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Para a discussão do livro do Clube de Leitura 30:MIN de 2025, Arthur Marchetto e Cecilia Garcia Marcon se reúnem para falar do primeiro volume de Aya de Yopougon, escrito por Marguerite Abouet e desenhado por Clément Oubrerie (publicado pela ed. L&PM e traduzido por Julia da Rosa Simões).A HQ conta a primeira parte da história de três amigas que vivem no bairro de Yopougon, na Costa do Marfim, e vai trazer discussões sobre juventude, amores, profissão e futuro numa comunidade de pessoas próximas, com bailes, flertes e muitos homens questionáveis. Preparados?Então, aperta o play, e se prepare para o próximo livro: Onde vivem as monstras?, de Aoko Matsuda.---LinksApoie o 30:MINSiga a gente nas redesJá apoia? Acesse suas recompensasConfira todos os títulos do clube!
No quarto episódio da série Escritoras Africanas do programa Historicizando, os alunos Antoni Guilherme Macagnan Damo, Davi Emilio da Massena Stobe e Everton Kauã Lesonier Alves apresentam a vida e as obras da escritora Marguerite Abouet, de Costa do Marfim, autora das histórias em quadrinho Aya de Yopougon.
Bolsas internacionais já precificaram problemas com a safra e exportações da Costa do Marfim
Neste programa recordamos a actualidade política na Guiné-Bissau que se destacou pelo anuncio do Presidnte Unaro Sissoco Embalá marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro, que coincidiu com a chegada de uma delegação da CEDEAO para resolver o impasse político. A oposição guineense, que tem estado a exigir a realização de eleições no prazo de 90 dias, apela à "paralisação total do país", argumentado que o mandato de Sissoco Embaló terminou no dia 27 de Fevereiro. Uma missão de alto nível político da CEDEAO chegou a Bissau no passado domingo, 24 de Fevereiro, para ajudar a classe política a encontrar consenso à volta do calendário eleitoral, depois do Presidente Unaro Sissoco Embaló marcar eleições gerais para o próximo dia 30 de Novembro. A coligação PAI-Terra Ranka vencedora das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, declinou o convite para um encontro com a missão de mediação da CEDEAO, justificando a impossibilidade de se reunir pelo facto da CEDEAO se ter encontrado com "um suposto presidente do parlamento".A missão da CEDEAO "decidiu excluir das consultas" dois partidos políticos representados no parlamento, nomeadamente o MADEM G-15 e o PRS, dois partidos a braços com problemas internos.O coordenador da Aliança Patriótica, o ex-primeiro-ministro Nuno Nabiam, foi recebido pela CEDEAO e no final do encontro defendeu que antes de apontar uma data para as eleições na Guiné-Bissau, a classe política deve entender-se para resolver questões como o fim do mandato do Presidente e a situação do parlamento. A delegação da CEDEAO reuniu-se com o presidente da Liga, Bubacar Turé, que aproveitou a ocasião para formular sete recomendações à organização regional, nomeadamente a organização de uma cimeira extraordinária e um roteiro que permita o regresso à normalidade constitucional".Um colectivo de 36 organizações da sociedade civil de 8 países da África Ocidental, da Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Costa de Marfim, Cabo Verde e Togo, dirigiram esta semana uma carta aberta à comunidade onde alertam para a deterioração da situação política e dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, referindo que isto é “potencialmente perigoso para a estabilidade da sub-região”.A oposição da Guiné-Bissau, que quer eleições no prazo de 90 dias, apelou à "paralisia total" do país, alegando que o mandato do Presidente Umaro Sissoco Embaló terminou na quinta-feira, 27 de Fevereiro, cinco anos após a tomada de posse.A Guiné-Bissau vive uma crise política iniciada com a dissolução do parlamento em Dezembro de 2023 e a não realização de eleições legislativas, conforme manda a Constituição do país. O Presidente Umaro Sissoco Embaló tem argumentado que o mandato termina a 4 de Setembro, sublinhado que o dia coincide com a data em que o Supremo Tribunal de Justiça encerrou o contencioso que se seguiu às eleições presidenciais de 2019, nas quais chegou à presidência da Guiné-Bissau.
Alterações climáticas estão a afectar a cultura de cacau, colocando em risco a sua produção. Grandes paises produtores como Costa do Marfim e Gana já têm colheitas mais fracas, o que tem aumentado os preços.
Francisco França tem 22 anos e um grande sonho: conhecer o mundo. Para concretizar este objectivo, este jovem licenciado em Psicologia, decidiu pegar na bicicleta, num fogão a gasolina e numa tenda e partir rumo à descoberta a 19 de Fevereiro do ano passado. Saiu de Portugal, atravessou para Espanha e depois para Marrocos de ferry e continuou a viagem por terra. Já lá vão 11 meses a pedalar. Francisco já passou por 17 países, onde se incluem vários países africanos, desde logo a Guiné-Bissau, Angola ou até mesmo Moçambique.Em entrevista à RFI, Francisco França, falou-nos sobre esta experiência e começou por explicar-nos porque é que decidiu incluir o continente africano nesta aventura."África conservava o mistério de eu não conhecer nada. Eu ouvia muito pouco. Eu não sabia o que se passava em tantos países e agora olho para o mapa e consigo ver que são países onde eu já passei, onde já conheço a cultura. Eu senti que tinha de ser por África e não podia deixar passar esta oportunidade. Eu sinto que podia viver a minha vida toda sem ver as Américas, mas não conseguia fazê-lo sem ver África", começou por referir Francisco França.O jovem psicólogo salientou depois que fazia questão de conhecer os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) porque conservam "uma grande parte da nossa história portuguesa", mas também devido à história de muitas pessoas que conhece em Portugal e que têm raízes africanas.Uma das coisas que mais impressionou Francisco França foi "a vida nas aldeias, que é tão simples" e, ao mesmo tempo, o facto de "toda a gente ficar maravilhada por ver um turista e toda a gente querer conhecer e ajudar"."A ideia de África por parte de quem nunca visitou não é, de todo, uma ideia ajustada. É importante conhecer-se, ver-se e ouvir-se mais. Há muito mais aqui do que aquilo que se pensa, a natureza... E a cultura ainda está tão intocada, que acho que é difícil encontrar-se algo assim noutra parte do mundo", defendeu o jovem, que nos detalhou todos os pormenores deste longo trajeto.Para realizar esta viagem, Francisco França inspirou-se em outras pessoas que conheceu durante a vida e que fizeram percursos semelhantes. Depois, no que diz respeito à parte monetária para conseguir cobrir os custos desta viagem, o jovem trabalhou num hostel e também como promotor.Francisco França já passou por vários países: Portugal, Espanha, Marrocos, Mauritânia, Senegal, Gâmbia, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri, Serra Leoa, Libéria, Costa do Marfim, Gana, Togo, Benim, Nigéria, Camarões, Congo-Brazzaville.Actualmente está em Angola e o objectivo é terminar a viagem em Moçambique.Saiba tudo sobre esta grande aventura neste magazine e veja aqui algumas fotografias da viagem :
2024 ficou marcado pelos Jogos Olímpicos que decorreram em Paris, a capital francesa, durante o Verão europeu, há mais de seis meses, e agora em que ponto estão os atletas? Uns acabaram por se reformar, outros já estão com o pensamento virado para Los Angeles em 2028, enquanto uma outra parte dos atletas ainda não sabe o que vai fazer até às próximas olimpíadas daqui a três anos e meio.A RFI entrevistou Mariana Esteves, atleta que representou a Guiné-Conacri durante os Jogos Olímpicos, ela que também é portuguesa.Na prova olímpica, Mariana Esteves, na categoria de menos de 57 kg, eliminou Maria Escano, atleta de Guam, na primeira ronda, antes de ser derrotada pela francesa Sarah-Léonie Cysique no segundo combate.A bi-campeã africana nessa categoria aceitou contar-nos o resto da história, como foi a sua vida pós-Jogos Olímpicos.Entre dúvidas, competições e objectivos para 2025, Mariana Esteves, que vestiu depois dos Jogos Olímpicos as cores dos clubes do Judo Club Venellois, do Marselha e do Sainte Geneviève Sports, ambos em França, revelou-nos como é a vida de um atleta após essa aventura olímpica.Isto sem esquecer a parte mediática do judo, que continua a ser seguida em França com a mesma força pelos apaixonados da modalidade, no entanto, Mariana Esteves não tem visto um real aumento da afluência nos pavilhões, apesar de haver sempre um certo efeito ‘Jogos Olímpicos' nas inscrições de crianças em várias modalidades olímpicas.Mariana Esteves, atleta luso-guineense de 28 anos, continua activa com as provas de judo, inclusive no próximo Campeonato Africano de judo que decorre em Abidjan na Costa do Marfim em Abril, mas que também abraçou a carreira de professora de educação física durante este ano lectivo.O desporto pós-Jogos Olímpicos e as modalidades femininas continuam a precisar de ajuda, visto que a exposição mediática durante as Olimpíadas é de apenas cerca de um mês… todos os quatro anos.
Confira a transmissão da Rádio O Melhor do Futebol para Nigéria e Costa do Marfim, em jogo válido pela Copa Africana de Nações, realizada em 11/02/2024.
A Costa do Marfim anunciou a saída do contingente francês a partir desde mês de Janeiro, em resposta ao movimento crescente de novas parcerias como a Rússia e a China em África. "Podemos pensar neste cenário como uma nova Guerra Fria, mas com características económicas e geopolíticas específicas", defende o historiador, antropólogo e investigador permanente do Instituto Nacional de Estudos de Pesquisa da Guiné-Bissau, João Paulo Pinto Có. RFI: Que leitura faz deste anúncio do Presidente Alassane Ouattara, que revelou que o contingente francês vai começar a sair do país ainda este mês de Janeiro?João Paulo Pinto Có: Esta decisão do Presidente Ouattara acompanha o anseio de um movimento muito grande e forte no continente africano, nomeadamente de uma juventude e de novas políticas, também de relações diplomáticas mais horizontais com os antigos colonizadores. Visa, portanto, reclamar a soberania do próprio país. É uma decisão que não me surpreende muito, porque Ouattara já vinha fazendo alguns discursos que apontavam para esse caminho. Não só ele, mas muitas outras lideranças africanas.Neste momento, o que se tem no continente africano são diversos actores que buscam uma relação e uma cooperação internacional para o desenvolvimento, nomeadamente com a China, a Rússia e a Turquia. Esses novos actores oferecem novos moldes de cooperação, países que não foram colonizadores no continente e, portanto, têm interesse em buscar uma nova dinâmica de colaboração. A África tenta, assim, traçar novas metas e quebrar paradigmas para alcançar uma cooperação mais clara e transparente.Há um efeito dominó nesta decisão: Depois do Chade, do Mali e do Níger, de que forma a saída das forças francesas desses países pode afectar a luta contra o jihadismo e outros grupos extremistas, sobretudo no Sahel?A presença militar francesa no continente africano sempre foi um tema controverso. Embora a França procure combater o jihadismo e o terrorismo no continente, para muitos países africanos essa presença também significava algo negativo. Muitos viam essa presença como maligna, acusando a França de, além de combater, financiar o próprio terrorismo.Por exemplo, o actual regime maliano acusou a França de ser a principal patrocinadora do jihadismo, seja através da venda de armas, seja de outras formas. Um agravante disso foi a denúncia feita pelo Mali há alguns anos, numa reunião de emergência no Conselho de Segurança das Nações Unidas, acusando a França de patrocinar operações que desestabilizam o continente africano.A presença francesa é vista nalguns países como um suporte a regimes tirânicos e ditatoriais que querem perpetuar-se no poder. Por outro lado, para outros, a França tem tido um papel que pode, em algumas circunstâncias, dissuadir líderes de violar os valores democráticos e constitucionais. No entanto, a conjuntura actual está a mudar, impulsionada por dinâmicas internacionais, como a guerra no centro da Europa e a perda de hegemonia de potências como a Rússia. Com isso, o cenário africano também está a ser reconfigurado, com novos regimes a emergirem e a França a ser pressionada a sair de certos países.Falava da Rússia, estamos perante uma transição para novas alianças com potências como a Rússia? E de que forma essas novas alianças podem ter um impacto na segurança da região?A Rússia, embora não tenha sido uma potência colonizadora no continente africano, sempre manteve relações com os países africanos, como na comercialização de armamentos. Além disso, a Rússia apoiou muitos movimentos de independência no continente.O que vemos agora é, de certa forma, uma transição de influência: de uma França para uma Rússia, ou até para uma China, que procuram estabelecer novos moldes de cooperação com os países africanos. A Rússia, por exemplo, tem uma pressão muito forte no continente africano. Muitos dos regimes actualmente no poder, como no Mali e em Burkina Faso, têm relações próximas e cordiais com a Rússia.Este é, de facto, um momento de mudanças: tanto no sentido de ruptura com a França quanto na construção de novas parcerias com actores emergentes. Além disso, essas mudanças reflectem lideranças mais jovens e dinâmicas que buscam maior independência e soberania.A Rússia entra nesses países num momento de transição política, como no caso do Níger ou do Burkina Faso. Qual é o interesse da Rússia em África? São as matérias-primas?A Rússia procura expandir a sua influência em África, especialmente perante as perdas hegemónicas que enfrenta no continente europeu e noutros países ocidentais. No entanto, além de tentar ampliar a sua influência, a Rússia também tem interesse em explorar matérias-primas e recursos naturais africanos.Além disso, as acções russas no continente também podem ser vistas como uma retaliação às potências ocidentais que a combatem no contexto da guerra na Ucrânia. Assim, o continente africano torna-se um novo palco estratégico. Podemos até pensar nesse cenário como uma nova Guerra Fria, mas com características económicas e geopolíticas específicas, sendo a África Ocidental um espaço central nesse jogo.O Djibuti e o Gabão continuam a ter bases militares francesas. O Djibuti, em particular, parece ser um caso à parte, já que não prevê, pelo menos para já, cortar relações com a França.O Djibuti, no Corno de África, não tem interesse em cortar relações com a França. A França desempenha um papel estratégico para a manutenção do actual governo, além de actuar no combate à pirataria e a crimes no Oceano Índico.Portanto, o interesse da França em manter a sua base militar no Djibuti é evidente. Isso permite que o país continue a operar na região do Índico e a desempenhar um papel activo na luta contra o terrorismo e outras ameaças.Como é que aFrança prevê redefinir a sua presença e influência no continente africano? Penso, por exemplo, na Guiné-Bissau. Pergunto-lhe, até onde pode ir o reforço de cooperação entre a Guiné-Bissau e a França, uma relação muito valorizada por Emmanuel Macron e Umaro Sissoco Embaló?As relações entre a França e a Guiné-Bissau foram marcadas por altos e baixos, especialmente após o conflito político-militar de 1998. Na época, a França apoiou o regime de Nino Vieira, sem o consentimento da Assembleia Nacional Popular, o que arranhou seriamente as relações bilaterais.No entanto, essas feridas têm sido saradas, especialmente com a aproximação entre Macron e Embaló. As recentes visitas de ambos os líderes mostram uma tentativa de reestruturar essa parceria.Ainda assim, é importante lembrar o histórico conturbado das relações entre a França e muitos países africanos. Os jovens e os líderes africanos estão cada vez mais politizados e conscientes dos valores do pan-africanismo, estão a exigir uma nova dinâmica diplomática. A França, por sua vez, precisa rever as suas políticas e enfrentar o desafio de se adaptar a essa nova realidade, que inclui a procura por relações mais justas e transparentes.
Esta semana, o Conselho Constitucional de Moçambique fixou, oficialmente, o dia 15 de Janeiro para a tomada de posse de Daniel Chapo, declarado vencedor das presidenciais, mas contestado nas ruas com protestos. A ONU e a SADC mostraram-se “profundamente” preocupadas com a violência pós-eleitoral. Outro tema em destaque neste programa é a perda de influência de França no continente africano. O Conselho Constitucional de Moçambique fixou, oficialmente, o dia 15 de Janeiro para a tomada de posse de Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frelimo, no poder, como novo Presidente da República.Foi o mesmo Conselho Constitucional que a 23 de Dezembro proclamou Daniel Chapo como o vencedor das presidenciais e a vitória da Frelimo que manteve a maioria parlamentar nas eleições gerais de 9 de Outubro. Esta proclamação oficial foi contestada nas ruas e só nessa semana morreram mais de 170 pessoas, elevando para quase 300 o número de vítimas dos confrontos com a polícia, nomeadamente dos seus disparos.O candidato presidencial Venâncio Mondlane, que lidera a contestação a partir do estrangeiro, também prometeu, muito antes da data anunciada pelo conselho Constitucional, que vai tomar posse no dia 15 de Janeiro.Wilker Dias, coordenador da plataforma Decide, que tem revelado o número de mortes nos protestos, contou à RFI temer que o país assista a um grande nível de violência na semana da tomada de posse de Daniel Chapo. Entretanto, esta semana, a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, SADC, manifestou-se “profundamente” preocupada com as mortes, a destruição de propriedade privada e de infra-estruturas públicas e disse estar disponível para ajudar na busca de uma resolução pacífica.Também a ONU se mostrou “profundamente preocupada” com a violência pós-eleitoral em Moçambique e a fuga das populações. Na semana que se seguiu à proclamação oficial dos resultados, cerca de 2.000 pessoas fugiram para o Malawi e 1.000 entraram no Essuatíni. Entre os que saíram, estão refugiados e requerentes de asilo de várias nacionalidades que vivem em Moçambique. A situação também preocupa o Centro para a Democracia e os Direitos Humanos, contou à RFI o seu director Adriano Nuvunga.Por sua vez, o secretário permanente do Ministério da Saúde, Ivan Manhiça, disse que a mobilidade dos profissionais e ambulâncias foi afectada e que as unidades sanitárias estão sobrecarregadas.E é neste contexto da maior contestação aos resultados eleitorais desde as primeiras eleições, em 1994, que Moçambique terminou, na segunda-feira, o seu mandato de dois anos como membro não permanente do Conselho de Segurança das Naçoes Unidas. Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, fez um balanço positivo e disse que é preciso ter pelo menos dois países africanos nos membros permanentes. Angola passou a contar, a 1 de Janeiro, com três novas províncias, passando a haver 21 no total. Uma das novas províncias Icolo e Bengo nasceu da cisão da antiga província de Luanda. Dionísio da Fonseca, ministro da Administração do Território, contou-ns que esta nova divisão administrativa não pretende dividir os angolanos, mas para lutar contra as assimetrias locais.Este ano, o indulto presidencial decretado por João Lourenço permitiu que “Zenu” dos Santos , filho do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, e a influenciadora digital Ana da Silva Miguel, conhecida por “Neth Nahara", já estejam em liberdade desde quarta-feira. Em São Tomé e Príncipe, a população cresceu nos últimos 12 anos. Os resultados constam dos dados preliminares do Recenseamento geral da população e habitação 2024. Os dois maiores distritos, Água Grande e Mézochi, continuam a concentrar o maior número de habitantes, descreveu-nos o nosso correspondente em São Tomé, Maximino Carlos. A Costa do Marfim anunciou que o contingente francês de cerca de 600 soldados vai começar a sair do país ainda este mês. O historiador e antropólogo guineense, João Paulo Pinto Có, acredita que a decisão do Presidente Alassane Ouattara reflecte o "anseio de um movimento muito grande" no continente africano, especialmente entre os jovens que querem novas políticas e relações diplomáticas mais horizontais com os antigos países colonizadores.Também no Chade, o Presidente Mahamat Idriss Déby, na mensagem de fim de ano, reafirmou o fim da colaboração militar com a França e a retirada do contignete militar francês até 31 de Agosto. No Senegal, a presença militar francesa parece igualmente a prazo já que o Presidente Bassirou Diomaye Faye afirmou que em 2025 será o “fim de todas as presenças militares estrangeiras” no território senegalês. A França já se vira obrigada a retirar os seus militares do Mali, Burkina Faso e Níger.
A segunda parte da conversa com José Alberto Costa leva-nos para o largo percurso como treinador, com passagem impactante pelo banco da Seleção Nacional. Braço direito de Carlos Queiroz, Costa admite a desilusão vivida no Mundial da África do Sul e apresenta as suas explicações. Mas há mais, muito mais, e até se fala de um piquenique improvisado em cima de uma... rotunda. Mais um episódio do DESTINO: SAUDADE.
A actualidade desta Semana em África foi dominada pela expectativa suscitada pela nova ronda negocial organizada em Luanda com vista a consolidar o diálogo entre a RDC e o Ruanda em conflito há anos, com Kinshasa a acusar Kigali de participar na desestabilização do leste do território congolês para se apoderar das suas riquezas. Algumas semanas depois de a RCD e o Ruanda terem chegado a um acordo de cessar-fogo e após o mediador da crise, João Lourenço, entregar uma proposta de paz, nos dias 11 e 12 de Agosto, aos seus homólogos do Ruanda e da República Democrática do Congo, o objectivo agora é "dar passos concretos", conforme vincou o Presidente angolano, quando se iniciou essa que foi a terceira ronda de conversações de paz.No final destes encontros, na quinta-feira, foi emitido um comunicado, anunciando que ficou marcada uma reuniao de peritos para os dias 29 e 30 de Agosto, sendo que novos encontros ministeriais deveriam ter lugar nos dias 9 e 10 de Setembro.Noutra actualidade, em Angola, um grupo de activistas de sete ONG´s disse estar a ser perseguido e ameaçado de morte por remeter ao Presidente da República e ao Tribunal Constitucional uma providência cautelar para travar a publicação do diploma sobre segurança nacional. Apesar das intimidações, os jovens disseram que vão avançar com uma marcha contra a lei que consideram restritiva e ambígua em relação às liberdades.Noutro aspecto, relativamente desta vez à questão da saúde, o governo angolano considerou na quarta-feira que o risco de transmissão do vírus Mpox no país é elevado, devido à "vasta fronteira" terrestre que partilha com a República Democrática do Congo, epicentro da epidemia, com 16 mil casos recenseados e mais de 500 mortos.Neste sentido, as autoridades angolanas indicaram ter elaborado um plano para o reforço do sistema de vigilância a nível nacional que não implica contudo o encerramento das fronteiras com a RDC.De facto, a preocupação tem vindo a aumentar, com notícias do alastramento da doença para alguns países, nomeadamente o Burundi que esta semana informou ter registado 171 casos, nenhum deles mortal. A Costa de Marfim também recenseou 28 casos e deu conta de um óbito em elo com esta doença que todavia, segundo a OMS, "não é o novo covid". Numa tentativa de tranquilizar a opinião pública, a Organização Mundial da Saúde assegurou esta semana que "se sabe como lutar contra a doença".Porém, na Guiné-Bissau, a Presidente do Sindicato dos Jornalistas, Indira Correia Baldé, disse estar preocupada com a falta de informação das autoridades sobre os perigos do vírus Mpox e apelou os profissionais da comunicação social a manterem-se activos e a sensibilizar a população.Refira-se que, noutro dossier, a Presidente do Sindicato dos Jornalistas foi impedida esta semana de efectuar a cobertura de um evento oficial do Ministério da Saúde por "ordens superiores". Indira Correia Baldé tem denunciado com veemência as dificuldades e pressões que têm sido colocadas aos jornalistas no seu país. Diamantino Lopes, Secretário-Geral do Sindicato dos Jornalistas, considera que a emissora para a qual trabalha Indira Correia Baldé tem que se posicionar.Noutro aspecto, ainda na Guiné-Bissau, o que também e sobretudo dominou a actualidade esta semana foi a remodelação ministerial operada na terça-feira pelo Presidente da República, uma remodelação no âmbito da qual, o chefe de Estado reforçou a presença de pessoas da sua confiança no governo de sua iniciativa. Em reacção a estas mexidas, o jurista guineense Fodé Mané alerta que se trata de mais uma "demonstração de força", sem "nenhum valor jurídico".Isto acontece numa altura em que a ala histórica do MADEM G-15 acaba de realizar no passado fim-de-semana semana um conselho nacional para debater a situação política do segundo maior partido da Guiné-Bissau, ao mesmo tempo em que a ala dissidente organizou um congresso extraordinário que terminou com a nomeação da veterana da luta pela independência, Satu Camara, para o cargo de coordenadora do movimento. Em entrevista à RFI Abdu Mané, coordenador do Conselho de direitos do MADEM G 15, acusou o chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló de "fomentar a divisão" dentro do partido.Ainda na actualidade política, mas desta vez em Moçambique que neste Sábado transpõe uma nova etapa rumo às eleições gerais de 9 de Outubro, com o arranque formal neste dia 24 de Agosto da campanha eleitoral, aumenta a febrilidade.Esta semana, o candidato presidencial Venâncio Mondlane disse ter sido vítima de uma tentativa de assassínio em Inhambane, no sul do país.Também na actualidade moçambicana, o Serviço Nacional de Investigação Criminal deteve nestes dias, em Maputo, um cidadão chinês acusado de tráfico de seres humanos. Segundo as autoridades, este último aliciava as vítimas com promessas de trabalho na Tailândia.Por fim, em Cabo Verde, a Rede das Mulheres Parlamentares de Cabo Verde apelou esta semana os partidos políticos a cumprirem na totalidade a Lei da Paridade nas autárquicas deste ano.
A Organização Mundial da Saúde declarou o surto de Mpox como uma emergência global, com casos confirmados em vários países de diferentes continentes e com uma nova variante em circulação. E esta nova variante preocupa os especialistas. Tudo indica que é mais perigosa e mais contagiosa. Walter Firmino, oficial de emergência dos escritórios da OMS em Angola, sublinha a mensagem de tranquilidade divulgada pela organização. RFI: A nova variante descoberta na República Democrática do Congo pode alterar os planos que estavam previstos até agora para conter a doença?Walter Firmino: Sim, vai exigir que o país intensifique as actividades de vigilância epidemiológica, tanto nas áreas sanitárias como nas comunidades. Vai também intensificar a comunicação e o envolvimento com as comunidades para sensibilizar a população sobre os sintomas e formas de transmissão. Portanto, exige mais esforço no nosso sistema de saúde.Como é que funciona a coordenação entre a OMS e os diferentes governos ? Como é feita essa ligação e comunicação? Quando foi declarada a emergência de importância internacional, a OMS activou o sistema de gestão de incidência que obriga os países a trocar informações. E também criou um dashboard, onde as pessoas ou os países podem ter acesso em tempo real a informações sobre a notificação de casos. É um sistema que ainda podemos melhorar. Muitos países não notificam em tempo real, mas existe um mecanismo de coordenação e de troca de informações no âmbito do Regulamento Sanitário Internacional.Neste momento, África continua a ser o principal foco de preocupação.Sim, é o principal foco. O Mpox já é endémico em África. Temos países como a República Democrática do Congo e outros na região. Mas a mutação, que é mais infecciosa e com transmissão fácil, passou as fronteiras do Congo e afectou outros países vizinhos. Alguns países que nunca notificaram casos estão agora a notificar, como o Burundi e a África do Sul. E há países que já tiveram casos há muito tempo e voltaram a notificar, como a Costa do Marfim.Em relação à Europa, neste momento, a OMS envia mensagens de tranquilidade.Porque é uma doença que não se transmite facilmente de forma rápida como uma infecção respiratória. É uma doença que se transmite por contacto. Pode ser por pessoas afectadas, que têm feridas e lesões na pele. Há uma nova forma de transmissão que é a via sexual. Mas mesmo assim, é uma doença que não provoca um número elevado de casos por dia, como outras doenças respiratórias. Quem tiver sintomas ou suspeita de Mpox deve detectar de forma precoce e fazer o rastreio dos contactos para controlar a progressão da doença a nível das comunidades.Em relação ao contágio, têm surgido informações diferentes. No princípio, surgiu a informação de que o Mpox pode ser transmitido por secreções como gotículas de saliva ou respiratórias. As últimas informações falam de contacto físico próximo, incluindo o contacto sexual. É possível ter certezas em relação à forma de contágio?O contágio cientificamente comprovado é por contacto com um doente com secreções que saem da ferida ou das lesões da pele e por via sexual. Também através do consumo da carne de macacos. Por via aérea ainda não está comprovado.As pessoas têm acesso à informação sobre a doença? Como é que a comunidade está a reagir a esta nova variante?No caso de Angola, onde estou neste momento, está a reagir normalmente e com tranquilidade. Criámos um plano de contingência para envolver as comunidades, dar informações correctas, explicar sintomas e também dizer o que podem ou devem fazer quando suspeitam que alguém tem sintomas.Estudos apontam que a nova vacina contra a varíola humana é cerca de 85% eficaz na prevenção da doença. Como é que vai ser feita a gestão das vacinas? Quais são os grupos prioritários?O Mpox está a ser transmitido com sintomas mais graves nas pessoas imunocomprometidas e nas crianças. Há poucas vacinas, estão a ser produzidas neste momento. Ser forem introduzidas em Angola, a população alvo será os profissionais de saúde e depois as pessoas imunocomprometidas porque desenvolvem a doença mais grave que pode levar à morte. O que dizemos agora à população é para não esperarem pela vacina e para terem comportamentos saudáveis para evitar o contágio. Na Europa, a vacina que pessoas com mais de 40 anos levaram quando eram crianças protege contra a doença?A literatura ainda não diz nada sobre essa possibilidade. Há vacinas que deixam a memória ao longo tempo e há outras que a memória com o tempo vai passando. As informações científicas vão surgindo e essa questão vai ser esclarecida. A posição da OMS é manter a tranquilidade das populações e reforçar o sistema de vigilância, reforçar a comunicação nas comunidades, evitar o estigma e cuidar da doença psicológica ou doença mental.A Angola faz fronteira com a República Democrática do Congo, o país considerado o epicentro do Mpox e onde foi detectada a variante mais perigosa. Por essa razão, o Governo de Luanda reforçou o sistema de vigilância.Angola reforçou o sistema de vigilância, elaborou um plano de contingência nacional e enviou esse plano às províncias da zona da fronteira com a RDC, que são cinco. As províncias replicaram esse plano de contingência e já se fez a formação dos técnicos da linha da frente da zona sanitária ao longo da fronteira. Há também actividades de envolvimento das comunidades nas províncias de Lunda Norte, Moxico, Lunda Sul, Malanje, Zaire e Uíge. São essas províncias que fazem fronteira com o Congo Democrático. Mas o país não ficou por aqui. Fez uma formação a nível nacional da equipa de resposta rápida que, por sua vez, vai fazer a formação a nível das províncias e municípios para termos uma equipa de destaque de resposta rápida, caso haja um caso para dar uma resposta atempada e evitar a expansão da doença.Esta é a segunda vez em dois anos que o Mpox é considerado uma ameaça global. O que aprendemos em 2022? Estamos melhor preparados para enfrentar a doença?A OMS deu as recomendações das boas práticas dos países afectados. Como sabem, estávamos a enfrentar a Covid19 e, por isso, houve actividades sobrepostas. Mas a abordagem é a mesma, as orientações são as mesmas e os países estão preparados para lidar com o Mpox. Porque não é uma doença emergente, não é uma doença nova e as medidas de transmissão e de prevenção são conhecidas.
Já pensou viver num mundo sem chocolate? Parece difícil de acreditar, mas o preço do cacau no mercado internacional e o aquecimento global têm deixado esse cenário apocalíptico mais próximo e preocupante. É sobre isso que e Tuta Aquino produtor de cacau e de chocolate e o entrevistado desta edição, fala no episódio sobre comida e aquecimento global. "Essa crise se iniciou no cacau e em algum momento vai chegar no chocolate sim", afirma ao Podcast da Semana. Na África, países como Gana e Costa do Marfim, que juntos respondem por 80% do cacau commodity, estão com problemas para se adaptar às mudanças climáticas. E, junto a isso, fundos de investimento descobriram o cacau como instrumento para especular nas principais bolsas do mundo. O resultado é o preço do cacau três vezes maior e o chocolate ameaçado. Vice-presidente da Associação Bean to Bar Brasil e sócio da Baianí Chocolates, Tuta Aquino fala sobre essa crise e sobre como o Brasil se coloca nesse cenário. Na Bahia, as chuvas já são mais escassas há dois anos e o impacto é muito grande nas plantas, que passam a produzir menos. "São plantas resilientes, mas que são muito sensíveis à falta d'água. Elas se lançam em modo preservação e ficam sem energia para novas flores e frutos", conta. Para mitigar a situação, eles têm usado novos sistemas de irrigação, especialmente nas áreas novas de plantio. "Estamos vendo com muita preocupação as variações climáticas, os impactos podem ser bem devastadores." Ainda assim, ele explica um pouco sobre como o Brasil tem potencial para produzir mais, afinal o cacau é um fruto amazônico, mas como realmente o aquecimento já atrapalha a produção por aqui.
ΛƬSUMOЯI é um espectáculo que cruza dança, teatro, instalação sonora e instalação visual e que se afirma como “uma construção de arte contemporânea”. A obra de Catarina Miranda é apresentada, a 17 e 18 de Maio, no centro de arte contemporânea Pompidou, em Paris. A história parte de uma peça japonesa de teatro Noh, do século XV, em que o fantasma de uma criança-guerreira deambula pelo campo de batalha. A peça fala de espectros e rituais e mostra como a dança pode tornar visível o invisível. ΛƬSUMOЯI é apresentada como “uma peça de dança para um quinteto e um palco luminoso”, mas os palcos de Catarina Miranda mobilizam movimento, teatro, instalação sonora, instalação visual, histórias visíveis e rituais invisíveis. A criadora resume que ΛƬSUMOЯI é “uma construção de arte contemporânea”, inspirada na peça japonesa de teatro Noh de título homónimo, em que o fantasma de uma criança-guerreira, morta em combate, deambula por um campo de batalha. A inspiração surge da formação em teatro Noh, no Kyoto Art Center, no Japão, depois de se ter licenciado em Coreografia pelo Instituto Internacional de Coreografia/Centro de Montpellier e em Artes Visuais pela Escola Superior de Belas-Artes do Porto.ΛƬSUMOЯI é uma peça também definida como apotropaica, ou seja, uma dança que afasta o mal e que convoca o invisível. O resultado é um espectáculo em que se cruzam espectros e sombras, danças ancestrais e linguagens futuristas. O espaço cénico oscila entre a penumbra e reflexos fosforescentes, nos quais os corpos se dissolvem e se revelam, ao ritmo de uma composição sonora também ela "apotropaica".ΛƬSUMOЯI estreou a 27 de Abril no festival Abril Dança Coimbra e foi apresentado a 30 de Abril no Festival Dias da Dança no Porto. A 17 e 18 de Maio, a peça vai estar no Centro Pompidou, em Paris, onde Catarina Miranda apresentou, em Março de 2022, o espectáculo “Cabraqimera” e a instalação vídeo “Poromechanics”.Catarina Miranda: "Não é só dança, é arte contemporânea" RFI: A Catarina Miranda está no Centro Pompidou pela segunda vez. O que significa para si, artista visual, mas também coreógrafa?Catarina Miranda, Artista: “Eu penso que enquanto artista ou arquitecta de palco, é super entusiasmante apresentarmos estes espectáculos em diferentes palcos e com diferentes públicos. Para mim, vir ao Pompidou - e vir uma segunda vez a convite da Chloé [Siganos] - é de uma importância extrema porque durante todo o meu percurso eu nunca me senti artista visual ou coreógrafa ou música. Eu senti-me sempre uma artista de arte contemporânea, uma criadora de arte contemporânea. Mais do que artista, eu sou criadora e o Pompidou para mim também é a confirmação de que o trabalho que eu desenvolvo - e que desenvolvo sempre com equipas- é uma construção de arte contemporânea, não fica preso no formato da dança. Para mim, o Pompidou, que é um espaço a que eu vim muito nova, em que estudei as peças, que é dos museus com o maior espólio de arte contemporânea, obviamente, é um grande apreço estar cá porque sinto que estou no local correcto para apresentar este género de trabalho. Porque não é só dança, é arte contemporânea.”O que significa ΛƬSUMOЯI?"ΛƬSUMOЯI é o título homónimo de outro espectáculo de uma peça de teatro Noh, que eu estudei em 2018, num programa que se chama Traditional Theater Training, em Kyoto. Foi uma peça que, de certa forma, criou algum afecto comigo em algumas questões e eu pensei que seria interessante usar o mesmo título. Em termos de tipografia está manuseado, mas mesmo a palavra é o nome de um fantasma, de uma criança-guerreira que voltou ao campo de batalha para se vingar da sua própria morte. Depois foi uma personagem ficcionada e popularizada porque era uma criança aristocrata, era poeta, músico, artista. Então, era uma pessoa que não estava de todo preparada para enfrentar uma guerra e que acaba por ser morta e ser apanhada num conflito entre território e poder, que é uma temática que podemos rapidamente transpor para hoje, para toda a ontologia humana - uma criança que é apanhada no meio de marcas, no meio de um clã ou de outro."Como é que toda essa história e essa fantasmagoria se reflectem em palco? "O que me marcou e me afectou nesta peça foi não tanto a narrativa do espetáculo Noh, mas alguns conceitos que eu senti que gostaria de traduzir em palco e na temporalidade da arquitectura do palco. A primeira foi a sensação de: qual é o devir de ser espectro? O que é que implica ser espectro? Como se estabelece comunicação? Que corpo é este? Que sensação é esta de um espectro voltar para sempre ao sítio onde houve ruptura com o seu corpo e que cria uma segunda dependência que é a espectro-geografia, ou seja, a geografia está impregnada dos eventos que ali acontecem, que podíamos também facilmente dar exemplos concretos de hoje. E qual é essa relação do mundo dos vivos com o mundo do desconhecido que levanta questões mais filosóficas do que é que acontece quando há separação, quando há ruptura do corpo e o corpo fica desmembrado."A dança e o corpo são presença. Como é que se torna presente o que está ausente?"O que eu pensei é que seria muito interessante, por um lado, trabalhar níveis de visibilidade e níveis de presença, quase viajar entre níveis do que é visível e o que não é visível. Por isso, a arquitectura do palco é estabelecida enquanto lugares lumínicos e de sombra, quase como se estivéssemos sempre a atravessar vários níveis de comunicação e de visibilidade, mas também a necessidade de afirmar esse espectro na sua realidade, na sua condição nova. E na sua condição, se for o seu centro, reencontrará o seu corpo ou “remembrará” o seu corpo numa nova condição, até física. Por outro lado, não estará tão dependente desta obsessão de voltar para sempre a um ponto no tempo e no espaço."A obra começa na penumbra, ao som de uma composição sonora metálica. Depois há sons mais techno e electrónicos que marcam o compasso dos bailarinos em transe, por vezes em modo robótico. Há qualquer coisa de ancestral que se cruza com o futurista. Como é que cruzou estas diferentes linguagens e porquê estas escolhas?"Eu fui buscar várias referências de movimento ao teatro Noh em termos da essencialidade de gesto, do gesto essencial, da manipulação de objectos e também a elementos de outras danças mais religiosas, como o vudu e o candomblé, onde tanto a dança como a música têm o denominador comum do ritmo e do êxtase e da comunidade. Ao escolher uma equipa de co-criadores de dança contemporânea e de danças também urbanas e de teatro, fomos compondo gestualidades que são composições de grupo, quase como se fossem memórias de organização social, mas também depois afirmações individuais de personagens que são sempre a mesma personagem e que aí também vai beber um pouco aos fantasmas que cada bailarino tem na sua memória muscular. Ou seja, o nosso corpo carrega também em si fantasmas, não no sentido filosófico, mas realmente temos toda uma aprendizagem impregnada na nossa musculatura a que também fomos tirar partido e, por isso, muitas danças ou muitas técnicas contemporâneas foram também traduzidas nesta composição coreográfica.Um ponto muito carinhoso para nós durante a peça toda, tanto em termos coreográficos como em termos da composição musical, é a questão apotropaica."Quer explicar-nos o conceito?"São todos os comportamentos, todas as acções e objectos que servem para afastar o mal, afastar a morte, afastar a doença, afastar o azar. Isso ocupa a banda sonora inteira, do início ao fim, e também as acções da peça, como o manuseamento de isqueiros para fazer faísca, palmas, vocalizes, chamamentos vocais, sussurros… Foi sempre tudo gravado pelo Lechuga Zaphiro e desenvolvido com os bailarinos para que houvesse realmente uma dança apotropaica, no sentido desta peça não só espantar, mas ser atraída por…"Espantar os fantasmas, mas ao mesmo tempo chamar os fantasmas?"Sim. Este palco é um quadrado suspenso, tem um chão e tem um tecto. A luz vem de cima e de baixo, quase como se estivéssemos a dobrar a luz do sol que pudesse iluminar de cima e de baixo ao mesmo tempo. O palco é todo desenhado por linhas de horizonte. Na cultura nipónica não existe nem céu nem inferno como na cultura cristã. Então, sendo ilhas, as almas podem repousar para além do mar, para além da linha do horizonte. Esta cenografia é toda cheia de linhas de horizonte."A linha é um elemento que não está apenas no espaço desenhado em palco, no rectângulo do chão e no do tecto. Há também uma fita vermelha que une os intérpretes. Esta é uma fita lendária na cultura nipónica. Que fita é e porquê utilizá-la?"É quase como se eu pudesse transportar a minha alma para outro corpo. Na cultura nipónica, seria uma fita do destino em que as almas estão juntas. Elas são irmãs gémeas e amam-se mutuamente, mas penso que aqui não é tão relativo a essa simbologia. É mais como eu consigo manter a minha linha de existência de várias formas, não só pelo gesto, mas também por me transportar para outro corpo ou por me projectar noutro corpo porque estamos sempre a falar de duplos e de dimensões dobradas.E a questão da linha do horizonte vem porque eu estava a falar sobre comunicação. Se eu pensar que este espaço é um espaço intersticial de linhas de horizonte onde eu não sei tudo - nós não sabemos tudo em termos de quântica e de compreensão do mundo - mas se nós pudéssemos ter todas as dimensões ao mesmo tempo, num só espaço, seria quase uma caixa de comunicação, uma telefonia em que podemos ter tudo a comunicar com tudo. E essa linha vermelha também vem nessa leva de comunicação entre corpos."A comunicação também acontece porque temos não apenas a dança, o movimento, mas também a instalação sonora, a instalação visual. Além de coreógrafa, é artista visual. Há uma vontade deliberada de acabar com as fronteiras em palco?"Penso que não é uma opção individual, pessoal, mas há realmente uma grande liberdade, de um grande prazer de podermos imaginar, projectar ideias que não estão só contidas num só formato. A arquitectura do palco permite-nos potenciar todos os sentidos e é, por isso, que me interessa trabalhar níveis de percepção que não são só dependentes do movimento, mas de como é que é percebido e, muitas vezes, como é que eu posso criar tensão pela oposição do som e da luz e do movimento ou como os posso dinamizar todos ao mesmo tempo e criar uma sensação de alívio, por exemplo."Falámos do som, do movimento, ainda não falámos propriamente da luz. Há cores fosforescentes, chamas douradas com as tais faíscas, há néons azuis... Como foram orientadas estas escolhas?"A peça é uma peça nocturna que vive entre os brancos, os roxos, os lilases e os azuis frios. À medida que a peça se vai desenvolvendo, nós vamos entrando num vermelho sangue, a linha vermelha que sai da boca, uma linha que aparece mais tarde com ‘o diabo da Costa do Marfim, o diabo dos casacos'. Há também um grande sol que aparece na plataforma de cima, em contraposto com uma pessoa sozinha a confrontar-se com a sua própria morte. A peça foi gerida de um luar para algo que é mais ontológico, que é mais carnal. Daí esta viagem, dos tons frios para o vermelho."Falou do ‘diabo dos casacos'. Há personagens atribuídas a cada intérprete?"A meu ver, todos os intérpretes são a mesma personagem, são o fantasma cansado desta criança. E são mais do que isso, são o confronto com a própria perda, com a perda de si próprio, de uma desintegração do corpo e, ao mesmo tempo, confronto também com o início de um novo ciclo e a afirmação desse novo ciclo.O monstro dos casacos, se assim lhe chamarmos, é uma personagem diferente. Ele é a adição de todas as superfícies, de todas as peles desta personagem, como se fosse o tempo. São várias peles, são várias superfícies. No teatro Noh existe uma ponte que leva da porta até ao palco, que é simbolicamente uma ponte que leva da realidade dos mortos à realidade dos vivos. Muitas vezes, a personagem principal sai com um figurino e volta a entrar com um figurino demoníaco. Ao longo de todas as peças Noh, há sempre uma revelação da personagem que começa, por exemplo, como uma rapariga inocente que está a contar uma história, mas que depois se revela um demónio que foi ruturado por alguma razão. E a mesma coisa também no espetáculo de marionetas japonesas, o Bunraku. Há sempre transformações, clivagens e revelações e isso interessa-me muito. Esta personagem vem nessa leva do que é mais do que humano, a temática é mais do que humana, passa para o abstracto, são superfícies que se movem de formas caóticas e não temos de explicar tudo no sentido narrativo."
E se eu te contar que esse papo de superioridade racial é na verdade uma justifica pra um grupo continuar explorando outro? Separe trinta minutos do seu dia e aprenda com o professor Vítor Soares (@profvitorsoares) sobre o que foi o Imperialismo Europeu. - Se você quiser ter acesso a episódios exclusivos e quiser ajudar o História em Meia Hora a continuar de pé, clique no link: www.apoia.se/historiaemmeiahora Compre o livro "História em Meia Hora - Grandes Civilizações"! https://www.loja.literatour.com.br/produto/pre-venda-livro-historia-em-meia-hora-grandes-civilizacoesversao-capa-dura/ Compre meu primeiro livro-jogo de história do Brasil "O Porão": https://amzn.to/4a4HCO8 Compre nossas camisas, moletons e muito mais coisas com temática História na Lolja! www.lolja.com.br/creators/historia-em-meia-hora/ PIX e contato: historiaemmeiahora@gmail.com Apresentação: Prof. Vítor Soares. Roteiro: Prof. Vítor Soares e Prof. Victor Alexandre (@profvictoralexandre) REFERÊNCIAS USADAS: - ALENCAR, Thiago Romão. “No good, brave causes left?” O Fim do Império e o Teatro de John Osborne na Inglaterra dos anos 1950. Dissertação de mestrado. Universidade Federal Fluminense. Niterói, 2015. - Hobsbawm, Eric J., 1917- A era dos impérios / Eric J. Hobsbawm, tradução Sieni Maria Campos e Yolanda Steidel de Toledo; revisão técnica Maria Célia Paoli. — Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. - Hobsbawm, Eric J., Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro, Forense. 2011 - PASSETI, Gabriel. Os Britânicos e seu Império: debates e novos campos da historiografia do período vitoriano. História, São Paulo. v. 35, e 77. 2016. - SAID, Edward W. Cultura e Imperialismo. São Paulo : Companhia das Letras, 2011. - GONÇALVES, Rosana Andréa. Sociedades africanas frente à situação colonial europeia: o Estado independente do Congo (1876-1908). Tese (Doutorado em História Social). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (USP), São Paulo, 2016. - MILANI, Martinho Camargo. Estado Livre do Congo: imperialismo, a roedura geopolítica (1885-1908). Dissertação (Mestrado em História Econômica). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade Federal de São Paulo (USP), São Paulo, 2011. - PENNA FILHO, Pio; BADOU, Koffi Robert. A França na África: as intervenções militares e suas motivações – o caso da Costa do Marfim. Publicação da Associação brasileira de Relações Internacionais História geral da África, VIII: África desde 1935 / editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. – 3.ed. – Brasília : UNESCO, Instituto Humanize, 2021.
"Reencanto" é um espectáculo de Mayra Andrade, onde a cantora cabo-verdiana divide o palco apenas com seu guitarrista Djodje Almeida, em torno de músicas que ela compôs ao longo dos cinco álbuns que já tem no activo. Ela passou a 23 de Março pelo Festival Chorus, em Boulogne Billancourt, no recinto de "La Seine Musicale", muito perto de Paris. A oportunidade para voltar a uma cidade onde viveu ao longo de 14 anos, agora, após a sua primeira experiência da maternidade. Mayra Andrade está baseada há oito anos em Portugal, após uma infância passada entre Cabo Verde, mas também Senegal, Angola e Alemanha.Aos 17 anos veio para França estudar canto e resididu em Paris ao longo de 14 anos.Temas de sobra para conversarmos com Mayra Andrade, que, embora nascida na Havana, muito tem cantado Cabo Verde mundo fora.Estive aqui há menos de dez anos, também já a promover o "Manga", que foi o meu último disco de estúdio. Fizemos um concerto no palco lá fora, portanto, mais uma vez, voltar a esta casa é um prazer muito grande para já. Sempre cantar em Paris, que é uma cidade que foi casa para mim durante 14 anos. E este projecto é muito especial, porque eu apresento me ao meu público de uma forma extremamente despida e extremamente íntima para apresentar-lhes estas canções que são todas da minha autoria ou que eu escrevi sozinha e compus, ou em parceria com alguém. Mas são todas canções que nasceram de mim e que, no fundo, ao longo dos anos, vêm contando a minha história, histórias que me tocaram.E acho que é muito diferente as pessoas ouvirem um disco com os arranjos e verem num palco com banda e de repente dizer "Ok, mas há canções que eu ouço há 20 anos ! Mas o que é que é esta canção?" Portanto, este espectáculo oferece um pouco a génese, a essência de cada música, da forma como elas nasceram, que é eu e o meu violão. Acompanha-me um exímio guitarrista que se chama Jorge Almeida, que é meu conterrâneo e que é um músico incrível e que a cada espetáculo cresce cada vez mais. Portanto, estou muito, muito feliz de continuar a partilhar o palco com ele.Eu vi alguns dos concertos na fase em que você estava grávida e de repente foi mãe. Todos nós sabemos e nos lembramos, por exemplo, do que tinha escrito para a sua mãe e a relação filial que tem com ela. Imagino que esta maternidade possa também trazer aí muita inspiração pela frente. Se calhar para um sexto álbum ?Acho que você acredita e acredita bem. Não posso dizer que já se tenha traduzido numa música ou em várias, mas já se traduz às vezes em momentos de inspiração, em que eu pego no meu telefone e gravo uma melodia em que falo da minha filha. Eu fico sempre muito emocionada em dizer minha filha, porque eu fui mãe aos 38 anos. Sonhei com ela durante muitos anos e o que eu posso dizer é que eu ainda estou no olho do furacão !A maternidade é uma experiência completamente revolucionária, uma experiência que deixa... tudo se movimenta, tudo muda de lugar. Eu acho que é talvez a maior transformação que um ser humano viva. E muitas vezes é uma transformação silenciosa. As pessoas não se dão conta, ou seja, há aquela parte mais superficial, mais fácil de se observar. Mas só quem é muito atento, muito sensível e muito aberto à empatia é que percebe o que uma mulher vive quando se torna mãe e o que é aprender a ser mãe e como é que isto movimenta as nossas crenças, os nossos medos.Quando digo que eu estou no olho do furacão é que eu ainda estou a tentar, digamos, estar de pé. é um tsunami. É um , é um tsunami diário que acontece: ser uma mulher que está na estrada e que cria e que trabalha, não é ? Lidando com tudo isto: vivo longe da minha família também. E dizem "It takes a village to raise a child" [É precisa uma aldeia para criar uma criança]. E eu realmente hoje percebo muito bem isso e pronto. E tento recriar lá onde eu vivo, uma aldeia de amigos, de pessoas que me possam criar esta rede de apoio e de amor à minha volta e à volta da minha filha.O Manga foi bastante diferente dos discos anteriores, mais afrobeat. Marcou de alguma forma uma transição, uma ruptura. Em relação a este espectáculo que você tinha composto tanto em francês e também cantado algumas músicas em francês, pelo menos no passado. Se calhar vai privilegiar também alguns temas francófonos ?Eu escrevi algumas músicas em francês, mas músicas editadas foram uma. As outras foram escritas para mim e esta é a particularidade deste espectáculo. Há canções que você se calhar pensa que vai ouvir, mas não vai ouvir porque não é minha. E há canções minhas que também não estão, porque senão o espectáculo seria demasiadamente longo.Um público francófono tem tendência a pedir-lhe "Comme s'il en pleuvait" sistematicamente ?Sistematicamente, Não, talvez. Houve um tempo em que as pessoas estavam mais ligadas a essa música. Mas mesmo com músicas que não sejam em francês, eu acho que o público francófono também já criou uma relação e uma ligação com outras músicas, apesar de não serem em francês, nomeadamente do Manga, que é um disco, eu acho que veio juntar muita gente para o meu projecto.Trabalhou com músicos da Costa do Marfim. Por exemplo, o Manga e precisamente o Afecto foram os principais singles que celebrizaram o álbum. O único que gravou na Maison de la radio foi o Studio 105 ?Exactamente.E esse continuará presente e estará presente aqui também ?Por exemplo, "Céu" é uma música do Estúdio 105, que é minha, que eu fiz música e letra e que não está cá hoje. Está a ver? Há outras músicas que também não estão. Este projecto, o "Reencanto" tem de ser visto como um projecto intemporal, intemporal, que vai marcando, é tipo "milestones" que têm aqueles marcos, assim, dos meus discos, da minha carreira, mas que não tem amarras. É um projecto. O Reencanto poderá sempre se reinventar também. Porquê Reencanto ? É cantar, encantar-se e reencantar-se com canções que nós já conhecemos. Este repertório seguirá crescendo à medida que eu for compondo novas canções. Portanto, eu se calhar posso, daqui a dez anos, voltar a fazer o "Reencanto", mas terá outras canções que vão entrar. Algumas vão sair. Eu acho bonito é ter este projecto que seja assim um bocadinho fora da agenda dos discos, dos lançamentos convencionais, dos discos, não é?É como dizer-te "Olha, passa lá em casa, vamos sentar na sala e eu vou cantar para ti. E tu não sabes o que eu vou cantar, mas vais estar presente porque de alguma forma tens consciência de que aquilo é um momento especial. Então é isso. O reencantoo, por ser um festival [Chorus], é um concerto de apenas 1 hora. O concerto normal dura 1h45.Em função da maternidade a que fizemos referência recentemente agora dá por si a ouvir também músicas que raramente ouvia ? Que universos mais infantis, se calhar que porventura não tinha explorado até ao momento ?Olhe, a minha filha tem um ano. Ela tem já uma sensibilidade para a música muito grande e que não me estranha, porque ela fez várias turnês, vários projectos diferentes na barriga. Eu ontem ofereci-lhe um brinquedo, que tem muitos botões e muitas luzes. E ela associa os botões e as luzes à música, porque ela tem vários brinquedos que fazem música. Ela pôs-se a chorar e rejeitou aquele brinquedo porque não saía música. Ela carregava no botão, dançava e olhava para mim como quem diz "Quando é que a música começa?" Não é?Portanto, ela já tem uma sensibilidade muito grande para a música. Estou um bocadinho exposta ao universo da música infantil e tento trazer para ela., agora nem me lembro do nome do disco, mas há assim umas colectâneas de clássicos da música. Que seja da música mundial, músicas que marcaram certas décadas em versão para bebé ! E aquilo está, por exemplo, separado na versão para brincar e na versão para dormir. Então eu tento que mesmo no universo infantil, ela tenha acesso a boas músicas. Isso também permite-me não estar a ouvir "Baby Shark", pelo menos enquanto eu puder.E agora eu sei que tinha vontade de fazer muitas colaborações. Já fez bastantes, não é? Vêm coisas aí já a germinar ? Eu gostaria de saber um pouco o olhar que tem sobre figuras como Elida Almeida, por exemplo, como a Floribella, que surgiu mais recentemente, embora tenha mais idade, não é? São figuras que você ouve, que já cruzou na sua vida?Já. Já cruzei. Já estive exposta à música, aos clipes que elas vão lançando. Eu acho que Cabo Verde continuará a surpreender o mundo com vozes, muitas vozes femininas. E elas fazem parte dessa constelação e desejo a elas e às que virão depois e aos que virão também depois. Mulheres e homens continuem assim, a alimentar esta família musical cabo- verdiana, que no fundo é a maior bandeira de Cabo Verde em Cabo Verde, é conhecido essencialmente pela sua música. Cada artista cabo-verdiano que faz um bom trabalho e que consegue manter uma carreira ao longo dos anos e construir uma coisa consistente é motivo de orgulho para mim como artista. Mas como cabo-verdiana, também !É um porto de abrigo ao qual volta, o qual pensa voltar também agora com a sua filha ?Eu volto sempre para Cabo Verde. Vou para Cabo Verde e a família é casa. É o mar e o vento das ilhas. Eu vivi muito tempo fora, mas também vivi dentro. Nunca vivi um corte com Cabo Verde, portanto a Daio, que é o nome da minha filha. Já estive em Cabo Verde várias vezes, só tem um ano, mas já esteve duas vezes em Cabo Verde, portanto está a ver que é assim o nosso porto seguro.
Será o Corpo Africano criado pela Rússia uma concorrência a AFRICOM dos Estados Unidos? Como garantir a sustentabilidade dos estádios que acolheram a última Taça das Nações Africanas na Costa de Marfim? Dezenas de milhares de pessoas festejaram o Carnaval de Colónia.
O fim de semana foi de decisões na Copa Africana de Nações, com título da Costa do Marfim em um enredo de cinema, e do Catar na Copa da Ásia, confirmando o favoritismo com seu segundo título consecutivo no continente.Além disso, tivemos jogos de peso na Europa com imposições impressionantes de Real Madrid e Bayer Leverkusen.Por fim, uma prévia da Champions League, que volta amanhã (13/02) com as oitavas-de-final!APOIE A CENTRAL3: https://apoia.se/central3CONHEÇA O CANAL DE GAMES: https://youtube.com/@Proxima_Fase
Costa do Marfim vence CAN2023, ao derrotar na final a Nigéria por 2-1. Está paralisado o transporte de mercadorias entre Angola e República Democrática do Congo. Learning by Ear – Aprender de Ouvido.
Copa Africana de Nações e a Copa da Ásia chegam às suas decisões, com uma certa surpresa. Na África, Costa do Marfim e Nigéria farão a final, enquanto na Ásia a surpresa foi ainda maior: Catar e Jordânia disputarão o título.Tem ainda a prévia de jogos decisivos na Alemanha e na Espanha, com os líderes se enfrentando.Já em relação ao futebol brasileiro, destacamos o quinto aniversário do incêndio no Ninho do Urubu, ainda sem responsabilização, o Pré-Olímpico com a nossa seleção sofrendo e o Corinthians sem rumo.APOIE A CENTRAL3: https://apoia.se/central3CONHEÇA O CANAL DE GAMES: https://youtube.com/@Proxima_Fase
Em Angola, oposição compara a nova lei da segurança nacional a um regime autoritário. Na Guiné-Bissau, sociólogo teme que a crise política e social no Senegal possa ter impacto direto na vida dos guineenses. E no futebol, Nigéria e Costa do Marfim vão jogar a final do CAN 2023 no próximo domingo.
O Parlamento senegalês aprovou na noite de ontem um projecto de lei que valida o adiamento das presidenciais decidido no fim-de-semana pelo Presidente Macky Sall. Inicialmente previstas para 25 deste mês, as eleições foram marcadas para o 15 de Dezembro com os votos da quase totalidade dos deputados presentes, depois de vários parlamentares da oposição terem sido retirados à força pela polícia militar. A oposição que qualifica o sucedido de "golpe constitucional" já disse que vai recorrer desta decisão junto do Conselho Constitucional, uma entidade cuja independência tem sido questionada ultimamente, recorda Henri Labery, politólogo guineense radicado em Dakar, que vê no adiamento das eleições presidenciais uma manobra de Macky Sall para obter garantias relativamente ao seu futuro, num contexto em que -recorde-se- ele não é candidato à sua própria sucessão.RFI: A seu ver, qual é o objectivo de Macky Sall ao adiar as presidenciais?Henri Labery: Segundo a minha leitura, eu suponho que o Presidente, sabendo o que o espera depois das eleições que teriam tido lugar agora em Fevereiro, ele iria ter muitas dificuldades, o cenário que imagino é que, a partir de 2 de Abril, ele é um Presidente ilegítimo, termina o seu mandato e, para além do 2 de Abril, os deputados da oposição já prometeram fogo aqui se ele não se demitir. Mas a partir do momento em que ele se demite, vai o Presidente da Assembleia Nacional assumir o cargo de Presidente da República. Como este último é da família de Macky Sall, irá certamente fazer um decreto de amnistia geral para ele e toda a família, para se ver livre de qualquer contencioso depois da eleição de um outro candidato. Este é o cenário que eu imagino que ele irá pôr em prática. Senão, ele será responsável daquilo que acontecer. Ele fez muita coisa contra os seus inimigos políticos que não lhe vão perdoar aquilo que ele fez. Inclusivamente, o próprio Karim Wade que foi vítima da vingança dele, porque o pai, Abdoulaye Wade, como Presidente, destituiu Macky Sall (do cargo de Presidente da Assembleia Nacional em 2008). O filho não quis prestar contas de uma oferta do Rei da Arábia Saudita e quando Macky Sall -então Presidente da Assembleia Nacional- pediu contas ao Karim -então Ministro encarregue da gestão desse dinheiro- o pai ficou zangado e destituiu do cargo de Presidente da Assembleia Nacional. Há muita intriga entre essas pessoas da mesma família liberal.RFI: Mas Karim Wade -cuja candidatura foi chumbada pelo Conselho Constitucional- também apelou ao adiamento das presidenciais.Henri Labery: Este movimento todo imputam-lhe a ele, porque o pai não estando de acordo com o Conselho Constitucional pediu um inquérito de moralidade, acusando de corrupção alguns membros do Conselho Constitucional. Tudo isso vem daí, vem do caso do Karim Wade. O pai quer provar que Karim é inocente. Ele é simplesmente acusado de dupla nacionalidade, mas antes que o Conselho se pronunciasse, trouxe um decreto assinado por Emmanuel Macron confirmando que ele tinha desistido da sua nacionalidade francesa já há algum tempo. O Conselho, perante isto, devia deixar o Karim ser candidato, como qualquer outro que eles aceitaram. Todo o imbróglio, toda a confusão provem daí. Então, o ex-Presidente Wade aproveitou esta situação e o grupo parlamentar do partido dele introduziu um pedido para que houvesse uma comissão de inquérito aos actos de certos membros do Conselho Constitucional.RFI: Depois do voto ontem no parlamento, o último recurso para a oposição é o Conselho Constitucional. O que é que espera do Conselho Constitucional?Henri Labery: Exactamente, é o último recurso da oposição. Eles apresentando um recurso junto do Conselho Constitucional, não irá fazer o seu trabalho normalmente, visto que há membros que são indiciados como sendo corruptos. Juridicamente falando vai ser uma confusão, irá acabar simplesmente com o actual Presidente a acabar o seu trabalho e a esperar as eleições do mês de Dezembro, se daqui até lá não houver imprevistos. A política nunca foi uma ciência exacta. A gente só pode deduzir e imaginar o que virá a acontecer.RFI: Julga que nestas circunstâncias, o Conselho Constitucional está totalmente inoperante?Henri Labery: O Conselho Constitucional é totalmente inoperante. Está paralisado, não pode fazer nada, porque já se votou o inquérito para interrogar os juízes que estão "implicados" em questões de corrupção, a não ser que o Presidente nomeie mais juízes que venham substituir aqueles que estão colocados em acusação.RFI: Num contexto em que o actual Presidente disse no ano passado que não iria apresentar a sua candidatura, apesar de ele considerar que tinha totalmente o direito de o fazer, julga que ele poderia voltar atrás e ter a tentação de brigar um terceiro mandato?Henri Labery: Macky Sall é imprevisível. Ele é bem capaz disso mas não acredito que, mesmo no plano nacional como internacional, isto seja bem recebido. Esta hipótese, para mim, não acontecerá. Mas que ele queira tentar, não está excluído, dado medo que ele tem que depois das eleições, quem for eleito irá imperativamente pedir contas a Macky Sall, ao seu governo e a muitos membros que gravitam à volta dele.RFI: No seio da oposição, há uns quanto candidatos às presidenciais, entre os quais se destaca Bassirou Diomaye Faye que substitui Ousmane Sonko nas eleições. Até que ponto julga que ele tem possibilidade de chegar ao poder?Henri Labery: Ele tem grandes possibilidades, não algumas, mas grandes possibilidades. A juventude está toda com Usmane Sonko. Os eleitores entre 30 e 40 anos também. Os mais idosos, 40-60 anos, estão com o ponto de interrogação relativamente à eventualidade de Ousmane Sonko estar ao lado do Presidente do Mali, do Níger, do Burkina Faso. Isto é o grande receio dos ocidentais e nomeadamente da França, porque o Sonko declarou que se fosse eleito ia pôr tudo em cima da mesa, inclusive os contratos da exploração de petróleo. Diz-se que a França está atrás de tudo isto que está a acontecer em Dakar, com receio que Diomaye Faye ou outro qualquer do partido dissolvido do Sonko venha a ser eleito Presidente da República, o que é muito provável.RFI: Tanto a União Africana, como a CEDEAO, como a União Europeia e a França reiteraram a sua preocupação perante esta situação, tem havido apelos à organização rápida de eleições. Como é que avalia o desempenho da comunidade internacional e nomeadamente da CEDEAO?Henri Labery: A CEDEAO -desculpe a expressão- é um instrumento que não serve para nada. A União Africana também fez uma declaração de princípio, como a CEDEAO, como fez a França aliás. Só os Estados Unidos é que foram um pouco mais firmes pedindo que se declare imediatamente a data das próximas eleições. Já têm a resposta com o voto de ontem. Mas tudo isto é um "feu de paille", brilha uns instantes e depois apaga. A França não quer do Sonko no poder, nem dos seus aliados, Diomaye Faye e outros, porque Diomaye Faye continua preso. e de Macky Sall continuar ainda no poder, ele é capaz de deixar o homem apodrecer na prisão, como acontece com o Sonko. Aqui a situação está mesmo quente, quentíssima. Aquilo que eu vi que aconteceu ontem no hemiciclo do Parlamento, não sei, porque (deputados) foram até expulsos 'manu militari' pelas forças da ordem. Já só isso é uma agressão às instituições. No parlamento, não se faz uma coisa dessas.RFI: O Senegal era considerado até agora uma ilha de estabilidade, quais podem ser os efeitos desta crise para o Senegal, a seu ver?Henri Labery: A dado momento receámos que os militares entrassem em acção. Ontem, mesmo deputados da oposição pediram que os militares viessem pôr ordem no país, dissolver a Assembleia e por aí fora. Diz-se aqui que os deputados senegaleses são democratas, obedecem às ordens civis. Mas cântaro tantas vez vai à fonte que acabará por quebrar. No reino do Macky Sall, tem havido tanta coisa contra as regras normais, que ainda bem que os militares ficaram na caserna e não fizeram nada. Mas a imagem do Senegal, durante estes anos tem acontecido tanta coisa anormal, que não se vê já com a mesma consideração. A democracia senegalesa caiu ao nível de muitos outros países africanos em que se fala muito de democracia mas que são ditaduras, são regimes autoritários. Isto também é encorajado pelo ocidente que tem os seus interesses em África. Agora o Senegal com o petróleo, com o gás e tudo mais, já se pode imaginar que não vão deixar este país em mãos que podem considerar rígidas para com o ocidente.RFI: Julga que o Senegal pode resvalar para situações semelhantes àquelas que se vivem nos países de África do Oeste onde se registaram golpes, como nomeadamente o Mali ou o Burkina Faso?Henri Labery: Eu tenho a impressão que não pode ser a mesma coisa no Senegal. Se analisarmos a situação do Senegal, a situação política desde os tempos coloniais até hoje, o povo está muito habituado à democracia, à ida às urnas e decidir por conta própria, embora possa haver alguns elementos do género de "fantoches". Isso há sempre. Mas de vontade própria, o povo não vai deixar o Senegal ir em mãos de militares ou políticos que queiram impor uma ditadura ou uma autoridade que não se coaduna com o seu modo de ser. Já só a influência religiosa dos 'marabouts', isso faz a força e a fraqueza do Senegal por ter 97% da população muçulmana de várias obediências, mas que obedecem aos chefes religiosos quando há uma situação deplorável, intervêm e tudo entra na ordem.RFI: Que consequências é que isso pode ter, a seu ver, ao nível de uma região, a África do Oeste, que já tem sido bastante abalada por várias situações de instabilidade política?Henri Labery: O que poderá acontecer, é só a Costa de Marim dizer 'vamos ter cuidado também', porque se a situação do Senegal é igual à dos outros países, porque os outros países só vão esfregar as mãos de contentamento e dizerem 'olha, finalmente o Senegal entendeu que vão pôr tudo às costas do antigo poder colonial, e se isso acontecesse com o Senegal, o único bastião a obedecer ao ocidente vai ser a Costa de Marfim. Lá mais para baixo, o Gabão já está nas mãos dos militares. Ainda nas antigas colonias francesas, os Camarões de Paul Biya, ele pode também partir, está tudo a ferver em cima de brasas que a todo o momento pode desencadear incêndios e situações desagradáveis.RFI: Julga que há algo que pode eventualmente fazer reverter esta situação?Henri Labery: Não estou a ver de imediato. Porque se quisermos falar das antigas colónias francesas, a França podia ter alguma influência, mas ninguém quer ouvir falar da França, sobretudo a juventude aqui no Senegal. Na Costa de Marfim, a situação é mais ou menos idêntica na massa juvenil. Os Estados Unidos, a Rússia... A Rússia está vir com pés de lã aqui na costa ocidental. Já está no Mali, já está no Burkina e não sei se não está já a chegar ao Níger, embora a popularidade da Rússia não seja tão aceite no Senegal. Nem da Rússia, nem da China aliás. Os arabes estão também entrando aqui a pouco e pouco. Havia a Líbia, do tempo do Kadhafi, mas infelizmente, viu-se o que aconteceu com o Kadhafi e estamos aqui na expectativa para ver o que é tudo isto vai dar. Mas tudo isto por ambição desmedida dos Presidentes que quando chegam ao poder, não querem sair e inventam mil e uma facetas para poderem ficar no poder.
A actualidade desta semana ficou marcada pelo périplo africano do secretário de Estado norte-americano. O responsável americano esteve na Costa do Marfim, na Nigéria e também em dois países lusófonos: Cabo Verde e Angola. Em Luanda, no Centro de Ciência, Antony Blinken enalteceu o reforço da cooperação bilateral, nomeadamente, na área espacial e na luta contra os efeitos da seca. Osvaldo Mboco, especialista em Relações Internacionais ligado à Universidade Técnica de Angola, analisou o impacto desta visita, que segundo defendeu, serve para contra-balançar o peso crescente que a China tem tido no continente e em Angola. Um peso que tem estado a diminuir, dando lugar a novas parcerias com os Estados Unidos como a gestão do corredor do Lobito. Na Guiné-Bissau, o Presidente Umaro Sissoco Embaló considerou que os jornalistas são da “oposição” e ameaçou acabar com as entrevistas a “analistas políticos” sobre a situação política do país. O chefe de Estado guineense diz que os jornalistas “têm responsabilidades” na imagem do país e que “não devem transmitir só o que é mau”. Ainda na Guiné-Bissau, Indira e Iva Cabral, filhas de Amílcar Cabral, querem retirar o corpo do pai da Fortaleza de Amura para um cemitério municipal. Dizem que o pai "não pode continuar preso num quartel", mesmo depois de morto. Declarações que surgem depois das autoridades da Guiné-Bissau terem impedido uma delegação do PAIGC de depositar coroas de flores na campa do líder histórico. Em Moçambique, as autoridades confirmaram a presença de terroristas em alguns distritos da província de Cabo Delgado, palco de ataques armados desde 2017. As movimentações estão a deixar a população preocupada que receia uma nova invasão dos grupos armados. É o ponto final deste magazine Semana em África. Nós, já sabe, estamos de regresso na próxima semana. Até lá, fique bem.
A 34ª edição da Copa Africana de Nações (CAN) começa neste sábado (13), na Costa do Marfim. São 24 seleções disputando o troféu, com nomes de peso, como Sadio Mané, do Senegal, Mohammed Salah, do Egito, Achraf Hakimi do Marrocos e Victor Osimhen, da Nigéria, entre outros. O campeonato vai até o dia 11 de fevereiro, o que pode ser um problema para os principais times europeus, que contam com muitos jogadores de destaque vindos da África. Paloma Varón, da RFIA jornalista Annie Gasnier, especialista em futebol e apresentadora há mais de dez anos do programa Rádio Foot Internacional, na RFI, conta como as equipes estão lidando com o desfalque de alguns de seus jogadores mais importantes."Quando é Eurocopa ou Copa do Mundo, é no fim da temporada (na Europa), então, neste caso, é mais fácil para os clubes liberar os jogadores para irem a estas competições. Mas a CAN chega no meio da temporada, e no momento que é o mais importante. Eu penso, por exemplo, no Liverpool, com Mohamed Salah, que é um dos melhores do time do (técnico) Jürgen Klopp. Klopp outro dia fez uma declaração: 'Boa sorte, Mohamed Salah, mas espero que você volte logo!'. Mas isso significa que o Egito seria eliminado muito cedo", analisa.Para o ex-jogador cabo-verdiano Marco Soares, entrevistado pelo jornalista Marco Martins, da RFI, os técnicos das equipes europeias estão mais conscientes da importância da CAN. "Os treinadores começam cada vez mais a respeitar a CAN, que é uma competição tão valiosa como uma Eurocopa, uma Copa América, e tem que ser vista desta forma, porque através da CAN há muitos jogadores que chegam à Europa, jogadores desconhecidos que ganham visibilidade e chegam em grandes competições. Isso é benéfico para a competição, porque é bom ter os melhores jogadores, que estarão lá de corpo e alma, e darão visibilidade também à CAN", afirma. Senegal e Marrocos favoritasA seleção do Senegal, atual campeã, volta a ser uma das favoritas na competição, segundo Annie Gasnier. "O problema para os Leões da Teranga - Teranga significa 'bem-vindo' no Senegal -, como é conhecida a equipe do Senegal, é que é difícil ganhar duas vezes consecutivas em Copas do Mundo ou Eurocopas. A diferença é que a CAN se disputa a cada dois anos. Então, durante dois anos, teoricamente, o grupo não muda tanto"."Mas, no caso do Senegal, os jogadores que foram os mais importantes nesta conquista da CAN de 2022, jogam agora na Arábia Saudita, como Sadio Mané, Édouard Mendy, Kalidou Koulibaly, e a gente se pergunta se esses jogadores ainda têm nível", completa Gasnier. Mas, principalmente, a seleção do Senegal terá de lutar contra outra força emergente: o Marrocos, semifinalista da última Copa do Mundo, em 2022. "Acho que o verdadeiro favorito da competição é o Marrocos. Primeiro que eles já mostraram, no cenário mundial, que tinham uma equipe muito competitiva, que estão à altura de um grande torneio e, quando chegaram à semifinal da Copa do Mundo - o primeiro país africano a chegar a uma semifinal -, eles falaram: 'Agora temos que vencer a CAN. Então, estão sendo muito aguardados, têm jogadores muito bons, de alto nível, como o Hakimi, que joga aqui no Paris Saint-Germain, e outros que estão em equipes de referência", acentua. Além de Senegal e Marrocos, há outras seleções candidatas à taça este ano, como o Egito, nação mais vitoriosa do continente, com sete copas, e como o anfitrião Costa do Marfim, país-sede da CAN.'Os brasileiros da África'Segundo a apresentadora do Rádio Foot Internacional, que conhece bem o futebol africano, o país anfitrião desta Copa Africana, tem muito a ver com o Brasil."A Costa do Marfim é um país que ama o futebol. Junto com Gana, são as duas nações africanas que são chamadas de 'os brasileiros da África'. Tinha um jogador muito famoso na Costa do Marfim chamado Laurent Pokou, ele era muito respeitado pelo Pelé. Na época em que o Santos fazia uma grande volta pelos países da África - e o Santos foi famoso por isso -, o Pelé um dia falou: 'Eu estou feliz porque eu encontrei o Laurent Pokou", conta Gasnier. E ela acrescenta que os marfinenses se inspiraram no Brasil para nomear o futsal lá: "o esporte se chama 'futebol Maracanã'". Copa da alegriaNeste ano, não há nenhum jogador brasileiro jogando na CAN, mas há quatro países lusófonos na competição: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique. Para o ex-jogador cabo-verdiano Marco Soares, que participou da CAN em 2021, a expectativa para esta CAN é grande: "Eu acho que acima de tudo é alegria o que se vive na CAN, no momento em que tanto se fala de desgraças pelo mundo;, esperamos que seja uma competição alegre, que passe alegria para toda a gente que esteja envolvida na competição", concluiu. Mas nem só de alegria vive uma competição. Haverá muita disputa de alto nível. Para Annie Gasnier, o grupo mais difícil desta CAN é o grupo C, que tem Senegal e Camarões, dois times fortes. "E tem a Guiné, que é um bom time e também é vizinha destes países, e também Gâmbia, que é um país pequeno que fica dentro do Senegal. E eles vão jogar contra o Senegal, vai ser um encontro de irmãos. Gâmbia foi a surpresa na última CAN, esta é apenas a segunda vez que disputam a CAN, e da última vez foram até as quartas de final. E os melhores terceiros lugares podem seguir a competição para as oitavas de finais", explica. O Egito é o país que mais vezes venceu a Copa Africana de Nações, com sete troféus; seguido dos Camarões, com cinco, e de Gana, com quatro copas.
Uma das mais dramáticas extinções (?) se abate sobre uma das mais carismáticas aves da fauna americana. O Pica-pau-bico-de-marfim é tão icônico que muitos não aceitam a possibilidade dele já ter desaparecido. --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/uru-podcast/message
Olá, bio-ouvintes! No nosso novo episódio, exploramos dois temas intrigantes que já foram apresentados em edições anteriores do nosso quadro Bionews Drops! Inicialmente, discutimos como o comportamento dos gatos desafia a crença comum de que são animais antissociais. A pesquisa da Universidade da Califórnia revelou que esses felinos possuem uma complexa linguagem facial, com 276 expressões identificadas, indicando uma comunicação diversificada.
Neste programa, voltamos aos temas que marcaram a semana. Destaque para as eleições autárquicas em Moçambique e para o sorteio do CAN2024. Por outro lado, olhamos para as reacções africanas à guerra entre Israel e o Hamas. A guerra entre Israel e o Hamas preocupa África, mas poucos países se pronunciaram abertamente sobre o tema. A União Africana apelou ao fim do conflito e pediu à comunidade internacional para assumir as suas responsabilidades na paz e para garantir os direitos dos povos israelita e palestiniano.Também a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral apelou à contenção entre as partes envolvidas no conflito. O posicionamento da SADC consta de uma Declaração assinada pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço, na qualidade de presidente em exercício da organização regional. A SADC pediu à comunidade internacional para apoiar Israel e a Palestina com ajuda humanitária, especialmente junto das vítimas e dos deslocados internos abrigados nos centros de refugiados ou de deslocados. A organização também manifestou profunda preocupação com a perda de centenas de vidas de pessoas civis inocentes em ambos os lados. Em reacção, o embaixador israelita em Angola, Shimon Solomon, manifestou-se “profundamente desapontado” por Angola por não ter tomado directamente posição e não ter condenado o ataque do Hamas e disse que os amigos se conhecem em tempos difíceis.Quarta-feira foi dia de eleições autárquicas em Moçambique. Mais de 4,8 milhões de eleitores foram chamados a escolher 65 presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias, num total de 1.747 membros a eleger.Entretanto, o Secretariado Técnico da Administração Eleitoral lembrou que a Comissão Nacional de Eleições tem até 15 dias após a votação para publicar os resultados finais. Enquanto o país aguarda os resultados oficiais, Adriano Nuvunga, director do Centro para a Democracia e Direitos Humanos, sublinha que a não publicação rápida das contagens pode levantar suspeitas de fraude. A Sala da Paz, plataforma da sociedade civil moçambicana de observação eleitoral, apontou algumas irregularidades que podem manchar as eleições autárquicas de 11 de Outubro, contou à RFI Crispim Amaral, membro da plataforma.Moçambique também assinalou o dia do professor esta semana. Uma jornada de reflexão que acontece num contexto "penoso" do ponto de vista de Avatar Cuamba, presidente da Associação dos Professores Unidos de Moçambique, que se queixa dos baixos salários e espera que o governo meta mãos à obra para mudar o cenário.Na Guiné-Bissau, foi anunciada a composição do renovado Conselho de Estado, enquanto o presidente da Assembleia Nacional Popular, Domingos Simões Pereira, começou a primeira etapa do chamado "Parlamento Aberto".Angola precisa de investimento privado porque as finanças públicas estão "no limite". Quem o diz é a ministra angolana das finanças, Vera Daves de Sousa que, esta semana, participou nos Encontros do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, em Marrocos.Ainda em Angola, na quinta-feira, o grupo parlamentar da UNITA entregou uma proposta para destituição do Presidente da República. Esta sexta-feira, a Assembleia Nacional reunia os deputados membros da comissão permanente para analisar o documento. A UNITA justifica com a subversão de regras de execução orçamental, da economia de mercado e do sistema republicano, bem como por alegada prática de corrupção, peculato, tráfico de influências e nepotismo.Ainda em Angola, centenas de pessoas foram detidas e outras feridas no domingo em Saurimo, na Lunda Sul, em tumultos com a polícia durante a repressão de uma manifestação a favor da autonomia da região. Neste programa ouvimos a reportagem de Francisco Paulo.Em Cabo Verde, a saúde mental deve merecer prioridade por parte do governo e ser alargada à cobertura pela Previdência Social. A declaração foi feita, esta semana, pelo Presidente da República, José Maria Neves.No futebol, já se conhecem os grupos do Campeonato Africano das Nações que vai decorrer na Costa do Marfim, entre 13 de Janeiro e 11 de Fevereiro de 2024. A Guiné-Bissau integra o Grupo A, com a Costa do Marfim, a Nigéria e a Guiné Equatorial. Os djurtus vão disputar o jogo inaugural contra a Costa do Marfim em Abidjan. Angola está no Grupo D com a Argélia, o Burkina Faso e a Mauritânia. Cabo Verde e Moçambique estão no Grupo B com o Egipto e o Gana.
O cágado bencú, uma pequena tartaruga de água doce, já era conhecido e repertoriado em São Tomé, mas uma equipa de investigadores descobriu que este animal também está presente no Príncipe e que as suas origens podem remontar aos navios que faziam o tráfico de escravos entre África e as Caraíbas. Patrícia Guedes é investigadora do CIBIO, Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos, da Universidade do Porto e publicou em Junho deste ano, juntamente com a sua equipa, um artigo sobre as origens dos bencús existentes na ilha da Príncipe.O bencú, como é conhecido em São Tomé e Príncipe, é uma tartaruga de lama ou cágado de água doce, que pode ser encontrado em rios, lagos, charcos temporários ou pantânos. É omnívero e abundante na África Central e Ocidental, chegando a medir 30 centimetros.Esta tartaruga de lama ou cágado é abundante em países como a Nigéria, Costa do Marfim, Serra Leoa ou Congo, mas em São Tomé e Príncipe as suas origens podem estar ligadas ao tráfico de escravos que passou durante séculos por este arquipélago, como explicou a investigadora em entrevista à RFI."Descobrimos que São Tomé não terá sido o ponto de partida para a população que há no Príncipe, ou seja, foram colonizações independnetes, terão chegado de forma separada. E depois encontramos uma coisa curiosa, tanto no exemplar do Príncipe como no exemplar de São Tomé, os bencús estão mais próximos de uma população nas Caraíbas que sabemos que é introduzida e outros eram mais parecidos com exemplares na Serra Leoa ou Costa do Marfim. Para estes exemplares mais parecidos com as das Caraíbas, é possível que esta espécie tenha chegado até aqui através da rota dos escravos", explicou Patrícia Guedes.Outras espécies como alguns macacos existentes no arquipélago têm a mesma origem. Patrícia Guedes explica que estes animais eram utilizados como comida durante longas viagens marítimas e que por viverem muito e serem resistentes, muitos marinheiros se alimentavam das mais diversas tartarugas, levantando assim a hipóteses de como os bencús chegaram ao arquipélago.É necessário agora continuar a investigar as origens deste cágado para saber mais sobre a sua conservação e o seu impacto no ecossistema, já que se se tratar efectivamente de uma espécie trazida pelo homem, será preciso estudar o seu impacto nas espécies autóctones.
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O Gabão foi palco esta quarta-feira, 30 de Agosto, de uma tentativa de golpe por parte das forças militares. "O continente africano volta a ser palco de mudanças de poder inconstitucionais. Estes golpes de Estado são o resultado de uma degradação profunda dos regimes instalados", descreve o professor na Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique e investigador associado na Sciences-Po em Bordéus, Régio Conrado. O Gabão foi palco esta quarta-feira, 30 de Agosto, de uma tentativa de um golpe por parte das forças militares. Os militares referem ter anulado as eleições que deram a vitória ao presidente Ali Bongo Ondimba. Num discurso aos embaixadores franceses pelo mundo a primeira-ministra francesa Élisabeth Borne não escondeu a preocupação com o que se passa no Gabão."O que está a acontecer é profundamente grave no sentido que o continente africano volta a ser palco de mudanças de poder inconstitucionais, mas é preciso de dizer que estes golpes de Estado são o resultado de uma degradação profunda dos regimes instalados", descreve Régio Conrado, professor na Universidade Eduardo Mondlane em Moçambique e investigador associado na Sciences-Po em Bordéus.Há 14 anos no poder, depois de suceder o seu pai, Omar Bongo, o actual Presidente Ali Bongo foi proclamado vencedor das eleições presidenciais de 26 de Agosto. "O actual regime de Ali Bongo é um regime que está no poder há quase 60 anos o que agrava, cada vez mais, a situação. As instituições não se conseguiram consolidar no processo de democratização do continente africano, o desenvolvimento ficou aquém das expectativas dos diferentes grupos sociais, a miséria instalou-se de forma estruturante. O Gabão tem quase 2 milhões de habitantes; É um dos países mais importantes na produção de petróleo e não faz sentido que as pessoas vivam nas condições em que vive", aponta o investigador."França perde influências no continente africano"O continente africano foi testemunha de sete golpes de Estado desde Agosto de 2020. O mais recente no Gabão esta terça-feira. "A consagração deste golpe no continente africano, sobretudo na África francófona, deve ser compreendido como a consagração daquilo que são as independências dos países africanos, na concepção dos golpistas. Toda a estrutura discursiva dos militares é que é necessário restaurar a boa governança, restaurar a independência e autonomia desses países. Para a França a situação é gravíssima porque a França vai perdendo uma parte das suas influências no continente africano. O Presidente Macron reconheceu no deu discurso aos embaixadores que é preciso não ser paternalista para com continente africano, mas é preciso defender os interesses da França. A França e o Presidente francês chegam à conclusão que o paternalismo, o neocolonialismo e tentativas de controlo e de substituição dos exércitos nacionais pela presença militar francesa degradou a imagem da França", descreve Régio Conrado.O investigador acrescenta, ainda, que se "a França não mudar a sua relação com os países africanos haverá, cada vez mais, contestações, revoltas e violência contra aquilo que são os interesses franceses no continente africanos. Neste momento, as relações da França com a Costa do Marfim e o Senegal - onde a França tem bases militares - pode degradar a imagem da França porque vai aprofundar o sentimento anti-francês. O continente africano não é um continente que precisa de forças estrangeiras a ocupar o território, como é o caso da França", aponta."Dentro do exército e das forças de segurança do Gabão existe um sentimento muito patriótico, muito nacionalista, anti-colonial e anti-francês que pode definir o tipo de relação entre os dois países. Jean Luc Mélenchon escreveu, recentemente, que mais uma vez o Presidente francês cometeu o erro estratégico de proteger o que não é possível proteger, neste caso a família Bongo. A França fica preocupada com a situação do Níger por causa do urânio e pode perde parte da sua importância estratégica no mundo quando se fala de produção de urânio", concluiu.
Nesta Semana em África, destaque para Angola que assumiu a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e que é a candidata da região à presidência da União Africana em 2025. Na CEDEAO, uma eventual intervenção militar no Níger não é unânime e Cabo Verde manifestou-se contra. A semana foi ainda marcada por um novo drama de migrantes no mar, desta vez ao largo de Cabo Verde. E em Moçambique, a greve dos médicos continua. Angola assumiu, esta quinta-feira, a presidência rotativa da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Em Luanda, na cimeira de Chefes de Estado e de Governo, os Estados-membros indicaram Angola como o candidato da SADC para assumir a presidência da União Africana no ano de 2025, quando se comemoram os 50 anos da independência angolana.No final do encontro, o Presidente João Lourenço, que é agora o presidente em exercício da SADC até Agosto de 2024, resumiu que "a cimeira abordou exaustivamente as questões relativas à paz e segurança, não só na região da SADC, mas também em África e no mundo". Os líderes da organização aprovaram a prorrogação, por 12 meses, da missão em Cabo Delgado, em Moçambique e João Lourenço disse que o actual panorama em Cabo Delgado é "mais tranquilo e estável" graças à força conjunta em estado de alerta da SADC.O chefe de Estado angolano também saudou o envio do destacamento das Forças da Brigada Reforçada, para um período de 12 meses, para o leste da República Democrática do Congo.João Lourenço apelou, ainda, ao fim imediato do uso das armas no Sudão e falou na situação preocupante na região do Sahel por causa de acções de terrorismo e golpes de Estado praticados pelas chefias militares”. Além disso, defendeu “a necessidade de se pôr fim à guerra” entre a Rússia e a Ucrânia pelas consequências que representa para a paz e segurança mundiais, para a segurança alimentar e energética e para o comércio internacional.De notar, ainda, que a cimeira da SADC defendeu a criação, até Outubro, do Centro de Operações Humanitárias e de Emergência da Região e foi assinada a Declaração da SADC sobre a Aceleração da Acção para acabar com o VIH/Sida na região até 2030. Esta quinta e sexta-feira, os chefes de Estado-Maior dos países da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reuniram-se em Acra, a capital do Gana. A "maioria" mostrou-se empenhada em participar numa eventual intervenção militar para restabelecer a ordem constitucional no Níger, mas não há unanimidade. Cabo Verde manifestou-se claramente contra e quer a via da diplomacia, não tendo enviado um representante à reunião. O Presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, disse que se deve trabalhar para “o restabelecimento da ordem constitucional, mas em nenhum caso através de uma intervenção militar ou de um conflito armado”.Na reunião estiveram os chefes de Estado-Maior da Nigéria, do Gana, da Costa do Marfim, do Senegal, do Togo, do Benim, da Serra Leoa, da Libéria e da Gâmbia, tendo-se, então, notado as ausências dos seus homólogos de Cabo Verde e da Guiné-Bissau. O Níger também não esteve representado, nem o Burkina Faso, o Mali ou a Guiné-Conacri, países onde também ocorreram golpes de Estado entre 2020 e 2022 e que manifestaram a sua rejeição do uso da força.O golpe de Estado no Níger foi conduzido em 26 de Julho pelo autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria, que anunciou a destituição do Presidente, Mohamed Bazoum, e a suspensão da Constituição. O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser dirigido por uma junta militar. Em Angola, a Unita, o principal partido de oposição, lançou formalmente, na quarta-feira, uma iniciativa para a destituição do Presidente João Lourenço. Com alguns parlamentares ausentes, 86 deputados dos 90 que compõem o grupo parlamentar da UNITA subscreveram a iniciativa, assim como o Bloco Democrático e o PRA JA Servir Angola. Durante a cerimónia de lançamento desta iniciativa, Adalberto da Costa Júnior, líder da Unita, sublinhou que não se trata de um "simples acto de competição pelo poder". Novo drama de migrantes no mar. Cerca de 60 pessoas morreram à fome apos um mês à deriva numa piroga que teria, inicialmente, uma centena de pessoas a bordo. Esta terça-feira, um barco pesqueiro de pavilhão espanhol atracou no porto de Palmeira, na ilha do Sal, com 38 sobreviventes e sete cadáveres. A grande maioria eram senegaleses, mas também haveria dois bissau-guineenses, de acordo com um relatório da Cruz Vermelha. Esta quinta-feira, a representante da Organização Internacional das Migrações em Cabo Verde, Quelita Gonçalves, disse que este resgate deve impulsionar um novo projecto de assistência no país. Na Guiné-Bissau, no domingo tomou posse o novo governo, que resulta da coligação PAI-Terra Ranka, liderada pelo PAIGC, que venceu as eleições legislativas de Junho com 54 dos 102 deputados do parlamento. A coligação assinou acordos de incidência parlamentar e governativa com o PRS e o Partido dos Trabalhadores Guineenses (PTG), que integram também o novo executivo. Na tomada de posse, o primeiro-ministro, Geraldo Martins, disse que o seu executivo é “para quatro anos” e que as promessas eleitorais “devem ser cumpridas”.“Este será um Governo de legislatura, um Governo para quatro anos e, portanto, todas as promessas eleitorais que foram feitas devem ser cumpridas”, afirmou, na tomada de posse dos 18 ministros e 15 secretários de Estado do novo executivo.Na terça-feira, Guiné-Bissau, o secretário de Estado da Comunicação Social, Muniro Conté, ordenou a reabertura da rádio privada Capital FM, que tinha sido encerrada compulsivamente pelo anterior executivo a 18 de Outubro de 2022. O sindicato dos jornalistas guineenses congratulou-se com a decisão e o seu secretário-geral, Diamantino Domingos Lopes, disse que “reflete uma abertura para promover a liberdade de imprensa e de expressão no país”. Este domingo, a Associação Médica de Moçambique realiza uma assembleia-geral para decidir sobre a prorrogação da greve iniciada a 10 Julho. Esta semana, a associação ameaçou suspender a prestação dos serviços mínimos. O aviso foi dado por Milton Tatia, o presidente da associação, que sublinhou que não vai ceder às intimidações do Governo.“Face a este posicionamento do nosso governo em optar por intimidações, furtar-se ao diálogo e não cumprir com os compromissos, nós informamos que a classe médica reserva.se o direito de cancelar as suas cedências(…). Nenhum médico voltará ao trabalho e o Governo terá que contratar mais de 1.500 médicos”, disse o presidente da AMM, Milton Tatia, durante uma conferência de imprensa, na quarta-feira, em Maputo.Em causa, as declarações de Inocêncio Impissa, porta-voz do Governo, que considerou que algumas das principais exigências dos médicos são ilegais e que a greve coloca em causa a população. Em São Tomé e Príncipe, os familiares do único sobrevivente do assalto ao quartel militar de Novembro cancelaram uma manifestação prevista para esta sexta-feira depois de o Governo ter divulgado um comunicado do Conselho de Ministros a proibir a realização de manifestações durante 15 dias para garantir tranquilidade durante a cimeira da CPLP de 21 a 27 de Agosto. Os familiares de Bruno Afonso, conhecido por "Lucas" queriam exigir que os tribunais agendem o julgamento do caso 25 de Novembro porque, desde então, Bruno Afonso e outros sete militares estão em prisão preventiva sem julgamento.Recordo que após o assalto ao quartel, que a justiça disse ter como objectivo promover um golpe de Estado, três dos quatro atacantes e um outro homem detido posteriormente pelos militares foram alvos de maus-tratos e acabaram por morrer, quando se encontravam sob custódia militar. O Ministério Público acusou 23 militares, incluindo os antigos chefe e vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas pela tortura e morte dos quatro homens. Recentemente o tribunal arquivou o processo contra o primeiro, mas manteve as acusações contra o segundo, que ocupa agora as funções de comandante da Guarda Costeira de São Tomé e Príncipe.
Um novo naufrágio na costa da Itália deixou 41 pessoas mortas no Mediterrâneo Central na semana passada, informou nesta quarta-feira (09) a agência de notícias italiana Ansa. De acordo com as informações coletadas pela Ansa com os socorristas, quatro pessoas sobreviveram, sendo três homens e uma mulher da Costa do Marfim e da Guiné.
Ver em VÍDEO AQUI Voltamos a África, a um lugar especial para o Pedro. África traz-nos sempre novidades, na forma de viver, de dançar, de celebrar... Vamos conhecer José Maria Montes, um redentorista que por lá se tornou inesquecível, e ouvir algumas histórias de como se é Igreja neste lugar incrível
Luís Branco
Neste 5 de junho, as Nações Unidas marcam o Dia Mundial do Meio Ambiente. O evento, que acontece na Costa do Marfim, tem como tema "Soluções para a Poluição Plástica". Segundo a ONU, todos os anos mais de 400 milhões de toneladas de plástico são produzidos todos anos e despejados nos oceanos, rios e lagos.
Temos petróleo, mas não vamos explorá-lo. Diante da emergência climática, uma decisão como essa – que até pouco tempo atrás, era impensável – agora está sob a mesa de governantes de diversos países do mundo, em especial no chamado sul global. No Brasil, o futuro do projeto da Petrobras de perfuração da bacia sedimentar da foz do rio Amazonas, para a recuperação do óleo negro, simboliza o impasse delicado entre o desenvolvimento à moda antiga e a transição energética necessária. Os tempos mudaram em relação a 2006, quando o mesmo presidente Lula participou, eufórico, da descoberta das camadas de pré-sal pela petrolífera nacional – sem que, à época, qualquer questionamento ambiental viesse à tona. Agora, a decisão de explorar ou não o que está sendo chamado de a nova fronteira do petróleo no Brasil, na margem equatorial, coloca o governo petista em uma situação delicada. O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não veem a hora de receberem o ok para o avanço do licenciamento ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) para o projeto. Entretanto, um parecer técnico do órgão não enxerga o plano com bons olhos, alegando pouca clareza quanto aos riscos de derramamento de óleo na perfuração, a 175 quilômetros da costa do Amapá. Um acidente poderia abalar a fauna e a flora marinhas, além de impactar comunidades indígenas em Oiapoque. A decisão final do presidente do Ibama, Ricardo Agostinho, é aguardada. “Há um discurso infelizmente contraditório por parte do governo, que é o que a gente chama de paradoxo verde. O próprio ministro das Minas e Energia declarou recentemente que em função da transição energética que o mundo está passando e que o Brasil está e vai passar, o petróleo será menos importante lá na frente”, diz professor Roberto Schaeffer, professor de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), doutor em política energética e membro do IPCC, o painel de cientistas da ONU sobre as mudanças climáticas. “Em certo sentido, começa a haver um movimento de acelerar o máximo possível a produção de petróleo hoje para não se ficar com o mico na mão, afinal há uma sociedade de consumo que demanda bens e serviços que ainda não conseguiu se livrar do petróleo e provavelmente não conseguirá nos próximos 20 ou 30 anos. E isso é uma enorme contradição: para lidar com a mudança climática, você eventualmente vai aumentar as emissões hoje para não ser o último a ficar com petróleo no chão, não explorado.” ONGs pedem fim do projetoO projeto foi licitado há 10 anos, junto com dezenas de outros blocos, mas até hoje nenhum poço foi perfurado na área. Agora, o plano foi acelerado em meio à perspectiva de queda da produção na bacia do sudeste a partir de 2030. Em abril, 80 organizações da sociedade civil, entre as quais as principais do país na área ambiental, reforçaram o pedido para o governo abdicar do projeto, apesar dos lucros estimados. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP) calculou em 2013, a reserva em questão, de número 59, poderia acumular 14 bilhões de barris. As ONGs alegam que o início das obras, a cerca de 500 quilômetros da foz do Amazonas, poderia levar a “danos imensuráveis para o meio ambiente e para a população”. A aprovação também representaria uma incoerência em relação às promessas que Lula tem feito não só no Brasil, como para a comunidade internacional, de colocar o país nos trilhos de um desenvolvimento sustentável. No seu último relatório, o IPCC, painel de cientistas da ONU sobre as mudanças climáticas, reivindica que a “redução substancial no uso geral de combustíveis fósseis", como o petróleo, é necessária para o mundo zerar as emissões líquidas de CO2. Em paralelo, a Agência Internacional de Energia reconheceu em 2021 que o uso do petróleo deverá entrar em queda a partir de 2050 e defendeu que, diante dessa perspectiva, nenhum novo projeto de extração de combustíveis fósseis deveria ser aprovado. A jurista especializada em direito internacional do meio ambiente Marie Toussaint, deputada europeia, avalia que já passou da hora de esses alertas serem levados a sério. “É exatamente isso que precisamos fazer, segundo os cientistas mas também a Agência Internacional de Energia, que foi criada pelos pesos-pesados da energia – portanto está longe de ser uma ONG. Todos eles dizem que nós devemos parar, hoje, qualquer nova perfuração de gás e de petróleo”, ressalta. “O desafio é cessarmos a oferta enquanto, paralelamente, investimos no que poderão ser as alternativas a essa oferta.” Roberto Schaeffer pondera que o consumo atual de petróleo no mundo é de 100 milhões de barris por dia, número que deve despencar para 20 e 40 milhões em 2050 – sobretudo para a produção de plásticos e fertilizantes, e cada vez menos para uso em energia.“O mundo de agora até 2050 ainda precisará de petróleo. O caso do Brasil é muito claro: a maior parte do transporte de cargas e urbano no Brasil é com veículos a diesel – e esse diesel tem que vir de algum lugar. A transição para outros combustíveis, seja a eletrificação dos transportes ou biocombustíveis, não se dará instantaneamente”, salienta. “E é nesse contexto que o Brasil e a África viram uma fronteira, com petróleos de excelente qualidade, custo mais baixo e com impactos ambientais muito menores, ao contrário dos petróleos pesados canadenses e venezuelanos, e mesmo campos antigos no mar do Norte. Mas a questão é como fazer isso de maneira cuidadosa”, pondera. Países desenvolvidos x países em desenvolvimentoA questão é colocada para outros países em desenvolvimento, onde a descoberta de reservas de petróleo ainda é celebrada como fonte de esperança e crescimento econômico, a exemplo da Costa do Marfim, em 2022, ou em Moçambique, em abril passado. Em Uganda e Tanzânia, a construção de um gigantesco oleoduto de 1,4 mil quilômetros gera mobilização internacional de organizações ambientalistas. O pesquisador da Unicamp na área de bioenergia e eficiência energética Luiz Horta Nogueira observa que, não à toa, esse tema representa um dos desafios mais difíceis das negociações climáticas internacionais, como as COPs. “Nós temos uma discussão antiga, que não está superada, que é o fato de que os países desenvolvidos exploraram as suas energias fósseis, desenvolveram-se em cima desses recursos, e agora temos alguns países que estão começando a explorar esses recursos e vem alguém dizer ‘sinto muito, agora terminou a festa e vocês não podem'”, afirma. “A riqueza produzida pelos hidrocarbonetos não se traduz de uma forma simples em desenvolvimento para um país, como vemos na Nigéria, por exemplo. Foram muito mais exceções os casos em que isso aconteceu – e a Noruega é um bom exemplo. Mas agora estamos vendo a Guiana encontrar reservas importantes e pode ser hoje uma das principais fronteiras de expansão da produção de petróleo no mundo. Quem tem moral para dizer que a Guiana não deve fazer isso? Então que paguem para ela não explorar o recurso que ela tem”, comenta. Para Nogueira, o foco do debate deveria ser viabilizar a exploração responsável desses recursos, com rigor ambiental e minimização dos riscos graças à ciência, e durante o período em que a transição para um mundo sem petróleo ainda não estiver efetivada. “Certamente ainda tem muito a ser aprendido pela indústria do petróleo, incorporando uma cultura de proteção e evitar acidentes – que são graves e causam prejuízos enormes. É um tema importante em que é preciso buscar um caminho comum de diálogo: como compatibilizar necessidades de desenvolvimento econômico e social com proteção ambiental”, avalia. “Veja que num governo com um discurso superalinhado à questão ambiental, a exploração de petróleo do Alasca, uma das últimas reservas no território americano, está sendo definida pelo presidente Joe Biden”, destaca. Enquanto isso, as grandes petrolíferas ocidentais estão cada vez mais pressionadas a se retirar de projetos relacionados a novos horizontes para o petróleo e o gás. No caso brasileiro, a francesa TotalEnergies e a britânica BP venceram a licitação de blocos da foz do Amazonas, mas acabaram abrindo mão das partes em benefício da Petrobras, que agora detém 100% dos contratos.“Quando observamos a realidade no terreno, vemos que quando as empresas vão embora e quando os bancos e seguradoras param de apoiar projetos, na maior parte das vezes, o projeto não vai adiante” afirma Marie Toussaint. “Temos uma ofensiva da China, em especial, mas também da Rússia, no continente africano. Eles financiam projetos que os europeus e ocidentais agora estão recusando, afinal são projetos devastadores demais.”
Hoje você escuta sobre a reunião dos ministros de Relações Exteriores do G7, um mês antes da reunião dos líderes dos países do grupo, sobre a pirataria na costa da Costa do Marfim e sobre o novo iate do Jeff Bezos. Boa semana
#2 - Ciência 2.0: o que é e como chegar lá? - Quando temos a chegada de Mídias com a Topologia Midiática Mais Horizontal temos, como agora, um Renascimento Civilizacional. - É preciso - se quisermos entender o atual cenário Macro-Histórico - compreender que estamos saindo de uma Macrocrise Civilizacional. - A partir da ideia de que a Ciência Pura é válida, os pesquisadores podem estudar o que quiserem sem que os interesses das pontas sejam levados em conta. - Quando iniciamos o processo de Renascença Civilizacional, como estamos vivendo agora, passamos a vivenciar a passagem de uma Ciência Mais Verticalizada para uma Mais Horizontalizada. - A Ciência Mais Verticalizada, aliás, é bem representada pela metáfora da “Torre de Marfim”. - A ciência passa a ser vista mais como um fim em si mesmo e não como uma ferramenta humana de sobrevivência. - A ciência atual passou a incentivar as pesquisas que mais atendem aos interesses particulares subjetivos dos pesquisadores e menos da sociedade. - A ciência atual foi ganhando ares mais artísticos e míticos do que lógicos. https://bit.ly/artigobimodal120423 “Nepô é o filósofo da era digital, um mestre que nos guia em meio à complexidade da transformação digital.” - Leo Almeida. Quer experimentar a Bimodais por um mês? Paga R$ 100,00, se quiser ficar depois de um mês, paga apenas mais R$ 200,00 e fica até o final de junho. É isso, que dizes?
Neste Bitalk vamos desvendar o que os Bancos fazem com o nosso dinheiro e não só! O Orlando é um profissional com formação em Gestão e pós-graduação em Liderança e Motivação e possui uma vasta experiência na área bancária em cargos executivos em Negócio Bancário, Marketing, Investimentos, Formação e Sistemas de Informação. Comprometido com a qualidade dos serviços prestados, procura constantemente novos desafios para evoluir na sua carreira. A nBanks é uma startup que oferece serviços de gestão financeira para empresas e contabilistas, visando mudar a forma como essas entidades lidam com as instituições financeiras. Fundada em 2018 pelos sócios Orlando Costa, Nuno Oliveira e Ricardo Vieira, a plataforma utiliza a diretiva europeia de pagamentos PSD2 para fornecer aos clientes um cofre que reúne toda a informação financeira, protegendo-a de acessos de outros clientes. Simplifica os processos manuais para o mundo digital, como a consolidação de informação bancária, e já entrou em países como Angola, Costa do Marfim, Argentina, Brasil e Colômbia. A startup oferece vários pacotes de subscrição para empresas e contabilistas, conforme a sua dimensão. Em 2021, recebeu um investimento de 500 mil euros em ronda seed e este ano anunciou que mais de 30 países africanos vão passar a beneficiar do seu serviço de gestão financeira. A meta é alcançar 50 mil empresas e um volume de faturação de 35 milhões de euros até 2025. 0:00 - Intro 1:02 — Ninguém gosta dos bancos? 5:05 — A queda do BES 7:00 — O início da Banca 9:13 — O que são serviços bancários? 11:10 — Medo de perderem o dinheiro 13:04 — O que fazem com o nosso dinheiro? 16:01 — “Os bancos estão gordos” 22:15 — Bancos na corda bamba 26:42 — Os bancos vão ter de se transformar 31:07 — O futuro dos Neobanks 34:28 — “Os donos disto tudo” 35:45 — “Uma dose de loucura” 38:22 — A queda do monopólio 47:42 — FRIGIDEIRA 49:28 — “África é um mar de oportunidades” 52:52 — O futuro da Web3 59:47 — Scam da FTX 1:04:02 — Como apanhar fraudes 1:11:54 - AI é o futuro das empresas Uma produção GAFFVisuals https://gaffvisuals.com/ --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/bitalk/message
xtinto, o rapper que a vossa professora de Português respeita, aproveitou o lançamento do álbum Latência para conversar connosco sobre "adicionar conceito", reconhecimento, criatividade, ansiedade e as hipóteses B, C e D, caso a música não der.(0:00) Preliminares(3:18) Potencial, Legado e Colaboração(19:09) Latência(34:18) Impulso: a necessidade de criar(54:00) Ansiedade, Síndrome de Impostor e Pandemia(1:03:20) Sabedoria Popular com Amor, bem piroso e lamechas(1:12:05) Viagens no tempo(1:24:25) Reconhecimento (do) Público + ConcertosBarras exclusivas do xtinto em:https://www.patreon.com/nuancepodcastJunta-te ao nosso DISCORD: https://discord.gg/jhsHPww5FJESTAMOS EM:Spotify https://open.spotify.com/show/3wC6cw4k3jjcqzSLlwgWs5Apple Podcasts https://podcasts.apple.com/pt/podcast/nuance/id1542526434Google Podcasts https://podcasts.google.com/feed/aHR0cHM6Ly9mZWVkcy5idXp6c3Byb3V0LmNvbS8xNTE5NTcwLnJzcw==PASTAMOS NOS SEGUINTES PRADOSInstagram:http://www.instagram.com/nuancepodcasthttp://www.instagram.com/by.castrohttp://www.instagram.com/holdennevermorehttp://www.instagram.com/luisamadobessahttps://www.tiktok.com/@nuancepodcastTwitter:http://www.twitter.com/nuance_podcasthttp://www.twitter.com/goodboycastrohttp://www.twitter.com/holdennevermore
Desta vez, viajamos à Costa do Marfim para discutir a premiada autora Véronique Tadjo e sua profética novela, "Na Companhia dos Homens". O livro trata do surto de ebola que atingiu a Guiné, Libéria e Serra Leoa entre 2013 e 2016, mas o faz de forma inusitada, já que nosso principal narrador é... uma árvore. Abrindo mão do antropocentrismo, tão comum em narrativas sobre catástrofes, Tadjo cria um rico mosaico de vozes que desafia representações simplistas do ebola, como as que encontramos no filme Epidemia (Outbreak) de 1995. E o melhor: faz isso usando elementos típicos da literatura oral e do folclore. De quebra, ainda falamos de ecologia, literatura africana e até lembramos um pouquinho do "Ensaio Sobre a Cegueira" e do "Rei Leão". Como sempre, fica o convite para você anunciar ao mundo que adora o Literatura Viral! Você também pode dar uma olhada nas próximas leituras do @abook_amonth (em que o Áureo dá aulas online) ou conferir os detalhes da viagem cultural para Barcelona que ele vai conduzir a convite da @taitripsbr ;-)
A guerra tem nome de MUNDIAL, mas a gente só sabe o que aconteceu na Europa. Por que você acha que isso acontece? Separe trinta minutos do seu dia e aprenda com o professor Vítor Soares (@profvitorsoares) sobre a África na Segunda Guerra. - Se você quiser ter acesso a episódios exclusivos e quiser ajudar o História em Meia Hora a continuar de pé, clique no link: www.apoia.se/historiaemmeiahora - Compre nossas camisas, moletons e muito mais coisas com temática História na Lolja! www.lolja.com.br/creators/historia-em-meia-hora/ - PIX e contato: historiaemmeiahora@gmail.com Apresentação: Prof. Vítor Soares Roteiro: Prof. Vitor Soares, prof. Victor Alexandre (@profvictoralexandre) e prof. Bruno Ribeiro (@porcasoltas) Edição: Victor Portugal. REFERÊNCIAS USADAS - A história do século XX. Martin Gilbert - Era dos Extremos. Eric Hobsbawm - Terceiro Reich em Guerra. Richard Evans LEITE HERNANDEZ, Leila. Movimentos de Resistência na África. Revista de História 141 (1999), 141-149. PENNA FILHO, Pio; BADOU, Koffi Robert. A França na África: as intervenções militares e suas motivações – o caso da Costa do Marfim. Publicação da Associação brasileira de Relações Internacionais História geral da África, VIII: África desde 1935 / editado por Ali A. Mazrui e Christophe Wondji. – 3.ed. – Brasília : UNESCO, Instituto Humanize, 2021. Capítulo 2. CHENNTOUF, Tayeb. O Chifre da África e a África sententrional; p 33 – 66. Sites consultados:
No continente mais afetado do mundo pela desertificação dos solos, uma cúpula internacional tenta encontrar alternativas para evitar que o fenômeno não se espalhe ainda mais – não só na África, como em todo o planeta. A conferência da ONU sobre o tema acontece na Costa do Marfim durante duas semanas. Participantes de 197 países se reúnem para discutir soluções para o problema, que já atinge mais de 40% das superfícies do globo. Se nada for feito, o que já é ruim vai ficar pior: com menos terras produtivas disponíveis, cresce a tensão para o aumento da produção alimentar nas áreas cultiváveis, levando a uma degradação de novas regiões. Em 2050, ela poderia atingir uma área equivalente a toda a América do Sul, com impacto não só na segurança alimentar e hídrica, mas também nas mudanças do clima e na biodiversidade. "Sessenta e cinco por centro das terras cultiváveis na África foram perdidas nos últimos 70 anos. Neste período, a população africana cresceu pelo menos 600%”, disse o secretário-executivo da Convenção das Nações Unidas pela Luta contra a Desertificação, Ibrahim Thiaw, em entrevista à RFI. "Ou seja, enfrentamos uma situação em que, embora o continente não seja superpopuloso, a exploração dos recursos naturais se tornou insustentável.” Causas naturais e humanas Com extensas áreas secas e áridas, a África é ainda mais vulnerável ao impacto do aquecimento do planeta, já que as condições climáticas acentuam a desertificação, observa Patrice Burger, membro do painel de especialistas das Nações Unidas sobre o fenômeno e fundador da organização Cari, que atua no continente. “Costumamos dizer que a degradação dos solos é causada por causas naturais, como a seca, mas também pelo aumento das temperaturas e outros fenômenos que até parecem paradoxais, como quando ocorre uma chuva abundante sobre a terra seca. É nesse momento que ocorrem tremendas erosões sob o solo”, explica Burger, ao programa C'est Pas du Vent, da RFI. "O problema da erosão é que quando a água vem, ela só escorre e evapora neste solo. A água não entra mais nesta terra degradada e o solo não pode mais ter o seu papel de esponja, fazendo com que a desertificação se amplifique.” A atuação humana, porém, também é altamente responsável pela degradação dos solos, a exemplo das queimadas e do abuso de agrotóxicos no Brasil. “As causas humanas são as más práticas agrícolas, deixar o solo descoberto, revirar o solo em grandes profundidades, reduzir a biodiversidade viva no solo, o que inclui usar produtos químicos que matam a vida do solo. A base de um solo, para que ele funcione e faça circular o ar e a água, é ter micro-organismos vivos”, ressalta o especialista. Recuperação e conservação As soluções existem, mas demandam mudanças profundas de práticas e investimentos. Ibrahim Thiaw destaca o exemplo da Grande Muralha Verde do Sahel, projeto faraônico iniciado em 2007 em onze países africanos, para tentar restaurar 100 milhões de hectares de terras. “É um programa extremamente ambicioso, que está em curso, com a promessa de financiamento de alguns parceiros que chega a US$ 19 bilhões, nos próximos cinco anos. Os países da África Austral querem fazer o mesmo e estão organizando um programa similar”, salienta. "E o norte da África poderia fazer parte da grande iniciativa do Oriente Médio, lançada pela Arábia Saudita e que poderia ir até o Magreb africano”, complementa o secretário-executivo da UNCCD. Além de restaurar as áreas degradadas, outro aspecto importante das discussões na COP da Desertificação é avançar na criação de extensas áreas protegidas. O objetivo seria chegar a um total de 4 milhões de quilômetros quadrados, o equivalente aos territórios da Índia e do Paquistão.
Leul Abate era o capitão do voo 961, uma rota que saia da Etiópia e tinha como destino a Costa do Marfim. No primeiro trecho da viagem, três homens invadem a cabine de comando e sequestram a aeronave! Os sequestradores exigem ir para a Austrália, mas o Boeing 767 simplesmente NÃO tem combustível suficiente! E agora?! Quer aparecer no Fábrica de Crimes? É muito fácil! Basta enviar uma mensagem de áudio por direct no Instagram @podcastfabricadecrimes ou pelo site fabricadecrimes.com.br nós só publicaremos com a sua autorização e vamos amar ter você por aqui =) Hosts: Mari e Rob Editor: Victor Assis Fontes: - Canal no YouTube da Wonder: "Hijacking Of Ethiopian Airlines Flight 961 Ends In Disaster | Mayday | Wonder" (2021). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=uby1a9SIlP4&t=767s - Canal no YouTube do Aviões e Músicas: "O Comandante Que Sofreu TRÊS SEQUESTROS EP. 739" (2021). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=GqNR1HQUisk - Vídeo do momento da queda (1996). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zA5FMFVbVZ0 - Mail Online: "How to survive a plane crash: Stay fit, fly economy and only think of number one" (2015). Disponível em: https://www.dailymail.co.uk/travel/travel_news/article-2939318/How-survive-plane-crash-Stay-fit-fly-ECONOMY-think-number-one.html - BBC Brasil: "Especialista dá dicas de como sobreviver a acidente aéreo" (2006). Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2006/10/061003_aviaodicas_is#:~:text=Colocar%20a%20cabe%C3%A7a%20entre%20as,ou%20do%20pouso%20de%20emerg%C3%AAncia --- Send in a voice message: https://anchor.fm/fabricadecrimes/message
O investidor Alexandre Allard ficou milionário ao vender um negócio ligado à tecnologia no início dos anos 2000. A partir dali, Alex começou a pensar como poderia impactar positivamente a sociedade. Para um cidadão do mundo – nasceu nos Estados Unidos, cresceu na Costa do Marfim, viveu na França e se apaixonou pelo Brasil –, ele é o responsável por um dos projetos mais ambiciosos de preservação de um edifício histórico e revitalização do seu entorno no nosso País: a Cidade Matarazzo, que está localizada nas proximidades da avenida Paulista, em São Paulo. Nesta conversa com Jojô Wachasmann, CEO da Vitreo, e o jornalista Marcio Kroehn, sócio da Ovo Comunicação, Alex conta que sua ambição, com esse projeto bilionário, é acabar com o complexo de vira-lata do brasileiro – já bolou até uma camiseta para isso... De que maneira ele pode unir as classes sociais, valorizar a cultura nacional e cuidar da sustentabilidade? Aperte o play, ouça, curta e compartilhe este episódio que está com o sotaque mais gostoso de se escutar.
O episódio #56 do podcast Futebol no Mundo traz os principais destaques da última data Fifa deste ano: Alex Tseng, Gustavo Hofman, Leonardo Bertozzi e Ubiratan Leal comentam sobre a situação de Itália, Uruguai, Costa do Marfim e Canadá nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2022, no Catar - e muito mais!
Como os franceses celebram a Páscoa? E os senegaleses? Já ouviu sobre a tradição suíça de quebrar ovos? Nesse episódio vamos ver os costumes e tradições de Páscoa em cinco países diferentes: França, Canadá, Suíça, Senegal e Costa do Marfim.