Podcasts about ocde

  • 843PODCASTS
  • 2,249EPISODES
  • 27mAVG DURATION
  • 1DAILY NEW EPISODE
  • Dec 16, 2025LATEST

POPULARITY

20172018201920202021202220232024

Categories



Best podcasts about ocde

Show all podcasts related to ocde

Latest podcast episodes about ocde

Es la Mañana de Federico
Prensa económica: Un informe sitúa a España como el penúltimo de la OCDE, un "infierno" de inseguridad jurídica fiscal

Es la Mañana de Federico

Play Episode Listen Later Dec 16, 2025 3:08


Federico comenta con Luis F. Quintero la multa a Airbnb y el informe que retrata el caos fiscal en España.

O Mundo Agora
Economia mundial avança sob risco de recessão sincronizada

O Mundo Agora

Play Episode Listen Later Dec 15, 2025 4:36


O panorama econômico de final de 2025 é marcado por contrastes. Enquanto algumas das principais economias exibem resiliência surpreendente, outras patinam, compondo um quadro de crescimento fragmentado, que convive com o espectro de uma recessão global sincronizada. Organismos internacionais refletem essa dualidade em suas projeções: o FMI, por exemplo, elevou sua estimativa de alta do PIB mundial para 3,2% em 2025, ligeiramente acima do previsto meses antes. Thiago de Aragão, analista político Ainda assim, trata-se de um ritmo anêmico, a Allianz Trade chegou a projetar apenas 2,5%, o patamar mais baixo desde 2008 fora de anos de crise, carregado de divergências regionais. Tensões geopolíticas persistentes também pairam sobre o horizonte, freando o comércio global e alimentando incertezas. Não por acaso, alertas se acumulam: um novo choque protecionista, por exemplo, poderia inverter esse frágil equilíbrio. O economista-chefe do FMI chegou a notar que uma guerra comercial renovada entre Washington e Pequim seria um “risco muito significativo” para a economia mundial, capaz de reduzir sensivelmente as projeções de crescimento nos próximos anos. Ou seja, o mundo cresce, mas com o freio de mão puxado e olhando pelo retrovisor o perigo de um engavetamento econômico global. Nos Estados Unidos, o tom é de alívio, ainda que cauteloso. A tão anunciada recessão americana não deu as caras; ao contrário, a maior economia do mundo vem conseguindo algo próximo de um soft landing. A inflação arrefeceu sem empurrar o país ladeira abaixo, e o mercado de trabalho manteve-se robusto. Para analistas, a "recessão mais esperada de todos os tempos" não se concretizou. De fato, o desemprego segue baixo em termos históricos e a criação de empregos continua resiliente, mesmo após sucessivos aumentos dos juros pelo Federal Reserve. O consumo das famílias se sustentou em boa medida, os salários, por fim, voltaram a crescer mais rápido que os preços e os balanços corporativos mostraram fôlego. Com isso, o PIB americano surpreendeu. O FMI prevê 2,0% de expansão nos EUA em 2025, desempenho que, embora mais moderado que os 2,8% estimados para 2024, indica uma economia ainda vibrante e longe da contração. Bonança relativa Entretanto, nem tudo são flores na paisagem americana. Por trás da bonança relativa, espreitam desequilíbrios preocupantes. Um deles é o descompasso fiscal: Washington opera com déficits cronicamente altos, agora exacerbados pela combinação de cortes de impostos pós-2017 e gastos elevados. Em 2025, o rombo orçamentário deve ultrapassar 8% do PIB, alarmante para tempos de paz e prosperidade. A dívida pública cresce, e os juros altos tornaram seu peso mais difícil de ignorar. Não por acaso, até as agências de classificação de risco perderam a paciência: em maio, a Moody's rebaixou a nota de crédito soberano dos EUA (a derradeira avaliação AAA que restava), citando o aumento persistente da dívida e dos encargos com juros como motivos centrais. Outro ponto de atenção é a desigualdade dentro do país. A prosperidade agregada mascara disparidades internas gritantes, já que o “excepcionalismo” americano nem sempre beneficia o americano comum. Os ganhos econômicos têm se concentrado no topo da pirâmide, aprofundando um fosso social já histórico. Para se ter ideia, em 2023, famílias situadas no 95º percentil de renda ganharam em média 3,5 vezes a renda de uma família mediana, enquanto em 1980 essa razão era de 2,6. Em outras palavras, mesmo com pleno emprego, muitos trabalhadores não sentem os frutos do crescimento, o que confere um tom paradoxal à bonança, com um caldo de desigualdade e frustração latente em meio aos números positivos. Europa em marcha lenta Do outro lado do Atlântico, a Europa segue em marcha lenta. A zona do euro praticamente estagnou e flerta com a recessão técnica. Projeções recentes apontam para um crescimento em torno de 1% a 1,3% em 2025, com gigantes como a Alemanha mal saindo do zero (a economia alemã deve avançar apenas 0,3% neste ano após ter encolhido em 2024). O bloco europeu vem enfrentando o legado amargo da crise energética e inflacionária pós-pandemia. A inflação, embora em trajetória de queda, mostrou-se teimosa e permaneceu acima da meta por um período prolongado, corroendo o poder de compra e minando a confiança. Essa pressão inflacionária persistente exigiu do Banco Central Europeu uma postura dura: o BCE elevou os juros a níveis não vistos em mais de uma década, esfriando investimentos e consumo. Somente em meados de 2025 o banco central pôde pausar e até iniciar cortes modestos, à medida que a inflação finalmente cedeu para patamares próximos do objetivo de 2%. Mas o dano já estava feito. O alto custo do dinheiro e a incerteza econômica deixaram a Europa num limbo de crescimento pífio. Muitos falam em estagflação branda: a atividade mal se move enquanto os preços ainda não estão totalmente sob controle. Some-se a isso os desafios fiscais (vários governos aumentaram gastos com defesa e subsídios em meio a conflitos geopolíticos, atrasando ajustes nas contas públicas) e tem-se um continente em compasso de espera. O continente europeu termina 2025 lutando para não escorregar de vez, tentando conciliar a necessidade de estimular economias quase estagnadas com o dever de domar a inflação remanescente. Desaceleração na China Já a China enfrenta uma desaceleração estrutural que vem redesenhando o mapa do crescimento global. Após décadas de expansão vertiginosa, a segunda maior economia do mundo entrou numa fase mais contida. O FMI e a OCDE projetam cerca de 5% de crescimento chinês em 2025, ritmo que seria excelente para um país desenvolvido, mas que representa uma clara perda de fôlego para os padrões chineses. Vários fatores internos explicam essa mudança de marcha. O país está envelhecendo rapidamente, o que reduz a oferta de mão de obra e a taxa de poupança. Os ganhos de produtividade também arrefeceram, à medida que o modelo de investimento pesado em infraestrutura e indústria começa a mostrar rendimentos decrescentes. E há, sobretudo, a ressaca de uma bolha imobiliária que se formou ao longo da última década e estourou, deixando um rastro de problemas. Quatro anos após o pico da crise imobiliária, o setor de imóveis na China permanece instável. Grandes incorporadoras enfrentam dificuldades para honrar dívidas, projetos imobiliários foram paralisados e milhões de apartamentos novos encalham sem compradores, abalando a confiança de famílias e investidores. Esse esfriamento drástico no mercado imobiliário é particularmente preocupante porque imóveis foram, por muito tempo, um motor central da economia chinesa (representando direta ou indiretamente até um terço do PIB). O resultado é que a China agora flerta perigosamente com riscos deflacionários. “As perspectivas continuam preocupantes na China, onde o setor imobiliário ainda se encontra instável”, afirmou Pierre-Olivier Gourinchas, do FMI, acrescentando que os riscos à estabilidade financeira estão elevados e crescendo, com demanda fraca por crédito e a economia à beira de uma armadilha de deflação e dívida. Em suma, a era do crescimento chinês de dois dígitos ficou para trás. Isso tem implicações globais: a menor demanda chinesa por insumos e commodities já se faz sentir em países que dependem dessas exportações, e a Ásia emergente como um todo perdeu um pouco de tração sem a mesma locomotiva de antes. O mundo acostumou-se a contar com a China como catalisadora do crescimento; agora, observa apreensivo a gigante asiática lidar com seus próprios dilemas domésticos. Contexto de apreensão para a América Latina Para a América Latina, esse contexto internacional é motivo de apreensão, ainda que com alguns matizes positivos. A região tem uma longa tradição de vulnerabilidade a choques externos, mas em 2025 mostrou certa resiliência inesperada. O FMI projeta que a América Latina e Caribe cresça 2,4% em 2025, ritmo modesto porém ligeiramente melhor do que se antecipava anteriormente (a OCDE igualmente prevê uma região “crescendo lentamente” nos próximos anos). Parte desse desempenho se deve a um alívio na frente inflacionária local e à ação ágil de bancos centrais latino-americanos, que subiram juros cedo e agora começam a baixá-los conforme a inflação recua. Além disso, as exportações de commodities deram um fôlego providencial: no primeiro semestre de 2025, as vendas externas foram o principal motor de crescimento na América Latina, com destaque para o cobre chileno, a manufatura mexicana e o agronegócio no Brasil, Argentina e vizinhos. A safra agrícola brasileira recorde e a demanda externa aquecida por alimentos e minérios ajudaram a evitar uma desaceleração mais forte. Contudo, os fundamentos econômicos latino-americanos ainda inspiram cuidado. Muitos países saíram da pandemia com dívida pública elevada e espaço fiscal reduzido, após gastos emergenciais que salvaram vidas mas esgotaram cofres. Isso significa que governos da região têm pouca munição para reagir a uma nova crise global, ao contrário, alguns já enfrentam pressão para ajustar contas e reconquistar credibilidade fiscal. Ademais, a dependência de matérias-primas persiste como uma faca de dois gumes: garante ganhos em tempos de boom de commodities, mas expõe a região a volatilidades externas. Se a economia chinesa espirrar, exportadores sul-americanos de minério de ferro, soja ou petróleo provavelmente pegarão um resfriado. Da mesma forma, um aperto monetário adicional nos EUA, com juros mais altos, poderia provocar fuga de capitais e desvalorização cambial nos mercados latino-americanos, desestabilizando inflação e investimentos. Em síntese, a América Latina permanece altamente atrelada aos humores das grandes potências e aos ciclos globais. Como pontuou a OCDE, a região deve seguir avançando devagar, limitada por inflação ainda alta em diversos países e por políticas públicas sem muito fôlego fiscal para estimular a demanda. O lado bom é que, até aqui, conseguiu evitar recuos graves; o lado preocupante é que tal resistência talvez se esgote caso os ventos externos mudem para tempestade. Recessão sincronizada? Diante desse mosaico global, a pergunta inevitável é: quão perto estamos de uma recessão mundial sincronizada? Por enquanto, o cenário básico ainda indica crescimento, fraco, mas crescimento, não uma contração simultânea em todas as frentes. No entanto, os riscos estão à espreita e não são triviais. Basta um deslize maior de política econômica ou um choque geopolítico para alinhar os astros de forma negativa. Imagine-se, por exemplo, que o Fed (o banco central dos EUA) aperte ou tarde demais os juros, precipitando enfim a recessão que não ocorreu em 2023-24; ao mesmo tempo, a Europa seguiria estagnada e a China desaceleraria ainda mais, formando uma tempestade perfeita. Não é um cenário absurdo, de fato, no início deste ano o próprio FMI reconheceu que a probabilidade de uma recessão global em 2025 havia praticamente dobrado, de cerca de 17% para 30%, dada a conjunção de riscos comerciais e financeiros então presentes.  Essa estimativa foi feita com todas as letras pelo economista-chefe do Fundo em abril, enfatizando que, embora não se esperasse oficialmente uma recessão, “os riscos associados a essa possibilidade aumentaram consideravelmente”. E ainda que desde então algumas tensões tenham arrefecido (evitou-se, por exemplo, uma escalada tarifária completa entre EUA e China, e a inflação global cedeu um pouco mais), o fato é que navegamos em águas incertas. O ano termina com uma sensação mista: por um lado, 2025 surpreendeu pela resiliência, o pior não se materializou e vários países desviaram das armadilhas que muitos previam; por outro, a fragilidade subjacente permanece. O crescimento segue desigual e sustentado por fios tênues de demanda aqui e acolá. A qualquer tranco mais forte, esses fios podem se romper, sincronizando as quedas e transformando fragmentação em recessão generalizada. Em suma, vivemos um equilíbrio instável. A economia global mostrou vigor para aguentar os trancos até agora, mas continua sob a sombra de um possível revés sincronizado. A prudência, portanto, continua sendo a palavra de ordem, tanto para os formuladores de política quanto para os observadores desse complexo tabuleiro geoeconômico mundial.

Observatório Feminino
A presença de mulheres acima dos 50 anos no mercado de trabalho | Observatório Feminino

Observatório Feminino

Play Episode Listen Later Dec 14, 2025 21:39


O Observatório Feminino discute neste domingo (14) um movimento que está mudando o mercado de trabalho no mundo: a crescente presença das mulheres acima dos 50 anos. Enquanto líderes globais se preocupam com os impactos do envelhecimento da população, os números mostram uma virada importante.Um novo relatório da OCDE revela que nunca houve tantas mulheres de 50 a 59 anos ganhando espaço profissional. Elas estão se qualificando mais, assumindo novas responsabilidades e ocupando funções estratégicas. O avanço é expressivo pois, entre 50 e 54 anos, a participação feminina no mercado cresceu mais de 10%. Entre 55 e 59 anos, o aumento passa de 18%.A explicação vai além da experiência acumulada. São mulheres que continuam estudando, se adaptam às novas tecnologias e trazem habilidades que nenhuma máquina substitui, como visão ampla, inteligência emocional e maturidade para lidar com crises.Para aprofundar essa conversa, o podcast recebe Jacqueline Rezende, coordenadora e professora da Fundação Getulio Vargas, consultora empresarial sênior, mentora de executivos e conselheira de negócios.Sobre o podcastO podcast Observatório Feminino vai ao ar todos os domingos, às 8h30, na Rádio Itatiaia. Você também pode ouvir os episódios nas plataformas de áudio, e no Youtube da Rádio de Minas.

Poniendo las Calles
02:00H | 13 DIC 2025 | Poniendo las Calles

Poniendo las Calles

Play Episode Listen Later Dec 13, 2025 60:00


La tensión persiste entre Venezuela y Estados Unidos; Donald Trump amenaza ataques terrestres por narcotráfico. María Corina Machado se dispone a negociar una transición, criticando al Gobierno español por su falta de apoyo. En España, el Partido Socialista enfrenta escándalos de acoso, con dimisiones en Belalcázar y Galicia. La UCO investiga Hacienda, Transición Ecológica y Correos por corrupción (Leyre 10, Anchón Alonso, Vicente Fernández), mientras el gobierno colabora. Un estudio indica que los españoles son productivos 5 horas y 6 minutos al día, con distracciones. España lidera la pérdida de productividad en la OCDE. Expertos sugieren cambiar el modelo económico hacia la tecnología y el valor añadido, impulsando la motivación con objetivos y refuerzo social. En Villegas, Burgos, Carmina Villayzán descubre 200 fotografías de los años 50 y 60, un patrimonio rural para una exposición. Se revisa "Escrito en el cielo" de William A. Wellman (50 aniversario), film pionero en ...

Oxigênio
#208 – A infraestrutura da IA: o que são datacenters e os riscos que eles representam

Oxigênio

Play Episode Listen Later Dec 11, 2025 34:08


A inteligência artificial, em seus múltiplos sentidos, tem dominado a agenda pública e até mesmo o direcionamento do capital das grandes empresas de tecnologia. Mas você já parou para pensar na infraestrutura gigantesca que dê conta de sustentar o crescimento acelerado das IAs? O futuro e o presente da inteligência artificial passa pela existência dos datacenters. E agora é mais urgente que nunca a gente discutir esse assunto. Estamos vendo um movimento se concretizar, que parece mais uma forma de colonialismo digital: com a crescente resistência à construção de datacenters nos países no norte global, empresas e governos parecem estar convencidos a trazer essas infraestruturas imensas com todos os seus impactos negativos ao sul global. Nesse episódio Yama Chiodi e Damny Laya conversam com pesquisadores, ativistas e atingidos para tentar aprofundar o debate sobre a infraestrutura material das IAs. A gente conversa sobre o que são datacenters e como eles impactam e irão impactar nossas vidas. No segundo episódio, recuperamos movimentos de resistência a sua instalação no Brasil e como nosso país se insere no debate, seguindo a perspectiva de ativistas e de pesquisadores da área que estão buscando uma regulação mais justa para esses grandes empreendimentos.  ______________________________________________________________________________________________ ROTEIRO [ vinheta da série ] [ Começa bio-unit ] YAMA: A inteligência artificial, em seus múltiplos sentidos, tem dominado a agenda pública e até mesmo o direcionamento do capital das grandes empresas de tecnologia. Mas você já parou para pensar na infraestrutura gigantesca que dê conta de sustentar o crescimento acelerado das IA? DAMNY: O futuro e o presente da inteligência artificial passa pela existência dos data centers. E agora é mais urgente que nunca a gente discutir esse assunto. Estamos vendo um movimento se concretizar, que parece mais uma forma de colonialismo digital: com a crescente resistência à construção de datacenters nos países no norte global, empresas e governos parecem estar convencidos a trazer os datacenters com todos os seus impactos negativos ao sul global. YAMA: Nós conversamos com pesquisadores, ativistas e atingidos e em dois episódios nós vamos tentar aprofundar o debate sobre a infraestrutura material das IAs. No primeiro, a gente conversa sobre o que são datacenters e como eles impactam e irão impactar nossas vidas. DAMNY: No segundo, recuperamos movimentos de resistência a sua instalação no Brasil e como nosso país se insere no debate, seguindo a perspectiva de ativistas e de pesquisadores da área que estão buscando uma regulação mais justa para esses grandes empreendimentos. [ tom baixo ] YAMA: Eu sou o Yama Chiodi, jornalista de ciência e pesquisador do campo das mudanças climáticas. Se você já é ouvinte do oxigênio pode ter me ouvido aqui na série cidade de ferro ou no episódio sobre antropoceno. Ao longo dos últimos meses investiguei os impactos ambientais das inteligências artificiais para um projeto comum entre o LABMEM, o laboratório de mudança tecnológica, energia e meio ambiente, e o oxigênio. Em setembro passado, o Damny se juntou a mim pra gente construir esses episódios juntos. E não por acaso. O Damny publicou em outubro passado um relatório sobre os impactos socioambientais dos data centers no Brasil, intitulado “Não somos quintal de data center”. O link para o relatório completo se encontra disponível na descrição do episódio. Bem-vindo ao Oxigênio, Dam. DAMNY: Oi Yama. Obrigado pelo convite pra construir junto esses episódios. YAMA: É um prazer, meu amigo. DAMNY: Eu também atuo como jornalista de ciência e sou pesquisador de governança da internet já há algum tempo. Estou agora trabalhando como jornalista e pesquisador aqui no LABJOR, mas quando escrevi o relatório eu tava trabalhando como pesquisador-consultor na ONG IDEC, Instituto de Defesa de Consumidores. YAMA: A gente começa depois da vinheta. [ Termina Bio Unit] [ Vinheta Oxigênio ] [ Começa Documentary] YAMA: Você já deve ter ouvido na cobertura midiática sobre datacenters a formulação que te diz quantos litros de água cada pergunta ao chatGPT gasta. Mas a gente aqui não gosta muito dessa abordagem. Entre outros motivos, porque ela reduz o problema dos impactos socioambientais das IA a uma questão de consumo individual. E isso é um erro tanto político como factual. Calcular quanta água gasta cada pergunta feita ao ChatGPT tira a responsabilidade das empresas e a transfere aos usuários, escondendo a verdadeira escala do problema. Mesmo que o consumo individual cresça de modo acelerado e explosivo, ele sempre vai ser uma pequena fração do problema. Data centers operam em escala industrial, computando quantidades incríveis de dados para treinar modelos e outros serviços corporativos. Um único empreendimento pode consumir em um dia mais energia do que as cidades que os abrigam consomem ao longo de um mês. DAMNY: Nos habituamos a imaginar a inteligência artificial como uma “nuvem” etérea, mas, na verdade, ela só existe a partir de data centers monstruosos que consomem quantidades absurdas de recursos naturais. Os impactos sociais e ambientais são severos. Data centers são máquinas de consumo de energia, água e terra, e criam poluição do ar e sonora, num modelo que reforça velhos padrões de racismo ambiental. O desenvolvimento dessas infraestruturas frequentemente acontece à margem das comunidades afetadas, refazendo a cartilha global da injustiça ambiental. Ao seguir suas redes, perceberemos seus impactos em rios, no solo, no ar, em territórios indígenas e no crescente aumento da demanda por minerais críticos e, por consequência, de práticas minerárias profundamente destrutivas. YAMA: De acordo com a pesquisadora Tamara Kneese, diretora do programa de Clima, Tecnologia e Justiça do instituto de pesquisa Data & Society, com quem conversamos, essa infraestrutura está criando uma nova forma de colonialismo tecnológico. Os danos ambientais são frequentemente direcionados para as comunidades mais vulneráveis, de zonas rurais às periferias dos grandes centros urbanos, que se tornam zonas de sacrifício para o progresso dessa indústria. DAMNY: Além disso, a crescente insatisfação das comunidades do Norte Global com os data centers tem provocado o efeito colonial de uma terceirização dessas estruturas para o Sul Global. E o Brasil não apenas não é exceção como parece ser um destino preferencial por sua alta oferta de energia limpa. [pausa] E com o aval do governo federal, que acaba de publicar uma medida provisória chamada REDATA, cujo objetivo é atrair data centers ao Brasil com isenção fiscal e pouquíssimas responsabilidades. [ Termina Documentary] [tom baixo ] VOICE OVER: BLOCO 1 – O QUE SÃO DATA CENTERS? YAMA: Pra entender o que são data centers, a gente precisa antes de tudo de entender que a inteligência artificial não é meramente uma nuvem etérea que só existe virtualmente. Foi assim que a gente começou nossa conversa com a pesquisadora estadunidense Tamara Kneese. Ela é diretora do programa de Clima, Tecnologia e Justiça do instituto de pesquisa Data & Society. TAMARA: PT – BR [ Eu acho que o problema da nossa relação com a computação é que a maioria parte do tempo a gente não pensa muito sobre a materialidade dos sistemas informacionais e na cadeia de suprimentos que permitem que eles existam. Tudo que a gente faz online não depende só dos nossos aparelhos, ou dos serviços de nuvem que a gente contrata, mas de uma cadeia muito maior. De onde ver o hardware que a gente usa? Que práticas de trabalho são empregadas nessa cadeia? E então, voltando à cadeia de suprimentos, pensar sobre os materiais brutos e os minerais críticos e outras formas de extração, abusos de direitos humanos e trabalhistas que estão diretamente relacionados à produção dos materiais que precisamos pra computação em geral. ] So I think, you know, the problem with our relationship to computing is that, most of the time, we don’t really think that much about the materiality of the computing system and the larger supply chain. You know, thinking about the fact that, of course, everything we do relies not just on our own device, or the particular cloud services that we subscribe to, but also on a much larger supply chain. So, where does the hardware come from, that we are using, and what kind of labor practices are going into that? And then be, you know, further back in the supply chain, thinking about raw materials and critical minerals and other forms of extraction, and human rights abuses and labor abuses that also go into the production of the raw materials that we need for computing in general. DAMNY: A Tamara já escreveu bastante sobre como a metáfora da nuvem nos engana, porque ela dificulta que a gente enxergue a cadeia completa que envolve o processamento de tantos dados. E isso se tornou uma questão muito maior com a criação dos chatbots e das IAs generativas. YAMA: Se a pandemia já representou uma virada no aumento da necessidade de processamento de dados, quando passamos a ir à escola e ao trabalho pelo computador, o boom das IA generativas criou um aumento sem precedentes da necessidade de expandir essas cadeias. DAMNY: E na ponta da infraestrutura de todas as nuvens estão os data centers. Mais do que gerar enormes impactos sócio-ambientais, eles são as melhores formas de enxergar que o ritmo atual da expansão das IAs não poderá continuar por muito tempo, por limitações físicas. Não há terra nem recursos naturais que deem conta disso. YAMA: A gente conversou com a Cynthia Picolo, que é Diretora Executiva do LAPIN, o Laboratório de Políticas Públicas e Internet. O LAPIN tem atuado muito contra a violação de direitos na implementação de data centers no Brasil e a gente ainda vai conversar mais sobre isso. DAMNY: Uma das coisas que a Cynthia nos ajudou a entender é como não podemos dissociar as IAs dos data centers. CYNTHIA: Existe uma materialidade por trás. Existe uma infraestrutura física, que são os data centers. Então os data centers são essas grandes estruturas que são capazes de armazenar, processar e transferir esses dados, que são os dados que são os processamentos que vão fazer com que a inteligência artificial possa acontecer, possa se desenvolver, então não existe sem o outro. Então falar de IA é falar de Datacenter. Então não tem como desassociar. YAMA: Mas como é um datacenter? A Tamara descreve o que podemos ver em fotos e vídeos na internet. TAMARA: [ Sim, de modo geral, podemos dizer que os data centers são galpões gigantes de chips, servidores, sistemas em redes e quando você olha pra eles, são todos muitos parecidos, prédios quadrados sem nada muito interessante. Talvez você nem saiba que é um data center se não observar as luzes e perceber que é uma estrutura enorme sem pessoas, sem trabalhadores. ] Yeah, so, you know, essentially, they’re like giant warehouses of chips, of servers, of networked systems, and, you know, they look like basically nondescript square buildings, very similar. And you wouldn’t really know that it’s a data center unless you look at the lighting, and you kind of realize that something… like, it’s not inhabited by people or workers, really. DAMNY: No próximo bloco a gente tenta resumir os principais problemas socioambientais que os data centers já causam e irão causar com muita mais intensidade no futuro. [tom baixo ] VOICE OVER: BLOCO 2 – A ENORME LISTA DE PROBLEMAS YAMA: O consumo de energia é provavelmente o problema mais conhecido dos data centers e das IAs. Segundo dados da Agência Internacional de Energia, a IEA, organização internacional da qual o Brasil faz parte, a estimativa para o ano de 2024 é que os data centers consumiram cerca de 415 TWh. A cargo de comparação, segundo a Empresa de Pesquisa Energética, instituto de pesquisa público associado ao Ministério das Minas e Energia, o Brasil consumiu no ano de 2024 cerca de 600 TWh. DAMNY: Segundo o mesmo relatório da Agência Internacional de Energia, a estimativa é que o consumo de energia elétrica por datacenters em 2030 vai ser de pelo menos 945 TWh, o que representaria 3% de todo consumo global projetado. Quando a gente olha pras estimativas de outras fontes, contudo, podemos dizer que essas são projeções até conservadoras. Especialmente considerando o impacto da popularização das chamadas LLM, ou grandes modelos de linguagem – aqueles YAMA: Ou seja, mesmo com projeções conservadoras, os data centers do mundo consumiriam em 2030, daqui a menos de cinco anos, cerca de 50% a mais de energia que o Brasil inteiro consome hoje. Segundo a IEA, em 2030 o consumo global de energia elétrica por data centers deve ser equivalente ao consumo da Índia, o país mais populoso do mundo. E há situações locais ainda mais precárias. DAMNY: É o caso da Irlanda. Segundo reportagem do New York Times publicada em outubro passado, espera-se que o consumo de energia elétrica por data centers por lá represente pelo menos 30% do consumo total do país nos próximos anos. Mas porquê os datacenters consomem tanta energia? TAMARA: [ Então, particularmente com o tipo de IA que as empresas estão investindo agora, há uma necessidade de chips e GPUs muito mais poderosos, de modo que os data centers também são sobre prover energia o suficiente pra todo esse poder computacional que demandam o treinamento e uso de grandes modelos de linguagem. Os data centers são estruturas incrivelmente demandantes de energia e água. A água em geral serve para resfriar os servidores, então tem um número considerável de sistemas de cooling que usam água. Além disso tudo, você também precisa de fontes alternativas de energia, porque algumas vezes, uma infraestrutura tão demandante de energia precisa recorrer a geradores para garantir que o data center continue funcionando caso haja algum problema na rede elétrica. ] So, you know, particularly with the kinds of AI that companies are investing in right now, there’s a need for more powerful chips, GPUs, and so Data centers are also about providing enough energy and computational power for these powerful language models to be trained and then used. And so the data center also, you know, in part because it does require so much energy, and it’s just this incredibly energy-intensive thing, you also need water. And the water comes from having to cool the servers, and so… So there are a number of different cooling systems that use water. And then on top of that, you also need backup energy sources, so sometimes, because there’s such a draw on the power grid, you have to have backup generators to make sure that the data center can keep going if something happens with the grid. YAMA: E aqui a gente começa a entender o tamanho do problema. Os data centers são muitas vezes construídos em lugares que já sofrem com infraestruturas precárias de eletricidade e com a falta de água potável. Então eles criam problemas de escassez onde não havia e aprofundam essa escassez em locais onde isso já era uma grande questão – como a região metropolitana de Fortaleza sobre a qual falaremos no próximo episódio, que está em vias de receber um enorme data center do Tiktok. DAMNY: É o que também relatam os moradores de Querétaro, no México, que vivem na região dos data centers da Microsoft. A operação dos data centers da Microsoft gerou uma crise sem precedentes, com quedas frequentes de energia e o interrompimento do abastecimento de água que muitas vezes duram semanas. Os data-centers impactaram de tal forma as comunidades que escolas cancelaram aulas e, indiretamente, foram responsáveis por uma crise de gastroenterite entre crianças. YAMA: E isso nos leva pro segundo ponto. O consumo de água, minerais críticos e outros recursos naturais. TAMARA: [O problema da energia tem recebido mais atenção, porque é uma fonte de ansiedade também. Pensar sobre o aumento da demanda de energia em tempos em que supostamente estaríamos transicionando para deixar de usar energias fósseis, o que obviamente pode ter efeitos devastadores. Mas eu acredito que num nível mais local, o consumo de água é mais relevante. Nós temos grandes empresas indo às áreas rurais do México, por exemplo, e usando toda a água disponível e basicamente deixando as pessoas sem água. E isso é incrivelmente problemático. Então isso acontece em áreas que já tem problemas de abastecimento de água, onde as pessoas já não tem muito poder de negociação com as empresas. Não têm poder político pra isso. São lugares tratados como zonas de sacrifício, algo que já vimos muitas vezes no mundo, especialmente em territórios indígenas. Então as consequências são na verdade muito maiores do que só problemas relacionados à energia. ] I think the energy problem has probably gotten the most attention, just because it is a source of anxiety, too, so thinking about, you know, energy demand at a time when we’re supposed to be transitioning away from fossil fuels. And clearly, the effects that that can have will be devastating. But I think on a local level, things like the water consumption can matter more. So, you know, if we have tech companies moving into rural areas in Mexico and, you know, using up all of their water and basically preventing people in the town from having access to water. That is incredibly problematic. So I think, you know, in water-stressed areas and areas where the people living in a place don’t have as much negotiating power with the company. Don’t have as much political power, and especially if places are basically already treated as sacrifice zones, which we’ve seen repeatedly many places in the world, with Indigenous land in particular, you know, I think the consequences may go far beyond just thinking about, you know, the immediate kind of energy-related problems. YAMA: Existem pelo menos quatro fins que tornam os data centers máquinas de consumir água. O mais direto e local é a água utilizada na refrigeração de todo equipamento que ganha temperatura nas atividades de computação, o processo conhecido como cooling. Essa prática frequentemente utiliza água potável. Apesar de já ser extremamente relevante do ponto de vista de consumo, essa é apenas uma das formas de consumo abundante de água. DAMNY: Indiretamente, os data centers também consomem a água relacionada ao seu alto consumo de energia, em especial na geração de energia elétrica em usinas hidrelétricas e termelétricas. Também atrelada ao consumo energético, está o uso nas estações de tratamento de água, que visam tratar a água com resíduos gerada pelo data center para tentar reduzir a quantidade de água limpa utilizada. YAMA: Por fim, a cadeia de suprimentos de chips e servidores que compõem os data centers requer água ultrapura e gera resíduos químicos. Ainda que se saiba que esse fator gera gastos de água e emissões de carbono relevantes, os dados são super obscuros, entre outros motivos, porque a maioria dos dados que temos sobre o consumo de água em data centers são fornecidos pelas próprias empresas. CYNTHIA: A água e os minérios são componentes também basilares para as estruturas de datacenter, que são basilares para o funcionamento da inteligência artificial. (…). E tem toda uma questão, como eu disse muitas vezes, captura um volume gigante de água doce. E essa água que é retornada para o ecossistema, muitas vezes não é compensada da água que foi capturada. Só que as empresas também têm uma promessa em alguns relatórios, você vai ver que elas têm uma promessa até de chegar em algum ponto para devolver cento e vinte por cento da água. Então a empresa está se comprometendo a devolver mais água do que ela capturou. Só que a realidade é o quê? É outra. Então, a Google, por exemplo, nos últimos cinco anos, reportou um aumento de cento e setenta e sete por cento do uso de água. A Microsoft mais trinta e oito e a Amazon sequer reporta o volume de consumo de água. Então uma lacuna tremenda para uma empresa desse porte, considerando todo o setor de Data centers. Mas tem toda essa questão da água, que é muito preocupante, não só por capturar e o tratamento dela e como ela volta para o meio ambiente, mas porque há essa disputa também com territórios que têm uma subsistência muito específica de recursos naturais, então existe uma disputa aí por esse recurso natural entre comunidade e empreendimento. DAMNY: Nessa fala da Cynthia a gente observa duas coisas importantes: a primeira é que não existe data center sem água para resfriamento, de modo que o impacto local da instalação de um empreendimento desses é uma certeza irrefutável. E é um dano contínuo. Enquanto ele estiver em operação ele precisará da água. É como se uma cidade de grande porte chegasse de repente, demandando uma quantidade de água e energia que o local simplesmente não tem para oferecer. E na hora de escolher entre as pessoas e empreendimentos multimilionários, adivinha quem fica sem água e com a energia mais cara? YAMA: A segunda coisa importante que a Cynthia fala é quando ela nos chama a atenção sobre a demanda por recursos naturais. Nós sabemos que recursos naturais são escassos. Mais do que isso, recursos naturais advindos da mineração têm a sua própria forma de impactos sociais e ambientais, o que vemos frequentemente na Amazônia brasileira. O que acontecerá com os data centers quando os recursos naturais locais já não forem suficientes para seu melhor funcionamento? Diante de uma computação que passa por constante renovação pela velocidade da obsolescência, o que acontece com o grande volume de lixo eletrônico gerado por data centers? Perguntas que não têm resposta. DAMNY: A crise geopolítica em torno dos minerais conhecidos como terra-rara mostra a complexidade política e ambiental do futuro das IA do ponto de vista material e das suas cadeias de suprimento. No estudo feito pelo LAPIN, a Cynthia nos disse que considera que esse ponto do aumento da demanda por minerais críticos que as IA causam é um dos pontos mais opacos nas comunicações das grandes empresas de tecnologia sobre o impacto de seus data centers. CYNTHIA: E outro ponto de muita, muita lacuna, que eu acho que do nosso mapeamento, desses termos mais de recursos naturais. A cadeia de extração mineral foi o que mais foi opaco, porque, basicamente, as empresas não reportam nada sobre essa extração mineral e é muito crítico, porque a gente sabe que muitos minérios vêm também de zonas de conflito. Então as grandes empresas, pelo menos as três que a gente mapeou, elas têm ali um trechinho sobre uma prestação de contas da cadeia mineral. Tudo que elas fazem é falar que elas seguem um framework específico da OCDE sobre responsabilização. YAMA: Quando as empresas falam de usar energias limpas e de reciclar a água utilizada, eles estão se desvencilhando das responsabilidades sobre seus datacenters. Energia limpa não quer dizer ausência de impacto ambiental. Pras grandes empresas, as fontes de energia limpa servem para gerar excedente e não para substituir de fato energias fósseis. Você pode ter um data center usando majoritariamente energia solar no futuro, mas isso não muda o fato de que ele precisa funcionar 24/7 e as baterias e os geradores a diesel estarão sempre lá. Além disso, usinas de reciclagem de água, fazendas de energia solar e usinas eólicas também têm impactos socioambientais importantes. O uso de recursos verdes complexifica o problema de identificar os impactos locais e responsabilidades dos data centers, mas não resolve de nenhuma forma os problemas de infraestrutura e de fornecimento de água e energia causados pelos empreendimentos. DAMNY: É por isso que a gente alerta pra não comprar tão facilmente a história de que cada pergunta pro chatGPT gasta x litros de água. Se você não perguntar nada pro chatGPT hoje, ou se fizer 1000 perguntas, não vai mudar em absolutamente nada o alto consumo de água e os impactos locais destrutivos dos data centers que estão sendo instalados a todo vapor em toda a América Latina. A quantidade de dados e de computação que uma big tech usa para treinar seus modelos, por exemplo, jamais poderá ser equiparada ao consumo individual de chatbots. É como comparar as campanhas que te pedem pra fechar a torneira ao escovar os dentes, enquanto o agro gasta em minutos água que você não vai gastar na sua vida inteira. Em resumo, empresas como Google, Microsoft, Meta e Amazon só se responsabilizam pelos impactos diretamente causados por seus data centers e, mesmo assim, é uma responsabilização muito entre aspas, à base de greenwashing. Você já ouviu falar de greenwashing? CYNTHIA: Essa expressão em inglês nada mais é do que a tradução literal, que é o discurso verde. (…)É justamente o que a gente está conversando. É justamente quando uma empresa finge se preocupar com o meio ambiente para parecer sustentável, mas, na prática, as ações delas não trazem esses benefícios reais e, pelo contrário, às vezes trazem até danos para o meio ambiente. Então, na verdade, é uma forma até de manipular, ou até mesmo enganar as pessoas, os usuários daqueles sistemas ou serviços com discursos e campanhas com esses selos verdes, mas sem comprovar na prática. YAMA: Nesse contexto, se torna primordial que a gente tenha mais consciência de toda a infraestrutura material que está por trás da inteligência artificial. Como nos resumiu bem a Tamara: TAMARA: [ Eu acredito que ter noção da infraestrutura completa que envolve a cadeia da IA realmente ajuda a entender a situação. Mesmo que você esteja usando, supostamente, energia renovável para construir e operar um data center, você ainda vai precisar de muitos outros materiais, chips, minerais e outras coisas com suas próprias cadeias de suprimento. Ou seja, independente da forma de energia utilizada, você ainda vai causar dano às comunidades e destruição ambiental. ] But that… I think that is why having a sense of the entire AI supply chain is really helpful, just in terms of thinking about, you know, even if you’re, in theory, using renewable energy to build a data center, you still are relying on a lot of other materials, including chips, including minerals, and other things that. (…) We’re still, you know, possibly going to be harming communities and causing environmental disruption. [ tom baixo ] YAMA: Antes de a gente seguir pro último bloco, eu queria só dizer que a entrevista completa com a Dra. Tamara Kneese foi bem mais longa e publicada na íntegra no blog do GEICT. O link para a entrevista tá na descrição do episódio, mas se você preferir pode ir direto no bloco do GEICT. [ tom baixo ] VOICE OVER: BLOCO 3 – PROBLEMAS GLOBAIS, PROBLEMAS LOCAIS YAMA: Mesmo conhecendo as cadeias, as estratégias de greenwashing trazem um grande problema à tona, que é uma espécie de terceirização das responsabilidades. As empresas trazem medidas compensatórias que não diminuem em nada o impacto local dos seus data centers. Então tem uma classe de impactos que são globais, como as emissões de carbono e o aumento da demanda por minerais críticos, por exemplo. E globais no sentido de que eles são parte relevante dos impactos dos data centers, mas não estão impactando exatamente nos locais onde foram construídos. CYNTHIA: Google, por exemplo, nesse recorte que a gente fez da pesquisa dos últimos cinco anos, ela simplesmente reportou um aumento de emissão de carbono em setenta e três por cento. Não é pouca coisa. A Microsoft aumentou no escopo dois, que são as emissões indiretas, muito por conta de data centers, porque tem uma diferenciação por escopo, quando a gente fala de emissão de gases, a Microsoft, nesse período de cinco anos, ela quadruplicou o tanto que ela tem emitido. A Amazon aumentou mais de trinta por cento. Então a prática está mostrando que essas promessas estão muito longe de serem atingidas. Só que aí entra um contexto mais de narrativa. Por que elas têm falado e prometido a neutralidade de carbono? Porque há um mecanismo de compensação. (…) Então elas falam que estão correndo, correndo para atingir essa meta de neutralidade de carbono, mas muito por conta dos instrumentos de compensação, compensação ou de crédito de carbono ou, enfim, para uso de energias renováveis. Então se compra esse certificado, se fazem esses contratos, mas, na verdade, não está tendo uma redução de emissão. Está tendo uma compensação. (…) Essa compensação é um mecanismo financeiro, no final do dia. Porque, quando você, enquanto empresa, trabalha na compensação dos seus impactos ambientais e instrumentos contratuais, você está ignorando o impacto local. Então, se eu estou emitindo impactando aqui o Brasil, e estou comprando crédito de carbono em projetos em outra área, o impacto local do meu empreendimento está sendo ignorado. YAMA: E os impactos materiais locais continuam extremamente relevantes. Além do impacto nas infraestruturas locais de energia e de água sobre as quais a gente já falou, há muitas reclamações sobre a poluição do ar gerada pelos geradores, as luzes que nunca desligam e até mesmo a poluição sonora. A Tamara nos contou de um caso curioso de um surto de distúrbios de sono e de enxaqueca que tomou regiões de data centers nos Estados Unidos. TAMARA: [ Uma outra coisa que vale ser lembrada: as pessoas que vivem perto dos data centers tem nos contado que eles são super barulhentos, eles também relatam a poluição visual causada pelas luzes e a poluição sonora. Foi interessante ouvir de comunidades próximas a data centers de mineração de criptomoedas, por exemplo, que os moradores começaram a ter enxaquecas e distúrbios de sono por viverem próximos das instalações. E além de tudo isso, ainda tem a questão da poluição do ar, que é visível a olho nu. Há muitas partículas no ar onde há geradores movidos a diesel para garantir que a energia esteja sempre disponível. ] And the other thing is, you know, for people who live near them, they’re very loud, and so if you talk to people who live near data centers, they will talk about the light pollution, the noise pollution. And it’s been interesting, too, to hear from communities that are near crypto mining facilities, because they will complain of things like migraine headaches and sleep deprivation from living near the facilities. And, you know, the other thing is that the air pollution is quite noticeable. So there’s a lot of particulate matter, particularly in the case of using diesel-fueled backup generators as an energy stopgap. DAMNY: E do ponto de vista dos impactos locais, há um fator importantíssimo que não pode ser esquecido: território. Data centers podem ser gigantes, mas ocupam muito mais espaço que meramente seus prédios, porque sua cadeia de suprimentos demanda isso. Como a água e a energia chegarão até os prédios? Mesmo que sejam usados fontes renováveis de energia, onde serão instaladas as fazendas de energia solar ou as usinas de energia eólica e de tratamento de água? Onde a água contaminada e/ou tratada será descartada? Quem vai fiscalizar? YAMA: E essa demanda sem fim por território esbarra justamente nas questões de racismo ambiental. Porque os territórios que são sacrificados para que os empreendimentos possam funcionar, muito frequentemente, são onde vivem povos originários e populações marginalizadas. Aqui percebemos que a resistência local contra a instalação de data centers é, antes de qualquer coisa, uma questão de justiça ambiental. É o caso de South Memphis nos Estados Unidos, por exemplo. TAMARA: [ Pensando particularmente sobre os tipos de danos causados pelos data centers, não é somente a questão da conta de energia ficar mais cara, ou quantificar a quantidade de energia e água gasta por data centers específicos. A verdadeira questão, na minha opinião, é a relação que existe entre esses danos socioambientais, danos algorítmicos e o racismo ambiental e outras formas de impacto às comunidades que lidam com isso a nível local. Especialmente nos Estados Unidos, com todo esse histórico de supremacia branca e a falta de direitos civis, não é coincidência que locais onde estão comunidades negras, por exemplo, sejam escolhidos como zonas de sacrifício. As comunidades negras foram historicamente preferenciais para todo tipo de empreendimento que demanda sacrificar território, como estradas interestaduais, galpões da Amazon… quer dizer, os data centers são apenas a continuação dessa política histórica de racismo ambiental. E tudo isso se soma aos péssimos acordos feitos a nível local, onde um prefeito e outras lideranças governamentais pensam que estão recebendo algo de grande valor econômico. Em South Memphis, por exemplo, o data center é da xAI. Então você para pra refletir como essa plataforma incrivelmente racista ainda tem a audácia de poluir terras de comunidades negras ainda mais ] I think, the way of framing particular kinds of harm, so, you know, it’s not just about, you know, people’s energy bills going up, or, thinking about how we quantify the energy use or the water use of particular data centers, but really thinking about the relationship between a lot of those social harms and algorithmic harms and the environmental racism and other forms of embodied harms that communities are dealing with on that hyper-local level. And, you know, in this country, with its history of white supremacy and just general lack of civil rights, you know, a lot of the places where Black communities have traditionally been, tend to be, you know, the ones sacrificed for various types of development, like, you know, putting up interstates, putting up warehouses for Amazon and data centers are just a continuation of the what was already happening. And then you have a lot of crooked deals on the local level, where, you know, maybe a mayor and other local officials think that they’re getting something economically of value. In South Memphis, the data center is connected to x AI. And so thinking about this platform that is so racist and so incredibly harmful to Black communities, you know, anyway, and then has the audacity to actually pollute their land even more. DAMNY: Entrando na questão do racismo ambiental a gente se encaminha para o nosso segundo episódio, onde vamos tentar entender como o Brasil se insere na questão dos data centers e como diferentes setores da população estão se organizando para resistir. Antes de encerrar esse episódio, contudo, a gente traz brevemente pra conversa dois personagens que vão ser centrais no próximo episódio. YAMA: Eles nos ajudam a compreender como precisamos considerar a questão dos territórios ao avaliar os impactos. Uma dessas pessoas é a Andrea Camurça, do Instituto Terramar, que está lutando junto ao povo Anacé pelo direito de serem consultados sobre a construção de um data center do TIKTOK em seus territórios. Eu trago agora um trechinho dela falando sobre como mesmo medidas supostamente renováveis se tornam violações territoriais num contexto de racismo ambiental. ANDREA: A gente recebeu notícias agora, recentemente, inclusive ontem, que está previsto um mega empreendimento solar que vai ocupar isso mais para a região do Jaguaribe, que vai ocupar, em média, de equivalente a seiscentos campos de futebol. Então, o que isso representa é a perda de terra. É a perda de água. É a perda do território. É uma diversidade de danos aos povos e comunidades tradicionais que não são reconhecidos, são invisibilizados. Então é vendido como território sem gente, sendo que essas energias chegam dessa forma. Então, assim a gente precisa discutir sobre energias renováveis. A gente precisa discutir sobre soberania energética. A gente precisa discutir sobre soberania digital, sim, mas construída a partir da necessidade do local da soberania dessas populações. DAMNY: A outra pessoa que eu mencionei é uma liderança Indígena, o cacique Roberto Anacé. Fazendo uma ótima conexão que nos ajuda a perceber como os impactos globais e locais dos data centers estão conectados, ele observa como parecemos entrar num novo momento do colonialismo, onde a soberania digital e ambiental do Brasil volta a estar em risco, indo de encontro à violação de terras indígenas. CACIQUE ROBERTO: Há um risco para a questão da biodiversidade, da própria natureza da retirada da água, do aumento de energia, mas também não somente para o território da Serra, mas para todos que fazem uso dos dados. Ou quem expõe esses dados. Ninguém sabe da mão de quem vai ficar, quem vai controlar quem vai ordenar? E para que querem essa colonização? Eu chamo assim que é a forma que a gente tem essa colonização de dados. Acredito eu que a invasão do Brasil em mil e quinhentos foi de uma forma. Agora nós temos a invasão de nossas vidas, não somente para os indígenas, mas de todos, muitas vezes que fala muito bem, mas não sabe o que vai acontecer depois que esses dados estão guardados. Depois que esses dados vão ser utilizados, para que vão ser utilizados, então esses agravos. Ele é para além do território indígena na série. [ tom baixo ] [ Começa Bio Unit ] YAMA: A pesquisa, entrevistas e apresentação desse episódio foi feita pelo Damny Laya e por mim, Yama Chiodi. Eu também fiz o roteiro e a produção. Quem narrou a tradução das falas da Tamara foi Mayra Trinca. O Oxigênio é um podcast produzido pelos alunos do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp e colaboradores externos. Tem parceria com a Secretaria Executiva de Comunicação da Unicamp e apoio do Serviço de Auxílio ao Estudante, da Unicamp. Além disso, contamos com o apoio da FAPESP, que financia bolsas como a que nos apoia neste projeto de divulgação científica. DAMNY: A lista completa de créditos para os sons e músicas utilizados você encontra na descrição do episódio. Você encontra todos os episódios no site oxigenio.comciencia.br e na sua plataforma preferida. No Instagram e no Facebook você nos encontra como Oxigênio Podcast. Segue lá pra não perder nenhum episódio! Aproveite para deixar um comentário. [ Termina Bio Unit ] [ Vinheta Oxigênio ] Créditos: Aerial foi composta por Bio Unit; Documentary por Coma-Media. Ambas sob licença Creative Commons. Os sons de rolha e os loops de baixo são da biblioteca de loops do Garage Band. Roteiro, produção: Yama Chiodi Pesquisa: Yama Chiodi, Damny Laya Narração: Yama Chiodi, Danny Laya, Mayra Trinca Entrevistados: Tamara Kneese, Cynthia Picolo, Andrea Camurça e Cacique Roberto Anacé __________ Descendo a toca do coelho da IA: Data Centers e os Impactos Materiais da “Nuvem” – Uma entrevista com Tamara Kneese: https://www.blogs.unicamp.br/geict/2025/11/06/descendo-a-toca-do-coelho-da-ia-data-centers-e-os-impactos-materiais-da-nuvem-uma-entrevista-com-tamara-kneese/ Não somos quintal de data centers: Um estudo sobre os impactos socioambientais e climáticos dos data centers na América Latina: https://idec.org.br/publicacao/nao-somos-quintal-de-data-centers Outras referências e fontes consultadas: Relatórios técnicos e dados oficiais: IEA (2025), Energy and AI, IEA, Paris https://www.iea.org/reports/energy-and-ai, Licence: CC BY 4.0 “Inteligência Artificial e Data Centers: A Expansão Corporativa em Tensão com a Justiça Socioambiental”. Lapin. https://lapin.org.br/2025/08/11/confira-o-relatorio-inteligencia-artificial-e-data-centers-a-expansao-corporativa-em-tensao-com-a-justica-socioambiental/ Estudo de mercado sobre Power & Cooling de Data Centers. DCD – DATA CENTER DYNAMICS.https://media.datacenterdynamics.com/media/documents/Report_Power__Cooling_2025_PT.pdf Pílulas – Impactos ambientais da Inteligência Artificial. IPREC. https://ip.rec.br/publicacoes/pilulas-impactos-ambientais-da-inteligencia-artificial/ Policy Brief: IA, data centers e os impactos ambientais. IPREC https://ip.rec.br/wp-content/uploads/2025/05/Policy-Paper-IA-e-Data-Centers.pdf MEDIDA PROVISÓRIA Nº 1.318, DE 17 DE SETEMBRO DE 2025 https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/medida-provisoria-n-1.318-de-17-de-setembro-de-2025-656851861 Infográfico sobre minerais críticos usados em Data Centers do Serviço de Geologia do Governo dos EUA https://www.usgs.gov/media/images/key-minerals-data-centers-infographic Notícias e reportagens: From Mexico to Ireland, Fury Mounts Over a Global A.I. Frenzy. Paul Mozur, Adam Satariano e Emiliano Rodríguez Mega. The New York Times, 20/10/2025. https://www.nytimes.com/2025/10/20/technology/ai-data-center-backlash-mexico-ireland.html Movimentos pedem ao MP fim de licença de data center no CE. Maristela Crispim, EcoNordeste. 25/08/2025. https://agenciaeconordeste.com.br/sustentabilidade/movimentos-pedem-ao-mp-fim-de-licenca-de-data-center-no-ce/#:~:text=’N%C3%A3o%20somos%20contra%20o%20progresso’&text=Para%20o%20cacique%20Roberto%20Anac%C3%A9,ao%20meio%20ambiente%E2%80%9D%2C%20finaliza. ChatGPT Is Everywhere — Why Aren’t We Talking About Its Environmental Costs? Lex McMenamin. Teen Vogue. https://www.teenvogue.com/story/chatgpt-is-everywhere-environmental-costs-oped Data centers no Nordeste, minérios na África, lucros no Vale do Silício. Le Monde Diplomatique, 11 jun. 2025. Accioly Filho. https://diplomatique.org.br/data-centers-no-nordeste-minerios-na-africa-lucros-no-vale-do-silicio/. The environmental footprint of data centers in the United States. Md Abu Bakar Siddik et al 2021 Environ. Res. Lett. 16064017: https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/abfba1 Tecnología en el desierto – El debate por los data centers y la crisis hídrica en Uruguay. MUTA, 30 nov. Soledad Acunã https://mutamag.com/cyberpunk/tecnologia-en-el-desierto/. Acesso em: 17 set. 2025. Las zonas oscuras de la evaluación ambiental que autorizó “a ciegas” el megaproyecto de Google en Cerrillos. CIPER Chile, 25 maio 2020. https://www.ciperchile.cl/2020/05/25/las-zonas-oscuras-de-la-evaluacion-ambiental-que-autorizo-aciegas-el-megaproyecto-de-google-en-cerrillos/. Acesso em: 17 set. 2025. Thirsty data centres spring up in water-poor Mexican town. Context, 6 set. 2024. https://www.context.news/ai/thirsty-data-centres-spring-up-in-water-poor-mexican-town BNDES lança linha de R$ 2 bilhões para data centers no Brasil. https://agenciadenoticias.bndes.gov.br/industria/BNDES-lanca-linha-de-R$-2-bilhoes-para-data-centersno-Brasil/. Los centros de datos y sus costos ocultos en México, Chile, EE UU, Países Bajos y Sudáfrica. WIRED, 29 maio 2025. Anna Lagos https://es.wired.com/articulos/los-costos-ocultos-del-desarrollo-de-centros-de-datos-en-mexico-chile-ee-uu-paises-bajos-y-sudafrica Big Tech's data centres will take water from world's driest areas. Eleanor Gunn. SourceMaterial, 9 abr. 2025. https://www.source-material.org/amazon-microsoft-google-trump-data-centres-water-use/ Indígenas pedem que MP atue para derrubar licenciamento ambiental de data center do TikTok. Folha de S.Paulo, 26 ago. 2025. https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2025/08/indigenas-pedem-que-mp-atue-para-derrubar-licenciamento-ambiental-de-data-center-do-tiktok.shtml The data center boom in the desert. MIT Technology Review https://www.technologyreview.com/2025/05/20/1116287/ai-data-centers-nevada-water-reno-computing-environmental-impact/ Conferências, artigos acadêmicos e jornalísticos: Why are Tech Oligarchs So Obsessed with Energy and What Does That Mean for Democracy? Tamara Kneese. Tech Policy Press. https://www.techpolicy.press/why-are-tech-oligarchs-so-obsessed-with-energy-and-what-does-that-mean-for-democracy/ Data Center Boom Risks Health of Already Vulnerable Communities. Cecilia Marrinan. Tech Policy Press. https://www.techpolicy.press/data-center-boom-risks-health-of-already-vulnerable-communities/ RARE/EARTH: The Geopolitics of Critical Minerals and the AI Supply Chain. https://www.youtube.com/watch?v=GxVM3cAxHfg Understanding AI with Data & Society / The Environmental Costs of AI Are Surging – What Now? https://www.youtube.com/watch?v=W4hQFR8Z7k0 IA e data centers: expansão corporativa em tensão com justiça socioambiental. Camila Cristina da Silva, Cynthia Picolo G. de Azevedo. https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/ia-regulacao-democracia/ia-e-data-centers-expansao-corporativa-em-tensao-com-justica-socioambiental LI, P.; YANG, J.; ISLAM, M. A.; REN, S. Making AI Less “Thirsty”: Uncovering and Addressing the Secret Water Footprint of AI Models. arXiv, 2304.03271, 26 mar. 2025. Disponível em: https://doi.org/10.48550/arXiv.2304.03271 LIU, Y.; WEI, X.; XIAO, J.; LIU, Z.;XU, Y.; TIAN, Y. Energy consumption and emission mitigation prediction based on data center traffic and PUE for global data centers. Global Energy Interconnection, v. 3, n.3, p. 272-282, 3 jun. 2020. https://doi.org/10.1016/j.gloei.2020.07.008 SIDDIK, M. A. B.; SHEHABI, A.; MARSTON, L. The environmental footprint of data centers in the United States. Environmental Research Letters, v. 16, n. 6, 21 maio 2021. https://doi.org/10.1088/1748-9326/abfba1 Las Mentiras de Microsoft en Chile: Una Empresa No tan Verde. Por Rodrigo Vallejos de Resistencia Socioambiental de Quilicura. Revista De Frente, 18 mar. 2022. https://www.revistadefrente.cl/las-mentiras-de-microsoft-en-chile-una-empresa-no-tan-verde-porrodrigo-vallejos-de-resistencia-socioambiental-de-quilicura/. Acesso em: 17 set. 2025.

Governo do Estado de São Paulo
Rodrigo Fontenelle - Controlador Geral do Estado - Acordo com a OCDE

Governo do Estado de São Paulo

Play Episode Listen Later Dec 11, 2025 1:00


Rodrigo Fontenelle - Controlador Geral do Estado de SP

Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 10/12/2025

Capital

Play Episode Listen Later Dec 10, 2025 57:59


En Capital Intereconomía, la Tertulia Capital con Agustín Baeza, Juan Rivera y Kamal Romero ha analizado la decisión de Australia de prohibir las redes sociales a menores de 16 años, los dos años de mandato de Javier Milei en Argentina y la propuesta de la CEOE de subir el SMI un 1,5% en 2026, anticipando un nuevo choque con Yolanda Díaz. También se ha debatido la renuncia de España a más de 60.000 millones en préstamos de la UE, la vuelta al Congreso de la condonación de la deuda autonómica y el fuerte aumento de la presión fiscal en España, que crece el triple que la media de la OCDE. En la Entrevista Capital, el economista Diego Barceló ha hecho balance de los dos años de Milei al frente del Gobierno argentino, analizando las principales medidas, sus efectos económicos y los retos pendientes. El programa se ha completado con el análisis de preapertura de los mercados junto a David Cortina, responsable de Renta Variable en Santander PB.

La Brújula
La Brújula de la Economía: Las deudas de España con la UE, la deuda pública y OCDE (09/12/2025)

La Brújula

Play Episode Listen Later Dec 9, 2025 49:34


Pablo Rodriguez Suanzes, Maria Blanco, Miquel Roig, Ignacio Rodriguez Burgos y Rafa Latorre repasan la actualidad economica del dia.

Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 08/12/2025

Capital

Play Episode Listen Later Dec 8, 2025 57:59


En Capital Intereconomía, la Tertulia Capital ha reunido a José Ignacio Gutiérrez, Agustín Baeza y Carlos Tobías para analizar las principales claves económicas del día. El BCE descarta una burbuja en la inteligencia artificial, aunque advierte del riesgo de una corrección brusca. La OCDE pide a España reequilibrar su sistema fiscal y el gasto en pensiones, mientras que los funcionarios verán una subida salarial media de 129 euros al mes en 2026. Además, Reino Unido anuncia una subida de impuestos por 30.000 millones con el objetivo de evitar recortes. En la Entrevista Capital, Aida Caldera, jefa de división en el departamento de Economía de la OCDE, ha profundizado en las recomendaciones del organismo: liberalizar suelo y construir 850.000 viviendas sociales, endurecer las leyes contra la corrupción y el cohecho, y regular la actividad de los lobbies. El programa ha incluido también el análisis de preapertura de los mercados europeos con Francisco Simón, responsable europeo de estrategia de Asset Allocation en Santander Asset Management.

espa adem reino unido econom agust asset allocation ocde baeza la ocde el bce santander asset management capital intereconom tertulia capital
Plus bio la vie
Comment les microplastiques ont envahi nos vies... et nos corps

Plus bio la vie

Play Episode Listen Later Dec 8, 2025 39:10


On les retrouve dans l'air, dans la mer et même dans nos artères: ce sont les microplastiques. Une pollution invisible, présente dans de nombreux produits cosmétiques et détergents, mais aussi dans les pneus, les terrains de sport, jusque dans nos vêtements et certaines eaux en bouteille. Une contamination incontrôlable et irréversible, car ces microparticules ne sont pas biodégradables.D'après l'Organisation de coopération et de développement économiques (OCDE), 22 millions de tonnes de matière plastique ont été rejetées au cours de l'année 2019 dans l'environnement, dont 12% de microplastiques. Et la tendance est à la hausse, puisque l'organisation estime qu'au rythme actuel, la quantité de déchets plastiques produits dans le monde pourrait tripler d'ici à 2060 par rapport à 2019.Comment ces microplastiques ont-ils envahi nos vies? Quels sont les risques pour la santé? Comment les identifier et surtout comment en sortir?Pour répondre à ces questions, Nora Bouazzouni accueille Cristina Barreau, coordinatrice du programme sur les déchets aquatiques au sein de l'association Surfrider Foundation, ainsi que Ronan Lafrogne, directeur qualité & RSE (responsabilité sociétale des entreprises) de Biocoop.Musique: «May the Chords Be with You», Computer Music All-stars Hébergé par Audion. Visitez https://www.audion.fm/fr/privacy-policy pour plus d'informations.

Tu dinero nunca duerme
TNDN: Diciembre, ¿el mes de los planes de pensiones?

Tu dinero nunca duerme

Play Episode Listen Later Dec 7, 2025 57:50


Rocío Recio, de Cobas AM, analiza la situación de la Seguridad Social y las condiciones para invertir en planes de pensiones. Diciembre es el mes de los planes de pensiones. No tiene demasiado sentido que sea así. Porque las aportaciones las podemos hacer en cualquier momento del año. Pero, como nos han explicado muchas veces esos economistas que tanto nos gustan y que iniciaron esa disciplina que llamamos "economía conductual" o "psicología económica", el ser humano no siempre actúa con lógica (al menos, no con la lógica de los modelos, que en ocasiones son muy matemáticos, pero poco "lógicos" si pensamos en esta palabra desde una perspectiva humana). En cualquier caso, sea por la razón que sea, lo cierto es que un elevado porcentaje de aportaciones a los planes de pensiones se concentran en las últimas semanas de cada ejercicio. En esas semanas de diciembre es cuando todos nos acordamos de que todavía no hemos nutrido nuestro plan (y que perderemos la ventaja fiscal si no lo hacemos rápidamente). De todo esto vamos a hablar esta semana, en Tu Dinero Nunca Duerme con Rocío Recio, del equipo de Relación con Inversores de Cobas AM. "El sistema público de pensiones tiene un doble problema: demográfico y de gasto público. España es un país en el que se vive muy bien y nuestra esperanza de vida cada día es mayor. Pero cada vez nacen menos niños. Esto hace que la pirámide poblacional se esté dando la vuelta. En cuanto al gasto público, tenemos un gran agujero en las cuentas de la Seguridad Social". Y con todo esto, ¿realmente, el sistema público de pensiones es sostenible?: "Un sistema de reparto, como el nuestro, va a ser sostenible siempre que haya una masa salarial que pueda cubrir esa parte de gastos. ¿Qué nos dice la evidencia? Que el sistema no es sostenible. Hemos modificado los parámetros básicos, como la edad de jubilación. La Seguridad Social ya ha agotado las transferencias del Estado hace unas semanas. Todo esto, sin tener en cuenta la generación de baby-boomers que se van a jubilar en las próximas de Europa. Con una de las tasas de reemplazo más generosas de la OCDE". ¿Esto quiere decir que no vamos a cobrar pensión? No, por supuesto. Sí cobraremos, la clave son las condiciones de esa prestación: "Los jubilados del futuro van a recibir la mitad de su sueldo como pensión. Claro que vamos a recibir pensión. Es de las últimas cosas que dejarían de pagar. Pero, ¿en qué cantidad? Las tasas de sustitución tan elevadas [el 75-80%, nivel que hemos visto en España en las últimas décadas] se van a reducir hasta el 50%", nos recuerda Recio. ¿Y cuánto puede aportar cada ciudadano a sus planes de pensiones?: "En los planes de pensiones individuales, veníamos de unos límites mucho más elevados: ahora el máximo es de 1.500 euros anuales (desgravable en el IRPF). Para planes de empleo, las empresas pueden promover para todos sus empleados: aquí el límite es de 8.500 euros por parte de la empresa y de otros 1.500 por parte del empleado. Hay que recordar que este producto tiene beneficios fiscales para la empresa que también le interesa. Para autónomos: pueden desgravarse 1.500 euros como el resto de personas y 4.250 euros como plan de empleo de autónomos [Total para autónomos: 5.750 euros]".

Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 05/12/2025

Capital

Play Episode Listen Later Dec 5, 2025 57:59


En Capital Intereconomía, la Tertulia Capital ha reunido a José Ignacio Gutiérrez, Agustín Baeza y Carlos Tobías para analizar las principales claves económicas del día. El BCE descarta una burbuja en la inteligencia artificial, aunque advierte del riesgo de una corrección brusca. La OCDE pide a España reequilibrar su sistema fiscal y el gasto en pensiones, mientras que los funcionarios verán una subida salarial media de 129 euros al mes en 2026. Además, Reino Unido anuncia una subida de impuestos por 30.000 millones con el objetivo de evitar recortes. En la Entrevista Capital, Aida Caldera, jefa de división en el departamento de Economía de la OCDE, ha profundizado en las recomendaciones del organismo: liberalizar suelo y construir 850.000 viviendas sociales, endurecer las leyes contra la corrupción y el cohecho, y regular la actividad de los lobbies. El programa ha incluido también el análisis de preapertura de los mercados europeos con Francisco Simón, responsable europeo de estrategia de Asset Allocation en Santander Asset Management.

espa adem reino unido econom agust asset allocation ocde baeza la ocde el bce santander asset management capital intereconom tertulia capital
Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 04/12/2025

Capital

Play Episode Listen Later Dec 4, 2025 57:59


En Capital Intereconomía, la Tertulia Capital ha reunido a José Ignacio Gutiérrez, Agustín Baeza y Carlos Tobías para analizar las principales claves económicas del día. El BCE descarta una burbuja en la inteligencia artificial, aunque advierte del riesgo de una corrección brusca. La OCDE pide a España reequilibrar su sistema fiscal y el gasto en pensiones, mientras que los funcionarios verán una subida salarial media de 129 euros al mes en 2026. Además, Reino Unido anuncia una subida de impuestos por 30.000 millones con el objetivo de evitar recortes. En la Entrevista Capital, Aida Caldera, jefa de división en el departamento de Economía de la OCDE, ha profundizado en las recomendaciones del organismo: liberalizar suelo y construir 850.000 viviendas sociales, endurecer las leyes contra la corrupción y el cohecho, y regular la actividad de los lobbies. El programa ha incluido también el análisis de preapertura de los mercados europeos con Francisco Simón, responsable europeo de estrategia de Asset Allocation en Santander Asset Management.

espa adem reino unido econom agust asset allocation ocde baeza la ocde el bce santander asset management capital intereconom tertulia capital
Noticentro
¡Ojo! En Veracruz no podrás sacar licencia si debes pensión

Noticentro

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 1:28 Transcription Available


Edomex estrena Farmacias del BienestarMéxico debe mejorar productividad con educación vocacional: OCDECandidato presidencial de Perú sufre atentado en LimaMás información en nuestro Podcast

Noticentro
Tienditas sienten más dura la inflación este 2025

Noticentro

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 1:20 Transcription Available


Reducir aranceles elevaría 2% el PIB del G-20: OCDECuauhtémoc inaugura Centro de Atención al Emprendedor  EU no confirma sobrevivientes tras ataque a lancha en el CaribeMás información en nuestro Podcast

Noticentro
Aumento al mínimo será del 13% en 2026

Noticentro

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 2:00 Transcription Available


Economía informal aumenta 1.9%: Inegi  OCDE prevé desaceleración económica global  El simbolismo detrás de las esferas navideñas  Más información en nuestro podcast

La Estrategia del Día
Cae el optimismo, FEMSA y Bill Gates, Vinte, Lula-Trump, Comcast y Amazon

La Estrategia del Día

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 10:02


Muy buenos días, la OCDE es la última en ajustar a la baja sus pronósticos de crecimiento para México y lo que le espera a la economía ya está siendo digerido por el sector privado. ¿Saben ustedes quién posee la mayor cantidad de títulos de FEMSA en Estados Unidos? Les cuento la historia. Hay cambio de CEO en el sector de la vivienda, hablamos de la luna de miel entre Lula y Trump, siguen las ofertas por Warner y la estrategia de Amazon para alcanzar a Nvidia y Google. [Patrocinado] Conoce las oportunidades que ofrece Deel aquí.

Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 03/12/2025

Capital

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 57:59


En Capital Intereconomía hemos repasado las claves del día y la evolución de los mercados en Asia, Wall Street y Europa. En el primer análisis de la mañana, Javier Santacruz, economista, ha puesto el foco en la inminente presentación de resultados de Inditex y en cómo podría reaccionar el mercado. También ha abordado el anuncio de que Donald Trump nombrará al nuevo presidente de la Fed en enero de 2026, el aviso de la OCDE al Gobierno por no aprovechar la bonanza para reducir el déficit y la decisión de Hacienda de aplazar un año Verifactu, valorada como un posible alivio para autónomos y pequeños empresarios. El programa ha incluido el habitual resumen de prensa económica nacional e internacional. En el análisis de geopolítica, Gustavo de Arístegui, diplomático, ha tomado el pulso al panorama internacional marcado por la falta de acuerdo entre Estados Unidos y Rusia sobre Ucrania. Putin apoya algunos puntos del plan de paz, pero niega que exista un pacto cerrado y acusa a los europeos de sabotear su entendimiento con Trump. Además, Trump ha insistido en que los ataques contra objetivos dentro de Venezuela comenzarán “pronto”.

Capital
Capital Intereconomía 7:00 a 8:00 03/12/2025

Capital

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 58:57


En Capital Intereconomía hemos repasado las claves del día y la evolución de los mercados en Asia, Wall Street y Europa. En el primer análisis de la mañana, Javier Santacruz, economista, ha puesto el foco en la inminente presentación de resultados de Inditex y en cómo podría reaccionar el mercado. También ha abordado el anuncio de que Donald Trump nombrará al nuevo presidente de la Fed en enero de 2026, el aviso de la OCDE al Gobierno por no aprovechar la bonanza para reducir el déficit y la decisión de Hacienda de aplazar un año Verifactu, valorada como un posible alivio para autónomos y pequeños empresarios. El programa ha incluido el habitual resumen de prensa económica nacional e internacional. En el análisis de geopolítica, Gustavo de Arístegui, diplomático, ha tomado el pulso al panorama internacional marcado por la falta de acuerdo entre Estados Unidos y Rusia sobre Ucrania. Putin apoya algunos puntos del plan de paz, pero niega que exista un pacto cerrado y acusa a los europeos de sabotear su entendimiento con Trump. Además, Trump ha insistido en que los ataques contra objetivos dentro de Venezuela comenzarán “pronto”.

La Estrategia del Día Colombia
Cerro Matoso, OCDE, Nicolás Petro, Trump y la Fed

La Estrategia del Día Colombia

Play Episode Listen Later Dec 3, 2025 8:43


Hoy hablaremos sobre los nuevos dueños de Cerro Matoso, de la proyección de la OCDE para la economía colombiana, de Nicolás Petro, Trump y la Fed https://whatsapp.com/channel/0029Va4POHt6WaKhONGGhi38[Patrocinado] Conoce las oportunidades que ofrece Deel aquí.

Noticentro
Aún no se sabe si el Papa vendrá a la inauguración del Mundial

Noticentro

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 1:44 Transcription Available


Senado reduce a 10 la lista para la Fiscalía General  OCDE prevé mayor desaceleración económica en 2025 y 2026  Baja confianza empresarial en noviembre, reporta el Inegi  Más información en nuestro podcast

Eduardo Ruiz-Healy en Fórmula
Crecimiento mínimo, recortes máximos

Eduardo Ruiz-Healy en Fórmula

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 38:33


Emisión del martes 02 de Diciembre de 2025 El gobierno asegura que la economía crecerá 2.3% en 2025 y que el año será de estabilidad y continuidad. Los datos dicen otra cosa. Los informes más recientes del INEGI, la OCDE, Hacienda y Banxico coinciden en que el país llega a 2026 con una economía débil, finanzas públicas rígidas, inversión privada contenida y un deterioro silencioso del bienestar. "Deja que tus oídos te abran los ojos." #RuizHealyTimes #AbriendoLaConversación www.ruizhealytimes.com www.radioformula.mx

Mercado Abierto
El Foco | La OCDE lanza su primera alerta sobre la IA

Mercado Abierto

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 3:31


Hoy ponemos el foco en la advertencia de la OCDE sobre la inteligencia artificial y los motivos que hay detrás.

La Silla Rota
México es último lugar en gasto por estudiante

La Silla Rota

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 5:46


México se posiciona como el país con menor inversión educativa entre los miembros de la OCDE. A pesar de aumentar el presupuesto en becas, la infraestructura escolar y la calidad docente se debilitan, agravando la crisis educativa.#EducaciónEnMéxico #GastoEducativo #OCDE

Diario La República
La semana laboral de 42 horas

Diario La República

Play Episode Listen Later Dec 2, 2025 4:26


En julio del próximo año la jornada laboral semanal en Colombia será de 42 horas, en consonancia a la tendencia global, especialmente en los países de la Ocde

Magnates del Ladrillo
#362 - MDL:

Magnates del Ladrillo

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 51:46


La OCDE acaba de hacer lo que ningún político se atreve: reconocer por escrito que el problema de la vivienda en España no se arregla a base de prohibiciones y palos al propietario, sino con más oferta, seguridad jurídica y mejores incentivos. En su último informe sobre España, cuestiona la eficacia de los topes al alquiler de la Ley de Vivienda, avisa de que pueden reducir la oferta y desviar pisos al alquiler temporal… pero, al mismo tiempo, abre la puerta a más presión fiscal sobre la vivienda, especialmente vía impuestos a casas vacías y medidas específicas sobre grandes tenedores. También admite un déficit brutal de vivienda en alquiler, una cantidad ridícula de parque público y la necesidad de construir alrededor de 1,5 millones de viviendas adicionales si de verdad se quiere rebajar la tensión del mercado. Es decir: saben que falta oferta, pero su receta sigue pasando por apretar al propietario en lugar de liberar el tablero. En este vídeo te cuento qué está diciendo de verdad la OCDE (no el resumen edulcorado de los medios), cómo desmonta parcialmente la narrativa oficial del Gobierno mientras pide más palo fiscal, y qué implica todo esto para tus alquileres, tus futuras inversiones inmobiliarias y, en el fondo, para tu libertad patrimonial en un país que cada vez mira con más ganas lo que tienes. ✅¿Necesitas un PSI (Personal Shopper Inmobiliario) para acompañarte a invertir en bienes raíces en la Com.Madrid?: magnatesladrillo@gmail.com✅Si vas en serio «La Biblia del Magnate del Ladrillo» está AQUÍ✅

Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 28/11/2025

Capital

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 57:59


En Capital Intereconomía, la Tertulia Capital ha reunido a José Ignacio Gutiérrez, Agustín Baeza y Carlos Tobías para analizar las principales claves económicas del día. El BCE descarta una burbuja en la inteligencia artificial, aunque advierte del riesgo de una corrección brusca. La OCDE pide a España reequilibrar su sistema fiscal y el gasto en pensiones, mientras que los funcionarios verán una subida salarial media de 129 euros al mes en 2026. Además, Reino Unido anuncia una subida de impuestos por 30.000 millones con el objetivo de evitar recortes. En la Entrevista Capital, Aida Caldera, jefa de división en el departamento de Economía de la OCDE, ha profundizado en las recomendaciones del organismo: liberalizar suelo y construir 850.000 viviendas sociales, endurecer las leyes contra la corrupción y el cohecho, y regular la actividad de los lobbies. El programa ha incluido también el análisis de preapertura de los mercados europeos con Francisco Simón, responsable europeo de estrategia de Asset Allocation en Santander Asset Management.

espa adem reino unido econom agust asset allocation ocde baeza la ocde el bce santander asset management capital intereconom tertulia capital
Capital, la Bolsa y la Vida
Crear empleo en España cuesta casi el doble que hacerlo en negro

Capital, la Bolsa y la Vida

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 10:17


La Fundación Civismo revela que España soporta una cuña fiscal del 40,6% sobre el empleo, muy por encima de la media de la OCDE.

Presa internaţională
Guvernul n-a izbutit în 1.500 de zile să-și reformeze toate companiile, deși știa că poate pierde sute de milioane de euro (Europa Liberă)

Presa internaţională

Play Episode Listen Later Nov 28, 2025 5:43


Ziua de 800 de milioane de euro. Cele patru jaloane pe care Guvernul trebuie să le îndeplinează azi pentru a nu pierde banii UE / Ce poate face și ce speră de la Comisia Europeană (HotNews) - Strategia Națională de Apărare: pot serviciile salva țara? (DW) - Eșecul SRI în cazul traficului de identitate în favoarea rușilor. De zeci de ani, se vinde cetățenia română VIDEO (SpotMedia) - Ionuț Moșteanu se încurcă în explicațiile privind studiile. Libertatea a refăcut traseul acestora și a descoperit alte „greșeli” ale ministrului. Foaia matricolă – document (Libertatea) Guvernul n-a izbutit în 1.500 de zile să-și reformeze toate companiile, deși știa că poate pierde sute de milioane de euro (Europa Liberă) România ar fi trebuit să elimine până pe 28 noiembrie conducerile interimare și să numească, la toate companiile de stat, șefi profesioniști, selectați prin proceduri transparente și competitive. N-a izbutit. Până la aceeași dată, ar fi trebuit să demonstreze că peste 90% din companiile sale din domenii cheie – precum energia – respectă principiile de guvernanță corporativă stabilite de OCDE. N-a izbutit. La fel cum nu a reușit, deși și-a asumat că va face acest lucru încă din 2021, să adopte o lege prin care să reformeze pensiile de serviciu ale magistraților. Nota de plată va veni vineri, de la Bruxelles, de unde Bucureștiul poate afla dacă va pierde sute de milioane de euro din PNRR. Continuarea, pe pagina Europei Libere. Ziua de 800 de milioane de euro. Cele patru jaloane pe care Guvernul trebuie să le îndeplinează azi pentru a nu pierde banii UE / Ce poate face și ce speră de la Comisia Europeană (HotNews) Termenul limită pentru îndeplinirea a patru jaloane din PNRR expiră vineri, la miezul nopții. Patru jaloane care în total valorează 807 milioane de euro.  Astăzi, Premierul Bolojan urmează să convoace o ședință extraordinară de Guvern în care să adopte proiectul de lege care crește vârsta de pensionare a magistraților, a anunțat, ieri purtătoarea de cuvânt al Guvernului, Ioana Dogioiu. Este proiectul strâns legat de jalonul de 231 de milioane de euro, care avea ca termen limită 28 noiembrie.  Guvernul României speră acum să obțină o anumită sumă din toata tranșa de 231 de milioane de euro. Va folosi în fața Comisiei, argumentul că a făcut tot ce i-a stat în putință să adopte un proiect privind reducerea cheltuielilor, au declarat pentru HotNews surse guvernamentale.   Strategia Națională de Apărare: pot serviciile salva țara? (DW) Cum se pune în practică Strategia Națională de Apărare? Cine îi poate determina pe profesioniștii din instituțiile de forță să lucreze mai mult în interesul țării decât în propriul interes? Dar pe politicieni? Strategiile Naționale de Apărare adoptate de Parlament din cinci în cinci ani nu au schimbat fundamental riscurile și amenințările care vin din interior.  În actualul context, serviciile secrete ar trebui într-adevăr să fie mai implicate fiindcă războiul de la graniță aduce noi riscuri și amenințări. Dar pot aceste servicii să salveze țara?  Jurnalista DW Sabina Fati reamintește că niciunul dintre cele șase servicii secrete nu a sesizat anul trecut riscul în cazul lui Călin Georgescu, omul Moscovei care a fost pe cale să ajungă la Cotroceni. Niciunul nu a blocat primirea ilegală, pe baza unor acte false a cetățeniei române pentru 300 de ruși, dintre care unii lucrează pentru oligarhi din jurul lui Vladimir Putin. Un pașaport românesc poate fi cumpărat cu maxim 40.000 de euro. Apoi, serviciile i-au lăsat și pe alți oligarhi ruși să-și continue afacerile în România după începerea războiului inclusiv în sectoare strategice, cum e energia. Cum pot serviciile secrete românești să ajute la depistarea corupției când ele și-au pierdut credibilitatea, inclusiv pe plan extern? Un fost adjunct SRI e anchetat pentru corupție, în vreme ce șeful serviciului de spionaj e acuzat de plagiat cu probe elocvente, iar el vrea să-și scape pielea la Curtea Constituțională, unde contestă două articole din Legea învățământului superior.  Ionuț Moșteanu se încurcă în explicațiile privind studiile. Libertatea a refăcut traseul acestora și a descoperit alte „greșeli” ale ministrului. Foaia matricolă – document (Libertatea) Ministrul apărării Ionuț Moșteanu a reacționat pe Facebook după ce Libertatea a scris despre neclaritățile din CV-urile sale oficiale. Politicianul a publicat pe pagina lui din rețeaua de socializare o fotografie a unei diplome pe care afirmă că a obținut-o de la Universitatea Bioterra. Mai mult, ministrul habar nu are când a început facultatea, în toate CV-urile sale punând anul 1996, când, de fapt, anul începerii studiilor a fost 1995 conform documentelor obținute de Libertatea. Durata studiilor a fost de 5 ani, că diploma a fost obținută după sesiunea septembrie 2015 și că a fost eliberată în august 2018. Și nu a absolvit Management, ci Management Agroturistic, adică a studiat pentru a deveni șef de pensiune sau de hotel.

YIRA YIRA
El PIB dice una cosa y los bolsillos otra

YIRA YIRA

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 47:28


por Yaiza Santos No sin el disgusto que le provoca la economía, se ocupó del último informe de la Ocde, que deja claro que el PIB dice una cosas y los bolsillos de los españoles otra. España es el país de la Unión Europea donde menos han crecido los ingresos reales en 20 años, y desde hace 15 no llega ni a la media. Siempre rezagados, sufrimos de baja productividad, paro estructural y demografía en contra, fue desgranando. Las conclusiones advierten de lo contrario al mantra político conocido: las pensiones no están garantizadas. No sabe bien si los consejos de las instancias internacionales pueden llevarse a cabo, ni cómo, pero al menos, dijo, está explicado por qué el presidente del Gobierno puede presumir de crecimiento mientras los ciudadanos se notan cada vez más empobrecidos. Cataluña sigue siendo el laboratorio político del mundo. ¿O en qué otro lugar del mundo existen varios racismos entre los que elegir? ¡Los catalanes pueden tener racistas a medida!, exclamó. Este, y no otro, sentenció, es el país que dejó Pujol, ahora juzgado. Así que el Rey viejo recibe a periodistas extranjeros pero no lo hará con españoles, ¡ni siquiera a él! La política que están siguiendo la editorial y la Casa Real con el libro de Juan Carlos es verdaderamente sorprendente. Pero qué se puede esperar de ese Camilo Villarino, quien declaró del Rey actual, como si aún fuera Príncipe, que tiene «afán de aprender». Se mostró muy a favor de la campaña del Departamento de Transportes de Estados Unidos para devolver la dignidad a los vuelos: ni pijamas ni pantuflas, gracias y por favor. Y también comentó la última censura de las dignas libreras, esta vez a Soto Ivars. ¿No son tenderas? Vendan, y déjense de tonterías. De las estrellas Michelin poco tiene que decir, salvo que es ya una colección de restaurantes a los que no va, pero sí del nuevo burning paper. Y fue así que Espada yiró. Bibliografía Jacqueline N. Gunning et al., «Implicit sexual beliefs and relational thriving in new romantic relationships facing imagined sexual dysfunction: The mediating role of sexual communal strength», Journal of Social and Personal Relationships Provisions Gresca Banda sonoraSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Capital
Capital Intereconomía 8:00 A 9:00 27/11/2025

Capital

Play Episode Listen Later Nov 27, 2025 57:59


En Capital Intereconomía, la Tertulia Capital ha reunido a José Ignacio Gutiérrez, Agustín Baeza y Carlos Tobías para analizar las principales claves económicas del día. El BCE descarta una burbuja en la inteligencia artificial, aunque advierte del riesgo de una corrección brusca. La OCDE pide a España reequilibrar su sistema fiscal y el gasto en pensiones, mientras que los funcionarios verán una subida salarial media de 129 euros al mes en 2026. Además, Reino Unido anuncia una subida de impuestos por 30.000 millones con el objetivo de evitar recortes. En la Entrevista Capital, Aida Caldera, jefa de división en el departamento de Economía de la OCDE, ha profundizado en las recomendaciones del organismo: liberalizar suelo y construir 850.000 viviendas sociales, endurecer las leyes contra la corrupción y el cohecho, y regular la actividad de los lobbies. El programa ha incluido también el análisis de preapertura de los mercados europeos con Francisco Simón, responsable europeo de estrategia de Asset Allocation en Santander Asset Management.

espa adem reino unido econom agust asset allocation ocde baeza la ocde el bce santander asset management capital intereconom tertulia capital
Les Experts
Les Experts : La piste d'un emprunt forcé pour les riches - 26/11

Les Experts

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 26:31


Ce mercredi 26 novembre, le scandale de l'emprunt obligatoire, que les sénateurs socialistes projettent d'instaurer pour obliger les riches à prêter sans intérêt à l'État dans le cadre du budget 2026, a été abordé par Denis Payre, président de Nature & People First, Stéphane Carcillo, responsable de la division revenu/travail de l'OCDE, professeur associé à Sciences Po, Ludovic Desautez, directeur délégué de la rédaction de La Tribune, et Antonin Bergeaud, Prix du meilleur jeune économiste 2025 et professeur associé à HEC, dans l'émission Les Experts, présentée par Raphaël Legendre sur BFM Business. Retrouvez l'émission du lundi au vendredi et réécoutez la en podcast.

Les Experts
Les Experts : Bruxelles valide les efforts de la France - 26/11

Les Experts

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 25:44


Ce mercredi 26 novembre, la validation des efforts budgétaires de la France par Bruxelles, l'impact de l'IA sur l'emploi, et la question du vieillissement lié au chômage ont été abordés par Denis Payre, président de Nature & People First, Stéphane Carcillo, responsable de la division revenu/travail de l'OCDE, professeur associé à Sciences Po, Ludovic Desautez, directeur délégué de la rédaction de La Tribune, et Antonin Bergeaud, Prix du meilleur jeune économiste 2025 et professeur associé à HEC, dans l'émission Les Experts, présentée par Raphaël Legendre sur BFM Business. Retrouvez l'émission du lundi au vendredi et réécoutez la en podcast.

Les Experts
L'intégrale des Experts du mercredi 26 novembre 2025

Les Experts

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 54:52


Ce mercredi 26 novembre, Raphaël Legendre a reçu Denis Payre, président de Nature & People First, Stéphane Carcillo, responsable de la division revenu/travail de l'OCDE, professeur associé à Sciences Po, Ludovic Desautez, directeur délégué de la rédaction de La Tribune, et Antonin Bergeaud, Prix du meilleur jeune économiste 2025 et professeur associé à HEC, dans l'émission Les Experts sur BFM Business. Retrouvez l'émission du lundi au vendredi et réécoutez la en podcast.

La Brújula
La Brújula de la Economía: Las advertencias de la OCDE a España

La Brújula

Play Episode Listen Later Nov 26, 2025 44:12


La Brújula de la Economía: Las advertencias de la OCDE a España

Para no hablar del tiempo
¿Existe el síndrome posaborto? El mapa de la soledad y Jay Kelly

Para no hablar del tiempo

Play Episode Listen Later Nov 21, 2025 16:18


Esta semana hablamos de la última polémica alrededor del aborto, de un informe de la OCDE sobre la soledad y de Ciudad sin sueño, Jay Kelly, Mr Scorsese y más cosas...

TẠP CHÍ VIỆT NAM
2026 : Bối cảnh quốc tế không thuận lợi cho mục tiêu tăng trưởng 10% của Việt Nam

TẠP CHÍ VIỆT NAM

Play Episode Listen Later Nov 17, 2025 9:08


Việt Nam đặt mục tiêu tăng trưởng năm 2026 đạt 10% trở lên “để tạo đà, tạo lực, tạo thế cho tăng trưởng hai con số trong những năm tiếp theo, GDP đầu người đạt 5.500 đô la” (1). Đây là hai trong số 15 chỉ tiêu về kinh tế-xã hội trong kế hoạch dự kiến năm 2026 để đạt hai mục tiêu 100 năm đã đề ra : Đến năm 2030 trở thành nước đang phát triển có công nghiệp hiện đại, thu nhập trung bình cao; đến năm 2045 trở thành nước phát triển, thu nhập cao. Ngày 19/10/2025, thủ tướng Phạm Minh Chính thừa nhận mục tiêu tăng trưởng GDP hai con số những năm tới là không dễ đạt được, nhưng không thể không làm. Chính phủ duy trì mức tăng trưởng 8% cho năm 2025 (thấp hơn so với dự báo hồi đầu năm) nhờ vào việc “nền kinh tế Việt Nam đã chứng minh được khả năng phục hồi bất chấp những cú sốc bên ngoài”. Tuy nhiên, các định chế tài chính, ngân hàng quốc tế đưa ra mức thẩm định thấp hơn : từ 6,5% đến 6,7%. Chính phủ xác định phải thay đổi mô hình kinh tế, hiện vẫn dựa vào gia công, nhập khẩu và mô hình tăng trưởng, chủ yếu đến từ vốn, lao động (2). Tuy nhiên, những thay đổi này liệu có thể mang lại kết quả ngay năm 2026 để góp phần cho mục tiêu tăng trưởng 10% ? Tăng trưởng của Việt Nam vẫn phụ thuộc rất lớn vào xuất khẩu, đặc biệt là thị trường Mỹ, mức thuế hải quan 20% áp dụng đối với hàng hóa của Việt Nam, cũng như những xáo trộn trên thế giới do thuế đối ứng của Mỹ, sẽ tiếp tục tác động như thế nào đến hoạt động xuất khẩu của Việt Nam năm 2026 ? Ông Hubert Testard, chuyên gia về châu Á và các thách thức kinh tế quốc tế, tổng biên tập báo mạng Asialyst chuyên về châu Á, chia sẻ một số nhận định với RFI Tiếng Việt. RFI : Chính phủ Việt Nam đưa ra dự báo tăng trưởng GDP năm 2025 là 8%. Vào tháng 9, Ngân hàng Phát triển châu Á (ADB) đưa ra dự báo là khoảng 6,7%, còn Ngân hàng Thế giới là 6,6%, Quỹ Tiền tệ Quốc tế là 6,5%. Có thể thấy sự khác biệt rất rõ giữa những mức dự báo này. Liệu chúng ta có thể lạc quan về dự báo được chính phủ Việt Nam đưa ra không ? Hubert Testard : Đúng là có sự khác biệt giữa dự báo chính thức của chính phủ Việt Nam, khá là lạc quan cho năm 2025, và dự báo của các tổ chức quốc tế. Sự khác biệt này có thể là do những gì xuất hiện trong báo cáo của các tổ chức quốc tế thường dựa trên dữ liệu chậm hơn ngày công bố từ một đến hai tháng. Ví dụ, Quỹ Tiền Tệ Quốc Tế - IMF vừa công bố báo cáo thường niên vào ngày 15/10, nhưng dữ liệu đối với Việt Nam có lẽ là những dữ liệu dừng lại vào cuối tháng 8. Vấn đề ở chỗ là Việt Nam đã ghi nhận kết quả quý III rất tốt, với mức tăng trưởng hơn 8% một chút. Và đó là lý do khiến chính phủ Việt Nam lạc quan về tăng trưởng cả năm. Nhưng chúng ta biết rằng quý IV sẽ ít khả quan hơn vì áp lực từ thuế quan của Mỹ. Xuất khẩu của Việt Nam sang Hoa Kỳ trong quý I đã rất tốt vì các nhà xuất khẩu lường trước được những vấn đề này và do đó, xuất khẩu của Việt Nam sang Mỹ đã tăng gần 30% trong nửa đầu năm. Nhưng rõ ràng, giờ đây mọi chuyện không thể như cũ được nữa và sẽ có tác động trong quý IV. Đọc thêmMỹ-Việt công bố tuyên bố chung về thỏa thuận khung thương mại, Hà Nội vẫn chịu mức thuế quan 20% Nhưng vì kết quả quý III rất tốt, tôi nghĩ rằng nhìn chung, kết quả cả năm sẽ không chênh lệch quá nhiều so với dự báo của chính phủ. Tôi nghĩ con số này sẽ tốt hơn so với những gì Quỹ Tiền Tệ Quốc Tế hoặc Ngân Hàng Thế Giới dự báo trong số liệu chính thức hiện nay của họ. Theo tôi, kết quả sẽ đạt trên 7% trong năm nay. RFI : Ngày 20/10, thủ tướng Phạm Minh Chính nhấn mạnh “kinh tế Việt Nam khẳng định đủ sức chống chịu trước các cú sốc bên ngoài, tăng trưởng cao hàng đầu thế giới”. Liệu điều này có thể giúp đạt được mục tiêu tăng trưởng 10% cho năm 2026 ? Hubert Testard : Mức 10% vào năm 2026, trái lại, lại quá lạc quan, rất tham vọng. Và theo tôi, có lẽ không thể đạt được đối với Việt Nam, bởi vì bối cảnh quốc tế trong năm 2026 sẽ bớt thuận lợi hơn nhiều. Trước tiên là mức thuế quan trung bình 20% của Mỹ mà ai cũng biết, nhưng cũng phải kể đến nhiều mức thuế đặc biệt khác đối với ô tô, thép, nhôm. Gần đây, còn có một vấn đề khác đối với các nhà xuất khẩu thủy sản Việt Nam, với thông báo ngừng xuất khẩu một số mặt hàng vào năm 2026. Tất cả những điểm này sẽ có tác động nhất định. Ngoài ra, bối cảnh chung ở một số nước khác cũng không đặc biệt hơn. Nghĩa là, nhu cầu của Trung Quốc không mạnh lắm, châu Âu đang cố gắng hạn chế dòng hàng nhập khẩu từ châu Á, đặc biệt là từ Trung Quốc. Vì vậy, bối cảnh quốc tế sẽ kém thuận lợi hơn. Tất cả các tổ chức quốc tế đều dự đoán năm 2026 sẽ có mức tăng trưởng kém hơn một chút so với năm 2025. Vì vậy, việc đạt được 10% trong bối cảnh này, đối với tôi, là không được khả thi lắm. RFI : Ông vừa nhắc đến mức thuế 20% của Mỹ, khả năng thủy sản Việt Nam không được xuất khẩu sang Mỹ năm 2026… những biện pháp này có tác động đến GDP của Việt Nam không trong khi năm 2024, xuất khẩu sang Hoa Kỳ chiếm khoảng 30% GDP của Việt Nam ? Hubert Testard : Có, chắc chắn là có. Đã có những đánh giá về tác động này, nhưng chúng ta hãy chờ xem tác động thực sự như thế nào. Theo Quỹ Tiền Tệ Quốc tế - IMF, tác động của chủ nghĩa bảo hộ mậu dịch của Mỹ gây thiệt hại ít nhất là khoảng 0,5 đến 0,7% GDP cho Việt Nam. Đó là một cú sốc đáng kể và có thể bù đắp được nếu Việt Nam thúc đẩy nhiều hơn nhu cầu nội địa và đa dạng hóa trao đổi thương mại quốc tế. Tuy nhiên, đây vẫn là một cú sốc tiềm tàng khá mạnh. Chương trình Phát triển Liên Hiệp Quốc (UNDP) cũng ước tính xuất khẩu của Việt Nam sang Hoa Kỳ có thể giảm 20%. Tôi thấy con số này hơi quá. Nhưng rõ ràng là vẫn sẽ có một cú sốc rất lớn, cho nên Việt Nam sẽ phải bù đắp cú sốc này bằng nhiều biện pháp khác nhau trên thị trường nội địa cũng như đa dạng hóa trao đổi thương mại. Đọc thêmViệt Nam : “Bạn” hay “thù” trong chính sách đánh thuế của Trump ? RFI : Mô hình tăng trưởng của Việt Nam phụ thuộc vào tín dụng ngân hàng, đầu tư công và xuất khẩu, chủ yếu từ các nhà đầu tư nước ngoài. Liệu mô hình này có còn phù hợp trong tương lai ? Hubert Testard : Rõ ràng là phải thay đổi mô hình này. Đó là điều mà Tổ chức Hợp tác và Phát triển Kinh tế (OCDE) khuyến nghị trong báo cáo tháng 06/2025 về Việt Nam. Tổ chức này đưa ra một loạt đề xuất để mô hình tăng trưởng của Việt Nam tiến triển. Tôi nghĩ là trong bối cảnh nhu cầu quốc tế sẽ phức tạp, Việt Nam cần phát triển nhu cầu nội địa nhiều hơn hiện tại. Dù sao vẫn có một số điểm tích cực, ví dụ như tiền lương ở Việt Nam đang tăng nhanh hơn so với các nước ASEAN khác. Và đó là một cách tốt để hỗ trợ nhu cầu nội địa. Nhưng vẫn còn nhiều vấn đề khác, ví dụ, chi tiêu về xã hội rõ ràng là không đủ, đặc biệt là cho người cao tuổi. Cho nên lương hưu, đặc biệt là lương hưu tối thiểu, là một vấn đề. Ngoài ra, chi tiêu cho giáo dục, đặc biệt là giáo dục đại học, cũng không đủ. Chúng ta biết rằng kinh phí mà thanh niên Việt Nam phải trả để học đại học là quá cao, và khiến một bộ phận người trẻ không muốn hoặc không thể theo học. Đó là điều cần phải thay đổi bởi vì Việt Nam ngày càng cần một lực lượng lao động được đào tạo bài bản và có trình độ để đạt được tăng trưởng hiệu quả hơn và hướng tới các công nghệ khác. Đọc thêmĐể duy trì tăng trưởng cao, Việt Nam buộc phải thúc đẩy khu vực kinh tế tư nhân Ngoài ra, còn có một vấn đề tiềm ẩn khác đang bắt đầu nổi lên, đó là tình trạng lão hóa dân số. Hiện nay, những người trên 65 tuổi chiếm 15% dân số Việt Nam, còn khá thấp so với các quốc gia khác. Tuy nhiên, điều này sẽ thay đổi rất nhanh chóng và sẽ đạt hơn 30% vào năm 2050, đồng nghĩa với việc chi tiêu xã hội cho y tế và hưu trí sẽ tăng đáng kể. Như vậy, chính phủ cần tìm cách tài trợ cho chi tiêu xã hội và làm thay đổi phát triển mô hình xã hội Việt Nam. RFI : Gần đây thiệt hại do thiên tai gây ra ở Việt Nam cũng được đề cập. Theo đánh giá sơ bộ, thiệt hại này chiếm khoảng 2% GDP. Liệu đây có phải là một tác động cần được xem xét cho tăng trưởng ở Việt Nam ? Hubert Testard : Như chúng ta đã biết, biến đổi khí hậu vẫn đang tiếp tục gây ra những tác động, và Việt Nam nằm trong số những nước bị tác động nặng. Chị nhắc đến khoảng 2%, nhưng có khả năng con số này sẽ tăng lên trong những năm tới. Điều đó có nghĩa là, chúng ta không nên kỳ vọng vào việc các cú sốc khí hậu sẽ giảm đi, mà ngược lại sẽ gia tăng. Vì vậy, ở điểm này, Việt Nam cần đầu tư nhiều hơn để có thể ứng phó với những cú sốc trong tương lai. Ngoài ra còn có một khía cạnh khác, đó là quá trình chuyển đổi năng lượng của Việt Nam nhằm giảm phát khí thải gây hiệu ứng nhà kính. Đây cũng là một dự án đầu tư lớn được tiến hành tại Việt Nam. Có thể thấy là có nhiều dự án đã được khởi động, mọi việc tiến triển, nhưng vẫn còn rất xa mục tiêu được đặt ra cho năm 2050. Cho nên chính phủ Việt Nam vẫn còn rất nhiều việc phải làm. RFI Tiếng Việt xin chân thành cảm ơn chuyên gia Hubert Testard, tổng biên tập báo mạng Asialyst chuyên về châu Á.  (1) Quốc hội thảo luận mục tiêu tăng trưởng 2026 từ 10%, GDP đầu người đạt 5.500 USD 2/ Chính phủ đặt mục tiêu GDP năm 2026 tăng 10%

Afrique Économie
Les marchés d'actions africains dopés par la croissance du continent et par la guerre commerciale mondiale

Afrique Économie

Play Episode Listen Later Nov 17, 2025 2:20


Moins de 3% des entreprises cotées dans le monde le sont en Afrique, selon l'Organisation de coopération et de développement économiques (OCDE). Mais les places financières du continent progressent de façon spectaculaire depuis l'an dernier. Rien que sur les six premiers mois de l'année 2025, les actions de la bourse du Ghana ont bondi de 49%, la bourse du Nigeria a gagné 36%, celle du Maroc 35%, la Bourse régionale des valeurs mobilières en Côte d'Ivoire a progressé de 16%... Comment expliquer ces performances ? La Bourse régionale des valeurs mobilières (BRVM) en Côte d'Ivoire a gagné plus de 2 000 milliards de francs CFA de capitalisation – l'équivalent de 3 milliards d'euros – en moins d'un an. La bonne santé des marchés d'actions africains est d'abord, selon les experts, le reflet de la croissance économique du continent (4% prévus en 2025), qui se manifeste dans beaucoup de secteurs. « Les sociétés cotées sur les bourses africaines dans le domaine bancaire ont des performances relativement solides, souligne le directeur général de la BRVM, Edoh Kossi Aménounvé. Quand on regarde le secteur des télécommunications, c'est pareil. Quand on regarde la grande distribution, la consommation générale, c'est pareil. Par conséquent, les investisseurs, quand ils se mettent dans une position d'avoir à acheter des actions des sociétés cotées sur les bourses africaines, ont une demande qui est forte. Et par conséquent, on a une évolution positive des cours, et donc une performance des indices boursiers du continent. » Investisseurs canadiens La faiblesse du dollar avantage aussi les sociétés africaines exposées au billet vert. « Avec la baisse du dollar, cette exposition et les charges financières qui en découlent sont moindres, explique l'économiste. Il est clair que ça augmente le résultat de la société. » Avec un retour sur investissement parmi les plus élevés au monde, les bourses africaines attirent ainsi de nouveaux investisseurs, qui se détournent des marchés américains à cause de la guerre commerciale lancée par Donald Trump. « Même ceux qui ne regardaient pas l'Afrique, comme le Canada, commencent à regarder l'Afrique, observe Stanislas Zeze, PDG de l'agence de notation Bloomfield Investment Corporation. Donc ils font attention aux réformes, se rendent compte qu'il y a une évolution significative en termes de gestion des finances publiques, en termes de réorganisation des secteurs privés, en termes de capacité de production, etc. »  Décolonisation des bourses africaines Cette diversification géographique des investisseurs est une tendance de fond. « En fonction des zones, des pays et des bourses, il y avait une relation avec les entreprises ou les nations colonisatrices, rappelle l'expert. Et progressivement, il y a une diversification extraordinaire qui se fait, parce que les liens historiques coloniaux sont en train de se défaire. Aujourd'hui, ce sont des liens business qui sont en train de se créer. » La moitié des investisseurs sur les bourses africaines sont des nationaux : 30% sont des investisseurs régionaux et 20% des investisseurs internationaux. Mais la part de ces derniers progresse à mesure qu'ils bénéficient de facilités à rapatrier chez eux les gains réalisés en Afrique. À lire aussiL'Éthiopie inaugure son premier marché d'actions en plus de cinquante ans

No es un día cualquiera
No es un día cualquiera - La noticia semanal de ciencia con Manuel Toharia

No es un día cualquiera

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 12:56


El Gobierno ha ordenado el confinamiento de todas las aves de corral en España para frenar la gripe aviar, tras el sacrificio de casi tres millones de animales este año. La población se pregunta si estamos ante una crisis excepcional o un riesgo comparable al COVID.Un estudio del CSIC denuncia los fallos en el reciclaje de plásticos. Los países desarrollados generamos, solo en basura doméstica, bastante más de un kilo por habitante y día. España es el tercer país de la Unión Europea que más exporta residuos plásticos a países en desarrollo, con casi 14.000 toneladas mensuales a países no pertenecientes a la OCDE desde agosto de 2024. Solo nos ganan Alemania y Países Bajos.En la noticia semanal de ciencia, Manuel Toharia, analiza ambas crisis y nos ayuda a entender su alcance real. Escuchar audio

Economía para quedarte sin amigos
El ministro de Suárez que trajo la General Motors y paró los pies a Fidel Castro: "¡Qué imbécil era!"

Economía para quedarte sin amigos

Play Episode Listen Later Nov 15, 2025 61:24


Entrevistamos a Carlos Bustelo, exministro de Industria y figura clave en el equipo económico que lideró la Transición. Un relato imprescindible. Carlos Bustelo y García del Real fue ministro de Industria y Energía entre 1979 y 1980, siendo presidente del Gobierno Adolfo Suárez. También ostentó la presidencia del Instituto Nacional de Industria entre 1981 y 1982. Además, fue economista de la OCDE en París entre 1963 y 1965, director ejecutivo del Fondo Monetario Internacional entre 1968 y 1973, y consejero de numerosas empresas, entre ellas, ACESA, Banesto o el Banco de España. Esta semana, visita Economía Para Quedarte Sin Amigos para reflexionar sobre cómo fue, en el terreno económico, aquella Transición ahora tan denostada. Y hubo de todo. Porque, como asegura Bustelo, para la economía española "Franco murió en el peor momento posible", justo cuando la crisis del petróleo golpeaba toda Europa. Nuria Richart y Domingo Soriano le preguntarán ¿cómo era la economía de España en 1975-77? ¿Qué retos afrontaba nuestra economía? ¿Qué se ha hecho bien y qué no en estos cincuenta años? ¿Cuáles fueron los personajes clave de aquellos años? Bustelo, que tiene una memoria colosal, conjuga una triple faceta muy difícil de encontrar: la del protagonista que estuvo en primera fila; la del economista teórico; y la del español de a pie que también vivió aquella época. Por eso su relato sabe combinar el análisis del académico, con las anécdotas del que lo sufrió o lo disfrutó. Como ese día en que tuvo que maniobrar con los americanos para que la General Motors viniera a España o ese otro viaje en el que tuvo que parar los pies a Fidel Castro. Todo un personaje para recordar unos años que casi siempre son muy mal explicados.Música Esta semana, el protagonista de nuestra selección musical es el grupo Beastie Boys. Y estos son los temas que hemos escuchado: "Fight for your right" "No sleep until Brooklyn" "Intergalactic" "Sabotage"

A Mosca
Líderes no álcool

A Mosca

Play Episode Listen Later Nov 14, 2025 0:38


Portugal é líder no consumo de álcool per capita entre os países da OCDE.

Noticentro
¡Entérate! No hay desabasto de gas LP

Noticentro

Play Episode Listen Later Nov 13, 2025 1:35 Transcription Available


México con baja esperanza de vida y alta mortalidad prevenible: OCDE  La CFE informa de un apagón en YucatánFrancia conmemora 10 años de los atentados del 13 de noviembre de 2015Más información en nuestro Podcast

La Linterna
20:00H | 13 NOV 2025 | La Linterna

La Linterna

Play Episode Listen Later Nov 13, 2025 29:00


La ruptura de Puigdemont con Pedro Sánchez es una mentira. Junts respalda el calendario de cierre de las centrales nucleares y los nacionalistas impiden incorporar a la Ley de Movilidad Sostenible la suspensión de plazos para clausurar Almaraz, Valdecaballeros o Cofrentes. El Abogado General del Tribunal de Justicia de la Unión Europea considera que la amnistía no incumple los preceptos europeos de malversación y terrorismo. El juicio al Fiscal General del Estado por revelación de secretos está visto para sentencia. El Gobierno extiende el confinamiento de aves de corral en toda España por la gripe aviar y el Congreso aprueba que Renfe indemnice los retrasos de tren de 15 y 30 minutos. España vuelve a la tercera posición de la OCDE en esperanza de vida. Un grupo de colonos israelíes quema una mezquita en Cisjordania. Jesús Guerra Galván, de Hornachos (Badajoz), descubre más de 160 abrigos con arte rupestre.

Herrera en COPE
08:00H | 11 NOV 2025 | Herrera en COPE

Herrera en COPE

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 60:00


El juicio contra el Fiscal General del Estado se reanuda hoy en el Tribunal Supremo, centrado en la supuesta eliminación de datos de su teléfono. Este caso se entrelaza con el de "la fontanera de Ferraz", Leire Diez, de quien el Fiscal Stampa posee una grabación de tres horas, donde ella presuntamente intenta sobornarlo y manipular la defensa judicial en nombre del Partido Socialista. La Asociación de Fiscales califica de inaceptable la intervención del gobierno en asuntos judiciales. Mañana se esperan testimonios de la UCO sobre los datos eliminados. Otras noticias incluyen el crecimiento del ingreso español, la mitad del promedio de la OCDE, y la venta del Atlético de Madrid a Apollo Sport Capital. La tertulia debate estas tensiones judiciales y políticas, la figura del Fiscal General, las "cloacas del Estado" y las negociaciones del PP y Vox para el gobierno valenciano.

Invité Afrique
Lancement de la mine de Simandou: «Un jour historique pour la Guinée», estime Bouna Sylla

Invité Afrique

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 11:44


Journée historique en Guinée. Ce mardi 11 novembre marquera le lancement de la mine de Simandou, cette immense réserve de deux milliards de tonnes de fer à haute teneur. Une mine dont les Guinéens attendaient l'exploitation depuis trente ans. Bientôt, les deux principaux opérateurs, Winning Consortium Simandou (WCS), un consortium d'entreprises chinoises, et Simfer, une filiale de l'anglo-australienne Rio Tinto associée à la chinoise Chinalco, exporteront 120 millions de tonnes de fer par an, générant des milliards de dollars de revenus pour l'État guinéen. Ce projet lèguera aussi un chemin de fer de plus de 600 km entre le port de Morebaya et la mine dans l'est du pays. Et prévoit la construction, dans un deuxième temps, d'un port en eau profonde et d'une usine de transformation du minerai. Le ministre des Mines Bouna Sylla répond aux questions de RFI. RFI : Ce mardi 11 novembre marque le lancement du projet Simandou. Cela fait presque trente ans que l'on parle de ce projet, qui se concrétise enfin. C'est un jour historique pour la Guinée. Est-ce une satisfaction pour vous ? Bouna Sylla: C'est plus qu'une satisfaction. C'est plutôt le passage du rêve à la réalité pour des millions de Guinéens. Depuis nos pères fondateurs, tous les dirigeants qui se sont succédé ont eu pour objectif de réaliser ce projet. Finalement, c'est grâce au leadership du président de la République, Mamadi Doumbouya, que ce projet voit le jour de manière concrète, avec les infrastructures que vous voyez devant vous. Ce gigantesque projet est le plus gros projet mine-infrastructures dans le monde, avec 20 milliards de dollars d'investissements. Comme vous le dites, ce sera un des plus grands projets miniers du monde. Les entreprises doivent produire et exporter à terme 120 millions de tonnes de fer par an. Cela va générer des revenus considérables pour l'État guinéen à travers des taxes et des impôts. À combien chiffrez-vous ces revenus ? Quand on atteindra les 120 millions de tonnes, ce sera environ deux milliards de dollars de revenus qui seront générés par le projet, sans compter les revenus indirects. Le projet ne sera pas uniquement pour l'exportation du minerai brut, comme on l'a connu par le passé, mais ce minerai sera également transformé sur place pour plus de valeur ajoutée. Les premières années, les entreprises bénéficieront d'exonérations d'impôts relativement importantes. Les dix premières années, Winning Consortium Simandou (WCS) ne payera pas d'impôts sur les sociétés et Simfer bénéficiera d'une exonération de 50 % les huit premières années. Pourquoi ces exonérations aux entreprises ? Dans l'industrie minière, les revenus les plus sûrs sont les royalties, c'est-à-dire les taxes minières. Il n'y a pas d'exonération sur les taxes minières. Dans le cas de Simfer, les impôts sur les sociétés sont remplacés par le pilier deux de l'OCDE pour que, dès les premières années de profits, il y a 15 % de profits qui sont partagés avec l'État. À la fin de la période de l'impôt minimum forfaitaire de l'OCDE, on passera au droit commun qui est de 30 %. Dans combien de temps atteindra-t-on la production de 120 millions de tonnes de fer ? Dans les accords, c'est trois ans. Mais avec l'avance qui a été prise par les partenaires industriels dans la réalisation du projet, nous atteindrons ces 120 millions de tonnes au bout de deux ans. Simandou en phase d'exploitation représente environ combien d'emplois directs et indirects ? En phase de construction, c'est plus de 50 000 emplois. En phase d'exploitation, c'est entre 10 000 et 15 000 emplois directs, sans compter tous les emplois indirects. Quand vous mettez tout ça ensemble, cela sera au moins plus de 20 000 emplois. On est en train de passer de la phase de construction de la mine à la phase d'exploitation. Ces prochains mois, on va vers une perte de 30 000 emplois à peu près. Justement, dans le cadre du comité stratégique du projet Simandou, on a une task force qui s'appelle la « Task force de mobilisation » afin d'éviter que les 50 000 personnes qui travaillent sur ce projet ne se retrouvent pas au chômage. C'est pour cela que nous travaillons pour créer de nouveaux projets dans le cadre du programme Simandou 2040. Dans le secteur minier, on a un projet de raffinerie qu'on a lancé au mois de mars dernier, qui va absorber une partie de ces employés. D'ici à la fin de l'année, on va lancer un nouveau projet de raffinerie de transformation de bauxite en alumine. Tous ces projets que nous allons lancer permettront d'absorber, dans le cadre de la remobilisation des démobilisés du projet, ces 50 000 personnes et leur trouver des perspectives. Ce qui va permettre de réduire la pauvreté dans le pays. Les conventions ont été renégociées en 2022 et 2023 sous le Comité national du rassemblement pour le développement (CNRD). Qu'est-ce qui a changé à la suite de ces renégociations ? Au niveau fiscal, on a amélioré substantiellement les revenus attendus par l'État dans le projet de plus de 20 % par rapport aux conventions initiales. Mais aussi, chose extrêmement importante, les infrastructures telles que renégociées vont faire du transport marchandises, passagers et minerais. Il y aura un train de passagers par jour dans chaque direction et trois trains marchandises par semaine, ce qui permettra d'augmenter encore plus l'impact économique du projet pour l'ensemble du pays. Les conventions ont été renégociées en 2022 et 2023. Une partie des résultats de ces négociations ont été publiés, mais pas tout. Notamment, la convention de codéveloppement, qui crée la Compagnie du Transguinéen (CTG) et qui encadre la gestion des infrastructures du projet, n'a pas été publiée. Certains observateurs estiment que c'est un manque de transparence. Quand est-ce que cette convention sera publiée ? Il faut se rendre compte que c'est un projet complexe. Il entre en production aujourd'hui, mais il y avait quelques documents qui étaient en cours d'ajustement. Après la construction des infrastructures, il faut six mois de mise en service pour s'assurer que l'ensemble de l'infrastructure est robuste. C'est après tout cela que l'on peut entrer dans les questions de publication des documents. On ne va pas publier quelque chose alors qu'on a six mois de mise en service. À la fin de la mise en service, c'est validé par les certificateurs indépendants internationaux qui sont recrutés, qui disent : « Tout est ok. Voici le coût des investissements. Le chemin de fer fonctionne bien, la signalisation fonctionne bien. Les boucles ferroviaires, etc. » C'est à la fin de tout cela que l'on pourra publier. Mais une fois que la mise en service du projet est finalisée, c'est-à-dire pas avant six mois, vers juin 2026. Puisque cette convention, pour l'heure, n'est pas publiée, on a peu de précisions encore sur la CTG qui sera l'opérateur des infrastructures. Quel est le statut de cette entreprise ? Les entreprises minières vont-elles, par exemple, devoir payer une redevance pour utiliser les infrastructures ? Qu'est-ce que va rapporter à l'État guinéen ? C'est une société anonyme, privée, de droit guinéen, qui est propriétaire des infrastructures et qui est opérateur de ces infrastructures pour les 35 prochaines années. Le modèle économique du projet, c'est que les principaux clients de la CTG, ce sont les mines. Les mines vont faire transporter leurs minerais sur le chemin de fer et l'exporter via le port. Ce n'est pas gratuit, ils vont payer des redevances d'utilisation de l'infrastructure. Ce sont ces redevances qui permettent à la CTG de fonctionner, mais également de rembourser les dettes contractées pour le financement de la réalisation de l'infrastructure. Certains responsables guinéens ont affirmé à plusieurs reprises que les entreprises minières construisaient un port en eau profonde pour accueillir les minéraliers, qui sont les bateaux servant à exporter le fer. Pourtant, sur les sites Internet de Simfer et de Winning Consortium Simandou, il est indiqué qu'ils construisent des ports de barges qui, elles, iront en haute mer pour déposer le fer sur des minéraliers. Finalement, quel type de ports aura-t-on pour ce projet ? À la fin de l'atteinte des 120 millions de tonnes, au bout de deux ou trois ans, on va engager les études de faisabilité pour l'extension de la capacité du port, pour passer à un port en eau profonde. Il faut d'abord faire les études de faisabilité qui nous diront combien de temps prendra la construction de l'infrastructure. Les conventions prévoient que les entreprises fassent une étude de faisabilité dans les deux ans, soit pour une aciérie d'une capacité de 500 000 tonnes par an, soit d'une usine de pellets - un produit intermédiaire entre le fer et l'acier - d'une capacité de deux millions de tonnes par an. En Guinée, l'un des problèmes majeurs pour l'industrialisation, c'est le manque d'énergie. Avec quelles solutions énergétiques peut-on construire de telles usines en Guinée ? Déjà, il y a une capacité aujourd'hui hydroélectrique qui permet de fournir de l'énergie à ce projet d'aciérie ou d'usines de pellets de 2 millions de tonnes. Il y a un barrage en construction de 300 mégawatts, qui est à plus de 45 % terminé. Il y a d'autres projets thermiques qui sont également en construction. Il y a une planification énergétique aujourd'hui du pays pour aligner les besoins énergétiques et industriels du pays avec le développement de nouveaux projets. Ce projet Simandou, avec les flux de revenus que cela va générer pour l'État, permettra également d'avoir plus de capacités de financement pour de nouvelles capacités énergétiques. En Guinée, il y a un autre grand gisement de fer, c'est la mine de fer du mont Nimba, qui n'est pas très loin de Simandou d'ailleurs. Ce projet reste bloqué parce que jusque là, les entreprises privilégiaient de faire sortir le minerai par le Liberia qui est plus proche, alors que l'État guinéen privilégiait une sortie par un port guinéen. Aujourd'hui, l'option que vous privilégiez, c'est de faire un raccordement entre le chemin de fer de Simandou et le mont Nimba ? La volonté du gouvernement, c'est de faire une boucle ferroviaire sur l'ensemble du pays. Le gisement du mont Nimba est à 130 kilomètres du chemin de fer de Simandou, ce n'est pas très loin. La question de capacité ne se pose pas, car il y a une capacité disponible sur l'infrastructure ferroviaire. Cela augmente aussi la viabilité du projet de Nimba, du fait de la disponibilité de l'infrastructure du Simandou. Il y a d'autres projets miniers de moindre envergure qui sont aussi en souffrance depuis un moment. Notamment la bauxite à Dabola-Tougué et le fer à Kalia, dans la région de Faranah. Envisagez-vous aussi de faire des raccordement de chemin de fer pour relancer ces projets miniers ? Tout le mérite de ce projet Simandou tel qu'il est pensé, conçu et réalisé, c'est d'être une infrastructure multi utilisateurs. Cela veut dire qu'il y a un droit d'accès des tiers qui sont le long du corridor. Vous avez parlé du projet de bauxite de Dabola-Tougué, du projet de minerai de fer de Kalia, et on vient de parler du mont Nimba. Tous ces projets négocieront des accords d'accès ferroviaire pour pouvoir transporter leurs minerais vers les ports qui se trouvent sur la côte. L'avantage du co-développement, c'est que ça permet d'avoir une infrastructure qui est économiquement viable parce que ça réduit les dépenses d'investissement de capital (Capex) pour tous les investisseurs. Cela permet aussi aux mines de pouvoir transporter leurs minerais à des prix compétitifs et devenir beaucoup plus viables. Le minerai de Kalia, s'il n'y avait pas la disponibilité de cette infrastructure, est difficile à sortir, car il est piégé dans l'arrière-pays. Mais du fait de la disponibilité de cette infrastructure et du droit d'accès qu'elle offre, avec des principes tarifaires extrêmement transparents pour tous les utilisateurs, c'est une chance pour tous les projets qui se trouvent le long du corridor d'être sur le marché. Une chance aussi pour la Guinée d'avoir à réaliser ces infrastructures conformément à cette vision. Sinon, on allait se retrouver avec une infrastructure dédiée uniquement au minerai de fer de Simandou, ce qui n'avait aucun sens. Malheureusement, sur les chantiers, il y a eu un certain nombre d'accidents et de morts. Winning Consortium a déclaré en octobre qu'il y avait eu deux morts chez eux. Nos confrères de Reuters ont publié en mars une enquête dévoilant qu'il y avait eu une dizaine de morts chez Winning Consortium. Au mois d'août, il y a eu un mort chez Rio Tinto. Quel est votre bilan du nombre de morts sur les chantiers ? Je ne commente pas les chiffres, mais ce que je peux vous dire que pour tous ces accidents, on a recruté des firmes indépendantes pour des enquêtes. Les résultats de ces enquêtes vont être révélés. Mais votre bilan, combien y a-t-il eu de morts sur la phase de construction en tout ? Comme je vous ai dit, il y a des enquêtes qui sont en cours. Quelqu'un peut aller au travail et il rentre le soir, il a la malaria, il meurt. On va déterminer si c'est à cause de son travail ou non. C'est pour cela que l'on met en place des enquêtes indépendantes. Il y a des firmes internationales qui ont été recrutées, qui font ces enquêtes dont les résultats seront communiquées ultérieurement. Les questions d'accident et de santé-sécurité pour les travailleurs du secteur minier sont un sujet extrêmement important pour nous. Nous travaillons avec tous les partenaires internationaux afin de prendre des mesures afin que ce type d'accident ne puisse se reproduire. Dans les conventions, il est prévu que 5 % des revenus induits par le projet Simandou aillent dans l'éducation. Pourriez-vous préciser ce projet ? 5 % des revenus de chacune des mines, en termes d'impôts et taxes, que l'État guinéen va percevoir, vont être affectés au financement du système éducatif à l'intérieur du pays. Construire des écoles, des bibliothèques, des enseignants pour augmenter le niveau de l'éducation, le niveau d'alphabétisation. Ensuite 20 % des impôts et taxes que l'État va percevoir provenant de la CTG pour amener aux meilleurs lycéens guinéens, des 33 préfectures du pays pendant les 35 prochaines années, des bourses d'études en France, aux États-Unis, en Chine, au Japon, dans le monde entier pour former les générations futures. L'argent pour les générations futures, c'est l'investissement sur le capital humain. Avec les 5 % de revenus induits par Simandou et les 20 % de la CTG, combien tablez-vous pour le budget de ce programme ? Pas moins de 200 à 300 millions de dollars par an. Il faut préciser que toutes ces bourses seront pour les filières scientifiques et techniques, parce que il faut former plus de gens pour la production que pour la gestion. Ce qui ferait à peu près combien de bourses d'études par an ? Je ne peux pas vous dire aujourd'hui avec certitude combien de personnes on pourrait envoyer, mais c'est des milliers de jeunes qui vont en profiter. À lire aussiGuinée: les autorités inaugurent le mégaprojet minier de Simandou

Notícia no Seu Tempo
CONTEÚDO PATROCINADO: BNDES e a transição energética

Notícia no Seu Tempo

Play Episode Listen Later Nov 11, 2025 26:57


O Brasil já caminha há décadas em direção à transição energética, e o BNDES tem sido um protagonista nesse processo. O país possui uma matriz elétrica altamente renovável, com 90% da energia proveniente de hidrelétricas, eólicas e solares. Quando se considera toda a matriz energética, incluindo transporte e combustíveis, o Brasil mantém 50% de fontes renováveis, muito acima da média da OCDE, que é de 15%. “O Brasil está onde outros países do G20 só chegarão em 2040 ou 2050. Já fizemos a primeira onda da transição energética”, afirma Luciana Costa, diretora de infraestrutura e mudança climática do BNDES. Ela é a entrevistada deste episódio que destaca como o Banco de fomento apoia projetos de energia renovável, biocombustíveis e inovação tecnológica. A apresentação é do jornalista Eduardo Geraque, com produção do Estadão Blue Studio e patrocínio do BNDES.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticentro
Mexicanos confían más en su Gobierno: OCDE

Noticentro

Play Episode Listen Later Nov 10, 2025 1:37 Transcription Available


Inaugura Clara Brugada Centro de Atención para Personas Desaparecidas  Cae banda dedicada al robo a casa habitación en Azcapotzalco  Arranca el Croquetón 2025 en Nezahualcóyotl  Más información en nuestro podcast

45 Graus
Américo Nave (parte 1): É possível imaginar um país sem pessoas sem-abrigo?

45 Graus

Play Episode Listen Later Nov 5, 2025 54:18


Veja também em youtube.com/@45_graus Américo Nave é Diretor e fundador da Associação CRESCER. Psicólogo Clínico, tem uma longa experiência de trabalho com populações vulneráveis e na implementação e coordenação de projetos de redução de riscos com equipas multidisciplinares. _______________ Índice: (0:00) Introdução (4:12 Como tem evoluído o número de pessoas sem-abrigo em Portugal? (13:16) Como compara PT com outros países? (20:20) O que acontece quando alguém vai parar à rua, como é a experiência? Segundo a OCDE, 72% são homens. (28:16) Modelo Housing FirstSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Noticentro
¡Tómalo en cuenta! Transportistas bloquean autopista México-Querétaro

Noticentro

Play Episode Listen Later Nov 3, 2025 1:19 Transcription Available


Gobierno capitalino aclara que no habrá aumento en tarifas de transporte público Migración mexicana a países de la OCDE crece un 32%  Se derrumba parte de la Torre dei Conti en Roma durante trabajos de restauraciónMás información en nuestro podcast

L'oeil de...
BEST OF - Retraites, Dreyfus, OCDE... P. Caverivière face à des personnalité de la société

L'oeil de...

Play Episode Listen Later Nov 1, 2025 5:09


Chaque samedi, découvrez une compilation thématisée des meilleurs chroniques de Philippe Caverivière ! Dans ce best of, l'humoriste fait face à Michel Dreyfus ou encore Eric Charbonnier.Hébergé par Audiomeans. Visitez audiomeans.fr/politique-de-confidentialite pour plus d'informations.