City in Inhambane Province, Mozambique
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Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No décimo episódio desta digressão, evocamos os campos de reeducação. Ainda antes da independência, durante o período de transição em que Moçambique foi governado por uma autoridade híbrida luso-moçambicana, foram instituídos campos de reeducação, essencialmente na distante província do Niassa. O objectivo declarado desses campos era formar o homem novo, reabilitar pelo trabalho, as franjas da sociedade que eram consideradas mais marginais ou dissidentes. Foi neste âmbito que pessoas consideradas adversárias políticas foram detidas e mortas em circunstâncias que até agora não foram esclarecidas. Isto sucedeu nomeadamente com Uria Simango, Joana Simeão e Adelino Guambe, figuras que tinham sido activas no seio da Frelimo e que foram acusadas de traição por não concordarem com a linha seguida pelo partido. Omar Ribeiro Thomaz, antropólogo ligado à Universidade de Campinas no Brasil que se debruçou de forma detalhada sobre os campos de reeducação, conta em que circunstâncias começou a estudar este aspecto pouco falado da História recente de Moçambique. "Eu comecei a interessar-me porque eu comecei a conhecer pessoas que tinham sido objecto desse tipo de expediente autoritário, por um lado, e por outro lado, porque eu via uma grande ansiedade da população no que diz respeito ao desaparecimento de algumas pessoas que foram pessoas-chave no período tardio colonial moçambicano ou no período de transição do colonialismo para a independência. São figuras como Uria Simango, a Joana Simeão, o Padre Mateus, enfim, são pessoas que sumiram e que havia uma demanda para essas pessoas", começa por relatar o investigador. "Os campos de reeducação são pensados ainda no período de transição. Então, isso é algo que ainda deve ser discutido dentro da própria história portuguesa, porque no período de transição, o Primeiro-ministro era Joaquim Chissano, mas o governador-geral era português. Então, nesse momento, começam expedientes que são os campos de reeducação. Você começa a definir pessoas que deveriam ser objecto de reeducação, ao mesmo tempo em que você começa a ter uma grande discussão em Moçambique sobre quem são os inimigos e esses inimigos, eles têm nome. Então essas são pessoas que de alguma maneira não tiveram a protecção do Estado português. Isso é muito importante. Não conseguiram fugir. São caçadas literalmente, e são enviadas para um julgamento num tribunal popular. Eu estou a falar de personagens como a Joana Simeão, o Padre Mateus, Uria Simango, que são condenados como inimigos, como traidores. Esses são enviados para campos de presos políticos. A Frelimo vai usar uma retórica de que esses indivíduos seriam objecto de um processo de reeducação. Mas o que nós sabemos a partir de relatos orais e de alguns documentos que nós conseguimos encontrar ao longo do tempo, é que essas pessoas foram confinadas em campos de trabalho forçado, de tortura, de imenso sofrimento e que chega num determinado momento que não sabemos exactamente qual é, mas que nós podemos situar mais ou menos ali, por 1977, elas são assassinadas de forma vil", diz o antropólogo. "Quando você tem a Operação Produção, que é a partir de 1983, que é uma operação para você retirar de maneira forçada todos aqueles indivíduos classificados ou acusados de vagabundagem, de serem inimigos da revolução ou de prostituição, no caso das mulheres, são recolhidos e são enviados não só para o Niassa, mas no país inteiro, mas particularmente no Niassa, porque tem um subtexto moral, ou seja, a ideia de que o trabalho seria uma componente moral fundamental para a formação do ‘Homem novo'. Mas havia a ideia também por parte do Samora em particular, mas de muitas pessoas que constituíam a elite da Frente de Libertação de Moçambique, de que o Niassa seria a província mais fértil do país e que poderia se transformar numa espécie de local de produção de alimentos para o país como um todo. Então, isso vai perdurar em Moçambique por um período bastante significativo", refere o universitário. "A primeira grande operação chamada ‘Operação Limpeza' é de Outubro de 1974, que é justamente você limpar a Rua Araújo, que era a rua da prostituição. Mais ou menos 300 mulheres foram acusadas de prostituição e foram enviadas para campos de trabalho agrícola. Boa parte delas morre. E esse tipo de expediente se mantém em Moçambique entre os anos 70 até meados dos anos 80, quando, na verdade, a guerra civil inviabiliza o próprio empreendimento. Porque o campo, no contexto moçambicano, não é um lugar fechado, com muros de onde as pessoas não podem fugir. As pessoas eram jogadas em áreas rurais. Muitas delas não tinham nenhum tipo de experiência rural e não são campos onde o próprio Estado garantisse a chegada de alimentos. Então você gera uma situação de conflito muito pouco estudada ainda. Eu trabalhei numa região específica na província de Inhambane, em que as pessoas eram despejadas e muitas delas não tinham muito o que fazer. Ou você acaba estabelecendo uma relação de troca entre essas pessoas que vêm da cidade e camponeses do local, como é muito bem descrito num romance magnífico do escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, ‘Campo de Trânsito'. Ou você tem -o que me foi dito por camponeses da região- um medo terrível, porque os reeducandos eram entregues a uma situação de abandono. Então eles acabavam roubando os camponeses, porque eles não tinham outra alternativa. E ao mesmo tempo, nós temos essa guerra que muito tardiamente vai ser definida como guerra civil. E é importante dizer que parte dos que vão alimentar esse exército de oposição à Frelimo, eram pessoas insatisfeitas destes próprios campos de trabalhos forçados", refere Omar Ribeiro Thomaz. O antigo Presidente moçambicano Joaquim Chissano, Primeiro-ministro durante o período de transição e em seguida chefe da diplomacia moçambicana depois da independência, justifica a instauração desses campos. "Reeducar era um princípio que nós tínhamos durante a própria luta de libertação. Se houvesse indisciplina, tínhamos formas de isolar as pessoas. Reeducar é reeducar mesmo, para voltar a reintegrá-los no nosso seio. Não era, como se costuma dizer aí, campos de concentração, etc", diz o antigo dirigente. "Houve pessoas que eram marginais, que era preciso encontrar uma forma de lhes dar uma formação. Isso inclui mesmo pessoas que até estavam nas cadeias. Criaram-se os centros de reeducação para esses indivíduos. Também houve o caso das prostitutas, que também se criou um campo para reabilitação porque sabia-se que faziam isto, porque é uma maneira de viver. Isso é claro que foi mal visto por muita gente que não compreendia a nossa visão e que pensavam que eram campos de castigo apenas. Mas eu tive uma boa experiência nesse capítulo porque quando eu era ministro dos Negócios Estrangeiros, convidei um grupo de diplomatas estrangeiros acreditados em Moçambique e fomos visitar o principal campo de reeducação de ex-reclusos. E os diplomatas que estiveram comigo nessa altura disseram me o seguinte ‘Ó senhor ministro, vocês deviam ter chamado isto prisões abertas e nós teríamos compreendido melhor'", declara Joaquim Chissano. Óscar Monteiro, membro sénior da Frelimo, recorda o que guiou inicialmente a instalação dos campos, mas reconhece que houve excessos. "Devo dizer que a escolha do nome é uma escolha infeliz. A reeducação fazia-se ali, dentro de nós, um bocado com esta ideia de que o trabalho regenera", refere o responsável político que ao ser questionado sobre o destino reservado aos dissidentes políticos como Uria Simango ou Joana Simeão, diz que "de facto isso aconteceu e que (os membros da Frelimo) não estão orgulhosos disso". Lutero Simango, líder do partido de oposição Movimento Democrático de Moçambique (MDM), perdeu o pai, Uria Simango, um dos membros-fundadores da Frelimo, mas igualmente a mãe. Ambos foram detidos e em seguida executados, Lutero Simango pedindo esclarecimentos ao poder. "O meu pai foi uma das peças-chaves na criação da Frente de Libertação de Moçambique. Ele nunca foi imposto. Os cargos que ele assumiu dentro da organização foram na base da eleição. Ele e tantos outros foram acusados de serem neocolonialistas. Foram acusados de defender o capitalismo. Foram acusados de defenderem a burguesia nacional. Toda aquela teoria, aqueles rótulos que os comunistas davam a todos aqueles que não concordassem com eles. Mas se olharmos para o Moçambique de hoje, se perguntarmos quem são os donos dos nossos recursos, vai verificar que são os mesmos aqueles que ontem acusavam os nossos pais", diz o responsável político de oposição. Questionado sobre as informações que tem acerca das circunstâncias em que os pais foram mortos, Lutero Simango refere continuar sem saber. "Até hoje ninguém nos disse. E as famílias, o que pedem é que se indique o local em que foram enterrados para que todas as famílias possam prestar a última homenagem. O governo da Frelimo tem a responsabilidade de indicar às famílias e também assumir a culpa, pedindo perdão ao povo moçambicano, porque estas pessoas e tantas outras foram injustamente mortas neste processo", reclama Lutero Simango. Neste processo, Sam Malema Guambe também perdeu e nunca conheceu o pai -Adelino Guambe-, fundador da UDENAMO, uma das organizações independentistas que estiveram na raíz da fundação da Frelimo. "Eu não cheguei a conhecê-lo. Eu de facto nem vi a cara dele. A minha avó nos contava aquela história. A minha mãe não queria tocar mais nesse assunto de Guambe, essa pessoa já não existe, Vamos deixar. Mas a minha avó sempre nos ensinava, nos dizia que nosso pai, as coisas que ele fazia", diz Sam Malema Guambe ao apelar a um diálogo, a "falar para a gente pôr todos mãos à obra, para fazer um Moçambique melhor, porque os nossos pais contribuíram muito para esse país". Inicialmente militante da Frelimo, Joana Simeão, entra em linha de colisão com o partido por discordar do monopartidarismo instaurado depois da independência. Acusada de ser agente da PIDE, será, como Uria Simango e Adelino Guambe, executada em circunstâncias por esclarecer. A filha, Emíade Chilengue, era um bebé. "Eu pessoalmente não tenho nenhuma memória de vivência com a minha mãe, uma vez que na altura dos acontecimentos eu era bebé. Tudo o que eu sei é através de notícias dos órgãos de comunicação social. (…) Por volta dos sete, oito anos, eu constantemente perguntava sobre a minha mãe e eles um dia vieram até mim com um recorte de jornal, creio que sobre a ação que determinou o fuzilamento dela e das outras pessoas que fizeram parte do grupo, e mostraram-me. E foi assim que eu fiquei a saber que a minha mãe já não estava entre os vivos", conta Emíade Chilengue. Ao dizer que também procurou ter mais informações, sem sucesso, a filha de Joana Simeão refere esperar que, no âmbito da celebração dos 50 anos da independência de Moçambique, que haja "alguma explicação para que haja, de facto, uma reconciliação nacional. No meu entender, não podemos, de forma alguma, comemorar 50 anos sem que esses dossiers sejam de alguma forma tratados com a devida atenção e respeito que é merecido". Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
Moçambique assinala neste 25 de Junho de 2025, os 50 anos da sua independência. Por esta ocasião, a RFI propõe-vos um percurso pela história do país e a sua luta pela liberdade. No primeiro episódio desta digressão, abordamos a presença portuguesa e em particular a escravatura em Moçambique. Chegados em 1497 num território constituído por diversos reinos e comunidades, os portugueses vão-se fixando no litoral através de acordos com as autoridades locais ou à custa de lutas. Eles constroem fortalezas designadamente em Sofala em 1505 e na ilha de Moçambique dois anos depois e ao cabo de outras conquistas militares, instalam mais tarde uma feitoria em Sena em 1530 e em Quelimane em 1544. Em jogo estão recursos como o ouro mas também a mão-de-obra escrava, conta o historiador e antigo vice-ministro da educação de Moçambique, Luís Covane. “Moçambique, como território com fronteiras próprias é produto da colonização. Antes da chegada dos portugueses e nos finais do século XV, Moçambique era caracterizado pela existência de reinos, chefaturas, sultanatos, várias unidades políticas independentes umas das outras. Até tivemos impérios. A partir do século XV, principalmente a partir do século XVI, estabelecem-se relações comerciais entre Portugal e as diferentes unidades políticas que existiam no território. Primeiro foi o comércio do ouro no interior, principalmente na zona centro. Estava lá um grande império. E depois, com a exigência de produção de matérias-primas como mão-de-obra ultra barata, entramos no ciclo dos escravos. Depois, prosperou também o comércio de marfim”, começa por recordar o universitário. Ao referir que praticamente desde a chegada dos portugueses em Moçambique que se instaura esse regime, o estudioso detalha que “é em meados do século XVIII que se incrementa a captura de mão-de-obra para as plantações do Brasil e 1752 em diante. Chama-se a isso, na periodização da história de Moçambique, como o ciclo de escravos. Mas este ciclo de escravos termina em 1836-42, quando houve uma primeira abolição e uma segunda abolição”. Questionado sobre o número de pessoas que poderão ter sido capturadas para serem forçadas ao trabalho escravo, o historiador esclarece que “não havia registos, mas sabe-se que houve zonas em Moçambique, como o Niassa, de onde saíram muitos escravos. Na zona de Nampula, também saíram muitos.” Ao evocar o derramamento de sangue que as capturas ocasionavam, Luís Covane cita em particular “a introdução maciça de armas de fogo para alguns grupos que se especializaram quase na caça ao homem e as populações que viviam em Moçambique nas suas unidades políticas”. Nesse tempo, no século XVIII até meados do século XIX, quase até finais, o estudioso refere que “foram momentos terríveis. Agora, esse passado que nós às vezes classificamos como período pré-colonial, em que a presença europeia era mais mercantil, não dominavam as populações, politicamente, não havia (colonização). Fazia-se um negócio só com os produtos negociados que chegou a incluir o próprio o homem”. Muito embora não fossem os primeiros a praticar o comércio de escravos naquele território, ele ganhou uma importância substancial com a chegada dos portugueses que “exportaram” essa força de trabalho para colónias francesas, ou ainda o Brasil, refere Benigna Zimba, historiadora ligada à Universidade Eduardo Mondlane em Maputo, que estudou de forma aprofundada o período da escravatura. “Moçambique tem um papel central na história da escravatura na região e no complexo do Oceano Índico. Nós temos, a partir do Norte, a primeira capital que é a ilha de Moçambique. A ilha de Moçambique não produzia escravos. Ali ficavam escravos de passagem, vindos do interior. Nós temos Quelimane, temos Inhambane, nós temos aqui a zona do antigo Lourenço Marques, que hoje é Maputo, nós temos Sofala, nós temos em Cabo Delgado, vários portos pequenos. Estes portos foram tendo a sua importância consoante as oportunidades de exportação, não só para o oceano Indico, mas também para o Norte de África. Em algum momento, um dos grupos que desenvolviam as suas economias locais com base nos escravos, é o grupo do Norte de Moçambique, actual Niassa. Este grupo exportou nos meados da década de 1880 a 1890, cerca de 5000 escravos, caravanas bem escoltadas e chegavam a maior parte aparentemente andando. Saíam escravos de Moçambique. Outros, não só por via marítima, mas para o Quénia. Também havia capturas do Malawi que vinham para Moçambique para poder sair e dos pontos onde iam, eles espalhavam-se. Ficaram conhecidos como os “Moçambiques”, que não eram necessariamente naturais de Moçambique. À medida que ia se desertificando, houve uma decapitação total de população. É por isso que iam cada vez mais para as costas do interior e não para a costa marítima para ir buscar pessoas”, refere a historiadora. Por outro lado, Benigna Zimba explica que havia um tratamento diferenciado para homens e mulheres. “A diferença está mais ligada à função da força de trabalho. Aqueles que compravam escravos, normalmente diziam ‘nós estamos a comprar escravos para levar para as plantações de cana de açúcar ou de cacau', então precisavam de força de trabalho. E também precisavam de reproduzir a população escrava, através de escravas. De tal maneira que nos preços de compra, muitas vezes as mulheres eram mais caras, compradas por dois tecidos, duas cangas, dois panos. E se elas tivessem bebé ou criança, dependendo da idade e da maturidade, sabiam que aqui nós já temos um escravo bebé masculino. Era mais barato. Bebé feminino porque é uma outra fonte de reprodução, era mais caro”, refere a universitaria. “Muitas delas preferiam não resistir à captura para não serem mortas, não serem violadas, não as separarem dos filhos. Havia escravas que eram compradas para ir reproduzir com os escravocratas. Faziam um filho, depois levavam o filho. E a escrava nunca mais via aquela criança. Quando falamos da demografia da escravatura, se formos a ver, o papel da mulher é extremamente importante, porque sem ela não há reprodução de escravos e também não há reprodução do sistema no nível da cúpula e ao nível das bases”, explicita ainda Benigna Zimba. Questionada sobre o trabalho forçado, pratica que veio a seguir à abolição oficial da escravatura, a estudiosa refere que “a escravatura termina naturalmente, na medida em que ela já não responde às demandas dos sistemas coloniais imperialistas. Para o caso de Moçambique, nós temos os famosos sistemas dos prazos, que são uma outra forma de continuação da escravatura. Quem eram os senhores Prazeiros? Eram os senhores e as senhoras Donas Prazeiros, muitas deles, principalmente na região da Zambézia, que sustentaram os sistemas neo escravocratas a partir da continuidade. O escravo é liberto. Aqui em Moçambique não houve muitas cartas de alforria, isto é mais para a África do Sul, Tanzânia, Quénia, para as antigas colónias britânicas. As portuguesas nem tanto. Havia portugueses que nem sabiam o que é que se passava no mundo em termos de não poderem trabalhar com uma base de mão-de-obra escrava. Então a escravatura continua”, detalha ainda Benigna Zimba. Podem ouvir os nossos entrevistados na íntegra aqui:
A duas semanas de cumprir 100 dias de governação, o executivo do Presidente moçambicano, Daniel Chapo, executou menos de metade dos indicadores a que se tinha proposto cumprir. A esta realidade junta-se a insustentabilidade das finanças do país, com a dívida pública a atingir uma marca histórica de 14,3 mil milhões de euros e a pobreza a alcançar 65% da população. Em entrevista à RFI, André Mulengue, investigador do Centro para a Democracia e Desenvolvimento de Moçambique, dá nota negativa aos primeiros dias de governação do Presidente Daniel Chapo, defendendo que as medidas implementadas devem beneficiar todos os moçambicanos e não apenas os membros da Frelimo.A duas semanas de cumprir 100 dias de governação, o executivo do Presidente moçambicano Daniel Chapo executou metade dos indicadores a que se tinha proposto cumprir. Que avaliação faz dos primeiros 100 dias de governação?Na verdade, é menos da metade, uma vez que foram cumpridas apenas 48 medidas. A avaliação que fazemos é negativa. Já tínhamos alertado para o facto de as medidas do Presidente Daniel Chapo serem medidas completamente desfasadas da realidade do país, principalmente do contexto político, económico e social que o país está a atravessar.É um balanço negativo porque, se não se cumpre aquilo a que se tinha proposto atingir nos primeiros 100 dias, é sinal de que não se vai cumprir com as promessas constantes do programa quinquenal do Governo nos próximos 5 anos.A primeira-ministra, Benvinda Levy, faz outra análise e cita promessas feitas neste plano dos 100 dias, nomeadamente a criação do fundo de desenvolvimento económico local. Estas medidas, a seu ver, são importantes para o país?A questão do Fundo de Desenvolvimento Local é discutível. Primeiro, é preciso haver fiscalização, para que possamos ver, de facto, se este indicador foi cumprido na sua plenitude. Depois, outra questão muito importante são os critérios para a atribuição deste fundo. Já tivemos, no passado, um fundo, programas com as mesmas características do que este, mas que eram usados para o clientelismo, para a compra de consciências. Portanto, havendo esta iniciativa, é preciso que seja uma iniciativa para beneficiar todos os moçambicanos e não para beneficiar os membros do partido.As autoridades moçambicanas afirmam que estas medidas são para gerar mais postos de trabalho e rendimentos para os moçambicanos…No passado, a experiência não foi boa e receamos que se faça o mesmo.Porém, neste plano de acção, continuam por pagar as dívidas aos fornecedores de bens e serviços ao Estado, horas extras dos sectores da saúde e educação. Como é que se justifica este atraso nos pagamentos?A questão do pagamento aos fornecedores do Estado, dos empresários, nem sequer devia fazer parte destes indicadores. É uma dívida antiga e que devia ter sido paga pelo anterior Governo. A meu ver, estas dívidas não deviam fazer parte deste plano de governação, pois neste momento há coisas mais importantes, estruturantes, que devem ser feitas em Moçambique. Por exemplo, a questão da pacificação do país, do diálogo genuíno e verdadeiro, deve ser a prioridade. Sem isso, todo o resto não vai acontecer. A economia não vai crescer se o país continuar instável.Moçambique atingiu, pela primeira vez, a marca histórica de 1 trilião de meticais, ou seja, 14,3 mil milhões de euros em dívida pública. Segundo o balanço do plano económico e social de 2024. Como é que foi contraída esta dívida?Veja, uma coisa interessante é que estes números, muitas vezes assustadores, aparecem sempre quando começa um novo Governo.Está aqui a dizer que há uma certa desresponsabilização?Estas dívidas, na sua maioria, não são contraídas para beneficiar o país. Por essa razão, penso ser importante perceber o que é que foi feito com esse dinheiro. As dívidas ocultas foram contraídas durante a governação do Presidente Armando Guebuza e não beneficiaram os moçambicanos, muito pelo contrário, agravaram a situação e a condição de vida das pessoas.Por isso, digo que essas dívidas são sempre contraídas na parte final dos mandatos e a história mostra que esse dinheiro, muitas vezes, serve para financiar a corrupção. Esse dinheiro serve para o Presidente, quando deixa o poder, sentir que tem dinheiro suficiente para viver, para manipular e, inclusive, para alimentar os esquadrões de morte e toda uma campanha de propaganda contra os opositores do regime, mas também contra a sociedade civil, os activistas, os defensores de direitos humanos.Que margem tem o Presidente Daniel Chapo para criar postos de trabalho e industrializar o país com uma dívida tão elevada?Já é sabido que a dívida moçambicana é insustentável. A insustentabilidade da dívida dificulta o acesso aos mercados internacionais para se financiarem. O que acontece é que Moçambique tem que se voltar para dentro e tem de procurar, tem que disputar dinheiro com os empresários locais. Isso já fragiliza o empresariado e toda a actividade privada, que concorre naturalmente para o crescimento da economia e para o desenvolvimento do país.A Confederação das Associações Económicas de Moçambique, que congrega o sector privado, apelou para o adiamento das negociações do reajuste salarial para Agosto. Qual é o impacto que poderá ter este adiamento do reajuste salarial?Pode gerar descontentamento da população. Como sabe, o custo de vida subiu, mas o salário continua baixo. Porém, numa certa parte, o empresariado tem razão: não se aumenta o salário quando não se produz. O ambiente político que se vive no país, com a crise pós-eleitoral e com as más decisões políticas do partido no poder, não ajudou.O executivo moçambicano diz que vai avançar com a renegociação dos contratos que envolvem os mega projectos que exploram os recursos minerais de Moçambique. Esta é uma solução para o Governo conseguir mais fundos para desenvolver o país?É uma questão bastante complexa, mas penso que, se alguma coisa não está bem nos contratos entre o Estado moçambicano e as multinacionais, é importante renegociar. Os recursos devem beneficiar os moçambicanos e, se há cláusulas que prejudicam os moçambicanos, não há dúvidas de que temos que ir para essa renegociação.O Presidente Daniel Chapo afirma que, 20 anos depois, Moçambique já não é o mesmo e nem pensa da mesma forma…E não é. Por exemplo, a exploração do gás de Inhambane não está a beneficiar os moçambicanos. Exactamente. Há ainda a Mosal, exploração de aço, o carvão em Tete, os rubis em Cabo Delgado, e é preciso perceber se esses contratos estão a beneficiar apenas as multinacionais. É necessário que o Estado discuta com as multinacionais para ver o que é que efectivamente está a acontecer e, se algo não estiver bem, é preciso regularizar.
A DW África está de luto: Morreu o jornalista Luciano da Conceição. Em Moçambique, ativista Wilker Dias exige responsabilização criminal de Bernardino Rafael, ex-Comandante Geral da Polícia, e Pascoal Ronda, o antigo Ministro do Interior. Em Angola, partidos extraparlamentares descontentes com reeleição do Presidente da CNE.
This week, we're in Mozambique. Keanan Reis traded Cape Town's city life for the stunning beaches of Inhambane, Mozambique. He hasn't looked back since. From weekend braais with fresh seafood to a Michelin-rated beachside chef, Reis is living in a culinary dream. He shared the moment when he and his wife saw a humpback whale breaching right in front of them during their honeymoon. This moment sealed the deal for them to make Mozambique their home. Now, Keanan wakes up to ocean views, dense coastal forests, and whales passing by from July to November. Webpage
Governo de Daniel Chapo esqueceu-se da guerra em Cabo Delgado? PGR de Inhambane quer responsabilização de Venâncio Mondlane pelos prejuízos durante às manifestações. Conflito no leste da República Democrática do Congo pode tornar-se regional, alertam peritos.
Defensores dos direitos humanos celebram exoneração do Comandante-geral da Polícia de Moçambique, Bernardino Rafael. Novo Presidente de Moçambique "sabe o que pretende e onde quer chegar", diz analista. Greve dos funcionários públicos afeta serviços de saúde na província moçambicana de Inhambane.
A actualidade desta Semana em África foi dominada pela expectativa suscitada pela nova ronda negocial organizada em Luanda com vista a consolidar o diálogo entre a RDC e o Ruanda em conflito há anos, com Kinshasa a acusar Kigali de participar na desestabilização do leste do território congolês para se apoderar das suas riquezas. Algumas semanas depois de a RCD e o Ruanda terem chegado a um acordo de cessar-fogo e após o mediador da crise, João Lourenço, entregar uma proposta de paz, nos dias 11 e 12 de Agosto, aos seus homólogos do Ruanda e da República Democrática do Congo, o objectivo agora é "dar passos concretos", conforme vincou o Presidente angolano, quando se iniciou essa que foi a terceira ronda de conversações de paz.No final destes encontros, na quinta-feira, foi emitido um comunicado, anunciando que ficou marcada uma reuniao de peritos para os dias 29 e 30 de Agosto, sendo que novos encontros ministeriais deveriam ter lugar nos dias 9 e 10 de Setembro.Noutra actualidade, em Angola, um grupo de activistas de sete ONG´s disse estar a ser perseguido e ameaçado de morte por remeter ao Presidente da República e ao Tribunal Constitucional uma providência cautelar para travar a publicação do diploma sobre segurança nacional. Apesar das intimidações, os jovens disseram que vão avançar com uma marcha contra a lei que consideram restritiva e ambígua em relação às liberdades.Noutro aspecto, relativamente desta vez à questão da saúde, o governo angolano considerou na quarta-feira que o risco de transmissão do vírus Mpox no país é elevado, devido à "vasta fronteira" terrestre que partilha com a República Democrática do Congo, epicentro da epidemia, com 16 mil casos recenseados e mais de 500 mortos.Neste sentido, as autoridades angolanas indicaram ter elaborado um plano para o reforço do sistema de vigilância a nível nacional que não implica contudo o encerramento das fronteiras com a RDC.De facto, a preocupação tem vindo a aumentar, com notícias do alastramento da doença para alguns países, nomeadamente o Burundi que esta semana informou ter registado 171 casos, nenhum deles mortal. A Costa de Marfim também recenseou 28 casos e deu conta de um óbito em elo com esta doença que todavia, segundo a OMS, "não é o novo covid". Numa tentativa de tranquilizar a opinião pública, a Organização Mundial da Saúde assegurou esta semana que "se sabe como lutar contra a doença".Porém, na Guiné-Bissau, a Presidente do Sindicato dos Jornalistas, Indira Correia Baldé, disse estar preocupada com a falta de informação das autoridades sobre os perigos do vírus Mpox e apelou os profissionais da comunicação social a manterem-se activos e a sensibilizar a população.Refira-se que, noutro dossier, a Presidente do Sindicato dos Jornalistas foi impedida esta semana de efectuar a cobertura de um evento oficial do Ministério da Saúde por "ordens superiores". Indira Correia Baldé tem denunciado com veemência as dificuldades e pressões que têm sido colocadas aos jornalistas no seu país. Diamantino Lopes, Secretário-Geral do Sindicato dos Jornalistas, considera que a emissora para a qual trabalha Indira Correia Baldé tem que se posicionar.Noutro aspecto, ainda na Guiné-Bissau, o que também e sobretudo dominou a actualidade esta semana foi a remodelação ministerial operada na terça-feira pelo Presidente da República, uma remodelação no âmbito da qual, o chefe de Estado reforçou a presença de pessoas da sua confiança no governo de sua iniciativa. Em reacção a estas mexidas, o jurista guineense Fodé Mané alerta que se trata de mais uma "demonstração de força", sem "nenhum valor jurídico".Isto acontece numa altura em que a ala histórica do MADEM G-15 acaba de realizar no passado fim-de-semana semana um conselho nacional para debater a situação política do segundo maior partido da Guiné-Bissau, ao mesmo tempo em que a ala dissidente organizou um congresso extraordinário que terminou com a nomeação da veterana da luta pela independência, Satu Camara, para o cargo de coordenadora do movimento. Em entrevista à RFI Abdu Mané, coordenador do Conselho de direitos do MADEM G 15, acusou o chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló de "fomentar a divisão" dentro do partido.Ainda na actualidade política, mas desta vez em Moçambique que neste Sábado transpõe uma nova etapa rumo às eleições gerais de 9 de Outubro, com o arranque formal neste dia 24 de Agosto da campanha eleitoral, aumenta a febrilidade.Esta semana, o candidato presidencial Venâncio Mondlane disse ter sido vítima de uma tentativa de assassínio em Inhambane, no sul do país.Também na actualidade moçambicana, o Serviço Nacional de Investigação Criminal deteve nestes dias, em Maputo, um cidadão chinês acusado de tráfico de seres humanos. Segundo as autoridades, este último aliciava as vítimas com promessas de trabalho na Tailândia.Por fim, em Cabo Verde, a Rede das Mulheres Parlamentares de Cabo Verde apelou esta semana os partidos políticos a cumprirem na totalidade a Lei da Paridade nas autárquicas deste ano.
EUA: Biden abandona corrida presidencial e apoia Kamala Harris. Inhambane: 37 anos do massacre de Homoíne. Venâncio Mondlane apresenta manifesto eleitoral em Portugal. Guiné-Bissau: Falta arroz no mercado interno. Learning by Ear - Aprender do Ouvido.
Moçambique: Situação é caótica no sistema nacional de saúde e associação de profissionais do setor ameaça retomar greve. Nos hospitais da província de Inhambane faltam medicamentos, sangue e comida. Milhares de refugiados sudaneses no leste do Chade precisam de ajuda humanitária.
No continente africano, mais de 24 milhões de pessoas na região austral do bloco enfrentam fome, desnutrição e escassez de água, devido à seca e à desertificação.René Machoco, activista da Justiça Ambiental , sublinha que “cerca de 50% da área moçambicana corre o risco de desertificação". O ano de 2023 foi o ano mais quente desde o período pré-industrial (1850-1900), com a temperatura em África a aumentar 1,45°C da média. Os dados são da Organização Mundial de Meteorologia .No continente africano, mais de 24 milhões de pessoas na região austral do bloco enfrentam fome, desnutrição e escassez de água, devido à seca e à desertificação.René Machoco, activista da organização não-governamental Justiça Ambiental moçambicana, sublinha que “cerca de 50% da área moçambicana corre o risco de desertificação, afectando essencialmente a província de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, um pouco de Tete e Manica.”O activista da justiça Ambiental aponta como principais causas da desertificação a “insuficiência de água superficial ou baixa precipitação, déficit pluviométrico, queimadas descontroladas além das plantações de monoculturas com recurso a fertilizantes, usados de forma intensiva.”Machoco relembra que “o país se localiza numa região que é muito afectada pelos eventos climáticos extremos”, todavia “podemos criar medidas de adaptação e de mitigação a essas mudanças climáticas. Temos que encontrar medidas que evitem ou que minimizem a emissão de carbono, que é um dos principais elementos para o efeito de estufa (...) medidas que não pressionem a biodiversidade, opções de desenvolvimento que garantam a sustentabilidade das nossas florestas, evitando as plantações de monoculturas, fazendo diversificação de espécies com sucessão de culturas, apostando em medidas para o controlo de queimadas descontroladas”, entre outras.
Em Moçambique: Ativista Adriano Nuvunga avalia década de governação do Presidente Nyusi. Aumento da taxa de água preocupa residentes de Inhambane. Porquê que o mundo está a ignorar a guerra civil no Sudão?
Esta semana foi marcada pelo acordo militar entre São tomé e Príncipe e a Rússia. O acordo abrange várias áreas e é válido por tempo indeterminado, tendo suscitado a preocupação de países ocidentais. São Tomé e Príncipe e a Rússia assinaram um acordo militar que abrange várias áreas. O acordo foi revelado na quarta-feira 8 de Maio pelo órgão de comunicação social russo "Sputnik" e é válido por tempo indeterminado. O chefe do governo Patrice Trovoada desvalorizou as críticas sobre o facto de o acordo não ter sido enviado para a Assembleia Nacional, como reclama a oposição, e recordou que se reuniu durante a semana com o embaixador dos Estados Unidos. O caso suscitou uma reacção do ministro português dos negócios estrangeiros, Paulo Rangel, que, em declarações ao canal televisivo SIC Notícias, confirmou ter conversado nesta quinta-feira com o seu homólogo são-tomense. Rangel alega ter sentido "estranheza, apreensão e perplexidade" perante este acordo, embora afirme respeitar a soberania plena do arquipélago equatorial.Mahamat Idriss Deby Itno eleito Presidente do Chade No Chade, Mahamat Idriss Deby Itno foi eleito Presidente de acordo com os resultados provisórios divulgados esta quinta-feira. A oposição, liderada por Succès Masra, acusa-o de tentar manipular os votos. O anuncio rápido dos resultados foi uma surpresa, assim como os próprios resultados, considera Lionel Claro, habitante desde os anos 1990 no sul do Chade.Os resultados oficiais provisórios dão a Mahamat Idriss Deby Itno 61,03% dos votos, seguido de Succès Masra que obteve 18,53% e que contestou os resultados. Sucessão de Filip Nyusi Esta semana foi também marcada pelo processo de sucessão do Presidente moçambicano. Filip Nyusi anunciou a 5 de Maioque Daniel Chapo, governador de Inhambane, seria o candidato da Frelimo às eleições presidenciais. O anúncio acabou com a especulação sobre um terceiro mandato de Nyuisi.No mesmo dia, o MDM, terceira força política em Moçambique, deu apoio à candidatura do líder do partido, Lutero Simango, ao cargo de Presidente da República.Já o candidato da Renamo, o principal da oposição em Moçambique, só será conhecido nos próximos dias 15 e 16 deste mês. Profissionais da saúde em Moçambique em greveAinda em Moçambique, na terça-feira, os profissionais de saúde decidiram prolongar a greve por falta de consenso com o Governo. A Associação de Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique garantiu que se o Governo “continuar com o braço de ferro”, retirariam os serviços mínimos das unidades sanitárias. Segundo a associação, 327 pessoas morreram na primeira semana de greve, iniciada a 29 de Abril. Kizomba reconhecida património cultural imaterial em Angola Em Angola, as autoridades reconheceram o kizomba, género musical, como património cultural imaterial. Esta qualificação serve para “evitar a sua usurpação” e para a promoção deste estilo musical, muito popular em todos os países lusófonos.
Tribunal Judicial de Maputo recua e rejeita providência cautelar interposta por Venâncio Mondlane. A decisão fortalece a ala pró-Ossufo Momade, diz analista. Sul de Moçambique tenta reerguer-se após passagem da tempestade tropical "Filipo". Ainda neste jornal analisamos o crescimento do partido Chega em Portugal e os possíveis impactos na comunidade afrodescendente.
Terminou no domingo a Feira Internacional de Turismo de Paris. Durante quatro dias, mais de 200 expositores abriram horizontes aos milhares de visitantes. Especialistas em viagens, transporte e alojamento não faltaram a esta 47a edição do evento. A marcar presença no certame esteve Cabo Verde, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Ao microfone da RFI, Jean-Pierre Bensaïd, cônsul honorário de São Tomé e Príncipe em Marselha, sublinhou a importância de participar nestes eventos, numa altura em que o turismo no arquipélago são-tomense tem vindo a aumentar.O turismo de São Tomé e Príncipe está a desenvolver-se. Em 2023, recebemos 35.000 visitantes.Vemos que em França, por exemplo, os turistas estão à procura de destinos novos, principalmente destinos de natureza, para caminhadas, para descoberta e igualmente para encontros com a população. Isso é o mais procurado pelos turistas.Laura Decroix, coordenadora do turismo moçambicano em França explicou que um dos objectivos da participação é esclarecer os turistas sobre a situação de Cabo Delgado e, ao mesmo tempo, mostrar os produtos locais.Aqui temos óleo de coco produzido em Inhambane pela Cooperativa Boa Gente, que trabalha com as comunidades, com parceiros locais, com senhoras, sobretudo, e ajudam as nossas produtoras a ter uma fonte de rendimento. Também tenho fruta desidratada do Jogo, produzida na província de Inhambane. Café de Chimanimani, que é uma reserva entre Moçambique e Zimbabwe. O famoso café da Gorongosa. 100% dos lucros da produção do café da Gorongosa apoiam projectos de meninas no Parque Nacional de Gorongosa. Temos o mel de Gorongosa, cuja venda também apoia na formação das meninas. Depois, o sabão da Boa Gente e o sabão Mulher, de uma moçambicana que produz cosméticos especiais para pele negra e com produtos 100% moçambicanos.Questionada sobre o possível afastamento dos turistas na sequência dos ataques terroristas em Cabo Delgado, Laura Decroix é peremptória:Se calhar há esse medo. Mas é por isso que nós estamos aqui, para assegurar aos turistas que a situação em Cabo Delgado é localizada.Estamos aqui para assegurar e explicar que podem ir para Moçambique. É um país seguro, com boas potencialidades.Não podem visitar o Norte, mas podem ir para todo o resto de Moçambique. Saquina Faquir da agência de viagens moçambicana Link Fly veio à capital francesa à procura de ideias para aumentar a oferta aos moçambicanos que querem visitar Paris:Queremos descobrir mais sobre a França, para além dos pontos turísticos famosos que toda a gente já sabe.Uma coisa interessante que descobri é que existe turismo para mobilidade condicionada. Isso é impressionante. Nós nunca trabalhamos com turismo para mobilidade condicionada.Dalma Chirute abriu, à reportagem da RFI, as portas do Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo: Temos a nossa sala multiusos que tem capacidade para 1.500 pessoas. Temos a nossa plenária que é de 750 pessoas e temos as outras salas de 80 a 180 pessoas.Espaços que podem acolher conferências, cooperativas, religiões, cooperativas e festas privadas e espectáculos.Aqui “ao lado” o arquipélago cabo-verdiano. Adilson Semedo da agência de viagens Protour confirma a vontade dos franceses de conhecerem melhor Cabo-Verde.As pessoas perguntam o que é que podem fazer como actividade em Cabo Verde. Sabem que é um país constituído por ilhas, perguntam como fazer um circuito e visitar mais do que uma ilha. E também têm curiosidade sobre segurança e cultura. O que é que se pode ver e experienciar em Cabo Verde.Adilson Semedo acrescenta que a proximidade do arquipélago cabo-verdiano da Europa acaba por ser benéfica para o país, pois o turista pode “tomar um pequeno-almoço aqui em Paris e almoçar em Cabo Verde e isto, obviamente vai nos ajudar bastante na promoção do país”Nesta Feira Internacional do Turismo de Paris, a ilha de Santo Antão “curiosamente” foi bastante cobiçada:As pessoas querem fazer caminhadas. Santo Antão é magnífico para caminhadas. A maioria procura caminhadas e turismo de natureza.O Governo fez um investimento enorme no desenvolvimento de programas turísticos com a comunidade rural. As pessoas vão, fazem caminhadas, almoçam em casas de pessoas locais e têm uma natureza fantástica.Santo Antão é maravilhoso!A Feira Internacional do Turismo de Paris volta no próximo ano, de 13 a 16 de Março de 2025, com as cores e os paladares das tendências do turismo mundial.
Governante alemã acusa a Rússia de ser uma ameaça para a região da África Subsariana. Moçambique: Aumenta transporte, venda e consumo de drogas na província de Inhambane. Angola quer mais turistas, mas especialista avisa que não basta só a promoção no exterior.
A 24 horas das autárquicas em Moçambique, a Sociedade Civil está a postos para passar a votação a pente fino. Em Angola, analista critica atuação da polícia em Saurimo, capital da província da Lunda Sul e mais de 2 milhões de pessoas vão votar nas eleições gerais na Libéria.
Cimeira dos BRICS arrancou em Joanesburgo. Presidente russo promete enviar cereais de forma gratuita para seis países africanos. Greve dos médicos está a levar a altas compulsivas na província moçambicana de Inhambane. FRELIMO é o partido que mais beneficia de financiamentos ilícitos em Moçambique, acusa CIP. Cientista angolano quer usar Inteligência Artificial para prevenir a malária.
Na França, a morte de jovem de origem argelina, voltou a reacender um velho debate sobre o racismo em alguns países europeus. Viagens de Moçambique para África do Sul através da fronteira de Ressano Garcia condicionadas. Edil da Maxixe, em Inhambane duplica salário. Encerramento da base da Renamo em Vunduzi abre espaço para a proteção da biodiversidade da Serra da Gorongosa.
População em Angola queixa-se da escalada dos preços dos alimentos. Moçambicanos admitem dificuldades para comprar produtos de primeira necessidade. Sociólogo sugere que Estado crie políticas públicas que vão ao encontro das necessidades da população.
Guiné-Bissau: Pré-campanha eleitoral já começou. Sociedade civil apela ao bom senso e civismo. Angola: mulheres denunciam casos de assédio sexual nos postos de trabalho e nas escolas. Moçambique: Populações dizem-se ignoradas pelo projeto de exploração de areias pesadas de Jangamo, província de Inhambane.
Terra de belas praias e de boa gente, como disse certo navegador que aqui parou para se abastecer.
Kimbunga Freddy moja ya vimbunga vilivyodumu kwa muda mrefu na kusababisha athari kubwa sehemu mbalimbali sasa kimeondoka Madagascar na kubisha hidi Msumbiji ambako kwa mujibu wa shirika la Umoja wa Mataifa la utabiri wa hali ya hewa duniani WMO kinaleta tishio kubwa kwa sababu ya kiwango cha mvua kinachoambatana nacho.WMO inasema kimbunga Freddy kimeshika kasi kwenye mkondo wa Msumbiji kikitokea Madagascar huku kikiambatana na upepo mkali na mvua na kinatarajiwa kupiga kikamilifu Msumbiji mchana wa leo Ijumaa Machi 24 na uwezekano mkubwa ni katika maeneo kati ya Beira na Inhambane. Hata hivyo shirika hilo la utabiri wa hali ya hewa limesema tahadhari za mapema na hatua zilizochukuliwa mapema zimesaidia kudhibiti idadi ya vifo hasa Madagascar na sasa Msumbiji hali ambayo inadhihirisha umuhimu wa kampeni inayoendelea kote duniani ya kuhakikisha tahadhari ya mapema inatolewa kwa wote. Ofisi ya Umoja wa Mataifa ya kuratibu masuala ya kibinadamu na misaada ya dharura OCHA imeonya kwamba “tishio la kimbunga hicho litasababisha janga kubwa la kibinadamu nchini Msumbiji.” Taasisi ya kitaifa ya kudhibiti majanga Msumbiji inakadiria kwamba mafuriko makubwa katikati na Kusini mwa Msumbiji kutokana na kimbunga hicho yanaweza kuathiri hadi watu milioni 1.75. Hatari kubwa ya kimbunga Freddy Msumbiji imeelezwa kuwa uwezekano mkubwa wa mvua kubwa inayopaswa kunyeksha kwa muda wa mwezi mmoja kunyesha kwa siku kadhaa na hivyo kusababisha mafuriko katika taifa ambalo tayari udongo wake umejaa maji na mito imefurika kutokana na msimu wa mvua usiotarajiwa. WMO inasema kimbunga Freddy ni cha aina yake kwa sababu ya umbali kinachoweza kusafiri na muda kinachoweza kudumu. Kilianza Februari 6 kwenye mwambao wa Kaskazini Magharibi mwa Australia na kuathiri mataifa kadfhaa ya visiwani ikiwemo Mauritius na Réunion, wakati wa safari yake ndefu kupitia Kusini mwa bahari ya Hindi nah ii ni nadra sana linasema shirika hilo kwani kimbunga cha karibuni cha aina hiyo kilichorekodiwa ni Leon-Eline na Huda vyote vilitokea mwaka 2000.
Assinala-se hoje um ano desde o início da ofensiva militar russa na Ucrânia que mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial. Moçambique/ciclone Freddy: População de Inhambane abriga-se em escolas e igrejas. Nigéria: 211 milhões de nigerianos elegem no sábado o próximo Presidente da República.
Tribunal Supremo angolano concede liberdade condicional ao ex-ministro dos Transportes Augusto Tomás. Em Moçambique: Setor de turismo reanimado em Inhambane. Ucrânia anuncia abertura de 10 novas embaixadas em África no 1º trimestre de 2023.
Na Guiné-Bissau, legislativas antecipadas continuam sem data marcada, mas o recenseamento eleitoral começa oficialmente neste sábado. Operadores turísticos de Inhambane lamentam a paralisação dos voos das Linhas Aéreas de Moçambique. O mundo assinala hoje o Dia contra a Corrupção.
Sociedade civil angolana pede que próximo Orçamento reduza a pobreza no país. Lucros da exploração de recursos naturais em Angola não chegam às populações, alertam ativistas. Senegal vence campeonato africano de futebol de praia.
Analista diz que há fraca vigilância nas estradas fronteiriças de Moçambique. Governo moçambicano inaugurou novas instalações judiciais na provincia de Inhambane, mas população quer mais. Um ano após o golpe de Estado no Sudão, o país atravessa uma crise política, económica e humanitária sem precedentes.
Vice-presidente William Ruto é o vencedor das eleições presidenciais no Quénia. Sociedade civil angolana prepara-se para sair à rua para pedir impugnação das eleições devido a irregularidades no processo. Perfil do candidato do MPLA João Lourenço, que se for reeleito promete um país "melhor do que encontrou". Delegado provincial do MDM em Inhambane afastado por alegado desvio de fundos.
Moçambique: Sociedade civil quer nova lei que salvaguarde do direito à manifestação. No “Dia da Juventude Moçambicana”, grande parte da juventude de Inhambane queixa-se de falta de perspectivas. Angola: Apelo da CNE à polícia para que impeça a concentração de cidadãos nos locais de voto, contestado pela sociedade civil.
Moçambicanos protestam contra aumento do custo de vida. Jurista sugere amnistia para filhos de José Eduardo dos Santos, para amenizar tensões no MPLA. Inhambane: Mais de 100 funcionários públicos indiciados por suspeitas de corrupção.
Em Moçambique, analistas criticam decisão do governo de priorizar filhos de antigos combatentes nos concursos públicos de emprego. Em Angola: Conheça o perfil do candidato à presidência do país pelo PRS, Benedito Daniel. Ativistas sudaneses preocupados com a situação política do país, também mergulhado numa crise social e económica.
Guiné-Bissau assume presidência rotativa da CEDEAO, mas analista duvida que o país consiga ajudar na resolução das crises na organização. Milhares de famílias debatem-se com crise alimentar na província moçambicana de Inhambane. CEDEAO levanta sanções comerciais e financeiras contra o Mali.
No centenário de José Craveirinha: As saborosas tangerinas de Inhambane (Partes VI a X)
No centenário de José Craveirinha: As saborosas tangerinas de Inhambane (Partes III a V)
No centenário de José Craveirinha: As saborosas tangerinas de Inhambane (Partes I e II)
Angola: Tribunal de Comarca de Luanda não decidiu sobre quem fica com a liderança da IURD. Em Inhambane é difícil um jovem encontrar emprego devido a obstáculos impostos a quem quer trabalhar. Rússia ameaça contar fornecimento de gás a quem não pagar em rublos a partir de hoje.
Moçambique: Elias Dhlakama pede a convocação do Conselho Nacional da RENAMO para discutir eleições autárquicas de 2023. Em Inhambane, há denuncias de alunos que sem aulas por não terem dinheiro para pagar aos guardas escolares. Dez anos de insegurança no Mali. cinco seleções africanas apuradas para o Mundial.
Governo angolano rejeita, para já, a hipótese de prolongar o registo para as eleições de agosto. Primeiro-Ministro moçambicano visita província de Nampula, severamente afetada pelo ciclone Gombe. Em Moçambique, a rota terrestre de drogas pesadas com destino aos países vizinhos pode estar a consolidar-se. Negociações entre a Rússia e a Ucrânia foram suspensas hoje, e serão retomadas amanhã.
Angola: Líder do Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe, José Mateus 'Zeca Mutchima', e os 24 co-arguidos, foram condenados a quatro anos e meio de prisão efetiva. Análise: Consequências para África do conflito na Ucrânia. Moçambique: Membros do MDM queixam-se de perseguições internas na província de Inhambane.
Angola: UNITA pede anulação do concurso para logística eleitoral. Portugal: Jornalista guineense ferida no ataque à Rádio Capital está fora de perigo após cuidados médicos em Lisboa. Moçambique: Polícia é acusada de extorquir turistas nas praias de Inhambane.
Heavy Minerals (ASX: HVY) chief executive officer Nic Matich joins Small Caps to discuss the company's upcoming news flow for its Port Gregory and Inhambane garnet and mineral sands projects. Recent assays from drilling at Port Gregory have exceeded expected grades that were modelled in the exploration target. Mr Matich says the exceptional assay results bode well for the upcoming maiden mineral resource estimate.Articles:https://smallcaps.com.au/heavy-minerals-exceeds-drilling-expectations-port-gregory-garnet-project/https://smallcaps.com.au/heavy-minerals-completes-maiden-drilling-port-gregory-garnet-project/For more information on Heavy Minerals:https://smallcaps.com.au/stocks/HVY/
Cafunfo: Movimento Lunda Tchokwe pretende levar governantes angolanos a julgamento no TPI. Angola: Alfabetizadores queixam-se da falta de pagamentos no Huambo. Moçambique: Período de defeso afeta pescadores de Inhambane.
Parlamento guineense anula acordo de partilha de petróleo com Senegal assinado por Umaro Sissoco Embaló. Médicos angolanos prorrogam greve por tempo indeterminado. Oposição denuncia perseguição política em Inhambane, Moçambique.
Províncias do centro e sul de Moçambique seguem sob ameaças dos insurgentes. Greve dos motoristas em Cabinda ganha contornos preocupantes. Arranca em Angola o XIII Congresso da UNITA.
Marta Uetela is an industrial designer who is a very energetic and positive individual that from a selfless act, started an organisation that is changing the lives of many, one step at a time. She won the second-best green startup in Africa, the number one prize in the 6th edition of the competition SeedStars in Maputo, and the 193rd Commonwealth Point of Light, but those are not even her most significant achievements. Guiding us by connecting the dots, she explains how design, welding, being encouraged by her father and brothers at a young age to get involved in mechanics, and another myriad of unusual events got her in the position she is today.LinksBioMec WebsiteMarta Uetela on InstagramStartup Moçambicana Distinguida Como a Segunda Mais Inovadora em ÁfricaBioMec Vence a Sexta Edição do Seedstars MaputoRainha Elizabeth II concede prémio a jovem empresária moçambicana Marta UetelaGIST Catalyst Semifinals AnnouncementJoin Kubhula Members Area for FreeFollow Kubhula on InstagramPlease consider supporting this podcast
Moçambique: No julgamento das dívidas ocultas, ex-chefe da secreta volta a sugerir que o Presidente da República e o seu antecessor se sentem no banco dos réus. Em momento de boas novas no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, persistem desafios a serem ultrapassados, lembra analista. Na província moçambicana de Inhambane, idosos queixam-se de maus tratos.