Ouça aqui as entrevistas que vão ao ar no 'Jornal Eldorado', na Rádio Eldorado (FM 107,3 - SP), conduzidas pelos apresentadores Carolina Ercolin e Haisem Abaki.
A Câmara dos Deputados deve votar hoje um projeto de lei que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês. Relatado pelo deputado Arthur Lira, o texto foi enviado pelo governo em março e é uma promessa da campanha do presidente Lula em 2022. A proposta prevê isenção do IR para pessoas com renda mensal de até R$ 5 mil ou R$ 60 mil por ano e um desconto para quem ganha até R$ 7.350 mensais. Em 2026, esse benefício custaria quase R$ 26 bilhões aos cofres públicos. Para compensar a perda de arrecadação, Lira manteve a intenção do governo de tributar com uma alíquota progressiva de até 10% rendimentos acima de R$ 600 mil por ano. Em entrevista à Rádio Eldorado, o consultor tributário Jhonas Freitas Lara, sócio do escritório Coimbra, Chaves & Batista Advogados, disse que a isenção “é importante para milhões de pessoas que verão R$ 312 caírem na conta todo mês”, mas apontou que a falta de correção da tabela do IR pode diluir a isenção em alguns anos. “A classe média vai continuar pagando o pato. A tabela não tem correção desde 2015”, ressaltou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentou ontem uma proposta de paz para a Faixa de Gaza ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, na Casa Branca. O plano impõe um ultimato ao Hamas. Caso o grupo se recuse a aceitar os termos da proposta, Israel “concluirá o trabalho” na Faixa de Gaza, segundo Netanyahu. Uma fonte do Hamas disse hoje que o grupo precisa de “vários dias” para fazer consultas internas e dar uma resposta. O plano prevê a criação de um conselho administrativo temporário, liderado por Trump e que incluiria o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair no território palestino. A proposta não exigiria que os palestinos deixassem Gaza se não quisessem e prevê o fim imediato da guerra se ambos os lados aceitarem. Além disso, também prevê a reconstrução de Gaza, a libertação dos reféns, a entrada de ajuda humanitária supervisionada pelas Nações Unidas e anistia para membros do Hamas que depuserem as armas. No entanto, o papel da Autoridade Nacional Palestina, que administra a Cisjordânia e é adversária do Hamas, está vago no plano de Trump. Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor de Relações Internacionais da ESPM São Paulo, Roberto Uebel disse que o plano precisa ser recebido com cautela. “É um projeto de acordo muito robusto, mas é preciso ser cético porque já tivemos esforços anteriores que não lograram sucesso”, afirmou. Ele também avaliou que pode haver resistência à participação de Tony Blair na gestão de Gaza por causa de um passado em que nações árabes estiveram sob domínio britânico e francês. “A crítica é legítima porque remonta às cicatrizes do colonialismo”, avaliou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Três pessoas morreram em São Paulo vítimas de intoxicação por metanol, segundo dados do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) do Estado. O metanol é usado como matéria-prima para combustíveis e é impróprio para consumo humano, mas estaria sendo utilizado na falsificação de bebidas alcoólicas. Ainda de acordo com o CVS, foram confirmados seis casos de intoxicação pela substância; outros dez casos suspeitos de contaminação por bebida adulterada estão sendo investigados, principalmente envolvendo o consumo de gim, whisky e vodka. Entre os sintomas após a ingestão de metanol estão: fala pastosa, reflexos diminuídos, náuseas, vômitos, tontura, fraqueza, dor abdominal, taquicardia e cegueira, além do risco de morte. Em entrevista à Rádio Eldorado, o oftalmologista Fábio Ejzenbaun, professor da Santa Casa Misericórdia de São Paulo, explicou que as vítimas devem procurar atendimento médico de urgência se tiverem esses sintomas associados à condição de ver brilhos e manchas nos olhos. “O metanol vai matando o nervo do olho e a cegueira pode ser irreversível”, alertou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ilhabela, no litoral norte paulista, decidiu nesta semana retomar a taxa de preservação ambiental para visitantes, que havia sido suspensa desde 2020. São Sebastião, cidade vizinha, também propôs criar uma cobrança desse tipo para os turistas. Além do roteiro de praias, Campos do Jordão e Aparecida planejam taxas semelhantes. Já a Prefeitura de Ubatuba protocolou na Câmara Municipal, um projeto de lei que prevê aumentar de 30% para 50% a parcela da arrecadação da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) destinada ao Tesouro Municipal. São Sebastião, também enviou ao legislativo um projeto de lei semelhante. Em entrevista à Rádio Eldorado, o coordenador de relações institucionais do instituto cidades sustentáveis, Igor Pantoja, é preciso fiscalizar a aplicação desse dinheiro. “Estar próximo dessas prefeituras para que efetivamente esse dinheiro faça uma transformação na cidade, promova ali de mudanças substanciais, porque é um recurso bastante grande”See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em entrevista à Rádio Eldorado, a secretária de meio ambiente, infraestrutura e logística do estado, Natalia Resende, falou sobre a abertura de consulta pública para Parceria Público Privada (PPP) com foco em resiliência climática, desassoreamento e revitalização dos rios Tietê e Pinheiros. O projeto, qualificado no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), prevê investimento de R$ 9,5 bilhões para a prestação de serviços pelo período de 15 anos e traz novidades como ampliação do serviço de retirada de lixo superficial e a implementação de projeto paisagístico que amplie a restauração e a convivência da população com o rio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente do Conselho de Ética, Fabio Schiochet (União-SC), revelou, em entrevista à Rádio Eldorado, que o deputado Delegado Marcelo Freitas será o relator do processo que pode cassar o mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O caso está baseado em representação do PT, que diz que Eduardo atentou contra a soberania nacional e as instituições democráticas ao partir para os Estados Unidos durante licença parlamentar. Mesmo sem participar de sessões e votações, ele segue recebendo salário. Em 40 dias, o relator realiza diligências e instrução probatória que julgar necessária e, encerrada essa fase, ele tem mais dez dias para apresentar um parecer, favorável ou contrário, à cassação de Eduardo. Se for pela procedência, ele deve oferecer um projeto de resolução destinado à declaração da perda do mandato.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), arquivou nesta quarta-feira a PEC da Blindagem. Ele seguiu o regimento da Casa e não levou a proposta para votação no plenário, como queriam alguns senadores. Já sobre a PEC da Anistia, que virou PEC da Dosimetria, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) afirmou à bancada do PT na Câmara que o PL das penas dos condenados por tentativa de golpe de Estado beneficiará o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “A aprovação vai depender de como isso será recepcionado pela sociedade brasileira”, afirmou Bruno Silva, cientista político e um dos diretores do Movimento Voto Consciente, em entrevista à Rádio Eldorado.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou o presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) a respeito do tarifaço aplicado ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em entrevista à Rádio Eldorado, nesta quarta-feira, 24. “A primeira coisa que eu fiz foi cancelar uma viagem que eu estava no Japão, retornar imediatamente ao Brasil, me posicionar 100% contra o tarifaço. Naquele momento criei uma linha de crédito específica, com taxa de juro equalizada para poder atender os segmentos que fossem mais penalizados”, afirmou o político. Além disso, Caiado voltou a afirmar que é a favor do projeto de anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro, e os condenados pelo 8 de janeiro de 2023. “isto aí foi fomentado durante todos esses anos para servir de um projeto de campanha eleitoral e mais uma vez servindo de alavancagem de uma campanha de 2026”, completou. Para o governador de Goiás, a PEC da Blindagem, que pode ser derrubada pelo Senado, “é inaceitável”. É um descasamento completo com a sociedade. É inadmissível, é inaceitável”, segundo Caiado. “Eu acredito que a posição do partido no Senado Federal será exatamente acompanhar o relator e a rejeição definitiva da PEC”, completou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Com proposta de R$ 6,7 bilhões, a construtora Odebrecht saiu na frente na disputa pelo Lote 2 da Linha 19-Celeste do Metrô, que vai ligar o centro de Guarulhos ao Anhangabaú, em São Paulo. Na abertura dos envelopes, nesta terça-feira, 23, a empresa ofertou preço menor que outras quatro concorrentes habilitadas. Conforme as regras do leilão, para ser declarada vencedora e assinar o contrato, a empresa ainda precisa passar pela análise técnica da documentação. Com 17,6 km de extensão e 15 estações, a Linha 19-Celeste vai transportar 630 mil passageiros por dia e será a primeira do metrô a ligar o centro de São Paulo à região central de outra cidade. Para agilizar a obra, o projeto da nova linha foi dividido em três lotes, licitados separadamente. Em entrevista a Rádio Eldorado, Carlos Paixão, Gerente de projetos do Metrô de São Paulo, explicou o projeto.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por coação em processo judicial. O caso é sobre a atuação de Eduardo para atrapalhar o processo sobre golpe de Estado, em que o pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27 anos e 3 meses de prisão. Para a PGR, Eduardo buscou junto ao governo Donald Trump, dos Estados Unidos, levantar sanções e tarifas ao Brasil e a autoridades do Judiciário como represália ao julgamento. Em entrevista ao Jornal Eldorado, o advogado criminalista, Mestre em Direito Constitucional (PUC-SP), Mestre e Doutor em Direito Processual Penal (USP), Renato Vieira, disse que “o cenário é da justiça criminal, e da justiça parlamentar com grande demora, e que o sistema brasileiro tenta dar uma resposta a essa sequência de atos tresloucados e responsáveis”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Primavera começa oficialmente às 15h19 desta segunda-feira. Apesar da chegada dela, a chuva e a ventania registradas nas últimas horas em São Paulo estão relacionadas a uma frente fria vinda do Sul e não à entrada da nova estação. A explicação foi dada pela meteorologista Maria Clara Sassaki, da Tempo OK Meteorologia, durante entrevista à Rádio Eldorado. Segundo ela, a Primavera será de chuvas irregulares no Sudeste e no Centro-Oeste até 15 de outubro e mais intensas a partir da segunda quinzena do próximo mês. Mesmo com ondas de calor, a estação deverá ter temperaturas mais baixas na comparação com o mesmo período em 2023 e 2024.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O deputado Paulo Pereira da Silva (Solidariedade-SP), o Paulinho da Força, disse hoje, em entrevista à Rádio Eldorado, que espera votar já na semana que vem o projeto de anistia aos condenados pelos atos golpistas. Escolhido para ser o relator da proposta, ele negou que a ideia seja beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e 3 meses de prisão. Segundo Paulinho, o foco estará na redução das penas. “Não se fala mais em anistia ampla, geral e irrestrita, que o Supremo já declarou inconstitucional. Não vou fazer projeto que confronte a Câmara com o Supremo. Quero apelidar de projeto da dosimetria”, afirmou. O deputado alegou que terá conversas com representantes governistas e da oposição para formular um texto “meio termo para pacificar o País”. Ele pretende preparar a votação para a próxima quarta-feira, mas admitiu a possibilidade de que a análise fique para a semana seguinte.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A mancha de poluição do Rio Tietê diminuiu de 207 quilômetros, em 2024, para 174 quilômetros neste ano - uma redução de 15,9%. Ainda assim, o principal rio de São Paulo continua extremamente poluído: o número de pontos monitorados classificados como de “boa qualidade” caiu de três para um (1,8% do total). A maioria dos locais se manteve na categoria “regular” (61,8%). O quadro se completa com os pontos tidos como “ruins” (27,3%) ou “péssimos” (9,1%). Nenhum local foi classificado como “ótimo”. Os dados fazem parte da nova edição do estudo Observando o Tietê, lançada ontem pela Fundação SOS Mata Atlântica. O governo do Estado informou, em nota, que R$ 22 bilhões foram investidos na despoluição do rio desde 2023. Em entrevista à Rádio Eldorado, o coordenador da Causa Água Limpa da Fundação SOS Mata Atlântica, Gustavo Veronesi, ressaltou que o tratamento do esgoto deve ser uma prioridade e levantou dúvidas sobre a promessa do governo paulista de despoluir o rio até 2029. “É muito rápido poluir e muito vagaroso despoluir”, afirmou. A campanha pela despoluição do Rio Tietê foi iniciada em 1990 pela Rádio Eldorado e recolheu 1,2 milhão de assinaturas numa parceria com a Fundação SOS Mata Atlântica que resultou na pressão para o Estado lançar o Projeto Tietê, em 1992.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera hoje as intenções de voto para as eleições de 2026, mostra pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quinta-feira. O instituto testou oito cenários de primeiro turno, com o petista liderando em todos. Além disso, o levantamento mostrou que Lula venceria todos seus potenciais adversários num eventual segundo turno pelo Palácio do Planalto. A pesquisa ouviu 2.004 eleitores em 120 cidades brasileiras de 12 a 14 de setembro. Em eventual segundo turno contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula registrou 43% das intenções de voto. Já o governador paulista somou 35%. O único candidato com desempenho superior ao de Tarcísio contra Lula é o ex-governador do Ceará Ciro Gomes (PDT). Num eventual segundo turno, Ciro registrou 33%, ante 40% do petista. A pesquisa também testou cenários de segundo turno entre Lula e membros da família Bolsonaro. Segundo o levantamento, Lula venceria o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) com 47% dos votos, contra 34% do adversário. Porém, o cenário é improvável, uma vez que Bolsonaro está inelegível e foi condenado a mais de 27 anos de prisão. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) registrou 32% das intenções de voto, contra 47% de Lula em eventual segundo turno. Já Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, marcou 29%, ante 47% do petista. A pesquisa também mostra que subiu de 65% para 76% o percentual dos eleitores que querem que Bolsonaro abra mão da insistência na candidatura e indique um substituto. Em entrevista à Rádio Eldorado, o diretor de Inteligência da Quaest, Guilherme Russo, disse que o nome a ser apoiado pelo ex-presidente tende a crescer nas pesquisas. Ele ressaltou, no entanto, que uma eventual radicalização, com a indicação de Eduardo Bolsonaro, detentor da maior taxa de rejeição, poderia abrir espaço para o surgimento de um postulante da chamada terceira via.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Polícia Civil de São Paulo identificou dois suspeitos de participar da execução do ex-delegado-geral do Estado Ruy Ferraz Fontes, anteontem, na Praia Grande (SP), por meio de material genético recolhido no carro usado pelos criminosos. A força-tarefa criada para investigar o assassinato de Fontes apura a participação de um líder do Primeiro Comando da Capital (PCC) que deixou a cadeia há um mês. Em entrevista à Rádio Eldorado, o procurador de justiça Márcio Christino, autor do livro Laços de Sangue: A História Secreta do PCC, falou sobre a necessidade de o Estado se reorganizar para detectar e combater facções criminosas. “O PCC como organização criminosa subiu um degrau. Está demonstrando uma capacidade de organização quase militar”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O líder da oposição na Câmara, Luciano Zucco, afirmou ontem que há um acordo com o presidente da Casa, Hugo Motta, para que o requerimento de urgência do projeto de lei que prevê anistia para envolvidos em atos golpistas seja votado hoje no plenário. Motta afirmou, no entanto, que a proposta de perdão aos golpistas será tratada em outro encontro com os líderes, marcado para hoje. Mesmo que seja aprovada pelos deputados, a anistia deverá ser mantida na gaveta pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre. Em entrevista à Rádio Eldorado, o vice-líder do governo na Câmara, Rogério Correia, admitiu que a urgência pode ser apreciada hoje, mas disse que a base governista acredita ter votos para derrubá-la. Em caso de avanço, ele espera contar com o Senado e o Supremo Tribunal Federal para barrar a iniciativa. “Anistia é assunto que não vinga porque tem inconstitucionalidade clara”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo Ruy Ferraz Fontes, de 64 anos, foi executado a tiros de fuzil no início da noite de ontem, ao sair da Prefeitura de Praia Grande (SP), onde trabalhava como secretário de Administração. Fontes foi seguido pelos assassinos em um SUV preto. Imagens de câmeras de segurança mostram o carro do ex-delegado em alta velocidade, provavelmente em fuga, até colidir com um ônibus e capotar. Os bandidos desembarcaram do SUV com fuzis em punho e mataram o ex-delegado. Fontes ganhou notoriedade pela atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Em 2006, indiciou toda a cúpula da facção, incluindo o líder Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola. O governo paulista anunciou a formação de uma força-tarefa com a Polícia Civil e o Ministério Público para investigar o crime. Em entrevista à Rádio Eldorado, a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, ressaltou que Fontes sempre teve um histórico de combate ao crime organizado. “Ele conseguiu identificar o primeiro esboço do que era a facção criminosa nos anos 2000”. Embora ressaltando que as investigações ainda estão em andamento, ela apontou a necessidade de respostas do Estado e de leis para proteger autoridades quando elas deixam seus cargos. “O crime organizado não esquece. O crime organizado não desiste. Perdeu todo o respeito pelo Estado”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos realizaram um novo ataque nesta segunda-feira contra um barco de "narcoterroristas da Venezuela" que estaria transportando drogas para o território americano. Não foram apresentadas provas da acusação. Segundo Trump, três pessoas morreram. Em 03 de setembro, os Estados Unidos já haviam realizado um primeiro ataque contra um barco que também estaria transportando drogas no Caribe, numa operação que deixou 11 mortos. Em um primeiro momento, autoridades venezuelanas disseram que o vídeo da ofensiva divulgado por Trump poderia ter sido feito por inteligência artificial. Depois, negaram que as pessoas na embarcação seriam traficantes. Em entrevista à Rádio Eldorado, a professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo Carolina Silva Pedroso disse que “há motivos para se desconfiar dos dois lados”. Ela ressaltou que a Venezuela “não é o local mais estratégico por onde esse produto passa para chegar aos Estados Unidos”. Para a especialista, uma hipótese pode ser a tentativa de criar instabilidade interna na Venezuela.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e os outros quatro militares condenados pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado podem perder as patentes em julgamento no Superior Tribunal Militar (STM). A própria Corte informou, em nota, que não vai rever condenações criminais do Supremo. O STM esclareceu que “cabe à Corte Militar decidir apenas sobre a idoneidade de permanência do oficial no posto, não reavaliando o mérito da condenação já proferida”. O texto também indica que “a atuação do Tribunal depende de prévia provocação do Ministério Público Militar”. Em entrevista à Rádio Eldorado, a professora de Defesa e Gestão Estratégica Internacional da UFRJ Adriana Marques explicou que os militares condenados estão sujeitos a perder as patentes, mas não as aposentadorias. Segundo ela, a pensão seria repassada às famílias.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal condenou, por 4 votos a 1, o ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Os ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin proferiram ontem os votos decisivos pela condenação. Na terça-feira, Alexandre de Moraes (relator da ação) e Flávio Dino já haviam se manifestado pela condenação do ex-presidente. No dia seguinte, Luiz Fux abriu divergência e opinou pela absolvição de Bolsonaro. Os outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista também foram condenados à prisão. Pela primeira vez na história do País, um ex-chefe de Estado e militares são punidos por atentar contra a democracia. Os demais condenados são os generais Walter Braga Netto (26 anos de prisão), Augusto Heleno (21 anos) e Paulo Sérgio Nogueira (19 anos), o almirante Almir Garnier (24 anos), o ex-ministro da Justiça Anderson Torres (24 anos) e o deputado federal Alexandre Ramagem (16 anos). O tenente-coronel Mauro Cid, que fechou um acordo de delação premiada, recebeu pena de 2 anos. Em entrevista à Rádio Eldorado, o advogado criminalista Pierpaolo Bottini, professor de Direito Penal da USP, disse que a defesa de Bolsonaro ainda pode recorrer apresentando embargos de declaração para questionar eventuais pontos obscuros e controversos da decisão, mas sem que isso mude o resultado do julgamento. Para o especialista, Bolsonaro também pode tentar cumprir a pena em regime domiciliar alegando problemas de saúde, mas que precisam ser comprovados. Bottini acredita que a fase de recursos se encerre ainda neste ano, com o início do cumprimento da pena em novembro.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal retoma hoje, às 14 horas, o julgamento da ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O primeiro processo julgado envolve o chamado “núcleo crucial” da trama, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete colaboradores de seu governo, sendo cinco deles militares. O placar está em 2 a 1 pela condenação dos acusados e nesta quinta-feira devem ser conhecidos os votos da ministra Cármen Lúcia e do ministro Cristiano Zanin. Em explanação que começou pela manhã e terminou no fim da noite de ontem, o ministro Luiz Fux votou pela absolvição de Bolsonaro dos cinco crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República, contrariando os votos de Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O magistrado também absolveu outros cinco réus, mas condenou o tenente-coronel Mauro Cid e o general Walter Braga Netto apenas pelo crime de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, por causa do plano de assassinato do ministro Alexandre de Moraes, do STF, formando maioria contra esses dois réus. Em entrevista à Rádio Eldorado, Ana Laura Barbosa, professora de Direito Constitucional da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), apontou contradições no voto de Luiz Fux. “O ministro voltou atrás com relação a alguns posicionamentos, demonstrou aí algumas contradições em comparação com qual era o posicionamento dele no julgamento dos executores do 8 de janeiro, dos indivíduos que diretamente participaram das depredações”, ponderou. A especialista também contestou a tese de Fux de que os atos preparatórios dos réus não configuraram um golpe de Estado e levantou outra contradição na condenação de Braga Netto e Cid por abolição violenta do Estado Democrático de Direito. “A dúvida que fica é qual é a linha que divide a conspiração, que na visão dele não seria um crime, e o tentar. Porque me parece que na visão dele o tentar executar um golpe de Estado exigiria atos que na verdade seriam efetivamente a prática do golpe de Estado. Na minha visão, o conspirar para realizar um golpe de Estado já chega a ser tentar fazer um golpe de Estado. E aí de fato a conclusão foi a condenação apenas de Braga Netto e de Mauro Cid e a absolvição dos demais réus. Com relação a Jair Bolsonaro, o que me chama a atenção é que Fux condena Braga Netto e Mauro Cid, porém, ao considerar que não há uma organização criminosa, não fica claro a mando de quem esses indivíduos estavam atuando”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Supremo Tribunal Federal entra hoje no segundo dia de votos dos ministros da 1ª Turma na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O primeiro julgamento envolve o chamado “núcleo crucial” da trama, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete colaboradores de seu governo, sendo cinco deles militares. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram ontem para condenar os oito acusados pela Procuradoria-Geral da República. Com isso, os réus ficaram a um voto da maioria pela condenação. Relator do processo, Moraes disse em seu voto que Bolsonaro era o líder de uma organização criminosa. Hoje será a vez de Luiz Fux apresentar o voto. A Primeira Turma é formada ainda por Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. A previsão é de que o julgamento termine na sexta-feira. Em entrevista à Rádio Eldorado, a advogada constitucionalista Vera Chemin, mestre em Administração Pública pela FGV de São Paulo, avaliou que Luiz Fux terá algumas divergências em relação ao voto de Alexandre de Moraes. Uma delas seria o entendimento de que o julgamento de Bolsonaro deveria ocorrer no plenário completo do STF. “Creio ele que não chegaria a esse extremo de absolver todos os réus, especialmente o ex-presidente, mas deverá fixar uma pena relativamente menor para Bolsonaro”, analisou a especialista.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente nacional do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, admitiu hoje, em entrevista à Rádio Eldorado, que o ex-presidente Jair Bolsonaro será condenado pelo Supremo Tribunal Federal na ação penal do golpe de Estado em 2022. “Nós sabemos que o Supremo vai condenar o Bolsonaro”, afirmou. Valdemar disse que o julgamento deveria ocorrer na 1ª instância, mas evitou criticar o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra o ex-presidente. “Meu advogado me orientou a não atacar nenhum ministro do Supremo”, ponderou. Segundo ele, após a condenação de Bolsonaro, o foco da oposição ao governo Lula no Congresso será aprovar uma anistia. “Aí vai ser uma guerra”. Sobre as eleições de 2026, reiterou que Bolsonaro é o candidato do partido, apesar de estar inelegível, e enfatizou que a escolha de um substituto está nas mãos do ex-presidente. Valdemar ainda negou ter sido um erro estratégico apresentar a bandeira dos Estados Unidos na manifestação bolsonarista do último domingo em São Paulo, no dia da Independência do Brasil. Ele apontou o gesto como uma sinalização para o presidente americano, Donald Trump. “A nossa esperança é que o Trump possa ajudar o Bolsonaro. Nós não temos a quem recorrer. Eu adorei colocar a bandeira americana na rua”, afirmou. Questionado sobre as sanções econômicas dos Estados Unidos contra o Brasil por causa do julgamento de Bolsonaro, Valdemar culpou o governo brasileiro e não o deputado Eduardo Bolsonaro, que mora nos Estados Unidos e trabalhou pelas punições.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Supremo Tribunal Federal deve concluir nesta semana um julgamento inédito na história política brasileira. A partir de amanhã, começam a ser proferidos os votos dos cinco ministros da 1ª Turma na ação penal sobre a tentativa de golpe de Estado em 2022. O primeiro julgamento envolve o chamado “núcleo crucial” da trama, que tem como réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete colaboradores de seu governo, sendo cinco deles militares. Em entrevista à Rádio Eldorado, o historiador Daniel Aarão Reis, professor emérito da Universidade Federal Fluminense, disse que a história republicana brasileira teve golpes e tentativas de golpes nunca antes apreciadas pelo Judiciário. “As anistias contribuíram para criar uma cultura golpista no Brasil”, afirmou. Mas, para ele, uma eventual condenação não significa a solução do problema. “Não podemos ter ilusões de que uma condenação jurídica irá encerrar uma tradição. As ideias antidemocráticas estão em evidência no Brasil e no mundo”, ressaltou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou inconstitucional o artigo 5º da lei 18.209/2014, que flexibilizou o limite de ruídos emitidos por casas de shows e estádios de futebol em horários noturnos na capital paulista. O texto havia sido aprovado pela Câmara Municipal no ano passado e foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) foi proposta pelo Ministério Público. A decisão se baseou em dois argumentos: a falta de pertinência temática da emenda parlamentar com o projeto de lei original, que tratava de gestão de resíduos sólidos, e a ausência de participação popular e do planejamento técnico na sua aprovação. Em entrevista à Rádio Eldorado, o filósofo Marcelo Sando, idealizador da Frente Cidadã pela Despoluição Sonora, disse que a decisão restabelece o limite máximo de 65 decibéis, que é o recomendado pela Organização Mundial da Saúde para preservar a saúde pública. “Foi uma tentativa de normatizar o barulho e isso é grave”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
As cúpulas dos três Poderes se articularam em uma contraofensiva à investida da oposição e do Centrão na Câmara por uma anistia aos acusados e condenados por participar da tentativa de golpe de Estado e do 8 de Janeiro, o que beneficiaria o ex-presidente Jair Bolsonaro. A reação envolve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ministros do Supremo Tribunal Federal. Uma proposta do senador que reduz as penas dos condenados foi negociada com uma ala do STF em troca do arquivamento do projeto que pede uma anistia ampla. Lula prometeu manter os indicados por Alcolumbre no governo, mesmo após o União Brasil ter anunciado o rompimento com a gestão do petista, no início da semana. Mas um dos textos articulados pela bancada bolsonarista na Câmara para anistiar o ex-presidente Jair Bolsonaro e os condenados pelo 8 de Janeiro prevê o perdão total a todos os alvos do Supremo por atos antidemocráticos desde 2019. Em entrevista à Rádio Eldorado, o cientista político Cláudio Couto, professor do Departamento de Gestão Pública da FGV EAESP, considerou como “um mal menor” a proposta de Alcolumbre e contestou o argumento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que de que a anistia promoveria a “pacificação” do País. “Isso é referendar a legitimidade do golpe”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e dos outros sete réus do “núcleo crucial” da tentava de golpe de Estado em 2022 terão dificuldades para convencer o Supremo Tribunal Federal, em julgamento que será retomado na semana que vem, de que não havia a intenção de promover uma ruptura democrática com o desfecho dos atos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. A avaliação foi feita nesta quinta-feira pelo advogado criminalista Welington Arruda, durante entrevista à Rádio Eldorado. “Dificilmente o Supremo vai entender que ali só havia atos preparatórios. O cronograma desde 2021 até 8 de janeiro mostra de maneira muito forte e com documentos que o ato não aconteceu só naquele dia”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista de 2022 entra hoje no segundo dia no Supremo Tribunal Federal. Ontem, na sessão inaugural, o ministro Alexandre de Moraes antecipou considerações sobre o mérito da acusação e defendeu o rito processual. Em resposta à pressão pela anistia dos envolvidos nos atos golpistas, Moraes afirmou que “impunidade” não é uma opção para a “pacificação” e que a conciliação do País “depende da aplicação das leis e do fortalecimento das instituições”. Relator do processo sobre a tentativa de golpe de Estado na Primeira Turma do STF, o ministro fez as considerações antes de iniciar a leitura do relatório. Em entrevista à Rádio Eldorado, Maria Tereza Sadek, doutora em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP), disse que o julgamento mostra o País numa postura diferente da adotada em atos golpistas nos Estados Unidos, em 2021. “É uma aula de democracia para o Brasil e para o mundo”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A possível condenação dos acusados pela trama golpista para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota na eleição presidencial de 2022 já movimenta a oposição bolsonarista na pressão para que o Congresso aprove uma anistia aos condenados. O julgamento de Bolsonaro e de outros sete réus do chamado “núcleo crucial” do golpe entra hoje no segundo dia no Supremo Tribunal Federal. Em entrevista à Rádio Eldorado, o advogado criminalista Fabio Dutra, criador do podcast Crime & Café, disse que uma eventual anistia pode ter a palavra final do próprio STF. “Pode ser inconstitucional”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete réus - entre ex-autoridades civis e oficiais das Forças Armadas - começam a ser julgados hoje pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, de acordo com a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Os oito integram o “núcleo crucial” e respondem por cinco crimes em ação penal. Os réus do principal núcleo da trama golpista podem ser condenados a até 43 anos de prisão se forem somadas as penas máximas de cada crime atribuído ao grupo. Os advogados lutarão por penas de 12 a 13 anos de prisão. A estratégia será tentar livrar seus clientes da condenação por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para os advogados, essa prática já estaria contemplada na acusação por golpe de Estado. Assim, defendem que não faria sentido somar duas punições referentes à prática do mesmo ato. Em entrevista à Rádio Eldorado, o professor Marcelo Crespo, coordenador do curso de Direito da ESPM, também avaliou a alegação dos réus de que o suposto golpe não foi concretizado. “São crimes que não precisam do resultado”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O desmatamento em regiões tropicais, como a Amazônia, está diretamente associado ao aumento das temperaturas locais e ao agravamento dos impactos das mudanças climáticas na saúde humana. A avaliação é da pesquisadora em saúde pública da Fiocruz Piauí, Beatriz Oliveira, coordenadora do Grupo de Trabalho de Clima e Saúde da instituição, em entrevista à Rádio Eldorado. Segundo estudo publicado na revista Nature Climate Change, com participação de pesquisadores brasileiros, a perda de cobertura florestal contribui para 28 mil mortes anuais no mundo em razão da intensificação das ondas de calor. Os grupos mais afetados são idosos, crianças e pessoas com doenças cardiovasculares e respiratórias. “A mudança do clima aumenta a temperatura em várias regiões, mas onde há desmatamento o aquecimento é ainda mais intenso, expondo populações já vulneráveis”, explicou Oliveira. Ela destacou que políticas ambientais de preservação florestal têm efeito direto sobre a redução da mortalidade, já que se tratam de “mortes preveníveis”. De acordo com a pesquisadora, o problema é agravado em países de baixa renda, onde o acesso a tecnologias adaptativas, como o ar-condicionado, é limitado.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Apesar de São Paulo reunir a maior malha cicloviária do país, com cerca de 780 km de vias permanentes, a infraestrutura ainda está distante das metas previstas no Plano de Mobilidade Urbana de 2015, que previa 1.300 km até 2024. A avaliação é do urbanista Daniel Guth, especialista em políticas de mobilidade, em entrevista à Rádio Eldorado. Segundo ele, o crescimento do uso da bicicleta na capital paulista contrasta com a baixa presença feminina: apenas 10% dos ciclistas são mulheres. O dado, diz, é um dos principais indicadores de desigualdade e revela que o problema vai além da infraestrutura. “A baixa participação feminina está relacionada à violência urbana, ao machismo nos espaços públicos, à violência de gênero contra mulheres em bicicletas e à divisão desigual das tarefas domésticas”, afirma Guth. Levantamentos mostram que em eixos como a ciclovia da Faria Lima e no sistema de bicicletas compartilhadas o índice de uso por mulheres chega a 30%. Mas, em média, São Paulo ainda apresenta um cenário considerado “muito ruim”, segundo o especialista. “Com políticas públicas direcionadas, é possível reverter essa desigualdade e ampliar a presença feminina no transporte ativo”, conclui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Sabesp iniciou, nesta semana, a redução da pressão da água na Região Metropolitana de São Paulo, diariamente das 21h às 5h. A medida é temporária e atende deliberação da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). Segundo a companhia, o objetivo é diminuir perdas, evitar vazamentos e preservar os reservatórios que abastecem a região. De acordo com Samuel Barreto, gerente nacional de Água da The Nature Conservancy Brasil, a decisão “acende uma luz amarela”, já que os mananciais que atendem a Grande São Paulo operam com 38% da capacidade — quase 21 pontos percentuais abaixo do nível registrado antes da crise hídrica de 2014-2015. “É um dado preocupante, pois os reservatórios têm se mantido abaixo das médias históricas”, disse à Rádio Eldorado. Barreto destacou que a comunicação antecipada evita a surpresa à população, mas alertou para impactos em áreas mais vulneráveis, especialmente bairros em regiões altas ou distantes da rede de distribuição, onde o retorno da água pode demorar. Ele defendeu planos de contingência para garantir o abastecimento em hospitais, escolas e comunidades sem caixa d’água, além de medidas de longo prazo, como recuperação de mananciais. A Sabesp afirma que o sistema de abastecimento hoje é mais robusto do que em 2014, com a inclusão do Sistema Produtor São Lourenço, mas especialistas reforçam que os efeitos das mudanças climáticas e das estiagens exigem ações permanentes de economia e gestão sustentável da água.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A chegada da TV 3.0 ao Brasil não representa apenas um salto tecnológico, mas uma transformação no modo de consumo de televisão. É o que avalia o jornalista e pesquisador José Armando Vannucci, especialista em televisão e autor da Biografia da Televisão Brasileira. Para ele, o novo padrão vai reposicionar a TV aberta em diálogo direto com o streaming, sem perder sua função coletiva. “Mais do que uma inovação técnica, a TV 3.0 é uma mudança de comportamento. O telespectador continuará zapeando, mas agora dentro de um ambiente de aplicativos, que permite interatividade e personalização inéditas”, afirma Vannucci à Rádio Eldorado. Segundo o decreto assinado em Brasília pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o Brasil adotará o padrão DTV+, que combina sinal aberto gratuito com recursos digitais e integração à internet. A promessa é de imagem em 4K (com possibilidade de 8K), som imersivo e novas funcionalidades, como votações em tempo real, conteúdos extras, serviços de governo digital, alertas de emergência e até o T-commerce, que permitirá comprar produtos exibidos em novelas ou programas diretamente pela tela. Vannucci destaca que essas possibilidades impactam tanto o público quanto o mercado audiovisual. “A publicidade ganha novas formas de inserção, mais próximas da lógica digital, enquanto a dramaturgia poderá criar estratégias narrativas que dialoguem com a interatividade. É uma mudança de linguagem e de modelo de negócios.” O governo prevê estações experimentais em São Paulo e Brasília a partir de 2025 e estima que a tecnologia esteja disseminada até a Copa do Mundo de 2026. O sistema atual de TV digital continuará funcionando paralelamente por 10 a 15 anos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O projeto de lei antimáfia que o governo federal deve enviar ao Congresso nos próximos dias já nasce desidratado, avalia o ex-secretário nacional de Segurança Pública e coronel reformado da PM, José Vicente Filho. Para ele, a retirada da criação de uma Agência Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas enfraquece a proposta e revela a força do corporativismo na segurança pública. Em entrevista a Carolina Ercolin, da Rádio Eldorado, Vicente avalia que a agência inspirada no modelo italiano teria autonomia para convocar policiais de diferentes estados e atuar em operações contra facções e milícias, reduzindo a dependência de estruturas locais frequentemente comprometidas com o crime. “A Polícia Federal pressionou contra, temendo perda de espaço. O governo se acovardou diante dessa resistência interna”, afirmou. O coronel ressaltou que a PF, sozinha, não conseguiu conter a expansão das facções. Ele defende a criação de novos mecanismos de coordenação nacional e lembra que em países como os Estados Unidos existem várias polícias federais especializadas, o que evitaria a concentração de funções em um único órgão. Apesar das críticas, Vicente reconhece avanços no texto, como o endurecimento de penas, a definição de “organização criminosa qualificada” e o reforço do Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ainda assim, alerta que sem coordenação centralizada o país seguirá refém das facções. “A Polícia Federal é eficiente em operações pontuais, mas falhou em assumir a missão de conter o crime organizado no plano nacional”, concluiu.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Justiça do Trabalho vem registrando um crescimento contínuo no número de ações e deve bater este ano um novo recorde desde a aprovação da reforma trabalhista, em 2017. Esse movimento vem sendo puxado principalmente pelo setor de serviços. No ano passado, esse setor respondeu por 26,6% dos processos protocolados e atingiu um recorde histórico, com 556.143 casos novos. Até 2021, era sempre a indústria que liderava esse movimento nos tribunais trabalhistas. Em todo o ano passado, como já mostrou o Estadão, foram 2,1 milhões de ações, o maior patamar desde a reforma. O pico havia sido atingido em 2016, com 2,7 milhões de processos, número que caiu para 1,7 milhão em 2018. Em entrevista ao Jornal Eldorado, Rogério Neiva, juiz do Trabalho, ex-auxiliar da Vice-Presidência do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e especialista em métodos de conciliação, entende que uma das principais causas para o aumento das ações é a decisão do STF que facilitou o acesso gratuito à Justiça.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um peixe comum em restaurantes e merendas escolares no Brasil pode esconder um risco grave à saúde. O cação, nome genérico dado à carne de tubarões e raias, apresenta altos índices de contaminação por metais pesados como mercúrio e arsênio. É o que revelam estudos recentes da USP com o Instituto Adolfo Lutz e da Fiocruz em parceria com a Sea Shepherd Brasil. “Esses animais vivem por décadas e acumulam contaminantes ao longo da vida. Quando consumidos, transmitem essas substâncias para o nosso organismo, podendo causar doenças silenciosas, como problemas endócrinos, reprodutivos e até câncer”, explicou Nathalie Gil, presidente da Sea Shepherd Brasil, em entrevista à Rádio Eldorado. Apesar das evidências, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) ainda permite a compra de cação para a merenda escolar. Segundo Nathalie, o peixe é frequentemente incluído nas refeições por ser barato e não conter espinhas, mas isso coloca milhares de crianças em risco. “É um escândalo que precisa ser resolvido urgentemente”, afirmou. Além dos impactos na saúde, o consumo de cação ameaça a biodiversidade marinha.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O ex-embaixador do Brasil em Washington e Londres, Rubens Barbosa, afirmou que a redução das tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos depende de um contato direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com Donald Trump. Em entrevista à jornalista Carolina Ercolin, da Rádio Eldorado, Barbosa avaliou que a manutenção da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, imposta pelo governo norte-americano, não será revertida apenas por meio das negociações técnicas conduzidas pelos ministérios. “Quem decide hoje nos Estados Unidos é a Casa Branca. Os órgãos de comércio negociam, mas a palavra final é de Trump. O problema é que o governo brasileiro não tem canal de comunicação direto, e Washington recebe apenas a versão da oposição brasileira”, afirmou. Como alternativa, o diplomata sugeriu uma ligação de Lula a Trump ou uma visita do vice-presidente Geraldo Alckmin a Washington para abrir um canal oficial. Segundo ele, sem esse contato de alto nível, a crise tende a se aprofundar. Barbosa, que também preside o Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior, disse que medidas pontuais podem beneficiar setores como o café, mas avaliou que o cenário pode piorar, especialmente com o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump. “Isso vai escalar ainda mais. Pode haver ações drásticas do governo americano justificadas por esse contexto político”, afirmou. Além da questão comercial, Barbosa alertou para riscos decorrentes do envio de navios de guerra norte-americanos à costa da Venezuela. Segundo ele, embora a missão oficial seja combater o narcotráfico, uma ofensiva militar teria consequências diretas para a diplomacia e a segurança da região. “Uma escalada, como ataques a alvos militares venezuelanos, representaria uma mudança dramática da política externa dos Estados Unidos em relação à América do Sul”, disse. O ex-embaixador lembrou que uma intervenção desse tipo faria eco à Doutrina Monroe, historicamente associada a episódios de ingerência dos EUA, inclusive no Brasil em 1964. “Se houver ataque, o Brasil e outros países da região certamente reagirão, ampliando a confrontação com os Estados Unidos”, concluiu.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em entrevista ao Jornal Eldorado, da Rádio Eldorado, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do novo Código Eleitoral, reafirmou ser contrário à inclusão do voto impresso no texto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. “O voto impresso é um retrocesso. Só vai trazer mais insegurança, mais problema e judicialização”, disse o parlamentar, lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a proposta inconstitucional em 2015. Em entrevista ao Jornal Eldorado, da Rádio Eldorado, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do novo Código Eleitoral, reafirmou ser contrário à inclusão do voto impresso no texto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. “O voto impresso é um retrocesso. Só vai trazer mais insegurança, mais problema e judicialização”, disse o parlamentar, lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a proposta inconstitucional em 2015. Em entrevista ao Jornal Eldorado, da Rádio Eldorado, o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do novo Código Eleitoral, reafirmou ser contrário à inclusão do voto impresso no texto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. “O voto impresso é um retrocesso. Só vai trazer mais insegurança, mais problema e judicialização”, disse o parlamentar, lembrando que o Supremo Tribunal Federal (STF) já declarou a proposta inconstitucional em 2015. Segundo o senador, a inclusão ocorreu após destaque do senador Esperidião Amin (PP-SC), aprovado contra seu voto. Castro afirmou, porém, que não acredita na aprovação do dispositivo em plenário. “Pela lógica, o plenário vai votar contra. Mas como vivemos tempos estranhos, tudo é possível”, ponderou. Entre os pontos que considera avanços do novo Código Eleitoral, Castro destacou a reserva obrigatória de 20% das cadeiras em todos os parlamentos do país para mulheres, incluindo câmaras municipais, assembleias legislativas e Congresso Nacional. “O Brasil ocupa uma situação constrangedora no cenário internacional: é o 137º país em representatividade feminina. Isso é inaceitável”, afirmou. O texto também altera a Lei da Ficha Limpa, fixando em oito anos o prazo de inelegibilidade a partir de 1º de janeiro do ano subsequente à condenação, para uniformizar prazos e evitar interpretações diferentes. Questionado sobre as críticas à redução de penas para a propagação de fake news em campanhas, o senador disse que o tema deve seguir em debate. “É um problema universal. Precisamos aprender com legislações como a da União Europeia e dos Estados Unidos. É um assunto sensível que exige muito cuidado.” O projeto ainda precisa ser votado pelo plenário do Senado até setembro para ter validade nas eleições de 2026.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, de seu filho Eduardo Bolsonaro e do pastor Silas Malafaia pela Polícia Federal marca uma nova etapa de tensão na cena política e pode redesenhar o campo da direita no Brasil. A avaliação é do cientista político Bruno Silva, diretor do movimento Voto Consciente, em entrevista à Rádio Eldorado. Segundo ele, o processo reforça o desgaste do ex-presidente e sua família, ao mesmo tempo em que mantém Bolsonaro como figura central para 2026. “Bolsonaro está inelegível, então qualquer estratégia que envolva seu nome na disputa é algo que certamente vai naufragar. Mas ele continua sendo um ator importante, pois mantém apoio de um percentual expressivo da população”, afirmou. Para Silva, a movimentação expõe contradições entre governadores que se apresentam como presidenciáveis — como Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado — e o entorno do ex-presidente. “Esses nomes querem o apoio de Bolsonaro, mas buscam manter distância dos fatos para não serem prejudicados. É um cálculo político complexo”, explicou. O cientista político avalia ainda que o indiciamento acentua a fragmentação da direita.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Câmara dos Deputados deve votar nesta semana o projeto de lei de autoria do senador Alessandro Vieira, que trata da adultização de crianças e adolescentes na internet. A proposta ganhou prioridade após mobilização social recente e prevê maior transparência de algoritmos, limites para anúncios, regras para influenciadores e mecanismos de bloqueio de acesso a sites inadequados para menores. Para Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS Rio), a medida representa um avanço, mas carrega riscos se não for bem desenhada. Em entrevista ao Jornal Eldorao, Steibel lembra que experiências internacionais, como no Reino Unido, mostraram efeitos contrários aos esperados: em vez de restringir o acesso, a obrigatoriedade de autenticação levou crianças a usar ferramentas como VPNs, ampliando a exposição a sites pornográficos. Outro ponto de tensão é o equilíbrio entre proteção infantil e direitos fundamentais. Críticos alertam que a legislação pode abrir caminho para restrições à liberdade de expressão ou à privacidade. Steibel pondera que a liberdade de expressão não é absoluta, mas reforça a necessidade de calibrar os limites de forma que seja viável técnica e juridicamente. Além disso, o tema avança em paralelo a outras frentes. O governo prepara um plano de regulação das big techs que incorpora decisões recentes do STF, incluindo responsabilização das plataformas por conteúdos ilícitos. A Advocacia-Geral da União já acionou a Meta para que retire robôs de inteligência artificial que simulam perfis infantis em conversas de cunho sexual. Segundo Steibel, o debate ainda é incipiente e nenhum país encontrou uma solução definitiva. Para ele, a saída está em fatiar os problemas, priorizando medidas eficazes para crianças e adolescentes sem perder de vista outras discussões mais complexas, como o combate à desinformação.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A decisão inicial de um edital da Organização dos Estados Ibero-americanos de vetar pratos tradicionais da culinária amazônica — como açaí, tacacá, tucupi e maniçoba — durante a COP30 em Belém, sob a justificativa de risco sanitário, provocou forte reação pública e política. A medida acabou revertida, mas acendeu um debate sobre o que reconhecemos como parte da cultura brasileira. Para a jornalista e pesquisadora Neli Pereira, especialista em cultura alimentar, o episódio escancara uma questão central: o quanto conhecemos e defendemos nossa própria gastronomia. “Se a gente não se reconhece, não se defende. O açaí, o tacacá e a maniçoba fazem parte do cotidiano de quem vive no Norte, mas ainda são vistos como exóticos ou até ‘pesados’ em outras regiões, numa visão colonialista”, afirma. Em entrevista ao Jornal Eldorado, Neli afirma que proibições como a proposta no edital não dizem respeito apenas a regras de higiene, mas também a um histórico de desqualificação das culturas locais no Brasil. “A colonização foi violenta também no apagamento imaterial: aquilo que era indígena ou caboclo era tachado de selvagem, para depois ser apropriado. O higienismo é usado como justificativa para impor a cultura dominante sobre a outra.” A reação imediata de chefs e da sociedade civil paraense, que resultou na revogação do veto, foi fundamental, mas não traz otimismo à pesquisadora: “O caso mostra como ainda precisamos nos levantar para defender o que é básico. É um ultraje ter que lembrar ao mundo que a comida amazônica, na própria Amazônia, é parte legítima da cultura brasileira”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
As negociações realizadas em Washington entre líderes europeus, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e Donald Trump terminaram sem avanços concretos, limitando-se à promessa de um novo encontro. Para a professora de Relações Internacionais da Unifesp, Cristina Pecequilo, não se trata de uma perspectiva de paz, mas apenas de uma possível redução das hostilidades. Segundo ela, os impasses permanecem: a manutenção de territórios ocupados pela Rússia, a resistência de Moscou à entrada da Ucrânia na OTAN e a indefinição sobre garantias de segurança para Kiev. Em entrevista ao Jornal Eldorado, Pecequilo avalia que qualquer concessão territorial fortalece a Rússia, enquanto Trump busca capitalizar politicamente com o processo. “A paz é ilusória. O que existe agora é a tentativa de estabilizar o conflito, mas os arranjos podem ser rompidos conforme o cenário político se altere”, afirmou.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Não é mais impressão: os dias de maior congestionamento em São Paulo mudaram. Um levantamento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), feito a pedido do Mobilidade Estadão, mostra que, ao contrário do que se via anos atrás, quando as sextas-feiras eram sinônimo de caos nas ruas, agora as terças e quintas concentram os maiores índices de lentidão na capital. A análise considerou a média de congestionamentos dos últimos sete anos até junho de 2025. Para o consultor em mobilidade urbana Sérgio Avelleda, coordenador do Observatório Nacional de Mobilidade Sustentável do Insper, a pandemia foi um divisor de águas. “O home office acontece com muito mais frequência no início e no fim da semana. Isso reduziu o trânsito às segundas e sextas, mas concentrou deslocamentos às terças e quintas, que hoje são os dias mais críticos”, explica. Avelleda critica a falta de políticas efetivas para priorizar o transporte coletivo e a mobilidade ativa. Ele lembra que, durante a pandemia, cidades como Paris e Bogotá aproveitaram as ruas vazias para ampliar ciclovias e corredores de ônibus, enquanto São Paulo manteve a lógica de investir em obras viárias para carros. “Quanto mais espaço abrimos para automóveis, mais eles ocupam. Nunca vimos o trânsito melhorar com túneis, pontes ou novas pistas”, afirma. Para enfrentar os engarrafamentos, o especialista defende ampliar corredores de ônibus, criar sistemas de BRT, melhorar a integração metropolitana e reduzir o estímulo ao carro. “São Paulo tem 17 mil km de ruas e avenidas, 90% destinadas ao automóvel, que transporta apenas 30% da população. A equação só vai mudar quando o transporte público for mais rápido, confiável e barato”, conclui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A menos de 100 dias da COP 30, Conferência do Clima da ONU marcada para novembro em Belém (PA), cresce a preocupação internacional com a escassez de quartos e o alto custo das diárias. O evento, concebido para reunir líderes mundiais e representantes de mais de 190 países no coração da Amazônia, enfrenta críticas de delegações e ONGs sobre a viabilidade logística da cidade-sede. Em entrevista à Rádio Eldorado, Alexandre Sampaio, presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA), afirma que a capacidade máxima atual, somando hotéis, pousadas, navios-hotel e hospedagem por plataformas digitais, é de cerca de 45 mil pessoas — número insuficiente para atender toda a demanda prevista. A escassez levou a aumentos expressivos nas tarifas, atribuídos principalmente a plataformas de hospedagem, que impulsionaram a elevação dos preços no setor. Um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público estabelece que hotéis participantes pratiquem descontos de até 20%, com diárias entre R$ 500 e R$ 1.000. No entanto, contratos já fechados a valores mais altos e a ausência de mecanismos legais para obrigar reduções de preços dificultam a solução. “A única saída viável no curto prazo seria convencer as plataformas a limitar tarifas”, afirmou Sampaio. Entre as alternativas discutidas estão a redução do tamanho das delegações e a realização de eventos paralelos em outras cidades da Amazônia, para aliviar a pressão sobre a rede hoteleira de Belém. Apesar disso, o governo federal reafirma que a conferência não será transferida para outra sede.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Ministério Público de São Paulo prendeu nesta semana o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, apontado como “cérebro” de um esquema bilionário de fraude tributária envolvendo as empresas Ultrafarma e Fast Shop. Além do auditor, outros seis investigados, entre eles o empresário Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, tiveram a prisão mantida após audiência de custódia. Segundo os promotores, o auditor estaria inclinado a fechar um acordo de delação premiada diante das provas reunidas pela investigação. O caso reacende o debate sobre o funcionamento e a vulnerabilidade do sistema de créditos de ICMS — imposto estadual que, na prática, funciona de forma não-cumulativa. “O ICMS é um tributo que permite ao contribuinte abater, do valor devido, o imposto já pago em etapas anteriores da cadeia produtiva. A ideia é evitar cobrança em cascata. Mas, na prática, a burocracia e regimes diferentes entre os estados acabam travando o acesso a esses créditos”, explica Ana Carolina Gontijo, especialista em direito tributário e colunista do Estadão. Segundo ela, o acesso ao crédito exige o cumprimento de “um monte de requisitos” e a apresentação de vasta documentação à Secretaria da Fazenda. “Crédito é dinheiro. Nenhuma empresa gosta de ter dinheiro parado nas mãos do Estado, sem uso, por causa da burocracia. É nesse ponto que o sistema se torna alvo de irregularidades e, em alguns casos, de crimes como o que está sendo investigado agora”, afirma. A especialista observa que parte dos problemas vem de acúmulos crônicos. A reforma tributária aprovada pelo Congresso prevê prazos de até 60 dias para restituição dos créditos, mas não resolve passivos acumulados. Esses deverão ser pagos ao longo de até 20 anos, conforme projeto de lei em discussão. “É uma tentativa de trazer celeridade, mas os saldos já existentes continuarão sendo um gargalo por muito tempo”, avalia Gontijo, em entrevista ao Jornal Eldorado. No caso paulista, a suspeita é que o auditor investigado atuava como facilitador para a liberação de créditos, cobrando sobrevalores pelo serviço e burlando procedimentos de segurança.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O debate sobre a proteção de crianças e adolescentes contra a adultização e a violência sexual no ambiente virtual ganhou novos contornos nesta semana. Após uma reunião extraordinária com ministros, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o governo vai apoiar o projeto de lei do senador Alessandro Vieira (PL 2628/2020), que estabelece regras para evitar a exposição de crianças nas redes sociais. A medida é uma resposta à repercussão de um vídeo publicado pelo influenciador Felca, que desencadeou uma onda de indignação e mobilização política. Entre as propostas em discussão, estão a criação de canais de denúncia obrigatórios para exploração ou abuso sexual infantil e a exigência de que empresas de tecnologia retirem imediatamente conteúdos que violem os direitos de crianças e adolescentes, sem depender de autorização judicial. O texto também prevê mecanismos para verificar a idade dos usuários e estabelece que perfis de crianças sejam vinculados a contas de responsáveis legais. Para Luciana Temer, diretora-presidente do Instituto Liberta, o projeto apoiado pelo governo é “o mais maduro” entre os que tramitam. “Ele já foi muito discutido, aprovado no Senado, com ampla participação da sociedade civil. É perfeito? Não. Sempre há o que melhorar, mas hoje é o que temos de mais avançado para proteger crianças e adolescentes no meio virtual. A aprovação é urgente”, afirmou em entrevista ao Jornal Eldorado. Temer, no entanto, afirma que há lacunas a serem preenchidas, como a regulação da monetização de vídeos com participação de crianças, tema apontado no caso Felca.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A campanha Agosto Lilás deste ano traz uma série de ações de orientação sobre como proceder em casos de violência contra a mulher. A iniciativa também procura aumentar as denúncias feitas pelas próprias vítimas e pela sociedade em geral. Em entrevista à Rádio Eldorado, a coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher do Estado de São Paulo, Adriana Liporoni, disse que, apesar dos números crescentes neste ano, a ampliação que já vem sendo registrada na quantidade de denúncias tem um significado positivo, que é o da redução das subnotificações dos diversos tipos de crimes cometidos contra as mulheres. “As denúncias têm sido feitas pelas próprias vítimas e queremos incentivar a sociedade a denunciar também”, afirmou. Além das delegacias especializadas, outro canal de notificação de casos é o telefone 181. Ouça as orientações aqui.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O empresário Paulo Skaf, eleito para voltar à presidência da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) a partir de janeiro de 2026, defendeu nesta terça-feira que o governo Lula faça “gestos de aproximação” com os Estados Unidos após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Em entrevista à Rádio Eldorado, ele destacou que os recuos obtidos por alguns setores que saíram da lista do tarifaço foram fruto de “diplomacia empresarial”. Skaf citou declarações do presidente Lula contrárias ao governo de Donald Trump, mas, ao ser questionado sobre a atuação de Eduardo Bolsonaro por sanções contra o Brasil, evitou criticar o deputado.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Um ano após a concessão à iniciativa privada, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), diz que as 3 mil demissões realizadas no período foram, em sua maioria, voluntárias. A empresa também alega ter gerado 7,5 mil empregos diretos e 40 mil indiretos. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira pela diretora-executiva de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Sabesp, Samanta Souza, durante entrevista à Rádio Eldorado. Segundo ela, a companhia chegou ao 5º lugar entre as empresas que mais investem no Brasil. O total previsto entre 2024 e 2029, ano para o qual foi estabelecida a meta de universalização do saneamento no Estado, chega a R$ 70 bilhões.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A concessão da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) à iniciativa privada completou um ano em julho e a empresa apresentou um balanço informando que 1,3 milhão de paulistas passaram a ter água potável e 1,4 milhão tiveram acesso a esgoto tratado no período. A Sabesp também reiterou o objetivo de investir cerca de R$ 70 bilhões para atingir a universalização do saneamento em 2029, quatro anos antes da meta nacional do Marco Legal do Saneamento Básico, que prevê que 99% da população tenha acesso à água tratada e 90% à coleta e tratamento de esgoto. Em entrevista à Rádio Eldorado, Amauri Pollachi, especialista em Planejamento e Gestão do Território e coordenador do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas), questionou os dados apresentados pela Sabesp e apontou uma “precarização dos serviços com as demissões de 3 mil funcionários”. Ele também avaliou que há dificuldades para que seja atingida a meta nacional de universalização do saneamento, em razão das diferenças regionais do País.See omnystudio.com/listener for privacy information.