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18 06 2025 04 Ancho Perfil abogado Orlando Castillo, comisionado del Mecanismo Nacional de Prevención de la Tortura by ABC Color
Tras casi dos décadas de encierro injustificado, Juana Hilda González Lomelí fue liberada. Acusada en 2006 de secuestro, delincuencia organizada y portación de armas de uso exclusivo del Ejército, su historia es uno de los casos más emblemáticos de fabricación de culpables en México: el llamado caso Wallace.See omnystudio.com/listener for privacy information.
En entrevista para MVS Noticias con Daniel Guerra, en ausencia de Ana Francisca Vega, Sofía de Robina, secretaria Técnica del Combate a la Tortura del Instituto Federal de la Defensoría Pública, habló sobre la liberación de Juana Hilda González, sentenciada por el caso Wallace. La SCJN ordenó su libertad tras 18 años presa. See omnystudio.com/listener for privacy information.
Sofía de Robina, Secretaría Técnica de Combate a la Tortura
"Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso. Michel testemunha as torturas, fuzilamentos, trabalhos forçados, as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" é o livro onde o advogado e professor universitário Miguel Francisco, mais conhecido como “Michel”, relata, na primeira pessoa, os três anos de pesadelo em que esteve preso e viveu as condições mais desumanas a que foram sujeitos aqueles que em Angola foram acusados de colaborarem com os “fraccionistas” (Nito Alves e José Van-Dúnem). Michel, que em 1977 era militar do MPLA, fez parte dos milhares de prisioneiros, condenados sem julgamento, que foram enviados para o “campo de concentração”, “campo da morte”, o campo de Calunda. O livro "Nuvem Negra - O drama do 27 de Maio de 1977" foi recentemente reeditado em Portugal pela Perfil Criativo. Em entrevista à RFI, Michel, que considera que a reconciliação entre angolanos ainda está por fazer, começa por lembrar o choque que teve ao chegar ao campo. Os amigos de Luanda, que pensava que estariam mortos, estavam ali, vivos, mas o aspecto de farrapos humanos, doentes, cadavéricos, com lêndeas e cabelo a cair, eram marcas das condições desumanas do campo da morte. Michel: Quando eu vi, o Manél está vivo! Eu pensava que o gajo estava já morto, afinal ele está vivo. Mas ele estava em mau estado, com lêndeas, anémico, muito magro. Ele disse-me: "Vocês estão aqui e recebemos ordens. Nós não podemos comunicar com vocês." A segurança lá, o DISA. Então, o campo é novo, não tem condições nenhumas, meteram-nos aqui como se fossemos farrapos. Então, começámos mesmo a dormir ao relento. Isto estou a resumir, no livro está tudo. Veio esse primeiro grupo no dia 26 de agosto. Depois veio o segundo no dia 30 ou 31. E depois veio... depois veio o último grupo no dia 3. Este último grupo, dia 3, é que fez o número para eles realizarem o comício satânico para fazerem um fuzilamento em hasta pública, com a população lá, assistindo. Terrível, nunca vi uma coisa assim. Nós fomos obrigados a assistir ao fuzilamento de dois rapazes. Um deles até chamava-se António Ambrige. Jovem, só 18 anos. Estou a ver como se fosse agora. E depois tiraram mais um miúdo. No dia antes nós fomos à Tonga, inculparam-lhe que ele ia fugir. Mas aquilo era uma farsa. Inventaram aquilo. Eles já tinham planificado o fuzilamento para incutir o medo no grosso de toda a malta que estava ali no campo. É uma estratégia que eles tinam montado. De tal forma que nós assistimos, horrorizados. Para nós pensarmos que não vamos sair daqui vivos. No comício, esteve presente o administrador comunal daquela região. Um gajo muito tribalista, o gajo que mais incitava ao ódio ali, naquele comício. E as populações (vieram), pediram a toda a população dos bairros (para vir ver). Estavam ali, concentrados. Todo o mundo assistiu. Tanto mais que naquele fuzilamento, a população também não embalou. Era visível no rosto dos populares a revolta e a reprovação do que eles estavam a assistir. Muitos até não quiseram assistir. Uns até choravam. Por toda essa peripécia que a gente viveu, é que me levou a escrever o livro. Eu disse logo. Por todo este clima de terror que nós estamos aqui a viver. Nunca me passou pela cabeça que o MPLA fosse capaz de criar um campo desta dimensão, nem a PIDE na época colonial. Aquilo era terror autêntico. Nós chegámos lá no dia 26 e tiveram que nos evacuar no dia 17 de outubro. Se continuasse mais tempo não sobraria ninguém. Porque depois surgiram muitas doenças. Por quê? Porque chovia muito. Não havia casas suficientes. Alimentação não havia. Trabalhos forçados, torturas, pancadarias, fuzilamentos. Olha, eu vou só lhe dizer um caso que aconteceu. No dia em que eu fiz 22 anos, no dia 26 de setembro, eu não fui à Tonga. Tonga é lá a roça onde se ia para fazer trabalhos forçados. Eu não fui. Simulei qualquer coisa e fiquei mesmo lá, no campo. Até havia mais benefício em ir à Tonga, porque lá tem água. No campo, nem água tinha. A água era de um tanque. Você nem água tinha para beber. A situação era tão grave no campo que você nem água tinha. Portanto, era melhor ir para a tonga,porque lá tem os rios. Tomas um banho, bebes água à vontade. E quando chegas (ao campo) tens o papo cheio, já não tem necessidade de beber água. Então, eu não fui mesmo, disse não vou. Então, fui à caserna de um indivíduo chamado Jerónimo. Ainda está vivo. E eu disse: "Oh, Jerônimo, eu, hoje, fiz 22 anos. Aí o gajo disse assim: "Epá, você fez 22 anos! Hoje tens que te aventurar e ir lá na bicha, para ver se comes qualquer coisa." Pronto, a bicha (a fila que se formava para receber uma ração) era terrível. Não se conseguia receber comida, porque a cozinha era única e o número de prisioneiros era muito. Aquilo era uma luta tão grande para conseguir uma migalha de comida que nem todos recebiam. Só os mais fortes é que conseguiam. Eu não conseguia mesmo, não conseguia. Por isso eu vim de lá (do campo) com mazelas. Cheguei a ficar quatro dias sem comer mesmo nada. Então, o que é que eu fazia? Recolhia as escamas de peixe que estavam no chão junto da cozinha. Depois acendia um fogareiro numa lata e tomava aquele molho com sal para mitigar a fome. Mas nesse dia, esse meu amigo Jerónimo disse, "Epá, tens que ir à bicha. Vai! faz alguma coisa! Já não vais fazer mais outro aniversário aqui. Porque aqui nós estamos todos condenados à morte. Então, nesse dia eu tentei ir à bicha. Não é que, por meu azar, e isso está tudo em livro, não é que, por meu azar, nesse dia, também o próprio chefe do campo decidiu ir à bicha para acompanhar o comportamento (dos prisoneiros) e ver como estava a ser distribuída a refeição. Eu estava naquela confusão, para ver se conseguia festejar o aniversário pelo menos comendo alguma coisa. E aquele gajo, de um momento para o outro, disse: "mas que brincadeira é essa? Vocês estão-me enervando. Eu mato já um gajo!" Eu até pensei que ele estivesse a intimidar para que a gente se organizasse melhor. O gajo saca da pistola... Epá, eu nunca tinha visto uma coisa assim. Saca da pistola... Epá, prime o gatilho (com a arma) na testa de um gajo... Epá! De um gajo aleatoriamente. Pumm! Epá, antes dele fazer esse disparo, eu vi o gajo. Eu fiquei com medo. Eu vi o gajo e saí da bicha. Logo que o gajo faz o tiro, Epá, eu... O sangue a jorrar, a bicha se desfez toda, … todo o mundo disperso. Fui para a caserna. Então, disse logo: Epá, isto aqui é mau sinal. Então hoje mesmo que eu faço o aniversário e me acontece uma coisa dessa. Então, é porque já não vou sobreviver. Mas jurei comigo mesmo, se algum dia eu sobreviver, eu vou escrever um livro para relatar todas essas situações que eu estou a viver. É essa a razão que me levou a escrever o livro. RFI: Sobre este drama do 27 de maio de 1977, o Michel já escreveu outros livros, estou-me a lembrar do livro O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio de 1977. Este é um relato de todos os factos que eu vivi, senti na carne e na alma, o que me levou a escrever o livro. Mas, como cidadão que eu sou, com alguma formação que eu tenho, quis ir ao fundo do que realmente esteve na base deste processo. Contrariamente ao que muita gente pensa, é um livro polémico, porque são ideias minhas. Eu fiz uma incursão, fiz uma investigação e fiz uma reflexão. Porquê aquela sangria toda? Tem matérias muito complexas, que tem a ver com a realidade própria do meu país, cujo cerne cai exactamente no racismo. Por isso eu escrevi O Racismo como Cerne da Tragédia de 27 de Maio. Agora, as pessoas lêem. Podem concordar com o que está lá ou não concordar. É o que eu fiz. Esta é uma reflexão pessoal, a minha análise, a minha opinião sobre o que esteve na base do 27,com a qual as pessoas não são obrigadas a concordar. É uma questão de liberdade. Eu penso que o que esteve na base daquela tragédia é aquilo que está no livro que eu escrevi. Agora as pessoas podem concordar. O que o faz ter a opinião de que terá sido o racismo? Ah! aí está o problema! Porque é muito difícil dizê-lo, mas é o que aconteceu. Porque os factos são factos. Quem dirigiu a repressão em Angola foram mestiços. Foram maioritariamente mestiços. São mestiços que planificaram isso. Para mim, são mestiços. E quem viveu em Angola sabe a realidade, sabe que é isso que se passou. Agora, usaram o Presidente Neto, como escudo. Instrumentalizaram o Presidente Neto. Agora, se ele se deu conta, isso é um problema dele. Mas penso que ele deu-se conta. Por quê? Porque eu tive um encontro com a dona Maria Eugénia, viúva do Presidente Neto. Tive uma reunião com ela em 2011, a pedido dela. Esta reunião foi intermediada pelo antigo primeiro-ministro Marcolino Mouco. Um encontro muito frutífero. Ela foi com o meu livro, a primeira versão. Foi com o meu livro para me fazer perguntas. Fez uma série de perguntas e eu respondi. E ela, no fim, diz assim, "coitadinho, o homenzinho, fizeram tudo sem ele saber e o homem sofreu até morrer". No encontro que ela teve comigo, estava ela, esteve um indivíduo chamado Amarildo Vieira Dias e estava a filha, a doutora Irene Neto. Se elas ouvirem, podem confirmar, em 2011. Eu tenho uma grande admiração pelo Presidente Neto, mas não posso perdoar o que ele fez. Então, aquela ideia de uma divisão entre nitistas e netistas faz sentido ou não? Não faz sentido. Isso está no livro que eu escrevi. Na minha perspectiva, aquilo é um falso problema. Eles manipularam de tal forma o Presidente Neto para influenciar a opinião pública nacional e internacional de que a luta do Nito (Alves) era contra o (Agostinho) Neto. Mas não, não é verdade. É falso dizer que havia netismo e nitismo, como se o Nito fosse adversário do Neto. Não, é mentira! Isto não é verdade. A verdade é que o Neto, naquela altura, naquela conjuntura,era uma peça fundamental e qualquer uma das alas queria tê-lo do seu lado. E venceu a área que tinha o Neto do seu lado. Porque o Neto, na altura decisiva da contenda, bandeou-se para o lado da ala que reprimiu. É por isso que eu disse que o problema resvala no racismo. Não vale a pena escondermos. Quem são os gajos que dirigiram a repressão? Lúcio Lara, Igo Carreira, Onambwé, Costa Andrade "Ndunduma", Hermínio Escórcio, todos eram mestiços!. Para quê esconder? É verdade que tinha lá uns pretinhos, mas não tinham aquilo que se chama o domínio do facto. Quem dirigiu a repressão são essas gentes. Isto eu não escondo. É uma realidade. Os factos são factos. E todo mundo sabe disso. Agora, as pessoas podem não concordar comigo. Eu sempre disse, e neste meu livro está lá, o problema do 27 de maio não é ideológico, na minha perspectiva. O problema do 27 de maio é político, é profundo. Já vem da essência do próprio MPLA. Quem fundou o MPLA? Isto não vale a pena esconder. É a minha perspectiva. Eu sou um homem livre. Exprimo aquilo que penso. Agora, posso estar errado, mas têm que me provar o contrário. No campo onde esteve preso, havia pessoas que morriam por causa dos maus-tratos, mas uma grande parte dos mortos era por causa da doença. Sim, a maior parte que morreu no campo, está no livro, era por doenças. Havia um ou outro... Tortura havia ali. (Mesmo sobre) Aqueles gajos, indivíduos que iam roubar mandioca. Chegou uma altura em que a situação estava de tal forma insustentável... O ser humano tem instinto de sobrevivência... Começaram a ir para as lavras roubar as mandiocas. Quando voltavam, aquilo era uma tortura que não era brincadeira. Eram postos nus, e o chefe do campo, com a mulher a assistir, pegava num cacete e batia no pénis. O pénis ali a inchar e a sangrar. Todo mundo a ver, ele nu. Aquilo não era coisa de brincadeira. É o que me levou a escrever o livro. Eu dizia assim: Epá, eu nunca vi uma coisa dessa. Epá, mas é mesmo o MPLA que está a fazer isso? O MPLA vai criar um campo destes? O MPLA que diz que é o povo, e o povo é o MPLA, vai-lhe dar na cabeça para criar um campo desta magnitude? Por isso é que esse tipo de coisas que estão aí a fazer, isso não é reconciliação. Isso não é reconciliação, não é nada. Pela gravidade do assunto, é um assunto que tem que ser bem... Não é só vir com um papelzinho, olha, peço desculpa. Não, aquilo é formal. É um bom passo. Mas agora tem que ir ao fundo do problema. Tem de haver responsabilização política. Pode não ser criminal, ninguém precisa disso. Mas responsabilização política tem de haver. Só assim poderá haver reconciliação. Caso contrário, não há. É assim no Chile, é assim no Brasil. É assim aqui. Aqui, os da PIDE têm mais espaço aqui? Os gajos que fizeram a PIDE aqui têm espaço? Não pode. São cidadãos, vivem ali, mas não tem possibilidade nenhuma de aparecer. Nós em Angola, não. Estão a condecorar até verdugos. Os próprios gajos que mataram, os algozes, estão a ser condecorados. Isto é sério? É assim que se faz? É um prémio pelas matanças que levaram a cabo? Em vez de se criar uma comissão da verdade para se explorar bem, se determinar bem as responsabilidades, e para que uma situação do género não se volte a repetir, estão a ser condecorados. Isto é sério? Por amor de Deus, pá! Só no meu país. Mas eu, como sobrevivente, como angolano que dei o meu melhor nesse país, vou lutar até as últimas consequências. Ainda que me matem. Se quisermos uma verdadeira reconciliação nacional, teremos que ir buscar as causas profundas que estiveram na base disso. O que é que sugeria para que, realmente, essa reconciliação nacional acontecesse? O que eu proponho é a criação de uma comissão da verdade, até podem chamar outro nome qualquer, para primeiro descobrir quem foram os indivíduos que assassinaram aqueles comandantes que apareceram no dia 21 nas Barrocas do Sabizanga. Esse é o ponto de partida. Porque é a partir dali, deste facto bárbaro, que o Presidente Neto veio a público dizer que não perdia tempo com os julgamentos. Não haverá perdão nem... Isso vem em letras grossas. Aliás, escritas pomposamente pelo Costa Andrade "Ndunduma". Que depois inventou mais uma outra célebre frase, "É preciso bater no ferro quente", numa alusão para instigar a matança que já estava a ser levada a cabo. Em função desta frase do Presidente Neto, "Não vamos perder tempo com os julgamentos". Por quê? Por causa daqueles comandantes. Então é preciso saber quem foram as pessoas que assassinaram aqueles comandantes. Foram os fraccionistas? Duvido muito. Até por uma questão de lógica. Se o golpe falhou às 11 horas, mais ou menos às 11 horas, 11 e meia, já as tropas cubanas tomaram a cidade toda. E os próprios fraccionistas já estavam em demandada. Como é que tiveram tempo, durante a noite, para assassinar, meter num carro, numa Kombi, e ir meter (os corpos) alí nas barrocas? Por amor de Deus, pá! Isso é uma questão de lógica. Tem de haver alguma estratégia. Agora, temos que saber quem foram. A gente sabe quem são. A gente sabe! Mas a minha opinião vale o que vale. Por isso é que tem, mesmo, que haver uma comissão da verdade. Olha, se lerem o livro do Nito Alves, nesse livro, tem lá muita carga ideológica. Purga e aquela carga ideológica está lá. E vão às informações que o livro tem. Há uma página 172 ou 173, está lá tudo. Aquelas reuniões que eram levadas a cabo na casa do Júlio de Almeida, era reunião de quê? Era para fazer o quê? Está lá tudo. Matrículas todas, as pessoas que iam lá frequentar. Vamos lá, só ver. Ali temos um bom ponto de partida. Agora, se querem que as pessoas todas que estavam envolvidas nesse processo trágico, morram todas para depois não serem responsabilizadas, isto não é reconciliação. Com toda sinceridade, não é! Qual é o impacto que o drama do 27 de Maio de 1977 ainda tem, nos dias de hoje, na sociedade angolana? Basta ver o país como está. Tão simples quanto isso. Isso não é uma questão de romantismo, é uma questão de realismo. O MPLA inflectiu para um rumo depois do 27 de Maio. O MPLA não é mais o mesmo. E a prova está ali, hoje, no que temos. Que MPLA temos hoje? Que MPLA temos hoje? Os melhores patriotas que o MPLA teve na sua vida são aqueles que foram trucidados no 27 de Maio. Não me venham lá com outras teorias. São esses que foram mortos no 27 de Maio. Hoje só temos aí os escroques! Indivíduos mais ligados para a riqueza. Não é?! Todos eles são ricos. São milionários. Têm casa aqui, dupla nacionalidade. Todos eles. Que patriotismo é esse? Eles é que andaram a instigar esses miúdos todos a virem para aqui. Porque copiam. Um verdadeiro patriota pensa no seu país! Investe lá! Mas eles todos vêm aqui e morrem aqui. Depois é que vão lá ser enterrados. Ou não é? Esse é patriotismo de quê? Podem ser tudo menos patriotas. Se é que têm noção do que significa patriotismo? Portanto, este é o impacto do 27 de Maio. O MPLA está completamente descaracterizado porque os melhores quadros que eles tiveram, os melhores patriotas, são esses que foram mortos no 27 de maio. Nisso não tenho dúvidas. Mesmo as pessoas que participaram nesta repressão têm noção disso, reconhecem. Hoje O MPLA está descaracterizado. Isto não é romantismo do Michel, não, é um facto. Está aí, palpável. Olha como é que o MPLA está hoje, completamente desacreditado. Acha que ainda é possível com o MPLA no poder alcançar essa verdade que o Michel defende, que o Michel procura? Eu acredito no ser humano. É uma questão de vontade política. Ainda é possível, vão a tempo. Mas se não for possível, vão ser forçados a fazê-lo. A reconciliação só pode passar por este caminho. Olha, é uma questão de filosofia de vida, Luís Guita. A filosofia de vida nos ensina que não se constrói um edifício a partir do tecto. Os edifícios se constroem a partir da base. O que é que se faz primeiro? Criam-se os alicerces. Depois, criam-se os pilares para sustentar o edifício. Olha, a CIVICOP está a fazer exactamente o contrário. Está a começar por cima para depois terminar em baixo. Não se dá certidão. Certidões, ossadas, é um processo que vai culminar lá. Depois até se pode erigir um monumento. Mas primeiro temos que ir às raízes, àquilo que esteve na base do 27. O que é que deu para matarem tanta gente? Isso é que é fundamental. Se a gente discutir isso, chamar as pessoas à razão, confessarem ali na comissão o que é que fizeram, porquê que fizeram, o caso morre aí. Nós estamos todos disponíveis para perdoar. Sem isso, nada feito. Está a acontecer a reedição do livro "Nuvem Negra", que o Michel escreveu sobre o drama do 27 de Maio de 1977. No poder, em Angola, já está a chegar uma nova geração, pessoas que, algumas, ainda nem sequer tinham nascido quando isto aconteceu. Qual a importância que este tema seja também dado a conhecer com profundidade a essa nova geração? Por isso é que se escreveu o livro. É para que eles leiam. Vão ler o que eu escrevi, vão ler a opinião das outras pessoas que também escreveram, porque não serei o único que escreveu sobre esta matéria, e eles próprios, depois, vão chegar a uma conclusão. Eu estou a deixar aqui um registo, é um legado. No fim do texto está lá escrito: "Para que as gerações vindouras saibam o que é que se passou. Para que não se silencie e casos do género não se repitam". Agora, eu não estou a dizer à juventude que eles têm que abraçar aquilo que está lá escrito. Não, isso é uma ferramenta de apoio para que eles reflitam sobre o que é que se passou neste país. Para que coisas do género não voltem a acontecer. O que eu quero é que se faça a justiça e que o governo angolano pense, repense, que leia o sinal do tempo. Vai a tempo de inflectir o rumo que ele está a seguir com este processo de 27? Porque o processo de 27 não morre assim. É a verdade. De resto, eu sinto-me bem e sou agradecido, mais uma vez, à RFI por me entrevistar, porque eu nunca tive espaço lá em Angola, é um pouco difícil, senão nas rádios privadas. Nas rádios públicas nem é pensado passar isto, porque eles não fazem, por razões óbvias. O livro termina mesmo com uma frase que é "Que se faça justiça". Quem julga? Essa justiça não é a justiça formal dos tribunais, é a justiça do povo, da juventude, da geração que está para vir. Aliás, uma das passagens deste livro do Michel faz referência ao povo e à maneira como o povo olhou para vós, prisioneiros, no momento em que estavam no Luau... Sim!! ... e escreveu, "até ao anoitecer, as velhas, e mesmo os jovens camponeses, traziam produtos das suas lavras como mandioca, tomate, cebola, batata e ervas. Foi um gesto de profunda sensibilidade e solidariedade que me marcou profundamente e que jamais esquecerei. Este comportamento, por parte do povo, desde o campo, até nesse dia, no Luau, ajudou-me a consolidar o princípio segundo o qual Os povos nunca são maus". Sim! Os povos nunca são maus! Maus são os políticos. Os povos nunca são maus, ó Luís. Os povos nunca são maus. É exactamente pela vivência que eu tive. Esta vivência dramática que me marcou para toda a vida. Eu estou a fazer 70 anos. Mais um ano ou dois anos, você vai ouvir dizer ... e pensar ... entrevistei aquele jovem, já foi. Mas eu deixo esse registo para a eternidade. Morro eu, mas o meu livro não. As minhas ideias vão ficar sempre. Por causa disso, os povos nunca são maus. Eu nunca digo que o povo português é mau. Nem digo que o povo russo é mau. Não! Maus são os políticos que se servem dos povos para gizar um projecto que não é aquele que o povo quer. Isto é que é verdade!
El resumen de la actualidad navarra del martes 10 de junio
TUTAMÉIA apresenta painel em que ex-presas políticas e suas filhas falam sobre o impacto da repressão em suas vidas e como elas atuam hoje para denunciar os crimes da ditadura e a violência do estado. Participam AMELINHA TELES, jornalista e escritora, diretora da União de Mulheres de São Paulo, e sua irmã CRIMEIA DE ALMEIDA, enfermeira, ativista de direitos humanos, ex-guerrilheira no Araguaia; RITA SIPAHI, integrante da Comissão de Anistia, e sua filha CAMILA SIPAHI, designer gráfica do Livro INFANCIA ROUBADA e autora do Projeto RETALHOS DE MEMÓRIA; e MARILUCE MOURA, professora aposentada da Universidade Federal da Bahia, e sua filha TESSA MOURA LACERDA, professora do Departamento de Filosofia da USP. Curadoria e mediação de Shellah Avellar, jornalista, ativista de direitos humanos e uma das autoras do livro 60 ANOS DO GOLPE -GERAÇÕES EM LUTA.Inscreva-se no TUTAMÉIA TV e visite o site TUTAMÉIA, https://tutameia.jor.br, serviço jornalístico criado por Eleonora de Lucena e Rodolfo Lucena.Acesse este link para entrar no grupo AMIG@S DO TUTAMÉIA, exclusivo para divulgação e distribuição de nossa produção jornalística: https://chat.whatsapp.com/Dn10GmZP6fV...
Pelo menos quatro pessoas foram detidas durante uma manifestação este domingo, Dia de África, na Guiné-Bissau. O coordenador da Frente Popular, Armando Lona, denuncia repressão sistemática e tortura dos detidos, exigindo a sua libertação imediata. O também activista critica a ilegitimidade do governo, acusa o regime de violar a Constituição e afirma que a luta continua por liberdade, justiça e democracia. RFI: Os manifestantes já foram libertados, o que se sabe desde ontem?Armando Lona: Não, as pessoas continuam detidas. Estão na cela da Segunda Esquadra em Bissau, e um dos detidos está hospitalizado, em situação muito preocupante. Temos informação de que esses nossos colegas foram torturados. Exigimos a libertação imediata e incondicional, pois não cometeram nenhum crime, exerceram um direito constitucional. Não vamos permitir que um regime continue a usar a burla contra os cidadãos que têm direito a manifestar-se.Quais são as alegações do Ministério Público para justificar estas detenções? Já houve algum pronunciamento oficial?O Ministério Público não foi quem mandou deter os nossos colegas. Isto é uma prática recorrente do regime, tem sido assim há vários anos. O Ministério do Interior emitiu, em Janeiro de 2024, um despacho que proíbe manifestações, uma violação e aberração constitucional. A Constituição da República garante o direito à manifestação.A Frente Popular e outras organizações, como a Cassaca 64, estão vinculadas à Constituição e não à vontade de um regime ilegítimo. O mandato deste regime terminou a 27 de Fevereiro. Mesmo com legitimidade, teria de ser exercida dentro dos parâmetros constitucionais.Já foi possível visitar o detido hospitalizado no Hospital Simões Mendes?Temos um colectivo de advogados guineenses que está a trabalhar activamente para a libertação dos nossos colegas. Ontem tentaram falar com os detidos e voltarão hoje a fazer diligências no Ministério do Interior. Importa sublinhar que um dos detidos é cidadão português, o que está hospitalizado. Estão a ser feitos contactos para que possa ser transferido para Lisboa e continuar o tratamento. Reiteramos o nosso apelo à libertação imediata de todos os detidos.Como responde às acusações do Presidente guineense de que a manifestação foi convocada por organizações ilegais com intenção de desestabilizar o país?Estamos vinculados à Constituição da República da Guiné-Bissau, que garante o direito de manifestação. A palavra de um indivíduo não pode anular essa disposição constitucional. A Frente Popular e outras organizações, como a Casaca 64, são compostas por cidadãos guineenses responsáveis, que lutam por uma Guiné digna, com escolas, hospitais, tecnologia e uma economia ao serviço do povo. Não temos qualquer agenda partidária. Estas acusações são típicas sempre que surge um movimento cívico. Não admitimos que técnicos experientes e preparados sejam reduzidos a marionetas políticas. Se quiséssemos, formaríamos o nosso próprio partido. O regime acusa porque teme a mudança.A manifestação exigia mais liberdade, democracia, educação e saúde. Estas detenções dificultam qualquer mudança a curto ou médio prazo?Sim, vivemos um processo muito difícil, sob um regime que não respeita os direitos dos cidadãos. A liberdade de expressão e de manifestação são constantemente violadas. A Constituição da Guiné-Bissau é uma conquista do povo e não pode ser posta em causa por este ou qualquer outro regime. Queremos um país de liberdade, transparência e vontade popular. O povo deve eleger e fiscalizar os seus dirigentes. Neste momento, o parlamento está fechado, o Supremo Tribunal de Justiça sequestrado, o governo é inconstitucional e o mandato presidencial expirou a 27 de Fevereiro. O país está parado, sem condições mínimas para eleições. A manifestação no Dia de África foi simbólica e foi reprimida. Vamos continuar a lutar por uma Guiné-Bissau próspera, com justiça e dignidade.A RFI está a tentar contactar o Ministério da Administração Interna, até ao momento sem sucesso. De acordo com fonte da Presidência guineense, não há, até agora, qualquer confirmação oficial relativamente às detenções.
Contorni da film horror di terz'ordine si stanno delinenando sulla vicenda di Michael Valentino Teofrasto Carturan, turista italiano rapito e torturato a New York. Secondo quanto riporta il NY Post il presunto responsabile, identificato come John Woeltz, sarebbe un trader di criptovalute con un patrimonio stimato di circa 100 milioni di dollari.
En este programa, nos honora con su presencia Alejandra Holzapfel, Presidenta de la Asociación de Memoria y Derechos Humanos Irán 3037. En 1974 era estudiante de veterinaria y integrante del MIR, cuando fue arrestada por la dictadura de Pinochet. Conoció diversos centros de tortura, pero sobrevivió a uno de los más macabros centros de degradación humana, el ex-Venda Sexy, llamado hoy con el nombre de la calle en donde se sitúa, el centro Irán 3037. En esta casa residencial fueron torturados sexualmente cientos de hombres y mujeres. Una historia terrible que Alejandra Holzapfel está dispuesta a contar una y otra vez, para que en Chile nunca más ocurra algo así. Hoy tras una larga lucha, logró junto a otras mujeres, que el delito sexual contra los presos fuese tipificado como violencia política sexual y hace poco, consiguió que el centro de tortura sexual Venda Sexy, fuese declarado sitio de memoria. Ha sido honrada con diversos premios en materia de DDHH
MK Ultra fue un programa secreto que exploró el control mental mediante experimentos oscuros. Técnicas encubiertas se utilizaron para manipular la mente humana de forma poco ética. Los métodos y resultados del proyecto han generado controversia y debate hasta hoy.
En colaboración con Luis Ochoa y Roxana Aguilar en ausencia de Pamela Cerdeira, para MVS Noticias, la periodista, Yohali Reséndiz contó todo sobre la muerte de Erick en un campamento de una Academia Militarizada: su familia denuncia tortura.See omnystudio.com/listener for privacy information.
Christiano Sacha Fornaciari"La sedia del diavolo"Violenza, tortura e morte nel Brasile dei generaliEdizioni Lindauwww.lindau.itScritto con il rigore di un saggio storico e il ritmo incalzante di un romanzo, "La sedia del drago" racconta un Brasile poco noto e molto distante dallo stereotipo turistico «spiagge, calcio e samba», ancora oggi molto diffuso: è il Brasile dei generali e di una brutale dittatura che, nel quadro geopolitico disegnato dalla Guerra Fredda, a partire dal 1964 avrebbe governato il paese per oltre vent'anni, torturando e assassinando gli oppositori politici, perseguitando intellettuali e artisti, discriminando il mondo LBGTQ, ed esercitando una censura pervasiva su ogni mezzo di comunicazione. Facendo ricorso a fonti testimoniali, agli archivi dei quotidiani e delle riviste dell'epoca, a documenti originali reperiti negli archivi di Stato brasiliani e negli archivi digitali desecretati della CIA e del Dipartimento di Stato USA, nonché ai ricordi personali dell'autore, le pagine di questo libro descrivono con straordinaria efficacia eventi e atmosfere di quegli anni cupi, l'organizzazione e i principi dell'apparato repressivo, il coraggio dei dissidenti, le sofferenze delle vittime e la crudeltà dei loro carnefici. Un angosciante viaggio nel cuore di tenebra dell'uomo.Christiano Sacha Fornaciari, architetto, è nato a São Paulo del Brasile nel 1962. Si è laureato all'Istituto universitario di architettura di Venezia, dove è stato allievo di Massimo Cacciari per gli studi di estetica e di Franco Rella per gli studi di letteratura artistica. Componente della Consulta per l'arte sacra dell'arcidiocesi di Udine, si è perfezionato in Architettura e arte per la liturgia presso la Facoltà di sacra liturgia del Pontificio ateneo Sant'Anselmo in Roma.IL POSTO DELLE PAROLEascoltare fa pensarewww.ilpostodelleparole.itDiventa un supporter di questo podcast: https://www.spreaker.com/podcast/il-posto-delle-parole--1487855/support.
Santiago Aguirre, Director del Centro Agustin Prodh
México mantiene compromiso indeclinable de construir un país sin tortura Hoy No Circula sabatino opera con normalidad Israel sigue bombardeando viviendas y tiendas de campaña de desplazados Más información en nuestro podcast
Un México sin tortura y con pleno respeto a la dignidad humana: SegobMueren cuatro personas en Italia al estrellarse teleférico Más información en nuestro Podcast
As historiadoras Mariana Joffily, da Universidade de Santa Catarina, e Maud Chirio, da Université Gustave Eiffel, na França, fazem no livro "Torturadores" um mergulho sem precedentes para trazer à tona as identidades, trajetórias e motivações de uma das figuras mais invisibilizadas pela ditadura militar do Brasil (1964-1985). A pesquisa começou há 14 anos e, segundo as autoras, enfrentou momentos desafiadores — especialmente durante o governo Bolsonaro, quando o tema foi alvo de silenciamento. Lançado pela editora Alameda no Brasil, o livro se dedica a reconstituir, em suas 300 páginas, um dos personagens mais polêmicos do regime militar no Brasil: o torturador. A historiadora Mariana Joffily falou sobre a a dificuldade de "encarnar a mão de assassinos" e como essa encarnação foi possível através do livro."A ideia inicial, o título inicial do livro era justamente 'A repressão em carne e osso'. Então, tinha exatamente essa ideia de encarnar a repressão política e entendê-la do ponto de vista dos homens e de algumas mulheres que preencheram, digamos, essa mecânica da tortura e da repressão como um todo", afirma."A minha primeira surpresa foi perceber que, apesar das dificuldades e do difícil acesso às fontes, era possível escrever a biografia desses agentes", conta a historiadora francesa Maud Chirio. "A ideia inicial de que ninguém havia contado essas histórias parecia impossível. Afinal, eles haviam sido centrais no imaginário coletivo e na construção da democracia, mas haviam desaparecido dos livros de história, talvez por terem obtido anistia e terem tido apagados os rastros de suas ações", contextualiza."No entanto, surpreendentemente, seus nomes eram públicos e havia muitos dados sobre eles, tanto na imprensa quanto nos arquivos das Forças Armadas, especialmente do Exército", lembra Chirio. "Outra surpresa veio dos próprios documentos de arquivo, como as folhas de alterações — registros que contêm elogios formais dos comandantes a esses oficiais, descrevendo sua atuação e inserção no sistema. Esses documentos revelam como essas pessoas, mesmo envolvidas em crimes graves, eram valorizadas e integradas à estrutura militar", ressalta. "Heróis" da repressão"Uma das principais conclusões do nosso trabalho é que, embora agentes repressivos aleguem terem sido marginalizados após o período da ditadura, isso não corresponde à realidade. Durante a repressão política, eles foram tratados como heróis. Com a transição democrática, o Exército precisou negociar com os civis e silenciar essa aura heroica para facilitar o processo e evitar o desgaste de permanecer no poder", diz Mariana Joffily."No entanto, esses agentes continuaram protegidos e valorizados dentro da instituição, mantendo carreiras bem-sucedidas. A hipótese de que teriam sido transformados em bodes expiatórios foi descartada: eles seguiram sendo vistos internamente como combatentes de uma 'guerra real' — uma experiência rara na história do Exército brasileiro. Uma surpresa mais recente, durante o governo Bolsonaro, foi constatar que essa imagem heroica não havia se perdido", aponta a historiadora."A publicação dos nomes de torturadores representa um marco fundamental para compreendermos o papel do Estado brasileiro na estruturação do sistema repressivo. Ela nos permite analisar como o Estado atuou não apenas no recrutamento e formação dos agentes, mas também na premiação e legitimação de suas práticas", afirma Haroldo Ceravolo, da editora Alameda. "Mais do que ações individuais, trata-se de um projeto institucional que exige responsabilização. O trabalho de Maud Chirio e Mariana Joffily contribui de forma decisiva ao estabelecer a conexão entre os agentes da repressão e o Estado enquanto executor e legitimador da violência sistemática. Ao fazer isso, a pesquisa avança no entendimento do aparato repressivo e oferece fundamentos importantes para processos de responsabilização jurídica", diz."O livro rompe com a narrativa dos 'excessos' cometidos em porões isolados, ao demonstrar que a violação de direitos humanos foi uma prática sistematicamente organizada e operacionalizada por instituições oficiais do regime ditatorial", sublinha Ceravolo.Agentes de uma rede complexa"Embora fossem chamados de torturadores, é importante entender que eles fazem parte de uma rede maior envolvida na repressão política. Eles ocupam o centro desse sistema, mas é necessário considerar também as altas hierarquias e o funcionamento mais amplo do aparato repressivo", sublinha a autora. "Ao iniciar o trabalho, nos deparamos com dois extremos: de um lado, a visão abstrata de uma máquina de violência baseada em uma doutrina; de outro, a imagem de torturadores como homens sádicos com personalidades específicas", completa a também historiadora Maud Chirio."Faltava, entre esses polos, a compreensão de que esses agentes eram, como todos nós, seres sociais — com convicções, subjetividades e inserção em uma carreira guiada por reputação, recompensas simbólicas e senso de dever. Nosso objetivo no livro foi reconstruir essa complexidade, mostrando como esses indivíduos, apesar de sua individualidade, atuavam dentro de um sistema e de uma rede socioprofissional que possibilitou tamanha violência", ressalta Chirio. A identidade dos torturadoresJoffily conta que o primeiro trabalho foi identificar quem eram os agentes da repressão. "Antes mesmo da criação da Comissão Nacional da Verdade, começamos a investigar esses indivíduos, trabalhando em paralelo aos estudos da comissão. Encontramos listas de torturadores e repressores publicadas em um jornal alternativo, o que nos permitiu identificar nomes completos e traçar perfis — civis ou militares, e suas atuações. A partir disso, decidimos focar nos oficiais militares, pois percebemos que, embora fossem apenas parte do aparato repressivo, exerciam um papel central na repressão política", conta."Recorremos, então, a documentos burocráticos do Exército — como boletins reservados, folhas de alteração e almanaques — para reconstruir suas trajetórias e compreender tanto os aspectos ideológicos quanto institucionais que os inseriram nesse sistema repressivo", diz a pesquisadora."Em nosso trabalho, evitamos adotar uma abordagem 'psicologizante' para compreender o perfil dos agentes da repressão", ressalta Joffily. "Não acreditamos que suas ações possam ser explicadas apenas por traços individuais de personalidade. Optamos por uma perspectiva histórica e sociológica, que nos permitisse analisar como determinadas gerações de oficiais militares foram formadas dentro de um contexto específico: a Guerra Fria, marcada por confrontos ideológicos e pela valorização da segurança nacional", sublinha.Leia tambémPesquisadores discutem em Paris as heranças autoritárias da ditadura militar brasileira"Dentro desse cenário, identificamos diferentes tipos de atuação — desde perfis mais burocráticos, passando por agentes engajados em operações diretas de busca e apreensão, até analistas de informação com perfil mais estratégico. Ou seja, não se tratava de um tipo psicológico único, mas de uma multiplicidade de trajetórias", lembra."Um dos aspectos centrais que nossa pesquisa busca destacar não é a diferença de personalidades entre os agentes, mas sim as diferentes posições que ocupavam dentro do sistema repressivo. É muito distinto ser um soldado que participa de prisões e atos de violência apenas por alguns meses após o AI-5, e depois se desliga do sistema, em comparação com aqueles que, ainda no início da carreira, optaram por seguir o caminho da repressão de forma especializada. Estes últimos buscaram treinamentos, formações específicas e foram atraídos pelas recompensas simbólicas e materiais que essa trajetória oferecia", defende a historiadora."Naturalmente, há diversidade de perfis psicológicos mesmo entre esses grupos — tanto entre os que atuaram pontualmente quanto entre os que fizeram carreira nesse campo. No entanto, nosso foco não foi demonstrar como a personalidade molda o comportamento, mas sim como a inserção em uma estrutura institucional específica transforma esse comportamento. A centralidade da nossa análise está justamente na relação entre posição ocupada, trajetória institucional e prática repressiva, mais do que em traços individuais", destaca Maud Chirio.Torturador: "ser ou não ser, eis a questão"Em relação à consciência dos agentes sobre a prática da tortura, Chirio destaca ser "improvável que algum deles se autodefina como torturador ou utilize esse termo como elemento de valorização pessoal ou profissional. Ainda assim, é evidente que a tortura estava plenamente integrada à missão que acreditavam estar cumprindo: a luta contra o comunismo e a subversão", contextualiza."Tratava-se de um saber prático amplamente compartilhado e legitimado no contexto da Guerra Fria, utilizado por militares franceses na Argélia e na Indochina, por agentes britânicos em colônias, e por regimes autoritários em toda a América Latina. Nesse contexto, a tortura era vista como uma técnica necessária para desarticular redes clandestinas e obter informações cruciais de forma rápida", diz.Mariana Joffily ressalta a importância de notar "o uso sistemático de eufemismos" para descrever essas práticas. "Nenhum documento oficial fala abertamente em tortura. Em vez disso, utiliza-se uma linguagem técnica e militarizada: 'obter informações', 'neutralizar ameaças', 'coletar dados estratégicos'", explica. "Essa retórica desvia o foco da violência e dissocia a prática da carga moral negativa associada à palavra 'tortura'. Dentro dessa lógica, o ato de torturar é reconfigurado como parte de uma ação legítima em defesa de um suposto bem maior — a proteção da nação contra o 'inimigo interno'. Assim, mesmo sem o reconhecimento explícito da prática, ela é justificada, normalizada e, em muitos casos, naturalizada dentro do sistema repressivo", sublinha a historiadora brasileira.Contornar o "silêncio do Exército""Uma imagem que sintetiza bem nosso trabalho é a tentativa de contornar o silêncio do Exército", diz Maud Chirio. "Para isso, utilizamos duas fontes principais: de um lado, o trabalho de vítimas e familiares, que produziram listas com nomes de torturadores e repressores; de outro, os arquivos burocráticos produzidos pelo próprio Exército, voltados à progressão de carreira e à aposentadoria dos militares. O cruzamento dessas fontes nos permitiu superar a ausência — ou destruição deliberada — dos arquivos diretamente relacionados à repressão", revela.Leia tambémHistoriadora francesa lança livro sobre humor de protesto publicado durante ditadura no Brasil"Foi um trabalho minucioso, quase artesanal, em que selecionávamos um nome e íamos atrás de informações específicas, nome por nome. Reunimos dados sobre centenas de pessoas. A tarefa foi lenta e complexa, pois lidamos com documentos áridos, de difícil acesso e repletos de siglas e termos técnicos próprios da instituição. Ainda assim, conseguimos driblar o projeto institucional de apagamento, que visava impedir a escrita de uma história sobre esses agentes. E conseguimos", comemora Joffily.Sem confronto com os agentes da repressão"Diferentemente de outras pesquisas, nós não realizamos entrevistas diretas com os agentes da repressão", explica Mariana Joffily. "A Maud [Chirio, coautora], em seu doutorado, havia feito algumas entrevistas, mas no trabalho conjunto utilizamos principalmente depoimentos já existentes, especialmente os colhidos pela Comissão Nacional da Verdade, pelo CPDOC e pelo Ministério Público Federal", especifica. "Evitamos buscar novos depoimentos por diversos motivos. Em 2015, tentamos contato com alguns indivíduos, mas fomos majoritariamente ignoradas ou recebemos respostas em que eles afirmavam preferir o silêncio. O contexto político era adverso: vivíamos um momento de crise institucional, pós-Comissão da Verdade, em que acadêmicos e jornalistas passaram a ser identificados como 'inimigos', rotulados como comunistas e tratados com desconfiança. Muitos dos agentes se mostraram ainda mais refratários, sobretudo após o trabalho do Ministério Público", explica Maud Chirio.Contexto da pesquisa nos anos Bolsonaro"Com a eleição de Jair Bolsonaro, alguns desses indivíduos passaram a se posicionar como 'vencedores', o que poderia indicar uma possível abertura para o diálogo. No entanto, nesse momento, tanto eu quanto Mariana [Joffily, coautora] já éramos associadas a setores considerados opositores, o que tornou o acesso praticamente impossível", lembra a historiadora francesa."Assim, optamos por priorizar o estudo de fontes documentais — ricas, abundantes e ainda pouco exploradas —, incentivando colegas a fazer o mesmo. Entendemos que, além da dificuldade de acesso, muitos dos que prestaram depoimentos nas audiências da Comissão da Verdade negaram participação ou forneceram informações falsas. Nosso foco, portanto, recaiu sobre a documentação escrita, que ofereceu uma base mais sólida para reconstituir a história do Estado repressor durante a ditadura", diz. O livro "Torturadores" pode ser adquirido pelo site da editora Alameda, ou das livrarias brasileiras Martins Fontes e Travessa, entre outras, além de plataformas como a Amazon. Na Europa, o livro é distribuído pela Arnoia e encontrado no site imosver.com, entre outros.
Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, foi capaz de impactar muitas pessoas sobre os crimes da ditadura militar no Brasil. No entanto, o longa suavizou o horror. Quem conta isso e Conversa Bem Viver nesta quarta (9) é Vera Paiva, ou Veroca, como ficou conhecida no filme. Filha de Eunice Paiva e Rubens Paiva ela é professora titular de psicologia na USP
Rubens Valente analisou o projeto de tortura e assassinato de indígenas durante a ditadura empresarial militar de 1964. Ele destacou que indígenas vêm pedindo a continuidade da comissão da verdade há mais de 10 anos.
Novas certidões de óbitos devem apontar quais mortes de vítimas da ditadura militar brasileira ocorreram por culpa do Estado. Especialistas dizem que a mudança implica tanto em alento para as famílias e quanto em uma reparação para o país como um todo por meio do reconhecimento de crimes cometidos durante e pelo regime, abrindo espaço para a justiça.
No podcast ‘Notícia No Seu Tempo’, confira em áudio as principais notícias da edição impressa do jornal ‘O Estado de S.Paulo’ desta terça-feira (25/03/2025): O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a atacar ontem o ministro Alexandre de Moraes, na véspera do primeiro julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) em que ele é acusado de ter tramado um golpe de Estado após a derrota na eleição de 2022. Em entrevista ao podcast Inteligência Ltda, Bolsonaro disse que Moraes ameaçou o tenente-coronel Mauro Cid e que a delação do seu ex-ajudante de ordens foi feita “sob tortura”. No julgamento que começa hoje, a Primeira Turma do STF vai decidir se a denúncia da PGR contra o “núcleo 1” da trama golpista, formado por Bolsonaro e mais sete acusados, tem indícios suficientes para instauração de uma ação penal. Em caso positivo, os acusados se tornam réus. E mais: Economia: Concorrentes pressionam a Anatel a vetar expansão da Starlink no país Internacional: Milei tira sigilo de papéis da ditadura e planeja punir ações contra militares Metrópole: Aeromóvel até Cumbica volta a ter a entrega adiada Esportes: Mais leve, Brasil visita a Argentina em busca da ‘paz total’See omnystudio.com/listener for privacy information.
Welcome to PTBN Pop's Video Jukebox Song of The Day! Every weekday will be featuring a live watch of a great and memorable music video. On today's episode, Steve Riddle is watching “La Tortura” by Shakira & Alejandro Sanz from 2005. The YouTube link for the video is below so you can watch along! https://www.youtube.com/watch?v=Dsp_8Lm1eSk
Este 2025 se cumple el 40 aniversario del final de la dictadura militar en Brasil, un periodo marcado por la suspensión de los derechos democráticos en el gigante sudamericano por más de dos décadas y también por la persecución a disidentes políticos y la ejecución y desaparición forzada a cientos de personas. Parte de su historia quedó recientemente reflejada en la película ganadora de un Oscar 'Aún estoy aquí', pero también en las diferentes iniciativas que han intentado arrojar luz y verdad sobre lo sucedido. Un fantasma que todavía sigue presente en el Brasil actual, ya que son muchos los nostálgicos de ese periodo represor, entre ellos el expresidente Jair Bolsonaro.
La Policía detuvo a Fidel Zavala, vocero de UNIDEHC, una organización que libraba una batalla legal para evitar el desalojo de unas 250 familias de la Hacienda La Floresta. Detuvo también a una veintena de líderes comunales. Zavala había demandado ante la Fiscalía al director general de Centros Penales, Osiris Luna, y a los directores de las cárceles de Mariona y Cutumay Camones, por tortura contra los privados de libertad.
Episodio 564 de Contralínea En Vivo conducido por Zósimo Camacho: -Endometriosis, la enfermedad invisible que tortura a las mujeres- Transmisión 15 de marzo de 2024 Contralínea se transmite de lunes a viernes a las 10hrs (hora centro de México). Encuéntranos en Facebook, YouTube, X (antes Twitter), TikTok, Instagram, WhatsApp y Telegram como Contralínea. Escúchanos en Spotify, Apple Podcast e Ivoox como Contralínea Audio.
Episodio 565 de Contralínea En Vivo conducido por Nancy Flores: -Liberados del caso Ayotzinapa dan negativo a tortura: subsecretario Medina- Transmisión 19 de marzo de 2024 Contralínea se transmite de lunes a viernes a las 10hrs (hora centro de México). Encuéntranos en Facebook, YouTube, X (antes Twitter), TikTok, Instagram, WhatsApp y Telegram como Contralínea. Escúchanos en Spotify, Apple Podcast e Ivoox como Contralínea Audio.
Hace dos meses, los sirios recobraron su libertad, celebrando el fin de más de medio siglo de régimen Al Asad. Del mismo modo también descubrieron la dura realidad de la temida prisión de Sednaya, tras 37 años de tortura e inhumanidad. Por las enviadas especiales de RFI en Damasco, Melissa Barra y Anne Bernas“Apenas llegábamos aquí, empezaba la 'fiesta de bienvenida', o sea los primeros actos de tortura”, explica a RFI Hadi Haroun desde una enorme sala que compone el vestíbulo de la prisión de Sednaya. “Luego nos colocaban durante días o semanas en esta diminuta celda sin luz. Éramos cinco, hacinados y desnudos”, detalla, cinco años después de su liberación. Hadi Haroun es un hombre alto y hoy en día ha recobrado su musculatura. Pesaba 100 kilos antes de su encarcelamiento. Salió en 2019 pesando 50. “Nos golpeaban constantemente”Camina entre escombros en los pasillos de este gigantesco complejo invadido por el olor de la muerte. Rodea una escalera de caracol que permitía a los carceleros tener una visión general de las tres alas de la prisión. En cada una hay una sucesión de celdas colectivas. Cada una mide unos 25m2 y puede albergar hasta 50 presos, apiñados. “Cuando los guardias abrían esta cerradura, los presos debían prepararse para horas de tortura. El sonido de esa puerta aún me persigue: es el sonido más aterrador de Sednaya”, prosigue.La prisión está vacía desde principios de diciembre, cerrada por las nuevas autoridades. Pero las cicatrices del horror están por todas partes, con habitaciones llenas de montañas de ropa sucia, restos de prótesis, mechones de pelo rapado. “En estos baldes nos tiraban arroz o pan. Todos comíamos del mismo balde”, explica Haroun con actitud distanciada, recogiendo las cestas de plástico rotas. "Lo peor era cuando teníamos que ir a las duchas. Todo el mundo tenía miedo. Nos obligaban a andar a gatas con las manos cubriendo los ojos”, dice imitando la escena, mientras se dirige al final del pasillo donde, en un espacio estrecho, hay una fila de duchas diminutas, oxidadas y sin puertas. “No sabíamos lo que podía pasarnos. Nos colocaban de a tres bajo la ducha unos minutos. Nos golpeaban constantemente”, agrega. La tortura psicológica y la físicaLa prisión de Palmira, en el desierto central de Siria, representaba la brutalidad del régimen del clan Al Asad hasta 2015, cuando fue destruida por los yihadistas del grupo Estado Islámico. Integrantes del movimiento comunista o de partidos como los Hermanos Musulmanes, así como todos los demás opositores políticos, eran encerrados y torturados allí. La prisión de Sednaya, construida en 1987, adoptó sus métodos de terror al comienzo de la guerra en 2011. A partir de la revolución, las autoridades comenzaron a encarcelar a cualquier persona sospechosa de tener alguna animadversión hacia el régimen, incluidas mujeres y menores. El 75% de los detenidos tenían diplomas universitarios. La tortura psicológica precedía la física. Todo lo que ocurría fuera de Sednaya repercutía en el trato a los prisioneros con brutales represalias. “Me detuvieron por haber protestado al principio de la guerra civil. Luego me soltaron y me volvieron a detener por ‘actos de terrorismo'”, recuerda Hadi Haroun. Las acusaciones de terrorismo eran las más usadas por autoridades cuando comenzaron las protestas. En 2011, el Gobierno sirio puso fin a 48 años de estado de excepción. Era una de las principales reivindicaciones de los manifestantes, que reclamaban liberalizar del régimen. Pero de inmediato lo sustituyó por tribunales antiterroristas, que encarcelaron a miles de sirios en las 12 cárceles del país durante años. A Hadi Haroun le cuesta recordar por cuantas prisiones pasó durante ocho años. “Cuando tenían sospechas sobre alguno de nosotros o sobre nuestra familia, nos trasladaban a otra prisión, aunque normalmente un preso debía ser encarcelado en su provincia de residencia”, precisa. Esta era una de las tácticas para romper todos los lazos sociales e infligir una forma de tortura psicológica a la población siria. Bajo Bashar Al Asad, el pueblo sirio estaba obligado a proclamar “Assad ila al-abad”, “Asad para la eternidad”. El dirigente controlaba el espacio político y la vida de los habitantes. “Al liberar a Sednaya se reveló la magnitud de las muertes” “Pasé dos años en Sednaya con mi hermano gemelo”, relata Hadi Haroun. Vivieron las peores atrocidades en este complejo rodeado de minas y torres de vigilancia, ubicado a unos 30 kilómetros al norte de Damasco, hacinados junto a miles de hombres enfermos de sarna, diarrea y tuberculosis, en el calor sofocante del verano sirio y el frío húmedo del invierno. Convivían con cadáveres abandonados en las celdas, a veces durante dos días, antes de ser apilados en una cámara de sal. Haroun recoge una manta marrón en el suelo de una oscura celda y explica: “La usábamos como cama, y por la mañana teníamos que enrollarla. No nos dejaban acostarnos encima, y además, no había sitio”. Sednaya, como todas las prisiones del antiguo régimen, se parecía a la peor pesadilla. Todos los presos eran torturados, golpeados con barras de hierro, azotados, abusados sexualmente, electrocutados. Incluso las visitas de familiares acababan con crueldad, algo que Hadi Haroun llama con frecuencia las “fiestas de tortura”. Los visitantes se volvían testigos auditivos de lo que el régimen infligía a un hermano, padre o hijo encarcelado. Eso los disuadía de regresar. Desde el inicio de la guerra, ONG y asociaciones han alertado sobre las condiciones de vida de los prisioneros. Se revelaron en 2014, con el informe “César”, un documento que contenía 55.000 fotos de hombres y mujeres torturados hasta la muerte en las cárceles sirias, tomadas por un fotógrafo militar desertor. El 8 de diciembre del año pasado, el mundo pudo ver las imágenes de los 2.800 prisioneros liberados, demacrados y enloquecidos en muchos casos.La magnitud de lo que ocurrió salió a la luz: este macabro lugar era más que una prisión, era un centro de concentración y ejecución. En Sednaya había salas de ahorcamiento, donde los verdugos ejecutaban a los prisioneros dos veces por semana por la noche. Los cadáveres eran trasladados a hospitales militares, donde los militares emitían certificados de defunción falsos, y luego enterraban los restos en fosas comunes en los alrededores de la capital siria. La búsqueda de los cadáveres continúa hoy en día. Se estima el número de desaparecidos a al menos 150.000.Leer tambiénEn la cárcel siria de Sednaya: tras la liberación, la búsqueda de los desaparecidosEntender el sistema de tortura Desde hace cinco años, Hadi Haroun es miembro activo de la Asociación de Presos y Desaparecidos de Sednaya, fundada en 2017. “Liberar la prisión no fue un momento feliz. Fue más bien triste. Porque reveló la realidad de las muertes bajo tortura. Lo primero que hicimos fue intentar recopilar los documentos que contenían la lista de presos y muertos. Necesitamos saber cuántas personas ingresaron a Sednaya entre 2011 y la liberación, y cuántas salieron, para calcular el número de desaparecidos. Estamos empezando a hacernos una idea de la magnitud de la situación: entre 100.000 y 300.000”, lamenta. La asociación ayuda a los ex presos a recobrar una vida normal, pero también recoge testimonios y documentos para archivarlos. Busca proteger las pruebas que aún se encuentran en la docena de cárceles del país. Muchísimos archivos fueron robados o destruidos al abrirse la cárcel. El objetivo final es poder probar los crímenes cometidos por el régimen durante años y esclarecer lo ocurrido con los desaparecidos. Los documentos contienen informaciones primordiales sobre la estructura del aparato de seguridad y de los servicios de inteligencia sirios, y también sobre la identidad de los desaparecidos. Haroun explica que las nuevas autoridades han recibido el apoyo de Gobiernos y organizaciones internacionales. “Somos una de las organizaciones que más conocimiento tiene sobre las cárceles. Aunque vengan equipos del extranjero, no podrán prescindir de nosotros. Por otro lado, las instituciones y organizaciones internacionales disponen de recursos financieros y técnicos. Para las fosas comunes, por ejemplo, disponen del material necesario para los análisis de sangre y de ADN”. El ex preso espera que la prisión de Sednaya se convierta en un museo, un lugar de memoria para que nadie pueda olvidar a los cientos de miles de torturados y desaparecidos, y que nunca más en la “nueva Siria” se repitan atrocidades tan metódicas y planificadas. Según el Observatorio Sirio de Derechos Humanos, al menos 10 personas murieron en las cárceles de las nuevas autoridades sirias en la provincia de Homs, entre el 28 de enero y el 1° de febrero.
El Secretario de Estado, Marco Rubio, reveló que Bukele aceptó recibir en las cárceles salvadoreñas a indocumentados y a criminales de cualquier nacionalidad. El sistema penitenciario salvadoreño está dirigido por Osiris Luna, un funcionario sancionado por el Departamento del Tesoro y el Departamento de Estado, el ministerio a cargo de Rubio.
Sheinbaum se reunirá con empresarios en Palacio Nacional Un tribunal de la CDMX ordenó a la FGR expandir Programa para Prevenir la tortura Comenzaron las negociaciones sobre la segunda fase del alto al fuego con Israel: Hamas Más información en nuestro podcast
Comissão de Inquérito da ONU para a Síria fez duas visitas após dezembro; especialistas estiveram em valas comuns e antigos centros de detenção; peritos liderados pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro querem mecanismos de justiça confiáveis.
Movimiento Cultura Sin Tortura pide a legisladores no ceder ante intereses y prohibir corridasAsesinan al comandante de la policía de GuanajuatoOtro incendio sin control en el norte de Los ÁngelesMás información en nuestro Podcast
Primer foro para el PND en Baja California Alerta Amarilla por pronóstico de bajas temperaturasAumentan casos en China de metapneumovirus Más información en nuestro Podcast
Terminou ontem mais uma semana de manifestação nacional contra a fraude eleitoral em Moçambique. Cabo Delgado foi palco de protestos violentos e com alegados ataques terroristas. PRM afirma que tumultos não foram provocados por insurgentes. A ativista moçambicana Anabela Lemos conta que sente a solidariedade internacional para com a atual situação pós-eleitoral no seu país.
Falo sobre o caso recente em que uma travesti, que frequentava uma igreja chefiada por Flávio Amaral, tirou a própria vida, após passar por um processo de "destransição", genericamente mais conhecido como "cura gay". Lembro que em 2023 uma influencer bolsonarista também se dizia ex-lésbica em razão de ter passado por tais processos em uma igreja.Falo sobre o livro "Entre Curas e Terapias" (https://s3.amazonaws.com/s3.allout.org/images/All_Out_Instituto_Matizes_Relatorio_Completo_Entre_Curas_E_Terapias.pdf), que mostra que no Brasil há mais de 25 tipos de "cura gay" acontecendo e a responsabilidade de igrejas, escolas e profissionais da saúde mental para com isso. Lembro que o CFP possui Resolução desde 1999 proibindo isso e que a Dep. Fed. Erika Hilton propôs o PL. 5034/2023 para tipificar processos de "cura gay" como crime.
El internet ha permitido crear comunidades que comparten intereses comunes. Sin embargo el caso de Sharon Lopatka nos mostrará uno de los lados más oscuros de la web, en los que la fantasía llega demasiado lejos y las mentes oscuras encuentran el espacio para darse rienda suelta.Acompáñanos a revisar este caso que publicamos por primera vez el 11 de julio de 2022.
El Popocatépetl mantiene emisión de vapor de agua y gas ¡No te lo puedes perder! Sectur te invita al Festival de las Almas en Valle de Bravo En Paraguay excomisario Eusebio Torres fue condenado a 30 años de prisión por torturaMás información en nuestro podcast
Francisco Márquez Lara, abogado y activista político venezolano, se refirió en La W a la denuncia del senador estadounidense Marco Rubio en la que aseguró que el régimen de Nicolás Maduro tiene el centro de tortura más grande del hemisferio, refiriéndose a El Helicoide.
El embajador estadounidense, Francisco Palmieri afirmó que el gobernante venezolano perdió la elección presidencial del 28 de julio y lo más importante en este momento es que Maduro lo reconozca para poder avanzar en un proceso de negociación antes del 10 de enero.
"Una de las variedades de la tortura psicológica consiste en desorientar a la víctima: que no sepa si es de día o de noche, si es verano o invierno, si es hoy o mañana. O sea, lo que venimos denominando otoño"
Los restos fueron hallados en julio pasado, pero fue a finales de septiembre cuando las autoridades uruguayas anunciaron haberlo identificado. Se trata de Luis Eduardo Arigón Castel, un militante comunista desaparecido durante la última dictadura militar en el país sudamericano, hace 47 años. Luis Eduardo estaba casado con Sara y era padre de dos hijas, Sabina y Estrella, que esperaron siempre su regreso. Entrevistada por RFI, Sabina reacciona cuando se identificaron los restos de su padre: “Me estremeció porque cada vez que aparece una persona, todos los que tenemos algún familiar nos provoca como una especie de terremoto.”Un terremoto que cierra 47 años de búsqueda desde ese 14 de junio de 1977 cuando miembros de las fuerzas conjuntas llegaron a la casa de Sabina:“Lo llevaron preso de su casa, de mi casa, donde vivíamos, en la madrugada lo vinieron a buscar un equipo de militares y de personas de civil; bueno, se lo llevaron y no dijeron a dónde lo llevaban. Mi madre les preguntó y le dijeron que iba a tener noticias y que quedaba a disposición de las fuerzas conjuntas y desde ese día hasta el día de hoy nunca más supimos nada.“Tuvimos digamos una información de lo que podía haber pasado con él cuando el presidente Batlle -estoy hablando acerca del año 2000-, cuando el presidente Batlle, el tercer presidente democrático, abre un poco la puerta para darle cabida a este tema y genera lo que lo que se llamó la comisión para la paz.”Arigón fue torturado y desaparecido; sus restos fueron hallados en Batallón 14 del ejército, cerca de Montevideo. Ricardo Perciballe, es el fiscal especializado en delitos de lesa humanidad: “En este batallón en particular se encontraron cuatro y de esos cuatro dos pertenecen este año y el año anterior. Que era Amelia Sanjurjo, o sea Luis Eduardo Arigón y Amelia Sanjurjo, tienen una misma lógica, de enterramientos, porque ellos fueron víctimas, ambos del centro clandestino de detención y torturas, que se conoce como La Tablada y ambos fueron del año 77 y precisamente en ese centro clandestino hay más detenidos, no sólo en el 77, sino en el año 81 y 82.“Por eso, si nosotros podemos establecer un patrón de enterramiento, podemos primero afirmar que el Batallón de Infantería 14 se utilizó como centro clandestino. Eso está absolutamente acreditado porque cuatro hallazgos nos muestran éso; y segundo, que nos permitiría establecer la lógica de enterramiento de aquellas personas que desaparecieron en ese centro clandestino de la Tablada. Y en ese centro restan ubicar por lo menos a 5 personas más, por eso es una zona sensible que se está trabajando y es probable entonces que podamos encontrar otros cuerpos en ese lugar.”En Uruguay hay registros de 197 personas desaparecidas por el estado entre 1968 y 1985. Una buena parte de ellos fueron detenidos en Argentina en el marco del plan Cóndor. Hasta ahora se ha logrado identificar a una treintena, ocho de ellos encontrados en Uruguay.
La Inquisición, creada por la Iglesia católica para erradicar herejías, se convirtió en un método de hostigamiento de todo aquel que creyera distinto, y sirvió para aumentar el poder de la Corona. ¿Quedan en la actualidad algunos vestigios de esa oscura institución? SÍGUENOS Sitio web: http://biteproject.com x: https://twitter.com/biteproject Podcast: https://anchor.fm/biteproject TikTok: https://www.tiktok.com/@biteproject Instagram: https://www.instagram.com/biteproject/ Facebook: https://www.facebook.com/biteproject/ Créditos: Producido por: Giovanny Gómez Pérez y Pilar Prieto Música: Envato Elements. Generación de voces: Daniel Ángel. Edición de sonido y música: Jhon Montaña.
Este episodio es un recorrido histórico por todas aquellas veces que la crueldad humana se hizo presente en nombre de la ciencia. Desde la privación total del sueño, hasta la resurrección de seres humanos: estas y otras muestras de crudeza inimaginable en este aterrador nuevo episodio.
La estética no conoce de límites, consigue entrar en nuestros propios cuerpos para intervenir directamente en lo que queremos modificar. Manu Berástegui hoy nos lleva al quirófano, nos habla de cirugía estética.
Lydia Cacho, periodista
Propuesta de Rundown para martes 30 de julio: América vuelve a estar dividida en torno a Venezuela. EEUU duda que el resultado electoral en Venezuela refleje "los votos"… https://search.app/omi7kLixQJniofSV6 Recomendaciones: The Mass Psychology of Trumpism https://www.youtube.com/watch?v=WLh6vvQB9tE Payaso mediático Mito sociopolítico Personalidad dictatorail The Dark Truth About American Police https://www.youtube.com/watch?v=VwT9O9yPlrk Ecologístas opuesto a Cop City El Estado Policial al servicio del gran capital La policía como empresa multincional Ziklag Exposed: Secretive Christian Nationalist Network Tries to Purge Voters in Battleground States https://www.youtube.com/watch?v=hIh6X_sXAr4 Descalificación de electores Acuerdos con líderes religiosos Financial grupos en favor de la “integridad electoral” Tomar control de: 1. Negocios 2. Ciencia y Tecnología 3. Familia 4. Artes y Medios de comunicación 5. Iglesias 6. Educación 7. Gobierno Violencia y criminalidad Dr. Luís Avilés: Autor de La Tortura de los Números https://www.editoraemergente.com/index.php?id_product=60&rewrite=contra-la-tortura-de-los-numeros&controller=product&id_lang=2 Mayoría de puertorriqueños teme por su seguridad. El tema de la criminalidad despunta como uno de gran preocupación en la vida diaria de las personas. https://www.elvocero.com/ley-y-orden/mayor-a-de-puertorrique-os-teme-por-su-seguridad/article_875ce77e-484f-11ef-a71e-5f281b3827db.html
La Organización Mundial de la Salud (OMS) enviará a Gaza más de un millón de vacunas contra la polio, que se administrarán en las próximas semanas.UNRWA pide al Consejo de Seguridad que rechace los ataques que sufre por parte de Israel.Comité contra la Tortura pide a Ecuador reformar su sistema penitenciario. Osmar Olvera, clavadista olímpico, se une a UNICEF para promover hábitos saludables para los niños
En 1977 Colleen Stan viajaba desde Oregón hasta California levantando el pulgar a la orilla de la carretera y pidiendo autostop. Jamás pensó que subirse al auto de los Hooker sería el inicio de 7 años de secuestro en los que viviría dentro de una caja de madera.En este nuevo episodio te contamos la historia de los Hooker, la pareja sadomasoquista de secuestradores, y las víctimas que mantuvieron secuestradas dentro de su casa rodante.
Junko Furuta era una jóven japonesa que tenía un brillante futuro por delante. Una chica hermosa, popular y que además era una estudiante modelo. Sin embargo, un día como cualquier otro desapareció y jamás regresó a casa.En este episodio analizaremos los terribles abusos y el brutal asesinato de esta joven, cuyo cadáver fue encontrado dentro de un barril cubierto hasta el tope de concreto.