Diplomatas

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Para compreender um mundo em suspenso, “Diplomatas” é um podcast com Teresa de Sousa e Carlos Gaspar, numa parceria com o IPRI.

Teresa de Sousa e Carlos Gaspar com moderação de Ivo Neto


    • Jun 18, 2025 LATEST EPISODE
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    “Se a derrota do Irão for decisiva, a queda do regime é inevitável”

    Play Episode Listen Later Jun 18, 2025 37:44


    Na sequência do pior ataque sofrido pelo Irão em 40 anos, às mãos de Israel, o episódio desta semana do podcast Diplomatas (PÚBLICO e IPRI-NOVA) foca-se no conflito directo entre duas das principais potências do Médio Oriente, na forma como ele é entendido pelos líderes políticos de ambas as partes e na potencial resposta dos Estados Unidos a mais um eixo de instabilidade na região. Teresa de Sousa sublinha que, “ao contrário da guerra em Gaza, que se prolonga e que atinge níveis de violência contra os palestinianos absolutamente desumanos e intoleráveis”, a “obsessão” de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro israelita, com o Irão, reúne apoio popular em Israel. Com Donald Trump a garantir que os EUA não querem, “por enquanto”, “matar” o Guia Supremo da República Islâmica, Ali Khamenei, mas sem excluir uma potencial participação norte-americana no conflito, ao lado de Israel, a jornalista lembra que só os EUA é que têm capacidade para desmantelar o programa nuclear iraniano através de meios militares. Noutra linha de raciocínio, o investigador Carlos Gaspar acredita que “se a derrota do Irão for decisiva, a queda do regime é inevitável”, até, argumenta, tendo em conta o facto de Israel estar a “decapitar o centro de decisão militar” iraniano, criando “um vazio do poder à volta” de Khamenei. Do Médio Oriente passamos para Kananaskis, no Canadá, palco da cimeira do G7, que só contou com Trump no primeiro dia, não permitindo novo encontro com Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia. Tirando o “número” protagonizado pelo líder norte-americano, Carlos Gaspar salienta o “parágrafo particularmente crítico em relação à China” na declaração do primeiro-ministro canadiano e anfitrião do encontro, Mark Carney, e Teresa de Sousa, fazendo a ponte para a cimeira da próxima semana da NATO em Haia, nos Países Baixos, sublinha que “Trump tem um profundo desprezo por qualquer organização multilateral”. Ainda sobre a exigência dos EUA de pôr os Estados-membros da Aliança Atlântica a fixarem as respectivas despesas militares na ordem dos 5% do PIB, Carlos Gaspar olha para a promessa de Luís Montenegro de antecipar a chegada de Portugal aos 2% e defende uma mudança de postura. “É indispensável que as autoridades portuguesas – assim com as autoridades espanholas e italianas – tomem a sério a questão da defesa nacional e da defesa europeia, e deixem de fazer figuras ridículas”, critica o investigador. “Não basta os 3,5% ou os 2%; é preciso demonstrar que Portugal é um produtor de segurança internacional.” Texto de António Saraiva Lima​See omnystudio.com/listener for privacy information.

    40 anos da adesão à CEE: “Europa e democracia eram duas faces da mesma moeda”

    Play Episode Listen Later Jun 12, 2025 42:34


    Este episódio começa com uma viagem de 40 anos no tempo, até à adesão de Portugal na CEE, a 12 de Junho de 1985, quando pelas 11h00 é assinado o tratado de adesão de Portugal à Comunidade Económica Europeia, a CEE, fechando um capítulo na nossa história e abrindo outro. Teresa de Sousa lembra que Mário Soares considerava que "Europa e democracia eram duas faces da mesma moeda". A conversa não termina sem passar pela situação nos Estados Unidos, nomeadamente sobre a crise em torno da cidade de Los Angeles, mas também do divórcio mais famoso do momento, a separação do mais rico, Elon Musk, do mais poderoso, Donald Trump. Um momento que todos viram chegar e de que ninguém quer perder os próximos episódios.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Polónia abandona “coligação central” que pode “resistir ao imperialismo russo”

    Play Episode Listen Later Jun 5, 2025 44:08


    No episódio desta semana do podcast Diplomatas, a análise da jornalista Teresa de Sousa e do investigador Carlos Gaspar centrou-se na vitória do candidato conservador Karol Nawrocki, apoiado pelo partido ultranacionalista Lei e Justiça, na segunda volta das eleições presidenciais na Polónia. Com esta escolha, sublinha o investigador do IPRI-NOVA, o quinto maior país da União Europeia abandona o papel de destaque que tem vindo a assumir, sob a liderança do primeiro-ministro Donald Tusk, na “coligação central” que pode “resistir ao imperialismo russo e reconstruir a defesa europeia”, e que inclui Alemanha, França e, em certa medida, o Reino Unido. Carlos Gaspar diz mesmo que a Polónia perdeu uma “oportunidade irrepetível de estar no centro” do “directório europeu” que vai decidir o futuro a médio prazo da segurança da Europa. Da Polónia passámos para a vizinha Ucrânia e para o plano de condições “inaceitáveis” apresentadas pelo Kremlin para acabar com o conflito no país que a Rússia invadiu em 2022. Nesse contexto, Teresa de Sousa salienta a eficácia dos complexos e surpreendentes ataques militares levados a cabo pelos serviços secretos ucranianos em vários pontos da Rússia, a milhares de quilómetros da linha da frente, que, assegura, “humilharam” o país de Vladimir Putin, principalmente na sua dimensão de “relações públicas”. Por fim, Carlos Gaspar analisa a eleição do liberal Lee Jae-myung para a presidência da Coreia do Sul, país que o investigador diz estar, a par da Polónia, na “linha da frente” do conflito na Ucrânia, uma vez que a Coreia do Norte, com quem Seul ainda está tecnicamente em guerra, é o único país estrangeiro que tem soldados a combater ao lado da Rússia no território ucraniano.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Netanyahu está a transformar Israel num Estado quase pária por causa de Gaza”

    Play Episode Listen Later May 29, 2025 42:15


    Ao fim de mais de dois meses de bloqueio da Faixa de Gaza, que nos trouxeram imagens e vídeos em catadupa de uma catástrofe humanitária de proporções inimagináveis, o Governo israelita permitiu esta semana a entrada “limitada” e “temporária” de ajuda aos palestinianos. Mas deixou de fora as Nações Unidas, temendo a intromissão do Hamas, e optou por mandatar uma organização privada norte-americana a assumir uma tarefa que, segundo a organização mundial, “não está alinhada com os princípios humanitários fundamentais”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, analisámos os planos políticos, humanitários e militares de Israel para o enclave, no contexto do conflito regional mais alargado (com o Irão), da pressão internacional crescente sobre Benjamin Netanyahu e das dinâmicas internas que impedem o Governo israelita de colapsar. “Netanyahu está a empurrar um país que tinha a solidariedade das democracias, e do mundo em geral, para um beco sem saída. Está a transformar Israel num estado quase pária por causa de Gaza”, diz a jornalista Teresa de Sousa. Neste programa conversámos ainda sobre o SAFE, o novo instrumento financeiro da União Europeia para investimentos no sector da defesa e sobre a confirmação do Governo da Alemanha de que foi dada autorização às Forças Armadas da Ucrânia para usarem armas alemãs de longo alcance contra alvos dentro do território da Federação Russa. Apesar dos esforços europeus, o investigador Carlos Gaspar (IPRI-NOVA) nota que nem todos os “responsáveis europeus compreenderam que estão em guerra” e diz que é necessária uma participação do Pentágono dos EUA para ajudar a definir as prioridades ao abrigo do SAFE. Teresa de Sousa traça um “paralelismo dramático” entre os conflitos em Gaza e na Ucrânia: “Só os Estados Unidos têm força para torcer o braço a Putin ou para torcer o braço a Netanyahu. E a questão que enfrentamos, neste momento, é que o Presidente americano [Trump] tem muito pouco interesse em torcer o braço a Putin.” Para finalizar, olhámos para a cimeira da ASEAN, em Kuala Lumpur (Malásia), que contou com a participação da China e dos membros do Conselho de Cooperação do Golfo, à luz da competição geopolítica entre Pequim e Washington. “A vantagem da China neste domínio, em relação aos EUA, é a sua disponibilidade para trabalhar com instituições multilaterais, mesmo que seja apenas um gesto simbólico”, sublinha Carlos Gaspar. “Os gestos simbólicos também contam na política internacional.”See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Portugal, a Europa e a extrema-direita: “O centro deixou de existir”

    Play Episode Listen Later May 22, 2025 43:31


    O que une a eleição de um novo Presidente na Roménia, o quase-empate entre socialistas e a extrema-direita no Parlamento em Portugal e o agendamento de um embate presidencial entre europeístas e ultranacionalistas na Polónia? No episódio desta semana do podcast Diplomatas, reflectimos sobre a pressão que a direita radical, extrema e populista continua a exercer sobre as democracias europeias e ocidentais e voltámos a questionarmo-nos onde é que o centro moderado está a falhar de forma persistente. “A visão que temos de uma política europeia num centro alargado – centro-esquerda, centro-direita, democratas-cristãos, liberais, socialistas, sociais-democratas – pertence ao passado”, diz o investigador do IPRI-NOVA Carlos Gaspar, que considera que a “iniciativa estratégica” é agora da “direita nacionalista, antidemocrática e antieuropeia”. “O centro deixou de existir”, sentencia. Com o Chega a colocar-se em boa posição para “roubar” ao PS o estatuto de maior força da oposição em Portugal, depois de contabilizados os votos da emigração, pode estar em causa o pacto de regime, aceite, promovido e defendido por PSD e PS desde a consolidação da democracia, relativo às prioridades da política externa e de defesa de Portugal? “A eleição de Trump, que teve um efeito devastador sobre a Europa, acabou por abrir espaço, no Chega e nos partidos nacionalistas e populistas da maior parte dos países europeus, a um discurso trumpiano, que tem como objectivo central acabar com a União Europeia”, alerta a jornalista Teresa de Sousa. Neste episódio analisámos ainda as consequências (ou a falta delas) do telefonema entre Vladimir Putin e Donald Trump sobre a guerra na Ucrânia e o “reset” nas relações entre Reino Unido e UE, cinco anos depois do “Brexit”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    O que propõem AD e PS para a política externa e de defesa? “Falta visão estratégica”

    Play Episode Listen Later May 15, 2025 33:42


    Faltam poucos dias para as eleições legislativas antecipadas em Portugal e pouco se tem falado sobre política internacional ou temas de defesa e de segurança na campanha ou nos debates entre os principais candidatos. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, analisámos, por isso, as medidas propostas pela Aliança Democrática (AD) e pelo Partido Socialista (PS) nos campos da política externa e da defesa e a forma como as duas forças partidárias que, de acordo com as sondagens, estão mais bem posicionadas para liderar o próximo governo olham para o contexto geopolítico internacional. As medidas apresentadas nos respectivos programas eleitorais (pode consultar o da AD aqui e o do PS aqui) versam sobre a defesa nacional; a guerra na Ucrânia; a NATO; o conflito entre Israel e o Hamas; as relações com a União Europeia, com os Estados Unidos e com outros países/continentes; e a lusofonia, entre outros eixos. Mesmo assumindo que existe um consenso generalizado entre o PSD, líder da coligação de centro-direita, e o PS, no que diz respeito às alianças e prioridades de relacionamento externo de Portugal, nomeadamente no seio da UE e da NATO, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar concordam com a ideia de que nenhum dos partidos a apresenta propriamente uma “visão estratégica para o país”. A jornalista diz mesmo que se trata de algo “verdadeiramente impensável quando o mundo à nossa volta está numa turbulência enorme” e de um “mistério”. Ou então, sugere, “revela um empobrecimento das lideranças e dos grandes partidos, que não é uma boa notícia para a democracia portuguesa.” Esta semana antecipámos ainda as negociações directas entre a Rússia e da Ucrânia previstos para esta quinta-feira, em Istambul, e o desafio de Volodymyr Zelensky, Presidente ucraniano, ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, para que este compareça pessoalmente no encontro na Turquia (com mediação de Donald Trump?). No final do programa, também abordámos a eleição de Robert Prevost para chefe da Igreja Católica e reflectimos sobre o que é que a escolha de um Papa norte-americano (Leão XIV) pode significar para os católicos e para o mundo no actual contexto político internacional.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    A Alemanha tem novo Governo e “Merz quer ser um chanceler da Europa”

    Play Episode Listen Later May 8, 2025 34:23


    Pela primeira vez, um chanceler da Alemanha não foi eleito após a primeira votação secreta no Bundestag. Havia um acordo, mas alguém não o cumpriu. Isso, só por si, é notícia; ainda por cima depois de o candidato em causa, o conservador Friedrich Merz, se ter apresentado ao país e à Europa como uma figura de estabilidade. Merz acabou por ser eleito, à segunda tentativa, e encabeça mais uma “grande coligação” entre CDU e SPD no principal motor económico europeu. Pela frente, na oposição, enfrenta uma reforçadíssima AfD, recentemente rotulada de “extremista” e de “ameaça à Constituição” pela secreta interna alemã. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, Madalena Meyer Resende, especialista em política alemã e professora na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da NOVA, ajuda a explicar os planos, os desafios e as principais caras do novo Governo da Alemanha, sem deixar de analisar o “fiasco” da primeira votação. Já a jornalista Teresa de Sousa, comentando sobre a política externa que vai ser seguida a partir de Berlim, acredita num reforço do eixo franco-alemão e diz que Merz “quer ser um chanceler da Europa”. Neste programa também conversámos sobre as celebrações dos 80 anos do fim da II Guerra Mundial, na Europa (esta quinta-feira) e na Rússia (sexta-feira), num contexto de esfriamento das relações transatlânticas e, segundo Madalena Resende, de busca continuada do Kremlin em legitimar a invasão da Ucrânia. A presença esperada de Lula da Silva (Presidente do Brasil), de Xi Jinping (Presidente da China), de Nicolás Maduro (Presidente da Venezuela) e de Robert Fico (primeiro-ministro da Eslováquia), entre outros líderes mundiais, no “Dia da Vitória”, em Moscovo, merece uma nota crítica de Teresa de Sousa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Cem dias de Trump que pareceram cem anos

    Play Episode Listen Later Apr 30, 2025 36:09


    ‘Já’ passaram 100 dias ou ‘só’ passaram 100 dias desde que Donald Trump regressou à presidência dos Estados Unidos? A resposta a esta pergunta pode variar consoante o grau de simpatia ou de tolerância que cada um tem pelo programa e pelo estilo do político radical e populista norte-americano. Para o bem ou para o mal, serão, ainda assim, poucos os que não assumem que as mudanças impostas pelo Presidente dos EUA na ordem mundial liberal que Washington (ainda) lidera estão a ter um grau de disrupção que não se via há quase 100 anos. Num programa especial do podcast Diplomatas (e do Fogo e Fúria, que pode ouvir aqui), gravado ao vivo no auditório do PÚBLICO, em Lisboa, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar analisaram os primeiros 100 dias da Administração Trump 2.0. A conversa tocou no seu impacto na relação transatlântica, na competição com a China, na guerra na Ucrânia, na “guerra comercial”, no Partido Republicano e no conflito declarado pela Casa Branca às universidades, aos tribunais e aos media dos EUA.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Papa Francisco, um “anti-Trump”: “O homem que apela ao melhor das pessoas, quando Trump apela ao pior”

    Play Episode Listen Later Apr 24, 2025 37:45


    Jorge Mario Bergoglio foi o primeiro Papa latino-americano, o primeiro jesuíta a chegar ao topo da Igreja Católica e, a par do seu humanismo e progressismo, levou até ao Vaticano uma visão do mundo vinda das “periferias” – da fé, da sociedade e também das geográficas, do que hoje se chama de Sul Global. Poucos dias após a sua morte, aos 88 anos, Teresa de Sousa e Carlos Gaspar discutem o seu legado, o seu “exemplo”, os debates “impossíveis” que começou na Igreja, mas também o seu posicionamento controverso sobre a invasão russa da Ucrânia ou as relações com a República Popular da China. Num pontificado acompanhado pela ascensão dos populismos, da xenofobia, da extrema-direita e da guerra, qual é hoje a verdadeira influência do Papa e da Igreja Católica nas relações internacionais? “Francisco conseguiu, a nível mediático, [representar] a ideia de um ‘anti-Trump’”, diz Teresa de Sousa no episódio desta semana do podcast Diplomatas. “Ele era a figura que mais rebatia, pelo seu exemplo, a ideia dos autocratas e dos que se vêem a si próprios como homens fortes”, defende a jornalista. “Ele encarna muito a figura do anti-Trump, do homem bom, do homem que apela ao melhor das pessoas – quer sejam americanos, europeus ou latino-americanos –, quando Trump apela ao pior das pessoas.” Neste episódio, discutiu-se ainda a disponibilidade do Governo dos Estados Unidos para reconhecer a anexação russa da Crimeia, aceitar o congelamento da linha da frente na sua configuração actual e proibir a entrada da Ucrânia na NATO no futuro. O reconhecimento da anexação da península ucraniana pela Federação Russa, em 2014, seria “uma ruptura com o mais antigo dos princípios da diplomacia norte-americana, que vem dos tempos do isolacionismo, que é a de não tomar posição em relação a disputas territoriais”, sublinha Carlos Gaspar. “Do ponto de vista da diplomacia americana, é uma viragem importante. Nem sequer a China reconhece a anexação da Crimeia”, nota o investigador do IPRI-NOVA. “É uma concessão excessiva e difícil de explicar.”See omnystudio.com/listener for privacy information.

    EUA questionam universidades portuguesas: “Os intelectuais e o conhecimento são o inimigo natural de todos os regimes autoritários”

    Play Episode Listen Later Apr 17, 2025 41:57


    “Pode confirmar que a sua organização não trabalha com entidades associadas a partidos comunistas, socialistas ou totalitários, ou a qualquer partido que defenda crenças antiamericanas?” No episódio desta semana do podcast Diplomatas tentámos perceber a lógica desta e das outras 35 perguntas que o Governo dos Estados Unidos enviou a diversas faculdades portuguesas, incluindo o Instituto Superior Técnico, assim como da decisão da Administração Trump de congelar 2,2 mil milhões de fundos federais para a Universidade de Harvard por recusar a sua “lista de exigências”. E a reacção do Governo português aos questionários ideológicos foi acertada ou tímida? Regressando ao tema do momento na frente internacional, a jornalista Teresa de Sousa e o investigador Carlos Gaspar voltaram a olhar para os últimos desenvolvimentos da guerra tarifária e para o posicionamento que a União Europeia vai ter de assumir na grande competição geopolítica entre os EUA e a República Popular da China. E reflectiram ainda sobre o que os bombardeamentos russos à Ucrânia em Dia de Ramos nos dizem em relação à estratégia negocial de Vladimir Putin sobre o conflito e sobre as movimentações em Washington, em Paris, em Roma e em Teerão relacionadas com o programa nuclear do Irão.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Trump e a guerra tarifária: “O fim da globalização é agora oficial”

    Play Episode Listen Later Apr 10, 2025 37:13


    Donald Trump passou das palavras aos actos e anunciou taxas alfandegárias “recíprocas” para todo o mundo. Aliados, adversários, analistas, economistas e bolsas vão sucumbindo, uns mais atónitos que outros, sob o peso da inconsistência das traves-mestras do alegado “Dia da Libertação” dos Estados Unidos. Mas o Carlos Gaspar vê “coerência” na “estratégia de destruição da ordem internacional americana” liderada a partir de Washington. “Há aqui um padrão, desde o princípio, não é só um método de crise: o Presidente dos EUA está constantemente a criar situações de crise e tem a iniciativa estratégica para, passo a passo, ir destruindo a ordem internacional e o modelo de globalização que os EUA criaram a seguir à II Guerra Mundial”, diz o investigador do IPRI-NOVA no episódio desta semana do podcast Diplomatas. “O fim da globalização é agora oficial, com o decreto das tarifas, e é mais um pilar da ordem americana que é deitado abaixo”, insiste. “Não é apenas no domínio da Defesa e da Segurança. Agora é também o modelo americano da globalização que é posto em causa e, eventualmente, a própria posição do dólar como moeda de referência internacional.” Sobre a retaliação célere da China, o Carlos Gaspar resume de forma simples: “A resposta é inteiramente previsível. O secretário-geral do Partido Comunista da China não pode não responder taco-a-taco ao Presidente dos Estados Unidos. É uma questão de sobrevivência política.” Lembrando alguém que descrevia a guerra tarifária de Trump como um “Inverno nuclear económico autoinfligido”, a Teresa de Sousa lamenta que o tema tarde em entrar na campanha eleitoral em Portugal. A jornalista explica o fenómeno com a “terrível tendência que nos ficou incrustada nos genes desde o ‘orgulhosamente sós’ de Salazar”, que é “esta incapacidade da nossa classe política dirigente de olhar para nós como uma pequena economia aberta, democrática, aberta ao mundo”, que joga à escala europeia e mundial, e que tem na Europa “uma parte fundamental para a defesa dos nossos interesses, do nosso modo de vida e do nosso bem-estar social”. “Quando a União Europeia enfrenta uma dupla mudança radical da sua vida, a mudança geopolítica com a ruptura entre os dois lados do Atlântico (com a ameaça russa) e agora uma ruptura geoeconómica, como é que aqui em Portugal nenhum dos dois partidos que nos devem governar alternadamente [PSD e PS] consegue ter um raciocínio lógico e realista sobre o que se está a passar?”, questiona. Sobre o encontro agendado para o próximo sábado entre representantes dos EUA e do Irão, mediado por Omã, para se discutir o programa nuclear iraniano, o Carlos Gaspar nota comparações com o método de negociações norte-americanas sobre a guerra na Ucrânia. “O Presidente dos EUA quer pôr fim à guerra na Europa e pôr fim à guerra no Médio Oriente; e que está disposto a pagar um preço alto aos seus adversários para garantir esse resultado”, defende. Ainda sobre a Ucrânia, e, concretamente, sobre a incursão das suas Forças Armadas na província russa de Belgorod, a Teresa de Sousa realça que as Forças Armadas ucranianas “estão muito, muito, muito, muito longe de estar numa situação aflitiva” e acredita que os desenvolvimentos dos últimos meses fizeram com que as chefias militares e políticas do país invadido pela Rússia sejam agora mais “proactivas” e menos dependentes “das orientações americanas, como no tempo de Biden”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Extrema-direita por linhas tortas: “Le Pen mente muito bem, Trump mente muito mal”

    Play Episode Listen Later Apr 3, 2025 40:52


    O cenário político-eleitoral em França sofreu um abalo profundo. Marine Le Pen, figura de proa da extrema-direita francesa e candidata presidencial crónica daquele campo político, foi condenada a quatro anos de prisão e proibida de concorrer a cargos públicos durante cinco anos por desvio de fundos da União Europeia. Ou seja: a União Nacional terá de encontrar outro candidato para as presidenciais de 2027. “Le Pen mente muito bem, Trump mente muito mal. É essa a grande diferença”, sinaliza a Teresa de Sousa, dando conta do processo de “desdiabolização” da União Nacional (ex-Frente Nacional) liderada por Marine Le Pen, que lhe permitiu chegar onde chegou para agora sofrer “uma grande derrota”. No episódio desta semana falámos ainda sobre ambições de “expansão territorial” da Administração Trump, nomeadamente para a Gronelândia, território semi-autónomo dinamarquês, que Carlos Gaspar diz ter até uma “dimensão mitológica”, para além do revisionismo gritante. Ainda no campo da política externa norte-americana, sobre a alegada “irritação” de Trump com Putin, por este não estar minimamente interessado num cessar-fogo na Ucrânia, Teresa de Sousa diz que o Presidente dos EUA “já ofereceu toda a espécie de cedências possíveis e imaginárias” ao seu homólogo russo, porque “Trump vê o mundo como Putin vê: com uma divisão de zonas de influência entre as grandes potências (…) e onde não há fronteiras invioláveis”. Para fechar, assinalámos a clareza com que o Pentágono assumiu como prioritário que os EUA garantam que a República Popular da China não toma Taiwan pela força e a resposta de Pequim a esta posição, lançando exercícios militares de larga escala em redor da ilha que reivindica como sua. “Trump está ao lado da Rússia de Putin, mas está contra a China de Xi Jinping e há uma linha de continuidade, rara e fundamental, em relação ao Presidente Biden”, nota Carlos Gaspar. “Mas não sabemos se os Estados Unidos têm efectivamente capacidade para dissuadir a China de invadir Taiwan ou se a China está preparada para aproveitar o momento.”See omnystudio.com/listener for privacy information.

    A guerra de Trump ao “inimigo interno” dos EUA é “típica dos agentes totalitários”

    Play Episode Listen Later Mar 27, 2025 40:15


    O plano da Administração Trump para moldar a democracia dos Estados Unidos em redor das ideias e dos interesses do culto extremista e nacionalista MAGA continua a ser implementado a uma velocidade extraordinária. Definida pelo vice-presidente norte-americano, J.D. Vance, como uma guerra contra o “inimigo interno” que reside dentro das fronteiras dos EUA, a nova ordem trumpiana já está a afectar tribunais, órgãos de comunicação social, universidades, imigrantes e a própria liberdade de expressão. “Há uma agenda interna, a tal luta contra o ‘inimigo interno’, que vai desde as universidades até às escolas, ao Departamento de Educação, às agências de assistência externa e à pressão sobre juízes independentes ou juízes de esquerda (…) que pretende concentrar todos os poderes no executivo, na própria acção do Presidente”, diz o Carlos Gaspar. “A própria expressão – ‘inimigo interno’ – é reveladora; não há inimigos internos na política democrática, há rivais, há adversários, mas não há inimigos. Isto é uma linguagem típica dos agentes totalitários. É uma espécie de bolchevique de direita que nos está a dizer aquilo que os bolcheviques originais nos diziam para os comunistas e para os nazis: ‘O inimigo interno é, obviamente, mais importante do que o inimigo externo’”. O objectivo desta “espécie de blitzkrieg”, explica o Carlos Gaspar, é “tornar as mudanças na política norte-americana irreversíveis nos próximos dois anos, antes das eleições intercalares”: “O Presidente Trump e o seu vice-presidente têm uma ideologia, um programa e um calendário para executar esse programa”. Sobre o ataque concreto às universidades dos EUA, um dos principais eixos do softpower norte-americano e da sua posição de liderança na investigação e na inovação científica a nível mundial, a Teresa de Sousa diz que o Governo de Trump quer “impedir o conhecimento autónomo e a verdade enquanto facto fundamental para o debate público” no país. “Passámos anos – no final do século passado e no princípio deste – a estudar as transições democráticas. Há muitos livros publicados [sobre o assunto], mas ainda há poucos estudos sobre as transições autoritárias. Na América, estas assumem uma profundidade e uma velocidade (…) que não imaginávamos como possível”, lamenta. Do escândalo do jornalista incluído num chat onde se discutiram planos de guerra contra os houthis, passámos para o Partido Democrata: a minoria nas duas câmaras do Congresso e as dificuldades em “digerir a derrota” nas eleições presidenciais do ano passado e em perceber as suas “razões”, ajudam a explicar o “silêncio” ensurdecedor do maior partido da oposição nos EUA face a tantas linhas vermelhas que estão a ser cruzadas pela Casa Branca. Mas há quem defenda, dentro dos democratas, que a estratégia a seguir é “fazerem-se de mortos” e esperar que os norte-americanos tenham “saudades” deles. Isto é viável? No episódio desta semana do podcast Diplomatas também debatemos os protestos na Turquia, iniciados com a detenção de Ekrem Imamoglu, presidente da Câmara de Istambul, apontado como principal rival de Recep Tayyip Erdogan. Classificando a Turquia como um “regime autoritário”, dominado por um “partido maioritário” que “manipula as eleições e que põe os principais dirigentes de composição na cadeia”, o Carlos Gaspar admite que as manifestações dos últimos dias “não têm precedentes” e podem “precipitar uma transição pós-autoritária” no país.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Acordo entre Trump e Putin ao telefone: “Não gostam da UE, não gostam da NATO e odeiam Zelensky”

    Play Episode Listen Later Mar 20, 2025 28:41


    A muito aguardada chamada telefónica entre Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, na terça-feira, não trouxe nada de significativamente novo sobre o desenrolar da guerra na Ucrânia, sobre a estratégia militar de Moscovo ou sobre as prioridades da diplomacia da nova Administração norte-americana. A Rússia “aceitou” não atacar a infra-estrutura energética ucraniana durante 30 dias, mas mesmo essa “cedência” traz-lhe vantagens no campo de batalha: se Kiev fizer o mesmo, Moscovo pode reforçar as suas linhas e para impedir que os drones ucranianos bombardeiem as suas reservas de petróleo. “O resultado do telefonema foi muito simples: não há cessar-fogo. Quem acha que isto é um acordo ou é louco, ou está claramente a fazer o jogo de Putin. Trump reserva a pressão máxima para [Volodymyr] Zelensky e a pressão mínima ou ausência de pressão para Putin”, resume a Teresa de Sousa. “Há de facto um entendimento entre Trump e Putin”, acrescenta. “Não gostam da União Europeia e querem dividi-la; não gostam da NATO e querem dividi-la; aceitam ambos a ideia de um mundo dividido em zonas de influência pelas grandes potências internacionais – EUA, Rússia e China – (…) e ambos odeiam Zelensky, pela razão simples de que este lhes faz frente”. No episódio desta semana do podcast Diplomatas também conversámos sobre a aprovação da reforma do travão da dívida alemão, em vésperas do Conselho Europeu, que se realiza esta quinta-feira em Bruxelas. Segundo o Carlos Gaspar, trata-se de “sinal muito forte” de Berlim para a UE, para Putin “e para Trump”, já que permite que a Alemanha “ocupe o seu lugar no centro da concertação estratégica com a França e a Grã-Bretanha, que vai ser mais importante nos próximos tempos do que a UE a NATO.” Da Europa, passámos para o Médio Oriente: o regresso da guerra israelita na Faixa de Gaza, assume Carlos Gaspar, também tem uma “dimensão interna” – a necessidade de aprovação do Orçamento do Estado e de reforço da maioria do Governo de Benjamin Netanyahu –, mas enfatiza, sobretudo, que é “absolutamente indispensável que haja uma força internacional que garanta a segurança em Gaza e que impeça o Hamas de restaurar o reino de terror sobre os palestinianos.” Teresa de Sousa traça ainda um “paralelismo impressionante entre a lógica de actuação de Putin e de Netanyahu”, primeiro-ministro de Israel. “Netanyahu quer redesenhar um mapa do Médio Oriente a favor de Israel; e é esse o grande objectivo da sua ofensiva. Putin quer redesenhar um mapa de segurança europeia; é o principal objectivo da guerra da Ucrânia”, considera. “Ambos têm, de alguma maneira, o beneplácito da Administração americana; ambos têm como principal instrumento a guerra. Para os dois a guerra é fundamental; para os dois a guerra não vai parar”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Governo e oposição estão convencidos de que Portugal deixou de ser um actor na política internacional”

    Play Episode Listen Later Mar 14, 2025 34:10


    Uma guerra na Europa. Uma Administração norte-americana isolacionista. Uma guerra comercial mundial ordenada a partir de Washington. Uma ordem mundial baseada em regras a desabar. Várias potências regionais a piscarem o olho à multipolaridade. É neste contexto que Portugal se prepara para novas eleições, na sequência do chumbo de uma moção de confiança ao Governo PSD-CDS por causa de um caso que envolve directamente o primeiro-ministro, Luís Montenegro, e a sua empresa. Numa altura em que se está a “decidir o processo de reconstrução da Europa”, Carlos Gaspar questiona “quais são os objectivos de Portugal” e lamenta que os dois principais partidos políticos estejam “convencidos” de que o país “deixou de ser um actor na política internacional e europeia”. “Com ou sem eleições, nunca ouvimos os líderes do Governo e do principal partido da oposição falarem aos portugueses a verdade sobre a crise internacional”, concorda a Teresa de Sousa. “Vai haver uma campanha eleitoral em que, mais uma vez, não vamos ouvir nem o líder da oposição nem o líder do PSD falarem da crise e do que ela representa para a nossa vida, para a nossa segurança, para o nosso modo de vida e para a nossa democracia.” No episódio desta semana do podcast Diplomatas, discutiu-se a proposta de cessar-fogo de 30 dias na Ucrânia, as estratégias “paralelas” de Vladimir Putin e de Donald Trump e a guerra de tarifas que ameaça empresas e consumidores nos dois lados do Atlântico.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Os europeus são o alvo prioritário da destruição” da ordem internacional em curso

    Play Episode Listen Later Mar 7, 2025 38:33


    Em Bruxelas fala-se num “virar de página” e o virar de costas de Donald Trump à Europa, sacrificando a Ucrânia, está a fazer cair posições e princípios que se achavam imutáveis no campo do investimento em Defesa e em Segurança. Sem se importar com a dissonância húngara, o Conselho Europeu deu o seu aval ao plano de 800 mil milhões de euros, proposto por Von der Leyen para o sector militar e a Alemanha prepara-se para rever o “travão” da dívida. “Há aqui um susto, uma emergência que é nova”, justifica a Teresa de Sousa. Os europeus, sublinha, “entenderam finalmente” que “as intenções de Trump não estão nas entrelinhas; estão nas linhas, estão em tudo o que ele diz todos os dias.” “E nunca passou pela cabeça da Europa que ia haver um dia em que os EUA prefeririam aliar-se à Rússia contra ela”. Com a Europa focada na ameaça russa e no retraimento americano, a China juntou-se em Congresso para mostrar que está pronta para aproveitar a “belíssima oportunidade” concedida por Trump para se aproximar dos “aliados e parceiros” dos EUA. “Trump vai perceber que não tem condições, sozinho, por mais que esbraceje, para ombrear com a China”, alerta, no entanto, o Luís Tomé, professor catedrático e director do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Autónoma de Lisboa. “Se nós, europeus, não percebermos que quem garantia uma certa ordem baseada em regras quer agora destruí-la, com Putin, se calhar vamos correr o risco de ver uma acumulação [dos EUA]: não só com a Rússia e com Putin, mas com a China de Xi Jinping.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “A capacidade europeia de apoiar a Ucrânia vai determinar o futuro de cada português”

    Play Episode Listen Later Feb 28, 2025 33:09


    A invasão russa da Ucrânia cumpriu três anos na segunda-feira. Sem o aliado (ainda?) americano, Volodymyr Zelensky rodeou-se em Kiev de líderes políticos de países europeus e do Canadá, e contou com Emmanuel Macron em Washington D.C. para lembrar Donald Trump que o futuro da Ucrânia é ucraniano e europeu e não pode ser decidido pelo Kremlin. Luís Montenegro, primeiro-ministro de Portugal, não esteve na capital ucraniana, nem interveio por videoconferência nos vários eventos realizados naquele dia 24 de Fevereiro de 2025. Porquê? A Teresa de Sousa tenta dar algumas pistas. No episódio desta semana do podcast Diplomatas, também antecipámos a visita desta sexta-feira do Presidente ucraniano à Casa Branca, para perceber se o interesse de Trump por metais preciosos é suficiente para oferecer à Ucrânia as garantias de segurança de que ela precisa para continuar a viver à sombra da Rússia. Zelensky, diz o Carlos Gaspar, não pode descrever a sua situação de outra forma: é “desesperada”. Por fim: que futuro nos guarda a Alemanha de Friedrich Merz, vencedor das eleições de domingo, em que a extrema-direita obteve o seu melhor resultado e o SPD o seu pior? Texto de António Saraiva LimaSee omnystudio.com/listener for privacy information.

    Há uma nova ordem mundial e quem manda nela é Trump, Putin e Xi Jinping

    Play Episode Listen Later Feb 21, 2025 42:26


    Na última terça-feira, EUA e Rússia restabeleceram, em Riade, na Arábia Saudita, contactos bilaterais e anunciaram a criação de equipas para negociarem um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia. Um dia depois, Donald Trump reagiu às críticas do presidente ucraniano, por ter estado ausente deste encontro. Trump disse que Volodymyr Zelensky poderia ter alcançado um acordo mais cedo, sugeriu que Kiev é responsável pelo início da invasão russa e repetiu um argumento russo, o de que Zelensky não tem legitimidade para negociar, porque o seu mandato presidencial já terminou. Pior do que isso, disse que Zelensky é um ditador, que arrastou os EUA para a guerra. O presidente ucraniano respondeu que Trump está a viver "num espaço de desinformação" e que resgatou Moscovo do isolamento internacional. O mal-estar entre os dois presidentes é evidente. Este roteiro negocial privilegia a posição russa, a quem são concedidas concessões antes do início do próprio processo. A realização de eleições presidenciais na Ucrânia, neste momento, gera preocupações de que a Rússia possa utilizar o voto para destituir Zelensky e instalar um candidato pró-Putin, que concordaria com termos de paz mais favoráveis a Moscovo. Razão para dizer que a agressão compensa. Neste episódio, Teresa de Sousa, jornalista, e Carlos Gaspar, investigador do IPRI, explicam que os EUA deixaram de ter uma aliança com a Ucrânia e passaram a ter uma aliança com a Rússia. Em suma, há uma nova ordem mundial e quem manda nela é Trump, Putin e Xi Jiping. Texto de Amílcar CorreiaSee omnystudio.com/listener for privacy information.

    Trump e a Ucrânia: uma “capitulação em toda a linha” e um Acordo de Munique em 2025

    Play Episode Listen Later Feb 14, 2025 38:19


    Donald Trump nunca escondeu que queria acabar “rapidamente” com a guerra na Ucrânia; que lhe desagrava o dinheiro que os Estados Unidos estavam a gastar em apoio militar e financeiro a Kiev; que não era fã da NATO; e que via nas “excelentes relações” que diz ter com Vladimir Putin um elemento-chave para pôr fim ao conflito. Na quarta-feira cumpriu tudo o que prometeu, revelando que tomou a iniciativa de telefonar ao Presidente russo para dar “início” a negociações de paz – sem avisar o Governo ucraniano, a União Europeia ou a própria aliança militar que o seu país lidera – e mandatando o líder do Pentágono a entregar a seguinte mensagem em Bruxelas: é “irrealista” achar-se que a Ucrânia vai voltar a ter as fronteiras de 2014 e não pode haver garantias de entrada do país invadido pela Rússia na NATO. O plano não poderia ser mais claro. E, mesmo assim, os líderes europeus foram apanhados de surpresa. “Trump consegue ceder a nossa maior imaginação sobre o mal que pode fazer ao mundo e à ordem internacional”, desabafou a Teresa de Sousa. À luz do choque que antecedeu a Conferência de Segurança de Munique, que arranca nesta sexta-feira, o Carlos Gaspar lembrou-se de outro Munique, o de 1938, quando os líderes europeus deixaram Hitler anexar parte da Checoslováquia para o tentar apaziguar – tentar, sublinhe-se. “Depois do [Acordo de] Munique de 1938, que antecipou a II Guerra Mundial, vamos ter Munique em 2025, que vai acelerar a contagem decrescente para uma guerra… uma guerra geral”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Mais Defesa e mais crescimento para a Europa? “Estamos à espera da Alemanha”

    Play Episode Listen Later Feb 7, 2025 32:42


    Com Donald Trump sentado à secretária da Sala Oval, em Washington D.C., a assinar furiosamente mais uma pilha de decretos presidenciais que podem pôr em causa décadas de práticas de diplomacia, António Costa recebeu na segunda-feira, em Bruxelas, os líderes do Conselho Europeu para um “retiro estratégico” sobre Segurança e Defesa. Dias antes, também na capital belga, Ursula von der Leyen apresentava a Bússola para Competitividade, da Comissão Europeia, um plano de “choque” para modernizar a economia da UE. Numa e noutra iniciativa, a ideia-chave parece ser a mesma: numa ordem internacional que caminha a passos largos para a multipolaridade, a Europa entende que, desta vez, tem mesmo de começar a dar passos concretos se quiser garantir autonomia estratégica; em relação à China de Xi, à Rússia e Putin… e aos Estados Unidos de Trump. Já atrasada, a união (ou a ideia de união) exibida pelos 27 em relação à necessidade de investimento militar e de crescimento económico terá, ainda assim, de esperar pelo que vai acontecer depois de os alemães irem às urnas. Triste, risonho ou apático, o futuro da emancipação europeia pode passar pelas eleições na Alemanha marcadas para o próximo dia 23. Uma Alemanha com os seus próprios – muitos – problemas internos, mas a Alemanha que há. A Europa pode esperar?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Rutte veio cá lembrar que há “uma ameaça russa em território soberano” de Portugal

    Play Episode Listen Later Jan 31, 2025 32:08


    “A memória, nestes tempos de híper informação e de desinformação, é o que nos resta para sabermos interpretar o mundo que nos rodeia”. A Teresa de Sousa trouxe esta frase do último texto que escreveu na sua newsletter semanal – O Mundo de Hoje –, que serviu de pontapé de saída para falarmos sobre os 80 anos da libertação de Auschwitz-Birkenau. Das guerras do passado fomos para as guerras do presente, começando pela Faixa de Gaza. Quais são os planos de Israel e do novo amigo americano para o imediato e para o pós-cessar-fogo? Donald Trump e Benjamin Netanyahu encontram-se para semana nos EUA e podem dar algumas pistas. Aqui mais perto, na Europa, há outra guerra em curso, na Ucrânia, e foi isso que Mark Rutte, secretário-geral da NATO veio lembrar ao Governo português, numa visita a Lisboa, constatando que Portugal está tão ou mais exposto que qualquer outro membro da Aliança Atlântica à “guerra híbrida” da Rússia, nomeadamente no seu território marítimo. “Num mundo normal”, nota o Carlos Gaspar, “teria sido o Presidente da República e o primeiro-ministro” portugueses a informar o líder da NATO que há “uma ameaça russa nas costas” de Portugal. “Mais foi ao contrário”.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    O regresso de Trump e um alerta: a democracia ocidental “é um milagre todos os dias”

    Play Episode Listen Later Jan 24, 2025 38:55


    Pouco depois de tomar posse como 47.º Presidente dos Estados Unidos, na segunda-feira, Donald Trump declarou que “o declínio da América terminou”. Ouviu, seguramente, os últimos episódios do Diplomatas, e não terá gostado de saber que a tese vigente neste podcast sobre a capacidade norte-americana de defender e impor os seus interesses em qualquer parte do globo aponta, precisamente, para a conclusão oposta. Percepções à parte, é possível mergulhar no mar de decretos e de perdões presidenciais que transbordou nos últimos dias da Casa Branca e encontrar um projecto político coerente e de longo prazo? E o que é nos dizem as companhias e as ameaças do novo Presidente dos EUA sobre a sua forma de olhar para o exercício do poder?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Joe Biden foi um bom Presidente dos EUA?

    Play Episode Listen Later Jan 17, 2025 33:52


    Faltam poucos dias para Donald Trump regressar à Casa Branca e, por isso, já não sobravam muitas oportunidades para se olhar para o mandato de Joe Biden e perceber que legado deixa o (ainda) Presidente democrata aos Estados Unidos e ao mundo. Se já era difícil encaixar mais de 50 anos de serviço público numa conversa de cerca de meia hora, o desafio de usar esse mesmo tempo para analisar quatro anos de presidência de Biden não era mais fácil. Mas foi superado. Da vitória sobre Trump em 2020; ao debate interno dentro do Partido Democrata para encontrar um sucessor; passando pela economia e pela política migratória; e saltando o Atlântico e o Pacífico para perceber o que se fez em relação à Ucrânia, à Rússia, à NATO, a Israel, ao Médio Oriente ou à China. Foi tudo posto em cima da mesa. Procurámos respostas para as opções estratégicas da Administração Biden, entre 2021 e 2025, e para as suas consequências internas e externas. E encontrámos muitas.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Três datas (e demasiadas perguntas) que vão marcar 2025

    Play Episode Listen Later Jan 10, 2025 31:18


    20 de Janeiro, 23 de Fevereiro e 8 de Maio. São apenas três dias dos 365 deste novo ano, mas é provável que muito do que vai acontecer e marcar a política internacional em 2025 venha a passar por eles. Em todas datas, os temas são comuns: o protagonismo de forças e de actores políticos populistas e extremistas; a reflexão sobre as alterações em curso à política de segurança europeia; interrogações e dúvidas sobre o estado de conservação dos motores económicos regionais; e a lembrança do passado enquanto ferramenta de análise do presente e de projecção do futuro. Podemos adiantar uma pista sobre a primeira data: Washington D.C., Estados Unidos da América. Não é uma surpresa.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    O que aconteceu na Síria e o que vai acontecer depois de Bashar al-Assad?

    Play Episode Listen Later Dec 13, 2024 30:47


    Em apenas semana e meia, a guerra que parecia esquecida tornou-se tema central e o regime de Bashar al-Assad caiu. O ditador fugiu para a Rússia e Damasco é agora governada por um governo transitório que tem procurado conquistar a confiança internacional e que definiu como principal prioridade a segurança, a estabilidade e o regresso dos refugiados. O que aconteceu, afinal, no fim-de-semana passado? Com o passar dos dias, e quase como quem cai na realidade, em algumas entrevistas, representantes de minorias dão conta dos receios que sentem sobre o passado jihadista dos Hayat Tahrir al-Sham. Será que o grupo se moderou verdadeiramente?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “França à deriva, Alemanha numa encruzilhada.” Que futuro para a “Europa em guerra”?

    Play Episode Listen Later Dec 6, 2024 24:47


    Uma crise política em aberto em França. Um dos principais partidos da Alemanha em crise, quando estamos a poucos meses de o principal motor económico da Europa ir a votos. A Geórgia tem a ameaça de uma Maidan às portas e a extrema-direita, próxima de Vladimir Putin, galvaniza-se na Roménia. Como podemos olhar para a Europa nos próximos meses? A poucas semanas da tomada de posse de Donald Trump, Mark Rutte, secretário-geral, na NATO, deixou uma mensagem, de certa forma ameaçadora, ao Presidente eleito dos EUA, numa entrevista ao Financial Times, em que fala de uma “terrível ameaça” para os EUA, se a Ucrânia for forçada a um mau acordo de paz. Mas que ameaça é essa? E no meio de um contexto já tenso, ainda na ressaca de um cessar-fogo frágil entre Israel e o Líbano, ameaçado diariamente, o conflito na Síria, que parecia adormecido, volta a estar no olho do furacão. Sofia Lorena escreve mesmo, num dos textos publicanos nesta semana, que o mundo se tinha esquecido da Síria. O que aconteceu, quem são os Hayat Tahrir Al-Sham e que objectivo têm? E ainda temos tempo de olhar para a Coreia do Sul onde o Presidente declarou a lei marcial.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Há escalada na Ucrânia, “mas não estamos mais perto da III Guerra Mundial”

    Play Episode Listen Later Nov 22, 2024 26:10


    A Rússia atacou a Ucrânia há 1000 dias. A data celebra-se na mesma altura em que Joe Biden surpreendeu meio mundo ao autorizar a Ucrânia a utilizar em território russo os famosos ATACMS. O primeiro ataque com estes mísseis, feitos nos EUA, que têm um alcance de até 300 quilómetros, aconteceu na terça-feira e na quarta-feira as forças de Kiev usaram os Storm Shadows, de fabrico britânico. O que significa isto para o futuro do conflito no Leste da Europa? A Força Aérea da Ucrânia acusa, entretanto, a Rússia de ter lançado um míssil intercontinental contra a Ucrânia nesta quinta-feira. Isto acontece poucos dias depois de Putin ter actualizado a doutrina nuclear da Rússia. O que podemos realmente esperar do lado da Rússia em relação ao que vai acontecer?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Qual é a mensagem de Trump com os nomes para a sua administração?

    Play Episode Listen Later Nov 15, 2024 26:08


    Donald Trump já apresentou alguns dos nomes da sua nova administração. ​Marco Rubio como secretário de Estado é o homem que vai substituir Anthony Blinken na política externa dos EUA. Há ainda outros nomes com impacto na política externa, no rol de nomeações que Trump fez na última semana. Elise Stefanik, uma republicana que votou contra a certificação da eleição de Joe Biden em 2020, será a embaixadora dos EUA na ONU. Mike Huckabee, que nega a existência da Cisjordânia, será o embaixador em Israel. Que importância têm estas nomeações? Enquanto se espera pela entrada de Donald Trump na Casa Branca, e pelas consequências na política externa, nomeadamente no que diz respeito à ajuda à Ucrânia, os habituais aliados procuram reforçar a independência face a Washington. “Queremos ser donos do nosso destino”, resumiu o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, na reunião da Comunidade Política Europeia. Keir Starmer, o primeiro-ministro britânico, e Emmanuel Macron também se reuniram em Paris para reforçar o apoio a Kiev no início desta semana.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Casa Branca, Senado e Supremo Tribunal. Quão poderoso vai ser Donald Trump?

    Play Episode Listen Later Nov 8, 2024 29:42


    Donald Trump venceu as eleições dos EUA, conseguindo juntar a vitória no Colégio Eleitoral ao voto popular. Além disso, o Partido Republicano vence também o Senado e prepara-se para a maioria na Câmara dos Representantes. É uma vitória em toda a linha de Trump, que tem ainda um Supremo Tribunal que lhe é favorável. E o que significa a vitória de Trump para a guerra na Ucrânia e para o conflito no Médio Oriente?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “A Europa não está preparada para outra Administração Trump”

    Play Episode Listen Later Nov 1, 2024 29:48


    Na terça-feira, os norte-americanos vão eleger o novo Presidente. Mas as eleições dos EUA originam réplicas em todos os países do mundo. O que pode acontecer na Europa se Donald Trump for novamente eleito? E como se está a preparar Bruxelas para essa realidade? E o que dizem as sondagens a menos de uma semana das eleições? O fulgor que os democratas ganharam com a chegada de Kamala Harris parece estar a perder-se. Isso acontece porquê?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Eleições EUA 2024. Na entrada para a reta final que temas marcam a campanha?

    Play Episode Listen Later Oct 25, 2024 31:03


    A economia é, segundo as sondagens, o assunto que mais importa aos norte-americanos, mas a imigração e a questão do aborto continuam a merecer a atenção de Kamala Harris e Donald Trump a pouco mais de semana e meia para o dia das eleições. Que trunfos têm guardado os dois candidatos à Casa Branca?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Uma parte dos europeus parece estar disponível para deixar cair a Ucrânia”

    Play Episode Listen Later Oct 18, 2024 28:11


    Volodymyr ​Zelensky apresentou o seu plano para a vitória aos líderes europeus. São cinco pontos que o nosso jornalista João Ruela resume deste modo: convite incondicional para a NATO, autorização para atacar alvos russos, dissuasão não nuclear, exploração de recursos naturais e plano pós-guerra são os pontos do plano do Presidente ucraniano. Será que consegue quebrar a apatia ocidental? E nos EUA, a pouco mais de duas semanas para as eleições presidenciais, as sondagens colocam Donald Trump e Kamala Harris lado a lado. O que pode acontecer de surpreendente?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “As elites ocidentes negam que estamos em guerra”

    Play Episode Listen Later Oct 11, 2024 30:05


    Volodymyr Zelensky continua a procurar apoio para enfrentar a agressão russa que dura há quase três anos. Mas o que se ouve nos corredores de Washington e de Bruxelas não são assim tão boas notícias. O que se passa entre os aliados da Ucrânia? E qual é o papel que as guerras no Leste da Europa e no Médio Oriente podem desempenhar nas eleições dos Estados Unidos da América em Novembro?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Há uma guerra entre a Rússia e a Ucrânia e, agora, outra entre Israel e o Irão”

    Play Episode Listen Later Oct 4, 2024 29:29


    A semana fica marcada pela invasão do Líbano por Israel e pela resposta do Irão, que lançou perto de 200 mísseis contra Israel. Estamos já numa guerra regional, como apontam alguns analistas? E até onde vai Benjamin Netanyahu?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Qual o papel da desinformação na violência no Reino Unido?

    Play Episode Listen Later Aug 9, 2024 40:49


    O Reino Unido viu-se, nos últimos dias, assolado por um rasto de destruição levado a cabo por grupos da extrema-direita e da direita radical. Já foram detidas centenas de pessoas e praticamente todos os dias há registos de novos confrontos com a polícia. Tudo começou depois da morte de três crianças e de uma campanha de desinformação em que foram divulgadas mensagens falsas acusando o atacante de ser refugiado. O principal suspeito nasceu, na verdade, em Cardiff, no País de Gales. Que responsabilidades devem ter os donos das redes sociais que, na verdade, impactam a vida de milhões de pessoas? Tim Walz é o escolhido por Kamala Harris para ser o seu vice-presidente. Walz é um veterano de 60 anos da Guarda Nacional do Exército dos EUA, antigo professor e treinador de futebol americano numa escola do Nebrasca, o seu estado natal. Foi eleito para Câmara dos Representantes dos EUA em 2006, onde serviu durante 12 anos antes de vencer as eleições para governador do Minnesota em 2018. Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Israel optou pela decapitação total do Hamas”

    Play Episode Listen Later Aug 2, 2024 41:24


    Ismail Haniyeh, a face pública do Hamas, foi morto na madrugada de quarta-feira, em Teerão, capital iraniana, onde estava para as cerimónias de tomada de posse do novo Presidente iraniano, Masoud Pezeshkian. O que representa para o acordo de paz na Faixa de Gaza? Apesar de a maioria das projecções apontarem para uma vitória da oposição, a verdade é que o Conselho Nacional Eleitoral anunciou a vitória de Nicólas Maduro nas eleições venezuelanas do passado domingo. Maria Corina Machado, que, recorde-se foi impedida de participar nas eleições, contestou a votação. E figuras historicamente próximas do regime de Caracas, como Lula da Silva, também estão reticentes em aceitar o resultado oficial. Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    A derrota do Partido Democrata já não é inevitável

    Play Episode Listen Later Jul 26, 2024 44:05


    O debate com Donald Trump, no final de Junho, expôs as fragilidades de Joe Biden. A Cimeira da NATO não serviu como antídoto para dissipar todas as dúvidas e o que se seguiu do lado dos republicanos —​ uma tentativa de assassínio ao nível de Hollywood e uma convenção em Milwaukee cheia de fervor — como que acelerarou o processo. ​Joe Biden está fora da corrida ao segundo mandato na Casa Branca e todos os indicadores apontam para que Kamala Harris assuma a candidatura democrata. O que muda na corrida à Casa Branca? No meio de toda esta confusão foi apanhado Benjamim Netanyahu, que discursou ontem no Congresso nos EUA. Elogiou Joe Biden e estendeu os elogios a Donald Trump. E visou, sobretudo, o Irão, tal como escreveu a nossa jornalista Sofia Lorena. “Para o Irão, Israel é primeiro, a América é a seguir”, disse.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Donald Trump é uma vítima improvável”

    Play Episode Listen Later Jul 19, 2024 34:08


    Que impacto pode ter o que aconteceu no passado fim-de-semana, o ataque a Donald Trump, nas eleições de Novembro? Trump anunciou, logo no início desta semana, que iria mudar o discurso que tinha preparado para a convenção que está a acontecer depois do atentado falhado. E que implicações pode ter o que aconteceu na campanha democrata? Nas primeiras duas semanas da presidência rotativa do Conselho da UE pela Hungria, Orbán visitou Kiev, Moscovo, Pequim e Washington numa “missão de paz” que, no entanto, abriu uma nova guerra com Bruxelas. Em termos de política externa, o que pretende o primeiro-ministro húngaro?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    A “agenda pesada” de quem venceu as eleições em França e o caso Biden nos EUA

    Play Episode Listen Later Jul 12, 2024 35:16


    A Nova Frente Popular conseguiu 182 lugares nas eleições de França. O Juntos, 168, e a União Nacional, que ficou em terceiro, conseguiu 143. O que aconteceu para este resultado que surpreendeu, na verdade, não só os franceses, mas toda a Europa? Que responsabilidades tem agora a Nova Frente Popular com este resultado? Terminou ontem a Cimeira da Nato, em Washington, com promessas de reforço de ajuda à Ucrânia, isto numa semana marcada por um violento ataque da Rússia à Ucrânia, que visou um hospital pediátrico em Kiev. Um dos pontos de interesse nesta Cimeira foi também a prestação de Joe Biden. Nos últimos dias, começaram a surgir apelos de figuras democratas a pedirem que o presidente dos EUA desista da corrida. Nancy Pelosi foi um dos mais recentes.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Que futuro para a Europa com a possível vitória da extrema-direita em França?

    Play Episode Listen Later Jul 5, 2024 36:46


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    "Scholz e Macron escolheram recusar que perdem as eleições"

    Play Episode Listen Later Jun 21, 2024 43:17


    No fim-de-semana, a Suíça recebeu as delegações de cerca de 100 países para uma cimeira de paz organizada pela Ucrânia. Entre as ausências, além de qualquer representante da Rússia ou da China, destaca-se, por exemplo, Joe Biden, que, por motivos de campanha, enviou Kamala Harris. A declaração final desta cimeira de paz não foi assinada por todos os países – Brasil ou índia, por exemplo, destacam-se entre os países que não a assinaram. Que importância tem, afinal, esta cimeira no caminho para a paz no Leste da Europa? Depois das eleições europeias, em que os partidos da direita radical conseguiram uma subida expressiva, espelhada muito particularmente em França e Itália, começou a corrida pelos top jobs na UE. Nesta segunda-feira realizou-se um jantar onde já se esperava que os principais lugares fossem destacados. Mas não houve um acordo rápido e unânime dos 27 para anunciar a recondução da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para um segundo mandato, a nomeação de António Costa para dirigir o Conselho Europeu e a escolha da primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para o cargo de alta-representante da Política Externa e de Segurança da UE. Ainda assim, tal como escreve a nossa correspondente em Bruxelas, Rita Siza, é esperado que no próximo Conselho Europeu, que acontece já na próxima semana, a decisão fique já feita. Ainda no rescaldo das eleições europeias, uma das decisões mais inesperadas dessa noite foi a de Emanuel Macron, que dissolveu o Parlamento e convocou eleições legislativas antecipadas. Todas as sondagens apontam para uma vitória da União Nacional, o partido de direita radical de Marine Le Pen. O que significa isto para a Europa? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    O que esperar das eleições europeias de domingo?

    Play Episode Listen Later Jun 7, 2024 43:32


    A votação para as eleições europeias já começou oficialmente em alguns dos 27 Estados da União Europeia e prolonga-se até domingo. Portugal concentra a votação no dia 9. O que podemos esperar da votação desta semana? Vai confirmar-se a anunciada viragem à direita, como apontam as sondagens? A semana que passou fica claramente marcada por uma importante decisão de vários elementos da NATO sobre o uso de armas contra alvos russos. Primeiro nos EUA e depois na própria Alemanha. A Ucrânia veio, até, confirmar que já usou mesmo armas norte-americanas contra alvos russos. Num ano marcado por importantes eleições, esta semana foram conhecidos os resultados das eleições no país mais populoso do mundo numas eleições que começaram há quase dois meses. O primeiro-ministro Narendra Modi perdeu a maioria parlamentar e vai mesmo ter de negociar com aliados para governar.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Zelensky em Portugal: “O que importa aos ucranianos é somar apoios bilaterais”

    Play Episode Listen Later May 31, 2024 36:15


    Portugal recebeu, na terça-feira, em pessoa, pela primeira vez desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, Volodymyr Zelensky. A visita acontece numa altura muito complicada para a Ucrânia. Já tinha sido, inclusive, adiada. O Governo português compromete-se a fornecer apoio militar à Ucrânia no valor de 126 milhões de euros. Um valor que, ainda assim, fica aquém dos mil milhões em armamento prometidos por Espanha, dos sete mil milhões de Berlim ou dos 30 F-16 oferecidos pela Bélgica. Que importância tem a visita do Presidente ucraniano nesta altura? Emmanuel Macron está numa visita de Estado a Berlim. É a primeira visita de Estado em 24 anos. Um encontro entre dois líderes e dois países com visões diferentes sobre muitos pontos. A começar pela guerra na Ucrânia e, por exemplo, sobre o uso a dar ao armamento que chega do exterior. Neste episódio vamos ainda falar da campanha para as eleições europeias e dos debates entre os cabeças de lista dos vários partidos.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    O que se sabe da incursão russa a Kharkiv e da visita de Putin à China?

    Play Episode Listen Later May 17, 2024 39:11


    Desde a passada sexta-feira, que as forças russas têm pressionado a região de Kharkiv . Zelensky visitou a região e cancelou as viagens que tinha marcado para o estrangeiro, nomeadamente para Portugal e Espanha. Também Anthony Blinken, que visitou Kiev na terça-feira, reconheceu o momento delicado que a Ucrânia vive. Como está a situação no Leste da Europa? Ao mesmo tempo, Vladimir Putin fez mais uma visita à China, naquela que é a sua primeira viagem ao exterior depois de ser reeleito, uma semana depois de Xi Jinping ter estado, ele próprio, num périplo por países europeus. O que motiva esta visita? O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi alvo de uma tentativa de assassínio na quarta-feira. O responsável continua a recuperar num hospital. O que significa este ataque, a poucas semanas das eleições europeias? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    A visita de Xi Jinping à Europa e o novo objectivo da Rússia em África

    Play Episode Listen Later May 10, 2024 34:40


    Xi Jinping ​ está de regresso à Europa cinco anos depois da última visita ao Velho Continente. A visita é para ajudar a mediar a tensão com o Irão e com a Rússia ou teve, sobretudo, objectivos económicos? Enquanto se continua a aguardar pelo cessar-fogo entre Israel e o Hamas, as Forças de Defesa de Israel avançaram sobre Rafah, assumindo o controlo do posto fronteiriço que permitia a saída de palestinianos para o Egipto. Entretanto, os EUA congelaram o envio de armas para Israel precisamente por temerem um ataque em Rafah. O que significa isto na já de si complicada relação entre Biden e Netanyahu? Os governos de São Tomé e Príncipe e da Rússia assinaram um acordo militar que prevê, entre outros pontos, a deslocação de navios e aviões de guerra ao arquipélago. Trata-se, aqui, de mais um marco no mapa do Sahel que a Rússia carimba. Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Os protestos nas universidades dos EUA, a reflexão de Sánchez e a estratégia de Von der Leyen

    Play Episode Listen Later May 3, 2024 36:39


    Nos últimos dias, as universidades dos EUA tornaram-se palcos de violentos protestos e contraprotestos pró-Palestina. Centenas de pessoas já foram detidas, entre alunos e até professores. “Não sabemos muito bem como chegámos a este ponto de violência”, disse Anna Dai-Liu, do Jornal da Universidade da Califórnia. Como se pode explicar o escalar da violência nestas universidades? No final da última semana, Pedro Sánchez, na sequência de investigações judiciais contra a sua mulher, ameaçou bater com a porta. Acabou por não o fazer e até disse que vai continuar a liderar os destinos do país com mais força. Acusou, no entanto, a oposição, particularmente o PP e o Vox, de fazer um jogo sujo e de querer uma “degradação da vida pública”. O que se passa, afinal, em Espanha? No primeiro debate entre os Spitzenkandidaten das eleições europeias, Von der Leyen, admitiu estar disponível para trabalhar com a direita radical. Já quando anunciou a sua candidatura tinha deixado esta possibilidade em aberto. Tem sentido esta estratégia?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Crise no Médio Oriente. Pode Israel retaliar contra o Irão sem fazer escalar a guerra?

    Play Episode Listen Later Apr 19, 2024 34:25


    Apesar dos pedidos de contenção por parte dos tradicionais aliados de Israel, de modo a que se evite uma escalada para um conflito regional, a verdade é que Netanyahu continua a exigir o direito de tomar “decisões próprias” e não descarta a retaliação contra o Irão, depois do ataque de sábado. Até onde pode escalar a guerra no Médio Oriente? Neste programa, falamos também do caminho de Portugal para a Europa no pós-25 de Abril. Como foram os primeiros passos rumo a essa europeização​?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Mário Soares e o 25 de Abril. Qual o seu papel na política internacional?

    Play Episode Listen Later Apr 12, 2024 32:28


    Mário Soares e o 25 de Abril, da autoria de David Castaño, procura descrever e analisar de forma sucinta e acessível o papel desempenhado pelo líder do Partido Socialista nos momentos-chave da transição democrática e compreender de que forma as suas acções influenciaram o rumo dos acontecimentos político-militares nesses meses decisivos para a definição do novo regime. É a partir do livro que viajamos neste episódio. Que papel teve Mário Soares na definição da política externa de um país acabado de sair da ditadura? E como era visto Portugal lá fora?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    "A invasão da Rússia à Ucrânia uniu a NATO"

    Play Episode Listen Later Apr 5, 2024 34:30


    A NATO celebra este ano 75 anos, numa conjuntura internacional marcada, de forma muito clara, pela invasão da Ucrânia pela Rússia. Que mudanças trouxe à NATO a guerra na Ucrânia? E quais os desafios que vão marcar a Aliança Atlântica nos próximos anos? Portugal, que celebra este ano os 50 anos do 25 de Abril, faz parte dos países fundadores da NATO. O que levou Portugal a ser convidado a integrar a NATO quando ainda estava sob uma ditadura militar? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

    “Atentado em Moscovo é desastre político para Vladimir Putin”

    Play Episode Listen Later Mar 28, 2024 43:17


    Há uma semana, um atentado terrorista numa sala de espectáculos na cidade de Krasnogorsk, a pouco mais de 25 quilómetros do Kremlin, fez mais de 130 mortos. É o maior atentado terrorista na Rússia nos últimos 20 anos. O Daesh confirmou poucas horas depois a autoria do terrível ataque, colocou online imagens que demonstram a sua responsabilidade nesta autêntica carnificina, mas Vladimir Putin, que demorou largas horas a reagir a esta tragédia, aponta o dedo à Ucrânia e ao Ocidente, cujos responsáveis foram lestos a afastar qualquer responsabilidade no mesmo. Pode este atentado justificar uma nova onda de ataques russos na Ucrânia? Já na quarta-feira, Putin disse que não tinha intenções de atacar qualquer país da NATO, ressalvando que não tem a intenção de agredir a Polónia, os países do Báltico ou a República Checa. O que valem estas promessas do Presidente russo? Ao fim de seis meses de guerra, depois de várias tentativas, o Conselho de Segurança aprovou um cessar-fogo imediato em Gaza, com a importante mensagem da abstenção dos EUA. Está Netanyahu cada vez mais isolado? O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse, esta semana, que a China é a “maior ameaça estatal” ao Reino Unido. Londres acusa Pequim de uma série de ciberataques que decorreram em 2021 e que foram descobertos em Outubro. O regime chinês conseguiu chegar aos dados de 40 milhões de eleitores britânicos e, num outro incidente, aceder aos e-mails de 43 deputados e membros da Câmara dos Lordes conhecidos por defenderem políticas mais duras em relação a Pequim. Como se trava este tipo de guerras não cinéticas? Está o Ocidente preparado para travar Pequim?See omnystudio.com/listener for privacy information.

    Como se prepara a opinião pública para o regresso da guerra à Europa?

    Play Episode Listen Later Mar 22, 2024 43:30


    O Conselho Europeu, que decorre esta semana, é marcado sobretudo por questões relacionadas com políticas externas e de forma muito particular com o apoio da Europa à Ucrânia. Na quinta-feira, o chanceler alemão, Olaf Scholz, disse que os lucros dos activos russos deveriam ser utilizados para comprar armas para Kiev. Mas até que ponto está a opinião pública convencida do regresso da guerra ao continente europeu? Nesta quinta-feira, Max Bergmann, na revista Foreign Affairs, diz que a NATO precisa de ser mais Europeia. “Está a surgir um consenso em ambos os lados do Atlântico de que os europeus devem assumir a responsabilidade pela sua própria segurança”, escreve. Que papel pode desempenhar a Alemanha neste processo? Siga o podcast Diplomatas e receba cada episódio logo de manhã no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcasts.​ Conheça os podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts. Tem uma ideia ou sugestão? Envie um email para podcasts@publico.pt.See omnystudio.com/listener for privacy information.

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