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Notícias e entrevistas sobre futebol, tênis, vôlei, Fórmula 1... Espaço aberto para a cobertura exclusiva dos grandes torneios franceses e europeus. Destaque para a atuação dos atletas brasileiros na Europa.

Rfi - Adriana Brandão


    • Jun 1, 2025 LATEST EPISODE
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    Após 12 anos em Paris, capitão Marquinhos chora com título da Champions e relembra dificuldades

    Play Episode Listen Later Jun 1, 2025 6:13


    Com uma atuação de gala, o Paris Saint-Germain goleou a Inter de Milão por 5 a 0, neste sábado (31), em Munique, e conquistou o título da Liga dos Campeões da Europa pela primeira vez em sua história. O time do técnico Luis Enrique mostrou sua força coletiva característica e não deu chances ao adversário. Foi a maior goleada em finais do torneio. Tiago Leme, de MuniqueEm sua 12ª temporada no PSG, o zagueiro brasileiro Marquinhos, capitão da equipe desde a saída de Thiago Silva em 2020, não escondeu a emoção e chorou após o apito final. Ele é o segundo jogador brasileiro a levantar a taça da Champions como capitão de um clube. O primeiro foi o ex-lateral Marcelo, pelo Real Madrid, em 2022.Após a final na Alemanha, Marquinhos relembrou as dificuldades vividas com o clube desde que chegou a Paris, em 2013. Mas, desta vez, o final foi feliz para o ídolo da torcida.“Acho que foi uma emoção que eu não consegui segurar, não consegui conter. Antes mesmo do apito final já estava muito difícil de segurar a emoção. Porque todos aqueles anos que eu passei aqui, os anos difíceis, muitas entrevistas que tive que dar para explicar o inexplicável, depois de uma derrota feia. Falhei em momentos também, tive culpa em alguns. Então, acho que tudo isso passou na minha cabeça naquele momento, por isso aquela emoção. Mas uma emoção muito boa, uma emoção de alegria”, afirmou o brasileiro.Decepções do passado até a glória em MuniqueAntes de conquistar o principal torneio do continente europeu neste sábado, o PSG acumulou algumas decepções. Na única final disputada anteriormente, em 2020, durante a pandemia de Covid-19, a equipe perdeu para o Bayern de Munique por 1 a 0, em Lisboa. Outras eliminações precoces também marcaram a trajetória do clube, como contra o Real Madrid nas oitavas de final em 2022, contra o Manchester United nas oitavas em 2019, e ao sofrer a virada histórica do Barcelona, também nas oitavas, em 2017.A nova geração brilha na finalApós a saída de estrelas do clube, como Neymar, Messi e Mbappé, os jovens jogadores do PSG brilharam mais uma vez na final contra o time italiano. O atacante Desiré Doué, de 19 anos, fez dois gols e deu uma assistência. Contratado no início desta temporada junto ao Rennes, ele foi eleito pela UEFA o melhor em campo na decisão.No primeiro tempo, aos 12 minutos, Hakimi abriu o placar após passe de Doué. Aos 20, Doué balançou as redes. Na segunda etapa, o jovem marcou seu segundo gol na noite, aos 18 minutos. O atacante georgiano Kvaratskhelia, reforço contratado no meio da temporada, ampliou aos 28. E o garoto Mayulu, que saiu do banco de reservas, fechou o placar aos 41 minutos: 5 a 0.Homenagem aos brasileiros que ficaram pelo caminhoJogador mais experiente da equipe, com 31 anos, Marquinhos elogiou os jovens e também relembrou nomes de jogadores brasileiros que atuaram pelo Paris, mas saíram sem conquistar o tão sonhado título.“Eu fico muito feliz, penso também em todos aqueles que passaram antes de mim, e jogaram comigo também. Grandes jogadores, Thiago (Silva), Ney (Neymar), Lucas (Moura), Maxwell, grandes jogadores que mereciam muito ganhar esse título, infelizmente não conseguiram com o Paris Saint-Germain. Então, eles merecem também, eles estão nessa história, foram eles também que fizeram esse clube crescer. Hoje é celebrar com todos os parisienses, celebrar todas aquelas pessoas que estiveram com a gente durante todos esses anos, é celebrar bastante, porque a gente merece”, disse o camisa cinco.PSG mira novos títulos: Mundial, Supercopa e maisDepois da comemoração neste fim de semana e dos jogos das seleções nacionais na sequência, o PSG ainda tem um compromisso importante neste mês de junho. A equipe francesa estreia no Mundial de Clubes, nos Estados Unidos, em 15 de junho, contra o Atlético de Madri, pelo Grupo B. Depois, enfrenta o Botafogo no dia 20 e encerra a primeira fase diante do Seattle Sounders, no dia 23. Com a conquista da Champions, o Paris também disputará o título da Supercopa da Europa, contra o Tottenham, campeão da Liga Europa, no dia 13 de agosto, em Udine, na Itália. No fim do ano, o time ainda terá a Copa Intercontinental pela frente, podendo enfrentar na final o vencedor da Libertadores de 2025.“Não é a linha de chegada”: ambição e futuroCom uma equipe jovem e média de 23 anos de idade, o Paris Saint-Germain tem um futuro promissor e vai em busca de mais troféus nas próximas competições.“Acho que agora é dar tempo ao tempo para saborear essa vitória. Mas hoje a gente mostrou a real capacidade dessa equipe. A gente tem um treinador que é muito exigente, que com certeza vai querer, quando tiver o próximo jogo, quem estiver em campo e disponível, vai ter que fazer o seu melhor. Então foi um treinador muito exigente que nos trouxe aqui”, disse Marquinhos, que completou.“Nesse momento a gente tem que festejar hoje e amanhã. Depois tem dois jogos com a seleção (contra Equador e Paraguai), jogos importantes. Depois, temos um Mundial de Clubes contra grandes clubes, que vão estar com certeza mais descansados que a gente. Mas o clube tem ambições grandes. Ganhamos a Champions, mas não é a linha de chegada. Eu acho que isso era um grande objetivo do clube, sem ser uma obsessão. A gente conseguiu e agora vamos continuar lutando pelos outros títulos que vão vir.”Neste domingo, a festa continua em Paris. Está previsto um desfile em carro aberto com os atletas na famosa avenida Champs-Élysées, seguido por um evento no estádio Parque dos Príncipes.

    Torneio de Roland-Garros começa em Paris com brasileiro no saibro e homenagem a Rafael Nadal

    Play Episode Listen Later May 25, 2025 5:40


    Começa neste domingo (25) a disputa pelas chaves principais de Roland-Garros. Segundo Grand Slam da temporada de tênis internacional, o torneio francês é o único disputado no saibro e reúne, até 8 de junho, 128 tenistas em cada chave de simples, tanto na masculina quanto na feminina.  Maria Paula Carvalho, de Roland-GarrosEstarão em quadra os grandes nomes do tênis mundial, como o sérvio Novak Djokovic – atual campeão olímpico dos jogos de Paris 2024 –, que sonha vencer o seu 25° torneio de Roland-Garros, e o bicampeão espanhol Carlos Alcaraz. Após vencer o aberto de Roma, no último dia 18 de maio, o espanhol diz estar confiante. "Tem sido uma ótima temporada de saibro até agora, estamos aqui no torneio mais importante e estou muito animado, relembrando as emoções do ano passado", disse o atleta no momento do sorteio de chaves do campeonato. "É ótimo sentir isso de novo. Minha confiança está muito alta", acrescentou Alcaraz. Brasil marca presença com três tenistasJoão Fonseca é o principal nome e o melhor ranqueado, na 65ª posição do ranking mundial da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Aos 18 anos, sensação do tênis mundial atualmente, o carioca tem conquistado resultados expressivos no circuito internacional. "[Sobre] Paris, a gente sempre ouve falar do Guga [Kuerten]. E foi o meu primeiro Grand Slam como juvenil, então eu acho esse torneio maravilhoso, o mais tradicional, o mais bonito e no saibro, que é a minha origem", disse aos jornalistas. "Paris realmente é diferente", reiterou.  Em sua estreia na chave principal do torneio francês, Fonseca vai enfrentar na primeira rodada o polonês Hubert Hurkacz em confronto inédito no circuito internacional. "O jogo contra o Hurkacz vai ser bem difícil, um jogador com quem eu nunca treinei, vai ser uma experiência nova. Ele é um jogador experiente no tour, não é a melhor superfície dele [saibro], mas é um jogador top 30, que já foi top 10 e então vai ser muito difícil", acredita o jovem carioca.A torcida mal pode esperar para vê-lo no torneio francês, que este ano espera receber 675 mil espectadores para quase 900 partidas. Daniela Campostrini, médica do Espírito Santo, veio conhecer o tradicional complexo esportivo, localizado na zona oeste de Paris. "É a minha primeira vez, estou achando incrível a organização", diz. "O Brasil está todo empolgado com o João Fonseca, já o compara com grandes atletas ganhadores de Grand Slam, o pessoal está empolgado", afirma. "Eu também adoro ver os jogos da Bia [Haddad]. Ela vem tendo umas quedas no rendimento, mas a gente tem esperança que ela vai superar", completa a torcedora.    Outro brasileiro na chave principal é Thiago Monteiro, atualmente na posição 93 do ranking. Ele estreia contra o tcheco Vit Kopriva, 85º. "É um jogo duro, como todos. O Kopriva vem num grande ano, primeira vez que ele está no top 100, e vai ser um jogo parelho", diz o atleta sobre o primeiro adversário.  "Sem dúvida a gente quer ir o mais longe possível, esse é sempre o objetivo. A gente vem se preparando bem apesar de não ter tido uma sequência de bons resultados nas últimas semanas, mas a gente sabe que no tênis um dia muda tudo, então tem que estar preparado para quando a oportunidade aparecer e conseguir agarrar e estar bem da melhor forma fisicamente", conta Thiago Monteiro.No feminino, Bia Haddad, 23ª do mundo, é a única representante brasileira. Ela começa a campanha diante da americana Hailey Baptiste, número 70 do ranking mundial.  A polonesa Iga Swiatek vai brigar pelo quinto título em Roland-Garros. E uma recompensa ainda maior. Este ano, a premiação aos vencedores do torneio vai ultrapassar os € 56 milhões (mais de R$ 369 milhões), um acréscimo de mais de 5% em comparação à edição de 2024. Nas duplas, o Brasil tem cinco representantes na disputa. Os principais nomes na competição são o mineiro Marcelo Melo e o gaúcho Rafael Matos.  Homenagem à NadalNeste domingo, Roland-Garros prestará uma homenagem ao tenista espanhol Rafael Nadal, vencedor 14 vezes em Paris e que se aposentou do esporte no ano passado. Em entrevista à RFI, a diretora do torneio, Amélie Mauresmo, guarda segredo sobre a cerimônia. "O pedido dele é de que seja algo simples, como Rafael Nadal sempre foi nos jogos e como se comportava com os torcedores", observa. "Ele não gosta de estar no centro da atenção, mas após a sua história em Roland-Garros, o seu torneio favorito, ele queria que a homenagem fosse aqui. Faremos algo simples e autêntico", revela.  Uma exposição dedicada a Nadal está em cartaz no Tenniseum, o museu do tênis de Roland-Garros. O público pode ver raquetes, tênis, fotografias e objetos que contam a trajetória do multicampeão. "É uma bela história no tênis, sobretudo aqui em Roland-Garros, a segunda casa dele. Ganhar 14 vezes é impressionante", avalia o canadense Carl Bernard. O turista disse ter ficado emocionado com o que viu. "Quero saber quem vai assumir o lugar de Nadal entre os mais jovens. Vai ser um bom momento, de fortes emoções", aposta.  Além de Nadal, dois tenistas franceses serão homenageados: Richard Gasquet, que vai se aposentar após sua última partida nesta edição, e Mary Pierce, a última francesa a vencer Roland-Garros, em 2000, cuja conquista completa 25 anos. Tribuna Concorde O torneio de Roland-Garros será transmitido para 220 países. Este ano, numa parceria entre a Federação Francesa de Tênis e a Cidade de Paris, a partir da quarta-feira (4), uma área de entretenimento gratuita será montada na Praça da Concórdia. Uma conquista que Amélie Mauresmo celebra. A "Tribuna Concorde é uma chance para turistas e parisienses aproveitarem a experiência de Roland-Garros", explica. "Eu estou muito contente. Eu queria um espaço em Paris onde as pessoas pudessem se reunir em torno de Roland-Garros, sem precisar vir até aqui e pagar ingresso. Haverá arquibancadas, lanches, animações, será uma festa fora de Roland-Garros e isso é uma ótima novidade", conclui.  O local terá capacidade para receber até 5 mil espectadores. Os visitantes poderão assistir às partidas em dois telões em arquibancadas ou espreguiçadeiras, no coração da capital, com DJs e apresentação dos troféus. 

    Após primeiro título, Splitter avalia trabalho como treinador do Paris Basketball

    Play Episode Listen Later May 18, 2025 5:30


    Competir em alto nível: esse é o foco de Tiago Splitter no comando do Paris Basketball. Mais do que isso, é uma mentalidade de quem sempre esteve acostumado a vencer quando era jogador, sendo o primeiro brasileiro campeão da NBA, a liga norte-americana de basquete, entre outros títulos conquistados na carreira. Renan Tolentino, em ParisAgora, em sua primeira temporada como treinador, ele almeja levar o time da capital francesa ao topo do basquete nacional e, quem sabe, da Europa em um futuro próximo.“Existem dois campeonatos principais que a gente joga: a Euroliga e a Liga Francesa. Na liga Europeia a gente jogou muito bem. Acho que, com o segundo menor orçamento da Euroliga, chegamos a jogar play-offs competindo e surpreendendo no nosso primeiro ano. Então, isso tem um valor enorme, essa foi a grande façanha até agora da nossa temporada. E na Liga Francesa, a gente está ali, (alternando) em primeiro, segundo. Mas, faz parte, estamos competindo. Daqui a pouco vem play-offs. Então, ainda é cedo para dar uma análise da Liga Francesa”, avaliou Splitter.O brasileiro lidera a parte esportiva de um projeto relativamente recente, mas com metas bem maduras e ambiciosas. O Paris Basketball foi fundado em 2018 com o objetivo de “devolver à cidade uma posição de destaque na modalidade” e “se tornar uma referência do basquete na França e na Europa”, como diz o próprio site do clube.Com Tiago no comando, o Paris avançou à fase de play-offs da Euroliga, o campeonato continental, sendo eliminado nas quartas de final para o Fenerbahçe, da Turquia. Na liga nacional, a equipe figura nas primeiras posições, alternando a liderança com Mônaco e Lyon, e também se classificou para o mata-mata.Esses resultados mostram que o trabalho de Splitter é consistente e, não por acaso, já rendeu frutos. No mês passado, a equipe venceu de forma inédita a Copa da França. Esse foi o primeiro título de Tiago como técnico. Apesar de reconhecer a conquista, o brasileiro espanta o comodismo e foca nos próximos objetivos.“Tudo que a gente está jogando agora, a gente quer ganhar. A gente ganhou a Copa da França (...) obviamente estamos contentes com o resultado, mas agora estamos pensando na Liga Francesa", explica Tiago Splitter, técnico do Paris.O reconhecimento também já veio individualmente. Durante a temporada regular da Euroliga, Tiago Splitter foi eleito o melhor técnico do primeiro turno. Pequenas conquistas que se somam a outras maiores de uma carreira vitoriosa, como recorda o brasileiro, elegendo os principais momentos de sua trajetória dentro do basquete.“Bom, acho que dois são fáceis: ter jogado as Olimpíadas em Londres e ter sido campeão da NBA (em 2014, com o San Antonio Spurs), que foi um grande momento da minha carreira. (O terceiro) talvez como técnico, também participando das Olimpíadas aqui em Paris. São esses os três momentos do ápice da minha carreira”, recorda o brasileiro.Do garrafão para a beira da quadraAcostumado a ajudar sua equipe dentro do garrafão quando era jogador, o ex-pivô de 2,11 metros aponta os principais desafios deste começo de carreira à beira da quadra.“É bem diferente, apesar de ser o mesmo esporte. Agora eu tenho que tentar passar o que eu sei para os jogadores, ser um professor de basquete, mais do que estar na quadra, jogar e se divertir. Agora, tem um outro tipo de desafio pela frente. É o que eu sempre falo, eu gosto de competir. Mas antes, jogando, e agora ensinando os garotos a jogar basquete”, explica o ex-atleta.Entre os jogadores do elenco do Paris, o ala norte-americano Tyson Ward comprova a eficácia dos ensinamentos do professor Tiago Splitter e projeta um futuro promissor para ele."Ele é alguém em quem você pode confiar e apoiar até o fim, independente da circunstância. Ele é um cara inteligente, posso dizer que ele sabe lidar com os jogadores. Seu trabalho está funcionando. Acho que está mostrando isso este ano e vai continuar mostrando no futuro também", conclui Tyson.Os play-offs do campeonato francês de basquete começam no dia 26 deste mês. Com a taça da Copa da França em mãos, Tiago Splitter e o Paris se concentram agora no título da liga, competindo em alto nível, jogo a jogo, como gosta o técnico brasileiro.

    “PSG sabe suportar pressão”, avalia jornalista francês sobre a equipe finalista da Liga dos Campeões

    Play Episode Listen Later May 11, 2025 7:20


    Próxima parada: Munique. É lá, em terras alemãs, que o Paris Saint-Germain vai em busca do seu primeiro título da Liga dos Campeões da Uefa. Esta semana, o clube francês garantiu o passaporte para a grande decisão ao derrotar o Arsenal, da Inglaterra, por 2 a 1, jogando em casa no Parque dos Príncipes. Renan Tolentino, em ParisEm 55 anos de história, esta é a segunda vez que o PSG chega à final da principal competição europeia. O capitão do time, o zagueiro brasileiro Marquinhos, celebrou o feito histórico em entrevista para a emissora francesa Canal+. “É uma grande emoção. Creio que o clube fez por merecer isso, fez um bom trabalho. Nossa trajetória foi dura e longa, com confrontos muito difíceis. Agora que a ficha caiu, temos que desfrutar ao máximo, daqui até a final, se preparar da melhor maneira”, celebrou em francês.“Nosso trabalho foi feito para chegar à final, mas não está terminado, a gente quer mais, a gente quer muito buscar esse título. Temos que desfrutar deste momento, desta classificação, porque foi muito difícil, e se preparar bem para a decisão”, reforçou o brasileiro.Símbolo desta atual fase do PSG, Marquinhos é um dos poucos remanescentes do elenco vice-campeão, após derrota para o Bayern de Munique em 2020, em plena pandemia. A equipe parisiense ainda contava com Neymar e Mbappé no ataque, responsáveis por levarem o clube à sua primeira final.Evolução e resiliênciaNaquela ocasião, o adversário alemão era o time a ser batido. Desta vez, o cenário é diferente na opinião de Loïc Tanzi, que cobre o PSG para o diário esportivo francês L'Equipe. Em entrevista à RFI, o setorista aponta que o Paris chega com um ligeiro favoritismo em relação à Inter de Milão.“O PSG tem uma grande chance. Acredito que o clube provou ser melhor do que a Inter de Milão durante a temporada, apesar de estarmos falando de um time acostumado a jogar este tipo de competição. A Inter jogou a final há dois anos, é uma equipe mais experiente na Liga, montada ao longo de cinco anos para ganhar novamente o torneio, os jogadores se conhecem bem. Mas eu não diria que a Inter é favorita. Eles têm um grande elenco, mas acredito que não têm a mesma ambição do PSG”, avalia o jornalista.Apesar da boa temporada, para chegar à final da Champions o clube francês percorreu um caminho tortuoso. Na primeira fase, se classificou em 15°, garantindo a vaga para os play-offs apenas da última rodada. No mata-mata, iniciou sua caminhada eliminando o modesto Brest, também da França, sem dificuldades. Mas a facilidade parou por aí, porque depois foram só duelos equilibrados contra três equipes inglesas. Nas oitavas, diante do Liverpool, teve que buscar a classificação nos pênaltis, fora de casa.Nas quartas, sofreu para passar pelo Aston Villa. E, por fim, superou o Arsenal na semifinal. Para Tanzi, a resiliência é justamente uma das características mais fortes deste elenco.“A sensação é de que, mesmo sob pressão, esse elenco do Paris não entra em pânico. Tenta manter a cabeça fria e jogar unido", diz Loïc Tanzi do L'Equipe.“O PSG fez uma grande partida de volta. Mesmo tendo sofrido, mereceu essa vitória (...) Acredito inclusive que este confronto com o Arsenal mostrou que o PSG sabe suportar a pressão. Não era assim no começo da temporada. Então, acredito que a equipe evoluiu neste aspecto. É um PSG que avança à final com plena confiança e que merece estar na decisão (...) É um Paris Saint-Germain que evoluiu diante deste tipo de situação, porque antes, ao encarar pressões assim, como no duelo com o Arsenal, talvez poderia perder o controle”, conclui o setorista."Hoje estamos mais fortes"O português Nuno Mendes, lateral-esquerdo do PSG, faz uma análise semelhante à do jornalista francês. Titular contra o Arsenal na última quarta-feira (7), o jogador acredita que o time evoluiu ao longo da temporada, principalmente após o fim da primeira fase da Champions.“Foi um momento difícil no início, mas conseguimos ter uma boa comunhão, uma boa equipe, uma família dentro de campo. Acho que isso foi o mais importante para que pudéssemos dar a volta por cima. Hoje estamos mais fortes e mais juntos que no início da temporada. Acho que é um bom presente para nós estarmos na final da Liga dos Campeões e agora poder ganhar lá (em Munique)”, disse o português.“Nunca joguei uma final de Champions League, mas acho que vai ser um grande jogo. Esperamos que possamos sair de lá com uma vitória”, projeta Nuno Mendes.A decisão da Liga dos Campeões entre PSG e Inter de Milão está marcada para o dia 31 de maio, às 16h (horário de Brasília) no estádio Allianz Arena, em Munique, na Alemanha.Donos de três títulos, os italianos colocam à prova sua tradição na Champions. Do lado francês, o PSG aposta na força do grupo e no bom momento de Dembélé para conquistar sua tão sonhada primeira taça. Neste cenário imprevisível, quem ganha é o futebol.

    Atual campeão e favorito, Brasil mira o hepta na Copa do Mundo de Futebol de Areia

    Play Episode Listen Later May 4, 2025 6:05


    Em busca do heptacampeonato! Assim chega o Brasil para a Copa do Mundo de Futebol de Areia, disputada neste mês de maio, no arquipélago das ilhas Seychelles, na costa leste da África. Apontada como uma das favoritas, a seleção chegou com o moral lá em cima, já que venceu a última edição do torneio, no ano passado. Renan Tolentino, em ParisO Brasil estreou no torneio na sexta (2) com o pé direito, vencendo El Salvador por 3 a 1. Para tentar conquistar a sétima estrela, o Brasil manteve a base campeã em 2024, em Dubai, com oito atletas entre os 12 convocados pelo técnico Marco Octavio. Mas conta também com o retorno de alguns nomes experientes, como o pivô Lucão, autor de um gol na estreia, vencedor do mundial com a seleção em 2017. O jogador reconhece o favoritismo da equipe, mas afasta qualquer tipo de pressão.“A preparação foi uma das melhores que eu já tive oportunidade de participar. A CBF deu condições plenas para a gente durante 20 dias se preparar no Rio, em Copacabana. Tenho certeza que vamos fazer um belo Mundial", disse Lucão à RFI.Para o pivô, chegar nas Seychelles como favoritos é natural e não acrescenta pressão ao grupo. "Eu acho que esse torneio vai ser muito importante para gente continuar essa caminhada”, aponta Lucão, destacando que os jogadores estão tranquilos.O Mundial de Futebol de Areia começou na última quinta-feira, 1° de maio, e vai até o próximo domingo, dia 11, em Vitória, capital de Seychelles. Ao todo, 16 equipes disputam a competição, divididas em quatro chaves. O Brasil está no grupo D, ao lado de El Salvador, Omã e Itália, que foi vice-campeã em 2024, perdendo a final justamente para a seleção brasileira.“É um grupo bem forte. A Itália chegou à final no ano passado, em 2024, contra o Brasil. Omã é um adversário que a gente já enfrentou umas três ou quatro vezes. El Salvador a gente conhece um pouco também. Eles têm uma escola sólida, um time muito bom”, avalia Lucão.Na estreia contra El Salvador, Lucão deixou sua pegada na areia com um gol; completaram o placar Rodrigo e Thanger, de bicicleta. Heber Ramos descontou para o time adversário. A seleção foca agora na Itália, próximo oponente.“A Itália está se renovando, com novos jogadores, e acho que eles estão fazendo um belo trabalho também. Na minha visão é uma das favoritas para o Mundial, mas espero que o Brasil chegue bem para esse segundo jogo e ganhe”, projeta o pivô.Campeão no esporte e na vida Aos 33 anos e com uma carreira vitoriosa, o jogador olha para trás com carinho e motivado para colocar a sua experiência a serviço da seleção brasileira, dentro e fora da quadra de areia.“O ano de 2017 foi mágico para a seleção. Voltamos a ser campeões, ainda mais com o penta”, Lucão, pivô do Brasil.Para alcançar o sucesso no esporte, Lucão teve que driblar muitos adversários duros na vida. Antes de se tornar jogador profissional aos 20 anos, ele trilhou caminhos tortuosos, chegando a ser atraído pela criminalidade na adolescência. Foi justamente no futebol de areia que ele encontrou uma saída.“Minha trajetória foi difícil. Meu pai não me registrou e perdi ele com cinco ou seis anos, não me lembro muito bem. Também perdi minha mãe precocemente, aos 18 anos. Com 19, eu fazia muita besteira, tinha uma vida difícil, e onde eu morava a única oportunidade que eu via era entrar no caminho errado. Mas, graças a Deus, eu tive cabeça e mudei de vida com o beach soccer, que me proporcionou bastante coisa, me ensinou muito. Fui feliz em seguir o caminho do esporte, que me abriu várias portas e sou muito agradecido ao beach soccer”, recorda.A vida do carioca mudou completamente quando duas lendas do futebol de areia cruzaram seu caminho nas praias do Rio de Janeiro: Júnior Negão e Benjamin, ex-jogadores da seleção brasileira.“Quem foi meu espelho quando eu era moleque foi o Benjamin, que me deu treino quando eu era garoto e não tinha expectativa nenhuma, só ia para treinar como diversão”, relembra Lucão.“Quando eu já tinha 19 para 20 anos, participei de um jogo em Copacabana e o Júnior Negão estava lá (como olheiro). Fiz dois gols na final, ele gostou e me chamou para jogar no Vasco. Sou muito grato a ele, pela oportunidade e pela minha vida também”, conta o jogador.Reencontro com a ItáliaO Brasil de Lucão e companhia encara a Itália neste domingo, às 12h (de Brasília), pela segunda rodada do grupo D. A partida será na Paradise Arena, em Vitória, capital de Seychelles. A torcida é para que o jogador e a seleção possam repetir os feitos dos anos anteriores e levar o hepta para casa.“O torcedor brasileiro pode esperar que a gente chegue bem para esse Mundial, bem preparado, com a cabeça no lugar. Todos bem-dispostos para fazer o nosso melhor”, conclui o pivô.

    Emerson Fittipaldi é homenageado em circuito francês que já recebeu a Fórmula 1

    Play Episode Listen Later Apr 27, 2025 6:02


    O brasileiro bicampeão mundial de Fórmula 1 recebeu uma homenagem durante o evento Classic Days, que aconteceu neste sábado (26) no autódromo de Magny-Cours, a pouco mais de 250 quilômetros ao sul de Paris. Emerson foi convidado para voltar a acelerar o carro da equipe Fittipaldi que disputou o mundial de 1980. Marcio Arruda, da RFIO brasileiro de 78 anos, que competiu na Fórmula 1 de 1970 a 1980, deu uma volta na pista francesa e foi ovacionado pelo público que estava nas arquibancadas. O bicampeão mundial (1972 e 1974) lembrou que esta foi a primeira vez que ele guiou um carro no autódromo de Magny-Cours, que recebeu a Fórmula 1 de 1991 até 2008.O brasileiro ficou lisonjeado com a homenagem na França. “Eu estou feliz em vir aqui em Magny-Cours, bem no centro da França, e ser homenageado. É uma festa muito parecida com Goodwood”, afirmou Fittipaldi, que se lembrou do evento que acontece todos os anos na Inglaterra desde 1993.Brasileiro na Fórmula 1No circuito francês, o bicampeão mundial falou de Fórmula 1 e sobre o brasileiro Gabriel Bortoleto, que estreou na categoria nesta temporada. “Eu acho que é um ano de transição e aprendizado para o Gabriel. Eu conheço bem a equipe Sauber e sei que tem gente muito séria trabalhando lá. Charles Leclerc e Felipe Massa estrearam na F1 com a Sauber, da mesma forma que o Bortoleto está começando. Eu vejo o Gabriel com um futuro excelente na Fórmula 1”, disse Emerson.Não é só Gabriel Bortoleto que enche de esperança o coração de Fittipaldi. O brasileiro, que foi campeão da Indy em 1989 e duas vezes vencedor das lendárias 500 Milhas de Indianápolis (1989 e 1993), ressaltou que a nova geração de pilotos brasileiros tem chance de chegar à Fórmula 1. “É espetacular ver o Brasil tendo novamente a chance de ter outros pilotos na categoria. Meu filho Emmo, que já compete aqui na Europa, está muito motivado para ser o próximo Fittipaldi na F1. É um projeto difícil, mas temos esperança. O Rafael Câmara é outro piloto excepcional. Eu acompanho esse jovem desde que ele começou no kart. Hoje, ele é o líder do campeonato de Fórmula 3. Sem dúvida, está chegando uma molecada muito boa”, opinou Emerson.McLaren vai precisar definir quem é quemFittipaldi, que conquistou o seu segundo título pela equipe McLaren em 1974, afirmou que a escuderia inglesa é a favorita nesta temporada e poderá transformar um de seus pilotos no novo campeão mundial ao final deste ano. O brasileiro se mostrou animado com o atual campeonato da Fórmula 1. Mas fez um alerta para a melhor equipe do grid. “Eu acho correta a política implementada pelo Zak Brown [CEO da equipe] na McLaren. É o máximo ver a luta em pé de igualdade entre Oscar Piastri e Lando Norris [os dois são pilotos da McLaren]. Mas vai chegar um momento que o Zak vai ter de escolher quem vai brigar pelo título, já que a história da Fórmula 1 mostra que já houve casos em que os dois pilotos da mesma equipe brigaram pelo campeonato e o título acabou nas mãos de outro piloto de outra escuderia”, lembrou Emerson.Em 2007, a dupla da McLaren era formada por Fernando Alonso e Lewis Hamilton e os dois perderam o título para Kimi Raikkonen, da Ferrari. Em 1986, Nelson Piquet e Nigel Mansell não se entenderam na Williams e o troféu ficou com Alain Prost, então piloto da McLaren.O Classic Days é organizado desde 2008 e a cada ano atrai uma multidão de fãs de automobilismo e saudosistas dos anos 1970, 80 e 90 da Fórmula 1. A edição deste ano reuniu, além de dezenas de carros de competição de outras categorias, cerca de vinte modelos antigos de F1. Os destaques foram duas Lotus e dois Fittipaldi que foram guiados por Emerson.

    "A França me abraçou", diz única atleta brasileira a jogar na primeira divisão da liga francesa de rugby

    Play Episode Listen Later Apr 20, 2025 8:19


    No país do futebol, ela escolheu o rugby, esporte que mudaria a sua vida. Nascida em Fortaleza, Taís Prioste é a primeira atleta brasileira na história a atuar na primeira divisão da liga francesa de rugby. A RFI conversou com a jogadora do Bobigny, time que treina nos arredores de Paris. Ela conta sobre a adaptação na França e o sonho de disputar a Copa do Mundo feminina pelo Brasil.    Taís Prioste vem de origem humilde, sendo a caçula de sete irmãos. Seu pai era mestre de obras, a mãe gerente de reciclagem e desde cedo ela já tinha a consciência da importância de trabalhar e ajudar a família.Foi graças ao convite de uma amiga que Taís começou a treinar rugby, aos 22 anos. Através do esporte, ganhou bolsa de estudos integral na universidade e começou a competir no Campeonato Brasileiro Universitário. A partir dali, passou a se dedicar totalmente ao esporte. Dois anos depois, foi contratada para defender o Montpellier, na cidade considerada a capital do rugby na França. Em 2024, defendeu o Western Force, da Austrália, outro país com tradição no esporte. E no segundo semestre do ano passado, foi contratada pelo Bobigny, nos arredores de Paris.  "A minha adaptação está sendo a melhor possível, de uma maneira leve", diz a atleta. "Estou conseguindo me comunicar com mais fluência, isso me ajuda a entender as coisas dentro e fora do campo, nas comunicações em geral. E está sendo incrível jogar rugby aqui. O nosso futebol, aqui para eles é o rugby", explica Taís sobre a paixão dos franceses pela modalidade. "Em 2023, eu joguei pelo Montpellier. Fica no sul da França, mais perto das praias. Mas aqui, a gente tem uma diversidade cultural muito grande. Então, está sendo muito incrível. A França em si me abraçou, mas esse clube tem algo diferente. A gente dá muito as mãos para se ajudar", afirma.  A rotina é puxada, com treinos físicos e de campo todos os dias. Ela conta que no tempo livre gosta de viajar e passear pela capital francesa. "Além do sonho de jogar rugby aqui na França, na Europa, todos os países estão pertinho. Dá para visitar tudo... Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, esses monumentos que a gente sonha em conhecer. Eu gosto de passear, de viajar para outros países, então é algo muito legal", disse em entrevista à RFI Brasil.  Um dos esportes preferidos dos francesesDe acordo com uma pesquisa, o rugby é o esporte preferido de 39% dos franceses, sendo o segundo mais popular do país, depois do futebol. "Então, é muito gratificante e, ao mesmo tempo, você tem mais responsabilidade, porque o campeonato francês tem um nível muito alto, um nível muito puxado para quem nunca pisou aqui, quem nunca viveu", observa. Impulsionado pela medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, o rugby sevens está experimentando um crescimento excepcional na França. O rugby feminino também está atraindo interesse crescente, uma tendência encorajadora, à medida em que a Copa do Mundo Feminina de 2025 se aproxima. Os franceses também se identificam com os valores transmitidos pelo rugby, como competição, desempenho, dinamismo, respeito, comprometimento e solidariedade. Esses seis valores representam o que o rugby busca promover: desempenho esportivo aliado ao comprometimento social. "O rugby francês está sendo um divisor de águas", analisa Taís Prioste. "Em 2024, teve as Olimpíadas, em 2023 teve a Copa do Mundo masculina aqui. Então, eu pude pegar um pouco dessa energia da Copa do Mundo e foi algo surreal", conta. "Antes, eu era muito fã de futebol, agora eu sou muito fã de rugby. Então, imagina você ter uma admiração enorme pelo seu time: sou eu hoje em dia com o rugby", compara.  "Focada"A RFI também conversou com Renaud Torri, um dos técnicos do Bobigny. Ele fala sobre as qualidades da atleta brasileira. "A Taís é muito profissional. Ela chega antes do treino, faz o treino que precisa na academia, faz os aquecimentos sozinha, é muito focada", destaca. "Ela traz a cultura do alto rendimento, do alto nível para o clube. Ela é uma jogadora muito poderosa, muito forte. E fora do campo, é uma menina muito agradável, ela traz muita alegria para o grupo", continua. O treinador ainda analisa o que significa para uma estrangeira jogar no rugby francês. "Para mim, significa que se você é boa e se você se dedica, você consegue as coisas. Porém, acho que é mais difícil se você nasce no Brasil do que se nasce na França. E até na França, se você nasce no Sul vai ser mais fácil, porque é uma terra de rugby, do que onde estamos, em Bobigny", explica. Enfrentar a França Outra curiosidade na carreira de Taís é que, no Brasil, é comum que as principais atletas de rugby se dediquem à modalidade sevens, que integra o programa dos Jogos Olímpicos. Porém, Taís preferiu competir exclusivamente na modalidade XV, considerada a mais tradicional do esporte.Pelo currículo internacional, Taís Prioste é considerada uma das principais jogadoras da Seleção Brasileira de rugby XV e foi peça fundamental na classificação inédita das Yaras, como são conhecidas, para a Copa do Mundo Feminina deste ano, na Inglaterra. O evento acontecerá de 22 de agosto a 27 de setembro e pela primeira vez na história terá a participação de uma seleção da América do Sul. O Brasil conquistou a vaga após vencer a Colômbia nas eliminatórias.O Brasil está no grupo D, ao lado de África do Sul, Itália e França. "As minhas expectativas estão lá em cima", diz a jogadora. "Apesar do Brasil estar debutando no Mundial, vai ser o maior desafio de todos os tempos", acrescenta. "Mas eu acredito muito no trabalho duro que o grupo está fazendo como equipe. Nós tivemos muitos amistosos até agora e ainda tem mais alguns por vir antes da Copa. Dá um pouquinho de nervoso, mas a gente acredita no trabalho de todos os envolvidos e do nosso treinador Emiliano. Mas a trajetória até aqui não foi fácil", aponta. Perguntada sobre o fato de competir contra a França, país que a acolheu, ela garante que o coração é verde e amarelo. "Nessa hora, você é muito brasileira, porque a gente sabe que o Brasil tem muito a evoluir. Ele não tem uma tradição do rugby como a França. Então é um gostinho mais especial. Dizer que eu estive na Copa do Mundo pelo Brasil, é o sonho mais alto", revela.  O clube de Taís ficou orgulhoso com a convocação. "A gente está muito feliz, a gente tem muito orgulho disso", afirma o técnico Renaud Torri. "Nós temos meninas de vários países no clube, tem argentina, tem a Taís que é brasileira, tem italiana, tem holandesa, tem espanhola e a gente tenta fazer o melhor para elas conseguirem a seleção nacional", completa. Porém, Torri sabe que vencer da França será difícil. "O rugby não é como o futebol, em que todo mundo pode ganhar de todo mundo, e num jogo tudo pode acontecer. No rugby é mais difícil", explica. "Acho que o Brasil pode dar trabalho para a França, mas ganhar eu acho muito complicado. As meninas da Seleção Francesa são todas profissionais e a competição é desequilibrada com as condições de treino", continua.    Mensagem a outros atletasSatisfeita de suas conquistas na França, será que Taís tem saudades de casa? "Desde o momento que eu saí de Fortaleza, em todos os cantos do mundo, eu tenho saudade", confessa. "Tem recordações de momentos bons. Mas, ao mesmo tempo, eu penso que é uma causa maior. É por mim. É uma visão de vida, porque o esporte mudou a minha vida. Ele abriu as portas, literalmente", comemora.A cearense deixa uma mensagem para as meninas que sonham com uma carreira de sucesso no esporte. "Eu diria que acreditem no seu trabalho, que o trabalho duro compensa o talento", afirma. "Ele abre portas. Foi assim que eu cheguei aqui, trabalhando duro, mostrando o que eu queria todos os dias e nunca parei", finaliza.

    "Favoritismo não faz sentido": treinador do PSG descarta vantagem após vitória sobre Aston Villa

    Play Episode Listen Later Apr 13, 2025 6:34


    A vitória do Paris Saint-Germain (PSG) sobre o Aston Villa por 3 a 1, no jogo de ida das quartas de final da Liga dos Campeões, deixou o time francês em uma posição confortável para avançar à semifinal. No entanto, o treinador da equipe, Luis Enrique, descarta o favoritismo da equipe, apesar da ampla vantagem. O jogo da última quarta-feira (9) no estádio Parque dos Príncipes confirmou a boa fase da equipe treinada pelo espanhol.Depois de eliminar nas oitavas, de maneira até surpreendente, o Liverpool, na casa do adversário, o PSG tinha pela frente outro time inglês perigoso. Mas com a bola rolando, a estratégia do Aston Villa ficou muito clara desde o início: jogar com um bloco defensivo sólido e apostar nos contra-ataques. E deu certo, pelo menos em um primeiro momento. Com um erro do lateral esquerdo português Nuno Mendes, o Aston Villa puxou um contra-ataque rápido e Rogers abriu o placar.Na área VIP das arquibancadas, o príncipe William, que veio de Londres com seu filho mais velho torcer para o time inglês, vibrou muito, cena que viralizou nas redes sociais. Torcedor do Aston Villa, o primeiro na sucessão do trono britânico explicou em entrevistas que fez questão de trazer George, de 11 anos, para viver uma experiência única, longe do país natal, e claro, transmitir sua paixão pelo esporte.Mas a alegria do príncipe William, durou pouco. O PSG empatou logo na sequência, com um belo chute do atacante Doué, uma das revelações do time nesta temporada.A virada veio no segundo tempo, com um belo chute do georgiano Kvaratskhelia, eleito o melhor em campo. Nos acréscimos, o lateral Nunes Mendes se redimiu e, num belo gol, decretou a goleada.O zagueiro, de 22 anos, que tem sido um dos destaques da equipe nesta temporada, celebrou também a força e união do elenco, que já tinha conquistado por antecipação no final de semana o título de campeão francês.“É uma equipe jovem, mas cheia de ambição, que dá tudo dentro de campo. Temos um bom coletivo e dá para ver isso dentro de campo. Somos muito unidos”, afirma.Outro jogador português da equipe, o meio campista Vitinha, também comentou a boa fase do PSG e destacou a solidariedade da equipe. “Temos um grande coletivo. Todos atacam e todos defendem. Assim tudo fica mais fácil. É importante continuarmos assim, pois isso pode nos levar muito longe”.A satisfação dos jogadores do PSG contrasta com a frustração do time inglês, que veio a Paris em busca de um resultado e voltou para casa com uma missão agora bem mais difícil.Ex-jogador do Paris Saint-Germain, o lateral esquerdo do Aston Villa, o francês Lucas Digne, analisou com muita frieza a partida. Ele reconheceu a superioridade do time adversário, e admitiu que o time inglês veio para se defender e jogar no contra-ataque.“Esse era o nosso plano de jogo. No início, conseguimos abrir o placar, o que era praticamente a coisa mais difícil de fazer. Mas, é verdade que enfrentamos uma grande equipe, temos de admitir, e eles tiveram algumas ações brilhantes, como o chute de Désiré Doué, que foi incrível. Agora, cabe a nós revertermos a situação no jogo de volta", declarou Digne. Euforia e prudênciaA vitória trouxe euforia para a torcida e para a imprensa esportiva francesa. "Golpe de gênios", foi a manchete escolhida pelo L'Équipe para comentar a vitória conquistada por três golaços.Foi uma "noite de artistas, com dribles inspirados e jogadas geniais", principalmente de Desiré Doué e Kvaratskhelia, comemorou o jornal, otimista com o resultado e com a vantagem adquirida com o placar elástico, que deveria, em tese, tranquilizar o clube, já que o time pode perder até com um gol de diferença para se classificar par a semifinal.Mas o treinador da equipe, o experiente Luis Enrique, que tem no seu currículo a famosa "remontada" do Barcelona contra o PSG por 6 a 1, quando era técnico do time espanhol, é prudente. Ele evita a todo custo usar o termo favorito, apesar da grande vantagem que o PSG tem diante do adversário na próxima terça-feira, no jogo que será disputado em Birmingham, a casa do Aston Villa.“Todos concordamos que o tema do favoritismo não faz muito sentido nesta competição. O que isso significa? Não importa o resultado, não importa se ganhamos, empatamos ou perdemos. Nosso objetivo em Birmingham é claro: tentar ganhar o jogo", diz o treinador.Luis Enrique se referia à dura derrota de 2 a 1 do alemão Bayern de Munique, surpreendido em casa pela Inter de Milão, e também pelo resultado sofrido pelo Real Madrid contra o Arsenal, goleada de 3 a 0.O vencedor desse confronto entre o time espanhol e a equipe inglesa, irá enfrentar na semifinal o PSG ou o Aston Villa.A outra vaga na semi será definida após os confrontos entre a Inter de Milão e o Bayern e Barcelona contra o Borussia Dortmund. Com a vitória de 4 a 0 no jogo de ida, só uma catástrofe em Dortmund tira o Barça da semifinal da Liga dos Campeões. Os jogos serão disputados nas próximas terça (15) e quarta-feira (16).

    De olho no Mundial, brasileiras participam da primeira etapa da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica

    Play Episode Listen Later Apr 6, 2025 6:32


    A etapa de Sófia, na Bulgária, abre a temporada da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica, reunindo as melhores atletas do circuito mundial. As brasileiras Maria Eduarda Alexandre e Geovanna dos Santos, conhecida como Jojô, participaram da competição como parte da preparação para o Mundial de agosto, que será realizado pela primeira vez no Brasil. Durante três dias, de sexta-feira (4) até domingo (6), a capital búlgara foi palco da abertura da temporada da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica. Solange Paludo, treinadora de Maria Eduarda, destacou a importância da participação das brasileiras na competição e os treinamentos realizados na Bulgária, país com grande tradição na modalidade. "Tenho grande admiração pela escola búlgara por diferentes fatores: o manejo do aparelho, coreografias bem elaboradas, técnica corporal. É um combo de experiências que aprendemos aqui para levar para o nosso dia a dia", destaca. Solange também comentou sobre os desafios do início das competições internacionais de alto nível. "A primeira competição do ano sempre é mais tensa. Essa Copa do Mundo veio para nos auxiliar em questão de estratégia, de coreografias para nos ajudar para as próximas etapas, pegando força e trabalhando a mente em harmonia para ter bom resultado no Mundial." Maria Eduarda Alexandre, catarinense que conquistou quatro medalhas individuais nos Jogos Pan-Americanos de 2024, garantiu seu lugar na final da competição de fita, em Sófia, com o terceiro lugar nas etapas de classificação. Ela destacou os desafios que representam as novas regras e códigos estabelecidos pela Federação Internacional de Ginástica Rítmica.A partir deste ciclo, a música ganha mais importância nas apresentações e qualquer falha técnica pode comprometer a pontuação das competidoras. "Com as mudanças e os novos códigos, é uma oportunidade de testarmos as novas coreografias", comentou Maria Eduarda.'Estar 110% para o Mundial' Além da competição, a equipe brasileira realizou treinamentos com profissionais reconhecidas do circuito mundial, como Mariana Pamukova, treinadora da vice-campeã olímpica Kaleyn Boryana, medalha de prata em Paris 2024."Treinar na Bulgária é muito importante para nossa carreira. É um país de potência e toda vez que a gente vem aqui sai com novos aprendizados e mais experiência", diz Geovanna. Jojô também compartilhou sua preparação visando o Mundial de agosto no Brasil. "É uma pressão e a expectativa vai vir de todos os lados, da comissão técnica, de nós mesmas, do público. É um Mundial muito importante, o primeiro dentro de casa. O nosso mental tem que estar 100% firme, forte e focado no que temos que fazer dentro de casa. Estamos muito concentradas para darmos mais de 100%, 110% dentro de quadra. Temos que sair da competição felizes, bem consigo mesmas e alcançarmos os objetivos de nosso país", diz Jojô.Gizela das Mercês Batista, treinadora de Jojô, destacou a importância da participação da atleta na primeira etapa da Copa do Mundo. "É a primeira competição da Geovanna. Treinamos para competir neste ciclo pensando em mostrar duas séries novas, com contexto para a arbitragem entender." Gigi, como é conhecida pela delegação, também falou sobre o trabalho de longo prazo para o Mundial no Brasil, a principal meta de resultados para a equipe brasileira em 2025. "Somos um pouco atrasadas em relação às competições europeias. A gente quer que ela compita bem, porque as notas são diferentes das do ciclo passado e precisamos preencher os critérios para nos prepararmos para o Mundial", argumentou. Gizela enfatizou ainda a importância dos estágios e treinos na Bulgária tanto para atletas quanto para a comissão técnica. "Esses estágios são importantes para o desenvolvimento do atleta e do treinador, principalmente nesta primeira etapa de Copa do Mundo, pois estamos em um novo ciclo e desenvolvimento de série. Agregamos para nossos treinos também no Brasil." Outras duas etapas da Copa do Mundo de Ginástica Rítmica acontecerão neste mês em Baku, no Azerbaijão, e Tashkent, no Uzbequistão. A final será em julho, em Milão, na Itália. Já o Mundial de Ginástica Rítmica acontece de 20 a 24 de agosto, no Rio de Janeiro.

    Absolvição de Daniel Alves em condenação por estupro mobiliza opinião pública na Espanha

    Play Episode Listen Later Mar 30, 2025 6:52


    A decisão da justiça espanhola de revogar a condenação em primeira instância de Daniel Alves tem causado repercussão internacional e impactado a imprensa e a sociedade espanhola nos últimos dias. O jogador, que havia sido considerado culpado de agredir sexualmente uma jovem numa boate em Barcelona no fim de 2022, agora foi oficialmente absolvido. Em dois dos principais jornais espanhóis, o assunto ocupou lugar de destaque. Sábado (29), na capa do periódico El País, a manchete ressaltava que a absolvição de Alves se deu porque a denúncia não foi considerada confiável. Já o jornal El Mundo relacionou a decisão da justiça com a “inconsistência” da lei de garantia integral do consentimento sexual, conhecida como “Solo sí es sí”.Repercussão políticaDiante da notícia da absolvição do jogador brasileiro, Irene Montero, eurodeputada e ex-ministra da Igualdade da Espanha, além de uma das principais impulsionadoras da lei “Solo sí es sí”, manifestou indignação. Segundo disse em vídeo publicado nas redes sociais, a sentença coloca a responsabilidade sobre a vítima e dá a entender que ela não é confiável.“É uma sentença que é um claro exemplo de violência institucional e de justiça patriarcal, que desprotege as vítimas, as revitimiza e mantém, como diz a ONU, a cultura da impunidade dos agressores”, avaliou.A ministra espanhola da Igualdade, Ana Redondo, também se pronunciou. Em uma publicação feita no X, lembrou das diversas versões contraditórias apresentadas por Daniel Alves e disse que “de novo se questiona a vítima e, de novo, a palavra de um homem prevalece sobre a de uma mulher”. Redondo afirmou que a sentença lança uma mensagem errada à população e que “as mulheres têm que poder denunciar e saber que sua voz é confiável nos tribunais”.María Jesús Montero, secretária-geral do Partido Socialista Operário Espanhol e ministra da Fazenda, aproveitou sua intervenção em um congresso do partido ao qual pertence para expressar que considera a decisão da justiça uma “vergonha”.A socialista deixou também uma mensagem de apoio à jovem que acusa Daniel Alves de tê-la violentado. “Estamos com todas aquelas que enfrentam gigantes para reivindicar a dignidade que está na sua palavra, na sua voz, na dignidade de todas nós. E você não está sozinha. Estamos aqui com você”, exclamou Montero.Leia tambémJustiça espanhola anula condenação de Daniel Alves por agressão sexualRevogação por unanimidadeInicialmente condenado por agressão sexual, Daniel Alves foi absolvido na última sexta-feira (28) e todas as medidas cautelares adotadas no caso foram revogadas. A seção de apelações do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha acatou por unanimidade o recurso apresentado pela defesa do jogador, tornando nulos os efeitos da condenação em primeira instância. O Ministério Público espanhol e a acusação particular também tinham recorrido, pedindo o aumento da pena inicial, mas tiveram suas solicitações negadas.Agora, como afirmam diferentes meios da imprensa espanhola, Alves deve receber de volta a fiança que pagou em março do ano passado para obter liberdade provisória. 1 milhão de euros, cerca de R$ 6 milhões. Também existe a possibilidade de que o jogador seja indenizado pelo tempo que passou na prisão.Possibilidade de recursoAs partes envolvidas no processo ainda podem recorrer. É o que provavelmente fará a advogada da denunciante, Ester García. Ela falou com a imprensa no dia em que foi anunciada a decisão a e declarou que deve apresentar recurso, mas que, em primeiro lugar, tem que verificar como está o estado mental da sua cliente.Além de classificar a nova sentença como um retrocesso que pode desencorajar outras mulheres a denunciar, García falou sobre as gravações feitas na boate, que apresentariam contradições em relação à versão da denunciante, segundo a justiça. Para a jurista, afirmar que o “sentimento de insegurança” não existe, a partir de imagens gravadas em uma zona escura, como a do ambiente de festa, é inconcebível.“Me parece um debate que, nos dias de hoje, não deveria nem existir, porque os fatos analisados no processo não são se ela estava dançando ou não antes e sim o que aconteceu dentro de um banheiro”, declarou.De acordo com a imprensa espanhola, o Ministério Público ainda estaria investigando a possibilidade de recorrer.Reviravolta jurídicaEntre os motivos para estabelecer a nova decisão, os magistrados da seção de apelações do Tribunal Superior de Justiça da Catalunha mencionaram lacunas, imprecisões e contradições na análise anterior dos acontecimentos.Os juízes também destacaram que o depoimento da vítima não poderia ser considerado suficientemente confiável, uma vez que partes da sua versão dos fatos não foram confirmadas por outras provas periciais, ou registros de câmeras de segurança.Tendo permanecido mais de um ano em prisão preventiva, Daniel Alves tinha sido sentenciado a 4 anos e 6 meses de reclusão por agressão sexual. Em março de 2024, obteve liberdade provisória após pagar uma fiança milionária. Segundo a decisão inicial, ele ainda teria que cumprir mais de dois anos de prisão.No mundo do futebolEm entrevista à RFI, o jornalista esportivo Joe Brennan, do Diário AS, disse que vê complicada a possibilidade de que Daniel Alves volte a jogar: “Com a idade que ele tem, com o tempo que ficou fora e com tudo o que envolve o nome dele agora, não sei se haverá um clube que vai querer vincular seu nome ao de Dani Alves”.O jornalista ressaltou o forte impacto que as notícias relacionadas ao processo em questão tiveram na sociedade espanhola. Ele conta que, na Espanha, existe uma resposta massiva de apoio à vítima. “Estamos falando de Daniel Alves, mas há uma vítima nisto”.Para Brennan, há um “entendimento muito forte na Espanha de que o sistema judicial que temos hoje não é totalmente adequado para proteger a vítima”. Ele cita que há muitos exemplos na opinião popular e, inclusive, de representantes políticos que sustentam essa ideia.“E até muita gente do Barça, porque já sabemos como é o mundo do futebol, sempre apoiando os seus, seu clube, seus jogadores e, claro, suas lendas como Dani Alves. Mas, neste caso, a sensação é diferente”, reflete o jornalista.Joe Brennan ressalta que, apesar da recente decisão da justiça espanhola, o episódio relacionado à denúncia de agressão sexual marcou a biografia do jogador. "Ele se tornou um ídolo para o Sevilla, para o Barça e para muitos outros times. Para o povo brasileiro também, imagino, com a seleção brasileira. Mas sempre vai existir essa sensação de dificuldade ao reavaliar a vida dele dentro de campo”.

    "Quero abrir caminhos", diz Kirsty Coventry, primeira mulher a presidir o COI; especialista aponta avanço

    Play Episode Listen Later Mar 23, 2025 6:03


    Pela primeira vez na história, o Comitê Olímpico Internacional (COI) terá uma mulher no comando da instituição, que tem 130 anos de existência. A ex-nadadora e medalhista olímpica, Kirsty Coventry, do Zimbábue, foi escolhida esta semana para o cargo de presidente em eleição que aconteceu em Costa Navarino, na Grécia. Renan Tolentino, da redação da RFI em ParisAos 41 anos, ela também é a mais jovem e a primeira africana a ocupar a posição, sucedendo o alemão Thomas Bach. Em seu discurso, Kirsty ressaltou o peso da representatividade feminina na liderança do COI e agradeceu a outras mulheres que a inspiraram a lançar sua candidatura.“Em termos da importância de ser a primeira mulher, de ser a primeira africana, devo dizer que houve mulheres incríveis que vieram antes de mim. Uma delas que está sentada na sala hoje, e que talvez me emocione um pouco, é Anita deFrantz, uma grande inspiração para mim e para muitas mulheres. E fiquei muito orgulhosa por poder deixá-la orgulhosa. Ela foi a primeira mulher a concorrer a esse cargo e, como eu disse, ela me inspirou e tem sido uma grande mentora para mim desde que entrei no movimento olímpico em 2013 [...] mulheres como ela abrem caminho para mulheres como eu, e eu quero abrir caminho para a geração mais jovem, especialmente porque tenho duas filhas pequenas”, celebrou a ex-nadadora."Uma boa notícia para o COI"A vitória de Kirsty Coventry foi encarada com certa surpresa no cenário olímpico, não só porque ela não era a favorita entre os sete candidatos, mas também porque ela venceu ainda no primeiro turno, com uma larga margem de 49 votos contra 28 do seu principal rival, Juan Antonio Smaranch Jr. É o que aponta Jean-Loup Chappelet, professor emérito da Universidade de Lausanne, na Suíça, que estuda o movimento olímpico há mais de 50 anos. “Foi uma verdadeira surpresa, pois com sete candidatos, todos esperavam mais turnos de votação, e ela venceu no primeiro turno por maioria absoluta, o que é um feito e tanto. E é uma notícia muito boa para o COI”, avalia Chappelet.“O britânico Sebastian Coe era outro apontado como favorito, principalmente pela imprensa (em geral) e pela imprensa britânica em particular, porque ele fez uma campanha voltada para os meios de comunicação e para as redes sociais. Mas quem vota não são os jornalistas, não são as pessoas que usam as redes sociais. Quem vota são os membros do COI, e a metade é composta por mulheres. Há também uma incontestável força dos atletas entre os membros e de pessoas mais jovens. Acho que a idade teve um papel importante. No passado, para ser jovem no comando do COI, era preciso ter 60 anos mais ou menos, mas hoje Kirsty se elegeu aos 41”, detalha o acadêmico da Universidade de Lausanne.Avanço no cenário olímpicoPara o professor, a eleição de Kirsty e sua representatividade enquanto mulher e africana podem ser consideradas um avanço para o COI, para os próprios atletas e para o movimento olímpico, em geral.“Sim, acredito que depois de muito tempo o COI evolui. Não estamos mais no tempo do Barão de Coubertin, estamos no século XXI, e no século XXI o poder dos atletas é cada vez maior. Kirsty Coventry ganhou sete medalhas (olímpicas), sendo dois ouros. Isso a torna a presidente do COI com mais medalhas”, destaca Chappelet.A vez da África?Ao longo de seus oito anos de mandato, Kirsty Coventry terá pela frente os Jogos de Los Angeles, nos EUA, em 2028 e de Brisbane, na Austrália, em 2032. Já para as Olimpíadas de 2036, a sede ainda não foi escolhida. Com uma presidência do Zimbábue à frente do COI, seria o momento do maior evento esportivo do planeta desembarcar pela primeira vez no continente africano?“Pode acontecer, mas estamos longe de ter uma previsão, já que nenhum país africano lançou sua candidatura até o momento para os Jogos de 2036. Talvez o próximo passo seja justamente termos uma candidatura, por exemplo, da África do Sul, do Marrocos, ou de outros países da África. Mas também temos candidaturas na Ásia. Há uma rotação de continentes, após a Europa, após Paris 2024, será os Estados Unidos com Los Angeles, e depois a Austrália com Brisbane em 2032. Então, depois poderá ser a vez da Ásia ou da África”, avalia o especialista.Neste cenário, será interessante observar a relação dos países africanos com Coventry, que há mais de seis anos ocupa o cargo de Ministra da Juventude, dos Esportes, das Artes e do Lazer do governo do Zimbábue, considerado autoritário.Além das metas de tornar os Jogos mais acessíveis às novas gerações, ela terá grandes desafios pela frente, como a reintegração dos russos e ucranianos às Olimpíadas, questões de transidentidade e transgênero nas modalidades olímpicas e problemas ambientais ligados aos Jogos de Inverno. Temas com os quais ela terá que lidar a partir de junho, quando toma posse na sede do COI, em Lausanne, na Suíça.

    Com campeonato mundial em 2025, Portugal está se tornando a casa do Jiu-Jitsu brasileiro na Europa

    Play Episode Listen Later Mar 16, 2025 5:05


    O Jiu-Jitsu brasileiro é cada vez mais presente em Portugal. O esporte registrou um crescimento de 20%, segundo a ISBJJA (International Sports Brazilian Jiu-Jitsu Association). E esse interesse deve ser ampliado este ano com a realização da World Cup, a primeira Copa do Mundo de Jiu-Jitsu em Portugal. Lizzie Nassar, correspondente da RFI em Lisboa“Portugal já é a casa do Jiu-Jitsu brasileiro na Europa”, resume o faixa-preta Oscar Daniotti, presidente da ISBJJA. Segundo ele, a cultura compartilhada, a língua e a presença de muitos brasileiros têm contribuído para o país se tornar um dos maiores centros da modalidade no Velho Continente. “Muitos brasileiros aqui estão dando aula e espalhando a paixão pelo esporte”, acrescenta.  A realização da World Cup em Cascais, nos dias 19 e 20 de abril, promete atrair mais de mil atletas e movimentar ainda mais a comunidade em torno da modalidade. “Este evento será um marco para o Jiu-Jitsu em Portugal, reforçando nossa posição como epicentro do esporte na Europa", frisa Daniotti.A popularidade do Jiu-Jitsu em Portugal também tem sido impulsionada pelo exemplo de atletas como Renan Bernardes, faixa-roxa e atual líder do ranking mundial na sua categoria pela IBJJF. Renan, que vive em Portugal há nove anos e trabalha na área de relações internacionais de uma universidade, afirma que o esporte transformou sua vida."Eu costumo dizer que não procurei o esporte, eu esbarrei com ele. Comecei aos 33 anos e encontrei o grande amor da minha vida. Adoro o Jiu-Jitsu e não falto em treino por nada. Esse esporte me trouxe muito mais do que eu poderia imaginar”, constata.Integração culturalAlém do alto nível competitivo, o Jiu-Jitsu também é uma ferramenta de integração cultural. Oscar Daniotti menciona que campeões do circuito europeu ganham passagens para competir no Brasil e vice-versa, criando uma sólida conexão entre os dois países. Renan completa: "O Jiu-Jitsu tem um componente muito forte de acolhimento e amizade. As pessoas fazem do Jiu-Jitsu algo que vai além do tatame."Entretanto, viver da modalidade na Europa ainda é algo desafiador, especialmente para quem chega no Velho Continente sem uma estrutura pré-estabelecida. “Quem chega na Europa não vai conseguir viver do Jiu-Jitsu de imediato”, alerta Daniotti. “Sem uma academia estruturada, é necessário ter um trabalho extra para garantir o sustento." Renan também confirma, dizendo que não consegue viver da prática esportiva. “Trabalho numa universidade e, como atleta, é muito difícil", admite.Apesar dos obstáculos, o Jiu-Jitsu continua a crescer, e novas gerações de atletas estão rompendo estigmas antigos. "As cidades estão oferecendo o apoio necessário para que o Jiu-Jitsu esteja cada vez mais presente, e isso é ótimo para nós, brasileiros, pois podemos compartilhar a nossa cultura", afirma o presidente da ISBJJA.Fundada em 2022, a ISBJJA é uma extensão da Confederação Brasileira de Jiu-Jitsu Desportivo (CBJJD) na Europa, e tem feito um trabalho significativo na organização de eventos. Com o apoio de grandes equipes brasileiras, a associação já está consolidada e com boa aceitação no continente. "A nossa parceria com a Confederação Brasileira tem sido fundamental. Quando chegamos, trouxemos uma estrutura já reconhecida no Brasil, e isso ajudou muito no nosso sucesso aqui", explica Daniotti.Além da World Cup, também estão previstos outros eventos importantes, como o campeonato nacional em Coimbra (19 de junho), Torres Novas (julho), a Eurocamp na Galícia (outubro), e mais eventos em Coimbra em novembro.

    Brasileira desenvolve projeto de ação social por meio do esporte no norte da França

    Play Episode Listen Later Mar 9, 2025 6:30


    De uma infância pobre no Brasil até à liderança de um grande projeto de inserção social pelo esporte na França, o percurso de Alessandra Machado foi cheio de obstáculos e superação. Ela conseguiu realizar o sonho de fundar uma associação que ajuda mulheres de diferentes horizontes a conquistar o bem-estar e a emancipação. “É minha luta, porque eu cresci com mulheres, não tinha pai, era só mulher em volta de mim. E esse engajamento com as mulheres e o esporte para mim não é indissociável, porque o corpo da mulher é político. O movimento faz parte da emancipação e todo o processo da minha vida foi em volta disso, do movimento do corpo e da identidade de gênero”, disse Alessandra Machado à RFI.Filha única de mãe solteira, ela nasceu em Valença, no interior do Rio, e cresceu num ambiente de muita pobreza, mas seguiu o conselho materno de mergulhar nos livros e investir na educação. Em uma viagem à França, encontrou a oportunidade de uma vida melhor para fugir da “miséria econômica”.“A França era a minha América, minha oportunidade de quebrar meu destino de ser miserável e pobre”, conta. Ela chegou a trabalhar sem documentação legal, pensando principalmente em enviar dinheiro à sua família e, ao mesmo tempo, economizar para trazer as três filhas que ficaram no Brasil.“Eu trabalhei em restaurante, cuidando de crianças, posando como modelo viva para artistas. Trabalhei até 17 horas por dia para mandar dinheiro para o Brasil e melhorar a situação das minhas filhas”, lembra.  Associação Passer'EllesDepois de trabalhar dez anos com o ex-marido em um comércio, Alessandra se separou e encontrou na zumba uma oportunidade de dar aulas de dança em Lille, no norte da França. Era o início de uma trajetória que a levou à Federação Francesa de Esporte e Ginástica, onde conquistou, aos 37 anos, seu primeiro diploma, de educadora esportiva.“Minha segunda formação foi num centro social, com mulheres. Eu senti uma coisa potente ali dentro. Essas mulheres de locais precários têm um poder de resiliência que existia na minha comunidade no Brasil. Foi com essa vontade de criar um coletivo de diversidade, através da animação nos bairros, e fazendo laços com minha história pessoal, que o Passer'Elles nasceu.”Hoje, já são 45 formações na bagagem, que contribuem para dar a base e sustentação ao projeto Passer'Elles. A iniciativa, criada em 2014, gira em torno de quatro eixos: esporte e vínculo social, esporte e saúde, diversidade inclusiva, e o nomadismo, uma vez que as atividades podem ser realizadas em diferentes locais para atingir um público mais amplo e diversificado.Nessas mais de duas décadas de atuação na região de Lille, a Associação Passer'Elles desenvolveu e propõe uma série de atividades: ginástica, zumba, atividades cardiorrespiratórias, pilates, caminhadas e até ciclismo.O esporte pode ser emancipador, mas não sistematicamente, na opinião da brasileira. "Se ele é performance, tem primeiro, segundo e terceiro lugar com pódio e pode ser excludente", argumenta. "Então, isso depende do meio, no qual você vai propor o teu projeto pedagógico para acompanhar alguém", afirma Alessandra. "Eu costumo dizer nas minhas aulas que o esporte é um instrumento. Por isso que os elementos fundadores, que são nossos pilares, podem dar segurança ao projeto”, acrescenta.Projeto "revolucionário"Os perfis das mais de 500 mulheres associadas são muito variados: empresárias, médicas, profissionais liberais, desempregadas e migrantes. “Nós podemos ser gratuitos para refugiados, requerentes de asilo, pessoas em situação irregular, pouco importa. Mas as pessoas que ganham mais, pagam mais. A gente junta no mesmo lugar a multiplicidade de pessoas desse país”, explica Alessandra. Acompanhada de uma equipe de 35 voluntárias e cinco educadoras para ajudá-la na realização, ela considera o projeto “revolucionário”.  Aos 52 anos, Alessandra Machado pretende expandir o conceito de sua associação e contribuir para outros movimentos que tenham foco na ação social por meio do esporte.“Temos várias propostas de modelização com nossa federação e estamos trabalhando para a formação de educadoras inclusivas, que trabalhem o vínculo social, que chamamos de sócio-esporte. Nosso trabalho é focado nessas educadoras", explica a brasileira.Experiente, ela leva em conta que tudo é modulável, segundo os meios, a geografia, a história. "Não dá para simplesmente copiar um elemento e achar que ele vai funcionar em todos os lugares. Esse conceito de modelização é uma ideia utópica. Mas certamente alguém deve fazer a mesma coisa em algum lugar”, conclui Alessandra.

    Brasil volta ao circuito mundial das corridas após sete anos de ausência na Fórmula 1

    Play Episode Listen Later Mar 2, 2025 6:03


    A Fórmula 1 iniciou oficialmente a temporada 2025 na quarta-feira (26) com os testes de inverno no Bahrein. As 10 equipes e os 20 pilotos estiveram reunidos no circuito de Sakhir para uma bateria de ensaios cruciais antes do primeiro Grande Prêmio do ano, na Austrália. Mas a temporada marca, também, a volta do Brasil ao circuito mundial das corridas, após uma ausência de sete anos, com Gabriel Bortoleto, jovem piloto brasileiro de 20 anos, prestes a estrear na Fórmula 1 pela equipe Sauber. Para Eric Mendes, jornalista especializado em Fórmula 1, o brasileiro Gabriel Bortoleto "é um piloto que percebe rapidamente a estratégia e o que ele precisa fazer para dar o seu máximo durante uma corrida".E é visível que ele sabe aproveitar [a corrida] e marcar muitos pontos para ser o mais regular, e justamente por isso se tornou campeão há dois anos [na Fórmula 2]. "No ano passado, enfrentou o francês, e não estava exatamente em sua melhor forma. Mas ele se adaptou rapidamente e conseguiu mostrar consistência. Ele tinha regularidade e capacidade de estar presente nos momentos decisivos para marcar os pontos necessários, o que deu a ele a vantagem que permitiu a vitória", lembra o comentarista."Eu acredito que é uma questão de tentar manter essa mesma lógica [agora no circuito principal]. Ele precisa entender o que deve fazer para ter o carro mais rápido possível, o que vai permitir que ele dê o seu melhor ao volante. Mas será difícil, e ele precisará de um tempo de adaptação", sublinha Mendes. "Mesmo assim, ele já mostrou que é capaz, e vai acelerar o suficiente para se destacar. Ele precisa continuar com a mesma vontade de ter sucesso, independentemente do que acontecer", acredita.Comparação com SennaSobre possiveis comparações com o estilo de Ayrton Senna, Eric Mendes contemporiza e analisa a performance de Bortoleto sob um outro prisma. "Eu acho que ele tem mais a atitude do piloto moderno, que precisa se impor. Ele não é aquele piloto agressivo ou que tenta ser o mais rápido a todo custo, porque todos os pilotos agressivos acabam se destacando por um tempo, mas muitos se queimam", destaca o especialista."A questão é sempre a consistência. Quando ele chegou, por exemplo, tinha um estilo muito agressivo, o que causou uma boa impressão. Ele continua com essa imagem de piloto agressivo, mas, ao mesmo tempo, tem mostrado que é capaz de se adaptar e ser mais trabalhador. Ele não precisa ser aquele piloto agressivo do tipo 'fazer tudo na força bruta'. Ele precisa mostrar seu valor ao longo da temporada, e é isso que vai determinar seu sucesso", analisa Mendes."Claro, todos falam de Senna, das suas habilidades, especialmente sob condições adversas, como quando estava chovendo. Ele soube lidar com situações complicadas", lembra. "Mas agora, o carro é muito mais importante. A comparação também será feita com seu colega de equipe, [Nico] Hulkenberg, e veremos se Bortoleto consegue estar presente nos momentos de marcar pontos e aproveitar as oportunidades. Ele tem que aproveitar essas chances. As pessoas estão olhando para o Bortoleto com outros olhos agora, e eu tenho certeza de que ele vai aproveitar ao máximo essa oportunidade", acredita o comentarista franco-português.O "business" da Fórmula 1Perguntando sobre as possíveis razões da ausência prolongada do Brasil no circuito, Eric Mendes faz uma avaliação do contexto atual da Fórmula 1. "Estamos em uma fase onde o dinheiro e os negócios falam mais alto. É difícil para um piloto sem o suporte financeiro necessário conseguir uma vaga. Conseguir um lugar na Fórmula 1, atualmente, é um jogo de dinheiro", pontua."Foi isso que dificultou a vida dos pilotos brasileiros, como o Felipe Massa, por exemplo, que foi campeão e ainda espera por uma nova oportunidade. Para mim, quando um piloto é campeão da Fórmula 2, ele já deveria ter a chance de ir para a Fórmula 1 imediatamente. Antigamente, isso era mais natural. Mas hoje, quem não tem o suporte financeiro ou uma figura por trás, como um pai, fica para trás", sublinha o especialista."O [piloto brasileiro  Felipe] Drugovitch, por exemplo, está na equipe reserva e tem essa sorte, pois seu pai está ajudando a garantir seu lugar. Muitos pilotos acabam dependendo desses apoios, e foi o que faltou aos brasileiros. Não se trata de falta de talento, mas de oportunidade. Drugovitch tem demonstrado que pode estar no nível necessário, e agora, com sorte, ele pode finalmente ter a sua chance", afirma Mendes.Brasil também entre as promessas do circuitoO paranaense Felipe Drugovich, de 24 anos, ganhou nas categorias de base do automobilismo, especialmente na Fórmula 2, onde conquistou o título da temporada 2022 pela equipe MP Motorsport. Após seu sucesso na F2, Drugovich passou a integrar o programa de jovens pilotos da Aston Martin na Fórmula 1, atuando como piloto reserva e de testes. Ele participou de algumas sessões de treinos livres e testes de pré-temporada com a equipe, sendo considerado uma promessa para um futuro lugar na F1. Atualmente, ele continua como piloto reserva da Aston Martin e segue buscando uma oportunidade para estrear como titular no circuito.Vindo de longa tradição familiar e neto do icônico piloto Emerson Fittipaldi, Pietro Fittipaldi é piloto de testes e reserva da Haas. Ele fez sua estreia na categoria em 2020, substituindo Romain Grosjean no GP de Sakhir e no GP de Abu Dhabi, após o grave acidente do piloto francês no Bahrein. Atualmente, Pietro continua ligado à escuderia Haas como piloto reserva no circuito de 2025.Para Eric Mendes, no entanto, ainda deve levar tempo para os brasileiros darem um "susto" em grandes favoritos como Lewis Hamilton. "Ainda é muito cedo para imaginar isso. Acredito que ainda é cedo para dizer que Gabriel Bortoleto esteja na luta pelo título, pois ele ainda está se adaptando, e o carro não é um dos mais competitivos", contextualiza.Favoritos"Os grandes favoritos, por enquanto, são Max Verstappen e Red Bull, com a McLaren também mostrando boa forma. A Mercedes, com Hamilton, tem se destacado, e é claro que ele continua sendo um grande nome da F1. A McLaren também pode ser uma surpresa, mas no momento a Red Bull parece estar na frente. Max Verstappen é o atual campeão e, sem dúvida, continuará a ser um dos maiores candidatos. Claro, a Ferrari também pode ser uma surpresa, mas o Bortoleto tem um longo caminho pela frente. Quem sabe, com o tempo, ele consiga mostrar seu verdadeiro potencial e surpreender", diz Mendes.A Sauber, que se tornará a equipe de fábrica da Audi em 2026, enxerga na contratação de Bortoleto uma oportunidade de incorporar jovens talentos em sua futura formação de pilotos. A chegada do jovem talento marca o retorno de um piloto brasileiro à Fórmula 1 em tempo integral desde 2017, e promete reacender o entusiasmo dos fãs brasileiros pelo esporte.Além disso, Bortoleto garantiu o título da Fórmula 2 após terminar em segundo lugar na corrida final em Abu Dhabi, acumulando um total de 214,5 pontos na temporada. Ele se junta a nomes como Oscar Piastri, George Russell e Charles Leclerc ao conquistar títulos consecutivos nas categorias de base.MaratonaAs equipes tiveram recentemente um grande desafio pela frente: ajustar seus carros em apenas três dias de testes antes da maratona de 24 corridas ao longo do ano. Embora os layouts dos carros já tenham sido revelados e algumas imagens das novas máquinas em pista tenham circulado, os testes no Bahrein foram essenciais para entender melhor a força de cada equipe em uma temporada que promete ser bastante equilibrada."Acredito que veremos uma continuação do que aconteceu no ano passado, com quatro equipes (McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes) capazes de vencer corridas e disputar o título. Teremos uma grande batalha pela frente", projetou Frédéric Vasseur, chefe da Ferrari.Com 2025 marcando o último ano antes das grandes mudanças regulatórias de 2026, a tendência é que as diferenças entre as equipes sigam diminuindo. As atualizações feitas são importantes, mas muitas escuderias já começam a desviar atenção para o desenvolvimento dos carros do novo regulamento.Até lá, o foco se concentrou nos três dias de testes em Sakhir, fundamentais para ajustes antes do GP da Austrália, marcado para o dia 16 de março, em Melbourne.A contagem regressiva para a temporada 2025 já começou, resta saber como será o retorno do Brasil de Ayrton Senna às pistas, depois de sete anos de ausência no circuito mundial.

    “Capoeira é o motor da minha vida”: francesa faz história ao conquistar mundial no Brasil

    Play Episode Listen Later Feb 23, 2025 7:30


    A França tem sua campeã mundial de capoeira. Aos 22 anos de idade, Mahrie Corbu fez história como a primeira francesa a conquistar o título mundial de capoeira, em uma competição disputada no início de fevereiro, em Curitiba, no Paraná. A repercussão da conquista deve garantir maior visibilidade para a prática no país e impulsionar projetos da jovem francesa que usa a capoeira para inserção social. A vitória na competição europeia, realizada em Madri, garantiu a classificação da francesa para o Mundial no Brasil. Antes disso, ela tinha participado de competições em Munique e Barcelona. Orgulhosa da medalha inédita conquistada na capital paranaense, Mahrie Corbu aproveita a visibilidade conquistada para divulgar os valores da capoeira além dos aspectos esportivos.   “A competição é muito importante para o desenvolvimento da capoeira, porém, não é o objetivo final, algo que como capoeirista tem que conquistar. Faz parte como esporte, da performance física, mas a capoeira vai além disso, tem muitos valores sociais e culturais”, diz. “A capoeira consegue unir as pessoas, de idades e lugares diferentes. É uma língua que a gente consegue conversar através do corpo. O lado da competição é bom, é importante, mas vai além”, acrescenta.No entanto, Mahrie pode creditar a sua conquista também ao seu espírito competidor. Durante o Mundial, ela não se abateu ao levar um golpe que quase a tirou da roda de capoeira. A francesa lembra que teve de superar a dor de uma pancada nas costelas. “Fiquei um minuto com a respiração cortada, fiquei no chão e não conseguia respirar. Quando vi a ambulância chegar, pensei, ‘se eu não consegui levantar a competição, acaba aqui'. Eu me levantei e decidi terminar a competição mesmo com a respiração ruim”, recordou.Mais de 20 países foram representados no Mundial. Apesar de não ter a graduação exigida, seu mestre aceitou inscrevê-la na categoria para professoras, já que ela também dá aulas na França. Mahrie era a única estrangeira em uma disputa só com brasileiras. Sem muitas expectativas de subir ao pódio, ela disse ter chegado confiante na competição devido à preparação e ensinamentos adquiridos com seu mentor, o mestre Cacique. “Não pensava que ia ganhar, porém, meu mestre me ensinou muitas coisas, eu acredito muito nos seus ensinamentos e cheguei confiante, pois o trabalho dele é muito bom”, afirma.   Relação com a capoeira começou na infânciaA relação de Mahrie com a capoeira começou muito cedo, aos 8 anos, e por acaso. Inscrita para praticar boxe, ela abandonou a modalidade devido às ausências seguidas do professor, e como as aulas de capoeira eram no mesmo local, sua mãe a inscreveu mesmo contra sua vontade.“Nas primeiras aulas, não gostei e dizia para minha mãe que não tinha coordenação, flexibilidade, nada. Não gostava de cantar, mas minha mãe insistiu”, contou. Depois de dez aulas, Mahrie se convenceu e passou a treinar com regularidade, até mesmo em casa. “Hoje, 14 anos depois, posso falar que a capoeira sempre fez parte da minha vida e hoje é o motor da minha, vida”, afirma.Seu nome de capoeira, “matadora arte negra” surgiu quando tocando pandeiro durante uma roda de capoeira, repreendeu um aluno indisciplinado apenas cruzando os braços e lançando um olhar severo. Uma amiga brincou dizendo que ela tinha um “olhar de matadora” e o apelido ficou. Ela agregou "arte negra" em referência ao grupo que surgiu na Bahia e tem uma extensão em Bordeaux, cidade no sudoeste da França, graças ao trabalho do mestre Cacique, como é conhecido o baiano Marcelo Bezerra Pereira. Há mais de 20 anos ele se instalou na cidade para divulgação da capoeira.Mestre Cacique não esconde o orgulho ao ver a repercussão da vitória de Mahrie no Campeonato Mundial Muzenza de Capoeira. Segundo ele, imagens da capoeirista podem ser vistas não apenas em sua cidade natal, Carbon-Blanc, mas também em Bordeaux, e por meio de entrevistas ela ganhou muito espaço na mídia."A vitória de Mahrie deu uma visibilidade enorme. Ela está fazendo o que a capoeira pede para fazer. Ela ganhou o campeonato, mas ela está divulgando a capoeira, falando da filosofia. Ela fala da competição, mas não é só isso. Ela não ganhou sozinha, todos os capoeiristas estão ganhando com ela. Ela não tem o espírito da competição, ela tem o espírito da capoeira, e isso é bonito”, comemora Mestre Cacique, que espera nos próximos meses um aumento no interesse pela capoeira e no número de praticantes na região de Bordeaux.Trabalho de inserção socialCom um diploma universitário de Carreira Social, Mahrie trabalhou como diretora de atividades extraescolares com crianças e adolescentes, mas atualmente se dedica integralmente à capoeira por meio de sua associação “Capoeira Iguald'Arte”, onde dá aulas com membros do grupo Arte Negra. “Eu trabalho com crianças, adultos e idosos, e com pessoas com deficiência e dificuldades sociais, por isso chamei Iguald'Arte, que faz referências à igualdade com arte, de Arte Negra” explica.  Ela encontrou na capoeira uma ferramenta para trabalhar com inserção de populações com dificuldades sociais. “A capoeira tem fundamento, ritual, mas não tem regras fixas, nada escrito. De um grupo para outro, as coisas mudam. É muito fácil a capoeira se adaptar às pessoas, ela é muito inclusiva. Todo mundo pode participar de uma forma ou de outra, se unir através da música, da cultura popular, não é apenas um esporte, mas uma arte de viver e filosofia de vida”, destaca a campeã mundial em um português fluente.Além da maior visibilidade que sua conquista vai permitir à capoeira na França, ela acredita que o título mundial vai também dar um recado para os brasileiros, a de que estrangeiros, especialmente europeus, estão cada vez mais integrados em uma prática comumente associada ao Brasil. “Você é visto como gringo da capoeira. Quero mostras por meio dessa medalha que as pessoas da Europa também podem praticar e fazer parte da capoeira. E a competição me permitiu mostrar mais o meu trabalho. A competição não é meu objetivo final, mas uso para divulgar meu trabalho na França”, conclui.

    Brasil estreia nos Invictus Games em Vancouver com ouro no vôlei sentado

    Play Episode Listen Later Feb 16, 2025 6:14


    O Brasil fez sua participação nos Invictus Games em Vancouver, no Canadá, um evento internacional que reúne militares com deficiência, idealizado pelo príncipe Harry em 2014. A seleção brasileira conquistou o ouro no vôlei sentado ao derrotar a Nigéria na final. A competição, que termina neste domingo (16), envolve um total de 11 modalidades esportivas, sendo seis de inverno e cinco de verão. Luciana Quaresma, de Vancouver A delegação brasileira é composta por oito atletas que competem nas modalidades de natação e vôlei sentado. Leandro Santos expressou sua satisfação em representar o país. "Esta experiência é significativa. Nunca imaginei estar em um lugar tão bem organizado e acolhedor. A gente vê o espírito de corpo, a camaradagem e isso é maravilhoso. Vemos a garra, a determinação, a coragem, a resiliência e o renascimento", destacou.Segundo Santos, o evento é transformador. “Muitos dos participantes enfrentaram desafios como a depressão, acidentes ou sequelas de guerra, e agora os vemos motivados e felizes, compartilhando momentos especiais com suas famílias. Agradecemos muito por estar aqui, a Deus e ao príncipe Harry, por nos proporcionar um evento tão significativo", afirmou o brasileiro, enfatizando o impacto positivo do Invictus Games na vida dos competidores.Neste sábado, a equipe brasileira fez sua estreia no vôlei sentado, uma ocasião aguardada com expectativa. O time chegou na final e derrotou a Nigéria por 2 a 0, conquistando a medalha de ouro. "Participar dos Invictus Games é um momento que nós, atletas do paradesporto militar, sempre sonhamos. É uma chance de mostrar não apenas nossas habilidades esportivas, mas também nossa determinação em superar desafios", disse Leandro.Marcelo de Azevedo, que sofreu um acidente nas Forças Armadas quando um blindado caiu sobre sua perna, também compartilhou sua trajetória. Ele revelou ter enfrentado uma profunda depressão após o acidente, o que impactou sua vida de forma significativa. "Através do esporte e da fé, encontrei uma nova motivação. O que está acontecendo aqui em Vancouver é uma transformação. Já me emocionei várias vezes desde que cheguei. Para nós, isso é mais do que uma competição, é a concretização de um sonho", afirmou Marcelo que, apesar dos desafios, participou do Mundial de vôlei sentado em 2014, onde conquistou a medalha de prata para o Brasil. Segundo ele, existe muita dificuldade de encontrar militares com algum tipo de deficiência. “O Brasil é um país de paz e não de guerra, mas ao longo desses dez anos conseguimos formar uma equipe boa e hoje esse sonho se tornou realidade”, explica.Impacto para o futuro do paradesporto militarAlex Witkovski, que obteve a sexta posição nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, também se prepara para atuar novamente nas quadras. "Voltar a competir neste nível é gratificante. As experiências que vivemos aqui, entre atletas com histórias semelhantes, nos fortalecem. É uma experiência única. Mesmo já tendo participado de outros eventos internacionais, o coração sempre acelera, friozinho na barriga e ainda nem competimos ainda, mas está sendo uma experiência bacana, para vida!”, comenta.“O Invictus Games é um evento muito importante para o Brasil. Estamos entrando para a história, abrindo portas para novos militares que estão se inspirando na gente. Temos uma responsabilidade grande. A nossa missão não é uma tarefa fácil', conclui Witkovski.A seleção dos atletas foi baseada em critérios rigorosos que consideraram suas habilidades esportivas e o desejo de superação pessoal. A preparação incluiu treinos regulares com a orientação de profissionais especializados, visando garantir que os competidores estejam prontos para enfrentar os desafios.Luis Fernando Cavalli, diretor do Programa Militar Paralímpico do Comitê Paralímpico Brasileiro, pontuou a importância histórica da participação do Brasil nos Invictus Games. "Esse evento pioneiro traz um impacto significativo para o esporte paralímpico no Brasil, especialmente para os militares. Recebemos muitos contatos de militares com deficiência que estão animados com as novas oportunidades abertas por essa participação", explicou.Cavalli complementou: "Estar aqui representa um avanço importante não só para os atletas, mas também para toda a estrutura do esporte paralímpico no país. Este momento é uma oportunidade para que muitos possam vislumbrar a chance de competir e se destacar em eventos internacionais."A participação do Brasil nos jogos representa um passo estratégico para abrir novas oportunidades no futuro, fortalecendo a representatividade dos atletas militares com deficiência no cenário esportivo internacional e inspirando uma nova geração a abraçar o esporte como uma ferramenta de superação.Com bom humor e determinação, o time Brasil já está de olho na próxima edição dos Invictus Games que será em Birmingham, na Inglaterra, em 2027. “Se não convidarem para a próxima edição, nós vamos invadir! O Brasil é um povo alegre e feliz, e queremos ter a honra de participar com muita glória desse evento fantástico. Brasil acima de tudo!”Inspirado pelo Warrior Games dos Estados Unidos, o príncipe Harry criou os Invictus Games como um evento internacional que utiliza o poder do esporte para ajudar na recuperação e reabilitação de veteranos. Além de proporcionar uma plataforma para o desenvolvimento de habilidades atléticas, assim como os Warriors Games, os Invictus Games buscam fortalecer laços entre os participantes e inspirá-los a superar desafios físicos e emocionais, ressaltando a importância da camaradagem e do apoio mútuo na jornada de recuperação. A primeira edição aconteceu em Londres, no Reino Unido, em 2014, e se expandiu para incluir cidades como Orlando, Toronto e Sydney.

    Yoga: a "arma secreta" cada vez mais usada por atletas de alto rendimento

    Play Episode Listen Later Feb 9, 2025 8:14


    Em sua passagem recente pela França, onde disputou a Copa Davis pelo Brasil, o tenista João Fonseca revelou uma de suas armas para o bom desempenho nas quadras. O carioca que vem sendo considerado um dos nomes mais promissores do tênis internacional na atualidade é praticante de yoga, e relata os benefícios antes das partidas. A RFI Brasil entrevistou profissionais da área e esportistas e revela como essa prática milenar tem se mostrado uma ferramenta eficaz no mundo dos esportes.  Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris A rotina de exercícios, respirações e meditação complementa os treinos, com bons resultados dentro e fora das competições.  O yoga é uma filosofia de vida milenar surgida na Índia há cerca de 5 mil anos e sua prática está relacionada à saúde, bem-estar e melhoria na qualidade de vida. A cada ano, cresce também o número de atletas e times que o utilizam para aperfeiçoar seu desempenho, em especial, para aumento da concentração, autoconfiança e capacidade de realização de objetivos.  "Desde que eu era pequeno, o meu pai fazia yoga com o mestre Orlando Cani, que trabalhou com Rickson Gracie do jiujitsu", conta João Fonseca, que decidiu incluir o yoga em seus treinamentos. "Eu conheci ele desde novo, mas nunca fui tão interessado", diz. "Quando fui crescendo mais no tênis, eu fui praticando nos jogos mais difíceis, em que eu sentia mais pressão. Fui criando rotina de meditação e respirações. Atualmente, antes de todos os jogos, eu procuro fazer respirações para me manter mais calmo", afirma.  Jogadora da Seleção Brasileira de rugby, Aline Furtado também é adepta do yoga. Aos 29 anos, a atleta olímpica conta "os efeitos terapêuticos" que diz sentir com a prática. "Eu comecei no yoga através da meditação. Assim que eu entrei no alto rendimento do rugby, foi um momento meio conturbado, muita ansiedade pré-jogo e eu usava a meditação como uma forma de me tranquilizar, tirar o nervosismo, voltar para o momento presente, tirar os pensamentos do futuro. Aos poucos, eu fui indo para as posturas, junto com a respiração, e foi muito importante", revela. "Hoje eu tento praticar yoga nos finais de semana. Isso me ajuda a fazer mobilidade ativa, pois o rugby deixa o corpo muito tensionado e rígido", diz. "Isso me ajuda a ter atenção plena no que estou vivendo", conclui.Benefícios comprovadosDisciplina milenar, até então praticada por pessoas consideradas “zen”, o yoga agora é reconhecido pela ciência. Os pranayamas – a respiração – e os asanas – as posturas – que fazem parte da raiz do yoga foram incorporados a inúmeras vertentes da prática.A primeira pesquisa que comprovou os benefícios do yoga para a saúde como um todo foi publicada em 1924. Na época, os indianos queriam provar aos ingleses a eficácia dessa ciência milenar. Atualmente, mais de quatro mil estudos científicos evidenciam os benefícios da prática.Instrutora de yoga há mais de 20 anos, Letícia Portella explica que "a prática proporciona o desenvolvimento físico, emocional e mental do atleta". Ela desenvolveu um método usando técnicas que beneficiam esportistas para terem um maior rendimento em competições, citando como benefícios "o alongamento, tônus muscular, concentração, capacidade pulmonar, resistência corporal e qualidade de vida de modo geral".  No caso específico de esportistas de alto rendimento, o yoga "reduz a ocorrência de câimbras e lesões, melhora a consciência corporal, auxilia nos reflexos e na tolerância à dor, melhora a capacidade cardiorrespiratória e o fôlego, além do ganho de elasticidade e mais flexibilidade nos movimentos", garante a professora. "E isso não é só para o corpo, mas também para a mente", completa.  De olho nessa tendência, Portella implementou um projeto de yoga voltado para cavaleiros na Sociedade Hípica Brasileira, no Rio de Janeiro, onde morou antes de se mudar para a Holanda, país em que continua atuando na área. Entre alguns nomes que conheceram o yoga através de suas aulas estão os cavaleiros Fábio Leivas, Doda Miranda, Marlon Zonatelli e Luiz Felipe Azevedo, que fez uma consultoria com Letícia em seu haras, na Bélgica, para conquistar autonomia na prática.  No caso específico do hipismo, ela explica que "quando o atleta está nervoso, estressado, ele passa tudo isso para o cavalo", que também terá a sua performance afetada. "Eu tenho muitos atletas de hipismo que fizeram aula comigo e contam como que eles usam as técnicas de respiração, de meditação. Quando você sente que está com a respiração agitada, tem uma respiração que você faz na hora que já desacelera, já reduz o seu ritmo cardíaco", ensina. "Os atletas que fazem yoga não divulgam muito. Isso é um trunfo, é um diferencial, porque eu percebo que é um segredinho deles", brinca a professora, com certificado em "gerenciamento da felicidade" pela Harvard Business School. O surfista de ondas grandes Eraldo Gueiros treinou com a professora em duas pré-temporadas para competições no Havaí, em 2005 e 2006. As atletas do remo do Brasil Fabiana Beltrame, Kissya Cataldo e Luana Bartholo também se beneficiaram do método de yoga oferecido por ela como complemento de treinamento antes dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012.  Outros esportistas que praticaram com Letícia foram o lutador Rodrigo Minotauro e o jogador de futebol Rodrigo Juliano. Também conhecido como Rodrigo Beckham por sua semelhança ao ídolo do futebol inglês, o ex-atleta, que já atuou em clubes como Botafogo, Vasco da Gama, Santos e Corinthians, contou à RFI que começou a praticar yoga para se recuperar após uma cirurgia no joelho."Os esportes fazem com que você tenha um caminho muito solitário, onde você precisa aprender a ter disciplina, competir contra você mesmo, desenvolver uma gestão emocional, e um dos maiores fantasmas dos esportes são as lesões que a gente enfrenta", diz. "E como desde cedo eu enfrentei algumas lesões, aos poucos eu vim tendo a oportunidade de conhecer ferramentas que nos davam oportunidade de ter uma concentração maior, um foco maior, e foi aí que o yoga entrou na minha vida", revela. Após os resultados positivos, em 2008 ele levou o método para seus companheiros de time, na época o Boa Vista, do Rio de Janeiro. "A gente fez um trabalho para conectar cada jogador com ele mesmo e com o grupo, de forma coletiva. E apesar de ser uma ferramenta nova, que então não era muito usada no Brasil, funcionou muito bem e a gente conseguiu resultados excepcionais", conta. "Na alta performance, o yoga consegue fazer com que você una as suas faculdades dentro do esporte para ter um melhor desempenho, pois você começa a ver as coisas com mais clareza, além de ter mais concentração para tomar decisões", observa.     Atualmente, Rodrigo Juliano mantém o yoga em sua rotina. "É um benefício invisível. Eu procuro praticar de manhã para começar o dia em paz, com exercícios para conectar a parte muscular com a respiração, para sair de um estado perturbado para um estado consciente", conclui.  Seja qual for a modalidade de yoga, as experiências relatadas mostram que a prática nascida no Oriente tem sido uma aliada para a saúde global e bom desempenho de atletas em todo o mundo.

    "Ainda podemos virar": Brasil volta a enfrentar a França pelas qualificatórias da Copa Davis

    Play Episode Listen Later Feb 2, 2025 7:44


    As equipes masculinas de tênis do Brasil e da França voltam a se enfrentar neste domingo (2) em Orléans, no sudoeste de Paris, pela primeira rodada dos qualifiers da Copa Davis 2025, a competição por países do tênis mundial. No sábado (1), o time brasileiro saiu atrás no placar, depois que João Fonseca perdeu para Ugo Humbert por 7/5 6/3 e Thiago Wild foi superado por Arthur Fils, por 6/1 6/4. Maria Paula Carvalho, enviada especial da RFI a OrléansCom o Brasil em desvantagem por 2 a 0 na série, o confronto segue na quadra dura e coberta, a partir das 14h pelo horário local, 10h pelo horário de Brasília, no Palais des Sports, com capacidade para 3.000 espectadores. O segundo dia de competição será aberto por uma partida de duplas: os brasileiros Rafael Matos e Marcelo Melo enfrentam os franceses Benjamin Bonzi e Pierre Herbert.  Na sequência, Wild joga contra o top 15 do ranking mundial Ugo Humbert e se houver empate entre as equipes, João Fonseca disputa a quinta e decisiva partida contra Fils.  Com um time robusto e altamente qualificado, a seleção francesa busca ampliar a sua tradição no torneio e continuar em sua busca pelo título. Promessa brasileiraUma das esperanças do Brasil na competição tem apenas 18 anos. João Fonseca vive um ótimo momento na carreira. O carioca nascido em Ipanema é considerado um dos tenistas mais promissores do mundo atualmente. Embalado pela conquista do troféu de campeão do Next Generation ATP Finals, no final de 2024, em Jeddah, e do Challenger de Canberra no início do ano, João derrotou três adversários no torneio classificatório para entrar na chave principal do Aberto da Austrália. E logo na estreia derrotou o número 9 do ranking, o russo Andrey Rublev por 3 sets a 0 (parciais de 7-6, 6-3 e 7-6). Suas façanhas recentes levaram os grandes astros do tênis a se renderam à evidência: o brasileiro fez uma entrada espetacular no circuito profissional. Em Orléans, onde faz sua segunda participação na Copa Davis, João Fonseca fala sobre manter a humildade. "Minha cabeça é me manter igual, seguir trabalhando", analisa. "Está sendo uma oportunidade estar aqui com o time. Não acabou ainda, é o primeiro dia, a gente não sabe ainda o que vai acontecer", continua. "Seguir torcendo para o Thiago, para a dupla, vamos ver como vai ser, não tem nada acabado ainda, a gente pode sim acreditar, pode acontecer", promete.   O jovem tenista sabe muito bem onde quer chegar. "Eu almejo o topo, espero jogar chave de Grand Slam, jogar a chave dos torneios grandes, trabalhar, talvez ganhar títulos, é o que eu quero fazer", diz "O meu sonho sempre foi chegar a numero 1 do mundo e ganhar Grand Slams é o que eu almejo", completa. O jogador fala de seus pontos fortes: "Acho que o meu jogo é um jogo agressivo, gosto de ir para bola e tenho coragem nos momentos importantes, isso é o meu diferencial, eu gosto dos momentos difíceis", avalia. Para alcançar seus objetivos, conta que incluiu o yôga em seus treinamentos. "Desde que eu era pequeno, o meu pai fazia yôga com o mestre Orlando Cani, que trabalhou com Rickson Gracie do jiujitsu eu conheci ele desde novo, mas nunca fui tão interessado", diz. "Quando fui crescendo mais no tênis, eu fui praticando nos jogos mais difíceis, onde eu sentia mais pressão, fui criando rotina de meditação e respirações. Atualmente, antes de todos os jogos, procuro fazer respirações para me manter mais calmo", explica.  Além dele e dos jogadores de duplas, a equipe brasileira é formada por Matheus Pucinelli e Thiago Wild, número 76 do mundo. Após a derrota para Arthur Fils, o paranaense voltou a reclamar da arbitragem no jogo de sábado, quando o juiz marcou um toque na raquete do brasileiro em uma bola fora. "O que aconteceu hoje foi um erro gravíssimo, foi um erro que mudou o curso do jogo", analisa. "Eu poderia ter virado o jogo, poderia ter feito alguma coisa diferente. Erros acontecem, todo mundo erra, árbitros erram, mas dessa vez mudou o curso do jogo", lamenta.  "Com certeza não era o resultado que a gente queria, tampouco foi a minha performance esperada. Eu entrei bastante motivado, com bastante vontade de jogar, acho que isso ficou nítido na melhora do segundo set", continua Wild. "Mas numa quadra rápida como essa, qualquer detalhe acaba mudando o jogo, principalmente neste nível tão alto", diz. "Esse confronto ainda está longe de acabar. A gente tem time para virar este confronto", promete.  Novo formato  Nesta temporada, a Copa Davis passa por uma mudança de formato, com a extinção da fase de grupos. As duas primeiras rodadas são disputadas em forma de qualificatória e as etapas finais decisivas em sistema de mata-mata, até a definição dos campeões.  Este primeiro tour reúne 26 seleções e as 13 nações vitoriosas passam para a segunda etapa, que será disputada em setembro. Caso supere a França, adversária definida por sorteio da Federação Internacional de Tênis (ITF na sigla em inglês), o Brasil terá pela frente na segunda rodada o vencedor do confronto entre Croácia e Eslováquia. A última etapa do torneio acontecerá em novembro.  Este é o sexto duelo entre os dois países, com vantagem para os franceses por 3 a 2. O último confronto entre Brasil e França aconteceu em 2000 e foi vencido pela equipe brasileira, formada por Gustavo Kuerten e Fernando Meligeni nas disputas de simples. Nas duplas, Guga jogou com Jaime Oncins, atualmente capitão da equipe brasileira. "São situações diferentes. Eu acho que Davis é uma coisa que eu sempre gostei de jogar e agora estou como capitão. Todo o confronto de Davis é sempre uma história nova, uma emoção nova, mas ainda falta um pouco para acabar esse confronto e a gente ainda está na briga", disse Oncins à RFI.Na edição de 2024 da Copa Davis, a equipe brasileira contou com os tenistas Thiago Monteiro, João Fonseca, Felipe Meligeni, além dos duplistas Rafael Matos e Marcelo Melo. A formação, já comandada pelo capitão Jaime Oncins, foi eliminada ainda na fase de grupos. 

    Álbum de figurinhas Panini celebra 50 anos na França com presença de ex-jogadores famosos

    Play Episode Listen Later Jan 26, 2025 6:07


    Verdadeira instituição para os fãs de futebol de várias gerações, o álbum de figurinhas Panini celebrou os 50 anos da publicação dedicada ao campeonato francês com uma edição comemorativa e uma festa que reuniu em Paris grandes nomes que atuaram nos gramados do país, entre eles, o ex-jogador brasileiro Sonny Anderson. Elcio Ramalho e Annie Gasnier, de ParisTodo ano, desde 1975, milhares de torcedores de futebol na França aguardam ansiosos a publicação do álbum de figurinhas da Ligue 1, como é chamado o campeonato francês. A fórmula repete o sucesso de cinco décadas, com páginas dedicas ao elenco de todos os times de futebol da temporada. Para marcar a data comemorativa, uma edição especial foi lançada.São 104 páginas com os times da temporada 2025/2026, mas também enriquecido com um retrospecto dos 50 anos do campeonato e seus momentos mais marcantes. No total, são 530 figurinhas.Para celebrar o sucesso da publicação, a empresa Panini reuniu e homenageou ex-craques que brilharam nos gramados para o lançamento da edição comemorativa. Entre eles os franceses Robert Pirès (Meetz e OM), Luc Sonor (Metz e Mônaco) e Frédéric Piquionne (Saint-Étienne e Lyon), o português Pedro Miguel Pauleta (Bordeaux e PSG) e o brasileiro Sonny Anderson (Olympique de Marselha e Lyon).O ex-jogador Robert Pirès, campeão mundial com a França em 1998, cresceu colecionando as figurinhas do álbum Panini. A descoberta foi com os colegas de escola, aos sete anos de idade. Pires lembrou da época e dos jogadores que o inspiraram e que fazia questão de ter em seu álbum de figurinhas.“O jogador que eu queria ter absolutamente era o Alain Giresse. A geração de 84 me fez sonhar, sempre se fala do Michel Platini, o que é normal, porque era o melhor jogador francês. Mas jogadores como Giresse, Tigana, Fernandes, foram jogadores que me fizeram sonhar, que me inspiraram", declarou.Robert Pirès, assim como outros ex-jogadores convidados para o lançamento da edição comemorativa, ganhou de presente um quadro com sua imagem no álbum Panini. Uma homenagem que o fez viajar no tempo.“Quando comecei no futebol, tinha 7 anos. Era meu sonho, mas nunca tinha imaginado estar um dia no álbum Panini e nem jogar um dia pela seleção francesa. Quando eu vi minha primeira figurinha no álbum Panini, obviamente fiquei extremamente orgulhoso do que tinha conseguido realizar", diz o ex-jogador.Sonny Anderson: “É uma honra estar no álbum de figurinhas”O ex-jogador de futebol brasileiro, Sonny Anderson, que desembarcou em 1993 no Olympique de Marselha e depois fez história no futebol francês como campeão com o Mônaco (1997) e o Lyon (2002, 2003), também foi homenageado durante o lançamento da edição especial de aniversário do álbum de figurinhas Panini.Atualmente consultor esportivo para canais de televisão da França, Sonny Anderson, contou à jornalista da RFI Annie Gasnier como foi sua descoberta do famoso álbum de figurinhas Panini quando chegou à França e sua reação ao ver sua imagem na publicação.  “Cheguei no Olympique de Marselha na metade do campeonato e por isso minha figurinha foi de uma ação de um jogo. Só no Mônaco, em 1994, descobri que tinha que se preparar, fazer a barba, cortar o cabelo para a figurinha”, lembrou.  “Isso fica para a vida toda. Até hoje assino coleções de álbuns de figurinhas da época que joguei no Mônaco e no Lyon”,Para Sonny Anderson, fazer parte do álbum é um sinal de reconhecimento para um jogador de futebol.“É uma honra participar da Panini, que fez parte da nossa carreira de jogador, e saber que as pessoas que colecionam participaram da nossa carreira em algum momento de minha passagem pelo campeonato francês”, diz Sonny Anderson.O presidente da empresa Panini, Alain Guerrini, lembrou que na época de seu lançamento, em 1975, as imagens não eram autocolantes, mas a publicação soube se adaptar às evoluções tecnológicas e ao público. "Se há cinco décadas, a média de idade dos colecionadores era entre 10 e 15 anos, atualmente, se situa entre 5 e 10 anos de idade", afirma. Segundo ele, apesar da sociedade estar cada vez mais voltada para o mundo digital, a paixão pela coleção das figurinhas se mantém intacta."Estamos em um mundo digital, mas ter uma posse física, ter a imagem, é um pouco como as imagens religiosas de antigamente. Você pode colocar no bolso, sobre o coração, é algo que reconforta. Nossos colecionadores estão no mundo moderno, mas também num mundo de sonhos. Acho que isso cria um bom equilíbrio. Além disso, é intergeracional, é maravilhoso", afirma.

    Novo fenômeno do tênis, João Fonseca diz: “o mais importante é saber lidar com a pressão”

    Play Episode Listen Later Jan 19, 2025 9:38


    O brasileiro João Fonseca seduziu as arquibancadas do Aberto da Austrália, arrancou elogios de grandes astros do esporte e, aos 18 anos, se confirma como a nova esperança para o tênis brasileiro voltar a brilhar no circuito mundial. João Fonseca vinha de uma sequência impressionante de 14 vitórias consecutivas, só interrompida na última quinta-feira (15), quando o carioca caiu diante do italiano Lorenzo Sonego, na segunda rodada do torneio australiano, que ficará na sua história como o primeiro Grand Slam disputado da carreira na chave principal.Embalado pela conquista do troféu de campeão do Next Generation ATP Finals, no final de 2024, em Jeddah, e do Challenger de Canberra no início do ano, João derrotou três adversários no torneio classificatório para entrar na chave principal do Aberto da Austrália.E logo na estreia, mostrou porque se tornou a grande sensação do tênis atual: derrotou nada menos que o número 9 do ranking, o russo Andrey Rublev por 3 sets a 0 (parciais de 7-6, 6-3 e 7-6).Suas façanhas recentes e as imagens da vitória contra Rublev viralizaram nas redes sociais, e os grandes astros do tênis se renderam à evidência: o brasileiro fez uma entrada gigante e estrondosa no circuito profissional.O espanhol Carlos Alcaraz, atual número 3 mundial, declarou: "O que posso dizer? Simplesmente incrível. A maneira como ele jogou sua primeira partida de Grand Slam contra seu primeiro adversário do top 10 é incrível", disse. "A forma como ele abordou o jogo, como administrou tudo, os nervos, o jogo em geral, foi fantástico", acrescentou Alcaraz. "Vamos colocar o nome de João Fonseca na lista dos melhores do mundo em breve”, previu.Novak Djokovic admitiu que tem acompanhado o início dessa carreira promissora. "Tenho acompanhado seu crescimento e gosto como ele joga os pontos importantes. Corajoso, bate bem na bola, cobre toda a quadra. Acho que o Brasil não tem um jogador desse calibre desde Guga Kuerten”, afirmou o tenista campeão de conquistas de Grand Slams.  Na quinta-feira, João Fonseca lutou muito, foram mais de três horas de uma maratona intensa na quadra até ser eliminado por Lorenzo Sonego por 3 sets a 2 (parciais de 7-6, 3-6,1-6, 6-3, 3-6). Ao final da partida, ele justificou a derrota pelo nervosismo desde o começo do jogo e pela falta de experiência.“Estava nervoso desde o começo do jogo, segunda rodada, expectativas altas. Eu não era o favorito, mas tinha chances de ganhar o jogo. O nervosismo não me deixou jogar. Não consegui jogar meu melhor tênis, jogar solto. Mas fiquei feliz com a forma que lutei e com a minha postura”, avaliou.Com muitos holofotes voltados para seu desempenho, o brasileiro, listado pela própria ATP como um dos cinco nomes a serem observados durante o torneio australiano, passou a viver sob a pressão de ser uma nova promessa mundial do tênis, condição que ele diz estar aprendendo a conviver, graças a todo suporte que tem dentro e fora das quadras. “É uma coisa difícil (a pressão), mas acho que a vida vai te ensinando. Acho que no tênis, em qualquer esporte, você tem que se tem a responsabilidade. Você crescendo no ranking, vai criando mais. É visibilidade. Graças a Deus eu tenho uma família muito boa, treinadores que me ajudam a ter a cabeça firme com essa mídia toda, com essa expectativa, seguir fazendo meu trabalho, minha rotina, quietinho. É sem pensar muito no que as pessoas estão falando e, sim manter a cabeça firme. Mas é difícil, né? Acho que qualquer pessoa sente pressão, e o mais importante é saber lidar com ela”, afirmou.João Fonseca teve nas arquibancadas de Melbourne o apoio constante de uma torcida vibrante. Brasileiros com camisetas da Seleção e agitando bandeiras davam forças para a nova sensação do tênis do país.“Só tenho que agradecer, de verdade. Até arrepiava quando a torcida ia à loucura. Ser brasileiro é uma coisa sensacional. Eu sou, de verdade, muito grato de representar esse país, é maravilhoso. De coração mesmo, é só agradecer a torcida por ter comparecido, por dado suporte e agora é seguir trabalhando para cada vez mais representar melhor o nosso país”, afirmou na entrevista coletiva após a derrota. O tenista prodígio, atualmente no 112 colocação do ranking, se tornou também um fenômeno fora das quadras, já que suas vitórias e desempenho se traduziram também na conquista de milhares de fãs em poucas semanas. Só no Instagram, sua conta acumula agora 685 mil seguidores e a tendência, é crescer.Os próximos desafios de João Fonseca são o Challenger de Quimper, no oeste da França, e depois integrar a equipe brasileira que vai enfrentar os franceses pela Copa Davis.* Colaboração de Arthur Frand, de Melbourne.

    Cadu Sachs e Gonçalo Guerreiro estão entre os líderes no Rally Dakar 2025

    Play Episode Listen Later Jan 12, 2025 5:46


    A dupla formada pelo navegador brasileiro Cadu Sachs e o piloto português Gonçalo Guerreiro tem se destacado no Rally Dakar 2025, ocupando a segunda posição na classificação geral da categoria Challenger após cinco etapas. A primeira metade da competição foi marcada por consistência, estratégia e superação de desafios, incluindo condições exigentes de navegação e imprevistos no percurso.  Com uma estratégia focada em regularidade e preservação do veículo, a dupla conseguiu se manter entre os líderes da competição, mesmo enfrentando contratempos como furos de pneus e momentos de tensão nas dunas sauditas. Após um dia de descanso, na sexta-feira (10), eles voltaram para a segunda metade do rally, que promete ainda mais desafios nas areias do deserto saudita.Para o navegador brasileiro Cadu Sachs, 28 anos, que participa de seu quarto Dakar, o desempenho consistente da equipe até agora é fruto de uma combinação de estratégia e entrosamento. “Estamos fazendo uma prova muito regular. Nos primeiros dias, mais de estrada, conseguimos impor um bom ritmo, largando de uma posição favorável devido à classificação do prólogo. Fizemos etapas limpas, e isso foi essencial para nos mantermos no pelotão da frente”, explicou o navegador na entrevista à RFI. Cadu Sachs também destacou a maturidade de seu parceiro, o piloto português Gonçalo Guerreiro, 25 anos, estreante na competição. “Apesar de jovem, Gonçalo tem uma cabeça muito boa para esse tipo de prova. Ele sabe poupar o carro e entender os momentos de forçar, o que faz toda a diferença em um rally como o Dakar.”  A navegação, segundo Cadu, tem sido especialmente desafiadora nesta edição do rally considerado mais difícil do mundo.“Praticamente todos os dias encontramos trechos que geram dúvidas, pontos onde precisamos procurar o caminho certo. Mas, no geral, estamos saindo bem, com boas escolhas e um bom entrosamento no carro.” Momentos críticosUm dos momentos mais críticos para a dupla da Red Bull Off-Road Jr Team ocorreu no segundo dia, no início da longa etapa de 48 horas, que começou em Bisha, quando um pneu destalonou, ou seja, saiu da roda. “Chegamos um pouco rápido em uma duna cortada e acabamos aterrissando em outra. Isso destalonou um pneu. Foi o momento mais tenso e desafiador. Mas tivemos sorte, não houve danos ao carro. Fizemos uma troca boa e seguimos a etapa”, explicou.No dia de descanso, na sexta-feira, a prioridade foi recarregar as energias e revisar o carro com os técnicos da equipe. “Conseguimos descansar bem, dormir e tomar um banho decente após noites frias na etapa maratona. Enquanto isso, os mecânicos estão fazendo um trabalho excelente, trocando peças e revisando o carro. Estamos acompanhando tudo e já nos preparando para os próximos dias”, contou.Sobre a segunda metade do rally, que começou a partir deste sábado com 605 km de especial, entre Hail e al-Duwadimi, Cadu enfatizou a importância de manter a mesma estratégia. “Queremos fazer uma prova com cabeça, colocando um bom ritmo, mas poupando o carro. Ainda temos oito etapas pela frente, com muita areia, que será o grande desafio dessa semana.”Pressão "boa"Desde o início do rally, Cadu Sachs destacou a importância de estar nas primeiras posições para conseguirem terminar a prova no pódio. Mesmo na vice-liderança, conquistada nesta etapa inicial do rally, o brasileiro vê a posição como uma forma de pressão positiva.“É uma pressão boa. Estamos no topo desde o início, e a ideia é manter isso. O importante é estarmos tranquilos dentro do carro e fazer nossa parte, e a equipe também. Tem um pouquinho mais de pressão nessas primeiras posições, mas isso é bom.”Apesar da concentração no desempenho na prova, Cadu adotou o hábito de postar regularmente imagens da competição, mencionando a importância das redes sociais para manter os fãs informados, já que “o público no Brasil acompanha bastante". "Tento atualizar sempre que possível, apesar das dificuldades com a internet nos acampamentos. É uma forma de compartilhar o que está acontecendo e sentir o apoio da torcida, que é muito bem-vindo.”

    Brasileiro Lucas Moraes está entre os favoritos ao título do Rally Dakar 2025

    Play Episode Listen Later Jan 4, 2025 11:45


    Foi dada a largada na última sexta-feira (3) do Rally Dakar 2025, a 47ª edição do rally raid mais difícil e badalado do mundo, e que abre a temporada do campeonato Mundial. São mais 800 competidores no total, representando 70 países. Nesta lista, há apenas cinco brasileiros: os três pilotos; Marcos Moraes e seu filho Lucas, e Marcelo Gastaldi, além de dois navegadores; Maykel Justo e Cadu Sachs. Neste sexto ano consecutivo do Dakar na Arábia Saudita, os organizadores prepararam um percurso de quase 8 mil quilômetros pelo deserto saudita (7.753km) sendo 12 etapas, além do prólogo, realizado na sexta-feira, que não contou pontos, mas definiu as posições de largada dos competidores.Pela primeira vez, o Brasil tem um nome entre os favoritos. Lucas Moraes, de 35 anos, na categoria Ultimate T1+, para carros. Líder da equipe Toyota Gazoo Racing (TGR), Lucas Moraes pode surpreender, e quem sabe, erguer um título que o Brasil nunca conquistou.Na sua primeira participação, em 2023, ele ficou em terceiro lugar, causando boa impressão e apenas atrás do campeão Nasser al-Attiyah, do Catar, e o francês Sébastien Loeb, duas referências no rally mundial.Na edição passada, um problema mecânico na penúltima etapa o afastou do pódio, mas o resultado da estreia e os últimos resultados de 2024, que o fizeram terminar em 3° lugar no mundial de rally, o credenciam como um dos favoritos nesta edição.Pela segunda vez, Lucas Moraes tem navegador o espanhol Armand Monleón como parceiro. A dupla terminou o prólogo na oitava posição.Outros brasileiros também competem na categoria Ultimate, considerada a “Fórmula 1 do rally”, na categoria. O piloto Marcelo Gastaldi, que tem como navegador o francês Adrien Metge, da equipe Century Racing, ficou em 20° no prólogo. Um pouco depois na 33 ª posição ficou a dupla 100% brasileira da Marcos Moraes e o navegador Maykel Justo, Overdriving Racing.Outro navegador brasileiro no Dakar este ano é o paulista Cadu Sachs, de 28 anos. Campeão do Rally dos Sertões em 2023 e segundo no ano passado, ao lado do piloto Marcelo Gastaldi, o piracicabano migrou para a equipe da Red Bull OFF-Road Junior Team e este ano compete na categoria Challenger, de veículos leves, ao lado de outro talento recrutado pela equipe, o português Gonçalo Guerreiro, de 24 anos.Os dois se conheceram no Marrocos e engataram uma parceria para o Dakar onde competem com um Taurus T3 MAX. No prólogo, terminaram na segunda posição, com apenas 4 segundos de diferença de outra dupla da Red Bull OFF Road, Corbin Leaverton e Taye Perry.Cadu Sachs tem um histórico positivo no Dakar, foi o sétimo na competição passada, por isso, se considera muito mais confiante no deserto saudita nesta edição e otimista com o novo companheiro de equipe. “Nosso objetivo é dar o nosso melhor e temos condições de fazer um belo Dakar, tanto em termos de navegação quanto em termos de pilotagem. O conjunto é bom e a meta é disputar as primeiras posições”.O piloto também comentou da participação dos brasileiros na competição, que ainda buscam um título inédito para o país no rally mais famoso do mundo.“O histórico do Brasil no Dakar tem sido muito positivo. O caminho começou lá atrás e nos últimos oito anos as participações foram muito expressivas em várias categorias, com muitos pilotos ganhando várias etapas. É muito legal ver os brasileiros se destacando”, afirma.O Rally Dakar 2025 termina no próximo dia 17 de janeiro com a chegada da 12ª etapa na cidade de Shubaytah.  

    Jogos Olímpicos e Paralímpicos Paris 2024 foram sucesso de público e de organização

    Play Episode Listen Later Dec 29, 2024 17:02


    Cenários de tirar o fôlego, quebra de recordes, polêmicas e uma animação contagiante e inesperada por parte do público francês. A Olimpíada de Paris foi aclamada como o evento esportivo mais espetacular de todos os tempos. E ficou dentro do orçamento de € 4,5 bilhões, segundo o balanço divulgado pelo presidente do Comitê Organizador, Tony Estanguet.  Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris"Foi um grande desafio levantar todo esse dinheiro graças a 84 empresas que financiaram 95% do projeto, além da bilheteria, pois batemos um recorde histórico do número de espectadores, o que permitiu arrecadar muitos recursos e ainda sobrou dinheiro para investir no esporte: cerca de € 27 milhões", disse Estanguet. De acordo com os organizadores, Paris 2024 registrou o recorde histórico de 9,5 milhões de ingressos vendidos, quebrando a marca estabelecida em Atlanta 1996, de 8,3 milhões de ingressos.  A arrecadação da bilheteria alcançou € 1 bilhão 333 milhões, muito mais do que o esperado. Tudo começou com uma façanha: o inédito desfile de delegações no rio Sena, debaixo de chuva. Cerca de 7 mil atletas participaram da primeira cerimônia de abertura fora de um estádio. A bordo de 85 barcos, eles percorreram a capital francesa ao longo de seis quilômetros, diante de 320 mil espectadores. A cerimônia itinerante organizada pelo diretor artístico Thomas Jolly durou quase quatro horas e valorizou o patrimônio francês. O espetáculo foi visto por mais de um bilhão de espectadores que acompanharam pela TV, em todo o mundo, e contou com estrelas do pop mundial, como Lady Gaga e a francesa Aya Nakamura. Do alto da Torre Eiffel, iluminada por milhares de luzes e ostentando os anéis olímpicos, a cantora canadense Céline Dion interpretou O "Hino ao Amor", de Édith Piaf.Pira olímpica sem fogoA pira olímpica de Paris foi acesa nos Jardins das Tuilleries, no centro da capital francesa e virou ponto de visitação. No formato inovador de um balão, a pira de 30 metros de altura permaneceu acesa 24 horas por dia durante os Jogos Olímpicos graças a outra novidade: a chama, na verdade um efeito de luz em contato com vapor d'água. A cada anoitecer, ela subia aos céus de Paris para um “voo" de quatro horas, ao lado do Museu do Louvre.Dar destaque aos monumentos parisienses foi um objetivo alcançado com sucesso. A exemplo da arena, aos pés da Torre Eiffel, cenário perfeito para coroar as brasileiras Duda e Ana Patrícia, campeãs olímpicas do vôlei de praia. "Eu acho que a gente ainda não sabe nem o que a gente está sentindo. É muita coisa ao mesmo tempo, só estamos sentido o peso no pescoço. Eu brinquei com a Duda que é o peso do trabalho que dá para ganhar uma medalha", disse Ana Patrícia, em entrevista à RFI. Já Duda falou sobre a rivalidade com a dupla do Canadá. "Todas as nossas finais importantíssimas foram contra o Canadá e que destino, né? Não sei o que descrever, mas deu certo", comemora.   Também foi diante da torre Eiffel, que o brasileiro Caio Bonfim conquistou a prata inédita para o país na prova da marcha atlética de 20 km. A Esplanada dos Inválidos sediou as disputas de tiro com arco e a chegada da maratona. Outro marco do evento foi a enorme estrutura com diversas arenas montadas no entorno do milenar obelisco de Luxor, que agradou aos milhares de espectadores dos esportes radicais, na praça da Concordia.Foi lá que a maranhense Rayssa Leal, a Fadinha, conquistou a medalha de bronze no skate street feminino. E Augusto Akio, o "Japinha", faturou o bronze no skate park. Enquanto não longe dali, no Campo de Marte, o Brasil fazia história com o ouro na categoria peso pesado do judô para a brasileira Beatriz Souza. "É inexplicável, um sentimento que não têm palavras, eu estou extremamente feliz com tudo o que eu fiz no dia de hoje,  é inexplicável", disse. Heróis francesesNo mesmo dia, na mesma arena, o judoca francês Teddy Riner conquistou o seu terceiro título olímpico individual. Escolhido para acender a pira olímpica em Paris, ao lado da corredora Marrie-José Pérec, Riner foi um dos heróis nacionais desta edição dos Jogos Olímpicos. Além dele, outro nome fez os franceses voltarem a sonhar. O nadador Léon Marchand, apontado como sucessor de Michael Phelps e novo ídolo do esporte nacional, conquistou quatro medalhas de ouro e uma de bronze na piscina da Arena La Defense.Depois de muitas críticas, na fase de preparação, o entusiasmo inesperado dos torcedores franceses com os Jogos Olímpicos surpreendeu atletas e organizadores, ajudando a esquecer o momento político difícil que o país enfrentava, a espera da indicação de um primeiro-ministro, o que só aconteceu depois da "trégua olímpica", imposta pelo presidente. Rebeca, rainhaEm Paris, o Brasil conheceu sua rainha. O time feminino de ginástica artística disputou a prestigiosa final por equipes dos Jogos Olímpicos, conquistando um terceiro lugar inédito por equipe.Mas um nome entraria para a história: Rebeca Andrade, 25 anos, quatro medalhas em Paris, homenageada no pódio por ninguém menos do que a americana multicampeã Simone Billes, que voltou a competir após uma temporada afastada.Biles e sua compatriota Jordan Chiles se curvaram no pódio diante de Rebeca Andrade que, com uma apresentação brilhante, levou o tão esperado ouro no solo. "Eu estou muito feliz e orgulhosa de todas as minhas apresentações, de todos os dias. Eu estou muito feliz de estar voltando para o Brasil com o ouro que os brasileiros mereciam muito e eu queria muito também", disse Rebeca à RFI.Com uma técnica impecável, ela se tornou a atleta que mais conquistou medalhas olímpicas para o Brasil em todos os tempos, somando seis condecorações. "Realmente, o esporte é muito difícil, mas para você ser a melhor você tem que trabalhar muito. Então, que bom que é difícil porque quando você sobe no pódio, não tem alegria maior do que levantar essa medalha e mostrar para todos vocês o orgulho que eu estou sentindo de representar todo o meu país, representar os meus treinadores e me representar também. Foi uma honra gigantesca", conclui Rebeca.Sena banhávelApós um adiamento por nível de poluição acima do limite, as provas de triatlo finalmente foram realizadas no rio Sena. Na maratona aquática, a brasileira Ana Marcela lutou até o fim, terminando em quarto lugar.   Outro destaque foi Isaquias Queiroz, que conquistou sua quinta medalha olímpica ao ficar com a prata na categoria C1 1000m da canoagem de velocidade.Para tornar o rio Sena, que atravessa Paris, e o seu maior afluente, o Marne, banháveis para os Jogos Olímpicos, e posteriormente, para o público, os governos francês e da região Île-de-France investiram o equivalente a R$ 8,4 bilhões. Mais um legado para a capital francesa. Ao longo do evento, os jornais destacaram os sucessos alcançados, principalmente a segurança durante os dias de competições e o funcionamento dos transportes públicos, que estavam entre os maiores temores dos franceses antes das Olimpíadas começarem.  No quadro de medalhas, o Brasil ficou em 20° lugar, com 20 medalhas conquistadas: três ouros, sete pratas e dez bronzes. Os Estados Unidos lideraram o placar, com 126 medalhas, seguidos por China e Japão.  Jogos ParalímpicosApós um intervalo de duas semanas, os Agitos, posicionados no Arco do Triunfo, simbolizavam o início dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, uma oportunidade para pôr em evidência a falta de acessibilidade da capital francesa, como a falta de elevadores nas antigas estações de metrô. A cerimônia de abertura aconteceu na Praça da Concórdia, com desfile de 164 delegações e mais de 4 mil atletas, em um espetáculo sobre a inclusão. A começar pelos artistas convidados, como o francês Lucky Love, nascido sem o braço esquerdo. O Brasil teve representantes em quase todas as modalidades, com a maior delegação desde a Rio 2016. Gabrielzinho foi destaque brasileiroGabriel Araújo, o Gabrielzinho da natação, foi um dos porta-bandeiras e desde a sua chegada a Paris conquistou muitos admiradores. Com 1,21 m de altura, mas um gigante na raia, ele foi um dos principais destaques da competição, conquistando três ouros, e fazendo o hino brasileiro ser ouvido na piscina. O mineiro, que nasceu com má formação nos braços e pernas foi destaque da imprensa internacional. Em entrevista à RFI, ele celebrou esse momento.  "Muito tranquilo, muito feliz sempre, sorriso no rosto, levando alegria onde passa, e aqui na França eu vi que estou no caminho certo, que é transmitir alegria para todo mundo, que contagiou toda essa galera. Então, fico muito feliz e é uma honra para mim toda essa energia positiva", disse. Dobradinha no atletismoO Brasil também brilhou no atletismo, conquistando, logo na estreia, uma dobradinha no pódio dos 5000 m masculino na categoria T 11, para atletas com deficiência visual no Stade de France, em Saint-Denis, subúrbio norte de Paris.O mato-grossense Yeltsin Jacques, um dos favoritos na modalidade, ficou com o bronze e o paulista Júlio César Agripino quebrou o recorde mundial da prova. "Para mim foi sensacional. Eu fiquei muito agradecido a toda a minha equipe porque foi um título inédito, foi um recorde sensacional que a gente precisava e a gente trabalhou muito", disse à RFI Brasil.   Quatro dias depois, Júlio César Agripino e Yeltsin Jacques disputaram novamente juntos os 1500m da classe T11 para deficientes visuais e alcançaram mais uma vitória, só que desta vez trocaram de lugar no pódio. Agripino levou o bronze e Yeltsin ficou com o ouro, batendo o próprio recorde mundial. "Levar um pedacinho da torre Eiffel para o Brasil, levar um pedacinho da torre para a gente. Estou muito feliz de estar levando esta medalha e levar esse orgulho para o Brasil", disse.  A equipe brasileira de goalball bem que tentou. O ouro não veio, mas a equipe ficou com o bronze em Paris, neste esporte paralímpico baseado na percepção tátil e auditiva, em que os jogadores utilizam uma venda nos olhos. Outro ponto alto dos Jogos Paralímpicos para o Brasil foi o ouro da paulista Alana Maldonado, na final para mulheres até 70 kg do judô. "Só gratidão, primeiramente a Deus, é muita emoção estar vivendo isso novamente, muito obrigada a todos os envolvidos, é um time muito grande por trás disso e essa medalha não é só minha", disse em entrevista à RFI. O Brasil obteve 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes, em um total de 89 pódios nos Jogos Paralímpicos de Paris, o melhor desempenho na história da competição. Foi a primeira vez que o país ficou no Top-5 no quadro de medalhas, atrás apenas da China, Estados Unidos, Reino Unido e da Holanda. Além de lembranças memoráveis, as competições deixaram várias lições entre os torcedores, que saíram transformados dessa experiência.  "Me impressiona o fato de eles terem algumas deficiências e não se deixarem levar por isso, sempre buscarem a excelência, um esforço a mais, coisa que a gente, às vezes no dia a dia, não faz. Eu tiro o chapéu e saio daqui com uma lição aprendida. Eles me deram uma lição importante para a vida", disse um torcedor.   Encontro marcado, então, daqui há quatro anos em Los Angeles. 

    As conquistas de Vinícius Jr. e de outros brasileiros no prêmio The Best da Fifa

    Play Episode Listen Later Dec 22, 2024 10:24


    O Brasil voltou ao topo do futebol mundial com a escolha de Vinícius Jr. como o melhor jogador de futebol da temporada. O troféu foi um dos mais aguardados na cerimônia The Best da Fifa, realizada na última terça-feira (17) em Doha, no Catar. Muitos outros prêmios foram distribuídos em várias categorias, entre eles, os de melhores treinadores, melhor jogadora, goleiro e goleira, gols mais bonitos da temporada 2023/2024 e até torcedor do ano. Os holofotes estiveram todos voltados para Vinícius Jr., anunciado como vencedor do cobiçado troféu por Gianni Infantino, presidente da Fifa. Foi ele quem acolheu o atacante do Real Madrid e da seleção brasileira no palco."Não sei nem por onde começar. Era tão distante que parecia impossível chegar até aqui. Eu era uma criança que só jogava bola descalço nas ruas de São Gonçalo, perto da pobreza e do crime. Chegar aqui é muito importante para mim. Estou fazendo por muitas crianças que acham que tudo é impossível e que acham não podem chegar até aqui. Tenho de agradecer a todo mundo que votou em mim, todos os jogadores, treinadores, jornalistas e meus fãs. (...) Agradecer a todos os jogadores da Seleção Brasileira e ao meu país, que vem torcendo por mim e me dando muita força para seguir na minha luta", disse Vinícius Jr.   Fim do jejumVinícius Jr. tinha apenas sete anos, quando o último brasileiro antes dele, Kaká, levantou o troféu de melhor do mundo, em 2007. Antes de Kaká, já tinham conquistado o prêmio Ronaldinho Gaúcho (2005 e 2004), Ronaldo “Fenômeno” (2002, 1997, 1996), Rivaldo (1999) e Romário (1994).  Vini Jr. quebrou um longo jejum, de 17 anos, e agora vê recompensado o trabalho realizado ao longo de uma temporada em que foi fundamental para a conquista de vários títulos com Real Madrid: além de campeão da Liga espanhola, o clube merengue venceu a Super Copa da Espanha e ergueu o troféu da Liga dos Campeões, competição na qual Vini Jr. foi o eleito o melhor jogador. Os números dele com a camisa 7 impressionam: foram 37 participações decisivas em gols, tendo anotado 26 e feito 11 assistências.Na sua sexta temporada no clube madrilenho, o brasileiro brilhou dentro de campo, mas não foi suficiente para conquistar outro troféu de prestígio, a Bola de Ouro, da revista francesa France Football. A premiação, em outubro, foi vencida pelo espanhol Rodri do Manchester City, figura-chave da conquista da Eurocopa pela Espanha. O segundo lugar do brasileiro revoltou a direção do Real Madrid, que boicotou a cerimônia da Bola de Ouro em Paris, e desencadeou uma avalanche de críticas mundo afora.O prêmio da Fifa, escolhido por votos de torcedores, jornalistas e treinadores e capitães de equipes nacionais, inverteu a ordem. Rodri ficou em segundo, à frente de Bellingham do Real Madrid, e Vinícius Jr. foi consagrado o vencedor. Por isso, muitos especialistas, como o comentarista do programa Rádio Foot Internacional da RFI, Nahïm Moniolle, consideram que o prêmio The Best da Fifa corrigiu uma grande injustiça. “Ele deveria ter ganhado o Bola de Ouro este ano e Rodri deveria ter ganhado no ano passado. O prêmio a Vini Jr. é lógico e recompensa a temporada dele com o Real Madrid assim como Ancelotti e outros. Certamente equilibra com o Bola de Ouro que deveria ter ido para ele. Mas tenho muito pouca afeição por esse tipo de premiação.” Outras premiaçõesNos últimos anos, prêmios como The Best da Fifa e o Bola de Ouro têm levantado muitos questionamentos em relação aos critérios de escolha e a atribuição aos vencedores, que muitas vezes geram polêmicas e contestação.Por outro lado, as recompensas também procuram se adaptar à evolução do futebol. Este ano, a Fifa introduziu no The Best o troféu Marta, em homenagem à alagoana de 38 anos, seis vezes eleita a melhor do mundo. O prêmio de estreia atribuído ao gol mais bonito feito por jogadoras, foi vencido pela própria atleta por um gol marcado com a seleção brasileira contra a Jamaica na Arena Pernambuco. Marta não esteve presente, mas enviou um vídeo de agradecimento.Na cerimônia em Doha, outros representantes do Brasil foram homenageados. O jogador do Internacional Thiago Maia recebeu o troféu de Fair Play, oferecido pela Fifa por atitudes exemplares dentro ou fora de campo. O volante foi recompensado por sua atuação voluntária na ajuda às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, em abril e maio deste ano.Já o vascaíno Guilherme Gandra, de 10 anos, que sofre de uma doença genética rara que fragiliza pele, foi eleito o melhor torcedor do ano. 

    Mais um surfista brasileiro entra para o 'hall da fama' do surfe em Nazaré

    Play Episode Listen Later Dec 15, 2024 7:40


    O Centro Interpretativo do Canhão da Nazaré, localizado no icônico Forte de S. Miguel Arcanjo, que testemunha as maiores ondas do planeta, recebeu uma importante contribuição para seu acervo: a prancha utilizada pelo brasileiro Ian Cosenza em algumas de suas memoráveis descidas na Praia do Norte, conhecida pelas ondas gigantescas. Luciana Quaresma, correspondente da RFI em PortugalA inclusão da prancha do surfista carioca representa um marco significativo, consolidando a crescente influência brasileira no universo do surfe de ondas excepcionais. “É uma honra pra qualquer surfista estar ali no museu, ter sua prancha, ter seu nome gravado num lugar tão importante para o cenário do Big Surf. Poder representar o Brasil nessas ondas grandes é um prazer enorme", declarou Cosenza em entrevista exclusiva à RFI.A escolha da prancha de Ian Cosenza não simboliza apenas conquistas individuais, mas também a crescente força do surfe brasileiro no cenário internacional. A peça escolhida para o museu foi utilizada em momentos cruciais de sua trajetória em Nazaré, onde ondas colossais, ultrapassando os 30 metros de altura, desafiam os limites da coragem e a habilidade dos atletas.Para Cosenza, o impacto vai além do reconhecimento pessoal. "Sei que os brasileiros são apaixonados por surfe, independente do tamanho da onda. A galera lá no Brasil gosta muito de estar surfando. Dificilmente, você vai ver um pico quebrando sozinho, sem ter ninguém dentro d'água”, destaca o carioca. Essa paixão, segundo ele, é um elemento fundamental que impulsiona a cena brasileira do surfe e a coloca em destaque em todo o mundo. A doação da prancha para o museu, inclusive, ficou marcada como um momento especial. "Eles me ligaram e falaram que eu tinha pego uma das maiores ondas do mundo com uma prancha de madeira e gostariam muito que aquela prancha fosse exposta no farol”, recorda o atleta.Nazaré: a busca pela perfeiçãoA Praia do Norte, em Nazaré, é um teste de resistência física e mental. As ondas gigantescas exigem uma preparação impecável, que envolve condicionamento físico extremo, estratégia e, acima de tudo, coragem inabalável. Cosenza descreve a experiência como um processo holístico. "Nazaré não é um lugar para principiantes, e ao longo dos anos a gente vai descobrindo isso", observa o surfista.Desafiar os paredões de água com equilíbrio exige muito trabalho físico, mental e dedicação, tanto com a equipe quanto com os equipamentos. "Costumo dizer que para você surfar em Nazaré, é preciso estar com todas as suas engrenagens em perfeita harmonia: físico, mental, equipe, equipamento e talento”, explica Cosenza.Essa busca pela perfeição, pela sincronia entre o atleta, seu equipamento e sua equipe, é um dos fatores que definem o sucesso em Nazaré e que a prancha de Cosenza no Museu do Surfe representa de forma tão contundente. Um dia específico, em outubro de 2020, permanece na memória de Cosenza como um marco na sua carreira. Uma ligação inesperada o avisou sobre um swell gigantesco, resultando em momentos inesquecíveis, descritos por ele como "um swell do século, com as maiores ondas já vistas em Nazaré, com condições incríveis", recorda.Um olhar para o futuro do surfeO “Surfer Wall”, como é conhecida a parede que abriga as pranchas dentro do Forte de S. Miguel Arcanjo, hoje abriga 35 pranchas, mas tudo começou com a doação de uma prancha do surfista brasileiro Pedro Scooby. O espaço fascinante, que celebra a rica história do surfe e a profunda conexão da comunidade local com o mar, foi inaugurado em 2014 para homenagear a tradição pesqueira e os esportes aquáticos da região. Além de suas exposições permanentes, que enfatizam a cultura do surfe em ondas gigantescas, o museu promove eventos e palestras voltados para a segurança no mar e a preservação ambiental, tornando-se um ponto de referência para surfistas e amantes da cultura marítima em todo o mundo.Walter Chicharro, ex-presidente do município da Nazaré, destacou que a ideia de homenagear os surfistas que enfrentam as ondas da Praia do Norte surgiu como uma forma de “reconhecer e celebrar os atletas que, em um verdadeiro coliseu natural, buscam a maior onda de suas vidas”. Segundo ele, a homenagem não só ressalta a coragem e o talento desses desportistas de alto rendimento, mas também posiciona Nazaré como um símbolo global do surfe de ondas grandes, atraindo atenção internacional e consolidando o local como um marco no cenário esportivo mundial.O museu abriga uma coleção impressionante, incluindo a célebre prancha do surfista brasileiro conhecido como Alemão de Maresias, exposta desde 2019. O paranaense é um dos pilotos de segurança aquática mais reconhecidos do mundo por suas performances destemidas em Nazaré, e não esconde a felicidade pelo amigo Cosenza.“Eu vejo essa conquista do Ian com muita alegria. Eu acho que ele é um atleta que se dedicou muito ao esporte e nos últimos anos tem se dedicado especialmente às ondas da Nazaré. Fico muito feliz. Acho que e' uma conquista muito positiva, muito bacana não só para o Ian mas também para o surfe brasileiro”, comenta o experiente surfista e piloto de tow-in, que conhece as ondas de Nazaré como poucos.A homenagem ao carioca é uma declaração de excelência do surfe brasileiro e uma inspiração para as futuras gerações de atletas. O museu já tem expostas peças de outros grandes nomes brasileiros, como Maya Gabeira, que fez história ao se tornar a primeira mulher a surfar uma onda de 20,5 metros, conquistando um recorde no Guinness em 2020. Sua trajetória não apenas a elevou como atleta, mas também a transformou em uma inspiração para muitas mulheres que aspiram a surfar ondas gigantescas.Outra prancha memorável em exposição é a de Rodrigo Koxa, que surfou uma impressionante onda de 24,4 metros em 2017, quebrando o recorde mundial e garantindo seu lugar no Guinness World Records. Carlos Burle, um dos pioneiros do surfe de ondas grandes no Brasil, também tem sua prancha no museu. Em 2001, Burle surfou uma onda de 20,3 metros que o colocou nas páginas da história do surfe em Nazaré.Além dos icones brasileiros do big surfe, o museu também exibe pranchas de lendas internacionais, como o havaiano Garrett McNamara e o californiano Gary Linden, reforçando seu papel fundamental na preservação da história e cultura do esporte.A prancha de Ian Cosenza, agora imortalizada em Nazaré, demonstra a superação de limites e o constante esforço em busca da perfeição que definem o espírito competitivo e apaixonado dos surfistas de elite.O Museu do Forte de S. Miguel Arcanjo abre diariamente de 10h às 20h (última entrada às 19h30).

    ‘O Instante Decisivo': documentário revela bastidores da preparação de paratletas rumo a Paris 2024

    Play Episode Listen Later Dec 9, 2024 5:56


    O documentário "O Instante Decisivo", dirigido por André Bushatsky, estreia no próximo dia 12 de dezembro. A obra, que teve apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro, será apresentada durante a premiação dos melhores atletas paralímpicos do ano em uma cerimônia em São Paulo. O filme retrata a jornada de paratletas brasileiros rumo aos Jogos de Paris 2024, explorando não apenas o esforço dos competidores, mas também o trabalho de equipes técnicas e gestores envolvidos no ciclo paralímpico. O documentário busca também inspirar pessoas com e sem deficiência a descobrir o poder transformador do esporte. O documentário de 74 minutos é um mergulho nos bastidores do alto rendimento de atletas paralímpicos. Treinadores, gestores, fisiologistas e nutricionistas, entre outros profissionais, foram ouvidos para explicar em detalhes todos os cuidados e planejamento feitos com os atletas que buscam a excelência."São quatro anos de muito comprometimento, abdicando de muitos desejos, para ser realizado em segundos, para saber se deu certo aquele ciclo paralímpico. É muito treino e tem muita gente por trás para eles chegarem nos objetivos deles e que muita gente nem imagina”, explica o diretor. O título do filme, O Instante Decisivo, reflete os momentos cruciais da competição. "São quatro anos de preparação para segundos que definem tudo. Essa frase, que aparece no documentário, sintetiza bem o espírito do esporte de alto rendimento", explica Bushatsky. A seleção dos protagonistasA escolha dos personagens foi um desafio à parte. André buscou mostrar a diversidade regional do Brasil e a pluralidade das modalidades paralímpicas com atletas que teriam chances de subir ao pódio. No final, a seleção focou em sete protagonistas: a lançadora Beth Gomes, do interior de São Paulo, o velocista paraibano Petrucio Ferreira, a lançadora baiana Taíssa Machado, a nadadora pernambucana Carol Santiago, o nadador Gabriel Araújo (Gabrielzinho), de Minas Gerais, a mesa-tenista catarinense Bruna Alexandre e o jogador de futebol de cegos baiano Cássio Lopes dos Reis.   "Queríamos representar diferentes histórias e regiões. Tínhamos muitas histórias boas, mas também escolhemos quem poderia funcionar bem no roteiro do filme. Muitos tinham realmente chances de medalhas, mas tivemos que fechar para quem estava batendo recordes e com marcas para subir no pódio”, destaca Bushatsky.O documentário termina com a Paralimpíada de Paris 2024, onde o Brasil brilhou, ficando em 5° na classificação no quadro final de medalhas com um recorde de 89 pódios, sendo 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes.O desempenho da delegação brasileira paralímpica dá um impulso para o documentário, que ao revelar os bastidores e preparativos de atletas paralímpicos de alto rendimento, certamente vai contribuir para inspirar muitas gerações de crianças, jovens e adultos, segundo o diretor.  “O documentário é um produto de entretenimento, mas, ao mesmo tempo, serve para marcar um período histórico. O fato de Paris 2024 ter sido um recorde, a gente já vê mais pessoas jogando holofotes no esporte”, afirma Bushatsky.  Depois da estreia no Sport TV no dia 12 de dezembro, o filme deve ser disponibilizado no canal GloboPlay. André Bushatsky pretende fazer uma caravana e levar o documentário para escolas e instituições que promovam a prática esportiva. “O filme vai passar em vários lugares e com isso eu espero que ele inspire muitas pessoas a praticar esporte, com deficiência ou sem. O legal é mostrar a importância do esporte na vida das pessoas. E histórias inspiradoras é que não faltam”, conclui o diretor.

    Lille festeja 80 anos com a presença de jogadores e ex-atletas brasileiros

    Play Episode Listen Later Dec 1, 2024 6:21


    Clube do norte da França preparou grande festa para festejar 80 anos. A celebração foi com uma vitória de 1 a 0 sobre o Rennes pela 12 rodada do campeonato francês na presença jogadores e ex-atletas que fizeram história com o time. Com Marco Martins, enviado especial a LilleEm oito décadas de existência, o Lille tem uma lista de conquistas nacionais e europeias. Foram quatro títulos de campeão francês, 6 Copas da França, 1 troféu dos Campeões e cinco vezes campeão da 2ª divisão, além de um título da antiga Copa Intertoto da Uefa.Vários jogadores brasileiros contribuíram para essa trajetória de um dos times mais populares do norte da França. O primeiro a desembarcar foi o atacante Walquir Mota, em 1992, quando o time ainda buscava um lugar na elite do futebol francês. Em seguida, outro atacante, Neném, ficou alguns meses no Lille antes da chegada do primeiro zagueiro, Rafael Schimtz.  O catarinense de Blumenau foi um dos brasileiros que mais defendeu a camisa vermelha do clube. Rafael chegou em 2001, quando a equipe voltava à 1ª divisão, e atuou como zagueiro por quase seis anos na equipe, até 2007. “O Lille foi ao Brasil me ver jogar e uma semana depois eu já estava na França. Foi muito rápido”, recorda. “Não foi nada fácil no começo, mas tinha o objetivo de ter uma carreira brilhante. O Lille foi e é o meu time do coração”, afirma.    Presente na festa dos 80 anos no estádio, Rafael Schimtz, já aposentado dos gramados, falou também da emoção de rever ex-companheiros e amigos que deixou no clube. “Recebi o convite e não poderia deixar de vir. Alguns jogadores fazia 20 anos que a gente não se via. E hoje, ver a potência que o clube se tornou é muito gratificante", afirma.Assim como Rafael, Túlio de Melo foi um dos maiores nomes do Brasil no Lille, onde ficou por seis temporadas. Ele conquistou com o Lille um campeonato francês e uma Copa da França na temporada de 2010/2011 e se tornou um dos artilheiros com 40 gols em 136 jogos.Atualmente, dois brasileiros vestem a camisa vermelha dos “dogues”, como são conhecidos os jogadores que atuam no time. O zagueiro central Alex Sandro, que chegou em 2022 e o zagueiro Ismaily. Depois de oito temporadas no Chaktior Donestk da Ucrânia, o lateral esquerdo Ismaily chegou ao Lille em 2022, tornando-se o décimo sexto brasileiro a atuar no time. Ismaily, que voltou recentemente aos treinos após se recuperar de uma lesão no joelho direito no final de agosto, também participou da celebração e comentou a boa fase do time.Atualmente, o Lille é o quarto colocado no campeonato francês e faz bonito na Liga dos Campeões, e está na 12 colocação, com um empate, uma derrota e três vitórias, entre elas contra Real Madrid, interrompendo uma sequência de 36 jogos invictos do atual campeão da competição.“Pode surpreender muita gente, mas isso é resultado do nosso trabalho diariamente. Estamos convencidos de que temos uma equipe forte e competitiva”, afirma.Capitão histórico do Lille Entre os ex-jogadores presentes na festa dos 80 anos, o português José Fontes tem seu lugar na lista de um dos maiores nomes da história do clube. Foram 196 jogos em cinco temporadas, dois títulos nacionais, sendo o último deles, em 2021, com a faixa de capitão.Aos 39 anos e atuando na Casa Pia, de Portugal, José Fontes se emocionou no reencontro com a cidade e o ex-clube. “Sempre é especial regressar, receber todo esse carinho e ver as pessoas querendo falar contigo. É uma cidade e um clube que eu adoro e que me marcou bastante”, afirmou.

    Menos badalado que o PSG, Paris FC deve ser comprado pela família mais rica da França, dona da Louis Vuitton

    Play Episode Listen Later Nov 24, 2024 14:25


    Um clube de futebol que leva Paris no nome, ostenta a Torre Eiffel no escudo e tem Raí como um de seus embaixadores. Naturalmente o que deve vir primeiro à mente é o PSG, equipe francesa de maior alcance internacional. Mas estamos falando do Paris Futebol Clube, outro time da capital, menos famoso, mas igualmente tradicional, como seu rival bilionário. O Paris FC ganhou destaque nos jornais franceses nesta última semana por conta do interesse do clã Arnault em comprar o clube. A família é a mais rica da França e a terceira mais abastada do mundo, proprietária do grupo LVMH, que controla a Louis Vuitton, líder mundial no mercado de artigos de luxo. Em coletiva de imprensa, Antoine Arnault, CEO do grupo, explicou os motivos que o levaram a querer comprar a equipe e o perfil do projeto. Ele pretende levar o clube à primeira divisão do campeonato francês, a Ligue 1.“Com certeza, há espaço para outro clube em Paris, com sua própria filosofia. Nossa proposta será diferente”, Antoine Arnault, CEO do grupo LVMH.Para ele, o Paris FC vai levar alegria aos torcedores da capital francesa, com uma filosofia mais humana. “Pessoalmente, gosto muito da natureza familiar deste clube, e não estou dizendo que tudo permanecerá exatamente como é hoje. É claro que vamos crescer e melhorar, mas esse toque familiar, essa proximidade que temos com o público, que os jogadores têm com a equipe, que a equipe tem com o público, eu acho fantástico e é um aspecto que vamos manter e trabalhar", disse.Segundo Arnault, esse é um projeto ambicioso, mas sem deixar de ser realista.  "O clube em si é muito sólido. É um ótimo clube da Ligue 2 no momento, e vamos tentar transformá-lo em um ótimo clube da Ligue 1”, detalha.A compra deverá ser concluída ainda este mês, após a Assembleia Geral extraordinária marcada para a próxima sexta-feira (29), que vai aprovar o novo conselho administrativo do clube.Parceria com a Red BullO objetivo inicial é estabelecer o Paris FC na elite do futebol francês e fazer dele um grande time formador de jovens talentos, revelando novos jogadores para o futebol europeu. Para isso, a família Arnault terá ao seu lado a Red Bull, que será acionista minoritária e parceira esportiva.“Queremos construir um clube que, no final, talvez tenha 5, 6, 7 e, por que não, 8 jogadores do nosso próprio centro de formação (...) A ideia é reproduzir a fórmula que a Red Bull aplica ao Leipzig, da Alemanha. Eles assumiram o clube na quinta divisão e chegaram à Liga dos Campeões em sete anos, com esta fórmula de deixar os jovens jogadores jogarem, dar confiança a eles, fazê-los crescer e, quando ganham valor, vendê-los”, explicou Arnault.Por meio da parceria com a Red Bull, o Paris FC poderá contar também com a experiência do ex-técnico alemão Jurgen Klopp, que comandou o Borussia Dortmund e o Liverpool, onde conquistou a Liga dos Campeões. Ele será o novo diretor-geral de futebol do grupo austríaco.“Conversei várias vezes com Klopp, que está muito empolgado com esse projeto e com a perspectiva de vir trabalhar conosco, para nos ajudar com sua visão sobre como as coisas podem ser melhoradas ainda mais. E a Red Bull, nós vamos utilizar seu conhecimento, vamos trabalhar junto com eles. Eles também têm ferramentas de dados absolutamente revolucionárias”, conta Arnault.De olho na elite do futebol francêsPara o Paris FC, o caminho até a elite do campeonato francês parece estar mais perto, já que o clube lidera a Ligue 2, a segunda divisão. O projeto mais modesto contrasta em muitos aspectos com o do PSG, que ambiciona o topo do futebol europeu, além de um alcance global de sua marca. Mas o “primo rico” não deixa de ser uma referência.“O PSG é um clube para o qual torço desde os 12 anos. Fui sócio-torcedor durante muitos anos, agora sou convidado pelo meu amigo Nasser Al-Khelaïfi. Você nunca me ouvirá dizer algo negativo sobre o PSG. É um clube que admiro, que alcançou feitos extraordinários", diz o CEO do grupo LVMH. "Mesmo no dia em que estivermos na Ligue 1, torcerei pelo PSG, exceto duas vezes por ano. Acho que o que seus acionistas e o Nasser conseguiram após anos é extraordinário. Não é à toa que o PSG está entre os cinco clubes mais valiosos da Europa”, avalia.A relação com o rival da capital francesa não para por aí. Apesar de menos conhecido, o Paris FC é uma espécie de irmão mais velho, tendo sido criado em 1969. O clube está até mesmo ligado à origem do PSG, que surgiu um ano depois, em 1970.Além disso, os dois times compartilham a admiração de um grande nome do futebol brasileiro. Ídolo do PSG, o ex-jogador Raí é o atual embaixador do Paris FC e frequentemente marca presença nos jogos da equipe.“Estou fazendo parte de um projeto muito ambicioso que está começando e é histórico. É o início de uma bela história”, Raí, ex-jogador brasileiro e atual embaixador do Paris FC.Tudo indica que, em breve, Paris terá dois clubes na elite do futebol francês, com proprietários de grande poder financeiro. Agora é aguardar para ver o patamar que o projeto do Paris FC irá alcançar.

    Rio de Janeiro recebe o primeiro Museu Olímpico da América do Sul: acervo expõe legado para a cidade

    Play Episode Listen Later Nov 17, 2024 13:52


    Passados oito anos dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o maior evento esportivo do mundo continua rendendo frutos aos cariocas. A cidade se prepara para receber o Museu Olímpico, tornando-se a primeira da América do Sul a fazer parte da rede Olympic Museums Network (Rede de Museus Olímpicos) do COI (Comitê Olímpico Internacional). A novidade foi celebrada nessa semana no Congresso Anual das Cidades Olímpicas, em Lausanne, na Suíça.   Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisO novo museu Olímpico vai ocupar o andar superior do Velódromo, no Parque Olímpico, um complexo esportivo e de lazer construído para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2016, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os preparativos estão na reta final e a expectativa é de abertura no primeiro trimestre de 2025.Em exposição, haverá muito mais do que medalhas e outras lembranças das competições, já que o acervo é um testemunho das transformações ocorridas na cidade por conta das competições. "Essa história de transformação, de superação de uma cidade do Sul global para entregar os Jogos Olímpicos, os primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos da América do Sul, é uma história que merece ser lembrada e celebrada", afirma Rafael Lisbôa, consultor de comunicação da prefeitura do Rio de Janeiro para grandes eventos."É muito importante fazer parte dessa rede dos museus olímpicos porque a gente se conecta com outras cidades que, como o Rio, seguem inspirando por conta da realização dos Jogos Olímpicos. A gente aprende com outras cidades e troca experiências e conhecimentos", completa.O Museu Olímpico terá um acervo com relíquias dos atletas e das competições, os melhores momentos, os medalhistas, mas também registros da cidade do Rio, outra protagonista desses Jogos Olímpicos. "Tal como um atleta, a cidade também superou seus obstáculos, venceu desafios, se preparou para poder receber o mundo e para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Então, o Museu Olímpico do Rio é sobre esportes, é sobre atletas, é sobre superação, mas principalmente sobre legado", define.   Outros Museus Olímpicos que fazem parte deste seleto grupo estão em Montreal, no Canadá; Pequim, na China; Atenas, na Grécia; Tel Aviv, em Israel, e Barcelona, na Espanha, entre outras cidades.O projeto permite programas educacionais e de desenvolvimento de negócios em torno do esporte, além de atrair o público e visitantes virtuais, para aumentar a promoção dos valores do olimpismo, explica Tânia Braga, head de impacto e legado dos Jogos Olímpicos junto ao COI."O Museu Olímpico está dentro desse contexto do Parque Olímpico do Rio, com todas as novidades que vieram nesse último ano, com a Escola Isabel Salgado, o Parque Rita Lee, a reabilitação e abertura do parque para a população. Então, é uma revitalização dessa área, completando os planos de legado que tinham sido feitos antes dos Jogos, mas cuja implementação foi interrompida por alguns anos", diz.  A representante do COI observa que o legado físico de utilização das instalações esportivas demorou, mas foi completado recentemente. "Eu acho que é uma história que mostra a importância não só do planejamento, mas da importância de você criar alguns mecanismos de resiliência em relação à mudança política. Com a mudança de liderança política em nível municipal no Rio, a execução do plano de legado não era uma prioridade. Depois, voltou a ser. Então, demorou mais do que o esperado para executar", lamenta.  Por outro lado, o COI elogia o exemplo carioca do ponto de vista do legado humano e educacional. "O programa de educação lançado com os Jogos continua nesses oito anos e com bastante sucesso, através de dois programas: um realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro e o outro por uma fundação privada", diz. "A gente também tem uma visão do legado em termos de sustentabilidade em eventos que ficou", completa.  Receber 15 mil atletas de mais de 200 nacionalidades, 30 mil jornalistas e 1,5 milhão de visitantes, em 2016, representou para o Rio de Janeiro uma oportunidade para tirar do papel projetos de infraestrutura e mobilidade. A prefeitura afirma que o legado para a cidade foi entregue antes dos Jogos, com destaque para a revitalização da Zona Portuária, a construção de 150 quilômetros de linhas de ônibus articulados BRTs, além de corredores como a Transoeste, a Transcarioca, a Transolímpica e a Transbrasil.Outros projetos entregues são o Parque Madureira, o Centro de Operações para segurança, os reservatórios de água para conter alagamentos na região da Grande Tijuca, a duplicação do Elevado do Joá, a linha 4 do metrô, o VLT (veículo leve sobre trilhos), o saneamento da Zona Oeste da cidade, o fechamento do Aterro sanitário de Gramacho e a abertura do Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica."Tudo isso eram compromissos olímpicos entregues antes dos Jogos. O que ficou faltando era o plano de legado das arenas esportivas", explica Lisbôa. "Esse plano estava pronto. Só que passado o ano de 2016, uma nova administração municipal assumiu e não levou adiante o plano de legado. Ao ser reeleito em 2020, o prefeito Eduardo Paes colocou como prioridade implementar o plano de legado para as arenas esportivas", continua. "Então, a gente tem muito orgulho de ser a primeira cidade olímpica a ter transformado arenas olímpicas, estádios esportivos, em escolas", comemora.  Legado pós-olímpicoA Arena 3, que recebeu as competições de taekwondo e esgrima, tornou-se um colégio da rede municipal para mais de mil alunos, batizado com o nome da jogadora de vôlei Isabel Salgado.  A Arena do Futuro, sede das partidas de handebol, foi desmontada e o material usado na construção de quatro Ginásios Educacionais Tecnológicos (GETs) em Rio das Pedras, Bangu, Campo Grande e Santa Cruz, beneficiando 1.700 estudantes.  Parte da estrutura do IBC – o centro de mídia dos Jogos – foi utilizada para erguer o Terminal Gentileza (TIG), que conecta linhas de ônibus, VLT e BRT.  A Via Olímpica, o boulevard que conectava todas as arenas no Parque Olímpico, virou o colorido Parque Rita Lee, uma área de lazer com 136 mil m². A Arena 2, palco das provas de judô e de luta livre, vai virar um novo campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro. E a piscina olímpica do antigo Centro Aquático, que testemunhou a despedida do nadador americano Michael Phelps, está sendo instalada no Parque Oeste – uma herança que a prefeitura do Rio apresentou na capital olímpica e sede do COI, na Suíça.  Inspiração para Paris 2024"É muito interessante ver como o legado até hoje segue inspirando cidades", destaca Rafael Lisbôa, cintando alguns dos participantes do encontro ocorrido na Europa, na última terça-feira (12). "Lá estavam representantes de Sarajevo, que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno há 40 anos, de Saint-Louis, nos Estados Unidos, que recebeu a terceira edição dos Jogos Olímpicos de 1904, e tinha, obviamente, Paris, a última sede olímpica", relata. "Foi muito bacana ver todo o planejamento de Paris para o pós-Jogos. Paris fez transformações incríveis na cidade e agora eles têm justamente a preocupação em ampliar esse legado e mantê-lo vivo", completa."A prefeita Anne Hidalgo e o prefeito Eduardo Paes são muito próximos. Eles trocaram muitas ideias e experiências por conta das Olimpíadas e a prefeita Hidalgo, em várias oportunidades, destacou como a experiência olímpica do Rio era uma inspiração", diz. "Ela falou que aprendeu com o prefeito Eduardo Paes pelo menos duas lições: a primeira, tentar antecipar ao máximo tudo. E a segunda, apostar nas estruturas permanentes já existentes e o que for fazer de estrutura temporária, pensar como podem ser reaproveitadas para novos equipamentos públicos. Então, essa lição de não deixar elefante branco é algo que Paris se inspirou no Rio", afirma Rafael Lisbôa em entrevista à RFI. Estudo recente da Fundação Getúlio Vargas sobre o legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 calculou um impacto de R$ 100 bilhões na economia da cidade, com geração de meio milhão de empregos.Quem paga a conta?Tânia Braga, head de impacto e legado dos Jogos Olímpicos junto ao COI, admite que existam críticas em termos de custos dos Jogos Olímpicos, segundo ela, motivadas "às vezes por uma falta de conhecimento de onde vêm os recursos". Conforme destaca, "os Jogos são realizados majoritariamente com recurso privado, não público, mas, infelizmente, a percepção ainda é, em muitos locais, de que os Jogos são feitos com recursos públicos, mesmo que isso tenha sido demonstrado com dados", observa. Ela destaca um levantamento feito há dois anos pelo COI, sobre a utilização de todas as instalações olímpicas, desde os primeiros Jogos Modernos de Atenas, em 1896 até os Jogos de inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, em 2018. "A gente descobriu que 83% de todas as instalações ainda são utilizadas, sendo que a percepção às vezes é um pouco diferente disso."  No Rio de Janeiro, estudo da Fundação Getúlio Vargas apontou que a maior parte dos custos dos Jogos Rio 2016 foram de investimentos privados."A prefeitura procurou soluções de engenharia financeira criativas por meio de PPPs (Parcerias Público Privadas) e concessões", explica Rafael Lisbôa, consultor de comunicação da prefeitura do Rio de Janeiro. "O Parque Olímpico não teve dinheiro público, foi dinheiro privado. A Vila dos Atletas também. No campo de golfe foi dinheiro privado, então, 60% do orçamento olímpico, quem arcou foi a iniciativa privada, por meio de parcerias, de concessões, de PPPs", diz. "Os recursos públicos se deram principalmente para as obras de legado e não eram obras para as Olimpíadas, mas para a população e para a cidade", completa."Em relação a todos os compromissos olímpicos da cidade do Rio, foi entregue além. A gente tinha se comprometido no dossiê de candidatura com 17 projetos de legado e entregou 27", finaliza.

    Brasileiro faz sucesso no esporte nacional da Venezuela: o beisebol

    Play Episode Listen Later Nov 10, 2024 6:22


    Um curitibano vem fazendo sucesso na Venezuela graças ao esporte nacional do país: o beisebol. Leonardo Reginatto é um dos jogadores mais reconhecidos das torcidas e quadras venezuelanas. Ele já passou por várias equipes e atualmente joga no Caribes de Anzoátegui, cuja sede fica na cidade de Puerto La Cruz (no leste do país). Ele cumpre na Venezuela o sonho de viver de um esporte ainda em expansão no Brasil.  Elianah Jorge, correspondente da RFI Brasil em Caracas“Para mim era um sonho poder ter jogado essa Liga, sei que é a qualidade que essa Liga tem, uma Liga de jogadores com muitos nomes, com muitas experiências, então para mim era sempre um sonho. Graças a Deus eu pude cumpri-lo! Já ganhei essa Liga duas vezes: ganhei o ano passado e também ganhei com o Magallanes um ano antes. Então estou muito feliz em poder ter ganhado dois títulos aqui nessa Liga, onde eu sempre sonhei jogar”, diz o jogador.O beisebol chegou muito cedo à vida do brasileiro, quando Leonardo Reginatto ainda era um menino. “Eu comecei no esporte por causa de um vizinho de nacionalidade japonesa. O beisebol no Brasil foi trazidos por eles, os japoneses. A gente estava morando no mesmo condomínio e eles convidaram a gente para começar a jogar. Eu tinha na época cerca de 5 ou 6 anos. Meu irmão já tinha oito, e o mais velho dez anos. Foi nessa idade que a gente começou (a jogar) e por causa do convite deles que a gente conheceu o beisebol”.Das brincadeiras de criança, Reginatto tomou gosto pelo beisebol e fez do esporte sua profissão. Ele, inclusive, representou o país natal em torneios internacionais.  “O que mais me emociona é tudo que o beisebol pode me proporcionar, conhecer vários lugares, jogar um esporte que eu me apaixonei desde pequeno como profissão, já faz 14, 15 anos que eu estou jogando, então poder representar o Brasil também e viver do esporte para mim sempre foi um sonho. A paixão que eu tenho pelo beisebol é o que me motiva”, destaca.A Venezuela é o único país da América do Sul onde o beisebol é esporte nacional. Essa história anda lado a lado com a expansão da produção de petróleo em território venezuelano, no final do século 19. Os americanos que chegaram trabalhar nos campos petroleiros jogavam beisebol nas horas vagas. A popularidade foi aumentando até o beisebol virar o esporte nacional. Enquanto nos países vizinhos abundam quadras de futebol, na Venezuela elas são de beisebol. Leonardo conta parte de sua história, vivida nas quadras de vários países da região: “Eu fui para os Estados Unidos, joguei 10 anos lá.  Também jogo na liga do México agora. Joguei em uma na liga do Canadá, joguei um pouco na liga do Panamá. Joguei na liga dominicana e agora na Venezuela. Essa vai ser minha sexta temporada aqui”. No beisebol, um jogador pode atuar em diferentes times, desde que não sejam do mesmo país e nem durante a mesma competição, a chamada liga. Por isso Leo compete na Venezuela na Liga de Inverno, e em seguida vai para o México atuar na disputa local. Atualmente, os times da Liga Venezuelana de Beisebol Profissional (LVBP) buscam a classificação para a Série do Caribe, o torneio anual jogado em fevereiro onde o vitorioso de cada país busca o título de campeão. Reginatto lembra seus melhores momentos:  “Nessa liga aqui da Venezuela, os melhores momentos foram ser campeão com Magalhães, que foi meu primeiro título. Logo no ano passado com o Tiburones também. E também com o Tiburones a gente conseguiu vencer a Série do Caribe, que é o campeão geral. Por exemplo da liga venezuelana, da liga mexicana, da liga dominicana, da liga de Curaçao. Eles fazem um torneio dos campeões e a gente acabou sendo campeão também. Isso se chama a Série do Caribe. Então esses foram os momentos mais importantes, com certeza”.O beisebol é um esporte de estratégia. As partidas podem variar de uma hora e meia a até seis horas. Na quadra, os dois times adversários, integrados por nove jogadores, buscam fazer pontos após o jogador acertar a bola com o bastão e correr pelas quatro bases do campo - o chamado “run”. De maneira bem simplificada: para anotar uma corrida (run), o jogador na posição de rebatedor precisa acertar a bola e correr pelas bases até voltar à base, também chamada “home plate”. O trabalho do time que está defendendo é impedir que o adversário consiga alcançar as bases e, assim, fazer ponto. Criado nos Estados Unidos, em 1846, a linguagem deste esporte é bastante própria. Muitos termos foram mantidos em inglês. Leonardo explica a posição em que joga: “Eu sempre joguei de “infielder”, que são aqueles que ficam mais à frente pegando as bolas rasteiras. Essa tem sido a minha posição de toda a vida”.Para iniciar no beisebol é preciso investir na indumentária, e sai caro. Além da bola, é preciso o bastão, luvas, uniforme com boné e tênis e, dependendo da posição do jogador, um capacete e um espécie de protetor frontal. Mas para aqueles que viram profissionais o investimento que vale cada centavo. O beisebol é um dos esportes mais movimentam dinheiro no mundo. Só a Major League Baseball (MLB), organização americana de beisebol profissional, gira cerca de U$ 10 bilhões por ano. Na Venezuela o beisebol movimenta cerca de U$ 35 milhões por temporada, de acordo com o Instituto de Estudos Superiores de Administração (IESA).      Leonardo não comenta quanto ganha. Na Venezuela o salário de um jogador iniciante supera os cinco mil dólares.  Mas José Altuve, o jogador venezuelano mais bem pago da atualidade, ganha cerca de U$ 43 milhões por ano para jogar em um time dos Estados Unidos. Ganhos "vão além da parte financeira"“Os maiores êxitos, para mim, primeiro foi ter conseguido ser jogador profissional. Ter ganho dois títulos aqui na Venezuela, um também na própria Série do Caribe; ter ajudado o Brasil a se classificar para a Copa do Mundo uma vez. Para mim esses foram os momentos mais marcantes”, diz ele.Em seu histórico como jogador profissional de beisebol, Leonardo também comemora ter representado seu país natal: “Defendi a Seleção Brasileira quando pequeno, campeonatos pan-americanos, sul-americanos”. Nos dias de jogos, o clima nos estádios venezuelanos é de alegria. É comum a venda de uísque, cerveja, tequeños (tradicional salgado recheado com queijo), além da presença das mascotes de cada time. O do Caribes de Anzoátegui é o Caribito, um boneco branco grande vestido com o uniforme do time. Há rivalidade, mas é mais amena do que no Brasil e o risco de distúrbio entre as torcidas é quase nulo. Na Venezuela, a maior rivalidade recai sobre os torcedores do Leones de Caracas e os do Navegantes del Magallanes. O clima é mais familiar, se comparado aos estádios brasileiros.Leo identifica semelhanças: “Por exemplo, uma pessoa que nasceu em São Paulo, geralmente torce para o Corinthians, São Paulo, Palmeiras, esse tipo de coisa acontece aqui. Então, é uma liga com bastantes torcedores dos países. Eles acompanham bastante, transmitem na TV e tal. Nas finais os estádios sempre estão cheios. Tem aquela rivalidade, me lembra bastante o futebol do Brasil”.Assim como nos outros esportes, um atleta do beisebol não costuma passar dos 40 anos na carreira. Leonardo Reginatto espera poder ficar por mais tempo nas quadras fazendo o que mais gosta na vida: “Minha metas é seguir jogando nessas ligas de alto nível.  Não sei até onde eu vou jogar, na verdade, já tenho 34 anos. Continuar jogando com um bom nível, até onde eu conseguir, até onde eu aguentar, até onde eu tiver oportunidade”.

    Amor sem fronteiras: escritor francês é apaixonado pelo Flamengo e tem livro de crônicas sobre o clube carioca

    Play Episode Listen Later Nov 3, 2024 6:57


    A torcida do Flamengo é conhecida por ser a maior do Brasil e uma das maiores do mundo, com mais de 46 milhões de rubro-negros. Alguns deles fora do país. Um amor sem fronteiras, que cativa até mesmo torcedores estrangeiros. Como Marcelin Chamoin, escritor francês que torce desde criança pelo clube carioca. Renan Tolentino, da redação da RFI em ParisAdmirador do futebol brasileiro como um todo, Marcelin tem quatro livros publicados sobre o assunto, retratando como o esporte virou “religião” no país e as carreiras de Garrincha e Pelé. Seu último livro, no entanto, foca justamente na sua maior paixão no futebol e traz um título peculiar: “O Francêsguista: Crônicas de um francês apaixonado pelo Flamengo”.“Quando eu estava na França, lancei um primeiro blog para falar sobre futebol do Brasil em geral, que se chamava ‘Baú Francês'. É minha particularidade, adoro futebol brasileiro. E no caso de ‘Francesguista', é então um flamenguista francês. Achei engraçado o fazer essa mistura”, conta Marcelin.A obra traz uma série de textos escritos por Marcelin com temáticas relacionadas ao Flamengo, sobre ídolos, times históricos e jogos que ficaram marcados na memória, além de crônicas sobre suas experiências como um torcedor estrangeiro do rubro-negro.“Em 2022, eu passei um ano no Rio. Então, criei um blog para falar sobre o Flamengo, comecei a escrever crônicas sobre minha experiência no Brasil, como flamenguista, quando fui ao estádio, quando fui a eventos dos consulados. Encontrei o Zico também quando estava no Rio”, recorda.A ideia de publicar o livro veio do blog que ele mantém online com o mesmo nome e temática. O objetivo era compilar os principais textos em uma só publicação.“Então, tinha todas essas crônicas. Voltei para a França em julho de 2023 e já tinha escrito 137 crônicas. Então, queria só um objeto físico do que eu escrevi quando estava no Brasil (...) sem a pretensão de comercializar, só para ter uma lembrança da minha passagem pelo país”, explica o francês.Raça, amor e paixãoMas a relação com o Flamengo e com o Brasil começou muito antes, quando ele ainda era um menino em Troyes, cidade que fica a 160 km de Paris. Marcelin começou torcendo pela seleção brasileira ainda aos 6 anos, durante a Copa do Mundo de 1998, que aconteceu justamente na França. Por ironia do destino, a final daquela Copa foi entre os donos da casa e Brasil. Mas a torcida do francês e futuro flamenguista ficou do lado brasileiro, a ponto de ele chorar com a derrota da Seleção.“A primeira lembrança que tenho é da Copa de 1998. Eu tinha 6 anos, lembro da final entre França e Brasil e que torci pela seleção. Começou assim. O Ronaldo Fenômeno era meu ídolo e já na final, com seis anos, eu preferi o Brasil”, garante o escritor.“Eu não lembro bem, mas meus pais e minha irmã me contaram depois que eu era o único a chorar, porque eu já torcia muito pelo Brasil (...). Quando ganhou em 2002, eu também chorei, mas agora de alegria (...) Lembro bem dos gols do Ronaldo. Do que ele fez na semifinal contra a Turquia e dos dois que ele fez na final contra a Alemanha. Chorei de alegria, porque ele é meu grande ídolo e a passagem entre as duas Copas foi bem difícil para ele", recorda Marcelin.O resultado negativo na final de 1998 não mudou a relação de Marcelin com o país. Pelo contrário, com o tempo o menino foi se interessando cada vez mais, buscando informações sobre o campeonato brasileiro, até que conheceu o Flamengo nos anos 2000, através de edições da revista France Football, que na época publicava as tabelas de diversos campeonatos, incluindo do Brasileirão.“Talvez seja ainda mais difícil de explicar. Não lembro bem (como começou). Não tenho certeza, porque (na época) na França não tinha muitas informações (sobre times brasileiros), mas a primeira lembrança que tenho é do álbum de figurinhas da Copa de 2002. Tinha a figurinha do Edilson, que jogou no Flamengo. Também tinha a revista France Football, com todos os campeonatos nacionais, lá em 2004 ou 2005 e eu já começava a acompanhar o Flamengo. A dificuldade no início era ter acesso às informações, mas eu já tinha virado um flamenguista”. Consulado rubro-negro em ParisDaí para a frente, a paixão que começou em verde e amarelo ganhou tons rubro-negros e ficou cada vez mais forte. Tão forte que em 2019 ele se juntou com outros flamenguistas que moram na capital francesa e fundou o consulado FlaParis.O ano não poderia ser melhor, já que o clube viveu uma das maiores temporadas de sua história, conquistando a Taça Libertadores da América e o Campeonato Brasileiro.“Esse é um projeto que vem do clube, que apoia a criação de embaixadas e consulados (pelo mundo). O objetivo é se reunir para assistir aos jogos juntos e também fazer campanhas e ajudar projetos sociais. Eu gosto das duas coisas, de me encontrar com amigos e desse lado mais social. E sobre a criação (do consulado), através do Twitter, o Cidel (atual presidente da FlaParis) procurava outros flamenguista para criar este consulado na época. Eu vi essa mensagem e entrei em contato com ele. Agora, já faz cinco anos que temos este grupo”, explica o francês.Bate-bola com ZicoAlém de sofrer e, claro, comemorar títulos com o Flamengo, Marcelin teve a sorte de se encontrar pessoalmente com Zico, ídolo máximo do clube. Não apenas uma, mas duas vezes.“Tinha o objetivo de conhecer o Zico quando eu estava no Brasil (em 2022). Eu e um amigo fomos juntos a um evento em que ele iria estar e consegui encontrá-lo lá. Também vi o Zico ao vivo no Jogo das Estrelas (evento beneficente organizado anualmente pelo ex-jogador). Fui ao Maracanã ver este jogo com amigos franceses que foram me visitar. Foi muito legal. Você sente a paixão dos flamenguistas pelo Zico. Mesmo meus amigos franceses percebem isso”, conta Marcelin.“E encontrei de novo o Zico em Paris, nas Olimpíadas de 2024. Como eu já tinha lançado o livro, tive a possibilidade de oferecer a ele. Foi bem legal também", recorda.Como todo bom torcedor, para o francês Marcelin é difícil entender quando a paixão pelo clube de coração começou e onde ela termina. Mas,se depender dele, será eterna, tal qual diz o hino oficial do clube: Uma vez Flamengo, sempre Flamengo.

    Contratada por equipe francesa, Bruna Takahashi valoriza experiência no WTT de tênis de mesa em Montpellier

    Play Episode Listen Later Oct 27, 2024 8:38


    Os melhores atletas do mundo no tênis de mesa se reuniram no sul da França nos últimos dias para a disputa do WTT Champions de Montpellier. O torneio começou na última terça-feira, dia 22, e se encerra neste domingo, 27, com 64 competidores ao todo, tanto no feminino como no masculino, que se enfrentaram em partidas eliminatórias, a partir da fase de 16 avos de final. Renan Tolentino, da redação da RFI em ParisNo lado verde e amarelo, o Brasil contou com a participação de Bruna Takahashi e Hugo Calderano, que retornam à França cerca de dois meses depois dos Jogos Olímpicos de Paris.Entre os atletas da casa, estão Felix e Alexis Lebrun, dois jovens irmãos franceses que se tornaram sensação da modalidade no país, principalmente por seu desempenho nas Olimpíadas de 2024. Alexis, inclusive, foi campeão europeu há menos de uma semana. No Champions de Montpellier, infelizmente, Bruna acabou caindo na primeira fase para a chinesa Chen Xingtong, atual número 6 do ranking mundial. Apesar do resultado, a brasileira tenta tirar boas lições de sua participação e valoriza a experiência adquirida no torneio.“O Champions é uma das maiores competições que a gente tem no WTT [World Table Tennis, que organiza as competições]. Primeiro tem o Finals, no qual disputam os top 16 do ranking. E o Champions, com os top 32 do ranking mundial. Vamos dizer que o peso é muito alto", comenta Bruna sobre a importância do torneio de Montpellier.A brasileira explica que, com a rotina de seguidos campeonatos no calendário da modalidade, o mesatenista nem sempre encontra tempo para se preparar entre uma competição e outra.“Não tive muito tempo de treinamento. Saí do campeonato Panamericano e vim logo para jogar o Champions em Montpellier. Vindo de uma rotina de campeonatos (...) Não consegui o melhor aqui em Montpellier, mas é sempre uma grande oportunidade jogar com as chinesas, com as melhores, para conseguir dar o máximo, aproveitar e ter alguma chance para ganhar delas. Gostei muito do meu jogo, da minha performance contra a chinesa, mas infelizmente não ganhei", lamenta.A chinesa Chen Xingtong, que encarou Bruna em Montpellier, é uma adversária dura e já tinha enfrentado a brasileira em outras duas ocasiões anteriormente, saindo vencedora. Neste último duelo entre as duas, o cenário não mudou, mas a atleta reforça a importância de estar sempre jogando com as melhores.“No jogo, em alguns sets eu não ia muito bem, mas eu estava conseguindo voltar (para a disputa) muitas vezes. No último set, ela abriu uma vantagem muito boa e eu consegui voltar, mas acabei não fechando o set. O bom é que, jogando com elas (chinesas), eu consigo pegar o ritmo delas, do jeito que elas jogam, para um dia, quem sabe, conseguir vencê-las”, avalia.Hugo Calderano, por sua vez, venceu o seu primeiro jogo, contra o sul-coreano Lim Jonghoon, 30º do ranking mundial, avançando para as oitavas de final.“Ele é um jogador muito experiente, tem um mental muito bom, tem uma perceção de jogo muito boa”, comenta a brasileira.Resultado positivo no Pan de El SalvadorTanto Hugo como Bruna vêm de excelentes resultados no Panamericano, que foi disputado há duas semanas em El Salvador. Jogando juntos, os dois ficaram com a medalha de prata nas duplas mistas, perdendo a final para outra dupla brasileira, Teodoro e Giulia Takahashi, que é irmã de Bruna. Ela também garantiu a prata no individual.“Individualmente, eu gostaria de ter ganhado, claro, mas tentei o meu melhor. A Adriana [Diaz] é uma jogadora muito forte. E em dupla mista foi nosso primeiro campeonato, a gente tem muito ainda o que aprender juntas", avalia Bruna.Segundo a mesatenista, aliar sua agenda com a sua companheira de dupla foi um desafio também. "A gente treinou algumas vezes antes, mas nosso calendário é muito difícil de conseguir achar um bom tempo, e temos muitos campeonatos também. Então, é muito difícil conseguir treinar bastante juntas. Mas a gente deu o nosso melhor e vamos ver o que acontece nos próximos torneios. A final, mesmo que tenha sido contra minha irmã, todo mundo ali quer ganhar. Foi um jogo bem acirrado, mas eles jogam há bastante tempo juntos e jogaram bem”, explica Bruna.Novo caminho em território francêsContratada este ano pela equipe de tênis de mesa Alliance Nîmes, no sul da França, Bruna deve seguir focada na disputa da liga francesa e de outros torneios do circuito internacional.“Eu tenho alguns jogos agora, nessa próxima semana e aí depois eu vou para o Champions de Frankfurt [na Alemanha]. São vários jogos durante um ano, então você tem que conciliar com os campeonatos da WTT e conciliar com os treinos também (...) Quando a gente tem algum tempo, tenta focar bastante no treino. A gente meio que tem que se auto conhecer e entender o que a gente precisa. É muito importante esse autoconhecimento nosso, para saber quando é necessário treinar bastante, quando é necessário descansar o corpo”, conclui a brasileira.Assim, tentando rebater as dificuldades, Bruna Takahashi e Hugo Calderano seguem focados nas próximas competições, sem perder de vista o ciclo olímpico para, quem sabe, brilharem em Los Angeles 2028.

    "Caso Mbappé" segue nos holofotes da imprensa francesa, que aborda impacto na imagem do jogador

    Play Episode Listen Later Oct 20, 2024 5:25


    Um dos principais assuntos das páginas de esporte na França vem de fora das arenas de competição. Os holofotes da imprensa francesa continuam sobre “o caso Mbappé”, como está sendo chamada a acusação de estupro contra o jogador francês, que teria ocorrido em uma boate de Estocolmo, capital da Suécia, onde ele aproveitava uma curta folga na semana passada. A polícia sueca abriu inquérito para investigar o caso. Já a defesa do atleta nega o crime, enquanto jornais franceses tentam “refazer” os passos do astro do Real Madrid durante sua passagem pela cidade.A acusação de estupro veio a público na última terça-feira (15), depois que os jornais suecos, Aftonbladet e Expressen, publicaram reportagens afirmando que o atleta do Real Madrid é alvo de uma investigação por estupro e agressão sexual, aberta pela polícia de Estocolmo depois da rápida estadia do atacante na cidade, em 10 de outubro.Em um pronunciamento de poucas palavras na rede social X (antigo Twitter), Kylian Mbappé negou a acusação, que classificou como “boato calunioso”. Além disso, ele alegou que o PSG estaria por trás do que qualifica de "fake news", já que as informações foram noticiadas na véspera de uma audiência referente ao processo no qual ele cobra € 55 milhões do ex-clube."Ele nunca está exposto", diz defesaEm entrevista ao canal francês TF1 ao longo da semana, a advogada do jogador, Marie-Alix Canu-Bernard, disse que ele se mostrou surpreso. A defensora alega que Mbappé é cercado por uma equipe para garantir que ele nunca seja “exposto a uma situação de risco”. A defesa afirmou que pretende entrar como uma denúncia por calúnia.“Estamos falando de uma denúncia, mas neste momento, nem sabemos contra quem. Uma denúncia não estabelece a verdade, uma denúncia não prova nada e eu nem sei, mais uma vez, se a denúncia é dirigida a ele", salientou Canu-Bernard à TF1."Ele nunca está sozinho. Ele nunca está exposto a uma situação em que haveria, para ele, um risco assumido. Desta forma, isso exclui completamente a possibilidade de que possa ter havido ações repreensíveis de sua parte (...) Isso eu posso dizer, com certeza absoluta. Ele está particularmente sereno, mas ficou surpreso ao ver essa repercussão midiática e não entende o que pode ter sido atribuído a ele de alguma forma. (...) Ele sabe que não tem absolutamente nada do que se arrepender”, disse.Ao longo da semana, o programa Radio Foot Internationale, da RFI, debateu a repercussão do “caso Mbappé”. Convidado especial, o jornalista francês Dominique Sévérac, do Le Parisien, destacou justamente essa “blindagem” no entorno do jogador, que conta inclusive com uma assistente para verificar todas as pessoas que se aproximam dele. Segundo a imprensa sueca, na noite em que visitou a boate “V”, em Estocolmo, Mbappé estava acompanhado desta funcionária, além do seu guarda-costas e de Nordi Mukiele, seu ex-companheiro de PSG.“Tudo o que podemos dizer é que ele estava na companhia permanente de guarda-costas e de uma assistente que cuida desse tipo de assunto. Ele é aconselhado por sua mãe para monitorar, entre aspas, que tipo de mulher se aproxima dele, já que ele é famoso, mundialmente conhecido", explicou Sévérac. "Há uma funcionária encarregada de verificar as mulheres que ele aborda ou que o abordam, para que não haja nada que possa representar um problema. Ele está sob vigilância em todos os lugares que vai, exceto no seu quarto. Há uma assistente que é paga só para isso, ela está sempre lá para cuidar dele e atenta ao que o cerca.”Imagem afetadaNos dias seguintes à divulgação do caso, jornais franceses publicaram reportagens tentando refazer os passos de Mbappé durante sua estadia na capital sueca. O Le Figaro, por exemplo, publicou a matéria “Hotel, restaurante, discoteca: seguindo os rastros de Kylian Mbappé em Estocolmo”. Le Parisien publicou reportagem semelhante.Com a manchete “V, íntimo e aconchegante: uma descrição da boate onde Mbappé passou a noite em Estocolmo”, o diário esportivo L'Equipe divulgou uma reportagem com o relato de um torcedor do PSG que frequente a mesma casa noturna.Já a versão francesa do site Huffpost avalia que “a popularidade do jogador entrou em colapso nos últimos anos”."Da ascensão meteórica ao título de campeão mundial aos 19 anos, até os reveses fora de campo, o capitão da França viu crescer o desencanto do público com ele”, conclui o portal de notícias.

    Rafael Nadal anuncia sua aposentadoria aos 38 anos e deixará legado cheio de recordes

    Play Episode Listen Later Oct 13, 2024 7:58


    Em um vídeo publicado nas redes sociais na quinta-feira (9), Rafael Nadal anunciou sua aposentadoria do circuito profissional do tênis. Na mensagem, o espanhol se dirigiu aos fãs, familiares e para todos que fizeram parte de sua vitoriosa carreira. A despedida definitiva tem data: será em novembro, na Copa Davis, que será disputada em Málaga, uma maneira de fechar em grande pompa e em seu país natal um ciclo virtuoso. Aos 38 anos de idade, Rafael anuncia uma decisão que não surpreende, principalmente depois dos resultados recentes.Ele vem sofrendo com muitas dores, principalmente nos últimos dois anos. Nadal desenvolveu desde os 18 anos uma doença rara, a osteonecrose do osso navicular - ou escafoide, o osso do carpo que mais frequentemente sofre fraturas. A condição também é conhecida como síndrome de Müller-Weiss - uma doença degenerativa "crônica e incurável", explicou Nadal em 2022 antes de conquistar o 14º título em Roland Garros.“A aposentadoria das quadras foi uma decisão difícil que demorou para ser tomada”, disse ele na mensagem, enquanto desfilavam imagens de grandes momentos de sua carreira. Recordes na carreiraRafael Nadal já tem gravado com letras maiúsculas seu nome na história do tênis. Foram ao total 92 títulos até agora na carreira, sendo 22 de Grand Slams. E 36 masters 1000. Em Jogos Olímpicos foram duas medalhas de ouro, a primeira no torneio de simples em 2008 e a segunda nas duplas, em 2016 no Rio de Janeiro. O espanhol ficou 209 semanas como número 1 do mundo e teve uma incrível sequência de 81 vitórias no seu piso preferido, o de terra batida.  Outra marca que o faz ser um gigante das quadras: um recorde de 912 semanas seguidas no TOP 10 mundial, de 25 de abril de 2005 a 19 de março de 2023Mas foi no saibro parisiense que deixou sua marca mais impressionante e admirável: foram 14 troféus de campeão do torneio de Roland-Garros, um recorde que dificilmente será superado pelas futuras gerações.Seu último título em Paris foi em 2022 contra o norueguês Casper Ruud. Apesar de lutar contra o espanhol que tinha seu pé dolorido e sob anestesia, o norueguês entrou para a lista das vítimas de Nadal na terra batida parisiense.Este ano, no Aberto da França, Nadal tentou mais uma vez, fiel à sua obstinação. Mas com o físico diminuído, foi derrotado logo na estreia por Alexander Zverev por 3 sets a 0. O espanhol ainda voltou ao saibro parisiense em julho para os Jogos Olímpicos, mas também não brilhou. Perdeu para Djokovic na segunda rodada do torneio de simples. Nas duplas, ao lado de Carlos Alcaraz, caiu nas quartas-de-final.  “Espero vê-los de novo, mas não sei”, afirmou aos torcedores.O adeus ao complexo esportivo de Roland-Garros que o consagrou não foi tão glorioso, mas jamais vai ofuscar sua trajetória.Rafael é o segundo maior tenista da história em número de títulos de Grand Slams, só perdendo para Novak Djokovic, que tem 24, mas com dois a mais que um de seus maiores rivais em quadra, o suíço Roger Federer, que se aposentou das quadras há dois anos, tendo conquistado 20 troféus.Em janeiro de 2022, ele se tornou com Djokovic o segundo tenista da era Open, que começou em 1968, a ganhar pelo menos duas vezes um dos troféus dos 4 Grand Slams do circuito.Foi do suíço, uma das reações mais rápidas ao anúncio de Nadal. Federer, por meio das redes sociais. No Instagram, escreveu: Parabéns, Rafa pela icônica carreira, mostrando momentos que permearam a carreira dos dois atletas.Nadal disputou alguns dos jogos mais memoráveis da história do tênis, entre elas a final de Wimbledon contra Federer, que venceu após 4h48 minutos de um combate intenso, erguendo o primeiro de seus dois troféus do torneio londrino.O sérvio Novak Djokovic, que formou com Nadal e Federer o “Big 3”, e juntos dominaram o circuito de tênis profissionais por mais de duas décadas, também reagiu cobrindo o adversário das quadras de muitos elogios. Em seu post, lembrou que Rafa “inspirou milhões de crianças a jogar tênis e que só ele sabe o quanto trabalhou para se tornar um ícone do esporte e do tênis em geral”. “Teu legado será eterno”, escreveu o sérvio, que prometeu estar em Málaga para ver de perto seus últimos combates.Para o tenista marroquino Younès El Aynaoui, que chegou a ser o 14° do ranking mundial, Rafael não poderia ter deixado uma melhor imagem: "Acho que ele realmente deu o melhor exemplo que um jogador de tênis poderia dar na quadra. Nunca o vimos discutir com os árbitros como a gente vê agora, ou mesmo quebrar a raquete. Além disso, há o seu espírito de luta... era quase irritante vê-lo vencer Roland-Garros tantas vezes. Todos nós estávamos esperando para ver quem poderia vencê-lo", disse o ex-tenista."E era realmente isso: trabalho duro, preparo físico, determinação, nunca desistir. Em uma partida, ele teve que enfrentar um jogador como Roger Federer, que era oposto dele, muito talentoso. E Nadal, você percebia que foi por meio de trabalho duro que ele conseguiu chegar onde chegou. Então, acho que é isso. É trabalho duro, seriedade e concentração. Não acho que haja nenhum ponto negativo em sua carreira", afirmou. Rafael Nadal receberá ainda muito mais homenagens na sua despedida das quadras. Seu último combate na Copa Davis será entre os dias 19 e 24 de novembro.Oito países vão disputar a final, entre eles a Espanha, com quem Nadal ergueu seu primeiro troféu na Davis em 2004. Vinte anos depois, vai encerrar a carreira diante de seu público e um último adeus para todos os seus milhares de fãs pelo mundo.

    Futsal: Brasil e Argentina fazem final inédita do Mundial e dividem favoritismo para o título

    Play Episode Listen Later Oct 5, 2024 5:49


    A seleção brasileira de futsal enfrenta a Argentina neste domingo (6) na final do Campeonato Mundial, em Tashkent, no Uzbequistão. O Brasil volta a disputar o título depois de 12 anos e pela primeira vez, contra os argentinos, que fazem a sua terceira final consecutiva.  Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisUma rivalidade dos gramados, que se estende para as quadras, com explica o técnico Marquinhos Xavier. "Sim, acontece o mesmo e não é só no futebol. Em qualquer esporte em que o Brasil e a Argentina se enfrentem existe essa conotação de rivalide e que eu não gosto de acentuar para não infligir o respeito, o fair play", observa. "É importante que a gente entenda que é uma rivalidade por sermos países vizinhos e por sermos muito grandes no futebol, no futsal, temos uma importância muito grande. Então, a gente acaba querendo marcar um território nessa disputa, mas não pode ser infringindo os preceitos éticos do esporte", completa. Ambos os times chegam invictos e dividem o favoritismo. Para chegar à decisão, a seleção brasileira venceu a Ucrânia por 3 a 2, enquanto os argentinos garantiram a vaga na final após vitória contra a França pelo mesmo placar. O treinador avalia de forma positiva o desempenho do Brasil na competição. "Avalio de forma muito positiva. A própria conquista para esta vaga na grande final já conta uma história de um caminho que realizado com muita tranquilidade e segurança, muito empenho", diz. "A seleção alcançou todas as metas que precisava neste trajeto e agora busca o objetivo principal que é a conquista do título. Mas todo esse caminho já nos habilita a dizer que conseguimos desempenhar o nosso melhor e trazer a seleção ao posto mais alto de uma disputa, que é uma grande final", acrescenta Xavier.Depois de tanto tempo sem chegar à decisão, Marquinhos diz que o jogo deste domingo tem um significado especial. "Esses 12 anos que estivemos fora de finais foram muito difíceis para o Brasil. Há uma fase de muito trabalho para reconstruir. Embora possa não parecer, nós tivemos um momento de muita dificuldade e tivemos que nos reorganizar e a reorganização foi muito bem feita porque voltamos a disputar o título e a conquista vai coroar todo esse trabalho. Porém, a não conquista, não apaga tudo o que foi feito", conclui. Rumo ao hexaO Brasil foi campeão mundial em cinco edições: 1989, 1992, 1996, 2008 e 2012. A argentina conquistou um título, em 2016. Apesar do grande número de títulos do Brasil, a partida deste domingo pode ter um gosto de revanche, já que os argentinos derrotaram o Brasil na semifinal do último Mundial. Artilheiro da competição com 10 gols, o jogador Marcel diz que o Brasil está preparado para uma verdadeira "guerra". E que não imaginava alcançar a artilharia do campeonato. "Se a gente conseguir conciliar o título mundial com a artilharia claro que profissionalmente é uma grande conquista. Mas o meu objetivo sempre foi ser campeão do mundo", diz. "A previsão do jogo contra a Argentina é uma luta, uma guerra como a gente costuma falar, um clássico sul-americano, um dos maiores do mundo e ainda mais falando de um final de Copa do Mundo, vai ser um grande jogo", completa. "Eu acredito que o Brasil não entra como favorito, a seleção da Argentina é muito forte. A gente tem estudado eles, sabe o que eles vão fazer, as armas que eles têm, assim como eles têm estudado a gente também. Num jogo de final os detalhes vão fazer a diferença", acrescenta. Depois de 12 anos do último troféu, a conquista do hexa poderia consagrar uma nova geração do futsal. O capitão Dyego diz que a equipe brasileira está confiante e motivada. "Com certeza seria fantástico nós conseguirmos este título. O trabalho tem sido feito nos últimos três anos, a gente vê o engajamento das pessoas, este título é bem esperado, após duas Copas em que este título escapou do Brasil, por diferentes motivos, não foi feita uma preparação adequada, e dessa vez a gente conseguiu, vem se preparando há bastante tempo e chegamos nesta final", comemora. "Acho que a equipe está preparada para levantar este título e vai ser muito importante para o nosso torcedor trazer de volta este título para onde ele deve estar, pois o futsal brasileiro é o melhor futsal do mundo e merece esse troféu de campeão mundial", conclui. O jogo será às 20h pelo horário do Uzbequistão, meio-dia pelo horário de Brasília.

    "É como se eu voltasse a andar", diz brasileiro medalhista Mundial de paraciclismo em Zurique

    Play Episode Listen Later Sep 29, 2024 9:08


    A Seleção Brasileira de ciclismo fez história no campeonato Mundial de ciclismo paralímpico que termina neste domingo (29), em Zurique, na Suíça. O Brasil conquistou diversos pódios, entre eles, as duas primeiras medalhas para o país na classe handbike masculina. A RFI Brasil conversou com um dos medalhistas para analisar esse bom desempenho da equipe.   Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisO Brasil é representado na competição, que começou no sábado (21), por 18 atletas com deficiência física ou visual e uma atleta piloto.As duas medalhas inéditas na prova de handbike, as bicicletas impulsionadas pelas mãos, são a realização de um sonho para Marcos Mello Júnior, mineiro de Nova Lima, que ficou com o bronze no circuito de estrada e a prata no contrarrelógio. "Essa medalha é muito especial para mim, porque faz oito anos que eu estou no paraciclismo", disse. "Para o paraciclismo brasileiro foi um marco, porque foi a primeira vez que um atleta da categoria H, dos handbikes, ganha uma medalha fora do Brasil, principalmente num campeonato tão importante. Então, acho que tanto para mim quanto para o paraciclismo, foi uma medalha bastante importante", avalia.Marcos ficou em segundo lugar na prova de contrarrelógio, com tempo de 38min35s40, atrás do italiano Fabrizio Cornegliani, que chegou com pouco mais de 2min de avanço. ''É difícil dizer se foi o meu melhor tempo, porque os circuitos das provas mudam de cidade para cidade e depende da inclinação do terreno, se está ventando, se está chovendo", explica. "A minha participação foi muito boa, não só pelo resultado, mas por tudo o que acontece durante uma competição. As conversas com os outros atletas, o desenvolvimento pessoal que é muito importante também, nessa relação interpessoal com todos do grupo. Isso é primordial", comemora.  Marcos entrou no paraciclismo através do convite de um amigo que já praticava. "Eu tomei coragem, comprei um equipamento de iniciante, bem inferior ao equipamento que eu uso hoje, que é um equipamento bastante competitivo", diz. "A minha deficiência é tetraplegia. Então, eu tenho movimento dos braços, mas eu não movimento a mão e o movimento dos braços é movimento bastante limitado por causa da tetraplegia", observa.AutonomiaO paraciclismo é dividido em 13 classes para homens e para mulheres, de acordo com a natureza da deficiência do atleta, especialmente no que diz respeito a escolha da bicicleta. As regras são idênticas às do ciclismo tradicional.Marcos destaca a autonomia proporcionada por este esporte. "Para quem não está habituado, não conhece o paraciclismo, eu gosto de falar que o paraciclismo é como se eu voltasse a andar novamente porque ele me dá uma autonomia de ir para lugares mais distantes, numa velocidade muito maior do que eu iria com a minha cadeira de rodas, por exemplo", compara."É claro que vai depender de uma força física boa se você quiser ir mais rápido. Mas ainda assim, uma pessoa pouco treinada consegue se divertir bastante com o paraciclismo. E é interessante que a posição que a gente fica na bicicleta, que é uma posição semideitado, passa muito próximo do chão e dá uma sensação de velocidade indescritível", relata.  O mais difícil, ele diz, é encontrar equipamentos adaptados à sua necessidade. "O mais complicado da minha categoria é que as adaptações nas bicicletas são muito pessoais e difíceis. Então, nem sempre você vai achar uma adaptação no mercado, alguém que já fez para aquilo que você precisa, porque vai depender muito da sua deficiência e o tanto que ela te atrapalha no esporte", continua. "Mas é bem desafiador fazer uma adaptação para você e depois ver que a adaptação ficou excelente e que você consegue ótimos resultados com aquilo que criou, de acordo com a sua deficiência, de acordo com a sua dificuldade em estar praticando o esporte", acrescenta. Investimento e apoioMarcos diz que o investimento inicial foi todo dele, "assim como é o caso de todos os atletas, pois são raras as associações que têm alguma bicicleta para as pessoas conhecerem e começarem", lamenta. "O patrocínio é bem difícil, eu não tenho. O apoio que eu recebo é do Bolsa Atleta, um programa federal que ajuda os atletas que ficam até a terceira posição em um campeonato mundial, campeonato estadual ou municipal", observa. "Quando a gente se inscreve numa competição, a própria Confederação de ciclismo consegue a estadia e não pagamos a inscrição da prova. Essa ajuda de custo é bastante importante, porque a gente consegue diminuir os gastos e participar de mais competições ao longo do ano e não é uma realidade em outras modalidades, que você tem que ter verba para tudo isso", reconhece. Treinamento O treinamento no paraciclismo depende dos ciclos de competições. "As minhas planilhas de treinos variam de 30 minutos a até 3 horas por dia quando está chegando muito perto das competições", diz o atleta sobre a rotina no esporte. "O treinamento é uma das coisas importantes que a gente não pode relaxar de jeito nenhum, tem que estar sempre em dia, porque os nossos adversários estão sempre treinando e querendo chegar à frente", completa.  Fim de um ciclo paralímpicoO Campeonato Mundial de Zurique encerra a temporada de competições internacionais e o ciclo paralímpico, explica Edilson Rocha, o Tubiba, Coordenador de Paraciclismo da Confederação Brasileira de ciclismo. "Na terça feira (1), dois dias após o término da competição, o ranking é atualizado e a gente vai fazer o levantamento de posições do ranking, quantas posições a gente ganhou, quantos atletas a gente tem no top 3, no top 4 e 5 e vai avaliando o que a gente precisa evoluir, como a gente vai crescer ainda mais", explica. Apesar do apoio do Comitê Paralímpico Brasileiro e do Ministério do Esporte, ele diz que é muito difícil para o país alcançar o mesmo patamar no ciclismo do que outros onde o esporte está consolidado e tem mais visibilidade. Citando as conquistas nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024, ele aponta a meta do Brasil. "A Holanda conquistou 56 medalhas nos Jogos, 27 de ouro. 16 dessas medalhas vieram do ciclismo, dez de ouro do ciclismo, ou seja, 25% das medalhas da Holanda vieram do ciclismo e 37% das medalhas de ouro da Holanda vieram de ciclismo. Então, o ciclismo foi fundamental para a Holanda ficar em quarto lugar à frente do Brasil", calcula. "Então, se a gente conseguir melhorar a nossa modalidade e fazer com que o Brasil divida essas medalhas com essas potências, certamente a gente vai crescer ainda mais", aposta.A Seleção Brasileira espera poder contar com a construção de um novo velódromo dentro do Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. "A gente vai ter a construção do nosso velódromo e vai poder desenvolver um trabalho muito bom. Outros exemplos: a Grã-Bretanha teve 22 medalhas no ciclismo. A Austrália, 11 medalhas no ciclismo, A França, 26 medalhas no ciclismo, 52% das medalhas de ouro da França vieram do ciclismo, ou seja, mais da metade das medalhas de ouro que a França, que era sede dos Jogos Paralímpicos, conquistou vieram de uma única modalidade, que é o ciclismo", aponta. "Eu acho que esse campeonato mundial ajuda a trazer também um pouco de luz pelos bons resultados que a gente está tendo, além dos Jogos de Paris. E aí a gente pretende desenvolver um projeto e crescer cada vez mais para que o Brasil se consolide como uma potência no paraciclismo e se mantenha dentro do top cinco ou chegue no top três do quadro geral de medalhas em Jogos Paralímpicos", espera. Nos Jogos Paralímpicos Paris 2024, o Brasil teve seis atletas no paraciclismo e não conquistou medalhas. Outras medalhas em ZuriqueA modalidade é mais uma prova de que pessoas com deficiência podem ter altíssimo rendimento no esporte. Até a última quinta-feira, o país já tinha conquistado sete pódios no mundial de Zurique.Na quinta-feira (25), nas competições de estrada, Jady Malavazzi foi ouro na classe H3 feminino, enquanto Gilmara Rosário ficou com o bronze na classe H2.A paulista Gilmara Sol do Rosário já tinha conquistado uma medalha de bronze na prova contrarrelógio, com tempo de 28min,50s16, atrás da americana Katie Brim e da italiana Roberta Amadeo. Na classe C5 masculino (atletas que competem em bicicletas convencionais), Lauro Chaman ficou com o bronze na estrada. O paulista já tinha conquistado a prata na prova contrarrelógio, confirmando ser o maior medalhista do paraciclismo brasileiro, com mais de 50 medalhas em eventos oficiais.  

    Goleada do Bayern de Munique e vitória suada do PSG marcam estreia da nova Liga dos Campeões

    Play Episode Listen Later Sep 23, 2024 6:25


    Com mais clubes, jogos e novo formato, a nova Liga dos Campeões da Europa estreou nesta semana, com 18 jogos por vários gramados europeus. A nova fórmula da Liga dos campeões passou de 32 para 36 equipes para acomodar mais clubes como os da França, que pela primeira vez tem quatro equipes na competição. Além do PSG, estão na competição Mônaco, Brest e Lille.  A primeira fase é de pontos corridos, com as oito equipes melhor classificadas passando diretamente para as oitavas de final e os times que ficarem entre o 9° e 24° lugar disputam o chamado play-off.Na terça-feira, os primeiros jogos sete jogos foram marcados pela goleada de 9 a 2 do Bayern de Munique sobre o Dínamo de Zagreb, quatro deles marcados pelo atacante inglês Harry Kane. O time alemão desde a estreia já se mostra um forte candidato ao título.Mas o Real Madrid, maior vencedor da Liga dos Campeões, também deixou seu recado logo na primeira rodada. Teve dificuldades contra o alemão Stuttgart, mas acabou vencendo por 3 a 1, com Endrick fechando o placar.  Ao canal do Real Madrid, o ex-palmeirense falou da alegria de marcar seu primeiro gol com a camisa merengue na Liga dos Campeões. "Estou muito contente com minha estreia e em fazer o meu primeiro gol e ajudar o Real Madrid. É o que quero para minha vida", declarou.PSG sofreOs clubes franceses tiveram uma estreia com vitória, com exceção do Lille, que perdeu para o Sporting de Portugal por 2 a 0.  A surpresa ficou com o Brest, time do oeste da França que pela primeira disputa a competição. Na estreia em casa, diante de um estádio lotado, a equipe austríaca do Sturm Graz por 2 a 1. Uma vitória histórica. Quem também fez bonito foi o Mônaco, que jogando em casa, superou o Barcelona por 2 a 1.  Quem mais sofreu na estreia foi o Paris Saint-Germain.O time que chegou à semifinal da temporada passada da Liga, recebeu o Girona, da Espanha. Só no final da partida, depois de uma falha do goleiro Gazzaniga no chute cruzado do lateral esquerdo Nuno Mendes, o time parisiense conseguiu a vitória e os três pontos importantes para um bom início de campeonato. A partida foi tão difícil, que o treinador espanhol do PSG, Luis Enrique, fez uma comparação curiosa ao ser questionado sobre o que disse ao treinador do Girona, Michel Sanchez Muñoz ao final do confronto no Parque dos Príncipes."Bem, no final da partida, eu disse a ele que sofri mais do que um parto. Eu participei de alguns partos, mas obviamente eu não era o protagonista. Em outras palavras, sofri muito por causa do jogo, da necessidade de vencer e para conseguir três pontos. Então eu sofri e obviamente o parabenizei não apenas pelo jogo, mas também pelo que ele e o Girona representam para o futebol europeu agora. E você verá. Tenho certeza de que eles conseguirão pontos e de que são um time muito, muito difícil. O meio campista português Vitinha foi muito crítico ao avaliar o desempenho do PSG na estreia da Liga dos Campeões. “Não foi o jogo que a gene imaginava. Não jogamos bem, é preciso reconhecer. Não foi um PSG que estamos acostumados, 100%, com a posse de bola. Tivemos dificuldades no primeiro tempo, e no segundo tempo também. Temos que avaliar porque jogamos mal. Não é comum na nossa equipe. Em um jogo como esse é preciso ganhar.”Já o lateral direito marroquino Achraf Hakimi, comentou após a partida as dificuldades do time parisiense e também o alívio com os três primeiros pontos." Estamos contentes. É bom começar com três pontos, com uma vitória em uma competição diferente. Girona é uma equipe que jogou muito bem, com muita personalidade, que tentou recuperar a bola, fez muito pressão na saída de bola. Por isso, particularmente no 1° tempo foi difícil criar espaços, no segundo tempo encontramos esse espaço. Girona baixou um pouco a intensidade, aproveitamos e criamos mais oportunidades”.Ameaça de greveAo final da primeira rodada, não houve grandes surpresas nos resultados dos jogos, e os grandes clubes confirmaram o favoritismo. Apenas três partidas terminaram sem gols, entre elas a do Manchester City contra a Inter de Milão.Antes do confronto, chamou a atenção uma declaração do meio-campista do City, Rodri. Com o maior número de jogos proposto pelo novo formato da Liga dos Campeões, ele foi questionado sobre a preocupação dos jogadores com um calendário muito carregado com o excesso de jogos somando as competições nacionais, internacionais e agora com a nova Liga dos campeões, apontado pelos mais críticos como um fator para provocar maior desgaste físico entre os jogadores. Por isso, Rodri não descar não descarta o risco de uma greve.  “Acho que estamos perto disso (de fazer greve). É fácil de entender. Se você perguntar a qualquer jogador, ele dirá o mesmo - não é a opinião (apenas) de Rodri ou de quem quer que seja. Acho que é uma opinião geral dos jogadores. Se continuar assim, será um momento em que não teremos outra opção, eu realmente acho. É algo que nos preocupa porque somos nós que sofremos”; afirmou/A próxima rodada da Liga dos Campeões está marcada para os dias 1 e 2 de outubro.

    Condecorações de atletas marcam a última celebração de Paris 2024; organizadores comemoram sucesso

    Play Episode Listen Later Sep 14, 2024 9:34


    Os franceses se despediram definitivamente neste sábado (14) dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024 com uma grande festa na avenida Champs-Élysées em homenagem aos atletas, voluntários e organizadores, com direito a condecorações, fogos de artifício e shows.  A festa começou às 16 horas em Paris (11h de Brasília) e foi uma oportunidade para os franceses reviverem os momentos mais emocionantes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O desfile foi aberto pelo mascarado misterioso que carregou a tocha olímpica pelos telhados de Paris na abertura da Olimpíada. As primeiras a desfilar foram as phryges, as mascotes de Paris 2024. Criticadas no começo, elas acabaram virando uma atração do evento, com quase um milhão de pelúcias vendidas durante os jogos.  Elas foram seguidas pelos voluntários e pelos membros do Comitê Organizador de Paris 2024, encabeçados por seu presidente,Tony Estanguet. O diretor Thomas Jolly, idealizador das cerimônias de aberturas e encerramentos, também desfilou com sua equipe. Ao todo, 10 mil pessoas participaram do desfile na avenida Champs-Élysées, entre atletas, voluntários, organizadores, bombeiros, policiais e até mesmo os animadores de torcida. Mas as grandes estrelas do desfile foram os 260 esportistas franceses, entre eles o nadador vencedor de quatro medalhas de ouro, Léon Marchand, o judoca Teddy Riner e os irmãos que brilharam no tênis de mesa Félix e Alex Lebrun.Aos pés do Arco do Triunfo, 120 atletas foram condecorados pelo presidente francês, Emmanuel Macron, ao lado de ministros e outros atletas. A distinção mais alta foi para Teddy Riner, que já havia obtido várias comendas no passado e foi promovido a comendador da Ordem Nacional do Mérito. Os franceses não queriam deixar de aproveitar até o fim do evento que mobilizou a França durante quase dois meses. Em meia hora, 70 mil entradas foram vendidas na quarta-feira (11), quando os ingressos foram colocadas à venda. Recorde de públicoA cerimônia também serviu para celebrar o sucesso de Paris 2024. Os organizadores têm muito o que comemorar: Paris 2024 mobilizou os franceses e bateu todos os recordes de público, com mais de 12 milhões de ingressos vendidos, como comentou o presidente do Comitê Organizador, Tony Estanguet."Estamos extremamente orgulhosos desse número. Para se ter uma ordem de grandeza, é cerca de 95% de ocupação, portanto, são números muito importantes. É um verdadeiro sucesso", festejou, em entrevista coletiva na sexta-feira (13)."Além dos mais de 12 milhões de ingressos vendidos nos estádios, houve também um grande número de pessoas que participaram dos eventos gratuitos como o triatlo, o ciclismo, a marcha atlética. Houve uma grande participação", lembrou.O dia com maior número de espectadores foi 7 de setembro, que representou um recorde duplo, lembrou Estanguet: "Foi a última noite do atletismo paralímpico. Foi o momento de Paris 2024, tanto olímpico e paralímpico juntos, em que tivemos o maior número de espectadores. Foram vendidos 67.500 ingressos, o que também é um recorde de público para um evento paralímpico". Segundo o grupo France Télévisions, que transmitiu o evento no país, 60 milhões de telespectadores assistiram aos Jogos Olímpicos na França e 49 milhões, os Paralímpicos. Os dois momentos esportivos mais assistidos durante Paris 2024 foram a quarta medalha de ouro de Léon Marchand, com 14,5 milhões de telespectadores, e a final do futebol para cegos, com mais de 5 milhões de franceses diante da televisão. "São números extremamente altos e inéditos na França", sublinhou Estanguet. "Acho que nos últimos sete anos, fizemos coisas nesse país que nunca tínhamos feito antes, e que certamente não teríamos feito se Paris 2024 não tivesse acontecido em termos de construção, de inclusão no transporte, no esporte", disse o presidente do comitê organizador, insistindo que Paris 2024 foi uma oportunidade "para envolver todo um ecossistema público e privado para fazer coisas que nunca tinham sido feitas"."Continuo convencido de que além do patrimônio intangível, as emoções são, na minha opinião, muito importantes, pois a imagem de um país e um sentimento de pertencer a uma nação são muito fortes. Acho que essas são lembranças que guardaremos para o resto de nossas vidas. Quando você considera o número de pessoas que estiveram presentes nesses jogos, acho que esse legado é fundamental", disse. Um legado que o presidente Emmanuel Macron quer perpetuar, transformando o dia 14 de setembro em Festa do Esporte. 

    Atletas, voluntários e torcedores fazem balanço positivo de Jogos Paralímpicos que terminam neste domingo

    Play Episode Listen Later Sep 8, 2024 8:28


    No último dia dos Jogos Paralímpicos Paris 2024, que encerram neste domingo (8), atletas, torcedores e comissão técnica das equipes brasileiras avaliam a organização do evento e a acessibilidade oferecida pela capital francesa nestes 12 dias de competições. E o balanço é favorável, conforme as entrevistas feitas pela RFI Brasil com muitos participantes que saem desta edição transformados.   Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisA garra demonstrada pela equipe de goalball do Brasil após a conquista do bronze nos Jogos Paralímpicos de Paris é um exemplo da força de vontade e superação exigidos todos os dias por pessoas com deficiência. Uma luta que esta edição do evento procurou colocar em evidência, ao propor uma “revolução de consciência” em favor da inclusão, segundo as palavras do Comitê Organizador.   O evento também revelou uma das fragilidades de Paris: apenas 3% da vasta rede de metrô da capital francesa oferece acessibilidade plena, algo que a cidade teve que contornar para receber 350 mil visitantes com deficiência durante as competições.A RFI conversou com Arthur Eugênio Furtado, Conselheiro de Administração do Comitê Paralímpico brasileiro, sobre as condições de acessibilidade para os atletas. “Eu não tive nenhum report deles a respeito deste aspecto. Eu que não tenho deficiência, vejo o quanto eles devem ter de desafio em uma cidade como Paris, mas especificamente da nossa equipe eu não tive nenhum comunicado a respeito disso”, explica.Com mais de 400 medalhas conquistadas até hoje em Jogos Paralímpicos, ele acredita que o Brasil se estabelece como uma potência paralímpica. "Eu acredito que sim, a nossa meta é manter o que a gente vem mantendo nas Paralimpíadas anteriores, é um desempenho muito bom, a gente tem uma estrutura boa no Brasil para o esporte paralímpico e eu acredito que vamos sair daqui com um bom resultado”, acrescenta Furtado.O Brasil encerrou a sua participação na capital francesa com 89 pódios: 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes, a melhor campanha do Brasil na história dos Jogos Paralímpicos. O país teve o maior número de ouros e maior quantidade de medalhas - superando em 17 pódios os obtidos em Tóquio (72). Pela primeira vez na história nos Jogos Paralímpicos, o Brasil também é top-5, ficando atrás de China, Grã-Bretanha, EUA e Holanda, sendo que os holandeses só superaram a delegação brasileira por uma medalha de ouro.Atleta de goalball e também conselheiro do Comitê Paralímpico do Brasil, Leomon Moreno fala sobre os esforços feitos no país pela acessibilidade e integração. "Hoje, a gente vêm trabalhando muito nas estruturas de governança e administração para deixar os atletas totalmente entregues à área fim do esporte, que é dentro de quadra, das piscinas, das arenas, correndo nas pistas e lutando nos tatames", explica. “O que a gente precisa melhorar imensamente é o diálogo entre todas as camadas da sociedade. Se todas entenderem que a pessoa com deficiência é igual a qualquer outra, somente tem uma limitação, tudo vai ser pensado com acessibilidade e tudo vai ser pensado para atender todos e é isso que a gente tenta promover e difundir, não só no Brasil, mas fora do Brasil também”.Dever cumpridoPara os 45 mil voluntários que trabalharam nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris, os eventos deixarão saudades. “E um parêntese encantado na nossa vida de todo dia, um momento maravilhoso com os espectadores contentes de estarem aqui. E nós, voluntários, ficamos muito felizes de poder acolher o mundo inteiro na nossa casa, em Paris”, disse à RFI o francês Maxime Elghozy, que recebia o público na arena Paris Porte de Versailles.“Os franceses e os parisienses que reclamaram no início estão muito felizes de ver que tudo correu bem e os estrangeiros também demonstram estar gostando, então toda a França está muito feliz de ter acolhido estes Jogos”, acrescentou. Maxime ainda falou sobre as emoções vividas nas competições paralímpicas. “São situações tão incríveis, temos muitos exemplos de pessoas com as quais cruzamos aqui, alguns que têm os quatro membros amputados e conseguem nadar, é impressionante, um que faz tiro com arco com a boca, pessoas que são tetraplégicas e conseguem fazer esporte de altíssimo nível e é magico de ver isso”, destaca.A arquiteta paulista, Camila Tauil, veio do Brasil para ajudar na organização. Cansada, ela diz que tudo valeu a pena. “Eu vim para ser voluntária, vim de São Paulo somente para as Paralimpíadas e ver todo o esforço por trás dos Jogos, para isso acontecer, é algo gigantesco, com certeza eu vou sair diferente", disse a brasileira à RFI. "Eu vim para fazer uma coisa que eu não faço no Brasil, não tem nada a ver com a minha profissão de lá, eu vim para ajudar a organizar os jogos e vou sair diferente, ver que a gente consegue fazer tudo, nada é empecilho ou barreira, os Jogos são incríveis, tem muita gente assistindo, os estádios estão lotados”, comemora.  Lição de vidaA mesma sensação de dever cumprido ouvimos de muitos torcedores presentes nas arenas paralímpicas. Como é o caso do jornalista Carlos Antônio de Oliveira, que mora na Polônia e veio para ver as competições em Paris. “Estar aqui nestas Paralimpíadas é algo muito especial, é a minha primeira vez, então, conhecer um pouco mais dos esportes, dar visibilidade, dar oportunidade de esses atletas serem reconhecidos e de a gente passar um pouco da nossa força para eles é algo inigualável", avalia. "Então, saio daqui com o dever cumprido de ter oferecido um pouco do meu melhor para eles que merecem tanto”, acrescenta. “Me impressiona o fato de eles terem deficiências e não se deixarem levar por isso, sempre buscarem a excelência, buscarem um esforço a mais, coisa que a gente no dia a dia às vezes não faz. Nós que somos tão agraciados, que não temos problema nenhum reclamamos tanto e estas pessoas vêm aqui e se superam dia após dia, fazem coisas impressionantes e que eu jamais conseguiria fazer. Eles me deram uma lição para vida”.Lucas Calegari é outro torcedor que vai sair transformado desta experiência. “Para mim é muito importante estar aqui, eu venho do Acre, vim somente para os Jogos e é muito gostoso ver que o Brasil arrebenta, ganha muitas medalhas, mas de maneira geral, você vê um espírito muito bacana entre todos os atletas, os staffs, ganhando ou perdendo, todo mundo numa sinergia e alegria grande, é gostoso fazer parte disso, um sentimento de carinho, de amor, de união, muito especial, vou levar para sempre esta experiência”, diz.Os Jogos Paralímpicos Paris 2024 terminam neste domingo, com uma cerimônia de encerramento no Stade de France. 

    Torcida organizada do Brasil anima Paralimpíadas de Paris dentro e fora das arquibancadas

    Play Episode Listen Later Sep 1, 2024 8:24


    O Movimento Verde e Amarelo (MVA), torcida organizada de brasileiros pelo mundo, que esteve presentes em todas as comemorações e recepções do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na Casa Brasil e nas arenas, durante os Jogos Olímpicos, também celebra os eventos Paralímpicos em parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em Paris e outras cidades mundo afora.   O grupo oficial do MVA contabilizava mais de 700 membros na quarta-feira (28), dia da cerimônia de abertura das Paralimpíadas, com objetivo de conectar encontros de brasileiros para torcer e representar o Brasil em Paris e cidades brasileiras.Segundo os organizadores, o número de torcedores na comunidade deve aumentar, já que a procura por bilhetes para acompanhar os Jogos Paralímpicos é crescente. O presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024, Tony Estanguet, declarou no começo da semana a marca de quase 2 milhões de ingressos vendidos. Algumas competições já estão esgotadas.Alexandre Rozentraub, membro do Movimento Verde e Amarelo, conta que o MVA tem polos em vários estados brasileiros e em outros países: “No Brasil nós nos organizamos por cidades: São Paulo, Santos, Goiânia, Picos no interior do Piauí, Gramado, Canela etc. E no exterior nós nos organizamos por país, ou às vezes por cidade, dependendo da organização do país. Por exemplo, na Espanha temos Madri e Barcelona, nos Estados Unidos temos várias pulverizadas, ao todos temos quase 200 ‘embaixadas' no Brasil e no mundo”, contabiliza. Alexandre destaca que as funções do MVA em Paris foram, até agora, de recepção de atletas na Casa Brasil com bateria, organização nas arenas e também funcionou como um ponto de contato dos brasileiros torcedores. E acrescenta que nos Jogos Paralímpicos a função será semelhante. “Nós vamos na mesma linha, focando muito nos apoios nas arenas com um grupo menor de brasileiros por causa do Euro e dificuldade de viagem. Mas vamos continuar nesta mesma toada, apoio nas arenas, presença na Casa Brasil, e um polo aglutinador dos brasileiros, para tentar colocar cada vez mais brasileiros juntos para apoiar e torcer, dando suporte aos jogadores e atletas”, detalha. Importância da torcida para os paratletas Segundo o CPB, ainda em 2021 o grupo organizado fez uma ação junto aos atletas paralímpicos, antes do embarque da delegação brasileira para os Jogos de Tóquio e estreou na organização de torcidas pelas equipes Paralímpicas durante o Grand Prix Internacional de futebol de cegos, em maio de 2023, em São Paulo, e desde então segue levando as cores verde e amarela para onde quer que o país tenha atletas competindo oficialmente.  Lucas Arabian, atleta do tênis de mesa, de 18 anos, está em sua primeira Olimpíada, mas já competiu e ganhou medalhas em várias provas internacionais, como bronze no Campeonato Mundial 2022, ouro e prata nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023 e ouro no Fator 20 da Finlândia 2023.O jovem fala da importância do clima brasileiro nas competições internacionais: “O Movimento Verde e Amarelo é essencial para nós, ainda mais do esporte paralímpico. Eles nos ajudam a dar uma visibilidade, um apoio. A gente sente um pouco do Brasil nas competições internacionais com eles. É muito importante. Espero vê-los todos aqui em Paris torcendo pela gente, tenho certeza de que isso vai acontecer”, disse. Leia tambémJogos Paralímpicos evidenciam diferenças de acesso a tecnologias por países ricos e pobresSuellen Dellangelica, da Seleção Brasileira feminina de vôlei sentado, acredita que todas as atletas de vôlei concordam com a importância da presença da torcida. “Para todo o mundo é meio que unânime. É muito legal para a gente, principalmente do esporte paralímpico. O vôlei em si que não é tão divulgado. A gente nunca teve uma torcida grande assim. Esse movimento de torcida, de energia, é muito importante para a gente. Traz um pouquinho desse calor do Brasil!”, aponta ela.A alegria dos torcedores Para a advogada Lívia Zamith, carioca radicada em Paris, o que motiva a torcida pelos paratletas é a superação: “Nos Jogos Paralímpicos eu acho que a questão toda é realmente a superação dos atletas e a gente poder assistir isso, independente de para quem a gente está torcendo. Nos Jogos Rio 2016, eu lembro de ter ido ao basquete em cadeiras de rodas e foi muito interessante, foi muito legal também ver o engajamento da galera. Todos foram, compraram ingressos, apoiaram bastante e eu acho que esse ano também vai ser assim”.Para ela, é ainda uma oportunidade para quem não conseguiu ir aos Jogos Olímpicos, poder ainda curtir o clima de Paris 2024. “Tem muita coisa legal, na Torre Eiffel, no Grand Palais e etc. Eu estou animada, pois sei que tenho coisa que vou assistir que o Brasil vai ganhar, então tenho muito pódio para assistir!”, antecipa a celebração.  Lívia tem ingressos para o Taekwondo, esporte pela segunda vez na história em Jogos Paralímpicos, no qual o Brasil subiu ao pódio em três modalidades em Tóquio e é cogitado para Paris também, a advogada também acompanhará de perto partidas do futebol de cegos, na Torre Eiffel, modalidade na qual a Seleção Brasileira é a equipe favorita, sendo pentacampeã paralímpica invicta.  Para o futebol de cegos, que já tem os ingressos esgotados na partida que o Brasil participará contra a França no dia 2 de setembro, os representantes do MVA estarão presentes em peso com o time parisiense de torcedores oficiais, segundo informações dos organizadores do grupoAcompanhe mais notícias sobre Paris 2024 no nosso site, redes sociais e Canal WhatsApp.

    Paralimpíadas: Brasil tem veterano das pistas mirando novas medalhas e estreantes no tênis de mesa

    Play Episode Listen Later Aug 25, 2024 5:17


    Os paratletas brasileiros já estão em Paris, alojados na Vila Paralímpica, após o fim da fase de adaptação em Troyes, no leste da França. A reportagem da RFI esteve no Centro Esportivo de Aube, onde a preparação vinha sendo feita, e conversou com alguns deles. Após os ajustes finais para suas competições, o clima entre os atletas é um misto de ansiedade e grande expectativa para o início dos Jogos Paralímpicos.  Renan Tolentino, enviado especial da RFI Brasil a TroyesVelocista dos 400m rasos na classe T11, para deficientes visuais, Felipe Gomes conta que esse período em Troyes foi importante para os atletas se adaptarem ao solo francês.“A gente está fazendo os últimos ajustes. Estamos animados para fazer um bom trabalho aqui na França (...) Temos uma estrutura legal, alimentação como no Brasil, o que está permitindo a gente a trazer um pouco do Brasil para cá, para chegar na hora da competição e dar o nosso melhor”, opina Felipe.“Pretendo fazer uma boa competição e a consequência disso a gente vai saber quando cruzar a linha de chegada", acrescenta o velocista.Experiente, Felipe chega para os Jogos de Paris 2024 como o segundo maior medalhista da delegação brasileira em Paris, contabilizando seis pódios paralímpicos: dois ouros, três pratas e um bronze. Ele almeja melhorar ainda mais os números nestas Paralimpíadas.“Eu quero aumentar essa marca. Todo mundo quer. Se eu não tivesse medalha nenhuma, eu gostaria de ganhar a primeira. Agora que eu tenho as medalhas, eu quero continuar ganhando, porque é o objetivo de todo atleta, chegar na principal competição do ciclo e medalhar", afirma. "A gente mantém essa chama acesa, essa vontade e vai brigar com todos os outros – respeitando todo mundo, mas procurando fazer o nosso melhor”, conclui Felipe.Estreante aos 16 anosHá quem esteja fazendo sua estreia em Paralimpíadas e iniciando uma trajetória que tem tudo para durar. Sophia Kelmer tem apenas 16 anos e vai disputar sua primeira edição. Ela é a mais jovem da seleção de tênis de mesa e a segunda mais nova de toda a delegação brasileira. Para Sophia, Paris 2024 representa o começo de um sonho.“É um sonho se tornando realidade. Eu sempre brinco com o pessoal da seleção que, três anos atrás, eu assistia eles pela TV e hoje eles são os meus colegas de seleção", relembra. "Eu busco sempre aprender o máximo possível e desfrutar dessa experiência. Espero ter muitas outras em Jogos Paralímpicos, mas acho que a primeira é sempre a mais emocionante”, comenta Sophia.Apesar de ter só 16 anos, ela chega a Paris com alguns títulos na bagagem. É pentacampeã brasileira da classe 8, dos paramesatenistas com comprometimento moderado nos membros inferiores e superiores.Leia também“Vou em busca do tri”, diz Petrúcio Ferreira, fenômeno das pistas que chega a Paris como bicampeão paralímpicoEla também já conquistou uma prata no individual feminino e um bronze nas duplas femininas nos Jogos Parapanamericanos de Santiago em 2023, além do ouro no individual e nas duplas femininas no Parapan de Jovens em Bogotá, também no ano passado. Os resultados a permitem sonhar ainda mais alto em Paris.“Tudo que eu venho construindo, mesmo com pouca idade, me dá muita experiência, muita bagagem para chegar nesses jogos o mais forte possível para buscar os melhores resultados para o nosso país", salienta.“A expectativa está demais. Quero muito chegar à Vila, ver a estrutura toda. Sempre tive o sonho desde criança de me tornar atleta paralímpica. E agora que esse sonho se tornou realidade, eu só quero desfrutar o momento e jogar o mais feliz possível, porque o resultado é consequência de um trabalho bem feito”, diz Sophia.Da redação para as ParalimpíadasTambém do tênis de mesa vem outra estreante: Carla Maia até já participou de três edições das Paralimpíadas, mas cobrindo como jornalista, profissão que exercia anteriormente. Em Paris 2024, ela faz sua estreia como atleta do tênis de mesa para cadeirantes. “Eu já participei nos bastidores, torcendo pelos atletas, mostrando as histórias deles, indo atrás de notícia. Agora finalmente chegou minha vez, porque meu grande sonho sempre foi vir como atleta. Dessa vez eu consegui, depois de 20 anos treinando", comemora. "Estou vivendo um sonho. A cada dia uma experiência diferente. Estar no meio deles só me motiva cada vez mais.”“Cada vez mais eu penso: essa é só a primeira. Desta vez, eu que estou aqui para brilhar. Espero que eu brilhe muito”, Carla Maia, paramesatenista brasileira.Os Jogos Paralímpicos de Paris começam na quarta-feira (28) e seguem até 8 de setembro, reunindo mais de 4,4 mil dos melhores atletas do mundo ao longo de 12 dias de competição e festa.

    “Expectativas do Comitê Paralímpico brasileiro são as melhores”, diz vice-presidente sobre Paris 2024

    Play Episode Listen Later Aug 18, 2024 5:27


    Os Jogos Paralímpicos começam em 28 de agosto, em Paris, e o Brasil participa com a maior delegação que já representou o país em um evento esportivo deste tipo no exterior. O vice-presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e medalhista nas paralimpíadas de Pequim 2008, Londres 2012 e Rio 2016, Yohansson Nascimento, está otimista e acredita que Paris 2024 será uma oportunidade de mostrar o esporte paralímpico para o mundo. O Brasil conta com uma delegação de 279 atletas, com 254 esportistas com deficiência, 19 atletas-guia, três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo, que participarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos jogos. "As expectativas do Comitê Paralímpico Brasileiro são as melhores possíveis”, diz Yohansson Nascimento. “Fizemos um ciclo excepcional com mais modalidades de atletismo e de natação fazendo bons resultados nos últimos campeonatos mundiais, seleção do voleibol sentado feminino sendo campeã mundial, a seleção de goalball também com um título mundial, então o nosso prognóstico é bastante positivo, principalmente em número de medalhas", afirma.Nos jogos de Tóquio, o Brasil conquistou 72 medalhas, 22 delas de ouro, a melhor participação do país em paralimpíadas. Para bater este recorde em Paris, conta com atletas em modalidades de destaque, como Petrúcio Ferreira, ouro nos 100 metros no mundial de atletismo paralímpico de Paris de 2023, onde bateu o recorde mundial na classe T47.Além dele, o Brasil tem Thalita Simplício, duplamente medalhista com ouro nos 400 metros e bronze nos 200 metros, na classe T11.Nas piscinas, Carolina Santiago pode passar a ser a maior medalhista brasileira em Jogos Paralímpicos. A atleta obteve um excelente resultado nos últimos campeonatos mundiais em Portugal e em Manchester, na Inglaterra.Outra promessa na natação é Vitinho, da classe S9. Com apenas 16 anos, o nadador participa de sua primeira Paralimpíada. Além deles, outros 37 atletas foram convocados na natação. Em novembro do ano passado, o Brasil também quebrou recordes no Parapan de Lima com mais medalhas e mais ouros que qualquer edição anterior. Foram 343 pódios e 156 ouros, superando a melhor marca anterior, de 308 medalhas e 124 vitórias, em Lima 2019.A mesatenista Bruna Alexandre, primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada e de uma Paralimpíada, em Paris, disse à RFI que pretende tirar proveito da participação nos jogos olímpicos para conseguir o ouro.“Vai ser difícil, as meninas vão vir com tudo também em cima de mim, mas acredito que essa experiência que estou tendo no Olímpico pode me ajudar. E eu vou tentar a medalha de ouro individual, depois eu vou jogar a dupla mista e dupla feminina, e eu tenho o objetivo de tentar o primeiro lugar também. Então eu tenho três categorias e o objetivo é o ouro", diz.  Paris como vitrineA expectativa é grande também sobre a adaptação da cidade de Paris para receber as pessoas com deficiência. A questão da acessibilidade no metrô, antigo e pouco acessível, gera preocupações. Mas Yohansson Nascimento é otimista."Eu tenho certeza de que a cidade fez o possível para receber da melhor forma todos os atletas. Não somente em Paris, mas no mundo inteiro, a questão de acessibilidade vem sendo discutida cada vez mais”, diz.“Porque quando falo em acessibilidade não estou falando apenas em uma pessoa que usa cadeira de rodas, mas de toda pessoa que tem uma dificuldade de locomoção", diz, lembrando que "isso é um legado para a própria cidade".O vice-presidente do CPB, aposta em Paris como vitrine para o esporte paralímpico."A população vai entender um pouco mais o que é o esporte paralímpico, que são atletas de alto rendimento cuja característica é ter alguma deficiência. Então eu tenho certeza de que a população parisiense vai se apaixonar também pelas modalidades paralímpicas, vão conhecer modalidades que são exclusivas do movimento paralímpico”, acredita Nascimento.“A cidade em si já é um espetáculo e estão recebendo todos esses atletas, as modalidades paralímpicas, os atletas conquistando medalhas, representando seus países. Vai ser maravilhoso ter sua junção", diz.

    "Quero ser o melhor do mundo", diz skatista brasileiro que compete nas Olimpíadas por Portugal

    Play Episode Listen Later Jul 22, 2024 6:09


    Ele nasceu em San Diego, nos Estados Unidos, de pais brasileiros e avô português. Apesar das raízes brasileiras, Thomas Augusto será adversário dos 12 atletas que formam a comitiva do Brasil no skate nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A RFI conversou com Thomas, que vive na Califórnia, antes do embarque para a França.  Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisCom três nacionalidades, Thomas explica por que escolheu  defender as cores de Portugal. "Não me considero americano. Nasci aqui, mas cresci na cultura brasileira e portuguesa. Então foi fácil, a escolha era entre Brasil e Portugal. O Brasil está cheio de skatistas e não me convidaram para entrar na seleção brasileira, mas não tem problema. Minha escolha foi por Portugal", diz.  Thomas Augusto conta que o skate entrou na sua vida muito cedo. "Não sei como aconteceu. Eu tinha um skate na minha garagem e comecei a andar sozinho. Meus pais não tinham nada a ver com skate, mas eu me apaixonei", explica."Eu era judoca antes, comecei a andar de skate toda a semana, daí saí do judô e fiquei só no skate. Eu tinha muitos amigos no esporte, virou a minha vida", completa. "Eu já rompi o joelho, vou ter que fazer uma cirurgia no ombro depois das Olimpíadas, porque toda a semana ele desloca. Mas tudo vale tudo a pena, no fim".  O primeiro campeonato foi aos 10 anos de idade e, desde então, Thomas Augusto soube que queria seguir carreira no esporte. "Depois daquele campeonato, eu senti aquela adrenalina e, desde aquele dia, escolhi ser profissional. Soube que a minha vida era essa, competir o mundo inteiro e estar com amigos, porque o skate é a minha família".Aos 20 anos, Thomas Augusto sonha alto, após ter estreado no mundo do skate profissional somente em 2024. "Eu passei de um skatista amador a um atleta profissional que conseguiu se classificar para as Olimpíadas. Foi estressante, mas aprendi muito e estou muito satisfeito com o lugar que eu cheguei até agora. E estou indo para a medalha", promete. "Uma medalha nos Jogos significa tudo""Para mim significa tudo. É o maior estádio do mundo, todos vão estar assistindo. É a chance para fazer a minha carreira ou vou ter que esperar mais quatro anos. Uma medalha dos Jogos Olímpicos para mim significa tudo. Acho que é assim para todos os atletas, afinal você conseguir falar que ganhou uma medalha nos Jogos é muito importante", avalia. "Quero ser o melhor do mundo, eu não quero estar no top 20 do mundo. Quero ser o melhor. É por isso que nós treinamos", diz. Em Tóquio 2021, na estreia do skate nos Jogos Olímpicos, três das quatro medalhas de ouro da modalidade foram conquistadas por japoneses, enquanto o australiano Keegan Palmer arrecadou a quarta de ouro. O Brasil levou três medalhas de prata com Pedro Barros, Kelvin Hoefler e Rayssa Leal.Thomas Augusto diz que é muito difícil saber como funciona a cabeça dos juízes numa prova de skate. E explica as diferentes variações da competição. "Eu acho que a cabeça dos juízes muda muito na minha modalidade, dependendo do parque onde vamos andar, porque os obstáculos mudam, as transições mudam, as linhas mudam, então é muito diferente o julgamento de um evento para outro", explica. "Tem a prova de Street, corrimão, tem salto em escada e depois tem a minha prova que é a park, que é como uma piscina. Tem paredes, a gente dá mais aéreos, giros no ar, a gente flipa o skate", destaca.     As provas de skate dos Jogos Olímpicos acontecem de 27 de julho a 7 de agosto, no parque urbano montado na Praça da Concórdia. A poucos dias do maior desafio de sua vida, ele foca agora no preparo emocional. E guarda surpresas para apresentar em Paris. "A gente vai preparar muito o mental, porque este estádio vai ser gigante, vai estar cheio de pessoas assistindo e bate o nervosismo. Fisicamente, nós temos que estar prontos, então a gente tem que malhar todo o dia para deixar o corpo o melhor que puder, para chegar no evento se sentindo muito bem. E claro, tem o aspecto de treinar skate também. Eu tenho duas manobras que estou treinando agora que eu espero colocar em prática no campeonato em Paris", anuncia. 

    Como são formados os campeões do esporte francês?

    Play Episode Listen Later Jul 21, 2024 6:08


    À primeira vista, os alojamentos em tijolos vermelhos lembram um campus universitário como qualquer outro. Mas o Instituto Nacional do Esporte de Alta Performance da França (INSEP), forma os maiores atletas do país. A RFI realizou uma visita a esta espécie de internato, na zona leste de Paris, para desenvolver os melhores talentos. Localizado numa área de 28 hectares no bosque de Vincennes, o centro esportivo tem as melhores instalações para diversas modalidades olímpicas.  Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris Fundado em 1975, este é o centro de treinamento olímpico e paralímpico de referência na França, onde mais de 500 atletas de alto nível encontram as condições ideais para evoluir.   "A particularidade do INSEP é ter, em um só lugar. todos os componentes: a formação, o treinamento e o alojamento", explica a diretora adjunta Anne Barrois-Chombart. "A vantagem é diminuir os deslocamentos, sabemos que o tempo é muito importante para um esportista de alto nível e o objetivo é otimizá-lo, para que o atleta possa consagrar o tempo disponível ao treino, à formação e a sua recuperação", completa.  Cada atleta tem apoio personalizado, acompanhamento médico e psicológico, além de formação e até reconversão profissional. Por aqui já passaram nomes como o judoca bicampeão olímpico Teddy Riner e o canoísta Tony Estanguet, hoje presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024. Com orçamento anual de € 38 milhões, o instituto emprega 280 treinadores. muitos deles ex-atletas ou indicados pelas confederações esportivas. Franck Abrial competiu nas Olimpíadas de 1988 e hoje é um dos responsáveis pelo departamento de luta. "A prioridade é o esporte e a performance, mas nessa casa eles também podem construir o seu projeto de vida, para depois entrar na carreira que quiserem", diz, em entrevista à RFI Brasil.  O ex-lutador de wrestling conta que os atletas levaram alguns dias para se adaptar ao tatame mais rígido, recém-instalado, uma réplica do que será usado das competições de Paris 2024. "Psicologicamente, dizer que é o mesmo tatame que nos Jogos Olímpicos já é uma vantagem", explica. "Nós viemos aqui, colocamos nosso calçado de luta, e esse contato com a superfície quando vamos combater um adversário, é como sentiremos nos Jogos Olímpicos, e nos sentimos bem", descreve. A pista de atletismo também acabou de ser reformada e é semelhante à oficial do Stade de France, local das competições olímpicas.    As pistas de esgrima do INSEP também foram modernizadas. O gerente da Unidade de Instalações Esportivas, Frederic Charles, fala dos benefícios para os atletas franceses. "Podemos pensar que eles estarão em ótimas condições e que não precisarão de uma fase de adaptação, e se eles não têm tempo ou não querem treinar nas pistas onde vão acontecer os Jogos, porque tem muita gente e poucos horários disponíveis, eles sabem que treinaram, dois ou três meses antes, nas pistas que encontrarão nas Olimpíadas", diz.  Campo de base da França  Várias equipes da França ficarão concentradas no INSEP para os últimos ajustes e o entrosamento do grupo, antes de irem para a Vila Olímpica, em Saint-Denis.  É o caso da corredora Gemima Joseph, classificada para os 100 e os 200 metros rasos. Ela treina o sprint com uma carga a mais, presa a um cabo, e tudo é verificado nas imagens e em programas de computador. "Isso permite que eu esteja no meu melhor nível, eu sei que as minhas adversárias estarão no topo, e aqui eu tenho os melhores equipamentos para poder me aperfeiçoar", diz "Eu estou feliz de poder usufruir disso e competir no mais alto nível", acrescenta. "Aqui, eu posso acertar pequenos detalhes, a explosão e resistência nos 100 metros, me permite trabalhar mais duro e quando retirarmos a carga, eu estarei mais leve, mais livre e mais competitiva", aposta.   Tecnologia de ponta Ao visitar um centro de treinamento como o INSEP, vemos que a tecnologia é cada vez mais importante para a boa performance de um atleta. Porém, se os computadores e sensores ajudam a conhecer a condição física naquele momento, os dados servem apenas indicadores para o treino.  É o que explica Nicolas Prevost, responsável pelo laboratório de ajuda a performance. "É mais uma ajuda à decisão, do que realmente nos dar ordens precisas ou que tenhamos que seguir o computador. É mais uma ajuda e nós fazemos as escolhas, nós decidimos o que implantar", afirma.  O laboratório fica dentro de um ginásio de 13.000 metros quadrados dedicado ao atletismo. Os equipamentos ajudam a testar o preparo de cada atleta. Um colega jornalista aceitou medir sua performance no salto, e não se saiu mal. Também testamos uma outra máquina, com o objetivo de avaliar a cognição e a rapidez de resposta a um estímulo.  Nicolas Prevost lembra, no entanto, que não há receita mágica para formar um campeão. "Se tivéssemos a receita, nós seguiríamos. Não tem receita. Há diferentes perfis de atletas. Alguns são muito talentosos naturalmente, mas que têm dificuldades, há outros que precisam de muito trabalho para desenvolver o seu talento, cada atleta é diferente e tem sua singularidade. E nós nos adaptamos a eles", conclui.  

    Voleibol brasileiro ganha “casa nova” na Europa com CT na França aos moldes de Saquarema

    Play Episode Listen Later Jul 14, 2024 6:39


    O vôlei brasileiro passou a ter uma “casa para chamar de sua” na Europa. O centro de treinamento (CT) recentemente inaugurado na cidade de Metz, no departamento de La Moselle, no norte da França, é um complexo esportivo completo e ajustado sob medida pelas exigências da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Trata-se de uma parceria da CBV com o governo local, que enxerga a inserção do Brasil na comunidade de Moselle, com cerca de 1 milhão de habitantes, como uma maneira de “rejuvenescer” a região que é uma tradicional zona industrial.  Luiza Ramos, enviada especial da RFI a MetzA cidade de Metz fica a apenas 1 hora e meia de trem da capital Paris, perto da fronteira internacional com Luxemburgo e Alemanha. As influências germânicas são visíveis nas construções de época que emolduram o centro histórico e os bairros do entorno, confirmando seu passado como território alemão.A catedral de Metz é a que concentra a maior quantidade de vitrais de toda a França, com 6 mil m² de janelas. Metz é repleta de praças e pequenas ruas muito bem conservadas que agora contam com as cores verde e amarela da camisa dos atletas do voleibol brasileiro.A diretora adjunta de Esporte e Juventude de Moselle, Françoise Bataillon, aponta que os conhecimentos da CBV com o Centro de Desenvolvimento de Voleibol em Saquarema, na região dos Lagos, no Rio de Janeiro, agrega savoir-faire, ou seja, conhecimento desse tipo de estrutura esportiva ao departamento, o que favorece uma atmosfera mais jovem à região.“Aqui não temos nem montanha, nem beira do mar, nem os locais turísticos conhecidos ao nível francês (...) Mas percebemos nesses Jogos Olímpicos uma oportunidade de mostrar nossa região através de um projeto do nosso governo local, que inclui várias vertentes de atratividade, incluindo a recepção internacional dos atletas do vôlei brasileiro no 'Academos'”, destaca ela, referindo-se ao prédio que foi reabilitado para se transformar no CT brasileiro. Françoise acrescenta que “o senso de coletividade das equipes do Brasil é muito forte” sendo algo que aproxima o Brasil desta região francesa, além da notoriedade dos brasileiros no esporte. Segundo ela, os jogadores já são reconhecidos em Moselle pela cortesia e educação. “As pessoas nos dizem: ‘eles são formidáveis, eles cumprimentam, são gentis'. Eles acabam sendo exemplos para nós também”, conta a diretora. Atletas olímpicos e de base A estrutura de 45 mil m² inclui ginásio poliesportivo, um prédio totalmente novo, acomodações e mais de 50 dormitórios, academia de ginástica sob medida para os atletas brasileiros, refeitório e salas para fisioterapia. É a primeira vez que o vôlei brasileiro tem uma base no país sede na preparação para os Jogos Olímpicos.   As equipes de vôlei de praia sub-21 e sub-19 masculinas e femininas estiveram em uma semana de imersão na nova base francesa da CBV para conhecer a estrutura de areia construída exclusivamente para a parceria e convidaram equipes de jovens do mesmo nível da Holanda, Letônia, Noruega e França para competir e treinarem juntos.  As atletas Ana Beatriz, 16 anos, e Marcela Matoso, 17, mostraram seu quarto partilhado para a RFI e elogiaram a estrutura do "Academos". Para Marcela, a experiência vai além dos aprendizados técnicos do vôlei. “Está sendo incrível e está agregando muito na minha vida não só como profissional, mas também como pessoa. A troca está sendo muito especial, pois desenvolve o nosso inglês também. Além de ter que entender o treino dos outros técnicos, a gente consegue visualizar outros exercícios, temos que pensar mais. No Brasil o nosso treino já é muito bom, quando a gente adquire mais recurso é melhor ainda”, valoriza a jovem carioca. O treinador das meninas do vôlei de praia, Alan Garcia, destacou a qualidade da estrutura em Metz: “A gente já pode chamar de a 'casa do vôlei brasileiro na Europa', aqui na França. Tem sido sensacional essa oportunidade de vivenciar momentos de treinamentos e de jogos com equipes europeias, que têm características diferentes do Brasil”. “Ter a mesma areia que vai estar nos Jogos Olímpicos em Paris, poder estar no mesmo ambiente, respirar essa atmosfera maravilhosa (...) tem sido incrível. A gente tem aproveitado o máximo possível”, celebra o técnico. Antes, não existia nenhuma quadra de vôlei de praia no departamento de Moselle, e de acordo com Françoise Bataillon, as quadras do complexo "Academos" foram construídas conforme especificações da CBV, que além de colaborar com a implementação do novo esporte, apoiou ainda a formação de árbitros para o esporte olímpico.Brasil: dono da quadra e da bolaA seleção de voleibol masculino de quadra também comanda os convites para amistosos. A equipe B do Brasil convocou a equipe B da França no último dia 5 de julho para uma partida amistosa no ginásio de Terville, na mesma região, que levou o público presente a fazer um teste para Paris 2024.Enzo, de 11 anos, foi ver pela primeira vez ao vivo uma equipe do Brasil contra a França ao lado o pai Michel e das irmãs mais novas Laís e Júlia. O brasileirinho, nascido na França, não tem mais dúvidas sobre quem leva sua torcida: “Este ano eu me decidi, é Brasil”, comemorou após a vitória da seleção B do Brasil por 3 sets a 0 contra os franceses. Michel, pai do trio, comprou bilhetes para vôlei, vôlei de praia e futebol para Paris, e trouxe a turminha para um aquecimento olímpico.O assistente do técnico Bernardinho da seleção brasileira, Giuliano Ribas, disse ter sido uma "grata surpresa" ter encontrado no Centro de Treinamento da CBV em Moselle uma estrutura similar à da casa do voleibol do Rio de Janeiro. "Saquarema é mais robusta, é maior, comporta mais o nosso estilo de treinamento, com flexibilidade de horário, mas aqui a gente consegue dar condições muito importantes para esses atletas ficarem focados e pensarem somente em se desenvolver com o voleibol. A gente está muito feliz por encontrar um centro de treinamento parecido com o nosso do Brasil", compara.Outro amistoso, desta vez com a seleção masculina de Bernardinho contra a seleção da Alemanha, ambas com chances de medalha nas olimpíadas, vai aquecer Moselle no próximo dia 19 de julho. Os ingressos estão à venda. A casa europeia do voleibol brasileiro de Metz servirá de base para os atletas de vôlei de praia e quadra na preparação e aclimatação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 e a pareceria da CBV com o departamento tem previsão de seguir até 2028.

    A RFI te leva para um passeio por Paris, a poucos dias da abertura dos Jogos Olímpicos

    Play Episode Listen Later Jul 7, 2024 6:59


    Faltando poucos dias para a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, a RFI te leva para um passeio no coração de Paris, onde acontecerão várias competições. Vamos ver como estão os preparativos e a expectativa de moradores e visitantes, que encontraram a cidade transformada.   Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris.A baiana Jacira Arandiba não se incomodou com as obras. "Está maravilhoso e o mais maravilhoso é eu estar aqui, nesta 'belezura', neste lugar incrível e mais visitado do mundo que é a nossa Paris e a nossa torre [Eiffel], que está lindíssima com o símbolo das Olimpíadas", elogia.   Enquanto Talita Valença, de Recife, reclama. "Meu amor, para mim está horrível, entendeu? A França do jeito que está. Agora, eu entendo que é por conta das Olimpíadas, tem que ser assim", compreende. "Essa ponte é linda, mas a gente não pode curtir porque está cheia de arquibancadas. Quem está vindo pela primeira vez, vai ficar decepcionado", acredita.Quem desembarca na capital francesa se depara com operários por todos os lados. É no meio de muitos monumentos que atletas do mundo inteiro irão disputar as medalhas feitas com o ferro da Torre Eiffel. "Eu estou achando maravilhoso poder participar desse momento. Eu não vou estar presente nos Jogos, mas eu estou achando bem legal poder ver eles montando, para quando eu estiver em casa, no Brasil, poder ver as estruturas e assimilar com a viagem", diz a advogada brasileira Bruna Simões Barros, que não vai sair decepcionada. "Eu acho que sempre fica marcado, deixa a cidade mais visível para o resto do mundo, não é todo mundo que tem oportunidade de estar aqui. Então, outras pessoas podem ter contato e podem ver um pouquinho, mesmo de longe, viver a experiência que é Paris", diz.  A mãe dela realizou um sonho. "Paris era a cidade dos meus sonhos, eu queria muito conhecer. E muitas pessoas no Brasil falaram que nesse momento alguns pontos turísticos estariam fechados, mas de forma nenhuma isso atrapalhou, muito pelo contrário é mais um estímulo para assistir os Jogos mesmo, né?".Águas do SenaA ponte Alexandre III, uma das mais bonitas da cidade e que celebra a amizade franco-russa, já recebeu as arquibancadas para o público dos Jogos Olímpicos. Inaugurada na Exposição Universal de 1900, a ponte elegante cruza as águas do rio Sena, onde todos aqui se perguntam: serão que elas estarão próprias paras as provas olímpicas? "Pois é, estava olhando aqui, além do frio eu não sei como as pessoas vão conseguir pular aí, porque ninguém sabe a pureza desta água. Mas é uma petulância da prefeita de Paris", opina a mineira Tanagra Tenório, em viagem de turismo na capital francesa. "Paris é sempre maravilhosa, está bastante tumultuada, com muita gente, mas é sempre maravilhosa", conta.  A organização dos Jogos Paris 2024 não prevê um plano B em caso de os testes na água do Sena não permitirem a natação, apenas um adiamento das provas de triatlon e da maratona aquática, até a data em que as condições estejam próprias para banho.  O desfile de barcos com as delegações do mundo todo, na cerimônia de abertura do dia 26, passa sob a ponte Alexandre III. Alguns passos a mais e chegamos ao Grand Palais, em transformação para receber as competições de esgrima e taekondo. Ao lado dele, fica uma grande loja com produtos licenciados dos Jogos Olímpicos: camisetas, bonés, são 1000 opções diferentes. O Comitê de Organização espera vendas de € 2 bilhões em produtos licenciados.Foi lá que a RFI encontrou o brasileiro Luís Carlos. Será que ele vai levar uma lembrancinha? "Ah, eu vou. Estou procurando aqui alguma coisa bem legal, provavelmente um mascote, que é bem interessante. Bem legal", diz.  As mascotes dos Jogos de Paris 2024 representam o barrete frígio, ou barrete da liberdade, um chapéu, utilizado por militantes na época da Revolução Francesa, em 1789. Parque UrbanoDeixamos as compras de lado, e seguimos rumo a outro ponto central das Olimpíadas. A praça da Concórdia, no coração de Paris, foi fechada à circulação para receber os esportes urbanos. É no entorno do famoso obelisco de Luxor, presente do Egito, que vão acontecer as competições de break dance, skate, BMX, e basquete 3 X 3. Um parque urbano está sendo montado para isso, onde os espectadores poderão conhecer a cultura urbana, acompanhar performances, ouvir DJs e frequentar restaurantes.   Conversamos com turistas americanos que passeavam de patinete. O guia, natural de Boston, já sabe o que esperar: "Vai estar movimentado, 14,5 milhões de pessoas estarão na cidade neste verão, é o que eles esperam", lembra Jack. "E vai ser caro vir para cá, os tíquetes de metrô irão dobrar de preço, as tarifas de hotel estarão mais caras e os restaurantes também, vai se gastar dinheiro, mas vai ser divertido, pois eles estão fazendo os Jogos Olímpicos como nunca se fez antes", observa. "E usar os prédios que já existem na cidade, é incrível", completa o americano.Spencer, 18 anos, de Utah, nos Estados Unidos, também destaca o aproveitamento de Paris. "Eu gosto como eles estão incorporando a cidade em todos os eventos e usando os diferentes edifícios para coisas diferentes. Isso é muito legal", destaca. Hamza Qhan é taxista na Inglaterra, país que já sediou as Olimpíadas. "Os franceses, eles não querem os Jogos. Eles não querem esta bagunça. Porque todas as ruas estão fechadas, para as obras, não há como sair", relata. "Então, as pessoas não estão contentes, mas é bom para a economia da França, as pessoas virão aqui aos milhares de todo o mundo. E é bom para a cidade, mas os locais não estão contentes", diz.  O francês Pascal Samvelle, que vive atualmente na Bretanha, voltou à Paris para ver a preparação dos Jogos. "É impressionante, eu não esperava que fosse tão grande assim. Mas é temporário, depois vai voltar ao que era", comemora. "E foi uma boa ideia, efetivamente, de realizar os Jogos na cidade, e não fora", completa. "Particularmente, eu não era favorável à organização dos Jogos, porque eu penso que custa caro e por uma série de razões. Mas agora, está feito. Espero que ocorra da melhor forma possível, tanto do ponto de vista de segurança, como de animação", espera.O canadense Jeremy, diz que voltará para casa com boas lembranças. "É a primeira vez que eu venho em uma cidade que sedia os Jogos Olímpicos e é muito interessante ver a preparação, e ver as arenas, antes de elas serem exibidas ao vivo na televisão e nós sabemos onde elas são", diz. "E parece que serão as instalações serão bonitas, tudo está incrível, Paris vai fazer um excelente trabalho sediando os Jogos Olímpicos de Verão de 2024", acredita.  O famoso jardim do Trocadéro é o local para encontrar os medalhistas. No local, vai funcionar o parque dos Campeões, com acesso gratuito para 13 mil pessoas por dia. De 29 de julho a 10 de agosto, mil atletas vencedores de vários países vão passar por lá para comemorar com a torcida. Também vai haver telões para acompanhar as competições e diversas atrações musicais. O horário de funcionamento é das 16h à meia noite.  

    A um mês da abertura das Olimpíadas, tensão política na França ofusca preparação dos Jogos

    Play Episode Listen Later Jun 26, 2024 6:44


    A menos de um mês do início dos Jogos Olímpicos Paris 2024, a França vive um período de intensa ebulição política, com a realização de eleições legislativas antecipadas em dois turnos eleitorais que acontecem nos dias 30 de junho e 7 de julho. Isso pode levar a uma mudança radical de governo – e dos responsáveis políticos à frente da organização dos Jogos. Como se não bastasse, há outras questões complexas em curso, como a segurança – principalmente diante da ameaça de atentados – e se o rio Sena terá condições de ser palco da cerimônia de abertura e de algumas provas aquáticas. O pleito antecipado pegou os franceses de surpresa. O presidente Emmanuel Macron optou pela dissolução da Assembleia Nacional após a derrota do partido governista nas eleições europeias, quando a extrema direita teve resultado triunfante (quase 40% dos votos, deixando o partido macronista em terceiro lugar, após os socialistas).Macron fez uma aposta arriscada – e muito criticada por aliados - antes do evento olímpico que começa em 26 de julho, uma situação sem precedentes segundo os especialistas. Ou seja, os resultados das eleições legislativas prometem ter consequências de porte, como talvez, um novo primeiro-ministro de extrema direita – ou de esquerda – que certamente vai fazer parte da tribuna olímpica de Paris 2024.     A crise política surge também em um momento em que os franceses começavam a se interessar pelos Jogos, após a chegada da chama olímpica, no dia 8 de maio, a Marselha. O presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Tony Estanguet, tentou tranquilizar a todos, garantindo que "as principais decisões" já foram tomadas, embora a política monopolize a atenção midiática.O que mais preocupa os organizadores de Paris-2024 é a situação na França após as eleições. "Se no dia 8 de julho for Bardella (o vencedor), haverá uma grande movimentação", reconheceram fontes políticas à AFP, referindo-se ao braço direito de Marine Le Pen, Jordan Bardella, a quem Macron seria quase obrigado a nomear primeiro-ministro se vencer em 7 de julho. Segundo essas fontes, há dúvidas se o ministro do Interior Gérald Darmanin, que preparou o dispositivo de segurança para o Paris-2024, continuará no cargo.Embora o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, tenha garantido que as eleições "não perturbarão os Jogos", a votação já roubou espaço do evento na mídia, inclusive internacional. Candidato ao cargo de primeiro-ministro, o líder do partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), Jordan Bardella, garantiu que nada mudará na organização dos Jogos se vencer as eleições."Não há razão para os Jogos correrem mal com um governo do RN", disse Guy Drut, ex-ministro francês dos Esportes e atual membro do COI. Ele lembrou que os Jogos de Munique, em 1972, continuaram apesar do ataque sangrento de um comando palestino contra a delegação israelense.As declarações de Drut, classificadas pelo COI como opinião pessoal, suscitaram críticas da organização do Paris-2024 e da ministra do Esporte Amélie Oudéa-Castéra, que pode não estar no cargo em 26 de julho, na cerimônia de abertura."A dissolução em si não afeta a preparação dos jogos", declarou a ministra em entrevista à France 2 nesta quarta-feira. "Estou completamente concentrada no trabalho com todas as equipes. Estamos totalmente mobilizados, então isso não afeta a preparação. E depois, quem será eleito? Pode haver um risco para a realização dos jogos com pessoas sem experiência no governo, quando serão necessárias habilidades de liderança e comando", ponderou.“E, mais importante, qual mensagem queremos enviar ao mundo?", acrescentou Oudéa-Castéra. "Nosso país que reinventou os jogos da era moderna, que melhor do que qualquer outro defendeu valores de universalismo, amizade entre os povos, abertura. Que imagem vamos transmitir? Uma imagem de menos universalismo, mais comunitarismo, menos abertura, mais fechamento, xenofobia, audácia ou relegação? É isso que devemos escolher hoje."SegurançaA questão da segurança durante os Jogos fica ainda mais sensível por causa das eleições antecipadas. "Haverá muitas situações para as quais deveremos nos mobilizar se o RN vencer", reconheceu uma fonte policial, que teme por distúrbios urbanos. As manifestações pró e contra a extrema direita acontecem desde as eleições europeias e devem se intensificar nas próximas semanas em toda a França.Uma das questões-chave que paira no ar é a respeito da segurança, principalmente em relação a atentados, isso em uma cidade traumatizada por uma onda de ataques em 2015.  “Estamos prontos. Estamos até ansiosos para que os Jogos comecem. Todos os dispositivos de segurança dos locais da cerimônia, dispositivos de luta contra a delinquência, proteção dos locais turísticos, está tudo pronto”, garantiu Laurent Nuñez, secretário de Segurança Pública, em entrevista nesta quarta-feira (26), à rádio France Inter.“Muitos países ocidentais são alvos da propaganda, especialmente do Estado Islâmico, obviamente. E a França também é particularmente visada”, disse Nuñez. “Os Jogos Olímpicos apareceram em várias propagandas que incentivavam ações terroristas no território nacional. Então, como repetiu o ministro do Interior, estamos obviamente muito atentos a essa ameaça. Além disso, estamos em plano de alerta terrorista, com foco em atentados, e não é por acaso”, acrescentou.Nuñez falou ainda sobre o risco de ataques cibernéticos durante os Jogos. “Esse risco é real porque nos Jogos Olímpicos anteriores houve um número impressionante de ataques”, disse. “Há certos Estados que realizam ataques cibernéticos, seja diretamente, seja usando grupos de cibercriminosos para interferência. Estamos nos preparando para isso. Todo serviço, começando pelo Ministério do Interior, pela polícia, está reforçando nossos sistemas de informação, melhorando a segurança. Há todo um trabalho que vem sendo realizado nos últimos anos para enfrentar isso.”SenaOutra questão em suspenso às vésperas dos Jogos é sobre a salubridade e estabilidade do rio Sena, onde estão previstas a cerimônia de abertura e provas olímpicas. A alta vazão, decorrente de uma temporada de chuvas, levou ao adiamento de um ensaio da cerimônia de abertura, que estava previsto para segunda-feira."Não temos condições meteorológicas muito normais há seis meses", lembrou Marc Guillaume, responsável regional de Île-de-France (Paris e arredores), destacando que o projeto de tornar o Sena propício para banhos, em prática há quase dez anos, com um investimento de € 1,4 bilhão, "não é suficiente se o clima for de outono ou inverno". O prefeito da região pretende nadar no rio Sena para dar o exemplo, "no dia em que for possível".A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, que adiou seu mergulho prometido e aguardado no Sena, devido ao mau tempo e às eleições legislativas antecipadas, planeja se banhar na semana do dia 15 de julho "ou na semana seguinte", a da cerimônia de abertura.Em uma entrevista ao jornal Ouest-France nesta quarta-feira, ela se disse "muito confiante" na chegada de um clima favorável a tempo para os Jogos Olímpicos.O suspense continua sobre a realização das provas olímpicas desde os "eventos-testes" de agosto de 2023, que tiveram que ser amplamente cancelados devido à qualidade insuficiente da água.Em caso de chuvas intensas, água não tratada - uma mistura de chuva e esgoto - pode ser despejada no rio, um fenômeno que as obras de retenção inauguradas pouco antes dos Jogos visam impedir.O plano "B" consiste em adiar as provas por alguns dias, mas não mudar de local, segundo o comitê organizador.AtletismoJá em terra firme, isto é, no Stade de France, onde vão acontecer as provas de atletismo, as preparações também seguem seu curso."O Stade de France está acostumado a lidar com um grande número de pessoas, então não precisamos testar isso. Precisamos realmente testar as operações do pessoal, das equipes que trabalharam muito pouco juntas, a coordenação com os juízes - temos cerca de 200 juízes. Teremos ainda 350 voluntários no estádio apenas para a parte esportiva, então é importante ver como eles se adaptam ao estádio, trabalhar com eles e ajudá-los a se sentir à vontade aqui", explica Alain Blondel, responsável pelas provas de atletismo e para-atletismo do comitê organizador.

    Kobra e esgrimista Nathalie Moellhausen inauguram mural em cidade-sede do Brasil nas Olímpíadas de Paris

    Play Episode Listen Later Jun 13, 2024 9:37


    O subúrbio parisiense de Saint-Ouen-sur-Seine está mais colorido. O artista paulistano Eduardo Kobra inaugurou nesta quinta-feira (13) mais um de seus grandes painéis, na fachada de um edifício. Inspirado na figura feminina da Marianne, um dos símbolos da República e da liberdade, o trabalho é resultado de uma parceria do artista com a esgrimista Nathalie Moellhausen, já classificada para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, e a prefeitura de Saint-Ouen, cidade que vai hospedar o Comitê Olímpico Brasileiro (COB).   Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisO painel tem 19 metros de altura e 10 de largura. Está localizado perto da prefeitura de Saint-Ouen, ao lado de uma escola. Foi todo feito em spray e esmalte sintético com o uso de pistola.O artista levou quatro dias para realizar o mural, inspirado em um óleo sobre tela do pintor francês Eugène Delacroix: "Liberdade Guiando o Povo", de 1830, que exalta as três "Revoluções Gloriosas" e mostra uma figura feminina liderando os revoltosos. Na versão de Kobra, ela é uma atleta, usa tênis e em sua bandeira há uma mensagem em francês: "soyons nos propres héros", "sejamos os nossos próprios heróis", em tradução livre em português. "Eu fiz essa analogia porque esta pintura está muito conectada com alguns valores e princípios relacionados ao esporte como resiliência, força, coragem, superação e dedicação", diz Kobra em entrevista à RFI. "Este painel também traz essa mensagem: 'seja o herói de você mesmo'", completa o artista, que está em Paris para a inauguração da obra.  A cerimônia contou com a presença do embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, de autoridades locais, estudantes, moradores de Saint-Ouen e esportistas. "Muitos dos atletas do Brasil vêm de origem simples, de origem humilde e conseguem vencer e estar aqui por sua dedicação, força de vontade, coragem e resiliência", compara Kobra. "A obra faz essa conexão, não só com o meu trabalho, pois eu tenho que ter muita coragem e força de vontade para executar, mas ela foi especialmente criada para os atletas brasileiros", acrescenta. Nascido em Jardim Martinica, na periferia de São Paulo, o artista Eduardo Kobra começou sua carreira como Street Art, antes de se tornar um muralista. Em 1995, ele fundou o Estúdio Kobra, especializado em painéis artísticos e hoje conta com uma equipe de 12 pessoas. Outros dois artistas vieram a Paris para realizar o mural no número 10 da rua Alexandre Bachelet, em Saint-Ouen.  Os vizinhos da obra aprovaram. "É uma coisa maravilhosa", diz uma moradora. "Magnífico. É a mensagem mais linda, para todos se entenderem bem", diz outra. "Todos nós temos a nossa responsabilidade de deixar a nossa região melhor e mais bonita", salienta o artista. "A arte abriu portas no mundo para mim e eu sou alguém que sempre busca evolução. Hoje eu tenho trabalhos em 38 países, de cinco continentes, mas continuo com o pé no chão", diz.Com grande sensibilidade para as mazelas sociais, os trabalhos de Kobra são também uma forma de chamar a atenção para as dificuldades vividas por muitos brasileiros. No Brasil, ele pintou algumas máscaras de esgrima de Nathalie Moellhausen, que foram colocadas à venda para ajudar projetos sociais que têm o esporte como alavanca.  "A ideia surgiu no final de 2022, quando lançamos no Brasil o projeto 'Seja o seu próprio herói', destinado às instituições brasileiras que oferecem esgrima para crianças desfavorecidas no Brasil", explica a esgrimista brasileira Nathalie Moellhausen, que vai competir no Grand Palais, nos Jogos Paris 2024. "Por causa da minha vivência em Paris, achei que o trabalho do Kobra representava muito bem esses valores universais, que valem para atletas, artistas ou qualquer ser humano", completa. "Eu sempre pensei que este slongan pudesse marcar essa Olimpíada de Paris", afirma a atleta, que apresentou o projeto à prefeitura de Saint-Ouen.  O município de quase 50 mil habitantes, no norte da capital francesa, será a base de apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Localizada a 600 metros da Vila Olímpica, a cidade foi escolhida pela proximidade e pelas instalações que oferecerá à delegação brasileira. O COB terá cinco locais à disposição dos atletas e suas equipes na cidade: o Château Saint-Ouen, a Escola Petit Prince, o Parque das Docas, o Ginásio das Docas e a Serra Wangari.  Para a prefeitura de Saint-Ouen, a parceria com o Brasil marcará uma geração. A obra, de Kobra, assim como a presença da delegação brasileira na cidade, simbolizam valores que a França tem em comum com o Brasil.  "Kobra é um ícone artístico e internacional e sua obra se integra com a nossa filosofia de parceria com o Brasil", afirma à RFI o prefeito de Saint-Ouen, Karim Bouamrane. "Nós receberemos a delegação brasileira com orgulho. Queremos colocar beleza na cidade e Kobra incarna a democratização cultural, especialmente neste momento que precisamos de generosidade", completa. "São valores universais, valores de fraternidade", conclui.  Em março, o município já havia inaugurado a rua Doutor Sócrates, a primeira do mundo com o nome do ex-jogador brasileiro, no local onde antes havia casas insalubres. A cidade será sede de quase 300 atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Paris e a rua com o nome do ex-jogador fica dentro da Vila Olímpica.  Rio 2016Esta não é a primeira vez que o artista Kobra integra seu trabalho aos Jogos Olímpicos. Em 2016, ele pintou um dos maiores murais grafitados do mundo, chamado Etnias, com 2,5 mil metros quadrados, para celebrar os Jogos do Rio de Janeiro."O boulevard Olímpico no Rio de Janeiro também era uma área abandonada, degradada e eu tive a oportunidade de pintar um mural lá para a Olimpíada", lembrou o artista. "Para mim, estar num bairro nobre ou um subúrbio tanto faz, o que eu gosto é deixar a minha marca registrada." 

    Paris 2024: Jane Rodrigues vai representar o Brasil no tiro com arco nos Jogos Paralímpicos

    Play Episode Listen Later Jun 9, 2024 6:45


    A participação da atleta brasileira paralímpica de tiro com arco Jane Karla Rodrigues nos Jogos de Paris está confirmada. A arqueira de Goiânia vai representar o Brasil naquele que será o quinto paralímpico de sua carreira. Luciana Quaresma, correspondente da RFI em LisboaExemplo de resiliência, a paratleta de 48 anos já havia conquistado a vaga para o Brasil no Mundial de Pilsen, na República Tcheca, em 2023, mas estava à espera da confirmação para Paris 2024. “Segundo as regras colocadas no site da Confederação Paralímpica, eu tenho todas os requisitos necessários para ter a vaga. Eu tenho tudo o que é preciso depois de ter garantido a vaga para o Brasil no mundial em Pilsen, na República Tcheca. Foi um grande sonho, fiquei muito ansiosa, mas agora já estou mais tranquila porque com isso fica confirmado que estarei lá!“, comemora.Os Jogos Paralímpicos Paris 2024 serão realizados entre 28 de agosto e 8 de setembro e nesta reta final para o início da competição o treinamento de Jane continua intenso. “O que a gente está programando é participar ainda de competições do ranking mundial paralímpico que tenho pela frente, como na República Tcheca. Espero conseguir participar desta prova e ainda as competições aqui em Portugal, pois tem várias etapas do circuito nacional português. Eu quero  tentar conciliar todas. Ainda tem a competição na Espanha que eu gosto muito de participar também”, enumera.Ajustes e treinos antes de Paris 2024 Pela frente, Jane tem pelo menos cinco provas no calendário e com isso a chance de fazer os ajustes necessários antes de chegar em Paris. “Eu vou participando dessas provas, tentando ver o que pode melhorar e fazer a manutenção de equipamento. Tem muito ajuste fino ainda para ser feito”, explica.Jane conta com o apoio do marido, Joachim Gogel, que também é o técnico da paratleta. “Ele faz a manutenção no meu equipamento. O que eu sinto que está estranho, ele dá uma olhada e tenta equilibrar. Agora estamos arrumando o arco novo, então tem que fazer o ajuste fino. Estamos fazendo estes ajustes até chegar no ponto, porque cada arco é específico para o atleta, então tem que achar o ponto certo que fica bom para você', explica.Nesta jornada paralímpica, Jane Rodrigues também conta com o programa Bolsa Atleta, do Governo Federal, que garante apoio financeiro aos atletas de alto rendimento que não têm patrocínio.“O Bolsa Atleta faz toda a diferença", avalia. "A gente sabe que o início sempre é muito difícil e o projeto do Bolsa Atleta oferece apoio desde o estudantil até o mais alto nível e isso faz uma grande diferença na vida do atleta. Assim podemos nos dedicar mais ao esporte e temos uma possibilidade de participar das competições sabendo que podemos contar com este apoio”.Com este auxílio, Jane consegue se dedicar 100% ao esporte. "É um auxílio muito importante, que faz uma diferença muito grande. Eu estou aqui na Europa e estou sempre em contato com outros atletas. Eu vejo a dificuldade que eles têm por não terem esse tipo de suporte. Então eu acho que o Brasil está bem na frente. É muito bacana isso e é um diferencial mesmo para o atleta. Você pode dedicar seu tempo todo ao esporte e não ter que dividir com o trabalho. É claro que no início, às vezes, não é um suporte absoluto, mas você tem condição de ir crescendo e melhorando cada vez mais, melhorando a bolsa e melhorando as possibilidades de competição”, aponta. Poliomielite: "Nunca imaginei que o esporte faria parte da minha vida"Aos 3 anos, Jane teve poliomielite, que deixou sequelas nos membros inferiores. “Perdi força e equilíbrio, mas a vida segue. Cresci, tive filhos, mas nunca imaginei a prática de esporte. Enquanto criança, nunca pratiquei atividades de educação física e ficava dentro da sala de aula, pois na época a mentalidade era outra. Nunca imaginei que o esporte faria parte da minha vida", conta."Hoje, as coisas mudaram muito com o Comitê Paralímpico e incentivos nas escolas, pois as crianças que têm alguma deficiência já sabem que podem praticar esporte e seguir uma carreira esportiva e isso é muito importante”, comemora.Foi em 2003 que Jane entrou para a Associação de Deficientes Físicos do Estado de Goiás (ADFEGO) e lá que teve o primeiro contato com o universo esportivo. "Fizeram uma campanha para que os associados pudessem experimentar alguns esportes e foi assim que tudo começou. Primeiro o tênis de mesa, depois, em 2015, me envolvi com o tiro com arco e conquistei minha primeira medalha. No mesmo ano, fiquei entre as dez melhores do mundo e conquistei o primeiro lugar nos Jogos Parapan-Americanos de Toronto, no Canadá.Luta contra o câncer de mamaA decisão de mudar de esporte aconteceu em um período complicado na vida da paratleta. “Eu tive um câncer de mama e passei por momentos muito difíceis com tratamentos de quimioterapia, radioterapia e cirurgia. Minha mãe também estava com câncer de mama na mesma época. A recuperação também não foi fácil e foi tudo muito sofrido para a nossa família. Quando descobri o câncer eu estava em um período de alto rendimento e tive que parar tudo”, relembra.Depois de vencer a doença, a primeira experiência paralímpica de Jane na nova modalidade veio no ano seguinte. “Na modalidade de tiro com arco, minha primeira experiência em um paralímpico foi em 2016, no Rio de Janeiro. Foi super emocionante, até mesmo pelo pouco tempo de experiência na modalidade e garantir a vaga foi muito especial", conta. "A cada competição sinto que vou melhorando. Sou a atual recordista mundial indoor e tenho recordes nacionais. O importante é ver que os resultados estão vindo, pois é um motivo de orgulho e nos dá força para continuar neste caminho”, afirma.Agora, o sonho da atleta brasileira é mais do que uma medalha paralímpica.“Trabalhamos muito duro. É a cereja do bolo", diz, em referência a uma vitória em Paris. "A gente sempre quer a parte mais alta do pódio. Então o sonho é esse, chegar lá. Esse é o objetivo. É para isso que estou lutando com todo sangue!”.Sobre os competidores que vai enfrentar em Paris, Jane sabe que será uma disputa acirrada. “Todas elas que estão indo para Paris são grandes atletas. Realmente vai ser lá, na hora do tiro, que vamos saber como vai ser. Por isso que a gente está sempre tentando buscar o nosso melhor. Porque elas também atiram muito bem e vai valer quem estiver melhor naquele momento mesmo", avalia, antes de mandar um recado para a torcida: "Mandem energia forte, essa que todo brasileiro tem, a garra, a determinação que me dá essa força para eu seguir em frente e chegar lá! Quero trazer essa medalha para a gente: a medalha paralímpica!”

    Conheça o museu do tênis e veja os planos dos atletas brasileiros após Roland-Garros

    Play Episode Listen Later Jun 2, 2024 11:45


    Quem entra Roland-Garros, em Paris, encontra uma estátua de aço em homenagem à Rafael Nadal, de 3 metros de altura, inaugurada em 2021. O local é parada obrigatória dos fãs do espanhol, que pode ter feito sua última partida no torneio francês em 2024. Logo atrás, fica a novidade deste ano: um museu recém-inagurado sobre a história do tênis, do qual um dos destaques é o brasileiro Gustavo Kuerten.  Maria Paula Carvalho, de Roland-GarrosA camisa usada e autografada por Guga em 2001 está em uma das vitrines. Além desse ano, ele também já havia vencido o torneio em 2000 e em 1997. A legenda do objeto diz que o brasileiro "marcou o público com sua personalidade solar".  A RFI ouviu um fã, da Coreia do Sul. "O jeito que ele jogava, como ele planejava as jogadas, a estratégia. Era incrível", diz TJ Lau. "Ele jogava contra alguns dos jogadores mais conhecidos de todos os tempos , Sampras, Agassi e até o Roger Federer", lembra.Na entrada do museu, uma foto do aviador Roland-Garros (1888-1918), piloto e herói de guerra francês e que dá nome ao complexo esportivo, recepciona os visitantes, ao lado da hélice de um avião pilotado por ele.  O museu explica que o tênis é inspirado no "jeu de paume" (jogo de palma), seu ancestral antigo, cuja primeira obra contendo as regras data de 1555. Uma cópia está exposta no museu.Uma parte da exposição é dedicada a três jogadoras:  a francesa Suzanne Lenglen, ícone dos anos 1920, que dá nome a uma das quadras; a americana Cris Evert, a "rainha" de Roland-Garros, do qual foi sete vezes campeã; e a alemã Steffi Graf, que ergueu seis vezes a taça. O tênis usado por ela em 1999 está em exposição.  As raquetes também evoluíram, como mostram os modelos expostos. Da madeira, em 1890, ao grafite e alumínio, atualmente.  Aproveitar os dias de tênis em Roland-Garros é um programa que Lorena e Marcelo não perdem. "A gente mora na Bélgica e a gente veio para ver os jogos do dia", diz ela. "A gente tentou ingressos para outros dias. Quando abrem a venda de tíquetes é uma loucura, só tinha esse dia para vir", acrescenta a brasileira que trabalha com moda."Toda a vez que saem os ingressos, a gente pega os dias em especial para vir lá de Bruxelas, em três horas e meia de carro. A gente passa o dia aqui em Paris assistindo Roland Garros", explica o analista de tecnologia Marcelo de Lima. "É uma experiência incrível porque a gente consegue ver os jogadores tanto nas quadras, interagindo com o pessoal, quanto nos treinos. Tem várias coisas para fazer, é um ambiente familiar, muito gostoso, muito bom mesmo", avalia.  Chuva atrapalhou a primeira semanaEste ano, a chuva não tem ajudado. Muitas partidas da primeira semana foram adiadas por causa do mau tempo – mas nada que atrapalhe a diversão das amigas Sarah e Pauline. "Está tudo bem, só é pena que chova tanto. Nós estamos felizes porque vimos o Dimitrov jogar", disse à RFI Sarah Baccaro. "Poderíamos ter tido o bom tempo do ano passado, dias lindos, mas felizmente tem a cobertura", acrescenta a fisioterapeuta.Elas dizem que pretendem voltar para ver o tênis dos Jogos Olímpicos, no mesmo lugar. "Esperamos que os jogos na Olimpíada sejam bons. Nós somos belgas, não estamos muito longe. Vai ser uma ótima oportunidade para retornar e ver o tênis duas vezes no ano, em Roland-Garros", aponta Pauline Bednark. O alemão Benedict Stoehr, diz que não vê muita animação para as Olimpíadas. "Os ingressos são tão caros que ninguém pode pagar. Eu não sei como eles vão fazer, não me parecem preços decentes", lamenta. Enquanto isso, os atletas se preparam. Assim como os seus colegas brasileiros que deixaram a competição na primeira rodada de simples, no masculino e no feminino, Thiago Monteiro já pensa no futuro. "Eu sei que estou na chave de Wimbledon. Agora eu posso fazer um calendário de um ou dois torneios na grama e, logo após, eu jogo os ATPs de saibro, como o de Bastad na Suécia, e se tudo der certo, entrar nas Olimpíadas.Isso seria um grande sonho", diz.Felipe Meligeni pensa em fazer uma pausa antes. "Roland-Garros é meu último torneio porque estou jogando desde Madri. Vou pegar um descanso de no máximo duas semanas para voltar e jogar uns torneios antes de Wimbledon e aí já fico para os ATPs no saibro. Eu jogo tudo o que eu puder jogar", garante.Thiago Wild, também já tem planos. "Agora eu preciso focar na temporada de grama, voltar para casa. Tem duplas aqui ainda, mas depois vou me preparar para jogar bem a temporada de grama", afirma. Bia Haddad sai de Paris tranquila com a forma física. Mas diz saber o que precisa melhorar. "Eu estou consciente. Estou saudável, que é o mais importante, e isso me dá tranquilidade que eu posso, na próxima semana, tentar de novo. Vou dar uma respirada e voltar com tudo para a grama", promete. "Eu vou jogar Berlim, Hamburgo e Wimbledon. São dois 500 e o Grand Slam e a princípio quero melhorar a minha constância nos jogos, recuperar o corpo e a cabeça, e voltar melhor na grama", promete.  

    Começa a fase principal de Roland-Garros com participação histórica de tenistas brasileiros

    Play Episode Listen Later May 26, 2024 6:29


    A fase principal do torneio de Roland-Garros começa neste domingo (26) com a participação de seis tenistas brasileiros na disputa de simples, a maior do país em 36 anos, segundo a Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Além dos já previamente classificados Thiago Wild (58° do ranking mundial) e Bia Haddad (14ª), outros quatro atletas conseguiram vaga na fase classificatória, encerrada na sexta-feira (24).     Maria Paula Carvalho, de Roland-GarrosO advogado André Froes é um dos muitos torcedores brasileiros que viajaram a Paris para acompanhar o campeonato de Roland-Garros, o segundo Grand Slam de tênis da temporada 2024, depois do Open da Austrália. "É sensacional, a minha primeira vez aqui em Roland-Garros. Eu vim direto de Belo Horizonte. É demais", disse ele em entrevista à RFI Brasil em uma das quadras do lendário complexo esportivo parisiense.  E a torcida tem motivos para estar animada. Estreando no tradicional aberto da França, Gustavo Heide já conseguiu vaga na chave principal. Além dele, o cearense Thiago Monteiro, número 2 do Brasil e 84° do mundo, também é uma das promessas do Brasil na competição. Ele chega a Paris com grandes expectativas e busca manter a boa forma dos últimos torneios. No Masters 1000 de Madri, na Espanha, Thiago foi até a terceira rodada, batendo o sétimo do mundo, Stefanos Tsitsipas. No Masters de Roma, na Itália, ele parou somente nas oitavas de final. O paulista Felipe Meligeni (136° do ranking da ATP - Associação de Tenistas Profissionais) é outro que garantiu sua vaga no quali de Roland-Garros, após vencer com facilidade o português Jaime Faria (183° do ranking mundial), na sexta-feira, por 2 a 0, com parciais de 6-4 e 6-2."Foi mais ou menos parecido quando eu passei no qualifying do US Open", disse em entrevista à RFI sobre participar do segundo Grand Slam de sua carreira. "É bom já ter passado por isso uma vez, é um feito importante para mim com certeza, mas não acabou nada, foi só o quali e agora chega a 'pedrada' também e tenho que estar preparado, descansado e seguir fazendo as coisas do jeito que estou fazendo com o time e a gente tem muita chance de fazer um estrago na chave principal", promete.   Felipe Meligeni também falou sobre o bom momento do tênis nacional. "A gente está tendo um investimento melhor, a CBT  vem ajudando muito o tênis brasileiro. Então, eu acho que isso enche os olhos e a gente jogando aqui dá exemplo para a galera que está vindo. Os resultados não vêm por acaso, todo mundo está jogando muito bem, os jogadores estão muito empenhados. Não somos muitos, mas se todo mundo torcer um pelo outro, tem tudo para ir para frente e acho que é um momento muito legal que a gente está vivendo", celebra.  Esta poderá ser uma das edições mais disputadas dos últimos tempos, especialmente no torneio masculino. A principal razão é que muitos dos grandes nomes do circuito ATP têm enfrentado problemas físicos, como o espanhol Rafael Nadal, 14 vezes campeão de Roland-Garros, longe de sua melhor forma.  Mais uma vez este ano, a competição vai oferecer partidas noturnas para proporcionar aos espectadores uma experiência ainda mais envolvente.  Desde 2021, o torneio organizado pela Federação Francesa de Tênis é presidido pela ex-atleta Amélie Mauresmo, que anunciou algumas novidades: a quadra Suzanne-Lenglen agora dispõe de uma cobertura semelhante à da arena principal, Philippe-Chatrier, para que os jogos não sejam paralisados em caso de chuva. Outra inovação é a criação de um museu e de um auditório.  Laura e Bia, duas brasileiras na disputa de simplesDisputar Roland-Garros é um sonho também para Laura Pigossi (119ª do ranking mundial). A tenista de São Paulo garantiu vaga na competição na sexta-feira, após vencer a romena Cristina Dinu (229ª) por 2 a 0, com parciais de 6-2 e 6-2, em 1h14 min. "Eu gosto bastante de estudar as minhas adversárias, ser fiel a uma tática, ser fiel a ser agressiva e venho fazendo isso em 2024. Desde o Pan-Americano, eu venho tentando mudar o meu jogo e ser mais agressiva, melhorar coisas que eu não fazia tão bem e acho que está dando resultado, eu acho que tem que continuar", acrescenta. A tenista pediu o apoio da torcida. "Eu realmente peço para o pessoal vir torcer porque muda o ambiente da quadra, muda a atmosfera e para nós faz muita diferença", explica. "Estou muito feliz de poder ter duas brasileiras na chave principal de Roland-Garros de simples, na dupla tem mais. E acho que é isso, seguir fazendo o meu trabalho, seguir confiando e passar essa mensagem para as tenistas mais jovens de que tudo é possível, contanto que você acredite nos seus sonhos, coloque muita energia neles e trabalhe duro que as coisas acontecem", conclui.Rumo a Paris 2024Nas duplas, outros cinco brasileiros estão na competição. Entre eles, o gaúcho Rafael Matos, campeão de duplas mistas no Australian Open de 2023. "É o meu terceiro ano, nos outros dois eu joguei muito bem, fiz bons resultados. Então, a expectativa está bem alta, eu adoro este torneio e estou bem feliz de estar aqui mais um ano", disse ele à RFI Brasil.O Open da França vai até o dia 9 de maio e é uma oportunidade para ver os melhores atletas do mundo em quadra, poucos meses antes dos Jogos Olímpicos Paris 2024, cujas partidas de tênis acontecerão no estádio da Porte d' Auteuil, no 16º distrito da capital francesa. "É o último torneio que soma pontos para classificar para a olimpíada. Jogar aqui em Roland-Garros, em Paris, com toda a história que o tênis brasileiro tem neste torneio, vai ser um sonho", diz Matos. "É em Paris, cidade que as pessoas já gostam de vir, é Roland-Garros, que tem toda a história do Guga (Gustavo Kuerten) por trás, um torneio incrível, um Grand Slam, então, soma tudo isso e as pessoas gostam bastante de vir", afirma o atleta. É o caso da dona de casa Erica Tardin, de Campinas, que aproveitou o fim de semana na capital francesa para conferir os jogos de Roland-Garros. "Eu sou muito fã de tênis, apareceu a oportunidade eu tinha que vir", disse. "A torcida vem em peso, brasileiro não decepciona", conclui.    

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