Podcasts about o fado

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Best podcasts about o fado

Latest podcast episodes about o fado

Cultura FM Brasília
Brasília recebe a décima quarta Mostra Internacional de Fado

Cultura FM Brasília

Play Episode Listen Later Nov 22, 2024 1:10


Brasília recebe Festival Internacional de Fado com shows dos artistas portugueses António Zambujo e Raquel Tavares e a exposição “O Fado e a Liberdade”. 

Ao Vivo
Teresinha Landeiro. "O fado é o que me move"

Ao Vivo

Play Episode Listen Later Nov 8, 2024 17:57


Teresinha Landeiro começou a escrever porque "não tinha maturidade para cantar letras que já existiam". Vem à Rádio Observador apresenta o terceiro disco "Para Dançar e Para Chorar".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Resposta Pronta
"Amália tirou o fado da caixa de sapatos"

Resposta Pronta

Play Episode Listen Later Oct 6, 2024 2:42


Jorge Fernando recorda Amália Rodrigues no dia que assinala o 25º aniversário da sua morte. O fadista e guitarrista da denominada "rainha do fado" sublinha: "Amália tirou o fado da caixa de sapatos".See omnystudio.com/listener for privacy information.

Vou gravar o teu nome na minha rua
Carminho: “Não sei o que comecei a falar primeiro, se foi o português se foi a cantar o fado”

Vou gravar o teu nome na minha rua

Play Episode Listen Later Jul 30, 2024 60:42


Carminho é Fado livre, sem as amarras da tradição. A música dá tom a esta conversa com Jimmy P que desvenda os caminhos de uma vida levada pela linguagem da canção.

Alta Definição
Sara Correia revela as dificuldades da sua infância: “Eu comecei a cantar o fado para ajudar quem me rodeava“

Alta Definição

Play Episode Listen Later Jul 13, 2024 53:06


Sara Correia, nascida e criada em Chelas, é uma das mais promissora vozes da atualidade. A fadista conta a Daniel Oliveira que já na barriga da sua mãe sentia a música, carreira que iria seguir desde nova. Por causa do fado, Sara sente que lida com “a tristeza e a amargura de uma forma mais leve”. Sem nunca esquecer o “calão” de bairro, a cantora revela os momentos mais marcantes da sua infância, especialmente o divórcio dos seus pais, quando tinha 10 anos. Esse divórcio foi também o catalizador para a pequena Sara começar a cantar para ajudar a família. O Alta Definição foi exibido a 13 de julho na SIC.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Ao Vivo
Filipa Vieira: "O fado vive como quiser"

Ao Vivo

Play Episode Listen Later May 10, 2024 16:02


É prova de que a eletrónica pode viver com o fado. Depois de uma carreira de 20 anos, Filipa Vieira apresenta o disco de estreia "Sabe Deus" na Rádio Observador.See omnystudio.com/listener for privacy information.

Rádio Comercial - Eu é que sei

Externato O Barquinho em Lisboa

Convidado
Espectáculo “Bate Fado” liberta o fado dos tempos da ditadura

Convidado

Play Episode Listen Later Mar 4, 2024 13:27


A peça “Bate Fado”, da dupla Jonas & Lander, é apresentada na Maison de la Danse de Lyon, no âmbito do lançamento, em França, das comemorações dos 50 anos da “Revolução dos Cravos”. Em palco, nove intérpretes - entre bailarinos, músicos e um fadista coreógrafo - resgatam a dança que o fado perdeu no século XIX para a devolver ao universo coreográfico do século XXI. Jonas & Lander abanam a catedral do fado conservador e deixam as portas escancaradas a uma festa pagã, onde todos são convidados. RFI: Cinquenta anos depois do 25 de Abril, “Bate Fado” é muito libertador. O que é que representa simbolicamente este espectáculo, quando o fado ficou tão agarrado à imagem da ditadura de "fado, futebol e Fátima"?Lander Patrick: Eu acho que o fado sofreu de uma grande questão que foi ser instrumentalizado pelo regime. Ele tinha uma certa vitalidade que foi transformada para ir de uma maneira mais alinhavada com os ideais ou com o que se tentava perpetuar pelo regime – e por António Ferro que era o principal responsável pela maquinaria cultural e pela propaganda cultural do Salazar. Mas claro que não foi só a partir daí que o fado sofreu alterações. Ele tem vindo a sofrer, mas ficou mais evidente no período em que houve certas características, como ter que se aprovar que letra é que se vai cantar, ter que se cantar de preto, uma série de características que aí ficaram muito vincadas. Mas ele já tinha vindo a sofrer alterações, tanto que a gente deixa de ver registos sobre a dança de fado a partir, mais ou menos de 1910, portanto, muito antes da ditadura. É um período em que estamos ali a entrar na queda da monarquia, gripe espanhola, primeira guerra mundial. Ou seja, se pensarmos que aquilo era uma manifestação praticada nas periferias, em lugares perigosos, uma possibilidade é que simplesmente se tenha dissolvido.Jonas Lopes: Este projecto fez-nos entrar num mundo de danças proibidas e perseguidas pelo sistema, o que acontecia muito recorrentemente nesta época, principalmente com as danças que tinham algum cariz afro e de escravos. No Brasil, ainda há um grupo que dança uma música chamada fado e essa dança é dançada em cruz, com sapateado e palmas, tal como nos registos, para se poder dançar nos dias festivos e nos dias religiosos. Supostamente os tambores também foram proibidos e o sapateado veio marcar o ritmo porque já não estavam de pé descalço, estavam com um tacão. Na ditadura, o que aconteceu foi que eles perceberam que não ia dar para extinguir o fado e realmente instrumentalizaram-no de uma forma muito subtil, como fizeram também com o folclore. Por exemplo, os fadistas e os guitarristas para poderem tocar em público, eles tinham que ter uma carteira de fadista profissional, ou seja, isto já ajudava o regime a ter as rédeas nas coisas porque as letras tinham que ser declaradas ao início da noite; a questão do preto tinha muito que ver com a elegância porque nos bairros problemáticos, onde havia fado, eles não se vestiam de preto, vestiam-se com cores e padrões e patilhas. Na ditadura, o que aconteceu foi mais isto: a instrumentalização do fado e do folclore e teres que ter uma carteira profissional de um júri do Estado que dava as carteiras profissionais. O fado que nos chega hoje é um bocadinho a herança disso.O facto de vocês, de certa forma, devolverem o carácter subversivo ao fado, 50 anos depois do 25 de Abril e cerca de 100 anos depois de ele ter perdido esse carácter festivo, significa também que vocês são, de certa forma, os filhos da “Revolução dos Cravos”?Lander Patrick: Eu acho que todas as pessoas que usufruem da democracia, como a temos agora, são filhos de uma luta, não é?Mas há a liberdade de criar e há a liberdade de ser subversivo e de devolver o lado, se calhar, mais pagão a coisas que até agora eram quase santificadas, como o fado...Jonas Lopes: Exacto e essa pergunta que fazes vem muito de acordo com quando nós estávamos a criar, eu sentia mesmo que estava a criar com outra entidade que não o Lander e que era o fado.  Éramos três na sala e eu acho que todas as músicas que são tão antigas e que representam tantas histórias e tantas vozes e tantas vidas de um local específico, normalmente devem ser mexidas com algum cuidado e respeito - e eu faço isso - mas a arte é o símbolo máximo da liberdade e tudo o que eu faço é numa perspectiva de expansão e de questionamento em relação a isto, a que fado é este.Justamente, que fado é este? De onde é que surge a dança do fado?Lander Patrick: O geógrafo Baldi está a visitar o Brasil, nas primeiras décadas de 1800. Ele está a passar por lá e relata o que está a acontecer ali no Rio de Janeiro. Relata que à noite, nas soirées, as pessoas se encontram e dançam, caranguejo, maxixe, fado. Ele começa a descrever o que é o fado, como é que é a dança, como é que ela se processa. Podemos dizer que o primeiro registo é esse, não podemos dizer que o fado nasceu no Brasil, não sabemos. É uma incógnita e acho que é até bonito não saber. O que é importante saber e o que é importante reivindicar aqui é que várias culturas contribuíram para isto que temos hoje.E a parte da dança?Jonas Lopes: A dança do fado sobreviveu no Brasil, está quase a extinguir-se, mas há um grupo em Quissamã e se puserem fado quissamã no YouTube, por exemplo, encontram coisas deste fado dançado do Brasil. Quem se interessa minimamente por fado, vai logo ler os dois primeiros livros de história do fado, que é "A Triste Canção do Sul" e "História do Fado" e esses dois livros começam a falar do fado pela dança. Há, inclusive, um em que os primeiros capítulos são dedicados à dança. Ao longo desses livros, fala-se com muita naturalidade: “a não sei quantas era muito boa a cantar e a bater o fado...”E a expressão "bater o fado", de onde vem?Jonas Lopes: Da percussão, tem a ver com o bater pé no chão. É uma coisa também muito ancestral ao ser humano e muito ligado ao ritual que o fado também perdeu. Ou seja, este projecto realmente levanta essa questão: o que é que o fado perde ao perder a dança? Primeiro, perdes a percussão porque a dança era um instrumento de percussão. Depois perdes a dança. Numa noite de fados, por exemplo, ter alguém a suar ou que acabou de dançar ou, como temos hoje em dia, toda a gente sentada e estática, isto também cria um ambiente completamente diferente no meio do fado.Entretanto, o bater com o pé no chão é uma coisa muito ancestral e muito ritualística. O que é que se perdeu ao deixar de se bater o pé no chão ao som do fado? A Raquel Tavares, por exemplo, às vezes, a cantar ainda faz muito isso, bater com o pé no chão, a própria Ana Moura, a Lenita Gentil, há muitas fadistas, especialmente as mulheres, que ainda têm essa reminiscência de bater com o pé no chão.Além do fado cantado e do fado batido, vocês fazem sapateado e dança contemporânea. Como é que conseguem cruzar estes dois mundos aparentemente paradoxais da dança e do fado, assim como o mundo conservador e o absolutamente contemporâneo e transgressivo?Lander Patrick: Eu acho que foi através das descrições dos registos históricos que nos permitiram aceder a esta profusão de coisas. Foi a partir daí que nós conseguimos cruzar estes papéis promíscuos de que a pessoa que está a tocar levanta-se e dança, a pessoa que canta pega na guitarra, essa coisa meio obscura de os papéis não serem claros. Então isso ajudou-nos também a configurar o espectáculo nesse sítio meio pantanoso. O Jonas é fadista, mas depois ele está a dançar. Ou seja, os registos também nos ajudaram a desmantelar aquilo que a gente já tem meio que congelado que é o fado.Jonas Lopes: Nós já éramos coreógrafos e criadores antes. Desde 2012, 2011, começámos a trabalhar juntos – a data oficial é 2013, mas nós começámos a trabalhar muito antes de estrear a primeira peça. O “Bate Fado” vem depois do COVID. Ou seja, passou uma década em que nos estavam constantemente a perguntar porque é que nós não juntávamos o mundo contemporâneo ao fado e um projecto com fado porque sabiam que eu também era fadista e que o Lander também era músico. Então, isto era quase inevitável de acontecer. O fio condutor que descobrimos foi o fado batido e o sapateado porque tudo o que vimos de dança com fado achávamos que não tinha relação directa ou que estava meio desconectado.Lander Patrick: Ou então era demasiado directa, ou seja, a dança mimetizava a nostalgia do fado e ajudou-nos ver que as descrições das danças do fado eram um oposto. Então, temos dois pólos de tensão, como tens no samba - tens uma batucada alegre e tens uma letra triste. Isso cria uma densidade enorme. Quando o Jonas estava a perguntar o que é que o fado perde ao perder dança, eu acho que ele perde densidade porque ao puxar os diferentes pólos, como a dança vulcânica com a melancolia que é fortíssima no fado, crias uma profundidade. Isso ajudou-nos muito.O Jonas é também fadista, é bailarino, é coreógrafo e, no fundo, está a devolver a dança ao fado. Inventou, de certa forma, o conceito de fadista coreógrafo? Jonas Lopes: Não, já existia um fadista coreógrafo - pelo menos que eu conheça - e há várias fadistas, por exemplo, que fazem flamenco ou danças de salão. Há muita gente no fado ligada à dança, principalmente as mulheres, e um interesse também muito forte por parte de fadistas e de músicos. Por exemplo, os colegas que estão comigo aqui, fadistas de guitarra, eles já tinham falado comigo, tinham esse interesse na dança, muitos deles vêm das tunas, onde a dança, a música e tocar ao mesmo tempo é uma coisa muito constante, é uma coisa tão presente na nossa cultura. E não, eu não inventei o coreógrafo fadista [risos]. Mas não há muitos, eu só conheço um.“Bate Fado” sobe ao palco da Maison de la Danse, a 11 e 12 de Janeiro de 2024.

Poema de Domingo
Alexandre Herculano

Poema de Domingo

Play Episode Listen Later Mar 3, 2024 11:21


“O Fado nasceu um dia Quando o vento mal bulia E o céu o mar prolongava Na amurada dum veleiro No peito de um marinheiro Que estando triste cantava Que estando triste cantava”Fado português - Canção de Amália Rodrigues_ 

Expresso - Blitz Posto Emissor
Pedro da Silva Martins. Do novo “supergrupo” Cara de Espelho à vontade de desarranjar o fado

Expresso - Blitz Posto Emissor

Play Episode Listen Later Jan 25, 2024 70:51


Na véspera de o novo “supergrupo” Cara de Espelho editar o álbum de estreia, Pedro da Silva Martins vem ao Posto Emissor falar das reflexões sociopolíticas das suas canções, do trabalho com artistas como Ana Moura ou Lena d'Água e dos tempos dos Deolinda, banda que o deu a conhecer. No podcast da BLITZ, debruçamo-nos ainda sobre as celebrações dos 30 anos de “Viagens”, de Pedro Abrunhosa, e as 20 melhores canções dos RadioheadSee omnystudio.com/listener for privacy information.

Rádio UFRJ - Informação & Conhecimento
Desvendando enredos: o fado que leva Portugal à Tijuca

Rádio UFRJ - Informação & Conhecimento

Play Episode Listen Later Jan 22, 2024 9:43


No Carnaval 2024, a Unidos da Tijuca trabalha com as lendas e a história de Portugal em um período pré-colonial. “O Conto de Fados” é uma coletânea da alma lusitana através dos séculos, uma reconstrução nada histórica, mas muito lúdica. Quer saber mais? Conversamos com o carnavalesco Alexandre Louzada e o enredista André Luís Júnior.Reportagem de Ana Beatriz Macedo, Caio Maués, Maria Clara Anselmo, Pedro Gadelha e Rebeca Melo.Edição: Gustavo Silveira

Artes
Espectáculo “Bate Fado” liberta o fado dos tempos da ditadura

Artes

Play Episode Listen Later Jan 12, 2024 13:27


A peça “Bate Fado”, da dupla Jonas & Lander, é apresentada na Maison de la Danse de Lyon, no âmbito do lançamento, em França, das comemorações dos 50 anos da “Revolução dos Cravos”. Em palco, nove intérpretes - entre bailarinos, músicos e um fadista coreógrafo - resgatam a dança que o fado perdeu no século XIX para a devolver ao universo coreográfico do século XXI. Jonas & Lander abanam a catedral do fado conservador e deixam as portas escancaradas a uma festa pagã, onde todos são convidados. RFI: Cinquenta anos depois do 25 de Abril, “Bate Fado” é muito libertador. O que é que representa simbolicamente este espectáculo, quando o fado ficou tão agarrado à imagem da ditadura de "fado, futebol e Fátima"?Lander Patrick: Eu acho que o fado sofreu de uma grande questão que foi ser instrumentalizado pelo regime. Ele tinha uma certa vitalidade que foi transformada para ir de uma maneira mais alinhavada com os ideais ou com o que se tentava perpetuar pelo regime – e por António Ferro que era o principal responsável pela maquinaria cultural e pela propaganda cultural do Salazar. Mas claro que não foi só a partir daí que o fado sofreu alterações. Ele tem vindo a sofrer, mas ficou mais evidente no período em que houve certas características, como ter que se aprovar que letra é que se vai cantar, ter que se cantar de preto, uma série de características que aí ficaram muito vincadas. Mas ele já tinha vindo a sofrer alterações, tanto que a gente deixa de ver registos sobre a dança de fado a partir, mais ou menos de 1910, portanto, muito antes da ditadura. É um período em que estamos ali a entrar na queda da monarquia, gripe espanhola, primeira guerra mundial. Ou seja, se pensarmos que aquilo era uma manifestação praticada nas periferias, em lugares perigosos, uma possibilidade é que simplesmente se tenha dissolvido.Jonas Lopes: Este projecto fez-nos entrar num mundo de danças proibidas e perseguidas pelo sistema, o que acontecia muito recorrentemente nesta época, principalmente com as danças que tinham algum cariz afro e de escravos. No Brasil, ainda há um grupo que dança uma música chamada fado e essa dança é dançada em cruz, com sapateado e palmas, tal como nos registos, para se poder dançar nos dias festivos e nos dias religiosos. Supostamente os tambores também foram proibidos e o sapateado veio marcar o ritmo porque já não estavam de pé descalço, estavam com um tacão. Na ditadura, o que aconteceu foi que eles perceberam que não ia dar para extinguir o fado e realmente instrumentalizaram-no de uma forma muito subtil, como fizeram também com o folclore. Por exemplo, os fadistas e os guitarristas para poderem tocar em público, eles tinham que ter uma carteira de fadista profissional, ou seja, isto já ajudava o regime a ter as rédeas nas coisas porque as letras tinham que ser declaradas ao início da noite; a questão do preto tinha muito que ver com a elegância porque nos bairros problemáticos, onde havia fado, eles não se vestiam de preto, vestiam-se com cores e padrões e patilhas. Na ditadura, o que aconteceu foi mais isto: a instrumentalização do fado e do folclore e teres que ter uma carteira profissional de um júri do Estado que dava as carteiras profissionais. O fado que nos chega hoje é um bocadinho a herança disso.O facto de vocês, de certa forma, devolverem o carácter subversivo ao fado, 50 anos depois do 25 de Abril e cerca de 100 anos depois de ele ter perdido esse carácter festivo, significa também que vocês são, de certa forma, os filhos da “Revolução dos Cravos”?Lander Patrick: Eu acho que todas as pessoas que usufruem da democracia, como a temos agora, são filhos de uma luta, não é?Mas há a liberdade de criar e há a liberdade de ser subversivo e de devolver o lado, se calhar, mais pagão a coisas que até agora eram quase santificadas, como o fado...Jonas Lopes: Exacto e essa pergunta que fazes vem muito de acordo com quando nós estávamos a criar, eu sentia mesmo que estava a criar com outra entidade que não o Lander e que era o fado.  Éramos três na sala e eu acho que todas as músicas que são tão antigas e que representam tantas histórias e tantas vozes e tantas vidas de um local específico, normalmente devem ser mexidas com algum cuidado e respeito - e eu faço isso - mas a arte é o símbolo máximo da liberdade e tudo o que eu faço é numa perspectiva de expansão e de questionamento em relação a isto, a que fado é este.Justamente, que fado é este? De onde é que surge a dança do fado?Lander Patrick: O geógrafo Baldi está a visitar o Brasil, nas primeiras décadas de 1800. Ele está a passar por lá e relata o que está a acontecer ali no Rio de Janeiro. Relata que à noite, nas soirées, as pessoas se encontram e dançam, caranguejo, maxixe, fado. Ele começa a descrever o que é o fado, como é que é a dança, como é que ela se processa. Podemos dizer que o primeiro registo é esse, não podemos dizer que o fado nasceu no Brasil, não sabemos. É uma incógnita e acho que é até bonito não saber. O que é importante saber e o que é importante reivindicar aqui é que várias culturas contribuíram para isto que temos hoje.E a parte da dança?Jonas Lopes: A dança do fado sobreviveu no Brasil, está quase a extinguir-se, mas há um grupo em Quissamã e se puserem fado quissamã no YouTube, por exemplo, encontram coisas deste fado dançado do Brasil. Quem se interessa minimamente por fado, vai logo ler os dois primeiros livros de história do fado, que é "A Triste Canção do Sul" e "História do Fado" e esses dois livros começam a falar do fado pela dança. Há, inclusive, um em que os primeiros capítulos são dedicados à dança. Ao longo desses livros, fala-se com muita naturalidade: “a não sei quantas era muito boa a cantar e a bater o fado...”E a expressão "bater o fado", de onde vem?Jonas Lopes: Da percussão, tem a ver com o bater pé no chão. É uma coisa também muito ancestral ao ser humano e muito ligado ao ritual que o fado também perdeu. Ou seja, este projecto realmente levanta essa questão: o que é que o fado perde ao perder a dança? Primeiro, perdes a percussão porque a dança era um instrumento de percussão. Depois perdes a dança. Numa noite de fados, por exemplo, ter alguém a suar ou que acabou de dançar ou, como temos hoje em dia, toda a gente sentada e estática, isto também cria um ambiente completamente diferente no meio do fado.Entretanto, o bater com o pé no chão é uma coisa muito ancestral e muito ritualística. O que é que se perdeu ao deixar de se bater o pé no chão ao som do fado? A Raquel Tavares, por exemplo, às vezes, a cantar ainda faz muito isso, bater com o pé no chão, a própria Ana Moura, a Lenita Gentil, há muitas fadistas, especialmente as mulheres, que ainda têm essa reminiscência de bater com o pé no chão.Além do fado cantado e do fado batido, vocês fazem sapateado e dança contemporânea. Como é que conseguem cruzar estes dois mundos aparentemente paradoxais da dança e do fado, assim como o mundo conservador e o absolutamente contemporâneo e transgressivo?Lander Patrick: Eu acho que foi através das descrições dos registos históricos que nos permitiram aceder a esta profusão de coisas. Foi a partir daí que nós conseguimos cruzar estes papéis promíscuos de que a pessoa que está a tocar levanta-se e dança, a pessoa que canta pega na guitarra, essa coisa meio obscura de os papéis não serem claros. Então isso ajudou-nos também a configurar o espectáculo nesse sítio meio pantanoso. O Jonas é fadista, mas depois ele está a dançar. Ou seja, os registos também nos ajudaram a desmantelar aquilo que a gente já tem meio que congelado que é o fado.Jonas Lopes: Nós já éramos coreógrafos e criadores antes. Desde 2012, 2011, começámos a trabalhar juntos – a data oficial é 2013, mas nós começámos a trabalhar muito antes de estrear a primeira peça. O “Bate Fado” vem depois do COVID. Ou seja, passou uma década em que nos estavam constantemente a perguntar porque é que nós não juntávamos o mundo contemporâneo ao fado e um projecto com fado porque sabiam que eu também era fadista e que o Lander também era músico. Então, isto era quase inevitável de acontecer. O fio condutor que descobrimos foi o fado batido e o sapateado porque tudo o que vimos de dança com fado achávamos que não tinha relação directa ou que estava meio desconectado.Lander Patrick: Ou então era demasiado directa, ou seja, a dança mimetizava a nostalgia do fado e ajudou-nos ver que as descrições das danças do fado eram um oposto. Então, temos dois pólos de tensão, como tens no samba - tens uma batucada alegre e tens uma letra triste. Isso cria uma densidade enorme. Quando o Jonas estava a perguntar o que é que o fado perde ao perder dança, eu acho que ele perde densidade porque ao puxar os diferentes pólos, como a dança vulcânica com a melancolia que é fortíssima no fado, crias uma profundidade. Isso ajudou-nos muito.O Jonas é também fadista, é bailarino, é coreógrafo e, no fundo, está a devolver a dança ao fado. Inventou, de certa forma, o conceito de fadista coreógrafo? Jonas Lopes: Não, já existia um fadista coreógrafo - pelo menos que eu conheça - e há várias fadistas, por exemplo, que fazem flamenco ou danças de salão. Há muita gente no fado ligada à dança, principalmente as mulheres, e um interesse também muito forte por parte de fadistas e de músicos. Por exemplo, os colegas que estão comigo aqui, fadistas de guitarra, eles já tinham falado comigo, tinham esse interesse na dança, muitos deles vêm das tunas, onde a dança, a música e tocar ao mesmo tempo é uma coisa muito constante, é uma coisa tão presente na nossa cultura. E não, eu não inventei o coreógrafo fadista [risos]. Mas não há muitos, eu só conheço um.“Bate Fado” sobe ao palco da Maison de la Danse, a 11 e 12 de Janeiro de 2024.

Em directo da redacção
Espectáculo “Bate Fado” liberta o fado dos tempos da ditadura

Em directo da redacção

Play Episode Listen Later Jan 12, 2024 13:27


A peça “Bate Fado”, da dupla Jonas & Lander, é apresentada na Maison de la Danse de Lyon, no âmbito do lançamento, em França, das comemorações dos 50 anos da “Revolução dos Cravos”. Em palco, nove intérpretes - entre bailarinos, músicos e um fadista coreógrafo - resgatam a dança que o fado perdeu no século XIX para a devolver ao universo coreográfico do século XXI. Jonas & Lander abanam a catedral do fado conservador e deixam as portas escancaradas a uma festa pagã, onde todos são convidados. RFI: Cinquenta anos depois do 25 de Abril, “Bate Fado” é muito libertador. O que é que representa simbolicamente este espectáculo, quando o fado ficou tão agarrado à imagem da ditadura de "fado, futebol e Fátima"?Lander Patrick: Eu acho que o fado sofreu de uma grande questão que foi ser instrumentalizado pelo regime. Ele tinha uma certa vitalidade que foi transformada para ir de uma maneira mais alinhavada com os ideais ou com o que se tentava perpetuar pelo regime – e por António Ferro que era o principal responsável pela maquinaria cultural e pela propaganda cultural do Salazar. Mas claro que não foi só a partir daí que o fado sofreu alterações. Ele tem vindo a sofrer, mas ficou mais evidente no período em que houve certas características, como ter que se aprovar que letra é que se vai cantar, ter que se cantar de preto, uma série de características que aí ficaram muito vincadas. Mas ele já tinha vindo a sofrer alterações, tanto que a gente deixa de ver registos sobre a dança de fado a partir, mais ou menos de 1910, portanto, muito antes da ditadura. É um período em que estamos ali a entrar na queda da monarquia, gripe espanhola, primeira guerra mundial. Ou seja, se pensarmos que aquilo era uma manifestação praticada nas periferias, em lugares perigosos, uma possibilidade é que simplesmente se tenha dissolvido.Jonas Lopes: Este projecto fez-nos entrar num mundo de danças proibidas e perseguidas pelo sistema, o que acontecia muito recorrentemente nesta época, principalmente com as danças que tinham algum cariz afro e de escravos. No Brasil, ainda há um grupo que dança uma música chamada fado e essa dança é dançada em cruz, com sapateado e palmas, tal como nos registos, para se poder dançar nos dias festivos e nos dias religiosos. Supostamente os tambores também foram proibidos e o sapateado veio marcar o ritmo porque já não estavam de pé descalço, estavam com um tacão. Na ditadura, o que aconteceu foi que eles perceberam que não ia dar para extinguir o fado e realmente instrumentalizaram-no de uma forma muito subtil, como fizeram também com o folclore. Por exemplo, os fadistas e os guitarristas para poderem tocar em público, eles tinham que ter uma carteira de fadista profissional, ou seja, isto já ajudava o regime a ter as rédeas nas coisas porque as letras tinham que ser declaradas ao início da noite; a questão do preto tinha muito que ver com a elegância porque nos bairros problemáticos, onde havia fado, eles não se vestiam de preto, vestiam-se com cores e padrões e patilhas. Na ditadura, o que aconteceu foi mais isto: a instrumentalização do fado e do folclore e teres que ter uma carteira profissional de um júri do Estado que dava as carteiras profissionais. O fado que nos chega hoje é um bocadinho a herança disso.O facto de vocês, de certa forma, devolverem o carácter subversivo ao fado, 50 anos depois do 25 de Abril e cerca de 100 anos depois de ele ter perdido esse carácter festivo, significa também que vocês são, de certa forma, os filhos da “Revolução dos Cravos”?Lander Patrick: Eu acho que todas as pessoas que usufruem da democracia, como a temos agora, são filhos de uma luta, não é?Mas há a liberdade de criar e há a liberdade de ser subversivo e de devolver o lado, se calhar, mais pagão a coisas que até agora eram quase santificadas, como o fado...Jonas Lopes: Exacto e essa pergunta que fazes vem muito de acordo com quando nós estávamos a criar, eu sentia mesmo que estava a criar com outra entidade que não o Lander e que era o fado.  Éramos três na sala e eu acho que todas as músicas que são tão antigas e que representam tantas histórias e tantas vozes e tantas vidas de um local específico, normalmente devem ser mexidas com algum cuidado e respeito - e eu faço isso - mas a arte é o símbolo máximo da liberdade e tudo o que eu faço é numa perspectiva de expansão e de questionamento em relação a isto, a que fado é este.Justamente, que fado é este? De onde é que surge a dança do fado?Lander Patrick: O geógrafo Baldi está a visitar o Brasil, nas primeiras décadas de 1800. Ele está a passar por lá e relata o que está a acontecer ali no Rio de Janeiro. Relata que à noite, nas soirées, as pessoas se encontram e dançam, caranguejo, maxixe, fado. Ele começa a descrever o que é o fado, como é que é a dança, como é que ela se processa. Podemos dizer que o primeiro registo é esse, não podemos dizer que o fado nasceu no Brasil, não sabemos. É uma incógnita e acho que é até bonito não saber. O que é importante saber e o que é importante reivindicar aqui é que várias culturas contribuíram para isto que temos hoje.E a parte da dança?Jonas Lopes: A dança do fado sobreviveu no Brasil, está quase a extinguir-se, mas há um grupo em Quissamã e se puserem fado quissamã no YouTube, por exemplo, encontram coisas deste fado dançado do Brasil. Quem se interessa minimamente por fado, vai logo ler os dois primeiros livros de história do fado, que é "A Triste Canção do Sul" e "História do Fado" e esses dois livros começam a falar do fado pela dança. Há, inclusive, um em que os primeiros capítulos são dedicados à dança. Ao longo desses livros, fala-se com muita naturalidade: “a não sei quantas era muito boa a cantar e a bater o fado...”E a expressão "bater o fado", de onde vem?Jonas Lopes: Da percussão, tem a ver com o bater pé no chão. É uma coisa também muito ancestral ao ser humano e muito ligado ao ritual que o fado também perdeu. Ou seja, este projecto realmente levanta essa questão: o que é que o fado perde ao perder a dança? Primeiro, perdes a percussão porque a dança era um instrumento de percussão. Depois perdes a dança. Numa noite de fados, por exemplo, ter alguém a suar ou que acabou de dançar ou, como temos hoje em dia, toda a gente sentada e estática, isto também cria um ambiente completamente diferente no meio do fado.Entretanto, o bater com o pé no chão é uma coisa muito ancestral e muito ritualística. O que é que se perdeu ao deixar de se bater o pé no chão ao som do fado? A Raquel Tavares, por exemplo, às vezes, a cantar ainda faz muito isso, bater com o pé no chão, a própria Ana Moura, a Lenita Gentil, há muitas fadistas, especialmente as mulheres, que ainda têm essa reminiscência de bater com o pé no chão.Além do fado cantado e do fado batido, vocês fazem sapateado e dança contemporânea. Como é que conseguem cruzar estes dois mundos aparentemente paradoxais da dança e do fado, assim como o mundo conservador e o absolutamente contemporâneo e transgressivo?Lander Patrick: Eu acho que foi através das descrições dos registos históricos que nos permitiram aceder a esta profusão de coisas. Foi a partir daí que nós conseguimos cruzar estes papéis promíscuos de que a pessoa que está a tocar levanta-se e dança, a pessoa que canta pega na guitarra, essa coisa meio obscura de os papéis não serem claros. Então isso ajudou-nos também a configurar o espectáculo nesse sítio meio pantanoso. O Jonas é fadista, mas depois ele está a dançar. Ou seja, os registos também nos ajudaram a desmantelar aquilo que a gente já tem meio que congelado que é o fado.Jonas Lopes: Nós já éramos coreógrafos e criadores antes. Desde 2012, 2011, começámos a trabalhar juntos – a data oficial é 2013, mas nós começámos a trabalhar muito antes de estrear a primeira peça. O “Bate Fado” vem depois do COVID. Ou seja, passou uma década em que nos estavam constantemente a perguntar porque é que nós não juntávamos o mundo contemporâneo ao fado e um projecto com fado porque sabiam que eu também era fadista e que o Lander também era músico. Então, isto era quase inevitável de acontecer. O fio condutor que descobrimos foi o fado batido e o sapateado porque tudo o que vimos de dança com fado achávamos que não tinha relação directa ou que estava meio desconectado.Lander Patrick: Ou então era demasiado directa, ou seja, a dança mimetizava a nostalgia do fado e ajudou-nos ver que as descrições das danças do fado eram um oposto. Então, temos dois pólos de tensão, como tens no samba - tens uma batucada alegre e tens uma letra triste. Isso cria uma densidade enorme. Quando o Jonas estava a perguntar o que é que o fado perde ao perder dança, eu acho que ele perde densidade porque ao puxar os diferentes pólos, como a dança vulcânica com a melancolia que é fortíssima no fado, crias uma profundidade. Isso ajudou-nos muito.O Jonas é também fadista, é bailarino, é coreógrafo e, no fundo, está a devolver a dança ao fado. Inventou, de certa forma, o conceito de fadista coreógrafo? Jonas Lopes: Não, já existia um fadista coreógrafo - pelo menos que eu conheça - e há várias fadistas, por exemplo, que fazem flamenco ou danças de salão. Há muita gente no fado ligada à dança, principalmente as mulheres, e um interesse também muito forte por parte de fadistas e de músicos. Por exemplo, os colegas que estão comigo aqui, fadistas de guitarra, eles já tinham falado comigo, tinham esse interesse na dança, muitos deles vêm das tunas, onde a dança, a música e tocar ao mesmo tempo é uma coisa muito constante, é uma coisa tão presente na nossa cultura. E não, eu não inventei o coreógrafo fadista [risos]. Mas não há muitos, eu só conheço um.“Bate Fado” sobe ao palco da Maison de la Danse, a 11 e 12 de Janeiro de 2024.

TSF - 30 dias em Oeiras - Podcast
"O Fado da Cítara Portuguesa", um concerto de Pedro Caldeira Cabral, no Auditório Municipal Ruy de Carvalho

TSF - 30 dias em Oeiras - Podcast

Play Episode Listen Later Dec 13, 2023


O Lado Bom da Vida
Ricardo Ribeiro. "O fado canta a vida"

O Lado Bom da Vida

Play Episode Listen Later Oct 27, 2023 11:00


Esta sexta-feira, na Rádio Observador, recebemos Ricardo Ribeiro que traz consigo o novo disco “Terra que vale o céu”, um disco de Fados nascido Além-Tejo e inspirado pelo sul.See omnystudio.com/listener for privacy information.

SBS Portuguese - SBS em Português
O fado enquanto conexão dos imigrantes portugueses com o país que deixaram

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Oct 26, 2023 7:13


Conversamos com o cantor Ricardo da Silva e a pianista Sonia de Freitas, da dupla Novo Fado. Junto com a Alma Orquestra, eles fazem no início de novembro um show em Sydney que vai trazer a 'portuguesidade' aos fãs daquela que é a canção lusitana por excelência.

Hakeslipp
Marianne møter Ana Ferreira

Hakeslipp

Play Episode Listen Later Sep 1, 2023 13:54


Ana Ferreira er en dyktig fadosanger fra Braga i Portugal. Jeg var så heldig å få høre henne og hennes dyktige kolleger synge en hel kveld på den sjarmerende restauranten O`Fado, som ligger inne i et sjarmerende smug i Porto. For en opplevelse! Hun trente i det klassiske området i sang og piano og dedikerte seg frem til 2013 til undervisning. I denne episoden får du høre litt mer om Ana og hvorfor hun nå bare synger denne sjangeren.  Hun var en del av prosjektene "Sopran, fiolin og orgel", "Fam'art Ensemble", "Portugal ante Ensemble", "Dualogum". I 2014 debuterte hun som sanger og fast pianist ved «Quevedo Port Wine» i VNGaia, hvor hun kunne utvikle seg og lære litt om Fado. I 2016 vant hun «Concurso Viana Canta o Fado» og i 2017 «Fado Contest of Lordelo do Ouro e Massarelos». Mer om Ana: https://fadonabaixa.com/our-musicians-ana-ferreira Hvis du er i Porto, unn deg selv et helaften med mat og fadomusikk her: https://ofado.com Jeg fikk også møte hennes dyktige kollega Adriana Paquete, som har gitt ut CD. Du hører hennes musikk her: https://open.spotify.com/artist/0fvVriKZytDbGNy5vLgmhH PS. Det er lurt å bestille bord på forhånd.  Det er selvsagt også mulig å få oppleve fadomusikk andre steder i Portugal. 

Artes
Fadista portuguesa Maura Airez lança novo single "Ai meu amor"

Artes

Play Episode Listen Later Jul 26, 2023 8:25


A fadista portuguesa Maura Airez lançou, no passado dia 30 de Junho, o seu novo single "Ai, meu amor", um folclore progressivo que junta o tradicional e o contemporâneo num tema muito singular. Este novo trabalho conta já com mais de 118 mil visualizações no Youtube. Maura Airez é portuguesa, tem 24 anos, nasceu na Margem Sul do Tejo, e é filha de uma cantora lusa e de um antigo futebolista argentino. Começou a sua carreira em 2015, já passou por vários festivais e concursos e até já representou Portugal além fronteiras. A artista é agenciada pela Lisboa Amsterdam e a sua editora discográfica é a Vibra Music.Em entrevista à RFI, a fadista começou por falar sobre o tema "Ai, meu amor", que foi lançado há cerca de três semanas, e que é um tema muito peculiar."O 'Ai meu amor', com letra de Miguel Domingos Garcia, é um folclore progressivo, uma ligação de uma fadista com uma sonoridade mais urbana. É também a ligação de uma mulher, de 24 anos, a uma mulher que vive do Fado, desde os 16 anos. O 'Ai meu amor' fala de três temas que me são muito pessoais porque os canto regularmente: a perda, o amor e a salvação. O Fado vive disso e faz-me transmitir às pessoas aquilo que eu sinto", disse, em entrevista à nossa rádio. Veja aqui o vídeo de "Ai meu amor":Maura Airez esteve em Paris, esta semana, para as filmagens do seu próximo single denominado "Sou Mulher", que deverá ser lançado no próximo mês de Outubro. 

TSF - O Estado do Sítio - Podcast
Eleições em Espanha e Argentina, Cimeira UE/América Latina, o Tango e o Fado

TSF - O Estado do Sítio - Podcast

Play Episode Listen Later Jul 22, 2023


Radiosul.net
Nossas Origens #159 - O fado de Bartolomeu Dias

Radiosul.net

Play Episode Listen Later Jul 6, 2023 12:12


Série histórica Nossas Origens, um recorrido desde os primórdios até o tempo dos nossos tataravós. Com produção e apresentação de Martim Cesar Gonçalves. Inéditos, quintas feiras, às 11:15h na Radiosul.net

Learning Portuguese is Fun
Episódio 50 - O fado e fadistas portugueses

Learning Portuguese is Fun

Play Episode Listen Later Jun 7, 2023 11:12


Episode 50 - Fado and its singersCheck out the audio transcript and worksheet in our website!https://learninglanguagesis.fun/podcast-materialsFollow us on Instagram: @learninglanguagesisfunIntro music: https://www.youtube.com/watch?v=28xU2HLfu_ASONGS:1: Balada da Despedida do 5º Ano Jurídico 88/89 (Rui Lucas, António Vicente e João Paulo Sousa)2: Uma casa portuguesa (Amália Rodrigues)3: Lisboa, menina e moça (Carlos do Carmo)4: Sei de um rio (Camané)5: Chuva (Mariza)6: Andorinhas (Ana Moura)7: Fado português (Sara Correia)

As Mulheres Não Existem
Teresinha Landeiro: o fado como forma de estar na vida

As Mulheres Não Existem

Play Episode Listen Later Oct 3, 2022 40:17


A jovem fadista Teresinha Landeiro é a convidada de Carla Quevedo e Matilde Torres Pereira no podcast As Mulheres Não Existem. Cantou-se o fado e evocou-se a Severa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

SBS Portuguese - SBS em Português
Silêncio, que se vai cantar o fado

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Jun 20, 2022 21:28


Fez-se silêncio na Peach Black Gallery para se cantar o fado pela voz, piano e violino dos três artistas portugueses Mandie Vieira, Ricardo da Silva e Sónia de Freitas. A música ao vivo regressou a esta galeria de arte de Sydney, no passado sábado dia 18 de junho, no âmbito do festival The Winter Collective, no qual todos os invernos são celebradas a pintura e a música, em conjunto, de uma forma particularmente intimista. Desta vez, a pequena sala encheu e toda a gente se sentiu ´abraçada´ não só pelas obras de arte do pintor italiano, nomeado para vários prémios, Matteo Bernasconi, mas acima de tudo pelos sons da música portuguesa. E, entre uma canção e outra, os três artistas conversaram com a SBS em Português sobre música, fado, cultura, Portugal, orgulho, saudade e sentimento de pertença.

Artes
Lina e Raül Refree levaram a Paris outra forma de "sentir" o fado

Artes

Play Episode Listen Later May 30, 2022 17:50


Lina Rodrigues e Raül Refree desconstruíram os mitos em torno da forma de tocar e "sentir" o fado. O músico espanhol substituiu as guitarras pelos teclados e um sopro de "liberdade" solene tomou a fadista portuguesa. A dupla despojou-se do peso da tradição e levou a Paris uma nova forma de “sentir” um concerto de fado. Um fado reinventado e liberto de códigos. As guitarras são substituídas pelo piano, sintetizadores vintage e outros instrumentos de teclas e a voz irradia de um universo novo mas familiar, minimal e imersivo. Lina_Raül Refree é um projeto que em 2018 juntou a fadista portuguesa Lina Rodrigues ao produtor e músico espanhol Raül Refree. Ela, fadista residente no Clube de Fado, em Lisboa; ele, um dos grandes renovadores do flamenco pelo trabalho desenvolvido com Rosalía, mas também com Rocío Márquez ou Niño de Elche. Lina e Raül revisitaram temas quase sacralizados de Amália Rodrigues e o "Medo", a "Gaivota" ou o "Barco Negro" ganharam uma dimensão radicalmente contemporânea. Falámos com eles em 2020, nos estúdios da RFI, e desde então, por exemplo, o seu disco foi eleito o melhor de 2020 por produtores de estações de rádio da Europa, através do World Music Charts Europe e em 2021 recebeu o Prémio Carlos do Carmo de Melhor Álbum. A dupla passou novamente por Paris, a 28 de Maio, para actuar no Centro Cultural Centquatre, numa noite dedicada a propostas contemporâneas do fado, com destaque para Fado Bicha, no âmbito da Temporada Cruzada França-Portugal. Será que o fado está cansado da tradição? De onde vem esse sopro de liberdade? As respostas com Lina e Raul Refree. RFI: O que se passa com o fado? Há um novo fado? Novos fados? Lina: Eu acho que qualquer música precisa de inovação, de novos sons e sensações, mas também é preciso manter a tradição e acho que todas elas se complementam. Raül Refree: Eu não acho que haja uma maneira melhor ou pior. Para mim, a melhor maneira é o que se sente quando se toca. Até podia escolher outros acordes se me pusesse agora a tocar com a Lina ou com outra pessoa. A maneira é o que sentes, não há nada de estipulado, nenhum som. Eu não faço as coisas para romper ou não romper. Faço as coisas como sinto. Quando fizemos este disco não pensávamos romper ou evoluir até porque a evolução é subjectiva, para uns é evolução, para outros é o contrário. Há que fazer as coisas porque o sentes e se sentes podes comunicar. Lina e Raül, o disco de estreia foi em 2020. Lembro-me de passar numa loja de discos antiga em Paris e ver o vosso vinil na vitrina. Quando é que vamos ter novo disco vosso nas vitrinas? Lina: Bom, a verdade é que eu tenho muita vontade de continuar esta viagem com o Raül, não temos ainda uma data prevista para fazer um novo disco, mas, pela minha parte, eu gostaria muito que isso acontecesse, mas tudo a seu tempo e vamos também trabalhando noutras coisas. Penso que isso será uma possibilidade no futuro. E o Raül também quer continuar na viagem com a Lina? Raül Refree: Subscrevo a resposta da Lina. Tivemos muitos concertos, estivemos na estrada muito tempo… Mesmo com o confinamento e a pandemia? Raül Refree: Tivemos muita sorte porque os locais onde tocámos, como teatros com gente sentada, não fecharam portas durante a pandemia e pudemos tocar por toda a Europa. Foi uma sorte porque muitos amigos artistas tiveram de parar meses e nós não parámos de tocar até hoje, aqui no Centquatre. O projecto que vos volta a trazer a Paris é um trabalho de uma grande intimidade, cumplicidade, que bebe do Fado mas vai muito além. Como descrevem essa paisagem sonora que vocês criaram em torno do fado? Lina: Eu poderia descrever com um dos concertos em Paris, aquele que mais me marcou, que foi na Fundação Cartier, em que as pessoas estavam deitadas no chão, algumas, a ouvir o nosso concerto, e creio que passa por essa sensibilidade e essa liberdade de a pessoa poder sentir aquilo que está preso dentro dela mesma e ser um momento de reflexão. Nós sentimos muitas vezes durante o concerto que as pessoas passam por um período de reflexão, inspiram e muitas das vezes acabam por ir para casa e passados dois ou três dias continuam a pensar e a reflectir. Eu acho que é mais a mensagem que nós passamos e não a forma como o fazemos. Claro que também é importante a forma. Os concertos têm um conceito, são muito cuidados ao nível cenográfico, são experiências imersivas e diferentes dos outros concertos… Quase não há pausas, por exemplo. Porquê? Lina: Nós quisemos dar um conceito diferente. No fundo, acho que queremos fazer não diferente, mas aquilo que nós sentimos que podemos fazer em palco, e nem interessa se é em palco ou não, o que interessa é que se nós sentimos aquilo que estamos a fazer eu acho que é aquilo que o torna verdadeiro e isso é o mais importante. O que salta ao ouvido, além da voz e do respeito pelos silêncios e tempos, é também a omnipresença do piano e dos teclados. Mas, ao contrário do habitual no fado, não há guitarras, a não ser na última música. Lina: Do disco. Do disco. É a canção Amália Voz de Todos Nós, do António Variações. Porquê estas escolhas? Raül Refree: As decisões não as tomo à partida, elas acontecem. É uma questão do que sentes a cada instante. A guitarra é um instrumento que toquei em muitos discos a dois, agora é a primeira vez que faço um disco a dois em que toco piano e teclados, ainda que seja o meu primeiro instrumento desde menino. Quando começámos a tocar juntos, a Lina e eu tivemos a sensação que com a guitarra não funcionava da mesma maneira que com o piano. Foi uma decisão tomada a partir do que sentimos e não uma decisão a priori. Não gosto de decidir a priori, tem de ser no campo de batalha. A Lina fez questão de sublinhar “no disco”. No palco é diferente, não é? Lina: Sim, eu penso que é a única canção do disco que nós não tocamos. Viavelmente, acho que poderia ser possível, mas dentro do alinhamento que fizemos e toda a mensagem que nós quisemos passar a nível musical e a nível cenográfico, foi uma das músicas que foi pensada talvez para fazer posteriormente em “encore”, mas acabámos por não fazer “encore” e foi algo que ficou no disco, não temos que tocar em palco tudo o que está no disco. Raül Refree: A canção foi o “encore” do disco. Na verdade, não a vejo como parte do disco, é como uma faixa bónus, uma prenda, que quisemos gravar porque achámos que era uma maneira de explicar o disco, mostrar que não estávamos a tentar fazer fado ou a criar um conceito para romper algo. Simplesmente queríamos fazer música e tocar Amália ou tocar António Variações era para nós um pouco o mesmo. Precisamente, António Variações acabou por ser um “outsider” na música portuguesa ao tentar desbravar novos caminhos … é um pouco também o que vocês fazem? Lina: Exactamente. Neste disco tivemos a coragem e a ousadia de transformar algo com o qual eu estou mais ligada tradicionalmente - o fado tradicional, com guitarra portuguesa e viola de fado - e aquilo que eu sinto é que tenho mais liberdade a cantar com o Raül e isso é algo que eu sempre disse e sempre senti e continuo a dizê-lo. Continuo a sentir-me livre a cantar com o Raül em palco. O Raul no primeiro disco de Rosalía levou o flamenco ao limite da tradição. Aqui, aventurou-se num género quase sacralizado – aliás é património imaterial da humanidade – e que muitos insistem em descrever como representando o povo português. O Raul não teve medo? Raül Refree: Não é uma questão de medo, eu não acredito em limites, a não ser nos limites da ética, mas não acredito em limites musicais. Eu não vejo esses limites de que me falas. O que significam limites do fado ou limites do flamenco? É música e eu, por deformação profissional ou pessoal, vejo tudo como parte do mesmo, é uma questão emocional, uma questão epidérmica, não sou capaz de ver esses limites. Não é que tenha medo, é que não os vejo, toco simplesmente o que sei tocar e o que me apetece tocar em cada momento. Esta noite, quando actuarmos, não vou ver o passado ou o futuro, vejo o que estamos a fazer nesse momento, se tiver de tocar uma nota, toco-a, se tiver de tocar oito para acompanhar melhor a Lina, tocarei oito. É o instante que o dita. E a Lina, que vem do fado tradicional, também não teve medo de se abrir a uma aventura arrojada assim? Lina: Não, não, não. Nada mesmo. Eu gosto de desafios, gosto de coisas novas, diferentes, mas também com qualidade. É algo que tenho tido bastante cuidado em relação a isso e é algo que me faz evoluir e crescer cada dia mais porque nós não sabemos já tudo e queremos sempre aprender mais e saber mais, ouvir mais, cantar melhor, mas isso só pode acontecer quando recebemos outras culturas. Não podemos ficar quietos e parados a ouvir só o que é nosso, temos que ouvir aquilo que é dos outros também para podermos desfrutar todos em conjunto. Eu insisti na palavra Medo porque é o primeiro tema do disco. Como é que escolheram canções de um repertório tão vasto e porquê Amália Rodrigues? Lina: Amália é a minha maior referência, foi com ela que eu aprendi os meus primeiros fados, foi com ela que eu percebi que gostava de poesia, que também ensinou o meu pai a cantar ouvindo os discos da própria Amália. Portanto, acaba por ser algo geracional que eu penso que qualquer fadista, qualquer pessoa que canta fado, tem como principal influência a Amália Rodrigues e quem eu conheço melhor é de facto todo o repertório da Amália Rodrigues, esse eu conheço bem, e foi a nossa escolha. Raül Refree: Eu não tenho a mesma ligação com Amália Rodrigues como a Lina, mas também não a tenho com nada referente ao meu país, nem creio muito nos países, em bandeiras ou até no peso cultural. Afinal, a cultura é o que cada um sente e eu senti que podia tocar essas canções, gostava da forma como a Lina as cantava, senti uma ligação e toquei. Todo este discurso do peso e limites parece-me muito antigo. Lina: Aliás, nós estamos aqui com um propósito que é uma viagem entre Portugal e França. Portanto, acaba por ser algo que nos demonstra que não queremos barreiras e que queremos a fusão de todos os países.

Artes
Fado Bicha: O fado saiu do armário

Artes

Play Episode Listen Later May 27, 2022 19:04


Fado Bicha é um projecto musical e activista criado por Lila Fadista, na voz e letras, e João Caçador, nos instrumentos e arranjos. A dupla ocupou um género musical tradicionalmente rígido para desenvolver um Fado iconoclasta que rebenta com códigos e importa temas que não tinham ainda expressão no Fado, nomeadamente lutas que fazem parte das vidas das pessoas LGBTI em Portugal. A dupla vai tocar este sábado na Noite dos Fados, no Centquatre, em Paris, e passou pela RFI. Fado Bicha é um projecto subversivo que tira do armário um género considerado, por muitos, como sagrado : o fado. O disco de estreia sai nas plataformas digitais a 3 de Junho e chama-se “Ocupação” porque Fado Bicha ocupou um lugar que não existia com um repertório de intervenção urgente que dá voz a causas e corpos invisibilizados. “É obviamente um disco político e que procura também politizar quem o ouvir, despertar desconforto e despertar reflexão”, conta João Caçador. É também um álbum que “tem muito de dor e de luto”, acrescenta Lila Tiago, com lutas que ganham nova voz depois de tantos anos no silêncio. O disco conjuga o lado dramático do fado tradicional com novos ambientes sonoros e líricos. Há piano, guitarra eléctrica, baterias electrónicas, instrumentos de sopro, mas nenhum tema tem guitarra portuguesa até porque “era muito difícil - e continua a ser - encontrar alguém que queira tocar guitarra portuguesa” com Fado Bicha. Porquê? Porque “a guitarra portuguesa simboliza muito esse lado conservador do fado”. E Fado Bicha rompeu com as normas e devolveu ao fado a materialidade de uma “arte viva”. “Quisemos tornar esse património imaterial em património vivo e orgânico”, explicam. Uma releitura do fado em que criticam a masculinidade tóxica, cantam as dores das identidades “queer” num mundo de rejeição, denunciam o racismo e o patriarcado e criam hinos de empoderamento e liberdade. Um disco que dizem ser pensado como “um manual de sobrevivência LGBTI em Portugal em 2022, em forma de música e discurso". Fado Bicha é um dos projectos convidados para actuar na "Nuit 104 des Fados" no Centquatre em Paris, este sábado, 28 de Maio, no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França, ao lado de Mariza, Lina & Raül Refree, António Zambujo, Riot e Émile Omar. RFI: Porque é que descrevem o disco como “um manual de sobrevivência LGBTI em Portugal em 2022”? Lila Tiago: O álbum foi feito durante muito tempo porque começámos a gravar em 2019 com o nosso produtor Luís Clara Gomes (Moullinex) e foi sendo atrasado por várias razões, principalmente pela pandemia, mas acabou por abarcar um largo período do nosso trabalho e da nossa vida. Além disso, já começámos o projecto em 2017, portanto, já foi há cinco anos e este é o nosso primeiro álbum. Então ele reflecte este caminho que nós fizemos até agora e o álbum tem muito de dor e de luto, tem algumas músicas que referenciam, por exemplo, pessoas da nossa ancestralidade, da nossa família queer portuguesa da qual temos tão poucas referências e registos. E também tem muito de sugestões, de alegria e de luta. Queremos que tenha um pouco de passado e de futuro, representa-nos a nós, às nossas lutas e às nossas vidas pessoais, também aquilo que nos inquieta. Por isso, sentimos que é um pouco um manual de sobrevivência, por um lado de referência e de representatividade e, por outro, de luta e de futuro. Vocês também dizem que “o disco é o resultado uma jornada pessoal, artística e política”. Este é um disco manifesto, activista, “artivista”? João Caçador: É isso mesmo. O Fado Bicha começou por ser um exercício muito pessoal, interno, de nós as duas e, obviamente, enquanto corpos políticos que ocupam o espaço e que não querem fazer mais cedências tanto na vida pessoal como na vida artística, é obviamente um disco político e que procura também politizar quem o ouvir, despertar desconforto e despertar reflexão e, por isso, tentámos fazer um disco que trouxesse muitas propostas políticas, activistas, juntando a parte da arte com os nossos corpos, o que é inevitável. Por isso é que o disco se chama “OCUPAÇÃO”? Qual a simbologia deste título? Lila Tiago: Nós encontrámos, a certa altura numa entrevista, uma metáfora que nos serve muito bem e que é: nós puxámos uma cadeira que não estava lá para nos sentarmos à mesa. Esta mesa obviamente tem muitas acepções, não é só a mesa do fado em particular, mas é uma mesa de visibilidade e de existência plena. As pessoas LGBTI no mundo inteiro, mas falando especificamente de Portugal, estiveram à margem dessa vida plena e continuam a estar à margem dessa vida plena de muitas maneiras. Este disco obviamente não vai resolver isso, mas é um exercício simbólico artístico de ocupação nesse sentido, de recusar uma existência menos do que uma existência plena para nós. É também um disco, de certa forma, subversivo, que trouxe um sopro de liberdade ao fado, mas espanta que uma tal libertação só aconteça agora – se é que acontece - quando tivemos, por exemplo, um António Variações que tentou fazer isso há tantos anos… O que se passou? Portugal não estava preparado? Agora está?  João Caçador: Este ano faz 40 anos da descriminalização da homossexualidade em Portugal, onde até 1982 a homossexualidade era crime e até aos anos 90 era uma doença. Nós sentimos que falta muito um debate e uma reflexão pública e conjunta e falta muita visibilidade LGBT em Portugal. As pessoas continuam a ter que viver as suas vidas dentro do armário, eu diria. Se calhar saímos do armário, mas depois entrámos todos juntos noutro armário com as famílias, com os amigos. Nós queremos dar um pontapé nessa porta que está há muito tempo fechada e com este disco ocupar esse património que também é nosso e as vidas que são as nossas e da nossa comunidade. Vamos então a esse “pontapé”. Já vamos ao lado musical, que é muito contemporâneo, mas primeiro as letras. De que falam as músicas no disco? Lila Tiago: O nosso disco é muito diverso e tem músicas que apontam para muitos sentidos, tanto musicalmente quanto liricamente também. Isso trouxe-nos alguma preocupação no sentido de pensarmos “Será que o disco fica coeso? Será que fica muito disperso?” mas acabámos por sentir - e estamos muito orgulhosas dele – acabámos por sentir que ele tem uma coesão lírica e conceptual muito forte, apesar de musicalmente apontar para muito sítios diversos. Por exemplo, falam no “povo pequenino, tão humilde, tão escarninho”, homenageiam “Lila fadista, bicha activista”, cantam “o meu nome é Alice e sou uma mulher trans”… Lila Tiago: Sim, é um pouco aquilo que eu disse no início. O disco tem muitas referências. Por exemplo, ao Valentim de Barros, logo na primeira música, que foi um bailarino português que possivelmente é a vítima mais visível, e ainda assim muito pouco visível, da homofobia de Estado e da homofobia da ciência médica. Ele foi internado na ala psiquiátrica do Miguel Bombarda, foi submetido a uma leucotomia à revelia do seu médico psiquiatra e acabou por viver a vida inteira num hospital psiquiátrico tendo um único diagnóstico a vida toda que foi pederastia passiva, ou seja, homossexualidade. Depois, temos músicas que referenciam não só pessoas da nossa ancestralidade, como a Gisberta Salce no “Medusa-me”, e também pessoas vivas, que estão à nossa volta, que compõem a nossa comunidade como a Alice Azevedo no “Fado Alice”, uma actriz e activista trans e nossa amiga muito próxima. Depois, tem músicas que reflectem a nossa visão de Portugal e as nossas preocupações num Portugal actual com uma força neofascista como terceiro partido político, por exemplo, e a nossa relação com o 25 de Abril. Nós somos filhas do 25 de Abril, nascemos já mais de uma década depois do 25 de Abril e, de alguma forma, olhamos para esse património e pensamos “que liberdade é esta que nós cantamos tão fortemente como fazendo parte do ADN de todas as pessoas que crescem neste país”? Mas, de facto, que liberdade é esta? A quem é que serve essa liberdade? Como é que essa liberdade é construída? Como é que ela é pensada, quando nós temos tanta dificuldade em aceitar que pessoas racializadas em Portugal nos escancarem o racismo que sofrem e seja tão difícil para tanta gente – e não digo só pessoas comuns, é só abrir os jornais e perceber nos comentadores brancos a dificuldade que têm em aceitar as narrativas de pessoas racializadas das suas próprias experiências. Que ideia é esta de liberdade? São vocês que escrevem as letras? Lila Tiago e João Caçador: Sim, a grande maioria, sim. Sentiram então essa urgência de serem porta-vozes de mensagens de certa forma chutadas para canto e silenciadas? Lila Tiago: Claro, claro. Nós adoramos fado, adoramos fado tradicional desde a adolescência. Nós cantamos fado porque é uma expressão absolutamente natural para nós e é exactamente aquilo que nós queremos cantar. Mas não nos interessava reproduzir as mesmas narrativas de há cem anos, dos amores e desamores. Interessava-nos sim, mas do nosso ponto de vista e dos nossos corpos, das nossas experiências. Em termos musicais, “OCUPAÇÃO” tanto evoca o lado confessional e dramático do fado tradicional, como o reinventa com outros ambientes sonoros e líricos. Há piano, há guitarra eléctrica, há baterias electrónicas, há instrumentos de sopro (clarinete e trompete), mas nenhum tema tem guitarra portuguesa. Porquê? João Caçador: Inicialmente era muito difícil - e continua a ser - encontrar alguém que queira tocar guitarra portuguesa connosco porque a guitarra portuguesa também simboliza muito esse lado conservador do fado, muito simbólico e o peso do fado. Temos uma guitarrista que costuma tocar connosco às vezes, que é a Fernanda Maciel, que é uma guitarrista portuguesa brasileira, uma mulher brasileira na guitarra portuguesa. O que é pouco comum, desde logo, uma mulher na guitarra portuguesa… João Caçador: O que é muito pouco comum. E a instrumentação que nós usamos é muito diferente porque nós vemos o fado como uma matéria viva, como uma arte viva, e quisemos trazê-lo para o nosso tempo, enquanto músicas que vivem o seu próprio tempo e, dessa forma, tornar esse património imaterial em património vivo e orgânico em que nós podemos trazê-lo para as nossas vidas. No fundo, é voltar às origens do fado que contava a vida do dia-a-dia de uma forma muito autêntica e nós contamos as nossas próprias histórias. Lila Tiago: E de acordo com as nossas possibilidades. Se não temos ninguém que toque guitarra portuguesa connosco, então não vai haver guitarra portuguesa. Mas, de certa forma, isso também traz um lado mais pop ao fado e até um lado mais vanguardista, ou não? Esse facto de não terem guitarra portuguesa mas terem outros instrumentos e uma batida mais electrónica? Lila Tiago: Eu não penso muito nessa questão da vanguarda e modernidade até porque eu acho que ela, às vezes, é usada contra nós no sentido de colocar as nossas identidades como invenções modernas, quando as pessoas queer e as pessoas dissidentes e as pessoas subversivas existem desde sempre - no fundo é a tradição que não as serve porque as elimina ou historicamente as eliminou. Eu  penso mais em fazer com aquilo que temos à nossa volta, com as pessoas que se querem juntar a nós, que têm as suas forças para trazer ao nosso projecto. Fizemos este projecto com o Moullinex, ele é que nos conheceu primeiro, ouviu-nos num concerto muito por acaso e acabou por querer muito trabalhar connosco. Então, foi um processo muito bonito porque nós trazíamos as nossas composições e as letras e trazíamos as nossas influências e ele trazia as propostas dele. Era cada uma a puxar para o seu lado e a tentar encontrar um caminho comum e a entender o fado no meio disto. É como o João disse: há muito a ideia do fado autêntico como sendo com a guitarra portuguesa e a viola de fado e que o fado é assim desde há 250 anos. E isso não é verdade. O fado já passou por múltiplas mutações, qualquer objecto artístico, qualquer campo artístico se vai sempre mutando e reinventando à luz das gerações que seguem umas atrás das outras. E é isso que nós estamos a fazer. Vocês juntaram-se em 2017 e tomaram o Fado como ferramenta de trabalho e inspiração. Juntaram-lhe o adjectivo Bicha. Porquê?  João Caçador: Foi até a Lila que quando começou o Fado Bicha usou essa palavra. Porque nós entendemos como uma palavra - que já existe, essa forma de visibilidade no Brasil que nós não inventámos nada - mas a ideia é de apropriarmos um insulto que foi dirigido contra nós durante muito tempo a agora usá-lo como arma de visibilidade e de identidade também para nós. A Lila fala muitas vezes que a palavra Bicha tem um simbolismo muito próprio porque - além de significar uma pessoa efeminada ou com aquilo que poderemos ver ou definir como uma coisa mais feminina da parte de um homem – tem uma carga de, para além da homossexualidade, de aproximar alguém masculino que abdica da sua masculinidade e se aproxima do lugar da mulher. Então, aquilo que subjaz à palavra bicha e homofobia é muito a misoginia de que um ser que se aproxima de um lugar feminino tem de ser punido socialmente por isso. É muito interessante para nós ter essas várias camadas nessa palavra e juntar o profano com o sagrado do fado, e uma identidade nacional com uma identidade que é vista como suja e que vem sujar e manchar o fado. Para nós, esse desafio artístico e pessoal também é muito interessante. Precisamente, vocês tocaram num campo algo sagrado, o fado. Como é que tem sido a recepção em Portugal e lá fora? Lila Tiago: A recepção tem sido incrível desde o início. Desde o início do projecto, a recepção tem sido maravilhosa. Eu acho que muitas pessoas se sentem excitadas pelo exercício que nós levamos a cabo, se revêem no que nós fazemos, nas nossas pautas, naquilo que trazemos a nível do discurso, adoram todas as experimentações que fazemos a nível musical. Crescemos muito, como é óbvio. Quando começámos foi num bar mínimo onde cabiam 20 pessoas e eu nunca imaginei que algum dia pudéssemos estar, por exemplo, a dar uma entrevista numa rádio em França. E eu acho que há uma energia de busca e de procura das pessoas para algo que elas sentem como sendo também arrancado da sua própria identidade e do seu património pessoal e cultural e traduzido à luz das suas preocupações actuais. Eu acho que muita gente se liga com esse exercício. Muito obrigada a ambas pela entrevista e também por nos trazerem um tema do vosso disco aqui aos estúdios da RFI. Trata-se de “Crónica do Maxo Discreto”, uma nova versão de um outro fado bem conhecido. Imagino que não tenha sido fácil reinventar este fado… João Caçador: O fado é o “Nem às paredes confesso”. Nós tocámos durante muitos anos essa música ao vivo, só que quando fomos gravar o disco os herdeiros dos direitos de autor recusaram – como muitos outros fados que nós tocávamos ao vivo – a possibilidade de nós podermos tocar esses fados. Então tivemos que recriar, mais uma vez, todos os fados que tocávamos e obrigou-nos a compor de raiz esses novos fados do álbum e a “Crónica do Maxo Discreto” é esse exemplo. Obviamente que tem influências desse fado “Nem às paredes confesso”, mas é uma música totalmente nova, foi a Lila que fez a letra, e foi muito interessante porque nos possibilitou trazer ou invocar essa figura do maxo discreto que é uma mistura de ódio e de desejo que muitas pessoas LGBT sentem e que traz a ideia das possibilidades do armário, dos lugares onde nos podem empurrar, tanto de liberdade quanto da falta dela. Então, é uma mistura que vive muito dentro de nós diariamente, esta ideia de viver dentro da norma e fora da norma. É uma versão bem empática e, ao mesmo tempo, provocadora dessa realidade.

Renascença - Ensaio Geral
O drama dos refugiados em livro, o fado de Amália e "Um Outro Fado"

Renascença - Ensaio Geral

Play Episode Listen Later Dec 11, 2021 24:54


O drama dos refugiados no Mediterrâneo deu origem a um livro que está agora traduzido para português. Neste Ensaio Geral entrevistamos o seu autor, o italiano Davide Enia. Mais à frente outras sugestões de livros com a assinatura de Guilherme d'Oliveira Martins, uma exposição de fotografia de Filipe Condado que nasceu de um desafio do cardeal Tolentino Mendonça, o disco Busto de Amália agora remasterizado e que oferece novos extras, mas também “Um Outro Fado”, o novo disco do quinteto Fado Consentido, liderado pelo músico José Flávio Martins, que vai ser apresentado este sábado.

Cabeça de Cartaz
Santa Casa Alfama: O fado no seu habitat natural

Cabeça de Cartaz

Play Episode Listen Later Sep 21, 2021 13:52


O Santa Casa Alfama regressa nos dias 24 e 25 de setembro numa edição em homenagem a Carlos do Carmo. Mais de 40 concerto em vários palcos de Alfama com alguns dos melhores fadistas da atualidade See omnystudio.com/listener for privacy information.

Dias Úteis
"O fado do rio", de Rodolfo Miguel Begonha

Dias Úteis

Play Episode Listen Later Jul 21, 2021 2:10


Episódio 108, de Dias Úteis, um podcast que lhe oferece poesia pela manhã, de segunda a sexta-feira. Por vezes não apenas poesia, por vezes não apenas nos dias úteis, por vezes não apenas de manhã... Durante as próximas semanas, em modo veraneante, trazemos textos que podem levar para longe, sem sair do lugar. Até à próxima sexta, dois poemas por dia, às 7 e às 19 horas, lidos pelos autores da editora "On y va" (https://www.onyva.pt/). Hoje, um passeio à beira do rio, num poema de Rodolfo Miguel Begonha, do livro "Respiração". Tema musical original de Marco Figueiredo, com voz de José Carlos Tinoco. Design de Catarina Ribeiro. 
Saiba mais sobre os nossos projectos em www.assdeideias.pt. 
Procure os poemas lidos e muitos outros, adquirindo livros através da ReLi, Rede Independente de Livrarias (https://www.reli.pt) e apoie assim o sector livreiro em Portugal.

Conversas de Fim de Tarde
Jonas: "Os fadistas não vivem sem esta forma de expressão. Ver, ouvir e praticar o fado"

Conversas de Fim de Tarde

Play Episode Listen Later Jul 7, 2021 16:36


Jonas é coreógrafo, bailarino, cantautor, fadista e amanhã apresenta o primeiro trabalho “São Jorge” no CCB, em Lisboa. Um espetáculo que "reinterpreta de forma livre aquilo que é sapatear o fado". See omnystudio.com/listener for privacy information.

Cabeça de Cartaz
Carminho: "O fado é íntimo porque fala de nós"

Cabeça de Cartaz

Play Episode Listen Later Apr 27, 2021 12:30


Carminho vai estar na sexta feira no CCB, em Lisboa, num concerto para mostrar as canções do disco "Maria". A fadista diz-se "feliz com este regresso". "É sempre duro não ter onde cantar", afirma. See omnystudio.com/listener for privacy information.

Bicho de 7 cabeças
Ep.76 - Eu não sei cantar o fado

Bicho de 7 cabeças

Play Episode Listen Later Feb 13, 2021 4:41


(Eu só sei contá-lo.)

NiTfm — As escolhas dos editores: Ricardo Farinha
O fado de Amália regressa a Lisboa num concerto à luz das velas

NiTfm — As escolhas dos editores: Ricardo Farinha

Play Episode Listen Later Oct 20, 2020 1:03


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Triplo Duplo
171 SILÊNCIO QUE SE VAI CANTAR O FADO!!!!!!

Triplo Duplo

Play Episode Listen Later Jul 28, 2020 184:15


Depois de mais de 4 meses de paragem podemos finalmente dizer: NBA IS BIKEEEEEEEEEEEEEE!!!!! E agora?! Quem se vai safar/enterrar no ano mais caótico de sempre?! Será que Lebron James ganha o 4º anel antes dos Aliens invadirem o planeta em 2020?! Faz-nos companhia... #NBAmPORTUGUÊS Para contactos e colaborações: TriploDuploPortugal@Gmail.com️

SBS Portuguese - SBS em Português
100 years of Amália Rodrigues, the artist who took "fado" from Portugal to the world - O centenário de Amália Rodrigues, que tornou o fado música universal

SBS Portuguese - SBS em Português

Play Episode Listen Later Jul 27, 2020 5:53


Amália Rodrigues is known as "the Queen of Fado" and has reached from the most humble to the big cosmopolitan people. She is recognised to have taken "poetry to the people". - O poeta diz que ela “levou a poesia até ao povo”, e o povo, o mais humilde como o mais cosmopolita, está em romance contínuo com a "Rainha do Fado"

Absurdo Podcast
Mid Season #0.8 Da Reputação - Fado Bicha & Tatiana Maia Lins

Absurdo Podcast

Play Episode Listen Later Jun 25, 2020 60:51


A nossa forma de vestir, de agir, de como nos comportarmos em em público. De como tratamos o vizinho, o gato. De como falamos com os estranhos. Quem somos quando ninguém nos observa e o que acontece quando não cumprimos o que prometemos. Entre falar bem e mal, e acima de tudo falar com frontalidade, eis que a grande questão foi debatermos sobre como mostrar ao mundo quem realmente somos. Mas não terminamos por aqui, ou não seríamos o absurdo das conversas soltas. Muitas outras perguntas foram lançadas neste episódio que teve direito a gravações dentro de um carro, alagamentos no teclado, falhas na internet e declarações de uma nova fã de além mar.

Conversas de Fim de Tarde
Em tempo de pandemia, Cuca Roseta leva o fado à sua janela. "Eu nasci para cantar o fado"

Conversas de Fim de Tarde

Play Episode Listen Later Jun 3, 2020 20:40


"Tenho umas saudades gigantes de fazer concertos", diz Cuca Roseta. A fadista vai continuar a percorrer o país a cantar num autocarro: "Fui uma sortuda. Sou das poucas que começou a fazer concertos."

Memórias de Lisboa
Ouvir cantar o fado com caldo verde e “um belo chouricinho”

Memórias de Lisboa

Play Episode Listen Later May 26, 2020 12:21


Que memórias ainda encontramos da Lisboa de há 40, 50, 60 anos? Como era a vida da altura? Como eram os bairros, os transportes, as feiras, as festas? Neste episódio do podcast Memórias de Lisboa, ouvimos histórias de quem ouvia fado nos bairros da cidade. A fadista Mena de Oliveira dá o mote.  Uma série com o apoio da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.  Conheça outros podcasts do PÚBLICO em www.publico.pt/podcasts

Artes
Artes - Fado Bicha: O duo que “desconfinou” o Fado

Artes

Play Episode Listen Later May 16, 2020 18:49


“Arrancar o fado do armário” através da experimentação e da subversão. Lila Fadista e João Caçador compõem o projecto Fado Bicha, um manifesto musical e político que “devolve ao fado o realismo das ruas”, dando voz à comunidade LGBTI, denunciando o racismo, as desigualdades e as reminiscências da escravatura e da colonização. A crise sanitária ligada ao novo coronavírus adiou o lançamento do álbum de estreia e deixou em suspenso os concertos, mas os músicos estão em estúdio e não se vão calar. Fado Bicha é um manifesto artístico e político que dá uma dimensão “queer” ao Fado. Um som que ajuda a “desconfinar” o Fado em tempos de pandemia. “Sendo pessoas homossexuais e muito críticas do binarismo de género e, obviamente, da opressão e da violência sobre as pessoas ‘queer’, sentimos que não cabíamos por inteiro dentro do fado. Se quiséssemos cantar, por exemplo, um fado sobre o amor entre duas mulheres, ou um fado sobre uma pessoa trans, ou um fado sobre temas de intervenção, sentíamos que não cabia dentro do fado. Então tivemos de criar um espaço novo para que isso pudesse acontecer e esse espaço que criámos chama-se Fado Bicha. Bicha é uma palavra ofensiva, mas nós e outros artistas - muitos outros antes de nós – tomam-na como uma palavra de empoderamento até da simbolização de uma subversão que é, no fundo, aquilo que subjaz ao nosso trabalho”, descreve Lila. A criação do novo espaço “desconfinou” o fado tradicional, com letras que dão voz à comunidade LGBTI [Lésbica, Gay, Bissexual, Trans e Intersexo], que denunciam o racismo e as desigualdades, e que ressuscitam as feridas da escravatura e da colonização. Em vez da guitarra portuguesa, há faúlhas de guitarra eléctrica, sintetizadores e sons mais electrónicos. Depois, há os videoclips, entre performance, dança e retratos de uma Lisboa “underground”. No fundo, um “manifesto político” e um fado de intervenção.   “É um manifesto político porque os nossos corpos não nascem políticos mas crescem de uma forma política. Deste choque contra uma norma e contra uma normalização, onde os nossos próprios corpos não cabem, eles tornam-se automaticamente políticos. E era impossível para nós, ou não faria muito sentido, fazer música que não fosse política. Trazemos esses corpos que não cabem ou que não cabiam no fado para o palco e para a nossa expressão, para a nossa arte. As outras lutas, como a luta anti-racista, não faria sentido deixá-la de fora porque faz parte da nossa vivência diária, duma visão que nós temos de uma hegemonia branca e heteronormativa. Todas essas lutas só fazem sentido individualmente quando são vistas como um todo e nós sentimos que não podiam ficar de fora da opressão que nós, enquanto bichas, vivemos”, explica João. Aqui quer-se deliberadamente “arrancar o fado do armário” e criar dentro do fado uma outra narrativa. Cantam-se os amores de um pescador com um peixeiro, a tristeza de um bailarino homossexual trancado num hospital psiquiátrico, as histórias de escravos que não se submetiam à sua condição, o orgulho de uma mulher transexual que se tornou líder dos militantes a favor dos direitos das pessoas LGBTI.   João recorda que “sempre existiram poetas homossexuais, fadistas homossexuais, músicos, mas que nunca puderam retratar de uma forma objectiva e explícita essas narrativas”. Agora, a dupla quer “devolver ao fado o realismo das ruas onde ele existia e contar as histórias todas”. Porque “só uma parte do fado estava à mostra”. Porque é preciso levar “as franjas da cidade para dentro do fado também”. E assim, uma das músicas dá o tom logo a abrir: “A Lila Fadista, bicha ativista, diz a tradição, É, nesta Lisboa, figura de proa da nossa canção”. Qual o preço a pagar por dar voz ao fado que estava no armário? Lila responde: “Já fomos alvo de violência e de rejeição. Durante grande parte da nossa curta existência enquanto Fado Bicha tivemos muito poucas tentativas de ponte vindas de outros artistas – que não os artistas underground do meio ‘queer’ de Lisboa onde nós nos inserimos. Portanto, sentimos que sim, que tivemos que provar bastante o nosso valor para que algumas pessoas pudessem começar sequer a dar-nos existência.” Note-se que ambos os músicos já eram activistas antes do projecto Fado Bicha e que já tinham “pago muito preço” pela “visibilidade que vale sempre a pena”. Amália Rodrigues cantava o “namorico da Rita”, eles escreveram o “Namorico do André”, uma paixão entre André, o peixeiro, e Chico, o pescador. Também adaptaram de Amália a “Lisboa, não sejas francesa” para "Lisboa, não sejas Racista", e “Nem às paredes confesso” transformou-se em "Crónica do Macho Discreto". O amor por Amália é porque foi graças a ela que começaram a gostar de Fado. O lançamento do álbum de estreia de Fado Bicha foi atrasado por causa da pandemia do novo coronavírus e o duo ainda não sabe quando vai estar pronto. Para já, estão em estúdio e, apesar do confinamento não rimar com inspiração, Lila escreveu duas letras relacionadas com esse período. Sem qualquer actividade há três meses devido à suspensão dos espectáculos, Lila e João estão naturalmente preocupados com o futuro e dizem mesmo que, a continuar sem apoios do Estado, vão “ter de encontrar outras formas de se sustentar”. Porém, não se vão calar.  

European Portuguese Shorties (from PracticePortuguese.com)

Learn more about Fado, the music style that best captures what it means to be Portuguese.

Cabeça de Cartaz
Quando o Fado se funde com o Flamenco

Cabeça de Cartaz

Play Episode Listen Later Mar 6, 2020 17:29


Os dois géneros de música ibéricos são a matriz dos Fado Violado. Um projeto nascido em Sevilha, que já percorreu o mundo, e que no próximo disco vai abraçar o "Atlântico".

I DON'T KNOW HER - Músicas e Tendências
16 | Autenticidade: O FADO BICHA e a arte como expressão pessoal. Com Lila Fadista, João Caçador, João Baffa, e Leandro Tavares.

I DON'T KNOW HER - Músicas e Tendências

Play Episode Listen Later Mar 3, 2020 82:08


A autenticidade é cada vez mais atual. Num mundo de identidades fluidas, e com cada vez mais pessoas a se expressar e se posicionar para se definir, são também mais valorizados os artistas que conseguem produzir uma arte que expresse quem eles são de forma autêntica e pessoal. Como se fosse uma evolução da “arte pela arte”, que se desligou de questões funcionais mas que, além da estética, visa expressar também um posicionamento identitário. Conversamos com os Fado Bicha (a Lila Fadista, e o João Caçador) sobre este tema e as suas experiências ao descobrirem suas identidades e a forma como se expressam ao criar e interpretar suas canções no universo conservador do Fado. https://idkh.home.blog/ Convidades: - Fado Bicha: Lila Fadista na voz e João Caçador na guitarra. Duo que subverte o fado conservador que não abraçava as identidades LGBTQI+. Apresentador: Leandro Tavares: Especialista em marketing digital, analista de tendências, a fucking libra e lamb for Mariah. Comentarista: João Baffa: Designer gráfico e ilustrador. Formado em Desenho Industrial e especialista em Práticas Tipográficas. Criativo de natureza, ariano e quase funkeiro. Referências e mais informações no blog: https://idkh.home.blog/

Artes
Artes - O fado "sem amarras" de Lina_Raül Refree

Artes

Play Episode Listen Later Jan 28, 2020 18:04


Há mais fado além do fado. O projecto Lina_Raül Refree, cujo disco saiu a 17 de Janeiro, propõe uma viagem experimental a um género que durante muito tempo se quis intocável: o Fado. Lina e Raül Refree estiveram na RFI para falar deste trabalho que descrevem como “uma releitura de fados clássicos” que lhes dá “novas sensações e texturas diferentes”. Focar o fado nas palavras, nos silêncios e nas texturas de teclados e sons electrónicos que habitam o espaço. Lina_Raül Refree, cujo disco foi lançado a 17 de Janeiro, apresentam o seu projecto esta terça-feira, em Paris, no âmbito do festival Au Fil des Voix. Os dois músicos (ela de formação clássica, que estudou ópera e foi parar ao Clube de Fado de Lisboa e ele, o produtor que reinterpretou o flamenco com Rocío Márquez, Sílvia Pérez Cruz e Rosalía e que vai lançar em breve um álbum com Lee Ranaldo, ex-Sonic Youth) fizeram um disco de fado contemporâneo com um repertório clássico de Amália Rodrigues. Não há guitarras - a não ser na última música, um tributo de António Variações a Amália… Lina (Carolina Rodrigues) começou por estudar teatro e ópera no Porto. A descoberta de Amália Rodrigues, na adolescência, fê-la entrar no fado e foi parar ao Clube de Fado em Lisboa. Em 2020, surge em Lina_Raül Refree, um disco cuja capa, em tons de preto e branco, mostra o seu rosto desfocado, de onde sai a sombra de outra cara, a de Raül Refree. Ambos se fundem num álbum com uma paisagem espectral e minimalista, texturas experimentais a pender para o electrónico,  uma voz centrífuga que esculpe tanto as palavras quanto os silêncios. Um disco longe dos mandamentos tradicionais do género no ano do centenário do nascimento de Amália Rodrigues. O trabalho foi lançado a 17 de Janeiro, pela editora alemã Glitterbeat Records, e recria clássicos cantados por Amália, como “Foi Deus”, “Gaivota”, “Medo”, "Cuidei que tinha morrido", "Quando eu era pequenina", “Barco Negro”, entre outros, contando, também, com “Voz Amália de Nós”, de António Variações. Há mais fado além do fado. Lina_Raül Refree dão novos fados a um fado que se cuidou “que tinha morrido”, sem “Medo” e num “Barco Negro” numa viagem sem aarras ao género português que durante muito tempo se julgou o mais intocável: o Fado. Lina e Raül Refree estiveram na RFI para falar deste projecto descrito como “uma releitura de fados clássicos” que não descaracteriza o género mas lhe dá “novas sensações e texturas diferentes”.   "Uma releitura de fados clássicos" RFI: "Para começar, pedia-vos uma pequena descrição do disco… Lina: O disco é um conjunto de fados clássicos da Amália, com uma nova abordagem e texturas e sons completamente diferentes do que é o fado tradicional… Raül Refree: Penso que é uma releitura de fados clássicos cantados por Amália Rodrigues e interpretados com uma visão aberta, sem querer uma ruptura, mas também sem querer ser tradicional, simplesmente soltando as amarras que são as âncoras do barco e deixar que o barco navegue na direcção que o vento sopra… RFI: Como é que surgiu esta associação entre ambos? Lina: Foi a partir dele que tudo começou… Raül Refree: Antes, comentei numa outra entrevista que me teria encantado ter tido a ideia deste projecto, mas não foi minha. A ideia foi de Carmo Cruz, que nos acompanha e é a manager do projecto, que veio a Barcelona buscar-me, ela tinha ouvido uns discos que eu fiz dentro do flamenco e disse-me que achava que o fado precisava de uma releitura como eu podia fazer e gostaria de me apresentar a voz que me poderia acompanhar neste processo. Gostei logo do projecto, mas no momento em que começámos a tocar, no minuto um, vi que seria um projecto que me ia emocionar. RFI: Lina, porquê aliar-se a esta concepção do fado? Lina: Eu tinha essa necessidade de me libertar e de sair um bocadinho do fado tradicional, fazer coisas diferentes e mostrar aquilo que eu sou capaz de fazer . Não me limitar só a cantar fado tradicional, mas a usar a minha formação clássica e linguística a nível musical para fazer outras coisas, para abrir fronteiras com as quais me identifico e onde me sinto bem. RFI: Abrir fronteiras porquê? Há mais fado além do fado? Lina: Para mim, este disco com o Raúl fez-me sentir que aquilo que eu cantava - e os fados que eu cantava antes acompanhados com os instrumentos tradicionais - ainda poderia ser maior, ter mais intensidade e conseguir principalmente sentir de uma maneira mais intensa e mais verdadeira. RFI: O Raül ajudou, se assim podemos dizer, a reinventar o flamenco, nomeadamente com o disco Los Angeles de Rosalía. Quis fazer o mesmo com o fado? Há esta possibilidade criativa com as músicas mais tradicionais ou mais populares? Raül Refree: Bem, antes de mais quero sublinhar que não tenho a sensação de ter reinventado alguma coisa. A música é uma matéria aberta, que se deixa manipular e a única coisa que faço – tanto no flamenco como no que tenho a oportunidade de fazer com o fado - é uma releitura, é dar o meu ponto de vista de uma música. É certo que as músicas tradicionais têm uma componente emocional muito forte e é por isso que sobrevivem ao passar do tempo, são músicas que passaram de pais para filhos e dentro têm uma componente muito forte que, por pouco que se faça, é muito emocionante. RFI: O que é que vocês fizeram ao fado? Criaram um fado do século XXI com um repertório com mais de 60 anos? Lina: Eu acho que não. Nós não o descaracterizámos. Ele acaba por ser fado na mesma, só que é com outra abordagem, com novos instrumentos, com novas sensações, com texturas diferentes, mas a intenção e a intensidade estão lá. Isso não se perde, pelo contrário, ainda se enaltece mais. É aquilo que eu sinto. Raül Refree: Há anos que oiço - nos discos em que participei de flamenco e noutros também – a questão sobre se é ou não flamenco. Que interessa? Eu não tenho a intenção que este disco seja fado ou que o deixe de ser. São canções. Afinal, os géneros e as geografias entrecruzam-se e o que importa é que o recebas com intensidade e emoção - ou não. Espero que as pessoas sintam este disco da mesma forma que como quando eu o toco, com uma intensidade emocional. RFI: No disco, não há guitarras a não ser na última música da autoria de António Variações. Porquê essa opção de não enveredar por um caminho que seria de esperar e, pelo contrário, escolherem piano, sintetizadores… Raül Refree: Bem, sinceramente, quando nos juntámos no primeiro dia, eu pedi que no estúdio houvesse guitarra clássica, guitarra eléctrica e alguns instrumentos de teclas, como o piano, o Fender Rhodes… Mas tinha a ideia – a Lina sabe-o – que fosse um disco de guitarra e voz. Eu trabalhei noutros discos e gostava muito do formato e gosto muito de tocar guitarra. Mas, no momento em que começámos a tocar, não funcionava com guitarra e não sei porquê. É uma sensação que se tem quando se toca. E logo que me sentei ao piano tudo funcionou de uma maneira muito intensa. Aquele destino, aquela energia da canção levou-nos a que fosse um disco de piano e voz. RFI: E porquê todo este repertório marcado por Amália Rodrigues? Lina: Alguns fados eu já cantava, outros eu tinha ambição de cantar e não tinha ainda sido possível com o trio. Por exemplo, ‘Quando eu era pequenina’ a Amália gravou com uma orquestra e dentro dos instrumentos tradicionais não era fácil conseguir reproduzir. São aquelas também que mais me dizem, aquelas com as quais me identifico e com as quais eu vou descobrindo novas emoções e novas sensações… RFI: Emoções fortes. Há medos, há ausências, há viagens, há partidas… Lina: Tudo o que uma pessoa tem na vida, não é? RFI: E a felicidade? Lina: Há. No ‘Foi Deus’. Há gratidão, essas coisas todas… RFI: O fado durante muito tempo parecia intocável, mas alguns intérpretes começaram a levá-lo para outros horizontes. Vocês também quiseram levar o fado para um território mais experimental e num disco inteiro. Como tem sido a recepção do público em Portugal? Lina: Tem sido boa, muito boa. RFI: Mesmo os puristas? Lina: Sim, mesmo os puristas. Eu achava que ia haver divisão, mas não. Aquilo que tem acontecido é que, depois dos concertos, as pessoas vêm dizer-nos que gostam muito e que ficaram arrepiados e tive pelo menos uma outra pessoa que me veio dizer que as convicções todas que tinha sobre o fado tradicional tinham ido por água abaixo. Portanto, são óptimas críticas. RFI: Vão continuar a trabalhar juntos? Raül Refree: Ainda é cedo para o saber. Pelo menos, temos a intenção de continuar a explorar durante os concertos e se isso nos levar para algum território interessante porque não gravá-lo? Mas ainda é cedo e há muito caminho pela frente. Lina: Agora queremos trabalhar este e desfrutar ao máximo. Raül Refree: Às vezes dizes: Sim, sim, faremos outro disco, e no final da digressão estás tão cansado, até pode acontecer cansar da relação e precisar de trabalhar com outros… Não gosto de antecipar as coisas."   Lina e Raül Refree vão estar em Paris esta terça-feira; em Santiago de Compostela, Las Palmas, Tenerife e Madrid em Março; em Londres, Bruxelas e Lisboa em Maio; em Skopje e Santander em Junho.  

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Fado is a Portuguese musical style loved by people from all over the world! Learn more about its themes and possible origins.

Renascença - Ensaio Geral
Ensaio Geral - O fado ao piano em Dias do Desassossego - 15/11/2019

Renascença - Ensaio Geral

Play Episode Listen Later Nov 15, 2019


Ao contrário do que possas pensar...
Benjamim, o mundo cigano e não cigano: medos e desinformação.

Ao contrário do que possas pensar...

Play Episode Listen Later Nov 4, 2019 60:52


O Benjamim é dos poucos ciganos que ingressou no Ensino Superior, neste caso no Curso de Serviço Social do IPBeja. É uma conversa que começa com o seu trabalho como mediador sócio-cultural, mas que rapidamente passa para os mitos e medos que existem tanto nas comunidades ciganas e não ciganas, e sobre o trabalho que está a ser feito e que ainda falta fazer, para quebrar um ciclo de intolerância que já tem mais de 500 anos. Ao longo da conversa surgem diversas informações que eu entendo devem ser complementadas (uma delas é a idade da "menina" referida quase no final da conversa (42:48): A "menina" tem 18 anos) pelo que para ajudar quem quiser saber mais sobre a história, mitos, preconceitos, medos, eis alguns links: - História do Povo Cigano (https://tinyurl.com/y5xjx6e9); - Uma breve história sobre o Povo Cigano (https://tinyurl.com/y6dbhfym); - Portugal: 500 anos a tentar expulsar os ciganos com deportações para África e Brasil (https://tinyurl.com/y5zvtbwn); - O Fado e Maria Severa, filha de pai cigano (https://tinyurl.com/y2ev69h6); - Estudo Nacional sobre as Comunidades Ciganas (https://tinyurl.com/y5w7zzen). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/instituto-politcnico-de-beja/message

TSF - Uma Questão de ADN - Podcast
José Fanha e João Fanha. Pai e filho. Dançar o fado, celebrar a poesia

TSF - Uma Questão de ADN - Podcast

Play Episode Listen Later Nov 1, 2019


Edição de 01 de Novembro 2019

Ao Vivo
Silêncio, que se vai cantar o fado

Ao Vivo

Play Episode Listen Later Oct 9, 2019 12:10


Fadista Matilde Cid estreia o novo álbum

Ao Vivo
Pedro Moutinho

Ao Vivo

Play Episode Listen Later May 20, 2019 16:25


Depois da bênção fadista de O Fado em Nós (2016), gravado como numa casa de fados, Pedro Moutinho deixou-se tentar por outras experiências sem deixar de lado a matriz fadista. O seu novo disco "Um Fado ao Contrário" tem produção e direcção musical do pianista e compositor Filipe Raposo e tem coisas que ele nunca fez.Com o encanto de uma voz que já incorporou a maturidade do tempo, o fadista (irmão mais novo de Camané e Helder Moutinho) apresenta, ao lado de versões de fados tradicionais de Manuel de Almeida ("Foi um bem conhecer-te") ou Fernando Farinha ("Maldição") e de uma canção de Vitorino ("Tragédia da Rua das Gáveas") vários originais com assinaturas de Amélia Muge, Manuela de Freitas, Maria do Rosário Pedreira, Márcia (autora, letra e música, de Força do mar) ou Pedro de Castro.Pedro Moutinho apresentou-se no auditório do PÚBLICO a 9 de Abril.

Renascença - Ensaio Geral
Ensaio Geral - Há marionetas em Lisboa, um livro com travo de "açucar" e o fado (mas não só fado) “inquieto” de Ricardo Ribeiro - 10/05/2019

Renascença - Ensaio Geral

Play Episode Listen Later May 10, 2019


Correspondentes Premier
O fado dos Wolves

Correspondentes Premier

Play Episode Listen Later Mar 19, 2019 62:40


Quem acompanha o Wolverhampton desde a Championship não está surpreso com o sucesso do time nesta temporada. No episódio de hoje falamos sobre o trabalho de Nuno Espírito Santo, além dos destaques da seleção inglesa, a retomada da liderança pelo Liverpool na Premier League e os destaques da FA Cup. Siga nossas redes sociais e mande seu recado! Instagram: @correspondentes_premier
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Madragoas da Amália
Madragoas com Beatriz (15/3/2019)

Madragoas da Amália

Play Episode Listen Later Mar 18, 2019


Uma conversa com a fadista Beatriz a propósito do single "O Fado da Manela".

Precisamos de Falar (Podcast)
Sobre biopics, em particular o "Bohemian Rhapsody", o encontro entre o fado e o hip hop, a estreia de Bruce Springsteen no Netflix e os discos que mais queremos ouvir em 2019

Precisamos de Falar (Podcast)

Play Episode Listen Later Jan 13, 2019 42:39


Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas
Camané: “Aquilo que mais gostava era de cantar até morrer. Nos homens o fado envelhece melhor"

Expresso - A Beleza das Pequenas Coisas

Play Episode Listen Later Nov 2, 2018


É uma das melhores vozes portuguesas de sempre. Foi Amália que lhe abriu as portas para gravar o primeiro disco, porque achava que aquele puto “estava no bom caminho”. E que caminho. Um fadista de corpo e alma que reuniu como poucos, e a pouco e pouco, a unanimidade da crítica, dos seus pares e do público. Camané enche coliseus e enche-nos o peito com a sua verdade e as suas interpretações únicas, que entre a tradição e a inovação, têm criado novos caminhos, novas vidas e novos fados para o fado. E, nesta conversa feita na sala de sua casa, Camané regressa ao passado, quando tinha uns certos heróis secretos: “Em miúdo sonhava voar como o Super-Homem para visitar as raparigas de quem gostava e, às escondidas, ouvia Amália, Marceneiro, Carlos do Carmo, os meus outros heróis”. Aos 50, fala das inseguranças de sempre, deixa críticas a certos fadistas que têm pouco a ver com fado e prepara-se para voltar a desafiar-se. Para ouvir neste episódio do podcast “A Beleza das Pequenas Coisas”

Hora dos Portugueses (Semanal)
Histórias que chegam da Europa e de toda a América : o fado, as filarmónicas e as tunas sobem ao palco neste 13 de Junho, feriado de Santo António em Lisboa. Falta o calor, mas cheira a manjerico e a sardinha é pequenina mas não falta nos arraiais.

Hora dos Portugueses (Semanal)

Play Episode Listen Later Jun 13, 2018 42:09


Radio Taxismo
O fado e a Tap

Radio Taxismo

Play Episode Listen Later Jun 27, 2017 2:25


Renascença - Som de Bola
Som de Bola 9 (Euro 2016) - O Fado da Bola e o mais transversal dos compositores (Tozé Brito)

Renascença - Som de Bola

Play Episode Listen Later Jun 21, 2016


TSF - Governo Sombra - Podcast
Portas giratórias, o fado do 35 e o aconchego da rádio

TSF - Governo Sombra - Podcast

Play Episode Listen Later Jun 10, 2016


Edição de 10 de junho 2016

Rádio AfroLis
Áudio 49 - Fado Dançado Apresentado Por José Lino Neves

Rádio AfroLis

Play Episode Listen Later Mar 18, 2015 21:27


A associação Cultural e Juvenil Batoto Yetu Portugal não tem fins lucrativos e é a partir das danças tradicionais africanas que desenvolve um trabalho de apoio junto das crianças e dos jovens da área metropolitana de Lisboa. Batoto yetu significa “as nossas crianças” em suaíli. Entre muitos dos projetos da Batoto Yetu está o “Fado dançado”. José Lino Neves é membro da direção da Associação Cultural e Juvenil, e fala-nos dos aspetos multiculturais do fado. O Fado património com influências de culturas mouriscas, angolanas, brasileiras e cabo-verdianas.

Practice Portuguese
Artigo 14 – O Fado, Património Imaterial da Humanidade

Practice Portuguese

Play Episode Listen Later Dec 5, 2014 6:54


If you know Portugal, you’ve heard of Fado and you know what it means to the Portuguese. But how much do you really know about this traditional music? Test your knowledge about Fado and practice your listening comprehension in a two-speed episode, suitable for those who are starting to learn Portuguese.

TSF - Encontros com o Património - Podcast
O Fado, Um Património Imaterial

TSF - Encontros com o Património - Podcast

Play Episode Listen Later Sep 1, 2011


Edição de 01 de setembro 2011

TSF - Encontros com o Património - Podcast
Edição de 18 de Junho 2011 - O Fado, Um Património Imaterial

TSF - Encontros com o Património - Podcast

Play Episode Listen Later Jun 18, 2011


Edição de 18 de Junho 2011 - O Fado, Um Património Imaterial

Vida da UC
De fora para ouvir o fado

Vida da UC

Play Episode Listen Later Feb 18, 2011


O Centro de Mobilidade Pós Graduada da Universidade de Coimbra ofereceu uma tarde diferente aos investigadores estrangeiros na UC. Serenata aos Investigadores foi o nome do evento que teve direito a Canção de Coimbra e uma mostra de queijos e vinhos nacionais.

TSF - Reportagem TSF - Podcast

Edição de 29 de outubro 2004