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Depois de cinco anos de negociações e estudos, foi assinado em Paris um acordo entre o Centro Georges Pompidou e o governo estadual do Paraná para a construção em Foz do Iguaçu da primeira filial das Américas do museu de arte moderna e contemporânea da França. Patrícia Moribe, em ParisO responsável pelo projeto do Centro Pompidou Paraná é o arquiteto paraguaio Solano Benítez, Leão de Ouro da Bienal de Arquitetura de Veneza em 2016, entre outros prêmios. Benítez é conhecido pelo uso inovador de materiais simples em construções sustentáveis. O trabalho tem a colaboração do arquiteto brasileiro Angelo Bucci.Solano Benítez nasceu em 1963, em Assunção, Paraguai, e é cofundador do estúdio Gabinete de Arquitectura. Seu escritório se destaca em explorar possibilidades de materiais simples, como o tijolo cerâmico e valorizar a mão de obra local. Seu trabalho é também é marcado pelo comprometimento social, aliando soluções de baixo custo e alto impacto arquitetônico.Um dos eixos do projeto, explica Solano Benítez, foi o tema da aprendizagem. Ele se mostra bastante animado em usar a sua disciplina, o seu ofício, em prol de um museu. “Em tempos em que tudo muda tão rapidamente, é difícil imaginar como será o futuro”, disse à RFI. Ele acha fascinante a possibilidade de dispor as pessoas de um aprendizado que possam utilizar no futuro. “Temos que fazer com que o ensino esteja acima e que estimule a capacidade das pessoas”, acrescenta.“Fazer um museu como uma oportunidade única de instrução é também coletar experiências que já é nosso capital, como receitas para se enfrentar o futuro, como uma oportunidade para lembrarmos a nós mesmos que somos nós que temos de construir o novo tempo”, diz o arquiteto.Benítez destaca também que o museu vai oferecer uma nova relação com a natureza, uma vez que vai ser instalado no limite exato onde começa a reserva florestal do Parque Iguaçu. “O museu pretende fazer interconexões diferentes com a natureza, estabelecendo novas pautas e relações”, sem esquecer que ao lado há uma “gigantesca fábrica de arco-íris que são as Cataratas”.“Os últimos anos viram um desenvolvimento excepcional de materiais de última tecnologia, lâminas de titânio, um material muito sofisticado, gerando uma admiração diante do que é vinculado a um bom fazer”, relata Benítez."Tudo ao contrário"“O que pretendemos é desandar e fazer tudo o contrário. Que a condição do extraordinário permaneça, mas se conseguirmos transcender e fazer com que a tecnologia de um material tão simples na aparência seja causa de admiração das pessoas, com um relacionamento cuidadosamente construído, então acho que teríamos condições de oferecer um futuro melhor a todos”.Solano Benítez nasceu em 1963, em Assunção, e formou-se pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Nacional de Assunção (FAUNA). Ele é cofundador do Gabinete de Arquitectura, que desde 1987 se destaca por explorar possibilidades construtivas de materiais simples, como o tijolo cerâmico e por favorizar a mão de obra local, com comprometimento social e sustentável.Com o Pompidou Paraná, Benítez passa a fazer parte de um grupo de renomados arquitetos internacionais que assinam os projetos do museu, começando pelo italiano Renzo Piano e o britânico Richard Rogers, autores do Centro Georges Pompidou, também conhecido como Beaubourg, construído no local do antigo mercado municipal de Paris. A estrutura de tubos coloridos no exterior causou polêmica no início, mas logo se formalizou como um cartão postal da capital.A filial de Metz, França, foi assinada pelo japonês Shigeru Ban, além de Jean de Gastines (França) e Philip Guruchdjian (Reino Unido). O de Málaga, na Espanha, teve como arquitetos responsáveis Javier Pérez de la Fuente e Juan Antonio Marín Malavé, que trabalharam com a intervenção artística de Daniel Buren (França), na fachada.O Centro Pompidou x West Bund Museum Project, em Xangai, na China, foi projetado pelo escritório David Chipperfield Architects. Além do Pompidou de Foz do Iguaçu, há um outro projeto em desenvolvimento, do de Seul, na Coreia do Sul. O Centro Pompidou Paraná tem previsão de ser inaugurado em 2027.
O câncer do rim é silencioso e representa apenas 3% dos tumores malignos urológicos no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde. Por essa razão, ele não é alvo de uma política pública de rastreamento e o resultado é que muitas vezes os pacientes acabam descobrindo a doença tarde demais. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO paciente que descobre um câncer do rim em estado precoce pode ter 100% de chance de cura, explica o oncologista Cleydson Santos, do hospital Mater Dei em Salvador, que também atua nos hospitais das Obras Sociais Irmã Dulce, na capital baiana. Segundo ele, todos os anos os pacientes deveriam realizar um ultrassom do abdômen para detectar precocemente nódulos suspeitos no rim. Como todos os cânceres, quanto mais tarde é feito o diagnóstico, menores são as chances de sobrevida e de remissão. O rim é um órgão vital, responsável pela filtragem do sangue. “O câncer nos órgãos abdominais não se manifesta de uma forma tão clara quanto um nódulo na mama, por exemplo, ou do intestino, que logo sangra, levando o paciente a buscar ajuda", diz o oncologista. "O diagnóstico dos tumores renais quase sempre acaba acontecendo por acaso. O paciente vai fazer um exame por algum motivo e de repente é surpreendido pelo nódulo”, acrescenta.Os sintomas em geral aparecem quando o câncer já está em estado avançado e, em 25% dos casos, disseminado. De acordo com Cleydson dos Santos, isso acontece “porque a doença é traiçoeira, e não porque o paciente não busca ajuda”. Sintomas mais comunsNão existe um exame de sangue específico para detectar o câncer renal. Quando há sintomas, as queixas mais comuns são a presença de sangue na urina, anemia, fraqueza, dor e cólica na região lombar, além de perda de peso. Caso a doença já tenha se espalhado, em função do órgão afetado, podem aparecer outros sinais. No hemograma, a função dos rins, explica o oncologista, muitas está normal – e isso pode gerar uma falsa tranquilidade no paciente. “O câncer renal não vem necessariamente acompanhado da insuficiência renal, que é bem frequente. Então às vezes o paciente tem um tumor, mas a função renal dele e os níveis de ureia e creatinina são normais”, diz. O oncologista brasileiro também recomenda que, na hora do check-up, o paciente peça ao médico que inclua um ultrassom do abdômen. “Uma checagem anual geral talvez seja um bom caminho para pegar a doença no início.” Homens entre 50 e 70 anosO câncer do rim atinge principalmente homens entre 50 e 70 anos. A incidência é duas vezes maior em relação às mulheres. Pacientes obesos, sedentários, que fumam ou têm histórico de câncer renal na família também têm maior probabilidade de desenvolver a doença. Rara em crianças, a doença pode se manifestar de várias formas nos adultos, em forma de cistos e nódulos. “A maioria dos cistos de rim não é uma doença maligna, não é câncer e não se transformará em câncer”, esclarece.“Mas a gente tem alguns cistos chamados complexos, com divisórias dentro, e nódulos sólidos, que fazem suspeitar da doença. O câncer de rim mais comum é o subtipo conhecido como células claras, que corresponde a 85% dos casos.” Quando a doença se espalha, pode ser bilateral, ou seja, já ter atingido o outro rim. Se o tumor já atingiu outras partes do corpo, em geral os órgãos mais afetados são os pulmões, o fígado, os linfonodos, ou ínguas, os ossos e às vezes até o sistema nervoso. A boa notícia é que, se o paciente tem poucas metástases, ainda pode ser curado, diz o médico. “Nesse caso a gente investe no paciente e corre atrás, para tentar removê-las por inteiro e garantir uma sobrevida a longo prazo. Em torno de 5% a 15% das pessoas vão ter o câncer controlado a médio ou longo prazo”. Prognóstico O prognóstico, diz o oncologista, depende do tipo de câncer e do estágio da doença. “Existe uma diferença entre um tumor localizado no rim de um que já cresceu e ultrapassou os limites do órgão e de um câncer que já se espalhou, criando metástases. Isso significa que a doença já se ‘enraizou'”, explica. O tratamento é cirúrgico e nem sempre é necessário retirar todo o órgão. Em alguns casos, é preciso realizar uma imunoterapia depois da operação, para estimular o sistema imunológico do paciente e combater as células residuais. “Quando a doença já se espalhou, o tratamento é a base de medicamentos orais. O câncer de rim normalmente é resistente às quimioterapias tradicionais”. Os tratamentos, lembra o oncologista, evoluíram muito, mas infelizmente existe um “abismo” entre os pacientes da rede privada e do SUS (Sistema Único de Saúde), o que torna ainda mais importante o diagnóstico precoce. “É importante nós lutarmos para que o mesmo tratamento que o paciente tenha no sistema privado, com resultados tão bons, seja aplicado no sistema público. Em muitos lugares, não temos nenhum tratamento disponível quando a doença já está avançada”. O custo que envolve os novos fármacos, descobertos nos últimos dez anos, é apontado pelo oncologista como uma das principais razões dessa desigualdade.
Send us a textParis O'Brien shares his remarkable journey from quitting hockey at age 15 to becoming the Chinese national hockey goaltender and Olympian. His story demonstrates how stepping away from sport temporarily can sometimes be the catalyst for future success when combined with passion, hard work, and being ready when opportunity arises.• Growing up playing minor hockey in Coquitlam before deciding to take a year off at age 15-16• Returning to hockey with Delta Hockey Academy before being spotted by Mike Keenan at a tryout • Playing professionally in Finland at 17, then in Russia's VHL and KHL before the Olympics• The critical importance of mental training for goaltenders—"90% mental, 10% physical"• Working with mindset coach Pete Fry and now mentoring younger goalies himself• Using technology like Visual Edge and Sensorina to train cognitive aspects of goaltending• Comprehensive recovery protocols including cold tubs, heat therapy, and compression boots• Playing at the Olympics against Team Canada after briefly practicing with them• Custom gear setup including a helmet painted by his girlfriend artist• Balancing hockey with other interests to maintain mental health and perspectiveIf you enjoyed this episode, follow the Athletes Podcast on social media and let us know who you'd like to see featured next in the YouTube comments. Check out our Website | Twitter | LinkedIn | Instagram | Tiktok | Spotify | Apple | Google | Youtube l Save 20% on Perfect Sports Supplements
Desde 2013, o cientista francês Maxime Annereau adapta as doses, o sabor e a forma dos medicamentos usados por crianças e adolescentes com câncer. Ele utiliza impressoras 3D para fabricar os remédios na farmácia do Instituto Gustave Roussy, situado em Villejuif, perto de Paris. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO hospital francês é uma referência na luta contra o câncer e um dos três estabelecimentos no mundo que produz medicamentos impressos em 3D para seus pacientes, em sua própria farmácia. De acordo com o farmacêutico, há uma grande carência de moléculas no mercado para tratar crianças e idosos – a indústria utiliza principalmente dados de homens adultos saudáveis para produzir a maior parte dos remédios.Em busca de soluções, o farmacêutico então apostou, há três anos, na impressão 3D de medicamentos para melhorar a tolerância das crianças aos produtos usados nos tratamentos contra os cânceres.“São questões que foram sendo trazidas pelos médicos e as enfermeiras, que sempre estão em contato com os pais", conta Maxime. Os pediatras então perguntaram ao farmacêutico se era possível melhorar o sabor do Bactrim, um medicamento que associa dois antibióticos e é utilizado em larga escala. “O problema é que, na maioria dos casos, esse comprimido é muito grande para os pacientes. Ele existe em forma de xarope, mas uma dose corresponde a mais ou menos 20 mililitros ou duas colheres de sopa... E o gosto é de fato muito ruim. As crianças tentam tomar uma vez e depois recusam, mas deveriam usar o remédio durante a quimioterapia, que dura entre seis meses e dois anos, três vezes por semana” explica. Sem o antibiótico, há risco de infecção, o que pode levar ao adiamento das sessões de quimioterapia, aumentando o risco de recaídas. Para resolver o problema, Maxime e sua equipe então começaram a testar outros formatos e sabores possíveis para o Bactrim com a impressão 3D. “O desenvolvimento de um remédio é mais ou menos como uma receita culinária”, conta o cientista, com “erros e acertos”. Durante o processo, a equipe tentou, por exemplo, criar comprimidos menores do antibiótico com o aroma de hortelã, mas não obtiveram a aprovação unânime dos pacientes. Antibiótico em forma de macaronO farmacêutico então aprimorou a molécula, que foi testada em 20 crianças e adolescentes internadas no hospital com diferentes tipos de câncer. Os centros de pesquisa e tratamento franceses se beneficiam de uma legislação que permite colocar em prática rapidamente novas soluções para os pacientes, com menos burocracia. O resultado foi aprovado, mas os pediatras queriam algo "ainda melhor", conta Maxime. "O 'melhor' demorou oito meses para ficar pronto. Como somos franceses", brinca, "imaginamos um jeito para disfarçar o gosto do remédio e decidimos fazer um macaron”. O macaron é um biscoito redondo francês de cerca de 5 centímetros, de vários sabores, popular em várias regiões do país.“O gosto é uma questão física. O que não é gostoso não deve estar em contato direto com as papilas gustativas. Sem esse contato direto, você não sente um gosto ruim”, explica o farmacêutico.A equipe então separou os dois antibióticos do Bactrim vendido na forma de xarope e colocou a molécula que tinha o melhor sabor na parte externa do comprimido. A outra ficou na parte interna, o que reduziu o tempo de contato com as papilas, "enganando" o paladar.Ao separá-los, a equipe também aumentou a concentração do produto em formato 3D, que passou a ter 400 mg, o que também facilita o tratamento. A última fórmula, que tem um gosto "bem açucarado", está sendo testada em cinco pacientes desde março. Em junho, diz o farmacêutico, o estudo com a molécula será ampliado para 30 pacientes, durante seis meses. Neste período, os dados coletados permitirão confirmar a eficácia do medicamento transformado pela impressão em 3D. A equipe busca também otimizar os parâmetros de impressão para produzir um número maior de comprimidos, mais rapidamente. Segundo Maxime, a equipe também é encarregada da parte logística e, além de produzir os remédios, o instituto deve também desenvolver os cartuchos para as impressoras. Em breve, outras moléculas, usadas em tratamentos contra os cânceres pediátricos e adultos, também será melhorada pelos farmacêuticos do centro.As impressoras do hospital em breve serão capazes de produzir 60 antibióticos por hora, 500 por dia. Em dois anos, a produção quadruplicou e novos projetos de grande escala estão sendo estudados, como a versão pediátrica de um medicamento anticâncer usando impressão 3D.
A sete meses da Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas em Belém, o presidente da COP30, o embaixador brasileiro André Corrêa do Lago, reconhece que a percepção da agenda climática por governos, empresas e até populações “está diferente do que gostaria”. Mas o contexto internacional desfavorável para o evento mais importante do ano na temática ambiental também trouxe reflexões sobre a quebra da confiança nas COPs – e um mea culpa: “a realidade é que nós não estamos sendo convincentes”. Lúcia Müzell e Jeanne Richard, da RFI em ParisO experiente diplomata ressalta a importância de a conferência ser capaz de transformar os discursos e acordos em atos concretos. “Se esse tema diminuiu de importância na agenda mundial, é também porque alguma coisa nós não estamos fazendo direito”, disse, em entrevista à RFI. “Devemos ajustar o que estamos falando sobre a mudança do clima, para não continuarmos a assustar as pessoas sem uma solução.”Apesar do contexto internacional desfavorável, com guerras em curso, o multilateralismo em crise e a saída do maior emissor histórico de gases de efeito estufa, os Estados Unidos, da mesa de negociações, Corrêa do Lago descarta a hipótese de a COP de Belém terminar em retrocessos. “O que já foi assinado deve ser realizado, deve ser implementado”, frisou.O Brasil presidirá a conferência em novembro sob o telhado de vidro dos planos de aumentar da produção de petróleo nas próximas décadas – apesar de os 196 países membros da Convenção do Clima terem concordado, em 2023, em “se afastar” dos combustíveis fósseis, os maiores responsáveis pelo aquecimento anormal do planeta. “Não há nenhuma dúvida de que as energias fosseis são o principal problema que nós devemos enfrentar”, afirmou o embaixador. “Algumas coisas nós podemos estar fazendo errado, mas nós estamos fazendo muitíssimas coisas certas. Eu acredito que sim, há uma capacidade do Brasil de mostrar o rumo para a maioria dos outros países”, alegou.Leia abaixo os principais trechos da entrevista, realizada por videoconferência nesta terça-feira (8).RFI: 2025 marca os dez anos do Acordo de Paris. Desde o começo, a expectativa era muito alta para essa COP 30, sobre a ambição climática que a gente vai conseguir chegar. Mas o contexto atual é muito desfavorável, com uma escalada de guerras e do discurso negacionista, retrocessos evidentes na agenda ambiental em diversos países. Uma sombra de Copenhague paira sobre Belém? André Corrêa do Lago: A gente não pode analisar as circunstâncias, que são muito diferentes. Eu acho que Copenhague foi um caso muito especial e as circunstâncias internacionais, em princípio, eram até favoráveis em 2009. Eu acredito que nós estamos tendo hoje uma certa tendência a um retrocesso, mas nós temos que analisar por que desse retrocesso.Quando você tem uma preocupação com guerras ou com eleições, todos esses elementos são extremamente importantes na política e nós podemos até entender, mas a realidade é que isso está comprovando que a mudança do clima ainda não adquiriu a dimensão, que deveria ser natural, de que ela está por cima de todos esses elementos. Você não pode escolher ou guerra, ou crise ou mudança do clima. A mudança do clima está aí e vai continuar, portanto a gente não pode tapar o sol com a peneira e não ver que as circunstâncias estão cada vez mais graves.Eu acho que é um desafio enorme, mas também é um desafio para nós renovarmos o discurso pró-clima para uma maneira mais convincente, porque a realidade é que nós não estamos sendo convincentes. Se esse tema diminuiu de importância na agenda mundial, é também porque alguma coisa nós não estamos fazendo direito. Nós temos que melhorar a nossa comunicação sobre a relevância dessa agenda.RFI: Menos de 10% dos países da Convenção Quadro cumpriram o calendário previsto e entregaram as suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) em fevereiro, como previsto. Como o senhor qualifica esse impasse? É um mau sinal para o sucesso da COP30?ACL: Teria sido muito melhor se mais países tivessem apresentado, não há a menor dúvida. Mas a verdade é que o prazo foi estendido para setembro. Houve um entendimento de que estava muito complexo para vários países apresentarem as suas NDC, por motivos diversos.A União Europeia, por exemplo, estava um pouco ligado à questão das eleições. Vários países estavam muito ligados a questões técnicas. A ideia é que os países possam apresentar a melhor NDC possível e a mais ambiciosa possível. Eu acho que o importante é isso, que favoreça a qualidade das NDCs que estão sendo apresentadas.RFI: Para o senhor, o que vai ser um sucesso da COP30?ACL: Nós ainda não estamos declarando o que nós consideramos que deverá ser um sucesso da COP30. Não há dúvida de que as NDC são um elemento importante. Só que as NDC dos países são voluntárias: cada país apresenta a sua de acordo com aquilo que considera ser possível. Então, você não pode pressionar os países ou alegar que os países não estão fazendo alguma coisa. Se algo foi decidido, eles estão fazendo o que foi decidido.Nós temos que aguardar essas NDCs e, uma vez que elas forem apresentadas, nós vamos ser capazes de fazer um cálculo de quão distantes nós ainda estamos do objetivo de 1,5ºC [limitar o aquecimento do planeta a no máximo 1,5ºC até o fim deste século]. As Nações Unidas têm uma forma de análise das NDCs e o resultado final vai ser apresentado e discutido.Agora, se nós não estamos atingindo o objetivo de temperatura que estava no Acordo de Paris, nós temos que sentar e discutir como é que nós podemos aumentar a ambição. Não há a menor dúvida de que alguns países gostam muito de falar de ambição, mas a realidade é que a maioria dos países em desenvolvimento dizem que eles só podem falar de ambição se houver recursos financeiros, porque incorporar clima é um peso adicional ao esforço de desenvolvimento.Esse debate se arrasta desde o momento que a gente negociou essa Convenção do Clima, que foi assinada em 1992, portanto é um tema tão complexo que nós ainda não conseguimos encontrar uma solução. Mas eu acredito que ainda há um desejo e uma convicção de que é por via do multilateralismo que nós podemos encontrar a melhor maneira de cooperar.Acho que seria um enorme sucesso se a COP30 apresentar soluções conviventes em todas as áreas – e acho que isso é muito possível, porque temos soluções, as tecnologias estão progredindo de forma extraordinária e temos ideias adaptadas a circunstâncias muito distintas. Há muitos caminhos e cada país tem o seu – num grande país como o Brasil, cada região tem o seu. Devemos respeitar isso, porque não se pode impor soluções que, no final, sejam caras demais ou custem muito caro politicamente. É muito importante para as democracias poder ganhar eleições, então devemos garantir que esse discurso será seguido de ações e demonstrações do que estamos defendendo.RFI: A última COP, em Baku, foi frustrante para muitos países em desenvolvimento, que esperam financiamento para promover a sua transição. Como providenciar os bilhões de dólares necessários, afinal sem este dinheiro, alguns países podem ser obrigados a apresentar planos climáticos pouco ambiciosos ou até nem mesmo apresentar um plano?ACL: O financiamento é um tema absolutamente central porque, na maioria dos países em desenvolvimento, existe uma acumulação de diversas dimensões do desenvolvimento ao mesmo tempo – educação, saúde, infraestruturas, transportes. O combate às mudanças climáticas se adiciona a tudo isso. É mais do que justo que os países que puderam se desenvolver de forma muito mais progressiva e organizada, e que são responsáveis pela acumulação de CO2 na atmosfera, forneçam os recursos para estes países em desenvolvimento poderem se desenvolver tendo a questão do clima no centro dos seus modelos de desenvolvimento.RFI: Os países desenvolvidos providenciarão este dinheiro sem os Estados Unidos?ACL: Quem está muito preocupado com a ausência dos Estados Unidos são os outros países desenvolvidos, porque se forem somente os países desenvolvidos que deverão providenciar os recursos, a saída da maior economia do mundo desse pool torna a equação mais complexa. Mas não é só isso.Nós precisamos olhar a questão do financiamento climático de maneira muito mais vasta. A decisão de Baku inclui o esforço da presidência brasileira e da presidência do Azerbaijão de passar de US$ 300 bilhões por ano para US$ 1,3 trilhão. São números absolutamente assustadores, mas que dão a dimensão do impacto que o clima está tendo na economia mundial.Esta proposta, que deve ser assinada por Mukhtar Babayev [presidente da COP29] e eu, é uma proposta de como poderemos passar de A a B de forma convincente. Estamos trabalhando neste assunto de forma muito séria, porque pensamos que não podemos trabalhar apenas com fundos especiais para o clima. Nós devemos fazer com que o clima esteja no centro de todas as decisões de desenvolvimento, de investimentos e de finanças. Isso exige que mudemos muito a nossa forma de pensar os investimentos e o financiamento. Acho que temos um bom caminho a percorrer, mas espero que seremos capazes de apresentar alguma coisa que seja positiva e, ao mesmo, tempo realista.RFI: A cada COP, existe uma pressão muito grande para aumentar o que já se tem, mas manter o que foi conquistado é também um desafio. O senhor trabalha com a ideia, por exemplo, de encarar pressões para que o compromisso dos países de se afastarem [“transitioning away”] dos combustíveis fósseis saia do texto, por exemplo?ACL: Não, não, não. O “transitioning away” já foi aprovado em Dubai por todos os países membros do Acordo de Paris. Eu acho que é algo que já está decidido – o que não está é as várias maneiras como nós podemos contribuir, cada país à sua maneira, para essa transição. Mas o que já foi assinado deve ser realizado, deve ser implementado. Não há nenhuma dúvida de que as energias fosseis são o principal problema que nós devemos enfrentar.Nós temos uma crise política, mas também de confiança no processo de negociações climáticas. Como eu estava comentando, eu acho que a percepção da agenda está diferente do que a gente gostaria, e a capacidade de implementação também tem frustrado muitos atores importantes. É muito grave no caso, por exemplo, do setor privado, porque se o setor privado não vê uma vantagem econômica em seguir o caminho, que é o caminho mais racional, é porque em alguma coisa nós estamos falhando.Nós temos que ter um diálogo muito maior com o setor privado para devolvê-lo a confiança nessa agenda. Ele se pergunta se é realmente um bom negócio garantir que vamos combater as mudanças climáticas. Eu estou convencido de que sim.O grande desafio é que devemos convencer não apenas os governos, como as populações, de que tudo que devemos fazer vai ajudar as economias. Devemos, portanto, ajustar o que estamos falando sobre a mudança do clima para não continuarmos a assustar as pessoas sem uma solução.RFI: O Brasil, com a sua agenda pró-petróleo a pleno vapor, defendida pelo presidente Lula, incluindo a entrada do país na Opep+ e o lançamento de um leilão de 332 blocos de petróleo e gás no país em junho, vai conseguir promover uma maior redução das emissões e encaminhar o fim dos combustíveis fósseis? Como o Brasil vai convencer alguém se o próprio Brasil vai aumentar a sua produção de petróleo? ACL: O Brasil não é só o Brasil que você está mencionando: são os vários Brasis que estão fazendo coisas incríveis no combate à mudança de clima. Isso vai ser uma coisa que vai ficar bastante clara na COP 30, inclusive por o Brasil ser um país tão grande, tão diverso, tendo exemplos em todas as direções.Algumas coisas nós podemos estar fazendo errado, mas nós estamos fazendo muitíssimas coisas certas. Eu acredito que sim, há uma capacidade do Brasil de mostrar o rumo para a maioria dos outros países. Eu acredito que a COP tem que ser uma oportunidade de todos os países mostrarem o que estão fazendo de positivo.Eu acho que o que os países estão fazendo que agrada menos é muito claro para todo mundo, de todos os países. Vários países europeus estão fazendo coisas que não agradam, vários asiáticos também. E provavelmente nós também. Mas a verdade é que eu acredito que o Brasil vai ser reconhecido, mais do que nunca, como um celeiro de soluções que favorecem o combate à mudança do clima.O Brasil já anunciou que será neutro em carbono em 2050. Como nós chegaremos a este grande objetivo é um grande debate nacional que teremos. Nós teremos este debate: o que faremos com esse petróleo, se esse petróleo existir.RFI: A questão da acomodação dos participantes e das infraestruturas de Belém é um problema que ainda não foi resolvido, a sete meses da conferência. O Brasil, inclusive, decidiu antecipar o encontro dos líderes. A COP30 vai ser a qualquer custo em Belém e somente em Belém? ACL: A COP30 vai ser em Belém. E eu acho que Belém vai provocar grandes surpresas, porque é incrível a quantidade de coisas que estão falando da cidade e esquecendo das qualidades de Belém. É uma cidade incrivelmente charmosa. Eu, que gosto particularmente de arquitetura, saliento que tem coisas extraordinárias em arquitetura, e é uma cidade que tem a culinária mais sofisticada do Brasil. E eu acho que os habitantes da cidade vão absolutamente encantar os participantes da COP.RFI: Os Estados Unidos se retiraram do Acordo de Paris e não devem participar da COP 30. O senhor, como presidente da conferência, tem buscado algum diálogo com Washington, apesar do duro revés dos Estados Unidos na questão ambiental? ACL: Eles podem participar porque já informaram que vão sair do acordo, mas formalmente eles só saem em janeiro do ano que vem. É um momento muito desafiador, é claro. Nós estamos totalmente abertos para explorar caminhos construtivos com o governo americano, da mesma forma como nós já estamos com muitos canais abertos com vários setores da economia americana, com vários estados americanos, com várias cidades americanas, porque afinal, não são os Estados Unidos que estão saindo do Acordo de Paris, é o governo americano. Uma grande parte do PIB americano está totalmente comprometida com o Acordo de Paris.
Em 2007, a mãe do engenheiro mecatrônico francês Bertrand Duplat morreu vítima de um gliobastoma, um câncer agressivo do cérebro. A localização do tumor impossibilitava uma operação. Para Bertrand, foi difícil aceitar que nada poderia ser feito para aumentar seu tempo de vida, que neste tipo de câncer raramente ultrapassa os cinco anos. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO luto impulsionou o engenheiro francês a concretizar um projeto: a criação de um dispositivo semiautônomo que pudesse “passear” pelo cérebro e ajudar os médicos nas cirurgias e tratamentos de doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson ou o mal de Alzheimer. Foi assim que surgiu a empresa Robeauté, que, em tradução literal, significa “Beleza dos Robôs”. A startup foi fundada em 2017 pelo engenheiro francês e a executiva brasileira Joanna Cartocci, diretora de operações da marca, filha de mãe baiana e pai italiano, intérprete em seis idiomas e radicada na Europa desde os cinco anos. Joanna explicou em entrevista à RFI Brasil como esses pequenos robôs, do tamanho de um grão de arroz, poderão revolucionar a vida dos pacientes. "Hoje os cirurgiões quando operam o cérebro são limitados pela rigidez das agulhas. No caso de tratamentos com medicamentos, eles não chegam ao cérebro com a dose e a precisão necessárias para tratar várias doenças, sejam elas tumores, distúrbios neurodegenerativos, como Parkinson ou Alzheimer, ou doenças psiquiátricas”, explica.Concebido e aperfeiçoado com a ajuda de neurocirurgiões ao longo dos últimos oito anos, os micro robôs podem chegar ao mercado até 2030. A equipe desenvolve o produto ao lado de cerca de 70 especialistas em Neurologia, como cirurgiões, clínicos e pesquisadores. Os testes em laboratório estão sendo realizados em grandes centros, como o hospital Pitié La Salpetrière, em Paris. A equipe também colabora com vários estabelecimentos nos EUA. Os testes clínicos com humanos devem começar no próximo ano, em diferentes hospitais.“As ferramentas que os médicos têm à disposição atualmente são agulhas, cateteres que avançam no cérebro em linha reta, em apenas uma dimensão”, explica Joana. A precisão das intervenções cerebrais então esbarra atualmente na falta de tecnologia disponível e o objetivo do dispositivo é justamente preencher essa lacuna.Como funcionaO micro robô é dividido em duas partes. “Tem uma parte inicial, que é o transportador, e a parte final, que é a extensão. No transportador, acrescentamos vários elementos tecnológicos e inovadores. Dentro dele, tem um micromotor, de 0.8 milímetros de diâmetro e o robô inteiro mede 1.8 milímetros de diâmetro. Ele é feito para navegar de maneira não-linear dentro do cérebro”.O dispositivo é colocado no cérebro através de uma incisão na cabeça de cerca de cinco milímetros de diâmetro. Um lançador é então posicionado sobre o oríficio e o dispositivo é injetado dentro do cérebro. “Ele vai navegar em uma trajetória pré-definida pelo cirurgião, para atingir uma ou mais áreas, e voltará pelo mesmo caminho. Um fio torna sua localização mais visível e ele sabe ir para frente e para trás”, especifica Joana. O micro robô não é pilotado pelo cirurgião, mas ele pode controlá-lo manualmente se for preciso. Uma vez 'instalado', o dispositivo navega no ambiente neuronal, que é protegido pela barreira hematoencefálica – uma membrana permeável que protege o cérebro de substâncias nocivas. Essa membrana também limita a passagem dos medicamentos – um dos problemas que o micro robô vai solucionar nas intervenções, as tornando minimamente invasivas de uma maneira geral. Outra função importante agregada ao dispositivo é a realização de biópsias. “Estamos testando o micro robô em ambientes pré-clínicos, ou seja, nos animais. O objetivo é iniciar os testes em humanos já no ano que vem. Vamos começar com a biópsia, porque é uma prova de conceito que funciona bem e com um risco menor”, descreve Joana. “O valor de uma tecnologia como essa é fazer três coisas de uma só vez: diagnosticar, com a biópsia, tratar, levando ou remédios ou a ferramenta necessária, e monitorar: poder ficar mais tempo dentro de um cérebro patológico, para entender se o remédio teve a difusão ou penetração necessária nos tecidos, para poder tratar essas doenças", conclui.
A Comissão Europeia propôs nesta quarta-feira (26) um vasto plano para impulsionar a indústria limpa no bloco e reposicionar as fabricantes europeias, dizimadas pela concorrência chinesa e americana, no foco da descarbonização. Com a medida, Bruxelas sinaliza que, apesar dos retrocessos nos Estados Unidos e dos crescentes questionamentos dentro da própria UE, não vai desviar do caminho da neutralidade climática até 2050. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO pacto prevê um arsenal de medidas de estímulo, com a mobilização de € 100 bilhões para investimentos e o alívio nas regulamentações em vigor, para apoiar a recuperação das empresas. Em paralelo, visa baixar o alto custo da energia, por meio da modernização da rede elétrica e a diminuição da dependência externa de fósseis a longo prazo, graças ao desenvolvimento das renováveis.O texto quebra o tabu de visar a "preferência pelo europeu” – o made in Europe está no coração do Pacto para a Indústria Limpa, nota Neil Makaroff, diretor do think tank Perspectivas Estratégicas, baseado em Paris e Bruxelas."A Europa, ao contrário dos Estados Unidos, não volta atrás na descarbonização e não cogita voltar à economia do gás, do petróleo e do carvão – pelo contrário, a descarbonização é um dos motores da estratégia industrial”, disse a jornalistas. "A UE quer atrair para o seu território as usinas da transição e entrar em concorrência com a China nesta área, e quer descarbonizar a sua base industrial já existente de aço, cimento, químicos, para torná-la mais competitiva.”Plano em vigor não teve estratégiaO Pacto Ecológico, lançado em 2019, prevê um plano para a indústria, mas falhou ao não trazer nem uma estratégia clara, nem o financiamento necessários para as empresas europeias enfrentarem a avalanche de produtos chineses que inundaram o mercado do continente. O bloco sofre uma perda de competitividade estrutural que o encaminha para o declínio, espremido entre os dois poderosos concorrentes que apostaram pesado na produção de turbinas eólicas, painéis fotovoltaicos e baterias elétricas.Potências industriais como a França e a Alemanha viram dezenas de fabricantes fecharem as portas, inclusive nestes setores essenciais para a transição energética. "A nossa diferença em relação à China e aos Estados Unidos é que eles têm estratégia. A China tem uma há 10 anos e os EUA lançaram o Inflation Reduction Act (IRA) em 2022. Ainda não sabemos bem o que ele vai virar, mas os americanos souberam criar um apoio tão massivo à indústria limpa que até capitais europeus começaram a financiar projetos lá”, salienta Celia Agostini, diretora da Cleantech for France. "A questão principal para nós é saber se o Pacto para a Indústria Limpa será essa esperada estratégia, que nós desejamos há tanto tempo.”O plano confirma a meta europeia de cortar 90% das emissões de gases de efeito estufa até 2040 e coloca a economia verde no foco desse objetivo. Para atingi-lo, o impulso à eletrificação da economia será uma etapa fundamental, que o projeto pretende contemplar. A França conseguiu impor a energia nuclear no pacote de energias descarbonizadas, mas Paris e Berlim divergem sobre destinar recursos para estas usinas.Investimentos podem reverter atrasosO projeto também visa beneficiar com isenções de taxas as empresas que fabricarem com menos impacto de carbono. "Uma bateria fabricada na Europa é 32% mais cara do que uma na China, mas se o critério da pegada de carbono é adotado, as regras do jogo mudam completamente e uma bateria europeia se torna tão competitiva quanto a chinesa. Isso pode ser replicado em vários setores da indústria verde”, frisa Makaroff. “Mas atenção: a própria China está focada em limpar setores específicos, como a produção de aço verde."Ciarán Humphreys, especialista na indústria limpa do Institut for Climate Economics (I4CE), insiste na importância do aumento dos investimentos públicos europeus. Países reticentes, como Dinamarca e Finlândia, têm se mostrado mais abertos à ideia de um empréstimo comum europeu para financiar a indústria da defesa, em meio às tensões geopolíticas internacionais, mas também a economia verde.“Se nós falharmos, teremos mais fechamentos de empresas e de empregos, e a Europa terá um atraso impossível de recuperar em relação à China. É crucial para a nossa descarbonização, mas também para a nossa soberania, porque uma transição na qual temos que comprar tudo, em vez de fabricarmos nós mesmos, não será apoiada a longo prazo pelos cidadãos europeus”, ressalta. “Também representa um risco estratégico, como vimos no caso da Rússia e o uso que Putin fez do fornecimento de gás para a Europa, como uma arma contra o bloco”, lembra.Flexibilizações de regras frustram ambientalistasOutro aspecto importante é o da simplificação das regulamentações em vigor, foco de tensão política entre os Estados-membros e que contribuiu para as fabricantes europeias perderem a corrida industrial limpa, segundo seus críticos. Na tentativa de acalmar o sentimento anti-UE, a Comissão apresentou o chamado pacote Omnibus, que busca aliviar ou até modificar a legislação europeia adotada no quadro do Pacto Verde, principalmente em questões sociais e ambientais.A medida é uma exigência antiga do meio empresarial, que acusa o que seria um excesso de regulamentação como um dos principais fatores para a perda da competitividade europeia. Do outro lado, organizações ambientalistas e de defesa de direitos humanos temem que um retrocesso no dever de vigilância e na transparência da cadeia produtiva levem as empresas a relaxar no desmatamento importado ou o uso de mão de obra em condições degradantes, na própria Europa ou no exterior.O "dever de vigilância” imposto aos industriais pode ser adiado em um ano, e o número de empresas sujeitas à chamada contabilidade verde – publicação de dados referentes à sustentabilidade da cadeia – cairia de 50 mil para apenas 10 mil."Vemos sinais incoerentes por parte da Comissão. De um lado, ela diz que a Europa se compromete a atuar pela competitividade, sob as bases de uma transformação sustentável. Mas, do outro, indica que todo o quadro regulatório que foi estabelecido, que passou por tantas instâncias e foi aprovado por todos, poderá ser revisto, sem nenhuma análise de impacto”, aponta Jurei Yada, diretora de Finanças Sustentáveis Europeias da E3G. "Do ponto de vista da estabilidade regulamentar, que é muito importante para os investidores, principalmente os estrangeiros, isso pode atrapalhar. A fragmentação das exigências cria confusão e atrapalha os investimentos”, complementa.Leia tambémNova norma obriga reciclagem de roupas na UE, mas volume e baixa qualidade das peças impedem avançosO comissário europeu de Estratégia Industrial, Stéphane Séjourné, defendeu as medidas e disse que elas demonstram que "a Europa sabe se reformar”. “Sem motosserra, mas com homens e mulheres competentes, que escutam os atores econômicos”, argumentou, sem poupar uma ironia ao recente encontro entre Elon Musk e o presidente argentino, Javier Milei, no qual o bilionário ergueu o aparelho.O projeto do Pacto para a Indústria Limpa e o pacote Omnibus devem agora ser encaminhados à aprovação do Parlamento Europeu e dos Estados-membros.
Bonjour et bienvenue dans A Poêle, le podcast qui met à nu les chef.fe.s.Je suis Julie Gerbet, la créatrice et hôte de ce podcast qui est intégré à La Relève, l'agence conseil et talents que j'ai cofondée en 2020, spécialisée dans l'influence food premium, les partenariats et le management de chefs. Dans ce nouvel épisode, nous avons la joie de recevoir Priscilla Trâm.Priscilla Trâm incarne une génération de cheffes autodidacte rattrapée par son destin : elle a cumulé deux vies pendant plusieurs années - avocate le jour, cheffe la nuit - avant de se décider à ouvrir l'été dernier, rue Saint-Maur, son propre restaurant. Une sacré aventure ! Aujourd'hui à l'aise à la tête de son bistro, elle compose avec brio des assiettes rentre-dedans, complètement à sa sauce et aux influences multiples, notamment, mais pas que, celles de ses origines vietnamiennes. Avec Priscilla, nous avons parlé d'avoir une double vie, de cuisine fusion, des clients qui reviennent et de format d'assiettes. Bonne écoute !Où goûter ce qu'elle a dans la poêle ?Trâm 130 130 Rue Saint-Maur, 75011, ParisOù la suivre ? @tramtramtramtramtram Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
Fumar na adolescência pode favorecer o consumo de outras drogas, aumenta o risco de dependência e também afeta circuitos cerebrais que ainda estão em desenvolvimento. Essas são algumas das conclusões de um estudo recente realizado pela neurobiologista americana Lauren Reynolds, no laboratório Plasticidade do Cérebro do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica), situado no 5º distrito de Paris. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO centro é dirigido pelo pesquisador francês Philippe Faure, que supervisionou as experiências com camundongos expostos à nicotina. Os cientistas realizaram testes eletrofisiológicos, que mapeiam o sistema elétrico cerebral e a atividade dos neurônios, para comparar como a substância agiu nos cérebros dos animais adolescentes e adultos. Como os animais crescem rápido, a transição pôde ser acompanhada em detalhes no laboratório. O objetivo era entender como o circuito dopaminérgico - conhecido como sistema de recompensa, reagia à substância. Durante a experiência, os pesquisadores constataram que a exposição dos camundongos à nicotina na adolescência interrompia o desenvolvimento desse sistema cerebral, que processa informações relacionadas ao prazer, satisfação e motivação, por exemplo. “Foi a partir daí que percebemos que os circuitos da dopamina permaneciam no mesmo estado, como se tivessem sido ‘congelados na adolescência, explicou a pesquisadora americana à RFI.De acordo com o cientista francês Philippe Faure, a primeira etapa da pesquisa consistiu em caracterizar o funcionamento cerebral dos camundongos. “Há uma transformação na adolescência, que envolve várias mudanças, e o estabelecimento de alguns circuitos cerebrais envolvidos na transição para a idade adulta", diz." Se um adolescente for exposto à nicotina, a evolução cerebral será interrompida”, reitera.No final do estudo, a equipe também percebeu que era possível reverter a situação. “São experiências restritas aos camundongos, mas que permitem validar a hipótese que é possível restaurar o funcionamento de alguns circuitos importantes para assegurar a transição para a fase adulta.” Esse é um aspecto importante, ressalta, porque “esses circuitos estão envolvidos nas decisões e na maneira como o indivíduo vai gerenciar sua relação com as drogas”, por exemplo. A pesquisa demonstrou que um adolescente que fumou terá uma propensão maior à dependência química, caso experimente substâncias psicoativas. Ele será também mais sensível à nicotina se retomar o tabagismo na idade adulta. “No sistema nervoso, temos circuitos especializados na avaliação e construção dos nossos comportamentos, que se moldam à noção de recompensa”, diz o pesquisador francês. “A recompensa é tudo aquilo que está relacionado à ideia do que é positivo, e que gera comportamentos que visam obter o que consideramos como positivo.” Esse mecanismo cerebral, explica, está envolvido na motivação, no aprendizado e outros processos cognitivos.Experiências na adolescência são essenciais para o cérebroO sistema de recompensa é complexo e dividido em pelo menos duas grandes partes, que gerenciam a ansiedade e a repetição de certos comportamentos, nocivos ou não. O uso da nicotina atrapalha o equilíbrio entre esses dois sistemas, que são diferentes em adultos e adolescentes, mostrou o estudo, A maneira como eles evoluem durante essa fase também determinará o comportamento individual. “O circuito dopaminérgico é formado por pequenos núcleos localizados na parte profunda do cérebro e do tronco cerebral, que chamamos de neuromoduladores. Eles se caracterizam pelo envio de projeções e sinais para praticamente todo o cérebro”, explica o cientista francês. Esse mecanismo, se afetado pela nicotina, também vai impactar outras regiões cerebrais, como a amígdala, no lobo temporal, e o núcleo accumbens, o “centro do prazer”, no córtex pré-frontal, duas estruturas envolvidas na tomada de decisões e na gestão do medo, por exemplo.Os circuitos que gerenciam a dopamina, diz Philippe Faure, “são praticamente os últimos a se desenvolverem completamente no cérebro”. Caso esse processo for interrompido, pode ter influência direta no comportamento.Lauren Reynolds lembra que, independentemente dos resultados da pesquisa, a adolescência e as experiências decorrentes desse período intenso na vida de um ser humano são essenciais para o cérebro. “Esses comportamentos levam o adolescente a interagir com seu meio ambiente e enfrentar as consequências de suas escolhas. É um período instrutivo para o cérebro de qualquer espécie”, conclui. “Não é porque o cérebro dos jovens não é maduro o suficiente que isso os torna incapazes de tomar uma decisão. Não concordo com essa ideia”, completa Philippe Faure.
“Malu” é um pequeno grande filme. Pequeno mesmo, só o orçamento e o calendário apertado. Mas o primeiro longa de Pedro Freire, na verdade, é enorme, com atuações transbordantes, direção certeira e tudo mais de que precisa um grande filme. O filme fez sua estreia francesa nesta sexta-feira (7), no festival Regards Satellites que acontece em Saint Denis, na região parisiense. Patrícia Moribe, em ParisO filme conta os últimos anos da atriz Malu Rocha (1947-2013), mãe do cineasta, que fez carreira no teatro, trabalhando com nomes como Gianfrancesco Guarnieri, Plínio Marcos e Flávio Rangel. Ela estreou no palco em 1969, no Teatro Oficina, de José Celso Martinez Correa. Figurativamente, Malu Rocha nasceu e morreu no Oficina, pois seu velório também aconteceu no local icônico.“Foi um velório muito peculiar, com vinho, baseados de maconha”, relembra Freire. “Foi quase uma encenação, com o caixão dela no meio do palco com uma luz bem teatral e várias fotos da carreira dela espalhadas. A questão da maconha era importante para ela. Nem eu, nem minha irmã somos maconheiros, mas ela era muito maconheira. Então resolvemos no velório dela distribuir baseado para as pessoas. Foi uma festa muito bonita, muito pagã. E nesse velório eu pensei ‘cara, essa mulher precisa de um filme'. E aí passei alguns anos elaborando até conseguir escrever o roteiro.”“Malu” traz no elenco atrizes com trabalho sólido em teatro. Yara de Novaes, premiada atriz e diretora de teatro, com pouca passagem no audiovisual, faz o papel principal. Juliana Carneiro da Cunha, um dos grandes nomes do teatro francês (Théâtre du Soleil), faz a mãe, dona Lili. E Carol Duarte, que despontou no filme “A Vida Invisível de Euridice Gusmao”, de Karim Ainouz, é a filha Joana – que é, na verdade, uma personagem que é uma fusão do próprio diretor e de sua irmã, a atriz e diretora Isadora Ferrite.Freire conta que optou por atrizes de teatro porque buscava profundidade psicológica, de profissionais acostumadas a ensaios. “Foram três semanas de ensaio e três semanas de filmagem”, explica.Luminosa"Minha personagem é uma mulher maravilhosa, uma atriz brasileira, sobretudo de teatro, que nasceu na década de 40 e viveu o auge da sua profissão durante a ditadura militar", conta Yara de Novaes. "Ela compreendeu que o palco poderia ser também um lugar de luta. O filme tem um recorte temporal, que é o momento em que a Malu já está um pouco decadente, social e fisicamente, com o início de uma doença neurodegenerativa. Há um embate geracional muito interessante e profundo no filme, dela com a filha e a mãe. Malu foi uma mulher libertária e contraditória, maravilhosa, luminosa, intensa, insubmissa."“Malu” é o primeiro longa de Pedro Freire, apesar da bagagem de muitos anos trabalhando no cinema brasileiro. Ele dirigiu oito curtas e trabalhou em 17 longas de outros diretores em funções diversas: assistente de direção, diretor de casting e preparador de elenco, além de escrever roteiros.Freire apresentou a ideia à produtora Tatiana Leite há quase oito anos, pouco antes do desmonte da cultura brasileira na era bolsonarista. “Durante alguns anos, a gente ficou no desenvolvimento do roteiro. Ele escrevendo e eu dando feedback”, conta Leite. “E não tinha nenhuma perspectiva de captação – alguns estados, durante o caos total, tinham mantido uns fundos regionais, mas na época, o Rio estava parado e foi muito duro. Assim, é muito difícil passar o pires no exterior quando você não tem nada nacional para dar uma credibilidade – sobretudo sendo um primeiro longa-metragem”.Pouco dinheiro, muita garraO projeto saiu do papel após ganhar um edital da Rio Filme. Na sequência, Tatiana Leite foi atrás de parceiros. Com capital mínimo, a equipe foi se formando e as atrizes, se juntando ao projeto. “Eu fiquei muito impressionada com a força da Yara, da Carol e da Juliana. E também tem cenas tipo monólogo da Juliana, que todo mundo ficou de cara, a equipe inteira parada, hipnotizada por essa mulher”, relata a produtora. A estreia foi no festival de Sundance, nos Estados Unidos, seguido de outros no mundo todo, com muitos prêmios e críticas positivas. A distribuição na França ainda está sendo negociada. A produtora conta, um pouco chateada, que alguns compradores alegam que o filme não apresenta os elementos típicos que esperam de um produto brasileiro: miséria, violência urbana, indígenas ou universo queer. “Acho idiossincrático porque, ao mesmo tempo, acho o filme muito brasileiro”, diz. “Malu” foi apresentado na França no festival Regards Satellites, em Saint Denis, região parisiense, com presença das atrizes Yara de Novaes, Juliana Carneiro da Cunha e Carol Duarte, além da produtora Tatiana Leite.
Fr. Michael-Joseph Paris, O.C.D., is a dedicated Discalced Carmelite priest currently serving as the Subprior and Director of Postulants at the Carmelite community in Holy Hill, Wisconsin. He was ordained in 2011 for the Archdiocese of Washington, D.C., and later joined the Carmelites in 2016. Known for his deep devotion to St. Thérèse of Lisieux, Fr. Paris has extensively studied her life and writings, sharing his insights through various platforms. He is also a co-host of the "Carmelcast" podcast and the "Catholic Classics" series on Ascension Presents, where he delves into profound spiritual and theological topics. — Discalced Carmelites, Immaculate Heart of Mary Province https://www.discalcedcarmel.org/ ICS Publications Channel https://www.youtube.com/@ICSPublications —
A assinatura do acordo de livre comércio entre os países do Mercosul e da União Europeia causa, oficialmente, reações negativas da França, mas também leva diversos setores econômicos do país a celebrar. Industriais em variadas áreas e fabricantes de produtos agroalimentares, como vinhos e queijos, não veem a hora de o tratado entrar em vigor. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO barulho dos agricultores franceses, que prometem continuar a bloquear a ratificação do acordo, abafa o entusiasmo dos produtores de vinho – ansiosos pela ampliação dos mercados de exportação para países onde o consumo está em plena ascensão, como na América Latina. Jean-Marie Fabre, presidente do Vignerons Indépendants de France, federação sindical que representa 60% da produção francesa e 65% das receitas, ressalta que, enquanto a União Europeia reluta, países produtores como a Austrália, os Estados Unidos e a África do Sul aceleram os acordos comerciais para diminuir os impostos sobre os vinhos exportados. "Eu peço que a gente assine este acordo, porque o dia em que conseguirmos baixar a zero as tarifas alfandegárias, que hoje são de 27% para os nossos produtos, nós ganharemos com certeza uma grande participação de mercado. Poderemos melhorar o desempenho econômico do nosso setor, mas também da França”, avalia. A Vignerons Indépendants reúne pequenos, médios e grandes produtores, para os quais as exportações representam cerca de 35% das vendas. Noventa por cento deles vendem para outros países da União Europeia e 81% para mercados externos ao bloco. Fabre cita o exemplo do acordo em vigor com o Japão, que permitiu aos viticultores franceses aumentarem 10% do volume de exportações ao país asiático. A expectativa é ainda mais favorável com os latino-americanos e, em especial, o Brasil.“O Brasil é um país onde o consumo avança a um ritmo de dois dígitos, de 12%, 15%. O Paraguai e o Uruguai estão bem mais atrás. Eu acho que, num primeiro momento, o impulso vai ser relativamente fraco em termos de volume, mas nos próximos 10 a 15 anos, será uma zona do mundo importante de consumo de vinhos e destilados”, espera. "Nós percebemos que é nestes mercados emergentes que a França não deve perder mais tempo e ficar atrasada ou prejudicada por regras de comércio diferentes dos seus concorrentes.”Vinho, carro-chefe do setor agrícola francêsO setor vinícola é o que apresenta, de longe, o melhor desempenho da agricultura francesa. O vinho tem um peso importante no comércio exterior do país: situa-se logo atrás do setor aeronáutico e em pé de igualdade com o luxo, duas atividades que também festejam a assinatura do acordo comercial com o Mercosul, assim como as indústrias química, automotiva, farmacêutica e cosmética. Leia tambémCríticas de CEO do Carrefour à carne brasileira ilustram ‘falta de visão', em meio a crise do varejo na FrançaNo ramo alimentar, os fabricantes de produtos transformados e laticínios se somam à lista, mas a rusga dos pecuaristas contra a carne latino-americana leva os produtores de derivados do leite a serem mais discretos quanto à aprovação do acordo. Quarenta mil toneladas de queijo e 10 mil de leite em pó passarão a entrar no Mercosul com imposto zero, dez anos após a entrada em vigor do tratado. “O princípio de um acordo é que seja olhado em uma escala global. Não podemos olhar uma corporação em particular, senão nunca vamos assinar nada, e estou bastante persuadido que, no fundo, o governo francês sabe que este tratado seria benéfico para França”, indica o economista especialista em comércio internacional Jean-Marie Cardebat, professor da Universidade de Bordeaux. "Neste momento, a política francesa está bastante lamentável e por razões de cálculos eleitorais mesquinhos, vamos derrubar um acordo que é extremamente importante para a economia francesa”, lamenta.Acordo é equilibrado e favorece os dois lados, diz professorA volta de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, trazendo com ele o aumento das tarifas de importação no país, são uma razão a mais para a França não menosprezar os benefícios do tratado com o Mercosul, avalia o economista.“Este acordo tem uma dupla importância, e muito além do setor dos vinhos. Primeiro, a importância simbólica, em um mundo cada vez mais protecionista, ele é um ato de abertura de mercados que me parece importante e enviaremos uma mensagem para o resto do mundo: a Europa e o Mercosul vão continuar no jogo do comércio mundial”, considera Cardebat. "E segundo, do ponto de vista econômico, todos os modelos, tanto no Brasil, quanto na Europa, indicaram que é um acordo ganha-ganha, sem assimetrias ou desequilíbrios." O caminho até a ratificação do acordo assinado no dia 6 de dezembro promete ser longo. Na Europa, o texto precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia, os órgãos decisórios da UE. Por enquanto, não há prazo para a sua entrada em vigor. A redução das tarifas prevista no texto poderá ser imediata ou gradual, de quatro a até 15 anos, conforme o setor. A termo, mais de 90% das exportações europeias para o Mercosul serão beneficiadas, no que será uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. O bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai representa um mercado de 270 milhões de consumidores – 80% deles estão no Brasil. Atualmente, o país é 27º destino das exportações francesas.
Avec : Alexis Hanquinquant, champion paralympique de triathlon. - Tous les matins à 8h10, le parti pris argumenté d'un invité sur un sujet d'actualité, avec les témoignages et les réactions des auditeurs de RMC en direct au 3216.
Pascal Praud revient pendant deux heures, sans concession, sur tous les sujets qui font l'actualité. Aujourd'hui, il revient sur le principe étonnant d'un salon de coiffure à Paris, où il est possible de se faire coiffer en silence.Vous voulez réagir ? Appelez-le 01.80.20.39.21 (numéro non surtaxé) ou rendez-vous sur les réseaux sociaux d'Europe 1 pour livrer votre opinion et débattre sur les grandes thématiques développées dans l'émission du jour.
Passados oito anos dos Jogos Olímpicos Rio 2016, o maior evento esportivo do mundo continua rendendo frutos aos cariocas. A cidade se prepara para receber o Museu Olímpico, tornando-se a primeira da América do Sul a fazer parte da rede Olympic Museums Network (Rede de Museus Olímpicos) do COI (Comitê Olímpico Internacional). A novidade foi celebrada nessa semana no Congresso Anual das Cidades Olímpicas, em Lausanne, na Suíça. Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisO novo museu Olímpico vai ocupar o andar superior do Velódromo, no Parque Olímpico, um complexo esportivo e de lazer construído para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão de 2016, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os preparativos estão na reta final e a expectativa é de abertura no primeiro trimestre de 2025.Em exposição, haverá muito mais do que medalhas e outras lembranças das competições, já que o acervo é um testemunho das transformações ocorridas na cidade por conta das competições. "Essa história de transformação, de superação de uma cidade do Sul global para entregar os Jogos Olímpicos, os primeiros Jogos Olímpicos e Paralímpicos da América do Sul, é uma história que merece ser lembrada e celebrada", afirma Rafael Lisbôa, consultor de comunicação da prefeitura do Rio de Janeiro para grandes eventos."É muito importante fazer parte dessa rede dos museus olímpicos porque a gente se conecta com outras cidades que, como o Rio, seguem inspirando por conta da realização dos Jogos Olímpicos. A gente aprende com outras cidades e troca experiências e conhecimentos", completa.O Museu Olímpico terá um acervo com relíquias dos atletas e das competições, os melhores momentos, os medalhistas, mas também registros da cidade do Rio, outra protagonista desses Jogos Olímpicos. "Tal como um atleta, a cidade também superou seus obstáculos, venceu desafios, se preparou para poder receber o mundo e para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Então, o Museu Olímpico do Rio é sobre esportes, é sobre atletas, é sobre superação, mas principalmente sobre legado", define. Outros Museus Olímpicos que fazem parte deste seleto grupo estão em Montreal, no Canadá; Pequim, na China; Atenas, na Grécia; Tel Aviv, em Israel, e Barcelona, na Espanha, entre outras cidades.O projeto permite programas educacionais e de desenvolvimento de negócios em torno do esporte, além de atrair o público e visitantes virtuais, para aumentar a promoção dos valores do olimpismo, explica Tânia Braga, head de impacto e legado dos Jogos Olímpicos junto ao COI."O Museu Olímpico está dentro desse contexto do Parque Olímpico do Rio, com todas as novidades que vieram nesse último ano, com a Escola Isabel Salgado, o Parque Rita Lee, a reabilitação e abertura do parque para a população. Então, é uma revitalização dessa área, completando os planos de legado que tinham sido feitos antes dos Jogos, mas cuja implementação foi interrompida por alguns anos", diz. A representante do COI observa que o legado físico de utilização das instalações esportivas demorou, mas foi completado recentemente. "Eu acho que é uma história que mostra a importância não só do planejamento, mas da importância de você criar alguns mecanismos de resiliência em relação à mudança política. Com a mudança de liderança política em nível municipal no Rio, a execução do plano de legado não era uma prioridade. Depois, voltou a ser. Então, demorou mais do que o esperado para executar", lamenta. Por outro lado, o COI elogia o exemplo carioca do ponto de vista do legado humano e educacional. "O programa de educação lançado com os Jogos continua nesses oito anos e com bastante sucesso, através de dois programas: um realizado pelo Comitê Olímpico Brasileiro e o outro por uma fundação privada", diz. "A gente também tem uma visão do legado em termos de sustentabilidade em eventos que ficou", completa. Receber 15 mil atletas de mais de 200 nacionalidades, 30 mil jornalistas e 1,5 milhão de visitantes, em 2016, representou para o Rio de Janeiro uma oportunidade para tirar do papel projetos de infraestrutura e mobilidade. A prefeitura afirma que o legado para a cidade foi entregue antes dos Jogos, com destaque para a revitalização da Zona Portuária, a construção de 150 quilômetros de linhas de ônibus articulados BRTs, além de corredores como a Transoeste, a Transcarioca, a Transolímpica e a Transbrasil.Outros projetos entregues são o Parque Madureira, o Centro de Operações para segurança, os reservatórios de água para conter alagamentos na região da Grande Tijuca, a duplicação do Elevado do Joá, a linha 4 do metrô, o VLT (veículo leve sobre trilhos), o saneamento da Zona Oeste da cidade, o fechamento do Aterro sanitário de Gramacho e a abertura do Centro de Tratamento de Resíduos de Seropédica."Tudo isso eram compromissos olímpicos entregues antes dos Jogos. O que ficou faltando era o plano de legado das arenas esportivas", explica Lisbôa. "Esse plano estava pronto. Só que passado o ano de 2016, uma nova administração municipal assumiu e não levou adiante o plano de legado. Ao ser reeleito em 2020, o prefeito Eduardo Paes colocou como prioridade implementar o plano de legado para as arenas esportivas", continua. "Então, a gente tem muito orgulho de ser a primeira cidade olímpica a ter transformado arenas olímpicas, estádios esportivos, em escolas", comemora. Legado pós-olímpicoA Arena 3, que recebeu as competições de taekwondo e esgrima, tornou-se um colégio da rede municipal para mais de mil alunos, batizado com o nome da jogadora de vôlei Isabel Salgado. A Arena do Futuro, sede das partidas de handebol, foi desmontada e o material usado na construção de quatro Ginásios Educacionais Tecnológicos (GETs) em Rio das Pedras, Bangu, Campo Grande e Santa Cruz, beneficiando 1.700 estudantes. Parte da estrutura do IBC – o centro de mídia dos Jogos – foi utilizada para erguer o Terminal Gentileza (TIG), que conecta linhas de ônibus, VLT e BRT. A Via Olímpica, o boulevard que conectava todas as arenas no Parque Olímpico, virou o colorido Parque Rita Lee, uma área de lazer com 136 mil m². A Arena 2, palco das provas de judô e de luta livre, vai virar um novo campus do Instituto Federal do Rio de Janeiro. E a piscina olímpica do antigo Centro Aquático, que testemunhou a despedida do nadador americano Michael Phelps, está sendo instalada no Parque Oeste – uma herança que a prefeitura do Rio apresentou na capital olímpica e sede do COI, na Suíça. Inspiração para Paris 2024"É muito interessante ver como o legado até hoje segue inspirando cidades", destaca Rafael Lisbôa, cintando alguns dos participantes do encontro ocorrido na Europa, na última terça-feira (12). "Lá estavam representantes de Sarajevo, que recebeu os Jogos Olímpicos de Inverno há 40 anos, de Saint-Louis, nos Estados Unidos, que recebeu a terceira edição dos Jogos Olímpicos de 1904, e tinha, obviamente, Paris, a última sede olímpica", relata. "Foi muito bacana ver todo o planejamento de Paris para o pós-Jogos. Paris fez transformações incríveis na cidade e agora eles têm justamente a preocupação em ampliar esse legado e mantê-lo vivo", completa."A prefeita Anne Hidalgo e o prefeito Eduardo Paes são muito próximos. Eles trocaram muitas ideias e experiências por conta das Olimpíadas e a prefeita Hidalgo, em várias oportunidades, destacou como a experiência olímpica do Rio era uma inspiração", diz. "Ela falou que aprendeu com o prefeito Eduardo Paes pelo menos duas lições: a primeira, tentar antecipar ao máximo tudo. E a segunda, apostar nas estruturas permanentes já existentes e o que for fazer de estrutura temporária, pensar como podem ser reaproveitadas para novos equipamentos públicos. Então, essa lição de não deixar elefante branco é algo que Paris se inspirou no Rio", afirma Rafael Lisbôa em entrevista à RFI. Estudo recente da Fundação Getúlio Vargas sobre o legado dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016 calculou um impacto de R$ 100 bilhões na economia da cidade, com geração de meio milhão de empregos.Quem paga a conta?Tânia Braga, head de impacto e legado dos Jogos Olímpicos junto ao COI, admite que existam críticas em termos de custos dos Jogos Olímpicos, segundo ela, motivadas "às vezes por uma falta de conhecimento de onde vêm os recursos". Conforme destaca, "os Jogos são realizados majoritariamente com recurso privado, não público, mas, infelizmente, a percepção ainda é, em muitos locais, de que os Jogos são feitos com recursos públicos, mesmo que isso tenha sido demonstrado com dados", observa. Ela destaca um levantamento feito há dois anos pelo COI, sobre a utilização de todas as instalações olímpicas, desde os primeiros Jogos Modernos de Atenas, em 1896 até os Jogos de inverno de PyeongChang, na Coreia do Sul, em 2018. "A gente descobriu que 83% de todas as instalações ainda são utilizadas, sendo que a percepção às vezes é um pouco diferente disso." No Rio de Janeiro, estudo da Fundação Getúlio Vargas apontou que a maior parte dos custos dos Jogos Rio 2016 foram de investimentos privados."A prefeitura procurou soluções de engenharia financeira criativas por meio de PPPs (Parcerias Público Privadas) e concessões", explica Rafael Lisbôa, consultor de comunicação da prefeitura do Rio de Janeiro. "O Parque Olímpico não teve dinheiro público, foi dinheiro privado. A Vila dos Atletas também. No campo de golfe foi dinheiro privado, então, 60% do orçamento olímpico, quem arcou foi a iniciativa privada, por meio de parcerias, de concessões, de PPPs", diz. "Os recursos públicos se deram principalmente para as obras de legado e não eram obras para as Olimpíadas, mas para a população e para a cidade", completa."Em relação a todos os compromissos olímpicos da cidade do Rio, foi entregue além. A gente tinha se comprometido no dossiê de candidatura com 17 projetos de legado e entregou 27", finaliza.
A doença que afeta principalmente pessoas com mais de 65 anos seria responsável por até 70% dos casos de demência. Duas novas moléculas trazem esperança para os pacientes e suas famílias, mas a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) questiona o custo-benefício dos remédios, que geram muitos efeitos colaterais. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO donanemab é uma imunoterapia que visa reduzir a quantidade de depósitos de proteínas beta-amilóides no cérebro. O lecanemab tem essa mesma função e ambos prometem diminuir os sintomas da doença, apesar de não impedirem sua progressão. Associações de pacientes e profissionais franceses entraram com um recurso junto à Agência Europeia de Medicamentos para pedir uma nova avaliação dos produtos e aguardam as conclusões. As duas moléculas são fruto de um grande avanço na compreensão da doença, explica o neurologista francês Bruno Dubois, professor da universidade Sorbonne e ex-chefe do setor no hospital Pitié Salpetrière, em Paris.Há cerca de dois anos, estudos científicos comprovaram que os sintomas são uma consequência das lesões cerebrais, o que até então era apenas uma hipótese. A validação possibilitou o surgimento do donanemab e do lecanemab, explicou o cientista.Aprovados para uso nos EUA pela FDA, a Agência Americana de medicamentos, mas também em vários outros países, os medicamentos ainda geram reticências na Europa, lamenta o neurologista francês.“Os especialistas da Agência Europeia de Medicamentos, que não são especializados no Mal de Alzheimer para evitar conflito de interesses, constataram que o benefício gerado pelos remédios é modesto e os efeitos colaterais não podem ser ignorados. Nessas condições e levando em conta o custo, eles não serão autorizados”, explicou. Na França, onde os medicamentos são gratuitos, na falta do aval da agência o donanemab e o lecanemab não poderão ser reembolsados pela Seguridade Social. Para o neurologista francês, essa decisão cabe ao paciente, após ele estar ciente das eventuais reações adversas. “Sim, há efeitos colaterais. Mas esse é um dos interesses na utilização desse remédio. Pouco a pouco, vamos conhecer melhor as indicações e prevenir as eventuais reações, observando por exemplo por que alguns pacientes desenvolveram mais reações em relações a outros”, defende Bruno Dubois. “Já constatamos algumas contra-indicações e é assim que vamos avançar. Mas excluir os países europeus e a França dessa reflexão é uma pena, para os pacientes e para nós, profissionais". Diagnóstico precoceA Ciência ainda não sabe como interromper a progressão da doença de Alzheimer. Ela se manifesta raramente antes dos 60 anos, mas é comum depois dos 80 e atinge mais mulheres. A perda da memória progressiva provocada pela patologia torna o doente incapaz de gerenciar gestos básicos da vida cotidiana. Na fase mais avançada, a doença causa perda de autonomia e de identidade, desestabilizando o paciente e a sua família. O diagnóstico precoce é essencial para controlar sua evolução e melhorar a qualidade de vida. Os novos medicamentos intervêm justamente no momento em aparecem os primeiros sintomas de perda de memória. “Eles demonstraram sua maior eficácia no início dos sintomas e da demência”, explica o especialista. Segundo ele, os remédios “limpam” os depósitos dos peptídeos beta-amilóides no cérebro e, desta forma, desaceleram a evolução da doença. “O resultado é mínimo, não devemos nos iludir. Mas mesmo assim ele é considerável, porque valida todos os modelos que sustentam nossas reflexões há cerca de 20 anos”. Na França, o Mal de Alzheimer atinge cerca de 1 milhão de pessoas. Em todo o mundo, cerca de 50 milhões de pessoas convivem com a doença, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Para Bruno Dubois, esse aumento se explica pelo envelhecimento da população, da esperança de vida e do progresso da Medicina. Mas, em contrapartida, crescem também os casos de doenças cerebrais degenerativas e de cânceres. Quando consultar? Entre 60 e 65 anos, às vezes antes, os pequenos esquecimentos da vida cotidiana podem ser motivo de preocupação para algumas pessoas. Não se lembram de onde deixou os óculos, as chaves de casa ou o celular são situações comuns, mas que podem levar as pessoas que as vivenciam a pensar que estão perdendo a memória. “Na realidade, esses não são problemas de memória”, ressalta Bruno Dubois. “São dificuldades de atenção. Com a idade, a atenção diminui. Mas a atenção diminui também se temos distúrbios do sono, se enfrentamos estresse profissional, se temos ansiedade ou depressão”. O primeiro sinal de alerta é se esquecer de coisas realmente importantes. “Por exemplo, não me esqueço dos Jogos Olímpicos em Paris, de Léon Marchand ou de Teddy Riner”, diz. “Não vou me esquecer de grande eventos que nos marcaram e que chamaram nossa atenção. Se alguém se esquece desse tipo de coisa, ou da visita de um primo americano, ou da morte de um amigo próximo, ou de alguém da família, não é normal”.
Até domingo (6), o Brasil é destaque nas telas do cinema em Paris e arredores. O festival Brésil en Mouvements (Brasil em Movimentos), um dos mais importantes de documentários sobre o país na Europa, ocupa duas salas de projeção, com muitas temáticas diferentes. A RFI conversou com participantes sobre o cinema negro e indígena, mas as produções abordam, também, a violência policial, o desmatamento da Amazônia, a luta pela terra, 60 anos da ditadura, direito ao aborto, entre outros assuntos. Maria Paula Carvalho, da RFI em Paris O evento que começou no sábado (28) apresenta curtas, longas-metragens e debates sobre as questões sociais, políticas, culturais e as lutas da sociedade brasileira contemporânea. Muitos deles são inéditos, dirigidos por cineastas renomados ou novos talentos, como Davidson Candanda, de “Crônicas de uma jovem família preta” (2023).O filme mostra o cotidiano de Hellena, uma dançarina, Lucas, um barman, e o filho deles, Dom. Mesmo com poucos recursos, os pais decidem organizar uma festa de aniversário para o menino. “Para uma família simples como a deles, que está começando uma vida juntos, existe um custo para se fazer esta festa. E por mais simples que seja, pode não ser acessível a todos e isso, de alguma forma, joga luz e a gente pode fazer uma reflexão a partir disso da imensa desigualdade presente na sociedade brasileira”, explica. O documentário é o quarto filme do cineasta carioca, que veio a Paris com apoio do Ministério da Cultura (MinC), através de um intercâmbio para a circulação e participação audiovisual no exterior. “Eu sou um cineasta do cinema negro brasileiro. O cinema negro brasileiro é uma cinematografia composta por filmes de cineastas pretos e protagonizado por pessoas pretas”, define. “É um tipo de cinema que tem um compromisso com o antirracismo por meio da produção de histórias que fogem dos estereótipos”, continua. “O filme é um documentário, eu classifico como um documentário, mas em muitas cenas, a família está reencenando eventos que aconteceram”, diz. Premiado no Festival Visões Periféricas 2024, ocorrido em março, no Rio de Janeiro, “Crônicas de uma jovem família preta” foi exibido na França, juntamente com outros títulos, na mostra Vozes do Cinema Afro-brasileiro. A sessão foi apresentada pela diretora e pesquisadora Leila Xavier.Em entrevista à RFI, ela explica a importância dessa temática. “Historicamente, esse segmento sempre foi mostrado no cinema de forma bastante pejorativa, onde os negros desempenhavam papéis subalternos, ou caricatos, ou como bandidos, ladrões. Então, o filme do Davidson mostra o cotidiano de uma família como qualquer família pobre, mas sem este estereótipo. Mostra uma família que sonha, que corre atrás para ganhar a vida, mas que se ama, uma vida normal”, diz. “Mas também tem um trabalho muito grande que esses dois jovens tiveram com o filho no sentido de elevar a autoestima falando para o menino que ele é bonito”, conta. “Porque normalmente na nossa realidade, as crianças já começam a ser bombardeadas desde a escola. E de alguns anos para cá, felizmente, em função da força do movimento negro brasileiro, essa realidade tem mudado”. Leila destaca a boa recepção do filme na França. Para ela, a questão do racismo é comum a muitos países. “A gente vê que essa questão do racismo ainda é muito latente em diversas partes do mundo. Então, por isso eu acho que essas duas realidades conversam muito, da França contemporânea com a do Brasil, em que o racismo sempre existiu. O Brasil já nasce com essa questão”, completa. As sessões do Festival Brésil en Mouvements acontecem no cinema L'Écran, de Saint-Denis, na periferia norte da capital francesa e no cinema Les 7 Parnassiens, no bairro de Montparnasse, em Paris, onde foi realizada a cerimônia de abertura, na noite desta quinta-feira (3). A sessão de abertura teve o longa-metragem “A Transformação de Canuto”, uma cooperação entre os cineastas Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, que veio a Paris para um debate, na ocasião, em parceria com o Museu dos Povos Indígenas do Brasil. O longa conta a história de um homem com uma doença espiritual conhecida para os Mbyá-Guarani, a da transformação em onça, uma condição perigosa que pode acometer algumas pessoas. Rodado na fronteira entre a Argentina e o Rio Grande do Sul, o filme acompanha Ariel na encenação da metamorfose de Canuto em onça, com participação da comunidade indígena Mbyá-Guarani. Em entrevista à RFI, Ernesto de Carvalho falou sobre a recepção internacional do filme. "Considerando a circulação internacional do filme neste primeiro ano, a gente tem encontrado uma resposta muito positiva na França, com espaços muto ricos de debate e de muito acolhimento para o filme", diz. "Estar no Brasil em Movimentos é uma culminância, um momento de aprofundamento e de celebração do fato do que significa a gente fazer um filme brasileiro que tem circulado bem na França", comemora. Outro destaque da programação é a sessão especial do longa-metragem “Viajo porque preciso, volto porque te amo” (2009), do cineasta pernambucano Marcelo Gomes. Ele também está em Paris para a exibição do filme, em que divide a direção com Karim Aïnouz. O longa-metragem conta a missão do geólogo José Renato no sertão brasileiro e o encontro com seus habitantes. Ao longo da viagem de um mês, as aventuras se misturam com lembranças de um grande amor. Marcelo Gomes já assinou longas de sucesso de crítica e de público como: “Cinema, Aspirinas e Urubus”, de 2005; “O Homem das multidões”, de 2013; ou “Joaquim”, de 2017. O diretor já esteve em Paris, onde apresentou uma masterclass na Universidade Sorbonne sobre sua carreira e obra. A programação completa você encontra no site do Festival Brésil en Mouvements.
A prevalência do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), também conhecido como DDA, é de 5% em nível mundial e o número de casos vem crescendo, de acordo com dados da Alta Autoridade de Saúde da França (HAS), vinculada ao Ministério da Saúde. O órgão, que emite recomendações sobre práticas médicas, publicou em setembro um guia para melhorar o diagnóstico e o tratamento das crianças e adolescentes que convivem com o Déficit de Atenção. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO transtorno neurológico é provocado por diferenças na estrutura e no funcionamento cerebral da região frontal, explicou o psiquiatra francês Olivier Bonnot, que liderou a equipe responsável pela elaboração do documento que, segundo ele, encerra o trabalho realizado pelo órgão em torno da questão. “A ideia em torno dessas recomendações é que elas sejam uma base, um guia para que os profissionais possam fazer o diagnóstico e as intervenções terapêuticas necessárias nas crianças e adolescentes que têm um TDAH. Isso inclui os clínicos-gerais”, explica. Na França, os pacientes são obrigatoriamente acompanhados por um clínico-geral. De acordo com o psiquiatra, a ideia é também propor formações reconhecidas para capacitar esses profissionais a detectar o transtorno. “Um dos objetivos dessas recomendações é colocar à disposição dos profissionais uma espécie de guia prático para realizar o exame psiquiátrico e clínico dos pacientes, e assim detectar os sinais do TDAH, que são a falta de atenção, o excesso de distração, e impulsividade”, explica. Os sintomas também podem incluir a desregulação emocional e a hiperatividade, que não está sempre presente.O diagnóstico é complexo, já que outras doenças mentais, como a Depressão ou a Ansiedade, podem estar associadas ou apresentar características similares. A insônia, lembra, também provoca sintomas parecidos com o do Déficit de Atenção. Por isso é importante fazer o diagnóstico diferencial e detectar outras comorbidades psiquiátricas. Em termos biológicos, estudos mostram que o funcionamento dos cérebros das crianças e adultos que têm TDAH é diferente. “ A conectividade de algumas áreas cerebrais, como a frontal, não funciona direito. É mais um problema de conectividade do que de um neurotransmissor, como a dopamina, em particular”, diz.Ele lembra que os mecanismos das doenças psiquiátricas são alvo de diversas pesquisas e há avanços na compreensão do transtorno. Estudos com imagens mostram diferenças nos cérebros dos indivíduos que convivem com o TDAH, e as neurociências cognitivas trouxeram algumas respostas sobre as origens da doença, que surgem na infância, a partir de anomalias no desenvolvimento cerebral. Não existe, entretanto, um marcador biológico para detectar o Déficit de Atenção. Defeito na função executivaTodos nós lidamos com diversas informações ao mesmo tempo no cotidiano e nosso cérebro deve ser capaz de selecionar aquelas que são importantes para atingir as metas estabelecidas. O sistema cerebral encarregado dessa tarefa é a função executiva, que fará a triagem das informações, hierarquizá-las e produzir uma ação dirigida. Esse mecanismo não funciona direito em quem tem Déficit de Atenção. As recomendações do órgão francês englobam vários aspectos. Entre elas, a detecção precoce em consultas com a criança, os pais, mas também adultos que convivem com elas na escola ou outras atividades. Em seguida, é preciso adaptar o ambiente escolar e em casa – os professores e pais devem aprender a lidar com as dificuldades em função das características individuais da criança. O tratamento é principalmente baseado no acompanhamento psicoterápico e a medicação, como a ritalina, por exemplo, só é recomendada em casos mais complexos.O psiquiatra francês Gérard Macqueron, autor do livro “Psicologia da Atenção”, lembra que, nas crianças, o transtorno pode desaparecer na vida adulta, mas persiste em até 60% dos casos. Entre os adultos, cerca de 5% convive a doença sem diagnóstico, ressalta.A falta de atenção, impulsividade e hiperatividade que caracterizam a doença podem se manifestar de diversas formas. “Em uma conversa ou reunião, por exemplo, a pessoa tem dificuldade em se manter concentrada, da mesma maneira que é complicado se concentrar para finalizar uma tarefa. Tem tendência à procrastinação, dificuldade em estabelecer um plano de ação e definir objetivos precisos”, exemplificou, em entrevista ao programa Priorité Santé, da RFI.Outra característica é a dificuldade em terminar aquilo que começou. Nos relacionamentos, o TDAH tem pouca tolerância à frustração. Muitas vezes, as pessoas que têm o transtorno são taxadas de preguiçosas, quando na verdade apenas não conseguem gerenciar em termos neurocognitivos a demanda por um determinado comportamento. “Há, com frequência, julgamentos precipitados e negativos a respeito dessas pessoas que, na verdade, não têm nada de preguiçosas, mas tem apenas dificuldades para se organizar e implementar ações”. Há também uma incapacidade na regulação das emoções. Alguns pacientes, explica o psiquiatra francês, acabam “mascarando” o Déficit de Atenção se a impulsividade, por exemplo, não é acentuada, e a pessoa tem um ambiente que favorece a compensação. Há também o componente genético – pais com o Déficit de Atenção certamente serão mais desorganizados que a média e isso vai influenciar o comportamento da criança. Para Olivier Bonnot, é preciso falar sobre a questão. “Falando sobre o problema, sensibilizamos a sociedade em torno da questão do TDAH. Isso ajuda a evitar a estigmatização”. Elas decorrem lembra, principalmente da falta de conhecimento, que envolve as doenças psiquiátricas.
A diplomata brasileira Letícia Carvalho, eleita em agosto secretária-executiva da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA), braço das Nações Unidas sobre o tema, tem à frente um desafio histórico: obter consenso dos países membros para a definição de um código da mineração no fundo do mar, já no seu primeiro ano de mandato, em 2025. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO documento deve regulamentar as regras do jogo para a eventual exploração comercial dos recursos minerais guardados nas profundezas dos oceanos. Segundo seus defensores, os metais raros como níquel, cobre, cobalto ou magnésio ali depositados serão, cedo ou tarde, indispensáveis para a transição energética na superfície terrestre, para a fabricação de infraestruturas para energias renováveis e veículos elétricos.“Os minerais e metais encontrados no fundo do leito oceânico são, com certeza absoluta – a ciência já provou –, uma das fontes energéticas promissoras. No meu entender, eles fazem parte das soluções para substituição de combustíveis fósseis. Mas a sua real relevância na transição energética e o seu lugar no desenvolvimento de tecnologias alternativas ao uso de óleo e gás ainda está para ser verificado”, disse, em entrevista à RFI. “Eu, como secretária-executiva da ISA, vou trabalhar de acordo com a vontade e o entendimento dos Estados partes.”Mais de 30 países, como Brasil, França, Suécia ou Guatemala, exigem uma moratória completa das prospecções nessas imensas áreas submarinas, enquanto o impacto ambiental da atividade não seja esclarecido pela ciência, de modo independente. Do outro lado, o lobby industrial tem pressa.O trabalho de Letícia não se dará em águas tranquilas, num momento que a própria ISA busca reconquistar a confiança dos Estados partes e do conjunto da comunidade internacional. O atual secretário-geral, o britânico Michael Lodge, foi descrito pela organização Greenpeace como “uma ameaça aos oceanos”: ele é suspeito de manter vínculos duvidosos com a indústria mineradora, abusar dos recursos financeiros da instituição e até tentar subornar votos pela sua eleição a um terceiro mandato.A carreira forjada nos corredores da ONU leva Letícia Carvalho, oceanógrafa de formação e ex-coordenadora da divisão marinha e de água doce do Programa Ambiental das Nações Unidas (Pnuma), a pesar a escolha de cada palavra, quando fala. Sua prioridade zero é promover a transparência em uma instituição que reagrupa os 168 signatários da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, dos quais 36 fazem parte do conselho executivo. A sede da ISA fica na Jamaica.Confira abaixo os principais trechos da entrevista:Apesar da assinatura histórica do Tratado de Proteção do Alto Mar, em 2023, essas áreas ainda são ”terra de ninguém”, e diversos países e industriais batalham para que assim permaneçam. A luta pela sua proteção é antiga e ainda promete ser longa. Quais as chances, hoje, de ver esse cenário mudar sem uma profunda mudança na governança da ISA? Letícia Carvalho: Estou aqui a celebrar, com você e com todos, a abertura para assinatura e ratificação de BBNJ, que trata da proteção da biodiversidade em alto mar e que vem, sem dúvida alguma, adicionar um elemento de suma importância ao mandato da ISA. Me deixe talvez elaborar acerca de três aspectos que considero fundamentais sobre o papel da ISA e o papel da sua mudança de governança, ou da sua ação transformativa. Vamos lembrar que o mandato da ISA visa garantir a mineração sustentável e responsável em águas profundas. Então, é parte intrínseca do seu mandato defender o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental, enfatizando que as regulamentações, o regramento e o papel regulador da ISA diante da mineração precisam, devem e apenas podem obter plena fruição se baseados em ciência sólida e conhecimento abrangente.Um outro elemento fundamental é o apoio à adesão a uma abordagem preventiva, garantindo que a mineração em águas profundas não prossiga até que haja conhecimento científico suficiente para evitar danos ambientais e que isso possa estar garantido intrinsecamente na elaboração do Código de Mineração, que é o documento, o arcabouço de trabalho ao qual todos os países parte e toda a sociedade vão precisar se referir quanto a essa questão, buscando evitar danos ambientais.O outro elemento é a questão da inovação na governança da ISA, que me parece absolutamente necessária. Há uma necessidade de inovação institucional, fazendo uso da mais recente tecnologia gestão do conhecimento, acesso a dados e aos resultados das pesquisas conduzidas pela ISA e os seus contratantes ao longo dos últimos 30 anos e dando pleno conhecimento e acesso a essas informações no sentido de ajudar a tomada de decisão e a melhoria do processo regulatório.Também certamente vou levantar-me na defesa de um secretariado muito mais ativo, que busque preencher as lacunas de informação existentes entre os diferentes Estados-membros da ISA, ajudando-os a tomar decisões informadas sobre a mineração em água profunda. É visível uma grande assimetria de conhecimento entre todos os tomadores de decisão, e uma baixa participação na ISA.Há pressa para a maior regulação da exploração do fundo do mar. Ainda é possível entregar o código da mineração em 2025?Primeiro, deixe ressaltar a relevância do que você falou: a construção, o desenvolvimento e a finalização do código de mineração. A meu ver, é o ponto de consenso entre todos. Não há rejeição a esse aspecto.Me parece que toda a questão de haver uma base regulatória sólida que permita a estabilidade regulatória, que dê segurança a todos no sentido da exploração, da explotação e da proteção ambiental, é o ponto de consenso no qual residem as esperanças de que o trabalho da ISA possa acontecer a contento e como previsto na lei. Os Estados envolvidos na questão, inclusive por meio da autoridade, no que diz respeito a essas áreas além da jurisdição nacional, eu queria ressaltar que é responsabilidade primária desses Estados decidir coletivamente a melhor forma de equilibrar necessidades de proteção e preservação do meio ambiente marinho e o interesse da explotação comercial dos recursos do leito marinho, o uso comercial deles além da jurisdição nacional.Em resumo, o cronograma para finalização do código, o como e quando, está nas mãos dos Estados-membros daqueles que compõem o Conselho e a Assembleia. Eu, como secretária-executiva da ISA, vou trabalhar de acordo com a vontade e o entendimento dos Estados partes. É preciso ressaltar que não houve mudança no cronograma até agora, então estamos todos observando e trabalhando no sentido da conclusão em 2025, conforme o atual programa de trabalho.Entre a posição do seu antecessor, que defendia acelerar a exploração comercial da mineração no fundo do mar, e a de países que querem uma moratória para garantir a sua proteção, como você pretende se posicionar?Deixa eu fazer uma distinção, porque às vezes a gente mistura exploração e explotação. A exploração é no sentido da pesquisa e a explotação, no sentido do uso comercial.A questão da exploração é uma pauta absolutamente consensuada nos 30 anos de existência da ISA, e em pleno desenvolvimento. Quanto à exploração comercial e ao debate de quando e como esse uso comercial deve acontecer, a minha posição é a da devida neutralidade que se espera da secretária-geral.Como eu disse, cabe aos Estados envolvidos nessa questão, inclusive por meio da autoridade, que os reúne no que diz respeito às áreas fora de jurisdição nacional, decidir coletivamente a melhor forma de equilibrar proteção em meio ambiente, e explotação, uso, benefício, divisão e distribuição de benefícios em águas além da jurisdição nacional. Mantenho a minha posição de neutralidade, de servidora, estando a serviço das decisões dos Estados-membros.A transição energética visada sobre a Terra será possível sem os recursos escondidos no fundo do mar? Como você espera chegar a uma resposta que seja coerente com o que a ciência diz sobre os limites do planeta? É um debate absolutamente fascinante e também muito, muito desafiador. Essa é uma questão, a meu ver, portadora de futuro. A resposta ainda não está em nossas mãos, em nossa geração, pelo menos não neste momento. Ainda espero ver e fazer parte da construção da resposta como secretária-geral da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos.Os minerais e metais encontrados no fundo do leito oceânico são, com certeza absoluta – a ciência já provou – uma das fontes energéticas promissoras. No meu entender, eles fazem parte das soluções para substituição de combustíveis fósseis. Mas a sua real relevância na transição energética e o seu lugar no desenvolvimento de tecnologias alternativas ao uso de óleo e gás ainda está para ser verificado.Essas questões não dependem só da ISA. A ISA é um elemento, certamente o elemento regulatório que vai balancear as regras do jogo, que vai estabelecer, fazer cumprir as regras do jogo. Há um ator fundamental que é o próprio mercado e a inovação tecnológica. Esses dois elementos também serão fundamentais no sentido de estabelecer o real papel desses minerais encontrados no leito oceânico e da relevância que terão na transição energética.Vamos lembrar que o uso comercial desses minerais ainda não está autorizado, de modo que ainda é uma perspectiva de futuro, ainda que de futuro próximo, conforme o cronograma da Isa – esperando que o código seja finalizado ao final de 2025 e que requerimentos de mineração possam, eventualmente, ser tabulados a partir de 2026, com a devida conclusão do código.De que forma esse código vai se transportar para os países? Deverão adotar leis consequentes, em nível nacional? Como garantir que o farão? O regramento internacional certamente terá um reflexo nas legislações nacionais, sobretudo dos países interessados na exploração em águas profundas fora de jurisdição nacional. Nós sabemos que esses países reúnem um grande número de diferentes, inclusive países sem acesso ao oceano, países não costeiros. Como o fundo marinho é patrimônio comum da humanidade, eles também terão interesse em um papel e uma possibilidade de atuar como explotadores desses recursos.O que é mesmo desejável, e que eu espero poder atuar como facilitadora, é que haja complementaridade, sinergia entre essas diferentes legislações e agências dos países. Alguns países já dispõem de legislação para exploração e explotação de minerais metais dentro de suas águas jurisdicionais. Muitas vezes esse tema da mineração em água profunda já está contemplado no Código de Mineração Nacional ou não está excluído do Código de Mineração Nacional. Então, já existem referências por aí em códigos vigentes dentro da jurisdição nacional.Muito importante sobre o Código de Mineração que está sendo desenvolvido pela Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos é que ele alcança as águas fora das jurisdições nacionais, ou seja, as águas que são patrimônio comum da humanidade. Ele terá os seus próprios mecanismos de implementação de monitoramento via avaliação.E aí eu trago uma palavra muito importante, que em português eu digo como responsabilização, accountability em inglês, no sentido de que cabe à ISA, como autoridade reguladora, fazer valer a implementação dessas regras de forma harmônica com as regras nacionais, sobretudo nas águas profundas fora da jurisdição nacional que, como você mencionou no início da nossa conversa, talvez ainda tenha uma impressão de ser uma terra de ninguém, uma área pouco governada.Eu diria que isso talvez seja mais no âmbito da implementação do que no âmbito da regulação ou da própria legislação. Talvez as áreas oceânicas fora de jurisdição nacional sejam uma das mais reguladas no direito internacional. A questão está como essa múltipla governança, com tantas regras distintas e tantos setores, até o setor de transporte na navegação, pesca e proteção mineração, como tudo isso se coaduna de forma mais harmônica é talvez o grande desafio da nossa geração.Esse é um desafio imenso, em um mundo que, infelizmente, no momento atual, não está tão interligado assim nas suas decisões. Sem dúvida, a fragmentação atual do mundo não ajuda. É por isso que instituições que preveem a integração, a integridade, a gestão íntegra, completa e, sobretudo, no arcabouço jurídico internacional, precisam da mais absoluta e ampla defesa, porque senão estaremos todos entregues a nacionalismos e à fragmentação, e talvez ao imperativo negativo de não suceder na gestão integrada holística dos fundos marinhos, das águas fora de jurisdição.Você assume uma entidade internacional cujas fraturas internas foram expostas durante a última assembleia e o processo de sucessão na direção, inclusive com denúncias de conflito de interesses de seus integrantes e tentativa de suborno. Como pretende restaurar essa confiança na ISA? Haverá algum tipo de procedimento disciplinar interno a Michael Lodge, seu antecessor? Uma pergunta importantíssima. Sem dúvida uma das principais, senão a principal prioridade minha neste momento, ao assumir 1° de janeiro, é o desafio de reconstruir a confiança entre os Estados partes, o secretariado da ISA e a comunidade global, que faz parte da ISA.Isso inclui representação das comunidades locais, dos países costeiros e dos interessados dos países que não têm acesso ao mar, como também uma comunidade muito importante nesse processo.A questão da repartição de benefícios deve ser a mais ampla possível, ou seja, todos nós teremos direito a um pedaço do mar e todos nós temos uma obrigação, todos os seres humanos neste planeta, uma obrigação de cuidar desse espaço como nosso.O meu grande comprometimento é o aumento da transparência, inclusive buscando a imprensa e uma melhor gestão da informação – lembrando que dados gerados pelos contratantes não são não se transformam automaticamente em conhecimento acessível para tomada de decisão e tampouco para o público. Dados gerados pelos contratantes podem ser excepcionalmente bons do ponto de vista científico e interessantes do ponto de vista da descoberta, mas, sem dúvida, são orientados a partir de alguns interesses. Aumentar a congruência entre esses dados e dados independentes é fundamental.Também faz parte das minhas prioridades buscar com que a Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos tenha uma equipe mais responsiva, coesiva, que fale como um e que tenha coerência nos seus propósitos. Mas, sobretudo, o meu objetivo é que operemos com excelência regulatória, entregando a mineração sustentável dos recursos minerais, metais, se demandados pelo mercado e pela sociedade, e, ao mesmo tempo que atue de braços dados com as demais entidades que têm responsabilidade na proteção ampliada dos ecossistemas marinhos. E que a comunicação sobre essas decisões seja ampla, com acesso a todos, traduzida para os diferentes públicos e que, sobretudo, as regras do jogo sejam implementadas, respeitadas. Também que existam mecanismos muito eficientes de correção de curso ou de, como se diz, exclusão do jogo daqueles que eventualmente se desviarem desse caminho.Eu acho que a parte de implementação dessa regulação é crucial. Olhando para o futuro, eu quero deixar a mensagem de que farei o que for necessário para assegurar o bom funcionamento da Isa.
O Brasil tenta acelerar as negociações do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul até o fim deste ano. Mas do lado dos europeus, dois argumentos ligados à atualidade têm potencial de continuar travando a finalização do texto: a entrada em vigor de uma lei antidesmatamento importado no bloco, prevista para janeiro de 2025, e os incêndios florestais em curso em diversas regiões brasileiras. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO tema tem sido evocado pelo Itamaraty e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em conversas com Ursula Von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Olaf Scholz, chanceler da Alemanha – país favorável ao tratado. A série de queimadas nos biomas brasileiros se tornam um argumento a mais para aqueles que se opõem há anos à ratificação do texto na Europa, em especial o setor agrícola.“O que está acontecendo no Brasil quase que justifica a regulação europeia sobre o desmatamento. Eu não a considero como um instrumento protecionista. Qualquer regulação pode ser usada de uma maneira protecionista, mas eu acho que ela tem uma motivação legítima ambiental, climática”, alega Pedro da Motta Veiga, diretor do Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento (Cindes), focado em política externa brasileira.“Na ausência de algum tipo de regulação multilateral ou acordada entre os países, eu entendo que a União Europeia tenha resolvido estabelecer um papel pioneiro de estabelecer uma legislação unilateral relativa às importações para os seus países-membros”, analisa. Bloqueio permanenteA última rodada oficial de negociações do acordo foi realizada em Brasília, no começo de setembro, sob protestos de entidades representativas dos agricultores franceses, holandeses ou irlandeses. O diplomata aposentado José Alfredo Graça Lima, ex-embaixador na missão brasileira junto à União Europeia, é um dos mais experientes negociadores em tratados comerciais em nome do Brasil e do Mercosul – e estava no posto quando as negociações foram suspensas, em 2004. Ele demonstra pouca esperança de ver os entraves ao acordo serem superados um dia.“Sempre tem e sempre terá, porque essas controvérsias não vão desaparecer. E aí o acordo fica no limbo”, constata. “Enquanto existir a Política Agrícola Comum (PAC) europeia, não tem expectativas de comércio mais livre para os produtos agrícolas de fora da União Europeia. É uma total impossibilidade.”O atual momento político na Europa também não é favorável, com a ascensão da extrema direita nacionalista em diversos países. Em plena crise política, tudo que a França não quer é reavivar um tema tão polêmico quanto a associação comercial com o Mercosul.Além disso, o novo primeiro-ministro francês, o conservador Michel Barnier, seria pessoalmente contrário à conclusão do tratado, segundo o site Euractif apurou com aliados do premiê. Barnier foi o negociador-chefe europeu para o Brexit e é apegado às chamadas cláusulas-espelho, que determinam a reciprocidade entre as duas partes.Rejeição do acordo pelo PTO projeto foi lançado há quase 25 anos, passou cerca de 12 anos paralisado e, por fim, só foi concluído durante o segundo ano de governo de Jair Bolsonaro, em 2019. Entretanto, a etapa seguinte, da ratificação pelos Parlamentos dos países membros dos dois blocos, jamais se concretizou, no contexto da disparada do desmatamento na Amazônia. As negociações foram reabertas após a troca de governo no Brasil, em 2022. Na visão de Motta Veiga, a responsabilidade pelo fracasso até agora é partilhada pelos dois lados. Depois de a União Europeia exigir a inclusão do combate ao desmatamento no texto, o Brasil impôs uma nova lista de condições em contrapartida, como restrições de acesso às compras governamentais nos países do Mercosul.O especialista lembra que as gestões petistas sempre se opuseram ao avanço das tratativas – e afirma duvidar quando o presidente diz desejar fechar o texto até dezembro. “Eu não sei se o Brasil espera isso. Eu sou muito cético sobre a disposição da diplomacia brasileira e os governos do PT de fechar acordos com países desenvolvidos. É uma coisa rejeitada pelo PT por princípio”, salienta. “Na verdade, eles não fazem acordos com ninguém, nem com o Mercosul, que é priorizado por eles. Então eu acho que é muito da boca para fora: Lula pode perfeitamente ficar dizendo que quer acordo, porque de qualquer forma os europeus provavelmente não o querem”.O diplomata José Graça Lima vai além: avalia a própria pertinência no pacto, que não criaria mais comércio entre os dois blocos regionais, dadas as restrições que o texto negociado impõe. Os automóveis europeus, por exemplo, só teriam acesso facilitado ao mercado sul-americano 16 anos depois da entrada em vigor do tratado.“É claro que há um interesse de todas as partes de vender algo que, na verdade, não existe, que é a criação de um mercado consumidor de milhões de pessoas. Mas mesmo na vigência deste acordo, a União Europeia não vai ter melhores condições de acesso do que a China, por uma questão de custos de produção, de competitividade”, avalia o ex-embaixador.“Do ponto de vista agrícola, há um engessamento de uma situação que é discutível, eu diria até ilegal à luz da OMC [Organização Mundial do Comércio], afinal o acordo estabelece cotas para produtos brasileiros – que ainda podem ser afetados por uma lei antidesmatamento, cuja operacionalidade é muito discutível. Ela estabelece o precedente de uma restrição que pode prejudicar o Brasil nos outros mercados”, adverte.Outros países também pedem adiamentoNo começo de setembro, os ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, encaminharam à Comissão Europeia uma carta para pedir o adiamento da lei no bloco, considerada “punitiva” aos países produtores de commodities como o Brasil. Eles alegam que a medida poderia afetar 30% das exportações à Europa, o equivalente a 15 bilhões de dólares (R$ 83,5 bilhões).A iniciativa brasileira foi criticada por organizações ambientalistas, que afirmam que o país poderia, ao contrário, se beneficiar desta legislação para acelerar a preservação das florestas.O Brasil não é o único insatisfeito com a nova legislação, adotada para aumentar a rastreabilidade da cadeia produtiva e, assim, combater o desmatamento nos países exportadores para a União Europeia. Os Estados Unidos já tinham feito solicitação semelhante, e outros países africanos e asiáticos demonstram a mesma preocupação com a sua implementação, cujos detalhes não estariam esclarecidos. Alegam, ainda, que os trâmites burocráticos dentro da UE ainda não estão finalizados.
Um grupo de pesquisadores franceses descobriu que a presença de um subtipo do linfócito Th17, uma das células que compõem nosso sistema de defesa, pode contribuir em alguns casos ao desenvolvimento de certos tipos de tumores, como os do intestino, fígado ou pâncreas. Taíssa Stivanin, da RFI em ParisO estudo foi realizado durante quatro anos por especialistas do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica da França), do Inserm (Instituto de Pesquisas Médicas da França), da universidade Claude-Bernard Lyon 1 e do Centro de Pesquisa Oncológica de Lyon.Os cientistas franceses identificaram um dos mecanismos do processo inflamatório presente em algumas doenças crônicas que levaria ao surgimento de certos cânceres, disse à RFI Brasil o imunologista francês Julien Marie, que participou da pesquisa, publicada no final de julho na revista científica Nature Immunology.Para entender como os pesquisadores chegaram a essa conclusão, é necessário compreender o papel dos glóbulos vermelhos ou brancos, os linfócitos, em nosso organismo. “Os glóbulos vermelhos são responsáveis pelo transporte do oxigênio no sangue e os brancos combatem os agentes infecciosos e as células defeituosas”, explicou o cientista francês.Os glóbulos brancos são divididos em dois grandes grupos, formados pelos linfócitos B, que produzem os anticorpos, e os linfócitos T. A função deles é destruir células defeituosas ou que foram contaminadas por um vírus ou uma bactéria, por exemplo. Para isso, libera moléculas como as citocinas, que vão criar a inflamação e favorecer a cicatrização e a cura.O problema é que esse processo às vezes pode sofrer alterações e gerar doenças ou agravar infecções – um exemplo é a forma grave da Covid-19. A equipe francesa descobriu que o linfócito Th17, presente na Doença de Crohn, uma patologia crônica intestinal, poderia atuar no aparecimento de células cancerígenas.Muitos tumores, lembra Julien Marie, surgem a partir de uma inflamação crônica. Quando ela atinge uma parte específica do intestino, como é o caso dos pacientes que têm Crohn, as células vão se modificar e se tornar cancerígenas exatamente na porção inflamada. “No nosso estudo, tentamos entender quais eram as células do sistema imunológico na origem dessa inflamação que vai gerar o câncer. São etapas extremamente precoces do desenvolvimento da doença”.Esse mecanismo localizado ajudou a equipe a “cercar” a área onde ocorre todas as modificações celulares. Os cientistas então constataram que um subtipo dos linfócitos Th17 estava na origem de alguns tumores. “Hoje temos técnicas que permitem analisar uma célula de cada vez. Percebemos que as células Th17 tinham oito subtipos, e um deles podia desencadear o câncer através da inflamação criada por ela mesma”, explica.Citocina bloqueia aparecimento do câncerO estudo analisou os linfócitos invitro, no laboratório, as células das biópsias de pacientes que tinham a Doença de Crohn. Eles têm, em geral, quase seis vezes mais chances de desenvolver um câncer colorretal que um indivíduo normal, explicou o cientista francês, e entender o porquê era um dos objetivos da equipe.Durante o estudo, os pesquisadores conseguiram provar que o linfócito Th17 estava presente nos pacientes que desenvolveram os tumores. “No nosso artigo científico caracterizamos os linfócitos que geram o câncer, fazemos uma descrição deles e definimos um certo número de marcadores que propomos para defini-los", explicou. "Fomos ainda mais longe, porque toda a questão por trás da nossa pesquisa era saber se podíamos bloquear o aparecimento do câncer”, acrescenta.Foi justamente essa uma das grandes descobertas da pesquisa. “O desenvolvimento das células cancerígenas pode ser bloqueado pela presença de uma citocina, TGF–β (TGFBETA)”. Se o nível dessa citocina diminui no intestino, por exemplo, favorecerá o aparecimento do câncer, reitera Julien Marie.A descoberta pode ajudar no desenvolvimento de novas terapias contra o câncer e também na prevenção, através da utilização dos marcadores propostos no estudo. Eles são preditivos do risco de desenvolvimento da doença e permitirão um diagnóstico precoce ou até mesmo antecipar o risco do paciente antes de o câncer aparecer.Para Julien Marie, o estudo também é importante porque quebra um paradigma: o nosso sistema imunológico, criado para proteger o organismo, às vezes pode ser nocivo. De cada três cânceres, lembra, um se desenvolve a partir de uma inflamação crônica – um mecanismo que ainda continua sendo, em parte, um mistério para a Ciência.
We are excited to welcome the guest co-host for Season 3 of Catholic Classics: Fr. Michael-Joseph Paris, OCD. In this bonus episode, Fr. Jacob-Bertrand Janczyk and Fr. Gregory Pine get to know Fr. Michael-Joseph and learn more about his knowledge of Story of a Soul and his deep appreciation for the writings of St. Thérèse. Fr. Gregory also gives an update on his current assignment and his future involvement in Catholic Classics. To get your copy of the complete reading plan, visit ascensionpress.com/catholicclassics or text "SOUL" to 33-777.
O governo Lula gastou R$ 83.600 com o rolê da primeira-dama, Janja, em Paris, para acompanhar o início da Olimpíada deste ano, segundo a Folha de S. Paulo.A primeira-dama viajou sob a justificativa de representar o petista no evento.Janta visitou a Vila Olímpica, fez fotos com alguns atletas e teve uma audiência com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e com o presidente da França, Emmanuel Macron.Procurada pelo jornal, a Secom do governo Lula afirmou: “As passagens foram adquiridas em aviação comercial (sem uso de aeronaves da FAB), seguindo os preços de mercado, que estavam elevados em razão dos Jogos Olímpicos. A primeira-dama viajou de classe executiva, conforme autoriza a legislação vigente.”Felipe Moura Brasil e Carlos Graieb comentam:Você também pode assistir ao Papo Antagonista na BM&C, nos canais de TV 579 da Vivo, ou 563 da Claro, além do SKY+. Que tal presentear seu pai com a assinatura de O Antagonista+Crusoé? 10% desc. no combo anual. https://bit.ly/papoantagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
O que parecia ser uma oportunidade de ouro para os negócios se revela, na verdade, um prejuízo: as Olimpíadas de Paris decepcionam diversos serviços dependentes do turismo, que viram a frequentação de visitantes cair nas semanas anteriores ao evento e ainda temem o pior. Comerciantes e gerentes de hotéis e restaurantes evocam o impacto da série de restrições ao trânsito na cidade e o medo dos preços altos, que parecem afugentar os turistas habituais da alta temporada. Lúcia Müzell, da RFI em ParisO tempo chuvoso e fresco neste início de verão parisiense também não colabora. Julho não tem sido um bom mês na comparação com os outros anos, garante Franck Delveau, presidente da União das Profissões e da Indústria Hoteleiras. Ele lamenta a expectativa de apenas 70% de ocupação dos hotéis na capital francesa."Muita gente desistiu de vir a Paris por causa dos problemas para circular na cidade, com muitas obras. Sem falar do clima político na França hoje – que, preciso destacar, contribui para atrapalhar a vinda dos turistas”, aponta. "A Olimpíada vai trazer 1 milhão ou 1,3 milhão de turistas estrangeiros. Nos tempos normais, costumam vir de 3,5 milhões a 4 milhões no verão."A fuga dos turistas não chega a ser uma surpresa: as imagens da cidade-sede virada do avesso para a realização das Olimpíadas geram efeito negativo nos meses que precedem o evento, um fenômeno já tinha sido verificado nos Jogos de Londres, em 2012.Em junho, as receitas do turismo em Paris caíram 25,4% em relação ao mesmo mês em 2023, conforme apurou a consultoria MKG Consulting, especializada no setor. O preço médio das diárias de hotel recuou 14,5%, impactado também pela queda do turismo de negócios. Paris acabou riscada do mapa para a realização de outros eventos empresariais e de instituições.A companhia Air France nota essa baixa nos seus aviões, mais vazios neste verão. A empresa antecipa que as receitas serão de € 160 milhões a € 180 milhões menores nesta temporada, na comparação com o verão passado.Obras, grades e bloqueios afastam turistas Em pleno coração de Paris, os comércios, cafés e restaurantes acostumados a receber milhares de pessoas por dia veem a Olimpíada como uma decepção. Não bastassem as grades provisórias instaladas por toda a região central para a programação olímpica, o garçom Laurent mal consegue acreditar que banheiros químicos serão colocados bem em frente ao café onde trabalha.“Para a gente, é um desencanto, porque aquilo que deveria ser um evento convivial se tornou uma Paris vazia”, resume, à reportagem da RFI. "Visualmente, o resultado aqui é lamentável. Não estamos conseguindo atrair gente para as mesas na rua, porque ninguém quer ficar instalado na frente de uma grade dessas. Ninguém quer ver isso quando vem conhecer a cidade e apreciar a beleza de Paris”, afirma o garçom.O frequentado mercado de flores Elisabeth II, na ilha de la Cité e a poucos metros da catedral de Notre Dame, não poderá abrir na véspera e no dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos. Em toda a cidade, 10% dos tradicionais mercados ao ar livre serão atingidos pelo evento."Nós seremos obrigados a fechar porque não terá ninguém. Tudo vai estar bloqueado. Eles já começaram a cortar o acesso às pontes”, diz a florista Betty. "Como vamos poder trabalhar, e como faremos para pagar os nossos aluguéis, para comer, afinal ninguém aqui é grande empresário. Somos todos pequenos comerciantes”, questiona Betty, que vai exigir da prefeitura compensações pelos prejuízos.Cerimônia de abertura fecha margens do rio SenaA cerimônia de abertura, no dia 26 de julho, acontecerá em um formato inédito, ao ar livre no rio Sena, e vai exigir um esquema de segurança também excepcional. A partir desta semana, apenas moradores e trabalhadores na região terão acesso às margens do rio, depois de obterem autorização dos serviços policiais.Turistas e visitantes também precisarão se cadastrar e apresentar documentos – uma "burocracia" que tem tudo para atrapalhar a frequentação, teme Audrey Azoulay, dona de uma joalheria na famosa rua de Rivoli."Por enquanto, não sei exatamente como vai funcionar. Só sei que para chegar aqui, será necessário apresentar um QR code”, indica a lojista. "O acesso a várias estações de metrô está fechado e as pessoas precisariam caminhar uns 10 minutos a mais para vir aqui. Vai ser fácil para os turistas que estarão em hotéis perto, mas para todos os outros, acho que vai ser complicado. Estou apreensiva."Aluguéis por temporada decepcionaramNão são apenas os comerciantes profissionais que ficaram desiludidos. A empreendedora Camille aluga há quatro anos o seu apartamento nos períodos de alta temporada em Paris, quando ela própria sai de férias com a família. Mas, desta vez, foi bem mais difícil emplacar, garante."Foi muito atípico para nós não conseguirmos alugar nos finais de semana anteriores à Olimpíada, em junho e julho, e isso que colocamos no preço normal que sempre alugamos. Esse efeito eu também pude constatar no meu trabalho, junto a chefs de cozinha parisienses, que infelizmente não estão tendo uma grande frequentação dos seus restaurantes”, garante."E até meu marido, que trabalha no setor dos museus, constata que a clientela atualmente é basicamente francesa. Tudo isso confirma que talvez o turismo vá se concentrar apenas nos dias da Olimpíada e tenha fugido daqui no restante da temporada”, conclui a empreendedora.Com colaboração de Arthur Ponchelet, da RFI em francês
Bonjour - sua dose diária dos Jogos de 2024
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-What a wild career this guy has put together at age 24. Olympian, Gold Medal, KHL Fun Thursday
O subúrbio parisiense de Saint-Ouen-sur-Seine está mais colorido. O artista paulistano Eduardo Kobra inaugurou nesta quinta-feira (13) mais um de seus grandes painéis, na fachada de um edifício. Inspirado na figura feminina da Marianne, um dos símbolos da República e da liberdade, o trabalho é resultado de uma parceria do artista com a esgrimista Nathalie Moellhausen, já classificada para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, e a prefeitura de Saint-Ouen, cidade que vai hospedar o Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Maria Paula Carvalho, da RFI em ParisO painel tem 19 metros de altura e 10 de largura. Está localizado perto da prefeitura de Saint-Ouen, ao lado de uma escola. Foi todo feito em spray e esmalte sintético com o uso de pistola.O artista levou quatro dias para realizar o mural, inspirado em um óleo sobre tela do pintor francês Eugène Delacroix: "Liberdade Guiando o Povo", de 1830, que exalta as três "Revoluções Gloriosas" e mostra uma figura feminina liderando os revoltosos. Na versão de Kobra, ela é uma atleta, usa tênis e em sua bandeira há uma mensagem em francês: "soyons nos propres héros", "sejamos os nossos próprios heróis", em tradução livre em português. "Eu fiz essa analogia porque esta pintura está muito conectada com alguns valores e princípios relacionados ao esporte como resiliência, força, coragem, superação e dedicação", diz Kobra em entrevista à RFI. "Este painel também traz essa mensagem: 'seja o herói de você mesmo'", completa o artista, que está em Paris para a inauguração da obra. A cerimônia contou com a presença do embaixador do Brasil na França, Ricardo Neiva Tavares, de autoridades locais, estudantes, moradores de Saint-Ouen e esportistas. "Muitos dos atletas do Brasil vêm de origem simples, de origem humilde e conseguem vencer e estar aqui por sua dedicação, força de vontade, coragem e resiliência", compara Kobra. "A obra faz essa conexão, não só com o meu trabalho, pois eu tenho que ter muita coragem e força de vontade para executar, mas ela foi especialmente criada para os atletas brasileiros", acrescenta. Nascido em Jardim Martinica, na periferia de São Paulo, o artista Eduardo Kobra começou sua carreira como Street Art, antes de se tornar um muralista. Em 1995, ele fundou o Estúdio Kobra, especializado em painéis artísticos e hoje conta com uma equipe de 12 pessoas. Outros dois artistas vieram a Paris para realizar o mural no número 10 da rua Alexandre Bachelet, em Saint-Ouen. Os vizinhos da obra aprovaram. "É uma coisa maravilhosa", diz uma moradora. "Magnífico. É a mensagem mais linda, para todos se entenderem bem", diz outra. "Todos nós temos a nossa responsabilidade de deixar a nossa região melhor e mais bonita", salienta o artista. "A arte abriu portas no mundo para mim e eu sou alguém que sempre busca evolução. Hoje eu tenho trabalhos em 38 países, de cinco continentes, mas continuo com o pé no chão", diz.Com grande sensibilidade para as mazelas sociais, os trabalhos de Kobra são também uma forma de chamar a atenção para as dificuldades vividas por muitos brasileiros. No Brasil, ele pintou algumas máscaras de esgrima de Nathalie Moellhausen, que foram colocadas à venda para ajudar projetos sociais que têm o esporte como alavanca. "A ideia surgiu no final de 2022, quando lançamos no Brasil o projeto 'Seja o seu próprio herói', destinado às instituições brasileiras que oferecem esgrima para crianças desfavorecidas no Brasil", explica a esgrimista brasileira Nathalie Moellhausen, que vai competir no Grand Palais, nos Jogos Paris 2024. "Por causa da minha vivência em Paris, achei que o trabalho do Kobra representava muito bem esses valores universais, que valem para atletas, artistas ou qualquer ser humano", completa. "Eu sempre pensei que este slongan pudesse marcar essa Olimpíada de Paris", afirma a atleta, que apresentou o projeto à prefeitura de Saint-Ouen. O município de quase 50 mil habitantes, no norte da capital francesa, será a base de apoio do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Localizada a 600 metros da Vila Olímpica, a cidade foi escolhida pela proximidade e pelas instalações que oferecerá à delegação brasileira. O COB terá cinco locais à disposição dos atletas e suas equipes na cidade: o Château Saint-Ouen, a Escola Petit Prince, o Parque das Docas, o Ginásio das Docas e a Serra Wangari. Para a prefeitura de Saint-Ouen, a parceria com o Brasil marcará uma geração. A obra, de Kobra, assim como a presença da delegação brasileira na cidade, simbolizam valores que a França tem em comum com o Brasil. "Kobra é um ícone artístico e internacional e sua obra se integra com a nossa filosofia de parceria com o Brasil", afirma à RFI o prefeito de Saint-Ouen, Karim Bouamrane. "Nós receberemos a delegação brasileira com orgulho. Queremos colocar beleza na cidade e Kobra incarna a democratização cultural, especialmente neste momento que precisamos de generosidade", completa. "São valores universais, valores de fraternidade", conclui. Em março, o município já havia inaugurado a rua Doutor Sócrates, a primeira do mundo com o nome do ex-jogador brasileiro, no local onde antes havia casas insalubres. A cidade será sede de quase 300 atletas brasileiros nos Jogos Olímpicos de Paris e a rua com o nome do ex-jogador fica dentro da Vila Olímpica. Rio 2016Esta não é a primeira vez que o artista Kobra integra seu trabalho aos Jogos Olímpicos. Em 2016, ele pintou um dos maiores murais grafitados do mundo, chamado Etnias, com 2,5 mil metros quadrados, para celebrar os Jogos do Rio de Janeiro."O boulevard Olímpico no Rio de Janeiro também era uma área abandonada, degradada e eu tive a oportunidade de pintar um mural lá para a Olimpíada", lembrou o artista. "Para mim, estar num bairro nobre ou um subúrbio tanto faz, o que eu gosto é deixar a minha marca registrada."
Bonjour - sua dose diária dos Jogos de 2024
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Concebida pelo Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo, “Nhe'ẽ Porã: Memória e Transformação” chega agora em forma itinerante à sede da Unesco, em Paris. A mostra propõe uma imersão na floresta de famílias linguísticas às quais pertencem as línguas faladas hoje pelos povos indígenas no Brasil. Patrícia Moribe, em ParisO título da exposição, explica o site do Museu da Língua Portuguesa, vem da língua Guarani Mbya: "nhe'ẽ" significa espírito, sopro, vida, palavra, fala; e "porã" quer dizer belo, bom. Juntos, os dois vocábulos significam “belas palavras”, “boas palavras” – ou seja, palavras sagradas que dão vida à experiência humana na terra. “Nós estamos trazendo uma pequena amostra dessa primeira exposição do Museu da Língua Portuguesa sobre Línguas Indígenas, que faz parte da Década Internacional das Línguas Indígenas, lançada pela Unesco”, explica a curadora e artista Daiara Tukano.Cerca de 50 profissionais indígenas participam do projeto. “É uma exposição que mostra a diversidade das línguas indígenas do Brasil, mas também a resistência de nossos povos, de nossas culturas”, acrescenta a ativista.As obras ocupam o saguão principal da Unesco e trazem uma instalação de pássaros e seus cantos, misturados às silhuetas das florestas – que representam as famílias linguísticas.“Quando eu era criança, ouvia falar dos troncos linguísticos e para mim, tronco era uma árvore. Então a gente desenhou cada família linguística na silhueta de árvores. E no meio dessas árvores estão pássaros importantes para muitos de nossos povos, que são pássaros sagrados e que são os pássaros que nos ensinam a falar e a cantar", conta Daiara. "Nosso conhecimento, nossa linguagem, vem da própria natureza. E dessa floresta nasce um rio, que vai atravessando toda a exposição, trazendo uma linha do tempo e das histórias de contato e resistência e construção das mensagens dos povos indígenas para a conquista de nossos direitos constitucionais, a luta do reconhecimento dos nossos territórios até a contemporaneidade.”“Não somos lenda”“Hoje nós temos 275 línguas vivas faladas no Brasil, de vários troncos linguísticos, como tronco Jê, o macro Jê, o tupi, tupi guarani, entre outros”, explica Thaline Karajá, que se apresentou na abertura da exposição na Unesco.“É de extrema importância que haja espaço para cantores e artistas indígenas estarem mostrando um pouco da sua arte, da sua ancestralidade, da sua língua, da sua cultura”, acrescenta. “Fora do Brasil, esse reconhecimento também é de extrema importância para que todos saibam que nós, povos indígenas, estamos resistindo e ainda existimos. Não somos lendas”, enfatiza a artista.“É fundamental nós termos nossos espaços de representabilidade”, disse Daiara Tukano a respeito do Ministério dos Povos Indígenas, da ministra Sonia Guajajara, que esteve na Unesco para prestigiar o evento. “Não podemos aceitar nada mais dito sobre nós sem nós. Então, é importante sempre trazer à frente o protagonismo das pessoas indígenas para poder explicar melhor sobre nossas realidades. E a gente precisa desconstruir muito das narrativas que foram feitas sobre nós, as narrativas da colonização, aqueles que entendem que não houve um descobrimento, que houve, na verdade, uma invasã”, alerta Tukano.”Essa invasão continua existindo. Ainda hoje nós temos muitos povos que lutam pelo reconhecimento do seu território, que enfrentam graves violências. E isso não é uma coisa que ficou no passado. Reafirmar o contexto da nossa realidade também é reafirmar a nossa luta e o mundo no qual nós acreditamos”, insiste a ativista.A mostra “Nhe'ẽ Porã: Memória e Transformação” fica em exposição em Paris até 26 de março.“Nhe'ẽ Porã: Memória e Transformação” também pode ser visitada de maneira interativa.
Falar sobre os cachorros dos últimos presidentes franceses, desde Charles de Gaulle, é uma alegoria adotada pela coreógrafa Maguy Marin para fazer um esboço político e socioeconômico da sociedade contemporânea. A peça “2023” mistura dança, sons e atuação dos sete intérpretes no palco, incluindo o franco-brasileiro Kostia Chaix. Patrícia Moribe, em ParisO espetáculo "2023" foi criado no ano passado e está em turnê pela França. Em Paris, acontece até 9 de março, no Les Abesses - Théâtre de la Ville. Mesmo assim, Maguy Marin repassa de tarde a peça antes de o público chegar à noite, conferindo movimentos, entonações e cobrando também do pessoal técnico.Os temas navegam pela crise da imigração tão atual, produto de uma sociedade que se empoderou às custas de outros, desde os tempos da colonização, passando por novas explorações e pela soberba da classe sempre dominante. “Eu acho que é uma forma de fotografia da nossa história social aqui na França, desde que o liberalismo entrou na política francesa até 2023; é uma fotografia parada em 2023 do que aconteceu e como é que o sistema midiático e político hoje”, diz Kostia Chaix, 28 anos, nascido no Rio de Janeiro.O engajamento político e social é uma tônica do trabalho de Maguy Marin. O lado criador vem desde os tempos em que era solista do grupo Balé do Século 20, de Maurice Béjart. Ela pesquisa e incorpora elementos teatrais em suas coreografias, o que a torna uma das criadoras marcantes da chamada Nova Dança Francesa. Um de seus trabalhos icônicos é “May B”, inspirado no teatro absurdo do irlandês Samuel Beckett, prêmio Nobel de Literatura. Em 2018, Lia Rodrigues e seus alunos da Escola da Maré, no Rio de Janeiro, apresentaram “May B” em Paris. Marin também acompanhou pessoalmente a preparação dos dançarinos.Preparação intensaKostia Chaix conta que a preparação de “2023” teve várias etapas. Em uma delas, durante três semanas, o grupo se reuniu para “se conhecer, ler coisas, compartilhar jornais, filmes e ideias. “Nada a ver com o espetáculo. Depois, a gente se encontrou sete ou oito meses até a estreia em 8 de novembro de 2023”, lembra. O dançarino conta que as discussões históricas e sobre a atualidade continuavam em paralelo. “É jogo de ida e volta no palco, você tem uma ideia cênica, o grupo discute como melhorar ou até descartar a proposta.”Sobre como se tornou bailarino, Chaix mostra que é carioca, dizendo que nasceu “em dia de bloco de carnaval no Rio de Janeiro”. Mas explica: “acho que sendo brasileiro, a dança é parte da cultura; você fica vendo as pessoas dançando, é parte da sua vida e do dia a dia”.Inspirado por "Billy Elliott"Ele conta que uma influência importante foi o filme “Billy Elliot”, em que um garoto inglês descobre a dança clássica e enfrenta a família e tabus para ser bailarino. Na França, ele passou pelo Conservatório Nacional de Paris e, depois, pelo Conservatório Nacional de Lyon.Na formatura, Chaix experimentou o vocabulário coreográfico Maguy Marin. Depois de um tempo em Berlim, ele voltou para a França e, durante a pandemia, escreveu para a coreógrafa, dizendo que queria fazer “May B” de novo. O retorno veio logo e assim o franco-brasileiro passou a fazer parte de uma das companhias mais emblemáticas da Franca.Sobre o Brasil, Chaix gostaria de desenvolver algo, mas é consciente. “Já tem muitos artistas no Brasil que precisam ter visibilidade, que merecem essa visibilidade”, diz, como os amigos da Escola da Maré, de Lia Rodrigues, e outros profissionais brasileiros atuando na Europa. “É um sonho para mim criar essa ponte e não ter o Brasil só para férias, é um pais muito mais interessante que isso”.
***À Poêle est ravi de compter un nouveau sponsor pour la saison 2023/224 et de partager avec ses chers auditeurs restaurateurs-entrepreneurs, dont l'emploi du temps est millimétré et les finances mises à mal par l'inflation, sa découverte d'une solution idéale en cas de besoin express de cash. Lancés par Bpifrance, la banque d'investissement française soutenue par l'état, les prêts Flash permettent d'emprunter en deux temps trois mouvements, en ligne et sans paperasse superflue, jusqu'à 75 000 € avec un déblocage des fonds en 7 jours. Rénovation énergétique, innovation, développement marketing ou renfort de trésorerie…Tous les besoins sont bons ! Rendez-vous sur flash.bpifrance.fr***À Poêle est le podcast de l'Agence La Relève qui met à nu les chef.fe.s et talents food.La Relève, c'est à la fois une agence d'influence food incluant management et booking de talent, et une agence créative qui imagine des projets culinaire pour des marques, des lieux ou des événements.Dans ce nouvel épisode, nous sommes ravies de recevoir Paul-Henri Bayart du restaurant Taverna.Les coups de coeur restaurant, ce n'est pas si souvent que ça arrive et Taverna en est un ! Paul-Henri Bayart, reconverti avec brio en cuisinier après une carrière dans la finance y délivre des assiettes simples en apparence mais qui font mouche, et surtout sentir qu'il se passe quelque chose en cuisine. Et puis, Taverna ce n'est pas seulement la food, c'est aussi et surtout un lieu habité, réfléchi, travaillé dans sa globalité. Avec un supplément d'âme, certes de son temps, mais qui est bel et bien présent.Avec Paul-Henri, nous avons parlé de merchandising, de pita frite et de la Méditerranée, cette terre qui l'inspire encore et encore.Bonne écoute !Où goûter ce qu'ils ont dans la poêle ?56 Rue Amelot, 75011 ParisOù le suivre ?@taverna.parisOù nous suivre ?A Poêle : @apoelepodcastLa Relève : @agence_lareleve Hébergé par Acast. Visitez acast.com/privacy pour plus d'informations.
This week, it's all about the music! The Gays are joined by musician (& pal of Justin) Carl Pariso to talk all about the music industry, his upcoming album 'Level 30' and his upcoming show at the Rockwood Music Hall in New York!Justin and Kevin talk boy band crushes, favorite (and least favorite) genres of music, jealousy in relationships and showing hole.Carl Pariso's new album 'Level 30' comes out this Summer! Get updates about the album & keep up with Carl by following him on instagram and don't forget to come see him at the Rockwood Music Hall in New York on March 23rd!Want to Sponsor at Cocktail on the Pod?Cashapp OR Venmo us the amount of what you want us to try next!Support the showEnjoyed this episode? Don't forget to rate the show AND tell your friends! Follow Two Bland Gays on Instagram & TikTok!
Today we're delighted to be joined by Irish centre Stuart McCloskey, fresh from his teams epic victory in the south of France. We discuss his countries secret 2 day party in Paris after the world cup, how he fell in love with Archie, find out what captain Peter O'Mahony's like on the bum funnels, why Stephen Ferris' is a bit creepy in his 'old age', why you should never try and take on Bundee Aki in a fight, find out what Belfast is like for a night out, why Jacob Stockdale is the most boring roommate in history and also why Ex-Irish Head Coach Joe Schmidt never trusted Stuart plus much more..... --------- Next week we're touring around the UK for our live Rig Biz shows, please round up your mates and come along, for one of the messiest and weirdest nights you could ever imagine! Get Your Tickets Here - https://www.eventbrite.com/cc/rig-biz-uk-tour-february-2930289 London - 14th Feb - Jason Fox Leeds - 15th Feb - Ryan Sidebottom Oxford - 20th Feb - Tom Varndell Bristol - 21st Feb - Dave Flatman
Get ready to dive deep into the mind of an Olympian and professional goalie, Paris O'Brien. Hosted by Pete Fry, the Goalie Mindset Podcast unlocks the secrets to achieving dominance on the ice. Paris is also a Pete Fry Certified Coach who is working directly with athletes on a weekly basis helping them with their mindset. During the episode Paris talks about the routines he uses to strengthen his mindset and talks about his unexpected path to becoming an Olympian. Paris shares invaluable insights and techniques for success. Discover the power of visualization exercises, grounding techniques, and continuous learning as you listen to this inspiring conversation. Learn about Paris' experiences in the KHL and the Olympics, and how continuous learning and adaptability have played a crucial role in his success.Private Goalie Mindset Coaching: https://www.petefry.net/results-coachingGoalie Mindset Academy (7 Day Free Trial): https://www.goaliemindsetacademy.com//7day-free-trialDaily Insight and Tips: https://www.instagram.com/goalie_mindset/ and https://www.tiktok.com/@petefrymindsetListen to other podcasts: https://www.petefry.net/podcastStay up to date with everything at https://www.petefry.net/
Chaque jeudi soir à partir de 18h sur BFM PARIS, une femme ou un homme politique d'Ile-de-France est l'invité spécial de BFM PARIS pour répondre aux questions d'Alexia Elizabeth.
ENTREE AWARDS SPECIAL: HYSTERISCHE HORECA Bekt Lekker de podcast met Maartje Nelissen en Gijsbregt Brouwer en special guest Ron Simpson (jurylid Entree Awards, creative entrepreneur en oprichter/eigenaar van Skybox). Deze korte special focust zich op een belangrijke horecatrend: hysterische horeca. Lees het speciale artikel op Entree Magazine over hysterische horeca en volg het laatste nieuws over de Entree Awards hier.Met:de trend meemaken: eigen verhalen over hysterische horeca: gast Ron Simpson vertelt over zaken waar hij geweest is en hoe die elk op hun eigen manier hysterisch waren. Denk aan Amazonico in Madrid, Zauo en Wagyumafia in Tokyo. Ron geeft ook aan dat er een tegentrend is: full focus op eten en dat dit soort restaurants meer gaan over uitgaan, dan over alleen eten. Gijsbregt vertelt over zijn bezoek aan een bloemenstal in Bangkok die een dessertbar bleek te zijn.de trend uitleggen: wat zijn nou hysterische horeca? Maartje noemt een aantal zaken zoals Dolle Diva, La Nostra Gigi en Grace. En ze duidt ze als volgt: de gemene deler is toch wel gigantische kroonluchters, levensgrote streetart of graffiti, restaurants met een compleet plafond van bloemen en overdadige prints. In de hysterische horeca is ieder hoekje uitgedacht en draagt alles bij aan de beleving voor de gast. Wat het natuurlijk heel fotogeniek en deelbaar maakt. Ron geeft aan dat het in het buitenland vaak duurder wordt uitgevoerd en daardoor ook goed gedaan wordt, zoals Sketch en Circo Popolare (beide in Londen). Er is een Nederlandse versie waar alles veel meer betaalbaar is, passend bij de Nederlandse markt.Lees hier in Entree Magazine over hysterische horeca.de impact van de trend: wat betekenen hysterische horeca voor de branche? Ron geeft aan dat deze horeca niet voor elke ondernemer of elke gast zal zijn. Het moet bij je concept passen en iedereen moet 'niet meespelen, maar je zelf zijn'. Ron geeft het speelveld weer: van meer 'pretpark'zaken versus de zaken waar je elke week heen kan. De meer traditionele zaken kunnen veel langer bouwen en aanpassen. De echte hysterische horeca lijkt van kortere duur, als er niet vernieuwd wordt.de toekomst van de trend: waar gaat het heen met hysterische horeca? Gijsbregt kijkt als food trendwatcher naar de toekomst van hysterische horeca: de wereld blijft veranderen, ook door hoe we dingen delen met anderen, zoals via Instagram of TikTok. Er lijkt iets nieuws aan te komen met minder spektakel en dat vraagt ook om aanpassingen in de zaak. Kijk bijvoorbeeld naar dit voorbeeld uit Groningen waar een roze zaak binnen een jaar een Nikkei zaak werd. Ron trekt het voorbeeld van restaurants breder en kijkt naar muziek, mode en film. Heb je een one hit wonder? Of schrijf je een klassieker. Wellicht past hysterische horeca ook een bepaalde tijdigheid.tips, tips en nog een tips: waar vind je de leukste hysterische horeca? Als eerste de genomineerden voor de Entree Awards 2023 die min of meer in deze categorie vallen: Dolle Diva, Grace en La Nostra Gigi. Lees hier alles over de genomineerden op Entree Magazine.De tip van Ron valt buiten de ring van Amsterdam: Streetfood Club in Breda, winnaar van de Entree Awards in 2022 categorie Best Dine & Drink 150+. Gijsbregt heeft een tip in zijn thuisstad Rotterdam: Grace. En Maartje tipt een Parijse zaak: Mondaine de Pariso.Dank aan onze producer Faysal, BUNK voor de studio. En natuurlijk aan onze gast Ron Simpson en partner Entree Magazine.Speciale dank aan de sponsors Temper, Coppa Cocktails en Kolibrie HRM.Volg ons op Instagram, Twitter of LinkedIn. En schrijf je in voor onze onregelmatig verschijnende nieuwsbrief.
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Paraíso blanco is a Colombian streaming television series produced by Caracol Televisión for TelevisaUnivision. The series is based on the life of former German-Colombian drug lord Carlos Lehder, inspired by the book Crazy Charlie written by Ron Chepesiuk. Sebastián Osorio stars as Lehder. The series premiered on Vix on 20 July 2023.Support this show http://supporter.acast.com/houseofmysteryradio. Become a member at https://plus.acast.com/s/houseofmysteryradio. Hosted on Acast. See acast.com/privacy for more information.
Protocolo de Kyoto: Acordo de Paris; O meio ambiente transnacional: Entrave à sustentabilidade --- Send in a voice message: https://podcasters.spotify.com/pod/show/pedro-mendes-ju00fanior/message
Começa neste domingo (7), em Doha no Catar, a 62ª edição do Mundial de Judô. Dezessete judocas brasileiros participam da competição, que vale pontos no ranking para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Serão oito mulheres e nove homens, representando o Brasil, até 14 de maio, em uma das principais provas do ano. Os atletas brasileiros treinaram no dojô de Sainte-Geneviève-des-Bois, nos arredores de Paris, na França, para reduzir a diferença de fuso horário, antes de viajar para Doha. Com a colaboração especial de Jonas Duris Neste campeonato, cerca de 600 atletas de uma centena de países estarão competindo pelos 15 títulos em jogo: sete para mulheres, sete para homens e um para equipes mistas. A delegação do Brasil é composta por judocas experientes, como Rafaela Silva, que ganhou o ouro na categoria até 57 kg na Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, e Rafael Silva “Baby”, que tem duas medalhas de bronze na categoria acima de 100 kg, uma nos jogos de Londres e outra no Rio.Também fazem parte do grupo judocas com menos experiência, como Gabriela Mantena, de 22 anos, que disputa seu primeiro Mundial de Judô pela categoria até 63 kg. Apesar de competir na categoria contra grandes nomes como a francesa Clarisse Agbegnenou, a atleta se mostra confiante antes da estreia. "Esse ano, eu lutei com muitas adversárias que estão no top 10, e consegui ganhar de algumas delas que estão ali, então as primeiras do mundo. A gente sabe que é uma responsabilidade muito grande, que não é fácil. Mas, como diz o ditado, eu tenho duas pernas e dois braços que nem elas”, afirmou a judoca.Brasil confianteNo Mundial de 2022, no Uzbequistão, o Brasil teve uma bela participação, terminando em segundo depois do Japão, com títulos de Rafaela Silva e Ayra Aguiar. Neste ano, mesmo sem a participação de Ayra, que priorizou outras competições, e da lesão de Daniel Cargnin, o grupo se sente bem. Baby se mostra confiante para o Mundial de Doha. “Acho que vai ser uma boa campanha. Pensando na modalidade equipe, que acontece no dia seguinte das disputas do individual, eu acho que o Brasil tem chance de chegar no pódio também; está com uma equipe bem misturada, com atletas experientes e atletas mais novos fazendo boas colocações nas competições deste ano.” O atleta, que luta na categoria dos mais de 100 kg, tem bastante experiência em mundiais. Ele ganhou uma medalha de prata em 2012, e duas de bronze, em 2014 e 2017. Seis anos depois, o grande objetivo dele é “voltar ao pódio”. O judô é o esporte individual que mais deu medalhas olímpicas para o Brasil. São 22, sendo quatro de ouro, três de prata e quinze de bronze. A primeira medalha olímpica de judô do Brasil foi de bronze nos Jogos de Munique em 1972. Quem ganhou foi o japonês naturalizado brasileiro Chiaki Ishii. A primeira medalha de ouro veio na Olimpíada de Seul em 1988, com a vitória de Aurélio Miguel. Já a preparação em Sainte-Geneviève-des-Bois, nos arredores de Paris, ajudou os atletas que competirão no país em julho de 2024. “O dojô aqui, que é o lugar onde se treina, recebe a gente há vários anos. Temos um intercâmbio legal e ajuda bastante a deixar o treino mais forte para fazer a preparação final", disse Rafael Silva.JO de ParisO torneio mundial é a competição que mais vale pontos para o ranking no período de classificação para os Jogos de Paris 2024: 2.000 para o vencedor. Isso está na cabeça dos atletas antes de entrar na competição, que vai ser uma preparação física e mental para os Jogos Olímpicos que começam em julho do ano que vem. Gabriela Mantena vai disputar sua primeira Olimpíada em Paris. “Acho que todo mundo que está lutando nas competições internacionais tem esse foco de ir para a Olimpíada no ano que vem. Com certeza é o meu objetivo e estou lutando para isso, para conseguir os pontos para a classificação”, afirmou a atleta. O experiente Rafael Silva “Baby” participará de outras competições em sua preparação para Paris 2024. “O Mundial está sendo em maio, depois a gente tem o Master em outubro, que é uma outra competição bastante forte. A gente tem um Continental, tem jogos Pan-Americanos também este ano. São várias competições classificatórias até a Olimpíada", sublinhou.Ele detalha que são muitas provas que ainda valem pontos para a Olimpíada. "O mais importante agora é a gente ir bem. São competições que fazem parte da preparação, mas ao mesmo tempo são importantes para a gente ter uma boa colocação no ranking e conseguir um melhor lugar na chave nos Jogos Olímpicos", declarou.Ouro na miraDepois de duas medalhas de bronze em 2012 e 2016, o atleta de 35 anos quer conquistar o ouro. “É mudar a cor da medalha, estou numa preparação bastante equilibrada. Eu acho que fazendo uma boa campanha e conseguindo subir no pódio, seria uma bela maneira de encerrar a carreira, com a última Olimpíada”, disse.O Mundial de Judô de Doha vai até o próximo domingo, 14 de maio.
S02:E06 - Chrissie Chen Pariso, Managing Director, MPowered CapitalMoments that Made Her is a podcast where the rare and unique women that hold senior private equity roles share their stories, including the key personal and professional moments that defined their journeys and lessons they learned along the way.Moments that Made Her is a production of the Private Equity Women Investor Network, also known as PEWIN, which is the preeminent organization for senior-level women investment professionals in private equity.PEWIN provides its members with opportunities to network, share ideas, make deep connections with peers, and empower each other to succeed. Our mission is to increase the profile of women in private equity, and its members represent institutions with over $3 trillion in assets under management.Moments that Made Her is hosted by Kelly Williams, PEWIN's Founding Chair, and is produced in collaboration with Purple Photo Group.To learn more please visit pewin.org.
No verão de 1849, o pianista Frédéric Chopin não conseguia mais prosseguir lecionando, pois uma tuberculose pulmonar evoluía rapidamente. Sua irmã mais velha, Ludwika, viajou desde Varsóvia para cuidar do compositor. No dia 17 de outubro, o gênio do piano morre em seu apartamento parisiense da Place Vendôme.Veja a matéria completa em: https://operamundi.uol.com.br/hoje-na-historia/1618/hoje-na-historia-1849-morre-em-paris-o-pianista-frederic-chopin ----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio ★ Support this podcast ★
No sábado já tinha decorrido um outro protesto em Paris, na Place du Châtelet, que também contou com centenas de participantes.
Seis anos depois, na sala originalmente construída para julgar o processo dos atentados do Bataclan, no Palácio de Justiça de Paris, vão ser julgadas oito pessoas ligadas ao autor do atentado, o tunisino Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, de 31 anos, que morreu ao ser baleado pela polícia no local.
O canal ASA, em sua seção de segurança de voo "Fly Safe", debate o incidente grave envolvendo o Airbus A320 da AirHub, de matrícula 9H-EMU, que operava o voo D84311 da Norwegian entre Estocolmo e Paris/Charles de Gaulle, no último dia 23 de maio. Por falha do controle de tráfego aéreo e da tripulação, o Airbus desceu por duas vezes consecutivas abaixo da rampa ideal de planeio durante aproximação por instrumentos do tipo RNP para a pista 27R. Na primeira vez, o jato chegou a seis pés do solo, quando a arremetida foi executada. Participam do debate, o comandante Eduardo Berensztejn (National Transportation Safety Board - NTSB); o comandante Ivan Carvalho; e o agente de segurança de voo Edgard Santos. Foto da capa: Javier Rodríguez.
Le conducteur du véhicule a été placé en garde à vue tandis que les policiers ont été libérés.
O Folha Turismo desta sexta-feira (27) vai até Paris. O jornalista Fabiano Antunes, do site de viagem Rota1976.com fala sobre os diversos atrativos da capital francesa, da Torre Eiffel, passando pelas catedrais, palácio de Versalles, EuroDisney e muito mais.
¿Podemos separar al autor de su obra? ¿La vida personal de un artista debe cambiar nuestra apreciación sobre su arte? En esta ocasión vino Jimena Lipman para hablar de estos temas a propósito de que vimos Midnight in Paris, de Woody Allen.
Aujourd'hui, Thibault Sombardier prépare une recette de saison : des asperges blanches sauce maltaise. C'est une recette qu'il aime faire à la maison aussi bien qu'au restaurant; il la propose d'ailleurs à la carte de son nouveau bistrot chic Les Parisiens, ouvert à Saint-Germain-des-Prés, au sein de l'Hôtel Pavillon Faubourg Saint-Germain, où il cultive une cuisine un brin rétro et super gourmande. Asperges blanches des Landes, sauce maltaise revisitéePour 4 personnes16 asperges blanches2 oeufs 30g de moutarde20cl d'huile de pépin de raison2cl de vinaigre de Xérès1 orange maltaiseSel, poivre du moulinOù goûter ce qu'il a dans la poêle ? Les Parisiens,1 rue du Pré aux Clercs, ParisOù le suivre ? www.instagram.com/thibaultsombardier/Cet épisode a été monté par Garance Muñoz Musique par Santiago WalschA bientôt pour un nouvel épisode d'A Poêle… Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
DANS LES LYCÉES DES CANDIDATS 2/7 - C'est dans un établissement privé de confession juive qu'Eric Zemmour a passé son bac. Rencontre avec des lycéens.
Episode 160 of the InGoal Radio Podcast, presented by The Hockey Shop Source for Sports, features a fascinating conversation with Olympic goalie Paris O'Brien.In that feature interview, presented by Sense Arena, O'Brien walks us through his incredible journey to representing China as the hosts of the 2022 Beijing Olympics, including the chance to play against his home country, Canada. It's an amazing journey that started with being asked to fill in at skate was short on goalies, skipping school to do so (he was in Grade 11 at the time), meeting Mike Keenan, and ending up in Latvia for the following season. O'Brien shares insights from each stop of a five-year adventure from there to the KHL and Olympics, including lessons from his goalie coaches at home and from Finland, and a glimpse into his Chinese roots, and how special this opportunity was for him and his family.All that, plus a trip to The Hockey Shop Source for Sports to look at the new Vaughn SLR3 chest protector, with several new features that had Woody trying to do TikTok dances.
Haters de todo el mundo, ha llegado vuestro episodio. Con 'Emily in Paris' ha llegado a la pequeña pantalla el fenómeno del "hate-watching", o hablando claro, no poder parar de ver una serie por lo mala que es. Narda y Marina se ponen repelentes (aunque tampoco hace falta tanto...) y discuten las cosas que hacen que 'Emily in Paris' sea una bazofia infumable a pesar de tener fanses tan entregados. ¿POR QUÉEEEE, LILLY COLLINS? La queremos mazo pero es que su serie da mucho cringe. >> ¿Eres un/a cultureta? Suscríbete y síguenos en: Nuestro programa exclusivo: https://www.ivoox.com/_5c_690584_1.html Tiktok: @lasculturetas IG: https://www.instagram.com/silenzine/ TW: https://www.twitter.com/silenzine FB: https://www.facebook.com/silenzine/ Grupo de Facebook: https://www.facebook.com/groups/clubdelasculturetas Escucha el episodio completo en la app de iVoox, o descubre todo el catálogo de iVoox Originals
Si te preguntabas por qué ya no puedes escuchar Gente 2020 aquí, es porque estamos en exclusiva en Podimo. Nueva temporada con invitadas TOP: artistas, médicas, cómicas... vamos, saca el mezcalito y sintoniza porque no te lo puedes perder
L'amour. Le grand, le vrai, celui avec un grand A. L'amour qui transcende, secoue, désarçonne et transporte. Cet amour véritable qui, depuis toujours, a nourri les artistes, de l'écrivain(e) au peintre, du/de la cinéaste au/à la musicien(ne). Et bien que personne ne remette son existence en cause, la notion du « vrai amour » reste ardue à définir. Car rien n'est plus personnel que le sentiment amoureux.Dans ce contexte, difficile donc de vous donner une signification de l'amour vrai, claire et objective. À la place, voici la définition - très personnelle - d'hommes et de femmes qui l'ont expérimenté.L'amour vrai et sincère, qui résiste au tempsPour Emma, architecte bordelaise, le vrai amour, c'est celui qui résiste au temps. Celui qui ne s'explique pas, mais qui chamboule tout sur son passage.« J'ai vécu une relation en pointillé pendant toute ma vingtaine. Lorsque je l'ai rencontré, j'étais en couple. J'ai eu une aventure avec lui, ai sérieusement songé à quitter mon compagnon de l'époque mais suis finalement restée, par crainte de faire une erreur. J'ai coupé les ponts et nous nous sommes retrouvés deux ans plus tard. Cette fois-ci les rôles s'étaient inversés : j'étais célibataire, il était en couple. La situation s'est répétée, puis c'est lui qui a, cette fois-ci, coupé les ponts.Puis, deux ans plus tard, l'histoire se répète à nouveau. Nous sommes alors tous les deux en couple. Il me propose de tout quitter pour partir avec lui. J'ai très sérieusement songé à le suivre, mais je n'ai pas eu le courage de renoncer à mon quotidien, mon confort. Il est aujourd'hui marié. Malgré tout, une partie de moi ne peut s'empêcher de penser qu'on finira un jour par se (re)trouver. Entre nous, c'est un amour qui ne s'explique pas, qui résiste au temps, à l'absence de l'autre. Et qui est toujours aussi fort quand on se retrouve, même après des années de silence. »Le véritable amour existe Marta, institutrice de 36 ans, estime que le vrai amour, c'est celui qui tient bon face aux difficultés de la vie.https://lesen.amazon.de/kp/embed?asin=B07DHTHDGG&preview=newtab&linkCode=kpe&ref_=cm_sw_r_kb_dp_9HM6ACQRTCMNYG4324V3&tag=storeup09-20☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆https://linktr.ee/jacksonlibon-------------------------------------------------------------------------------------------------#facebook #instagram #amour #couple #couplegoals #famille #relation #doudou #TotalEnergiesAFCON2022 #TeamTunisia #CAN2021 $BTC $ETH #cryptocurrency #Bitcoin #Ethereum #Avalanche#altcoins #Crypto #NFTs #Avalanche #innovation #CryptocurrencyNews #cashback #YieldFarming#TotalEnergiesAFCON2021 #TeamMali #TUNMLI #teamegypt #afcon2021 #TeamCameroon #youtube #twitter #tiktok #love #reeĺs #shorts #instagood #follow #like #ouy #oyu #babyshark #lilnasx #girl #happybirthday #movie #olive #garden #menu #deviance #autotrader #trading #khan #academy #carter #carguru #ancestry #accords #abc #news #bts #cbs #huru bluebook #socialmedia #whatsapp #music #google #photography #memes #marketing #india #followforfollowback #likeforlikes #a #insta #fashion #k #trending #digitalmarketing #covid #o #snapchat #socialmediamarketing #bhfyp
Jean Auguste Dominique Ingres, último representante dos grandes pintores do neoclassicismo francês, morre em 14 de janeiro de 1867 em Paris, após ter atravessado sem dificuldade duas monarquias, dois impérios, duas repúblicas e três revoluções.Veja a matéria completa em: https://operamundi.uol.com.br/historia/26564/hoje-na-historia-1867-morre-em-paris-o-pintor-jean-auguste-dominique-ingres----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★
Esta hablamos de la gran polemic de Messi ganando el balon de oro. Realmente se lo merecia si o no? Ustedes decidan. Tambien les resumimos la Liguilla y conversamos sobre el nuevo logo de la Selecion de Mexico. Siganos en Twitter: @wizardjc7 Instagram: @samo_josoo7, @fabianrangel_, @ruben.rc296, Youtbe: https://www.youtube.com/channel/UCYRwH_V_Fhrv0Kvl8Y05aug AlgoEspontanio Productions Creador del Titulo Alberto Mickey Castaneda
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Palestra online realizada no dia 25/06/2021 para a Associação Espírita Mãos Unidas, de São Paulo/SP.
Em 17 de novembro de 1917, o célebre escultor francês Auguste Rodin morre em Paris, aos 77 anos de idade. Mais conhecido pelas esculturas, o artista começou a estudar na Petite École aos 14 anos e na escola de Antoine Barye, ganhando a vida trabalhando para um fabricante de ornamentos arquitetônicos. Em 1863 passou a trabalhar para o escultor arquiteto A. E. Carrier-Belleuse, que exerceu sobre ele uma influência determinante. De 1870 a 1875 viajou para Bruxelas onde continuou com o mesmo ramo de negócios, tendo nesta época visitado brevemente a Itália.Veja a matéria completa em: https://operamundi.uol.com.br/politica-e-economia/7628/hoje-na-historia-1917-morre-em-paris-o-escultor-auguste-rodin----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★
Mis libros y Cafecito App me cumplen el sueño de sostenerme en el intercambio con la gente. ¿Disfrutás mis lecturas? ¿Te acompañan? ¿Te desafían? ¿Te iluminan? Ayudáme a sostener el puente para que todo siga siendo posible. Si te gustan volvé a escucharlas, compartilas, pedime un libro y/o hacé tu aporte en cafecito.app/agustinaferrand
Pour ce nouvel opus de Fashion Gasoil, j'ai invité à mon micro une mère et sa fille toutes les deux passionnées par les films de Claude Sautet et l'esprit des années 70. De cette passion, elles en ont fait un marque Margaret Selection... enfin une marque... c'est plutôt une renaissance ! Margaret Selection est en effet une réédition d'une maison créée en 1951.Une belle histoire à écouter...https://www.margaretselectionparis.com/ See acast.com/privacy for privacy and opt-out information.
Marcellin Pierre Eugène Berthelot, químico e historiador francês, cujo pensamento criativo e trabalho influenciaram significativamente na química do final do século XIX , morre em Paris em 18 de março de 1907, aos 79 anos.----Quer contribuir com Opera Mundi via PIX? Nossa chave é apoie@operamundi.com.br (Razão Social: Última Instancia Editorial Ltda.). Desde já agradecemos!Assinatura solidária: www.operamundi.com.br/apoio★ Support this podcast ★
Una setmana més, el poeta de Deltebre Javier Caballero ens ofereix una nova càpsula de la secció "Un home qualsevols". En el cas d'avui, Javier ens parla d'un episodi mitològic ben cèlebre: El judici a Paris o la Poma de la Discòrdia.
Aujourd'hui, j'ai le grand plaisir d'interviewer Julie Caute, créatrice et cheffe du restaurant Dame Jane à Belleville. Elle a imaginé son tout petit restaurant, ouvert il y a 6 ans, comme sa salle à manger. Un lieu très personnel, d'une rare bienveillance à tous les égards, où l'on vit et où l'on mange à son rythme sa cuisine sensible, percutante et de saison. J'adore la vision qu'elle développe avec douceur et émotion et on aurait pu continuer à étirerle temps, comme elle explique aimer si bien le faire. Avec Julie, nous avons parlé de la place de la femme dans la restauration (2:40), de recevoir au restaurant comme chez soi (6:20), de ne pas figer un menu sur un bout de papier (9:25), de vin nature (16:05), de légitimité (25:50), du regard de sa fille sur sa cuisine (34:40), de sa relation avec ses collègues en salle (50:23) et d'ouvrir sa cuisine à d'autres personnalités, des femmes, pour s'en inspirer (1:00:40).Où goûter ce qu'elle a dans la poêle ?Dame Jane39, rue Ramponeau 75020 ParisOù la suivre ? www.instagram/damejane_/Cet épisode a été monté par Garance MuñozMusique par Santiago WalschA bientôt pour de nouvelles histoires de chef.fes... Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
Rafinha, Juju Massena, Magro Lima e Cosma, juntos com as presenças itinerantes de Ki Fornari e Cris Pereira fazem testes, desabafam, dão dicas de filmes e coisas pra se fazer no finde, recebem convidados de Vitor Kley até Paulo Zulu e muito mais nesse programa sem pautas e sem vergonha. Veja muito mais no youtube
durée : 00:38:37 - Le Téléphone sonne - par : Fabienne Sintes - Paris et la petite couronne viennent de passer en zone d'alerte maximale. Est-ce que 15 jours seront suffisant pour enrayer cette mauvaise tendance ? A-t-on réagi trop tard ? Êtes-vous agacés par ces mesures ou pensez-vous qu'elles sont nécessaires ?
The Transatlantic Extreme Metal Podcast featuring music by Pariso, Gojira, Huntsmen, Anteros and END
No episódio de hoje conhecemos os primeiros personagens com atuação direta na produção dos vinhos que pegaram os franceses de surpresa no Julgamento de Paris e, de certa forma, revolucionaram o mundo do vinho: André Tchelistcheff e Mike Grgich. Este capítulo apresenta também as inovações que vinham acontecendo na Califórnia – a cooperação entre produtores... The post SV#75 – Julgamento de Paris: O sonho de fazer “vinho francês” na Califórnia appeared first on Simples Vinho.
Cédric Grolet est un phénomène à lui tout seul. Sur Instagram, ses créations font baver 1,5 million de followers et il a déjà été élu, à 33 ans, plusieurs fois meilleur pâtissier du monde. Dans ce épisode, Cédric Grolet parle de rêves, de sculpture, de baskets, de sacerdoce, de création, de rétroplanning et de tarte aux pommes. Bonne écoute ! Où goûter ce qu'il a dans la poêle et le four : Le Meurice228, rue de Rivoli75001 ParisEt les pâtisseries6, rue de Castiglione75001 Paris35, avenue de l'Opéra75002 ParisOù le suivre : Sur www.instagram.com/cedricgrolet/bien sûr www.facebook.com/cedricgroletN'hésitez pas à envoyer vos commentaires, suggestions, questions à apoelepodcast@gmail.com, et à décerner un max d'étoiles sur l'application qui vous a servi à écouter ce podcast. Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
« Mémoires Vives » émission de la Fondation pour la Mémoire de la Shoah. Préparée par Rachel Rimmer et présentée par Juliette Sénik qui reçoivent Réjine Halimi, artiste peintre photographe et Annie Melihan Cheinin, Directrice de la résidence Amaraggi du Casip Cojasor pour l’exposition « mémoire d’un sourire » du 16 au 27 septembre à la Mairie du 19e arrondissement de Paris « Où allez vous Mademoiselle ? J’ai répondu : le commissaire m’a donné l’autorisation de partir du poste de police ». « Attendez, je vais vérifier. » Le commissaire lui a confirmé l’autorisation. Moi et une dizaine d’enfants juifs, on a été sauvés ce jour là. Ça jamais je n’ai oublié », Dinka Reich. Dinka Reich, Rose Volcot, Rachel Puszet (photo ci dessus), Raymonde Kenig, Sabine Lerer, Jean-Marc Leroy, Mendel Gorlicky, Joseph Weissmann, ce sont des noms, des visages, des vies, qu’on pourra voir du 16 au 27 septembre 2019 à la mairie du 19ème arrondissement autour d’une exposition qui s’intitule « Mémoires d’un sourire ». Ce très beau projet a été mené dans le cadre du programme Kecher, soutenu par la Fondation pour la Mémoire de la Shoah, qui vise à prendre en compte les parcours spécifiques de chaque survivant de la Shoah qui intègre une des 3 résidences du Casip-Cojasor, Amaraggi dans le 19 ème, Kelmann à Créteil et La Colline à Nice.
ALBERTO SANTOS DUMONT (1873-1932) passou a adolescência observando os pássaros e estudando sua constituição física. Aos 18 anos, foi emancipado e recebeu do pai títulos de renda e ações que lhe permitiriam financiar suas experiências. Foi para Paris, estudou muito e se tornou um aeronauta, esportista e inventor brasileiro do avião. "O Pai da Aviação". Com o "14-Bis", executou, em Paris, o primeiro voo em um aparelho mais pesado que o ar. Triste por ver sua invenção sendo usada durante a revolução de 1932, já com esclerose múltipla e depressão, se suicidou um hotel no Guaruja. Mais um brasileiro que vale a pena conhecer um pouco de sua história. Essa é a nossa história de hoje. Espero ter contribuído para que seu dia tenha momentos agradáveis! Se você gostou, deixe seu like, compartilhe este conhecimento com os amigos. Vamos incentivar a cultura em nosso país. O Canal “LOUCOS POR BIOGRAFIAS” traz novas biografias aos sábados em áudio no podcast ou em videos no youtube e no instagran. Até a próxima história!(Tânia Barros). --- Send in a voice message: https://anchor.fm/loucosporbiografias/message
Olivier de Chalus, historien et porte parole des scientifiques au service de la restauration de Notre-Dame revient sur le chantier et sur les perspectives pour la cathédrale.
In this week's episode, I wrap up this series on the main teachers in my journey as a violinist with an interview with Northwestern University professor Gerardo Ribeiro, with whom I studied during my doctoral years. Professor Ribeiro talks to us about his experience studying with Ivan Galamian and Felix Galamir, how he uses mental practice, why we must develop the awareness to truly hear our own playing and assess critically what we are doing, and about the importance of taking ownership of our learning experience! I learned so much with Professor Ribeiro and I'm so happy to have him on the show! He is full of insight and useful tips, and also has great anecdotes for us! I hope you enjoy our discussion! In this episode, Professor Ribeiro elaborates on: His experience studying with Ivan Galamian The importance of listening to ourselves Why moving can be detrimental to our playing Mental practice Why we must develop the awareness to truly hear our own playing and assess critically what we are doing The importance of aural skills Gerardo Ribeiro Gerardo Ribeiro, Portugal's premier violinist, is recognized on four continents as one of the truly important violinists of his generation. With acclaimed recitals at New York City's most prestigious concert venues - Carnegie Hall, Alice Tully Hall and the Metropolitan Museum - Mr. Ribeiro has also appeared at Washington, D.C.'s Kennedy Center, and is well known in major European, South American and Far Eastern concert halls. As a concerto soloist, Mr. Ribeiro has appeared with the Philadelphia and Gulbenkian Orchestras, the Montreal, Dallas, Lucerne, Lisbon, Porto, Barcelona and Cali Symphony Orchestras, the Zagreb, Antwerp and Lisbon Philharmonics, the Taiwan, Beijing, Belgian and Portuguese National Orchestras, the Radio Orchestras of Paris (O.R.T.F.), Lisbon, Berlin, Hilversum (Holland) and North Germany (Hannover) and other leading ensembles. Beginning violin studies at an early age, Ribeiro went on to earn Soloist Diplomas, with honors, at both the Porto and Lucerne Conservatories, later attending the Juilliard School, where he studied with Ivan Galamian, Paul Makanowitzky and Felix Galimir. Numerous awards in distinguished international competitions such as the Montreal and Paganini followed. First Prizes were received at the Vianna de Motta contest in Lisbon and the Maria Canals competition in Barcelona. After serving on the violin faculty of the Eastman School of Music, Mr. Ribeiro joined Northwestern University as professor of violin. He is a member of the Meadowmount Trio, ensemble-in-residence at the Meadowmount School of Music. Ribeiro has been awarded the Presidential Scholars Teacher Recognition Award from the White House's Commission on Presidential Scholars. Mr. Ribeiro is also on the string faculty at the Music Institute of Chicago where he teaches and coaches advanced students and chamber groups in the Academy program. If you enjoyed the show, please leave a review on iTunes! I truly appreciate your support! Visit www.mindoverfinger.com for information about past and future podcasts, and for more resources on mindful practice. Join the Mind Over Finger Tribe here! https://www.facebook.com/groups/mindoverfingertribe/ THANK YOU: Most sincere thank you to composer Jim Stephenson who graciously provided the show's musical theme! Concerto #1 for Trumpet and Chamber Orchestra – Movement 2: Allegro con Brio, performed by Jeffrey Work, trumpet, and the Lake Forest Symphony, conducted by Jim Stephenson. Also a HUGE thank you to my fantastic producer, Bella Kelly! MIND OVER FINGER: www.mindoverfinger.com https://www.facebook.com/mindoverfinger/ https://www.instagram.com/mindoverfinger/
This week on the Just an Insight Podcast Tim is joined by the latest member to join the Svalbard family, Alex Heffernan. The pair discuss how Shai Hulud played a big part in his Alex's musical tastes, how he wished Eulogy had done more and how opportunities just seem to present themselves for him to step in and join bands such as Svalbard. To keep up to date with everything Svalbard visit: Facebook - facebook.com/svalbarduk Twitter - @svalbardband Instagram - @svalbard
Ce podcast a 1 an et c'est un épisode un peu spécial qui est diffusé aujourd'hui. Un épisode-anniversaire enregistré en live avec le truculent Stéphane Jego, dans son auberge parisienne des temps modernes L'Ami Jean. La façon dont il trace sa route sans concession et sans dogme reflète bien les parcours qu'on souhaite mettre en avant dans ce podcast. Cet chef entier, généreux, vivant a aussi posé ses casseroles sur les Champs Elysées, au sein du resto éphémère du Ground Control, où il nous soigne avec une vraie cuisine à pas cher.Avec Stéphane, nous avons parlé de chaleur, de liberté, d'instinct, de fraises Tagada, de transe, de jambe cassée, de bordel et de carcans. Bonne écoute !Où goûter ce qu'il a dans la poêle :L'Ami Jean27, rue Malar75007 Paris01 47 05 86 89lamijean.frGround Control des Champs26, avenue des Champs Elysées75008 ParisOù suivre Stéphane Jego https://www.facebook.com/JegoStephanehttps://www.instagram.com/l_ami_jean/ Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
Taku Sekine, du Dersou, fait partie de ces chefs étrangers qui font bouger les lignes, et apportent une autre dimension à la restauration. J'aime sa cuisine transfrontalière et sa façon d'agir, décomplexée, sa façon de prendre de la hauteur sur l'assiette et sur le milieu. Avec Taku, nous avons parlé de rock star (5:21), d'œil qui brille (9:01), de ramen (29:01), de partage (33:08), de management (38:20) et de bébés (47:21). Bonne écoute !Où goûter ce qu'il a dans la poêle :Dersou 21, rue Saint Nicolas 75012 Paris 09 81 01 12 73 Et bientôt... Cheval d'Or 21, rue de la Villette 75019 Paris Où le suivre :www.instagram.com/takdersou/ www.facebook.com/dersouparis/N'hésitez pas à envoyer vos commentaires, suggestions, questions à apoelepodcast@gmail.com, et à décerner un max d'étoiles sur l'application qui vous a servi à écouter ce podcast. Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
Enter into the infamous Kit Kat Klub, where the Emcee, Sally Bowles, and a raucous ensemble take the stage nightly to tantalize the crowd—and to leave their troubles outside. Carl Pariso, who plays Cliff, joins us to discuss what it was like growing up and playing in bands in New Jersey and how he found his way into musical theater. Join us for Cabaret May 18-19!
Thomas Chevrier est le chef de l'Orillon Bar à Paris 11e, une cantine de quartier toujours délicieuse, pas chère et vraiment sympa. Il pratique son métier comme tous les chefs devraient le faire mais comme peu le font, en cuisinant vraiment, et essaye d'équilibrer logique économique et écologique.Dans cet épisode, Thomas se confie sur son besoin d'avoir des bases solides et scolaires lorsqu'il s'est reconverti à la cuisine (3:27), les restaurants qu'il goûtait enfant à travers les histoires de table de son père (5:33), ses premières critiques culinaires qui lui ont donné de l'assurance (11:03), pourquoi il ne prend pas de réservation (12:31), la gratification apportée par les retours positifs des clients (16:20), le partage avec ses équipes et les clients (23:10) et les contraintes stimulantes (26:10). Bonne écoute !Où goûter ce qu'il a dans la « poêle » : L'Orillon Bar 35, rue de l'Orillon 75011 Paris Où suivre Thomas :https://www.facebook.com/thomas.chevrier https://www.facebook.com/LorillonbarSi vous avez aimé, n'hésitez pas à me le dire en décernant beaucoup d'étoiles sur l'application qui vous a servi à écouter l'épisode !Toutes les informations sur www.apoele-lepodcast.comCet épisode a été réalisé par Lory Martinez (www.lorymartinez.com) Musique : Santiago Walsh (www.santiagowalsh.com) Voir Acast.com/privacy pour les informations sur la vie privée et l'opt-out.
Fora dos Trilhos Um trem para a realidade e outro para a fantasia. Os destaques da semana são filmes cujos personagens vivem momentos tensos em alta velocidade. Depois de um papo sobre como a intensa relação entre trens e o cinema (14:00), os varandeiros debatem o novo filme de Clint Eastwood, '15:17 - Trem para Paris' (20:00), que narra uma história real de heroísmo com a participação dos heróis reais, que interpretam eles próprios na trama. A experiência funciona ou deixa a desejar? Em seguida, um salto na mais desvairada ficção: em 'O Passageiro' (52:00), Liam Neeson enfrenta uma conspiração mirabolante em clima de videogame, sob direção do hábil cineasta de ação Jaume Collet-Serra. Atenção: a partir de 1:09:00, temos o Buraco do Spoiler. Para fechar, atendemos pedidos dos nossos ouvintes e tentamos decifrar as provocações de 'O Sacrifício do Cervo Sagrado' (1:14:00), do grego Yorgos Lanthimos. E sim: temos spoilers a partir de 1:32:00. E mais: Cantinho do Ouvinte (com participação especial do vencedor do Bolão do Oscar) e, nas Recomendações (1:37:00), a polêmica passagem de 'Aquarius' pela TV aberta. Bom podcast! | Varandeiros | Chico Fireman @filmesdochico Cris Lumi @crislumi Michel Simões @michelsimoes Tiago Faria @superoito | Cinema na Varanda nas Redes Sociais | Site: www.cinema.navaranda.com Facebook: facebook.com/cinemanavaranda Twitter: @cinemanavaranda Instagram: cinemanavaranda e-mail: podcastcinemanavaranda@gmail.com
#MusicProjectRadio
For this new monthly feature Tim speaks to his wrestling friends to discuss who their favourite wrestler is. On the first episode Tim is joined by host of the Holy Roar Podcast, Bantermania Podcast and former Pariso vocalist Mazz Gambardella to discuss who his favourite wrestler is. If you want to discuss who your favourite wrestler is get in touch. Tweet us @just_an_insight using #JAIpod or e-mail just_an_insight@hotmail.co.uk
Le Journal du Futur du 18 août 2016
It’s our Christmas wrap up! Mazz is joined by Alex Fitzpatrick and Justine Jones (Holy Roar/Employed To Serve)for a chat about the highs and lows of 2015. They talk about some of Holy Roar’s best releases of the year, when Pariso and Employed To Serve had a weekend away in Ireland and some of the best festivals and shows they’ve been to this year. Then they finish it off with some of their favourite records of 2015! Thanks to We Brought Beer in Clapham for hosting us for this episode - www.webroughtbeer.co.uk
In this episode we flip things around and our host Mazz is interviewed by Sam Jones (Ithaca) about Pariso and their break up. They talk about the start of Pariso, how they met and about some of their earlier releases; playing the Marshall Factory and how Mazz feels after the break up was announced. iTunes(rate/review!) - apple.co/1HZNkB3
Part 2 of the Thom Denson interview with Mazz and Thom talking further about shows (including a time where Thom filled in as vocalist for Pariso) and about Thom's current role working in PR in the music industry. iTunes(rate/review!) - apple.co/1HZNkB3
Thom Denson is the vocalist of now disbanded group Kerouac, whom now works for Brace Yourself PR. Thom and Mazz have a long history of playing shows together with Kerouac and Pariso and they get nostalgic in this episode with old tour stories, anecdotes and speaking about Kerouac's final show. iTunes(rate/review!) - apple.co/1HZNkB3
Nesse podcast Ricardo apresenta, diretamente de Paris, França, as principais características da gestão de projetos para o desenvolvimento de produtos de luxo, onde os critérios de velocidade e redução de custos são revisitados e recontextualizados para atender a um mercado que é regido por outras premissas. Ele foca na construção da imagem e da exclusividade como características essenciais do escopo funcional desse tipo de produto. Uma nova dimensão para a tão falada restrição tripla (PCT - Performance - Custo - Tempo).