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Neste episódio, especial de Páscoa, mergulhamos na doce e curiosa narrativa do filme Chocolate (2001), dirigido por Lasse Hallström, que conta a história de uma mulher que desafia as tradições de uma pequena vila francesa ao abrir uma loja de chocolates durante a Quaresma. Através de uma lente filosófica, os professores voluntários da Nova Acrópole analisam o filme e trazem importantes chaves sobre tolerância, fraternidade, relações humanas e polaridades. Sobretudo do quanto somos capazes de amar, integrar, e sermos gentis. O que guia nossas escolhas - o medo da transgressão ou a coragem de viver com autenticidade? Entre moralidade e compaixão, emerge uma ética humana, feita de presença e propósito. Este episódio é um convite doce e profundo para enxergar a vida com olhos mais livres e coração mais desperto. Participantes: Paula Poloni, Gustavo Massen, Danilo Gomes Trilha Sonora: Claude Debussy - Sonata para Flauta, Viola e Harpa
Deus não é uma força nem uma máquina; não é uma energia nem um nirvana. É uma pessoa que ama e pode ser amada.
A cimeira que juntou líderes de 31 países em Paris, esta quinta-feira, pretendeu “fortalecer a Ucrânia à mesa das negociações” com a Rússia. A explicação é dada pelo professor de Relações Internacionais José Palmeira que comentou à RFI as conclusões da reunião, nomeadamente a proposta do envio de uma força de dissuasão para a Ucrânia depois de alcançado um cessar-fogo e o não levantamento de sanções contra Moscovo. RFI: Esta manhã, o Presidente russo Vladimir Putin pediu uma “administração transitória” na Ucrânia, sob a égide da ONU, para organizar o que chamou de “eleições presidenciais democráticas”, antes de qualquer negociação de paz. Como avalia esta proposta?José Palmeira, Professor de Relações Internacionais da Universidade do Minho: “Essa proposta é uma interferência na soberania da Ucrânia. Naturalmente que compete aos ucranianos determinarem, de acordo com as suas próprias regras, designadamente a Constituição, quando é que se realizam as eleições. O que está a acontecer é que a Ucrânia está debaixo de uma lei marcial e, portanto, não há condições, do ponto de vista jurídico, para realizar um acto eleitoral.”Podemos olhar para a proposta como uma tentativa de afastar à força o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky?“Sim, há desde logo um propósito de afastar o actual Presidente. É verdade que a Rússia estará convencida de que, se ele se recandidatar, poderá perder as eleições. Há aqui, de certa forma, um convencimento que as sondagens internas não estão a comprovar, antes pelo contrário. Sobretudo a partir do encontro com Donald Trump na Sala Oval, Zelensky acabou por obter um maior apoio internamente. A questão que se coloca é como é possível realizar um acto eleitoral se a Federação Russa não interromper os ataques à Ucrânia.”Seria mais uma condição para adiar o cessar-fogo? “A não ser que a Rússia garanta que durante o processo eleitoral, quer na campanha, quer nas eleições, não faz qualquer ataque à Ucrânia, não há condições para haver eleições. Um país não pode ir a votos debaixo de fogo, debaixo de bombas.” Esta quinta-feira, na cimeira de Paris, que reuniu 30 países aliados da Ucrânia, não estavam os Estados Unidos. Eram os Aliados, mas sem os Estados Unidos. O que é que representa esta imagem?“Representa, desde logo, que nós não sabemos se vamos poder continuar a usar a palavra Aliados quando falamos dos Estados Unidos e dos países europeus porque aquilo que tem acontecido é que os Estados Unidos se estão a demarcar completamente dos europeus, pondo em causa até a própria continuidade da NATO. A NATO tem um artigo 5° de defesa mútua e o Presidente dos Estados Unidos já disse que poderia não garantir a defesa dos países europeus. Nesse sentido, eu diria que a palavra Aliados pode ser excessiva se os Estados Unidos continuarem a considerar a União Europeia e o Reino Unido não como aliados, mas como adversários, quer no plano económico, quer agora também no plano político.” É uma nova aliança liderada pela França e pelo Reino Unido? O que é que une estes países? “O que une estes países são propósitos que remontam há 80 anos. Desde o fim da Segunda Guerra Mundial que os países europeus, mais os Estados Unidos e o Canadá, criaram uma aliança para defender os valores da democracia, o respeito pelos direitos humanos, a integridade das fronteiras. O que acontece é que, neste momento, há um Estado, os Estados Unidos da América, que não está alinhado com esse posicionamento. E, portanto, é natural que quem se reúna sejam os países que querem proteger a Ucrânia porque consideram que o ataque à Ucrânia é um ataque à Europa, é um ataque aos valores que o Ocidente defende. Aquilo que mudou foi a posição dos Estados Unidos. Os outros países estão precisamente na mesma situação que estavam desde há 80 anos.”O que é que saiu desta cimeira que tinha como objectivo finalizar as garantias de segurança da Ucrânia, incluindo uma possível mobilização militar europeia? “O principal sinal que os países presentes deram é que continuarão a apoiar a soberania da Ucrânia. Aquilo que está em cima da mesa é a Ucrânia perder território, ora, essa perda de território não pode ser reconhecida porque, caso contrário, abre-se um precedente gravíssimo, uma violação do direito internacional. O que esses países vieram dizer é que nunca levantarão as sanções que aplicam à Federação Russa enquanto a Federação Russa não se retirar dos territórios ocupados. Ora, isto é uma posição diferente dos Estados Unidos, que admitem um levantamento, ainda que não total, mas um levantamento das sanções, um aliviar das sanções. A Europa não. E mais do que isso, a Europa está disponível para também militarmente, apoiar a Ucrânia.”Mas essa mobilização não reúne, aparentemente, consenso. Seria uma força de dissuasão para depois de um cessar-fogo. Que força é essa e quem é que está unido em torno dessa força que seria liderada pela França e pelo Reino Unido? “Os contornos dessa força não estão ainda muito claros porque nós ainda estamos numa situação de guerra aberta. O que acontece é que há países europeus que dizem: ‘Nós vamos procurar aqui uma concertação de posições.' Aquilo que a Federação Russa tem dito é que não quer países da NATO presentes no território ucraniano depois de um cessar-fogo ser estabelecido. A posição de França e do Reino Unido é diferente, diz o seguinte: ‘A Ucrânia é um país soberano, se a Ucrânia quiser, nós enviamos forças para lá, independentemente da vontade do Kremlin'. É essa nuance que existe entre os países europeus que estiveram reunidos em Paris.”Até lá, Vladimir Putin poderia continuar a guerra?“Uma coisa é ceder completamente àquilo que Vladimir Putin pretende. Outra coisa é, neste momento, ter uma posição de força. Dado que o mediador, os Estados Unidos, tem sido forte com a Ucrânia e fraco com a Rússia, aquilo que os países europeus querem é fortalecer a posição ucraniana e não fazer, de imediato - uma vez que estamos numa fase de negociações - cedências a tudo aquilo que Vladimir Putin reivindica. Portanto, é uma posição a favor do fortalecimento da Ucrânia à mesa das negociações.”No final da cimeira, o Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse lamentar que haja sempre “muitas questões” e “poucas respostas” sobre uma eventual mobilização de um contingente europeu no solo ucraniano. Há um ano, ele pedia tropas para o terreno…“Exacto. É natural que a Ucrânia, que é o país atacado, procure o máximo de apoio, tenha uma posição maximalista para defender os seus interesses. Agora, também é legítimo que os países europeus não atendam necessariamente a esse maximalismo, mas procurem aqui algum equilíbrio. Isto é, se há um objectivo de chegar à paz, tem que haver aqui algum equilíbrio. Nesse sentido, a posição mais ponderada poderá ser a que os países europeus têm defendido que é continuar a apoiar a Ucrânia e depois ver em que quadro é que se estabelece um cessar-fogo e uma paz. Então aí, manifestam a sua disponibilidade para cooperar com esse processo, para dar as tais garantias de segurança que a Ucrânia pretende.”Falou da vontade de fortalecer a Ucrânia, mas até que ponto é que esta cimeira não foi uma tentativa de fortalecer ou despertar a própria Defesa da União Europeia?“Uma coisa está ligada à outra. De facto, é verdade que a Europa, para proteger a Ucrânia, tem também que criar condições para se proteger a si própria. Isto é, tem que haver aqui uma visão integrada e, nesse sentido, aquilo que se pretende é que a Europa desenvolva uma capacidade militar que poderá vir a ser autónoma dos Estados Unidos - essa não é a vontade dos europeus, mas se tiver que assim ser, que seja. Portanto, tem que ter uma autonomia estratégica e para ter autonomia estratégica tem que ter força, tem de ter capacidades militares e é isso que está a acontecer. É verdade que é um processo que não se concretiza de um dia para o outro. A Europa tem também outras necessidades no plano económico. Nesse sentido, aquilo que se procura é, de certa forma, desenvolver a indústria de defesa porque a indústria de defesa também pode ajudar ao crescimento económico da Europa.”A que custo? Mobilizar os fundos para a defesa não implica desviar fundos de outras áreas dos orçamentos nacionais?“É verdade que aqui temos os patamares nacionais e o europeu. A nível nacional, os Estados têm autonomia nos planos da saúde, por exemplo, nos planos sociais, para continuar a desenvolver essas políticas. Aquilo que alguns Estados-Membros têm pedido à União Europeia é que flexibilize as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento para que os países possam dispender mais com a defesa e não serem penalizados a nível europeu por esse investimento. Por outro lado, a própria União Europeia pode criar mecanismos especiais, uma espécie de um PRR, que é um Plano de Recuperação e Resiliência criado a seguir à pandemia, neste caso aplicada a defesa. Portanto, há aqui uma visão integrada. Por outro lado, porventura terá que se chegar ainda mais longe, ao tal exército europeu ou às Forças Armadas Europeias, com o intuito de dar à Europa um comando unificado no plano militar. Tudo vai depender também daquilo que seja o novo Chanceler alemão, que parece estar também ele próprio, bastante virado, digamos assim, para uma Europa da defesa e da segurança. No passado, não foi possível esse entendimento. Hoje, dado o conflito na Ucrânia, se calhar estão criadas as condições para esse passo ser dado.”A Comissão Europeia propôs que os cidadãos europeus tenham um “kit de sobrevivência” de 72 horas. O que pensa destes kits? Estamos a alarmar a população?“Eu não diria alarmar, mas estamos a consciencializar a população de que os dias que vivemos hoje são diferentes dos do passado recente. Isto é, a Europa nunca imaginou que pudesse, no plano militar, vir a ser objecto de uma ameaça externa. Essa ameaça existe, de facto, e, portanto, há que preparar os europeus, desde logo, no plano psicológico. Mais do que testar a eficácia do kit, eu acho que existe essa preocupação de criar o ambiente psicológico, até para os europeus perceberem que, se calhar, vão ter que cortar noutras áreas para canalizar mais meios para a defesa. E isso passa também pelas elites políticas que têm que ser capazes de passar essa mensagem, o que em termos eleitorais, não é fácil...”Não poderia até dar jeito em termos eleitorais?“Não, porque os eleitores podem não querer cortar na segurança social ou na saúde para se gastar mais na defesa…”Mas as guerras não podem criar um certo sentimento de nacionalismo ou união?“Ajudam, mas eu não sei se a opinião pública europeia está suficientemente sensível, sobretudo a do sul da Europa, que vê o conflito na Ucrânia como mais longínquo. Eu diria que isto tem um objectivo, desde logo político, de criar um clima propício para que se avance mais e se invista mais na defesa.” É uma forma de capitalizar o apoio das pessoas para esse investimento e não tanto uma ameaça real?“Ora bem, nós nunca sabemos se a ameaça é real ou não, mas temos que estar preparados para ela. A melhor forma de evitarmos que a ameaça se concretize é fazer ver ao potencial agressor que o custo de abrir um conflito é muito elevado. Se ele tiver a percepção que a Europa está melhor preparada para se defender, naturalmente que, se calhar, não desencadeará essa agressão. No fundo é: se queres a paz, prepara-te para a guerra.”
Susan Sontag escreveu no seu livro “A doença como metáfora” “A doença é o lado noturno da vida, uma cidadania mais onerosa. Todos que nascem têm dupla cidadania: no reino dos sãos e no reino dos doentes.” Quando Susan Sontag escreveu isto, em 1978, estava a falar de cancro. Mas podia estar a falar de solidão. De ressentimento. Daquela dor difusa de quem se sente por dentro fora de lugar. Porque a verdade é esta: há uma doença que não aparece nas radiografias, que não se vê ao microscópio, que não se trata como as outras. É a doença da falta de relação. E essa, está em todo o lado. Vivemos cercados de tecnologia, mas cada vez mais distantes. Nunca estivemos tão ligados — e nunca estivemos tão sós. A produtividade sobe, os gostos digitais disparam, mas o silêncio entre duas pessoas que vivem na mesma casa, escritório ou aldeia, vai crescendo. Chamamos-lhe esgotamento, chamamos-lhe ansiedade, chamamos-lhe stresse crónico — mas muitas vezes é só isto: défice relacional. Falta de cuidado. Falta de olhar. Rui Marques chamou-lhe saúde relacional. E dá-lhe corpo. E nome. E método. Não é uma metáfora. É literal. Há pessoas que adoecem porque não têm com quem falar. Há pessoas que saram porque alguém lhes sorriu no momento certo. E não é só uma intuição: é ciência. Um estudo de Harvard que há mais de 80 anos acompanha centenas de pessoas chegou à conclusão mais simples e mais desarmante de todas: o que mais contribui para uma vida feliz — e mais longa — é a qualidade das relações. Não o dinheiro. Não o estatuto social. São As relações. É fácil esquecer isto. Sobretudo num mundo que corre. Que empurra. Que valoriza o fazer mais do que o estar. Que trata as pessoas como recursos. Como números. Como peças. Mas a verdade volta sempre. E a verdade é esta: sem relação, não há saúde. As crises que vivemos — na educação, nas organizações, nas instituições públicas — são provavelmente e antes de tudo, crises relacionais. Não se resolvem somente com planos, orçamentos ou reformas estruturais. Resolvem-se na qualidade do vínculo entre as pessoas. No modo como se escutam. No modo como se respeitam. No modo como se reconhecem. Rui Marques fala de literacia relacional. Como quem diz: isto aprende-se. Treina-se. Trabalha-se. Há oficinas. Há modelos. Há maneiras de regenerar relações que foram danificadas. Porque o que nos adoece não é só o conflito — é o conflito não resolvido, mal digerido, ignorado. E isso, sim, tem impacto direto na saúde física, mental e social. Há relações que nos elevam. E há relações que nos esvaziam. E depois há o digital. Que entra na equação como uma espécie de perturbação crónica. Crianças que nunca treinaram o conflito real, que não subiram árvores nem discutiram cara a cara, e que agora são adolescentes ansiosos, hiperconectados e emocionalmente frágeis. Adultos que se refugiam a percorrer, com o dedo no écran, infinitivamente as últimas novas das redes sociais, para não ter de lidar com o desconforto do silêncio. Relações filtradas, encenadas, mediadas — mas raramente inteiras. A saúde relacional também passa por aqui: por reaprender o toque, o olhar, o tempo partilhado sem agenda. Por aceitar o silêncio sem o preencher com barulho. Por ter conversas difíceis sem medo do erro. Por construir confiança — esse oxigénio invisível que sustenta qualquer equipa, qualquer família, qualquer sociedade. E passa, claro, pelo cuidado. Cuidar não é uma palavra delicodoce. É uma palavra difícil. Cuidar exige tempo, exige atenção, exige compromisso. Não é um botão que se carrega — é um caminho que se percorre. E nesse caminho, todos falhamos. Todos tropeçamos. Todos erramos. Mas também todos temos a possibilidade de voltar. De pedir desculpa. De escutar melhor. De tentar outra vez. A saúde relacional é isto: não é sobre relações perfeitas. É sobre relações vivas. Com tensão, com conflito, com sombra — mas com vontade de permanecer.
"E, naqueles dias, apareceu João o Batista pregando no deserto da Judeia,e dizendo: Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus." Mateus 3:1-2"Então ia ter com ele Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão; E eram por ele batizados no rio Jordão, confessando os seus pecados." Mateus 3:5-6"E, quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo. Do pecado, porque não creem em Mim;" João 16:8-9
Nuno Rogeiro, esta semana, explora as soluções constitucionais que poderiam estabilizar o Governo, mesmo com novas eleições à porta. O comentador compara a situação atual da crise política portuguesa ao contexto inglês de 2015 que levou ao Brexit. “Para ser estadista às vezes não basta conhecer a história, é preciso saber prever um bocadinho do futuro. Sobretudo os seus riscos”, explica. A par da agenda nacional, é feita uma análise à atualidade internacional com especial foco para a situação da Ucrânia. “Pazes episódicas de cessar-fogo não servem de nada. Outros conflitos já mostraram que os combates voltam ainda mais sangrento”, é a opinião do comentador sobre o cessar-fogo da guerra em discussão. Ouça aqui o programa Leste/Oeste emitido a 16 de março na SIC Notícias. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Quando o Expresso da Meia-Noite começou estávamos à beira de umas eleições antecipadas, aquelas em que António Guterres se demitiu e Durão Barroso acabou por ganhar. Já passaram 23 anos. É caso para dizer: “Cá vamos nós, outra vez”. Marcelo tornou-o certo ao marcar eleições para dia 18 de maio, na antevéspera deste programa. Como vai ser esta campanha? Como é que as pessoas vão votar? E, sobretudo, depois de sabermos o resultado, que Governo vamos ter? Até quando podemos prever tanta instabilidade? Para nos esclarecer, temos no episódio desta semana João Costa, do PS e ex-ministro da educação, Marisa Matias, deputada do BE, Hugo Carneiro, deputado do PSD, e Mariana Leitão, líder Parlamentar da IL. A moderação foi feita por Ricardo Costa e Ângela Silva. Ouça aqui o programa em podcast emitido na SIC Notícias a 14 de março. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Faz mais de 30 anos que o antropólogo Eduardo Bronzidio pesquisa as interações entre os humanos e o ambiente na Amazônia. Seus estudos junto a comunidades indígenas e ribeirinhas, mas também urbanas, nas cidades amazônicas, acabam de ser reconhecidos pelo mais importante prêmio internacional para as ciências ambientais, o Tyler Prize. Lúcia Müzell, da RFI em ParisPela primeira vez desde a sua criação, em 1973, o "Nobel ambiental” é atribuído a cientistas latino-americanos – Bronzidio dividiu a premiação com a ecóloga argentina Sandra Días. "A gente tenta trazer a realidade que é vivida no chão por essas populações. Não só suas contribuições, mostrando o valor dos seus conhecimentos, o valor das suas atividades e tecnologias para a economia regional e a conservação da região. Mas também trazer os problemas que enfrentam, suas carências, as pressões que sofrem”, salienta o brasileiro.E é com preocupação que o cientista, professor da Unicamp e da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, vê o andamento do projeto do governo federal de abrir uma nova frente de exploração de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas. Em entrevista à RFI, Bronzidio constata que, assim como em Brasília, o plano desperta paixões contraditórias na região. "A reação das pessoas é aquela que a gente encontra em muitas situações parecidas, onde se cria uma polarização entre, por exemplo, meio ambiente e emprego. Acaba criando divisões e simplificações do problema. É uma tática muito antiga de avançar esse tipo de agenda, na qual se colocam dicotomias que na verdade são simplificações de um problema maior, pela carência da região e a insolvência, na verdade, dos municípios”, afirma. Como antropólogo, entretanto, é a configuração natural da Amazônia que mais o preocupa, frente à possibilidade de um acidente que leve a derramamento de óleo no Delta do Amazonas. Ele explica que a pluma do rio alcança a costa do Pará, Maranhão e Amapá e sobe para as Guianas, com um forte sistema de marés que invade, diariamente, territórios adentro. “A vida nessa região é regrada por maré. É um esquema de pulsação ali onde eu fico imaginando que a escala de um desastre de derramamento de óleo de explosão da exploração, como aconteceu no Golfo do México”, afirma. “Ela pode ter uma distribuição numa escala gigantesca por causa desse fluxo de maré. Então, eu tenho a preocupação em particular pelo tipo de risco, que é muito diferente dos tipos de risco que se tem em outras plataformas costeiras isoladas”, indica.Eduardo Bronzidio foi copresidente do relatório de Avaliação Global sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos do IPBES, da ONU. O documento foi um dos que embasou o acordo de Kunming-Montreal de preservação da Biodiversidade, com metas para 2030.Leia abaixo os principais trechos da entrevista. A sua vitória a este prêmio ilustra uma mudança de paradigma: dois pesquisadores latino americanos vencem pela primeira vez o Tyler Prize. Você fez carreira compreendendo e interpretando os conhecimentos dos povos tradicionais da Amazônia. Indiretamente, ribeirinhos e os indígenas são também vencedores? Os conhecimentos deles são de fato mais reconhecidos pela ciência mundial?Eu espero que todos se sintam reconhecidos, porque o que a gente tenta fazer, ao longo de 30 e poucos anos, é trazer a realidade vivida no chão por essas populações. Não só suas contribuições para uma região como a Amazônia, e também a nível global, mas os problemas que enfrentam, suas carências, as pressões que sofrem. Então, eu espero que isso se reflita também e que muitos se sintam agraciados com parte desse prêmio, porque muito do que aprendi vem deles. Uma das suas áreas de estudo é como os povos tradicionais cuidam, produzem, vivem na Amazônia sem destruí-la. O desenvolvimento de uma bioeconomia amazônica é central, inclusive para ajudar a preservar esse imenso território, e será levada pelo Brasil na COP30 em Belém. É possível e é desejável dar escala às produções locais?Eu acho que, por um lado, já existe uma escala dessa sociobioeconomia, porém ela é estatisticamente invisível. Nós temos um problema de contabilidade, de realmente compreender quem faz a economia da região, quem produz alimentos, dá emprego, maneja e protege as florestas. Quem está produzindo uma infinidade, trazendo uma infinidade da biodiversidade regional para populações da região, nacional e internacionalmente. A gente precisa reconhecer essas escalas, dar apoio para que elas se mantenham. A maneira que eu vejo isso é como que a gente pode ajudar a consolidar e avançar o que já é feito, nos lugares onde acontecem, e fazer com que eles tenham também uma sustentabilidade econômica. Hoje, um dos maiores problemas das economias, mesmo as mais bem sucedidas – seja no açaí e de outros frutos como cacau, seja no manejo pesqueiro ou manejo sustentável de florestas – é que elas geram produtos que têm imenso valor, porém, elas têm a menor fatia do rendimento econômico. Conseguir abrir caminhos de mercados na região e fora da região, onde o rendimento se torne mais para onde está sendo produzido, para as comunidades, para os municípios, é tão importante quanto a escala que ela pode ganhar, do ponto de vista de extensão.O que torna essa economia local invisível? São as camadas que existem entre esses produtores e onde vão parar as produções deles? Eu acho que tem várias questões históricas, sociais, culturais e econômicas que constroem essa invisibilidade. Uma é no reconhecimento dessas populações ribeirinhas, quilombolas, indígenas e produtores de pequena escala como agentes ativos da economia regional.Muitas vezes, a gente fala e pensa como se fossem anacrônicos, como se fossem tecnologias que estão aí ainda resistindo, mas que deveriam ter ficado para trás. A gente tem uma visão de inclusão e de transformação social que, na verdade, exclui essas populações dessa trajetória do desenvolvimento, que é tão arraigada na maneira que a gente pensa na economia e no desenvolvimento nacional. Elas são populações ativas, estão contribuindo, produzindo alimentos e todo tipo de recurso para exportação, mas não necessariamente são vistas como esses atores ativos que são.O outro aspecto é a invisibilidade estatística. Nós não temos nem bons dados, nem categorias apropriadas para realmente saber entender a escala dessas economias. Eu digo escala em termos de manejo, do produto que geram e em termos dos empregos. Essa deficiência acaba invisibilizando muito dessa economia que está acontecendo na floresta. A gente não sabe realmente o peso dela e isso acaba tendo outras implicações. Ao visibilizar, não se pensa em políticas públicas que realmente possam alavancar essa economia já existente. Também se tem carência de extensão rural, carência logística, dependência de intermediários. Você tem uma série de problemas que tira a riqueza que elas produzem das áreas, das pessoas e das localidades onde são produzidas.Essas economias geram economias bilionárias, porém, elas passam em uma outra parte da invisibilidade. Elas passam por cadeias informais fragmentadas, entre mãos de produtores, intermediários, corporações, uma série de condições subjacentes a essa não-visibilidade. Sobre esse aspecto que você mencionou da carência logística, muitas organizações ambientalistas buscam combater projetos nesse sentido, porque alegam que redes criminosas que atuam por ali também vão acabar se beneficiando – talvez até mais do que as comunidades locais. Você concorda? Logística é um tema difícil, porque já motiva visões e emoções na cabeça das pessoas que estão geralmente ligados a obras grandes, de impacto, ou a grandes setores. Essa é uma maneira de logística, mas a gente não precisa de logística só dessa maneira. Se a gente pega os últimos 30 anos, você vê um avanço muito grande numa série de passos: o reconhecimento territorial de populações indígenas, áreas de uso sustentável de reservas extrativistas, reforma agrária. Você tem um grande avanço no sentido de consolidar áreas com direitos onde se manejam, se constroem essas economias.Se teve, num primeiro momento, muito investimento nos sistemas produtivos, como um modelo de desenvolvimento. Isso avançou bastante. Porém, com o tempo, foi se vendo que esses avanços acabam sendo limitados por questão de gestão e de acesso a mercado. A gente conseguiu muitos avanços na área de produção, de manejo sustentável, de restauração. Conseguiu bastante avanço na parte de organização social, de formação de associações de cooperativas, e progressivamente avanços na área de acesso ao mercado.Hoje, o que a gente tem notado trabalhando em várias partes da região, com comunidades que estão baseadas na produção de frutos ou produtos essenciais à floresta, como óleos, madeira, produtos da pesca, é que a conta não fecha. Você tem um produto valiosíssimo, que tem um mercado que paga muito e é um produto inclusivo, onde populações locais, mulheres, homens, associações, cooperativas estão produzindo, mas você tem entre esses dois uma deficiência muito grande.Todos esses esforços de sustentar esses territórios, que têm sido tão importantes na região para bloquear o desmatamento, manter a saúde dos rios e da floresta, acabam, sim, sendo desafiados nesse momento. O custo de produção acaba sendo alto pelas questões de contexto local. O custo de comercialização acaba sendo altíssimo e, dependendo de intermediário, também por essas carências.E aí você também tem uma falta de outras logísticas que permitem alcançar mercados intermediários, por exemplo, de armazenamento, câmara fria. Então, eu acho que é realmente uma área onde precisa se colocar esforço.Nós documentamos centenas de milhares de iniciativas locais nos últimos anos, e isso só foi a ponta do iceberg. Tem milhares de iniciativas na região que estão ali, avançando, mas precisam de um apoio mais consolidado na parte de acesso ao mercado, na parte de crédito, na parte de extensão rural também.Na Europa, mas não só, existe a ideia de que a Amazônia deveria ser um santuário do mundo, pela sua floresta abundante, sua riqueza biodiversa. Mas a gente sabe que isso não vai acontecer – pelo contrário, sem um plano de desenvolvimento, atividades ilegais e predadoras da floresta proliferam. A visão da região como um santuário não é só europeia. No Brasil também é parte das ideias. Eu acho que a gente tem um legado histórico de imaginários da Amazônia e eles continuam sendo muito mais fortes do que a realidade da Amazônia. Você tem vários imaginários que vêm desde o Eldorado ao imaginário do pulmão do mundo. O imaginário da cesta de commodities que vai alavancar o desenvolvimento nacional, o do agro tecnológico, de uma grande monocultura regional exportando commodities para o mundo.A região tem vários imaginários que são ainda predominantes, de como a gente vê a região e a sua população. Eles escondem uma realidade e, ao escondê-la, fica muito difícil você pensar em caminhos de desenvolvimento, porque é uma ideia de desenvolvimento regional que é feita distante da realidade. É uma ideia que não vai nem refletir os ensejos da população local, nem lidar com os problemas de lá.Leia tambémFloresta desmatada para abrir avenida: obras em Belém para a COP30 falham na sustentabilidadeO problema, por exemplo, do imaginário do santuário, da floresta intocável, é que nem leva em consideração os milênios de manejo e domesticação daquela floresta por populações, que hoje transferem essa floresta rica para a gente. Rica em muitas espécies domesticadas que geram riqueza no mundo inteiro, mas esse imaginário desconsidera a cultura da floresta amazônica, e também desconsidera a escala de degradação que se atingiu na Amazônia e que, dependendo de onde você olha, você vai achar até 50% da região numa escala degradada.Eu acho que a gente precisa repensar o que é um santuário, no sentido de valorizar a floresta que está lá: manter a saúde do ecossistema de rios saudáveis, florestas saudáveis e populações saudáveis.Que caminhos você vê para um desenvolvimento sustentável da região amazônica, inclusive das áreas urbanas que, em sua maioria, são marcadas por uma pobreza grande, déficits importantes de infraestruturas mínimas para as populações? A primeira questão para a gente ver o futuro da Amazônia é encarar a realidade dela. É encarar que os nossos imaginários não representam essa realidade. Só assim a gente pode pensar num desenvolvimento sustentado que começa a lidar com os problemas da região.A outra é que para pensar o futuro da região, a gente primeiro tem que encarar a coevolução das várias frentes de desenvolvimento que hoje estão criando fricções umas com as outras, e a realidade urbana que se evoluiu nesses últimos 30 anos. Não dá para pensar em desenvolvimento regional isolando da transformação da paisagem rural, indígena e da paisagem urbana.Desde os anos 1990, você tem um enorme avanço na região, que é reconhecimento de direitos territoriais, de populações indígenas, populações rurais tradicionais e rurais em geral, em áreas indígenas, reservas extrativistas, áreas de uso sustentável e algumas áreas protegidas. Só no Brasil são mais ou menos 45% da região que estão nessas áreas. Foi um avanço gigante, que serviu para controlar o desmatamento e para garantir o direito das populações da região.Esse modelo, que eu chamo modelo de nível único, de nível territorial, chegou num limite para partes da região, porque essas áreas que são muito bem governadas por dentro, pelas comunidades que estão lá, estão sendo erodidas por fora. Hoje você tem toda a parte sul da bacia, uma situação de formação de ilhas de biodiversidade, de diversidade cultural, onde o sistema bem sucedido de governança interna não pode lidar com os problemas externos.Em todas aquelas ótimas florestas protegidas, aquele limite bem claro onde o desmatamento começa, você tem ilhas protegidas que estão recebendo de fora poluição de pesticida, rios sedimentados, mercúrio, fumaça, fogo que escapa e entra nessas áreas, além do crime organizado e da economia ilegal, que saiu do controle na região nos últimos anos.Então, para pensar o desenvolvimento regional, temos que pensar no desenvolvimento para conectividade, onde a saúde ambiental da região está dependendo muito mais de atores dentro de uma reserva do que uma ponte social, que se cria entre diferentes atores para que se mantenha a conectividade da paisagem e dos rios, e se controle a distribuição dos impactos da região.Teria que pensar um desenvolvimento que encara essa realidade e tenta criar um contrato comum, que hoje nós não temos. Você tem a polarização de populações indígenas tradicionais, do agro e outras populações, e do outro lado, toda a questão urbana.Que tipo de cidades precisamos visar na Amazônia para preservá-la? A região, do ponto de vista urbano, hoje é completamente diferente do que era há 20 ou 30 anos. Não só você tem uma grande expansão de novas áreas urbanas a partir da Constituição de 1988, mas teve uma transformação na maneira de articulação dessas áreas.Nós fizemos uma análise publicada há muitos anos sobre a articulação urbana da região nos anos 2000, na qual a gente mostra que era uma urbanização desarticulada: você tinha centros urbanos regionais que tinham suas áreas satélites e formam uma rede urbana de um centro maior até as vilas rurais. Hoje em dia, já tem uma articulação em boa parte da bacia entre esses grupos de centros urbanos. Criou-se uma conexão por estradas e outros mecanismos, e essa rede continua se expandindo. Ela está articulando toda a ocupação regional e a distribuição dos impactos na região. Então, temos que pensar de uma maneira conjunta entre as áreas mais protegidas, diferentes tipos de áreas com diferentes grupos indígenas.Essas áreas agrárias e as áreas urbanas estão conectadas. O impacto que sai de uma está indo para outra. E dentro de todos esses imaginários que a gente está falando da Amazônia, um que não cabe em lugar nenhum é o urbano. Ele acaba sendo o mais invisível e é onde os maiores problemas, de certa maneira, estão.Você já trabalhou a questão da possibilidade de exploração de petróleo na Foz do Amazonas? Como as comunidades locais e urbanas percebem esse projeto? Com medo ou entusiasmo? É visto como uma ameaça ou uma oportunidade?Eu nunca trabalhei diretamente com a questão de óleo na região. Acompanhei por um tempo que eu tive alunos trabalhando no Equador, inclusive em comunidade indígena. Lá tem uma história muito impactante do óleo. Eu acho que a gente precisa lembrar dessas histórias de outras regiões que foram impactadas pelo mesmo processo que está acontecendo agora, para a gente pensar nas implicações de óleo para Amazônia.A reação das pessoas que eu tenho acesso é aquela que a gente encontra em muitas situações parecidas, onde se cria uma polarização entre, por exemplo, meio ambiente e emprego, ou as necessidades básicas de um município. É uma maneira de levar essas questões que acaba criando divisões e simplificações do problema. Eu acho que isso tem acontecido bastante na região. É uma tática muito antiga de avançar esse tipo de agenda, na qual se colocam dicotomias que na verdade são simplificações de um problema maior, pela carência da região e pela insolvência dos municípios.Tem muitas dúvidas também. As pessoas estão vendo projetos de milagres e desenvolvimento há 50 anos. As pessoas não são tão inocentes de que essas grandes ideias farão um milagre, resolvam problemas que são estruturais na região. Então, é um momento difícil. Eu me sinto bastante preocupado com esse tipo de investimento, porque é uma energia enorme para investir em mais emissões, para investir em exploração de óleo, quando a gente tem a oportunidade de pensar em alternativas e outros caminhos e realmente enfrentar a mudança climática com o corte de emissões. Sobretudo para alguém como você, que conhece tão bem os outros potenciais invisíveis da Amazônia, como você mencionava. Exatamente, toda a economia que tem e que pode ser alavancada para gerar uma grande economia, que não é gerada. Hoje, as riquezas bilionárias das regiões passam por cima dos municípios. Não se consegue captar imposto, não se consegue processar e agregar valor nos lugares onde elas são produzidas.Agora, o que me preocupa são os riscos potenciais associados a vazamento e outros problemas, que a gente vê tão frequentemente em tanto lugares. Nesse tipo de contexto, como é aquela região do Delta do Amazonas e aquela plataforma costeira, é uma região muito particular por causa da pluma do rio e do alcance que ela tem. Ela pega todo o Salgado, da costa paraense para costa maranhense, pega toda a região costeira do Amapá e sobe para as Guianas. Ela é uma pluma de uma influência gigantesca no contexto regional continental.Nessa pluma você também tem um sistema de maré dos mais fortes que existem. A vida nessa região é regrada por maré. É uma vida onde, duas vezes por dia, a maré entra e sobe dois metros, senão três metros. A maré entra na região tanto pelo Canal Norte como pelo Canal Sul, embaixo do Marajó, o Tocantins e outros rios, e adentra até atrás do Marajó.É um esquema de pulsação que eu fico imaginando que a escala de um desastre de derramamento de óleo, de explosão da exploração, como aconteceu no Golfo do México, pode ter uma distribuição gigantesca por causa desse fluxo de maré. Ela vai impactar não só grandes regiões de manguezais na costa do Amapá e na costa do Salgado, que são viveiros da ecologia pesqueira da região, como vai se penetrar ali por todas as cidades, igarapés e rios, onde as pessoas dependem da água para tudo e onde toda a economia funciona em torno da água.Eu tenho a preocupação em particular pelo tipo de risco, que é muito diferente dos tipos de risco que se tem em outras plataformas costeiras isoladas, por exemplo. Eu acho que ali na região você tem esse risco acentuado.Você, como antropólogo, tem acompanhado o aumento dessas pressões humanas sobre a Amazônia e os seus recursos nas últimas décadas. Em paralelo, as pesquisas climáticas sobre o ponto de não retorno da floresta alertam sobre o grande risco que ela já corre. Que futuro você visualiza para a Amazônia? Consegue olhar para frente com otimismo?Eu tento ter pelo menos o que eu chamo de otimismo crítico. Eu tenho um olhar otimista na floresta porque eu trabalho no chão, com comunidades, com associações, com cooperativas e com organizações que estão lá lutando e fazendo a diferença, e conseguindo resultados no dia a dia. Eu nem me sinto numa posição de não ter esperança.Quando pessoas que estão enfrentando situações muito difíceis, muito mais carentes, estão lá buscando soluções e buscando caminhos para a região, eu me sinto privilegiado de poder ver, acompanhar e participar. E isso me dá essa energia, me dá um encorajamento de que, sim, nós temos soluções para Amazônia.As soluções já estão lá. Em muitos casos, a gente precisa abrir a copa da floresta, ver essas soluções e dar força para que elas ganhem mais escala, que saiam daqueles, em muitos casos, nichos isolados, numa paisagem cercada de tudo que é contrário, para ser parte dominante dessas paisagens.Sobre o ponto biofísico de inflexão, é uma realidade que está se aproximando muito rapidamente da região, que vem dessa coevolução de forças ocupando a paisagem e que hoje estão tendo fricções umas com as outras. Acontece que esse processo de ocupação foi não só criando áreas abertas imensas, quebrando a chamada bomba d'água da floresta e do clima da Amazônia. Isso volta ao ponto que eu estava falando, da importância de a gente pensar numa Amazônia pela conectividade. É restaurando áreas, e eu acho que a gente tem que privilegiar a conectividade dos rios e a saúde deles, que conectam esses vários sistemas de uso e governança da terra, buscando restaurar a fragmentação da floresta também.Tem oportunidades de se buscar uma restauração mais produtiva. A improdutividade da maioria dos pastos da região é o dominante na região. Boa parte dos 60% de áreas desmatadas que estão em pasto são extremamente improdutivas. A gente recentemente fez uma análise desses pastos, onde a produtividade por hectare chega a ser uma cabeça por hectare, às vezes menos. As melhores estão em 1,4 ou 1,5 por hectare. São terras extremamente improdutivas que têm valor como terra, e que também podem ser sujeitos a transições que a levem a ser mais produtivas.Também precisa que se regenere áreas, que se cumpra a lei de áreas de preservação permanente. Tem muitos caminhos que podem reconciliar esses esforços, mas eu acho que antes de tudo, a gente precisa garantir os avanços que foram feitos: garantir a integridade das áreas indígenas, das reservas extrativistas, das áreas protegidas, das áreas de usos sustentáveis, que hoje estão extremamente ameaçadas.
A editora Éditions Chandeigne & Lima apresentou o livro Tradutor de Chuvas ao público francês. Traducteur de pluies é a primeira versão francesa de um livro de poesia do escritor moçambicano Mia Couto. A tradutora Elisabeth Monteiro Rodrigues reflecte sobre os desafios da adaptação, destacando o processo criativo e lembra que traduzir a poesia de Mia Couto exige recriar a experiência poética na língua, lidando com palavras inventadas. RFI: O que a levou a traduzir a obra de Mia Couto, especialmente esta primeira coletânea poética publicada em francês?Elisabeth Monteiro Rodrigues: Esta é a continuação do meu trabalho iniciado em 2005, quando comecei a traduzir a obra de Mia Couto para o francês. Para mim, foi uma forma de perceber como o poema constitui o núcleo dos romances e dos contos do Mia, como, na verdade, da poesia nasce a prosa.Imagino que traduzir Mia Couto seja fascinante. Quais são os desafios dessa tradução? É uma continuidade, porque até na prosa a escrita do Mia é imensamente poética. Neste livro, Tradutor de Chuvas, o principal desafio foi encontrar uma forma de simplicidade e delicadeza – algo sempre difícil quando se trata de poesia –, sem perder as imagens e os sons. Além disso, há também algumas criações, como no poema A Casa, que termina assim:E tanto em mim demoraram as esperasQue me fui trocando por soalhoE me converti em sonholenta janela.Aqui temos a palavra "sonholenta", uma fusão de "sonho" e "sonolento". Para a tradução em francês, recorri ao mesmo processo criativo. Assim, essa palavra foi traduzida como rêvenolente, mantendo a ideia original.O seu trabalho passa também por um exercício de criação?Sim, eu tento. Todo o trabalho de tradução é também um trabalho de criação, porque é necessário recriar, na língua de chegada, aquilo que o autor fez na língua original – neste caso, o português. No caso de Mia Couto, esse processo de invenção de palavras é muito presente, mas não se trata apenas das palavras. Sobretudo em Tradutor de Chuvas, o desafio maior foi encontrar a palavra justa, aquela que surge no momento adequado.Imagino que isso traga dificuldades, mas também deve ser desafiador tentar encontrar a palavra correcta para cada estrofe, respeitando o sentido imaginado pelo autor – neste caso, Mia Couto.Sim, e às vezes temos que esperar que a palavra certa apareça.E ela pode demorar a chegar?Sim, pode demorar meses.Como é o dia a dia de um tradutor?Começo de manhã lendo alguns livros que me acompanham durante o processo de tradução. Depois, começo a trabalhar nas páginas do texto que estou a traduzir. Se não encontro a palavra certa, deixo de lado e faço outra coisa – até tarefas domésticas. E muitas vezes, ao realizar outras actividades, as palavras surgem naturalmente.Foi mais fácil traduzir a coletânea poética Tradutor de Chuvas por já conhecer a escrita de Mia Couto e já ter traduzido a sua prosa?Sim. Mas, na verdade, cada livro é diferente. Mesmo conhecendo bem a obra do Mia – já traduzi cerca de 15 livros –, tento sempre abordá-la como se fosse a primeira vez. Cada texto exige um trabalho diferente, uma disponibilidade própria. O livro impõe a sua forma de escrita e, consequentemente, a sua forma de tradução.Como é que conseguiu manter-se fiel ao texto original e, ao mesmo tempo, torná-lo compreensível para o público francófono?No caso de Tradutor de Chuvas, o desafio foi ainda maior porque se trata de um livro muito pessoal, que aborda a infância de Mia Couto e a memória do seu pai.A memória, a saudade...Sim, exactamente. O próprio Mia Couto dá, neste livro, uma definição muito poética de saudade:Saudade é o que ficou do que nunca fomosE como se traduz saudade para o francês?Diz-se sempre que "saudade" não tem tradução. Depende do contexto. Mas, neste caso específico, mantive a palavra original. Em francês, ficou algo como: "la saudade c est ce qui reste de ce que nous n'avons jamais été".Esse trabalho de mediação entre a língua portuguesa e a francesa é algo presente na sua carreira. Como é para si, que trabalha com vários autores lusófonos, como Lídia Jorge, por exemplo, lidar com estilos tão diferentes? Suponho que precise entrar no universo de cada escritor?Sim, e é isso que torna a tradução tão fascinante. Cada livro é um mergulho no mundo particular do autor. No caso da mediação cultural, um bom exemplo foi a tradução de Terra Sonâmbula, que traz toda a história de Moçambique. A língua portuguesa, tal como falada em Moçambique, tem as suas particularidades. Além disso, Mia Couto faz empréstimos de palavras de línguas africanas, e muitas delas não são traduzidas. Ele costuma incluir glossários nos seus livros, e eu mantive essa abordagem na tradução para o francês. É uma forma de levar outra cultura para o leitor francófono.Em algum momento, entra em contacto com o autor para esclarecer dúvidas sobre passagens específicas?Sim, mantemos contacto por e-mail. Costumo enviar-lhe perguntas sobre certos trechos, às vezes sobre aspectos históricos de Moçambique que não encontrei nas minhas leituras. O diálogo é frequente.Tem expectativas em relação à receção desta primeira coletânea poética de Mia Couto pelo público francês?Sim. Gostaria que os leitores francófonos descobrissem essa vertente poética da obra de Mia Couto, que ainda não tinha sido publicada em França. E que pudessem, através dela, entrar em contacto com essa outra definição de saudade – um conceito tão importante na literatura e na cultura de língua portuguesa.
A editora Éditions Chandeigne apresentou a livro Tradutor de Chuvas ao público francês. Traducteur de pluies é a primeira versão francesa de um livro de poesia do escrito moçambicano Mia Couto. A tradutora Elisabeth Monteiro Rodrigues reflecte sobre os desafios da adaptação, destacando o processo criativo e lembra que traduzir a poesia de Mia Couto exige recriar a experiência poética na língua, lidando com palavras inventadas. RFI: O que a levou a traduzir a obra de Mia Couto, especialmente esta primeira coletânea poética publicada em francês?Elisabeth Monteiro Rodrigues: Esta é a continuação do meu trabalho iniciado em 2005, quando comecei a traduzir a obra de Mia Couto para o francês. Para mim, foi uma forma de perceber como o poema constitui o núcleo dos romances e dos contos do Mia, como, na verdade, da poesia nasce a prosa.Imagino que traduzir Mia Couto seja fascinante. Quais são os desafios dessa tradução? É uma continuidade, porque até na prosa a escrita do Mia é imensamente poética. Neste livro, Tradutor de Chuvas, o principal desafio foi encontrar uma forma de simplicidade e delicadeza – algo sempre difícil quando se trata de poesia –, sem perder as imagens e os sons. Além disso, há também algumas criações, como no poema A Casa, que termina assim:E tanto em mim demoraram as esperasQue me fui trocando por soalhoE me converti em sonolenta da janela.Aqui temos a palavra "sonolenta", uma fusão de "sonho" e "sonolento". Para a tradução em francês, recorri ao mesmo processo criativo. Assim, essa palavra foi traduzida como rêvenolante, mantendo a ideia original.O seu trabalho passa também por um exercício de criação?Sim, eu tento. Todo o trabalho de tradução é também um trabalho de criação, porque é necessário recriar, na língua de chegada, aquilo que o autor fez na língua original – neste caso, o português. No caso de Mia Couto, esse processo de invenção de palavras é muito presente, mas não se trata apenas das palavras. Sobretudo em Tradutor de Chuvas, o desafio maior foi encontrar a palavra justa, aquela que surge no momento adequado.Imagino que isso traga dificuldades, mas também deve ser desafiador tentar encontrar a palavra correcta para cada estrofe, respeitando o sentido imaginado pelo autor – neste caso, Mia Couto.Sim, e às vezes temos que esperar que a palavra certa apareça.E ela pode demorar a chegar?Sim, pode demorar meses.Como é o dia a dia de um tradutor?Começo de manhã lendo alguns livros que me acompanham durante o processo de tradução. Depois, começo a trabalhar nas páginas do texto que estou a traduzir. Se não encontro a palavra certa, deixo de lado e faço outra coisa – até tarefas domésticas. E muitas vezes, ao realizar outras actividades, as palavras surgem naturalmente.Foi mais fácil traduzir a coletânea poética Tradutor de Chuvas por já conhecer a escrita de Mia Couto e já ter traduzido a sua prosa?Sim. Mas, na verdade, cada livro é diferente. Mesmo conhecendo bem a obra do Mia – já traduzi cerca de 15 livros –, tento sempre abordá-la como se fosse a primeira vez. Cada texto exige um trabalho diferente, uma disponibilidade própria. O livro impõe a sua forma de escrita e, consequentemente, a sua forma de tradução.Como é que conseguiu manter-se fiel ao texto original e, ao mesmo tempo, torná-lo compreensível para o público francófono?No caso de Tradutor de Chuvas, o desafio foi ainda maior porque se trata de um livro muito pessoal, que aborda a infância de Mia Couto e a memória do seu pai.A memória, a saudade...Sim, exactamente. O próprio Mia Couto dá, neste livro, uma definição muito poética de saudade:Saudade é o que ficou do que nunca fomosE como se traduz saudade para o francês?Diz-se sempre que "saudade" não tem tradução. Depende do contexto. Mas, neste caso específico, mantive a palavra original. Em francês, ficou algo como: "la saudade c est ce qui reste de ce que nous n'avons jamais été".Esse trabalho de mediação entre a língua portuguesa e a francesa é algo presente na sua carreira. Como é para si, que trabalha com vários autores lusófonos, como Lídia Jorge, por exemplo, lidar com estilos tão diferentes? Suponho que precise entrar no universo de cada escritor?Sim, e é isso que torna a tradução tão fascinante. Cada livro é um mergulho no mundo particular do autor. No caso da mediação cultural, um bom exemplo foi a tradução de Terra Sonâmbula, que traz toda a história de Moçambique. A língua portuguesa, tal como falada em Moçambique, tem as suas particularidades. Além disso, Mia Couto faz empréstimos de palavras de línguas africanas, e muitas delas não são traduzidas. Ele costuma incluir glossários nos seus livros, e eu mantive essa abordagem na tradução para o francês. É uma forma de levar outra cultura para o leitor francófono.Em algum momento, entra em contacto com o autor para esclarecer dúvidas sobre passagens específicas?Sim, mantemos contacto por e-mail. Costumo enviar-lhe perguntas sobre certos trechos, às vezes sobre aspectos históricos de Moçambique que não encontrei nas minhas leituras. O diálogo é frequente.Tem expectativas em relação à receção desta primeira coletânea poética de Mia Couto pelo público francês?Sim. Gostaria que os leitores francófonos descobrissem essa vertente poética da obra de Mia Couto, que ainda não tinha sido publicada em França. E que pudessem, através dela, entrar em contacto com essa outra definição de saudade – um conceito tão importante na literatura e na cultura de língua portuguesa.
No episódio de hoje falo-lhe sobre o impacto da alimentação e do estilo de vida no geral para a prevenção e tratamento das doenças autoimnes. Existem inúmeros mitos em torno destas doenças e é importante desbravarmos algumas destas crenças que só nos atrapalham o processo de cura.Doenças autoimunes são condições do sistema imunitário que se podem manifestar em diferentes orgãos e que, muitas vezes, se propagam sob diversas formas em várias partes do corpo dando origem a mais do que uma doença diagnosticada. Sobretudo quando os primeiros sintomas são ignorados. Há tanto que podemos fazer no nosso dia a dia que é absolutamente ingrato depositarmos todas as nossas fichas nos medicamentos. Se quer ganhar qualidade de vida, ouça este episódio com atenção e tome notas! Se este episódio aguçou a sua curiosidade e quer começar já a tratar da sua saúde, junte-se ao meu programa de tratamento intestinal. Saiba mais aqui: www.mafaldarodriguesdealmeida.pt#doençasautoimunes #gluten #sistemaimunitario #doençaceliaca #intoleranciaaogluten
Na Alemanha, neste domingo 23 de Fevereiro, um pouco mais de 59 milhões de eleitores vão ser chamados às urnas no quadro de legislativas antecipadas provocadas pela crise que se instalou na coligação governativa. No âmbito deste sufrágio indirecto devem ser renovados os 630 assentos do Bundestag, a câmara baixa do parlamento, mas deve igualmente ser escolhido o novo chefe do executivo. Para este cargo concorrem sete candidatos, nomeadamente o chanceler cessante, o social-democrata (SPD), Olaf Scholz, creditado com 15% de intenções de voto, o conservador da coligação CDU-CSU, Friedrich Merz, considerado o grande favorito, com uns 30% de intenções de voto, ou ainda Alice Weidel, líder da extrema-direita da AFD, creditada com cerca de 20% de intenções de voto.Apesar de analistas considerarem que esta última tem poucas possibilidades -para já- de chegar ao poder, dado o seu lugar nas sondagens e também o "cordão sanitário" estabelecido pelas diversas forças políticas alemãs para não entrar em qualquer coligação com a sua formação, o facto é que os chavões da extrema-direita alimentaram o debate durante a campanha eleitoral, ou seja a gestão das fronteiras e dos fluxos migratórios.Este assunto dominou tanto mais a actualidade que ainda na semana passada o ataque cometido por um jovem imigrante que lançou o seu veículo contra uma multidão em Munique, ferindo 39 pessoas entre as quais duas acabaram por morrer, relançou a habitual associação feita pela extrema-direita entre a imigração e a insegurança. Isto sem contar com o apoio dado pela própria administração Trump a Alice Weidel.O contexto político-diplomático minado pelo conflito na Ucrânia, a economia em estagnação e o sector energético à procura de um novo fôlego, foram igualmente abordados na campanha eleitoral que hoje termina, refere Domingos Luvumbo, dirigente associativo angolano em Munique, que diz não ter dúvidas de que o campo conservador de Merz vai vencer no domingo.RFI: Que balanço faz da campanha eleitoral?Domingos Luvumbo: São eleições muito disputadas. Mas a não ser que haja um milagre capaz de impedir a vitória do Friedrich Merz, eu diria que o resultado está feito, que domingo Friedrich Merz será declarado o vencedor destas eleições. Tudo leva a crer isso, porque neste momento vai à frente com mais de 30% nas intenções de voto, contra 20% da extrema-direita, que não passará, com certeza, mas que será a segunda força política na Alemanha, apesar de nenhuma outra força política aceitar coligar-se com este partido político. E tenho esta crença porque o tema número um destas legislativas foi a imigração. A CDU-CSU é a única coligação que pode impedir a extrema-direita alemã de ter mais pontos percentuais. Defende medidas radicais quanto à entrada de refugiados na República Federal da Alemanha. Defende um controlo mais apertado das fronteiras. E quanto à Guerra da Ucrânia, também diz que os europeus em geral e em particular os alemães, têm que fazer tudo para que o Vladimir Putin não ganhe a guerra na Ucrânia. E os alemães também estão de acordo com este tema. No domínio doméstico, defendem medidas muito duras quanto às pessoas que recebem ajuda social do Estado. E nesses temas todos (Merz) saiu-se muito bem. E tudo isto leva-me a crer que dificilmente um outro concorrente venha a posicionar-se à frente dele.RFI: Estava a mencionar há pouco que a questão da imigração foi um dos temas dominantes desta campanha. É um tema importante para os alemães?Domingos Luvumbo: Muito importante, porque os alemães, até um certo ponto, começaram a sentir-se ameaçados. Só para ter uma ideia, entraram na República Federal da Alemanha perto de 1 milhão de sírios, vieram centenas de milhares de afegãos. Para além dos alemães precisarem, como quase em toda a Europa, de mão-de-obra, a imigração traz os seus problemas. Penso que tem acompanhado o que tem acontecido aqui na Alemanha. Muitos atentados ainda recentemente. Dez dias antes das eleições, que serão domingo, houve mais um atentado em que um jovem afegão de 24 anos de idade pegou numa viatura e foi contra uma multidão. Atropelou muita gente. Infelizmente, uma criança, creio que de dois anos de idade, e a sua mãe, pouco depois, acabariam por perder a vida. E isto veio agravar o problema da imigração, que deve ser controlado. Precisa-se de mão-de-obra, sobretudo mão-de-obra qualificada, mas também deve ser evitada a entrada anárquica de refugiados que hoje são chamados imigrantes ilegais provenientes destes países, sobretudo Síria e Afeganistão. E, sobretudo, quando estes imigrantes passam por um outro território europeu antes de chegarem à Alemanha. É por isso que esse tema foi muito discutido e os alemães pretendem reativar a convenção de Dublin, creio de 1997, que diz que o requerente de asilo deve fazer a declaração e o processo dele a ser analisado no primeiro território europeu onde chegar. E os alemães têm tido esses problemas. Penso que é o país da União Europeia que mais fronteiras tem: com nove países. Então muitas vezes, tentam expulsar pessoas que transitaram em território búlgaro, território austríaco, território francês, holandês ou de um outro país. E estes países não aceitam receber estes refugiados ou requerentes de asilo em desrespeito ao acordo assinado em 1997. E Friedrich Merz, que é o candidato considerado praticamente vencedor, garantiu aos alemães que se ele for eleito, logo no dia a seguir, uma expressão mais ou menos como a do Donald Trump, logo no primeiro dia da sua governação, mandará os agentes da polícia estarem presentes em todas as fronteiras para tentar impedir que indivíduos que tenham transitado num outro território europeu venham à Alemanha. Ele também disse que mandaria construir Centros onde ficariam até serem repatriados, porque neste momento existem milhares de refugiados ou requerentes de asilo político, sobretudo provenientes da Síria e do Afeganistão, cujos pedidos foram recusados, mas que o governo actual nunca teve a capacidade de expulsar.RFI: Para além da questão da imigração, o que também esteve no centro das atenções nesta campanha, foi a questão da economia alemã, que neste momento está a conhecer algumas dificuldades, nomeadamente no sector do automóvel que está em estagnação. Como é que isto foi abordado durante a campanha?Domingos Luvumbo: Esta questão também foi muito abordada. Este problema começou com as empresas que fazem produção na República Popular da China e a União Europeia aplicou sanções contra a República Popular da China, que tenta inundar com as suas viaturas, a sua produção, no espaço da União Europeia. Agora, o problema é que há empresas alemãs como BMW e tantas outras que produzem, por exemplo, na República Popular da China e aí as medidas da União Europeia ou a posição francesa e outros países que querem impedir que a China venha inundar o mercado europeu, ali não fazem excepção. E depois vem a questão novamente de mão-de-obra. Há, neste preciso momento, quase em todo o mundo, a indústria automobilística quase que está em crise. A própria mão-de-obra também, porque os alemães, quando se fala de mão-de-obra especializada, precisam muito de engenheiros. Portanto, a questão económica foi muito discutida. Os da extrema-direita e o da esquerda culpam o próprio governo e o executivo (anterior) de Angela Merkel, dizendo que bruscamente a economia alemã entrou em recessão. A economia alemã começou a ter muitos problemas porque a energia tornou-se muito cara. É isto que os Verdes diziam, que nós já vínhamos chamando a atenção aos sucessivos governos da CDU, para que a República Federal da Alemanha evitasse a dependência russa que bruscamente, devido ao conflito com a Ucrânia, ao fecharem-se as torneiras, o preço energético na República Federal da Alemanha ficou muito caro. E depois a própria política que hoje o Donald Trump ameaça aplicar com as tarifas alfandegárias, considera-se que é uma política face à qual os alemães deviam ter-se preparado muito antes. Sobretudo hoje, no ramo energético, tem que se fazer tudo. Neste sentido, o provável vencedor destas eleições (Friedrich Merz) está a falar de reabertura, por exemplo, de energia nuclear, uma coisa que já tinha sido eliminada na República Federal da Alemanha, mas que ele pretende reintroduzir como forma de atenuar a carência energética, porque diz sempre que a Alemanha é um dos países mais caros em matéria energética.RFI: Relativamente ao apoio que foi dado pela administração Trump, mais concretamente o Elon Musk, ao partido de extrema direita AFD, qual foi o impacto que isso teve na campanha?Domingos Luvumbo: Numa primeira fase, pensava-se que poderia ter um grande impacto, mas não teve, porque os alemães são bem informados. A maioria dos alemães é da opinião que é uma ingerência interna que não se pode permitir. O facto de Elon Musk ter os biliões de dólares que tem, não lhe dá o direito de se imiscuir directamente nos assuntos internos da Alemanha. Aliás, durante a conferência da segurança aqui em Munique, os representantes dos Estados Unidos da América, o vice-presidente e o secretário de Estado norte-americano voltaram a dar apoio à extrema-direita, acusando não só os alemães, mas os europeus de não respeitarem as regras democráticas por terem aberto de uma forma anárquica as fronteiras, à mesma moda da campanha do Donald Trump. É que eles sabem também que aqui na República Federal da Alemanha, a campanha número um da extrema-direita é a imigração. Porque eles sabem que neste campo a extrema-direita poderia pontuar e tem estado de facto a pontuar. Para eles, os imigrantes deviam ter vindo dos países da Europa do Leste, porque eles gostariam aqui pessoas da raça branca, que dizem que têm a mesma cultura. São cristãos como eles, e não indivíduos que vêm, por exemplo, do Afeganistão, da Síria ou mesmo de alguns países africanos. Esta questão foi a questão central da extrema-direita e eles chegaram ali onde chegaram, agarrando-se precisamente neste ponto.
Ministra do Ambiente. "Prospeção de lítio será feita sobretudo com meios aéreos"6a0fbf
Em entrevista à RFI a partir da União Africana, na Etiópia, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, Carlos Pinto Pereira, disse que o Ruanda deve rever o apoio dado ao M23, que a saída do Níger, Burkina Faso e Mali da CEDEAO deve ser considerada como "definitiva" e que a presidência de Angola da União Africana é "um mandato lusófono". A Cimeira da União Africana começa no sábado, mas já está a ser preparada em Adis Abeba pelos ministros dos Negócios Estrangeiros no Conselho Executivo que está reunido desde quarta-feira. Carlos Pinto Pereira, ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau, está na Etiópia para estes encontros preparatórios e falou em entrevista à RFI de algumas das maiores questões que estão a gerar debate neste encontro como as reparações devidas aos países africanos pelas potencias coloniais, quem vai suceder a Faki Mahamat e ainda o conflito na República Democrática do Congo.RFI: Qual é a posição da Guiné-Bissau face ao mote desta Cimeira da União Europeia que fala sobre as reparações devidas aos países africanos devido à colonização?Carlos Pinto Pereira: Nós temos uma posição sobre o assunto. Aliás, já foi manifestada, inclusive pelo Presidente da República, no sentido de que, em termos materiais, nós não temos reparações a pedir. Julgamos é que o assunto deve ser discutido porque efectivamente houve uma colonização, houve escravatura e houve consequências que daí advieram e que, naturalmente, ainda hoje são sentidas. Portanto, é preciso que os países e os seus respectivos líderes e sociedades aceitem e compreendam isso e que aceitem discutir. Sobretudo, aceitem a realidade e, a partir daí, de facto, sejam delineadas novas estratégias para o futuro. Portanto, é nessa perspectiva que, para nós, é importante olharmos para esta questão e que, no caso concreto da Guiné-Bissau, julgamos que deveria ter uma consequência imediata. Nós pensamos que no quadro do sistema colonial, a Guiné foi das províncias ou colónias aquela que mais foi prejudicada em termos de formação. Nós hoje estamos a sofrer com isso e de forma considerável. Julgamos que deverá haver uma discriminação positiva nesse sentido. Estamos a falar sobretudo de formação técnica, académica e científica. No momento da independência, a Guiné-Bissau tinha uma dúzia ou menos de uma dúzia de quadros de nível superior e técnico. O que é muito grave.RFI: Isto podia traduzir-se numa maior aposta de intercâmbio de alunos, por exemplo, ou na construção de universidades. Isso seria algo que a Guiné-Bissau estaria interessada?Claro, claramente. E é exactamente nesse sentido que falamos, numa discriminação positiva que, de facto, em que a Guiné-Bissau seja de facto olhada de forma especial para tentarmos diminuir o fosso que indiscutívelmente existiu e existe.Esta cimeira está também a ser marcada por eleições, nomeadamente a eleição do Presidente da Comissão. A Guiné-Bissau já tem ou já apoiou algum candidato para substituir o presidente da Comissão Moussa Faki Mahamat?A Guiné-Bissau manifestou recentemente uma certa preferência. Mas é claro que nestas matérias reservamo-nos sempre para o momento final, porque, enfim, de facto, qualquer um dos candidatos apresenta excelentes condições para a condução da da Comissão da União Africana. Portanto, deixamos isso para para a fase final.Mas houve uma clara tendência mais para o candidato queniano, para o candidato Raila Odinga.Tanto o candidato queniano como o candidato do Djibuti [Mohamoud Ali Youssouf] são duas candidaturas que se destacam, não é? Portanto, é natural que entre entre uma dessas duas a Guiné-Bissau faça a sua aposta.Recentemente, a CEDEAO reuniu-se antes desta grande reunião da União Africana. Houve a saída de três países muito importantes. Como é que a Guiné-Bissau se posicionou perante esta saída? Também tem esta política de porta aberta em relação a estes países que saíram?Nós julgamos que efectivamente temos que encarar definitivamente a questão da saída. Até até hoje continuamos com a política de porta aberta e continuamos de facto a pedir aos nossos países irmãos que que repensem de facto a sua posição. Mas temos que encarar as coisas de frente e aparentemente isso já está a ser feito. Nós recebemos há pouco uma notificação da CEDEAO no sentido de nos posicionarmos quanto à saída da sede das organizações subregionais que estavam sediadas, quer no Mali, quer no Burkina, quer no Níger. E penso que daqui por diante teremos que adoptar uma posição ligeiramente diferente da que temos adoptado até agora. Nomeadamente verificar se a política de porta aberta continua a fazer sentido ou se, pelo contrário, temos que criar aqui outros mecanismos que, sem excluir ninguém, digam claramente ou tratem preferencialmente os países que fazem parte da CEDEAO.Sendo que os países que saíram são assolados pelo terrorismo e é claro que trazem uma instabilidade à região. Nesse sentido, a Guiné-Bissau continua aberta, por exemplo, a algum tipo de cooperação?Eu penso que esses países não estão interessados em promover ou dar cobertura ao terrorismo, porque esse é um problema que nos diz respeito a todos e que devemos continuar a lutar todos sem excluir ninguém. Portanto, efetivamente, não fazer parte da nossa união não significa não defender essas causas, não é? A luta contra o terrorismo tem que ser assumida como uma causa e temos todos que participar, incluindo esses países. Aliás, nós temos dito inclusivamente que a encararíamos de forma diferente uma eventual aproximação entre esses três países, mas dentro do quadro da CEDEAO, sem nunca sair do quadro da CEDEAO, como temos outras organizações. Mas enfim, para já não é essa a atitude deles. Esperemos que repensem, mas que nunca ponham em causa os problemas comuns que nos afligem a todos, nomeadamente o terrorismo.Outro conflito que se está a falar muito aqui nesta cimeira. E, é claro, o conflito na República Democrática do Congo, no leste do país. Qual é a posição de Guiné-Bissau em relação a este conflito? Neste momento vê-se um Conselho Executivo muito dividido. com uma posição muito forte contra o Ruanda. Qual é que é a posição da Guiné-Bissau?É o seguimento do alinhamento das Nações Unidas [que reconheceram o apoio do Ruanda aos rebeldes do M23]. Enfim, não é só a União Africana. Penso que no próprio quadro das Nações Unidas há um alinhamento claro nessa matéria, não é? Com alguma responsabilização a cair sobre o Ruanda e, na verdade, a Guiné-Bissau está também nesse alinhamento. Portanto, nós, sempre que necessário e possível, pediremos ao Ruanda que de facto reveja a sua posição. Nomeadamente os apoios têm dado de forma explícita ao M23 que está a desestabilizar um país e a criar grandes problemas. Portanto, não é admissível.No fim de semana será então a troca da presidência rotativa da União Africana. Virá para a presidência um país lusófono. Para a Guiné-Bissau é importante ver Angola a assumir este papel? Como é que tambem a Guiné-Bissau pensa participar de alguma forma neste mandato de Angola, que acaba por ser um mandato lusófono?É um mandato lusófono ao qual nós daremos todo o apoio. Angola pode contar com o apoio da Guiné-Bissau neste quadro da União Africana, assim como nós contamos com o apoio de Angola nos próximos tempos, com a presidência da CPLP. Portanto, nós temos que afirmar a lusofonia em todos os lugares aonde estejamos e aqui na União Africana. É o primeiro mandato lusófono e nós tomaremos isso com muito apreço e consideração.Há alguma contestação interna na Guiné-Bissau sobre a data das eleições. Muitas ONG pensam que deveria ser antes, que devia ser em fevereiro. Qual é que é a sua posição em relação a estas eleições?O Governo já manifestou a sua posição quanto a isso. De facto, houve um adiamento, porqueo Governo entendia que não havia condições para a sua realização no momento em que tinham sido agendadas. E essas essas razões, digamos, permanecem inclusivamente hoje. Aliás, razões que não se ficaram a dever apenas ao Governo. A própria oposição também criou algumas condições para que nos encontrássemos nessa situação. Para o Governo, neste momento, importa fazer uma só eleição. Serão eleições gerais, legislativas e presidenciais. E para isso, portanto, do nosso ponto de vista, há que seguir aquilo que a lei diz que é a marcação de eleições entre 23 de Outubro e 25 de Novembro. Foi essa a proposta que fizemos ao senhor Presidente da República. Ele ainda não se pronunciou, mas esperamos que em breve se pronuncie e que marque a data.
Recorde a entrevista de 2023 a Dário Guerreiro. O humorista estava em tour pelo país com “Pequeno Problema”, o seu terceiro espetáculo de stand-up comedy. Em conversa com Gustavo Carvalho no podcast Humor à Primeira Vista, revela o projeto de comédia musical que ambiciona concretizar e explica as dificuldades de ser comediante fora dos grandes centros urbanos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Segundo o Observatório Nacional do Bullying, há razões para estes dados. Sobretudo porque há mais supervisão nos recreios. Mas Eduardo Sá explica que há mais agressividade nas crianças pequenas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
mensagem bíblica A companhia conta muito… Muito mesmo. Tanto que se for saudável evita-se a solidão nos acidentes naturais, físicos e emocionais… A tragédia continuará ao virar da esquina dos dias, mas o suporte não falhará. Sobretudo, se se conta, constata e procura o acompanhamento de Jesus, acima de qualquer outro movimento associativo, seja este religioso ou não. Detalhes sobre a celebração 26 janeiro @Bible.com Disponível no canal do YouTube.
No dia da tomada de posse de Donald Trump como o 47º Presidente dos Estados Unidos da América, Clara Ferreira Alves faz a análise em direto dos discursos e promessas da nova "Idade de Ouro", na companhia de Ricardo Costa. O papel de JD Vance na nova direita americana, o discurso de Trump e as suas implicações políticas, a questão do canal do Panamá nas relações internacionais e a dinâmica política dos democratas sob a liderança de Biden. A conversa explora a ressurreição política de Donald Trump e os desafios enfrentados pelo Partido Democrata. Este painel foi emitido na SIC Notícias a 20 de janeiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump foi empossado como 47º presidente dos Estados Unidos e fez um discurso que não desalinhou face ao que prometeu em campanha, mas estava carregado de contradições e declarações que não resistem ao “fact-checking”. O comentador da SIC João Maria Jonet destaca sobretudo a necessidade infantil de Trump estar permanentemente a tentar provar que é o mais importante presidente de todos os tempos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na Califórnia, nos Estados Unidos, a área de Los Angeles está a ser palco de violentos incêndios que têm deixado vasto rasto de destruição e, também, mataram pelo menos 24 pessoas.Guenny Pires é um cineasta a residir na região à qual ele acaba de regressar proveniente de Cabo Verde.Ele relatar à RFI as imagens que tem testemunhado desde que chegou de volta a Los Angeles. Guenny Pires, cineasta radicado na região de Los Angeles:Durante a viagem, o avião passa pelo lado leste de Los Angeles, onde tem neste momento a maior quantidade de fogo. Mas pode-se reparar, durante a caminhada, o percurso do aeroporto para onde estou neste momento... pode-se ver várias destruições, sobretudo no lado do Pacífico.No lado onde começou o fogo, com muitas destruições, sobretudo com pessoas muito em baixo, com situações bastante delicadas. E muita movimentação de pessoas do corpo do bombeiros e corpo de polícia a tentar fazer de tudo para apaziguar este desastre que infelizmente ainda continua. Com várias dificuldades, sobretudo por causa do vento forte que está a fazer neste momento.Mas o número de vítimas também aumentou e, além disso, a destruição continua de uma forma incrível e esperamos que melhores momentos, melhores dias possam vir brevemente.Como trabalho numa universidade Mount Centre Mary's University, que está no lado do Pacífico, esta universidade está fechada.O Hollywood Studio, onde vou com mais frequência neste momento, suspendeu todas as actividades e tem actividades somente via virtual e de modo que possivelmente na próxima semana pode abrir as portas. É uma situação bastante difícil.Alguma vez viu alguma coisa assim em Los Angeles?Não, em 22 anos de vivência, nunca vi. Houve fogos, sim, alguma destruição de algumas comunidades, inclusivamente da estrada, a auto-estrada e algumas situações de destruições em várias localidades.Mas em Los Angeles esta creio que é mais forte que nos últimos anos já se registou. Mesmo para pessoas que têm 80, 70 anos. Estão a dizer que nunca tinham visto algo assim.No entanto, é uma zona montanhosa. Há vales e há muito mato que não é limpo nessa região dos vales. Acha que pode ser essa uma das razões que explica o incêndio de tais dimensões? Sobretudo, fazia referência ao vento. Infelizmente, as previsões apontam para rajadas de vento fortes nas próximas horas, o que pode vir ainda a dificultar mais a tentativa para controlar os incêndios, não é ?Com certeza. Para quem conhece Los Angeles, sabe que há uma dificuldade grande em manter os vales e ribeiras sem palhas, o que é muito perigoso para este tipo de situação.Entretanto, eu tive a oportunidade de, no passado, viver em Altadena, onde está neste momento a grande quantidade de fogo, nunca tinha reparado em tanto problema desta ordem. Mas é claro que...O mato não é limpo, não é?Não é. Nunca foi, nem as ribeiras. É muito, muito difícil controlar com as situações de mudança de clima, utimamente. E com a subida de temperatura, isso vai-se agravar cada vez mais. É necessário que as autoridades e as pessoas, sobretudo, terem em conta que todos temos de contribuir para que, de facto, a situação possa melhorar. E neste momento é uma situação bastante delicada e não creio que as autoridades vão conseguir encontrar a razão disto. Mas há algumas especulações que foi [fogo] posto. Mas isto não passa de especulações e até provar que é verdade, não sei se vamos ter alguma pista sobre o resto.E acha que pelo facto de haver gente muito famosa, muito rica, com mansões aí na área de Los Angeles se teve maior noção da tragédia ? Porque, infelizmente, há muitos incêndios nos Estados Unidos. Este acabou por ter maior notoriedade porque houve muitas estrelas que perderam muito aí ?Com certeza: esta área do Pacífico e, por exemplo, na estrada Sunset Boulevard, que é uma das vias mais longas de Los Angeles, que começa no centro da cidade, vai até Malibu. É onde temos as maiores mansões, as maiores pessoas ligadas à indústria da sétima arte, sobretudo, mas também músicos, etc.E que têm casas extremamente valiosas, com muita riqueza. Isto não quero ir para este lado, mas recentemente houve várias manifestações, várias coisas. O facto de que também vamos ter em poucos dias esta mudança do governo e vamos ter novo Presidente.Este Presidente [Donald Trump que toma posse a 20 de Janeiro] tem criado alguma dificuldade porque, pelo que sabemos, tem protegido os mais ricos. E nunca se sabe bem a razão porque este fogo começou nesta área, onde existe ou existia a maior quantidade de pessoas mais ricas da zona de Los Angeles.Só desejo a força e coragem a todos que estão nesta situação e que isso de facto possa se resolver pacificamente e sobretudo, que acalme o vento e os bombeiros possam controlar o fogo.Porque isto pode mesmo perturbar também a indústria do cinema, já está a perturbar em certa medida, não é?Já está. Já está com grande perturbação, porque a maior parte dos estúdios, a maior parte dos intervenientes que trabalham na indústria, está parado. Neste momento não há trabalho. Por exemplo, a Universal [estúdios de cinema] foi fechado porque é precisamente não muito longe da Universal onde temos maior quantidade de fogo neste momento. E toda esta área circundante é, por exemplo, a Warner Brothers, que tem um estúdio em Burbank, que é ali mesmo ao lado da Altadena. Então há toda esta dificuldade. A Sony, que está do outro lado, mas que tem um outro estúdio de musica em Burbank padece com esta situação. E os pequenos produtores independentes, caso, por exemplo, de alguns estúdios que fazem pós produção neste momento estão fechados ou tendem a reabrir talvez na próxima semana. Mas toda esta situação tem prejudicado a economia da Califórnia, sobretudo Los Angeles. Mas mais importante é que isto de facto se possa resolver. E mesmo perdendo algum dinheiro, isso possa ser resolvido, recuperado mais tarde. Mas o mais importante neste momento é focalizar-se no controlo do fogo.E enquanto isso, os políticos vão-se acusando mutuamente. O futuro Presidente tem criticado bastante o governador democrata da Califórnia em relação à gestão do incêndio ?Exactamente. Tem muita política à volta. E tendo em conta que este Presidente é um Presidente que não acredita na ciência, não acredita muito...Nas alterações climáticas !Exactamente na situação da mudanças climáticas. E este governador que temos [do Estado da Califórnia], que é um governador que se tem dedicado muito à questão de mudanças climáticas. Têm sido muitas trocas, de muitas conversas [com o futuro Presidente]. E isto, de facto, não ajuda para controlar o fogo, que neste momento a situação é bastante complicada.E falta água, não é? Falta água para o combate aos incêndios !Falta água, falta água, porque Los Angeles nunca teve água. Los Angeles recebe água de uma outra cidade e isso tem dificultado bastante a situação. Agora era necessário neste momento não apontar o dedo de um lado e de outro, mas isto é impossível tendo em conta a característica de cada ser humano e sobretudo, tentando tirar proveito, porque há republicanos, de uns anos para cá nunca conseguiram dar volta à governação do actual governador.De modo que isto tem afectado muitos republicanos e isto com certeza é uma oportunidade que eles têm em concreto de dizer que falta isto, falta aquilo. Mas isto não é um problema. Creio na minha perspetiva, directamente pode haver, com certeza, algum mau funcionamento de algumas instituições do Estado de Califórnia, sobretudo da grande Los Angeles. Mas isto não é a razão porque temos o fogo. A razão do fogo tem a ver com mudanças climáticas, isto é, aquilo em que temos de nos focalizar.Isto é, que temos todos de nos envolver para poder ajudar a resolver esta situação, não só aqui nos Estados Unidos, mas em outras paragens, outros lugares onde já temos situações de fogo.Por exemplo, temos bombeiros, amigos da África do Sul, temos do México, que chegaram para ajudar. Tudo isto tem mostrado que, de facto, a Califórnia e Los Angeles, em particular, têm alguma solidariedade, têm alguma cooperação com outros povos, outros bombeiros, de modo que isto tem ajudado bastante. Mas não é suficiente, porque o trabalho teria de ser feito antes e infelizmente, isto não está sendo feito de forma que deveria ser. E isto precisa de uma nova política, não só aqui nos Estados Unidos, mas globalmente e de modo que possa ter um ambiente mais saudável e possa, de facto, minimizar os efeitos do fogo. Porque Los Angeles não tem chuva neste momento, que é um período de chuva. Normalmente começa em dezembro, vai até à segunda semana de março. Nós não tivemos ainda chuvas aqui. Isto vai prejudicar muito com a situação que estamos a viver neste momento.
devocional Lucas leitura bíblica Zacarias, o pai do menino, ficou cheio do Espírito Santo e pôs-se a profetizar dizendo: «Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque veio socorrer e salvar o seu povo. Ele fez nascer entre nós um Salvador poderoso, descendente do seu servo David. Desde há muito tempo que ele o prometeu, por meio dos seus santos profetas, que nos ia livrar dos nossos inimigos e da mão de todos aqueles que nos odeiam; que havia de tratar com misericórdia os nossos antepassados e lembrar-se da sua santa aliança, e da promessa que tinha feito com juramento ao nosso antepassado Abraão: que nos ia livrar da mão dos nossos inimigos para podermos servi-lo sem receio, com santidade e justiça todos os dias da nossa vida. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo. Irás adiante do Senhor para lhe preparares os caminhos dando conhecimento da salvação ao seu povo para perdão dos seus pecados, porque o nosso Deus é cheio de misericórdia. Ele fará brilhar entre nós uma luz que vem do Céu. Essa luz iluminará os que se encontram na escuridão e na sombra da morte e guiará os nossos passos pelo caminho da paz.» O rapazico desenvolvia-se no corpo e no espírito e viveu no deserto até ao dia em que se apresentou ao povo de Israel. Lucas 1.67-80 devocional Qualquer pai, minimamente responsável, deseja o melhor para o seu filho. Sobretudo se tiver a compreensão de que também o é duplamente; já que além da filiação sanguínea, existe a comovente adopção espiritual, proporcionada pelo amoroso Pai do céu. Quando esta dimensão integral da paternidade está solidamente alicerçada vem à tona um mar de expressões de gratidão. Celebra-se primeira e antecipadamente a vinda de Jesus, pois é Nele e por Ele que a vida ganha inteiro sentido. Haja, assim, discernimento para entranhar que só através Dele podemos servir a Deus “sem receio, com santidade e justiça, todos os dias da nossa vida.” Depois, então, surgem os sonhos para a descendência. E que futuro mais risonho se pode perspectivar para aqueles que Deus nos dá para educar senão que abram caminho para que Jesus se evidencie? Não há maior alegria do que dar a saber aos outros que “Deus é cheio de misericórdia”, pelo que fez “brilhar entre nós uma luz que veio do céu”, Jesus em Pessoa. Desta forma, oremos pelo desenvolvimento integral dos nossos filhos, concorrendo para que o trilho da simplicidade e da quietude lhes seja sempre familiar. - jónatas figueiredo Oramos para que este tempo com Deus te encoraje e inspire. Da a ti próprio espaço para processar as tuas notas e oração e sai só quando se sentires preparado.
A importância dos Museus, sobretudo, Museus Itinerantes (projeto aprovado via Lei Aldir Blanc, 2024)Em dezembro de 2024 e janeiro de 2025, o programa “5 minutos de Ciência no seu dia a dia, com Dr. Delton Mendes”, que circula na rádio 93 FM de Barbacena e no Podcast “Falando de Ciência e Cultura”, discutiu temas que relacionam Cultura, Ciência e Educação, a partir de projeto aprovado via Lei Aldir Blanc, nível Municipal, que envolveu também o Museu de Ciências Naturais Itinerante de Minas Gerais. Com debates que permearam desde a Evolução humana, biológica e cultural, até dimensões diversas sociológicas, políticas e outras, o quadro circulou para milhares de ouvintes em Minas Gerais. Bora ouvir? Disponível no Spotify e diversos outros aplicativos de áudio!
Na recta final de 2024, já se antecipam cenários para 2025. Espera-se um ano agitado politicamente, com as autárquicas e a corrida a Belém. Dois candidatos já estão perfilados: Marques Mendes e Gouveia e Melo. Enquanto o ano não acaba, temos uma época natalícia marcada por rusgas que atingiram, sobretudo, comunidades imigrantes. Várias acusações têm sido feitas ao Governo de "instrumentalizar as autoridades" e tentar capitalizar o tal "sentimento de insegurança". See omnystudio.com/listener for privacy information.
A sessão solene que celebrou os 49 anos do 25 de novembro serviu para a extrema-direita fazer uma intervenção profundamente divisionista, bem contrariada pelos factos relatados por Marcelo Rebelo de Sousa e, sobretudo, pela intervenção conciliadora de José Pedro Aguiar-Branco. Neste episódio, olhamos para esta sessão a partir da longa experiência de jornalismo político de João Pedro Henriques.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Joana Marques fala-nos das palestras e dos livros de Rita Piçarra. Sobretudo os livros que não leu.
Joana Marques foi à Gala das Quinas e aprendeu muito. Sobretudo sobre História de Portugal.
Numa semana marcada por tumultos em Lisboa devido à morte de Odair Moniz, a imprensa internacional noticiou os acontecimentos, passando uma imagem oposta à de um “país seguro” a que Portugal costuma estar associada. Israel e o Irão encontram-se num “jogo de sombras”, com o ataque israelita a Teerão, enquanto que a Coreia do Norte aprofunda a sua relação com a Rússia. Em Moçambique, discute-se uma alegada fraude eleitoral, “que não está a ser denunciada apenas pela oposição, bispos católicos moçambicanos falam claramente de fraude e da necessidade de reparar a injustiça”, afirma Nuno Rogeiro. Neste Leste/Oeste, o comentador analisa ainda as reparações históricas pela escravatura e a importância das Forças Armadas. A emissão aconteceu na SIC Notícias a 27 de outubro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Novo documento apresenta formas de taxar tabaco, álcool e bebidas açucaradas de modo a reduzir a mortalidade da população e melhorar as receitas tributárias.
devocional 2 joão leitura bíblica Se alguém vier ter convosco e não ensinar assim, não o recebam nas vossas casas e nem sequer o saúdem. É que, se o saudarem, tornam-se cúmplices das suas más ações. 2 João 10-11 devocional Há alturas na vida que não existe outra alternativa que não seja fechar portas. Sobretudo quando se trata de enxovalhos à dignidade ou de falta de respeito intencional e continuado. Não dá para abrir uma nesga que seja a quem opta por agredir na primeira chance que lhe surge. O diálogo é impossível com gente cuja opção de vida é distorcer a verdade e, ainda por cima, ridicularizar terceiros. Não se julgue que essa blindagem é uma medida mal educada e intolerante, antes um mecanismo sadio de defesa preventiva. Quando se tem por interlocutor quem demonstra uma incontornável obstinação por desacreditar Cristo, a melhor forma de não nos tornarmos “cúmplices das suas más acções” é não expormos o nosso coração ao que não presta. Ressalve-se, no entanto, um extremo cuidado em não guardar ou alimentar ressentimentos. Vigie-se o coração para este não azedar e acabar por perder o bom espírito de Cristo. Quando as vias de comunicação entupirem aqui por baixo, insistamos em conversar com o Pai para nos mantermos na rota do Seu amor. - jónatas figueiredo
devocional 2 joão leitura bíblica Eu, o ancião, dirijo-me à comunidade escolhida por Deus e aos seus filhos, a quem amo verdadeiramente. E não sou apenas eu quem os ama, mas todos quantos conhecem a verdade. É que a verdade está em nós e estará connosco para sempre. Que Deus, o Pai, e Jesus Cristo, seu Filho, nos concedam graça, misericórdia e paz, na verdade e no amor. 2 João 1-3 devocional Devemos tratar-nos uns aos outros nas palminhas. Sobretudo aqueles que nos sabemos parte integrante da mega família de Deus, já para não falar obviamente naqueles que têm responsabilidades ministeriais. Não significa isso que ajamos como florzinhas de estufa, mas sim que cultivemos a consciência da preciosidade de cada pessoa. Dirijamo-nos, assim, com elevação a todos os companheiros na fé, até porque são vidas preciosas que Deus ama incondicionalmente. Não esqueçamos que qualquer comunidade local é composta, não de tijolos ou números mas, por pessoas; logo quem diz amar a igreja ama incontornavelmente quem a compõe. Amemos de verdade e não de boca. Não percamos oportunidades de, equilibradamente, elogiar, encorajar e corrigir, os irmãos com quem convivemos, aceitando de bom grado quando forem eles a fazê-lo a nós. Lembremos que a lei do amor é interiorizada, logo implementada, por "todos quantos conhecem a verdade." E estes são os que já se renderam a Cristo, que não cessam de pedir para si e desejar aos outros: "Graça, misericórdia e paz, na verdade e no amor." - jónatas figueiredo
Após dois anos de espera, recebemos a segunda temporada de House Of The Dragon com a expectativa lá em cima. Sobretudo pela maneira como a primeira temporada terminou em 2022, anunciando um grande conflito entre as duas vertentes da família Targaryen.Com cenas espetaculares, uma construção muito bem elaborada de uma trama que a cada episódio escala para uma guerra inevitável, e personagens tridimensionais que mostram suas facetas em cada situação em que são colocados, a segunda temporada de House Of The Dragon acabou decepcionando por entregar menos episódios que a primeira temporada. Mas, acima de tudo, por finalizar a série sem nenhum gancho para a terceira temporada. Um final agridoce que se misturou com a decepção de ter que esperar mais dois anos para ver como as coisas vão se desenrolar.Hoje, Rafael Arinelli recebe Angélica Hellish (Masmorracast), Henrique Rizatto (Cinem(ação)) e Rafael Gonzaga (Filmes do Rafa) para discutir como o spin-off de Game of Thrones está cativando e decepcionando os fãs, a produção, e como a HBO tem lidado com seu produto. Eles também falam sobre a narrativa, cenas importantes, e trazem informações para ficarmos atentos. E lógico, discutem o final da segunda temporada e o que esperar para a sequência da série.Prepare-se para domar um dragão, esteja pronto para ser queimado ou virar um montador, e venha dar um play neste podcast para um papo muito legal sobre House Of The Dragon!• 04m53: Pauta Principal• 1h44m47: Plano Detalhe• 2h01m17: EncerramentoOuça nosso Podcast também no:• Feed: https://bit.ly/cinemacaofeed• Apple Podcast: https://bit.ly/itunes-cinemacao• Android: https://bit.ly/android-cinemacao• Deezer: https://bit.ly/deezer-cinemacao• Spotify: https://bit.ly/spotify-cinemacao• Amazon Music: https://bit.ly/amazoncinemacaoAgradecimentos aos patrões e padrinhos: • André Marinho• Bruna Mercer• Charles Calisto Souza• Daniel Barbosa da Silva Feijó• Diego Lima• Eloi Xavier• Gabriela Pastori• Guilherme S. Arinelli• Gustavo Reinecken• Katia Barga• Thiago Coquelet• William SaitoFale Conosco:• Email: contato@cinemacao.com• Facebook: https://bit.ly/facebookcinemacao• Twitter: https://bit.ly/twittercinemacao• Instagram: https://bit.ly/instagramcinemacao• Tiktok: https://bit.ly/tiktokcinemacaoApoie o Cinem(ação)!Apoie o Cinem(ação) e faça parte de um seleto clube de ouvintes privilegiados, desfrutando de inúmeros benefícios! Com uma assinatura a partir de apenas R$5,00, você terá acesso a vantagens incríveis. E o melhor de tudo: após 1 ano de contribuição, recebe um presente exclusivo como agradecimento! Não perca mais tempo, acesse agora a página de Contribuição, escolha o plano que mais se adequa ao seu estilo e torne-se um apoiador especial do nosso canal! Junte-se a nós para uma experiência cinematográfica única!Plano Detalhe:• (Henrique): Filme: Alien: Romulus• (Henrique): Série: O Rei da TV• (Angélica): Minissérie: A Maldição do Anel• (Rafa Gonzaga): Filme: Armadilha• (Rafa Gonzaga): Filme: Furiosa• (Rafa): Podcast: Perdidos na Estante - Alien • (Rafa): Filme: Where are you going, Aida?• (Rafa): Financiamento: A Valsa dos Ponteiros ou Algo que o ValhaEdição: ISSOaí
Antes de assumir o seu lugar na presidência do Conselho Europeu, o ex-primeiro-ministro está a despedir-se do canal que o contratou quando ainda não era certo o seu futuro político e, com esta entrevista ao “Now”, está também a despedir-se da política nacional. Falou, sobretudo, de Justiça e do OE para o próximo ano. O que fica do que disse é tema para uma conversa com o comentador da SIC Pedro Marques Lopes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Portugal disputa hoje um lugar nas meias-finais do Europeu. Do outro lado estará a França de Kylian Mbappé, mas do nosso lado temos Cristiano Ronaldo, o único jogador que esteve presente em seis campeonatos europeus. Rui Caria, repórter e editor de imagem, correspondente nos Açores para a SIC, defende que “mais do que por gratidão, por respeito, sobretudo,” todos os jogos devem servir para vermos Cristiano jogar. Mbappé parece concordar quando assinala que “ele será sempre uma lenda”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Fala se na psicanálise que a criança é um ser em construção que precisa da palavra e do afeto do adulto para se desenvolver. Ao ouvir Rafa Brites contar da sua maternidade, me veio uma observação: e se a mãe fosse um ser em construção que precise da conexão com o filho para se transformar? Como acontece essa mudança do papel de mulher para o papel de mãe? Haveria espaço para o instinto nesse processo? Rafa é uma mulher em constante evolução. O que ela fala é sobre o hoje, do amanhã ninguém sabe. Como foi para ela se tornar mãe? Como virou essa mãe para quem não há nada mais legal na vida do que estar com os filhos? Ela conta aqui como as gravidezes do Rocco e do Leon a libertaram da pressão social e estética sobre o seu corpo; como fez as pazes com as sensações do corpo feminino e como se conectou com ela mesma. Rafa relata as dificuldades do primeiro puerpério, a amamentação que tira a liberdade, as cirurgias após os partos, o medo da morte e a admiração que sente pelo seu marido, Felipe. Sobretudo, Rafa revela como, ela, que entrou na maternidade pela teoria e fazia perfeitamente o papel de mãe, passou de fato a encarnar esse papel - mente e corpo unidos e conectados com a maternidade. É que, para ela, a conexão com a maternidade ecoa com o que há, também, lá fora, já que aprendendo a maternar aprende-se a cuidar do próximo e da natureza. Obrigada Rafa pela troca deliciosa.
Os mais de 50 milhões de clientes de planos de saúde deveriam dormir tranquilos, afinal pagam todo mês um valor que pesa no bolso. Seja nos planos individuais e familiares, com sucessivos reajustes acima da inflação, seja quando têm um plano empresarial, com reajustes ainda maiores, ou mesmo os empregados formais – sim, porque esse valor, não se engane, é levado em conta no cálculo do seu salário. Pois bem, esse sono tranquilo está longe de ser a realidade para uma parte cada vez maior de clientes. Sobretudo pessoas idosas, famílias de crianças com o espectro autista, pessoas com deficiência e outros pacientes de doenças crônicas. Esse público parece ser o alvo de ações de cancelamento dos planos por parte das operadoras. O problema se arrasta há algum tempo e tem causado insônia em muita gente. Da parte das empresas, elas reclamam de custos hospitalares altos, fraudes e do envelhecimento da população. Vamos saber mais sobre esse drama nacional ouvindo quem acompanha o tema. Serão duas entrevistas, a primeira com Ligia Bahia, médica e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, doutora em saúde pública e referência no estudo dos planos de saúde. Em seguida, a advogada Ana Carolina Navarrete, especialista no tema e consultora do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, o Idec, e do Conselho Nacional de Saúde.
Se não fossem o petróleo e o gás líbios, se não fossem as riquezas naturais do feudo de Kadafi, que o ditador controlava e geria a seu belo gosto e prazer, as marcas das 270 mortes, provocadas pelo atentado ao avião da Pan Am, em 1988, essas marcas jamais teriam sido apagadas. Em Portugal, o primeiro-ministro Durão Barroso abriu a porta. José Sócrates, assim que tomou o poder, em 2005, escancarou-a. Em menos de cinco anos, o primeiro-ministro português visitou a Líbia quatro vezes. Certamente discreto, como convém aos que gostam de passar pelos filtros do poder, silenciosamente e sem atrito, lá estava Ricardo Salgado. O banqueiro integrou a comitiva na segunda visita oficial de José Sócrates à Líbia. E essa presença discreta terá servido de primeiro empurrão para que o banqueiro do regime se deixasse tentar pelos milhões que brotavam de tão extravagante geografia. Oiça aqui o quarto episódio da Agenda de Ricardo Salgado, um podcast sobre 2268 dias de vida do velho banqueiro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Objeto em formato digital, a agenda do banqueiro apenas me chegou e pronto. Não veio embalada em nenhum compromisso, em nenhuma troca, em nenhuma cedência da minha parte. Mas a agenda não era só a agenda. Ela vinha no topo de um pacote virtual com mais de 3 mil ficheiros, alguns com centenas de páginas. Estavam ali 2268 dias da vida do velho banqueiro Ricardo Salgado, mais e-mails, relatórios, pareceres, rascunhos, apelos, descrições de estados de alma… Jamais poderia pegar em todo aquele pacote de informação sozinho. Precisava de navegar por tudo aquilo, mas precisava, sobretudo, de filtrar, verificar, criar um fio condutor. Fizemo-lo em dez meses. Eu - Pedro Coelho, o Filipe Teles, o Micael Pereira e o Paulo Barriga. Oiça aqui o primeiro episódio da Agenda de Ricardo Salgado, um podcast sobre 2268 dias de vida do velho banqueiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Objeto em formato digital, a agenda do banqueiro apenas me chegou e pronto. Não veio embalada em nenhum compromisso, em nenhuma troca, em nenhuma cedência da minha parte. Mas a agenda não era só a agenda. Ela vinha no topo de um pacote virtual com mais de 3 mil ficheiros, alguns com centenas de páginas. Estavam ali 2268 dias da vida do velho banqueiro Ricardo Salgado, mais e-mails, relatórios, pareceres, rascunhos, apelos, descrições de estados de alma… Jamais poderia pegar em todo aquele pacote de informação sozinho. Precisava de navegar por tudo aquilo, mas precisava, sobretudo, de filtrar, verificar, criar um fio condutor. Fizemo-lo em dez meses. Eu - Pedro Coelho, o Filipe Teles, o Micael Pereira e o Paulo Barriga. Oiça aqui o primeiro episódio da Agenda de Ricardo Salgado, um podcast sobre 2268 dias de vida do velho banqueiro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Se você veste a estética de leitor, você provavelmente, em algum momento, disse ou pensou em viver sua Rory Gilmore era. Sobretudo nessa época do ano onde a gente só quer abandonar a skin de hot girl summer, ficar confortável pra vestir um moletom, se enfiar debaixo de um cobertor com um copo de café e reassistir Gilmore girls pela milionésima vez. Com a diferença de que todo mundo odeia a Rory agora...? Me siga no Tiktok @thaiteconta Me siga no Good reads Me siga no storygraph Me siga no instagram Música de introdução: TJ Elwood por Blue dot sessions Música de fundo: Undying por Blue Dot Sessions Música final: Hardboil por Blue Dot Sessions
Na semana em que o Expresso e a SIC deram a conhecer o estudo do ICS/ISCTE sobre a relação dos portugueses com o 25 de Abril, o coordenador do estudo, Pedro Magalhães, mostra-se desiludido com a percentagem significativa de inquiridos que preferem um líder forte sem eleições (34%) ou que defendem as decisões mais importantes devem ser tomadas por especialistas e não por políticos (45%).See omnystudio.com/listener for privacy information.
Contados os votos da emigração, confirmou-se a vitória da AD e o Presidente da República encarregou Luís Montenegro de formar governo. Que governo será, ainda ninguém sabe. Sabe-se, no entanto, que Ventura - apesar da insistência com que tem pedido para ter lugar à mesa do conselho de ministros - não fará parte da solução do líder do PSD. O Chega ganhou entre os emigrantes e Augusto Santos Silva foi o primeiro presidente do parlamento a não conseguir a reeleição. Debatemos as ilações a retirar desse facto. Também se fala esta semana de uma frase de António Costa em Bruxelas, da jogada de antecipação de Pedro Nuno Santos, das acusações que recaem sobre Boaventura Sousa Santos e das vantagens e inconvenientes de viver num hotel. Sobretudo se a PJ quiser saber quem paga.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Portugal, os 20% mais ricos concentram 70% do património e os 20% mais pobres só têm 0,1% de toda a riqueza acumulada. Entre 22 países europeus, o nosso país aparece como o sétimo mais desigual nos rendimentos. As mulheres ganham em média menos 238 euros que os homens. Hoje é Dia Internacional da Mulher. Neste episódio, conversamos com a jornalista Elisabete Miranda.See omnystudio.com/listener for privacy information.
António Tavares é doutorado e investigador na área da Administração Pública e do Poder Local. Doutorou-se em Administração Pública na Florida State University (EUA) e é actualmente professor associado com agregação na Universidade do Minho. Colabora também em programas de formação executiva para a Administração Pública, nomeadamente os programas CADAP e FORGEP. A nossa conversa partiu do ensaio "Administração Pública Portuguesa" que publicou em 2019 através da Fundação Francisco Manuel dos Santos. -> Apoie este podcast e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em 45grauspodcast.com -> Veja aqui mais informações sobre os workshops de Pensamento Crítico. _______________ Índice: (6:05) INÍCIO - Porque se fala tanto de política e tão pouco de Administração Pública (AP)? «Politics: Who Gets What, When, How», de Harold Lasswell. (16:01) Qual deve ser a relação entre o poder político e a AP? Série «Sim Senhor Ministro». | Leis que mudaram a AP nos EUA e UK (Northcote Trevelyan Report; Pendleton Act) | O que justifica a protecção do emprego no Estado? | Porque é tão politizada a gestão intermédia na AP? Livro Patrícia Silva «Jobs for the Boys?» | O problema da legislação excessiva (e.g Decreto lei 82/2019 de 27 de junho; Great Hanoi Rat Massacre) | Nuno Ferreira da Cruz | O nosso modelo de relação Governo-AP é inspirado no britânico? | CRESAP | O absurdo que é a falta de um corpo técnico nos ministérios, tendo em vez disso boys do partido | A falta de analistas de políticas públicas em PT. (1:01:42) Meritocracia no Estado. | A avaliação de desempenho na AP está condenada a não funcionar? As quotas. O caso dos EUA. | A importância de ter funcionários independentes: exemplo do telefonema de Trump nas eleições de 2020 | O Aumento da burocracia no Estado: o resultado de um casamento perverso entre o direito e a gestão (1:20:04) O problema da perda de capacidade da AP nos últimos anos. | Privatizações: boas ou más? A má experiência da Nova Zelândia vs o bom exemplo, em Portugal, das PPPs hospitalares | O problema de termos uma AP envelhecida. | Temos funcionários públicos a mais ou a menos? (1:41:36) O problema da falta de avaliação das políticas públicas em PT (1:45:51) Livro do convidado no prelo: «Municipal Amalgamation Reforms in Europe» _______________ Há já algum tempo que queria fazer um episódio sobre Administração Pública. Sobretudo desde o episódio 139, há precisamente um ano, no qual o convidado foi Bo Rothstein, um dos investigadores mundiais mais reputados sobre qualidade da governação. Na altura, falámos sobre como, para um país ter uma boa governação, é necessário não apenas uma democracia de qualidade e bons políticos, mas também instituições públicas dotadas de técnicos competentes e imparciais. Ou seja, para termos boas políticas públicas é essencial termos também uma Administração Pública (no sentido mais amplo) capaz -- para, desde logo, ajudar os decisores políticos a desenhar as melhores políticas (porque quem lá está tem provavelmente muito mais conhecimento do que um ministro que, tipicamente, não dura sequer um mandato na pasta) e, segundo, uma AP que consiga implementar essas mesmas políticas de uma forma eficaz e imparcial (ou seja, para a população em geral e não apenas o eleitorado do partido do poder). A verdade, no entanto, é que tendemos a desvalorizar esta condição necessária da boa governação. Falamos muito de política e políticas públicas -- as melhores medidas para atingir este ou aquele fim --, mas discutimos pouco a estrutura que terá de implementá-las; e o 45 Graus não era excepção nesta tendência -- até agora. Bem sei que a AP parece um tema pouco sexy (menos do que o que se passa nas empresas privadas, e muito menos do que a actualidade política, sempre sumarenta), mas acreditem que este episódio vai valer a pena. Depois de alguma pesquisa por convidados para discutir este tema (inclusive com várias sugestões de ouvintes e amigos, a quem agradeço), acabei por decidir trazer alguém de fora da AP, que pudesse ter uma perspectiva simultaneamente ampla e distanciada. Definido este critério, o nome do convidado, António Tavares, era a escolha óbvia. O António é autor de vasta investigação nesta área e escreveu um ensaio chamado precisamente "Administração Pública Portuguesa", publicado em 2019 pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. Esta foi, como vão ver, uma conversa muito esclarecedora e que nos faz pensar. E é, ao mesmo tempo, um episódio que desafia pré concepções ideológicas sobre a AP -- de ambos os lados. Por um lado, discutimos as lacunas da AP em relação ao que se passa em muitas áreas do privado: desde disposições anacrónicas, como o facto de ser quase impossível ser despedido de um emprego público, à praga das jobs for the boys/girls e à dificuldade que persiste em implementar um sistema de avaliação de desempenho que funcione. Mas falámos também sobre como é importante capacitamos a nossa AP, se queremos, lá está, políticas públicas melhores e mais eficazes. Um aspecto essencial que em Portugal tem faltado desde sempre é a capacidade para analisar a eficácia das políticas públicas. Mas há aspectos que se têm mesmo deteriorado nas últimas décadas, como a perda de prestígio da função pública, o envelhecimento do corpo de funcionários públicos e o gap crescente de competências para o sector privado em muitas áreas mais complexas. Estas tendências manifestam-se já de forma visível, seja na diminuição da motivação dos professores seja nos casos em que o Estado acaba a assinar contratos de concessão ou privatização em que sai prejudicado. (E as privatizações, já agora, são, precisamente, uma área em que, como vão ver, a opinião do convidado desafia dogmas ideológicos dos dois sentidos). Espero que gostem. ______________ Obrigado aos mecenas do podcast: Francisco Hermenegildo, Ricardo Evangelista, Henrique Pais João Baltazar, Salvador Cunha, Abilio Silva, Tiago Leite, Carlos Martins, Galaró family, Corto Lemos, Miguel Marques, Nuno Costa, Nuno e Ana, João Ribeiro, Helder Miranda, Pedro Lima Ferreira, Cesar Carpinteiro, Luis Fernambuco, Fernando Nunes, Manuel Canelas, Tiago Gonçalves, Carlos Pires, João Domingues, Hélio Bragança da Silva, Sandra Ferreira , Paulo Encarnação , BFDC, António Mexia Santos, Luís Guido, Bruno Heleno Tomás Costa, João Saro, Daniel Correia, Rita Mateus, António Padilha, Tiago Queiroz, Carmen Camacho, João Nelas, Francisco Fonseca, Rafael Santos, Andreia Esteves, Ana Teresa Mota, ARUNE BHURALAL, Mário Lourenço, RB, Maria Pimentel, Luis, Geoffrey Marcelino, Alberto Alcalde, António Rocha Pinto, Ruben de Bragança, João Vieira dos Santos, David Teixeira Alves, Armindo Martins , Carlos Nobre, Bernardo Vidal Pimentel, António Oliveira, Paulo Barros, Nuno Brites, Lígia Violas, Tiago Sequeira, Zé da Radio, João Morais, André Gamito, Diogo Costa, Pedro Ribeiro, Bernardo Cortez Vasco Sá Pinto, David , Tiago Pires, Mafalda Pratas, Joana Margarida Alves Martins, Luis Marques, João Raimundo, Francisco Arantes, Mariana Barosa, Nuno Gonçalves, Pedro Rebelo, Miguel Palhas, Ricardo Duarte, Duarte , Tomás Félix, Vasco Lima, Francisco Vasconcelos, Telmo , José Oliveira Pratas, Jose Pedroso, João Diogo Silva, Joao Diogo, José Proença, João Crispim, João Pinho , Afonso Martins, Robertt Valente, João Barbosa, Renato Mendes, Maria Francisca Couto, Antonio Albuquerque, Ana Sousa Amorim, Francisco Santos, Lara Luís, Manuel Martins, Macaco Quitado, Paulo Ferreira, Diogo Rombo, Francisco Manuel Reis, Bruno Lamas, Daniel Almeida, Patrícia Esquível , Diogo Silva, Luis Gomes, Cesar Correia, Cristiano Tavares, Pedro Gaspar, Gil Batista Marinho, Maria Oliveira, João Pereira, Rui Vilao, João Ferreira, Wedge, José Losa, Hélder Moreira, André Abrantes, Henrique Vieira, João Farinha, Manuel Botelho da Silva, João Diamantino, Ana Rita Laureano, Pedro L, Nuno Malvar, Joel, Rui Antunes7, Tomás Saraiva, Cloé Leal de Magalhães, Joao Barbosa, paulo matos, Fábio Monteiro, Tiago Stock, Beatriz Bagulho, Pedro Bravo, Antonio Loureiro, Hugo Ramos, Inês Inocêncio, Telmo Gomes, Sérgio Nunes, Tiago Pedroso, Teresa Pimentel, Rita Noronha, miguel farracho, José Fangueiro, Zé, Margarida Correia-Neves, Bruno Pinto Vitorino, João Lopes, Joana Pereirinha, Gonçalo Baptista, Dario Rodrigues, tati lima, Pedro On The Road, Catarina Fonseca, JC Pacheco, Sofia Ferreira, Inês Ribeiro, Miguel Jacinto, Tiago Agostinho, Margarida Costa Almeida, Helena Pinheiro, Rui Martins, Fábio Videira Santos, Tomás Lucena, João Freitas, Ricardo Sousa, RJ, Francisco Seabra Guimarães, Carlos Branco, David Palhota, Carlos Castro, Alexandre Alves, Cláudia Gomes Batista, Ana Leal, Ricardo Trindade, Luís Machado, Andrzej Stuart-Thompson, Diego Goulart, Filipa Portela, Paulo Rafael, Paloma Nunes, Marta Mendonca, Teresa Painho, Duarte Cameirão, Rodrigo Silva, José Alberto Gomes, Joao Gama, Cristina Loureiro, Tiago Gama, Tiago Rodrigues, Miguel Duarte, Ana Cantanhede, Artur Castro Freire, Rui Passos Rocha, Pedro Costa Antunes, Sofia Almeida, Ricardo Andrade Guimarães, Daniel Pais, Miguel Bastos, Luís Santos _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: António Tavares é doutorado e investigador na área da Administração Pública e do Poder Local. É professor associado com agregação na Escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, sendo membro do Centro de Investigação em Ciência Política. Doutorou-se em Administração Pública pela Reubin O'D. Askew School of Public Administration and Policy da Florida State University (EUA). Desde julho de 2015, ocupa igualmente o cargo de adjunct associate professor na Unidade Operacional de Governação Eletrónica da Universidade das Nações Unidas (UNU-EGOV). Ao longo da sua carreira, publicou mais de trinta artigos em periódicos científicos internacionais nas áreas de ciência política e administração pública, além de vários capítulos de livros e a coedição do livro "A Reforma do Poder Local em Portugal". Entre 2014 e 2019, foi coeditor da revista Urban Affairs Review, afiliada à secção de Urban Politics da American Political Science Association. É também autor do ensaio "Administração Pública Portuguesa" (2019) e colabora em programas de formação executiva para a Administração Pública, nomeadamente os programas CADAP e FORGEP.
Uma milionária que não quer deixar um tostão aos filhos e mais uma história de futebol!
Três juízas do Tribunal da Relação de Lisboa arrasaram as decisões de Ivo Rosa e decidiram que o ex-primeiro-ministro deve ser julgado por 22 crimes, incluindo três de corrupção. Há três anos, o juiz de Instrução tinha arrasado a acusação do Ministério Público decidindo que José Sócrates só devia responder por seis dos 31 crimes que lhe eram imputados e nenhum de corrupção. Sócrates já anunciou que pretende recorrer. Neste episódio, conversamos com o jornalista Rui Gustavo. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Até ao final da semana, diz o IPMA, chove em todo o país. É o que se espera que aconteça no Inverno, mas no fim-de-semana a chuva desaparece e volta o sol. No sul do país, o governo prepara-se para decretar cortes' no uso da água para a agricultura e as associações do sector ameaçam com contestações. Bom tempo é quando chove no inverno, não é quando faz sol o tempo todo. Neste episódio, conversamos com a jornalista Carla Tomás.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Desde o começo de uma carreira a solo na música aos programas da SIC, como o Terra Nossa, a participação no Vale Tudo e na estreia A Máscara, César Mourão parece estar em todo o lado. Agora, está também com Daniel Oliveira no Alta Definição. "Estou constantemente à procura de não me acomodar", garante o humorista e apresentador neste ano cheio da sua carreira. Nesta entrevista intimista, revela todo o percurso que fez até chegar onde está hoje. Fala, sobretudo, da forma como aprendeu a lidar com os erros e a deixar o ego de lado para garantir "o trato com o outro", conselho que Herman José já lhe tinha dado no início da sua carreira, mas que, apesar de o ter guardado, garante só estar a assimilá-lo agora. Ouça o Alta Definição em podcast, programa emitido a 30 de dezembro. See omnystudio.com/listener for privacy information.
A correr alegremente pelos prados verdes, os de Guimarães fizeram-nos a vida negra nas transições rápidas. Quando chegou a nossa vez, como pessoas bem formadas, não aproveitámos vantagens numéricas ou desequilíbrios do adversário. Ainda neste registo de fraternidade, foi bonito ver o rapaz do Guimaraes a dar a mão ao Pepe. Opá, é fofinho. Pelo contrário, o Meixedo é um bruto! Sobretudo dentro daquela cabeça.