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Mário Abbade fala sobre o drama Tempo de Guerra, que traz um retrato visceral da Batalha de Ramadi, um episódio da Guerra do Iraque.
Ator brasileiro está no elenco de Tempo de Guerra, uma produção baseada nas memórias traumáticas de quem esteve no front. O diretor Ray Mendoza, um ex-combatente americano, transformou em filme as lembranças de uma missão no Iraque, ocorrida há quase 20 anos. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los AngelesEm parceria com o cineasta Alex Garland (Guerra Civil), Ray Mendoza codirige Tempo de Guerra (Warfare), um drama impactante e realista sobre um grupo de soldados encurralados em território inimigo. No elenco, uma seleção de jovens astros que vêm despontando em Hollywood: Will Poulter (O Urso), Kit Connor (Heartstopper), Joseph Quinn (Stranger Things), Charles Melton (Segredos de um Escândalo) e o brasiliense Henrique Zaga.Os atores dão vida a combatentes mergulhados em missões muitas vezes suicidas, num retrato cru e coletivo da guerra. Para alcançar a autenticidade desejada, o elenco passou por um treinamento inspirado no rigoroso programa da Marinha dos EUA, o BUD/S (curso de demolições subaquáticas dos Navy SEALs, as forças especiais da Marinha) conhecido como um dos mais extremos das Forças Armadas americanas.“Antes de Los Angeles e de ir para Londres filmar, fui até San Diego com meu amigo Mark James, um Navy SEAL, e ele me levou para o circuito de obstáculos militar, para mostrar quais são os treinamentos que eles têm que fazer antes da semana chamada Hell Week, para você realmente virar um SEAL ”, conta Zaga."Depois disso, já em Londres, tivemos três semanas intensas de bootcamp, acordando às 4 da manhã, sem café, aprendendo a trocar munição, etiqueta militar, comunicação por rádio. Três semanas depois, já estávamos filmando”, disse o brasileiro.Tempo de GuerraA trama se passa quase inteiramente dentro de uma única casa, ocupada por soldados americanos e, logo depois, sitiada por forças da Al-Qaeda. O diretor Ray Mendoza viveu esse combate na pele e quis eternizá-lo no filme, após descobrir que um de seus companheiros de pelotão, Elliot Miller, havia perdido a memória daquele dia.Sem heróis ou protagonistas definidos, Tempo de Guerra opta por uma abordagem quase documental: a lente se volta para o grupo e para o terror psicológico vivido coletivamente, em uma tarde de 2006 no Iraque.“Para mim foi uma experiência única, um dos projetos mais sensacionais que já vivi, não só como ator, mas como ser humano. Os Navy SEALS, no set com a gente, foram muito generosos para que nos sentíssemos dentro da missão”, diz Henrique Zaga, que vive um momento importante na carreira internacional.Aos 31 anos, o ator — que nasceu em Brasília e vive em Los Angeles desde os 18 — já acumula participações em grandes produções. Em 2024, atuou em Queer contracenando com Daniel Craig, dirigido por Luca Guadagnino e exibido no Festival de Veneza. No ano passado, também esteve em Guerra Sem Regras, de Guy Ritchie. Antes disso, ficou conhecido em séries adolescentes como Teen Wolf, 13 Reasons Why, e deu vida ao mutante Mancha Solar em Os Novos Mutantes (2020). Em 2022, estrelou Depois do Universo, seu primeiro longa brasileiro, sucesso na Netflix.Zaga faz suspense sobre as cenas dos próximos capítulos na sua trajetória internacional, mas conecta sua ascensão em Hollywood ao orgulho de suas raízes, celebrando o reconhecimento global do cinema brasileiro e o novo espaço que artistas estrangeiros vêm conquistando.“Brasil em Hollywood, para mim, é algo muito pessoal. Três dos meus filmes favoritos são brasileiros. Ver nosso cinema sendo reconhecido tão lindamente, o Walter [Salles] recebendo aquele Oscar, me emociona. Eu sempre disse: nunca foi tão bom ser estrangeiro. Estamos abrindo fronteiras, e as plataformas estão levando filmes brasileiros para lugares onde nunca chegaram antes. É um outro tipo de apreciação — e isso me enche de orgulho,”, conclui.
Ator brasileiro está no elenco de Tempo de Guerra, uma produção baseada nas memórias traumáticas de quem esteve no front. O diretor Ray Mendoza, um ex-combatente americano, transformou em filme as lembranças de uma missão no Iraque, ocorrida há quase 20 anos. Cleide Klock, correspondente da RFI em Los AngelesEm parceria com o cineasta Alex Garland (Guerra Civil), Ray Mendoza codirige Tempo de Guerra (Warfare), um drama impactante e realista sobre um grupo de soldados encurralados em território inimigo. No elenco, uma seleção de jovens astros que vêm despontando em Hollywood: Will Poulter (O Urso), Kit Connor (Heartstopper), Joseph Quinn (Stranger Things), Charles Melton (Segredos de um Escândalo) e o brasiliense Henrique Zaga.Os atores dão vida a combatentes mergulhados em missões muitas vezes suicidas, num retrato cru e coletivo da guerra. Para alcançar a autenticidade desejada, o elenco passou por um treinamento inspirado no rigoroso programa da Marinha dos EUA, o BUD/S (curso de demolições subaquáticas dos Navy SEALs, as forças especiais da Marinha) conhecido como um dos mais extremos das Forças Armadas americanas.“Antes de Los Angeles e de ir para Londres filmar, fui até San Diego com meu amigo Mark James, um Navy SEAL, e ele me levou para o circuito de obstáculos militar, para mostrar quais são os treinamentos que eles têm que fazer antes da semana chamada Hell Week, para você realmente virar um SEAL ”, conta Zaga."Depois disso, já em Londres, tivemos três semanas intensas de bootcamp, acordando às 4 da manhã, sem café, aprendendo a trocar munição, etiqueta militar, comunicação por rádio. Três semanas depois, já estávamos filmando”, disse o brasileiro.Tempo de GuerraA trama se passa quase inteiramente dentro de uma única casa, ocupada por soldados americanos e, logo depois, sitiada por forças da Al-Qaeda. O diretor Ray Mendoza viveu esse combate na pele e quis eternizá-lo no filme, após descobrir que um de seus companheiros de pelotão, Elliot Miller, havia perdido a memória daquele dia.Sem heróis ou protagonistas definidos, Tempo de Guerra opta por uma abordagem quase documental: a lente se volta para o grupo e para o terror psicológico vivido coletivamente, em uma tarde de 2006 no Iraque.“Para mim foi uma experiência única, um dos projetos mais sensacionais que já vivi, não só como ator, mas como ser humano. Os Navy SEALS, no set com a gente, foram muito generosos para que nos sentíssemos dentro da missão”, diz Henrique Zaga, que vive um momento importante na carreira internacional.Aos 31 anos, o ator — que nasceu em Brasília e vive em Los Angeles desde os 18 — já acumula participações em grandes produções. Em 2024, atuou em Queer contracenando com Daniel Craig, dirigido por Luca Guadagnino e exibido no Festival de Veneza. No ano passado, também esteve em Guerra Sem Regras, de Guy Ritchie. Antes disso, ficou conhecido em séries adolescentes como Teen Wolf, 13 Reasons Why, e deu vida ao mutante Mancha Solar em Os Novos Mutantes (2020). Em 2022, estrelou Depois do Universo, seu primeiro longa brasileiro, sucesso na Netflix.Zaga faz suspense sobre as cenas dos próximos capítulos na sua trajetória internacional, mas conecta sua ascensão em Hollywood ao orgulho de suas raízes, celebrando o reconhecimento global do cinema brasileiro e o novo espaço que artistas estrangeiros vêm conquistando.“Brasil em Hollywood, para mim, é algo muito pessoal. Três dos meus filmes favoritos são brasileiros. Ver nosso cinema sendo reconhecido tão lindamente, o Walter [Salles] recebendo aquele Oscar, me emociona. Eu sempre disse: nunca foi tão bom ser estrangeiro. Estamos abrindo fronteiras, e as plataformas estão levando filmes brasileiros para lugares onde nunca chegaram antes. É um outro tipo de apreciação — e isso me enche de orgulho,”, conclui.
Na primeira edição deste boletim você confere:- Justiça americana impede Trump de revogar status legal de imigrantes latino-americanos; - Ataques ucranianos à Rússia deixa uma idosa morta e nove feridos; - Tempestade de areia gera caos em hospitais do Iraque. O Boletim Rádio Gazeta Online é um conteúdo produzido diariamente com as principais notícias do Brasil e do mundo. Esta edição contou com a apresentação da monitora Beatriz Martins, do curso de Jornalismo.Escute agora!
O relatório Pena de Morte 2024, da Amnistia Internacional, constata que as execuções a nível mundial atingiram, no ano passado, o valor mais elevado desde 2015, com mais de 1500 pessoas a serem executadas. A China, o Irão, a Arábia Saudita, o Iraque e o Iémen foram os países com maior número de execuções. O director de comunicação da secção portuguesa da Amnistia Internacional, Miguel Marujo, mostra-se preocupado com este aumento, sublinhando que há líderes a usarem a pena de morte com o falso pretexto de que melhora a segurança pública. As execuções a nível mundial atingiram, em 2024, o valor mais elevado desde 2015, com mais de 1500 pessoas a serem executadas. A seu ver, quais são as causas deste aumento?Este aumento parte de um grupo, apesar de tudo minoritário, de países que entende que a pena de morte é a solução. Aquilo que a Amnistia Internacional tem testemunhado são líderes a usarem a pena de morte sob o falso pretexto de que melhora a segurança pública ou incute medo na população. Podemos avaliar dois casos. Por um lado, os Estados Unidos, que têm registado uma tendência constante de aumento das execuções, desde o fim da pandemia da COP 19, invocando repetidamente a pena de morte como ferramenta para proteger as pessoas da criminalidade violenta. Donald Trump, por exemplo, tem feito esse discurso nas últimas semanas. Mas a questão é que isto é uma falsa narrativa, porque a pena de morte não tem um efeito dissuasor único sobre o crime. Por outro lado, em alguns países da região do Médio Oriente, verificamos que as sentenças de morte foram utilizadas para silenciar os defensores dos direitos humanos.Quais são os países onde foram executadas mais pessoas?O conjunto de países que executaram mais pessoas são a China, o Irão, a Arábia Saudita, o Iraque e o Iémen. À excepção da China, de facto, vemos aqui uma prevalência de países do Médio Oriente. Neste número de execuções, é também na China, na Coreia do Norte e no Vietname onde existe uma maior dificuldade para se conhecerem os números exactos. Aquilo que a Amnistia estima é que a China continua a ser o principal país do mundo a executar pessoas; Também na Coreia do Norte e no Vietname há o recurso extensivo à pena de morte, sem que haja dados fidedignos que possam apontar para um número de mortos que foram condenados à pena de morte.Este relatório concluiu ainda que as crises em curso na Palestina e na Síria impediram a Amnistia Internacional de confirmar um número de execuções...Sim, no fundo, os conflitos impediram que fosse possível atestar e confirmar a prática da pena de morte, quer na Palestina quer na Síria. Não há, de facto, dados seguros que possam levar a Amnistia a dizer que o número eventualmente apresentado de casos de pena de morte, de condenações à morte, quer na Palestina, quer na Síria.No entanto, pelo segundo ano consecutivo, os países que fazem execuções mantiveram o número no ponto mais baixo de que há registo. Como é que se explica esta redução?Esta redução deve-se ao facto de existir um movimento, em todo o mundo, favorável à abolição da pena de morte, de tornar as execuções um elemento fora da equação da justiça dos países. Este é o segundo ano consecutivo em que se regista o número mais baixo de que há memória, assinalando um afastamento de uma punição cruel, desumana e degradante. O que vemos é uma minoria de países a praticar a pena de morte e o dado preocupante é que estes 15 países, que praticam a pena de morte, fizeram-no mais. Ou seja, há menos países a executar a pena de morte, mas aqueles que aplicam estão a matar mais.Os países “armam-se com a pena de morte”. É o caso do recém-eleito Presidente Donald Trump, que invocou, repetidamente, que a pena de morte é uma ferramenta para proteger as pessoas. Trata-se de uma afirmação que pode ter consequências graves?Sim, é grave! É uma afirmação desumana e promove uma falsa narrativa de que a pena de morte tem um efeito dissuasor sobre o crime. Os estudos mostram que não é assim e que a pena de morte é usada sob esse falso pretexto de que melhora a segurança pública. Os Estados Unidos são, pelo 16.º ano consecutivo, o único país das Américas, considerando a América do Norte, Central e do Sul, a executar pessoas. O número total de execuções nos Estados Unidos representa o segundo valor anual mais elevado desde 2015. Por isso, aquilo que se verifica é uma tendência crescente, claramente em contra-ciclo com aquilo que tem sido a prática de muitos países, sobretudo de países que dizem defender valores de liberdade e da democracia, como muitos países ditos ocidentais.O relatório da Amnistia Internacional mostra que, nos países da região do Médio Oriente, as sentenças de morte foram utilizadas para silenciar os defensores dos direitos humanos e dissidentes. A pena de morte tenta calar aqueles que desafiam as autoridades?Sim, aqueles que se atrevem a desafiar as autoridades enfrentam esse castigo. É um castigo cruel, especialmente no Irão e na Arábia Saudita. É bom que se registem estes dois países onde a pena de morte é utilizada para silenciar quem tem a coragem de se manifestar. Há também um aspecto relacionado com este aumento do número de execuções na região do Médio Oriente e o uso da pena de morte em crimes relacionados com a droga.Nma clara violação dos direitos humanos...Sim, porque a legislação e as normas internacionais, em matéria de direitos humanos, estabelecem que a aplicação de pena de morte deve ser limitada a crimes mais graves. Embora a Amnistia Internacional defenda que a pena de morte deve ser eliminada totalmente, neste caso, regista que condenar pessoas à morte por crimes relacionados com droga não cumpre este limiar e é imoral. Condenar à morte pessoas por delitos relacionados com droga tem também um impacto desproporcionado sobre as pessoas de meios desfavorecidos e não tem qualquer efeito comprovado na redução do tráfico de droga.O relatório demonstra o poder das campanhas contra a pena de morte e dá o exemplo da Zâmbia e do Zimbabué, Que passos significativos deram estes países? São boas notícias. Em 2024, o Zimbábue avançou com uma lei que aboliu a pena de morte para os crimes comuns, e outros países também anunciaram a intenção de avançar com a abolição da pena de morte. Há também o registo, por exemplo, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em que 2/3 de todos os Estados membros da ONU votaram a favor de uma moratória de aplicação à pena de morte. Isto significa que há um movimento que, apesar de tudo, está a tornar a pena de morte obsoleta, que não quer a pena de morte como um instrumento de justiça nesses países.Menos boas são as notícias de Burkina Faso, República Democrática do Congo, Nigéria, que tomaram medidas susceptíveis a alargar a aplicação da pena de morte...Sim, é aquilo que a Amnistia teme e que, apesar de tudo, esses países sejam levados por um discurso que não tem adesão à realidade. Mais uma vez, esses países estão a pensar em introduzir a pena de morte em questões de criminalidade, onde já se percebeu que não tem impacto significativo na redução da criminalidade.É esta a mensagem que a Amnistia Internacional quer denunciar?Este relatório, obviamente, denuncia toda a situação de países que mantêm este instrumento cruel e desumano. Mas também aponta esse caminho, que é o de que a pena de morte não deve ser aplicada em circunstância alguma. É importante transformar a pena de morte em algo obsoleto, eliminando-a completamente da justiça de todos os países.Num mundo polarizado, esta missão não se torna mais difícil?É uma missão sempre complicada, mas a Amnistia Internacional também tem esperança, porque há casos concretos onde percebemos que as coisas vão mudando. Por exemplo, um cidadão do Japão que esteve mais de cinco décadas no corredor da morte, acabou por ser absolvido finalmente, em Setembro de 2024, de um crime que nunca cometeu.E houve também o caso do cidadão do Alabama…Sim, um homem negro que foi condenado à morte no Alabama e que, apesar de graves falhas no processo, acabou por obter clemência na sequência de apelos da família, de juristas, activistas locais e da comunidade internacional. Mais uma vez, o empenho de milhões de pessoas que se envolveram no caso pela Amnistia Internacional.E que mostra também a importância de as pessoas se envolverrem nestas causas...Sim, podem parecer pequenos gestos, mas são gestos significativos e que têm depois resultado, nem que seja na vida concreta de uma pessoa,mas que altera a vida dessa pessoa. Portanto, não desistimos de insistir com campanhas individuais de libertação de pessoas que foram condenadas à morte.
Bom dia! Esse episódio é um oferecimento de PUCPR e TOTALPASSMUNDO: Justiça proíbe plano de Trump e Musk de fechar a USAID BRASIL: Taxa SELIC volta ao maior patamar desde o governo Dilma NEGÓCIOS: 81% dos aplicativos para celular não chegam a faturar US$ 1kTENDÊNCIA: Os cafés em Londres estão sendo servidos nos banheirosECONOMIA: O Iraque está investindo em um novo canal de rota comercial
Começaram esta terça-feira na Arábia Saudita negociações consideradas cruciais entre os Estados unidos e a Ucrânia para encetar um eventual processo de paz com a Rússia. Em cima da mesa, está o acordo sobre os minerais ucranianos que Donald Trump pretende obter em compensação do apoio dado pelos estados Unidos a Kiev durante os três anos de guerra com a Rússia. Por seu lado, Kiev espera obter garantias de segurança e preconiza um cessar-fogo aéreo e marítimo. Estas negociações acontecem poucos dias depois de as relações entre a Ucrânia e o seu -outrora- principal aliado, os Estados Unidos se terem consideravelmente degradado, com a violenta discussão entre Trump e Zelensky na Casa Branca no passado dia 28 de Fevereiro.Isto acontece também num contexto em que a Ucrânia conhece dificuldades no terreno, dificuldades acrescidas pela suspensão na semana passada da ajuda militar e das informações estratégicas americanas.Por outro lado, isto sucede igualmente numa altura em que Kiev lançou ontem à noite uma série de drones contra o território russo e em particular contra Moscovo, um ataque que a Rússia afirma ter interceptado, mas com o qual o executivo de Zelensky procura fazer inflectir Putin sobre o princípio de um cessar-fogo parcial.Dados que analisamos com Álvaro Vasconcelos, antigo director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia.RFI: O que se pode dizer, para já, do contexto em que decorrem estas negociações?Álvaro Vasconcelos: São negociações entre os Estados Unidos e a Ucrânia. No fundo, os russos estão a ver o que se passa. Os russos estão a deixar ser o Trump a fazer pressão máxima sobre a Ucrânia para conseguirem aquilo que Putin terá dito a Trump que queria para um cessar-fogo. E portanto, é essa situação paradoxal que vivemos, em que não há uma negociação entre a Ucrânia e a Rússia para um cessar-fogo e depois para um acordo de paz, que são duas coisas completamente diferentes. Mas há uma negociação entre os Estados Unidos e a Ucrânia.RFI: Antes destas negociações, não se chega a perceber muito bem qual é a posição dos Estados Unidos. Enquanto Donald Trump diz que, a priori, não tenciona restabelecer a ajuda militar a Kiev, o chefe da diplomacia, Marco Rubio, não fecha completamente a porta ao restabelecimento desse apoio e também não fecha a porta a um cessar-fogo parcial no ar e no mar.Álvaro Vasconcelos: Como se dizia em Portugal durante o tempo da ditadura, há o PIDE mau e o PIDE bom. Trump e Vance fazem o papel do PIDE mau. E Marco Rubio faz um bocadinho, quanto pode, quando o deixam fazer, o papel do PIDE bom. Mas na realidade, o que nós assistimos desde o 12 de Fevereiro, quando Trump falou ao telefone com Putin, é que Trump incorporou toda a narrativa do Putin sobre a guerra da Ucrânia, ou seja, que quem começou a guerra foram os ucranianos, que Zelensky é um Presidente mal eleito, até um ditador. E toda essa pressão extraordinária sobre a Ucrânia foi completada pela retirada do apoio militar americano. Como nós sabemos, o que também foi dramático para a evolução da situação na guerra, foi a retirada das informações que os serviços de informação americanos davam aos ucranianos, o que permitiu alguns avanços significativos da Rússia nas regiões de Kursk, regiões russas que os ucranianos tinham conquistado. Toda essa pressão extraordinária sobre a Ucrânia, é aquilo que Putin queria, dá uma negociação extremamente difícil. É verdade que, entretanto, os europeus acordaram. Os europeus manifestaram como possivelmente nós não esperaríamos, porque nunca tínhamos visto isto, uma unidade significativa face aos Estados Unidos. Se nós nos lembramos, quando foi a guerra do Iraque, só a França e a Alemanha e um ou outro pequeno país se opuseram à invasão do Iraque pelos Estados Unidos. Havia a velha Europa e Nova Europa. A Europa estava profundamente dividida porque eram os Estados Unidos que estavam em causa. Hoje, a Europa está unida, no essencial, contra Trump e contra a política de Trump de obrigar os ucranianos a capitular perante exigências russas.RFI: Mas não será um pouco ilusório a Europa pensar que pode pesar sobre essas negociações, dado que, como o próprio Trump tem dito várias vezes, não têm as cartas?Álvaro Vasconcelos: Esta história das cartas, como Zelensky disse bem na conversa com Trump -se podemos chamar aquilo conversa- não se trata de um jogo de cartas. Como disse antes, trata-se é da guerra, da morte de pessoas e das perspectivas a longo prazo para a estabilidade e a segurança na Europa. E, nesse sentido, nunca é tarde para a União Europeia acordar. E evidentemente que, neste momento imediato, o seu peso nas negociações não é o que poderá ser daqui a uns meses ou daqui a uns anos, se estiver a criar os meios militares suficientes para apoiar a Ucrânia. Mas ponha a situação diferente, que a União Europeia não teria declarado a continuidade do seu apoio à Ucrânia, que o novo chanceler alemão não tinha mostrado tanta determinação em apoiar a Ucrânia, que a Europa não tinha continuado a dar o apoio militar à Ucrânia, e apesar de tudo o que diz o Donald Trump, o apoio financeiro europeu é superior ao dos Estados Unidos, a Ucrânia tinha colapsado. Portanto, apesar de a Europa não ter ainda os meios necessários para dar o apoio todo que a Ucrânia precisa, o apoio é decisivo para a Ucrânia ter alguma margem de manobra, senão não teria nenhuma. E repare-se que a pressão americana tremenda sobre Ucrânia é acompanhada por um redobrar da intervenção militar russa, pelo bombardeamento das cidades, etc. E que a Ucrânia respondeu ontem à noite, bombardeando também com drones várias cidades russas, incluindo Moscovo. Portanto, estamos num momento de negociação. E se quisermos voltar à história das cartas, cada um mostra quais são os trunfos que tem. E a Ucrânia continua a ter os trunfos de defender a sua terra, de ter resistido durante três anos com -é verdade- o apoio significativo americano, de ter do seu lado a União Europeia, o direito internacional e de ter o seu lado, de facto, a opinião pública europeia, também não é só os governos da União Europeia, e também a opinião pública europeia.RFI: Relativamente, lá está, àquilo que mencionou, o ataque durante esta noite contra o território russo e nomeadamente contra Moscovo. Kiev diz abertamente que isto deveria servir para os russos também pensarem na eventualidade de aceitar um cessar-fogo pelos ares e também a nível do mar. Julga que esse tipo de ataques, que aliás a própria Rússia diz ter interceptado, podem pesar nessas negociações?Álvaro Vasconcelos: Nas negociações com os russos, se calhar pesa pouco. Nas negociações com os americanos, pesam alguma coisa. Porque se Trump estava convencido que ao retirar o apoio aos ucranianos, estes últimos ficavam numa situação de completa vassalagem em relação a Trump -porque Trump vê-se como um imperador- e queria que Zelensky dobrasse a espinha e se apresentasse como vassalo, Zelensky quer mostrar uma prova de força e que ainda tem capacidade para atacar a Rússia e apresentar uma proposta de cessar-fogo. Porque isto do cessar-fogo parece que é simples e que amanhã acabou a guerra. Mas é muito mais complicado, porque é preciso definir as posições, é preciso verificar que nenhuma das partes utiliza o cessar-fogo para avançar, há toda uma série de questões, é preciso criar condições para a verificação do cessar-fogo. Há todo um conjunto de questões para garantir um cessar-fogo que dure. E depois é preciso iniciar negociações de paz, porque o cessar-fogo não é paz, é apenas uma pausa no conflito. A Ucrânia o que está a mostrar, não é aos russos, mas sim aos americanos. E é isso que é paradoxal, como eu disse desde o início, que a negociação não é entre a Ucrânia e a Rússia, é entre a Ucrânia e os Estados Unidos. E os europeus têm tido um papel importante também em apoiar a Ucrânia na negociação com os Estados Unidos. Mesmo que não pesem tanto como nós gostaríamos que pesassem na negociação com a Rússia. Pesam alguma coisa na negociação com os Estados Unidos.RFI: O que também interessa, aliás é o que está em cima da mesa pelo menos para os Estados Unidos, é a questão dos minerais, que é o ponto central para Donald Trump. Zelensky terá condições para de facto negociar um acordo que não seja demasiado prejudicial para a Ucrânia no que tange, por exemplo, à exploração e aos lucros que os minerais podem gerar?Álvaro Vasconcelos: Os americanos ligam a questão dos minerais ao apoio à Ucrânia para resistir à invasão russa e evidentemente que, nessa circunstância a negociação é difícil. Mas Zelensky tem continuado e os ucranianos têm continuado a dizer -e percebe-se completamente a lógica disso- que não há resultado final de negociações, ou seja, negociações sobre os minerais e negociações sobre o acordo de paz, ou seja, o cessar-fogo e o acordo de paz estão absolutamente ligados, para os ucranianos e também, de certa forma, para os americanos, à necessidade de haver garantias de segurança para a Ucrânia. E nesse sentido, até hoje não vimos mudança da posição da Ucrânia. Ou seja, aquilo que levou à situação que nós todos assistimos em directo na Casa Branca foi a recusa em aceitar um acordo sobre os minerais sem garantias de segurança para a Ucrânia. Eu não sei se para os americanos ou para Trump é mais importante os minerais ou apresentar-se aos americanos e ao mundo como o homem que impôs o cessar-fogo e a paz. Mas sei que Zelensky até agora não recuou naquilo que é absolutamente essencial. 'Ok, nós fazemos os acordos que os americanos querem, mas na condição de que os americanos dêem garantias de segurança'. Os detalhes do acordo sobre os minerais, ou seja, qual vai ser a parte ucraniana no controlo das suas próprias riquezas, qual vai ser a parte americana, como é que as empresas ucranianas serão envolvidas, que empresas americanas, quando é que isto começará a ter resultados, parece que demora muito tempo, segundo os especialistas. Tudo isso nós não conhecemos os detalhes, só conheceremos possivelmente no fim das negociações. Mas sabemos que a questão das garantias de segurança está absolutamente na agenda.RFI: Parece já estar assente para os Estados Unidos que, de qualquer forma, para haver paz entre a Rússia e a Ucrânia, deverá haver cedências territoriais por parte da Ucrânia e também que a Ucrânia desista da ideia de aderir à NATO.Álvaro Vasconcelos: Começamos, talvez pela primeira parte, que é a questão das cedências territoriais por parte da Ucrânia. Isso aí, os ucranianos vão aceitar uma situação de facto, acho eu, que é haver um cessar-fogo e um acordo de paz posteriormente. Mas começamos pelo cessar-fogo, porque os contornos do acordo de paz é difícil discuti-los hoje. Um cessar-fogo nas linhas actuais da guerra, possivelmente com um rearranjo aqui e acolá. E depois, continuarão as negociações para o acordo de paz. E é aí que as questões territoriais vão colocar-se. Mas na situação, digamos, de reconhecimento da ocupação de parte do território ucraniano pela Rússia, acho que nunca nenhum Presidente ucraniano, nenhum governo ucraniano aceitará. Ou seja, eles aceitarão uma situação de facto, mas continuarão a dizer que a reunificação da Ucrânia é um direito garantido pela comunidade internacional, pelas Nações Unidas, várias votações da Assembleia Geral das Nações Unidas e pelos tratados que foram assinados internacionalmente, inclusive pela Rússia, no fim da Guerra Fria. E, portanto, essa integridade territorial da Ucrânia vai continuar a ser defendida pelos ucranianos, ao mesmo tempo que eles farão concessões para um cessar-fogo e iniciarão uma negociação para um acordo de paz. Aliás, nos últimos dias houve esse aspecto interessante, que foi os ucranianos que estavam sempre na defensiva perante Trump, terem feito essa proposta, como já referiu, de um cessar-fogo parcial no ar e no mar, que foi no fundo também tomarem a iniciativa de serem eles a fazerem propostas e obrigarem agora os americanos a negociar com os russos. Até agora, os americanos não negociavam com os russos. Só negociavam com os ucranianos. Agora têm que negociar com os russos. Vamos ver se o Trump tem alguma capacidade ou quer ter alguma capacidade de pressão sobre a Rússia. O que não me parece ser o caso porque ele embarcou completamente na agenda do Putin.RFI: Outro aspecto que talvez possa pesar nas negociações -um aspecto que foi aliás mencionado pelo próprio Zelensky- que é a sua saída de cena. Isto foi também mencionado por outros responsáveis e pelo próprio Donald Trump que não esconde que gostaria de ver outra pessoa a dirigir a Ucrânia. Julga que isto pode ser também um elemento a ter em conta nas negociações?Álvaro Vasconcelos: Se eu não perdi nenhuma declaração do Zelensky sobre a questão- e posso ter perdido- o Zelensky diz que aceitaria sair de cena se a Ucrânia aderisse à NATO. Ou seja, se a garantia de segurança máxima que a Ucrânia pode ter, ser membro da NATO, porque até hoje nenhum membro da NATO foi atacado, não sabemos o que acontecerá amanhã com os Estados Unidos cada vez menos presentes e dando cada vez menos garantias de segurança no quadro da NATO. Mas até hoje, nenhum membro da NATO foi atacado. E o Zelensky disse que se Ucrânia entra na NATO, eu saio. Isso Evidentemente que a Rússia não vai aceitar, porque não quer que a Ucrânia tenha garantias de segurança, não aceita essas garantias de segurança máxima, não aceita as garantias de segurança que os europeus querem dar, com a presença militar europeia que tenha algum respaldo americano. Os russos e, pelos vistos, também Trump, querem sacrificar Zelensky. Mas o que é que significa sacrificar Zelensky? Significa tentar pôr no poder na Ucrânia alguém que seja dócil em relação a Trump e, logo, dócil em relação a Putin. E é no fundo, quando se fala de substituir Zelensky, que quando se diz que não é um Presidente eleito porque não houve eleições em Maio do ano passado dada a situação de guerra, o que se está a dizer? Ponham lá um homem pró-russo. Há vários. Lembremo-nos da França durante a Segunda Guerra Mundial. Acabou por chegar ao poder Pétain, que era um homem que aceitou a capitulação. Portanto, procurar um homem na Ucrânia que aceite a capitulação é o que estão a fazer russos e americanos. Mas evidentemente que isso enfrenta uma enorme dificuldade, que é a popularidade de Zelensky que aumentou desde a conversa da Casa Branca e o empenho dos ucranianos em protegerem a sua própria terra e os ucranianos terem criado nos últimos três anos um exército poderoso. Hoje a Ucrânia tem um exército poderoso, armado pelos americanos, mas também pelos europeus, e tem a sua própria indústria de armamento. Portanto, os ucranianos, apesar de todas as perdas e todas as mortes, continuam a querer defender a sua pátria. E nesse sentido, qualquer Presidente que capitula perante os russos, terá muita dificuldade de continuar no poder.RFI: No cômputo geral, o que é que se pode esperar desta primeira ronda negocial?Álvaro Vasconcelos: No fundo, isso são cenários. Não conhecemos os bastidores. Só sabemos aquilo que se passa à sua volta, os ataques ucranianos sobre as cidades russas, os ataques russos em curso, as declarações públicas de uns e de outros. Mas um cenário possível é que Donald Trump, querendo tanto a paz, consiga neste momento, que a delegação russa diga 'Ok, nós vamos fazer um primeiro passo nessa direcção', convencidos que têm Trump pelo seu lado e que Trump vai garantir os interesses russos. Ou seja, os russos vão dizer 'nós queremos uma Ucrânia desmilitarizada' e o Trump dirá 'sim a prazo'. E, entretanto, sairiam de uma negociação com a Ucrânia, aparentemente teriam conseguido alguma coisa, mas na realidade, o essencial estaria na mesma. Ou seja, Trump a apoiar o projecto russo de uma capitulação da Ucrânia e a prazo a sua desmilitarização e neutralização, o que criaria uma situação de altíssima vulnerabilidade para a Ucrânia e a Ucrânia, a prazo, seria conquistada pela Rússia. É possivelmente um cenário que permitiria a Trump dizer que teve algum sucesso nesta negociação. Mas a verdadeira negociação acontecerá quando ucranianos e russos se sentarem à mesma mesa e negociarem o que será um acordo de paz e um cessar-fogo -para começar- entre ambas as partes. E não me parece que isso vá acontecer agora na Arábia Saudita. Um outro cenário que é talvez o mais provável, é que a gente tenha a notícia de que as negociações fracassaram. Que os negociadores regressaram e marcaram outra data da negociação porque não conseguiram chegar a um acordo. Que a Ucrânia manteve a exigência de garantias de segurança e os Estados Unidos ainda não declararam, e não me parece que vão declarar, que deram essas garantias de segurança.
Mais de 1000 pessoas foram mortas após os confrontos entre as forças de segurança sírias e os apoiantes do Presidente deposto, Bashar al-Assad. O Presidente da Síria, Ahmed Sharaa, garantiu que todos aqueles que atentarem contra o Estado e os dissidentes serão punidos, alertando também para a possibilidade de uma nova guerra civil eclodir no país. Calton Cadeado especialista em Relações Internacionais, reconhece as fragilidades do novo Governo, contudo, refere que a violência está a ser perpetrada de ambos os lados. Esta violência entre as forças de segurança sírias e os apoiantes do presidente deposto, Bashar al-Assad, era previsível?Neste momento, há informações que ainda não estão claras e há uma disputa de narrativas, uma que é a pró-governamental e a outra que é a anti-governamental, se assim quisermos dizer. Para todos os efeitos, existe um facto que não pode ser negado e que já era esperado Refiro-me às pessoas leais a Bashar al-Assad que estão a contestar esta transição de poder por via da força. Quanto tempo isso vai levar? É uma incógnita. Mas, de todas as formas, estamos a assistir a uma contestação violenta, sendo que a resposta também é violenta e condenável. Mas, no jogo político, é preciso entrar na cabeça do novo regime para perceber porque é que eles estão a reagir desta forma. Vamos lá pensar de forma especulativa, mas com factos: estes companheiros – que tomaram o poder pela força – foram vítimas de repressão do regime de Bashar al-Assad e pensam que é legítimo, agora, fazer a vingança.Não compete à Justiça responder a esse tipo de situações?O que todos nós gostaríamos é que a Justiça funcionasse, mas neste momento existe uma resposta violenta, uma vingança violenta ao que eles não conseguiram fazer [no passado].As forças de segurança do novo Governo anunciaram a detenção de vários autores de violência contra civis nas províncias costeiras da Síria. Esta resposta parece-lhe a mais sensata?A detenção é a melhor opção, a mais ideal, pois permite às pessoas responderem perante um tribunal sobre esta situação. Mas, repito, o que se está a verificar é a ideia da vingança, também pode ser a ideia de utilização do medo como factor de imposição da autoridade. É preciso lembrar que este Governo ainda está numa fase de instalação.O Presidente sírio, Ahmed Sharaa, disse - num discurso à nação - que o país enfrenta um novo perigo, representado pelos apoiantes do antigo regime de Bashar al-Assad e pelas forças externas que procuram arrastar o país para uma guerra civil com o objetivo de o dividir, destruindo a unidade e a estabilidade. É disso que se trata? Há essa ameaça?A ameaça está lá porque a tomada de poder ainda não está consolidada na ocupação real do território. Também não sabemos quais são as pretensões destes grupos que se uniram para derrubar Bashar al-Assad. O grupo dos curdos, por exemplo, não esconde a sua pretensão de criar o tal grande Curdistão, com a Síria, a Turquia e o Iraque. Actualmente, não há garantias da efectividade do controle do território por este novo regime. Então, tudo o que vier é motivo de medo, servindo de pretexto para o uso da força, inclusive num nível extremo. Pode eventualmente ser uma situação dessas, mas também é preciso desconfiar que o Governo pode estar a usar este assunto como pretexto para justificar o excesso de violência contra qualquer um que tente pôr em causa o poder instalado, porque o poder instalado definitivamente ainda não está consolidado.Foi ainda anunciado um comité superior para preservar a paz civil, que será encarregue, em nome do presidente da República, de comunicar diretamente com o povo da costa síria, ouvi-lo e prestar-lhe o apoio necessário. Qual é a importância deste comité superior para preservar a paz civil?É uma boa iniciativa e dá um sinal de que é preciso reconhecer que a Síria precisa de paz. Pode também ser um sinal de que é preciso incluir todos os actores da paz civil. Porém, essa expressão "paz civil" pode ser um sintoma de exclusão de qualquer força armada associada a Bashar al-Assad. Pode ser uma forma de dizer, inclusive aos leais a Bashar al-Assad: “Vocês têm um espaço aqui desde que deponham as armas e façam um jogo político na Síria”. Mas o medo vai ser sempre a tónica dominante e que vai influenciar a efectivação deste comité.Dezenas de pessoas reuniram-se, no dia 7 de março, na Síria para pedir protecção de Moscovo. Bashar al-Assad, vive em Moscovo desde que deixou a Síria, a Rússia afirmou que Moscovo está a coordenar estreitamente os esforços com os parceiros estrangeiros no interesse de um rápido desanuviamento da situação…Eu tenho grande dificuldade em tratar deste assunto como um assunto puramente identitário de minorias ou maiorias. Neste caso, é claramente um assunto político entre grupos rivais políticos. Acontece, infelizmente, esta associação ao grupo da minoria alauíta [minoria da qual Bashar al-Assad faz parte]. Mas esta não é uma luta entre alauítas e xiitas, ou alauítas e sunitas. Esta é uma luta de poder entre actores políticos. Então, a protecção que vai ser dada neste momento é à população civil, sob pena de se correr o risco de estar a falar apenas de alauítas. Todavia, naquela zona, podem estar a morrer pessoas que não são alauítas. São os civis que têm de ser protegidos. Aliás, a informação que está a circular é que há gente que foi refugiar-se na base russa. Neste momento, qualquer tentativa de associar este problema à minoria alauíta é uma forma de diminuir o verdadeiro problema, instrumentalizando a identidade alauíta para fins políticos. Em todo o caso, a Rússia deve proteger todos os civis.A Turquia, que apoiou os rebeldes quando Assad ainda estava no poder, avisou que os atuais combates representam uma ameaça séria para o novo governo. O novo Governo está, de facto, ameaçado?Sem dúvida, este é um Governo que ainda está na fase de instalação, não controla todo o território. Este grupo que chegou ao poder com um elevado nível de legitimidade, por ter derrubado Bashar al-Assad, esconde as divisões internas. Uma das divisões internas, que o próprio grupo já reconheceu, é o medo da influência que o Estado Islâmico pode desempenhar neste novo xadrez político. Refiro-me ao controlo territorial, com propostas para a federalização da Síria e entregar o controlo de território a cada um destes grupos, diminuindo o peso do Estado no controlo territorial na sua globalidade. Num cenário de presença do Estado Islâmico a controlar o território, quais seriam as consequências para a Síria, Turquia ou Israel? Então, há esse medo, e é um medo real.Que papel poderá desempenhar a Turquia?A Turquia pode ser um elemento de protecção do novo regime para não dar espaço para que os grupos actuem, por exemplo, na zona norte. A Turquia pode bloquear as intervenções, sobretudo dos grupos leais a Bashar al-Assad. Na minha análise deste cenário, estes grupos leais – que estão a tentar pôr em causa o novo regime – não têm pernas para andar, pelo menos na zona norte, porque não têm uma retaguarda segura no mar .A Europa mostrou-se chocada com esta escalada de violência. Apelou a todos para que procurem soluções pacíficas para a unidade nacional, um diálogo político inclusivo e justiça transitória. Há aqui o risco de a Europa voltar atrás na intenção de levantar as sanções contra a Síria com esta situação?Neste momento, tudo está em aberto e é possível que isso venha a acontecer. Agora, vamos ver quais são as discussões que a Europa faz com o novo regime, porque a Europa quer preservar os direitos humanos, mas o novo regime quer preservar o poder e a integridade territorial. O que vem primeiro? Se formos a usar a teoria liberal, são os valores dos seres humanos que vêm primeiro, mas se formos usar a teoria realista, o que vem primeiro é o Estado. Podiam-se fazer as duas coisas ao mesmo tempo; seria o mais desejável, mas estamos a falar de duas perspetivas de grupos diferentes.
Novo relatório da agência da ONU diz que 7 milhões de pessoas continuam deslocadas dentro do país, que se recupera de uma guerra que durou 14 anos; maioria dos que regressam vem do Líbano, Síria e Iraque.
Nesse episódio discutimos o documentário de 2016 "HyperNormalisation", dirigido por Adam Curtis. Conheça os motivos por que as elites globais parecem se interessar mais em criar narrativas com heróis e vilões do que em resolver problemas reais. Descubra a conexão entre o filme de ação "A Rocha" e a invasão do Iraque em 2003. E entenda a relação entre UFOs, Bashar al-Assad e Muammar Gaddafi. Episódio gravado em Março de 2024. Acesse o site da Liga dos Leigos para a bibliografia completa do episódio e mais informações sobre os diletos membros da liga: https://ligadosleigos.com/ Entre em contato com a Liga em: contato@ligadosleigos.com Siga-nos no Twitter em: @ligadosleigos
Assistência dada pela ONU à região aumentou 16% num ano; área geográfica é agora o epicentro do terrorismo global; antigo Isil, grupo Daesh, pode ter cerca de US$ 10 milhões em reservas somente no Iraque e na Síria.
Episódio em vídeo no Youtube: https://youtu.be/3nZa3ap77c4 Brasil, Iraque e a fascinante história do MAA-1 Piranha: o projeto que colocou o Brasil entre os poucos países capazes de conceber, desenvolver e fabricar seu próprio míssil. Descubra todos os detalhes dessa trajetória, contada com riqueza de informações por Carlos Alberto Carvalho, diretor de Competitividade da SIATT. Fight‘s On! ↗️
Na coluna deste domingo (19), o professor Milton Teixeira fala sobre o início da Guerra do Golfo, em 17 de janeiro de 1991, quando os Estados Unidos, liderando uma coalizão de 19 países, invadiram o Iraque.
Na segunda edição deste boletim você confere: Mulheres negras e casadas são as maiores vítimas de violência doméstica no campo; Papa revela que foi alvo de tentativa de assassinato no Iraque; Vini Junior é eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa. O Boletim Rádio Gazeta Online é um conteúdo produzido diariamente com as principais notícias do Brasil e do mundo. Esta edição contou com apresentação da monitora Luiza Borgli, do curso de Jornalismo. Escute agora!
A Síria vive um momento histórico com a queda de Bashar al-Assad, o homem que governou com mão de ferro durante 24 anos, depois de ter herdado o poder do pai, Hafez al-Assad, que tinha tomado o poder em 1970. O regime autocrático foi declarado oficialmente derrubado, após uma ofensiva das forças da oposição, que tomaram o controlo de Damasco nas primeiras horas de domingo. Ivo Sobral, coordenador de mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Abu Dabi, falou-nos sobre os cenários em cima da mesa, as esperanças e os desafios do país perante o fim "de mais de 50 anos de família al-Assad no poder”. RFI: A queda de Bashar al-Assad ocorreu menos de duas semanas depois do início da ofensiva da oposição. Ficou surpreendido? O que é que fez com que a sua queda acontecesse agora? Ivo Sobral, coordenador de mestrado em Relações Internacionais na Universidade de Abu Dabi, nos Emirados Árabes Unidos: De facto, foi um avanço surpreendente, super rápido, que ninguém esperava. Movimentações militares nos últimos três, quatro dias, muitas pessoas de exércitos do Médio Oriente a deslocarem-se para a Jordânia, a deslocarem-se até para Israel para observarem o que é que estava a acontecer para fazer os relatórios de volta para os seus países. Toda a gente ficou surpreendida com esta rápida expansão das forças populares da Síria.O que aconteceu foi que, de facto, o regime de Bashar al-Assad estava minado logisticamente por dentro, foi uma batalha de atrito, uma batalha que durou muitos anos e que parecia eterna, mas afinal não, porque os relatórios recentes falam de um exército ao lado de Bashar al-Assad muito fraco, muito debilitado, muito dependente de mercenários e de forças externas, como o próprio Hezbollah libanês que estava quase terminalmente enfraquecido com os ataques de Israel e também as forças do Irão, assim como as forças proxys iranianas que são originárias do Iraque.Ou seja, de certa forma, foi a própria fragilização do Hezbollah e do Irão que teria levado a que isto pudesse acontecer agora?Exactamente. É essa a parte decisiva desta mudança enorme no Médio Oriente. As forças russas eram à volta de mil soldados, no máximo, portanto, nada de transcendental, alguns meios aéreos, mas que não poderiam fazer absolutamente nada quanto a esta ofensiva que foi super rápida. O próprio exército de Bashar al Assad, apesar de ter à volta de 20.000 homens, pelo menos até Damasco, também não teria recebido nem sequer os seus salários nos últimos meses, havia falta crónica de munições, falta de comida para as forças de Bashar al-Assad, uma situação que estava já a descer bastante em termos de apoio para Bashar al-Assad. Ele já não era popular na Síria, o problema agora é que as suas próprias forças mais fiéis estavam já a abandonar as posições, como aconteceu em Homs, quase no início.A queda de Bashar al Assad simboliza o quê? É o fim de uma era de opressão e de violência, mas também poderá ser o início de uma fase de incertezas? Qual é o principal cenário neste momento em cima da mesa? É difícil falar de um cenário. Podemos falar de vários cenários. É uma era que se acaba, uma era de mais de 50 anos de família al-Assad no poder. A Síria dominou o Médio Oriente e foi um bastião de alguma estabilidade com mais de 50 anos e que agora desaparece. Quando desaparece qualquer coisa - isto não é de hoje, já vimos o que aconteceu no Iraque - um vácuo do poder transforma-se sempre numa situação extremamente perigosa. Isso é o apanágio de qualquer revolução, mas no Médio Oriente ainda é pior, em particular numa zona tão volátil como onde está a Síria e o Iraque. A Síria é particularmente complexa a situação porque temos não só os jogadores internacionais todos presentes, como existe uma multitude de forças internas da Síria, que tornam todos os cálculos cada vez mais difíceis.O vazio de poder ocorre normalmente após a queda de regimes autoritários e pode ser explorado por grupos extremistas, como aconteceu no Iraque e na Líbia. Essa possibilidade acontece aqui?Exactamente. Fortemente.Temos que compreender bem qual é a lógica destas organizações radicais. Numa situação de caos completo, de falta de ordem, de falta de infraestruturas básicas, de completo colapso institucional do governo, uma força consegue trazer uma estabilidade, usando as táticas mais ferozes que podem acontecer, normalmente isso acontece com grupos religiosos fundamentalistas. O fundamentalismo islâmico é uma arma muito potente para a estabilização. As visões radicais baseadas em leituras do Corão radicalizadas trazem esta estabilidade. A estabilidade é muito simples: quem roubar perde uma mão; quem cometer qualquer outro tipo de crime basicamente é brutal o tipo de opressão.Mas isto pode acontecer na Síria? Quem é que lidera a oposição que fez cair Bashar Al Assad? Quem é Abu Mohammed Al-Jolani? É uma personalidade muito curiosa. Nasceu na Arábia Saudita, teve uma educação mais conservadora saudita de estilo wahabi tradicional, rumou para o Iraque como um combatente com a Al-Qaida e depois ficou preso cinco anos ou seis anos numa prisão iraquiana. Depois foi para a Síria, onde iniciou este movimento contra o governo. Portanto, é um indivíduo que nas últimas duas semanas se tem desdobrado numa campanha curiosa que é demonstrar que não é um radical, ou seja, uma espécie de campanha de PR - “Public Relations Stunt” - para ter um pouco ao seu lado o Ocidente e outros. Ou seja, não fazendo os erros que outros movimentos mais radicais, como o Daesh ou ISIS no Iraque e na Síria, fizeram e foram isolados e quase destruídos.Abu Mohammed Al-Jolani prometeu respeitar as minorias, disse que a Síria seria um país para todos os sírios. As minorias religiosas, afinal, não devem ter medo?O problema são as minorias étnicas também, como são os curdos. Ao mesmo tempo que vemos esta tomada de Damasco, temos também uma ofensiva no Norte do país contra as forças curdas. Obviamente, também não podemos ser demasiado rápidos na análise porque temos que deixar tempo ao tempo, a situação é demasiado volátil e incandescente para termos este tipo de certezas. Existem muitas Sírias agora em movimento, um pouco o cenário que aconteceu em termos de milícias na Líbia, mas desta vez temos toda esta variedade étnico-religiosa da Síria que torna-se bastante difícil para nós fazer esta análise simples porque não sabemos quem está realmente a controlar as ruas de Damasco neste momento, qual é a força, quais são as forças, qual é a conjugação de forças. Portanto, temos que deixar um pouco, pelo menos semana, para começarmos a observar a situação acalmar para fazermos este tipo de análises.Foram 50 anos de ditadura. Não há aqui uma esperança, um novo amanhecer para um povo reprimido por esta autocracia brutal? Sem dúvida, sem dúvida. Tenho vários colegas da Síria e foi muito interessante as conversas que eu tive hoje de manhã. Os meus colegas estão muito felizes com o que aconteceu e alguns deles, inclusive que trabalharam para Bashar Al Assad e outros não, todos são unânimes numa coisa: é que a mudança tinha que ser feita. Pior que a situação na Síria não existia. Estamos a falar de um país que sofreu o que se chama uma detonação social, ou seja, metade da população teve de desaparecer do país. Ficou refugiada, emigrou. Portanto, a Síria perdeu metade da população e os que fugiram não podiam voltar sequer.Sem contar todos os milhares que estavam em prisões, não é?Exactamente, há várias décadas, portanto, o que acontecia é que a Síria, como estava, não era positiva para ninguém, muito menos para qualquer facção da Síria. Isso é um facto. Agora, o que vemos para o futuro? O que eles diziam, rindo um pouco, é que não podia ser pior que isto, portanto, alguma coisa tinha que ser feita. O futuro terá que ser sempre melhor. Um regime autocrático como o do governo de Bashar al-Assad e do seu pai, com milhares - nós nem sabemos a quantidade de prisioneiros políticos que existirão na Síria, estamos a saber agora, lentamente, o que acontecia - é algo que não pode acontecer nos anos 2000 e tinha que terminar. O que aconteceu, o que acontece com estes regimes sempre, é que eles apodrecem por dentro. Foi o que aconteceu e temos que só pensar positivamente para o futuro. Temos de dar uma chance a todas as forças. Existem muitos riscos, sem dúvida, muitos jogadores.Esta saída de Bashar al-Assad marca uma das mudanças mais significativas no Médio Oriente nas últimas décadas. Que impacto para a região? À partida, quem ganha é a Turquia e Israel e quem perde é a Rússia e o Irão? Quem é que ganha e quem é que perde no tabuleiro geopolítico? Aparentemente quem perde imediatamente é o Irão. O maior derrotado desta crise será o Irão porque Bashar al-Assad - de uma minoria xiita, os alauítas, muito similar em termos religiosos com o Irão - com o apoio maciço do Irão, com muitos meios empenhados, muitas forças operacionais dentro da Síria, que fazia conexão às forças pró-iranianas do Iraque. Portanto, há aqui uma estrada, uma ligação de Teerão, Bagdad e Damasco, que é agora cortada completamente, e essa estrada ia para Beirute, que foi cortada completamente. O Irão é o grande perdedor.E a Rússia?A Rússia basicamente perde prestígio internacional porque se dizia que Putin nunca iria deixar os seus regimes pró-russos caírem no mundo. Bem, a questão é que caiu. Perde prestígio internacional, perde poder geopolítico no Médio Oriente e perde duas bases, as únicas bases que ainda existem da Rússia no Mediterrâneo, portanto, uma base aérea e uma base naval. Muito provavelmente os russos já estão neste momento a evacuar o material mais sofisticado para não cair nas mãos dos rebeldes ou dos seus inimigos. E a Rússia também perde, sem dúvida.Relativamente a Israel, há aqui alguma vitória no sentido em que Bashar al-Assad era um inimigo de Israel. No entanto, também é um desequilíbrio do “status quo” porque é melhor combater com o inimigo que se conhece do que um inimigo que não se conhece. Ele agora poderá ter que estabilizar um pouco a área, o que é como no passado, em que todas as forças fundamentalistas, mais cedo ou mais tarde, unem-se contra Israel. Aqui, é essa a grande incógnita do futuro. Israel está a monitorizar tudo o que está a acontecer na Síria e pode ser um novo inimigo. Esta instabilidade pode criar um novo inimigo para Israel.E a Turquia?Toda esta operação, que começou há mais de duas semanas, tem um cunho muito forte da Turquia, um cunho logístico, de "leadership", muito provavelmente de "intelligence", existem várias imagens, fotografias que mostram vários indivíduos que não correspondem ao perfil de um combatente sírio e Erdogan joga aqui outra cartada para debilitar o governo de Bashar al-Assad e, ao mesmo tempo, também controlar a zona mais próxima da fronteira com a Turquia. Portanto, há aqui também alguma vitória por parte da Turquia, sem dúvida.Agora, há outros jogadores à volta: a Jordânia, o próprio Golfo. O Golfo estava relutantemente a ter algumas relações com Bashar al-Assad porque não existia mais ninguém e agora vê na queda de Damasco uma oportunidade, talvez para o futuro, uma oportunidade para investir na Síria, criar e estabilizar a Síria e transformar a Síria num país que seja pró- Golfo, como está a acontecer um pouco no Iraque. Eu tenho certeza de que a Arábia Saudita, o Kuwait, os Emirados Árabes Unidos não querem uma Síria fraca porque uma Síria fraca seria um Iraque fraco, um país desestabilizado que poderia trazer bastantes perigos para esses mesmos países.E depois muito perto temos sempre a Jordânia. A Jordânia é um país fulcral de estabilização ali no Médio Oriente. A Jordânia está a olhar muito atentamente tudo o que está a acontecer na Síria por causa da sua enorme fronteira comum, assim como que tipo de xadrez poderá se jogar ali tão perto das suas casas. Basicamente, a Jordânia é o país ali com mais coisas em risco.E depois há o Líbano…O Líbano é outra incógnita. Líbano e Síria estiveram sempre juntos no passado. A Síria teve sempre um poder superior ao projectar a sua força para dentro do Líbano, os seus serviços secretos a usarem o Líbano. Se calhar, esta pressão agora vai aliviar-se e o Líbano talvez será deixado aos libaneses.A única coisa em que existe um perigo muito grande é que a Síria, nos últimos sete anos, transformou-se um pouco no chamado "narcopaís", um país que vendia drogas, em particular, e onde o próprio governo de Bashar al-Assad estava implicado. Portanto, para os seus inimigos e para os seus amigos em toda a volta, a Síria transformou-se basicamente num grande produtor de estupefacientes bastante baratos e que eram exportados para toda a zona. Este é um perigo que veremos agora, com a queda deste regime, o que poderá acontecer. Poderá ser como aconteceu no Afeganistão, que mudou para os Taliban, mas a primeira coisa que eles fizeram foi cortar na produção de heroína e pode ser que estes mesmos governos, que sejam mais conservadores também, optem por essa mesma política. O Islão não é compatível com estupefacientes, portanto, há aqui outra questão em aberto.
Com a queda do regime de Bashar al-Assad abre-se uma nova fase no médio oriente? Que tipo de transição de poder acontecerá? Erdogan está a aproveitar o momento? O Irão é o grande derrotado? Terá havido uma coordenação com os EUA? É o fim de uma guerra ou o início de outra coisa qualquer? Israel vai ficar quieto a observar uma troca de radicais? A Síria será retalhada? Há parecenças com o ocorrido no Iraque?
A 400ª edição do podcast Futebol no Mundo é AO VIVO com a participação de Gian Oddi, Ubiratan Leal, Alex Tseng, Leonardo Bertozzi e Gustavo Hofman. Nessa edição falamos de: - 2024 da seleção brasileira; - Balanço das eliminatórias sul-americanas; - Façanha de San Marino; - Definições na Nations League; - Renovação de Pep Guardiola; - Patrick Vieira no Genoa; - Tata Martino fora do Inter Miami; - Registros de Concacaf e CAN; - Japão com um pé na Copa, Uzbequistão e Iraque perto; - Alajuelense vs Fifa. #FutebolNoMundo #futebol #podcast Learn more about your ad choices. Visit podcastchoices.com/adchoices
Parlamento do Iraque, dominado por partidos muçulmanos xiitas, pode votar a qualquer momento uma lei que permite que meninas a partir de nove anos possam se casar. Além de baixar a idade do consentimento, a emenda parlamentar retiraria o direito das mulheres ao divórcio, à herança e à guarda das crianças. Os parlamentares já tinham tentado duas vezes aprovar essa lei nos últimos anos, e alegam que a medida protegeria as meninas de relacionamentos imorais. E ainda: - Musk vai liderar o Departamento de Eficiência Governamental. O objetivo, segundo Trump, é desmantelar a burocracia governamental, cortar gastos e impulsionar reformas estruturais em larga escala - Justiça de Nova Iorque adiou em uma semana a decisão sobre a condenação de Donald Trump, no caso de suborno da atriz pornô Stormy Daniels. A medida atende a um pedido da promotoria e dos advogados do republicano -Justin Welby, renunciou ao cargo de chefe da Igreja Anglicana. Ele deixou o cargo depois que um relatório apontou que sua igreja acobertou casos de abusos sexuais contra crianças - Israel anuncia a abertura de mais um corredor de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo Washington, são necessários pelo menos 350 caminhões de ajuda humanitária por dia, para apoiar os civis em Gaza Estamos na 2ª fase do Prêmio Melhores Podcasts do Brasil, na categoria de “Assuntos Diversos”. Nos ajudem e deem seu voto https://www.premiompb.com.br Sigam a gente nas redes sociais Instagram mundo_180_segundos e Linkedin Mundo em 180 Segundos Acompanhem os episódio ao vivo Youtube, Instagram ou Linkedin
A conversa de hoje acontece num sussurro, num tom de quase confidência de quem leva tantos anos a ouvir as histórias daqueles que só podem celebrar assim. Félix Lungu, é o nome do nosso convidado, membro da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, há já 21 anos. Para além das histórias que traz agarradas ao corpo, e que tem a generosidade de partilhar connosco, vai abrir a todos um convite: A Noite das Testemunhas, no dia 25 de Outubro, às 21h na Igreja dos Redentoristas no Porto. Contará com a presença e o testemunho do Arcebispo de Erbil, no Iraque, Bashar Warda. É precisamente por aqui que começará a conversa, partimos da Noite das Testemunhas e deixamo-nos levar pelo olhar que o Félix nos vai oferecendo.
A jovem iraquiana yazidi Fawzia Amin Sido, de 21 anos, voltou a se encontrar com sua família no Iraque após ser resgatada na Faixa de Gaza pelas Forças de Defesa de Israel (FDI).Ela foi sequestrada de sua casa em 2014 quando tinha apenas 11 anos por terroristas do Estado Islâmico. Nesse período, ela foi levada para a Síria, onde foi comprada por um palestino apoiador do Estado Islâmico.Em seguida, foi levada para a Faixa de Gaza e obrigada a cuidar dos filhos do palestino.Felipe Moura Brasil e Duda Teixeira comentam:Você também pode assistir ao Papo Antagonista na BM&C, nos canais de TV 579 da Vivo, ou 563 da Claro, além do SKY+. Apoie o jornalismo Vigilante: 10% de desconto para audiência do Papo Antagonista https://bit.ly/papoantagonista Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo e muito mais. https://whatsapp.com/channel/0029Va2S... Ouça O Antagonista | Crusoé quando quiser nos principais aplicativos de podcast. Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
Faltam 9 dias para Moçambique eleger o novo Presidente da República. Na Beira, o MDM promete transformar a gestão dos serviços de saúde e ensino. Em Nampula, o PODEMOS promete ensino primário e secundário gratuito a nivel nacional. Em Cabo Delgado, a FRELIMO quer alcançar a tão desejada paz. A RENAMO anunciou o apoio de 12 partidos extraparlamentares. E conflito entre Israel e o Hezbollah.
"Não é um conflito qualquer. Já é guerra total”, afirma Gabriel Chaim, fotógrafo e documentarista que fala direto de Beirute. Nesta entrevista a Julia Duailibi, Chaim revive a viagem que fez por terra entre o sul do Líbano e a capital durante as horas nas quais as Forças Armadas de Israel bombardeavam o país tendo como alvo o Hezbollah – quase 600 pessoas morreram, entre elas um brasileiro de 15 anos: “Um trajeto de 25 minutos durou uma eternidade absoluta. O risco, de zero a dez, era dez”. O mesmo deslocamento, de acordo com a ONU, já foi feito por cerca de 100 mil libaneses – o governo local diz que quase meio milhão de pessoas já deixaram suas casas. Chaim, que cobre guerras há mais de 10 anos e esteve na Ucrânia, na Síria, no Iraque e no Iêmen, relata que “sentiu muito medo” nos últimos dias, quando conviveu com “foguetes passando por nossas cabeças” e viu um “bombardeio muito próximo, a menos de 300 metros”. Em Beirute, o repórter comenta o “clima pré-guerra” entre os moradores e elogia as belezas naturais da capital libanesa. “Um brasileiro aqui se sente em casa”.
Israel prossegue a campanha de "ataques de grande envergadura" contra a milícia xiita do Hezbollah, no Líbano. Por sua vez, o movimento pró-iraniano afirma ter lançado um míssil perto de Telavive. Morreram mais de 500 pessoas no país do Cedro, e todos os cenários são possíveis neste confronto entre os dois países, levando a questionar sobre a possibilidade de uma incursão terrestre de Israel no Sul do Líbano. Israel anunciou esta quarta-feira estar a levar novos "ataques de grande envergadura" contra o Hezbollah no Líbano em que pelo menos 51 pessoas morreram, num balanço porventura não definitivo numa altura em que continuam as trocas de tiros transfronteiriços, e depois dos bombardeamentos israelitas terem causado a morte de mais de 500 pessoas durante a semana. Cerca de 90 000 libaneses fugiram das suas casas, de acordo com a ONU, e temem uma intervenção militar terrestre de Israel, reavivando o trauma da guerra de 2006, quando tanques israelitas invadiram o país do cedro em retaliação a mísseis disparados pelo Hezbollah. Também em Israel tocaram as sirenes de alerta em Telavive, esta quarta-feira, depois de o Hezbollah ter disparado um míssil que visava uma base dos serviços secretos israelitas da Mossad.Para o investigador Carlos Gaspar, do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI), estamos perante "uma guerra limitada", que era "previsível desde a guerra em Gaza". RFI: Continuamos a ouvir falar de "escalada regional", mas será que estamos, já, perante uma guerra?Carlos Gaspar: Com certeza que sim, mas é uma guerra limitada. A viragem israelita foi anunciada e era previsível desde o início da guerra em Gaza, aliás, desde o massacre do Hamas a 7 de Outubro, uma vez que o Hezbollah, logo a seguir, decidiu começar a atacar Israel e tem atacado Israel constantemente desde há quase um ano.O Hezbollah é para Israel uma maior ameaça à sua segurança do que o Hamas, e o ministro da Defesa israelita tinha anunciado, há algumas semanas que a questão de Gaza estava controlada do ponto de vista militar e que as forças armadas israelitas se iam concentrar na fronteira do Norte, onde o Hezbollah tinha forçado a evacuação de uma parte importante da população israelita local. E, efectivamente, há poucos dias começou uma escalada contra o Hezbollah. Primeiro as explosões dos pagers, depois dos walkie-talkies, a seguir o ataque contra um grupo de elite militar do Hezbollah em Beirute e agora os bombardeamentos mais alargados. Estamos em plena escalada. Não é evidente até onde é que irá esta escalada, isto é, se, tal como em 2006, Israel vai fazer avançar as suas forças terrestres para lá da fronteira com o Líbano.RFI: Estes ataques contra o Hezbollah já estariam previstos desde a sequência dos ataques do 7 de Outubro, quando o Hezbollah começou a lançar mísseis no norte de Israel, em apoio ao Hamas palestiniano. Por que é que Israel decide atacar o Hezbollah neste preciso momento, primeiro com as explosões dos pagers e walkie-talkies e agora com bombardeamentos? Carlos Gaspar: A frente em Gaza está aparentemente estabilizada do ponto de vista militar, pelo menos é essa a visão das Forças Armadas israelitas. Trata-se de neutralizar a ameaça permanente que existe contra Israel na sua fronteira norte. Note que essa ameaça não devia existir, uma vez que nos termos da resolução das Nações Unidas que pôs fim à guerra de 2006, devia haver uma faixa entre a fronteira de Israel e o rio Litani no Líbano com uma força das Nações Unidas, que está lá mas não faz nada. O exército libanês está lá e não faz nada. Pelo contrário, está lá a artilharia do Hezbollah que ataca Israel. A França e os Estados Unidos têm-se empenhado ao longo destes últimos meses, desde o massacre de 7 de Outubro, em tentar politicamente e diplomaticamente forçar a retirada do Hezbollah para o outro lado do rio. Mas isso não aconteceu.RFI: Quando Israel começou a atacar a Faixa de Gaza em resposta aos ataques do 7 de Outubro, o objectivo anunciado era "eliminar" o Hamas, um objectivo que não foi atingido, quase um ano depois. O Hezbollah libanês, financiado pelo Irão, tem capacidades militares muito maiores do que o Hamas. Israel pode agora alcançar o objectivo de colocar o Hezbollah fora de controlo e trazer de volta as populações israelita deslocadas ao norte de Israel, para onde a milícia xiita tem lançado mísseis?O objectivo das Forças Armadas Israelitas é neutralizar militarmente o Hamas e neutralizar militarmente a ameaça do Hezbollah na sua fronteira norte. Nesse sentido, não são objectivos simétricos, embora o Hezbollah seja uma milícia armada muito mais importante do ponto de vista das suas capacidades e muito mais importante para o Irão do que o Hamas. O objectivo de Israel é fazer recuar o Hezbollah e anular na fronteira a ameaça dos mísseis. O Hezbollah pode ter entre 100 e 150000 mísseis concentrados na fronteira e é difícil viver com essa ameaça permanentemente.Israel está com certeza a provocar deliberadamente uma escalada da guerra. Com que objectivo? Com o objectivo de fazer recuar o Hezbollah do ponto de vista operacional, fazer recuar o seu dispositivo militar e forçar o Hezbollah a um cessar-fogo. É esse o objectivo de Israel que é diferente do objectivo em relação ao Hamas, em que se tratava de destruir toda a estrutura militar do Hamas.RFI: Alguns observadores dizem que o Hezbollah procura atrair o exército israelita em terreno libanês, porque possui melhores capacidades técnicas de guerrilha e de guerra urbana, do que capacidades para repelir os bombardeamentos provenientes do território israelitas. Existe a possibilidade de Israel avançar com uma incursão terrestre no sul do Líbano?Carlos Gaspar: O exército israelita teve fortes baixas na Guerra de Gaza e não é evidente que esteja preparado para ter ainda mais baixas, na ordem dos milhares de soldados, a partir de uma invasão terrestre do sul do Líbano, onde está o exército das milícias do Hezbollah. Nesse sentido, parece-me que esta escalada é uma escalada limitada. Isto é, a partir dos bombardeamentos, trata-se de forçar o Hezbollah a recuar e aceitar um cessar-fogo, sem haver uma intervenção terrestre. Embora o exército israelita esteja preparado para fazer essa invasão terrestre, com os riscos de aumentar significativamente o número de baixas que já teve em Gaza.RFI: O Iraque, o Egipto e a Jordânia, num comunicado comum publicado esta quarta-feira, afirmaram que Israel está a "empurrar a região para uma guerra aberta". Será que isto pode ser visto como uma ameaça?Carlos Gaspar: De maneira nenhuma. Nem o Egipto, nem a Jordânia, nem o Iraque vão atacar Israel. Vão, obviamente, fazer muitos comunicados mas não fazem absolutamente nada.RFI: E relativamente ao Irão?Carlos Gaspar: Esta é a grande questão, saber se o Irão está preparado para de alguma maneira intervir para proteger o Hezbollah. Da última vez que o Irão tentou fazer isso com o ataque de mísseis contra Israel, aquilo que desencadeou foi uma grande coligação à volta de Israel, incluindo os Estados Unidos, a França, a Grã-Bretanha, a Arábia Saudita, os Emiratos e a Jordânia. Todos estiveram ao lado de Israel para conter a ameaça iraniana, porque a ameaça iraniana é mais importante para todos esses países árabes. E é também por isso que o Egipto, a Jordânia e o Iraque, independentemente dos comunicados que assinarem, não vão fazer nada contra Israel.RFI: Podemos esperar da comunidade internacional e dos diplomatas do mundo inteiro não se fiquem apenas por declarações e apelos à contenção, mas que o traduzam por actos?Carlos Gaspar: A categoria dos diplomatas do mundo inteiro não existe, nem a comunidade internacional. O Presidente norte-americano Joe Biden disse que tinha esperança em evitar uma escalada e, efectivamente, o Presidente Biden tem conseguido evitar uma escalada. Evitou uma escalada tanto na guerra entre a Rússia e a Ucrânia, como tem conseguido evitar a escalada na guerra no Médio Oriente. Por enquanto, aquilo que está em causa são conflitos armados entre Israel e as milícias armadas do Hamas e Israel e as milícias armadas xiitas do Líbano. Isso é um conflito limitado.Ouça a entrevista na íntegra. De notar que esta quarta-feira ao fim do dia, pelas 18 horas em Beirute e Telavive, o chefe do exército israelita, Herzi Halevi, disse aos militares do contingente localizado na fronteira Norte de Israel para se prepararem a uma possível "entrada" no Líbano.
O movimento religioso pentecostal, surgido nos Estados Unidos no começo do século 20, espalhou-se rapidamente pelo Sul Global, desafiando o Vaticano a intensificar seus esforços de evangelização entre muçulmanos, principalmente depois dos atentados extremistas de 11 de setembro de 2001. Com as guerras no Afeganistão e no Iraque tornando perigosa a presença de missionários americanos, cristãos latino-americanos foram mobilizados para dar continuidade a essa missão global. Luciana Rosa, correspondente da RFI em Nova YorkNo livro Soul by Soul (Columbia Global Reports, 2023), a jornalista Adriana Carranca aborda a expansão do cristianismo evangélico pentecostal usando como fio condutor a experiência de uma família missionária brasileira que se muda para o Afeganistão. Carranca é uma jornalista conhecida por seu trabalho como correspondente de guerra, tendo coberto conflitos no Oriente Médio, na Ásia e na África, além de temas como direitos humanos, questões de gênero e política internacional.A Rádio França Internacional conversou com a autora durante o lançamento de sua primeira obra em inglês no teatro Martin E. Segal, na Universidade da Cidade de Nova York, na última terça-feira (17). Ela falou sobre as razões para o crescimento exponencial do número de missionários brasileiros no Brasil e no exterior.Segundo ela, um movimento pouco conhecido vem ganhando força nos últimos anos: famílias brasileiras estão indo, de forma clandestina, para países de maioria muçulmana, como Afeganistão, Iraque e Síria, com o objetivo de evangelizar esses povos. Por isso, o encontro com um casal brasileiro, dono de uma pizzaria em Cabul, levantou as suspeitas da experiente repórter: "Na época, pensei que eles poderiam ser mercenários, pessoas independentes que vão lutar nesses países por contrato, ou então traficantes, porque o Afeganistão tem muito ópio", relembra. No entanto, logo ficou claro que essa família tinha outro propósito: disseminar a fé cristã em regiões de difícil acesso.O Brasil, embora tenha uma forte tradição católica, desponta como o segundo país que mais envia missionários evangélicos ao exterior. "É um número absurdo de pessoas", comenta Adriana. Esse crescimento tem suas raízes no movimento pentecostal, que, no início, se espalhou pela América Latina com a premissa de que a palavra de Deus estava sendo distorcida pela Igreja Católica. "Eles começaram a traduzir a Bíblia para várias línguas, com a ideia de que precisavam espalhar a palavra de Deus, pois acreditavam que a Igreja Católica estava distorcendo essa mensagem", explica.O pentecostalismo encontrou terreno fértil na América Latina, em parte devido à mistura de influências culturais e religiosas. "Foi facilmente aceito, também pela influência africana na região. O pentecostalismo prega que não há hierarquia na igreja, que todos são filhos de Deus e qualquer pessoa pode receber o Espírito Santo", aponta a autora. Esse modelo igualitário atraiu muitas pessoas, especialmente nas comunidades mais pobres. "No Brasil, a mensagem era: 'Você pode se tornar pastor, mesmo que não saiba ler ou escrever, porque o poder do Espírito Santo vai te guiar'", conta.Reserva de missionários na América LatinaA expansão desse movimento foi significativa, e, em 2002 e 2003, líderes começaram a ver os perigos de enviar missionários americanos para regiões de conflito, como o Afeganistão. "Houve muitos casos de assassinatos, e os líderes se perguntavam o que fazer. Foi quando perceberam que tinham um 'exército' não utilizado na América Latina. Decidiram enviar latino-americanos, pois eles não eram alvos de ataques como os americanos", explica Adriana.Após o atentado de 11 de setembro de 2001, o cenário se tornou ainda mais arriscado para os americanos. "O campo ficou muito perigoso, e então começaram a enviar latino-americanos em massa para o Oriente Médio e a Ásia", acrescenta. Os missionários latino-americanos, sem depender de grandes recursos, encontravam maneiras de se sustentar. "Eles não precisavam do dinheiro das igrejas americanas para sobreviver. Arranjavam o que fazer por lá", comenta.O trabalho missionário, no entanto, é cercado de complexidades. No Afeganistão, por exemplo, a maioria dos convertidos eram hazaras, uma minoria étnica e religiosa historicamente perseguida pelos talibãs. "Os talibãs são de etnia pashtun, enquanto os hazaras são uma minoria xiita. Eles são historicamente massacrados e perseguidos", diz Adriana. Ela não tem dúvidas de que parte das conversões acontece por necessidade de segurança, ajuda humanitária e pelo sentimento de estarem sendo abandonados por seus próprios irmãos de fé. "Os irmãos muçulmanos estão me matando, estão me perseguindo", relata.Pobreza no Afeganistão não assusta brasileirosUm outro fator curioso quanto à facilidade de adaptação dos missionários brasileiros em zonas de conflito é que a realidade de violência e pobreza no Afeganistão não choca tanto os missionários brasileiros quanto os americanos. "A pobreza no Afeganistão não é tão chocante para o brasileiro como é para os americanos. A própria violência também não assusta tanto. O Brasil, em termos de assassinatos, é o país com o maior número", ressalta Adriana. Em comparação, segundo ela, o Afeganistão, em números, é mais seguro do que o Brasil.Além do Oriente Médio, muitos missionários brasileiros tais como os que compõem a família central do livro de Carranca passam a ver a crise dos refugiados como uma oportunidade para evangelizar na Europa. "Viram isso como uma bênção", explica a jornalista. Para esses missionários, tudo faz parte de um plano maior. "Para eles, tudo era um plano de Deus desde o começo", conclui Carranca.
No vídeo de hoje, vou falar sobre os últimos desenvolvimentos do conflito entre Israel e o Hezbollah, um dos principais aliados do Irã no Líbano. Vou explorar como o recente ataque preventivo de Israel contra supostos lançadores de mísseis do Hezbollah gerou uma resposta intensa da milícia, com o lançamento de centenas de mísseis e drones. Também vou analisar o contexto maior deste confronto, que faz parte de uma disputa regional complexa envolvendo diversos atores, como o Irã, Hamas, e outras milícias na Síria e no Iraque. Este vídeo é uma continuação da minha cobertura sobre as tensões no Oriente Médio, destacando a importância da presença militar americana na região para manter o equilíbrio de poder. Além de discutir os detalhes táticos dos ataques e defesas, vou examinar a estratégia de guerra assimétrica do Hezbollah e o impacto potencial de uma saturação dos sistemas de defesa de Israel. Vou mostrar como a geografia, a capacidade militar e os interesses internacionais se entrelaçam nesse conflito que continua a evoluir. Não deixe de conferir meus outros vídeos para obter uma visão mais ampla do cenário e das implicações geopolíticas deste embate contínuo.
Alguns destaques do Jornal da Manhã dessa terça-feira (06): Em carta, 30 ex-presidentes da América Latina e da Espanha pressionam Lula a reafirmar compromisso com a democracia na Venezuela. O grupo, integrado por nomes como o argentino Mauricio Macri, o paraguaio Mario Abdo e o mexicano Felipe Calderón, afirma que reeleição de Maduro é ilegítima e cobra o brasileiro a assumir postura mais enfática em relação à crise. Opositor se proclama presidente eleito na Venezuela e pede ajuda militar. Edmundo González divulgou carta com María Corina Machado pedindo que a transição se inicie e que Forças Armadas impeçam a repressão, enquanto o Ministério Público anunciava investigação contra ambos por provocar insurreição. Autoridade Eleitoral da Venezuela afirma ter entregue atas da eleição à Justiça. A Suprema Corte do país voltou a convocar Edmundo González para responder a perguntas, mas a oposição acusa a Corte e o órgão eleitoral de servir a Nicolás Maduro. No Chile, Lula afirma a empresários, ao lado de Gabriel Boric, que o Brasil caminha para se tornar a 8ª economia do mundo nesse ano. O brasileiro foi questionado sobre a decisão de Edmundo González ao se autoproclamar presidente eleito da Venezuela, mas se recusou a comentar afirmando que ele ainda não tomou posse. Lucro bilionário do FGTS será distribuído pela Caixa até o fim do mês. No ano passado, o Fundo de Garantia teve lucro recorde de R$ 23,4 bilhões e o percentual a ser distribuído será definido nessa semana pelo Conselho Curador. Bolsa de Tóquio sobe acima de 10%, após queda recorde ontem por temores de recessão nos Estados Unidos. O principal indicador da Bolsa japonesa caiu mais de 12%, movimento que antecedeu fortes desvalorizações nos mercados globais e alta do dólar, que terminou o dia valendo R{{%%ltplaceholder%%}}nbsp;5,74. Ataque de grupo ligado ao Irã deixa ao menos 5 feridos em base militar dos Estados Unidos no Iraque. O movimento Resistência Islâmica assumiu a autoria do bombardeio e disse em comunicado que vai continuar com os ataques até que o último soldado americano deixe o país. Primeira-ministra de Bangladesh renuncia e foge em meio a protestos com mais de 300 mortos. Ela estava no poder desde 2009, mas abandonou o país enquanto manifestantes invadiam o Palácio Presidencial e as Forças Armadas anunciaram a formação de um governo interino, após libertar líder da oposição. Homem é preso nos Estados Unidos após ameaçar matar Kamala Harris em posts em rede social. O FBI também citou milhares de publicações feitas por Frank Lucio Carillo, direcionadas a funcionários públicos muçulmanos e imigrantes ilegais. ONU diz que nove funcionários da agência para refugiados palestinos podem estar envolvidos no ataque do Hamas em 07 de outubro. Em comunicado, o porta-voz da organização disse que investigações apontaram evidências da participação e anunciou que os trabalhadores foram demitidos. Essas notícias e muito mais você confere nessa edição do Jornal da Manhã.
Você sabia que a CIA realizou experimentos secretos de sífilis na população da Guatemala nos anos 40? O que foi o MK Ultra? É verdade que as fabricantes de cigarro manipularam pesquisas para ocultar que os cigarros causavam câncer? Você conhece as provas de que a Guerra do Iraque foi justificada sob uma falsa justificativa? Já ouviu falar que o governo dos EUA envenenou o álcool do povo norte-americano Durante a Lei Seca? Pois neste Bunker X especial de 1º de Abril, Affonso Solano, Afonso 3D e Rafael "Rafallout" Pinho listam as maiores mentiras contadas pelos governos – consideradas "teorias da conspiração" por décadas – até que fossem comprovadas. ___________ Seja membro no YouTube e ganhe benefícios!
Saleem Haddad trabalhou como investigador e mediador para organizações internacionais em países de maioria muçulmana, no pós-11 de Setembro. Esteve no Iraque, Síria e Iémen. Trabalhou sobre os contextos da Somália, Afeganistão e Paquistão. Até que começou a questionar o princípio da neutralidade que norteava esse trabalho: “Não é um ato neutro quando se vê de onde vem o dinheiro e quem toma as decisões”. Com a jornalista Rafaela Cortez, estamos a escrever uma série de três episódios sobre a indústria de apoio internacional na Palestina que entrará em detalhe em muito do que aqui vais ouvir. Se quiseres acompanhar o progresso desse trabalho, clica aqui. [English] Saleem Haddad worked as a researcher and mediator for international organizations in Muslim-majority countries after September 11. He was in Iraq, Syria and Yemen. He worked on the contexts of Somalia, Afghanistan and Pakistan. Until he began to question the principle of neutrality that guided that action: "It's not a neutral act when you see where the money comes from and who makes the decisions." This interview is in English, but the introduction is in Portuguese. With journalist Rafaela Cortez, we're writing a three-part series on the international aid industry in Palestine that will go into detail on much of what you'll hear here. If you want to follow the progress of this work, click here.Ajuda-nos a ser a primeira redação profissional de jornalismo em Portugal totalmente financiado pelas pessoas: https://fumaca.pt/contribuir/?utm_source=podcast+appSee omnystudio.com/listener for privacy information.
Conheça o Levante Sala VIP! Você terá a sua Carteira analisada por Flávio Conde e Ricardo Afonso. Clique no link e saiba mais: https://lvnt.app/gqa524 16/02: BOLSA SOBE com VALE, PETRO, BRASKEM e ITAÚ Olá, seja bem-vindo ao Fechamento de Mercado da Levante comigo Flávio Conde, hoje é 6ª. feira, graças a Deus, dia 16 de fevereiro, e o programa de hoje é dedicado ao pessoal de vendas da LVNT que é muito bom e gosto de todos. Para assinar no Sala VIP ligue ou escreva para 11984353455. A Bolsa sobe, de novo, e hoje 0,75% e 128,765 mil pontos com volume bom de R$ 23 bi, R$ 2 bi abaixo da média dos R$ 25 bi das sextas de dezembro. Por que a bolsa performou assim? 1º. A bolsa abre em alta influenciada positivamente por Vale, negativa às 10h45, por conta do índice de preço ao produtor (PPI) dos EUA que veio mais alto que esperado e derrubou as bolsas americanas. Porém, a alta de Vale até +3% e Petrobras subindo com petróleo fizeram a Bolsa subir. Bancos, siderúrgicas e Sabesp também avançaram. 2º. Entre as 15 mais negociadas apenas 4 subiram lideradas por: PETR4 1,0% R$ 42,74, VALE3 3,3% R$ 67,67, ITUB4 0,20% R$ 34,65, BBDC4 0,45% R$ 13,49, PETR3 1,70%, B3 0,30%%, SBSP3 1,50% R$ 81,87; PRIO3 2% R$ 45,46; GGBR4 2,4%, MGLU3 1% e USIM5 1,4%. 3º. Quatro caíram entre as 15 mais negociadas: BBAS3 -0,90% R$ 57,80; BBSE3 -0,70% R$ 32,75 e ABEV3 -0,20% R$ 12,82. 4º. O petróleo subiu 0,50% a US$ 83,3 versus US$ 82,7, ontem, dentro da volatilidade diária de +/-1% ou +/-US$ 1, com a menor produção de petróleo em fevereiro e a demora da região do Curdistão, no Iraque, me voltar a exportar petróleo. 5º. O minério de ferro não negocia desde o dia 10 e voltará na segunda-feira com expectativa de alta de boa parte do mercado. 6º. As bolsas americanas caíram depois das 10h30 quando foi divulgado que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,3% em janeiro ante dezembro, quando era esperado 0,20%. Depois disso, os juros dos títulos de 10 anos subiram de 4,22% para 4,30% com mais esse sinal que a inflação americana não está cedendo e a perspectiva de corte de juros passou a ser junho e não mais maio. 7º. O dólar estável a R$ 4,97 pelo terceiro dia consecutivo. 8º. Os investidores estrangeiros sacaram R$ 1,02 bilhão em recursos no segmento secundário da B3 (ações já listadas) na quarta-feira, 14 de fevereiro, dia que o Ibovespa caiu 0,79%. Na sessão anterior, de sexta-feira, 9 de fevereiro, o grupo sacou R$ 894,3 milhões. Assim, a categoria passou a ter déficit de R$ 6,13 bilhões no mês, enquanto o déficit do ano foi para R$ 14,02 bilhões. Já é quase um terço dos R$ 45 bilhões de saldo positivo registrado em 2023. No ano passado, principalmente entre novembro e dezembro, entraram dezenas de bilhões contando com uma queda de juros nos Estados Unidos já em março. Com essa aposta sendo postergada agora para junho, os recursos vão saindo quase que diariamente desde meados de janeiro. Já o investidor institucional aportou R$ 680,9 milhões na quarta-feira e R$ 567,5 milhões na sexta-feira anterior. Com isso, o superávit mensal do grupo foi para R$ 2,80 bilhões, e o superávit anual totaliza R$ 2,24 bilhões. E o investidor individual aportou R$ 232,6 milhões no dia 14 de fevereiro e 182,7 milhões no dia 9, levando o superávit do mês para R$ 2,27 bilhões e o superávit em 2024 para R$ 6,27 bilhões. As informações foram divulgadas pela B3. Destaques de alta: BRKM5 +10.6% R$ 19,31 BHIA3 +5.28% R$ 8,38 SLCE3 +4.38% R$ 19,54 HYPE3 +4.14% R$ 33,22 RECV3 +3.99% R$ 23,44 Destaques de baixa: TIMS3 -3.43% R$ 17,47 CCRO3 -2.13% R$ 13,30 VIVT3 -2.09% R$ 52,90 RAIL3 -1.63% R$ 23,50 BBSE3 -1.06% R$ 32,66 Agora, você terá uma mensagem especial de 2 minutos que fiz explicando sobre o Sala VIP
Tema de abertura de Claudio Zaidan no programa Bandeirantes Acontece.
A tragédia desencadeada por temporais no Rio de Janeiro. As enchentes no Rio Grande do Sul. O deputado bolsonarista alvo da investigação sobre 8 de janeiro. As incursões militares iranianas no Iraque, Síria e Paquistão. E maisLinks para as matérias citadas: Como o clima extremo pressiona as cidades em ano eleitoralMariana Vick - 15 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/01/15/clima-extremo-pressiona-cidades-eleicoes-municipaisDeputado bolsonarista é alvo de operação sobre 8 de janeiroDa Redação - 18 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/18/operacao-policia-federal-carlos-jordyComo o Irã acirra a tensão em uma região conflagradaMarcelo Montanini - 17 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/01/17/papel-ira-conflito-oriente-medioPor que o comércio marítimo entrou em crise nesta décadaMarcelo Roubicek - 17 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/01/17/comercio-maritimo-crise-decada-2020Como Iowa confirma o domínio de Trump entre os republicanosSuzana Souza e Letícia Arcoverde - 16 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/podcast/2024/01/16/trump-domina-republicanos-iowa
Salve, salve, Cacdista! Veja os destaques do Resumo de Notícias da semana (12 a 19 de Janeiro de 2024): - Irã: Guarda Revolucionária ataca alvos na Síria, no Iraque e no Paquistão; - Israel: ataque terrorista mata um e deixa dezenas de feridos, incluindo um brasileiro; - Iowa: Donald Trump obtém vitória esmagadora em primárias do Partido Republicano; - Taiwan: William Lai, atual vice-presidente, vence eleições e preocupa Pequim; - Guatemala: Arévalo assume como presidente da Guatemala após posse caótica; - Paraguai: presidentes Santiago Peña e Lula discutem tarifa de energia de Itaipu.
O ataque terrorista do Hamas a Israel em 7 de outubro desencadeou a mais sangrenta guerra já promovida em território palestino e abriu uma caixa de Pandora para mais violência no Oriente Médio. Frentes de combate se abriram na fronteira entre Israel e Líbano, onde atua o grupo terrorista Hezbollah, e no Mar Vermelho, onde rebeldes houthis atacam navios e são bombardeados pelos EUA. Ataques a grupos militantes também foram registrados no Iraque, na Síria e no Paquistão. E a ligação entre todos os conflitos é o Irã, país controlado por aiatolás xiitas que investe muito dinheiro em sua máquina de guerra e patrocina grupos armados em sua área de influência. Para explicar como o governo iraniano impõe seus tentáculos por toda a região e os riscos de que esses conflitos ganhem escala global, Natuza Nery entrevista Vitelio Brustolin, professor de relações internacional da UFF e professor adjunto na Universidade de Columbia (EUA), e também pesquisador da faculdade de Direito de Harvard. Neste episódio: Vitelio afirma que a guerra entre Israel e Hamas já se espalhou pela região e repercute até na Europa e nos Estados Unidos, onde foram ativados alertas máximos contra atos terroristas. “A estratégia do Hamas se mostra eficiente se a tática terrorista se espalhar pelo mundo”, avalia; Ele comenta a agenda geopolítica do Irã, que financia partidos e milícias xiitas em países vizinhos – e enfrenta agrupamentos também armados sunitas, como é o caso do Talebã e do Estado Islâmico. E descreve o poder militar das forças armadas iranianas – que está perto de ter tecnologia suficiente para construir uma ogiva nuclear; Vitelo explica como agem os rebeldes houthis, sediados no Iêmen: “Eles controlam a entrada do Mar Vermelho, por onde passa 12% do comércio mundial”. E como os ataques do grupo a navios são usados como moeda de troca pelo Irã. “Mostra o uso de terrorismo internacional como ferramenta de política externa”, sentencia; O professor fala sobre sua preocupação em relação à multiplicação de conflitos, que poderiam “desembocar em uma guerra maior, que daria início a uma 3ª Guerra Mundial”.
Após atingir com mísseis alvos nos vizinhos Paquistão, Iraque e Síria, exibindo sua capacidade militar, o Irã mostrou que está determinado a atacar inimigos. “Somos uma potência mundial de mísseis”, afirmou o ministro da Defesa, Mohammad Reza Ashtiani. Segundo fontes da Guarda Revolucionária, a demonstração de força teve o objetivo de tranquilizar os conservadores do país e os aliados no exterior, além de alertar Israel, Estados Unidos e grupos terroristas de que vai contra-atacar. Entenda a escalada de tensão neste episódio.See omnystudio.com/listener for privacy information.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo', confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo' desta segunda-feira (15/01/2024): Dez Estados brasileiros e o Distrito Federal decidiram aumentar em até 2,5 pontos porcentuais a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) este ano. A partir deste mês, seis unidades da federação – Ceará, Paraíba, Pernambuco, Tocantins, Rondônia e Distrito Federal – estão cobrando imposto mais elevado. Outros cinco Estados – Maranhão, Bahia, Rio de Janeiro, Paraná e Goiás – se preparam para subir o ICMS até abril. A elevação da alíquota modal do ICMS foi uma reação dos governos, sobretudo para preservar a arrecadação futura. E mais: Internacional: Nem Tribunal de Haia nem ‘eixo do mal' deterão Israel, afirma Netanyahu Economia: Governo prepara benefícios para fabricantes de carros elétricos Metrópole: Chuva mata 11, alaga Avenida Brasil e põe Rio em emergência Saúde: Estudo mede impacto da desigualdade racial na velhice Cultura: Emmy revela hoje o melhor da TV e do streamingSee omnystudio.com/listener for privacy information.
A sanção com ressalvas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei de Diretrizes Orçamentárias. A suspensão da reforma trabalhista de Javier Milei na Argentina. A decisão da Suprema Corte de Israel contra a reforma judicial de Netanyahu. O atentado com mais de 80 mortos no Irã. O ataque de drone dos EUA no Iraque. O terremoto que matou dezenas no Japão. E maisLink para as matérias:Como Lula tenta frear o controle parlamentar do OrçamentoIsadora Rupp 02 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/expresso/2024/01/02/como-lula-tenta-frear-o-controle-parlamentar-do-orcamentoJustiça argentina barra reforma trabalhista decretada por MileiDa Redação 03 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/03/justica-argentina-barra-reforma-trabalhista-decretada-por-mileiSuprema Corte de Israel derruba reforma do JudiciárioDa Redação 01 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/01/suprema-corte-de-israel-derruba-reforma-do-judiciarioVice-chefe político do Hamas morre em ataque no LíbanoDa Redação 02 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/02/vice-chefe-politico-do-hamas-morre-em-ataque-no-libanoEstado Islâmico assume autoria de ataque no IrãDa Redação 04 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/04/estado-islamico-assume-autoria-de-ataque-no-iraEm ataque no Iraque, EUA matam chefe de grupo pró-IrãDa Redação 04 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/04/em-ataque-no-iraque-eua-matam-chefe-de-grupo-pro-iraColisão entre aviões mata 5 pessoas em aeroporto do JapãoDa Redação 02 de janeiro de 2024https://www.nexojornal.com.br/extra/2024/01/02/colisao-entre-avioes-mata-5-pessoas-em-aeroporto-do-japao
Casa Branca diz que dinheiro para Ucrânia na guerra contra a Rússia acabou. E casos de dengue dobram no Sudeste em um ano.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Terminou há pouco a audiência de custódia de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, chefe da maior milícia do Rio de Janeiro. A sessão aconteceu por vídeoconferência. O miliciano está no presídio de segurança máxima de Bangu-1, após se entregar à Polícia Federal no último domingo (24). Ele seguirá mantido no local. Com Zinho na cadeia, a polícia não descarta a possibilidade de que milícias rivais tentem se aproveitar do momento de vulnerabilidade da quadrilha dele, causando conflitos na zona oeste e na Baixada Fluminense. Veja também nesta edição do Boletim JR 24 Horas: EUA bombardeiam Iraque em retaliação a ataque a base estadunidense.
Este outrora poderoso rio, o Tigre, é onde os humanos desenvolveram a agricultura, a escrita e a roda. Mas agora a força vital do mundo antigo está ameaçada.
Essa é uma história sobre um país do Oriente Médio que possui armas de destruição em massa. Em 2003 os Estados Unidos invadiram o Iraque com o apoio do Reino Unido com o objetivo de "desarmar o regime iraquiano, encerrar o apoio de Saddam Hussein a organizações terroristas e libertar o povo iraquiano". Como todos sabem, após o “sucesso” da operação, não foram encontradas as armas de destruição em massa. De qual país estou falando? Ouve aí para descobrir Fontes: Livro Israel and the Bomb de Avner Cohen - http://cup.columbia.edu/book/israel-and-the-bomb/9780231104838 https://oglobo.globo.com/blogs/blog-do-acervo/post/2023/10/o-homem-que-delatou-o-programa-de-armas-nucleares-de-israel.ghtml https://www.theguardian.com/world/2014/jan/15/truth-israels-secret-nuclear-arsenal https://www.tandfonline.com/doi/epdf/10.1080/00963402.2021.2014239?needAccess=true https://archive.md/e8puM https://nsarchive.gwu.edu/briefing-book/nuclear-vault/2016-11-02/numec-affair-did-highly-enriched-uranium-us-aid-israels-nuclear-weapons-program https://www.nonproliferation.org/wp-content/uploads/npr/83cohen.pdf https://foreignpolicy.com/2013/09/10/exclusive-does-israel-have-chemical-weapons-too/ https://www.timesofisrael.com/israels-chemical-arsenal-in-the-spotlight/ https://electronicintifada.net/content/dispersing-demonstrations-or-chemical-warfare/5152 Música de Maksym Dudchyk disponível no Pixabay
Um dos principais temores na atual guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas é se o conflito pode envolver o Hezbollah e o Líbano. Para Karina Stange Calandrin, graduada em relações internacionais e autora do livro Bom dia, Líbano, lançado em setembro, o Hezbollah não entrou com tudo na guerra atual porque isso não é do interesse do Irã. Segundo ela, os aiatolás iranianos financiam grupos como o Hezbollah, o Hamas, os houthis no Iêmen e milícias xiitas no Iraque e na Síria justamente para não entrar numa guerra direta. "Esses grupos conseguem enfrentar Israel sem precisar que o Irã entre na guerra. Uma guerra envolve gastos de dinheiro, perdas humanas, e o Irã não está com a economia tão boa assim para entrar numa guerra neste momento contra Israel", diz a pesquisadora. Karina foi a entrevistada no podcast Latitude pelos jornalistas Duda Teixeira e Rogério Ortega. O Antagonista está no top 3 do prêmio IBest na categoria Canal de Política. Contamos com o seu voto e sua ajuda na divulgação. https://app.premioibest.com/votacao/canal-de-politica Acompanhe O Antagonista no canal do WhatsApp. Boletins diários, conteúdos exclusivos em vídeo... e muito mais. Link do canal: https://whatsapp.com/channel/0029Va2SurQHLHQbI5yJN344 Assine o combo O Antagonista + Crusoé: https://assine.oantagonista.com/ Siga O Antagonista nas redes sociais e cadastre-se para receber nossa newsletter: https://bit.ly/newsletter-oa Leia mais em www.oantagonista.com.br | www.crusoe.com.br
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Bagdá, Iraque, 1993 O filho de Saddam Hussein tornou-se a pessoa mais odiada do Iraque, mais que seu próprio pai. Por que? Sádico, mimado, violento e explosivo, Uday Hussein tinha acesso a uma riqueza interminável, tornando-o possível de fazer qualquer coisa, em qualquer lugar. Uday Hussein já tinha executado pessoas em festas em Bagdá, abusado sexualmente de meninas menores de 18 anos, torturado atletas olímpicos por perderem partidas e muito mais. Qualquer brincadeira ou desrespeito com Uday poderia significar meses de tortura ou morte. Com dezenas de palácios, milhares de carros de luxo, roupas de marca, animais exóticos contrabandeados e armas folheadas a ouro, Uday Hussein exibia sua riqueza tal como sua violência. Sem amigos e constantemente movido à álcool e cocaína, Uday Hussein tinha até mesmo um dublê com sua aparência e altura, para confundir mercenários que tentassem assassina-lo. ______________________________________________ Para escutar nossos episódios extras, apoie nossa campanha no Apoiase: https://apoia.se/geopizza Patreon: https://patreon.com/geopizza Orelo: https://orelo.cc/podcast/65051c0ba40f4efe7a9b9cf8/dashboard ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore
Iraque, 2003. Governado por Saddam Hussein durante 24 anos, o Iraque foi considerado parte de um “eixo do mal” de acordo com o ex-Presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. Chamado de o “louco do Oriente Médio” Saddam era acusado de financiar organizações terroristas, invadir países como o Irã e Kuwait, utilizar armas químicas em civis e de perpetuar sua família em posições de poder. Saddam tinha, de fato, feito tudo aquilo que lhes acusavam. De tudo isso, ele só não só não era um louco. Saddam não era impulsivo, agia com critério e era bajulado por vários líderes internacionais. Com um complexo messiânico de poder ilimitado, agressão desenfreada, uma perspectiva paranóica e aspirante à monarca, Hussein se considerava destinado a liderar todos os povos árabes a viver sob uma mesma nação, em uma ideologia conhecida como pan-arabismo. Considerando-se um descendente do rei babilônico Nabucodonosor, do profeta Maomé e do sultão Saladino, Saddam queria ser lembrado como um grande conquistador do mundo árabe. Constantemente rodeado de conselheiros, guarda-costas e dublês, todos tinham medo de contradizê-lo. Junto com seus dois filhos, Udey e Qusay, a família Hussein controlava quase todos os assuntos nacionais do Iraque: política, esporte e a cultura. Em 1991, Saddam Hussein teve em suas mãos o 6º exército mais poderoso do mundo, financiado pelo seu maior parceiro comercial, os Estados Unidos. ______________________________________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no: Apoiase: https://apoia.se/geopizza ou Patreon: https://patreon.com/geopizza (se você mora fora do Brasil) ______________________________________________ Confira nossa loja, a Geostore
Conversamos com Augusto Leão (UFMG), Flávia Paniz (UEMG), Natália Calfat (USP) sobre o livro "Para começar a entender o Estado Islâmico", grupo terrorista que ocupou partes da Síria e do Iraque entre 2012 e 2019, redefinindo as relações entre povos e países no Oriente Médio e sendo responsável por inovações e táticas de terrorismo, especialmente no uso da Internet. Mesmo após sua derrota territorial em 2019, o EI continua um ator político importante e influencia outros grupos terroristas no mundo inteiro. Aperte o play! The post Para entender o Estado Islâmico appeared first on Chutando a Escada.
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Durante seis dias no ano de 1967, Israel esteve em guerra contra alguns dos países do entorno: Egito, Síria, Jordânia e Iraque, cerca de vinte anos após seu surgimento. O resultado da breve guerra foi uma vitória avassaladora por parte de Israel, a destruição de partes importantes das forças armadas de alguns de seus principais rivais, o aumento do prestígio internacional e a consolidação de Israel como Estado, abalando o já complicado tabuleiro político do Oriente Médio e consolidando a ocupação dos territórios palestinos que foram tomados para a criação do Estado israelense. Convidamos o Prof. Vitor Augusto Pereira para conversar sobre uma das mais breves guerras da história e para entender as consequências dela para o Oriente Médio.
Nesse século 21 os Estados Unidos já iniciaram duas guerras fora do seu país: uma no Iraque e outra no Afeganistão. Os flagelos desses conflitos retornaram até os EUA, curiosamente, através dos próprios soldados que deveriam proteger o país. Radicalizados, os veteranos de guerra acabaram tornando-se os principais responsáveis por fundar uma série de grupos supremacistas e neonazistas. Utilizando seu conhecimento bélico, eles foram responsáveis diversos atentados à bomba e tiroteios contra aqueles que consideravam "inimigos da América" Inspirando-se diretamente na antiga Klu Klux Klan, os grupos de ódio nos EUA proliferaram nos últimos anos, adotando uma tática e ideologia militar em seu cerne. Como exemplo, o fundador do grupo neonazista "Atomwaffen", Brandon Russell, é veterano da guerra do Iraque, enquanto o fundador do grupo neonazista "A Base", Rinaldo Nazzaro, trabalhou no serviço de inteligência dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Quando a Invasão do Capitólio em Washigton DC ocorreu nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, dos 897 indiciados, 118 tinham antecedentes militares. Outros grupos de ódio como os Proud boys, A Base, Three Percenters e integrantes do Movimento boogaloo, são apenas alguns dos vários exemplos de grupos extremistas ativos hoje no país hoje. ____________________ Se curte o conteúdo do Geo, agradecemos quem contribuir com nossa campanha mensal no:Picpay: https://picpay.me/geopizzaApoia.se: https://apoia.se/geopizzaou Patreon: https://patreon.com/geopizza Confira a Geostore, nossa loja do Geopizza