POPULARITY
Angola: Delegação do grupo parlamentar da UNITA foi atacada nesta quarta-feira, no município da Galanga, província do Huambo. Moçambique quer negociar acordo de comércio livre com os Estados Unidos da América. Celebra-se hoje o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil: África Subsaariana continua a ter o maior número de trabalhadores menores de idade.
Em Angola: A corrida à liderança do MPLA já mexe nos bastidores. Faltam reagentes no maior hospital do Cuanza Sul e utentes pedem demissão da ministra da Saúde. Milhares de pessoas tomam várias cidades americanas em protesto contra a política anti-imigração de Donald Trump.
"Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso. Michel testemunha as torturas, fuzilamentos, trabalhos forçados, as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso e viveu as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). Michel, que em 1977 era militar do MPLA, fez parte dos milhares de prisioneiros, condenados sem julgamento, que foram enviados para o “campo de concentração”, “campo da morte”, o campo de Calunda. O livro "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" foi recentemente reeditado em Portugal pela Perfil Criativo. Em entrevista à RFI, Michel, que considera que a reconciliação entre angolanos ainda está por fazer, começa por lembrar o choque que teve ao chegar ao campo. Os amigos de Luanda, que pensava que estariam mortos, estavam ali, vivos, mas o aspecto de farrapos humanos, doentes, cadavéricos, com lêndeas e cabelo a cair, eram marcas das condições desumanas do campo da morte. Michel: Quando eu vi, o Manél está vivo! Eu pensava que o gajo estava já morto, afinal ele está vivo. Mas ele estava em mau estado, com lêndeas, anémico, muito magro. Ele disse-me: "Vocês estão aqui e recebemos ordens. Nós não podemos comunicar com vocês." A segurança lá, o DISA. Então, o campo é novo, não tem condições nenhumas, meteram-nos aqui como se fossemos farrapos. Então, começámos mesmo a dormir ao relento. Isto estou a resumir, no livro está tudo. Veio esse primeiro grupo no dia 26 de agosto. Depois veio o segundo no dia 30 ou 31. E depois veio... depois veio o último grupo no dia 3. Este último grupo, dia 3, é que fez o número para eles realizarem o comício satânico para fazerem um fuzilamento em hasta pública, com a população lá, assistindo. Terrível, nunca vi uma coisa assim. Nós fomos obrigados a assistir ao fuzilamento de dois rapazes. Um deles até chamava-se António Ambrige. Jovem, só 18 anos. Estou a ver como se fosse agora. E depois tiraram mais um miúdo. No dia antes nós fomos à Tonga, inculparam-lhe que ele ia fugir. Mas aquilo era uma farsa. Inventaram aquilo. Eles já tinham planificado o fuzilamento para incutir o medo no grosso de toda a malta que estava ali no campo. É uma estratégia que eles tinam montado. De tal forma que nós assistimos, horrorizados. Para nós pensarmos que não vamos sair daqui vivos. No comício, esteve presente o administrador comunal daquela região. Um gajo muito tribalista, o gajo que mais incitava ao ódio ali, naquele comício. E as populações (vieram), pediram a toda a população dos bairros (para vir ver). Estavam ali, concentrados. Todo o mundo assistiu. Tanto mais que naquele fuzilamento, a população também não embalou. Era visível no rosto dos populares a revolta e a reprovação do que eles estavam a assistir. Muitos até não quiseram assistir. Uns até choravam. Por toda essa peripécia que a gente viveu, é que me levou a escrever o livro. Eu disse logo. Por todo este clima de terror que nós estamos aqui a viver. Nunca me passou pela cabeça que o MPLA fosse capaz de criar um campo desta dimensão, nem a PIDE na época colonial. Aquilo era terror autêntico. Nós chegámos lá no dia 26 e tiveram que nos evacuar no dia 17 de outubro. Se continuasse mais tempo não sobraria ninguém. Porque depois surgiram muitas doenças. Por quê? Porque chovia muito. Não havia casas suficientes. Alimentação não havia. Trabalhos forçados, torturas, pancadarias, fuzilamentos. Olha, eu vou só lhe dizer um caso que aconteceu. No dia em que eu fiz 22 anos, no dia 26 de setembro, eu não fui à Tonga. Tonga é lá a roça onde se ia para fazer trabalhos forçados. Eu não fui. Simulei qualquer coisa e fiquei mesmo lá, no campo. Até havia mais benefício em ir à Tonga, porque lá tem água. No campo, nem água tinha. A água era de um tanque. Você nem água tinha para beber. A situação era tão grave no campo que você nem água tinha. Portanto, era melhor ir para a tonga,porque lá tem os rios. Tomas um banho, bebes água à vontade. E quando chegas (ao campo) tens o papo cheio, já não tem necessidade de beber água. Então, eu não fui mesmo, disse não vou. Então, fui à caserna de um indivíduo chamado Jerónimo. Ainda está vivo. E eu disse: "Oh, Jerônimo, eu, hoje, fiz 22 anos. Aí o gajo disse assim: "Epá, você fez 22 anos! Hoje tens que te aventurar e ir lá na bicha, para ver se comes qualquer coisa." Pronto, a bicha (a fila que se formava para receber uma ração) era terrível. Não se conseguia receber comida, porque a cozinha era única e o número de prisioneiros era muito. Aquilo era uma luta tão grande para conseguir uma migalha de comida que nem todos recebiam. Só os mais fortes é que conseguiam. Eu não conseguia mesmo, não conseguia. Por isso eu vim de lá (do campo) com mazelas. Cheguei a ficar quatro dias sem comer mesmo nada. Então, o que é que eu fazia? Recolhia as escamas de peixe que estavam no chão junto da cozinha. Depois acendia um fogareiro numa lata e tomava aquele molho com sal para mitigar a fome. Mas nesse dia, esse meu amigo Jerónimo disse, "Epá, tens que ir à bicha. Vai! faz alguma coisa! Já não vais fazer mais outro aniversário aqui. Porque aqui nós estamos todos condenados à morte. Então, nesse dia eu tentei ir à bicha. Não é que, por meu azar, e isso está tudo em livro, não é que, por meu azar, nesse dia, também o próprio chefe do campo decidiu ir à bicha para acompanhar o comportamento (dos prisoneiros) e ver como estava a ser distribuída a refeição. Eu estava naquela confusão, para ver se conseguia festejar o aniversário pelo menos comendo alguma coisa. E aquele gajo, de um momento para o outro, disse: "mas que brincadeira é essa? Vocês estão-me enervando. Eu mato já um gajo!" Eu até pensei que ele estivesse a intimidar para que a gente se organizasse melhor. O gajo saca da pistola... Epá, eu nunca tinha visto uma coisa assim. Saca da pistola... Epá, prime o gatilho (com a arma) na testa de um gajo... Epá! De um gajo aleatoriamente. Pumm! Epá, antes dele fazer esse disparo, eu vi o gajo. Eu fiquei com medo. Eu vi o gajo e saí da bicha. Logo que o gajo faz o tiro, Epá, eu... O sangue a jorrar, a bicha se desfez toda, … todo o mundo disperso. Fui para a caserna. Então, disse logo: Epá, isto aqui é mau sinal. Então hoje mesmo que eu faço o aniversário e me acontece uma coisa dessa. Então, é porque já não vou sobreviver. Mas jurei comigo mesmo, se algum dia eu sobreviver, eu vou escrever um livro para relatar todas essas situações que eu estou a viver. É essa a razão que me levou a escrever o livro. RFI: Sobre este drama do 27 de maio de 1977, o Michel já escreveu outros livros, estou-me a lembrar do livro O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio de 1977. Este é um relato de todos os factos que eu vivi, senti na carne e na alma, o que me levou a escrever o livro. Mas, como cidadão que eu sou, com alguma formação que eu tenho, quis ir ao fundo do que realmente esteve na base deste processo. Contrariamente ao que muita gente pensa, é um livro polémico, porque são ideias minhas. Eu fiz uma incursão, fiz uma investigação e fiz uma reflexão. Porquê aquela sangria toda? Tem matérias muito complexas, que tem a ver com a realidade própria do meu país, cujo cerne cai exactamente no racismo. Por isso eu escrevi O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio. Agora, as pessoas lêem. Podem concordar com o que está lá ou não concordar. É o que eu fiz. Esta é uma reflexão pessoal, a minha análise, a minha opinião sobre o que esteve na base do 27,com a qual as pessoas não são obrigadas a concordar. É uma questão de liberdade. Eu penso que o que esteve na base daquela tragédia é aquilo que está no livro que eu escrevi. Agora as pessoas podem concordar. O que o faz ter a opinião de que terá sido o racismo? Ah! aí está o problema! Porque é muito difícil dizê-lo, mas é o que aconteceu. Porque os factos são factos. Quem dirigiu a repressão em Angola foram mestiços. Foram maioritariamente mestiços. São mestiços que planificaram isso. Para mim, são mestiços. E quem viveu em Angola sabe a realidade, sabe que é isso que se passou. Agora, usaram o Presidente Neto, como escudo. Instrumentalizaram o Presidente Neto. Agora, se ele se deu conta, isso é um problema dele. Mas penso que ele deu-se conta. Por quê? Porque eu tive um encontro com a dona Maria Eugénia, viúva do Presidente Neto. Tive uma reunião com ela em 2011, a pedido dela. Esta reunião foi intermediada pelo antigo primeiro-ministro Marcolino Mouco. Um encontro muito frutífero. Ela foi com o meu livro, a primeira versão. Foi com o meu livro para me fazer perguntas. Fez uma série de perguntas e eu respondi. E ela, no fim, diz assim, "coitadinho, o homenzinho, fizeram tudo sem ele saber e o homem sofreu até morrer". No encontro que ela teve comigo, estava ela, esteve um indivíduo chamado Amarildo Vieira Dias e estava a filha, a doutora Irene Neto. Se elas ouvirem, podem confirmar, em 2011. Eu tenho uma grande admiração pelo Presidente Neto, mas não posso perdoar o que ele fez. Então, aquela ideia de uma divisão entre nitistas e netistas faz sentido ou não? Não faz sentido. Isso está no livro que eu escrevi. Na minha perspectiva, aquilo é um falso problema. Eles manipularam de tal forma o Presidente Neto para influenciar a opinião pública nacional e internacional de que a luta do Nito (Alves) era contra o (Agostinho) Neto. Mas não, não é verdade. É falso dizer que havia netismo e nitismo, como se o Nito fosse adversário do Neto. Não, é mentira! Isto não é verdade. A verdade é que o Neto, naquela altura, naquela conjuntura,era uma peça fundamental e qualquer uma das alas queria tê-lo do seu lado. E venceu a área que tinha o Neto do seu lado. Porque o Neto, na altura decisiva da contenda, bandeou-se para o lado da ala que reprimiu. É por isso que eu disse que o problema resvala no racismo. Não vale a pena escondermos. Quem são os gajos que dirigiram a repressão? Lúcio Lara, Igo Carreira, Onambwé, Costa Andrade "Ndunduma", Hermínio Escórcio, todos eram mestiços!. Para quê esconder? É verdade que tinha lá uns pretinhos, mas não tinham aquilo que se chama o domínio do facto. Quem dirigiu a repressão são essas gentes. Isto eu não escondo. É uma realidade. Os factos são factos. E todo mundo sabe disso. Agora, as pessoas podem não concordar comigo. Eu sempre disse, e neste meu livro está lá, o problema do 27 de maio não é ideológico, na minha perspectiva. O problema do 27 de maio é político, é profundo. Já vem da essência do próprio MPLA. Quem fundou o MPLA? Isto não vale a pena esconder. É a minha perspectiva. Eu sou um homem livre. Exprimo aquilo que penso. Agora, posso estar errado, mas têm que me provar o contrário. No campo onde esteve preso, havia pessoas que morriam por causa dos maus-tratos, mas uma grande parte dos mortos era por causa da doença. Sim, a maior parte que morreu no campo, está no livro, era por doenças. Havia um ou outro... Tortura havia ali. (Mesmo sobre) Aqueles gajos, indivíduos que iam roubar mandioca. Chegou uma altura em que a situação estava de tal forma insustentável... O ser humano tem instinto de sobrevivência... Começaram a ir para as lavras roubar as mandiocas. Quando voltavam, aquilo era uma tortura que não era brincadeira. Eram postos nus, e o chefe do campo, com a mulher a assistir, pegava num cacete e batia no pénis. O pénis ali a inchar e a sangrar. Todo mundo a ver, ele nu. Aquilo não era coisa de brincadeira. É o que me levou a escrever o livro. Eu dizia assim: Epá, eu nunca vi uma coisa dessa. Epá, mas é mesmo o MPLA que está a fazer isso? O MPLA vai criar um campo destes? O MPLA que diz que é o povo, e o povo é o MPLA, vai-lhe dar na cabeça para criar um campo desta magnitude? Por isso é que esse tipo de coisas que estão aí a fazer, isso não é reconciliação. Isso não é reconciliação, não é nada. Pela gravidade do assunto, é um assunto que tem que ser bem... Não é só vir com um papelzinho, olha, peço desculpa. Não, aquilo é formal. É um bom passo. Mas agora tem que ir ao fundo do problema. Tem de haver responsabilização política. Pode não ser criminal, ninguém precisa disso. Mas responsabilização política tem de haver. Só assim poderá haver reconciliação. Caso contrário, não há. É assim no Chile, é assim no Brasil. É assim aqui. Aqui, os da PIDE têm mais espaço aqui? Os gajos que fizeram a PIDE aqui têm espaço? Não pode. São cidadãos, vivem ali, mas não tem possibilidade nenhuma de aparecer. Nós em Angola, não. Estão a condecorar até verdugos. Os próprios gajos que mataram, os algozes, estão a ser condecorados. Isto é sério? É assim que se faz? É um prémio pelas matanças que levaram a cabo? Em vez de se criar uma comissão da verdade para se explorar bem, se determinar bem as responsabilidades, e para que uma situação do género não se volte a repetir, estão a ser condecorados. Isto é sério? Por amor de Deus, pá! Só no meu país. Mas eu, como sobrevivente, como angolano que dei o meu melhor nesse país, vou lutar até as últimas consequências. Ainda que me matem. Se quisermos uma verdadeira reconciliação nacional, teremos que ir buscar as causas profundas que estiveram na base disso. O que é que sugeria para que, realmente, essa reconciliação nacional acontecesse? O que eu proponho é a criação de uma comissão da verdade, até podem chamar outro nome qualquer, para primeiro descobrir quem foram os indivíduos que assassinaram aqueles comandantes que apareceram no dia 21 nas Barrocas do Sabizanga. Esse é o ponto de partida. Porque é a partir dali, deste facto bárbaro, que o Presidente Neto veio a público dizer que não perdia tempo com os julgamentos. Não haverá perdão nem... Isso vem em letras grossas. Aliás, escritas pomposamente pelo Costa Andrade "Ndunduma". Que depois inventou mais uma outra célebre frase, "É preciso bater no ferro quente", numa alusão para instigar a matança que já estava a ser levada a cabo. Em função desta frase do Presidente Neto, "Não vamos perder tempo com os julgamentos". Por quê? Por causa daqueles comandantes. Então é preciso saber quem foram as pessoas que assassinaram aqueles comandantes. Foram os fraccionistas? Duvido muito. Até por uma questão de lógica. Se o golpe falhou às 11 horas, mais ou menos às 11 horas, 11 e meia, já as tropas cubanas tomaram a cidade toda. E os próprios fraccionistas já estavam em demandada. Como é que tiveram tempo, durante a noite, para assassinar, meter num carro, numa Kombi, e ir meter (os corpos) alí nas barrocas? Por amor de Deus, pá! Isso é uma questão de lógica. Tem de haver alguma estratégia. Agora, temos que saber quem foram. A gente sabe quem são. A gente sabe! Mas a minha opinião vale o que vale. Por isso é que tem, mesmo, que haver uma comissão da verdade. Olha, se lerem o livro do Nito Alves, nesse livro, tem lá muita carga ideológica. Purga e aquela carga ideológica está lá. E vão às informações que o livro tem. Há uma página 172 ou 173, está lá tudo. Aquelas reuniões que eram levadas a cabo na casa do Júlio de Almeida, era reunião de quê? Era para fazer o quê? Está lá tudo. Matrículas todas, as pessoas que iam lá frequentar. Vamos lá, só ver. Ali temos um bom ponto de partida. Agora, se querem que as pessoas todas que estavam envolvidas nesse processo trágico, morram todas para depois não serem responsabilizadas, isto não é reconciliação. Com toda sinceridade, não é! Qual é o impacto que o drama do 27 de Maio de 1977 ainda tem, nos dias de hoje, na sociedade angolana? Basta ver o país como está. Tão simples quanto isso. Isso não é uma questão de romantismo, é uma questão de realismo. O MPLA inflectiu para um rumo depois do 27 de Maio. O MPLA não é mais o mesmo. E a prova está ali, hoje, no que temos. Que MPLA temos hoje? Que MPLA temos hoje? Os melhores patriotas que o MPLA teve na sua vida são aqueles que foram trucidados no 27 de Maio. Não me venham lá com outras teorias. São esses que foram mortos no 27 de Maio. Hoje só temos aí os escroques! Indivíduos mais ligados para a riqueza. Não é?! Todos eles são ricos. São milionários. Têm casa aqui, dupla nacionalidade. Todos eles. Que patriotismo é esse? Eles é que andaram a instigar esses miúdos todos a virem para aqui. Porque copiam. Um verdadeiro patriota pensa no seu país! Investe lá! Mas eles todos vêm aqui e morrem aqui. Depois é que vão lá ser enterrados. Ou não é? Esse é patriotismo de quê? Podem ser tudo menos patriotas. Se é que têm noção do que significa patriotismo? Portanto, este é o impacto do 27 de Maio. O MPLA está completamente descaracterizado porque os melhores quadros que eles tiveram, os melhores patriotas, são esses que foram mortos no 27 de maio. Nisso não tenho dúvidas. Mesmo as pessoas que participaram nesta repressão têm noção disso, reconhecem. Hoje O MPLA está descaracterizado. Isto não é romantismo do Michel, não, é um facto. Está aí, palpável. Olha como é que o MPLA está hoje, completamente desacreditado. Acha que ainda é possível com o MPLA no poder alcançar essa verdade que o Michel defende, que o Michel procura? Eu acredito no ser humano. É uma questão de vontade política. Ainda é possível, vão a tempo. Mas se não for possível, vão ser forçados a fazê-lo. A reconciliação só pode passar por este caminho. Olha, é uma questão de filosofia de vida, Luís Guita. A filosofia de vida nos ensina que não se constrói um edifício a partir do tecto. Os edifícios se constroem a partir da base. O que é que se faz primeiro? Criam-se os alicerces. Depois, criam-se os pilares para sustentar o edifício. Olha, a CIVICOP está a fazer exactamente o contrário. Está a começar por cima para depois terminar em baixo. Não se dá certidão. Certidões, ossadas, é um processo que vai culminar lá. Depois até se pode erigir um monumento. Mas primeiro temos que ir às raízes, àquilo que esteve na base do 27. O que é que deu para matarem tanta gente? Isso é que é fundamental. Se a gente discutir isso, chamar as pessoas à razão, confessarem ali na comissão o que é que fizeram, porquê que fizeram, o caso morre aí. Nós estamos todos disponíveis para perdoar. Sem isso, nada feito. Está a acontecer a reedição do livro "Nuvem Negra", que o Michel escreveu sobre o drama do 27 de Maio de 1977. No poder, em Angola, já está a chegar uma nova geração, pessoas que, algumas, ainda nem sequer tinham nascido quando isto aconteceu. Qual a importância que este tema seja também dado a conhecer com profundidade a essa nova geração? Por isso é que se escreveu o livro. É para que eles leiam. Vão ler o que eu escrevi, vão ler a opinião das outras pessoas que também escreveram, porque não serei o único que escreveu sobre esta matéria, e eles próprios, depois, vão chegar a uma conclusão. Eu estou a deixar aqui um registo, é um legado. No fim do texto está lá escrito: "Para que as gerações vindouras saibam o que é que se passou. Para que não se silencie e casos do género não se repitam". Agora, eu não estou a dizer à juventude que eles têm que abraçar aquilo que está lá escrito. Não, isso é uma ferramenta de apoio para que eles reflitam sobre o que é que se passou neste país. Para que coisas do género não voltem a acontecer. O que eu quero é que se faça a justiça e que o governo angolano pense, repense, que leia o sinal do tempo. Vai a tempo de inflectir o rumo que ele está a seguir com este processo de 27? Porque o processo de 27 não morre assim. É a verdade. De resto, eu sinto-me bem e sou agradecido, mais uma vez, à RFI por me entrevistar, porque eu nunca tive espaço lá em Angola, é um pouco difícil, senão nas rádios privadas. Nas rádios públicas nem é pensado passar isto, porque eles não fazem, por razões óbvias. O livro termina mesmo com uma frase que é "Que se faça justiça". Quem julga? Essa justiça não é a justiça formal dos tribunais, é a justiça do povo, da juventude, da geração que está para vir. Aliás, uma das passagens deste livro do Michel faz referência ao povo e à maneira como o povo olhou para vós, prisioneiros, no momento em que estavam no Luau... Sim!! ... e escreveu, "até ao anoitecer, as velhas, e mesmo os jovens camponeses, traziam produtos das suas lavras como mandioca, tomate, cebola, batata e ervas. Foi um gesto de profunda sensibilidade e solidariedade que me marcou profundamente e que jamais esquecerei. Este comportamento, por parte do povo, desde o campo, até nesse dia, no Luau, ajudou-me a consolidar o princípio segundo o qual Os povos nunca são maus". Sim! Os povos nunca são maus! Maus são os políticos. Os povos nunca são maus, ó Luís. Os povos nunca são maus. É exactamente pela vivência que eu tive. Esta vivência dramática que me marcou para toda a vida. Eu estou a fazer 70 anos. Mais um ano ou dois anos, você vai ouvir dizer ... e pensar ... entrevistei aquele jovem, já foi. Mas eu deixo esse registo para a eternidade. Morro eu, mas o meu livro não. As minhas ideias vão ficar sempre. Por causa disso, os povos nunca são maus. Eu nunca digo que o povo português é mau. Nem digo que o povo russo é mau. Não! Maus são os políticos que se servem dos povos para gizar um projecto que não é aquele que o povo quer. Isto é que é verdade!
Qual o rumo da oposição angolana? Será que a cisão na Frente Patriótica Unida (FPU) facilitará a continuidade das vitórias do MPLA em futuras eleições?
No norte de Angola, PRA-JA atrai e soma militantes de outros partidos. Chanceler alemão, Friedrich Merz, reúne-se com Donald Trump em Washington. Na ONU, EUA vetam resolução que exigia um cessar-fogo em Gaza e o levantamento de todas as restrições à entrada de ajuda humanitária.
Após agressões a deputado, UNITA diz que está a "estudar" MPLA. Relatório sobre assalto ao quartel das Forças Armadas de São Tomé é "claro" quanto à responsabilização dos atos, diz analista. Viagem de Joseph Kabila ao leste da RDC agrava tensão política no país.
Filomeno Vieira Lopes defende "pacto de regime" para afastar MPLA do poder. Coligação com UNITA beneficia Bloco Democrático, diz analista. População afetada pelas cheias na Nigéria desespera por ajuda.
Inundações na Nigéria fazem mais de 100 mortos. Ex-guerrilheiros da RENAMO denunciam abusos e violência policial. Formalização do PRA-JA Servir Angola foi "jogada de mestre" do MPLA, diz analista. Ativista Rafael Marques recusa condecoração da Presidência angolana.
A Sociedade Civil angolana entregou uma proposta de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais à Assembleia Nacional. A iniciativa visa garantir maior transparência nos processos eleitorais e fortalecer o Estado de Direito Democrático no país. O jurista do movimento cívico Mudei, Jaime Domingos, avisa que se a proposta for rejeitada pelos deputados, os angolanos vão boicotar as eleições de 2027. A Sociedade Civil angolana entregou uma proposta de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais à Assembleia Nacional. Qual é o objectivo desta iniciativa?Essa lei tem uma fundamentação clara, mas, a princípio, tem a ver com a revogação, alteração e aditamento da lei que já existente, a lei 36/11. Alguns artigos dessa lei permaneceram, como foi o caso do que está previsto no artigo 8.º — números 1 e 2 — que achamos conformes, mas era necessário alterarmos os números 3, 4, 5 e 6, fazendo alguns aditamentos. Trouxemos ainda algumas novidades no que diz respeito aos meios tecnológicos. Até hoje, as actas sínteses têm sido transportadas pelo Estado e o Estado está completamente partidarizado. Então, achamos que, além da publicação das actas nas assembleias de voto e nas comissões municipais eleitorais, havia a necessidade de usarmos os meios electrónicos para filmar ou divulgar aquilo que está a acontecer em cada município e em cada assembleia de voto.Uma das propostas é a criação de um tribunal eleitoral. Qual será o papel deste tribunal?Em Angola, não temos um tribunal eleitoral, temos um Tribunal Constitucional. Sabemos que o Tribunal Constitucional é um órgão político, composto por juízes indicados pelos partidos políticos com assento parlamentar.Consideramos que, se o presidente do Tribunal Constitucional é militante do MPLA e os demais juízes também são desse partido, com os outros juízes a serem indicados pelo Conselho Superior da Magistratura e pelos partidos da oposição, a transparência está em causa, uma vez que o maior número de juízes é do partido da situação (partido no poder) que concorre também às eleições gerais.Existe a necessidade de separarmos o Tribunal Eleitoral do Tribunal Constitucional. Queremos também uma Comissão Nacional Eleitoral independente. Em Angola, os comissários da Comissão Nacional Eleitoral — provincial, municipal e distrital — são todos indicados pelos partidos políticos. Não há indivíduos apartidários, religiosos ou académicos na CNE É um organismo que tem de ser independente do ponto de vista técnico, mas que continua partidarizado.Na proposta de lei fazem ainda referência à universalidade do voto. O bilhete de identidade continua a ser um entrave para os angolanos que querem exercer o direito de voto?A emissão do bilhete de identidade é uma ginástica tremenda neste país. É pior do que sobreviver com 1 dólar por dia (...). O bilhete leva anos e temos a maior parte da juventude angolana sem bilhete de identidade. Em 2022, retiraram a imperatividade do cartão de eleitor, instituíndo o cartão de munícipe; porém, muitos cidadãos não conseguiram o cartão de munícipe e votaram com o bilhete de identidade. Todavia, para a nossa realidade, onde o sistema de justiça e de identificação é débil, a maior parte dos angolanos não tem acesso ao bilhete de identidade.E qual é a vossa proposta para resolver este problema?Para levarmos à participação colectiva dos cidadãos no sufrágio universal, é preciso que se crie acesso a esse documento eleitoral para que o cidadão, maior de idade, participe activamente nesse processo. Actualmente, o bilhete de identidade é um mecanismo para excluir os cidadão angolanod que não têm esse documento do processo eleitoral. Essa é uma situação e, depois, há a questão da acessibilidade.Refere-se ao respeito pela inclusão e diversidade?O artigo 9.º tem como epígrafe as condições especiais para pessoas com deficiência, onde inserimos alguns instrumentos que poderão facilitar a participação de todos os angolanos, independentemente da sua condição física. Estamos a falar de boletins de voto em braille. Nunca tivemos [esses bolentins], mas vamos ter de avançar a esse nível, uma vez que não podemos impedir os cidadãos -com deficiência visual- de escolherem livremente aquele que será o seu representante durante cinco anos.O que é que pretendem com a igualdade de liberdade de acesso aos meios de campanha eleitoral? Consideram que até hoje essa igualdade não existe?Até hoje isso não existe. O partido no poder, em véspera das eleições, usa os meios públicos para a própria campanha. Os meios de comunicação públicos têm um maior pendor para o candidato do partido no poder, excluindo os outros candidatos que não fazem parte do aparelho do Estado. Essa preocupação também nos levou a fazer uma proposta de lei mais ajustada, onde os partidos que foram legalizados recentemente terão o mesmo tratamento nos média públicos. Todos os partidos políticos devem concorrer em pé de igualdade e devem ter acesso às mesmas verbas disponibilizadas pelo Estado. Na véspera da campanha eleitoral, devem ter acesso aos mesmos tempos de antena, respeitando o que está previsto na Lei dos Partidos Políticos e na Lei Especial.A proposta surge como reacção à recente aprovação, no Parlamento, de alterações à lei eleitoral apresentadas pelo Governo. A sociedade civil veio dizer que estas alterações podem comprometer a lisura dos futuros pleitos e do próprio futuro político do país. Considera que é isto o que está em causa?Nos termos do artigo 167 da Constituição da República, a iniciativa legislativa advém de duas formas, Uma proposta de lei advém do Governo, do Presidente da República e um projecto de lei que advém dos deputados. No entanto, o número 5 deste mesmo artigo abre caminho para a iniciativa de grupos de cidadãos organizados. Desta forma, nós analisamos a proposta de lei do Executivo, que, por sinal, visa retirar a fixação das actas sínteses nas assembleias de voto, excluindo o cidadão ou o eleitor da festa do sufrágio universal.É uma forma de afastar a sociedade civil do processo eleitoral?É uma forma de afastar a sociedade civil e de afastar o cidadão da festa do sufrágio universal. As eleições não dizem apenas respeito aos partidos políticos; trata-se de uma festa dos cidadãos angolanos. Tendo em conta esta decisão e outras armadilhas que estão na proposta de lei do Governo que foi apresentada, decidimos avançar com essa iniciativa independente da sociedade civil. A oposição, refiro-me ao grupo parlamentar da UNITA, também avançou com um projecto de lei, mas entendemos que o projecto de lei não inspira aquilo que são as preocupações da sociedade civil.Se esta proposta não for considerada pelos deputados, que mecanismos constitucionais poderão accionar?[Nesta proposta de alteração da Lei Orgânica sobre as Eleições Gerais] usamos internamente todos os requisitos e cumprimos todos os procedimentos necessários. Nesta fase, aguardamos que os deputados, eleitos pelo povo, analisem o nosso pacote legislativo eleitoral para que possamos chegar a um consenso de forma a debatermos tecnicamente, na Assembleia Nacional, aquilo que é a nossa iniciativa legislativa. Se não for o for o caso...O que pretendem fazer?Vamos recorrer a mecanismos legais, accionando a não cooperação política e vamos boicotar as eleições de 2027. Se for provado que as leis que regem as eleições de 2027 não são justas — e é necessário que as leis sejam justas para termos eleições justas em 2027 — não vamos às eleições e vamos boicotá-las, usando mecanismos legais previstos na Constituição da República, na Declaração Universal dos Direitos Humanos e na Carta Africana dos Direitos Humanos. --
Rutura da FPU em Angola reflete fragilidade dos líderes da oposição, diz analista. Em Moçambique, SERNIC passa a ser tutelado pela Procuradoria-Geral da República. PODEMOS volta a votar a eleição do secretário-geral em meados de junho. Na Guiné-Bissau, não há notícias sobre os quatro ativistas detidos no fim de semana.
O novo livro de Domingos da Cruz, "Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura", foi bloqueado no aeroporto de Luanda, em Angola, pelos serviços de segurança do Estado. Trata-se de uma versão mais radical da obra que levou à detenção dos 15+2 activistas em 2015 e que seria agora apresentada em Angola. Domingos da Cruz defende a desobediência civil como caminho para mudar Angola, critica a censura ao seu livro e denuncia a dependência da oposição ao regime. RFI: Como interpreta este bloqueio do seu livro no aeroporto por parte das autoridades angolanas? Estava à espera que isto acontecesse?Domingos da Cruz: Nunca esperei nada que fosse, digamos, de acordo com a lei, com a ética, com o que é normal numa sociedade onde aqueles que estão no poder agem de acordo com os interesses dos cidadãos. Portanto, eu esperava que isso acontecesse, até porque estamos perante uma atitude que revela coerência: é mais uma vez o regime a afirmar a sua própria natureza. Seria de uma grande ingenuidade esperar o contrário. Imagine que estivéssemos em Cuba ou na Coreia do Norte e se esperasse liberdade de imprensa, direito à manifestação, liberdade de pensamento, liberdade académica e científica, seria uma contradição. E o mesmo se aplica a Angola. Portanto, tudo o que fizeram revela tão somente a natureza do próprio regime. Para mim, é perfeitamente expectável.Gostaria de esclarecer que não falo com a imprensa sobre o assunto com a intenção de me apresentar como vítima ou de fazer qualquer denúncia. Não estou a denunciar absolutamente nada. Estou simplesmente a aproveitar a oportunidade que me é concedida para informar o que sucedeu. Se estivesse a denunciar, seria ingénuo e seria contraproducente, até porque ao longo de mais de três décadas se vão fazendo denúncias e nada melhora. Pelo contrário, o país só piora em quase todos os aspectos. Na realidade, quando se vive numa ditadura, num regime autoritário, a denúncia não funciona. O que se deve fazer é construir um plano estratégico de modo a remover a ditadura. Este é o caminho certo e não o caminho do vitimismo e da denúncia.Vamos falar disso e também do seu livro, mas antes pergunto-lhe: O que pretende ao disponibilizar o livro gratuitamente em PDF do seu livro e como é que esta decisão está a ser recebida pelo público?As pessoas estão satisfeitas pelo facto de eu ter disponibilizado o PDF. A razão que me levou a tomar esta decisão tem única e exclusivamente a ver com a minha pretensão de contribuir para esse processo de libertação, para que possamos sair do cativeiro. Eu acredito na força das ideias, na capacidade criativa e transformadora que as ideias têm. Espero que as pessoas adoptem as ideias e as pratiquem, porque me parece ser o caminho para a nossa libertação. E gostaria, mais uma vez, de aproveitar este momento para dizer que estamos numa sociedade onde, cada vez mais, a situação piora. Não vejo outro caminho que não seja, de facto, a mobilização popular para a transformação de Angola de uma ditadura para uma democracia.Essa mobilização é precisamente o que apresenta no seu livro, que inclui 168 técnicas de desobediência civil, baseadas no trabalho do intelectual e activista norte-americano Gene Sharp, considerado o maior teórico da resistência não violenta. Quais considera mais aplicáveis ao contexto actual de Angola e porquê?No contexto actual, parece-me que as técnicas de subversão do ponto de vista económico são adequadas, porque estamos num momento de grande crise, o que limita o regime financeiramente para comprar o maior número possível de pessoas, como tem sido prática. Se houver, por exemplo, indisponibilidade dos cidadãos para pagar impostos, para fazer depósitos bancários, se forem retirando o dinheiro dos bancos, isso aprofundará a crise e, de alguma maneira, limitará o regime na compra de pessoas. Essa é uma técnica perfeitamente adequada ao contexto actual.Por outro lado, as pessoas podem permanecer em casa, podem fazer abaixo-assinados, podem parar de colaborar com as instituições. Aqueles que trabalham em instituições públicas podem fingir que estão a trabalhar e não trabalharem. Tudo isso viabilizará o colapso das instituições e, perante esse colapso, chegará um momento em que as pessoas se levantarão em grande número, sem dúvida.Aproveito também para dizer que a diferença entre a edição que nos levou à prisão em 2015 e esta é que esta é uma edição crítica. Por edição crítica entende-se um texto comentado por vários pesquisadores. Temos o conteúdo da edição anterior, com algumas ideias novas, mas agora associado a comentários de vários estudiosos do Brasil, de Angola, de Moçambique, da Itália, que tornam o texto muito mais rico. Essa é a grande diferença entre a [edição] anterior e esta.Trata-se de uma reedição que acontece 10 anos depois daquela que talvez tenha sido a sua obra mais falada e conhecida, pelo menos em Angola.Sim, sim. Dez anos depois. Por acaso, não obedeceu a nenhum cálculo. Depois de tudo o que aconteceu, muitos já sabem, eu não tinha qualquer motivação para voltar ao livro. Mas, tendo em conta a degradação em que o regime se encontra e a situação geral do país, do ponto de vista económico e social, levou-me a pensar que é oportuno reeditar a obra. Ela afirma uma convicção profunda que tenho: acho que o caminho da luta não violenta, da desobediência civil, que sintetiza todas as técnicas que acabou de referir, parece-me ser efectivamente o caminho mais adequado para Angola.Se optássemos pela violência, de alguma forma estaríamos a contradizer a ética, por um lado, e a democracia que desejamos construir, por outro. Além disso, colocar-nos-íamos na mesma posição daqueles que estão no poder: seríamos todos violentos, do mesmo nível moral. Quem luta por uma democracia deve colocar-se numa posição de diferença, não só do ponto de vista ético, mas também discursivo. É óbvio que existem vários caminhos para a libertação, mas a violência colocar-nos-ia numa posição de grande desvantagem e haveria pouca possibilidade de vitória. Acho que a luta não violenta é o caminho mais adequado. Continuo a acreditar profundamente nisso, embora reconheça outras possibilidades.Domingos da Cruz, decorreram 10 anos desde o caso que levou à prisão dos 15+2 activistas, de que fez parte. Este julgamento terá sido provavelmente o mais mediático, ou um dos mais mediáticos, em Angola. O que mudou no país desde então? Considera que o actual regime de João Lourenço representa uma continuidade ou houve mudança em relação à repressão do tempo de José Eduardo dos Santos?Relativamente à repressão, houve continuidade, claramente. Não há dúvidas quanto a isso. Gostava de apresentar alguns exemplos simples. Tal como José Eduardo dos Santos fazia, qualquer tentativa de protesto é hoje reprimida pelo seu sucessor. E quando digo “seu sucessor”, baseio-me no que diz o nosso quadro legal. De acordo com a Constituição da República de Angola, o responsável pelos serviços de defesa e segurança é o Presidente da República. O ministro do Interior, da Defesa, os serviços secretos, todos agem a mando do Presidente. Aliás, temos uma das constituições que confere poderes excessivos ao Presidente.E não se trata apenas de reprimir. No caso de João Lourenço, ele aprofundou algo inédito: matar à luz do dia. Tivemos a morte de um activista numa manifestação em Luanda, por exemplo. E depois houve o caso das Lundas, onde foram assassinadas mais de 100 pessoas. Há um relatório publicado por organizações da sociedade civil angolana que descreve claramente esse drama.Falando de outros direitos; políticos, económicos e sociais, os indicadores mostram que a situação do país se degrada a cada dia. Houve também oportunidade para a sociedade civil fazer uma autocrítica e perceber que o método da denúncia é um erro, até mesmo do ponto de vista histórico. Imagine, na época colonial, se os nossos antepassados se limitassem a denunciar, provavelmente ainda estaríamos sob colonização. O que se deve fazer, na verdade, é tomar uma posição para pôr fim ao regime. E as técnicas de luta não violenta adequam-se perfeitamente para pôr fim ao nosso cativeiro. Mais de três décadas de denúncias não resolveram absolutamente nada. Os indicadores estão ali, quando se olha para os relatórios de instituições como as Nações Unidas, a Freedom House, Repórteres Sem Fronteiras, Mo Ibrahim Foundation, entre outras, todos demonstram que não saímos do mesmo lugar.Fala da sociedade civil e da oposição. Qual deve ser, a seu ver, o papel da oposição política, da sociedade civil e da juventude angolana na luta contra a repressão e na construção de uma democracia real?É preciso estabelecer uma diferença clara entre a oposição partidária e a luta cívica feita pela sociedade civil e pela juventude, como acaba de referir. A minha única esperança sincera está no povo. Primeiro, o povo deve tomar consciência de que está sozinho no mundo, literalmente abandonado. Vivemos num país com uma elite conectada ao capitalismo internacional, às grandes corporações, às potências ocidentais. É um regime que viabiliza a extração de recursos e beneficia o Ocidente.Internamente, o regime também beneficia a oposição partidária, o que significa que o povo é a única vítima disto tudo. A sociedade é que deve levantar-se. Não vejo um milímetro, não vejo um centímetro de esperança vindo da política partidária. Dou-lhe um exemplo simples: não conheço parte alguma do mundo onde se possa fazer oposição dependendo financeiramente do regime contra o qual se luta. A nossa lei dos partidos políticos confere financiamento vindo do Orçamento Geral do Estado aos partidos da oposição. E como, em Angola, o MPLA se confunde com o Estado, porque o capturou, significa que os partidos da oposição dependem literalmente do MPLA para sobreviverem. Para terem arroz e feijão na mesa, para cuidarem da sua saúde, para mandarem os filhos à escola ou comprarem um bilhete de avião, dependem do regime. Não é possível fazer oposição assim.Como dizia Thomas Sankara: quem te alimenta, controla-te, manipula-te. Por outro lado, temos uma oposição viciada, corrupta e envelhecida. Psicologicamente, não se pode esperar muito de velhos. Não é dos velhos que virá a revolução.
O novo livro de Domingos da Cruz, "Ferramentas para Destruir o Ditador e Evitar Nova Ditadura", foi bloqueado no aeroporto de Luanda, em Angola, pelos serviços de segurança do Estado. Trata-se de uma versão mais radical da obra que levou à detenção dos 15+2 activistas em 2015 e que seria agora apresentada em Angola. Domingos da Cruz defende a desobediência civil como caminho para mudar Angola, critica a censura ao seu livro e denuncia a dependência da oposição ao regime. RFI: Como interpreta este bloqueio do seu livro no aeroporto por parte das autoridades angolanas? Estava à espera que isto acontecesse?Domingos da Cruz: Nunca esperei nada que fosse, digamos, de acordo com a lei, com a ética, com o que é normal numa sociedade onde aqueles que estão no poder agem de acordo com os interesses dos cidadãos. Portanto, eu esperava que isso acontecesse, até porque estamos perante uma atitude que revela coerência: é mais uma vez o regime a afirmar a sua própria natureza. Seria de uma grande ingenuidade esperar o contrário. Imagine que estivéssemos em Cuba ou na Coreia do Norte e se esperasse liberdade de imprensa, direito à manifestação, liberdade de pensamento, liberdade académica e científica, seria uma contradição. E o mesmo se aplica a Angola. Portanto, tudo o que fizeram revela tão somente a natureza do próprio regime. Para mim, é perfeitamente expectável.Gostaria de esclarecer que não falo com a imprensa sobre o assunto com a intenção de me apresentar como vítima ou de fazer qualquer denúncia. Não estou a denunciar absolutamente nada. Estou simplesmente a aproveitar a oportunidade que me é concedida para informar o que sucedeu. Se estivesse a denunciar, seria ingénuo e seria contraproducente, até porque ao longo de mais de três décadas se vão fazendo denúncias e nada melhora. Pelo contrário, o país só piora em quase todos os aspectos. Na realidade, quando se vive numa ditadura, num regime autoritário, a denúncia não funciona. O que se deve fazer é construir um plano estratégico de modo a remover a ditadura. Este é o caminho certo e não o caminho do vitimismo e da denúncia.Vamos falar disso e também do seu livro, mas antes pergunto-lhe: O que pretende ao disponibilizar o livro gratuitamente em PDF do seu livro e como é que esta decisão está a ser recebida pelo público?As pessoas estão satisfeitas pelo facto de eu ter disponibilizado o PDF. A razão que me levou a tomar esta decisão tem única e exclusivamente a ver com a minha pretensão de contribuir para esse processo de libertação, para que possamos sair do cativeiro. Eu acredito na força das ideias, na capacidade criativa e transformadora que as ideias têm. Espero que as pessoas adoptem as ideias e as pratiquem, porque me parece ser o caminho para a nossa libertação. E gostaria, mais uma vez, de aproveitar este momento para dizer que estamos numa sociedade onde, cada vez mais, a situação piora. Não vejo outro caminho que não seja, de facto, a mobilização popular para a transformação de Angola de uma ditadura para uma democracia.Essa mobilização é precisamente o que apresenta no seu livro, que inclui 168 técnicas de desobediência civil, baseadas no trabalho do intelectual e activista norte-americano Gene Sharp, considerado o maior teórico da resistência não violenta. Quais considera mais aplicáveis ao contexto actual de Angola e porquê?No contexto actual, parece-me que as técnicas de subversão do ponto de vista económico são adequadas, porque estamos num momento de grande crise, o que limita o regime financeiramente para comprar o maior número possível de pessoas, como tem sido prática. Se houver, por exemplo, indisponibilidade dos cidadãos para pagar impostos, para fazer depósitos bancários, se forem retirando o dinheiro dos bancos, isso aprofundará a crise e, de alguma maneira, limitará o regime na compra de pessoas. Essa é uma técnica perfeitamente adequada ao contexto actual.Por outro lado, as pessoas podem permanecer em casa, podem fazer abaixo-assinados, podem parar de colaborar com as instituições. Aqueles que trabalham em instituições públicas podem fingir que estão a trabalhar e não trabalharem. Tudo isso viabilizará o colapso das instituições e, perante esse colapso, chegará um momento em que as pessoas se levantarão em grande número, sem dúvida.Aproveito também para dizer que a diferença entre a edição que nos levou à prisão em 2015 e esta é que esta é uma edição crítica. Por edição crítica entende-se um texto comentado por vários pesquisadores. Temos o conteúdo da edição anterior, com algumas ideias novas, mas agora associado a comentários de vários estudiosos do Brasil, de Angola, de Moçambique, da Itália, que tornam o texto muito mais rico. Essa é a grande diferença entre a [edição] anterior e esta.Trata-se de uma reedição que acontece 10 anos depois daquela que talvez tenha sido a sua obra mais falada e conhecida, pelo menos em Angola.Sim, sim. Dez anos depois. Por acaso, não obedeceu a nenhum cálculo. Depois de tudo o que aconteceu, muitos já sabem, eu não tinha qualquer motivação para voltar ao livro. Mas, tendo em conta a degradação em que o regime se encontra e a situação geral do país, do ponto de vista económico e social, levou-me a pensar que é oportuno reeditar a obra. Ela afirma uma convicção profunda que tenho: acho que o caminho da luta não violenta, da desobediência civil, que sintetiza todas as técnicas que acabou de referir, parece-me ser efectivamente o caminho mais adequado para Angola.Se optássemos pela violência, de alguma forma estaríamos a contradizer a ética, por um lado, e a democracia que desejamos construir, por outro. Além disso, colocar-nos-íamos na mesma posição daqueles que estão no poder: seríamos todos violentos, do mesmo nível moral. Quem luta por uma democracia deve colocar-se numa posição de diferença, não só do ponto de vista ético, mas também discursivo. É óbvio que existem vários caminhos para a libertação, mas a violência colocar-nos-ia numa posição de grande desvantagem e haveria pouca possibilidade de vitória. Acho que a luta não violenta é o caminho mais adequado. Continuo a acreditar profundamente nisso, embora reconheça outras possibilidades.Domingos da Cruz, decorreram 10 anos desde o caso que levou à prisão dos 15+2 activistas, de que fez parte. Este julgamento terá sido provavelmente o mais mediático, ou um dos mais mediáticos, em Angola. O que mudou no país desde então? Considera que o actual regime de João Lourenço representa uma continuidade ou houve mudança em relação à repressão do tempo de José Eduardo dos Santos?Relativamente à repressão, houve continuidade, claramente. Não há dúvidas quanto a isso. Gostava de apresentar alguns exemplos simples. Tal como José Eduardo dos Santos fazia, qualquer tentativa de protesto é hoje reprimida pelo seu sucessor. E quando digo “seu sucessor”, baseio-me no que diz o nosso quadro legal. De acordo com a Constituição da República de Angola, o responsável pelos serviços de defesa e segurança é o Presidente da República. O ministro do Interior, da Defesa, os serviços secretos, todos agem a mando do Presidente. Aliás, temos uma das constituições que confere poderes excessivos ao Presidente.E não se trata apenas de reprimir. No caso de João Lourenço, ele aprofundou algo inédito: matar à luz do dia. Tivemos a morte de um activista numa manifestação em Luanda, por exemplo. E depois houve o caso das Lundas, onde foram assassinadas mais de 100 pessoas. Há um relatório publicado por organizações da sociedade civil angolana que descreve claramente esse drama.Falando de outros direitos; políticos, económicos e sociais, os indicadores mostram que a situação do país se degrada a cada dia. Houve também oportunidade para a sociedade civil fazer uma autocrítica e perceber que o método da denúncia é um erro, até mesmo do ponto de vista histórico. Imagine, na época colonial, se os nossos antepassados se limitassem a denunciar, provavelmente ainda estaríamos sob colonização. O que se deve fazer, na verdade, é tomar uma posição para pôr fim ao regime. E as técnicas de luta não violenta adequam-se perfeitamente para pôr fim ao nosso cativeiro. Mais de três décadas de denúncias não resolveram absolutamente nada. Os indicadores estão ali, quando se olha para os relatórios de instituições como as Nações Unidas, a Freedom House, Repórteres Sem Fronteiras, Mo Ibrahim Foundation, entre outras, todos demonstram que não saímos do mesmo lugar.Fala da sociedade civil e da oposição. Qual deve ser, a seu ver, o papel da oposição política, da sociedade civil e da juventude angolana na luta contra a repressão e na construção de uma democracia real?É preciso estabelecer uma diferença clara entre a oposição partidária e a luta cívica feita pela sociedade civil e pela juventude, como acaba de referir. A minha única esperança sincera está no povo. Primeiro, o povo deve tomar consciência de que está sozinho no mundo, literalmente abandonado. Vivemos num país com uma elite conectada ao capitalismo internacional, às grandes corporações, às potências ocidentais. É um regime que viabiliza a extração de recursos e beneficia o Ocidente.Internamente, o regime também beneficia a oposição partidária, o que significa que o povo é a única vítima disto tudo. A sociedade é que deve levantar-se. Não vejo um milímetro, não vejo um centímetro de esperança vindo da política partidária. Dou-lhe um exemplo simples: não conheço parte alguma do mundo onde se possa fazer oposição dependendo financeiramente do regime contra o qual se luta. A nossa lei dos partidos políticos confere financiamento vindo do Orçamento Geral do Estado aos partidos da oposição. E como, em Angola, o MPLA se confunde com o Estado, porque o capturou, significa que os partidos da oposição dependem literalmente do MPLA para sobreviverem. Para terem arroz e feijão na mesa, para cuidarem da sua saúde, para mandarem os filhos à escola ou comprarem um bilhete de avião, dependem do regime. Não é possível fazer oposição assim.Como dizia Thomas Sankara: quem te alimenta, controla-te, manipula-te. Por outro lado, temos uma oposição viciada, corrupta e envelhecida. Psicologicamente, não se pode esperar muito de velhos. Não é dos velhos que virá a revolução.
Liberdade de imprensa está cada vez mais limitada, em Angola. Moçambique pede ajuda financeira ao FMI. A DW Português para África comemora 50 anos. Andrea Marques a primeira mulher africana na redação recorda alguns momentos que passou aqui em Bona.
Em Angola, o Tribunal de Luanda julga esta segunda-feira oito dirigentes do Movimento dos Estudantes Angolanos, detidos no sábado durante uma marcha contra as más condições das escolas em Luanda. Vaticano começa a preparar a sucessão do Papa Francisco. Leverkusen venceu e adiou a festa de campeão do Bayern Munique. E mais um episódio da radionovela Learning by Ear - Aprender de Ouvido.
Já o chamaram de “senhor PRR”, por ser o autor do plano estratégico de recuperação económica para Portugal, e foi ministro da Economia no último governo de Costa. António Costa Silva fala dos vários desafios deste ano forte em eleições e do risco da Europa se fossilizar e se transformar num museu. Crítico da corrupção que se perpetua em Angola, a terra onde nasceu, recorda os três anos em que foi preso político e cruelmente torturado pelo MPLA. “O homem é o lobo do homem. Sem democracia vem o instinto predador.” Ouçam-no na primeira parte da conversa com Bernardo MendonçaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Daniel Chapo cumpre 100 dias no poder com medidas que lembram Venâncio Mondlane. Coincidência ou influência? Lei sobre controlo das Organizações da Sociedade Civil pode mesmo avançar em Moçambique. Presidente ucraniano visita África do Sul esta quinta-feira.
A reeleição do juiz Manuel Pereira da Silva para o cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola está a ser contestada pela sociedade civil e pela UNITA, que fala numa escolha “eivada de ilegalidades”. Já o partido no poder, MPLA, afirma que esta escolha resulta “da lei”. António Ventura, jurista e director da Faculdade de Direito da Universidade Lusíada de Angola, reconhece que há motivos para considerar a reeleição do Presidente da CNE ilegal. Há motivos para considerar ilegal a reeleição do juiz Manuel Pereira da Silva para o cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral de Angola?Sim, há motivos, em função do contexto em que são preparados os processos eleitorais em Angola. Quem está no poder, há todo este tempo, controla todos os instrumentos do poder e, consequentemente, a Comissão Eleitoral e as comissões provinciais. E, tendo a maioria no Parlamento, usa e abusa dessa maioria para introduzir leis cuja constitucionalidade é questionável e, muitas vezes, até para exercer maior controlo sobre a Comissão Nacional Eleitoral. Infelizmente, temos uma comissão eleitoral cujo modelo resulta de acordos políticos firmados em 1992. A representação é maioritariamente partidária. É certo que tivemos uma ligeira alteração, porque o número de votos e de assentos aumentou para a oposição, concretamente para a UNITA. No entanto, o MPLA entende que esta alteração substancial não pode ter impacto sobre o número de comissários indicados pelo partido e, por isso, introduziu um mecanismo de indicação de comissários, repartindo – com base em cálculos que só a maioria consegue explicar – a possibilidade de a UNITA indicar mais comissários, atribuindo essa mesma prerrogativa aos outros partidos da oposição.Refere-se ao processo de concurso para a eleição do Presidente da CNE de Angola?Não, refiro-me ainda à composição da Comissão Eleitoral. Todavia, realizou-se um concurso para o provimento do cargo de presidente da Comissão Nacional Eleitoral, liderado pelo Conselho Superior da Magistratura Judicial, no qual foram anunciados os requisitos para o efeito. Propositadamente – esse é o nosso entendimento – foram introduzidos requisitos que já se sabia que iriam favorecer o actual Presidente da CNE.Um concurso feito para beneficiar o Presidente da CNE?Sim. Um dos requisitos, por exemplo, era o de que o candidato, para ser eleito, teria de ter experiência em processos eleitorais durante um longo período.O que é o caso do juiz Manuel Pereira da Silva?Exactamente. Ora, no nosso contexto legal, se o juiz ou a Comissão Nacional Eleitoral deve ser liderada por um juiz, não se pode exigir do juiz experiência em gestão de processos eleitorais. Quando o legislador optou por propor um juiz para liderar a Comissão Nacional Eleitoral, fê-lo porque entendeu que essa pessoa deveria possuir alguma independência, imparcialidade e uma actuação que não fosse permanentemente questionada no contexto das disputas políticas.A UNITA, o principal partido da oposição em Angola, apresentou uma providência cautelar para tentar travar a tomada de posse do presidente da CNE, que, entretanto, foi indeferida pelo Tribunal Constitucional. Essa providência não tem fundamento jurídico?A providência tem fundamento jurídico. O que sucede é que o Tribunal Constitucional, com todo o respeito pelos juízes que o integram, dificilmente decide a favor dos partidos da oposição. E, nesse quesito, a jurisprudência tem sido clara: o Tribunal Constitucional não “andou” bem.O presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais e Jurídicos do Parlamento, António Paulo, do MPLA, afirmou que a escolha do presidente da Comissão Nacional Eleitoral e a tomada de posse pela Assembleia Nacional resultam da lei. O que é que isto quer dizer?Resulta da lei, até aí não há dúvida. Mas trata-se de uma interpretação casuística e oportunista por parte dos deputados do MPLA. Porque se temos um processo que, desde o início, foi viciado para favorecer o actual presidente da CNE, então, mesmo que seja legal, não é legítimo. Este processo está viciado desde o princípio. Na altura, a sociedade civil já tinha questionado os requisitos que haviam sido propositadamente colocados para beneficiar o actual presidente da CNE. A contestação não é recente; remonta ao concurso de 2019 e às últimas eleições gerais. A primeira eleição também já tinha sido questionada, inclusive com processos em tribunal.O juiz Manuel Pereira da Silva, que preside à Comissão Nacional Eleitoral desde 19 de Fevereiro de 2020, viu a sua idoneidade ser contestada. Considera que ele não reúne condições éticas nem legais para exercer o cargo?Do ponto de vista da experiência eleitoral, acredito que, ao longo dos anos em que participou nas comissões provinciais e na Comissão Nacional, tenha adquirido – provavelmente – experiência técnica em processos eleitorais. No que toca à integridade, independência e imparcialidade, essas são, evidentemente, questionáveis. Nas últimas eleições, realizadas em 2022, o então presidente da CNE tomou decisões e emitiu directivas – muitas das quais contrárias à lei – sobretudo no que respeita à observação eleitoral, com o objectivo de impedir os cidadãos de exercer controlo sobre o processo eleitoral, de forma a garantir que este fosse justo e transparente.Essa realidade reforça a ideia de que a CNE não é independente e que actua como uma extensão dos interesses do partido no poder?Estamos agora a assistir a uma tentativa de alteração da Lei Orgânica das Eleições Gerais, introduzindo pontos que já resultaram de decisões do presidente da Comissão Nacional Eleitoral. Por exemplo, pretende-se, mais uma vez, aumentar a distância entre a contagem e a publicação das actas nos locais de eleição.As actas que, até agora, permitiam à sociedade civil acompanhar o processo eleitoral…Exactamente. O controlo genérico por parte da sociedade civil, ao nível dos locais de votação. E é precisamente esse controlo que se pretende eliminar da lei, impedindo os cidadãos de permanecerem nos locais para verificar e publicar as actas. A intenção é obrigá-los a esperar em casa, em frente à televisão, pela divulgação dos resultados.A UNITA apela à manifestação. Acredita que essas manifestações irão ocorrer?Com certeza, é provável que ocorram. No entanto, o Governo controla de forma autoritária todas as forças de segurança – polícia, forças armadas, serviços de inteligência – e, obviamente, irá utilizar todos os meios ao seu dispor para controlar, perseguir e, em última instância, reprimir essas manifestações, com o apoio dos meios de comunicação social que o servirão. É necessário afirmar com clareza que vivemos sob um regime autoritário, pois o partido no poder capturou todas as estruturas do Estado, e não é possível falar em eleições livres, justas, pacíficas, transparentes e, naturalmente, numa Comissão Nacional Eleitoral que se queira independente e imparcial.
Vários líderes mundiais lamentam morte do Papa Francisco. Que legado deixará o chefe da Igreja Católica? Em Angola, o parlamento volta a debater esta semana lei sobre eleições, mas autárquicas continuam na gaveta. Oposição critica.
O edil de Quelimane, Manuel de Araujo, desafia o Presidente Daniel Chapo a abrir a porta a investigações de organizações internacionais. Em Angola, jornalista alerta que a desunião da oposição apenas beneficia um partido. Analisamos o reacendimento do conflito entre o Mali e a Argélia. No futebol, Barcelona e PSG perderam, mas resistiram e seguem para as meias-finais da Liga dos Campeões.
A Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC-FAC) declarou um cessar-fogo unilateral até 14 de Junho de 2025, em resposta à proposta da UNITA de levar a questão de Cabinda ao Parlamento. A trégua visa criar condições para o diálogo com o governo angolano. Em resposta, o secretário do Bureau Político do MPLA para a Informação, Esteves Hilário, afirmou à RFI "não haver conflito armado no norte do país". A vice-presidente da bancada parlamentar da UNITA, Navita Ngolo, defende uma resolução para pôr fim às hostilidades e garantir autonomia à província, através de um processo inclusivo e pacífico. Quais são os pontos centrais que compõem a proposta da UNITA que pretende apresentar ao parlamento sobre esta questão de Cabinda?Navita Ngolo: Tal como acompanhamos, a comunidade internacional e nacional, o grupo Parlamentar da UNITA realizou as 12ªs Jornadas Parlamentares em Cabinda, de 25 a 30 de Março, e, na sequência, o grupo parlamentar da UNITA, no âmbito daquilo que é a situação político-militar daquela parcela de território, propôs que vai submeter à Assembleia Nacional um projecto de resolução que exija a paralisação definitiva das hostilidades militares em Cabinda. Porque constatamos que as populações de várias zonas da província de Cabinda vivem com medo, vivem numa situação em que têm de abandonar as suas zonas de vivência por causa da instabilidade militar que ainda decorre entre as forças angolanas e as forças da FLEC.Pelo que, no nosso ponto de vista, esta é uma matéria sobre a qual o parlamento se deve pronunciar, numa altura em que o país, no seu geral, está há 23 anos em paz militar, sobretudo. E, portanto, é importante que, mais do que sermos mediadores de outros conflitos, como o exemplo dos Grandes Lagos, do Congo, precisamos de encontrar a paz definitiva para todo o território angolano, nos termos da actual Constituição.É nesta lógica que nós entendemos que o grupo parlamentar da UNITA deve ter essa iniciativa, apresentá-la ao parlamento para que o parlamento discuta a situação real militar de Cabinda e se encontre uma solução pacífica, de negociações, de diálogo - um diálogo não para humilhar, não para ver quem ganha ou quem perde, mas um diálogo que facilite e devolva a paz a Cabinda.O grupo parlamentar da UNITA apresentou um projecto de lei sobre autonomia local, numa espécie de autarquia supra-municipal para Cabinda, que pode sim, senhor, mitigar algumas fontes de conflitos, dando àquela parcela a autonomia política, administrativa e financeira. E acho que é nessa lógica que vem o comunicado da FLEC de poder também participar, de poder acompanhar este processo que vai ser tratado pela Assembleia Nacional, sob proposta do grupo parlamentar da UNITA.Quando está prevista a apresentação dessa proposta no parlamento?Nós vamos ter agora uma plenária no dia 23. A partir do dia 1 até ao dia 23, o grupo parlamentar da UNITA vai levar ao conhecimento público, nacional e internacional, todos os trâmites sobre estes dois documentos: sobre a questão pacífica de se encontrar a paz e também o projecto de lei sobre autonomia local de Cabinda. Estamos agora a fechar a fase das contribuições da sociedade civil, para que a sociedade de Cabinda possa fechar o projecto e remetê-lo à Assembleia Nacional.E pergunto-lhe, senhora deputada, considera que há vontade política suficiente por parte do MPLA, partido no poder, do executivo, para aceitar um diálogo inclusivo com Cabinda?Depois do filme que vi ontem na TPA, em que, fruto do comunicado da FLEC, fruto daquilo que são as propostas do grupo parlamentar da UNITA, foi apresentada uma citação de pessoas supostamente dissidentes da FLEC... Eu, sinceramente, falando sobre a vontade política do MPLA, penso que esta vontade não ultrapassa [certos limites], mas o grupo parlamentar da UNITA, a UNITA, a sua liderança, na pessoa do presidente Adalberto Costa Júnior, está a encetar contacto com a sociedade, com as igrejas. Vamos fazer a nossa parte, tal como nos habituámos: a buscar os caminhos do diálogo, para que haja verdadeiramente paz em todo o território nacional, com a actual Constituição.Estamos perante uma guerra de comunicados. A FLEC-FAC tem, nos últimos anos, denunciado ataques; o executivo desmente?Eu penso que, e nós estivemos no terreno, somos representantes do povo, temos dados, ouvimos os relatos de populações que têm medo de ir às suas aldeias. Portanto, a questão do conflito em Cabinda é um facto, e é preciso ouvir, em primeiro lugar, a voz do povo. Eu convido mesmo a RFI a fazer uma visita a Cabinda e ouvir os populares de lá, porque essa guerra de comunicados políticos não resolve o problema real, que é vivido pela juventude, pelas crianças, pelas mulheres que querem cultivar e buscar o seu pão de cada dia.A UNITA pretende, como dizia no início desta entrevista, envolver a sociedade civil, a sociedade cabindense neste processo, para que a solução não seja apenas institucional. Vocês também querem que seja uma solução representativa?É o que estamos a dizer desde o princípio. Nós estamos em conexão com a sociedade civil, sobretudo com as igrejas, com as organizações da sociedade civil que trabalham nesses processos de pacificação. Fomos até Cabinda ouvir todas as franjas da sociedade, todas as vontades - até aquelas que são claramente defensoras da independência de Cabinda. Ouvimos todos os grupos ainda existentes e estamos a continuar a receber contribuições para o projecto de lei que apresentámos à sociedade, para consulta pública.E, portanto, entendemos que a paz para Cabinda, a paz definitiva para todo o território angolano, não depende só das vontades dos políticos. Precisamos de incluir todos. Inclusive estamos a consultar as embaixadas, porque Angola está no concerto das nações e, com certeza, tem de ter esses relacionamentos, buscar conselhos e experiências de outros povos.Acredita que esse projecto de lei, para conceder autonomia a Cabinda, pode passar num parlamento onde o partido no poder, o MPLA, tem maioria?Eu penso que... e vamos voltar àquilo que chamamos de vontade política. Vamos também passar por aquilo que podemos chamar de responsabilidade política: se queremos desenvolvimento, se queremos inclusão social, se queremos, acima de tudo, ultrapassar as querelas partidárias, devemos colocar Angola em primeiro lugar. E colocar Angola em primeiro lugar é olhar, exactamente, primeiro para a questão das autarquias. Em Angola, é um imperativo constitucional desde 1977, e as autarquias já deviam ter lugar em Angola.Nós pensamos que, neste processo autárquico, a questão de Cabinda deve ser tratada de forma especial - não da forma especial como vem sendo tratada com os 10% do orçamento que o povo não vê, não sente. Basta olhar para a pobreza em que estão mergulhados os cidadãos de Cabinda. E, portanto, pensamos que é preciso ter vontade política, encontrar um caminho que coloque todos nos trilhos do desenvolvimento, da inclusão social.E penso que um partido maduro, uma liderança angolana madura - e é isso que se chama consciência política, maturidade política e, sobretudo, o bem-fazer - deve abraçar essa diplomacia política, essa diplomacia social, para que todos nós, MPLA, UNITA e outros partidos, a sociedade, as igrejas, sobretudo, possamos encarar este processo de paz definitiva para Angola, olhando para a implementação das autarquias com responsabilidade, com sentido de Estado e, sobretudo, com patriotismo.O que está a dizer é que é preciso encontrar vontade política para que as eleições autárquicas aconteçam, já que têm vindo a ser adiadas e estavam previstas para 2020, mas, nos últimos cinco anos, não aconteceram?Vontade política só não basta. É preciso amar Angola, é preciso ser patriota. É preciso realmente não sermos apenas gestores do poder, mas usarmos o poder para realizar as aspirações dos angolanos, as aspirações do povo de Cabinda.As autarquias são um modelo de governação que torna governados e governantes mais próximos e permite a resolução célere dos problemas que afectam as comunidades - e, fundamentalmente, a participação directa das mesmas comunidades na resolução desses problemas. Quem não quer a participação dos cidadãos, quem adia as autarquias como tem adiado, não tem o direito de manter-se no poder. E, se calhar, é preciso pôr o poder à disposição e deixar que os angolanos definam o seu futuro, o seu presente e, sobretudo, resolvam os seus problemas.
O medo quando se viu cercado por 20 guerrilheiros do MPLA “muito zangados”. A agitação com a chegada de Rosa Coutinho a Angola. O falhanço das informações americanas. Os encontros com Savimbi e Holden Roberto. A venda do BMW e dos eletrodomésticos para continuar a pagar contas. A máquina que imprimiu notas para pagar 18 mil salários. O milionário com companhias duvidosas. E a vida faustosa sem um tostão no bolso. As memórias incríveis de João Van Zeller dos tempos em que era administrador do Banco Inter-Unido, em Angola.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Can You Segway?Book 3 in 18 parts, By FinalStand. Listen to the ► Podcast at Explicit Novels.So exactly who was going to be sympathetic to their plight, who we cared about?Beyond my fevered dream of making a difference there was a pinch of reality. See, the Cabindans and the people of Zaire were both ethnic Bakongo and the Bakongo of Zaire had also once had their own, independent (until 1914) kingdom which was now part of Angola. The Bakongo were major factions in the Democratic Republic of Congo (DRC) -(formerly for a short time known as the nation of Zaire, from here on out to be referred to as the DRC and in the running for the most fucked up place on the planet Earth, more on that later)- and Congo (the nation) yet a minority in Angola. Having an independent nation united along ethnic and linguistic lines made sense and could expect support from their confederates across international boundaries.The Liberation Air ForceThe Earth & Sky operated under one constant dilemma ~ when would Temujin make his return? Since they didn't know and it was their job to be prepared for the eventuality if it happened tomorrow, or a century down the line, they 'stockpiled', and 'stockpiled' and 'stockpiled'.That was why they maintained large horse herds and preserved the ancient arts of Asian bowyers, armoring and weapons-craft. That was why they created secret armories, and sulfur and saltpeter sites when musketry and cannons became the new ways of warfare. They secured sources of phosphates and petroleum when they became the new thing, and so on.All of this boiled over to me being shown yet again I worked with clever, creative and under-handed people. The Khanate came up with a plan for a 'Union' Air Force {Union? More on that later} within 24 hours, and it barely touched any of their existing resources. How did they accomplish this miracle? They had stockpiled and maintained earlier generation aircraft because they didn't know when Temujin would make his re-appearance.They'd also trained pilots and ground crews for those aircraft. As you might imagine, those people grew old just as their equipment did. In time, they went into the Earth & Sky's Inactive Reserves ~ the rank & file over the age of 45. You never were 'too old' to serve in some capacity though most combat-support related work ended at 67.When Temujin made his return and the E&S transformed into the Khanate, those people went to work bringing their lovingly cared for, aging equipment up to combat-alert readiness. If the frontline units were decimated, they would have to serve, despite the grim odds of their survival. It was the terrible acceptance the Chinese would simply possess so much more war-making material than they did.Well, the Khanate kicked the PRC's ass in a titanic ass-whooping no one (else) had seen coming, or would soon forget. Factory production and replacement of worn machines was in stride to have the Khanate's Air Force ready for the next round of warfare when the Cease-fire ended and the Reunification War resumed.Always a lower priority, the Khanate military leadership was considering deactivating dozens of these reserve unit when suddenly the (Mongolian) Ikh khaany khairt akh dáé (me) had this hare-brained scheme about helping rebels in Africa, West Africa, along the Gulf of Guinea coast/Atlantic Ocean, far, far away, and it couldn't look like the Khanate was directly involved.They barely knew where Angola was. They had to look up Cabinda to figure out precisely where that was. They brought in some of their 'reservist' air staff to this briefing and one of them, a woman (roughly a third of the E&S 'fighting'/non-frontline forces were female), knew what was going on. Why?She had studied the combat records and performance of the types of aircraft she'd have to utilize... back in the 1980's and 90's and Angola had been a war zone rife with Soviet (aka Khanate) material back then. Since she was both on the ball, bright and knew the score, the War Council put her in overall command. She knew what was expected of her and off she went, new staff in hand. She was 64 years old, yet as ready and willing to serve as any 20 year old believer in the Cause.Subtlety, scarcity and audacity were the watchwords of the day. The Khanate couldn't afford any of their front-line aircraft for this 'expedition'. They really couldn't afford any of their second-rate stuff either. Fortunately, they had some updated third-rate war-fighting gear still capable of putting up an impressive show in combat ~ providing they weren't going up against a top tier opponents.For the 'volunteers' of the Union Air Force, this could very likely to be a one-way trip. They all needed crash courses (not a word any air force loves, I know) in Portuguese though hastily provided iPhones with 'apps' to act as translators were deemed to be an adequate stop-gap measure. Besides, they were advised to avoid getting captured at all cost. The E&S couldn't afford the exposure. Given the opportunity ~ this assignment really was going above and beyond ~ not one of these forty-six to sixty-seven year olds backed out.No, they rolled out fifty of their antiquated aircraft, designs dating back to the 1950's through the mid-70's, and prepared them for the over 10,000 km journey to where they were 'needed most'. 118 pilots would go (72 active plus 46 replacements) along with 400 ground crew and an equally aged air defense battalion (so their air bases didn't get blown up). Security would be provided by 'outsiders' ~ allies already on the ground and whatever rebels could be scrounged up. After the initial insertion, the Indian Air Force would fly in supplies at night into the Cabinda City and Soyo Airports.The composition,14 Mikoyan-Gurevich MiG-21 jet fighters ~ though she entered service in 1959, these planes' electronics were late 20th century and she was a renowned dogfighter. 12 were the Mig-21-97 modernized variant and the other two were Mig-21 UM two-seater trainer variants which could double as reconnaissance fighters if needed.14 Sukhoi Su-22 jet fighter-bombers ~ the original design, called the Su-17, came out in 1970, the first 12 were variants with the 22M4 upgrade were an early-80's package. The other 2 were Su-22U two-seat trainers which, like their Mig-21 comrades, doubled as reconnaissance fighters. The Su-22M4's would be doing the majority of the ground attack missions for the Cabindans, though they could defend themselves in aerial combat if necessary.6 Sukhoi Su-24M2 supersonic attack aircraft ~ the first model rolled off the production lines in the Soviet Union back in 1974. By far the heaviest planes in the Cabindan Air Force, the Su-24M2's would act as their 'bomber force' as well as anti-ship deterrence.8 Mil Mi-24 VM combat helicopters ~ introduced in 1972 was still a lethal combat machine today. Unlike the NATO helicopter force, the Mi-24's did double duty as both attack helicopter and assault transports at the same time.4 Mil Mi-8 utility helicopters, first produced in 1967. Three would act as troop/cargo transports (Mi-8 TP) while the fourth was configured as a mobile hospital (the MI-17 1VA).4 Antonov An-26 turboprop aircraft, two to be used as tactical transports to bring in supplies by day and two specializing in electronic intelligence aka listening to what the enemy was up to. Though it entered production in 1969, many still remained flying today.2 Antonov An-71M AEW&C twin-jet engine aircraft. These were an old, abandoned Soviet design the Earth & Sky had continued working on primarily because the current (1970's) Russian Airborne Early Warning and Control bird had been both huge and rather ineffective ~ it couldn't easily identify low-flying planes in the ground clutter so it was mainly only good at sea. Since the E&S planned to mostly fight over the land,They kept working on the An-71 which was basically 1977's popular An-72 with some pertinent design modifications (placing the engines below the wings instead of above them as on the -72 being a big one). To solve their radar problem, they stole some from the Swedish tech firm Ericsson, which hadn't been foreseen to be a problem before now.See, the Russians in the post-Soviet era created a decent AEW&C craft the E&S gladly stole and copied the shit out of for their front line units and it was working quite nicely ~ the Beriev A-50, and wow, were the boys in the Kremlin pissed off about that these days. Whoops, or was that woot?Now, the Khanate was shipping two An-71's down to Cabinda and somewhere along the line someone just might get a 'feel' for the style of radar and jamming the Cabindans were using aka the Swedish stuff in those An-71's. The Erieye radar system could pick out individual planes at 280 miles. The over-all system could track 60 targets and plot out 10 intercepts simultaneously. NATO, they were not, but in sub-Saharan Africa, there were none better.Anyway, so why was any of this important?Why the old folks with their ancient machines? As revealed, since the Earth & Sky had no idea when Temüjin would return, they were constantly squirreling away equipment. World War 2 gave them unequaled access to Soviet military technology and training.Afterwards, under Josef Stalin's direction, thousands of Russian and German engineers and scientists were exiled to Kazakhstan, Turkmenistan, Tajikistan, and Kyrgyzstan who were then snatched up (reportedly died in the gulags/trying to escape) and the E&S began building mirror factories modeled on the 'then current' Soviet production lines.So, by the early 1950's, the E&S was building, flying and maintaining Soviet-style Antonov, Beriev, Ilyushin, Myasishchev, Mikoyan-Gurevich, Sukhoi, Tupolev and Yakovlev airplanes. First in small numbers because their pool of pilots and specialists was so small.The E&S remedied this by creating both their own 'private' flight academies and technical schools. They protected their activities with the judicious use of bribes (they were remarkably successful with their economic endeavors on both side of the Iron Curtain) and murders (including the use of the Ghost Tigers).By 1960, the proto-Khanate had an air force. Through the next two decades they refined and altered their doctrine ~ moving away from the Soviet doctrine to a more pure combined-arms approach (the Soviets divided their air power into four separate arms ~ ADD (Long Range Aviation), FA (Front Aviation), MTA (Military Transport Aviation) and the V-PVO (Soviet Air Defenses ~ which controlled air interceptors).).It wasn't until the collapse of the Soviet Union and the independence of the various former SSR's that the E&S program really began to hit its stride. Still, while Russia faltered, China's PLAAF (Peoples' Liberation Army Air Force) began to take off. Since the Chinese could produce so much more, the E&S felt it had to keep those older planes and crews up to combat readiness. The younger field crews and pilots flew the newer models as they rolled off the secret production lines.Then the Unification War appeared suddenly, the E&S-turned Khanate Air Force skunked their PLAAF rivals due to two factors, a surprise attack on a strategic level and the fatal poisoning of their pilots and ground crews before they even got into the fight. For those Chinese craft not destroyed on the ground, the effects of Anthrax eroded their fighting edge. Comparable technology gave the Khanate their critical victory and Air Supremacy over the most important battlefields.What did this meant for those out-of-date air crews and pilots who had been training to a razor's edge for a month now? Their assignment had been to face down the Russians if they invaded. They would take their planes up into the fight even though this most likely would mean their deaths, but they had to try.When Operation Fun House put Russia in a position where she wasn't likely to jump on the Khanate, this mission's importance faded. The Russian Air Force was far more stretched than the Khanate's between her agitations in the Baltic and her commitments in the Manchurian, Ukrainian, Chechen and Georgian theaters.With more new planes rolling off the production lines, these reservist units began dropping down the fuel priority list, which meant lowering their flight times thus readiness. Only my hare-brained scheme had short-circuited their timely retirement. Had I realized I was getting people's grandparents killed, I would have probably made the same call anyway. We needed them.The KanateThe Khanate's #1 air superiority dogfighter was the Mig-35F. The #2 was the Mig-29. No one was openly discussing the Khanate's super-stealthy "Su-50", if that was what it was, because its existence 'might' suggest the Khanate also stole technology from the Indian defense industry, along with their laundry list of thefts from South Korea, Japan, Taiwan, the PRC, Russia and half of NATO.Her top multi-role fighters were the Su-47, Su-35S and Su-30SM. The Su-30 'Flanker-C/MK2/MKI were their 2nd team with plenty of 3rd team Su-27M's still flying combat missions as well.Strike fighters? There weren't enough Su-34's to go around yet, so the Su-25MS remained the Khanate's dedicated Close Air Assault model.Medium transport aircraft? The An-32RE and An-38. They had small, large and gargantuan transports as well.Bombers? The rather ancient jet-powered Tu-160M2's and Tu-22M2's as well as the even older yet still worthwhile turboprops ~ from 1956's ~ the Tu-95M S16.Helicopters? While they still flew updated variants of the Mil Mi-8/17 as military transports, the more optimized Kamov Ka-52 and Mil Mi-28 had replaced them in the assault role.Bizarrely, the Khanate had overrun several Chinese production lines of the aircraft frames and components ~ enough to complete fairly modern PLAAF (Peoples Liberation Army Air Force) FC-1 and J-10 (both are small multi-role fighter remarkably similar to the US F-16 with the FC-1 being the more advanced model, using shared Chinese-Pakistani technology and was designed for export,).They did have nearly two dozen to send, but they didn't have the pilots and ground crews trained to work with them, plus the FC-1 cost roughly $32 million which wasn't fundage any legitimate Cabindan rebels could get their hands on, much less $768 million (and that would just be for the planes, not the weeks' worth of fuel, parts and munitions necessary for what was forthcoming).Meanwhile, except for the An-26, which you could get for under $700,000 and the An-71, which were only rendered valuable via 'black market tech', none of the turboprop and jet aircraft the Khanate was sending were what any sane military would normally want. The helicopters were expensive ~ the 'new' models Mi-24's cost $32 million while the Mi-17's set you back $17 million. The one's heading to Cabinda didn't look 'new'.The Opposition:In contrast, the Angolan Air Force appeared far larger and more modern. Appearances can be deceptive, and they were. Sure, the models of Russian and Soviet-made aircraft they had in their inventory had the higher numbers ~ the Su-25, -27 and -30 ~ plus they had Mig-21bis's, Mig-23's and Su-22's, but things like training and up-keep didn't appear to be priorities for the Angolans.When you took into account the rampant corruption infecting all levels of Angolan government, the conscript nature of their military, the weakness of their technical educational system, the complexity of any modern combat aircraft and the reality that poor sods forced into being Air Force ground crewmen hardly made the most inspired technicians, or most diligent care-takers of their 'valuable' stockpiles (which their officers all too often sold on the black market anyway), things didn't just look bleak for the Angolan Air Force, they were a tsunami of cumulative factors heading them for an epic disaster.It wasn't only their enemies who derided their Air Force's lack of readiness. Their allies constantly scolded them about it too. Instead of trying to fix their current inventory, the Angolans kept shopping around for new stuff. Since 'new'-new aircraft was beyond what they wanted to spend (aka put too much of a dent in the money they were siphoning off to their private off-shore accounts), they bought 'used' gear from former Soviet states ~ Belarus, Russia and Ukraine ~ who sold them stuff they had left abandoned in revetments (open to the elements to slowly rot) on the cheap.To add to the insanity, the Angolans failed to keep up their maintenance agreements so their newly fixed high-tech machines often either couldn't fly, or flew without critical systems, like radar, avionics and even radios. Maybe that wasn't for the worst because after spending millions on these occasionally-mobile paperweights, the Angolans bought the least technologically advanced missile, gun and rocket systems they could get to put on these flying misfortunes.On the spread sheets, Angola had 18 Su-30K's, 18 Su-27, 12 Su-25's, 14 Su-22's, 22 Mig-23's, 23 Mig-21bis's and 6 Embraer EMB 314 Super Tucano (a turboprop aircraft tailor-made for counter-insurgency operations), 105 helicopters with some combative ability and 21 planes with some airlift capacity. That equated to 81 either air superiority, or multi-role jet fighters versus the 12 Union Air Force (actually the Bakongo Uni o de Cabinda e Zaire, For as Armadas de Liberta o, For a Area ~ Liberation Armed Forces, Air Force (BUCZ-FAL-FA) Mig-21-97's.It would seem lopsided except for the thousands of hours of flight experience the 'Unionists' enjoyed over their Angolan rivals. You also needed to take into account the long training and fanatic dedication of their ground crews to their pilots and their craft. Then you needed to take into account every Unionist aircraft, while an older airframe design, had updated (usually to the year 2000) technology lovingly cared for, as if the survival of their People demanded it.A second and even more critical factor was the element of surprise. At least the PRC and the PLAAF had contingencies for attacks from their neighbors in the forefront of their strategic planning. The Angolans? The only country with ANY air force in the vicinity was the Republic of South Africa (RSA) and they had ceased being a threat with the end of Apartheid and the rise of majority Black rule in that country nearly two decades earlier.In the pre-dawn hours of 'Union Independence Day', the FAL-FA was going to smash every Angolan Air base and air defense facility within 375 miles of Cabinda (the city). Every three hours after that, they would be hitting another target within their designated 'Exclusion Zone'. Yes, this 'Exclusion Zone' included a 'tiny' bit of DRC (Democratic Republic of Congo) territory. The DRC didn't have an air force to challenge them though, so,Inside this 'Exclusion Zone', anything moving by sea, river, road, rail, or air without Unionist governmental approval was subject to attack, which would require neutral parties to acknowledge some semblance of a free and independent B U C Z. Worse for Angola, this 'Zone' included Angola's capital and its largest port, Luanda, plus four more of their ten largest urban centers. This could be an economic, military and humanitarian catastrophe if mishandled.The Angolan Army did not have significant anti-aircraft assets. Why would they? Remember, no one around them had much of an air force to worry about. The FAL-FA in turn could hit military convoys with TV-guided munitions 'beyond line of sight', rendering what they did have useless. It got worse for the Army after dark. The FAL-FA could and would fly at night whereas the average Angolan formation had Zip-Zero-Nadda night fighting capacity.Then geography added its own mountain of woes. As far as Cabinda was concerned, there was no direct land line to their border from Angola. Their coastal road only went as far as the port of Soyo where the Congo River hit the South Atlantic Ocean. Across that massive gap was the DRC where the road was not picked back up. Far up the coast was the DRC town of Muanda (with an airport) and though they did have a road which went north, it did not continue to the Cabindan border.Nope. To get at Cabinda from the south meant a long, torturous travel through northeastern Angola, into the heart of the DRC then entailed hooking west to some point 'close' to the Cabindan frontier before finally hoofing it overland through partially cleared farmland and jungle. Mind you, the DRC didn't have a native air force capable of protecting the Angolans in their territory so,In fact the only 'road' to Cabinda came from the Republic of Congo (Congo) to the north and even that was a twisted route along some really bad, swampy terrain. This had been the pathway of conquest the Angolans took 39 years earlier. The difference being the tiny bands of pro-independence Cabindan guerillas back then couldn't hold a candle to the Amazons fighting to free Cabinda this time around in numbers, zeal, training and up-to-date equipment.Next option ~ to come by sea. They would face a few, stiff problems, such as the FAL-FA having ship-killer missiles, the Angolan Navy not being able to defend them and the Unionists having no compunction to not strike Pointe-Noire in the 'not so neutral' Republic of the Congo if they somehow began unloading Angolan troops. It seemed the Republic of the Congo didn't have much of an Air Force either.Before you think the FAL-FA was biting off more than they could chew, Cabinda, the province, was shaped somewhat like the US State of Delaware, was half the size of Connecticut (Cabinda was 2,810 sq. mi. to Conn.'s 5,543 sq. mi.) and only the western 20% was relatively open countryside where the Angolan Army's only advantage ~ they possessed armed fighting vehicles while the 'Unionists' did not (at this stage of planning) ~ could hopefully come into play.Centered at their capital, Cabinda (City), jets could reach any point along their border within eight minutes. Helicopters could make it in fifteen. To be safe, some of the FAL-FA would base at the town of Belize which was in the northern upcountry and much tougher to get at with the added advantage the Angolans wouldn't be expecting the FAL-FA to be using the abandoned airfield there, at least initially.Where they afraid attacking Angolan troops in the DRC would invite war with the DRC? Sure, but letting the Angolans reach the border unscathed was worse. Besides, the DRC was in such a mess it needed 23,000 UN Peacekeepers within her borders just to keep the country from falling apart. Barring outside, read European, intervention, did "Democratically-elected since 2001" President (for Life) Joseph Kabila want the FAL-FA to start dropping bombs on his capital, Kinshasa, which was well within reach of all their aircraft?Congo (the country), to the north, wasn't being propped up by the UN, or anything else except ill intentions. In reality, it hardly had much of a military at all. Its officer corps was chosen for political reliability, not merit, or capability. Their technology was old Cold War stuff with little effort to update anything and, if you suspected corruption might be a problem across all spectrums of life, you would 'probably' be right about that too.If you suspected the current President had been in charge for a while, you would be correct again (1979-1992 then 2001- and the 'whoops' was when he accidently let his country experiment with democracy which led to two civil wars). If you suspected he was a life-long Communist (along with the Presidents of the DRC and Angola), you'd be right about that as well. Somehow their shared Marxist-Leninist-Communist ideology hadn't quite translated over to alleviating the grinding poverty in any of those countries despite their vast mineral wealth,At this point in the region's history, little Cabinda had everything to gain by striving for independence and the vast majority of 'warriors' who could possibly be sent against her had terribly little to gain fighting and dying trying to stop them from achieving her goal. After all, their lives weren't going to get any better and with the Amazons ability ~ nay willingness ~ to commit battlefield atrocities, those leaders were going to find it hard going to keep sending their men off to die.And then, it got even worse.See, what I had pointed out was there were two oil refineries in Angola, and neither was in Cabinda. Cabinda would need a refinery to start making good on their oil wealth ~ aka economically bribe off the Western economies already shaken over the Khanate's first round of aggressions.But wait! There was an oil refinery just across the Congo River from Cabinda ~ which meant it was attached to mainland Angola. That had to be a passel of impossible news, right?Nope. As I said earlier, it seemed the people of northern Angola were the same racial group as the Cabindans AND majority Catholic while the ruling clique wasn't part of their ethnic confederacy plus the farther south and east into Angola you went, the less Catholic it became.But it got better. This province was historically its own little independent kingdom (called the Kingdom of Kongo) to boot! It had been abolished by Portugal back in 1914.The 'good' news didn't end there. Now, it wasn't as if the leadership of Angola was spreading the wealth around to the People much anyway, but these northerners had been particularly left out of this Marxist version of 'Trickle Down' economics.How bad was this? This northwestern province ~ called Zaire ~ didn't have any railroads, or paved roads, linking it to the rest of the freaking country. The 'coastal road' entered the province, but about a third of the way up ran into this river, which they'd failed to bridge (you had to use a single track bridge farther to the northeast, if you can believe it). It wasn't even a big river. It was still an obstacle though.How did the Angolan government and military planned to get around? Why by air and sea, of course. Well, actually by air. Angola didn't have much of a merchant marine, or Navy, to make sealift a serious consideration. Within hours of the 'Union Declaration of Independence' anything flying anywhere north of the Luanda, the capital of Angola, would essentially be asking to be blown out of the sky.Along the border between Zaire province and the rest of Angola were precisely two chokepoints. By 'chokepoints', I meant places where a squad (10 trained, modernly-equipped troopers) could either see everything for miles & miles over pretty much empty space along a river valley and the only bridge separating Zaire province from the south, or overlook a ravine which the only road had to pass through because of otherwise bad-ass, broken terrain.Two.Zaire Province had roughly the same population as Cabinda ~ 600,000. Unlike Cabinda, which consisted of Cabinda City plus a few tiny towns and rugged jungles, Zaire had two cities ~ Soyo, with her seventy thousand souls plus the refinery at the mouth of the Congo River, and M'banza-Kongo, the historical capital of the Kingdom of Kongo, spiritual center of the Bakongo People (who included the Cabindans) and set up in the highlands strategically very reminiscent of Điện Biàn Phủ.Of Zaire's provincial towns, the only other strategic one was N'Zeto with her crappy Atlantic port facility and 2,230 meter grass airport. The town was the northern terminus of the National Road 100 ~ the Coastal Road. It terminated because of the Mebridege River. There wasn't a bridge at N'Zeto though there was a small one several miles upstream. N'Zeto was also where the road from provinces east of Zaire ended up, so you had to have N'Zeto ~ and that tiny bridge ~ to move troops overland anywhere else in Zaire Province.So you would think it would be easy for the Angolan Army to defend then, except of how the Amazons planned to operate. They would infiltrate the area first then 'rise up in rebellion'. Their problem was the scope of the operation had magnified in risk of exposure, duration and forces necessary for success.The serious issue before Saint Marie and the Host in Africa were the first two. They could actually move Amazons from Brazil and North America to bolster their numbers for the upcoming offensive. Even in the short-short term, equipment wouldn't be a serious problem. What the Amazons dreaded was being left in a protracted slugfest with the Angolan Army which the Condottieri could jump in on. The Amazons exceedingly preferred to strike first then vanish.There was reason to believe a tiny number could have stayed behind in Cabinda to help the locals prepare their military until they could defend themselves. They would need more than a hundred Amazons if Cabinda wanted to incorporate Zaire. The answer was to call back their newfound buddy, the Great Khan. While he didn't have much else he could spare (the Khanate was ramping up for their invasion of the Middle East after all, the Kurds needed the help), he had other allies he could call on.India couldn't help initially since they were supposed to supply the 'Peace-keepers' once a cease-fire had been arranged. That left Temujin with his solid ally, Vietnam, and his far shakier allies, the Republic of China and Japan.First off ~ Japan could not help, which meant they couldn't supply troops who might very well end up dead, or far worse, captured.. What they did have was a surplus of older equipment the ROC troops were familiar with, so while the ROC was gearing up for their own invasion of mainland China in February, they were willing to help the Chinese kill Angolans, off the books, of course.The ROC was sending fifteen hundred troops the Khanate's way to help in this West African adventure with the understanding they'd be coming home by year's end. With Vietnam adding over eight hundred of her own Special Forces, the Amazons had the tiny 'allied' army they could leave shielding Cabinda/Zaire once the first round of blood-letting was over.To be 'fair', the Republic of China and Vietnam asked for 'volunteers'. It wasn't like either country was going to declare war on Angola directly. Nearly a thousand members of Vietnam's elite 126th Regiment of the 5th Brigade (Đặc cáng bộ) took early retirement then misplaced their equipment as they went to update their visas and inoculations before heading out for the DRC (some would be slipping over the DRC/Cabindan border).On Taiwan, it was the men and women of the 602nd Air Cavalry Brigade, 871st Special Operations Group and 101st Amphibious Reconnaissance Battalion who felt the sudden desire to 'seek enlightenment elsewhere, preferably on another continent'.They too were off to the Democratic Republic of Congo, man that country was a mess and their border security wasn't worth writing home about, that's for damn sure, via multiple Southeast Asian nations. Besides, they were being issued fraudulently visas which showed them to be from the People's Republic of China, not the ROC/Taiwan. If they were captured, they were to pretend to "be working for a Communist Revolution inside Angola and thus to be setting all of Africa on fire!" aka be Mainland Chinese.There, in the DRC, these Chinese stumbled across, some Japanese. These folks hadn't retired. No. They were on an extended assignment for the UN's mission in, the DRC. OH! And look! They'd brought tons of surplus, outdated Japanese Self Defense Forces' equipment with them, and there just so happened to be some Taiwanese who had experience in using such equipment (both used US-style gear).And here was Colonel Yoshihiro Isami of the Chūō Sokuō Shūdan (Japan's Central Readiness Force) wondering why he and his hastily assembled team had just unloaded,18 Fuji/Bell AH-1S Cobra Attack helicopters,6 Kawasaki OH-6D Loach Scout helicopters,12 Fuji-Bell 204-B-2 Hiyodori Utility helicopters,6 Kawasaki/Boeing CH-47JA Chinook Transport helicopters and4 Mitsubishi M U-2L-1 Photo Reconnaissance Aircraft.Yep! 46 more aircraft for the FAL-FA!Oh, and if this wasn't 'bad enough', the Chinese hadn't come alone. They'd brought some old aircraft from their homes to aid in the upcoming struggle. Once more, these things were relics of the Cold War yet both capable fighting machines and, given the sorry state of the opposition, definitely quite deadly. A dozen F-5E Tiger 2000 configured primarily for air superiority plus two RF-5E Tigergazer for reconnaissance, pilots plus ground crews, of course.Thus, on the eve of battle, the FAL-FA had become a true threat. Sure, all of its planes (and half of its pilots) were pretty old, but they were combat-tested and in numbers and experience no other Sub-Saharan African nation could match.The Liberation Ground Forces:But wait, there was still the niggling little problem of what all those fellas were going to fight with once they were on the ground. Assault/Battle rifles, carbines, rifles, pistols, PDW, SMGs as bullets, grenades and RPG's were all terrifyingly easy to obtain. The coast of West Africa was hardly the Port of London as far as customs security went. They were going to need some bigger toys and their host nations were going to need all their native hardware for their upcoming battles at home.And it wasn't like you could advertise for used IFV (Infantry Fighting Vehicles), APCs (armored personnel carriers) and tanks on e-Bay, Amazon.com, or Twitter. If something modern US, or NATO, was captured rolling around the beautiful Angolan countryside, shooting up hostile Angolans, all kinds of head would roll in all kinds of countries, unless the country,A) had an Executive Branch and Judiciary who wouldn't ask (or be answering) too many uncomfortable questions,B) wasn't all that vulnerable to international pressure,C) really needed the money and,D) didn't give a fuck their toys would soon be seen on BBC/CNN/Al Jazeera blowing the ever-living crap out of a ton of Africans aka doing what they were advertised to do and doing it very well in the hands of capable professionals.And politics was kind enough to hand the freedom-loving people of Cabinda & Zaire a winner, and it wasn't even from strangers, or at least people all that strange to their part of the Globe. If you would have no idea who to look for, you wouldn't be alone.That was the magic of the choice. See, the last three decades had seen the entire Globe take a colossal dump on them as a Nation and a People. They were highly unpopular for all sorts of things, such as Crimes Against Humanity and 'no', we were not talking about the Khanate.We would be talking about Република Србија / Republika Srbija aka Serbia aka the former Yugoslavia who had watched all their satellite minions (Slovenia, Croatia, Bosnia & Herzegovina, Montenegro, Kosovo and Macedonia) slip away. Despite being reduced to a tiny fraction of their former selves thus fighting two incredibly brutal and bloody World Wars for nothing, Serbia insisted on maintaining a robust armaments industry.Mind you, they didn't make the very best stuff on the planet. That didn't stop them from trying though. Of equal importance was their geographic location and the above mentioned desire for some hard currency without asking too many questions. The geography was simple, you could move even heavy gear unnoticed from central Serbia to the Montenegrin port of Bar by rail and load them up on freighters and off to the Congo you went.The Serbians produced an APC called the BVP M-80A's which weren't blowing anyone's minds away when they started rolling off the production lines back in 1982, plus some over-eager types on the Serbian Army's payroll sweetened the deal by offering 'the rebels' some BVP M-80 KC's and a KB as well.Then they slathered on the sugary-sweet Maple syrup by upgrading a few of the M-80A's to BVP M-98A's. Why would they be so generous? The KC's and KB were the Command & Control variants, so that made sense (C = company & B = battalion commander). The -98A had never been tested in the field before and they were kind of curious how the new turrets (which was the major difference) would behave. 'Our' procurement agents didn't quibble. We needed the gear.Besides, these Slavic entrepreneurs gave them an inside track on some 'disarmed/mothballed' Czech (introduced in 1963) armored mobile ambulances and Polish BWP-1 (first rolled out in 1966) APC's which were either in, or could be quickly configured into, the support variants those ground-fighters would need. The 'disarmed' part was 'fixable', thanks to both the Serbians and Finland. The 'missing' basic weaponry was something the Serbians could replace with virtually identical equipment.It just kept getting better. Unknown to me at the time, the Finnish firm, Patria Hágglunds, had sold twenty-two of their 'most excellent' AMOS turrets ~ they are a twin 120 mm mortar system ~ then the deal fell through. Whoops! Should have guarded that warehouse better. Those bitches were on a cargo plane bound for Albania inside of six hours.The ammunition for them was rather unique. Thankfully, it was uniquely sold by the Swiss, who had no trouble selling it to Serbia, thank you very much! Twenty-two BWP-1's became mobile artillery for the Unionist freedom fighters, though I understood the ship ride with the Serbian and Chinese technicians was loads of fun as they struggled to figured out how to attach those state-of-the-art death-dealing turrets to those ancient contraptions.To compensate, the Serbians added (aka as long as our money was good) two Nora B-52 155 mm 52-calibre mobile artillery pieces and one battery of Orkan CER MLRS (Multiple Launch Rocket System) for long-range artillery, two batteries of their Oganj 2000 ER MRLS for medium range carnage and six batteries of their M-94 MRLS for 'close support' as well. More field-testing new gear for the "freedom fighters" We also managed to 'purchase' ten M-84AS Main Battle tanks plus an M-84A1 armor recovery vehicle. It should have been twelve tanks, but two had 'loading issues'.Not to be deterred, our busy little procurement-beavers discovered four tanks no one was using, in neighboring Croatia. Why wasn't anyone immediately keen on their placement? They were two sets of prototypes, Croatia's improvements on the M-84; the M-95 Degman which was a 'failed redesign' and the M-84D, which was a vast up-grade for the M-84 line which had been sidelined by the 2008 Global economic collapse, after which the project stagnated.It seemed they were all in working order because late one night 'my people' exited a Croatian Army base with them, never to be seen again, until two weeks later when an intrepid news crew caught the distinctive form of the M-95 sending some sweet 125 mm loving the Angolan Army's way. Whoops yet again! At least they hit what they were aiming at and destroyed what they hit, right?By then, millions of other people would be going 'what the fuck?' right along with them as Cabinda's camouflage- and mask-wearing rebel army was laying the smack-down on the Angolans. That was okay; over a million 'free Cabindan Unionists' were in the same boat. Over a thousand Asians with their mostly-female militant translators were right there to prop up their 'Unionist Allies', but then they were the ones with the tanks, armored vehicles, planes and guns, so they were less worried than most.To pilot these tanks, APC, IFV and man this artillery, they had to go back to the Khanate. Sure enough, they had some old tankers used to crewing the T-72 from which the M-84's and -95 Degman were derived. They'd also need drivers for those BVP M-80A's and Polish BWP-1's and OT-64 SKOT's... who were, again, derived from old Soviet tech (just much better). The Serbian artillery was similar enough to Soviet stuff, but with enough new tech to make it 'more fun' for the reservists to 'figure out' how to use.More volunteers for the Liberation Armed Forces! More Apple sales, great apps and voice modulation software so that the vehicle commanders would be heard communicating in Portuguese if someone was eavesdropping. As a final offering the Turkish Navy spontaneously developed some plans to test their long range capabilities by going to, the South Atlantic.On the final leg they would have six frigates and two submarines, enough to give any navy in the region, which wasn't Brazil, something to think about. This was a show of force, not an actual threat though. If anyone called their bluff, the Khanate-Turkish forces would have to pull back. These were not assets my Brother, the Great Khan, could afford to gamble and lose.If someone didn't call that bluff, he was also sending two smaller, older corvettes and three even smaller, but newer, fast attack boats, a "gift" to the Unionists ASAP. The frigates would then race home, they had 'other' issues to deal with while the submarines would hang around for a bit. The naval gift was necessitated by the reality the Unionists would have to press their claim to their off-shore riches and that required a naval force Angola couldn't hope to counter.As things were developing, it was reckoned since a build-up of such momentous land and air power couldn't be disguised, it had to happen in a matter of days ~ four was decided to be the minimum amount of time. More than that and the government of the Democratic Republic might start asking far too many questions our hefty bribes and dubious paperwork couldn't cover. Less than that would leave the task forces launching operations with too little a chance of success.Our biggest advantage was audacity. The buildup would happen 100 km up the Congo River from Soyo, the primary target of the Southern Invasion, in the DRC's second largest port city, Boma. Though across the river was Angolan territory, there was nothing there. The city of roughly 160,000 would provide adequate cover for the initial stage of the invasion.There they grouped their vehicles & Khanate drivers with Amazon and Vietnamese combat teams. The Japanese were doing the same for their 'Chinese' counterparts for their helicopter-borne forces. Getting all their equipment in working order in the short time left was critical as was creating some level of unit dynamic. Things were chaotic. No one was happy. They were all going in anyway.What had gone wrong?While most children her age were texting their schoolmates, or tackling their homework, Aya Ruger ~ the alias of Nasusara Assiyaiá hamai ~ was getting briefings of her global, secret empire worth hundreds of billions and those of her equally nefarious compatriots. She received a very abbreviated version of what the Regents received, delivered by a member of Shawnee Arinniti's staff.When Aya hopped off her chair unexpectedly, everyone tensed. Her bodyguards' hands went to their sidearms and Lorraine (her sister by blood), also in the room on this occasion, stood and prepared to tackle her 'former' sibling to the ground if the situation escalated into an assassination attempt. No such attack was generated, so the security ratcheted down and the attendant returned her focus to her Queen. Aya paced four steps, turned and retraced her way then repeated the action three more times."How many people live in the combined areas?" she asked."The combined areas? Of Cabinda and Zaire?""Yes.""I," the woman referenced her material, "roughly 1.1 million.""What is the yearly value of the offshore oil and natural gas production?""Forty-nine billion, eighty hundred and sixty-seven million by our best estimates at this time,""How many live in Soyo City proper?""Roughly 70,000.""We take Soyo," she spoke in a small yet deliberate voice. "We take and hold Soyo as an independent city-state within the Cabindan-Zaire Union. From the maps it appears Soyo is a series of islands. It has a port and airport. It has an open border to an ocean with weaker neighbors all around.""What of the, Zairians?""Bakongo. As a people they are called the Bakongo," Aya looked up at the briefer. "We relocate those who need to work in Soyo into a new city, built at our expense, beyond the southernmost water barrier. The rest we pay to relocate elsewhere in Zaire, or Cabinda."By the looks of those around her, Aya realized she needed to further explain her decisions."This is more than some concrete home base for our People," she began patiently. "In the same way it gives our enemies a clearly delineated target to attack us, it is a statement to our allies we won't cut and run if things go truly bad.""In the same way it will provide us with diplomatic recognition beyond what tenuous handouts we are getting from Cáel Wakko Ishara's efforts through JIKIT. Also, it is a reminder we are not like the other Secret Societies in one fundamental way, we are not a business concern, or a religion. We are a People and people deserve some sort of homeland. We have gone for so long without.""But Soyo?" the aide protested. "We have no ties to it, and it backs up to, nothing.""Northern Turkey and southern Slovakia mean nothing to us now as well," Aya debated. "No place on Earth is any more precious than another. As for backing up to nothing, no. You are incorrect. It backs into a promise from our allies in the Earth & Sky that if we need support, they know where to park their planes and ships."Aya was surrounded with unhappy, disbelieving looks."The Great Khan is my mamētu meáeda," she reminded them, "and I have every reason to believe he completely grasps the concept's benefits and obligations."The looks confirmed 'but he's a man' to the tiny Queen."Aya, are you sure about this?" Lorraine was the first to break decorum."Absolutely. Do you know what he sent me when he was informed of my, ascension to the Queendom?""No," Lorraine admitted."We must go horse-riding sometime soon, Daughter of Cáel, Queen of the Amazons."More uncertain and unconvinced looks."He didn't congratulate me, or send any gifts. He could have and you would think he would have, but he didn't. He knew the hearts of me & my Atta and we weren't in the celebratory mood. No. The Great Khan sent one sentence which offered solace and quiet, atop a horse on a windswept bit of steppe."Nothing.Sigh. "I know this sounds Cáel-ish," Aya admitted, "but I strongly believe this is what we should do. We are giving the Cabindans and Bakongo in Zaire independence and the promise of a much better life than what they now face. We will be putting thousands of our sisters' lives on the line to accomplish this feat and well over two hundred million dollars.""What about governance of the city ~ Soyo?" the aide forged ahead."Amazon law," Aya didn't hesitate. "We will make allowances for the security forces of visiting dignitaries and specific allied personnel, but otherwise it will be one massive Amazon urban freehold.""I cannot imagine the Golden Mare, or the Regents, will be pleased," the attendant bowed her head."It is a matter of interconnectivity," Aya walked up and touched the woman's cheek with the back of her small hand. "We could liberate then abandon Cabinda with the hope a small band could help them keep their independence. Except we need the refinery at Soyo so the people of Cabinda can truly support that liberty.""So, we must keep Soyo and to keep Soyo, we must keep Zaire province. There is no other lesser border which makes strategic sense ~ a river, highlands, a massive river, an ocean ~ those are sustainable frontiers. You can't simply keep Soyo and not expect the enemy to strike and destroy that refinery, thus we must take Zaire province.""But the Bakongo of Zaire cannot defend themselves and will not be able to do so for at least a year, if not longer. That means we must do so, and for doing so, they will give us Soyo and we will be honest stewards of their oil wealth. We cannot expect any other power to defend this new Union and if we don't have a land stake we will be portrayed as mercenaries and expelled by hostile international forces.""So, for this project to have any chance of success, we must stay, fight and have an acknowledged presence, and if you can think of an alternative, please let me know," she exhaled."What if the Cabindans and Bakongo resist?""It is 'us', or the Angolans and they know how horrible the Angolans can be. Didn't you say the average person their lives on just $2 a day?""Yes.""We can do better than that," Aya insisted."How?" the aide persisted. "I mean, 'how in a way which will be quickly evident and meaningful?'""Oh," Aya's tiny brow furrowed. Her nose twitched as she rummaged through the vast storehouse of her brain."Get me in touch with William A. Miller, Director of the U.S. Diplomatic Security Service. He should be able to help me navigate the pathways toward getting aid and advisors into those two provinces ASAP.""I'll let Katrina know," the attendant made the notation on her pad."No. Contact him directly," Aya intervened. "We established a, rapport when we met. I think he might responded positively to a chance to mentor me in foreign relations.""Really?" Lorraine's brows arched."Yes," Aya chirped."Are you sure, Nasusara?" the attendant stared. She used 'Nasusara' whenever she thought Aya had a 'horrible' idea instead of a merely a 'bad' one."Yes. He owes me. Last time we met I didn't shoot him.""Didn't?" the woman twitched."Yes. I drew down on him with my captured Chinese QSW-06. I didn't want to kill him, but I felt I was about to have to kill Deputy National Security Advisor Blinken and he was the only other person in the room both armed and capable of stopping me.""Why is he still alive?""Cáel Ishara saw through my distraction and then took my gun from me, asked for it actually," she shyly confessed."Would you have shot him?" the aide inquired."What do you think?" Aya smiled.And Then:So, given t
Grupo armado M23 cancela ida a Luanda, para negociações com o Governo da RDC. Trump afirma que talvez tenha "algo a anunciar" sobre um acordo de cessar-fogo na Ucrânia após conversar amanhã por telefone com Putin. Angola: Aumento de casos de cólera é alarmante. Ex-ministro angolano membro do MPLA assume presidência de um partido da oposição – o Cidadania - e deixa duras críticas ao governo.
Amanda och Fanny samtalar om hur lätt det är att sätta en stämpel på sig själv eller hunden, och välja sanningar som kanske inte är sanna. Är hunden verkligen långsam, omöjlig att belöna med leksak, helt galen, eller dålig på att lyssna? Eller har vi valt en sanning som begränsar vår utveckling?
Oposição moçambicana critica violência policial contra caravana de Venâncio Mondlane. Líderes religiosos angolanos acusados de serem ativistas políticos. Em entrevista exclusiva à DW, porta-voz do Governo da República Democrática do Congo admite acordo de minerais com Estados Unidos.
Em Moçambique, Empresários exigem ao governo garantias de segurança dos seus investimentos no país. Donal Trump suspende financiamentos ao Corredor de Lobito. Analista diz que Angola deve agir rapidamente para não deixar o projeto morrer. Congoleses em Angola preocupados com conflito no leste da RDC.
Exclusão de Jonas Savimbi e Holden Roberto das homenagens nos 50 anos de independência de Angola é espelho da "narrativa dominante" do MPLA, diz analista. Em Moçambique, Daniel Chapo é candidato único à presidência da FRELIM, mas há entraves legais. Corrente anti-Ocidente deixa Europa mais longe das matérias-primas do Sahel.
Moçambique: Desejo que Chapo passe a liderar a FRELIMO e deixe de ser um "vassalo" choca com a Constituição. Desconfiança no contexto da crise política continua a deixar polícias receiosos de usar o uniforme. Angola: MPLA promete avançar com Pacote Autárquico, mas a oposição e sociedade civil mostram ceticismo. Alemanha: Que influência podem ter os atentados terroristas contra civis nas eleições?
Entre 10 e 15 de janeiro de 1975, representantes do MPLA, da UNITA e da FNLA negociaram a constituição de um governo de transição para a independência de Angola. Pouco depois, rebentava a guerra civilSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Em entrevista à DW, Lutero Simango, líder do MDM, defende reformas estruturais em Moçambique. Em Angola, deputado da UNITA deve ser hoje suspenso por ter usado indevidamente viatura protocolar. Africanos estão divididos com regresso de Donald Trump à Casa.
A sovietização da sociedade, os esquemas para fintar o que não funcionava e a guerra vivida pelo MPLA. Manuel Fonseca conta como viveu a Revolução em Angola — onde a mãe achou que ele tinha morrido.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Angola, analista político prevê que se Abel Chivukuvuku se aliar ao MPLA, será o seu fim político. Inocêncio de Brito, preso no conhecido processo dos "15 mais 2", comenta à DW o impacto do indulto presidencial no movimento cívico angolano. O MNE português apela a Venâncio Mondlane para que seja "um fator de estabilização e reconciliação nacional" ao regressar ao país na quinta-feira.
A violência pós-eleitoral continua a marcar a actualidade no continente africano. O Conselho Constitucional de Moçambique validou, esta segunda-feira, 23 de Dezembro, os resultados finais das eleições gerais de 9 de Outubro e proclamou o candidato apoiado pela Frelimo, Daniel Chapo, como vencedor nas presidenciais com 65,17%. A decisão, que não é passível de recurso, trouxe o caos às ruas do país, fazendo mais de 120 mortos nos confrontos entre manifestantes de polícia. Segundo o Conselho Constitucional, em segundo lugar ficou Venâncio Mondlane, do Podemos, com 24,19% dos votos, seguido de Ossufo Momade, da Renamo, com 6,62%, enquanto o líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, obteve 4,02%.Daniel Chapo garante que as vozes de todos foram ouvidas e apela ao “diálogo” para “superar as diferenças”. O candidato Frelimo diz ter chegado o momento de pensar “sobre a melhor forma de criar uma realidade democrática representativa da riqueza e diversidade do país” e tal deve ser feito com “calma e serenidade”. Acrescentando que é necessário a construção de uma “nova arquitectura democrática que responda às aspirações da sociedade”. “A todos os estratos sociais e, principalmente à juventude, aos militantes, simpatizantes, membros e apoiantes de todos os partidos políticos, asseguro que a vossa voz foi ouvida e vamos trabalhar durante esses dias. Que o nosso sistema eleitoral necessita de reformas profundas, todos nós concordamos. Precisamos construir uma nova arquitectura democrática que responda às aspirações da nossa sociedade e não apenas aos interesses partidários. Estou disposto a liderar este processo de reformas. Quero ainda aproveitar esta ocasião para dizer que chegou a hora de pensarmos, com calma e serenidade, sobre a melhor forma de criar uma realidade democrática que envolva os diversos actores que representam a riqueza e a diversidade do nosso país.Essa diversidade é a nossa força. O diálogo é a chave para superar as nossas diferenças”, disse.O candidato presidencial Venâncio Mondlane alerta que se avizinham “dias difíceis” para os moçambicanos, acrescentando que “ou a gente organiza o nosso país agora ou então nada feito”.A proclamação dos resultados eleitorais levou o caos às ruas em diversos pontos do país, com o registo de feridos a tiro e um rastro de destruição ainda por calcular.Mondlane, também nas redes sociais, reagiu à proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional de Moçambique. Alertou que “neste momento sério da nossa vida”, “virão dias difíceis”.“Este é um momento sério da nossa vida. Ou a gente organiza o nosso país agora ou então nada feito. Em Moçambique, o Conselho Constitucional é legal. Mas esta legalidade está a legalizar o roubo, a fraude, a humilhação do próprio povo. Chegou a hora! Temos que estar prontos! Moçambicanos temos que estar prontos!Virão dias difíceis, mas é de dias difíceis onde se faz também a melhor história. A história dos povos não é feita apenas de mar de rosas, não é feita apenas de momentos de felicidade, de gozos, de beijos. É feita também por momentos espinhosos, pedregosos. É feita por momentos difíceis.Mas a verdade é que a vitória está garantida para todos nós. E em todas as coisas que ocorrerem, fiquem a saber: sairemos sempre mais do que vencedores”, alertou.Os resultados das eleições gerais moçambicanas mostram, ainda, uma grande queda da Renamo, até agora maior partido da oposição. Ossufo Momade, Presidente da Renamo, fala “num retrocesso da democracia”, distancia-se dos resultados anunciados pelo Conselho Constitucional e promete mobilizar a população para sair à rua pela verdade eleitoral. Momade voltou a pedir "a anulação deste processo".“Este acórdão representa o desrespeito pelo povo. É um retrocesso para a nossa democracia. O partido Renamo não pode, de forma alguma, permitir que isso aconteça. O partido Renamo convocou esta conferência de imprensa para dizer que não reconhecemos os resultados, nem o suposto vencedor, muito menos números atribuídos ao seu partido. A Renamo entende que Moçambique merece um Governo legítimo, escolhido pelo povo e não por um grupinho de pessoas. A Renamo defende, sempre defendeu, a anulação deste processo.Estamos diante de uma situação intolerável. A decisão do Conselho Constitucional de validar e proclamar os resultados eleitorais, mesmo após a exposição de evidências contundentes de fraude, é um acto de traição à nação. Este órgão devia ser baluarte da justiça e da democracia. Tornou-se numa ferramenta de opressão e de desrespeito da verdade eleitoral. É inaceitável que um órgão que carrega a responsabilidade de zelar pela integridade do nosso sistema democrático ignore as denúncias de manipulação e corrupção. O Conselho Constitucional não falhou apenas na sua missão, mas tornou-se cúmplice de um processo que sufoca a voz e a vontade do povo”, denunciou.O candidato presidencial do MDM, Lutero Simango também não reconhece os resultados do escrutínio que dão vitória à Frelimo e ao seu candidato, Daniel Chapo. Simango ressalva que “Moçambique está em crise” e que a “anulação das eleições” “teria sido a decisão mais acertada” para “um ambiente de paz”.“Queremos dizer a todos os moçambicanos e moçambicanas que não concordamos com o acórdão que ontem foi pronunciado. Pelas mesmas razões que dissemos aquando do anúncio dos resultados feita pela CNE: discrepâncias, enchimento nas urnas, falsificação de editais, manipulação de resultados e má gestão do todo processo eleitoral em cadeia, desde o orçamento eleitoral até ao tratamento dos resultados expressos nas urnas. Não reconhecemos os resultados. Não se pode aceitar a fraude eleitoral. É por essa razão que o MDM sempre defendeu a anulação das eleições. E essa teria sido a decisão mais acertada para se poder criar não só um ambiente de paz, assim como buscar uma outra verdade eleitoral. Moçambique está em crise. Não podemos negar que a situação política que se vive no país hoje só espelha a crise”, defendeu.A proclamação dos resultados eleitorais pelo Conselho Constitucional trouxe o caos às ruas em diversos pontos do país, com feridos a tiro e um rastro de destruição, levando à fuga 1500 reclusos da cadeia Central de Maputo. As autoridades têm um discurso contraditório quanto aos responsáveis pela evasão da prisão. O comandante-geral da polícia Bernardino Rafael acusou os manifestantes de serem os responsáveis pela fuga de prisioneiros. Todavia, a ministra moçambicana da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, apresentou uma versão diferente dos factos, garantindo que “a rebelião começou no interior do estabelecimento prisional”.O candidato presidencial suportado pelo partido Podemos fala em “manipulação” e afirma que “foram os guardas que abriram as portas da cadeia”. Venâncio Mondlane denuncia ainda um plano macabro da Frelimo, responsabilizando o chefe de Estado Filipe Nyusi e o comandante-geral da polícia Bernardino Rafael.“Bernardino Rafael, o principal responsável disto, é um homem sanguinário, um assassino frio. Ele é que é responsável, juntamente com o comandante em chefe das Forças Armadas, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi. [Eles] combinaram isto porque sabiam que, no terreno, estavam a perder espaço para os manifestantes”, acusou.A tensão social está também a ter impacto no funcionamento do Hospital Central de Maputo que conta com apenas 60% do pessoal de saúde necessários. Há ainda o risco de começar a faltar comida para os pacientes internados na unidade hospitalar, alerta a diretora clínica substituta do HCM, Eugénia Macassa.“Os nossos fornecedores também não conseguem chegar à unidade sanitária. Não conseguimos ter os alimentos que precisamos para alimentar os nossos pacientes (…). Não há pacientes que ficam sem comida, mas corremos esse risco se não recebermos alimentos nas próximas horas”.A União Africana pediu uma “solução pacífica” para os confrontos pós-eleitorais em Moçambique. Declarações que traduzem uma certa impotência de uma comunidade internacional que está mais preocupada com os investimentos que tem no país, considera João Feijó, investigador do observatório do Meio rural em Maputo.“Os países da região, sobretudo a África do Sul, que depende fortemente das matérias primas que saem de Moçambique (…) Por outro lado, os países da região também estão com medo, nomeadamente os partidos dominantes que ainda estão no poder, o ANC, o ZANU-PF do Zimbabwe ou o MPLA de Angola estão com medo daquilo que podem ser os ventos de mudança de Moçambique que podem depois contagiar também a oposição nestes países”, admite.Também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, lançou um apelo aos líderes políticos do país, com o objetivo de acalmar as tensões, através do diálogo.De acordo com a plataforma eleitoral Decide, Mais de 120 pessoas foram mortas em dois dias de confrontos com as forças de segurança em Moçambique. A plataforma diz que a expansão de novos focos de protestos, saques e a agitação em cadeias causaram o aumento do número de óbitos, referindo que mais de 250 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro.
Sejam bem-vindos a mais uma Semana em África. A actualidade desta semana ficou marcada pela passagem do ciclone Chido por Moçambique, que deixou mais de 70 mortos e pelo menos 600 feridos nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, no norte do país. O ministro moçambicano da Indústria e Comércio, Silvino Moreno garantiu que o executivo está a trabalhar para providenciar ajuda às vítimas, garantindo que o governo conta com a solidariedade internacional. O distrito de Mecúfi, na província de Cabo Delgado, ponto de entrada deste ciclone em Moçambique, ficou irreconhecivel. Hélia Seda, gestora de projectos da ONG Helpo em Mecufi, diz que 100% da população do distrito ficou afectada e que ali falta tudo.No Malawi, as autoridades também dão conta de perto de duas dezenas de vítimas mortais devido à passagem do cilone Chido.Em Angola, o MPLA, partido no poder, reuniu até esta terça-feira o seu Congresso e, posteriormente, o Comité central, apostado no rejuvenescimento dos seus órgãos. Doravante o presidente do partido, e chefe de Estado cessante, João Lourenço, vai poder manter-se na liderança dessa força política.Angola registou também, esta semana, um novo caso de Mpox, na província do Uíge, no norte do país. Este é o primeiro caso fora da capital. As autoridades reforçaram, por isso, um plano de contingência junto à fronteira com a República Democrática do Congo.Na Guiné-Bisau, para o jurista e analista político guineense François Dias, não há dúvidas de que o fim do mandato presidencial de Umaro Sissoco Embalo é 27 de fevereiro próximo. Isto acontece numa altura em que o país vive uma crise política, que se aguzidou pelo facto do Presidente ter decidido dissolver o parlamento no passado mês de dezembro e formar um executivo de iniciativa presidencial.Recorde-se ainda que Umaro Sissoco Embaló decidiu adiar as legislativas que estavam marcadas para 24 de novembro. Entretanto, ainda não anunciou nova data, mas a oposição pede eleições presidenciais.
Nyusi pede fim da violência em Moçambique e o respeito pela decisão que o Constitucional vai anunciar na segunda-feira.Devido a incerteza sobre a validação dos resultados, turistas estão a cancelar reservas de alojamento em Moçambique.Governo moçambicano acaba de decretar dois dias de luto após 73 mortos pelo ciclone Chido.Mara Quiosa é a nova vice-presidente do MPLA.
Falta uma semana para o Natal, quadra festiva que este ano poderá sair mais cara ao bolso dos moçambicanos. Empresários portugueses estão tristes e preocupados com a atual e futura situação político-social em Moçambique. Em Nampula, o Gabinete Provincial de Combate à Corrupção deteve antigo diretor dos Serviços Provinciais de Infraestruturas por suspeita de branqueamento de capitais.
Venâncio Mondlane discutiu hoje a crise pós-eleitoral com os deputados do Parlamento Europeu.Organizações defensoras dos Direitos Humanos manifestam-se preocupadas com o envolvimento de crianças nos protestos.Em Angola, analistas dizem que João Lourenço sai com poder reforçado no Congresso no MPLA.
Venâncio Mondlane anuncia semana de luto em Moçambique, a começar na quinta-feira. Ciclone Chido faz 15 mortos no norte de Moçambique. João Lourenço quer mais jovens no bureau político do MPLA. E Governo alemão perdeu moção de confiança, abrindo portas para eleições antecipadas.
Moçambique: Termina hoje a quarta fase das manifestações pós-eleitorais. E Venâncio Mondlane promete tomar posse em janeiro de 2025. Transportadores fazem contas dos prejuízos das manifestações na área metropolitana de Maputo. Em Angola: MPLA celebra 68 anos de existência. O partido regista altos níveis de contestação pública diz analista. Mercenários europeus operam na RDC.
O Presidente dos EUA, Joe Biden, chega esta noite a Luanda. Analista político afirma que esta visita histórica é uma vitória política para João Lourenço. Presidente dos EUA visita, também pela primeira vez, Cabo Verde. Joe Biden será recebido já esta manhã na Ilha do Sal. Cabo Verde tem um novo figurino político autárquico. O partido no poder, Movimento pela Democracia, foi derrotado pelo PAICV.
A sociedade civil e o PODEMOS quer encontrar justiça internacional para crimes das autoridades contra cidadãos. Em Angola, analista político refere que a tarefa do novo líder da JMPLA, Justino Capapinha, não é fácil. As reações ao cessar-fogo entre Israel e Líbano. No futebol, terminou a 5ª jornada da Liga dos Campeões.
Ce matin, les journalistes et experts de RFI répondaient à vos questions sur le candidat pro-russe en Roumanie, les manifestations en Angola et les difficultés sportives rencontrées par le club Manchester City. COP29 : quel bilan pour les pays menacés par le changement climatique ? À l'issue de la COP29 à Bakou, les pays les plus développés ont promis une aide de 300 milliards de dollars aux pays les plus menacés par le dérèglement climatique. Pourquoi les pays vulnérables estiment-ils que cette somme ne soit pas suffisante ? Comment expliquer que la question des énergies fossiles n'est pas mentionnée dans les principaux textes de l'accord final ?Avec Simon Rozé, chef du service environnement-climat de RFI.Roumanie : un candidat pro-russe en tête du premier tour de la présidentielle En Roumanie, un candidat indépendant pro-russe, Calin Georgescu, est arrivé en tête du premier tour de la présidentielle. Comment expliquer la percée surprise de ce candidat peu connu ? Quelles sont ses chances de remporter la présidentielle ? Face à son soutien à la Russie, quels sont les risques pour l'Union européenne et pour l'OTAN s'il remporte l'élection ?Avec Romain Le Quiniou, directeur général d'Euro Créative, un centre de réflexion français sur l'Europe centrale et orientale. Angola : manifestations contre le parti au pouvoir L'Unita, principal parti d'opposition en Angola, a organisé des manifestations contre la pauvreté et la mauvaise gestion du gouvernement de João Lourenço. C'est le premier grand rassemblement depuis les élections contestées de 2022. Quelle est la situation actuelle dans le pays qui explique un tel rassemblement ? Comment réagit le parti au pouvoir, le MPLA ? Peut-il finir par céder à la pression de l'opposition ?Avec Didier Péclard, professeur de Science politique et études africaines à l'Université de Genève. Football : Manchester City dans une mauvaise passe Les Sky Blues ont enchaîné cinq défaites consécutives, toutes compétitions confondues. Une situation inédite pour le club anglais depuis l'arrivée de Pep Guardiola. Comment expliquer ces difficultés ? S'agit-il d'un problème d'effectif ou de tactique ? Comment l'entraîneur compte-t-il redresser la barre ?Avec Olivier Pron, journaliste au service des sports de RFI.
Moçambique: Quarta e última fase de contestação às eleições deve ser apresentada hoje por Venâncio Mondlane. Enviado especial da DW à Maputo traz as últimas informações. Em entrevista à DW, Fidel Terenciano diz que encontro entre Nyusi e "mentor espiritual" de Mondlane "não significa diálogo". Angola assinala 49 anos da sua independênca. E a Rádio Novela Learning By Ear - Aprender de ouvido.
Em Moçambique, arranca nova onda de protestos pós-eleições. Disponibilidade para dialogar com Venâncio Mondlane não passa de estratégia da FRELIMO, diz analista. Em Angola, número de representantes dos partidos na Comissão Nacional Eleitoral continua a gerar polémica.
Dia atípico em Moçambique: Decorre a paralisação convocada por Mondlane e a polícia não gostou de atitude dos políticos. Há relatos de restrições no uso das redes sociais em todo o país. Maputo está sob fortes medidas de segurança. Angola: Composição da CNE aprovada com votos favoráveis do MPLA.
Filipe Nyusi critica Venâncio Mondlane e lança indiretas à comunidade internacional. PODEMOS apresenta recurso no Conselho Constitucional alegando que Venâncio Mondlane ganhou as eleições presidenciais. Populares invadiram posto policial em Nampula, segundo a polícia local. Reina a incerteza na Guiné-Bissau sobre a realização das eleições legislativas marcadas para o dia 24 de novembro.
Moçambique é palco pelo segundo dia consecutivo de protestos e greve geral. Venâncio Mondlane rejeita resultados eleitorais que dão vitória a Daniel Chapo. Ainda em Moçambique, Fátima Mimbire critica o processo de votação e aponta irregularidades. Em Angola, Chivukuvuku participou ontem na Reunião do Conselho da República e falou sobre polémica que o envolve.
Órgãos eleitorais "continuam a favorecer a FRELIMO" e Moçambique "está longe de ser democrático", diz analista ouvido pela DW. Em Angola, possível ajuste dos estatutos do MPLA gera debate. Em entrevista exclusiva à DW, diretora-geral do FMI admite sub-representação de África na organização.
Angola: Presidente João Lourenço não pôs fim à política da bajulação no MPLA – está a se beneficiar dela? Em Moçambique, violência mancha as duas primeiras semanas da campanha eleitoral. E, na Tunísia, repressão a candidatos e migrantes ofusca a corrida eleitoral.
Arranca hoje em Pequim o Fórum de Cooperação China-África. Em Angola, o Presidente João Lourenço apelou, recentemente, aos militantes do MPLA para que denunciem atos de "nepotismo" nas promoções para altos cargos de direção no partido. Analista diz que se trata de um recado aos concorrentes. O impacto da vitória da extrema-direita em eleições regionais na Alemanha para eleições do próximo ano.