Para compreender um mundo em suspenso, “Diplomatas†é um podcast com Teresa de Sousa e Carlos Gaspar, numa parceria com o IPRI.
Teresa de Sousa e Carlos Gaspar com moderação de Ivo Neto
‘Já’ passaram 100 dias ou ‘só’ passaram 100 dias desde que Donald Trump regressou à presidência dos Estados Unidos? A resposta a esta pergunta pode variar consoante o grau de simpatia ou de tolerância que cada um tem pelo programa e pelo estilo do político radical e populista norte-americano. Para o bem ou para o mal, serão, ainda assim, poucos os que não assumem que as mudanças impostas pelo Presidente dos EUA na ordem mundial liberal que Washington (ainda) lidera estão a ter um grau de disrupção que não se via há quase 100 anos. Num programa especial do podcast Diplomatas (e do Fogo e Fúria, que pode ouvir aqui), gravado ao vivo no auditório do PÚBLICO, em Lisboa, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar analisaram os primeiros 100 dias da Administração Trump 2.0. A conversa tocou no seu impacto na relação transatlântica, na competição com a China, na guerra na Ucrânia, na “guerra comercial”, no Partido Republicano e no conflito declarado pela Casa Branca às universidades, aos tribunais e aos media dos EUA.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta a chegar ao topo da Igreja Católica e, a par do seu humanismo e progressismo, levou até ao Vaticano uma visão do mundo vinda das “periferias” – da fé, da sociedade e também das geográficas, do que hoje se chama de Sul Global. Poucos dias após a sua morte, aos 88 anos, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar discutem o seu legado, o seu “exemplo”, os debates “impossíveis” que começou na Igreja, mas também o seu posicionamento controverso sobre a invasão russa da Ucrânia ou as relações com a República Popular da China. Num pontificado acompanhado pela ascensão dos populismos, da xenofobia, da extrema-direita e da guerra, qual é hoje a verdadeira influência do Papa e da Igreja Católica nas relações internacionais? “Francisco conseguiu, a nível mediático, [representar] a ideia de um ‘anti-Trump’”, diz Teresa de Sousa no episódio desta semana do podcast Diplomatas. “Ele era a figura que mais rebatia, pelo seu exemplo, a ideia dos autocratas e dos que se vêem a si próprios como homens fortes”, defende a jornalista. “Ele encarna muito a figura do anti-Trump, do homem bom, do homem que apela ao melhor das pessoas – quer sejam americanos, europeus ou latino-americanos –, quando Trump apela ao pior das pessoas.” Neste episódio, discutiu-se ainda a disponibilidade do Governo dos Estados Unidos para reconhecer a anexação russa da Crimeia, aceitar o congelamento da linha da frente na sua configuração actual e proibir a entrada da Ucrânia na NATO no futuro. O reconhecimento da anexação da península ucraniana pela Federação Russa, em 2014, seria “uma ruptura com o mais antigo dos princípios da diplomacia norte-americana, que vem dos tempos do isolacionismo, que é a de não tomar posição em relação a disputas territoriais”, sublinha Carlos Gaspar. “Do ponto de vista da diplomacia americana, é uma viragem importante. Nem sequer a China reconhece a anexação da Crimeia”, nota o investigador do IPRI-NOVA. “É uma concessão excessiva e difícil de explicar.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
“Pode confirmar que a sua organização não trabalha com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas ou totalitários, ou a qualquer partido que defenda crenças antiamericanas?” No episódio desta semana do podcast Diplomatas tentámos perceber a lógica desta e das outras 35 perguntas que o Governo dos Estados Unidos enviou a diversas faculdades portuguesas, incluindo o Instituto Superior Técnico, assim como da decisão da Administração Trump de congelar 2,2 mil milhões de fundos federais para a Universidade de Harvard por recusar a sua “lista de exigências”. E a reacção do Governo português aos questionários ideológicos foi acertada ou tímida? Regressando ao tema do momento na frente internacional, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar voltaram a olhar para os últimos desenvolvimentos da guerra tarifária e para o posicionamento que a União Europeia vai ter de assumir na grande competição geopolítica entre os EUA e a República Popular da China. E reflectiram ainda sobre o que os bombardeamentos russos à Ucrânia em Dia de Ramos nos dizem em relação à estratégia negocial de Vladimir Putin sobre o conflito e sobre as movimentações em Washington, em Paris, em Roma e em Teerão relacionadas com o programa nuclear do Irão.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump passou das palavras aos actos e anunciou taxas alfandegárias “recíprocas” para todo o mundo. Aliados, adversários, analistas, economistas e bolsas vão sucumbindo, uns mais atónitos que outros, sob o peso da inconsistência das traves-mestras do alegado “Dia da Libertação” dos Estados Unidos. Mas o Carlos Gaspar vê “coerência” na “estratégia de destruição da ordem internacional americana” liderada a partir de Washington. “Há aqui um padrão, desde o princípio, não é só um método de crise: o Presidente dos EUA está constantemente a criar situações de crise e tem a iniciativa estratégica para, passo a passo, ir destruindo a ordem internacional e o modelo de globalização que os EUA criaram a seguir à II Guerra Mundial”, diz o investigador do IPRI-NOVA no episódio desta semana do podcast Diplomatas. “O fim da globalização é agora oficial, com o decreto das tarifas, e é mais um pilar da ordem americana que é deitado abaixo”, insiste. “Não é apenas no domínio da Defesa e da Segurança. Agora é também o modelo americano da globalização que é posto em causa e, eventualmente, a própria posição do dólar como moeda de referência internacional.” Sobre a retaliação célere da China, o Carlos Gaspar resume de forma simples: “A resposta é inteiramente previsível. O secretário-geral do Partido Comunista da China não pode não responder taco-a-taco ao Presidente dos Estados Unidos. É uma questão de sobrevivência política.” Lembrando alguém que descrevia a guerra tarifária de Trump como um “Inverno nuclear económico autoinfligido”, a Teresa de Sousa lamenta que o tema tarde em entrar na campanha eleitoral em Portugal. A jornalista explica o fenómeno com a “terrível tendência que nos ficou incrustada nos genes desde o ‘orgulhosamente sós’ de Salazar”, que é “esta incapacidade da nossa classe política dirigente de olhar para nós como uma pequena economia aberta, democrática, aberta ao mundo”, que joga à escala europeia e mundial, e que tem na Europa “uma parte fundamental para a defesa dos nossos interesses, do nosso modo de vida e do nosso bem-estar social”. “Quando a União Europeia enfrenta uma dupla mudança radical da sua vida, a mudança geopolítica com a ruptura entre os dois lados do Atlântico (com a ameaça russa) e agora uma ruptura geoeconómica, como é que aqui em Portugal nenhum dos dois partidos que nos devem governar alternadamente [PSD e PS] consegue ter um raciocínio lógico e realista sobre o que se está a passar?”, questiona. Sobre o encontro agendado para o próximo sábado entre representantes dos EUA e do Irão, mediado por Omã, para se discutir o programa nuclear iraniano, o Carlos Gaspar nota comparações com o método de negociações norte-americanas sobre a guerra na Ucrânia. “O Presidente dos EUA quer pôr fim à guerra na Europa e pôr fim à guerra no Médio Oriente; e que está disposto a pagar um preço alto aos seus adversários para garantir esse resultado”, defende. Ainda sobre a Ucrânia, e, concretamente, sobre a incursão das suas Forças Armadas na província russa de Belgorod, a Teresa de Sousa realça que as Forças Armadas ucranianas “estão muito, muito, muito, muito longe de estar numa situação aflitiva” e acredita que os desenvolvimentos dos últimos meses fizeram com que as chefias militares e políticas do país invadido pela Rússia sejam agora mais “proactivas” e menos dependentes “das orientações americanas, como no tempo de Biden”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O cenário político-eleitoral em França sofreu um abalo profundo. Marine Le Pen, figura de proa da extrema-direita francesa e candidata presidencial crónica daquele campo político, foi condenada a quatro anos de prisão e proibida de concorrer a cargos públicos durante cinco anos por desvio de fundos da União Europeia. Ou seja: a União Nacional terá de encontrar outro candidato para as presidenciais de 2027. “Le Pen mente muito bem, Trump mente muito mal. É essa a grande diferença”, sinaliza a Teresa de Sousa, dando conta do processo de “desdiabolização” da União Nacional (ex-Frente Nacional) liderada por Marine Le Pen, que lhe permitiu chegar onde chegou para agora sofrer “uma grande derrota”. No episódio desta semana falámos ainda sobre ambições de “expansão territorial” da Administração Trump, nomeadamente para a Gronelândia, território semi-autónomo dinamarquês, que Carlos Gaspar diz ter até uma “dimensão mitológica”, para além do revisionismo gritante. Ainda no campo da política externa norte-americana, sobre a alegada “irritação” de Trump com Putin, por este não estar minimamente interessado num cessar-fogo na Ucrânia, Teresa de Sousa diz que o Presidente dos EUA “já ofereceu toda a espécie de cedências possíveis e imaginárias” ao seu homólogo russo, porque “Trump vê o mundo como Putin vê: com uma divisão de zonas de influência entre as grandes potências (…) e onde não há fronteiras invioláveis”. Para fechar, assinalámos a clareza com que o Pentágono assumiu como prioritário que os EUA garantam que a República Popular da China não toma Taiwan pela força e a resposta de Pequim a esta posição, lançando exercícios militares de larga escala em redor da ilha que reivindica como sua. “Trump está ao lado da Rússia de Putin, mas está contra a China de Xi Jinping e há uma linha de continuidade, rara e fundamental, em relação ao Presidente Biden”, nota Carlos Gaspar. “Mas não sabemos se os Estados Unidos têm efectivamente capacidade para dissuadir a China de invadir Taiwan ou se a China está preparada para aproveitar o momento.”See omnystudio.com/listener for privacy information.
O plano da Administração Trump para moldar a democracia dos Estados Unidos em redor das ideias e dos interesses do culto extremista e nacionalista MAGA continua a ser implementado a uma velocidade extraordinária. Definida pelo vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, como uma guerra contra o “inimigo interno” que reside dentro das fronteiras dos EUA, a nova ordem trumpiana já está a afectar tribunais, órgãos de comunicação social, universidades, imigrantes e a própria liberdade de expressão. “Há uma agenda interna, a tal luta contra o ‘inimigo interno’, que vai desde as universidades até às escolas, ao Departamento de Educação, às agências de assistência externa e à pressão sobre juízes independentes ou juízes de esquerda (…) que pretende concentrar todos os poderes no executivo, na própria acção do Presidente”, diz o Carlos Gaspar. “A própria expressão – ‘inimigo interno’ – é reveladora; não há inimigos internos na política democrática, há rivais, há adversários, mas não há inimigos. Isto é uma linguagem típica dos agentes totalitários. É uma espécie de bolchevique de direita que nos está a dizer aquilo que os bolcheviques originais nos diziam para os comunistas e para os nazis: ‘O inimigo interno é, obviamente, mais importante do que o inimigo externo’”. O objectivo desta “espécie de blitzkrieg”, explica o Carlos Gaspar, é “tornar as mudanças na política norte-americana irreversíveis nos próximos dois anos, antes das eleições intercalares”: “O Presidente Trump e o seu vice-presidente têm uma ideologia, um programa e um calendário para executar esse programa”. Sobre o ataque concreto às universidades dos EUA, um dos principais eixos do softpower norte-americano e da sua posição de liderança na investigação e na inovação científica a nível mundial, a Teresa de Sousa diz que o Governo de Trump quer “impedir o conhecimento autónomo e a verdade enquanto facto fundamental para o debate público” no país. “Passámos anos – no final do século passado e no princípio deste – a estudar as transições democráticas. Há muitos livros publicados [sobre o assunto], mas ainda há poucos estudos sobre as transições autoritárias. Na América, estas assumem uma profundidade e uma velocidade (…) que não imaginávamos como possível”, lamenta. Do escândalo do jornalista incluído num chat onde se discutiram planos de guerra contra os houthis, passámos para o Partido Democrata: a minoria nas duas câmaras do Congresso e as dificuldades em “digerir a derrota” nas eleições presidenciais do ano passado e em perceber as suas “razões”, ajudam a explicar o “silêncio” ensurdecedor do maior partido da oposição nos EUA face a tantas linhas vermelhas que estão a ser cruzadas pela Casa Branca. Mas há quem defenda, dentro dos democratas, que a estratégia a seguir é “fazerem-se de mortos” e esperar que os norte-americanos tenham “saudades” deles. Isto é viável? No episódio desta semana do podcast Diplomatas também debatemos os protestos na Turquia, iniciados com a detenção de Ekrem Imamoglu, presidente da Câmara de Istambul, apontado como principal rival de Recep Tayyip Erdogan. Classificando a Turquia como um “regime autoritário”, dominado por um “partido maioritário” que “manipula as eleições e que põe os principais dirigentes de composição na cadeia”, o Carlos Gaspar admite que as manifestações dos últimos dias “não têm precedentes” e podem “precipitar uma transição pós-autoritária” no país.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A muito aguardada chamada telefónica entre Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, não trouxe nada de significativamente novo sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia, sobre a estratégia militar de Moscovo ou sobre as prioridades da diplomacia da nova Administração norte-americana. A Rússia “aceitou” não atacar a infra-estrutura energética ucraniana durante 30 dias, mas mesmo essa “cedência” traz-lhe vantagens no campo de batalha: se Kiev fizer o mesmo, Moscovo pode reforçar as suas linhas e para impedir que os drones ucranianos bombardeiem as suas reservas de petróleo. “O resultado do telefonema foi muito simples: não há cessar-fogo. Quem acha que isto é um acordo ou é louco, ou está claramente a fazer o jogo de Putin. Trump reserva a pressão máxima para [Volodymyr] Zelensky e a pressão mínima ou ausência de pressão para Putin”, resume a Teresa de Sousa. “Há de facto um entendimento entre Trump e Putin”, acrescenta. “Não gostam da União Europeia e querem dividi-la; não gostam da NATO e querem dividi-la; aceitam ambos a ideia de um mundo dividido em zonas de influência pelas grandes potências internacionais – EUA, Rússia e China – (…) e ambos odeiam Zelensky, pela razão simples de que este lhes faz frente”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas também conversámos sobre a aprovação da reforma do travão da dívida alemão, em vésperas do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas. Segundo o Carlos Gaspar, trata-se de “sinal muito forte” de Berlim para a UE, para Putin “e para Trump”, já que permite que a Alemanha “ocupe o seu lugar no centro da concertação estratégica com a França e a Grã-Bretanha, que vai ser mais importante nos próximos tempos do que a UE a NATO.” Da Europa, passámos para o Médio Oriente: o regresso da guerra israelita na Faixa de Gaza, assume Carlos Gaspar, também tem uma “dimensão interna” – a necessidade de aprovação do Orçamento do Estado e de reforço da maioria do Governo de Benjamin Netanyahu –, mas enfatiza, sobretudo, que é “absolutamente indispensável que haja uma força internacional que garanta a segurança em Gaza e que impeça o Hamas de restaurar o reino de terror sobre os palestinianos.” Teresa de Sousa traça ainda um “paralelismo impressionante entre a lógica de actuação de Putin e de Netanyahu”, primeiro-ministro de Israel. “Netanyahu quer redesenhar um mapa do Médio Oriente a favor de Israel; e é esse o grande objectivo da sua ofensiva. Putin quer redesenhar um mapa de segurança europeia; é o principal objectivo da guerra da Ucrânia”, considera. “Ambos têm, de alguma maneira, o beneplácito da Administração americana; ambos têm como principal instrumento a guerra. Para os dois a guerra é fundamental; para os dois a guerra não vai parar”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Uma guerra na Europa. Uma Administração norte-americana isolacionista. Uma guerra comercial mundial ordenada a partir de Washington. Uma ordem mundial baseada em regras a desabar. Várias potências regionais a piscarem o olho à multipolaridade. É neste contexto que Portugal se prepara para novas eleições, na sequência do chumbo de uma moção de confiança ao Governo PSD-CDS por causa de um caso que envolve directamente o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a sua empresa. Numa altura em que se está a “decidir o processo de reconstrução da Europa”, Carlos Gaspar questiona “quais são os objectivos de Portugal” e lamenta que os dois principais partidos políticos estejam “convencidos” de que o país “deixou de ser um actor na política internacional e europeia”. “Com ou sem eleições, nunca ouvimos os líderes do Governo e do principal partido da oposição falarem aos portugueses a verdade sobre a crise internacional”, concorda a Teresa de Sousa. “Vai haver uma campanha eleitoral em que, mais uma vez, não vamos ouvir nem o líder da oposição nem o líder do PSD falarem da crise e do que ela representa para a nossa vida, para a nossa segurança, para o nosso modo de vida e para a nossa democracia.” No episódio desta semana do podcast Diplomatas, discutiu-se a proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, as estratégias “paralelas” de Vladimir Putin e de Donald Trump e a guerra de tarifas que ameaça empresas e consumidores nos dois lados do Atlântico.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em Bruxelas fala-se num “virar de página” e o virar de costas de Donald Trump à Europa, sacrificando a Ucrânia, está a fazer cair posições e princípios que se achavam imutáveis no campo do investimento em Defesa e em Segurança. Sem se importar com a dissonância húngara, o Conselho Europeu deu o seu aval ao plano de 800 mil milhões de euros, proposto por Von der Leyen para o sector militar e a Alemanha prepara-se para rever o “travão” da dívida. “Há aqui um susto, uma emergência que é nova”, justifica a Teresa de Sousa. Os europeus, sublinha, “entenderam finalmente” que “as intenções de Trump não estão nas entrelinhas; estão nas linhas, estão em tudo o que ele diz todos os dias.” “E nunca passou pela cabeça da Europa que ia haver um dia em que os EUA prefeririam aliar-se à Rússia contra ela”. Com a Europa focada na ameaça russa e no retraimento americano, a China juntou-se em Congresso para mostrar que está pronta para aproveitar a “belíssima oportunidade” concedida por Trump para se aproximar dos “aliados e parceiros” dos EUA. “Trump vai perceber que não tem condições, sozinho, por mais que esbraceje, para ombrear com a China”, alerta, no entanto, o Luís Tomé, professor catedrático e director do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa. “Se nós, europeus, não percebermos que quem garantia uma certa ordem baseada em regras quer agora destruí-la, com Putin, se calhar vamos correr o risco de ver uma acumulação [dos EUA]: não só com a Rússia e com Putin, mas com a China de Xi Jinping.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A invasão russa da Ucrânia cumpriu três anos na segunda-feira. Sem o aliado (ainda?) americano, Volodymyr Zelensky rodeou-se em Kiev de líderes políticos de países europeus e do Canadá, e contou com Emmanuel Macron em Washington D.C. para lembrar Donald Trump que o futuro da Ucrânia é ucraniano e europeu e não pode ser decidido pelo Kremlin. Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, não esteve na capital ucraniana, nem interveio por videoconferência nos vários eventos realizados naquele dia 24 de Fevereiro de 2025. Porquê? A Teresa de Sousa tenta dar algumas pistas. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, também antecipámos a visita desta sexta-feira do Presidente ucraniano à Casa Branca, para perceber se o interesse de Trump por metais preciosos é suficiente para oferecer à Ucrânia as garantias de segurança de que ela precisa para continuar a viver à sombra da Rússia. Zelensky, diz o Carlos Gaspar, não pode descrever a sua situação de outra forma: é “desesperada”. Por fim: que futuro nos guarda a Alemanha de Friedrich Merz, vencedor das eleições de domingo, em que a extrema-direita obteve o seu melhor resultado e o SPD o seu pior? Texto de António Saraiva LimaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Na última terça-feira, EUA e Rússia restabeleceram, em Riade, na Arábia Saudita, contactos bilaterais e anunciaram a criação de equipas para negociarem um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Um dia depois, Donald Trump reagiu às críticas do presidente ucraniano, por ter estado ausente deste encontro. Trump disse que Volodymyr Zelensky poderia ter alcançado um acordo mais cedo, sugeriu que Kiev é responsável pelo início da invasão russa e repetiu um argumento russo, o de que Zelensky não tem legitimidade para negociar, porque o seu mandato presidencial já terminou. Pior do que isso, disse que Zelensky é um ditador, que arrastou os EUA para a guerra. O presidente ucraniano respondeu que Trump está a viver "num espaço de desinformação" e que resgatou Moscovo do isolamento internacional. O mal-estar entre os dois presidentes é evidente. Este roteiro negocial privilegia a posição russa, a quem são concedidas concessões antes do início do próprio processo. A realização de eleições presidenciais na Ucrânia, neste momento, gera preocupações de que a Rússia possa utilizar o voto para destituir Zelensky e instalar um candidato pró-Putin, que concordaria com termos de paz mais favoráveis a Moscovo. Razão para dizer que a agressão compensa. Neste episódio, Teresa de Sousa, jornalista, e Carlos Gaspar, investigador do IPRI, explicam que os EUA deixaram de ter uma aliança com a Ucrânia e passaram a ter uma aliança com a Rússia. Em suma, há uma nova ordem mundial e quem manda nela é Trump, Putin e Xi Jiping. Texto de Amílcar CorreiaSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump nunca escondeu que queria acabar “rapidamente” com a guerra na Ucrânia; que lhe desagrava o dinheiro que os Estados Unidos estavam a gastar em apoio militar e financeiro a Kiev; que não era fã da NATO; e que via nas “excelentes relações” que diz ter com Vladimir Putin um elemento-chave para pôr fim ao conflito. Na quarta-feira cumpriu tudo o que prometeu, revelando que tomou a iniciativa de telefonar ao Presidente russo para dar “início” a negociações de paz – sem avisar o Governo ucraniano, a União Europeia ou a própria aliança militar que o seu país lidera – e mandatando o líder do Pentágono a entregar a seguinte mensagem em Bruxelas: é “irrealista” achar-se que a Ucrânia vai voltar a ter as fronteiras de 2014 e não pode haver garantias de entrada do país invadido pela Rússia na NATO. O plano não poderia ser mais claro. E, mesmo assim, os líderes europeus foram apanhados de surpresa. “Trump consegue ceder a nossa maior imaginação sobre o mal que pode fazer ao mundo e à ordem internacional”, desabafou a Teresa de Sousa. À luz do choque que antecedeu a Conferência de Segurança de Munique, que arranca nesta sexta-feira, o Carlos Gaspar lembrou-se de outro Munique, o de 1938, quando os líderes europeus deixaram Hitler anexar parte da Checoslováquia para o tentar apaziguar – tentar, sublinhe-se. “Depois do [Acordo de] Munique de 1938, que antecipou a II Guerra Mundial, vamos ter Munique em 2025, que vai acelerar a contagem decrescente para uma guerra… uma guerra geral”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Com Donald Trump sentado à secretária da Sala Oval, em Washington D.C., a assinar furiosamente mais uma pilha de decretos presidenciais que podem pôr em causa décadas de práticas de diplomacia, António Costa recebeu na segunda-feira, em Bruxelas, os líderes do Conselho Europeu para um “retiro estratégico” sobre Segurança e Defesa. Dias antes, também na capital belga, Ursula von der Leyen apresentava a Bússola para Competitividade, da Comissão Europeia, um plano de “choque” para modernizar a economia da UE. Numa e noutra iniciativa, a ideia-chave parece ser a mesma: numa ordem internacional que caminha a passos largos para a multipolaridade, a Europa entende que, desta vez, tem mesmo de começar a dar passos concretos se quiser garantir autonomia estratégica; em relação à China de Xi, à Rússia e Putin… e aos Estados Unidos de Trump. Já atrasada, a união (ou a ideia de união) exibida pelos 27 em relação à necessidade de investimento militar e de crescimento económico terá, ainda assim, de esperar pelo que vai acontecer depois de os alemães irem às urnas. Triste, risonho ou apático, o futuro da emancipação europeia pode passar pelas eleições na Alemanha marcadas para o próximo dia 23. Uma Alemanha com os seus próprios – muitos – problemas internos, mas a Alemanha que há. A Europa pode esperar?See omnystudio.com/listener for privacy information.
“A memória, nestes tempos de híper informação e de desinformação, é o que nos resta para sabermos interpretar o mundo que nos rodeia”. A Teresa de Sousa trouxe esta frase do último texto que escreveu na sua newsletter semanal – O Mundo de Hoje –, que serviu de pontapé de saída para falarmos sobre os 80 anos da libertação de Auschwitz-Birkenau. Das guerras do passado fomos para as guerras do presente, começando pela Faixa de Gaza. Quais são os planos de Israel e do novo amigo americano para o imediato e para o pós-cessar-fogo? Donald Trump e Benjamin Netanyahu encontram-se para semana nos EUA e podem dar algumas pistas. Aqui mais perto, na Europa, há outra guerra em curso, na Ucrânia, e foi isso que Mark Rutte, secretário-geral da NATO veio lembrar ao Governo português, numa visita a Lisboa, constatando que Portugal está tão ou mais exposto que qualquer outro membro da Aliança Atlântica à “guerra híbrida” da Rússia, nomeadamente no seu território marítimo. “Num mundo normal”, nota o Carlos Gaspar, “teria sido o Presidente da República e o primeiro-ministro” portugueses a informar o líder da NATO que há “uma ameaça russa nas costas” de Portugal. “Mais foi ao contrário”.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Pouco depois de tomar posse como 47.º Presidente dos Estados Unidos, na segunda-feira, Donald Trump declarou que “o declínio da América terminou”. Ouviu, seguramente, os últimos episódios do Diplomatas, e não terá gostado de saber que a tese vigente neste podcast sobre a capacidade norte-americana de defender e impor os seus interesses em qualquer parte do globo aponta, precisamente, para a conclusão oposta. Percepções à parte, é possível mergulhar no mar de decretos e de perdões presidenciais que transbordou nos últimos dias da Casa Branca e encontrar um projecto político coerente e de longo prazo? E o que é nos dizem as companhias e as ameaças do novo Presidente dos EUA sobre a sua forma de olhar para o exercício do poder?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Faltam poucos dias para Donald Trump regressar à Casa Branca e, por isso, já não sobravam muitas oportunidades para se olhar para o mandato de Joe Biden e perceber que legado deixa o (ainda) Presidente democrata aos Estados Unidos e ao mundo. Se já era difícil encaixar mais de 50 anos de serviço público numa conversa de cerca de meia hora, o desafio de usar esse mesmo tempo para analisar quatro anos de presidência de Biden não era mais fácil. Mas foi superado. Da vitória sobre Trump em 2020; ao debate interno dentro do Partido Democrata para encontrar um sucessor; passando pela economia e pela política migratória; e saltando o Atlântico e o Pacífico para perceber o que se fez em relação à Ucrânia, à Rússia, à NATO, a Israel, ao Médio Oriente ou à China. Foi tudo posto em cima da mesa. Procurámos respostas para as opções estratégicas da Administração Biden, entre 2021 e 2025, e para as suas consequências internas e externas. E encontrámos muitas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
20 de Janeiro, 23 de Fevereiro e 8 de Maio. São apenas três dias dos 365 deste novo ano, mas é provável que muito do que vai acontecer e marcar a política internacional em 2025 venha a passar por eles. Em todas datas, os temas são comuns: o protagonismo de forças e de actores políticos populistas e extremistas; a reflexão sobre as alterações em curso à política de segurança europeia; interrogações e dúvidas sobre o estado de conservação dos motores económicos regionais; e a lembrança do passado enquanto ferramenta de análise do presente e de projecção do futuro. Podemos adiantar uma pista sobre a primeira data: Washington D.C., Estados Unidos da América. Não é uma surpresa.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Em apenas semana e meia, a guerra que parecia esquecida tornou-se tema central e o regime de Bashar al-Assad caiu. O ditador fugiu para a Rússia e Damasco é agora governada por um governo transitório que tem procurado conquistar a confiança internacional e que definiu como principal prioridade a segurança, a estabilidade e o regresso dos refugiados. O que aconteceu, afinal, no fim-de-semana passado? Com o passar dos dias, e quase como quem cai na realidade, em algumas entrevistas, representantes de minorias dão conta dos receios que sentem sobre o passado jihadista dos Hayat Tahrir al-Sham. Será que o grupo se moderou verdadeiramente?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Uma crise política em aberto em França. Um dos principais partidos da Alemanha em crise, quando estamos a poucos meses de o principal motor económico da Europa ir a votos. A Geórgia tem a ameaça de uma Maidan às portas e a extrema-direita, próxima de Vladimir Putin, galvaniza-se na Roménia. Como podemos olhar para a Europa nos próximos meses? A poucas semanas da tomada de posse de Donald Trump, Mark Rutte, secretário-geral, na NATO, deixou uma mensagem, de certa forma ameaçadora, ao Presidente eleito dos EUA, numa entrevista ao Financial Times, em que fala de uma “terrível ameaça” para os EUA, se a Ucrânia for forçada a um mau acordo de paz. Mas que ameaça é essa? E no meio de um contexto já tenso, ainda na ressaca de um cessar-fogo frágil entre Israel e o Líbano, ameaçado diariamente, o conflito na Síria, que parecia adormecido, volta a estar no olho do furacão. Sofia Lorena escreve mesmo, num dos textos publicanos nesta semana, que o mundo se tinha esquecido da Síria. O que aconteceu, quem são os Hayat Tahrir Al-Sham e que objectivo têm? E ainda temos tempo de olhar para a Coreia do Sul onde o Presidente declarou a lei marcial.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Rússia atacou a Ucrânia há 1000 dias. A data celebra-se na mesma altura em que Joe Biden surpreendeu meio mundo ao autorizar a Ucrânia a utilizar em território russo os famosos ATACMS. O primeiro ataque com estes mísseis, feitos nos EUA, que têm um alcance de até 300 quilómetros, aconteceu na terça-feira e na quarta-feira as forças de Kiev usaram os Storm Shadows, de fabrico britânico. O que significa isto para o futuro do conflito no Leste da Europa? A Força Aérea da Ucrânia acusa, entretanto, a Rússia de ter lançado um míssil intercontinental contra a Ucrânia nesta quinta-feira. Isto acontece poucos dias depois de Putin ter actualizado a doutrina nuclear da Rússia. O que podemos realmente esperar do lado da Rússia em relação ao que vai acontecer?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump já apresentou alguns dos nomes da sua nova administração. Marco Rubio como secretário de Estado é o homem que vai substituir Anthony Blinken na política externa dos EUA. Há ainda outros nomes com impacto na política externa, no rol de nomeações que Trump fez na última semana. Elise Stefanik, uma republicana que votou contra a certificação da eleição de Joe Biden em 2020, será a embaixadora dos EUA na ONU. Mike Huckabee, que nega a existência da Cisjordânia, será o embaixador em Israel. Que importância têm estas nomeações? Enquanto se espera pela entrada de Donald Trump na Casa Branca, e pelas consequências na política externa, nomeadamente no que diz respeito à ajuda à Ucrânia, os habituais aliados procuram reforçar a independência face a Washington. “Queremos ser donos do nosso destino”, resumiu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na reunião da Comunidade Política Europeia. Keir Starmer, o primeiro-ministro britânico, e Emmanuel Macron também se reuniram em Paris para reforçar o apoio a Kiev no início desta semana.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump venceu as eleições dos EUA, conseguindo juntar a vitória no Colégio Eleitoral ao voto popular. Além disso, o Partido Republicano vence também o Senado e prepara-se para a maioria na Câmara dos Representantes. É uma vitória em toda a linha de Trump, que tem ainda um Supremo Tribunal que lhe é favorável. E o que significa a vitória de Trump para a guerra na Ucrânia e para o conflito no Médio Oriente?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na terça-feira, os norte-americanos vão eleger o novo Presidente. Mas as eleições dos EUA originam réplicas em todos os países do mundo. O que pode acontecer na Europa se Donald Trump for novamente eleito? E como se está a preparar Bruxelas para essa realidade? E o que dizem as sondagens a menos de uma semana das eleições? O fulgor que os democratas ganharam com a chegada de Kamala Harris parece estar a perder-se. Isso acontece porquê?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A economia é, segundo as sondagens, o assunto que mais importa aos norte-americanos, mas a imigração e a questão do aborto continuam a merecer a atenção de Kamala Harris e Donald Trump a pouco mais de semana e meia para o dia das eleições. Que trunfos têm guardado os dois candidatos à Casa Branca?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Volodymyr Zelensky apresentou o seu plano para a vitória aos líderes europeus. São cinco pontos que o nosso jornalista João Ruela resume deste modo: convite incondicional para a NATO, autorização para atacar alvos russos, dissuasão não nuclear, exploração de recursos naturais e plano pós-guerra são os pontos do plano do Presidente ucraniano. Será que consegue quebrar a apatia ocidental? E nos EUA, a pouco mais de duas semanas para as eleições presidenciais, as sondagens colocam Donald Trump e Kamala Harris lado a lado. O que pode acontecer de surpreendente?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Volodymyr Zelensky continua a procurar apoio para enfrentar a agressão russa que dura há quase três anos. Mas o que se ouve nos corredores de Washington e de Bruxelas não são assim tão boas notícias. O que se passa entre os aliados da Ucrânia? E qual é o papel que as guerras no Leste da Europa e no Médio Oriente podem desempenhar nas eleições dos Estados Unidos da América em Novembro?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A semana fica marcada pela invasão do Líbano por Israel e pela resposta do Irão, que lançou perto de 200 mísseis contra Israel. Estamos já numa guerra regional, como apontam alguns analistas? E até onde vai Benjamin Netanyahu?See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Reino Unido viu-se, nos últimos dias, assolado por um rasto de destruição levado a cabo por grupos da extrema-direita e da direita radical. Já foram detidas centenas de pessoas e praticamente todos os dias há registos de novos confrontos com a polícia. Tudo começou depois da morte de três crianças e de uma campanha de desinformação em que foram divulgadas mensagens falsas acusando o atacante de ser refugiado. O principal suspeito nasceu, na verdade, em Cardiff, no País de Gales. Que responsabilidades devem ter os donos das redes sociais que, na verdade, impactam a vida de milhões de pessoas? Tim Walz é o escolhido por Kamala Harris para ser o seu vice-presidente. Walz é um veterano de 60 anos da Guarda Nacional do Exército dos EUA, antigo professor e treinador de futebol americano numa escola do Nebrasca, o seu estado natal. Foi eleito para Câmara dos Representantes dos EUA em 2006, onde serviu durante 12 anos antes de vencer as eleições para governador do Minnesota em 2018. Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Ismail Haniyeh, a face pública do Hamas, foi morto na madrugada de quarta-feira, em Teerão, capital iraniana, onde estava para as cerimónias de tomada de posse do novo Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. O que representa para o acordo de paz na Faixa de Gaza? Apesar de a maioria das projecções apontarem para uma vitória da oposição, a verdade é que o Conselho Nacional Eleitoral anunciou a vitória de Nicólas Maduro nas eleições venezuelanas do passado domingo. Maria Corina Machado, que, recorde-se foi impedida de participar nas eleições, contestou a votação. E figuras historicamente próximas do regime de Caracas, como Lula da Silva, também estão reticentes em aceitar o resultado oficial. Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O debate com Donald Trump, no final de Junho, expôs as fragilidades de Joe Biden. A Cimeira da NATO não serviu como antídoto para dissipar todas as dúvidas e o que se seguiu do lado dos republicanos — uma tentativa de assassínio ao nível de Hollywood e uma convenção em Milwaukee cheia de fervor — como que acelerarou o processo. Joe Biden está fora da corrida ao segundo mandato na Casa Branca e todos os indicadores apontam para que Kamala Harris assuma a candidatura democrata. O que muda na corrida à Casa Branca? No meio de toda esta confusão foi apanhado Benjamim Netanyahu, que discursou ontem no Congresso nos EUA. Elogiou Joe Biden e estendeu os elogios a Donald Trump. E visou, sobretudo, o Irão, tal como escreveu a nossa jornalista Sofia Lorena. “Para o Irão, Israel é primeiro, a América é a seguir”, disse.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Que impacto pode ter o que aconteceu no passado fim-de-semana, o ataque a Donald Trump, nas eleições de Novembro? Trump anunciou, logo no início desta semana, que iria mudar o discurso que tinha preparado para a convenção que está a acontecer depois do atentado falhado. E que implicações pode ter o que aconteceu na campanha democrata? Nas primeiras duas semanas da presidência rotativa do Conselho da UE pela Hungria, Orbán visitou Kiev, Moscovo, Pequim e Washington numa “missão de paz” que, no entanto, abriu uma nova guerra com Bruxelas. Em termos de política externa, o que pretende o primeiro-ministro húngaro?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A Nova Frente Popular conseguiu 182 lugares nas eleições de França. O Juntos, 168, e a União Nacional, que ficou em terceiro, conseguiu 143. O que aconteceu para este resultado que surpreendeu, na verdade, não só os franceses, mas toda a Europa? Que responsabilidades tem agora a Nova Frente Popular com este resultado? Terminou ontem a Cimeira da Nato, em Washington, com promessas de reforço de ajuda à Ucrânia, isto numa semana marcada por um violento ataque da Rússia à Ucrânia, que visou um hospital pediátrico em Kiev. Um dos pontos de interesse nesta Cimeira foi também a prestação de Joe Biden. Nos últimos dias, começaram a surgir apelos de figuras democratas a pedirem que o presidente dos EUA desista da corrida. Nancy Pelosi foi um dos mais recentes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
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No fim-de-semana, a Suíça recebeu as delegações de cerca de 100 países para uma cimeira de paz organizada pela Ucrânia. Entre as ausências, além de qualquer representante da Rússia ou da China, destaca-se, por exemplo, Joe Biden, que, por motivos de campanha, enviou Kamala Harris. A declaração final desta cimeira de paz não foi assinada por todos os países – Brasil ou índia, por exemplo, destacam-se entre os países que não a assinaram. Que importância tem, afinal, esta cimeira no caminho para a paz no Leste da Europa? Depois das eleições europeias, em que os partidos da direita radical conseguiram uma subida expressiva, espelhada muito particularmente em França e Itália, começou a corrida pelos top jobs na UE. Nesta segunda-feira realizou-se um jantar onde já se esperava que os principais lugares fossem destacados. Mas não houve um acordo rápido e unânime dos 27 para anunciar a recondução da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para um segundo mandato, a nomeação de António Costa para dirigir o Conselho Europeu e a escolha da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para o cargo de alta-representante da Política Externa e de Segurança da UE. Ainda assim, tal como escreve a nossa correspondente em Bruxelas, Rita Siza, é esperado que no próximo Conselho Europeu, que acontece já na próxima semana, a decisão fique já feita. Ainda no rescaldo das eleições europeias, uma das decisões mais inesperadas dessa noite foi a de Emanuel Macron, que dissolveu o Parlamento e convocou eleições legislativas antecipadas. Todas as sondagens apontam para uma vitória da União Nacional, o partido de direita radical de Marine Le Pen. O que significa isto para a Europa? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A votação para as eleições europeias já começou oficialmente em alguns dos 27 Estados da União Europeia e prolonga-se até domingo. Portugal concentra a votação no dia 9. O que podemos esperar da votação desta semana? Vai confirmar-se a anunciada viragem à direita, como apontam as sondagens? A semana que passou fica claramente marcada por uma importante decisão de vários elementos da NATO sobre o uso de armas contra alvos russos. Primeiro nos EUA e depois na própria Alemanha. A Ucrânia veio, até, confirmar que já usou mesmo armas norte-americanas contra alvos russos. Num ano marcado por importantes eleições, esta semana foram conhecidos os resultados das eleições no país mais populoso do mundo numas eleições que começaram há quase dois meses. O primeiro-ministro Narendra Modi perdeu a maioria parlamentar e vai mesmo ter de negociar com aliados para governar.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Portugal recebeu, na terça-feira, em pessoa, pela primeira vez desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A visita acontece numa altura muito complicada para a Ucrânia. Já tinha sido, inclusive, adiada. O Governo português compromete-se a fornecer apoio militar à Ucrânia no valor de 126 milhões de euros. Um valor que, ainda assim, fica aquém dos mil milhões em armamento prometidos por Espanha, dos sete mil milhões de Berlim ou dos 30 F-16 oferecidos pela Bélgica. Que importância tem a visita do Presidente ucraniano nesta altura? Emmanuel Macron está numa visita de Estado a Berlim. É a primeira visita de Estado em 24 anos. Um encontro entre dois líderes e dois países com visões diferentes sobre muitos pontos. A começar pela guerra na Ucrânia e, por exemplo, sobre o uso a dar ao armamento que chega do exterior. Neste episódio vamos ainda falar da campanha para as eleições europeias e dos debates entre os cabeças de lista dos vários partidos.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Desde a passada sexta-feira, que as forças russas têm pressionado a região de Kharkiv . Zelensky visitou a região e cancelou as viagens que tinha marcado para o estrangeiro, nomeadamente para Portugal e Espanha. Também Anthony Blinken, que visitou Kiev na terça-feira, reconheceu o momento delicado que a Ucrânia vive. Como está a situação no Leste da Europa? Ao mesmo tempo, Vladimir Putin fez mais uma visita à China, naquela que é a sua primeira viagem ao exterior depois de ser reeleito, uma semana depois de Xi Jinping ter estado, ele próprio, num périplo por países europeus. O que motiva esta visita? O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi alvo de uma tentativa de assassínio na quarta-feira. O responsável continua a recuperar num hospital. O que significa este ataque, a poucas semanas das eleições europeias? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Xi Jinping está de regresso à Europa cinco anos depois da última visita ao Velho Continente. A visita é para ajudar a mediar a tensão com o Irão e com a Rússia ou teve, sobretudo, objectivos económicos? Enquanto se continua a aguardar pelo cessar-fogo entre Israel e o Hamas, as Forças de Defesa de Israel avançaram sobre Rafah, assumindo o controlo do posto fronteiriço que permitia a saída de palestinianos para o Egipto. Entretanto, os EUA congelaram o envio de armas para Israel precisamente por temerem um ataque em Rafah. O que significa isto na já de si complicada relação entre Biden e Netanyahu? Os governos de São Tomé e Príncipe e da Rússia assinaram um acordo militar que prevê, entre outros pontos, a deslocação de navios e aviões de guerra ao arquipélago. Trata-se, aqui, de mais um marco no mapa do Sahel que a Rússia carimba. Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Nos últimos dias, as universidades dos EUA tornaram-se palcos de violentos protestos e contraprotestos pró-Palestina. Centenas de pessoas já foram detidas, entre alunos e até professores. “Não sabemos muito bem como chegámos a este ponto de violência”, disse Anna Dai-Liu, do Jornal da Universidade da Califórnia. Como se pode explicar o escalar da violência nestas universidades? No final da última semana, Pedro Sánchez, na sequência de investigações judiciais contra a sua mulher, ameaçou bater com a porta. Acabou por não o fazer e até disse que vai continuar a liderar os destinos do país com mais força. Acusou, no entanto, a oposição, particularmente o PP e o Vox, de fazer um jogo sujo e de querer uma “degradação da vida pública”. O que se passa, afinal, em Espanha? No primeiro debate entre os Spitzenkandidaten das eleições europeias, Von der Leyen, admitiu estar disponível para trabalhar com a direita radical. Já quando anunciou a sua candidatura tinha deixado esta possibilidade em aberto. Tem sentido esta estratégia?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Apesar dos pedidos de contenção por parte dos tradicionais aliados de Israel, de modo a que se evite uma escalada para um conflito regional, a verdade é que Netanyahu continua a exigir o direito de tomar “decisões próprias” e não descarta a retaliação contra o Irão, depois do ataque de sábado. Até onde pode escalar a guerra no Médio Oriente? Neste programa, falamos também do caminho de Portugal para a Europa no pós-25 de Abril. Como foram os primeiros passos rumo a essa europeização?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Mário Soares e o 25 de Abril, da autoria de David Castaño, procura descrever e analisar de forma sucinta e acessível o papel desempenhado pelo líder do Partido Socialista nos momentos-chave da transição democrática e compreender de que forma as suas acções influenciaram o rumo dos acontecimentos político-militares nesses meses decisivos para a definição do novo regime. É a partir do livro que viajamos neste episódio. Que papel teve Mário Soares na definição da política externa de um país acabado de sair da ditadura? E como era visto Portugal lá fora?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A NATO celebra este ano 75 anos, numa conjuntura internacional marcada, de forma muito clara, pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Que mudanças trouxe à NATO a guerra na Ucrânia? E quais os desafios que vão marcar a Aliança Atlântica nos próximos anos? Portugal, que celebra este ano os 50 anos do 25 de Abril, faz parte dos países fundadores da NATO. O que levou Portugal a ser convidado a integrar a NATO quando ainda estava sob uma ditadura militar? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Há uma semana, um atentado terrorista numa sala de espectáculos na cidade de Krasnogorsk, a pouco mais de 25 quilómetros do Kremlin, fez mais de 130 mortos. É o maior atentado terrorista na Rússia nos últimos 20 anos. O Daesh confirmou poucas horas depois a autoria do terrível ataque, colocou online imagens que demonstram a sua responsabilidade nesta autêntica carnificina, mas Vladimir Putin, que demorou largas horas a reagir a esta tragédia, aponta o dedo à Ucrânia e ao Ocidente, cujos responsáveis foram lestos a afastar qualquer responsabilidade no mesmo. Pode este atentado justificar uma nova onda de ataques russos na Ucrânia? Já na quarta-feira, Putin disse que não tinha intenções de atacar qualquer país da NATO, ressalvando que não tem a intenção de agredir a Polónia, os países do Báltico ou a República Checa. O que valem estas promessas do Presidente russo? Ao fim de seis meses de guerra, depois de várias tentativas, o Conselho de Segurança aprovou um cessar-fogo imediato em Gaza, com a importante mensagem da abstenção dos EUA. Está Netanyahu cada vez mais isolado? O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse, esta semana, que a China é a “maior ameaça estatal” ao Reino Unido. Londres acusa Pequim de uma série de ciberataques que decorreram em 2021 e que foram descobertos em Outubro. O regime chinês conseguiu chegar aos dados de 40 milhões de eleitores britânicos e, num outro incidente, aceder aos e-mails de 43 deputados e membros da Câmara dos Lordes conhecidos por defenderem políticas mais duras em relação a Pequim. Como se trava este tipo de guerras não cinéticas? Está o Ocidente preparado para travar Pequim?See omnystudio.com/listener for privacy information.
O Conselho Europeu, que decorre esta semana, é marcado sobretudo por questões relacionadas com políticas externas e de forma muito particular com o apoio da Europa à Ucrânia. Na quinta-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que os lucros dos activos russos deveriam ser utilizados para comprar armas para Kiev. Mas até que ponto está a opinião pública convencida do regresso da guerra ao continente europeu? Nesta quinta-feira, Max Bergmann, na revista Foreign Affairs, diz que a NATO precisa de ser mais Europeia. “Está a surgir um consenso em ambos os lados do Atlântico de que os europeus devem assumir a responsabilidade pela sua própria segurança”, escreve. Que papel pode desempenhar a Alemanha neste processo? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts. Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Na semana passada, a directora do canal RT, muito próxima do Kremlin, divulgou uma gravação de 30 minutos de uma reunião entre quatro oficiais das Forças Armadas alemãs em que era discutida a possibilidade do envio dos mísseis Taurus para a Ucrânia, uma hipótese que Berlim tem rejeitado sistematicamente. Scholz reagiu logo no sábado, dizendo que a fuga era muito grave, e, já nesta semana, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, acusou a Rússia de estar a travar uma “guerra de informação” com a Alemanha. Que importância tem esta fuga, o que compromete e como é que isto acontece em sistemas tão avançados e supostamente tão seguros? A Comissão Europeia aprovou uma Estratégia Industrial de Defesa até 2030 com um programa de financiamento de 1,5 mil milhões de euros para acelerar a produção de armas. “Esta guerra mudou a forma como olhamos para a nossa política de defesa e as nossas capacidades militares”, disse Josep Borrell. Para onde caminha a Europa em termos de defesa e o que vai mudar na vida dos europeus? Donald Trump, sem surpresa, fica a sós na corrida à Casa Branca com Joe Biden. Nikkey Haley anunciou a desistência depois da "super-terça-feira". Venceu apenas as votações em dois estados e na terça-feira foi derrotada de forma muito clara pelo antigo Presidente dos EUA. A dúvida, como escreveu esta semana o nosso jornalista Alexandre Martins, é perceber se quem votou em Haley nestas primárias vai transferir o voto para Trump num cenário nacional contra Biden. Os apoiantes da antiga embaixadora dos EUA na ONU podem votar em Trump?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A semana fica inevitavelmente marcada pelo discurso de Macron ao dizer que o envio de militares ocidentais para a Ucrânia não ser “uma hipótese totalmente excluída”. O que significa e que consequências pode ter? O discurso de Macron acontece na mesma semana em que, finalmente, a Hungria, do iliberal Viktor Órban, decidiu votar a favor da entrada da Suécia na NATO. “Ego, Putin ou aviões?”, questionava Andrew Higgins, do The New York Times, esta semana. Porque demorou, afinal, tanto tempo Órban a aprovar a entrada dos Nórdicos na Aliança Atlântica? O primeiro-ministro israelita, Benjamim Netanyahu, apresentou, ainda no final da semana passada, um plano para o que será o pós-Gaza. O responsável israelita pretende implementar um perímetro de segurança com o Egipto e o controlo de segurança sobre a Cisjordânia e a Faixa de Gaza. Este plano é possível?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Yulia Navalnaya, mulher de Alexei Navalny, poucas horas depois de se saber da morte do marido numa prisão remota na Rússia, para onde foi levado há semanas, interrompeu a Conferência de Segurança de Munique para pedir justiça contra Putin. Yulia e a restante família do opositor do Kremlin continuam sem ter acesso ao corpo ao fim de quase uma semana. O que significa a morte de Navalny para a Rússia e para a oposição da Rússia? Quando estamos a apenas dois dias de se completar dois anos do ataque da Rússia à Ucrânia, também em Munique — e depois de se confirmar a queda de mais uma cidade na mãos do Exército russo, neste caso Adviika—, Zelensky voltou a pedir armas e a sublinhar a importância de uma vitória ucraniana para a sobrevivência da Europa. "A Rússia teve de se ajoelhar perante o Irão e a Coreia do Norte, e a Europa acabou com o mito de que não se conseguia defender contra uma guerra", disse ainda o Presidente ucraniano. O que vai acontecer nos próximos meses?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Donald Trump voltou a colocar a NATO e os seus membros no centro de um intenso debate. Trump disse que se um país da NATO que não tivesse cumprido as metas orçamentais em termos de defesa fosse atacado pela Rússia, os Estados Unidos não só não o ajudariam como, até, encorajariam a Rússia a atacar. “É vergonhoso e antiamericano”, disse Biden, Presidente dos EUA. “Qualquer sugestão de que os aliados não se defenderão mutuamente compromete toda a nossa segurança”, disse o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg. Em Portugal, a 23 dias das eleições legislativas, olhamos para os programas eleitorais dos dois maiores partidos portugueses, o PS e o PSD, que vai a eleições na coligação Aliança Democrática. O que podemos retirar dos dois programas a nível de política externa e de defesa?See omnystudio.com/listener for privacy information.
A poucas semanas de se marcar o segundo aniversário da guerra na Ucrânia, Volodymyr Zelensky, o Presidente ucraniano, demitiu o comandante das Forças Armadas ucranianas, Valerii Zaluzhny, com quem tinha uma relação cada vez mais difícil. Para o seu lugar foi nomeado Oleksandr Syrskii, que era comandante das forças terrestres. A que se deve esta mudança e que imagem deixa nos parceiros externos? Os senadores do Partido Republicano chumbaram na quarta-feira uma iniciativa bipartidária para reformar as leis de asilo e reforçar a segurança na fronteira com o México, que incluía, como contrapartida, desbloquear um novo pacote de assistência à Ucrânia, mas também a Israel. O processo teima em arrastar-se e a Ucrânia já se ressente da falta de apoio. Pode a Europa ajudar a Ucrânia na ausência dos EUA? O Hamas respondeu a uma proposta de cessar-fogo com um plano próprio que apresenta um caminho para o fim da guerra na Faixa de Gaza. O Hamas compromete-se a libertar os reféns que mantém sequestrados desde 7 de Outubro desde que as forças israelitas se retirem totalmente do território. Do lado de Israel, o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, disse que a proposta "ilusória" do Hamas "conduzirá a um novo massacre e provocará uma grande tragédia em Israel que ninguém estará disposto a aceitar". Ainda assim, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, disse que "ainda há espaço para um entendimento".See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os chefes de Estado e Governo da União Europeia fecharam o acordo para apoiar a Ucrânia com 50 milhões de euros na resistência à invasão da Rússia. “Este acordo garante um financiamento estável, previsível e de longo prazo para a Ucrânia”, anunciou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. “Este é um bom dia para a Europa”, reagiu a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Por seu lado, Viktor Órban foi obrigado a recuar na pressão que foi impondo nos últimos meses. O que significa esta mudança? Paralelamente, em França, e já com réplicas em vários países europeus – Portugal incluído –, os agricultores estão na rua. Para já, há uma vítima declarada: o acordo do Mercosul, com a morte a ser anunciada por Emmanuel Macron. Há também as importações da UE feitas à Ucrânia. O que se passa, afinal, em França e qual o risco de isto escalar para uma crise verdadeiramente europeia? “Não está em risco a legislatura, quando muito a amnistia”, dizem responsáveis do Governo espanhol depois de as negociações com o Junts, sobre a lei da amnistia, estarem travadas. Num artigo no jornal El País, o correspondente parlamentar Xosé Hermida diz que, apesar de a legislatura não estar tremida, pode “estar presa” por um fio. Num ano marcado por eleições um pouco por todo o mundo, até em Espanha, onde, por exemplo, a Galiza aqui ao lado vai a votos daqui a duas semanas, pode Espanha ser novamente chamada às urnas?See omnystudio.com/listener for privacy information.
Esta semana, o European Council on Foreign Relations, um think thank europeu, publicou uma projecção com os resultados para as próximas eleições europeias, que se realizam em Junho. De acordo com os resultados, as forças de direita radical e extrema-direita deverão conquistar entre 183 e 197 dos 720 lugares de eurodeputado na próxima legislatura, um resultado histórico e que lhes assegura uma representação de 25%. O grupo de extrema-direita Identidade e Democracia (ID), que reúne partidos como a União Nacional de Marine Le Pen, a Liga de Matteo Salvini ou a Alternativa para a Alemanha, pode passar a ser a terceira força no Parlamento Europeu. Como se chega a este possível resultado? Donald Trump venceu as eleições primárias no New Hampshire com mais de 50% dos votos e segue bem encaminhado para desafiar Joe Biden na luta por um lugar na Casa Branca em Novembro. Apesar da derrota, Nikki Haley rejeita desistir e é a única adversária de Trump. Mas vai aguentar-se? E até quando? Na próxima semana, realiza-se a reunião extraordinária do Conselho Europeu para decidir o futuro do apoio europeu à Ucrânia: há 50 mil milhões de euros para desbloquear. Vai a Comissão Europeia contornar o obstáculo chamado Viktor Orbán?See omnystudio.com/listener for privacy information.