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Terminam dois dias de negociações em Berlim, sobre a guerra na Ucrânia. Volodymir Zelensky reuniu-se, na capital alemã, com dirigentes europeus e emissários de Donald Trump. As negociações entre o presidente ucraniano e os emissários norte-americanos Steve Witkoff e Jared Kushner permitiram alcançar várias pontos, disse Zelensky, que em nome do seu país, acrescentou: "fomos ouvidos". Por outro lado, os dirigentes europeus comprometem-se a mobilizar uma força multinacional para apoiar o exército ucraniano. Tudo parece portanto estar a progredir no sentido de se alcançar um acordo de cessar-fogo. Mas algumas questões ficam por responder. Os líderes dos principais países europeus assinaram um documento conjunto que estabelece, entre outros, a mobilização de uma força multinacional para apoiar o exército ucraniano, limitado actualmente a 800 mil militaires. A força multinacional, composta por nações voluntárias, conta com o apoio de Washington. Será vocacionada também para a segurança do espaço aéreo e marítimo ucraniano. Não se trata da primeira vez que os dirigentes europeus debatem esta questão de uma força internacional, mas a proposta parece estar a concretizar-se. O director da licenciatura em Relações Internacionais na Universidade do Minho, José Palmeira, considera que se trata de um sinal encorajador. José Palmeira: Eu diria que sim. Estão em cima da mesa as garantias de segurança da Ucrânia. Isto é, a partir do momento em que fica vedada a sua entrada na Aliança Atlântica (NATO), que lhe permitiria ficar protegida pelo artigo quinto, a ucrânia quer, como contrapartida, que lhes sejam oferecidas garantias de segurança e, designadamente pelos Estados Unidos. RFI: Tanto que a questão da integração da Ucrânia na NATO está excluída. Conforme os interesses da Rússia. Exactamente. E a alternativa que a Ucrânia coloca, uma vez que não integram a NATO, são as garantias de segurança, similares às do ponto 5 da NATO. E quem é que poderá dar essas garantias? Os Estados Unidos. E aparentemente, os Estados Unidos terão evoluído no sentido de dar essa garantia. É verdade que os Estados Unidos dizem que não colocam tropas no terreno nem no apoio à Ucrânia, mas aí a Europa jogará um papel fundamental. Nesse aspecto, a Ucrânia terá alcançado o seu objectivo. Resta saber se o Kremlin aceita esta formulação e se poderemos estar próximo de um acordo nesse ponto. RFI: O que se sabe concretamente das garantias de segurança concedidas pelos Estados-Unidos a Kiev? A Ucrânia já foi atacada em 2014 com a anexação da Crimeia e mais tarde no Donbass em 2022. Embora existisse um compromisso que fazia com que as potências mundiais, como os Estados Unidos, potências europeias e a própria Rússia, protegeriam à Ucrânia em caso de agressão, uma vez que, na base desse entendimento, a Ucrânia cedeu as armas nucleares que estavam no seu território. Mas essas garantias de segurança não foram suficientes, como se nota. Nesse sentido, a posição dos Estados Unidos é importante, mas não basta uma posição da actual administração. Convém que seja o próprio Congresso dos Estados Unidos a aprovar. Para que numa futura administração não haja uma alteração do quadro da segurança ucraniana. RFI: Tudo parece estar a concordar no sentido de progressos em vista de um acordo de paz. Mas o documento assinado pelos dirigentes europeus omite totalmente a questão das concessões territoriais da Ucrânia reclamadas pela Rússia. Isto quererá dizer que os dirigentes europeus vão continuar a evitar esta questão sensível? Essa é a questão central. Em teroria, a Ucrânia aceita perder território de facto, não de direito. Mas apenas o território que a Federação Russa conseguiu ocupar e não aquele que reivindica para além disso, na região do Donbass. Resta saber até que ponto esse aspecto vai ou não ser um factor que bloqueia o acordo com a Federação Russa. É verdade que estão a ser avançadas várias possibilidades para esse território ainda não conquistado pela Federação Russa. Criar ali uma espécie de uma zona intermédia que não seja nem russa nem ucraniana. Fala-se numa zona económica para aquela região. Sem influência directa nem da Rússia nem da Ucrânia. Não sei até que ponto vai a criatividade dos negociadores para criar uma solução que seja aceitável, quer pela Ucrânia, quer pela Federação Russa. Mas se isso acontecer, naturalmente que a questão que se vai colocar é o levantamento das sanções. E, aparentemente, nem a União Europeia nem o Reino Unido estão dispostos a levantar sanções porque há uma violação do direito internacional. Diferente é a posição dos Estados Unidos que, aparentemente estarão dispostos a retomar as relações com a Federação Russa. RFI: Sobre esta questão, Volodymyr Zelensky afirmou que "ainda existem questões complexas, particularmente as que dizem respeito aos territórios. Continuamos a ter posições muito diferentes dos Estados Unidos". Parece que o entrave vem de Washington. Concorda com esta visão? Aparentemente, a posição da Casa Branca é mais favorável àquilo que defende a Federação Russa, que é o objetivo que a Ucrânia entregue à Federação Russa os territórios que ainda não ocupou no Donbass. Os Estados Unidos, estão a forçar um acordo que passe por essa cedência também. RFI: Os próximos passos e assuntos que ficam por resolver prendem-se com a questão do congelamento dos activos russos. Os europeus não chegaram a acordo sobre esta questão. São vários os países, aliás, desfavoráveis a esta questão. Para além da Bélgica, a Itália, Bulgária e Malta enviaram uma carta à Comissão Europeia para advertir sobre as consequências financeiras e jurídicas negativas da utilização destes bens russos como base para apoios financeiros à Ucrânia. Como vê a evolução desta proposta? Já houve uma evolução no sentido de que o congelamento já foi aprovado. O que não foi aprovado ainda é usar as verbas congeladas para apoiar a Ucrânia. Aí é que de facto há divergências, porque países como a Bélgica, onde estão a maior parte desses activos, têm receio de que amanhã um tribunal declare que a Rússia tem direito a aceder a essas verbas. E a Bélgica é que teria que indemnizar a Federação Russa. Portanto, aquilo que a Bélgica alega é que só aceita essa solução se implicar a solidariedade da União Europeia. Ainda não houve, de facto, esse avanço. De qualquer forma, para além dessa questão, eu acrescentaria um objectivo que a Federação Russa pretende também. É que a Ucrânia e a comunidade internacional não reclamem em tribunais internacionais a alegada violação do direito humanitário por parte das forças russas que invadiram a Ucrânia. RFI: Isto é uma exigência por parte da Rússia? Exactamente. A Rússia quer que qualquer queixa seja levantada nos tribunais internacionais, designadamente no Tribunal Penal Internacional. RFI: E os dirigentes europeus estão dispostos a ceder a esse pedido? Não estão dispostos, como é óbvio. Mas os Estados Unidos aparentemente poderiam secundar esta posição russa, porque Donald Trump quer é um acordo de paz a qualquer preço, praticamente.
Comunicar a Guerra, Pensar a Paz: O Mundo Explicado sem Eufemismos Num tempo em que a guerra voltou ao continente europeu e a ameaça nuclear regressou ao vocabulário político, comunicar tornou-se tão decisivo quanto negociar, tão estratégico quanto deter armamento. A forma como entendemos o conflito — e a forma como os líderes o explicam — determina a capacidade de uma sociedade se proteger, se posicionar e, sobretudo, de construir paz. Nesta conversa profunda com um dos mais atentos analistas de geopolítica e segurança internacional, exploramos não apenas o que acontece nas frentes militares, mas aquilo que raramente chega ao espaço público: a lógica das decisões, o medo que move líderes, a propaganda que molda percepções e a fragilidade das democracias perante um mundo multipolar, competitivo e cada vez mais turbulento. A Guerra Não Desapareceu — Apenas Mudou de Forma A guerra do século XXI já não é apenas feita de tanques, artilharia ou drones. É feita de comunicação, de opinião pública, de gestos diplomáticos e de ameaças que pairam mais do que disparam. O conflito na Ucrânia tornou visível uma realidade que muitos preferiam não ver: o regresso do imperialismo territorial, a competição entre grandes potências e a erosão lenta da ordem internacional construída após a Guerra Fria. E, como explica o especialista entrevistado, esta realidade é o resultado direto de um mundo onde já não existe uma potência única capaz de impor regras — e onde vários Estados procuram afirmar a sua posição, mesmo à força. “Falamos Demasiado de Guerra e Demasiado Pouco de Paz” Esta frase, dita logo no início da nossa conversa, resume uma das grandes preocupações: a paz tornou-se um bem adquirido, quase dado por garantido, e deixou de ser pensada como projeto político. Hoje discutimos armamento, sanções, alianças, ofensivas e contra-ofensivas, mas muito raramente discutimos planos reais de paz. A diplomacia parece muitas vezes refém de hesitações, cálculos eleitorais e receios de perder posição. Faltam líderes com visão e coragem para assumir compromissos difíceis. Falta clareza estratégica. Falta, em suma, o que sempre faltou antes dos grandes pontos de viragem da História: vontade de mudar o rumo. Propaganda: A Arma que Já Não Precisa de Mentir A propaganda moderna não opera através de falsidades grosseiras — opera com ângulos, omissões e narrativas cuidadosamente organizadas. Divide sociedades, instala ruído, confunde consensos. E, como lembra o convidado, é um mecanismo estrategicamente desenhado, não um acidente. Hoje, qualquer conflito é também uma batalha pelo centro emocional das populações. A pergunta já não é “quem dispara primeiro?”, mas sim “quem controla a interpretação do que acabou de acontecer?”. E esta disputa é tão séria como qualquer avanço militar. Num ambiente onde autocracias investem fortemente em desinformação, países democráticos só sobrevivem se investirem tanto em educação mediática quanto investem em equipamento militar. A Ameaça Nuclear: Entre a Política e o Medo Há uma década, a maioria das sociedades ocidentais consideraria inaceitável ouvir líderes políticos falar com leveza sobre o uso de armas nucleares. Hoje, essa retórica tornou-se comum. A ameaça nuclear voltou a ser utilizada como instrumento de coerção psicológica — não necessariamente para ser usada, mas para moldar decisões, atrasar apoios, dividir alianças e impor limites invisíveis. E, como explica o analista, esta ameaça não é apenas militar: é emocional. Desestabiliza, silencia, intimida. Perante isto, a resposta das democracias deve ser equilibrada, firme e prudente. Nem ceder ao medo, nem alimentar a escalada. Europa: Entre a Vulnerabilidade e a Oportunidade A União Europeia confronta-se com uma verdade desconfortável: não tem poder militar proporcional ao seu peso económico. E num mundo onde a força voltou a ser a linguagem dominante, esta assimetria torna-se perigosa. Apesar disso, a Europa tem vantagens únicas: capacidade económica para modernizar as suas defesas; alianças históricas que multiplicam o efeito da sua ação; e, sobretudo, uma rede de Estados democráticos cujo valor estratégico reside no coletivo e não no individual. Mas falta ainda algo fundamental: coragem política para agir antes de ser tarde. A Ética da Guerra: A Linha que Nos Define No final, chegamos ao ponto mais difícil: a ética. O que separa uma guerra justa de uma guerra injusta? O que é aceitável negociar? Que compromissos violam princípios fundamentais? E como explicar a uma criança porque é que um país decidiu invadir outro? A resposta do convidado é simples e trágica: as guerras deixam sempre lições — mas as sociedades nem sempre as aprendem. A história mostra que a Europa só foi corajosa em momentos de desespero. É urgente quebrar esse padrão. Lições que Ficam A paz não é natural — é construída. A guerra renasce sempre que a coragem política desaparece. A propaganda moderna vence pela dúvida, não pela mentira. A ameaça nuclear é sobretudo psicológica e estratégica. As democracias enfraquecem quando imitam autocracias. Sem educação mediática, não há defesa possível. A Europa precisa de visão — não apenas de verbas. A ética não é luxo: é a fronteira que nos impede de nos tornarmos como os regimes que criticamos. Porque Esta Conversa Importa Num tempo de ruído, medo e incerteza, precisamos de vozes que consigam explicar, com clareza e rigor, como funciona o mundo — e o que depende de nós para que esse mundo não se torne mais perigoso. É isso que esta entrevista oferece: contexto, profundidade e, acima de tudo, um convite à responsabilidade cívica. Se este artigo o ajudou a compreender melhor o que está em jogo, partilhe-o. Deixe o seu comentário, traga as suas dúvidas, participe na conversa. Só uma sociedade informada consegue resistir ao medo — e escolher a paz. LER A TRANSCRIÇÃO DO EPISÓDIO Esta transcrição foi gerada automaticamente. Por isso, ela pode não estar totalmente precisa. 0:00 Como comunicar a guerra de hoje e a paz de amanhã? A guerra é tão natural quanto a paz, faz parte da imperfeição da natureza humana. 0:19 Pessoa 2 Ora, vivam bem vindos ao pergunta simples, o vosso podcast sobre comunicação? Hoje falamos de guerra, de paz e, acima de tudo, de como se comunica um mundo que já não é estável. Um mundo onde a diplomacia hesita, onde a propaganda acelera e onde a ameaça militar, incluindo a ameaça nuclear. 0:39 Volta a moldar as decisões políticas. O meu convidado é Manuel pués de Torres, analista geopolítico e investigador em segurança Internacional. Alguém que conhece por dentro os bastidores da nato, a lógica da dissuasão, o Tabuleiro da diplomacia e aquilo que raramente se explica ao público. 0:57 Que a guerra não é apenas força, é também narrativa, psicologia e comunicação estratégica. Nesta conversa, vamos tentar perceber o que está realmente a acontecer na Ucrânia, o que está em jogo nas negociações. Porque é que falamos tão pouco de paz? Como funciona a propaganda Moderna? 1:13 Que riscos esconde a ameaça nuclear? E como é que tudo isto mexe com as democracias, com a opinião pública e com a vida de cada um de nós? Se esta conversa vos fizer pensar e vai fazer, subscrevam o canal. Deixem o vosso comentário. E partilhem com quem precisa de ouvir estas explicações. 1:34 Manuel pues de Torres, posso apresentar te como um especialista em estratégia militar, em guerra híbrida, em diplomacia, em política Internacional, em comunicação também, porque a comunicação está aqui no meio disto tudo. Longa experiência junto da nato. 1:50 Como é que nós conseguimos conversar e comunicar sobre um tema tão difícil? Como a guerra, que é o sítio onde morrem pessoas. 2:01 Pessoa 1 É verdade, são tudo perguntas simples de resposta, muito complexa. Mas acima de tudo e em primeiro lugar, um agradecimento pelo convite, por estar aqui contigo e para podermos falar de algo que é fundamental não apenas à política Moderna, mas também à forma de se fazer a paz no futuro. 2:18 E começo por dizer fazer a paz e não fazer a guerra, porque falamos muito de guerra e pouco de paz. 2:24 A imperfeição humana e a competição no sistema internacional Porquê? Porque a paz foi adquirida depois da queda do do muro de Berlim e a própria influência da paz Moderna Na Na nas relações diplomáticas. 2:39 Tornou a 11 bem garantido e, portanto, não se fala tanto da continuação da paz, mas da ausência da paz em prol daquilo que é naturalmente o conflito, o conflito das palavras, o conflito da política e, por último, contra tudo e contra todos, a ressurreição da do grande conflito convencional no continente europeu e, portanto, isto é um é um tema que preocupa qualquer governante. 3:06 É um tema que tem que preocupar qualquer estadista. É um tema que tem que preocupar garantidamente as populações, as sociedades, aquelas que se dizem, aquelas que vivem e aquelas que pensam ser ainda sociedades democráticas e abertas. 3:22 Pessoa 2 Mas no tempo em que nós estamos, a ideia de guerra ainda faz sentido. 3:28 Pessoa 1 A ideia de guerra? Faz sempre sentido. 3:30 Pessoa 2 Porque é que acontece a guerra, no fundo, é um bocadinho essa a pergunta que que eu tenho para te fazer? 3:34 Pessoa 1 A guerra é tão natural quanto a paz, faz parte da imperfeição da natureza humana. E enquanto que o ser humano, enquanto o ser humano for um ser imperfeito que sempre seremos, nunca, nunca seremos divinos divinos, está no está em Deus, Deus nosso senhor, e portanto, enquanto existir essas incapacidades humanas. 3:55 A imperfeição vai nos levar sempre ao conflito. E desse conflito nasce a guerra. O problema é que no mundo que nós criámos, no mundo do século 21, que não é igual ao mundo do século 20, não é o mundo do século, historicamente do século 19, nem ao século 18. 4:11 A criação do direito Internacional e a criação da política Internacional, a criação das relações entre estados, a construção de um mundo que se defende do conflito. É um mundo que está neste momento em risco e a guerra aparece. Precisamente por fruto daquilo que é a competição, por uma posição de liderança no novo sistema Internacional. 4:34 E isto acontece de forma até um pouco natural daquilo que as pessoas possam pensar. O multilateralismo é importante na relação entre os estados e é importante entre as democracias. Mas a falta de um grande estado que lidera o sistema Internacional. 4:50 Ou seja, o que nós chamamos em ciência política. O grande momento de unipolaridade leva à competição entre estados. Competição a que o mundo multipolar a competição entre os diferentes estados emergentes, que querem ganhar um lugar supremacia em função dos outros, querem conseguir liderar. 5:08 Pessoa 2 Até agora, tínhamos as tínhamos os Estados Unidos. Agora aparece a China, agora aparece a Rússia, agora aparece a união europeia, agora aparecem os brics. 5:16 Pessoa 1 É, e daí? E dessa competição de estados nascem? Os conflitos num momento de grande unipolaridade no o conflito está distante. 5:26 Pessoa 2 É melhor este estado porque aquele aquele que é o que é o que é o irmão mais forte pode chegar aqui e acaba já com isto e, portanto, na dúvida, não faço. 5:33 Pessoa 1 Isso é precisamente isso, a partir do momento que os Estados Unidos da América façamos este exercício, que os Estados Unidos da América desaparecem como grande potentado militar, económico e político e outro estado se a leva como um grande detentor do poder e do monopólio da violência no mundo. 5:49 Então, nesse momento será não será contestado e não sendo contestado, o conflito vai contorná lo e esse estado pode impor a sua lei, a sua matriz de direitos, a sua matriz de valores, ao ao restante sistema Internacional. 6:07 Foi o que, o que, o que os Estados Unidos da América fizeram durante a grande competição durante a guerra fria e mais tarde. Na queda do muro de Berlim, tentando imprimir aquilo que seriam as regras do xadrez Internacional. No entanto, nós vivemos agora um momento de grande transformação. 6:23 Os Estados Unidos já não são a potência económica que foram no passado. Essa transferência de poder fez para a China e para a Índia. E ainda é, embora ainda seja um grande poder militar, o maior poder militar do mundo. 6:39 Rapidamente existem entre as nações que entram nesse conflito ou que entram nessa competição. E agora aqui a questão é, então isso não existe um momento de unipolaridade e que caminhamos para maior multipolaridade, então está de facto encerrado o destino. O destino será o conflito e a guerra? 6:56 Não, o destino não está encerrado, mas a guerra vai persistir e vai se multiplicar. O que nós não podemos permitir é que os limites à guerra justa sejam ultrapassados. 7:08 Pessoa 2 O que é que é uma guerra justa? 7:10 Pessoa 1 A guerra justa é aquela que se faz em prol de uma injustiça. Uma guerra simétrica, por exemplo, promovida pela Rússia para anexar ilegalmente território que não lhe pertence. É uma guerra injusta. Uma guerra justa é a guerra que os ucranianos travam para conseguir reconquistar o seu território, para defender a sua população, a sua dignidade, os seus valores e a sua soberania. 7:34 O amadorismo diplomático e a traição nas negociações de paz Como é que nós? Explicamos a uma criança de 5 anos porque razão a Rússia um dia decidiu entrar na Ucrânia e começar a reivindicar território e até se conseguisse tomar conta da Ucrânia. 7:48 Pessoa 1 Tal como no passado, existem sempre estados, nações, países, governantes, pessoas que anseiam por conquistar mais poder. E tendo via aberta, sem impedimentos para que outros estados e outras pessoas e outros exércitos o bloqueiem, então nada o impedirá de continuar a conquistar território até estar verdadeiramente satisfeito. 8:13 Mas aqueles que têm a sede do poder, os grandes imperialistas, dificilmente ficam contentes com as suas vitórias momentâneas. Querem sempre mais. E, portanto, a Rússia, neste momento, vende que não tem qualquer tipo, ou vende em 2022 que não tinha qualquer tipo de impedimento. 8:29 Porque o teste já tinha sido feito em 2014. 8:32 Pessoa 2 Na Crimeia, na. 8:32 Pessoa 1 Crimeia e já tinha sido feito em 2008 e 2009, na Geórgia, na apcásia e na Ossétia do Sul, sabendo que ninguém se impôs à sua campanha de terror na tchachénia, nas 2 grandes guerras, sabia que ninguém iria, em princípio, em defesa do povo ucraniano. 8:54 Olha neste enganou, se enganou, se neste. 8:56 Pessoa 2 Momento AAA Europa, obviamente. Mexeu se também os Estados Unidos na era pré Trump. Agora vamos ver o que é que está a acontecer, mas neste momento em que nós estamos a falar, está a acontecer uma espécie de conversações diplomáticas em busca da paz, isto é, para levar a Sério. 9:15 Ou estamos ainda num momento retórico em que cada um vai mantendo a parada o lume, mas na realidade ainda ninguém está verdadeiramente preparado para parar esta guerra? 9:27 Pessoa 1 A guerra só para Jorge, quando uma das partes tem mais a perder do que a outra, quando uma desiste de combater, sai derrotada, ou quando a outra já não quer combater, não pode não ser derrotada, mas não sai vitoriosa. E neste momento, tanto a Rússia como a Ucrânia ainda têm muito por perder e muito por ganhar e, portanto, como não existe um grande momento de fratura deste. 9:56 Potencial de combate a guerra vai perdurar durante o tempo necessário. 10:00 Pessoa 2 Quando? Só quando existe uma espécie de empate negativo, em que nenhuma das partes tem nada para ganhar, é que se consegue esse ponto de equilíbrio. 10:07 Pessoa 1 Só no momento em que uma das partes estiver mais a perder com a guerra é que essa guerra termina e neste momento, tanto a Rússia como a Ucrânia, ambas ainda podem perder muito, perderem muito ainda sob seu domínio. 10:23 E, portanto, podem continuar a perder. Olha, a Ucrânia pode continuar a perder território que para já não é suficiente. Vai continuar no encalço de uma campanha que que lhes vai possibilitar ou não ganhar mais território ou não. A Rússia sabe que, se continuar a guerra, o número de mortos não afeta o sentido de voto. 10:40 O número de feridos não afeta o sentimento de impopularidade contra si. Manifestado que não existe, não é? A continuação da guerra dá lhe mais força política e centraliza o poder de estado na sua pessoa. 10:56 Tem muito a ganhar com a guerra. Vladimir Putin, jáz lensky, tem pouco a ganhar com a guerra, mas não pode desistir de batalhar. 11:03 Pessoa 2 Porque tem muito a perder, porque? 11:04 Pessoa 1 Tem muito a perder neste momento. Se não tivesse tanto a perder, provavelmente dava o caso por encerrado, se fosse só uma Crimeia. Mas a verdade é que, conversando com soldados ucranianos, eu tive essa, tive essa possibilidade. Nenhum deles. Nenhum deles por uma ilha desistiriam de continuar a lutar. 11:23 Nós estamos a falar de um povo que foi invadido, invadido por alguém que lhes deram garantias de segurança. Se a Ucrânia entregasse o seu armamento nuclear antigo, soviático de volta para para a Rússia entregar ao armamento que os defendia. 11:42 As garantias de segurança que receberam de nada lhes valeram. E agora veem se invadidos por aqueles que juraram defender a Ucrânia. Portanto, parece me que está tudo dito e uma criança de 50 IA conseguir perceber que a esta Rússia Moderna como a conhecemos é uma Rússia mentirosa. 11:59 É uma Rússia que não não olha a meios para atingir os seus fins profundamente imperialista. E infelizmente, fez um divórcio total com a com as poucas ligações que ligaram a jovem federação russa. Ao concerto de nações europeias e, infelizmente, estou a tentar devolver à vida isso é que eu posso dizer assim, muito das grandes ambições soviéticas que marcaram grande parte do século. 12:27 Pessoa 2 20 olha, estão em curso essas negociações, entretanto, nós que estamos aqui e que não percebemos o que é que se passa verdadeiramente nessas negociações. Mas vamos ouvindo, por um lado, sair à própria pública, que há 28 pontos para discutir que é ABEC depois os outros que são um contra. 12:47 Depois o senhor Putin, que aparece a dizer de uma forma ameaçadora, se querem prolongar a guerra, nós prolongamos depois o Trump do outro lado, que ora diz uma coisa, ora diz outra. O que é que tu lês disto tudo? O que é que tu ouves daquelas conversas que se calhar não são públicas e que tu vais acompanhando e que tens seguramente mais dados para entender estas conversas diplomáticas? 13:10 Pessoa 1 Existe, Jorge, um grande nível de amadorismo, as relações internacionais e a diplomacia Internacional é uma área muito importante. Da vida dos estados. 13:23 Pessoa 2 Isto não é para entregar a profissionais, os negociadores não são profissionais os. 13:26 Pessoa 1 Negociadores staff to staff são profissionais, são pessoas que atingiram os seus postos de dicionoridade face ao ao mérito que demonstraram ao longo da sua vida profissional aqueles que negociaram e que os, portanto, o ator político que está em negociação direto entre a da Casa Branca e do Kremlin, são atores. 13:49 Políticos que podem ter ou não ter a experiência adequada ao momento que estamos a viver. E como é que? 13:54 Pessoa 2 Isto é, numa mesa das negociações. Quando nós estamos numa mesa dessas de alto nível, certo? Há uma cara e ela pode ser mais experiente ou menos experiente. Mas depois atrás de ti tem pessoas que percebem muito disto. Tu és uma dessas pessoas que no fundo vais dizendo, vais treinando. Vais explicando aos políticos e aos negociadores o que é que está em causa. 14:11 Como é que isto funciona? 14:13 Pessoa 1 Ninguém vai para uma reunião de negociação de alto nível como aquela que. O senhor whitkoff e o senhor Kushner tiveram com os seus homólogos no Kremlin e com e com Vladimir Putin, sem que primeiro seja enviada uma documentação que vai guiar grande parte da conversação. 14:29 Há um. 14:29 Pessoa 2 Trabalho preparatório há um trabalho. 14:30 Pessoa 1 Preparatório de Secretaria que é feito entre as equipas de um lado e do outro. 14:34 Pessoa 2 É um negócio de diplomata. 14:36 Pessoa 1 Absolutamente EE. No momento em que essa argumentação encontra um ponto de sustentação, dá se início então ao convite para que as delegações se encontrem, no entanto. A Rússia aqui, neste, neste, neste jogo, joga sujo porque Vladimir Putin, quando toma a palavra e isto está documentado, recorre sempre a revisionismos históricos para educar, para treinar, para brifar os seus AA delegação de outro país sobre aquilo que é a visão de Putin para o mundo, para a Europa e para a Rússia. 15:11 E isso é preocupante, porque foge àquilo que está agendado. Acaba por contrariar a mensagem e o objetivo da reunião e acaba por ocupar tempo dialogando contra o próprio propósito e objetivo desta destas negociações. 15:29 Pessoa 2 Mas numa negociação, não é suposto que as partes tenham no fundo uma visão e que ela pode ser profundamente divergente do outro lado. 15:37 Pessoa 1 Sim, e isso é natural que aconteça como nós estamos a falar de 2 poderes beligerantes. Que se encontram no teatro de operações. 15:45 Pessoa 2 E que têm, lá está esses interesses divergentes. 15:49 Pessoa 1 E que têm interesses divergentes, o que é? 15:50 Pessoa 2 Que se faz para se aproximar posições em coisas que estão completamente irredutíveis e completamente. 15:55 Pessoa 1 A mediação aqui deve ser profissional e deve tentar encontrar concessões de parte a parte, e essas concessões custam muito aos 2. No entanto, a Rússia já mostrou que não está disponível para aceitar. 16:11 Para aceitar reduções ao seu teto máximo para o exército ucraniano, não vai aceitar qualquer tipo de concessão nesse sentido, diz que obriga e que não aceita retirar da mesa de negociações o reconhecimento das províncias ilegalmente anexadas por parte da Ucrânia, por parte da união europeia e dos Estados Unidos da América. 16:33 E diz que não aceita qualquer entrega ou adesão da Ucrânia à organização. Do, do, portanto, do anato e isto coloca um ponto e trava muito daquilo que são as grandes negociações suspeito com o. 16:49 Pessoa 2 Negociador não tenha grande caminho para fazer quando quando uma posição de base é é essa. 16:54 Pessoa 1 A posição de base é esta, mas a forma como se oferece um momento negocial é, oferecendo força ou fragilidade às 2 ou a uma a um dos beligerantes. 17:04 Pessoa 2 Como é que isso se faz? 17:05 Pessoa 1 Isso faz de forma muito simples, os Estados Unidos e a Europa têm o poder. Para oferecer mais material militar à Ucrânia? Para que a Ucrânia de facto tenha ganhos operacionais no terreno, mostrando que fica por cima nas operações estáticas. Operações essas com resultados e efeitos estratégicos. 17:24 Ou colocar mais sanções à Rússia e oferecendo mais material de guerra à Ucrânia, mais sanções à Rússia vai aumentar o poder negocial dos ucranianos. Mas também pode fazer o contrário, pode retirar o apoio militar à Ucrânia. 17:40 E pode oferecer negócios vantajosos à Rússia. E é isso que me preocupa nestes negociadores, witcofe custnar. E eu explico porquê, porque tudo isto é uma questão de comunicação. E a comunicação aqui neste caso, embora seja a porta fechada e a opaca do ponto de vista daquilo que nós conhecemos do witcoft custner. 17:59 É bastante transparente o que está a acontecer. O itkov, durante os anos 90 esteve ligado ao grande setor do imobiliário, com grande investimento russo. Empírico esta ligação, mas o senhor Kushner, que durante o primeiro mandato de Donald Trump sempre foi conhecido e reconhecido por embaixadores de outras nações em Washington, por ser um indivíduo que, quando em negociação diplomática, só estava interessado numa coisa. 18:26 Fazer negócios e, portanto, quando queixo não era, acompanha o itkof à Rússia. É para fazer negócios. E como nós falamos, Jorge, da grande traição, a traição à negociação, a traição à mediação, a traição aos ucranianos e aos europeus. 18:43 A grande traição materializa se não por virar as costas aos ucranianos, mas através de negociações ad hoc. Daquilo que deveria ser uma negociação de paz, tentar galvanizar a posição económica dos destes novos Estados Unidos da América para celebrar acordos económicos com a Rússia. 19:02 Num momento de fragilidade económica da Rússia, o senhor está a perceber o que eu estou a tentar dizer. Eu vos explico. Para outras palavras, a grande traição materializa se no momento em que os Estados Unidos se aproveitam da fragilidade económica russa para tentar canibalizar aquilo que resta ainda dos seus recursos, minérios. 19:20 E isto é uma grande traição para todos, mas não para os Estados Unidos da América. E por isso é que Marco Rubio aqui é um ponto tão importante porque tem uma posição, é o chefe máximo da diplomacia Americana. 19:32 Pessoa 2 Com grande experiência. 19:33 Pessoa 1 Com grande experiência e que tem uma posição mais mais balanceada em relação ao à Ucrânia, que pelo menos ouvem os ucranianos e sabe que se for naquilo que é a postura do itkof e do crushner os interesses dos Estados Unidos. 19:49 Que estarão assegurados, certamente, mas em prol daquilo que seria um acordo com os russos, podem perder muito mais do que o valor minério ou do que o valor económico revertido. 19:59 Pessoa 2 Portanto, o que tu estás a dizer é que, além de uma negociação na mesa com os beligerantes, também existe uma tensão dentro do próprio mediador em relação ao caminho que se pode seguir, claro. 20:10 A Europa e a necessidade de poder militar no século XXI Claro que sim. E a petexet o vice presidente Vance. Foram apanhados em conversas no Signal, chamado Signal Gate, no início do do ano 2025, logo no início do mandato de Donald Trump, e expressavam se de forma bastante hostil relativamente à posição da relação entre os Estados Unidos e a Europa. 20:32 E viam a Europa com poucos, com com com pouca simpatia, e mostravam bem que viviam. EE dividiam um ódio àquilo que era a posição do da Europa. Face ao preteturado americano e que se os europeus de facto puderam investir os seus dinheiros em vez no orçamento de defesa para a sua segurança social e na evolução dos seus estados sociais. 20:57 Isso é porque Os Americanos estavam preparados para os defender e de acordo com o avance e de acordo com except e todos os outros. A base de apoio MHA tensão aparece quando existem republicanos mais moderados. 21:14 Republicanos ligados a John McCain, republicanos que antigamente seriam ditos como de grande repúdio ao partido democrata e que hoje nos nos revemos nas suas palavras. Tentar fazer 111 contra um contra debate ou um contra fogo àquilo que é a posição irredutível de Donald Trump, Vance e de ecset. 21:34 Portanto, sim, existe tensão interna no partido republicano. Essa tensão tem efeitos diretos sobre as negociações e nós vimos bem nas últimas imagens que que passaram há pouco tempo, soube numa reunião entre americanos e ucranianos. 21:50 Estava de um lado da mesa sentado Marco Rubio, witcofic Kirchner. Marco Rubio estava a liderar as negociações e os seus 2 atores políticos, os 2 camaradas políticos, estavam ambos com ar de caso, muito preocupados porque Marco Rubio estava a conseguir dialogar com os ucranianos. 22:10 Os negócios não se fazem com a Rússia conseguindo aproximar os Estados Unidos da Ucrânia. É precisamente necessário a fazer se um afastamento e um distanciamento político e institucional. Dos Estados Unidos da América da Ucrânia, para que se possa de facto conseguir materializar negócios com a Rússia. 22:28 Eu espero estar verdadeiramente enganado e não ser surpreendido pela pela realidade dos factos daqui a mais uns meses, porque se de facto os Estados Unidos da América celebrarem acordos económicos com o grande estado agressor do século 21, então isso vai certamente levar a grandes tensões no seio da Aliança. 22:50 Pessoa 2 Atlântica na nato. A Europa ainda conta para este campeonato. 22:53 Pessoa 1 A Europa que conta sempre este campeonato, a Europa o que não tem. E a pergunta está bem colocada, a Europa, o que não tem é a expressão militar. E no novo século 21, no novo século 21 ou na partida para o segundo quartel do século 21, a força militar e a expressão de do monopólio da violência, eu hoje tão ou mais importante que o controlo e influência económica e financeira. 23:16 Deixámos de falar sobre competição de do bloco europeu do motor europeu com a China e com os Estados Unidos. Passámos a falar da preparação da Europa para a guerra. Isto tem que preocupar garantidamente todos aqueles que que estão envolvidos na política, todos aqueles que estão envolvidos profissionalmente no setor da da informação e da comunicação, porque aquilo que as pessoas querem saber, aquilo que o que o mundo do eleitor quer saber é o que é que vai acontecer amanhã. 23:44 Tenho um negócio, tenho investimentos, tenho empresa, tenho colaboradores, tenho que pagar salários, vamos ter garra amanhã, porque senão não, não farei determinado tipo de investimentos. E isso para as pessoas querem saber e as pessoas querem saber. O que a união europeia oferece é 1 + 1 camada de proteção face àqueles que não fazem parte da união europeia. 24:01 A nato também oferece uma camada de proteção acrescida. A Irlanda, por exemplo, faz parte da união europeia, não faz parte da nato. No entanto, quem conseguiu ver à distância o perigo que se. Que começava a emergir por parte no leste, por parte da Rússia e por parte da China e do seu bloco de aliados. 24:20 Entendeu que era necessário dar um passo em frente na integração na nato e teria custos estratégicos para estes 2 estados. Estou a falar da Finlândia e estou a falar da Suécia, que estrategicamente e de forma histórica. Sempre quiseram ser estados neutrais e que, embora estados da união europeia, não eram estados da nato. 24:40 Pessoa 2 E, no entanto, mudaram a sua posição. 24:41 Pessoa 1 Mudaram a sua posição face ao reposicionamento estratégico e à abertura e demonstração e transparência deste deste novo imperialismo russo. E o que é interessante é que a própria Suíça pensa neste momento. Começaram a fazer algumas consultas parlamentares sobre aquilo que seria a necessidade da Suíça um dia. 25:02 Entrar e aderir à nato. Portanto, o mundo está a mudar e os países tradicionalmente neutrais compreendem que existe uma ameaça e que a força é resultado de um coletivismo integrado de um concerto de nações que se estão a preparar para defender as suas sociedades. 25:19 Mas existem outros perigos, e os outros perigos dizem respeito ao tipo de governos que vamos eleger no futuro, se forem governos que emitam e copiam o modelo Maga na Casa Branca. Então teremos na Europa governos que vão preferir defesas nacionais em prol daquilo que é uma defesa coletiva. 25:39 Mas isto tem um custo económico que um estado como Portugal não pode suportar. Portugal faz por algum motivo. Durante o estado novo, Portugal aderiu imediatamente à nato como membro fundador, porque nós sabíamos, Salazar sabia. Que havia uma necessidade imediata de Portugal assegurar uma posição no concerto das nações que querem que se querem defender contra os novos imperialismos. 26:01 Pessoa 2 Ainda por cima, Portugal, com um mar que tem o tamanho que tem, nós estamos a olhar para leste, mas de facto, hoje com no mundo global, na realidade não há Fronteiras e, portanto, nós temos que defender esta parte. É a nossa, faz parte do nosso, do nosso trabalho, do nosso papel. 26:15 Pessoa 1 EE Portugal tem aqui uma missão, Portugal é um, é um, é um estado oceânico e tem que garantir. Que grande parte da sua plataforma continental e que grande parte do seu triângulo estratégico está defendido de ameaças futuras, ameaças ao nível do mar, ameaças subaquáticas, ameaças no seu espaço aéreo. 26:34 Porque Portugal não? 3 defesas quando quando falamos destas questões da política e da defesa nacional e da defesa coletiva da Aliança Atlântica, algumas pessoas esquecem e ignoram que Portugal, de facto, é um país Atlântico. E como é um país Atlântico, temos que não podemos ignorar os portugueses na madeira. 26:51 E os portugueses Na Na região autónoma dos Açores? E isto é fundamental, porque se Portugal quer de facto defender a sua soberania, tem que ter plataformas no mar com competentes e com marinheiros e soldados treinados para conseguir executar todo o tipo de missões. 27:08 Portugal deu agora um passo tremendo, fruto daquilo que é um mecanismo de investimento na defesa patrocinado pela união europeia e não pela nato. E, portanto, quando me pergunta, a união europeia ainda é relevante? Não tem poder militar, mas tem um poder económico que pode ajudar as nações a investir na sua defesa. 27:25 Portanto? Resposta afirmativa, sim. A união europeia é fundamental e Portugal, com acesso ao programa safe, teve agora direito a 5.8 1000 milhões de euros. A um acesso a um crédito, teremos que o pagar, mas uma taxa de juro muito abaixo do mercado, e isto é fundamental. 27:43 Olhe o orçamento para a defesa, em média são 4000 milhões de euros. Tem dado a crescer, embora durante 10 anos tivesse a decrescer, e 4000 milhões de euros. É muito dinheiro e nós vamos ter acesso a quase +6000 milhões este ano. 28:01 O que Portugal fez e o que o Ministério da defesa fez foram estudos de gabinete com indústrias, estudos que começaram em julho deste ano para preparar aquilo que eram as propostas das indústrias. Mas isto também tem tem uma questão interessante, não bastam ser uma indústrias quaisquer, tem que ser indústrias da própria união europeia. 28:18 Porquê? Para promover a criação de capacidades multinacionais para promover o mercado de armamento e o mercado tecnológico intra europeu. E para começar a dar o tiro de de partida aquilo que tem que ser uma competição da base industrial militar aos Estados Unidos da América. 28:38 E, portanto, quando falamos de uma Europa preparada, uma Europa não lhe chamaria militarizada, mas uma Europa mais poderosa do ponto de vista militar do que há uns anos atrás. Não nos podemos esquecer do efeito estratégico que isso poderá ter nos Estados Unidos da América. 28:54 Estivermos a falar de um Estados Unidos da América liderado por um republicano moderado. Um profissional, alguém com escola política ou por um democrata moderado? Não temos nada a Temer. Mas se continuarmos nesta senda da dinastia Donald Trump, então essa próxima dinastia, esses próximos herdeiros de Donald Trump, provavelmente vão ver uma Europa mais poderosa do ponto de vista militar. 29:21 Não como um aliado, mas como um competidor direto. 29:24 Pessoa 2 O que é capaz de não ser também uma boa notícia neste? 29:26 Pessoa 1 Neste bloco, isto não é necessariamente desejável. 29:28 A desinformação como arma estratégica e a resiliência civil Olha, uma das coisas que eu que eu tinha trazido para esta conversa é falarmos da propaganda, daquilo que acontece sempre quando há estes choques, sejam guerras, sejam o que for. Porque a minha sensação é que hoje em dia, no mundo em que nós temos, no mundo das redes sociais, a propaganda já quase não precisa de mentir. 29:46 Só precisa de organizar os factos e dar uma determinada. A matriz de ângulo para conseguir inclinar Oo campo a seu favor. A propaganda é levada tão a Sério como a compra de um Submarino ou a organização de umas forças armadas. 30:04 Pessoa 1 Não, não é do meu ponto de vista. Não é porquê? Porque não fechamos o seguinte, vamos ver isto do ponto de vista da educação. Porque a comunicação tem muito a ver com a educação e a propaganda também tem que ver com a educação. 30:22 Nós, quando treinamos forças armadas, estamos a treinar as forças armadas com base numa ideia do nosso inimigo, do nosso adversário, a ameaça. Ou seja, para se treinar forças armadas devemos conhecer quem é o inimigo, quais são as nossas armas de guerra, qual é a nossa doutrina, qual é a nossa estratégia. 30:40 Portanto, conhecemos o mundo, conhecemos o mundo, que que que é bem, que é bem plausível. Mas quando nós falamos da ausência de uma ameaça bem definida, então nós não podemos treinar ninguém, nós temos que conseguir educar. 30:57 E, portanto, por isso é que eu digo que nós treinamos as nossas forças quando conhecemos o inimigo, mas nós somos obrigados a educar as nossas forças para nos protegermos de um inimigo que ainda não conhecemos. E como é que isso faz? E a propaganda é precisamente esse. O problema é. 31:13 Algo que a sociedade civil trabalhou no passado é algo para o qual as sociedades estavam preparadas para lidar ideologicamente com propaganda soviética, comunista e que hoje as sociedades não estão preparadas. Aliás, alimentam se da propaganda que é gerada artificialmente para atingir um objetivo, dividir, criar clivagens sociais. 31:36 E promover o caos político. 31:38 Pessoa 2 Isso não é um acidente. O que tu estás a dizer é que isso é uma estratégia. Acontece. Há um desenho de uma propaganda que tem como intenção criar uma divisão, imagino que nas sociedades ocidentais modernas e democráticas. 31:51 Pessoa 1 Sim, e normalmente isto é promovido por grupos de interesse, atores estatais ou não estatais. Isso quer dizer que vem de agências. De informações estratégicas que com compilam este tipo de de materiais e subcontratam empresas para injetar certas narrativas. 32:09 As narrativas são estudadas certas narrativas em determinadas plataformas sociais para atingir. Certas classe etárias para atingir certa população, população que fala português ou população que fala castiano ou outra coisa qualquer e, portanto, existem narrativas com objetivos concretos. 32:27 Não se faz por acaso no que diz respeito ao combate a este tipo de desinformação. 32:33 Pessoa 2 Como é que se faz? Qual é a vacina? 32:34 Pessoa 1 Esse combate tem que ser feito pela educação direta das forças armadas, da população AEOA criação de resiliência nacional advém necessariamente da criação de uma ideologia de. Deputado, onde as pessoas compreendem que são tanto um ator como um alvo de desinformação externa? 32:52 A Singapura, a Suíça, a Finlândia, a Suécia, a Dinamarca e a Noruega e a Estónia desenvolveram conceitos de defesa total para proteger o estado, mas acima de tudo, a população de ameaças civil visíveis defesa civil. 33:10 EEE. 33:10 Pessoa 2 Fazendo o quê e? 33:11 Pessoa 1 Potenciação e potenciação daquilo que são os os assades de um estado. O objetivo aqui é declaradamente assumir que um determinado estado está sob ataque. Ataque esse que não é visível, está na, na, está na, no domínio cognitivo e que as pessoas têm que compreender que determinado tipo de narrativas existem para promover a falta de apoio entre o eleitorado e os seus governantes. 33:37 Para promover a discórdia entre os valores nacionais de um determinado estado e precisamente para semear o caos. E esse caos é operável, porque quanto mais dividido estiver a Europa, mais fácil será um grande potentado militar atingir os seus objetivos através de anexações ilegais. 33:56 Pessoa 2 Dividir para reinar. 33:57 Pessoa 1 Dividir para reinar. 33:59 Pessoa 2 Olha, nós estamos numa olhamos por um lado, para para a guerra enquanto militar, tanques, aviões, submarinos, por aí fora. Mas hoje é um conceito da guerra híbrida. É, é guerra híbrida, é o quê? Inclui esse, inclui essa, esse tipo de guerra de informação, inclui ataques informáticos do que do que é que estamos a falar? 34:18 Pessoa 1 Esse é um tema muito interessante, eu eu fiz um doutoramento precisamente sobre esta, sobre esta área, e embora eu não possa falar muito sobre sobre ela. Porque existem aqui questões que são um bocadinho mais técnicas e mais e mais sensíveis. Acima de tudo, a guerra híbrida da forma como nós a conhecemos. 34:36 Porque não está escrito em Pedra, ou seja, não, não há uma definição fixa. Estas. 34:42 Pessoa 2 Qual é a tua? 34:43 Pessoa 1 Tendem a mudar o que? O que é de conhecimento académico é de que a guerra híbrida é uma fusão entre 2 formas de guerra, a guerra convencional. A guerra entre exércitos e as guerras assimétricas e as guerras assimétricas são guerras de guerrilha, guerra com envolvimento da desinformação do ciberespaço, guerras que contornam exércitos para atingir o que nós chamamos o coração e as mentes dos próprios estados. 35:16 E quem é o coração e as mentes dos estados é a própria população, é o centro de gravidade de uma nação, é a sua população, e portanto, a guerra híbrida tem estas capacidades. É mutável, é mutável na sua forma de guerra, na sua gramática, utiliza diferentes instrumentos de poder para atingir os seus objetivos, mas é extraordinariamente difícil de se de se conseguir gerir. 35:37 O planeamento não é linear, requer múltiplas iterações ou requer múltiplas formulações, requer diferentes atores envolvidos. Que quer redes de sabotagem. O que se passa na Polónia é é um é um dos domínios de guerra híbrida também. 35:52 E a grande dificuldade para um analista ou para um planeador é conseguir identificar uma determinada atividade de sabotagem da desinformação de de, por exemplo, de de destruição de infraestruturas críticas através de detonações ou ou por via de de hacking. 36:13 Como uma atividade associada a uma campanha de guerra híbrida. Na minha perspetiva, a guerra híbrida não pode ser uma fusão de 2 guerras, porque eu sou um closeviciano puro e em closevitse, acredita se que a natureza da guerra é eterna e portanto, se é eterna, não pode haver 2 naturezas, existe só uma natureza. 36:32 E essa natureza de que guerra é guerra e a e a verdade é que a guerra híbrida pode ser mais do que aquilo que nós pensamos. Pode ser precisamente uma interpretação newtoniana que nós, seres lineares, fazemos sobre algo que é extraordinariamente complexo, que, embora tenha sido desenhado e orquestrado, pode não necessariamente dizer respeito direto àquilo que nós estamos a observar, porque um planeador só pode observar os seus efeitos, não sabe, sem observação direta, se uma campanha de guerra híbrida está a acontecer ou não. 37:05 Podem, através de mapeamento, conseguir identificar contornos de uma guerra híbrida? Não temos. 37:09 Pessoa 2 Radares para isso e nós? 37:11 Pessoa 1 Não temos radar para isso, para isto, porque para já não temos uma compreensão total sobre aquilo que é o que não é a guerra híbrida. Existem múltiplas interpretações e o grande desafio aqui é encontrar uma que satisfaça todos os requisitos e que consiga ajudar o planeador e as nações que estão mais importante. 37:31 A travar os efeitos da guerra híbrida. E isso só se faz numa não não entender de uma forma a criação de imunidade de sistema, ou seja, a criação a perceção pública real de que este tipo de ameaças existem, quais são os seus domínios, quais são as suas valências tradicionalmente, com que tipo de gramática é que apresentam e como é que elas se apresentam? 37:53 E depois, o que é que cada população, o que é que cada nação tem que fazer para a combater? Portanto, e a nato e a união europeia celebraram de forma conjunta porque isto é também uma é uma ameaça política e militar. Criaram um centro de excelência no estudo da guerra híbrida em Helsinki e na Finlândia. 38:10 E porquê na Finlândia? Porque Finlândia, antes de de 2014, estava na linha da frente as ameaças híbridas vindas da Rússia, portanto, aquilo que é o os moldavos. Os georgenos EAE, os ucranianos sofreram a Finlândia o convívio com essa realidade desde o início do século 20 e, portanto, é compreensível que tenha sido em Helsinki. 38:32 Mas estes centros de excelência multiplicam se porque as ameaças são cada vez maiores e são tão vastas que são necessárias várias equipas de pessoas, de economistas, atores políticos a diplomatas, a militares, para se conseguir compreender todos os contornos. 38:47 É, de facto, uma grande ameaça e é certamente um grande desafio. Para este século e para as próximas décadas? 38:53 Os exercícios militares da NATO e a ativação do Artigo 5 Há uma curiosa expressão, não sei se curiosa desgraçada, depende de ir me aste que são jogos de guerra, que é quando, por exemplo, no nato, não só se juntam forças multinacionais, vai tudo para um palco real ou imaginário de ir me aste tu combater um determinado inimigo. 39:13 O que é que acontece no nos jogos de guerra? Estou a perguntar te porque tu acompanhas muito de perto este? Este tipo de de atividades de treino militar que é disto. 39:23 Pessoa 1 Que estamos a falar eu, eu, eu já há alguns anos que acompanha os jogos de guerra da nato. EE é público, portanto, não, não vou fazer grandes revelações. 39:32 Pessoa 2 E podes partilhar o que é que tu fazes, qual é o que é, qual é o teu papel? 39:35 Pessoa 1 Eu, eu, portanto, eu integrei o joint workfer center em 2015 e desde 2015 que tem estado envolvido com os com os grandes exercícios estratégicos multinacionais de alta visibilidade da nato. E tive o privilégio de poder ser o autor político e estratégico de um grande exercício que foi, na altura, em 2017, considerado o maior e a mais desafiante exercício de sempre da nato, o Trident chavalin 2017. 40:07 E a nossa, a nossa necessidade e a nossa função e a nossa missão era oferecer ao, portanto, a nossa, a nossa audiência, que estava em treino, ao nosso training audience. Um desafio extraordinariamente complexo que treinasse uma série de requisitos que os obrigasse a pensar de forma crítica e a solucionar os problemas operacionais que estariam montados à à sua espera. 40:30 Os exercícios fazem se de forma por simulação em computador ou de forma com fogo vivo. Portanto, temos os CPXE, os livex e a verdade é que. Ao longo dos últimos anos, assistimos a um aumentar da frequência dos exercícios militares da nato, mas também há um aumentar da graduação do próprio exercício. 40:56 São cada vez mais complexos e mais desafiantes, uns a seguir aos outros, quase de forma exponencial, porque desde 2014, com a invasão da Crimeia, que a nato, a Aliança Atlântica e as nações acima de tudo das nações. 41:12 Parece terem acordado para para 11 Mundo Novo, do qual não estariam à espera. 41:16 Pessoa 2 Isso pode ser uma preparação para uma guerra real? 41:19 Pessoa 1 E os exercícios normalmente são feitos para capacitar as nações para treinar os próprias operacionais que estão sentados nos diferentes comandos da nato. Para garantir que num dia em que o artigo quinto seja. 41:32 Pessoa 2 Ativado, o artigo quinto diz que? 41:33 Pessoa 1 O artigo quinto é a forma como a nato se defende, é o é a grande, é a grande fórmula do tratado do Washington e diz que o ataque contra um é um ataque contra. 41:44 Pessoa 2 Todos ou obriga, portanto, a uma, a uma resposta, a. 41:46 Pessoa 1 Resposta de todos, mas só posso ser ativado por consenso. Isso foi ativado uma vez na história foi ativado depois do 11 de setembro e a pergunta fica, quem é que ativou o artigo quinto? É quando o ataca. As Torres gémeas não foram os Estados Unidos. 42:00 Pessoa 2 Não foram os estados. 42:01 Pessoa 1 Unidos foram os Estados Unidos, não é segredo, mas quem ativou o artigo quinto foi o conselho do Atlântico norte, de forma consensual. 42:08 Pessoa 2 Do lado de cá? 42:09 Pessoa 1 Foram foram todos os membros da nato que em 2001, de forma solidária, a ativar o artigo quinto em vez dos Estados Unidos. Porquê? Por uma questão de comunicação estratégica, por uma questão de postura. Estratégica, os Estados Unidos não queriam dar o flanco fraco, embora fossem atacados no coração económico do seu estado. 42:29 Não quiseram dar o flanco fraco, não queriam mostrar mais fragilidade. 42:34 Pessoa 2 Pedir ajuda no fundo aqui aos europeus deste. 42:36 Pessoa 1 Lado e não iriam pedir ajuda. E, portanto, o que a nato fez que naturalmente que existiram negociações e conversações para isto à porta fechada? O que Oo que a nato fez foi utilizar o seu concelho máximo, o concelho do Atlântico norte, para fazer esta esta ativação e portanto, quando falamos destes articulados e quando falamos destes posicionamentos da nato, a nato e as suas nações são obrigadas a exercitar aquilo que são as suas diferentes capacidades em diferentes missões e operações. 43:05 E neste momento os exercícios contemplam praticamente toda a Geografia aliada toda a Geografia aliada, portanto, quase desde o havai. Até ao flank leste, com a Rússia e a são cada vez maiores e mais exigentes. 43:20 E isso obriga também a uma exigência por parte de quem treina, de de quem desenvolve os exercícios, de quem treina e de quem os executa. E à medida que avançamos, estes são exercícios cada vez mais definidores de postura estratégica da Aliança Atlântica. 43:36 Porque é que isto é importante, Jorge, porque no final de contas, todas as nações que querem mostrar dissuasão. Têm que mostrar que fazem os seus exercícios com competência todos. 43:47 Pessoa 2 Isto é uma prova de força, é EEEE. Os outros atores internacionais estão a pensar na China, na Rússia. 43:54 Pessoa 1 Todos observam, estão todos a observar EE são avisados que os exercícios vão acontecer. São avisados, são todos avisados. 44:00 Pessoa 2 É a guerra do seu lado, não? 44:01 Pessoa 1 Têm que têm garantidamente que ser avisados porque movimentações de tropas em continente europeu pó? Movimentação de tropas Russas para a para a Fronteira com a Europa. 44:10 Pessoa 2 Só podem ser uma ameaça. 44:11 Pessoa 1 São consideradas imediatamente uma ameaça e isso vai obrigar a mobilização de forças de reação rápida da nato e mobilização dos exércitos nacionais. E, portanto, os exercícios são anunciados, são planeados e os russos comprometem se a fazer o mesmo. Os exercícios à PAD russos, que acontecem de 4 em 4 anos, também foram anunciados aos países da nato. 44:31 Toda a gente sabia que este exercício iam acontecer, os exercícios que levaram depois. À ao blitzkrieg e à invasão. Em 2022, foram comunicados aos parceiros internacionais da Rússia. Mas quando a monitorização a essas mobilizações Russas começaram, identificou se imediatamente que o tipo de mobilização não era condizente com aquilo ou não estava de acordo com aquilo que se veria. 44:57 Um exercício militar puro e duro seria algo mais com o exercício militar, portanto, começaram as dúvidas e começaram as. 45:03 Pessoa 2 Dúvidas olha o que é que? É um cenário impossível de treinar. 45:10 Pessoa 1 Aparentemente é um cenário onde a nato perde. Isso é extraordinariamente difícil de se treinar. É curioso porque eu vejo mais valias quando os quando as audiências, os soldados, os comandos, porque é o que nós estamos a treinar. 45:29 São comandos e não e não soldados. Quando perdem um cenário muito exigente, mas politicamente, a perda de um exercício de guerra tem custos políticos, tem custos políticos, tem custos para o para a hierarquia e para o comando e controlo de uma de umas forças armadas. 45:46 Pessoa 2 Portanto, quando se tenta fazer determinada coisa e é tão difícil que se chega à conclusão de que aquela unidade, aquele departamento, aquela determinado exército, não consegue resolver o problema. 45:56 Pessoa 1 Esse normalmente, esse tipo de esse tipo de de vinhedos são normalmente ignorados ou ultrapassados. Porque a tentativa de aceitação, de incapacidade para resolver um determinado cenário de uma grande ameaça, quase impossível de se resolver, não é aceitável do ponto de vista político. 46:16 Os exercícios são feitos para treinar, não são feitos para que a nato falhe. No entanto, existem várias Correntes metodológicas que veem grande valor e valor acrescido e também vejam. Quando um estudante, quando um soldado, quando um comando não consegue ultrapassar o desafio que que lhe é proposto, porque não está capacitado para isso ou porque, de facto, é demasiado exigente. 46:39 Pessoa 2 Aprender com os erros, aprender. 46:41 Pessoa 1 Com os erros, e isso é algo que a este nível de grandes exigências, de grandes demonstrações de poder, onde todos os observadores estão atentos. É algo que as nações ainda não estão preparadas para fazer, mas existem outras formas de fazer este tipo de exercício, de se fazer este tipo, de retirar estas mais valias. 47:00 A verdade é que nem os chineses nem os russos também perdem os seus. Os seus exercícios de guerra ganham sempre. Portanto, faz parte do cenário e faz parte do desenho institucional que foi criado, o batok. 47:11 Pessoa 2 Que faz parte da retórica, é assim que funciona. 47:14 A retórica nuclear e a dissuasão no cenário geopolítico E eu estava a pensar especificamente na ameaça nuclear. Isto, género de exercícios treina também. O uso e a resposta a ataques nucleares sim. 47:26 Pessoa 1 Embora não sejam tão comuns quanto os exercícios de comando que são feitos, existem exercícios de que, especialmente no diz respeito ao planeamento do grupo militar e a ou o planeamento do grupo nuclear, e, portanto, são são sempre executados e na verdade são mais revistos agora do que no passado, porque a ameaça nuclear é agora algo que se utiliza com com tanta leveza. 47:51 Mas na comunicação pública entre diferentes estados, nós recordamos bem as palavras de Medvedev quando diz claramente se os europeus assim o desejam, a Rússia está preparada para a guerra nuclear e, portanto, este tipo de retórica não deveria existir. 48:07 No passado, era evitável. Ninguém falava sobre ameaças nucleares. Era uma conversa que, embora toda a gente reconhecesse a ameaça e a minha, a ameaça é incrível, não era algo que fosse utilizado. Com tanta leveza. E agora, infelizmente, chegamos ao ponto onde armas nucleares táticas são colocadas na Fronteira com a Polónia, nomeadamente na Bielorrússia, onde a retórica nuclear aumentou e onde aumentou também, claro, o medo e a coerção daquilo que poderá ser uma guerra nuclear, e por isso o treino tem que ser feito, mas não do ponto de vista da destruição nuclear. 48:48 A nato não tem qualquer tipo de pretensões de guerra nuclear. Aliás, é precisamente o oposto. A nato tem como objetivo travar qualquer guerra, qualquer guerra de agressão. 48:58 Pessoa 2 Dissuasão. 48:59 Pessoa 1 Não travar guerras de agressão através da sua dissuasão. E a guerra nuclear não chama se guerra nuclear, mas não é uma guerra. O elemento nuclear aqui é uma arma política. Não deve ser utilizada nunca em guerra e a própria forma de se fazer a defesa contra este tipo de empenho de de armas se atacada se o. 49:24 Portanto, se a nato ou os territórios da nato forem atacados com uma arma nuclear, a resposta a esse ataque não é ele nuclear, é uma resposta convencional. E porque é que isto foi desenhado desta forma? Porque durante os anos 50 e durante durante os anos 60. 49:41 A resposta a um ataque nuclear com outro ataque nuclear levaria à Escalada do da ameaça nuclear e potencialmente à materialização de um cenário de destruição mútua. E o objetivo foi sempre fazer a redução da ameaça nuclear, nunca potenciando atingir um cenário de destruição mútua. 49:59 Então os vários países aliados resolveram reformar a própria doutrina nuclear. Para respondendo a um ataque nuclear com um ataque convencional, tentando quebrar aquilo que era a iniciativa nuclear de um estado agressor. Mas se o estado agressor continuasse a utilizar e empenhar armas nucleares, então a resposta por fim já não seria uma resposta convencional e, portanto, o objetivo aqui é que a resposta seja flexível e que seja ponderada e que não nos leva todos para o abismo, mas uma nação que decide empenhar uma arma nuclear contra um estado não agressor, decidiu. 50:35 E solou o seu destino. 50:37 Pessoa 2 Hum, achas que o uso de uma arma tática nuclear num sítio muito específico é uma possibilidade real? 50:46 Pessoa 1 Claro que é, especialmente se for uma arma de hidrogénio. Se for 11 bomba de hidrogénio não tem radiação, a explosão e a detonação. A destruição é pela pressão do do do movimento do ar. Não existe radiação porque não é uma arma de de fusão. Mas isso não quer dizer que seja passível do seu do seu empenho. 51:04 O objetivo é anão utilização de armas nucleares. A utilização deste tipo de armamentos vai levar imediatamente a uma resposta muito agressiva por parte de todos os estados, estados esses que pertencem à nato e potencialmente vai arrastar para o conflito de estados que não pertencem à nato e que não estão envolvidos no conflito. Porque aquilo que pode acontecer num estado é um descontrolo político, emocional, de uma de uma grandeza de tal ordem. 51:25 Que já deixam de existir limites a este empenho e a esta utilização. Um estado que empregue armamento nuclear é um estado e um governo que já não pode estar sobre sobre, já não pode liderar um determinado uma determinada nação é deve ser removido. 51:38 Pessoa 2 Rapidamente é um ato irracional no. 51:40 Pessoa 1 Fundo é um ato de irracionalidade política. E eu não creio que a Rússia, neste momento, se veja obrigado, obrigado a uma coisa dessas. Pelo contrário. O que a Rússia quer fazer é garantir que atinge todos os seus objetivos. De forma não. Nuclear de forma não violenta, não violenta, tentando não provocar aquilo que é uma Europa ainda um pouco adormecida, mas tentando atingir os seus objetivos, fazendo a guerra ou levando a guerra até outras paragens a estados que não têm a capacidade de reação, como têm a Europa. 52:14 Uma guerra, como aconteceu entre a Rússia e a Ucrânia, se acontecesse entre a Rússia e a Europa, seria francamente muito diferente. Especialmente porque os europeus, em comparação com os russos ou em comparação com os ucranianos, conseguiriam garantidamente fazer 11 controlo do espaço aéreo EE garantir um controlo aéreo e, portanto, operações terrestres com supremacia do ar são muito diferentes de operações ucranianas sem suplomacia de força aérea, os caças f 16 que estão na linha da frente. 52:46 Os caças f 16 que foram entregues à Ucrânia não estão na linha da frente. Porque os sistemas de defesa antiaérea russos protegem as forças e protegem o posicionamento russo em pokrossky na e na restante linha da frente e, portanto, não me permita que a força aérea ucraniana possa voar em em Liberdade e em segurança para atingir os seus alvos. 53:06 Pessoa 2 Se isto é preocupante, se até agora nós tínhamos estado dos nucleares, os Estados Unidos, a Rússia, a China, mas subitamente a Coreia passou, a Coreia do do norte passou a ser um estado nuclear, o irão, provavelmente também há um conjunto. De países aqui à volta, olho sempre para os indianos e para os paquistaneses. 53:24 Que voltem a meio esses anguam nas suas Fronteiras. Isto cada vez quanto mais salarga este leque, mais difícil de nós podemos controlar esse. 53:32 Pessoa 1 Fator? Absolutamente, absolutamente. E quem controla este fator são aqueles que ainda têm monopólio da violência mundial, os Estados Unidos da América. Quando deixarem de ser os Estados Unidos da América e passar a ser outro grande patrocinador, outro grande big Brother? Então, esse controlo e essas relações de interesse vão ser reformuladas e só Deus sabe o que é que poderá acontecer. 53:53 A verdade é que os ucranianos estão muito atentos àquilo que é o poder da dissuasão nuclear. Mas os russos também. Por algum motivo, os russos em 2009, estavam tão interessados em remover aramamente nuclear da Ucrânia sabendo que poderiam ser utilizados como um mecanismo de dissuasão aos seus interesses. 54:10 Passados quase 15 anos e, portanto, é óbvio. Que a Ucrânia, que tem uma larga experiência com a indústria de energia nuclear, garantidamente que já pensaram que a arma nuclear poderia ser um, garante. 54:27 Pessoa 2 De paz, portanto, não tem uma limitação tecnológica porque o sabem fazer. Obviamente é apenas 11. Limitação política. 54:36 Pessoa 1 Uma limitação política que os Estados Unidos dificilmente aceitariam, que a Rússia nunca aceitaria. A Rússia nunca aceitaria. Seria, aliás, precisamente contra ele. Seria motivo de maior, de maior expressão militar se a ukremlin de conseguisse atingir maturidade deste tipo de armamento. 54:55 Porque não basta desenvolver a ogiva, é preciso garantir que funciona, é preciso garantir que os testes foram todos feitos. Olhe se o irão, com tanta experiência nuclear, não a desenvolver um a tempo antes de de fora dele ter sido bombardeado e portanto, tudo isto leva muito tempo e dá muito nas vistas. 55:11 É difícil fazer isto em segredo. Para ser Franco consigo. No entanto, existem ainda aqui algumas questões que dizem respeito à multiplicação. Jorge como falavas do atores do clube nuclear, que são 9 EEA forma como rapidamente esta questão se pode descontrolar e, em boa verdade, à medida que a multipolaridade cresce, será cada vez mais difícil garantir que este tipo de armamento não cai nas mãos erradas. 55:37 E enquanto que irem em estados organizados. Politicamente, ativos, tentativamente, democráticos, está tudo bem. O problema é quando este tipo de material cai em mãos de terroristas para a criação de bombas sujas que possam ser introduzidas em qualquer espaço populacional e detonadas com imensas, com imensas consequências para todos os estados e para todas ou para toda a população desse desse mesmo estado. 56:03 Pessoa 2 E isso torna isso mais difícil? 56:05 As lições da história e a defesa da democracia contra autocracias Olha, uma pergunta final para ti. Se tu fosses o negociador designado para tentar dar uma ajuda neste conflito Na Na Ucrânia de seguirias, porque via? 56:17 Pessoa 1 Essa é a pergunta menos simples delas todas, mas que? 56:21 Pessoa 2 Opções tem o negociador no fundo, é, é, é isto, num, num, num caso que é obviamente muitíssimo complexo. 56:27 Pessoa 1 Eu penso que tentando não dar uma resposta complexa, tentando simplificar aquilo que é extraordinariamente difícil. O que falta neste momento a todos? Aqueles que não são a Rússia é coragem. Há falta de coragem. Há falta de coragem por parte dos republicanos moderados americanos em combater aquilo que é uma expressão anacrónica de poder na Casa Branca. 56:51 Há falta de coragem dos governantes europeus que, sim, mostraram solidariedade e empenho e determinação na ajuda aos ucranianos. Mas a comunicação. Militar e a comunicação do poder faz se pela demonstração de plataformas de guerra, pela comunicação da mobilização dos dos diferentes exércitos, porque é uma comunicação que a Rússia compreende muito bem, se a Rússia encontrasse nos europeus e nos Estados Unidos da América uma consolidação estratégica e ideológica, um empenho. 57:34 Um empenho total de esforços na reconstrução da Europa, como potentado militar para ser para fazer face à posição da Rússia. Provavelmente as negociações seriam mais lineares, digo lineares, e não digo simples, porque elas nunca são simples, mas tentativamente seriam 2 grandes blocos, Unidos, preparados, equipados e treinados para conseguir dar uma luta e para conseguir dar um sinal de força. 58:04 Àquilo que neste momento faz pouco dos europeus, porque encontra mais fraquezas do que fortalezas e, portanto, como negociador. O objetivo não era negociar com o agressor neste momento, que o momento de fragilidade institucional, de fragilidade estratégica, é capacitar a Aliança Atlântica, garantindo que os europeus dão o próximo passo de coragem, especialmente naquilo que é a articulação da política com a defesa, que neste momento é um caso complicado. 58:33 Porque a defesa não dá votos e a lógica do eleitorado continua a ser soberano, vota se apenas e investe, se apenas naquilo que dá votos. Mas o futuro devia dar votos. E o futuro não é apenas feito de hospitais e de segurança social, é feita de estratégia e investimento em segurança social e em saúde, para mim e em educação, é tão importante quanto o investimento na defesa da sociedade. 58:59 E, portanto, capacitação dos europeus para mais tarde, numa posição de força, podermos garantir qu
Em Londres, a Ucrânia e os seus parceiros europeus vão olhar hoje para o plano de paz apresentado por Donald Trump e tentar encontrar novas formas para continuar a financiar o apoio a Kiev. O objectivo é tentar evitar a capitulação da Ucrânia às exigências russas. Os parceiros europeus vão voltar a reunir-se hoje, em Londres, com o Presidente Volodymyr Zelensky para analisarem os avanços do plano para a paz proposto por Donald Trump, mas também para encontrarem uma solução para o financiamento dos esforços - e possível reconstrução - de Kiev. A Comissão Europeia apresentou na quarta-feira uma proposta de empréstimos conjuntos dos países europeus tendo como garantia os bens russos, algo que parece não agradar à generalidade dos 27. Em entrevista à RFI, Sandra Dias Fernandes, professora no Departamento de Ciência Política da Universidade do Minho e especialista nas relações entre a Rússia e a União Europeia, explica que todas estas vias de negociações em curso actualmente, entre norte-americanos e russos, norte-americanos e ucranianos, e europeus têm de continuar e encontrar soluções militares e financeiras viáveis de forma a evitar "a rendição da Ucrânia". "A reunião de hoje em Londres tem por objectivo precisamente tomar conta desse plano, olhar para essa proposta. Este é um movimento indispensável: a diplomacia e o diálogo, já que sem isso não há qualquer perspectiva de acordo sobre o futuro da Ucrânia e, no imediato, o cessar-fogo. Por outro lado, há uma questão da posição de força nestas negociações. De facto, não adiantam muitas conversações se à volta da mesa os mais fracos não têm capacidade de criar a sua pressão. E porque é que os europeus e os ucranianos dialogam? É precisamente nesse sentido de poder colocar na mesa, efectivamente, recursos financeiros e militares que permita à Ucrânia simplesmente não aceitar uma rendição, que é isso que a primeira versão, que foi apresentada há três semanas apresentava", explicou a docente universitária. A Bélgica continua a opor-se a uma mutualização das garantias dos empréstimos europeus baseados nos cerca de 200 mil milhões de bens russos congelados na Europa, já que é uma entidade belga que tutela actualmente estes activos. Para o primeiro-ministro belga, Maxime Prévot, esta é a pior das soluções para financiar a Ucrânia já que é uma solução "que nunca foi tentada antes" e não se sabe como será recebida pelos mercados. Para além das questões financeiras, essenciais para a Ucrânia neste momento, há também a difícil questão da cedência de territórios por parte de Kiev. Este continua a ser o ponto de maior desacordo no plano elaborado pelos Estados Unidos da América, sendo que não só limitaria o território ucraniano como também permitiria apresentar o cessar-fogo - e possível fim da guerra - como uma vitória para Rússia. "O plano de paz, tal como ele foi apresentado pela administração americana e nós sabemos que foi um plano que foi a montante trabalhado com os russos e é um princípio básico em qualquer negociação, seja ela internacional, empresarial ou pessoal: quem apresenta a primeira versão de termos a ser negociados tem uma mão alta, ou seja, tem uma vantagem na negociação. É evidente que este plano de paz é altamente favorável a Putin. Dito isto, qualquer formulação do plano de paz é sempre uma oportunidade para o Kremlin, para os dirigentes russos, de apresentarem uma vitória ao seu povo. A forma como o sistema político funciona e a propaganda funciona. Putin tem sempre à sua disposição, em qualquer momento, a possibilidade de apresentar qualquer resultado como uma vitória para os russos, desde que, evidentemente não perca a Crimeia e não perca os territórios que já conquistou", concluiu a investigadora.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta quarta-feira (26/11/2025): O ministro Alexandre de Moraes, do STF, encerrou a ação penal que condenou o chamado “núcleo crucial” da trama golpista e definiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão, permanecerá na Superintendência da Polícia Federal no DF, onde cumpria prisão preventiva desde sábado. Em sessão extraordinária remota, também ontem, a Primeira Turma do STF referendou o fim do processo. Pela primeira vez na História do Brasil, um ex-presidente da República e oficiais-generais estão presos para cumprir penas que lhes foram impostas por tentativa de golpe de Estado. Com total discrição, todas as prisões foram realizadas pela PF poucas horas após a decisão de Moraes ser proferida. A exceção foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que está foragido, nos EUA. E mais: Economia: Senado aprova ‘pauta-bomba’ da aposentadoria de agentes de saúde Política: Alcolumbre impõe celeridade e marca sabatina de Messias para 10/12 Internacional: EUA e Ucrânia avançam em acordo de paz; Rússia ameaça rejeitar plano Metrópole: Faturamento anual do PCC passa de R$ 10 bilhões Esportes: Fifa define as regras para o sorteio e confirma Brasil como cabeça de chaveSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Neste episódio do "Expresso da Meia-Noite", a equipa debateu o impacto das sanções internacionais à Rússia, a evolução da guerra na Ucrânia e as hipóteses de uma solução diplomática, sublinhando as fragilidades e desafios da resposta europeia. O programa abriu com uma homenagem a Francisco Pinto Balsemão, ”o último grande patrão dos media”. Entre análises políticas e militares, destacou-se a necessidade de reforço europeu e a complexidade das negociações de paz. O episódio terminou com uma reflexão sobre o papel do jornalismo e uma nota de esperança para o futuroSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No Guerra Fria, Nuno Rogeiro e José Milhazes analisam o abalo na relação entre Donald Trump e Vladimir Putin, após declarações do ex-presidente norte-americano que surpreendem ao admitir apoio à Ucrânia na recuperação de todo o território perdido desde 2014, incluindo a Crimeia. Discutem-se as consequências para Moscovo, em crise económica e sob críticas internas, e o discurso de Lavrov na ONU, marcado por retórica da Guerra Fria e revisionismo histórico. O debate passa ainda pelos avanços lentos e recuos das tropas russas em Kharkiv e Donetsk, pela polémica acusação de drones húngaros em território ucraniano e pela crescente capacidade militar de Kiev. O encerramento de arquivos históricos na Rússia, as eleições na Moldávia sob suspeita de interferência pró-Kremlin e o envio de ajuda humanitária portuguesa para a Ucrânia completam a análise deste Guerra Fria de 28 de setembro, na SIC Notícias.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No Leste Oeste em podcast, Nuno Rogeiro analisa a pressão militar na Europa, com drones e aviões russos a testar a vigilância da NATO, navios suspeitos de lançar ataques sobre a Escandinávia, e revisita o impacto do caso Bosman no futebol europeu. A entrada da Suécia reforça a segurança atlântica, enquanto Japão e Austrália manifestam solidariedade ocidental. Na Ucrânia, a Rússia intensifica bombardeamentos, ao mesmo tempo que Donald Trump surpreende ao adotar uma posição pró-Kiev e admitir apoio à recuperação da Crimeia. No Médio Oriente, Trump e Netanyahu divergem sobre Gaza. Neste Leste Oeste de 28 de setembro, na SIC Notícias, Nuno Rogeiro observa ainda reaproximações entre antigos rivais, e comenta casos judiciais internacionais. O programa encerra com recomendações culturais, de livros a concertos e cinema.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Putin cooptou oligarcas, elevou o padrão de vida e montou uma ideologia nacionalista suficiente para unir o país. O resultado foi um país previsível, com política esvaziada e repressão seletiva — uma ditadura tácita que permite prosperidade a quem não desafia o Estado. Só que o pacto interno depende da promessa externa de grandeza: Geórgia, Crimeia, Síria e, por fim, a guerra total contra a Ucrânia. Com o conflito em impasse, inflação alta, economia subordinada ao esforço bélico e influência desgastada em outros tabuleiros, o equilíbrio de Putin parece cada vez mais de vidro.Neste vídeo, mostramos como essa “calma” foi construída, por que perder na Ucrânia é inaceitável para o Kremlin e qual é a linha vermelha que pode levar a uma mobilização mais ampla. Se pressionado, Putin tende a priorizar a guerra — mesmo ao custo da estabilidade que ofereceu aos russos.
A reunião desta segunda-feira, 18 de Agosto, na Casa Branca entre Zelensky, Trump e líderes europeus resultou em avanços diplomáticos. Donald Trump adoptou uma "postura errática" e centrada em prestígio pessoal, descreve a investigadora Sandra Dias Fernandes, enquanto Moscovo intensifica ataques para negociar com a força. Há sinais de abertura, mas a paz definitiva está distante e o risco de impasse permanece igual. A reunião que juntou esta segunda-feira, 18 de Agosto, na Casa Branca o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o Presidente norte-americano e vários líderes europeus foi apresentada como um passo em direcção à paz, mas acabou por revelar também contradições e incertezas. A pressão de Washington para acelerar um acordo de cessar-fogo com Moscovo incluiu a hipótese de concessões territoriais por parte de Kiev, rejeitada de imediato por Volodymyr Zelensky. Ainda assim, abriu-se a possibilidade de um encontro directo entre Volodymyr Zelensky e Vladimir Putin. Três anos e meio depois do início da invasão russa, a guerra na Ucrânia encontra-se numa encruzilhada: há sinais de reactivação da diplomacia internacional, mas o conflito mantém-se no terreno. Moscovo intensificou os bombardeamentos nas últimas semanas, mostrando que não pretende chegar às negociações em posição de fraqueza. Segundo a investigadora Sandra Dias Fernandes, do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, “percebem-se bem as condições de Putin e compreende-se a posição de Zelenskye e dos europeus, mas não se sabe o que querem afinal os norte-americanos”. Para a especialista, o grande problema reside na “liderança errática” de Donald Trump, que “muda frequentemente de opinião e de posicionamento desde que chegou ao poder”. Na sua perspectiva, Donald Trump não encara a integridade territorial da Ucrânia como um princípio central, mas sim como uma variável de negociação. “Para Donald Trump, o essencial é mostrar que consegue calar as armas. Ele quer apresentar-se como alguém capaz de pôr fim ao conflito rapidamente, chegando mesmo a ambicionar ser proposto para o Prémio Nobel da Paz”, sublinha a investigadora. A promessa inicial de resolver a guerra em 24 horas, recorda, “já foi dilatada várias vezes; primeiro para 100 dias, depois com sucessivos ultimatos a Putin, revelando uma diplomacia marcada mais pela vaidade pessoal do que por preocupações de justiça ou proporcionalidade”. A questão mais delicada das conversações prende-se com a possibilidade de cedências territoriais. A Rússia controla actualmente cerca de 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia. Para Sandra Dias Fernandes, trata-se de uma imposição de facto: “A Rússia controla hoje, pela força, territórios soberanos da Ucrânia. O que Zelensky poderá procurar é um cessar-fogo que aceite provisoriamente essa ocupação, tentando depois reconquistar esses territórios por via política.” Ainda assim, a investigadora considera perigoso que se aceite formalmente essa cedência: “Isso seria não apenas problemático para Kiev, mas para toda a ordem internacional. Legitimaria o uso da força para alterar fronteiras e abriria um precedente gravíssimo”. Entretanto, o Presidente francês procura reposicionar a Europa como actor relevante, defendendo uma cimeira em Genebra e insistindo em garantias de segurança sólidas para Kiev. Nesse campo, a especialista vê um contributo concreto dos europeus: “O que podem trazer de essencial é precisamente essa garantia. Quando as armas se calarem e a linha de combate for congelada, é preciso que a Ucrânia tenha meios para garantir que a Rússia respeitará o cessar-fogo. É aí que a presença europeia pode fazer a diferença.” Este reposicionamento é já, em si, um avanço. “Até Julho, Donald Trump já não escutava sequer a visão europeia sobre o conflito”, recorda a investigadora. “O facto de Zelensky ter conseguido trazer líderes europeus à Casa Branca e recolocar a voz da Europa na discussão representa um resultado diplomático relevante”. Enquanto se fala de negociações, Moscovo mantém ataques aéreos de grande intensidade contra várias cidades ucranianas. Para Sandra Dias Fernandes, esta atitude corresponde a uma lógica de pressão: “Os russos querem chegar à mesa das negociações na posição mais vantajosa possível. Não têm qualquer incentivo para parar a guerra antes de assegurar ganhos tangíveis no terreno. Continuar a bombardear a Ucrânia é uma forma de negociar sob coação”. Apesar das dificuldades, a investigadora admite que um cessar-fogo poderá ser alcançado, ainda que não num horizonte tão imediato como sugere Donald Trump. “Não me parece que um acordo definitivo de paz esteja próximo, mas é provável que um cessar-fogo venha a ser negociado. O progresso diplomático reside no facto de europeus e ucranianos voltarem a ser ouvidos em Washington”. Sandra Dias Fernandes destaca ainda a resiliência ucraniana: “Kiev tem reforçado a sua autonomia militar, nomeadamente com a produção de drones e de mísseis de longo alcance. Essa capacidade própria permite equilibrar, ainda que parcialmente, a insuficiência de ajuda externa. É um elemento que pode fortalecer a posição ucraniana nas negociações”. A reunião na Casa Branca mostrou que a diplomacia regressou ao centro do conflito ucraniano, mas também evidenciou fragilidades: Uma estratégia americana errática, a Rússia que só aceita negociar em posição de força e a Ucrânia obrigada a considerar soluções que põem em causa a sua soberania deixam o futuro em aberto. “Estamos num momento decisivo”, resume Sandra Dias Fernandes. “Há sinais de abertura diplomática, mas ainda não existem condições para uma paz duradoura. O risco maior é que estejamos apenas perante mais um impasse, como tantos outros destes últimos três anos”.
Trump pressiona Zelensky sobre Crimeia e territórios; ucraniano reage: 'Lutamos por nossa terra'. Em entrevista ao Washington Post, Moraes diz que não vai recuar 'nem um milímetro'. Caso Hytalo Santos: Pais de menores recebiam mesada de R$ 2 mil a R$ 3 mil. Protestos simultâneos de carroceiros interditam vias e causam engarrafamento no Recife e em Olinda; VÍDEO. Novo 'veranico' faz subir temperatura no país nesta semana; veja previsão.
Influenciador Hytalo é preso. Médica espancada por fisiculturista sofre com 'sequelas físicas' e começa a retomar a consciência, diz advogada. Desemprego cai em 18 estados brasileiros no 2º trimestre de 2025, diz IBGE. Esquema de corrupção envolvendo Marcelo Lima tinha celulares clandestinos e códigos em São Bernardo; entenda o funcionamento. Crimeia, Zaporizhzhia, Donbas: veja quais os territórios da Ucrânia que Putin exige para o cessar-fogo.
Na primeira edição deste boletim você confere:- Marcos do Val retorna ao Brasil e é abordado para colocar tornozeleira eletrônica;- Ataque ucraniano destrói caças em base russa na Crimeia;- Papa declara solidariedade por jovens em Gaza e Ucrânia durante missa para Jubileu dos Jovens.O Boletim Rádio Gazeta Online é um conteúdo produzido diariamente com as principais notícias do Brasil e do mundo. Esta edição contou com a apresentação das monitoras Beatriz Martins e Maria Eduarda Palermo, do curso de Jornalismo.Escute agora!
Carla Zambelli deixa o Brasil e diz que pedirá licença do mandato. Vídeo contradiz PM e confirma que jovem foi morta após ele dar coronhada no irmão dela e arma disparar. Após ataque de drones, Ucrânia ataca ponte da Crimeia com explosivos instalados debaixo d'água; VÍDEO. Maior associação de imigrantes de Portugal fala em 'estado de pânico' após anúncio de notificações para deixar o país.
A possibilidade de conflito entre duas potências nucleares nascidas da descolonização britânica, Índia e Paquistão, está levantada. É importante que alguém – interno ou externo – possa impedir uma guerra. Enquanto isso, os EUA e a Ucrânia voltam a jurar amizade eterna, depois do acordo de cooperação económica, da criação do Fundo de desenvolvimento e da retomada da ponte aérea de fornecimento de armas, agora pagas, não doadas. Quais as consequências desta aliança no tabuleiro geopolítico? Ouça a versão podcast do programa Leste Oeste de Nuno Rogeiro, emitido na SIC Notícias a 4 de maio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta sexta-feira (25/04/2025): O governo suspendeu os descontos feitos por associações e sindicatos em aposentadorias e pensões pagas mensalmente pelo INSS. A decisão ocorreu um dia após a PF e a CGU deflagrarem a Operação Sem Desconto, sobre desvios que podem ter chegado a R$ 8 bilhões. A ação levou à demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Ele assinou um documento em março do ano passado eximindo o órgão de responsabilidade sobre os descontos indevidos. O texto trazia ainda medidas que se mostraram ineficazes na contenção de irregularidades. As fraudes dispararam na gestão dele. Procurado para explicar a instrução normativa de março de 2024, o INSS não comentou. E mais: Política: Motta adia análise de urgência da anistia; PL e Novo ficam isolados Economia: Dívida pública deve alcançar R$ 10 tri Metrópole: PM de SP compra coletes à prova de balas de modelo reprovado em 1º teste Internacional: Trump critica Putin após ataque a Kiev, mas não muda proposta de paz See omnystudio.com/listener for privacy information.
Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta a chegar ao topo da Igreja Católica e, a par do seu humanismo e progressismo, levou até ao Vaticano uma visão do mundo vinda das “periferias” – da fé, da sociedade e também das geográficas, do que hoje se chama de Sul Global. Poucos dias após a sua morte, aos 88 anos, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar discutem o seu legado, o seu “exemplo”, os debates “impossíveis” que começou na Igreja, mas também o seu posicionamento controverso sobre a invasão russa da Ucrânia ou as relações com a República Popular da China. Num pontificado acompanhado pela ascensão dos populismos, da xenofobia, da extrema-direita e da guerra, qual é hoje a verdadeira influência do Papa e da Igreja Católica nas relações internacionais? “Francisco conseguiu, a nível mediático, [representar] a ideia de um ‘anti-Trump’”, diz Teresa de Sousa no episódio desta semana do podcast Diplomatas. “Ele era a figura que mais rebatia, pelo seu exemplo, a ideia dos autocratas e dos que se vêem a si próprios como homens fortes”, defende a jornalista. “Ele encarna muito a figura do anti-Trump, do homem bom, do homem que apela ao melhor das pessoas – quer sejam americanos, europeus ou latino-americanos –, quando Trump apela ao pior das pessoas.” Neste episódio, discutiu-se ainda a disponibilidade do Governo dos Estados Unidos para reconhecer a anexação russa da Crimeia, aceitar o congelamento da linha da frente na sua configuração actual e proibir a entrada da Ucrânia na NATO no futuro. O reconhecimento da anexação da península ucraniana pela Federação Russa, em 2014, seria “uma ruptura com o mais antigo dos princípios da diplomacia norte-americana, que vem dos tempos do isolacionismo, que é a de não tomar posição em relação a disputas territoriais”, sublinha Carlos Gaspar. “Do ponto de vista da diplomacia americana, é uma viragem importante. Nem sequer a China reconhece a anexação da Crimeia”, nota o investigador do IPRI-NOVA. “É uma concessão excessiva e difícil de explicar.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
KP escreve que posição de Trump sobre a Crimeia vai obrigar países europeus a uma decisão: "continuar do lado de Kiev ou mudar para o lado de Washington". E diz que essa rutura vai enfraquecer a NATO.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos ouvido no Ministério Público após denúncia de que doentes em tratamento de hemodiálise morreram. Privinvest autorizada pela justiça britânica a recorrer da sentença sobre o caso das "dívidas ocultas" que condenou o grupo a indemnizar Moçambique e especialista fala em revés. Trump critica Zelensky por não reconhecer soberania russa da Crimeia.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta quarta-feira (23/04/2025): Documento preliminar de fiscalização feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) identificou “risco da prática de arranjos heterodoxos” na gestão das contas públicas pelo governo, informa Alvaro Gribel. Quatro “achados” chamaram atenção dos técnicos: o não recolhimento de receitas à conta única da União, o uso de fundos privados ou entidades para execução de políticas públicas, o uso de fundos públicos para concessão de crédito e a falta de transparência na gestão de fundos públicos e privados. “As práticas identificadas nos quatro achados preliminares representam ameaças à integridade, transparência e sustentabilidade do regime fiscal brasileiro”, diz o relatório, que será apresentado hoje em audiência pública. Para os auditores, a proliferação de “mecanismos extraorçamentários” pode ensejar a “perda de credibilidade nas contas públicas e riscos à sustentabilidade da dívida pública, o que tem condão de provocar desvalorização da moeda nacional, aumento da inflação, fuga de investidores e outros efeitos práticos na vida dos cidadãos”. E mais: Metrópole: Papa Francisco será sepultado sábado; funeral terá autoridades de 200 países Política: 1ª Turma do STF torna réus os acusados de ‘gerenciar’ plano golpista Economia: Para Galípolo, não há ‘bala de prata’ para política monetária Internacional: EUA propõem reconhecer Crimeia como russa para destravar negociaçãoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Fiéis vão poder prestar suas homenagens ao Papa Francisco na Basílica de São Pedro até sábado, quando o funeral está marcado. E mais:- Líderes mundiais confirmam presença na Missa Exequial- Zelensky não aceita a anexação da Crimeia pela Rússia e descartar sua adesão à OTAN e esfria negociações para um cessar-fogo- Ataque na Caxemira mata dezenas de turistas- Tidjane Thiam, ex-CEO do Credit Suisse, foi declarado inelegível para as eleições presidenciais da Costa do Marfim porque já teve dupla nacionalidade e perdeu o direito à cidadania marfinense Sigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Acompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou Linkedin Fale conosco através do mundo180segundos@gmail.com
As delegações norte-americana e russa estiveram esta terça-feira, 18 de Fevereiro, reunidas em Riad, capital da Arábia Saudita, a discutir sobre o destino da Ucrânia, sem presença ucraniana. "A política externa de Donald Trump rompe com o internacionalismo liberal que guiou os Estados Unidos da América (EUA) nos últimos 125 anos", lembra a professora do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa, Maria Ferreira, sublinhando que "Trump não reconhece a União Europeia como potência regional preferindo favorecer regimes autocráticos". RFI: De que forma olha para esta recente postura de Donald Trump em relação à Rússia, para o futuro da geopolítica internacional. Este pode ser um ponto de viragem nas relações entre os Estados Unidos e a Rússia. O que está a acontecer entre a Rússia e os Estados Unidos?Está a acontecer o total romper de expectativas em relação à política externa norte-americana. Nas Relações Internacionais, há uma diferença entre anarquia e anomia. Até aqui, existia anarquia internacional, mas havia algumas expectativas em relação ao comportamento dos Estados. O que Donald Trump está a fazer é pôr fim ao internacionalismo liberal que guiou a política externa norte-americana nos últimos 125 anos, desde Theodore Roosevelt. E está a substituir o internacionalismo liberal pela adopção de um realismo absolutamente ofensivo que se baseia na ideia de que os Estados, mesmo as democracias, têm um direito natural à expansão geográfica. Colocando-se ao lado de Putin, Donald Trump solidifica a sua aliança de autocracias, legitima a sua pretensão à Gronelândia, quebrando com aquelas que foram as premissas da política externa norte-americana desde o início do século, ou seja, com as constantes linhas de força da política externa norte-americana nos últimos 125 anos.O que Trump está a mostrar é que só reconhece grandes potências no plano internacional e a União Europeia não é considerada como uma potência regional na Europa. Até porque, como o vice-presidente dos Estados Unidos afirmou em Munique, a Europa não se encaixa na visão ideológica da administração Trump, que favorece autocracias e não democracias. Trump, no fundo, o que quer é um espaço pós-soviético nas mãos de Vladimir Putin. Faz lembrar a citação de Tucídides: "Os fortes fazem o que querem, e os fracos sofrem o que têm que sofrer".Mas há também aqui a questão da China. A prioridade de Trump será, a seu ver, conter a China, que apoia a Rússia e não a resolução da questão ucraniana?Não me parece. Parece-me que, neste momento, e antes de se tratar da questão chinesa, Donald Trump está muito interessado em criar um conflito na Europa pela hegemonia regional, e os Estados Unidos estão a favorecer a Rússia à custa da União Europeia e da Ucrânia. Aliás, existe aquilo a que Thomas Gomart, director do Instituto Francês de Relações Internacionais, descreve como uma espécie de convergência ideológica entre Washington e Moscovo. E, portanto, há aqui uma espécie de prenda estratégica que foi dada a Vladimir Putin, mesmo sem qualquer concessão por parte de Moscovo em relação ao futuro da Ucrânia. O problema é que a União Europeia se encontra profundamente dividida. Este modus operandi das reuniões que excluem os Estados europeus e incluem outros mostra essa profunda divisão da Europa, que acontece porque poucos Estados europeus querem efectivamente enviar tropas para a Ucrânia, designadamente da Polónia ou Alemanha. Portanto, há aqui uma falta de posição da União Europeia quanto às garantias de segurança que podem ser dadas à Ucrânia. Face a esta acção e esta convergência ideológica entre a Rússia e os Estados Unidos, que, para quem acompanha as relações internacionais há muitas décadas, é absolutamente inusitada.O que ganha a Rússia com esta aproximação, o facto de os Aliados europeus não enviarem tropas, por exemplo, para a Ucrânia?A Rússia quer criar no espaço pós-soviético, e é preciso dizer que, para a Rússia, o espaço pós-soviético inclui, por exemplo, os Estados bálticos, que já são membros da União Europeia e da NATO. Quer criar no espaço pós-soviético uma espécie de zona tampão, que, na retórica de Putin, iria proteger a Rússia de um eventual ataque da NATO, que, desde o fim da Guerra Fria, tem-se naturalmente expandido para leste, porque os Estados veem a NATO como o único mecanismo de segurança colectiva que podem ter face a uma Rússia que nunca se democratizou e que manteve as suas tendências autocráticas.Portanto, o que Putin faz é criar um inimigo no Ocidente e legitimar, através de diversas estratégias discursivas, a ideia de que a NATO continua a ser um perigo para a autonomia territorial russa e legitima, assim, a vontade de criar um espaço de segurança alargado na Ucrânia e que vai atingir outros Estados, os Estados do espaço pós-soviético. Isto é, no fundo, um conflito pela hegemonia regional da Europa, um conflito ideológico entre o modelo democrático, simbolizado pela União Europeia, e o modelo autocrático, simbolizado pela Rússia. E quando, nos Estados Unidos, acontece o impensável, ou seja, temos uma administração mais autocrática ou ideologicamente muito conservadora, muito próxima dos valores da extrema-direita, é claro que essa convergência ideológica, que seria impensável há dez anos entre Washington e Moscovo, agora parece real.Qual seria a estratégia de Trump para garantir um cessar-fogo eficaz entre a Rússia e a Ucrânia? Isto é uma ilusão? Ele está disposto a fazer concessões territoriais para enfraquecer a Europa, como a entrega da Crimeia ou do Donbass à Rússia para garantir uma suposta paz. É realista esperar, nesta altura, que a Rússia se comprometa a não invadir novos territórios e deixar de ser uma ameaça concreta?Não. Eu penso que aquilo que Trump pretende é fortalecer a Rússia. E aqui, a questão da relação com a China não é despiciente, porque, criando uma potência regional no espaço euro-asiático, de certa forma vai criar um rival geopolítico capaz de enfrentar a China. Infelizmente, para a Ucrânia e para a União Europeia, aquilo que Putin vai provavelmente fazer está como está a fazer com Israel em relação à Palestina e à Faixa de Gaza: satisfazer as pretensões territoriais de Vladimir Putin. Quais são elas? Nós não sabemos, neste momento, e nesse sentido, fortalecer a Rússia como pilar da segurança na Europa e como contrapoder no espaço euro-asiático.Donald Trump retoma a estratégia de pivot para a Ásia que tinha sido iniciada por Barack Obama. De que forma é que esta estratégia do pivot para a Ásiapode ter impacto na posição dos Estados Unidos em relação à Europa, e concretamente, porque estamos a falar disso? Da Ucrânia?As estratégias de Barack Obama e Donald Trump divergem ideologicamente. Barack Obama nunca quis criar na Europa Central e de Leste uma potência regional com tendências claramente autocráticas. Barack Obama sempre teve uma excelente relação com os líderes da União Europeia. Portanto, o que nós agora estamos a assistir é a uma mudança de sinal ideológico nos Estados Unidos e ao empoderamento de um novo pivot no espaço europeu e asiático, que é claramente um pivot autocrático. Aquilo que várias administrações norte-americanas tentaram ao longo do período que se seguiu ao fim da Guerra Fria foi tentar contribuir para a democratização da Rússia. E eu penso que Barack Obama ainda teve algumas ilusões em relação às intenções ofensivas de Putin. Donald Trump não tem qualquer ilusão quanto a essas intenções ofensivas, até porque reparemos que ele tem intenções ofensivas em relação a outros territórios na Europa.Portanto, o objetivo não é tentar contribuir para a mudança do regime na Rússia, criando um pivot regional mais democrático do que autocrático. O objetivo é afirmar a ideia neorrealista ofensiva de que mesmo as democracias, tal como as autocracias, têm o mesmo direito à expansão natural do seu território, se isso satisfizer os seus interesses. E, portanto, os Estados mais fracos ficam na mão desta ideia ofensiva de que Estados como a Rússia ou os Estados Unidos têm este direito natural, essa legitimidade natural, à sua expansão geográfica, o que coloca em questão todos os pilares da segurança colectiva, regional e universal que foram definidos após a Segunda Guerra Mundial.Para defender essas questões de segurança, como e quem pode travar as intenções ofensivas, quer dos Estados Unidos, quer da Rússia? Como não existe um superestado nas relações internacionais. Neste momento, a Europa não consegue emergir nem como uma potência militar, nem sequer como uma potência moral que, de alguma forma, pudesse ser um contraponto normativo, quer ao modelo autocrático de Trump, quer ao modelo autocrático de Vladimir Putin. Não estou a ver como é que alguém ou alguma força pode ser um contraponto a esta vontade ofensiva e a esta hegemonia universal e regional, russa e norte-americana.É muito interessante que, nos últimos dias, estamos a assistir à degradação da saúde do Papa Francisco. O Papa Francisco tem sido aquilo que a União Europeia não consegue ser em relação à guerra na Ucrânia e à interação entre Putin e Trump. Ou seja, o Papa Francisco tem sido a voz moral da Europa e do mundo. Se ele desaparecer nos próximos dias, vai-se calar provavelmente a única voz normativa de oposição e de contra-discurso a esta estratégia de poder pelo poder e esta estratégia ofensiva de duas grandes potências.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta quinta-feira (13/02/2025): Após conversa por telefone com o russo Vladimir Putin, Donald Trump disse que começou a negociar o fim da guerra na Ucrânia. O gesto sinaliza mudança na relação dos EUA com a Rússia. Trump escreveu em sua rede social que ele e Putin haviam “concordado em trabalhar juntos”. Horas antes, o chefe do Pentágono, Pete Hegseth, havia dito que restabelecer a fronteira pré-guerra entre Ucrânia e Rússia é meta “irrealista”. A conversa com Putin ocorreu antes de Trump telefonar para Volodmir Zelenski, presidente ucraniano, e de fazer qualquer aceno para os aliados europeus. Essa movimentação do presidente americano arrefeceu a esperança da Ucrânia de garantir sua entrada na Otan e de restaurar as fronteiras de antes da anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014. E mais: Economia: Por petróleo, Lula pressiona o Ibama Política: Lei antidesmate da UE faz Tarcísio cobrar posição do governo Lula Metrópole: TCU cede e libera os pagamentos da bolsa Pé-de-Meia fora do Orçamento Caderno 2; Maria Bethânia comemora hoje 60 anos de sua participação no show ‘Opinião’, ao lado de Zé Kéti e João do Vale. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Trump tem uma estratégia de desmantelamento do Estado? Estarão Xi e Putin felizes? Que impactos terá o fim dos apoios às ajudas internacionais? A questão das tarifas é uma estratégia de negociação? Qual é o alinhamento com Netanyahu? O Gaza Resort está decidido? E Taiwan também não tem vistas bonitas? E a Crimeia? Onde está a resistência Democrata? O Partido Republicano morreu? Relativiza-se o que é grave?
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo', confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo' desta quinta-feira (26/09/2024): Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU ontem, o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, questionou o interesse brasileiro na resolução da guerra na Ucrânia. Ele fazia referência a um plano do Brasil e da China para encerrar o conflito, divulgado em maio. “Quando a dupla China e Brasil tenta convencer outros a apoiá-los, na Europa, na África, propondo uma alternativa a uma paz plena e justa, surge a pergunta: qual é o verdadeiro interesse deles? Todos precisam entender que não obterão mais poder às custas da Ucrânia”, disse. Para uma negociação, a Ucrânia exige a retirada total das tropas dos seus territórios, incluindo a Crimeia – tomada pelos russos em 2014. A Rússia exige que Kiev abandone sua candidatura à Otan e se retire das quatro províncias que ocupou no leste. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu: “Se ele (Zelenski) fosse esperto diria que a solução é diplomática e não militar”. E mais: Internacional: Brasileiro de 15 anos morre em meio a combates no Líbano Economia: Com juros subsidiados, BNDES libera verba recorde para inovação Metrópole: 15 Estados aderem a regras federais para câmera em uniforme da polícia Política: Tabata resiste a pressão para apoiar Boulos em eventual segundo turnoSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Alguns destaques do Jornal da Manhã dessa terça-feira (25): Mato Grosso do Sul decreta emergência em municípios afetados por incêndios no Pantanal. Marina Silva diz que a situação no Pantanal é uma das piores já vistas e culpa ações humanas. STF retoma hoje julgamento sobre o porte de maconha para uso pessoal. INSS fará até 800 mil perícias até o final do ano para cancelar benefícios indevidos. Lula se reúne com Fernando Henrique Cardoso em São Paulo. ANAC anuncia hoje regras para passageiros indisciplinados. Alexandre de Moraes, atendendo uma ação de inconstitucionalidade protocolada pelo PT, dá 10 dias para o governo de São Paulo explicar escolas cívico-militares. Desembargador teria recebido 1 milhão de reais por ‘habeas corpus' para traficante. Julian Assange, fundador do WikiLeaks, deixa a prisão. Rússia convoca embaixadora dos EUA após acusar Washington de participar de ataque ucraniano na Crimeia. Essas notícias e muito mais você confere nessa edição do Jornal da Manhã.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Matéria publicada neste domingo, 7, pelo Washington Post, afirma que Donald Trump discutiu privadamente um plano controverso para encerrar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.A estratégia sugerida inclui pressionar a Ucrânia a ceder a Crimeia e a região de Donbas à Rússia, um movimento que contrasta fortemente com a política adotada pelo atual presidente Joe Biden, que tem se concentrado em contrariar a agressão russa e fornecer apoio militar a Kiev.Ser Antagonista é fiscalizar o poder. Apoie o jornalismo Vigilante: https://bit.ly/planosdeassinatura Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
100 anos do fim do califado otomano! No Podnext dessa semana, nossos hosts Gustavo Rebello (@gu_rebel) e JP Miguel (@jp_miguel) batem um papo com Luiz Felipe Herdy (@herdylf) sobre esse marco que contribuiu para moldar muito dos cenários de confusão pelo mundo, como a Crimeia, os Balcãs, Armênia e o Curdistão que ainda não existe. A personalidade da semana fica por conta Hungria, e a Tabata Bohlen (@TabataBohlen) inicia uma série sobre dengue no bloco a ciencia é delas! Tudo isso, além é claro da agenda da semana e das dicas culturais! Lembrando sempre que mandem sugestões, críticas, para contato@opodnext.com, ou ainda no SUBSTACK: opodnext.substack.com onde você também encontra informações sobre como assinar o Podnext Confidencial, para nos apoiar e ter acesso ao conteúdo extra que ficou de fora do programa, chat exclusivo do Telegram, assista gravações AO VIVO e muito mais! LEMBRANDO QUE agora o PODNEXT TEM ZAP, anote aí o número, +1 352-871-5797 pra vc mandar mensagem de voz e talvez aparecer no programa! Se você desejar, pode contribuir quando e se puder também fazendo um PIX para contato@opodnext.com --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/podnext-podcast/message Support this podcast: https://podcasters.spotify.com/pod/show/podnext-podcast/support
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo', confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo' desta terça-feira (19/03/2024): O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ontem aos seus ministros que o governo está aquém do prometido e que 2023 foi ano de “recuperação”, mas há muito por fazer. Em reunião realizada após pesquisas indicarem queda da popularidade de sua gestão, Lula voltou a alimentar a polarização com o seu antecessor. Jair Bolsonaro (PL) foi tema de boa parte do discurso do petista na abertura do encontro com os 38 ministros. A retomada foi a oportunidade para os ataques a Bolsonaro, a quem Lula classificou como “covardão”. O petista afirmou que o País “correu sério risco de ter um golpe” após as eleições de 2022. Para aliados de Bolsonaro, Lula ataca o adversário político para tentar reverter a queda de popularidade de seu governo. E mais: Economia: Economia aquecida traz dúvida sobre ritmo de queda de juros Metrópole: Com 51 distritos em epidemia, SP entra em emergência para dengue Internacional: Putin anuncia ferrovia em área da Ucrânia anexada, parte da ‘Nova Rússia' Esportes: Nova Iguaçu surpreende e chega à final inédita com futebol forte e vibrante Caderno 2: Rock in Rio anuncia shows de Cyndi Lauper e Mariah CareySee omnystudio.com/listener for privacy information.
A falta de energia em vários bairros do centro de São Paulo, ainda provoca transtornos para comerciantes e moradores da região. Segundo a concessionária responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, uma ocorrência na rede subterrânea que atende a região de Higienópolis é o que provocou a falta de abastecimento. Veja também: Putin comemora dez anos da anexação da Crimeia.
Moçambique: Venâncio Mondlane, da RENAMO, recorre de uma justiça que não confia para afastar o líder do seu partido. Um paradoxo? Portugal: Sociedade civil peocupada com ascenção da direita, principalmente no que toca às políticas de imigração. Agricultores do centro de Moçambique apostam em culturas de rendimento e resilientes à seca, face aos efeitos climáticos.
No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia iniciou uma invasão à Ucrânia citando a necessidade de “proteger” os russos étnicos, na versão do país, vítimas de um “genocídio” praticado pela país vizinho. Atualmente, cerca de 18% do território ucraniano permanece sob ocupação russa, incluindo a península da Crimeia, anexada em março de 2014, e grande parte das regiões de Donetsk e Luhansk, no leste. A Ucrânia perdeu recentemente o controle da cidade de Adviidka, que fica em um local considerado estratégico no leste do país. Ela foi capturada pelas forças russas após uma batalha de quatro meses, na qual os russos usaram todo o seu poderio militar para avançar sobre a região. Por causa disso, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a vitória de seu país sobre a Rússia "depende" do apoio do Ocidente e declarou ter "certeza" de que os Estados Unidos aprovarão o pacote de ajuda militar atualmente bloqueado. Esse pacote será de 60 bilhões de dólares (299 bilhões de reais), atualmente bloqueado no Congresso em Washington pelos deputados republicanos. No Reino Unido e na Europa, a possibilidade de que a guerra ultrapasse as fronteiras da Ucrânia segue ganhando destaque recentemente. No mesmo sentido, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) têm se mobilizado para quando isso acontecer. Após o início da guerra, a Otan cresceu e conta agora com 31 membros, entre eles, a Finlândia, que faz fronteira direta com a Rússia. Afinal, qual é o futuro da guerra entre Rússia e Ucrânia? Como Estados Unidos e União Européia vão reagir daqui pra frente? No ‘Estadão Notícias' de hoje, vamos conversar sobre o assunto com Christopher Mendonça, professor de Relações Internacionais do IBMEC de Belo Horizonte. O ‘Estadão Notícias' está disponível no Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google podcasts, ou no agregador de podcasts de sua preferência. Apresentação: Emanuel Bomfim Produção/Edição: Gustavo Lopes, Gabriela Forte e Gabriel Alegreti Sonorização/Montagem: Moacir BiasiSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A guerra na Ucrânia completa 2 anos no próximo dia 24 e até o momento não há indícios de que o conflito deve terminar tão cedo. Na semana, os ucranianos disseram ter atacado um navio russo na Crimeia. Já a Rússia fez dois bombardeios em cidades da Ucrânia. Quanto tempo mais o conflito deve durar? Confira a análise do professor de relações internacionais do Ibmec, Carlo Cauti.
Lívia Franco destaca as "dinâmicas de cansaço" da guerra que agora tem critérios exigentes. O Major-General João Vieira lembra que o conflito começou há 10 anos com a questão do Donbass e Crimeia.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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O alinhamento de interesses russos e venezuelanos se dá desde a era Hugo Chávez, mas chegou a seu estágio mais avançado nos últimos dias. As ameaças de Nicolás Maduro para anexar a região de Essequibo, território da Guiana, seguem o mesmo roteiro da anexação russa da Crimeia. Ameaças que podem colaborar como forma de diversionismo em relação ao apoio dos Estados Unidos aos ucranianos diante da invasão russa. Ainda este ano, o autocrata venezuelano vai a Moscou visitar Vladimir Putin. Para explicar os interesses russos na região, tradicional zona de influência americana, Natuza Nery entrevista Vicente Ferraro, cientista político e pesquisador do Laboratório de Estudos da Ásia da USP, com foco em Rússia e Eurásia. Neste episódio: - Vicente faz a retrospectiva da relação entre os dois países e explica por que a partir dos anos 2010 houve uma aproximação ainda maior: “A Rússia começa aquilo que é chamado de projeção para um exterior distante”. Desde então, Putin faz da Venezuela seu “principal instrumento geopolítico na América Latina”; - Ele aponta que o objetivo maior da Rússia é criar “uma divisão mais forte na política externa dos EUA” com o surgimento de um novo foco de tensão - o que beneficiaria os russos na guerra da Ucrânia; - O cientista político analisa como Putin e Maduro usam o “nacionalismo” e a presença de “inimigos externos” para conquistar apoio popular – o venezuelano deve enfrentar eleições presidenciais em 2024, e o russo anunciou recentemente que deve tentar mais um mandato à frente do Kremlin; - Vicente avalia o pedido de ajuda da Guiana aos americanos – que já realizaram exercícios militares dentro do território guianense – e afirma que o Brasil deve apresentar uma “posição mais enfática, pelas vias diplomáticas, mas nenhuma pressão militar”.
Este domingo, Vlodimir Zelensky, decidiu demitir o ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, e substituí-lo por Rustem Umerov, líder proeminente da comunidade tártara da Crimeia.A posição de Reznikov, um advogado de 56 anos nomeado ministro pouco tempo antes do início da invasão, fragilizou-se nos últimos tempos. O governante foi acusado de estar envolvido num esquema de corrupção no Ministério da Defesa, relacionado com a aquisição de bens alimentares e equipamentos para as Forças Armadas a preços acima do valor de mercado.Mas numa altura em que são notícia alegados avanços das tropas ucranianas na linha de defesa russa mais a sul, que sinal é que Zelensky quer enviar, tanto à União Europeia como ao povo ucraniano?E o que evoluções podemos esperar deste conflito que parece continuar a não ter um fim à vista?Neste P24, conversammos com Sandra Fernandes, professora da Universidade do Minho e especialista em Relações Internacionais.Siga o podcast P24 e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts, no SoundCloud ou noutras aplicações para podcasts.Conheça os podcasts da Rede PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, prometeu neste sábado que Moscou revidará o ataque ucraniano contra um navio petroleiro russo no Estreito de Kerch. “O regime de Kiev sem ser condenado por países ocidentais e organizações internacionais, está aplicando ativamente novos métodos terroristas, desta vez nas águas do Mar Negro”, disse. Zakharova afirmou que as “ações bárbaras” não ficarão “sem resposta e os seus autores e perpetradores serão inevitavelmente punidos”. Pela segunda vez no mesmo dia, a Ucrânia atacou um navio russo no mar Negro com um drone carregado de explosivos. A investida perto da ponte que liga a Crimeia à região russa de Krasnodar. Apoie o jornalismo independente. Assine o combo O Antagonista + Crusoé: https://assine.oantagonista.com/ Siga O Antagonista nas redes sociais e cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/newsletter-oa Leia mais em www.oantagonista.uol.com.br | www.crusoe.uol.com.br
O governo ucraniano assumiu responsabilidade pelo ataque que derrubou ponte por onde russos transportam suprimentos para a guerra. Destruição ocorre no dia em que Putin se recusa a prosseguir com o acordo que permitia a escoação de grãos para o resto do mundo. Ouça também: pai e filha depredam hospital, agridem médica e levam uma paciente à morte no Rio de Janeiro Apresentação: Ricardo GouveiaProdução e o roteiro: Ricardo Gouveia, Ramana Rech, Nicole Fusco, Camila Olivo e Andrea Ramos Bueno.Edição de áudio e sonorização: Cláudio Cuca
Na entrevista coletiva após reunião com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, Lula foi questionado pela imprensa espanhola sobre quem tem a soberania sobre a Crimeia e o Donbas, dois territórios da Ucrânia invadidos e anexados pela Rússia em 2014 e 2022, respectivamente. Lula, que vinha igualando Rússia e Ucrânia no conflito, se esquivou. “Não cabe a mim decidir de quem é a Crimeia”, disse. “Quando você sentar em uma mesa de discussão, você pode discutir qualquer coisa, até a Crimeia, mas não sou eu quem vai discutir isso, serão os russos e ucranianos”. A comunidade internacional reconhece, em sua maioria, que ambos os territórios são de fato pertencentes à Ucrânia. Mais cedo, Lula falou em criar um “G20 da Paz” para mediar o conflito entre os dois países. LEIA NA CRUSOÉ: A nova alfinetada dos europeus em Lula sobre a Ucrânia Inscreva-se e receba a newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL Confira mais notícias em nosso site: https://oantagonista.uol.com.br/ https://crusoe.uol.com.br/ Acompanhe nossas redes sociais: https://www.fb.com/oantagonista https://www.twitter.com/o_antagonista https://www.instagram.com/o_antagonista https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial No Youtube deixe seu like e se inscreva no canal: https://www.youtube.com/c/OAntagonista
A explosão de um caminhão-bomba na ponte que liga o território russo à península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014, foi a senha para um ataque como não se via desde as primeiras semanas da invasão, em fevereiro. Mísseis atingiram as maiores cidades ucranianas, entre elas a capital, Kiev, matando ao menos 14 pessoas e ferindo quase uma centena. Boa parte desses lugares ficou sem energia. O incidente ainda mal esclarecido na ponte Kerch e a “resposta vigorosa” de Vladimir Putin inauguram “um novo momento da guerra”, afirma Daniel Sousa, comentarista da GloboNews e criador do podcast Petit Journal. Em conversa com Renata Lo Prete, ele rememora como se chegou a esse ponto. E destaca, entre os eventos recentes, a anexação formal pelos russos de províncias no leste e a recuperação de territórios pelo país invadido. “Foi um ressurgir da Ucrânia na guerra”, afirma Daniel, que é também professor de economia do Ibmec. Agora, a perspectiva é de “absoluta indefinição”: nos dois lados da fronteira, soam alertas de que grupos radicais podem ganhar espaço e forçar ações ainda mais violentas. Pressões internas e externas “fragilizam” a situação de Putin, que promete reagir de forma ainda mais brutal - até mesmo com armas nucleares táticas - diante de novas hostilidades. “Seria o cruzamento de uma linha vermelha, que colocaria todo o mundo em perigo”.
Chegou ao seu feed mais um episódio do Bate-Papo do Petit Journal, trazendo os temas mais importantes da política internacional e da economia. E nesse feriadão, a dupla de costume™ trouxe à tona o impacto da guerra na economia russa, com os prognósticos de volta ao patamar pré-guerra, além do questionamento de Putin acerca do destino das exportações de grãos ucranianos. Falamos ainda sobre a reunião da Organização de Cooperação de Xangai, que vai ocorrer em Samarcanda, na semana que vem; sobre o papel do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Souza, no 7 de Setembro; e sobre a Ucrânia assumindo a responsabilidade pelos ataques recentes à Crimeia. Hoje também é a estreia do quadro Rio Claro, sobre planejamento financeiro. Quer uma reunião de consultoria com especialistas em finanças, que podem te ajudar na gestão do seu patrimônio? Acesse www.rioclaro.com.br/petitjournal Vem com a gente! Quer conhecer nossos cursos e aulas gratuitas? Acesse www.petitcursos.com.br Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: https://app.picpay.com/user/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado! Para patrocínios e outras parcerias, entre em contato conosco pelo e-mail: contato@petitjournal.com.br Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!
Domingão é dia de Bate-Papo do Petit Journal, com um tema de grande destaque: o atentado contra Alexandr Dugin, que vitimou sua filha, Darya Dugin. Além disso, falamos hoje também sobre a nova manutenção no Nord Stream I, os ataques contra a Rússia na Crimeia, a atuação de Denis Rodman na tentativa de libertar Brittney Griner, a prioridade de transporte de carvão na Alemanha, a descriminalização da cocaína na Colômbia e a grana do petróleo aumentando no Oriente Médio. Bora?! Quer conhecer nossos cursos e aulas gratuitas? Acesse www.petitcursos.com.br Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: picpay.me/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!
O Bate-Papo 338 chegou ao seu feed trazendo alegria e diversão mas também crise e guerra. Os professores Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi falam sobre como a guerra da Rússia com a Ucrânia vem se financiando autonomamente, com o aumento da receita russa de venda de energia. Além disso, falamos sobre as fake news em Angola, a situação na Crimeia, a preocupação chinesa com a queda da taxa de natalidade, os exercícios militares de Taiwan a situação econômica da Argentina, a Polônia com freios e a Itália dando o seu melhor na caça aos oligarcas russos. Quer conhecer nossos cursos e aulas gratuitas? Acesse www.petitcursos.com.br Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: picpay.me/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!
Chegou o mais novo episódio do Petit Journal, com o 337º Bate-Papo, com os assuntos mais importantes da política internacional e da economia nas últimas horas. Hoje os professores Tanguy Baghdadi e Daniel Sousa falam sobre novas explosões na Crimeia; a participação (fake) do Brasil nas eleições em Angola; o nearshoring chinês; o teste de míssil balístico intercontinental dos EUA; e a situação da Alemanha hoje, além dos quadros fixos da Polônia sem freio e da caça aos oligarcas russos. Quer conhecer nossos cursos e aulas gratuitas? Acesse www.petitcursos.com.br Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: picpay.me/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!
A dupla de costume, Tanguy Baghdadi e Daniel Sousa, volta ao seu feed com as notícias mais importantes das últimas 24 horas na política internacional e na economia, com a pauta bombástica do dia: o que causou a explosão de ontem na base aérea russa na Crimeia? Além disso, falamos sobre a difícil situação energética da Europa, do calote ucraniano, do suposto plano para assassinar John Bolton, além da Polônia sem freio e dos oligarcas russos abrindo espaço para os brasileiro esquiarem na França. Quer conhecer nossos cursos e aulas gratuitas? Acesse www.petitcursos.com.br Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: picpay.me/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!
Os professores Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi voltam ao seu feed para tratar dos assuntos mais importantes da Política Internacional e da Economia nas últimas 24 horas, e falam sobre o assunto que mobilizou as atenções nos EUA hoje: os documentos jogados por Trump na privada. (Sim, é real) Além disso, falamos sobre o incentivo à produção de chips nos EUA; ao acidente na Crimeia que levou preocupação ao mundo; ao lançamento de um satélite por Rússia e Irã; ao corte no fluxo de petróleo russo para o leste europeu; o tédio de Macron; as previsões da OCDE; as ameaças polonesas; e a apreensão do avião de um oligarca pelos EUA no… Cazaquistão! Quer conhecer nossos cursos e aulas gratuitas? Acesse www.petitcursos.com.br Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: picpay.me/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!
Chegou ao seu feed o Bate-Papo de número 291, com a pauta recheada de temas de economia e política internacional das últimas 24 horas. Hoje os professores Daniel Sousa e Tanguy Baghdadi falam sobre a Cúpula das Américas, com as ausências notáveis do encontro; sobre os encontros entre representantes da Turquia com Maduro e com Sergei Lavrov; as platitudes da OCDE; a integração entre a Crimeia e a Ucrânia continental; os recados poloneses à Rússia; e a busca dos EUA pelos iates de oligarcas russos. Se você quiser contribuir com o nosso projeto em reais, acesse: https://escute.orelo.audio/petit/apoios Se você vive no exterior: https://www.patreon.com/petitjournal Prefere fazer o Pix? A chave é o e-mail: petitjournal.pj@gmail.com Que tal um PicPay? Link: picpay.me/daniel.henrique.sousa Quer apoiar pelo Youtube? Clique em “Valeu”, logo abaixo do vídeo e deixe seu apoio Aos nossos apoiadores, nosso muitíssimo obrigado!