, em 2011, agregamos à então Reserva Especial de Maputo aquilo que chamamos o corredor do Futi para ficar ligado ao Parque dos Elefantes de Tembe na África do Sul. Em 2021, por várias questões económicas, de gestão, de efectividade, unimos a Reserva Marinha Parcial da Ponta do Ouro e a Reserva Especial de Maputo, num único Parque Nacional de Maputo, que é a categoria mais elevada de conservação possível na nossa Lei de Conservação, para a nossa candidatura a Património Mundial. RFI : Qual é a particularidade dessa área em termos de biodiversidade? Miguel Gonçalves : Nós estamos entre os 14 sítios mais importantes do mundo, em termos de biodiversidade. Nós fazemos parte da área que é chamada ‘'Maputaland'. É enorme. Estamos a falar de um sistema terrestre com planícies, planícies pantanosas, florestas, lagos, rios, o oceano e a baía de Maputo. Tudo isto traz consigo todos estes grandes sistemas, chamemos-lhe assim. Possivelmente não é o nome mais correcto. Traz toda uma biodiversidade associada. Temos estado com alguma regularidade em encontrar espécies novas. RFI : Que espécies novas? Que espécies possui esta zona que não encontramos em mais lado nenhum ? Miguel Gonçalves : Quando lhe digo que fazemos parte do Maputaland, isto inclui a África do Sul e Suazilândia. Portanto, é uma área grande. Não lhe vou dizer espécies, mas temos um certo número de plantas que são endémicas a este sítio. Possivelmente encontrámos 100 espécies novas no trabalho de uma senhora sueca. Tivemos também aqui um especialista em insectos de um museu na Inglaterra que identificou 100 espécies novas de borboletas. Também tem organismos marinhos, esponjas identificadas por especialistas italianos que encontraram três espécies novas. Estamos a pensar fazer um levantamento de vários outros grupos porque acreditamos que ainda há por descobrir. RFI : Qual é a área exactamente deste Parque Nacional? Miguel Gonçalves : A parte terrestre, são 1040 quilómetros quadrados e a parte marinha, são 678 quilómetros quadrados. Portanto, estamos a falar de 1700 e qualquer coisa quilómetros quadrados. RFI : Como é que se gere uma área tão grande que pode ser visitada e que ao mesmo tempo é um terreno de pesquisa tão grande? Miguel Gonçalves : É relativo. Na verdade, gostaríamos de ser um bocadinho maiores. Seríamos mais efectivos se fôssemos um bocadinho maiores em termos de espaço, principalmente na parte terrestre. Como se gere ? Com uma equipa boa, acima de tudo, é isso que eu acho que temos. Temos estado a se calhar recuar um bocadinho. Nós, após a independência, como sabe, tivemos uma guerra civil de 16 anos, há várias espécies que foram localmente extintas. A reserva Especial de Maputo, na altura estava inoperacional. Então estamos num processo de restauração que começou com consolidar a proteção e a segurança da área na parte terrestre, como na parte marinha. Iniciámos um programa de reintrodução de fauna que existiu anteriormente no Parque e que foi localmente extinto. Durante esse período mau na história do nosso país, trouxemos de 2010 até ao ano passado, cerca de 5100 animais de 14 espécies diferentes. E agora começámos a olhar -não é que não tivéssemos olhado- mas não pusemos tanto enfoque na altura para o desenvolvimento do turismo, oportunidades de criar renda, porque temos que ser sustentáveis. Somos grandemente dependentes de doações e de financiamentos externos. Essencialmente, queremos reduzir essa dependência e até porque 20% das nossas receitas são revertidas para as comunidades locais por lei. Portanto, nós, aumentando receitas, aumentámos este benefício nas comunidades locais e irão valorizar mais os aspectos de conservação. É preciso monitorar, é preciso controlar e é preciso olhar para as questões de ciência. Como gerir isso? Com muita dedicação. E como lhe disse, com uma estratégia muito bem definida do que queremos atingir, quais são os objectivos da área de conservação e com uma equipa muito boa. RFI : O visitante aqui que não é cientista, não vem necessariamente à procura de novas borboletas. Vai encontrar que tipo de animais, os chamados 'big five' (o leão, o leopardo, o elefante, o rinoceronte e o búfalo), como se costuma dizer? Miguel Gonçalves : Não. Nesta altura caminhamos para lá. Aliás, nós possivelmente caminhámos para os 'big seven', os grandes sete. Porque se incluirmos as tartarugas marinhas gigantes, se incluirmos a baleia corcunda, nós estaremos a falar dos sete grandes e não dos cinco, porque nós temos a parte costeira. Dos famosos 'big five', temos o elefante, temos o búfalo e temos o leopardo. Não temos, por enquanto, rinocerontes que já estiveram nesta área no passado, mas exige um esforço financeiro grande de proteção por causa do crime organizado à volta do corno do rinoceronte. Portanto, temos que analisar porque pode, por um lado, se for devidamente bem financiado e organizado, garantir também proteção às outras espécies. E os leões também não temos. Mas pode ser um dia. As circunstâncias não são as ideais agora para leões, mas estamos a avaliar e estamos a analisar. Temos um número muito pequeno de leopardos e vamos, no próximo ano ou nos próximos dois anos, trazer mais para tornar esta população sustentável. Aliás, neste momento, temos uma série de câmaras espalhadas pelo parque para determinarmos o tamanho da população de leopardos, para percebermos se temos que aumentar ou não. Elefantes temos. E búfalos também. RFI : Como é que fazem para gerir eventuais actividades que vão contra os vossos interesses? Estou a pensar, nomeadamente, por exemplo, na caça furtiva ou na pesca, ou no roubo de tartarugas e ovos de tartarugas ? Miguel Gonçalves : Já aconteceu com as tartarugas. São várias estratégias. Temos um plano de segurança. Temos os nossos colegas fiscais bastante bem treinados, com treinos regulares, incluindo treinos em direitos humanos, porque é importante que a força perceba como actuar. E temos um programa grande de educação ambiental. Temos programas de apoio ao desenvolvimento comunitário, desde formações até programas de criação de renda para combater e criar condições para que as pessoas não sejam tão dependentes dos recursos naturais. Porque a gente, muitas vezes, rotula como caçador furtivo, porque a legislação assim o define, porque é ilegal, mas muitas vezes não é necessariamente assim. Muitas vezes estamos a falar de pessoas que, culturalmente e tradicionalmente tiveram acesso durante anos a carne de caça e aqui a abordagem é um bocado diferente. Isso tem que ser sempre um bocado avaliado com algum cuidado. Especificamente nas tartarugas marinhas, nós tínhamos problemas graves de caça porque nós temos duas espécies que nidificam na nossa costa, a tartaruga gigante e a cabeçuda. E nos últimos 15 anos, enpregamos 42 monitores das comunidades locais que trabalham seis meses na monitoria e protecção das tartarugas e reduzimos praticamente para zero a caça e a recolha de ovos, porque as pessoas tiveram oportunidade de emprego e eles perceberam que os animais vivos valem mais nesta altura do que mortos. RFI : Falou também da necessidade de haver um foco também turístico nesta reserva. Que actividades e que infraestruturas têm nesta reserva e como é que fazem para que elas consigam inserir-se neste espaço sem prejudicar essa área em termos de sustentabilidade? Miguel Gonçalves : A começar pelas infraestruturas de turismo, vai desde locais para acampamentos com tendas, para piqueniques, lodges, hotéis, cinco estrelas. Temos dois de cinco estrelas a operar e um de duas a três estrelas, também a operar dentro do parque. É tudo feito com muito critério. Nós temos um plano de desenvolvimento do turismo, para o qual fizemos um estudo de impacto ambiental. E somos muito rigorosos. A conservação é a prioridade, mas temos consciência que temos que ter receitas para custear as nossas operações. Portanto, é tudo muito cuidadosamente pensado. Há sempre muitas discussões do que é que podemos e o que é que não podemos fazer. Mas é um bocado assim. Mas para além das infraestruturas, há uma série de actividades, safaris para observar, mergulho de profundidade com o uso de cilindros, natação com golfinhos, há kitesurf. Há uma série de actividades que podem ser desenvolvidas no parque diariamente, sem necessariamente ter que estar aqui acomodado. RFI : Como é que se faz para tratar do meio ambiente num país onde há tanta falta de recursos e onde talvez esta não seja considerada uma prioridade? Miguel Gonçalves : Eu não diria que não é considerado uma prioridade. Penso até pela nossa Constituição e etc, que é uma prioridade, ou pelo menos temos consciência da importância de preservar o nosso património ambiental. Mas obviamente, percebo a sua pergunta. Temos ainda muito por investir em estradas, saúde, educação, etc. Uma abordagem do nosso governo que permite que nós possamos preservar e proteger o meio ambiente são acordos de co-gestão que vão buscar parceiros que apoiam, com capacidade de ir buscar financiamento e trazer financiamento para investir nas áreas de conservação. Essencialmente isto. RFI : Há sensibilidade em Moçambique relativamente à questão do meio ambiente no seio da própria população ? Miguel Gonçalves : Estamos a construí-la. É preciso lembrar um bocado da história do país para perceber de onde é que estamos a vir e para onde é que estamos a ir. Ainda há trabalho para fazer. Há um investimento muito grande em todas as nossas áreas de conservação na componente de educação ambiental. Trabalhámos muito juntos do sector que tutela a educação no país para a questão do ambiente e da conservação serem falados. O conhecimento existe. Estes espaços não estão aqui por acaso. Existe conhecimento tradicional do uso sustentável dos recursos, mas há outros factores que depois contribuem um bocado para esse desequilíbrio que houve durante séculos. É preciso entendê-los, é preciso integrá-los e é preciso encontrar soluções para que as pessoas não estejam tão dependentes dos recursos naturais que têm à volta deles. O que eu quero dizer com isto é que não é um desconhecimento, não é uma falta de sensibilidade. Às vezes é uma necessidade que há. Portanto, há outros factores, como o desenvolvimento, que levaram a uma maior consciência ou a uma maior integração e aceitação dos valores da conservação. RFI : A reserva é considerada como sendo elegível ao estatuto de Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Como é que se sente e quando é que vai ter eventualmente, uma resposta sobre isso? Miguel Gonçalves : Sinto um orgulho tremendo, acima de tudo, com alguma emoção à mistura. Foi um processo de 15 anos, com arranques e paragens. Em Julho possivelmente será confirmado. Estamos animados. Eu penso que o importante é explicar que isto é uma extensão do Parque de Zonas Húmicas de iSimangaliso, na África do Sul, que foi inscrito no património mundial já há vários anos (em 1999) e que já na altura havia uma recomendação da IUCN, que é o braço técnico da UNESCO, para que fosse feita a extensão para Moçambique. Porque nós temos processos ecológicos, sistemas que estão melhor representados em Moçambique do que na África do Sul e, em cima disso, a extensão agrega um valor muito grande. Como deve calcular, estamos orgulhosos. Será o primeiro da categoria natural em Moçambique. Temos a ilha de Moçambique, mas é outra categoria -histórica e cultural- Natural, vai ser o primeiro no nosso país e é um orgulho enorme. RFI : Uma pergunta mais pessoal o que é que o trouxe aqui neste parque? Miguel Gonçalves : O que me trouxe, eu tinha que voltar muitos anos atrás para a minha infância. Se calhar tem a ver com aquilo em que acredito, naquilo que que sempre fiz. Fiz Biologia Marinha de formação e depois apareceu uma oportunidade em 2008 e juntei-me. No dia seguinte já não tinha vontade de sair. Ter o prazer de contribuir para a preservação de um património, agora possivelmente Património Mundial da Humanidade, mas um património que vamos deixar para Moçambique, para a África e para o mundo, é um privilégio, um privilégio trabalhar, além do mais, num sítio lindíssimo, numa paisagem lindíssima, terrestre e marinha. A questão acho que é porque é que eu iria sair daqui? Não é tanto porque é que eu fico aqui, mas porque é que eu iria sair daqui? É convicção, é sentir todos os dias que estamos a contribuir para alguma coisa grandiosa para o nosso país, as pessoas com quem trabalho e o sítio. Podem ver aqui um pouco (uma infíma parte) do parque:

Notícias Agrícolas - Podcasts
Cenário de alta está se desenhando para arroba do boi em julho

Notícias Agrícolas - Podcasts

Play Episode Listen Later Jun 23, 2025 9:45


Boas exportações, preços altos da carne no atacado, menor concorrência do frango e redução na oferta de fêmeas são pontos positivos para alta

Notícia no Seu Tempo
BC eleva Selic a 15% e sinaliza possível pausa na alta em julho

Notícia no Seu Tempo

Play Episode Listen Later Jun 19, 2025 8:45


No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta quinta-feira (19/06/2025): Em decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentou em 0,25 ponto porcentual a taxa básica de juros do País, que passou de 14,75% para 15% ao ano. Com a inflação ainda acima do teto da meta, o colegiado antecipou que pode interromper o ciclo de alta da Selic na sua próxima reunião, no fim de julho, para avaliar os impactos do ajuste monetário já realizado. Mas frisou que “não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”. Foi o sétimo aumento consecutivo da taxa desde setembro do ano passado, quando o BC iniciou o atual ciclo de aperto monetário. Desde então, a Selic já subiu 4,5 pontos. Nos EUA, contrariando pressões por baixa do presidente Donald Trump, o Federal Reserve (Fed) manteve as taxas entre 4,25% e 4,5% E mais: Política: Centrão flerta com Tarcísio e pressiona Motta para deixar gestão Lula ‘sangrar’ Metrópole: No RS, as chuvas causam 2 mortes e os rios transbordam nas mesmas regiões de 2024 Internacional: EUA definem plano para entrada na guerra e Irã prevê contra-ataque See omnystudio.com/listener for privacy information.

Momento Suave
Anúncios da panini em Julho! - Momento Suave #168

Momento Suave

Play Episode Listen Later Jun 4, 2025 100:40


Chega mais que o papo hoje tá imperdível: vamos dissecar os anúncios da Panini pra julho!

Genial Podcast

Mercardo aguarda IBC-Br. Juros recuam nos EUA. Comece seu dia com todas as informações essenciais para a abertura da bolsa com o Morning Call da Genial! O time da Genial comenta sobre as bolsas asiáticas, europeias e o futuro do mercado americano, além da expectativa para os mercados de ações, câmbio e juros. O Morning Call da Genial é transmitido, de segunda a sexta, às 8h45. Ative as notificações do programa e acompanhe ao vivo!

Rádio PT
BOLETIM | Setor de produção de veículos cresceu 12% em julho

Rádio PT

Play Episode Listen Later Sep 5, 2024 2:51


O segmento tem exercido papel fundamental para os resultados apurados do desempenho geral da indústria, que registrou alta de 6,1% frente ao mesmo mês do ano passado, segundo o IBGE. Políticas do governo Lula têm estimulado o setor. Sonora:

Rádio PT
BOLETIM | Arrecadação tributária tem alta recorde de 9,6% em julho

Rádio PT

Play Episode Listen Later Aug 23, 2024 3:03


A arrecadação tributária federal somou de R$ 231,04 bilhões em julho, maior entrada de recursos desde 1995. O resultado positivo tem como fatores os indicadores econômicos e ajustes feitos pela equipe econômica do Governo Lula.  Sonora:

Rádio PT
BOLETIM | Efeito Lula: inflação desacelera para famílias de baixa renda em julho

Rádio PT

Play Episode Listen Later Aug 15, 2024 3:16


As famílias de renda muito baixa seguem apresentando a menor taxa de inflação acumulada em 12 meses, de 4,05%. Em entrevista à Rádio T, o presidente Lula ressaltou o controle da inflação e outros dados positivos da economia como a queda do desemprego.   Sonora:

Noticiário Nacional
12h INE: Taxa de inflação baixou em julho para 2,5%

Noticiário Nacional

Play Episode Listen Later Aug 12, 2024 11:29


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Boa notícia: 53% da energia consumida em Portugal em julho foi renovável

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Play Episode Listen Later Aug 2, 2024 2:01


A produção de energia renovável abasteceu 53% do consumo de eletricidade em Portugal no mês de julho, tendo a produção solar atingido, pela primeira vez, 15% do consumo mensal.