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Neste episódio, o politólogo João Pereira Coutinho e o humorista Manuel Cardoso conduzem-nos pelo caminho atribulado da(s) Direita(s), da Revolução Francesa aos dias de hoje.Da liberal à radical, da democrática à tecnocrática, da nostálgica à futurista, a direita não é toda igual. Por isso, há valores e propostas de sociedade em conflito.Assim foi durante as ditaduras do século XX e assim é também hoje, desde logo no seio do Partido Republicano. Enquanto uns são adeptos da globalização, outros defendem medidas protecionistas – não só da economia, mas também da identidade.Certo é que nos últimos anos a direita passou a ser cool e popular entre os jovens. Neste processo, onde ficou a esquerda? Este episódio explora as várias faces da direita contemporânea, com uma participação especial e involuntária de Bad Bunny. Um mapa através dos séculos para compreendermos melhor a atualidade.No próximo episódio viramos à Esquerda.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISBOBBIO, NORBERTO, «Direita e Esquerda: Razões e Significados de uma Distinção Política» (Presença)DENEEN, Patrick J., «Porque Está a Falhar o Liberalismo?» (Gradiva)FAWCETT, Edmund, «Conservadorismo» (Edições 70)LAND, Nick, «The Dark Enlightenment» (Imperium)PINTO, António Costa, «O Estado Novo de Salazar: Uma terceira via autoritária na era do fascismo» (Edições 70)VERMEULE, Adrian, «Common Good Constitutionalism: Recovering the Classical Legal Tradition» (Polity)YORAM, Hazony, «Conservatism: A Rediscovery» (Regnery)«O Comboio Apitou Três Vezes», realizado por Fred Zinnemann (1952)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar Com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica diária «Bem-vindo a mais um episódio de», nas manhãs da Rádio Comercial. Contribui semanalmente para o Expresso, desde 2023, com uma crónica semanal.JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência». Ao longo de 25 anos tem assinado artigos na imprensa nacional e é colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
Quando uma canção da Eurovisão se torna senha de uma revolução, percebemos que a fronteira entre cultura e política é mais porosa do que imaginamos. Neste episódio, Manuel Cardoso e o politólogo João Pereira Coutinho exploram esta relação complexa com uma dose generosa de humor e perspicácia.Será possível criar arte apolítica? Existirá uma cultura «de direita» e outra «de esquerda»? E qual o papel do Estado – mecenas, curador ou censor?Da alta cultura aos memes, do cinema de Hollywood aos blogs dos anos 2000, a conversa navega pela forma como a cultura molda – e é moldada por – ideias políticas.Descubra por que razão os vilões do cinema já não são chineses ou como as artes, que influenciaram a Revolução Francesa e os nacionalismos, são hoje condicionadas pelas redes sociais. Um episódio que promete fazer pensar.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISBERARDINELLI, Alfonso, «Direita e Esquerda na Literatura» (2021, Âyiné)CARVALHO, Mário de, «Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto» (1995, Caminho)DOUTHAT, Ross, «The Decadent Society: How We Became a Victim of Our Own Success» (2020, Simon & Schuster)KANG, Han, «A Vegetariana» (2017, Dom Quixote)LAMPEDUSA, Giuseppe Tomasi di, «O Leopardo» (2007, Dom Quixote)MIŁOSZ, Czesław, «A Mente Aprisionada» (2018, Cavalo de Ferro)ORWELL, George, «1984» (2021, Antígona)PERL, Jed, «Authority and Freedom: A Defense of the Arts» (2022, Knopf)STEINER, George, «No Castelo do Barba Azul: Algumas Notas para a Redefinição da Cultura» (1992, Relógio D'Água)WILDE, Oscar, «A Intransigente Defesa da Arte» (2022, Guerra & Paz)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar Com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica diária «Bem-vindo a mais um episódio de», nas manhãs da Rádio Comercial. Contribui semanalmente para o Expresso, desde 2023, com uma crónica semanal.JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência». Ao longo de 25 anos tem assinado artigos na imprensa nacional e é colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
Localizado em uma região que concentra 90% dos terremotos do planeta, Mianmar foi devastado por um tremor de 7,7 graus no fim da semana passada – o mais forte dos últimos 100 anos no país. Mais de 3 mil pessoas morreram, mas a estimativa é de que o número total de vítimas chegue a 10 mil. A devastação atinge um território assolado por uma guerra civil iniciada em 2021, depois que um golpe militar colocou fim a uma tentativa de transição democrática. Para explicar as dificuldades de o país se reerguer, Natuza Nery conversa com Maurício Santoro. Doutor em ciência política pelo IUPERJ, o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro, Maurício relembra o histórico de conflitos, políticos e étnicos, em Mianmar. Ele, que é colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha do Brasil, detalha os interesses da China e da Índia no país. E analisa os diversos fatores que fazem com que a economia local não prospere, ao contrário de outras nações do sudeste asiático, que viveram saltos de desenvolvimento nas últimas décadas.
O que acontece quando o mundo muda tanto em tão pouco tempo? Neste episódio, o politólogo João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso analisam as dinâmicas que estão a redesenhar o mapa do poder global e que vão constar nos futuros manuais de História.A conversa revisita o famoso «Fim da História», de Fukuyama, que proclamou a vitória definitiva da democracia liberal após a Guerra Fria, e contrasta este otimismo com a visão mais cética de Huntington sobre o choque das civilizações.Explorando a tese de Robert Kagan sobre os americanos serem de Marte e os europeus de Vénus, questiona-se o futuro da NATO, a vulnerabilidade de uma Europa desarmada e o papel da China – essa potência de «Saturno», que parece operar num horizonte temporal bem distinto do ocidental.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISALLISON, Graham, «Destinados à Guerra: Poderão a América e a China escapar à armadilha de Tucídides?» (2017, Gradiva)FASTING, Mathilde, ed., «After the End of History: Conversations with Francis Fukuyama» (2021, Georgetown)FUKUYAMA, Francis, «O Fim da História e o Último Homem» (1992, Gradiva)HUNTINGTON, Samuel, «O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial» (1996, Gradiva)KAGAN, Robert, «O Paraíso e o Poder: A América e a Europa na Nova Ordem Mundial» (2003, Gradiva)KAPLAN, Robert, «Waste Land: A World in Permanent Crisis» (2023, C. Hurst & Company)KUPCHAN, Charles, «Isolationism: A History of America's Efforts to Shield Itself from the World» (2020, Oxford)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar Com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica diária «Bem-vindo a mais um episódio de», nas manhãs da Rádio Comercial. Contribui semanalmente para o Expresso, desde 2023, com uma crónica semanal.JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência». Ao longo de 25 anos tem assinado artigos na imprensa nacional e é colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. É o mantra que se ouve de novo nestes dias de negociação para que as armas se calem pelo tempo possível na Ucrânia. Mas são os Estados Unidos que estão a conduzir conversas bilaterais enquanto a Europa decide como vai avançar no passo seguinte do conflito.Os europeus respondem à incerteza do apoio americano com planos de manutenção de paz na Ucrânia, de reforço da defesa no Leste, de uma nova arquitetura de defesa nuclear do continente.Será que nada sobre a Europa vai ser discutido sem a Europa? Que impacto terá a aposta na Defesa Europeia? Que escolhas tem a Europa que fazer? E como isso se liga aos outros desafios continentais?São convidados deste programa Bruno Cardoso Reis, professor e investigador do Iscte-IUL e a embaixadora Ana Martinho, investigadora do Instituto de Estudos Políticos na Universidade Católica.O Da Capa à Contracapa é uma parceria da Fundação com a Renascença.
Nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia. É o mantra que se ouve de novo nestes dias de negociação para que as armas se calem pelo tempo possível na Ucrânia. Mas são os Estados Unidos que estão a conduzir conversas bilaterais enquanto a Europa decide como vai avançar no passo seguinte do conflito. Os europeus respondem à incerteza do apoio americano com planos de manutenção de paz na Ucrânia, de reforço da defesa no Leste, de uma nova arquitetura de defesa nuclear do continente. Mas será que nada sobre a Europa vai ser discutido sem a Europa? Que impacto terá a aposta na Defesa Europeia? Que escolhas tem a Europa que fazer? E como isso se liga aos outros desafios continentais? São convidados deste programa Bruno Cardoso Reis, Professor e investigador do Iscte-IUL e a Embaixadora Ana Martinho, investigadora do Instituto de Estudos Políticos na Universidade Católica.
Nesta conversa «íntima», Manuel Cardoso e João Pereira Coutinho analisam a relação entre poder político, desejo e sexualidade. Discute-se a forma como estados e governos têm procurado regular a sexualidade e questiona-se se o acesso ao sexo deveria ser (ou não) um direito social.Da vida privada dos políticos ao impacto da revolução sexual, a discussão atravessa vários territórios, explorando tanto a influência de diferentes sistemas políticos na experiência sexual como as condições ideológicas que podem moldar o desejo.De fora não ficam fenómenos contemporâneos como os incels (celibatários involuntários), a sologamia e o debate sobre os efeitos das apps de encontros no modo como concebemos o outro – um ser humano ou um produto? E sendo este o tempo dos robots e do desenvolvimento de comprimidos que prometem mimetizar o que sentimos quando estamos apaixonados, será legítimo questionar se, no futuro, a genuína sensação de borboletas na barriga poderá ter os dias contados?O paradoxo da solidão numa era hiperconectada emerge não apenas como uma questão individual, mas como um desafio político do nosso tempo: que tipo de cidadãos e sociedades estamos a construir quando perdemos a capacidade de nos relacionarmos verdadeiramente uns com os outros?REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISHAN, Byung-Chul, «A Agonia do Eros» (2014, Relógio D'Água)PERRY, Louise, «The Case Against the Sexual Revolution» (2022, Polity)SRINIVASAN, Amia, «The Right to Sex» (2021, Bloomsbury)VAN VOORST, Roanne, «Six in Bed: The Future of Love - From Sex Dolls and Avatars to Polyamory» (2024, Polity)VIDAL, Gore, «Sexually Speaking: Collected Sex Writings» (1999, Cleis Press)KIERKEGAARD, Søren, «Diário de um Sedutor» (2022, Relógio D'Água)KASDAN, Lawrence, «O Turista Acidental» (1988, Warner Bros.)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar Com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica diária «Bem-vindo a mais um episódio de», nas manhãs da Rádio Comercial. Contribui semanalmente para o Expresso, desde 2023, com uma crónica semanal.JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência». Ao longo de 25 anos tem assinado artigos na imprensa nacional e é colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
Da Ágora ateniense às redes sociais de hoje, como mudou o espaço do debate público?Neste episódio, o politólogo João Pereira Coutinho e o comunicador Manuel Cardoso exploram o impacto das novas formas de comunicar na política atual.O que começou como uma promessa de liberdade irrestrita acabou por trazer novos desafios para a democracia: câmaras de eco, desinformação e a crescente transformação da política em entretenimento.Esta influência sem precedentes das plataformas digitais faz-nos questionar: «Podem as redes sociais ser verdadeiramente neutras? Quem tem a última palavra: as grandes empresas tecnológicas ou o Estado?».Num momento em que a esfera pública se fragmenta em bolhas digitais e as decisões parecem reduzir-se a narrativas virais, esta conversa ajuda-nos a compreender como as redes sociais estão a reconfigurar o exercício do poder.Uma discussão fundamental para entender o presente e perspetivar o futuro do poder político na era das redes sociais.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISARENDT, Hannah, A Condição Humana (1958, Relógio D'Água)EPSTEIN, Greg, Tech Agnostic: How Technology Became the World's Most Powerful Religion, and Why It Desperately Needs a Reformation (2023, MIT Press)FELDSTEIN, Steven, The Rise of Digital Repression: How Technology is Reshaping Power, Politics, and Resistance (2021, Oxford University Press)RUNCIMAN, David, Como Acaba a Democracia (2019, Gradiva)SUNSTEIN, Cass, #Republic: Divided Democracy in the Age of Social Media (2017, Princeton)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar Com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica diária «Bem-vindo a mais um episódio de», nas manhãs da Rádio Comercial. Contribui semanalmente para o Expresso, desde 2023, com uma crónica semanal.JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência». Ao longo de 25 anos tem assinado artigos na imprensa nacional e é colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
O [IN]Pertinente Política entrou por caminhos verdadeiramente inusitados em 2024: quem diria que há política no ócio, nos direitos dos animais ou até na felicidade? Mas, ao longo do ano, falou-se também de temas clássicos, como as quatro principais ideologias políticas, de democracia e de religião, das cinco décadas da Revolução de Abril e do fim do «fim da História».Foram 12 episódios em que o conhecimento do João Pereira Coutinho, misturado com o sentido de humor do Manuel Cardoso, fizeram a dupla perfeita.Quais os melhores? Difícil dizer, em causa própria. Daí que tenhamos convidado o cartunista Hugo van der Ding a sair, por momentos, da dupla de Sociedade para fazer as suas escolhas do ano, no terreno da Política.Recorde os melhores momentos deste ano.LINKS ÚTEIS:As escolhas de Hugo van der Ding:Ideologias de A a ZA ética da guerraDemocracia: o Estado a que chegámosPolítica e religiãoTodos os episódiosBIOS: MANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. HUGO VAN DER DINGNasceu numa praia de Saint-Jean-de-Luz, nos Pirenéus Atlânticos, filho de um pastor belga e de mãe argentina de quem se perdeu o rasto pouco depois. Dedicou-se, nos primeiros anos, ao negócio de pastorícia da família até fugir para Bayonne, onde completou o curso dos liceus.
O Parlamento da Alemanha aprovou a dissolução do governo do primeiro-ministro Olaf Scholz, após a aliança partidária que o apoiava se desfazer por divergências sobre como revitalizar a economia. Abriu-se caminho, então, para uma nova eleição, que deve acontecer em fevereiro de 2025. Era uma questão de tempo desde que o partido liberal democrata deixou a coalização do governo e Scholz ficou sem maioria parlamentar, no início de novembro. Enquanto isso, na vizinha França, o primeiro-ministro, Michel Barnier, pediu demissão horas depois de uma votação na Assembleia Nacional o afastar do cargo — ele tinha apenas três meses na função. Barnier foi alvo de uma moção de censura — quando deputados podem retirar um primeiro-ministro do cargo. Por trás do mecanismo, algo inédito: uma improvável aliança de esquerda e direita, ambas insatisfeitas. Do outro lado do continente Europeu, é o Canadá, igualmente um país desenvolvido, que dá sinais de crise com seu primeiro-ministro, Justin Trudeau. Parlamentares pediram a sua renúncia, pouco após a vice-premiê e ministra das Finanças, Chrystia Freeland, pedir demissão, mergulhando o Canadá em uma crise política, na qual a situação econômica também pesou. Quem explica como esses cenários se convergem é Thomás Zicman de Barros, pesquisador do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Sciences Po. Na conversa com Natuza Nery, ele também fala sobre o peso da economia por trás das quedas e da impopularidade desses líderes e como essas mudanças podem refletir ao redor do mundo.
Em época natalícia, o politólogo João Pereira Coutinho e o humorista Manuel Cardoso reúnem-se para falar de política e religião.Neste episódio, trazem-nos conceitos da teoria política e exploram as razões por trás do declínio da influência da religião no Ocidente.Falam depois da relação entre a fé e a democracia: poderá este regime político conviver com a religião? Alexis de Tocqueville, pensador político e historiador francês do século XIX, defendia que sim, mas estaremos hoje a ficar menos democratas e mais próximos do fanatismo religioso?Mas a dupla vai falar também desta realidade em Portugal. Viaja pelo calor da Primeira República anticlerical e urbana num país fortemente católico e discute a ambiguidade tática de Salazar, com o seu lema ‘Deus, Pátria e Família'.Chegaremos, por fim, à atualidade e às recentes decisões relacionadas com a interrupção voluntária da gravidez, a eutanásia ou o tão falado palco das Jornadas Mundiais da Juventude.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISBibliografia:Aron, Raymond, «L'opium des intellectuels» (Fayard)Cruz, Manuel Braga Da, «Os Católicos, a Sociedade e o Estado» (UCP)Dusenbury, David Lloyd, «The Innocence of Pontius Pilate» (C. Hurst)Lilla, Mark, «The Stillborn God: Religion, Politics and the Modern West» (First Vintage)Lindsay, A.D., «The Modern Democratic State» (Oxford University Press)Tocqueville, Alexis De, «Da Democracia na América» (Relógio D'Água)Filmes:«Um Homem para a Eternidade», de Fred Zinnemann (1966)«Persépolis», de Vincent Paronnaud e Marjane Satrapi (2007)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Desde 7 de outubro de 2023, ouvimos falar do conflito israelo-palestiniano todos os dias. Mas as tensões naquela parte do globo não são de agora. Nas últimas décadas, o conflito que se intensificou brutalmente no último ano, tem sido parte habitual das notícias.Como se explica tanta discórdia com consequências tão nefastas sobre um território do tamanho do Alentejo?O politólogo João Pereira Coutinho vai levar-nos às origens do sionismo, e às tensões, perseguições antisemitas e atrocidades históricas cometidas sobre os judeus que levaram boa parte a defender a necessidade de encontrar um lar para «um povo com excesso de História e déficit de geografia». Vai falar também de quem, dentro do judaísmo, se afastava desta solução, por motivos religiosos e políticos.Levar-nos-á, de seguida, numa viagem até ao outro lado, o dos palestinianos, que legitimamente reivindicam a criação do seu próprio Estado num território por si já habitado.E se os caminhos deste conflito são sinuosos, vão todos dar a Inglaterra, que no início do século XX, alimentou desejos que se têm provado irreconciliáveis. De lá para cá, tudo se complicou.Haverá solução? E como se parecerá?REFERÊNCIAS ÚTEISBensoussan, Georges, «As Origens do Conflito Israelo-Árabe, 1870-1950» (Guerra & Paz)Cohn-Sherbok, Dan e Dawoud El-Alami, «The Palestine-Israeli Conflict: A Beginner's Guide» (Oneworld)Ghattas, Kim, «Black Wave: Saudi Arabia, Iran and the Rivalry That Unravelled the Middle East» (Wildfire)Herzl, Theodore, «The Jewish State» (Skyhorse)Milton-Edwards, Beverley e Stephen Farrell, «Hamas: The Quest for Power» (Polity)Shambrook, Peter, «Policy of Deceit: Britain and Palestine, 1914-1939» (Oneworld)Stanislawski, Michael, «Zionism: A Very Short Introduction» (Oxford)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Falta um dia para as presidenciais norte-americanas, uma das eleições mais polarizadas e renhidas de sempre. Depois de semanas de campanhas marcadas por ataques pessoais e muitas visitas ao swing states, a corrida mantém-se incerta até ao último voto. Oiça aqui o episódio do podcast O Mundo A Seus Pés com Daniela Nunes, investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, e Nuno Gouveia, especialista em política norte-americana. See omnystudio.com/listener for privacy information.
João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso conversam hoje sobre as características dos regimes totalitários.Como diz o humorista: «vamos falar de temas leves». Este episódio explora o nazismo e o comunismo, os pensadores que os favoreceram – e outros cujas teorias foram deturpadas – e ainda o contexto que tornaram ambos possíveis.Falamos de Hobbes e Hegel, de Nietzsche, Rousseau e Arendt. Exploramos o modo como nos estados totalitários desvanecem as fronteiras entre o público e o privado. E de como, no século XX, a vigilância de alguns estados se imiscuiu nos próprios sonhos dos cidadãos.Falamos de linguagem e dos objetivos dos sistemas políticos que, ainda há poucas décadas, se impuseram omnipresentes e omnipotentes.Hitler, Estaline, Salazar… afinal, o que distingue o autoritarismo do totalitarismo? E numa sociedade transparente, de redes, likes e DMs, que ferramentas tem um líder totalitário ao seu dispor?REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISBibliografiaArendt, Hannah, «As Origens do Totalitarismo» (Dom Quixote)Beradt, Charlotte, «O Terceiro Reich do Sonho» (VS Editor)Gentile, Emilio, «História do Fascismo», 2 vols. (Guerra & Paz)Han, Byung-Chul, «A Sociedade da Transparência» (Relógio D'Água)Ryback, Timothy, «Takeover» (Knopf)Pinto, António Costa (org.), «O Estado Novo de Salazar - Uma terceira via autoritária na era do fascismo» (Edições 70)Schmitt, Carl, «O Conceito do Político» (Edições 70)Ziblatt, Daniel, «Conservative Parties and the Birth of Democracy» (Cambridge)Livro«1984», de George OrwellFilme«Fight Club», de David FincherBIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Neste terceiro encontro do Grupo de Estudos: Políticas, Retóricas e Histórias da Visualidade do Visual+mente, Bárbara Emanuel (UFF) debateu "Design como comunicação". Encontros entre design e comunicação passam pela retórica clássica, por primeiras páginas de jornais, por cadeiras e mesmo pelo modo como nos vestimos. Precisamos conversar sobre as responsabilidades que temos como desginers-comunicadores e sobre como nossas comunicações podem ter mais design.O encontro também está online no youtube também: https://youtu.be/tyB0yoyvCyQ?si=wBT4T67pu0NLhi1vO evento foi fechado e participaram apenas os inscritos no grupo de estudos. Acredecemos o comparecimentos e participação dos membros do grupo.Os encontros ocorrem às quintas-feiras,14hs, via Meet, e encerram em outubro de 2024.As inscrições no grupo devem ser feitas pelo preenchimento deste formulário do google forms: https://shorturl.at/TRrAnEncontre o texto da bibliografia e muito mais aqui:https://www.visualmente.com.br/grupo
‘A história da Humanidade é a história das suas guerras', dizia Winston Churchill. Será de facto assim? Será a violência a matriz da civilização e o medo desta a «cola» da sociedade?No topo das prioridades de qualquer sociedade estão, em primeiro lugar, a paz e a segurança; mas, ao longo dos tempos, a violência tem sido necessária para se fazerem revoluções e, com isso, se operarem mudanças.Neste episódio, o politólogo João Pereira Coutinho e o comunicador Manuel Cardoso falam sobre o papel da violência no pensamento político e na história, num momento em que as guerras se alastram pelo mundo, os extremismos ganham força e os atentados a candidatos à presidência fazem de novo manchetes.O que representam estes acontecimentos para a democracia? Vale a pena ouvir para refletir.REFERÊNCIAS ÚTEISArendt, Hanna, «Sobre a Violência» (Relógio D'Água)Hobbes, Thomas, «Leviatã» (BookBuilders)Locke, John, «Dois Tratados do Governo Civil» (Edições 70)Robespierre, Maximilien, «Terror e Virtude» (BookBuilders)Walter, Barbara F, «Como as Guerras Civis Começam» (Zahar)Weber, Max, «A Política como Vocação / A Ciência como Vocação» (BookBuilders)«Leviatã», filme de Andrey Zvyagintsev«Assassins», musical de Stephen SondheimBIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Direitos morais, direitos legais...os animais têm direitos? E, se sim, quais?Neste episódio, João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso discutem sobre se devemos reconhecer direitos a quem não os pode articular e reivindicar ou se essa é uma prerrogativa exclusiva dos humanos.À medida que o papel emocional dos animais foi substituindo o seu papel funcional, e que as sociedades se tornaram mais afluentes e atomizadas, os animais assumiram um lugar central nas nossas vidas.Os seus direitos começam a ser reclamados no século XIX, mas são temporariamente eclipsados na primeira metade do século XX, face ao horror das duas grandes guerras. Na década de 60, são retomados, em paralelo com várias lutas que se travavam então pelos direitos civis de diferentes minorias.Hoje, a causa animal já influencia os resultados eleitorais de democracias, incluindo a nossa.Como nos verão os nossos bisnetos, daqui a 200 anos, pensando nas práticas dos dias de hoje? Fica a pergunta.REFERÊNCIAS ÚTEISCohen, Carl e Tom Regan, «The Animal Rights Debate» (Rowman & Littlefield)DeGrazia, David, «Animal Rights: A Very Short Introduction» (Oxford)Edmonds, David, org.,«Future Morality» (Oxford)Scruton, Roger, «Animal Rights and Wrongs» (Continuum)Singer, Peter, «Animal Liberation Now» (Vintage)London, Jack, «The Call of the Wild» (Porto Editora)Torga, Miguel, «Bichos» (Dom Quixote)Vladimov, Georgi, «Faithful Ruslan» (Simon & Schuster)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
O Visual+mente apresenta o Grupo de Estudos: Políticas, Retóricas e Histórias da Visualidade. Neste segundo encontro, Ricardo Cunha Lima (UFPE) debateu "metáforas políticas, como elas nos dividem".Tivemos como base um texto que introduziu o grupo à teoria das metáforas cognitivas, proposta por George Lakoff e Mark Johnson em "Metáforas da Vida Cotidiana", considerando sua aplicabilidade em questões políticas. O texto, cuja teoria e linguagem são bastante acessíveis, foi retirado do livro "Don't think of an elephant" de Lakoff. É uma abordagen voltada à práxis, com a intenção de provocar um engajamento político consciente do seu leitor. Durante a conversa debatemos muito o papel da ilustração e cartum como metáfora, procurando entender como a comunicação visual metafórica dialoga com o seu público leitor.O encontro foi mediado por Rafael Efrem (IFPB), com a participação de Marcos Beccari (UFPR), Daniel Bueno (EBAC), Alex Torres, Hana Luiza e muitos outros membros do grupo.O evento foi fechado e participaram apenas os inscritos no grupo de estudos. Acredecemos o comparecimentos e participação dos membros do grupo. Os encontros ocorrem às quintas-feiras,14hs, via Meet, e encerram em outubro de 2024.As inscrições no grupo devem ser feitas pelo preenchimento de formulário do google forms. Encontre o formulário, o texto da bibliografia e muito mais no link abaixo:https://www.visualmente.com.br/grupoObs: Por uma restição de tempo, o programa foi editado e não incluímos tudo que foi debatido durante o encontro.
O Visual+mente apresenta o Grupo de Estudos: Políticas, Retóricas e Histórias da Visualidade. Nesta abertura os professores, Solange Coutinho e Guilherme Ranoya, debateram o legado de pesquisa em design da UFPE, Universidade Federal de Pernambuco.Os coordenadores deste evento, Ricardo Cunha Lima, Rafael Efrem e Rafael Ancara, debatram o tema com os convidados e tivemos a praticipação especial da professora, Edna Cunha Lima, pioneira na pesquisa em design na UFPE.O evento foi fechado e participaram apenas os inscritos no grupo de estudos. Acredecemos o comparecimentos de 70 membros (do total de 120 inscritos).Os encontros ocorrerem às quintas-feiras,14hs, via Meet.As inscrições no grupo devem ser feitas pelo preenchimento deste formulário do google forms, mais informações em:www.visualmente.com.br/grupoOrganizadores:Ricardo Cunha Lima, UFPE.Rafael Efrem, IFPB.Rafael Ancara, Positivo.Almir Mirabeau, ESDI/UERJ.Obs: Por uma restição de tempo, o programa foi editado e não incluímos tudo que foi debatido durante o encontro.
«Ser preguiçoso pode ser um ato político: prova disso é o ‘quiet quitting'», diz João Pereira Coutinho no episódio que lhe trazemos.Já no século XIX, o ócio era um ato radical - exemplo disso, era a figura do ‘dandy' ou ‘flaneur' que desprezava o sistema político, considerando vulgares e exploratórias as suas práticas.Mas deixe que o levemos mais atrás: sabia que as reivindicações pelo direito ao descanso são contemporâneas da Revolução Industrial? As proteções sociais que hoje tomamos por garantidas passaram por um longo processo no qual se foram conquistando, entre outros, o direito às férias, à assistência na doença e, finalmente, o direito ao lazer, consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos.Mas face a tão grandes avanços tecnológicos e aos extraordinários aumentos de produtividade, como se explica que ainda não tenhamos conquistado em pleno a fórmula preconizada no século XIX : «8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso»?Depois de tanta luta e conquista, será que nos damos ao direito de descansar? Seremos capazes de enfrentar o silêncio e a solidão que decorrem da inatividade?A receita ideal entre fazer e deixar acontecer também depende da geografia e é bem possível que os povos do norte e do sul da Europa não encontrem acordo quanto a isto.Quanto a si que está ou deseja estar de férias, fique descansado, não tem de saber a resposta a estas perguntas. Carregue no play e desfrute.REFERÊNCIAS ÚTEISBanting, Madeline: «Willing Slaves: How the Overwork Culture is Ruling Our Lives» (Harper) Corbin, Alain: «História do Repouso» (Quetzal) Graeber, David: «Trabalhos de Merda - Uma Teoria» (Edições 70) Han, Byung-Chul: «A Sociedade do Cansaço» (Relógio d'Água) Han, Byung-Chul: «Não-Coisas: Transformações no Mundo em que Vivemos» (Relógio d'Água) Keynes, John M.: «Economic Possibilities for our Children» (1930) Veblen, Thorstein: «The Theory of the Leisure Class» (Oxford Classics) Lafargue, Paul: «O Direito à Preguiça» (Antígona) Stevenson, Robert Louis: «Apologia do Ócio» (Antígona)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Joe Biden não resistiu à pressão para desistir das eleições presidenciais norte-americanas, uma decisão tomada “no melhor interesse do partido e do país”. Kamala Harris é a sua sucessora legítima para enfrentar Donald Trump, mas o caminho não será fácil. Oiça aqui o episódio extra do podcast O Mundo A Seus Pés com Daniela Nunes, investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.See omnystudio.com/listener for privacy information.
A tentativa de homicídio de que Donald Trump foi vítima vai impactar o resto da corrida eleitoral contra Joe Biden e aumentar as hipóteses de o candidato republicano voltar à Casa Branca em novembro. Oiça aqui o episódio extra do podcast O Mundo A Seus Pés com Daniela Nunes, investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica See omnystudio.com/listener for privacy information.
Daniela Nunes, investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, defende que o ataque a Trump mostra um cenário heroico e critica a segurança do evento.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O ex-jogador de futebol Raí, campeão mundial pela Seleção Brasileira e pelo São Paulo, disse hoje, em entrevista exclusiva à Rádio Eldorado, direto de Paris, que a união entre a esquerda e o centro para derrotar a extrema direita nas eleições legislativas francesas é “um exemplo para o mundo”. Na semana passada, ainda durante a campanha eleitoral, Raí Souza Vieira de Oliveira, que é mestre em Políticas Públicas pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, alertou para os perigos de uma ascensão ao poder da extrema direita, que venceu o primeiro turno, mas ficou em terceiro na segunda e última etapa da votação. Na entrevista à Rádio Eldorado, ele destacou que cerca de 200 candidatos renunciaram para apoiar postulantes que tinham mais chances de derrotar a direita radical. Para Raí, na política é preciso “pensar no todo, além dos seus interesses individuais”. Questionado sobre a situação do futebol brasileiro, eliminado da Copa América e vivendo uma saída precoce de jogadores para o exterior, Raí criticou a CBF e a falta de organização dos clubes para a formação de ligas independentes pelos clubes.See omnystudio.com/listener for privacy information.
O presidente da França, Emmanuel Macron, recusou hoje a renúncia do primeiro-ministro do país, Gabriel Attal, e pediu para ele permanecer no cargo temporariamente após o resultado da eleição de domingo. Nenhum dos principais blocos políticos obteve a maioria absoluta, de 289 cadeiras, na Assembleia Nacional. Contra todas as expectativas, a esquerda Nova Frente Popular, formada por socialistas, comunistas, verdes e esquerdistas radicais, obteve 182 assentos no Parlamento. Em seguida, aparece a coalizão Juntos, do presidente Emmanuel Macron, com 166 cadeiras. Essas duas forças se uniram em vários distritos e promoveram renúncias de candidatos com menos chances de derrotar a extrema direita. Com isso, o antes favorito Reagrupamento Nacional (RN), da direita radical, ficou com 143 deputados. O resultado sem uma maioria definida aumenta o risco de paralisia da segunda maior economia da União Europeia. Em entrevista à Rádio Eldorado, o cientista político Gaspard Estrada, do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po Paris), disse que “o pior foi evitado”, mas ressaltou que “haverá muita instabilidade por enquanto”. Para ele, há três cenários possíveis: um governo com maior participação da esquerda, uma coligação de parte da esquerda com Macron ou um governo técnico, mais distante de vinculações políticas.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Os franceses retornam às urnas no próximo domingo para o segundo turno da eleição legislativa que pode resultar no primeiro governo de direita radical do país desde a ocupação nazista da 2ª Guerra ou na ausência de uma maioria consolidada. Se uma nova maioria de legisladores contrários ao presidente Emmanuel Macron for confirmada, ele será forçado a nomear um adversário político como primeiro-ministro. O partido de extrema direita Reunião Nacional (RN), de Marine Le Pen, saiu à frente no primeiro turno das eleições parlamentares da França, realizado no último domingo. Segundo o Ministério do Interior francês, a sigla obteve 33% dos votos. A Nova Frente Popular, um grande bloco de partidos de esquerda, ficou em segundo lugar, com 28% dos votos, e o bloco centrista do presidente Emmanuel Macron, terminou em terceiro lugar, com 20% dos votos. Projeções de pesquisas indicam que o Reagrupamento Nacional terá o maior número de assentos na próxima Assembleia Nacional, mas não está claro se alcançará a maioria absoluta de 289 dos 577 assentos. Em entrevista à Rádio Eldorado, o doutor em ciência política e pesquisador na Universidade do Minho e no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po Paris) Thomás de Barros definiu o quadro político francês como “uma incógnita”. Segundo ele, Macron precisa se aliar à esquerda, mas há setores desse bloco que resistem à impopularidade do atual governo.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Com conflitos a pulular nas diferentes regiões do mundo, a pergunta impõe-se: há ética na guerra? «É bom que haja», diz-nos João Pereira Coutinho. Mas como?Neste episódio, discutem-se as condições que é preciso reunir para que uma guerra se possa considerar justa. Mas se acha que dificilmente pode haver consenso quanto ao tema, acertou.João Pereira Coutinho e Manuel Cardoso discutem a tensa relação entre a democracia e a guerra, numa viagem que nos leva da Crimeia do século XIX à Ucrânia do século XXI, passando pela Revolução do 25 de abril.Fala-se de desinformação e de propaganda, já que é também na arena da opinião pública que se determinam vencedores e vencidos (veja-se o caso da Guerra do Vietname).E como julgar quem pratica crimes de guerra? Estará o direito internacional munido das ferramentas necessárias para responsabilizar quem vai longe demais?Junte-se à dupla nesta reflexão sobre aquele que está, rapidamente, a tornar-se o tema do nosso tempo.REFERÊNCIAS ÚTEISJoslyn N. Barnhardt e Robert F. Trager. «The Suffragist Peace: How Women Shape the Politics of War» (Oxford University Press, 2023)Francis Fukuyama. «O Fim da História e o Último Homem» (Gradiva, 1999)Robert Kagan. «The Return of History and the End of Dreams» (Alfred Knopf, 2008)Margaret MacMillan. «Guerra: Como Moldou a História da Humanidade» (Temas e Debates, 2021)Michael Walzer. «Just and Unjust Wars: A Moral Argument with Historical Illustrations» (Basic Books, 2015)Lev Tolstoy. «Guerra e Paz» (Presença, 2 vols., 2022)Kurt Vonnegut «Matadouro Cinco» (Alfaguara, 2022)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Eventos climáticos extremos causados pelo aquecimento global estão devastando territórios e afetando populações inteiras de maneira alarmante. No entanto, são as comunidades negras, periféricas, indígenas e quilombolas que enfrentam as consequências mais severas dessas mudanças. No Opinião desta semana, vamos discutir a injustiça climática, também chamada de injustiça socioambiental, mecanismo diretamente ligado à desigualdade que faz com que indivíduos de determinados grupos ou regiões fiquem mais vulneráveis aos impactos do aquecimento do planeta. Para trazer os aspectos deste assunto convidamos a Diretora Executiva da LACLIMA e especialista em Justiça Climática, Flávia Bellaguarda, e a Diretora de Territórios e Co-fundadora do Instituto Perifa Sustentável, Gabriela Santos. De maneira remota, conversamos com a urbanista e Doutoranda em Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), Marcela Alonso Ferreira.
Bem-vindo ao episódio onde vai ouvir falar de muitos ‘ismos': Nacionalismo, Cosmopolitismo, Internacionalismo, Patriotismo, Liberalismo e até Imperialismo.De Rousseau até aos dias de hoje, a nação tem sido a unidade política fundamental de organização do mundo. Continuará a ser assim no futuro? E hoje, são mais as diferenças ou as semelhanças entre nós? A poucas semanas das eleições para o Parlamento Europeu, Manuel Cardoso e João Pereira Coutinho conversam sobre o impacto das diferentes identidades políticas na Europa. Talvez o surpreenda saber que o nacionalismo não se encontra apenas à direita, tendo mesmo nascido à esquerda. E que um nacionalista tanto pode ser conservador como progressista. Depois de tudo o que vai ouvir, em que posição se revê: mais nacionalista ou cosmopolita? REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEIS ANDERSON, Benedict, Comunidades Imaginadas: Reflexões sobre a origem e a expansão do nacionalismo (Edições 70) APPIAH, Kwane Anthony, Cosmopolitismo: Ética num Mundo de Estranhos (Europa-América) GELNER, Ernest, Dos Nacionalismos (Edições 70) ROUSSEAU, Jean-Jacques, Do Contrato Social (Edições 70) FICHTE, Johann, Discursos à Nação Alemã (Temas e Debates) WILSON, Woodrow, “President Wilson's 14 Points” (1918): FILMES: Sangue, Suor e Lágrimas (de Noël Coward, 1942) Braveheart (de Mel Gibson, 1995) Dunkirk (de Christopher Nolan)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil. Paralelamente à sua actividade académica tem desenvolvido uma intensa e já longa carreira de 25 anos na imprensa e na televisão (em veículos como «O Independente», «Expresso», «Correio da Manhã», «Sábado», TVI24). É também colunista do diário brasileiro «Folha de S. Paulo», o maior jornal da América Latina.
‘Meus senhores: Como todos sabem, existem três tipos de estados: os estados sociais, os estados corporativos e o estado a que isto chegou. E, nesta noite solene, nós vamos acabar com o estado a que isto chegou.'Assim falou Salgueiro Maia, o capitão que comandou as tropas que cercaram o Terreiro do Paço, a 25 de abril de 1974.Um golpe de estado marcou o início da revolução que, nas palavras de João Pereira Coutinho, trouxe a Portugal aquilo que uma revolução deve trazer: a rutura, o fim da ditadura, e o entusiasmo com o que pode vir a seguir. Mas, como se conquistou, historicamente, um Estado como este a que chegámos nestes 50 anos de democracia? O que é ser democrata? Há quem o seja inteiramente?Nesta viagem de 48 minutos, o politólogo e o humorista Manuel Cardoso vão desbravar o caminho árduo que a democracia fez até se proclamar enquanto regime. Nesse caminho, vão falar das diferenças entre democracia direta, democracia liberal e democracia representativa, das virtudes e falhas do sistema democrático, e da tensão que existe entre as as palavras 'democracia' e 'liberalismo' a trabalharem em conjunto.A dupla vai debater também a importância das instituições, o conflito sempre latente entre as elites e os cidadãos, e fazer referência a todos aqueles que inspiraram a nossa e tantas outras democracias. E até vão explicar como a falta de participação democrática não é necessariamente uma falta de vitalidade do regime democrático.REFERÊNCIAS ÚTEISEATWELL, Roger, e Matthew Goodwin, «Populismo – A Revolta contra a Democracia Liberal» (Desassossego, 2019) LÉONARD, Yves, «Breve História do 25 de Abril» (Ed. 70, 2024) MOUNK, Yascha, «Povo vs. Democracia» (Lua de Papel, 2019) ROBERTS, Andrew, «Churchill – Caminhando com o Destino» (Dom Quixote, 2019)STASAVAGE, David, «The Decline and Rise of Democracy – A Global History from Antiquity to Today» (Princeton, 2020)TOCQUEVILLE, Alexis de, «Da Democracia na América» (Principia, 2023) TUCÍDIDES, «História da Guerra do Peloponeso» (Gulbenkian, 2010) CAPRA, FrankFORD, John, «Peço a Palavra» (1939) WHITMAN, Walt, «Canto de Mim Mesmo» (Cultura, 2021) BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
O documentário “La Révolution des Œillets” [“A Revolução dos Cravos”], de Bruno Lorvão e Paul Le Grouyer, conta a história e os bastidores da “Revolução dos Cravos”, recorrendo inteiramente a imagens de arquivo. O filme sai no mês em que se celebram os 50 anos do 25 de Abril de 1974 e faz um retrato de Portugal sob a ditadura, recorda a conspiração do Movimento dos Capitães e mostra como foi o dia do golpe militar que derrubou 48 anos de ditadura. O filme “La Révolution des Œillets” [“A Revolução dos Cravos”], de Bruno Lorvão e Paul Le Grouyer, é exibido, esta segunda-feira, em Sciences-Po, o Instituto de Estudos Políticos de Paris, seguido de um debate com o historiador francês Yves Léonard a propósito dos 50 anos do 25 de Abril. O documentário, de 52 minutos, da produtora francesa Cinétévé e com o apoio da France Télévisions, já foi difundido, este sábado, no canal belga RTBF, e vai passar, em Abril, no canal francês France 5 e no canal português História.Em entrevista à RFI, Bruno Lorvão sublinha que “o 25 de Abril é um momento bonito e é um legado universal”, por isso, “é uma história muito bonita que vale a pena ser contada, não só na Europa, mas fora do continente”. RFI: Qual é o ângulo deste filme, em poucas linhas.Bruno Lorvão, Realizador: "Em poucas linhas, fala da conspiração, de como é que essa conspiração aconteceu e por que razões é que os capitães decidiram derrubar o regime de Estado Novo."Porque é que decidiu fazer este documentário? "Como franco-português, tenho-me esforçado ultimamente em utilizar os meios franceses de produção audiovisual para contar histórias portuguesas, sabendo que em Portugal é mais complicado. Filmes de História, feitos a cem por cento de arquivos, são filmes que custam, que são complicados a montar e, por essa razão, chegando os 50 anos do 25 de Abril, não havia outra opção senão escrever e financiar a história."No ano passado também já realizou um documentário sobre Salazar e a Segunda Guerra Mundial…"Exacto e é uma história desconhecida de muitos, da maior parte dos portugueses, saber o que aconteceu exactamente durante meses."Dos portugueses ou dos franceses?"Dos franceses e portugueses, não conhecem a história de Portugal durante a Segunda Guerra Mundial, do que aconteceu exactamente. O discurso oficial é dizer que Salazar nos salvou. A questão do filme é saber se ele se salvou a si próprio ou ao povo português."Relativamente a este filme, “Revolução dos Cravos”, o filme conta, antes de mais, como era Portugal antes do golpe militar que derrubou a ditadura. Como é que era esse Portugal que reconstituem no documentário?"Portugal era um país pobre. Não era um país livre, simplesmente. Era um país pobre, com pouca formação, pouca educação..."Vocês dizem que um português em cada três não sabia ler. "Sim. Exacto. E Portugal era realmente o último país implicado numa guerra colonial."Falam do último grande império colonial também. Como é que era esse império? Vocês falam do lado real e do lado da propaganda…"Segundo a propaganda, sem as colónias, Portugal não podia sobreviver e Portugal não podia ser uma nação forte. Na realidade, o Império era feito com pouco mais de 150 mil soldados. Não havia muitos portugueses nas colónias e o Império português gastava mais do que rendia."Além do dia da Revolução dos Cravos, o filme reconstitui, como dizíamos, o que era viver em Portugal e nas antigas colónias. Fala das guerras de libertação, dos bairros de lata em Lisboa, do analfabetismo, da emigração em massa, de como era viver na ditadura. Tudo isto é contado com imagens da altura e há imagens que espantam porque parece que nunca as vimos ou muito pouco. De onde é que saem estas imagens? "Saem da Cinemateca Portuguesa, algumas da RTP e saem também de media estrangeiros, da televisão belga. Encontrámos coisas na televisão belga, particularmente no que toca a combates militares. As imagens de violência da guerra são imagens do estrangeiro e depois os testemunhos e as fotografias vêm de um trabalho de pesquisa feito durante a produção para ir buscar testemunhos inéditos. E, muitas vezes, os filmes de história ficam no nível da história oficial. E nós queríamos dar a palavra aos portugueses. E acho que conseguimos."E porquê esta opção de não entrevistar pessoas agora e de só recorrerem a imagens de arquivo, nomeadamente uma entrevista bastante forte de uma pessoa que tinha estado presa e que, na altura, dá uma entrevista a um meio francófono? "Um filme de História é levar o público até 50 anos atrás - falando do 25 de Abril. Queríamos mergulhar 50 anos atrás sem ter recurso a testemunhos de hoje. Por isso é que não há nenhum testemunho contemporâneo e havia material suficiente para contar a história, mesmo se não foi fácil, mas conseguimos."Quanto tempo é que demorou essa pesquisa? Porque há muitas imagens que foram censuradas na altura... "Graças a duas documentaristas. O trabalho de documentarista é um trabalho que existe na televisão francesa, que é um trabalho que implica encontrar imagens para produzir um filme. Havia uma documentarista francesa, Anahi Ubal Retamozo, e uma historiadora portuguesa, Margarida Ramalho, que graças ao seu conhecimento do território português, conseguimos em pouco tempo muitos testemunhos."Quanto tempo? "Foram três meses loucos, Outubro, Novembro, Dezembro, porque o filme tinha que ser acabado. Foram três a quatro meses de procura constante e graças à energia da Anahi e da Margarida e claro, do Paul [Le Grouyer], conseguimos juntar essas imagens todas e esses testemunhos."Em relação a essas imagens, há por exemplo, imagens da repressão que se seguiu ao congresso da oposição em Aveiro, na primavera de 1973, em que vemos a polícia a carregar nos manifestantes. Quando eu digo que há imagens que quase nunca vimos, falo, por exemplo, destas…"Essas foram imagens descobertas, por acaso, pelo Paul [Le Grouyer] na internet. Tínhamos as fotografias e, de repente, ele encontrou o vídeo que estava na internet. E isso tem a ver também com, apesar de já terem passado 50 anos, nenhuma instituição ter feito de maneira apropriada a lista de todos os conteúdos que foram produzidos antes do 25 de Abril e durante o 25 de Abril. Por isso é que ainda há muito conteúdo escondido, entre aspas. Por isso é que conseguimos encontrar muito conteúdo que as pessoas não conheciam."Há outras imagens, concretamente do dia 25 de Abril, filmadas por uma pessoa que estava junto ao Terreiro do Paço e que mostra a chegada dos tanques comandados por Salgueiro Maia. Quem era a pessoa que as filmou? Como chegaram a estas imagens? "Isso é um grande ponto de interrogação porque essas imagens são conhecidas de todos. O que fizemos foi juntar as imagens porque havia um bocadinho na Cinemateca Portuguesa, havia um bocadinho na RTP, havia outros bocadinhos em fundos europeus e nós juntámos tudo. Por isso é que aquela passagem está, em parte, a cores e a preto e branco e não se sabe quem é que filmou isso. Nós sabemos que são as primeiras imagens filmadas de 25 de Abril, mas este senhor, esta senhora, ninguém sabe quem é."E em termos de direitos autorais? "Pertence a fundos. Tivemos que pagar na mesma."O filme conta o contexto que leva ao golpe militar de 25 de Abril de 1974 e depois conta esse dia. O personagem principal, digamos assim, do documentário é Salgueiro Maia, o capitão sem medo, que nem sequer teve funeral de Estado, assim como Otelo Saraiva de Carvalho, que é outro dos protagonistas. Porquê estes dois capitães? Para recordar, simplesmente, que sem eles não teria havido o derrube da ditadura a 25 de Abril de 1974?"Sem eles e outros mais. É sempre difícil, num filme de 52 minutos, contar toda a história. É uma síntese, mas, com certeza, sem estes militares de profissão, sem a coragem, sem a visão política e a generosidade desses homens, a história teria sido outra."E depois a história tratou-os bem? "Parece que não pois tem a ver com o que foi a política portuguesa logo depois do 25 de Abril. É preciso perguntar à viúva do capitão Maia. Acho que o Otelo também teve uma vida um bocado complicada por sua própria escolha. O Salgueiro Maia queria viver fora dessas complicações. Se calhar, somos de alguma forma ingratos. E agora vem uma expressão em francês 'On prend pour argent comptant ce qu'ils ont fait'…"É como se fosse garantido aquilo que nos deram?"Exactamente. E este filme de História está aqui para contar e para explicar às novas gerações que não foi assim tão fácil e que as coisas não caem do céu."Uma reparação histórica? "De certa forma, sim. Por enquanto, 75% dos portugueses acham que 25 de Abril foi uma boa coisa. Enquanto não baixarmos, continua a ser uma boa coisa."O filme diz, a dada altura, que “nem tudo se fez num dia, mas desde a Revolução dos Cravos, a liberdade nunca mais foi contestada”. Como é que vê o facto de, 50 anos depois do 25 de Abril, 50 deputados da extrema-direita terem entrado no Parlamento? "Eu acho que isso tem mais a ver com a crise profunda da democracia ocidental do que propriamente com Portugal. Quando se ouvem os discursos do Chega e do senhor Ventura, é uma cópia de [Donald] Trump, é uma cópia de [Javier] Milei. São personagens que estão a contaminar as democracias ocidentais e acho que o problema não é só português. O facto de eles só chegarem hoje a Portugal é porque Portugal é um país, por enquanto, bastante unido, onde a política não era assim tão feia. Não deixa de ser política, mas acho que é preciso separar as águas."O documentário também fala do general Spínola, de Francisco da Costa Gomes e, ainda, de Marcello Caetano que substitui Salazar. No fim, lembram que, depois de ter sido poupado pelos capitães de Abril, Marcello Caetano esteve exilado no Brasil, onde volta a ser professor de Direito, mas escapa a qualquer condenação judiciária. Este comentário factual subentende o quê? Que a revolução portuguesa foi demasiado branda com o ditador e com toda a estrutura do Estado Novo?"Isso é a parte cinzenta da revolução dos capitães. Foi uma revolução feita por militares em guerra. Ou seja, eles ajudaram-nos a passar para a democracia, mas depois lá se arranjaram entre eles. Mas acho que afinal não foi uma má coisa, ajudou a democracia a chegar de maneira mais pacífica porque tivemos aqueles dois anos mais complicados com a tentativa de golpe de Estado de Spínola e outros eventos. Se em cima disso puséssemos o julgamento de todo o sistema do Estado Novo, o Estado Novo era uma instituição que existia há quase 50 anos, ou seja, era fazer o exame de consciência de todo um povo, não só do Caetano. O Caetano era o representante de um sistema e esse sistema tinha sido inventado pelo Salazar, que faleceu."No filme, ouvimos que “os Capitães de Abril escreveram uma das mais belas páginas da história portuguesa. Ao conseguirem derrubar pacificamente uma ditadura, mostraram que nada era impossível, ate nos piores momentos”. O que é que foi, para si, o 25 de Abril de 1974? "Eu cresci em Lisboa e vi os murais todos com as pinturas do MFA e todos os partidos, aqueles muros políticos que agora desapareceram quase. Em miúdo, eu não sabia o que esses muros representavam. Eu, via era cravos, via soldados nos muros, via cores, muitas cores. Eu nasci em 1976, então a minha primeira representação do 25 de Abril são as ruas de Lisboa com esses murais e quando cresci, percebi o que eles representavam."O que é que percebeu? "Percebi que a vida antes era complicada, que antes não tínhamos liberdade de expressão, que as mulheres não tinham os mesmos direitos, que o divórcio não existia. Sem falar do aborto e de outras questões. Graças aos capitães e graças ao 25 de Abril, Portugal hoje é um país mais…"Democrático. "Vamos pôr essa palavra que é mais simples, sim."Contaram com a supervisão histórica do historiador francês especializado no Estado Novo, Yves Léonard. Como é que foi esse trabalho de colaboração? "Muito bom. Ele tem aquela paixão do estrangeiro que gosta de Portugal e tem aquela coisa que nós, quando somos de lá, já não vemos. E ele tem aquele recuo e essa paixão por Portugal e um conhecimento enorme sobre a história do nosso país. E foi uma boa colaboração."O filme sai em França, mas também vai ser difundido em Portugal e noutros países. Qual é que é no fundo, o objectivo deste filme? Mostrar a história e deixar um alerta do que foram os anos da ditadura para que essa ditadura não volte?"Sim, os objectivos são muitos. É falar à comunidade lusodescente, a um milhão de portugueses e franco- portugueses em França que, se calhar, não conhecem a história do 25 de Abril. É por isso que tenho muito orgulho em lhes dar a oportunidade de ver em França o filme. Depois, fora do país, também para os portugueses terem orgulho na própria história, terem orgulho do que são. Somos o que somos e temos os nossos defeitos, as nossas qualidades. O 25 de Abril é um momento bonito na nossa história e é um legado universal, ou seja, que militares tenham oferecido a democracia, entre aspas, ao povo. Acho que é uma história muito bonita, que vale a pena ser contada, não só na Europa, mas fora do continente."
Em tempo de eleições, a felicidade anda na boca dos políticos e na cabeça dos cidadãos: mas o que é que a felicidade tem a ver com política? Tem muito, e quem o diz é o politólogo João Pereira Coutinho.Em conversa com Manuel Cardoso, o especialista explica como o tempo, o dinheiro e até o regime político em que se vive influenciam a felicidade de cada um.De acordo com o Relatório Mundial da Felicidade, os jovens estão infelizes, mesmo vivendo em democracia. Que razões justificam este cenário? Será possível ser-se feliz em ditadura? Afinal, viver em liberdade acarreta um grau de responsabilidade que nem sempre o ser humano está disposto a assumir.Ao mesmo tempo, a falta de felicidade tem sido associada pelos especialistas a carências económicas, políticas e sociais. Fará sentido adotar um Rendimento Básico Incondicional, como defende Van Parijs, para ajudar ao bem-estar destas pessoas.Recorrendo a Aristóteles e Séneca, Stuart Mill e John Rawls, e aos conceitos de ‘justiça' e ‘utilitarismo', a dupla propõe-se responder a todas estas questões neste episódio do [IN] Pertinente.REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISClássicos ARISTÓTELES, «Ética a Nicómaco» (trad. de António de Castro Caeiro; Quetzal)BENTHAM, Jeremy e John Stuart Mill, «Utilitarianism and Other Essays »(Penguin Classics)SÉNECA, «Cartas a Lucílio» (trad. Segurado e Campos; Gukbenkian)MONTAIGNE, «Ensaios», 2 volumes (trad. Hugo Barros; E-Primatur)RAWLS, John, «Uma Teoria da Justiça» (Editorial Presença)VAN PARIJS, Philippe e Yannick Vanderborght, «Basic Income: A Radical Proposal for a Free Society and a Sane Economy» (Harvard University Press)E ainda...DOLAN, Paul, «Happy Ever After: Escaping the Myth of the Perfect Life» (Penguin)FRANKFURT, Harry G., «On Inequality» (Princeton University Press)WODEHOUSE, P.G., «The Code of Woosters» (Arrow)SZABLOWSKI, Witold, «Dancing Bears: True Stories about Longing for the Old Days» (Text Publishing Company)BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Em quase 50 anos de democracia, a taxa total de abstenção nas eleições parlamentares subiu dos 8,5%, em 1975, para os 48,6%, em 2022, segundo a Pordata. A faixa etária entre os 18 e os 30 anos é aquela em que a abstenção é mais alta. Mas por que não votam os jovens em Portugal? E quando votam, por que optam pelos partidos mais extremistas, como relatam quatro estudos do ICS-ISCTE feitos em 2023? Alguns especialistas afirmam que vários fatores podem contribuir para esta tendência, como a falta de confiança no sistema partidário e a falta de representatividade nas instituições democráticas, que não respondem aos problemas nem às preocupações dos mais jovens. E, como num círculo vicioso, se as novas gerações não encontram resposta aos seus anseios, afastam-se naturalmente das urnas, o que agudiza a sub-representação das suas preferências no sistema político. Como alterar o paradigma? Será preciso reacender o debate do voto obrigatório? Fortalecer a educação cívica nas escolas? Alargar o voto antecipado e o voto com mobilidade às universidades ou a outros locais de interesse para esta franja da população? E como podem as estratégias do marketing digital influenciar o tabuleiro do eleitorado, garantindo que todas as vozes sejam ouvidas e representadas no processo democrático? Neste episódio do POD Pensar, o podcast com ideias para consumir da DECO PROteste, Aurélio Gomes modera o debate a este propósito entre Marco Lisi, professor no Departamento de Estudos Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa, investigador e autor de alguns livros, como “Eleições - Campanhas eleitorais e decisão de voto em Portugal”; e Joana Moreira, formada em Psicologia e Empreendedorismo Social e diretora executiva do Movimento Transformers, uma startup que que potencia o envolvimento cívico e social.
Quando, em 1988, Salman Rushdie publicou os Versículos Satânicos, a obra foi considerada blasfema pelo regime iraniano. O «Ayatollah» Khomeini, líder supremo do Irão, declarou uma «fatwa» (decisão jurídica baseada na lei islâmica) contra o escritor que resultou em algumas tentativas de assassinato de Rushdie. Até que ponto estavam ambos a usar o seu direito à liberdade de expressão? Este é um exemplo real que espelha o tema do episódio de hoje.A liberdade de expressão é um dos conceitos fundamentais do pensamento político. Introduzida pelo Liberalismo, teve como principais autores John Milton, John Locke e John Stuart Mill. Aos dias de hoje, parece estar esquecida dos discursos eleitorais porque a tomamos por garantida. Mas até que ponto estamos dispostos a tolerar opiniões que nos pareçam abjetas ou repugnantes? Vale a pena proibi-las? Até onde pode ir a democracia na defesa da própria democracia? E que exemplos da História não devemos esquecer?Os desafios que enfrenta a imprensa livre e plural, o crescimento das redes sociais e do discurso de ódio traz novamente à discussão os limites, mas também as vantagens da liberdade de expressão.Ouça esta conversa entre Manuel Cardoso e João Pereira Coutinho e, no final, se se sentir confiante quanto à sua própria tolerância, siga os conselhos de ambos e explore as sugestões de leitura que a dupla lhe deixa. REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISCLÁSSICOSLocke, John, «Carta Sobre a Tolerância» (Edições 70)Mill, John Stuart, «Sobre a Liberdade» (Ideias de Ler)Milton, John, «Areopagitica: Discurso sobre a Liberdade de Expressão» (Almedina)Voltaire, «Tratado sobre a Tolerância» (Antígona)Zweig, Stefan, «Castélio contra Calvino – ou Uma Consciência contra a Violência» (Assírio & Alvim)CONTEMPORÂNEOSAsh, Timothy Garton Ash, «Liberdade de Expressão: Dez Princípios para um Mundo Interligado» (Temas & Debates)Berkowitz, Eric, Dangerous Ideas, «A Brief History of Censorship in the West, from the Ancients to Fake News» (Penguin)Hume, Mike, Direito a Ofender, «A Liberdade de Expressão e o Politicamente Correto» (Tinta da China)Warburton, Nigel, «Liberdade de Expressão: Uma Breve Introdução» (Gradiva)FILMES«The Front» (1976), de Martin Ritt«The People vs. Larry Flynt» (1996), de Miloš Forman ARTIGOThe Skokie Case: «How I Came to Represent the Free Speech Rights of Nazis».BIOSMANUEL CARDOSOÉ humorista e um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021JOÃO PEREIRA COUTINHOProfessor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros «Conservadorismo» (2014) e «Edmund Burke – A Virtude da Consistência» (2017), publicados em Portugal e no Brasil.
Se lhe perguntassem quantas ideologias políticas existem no mundo, quantas diria? É liberal ou conservador? Sabe distinguir um socialista de um anarquista? Bem-vindo à nova dupla de Política da quarta temporada do [IN] Pertinente, com o humorista Manuel Cardoso e o politólogo João Pereira Coutinho. Em 2024 falaremos de teoria política, mas não se assuste, porque o Manuel e o João vão fazê-la descer à terra. E começam já neste episódio desmistificando as quatro ideologias que serviram de berço a todas as outras.A dupla explica os sucedâneos e «metastizações» destas ideologias - como diz João Pereira Coutinho -, referindo os principais conceitos e autores mais relevantes de cada uma. E, se alguma vez se perguntou... qual é a diferença entre ideologia e religião? Como estamos de ideologias em Portugal? Fique descansado, porque neste primeiro episódio de Política [IN] Pertinente, vamos explicar tudo de A a Z ou, sendo mais corretos, de A a S. REFERÊNCIAS E LINKS ÚTEISLIBERALISMOThomas Hobbes, Leviatã (INCM) John Locke, Dois Tratados do Governo Civil (Edições 70) John Stuart Mill, Sobre a Liberdade (Edições 70) Isaiah Berlin, Esperança e Medo – Dois Conceitos de Liberdade (Guerra & Paz) John Rawls, Uma Teoria da Justiça (Presença) CONSERVADORISMO Edmund Burke, Reflexões sobre a Revolução em França (Gulbenkian) Joseph de Maistre, Considerações sobre França (Almedina) Alexis de Tocqueville, Da Democracia na América (Principia) Roger Scruton, Como Ser um Conservador (Guerra & Paz) ANARQUISMO ANARQUISMOPierre-Joseph Proudhon, Qu'est-ce que la propriété? (Le Livre de Poche) Emma Goldman, Viver a Minha Vida (Antígona) Max Stirner, O Único e a sua Propriedade (Antígona) Henry David Thoreau, Walden, ou A Vida nos Bosques (Antígona) SOCIALISMO Karl Marx e Friedrich Engels, Manifesto do Partido Comunista (Relógio d'Água) Eduard Bernstein, The Preconditions of Socialism (Cambridge University Press) Herbert Marcuse, One-Dimensional Man : Studies in the Ideology of Advanced Industrial Society (Routledge) G.A. Cohen, Socialismo, Porque não? (Gradiva) CLUBE DE LEITURA Miguel de Cervantes, Dom Quixote de la Mancha (Dom Quixote) Giuseppe Tomasi di Lampedusa, O Leopardo (Dom Quixote) As Vinhas da Ira, filme de John Ford, baseado no romance homónimo de John Steinbeck Jason Brennan, Contra a Democracia (Gradiva)Episódios relacionados: Onde param a esquerda e a direita? BIOMANUEL CARDOSO Humorista. É um dos autores do programa de sátira política «Isto É Gozar com Quem Trabalha», da SIC. Faz parte do podcast «Falsos Lentos», um formato semanal de humor sobre futebol. É o autor da rubrica radiofónica «Pão Para Malucos», que esteve no ar diariamente na Antena 3 de 2018 a 2021. Contribui regularmente com a imprensa: após sete anos a assinar crónicas no SAPO 24, tornou-se colunista do Expresso em 2023. JOÃO PEREIRA COUTINHO É professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde se doutorou em Ciência Política e Relações Internacionais. É autor dos livros Conservadorismo (de 2014) e Edmund Burke – A Virtude da Consistência (de 2017), simultaneamente publicados em Portugal e no Brasil. Paralelamente à sua atividade académica tem desenvolvido uma intensa e já longa carreira de 25 anos na imprensa e na televisão (em veículos como O Independente, Expresso, Correio da Manhã, Sábado, TVI24). É também colunista do diário brasileiro Folha de S. Paulo, o maior jornal da América Latina. Uma parte desse trabalho jornalístico pode ser lida nos volumes de crónicas Vida Independente (2004), Avenida Paulista (2007), Vamos ao que Interessa (2015) e Diário da República (2022).
Neste início de novembro assinalamos duas efemérides alemãs. A 9 de novembro de 1989 caía o Muro de Berlim. Mais de meio século antes, em 1938, acontecia de 8 para 9 de novembro a Kristallnacht, símbolo infame do genocídio e do Holocausto. Para traçar um retrato da Alemanha do presente, onde ainda ecoa este passado, é convidada deste episódio Mónica Dias, professora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. É também perita em assuntos da Alemanha, país onde viveu na adolescência. Ouça o novo episódio do podcast internacional do Expresso. See omnystudio.com/listener for privacy information.
O analista sênior de internacional Américo Martins faz um balanço da cobertura do primeiro mês do conflito no Oriente Médio. Américo viajou por Israel e conta que a região mais tensa onde esteve é ao norte, na fronteira com o Líbano, onde atua o Hezbollah. Em entrevista ao podcast, o cientista político, professor de Relações Internacionais e colaborador do Centro de Estudos Político-Estratégicos da Marinha, Mauricio Santoro, avaliou que Israel tem perdido a batalha pela opinião pública global. "A partir do momento em que Israel resolveu responder aos ataques do Hamas com uma nova ocupação da Faixa de Gaza, a reação foi muito mais forte. Elas foram muito mais vistas como uma crítica à Israel do que condenação para o Hamas". O professor Maurício Santoro ainda afirmou que seria verossímil que a guerra em Israel se espalhasse pelo Oriente Médio e que a questão religiosa vai impactar na resolução do conflito."Se já era difícil antes algum tipo de negociação pacífica, agora ficou mais complexo, com as diferenças religiosas, tanto do lado palestino como do lado israelense". Apresentação: Américo Martins e Camila OlivoProdução: Bruna Sales, Bel Campos e Alessandra FerreiraEdição: Raphael Paco
Edição de 16 de Junho 2023
A um ano das eleições europeias, o Velho Continente vive mergulhado numa guerra e numa espiral de inflação que exigem respostas das sociedades e das elites políticas. As tensões demográficas, das migrações ou dos regionalismos espreitam também a agenda de um espaço social e económico que tem afirmado o clima e o digital como pilares estratégicos. Como responder a todos estes desafios? A Europa precisa de rever a sua arquitetura institucional? Como aproximar os cidadãos do seu próprio Continente? As respostas de Ricardo Borges de Castro, diretor associado e chefe do programa «Europa no Mundo» do European Policy Centre e de Madalena Meyer Resende, professora no Departamento de Estudos Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – NOVA FCSH. Uma conversa moderada pelo jornalista José Pedro Frazão.
O escritor e cientista político português João Pereira Coutinho fala dos protestos contra Lula em sua visita a Portugal, que não se limitaram à “extrema direita”. Também explica como a esquerda do país se apropriou da Revolução dos Cravos apesar de ter perdido a disputa política por ela, comenta a decepção de Chico Buarque com os rumos da democracia portuguesa e diz como os portugueses veem a guerra na Ucrânia. JOÃO PEREIRA COUTINHO é escritor, doutor em ciência política e relações internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e colunista da Folha de S.Paulo. Inscreva-se e receba a newsletter: https://bit.ly/2Gl9AdL Confira mais notícias em nosso site: https://oantagonista.uol.com.br/ https://crusoe.uol.com.br/ Acompanhe nossas redes sociais: https://www.fb.com/oantagonista https://www.twitter.com/o_antagonista https://www.instagram.com/o_antagonista https://www.tiktok.com/@oantagonista_oficial No Youtube deixe seu like e se inscreva no canal: https://www.youtube.com/c/OAntagonista
Esta é a mais recente medida da Junta militar contra os meios de comunicação franceses. O Burkina Faso viveu dois golpes no ano passado e continua a lutar contra uma insurgência jihadista que se espalhou do vizinho Mali, em 2015. O Burkina Faso expulsou os correspondentes do Le Monde e Libération este domingo, 2 de Abril. As autoridades do Burkina Faso já tinham suspendido as transmissões da France 24, na semana passada, depois do canal ter transmitido uma entrevista ao chefe da Al Qaeda no norte de África, alegando tratar-se de “parte de um processo de legitimação da mensagem terrorista”. A Junta militar também tinha suspendido as emissões, da RFI, em Dezembro de 2022.O jornal Libération protestou a decisão de expulsões e sugeriu que estavam relacionadas com a uma investigação sobre as circunstâncias em que um vídeo foi filmado, mostrando crianças e adolescentes a serem executados num quartel militar por um soldado não agradou a Junta no poder em Burkina Faso. Depois da publicação do artigo, o porta-voz do governo de transição condenou “manipulações disfarçadas de jornalismo para manchar a imagem do país”."A junta militar considera que esses dois meios de comunicação franceses produziam informações que não condiziam com factos que decorriam no terreno", sublinha o investigador e doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, Régio Conrado. Existe um sentimento crescente contra os órgãos de comunicação franceses aponta, ainda, o investigador. "Há uma certa sensibilidade por parte de alguns Estados africanos em relação às narrativas conduzidas pelos órgãos de comunicação ocidentais", lembra.
A Ucrânia prepara-se para utilizar os tanques Leopard 2 no esforço por recuperar território ocupado pela Rússia desde que começou a invasão, há quase um ano. O “fumo branco” alemão demorou a obter, por motivos que exploramos neste episódio, e que podem ajudar-nos a antever os próximos passos da guerra. Oiça o podcast Mundo a seus pés, com Mónica Dias, professora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, e Cristina Peres, jornalista de do Expresso que acompanha assuntos alemãesSee omnystudio.com/listener for privacy information.
No episódio desta semana, tratamos sobre as perspectivas da nova gestão do governo Lula a frente da Petrobrás, com o presidente Jean Paul Prates. Conversamos com o economista do Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais) e do Observatório Social do Petróleo (OSP), Eric Gil Dantas.
Como controlar o poder das novas tecnologias, e das grandes tecnológicas? Que papel cabe aos reguladores e aos poderes públicos? Neste programa, com moderação do jornalista José Pedro Frazão, a antiga ministra da Ciência e Ensino Superior, a deputada do Parlamento Europeu Maria da Graça Carvalho e a especialista Mariana Tavares, consultora das Nações Unidas para questões de política da concorrência e investigadora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.
Em França, estreou, esta quarta-feira, o filme "Tirailleurs", do realizador Mathieu Vadepied, que conta a história dos fuzileiros da África Ocidental e Central que participaram na Primeira Guerra Mundial. Um filme de reconciliação entre a memória francesa e africana ou de despertar de feridas nunca fechadas? O investigador Régio Conrado espera que o filme contribua para a “reconstrução da dignidade africana” e para a “desconstrução de mitos” ligados à história das duas guerras mundiais. Teriam sido mais de 200 mil os chamados “tirailleurs sénégalais” [“fuzileiros senegaleses”] na Primeira Guerra Mundial, o conflito retratado no filme que estreia hoje em França. O contingente foi criado no final do século XIX no Senegal - daí o nome - e abarcava soldados da África ocidental e central que participaram também na Segunda Guerra Mundial (cerca de 150 mil), na guerra da Indochina (cerca de 60 mil) e na guerra da Argélia. Régio Conrado, investigador moçambicano associado ao Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, começa por destacar que o filme permite “uma revalorização da participação destes africanos do oeste e da África central durante a Primeira Guerra Mundial”, mas também uma “desconstrução dos mitos à volta das duas guerras mundiais em que que os africanos participaram e deram uma grande contribuição para a vitória dos aliados, em particular da França”. “Os franceses, durante muitos anos, desconsideraram a participação destes negros. Nós vimos a forma como foram recebidos aquando da entrada das tropas francesas e americanas em Paris [no desfile de vitória] em que os negros foram praticamente excluídos. Quer dizer que a França tentou renegar uma parte importante da sua história. Sem a participação destes negros, negros africanos, a sua vitória ou o seu desempenho militar teria sido muito fraco”, lembrou o também professor na Universidade Eduardo Mondlane Mondlane, em Maputo. Além disso, o filme faz mais do que interrogar “aquilo que são as diferentes memórias e as diferentes narrativas históricas”. O filme vem introduzir-se na trajectória da reconstrução da dignidade africana porque, com a ideia que os africanos participaram activamente na Primeira Guerra Mundial e na Segunda Guerra Mundial, obviamente que dá uma dignidade aos africanos, dizendo que nós participámos para a protecção da liberdade. Régio Conrado explica que “durante a guerra, os africanos eram usados como carne para canhão” e, como se vê no filme, “a morte de africanos na frente de combate não criava tantos sobressaltos comparativamente ao que podia acontecer aos brancos franceses”. Ou seja, o filme abre a possibilidade de “rediscutir uma parte da memória francesa, que não quer ser discutida, que é o problema do racismo estrutural que estava presente tanto da parte do Estado francês, assim como dos próprios oficiais superiores das Forças Armadas francesas”. “Tirailleurs” tem como protagonista o conhecido actor francês Omar Sy e é dos primeiros filmes a falar abertamente dos “tirailleurs”. Em 2006, “Indigènes” de Rachid Bouchareb, contava a participação na Segunda Guerra Mundial de soldados das antigas colónias francesas, mas apenas oriundos do Magrebe. Porquê este silêncio? "Porque a França não queria reconhecer o papel determinante que esses soldados africanos tiveram no seio da guerra. Porque a França foi derrotada e só veio a estar no campo dos vencedores não tanto porque conseguiu participar de forma estruturante para derrubar o exército alemão, mas, em parte, por causa da utilização massiva dos africanos. Temos os ‘tirailleurs sénégalais' mas também temos os que vinham da Argélia, da Tunísia, de Marrocos e que participaram activamente para que a França tivesse alguma capacidade de projecção militar", responde Régio Conrado. Este filme abre, assim, a possibilidade de reconciliação entre as memórias francesa e africana, por um lado, e, por outro, o despertar de feridas nunca fechadas: "Há duas possibilidades. A primeira é uma luta da reconstrução e desconstrução de uma narrativa que consistia em não reconhecer os ‘tirailleurs sénégalais' que foram determinantes neste processo. O segundo aspecto é que vai abrir feridas porque estas pessoas que deram a sua vida a favor da França não recebiam as pensões correctas e eram - ou são, para alguns ainda vivos - desprezados. Tudo isto vai questionar a relação profunda que a França tinha com as suas colónias”, acrescenta o investigador, lembrando que esses soldados “foram obrigados a participar numa guerra que não era deles". No dia em que o filme chega às salas, o governo francês informou que estes antigos combatentes vão poder regressar aos seus países e continuarem a receber as pensões de reforma. Até agora, eles eram obrigados a viver metade do ano em França para poder aceder a essa ajuda financeira. Uma “grande vitória”, considera Régio Conrado, ainda que admita que “vem tarde”. Em França, estima-se que só estejam vivos cerca de 40 antigos ‘tirailleurs' e têm mais de 90 anos.
Nos últimos anos, governos de esquerda com pautas ambientais relevantes estão ganhando força na América Latina. No Brasil, após quatro anos do governo de Jair Bolsonaro, a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência gera grande expectativa em relação a questões sociais e ao meio ambiente a partir de 2023. Na Colômbia, Gustavo Petro assumiu a presidência em agosto deste ano, com propostas de diminuição das emissões de gás carbônico, de implementação de direitos da natureza e de acabar com o uso de combustíveis fósseis. No Chile, o presidente Gabriel Boric é um dos principais apoiadores da nova proposta de constituição do país. O documento, que reconheceria a diversidade dos povos indígenas chilenos e iria garantir à natureza direitos análogos aos dos seres humanos, foi rejeitado pela população em setembro. Neste episódio do LatitudeCast, conversamos com Fabricio Pereira da Silva, professor do Departamento de Estudos Políticos e da Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), sobre as dificuldades que esses governos podem enfrentar e o que pode vir a seguir em termos de políticas ambientais.
A resposta a essa questão, que dá título ao livro recém-lançado dos cientistas políticos Thomás Zicman de Barros e Miguel Lago, passa pelo uso do termo no plural. “São populismos”, afirma Thomás. Em conversa com Renata Lo Prete, o pesquisador do Centro de Estudos Políticos da Sciences Po Paris conta que a dupla se interessou pelo tema ao constatar a utilização indiscriminada da palavra para descrever ideias e práticas de personagens tão díspares quanto Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT). Uma confusão que “normaliza a extrema-direita" e “estigmatiza a esquerda". Para Thomás, embora existam elementos comuns a diferentes tipos de populismo (como a oposição discursiva entre "povo" e "elites" e uma espécie de transgressão das formas tradicionais de fazer política), um abismo separa os dois projetos em questão. Em sua avaliação, o populismo de Lula é “emancipador”, porque incorpora ao debate setores subalternizados. Enquanto o de Bolsonaro seria “reacionário”, permanentemente mobilizando ressentimentos e medo de transformações sociais. Ao atrair ex-adversários, o petista “reforça sua característica conciliadora”, na contramão do entendimento do presidente de que o oponente é sempre "alguém a ser destruído".
Passado o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, ambos os candidatos começam a traçar suas estratégias para conquistar os eleitores que faltam para vencer no segundo turno. Analistas ouvidos pela RFI Brasil apontam as tendências de migração de eleitores de ambos os lados, com uma margem possivelmente mais vantajosa para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os especialistas destacam, contudo, o expressivo aumento dos votos em Bolsonaro (PL) em comparação com as previsões dos institutos de pesquisa. Para o cientista político Gaspard Estrada, do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Sciences Po, já é uma tradição que “o candidato do PT pontue melhor nas pesquisas do que no resultado das urnas, no primeiro turno”. A surpresa, entretanto, “é o resultado do presidente Jair Bolsonaro, bem acima das previsões dos institutos de pesquisa, o que também se verificou em relação às eleições estaduais, para a Câmara e o Senado”, destaca Estrada. O especialista explica essa situação por meio de “um voto útil em favor do presidente Bolsonaro, fato que justifica um resultado inferior ao previsto pelas pesquisas nos candidatos da terceira via”. De acordo com o cientista político, houve uma forte migração dos votos dos candidatos Simone Tebet (MDB) e de Ciro Gomes (PDT) para Bolsonaro no primeiro turno. Ele também destaca que os votos brancos e nulos, que ficavam na faixa de 8% nas pesquisas, não passaram de 4% nas urnas. “Houve esse movimento na reta final, que já havia acontecido em 2018, e explica esse resultado muito bom do Bolsonaro por exemplo em São Paulo, onde as pesquisas previam vitória do Lula e foi uma vitória clara do Bolsonaro”, afirma Estrada, destacando um segundo turno muito competitivo à frente. “Não será uma campanha fácil para o Lula”, acrescenta. Quando perguntado se o presidente Jair Bolsonaro tem chances de ganhar as eleições, Estrada destaca a força do estado de Minas Gerais no contexto brasileiro. “Em teoria, Bolsonaro pode virar. O governador Romeu Zema (Partido Novo), de Minas Gerais, foi reeleito e pode declarar voto em Bolsonaro. Se ele reverter o voto em Belo Horizonte, a cidade funciona como uma espécie de laboratório para o país”, observa. "Entretanto, essa não será uma tarefa fácil, pois Bolsonaro já capturou uma fatia importante dos que aderiam ao voto útil em favor dele”, calcula. "Bolsonarismo mais forte do que se pensava" Hervé Théry, geógrafo do Centro Nacional de Pesquisas Científicas da França (CNRS) e da Universidade de São Paulo (USP), diz ter ficado surpreso com o bom desempenho de Jair Bolsonaro nas urnas. “Bolsonaro está mais forte do que se pensava”, declara. Para ele, o Brasil está dividido em três grupos: “o Sul como se previa votou no Bolsonaro; o Sudeste está dividido e o Nordeste e parte do Norte votam no Lula”, afirma. “Porém, uma parte significativa do Norte e do Centro-Oeste apoiam Bolsonaro com 69 e 70% dos votos. São pessoas que querem ter armas, que são a favor do desmatamento e de retirar os índios dali. Esses grupos estão se deliciando”, diz o analista político. Entre os estados citados por Therry estão Roraima, onde Bolsonaro obteve quase 69% dos votos, e o Acre, onde o presidente fez 64%. “São regiões que votavam no Lula e estados onde há desmatamento e que agora votam Bolsonaro”, conclui. Sobre o fato de Lula ter tido uma vantagem sobre Bolsonaro inferior ao que previam os institutos de pesquisas, Hervé Théry destaca o “voto de vergonha”. Enquanto a previsão era de uma vantagem de até 15% para a esquerda, os resultados das urnas apontaram diferença de apenas 5% entre Lula e Bolsonaro. “Isso aconteceu também na França, as pessoas que iam votar no Reunião Nacional (extrema direita) mentiram nas pesquisas, pode ser de vergonha, e na urna votaram para Le Pen”, compara Therry. O novo Congresso Nacional Os dois analistas observam a formação de um Congresso Nacional mais conservador no Brasil do que 4 anos atrás. “Haverá uma redução da fragmentação partidária, o PL terá quase 100 deputados, o que não se via desde a era FHC”, destaca Gaspard Estrada. Para Hervé Théry, a nova configuração do Congresso é um sinal do “naufrágio da direita clássica, que vem perdendo feio. E isso abre um ‘boulevard' para direita mais radical e leva eles ao poder”, destaca. “O PT cresceu, mas de maneira insuficiente para ter a maior bancada. Por outro lado, a base do presidente Bolsonaro, PL - PP - Republicanos cresceu. Assim, mesmo no caso de um governo Lula, ele terá dificuldade para aprovar as pautas do seu interesse”, acredita o geógrafo. “A boa notícia é que a campanha vai ser mais calma no segundo turno, já que há essa perspectiva dos bolsonaristas de ganharem na eleição, então não vale a pena fazer bagunça”, conclui.
Uma conversa para iniciados sobre as Relações Internacionais no Séc. XXI.
Emmanuel Macron, presidente francês, chegou na segunda-feira a Yaoundé, nos Camarões, na sua primeira deslocação a África desde a sua reeleição. Esta é a primeira paragem deste périplo que vai levar Emmanuel Macron também ao Benim e à Guiné-Bissau. Nos Camarões, Emmanuel Macron tem encontro marcado para esta terça-feira com o seu homólogo, Paul Biya, de 89 anos de idade, 40 dos quais à frente do país. Em cima da mesa estarão as possibilidades de investimento francês na agricultura camaronesa e os desafios da luta antiterrorista no norte do país. O chefe de estado francês vai tentar relançar os laços entre os dois países. No plano económico, a França tem vindo a perder terreno em detrimento da China por exemplo. No plano militar, os franceses também têm visto a Rússia assinar acordos com as autoridades camaronesas. Para Régio Conrado, do Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, esta visita de Emmanuel Macron é apenas cosmética porque não vai surtir nenhum efeito, visto que a França perdeu a sua influência na Região. Na quarta-feira, o chefe de Estado francês segue para o Benim, cujo norte enfrenta um aumento de ataques mortais, numa altura em que a ameaça jihadista está instalada desde o Sahel até aos países do Golfo da Guiné. O périplo de Emmanuel Macron termina na quinta-feira, na Guiné-Bissau, onde vai reunir-se com o presidente Umaro Sissoco Embaló, que assume a liderança da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os desafios para o próximo Governo: Brexit, união interna e relação com a Europa. Uma conversa com o professor André Azevedo Alves do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa e da Universidade de St Mary em Londres.
Bianca Pyl e Luís Brasilino conversam com os cientistas políticos Fábio Kerche e Marjorie Marona, autores do livro “A política no banco dos réus: a Operação Lava Jato e a erosão da democracia no Brasil” (https://bit.ly/3zCp88u), lançado em abril pela editora Autêntica. A obra percorre a trajetória da Operação Lava Jato e analisa seus impactos na criminalização da política. Falamos sobre as alterações institucionais produzidas a partir da Constituinte de 1988 que permitiram o surgimento de uma operação como a Lava Jato, as medidas de exceção adotadas, o papel da imprensa e a criminalização da política, a partidarização da operação, os abalos ao sistema político como um todo, a influência nas eleições de 2018, a participação de Sergio Moro no governo Bolsonaro, o combate à corrupção pela gestão atual, as informações reveladas pela Vaza Jato e pela Operação Spoofing e muito mais! Fábio é doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo e professor do Departamento de Estudos Políticos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio); e a Marjorie é bacharel em Direito e doutora em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), instituição na qual é professora do Departamento de Ciência Política. Trilha: The Wailers, “Get up, stand up” (Bob Marley e Peter Tosh); e João Gilberto, “O pato”.
Lívia Franco é professora e investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar -> Livro «Política a 45 Graus». _______________ Índice da conversa: (06:09) Início da conversa: a guerra resulta de um erro de cálculo de Putin? | Ensaio de Putin sobre a Ucrânia. Os filósofos que influenciam Putin. | Motivações securitárias vs identitárias. Teoria realista das relações internacionais. | Discurso de Putin no “Dia da Vitória”. (28:46) Que importância têm as populações russófonas da Ucrânia? Livro «O Choque das Civilizações e a Mudança na Ordem Mundial», de Samuel P. Huntington (35:15) Cenários para o fim da guerra, compromissos possíveis. OSCE. (50:40) Cenários para a Ordem Mundial pós-guerra. Livro «O fim da História», de Francis Fukuyama. | O efeito da pandemia (56:46) É hoje mais provável uma invasão de Taiwan pela China? Impacto no “resto do Mundo”. | Impacto na Europa: inquérito aos cidadãos europeus. | Conseguirá a China unir um polo por si dominado? (1:06:21) É legítimo o alargamento da NATO à Finlândia e Suécia? (1:09:44) Livro recomendado: Putin's World: Russia Against the West and with the Rest Hardcover, by Angela Stent _______________ Desde a invasão da Ucrânia, a 24 de fevereiro, que a guerra tem dominado a discussão no espaço público. Tenho hesitado, porém, em trazer um tema tão volátil ao 45 Graus, tendo em conta um dos princípios do podcast: que cada episódio seja o mais perene possível -- isto é, que perca pouco em ser ouvido 1, 2 ou 5 anos depois de ter sido gravado. E, no entanto, este é, de facto, um tema incontornável -- e um evento que, qualquer que venha ser o desfecho, veio alterar a Ordem Mundial de maneira irreversível. E imprevisível, também? No início da guerra -- que apanhou (quase) todos de surpresa -- provavelmente sim, mas agora que passam já 3 meses do início da invasão, numa altura em que as posições da Rússia, da Ucrânia e o Ocidente e, igualmente importante, o resto do mundo começam já a ficar claras, achei que era uma boa altura para finalmente trazer o tema ao podcast. Nesta conversa com Lívia Franco, abordámos três aspectos essenciais para compreender a guerra e as suas implicações geopolíticas: Primeiro, as motivações da Rússia para a invasão. Eu sei que este é um tema pisado e repisado, mas é mais complexo do que transparece da análise muitas vezes apressada das televisões, por isso vale a pena aprofundá-lo com a calma e profundidade que um podcast proporciona. A verdade é que as motivações russas são complexas e difíceis de discernir. Há quem veja na invasão simplesmente a loucura de um déspota isolado pela pandemia, que vê neo-nazis em todo o lado. Mas essa explicação é, necessariamente, curta. Já todos vimos também a invasão ser descrita numa lógica mais consequente como a vontade de Putin em recuperar o território da antiga URSS; mas também é muitas vezes descrita como uma reacção à ameaça trazida pela suposta intenção da Nato de expandir a leste. Da mesma forma, há quem diga que a preocupação da cúpula russa está não tanto no território ou estritamente na ameaça bélica, mas sobretudo na aproximação dos governos e da política ucraniana nos últimos anos na direcção das democracias liberais ocidentais. E há mesmo quem sugira, como faz a convidada, que a guerra tem também a intenção de afirmar o poder russo num mundo a convergir para dois polos: EUA e China. Vale, por isso, a pena tentar perceber melhor estas explicações políticas e, sobretudo, o modo como se relacionam entre si. O segundo aspecto que abordámos na conversa é o passo seguinte: qual poderá ser o desfecho da guerra? Nesta altura, parece quase certo que nem a Rússia nem a Ucrânia irão poder cantar vitória e que o desfecho terá de decorrer, por isso, pela via negocial. E aí, que cedências, que compromissos poderão estar em cima da mesa? O que poderá ser aceitável para ambos os lados e, desejavelmente, dar alguma estabilidade geopolítica. E, finalmente, o terceiro tópico que discutimos, que está relacionado com este, é o mais importante de todos: que implicações terá esta guerra na Ordem Mundial? A convidada lembra a certo ponto a famosa tese do cientista político norte-americano Francis Fukuyama, no seu livro de 1992, «O fim da História». Segundo esta tese, a queda da URSS, que acabava de ocorrer -- e, com ela, do modelo comunista -- trazia consigo a convergência do Mundo inteiro para a ordem liberal do modelo ocidental: com democracia, economia de mercado, defesa dos direitos humanos, respeito pela integridade territorial dos Estados e da auto-determinação dos povos. No meu livro, pego na tese de Fukuyama para mostrar que esta era demasiado optimista no que diz respeito à suposta superioridade prática das democracias, como tem ficado evidente com a expansão dos populismos este século. Na nossa conversa, a convidada assinala como a tese de Fukuyama estava também errada na sua vertente geopolítica, uma vez que, apesar do sistema de instituições multilaterais que hoje existem, como a ONU, e da integração da economia mundial, ainda é possível a líderes autocráticos usar o seu poder e capacidade de acicatar sentimentos nacionalistas entre a população para invadir outros países, desrespeitando estes princípios. A invasão da Ucrânia veio, assim, mostrar que esta expectativa era ingénua. Ao mesmo tempo, a acção da Rússia forçou os países, sobretudo aqueles com mais peso geopolítico, a porem as cartas na mesa: contra a Rússia (como a generalidade dos países ocidentais) ou a favor desta -- ou, pelo menos, assumindo uma postura ambígua, como países como a Índia têm tentado fazer. E o retrato que tem emergido é, aliás, menos harmonioso do que possa parecer aos olhos ocidentais, pois nem todos os países estão dispostos a alinhar na postura de condenação absoluta ao regime de Putin. O que parece hoje quase certo é que a invasão da Ucrânia irá alterar a Ordem Mundial. Mas para onde? Segundo a convidada, a acção da Rússia, ao invés de dar um renovado peso na arena mundial pode, pelo contrário, precipitado a tendência que vinha ganhando forma este século: a emergência de um mundo bipolar dividido entre os EUA e a China. _______________ Obrigado aos mecenas do podcast: João Teixeira, Gualter Agrochão, Ricardo Evangelista, Julie Piccini, Ana Raquel Guimarães Ricardo Santos, Bruno Heleno, Mário Teixeira, António Santos, bfdc, GalarÓ family, Manuel Canelas, Fernando Nunes, Luis Fernambuco, JosÉ LuÍs Malaquias, Francisco Hermenegildo, Nuno Costa, Abilio Silva, Salvador Cunha, Cesar Carpinteiro, Pedro Lima Ferreira, Miguel van Uden, JoÃo Ribeiro, Nuno e Ana, JoÃo Baltazar, Miguel Marques, Margarida Varela, Corto Lemos, Carlos Martins Tiago Leite, Tomás Costa, André Gamito, Isabel Moita, B Cortez, João Teixeira, Miguel Bastos, Ricardo Leitão, Tiago Taveira, Diogo Costa, AntÓnio Rocha Pinto, Ana Pina, Alberto Alcalde, GonÇalo Morgado, Joao Alves, Geoffrey Marcelino, Luis, Maria Pimentel, RB, Gabriel Sousa, Mário LourenÇo, Andreia Esteves, Ana Cantanhede Arune Bhuralal, Isabel Oliveira, Ana Teresa Mota, Francisco Fonseca, JoÃo Nelas, Tiago Queiroz, AntÓnio Padilha, Rita Mateus, Daniel Correia, Joao Saro, Pedro Gaspar, Dario Rodrigues, David Gil, Bernardo Pimentel, Tiago Parente, Emanuel Saramago, Daniel Pais, Miguel Jacinto, Luís Santos, Bernardo Pimentel, tati lima, Teresa Melvill de AraÚjo, FÁbio Videira Santos, Rui Martins, Helena Pinheiro, Tiago Agostinho, Miguel Jacinto, InÊs Ribeiro, Sofia Ferreira, JC Pacheco, Catarina Fonseca, Pedro On The Road, Carla Bosco, GonÇalo Baptista, Joana Pereirinha, ZÉ, JosÉ Fangueiro, Rita Noronha, Pedro RomÃo, JoÃo Pereira Amorim, SÉrgio Nunes, Telmo Gomes, Antonio Loureiro, Beatriz Bagulho, Tiago Stock, Gabriel Candal, FÁbio Monteiro, Joao Barbosa, Rita Sousa Pereira, HENRIQUE PEDRO, CloÉ Leal de MagalhÃes, Francisco Moura, Rui Antunes7, Joel, Pedro L, JoÃo Diamantino, Nuno Lages, JoÃo Farinha, Henrique Vieira, AndrÉ Abrantes, HÉlder Moreira, JosÉ Losa, JoÃo Ferreira, Rui Vilao, JoÃo Pereira, Goncalo Murteira Machado Monteiro, Luis Miguel da Silva Barbosa, Bruno Lamas, Diogo Rombo, Francisco L. Bermudes, Maria Francisca Couto, Alexandre Freitas, Afonso Martins, JosÉ ProenÇa, Jose Pedroso, Telmo , Francisco Vasconcelos, Duarte , Luis Marques, Joana Margarida Alves Martins, TomÁs Lucena, Margarida Costa Almeida, JoÃo Lopes, Bruno Pinto Vitorino, Margarida Correia-Neves, miguel farracho, Teresa Pimentel, GonÇalo de Paiva e Pona , Tiago Pedroso, GonÇalo Castro, InÊs InocÊncio, Hugo Ramos, Pedro Bravo, AntÓnio Mendes Silva, paulo matos, LuÍs BrandÃo, TomÁs Saraiva, Nuno Malvar, Ana Rita Laureano, Manuel Botelho da Silva, Wedge, Bruno Amorim InÁcio, Manuel Martins, Ana Sousa Amorim, Robertt Valente, Miguel Palhas, Maria Oliveira, Filipe Melo, Gil Batista Marinho, Cesar Correia, Diogo Silva, PatrÍcia EsquÍvel , InÊs PatrÃo, Daniel Almeida, Paulo Ferreira, Macaco Quitado, Pedro Correia, Francisco Santos, Antonio Albuquerque, Renato Mendes, JoÃo Barbosa, Margarida GonÇalves, Andrea Grosso, JoÃo Pinho , JoÃo Crispim, Francisco Aguiar , Joao Diogo, JoÃo Diogo Silva, JosÉ Oliveira Pratas, Vasco Lima, TomÁs FÉlix, Pedro Rebelo, Nuno GonÇalves, Mariana Barosa, Francisco Arantes, JoÃo Raimundo, Mafalda Pratas, Tiago Pires, Luis Quelhas Valente, Vasco SÁ Pinto, Jorge Soares, Pedro Miguel Pereira Vieira, Pedro F. Finisterra, Artur Castro Freire _______________ Esta conversa foi editada por: Hugo Oliveira _______________ Bio: Lívia Franco é Professora Associada e Investigadora Principal no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. É autora e coordenadora de obras e artigos nas suas áreas de especialização. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Foi bolseira da FCT e da FLAD. Foi Visiting Scholar na Universidade de Brown e Fulbrighter PhD student no Boston College, EUA. Foi FLAD Visiting Professor na Universidade de Georgetown no semestre de Outono de 2021. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia.
No #RodaViva, a jornalista Vera Magalhães recebe o cientista político e professor Paulo Sérgio Pinheiro. Paulo Sérgio Pinheiro foi ministro da Secretaria de Estado de Direitos Humanos do governo Fernando Henrique Cardoso, e participou de diversas comissões de Direitos Humanos da ONU, para países como o Timor Leste, Burundi, Togo e Mianmar. Atualmente, preside a Comissão Independente Internacional de Investigação da ONU para a Síria, com sede em Genebra. Foi um dos fundadores da Comissão Arns de Direitos Humanos e também integrou a Comissão da Verdade, que apurou os crimes da ditadura militar no Brasil. Doutor em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris e licenciado pela Universidade de Vincennes, ele foi professor titular na Universidade de São Paulo. Também lecionou nas universidades de Brown, nos Estados Unidos, Oxford, na Inglaterra, e na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris.
Lívia Franco é professora e investigadora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEPUCP) e Investigadora Associada do think-tank pan-europeu European Center for Foreign Relations (ECFR). Leciona e investiga nos domínios da Política Internacional Contemporânea, Política Externa Portuguesa, Política Europeia e Questões de Democracia e Segurança e Defesa. Doutorou-se em Ciência Política pelo IEP-UCP e é Mestre em Relações Internacionais pela Universidade de Lovaina. Lívia Franco é ainda comentadora residente na SIC Notícias e comentadora habitual noutros media sobre Assuntos Internacionais e de Política Europeia. -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar
O sentimento de pertença à Europa é algo comum a Duarte Costa e Inês Massena. O professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa Nuno Sampaio dá a sua perspectiva sobre no que consiste a identidade europeia entre os jovens portugueses na actualidade. Neste P24, os alunos de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social Constança Vilela, Joana Margarida Fialho e Manuel Rocha e Leite procuraram perceber de que forma é que pertencer à União Europeia une os jovens portugueses. Esta é uma reportagem que pode ouvir na íntegra no Repórter 360.
Neste episódio, produzido pela ESCS FM (rádio da Escola Superior de Comunicação Social) em parceria com o PÚBLICO, os estudantes Constança Vilela, Joana Margarida Fialho e Manuel Rocha Leite procuraram perceber de que forma é que o sentimento europeísta se expressa entre os jovens portugueses. Constance Desplanque, Duarte Costa e Inês Massena são três jovens europeus que não esquecem o que viver num espaço comum implica. À oportunidade de viajar sem entraves junta-se a sensação de segurança e a perspectiva de uma estabilidade reconfortante. Mas afinal, o que significa ser europeu? O professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa Nuno Sampaio aborda o conceito de identidade europeia na actualidade.
O Observatório Social da Petrobras (OSP) aponta que, se as refinarias que fazem parte do plano de desestatização da Petrobras já tivessem sido privatizadas, estariam vendendo a gasolina por um preço, em média, 19% mais caro do que o cobrado hoje sob gestão da estatal. Já o diesel S-10 custaria 12% acima do valor atual. Para falar sobre o assunto, Jota Batista conversa no Espaço Aberto com o Economista do Observatório Social da Petrobras e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Eric Gil Dantas.
Neste episódio, produzido pela ESCS FM (rádio da Escola Superior de Comunicação Social) em parceria com o PÚBLICO, os estudantes Constança Vilela, Joana Margarida Fialho e Manuel Rocha Leite procuraram perceber de que forma é que o sentimento europeísta se expressa em Portugal. Constance Desplanque, Duarte Costa e Inês Massena são três jovens europeus que não esquecem o que viver num espaço comum implica. À oportunidade de viajar sem entraves junta-se a sensação de segurança e a perspectiva de uma estabilidade reconfortante.O professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica de Lisboa, Nuno Sampaio aborda o conceito de identidade europeia na atualidade. Reportagem de Constança Vilela, Joana Margarida Fialho e Manuel Rocha e Leite; Coordenadoria de Inês Malhado; Genérico de Luís Batista e design de Carlota Real e Cláudia Martina. Sonoplastia - Músicas utilizadas pela respectiva ordem: “Eggs and Powder” - Muffuletta (Blue Dot Sessions), “Picnic March” - Bitters (Blue Dot Session) e “Slim Heart” - Bitters (Blue Dot Sessions). O programa Repórter 360 faz parte da rede de podcasts associados do PÚBLICO, entre os quais estão Histórias de Portugal, 45 Graus e O Fred e a Inês falam de coisas. Subscreve o Repórter 360 no Spotify, na Apple Podcasts ou noutras aplicações para podcast. Conhece os outros podcasts do PÚBLICO em publico.pt/podcasts.
Em seguidos eventos, o presidente da República vem renovando os ataques a ministros do Supremo e os sinais de que não pretende se conformar com uma eventual derrota nas urnas em outubro. Faz parte do pacote o aceno permanente aos militares - como na cerimônia recente em que qualificou o Ministério da Defesa como superior aos demais “por ter a tropa na mão”. É da Defesa, aliás, que Jair Bolsonaro retirou o general da reserva recém-filiado ao PL dado como certo no posto de vice da chapa. Walter Braga Netto seria “uma espécie de Hamilton Mourão, porém fiel e sem agenda ou cabeça própria”, nas palavras de Christian Lynch, professor no Instituto de Estudos Políticos e Sociais da UERJ. E ainda renovaria o seguro anti-impeachment do presidente - assim como o vice atual, é uma figura que o Congresso não se animaria a instalar no Palácio do Planalto. Na conversa com Renata Lo Prete, Lynch passa em revista a trajetória de Braga Neto, que foi interventor federal no Rio de Janeiro durante o mandato de Michel Temer e teve atuação para lá de questionada como coordenador, na Casa Civil, do enfrentamento da pandemia. O cientista político avalia que as ameaças de Bolsonaro vieram para ficar. “Precisa encenar o tempo todo que teria o poder de dar um golpe”, diz ele, que prevê alta instabilidade em caso de fracasso do projeto reeleitoral.
Neste episódio, Ana Frazão conversa com Christian Lynch, historiador, cientista político e jurista. Professor de Pensamento Político Brasileiro no Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ), Pesquisador da Fundação Casa de Rui Barbosa e Professor do Programa de Pós-Graduação em Direito na Universidade Veiga de Almeida, Christian Lynch tem como uma de suas especialidades a história do pensamento político brasileiro. Dentre os importantes temas abordados no episódio estão as distinções entre liberalismo, socialismo e conservadorismo, assim como as diferenças entre os liberais democratas, que defendem as liberdades individuais e políticas, e os neoliberais, que defendem os livres mercados mesmo que ao preço da ruína do Estado de Direito e da aproximação com tendências plutocráticas e oligárquicas. Especial ênfase é dada à formação do pensamento político brasileiro, inclusive para entendermos as alianças entre liberalismo e golpismo que já existiram, bem como o arranjo ideológico que viabilizou a eleição de Jair Bolsonaro. Dentre os artigos do entrevistado que podem ser consultados por aqueles que querem conhecer melhor a sua obra, encontram-se “Cartografia do Pensamento Brasileiro”, “Por que pensamento e não teoria?”, “Idealismo e Realismo”, “Por uma história constitucional brasileira” e “Cultura Política Brasileira”. Apresentação: Ana Frazão Produção e Edição: José Jance Marques
2021 teve inflação recorde e a política de preços adotada pela Petrobrás teve papel central para a alta. Confira a análise e perspectivas para 2022. Neste episódio, conversamos com o economista Eric Gil Dantas, do Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais) e do Observatório Social da Petrobrás.
Com cobertura da jornalista Rosangela Meletti e a devida autorização dos organizadores, TUTAMÉIA apresenta ao vivo palestra do ex-presidente Lula no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). A conferência “Qual o lugar do Brasil no mundo de amanhã?” marca os dez anos do título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu da Sciences Po, uma das instituições mais respeitadas do mundo na área de ciência política e social.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou uma palestra, no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). O evento, intitulado “Qual o lugar do Brasil no mundo de amanhã?, celebra os dez anos do título Doutor Honoris Causa concedido pela instituição a Lula. O ex-presidente foi o primeiro latino-americano a receber o título desta que é uma das instituições mais respeitadas do mundo na área de ciência política e social. radio.pt.org.br
Cacau Pereira, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (IBEPS), fala sobre a PEC 32, que vai entregar o serviço público brasileiro para a iniciativa privada, fazendo com que saúde e educação fiquem mais precários. Além de reduzir a qualidade do serviço, a chamada Reforma Administrativa vai atingir os atuais servidores.
Miguel Monjardino é professor visitante de Geopolítica e geoestratégica do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa desde 2001. Colunista do Expresso, comentador dos temas de política e segurança da SIC Notícias, é natural dos Açores, onde vive e criou um programa para ensinar os clássicos gregos aos alunos do ensino secundário. Nesta conversa, fala-nos sobre a evolução da posição norte-americana do mundo, o significado da saída das tropas americanas do Afeganistão e para onde caminha o mundo.
Neste programa, Giselle Camargo conversou com Eric Gil, que é economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais sobre o preço dos combustíveis no Brasil. Tem cidades em que o litro da gasolina já passa dos sete reais e, como tudo neste governo, não há perspectiva de melhora. Gil é um dos autores do estudo Preço Justo Já, que mostra como a gasolina poderia custar 3,60 reais o litro. A questão é a política de preços adotada na Petrobrás pelo ex-presidente Temer e mantida no atual governo.Preço Justo Jáhttps://observatoriopetrobras.com/
Neste programa, Giselle Camargo conversou com Eric Gil, que é economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais sobre o preço dos combustíveis no Brasil. Tem cidades em que o litro da gasolina já passa dos sete reais e, como tudo neste governo, não há perspectiva de melhora. Gil é um dos autores do estudo Preço Justo Já, que mostra como a gasolina poderia custar 3,60 reais o litro. A questão é a política de preços adotada na Petrobrás pelo ex-presidente Temer e mantida no atual governo.Preço Justo Jáhttps://observatoriopetrobras.com/
A dois meses das eleições legislativas, há duas certezas: a chanceler democrata-cristã sai do poder ao fim de 16 anos e os seus parceiros de coligação sociais-democratas passam à oposição. Conversa sobre o futuro da Alemanha, que acaba por ser também sobre o futuro da Europa, com Mónica Dias, diretora do programa de doutoramentos do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica; Miguel Baumgartner, luso-alemão formado em ciência política e estudos europeus; e Cristina Peres, jornalista do Expresso que acompanha os assuntos alemães
A recente sondagem sobre a intenção de voto à Câmara de Lisboa, divulgada pelo Expresso, onde Fernando Medina continua à frente (mas sem maioria), é o ponto de partida para esta conversa. A popularidade e o desempenho do presidente continuam a ser aprovadas pelos Lisboetas mas poderá Carlos Moedas, candidato do PSD, aproximar-se e conquistar a câmara? A liderança de Rui Rio estará em perigo caso o PSD tenha novo desastre nestas Autárquicas? E devemos ter medo do Chega, que ganha terreno especialmente fora dos centros urbanos? David Dinis, diretor-adjunto do Expresso, Marina Costa Lobo, politóloga, Daniel Oliveira, jornalista e André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica foram os convidados deste programa moderado por Ricardo Costa e Ângela Silva e transmitido na SIC Notícias a 23 de Julho
Esta semana, José de Pina irrita-se com um vídeo do seminário organizado pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, onde Mathilde Cohen, investigadora do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS), afirma que a cozinha francesa “reforça o branco como uma identidade racial dominante”. O comentador afirma: "O problema destas pessoas é que depois não têm alternativas. Estão desconfortáveis com o mundo e querem chatear toda a gente à volta". Carla Quevedo irrita-se com os rótulos. "São uma forma muito confortável de pensar sobre os outros". Luís Pedro Nunes traz-nos "o drama das pizzas com ananás" e recusa-se a ter uma opinião militante sobre o assunto. Por fim, Joana Marques, aponta três exemplos de como o futebol moderno está a afetar a cabeça das pessoas. Com moderação de Pedro Boucherie Mendes, o Irritações foi emitido a 16 de julho na SIC Radical e terminou com a música "Inatel", de David & Miguel
No lançamento da Campanha “Quem luta pelo Brasil, defende a Petrorás”, o programa apresenta edição especial com a participação de Eric Gil Dantas, doutor em Ciência Política e economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps), Nazareno Godeiro,escritor e pesquisador do Instituto Latino-americano de Estudos (Ilaese); Eduardo Henrique, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP; e Wil Silva, da Poti Comunicação. Ouça e compartilhe! Conheça e divulgue a Campanha: http://www.eudefendoapetrobras.com.br Produção, operação, edição e apresentação da jornalista Rosa Maria Corrêa.
Pressionado pelos efeitos da pandemia em sua popularidade e pelo cerco da CPI, o presidente da República encontrou um jeito peculiar de demonstrar que tem apoio: as “motociatas”, percursos feitos por ele na companhia de motociclistas, eventos bancados com dinheiro público em que se misturam infrações sanitárias e de trânsito. Neste episódio, Renata Lo Prete conversa com Guilherme Caetano, repórter do jornal O Globo que cobriu o mais recente desses atos, no sábado passado em São Paulo. É ele quem identifica os organizadores e traça o perfil dos participantes (cerca de 12 mil, segundo a Secretaria Estadual da Segurança Pública). Apesar da temática evangélica da convocação, eram, em sua maioria, “integrantes de motoclubes”, diz Guilherme. Segundo ele, tanto pilotos quanto veículos guardavam pouca semelhança com os motoboys que respondem por boa parte dos serviços de entrega nas cidades brasileiras. Participa também o cientista político Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Políticos e Sociais da UERJ. Para ele, o desfile de motos é a forma de manifestação escolhida pelo presidente por dar uma sensação de volume superior ao real - num momento em que a oposição passou a disputar as ruas. E por conversar com seu público mais fiel. Uma “estratégia populista reacionária”, define Lynch. “Mas quando se quer transmitir tanta força é porque ela está em falta na prateleira".
Como olha a Europa para os desenvolvimentos políticos e sociais nos Estados Unidos e como se irá posicionar face à maior disputa entre as duas principais potências - EUA e China - desde a guerra fria? A nossa convidada desta semana é a pessoa ideal para nos explicar tudo isto. Lívia Franco, professora e investigadora principal no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, foi visiting scholar Universidade de Brown e na Boston College como PhD Student, é a nossa convidada desta semana. No próximo outono estará na Georgetown University como visiting professor, uma oportunidade que resulta de uma parceria da FLAD.
No episódio de hoje contamos tudo sobre o Observatório Social da Petrobrás, uma iniciativa de comunicação lançada pela FNP e seus sindicatos para denunciar os efeitos negativos do desmonte e a da privatização da estatal para o país e os brasileiros. Participam conosco o presidente do Sindicato, Rafael Prado, o economista do Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais), Eric Gil Dantas, e o jornalista da Cajuína Filmes, Leandro Olímpio. Siga o Observatório Social da Petrobrás nas redes: Facebook: https://www.facebook.com/search/top?q=Observat%C3%B3rio%20Social%20da%20Petrobr%C3%A1s Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCgMHXXQzJHjiD-lmoc0S9Dg Instagram: observatoriopetrobras Vídeos citados neste episódio: #Preço Justo Já - Bolsonaro mentiroso: https://www.youtube.com/watch?v=UFnBjC_KpYQ As mentiras da Rede Globo sobre a Petrobrás: https://www.youtube.com/watch?v=BFObddRrFR0
A alta dos combustíveis está castigando a população, que fica sem entender porque o preço está tão caro. De um lado, o governo Bolsonaro coloca a culpa nos impostos, de outro, quem entende do assunto diz que o problema é a política de preços praticada pelo governo federal, o chamado PPI (Preço de Paridade de Importação), e a privatização da Petrobrás. Quem está certo nessa história? Confira no programa de hoje com o economista do Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais), Eric Gil Dantas, e o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.
Acompanhe no episódio de hoje os resultados da pesquisa sobre o teletrabalho na Petrobrás, desenvolvida pela FNP em parceria com o Ibeps (Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais). A pesquisa foi realizada entre os trabalhadores da estatal que encontram-se neste regime de trabalho, entre os meses de agosto e setembro. Os primeiros resultados são importantes e já nos dão algumas conclusões sobre a situação destes trabalhadores e sobre a necessidade de seguirmos na defesa dos direitos e de condições adequadas de trabalho no homeoffice. Confira!
A crise em Cabo Delgado no norte de Moçambique preocupa não só os moçambicanos mas também a comunidade internacional com reacções por exemplo de eurodeputados pedindo para uma intervenção da União Europeia em Moçambique para ajudar o país a lutar contra os ataques terroristas. Esta situação provoca mortos, mas também milhares de deslocados que ficam sem telhado e sem comida. Aliás segundo dados oficiais do Governo, há 500 mil deslocados devido às violências e ao conflito. As diferentes associações humanitárias tentam ajudar as pessoas que abandonam as áreas palco de violência, algumas como o Programa Alimentar Mundial admitiam começar a ter dificuldades em dispor de bens alimentares suficientes. Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, explicou-nos a situação que está a ocorrer em Cabo Delgado, admitindo que o Governo moçambicano não tem meios suficientes para aniquilar os terroristas, tendo até agora contido os ataques no Norte do país. “Há duas coisas que se podem dizer a propósito dos fenómenos que estão a ocorrer na Província de Cabo Delgado. A primeira coisa é que todas as situações que temos conhecimento na Província de Cabo Delgado mostram a degradação da situação securitária. O que mostra uma determinada confiança por parte dos grupos terroristas que estão envolvidos naquele contexto. O segundo aspecto é o facto que estamos a constatar que o Estado moçambicano não tem as capacidades estruturais para poder combater por si próprio estes grupos. No entanto apesar das fragilidades estruturais, o Estado moçambicano tem demonstrado algum tipo de capacidade. Se não tivéssemos numa circunstância de um Estado e de um Exército totalmente ineficiente, eu acredito que este conflito já podia ter atingido o Sul da Província de Cabo Delgado, porque neste momento está tudo concentrado na parte central e no Norte. Penso que a estratégia tem sido conter o máximo possível”, frisou o doutorando. Para Régio Conrado, Moçambique precisa de uma ajuda externa: “É complicado que um Estado como o moçambicano consiga de forma estrutural aniquilar este tipo de grupos. O grande problema é que estes grupos têm uma estratégia de guerra que é uma novidade no contexto moçambicano. O Estado não tem capacidade material para aniquilar estes grupos. As capacidades militares estão aquém dos desafios que se mostram no terreno. O Estado moçambicano pediu à União Europeia, à comunidade internacional, para fornecer formações ao nosso Exército, às nossas forças de defesa e segurança. A Região da África Austral não se está a mostrar pro-activa: era preciso que a África do Sul se envolvesse, era preciso que Angola se envolvesse, e também a República Democrática do Congo. Estes três países, do ponto de vista militar, são os países mais importantes da Região. O Estado moçambicano de uma forma geral não pretende uma intervenção directa de forças estrangeiras. Talvez seja necessário como os americanos estão a fazer com a República Centro-Africana que é de apoiar de forma estrutural com formações, do ponto de vista do armamento e da inteligência militar”, realçou. O investigador doutorando admitiu ainda que o Estado moçambicano não tem capacidade para resolver o problema dos deslocados, necessitando a ajuda externa, mas não apenas com sacos de arroz e de milho que atenuam o problema mas não o resolvem: “O drama dos refugiados internos em Cabo Delgado é uma consequência imediata da situação da insegurança na Província. O Estado moçambicano não tem capacidade para resolver o problema dos refugiados internos. A crise humanitária é tão profunda que só pode ser resolvida através de uma articulação internacional. Por enquanto estão aquém dos desafios daquela região. A comunidade internacional tem tido pouca compreensão do que está ali a acontecer. A Província é profundamente pobre e o Governo local não tem capacidade para resolver os problemas. Grande parte das organizações das Nações Unidas estão com dificuldades financeiras para poder alimentar acima de 500 mil deslocados internos, mesmo se são muitos mais. E as famílias deslocadas não têm também capacidades. O Estado está ainda por cima em crise financeira. No entanto as ajudas não podem ser em forma de assistência, porque não é sustentável. É preciso que se procurem mecanismos internos para as famílias terem a capacidade de reprodução social autónoma. Moçambique é um conjunto de problemas, não só de deslocados de Cabo Delgado, mas de deslocados climáticos e também há o problema da fome. A comunidade internacional pode continuar a fazer assistência oferecendo sacos de arroz e de milho, mas isto não resolve o problema. O conflito em Cabo Delgado ainda vai levar tempo. A situação é extremamente explosiva”, concluiu Régio Conrado.
O resultado das eleições presidenciais deste sábado na Costa do Marfim é aguardado com ansiedade por uma população que não esquece as violências pós-eleitorais de 2010, quando morreram cerca de 3.000 pessoas. Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, considera que pode haver “uma crise eleitoral talvez mais severa” que há dez anos e explica porquê. Nesta entrevista, Régio Conrado aborda as consequências do provável anúncio da vitória de Alassane Ouattara, apesar do boicote da oposição, assim como o apelo da oposição para uma transição civil, numa altura em que o antigo presidente sul-africano Thabo Mbeki se manifesta contra um terceiro mandato de Outtara e em que também se fala do nome do antigo chefe de Estado moçambicano Joaquim Chissano para mediar a situação. Para ouvir no programa Convidado desta segunda-feira.
O entrevista Numa NYCe desta sexta 30/10/2020 traz uma incrível conversa sobre sustentabilidade, mudanças climáticas, relações internacionais, equidade de gêneros e muito mais com Nicole de Paula, doutora em relações internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados em Sustentabilidade na Alemanha e fundadora do Women Leaders for Planetary Health. Acompanhe todas as nossas novidades no instagram @numanyce e inscreva-se em nosso canal www.youtube.com/numanyce
Um dia depois de o Mali anunciar a composição do Governo de transição, a CEDEAO decidiu levantar as sanções impostas a Bamaco após o golpe de Estado de 18 de Agosto que depôs o presidente Ibrahim Boubacar Keïta. A Comunidade Económica dos Estados de África Ocidental "toma nota" dos "notáveis avanços rumo a uma normalização constitucional" e, numa declaração assinada pelo presidente do Gana Nana Akufo-Addo, lembra igualmente que as novas autoridades de transição devem "aplicar rapidamente" as outras decisões do acordo, como "a libertação dos oficiais e civis detidos" no golpe de 18 de Agosto, além da "dissolução" do conselho Nacional de Salvação do Povo (CNSP). Para Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, "o processo de transição no Mali ainda tem muitos aspectos complexos a serem resolvidos", o levantamento das sanções significa que a exigência da CEDEAO foi respeitada. Todavia o elenco governativo mostra que os militares não confiam nos civis. Do elenco governativo ontem anunciado, constituído por 25 membros, a Junta Militar ficou com quatro pastas estratégicas : Defesa, Segurança, Reconciliação Nacional e Administração do Território. Ao conservar estes Ministérios os militares "entendem que têm a legitimidade, mais do que provada, para poder levar a cabo a transição e a pacificação do país" e querem dizer também à CEDEAO que "mesmo tendo cedido a parte das exigências, eles [os militares] continuam no comando do país", reforçou Régio Conrado.
O Presidente de transição do Mali, nos próximos 18 meses, vai ser o coronel na reserva, Bah N’Daw, auxiliado pelo vice-presidente que é o chefe da junta militar que depôs Ibrahim Boubakar Keïta a 18 de Agosto, o coronel Assimi Goïta. O investigador moçambicano Régio Conrado considera que o presidente nomeado é a figura consensual porque "do ponto de vista legal, é de facto uma figura civil, mesmo que do ponto de trajectória profissional seja um coronel na reserva". O que se vê é que "o Mali está neste momento sob o controlo profundamente cerrado das Forças Armadas". Nesta entrevista, Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, comenta a situação política no Mali, no dia da comemoração dos 60 anos da independência do país, e depois das nomeações de um presidente e vice-presidente de transição. O antigo coronel Bah N’Daw, que chegou a ser ministro da Defesa alguns meses em 2014, foi nomeado Presidente de transição. A CEDEAO tinha pedido um Presidente civil, mas até que ponto um militar na reserva é visto como um civil? Régio Conrado explica que é "a figura consensual" com um lado civil, como pedia a CEDEAO, mas que não deixa de ser do exército. "Do ponto de vista legal, de facto, é uma figura civil, mesmo que do ponto de trajectória profissional seja um coronel na reserva. Era a figura que podia ser aparentemente consensual ou menos conflituosa porque respondia aos dois epítetos : por um lado, é de trajectória militar e, por outro lado, de trajectória civil", explica Régio Conrado. A vice-presidência fica a cargo do chefe da junta militar que depôs Ibrahim Boubakar Keïta a 18 de Agosto, o coronel Assimi Goïta. Nesse caso, este período de transição continua nas mãos da junta militar ? "Na substância sim, continua nas mãos da junta militar", começa por responder o investigador. "O Mali, neste momento, está sob controlo profundamente cerrado das Forças Armadas, mas são Forças Armadas que estão profundamente conscientes de que não podem impor determinadas medidas que estejam em desacordo total seja com a comunidade internacional, assim como com a CEDEAO. Este junta militar está a ser profundamente inteligente ao articular as exigências da comunidade internacional e da CEDEAO, mas também tenta impor aquilo que são as suas prorrogativas", descreve. Esta terça-feira, o chefe da junta militar e agora vice-presidente apelou à CEDEAO para levantar as sanções impostas ao Mali, justificando que foi nomeado um Presidente de transição que apresentou como civil. Estas nomeações merecem o levantamento das sançoes da CEDEAO ? Para Régio Conrado, "uma das exigências fundamentais da CEDEAO e da comunidade Iiternacional era que houvesse um civil" e "há um consenso que esta figura apesar de ter um percurso militar, é uma figura que, de facto, neste momento é considerada como civil e militar". "Agora, vai depender do que vai acontecer nos dias seguintes, como a questão da nomeação do primeiro-ministro e também dos ministros que veremos de onde é que virão." Oiça a entrevista completa aqui.
Nesta edição, o tema foi o ACT com a participação do economista Eric Gil Dantas do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (IBEPS). Apresentação do diretor da secretaria de Aposentados e Pensionistas, Roberto Ribeiro, também da FNP e da FAAPERJ, e do diretor do setor Privado, Antonio Furtado. Ouça e compartilhe!
Dezassete países da África subsariana, incluindo 14 antigas colónias francesas, celebram 60 anos de independência. Será preciso descolonizar as independências africanas? Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus, considera que África ainda não se conseguiu descolonizar, aponta o dedo ao “sistema ocidental que encara África como espaço de espoliação” e acredita que “a solução e o destino” do continente passam por uma “grande revolução” feita pelos jovens e pelo "potencial de revolta social, intelectual e cultural". A conversa alargada com o investigador Régio Conrado tem como mote a pergunta: é preciso descolonizar as independências africanas? O doutorando no Instituto de Estudos Políticos da Universidade de Bordéus subscreve a tese do filósofo camaronês Achille Mbembe, segundo a qual África ainda não se conseguiu descolonizar e a independência é “um simulacro daquilo que são as verdadeiras necessidades que os africanos tinham quando reivindicavam a independência”. “A África não só não conseguiu descolonizar-se de forma concreta e material – sobretudo na África francófona – mas também os problemas essenciais que estruturavam a situação colonial permanecem. Por um lado, a questão da exclusão estrutural, a miséria, a fome, a questão das ditaduras que se estruturam e permanecem (...) Sessenta anos depois, o que temos no continente africano? Temos, por um lado, regimes autocráticos e ditatoriais que se aprofundaram, basta ver o caso, por exemplo, do Gabão, basta ver as contradições internas existentes em países como o Burkina Faso, basta ver o caso do Chade com as diferentes guerras de secessões internas. O segundo ponto fundamental são as questões das instabilidades no continente africano que são uma marca fundamental dos últimos 60 anos. Quer dizer que a África, que se pretendia um continente de paz e de prosperidade, transformou-se num continente de caos e, sobretudo, da ausência de futuro. Isto abre para um terceiro aspecto que me parece fundamental e os intelectuais africanos têm um consenso: 60 anos passados, a África transforma-se num lugar onde a esperança é praticamente inexistente e grande parte das suas populações vivem o presentismo imediato, quer dizer, não há oportunidade de se projectar para o futuro. Isto tem que ver com problemas de má governação, corrupção profundamente endémica”, argumenta. Citando vários intelectuais e filósofos africanos, Régio Conrado resume que, 60 anos depois, “a África continua com os mesmos tipos de problemas e a independência africana é muito mais formal” porque o continente “não conseguiu descolonizar nem a sua economia, nem a sua forma de pensar, nem o autoritarismo e as estruturas coloniais que ainda permanecem no contexto actual”. Ou seja, “isto é de facto uma demonstração de que 60 anos de independência - que significaria ou deveria significar, grande transformação social, política, económica, etc - é que, no fundo, a África permanece um simulacro daquilo que eram os objectivos em 1960”. Régio Conrado aponta o dedo a todo “um sistema ocidental que encara África como espaço de espoliação, um espaço de roubo, um espaço – como dizia Samir Amin - que tem de ser sempre periférico para poder alimentar as economias ocidentais”, aliado aos “compadrios políticos” com “oligarcas, ditadores e sanguinários”. “É por essa razão que toda a independência que for apenas política, ela é ficcional, é um simulacro enquanto ela não for capaz de trazer a independência económica que é o ponto fundamental (...) Por um lado faz-se o discurso de democratização do continente africano – que do meu ponto de vista não é o grande interesse do Ocidente – e, ao mesmo tempo, protegem-se os líderes considerados como fortes. O caso paradigmático é o de Idriss Ipno, o Presidente do Chade, que há 30 anos chegou ao poder e é considerado o homem forte e o homem essencial para poder ajudar na exploração de recursos, seja no Burkina Faso, seja nos Camarões, seja na Nigéria. Porquê? Porque ele tem um exército e governa com mão de ferro”, continua. Por isso, o investigador considera que "descolonizar as independências africanas pressupõe duas coisas fundamentais" que são um modelo económico africano e a "mudança das mentalidades políticas”. “É preciso que os africanos entendam que devem encontrar um modelo económico que lhes seja endógeno e que responda aos desafios fundamentais dos seus respectivos países (...) O segundo ponto da descolonização deve significar a mudança das mentalidades políticas. A democracia e os valores democráticos devem respeitar as dinâmicas próprias dos povos africanos. Não significa que os africanos devam ser ditatoriais para dizer que somos africanos, mas é preciso que a democracia - pensada do ponto de vista axiológico, liberdade, igualdade - seja enquadrada nas dinâmicas próprias das nossas sociedades. Não cabe às potências ocidentais - França, Estados Unidos, Inglaterra, Portugal, etc - dizerem o que é que os africanos devem saber sobre a democracia, direitos humanos, liberdades, etc. Enquanto não descolonizarmos esses dois aspectos fundamentais, obviamente que a independência significará simplesmente um mimetismo, seja institucional, económico e de outras formas, como temos vindo a ver nos últimos anos", afirma. Como descolonizar? O investigador acredita que “a solução e o destino” do continente africano passam por uma “grande revolução” feita pelos jovens e pelo "potencial de revolta social, intelectual e cultural". "Há grandes esperanças. Há muitos jovens africanos hoje a fazerem trabalho intelectual, há a contestação da sociedade civil no Mali, por exemplo. Penso que há um grande potencial em África e é este potencial da revolta social, da revolta intelectual, da revolta cultural que tem de ser transformado em instrumento fundamental para reconstruir a nossa economia e, sobretudo, a nossa política. Talvez aí se encontre a solução e o destino do continente africano”, conclui. Uma entrevista para ouvir na íntegra aqui:
“A pandemia está a deixar Moçambique de rastos”, alerta Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos de Bordéus. O cenário é ainda pior no norte do país que enfrenta há dois anos e meio ataques islamistas que já fizeram pelo menos mil mortos e 250 mil deslocados. O que deve o Estado fazer, como ajudar as populações e qual é o retrato económico de Moçambique em plena pandemia de Covid-19? As respostas neste programa com Régio Conrado. A FAO e o PAM alertaram que Moçambique é um dos países que deverá enfrentar a pior crise alimentar das últimas gerações. De facto, “a pandemia está a deixar o país de rastos”, alerta Régio Conrado, investigador doutorando no Instituto de Estudos Políticos de Bordéus. "A pandemia, no contexto moçambicano, está a criar situações profundamente graves. Como sabe, em Moçambique, 80% das pessoas trabalham no sector informal, 47% das pessoas vivem abaixo da linha da pobreza, ou seja, com menos de um dólar. Com a pandemia, em que se impõem medidas restritivas, as pessoas não podem simplesmente ir para a rua e venderem. Na província de Cabo Delgado, há uma percepção que a pandemia não é a coisa mais grave porque sabemos muito bem o que está a acontecer lá. Para o resto do país, obviamente que a pandemia está a deixar o país de rastos", descreveu o investigador. O cenário é, de facto, ainda mais complicado no norte do país que enfrenta há dois anos e meio ataques islamistas que já fizeram pelo menos mil mortos e 250 mil deslocados. "Eles vivem sobretudo do comércio informal. A insurreição militar islamista desestrutura o pequeno comércio, desestrutura o comércio informal, desestrutura a produção campesina e impacta as famílias que dependem deste tipo de produções. O segundo ponto que temos é que a província depende, em grande medida, da pesca e sabemos que hoje os insurrectos também assassinam pessoas na costa, no mar, o que impede que os pescadores possam continuar com as suas actividades pesqueiras. Por outro lado, grande parte dos provincianos de Cabo Delgado dependiam dos seus trabalhos nas instâncias turísticas. Obviamente que hoje, com esta insurreição militar, há muitas instâncias turísticas que estão fechadas. De forma geral, a questão económica da província hoje está praticamente destruída", continuou. Face à situação de "total alarme" em que vivem milhares de deslocados, com "muitos a passar situações de fome grave", Régio Conrado explicou que a sobrevivência destas pessoas passa pela interfamiliaridade, pela ajuda de grupos humanitários internos de Moçambique, como o movimento chamado "Eu Também Sou de Cabo Delgado" que distribui alimentos, a Comunidade de Santo Egídio, a Igreja Católica, a Cruz Vermelha, etc. Porém, face à falta de capacidade financeira e de stocks de alimentos, o Estado deveria reconhecer "que estamos em situação de guerra e de urgência humanitária" para que organizações internacionais pudessem entrar na região e levar ajuda. Por outro lado, "o Estado tem que fazer um grande investimento financeiro" para ajudar as pessoas que estão deslocadas. Até porque "a pandemia demonstrou a incapacidade do Estado de prover serviços sociais às suas populações, portanto alimentá-las e protegê-las do desemprego, da miséria, da míngua e de outros aspectos profundamente graves do ponto de vista social e financeiro". "Para resumir, a questão da pandemia é gravíssima num contexto de um país profundamente pobre e sem instituições fortes e eficientes", concluiu Régio Conrado.
No dia 7 de julho de 2020, a Fundação Alexandre de Gusmão realizou a conferência “Um século de escombros: pensar o futuro com os valores morais da direita”, com Gabriel Mithá Ribeiro, pesquisador pós-doutoral do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Gabriel Mithá Ribeiro dividiu a sua conferência em três partes. A primeira, que vamos ouvir agora, aborda o pensamento acadêmico da esquerda e da direita.
Esta semana, o podcast Mulheres Positivas traz uma edição especialíssima e necessária sobre racismo e os impactos do preconceito nas vidas negras, especialmente das mulheres. Nossas hosts entrevistaram a ex-consulesa da França em São Paulo, apresentadora e jornalista francesa Alexandra Baldeh Loras, diretora dos filmes “Inconscientes Revelados” e “Cordial”, Mestra em Gestão de Mídia pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris e Fundadora do Fórum Protagonismo Feminino. Nossa convidada é consultora de empresas e palestrante sobre raça, gênero e diversidade, responsável por desenvolver programas de capacitação focados na inclusão de mulheres e pessoas negras na alta liderança das empresas e já conduziu palestras para mais de dez mil pessoas em todo o mundo, desde TEDxSãoPaulo até grandes organizações internacionais como Google, JP Morgan e Facebook. Ela é Embaixadora da “AfroeducAção”, do Plano de Menina e das Meias do Bem.
Alexandre Relvas é um empresário com participação activa na política e na sociedade civil. Enquanto gestor, nos últimos anos tem estado dividido entre a Logoplaste, de que é accionista e foi CEO até 2017, e um projecto família ligado à produção de vinhos, a Casa Relvas. Para além disso, é presidente desde 2013 do Conselho Fiscal da Comunidade Vida e Paz Já a participação cívica tem tomado várias formas. Politicamente, está ligado ao PSD, onde foi presidente do Instituto Sá Carneiro de 2008 a 2010. Antes disso, foi um dos promotores do “Compromisso Portugal” - um movimento que reunia um conjunto de pessoas, sobretudo gestores e economistas, com o objectivo de desenvolver propostas para aumentar o desenvolvimento económico do país (muito em linha com o que discutimos na nossa conversa). -> Apoie este projecto e faça parte da comunidade de mecenas do 45 Graus em: 45graus.parafuso.net/apoiar Esta conversa foi gravada pouco antes daquela fatídica semana de março em que de repente a pandemia tomou de vez conta do nosso espaço mental, das nossas preocupações. Por isso, por estarmos todos focados em problemas mais graves e imediatos, fui decidindo adiar a publicação deste episódio. Creio que agora é a altura certa. Não só porque estamos todos um pouco mais calmos como, sobretudo, porque estamos todos (eu, pelo menos) com vontade de pensar noutras coisas e começar a planear o futuro. Futuro esse que passa, no imediato, por minimizar a recessão e relançar da economia, mas que não pode deixar de considerar aquilo que já era importante, e talvez se tenha tornado agora ainda mais: como tornar mais desenvolvida e competitiva a economia portuguesa. Foi precisamente esse o mote para esta conversa com Alexandre Relvas, partindo da premissa de que o crescimento económico é uma condição necessária (embora não suficiente) para uma sociedade mais próspera para todos, e que esse crescimento depende, em grande medida, da competitividade externa das nossas exportações. Foi uma discussão extremamente interessante, em que passámos a pente-fino um leque enorme de aspectos que influenciam a nossa competitividade, positiva e negativamente, e o que fazer para corrigir estes últimos. Conceitos referidos durante o episódio: 1. O Alexandre refere, logo no início, a importância do “stock líquido de capital” para o potencial de crescimento da economia. Este “stock líquido de capital” é um indicador que mede a disponibilidade de um factor de produção específico, o capital, ou seja, máquinas, equipamentos, instalações, etc, e é portanto um determinante da capacidade de expansão da actividade pelas empresas. Se pegarmos no exemplo de uma fábrica, este stock aumentaria num determinado período se o valor das máquinas adquiridas fosse superior ao valor do desgaste das máquinas antigas. Ao ter mais máquinas em funcionamento disponível, a fábrica terá (com tudo o resto igual) capacidade para aumentar a produção. Se acontecer o contrário, claro, tenderá a diminuí-la. 2. Outro conceito de que falamos é o chamado sector não transacionável da economia. Este consiste essencialmente nas empresas que operam em sectores que não estão expostos a concorrência do exterior (por exemplo, a energia, as comunicações, a distribuição e muitos serviços, com a notória excepção do turismo). Estes sectores tendem, por isso (embora isso não seja uma consequência inevitável) a ser menos concorrenciais e, por isso mesmo, a ter empresas com lucros indevidos, as chamadas rendas. Índice da conversa: O que correu mal nas últimas décadas em termos de competitividade da economia portuguesa vs o que correu bem Relatórios sobre a competitividade da economia portuguesa Doing Business do Banco Mundial IMD World Economic Forum - Global Competitiveness Report 2019 Inquérito do INE aos custos de contexto das empresas portuguesas Qualificação do capital humano Infraestruturas Estabilidade das políticas Sectores não-transaccionáveis e sectores protegidos Medidas: reformas vs rupturas Lei das falências Capital social Sistema judicial Licenciamentos Acesso a financiamento Necessidade de maior consolidação de empresas (fusões e aquisições) Necessidade de uma mudança de mentalidade dos empresários Papel das confederações patronais Mercado de trabalho Salário mínimo Atitude face ao empreendedorismo Artigo Isabel Stilwell - Só um tipo muito estúpido é que tem uma empresa Importância da educação e da sustentabilidade Livros recomendados Steven Pinker - O Iluminismo Agora Hans Rosling - Factfulness - Dez razões pelas quais estamos errados acerca do mundo – e porque as coisas estão melhor do que pensamos Filantropia Artigo DN: Amancio Ortega ou Bill Gates? Portugal também tem mecenas, são é discretos Obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta; Eduardo Correia de Matos, Joana Monteiro Carlos Martins, Corto Lemos, Joana Faria Alves, João Baltazar, Mafalda Lopes da Costa, Rogério Jorge, Salvador Cunha, Tiago Leite, Rui Oliveira Gomes, Duarte Dória, Margarida Varela Abilio Silva, António Padilha, Carmen Camacho, Daniel Correia, Diogo Sampaio Viana, Francisco Fonseca, Helder Miranda, Joao Saro, João Nelas, Mafalda Pratas, Rafael Melo, Rafael Santos, Ricardo Duarte, Rita Mateus, Tiago Neves Paixão, Tiago Queiroz, Tomás Costa, José Soveral, João Almeida, André Oliveira, João Silveira, Miguel Cabedo e Vasconcelos, Joao Salvado, José Jesus, Filipa Branco, Ana Sousa Amorim, Manuel Martins, Maria Joao Braga da Cruz, Luis Belchior, João Bernardino, Sara Mesquita, Nuno Tiago Samelo, Ricardo Ribeiro Duarte, Filipe Ribeiro, Francisco Aguiar , Francisco Arantes, Francisco dos Santos, Francisco Vasconcelos, Henrique Lopes Valença, Henrique Pedro, Hugo Correia, isosamep, Joana Margarida Alves Martins, Joao Diogo, Joao Pinto, Jose Pedroso, José Galinha, José Oliveira Pratas, JosÉ Proença, JoÃo Diogo Silva, JoÃo Moreira, JoÃo Raimundo, Luis Ferreira, Luis Marques, Luis Quelhas Valente, Marco Coelho, Mariana Barosa, Marise Almeida, Marta Baptista Coelho, Marta Madeira, Miguel Coimbra, Miguel Palhas, Nuno Gonçalves, Nuno Nogueira, Pedro, Pedro alagoa, Pedro Rebelo, Pedro Vaz, Renato Vasconcelos, Ricardo Delgadinho, rodrigo brazÃo, Rui Baldaia, Rui Carrilho, Rui Passos Rocha, Telmo, Tiago Costa da Rocha, Tiago Pires, Tomás Félix, Vasco Lima, Vasco Sá Pinto, Vitor Filipe, Ricardo Nogueira, Alexandre Almeida, Francisco Arantes, João Crispim, Paulo dos Santos, Élio Mateus, André Peralta Santos, João Pinho, Paulo Fuentez, Simão Morais, Andrea Grosso, Robertt, Fonsini, João Barbosa, Jose António Moreira, Luís Pereira, João Martins, Sérgio Catalão, Vasco Faden Araujo, João Castanheira, Cátia Prudêncio, Telmo Damião, Gerson Castro, Rodrigo Murteira Pedrosa, Alexandre Freitas, Andreia Esteves, Renato Mendes, Carlos Magalhães Lima, Maria Francisca Couto, Tomás Santos, Antonio Albuquerque, Natália Ribeiro, Pedro F. Finisterra, Francisco Santos, João M. Bastos, Rita Branco, Inês Grosa, Lara Pimentel, Natália Ribeiro, Joana Antunes, Lara Luís, Nelson Lopes, João Bastos, Nelson Poças, Tânia Marques, Fernando Sousa, Francisco López Bermúdez, Pedro Correia, Tiago Chança, MacacoQuitado, Paulo Ferreira, João Aires, Gabriela, Carlos Silveira, Ricardo Campos, Sérgio Vicente Esta conversa foi editada por: Martim Cunha Rego Bio: Alexandre Relvas nasceu em Luanda em 1956. É casado e tem cinco filhos. Licenciou-se em Administração e Gestão de Empresas na Universidade Católica Portuguesa onde exerceu actividade docente de 1978 a 1991. De 1991 a 1995 foi Secretário de Estado do Turismo do XII Governo Constitucional. É acionista e Administrador da Logoplaste. Foi CEO de 1997 a 2017. É acionista e Presidente da Casa Relvas, acionista e Administrador da Logotéis, proprietária dos hotéis Porto Bay no Algarve e Brasil e Administrador não Executivo da Nutrinveste e da Norfin. É também acionista fundador e Presidente da Assembleia Geral do Observador. É atualmente membro do Conselho Estratégico da Business School e do Conselho Estratégico do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. Foi acionista fundador da Interfinança, adquirida pelo BCP, da Fonsecas & Burnay SGP adquirida pelo BPI, da E-Deal adquirida pela Sonae e da Norfin adquirida pela Arrow. É Presidente desde 2013 do Conselho Fiscal da Comunidade Vida e Paz. Membro desde 2013 do Conselho de Curadores do Museu Nacional de Arte Antiga. Foi Presidente da Associação dos Antigos Alunos da Universidade Católica em 1990 e 1991. Em 1998 e 1999 foi membro da Comissão Politica Nacional do PSD sendo Presidente o Professor Marcelo Rebelo de Souza. Em 2000 foi Diretor da campanha à Presidência da Republica do Professor Aníbal Cavaco Silva. Foi um dos promotores do Compromisso Portugal em 2004. Foi Presidente do Instituto Francisco Sá Carneiro de 2008 a 2010
------------------Support the channel------------ Patreon: https://www.patreon.com/thedissenter PayPal: paypal.me/thedissenter ------------------Follow me on--------------------- Facebook: https://www.facebook.com/thedissenteryt/ Twitter: https://twitter.com/TheDissenterYT Dr. James Flynn is a world-renowned intelligence researcher, an Emeritus Professor of Political Studies at the University of Otago in Dunedin, New Zealand. He's the author of several books, including What Is Intelligence: Beyond the Flynn Effect, Are We Getting Smarter? Rising IQ in the Twenty-First Century, and Intelligence and Human Progress: The Story of What was Hidden in our Genes. In this episode, we talk about the scientific definitions of intelligence and IQ; IQ tests and their limitations; the Wechsler tests, and their subtests; fluid and crystallized intelligence; the limitations and prediction power of IQ tests; types of intelligence; the Flynn effect; comparing IQ of different social groups; and the relationship between science and religion and IQ. -- O Dr. James Flynn é um investigador da inteligência mundialmente reconhecido, um Professor Emérito de Estudos Políticos da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia. É também o autor de diversos livros, incluindo O que é a inteligência? Além do efeito Flynn, Are We Getting Smarter? Rising IQ in the Twenty-First Century, e Intelligence and Human Progress: The Story of What was Hidden in our Genes. Neste episódio, falamos sobre as definições científicas de inteligência e QI; testes de QI e as suas limitações; os testes Wechsler, e os seus sub-testes; inteligência fluida e cristalizada; as limitações e o poder de predição dos testes de QI; tipos de inteligência; o efeito Flynn; comparações do QI entre diferentes grupos sociais; e a relação entre ciência e religião e o QI. -- Follow Dr. Flynn's work: Faculty page: https://www.otago.ac.nz/psychology/staff/jamesflynn.html His books: https://www.amazon.com/Books-James-R-Flynn/s?ie=UTF8&page=1&rh=n%3A283155%2Cp_27%3AJames%20R.%20Flynn -- A HUGE THANK YOU TO MY PATRONS: KARIN LIETZCKE, ANN BLANCHETTE, JUNOS, SCIMED, PER HELGE HAAKSTD LARSEN, LAU GUERREIRO, RUI BELEZA, MIGUEL ESTRADA, ANTÓNIO CUNHA, CHANTEL GELINAS, JIM FRANK, JERRY MULLER, FRANCIS FORD, AND HANS FREDRIK SUNDE! I also leave you with the link to a recent montage video I did with the interviews I have released until the end of June 2018: https://youtu.be/efdb18WdZUo And check out my playlists on: PSYCHOLOGY: https://tinyurl.com/ybalf8km PHILOSOPHY: https://tinyurl.com/yb6a7d3p ANTHROPOLOGY: https://tinyurl.com/y8b42r7g
Miguel Morgado é professor no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica e é, actualmente, deputado pelo PSD à Assembleia da República. Entre 2011 e 2015, o convidado foi assessor político do Primeiro-Ministro. Esta conversa encerra, pelo menos para já, o leque de convidados desta série situados à direita do espectro político. Em particular, o Miguel Morgado foi-me recomendado por alguns ouvintes sem relação entre si enquanto um pensador da área do PSD com quem não devia deixar de conversar. Foi quanto bastou para me aguçar a curiosidade e creio que valeu a pena. Este episódio tem, desde logo, uma peculiaridade. Como sabem, um dos princípios do QCG é evitar a todo o custo a actualidade noticiosa, mas desta vez fui ultrapassado pelos acontecimentos, que trouxeram, na última semana, o nome do convidado para a ribalta. Um breve resumo dos temas que discutimos. Foi uma discussão um pouco ziguezagueante e também difícil de qualificar numa só palavra, na medida em que concordámos em alguns aspectos, mas ‘andámos às turras’ noutros, como, por exemplo, a relação entre as diferenças de personalidade e as diferenças de orientações políticas das pessoas e a questão de até que ponto é que é universal, ou uma especificidade portuguesa, ser normalmente a esquerda a estabelecer a agenda política e a direita - ou as direitas - a reagirem. Estivemos, pelo contrário, muito mais de acordo em relação a alguns pontos que considero muito importantes levantados pelo convidado: como a visão de que a tensão política é sinal de vitalidade de uma sociedade, e não algo a evitar, a crítica ao conformismo com que foi feito o processo de integração europeia, sobretudo nas últimas décadas, e a noção da absoluta necessidade, para qualquer força política que se afirme como reformista, de ter uma visão orientada para o futuro e de Melhoria das condições de vida. -> Apoie o podcast a partir de 2€ através do Patreon Muito obrigado aos mecenas do podcast: Gustavo Pimenta João Vítor Baltazar; Salvador Cunha; Ana Mateus; Ricardo Santos; Nelson Teodoro; Paulo Ferreira; Duarte Dória Abílio Silva; Tiago Neves Paixão; João Pinto; “Falcão Milenar” Vasco Sá Pinto; David; Pedro Vaz; Luís Ferreira; Helena Teixeira; André Gamito, Rui Baldaia; Henrique Pedro; Manel Lagarto; Rui Carrilho; Luis Quelhas Valente; Tomás Costa; Joao Saro; Tiago Pires; Mafalda Pratas; Filipe Ribeiro; Renato Vasconcelos Ligações: Livro recomendado: Utopia, de thomas More Livro do convidado: O Conservadorismo do Futuro e Outros Ensaios O liberalismo triste Bio: Miguel Morgado nasceu em Setúbal, em 1974. Licenciado em Economia pela Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais da UCP e mestre e doutor em Ciência Política e Relações Internacionais pelo IEP-UCP. É Professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde ensina História do Pensamento Político e Ciência Política. Foi professor convidado da Universidade de Toronto. Autor de vários artigos e livros em Portugal e nos Estados Unidos, publicou, em 2008, A Aristocracia e os seus Críticos. Entre 2011 e 2015, foi assessor político do Primeiro-Ministro, Pedro Passos Coelho e é, actualmente, deputado do PSD.
Friedrich Hayek é, além de grande nome da Escola Austríaca de Economia, desses autores cuja obra permite vários tipos de estudos e abordagens dada a sua riqueza intelectual e cruzamento que fez entre disciplinas distintas. E se é verdade que muito já se escreveu – e tem sido escrito – sobre o pensamento de Hayek, há sempre espaço para estudá-lo sob novos ângulos. Foi o que fez Orlando Samões em seu livro “Resultados e Mérito: um Estudo sobre a Ordem Espontânea em Friedrich Hayek”. Coordenador da licenciatura e professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, Orlando explicou ao Podcast do Instituto Mises Brasil por que decidiu estudar a relação entre mérito e resultados a partir do conceito de ordem espontânea, apontou os principais aspectos da discussão e falou sobre a atualidade do tema proposto por Hayek. *** A música da vinheta de abertura é “Gotham” executada pelo guitarrista Eric Calderone. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube. E se você gostou deste e/ou dos podcasts anteriores.
Patriotismo, cosmopolitismo e democracia voltarão ao centro do debate político e econômico no mundo Ocidental. Por essa razão, serão objeto de discussão no Estoril Political Forum 2018, eventual internacional que será realizado pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP-UCP) entre os dias 25 e 27 de junho no Hotel Palácio Estoril. Serão três dias de evento com acadêmicos e intelectuais de renome da Europa, dos Estados Unidos e da América Latina. Nesta entrevista ao Podcast do Instituto Mises Brasil, João Carlos Espada, doutor em Política e diretor do IEP, apresenta um panorama do debate público sobre patriotismo, cosmopolitismo e democracia e das suas repercussões políticas na Europa. O professor também falou sobre a relação entre democracia e liberdade e apontou os principais problemas enfrentados pelo mundo Ocidental a partir dos três assuntos que pautarão o Estoril Political Forum 2018. *** A música da vinheta de abertura é “Gotham” executada pelo guitarrista Eric Calderone. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube. E se você gostou deste e/ou dos podcasts anteriores, visite o nosso espaço na iTunes Store, faça a avaliação e deixe um comentário.
O momento político turbulento no mundo, característico de períodos de transição histórica, não poderia ser mais adequado para o tema do Estoril Political Forum deste ano: a defesa da tradição Ocidental da liberdade sob a lei. Organizado pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa (IEP-UCP), o evento celebra sua 25ª edição com três dias de apresentações e debates sobre o tema na próxima semana (dias 26 a 28 de junho). Parte da elite intelectual e acadêmica de vários países abordará desde as ameaças contra o Ocidente, passando pela situação e os desafios que se colocam diante da Europa e das outras regiões do globo, as ameaças à democracia e a situação das liberdades no mundo (o programa inteiro pode ser lido aqui). Nesta entrevista ao Podcast do Instituto Mises, que é apoiador oficial do evento, o diretor do IEP-UCP, João Carlos Espada, revelou o objetivo do Instituto ao debater o assunto, explicou o que é a tradição ocidental da liberdade sob a lei, analisou a inserção de Portugal nesse diálogo e apontou a responsabilidade das universidades para o atual estado de coisas no mundo. *** A música da vinheta de abertura é a “Abertura Solene 1812”, do compositor russo Piotr Ilitch Tchaikovsky, executada pelo guitarrista Eric Calderone. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube. E se você gostou deste e/ou dos podcasts anteriores, visite o nosso espaço na iTunes Store, faça a avaliação e deixe um comentário.
Na próxima semana, entre os dias 27 a 29 de junho, o Instituto de Estudos Políticos (IEP) da Universidade Católica Portuguesa realizará em Portugal o XXIV Estoril Political Forum, evento anual que reúne parte da elite do pensamento acadêmico europeu, americano e latino-americano. O tema deste ano é “A democracia e os seus inimigos – Novas ameaças; novas possibilidades” e o Instituto Mises Brasil estará representado no evento com as palestras do seu presidente Helio Beltrão e do podcaster Bruno Garschagen, autor do best-seller “Pare de Acreditar no Governo” (Editora Record). Para falar sobre o evento, o Podcast do Instituto Mises Brasil entrevistou o diretor do IEP, João Carlos Espada, professor e doutor em Política pela Universidade de Oxford. Ele explicou a escolha do assunto deste ano, discorreu acerca dos temas que serão debatidos nos três dias do evento e apontou quem são hoje os grandes inimigos da liberdade nas democracias contemporâneas. *** A música da vinheta de abertura é o tema da série Sherlock (BBC) executada pelo guitarrista ? Eric Calderone. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube. E se você gostou deste e/ou dos podcasts anteriores, visite o nosso espaço na iTunes Store, faça a avaliação e deixe um comentário.
Uma das grandes obras em defesa das liberdades e que também é uma poderosa crítica contra um projeto de poder revolucionário e antiliberal foi escrita no século XVIII por Edmund Burke, intelectual britânico e parlamentar Whig. A mais recente edição de sua obra-prima foi publicada em Portugal com o título “Reflexões sobre a Revolução em França” (Editora Calouste Gulbenkian). No Brasil foram publicadas três versões, a primeira pela Editora Universidade de Brasília, a segunda pela Topbooks e a terceira pela Edipro. Para entendermos os argumentos principais do livro e a natureza da crítica formulada por Burke, e que não é meramente política, o Podcast do Instituto Mises Brasil entrevistou a tradutora Ivone Moreira. Doutora em Ciência Política e professora do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, Ivone dedicou cinco anos ao trabalho de tradução e de elaboração das notas explicativas, além do prefácio. Especialista na obra do pensador britânico, nascido em Dublin (Irlanda), Ivone é autora de “A Filosofia Política de Edmund Burke” (Editora Aster), sua tese de doutorado, livro fundamental para compreender o pensamento burkeano. *** A música da vinheta de abertura é o tema da série Game of Thrones executada pelo guitarrista ? Eric Calderone. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube.
Os 800 anos de Carta Magna estão sendo celebrados de maneiras diferentes em várias partes do mundo e será o tema central do Estoril Political Forum de 2015, evento anual realizado em Portugal pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa. No evento deste ano, o Instituto Mises Brasil estará representado pelo presidente Helio Beltrão e pelo podcaster Bruno Garschagen, que serão palestrantes do painel sobre o Brasil. O economista e blogueiro Rodrigo Constantino também participará do evento com o lançamento da edição portuguesa do seu livro “Esquerda Caviar”. Para saber mais sobre esse evento dedicado ao debate das ideias da liberdade, o Podcast do Instituto Mises entrevistou João Carlos Espada, idealizador do evento e diretor do Instituto de Estudos Políticos. Doutor em Política pela Universidade de Oxford e professor, Espada falou sobre a programação, sobre a pluralidade e diversidade de visões dos palestrantes e sobre o espírito do evento, que completará 23 edições. O professor também explicou por qual razão a organização decidiu inserir anos atrás um painel sobre o Brasil realizado em parceria com o Instituto de Estudos Empresariais (IEE), que organiza anualmente em Porto Alegre o Fórum da Liberdade e terá como representantes no Estoril Political Forum o presidente Frederico Hilzendeger e o diretor de formação, Rodrigo Tellechea. *** A música da vinheta de abertura é o Cânone do compositor alemão Johann Pachelbel executada pelo guitarrista Lai Youttitham. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube. E se você gostou deste e/ou dos podcasts anteriores, visite o nosso espaço na iTunes Store, faça a avaliação e deixe um comentário.
Poucos são os liberais brasileiros que realmente conhecem a história do liberalismo no Brasil e a sua importância e legado histórico. Por esta razão, é muito comum ouvir e ler afirmações como a de que “nunca houve liberalismo no país”. Embora a bibliografia e estudos acadêmicos não sejam volumosos, ambos existem e mostram que o século XIX foi um período fértil paras as ideias da liberdade e que o liberalismo existiu como conceito e como prática política. Durante o Segundo Reinado, inclusive, as duas grandes forças políticas do país, eram os partidos Liberal e o Conservador. Além das obras de autores já conhecidos como João Camilo de Oliveira Torres, Ubiratan Borges de Macedo, Antonio Paim, um dos acadêmicos que tem colaborado para contar e analisar o liberalismo brasileiro é o professor Christian Lynch. Doutor em Ciência Política, professor de Pensamento Político Brasileiro no Instituto de Estudos Políticos e Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) e colaborador da MISES: Revista Interdisciplinar de Filosofia, Direito e Economia, Christian é autor de vários trabalhos acadêmicos sobre o pensamento liberal brasileiro, incluindo não apenas oconceito, mas os seus representantes e a história do Partido Liberal. Estes foram os temas tratados neste Podcast do Instituto Mises Brasil cujo conteúdo é de grande importância para todos aqueles que se interessam pelas ideias da liberdade. *** A música da vinheta de abertura é o Cânone do compositor alemão Johann Pachelbel executada pelo guitarrista Lai Youttitham. *** Todos os Podcasts podem ser baixados e ouvidos pelo site, pela iTunes Store e pelo YouTube. E se você gostou deste e/ou dos podcasts anteriores, visite o nosso espaço na iTunes Store, faça a avaliação e deixe um comentário.
No dia 5 janeiro de 2012, quando o primeiro Podcast do Instituto Mises Brasil foi publicado, era difícil ter certeza quanto à longevidade deste trabalho. Ainda se tinha a impressão de que os brasileiros interessados pela Escola Austríaca, liberalismo e libertarianismo caberiam todos numa Kombi. Mas à medida que os podcasts eram publicados, mais nomes eram acrescentados à lista inicial e mais pessoas em vários cantos do país desenvolviam trabalhos acadêmicos, crivam grupos de estudos e promoviam eventos para divulgar e defender as ideias da liberdade. O tempo passava, a lista aumentava e o Podcast avançava mostrando aos liberais, libertários e austríacos do país quem eram os liberais, libertários e austríacos que realizavam algo relevante. E eis que chegamos ao centésimo Podcast. Para celebrar o Podcast de nº 100, o entrevistado é o criador do programa, o empreendedor intelectual Bruno Garschagen, numa conversa comandada por Cristiano Chiocca, economista, empresário e vice-presidente do Instituto Mises Brasil. Nesta entrevista, Garschagen fala sobre o objetivo e o desenvolvimento do programa nesses quase dois anos de publicação semanal ininterrupta. E também conta quais foram as entrevistas mais polêmicas e os fatos mais marcantes (como a ponte cultural com Portugal e com a Galícia) neste que já se tornou um dos podcasts mais importantes no cenário Austríaco e liberal de língua portuguesa. Mestre em Ciência Política e Relações Internacionais pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa e Universidade de Oxford (visiting student), comentarista político, tradutor (O Fim do Fed - Por que Acabar com o Banco Central, de Ron Paul, e Uma Teoria do Socialismo e do Capitalismo, de Hans-Hermann Hoppe) e membro do conselho editorial da MISES: Revista Interdisciplinar de Filosofia, Direito e Economia, Garschagen observa que de 2009 até agora, o crescimento do interesse e da participação direta de pessoas na divulgação das ideias da liberdade foi extraordinário, e isso ajudou diretamente o Podcast. “Muitas pessoas fizeram a diferença ao abandonar o discurso pessimista e adotar um plano de ação com objetivos definidos e cujos resultados estão sendo colhifos em 2013. Isso mostra que apesar das dificuldades e certa dominação ideológica nos departamentos universitários, há caminhos para se abrir espaços. Basta trabalhar de forma criativa e inteligente e não se deixar abater com os percalços”. Neste podcast, Garschagen também fala sobre se há ou não uma natureza utópica na defesa de uma sociedade de leis privadas e do estado mínimo. Utopia política é o tema, inclusive, da sua tese de mestrado que será publicada em livro no primeiro semestre de 2014. “E também assinei contrato recentemente com a Editora Record, a convite do editor Carlos Andreazza, para escrever um livro. Mas, por enquanto, não posso revelar o tema nem o título. O que posso dizer é que já iniciei as pesquisas e começo a escrevê-lo em dezembro. E acredito que pelo assunto e a abordagem que escolhi, o livro interessará aos defensores e amigos das ideias da liberdade, incluindo aí, claro, os leitores do IMB e os ouvintes deste Podcast”.