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Quando é que um político ou algum dos nossos banqueiros se indispõe de vez com a mentecapta ironia disto tudo e nos vem ler alguns dos poucos versos realmente espinhosos que Fernando Pessoa nos dirigiu? Quando é que um deles passa realmente ao ataque, e lança em tom ríspido aquele: "Estupores de tísicos, de neurasténicos, de linfáticos,/ Sem coragem para ser gente com violência e audácia,/ Com a alma como uma galinha presa por uma perna!" Mas quando é que, em vez desse ar compungido de quem vive os seus dias num perpétuo luto, e agora ergue a voz para fazer a evocação incandescente e delirada de um pobre autocarro, quando é que abandonamos esse "Portugal-centavos, resto de Monarquia a apodrecer República extrema-unção-enxovalho da Desgraça..."? E quando é que se tem direito a uma exaltante "Cena do Ódio" e que não seja apenas um esbaforido desabafo, mas uma incitação contra essa caricatura a todos os títulos porca que pretendem fazer passar de todos nós, falando-se na passividade lusa, no gosto malsão da ordem? Quando é que alguém relembra que a haver uma réstia de patriotismo todo ele residirá no combate a essa ordem panúrgica, para que não sejamos continuamente destinados à impotência e às representações falsas que circulam em nosso nome? Talvez, como aventou Eduardo Lourenço, a nossa crise provenha de uma má leitura de nós mesmos e acaso de um excesso de complacência para com tudo quanto é dos outros. Mas pode bem servir-nos de disfarce essa brandura toda enquanto se engatilha algum tipo de metamorfose diabólica. Pois a alternativa tem sido esta coisa que temos vivido, e então mais vale que cada um tenha numa cábula aqueles versos do Almada: "Futrica-te espantalho engalanado,/ apeia-te das patas de barro,/ larga a espada de matar/ e põe o penacho no rabo!/ Ralha-te mercenário, asceta da Crueldade!/ Espuma-te no chumbo da tua Valentia!/ Agoniza-te Rilhafoles armado!/ Desuniversidatiza-te da doutourança chacina,/ da ciência da matança! (...) Despe-te da farda,/ desenfia-te da Impostura, e põe-te nu, ao léu/ que ficas desempregado!/ Acouraça-te de senso,/ vomita de vez o morticínio,/ enche o pote de raciocínio,/ aprende a ler corações,/ que há muito mais que fazer/ do que fazer revoluções! (...) Põe de parte a guilhotina,/ dá férias ao garrote!/ Não dês língua aos teus canhões,/ nem ecos às pistolas,/ nem vozes às espingardas!/ – São coisas fora de moda!/ Põe-te a fazer uma bomba/ que seja uma bomba tamanha/ que tenha dez raios de Terra./ Põe-lhe dentro a Europa inteira,/ os dois pólos e as Américas,/ a Palestina, a Grécia, o mapa/ e, por favor, Portugal!/ Acaba de vez com este planeta,/ faze-te Deus do Mundo em dar-lhe fim!/ (Há tanta coisa que fazer, Meu Deus!/ e esta gente distraída em guerras!)" Estamos todos gastos pelo uso que nos damos, e, ainda pior, imensamente desmoralizados pelas coisas que nos saem da boca, pelos lugares onde damos por nós, pela companhia, desde logo a desses a quem, na falta de outra gente, chamamos convivas, parceiros, amigos, toda a espécie de canalhas cuja obra são as suas infindáveis justificações. Doentes daquilo que somos, vivemos com o pavor de qualquer outra coisa. Por estes dias, como sempre que ocorre algum acidente que sobressalta as nossas consciências imersas em fantasias cada vez mais vulgares, cada um mente a si mesmo sobre a sua estranheza em relação àquilo de que agora se indigna, procurando desde logo esquivar qualquer responsabilidade quanto ao desenrolar das coisas, que apenas se resolve quando tudo se esquece e se passa à coisa seguinte. "Se já vimos multidões coléricas fazer revoluções, nunca vimos massas indignadas fazer outra coisa que não protestar de forma impotente", como nota o Comité Invisível. E ainda que o reconheçamos, é esta a prescrição que circula e que é acatada quase sem excepções. E depois?... (Mas antes ainda é preciso olhar em volta e confirmar se há ainda alguém que faça essa pergunta.) Bem, depois a burguesia vinga-se ao passo que a pequena-burguesia, já enfadada com a sua indignação, retoma a sua farsa, dormindo para o mesmo lado que até ali. Tudo isto ainda é uma forma de consumo, de segurarmos o único horizonte que acicata e satisfaz os nossos apetites, mesmo que em troca de nos tornar prescindíveis, descartáveis, imemoráveis. Neste episódio, reunimo-nos uma vez mais nessa cripta escavada à unha pelo mais graduado dos nossos almirantes que vivem numa bulha constante com as tempestades em mar alto. Regressámos à Poesia Incompleta pedindo o balanço e os enjoos das sucessivas tripulações que se revezam entre turnos a horas absurdas e que caberiam bem entre estes versos de José Emilio Pacheco, que servem ao mesmo tempo para ilustrar a natureza deste navio que atraca na Lapa como a rir-se da envolvência: "O nosso barco encalhou tantas vezes/ que já não tememos ir ao fundo./ É-nos indiferente a palavra catástrofe./ Rimos de quem pressagia males maiores./ Navegantes fantasmas, prosseguimos/ rumo ao porto espectral que retrocede./ O ponto de partida já se esfumou./ Sabemos há muito que não há regresso.// E se ancorarmos no meio do nada/ seremos devorados pelo sargaço. / O único destino é continuarmos a navegar/ em paz e em calma rumo ao próximo naufrágio."
A polícia do Rio de Janeiro prendeu ao menos três pessoas numa operação no Complexo da Maré. Entre os detidos, está um homem apontado como o chefe de uma facção criminosa com atuação em Minas Gerais. Eduardo Lourenço Marques foi preso junto com a mulher, que também estava sendo procurada. Veja também nesta edição do JR 24 Horas: Avião aciona paraquedas de emergência depois de sofrer uma pane durante o voo nos EUA.
Em março de 2007, assinalando a passagem de 30 anos sobre a morte de Ruben A., realizou-se um Colóquio consagrado à obra do Autor de “O Mundo à Minha Procura”. Este colóquio teve o patrocínio do Centro Nacional de Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, e foi acolhido por esta última instituição. Publicamos o depoimento de Eduardo Lourenço.
O livro "Luz de Abril Portugal 1974" foi apresentado esta quarta-feira, 15 de Novembro, na livraria Tschann, em Paris. "Compreender os cravos de Abril sem a dimensão dos sonhos é impossível", defende o historiador francês, Yves Léonard. Publicado pela editora Chandeigne, o livro "Luz de Abril Portugal 1974" é o resultado de vários encontros; entre o fotógrafo brasileiro Alécio de Andrade e a Revolução dos Cravos em Portugal, mas também entre o trabalho de Alécio de Andrade e o historiador francês, Yves Léonard.Encontros que acontecem também entre o historiador e a esposa do fotógrafo, Patrícia Newcomer, um encontro "agradável com as fotografias de Alécio de Andrade", que faleceu em 2003, por isso é "um encontro post mortem".Mais do que retratar a revolução dos cravos, "Luz de Abril" recolhe 54 fotografias dos rostos de 1974 em Portugal. "Fazer uma selecção de fotografias é sempre difícil, mas por outro lado foi fácil porque fomos três a fazer esta selecção", conta. Ao longo de um ano, Patrícia Newcomer, Ana Lima e Yves Léonard revisitaram o trabalho do fotógrafo brasileiro.Alécio de Andrade é conhecido por ser o mestre do preto e branco ou mestre do instante. O fotógrafo tem 36 anos quando acompanha a transição revolucionária. "É importante lembrar que é uma selecção com figuras muito importantes, homens políticos, mas também com figuras do dia-a-dia. O talento de Alécio de Andrade é imortalizar o instante imediato. A vida do dia-a-dia dos portugueses era muito dura, com pessoas sem dinheiro e com vidas humildes", descreve Yves Léonard.Eduardo Lourenço descreve uma revolução como "algo em que não se sabe bem para onde se vai, mas vamos levados por sonhos mais fortes do que nós". O fotógrafo Alécio de Andrade conseguiu mostrar que o povo português é diverso, lembra Yves Léonard, acrescentando que a ideia do sonho é um ponto muito importante, "compreender os cravos de Abril sem a dimensão dos sonhos é impossível". O historiador lembra, ainda, que a "poesia também foi muito importante, como a dimensão cultural e política, mas que a revolução foi pacífica; usaram-se cravos, vermelho, cantos e murais". Em todas as revoluções houve desilusões, lembra o historiador francês, sublinhando que em todos os processos revolucionários houve "grandes ideias e esperanças com resultados que não correspondiam exactamente ao projecto inicial". "A revolução dos cravos é muito bela. O dia 25 de Abril também, o processo é muito interessante porque trouxe esperança no domínio social, cultural, intelectual e foi um modelo na Europa do fim do século XX. Entre o Chile de 1973 e outras transições como a espanhola ou grega. Hoje, resta-nos uma certa ideia da política porque tudo é possível com vontade e com visão. O 25 de Abril é uma grande lição da vontade política e da determinação da vontade de mudança de sistema", concluiu.
Com o transplante da existência para os domínios virtuais, o mais difícil é fazê-los acreditar na realidade. Vivem asfixiados em poços cegos, consumidores de juízos alheios, imersos num zumbido que se torna o predador engendrado pela espécie contra si mesma. São essas ficções infindáveis nas quais em vão procuramos qualquer coisa real para dar ao dente. Apetece citar Ernesto Sabato no seu Relatório Sobre Cegos: “Sempre me fez rir a falta de imaginação desses senhores que julgam que para descobrir uma qualquer verdade é necessário dar aos factos ‘as devidas proporções'. Esses anões imaginam (também eles têm imaginação, claro, mas uma imaginação anã) que a realidade não ultrapassa a sua própria altura, nem é mais complexa que o cérebro de uma mosca. Esses indivíduos que a si mesmos se classificam de ‘realistas', porque não são capazes de ver para lá dos seus próprios narizes, confundindo a Realidade com um Círculo-de-Dois-Metros-de-Diâmetro com centro na sua modesta cabeça. (...) Como se alguma vez na história da humanidade tivesse acontecido algo de importante que não tivesse sido um exagero, do Império Romano a Dostoievski.” E, contudo, vez por outra surgem-nos relatos que mergulham a fundo nestas águas, como acontece no trabalho de José Miguel Gervásio, pintor e escritor, alguém que suporta em si mesmo essa complexa dualidade de um criador e um destrutor, um fantasista e um céptico, um lírico e um cínico. O seu livro mais recente, “Não são para valsas todas as noites”, larga-nos no meio de uma cavalgada furiosa de episódios, uma feira, um tropel de gente, uma festa popular de malucos e malucas, tudo chalado, uma alegria enorme e quase insensata, tudo tão perto de nós e tão naturalmente reproduzido na escrita. Para sermos mais justos na apreciação daquela novela teríamos de falar numa poesia do quotidiano feérico nessas províncias que se permitem um sobre-realismo em que todas as 'imagens' dos outros se volvem mitos caseiros de prodigiosa dinâmica pícara. Eduardo Lourenço escrevia a propósito de um outro livro algo que merece ser reaproveitado para este, de forma a colmatar o vazio crítico de que se viu cercado depois de ter saído dos prelos. "É possível que esta obra tão vertiginosa e desconchavada não tenha mais futuro literário que um passado ainda não inteiramente digerido pela ficção nacional sempre acolhedora para as audácias falsas ou verdadeiras da estranja, mas pouco sensível para a dos inconformistas nacionais. De qualquer modo, o exemplo da sua provocação intrínseca e não meramente decorativa, como imaginariam os críticos, e isto paralelo ao da inspiração desbragada, de tradição caseira, do mais marginal dos nossos autores, Luiz Pacheco, constitui uma referência viva contra toda a possível domesticação do imaginário lusíada”. Se acham que exageramos, fica o desafio: vão ler, façam a prova dos nove, e logo falamos.
No âmbito da celebração dos 30 anos do 25 de Abril de 1974, o CNC assinalou a importância da revista Raiz & Utopia como momento fundamental de reflexão e debate na fase de estabilização da democracia portuguesa. Publicamos agora o depoimento de Eduardo Lourenço, na semana do centenário do seu nascimento.
Todos os dias são bons para voltar a um grande pensador de Portugal. Um Dia no Mundo, com Francisco Sena Santos
Em outubro de 2008, o CNC organizou o Congresso Internacional Eduardo Lourenço - 85 anos, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. No dia do seu centenário, publicamos no nosso canal a intervenção de António Lobo Antunes.
No Ensaio Geral desta semana temos duas propostas. Em Bragança estreia "O Misantropo", que Hugo Van der Ding e Martim Sousa Tavares escreveram a partir de Molière, e “Foi Assim”, a peça que o ator José Raposo – cara bem conhecida da televisão – representa nos Teatro da Politécnica em Lisboa. Revelamos os segredos de um tesouro português que vai viajar até ao futuro Museu da Terra Santa, visitamos uma exposição na Universidade Católica e conhecemos o programa das celebrações do centenário de Eduardo Lourenço, na voz de Guilherme d'Oliveira Martins.
No âmbito da celebração dos 30 anos do 25 de Abril de 1974, o CNC assinalou a importância da revista Raiz & Utopia - de que Helena Vaz da Silva assegurou a direção a partir do nº 5 até ao fim - como momento fundamental de reflexão e debate na fase de estabilização da democracia portuguesa. No colóquio decorrido na Fundação Calouste Gulbenkian em 16 de dezembro de 2004, que antecedeu a publicação da Antologia da revista, participaram personalidades como Carlos Medeiros, Alberto Vaz da Silva, Guy Coq, Guilherme d'Oliveira Martins, João Fatela, Teresa Ambrósio, Maria Belo, Eduardo Lourenço, entre outros. Publicamos agora o depoimento de Regina Louro.
No âmbito da celebração dos 30 anos do 25 de Abril de 1974, o CNC assinalou a importância da revista Raiz & Utopia - de que Helena Vaz da Silva assegurou a direção a partir do nº 5 até ao fim - como momento fundamental de reflexão e debate na fase de estabilização da democracia portuguesa. No colóquio decorrido na Fundação Calouste Gulbenkian em 16 de dezembro de 2004, que antecedeu a publicação da Antologia da revista, participaram personalidades como Carlos Medeiros, Alberto Vaz da Silva, Guy Coq, Guilherme d'Oliveira Martins, João Fatela, Teresa Ambrósio, Maria Belo, Eduardo Lourenço, entre outros. Publicamos agora o depoimento de Gonçalo Ribeiro Telles.
Em outubro de 2008, o CNC organizou o Congresso Internacional Eduardo Lourenço - 85 anos, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Publicamos neste nosso canal a intervenção de Helder Macedo na sessão de encerramento do Congresso.
Em 2003, assinalando os 40 anos da revista O Tempo e o Modo, o CNC organizou o colóquio ““O Tempo e o Modo: ao encontro da Liberdade” com a participação de vários responsáveis deste importante projeto editorial dos anos 60 em Portugal. Publicamos agora o testemunho de Eduardo Lourenço.
Em outubro de 2008, o CNC organizou o Congresso Internacional Eduardo Lourenço - 85 anos, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian. Publicamos neste nosso canal a intervenção de Guilherme d'Oliveira Martins sobre o tema: “Eduardo Lourenço, herdeiro da geração de 70 e da primeira Seara Nova”.
Assinalando a data em que José Saramago nos deixou, em 2010, publicamos no nosso canal a sua intervenção no Congresso Internacional Eduardo Lourenço - 85 anos, organizado pelo CNC com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, em Outubro de 2008.
Algumas curiosidades… referentes a este dia… a rubrica “Ligados à Poesia” da autoria de Antero Jerónimo … um artigo sobre Eduardo Lourenço e no final a habitual sugestão de leitura da semana
David Santos, que melhor conhecemos como Noiserv, é o primeiro convidado de 2021 do Posto Emissor, o podcast semanal da BLITZ. Poucos meses depois de editar o álbum "Uma Palavra Começada por N" e no momento em que imortaliza o regresso aos palcos em "Ao Vivo na Cassete", o músico fala-nos de debates presidenciais, do que aprendeu com o filósofo Eduardo Lourenço, daquilo que mais o irrita e ainda tem tempo para nos ler um poema de Manel Cruz. Em destaque neste episódio estão também o encerramento das salas de espetáculos e os álbuns que mais queremos ouvir em 2021
A pandemia de Covid-19 dominou o ano que fica para trás, mas as violências policiais, o racismo, os ataques à liberdade de expressão, o afastamento de Donald Trump da Casa Branca e a consumação do divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia foram alguns dos outros temas que marcaram 2020. A activista e professora de Filosofia Luísa Semedo fala em “ano de loucura” que foi “um teste à sociedade”. A pandemia de Covid-19 foi, sem dúvida, o tema incontornável que impôs a todos, e em todo o mundo, um novo glossário quotidiano: coronavírus, pandemia, confinamento, isolamento, recolher obrigatório, distanciamento social, máscaras, gel hidroalcoólico, crise sanitária, crise económica e crise social foram algumas das palavras que passaram a fazer parte do nosso dia-a-dia. A pandemia fez mais de um milhão e setecentas mil vítimas mortais no planeta, foram registados acima de 80 milhões de casos e começou a primeira fase de vacinação. Algo que fez de 2020 um “ano de loucura” e “um teste à sociedade”, na análise de Luísa Semedo, professora de Filosofia e activista luso-cabo-verdiana a residir em França. “Foi um ano de loucura. Foi um ano completamente inédito. É verdade que já havia algumas previsões de que poderia haver, a dado momento, uma pandemia com vírus etc, mas as previsões são uma coisa e acontecer foi, de facto, inacreditável”, começa por resumir. “Foi também um teste à sociedade que somos, podemos ver a nível internacional tudo o que são questões de cooperação, por exemplo, mas também podemos ver os limites com as fronteiras a fechar, com algum egoísmo em relação à questão das vacinas e também podemos ver quais as funções que eram indispensáveis numa sociedade, ou seja, aquelas pessoas que tiveram de continuar a trabalhar – os enfermeiros, as pessoas dos supermercados, etc, etc.” A crise sanitária provocou uma crise económica devido aos confinamentos mundiais que travaram, sobretudo, o sector do turismo, da restauração e da cultura. Luísa Semedo sublinha que a luta continua em França porque “ainda está tudo fechado a nível da cultura”, algo que se explica não apenas pelas “exigências sanitárias”, mas também pela “vontade política”. “Nem todos os países fecharam a parte cultural. Em França foi visto, de alguma forma, como chocante esta ideia de que alguns domínios eram essenciais, como o tabaco ou a religião e que a cultura não era. Sim, isso causou muita perplexidade num país que se diz um país de cultura”, continuou a professora de Filosofia. Ainda em França, o ano ficou marcado por imagens de violências policiais, nomeadamente contra um produtor de música negro, e pelo polémico artigo 24 do projecto de lei para a segurança global. As violências policiais ecoaram com a morte de George Floyd nos Estados Unidos, em Maio, e que foi seguida por mega protestos e motins. Em Portugal, o actor luso-guineense Bruno Candé também morreu vítima de racismo. Uma realidade ainda muito presente em 2020. “É uma realidade crua e dura, não nasceu ontem, já vem de há muito tempo, mas agora é filmado e é partilhado pelo mundo inteiro e portanto tem outro impacto. Há também o facto de haver agora uma nova geração mais preparada para não estar só na sobrevivência e poder falar sobre estas questões do racismo”, explica a activista. Quanto à polémica lei para a segurança global que levou milhares de manifestantes para as ruas francesas, Luísa Semedo sublinha que “o governo em vez de tentar que as pessoas que são vítimas de violência sejam protegidas, está a tentar fazer leis para se proteger a ele próprio e às suas forças de segurança”. Ainda em França, houve novos atentados para nos lembrar que a ameaça terrorista não desapareceu. Houve um ataque contra o professor Samuel Paty que mostrou caricaturas do Charlie Hebdo e um novo ataque contra o semanário satírico. Luísa Semedi lembra que o Presidente francês defendeu a liberdade de expressão quando Samuel Paty foi decapitado, mas que está agora a ameaçar essa mesma liberdade com o projecto de lei para a segurança global. O ano fica, ainda, marcado pelo afastamento de Donald Trump da presidência norte-americana, pela vitória do democrata Joe Biden e pela chegada, pela primeira vez, de uma mulher, Kamala Harris, à vice-presidência dos Estados Unidos. No entanto, as perspectivas não são as melhores. “A desinformação está a ser cada vez mais forte nos Estados Unidos e é partilhada pelo ainda Presidente dos Estados Unidos. A desinformação em geral leva a que muitos dos seus apoiantes radicalizem o seu pensamento e os seus actos, a lançarem-se nos braços da internet da desinformação, da manipulação, da extrema-direita, etc. Eu estou muito preocupada com isso. Vai ter de haver um trabalho muito importante da administração Biden para poder tratar desta questão que está a sair fora do controlo completo na América mas também no mundo.” Depois do Brexit a 31 de Janeiro de 2020, o ano ficou também marcado como o período de transição para as negociações sobre a futura relação entre o Reino Unido e a União Europeia, negociações tiradas a ferros. “Em geral, é um problema para a União Europeia apesar de tudo. Há aqui este acordo, mas tem que haver uma reflexão mais profunda para que não volte a acontecer, para que não haja a derrocada da União Europeia e que outros países possam ir pelo mesmo caminho.” O ano foi marcado por perdas de personalidades de vulto, a começar pelo filósofo e ensaísta português Eduardo Lourenço, mas também pela cientista e imunologista Maria de Sousa, o escritor chileno Luís Sepúlveda, o músico camaronês Manu Dibango, o “pai” do Asterix Albert Uderzo, o “pai” da Mafalda - Quino, a escritora portuguesa Maria Velho da Costa, o compositor italiano Ennio Morricone, os cantores franceses Juliette Gréco e Christophe, os actores franceses Michel Piccoli e Michael Lonsdale, o actor britânico Sean Connery, o artista Christo, o estilista japonês Kenzo Takada, o futebolista Diego Maradona, o antigo presidente francês Valéry Giscard d’Estaing, entre muitos outros. Uma das perdas mais marcante é a de Eduardo Lourenço porque simboliza “uma época e uma geração que está a desaparecer e que não pode ser substituída”. “É uma geração que tinha uma relação diferente com o tempo - com o tempo do conhecimento porque o conhecimento leva tempo e não é esta instantaneidade de reacção nas redes sociais. Era uma outra profundidade de pensamento - independentemente de eu estar ou não de acordo com ele - mas era admirativa e continuo a ser admirativa do seu método. É um método que eu gosto, que é o método da Filosofia, que é um método de tempo, de tentar aprofundar as ideias. Também muito interessante era a circulação das ideias. O pensamento de Eduardo Lourenço era lido noutros países, apesar de ele se preocupar com questões da Portugalidade, as suas ideias circulavam pelo mundo, eram muito conhecidas também em França e isso é algo que é muito interessante. Nós estamos a viver com as novas direitas radicais ou extremistas, estamos a viver um momento de anti-intelectualismo que é muito perigoso e, portanto, para mim Eduardo Lourenço era tudo menos isto. Ele era o anti-‘anti-intelectualismo’. É uma perda grande para todos nós”, conclui Luísa Semedo.
Hoy todos enmascaramos la mitad de nuestro rostro: a veces somos actores sobreactuados que enfatizan gestos para ser comprendidos, pero otras aprovechamos para fingir. Luis Quevedo reflexiona en ‘La Biblioteca de la Memoria' sobre el subtexto de las máscaras, el mal visto arte del fingir, con el actor, director, novelista y dramaturgo Fernando Fernán Gómez, el ensayista y filósofo Eduardo Lourenço (experto en Fernando Pessoa, uno de los genios del enmascaramiento) y la socióloga Amparo Lasén. Fernando Fernán Gómez: El actor y los demás (21/12/1985) Amparo Lasén: Intimidad y extimidad (20/1/2020) Eduardo Lourenço: Kierkegaard y Pessoa o las máscaras y el absoluto (11/06/1981)
"Agora é como se o mundo mudasse mais rapidamente que os homens", disse Eduardo Lourenço. O programa desta semana fala de mudança e olha para os grandes desafios do futuro. 'Original é a Cultura' é um programa semanal da SIC em parceria com a Sociedade Portuguesa de Autores, que junta o físico e professor universitário Carlos Fiolhais, a escritora Dulce Maria Cardoso e o musicólogo e também professor universitário Rui Vieira Nery. Cristina Ovídio moderou a conversa que foi emitida na SIC a 11 de dezembro
Antes da ordem do dia: A morte de Eduardo Lourenço
«Les vaccins ne signifient pas zéro Covid», prévient ce soir l'OMS sachant que le coronavirus a contaminé plus de 65 millions de personnes, et en a tué plus de 1 million et demi. La pandémie recommence à accélérer dans le monde, alors que les projets de vaccination massive se précisent dans plusieurs pays. Beaucoup de questions se posent sur la manière dont cette campagne de vaccination doit être menée. Avec Raphaël Moran de la rédaction en espagnol Le Thu Hang pour la rédaction en vietnamien Lígia Anjos de la rédaction portugaise. Autres sujets : Cuba : manifestation inédite d'artistes pour plus de liberté d'expression Vietnam : la future diplomatie américaine à l'endroit du Vietnam Portugal : jour de deuil national en hommage au philosophe et essayiste portugais Eduardo Lourenço, décédé à l’âge de 97 ans à Lisbonne.
Na semana em que Eduardo Lourenço nos deixou, publicamos no nosso canal de podcast a sua intervenção no colóquio organizado pelo CNC com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian em Outubro de 2008 para a assinalar o seu 85º aniversário.
Portugal decretou esta quarta-feira dia de luto nacional pela perda de um dos maiores filósofos portugueses. As cerimónias fúnebres decorreram ao longo do dia no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa. Eduardo Lourenço, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta, interventor cívico e um dos maiores pensadores portugueses, morreu, esta terça-feira, em Lisboa, aos 97 anos. Figuras da Política às Artes prestaram a sentida homenagem ao professor. Em Abril de 2014, Eduardo Lourenço foi homenageado pela sua obra na delegação da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris. Esta quarta-feira voltamos a ouvir a entrevista que nos deu na altura.
O PÚBLICO recupera uma entrevista ao autor feita pelo jornalista Luís Miguel Queirós em 2007, pouco tempo antes de Eduardo Lourenço fazer 84 anos. Uma conversa longa onde o ensaísta reflectiu sobre a infância em S. Pedro de Rio Seco, os tempos em Coimbra, a geração do neo-realismo, os anos em França, a ligação ao catolicismo, o impacto de Eça de Queiroz ou, claro, Fernando Pessoa.
Em Portugal ainda não há plano mas muitos países já têm a logística e grupos prioritários definidos. E também se recorda Eduardo Lourenço. See omnystudio.com/listener for privacy information.
He was a philosopher, essayist, teacher and, above all, an indispensable thinker, he managed to capture, in a unique way, the luminous and dark side of Portuguese culture over more than 70 years - Ele tratava de refletir sobre a matriz identitária da União Europeia e se vai em meio às negociações do Brexit, que chegam ao último mês
Eduardo Lourenço, o maior ensaísta português do século XX0b1588
O filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido o ano passado com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa revela ainda um encantamento com Catarina Martins e Mariana Mortágua, “pequenos Fidel Castros”. No dia em que se soube da sua morte, o Expresso republica esta conversa íntima para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
Eduardo Lourenço deixou-nos esta terça-feira, 1° de Dezembro, aos 97 anos. Foi um dos mais proeminentes pensadores portugueses e deixa-nos de herança uma obra imensa. Professor, filósofo, ensaísta, crítico literário e também um grande leitor, Eduardo Lourenço nasceu em São Pedro do Rio Seco, em 1923, tendo crescido em Lisboa. Estudou em Coimbra nos anos 40 e leccionou em universidades francesas, onde viveu as grandes discussões ideológicas do pós-guerra e assistiu ao Maio de 68. Eduardo Lourenço navegou entre as fronteiras sem nunca procurar refúgio nas águas seguras. Dizia muitas vezes que "mais importante que o destino é a viagem", como lembra a editora e amiga, Luísa Braz de Oliveira. Foi administrador na Fundação Calouste Gulbenkian entre 2002-2012. "Era uma pessoa que conversar e não discursar resume a natureza generosa", lembra o director da delegação francesa da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris, Miguel Magalhães. Portugal decretou para esta quarta-feira dia de luto nacional, em homenagem ao filósofo e pensador imprescindível. Eduardo Lourenço sempre atento, disponível, inquieto e presente, deixou-nos esta terça feira aos 97 anos.
No episódio de hoje, em homenagem ao 31 de outubro, teremos um programa especial ouvindo causos de saci enviados pelos nossos leitores e ouvintes. Temos sacis roubam batatas, bagunçam salas de aula, inspiram canções, perseguem quem assovia fora de hora e muito mais! Venha se encantar conosco. Histórias de Miguel Soares de Faria, Iara Xavier, Giulia Drummond, Eduardo Lourenço, Leo Lanna, Luciana do Roccio Mallon, Bruno Borges Vieira, Guilherme, Margareth de Assis Marinho, Caio Gregory. Compre meu livro O Colecionador de Sacis e outros contos folclóricos Fale conosco pelo e-mail colecionadordesacis@gmail.com . Mande seu causo em áudio para 51 98107-8785. Acesse o Consultoria Folclórica para saber mais sobre meus cursos, palestras e mentorias. Apresentação: Andriolli Costa Edição: Andriolli Costa Vinheta de Abertura: Danilo Vieira Battistini, do podcast O Contador de Histórias. Logo do podcast: Mauro Adriano Muller – Portfólio. Na trilha desse episódio você escuta Fortuna com 10 Sacizinhos, musicando livro de Tatiana Belinky. Siga nossas redes sociais: Andriolli Costa: Facebook / Twitter / Instagram Poranduba agora faz parte da rede Audiocosmo de Podcasts, do grupo Homo Literatus! Confira os outros programas da rede. ESTE PODCAST É PRODUZIDO GRAÇAS AOS APOIADORES DO PADRIM E DO PicPAy. APOIE VOCÊ TAMBÉM! Não deixe de conferir a campanha nova em catarse.me/saci. Agradecemos aos apoiadores: Ágatha Urzedo, Alex Mir, Ana Lucia ,Merege, Anderson Arndt, Bruno Janoski, Bruno Moraes, Caio Geraldini, César Silva, Daiane Angoline, Daniel Burle, Daniel Medina, Demian Walendorff, Douglas Rainho, Euclides Vega, Erick Silva, Fernando Jackson, Fernnando Sussmann, Gabriel Quartin, Geoci Silva, Guilherme Kruger, Guilherme Passos, Gustavo Wendorf, Hosaná Dantas, Ian Fraser, Júlio Vieira, Karla Godoy, Klelson Kosta, Leandro Araújo, Lentes Cor de Rosa, Luiz Telles, Maico Wolfart, Mayara Lista, Maurício Filho, Maurício Xavier, Marcos Nogas, Matheus Abreu, Maycon Torres, Mickael Menegheti, Nilda Alcarinque, Pablo Melo, Pedro Scheffer, Rafael Glória, Rafael Joca Cardoso, Ricardo Santos, Rodrigo Cunha, Thomas Missfeldt, Tiago Chiavegatti, Vinicius Milhomem, Victor Nogueira, Vitorya Silveira, Waldeir Brito, Zé Wellington.
O Prémio Europeu Helena Vaz da Silva para a Divulgação do Património Cultural foi criado pelo Centro Nacional de Cultura (CNC) e pela organização não-governamental Europa Nostra em parceria com o Clube Português de Imprensa (CPI) e visa distinguir um cidadão europeu que, ao longo da sua carreira, se tenha distinguido pela divulgação, defesa e promoção do Património Cultural Europeu. Esta iniciativa conta com o apoio do Ministério da Cultura, Turismo de Portugal e da Fundação Calouste Gulbenkian, onde, desde a sua primeira edição, em 2013, se realizam as cerimónias de atribuição. Publicamos os discursos proferidos pelos dois premiados da edição de 2016: Eduardo Lourenço, ensaísta e filósofo português, e Jean Plantureux, conhecido como Plantu (discurso em francês), famoso cartoonista do jornal francês “Le Monde”, numa cerimónia onde o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa destacou o “génio dos premiados” que “tal como Helena Vaz da Silva, nos fazem olhar com esperança para o futuro e provam que vale a pena lutarmos pela cultura e pela Europa”. Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda nesta sessão o facto dos premiados estarem “unidos por uma visão crítica, mas nunca negativa da Europa” e serem “acérrimos defensores da tolerância, da riqueza cultural e da abertura civilizacional”. Entre as várias personalidades presentes na cerimónia esteve António Guterres, então recém-eleito Secretário-Geral das Nações Unidas.
Há mais culturas entre franceses e alemães do que pode crer nossa tradição intelectual. Neste espírito de difusão de novos autores, pensamentos e culturais intelectuais, começamos nossa introdução ao debate de ideias em Portugal, com nossas atividades em podcasts/vídeos do Vila Morena: o debate de ideias em Portugal, no República de Ideias. Ela consistirá em exposições e debates com Marcos Lacerda, autor do livro Sociedade das tecnociências de mercadorias: introdução à obra de Hermínio Martins, e convidados. O objetivo é ambientar o ouvinte com o debate de ideias em Portugal, trazendo temas como: o colonialismo português e europeu; a relação entre Portugal e o Ocidente europeu; o mundo luso-brasileiro e ibérico; a trama complexa que envolve figuras de porte na vida cultural portuguesa como Eduardo Lourenço, António Sérgio, Agostinho da Silva e o próprio Hermínio Martins. Neste segundo episódio, nós apresentamos a fortuna crítica da obra de Hermínio Martins, falando sobre o percurso de sistematização de seus trabalhos e de recepção na Inglaterra, em Portugal e no Brasil; e terminamos nossa conversa com o Fado loucura, cantado por Ana Moura. No nosso próximo episódio, nós iremos apresentar a juventude de Hermínio em Moçambique e seu contato com uma importante geração de intelectuais portugueses com suas conexões com o Brasil. Além do podcast, trazemos também um pequeno vídeo, o segundo feito generosamente pelo próprio Marcos Lacerda, que apresenta didaticamente a fortuna crítica de Martins.
Nosso bate-papo de hoje é sobre a Reforma Tributária. O ministro da Economia, Paulo Guedes, entregou o projeto do governo ao Congresso e agora é hora de analisar todos os textos que estão em debate. Qual será impacto para o agronegócio? Na edição de hoje o advogado tributarista e consultor do Instituto Pensar Agro, Eduardo Lourenço responde pra gente. Este episódio foi gravado no dia 21 de julho de 2020 em uma live transmitida via Instagram. Compartilhe o conteúdo pelas redes sociais e para outras atualizações siga @kellen.severo.
Há mais culturas entre franceses e alemães do que pode crer nossa tradição intelectual. Neste espírito de difusão de novos autores, pensamentos e culturais intelectuais, começamos nossa introdução ao debate de ideias em Portugal, com nossas atividades em podcasts/vídeos do Vila Morena: o debate de ideias em Portugal, no República de Ideias. (https://ateliedehumanidades.com/2020/07/10/republica-de-ideias-vila-morena-o-debate-de-ideias-em-portugal/). Ela consistirá em exposições e debates com Marcos Lacerda, autor do livro Sociedade das tecnociências de mercadorias: introdução à obra de Hermínio Martins, e convidados. O objetivo é ambientar o ouvinte com o debate de ideias em Portugal, trazendo temas como: o colonialismo português e europeu; a relação entre Portugal e o Ocidente europeu; o mundo luso-brasileiro e ibérico; a trama complexa que envolve figuras de porte na vida cultural portuguesa como Eduardo Lourenço, António Sérgio, Agostinho da Silva e o próprio Hermínio Martins. Neste primeiro episódio damos algumas pitadas da obra do sociólogo e filósofo português Hermínio Martins, falando quem ele é e quais são as facetas de sua obra: a filosofia da ciências, a sociologia de Portugal e a filosofia e sociologia das tecnociências. Além da pitada de entrada, terminamos, como sempre ocorrerá, com um tempero musical, Lisboa que amanhece, que nos traz para um universo musical e cultural de nosso debate de ideias. Além do podcast, trazemos também um pequeno vídeo que apresenta Hermínio Martins, feito generosamente pelo próprio autor, Marcos Lacerda (https://www.youtube.com/watch?v=2sW4QoacWsU)
Como mudar de carreira? Como mudar profissão? Qual caminho seguir? Entenda na prática como funciona a mente, na hora da mudança. Conecte o Eduardo: https://www.instagram.com/p/B82MGijHgfQ/ Me ache aqui: https://www.instagram.com/cientistadomundo/ APOIADORES OFICIAIS Espaço Homem Barber Shop Luciana Nunes Zuleide Ghisi Sampaio Daniel Farias Elisson Costa Flor Maxwell Piérrê Martins de Ávila Tarles Rosso FABIO ALVES ROSA Patrícia Ghisi Sampaio Leandro Renato Carvalho (Corretor Renato) Joao Carlos de souza neto rezende Marcus w cardoso (Kbça) Miriani Mota Zeferino Maria Júlia Alberton Karina dos anjos Pereira de Souza Bruno Willian Cardoso Ricardo Oliveira (tchê) Helian Bittencourte Caio Henrique Ighor Chuvarada Leonardo Martinello https://www.cientistadomundo.com/apoiador-oficial
Neste episódio, recebemos a Prof. Carmen Tindó, professora titular de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa da UFRJ, para conversar sobre a produção literária dos países lusófonos africanos. A professora falou de aproximações e oposições entre esses países e o Brasil, no âmbito da cultura e da literatura; destacou a necessidade de se pensar a pluralidade linguística e cultural do continente africano e fez algumas reflexões sobre a presença das literaturas africanas nas escolas e universidades brasileiras. >>> SUMÁRIO 00:00:00 a 00:12:04Recados iniciais; leitura do poema Grito Negro; apresentação da convidadaBloco 1 >>> 00:12:05 a 00:35:19Lusofonia: aproximações e diferenciações culturais e literárias entre os países de língua oficial portuguesa; ligações entre Brasil e ÁfricaBloco 2 >>> 00:35:20 a 01:11:46As várias Áfricas e literaturas africanas; o papel da literatura como ferramenta de resistência políticaBloco 3 >>> 01:11:47 a 01:35:15Educação e ensino de cultura e literaturas africanas e afro-brasileiras – impactos da Lei 10.639/03; o lugar das literaturas africanas nos níveis de ensino básico e superiorRecomendações e encerramento >>> 01:35:16 a 01:56:40Leitura de conto por alunos do CP2/SC3 >>> 01:56:41 a 02:07:22Leitura do conto angolano A Menina Vitória, de Arnaldo Santos >>> NOSSOS CONTATOS APOIE O LÍNGUA LIVRE > PARTICIPARAM DO EPISÓDIO REFERÊNCIAS DO EP RECOMENDAÇÕES CRÉDITOS PLAYLIST COMO CITAR ESTE EPISÓDIO
Esta semana o tema é Filosofia, portanto pus a minha toga, calcei as sandálias e fui ter com a Joana Rita Sousa à gruta onde passa o dia a reflectir sobre o mundo. Ou talvez não, e também falámos sobre o que é a filosofia em 2019. É uma conversa com reflexões, referências até séries de televisão. A Joana é mais #umaespecialista que se junta à família do Sobretudo e podem encontrá-la no twitter e no blog. Outras referências mencionadas na conversa, algumas com link: Cândido, ou o Optimismo O Museu do Pensamento Radiolab The Good Place --- Filósofos portugueses mencionados: Leonardo Coimbra; José Gil; Eduardo Lourenço; Álvaro Ribeiro; Lima de Freitas; Carlos Silva; António de Castro Caeiro; Maria Filomena Molder; José Rosa; André Barata; --- Filósofos internacionais contemporâneos: Oscar Bernifer; Peter Singer; Luciano Floridi (The Onlife Manifesto); Walter Kohan; Yuval Noah Harari; --- Subscreve o Sobretudo e segue-nos no twitter, facebook e instagram como @sobretudocast. Mais informação sobre #umaespecialista em http://podcastsobretudo.pt/umaespecialista. O Sobretudo é um projecto de Márcio Barcelos e o genérico é dos Cayena. http://podcastsobretudo.pt.
Edição de 21 de Janeiro 2019
Miguel Real é o pseudónimo deste escritor, ensaísta e professor de filosofia - e um dos mais profícuos escritores portugueses (contei pelo menos 45 livros no site de uma livraria online) Desta vez falamos de um tema que já surgiu em várias conversas do podcast, mas que ainda não tinha merecido um episódio autónomo: a cultura portuguesa. Falámos sobre o livro que publicou no ano passado: “Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa”. Foi uma conversa descontraída, em que de maneira nenhuma abordámos todos os aspectos deste tema, que não tem fim, mas vale muito a pena, porque o Miguel é um poço de conhecimento. Apoie o podcast a partir de 2€! https://www.patreon.com/quarentaecincograus Inquérito de feedback dos ouvintes: https://pt.surveymonkey.com/r/GNWLB97 Agradecimentos a patronos do podcast: Gustavo Pimenta; João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro e Paulo Ferreira João Gil; Vasco Sá Pinto; “Falcão Milenar”; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito Links: ‘Traços Fundamentais da Cultura Portuguesa’: https://www.wook.pt/livro/tracos-fundamentais-da-cultura-portuguesa-miguel-real/19249231 ‘As Saudades da Terra’: https://www.wook.pt/livro/as-saudades-da-terra-gaspar-frutuoso/13211206 ‘Canção da Saudade’: https://www.youtube.com/watch?v=NoR6DfvNQJY ‘Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa’: https://www.wook.pt/livro/eduardo-lourenco-e-a-cultura-portuguesa-miguel-real/204138 ‘Fifth Monarchists’: https://en.wikipedia.org/wiki/Fifth_Monarchists ‘São Cristóvão’ - Eça de Queiroz: https://books.google.pt/books/about/S%C3%A3o_Crist%C3%B3v%C3%A3o_Ilustrado.html?id=5Hy-swEACAAJ&source=kp_book_description&redir_esc=y Bandarra: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gon%C3%A7alo_Annes_Bandarra ‘O Século dos Prodígios’ - Onésimo Teotónio Almeida: https://www.quetzaleditores.pt/produtos/ficha/o-seculo-dos-prodigios/22068058 José Gil e a ‘Não Inscrição’: https://oinsurgente.org/2009/09/23/portugal-hoje-o-medo-de-existir/ Robert Kalley (pastor protestante que viveu na Madeira): https://pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Kalley Moisés Espírito Santo ‘A Religião Popular Portuguesa’: https://www.almedina.net/product_info.php?products_id=6171 Livros recomendados: Rui Lage - O Invisível: https://www.dn.pt/artes/interior/rui-lage-vence-premio-revelacao-agustina-bessa-luis-com-o-romance-o-invisivel-8963850.html Sandra Catarino - Os Fios: https://www.wook.pt/livro/os-fios-sandra-catarino/22142715 Bio: Miguel Real nasceu em Lisboa em 1953 e é sintrense por adopção. Licenciado em Filosofia pela Universidade de Lisboa e Mestre em Estudos Portugueses pela Universidade Aberta com uma tese sobre Eduardo Lourenço e a Cultura Portuguesa, prepara neste momento o doutoramento. Professor de Filosofia no Ensino Secundário e especialista em Cultura Portuguesa, possui uma vasta obra dividida entre o ensaio, a ficção e o drama (neste último género sempre em colaboração com Filomena Oliveira), tendo recebido o Prémio de Revelação nas áreas da Ficção e do Ensaio Literário da Associação Portuguesa de Escritores, o Prémio Ler/Círculo de Leitores, o Prémio da Associação dos Críticos Literários, o Prémio Fernando Namora da Sociedade Estoril-Sol, atribuído ao romance A Voz da Terra, também finalista do Prémio de Romance e Novela da APE, e o Prémio SPA Autores pelo romance O Feitiço da Índia. É colaborador permanente do JL, onde faz crítica literária.
O que se anda a passar no mundo até pode ser uma trampa, mas há filmes que nos fazem acreditar na humanidade. E percebê-la mais a fundo. Exemplo disso são as obras do realizador Miguel Gonçalves Mendes, tão transgressoras e subversivas, como cheias de verdade, esperança e poesia. Ele é o realizador do documentário português mais visto de sempre, “José e Pilar”, que conquistou a crítica e o público internacional ao revelar a intimidade do escritor e Nobel da literatura José Saramago, e da sua mulher Pilar del Rio, como nunca antes. Já antes Miguel Gonçalves Mendes retratara o poeta e surrealista Mário Cesariny e, este ano, levou-nos aos labirintos da cabeça do filósofo Eduardo Lourenço, em “O Labirinto da Saudade”. Mas o filme que vai estrear em 2019 é ainda mais ambicioso e empolgante. Chama-se “O Sentido da Vida” e fê-lo embarcar numa viagem ao redor do mundo a fim de questionar a nossa existência. Qual o sentido da vida? É ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
Prof. Eduardo Lourenço "Kierkegaard y Pessoa, o las máscaras y lo Absoluto" Ciclo: “Homenaje a Fernando Pessoa” Fundación Juan March, 11 de junio de 1981 La conferencia empieza, entre otras, con las siguientes palabras: “Kierkegaard y Pessoa, cada uno a su manera, son dos héroes culturales para quienes la cuestion de la máscara y del rostro fue la única cuestión. Poeta de lo religioso el uno, poeta de lo ‘religioso-otro’, el segundo, representan dos expresiones insuperables de la dialéctica viva del rostro y de la máscara, del Absoluto y del Yo. Se ha aludido una y otra vez, pero muy de paso, a la singular semblanza entre el laberíntico juego de los ‘pseudónimos’ de Kierkegaard y el no menos laberíntico espejismo de los ‘heterónimos’ de Pessoa”.
O filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido o ano passado com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa revela ainda um encantamento com Catarina Martins e Mariana Mortágua, “pequenos Fidel Castros”. No dia em que faz 94 anos, o Expresso republica esta conversa íntima para ouvir no podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
Aos 93 anos, o filósofo Eduardo Lourenço, um dos maiores pensadores do nosso tempo, abre o livro da sua vida. Fala do passado, do seu grande amor, o gosto pela música, pelo cinema e comenta o futuro do país, da Europa e do mundo com uma lucidez, rapidez de raciocínio e vigor raros. Lourenço, que foi distinguido este ano com o prémio Vasco Graça Moura e é conselheiro de Estado do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, faz um balanço do seu caminho e chega a comentar com uma nota nostálgica: “A única coisa de que me arrependo verdadeiramente é de não ter estado à altura da pessoa que encontrei na minha vida e que a marcou para sempre”. Uma conversa íntima para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”
O escritor foi escolhido como vencedor da edição 2011 do Prémio Eduardo Lourenço. O galardão é atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos e pretende promover a cooperação e domínio das identidades, culturas e comunidades ibéricas.
Chegou ao fim o ciclo de conferências Património de Influência Portuguesa. Na Biblioteca Joanina, Eduardo Lourenço falou sobre o Labirinto de Heranças.