Lime-rich mud or mudstone which contains variable amounts of clays and silt
POPULARITY
Categories
Nos bastidores do Festival de Avignon, um dos mais importantes palcos do teatro do mundo, há uma programadora que observa, escolhe e molda. Magda Bizarro, programadora internacional do festival e braço direito de Tiago Rodrigues, é uma arquitecta do invisível. Trabalha na escuta e acredita que programar é arriscar. Nesta entrevista, Magda Bizzaro, levanta o véu sobre o que é fazer curadoria num lugar onde a arte é feita para estremecer, deslocar e revelar. Quando lhe perguntamos o que faz com que um espectáculo mereça estar no Festival de Avignon, Magda Bizarro responde sem hesitação: “Uma coisa muito importante para nós é sempre o público”. Antes de construir o programa, dedicou-se a entender quem o vê: “Passei o festival de 2022 inteiro a pisar cada espaço para perceber o que é que o público procura, mas também o que é que ele não está à espera de ver”. Essa escuta inicial marca toda a sua abordagem curatorial: “A programação é pensada tanto para o público habitual como para aquilo que pode desafiá-lo”. Não se trata de agradar, mas de propor. “Queremos trazer artistas que o público conhece bem, mas também outros que nunca viu. Propostas arriscadas, que o fazem descobrir”, conta. A linha que define o ADN do festival é esse cruzamento entre reconhecimento e surpresa. A escolha dos espectáculos é um processo longo e exigente: “Vejo mais de 300 espetáculos por ano”. Não se trata apenas do que está pronto porque "muitas vezes, o espectáculo que eu vejo não é o que vai ser apresentado - é o próximo”. A programação não se baseia em produtos finalizados, mas em relações, em processos. “É um trabalho que se constrói ao longo do tempo", conta. Um exemplo claro é o caso de Thomas Ostermeier: “Comecei um diálogo com ele em 2023, e agora, em 2025, apresentamos o espetáculo 'O pato selvagem'”. Mesmo com todas as conversas e acompanhamento, a programadora portuguesa só o viu completo no momento da estreia. “Descobri o espectáculo ao mesmo tempo que o público", diz. Essa partilha do risco é uma das marcas do festival: “É um festival de criação, muitas vezes não sabemos o que vamos ver. E isso é extraordinário”. Nem sempre os projectos chegam ao palco. “Houve um espectáculo que não conseguimos estrear este ano porque o artista perdeu o teatro onde ensaiava, vivia numa zona de conflito”, recorda. Questionada se existem enganos na escolha da programação, Magda Bizzaro sublinha que “não é engano. Às vezes, simplesmente, as condições não se reúnem. E isso faz parte do nosso trabalho: reunir tempo, apoios e espaço para que as criações possam existir”. É nesse contexto que surge La FabricA, espaço de residência artística ao serviço de quem mais precisa: “Muitos dos artistas que recebemos em residência vêm de regiões onde os governos não os apoiam”. Este ano, por exemplo, “a Marlène Monteiro Freitas esteve duas semanas e meia connosco, para ensaiar o seu espectáculo num espaço com as condições que ela precisava” A estreia do espectáculo, no grande recinto que é o pátio de honra do Palácio dos Papas, foi um sucesso, mas só o foi porque houve escuta e propostas práticas. O festival também reflecte uma visão política da linguagem. Desde 2023, há uma língua convidada. Depois do inglês e do espanhol, este ano é a vez do árabe. “Queríamos desassociar o árabe da ideia de conflito e religião”. O objectivo é outro: “Mostrar a sua diversidade, a sua viagem pelo mundo e as formas como se transformou e foi transformando outras línguas”, descreve a programadora portuguesa. Dois espectáculos mostram essa pluralidade. “Temos o "Laaroussa Quartet" de Selma e Sofiane Ouissi, sobre as mulheres de Sejnane, no norte da Tunísia e temos "When I Saw the Sea" de Ali Chahrour, com três mulheres vindas da Etiópia e do Sudão para viver no Líbano”. São abordagens completamente diferentes, “com sonoridades distintas, dois árabes diferentes, mas que falam da mesma urgência”, defende. Magda Bizarro insiste que o festival é desenhado como uma viagem para o espectador: “Pensamos o dia completo: pode ver-se teatro de texto de manhã, à tarde dança, e depois algo sem palavras. O objectivo é um percurso rico e pleno”. E, para isso, a programação precisa ser feita em articulação com os espaços: “Temos 22 locais em Avignon. Cada um tem as suas especificidades. Há espectáculos que não podem acontecer ao ar livre, por exemplo”. A complexidade da operação exige uma equipa gigantesca: “Durante o ano, somos 34. Em Julho, passamos a ser 750. Com os artistas, somos cerca de 1500”, descreve. Mas essa força não é só logística: “É uma equipa que sabe adaptar-se às necessidades dos artistas. E isso torna o festival mais rico". Magda Bizarro fala com carinho dessa máquina invisível que sustenta o brilho do palco. Quando se fala em reinvenção, a programadora admite: “É muito difícil reinventar cada edição. O festival tem um passado pesado, uma história densa”. E isso obriga a pensar em múltiplos equilíbrios: “Não é só diversidade geográfica ou estética. É também equilíbrio geracional, financeiro, técnico”. No mesmo cartaz, convivem mestres como Christoph Marthaler e estreantes como Mário Banushi: “Esse encontro entre gerações é o segredo da reinvenção”. Por fim, perguntamos-lhe se o facto de ser portuguesa afecta o seu olhar como programadora. A resposta vem com a nitidez de quem já viu e viveu muito: “Sim, há uma diferença. Eu sei o que é trabalhar com quase nada. Já paguei cenários do meu bolso. Já fiz espectáculos em garagens com luzes de velas". E isso dá-lhe uma escuta particular, uma atenção ao que ainda está a nascer: “Se calhar, vou a Buenos Aires ver um espectáculo numa garagem porque já fiz um espectáculo numa garagem. É aí que se descobrem pérolas”. Quando lhe pedimos uma palavra para resumir o Festival de Avignon, não hesita: “Aventura”. Mas no seu olhar percebe-se que essa aventura não é feita de impulso, antes de persistência. Não é o desvario de quem salta no escuro, mas de quem aposta no que ainda não se viu, de quem arrisca sem espetáculo e trabalha para que outros possam estar em cena. Magda Bizarro está no silêncio atento das grandes decisões deste que não é apenas um festival: é um território de possibilidades, onde o teatro continua a ser um dos lugares mais íntimos e bonitos.
Mayra Andrade subiu este sábado, 12 de Julho, ao palco do Palácio dos Papas, no festival de Avignon, num concerto marcado por beleza, urgência e consciência social. A cantora cabo-verdiana evocou temas como justiça, identidade e herança cabo-verdiana. ReEncanto celebrou os 50 anos da independência de Cabo Verde e reflectiu sobre o papel da arte como escuta e resistência. Num concerto intimista no pátio de honra do Palácio dos Papas, no festival Avignon, Mayra Andrade levou o coração de Cabo Verde, a voz das entranhas e a consciência do mundo a ecoar entre as pedras. Entre a sua filha na plateia e o grito por justiça em palco, a cantora cabo-verdiana ofereceu um momento de beleza e urgência: “Se não a cantar, não contribuo para o diálogo”, confessou. O pátio de honra do Palácio dos Papas tem o peso das coisas eternas, mas este sábado foi o presente que se fez ouvir. Mayra Andrade subiu ao palco com a simplicidade de quem não tem nada a provar, mas tudo a oferecer: “Antes de subir ao palco, alinho-me com o porquê de eu cantar. Agradeço ao universo pela oportunidade de partilhar quem eu sou, de contar o tempo no qual estamos”. Havia beleza e sombra no ar, como se cada nota tivesse de atravessar a consciência antes de tocar o ouvido. “Teria sido mais bonito se esta canção já não fizesse sentido. Mas se não a canto, não estou a contribuir para o diálogo. Um diálogo que é não fechar os olhos à injustiça, ao genocídio, ao absurdo”, afirma em palco antes de cantar "Konsiénsia", do álbum Stória, Stória de 2009. “A consciência que dorme não muda o mundo”, defende Mayra Andrade, num murmúrio que se espalhou pelo pátio. Cantar é, para ela, uma forma de escuta. “Sim, sem dúvida. Cantar é dar eco à vida. É ser antena. É captar o que acontece à nossa volta, o que vem no ar, o que a gente observa, o que a gente quer denunciar, o que se quer partilhar”, partilha. Na sua voz, há uma memória antiga e um apelo novo: “Canto sempre das minhas entranhas. A minha voz vem do meu útero, das minhas vísceras. É uma ponte entre o céu e a terra. E eu, no meio, sou atravessada por esse espírito criativo que me usa como vetor de mensagens, emoções e histórias”, descreve. “Quero acreditar que quando somos genuínos, conseguimos tocar as pessoas. A minha música é feita numa língua que 99,99% das pessoas no mundo não entendem. O crioulo é falado por poucos, mas traz uma musicalidade, um ritmo, uma herança muito antiga. É um idioma do mundo”, acrescenta a cantora cabo-verdiana. Quando canta em crioulo, não é apenas identidade, é chão. “Cantar em crioulo é cantar com todo o meu ser. Tem uma coisa muito raiz. Depois posso cantar em francês, inglês, espanhol, português, que também é a minha língua, mas o crioulo vem da terra de onde eu venho”, lembra. A sua participação no festival coincide com os 50 anos da independência de Cabo Verde, poucos dias depois de Marlène Monteiro Freitas ter aberto o festival com dança, com NÔT. “Estamos todos a celebrar. Eu faço parte de uma constelação de artistas cabo-verdianos muito orgulhosos de o ser e sedentos de partilhar a nossa cultura com o mundo”, defende. O concerto reEncanto é também autobiográfico. Um gesto artístico e íntimo: "É o fechar de um ciclo, a abertura de um novo. É redescobrir a minha voz. Algumas canções foram compostas há mais de vinte anos, outras são recentes. E é tremendo perceber como ainda fazem sentido. Talvez mais do que nunca”. Essa permanência do sentido revela outra inquietação, “muitas foram escritas em contextos políticos e sociais diferentes, mas hoje continuam a ecoar. A violência, a injustiça, o absurdo, o genocídio, a apatia, a indiferença... Tudo isso me preocupa”, sublinha. No fim do concerto, o agradecimento foi dirigido ao festival de Avignon e ao seu director, Tiago Rodrigues: “Vivi catorze anos em França. Já não vivo aqui há dez. Voltar para cantar neste espaço, neste festival, é algo que nunca vou esquecer". Cabo Verde esteve presente em cada sílaba, como ponto de partida de uma voz que canta o mundo. “Sou uma cabo-verdiana no mundo. E como a Marlène Monteiro Freitas, é difícil pôr-me numa caixinha. Porque nós somos isso: movimento, mistura, herança e futuro”.
No Festival de Avignon, Jonas & Lander apresentam Coin Operated, uma performance-instalação onde o público acciona o espetáculo com uma moeda. Entre o absurdo e a crítica feroz, o duo explora a coisificação do corpo e a exploração animal, fundindo o gesto com a obediência paga. Um espectáculo que reflecte sobre poder, responsabilidade e a mecânica do entretenimento moderno. Jonas Lopes e Lander Patrick aparecem montados em dois cavalos: imóveis, cómicos e perturbadores. Jonas e Lander, dupla portuguesa de performance contemporânea, apresentam Coin Operated no Festival de Avignon, sob indicação da artista cúmplice deste ano, a coreógrafa Marlène Monteiro Freitas. O palco é instalação e o público é operador. Com um gesto, uma moeda e um clique, tudo começa. “Esta ideia nasceu de um convite da BoCA Bienal, pelo John Romão, para o Museu dos Coches”, conta Jonas Lopes. “Estávamos a ver um episódio de Family Guy e o bebé compra uma série de cavalinhos operados a moeda. Aquilo ficou connosco”. E o cavalo, ausente do museu onde deveria reinar, impôs-se. O espectáculo articula-se a partir de um dispositivo simples: dois cavalos mecânicos, como os que povoam esplanadas e centros comerciais. Só funcionam com moedas. Só funcionam quando o público decide pagar, mas o que parece um jogo inocente revela-se uma crítica à exploração, não só do animal, mas também da acção performativa, do corpo em cena, da própria lógica do entretenimento. “O animal aqui é coisificado. Vira objecto. Está ao serviço do homem que está em cima dele”, observa Lander Patrick. “É uma imagem de submissão que se vai revelando ao longo do espectáculo”, acrescenta. A mecânica da performance é tão infantil quanto brutal: o público é confrontado com o seu papel de orquestrador. “Decidimos criar esta relação directa. O público tem que pôr uma moeda para que algo aconteça. Só quando os dois cavalos estão a funcionar é que o quadro se completa”, explicam. A instalação, que poderia ser apenas nostálgica, torna-se uma alegoria da domesticação, não só do animal, mas da própria arte. Nem tudo se compra e, no entanto, tudo ali parece comprado: o gesto, a música, o movimento. A moeda não compra só o espectáculo, compra também o desconforto. Ontem, “uma senhora com mobilidade reduzida levantava-se para ir pôr a moeda e dois espectadores correram antes dela. Há sempre esta disputa”, comenta Lander. Há também o silêncio: quando ninguém se levanta, nada acontece. E nesse nada, revela-se tudo. Jonas e Lander trabalham juntos desde 2013. A cumplicidade é coreográfica, estética, musical, quase telepática. “É um pingue-pongue intenso. As ideias são costuradas pelos dois. Um foca-se mais na música, outro na estética e tudo se mistura”. A música, aliás, é uma assinatura: “Sou cantor de fado, o Lander é pianista e DJ. A música é sempre uma presença fortíssima nas nossas peças”, explica Jonas. Em Coin Operated, há percussão corporal, sapateado, ecos de fado e samba, sons de pertença e de resistência. A encenação é crua, quase absurda, mas não gratuita. “Há uma reflexão inesperada sobre a relação entre o homem e o animal, entre o espectador e o espectáculo, entre o gesto e a moeda”, sublinham. E também sobre o tempo. Cada moeda acciona dois minutos de movimento. Se forem inseridas em descompasso, a cena fragmenta-se. Se forem simultâneas, surge uma harmonia quase mágica: “Estamos sempre a jogar nessa corda bamba de imprevisibilidade". Montados sobre cavalos de plástico, imóveis até à primeira moeda, Jonas e Lander não nos oferecem respostas, fazem-nos a pergunta essencial: e se o que nos move fosse, afinal, apenas uma ficha de metal?
O bailarino guineense Joãozinho Costa sobe ao mítico palco do Palácio dos Papas com NÔT, de Marlène Monteiro Freitas. Pela primeira vez em 79 edições, o festival de Avignon, o abriu com dança. Em cena, a pulsação é contínua, o corpo é total e a Guiné-Bissau está presente em cada gesto de Joãozinho Costa. No Festival de Avignon, o corpo fala, ou melhor: o corpo convoca e revela. Em NÔT, da coreógrafa cabo-verdiana Marlène Monteiro Freitas, a linguagem é feita de carne, músculo e ritmo. Entre os oito intérpretes está Joãozinho Costa, bailarino guineense, que descreve o espectáculo como “uma história de As Mil e Uma Noites contada com energia, com tudo aquilo que o corpo tem para oferecer”. “É a pulsação, não é?”, começa por explicar. “A vontade de contar essa história As Mil e Uma Noites… tentar passar de uma forma mais energética possível toda a mensagem através da linguagem corporal e de todos os movimentos coreográficos que nós temos trabalhado”. Em palco, não se entra de leve e “cada noite de espectáculo é para ser mais emocionante e marcante, para os espectadores e para nós também”, conta. Este ano, pela primeira vez, em 79 edições, o Festival de Avignon foi inaugurado com dança. NÔT abriu o festival no dia 5 de Julho, coincidindo, como Joãozinho Costa sublinha, com uma data simbólica: “Se não me engano, o dia 5 de Julho também foi a comemoração da independência de Cabo Verde. Isso torna tudo ainda mais fantástico. A presença da Marlène na abertura do festival torna o nome dela ainda mais aclamado e mostra que o seu trabalho é válido para qualquer palco e qualquer momento”. No monumental Palácio dos Papas, onde a arquitectura parece amplificar os movimentos e o som de cada gesto, Joãozinho descreve uma atmosfera distinta: “Sente-se uma energia completamente diferente dos outros palcos. Mesmo vazio, sente-se uma energia arrebatadora.” E acrescenta: “É um palco magnífico. Estar aqui é como estar em casa. A equipa técnica é magnífica, e isso deixa-nos ainda mais confortáveis”, partilha. A cumplicidade entre os intérpretes, que o público não tarda a perceber, vem de bastidores: “Estamos prontos para o colega e prontos para o espectáculo. Estamos com os sentidos completamente ligados”. Segundo o bailarino, esse estado de atenção constante é também uma transformação pessoal: “Trabalhar com a Marlène é entrar num outro mundo, um mundo que obriga a descobrirmo-nos dentro dele e a forma como ela pensa coisas transforma-nos”. Essa transformação faz-se através da minúcia. “Temos de prestar atenção às coisas mais pequenas. Gestos minúsculos também contam. Até a expressão do olhar conta”, sublinha. E aqui, a exigência aproxima-se da de um atleta: “Eu comparo o trabalho da Marlène ao dos atletas de alta competição. Os sentidos têm de estar todos activados. E como vim do futebol, isso ajuda-me. É preciso estar sempre em alerta. É um estado físico e mental”. Nesse estado, Joãozinho Costa carrega o peso e a leveza do seu país: “A Guiné-Bissau está sempre comigo e acho que nunca poderá estar ausente. Só o facto de eu existir já traz a Guiné comigo”. Os seus movimentos não são neutros: “Têm um tom que vem do Gumbé, do Dina, trazem uma maneira de estar que é diferente dos outros intérpretes”. E essa diferença não separa, antes acrescenta: “Acho que isso enriquece o trabalho e complementa a narrativa que a Marlène quer passar”. Mas Avignon não é um lugar fácil: “O público aqui é bastante exigente. É o primeiro público em que sentimos, de forma clara, o que estão a sentir durante o espectáculo”. E quando o espectáculo não os conquista? “Há público que sai. E nós sentimos essa energia. É impossível esconder. O espaço é tão grande que tudo se vê e tudo se ouve”, descreve. Ainda assim, a deserção não desanima, antes pelo contrário: “Quando sentimos que alguém sai porque não está a gostar, isso dá-nos uma posição mais confortável para continuar a pressionar a boa energia. É quase como pensar: ‘Se eu estava a perder bateria, então deixa-me agora pressionar aqui mais um bocadinho, para ver se a bateria aguenta mais um tempo'”. Para Joãozinho Costa, o que o público vê tudo: “Vêem a nossa cumplicidade em cena. Aquilo que está nos bastidores está também no palco. E isso sente-se. Acho que não há nada a esconder”. Essa transparência é total e a entrega é plena: “Estamos ali, corpo e alma, sentidos ligados, prontos para dar”. E quando lhe pedem que resuma tudo numa só palavra: o Festival, a cidade, a experiência, Joãozinho não hesita muito: “Diversidade. Diversidade no seu máximo esplendor”. É isso que sobe a palco com ele: a vibração de um corpo que escuta, a memória de uma terra que nunca o abandona, a coragem de expor tudo perante dois mil olhares. Em NÔT, como no próprio festival, não há lugar para o meio termo. Ou se gosta, ou não se gosta, mas o que se vê ali não é apenas dança é o corpo como linguagem e o gesto como território.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs, sexo… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs, sexo… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs, sexo… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs, sexo… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs, sexo… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Après le succès d'audience rencontré cette année, Estelle Denis repart pour une nouvelle saison. Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs, sexo… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Après le succès d'audience rencontré cette année, Estelle Denis repart pour une nouvelle saison. Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Après le succès d'audience rencontré cette année, Estelle Denis repart pour une nouvelle saison. Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Après le succès d'audience rencontré cette année, Estelle Denis repart pour une nouvelle saison. Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Après le succès d'audience rencontré cette année, Estelle Denis repart pour une nouvelle saison. Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs… En simultané sur RMC Story.
Avec : Jean-Philippe Doux, journaliste et libraire. Marlène Schiappa, ancienne ministre. Et Frédéric Hermel, journaliste RMC. - Après le succès d'audience rencontré cette année, Estelle Denis repart pour une nouvelle saison. Toujours accompagnée de Rémy Barret et sa bande, Estelle Denis s'invite à la table des français pour traiter des sujets qui font leur quotidien. Société, conso, actualité, débats, coup de gueule, coups de cœurs… En simultané sur RMC Story.
Dans ce troisième épisode de la série proposée par Layla Shlonsky en direct de la 79 -ème édition du Festival dʹAvignon, Marlène Monteiro Freitas chorégraphe et danseuse dʹorigine capverdienne sʹexprime sur " NOT ", sa nouvelle création. Inspiré des contes " Les Mille est Une Nuit ", le spectacle claque. A voir jusquʹau 11 juillet à la Cour dʹhonneur du Palais des Papes. La performance sera jouée à la Comédie de Genève les 28 et 29 août dans le cadre du Festival de la Bâtie. Marlène Monteiro Freitas au micro de Layla Shlonsky
A bailarina moçambicana, Mariana Tembe sobe ao palco no Pátio de Honra do Palácio dos Papas, no Festival de Avignon, no espectáculo NÔT, de Marlène Monteiro Freitas. Um corpo em libertação, que dança a coragem, a sobrevivência e a luta de muitas mulheres. Uma presença forte num espetáculo onde o gesto fala mais alto que as palavras. Na sua 78.ª edição, o Festival de Avignon, abriu com um espetáculo sem palavras, mas com todos os sentidos expostos. NÔT é a mais recente criação da coreógrafa cabo-verdiana Marlène Monteiro Freitas, foi apresentado no Palácio dos Papas, cenário privilegiado onde a dança se transforma em ritual. Em palco, oito intérpretes contam, com o corpo, uma versão desordenada e hipnótica das Mil e Uma Noites. Entre eles, destaca-se uma figura pela força e contenção do seu gesto: a bailarina moçambicana Mariana Tembe. Com um solo que ocupa o espaço como um murmúrio que cresce até se tornar clamor, a bailarina oferece ao público francês, e ao olhar atento da crítica internacional, uma performance de grande densidade física e emocional. “O palco é o lugar onde ninguém me controla. Onde me liberto, onde me permito”, diz a intérprete. Durante 1h45 de espetáculo, o seu corpo é instrumento, voz, resistência. Nascida e formada em Moçambique, Mariana Tembe é intérprete de dança contemporânea, com um percurso construído entre África e Europa. O seu encontro com Marlène Monteiro Freitas deu-se em 2019, quando foi convidada a integrar o universo da coreógrafa. Mas a adaptação não foi imediata. “Foi muito estranho para mim... Eu venho de uma dança mais centrada no movimento técnico. Entrar no universo da Marlène foi um choque. Não percebia como me encaixar naquele mundo”, recorda. Durante meses, o corpo resistiu, “levou algum tempo para o meu corpo se alinhar ao tipo de movimento que ela exige”. Esse processo de incorporação tornou-se, com o tempo, uma fusão. “Hoje, percebo que essa linguagem faz mais sentido do que a anterior. Quando estou sozinha no estúdio, o meu corpo reage naturalmente de forma diferente. Encarnei essa linguagem”, conta. A construção desse vocabulário físico não se faz de fórmulas. Exige disponibilidade total. “É uma presença física, psicológica e emocional. Junta-se tudo e acaba por blindar o corpo. O que se vê em palco é resultado desse processo”, explica a bailarina. Um solo de libertação e sobrevivência O solo de Mariana Tembe em NÔT surge no momento central do espetáculo. Perante uma plateia de mais de 2.000 espectadores, a bailarina, amputada de ambas as pernas, ocupa o centro do espaço do Palácio dos Papas num crescendo de energia e vulnerabilidade. Com mobilidade reduzida, o seu corpo reinventa a dança e na plateia, o público assiste, em silêncio, a um corpo que parece não ter limites. “Sinto-me fora de controlo, sim. Mas de uma forma boa. Eu começo a dar desde o início e vou até ao fim. Não penso, deixo-me ir. E partilho o que tenho para partilhar com o público”, descreve. Essa partilha é tudo menos abstrata: “O solo trata de uma história muito marcante, uma história de sobrevivência e de luta. Uma jovem que arrisca a vida para salvar outras. Depois dessa sua acção, muitas mulheres sentiram-se livres”. Mariana Tembe reconhece o eco desta narrativa na sua própria trajectória e na de muitas outras mulheres. “Nós, mulheres, lutamos de formas diferentes. Mesmo quando o pior está diante de nós, seguimos, furamos paredes, quebramos barreiras sem pensar duas vezes”, sublinha. Depois da estreia, o público partilhou ecos da sua presença. “As pessoas reconhecem-me na rua. Dizem: ‘Ah, tu estiveste em NÔT! Aquele solo foi incrível!' Falam do momento em que levanto os braços, do momento em que canto”, conta feliz. Apesar da humildade, Mariana Tembe reconhece a força do que fez: "É muito forte para mim também. Porque esse solo, além de tudo, é libertação. É coragem. É entrega”. O peso de estar em Avignon Para qualquer intérprete, pisar o Palácio dos Papas é uma experiência de consagração. “Sinto que faço parte de um movimento de revolução. Esta já é a terceira edição consecutiva em que o festival é aberto por uma mulher. E não é qualquer festival. É o Festival de Avignon”, recorda. O festival de Avignon, fundado em 1947, é um dos maiores e mais respeitados festivais de teatro e artes performativas do mundo. Nos últimos anos, tem dado sinais de abertura a novas geografias e linguagens, mas a presença de artistas africanos, sobretudo mulheres, continua a ser excepção. A abertura com NÔT representa, nesse contexto, uma afirmação estética e política. A presença de Mariana Tembe em palco é arrebatadora não só pelo rigor físico, mas pelo que carrega de simbólico. Num espaço historicamente ocupado pelo poder eclesiástico e patriarcal, o corpo de uma mulher, africana, é agora centro e voz. Um gesto que Mariana Tembe não impõe, mas que ocupa. Quando lhe pedimos que resuma esta experiência numa palavra, responde sem rodeios: "Uau" e, depois de uma curta pausa, como quem precisa de mais palavras, diz: “É desafiador. Revolucionário.”
No Pátio de Honra do Palácio dos Papas, um lugar de pedra, de História, de poder antigo. É aqui que, todos os verões, o Festival de Avignon tenta reinventar o teatro como se se tratasse de um levantamento. Este ano, o sopro inaugural, aquele que dá início a tudo, foi confiado à coreógrafa cabo-verdiana Marlène Monteiro Freitas, figura indomável da dança contemporânea, cuja obra não cabe em nenhuma categoria senão na da possessão poética. Na noite de sábado, 5 de Julho, o espectáculo NÔT rasgou a ordem do Pátio de Honra do Palácio dos Papas. A coreógrafa cabo-verdiana, Marlène Monteiro Freitas, abriu a 79.ª edição do Festival de Avignon. Por entre grades brancas, lençóis manchados de vermelho e corpos disformes que dançam como se estivessem possuídos, a coreógrafa trouxe o caos como gesto inaugural ao maior festival de teatro francês. “A peça teve, nestas últimas semanas, de lutar pela sua sobrevivência e talvez pela sua independência”, começa por nos contar, acrescentando que a obra “demorou bastante tempo a falar-nos. Acho que isso tem a ver com o diálogo e com a arquitectura deste espaço. Foi uma luta até ao fim". O que nos diz NÔT? Talvez nada que possa ser traduzido em palavras. Talvez tudo o que o corpo, o som e o silêncio podem dizer quando as palavras já não sabem o que dizer. O título, ambíguo, evoca a “noite” em crioulo cabo-verdiano, mas também o “not” em inglês: negação, interrupção, desobediência. Nada parece ser inocente aqui, nem gratuito. “Quando comecei a trabalhar nas Mil e Umas Noites pensei que teríamos que criar um diálogo com essa obra. A ideia da noite impôs-se", lembra. A noite como território instável, onde a imaginação e o medo se confundem: “Há ideias que nos parecem boas à noite e de manhã já não são. Há dores que aumentam, há exageros. E depois há os sonhos, que são uma espécie de trilha que não controlamos”. Entre o que se diz e o que se cala começa a dança Inspirada nas Mil e Uma Noites, NÔT não é uma adaptação é uma reescrita sem palavras. “A própria obra é uma força entre o oral e o escrito. Há uma certa mobilidade que existe no oral e que na escrita se torna mais fixa”, sublinha a coreógrafa. Essa tensão entre o fixo e fluidez marca o trabalho de Marlène Monteiro Freitas: “Estamos sempre em diálogo entre algo fixo e algo móvel”. A cenografia é composta de grelhas metálicas, camas desalinhadas, pequenas cadeiras que desenham o espaço sem nunca oferecer estabilidade. A composição visual, por vezes hipnótica, por vezes grotesca, serve de espelho ao corpo: fragmentado e, por vezes, reduzido a marioneta de si mesmo: “É um desafio muito grande fazer um espetáculo neste palco”, admite. Em cena, oito intérpretes: músicos-dançarinos-figuras grotescas que se mascaram, que se duplicam, que se deformam. Em certos momentos, todos parecem encarnar, distorcidamente uma Shéhérazade mecânica, a lendária rainha persa e narradora dos contos de As Mil e Uma Noites. O vermelho, omnipresente, insinua-se como sangue e memória. O espetáculo apresenta-se todas as noites a um público de 2.000 pessoas, muitas das quais vieram apenas “ver um espetáculo no Pátio de Honra” e Marlène Monteiro Freitas reconhece o confronto: “Com certeza que muita gente não sabe ao que vem. Talvez encontrem o nosso trabalho por acaso”. Mas é nesse acaso que reside também a força do que se cria ao vivo. O fascínio pela obra original as Mil e Uma Noites não nasce de uma tentativa de domínio, mas de espanto. “O meu contacto com a obra aconteceu muito cedo, na adolescência… Depois nunca mais pensei nela”. Ao voltar a ela, Marlène encontrou algo que ressoava com o seu próprio processo criativo: “Uma obra com várias versões, vários autores, onde nem sempre se sabe quem escreveu o quê. Uma espécie de livro estrangeiro, sempre em potência”. Essa ideia de potência, de texto que se reescreve a cada leitura, é o coração de NÔT. Há fragmentos que colidem: entre o ritmo de Stravinsky ao de Prince, gritos, ruídos, movimentos que se repetem. NÔT estreou no dia em que se assinalaram os 50 anos da independência de Cabo Verde. “Confesso que, quando me apercebi disso tudo, achei um acaso incrível. Pensei: se calhar vamos ter alguma sorte. Nos últimos dias pouco pensei nisso porque é um desafio muito grande fazer um espetáculo neste palco. A peça teve nestas últimas semanas a lutar pela sua sobrevivência e talvez pela sua independência", concluiu. Com esta estreia mundial de NÔT, o Festival de Avignon abriu-se àquilo que não se explica: à estranheza, à violência poética, à radicalidade de corpos em luta. A escolha do director do festival, Tiago Rodrigues, para abrir com NÔT não foi apenas ousada, mas foi política. Começar com o incompreensível é uma forma de dizer que o teatro, hoje, precisa menos de respostas e mais de perguntas que nos deixem inquietos.
Descubrimos cómo amanece Asturias con nuestros/as amigos/as del tiempo. Nuestra noticia del día que comentamos con opinantes y oyentes trató sobre: "La condena pionera contra una empresa por enviar correos a una empleada de baja". La Codopa nos pone al día de dos presentaciones en la Semana Negra. Nerea Álvarez, sexóloga en el Gabinete Colibrí de Gijón vuelve este verano y nos explica qué es la tecnosexualidad. Un juego nuevo en asturiano l´Asturpoli, hablamos con su creador de Acuto Xuegos. Y qué tienen que ver la IA, LA cocina y las matemáticas, nos cuenta esta historia Marlén Alonso Castaño, ganadora ganadora del premio europeo de prevención de residuos.
"Éléonore, frondeuse et éprise de liberté, sʹélance le printemps venu sur les routes. Fuyant ses Alpes suisses, ses proches et les injonctions sociales, elle sʹéloigne aussi de la rudesse dʹune sanction médicale. La trentenaire se convainc que le mal qui lʹaffecte se maîtrise grâce à la seule force de la pensée. Juchée sur sa Falcata, une moto vive et affûtée, la jeune femme abandonne le confort des habitudes pour foncer vers lʹinconnu." Marlène Mauris est née en 1984 à Evolène dans les Alpes valaisannes. Après des études en histoire de lʹart, journalisme et ethnologie, elle développe une carrière plurielle dans la communication, la culture et le lien social. "Falcata" éditions Favre Marlène Mauris, autrice est lʹinvitée de Rafael Wolf Avec le portrait de Yacine Nemra.
De Message vun der Strooss e Samschdeg war däitlech. De Premier Luc Frieden reagéiert séier a mécht de Gewerkschaften d'Dier op fir Verhandlungen. E Feeler gëtt hien awer net zou a verpasst et virun allem, seng Manéier ze regéieren an ze kommunizéieren a Fro ze stellen, bedauert d'Marlène Clement an sengem Commentaire.
Elle a inspiré les plus grands couturiers du XXe siècle, mais son nom est aujourd'hui confidentiel. Madame Grès, maîtresse des drapés et fondatrice de la célèbre Maison Grès à Paris, a habillé les plus grandes icônes : Marlène Dietrich, Jackie Kennedy, Grace de Monaco... Figure insaisissable, toujours coiffée d'un turban, elle imposait l'excellence, portant la robe à hauteur d'oeuvre d'art. Derrière l'élégance et le savoir faire de l'artiste, une femme progressiste, audacieuse qui a toujours entretenu le secrèt sur sa vie privée. Aux côtés de Yasmine Boudaka, Anne Graire, petite-fille de Madame Grès, évoque le destin éblouissant du Couturier et la fin tragique de sa grand-mère, à l'occasion de la sortie du livre "Madame Grès, le Sphinx de la haute couture", publié chez Flammarion. Merci pour votre écoute Un Jour dans l'Histoire, c'est également en direct tous les jours de la semaine de 13h15 à 14h30 sur www.rtbf.be/lapremiere Retrouvez tous les épisodes d'Un Jour dans l'Histoire sur notre plateforme Auvio.be :https://auvio.rtbf.be/emission/5936 Intéressés par l'histoire ? Vous pourriez également aimer nos autres podcasts : L'Histoire Continue: https://audmns.com/kSbpELwL'heure H : https://audmns.com/YagLLiKEt sa version à écouter en famille : La Mini Heure H https://audmns.com/YagLLiKAinsi que nos séries historiques :Chili, le Pays de mes Histoires : https://audmns.com/XHbnevhD-Day : https://audmns.com/JWRdPYIJoséphine Baker : https://audmns.com/wCfhoEwLa folle histoire de l'aviation : https://audmns.com/xAWjyWCLes Jeux Olympiques, l'étonnant miroir de notre Histoire : https://audmns.com/ZEIihzZMarguerite, la Voix d'une Résistante : https://audmns.com/zFDehnENapoléon, le crépuscule de l'Aigle : https://audmns.com/DcdnIUnUn Jour dans le Sport : https://audmns.com/xXlkHMHSous le sable des Pyramides : https://audmns.com/rXfVppvN'oubliez pas de vous y abonner pour ne rien manquer.Et si vous avez apprécié ce podcast, n'hésitez pas à nous donner des étoiles ou des commentaires, cela nous aide à le faire connaître plus largement. Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Myles Smith était l'invité du Double Expresso RTL2 ce vendredi 27 juin. Le chanteur britannique poursuit son ascension fulgurante avec la sortie, le 23 mai dernier, de son nouveau single "Gold" et de son EP "A Minute, A Moment". En parallèle, il accompagne actuellement Ed Sheeran en première partie de sa tournée européenne, une belle reconnaissance pour ce jeune talent. Dans le studio de RTL2, Myles Smith a livré une session live tout en émotion avec ses titres "Gold" et "Nice To Meet You", captivant les auditeurs dès les premières notes. L'info du matin - Grégory Ascher et Justine Salmon ont parlé de ces objets inattendus que les Français rangent dans leur frigo, comme des post-it ou des pense-bêtes (à l'intérieur, pas dessus) Le winner du jour - Une compagnie aérienne envoie son équipage dans un hôtel SM pendant une orgie de 24 heures - À Paris, des policiers diffusent la musique du Titanic en pleine rue inondée pendant les orages Le flashback de mars 1980 - En tête des ventes, "Video killed the radio star" de The Buggles, détrôné fin mars par "One step beyond" de Madness - Sortie au cinéma du "Guignolo" de Georges Lautner avec Jean-Paul Belmondo Les savoirs inutiles - Il ne faut pas couper sa salade avec un couteau, une règle héritée de l'époque où les couverts en argent s'oxydaient au contact de la vinaigrette Le jeu surprise - Marlène de Laval repart avec un vinyle LP de Metallica La banque RTL2 - Sabrina de Piblange près de Metz repart avec un vinyle LP de Metallica - Cécile de Saint-Georges-Haute-Ville près de Saint-Étienne gagne 750 euros Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Artiste, Marlène a été affectée par la crise sanitaire et a été contrainte à quitter Paris. Elle a ensuite découvert que la région où elle s'était installée était liée à l'histoire de sa famille, ce qui l'a poussée à entreprendre des recherches sur ses origines. Malgré les difficultés, elle a réussi à relancer sa carrière artistique et participe désormais au festival d'Avignon. Chaque soir, en direct, Caroline Dublanche accueille les auditeurs pour 2h30 d'échanges et de confidences. Pour participer, contactez l'émission au 09 69 39 10 11 (prix d'un appel local) ou sur parlonsnous@rtl.fr.Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
"Limité à 80" Pascal Atenza revisite l'actualité en 80 secondes ! Découvrez la chronique d'aujourd'hui !Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
"Limité à 80" Pascal Atenza revisite l'actualité en 80 secondes ! Découvrez la chronique d'aujourd'hui !Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Aujourd'hui dans "On marche sur la tête", Cyril Hanouna et ses invités débattent de la légion d'honneur remise à Marlène Schiappa.Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Episode 94: What To Do When Real Estate Deals Fall ThroughJoin Joey and Marl for Episode 94 where we dive into the complex world of real estate transactions that don't go as planned. In this episode, we cover why deals fall apart, who is responsible, and what steps can be taken to mitigate damages. We discuss both the seller's and buyer's perspectives, and highlight the importance of pre-planning, communication, and proper use of conditions. Learn from our experiences and get tips on how to navigate these stressful situations effectively. Whether you're new to real estate or a seasoned pro, this episode is packed with valuable insights to help you close your deals smoothly.CHAPTERS (00:00) Introduction and Episode Overview(01:00) Casual Catch-Up and Food Talk(01:57) Discussing the Main Topic: When Deals Fall Through(09:05) Seller's Perspective on Failed Deals(16:13) Buyer's Perspective and Legal Implications(20:47) Navigating Conditional Timelines(21:38) Importance of Buyer-Seller Communication(22:13) Trust and Agent Representation(24:45) Lessons from a Failed Deal(30:03) Pre-Approval and Appraisals(34:10) Handling Closing Costs and Contingencies(40:42) Communication and ProfessionalismFEEDSPOT TOP CANADIAN REALTOR PODCASTShttps://podcast.feedspot.com/canadian_realtor_podcasts/FEEDSPOT TOP TORONTO PODCASTShttps://podcast.feedspot.com/toronto_podcasts/WHERE YOU CAN FIND US
Ce matin, on retrouve Inoxtag chez Marlène et la famille pour le réveil de star sur Skyrock !
durée : 00:07:17 - L'invité de la rédaction, ici Drôme Ardèche - SOS Racisme accuse la maire de Bourg-lès-Valence (Drôme) de discrimination et porte plainte contre l'élue. Le 17 mai dernier, Marlène Mourier, qui soupçonnait un mariage blanc pour obtenir des papiers, avait refusé d'unir une Française et un Tunisien. Vous aimez ce podcast ? Pour écouter tous les autres épisodes sans limite, rendez-vous sur Radio France.
Hébergé par Ausha. Visitez ausha.co/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
When you first learned to knit, you might have wondered why certain stitches made fabric that curled, or why right-leaning and left-leaning decreases didn't quite match, or why charts didn't really show what the knitted fabric would look like. Knitting patterns might have seemed completely unworkable. If we stick with the craft, most knitters eventually take these oddities in stride and work around them. We learning to fudge what we can't fix, and we figure that's the way knitting goes. We read our stitches, let the habits of our skilled hands take over, and integrate knitting into our lives the way we ride a bicycle, make a cup of tea, or steer a car. Not Cecelia Campochiaro. With a scientific mind (trained by a PhD in physical chemistry), she approached those small curiosities as chances to investigate knitting more closely. By making small variations—holding several yarns together and creating gradual striping patterns, repeating a sequence of stitches with a slight offset, or mirroring the same stitches on both sides of the work—she has explored the nature of knitting and created extraordinary fabrics. Her latest book, Reversible Knitting, shows the differences in drape, texture, design, and color that emerge simply from removing the idea of “right” and “wrong” sides of the fabric. The richness in Cecelia's work lies in its simplicity. Like knitting itself, the careful repetitions and variations that she presents add up to a project far greater than the sum of its parts, as pleasing to the eye as to the hand. Links Reversible Knitting (https://ceceliacampochiaro.com/reversible-knitting/) is Cecelia's latest book. Making Marls (https://ceceliacampochiaro.com/making-marls/) explores working with strands of different colored yarns held together. Sequence Knitting (https://ceceliacampochiaro.com/sequence-knitting/) examines the surprisingly rich results of repeating a group of stitches. Parastripe Shawl (https://farmfiberknits.com/library/RSPIFfjdRk6icOdEBaAvGA) is available in the Farm & Fiber Knits Library and as part of the Creative Color Collection. (https://farmfiberknits.com/library/LuKQD_4ITWmxBc5CM5MuSg) Carson Demers's book Knitting Comfortably (https://ergoiknit.com/) offers advice on the ergonomics of knitting. This episode is brought to you by: Treenway Silks is where weavers, spinners, knitters and stitchers find the silk they love. Select from the largest variety of silk spinning fibers, silk yarn, and silk threads & ribbons at TreenwaySilks.com (https://www.treenwaysilks.com/). You'll discover a rainbow of colors, thoughtfully hand-dyed in Colorado. Love natural? Treenway's array of wild silks provide choices beyond white. If you love silk, you'll love Treenway Silks, where superior quality and customer service are guaranteed. The Michigan Fiber Festival—Michigan's largest sheep and wool festival—is a vibrant world of fiber arts. Discover five days of classes with nationally recognized teachers in spinning, weaving, lacemaking, dyeing, felting, and rug hooking. Enjoy three days of shopping. Delight in shearing and fiber arts demonstrations. Enjoy a truly immersive experience. Join us in August at the picturesque Allegan County Fairgrounds (you can even camp on site!) Find more details at michiganfiberfestival.info. (The Michigan Fiber Festival – Michigan's largest sheep and wool festival – is a vibrant world of fiber arts. Discover five days of classes with nationally recognized teachers in spinning, weaving, lacemaking, dyeing, felting, and rug hooking. Enjoy three days of shopping. Delight in shearing and fiber arts demonstrations. Enjoy a truly immersive experience. Join us in August at the picturesque Allegan County Fairgrounds (you can even camp on site!) Find more details at michiganfiberfestival.info.)
For millennia, the eastern continent of Perpetua was ruled by a sprawling empire centered on the capital city of Milsource, where a living river sprung from nothing, and flowed to all the edges of the land. The empire's reach followed the running water, stretching north across the territory of the clannish Elevana and south, where the empire put leash to the fractious burroughs. It was a time of Tyranny.. But one day, a thousand years ago, the river was mysteriously pulled away into the sea, leaving the empire as dry and cracked as the riverbeds it left behind. Soon, it passed into dust, and the future opened wide with possibility. In the south, the once-squabbling burroughs found themselves re-aligned towards freedom—a state they guaranteed bywith their impressive magic. And in the north, the once quarrelsome elven clans forged themselves into a powerful coalition of independent city states… By now, you have heard of Salix, the Balming Willow, home to adventurer Arley Bates… but do you know the rest of the Elevana League? Cenn, City of Iron Chains. Lumai, the Gleaming Fortress. Glaishora, Frosted Port Town. Billough, the Floating Isle. Fulmin, Storm-brushed Bay. Marl, Bustling Mountain Pass. Parisolia, Sun Scorched Mine. Shadow-Spired Umbexia. It is here, in the Elevana League, that our second group of heroes takes the stage. A wizard of the boroughs, drained of his magic. A rakish princeling far from home. And an arcane investigator who cares more for justice than peace. Hiking down the hills days south of Parisolia, towards a little town in the brush, where they've heard rumor that an entropic curse called Sourcerot has taken hold. Whether it's empty talk, a mundane threat to people's lives, or a grand premonition of Perpetua's end, they may be the only ones able or willing to confront it. This week on Perpetua: Perpetua Guide [In Progress v.02] Playable Characters - Eastern Scenario [PPCE] Antistrophe Landrace (he/him) [ALPC] Identity: Troubled, eccentric career pathfinder Theme: Doubt Origin: One of The Hundred Burroughs Classes: Guardian, Loremaster, Tinkerer Stats: DEX 6, INS 8, MIG 10, WLP 8 At the start of the game, Antistrophe is exactly what he looks like: A Huge Walking Fortress. With two shields and a ton of HP, he's going to be the guy you want taking hits for your team. He's ultra resilient and believe it or not, his high Might means that he can really do damage with those shields too! He also has a ton of utility in investigation scenes! Starter Tip: Antistrophe's Potion Rain ability is really random BUT it can give you effects that you cannot get from regular consumables from shops. If there's nothing to do (and no one needs to be defended that round) give it a shot! Brontë Adelvys (he/him) [BAPC] Identity: Dissipated Sixth Scion of the First Line Theme: Scintillation Origin: Terroir, Grande Sonnerie Classes: Sharpshooter, Rogue, Dancer Stats: DEX 10, INS 8, MIG 6, WLP 8 Brontë is a huge horndog, but he's also super powerful in combat. It's not just the ranged damage he does, and it's not even the bonus attacks he can get off, it's also all the negative status effects he can apply! In Perpetua, status effects are really powerful because of how they lower stats directly. Once you get over his quips and flirtations, you'll fall for his combat power. Plus he starts with a TON of extra asta. Starter Tip: Brontë isn't anywhere as tough as Antistrophe, BUT he does have a pair of cute bodyguards who can take hits for him. So he can be your defender in a pinch! Caoimhe Wake (she/her) [CWPC] Identity: Caoimhe Wake Theme: Doubt Origin: Billough, the Floating Isle Classes: Elementalist, Weaponmaster Stats: DEX 10, INS 8, MIG 6, WLP 8 Caoimhe (pronounced KEE-VAH, apparently) definitely feels like THE main character of the Eastern campaign. Not just because she's a badass Justiciar, but also because she's the classic Spellsword archetype that everyone loves. (I'm guilty too!) She's the party's main source of elemental damage, so definitely consider expanding her magical repertoire as you get her leveled up! Starter Tip: Ventus is an incredible spell, not least of all because it can hit flying targets and on a critical hit, ground them (allowing Caoimhe to follow up with melee attacks before they can get flying again!) Hosted by Austin Walker (austinwalker.bsky.social) Featuring Janine Hawkins (@bleatingheart), Sylvi Bullet (@sylvibullet), and Keith J Carberry (@keithjcarberry) Produced by Ali Acampora Music by Jack de Quidt (available on bandcamp) Cover Art by Ben McEntee (https://linktr.ee/benmce.art) With thanks to Amelia Renee, Arthur B., Aster Maragos, Bill Kaszubski, Cassie Jones, Clark, DB, Daniel Laloggia, Diana Crowley, Edwin Adelsberger, Emrys, Greg Cobb, Ian O'Dea, Ian Urbina, Irina A., Jack Shirai, Jake Strang, Katie Diekhaus, Ken George, Konisforce, Kristina Harris Esq, L Tantivy, Lawson Coleman, Mark Conner, Mike & Ruby, Muna A, Nat Knight, Olive Perry, Quinn Pollock, Robert Lasica, Shawn Drape, Shawn Hall, Summer Rose, TeganEden, Thomas Whitney, Voi, chocoube, deepFlaw, fen, & weakmint This episode was made with support from listeners like you! To support us, you can go to friendsatthetable.cash.
Tous les matins à 07H40, on joue ensemble au "Jeu Des 5 Mots".
In einem Pflegeheim in Marl haben die demenzkranken Bewohner das Sagen. Es gibt keine festen Essenszeiten, keinen durchgetakteten Alltag. Dahinter steht ein durchdachtes Konzept, das Demenzerkrankten Autonomie und Würde zurückgeben möchte. Philipp Lemmerich www.deutschlandfunkkultur.de, Die Reportage
Almanya'nın Marl kentinde 1980 yılında dünyaya gelen Serap Güler, uzun yıllar uyum alanında çalıştı, milletvekili seçildi, şimdi ise Almanya Dışişleri Bakanlığı bünyesinde Devlet Bakanı görevine getirildi. CDU'lu siyasetçi podcast COSMO TÜRKÇE'ye konuk oldu; siyasete nasıl atıldığını, Müslüman ve Türk kökenli olmasının onun kariyerine nasıl yansıdığını ve kültürel çeşitliliğin Alman toplumuna ne kattığını anlattı. Almanya'da bu yıl 27 Mayıs'ta kutlanan "Diversity Tag" vesilesiyle hazırladığımız bu özel yayında mikrofonda Ceyhun Kara, Serap Doğan ve Eren M. Gençer var. Von Ceyhun Kara und Eren M. Gencer.
durée : 02:59:53 - Les Nuits de France Culture - par : Philippe Garbit - En 1994, Marcel Bluwal se livre au micro de Marlène Bélilos dans "Le Bon plaisir". Ce grand nom de la télévision, du théâtre et du cinéma y raconte son parcours avec sincérité et passion. Témoignages, souvenirs composent le portrait sensible d'un homme qui a marqué la culture française. - réalisation : Virginie Mourthé - invités : Marcel Bluwal; Claude Rich Comédien; Michel Piccoli Acteur et réalisateur (1925-2020); François Cavanna Dessinateur et écrivain, fondateur de Charlie Hebdo; Jack Ralite Homme politique français (1928-2017); Jean-Claude Grumberg Dramaturge et scénariste français; Pierre Grimblat
De plus en plus d'artistes internationaux choisissent de chanter en français, une tendance mise en lumière dans ce podcast musical. Jay-Jay Johanson, chanteur suédois, propose ainsi un titre entièrement en français dans son nouvel album. Lors de l'Eurovision, plusieurs candidats non francophones, comme ceux des Pays-Bas ou d'Israël, ont eux aussi chanté dans la langue de Molière. Ce phénomène, bien que récent dans sa popularité, existe depuis longtemps : Marlène Dietrich, les Beatles, Elton John ou encore Sting s'y sont essayés. Des reprises de classiques français par des stars comme Shakira ou Grace Jones illustrent cette fascination. Chanter en français permet souvent de se démarquer dans un paysage musical dominé par l'anglais. Cela donne aussi une touche d'exotisme et ouvre les portes à un nouveau public. Certains y trouvent une richesse émotionnelle intraduisible dans leur propre langue. Cette pratique témoigne d'un véritable respect artistique pour la culture francophone. Plus qu'une mode, c'est un élargissement des horizons créatifs. Merci pour votre écoute N'hésistez pas à vous abonner également aux podcasts des séquences phares de Matin Première: L'Invité Politique : https://audmns.com/LNCogwPL'édito politique « Les Coulisses du Pouvoir » : https://audmns.com/vXWPcqxL'humour de Matin Première : https://audmns.com/tbdbwoQRetrouvez tous les contenus de la RTBF sur notre plateforme Auvio.be Retrouvez également notre offre info ci-dessous : Le Monde en Direct : https://audmns.com/TkxEWMELes Clés : https://audmns.com/DvbCVrHLe Tournant : https://audmns.com/moqIRoC5 Minutes pour Comprendre : https://audmns.com/dHiHssrEt si vous avez apprécié ce podcast, n'hésitez pas à nous donner des étoiles ou des commentaires, cela nous aide à le faire connaître plus largement. Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Chaque jour dans l'Heure des pros, Pascal Praud livre son édito sur l'actualité du moment. Aujourd'hui, il s'intéresse au cas de la maire Marlène Mourier qui risque d'être condamnée car elle refuse de marier un homme tunisien en situation irrégulière avec une femme française alors que celui-ci a assuré en novembre 2024 qu'il souhaitait cette union pour obtenir ses papiers. Vous voulez réagir ? Appelez-le 01.80.20.39.21 (numéro non surtaxé) ou rendez-vous sur les réseaux sociaux d'Europe 1 pour livrer votre opinion et débattre sur grandes thématiques développées dans l'émission du jour.Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Chaque jour, entre 9h et 9h30, retrouvez Pascal Praud dans L'Heure des Pros en direct sur CNews et Europe 1. Ce vendredi, il s'intéresse à la statue de Bernard Tapie qui sera dévoilée dans la soirée devant le Stade Vélodrome. Il revient ensuite sur le cas de la maire Marlène Mourier qui risque d'être condamnée car elle refuse de marier un homme tunisien en situation irrégulière avec une femme française alors que celui-ci a assuré en novembre 2024 qu'il souhaitait cette union pour obtenir ses papiers. Vous voulez réagir ? Appelez-le 01.80.20.39.21 (numéro non surtaxé) ou rendez-vous sur les réseaux sociaux d'Europe 1 pour livrer votre opinion et débattre sur grandes thématiques développées dans l'émission du jour.Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
durée : 01:08:30 - Les Nuits de France Culture - par : Philippe Garbit - Dans l'émission "L'échappée belle", Marlène Belilos propose un reportage intitulé : "Alexandrie : En route sur les traces de la nouvelle bibliothèque". - réalisation : Virginie Mourthé
P. Marlène Sanon La résurrection de Jésus-Christ est au cœur de l'Évangile. Elle accomplit les promesses de Dieu, démontre que la mort n'a pas pu retenir Jésus, et confirme la victoire du Christ sur le péché et sur le diable.
durée : 01:20:40 - Les Nuits de France Culture, archives d'exception - par : Albane Penaranda - En 1980, quelques mois après sa disparition Marlène Hospice et Bruno Sourcis consacrent une Nuit magnétique à Jean Rhys, auteure notamment de "Quartet", "Quai des grands Augustins" et de "La Prisonnière des Sargasses". - réalisation : Milena Aellig - invités : Viviane Forrester; Jean Rhys Écrivaine britannique
Marlène Dietrich, 33 ans, parfaite homonyme de la célèbre actrice, mais une vie loin d'un conte de fée. Enfance massacrée, violée à l'adolescence, sans repères, Marlène Dietrich va devenir une croqueuse d'hommes, jusqu'en mai 2015 où la police cannoise s'intéresse à la jeune femme car son dernier compagnon a mystérieusement disparu… Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Marlène Dietrich, 33 ans, parfaite homonyme de la célèbre actrice, mais une vie loin d'un conte de fée. Enfance massacrée, violée à l'adolescence, sans repères, Marlène Dietrich va devenir une croqueuse d'hommes, jusqu'en mai 2015 où la police cannoise s'intéresse à la jeune femme car son dernier compagnon a mystérieusement disparu… Distribué par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.
Ben Criddle talks BYU sports every weekday from 2 to 6 pm.Today's Co-Hosts: Ben Criddle (@criddlebenjamin)Subscribe to the Cougar Sports with Ben Criddle podcast:Apple Podcasts: https://itunes.apple.com/us/podcast/cougar-sports-with-ben-criddle/id99676